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PRODUTO 09 - PREPARAÇÃO PARA EXECUÇÃO DA
PROPOSTA DE GESTÃO INTEGRADA DE RCCV
ARM_TEC_03_09_REL_02_RCCV_20151017
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AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO
METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE
PLANO METROPOLITANO DE GESTÃO INTEGRADA DE
RESÍDUOS COM FOCO EM RESÍDUOS DE SERVIÇOS
DE SAÚDE (RSS) E RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL
E VOLUMOSOS (RCCV)
PRODUTO 09: PREPARAÇÃO PARA A EXECUÇÃO DA
PROPOSTA DE GESTÃO INTEGRADA DE RCCV
ARM_TEC_03_09_REL_02_RCCV_20151017
Outubro de 2015
Consórcio:
CONSÓRCIO IDP INGENIERÍA e ARQUITECTURA IBERIA, S.L. - ROCHA CONSULTORIA E PROJETOS DE ENGENHARIA, LTDA. Serviços de consultoria para a execução do Plano Metropolitano de Gestão Integrada de Resíduos com foco em Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) e Resíduos da Construção Civil e Volumosos (RCCV)
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PLANO METROPOLITANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS COM FOCO EM RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE
SAÚDE (RSS) E RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL E VOLUMOSOS (RCCV)
Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte
Consórcio: IDP FERREIRA ROCHA Status: Externo
Título do Documento: Produto 09: PREPARAÇÃO PARA A EXECUÇÃO DA PROPOSTA DE GESTÃO INTEGRADA DE RCCV
Nome/código: ARM_TEC_03_09_REL_02_RCCV_20151017 Versão: Final
Elaboração:
Ο Alex José de Almeida
Ο Alex Quiroga
Ο Ana Maria Castro da Silveira
Ο Cristiano Figueiredo Lima
Ο Cynthia Fantoni
Ο Delfim José Leite Rocha
Ο Eduard Millet
Ο Gonzalo Herranz
Ο Gustavo Tetzl Rocha
Ο Henrique Ferreira Ribeiro
Ο Henrique S L V Gomes
Ο Isadora Braga Camargos
Ο Jesús Blasco Gómez
Ο José Cláudio Junqueira Ribeiro
Ο Juan Carlos Rives López
Ο Juliana Felisberto
Ο Luciana de Nardi
Ο Marcos Antônio de Almeida Rodrigues
Ο Maria Antônia Vieira Martins Starling
Ο Murilo Zaparoli
Ο Renato Nogueira de Almeida
Ο Solange Vaz Coelho
Ο Thiago de Alencar Silva
Ο Vicente Jimenez de la Fuente
Data: 15/10/2015
Revisão: Jesus Blasco Goméz, Juan Carlos Rives Lopes, Thiago de
Alencar Silva, José Claudio Junqueira Ribeiro Data: 16/10/2015
Aprovação: Jesús Blasco Data: 17/10/2015
Observações:
Aprovação do Gestor:
Nome: Visto:
Data da Aprovação:
Consórcio:
CONSÓRCIO IDP INGENIERÍA e ARQUITECTURA IBERIA, S.L. - ROCHA CONSULTORIA E PROJETOS DE ENGENHARIA, LTDA. Serviços de consultoria para a execução do Plano Metropolitano de Gestão Integrada de Resíduos com foco em Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) e Resíduos da Construção Civil e Volumosos (RCCV)
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APRESENTAÇÃO
O presente documento, formalmente denominado Preparação para a execução da
proposta de gestão integrada de RCCV ou Produto 09, é o primeiro produto da Fase
03 do PLANO METROPOLITANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS COM
FOCO EM RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE (RSS) E RESÍDUOS DA
CONSTRUÇÃO CIVIL E VOLUMOSOS (RCCV) e foi elaborado pelo Consórcio formado
pelas empresas IDP Engenharia e Arquitetura Iberia e Ferreira Rocha - Gestão de
Projetos Sustentáveis (Consórcio IDP Ferreira Rocha) sob a coordenação da Agência
de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte (ARMBH) e seu Grupo
de Acompanhamento (GA).
Como definido inicialmente, a elaboração do Plano está estruturada em três fases:
Fase 01: Diagnóstico da situação atual dos RCCV na Região Metropolitana de
Belo Horizonte (RMBH) e Colar Metropolitano de Belo Horizonte.
Fase 02: Elaboração de proposta para a gestão e gerenciamento dos RCCV; e
Fase 03: Preparação para elaboração e implantação das alternativas para
gestão e gerenciamento dos RCCV.
O prazo previsto para a conclusão do projeto é de 22 (vinte e dois) meses e
como o início foi em janeiro de 2014 seu término está previsto para setembro de
2015.
A Fase 01, finalizada em setembro de 2014 teve a função de levantar dados e apresentar o Diagnóstico da Situação Atual dos RCCV na RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte e, por sua vez, foi composta por três Produtos além de um Resumo Executivo, conforme esquema apresentado no quadro abaixo.
O Produto 04 descreverá as diferentes etapas que fazem parte da gestão integrada dos
resíduos dos serviços de saúde para o seu gerenciamento intra estabelecimento,
focando nos requisitos mínimos para o acondicionamento, segregação, transporte intra
estabelecimento, armazenamento externo e transporte externo dos mesmos.
Fonte: Plano de Trabalho Atualizado aprovado, Elaboração Própria, Consórcio IDP FR, 2014.
Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
A Fase 02, iniciada paralelamente a etapa final da Fase 01, com a elaboração do Produto 03 é composta por seis Produtos, além de um resumo executivo, conforme
Fase 01: Diagnóstico da situação atual dos RCCV na RMBH e Colar Metropolitano de BH
Produto 00: Balizamento técnico, legal e metodológico para elaboração do
Plano
Produto 01: Geração e fluxo de gestão e gerenciamento dos
RCCV
Produto 02: Levantamento de planos e projetos, executados e em
execução, para gestão e gerenciamento dos
RCCV
Resumo Executivo:Síntese analítica de
dados e informações
Quadro 1 - Etapas da Fase 01. Diagnóstico da Situação Atual dos Resíduos
CONSÓRCIO IDP INGENIERÍA e ARQUITECTURA IBERIA, S.L. - ROCHA CONSULTORIA E PROJETOS DE ENGENHARIA, LTDA. Serviços de consultoria para a execução do Plano Metropolitano de Gestão Integrada de Resíduos com foco em Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) e Resíduos da Construção Civil e Volumosos (RCCV)
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descrito de forma sintética no Quadro abaixo e no organograma geral de todos os Produtos que compõe o Plano:
Quadro 2 - Etapas da Fase 02: Elaboração de proposta para o gerenciamento, tratamento e disposição
final dos RCCV
Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
A Fase 03, iniciada paralelamente a etapa final da Fase 02, com a elaboração do Produto 09 é composta por um Produto conforme descrito de forma sintética no Quadro abaixo e no organograma geral de todos os Produtos que compõe o Plano:
Quadro 3 - Etapas da Fase 03: Preparação para Elaboração e Implantação das Alternativas para gestão
dos RCCV
Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
O Produto 09 propõe Preparação para a execução da proposta de gestão integrada
de RCCV da Área e Colar Metropolitano de Belo Horizonte, que deverá consolidar uma
solução unificada dentre as alternativas para o equacionamento dos problemas
levantados nos produtos anteriores em especial o diagnostico dos RCCV, elaborado na
Fase 1.
A trajetória para a construção do Plano Metropolitano de Gestão Integrada de RCCV
conta com o levantamento e compreensão de dados secundários e também com
informação de âmbito primário de diagnóstico, como estabelecido em Produtos
anteriores, sendo eles: Produto 00 - Planejamento Técnico e Conteúdo Introdutório
Referente aos Resíduos de Cosntruçao Civil e Volumosos (RCCV), Produto 01 -
Tipologia / Atividade, Geração, e Custo Referente aos Resíduos do Serviço de Saúde
(RCCV), Produto 03 - Benchmarking Internacional e Nacional Referencial – RCCV,
Produto 04 - Alternativa de Gestão e Gerenciamento de RSS recomendada, Produto 05
- Alternativas para o Transbordo, Tratamento e Disposição Final dos RCCV, Produto 06:
Fase 02: Elaboração de proposta para o manejo, tratamento e disposição final dos RCCV
Produto 03 -Benchmarking Referencial
Nacional e Internacional de Gestão e
Gerenciamento de RCCV
Produto 04 -Alternativa de
Gestão e Gerenciament
o de RCCV recomendada
Produto 05 -Alternativas
para o Transbordo,
Tratamento e Disposição
Final
Produto 07 -Possibilidade
s de Implantação de Soluções Integradas
Produto 06 -Áreas
Favoráveis para
Instalação de Infraestruturas de RCCV
Produto 08 -Sistema de
Gerenciamento Proposto
Fase 03: Preparação para Elaboração e Implantação das Alternativas para gestão dos RCCV
Produto 09 - Preparação para execução da proposta de gestão integrada
Resumo Executivo Fase 2
CONSÓRCIO IDP INGENIERÍA e ARQUITECTURA IBERIA, S.L. - ROCHA CONSULTORIA E PROJETOS DE ENGENHARIA, LTDA. Serviços de consultoria para a execução do Plano Metropolitano de Gestão Integrada de Resíduos com foco em Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) e Resíduos da Construção Civil e Volumosos (RCCV)
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Áreas favoráveis para instalação de infraestruturas de RCCV, Produto 07:
Possibilidades de implantação de soluções integradas de RCCV e Produto 08: Sistema
de gerenciamento proposto para RCCV. Todos elaborados pelo Consórcio IDP Ferreira
Rocha.
O objetivo da elaboração deste Produto 09 é servir de apoio às demais fases
contempladas pelo Plano, possuindo um caráter dinâmico e podendo ser
complementado em função das necessidades técnicas específicas, buscando ser um
instrumento que junto aos mecanismos de gestão já implantados pela ARMBH, possa
dar suporte à conclusão do Plano Metropolitano de Gestão Integrada de Resíduos da
Construção Civil e Volumosos (RCCV).
Na Figura 1 é possível visualizar as fases que foram desenvolvidas, definindo também
a fase atual na qual se inclui este produto, formando a denominada Estrutura Analitica
de Projeto (EAP).
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Figura 1 - Estrutura Analítica de Projeto (EAP).
Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ..................................................................................................... 2
LISTA DE QUADROS ............................................................................................... 9
LISTA DE FIGURAS ............................................................................................... 10
DEFINIÇÕES .......................................................................................................... 11
ABREVIATURAS..................................................................................................... 23
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 25
1.1 BASE LEGAL E NORMATIVA aplicaveis neste produto ........................ 26
2 METODOLOGIA............................................................................................... 29
3 SELECIONAR A MELHOR ALTERNATIVA PARA A GESTÃO INTEGRADA E REGIONALIZADA DE RCCV .................................................................................. 31
3.1 O CONSORCIAMENTO INTERMUNICIPAL .......................................... 32
3.2 PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS ............................................................. 37
3.3 REGIME ECONÔMICO ......................................................................... 39
3.4 DIRETRIZES E METAS DO SISTEMA DE GESTÃO DE RCCV ............ 40
3.5 MANEJO DOS RCCV ............................................................................ 45
4 POSSÍVEIS ESTRUTURAS DE FOMENTO POR PARTE DOS AGENTES PÚBLICOS .............................................................................................................. 48
4.1 CONCESSÕES PÚBLICAS COM RETORNO ECONÔMICO A MÉDIO PRAZO ............................................................................................................. 49
4.2 COLABORAÇÃO PÚBLICO-PRIVADA .................................................. 52
4.3 FINANCIAR AS INFRAESTRUTURAS DE VALORIZAÇÃO POR MEIO DE TAXA POR DISPOSIÇÃO EM ATERRO .......................................................... 56
5 AÇÕES CONCRETAS A SEREM EXECUTADAS PELOS ÓRGÃOS PÚBLICOS.... .......................................................................................................... 57
5.1 AÇÕES FISCALIZADORAS .................................................................. 57
5.2 AÇÕES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL .................................................. 60
5.3 AÇÕES DE INSERÇÃO DE AGENTES ................................................. 61
5.4 AÇÕES DE PREVENÇÃO ..................................................................... 62
5.5 AÇÕES DE VALORIZAÇÃO E DISPOSIÇÃO CONTROLADA .............. 68
5.6 AÇÕES DE PESQUISA, DESENVOLVIMENTO E INOVAÇÃO ............. 68
5.7 AÇÕES DE MONITORAMENTO ........................................................... 69
6 AÇÕES CONCRETAS A SEREM EXECUTADAS PELOS DEMAIS AGENTES PRIVADOS.............................................................................................................. 76
6.1 AÇÕES DE PREVENÇÃO ..................................................................... 76
6.2 AÇÕES DE VALORIZAÇÃO E DISPOSIÇÃO CONTROLADA .............. 78
6.3 AÇÕES DE PESQUISA, DESENVOLVIMENTO E INOVAÇÃO ............. 78
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7 PRIORIZAÇÃO DA COLETA SELETIVA .......................................................... 80
7.1 AÇÕES PARA INCENTIVAR A SEPARAÇÃO NAS FONTES GERADORAS .................................................................................................. 80
7.2 CAMPANHAS DE CAPACITAÇÃO ........................................................ 80
7.3 CRIAÇÃO DE CURSO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA COMO GESTOR DE RCCV .................................................. 80
7.4 CRIAÇÃO DE CURSOS NÃO REGULAMENTADOS DE APLICAÇÃO PRÁTICA RELACIONADA COM A GESTÃO DOS RCCV ............................... 81
8 PROGRAMAS DE INVESTIMENTOS .............................................................. 83
8.1 TIPO DE INVESTIMENTOS .................................................................. 83
8.2 MECANISMOS DE RATEIO .................................................................. 84
9 CONSIDERAÇÕES E RECOMENDAÇÕES ..................................................... 86
10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................. 87
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LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Etapas da Fase 01. Diagnóstico da Situação Atual dos Resíduos .............. 3
Quadro 2 - Etapas da Fase 02: Elaboração de proposta para o gerenciamento,
tratamento e disposição final dos RCCV ....................................................................... 4
Quadro 3 - Etapas da Fase 03: Preparação para Elaboração e Implantação das
Alternativas para gestão dos RCCV .............................................................................. 4
Quadro 4 - Legislação Federal para PPP. ................................................................... 26
Quadro 5 - Legislação Estadual para PPP. ................................................................. 27
Quadro 6 – Diretrizes e estratégias para alcançar os objetivos marcados na gestão dos
RCCV. ........................................................................................................................ 41
Quadro 7 – Matriz de monitoramento do desempenho de gestão no âmbito do Consórcio
– Nível central. ............................................................................................................ 71
Quadro 8 – Matriz de monitoramento do desempenho da gestão no âmbito municipal –
Nível Local .................................................................................................................. 72
Quadro 9 - Valor total arrecadado pelos grupos de Rateio, estabelecido por faixa
populacional e área de abrangência do município na Bacia dos Sinos – RS, 2007..... 85
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Estrutura Analítica de Projeto (EAP). ............................................................ 6
Figura 2 - Fluxograma de coleta de informação. ......................................................... 30
Figura 3 – Descrição gestão-Gerenciamento-Manejo ................................................. 31
Figura 4 - Proposta de modelo de gestão de RCCV para RMBH e Colar Metropolitano
................................................................................................................................... 35
Figura 5 - Hierarquização da ação administrativa na gestão de RCCV na RMBH e CM
................................................................................................................................... 37
Figura 6 - Fiança gerenciamento resíduos em obra .................................................... 63
Figura 7 - Ação emergencial para a retirada do lixo e entulho que estava acumulado na
Vila do Abraão. ........................................................................................................... 65
Figura 8 - Cartões do usuário ponto limpo .................................................................. 67
Figura 9 - Exemplo de ordem e limpeza em canteiro de obra ..................................... 76
Figura 10 - Exemplo de Ponto de armazenamento de resíduos perigosos.................. 77
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DEFINIÇÕES
A seguir, serão apresentadas as definições de alguns termos técnicos utilizados ao
longo do documento.
