produto educacional registros de …...os wikis são ambientes/ferramentas cada vez mais difundidos...
TRANSCRIPT
REGISTROS DE PRÁTICAS DE
ENSINO DE MATEMÁTICA NOS
ANOS INICIAIS:
UM GUIA PRÁTICO PARA A
CONSTRUÇÃO DE UM WIKI
PRODUTO EDUCACIONAL
DANIELLE MELO RENZETTI
Orientador Prof. Dr. Francisco
Roberto Pinto Mattos
Rio de Janeiro
2018
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira
Programa de Pós-graduação de Ensino em Educação Básica
Danielle Melo Renzetti
Registros de práticas de ensino de Matemática nos anos iniciais:
uma guia prático para a construção de um wiki
Rio de Janeiro
2018
Danielle Melo Renzetti
Registros de práticas de ensino de Matemática nos anos iniciais: um guia
prático para a construção de um wiki
Produto apresentado, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre, ao Programa de Pós-Graduação de Ensino em Educação Básica, Mestrado Profissional, do Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira – CAp UERJ. Área de concentração: Cotidiano e Currículo no Ensino Fundamental.
Orientador: Prof.º Dr. Francisco Roberto Pinto Mattos
Rio de Janeiro
2018
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ........................................................................................... 6
1. O QUE É UM WIKI? ........................................................................................ 9
1.1 Categorias de Wiki .......................................................................................... 9
1.2 O Wiki e seu potencial educativo .................................................................... 10
2. O QUE É O WIKISPACES? ........................................................................... 15
3. GUIA BÁSICO PARA A CONSTRUÇÃO DE UM WIKI ................................. 18
A. Tipos de wiki ................................................................................................... 19
B. Como criar uma conta no Wikispaces ............................................................ 20
C. Como criar um wiki ......................................................................................... 21
D. Tipos de espaços ........................................................................................... 24
E. Como criar páginas no seu wiki ..................................................................... 25
F. Como convidar membros para seu wiki ......................................................... 27
G. Como editar as páginas de um wiki ............................................................... 30
4. REGISTROS DE PRÁTICAS DE ENSINO DE MATEMÁTICA .................... 31
A. Classificação de objetos (1º ano) .................................................................. 34
B. Medindo comprimentos (1º ano) ................................................................... 36
C. Agrupamentos utilizando caramelos (2º ano) ............................................... 38
D. Projeto “Meu cofrinho” (2º ano) ..................................................................... 40
E. Visita ao supermercado (3º ano) ................................................................... 43
F. Estudos das horas (3º ano) ........................................................................... 45
G. Receita e as medidas (1º ao 3º anos) ........................................................... 47
H. Frações em quadrinhos (4º ano) ................................................................... 49
I. Problemas matemáticos usando encartes (4º ano) ...................................... 52
J. Usando barbante para compreender as medidas de comprimento (4º ano) 55
K. Perímetro e área (5º ano) ............................................................................. 57
L. Atendimento educacional ao educando (NAPNE) ........................................ 59
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 60
REFERÊNCIAS ............................................................................................. 61
6
APRESENTAÇÃO
Este produto educacional atende às exigências para a obtenção do título de
Mestre do Programa de Pós-Graduação de Ensino em Educação Básica, Mestrado
Profissional, do Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira – CAp UERJ e
integra a dissertação “O registro de práticas de ensino de Matemática nos anos iniciais
em um wiki: a dimensão prática como estratégia para a formação docente”.
Essa pesquisa encontra-se cadastrada na Plataforma Brasil1 e foi autorizada
pelo Colégio Pedro II, instituição onde foi desenvolvida. Para dar uma visão geral do
estudo realizado, assim descrevemos a pesquisa em linhas gerais, no corpo da
dissertação (RENZETTI, 2018):
A reflexão sobre a prática pedagógica revela-se como um caminho para o
aperfeiçoamento do fazer pedagógico e contribui para a formação docente
que ocorre durante a atuação profissional. Caminhando nesse sentido e
buscando valorizar a dimensão prática como estratégia para repensarmos as
ações de formação da docência, encontramos na proposta de construção de
um portfólio digital de cunho colaborativo, alimentado com registros de
práticas de ensino de Matemática nos anos iniciais realizados pela equipe
pedagógica do Colégio Pedro II – Campus Realengo I, um caminho para o
compartilhamento de saberes com fins de formação continuada e como
instrumento de apoio na formação de docentes menos experientes. (p. 30)
A maneira escolhida para dar forma às nossas expectativas expressas na
citação anterior foi a construção de um wiki que se configura como um portfólio
contendo registros de práticas de ensino de Matemática nos anos iniciais compondo
um material digital que possa apoiar ações de formação docente. É importante
salientar que esse produto educacional foi construído seguindo processos de
construção colaborativa do conhecimento e segue um percurso coerente com as
discussões téoricas apresentadas na dissertação. Além disso, foi planejado e
desenvolvido a partir dos objetivos definidos para esse estudo, que serão relatados a
seguir:
1 Os relatórios e documentação da pesquisa foram apreciados e aprovados, sob o parecer de número 2.595.563
(Anexo 1), pela Comissão de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (COEP-UERJ).
7
Objetivo principal:
Construir um portfólio digital que permita o registro e compartilhamento de
ações pedagógicas voltadas para o ensino de Matemática nos anos iniciais e
que contribua para a formação em serviço e para o desenvolvimento
profissional docente.
Objetivos específicos:
avaliar se o registro de práticas de ensino contribui para a reflexão sobre as
mesmas, para a formação em serviço e para o desenvolvimento profissional
docente;
analisar possíveis dificuldades para a construção de uma cultura de registro
das práticas de ensino do cotidiano escolar.
O referencial teórico dessa pesquisa fundamenta uma pesquisa quali-quanti,
que segue coerente com os instrumentos de coleta de dados utilizados. Também foi
definida como uma Pesquisa de Desenvolvimento (DBR) à medida que busca a
construção de um produto educacional que visa alcançar melhorias na práxis
pedagógica, nesse caso, atendendo às demandas de formação docente na área da
Matemática dos anos iniciais na instituição pesquisada. Os principais referenciais
teóricos estruturaram a dissertação da seguinte maneira:
Foram relatados alguns estudos que se voltam para a valorização dos saberes
docentes, cujos teóricos escolhidos foram Tardif (2014) e Shulman (apud Misukami,
2004). Estes estudos buscam refletir sobre como esses saberes se constituem, como
são empregados na prática pedagógica e como podem contribuir para a formação de
outros docentes. Nesse primeiro trecho, fica evidente que a dimensão prática tem
alcançado força como forma de se conhecer os processos constitutivos da identidade
docente, seus saberes, suas concepções, seus modos de fazer e de ensinar
Matemática na sala de aula e seu viés formador.
A seguir, foi realizada uma análise das relações entre registro e reflexão,
baseada nos estudos de diversos autores que se dedicaram a essa temática, dentre
eles Weffort (1997) e Schön (1988 apud Nóvoa, 1997). Essa seção teve como objetivo
sustentar a ideia de que o registro sobre as práticas facilita a reflexão sobre as
8
mesmas e promove a ressignificação das práticas docentes. Também destacamos a
importância do registro à medida em que este se apresente como um caminho para a
produção de saberes e consequentemente para o desenvolvimento profissional
docente.
Também foram apresentadas algumas considerações sobre o registro de
práticas e sobre processos de formação docente, baseadas nas concepções de
Misukami (2013), Nóvoa (1997, 2009, 2012) e Cochran-Smith e Lytle (apud
FIORENTINI; CRECCI, 2016). Essas considerações buscaram evidenciar que o
registro das práticas e a reflexão sobre as mesmas são capazes de orientar ações de
formação docente.
Por fim, fechamos as referências teóricas desse estudo apresentando alguns
conceitos que se relacionam com o atual contexto tecnológico em que vivemos. Para
isso, trazemos considerações sobre o conceito plural de letramento digital,
apresentamos os diferentes modos de interatividade e as variadas tipologias de
hipertexto. Concluímos esta seção, tecendo reflexões acerca da escrita hipertextual
cooperada, definindo-a como o modo de escrita que caracteriza a produção textual
em um ambiente wiki.
As referências teóricas elencadas foram fundamentais para que
construíssemos um produto coerente com as discussões implementadas ao longo
dessa pesquisa e apresentadas no corpo da dissertação. Esse estudo nos levou a
pensar na composição de uma guia prático com orientações para a construção de um
wiki, capaz de ajudar outros docentes na formulação de seus projetos educativos ou
em ações de formação continuada usando para isso uma ferramenta de caráter
colaborativo.
Nesse guia prático, buscamos apresentar as características de um wiki, discutir
as possibilidades de utilizá-lo como ferramenta para um trabalho colaborativo,
destacando seu potencial educativo e tecendo algumas considerações acerca dos
benefícios dessa ferramenta. A seguir, apresentamos algumas orientações com
ilustrações para a construção de um wiki e por fim, apresentamos alguns registros que
compuseram o portfólio digital construído durante essa pesquisa.
9
1. O QUE É UM WIKI ?
Como o produto educacional dessa pesquisa, optamos pela construção de um
wiki, uma ferramenta que permite um trabalho colaborativo, com vistas à composição
de um portfólio contendo registros de práticas de ensino de Matemática nos anos
iniciais, que possa apoiar ações de formação docente. Kaye (1991, apud
SANTAMARIA; ABRAIRA, 2006, p. 373) considera que o trabalho colaborativo
consiste na aquisição individual de conceitos, procedimentos e atitudes que ocorre
como resultado da interação em grupo, seja a aprendizagem um objetivo prioritário
explícito da colaboração ou um objetivo secundário ou incidental ( tradução nossa ).
Já Santamaria e Abraira (2006, p. 373) consideram a aprendizagem em colaboração
como fruto de qualquer atividade na qual duas ou mais pessoas trabalham de forma
conjunta para definir um significado, explorar um tema ou melhorar competências
(tradução nossa).
Sabemos que o conceito de aprendizagem colaborativo não é algo novo. Com o
avento da internet, muitas ferramentas de suporte colaborativo surgiram. Dentre estas,
um dos recursos mais eficazes para se explorar uma estratégia de aprendizagem
utilizando-se recursos tecnológicos através da interação de várias pessoas para
construir conhecimento são os wikis.
Santamaria e Agraira (2006, p. 374) definem um wiki como um site colaborativo
construído pelo trabalho coletivo de muitos autores. Em sua estrutura lógica, é
semelhante a um blog, mas tem acrescida a possibilidade de que qualquer pessoa
possa acrescentar, editar ou apagar conteúdos. Em sua versão tradicional, todos os
membros podem editar qualquer página do wiki. Mas, há a possibilidade de haver a
existência de diferentes tipos de autorização e permissões para diferentes usuários.
1.1 CATEGORIAS DE WIKIS
Os wikis classificam-se em duas categorias: de tipo comercial ou open source
(código aberto). A grande maioria das empresas prefere trabalhar com o software
comercial, pois desta forma o serviço é instalado em ambiente de Intranet e só os
indivíduos registados no wiki podem ter acesso ao conteúdo do mesmo, ficando assim
garantida a segurança dos dados nos próprios servidores das empresas. Entre os
10
softwares comerciais mais divulgados temos como exemplos: Confluence Enterprise
Wiki [http://www.atlassian.com/software/confluence/]; SocialText
[http://www.socialtext.com/]. Já no que concerne aos softwares open source
apresentamos como exemplos: Wiki.Com [http://wiki.com] que pertence ao Google e
funciona como motor de busca de outros wikis bem como um ambiente para criação
de wikis gratuitos; MediaWiki [http://www.mediawiki.org/wiki/MediaWiki]; Twiki
[http://www.twiki.org/]; Wikispaces [http://www.wikispaces.com/]; Wikia
[http://www.wikia.com/wiki/Wikia]. ( cf. BOTTENTUIT, COUTINHO, 2008).
Para a construção desse produto educacional, optamos pela utilização do
Wikispaces, um wiki hospedado em um ambiente Web, por conta das facilidades de
acesso, uma vez que a ferramenta não precisa ser instalada e pode ser utilizada
gratuitamente. Além disso, o Wikispaces se revelou um dos mais populares wikis nos
últimos tempos e se mostra adequado para fins educativos.
1.2 O WIKI E SEU POTENCIAL EDUCATIVO
Os wikis são ambientes/ferramentas cada vez mais difundidos na Internet.
Fazem parte do que está sendo denominado como web 2.0, ou seja, a segunda
geração de ferramentas intermediadas pela web e voltadas ao apoio do trabalho
colaborativo. Consistem em ambientes que permitem a construção coletiva de
hipertextos de forma muito rápida e simplificada, não exigindo dos colaboradores
conhecimento especializado de construção de páginas. Outra característica dos wikis
é o dinamismo das páginas produzidas e a liberdade de alterar o que existe e
acrescentar novas páginas.
Leuf e Cunningham (2001, p. 14 apud COUTINHO; BOTTENTUIT, 2008, p.
337-338) definem os wikis como uma coleção livremente expansível de páginas Web
interligadas num sistema de hipertexto para armazenar e modificar informação - um
banco de dados, onde cada página é facilmente editada por qualquer usuário com um
browser. A ideia central da tecnologia wiki é que qualquer texto original possa ser
alterado, de modo que novos conhecimentos sejam incorporados aos já existentes,
ou seja, em wikis abertos, qualquer pessoa pode editar uma página. Já em wikis com
acesso restrito para edição, somente os utilizadores cadastrados ou com a permissão
do administrador podem contribuir com novos conteúdos ou modificar os existentes.
11
Os wikis podem ser utilizados em educação para diversos fins e funções. Por
conta disso, o wiki permite que os membros de uma dada comunidade educativa (uma
turma, uma escola, um grupo de investigadores, etc), insiram conteúdos ou
modifiquem os textos já publicados; assim que ocorre um novo post no wiki, todos os
utilizadores estão aptos a contribuir inserindo complementos ao texto original, ou
corrigindo o que foi publicado. Não há necessidade de pedir permissão ao autor
porque todos estão sempre convidados a contribuir para um produto final que é
sempre coletivo e que está em constante aperfeiçoamento.
Os wikis podem ser utilizados em educação para diversos fins e funções. Por
conta disso, o wiki é uma ferramenta que despertou o interesse da comunidade
educativa. A utilização educativa mais difundida desta tecnologia é designada na
literatura por wikis interclase (Santamaria & Abraira, 2006, p. 376) e consiste na
criação de um repositório ou base de conhecimento colaborativa desenvolvida por um
grupo de estudantes que frequentam uma mesma disciplina ou curso. O wiki pode ser
utilizado para que os estudantes desenvolvam um projeto em pequenos grupos,
trabalhem uma parte de um projeto coletivo da turma ou mesmo para que os
estudantes criem e mantenham um sítio web da disciplina ou curso.
Autores como Santamaria e Abraira (2006, p. 375) citam algumas
potencialidades educativas dos wikis que se apresentam ilustradas a seguir:
Figura 1: Ilustração acerca das potencialidades educativas do wiki. Imagem
construída seguindo os estudos de Santamaria e Abraira (2006).
Fonte: arquivo pessoal
12
Santamaria & Abraira (2006, p. 375) atribuem a esta ferramenta as seguintes
potencialidades educativas:
Interagir e colaborar dinamicamente com os alunos;
Trocar ideias, criar aplicações, propor linhas de trabalho para determinados
objetivos;
Recriar ou fazer glossários, dicionários, livros de texto, manuais, repositórios
de aulas, textos tópicos, reuniões, etc;
Gerar estruturas de conhecimento partilhado, colaborativo que potencializa a
criação de comunidades de interesse;
Integração dentro dos edublogs porque ainda que distintos em termos de
concepção podem ser integrados de forma complementar;
Ver todo o histórico de modificações, permitindo ao professor avaliar a evolução
registrada.
Dentre as potencialidades elencadas por Santamaria e Agraria, observamos
que essa pesquisa se concentrou na possibilidade de se construir um wiki como um
repositório contendo registros de práticas de ensino com a intenção de gerar
estruturas de conhecimento partilhado e colaborativo, permitindo assim, a criação de
comunidades de aprendizagem.
Santamaria e Agraira (2006) salientam que o wiki é uma ferramenta que
estimula a escrita e permite que os indivíduos escrevam tanto para benefício pessoal
como para a partilha de saberes/ideias com os companheiros de uma mesma
equipe/turma/escola. Outro benefício citado por Santamaria e Agraria é a possibilidade
de criação e desenvolvimento de portfólios, pois se ajustam muito bem na medida em
que são ferramentas que possibilitam a organização dos materiais digitais pela criação
de conexões e redes de conhecimento hipertextuais. Nas bases de conhecimento
colaborativo, os grupos podem usar os wikis para criar uma base de dados de
conhecimento compartilhado.
A procura e construção do conhecimento são princípios impulsionadores da
criação de um wiki e, como resultado, torna-se possível a criação de um repositório
coletivo de dados com informações que podem ser lidas e modificadas a todo instante
por todos aqueles que se interessam e/ou dominam uma dada área do saber. Estes
13
repositórios são importantes para a valorização dos indivíduos que participam na
construção do wiki bem como para a troca de conhecimentos entre todos os membros
desse mesmo grupo. Nessa pesquisa, está sendo usado como um portfólio contendo
registros de práticas de ensino de Matemática nos anos iniciais com fins de formação
docente.
Durante o processo de coleta de registros e construção do wiki buscamos
conscientizar os professores que esse produto educacional buscava configurar-se
como um portfólio digital que se destacasse pelo seu potencial educativo. O wiki
construído se configura como um repositório construído de forma colaborativa, que
estando online pode ser consultado por outros docentes. Buscamos construir uma
material digital contendo registros de práticas de ensino de Matemática nos anos
iniciais que contribuísse para a formação docente à medida que fosse utilizado em
reuniões pedagógicas como um material que pudesse ser consultado, compartilhado
e que pudesse ser objeto de reflexão. Fundamentamos essa proposta considerando
as reflexões de Nóvoa (2012), quando afirma que o registo das práticas, a reflexão
sobre o trabalho e o exercício da avaliação são elementos centrais para o
aperfeiçoamento e a inovação, sendo essas rotinas que fazem avançar a profissão
docente. Nóvoa (2012) caracteriza a escola como um lugar de formação dos
professores, um espaço da análise partilhada das práticas, no qual se dá a rotina
sistemática de acompanhamento, de supervisão e de reflexão sobre o trabalho
docente. Segundo o autor, o objetivo é transformar a experiência coletiva em
conhecimento profissional e ligar a formação de professores ao desenvolvimento de
projetos educativos nas escolas.
De fato, o portfólio digital construído como produto educacional dessa pesquisa
já tem sido utilizado como material de apoio na formação de docentes menos
experientes, recém contratados pela instituição onde esse estudo foi realizado,
servindo como instrumento de consulta e apoio para a formação continuada. Por conta
disso, também buscamos elaborar um material impresso em forma de guia prático
contendo as etapas percorridas durante a construção do wiki, no intuito de orientar
outros docentes na construção de propostas educativas que buscam seguir processos
colaborativos para a construção de conhecimento. Nesse material, anexamos
imagens que ilustram o processo de criação de um wiki e anexamos vários exemplos
de registros de práticas de ensino de Matemática nos anos iniciais com o intuito de
elucidar como o wiki pode se revelar uma poderosa ferramenta para a construção de
14
conhecimento compartilhado, podendo servir como um rico material de apoio em
processos de formação da docência.
Para Coutinho e Bottentuit (2007), que se utilizaram dessa ferramenta no
âmbito dos trabalhos de uma disciplina de um curso de Mestrado em Tecnologia
Educativa na Universidade do Minho em Portugal, o wiki funcionou como repositório
de informação da disciplina e foi construído de forma colaborativa por todos os
formandos que trabalharam em grupo um tópico específico da disciplina. Na avaliação
final da experiência foi possível verificar a importância atribuída ao trabalho
colaborativo (os alunos tiveram oportunidade de aprender com os colegas e de
consultar o material por eles produzido) e, sobretudo, todos reconheceram a qualidade
e utilidade do produto final que se constituiu como um repositório de dados que,
estando online, poderá ser consultado e utilizado por quem tiver interesse nas
temáticas versadas. O repositório [http://claracoutinho.wikispaces.com] serviu ainda
como forma de comunicação entre os alunos e a docente, pois os conteúdos postados
eram alvo de comentários e avaliações que ficavam disponíveis a toda a turma,
possibilitando que os formandos corrigissem erros e melhorassem a qualidade dos
seus contributos para a base de conhecimento colaborativa.