Acondicionamento
O gerador deve garantir o confinamento dos resíduos após a geração até a etapa de
transporte, assegurando em todos os casos em que seja possível, as condições de
reutilização e de reciclagem.
Agregado reciclado
Material granular proveniente do beneficiamento (trituração) de resíduos de construção
“Classe A” com características técnicas para a aplicação em obras de edificação, de
infraestrutura, em aterros sanitários ou outras obras de engenharia, de acordo com os
critérios técnicos e orientações exigidas pela legislação vigente.
Área contaminada
Local onde há contaminação causada pela disposição, regular ou irregular, de quaisquer
substâncias ou resíduos.
Área órfã contaminada
Área contaminada cujos responsáveis pela disposição não sejam identificáveis ou
individualizáveis.
Áreas de armazenamento transitório
Área que tenha como atividade fim o armazenamento de resíduos da construção civil e
volumosos em local adequado, de forma controlada e sem risco à saúde pública e ao
meio ambiente, com o intuito de viabilizar sua triagem, reutilização, reciclagem ou
disposição final, conforme a Normativa COPAM nº 155.
Áreas de destinação de resíduos
São áreas destinadas ao beneficiamento/reciclagem ou à disposição final de resíduo.
Áreas de reciclagem
Área onde ocorre o processo de transformação de um resíduo para fins de
reaproveitamento conforme a Normativa COPAM nº 155.
Áreas de Triagem e Transbordo – ATT
Estabelecimento privado ou público destinado ao recebimento de resíduos da
construção civil e volumosos, usado para triagem dos resíduos recebidos e posterior
remoção para destinação adequada conforme a Normativa COPAM nº 155.
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Aterro Controlado
É uma fase intermediária entre o lixão e o aterro sanitário. Normalmente é uma célula
adjacente ao lixão que foi remediada, ou seja, que recebeu cobertura de argila, e grama
(idealmente selado com manta impermeável para proteger a pilha da água de chuva) e
captação de chorume e gás. Esta célula adjacente é preparada para receber resíduos
com uma impermeabilização com manta e tem uma operação que procura dar conta
dos impactos negativos tais como a cobertura diária da pilha de lixo com terra ou outro
material disponível como forração ou saibro. Tem também recirculação do chorume que
é coletado e levado para cima da pilha de lixo, diminuindo a sua absorção pela terra ou
eventualmente outro tipo de tratamento para o chorume como uma estação de
tratamento para este efluente.
Aterro de resíduos classe A de reserva de material para usos futuros
É a área tecnicamente adequada onde serão empregadas técnicas de destinação de
resíduos da construção civil classe A no solo, visando a reserva de materiais
segregados de forma a possibilitar seu uso futuro ou futura utilização da área, utilizando
princípios de engenharia para confiná-los ao menor volume possível, sem causar danos
à saúde pública e ao meio ambiente e devidamente licenciado pelo órgão ambiental
competente (nova redação dada pela Resolução 448/12).
Aterro sanitário
Instalação destinada à disposição sanitária e ambientalmente segura dos resíduos
sólidos urbanos do âmbito da Administração Municipal na superfície ou subterrâneo,
baseados nos princípios e métodos da engenharia sanitária e ambiental.
Beneficiamento
Ato de submeter um resíduo a operações e/ou processos que tenham por objetivo
conferir condições favoráveis/melhorias para utilização deste como matéria-prima ou
produto.
Britadores
Equipamentos utilizados para o processo de britamento que consiste no uso da energia
mecânica de caráter compressivo, de impacto ou de cisalhamento. Alguns tipos de
britadores mais utilizados são: Britador de mandíbulas, Britador giratório e Britador de
rolos. Os britadores são equipamentos usados para a redução grosseira de grandes
quantidades de sólidos como materiais rochosos, carvão, vidro, etc.
Bacia de Captação de Resíduos
A bacia de Captação de Resíduos é uma determinada parcela da área urbana municipal
que oferece condições homogêneas para a disposição correta dos resíduos de
construção ou resíduos volumosos nela gerados, em um único ponto de captação
(Ponto de Entrega para Pequenos Volumes) e que podem ser disponibilizadas às
instituições voltadas à coleta seletiva de resíduos sólidos urbanos secos, com potencial
de reciclagem.
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Banco de áreas para aterramento
O banco de áreas para aterramento é composto de lotes ou pequenas glebas urbanas,
públicas ou particulares, que necessitem de aterramento de seus relevos, em caráter
definitivo e de forma adequada, com vistas à implantação posterior de outra atividade
urbana. A implantação desse banco de áreas deve conter, além do cadastro das áreas
disponíveis para aterramento, critérios corretos para atender à demanda de materiais
limpos, definição das responsabilidades e procedimentos para o licenciamento e
execução do aterramento. Também deve ser exigido dos responsáveis pelas obras o
uso exclusivo dos resíduos de classe A, adequadamente triados nas instalações
propostas à readequação do sistema de gestão atual.
Capacidade de recebimento
Capacidade máxima de recebimento do empreendimento ou atividade, a qual deverá
ser informada levando-se em conta a capacidade de processamento dos equipamentos
e sistemas instalados. A capacidade de recebimento deverá ser expressa
necessariamente na unidade explicitada no texto descritivo do porte do empreendimento
ou atividade, conforme especificado na Normativa COPAM nº 155.
Caracterização
É uma das etapas do Projeto de Gerenciamento de RCC e consiste na identificação e
quantificação dos resíduos, de acordo com o Artigo 09, da CONAMA 307/2002.
Ciclo de vida do produto
É uma série de etapas que envolvem o desenvolvimento do produto, a obtenção de
matérias-primas e insumos, o processo produtivo, o consumo e a disposição final.
Ciclones
É o equipamento mais usado para coleta de poeira. Os ciclones são equipamentos
utilizados para a coleta de partículas (limpeza de gases).
Colar Metropolitano
Conjunto de municípios pertencentes ao Colar Metropolitano da região metropolitana de
Belo Horizonte, segundo o art. 3°, §1°, da Lei Complementar Estadual n° 124/2012, bem
como eventuais alterações. São eles: Barão de Cocais, Belo Vale, Bom Jesus do
Amparo, Bonfim, Fortuna de Minas, Funilândia, Inhaúma, Itabirito, Itaúna, Moeda, Pará
de Minas, Prudente de Morais, Santa Bárbara, São Gonçalo do Rio Abaixo, São José
da Varginha Sete Lagoas.
Coleta diferenciada
Coleta e transporte externos de resíduos, por grupos e/ou classe de resíduos
segregados no local de geração e por tipo de tratamento ou disposição final
ambientalmente adequada.
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Coleta e transporte Externo
Atividade que implica a coleta dos resíduos sólidos por parte da empresa prestadora de
serviços de resíduos sólidos, devidamente registrada, cujos veículos devem contar com
todas as autorizações do Município correspondente e/ou do Ministério de Transportes e
Comunicações, desde o gerador até sua disposição final. Os resíduos perigosos em
nenhum caso deverão ser transportados junto com os resíduos municipais, devendo ser
empregados veículos especiais fechados.
Coleta Interna
Atividade que implica a coleta dos resíduos sólidos desde o local de geração de uma
obra, até o armazenamento temporário e/ou externo conforme determina a legislação
vigente e o PMGRCC.
Coleta seletiva
Coleta de resíduos sólidos previamente segregados conforme sua constituição ou
composição.
Coletor
Recipiente fixo ou móvel, de capacidade variável, no qual os resíduos são depositados
para seu posterior armazenamento ou transporte.
Coprocessamento
Técnica de destinação final, na qual se utiliza o processamento de resíduos da
construção civil e volumosos como substituto parcial de matéria-prima e/ou de
combustível em processos de fabricação de cimento e/ou similares.
Consórcios municipais
Consiste em um contrato regulamentado pela Lei Federal nº - 11.107, de 6 de abril de
2005 e é formado de acordo com a decisão dos municípios.
Consultora contratada
Empresa (ou Consórcio) contratada para a modelagem do Plano Metropolitano de
Gestão Integrada de Resíduos com foco em Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) de
Resíduos da Construção Civil e Volumosos (RCCV).
Contratante
Órgão que contrata a elaboração da modelagem do Plano Metropolitano de Gestão
Integrada de Resíduos com foco em Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) de
Resíduos da Construção Civil e Volumosos (RCCV), no caso, a Agência de
Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Controle de Transporte de Resíduos (CTR)
O CTR é um documento emitido pelo transportador de resíduos que fornece
informações sobre gerador, origem, quantidade e descrição dos resíduos e seu destino,
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conforme especificações das normas brasileiras NBR 15.112/2004, NBR 15.113/2004 e
NBR 15.114/2004 da ABNT.
Depósito clandestino (Bota-fora)
É uma área procedente da deposição irregular de resíduos executada, principalmente,
por empresas privadas de transporte de RCC-RV, o qual utilizam grandes áreas sem
licenças ambientais ou com consentimento tácito, ou explícito, das Administrações
locais.
Desmontar
É um processo utilizado antes da demolição completa de um edifício, através do qual
se realiza a extração e segregação das peças ou materiais que compõem o resíduo, de
forma que cada parte possa receber o tratamento mais adequado em função das suas
características, sejam aqueles resíduos susceptíveis de reutilização, bem como aqueles
resíduos tóxicos.
Destinação final ambientalmente adequada
Conforme a Lei 23305/2010 é a destinação de resíduos que inclui a reutilização, a
reciclagem, a compostagem, a recuperação e o aproveitamento energético ou outras
destinações admitidas pelos órgãos competentes do Sisnama, do SNVS e do Suasa,
entre elas a disposição final, observando normas operacionais específicas de modo a
evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos
ambientais adversos.
Disposição final ambientalmente adequada
Distribuição ordenada de rejeitos em aterros, observando normas operacionais
específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a
minimizar os impactos ambientais adversos, conforme a definição legal presente na
Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Ecoponto – Ponto de Entrega para Pequenos Volumes – Unidade de Recebimento
de Pequenos Volumes de RCCV
Equipamento público destinado ao recebimento e triagem de pequenos volumes de
resíduos da construção civil e resíduos volumosos, gerados e entregues pelos
municípios ou por pequenos transportadores, sem causar danos à saúde pública e nem
ao meio ambiente, observando as especificações da norma brasileira NBR 15.112/2004.
Empresa prestadora de Serviços de Resíduos Sólidos (EPS-RS)
Pessoa jurídica que presta serviços relacionados com os resíduos sólidos mediante uma
ou várias das seguintes atividades: limpeza de vias e espaços públicos, coleta e
transporte, transbordo, tratamento e disposição final de resíduos sólidos.
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Fragmentação de sólidos
É a operação que tem por objetivo a redução do tamanho de um determinado material
sólido, podendo este ser matéria prima, insumo ou produto nas diversas etapas de um
processo de transformação. Existe uma grande variedade de equipamentos para a
realização deste processo, que podem ser classificados de acordo com a redução do
tamanho das partículas em grossos, médios e finos.
Geração
Momento em que se gera um material que, de acordo com a legislação vigente, é
considerado resíduo.
Geradores
São pessoas, físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, responsáveis por atividades que
gerem os “resíduos da construção civil”.
Gerenciamento de resíduos
Sistema de gestão que visa a não geração, a redução, a reutilização e a reciclagem de
resíduos provenientes da construção civil, incluindo o planejamento, as diretrizes e
procedimentos, e atribuir responsabilidades aos geradores, de acordo com o elaborado
em plano prévio, seguindo as orientações da Resolução Conama nº307/02.
Gerenciamento de resíduos sólidos
Conjunto de ações exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte,
transbordo, tratamento e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos
sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo com o plano
municipal de gestão integrada de resíduos sólidos ou com o plano de gerenciamento de
resíduos sólidos, exigidos na forma da Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010 (nova
redação dada pela Resolução 448/12).
Grandes geradores
Pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas que gerem RCCV acima do limite
diário estipulado pela legislação ambiental vigente seja em um âmbito municipal, caso
mais restritiva que a definição estadual, se houver.
Grelha vibratória
São equipamentos utilizados na separação das pedras menores para a alimentação de
britadores e rebritadores, a fim de permitir que estes equipamentos trabalhem em seus
níveis máximos de capacidade. Servem para remover materiais finos do material bruto
(ROM) antes do britador primário e para o escape do material antes de rebritadores. A
adoção de grelhas proporciona vários benefícios, entre os quais:
• permite que o britador alcance sua plena capacidade de produção;
• reduz a capacidade nominal necessária do britador;
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• reduz o desgaste por abrasão dos revestimentos do britador;
• os materiais finos (ou particulados) formam uma camada de material que protege a
correia transportadora contra o impacto direto da descarga do britador.
Imposto predial e territorial urbano (IPTU)
É um imposto brasileiro instituído pela Constituição Federal (art. 156), de competência
dos municípios, que incide sobre a propriedade predial e territorial urbana e tem como
fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou
por acessão física, localizado na zona urbana do município.
Infraestrutura de disposição final
Instalação devidamente equipada e operada que permite dispor sanitária e
ambientalmente de forma segura os resíduos sólidos, mediante aterros sanitários e
aterros de segurança.
Infraestrutura de tratamento
Instalação onde se aplicam ou operam tecnologias, métodos ou técnicas que modificam
as características físicas, químicas ou biológicas dos resíduos sólidos, de maneira
compatível com requisitos sanitários, ambientais e de segurança.
Insalubridade
Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza,
condições ou métodos de trabalho, exponham aos empregados a agentes nocivos à
saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade
do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos.
Lixão
Forma inadequada de disposição final de resíduos sólidos, caracterizada pela sua
descarga sobre o solo, sem critérios técnicos nem medidas de proteção ambiental
adequadas à saúde pública. É o mesmo que descarga a “céu aberto”.
Logística reversa
Instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de
ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos
resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros
ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada.
Manejo de resíduos sólidos
Toda atividade técnica operacional de resíduos sólidos que envolva o manuseio,
acondicionamento, segregação, transporte, armazenamento, transferência, tratamento,
disposição final ou qualquer outro procedimento técnico operacional utilizado desde a
geração até a disposição final dos mesmos.
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Material valorizado
É todo aquele material que foi reciclado (obtido como resultado do tratamento do resíduo
da construção) ou reutilizado (obtido sem tratamento do resíduo) e que é apto para ser
utilizado.
Minimização
Ação de reduzir ao mínimo possível o volume e periculosidade dos resíduos sólidos,
através de qualquer estratégia preventiva, procedimento, método ou técnica utilizada na
atividade geradora.
Misturadores
Destinado à mistura de pós e grãos. Não degrada o produto e possui ampla
acessibilidade para limpeza e descontaminação.
Pá Carregadeira
Trator escavo-carregador usado para amontoar terra, entulho, lama, lixo e encher os
veículos em operação nas vias públicas e nos aterros sanitários.
Padrões sustentáveis de produção e consumo
Produção e consumo de bens e serviços de forma a atender as necessidades das atuais
gerações e permitir melhores condições de vida, sem comprometer a aplicação
ambiental e o atendimento das necessidades das gerações futuras.
Parceria Público-Privada (PPP)
é um contrato de prestação de obras ou serviços não inferior a R$ 20 milhões, com
duração mínima de 5 e no máximo 35 anos, firmado entre empresa privada e o governo
federal, estadual ou municipal.
Peneiramento
O peneiramento é uma operação de separação mecânica de materiais com o objetivo
de separar sólidos granulados de diâmetros diversos por meio da utilização de peneiras
manuais.
Peneira Vibratória
A peneira vibratória tem a função de filtrar materiais muito finos (particulado). Neste
processo, as partículas são separadas e as maiores ficam na peneira. A peneira
vibratória ou tela está relacionada com as indústrias que trabalham com classificação,
separação por diferentes tamanhos e seleção de materiais em misturas.
Pequenos geradores
São pessoas físicas que geram até 1m³ de resíduos da construção por dia, ou 1 objeto
de grande volume para este mesmo período.
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Plano de Gerenciamento de Resíduos de Construção Civil e Volumosos
Documento integrante do processo de licenciamento ambiental, baseado nos princípios
da não geração de resíduos e na minimização da geração de resíduos, que aponta e
descreve as ações relativas ao seu manejo, cujos procedimentos são regularizados pela
Resolução CONAMA n° 307, de 5 de Julho de 2002, contemplando os aspectos
referentes à geração, segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento,
transporte, reutilização (por exemplo, coprocessamento, entre outros), reciclagem,
tratamento e disposição final, bem como a proteção à saúde pública e ao meio ambiente.
Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS)
Documento integrante do processo de licenciamento ambiental, baseado nos princípios
da não geração de resíduos e na minimização da geração de resíduos, que aponta e
descreve as ações relativas ao seu manejo, no âmbito dos serviços mencionados no
Art. 1º da Resolução CONAMA nº 358, de 29 de abril de 2005, contemplando os
aspectos referentes à geração, segregação e classificação, acondicionamento e
identificação, coleta interna, tratamento prévio, armazenamento, coleta e transporte
externos, reciclagem, transbordo, tratamento e disposição final, bem como a proteção
da saúde pública e do meio ambiente.
Plano de recuperação de áreas degradadas
O PRAD (Plano de Recuperação de Área Degradada) é um tipo de Estudo Ambiental
que contém uma série de programas e ações que permitem minimizar o impacto
ambiental causado por uma determinada atividade ou empreendimento. Tem por
objetivo o retorno do sítio degradado a uma forma de utilização, de acordo com um plano
preestabelecido para o uso do solo, visando à obtenção de uma estabilidade ambiental
e ecológica.
Protocolo
Documento que contém um conjunto de procedimentos específicos de forma ordenada,
estabelecidos para a realização de alguma atividade. Sempre possui a estrutura e o
conteúdo do mesmo modo. Também se emprega este termo nos protocolos dedicados
às comunicações nos sistemas de automatização e controle, bem como no transporte
de dados, etc.
Reaproveitamento
Obtenção de benefício de um bem, artigo, elemento ou parte do mesmo, que constitui
resíduo sólido. Reconhece-se como técnica de reaproveitamento: a reciclagem, a
recuperação e a reutilização.
Receptores de Resíduos da Construção Civil e de Resíduos Volumosos
São pessoas jurídicas, públicas ou privadas, operadoras de empreendimentos, cuja
função seja o manejo adequado de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos em pontos de entrega, áreas de triagem, áreas de reciclagem e aterros,
entre outras.
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Reciclagem
Ato de submeter o resíduo a um processo de transformação física, química ou biológica,
obtendo um novo produto, idêntico ou não ao anterior.
Rejeitos
Resíduos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e
recuperação por processos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, não
apresentem outra possibilidade que não a disposição final ambientalmente adequada.
Reserva de Resíduos
A Reserva de Resíduos é o processo de disposição segregada de resíduos
selecionados para reutilização ou reciclagem futura.
Resíduos biodegradáveis
São aqueles restos químicos ou naturais que se descompõe facilmente no ambiente e
que podem ser transformados facilmente em matéria orgânica.
Resíduos da construção civil
Aqueles provenientes das atividades de uma construção, uma reforma, reparo ou
demolição de obras de construção civil, bem como os provenientes da preparação e da
escavação de terrenos para fins de construção civil, conforme especificado na
Deliberação Normativa COPAM nº 155.
Resíduos inertes
São aqueles que não se descompõe nem se transformam em matéria prima e sua
degradação natural demanda grandes períodos de tempo. Entre estes se encontram o
poliestireno expandido, alguns papéis e uma grande maioria de plásticos.
Resíduos não perigosos
São aqueles produzidos pelo gerador em qualquer lugar e no desenvolvimento de sua
atividade, que não apresentam riscos para a saúde humana e/ou ao meio ambiente.
Resíduos perigosos
São aqueles resíduos que por suas características ou manuseio ao que serão
submetidos, representam um risco significativo para a saúde ou ao ambiente. São
considerados perigosos os que apresentem pelo menos uma das seguintes
características: auto combustível, explosivo, corrosivo, reatividade, toxicidade ou
patogenicidade, os quais podem causar dano à saúde humana e/ou ao ambiente.
Também se consideram perigosos os envases e embalagens que tenham estado em
contato com eles ou com substâncias ou produtos perigosos.
Resíduos sólidos
Material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em
sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado
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a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes
e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de
esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente
inviáveis quanto a melhor tecnologia disponível.
Resíduos volumosos (RV)
Os Resíduos Volumosos (RV) são os resíduos considerados como os não provenientes
de processos industriais, constituídos basicamente por material volumoso não removido
pela coleta pública municipal rotineira, como móveis e equipamentos domésticos
inutilizados, grandes embalagens e peças de madeira, podas e assemelhados.
Reutilização
É o processo de reaplicação de um resíduo, sem transformação do mesmo.
Segregação
Ato de (após a geração) garantir a separação dos resíduos na fonte de sua geração ou
posteriormente.
Tarifas ou preços públicos
São cobrados por serviços de interesse específico de pessoas ou instituições que se
disponham a pagar por eles. São de natureza contratual e os preços podem ser
reajustados durante o exercício financeiro.Podem ser realizados pela administração
pública indireta, a seu exclusivo criterio e cobrando o preço público pelo serviço
prestado, ou realizados pela iniciativa privada.
Taxa
É o tributo (imposto) cobrado de alguém que se utiliza de serviço público especial e
divisível, de caráter administrativo ou jurisdicional, ou o tem à sua disposição. A taxa
tem caráter compulsório, é fixada por lei num exercício para vigência no exercício
financeiro seguinte sem sofrer reajuste.
De acordo com o Código Tributário Nacional (CTN Art. 77) - As taxas podem ser
cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal, e pelos os Municípios, no
âmbito de suas respectivas atribuições. Ou seja, as pessoas de Direito Público não
podem interferir na competência umas das outras. Por exemplo, a União não poderá
cobrar taxas que são de competência de um Município.
Transportadores
São as pessoas, físicas ou jurídicas, encarregadas da coleta e do transporte dos
resíduos entre as fontes geradoras e as áreas de destinação.
Tratamento
É o processo, método ou técnica que permite modificar as características físicas,
químicas ou biológicas do resíduo, a fim de reduzir ou eliminar seu perigo potencial
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capaz de causar danos à saúde e ao ambiente, tornando mais seguras as condições de
armazenagem, transporte e disposição final.
Tratamento térmico
É todo e qualquer processo cuja operação seja realizada acima da temperatura mínima
de oitocentos (800) graus Celsius (CONAMA 316/2002).
Triagem
A triagem de resíduos consiste na operação de separação e limpeza dos diversos
resíduos e/ou componentes dos resíduos de outros materiais indesejáveis, para
posterior acondicionamento.
Usina de Triagem e Compostagem
Local onde é realizada a separação manual da matéria orgânica, materiais recicláveis,
rejeitos e resíduos especiais presentes no lixo. A parte orgânica é destinada ao pátio de
compostagem, onde é submetida a um processo de conversão biológica em adubo, e o
que não pode ser aproveitado é aterrado em valas de rejeitos.
Valorização
Operação manual ou mecânica, desenvolvida apenas por um gestor autorizado, que
permite o máximo aproveitamento de todos os recursos contidos nos resíduos da
construção, com garantia de aplicação de acordo com as normas e as leis vigentes, e
que permite sua reinserção no ciclo econômico e produtivo dos materiais de segundo
uso.