As potencialidades do wiki construído como produto educacional desse
mestrado aparecem nos relatos dos professores entrevistados, como descrevemos no
corpo da pesquisa. Durante as etapas de construção desse produto educacional,
observamos que o wiki se revelou uma poderosa ferramenta que facilita o registro de
práticas de ensino na área da Matemática nos anos iniciais, auxilia na implementação
de ambientes de aprendizagem porque estimula a escrita hipertextual cooperada e
viabiliza a construção de registros seguindos processos colaborativos.
De fato, as plataformas colaborativas acrescentam novas perspectivas aos
processos de ensino e de aprendizagem, uma vez que possibilitam novas formas de
construção do conhecimento, buscando romper com o individualismo e a
competitividade e passam a valorizar a interação dialógico-problematizadora como
modo de produção. A colaboração requer dois ou mais indivíduos produzindo
cooperativamente, compartilhando ideias e experiências entre si. Portanto,
interagindo dialógico-problematizadoramente, pode surgir nessa interação novos
conhecimentos, onde todos são favorecidos. O processo de construção de um wiki
contendo registros de práticas de ensino de Matemática nos anos iniciais, revela que
as plataformas colaborativas podem oferecer uma oportunidade de desenvolvimento
15
profissional e de uma nova perspectiva de ensino e de aprendizagem orientada não
somente para a disponibilização de conteúdos, mas para os contextos de produção
colaborativa de conhecimento. (cf. SERAFINI, 2008)
Sabemos que o wiki se configura como uma das ferramentas da Web 2.0. A
passagem da Web 1.0 para a Web 2.0 representa uma mudança significativa nos
hábitos dos usuários, a ponto de vários especialistas considerarem a Web 2.0 uma
revolução. No entanto, para outros a Web 2.0 não deixa de ser uma mera evolução
(VALENTE; MATAR, 2007, p.74). Não se sabe se a Web 2.0 se trata de uma revolução
ou evolução, o fato é que através dela, as possibilidades de interação evoluíram e
foram criados mecanismos capazes de auxiliar ainda mais a prática docente. À
medida em que as opções de interação e troca entre os pares podem acontecer de
forma efetiva, o wiki comprovou ser uma ferramenta eficiente para oportunizar
processos formativos da docência, nos apresentando variados benefícios que foram
amplamente explorados ao longo desse estudo e que serão retomados na seção
seguinte.
A seguir, passamos a descrever o processo de construção do produto
educacional dessa pesquisa que deu origem a um portfólio contendo registros de
práticas de ensino de Matemática nos anos iniciais. Esse orientações podem ser
utilizadas como guia de consulta capaz de orientar outras docentes na construção de
seus wikis.
2. O QUE É O WIKISPACES?
O Wikispaces é uma site para hospedagem gratuita de wikis onde os usuários
podem criar seus wikis facilmente. O Wikispaces foi um serviço criado em 10 de março
de 2005 quando iniciou sua parceria com a web 2.0 (fonte: Wikipédia). É um servidor
de escrita colaborativa on-line, com acesso livre. Pode ser criado para abordar os mais
diferentes temas. Também pode ser utilizado especificamente para fins educativos. A
ilustração a seguir foi retirada do Guia Wikispaces passo a passo e resume as
principais características dessa plataforma.
16
Figura 2: definição e utilização educativa do Wikispaces.
Fonte: Wikispaces passo a passo. (Anexo 1)
Figura 3: logo do site Wikispaces.
Fonte: www.google.com.br
O portfólio digital construído como produto dessa pesquisa foi hospedado no
Wikispaces e pode ser consultado em
<https://matematicacp2realengo1.wikispaces.com/>. O nome do wiki criado para essa
pesquisa buscou evidenciar a área de conhecimento pesquisada, o nome da
instituição onde se desenvolveu a pesquisa e o segmento de ensino onde se pretendia
pesquisar. Segundo a definição de Santamaria e Agraria (2006), este é um tipo de wiki
web que não precisa ser instalado e pode ser utilizado gratuitamente, sendo definido
como um wiki que se encaixa na categoria open source (código aberto).
17
Para a construção deste produto, optamos pela modalidade “private”, em
virtude desse tipo de wiki ter sido escolhido pelos sujeitos da pesquisa. As razões
apresentadas pelos docentes para tal escolha se justificam em virtude da publicação
de vasto material contendo registros fotográficos de alunos da instituição alvo da
pesquisa. Para os docentes, a modalidade “private” gera mais confiança e menos
receio no que se refere ao compartilhamento de material.
O wiki construído como fruto dessa pesquisa foi elaborado com fins de
formação docente e as páginas criadas contém registros de práticas de ensino na área
da Matemática para os anos iniciais. Foi construído como um portfólio digital sendo o
produto educacional desta pesquisa intitulada “O registro de práticas de ensino de
Matemática nos anos iniciais em um wiki: a dimensão prática como estratégia de
formação docente”. Foi elaborado como requisito do Mestrado Profissional do
Programa de Pós-graduação na Educação Básica – PPGEB e busca atender às
necessidades educacionais que foram analisadas durante a coleta de dados da
pesquisa e discutidas durante a análise das informações apresentadas.
Figura 4: wiki construída como produto do Mestrado Profissional do Programa de
Pós-graduação na Educação Básica – PPGEB.
Fonte: <https://matematicacp2realengo1.wikispaces.com/>
18
3. GUIA PRÁTICO PARA A CONSTRUÇÃO DE UM WIKI
O Wikispaces é um site para hospedagem gratuita de wikis. Os usuários podem
acessar o site em < https://www.wikispaces.com/> e criar seus wikis facilmente. O
Wikispaces é uma plataforma onde podemos criar wikis com um tema em particular.
Cada wiki pode ter várias páginas, arquivos e imagens.
Revisitando as etapas de construção do portfólio digital definido como produto
educacional dessa pesquisa, buscamos criar um guia prático contendo dicas e
orientações que possam auxiliar outros docentes na utilização de um wiki para a
construção de materiais digitais com fins de formação docente ou que busque outro
objetivo educacional. Durante esse guia, apresentaremos passo a passo, como se
desenvolveu o processo de registro de práticas de ensino de Matemática realizadas
em turmas de anos iniciais na instituição alvo dessa pesquisa.
Como definimos anteriormente, essa pesquisa tem como objetivo principal a
construção de um portfólio digital que permita o registro e compartilhamento de ações
pedagógicas voltadas para o ensino de Matemática nos anos iniciais e que contribua
para a formação em serviço e desenvolvimento profissional docente. Sendo assim, o
primeiro passo para a construção de um wiki é definir e selecionar o tipo de wiki que
atenderá aos objetivos almejados. Como o produto educacional elaborado buscava
atender à formação docente optamos por um wiki com fins educativos. A seguir, é
necessário criar uma conta no site Wikispaces.
19
Figura 5: tela inicial do site Wikispaces.
Fonte: www.google.com.br
A. TIPOS DE WIKI:
Inicialmente, é preciso definir o
tipo de wiki que se deseja
construir. Para isso, é preciso optar
pelas modalidades “Education” ou
“Everyone else”, selecionando
uma delas de acordo com os
objetivos definidos para sua
utilização.
20
Figura 6: dados necessários para se criar uma conta no Wikispaces.
B. COMO CRIAR UMA CONTA NO
WIKISPACES:
Para se criar um wiki é preciso
necessariamente criar uma conta no site
Wikispaces. Basta clicar no campo
“SIGN IN”, localizado no canto
superior esquerdo da tela inicial e uma
janela se abrirá. O usuário deve
selecionar a opção “Create a new wiki”
para criar sua conta, deve preencher
seus dados elegendo um nome de
usuário, uma senha e informando seu e-
mail (figura 6). Em seguida, sua conta
será criada.
21
Figura 7: o campo “Create Wiki” no campo superior direito.
C. COMO CRIAR UM WIKI:
Para se criar um wiki no Wikispaces,
clique em "Create Wiki", localizado no
canto superior direito da tela (figura 7).
Em seguida se abrirá uma janela com
intuito de definir a finalidade de seu
wiki (figura 8). Logo após, será
necessário definir um nome para o wiki
a ser criado (figura 9). Podem ser
criados quantos wikis o usuário quiser.
Não há limites em tamanho!
22
Figura 8: elegendo a finalidade do wiki.
Figura 9: definindo o nome do wiki.
23
Figura 10: Wiki construído como produto educacional dessa pesquisa.
24
Figura 11: tipo de wiki construído.
D. TIPOS DE ESPAÇOS QUE PODEM SER
CRIADOS NO WIKISPACES:
O Wikispaces oferece três tipos de espaço:
público (public), protegido (protected) e
privado (private).
Público: um espaço público pode ser
visto e editado por qualquer pessoa.
Protegido: um espaço protegido pode
ser visto por qualquer um, porém, só
pode ser editado pelos membros do
wiki.
Privado: um espaço privado só pode
ser visto e editado pelos membros do
wiki (figura 11).
25
Figura 12: como criar uma nova página.
E. COMO CRIAR PÁGINAS NO SEU
WIKI:
Cada wiki criado pode conter várias páginas.
Cada página é uma página de web única que
pode abarcar conteúdos próprios e links para
outras páginas. Para criar uma nova página,
basta clicar no campo “PAGES” na coluna à
direita da tela e, em seguida, clicar no campo
“NEW PAGE” (figura 12). Uma janela se
abrirá, será necessário preencher os campos
digitando o nome escolhido para sua página
( figura 13).
26
Figura 13: nome de uma nova página do wiki.
Figura 14: uma nova página criada.
27
Figura 15: lista de membros de um Wiki.
F. COMO CONVIDAR MEMBROS PARA SEU
WIKI:
Para convidar membros para compor seu wiki,
basta clicar no campo “MEMBERS”, no canto
superior da tela. Uma nova tela se abrirá onde
aparecerá a lista das pessoas que fazem parte de seu
wiki (figura 15). À esquerda, na parte de cima da
tela inicial, basta clicar no campo “INVITE
PEOPLE” a fim de convidar novos membros para
seu wiki. Você deve digitar o endereço de e-mail de
quem deseja convidar e uma breve mensagem com
o intuito de informar o objetivo ou assunto de seu
wiki (figura 16). A pessoa convidada receberá em
seu e-mail um link para acessar o Wikispaces
(figura 17). Assim, será convidada a criar a sua
conta com o intuito de se tornar membro do wiki de
onde partiu o convite (figuras 18 e 19).
28
Figura 16: e-mail para convidar membros para seu wiki.
Figura 17: convite (por e-mail) com link para cadastro de novos membros.
29
Figura 18: cadastro de um novo membro no wiki.
Figura 19: membro já cadastrado no wiki.
30
Figura 20: como editar um texto.
4. ALGUNS REGISTROS DE PRÁTICAS DE ENSINO DE MATEMÁTICA
PEQUENO TEXTO INTRODUTÓRIO ( A DEFINIR )
G. COMO EDITAR AS PÁGINAS DE UM
WIKI:
Para editar as páginas de um wiki, primeiro
selecione a página que se deseja fazer
alterações (as páginas já criadas aparecem
listadas em coluna à direita da tela). A seguir,
clique em "Edit" para adicionar ou fazer
qualquer alterações na página escolhida. Após
a realização das alterações desejadas, basta
clicar na opção “SAVE”, atualizando assim
página ( figura 20).
31
4. ALGUNS REGISTROS DE PRÁTICAS DE ENSINO DE MATEMÁTICA
A primeira estratégia estabelecida para que pudéssemos compor o produto
educacional dessa pesquisa foi a construção de um wiki em um ambiente digital.
Como dissemos anteriormente, o nome escolhido para esse wiki buscou evidenciar a
área de conhecimento pesquisada, o nome da instituição a qual o corpo docente está
vinculado e o segmento de ensino onde a pesquisa foi desenvolvida. O wiki construído
foi alocado no Wikispaces e pode ser acessado em
https://matematicacp2realengo1.Wikispaces.com/.
Como estratégia para que os professores pudessem conhecer a funcionalidade
da ferramenta, buscando evidenciar o processo colaborativo dessa modalidade de
produto e reivindicando a colaboração voluntária dos envolvidos, os primeiros
registros selecionados para compor o wiki foram ações de ensino pensadas em
reuniões pedagógicas, quando professores, orientadores pedagógicos e
coordenadoras de área buscaram planejar práticas de ensino que atendessem às
demandas educacionais de seus alunos.
Durante o processo de coleta de registros, sentimos a necessidade de
esclarecer que, seguindo os novos paradigmas de comunicação na Internet, cada
pessoa que faz parte de um wiki ou que ajuda alimentá-lo, é um consumidor de
informações e, ao mesmo tempo, um produtor de informação, configurando uma
escrita hipertextual cooperada cuja autoria é coletiva. Não há um dono específico ou
um único autor. A enorme teia de informações a que chamamos Internet já não é
apenas um espaço a que acessamos para buscar informação, mas um ambiente
descentralizado de autoridade onde o conhecimento é construído de forma
colaborativa, já que cada um é livre para acessar, utilizar e reeditar a informação
( PRIMO; RECUERO, 2003. p. 58).
Através da distribuição do código aberto wiki, comunidades de discussão
ganharam um novo suporte tecnológico para a construção cooperada do
conhecimento. Um sistema wiki é o que mais se aproxima de um novo modelo de
leitura e produção textual cunhado por alguns estudiosos como hipertexto2. Primo e
2 O termo “hipertexto” foi cunhado ainda na década de 60 por Theodor Nelson. ( Fonte: PRIMO; RECUERO,
2003).
32
Recuero (2006, p. 84) consideram a Wikipédia o melhor exemplo do que denominam
a “terceira geração da hipertextualidade”.
Ao contrário da primeira geração, ainda vinculada ao meio impresso, e da
segunda, que emerge com as tecnologias informáticas, quando o link confere
velocidade à conexão entre diferentes documentos digitais, na terceira geração,
representada pela Web 2.0, a abertura dos hipertextos à participação é levada ao
limite. Esta terceira geração baseia-se no que os autores chamam de “hipertexto
cooperativo”, que possibilita um ambiente de produção em que “todos os envolvidos
compartilham a invenção do texto comum, à medida que exercem e recebem impacto
do grupo, do relacionamento que constroem e do próprio produto criativo em
andamento” (PRIMO, RECUERO, 2003, p. 3).
Os autores, ao discorrerem sobre hipertexto cooperativo, afirmam não importar
tanto a “escrita” do percurso próprio em uma rede hipertextual pré-disposta, mas as
modalidades de produção textual coletiva mediadas pelo computador. Observa-se que
o wiki tem se comportado como uma tecnologia que têm atraído grupos de
interagentes para a construção coletiva de hipertextos, como fruto de um produto
textual comum, que se organiza a partir de deliberações de um determinado grupo.
Em um sistema wiki, todos os colaboradores têm direito de escrever e reescrever
qualquer texto. Nossa intenção com essa discussão é salientar a possibilidade de livre
participação na redação cooperada de hipertextos, o que se insere no
encaminhamento de uma construção social do conhecimento. Com isso, podemos
afirmar que o sistema wiki é uma tecnologia que investe em uma modalidade cunhada
como escrita hipertextual cooperada. Primo e Recuero (2003) elucidam que o sistema
wiki veio permitir não apenas a reunião de dados, mas a própria geração de novos
conhecimentos de forma compartilhada entre diferentes sujeitos, a qualquer tempo e
de qualquer lugar. Ou seja, não se trata apenas de uma ferramenta de indexação e
formatação, mas a criação de um espaço de debate e sintetização de textos. Com
isso, o papel do interagente é de um autor, no sentido mais estrito da palavra. Em
suma, podemos considerar o sistema wiki como um convite ao trabalho social de
construção do conhecimento. Nessa pesquisa, esse conhecimento buscou ser usado
com fins de formação docente. A figura a seguir ilustra o processo de escrita
hipertextual cooperada quando um mesmo registro pode ser escrito podemos diversos
autores.
33
Figura 21: autores de um mesmo registro.
A seguir, apresentamos alguns registros de práticas de ensino de Matemática
nos anos iniciais que compõem o portfólio digital hospedado em um ambiente wiki.
Esses registros forma produzidos pela equipe pedagógica do Colégio Pedro II –
Campus Realengo I.
34
A- CLASSIFICAÇÃO DE OBJETOS (1º ANO)
Recurso:
caixas de blocos lógicos ( outra sugestão: as formas geométricas podem ser fabricadas usando EVA )
Objetivos:
estabelecer critérios a fim de que as crianças possam analisar semelhanças e diferenças entre os objetos utilizados e classificá-los;
estabelecer relações com objetivo de comparação: por cor, por tamanho, por espessura, por forma etc.
Breve descrição da atividade realizada: A turma foi dividida em pequenos grupos. Cada grupo recebeu uma caixa de blocos lógicos que foi compartilhada entre as crianças do grupo. A professora pediu que as crianças fizessem observações e os questionou sobre possíveis maneiras de organizar esses materiais, deixando-as livres para fazer comparações entre os objetos da caixa. Diante da dificuldade das crianças em estabelecer critérios de classificação, foi pedido que as crianças organizassem os objetos estabelecendo relações de semelhança. A cada comando, a professora solicitou que as crianças classificassem os objetos da caixa, estabelecendo algum critério. Exemplo: agrupem as formas por cores, agrupem as formas por semelhanças, agrupem as formas por espessuras, etc. Uma outra possibilidade para explorar essa atividade, seria adaptar as formas usando textura para também garantir um trabalho inclusivo que atendesse a alunos com deficiência visual. Saberes experienciais compartilhados pelo professor: Inicialmente observei que, ao receber os blocos lógicos, as crianças tiveram o interesse apenas de brincar livremente, empilhando os blocos aleatoriamente. Provoquei a observação do grupo para outras possibilidades de trabalho e notei que algumas crianças logo fizeram novas organizações e poucas resistiram em agrupar suas peças sem estabelecer algum critério de classificação.
35
REGISTROS FOTOGRÁFICOS:
36
B- MEDINDO COMPRIMENTOS (1º ANO) Recursos:
rolo de fitas de materiais diversos ( pode ser cetim, TNT, durex etc )
Objetivos:
que as crianças sejam capazes de medir e fazer comparações usando como grandeza as medidas de comprimento ( explorar a ordem crescente )
Descrição da atividade: Nessa atividade as crianças mediram seus comprimentos utilizando como recurso instrumentos não padronizados. Cada criança mediu seu comprimento usando fita adesiva, que pode ser colada no quadro ou em um cartaz. Após a medição, cada criança identificou seu comprimento escrevendo seu nome. Após a realização de todas as medições, usando como recurso a comparação entre os tamanhos das fitas, foi explorado o conceito de ordem crescente. Após essa etapa da atividade, foi apresentado às crianças instrumentos de medida padronizados para medir comprimentos, como: a régua, a fita métrica, a trena, o metro etc. Algumas sugestões para a aproveitamento dessa atividade: Pode ser montada uma tabela onde podemos listar os nomes das crianças da turma e fazer o registro de seus comprimentos em centímetros. Uma outra sugestão para o enriquecimento dessa atividade seria a utilização do livro "Minha mão é uma régua", da editora Callis ou ainda do livro “Gabriel tem 99 centímetros”, da editora Saber e Ler que permite a contação da história e um aproveitamento interdisciplinar dessa proposta.
37
REGISTROS FOTOGRÁFICOS:
38
C- AGRUPAMENTOS UTILIZANDO CARAMELOS (2º ANO)
Recursos:
livro Caramelos da Alegria - Editora Ática ( autora Luiza Faraco Ramos )
um pacote de caramelos ( balas )
copos plásticos para representar as dezenas
pratinhos ( ou caixinhas ) para compor a centena
Objetivo:
utilizar as balas para fazer agrupamentos e levar as crianças a compreenderem as noções de dezena e centena
Descrição da atividade: As crianças conheceram o livro Caramelos da Alegria que conta a história de Caio, Adelaide e Tirso. Percebendo a falta de alegria nas brincadeiras do cotidiano, os personagens da história tiveram a ideia de resgatar o prazer de brincar ao ar livre. Esse livro usa histórias em quadrinhos e com o seu enredo consegue desenvolver o conceito de centena, pois propõe que as crianças utilizem os agrupamentos de dezena como estratégia para contar os caramelos. Iniciamos essa sequência didática com a contação da história no Laboratório de Informática utilizando uma audiodescrição. Após esse momento, a professora retomou a história em sala, apresentou os caramelos propondo uma atividade dinâmica para realizar os agrupamentos. Inicialmente dois sacos de caramelo foram alocados em uma grande caixa. Às crianças foi apresentado o desafio de agrupar os caramelos como estratégia para a contagem em copinhos agrupando 10 balas em cada. Após a contagem dos caramelos e termos alcançado a centena, a professora propôs às crianças que observassem os caramelos que sobraram e estimassem o total de balas existentes inicialmente na caixa. Em seguida, cada criança recebeu um papelzinho para anotar individualmente sua estimativa. Nesse momento, foi orientado que era preciso que as crianças considerassem que já possuíam uma centena de caramelos, devendo descobrir uma estimativa que superasse tal quantidade. As crianças relataram suas anotações e, em seguida, foi realizada a contagem final.