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ABREVIATURAS
ABNT ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS
APP ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE
ARMBH AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO
METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE
AS ATERRO SANITÁRIO
CM COLAR METROPOLITANO
CONAMA CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
CONTRAN CONSELHO NACIONAL DE TRÂNSITO
COPAM CONSELHO ESTADUAL DE POLÍTICA AMBIENTAL
EPI EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
FEAM FUNDAÇÃO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE
GIRSU GESTÃO INTEGRADA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS
IPTU IMPOSTO PREDIAL E TERRITORIAL URBANO
ISO ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DE NORMALIZAÇÃO
(INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION)
LPOUS LEI PARA PARCELAMENTO, OCUPAÇÃO E USO DO SOLO
URBANO NO MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE
MMA MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE
NBR NORMA BRASILEIRA
PDDI-RMBH PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO INTEGRADO DA
REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE
PDE POSTOS DE DESCARGA DE ENTULHO
PEAD POLIETILENO DE ALTA DENSIDADE
PGIRCC PLANO DE GERENCIAMENTO INTEGRADO DE RESÍDUOS DA
CONSTRUÇÃO CIVIL
PGIREEE PLANO DE GERENCIAMENTO INTEGRADO DE RESÍDUOS DE
EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS E ELETRÔNICOS
PGIRPN PLANO DE GERENCIAMENTO INTEGRADO DE RESÍDUOS
PNEUMÁTICOS
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PGRCCV PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA
CONSTRUÇÃO CIVIL E VOLUMOSOS
PNRS POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS
PRL PREVENÇÃO DE RISCOS LABORAIS
PPP PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA
PRAD PLANO DE RECUPERAÇÃO DE AREAS DEGRADADAS
RAEE RESÍDUOS DE EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS E
ELETRÔNICOS
RCC RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL
RCCV RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL E VOLUMOSOS
RDC RESOLUÇÃO DA DIRETORIA COLEGIADA
RFID RADIO-FREQUENCY IDENTIFICATION
RMBH REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE
RSU RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS
SEBRAE SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS
EMPRESAS
SLMU SECRETARIA MUNICIPAL DE LIMPIEZA URBANA
SLU SUPERINTENDÊNCIA DE LIMPEZA URBANA
SNIS SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES SOBRE
SANEAMENTO
TIR TAXA INTERNA DE RETORNO
UC UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
URP UNIDADE DE RECEBIMENTO DE PNEUS
URPV UNIDADE DE COLETA DE PEQUENOS VOLUMES
UTDF UNIDADE DE TRATAMENTO E DISPOSIÇÃO FINAL DE RSS
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1 INTRODUÇÃO
De acordo com o Termo de Referência o presente documento possui como objetivo
geral desenvolver as bases mínimas para a preparação na execução da alternativa
proposta, no âmbito da gestão integrada e regionalizada de RCCV da RMBH e Colar
Metropolitano, tendo em conta os pilares fundamentais de Informação, comunicação
e formação, assim como os mecanismos de fiscalização. Levando em consideração a
descrição das possíveis estruturas de fomento para tal gestão, tal como, os sistemas de
concessão e colaboração público-privada.
Propor medidas concretas a serem realizadas pelos organismos públicos, incluindo
ações de fiscalização, que devem ter como objetivo primordial o tratamento e disposição
final ambientalmente dos RCCV, associada à inclusão social, a emancipação
econômica e redução de risco para as organizações de catadores de materiais
recicláveis.
Promover dentro do programa de educação ambiental, o reconhecimento do resíduo
reciclável como um bem econômico, capaz de gerar emprego e renda, e incentivar
coleta seletiva e a logística reversa, em particular, a eliminação adequada de resíduos
de medicamentos e produtos farmacêuticos.
Promover a importância da implementação da coleta seletiva nos municípios com o
objetivo de otimizar a gestão dos RCCV e a segregação na fonte geradora, oferecendo
cursos de formação nas fontes de geração.
Ainda de acordo com o TR estão apresentadas informações sobre (i) Fontes Públicas
de Fomento para a Gestão e Gerenciamento dos RCCV – Identificação de possíveis
estruturas de fomento, por parte dos agentes públicos, para tornar a exploração privada
dos RCCV uma atividade econômica atrativa e para ampliação do mercado de produtos
recicláveis; (ii) Destinação final e disposição final ambientalmente adequada dos RCCV
- proposição de ações concretas para serem executadas pelos órgãos públicos,
incluindo ações fiscalizadoras, e que tenham como objetivo primordial a destinação
final e disposição final ambientalmente adequada dos RCCV , associada à inclusão
social, emancipação econômica e a redução de riscos para as organizações de
catadores de materiais recicláveis; e (iii) Mecanismos de Rateio e Programas de
Investimento – avaliação de Mecanismos de Rateio e Programas de Investimento que
melhor se adequem para a gestão dos RCCV.
Como item final registram-se as Considerações e Recomendações mais indicadas para
a fase de incorporação do Plano de Gestão e Gerenciamento dos RCCV da RMBH e
CM ao Plano Metropolitano de Resíduos Sólidos: Região Metropolitana de Belo
Horizonte e Colar Metropolitano, elaborado pela Secretaria Extraordinária de Gestão
Metropolitana – Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo
Horizonte, aprovado em 2013.
Portanto, este documento irá apresentar as propostas que melhor atendam as
necessidades locais para desenvolver uma correta gestão integrada e regionalizada de
RCCV na RMBH e Colar Metropolitano.
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1.1 BASE LEGAL E NORMATIVA aplicaveis neste produto
O quadro a seguir apresenta a Legislação vigente em 2015 pertinente a preparação
para a implementação da proposta de gestão integrada de RCCV complementando a
Legislação pertinente apresentada nos produtos anteriores.
Quadro 4 - Legislação Federal para PPP.
Ano Natureza Legislação Disposição
1993 Federal LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993.
Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição
Federal, institui normas para licitações e contratos da
Administração Pública e dá outras providências.
1995 Federal LEI Nº 8.987, DE 13 DE FEVEREIRO DE 1995.
Dispõe sobre o regime de concessão e permissão da
prestação de serviços públicos previsto no art. 175 da
Constituição Federal, e dá outras providências.
1995 Federal Lei nº 9.074, de 7 de julho de 1995.
Estabelece normas para outorga e prorrogações das
concessões e permissões de serviços públicos e dá
outras providências.
1996 Federal Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996
Dispõe sobre a arbitragem.
2004 Federal Lei no 11.079, de 30 de dezembro de 2004.
Institui normas gerais para licitação e contratação de
parceria público-privada no âmbito da Administração
Pública.
2005 Federal Lei no 11.107, de 6 de abril de 2005.
Dispõe sobre normas gerais de contratação de
consórcios públicos e dá outras providências.
2005 Federal Decreto Federal nº 5.385, de 4 de março de 2005
Institui o Comitê Gestor de Parceria Público-Privada
(PPP) Federal – CGP e dá outras providências.
2005 Federal Decreto Federal nº 5.411, de 6 de abril de 2005
Autoriza a integralização de cotas no Fundo Garantidor
de Parcerias Público-Privadas – FGP, mediante ações
representativas de participações acionárias da União em
sociedades de economia mista disponíveis para venda
e dá outras providências
2006 Federal Decreto Federal nº 5.977, de 1º de dezembro de 2006
Regulamenta o art. 3º, caput e § 1º, da Lei n 1º 11.079,
de 30 de dezembro de 2004, que dispõe sobre a
aplicação, às parcerias público-privadas (PPP), do art.
21 da Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, e do art.
31 da Lei nº 9.074, de 7 de julho de 1995, para
apresentação de projetos, estudos, levantamentos ou
investigações, a serem utilizados em modelagens de
parcerias público-privadas no âmbito da Administração
Pública federal, e dá outras providências.
2007 Federal Lei Complementar Federal nº 126, de 15 de janeiro de 2007
Dispõe sobre a política de resseguro, retrocessão e sua
intermediação, as operações de cosseguro, as
contratações de seguro no exterior e as operações em
moeda estrangeira do setor securitário; altera o
Decreto-Lei nº 73, de 21 de novembro de 1966, e a Lei
nº 8.031, de 12 de abril de 1990; e dá outras
providências.
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Ano Natureza Legislação Disposição
2007 Federal Decreto Federal nº 6.037, de 7 de fevereiro de 2007
Altera e acresce dispositivos do decreto n° 5.385, de 4
de março de 2005, que institui o Comitê Gestor de
Parceria Público-Privada Federal – CGP.
2007 Federal Decreto nº 6.017, de 17 de janeiro de 2007.
Regulamenta a Lei nº 11.107, de 6 de abril de 2005, que
dispõe sobre normas gerais de contratação de
consórcios públicos.
2012 Federal Lei nº 12.766, de 27 de dezembro de 2012
Altera a Lei nº 11.079, de 30 de Dezembro de 2004, que
institui normas gerais para licitação e contratação de
parceria público-privada no âmbito da Administração
Pública, para dispor sobre o aporte de recursos em favor
do parceiro privado, e dá outras providências.
2012 Federal Medida Provisória nº 575, de 7 de agosto de 2012
Altera a Lei nº 11.079, de 30 de dezembro de 2004,
que institui normas gerais para licitação e contratação
de parceria público-privada no âmbito da Administração
Pública.
Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
Quadro 5 - Legislação Estadual para PPP.
Ano Natureza Legislação Disposição
2003 Estadual Lei Estadual nº 14.868, de 16 de dezembro de 2003
Dispõe sobre o Programa Estadual de Parcerias
Público-Privadas.
2003 Estadual Lei Estadual nº 14.869, de 16 de dezembro de 2003
Cria o fundo de parcerias público-privadas do estado de
minas gerais.
2003 Estadual Decreto Estadual nº 43.702, de 16 de dezembro de 2003
Instala o Conselho Gestor de Parcerias Público
Privadas - CGPPP e dá outras providências.
2007 Estadual Decreto Estadual nº 44.565, de 03 de Julho de 2007
Institui o procedimento de manifestação de interesse em
projetos de parcerias público-privadas, nas modalidades
patrocinada e administrativa, e em projetos de
concessão comum e permissão.
2008 Estadual Decreto Estadual nº 44.929, de 29 de outubro de 2008
Dispõe sobre a organização do plano estadual de
parcerias público-privadas, e dá outras providências.
2009 Estadual Lei Estadual nº 18.038, de 12 de janeiro de 2009
Define as diretrizes para a formalização de parcerias
entre o Estado e a iniciativa privada e dá outras
providências.
2009 Estadual Decreto Estadual nº 45.144, de 24 de Julho de 2009
Regulamenta a Lei nº 18.038, de 12 de janeiro de 2009,
que define diretrizes para a formalização de parcerias
entre o estado e a iniciativa privada e dá outras
providências
2011 Estadual Lei Estadual nº 19.477, de 12 de janeiro de 2011
Dispõe sobre a adoção do juízo arbitral para a solução
de litígio em que o Estado seja parte e dá outras
providências.
2012 Estadual Decreto Estadual nº 45.902 de 27 de janeiro de 2012
Dispõe sobre o Cadastro Geral de Fornecedores –
CGEF -, previsto no art. 34 da Lei Federal nº 8.666, de
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Ano Natureza Legislação Disposição
21 de junho de 1993, e regulamenta a Lei Estadual nº
13.994, de 18 de setembro de 2001, que institui o
Cadastro de Fornecedores Impedidos de Licitar e
Contratar com a Administração Pública Estadual –
CAFIMP.
Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
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2 METODOLOGIA
O conteúdo que será apresentado nos itens a seguir foi elaborado tomando como
referência as análises, resultados e conclusões da FASE 01: Diagnóstico da Situação
Atual dos Resíduos e dos Produtos da FASE 02: Elaboração de proposta para o
gerenciamento, tratamento e disposição final dos RCCV, todos elaborados pelo
Consórcio IDP-FR.
O presente documento, Preparação para a execução da proposta de gestão
integrada de RCCV apresenta de maneira específica a proposta de gestão sustentável
e regionalizada dos RCCV na RMBH e Colar Metropolitano.
Para tal, a metodologia para as fases de levantamento de dados foi baseada em fontes
específicas, primárias e secundárias.
A coleta de fontes específicas teve como fonte principal a Planos de Gestão e outra
documentação elaborada per diversas Áreas Metropolitanas (do Brasil e de outros
países), e estudos comparativos entre as mesmas. A coleta de dados primários teve
como fonte principal a documentação elaborada pelo Consórcio IDP Ferreira Rocha na
da FASE 01: Diagnóstico da Situação Atual dos Resíduos e dos Produtos da FASE 02:
Elaboração de proposta para o gerenciamento, tratamento e disposição final dos RCCV.
Já o levantamento de dados secundários foi realizado através da consulta de fontes
externas, tais como: trabalhos acadêmicos, legislações e normas, projetos de
investigação e documentação diversa, tanto nacional como internacional, que
forneceram fundamentação técnica às propostas de gestão sustentável e regionalizada
dos RCCV.
A Figura 2 seguinte elucida a estrutura metodológica que foi utilizada para o
levantamento de dados do presente documento. Outras informações foram obtidas por
contribuições do grupo gestor e nos debates das reuniões públicas.
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Figura 2 - Fluxograma de coleta de informação.
Fonte: Elaboração própria. Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2015.
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3 SELECIONAR A MELHOR ALTERNATIVA PARA A GESTÃO INTEGRADA E REGIONALIZADA DE RCCV
A escolha do modelo integrado de gestão e regionalizado de RCCV a ser implementado
para a RMBH e CM, envolve questões de âmbito técnico, operacional, financeiro e
político. A solução proposta deve atender a qualidade dos serviços desejada pelo
usuário, buscando um equilíbrio na relação final de custo-benefício.
A gestão dos RCCV é que compreende as ações relacionadas com a tomada de
decisões políticas e estratégicas, sobre as questões institucionais, operacionais,
financeiras, sociais e ambientais relacionadas aos resíduos sólidos. E é o ápice da
pirâmide da Gestão-Gerenciamento-Manejo de RCCV, como mostrado na figura:
GESTÃO: Define a Política GERENCIAMENTO: Implementa a política MANEJO: Operacionaliza a implementação
Figura 3 – Descrição gestão-Gerenciamento-Manejo
Fonte: Adaptado Brasil (2005a)
Para a Gestão de RCCV, pode-se avaliar diferentes alternativas entre as quais estão as
seguintes:
Realizada diretamente pelo município (execução direta /centralizada).