39
A partir dos registros das crianças, a professora pôde observar a
necessidade de fazer um trabalho direcionado às estimativas, pois
muitas crianças fizeram estimativas que não correspondiam a uma
quantidade coerente de balas.
REGISTROS FOTOGRÁFICOS:
40
D- PROJETO MEU COFRINHO (2ºANO)
Objetivos de conhecimento e desenvolvimento:
Compreender as diversas representações do número no sistema de numeração decimal;
Identificar a dezena como agrupamento de dez elementos;
Reconhecer a unidade monetária vigente, sua representação e uso;
Explorar as ideias de compra e venda;
Compreender a ideia aditiva da subtração nas situações de compra e venda;
Uso consciente do dinheiro. Conteúdos curriculares:
Sistema de numeração decimal;
Sistema monetário brasileiro. Recursos utilizados:
Dinheirinho fictício;
Um pote pequeno, transparente e com tampa para cada aluno. Metodologia: Durante uma reunião de pais e responsáveis, foi destinado um momento para explicar o projeto que seria realizado com a turma, pois era de grande importância a participação efetiva dos familiares, a fim de que o projeto não ficasse restrito às atividades de sala de aula, mas sim que se estendesse às situações do dia a dia. Os responsáveis prontamente apoiaram a ideia e se puseram à disposição. Sendo assim, foi solicitado que as crianças levassem para a escola um potinho transparente e com tampa, que seria o seu cofrinho. Cada aluno teve seu cofrinho identificado e exposto na sala de aula,
em seguida foi explicado como seria realizado o projeto. Foi
acordado com a turma que as crianças que cumprissem os
combinados de comportamento e realização de tarefas ganhariam
uma moeda de um real, ao final de cada aula era observado o nome
dos alunos que haviam cumprido os combinados e assim cada um
era chamado para receber sua moeda e depositar em seu cofrinho.
Esse momento gerou certa frustração por parte de quem não
ganhou, sendo explicado para a turma que aquele dinheiro deveria
ser conquistado e que todos teriam capacidade de fazê-lo. A partir
disso, os alunos que juntassem dez moedas de um real deveriam
trocá-las por uma cédula de dez reais e assim sucessivamente. Vale
ressaltar que foi utilizado dinheiro fictício.
41
Conforme a turma foi identificando a dezena como agrupamento de
dez elementos, o projeto foi ampliado para trabalhar o conteúdo
Sistema Monetário Brasileiro, onde as crianças que acumulavam seu
dinheirinho, poderiam realizar trocas com as diversas cédulas e
moedas vigentes. Uma vez na semana, os alunos eram chamados
para efetuar as trocas, nesse momento eram desafiados a encontrar
quantias equivalentes.
Foram realizadas algumas situações de compra e venda para que as crianças pudessem vivenciar tais experiências. Dentre elas, tivemos o cineminha na sala de vídeo e o bazar de livros e gibis. Na primeira situação, os alunos precisaram comprar o ingresso para o cinema, no valor de cinco reais. Nessa atividade surgiram algumas dúvidas relacionadas ao pagamento, alguns alunos possuíam notas de dez reais, mas questionavam que não poderiam pagar o valor do ingresso. Esse momento foi muito proveitoso, pois as dúvidas foram vividas e sanadas. Percebendo a necessidade de vivências como essa, foi realizado o bazar de livros e gibis. Para essa atividade, foi solicitado que as crianças levassem livros e gibis usados e que estivessem em bom estado, todos os exemplares foram expostos na sala de aula a preço de dois reais. A turma foi dividida em grupos de cinco alunos, cada integrante precisou ver a quantia disponível em seu cofrinho, a partir disso, foi realizada a escolha dos livros. Foi criado um ambiente lúdico, onde todos precisaram efetuar o pagamento no caixa, que tinha um simulador de leitor de código de barras. A cada livro que passava pelo leitor, os alunos faziam o cálculo mental do seu gasto e do troco. O uso consciente do dinheiro também foi trabalhado nessa oportunidade. Algumas crianças, por iniciativa própria, decidiram recalcular o gasto quando perceberam que ficariam com o cofrinho vazio e, então, devolveram alguns exemplares.
42
REGISTROS FOTOGRÁFICOS:
43
E - VISITA AO SUPERMERCADO (3º ANO)
Descrição da sequência didática: Esta sequência didática permite abordar conteúdos que atendem a diversos descritores em Matemática.
1. Inicialmente, as crianças fizeram um trabalho de coleta de embalagens e classificação em sala de aula, objetivando conhecer e identificar os sólidos geométricos. Na primeira etapa, essas embalagens foram classificadas considerando suas formas. Os professores orientaram as crianças a estabelecer critérios de semelhança quanto à forma dessas embalagens, separando e agrupando as embalagens que lembram o cubo, o paralelepípedo, o cilindro e assim por diante.
2. Num segundo momento, as crianças continuaram a fazer um trabalho de classificação usando as embalagens, mas objetivando explorar as medidas de comprimento, massa e capacidade. As crianças foram orientadas a fazer uma nova classificação das embalagens, separando e agrupando-as em três grupos diferentes: embalagens que possuem medidas de comprimento, medidas de massa e medidas de capacidade. Atividades que explorem as grandezas de medidas e suas correspondências foram trabalhadas em sala de forma concomitante.
3. Após essas etapas, as crianças fizeram uma visita ao supermercado onde tiveram uma aula "in loco" observando os produtos e as medidas expressas em suas embalagens. As crianças fizeram um passeio pelo mercado, explorando mais atentamente as seções de hortifruti, cereais e bebidas. Além disso, passaram pela seção de produtos de higiene e limpeza, onde encontraram produtos com medidas de comprimento ( papel higiênico, papel toalha etc ). Em cada uma dessas seções, as crianças tiveram a oportunidade de resolver situações-problema utilizando-se de produtos. Exemplos de algumas situações-problema:
Quantas embalagens de 200 g são necessárias para formamos 1 Kg de farinha ? E de 250 g ? E de 500 g ?
Quantas caixinhas de suco de 200 ml são necessárias para formarmos 1 litros de suco de uva ?
Quantos sacos de arroz de 1 K são necessários para formamos 5 Kg? Responda e calcule o que é mais vantojoso: comprar 1 pacote de 5 Kg de arroz ou 5 pacotes de 1 Kg de arroz ?
44
Se cada pote de iogurte possui 170 g, quantos gramas haverá em uma bandeja com 8 potes?
ALGUNS REGISTROS FOTOGRÁFICOS:
45
F – ESTUDO DE HORAS (3º ANO)
Recursos:
um tapete em formato de relógio feito com feltro;
diversos relógios fabricado em EVA (pode ser de outro material).
Objetivo:
que as crianças compreendam as noções de tempo, aprendendo a fazer a leitura de horas e minutos em relógios de ponteiros.
Breve descrição da atividade:
Inicialmente foi realizada uma retomada sobre as noções de
medidas de tempo, buscando avaliar o nível de compreensão das
crianças. A partir desse momento inicial, foi lançado alguns desafios
para as crianças. Para isso, utilizamos os relógios de EVA. A
proposta era realizar um ditado de horas onde cada criança deveria
representar no relógio a hora ditada. Isso me permitiu perceber que
as crianças não tinham a compreensão da construção do tempo, ou
seja, ainda não tinham construído a noção de tempo considerando
o dia como tendo 24 horas. Com isso, foi necessário esclarecer que
na primeira volta do relógio havia uma nomenclatura adequada para
expressar as primeiras 12 horas e outra nomenclatura para
expressar a segunda volta do relógio.
No segundo momento, utilizamos o tapete em formato de relógio
para explorar a leitura de horas na segunda volta do relógio. Para
essa dinâmica, a turma foi dividida em grupos onde um
representante de cada grupo fazia a marcação de determinada hora
no tapete e os integrantes dos outros grupos deveriam identificar.
46
ALGUNS REGISTROS FOTOGRÁFICOS:
47
G - RECEITA E AS MEDIDAS (1º AO 3º ANOS)
Recursos:
ingredientes para a receita de docinho de leite ninho;
utensílios para o preparo da receita ( refratário, colher, forminha, copo medidor, xícara, etc ).
Objetivos:
que as crianças identifiquem a estrutura textual do gênero receita;
que as crianças identifiquem as grandezas de medida envolvendo as embalagens em situações do cotidiano;
que estabeleçam relações de comparação entre as diversas possibilidades de apresentação das embalagens ( uma mesma quantidade pode vir embalada em caixinha, lata, pacote plástico etc );
que as crianças aprendam a fazer medições usando instrumentos de medida.
BREVE DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE: Inicialmente, fizemos um questionamento perguntando a eles quais crianças conheciam uma receita e para que servia. Alguns crianças consideraram que receita não era um tipo de texto. Alguns disseram que era um texto que ensina a fazer algo. As discussões foram necessárias para que as crianças compreendessem a estrutura do gênero textual receita: a lista de ingredientes, o modo de preparo ou modo de fazer. As crianças também identificaram os dados numéricos que aparecem, compreendendo a importância do número como medição. Outras indagações foram realizadas com o uso do medidor, fazendo a relação do nome xícara que aparece no medidor com o objeto em si, onde podemos encontrar a descrição "ml". Muitas crianças identificaram essa grandeza de medida nas caixinhas de suco, de água, refrigerantes e outros. A partir desse momento inicial, foi realizada a oficina de docinho de leite ninho com a ajuda das próprias crianças. Segue abaixo as fotos que ilustram algumas etapas dessa sequência didática.