Através de empresa pública específica (execução indireta/descentralizada).
Por empresas de economia mista criada especificamente para desempenhar
estes serviços (concessão ou delegação).
Por iniciativa privada, por meio de terceirização (execução descentralizada).
Muitas vezes, os problemas relacionados com o governo municipal exigem soluções
que vão além do âmbito de aplicação da capacidade de ação das prefeituras, em termos
de investimento, atividade política, recursos humanos e técnicos. Muitas dessas
soluções exigem ações conjuntas, considerando que a maioria destes problemas
afetam, simultaneamente, a mais de um município. Neste caso, sendo o consórcio
público intermunicipal um instrumento jurídico, tem a capacidade de resolver algumas
destas dificuldades.
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3.1 O CONSORCIAMENTO INTERMUNICIPAL
Os consórcios intermunicipais podem ser considerados "Organismos Públicos
Descentralizados", que vem sendo uma solução adotada pelos municípios brasileiros
como uma ferramenta interessante para o planejamento e gestão de questões que vão
além das fronteiras do seu território, tendo em conta que pequenos municípios são os
que tem mais dificuldades para viabilizar qualquer modelo de negócio sustentável a
longo prazo (SOUSA,2012).
No território brasileiro, a Lei Federal 11.107/2005 que rege as regras gerais relativas
aos contratos de consórcios públicos foi regulamentada pelo Decreto nº 6.017, de 17 de
janeiro de 2007. De acordo com o referido decreto, os consórcios são caracterizados
por um acordo entre municípios, a fim de alcançar objetivos comuns e objetivos comuns
previamente estabelecidos, permitindo a criação de uma nova entidade jurídica com
estrutura de gestão autônoma, bem como orçamento e patrimônio próprio para levar a
cabo as suas atividades (Lei 11.107/05).
As experiências nacionais mostram, na maioria dos casos, concessões diretas para a
prestação de serviços, por meio de contratos obtidos por processos licitatórios, exceção
para a região metropolitana de Campinas, cujo modelo adotado foi o de consorciamento,
previsto na Lei Federal dos Consórcios Públicos, nº 11.705/2005, que regulamenta o
Art. 241 da Constituição Federal e estabelece as normas gerais de contratação de
consórcios públicos. Os consórcios públicos dão forma à prestação regionalizada de
serviços públicos instituída pela Lei Federal de Saneamento Básico (Lei 11.445/2007) e
que é incentivada e priorizada pela Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei
12.305/2010).
Os recursos econômicos podem ser gerados a partir das próprias atividades e
contribuições dos municípios membros, de acordo com o estatuto do consórcio,
considerando a população atendida e das toneladas tratadas. As contribuições podem
ser feitas em partes iguais ou podem variar de acordo com o orçamento, município,
população, uso de serviços e bens do consórcio, bem como outros critérios que se
considerem apropriados para as partes (ABLP, 2014).
Segundo BRASIL (2013), a síntese dos principais tipos de serviços previstos ou
executados pelos consórcios e identificados, revelam um amplo espectro de serviços,
contemplando alguns de carácter mais genérico e outros com objetivos bastante
específicos. Como exemplos, citam-se:
Implementação de apoio técnico para implantação de sistemas de fiscalização.
Apoio técnico para organização e realização de concurso para provimento de cargos
do consórcio.
Orientação na formulação da política tarifária e definição dos critérios de cálculo do
valor de taxas/tarifas.
Apoio técnico junto a processos de licenciamento ambiental das unidades dos
sistemas locais.
Atuação no desenvolvimento sustentável dos municípios.
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Elaboração de planos de gestão de resíduos sólidos.
Implantação e operação de aterros.
Implantação e operação de coleta seletiva.
Implantação de coleta e tratamento de resíduos dos serviços de saúde.
Atuação sobre os resíduos de construção civil.
Coleta e destinação de pneus inservíveis.
Coleta e destinação de resíduos eletrônicos.
Capacitação técnica de profissionais para atuação nos consórcios.
Compartilhamento de máquinas e veículos.
Consultoria e capacitação para a captação de recursos financeiros.
Nem sempre estabelecer parcerias com outros municípios é uma tarefa fácil, pois isso
envolve questões relacionadas às demandas sociais, políticas e econômicas dos
diferentes municípios. Portanto, a transparência e o diálogo são essenciais neste
processo de mútuo acordo.
O consórcio pode passar por fiscalização contábil, operacional e de patrimônio líquido
pelo tribunal de contas competente, que poderá ter acesso às contas de seu
representante legal. Para fins de controle, todo contrato externo deve ser feito com base
em cada um dos contratos celebrados entre os consorciados e o próprio Consórcio.
A gestão dos RCCV compreende os seguintes componentes:
1. A ação administrativa que inclui o planejamento e preparação de planos e
programas de ação, assim como as ações orçamentais e de avaliação, de
educação e fiscalização necessárias para um manejo adequado dos RCCV.
2. A ação operacional, que inclui as ações ou serviços empregados para o correto
manejo dos RCCV desde a geração até seu tratamento ou disposição final
adequada.
A “ação” operacional dos RCCV compreende as seguintes ações ou serviços:
1. Geração de RCCV.
2. Armazenamento e segregação em domicilio do maior gerador dos RCCV.
3. Remoção de bota-fora irregulares de disposição de RCCV.
4.Coleta dos RCCV de pequenos geradores.
5.Operação dos URPV/pontos limpos de RCCV.
6.Transporte dos RCCV até a planta de transferência / tratamento / disposição final.
7.Tratamento dos RCCV nas instalações autorizadas.
8.Recuperação (Reciclagem e Comercialização).
9.Disposição final sob o método de aterros classe A ou outras modalidades autorizadas pelo Consórcio.
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Tal como se estabeleceu no Produto 07 RCCV (IDP-FR, 2015), é importante ressaltar
que a formação de um consórcio público deve emanar uma decisão política local e,
portanto, cabe unicamente a entidade federal, seja a cidade, estado ou mesmo o grupo
decidir sobre o assunto.
Por outro lado, dentro da prestação dos serviços de um consórcio público intermunicipal,
se encontram tarefas como:
Aprovação de projetos.- O consórcio de gestão de RCCV será o órgão
responsável pela aprovação de projetos de infraestrutura de plantas de
transferência, tratamento e disposição final de RCCV a serem construídos no
ARMBH e Colar.
Sistema de informação de custos.- O consórcio responsável pela gestão de
RSS deverá implementar um sistema de informação relevante e oportuno, a ser
implementado pelos municípios da RMBH e Colar, que mostre
permanentemente os custos reais de serviços municipais de gestão de RCCV,
retirada de RCCV de espaços e vias públicas, e os de apoio aos mesmos.
O sistema de informação irá registrar os gastos dos serviços prestados pelo
município pelo sistema de administração direta e os desembolsos feitos pelos
serviços contratados com terceiros e despesas decorrentes de campanhas de
educação ambiental, gastos de supervisão, fiscalização e controle. Também
serão registradas as receitas, nos casos de concessão (tais como os direitos de
exploração etc.).
Todo o sistema de gestão integrada apresenta prós e contras, tais como descritos a
seguir (Brasil, 2015):
Estabilidade
Necessidade de intervenção legislativa (ratificação do protocolo).
Contrato verdadeiro entre as partes.
Admissão de cláusula de permanência obrigatória e de sanções por
inadimplência.Maior formalidade.
Maior enquadramento legal.
Novo instrumento (falta de tradição).
Possibilidade de gestão integrada plena dos serviços.
Existência de lei especifica (Lei nº 11.107/05).
Levando em conta tudo o descrito acima, se propõe a gestão direta através da criação
de um único consórcio intermunicipal para a gestão integrada dos RCCV na RMBH e
CM, com 5 gerentes (um por cada zona considerada) Figura 4.
Alternativamente, se pode considerar a opção de formar um único consórcio para
gerenciar os RCCV e RSS da ARMBH e CM, com 5 gerentes, um por cada zona
considerada.
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Figura 4 - Proposta de modelo de gestão de RCCV para RMBH e Colar Metropolitano
Fonte: Elaboração própria. Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2015.
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Por tanto, o Sistema Metropolitano de Gestão de RCCV estaria formado por:
1. O Consórcio de gestão de RCCV da RMBH e Colar Metropolitano.
2. Os órgãos executivos (membros da organização municipal que administram e
gerenciam tudo relacionado aos RCCV) de todos os municípios da RMBH e
Colar Metropolitano.
3. Os operadores de veículos de coleta, veículos de transporte, centros de coleta,
estações de transferência, estações de tratamento, estações de disposição
final e outros locais de disposição final de RCCV.
4. Os órgãos de supervisão, fiscalização e controle do Consórcio e Municípios da
RMBH e Colar Metropolitano.
Cada município será responsável pela criação de tais órgãos, estabelecendo sua
estrutura e funções. O consórcio no âmbito das funções intermediadoras, promoverá a
padronização de critérios entre os diferentes municípios ao configurar esses
organismos, com o objetivo de que a qualidade do serviço seja o mais uniforme possível
em toda a RMBH e Colar Metropolitano.
Dentro da organização municipal habitual nos municípios brasileiros, existem várias
secretarias que, dentro de suas atribuições, fazem a gestão e/ou fiscalização dos
serviços relacionados aos resíduos sólidos devendo ser promovida uma articulação inter
e intrasetorial, envolvendo as secretarias municipais, tais como: Secretaria Municipal de
Serviços Urbanos, Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Secretaria Municipal de
Obras Públicas, e outras.
Pode ser considerada a criação de órgão transversal para as secretarias, para que seja
o interlocutor com o Consórcio.
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Figura 5 - Hierarquização da ação administrativa na gestão de RCCV na RMBH e CM
Fonte: Adaptado de CEDEPLAR, Relatório 1 do Macrozoneamento Metropolitano.
3.2 PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS
Do ponto de vista do Poder Público, os modelos de gestão de resíduos sólidos podem
ser feitos das seguintes maneiras (PPIAF, 2007):
3.2.1 Administração pública direta
Na execução direta, o Poder Público por si só realiza a prestação de serviços públicos,
desde que disponha de recursos materiais, humanos e técnicos. Não existe, portanto, a
contratação de particulares ou a criação de entidades de Administração Pública indireta,
para isso. Nada impede que o Poder Público crie um órgão ou departamento específico
para a execução desses serviços (PPIAF, 2007).
Este modelo é recomendado para pequenas comunidades, situadas em áreas remotas
sem conexão urbana, permitindo maior eficiência e menor custo para o município.
3.2.2 Administração pública indireta
Na execução indireta, o Poder Público delega o serviço para terceiros. Esta delegação
pode ser dada por lei a entidades da Administração Pública indireta ou mesmo por
contrato a particulares, permitindo a formalização de concessões, parcerias público-
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privadas, permissões ou terceirização dos serviços. No primeiro caso, se trata de uma
delegação legal e no segundo de uma delegação contratual.
A delegação legal pressupõe a transferência pelo poder público de serviços públicos a
entidades da Administração Pública indireta por lei. No caso da criação de uma nova
entidade jurídica para a prestação de serviços públicos, a titularidade dos serviços
também vem transferida a nova entidade (PPIAF, 2007).
Este modelo pode aumentar a eficiência em relação à administração direta e, em certa
medida impede a interferência política e as suas consequências a nível operacional.
3.2.3 Administração mista ou privada
Dentro das várias formas de contratação na Administração Pública, existem as
concessões ou delegações. Que podem ser exercidas por empresas de economia mista
ou empresas privadas.
Os contratos de serviços de manejo de RCCV poderiam prever contratos com empresas
prestaroras dos seguintes serviços:
1. A coleta de RCCV e/ou retirada de RCCV de espaços e vias públicas.
2. Transporte de RCCV
3. Transferência e Tratamento de RCCV.
4. Disposição final de RCCV.
5. Outros serviços relacionados com o manejo dos RCCV na jurisdição
municipal.
6. O agrupamento total ou parcial das anteriores.
No modelo de delegação à iniciativa privada, é importante a existência de uma entidade
reguladora independente para regular a entidade privada na execução do contrato
firmado entre as partes.
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3.3 REGIME ECONÔMICO
O funcionamento do Agrupamento pode ser feito por meio de contribuições dos
municípios que o compõe. Estas contribuições poderiam ser baseadas no número de
habitantes e na quantidade de resíduos gerados e tratados adequadamente.
No caso dos geradores de RCCV a cobrança é direta, os grandes geradores são
responsáveis diretos pelo custo de gestão de seus resíduos.
No caso de Pequenos geradores de RCCV, a cobrança é indireta. Os pequenos
geradores utilizam os meios que disponibiliza o município. Este serviço seria pago
através de impostos municipais, como por exemplo o IPTU (Imposto Predial e Territorial
Urbano).
Na determinação dos custos de gestão dos RCCV controladas pelos municípios, deve-
se incluir o custo real das operações de coleta, transporte e tratamento dos RCCV,
incluindo a fiscalização destas operações e manutenção pós-encerramento de aterros.
As autoridades competentes podem estabelecer medidas econômicas, financeiras e
fiscais para promover a prevenção na geração dos RCCV, implementar a segregação,
melhorar a gestão, promover e fortalecer os mercados de reciclagem e também para
que o setor de resíduos contribua para mitigar as emissões de gases de efeito estufa.
Com esta intenção é possível estabelecer taxas aplicáveis ao tratamento e eliminação
de RCCV.