48
ALGUNS REGISTROS FOTOGRÁFICOS:
49
H – FRAÇÕES EM QUADRINHOS (4º ANO)
Recursos:
barra de chocolate;
lápis de escrever, lápis de cor, canetinhas etc;
folhas de papel em tamanho A3;
régua.
Objetivos:
compreender o conceito de fração de um todo;
explorar o gênero textual História em Quadrinhos (HQ);
explorar a linguagem matemática atrelada à produção textual.
Descrição do trabalho propriamente dito: Foi solicitado previamente que cada aluno trouxesse uma barra de chocolate. Aproveitando o formato desta, foi solicitado que cada aluno dividisse sua barra em pequenos pedaços iguais. Quando os alunos dividiram suas barras, começamos a estabelecer relações com os alunos, ajudando-os a criar hipóteses. Com isso, começamos a propor algumas atividades para a turma. Pedimos que eles registrassem em quantas partes a sua barra foi repartida. Em seguida, buscamos orientar os alunos, explicando como fazer essa representação fracionária. Em seguida, começamos a analisar algumas possibilidades: se comêssemos um pedaço da barra, que fração esse pedaço representaria? E se comêssemos dois ou três? E assim por diante. Foi feita a proposta para a turma para que eles representassem as situações realizadas em sala, explicando as etapas desta sequência didática, utilizando para isso uma produção textual no formato de história em quadrinhos (HQ), em folhas de papel no tamanho A3. Esse registro foi realizado em grupos e permitiu à docente avaliar a compreensão dos alunos acerca dos conteúdos propostos. Segue algumas fotos que ilustram as etapas realizadas. Outras possibilidades de desdobramentos desse conteúdo: Avançando na compreensão do conceito de fração, propomos ainda, em um momento posterior, uma aula sobre fração de quantidade. Para isso, usamos como recurso um saco de balas. Foi proposto que as crianças repartissem a quantidade de balas em partes iguais. A ideia era que os alunos compreendessem que cada grupo de balas corresponde a uma determinada fração.
50
Através de questionamentos, os alunos conseguiram compreender o
conceito de fração de quantidade. Foi novamente proposto que eles
representassem suas compreensões em uma folha de papel A3. Isso
permitiu à professora avaliar o processo de aprendizagem de seus
alunos.
Ao realizar essa atividade, percebemos que seria necessário que a quantidade de balas fosse múltiplo do total de crianças. Depois de aberto o saco de balas, a professora tentou omitir duas balas para que a divisão fosse exata. No entanto, um aluno percebendo a intervenção da professora, passou a questioná-la, pois as duas balas estavam sobrando. Com isso, entendemos que precisamos ter um cuidado maior com a utilização dos objetos para o ensino de Matemática. Isso porque, em alguns momentos, o material não atende ao objetivo planejado. Nesse caso, a divisão deveria ser exata para que não houvesse a possibilidade de uma má interpretação do conceito de fração de quantidade.
ALGUNS REGISTROS FOTOGRÁFICOS DESTA SEQUÊNCIA:
51
52
I – PROBLEMAS MATEMÁTICOS USANDO ENCARTES (4º ANO)
Etapas de desenvolvimento do trabalho em sala de aula: Com o objetivo de diagnosticar o conhecimento das unidades de medidas de massa e de capacidade mais utilizadas no cotidiano, procedeu-se ao seguinte trabalho coletivo: 1 - Foram coletados encartes de supermercado em que figuravam produtos com as unidades de medida de massa e de capacidade (quilograma, grama, litro e mililitro) para seleção, recorte e formação de cartaz em sala de aula; 2 – Escolhidos os produtos, procedeu-se à produção de cartazes com, no máximo, 20 produtos divididos igualmente entre as unidades de medidas trabalhadas; 3 – A proposição teve aproximadamente o seguinte enunciado oral: separados em grupos de três, depois de produzidos os cartazes, criem situações-problema que envolvam as mercadorias selecionadas para o cartaz específico do seu grupo usando as quatro operações básicas (adição, subtração, divisão e multiplicação) e/ou as unidades de medida e/ou o sistema monetário e/ou a proporção. Cada trio formulará as questões para que sejam respondidas por outro trio. A perguntas formuladas serão afixadas em cartazes semelhantes aos que constam os produtos escolhidos para cada grupo. 4 – Havendo incompreensão de alguma questão formulada, o texto deverá ser objeto de avaliação do grupo que o elaborou e da docente, com função intermediadora. 5 – Depois de respondidas as questões, o trabalho retorna ao grupo formulador para que este corrija as respostas dadas. 6 – Autoavaliação.
Descrição do trabalho propriamente dito:
Inicialmente foi realizada uma conversa informal, então, pergunta-se aos aprendentes quais as medidas de massa e de capacidade mais utilizadas em seus cotidianos e, em seguida, desenhamos no quadro tabelas de unidades de medidas (quilograma, grama, litro e mililitro) com suas respectivas proporções, inicialmente de forma expositiva e, em seguida, solicitando aos alunos que respondessem às lacunas deixadas nas referidas tabelas.
53
A turma foi dividida em grupos de três alunos, através de livre escolha, para que produzissem os cartazes com os produtos e formulassem as questões a serem respondidas por outro grupo segundo os critérios definidos nas etapas de desenvolvimento do trabalho acima explicitadas. Os grupos se articularam e determinaram as tarefas que cada um teria que fazer, nesse momento a professora passa pelos grupos para observar essa dinâmica. Essa atividade aconteceu durante 4 e 5 aulas de matemática de dois tempos de 50 minutos (cada), pois alguns grupos demandaram mais tempo para confecção dos problemas e suas respectivas testagens. Alguns grupos tiveram a preocupação de elaborarem questões com um nível de dificuldade que perpassava pela compreensão leitora, a atenção e a observação de detalhes dos cartazes, principalmente nas promoções. Isso fez toda a diferença, pois outros não tiveram essa percepção e elaboraram questões não desafiadoras. Durante a resolução, alguns grupos reclamaram disso, enquanto outros apresentaram dificuldade ao interpretar as questões. Os grupos, nesse momento, se comunicavam entre si e era possível ver a satisfação de alguns ao perceber, durante as correções, os erros dos outros. Então, falavam assim: “Eles caíram nas pegadinhas”. Isso conduz à reflexão de que a percepção discente sobre os gêneros de texto usados nas aulas de matemática são pautadas por indução ao erro, charadas, enredar o tema principal abordado e testagem de atenção. Depois de todas as etapas cumpridas, foi solicitado que cada grupo realizasse uma autoavaliação. Entretanto, a autoavaliação na maioria dos grupos não aconteceu, logo, é possível que isso se deva a não explicitação mais adequada do que seja a autoavaliação ou a ausência de costume com tal prática. Apenas um grupo conseguiu realizar a autoavaliação individualizada, tendo o cuidado em assiná-las. As situações-problema foram selecionadas e analisadas no intuito de contribuir para reflexão da prática docente. Para amostragem, detemo-nos em dois grupos, cada um de uma turma, mas também exemplificamos situações ocorridas com outros, de maneira a contemplar quase todos os grupos. Entendemos que todos os trabalhos são materiais interessantes no que diz respeito ao processo de investigação e pesquisa da prática docente.
54
ALGUNS REGISTROS FOTOGRÁFICOS:
55
J – USANDO BARBANTE PARA COMPREENDER AS MEDIDAS
DE COMPRIMENTO (4º ANO)
Recursos:
barbante ( ou algum outro material semelhante como: fita, sisal, fitilho etc.);
folhas em tamanho A3;
lápis de escrever, lápis de cor, canetinhas;
cola ou durex;
fichas pautadas para registro e avaliação da atividade.
Objetivos:
compreender o conceito de medidas de comprimento usadas com mais frequência ( metro e centímetro );
compreender as conversões entre as medidas padronizadas de comprimento;
relacionar essas medidas com o conceito de fração como parte de um todo;
explorar a representação de números decimais.
Descrição do trabalho propriamente dito: Inicialmente, foi realizada uma conversa informal com o intuito de sondarmos a compreensão dos discentes acerca das noções de medidas de comprimento mais usuais. Para isso foi solicitado que eles relacionassem onde as medidas de comprimento são utilizadas. Os exemplos citados foram listados na lousa: a medida de altura de uma pessoa, as medidas dos objetos da sala, as medidas do espaço da sala (largura e comprimento) etc. Em seguida, usando como recurso um rolo de barbante, foi distribuído um metro deste para cada aluno. Para que eles pudessem representar as conversões entre o metro e o centímetro (1 m = 100 cm), realizando as conversões necessárias, pedimos que o aluno fosse dobrando o barbante ao meio e registrando seu tamanho a cada etapa realizada. O registro foi realizado em folhas de papel em tamanho A3. Já que havíamos explorado a ideia de fração, aproveitamos para que os alunos também representassem cada parte do barbante dividida. Por exemplo: ao dividir 1m ao meio, encontramos 50 cm que seria 1/2 do todo. Ao dividir 50 cm, encontramos 25 cm que seria 1/4 do todo.
56
Ao dividir 25 cm ao meio, encontramos 12,5 cm que corresponde 1/8
do todo.
Ao representar 12,5 cm do barbante, foi observado que, ainda que não houvéssemos trabalhado a representação de números decimais, os alunos demonstraram ter noções desse conceito, pois fizeram suas representações de maneira intuitiva. Outros ainda solicitaram ajuda para fazer a divisão convencional, utilizando para isso o algoritmo da divisão. Isso demonstra que eles queriam usar esse tipo de representação. E quando apresentavam alguma dificuldade, buscavam superá-la, adquirindo novos conhecimentos. Ao final da atividade, os alunos fizeram registros individuais buscando descrever como compreenderam as medidas de comprimento, relacionando-as com a fração de um todo. Essa proposta me permitiu avaliar a compreensão de cada aluno acerca dos conteúdos trabalhados.
ALGUNS REGISTROS FOTOGRÁFICOS:
57
K – PERÍMETRO E ÁREA (5º ANO)
Recurso:
folhas de cartolina;
tesoura;
cola;
barbante ou lã.
Objetivo:
que as crianças compreendam o conceito de perímetro e área utilizando como recurso materiais didáticos.