A gestão dos resíduos pode ser submetida a aplicação de outros impostos e taxas
públicas, que têm de assegurar o apoio financeiro do projeto. O rendimento desses
impostos e taxas públicas teriam que ser aplicados a gestão do Plano de Gestão de
RCCV.
Se possível, propor através da legislação específica a criação de uma fundo patrimonial
que seja afetado ao financiamento da gestão dos RCCV. Se regulamentaria assim um
fundo econômico a fim de promover ações sociais, ambientais e econômicas que visem
diretamente a criação de infraestruturas, equipamentos e serviços para os cidadãos dos
municípios nos quais se estabeleçam instalações que realizem operações de tratamento
e disposição final de RCCV declaradas de serviço público e de propriedade da
Administração Pública e instalações para tratamento e disposição final de RCCV
incluídas no Plano de Gestão de RCCV, mesmo que sejam privadas.
Nestes casos, os municípios podem beneficiar-se de uma percentagem do orçamento
total da obra que tenha que ser feita para a implementação da instalação de tratamento
e disposição final de RCCV, e uma contribuição financeira anual de natureza variável,
determinada em função do sistema da instalação, do tipo dos resíduos e do número de
toneladas tratadas anualmente na instalação. Os municípios beneficiários do fundo
econômico participam nas funções de controle e vigilância da instalação
correspondente.
Este fundo seria desenvolvido por legislação específica, através da implementação de
um imposto ou taxa relativa à disposição final dos RCCV em Aterros classe A, tanto se
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fosse propriedade pública como privada. Além disso, poderia implementar-se uma taxa
para operações de tratamento de RCCV.
A legislação deve definir a forma de distribuição dos recursos para garantir o
financiamento das infraestruturas de gestão de RCCV, tanto da implementação de
novas infraestruturas como da melhoria das instalações existentes, motivada pelas
adaptações às regras, em conformidade com as disposições do Plano de Gestão de
RCCV.
O financiamento das infraestruturas previstas no Plano de Gestão de RCCV pode ser
equacionado, por exemplo, no âmbito de um contrato entre o Consórcio de Gestão de
RCCV e o Governo de Minas Gerais.
O Fundo de Gestão de RCCV se nutriria dos seguintes recursos:
a) As contribuições do orçamento do Governo de Minas Gerais.
b) As atribuições que correspondam ao Governo de Minas Gerais a partir da
imposição pelo governo de impostos sobre RCCV.
c) As receitas derivadas de taxas ou tarifas sobre a disposição final de RCCV
em Aterros classe A, e para as operações de incineração/coincineração dos
RCCV.
d) As subvenções e auxílios concedidos por outros organismos públicos.
e) O valor arrecadado das penalidades impostas pela Administrações Públicas,
como resultado da violação dos regulamentos sobre RCCV, após a dedução
dos gastos de gestão.
f) As doações, heranças, as contribuições e as ajudas que os particulares,
empresas ou instituições destinem especificamente ao Fundo.
g) Os remanescentes procedentes de economias na contratação, de
revogações ou renúncias, nos procedimentos de concessão de auxílios ou
subvenções aos municípios financiados pelo Fundo, incluindo os
provenientes dos sistemas estabelecidos para a gestão de RCCV
municipais, seja no mesmo exercício fiscal ou em exercícios anteriores.
h) As contribuições provenientes dos sistemas estabelecidos para a gestão
dos resíduos de embalagens dos RCCV, ou outros sistemas de gestão de
RCCV que se desenvolvam.
i) As atribuições específicas do Governo Federal.
j) Qualquer outra contribuição destinada a financiar as operações de gestão
de RCCV.
Os recursos não provenientes de taxas ou tarifas poderiam ser dedicados a qualquer
política em relação à gestão dos RCCV conforme seja decidido pelo Consórcio de
Gestão de RCCV.
3.4 DIRETRIZES E METAS DO SISTEMA DE GESTÃO DE RCCV
No sistema de Gestão de RCCV são de fundamental importância o planejamento,
estabelecimento de metas e objetivos, bem como o sistema de monitoramento e
controle, a fim de realizar os ajustes necessários quando for conveniente, tudo isso para
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alcançar uma exitosa gestão dos RCCV, que de acordo ao PNRS, como já mencionado,
é de responsabilidade do Poder Público, sendo indelegável.
As diretrizes e metas propostas para este Plano são dadas no documento "Proposta
técnica inicial para definição por parte do Governo Estadual das diretrizes, estratégias
e metas que subsidiarão os produtos do plano metropolitano". Estas foram propostas
no âmbito do comitê gestor que acompanha a elaboração do Plano e discutidas
internamente nos órgãos públicos estaduais participantes deste comitê. Ressalta-se que
as metas estabelecidas serão objetos de revisão, ainda neste Plano, no momento de
consolidação do Plano Metropolitano de Gestão Integrada de RCCV em função de
atualização do conhecimento da realidade da gestão e do gerenciamento de RCCV na
área de estudo.
Estes parâmetros envolvem tanto o campo da gestão, como o gerenciamento dos RCCV
na RMBH e CM.
Quadro 6 – Diretrizes e estratégias para alcançar os objetivos marcados na gestão dos RCCV.
Diretrizes para RCCV
Estratégias para RCCV
Diretriz 1:
Articular os diversos atores implicados na gestão e no
gerenciamento de RCCV
Estratégia 1 Identificar e mapear, de forma sistematizada, todos os atores sociais implicados na gestão e no gerenciamento dos RCCV, tanto públicos quanto privados.
Estratégia 2
Estabelecer instrumento legal que defina as responsabilidades, pela perspectiva metropolitana, por instituições envolvidas na gestão e o gerenciamento dos RCCV.
Estratégia 3 Fomentar e apoiar ações conjuntas com grupos de atores responsáveis pelo gerenciamento dos RCCV.
Diretriz 2:
Eliminar as áreas irregulares de
disposição final de RCCV (“bota-fora”) em toda RMBH e
Colar Metropolitano de Belo Horizonte
Estratégia 1
Estabelecer uma rede de monitoramento permanente, em parceria com os municípios, visando coibir o estabelecimento de novas áreas de “bota-fora” e eliminar áreas irregulares de disposição final de RCCV.
Estratégia 2
Identificar e fomentar ações e programas de apoio aos municípios para promover a erradicação de bota fora e outras instalações e formas precárias de disposição de RCCV.
Estratégia 3
Estimular a formulação de parcerias, com as respectivas contrapartidas dos municípios, para ampliação da capacidade de fiscalização e controle dos órgãos públicos envolvidos com a gestão de RCCV.
Estratégia 4 Apoiar avaliações técnicas com vistas à análise da possiblidade de regularização ambiental das áreas de disposição irregulares atualmente existentes.
Diretriz 3:
Priorizar a criação de soluções
metropolitanas de gerenciamento dos RCCV em toda a
Estratégia 1
Implementar ações de capacitação técnica de atores públicos, privados e da sociedade civil envolvidos com a gestão e o gerenciamento de RCCV, por meio de parcerias com entidades públicas e privadas.
Estratégia 2 Articular os agentes públicos para a elaboração de projetos visando a implantação, ampliação, recuperação
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Diretrizes para RCCV
Estratégias para RCCV
RMBH e Colar Metropolitano
das áreas de transbordo e triagem, de reciclagem e de reserva adequada de RCCV.
Estratégia 3
Articular os órgãos licenciadores municipais, visando a uniformizar e agilizar os procedimentos referentes ao processo de licenciamento de áreas de manejo de RCCV, com estabelecimento de critérios básicos pelo governo estadual.
Estratégia 4 Sensibilizar os atores para o potencial de valor dos RCCV, quando segregados e/ou tratados adequadamente.
Diretriz 4: Estruturação de banco de dados
referentes a gestão e gerenciamentos
dos RCCV
Estratégia 1
Elaborar pesquisa padrão para o levantamento e sistematização de dados quantitativos e qualitativos relacionados à gestão de RCCV na RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte.
Estratégia 2 Fortalecer as ações de organização das informações e manutenção do SINIR.
Diretriz 5: Incremento das atividades de reutilização e
reciclagem dos RCCV nos
empreendimentos públicos e privados na RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte
Estratégia 1
Fomentar a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico destinado à obtenção de tecnologias voltadas à reutilização e reciclagem de RCCV, e ampla divulgação de conhecimento nesta área.
Estratégia 2
Articular os órgãos licenciadores municipais, visando a uniformizar e agilizar os procedimentos referentes ao processo de licenciamento das unidades de reutilização e reciclagem de RCCV, com estabelecimento de critérios pelo governo estadual.
Estratégia 3 Implementar ações de capacitação e difusão tecnológica visando a incrementar as ações de reutilização e reciclagem de RCCV.
Estratégia 4 Promover a utilização de incentivos para o emprego de tecnologias de reutilização e reciclagem nos empreendimentos.
Estratégia 5
Criar mecanismos para priorização da reutilização e a reciclagem de RCCV nas compras, obras e empreendimentos públicos e privados estabelecendo o atendimento obrigatório de um percentual mínimo de utilização de materiais reciclados.
Estratégia 6 Buscar um acordo setorial específico para os resíduos da construção civil.
Diretriz 6: Fomento a medidas de redução da geração de
resíduos e rejeitos de construção civil
Estratégia 1 Fomentar a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico.
Estratégia 2
Induzir o setor da construção civil e o de infraestrutura a adotar práticas que melhorem o desempenho socioambiental desde o projeto até a construção, passando por seleção de materiais, bem como a minimização da geração, a segregação na fonte geradora, o reuso, a reciclagem, o tratamento e a
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Diretrizes para RCCV
Estratégias para RCCV
em empreendimentos na RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte
destinação final ambientalmente adequada dos resíduos de construção civil.
Estratégia 3
Propor instrumentos econômicos para incentivar a redução da geração de rejeitos, o reaproveitamento e a reciclagem dos resíduos da construção civil de forma a mitigar os impactos negativos e majorar os benefícios ambientais, sociais e econômicos.
Estratégia 4
Definir e apurar os indicadores de gestão e gerenciamento de RCCV em nível regional e estabelecer metas para a RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte.
Estratégia 5
Estimular a elaboração de legislações municipais que obriguem os grandes geradores a realizar a segregação, no canteiro ou em áreas específicas, dos resíduos gerados pela indústria da construção civil.
Estratégia 6 Estímulo/fiscalização relativo a logística reversa para os grandes geradores.
Fonte: Elaboração própria. Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2015
A PNRS estabelece seis metas para os RCCV:
Meta 1: Atualização de diagnóstico quantitativo e qualitativo da geração, coleta,
destinação e revisão do plano de gestão dos RCCV, a cada quatro anos, a partir
de 2018 – em consonância com a revisão do Plano Estadual de Resíduos
Sólidos (PERS);
Meta 2: Criação de ferramenta de sistema de informação on-line, visando o
monitoramento do gerenciamento do fluxo dos RCCV no território da RMBH e
Colar Metropolitano, bem como o monitoramento da operacionalização dos
Planos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, de
empreendimentos e atividades, e dos Planos Municipais de Gestão de Resíduos
da Construção Civil.
Meta 3: Induzir o estabelecimento de rede de empreendimentos públicos e/ou
privados, para o gerenciamento adequado dos RCCV na RMBH e Colar
Metropolitano.
Meta 4: Redução da geração de RCCV em obras públicas e empreendimentos
privados de médio e grande porte, no mínimo de 5% em 2020, e 10% em 2030.
Meta 5: Reutilização e reciclagem de RCC em todos os municípios, com o
mínimo de 20% de resíduos de Classe A reciclados em 2020, e 30% em 2030.
Meta 6: Publicação de Edital Induzido para pesquisa e desenvolvimento
tecnológico voltados ao aperfeiçoamento das etapas de gerenciamento dos
RCCV até 2017.
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As estratégias e metas estabelecidas, como se pode ver, são baseadas nos pilares:
informação, comunicação e formação entre as várias entidades e pessoas envolvidas
na gestão dos RCCV, utilizando mecanismos de ação complementares para um controle
efetivo.
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3.5 MANEJO DOS RCCV
Para a gestão adequada dos RCCV é essencial ter uma rede de serviços e
infraestruturas que garantam um bom desenvolvimento de todas as fases da gestão -
segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, tratamento e
disposição final adequada de RCCV, de acordo com as exigências da legislação vigente,
priorizando a minimização e redução do volume gerado.
3.5.1 Coleta dos RCCV
Em relação a coleta dos RCCV, devemos distinguir entre grandes e pequenos geradores
(a ser definida pelo município):
Pequenos geradores. responsáveis pelo uso adequado dos meios e
infraestruturas municipais colocados a sua disposição pelo município para a
coleta de pequenos volumes de RCCV.
Uma alternativa seria a implantação de uma PPP, por instalação, ou um conjunto
delas a ser definido por cada município. O contrato de PPP deverá incluir a
construção ou reforma, o transporte dos resíduos para os pontos limpos (de
recolha) e a exploração dos mesmos por um prazo determinado a definir no
contrato. Este serviço seria pago através de impostos municipais, como por
exemplo o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano).
Grandes geradores. São responsáveis pela segregação e gerenciamento do
seus RCCV. Toda gestão para obter a licença da obra, necessária entre os
requisitos para completar o Projeto de Gerenciamento Resíduos da Construção
Civil, que deve contemplar as seguintes etapas:
o Caracterização: nessa etapa o gerador deverá identificar e quantificar os
resíduos;
o Triagem: deverá ser realizada, preferencialmente, pelo gerador na
origem, ou ser realizada nas áreas de destinação licenciadas para essa
finalidade, respeitadas as classes de resíduos;
o Acondicionamento: o gerador deverá garantir o confinamento dos
resíduos após a geração até a etapa de transporte assegurando em
todos os casos em que possível, as condições de reutilização e da
reciclagem;
o Transporte: deverá estar de acordo com as normas técnicas vigentes
para o transporte de resíduos.
Assim, a coleta, transporte e disposição final adequada dos resíduos da
atividade de construção produzidos nas obras realizadas em estradas e espaços
públicos são da responsabilidade conjunta do contratante que a executa e do
titular da obra ou do proprietário do imóvel, se houver, e da transportadora
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contratada. Os grandes geradores devem assumir diretamente o custo da gestão
de seus resíduos.
3.5.2 Transporte dos RCCV
Em relação ao transporte dos RCCV, há que distinguir entre:
O transporte contratado pelos grandes geradores desde suas instalações até as
instalações de tratamento e disposição final.
O transporte feito a partir de pontos de coleta municipais para as instalações de
tratamento e disposição final.
O transporte deve ser realizado sempre por empresas autorizadas para o transporte de
RCCV, e deverá estar de acordo com as normas técnicas vigentes para o transporte de
resíduos.
As empresas de transporte de RCCV cobram uma taxa por seus serviços com base em
toneladas e quilômetros.
3.5.3 Transbordo e destinação final
A prestação de serviços de transbordo, reciclagem, tratamento e disposição final
ambientalmente adequada reservadas ao setor público, que estão sujeitos à aplicação
ou recebimento obrigatório pelas pessoas dirigidas, podem ser desenvolvidas por meio
da aplicação de taxas ou cobrança de valores correspondentes com o objetivo de
assegurar o autofinanciamento das instalações. Isso acontece porque o gerenciamento
do RCCV é responsabilidade do próprio gerador e, tal como apresentado no diagnostico,
o gerador privado detem grande parte do volume de geração, e, sendo assim, é ele o
responsavel pelo gerenciamento destes.
No caso do resíduo gerado pelo setor público, a gestão dos resíduos também pode ser
submetida à aplicação de outros impostos e taxas públicas. O desempenho desses
impostos e taxas públicas teria de ser aplicado a gestão do Plano de Gestão de RCCV.
Os gastos operacionais das infraestruturas de gestão de RCCV poderiam ser assumidos
pela autoridade local titular da instalação (município, associação de municípios,
gerencia de zona ou consórcio), e, da mesma forma, pode terceirizar essa operação.
Em resumo, o Poder Público poderia desenvolver essas atividades e cobrar taxas pelos
serviços prestados. Esses serviços também poderiam ser desenvolvidos por concessão
pública em infraestruturas públicas. Todavia, a alternativa mais comum seria a
prestação de serviços pela iniciativa privada, já que a grande parte dos RCCV são de
origem privada.
No caso de uma PPP, por exemplo, o contrato não precisa prever a prestação de todos
os serviços, desde a construção ou reforma e a exploração. O escopo do projeto deve
ser estudado com o nível de detalhe exclusivo que exige.
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Vale sempre a ressalva que as infraestruturas de tratamento e disposição final devem
estar devidamente licenciadas pela autoridade competente, cumprir com as normas
técnicas vigentes para o tratamento e disposição final de RCCV.
Com o objetivo de que a disposição final seja a única alternativa para os rejeitos - para
os quais não existe tratamento ou valorização alternativa - a gerência da instalação
que, pelo exposto pode ser publica, privada ou terceirizada, deve cobrar pela disposição
final de resíduos (os quais ainda possuem rotas de reciclagem, reutilização e
valorização) de forma a cobrir todos os gastos de atividade, incluindo gastos de projeto,
construção, funcionamento, encerramento e manutenção.
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4 POSSÍVEIS ESTRUTURAS DE FOMENTO POR PARTE DOS AGENTES PÚBLICOS
Na economia moderna, o Estado nem sempre dispõe de recursos financeiros suficientes
para investir em setores de serviços, que especifica a população em geral, por isso
assume cada vez mais um papel de facilitador e indutor com outros setores, geralmente
em âmbito privado. Sua função principal é identificar carências e necessidades e
implementar soluções. A partir daí, sempre que necessário, uma opção é a de
impulsionar o investimento nas áreas que necessitam por meio do setor privado, e de
uma série de mecanismos que garantam o retorno do investimento para a entidade
privada.
Nos países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, a escassez de recursos
financeiros é uma situação comum nos últimos anos. Em essência, o Brasil enfrenta o
mesmo desafio como muitos outros países, por isso a experiência internacional é
relevante.
Dentro da definição de Parcerias Público-Privadas (PPP) se encaixam muitos modelos
que se traduzem em várias fórmulas contratuais.
Contrato de concessão de obra pública.
Acordos de concessão de serviços.
Associação público-privada.
Private Finance Initiative (PFI).
Contratos de colaboração entre o setor público e o setor privado.
A PPP clássica (Contrato de concessão de obras públicas) inclui o financiamento,
desenho do projeto, construção e operação de infraestrutura pela concessionária.
Entre os setores mais adequados para estabelecer uma PPP em Minas Gerais, estarão
aqueles que não oferecem um rentabilidade econômica suficiente para uma concessão
tradicional. Alguns exemplos incluem: hospitais, usinas de tratamento de lixos, escolas,
saneamento básico etc. Em Minas Gerais os cinco projetos piloto utilizados para iniciar
este programa são variados: uma rodovia, saneamento básico, prisões, uma
universidade e um edifício administrativo para o governo.
É importante que os serviços a serem implementados tenham sustentabilidade
econômica e financeira a longo prazo e segurança jurídica. A adoção de modelos de
contratação em que existem investimentos, também por entidades privadas, é o mais
aconselhável em virtude do volume dos investimentos a serem realizados no período
inicial de implementação do Plano.
Considerando-se que possivelmente o custo demandado pelas soluções a serem
implementadas, pode ultrapassar o valor histórico destinado para tal, é necessário
determinar uma forma complementar para cobrir os custos do sistema de gestão. O
suplemento pode ser realizado por um sistema de reajuste ou aplicação da cobrança de
uma taxa ou tarifa de gestão dos RCCV aos geradores.
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Neste sentido, a Política Nacional de Saneamento Básico - PNSB e a Política Nacional
de Resíduos Sólidos, permitem a institucionalização de um imposto ou a cobrança de
uma taxa pela prestação de serviços de gestão de resíduos sólidos. Os artigos 29 e
seguintes da PNSB estabelecem os critérios para sua cobrança.
Para implementar a cobrança de uma nova tarifa aos contribuintes, o gestor municipal
deve prestar atenção para a sustentabilidade financeira a longo prazo1 dos serviços
prestados aos distintos ES da RMBH e CM.
É importante que os municípios conheçam a realidade local da gestão dos RCCV:
Como se financiam - custos e origem dos recursos.
Como se realiza o transporte, tratamento e disposição dos RCCV.
Uma sugestão é adaptar um espaço no site da prefeitura, para explicar em detalhes
como será realizada a cobrança da taxa ou tarifa, e como ela está vinculada com a
viabilidade da gestão adequada dos RCCV.
4.1 CONCESSÕES PÚBLICAS COM RETORNO ECONÔMICO A MÉDIO PRAZO
Dentro das várias formas de contratação na Administração Pública, especificamente na
área da saúde, existem as chamadas "concessões". Este modelo de contrato é
executado pela iniciativa privada que assume todos os custos e riscos do contrato (por
“conta e risco”) durante um determinado período de tempo. Deve-se levar em conta que
a infraestrutura, mesmo que construída pela iniciativa privada, é sempre de posse da
Administração ou seja, ao finalizar o período de concessão, a obra pública construída
retorna para as mãos da Administração Pública.
No caso da Europa, A Comissão Europeia estabelece que (BAEZA, 2008):
“A duração da concessão deve ser definida de modo que
não restrinja a livre concorrência além do necessário para
assegurar a amortização dos investimentos e um retorno
razoável dos investimentos, mantendo para a
concessionária o risco inerente à exploração”.
Portanto, a viabilidade econômica de uma concessão a médio prazo, seja no setor
público ou privado, consiste em alcançar o equilíbrio econômico-financeiro do
contrato/projeto, sendo este determinado por fatores como fluxo de caixa, Taxa Interna
de Retorno – TIR, Resultado Operacional Antes dos Impostos, Juros e Depreciação -
EBITDA, entre outros.
Neste sentido, os três componentes econômicos essenciais de qualquer empresa são:
o investimento, receitas e despesas, as quais são apresentadas ao longo da vida útil do
1 Por sustentabilidade financeira de longo prazo entende-se o conjunto de fatores que irão amparar a continuidade dos serviços públicos ao longo do tempo, o que envolve as formas de custeio, os investimentos em infraestrutura, equipamentos e de inovação tecnológica, além da aplicação de recursos na recuperação de passivos ambientais, como é o caso dos atuais lixões ABLP (2014).
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projeto. A distribuição financeira temporária desses componentes, é o que se denomina
fluxo de caixa, instrumento que permite, a qualquer momento, verificar se a TIR original
se mantém. Em termos matemáticos, a TIR é a taxa de juros que iguala o fluxo de
entradas com as saídas.
Portanto, podemos dizer que a manutenção da Taxa Interna de Retorno prevista
inicialmente, é uma garantia tanto para o governo como para o concessionário, de que
o projeto é economicamente viável. Para isso, se tomará como base em sua revisão os
parâmetros de transporte, custos de tratamento e disposição final, bem como outras
condições determinadas no acordo entre as partes.
Dentro da análise de concessões públicas com retorno econômico a médio prazo, há
um outro fator que deve ser considerado na análise do projeto (ATTC 1977), é a taxa de
atratividade (TA). Ao contrário da TIR este indicador é uma referência para o investidor
e podem ter valores diferentes, dependendo do perfil das fontes de financiamento. A
comparação entre a TIR e a TA é um dos fatores na tomada de decisões.
Se a TIR do projeto é maior do que a TA, então o projeto pode ser catalogado como
potencialmente viável para o investidor. A medida que a TA está fortemente influenciada
pela variação do mercado financeiro, análise de cenários e tendência são essenciais.
Por exemplo, em um projeto desenvolvido entre 1997 e 2007, a seguinte situação se
apresenta: a TIR de 1997 situou-se entre 18% e 20% e, em 2007, estava em 9%.
Pelo exposto anteriormente, em 1997 o projeto foi altamente atrativo com uma TIR de
20%, enquanto que em 2007, torna o projeto menos atraente para os investidores. Este
fato demonstra a variação da TA dos investidores. Uma variação muito alta mostra que,
para a análise de projetos de longo prazo, utilizar uma TIR imutável como única
referência é temerário e pode levar a conclusões precipitadas, uma vez que a TA
acompanha as variações no cenário econômico.
Além da TIR e da TA, existem outros indicadores a serem considerados na avaliação
da viabilidade de um projeto de concessão pública, tais como:
EBITDA: (resultado operacional antes dos impostos, juros e depreciação), que
mostra a capacidade do projeto gerar recursos.
A rentabilidade do capital próprio (lucro líquido do exercício sobre o patrimônio
líquido).
A rentabilidade sobre o capital realizado (lucro líquido do exercício sobre o
capital realizado).
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4.1.2 Outras alternativas para a sustentabilidade econômica
O regime de contrato de concessões de serviços públicos, é baseado em uma política
tarifária de preços vinculados à manutenção de um serviço adequado pelo provedor. O
serviço adequado é aquele que satisfaz entre outras condições, umas "taxas razoáveis"
e as condições de eficiência, de acordo com a lei de concessões.
Antítese do lucro arbitrário e excessivo, o proposta de equilíbrio econômico do projeto
através da proposta de uma taxa de gestão de RSS, que proporciona a cobertura dos
custos atuais e específicos do serviço, acrescido de uma margem ou taxa de retorno
razoavelmente suficientes para recuperar o capital investido a médio prazo.
Neste sentido, o princípio da alteração da taxa de gestão por motivos de rendimentos
procedentes da otimização da gestão (preservando a eficiência) deveriam ser
reencaminhados pelo consórcio para programas que ajudem a população ou se for o
caso de assistência social, em vez de usufruto de forma unilateral.
A este respeito, a Constituição Federal, em seu Artigo 175, determina as competências
de Lei ordinária na prescrição de regras de contrato de concessão administrativa.
“Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei,
diretamente ou sob regime de concessão ou permissão,
sempre através de licitação, a prestação de serviços
públicos.
Parágrafo único. A lei disporá sobre:
I – o regime das empresas concessionárias e
permissionárias de serviços públicos, o caráter especial
de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as
condições de caducidade, fiscalização e rescisão da
concessão ou permissão;
II – os direitos dos usuários;
III – política tarifária;
IV – a obrigação de manter serviço adequado.”
Nestes términos, a Lei nº 8.987/95 escolhida como o norte dos serviços públicos
concedidos e direitos dos usuários, dispõe:
“Art. 6o Toda concessão ou permissão pressupõe a
prestação de serviço adequado ao pleno atendimento dos
usuários, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas
pertinentes e no respectivo contrato.
§ 1o Serviço adequado é o que satisfaz as condições de
regularidade, continuidade, eficiência, segurança,
atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e
modicidade das tarifas.