Descrição da atividade:
As turmas foram divididas em pequenos grupos. Cada grupo ficou
responsável pela confecção de uma figura plana, usando cartolinas,
cola e régua. Para facilitar a compreensão do conceito de perímetro,
as crianças usaram pedaços de barbante ou pedaços de lã para
fazer o contorno da figura plana e assim compreender que o
perímetro se relaciona com a medida do contorno da figura. As
crianças também deveriam calcular essa medida. Para facilitar a
compreensão do conceito de área, as figuras planas foram
construídas com cartolinas coloridas para que as crianças pudessem
compreender que área compreende toda a parte colorida e interna
da figura.
Saberes experienciais compartilhados pelo professor:
"Essa proposta nasceu da necessidade da turma de melhor
compreender a geometria. O objetivo é facilitar a compreensão da
noção espacial. Como fazer isso de uma forma diferente das usadas
anteriormente? Propus que eles fizessem as formas geométricas e
contornassem as figuras planas usando barbante ou lã.
58
Os alunos também deveriam calcular o perímetro dessas figuras.
Observamos que os alunos utilizaram diferentes estratégias: mediam
um pedaço de lã na figura e depois mediam na régua com o objetivo
de calcular o perímetro, mediam antes e depois cortavam o tamanho
correspondente de lã. Outros fizeram a atividade cortando
pedacinhos de lã e depois somavam cada pedacinho de lã utilizado.
Com isso, eu observei que várias estratégias foram utilizadas para se
chegar ao mesmo objetivo. Todas as estratégias foram
compartilhadas e houve uma maior riqueza de conhecimento. Com
isso, eles puderam perceber que eles trabalharam de formas
diferentes, mas conseguiram chegar ao mesmo resultado". A seguir,
algumas atividades ilustram a proposta dessa atividade:
59
L – ATENDIMENTO EDUCACIONAL AO EDUCANDO (NAPNE)
RECURSOS:
tabuleiro confeccionado com EVA em formato de joaninha e árvore;
frutinhas de EVA;
tampinhas de refrigerantes;
cédulas e moedas (para fins didáticos).
OBJETIVOS:
que a aluna realize cálculos mentais;
que a aluna construa a noção de agrupamentos (dezena);
que a aluna consiga fazer comparações de quantidade;
que a aluna compreenda a ideia de completar da subtração.
BREVE DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE: Sendo este atendimento de uma aluna em AEE (Atendimento Educacional ao Educando), realizado no NAPNE ( Núcleo de Apoio a Pessoas com Necessidades Específicas) da instituição escolar, buscou-se a utilização de materiais concretos como um instrumento de suporte para mediação. No primeiro momento foi apresentado para a aluna os materiais, deixando que a aluna os manipulasse livremente. A partir desse momento foi dado à aluna alguns situações-problema para que resolvesse. Por exemplo: foi solicitado que representasse, usando as cédulas e moedas, 32 reais. Em seguida, foi questionado à aluna quantas dezenas havia nesta quantidade. A aluna teve dificuldade e não soube dizer. Nesse momento foi oferecido a ela tampinhas ou frutinhas para que escolhesse e separasse 32 objetos. Foi feita uma nova indagação. Deveria contar e responder quantas dezenas podia formar com essa quantidade. E não conseguiu novamente realizar. Diante de orientação para que realizasse agrupamentos de 10, a aluna conseguiu organizar seu pensamento e responder às indagações.
60
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As tecnologias da informação e comunicação e as novas técnicas
computacionais têm influência sobre a sociedade como um todo. A inclusão de
tecnologias como os wikis nos processos educacionais e, por conseguinte, nos
processos de formação docente, é um caminho natural para que todos tenham a
oportunidade de aprender segundo os modelos de aprendizagem que caracterizam a
sociedade do conhecimento. Os wikis fazem muito sucesso porque são simples,
eficientes, fáceis de utilizar e implementar, permitindo que os conteúdos estejam
acessíveis de forma ubíqua e sem custos para todos os indivíduos envolvidos na sua
construção e desenvolvimento. Face aos softwares sofisticados que podem, ou que
já estão a ser utilizados em educação, os wikis apresentam características que o
colocam como uma ótima alternativa para fins educacionais: a) são de código aberto,
ou seja, não exigem o pagamento de licenças, b) são muitos simples de usar, e c)
permitem que o layout e a estrutura se adaptem ao gosto e estilo do(s) utilizador(es).
Os wikis constituem-se como uma solução simples para incentivar a
colaboração e solucionar problemas ou barreiras de comunicação, questões
essenciais no contexto da sociedade da informação em que vivemos. (Coutinho &
Bottentuit Junior, 2007a). Por conseguinte, também pode ser considerado uma
intervenção que se volta para a práxis pedagógica uma vez que o wiki construído
como produto educacional dessa pesquisa, buscou promover a produção de inovação
que permite ter seus resultados encaminhados para aplicação generalizada em
ambientes educacionais diversos. (cf. MCKENNEY & REANES, 2012).
Em suma, os wikis são tecnologias que, se bem utilizadas, podem ter um
importante contributo para dar. Nesse estudo, buscando valorizar a dimensão prática
como estratégia para repensarmos as ações de formação da docência, encontramos
na proposta de construção de um wiki, que hospedasse registros de práticas de ensino
realizados pela equipe pedagógica do Colégio Pedro II – Campus Realengo I, uma
ferramenta para o compartilhamento de saberes com fins de formação continuada e
de apoio na formação de docentes menos experientes.
61
Encerrando esse guia prático, acreditando que os processos de formação que
tenham como ponto de partida as práticas docentes nos anos iniciais mostram-se
como um caminho para a reflexão sobre os processos de ensino de Matemática e
atuação docente nos anos iniciais, contribuindo assim, para a formação e o
desenvolvimento profissional de docentes menos experientes. A reflexão sobre a
prática pedagógica revela-se como um caminho para o aperfeiçoamento do fazer
pedagógico e contribui para a formação docente que ocorre durante a atuação
profissional.
Em síntese, buscamos com esse estudo evidenciar a importância do registro
como um caminho para a reflexão e para a ressignificação das práticas docentes.
Também buscamos mostrar a importância do registro como um instrumento que visa
contribuir para a formação que ocorre durante a atuação docente, impulsionando o
desenvolvimento profissional docente. Além disso, o registro das práticas de ensino
busca contribuir para a valorização dos saberes docentes experienciais que se
relacionam com o fazer pedagógico, evidenciando os saberes que emanam da prática
docente.
62
REFERÊNCIAS:
ALRO, H.; SKOVSMOSE, O. Diálogo e aprendizagem em Educação Matemática. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2010.
ANDRÉ, M. Formação de Professores: a constituição de um campo de estudos. Educação, Porto Alegre, v. 33, n. 3, p. 174-181, set/dez. 2010.
ARAÚJO, M. P.; VIEIRA, M. M. Os estudos de Shulman sobre a formação e profissionalização docente nas produções acadêmicas brasileiras. Revista Cadernos de Educação. n. 53, p. 80-100, 2016.
BOAVIDA, A. M.; PONTE, J. P. Investigação colaborativa: potencialidades e problemas. Lisboa: APM, 2002 apud BORBA, M. C.; ARAÚJO, J. L. (Org.) Pesquisa qualitativa em Educação Matemática. 5. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2004.
BOGDAN. R. C.; BIKLEN, S. K. Investigação Qualitativa em Educação Matemática: uma introdução à teoria e aos métodos. Lisboa: Porto Editora, 1994 ou 1989. In: BORBA, M. C.; ARAÚJO, J. L. (Org.) Pesquisa qualitativa em Educação Matemática. 5. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2004.
BORBA, M. C.; ARAÚJO, J. L. (Org.) Pesquisa qualitativa em Educação Matemática. 5. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2004.
BORBA, M. C. A pesquisa qualitativa em Educação Matemática. Publicado em CD nos Anais da 27ª reunião anual da Anped, Caxambu, MG, 21-24 Nov. 2004. Disponível em: < http://www.rc.unesp.br/igce/pgem/gpimem.html>. Acesso em: 15 de mar. 2017.
COCHRAN-SMITH, M.; LYTLE, S. L. Relationships of knowledge an practice: teacher learning in communities. Review of Research in Education, Thousand Oaks, CA, v. 24, n.1 , p. 249-305, 1999.
COCHRAN-SMITH, M.; LYTLR, S L. Interlocuções com Marilyn Cochran-Smith sobre aprendizagem e pesquisa do professor em comunidades investigativas. Revista Brasileira de Educação, Campinas, v. 21, n. 65, abr-jun. 2016. p. 505-524. Entrevista concedida a Dario Fiorentini. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v21n65/1413-2478-rbedu-21-65-0505.pdf>. Acesso em: 10 de mar. 2017.
63
COUTINHO, C. P.; BOTTENTUIT JUNIOR, J. B. Blog e Wiki: os futuros professores e as ferramentas da Web 2.0. “SIIE’2007: actas do Simpósio Internacional de Informática Educativa, 9, Porto, Portugal, p. 199-204. 2007.
COUTINHO, C. P.; BOTTENTUIT JUNIOR, J. B. Wikis em Educação: potencialidades e contextos de utilização. Actas do Encontro sobre Web 2.0. Braga, CIEd, 2008.
CURI, E. Formação de Professores Polivalentes: uma análise de conhecimentos para ensinar Matemática e de crenças e atitudes que interferem na constituição desses conhecimentos. 2004. 278 f. Tese (Doutorado em Educação Matemática) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2004.
CURI, E.; PIRES, C. M. C. Pesquisas sobre a formação do professor que ensina Matemática por grupos de pesquisa de instituições paulistanas. Educ. Mat. Pesqui., São Paulo, v. 10, n. 1, pp. 151-189, 2008.
CYRINO, M. C. T. Preparação e emancipação profissional na formação inicial do professor de Matemática. In: NACARATO, A. M.; PAIVA, M. A. V. (Org.) A formação do professor que ensina Matemática: perspectivas e pesquisas. 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2013.
DAHLBERG, G.; MOSS, P.; PENCE, A. Documentação pedagógica: uma prática para a reflexão e para a democracia. In: ______. Qualidade na educação da primeira infância. Porto Alegre: Artmed, 2003. p. 189-207.
D’ANDRÉA, C. F. B. Ler, escrever, editar, comentar, votar ... Os desafios do letramento digital na Web. Revista Língua Escrita, Belo Horizonte, n. 2, p. 55-69, dez. 2007. Disponível em: http://www.ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/files/uploads/revista%20lingua%20escrita/LinguaEscrita_2.pdf. Acesso em: 20 de maio. 2018.
FIORENTINI, D. ET AL. Pesquisas práticas colaborativas ou pesquisar colaborativamente? In: BORBA, M. C.; ARAÚJO, J. L. (Org.) Pesquisa qualitativa em Educação Matemática. 5. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2004. p. 53-85.
FIORENTINI, D.; CRECCI, V. Interlocuções com Marilyn Cochran-Smith sobre aprendizagem e pesquisa do professor em comunidades investigativas. Revista Brasileira de Educação. v. 21, n. 65, p. 505-524, abr-jun. 2016. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v21n65/1413-2478-rbedu-21-65-0505.pdf>. Acesso em: 10 de mar. 2017.
64
FIORENTINI, D.; PASSOS, C. B.; LIMA, R. C. R. (Org.) Mapeamento da Pesquisa Acadêmica Brasileira sobre o professor que ensina Matemática: período 2001 – 2012. Campinas, SP: FE/UNICAMP, 2016. E-book. Disponível em: < https://www.fe.unicamp.br/pf-fe/pf/subportais/biblioteca/fev-2017/e-book-mapeamento-pesquisa-pem.pdf>. Acesso em: 10 de abri. 2018.
FREITAS, M. T. Letramento digital e formação de professores. Educação em Revista, Belo Horizonte, v. 26, n.03, p. 335-352, dez. 2010. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/edur/v26n3/v26n3a17. Acesso em: 20 de maio. 2018.
GANDINI; L.; GOLDHABER, J. Duas reflexões sobre a documentação. In: GANDINI, L.; EDWARDS, C. (Org.) Bambini: a abordagem italiana à Educação Infantil. Porto Alegre: Artmed, 2002.
GATTI, B. A. A construção metodológica da pesquisa em educação: desafios. Revista Brasileira de Política e Administração da Educação. v. 28, n. 1, p. 13- 34, jan/abr. 2012 apud PEREIRA, G; ORTIGÃO, M. I. R. Pesquisa quantitativa em educação: algumas considerações. Revista Periferia: educação, cultura & comunicação, v.8, n.1, jan-jun. 2016. Disponível em: http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/periferia/article/viewFile/27341/19946. Acesso em: 10 de abri. 2018.
HAMMERNESS, K.; DARLING-HAMMOND, L.; BRANSFORD, J.; BERLINER, D.; COCHRAN-SMITH, M.; MCDONALD, M.; ZEICHNER, K. How teachers learning and develop. In: DARLING-HAMMOND, L.; BRANSFORD, J.; (Eds.) Preparing Teachers for a changing World. What teachers should learn and be able to do. The Nacional Academy of Education. Jossey-Bass-CA: San Francisco, 2005. P. 358-389 apud MISUKAMI, M. G. N. Aprendizagem da docência: conhecimento específico, contextos e práticas pedagógicas. In: NACARATO, A. M.; PAIVA, M. A. V. (Org.) A formação do professor que ensina Matemática: perspectivas e pesquisas. 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2013. p. 213-231.
LEUF, B.; CUNNINGHAM, W. The Wiki Way: Quick Collaboration on the Web. Ed. Boston, 2001 apud COUTINHO, C. P.; BOTTENTUIT JUNIOR, J. B. Wikis em Educação: potencialidades e contextos de utilização. Actas do Encontro sobre Web 2.0. Braga, CIEd, 2008.
LEVY, P. Cibercultura. (Trad. Carlos Irineu da Costa). São Paulo: Editora 34, 2009.
65
LOPES, A. C. T. Educação infantil e o registro de práticas. São Paulo: Cortez, 2009.
MATTA, A.E.R.; SILVA F.P.S.; BOAVENTURA, E.M. Design-Basead Research ou pesquisa de desenvolvimento: metodologia para pesquisa aplicada de inovação em educação do século XXI. Revista da FAEEBA: Educação e Contemporaneidade. Salvador, v. 23, n. 42, p. 23-36, jul./dez. 2014. Disponível em: https://www.revistas.uneb.br/index.php/faeeba/article/download/1025/705. Acesso em: 8 de nov. 2017.
MISUKAMI, M. G. N. Aprendizagem da docência: algumas contribuições de L. S. Shulman. Revista Educação UFSM, Santa Maria, v. 29, n.2, p. 33-49, 2004. Disponível em: <https://periodicos.ufsm.br/reveducacao/article/view/3838>. Acesso em: 22 de mar. 2017.
MISUKAMI, M. G. N. Aprendizagem da docência: conhecimento específico, contextos e práticas pedagógicas. In: NACARATO, A. M.; PAIVA, M. A. V. (Org.) A formação do professor que ensina Matemática: perspectivas e pesquisas. 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2013. p. 213-231.
MORAN, J.; MASETTO, M.; BEHRENS, M. Novas tecnologias e mediação pedagógica. 21. ed. Campinas: Papirus, 2013.
NACARATO, A. M.; PAIVA, M. A. V. (Org.) A formação do professor que ensina Matemática: perspectivas e pesquisas. 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2013.
NACARATO, A. M.; MENGALI, B. L.; PASSOS, C. L. B. A Matemática nos anos iniciais do ensino fundamental: tecendo fios do ensinar e do aprender. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2015.
NOTARI, M. How to use a Wiki in education: Wiki based effective constructive learning. In: Proceedings of the 2006 international symposium on Wikis. Odense, Denmark. Anais: ACME Press, p.131-132.
NÓVOA, A. Para uma formação de professores construída dentro da profissão. In: ______. Professores: imagens do futuro presente. Lisboa: Educa, 2009. p. 25-46. Disponível em: <http://www.revistaeducacion.educacion.es/re350/re350_09por.pdf>. Acesso em: 21 de maio. 2018.
66
NÓVOA, A. Devolver a formação de professores aos professores. Cadernos de Pesquisa em Educação - PPGE/UFES, Vitória, ES, a. 9, v. 18, n. 35, p. 11-22, jan./jun. 2012.
NÓVOA, A. (Coord.). Os professores e sua formação. 3. ed. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1997.
OLIVEIRA-FORMOSINHO, J.; AZEVEDO, A. O Projeto dos Claustros: no Colégio D. Pedro V. Uma pesquisa cooperada sobre o processo de construção da qualidade, 2002 apud LOPES, A. C. T. Educação infantil e o registro de práticas. São Paulo: Cortez, 2009.
PEREIRA, G; ORTIGÃO, M. I. R. Pesquisa quantitativa em educação: algumas considerações. Revista Periferia: educação, cultura & comunicação, v.8, n.1, jan-jun. 2016. Disponível em: http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/periferia/article/viewFile/27341/19946. Acesso em: 10 de abri. 2018.
PRIMO, Alex; RECUERO, Raquel da Cunha. Hipertexto Cooperativo: Uma Análise da Escrita Coletiva a partir dos Blogs e da Wikipédia. Revista da FAMECOS, n. 23, p. 54-63, Dez. 2003. Disponível em: http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/revistafamecos/article/viewFile/3235/2496. Acesso em: 5 de nov. 2017.
SANTAMARIA, F. G.; ABRAIRA, C. F. Wikis: posibilidades para el aprendizaje colaborativo em Educacion Superior. In: Panizo et al (Eds.) Proceedings of the 8th International Symposium on Computers in Education, v. 2, pp. 371- 378, 2006.
SCHMITT, M. A. R. Dificuldades apresentadas pelo modelo Wiki para a implementação de um ambiente colaborativo de aprendizagem. Novas Tecnologias na Educação: Cinted-UFRGS 2006.
SCHÖN, D. A. Formar professores como profissionais reflexivos. In: NÓVOA, A. (Coord.). Os professores e sua formação. 3. ed. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1997.
SERAFINI, A. W. S. et al. Wiki como rede social para produção de conhecimento. Grupo Educco: Juiz de Fora, 2013. Disponível em: <http://www.ufjf.br/grupoeducco/files/2013/05/WIKI_corrigido-pela-Ale.doc-OLGA-e-Alessandra-2011.pdf>. Acesso em: 10 de set. 2017.
67
SEREDIUK. E. F.; FERNANDES, R. S. Os registros dos professores: memórias e reflexões sobre a prática educacional na primeira infância. Revista Eletrônica de Educação: Universidade Federal de São Carlos, Programa de Pós-Graduação em Educação, v. 8, n. 3, p. 68-85, 2014. Disponível em: <http://www.reveduc.ufscar.br>. Acesso em: 01 de jun. 2017.
SETTON, M. G. J. A teoria do habitus em Pierre Bourdieu: uma leitura contemporânea. Revista Brasileira de Educação, São Paulo, n. 20, p. 60-70, maio-ago. 2002.
SOARES, M. Novas práticas de leitura e escrita: letramento na cibercultura. Educ. Soc., Campinas, vol. 23, n. 81, p. 143-160, dez. 2002. Disponível em: <http://www.cedes.unicamp.br>. Acesso em: 20 de maio. 2018.
SOUZA, V. V. S. Letramento digital e formação de professores. Revista Língua Escrita, Belo Horizonte, n. 2, p. 55-69, dez. 2007. Disponível em: http://www.ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/files/uploads/revista%20lingua%20escrita/LinguaEscrita_2.pdf. Acesso em: 20 de maio. 2018.
TARDIF, M. Saberes docentes e formação profissional. 17. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.
VALENTE, C.; MATTAR, J. Second Life e Web 2.0 na educação: o pontencial revolucionário das novas tecnologias. SP: Novate, 2007.
WARSCHAUER, C. A roda e o registro: uma parceria entre professor, alunos e conhecimento. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1993 apud LOPES, A. C. T. Educação infantil e o registro de práticas. São Paulo: Cortez, 2009.
______. Rodas em rede: oportunidades formativas na escola e fora dela. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 2001 apud LOPES, A. C. T. Educação infantil e o registro de práticas. São Paulo: Cortez, 2009.
ZABALZA, M. A. Diários de aula: contributo para o estudo dos dilemas práticos dos professores. Porto: Porto Editora, 1994 apud LOPES, A. C. T. Educação infantil e o registro de práticas. São Paulo: Cortez, 2009.
WEFFORT, M. F. Educando o olhar da observação. In: ______. Observação, registro e reflexão. São Paulo: Espaço Pedagógico, 1997.