(…)”
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4.2 COLABORAÇÃO PÚBLICO-PRIVADA
Uma das possibilidades para a gestão de atividades relacionadas à gestão de resíduos
sólidos é a implementação de Parcerias Público-Privadas. As PPPs se apresentam
como uma modalidade alternativa de colaboração entre o setor público e a iniciativa
privada, fundada especificamente na Lei das PPPs (PÉREZ, J.D., 2011).
A baixa taxa atual de reciclagem dos RCCV dificulta o investimento privado no domínio
da reciclagem. Com a parceria público-privada, a prioridade é conhecer a situação atual
da geração de materiais viáveis para serem reciclados e valorizados na região e analisar
conjuntamente a viabilidade técnica e econômica da instalação de plantas para RCCV
recuperáveis.
Os acordos ou convênios de colaboração assinados no âmbito de colaboração público-
privada se destinam a contribuir para a expansão das áreas em que as oportunidades
de crescimento são claras a nível municipal. Também prosseguir a modernização,
melhoria, eficiência e controle de custos por parte das empresas municipais, através do
desenvolvimento de ações e promoção de projetos específicos.
No âmbito da parceria público-privada, há um amplo leque de fórmulas, como já descrito
no Produto 03 (IDP-FR, 2014), entre essas diferentes fórmulas existe a denominada
"clássica", este projeto inclui o financiamento, desenho do projeto, construção e
operação de infraestrutura pela concessionária. Esta fórmula de PPP é conhecida
internacionalmente como DBFO (Design, Build, Finance and Operate).
Segundo MG (2013), dentro das dificuldades enfrentadas pela Unidade Central da PPP,
podem mencionar, o grande tempo demandado na construção dos documentos
necessários para a adjudicação de um projeto PPP, a falta de uniformidade nos
documentos de licitação elaborados pela UCPPP ao longo do tempo, bem como, a falta
de entendimento com as entidades privadas acerca dos elementos presentes nos
documentos de licitação.
Outro ponto crítico que nem sempre recebe atenção suficiente, é que a PPP deve ser
totalmente livre de qualquer problema legal potencial. Por exemplo, os impactos
ambientais devem ser avaliados, a posse de um terreno não pode estar sujeito a uma
disputa, etc. (MG, 2013).
No Brasil, a lei que estabelece as diretrizes para a contratação da Parceria Público-
Privada (PPP) é a Lei nº 11.079, de 30 de dezembro de 2004, que estabelece as normas
gerais para a licitação e contratação de PPP na área da administração pública.
Esta lei, no seu Artigo 2º refere-se sobre a modalidade do contrato administrativo de
concessão de PPP:
§ 1o Concessão patrocinada é a concessão de serviços
públicos ou de obras públicas de que trata a Lei no 8.987,
de 13 de fevereiro de 1995, quando envolver,
adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários
contraprestação pecuniária do parceiro público ao
parceiro privado.
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§ 2o Concessão administrativa é o contrato de prestação
de serviços de que a Administração Pública seja a usuária
direta ou indireta, ainda que envolva execução de obra ou
fornecimento e instalação de bens.
A Parceria Público-Privada é um contrato de prestação de obras ou serviços não inferior
a R$ 20 milhões, com uma duração mínima de cinco anos e não superior a 35 anos,
assinado entre a empresa privada e o governo federal, estadual ou municipal (Brasil,
2015). Difere da Lei de concessão comum, pela forma de remuneração, pois na
concessão comum o pagamento é feito com base nas taxas cobradas aos usuários dos
serviços. No caso das PPPs, o operador privado é remunerado exclusivamente pelo
governo numa combinação de taxas cobradas aos usuários dos serviços mais recursos
públicos.
4.2.1 Experiências similares
Hoje em dia, no Governo de Minas Gerais já existe uma PPP no domínio dos resíduos
sólidos urbanos, que começou como um Procedimento para Manifestação de Interesse
- PMI (MG, 2013), envolvendo os municípios, associações público civil e iniciativa
privada, para contribuir na estruturação do Plano Estadual de Parcerias Público-
Privadas, de implementação e operação dos serviços relativos ao tratamento de
resíduos sólidos urbanos (Metropolis, 2014).
Na sequência do estudo da PMI, foi aprovado o projeto de Parceria Público Privada para
a operação de serviços de transbordo, tratamento e disposição final dos RSU na RMBH
e Colar Metropolitano. Neste caso, a concorrência da gestão de resíduos dos municípios
e para iniciar o processo em junho de 2012 foi assinado um convênio de cooperação
entre 44 dos então 48 municípios da RMBH e CM. Assim, o Governo do Estado iniciou
a contratação de uma PPP para o estudo dos serviços de transbordo, tratamento e
disposição final dos RSU.
No contrato do programa, o município se compromete a pagar cerca de 20% da
contribuição dos recursos para o funcionamento da PPP, e os 80% restantes irão para
a conta do Estado.
Vale ressaltar que a fórmula para o cálculo para a remuneração do parceiro privado
(fórmula que é proposta no nosso caso de gestão de RCCV) é a quantidade em
toneladas de resíduos gerados no município que devem ser transportadas para as
estações de transbordo ou se for o caso na Central de Tratamento de Resíduos Sólidos
Urbanos. A gestão partilhada entre Governo, Municípios e setor privado irá permitir a
redução do custo de todo o processo e aumentar a eficiência de vários serviços, tais
como o aumento dos índices de reutilização e reciclagem, aproveitamento energético
etc.
Os municípios continuarão a ser responsáveis pela coleta domiciliar e deverão atender
a certos requisitos do Estado, como implementar a coleta seletiva e apoiar as
organizações de catadores de papelão e materiais recicláveis. A empresa parceira é
responsável por investimentos em unidades de transbordo, tratamento e disposição final
dos RSU.
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A PPP - uma concessão administrativa - foi assinada em 2014, e o ganhador da licitação
foi o Consórcio Metropolitano de Tratamento de Resíduos (CMTR), formado por 3
empresas. O valor total do contrato foi de R$ 2.441.177.411,49 para os 30 anos de
concessão. Quanto aos valores por tonelada a ser pago ao Consórcio pelo Estado serão
de R$ 79,13 para o Lote 1 e de R$ 72,13 para o Lote 2, sendo destes valores R$ 18,00
que se refere a Parcela Remuneratória Municipal.
A construção das estações de transbordo devem ocorrer no prazo de 12 meses a contar
da assinatura do contrato, e a construção da Central de Tratamento deverá ser
concluída dentro de um máximo de 48 meses, também depois da assinatura do contrato.
4.2.2 Outras considerações
De acordo com Brasil (2015), no contrato das PPPs devem constar algumas obrigações
como:
As penalidades aplicáveis ao governo e ao parceiro privado em caso de
incumprimento, proporcional à infracção cometida.
Formas de remuneração e atualização dos valores assumidos no contrato.
Critérios para a avaliação do desempenho do parceiro privado.
Apresentação pelo parceiro privado, de garantias suficientes para a realização
da obra e serviços.
Deve-se ter em conta, por sua vez, a possibilidade de um falso cumprimento do contrato
por parte da empresa adjucatária, ou seja, empresas que ganham a concessão a preços
baixos, mas, posteriormente, não são capazes de fazer o investimento ou oferecem uma
qualidade de serviço muito mais baixa que a esperada. Isto pode ser mitigado, através
da exigência de comprovação da capacidade financeira e qualificação técnica (Santos
Lopes, 2013).
Para o arranque dos estudos de modelagem de um projeto de PPP, o organismo ou
entidade de Administração Estatal interessado em realizar uma parceria, encaminhará
a Unidade Central de PPP uma proposta preliminar (MG, 2013):
I. Caracterização e definição do escopo do projeto: “o que se quer viabilizar?”
(descrição dos aspectos técnicos dos serviços, cronograma estimado de
implantação e área de interesse – saúde, transportes públicos, saneamento
básico, segurança, ciência, pesquisa e tecnologia, agronegócio, esporte, lazer,
turismo e outras áreas de interesse).
II. Descrição da forma atual de provisão do serviço que se deseja contratar (custos
e despesas gerados, investimentos já realizados, formas de contratação e
execução utilizadas etc.), se houver.
III. Demonstração da relação do projeto com as competências e atribuições do
órgão ou entidade proponente; e afinidade da proposta com projetos de interesse
público existentes ou a se desenvolverem no Estado de Minas Gerais.
Para dar início a tramitação dos projetos de PPP, o órgão ou entidade proponente
deverá buscar respostas para as seguintes questões:
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I. O órgão ou entidade proponente já possui uma Unidade Setorial constituída?
II. A que necessidades do Estado o projeto pensado procura atender?
III. O objeto do projeto encontra-se inserido no PPAG e no PMDI?
IV. A opção por contratação por meio da PPP representa possibilidade de obtenção
de vantagem econômica e operacional para o contratante, bem como a melhoria
da eficiência no emprego dos recursos públicos, relativamente a outras
possibilidades de execução direta ou indireta?
V. Qual o investimento estimado para a implantação do projeto?
VI. Qual a estimativa das despesas geradas, para o Poder Público, após a
implantação do projeto?
VII. Qual o referencial utilizado para essas estimativas?
VIII. Como está prevista a obtenção, pelo ente privado, de ganhos econômicos
suficientes (receita) para cobrir seus custos e investimentos?
IX. O projeto se enquadra no modelo de uma “concessão patrocinada” ou de uma
“concessão administrativa”?
X. O desempenho do ente privado poderá ser aferido objetivamente por meio de
indicadores de resultado?
XI. Caso a resposta da questão anterior seja sim, quais seriam possíveis
indicadores de resultado?
XII. Serão potencialmente demandadas, para o projeto, garantias contra o risco de
inadimplemento do parceiro público?
XIII. Mercado demonstra interesse no desenvolvimento e execução do projeto?
XIV. Quais seriam os principais riscos estimados para o projeto?
XV. Quais seriam as formas plausíveis para o gerenciamento e a mitigação desses
riscos?
XVI. Quais os resultados positivos para o Estado esperados com a implantação do
projeto?
XVII. Existem recursos disponíveis no órgão ou entidade proponente para a eventual
contratação de estudos de modelagem da proposta preliminar?
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4.3 FINANCIAR AS INFRAESTRUTURAS DE VALORIZAÇÃO POR MEIO DE
TAXA POR DISPOSIÇÃO EM ATERRO
A gestão dos resíduos sólidos é de competência municipal, cabendo ao município definir
sua própria regulamentação para coleta e destinação final.
Qualquer tecnologia usada no tratamento ou no destino final do RCCV requer
investimentos com altos custos operacionais. A escolha do tipo adequado de coleta,
tratamento ou destinação final de RCCV deve levar em conta os custos implícitos no
sistema adotado e as especificidades locais.
Segundo o IBGE (2002), pouco mais de 2% dos municípios brasileiros possuem uma
taxa específica para a manutenção dos serviços de coleta, tratamento e destino final do
lixo municipal. Geralmente, são os municípios que possuem mais de 100.000 habitantes
e pertencentes às regiões metropolitanas das capitais brasileiras, ou seja, municípios
que por pressão populacional, geram uma maior quantidade de resíduos e,
consequentemente, além de terem maiores custos operacionais, também possuem
maiores investimentos no setor.
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5 AÇÕES CONCRETAS A SEREM EXECUTADAS PELOS ÓRGÃOS PÚBLICOS
Assim como já explicado em produtos anteriores, a PNRS diferencia os termos gestão
e gerenciamento sendo que o primeiro está relacionado à definição de regras e à
tomada de decisões no âmbito administrativo envolvendo planejamento, supervisão,
fiscalização e monitoramento, assim como a rastreabilidade, a fim de delinear o
gerenciamento dos resíduos e manter o controle e a supervisão dos dados e
informações.
Ao poder público, nos diversos níveis da Federação, notadamente no nível local, devem
estar centralizadas as ações concretas de planejamento, previsão de metas e objetivos,
fiscalização e atendimento as normas ambientais vigentes.
As medidas que os organismos públicos da Região Metropolitana e Colar Metropolitano
de Belo Horizonte podem adotar no marco da Legislação em vigor podem apresentar
os seguintes objetivos:
a) Informar e aconselhar aos geradores no uso da tecnologia adequada para alcançar
a minimização progressiva dos RCCV e incentivar o tratamento em sua origem dos
mesmos.
b) Incentivar a recuperação dos RCCV para obter matérias-primas dos mesmos ou
energia ou para qualquer outro uso.
c) Evitar o abandono descontrolado dos RCCV e restaurar áreas degradadas por
descargas não controladas.
d) Prevenir as dificuldades da disposição ambientalmente correta dos RCCV.
e) Promover o desenvolvimento das infraestruturas físicas e de gestão necessárias,
quer seja diretamente, ou seja, através da cooperação com outras organizações
públicas ou privadas.
f) Incentivar e promover sistemas organizados de gestão de RCCV.
g) Qualquer outro que resulte da aplicação das regulamentações federais, estaduais e
municipais.
5.1 AÇÕES FISCALIZADORAS
A rastreabilidade está também para a etapa de fiscalização e monitoramento como um
instrumento que permite a sua execução com eficiência, assertividade e segurança
institucional. Ressalta-se, no entanto, que a rastreabilidade perpassa todas as etapas
da gestão – Planejamento, Supervisão, e Fiscalização e Monitoramento – pois é através
dela que os dados monitorados retroalimentam o sistema de gestão.
Dessa forma, a rastreabilidade pode ser considerada como instrumento essencial à
gestão de qualidade das etapas do gerenciamento e, por conseguinte, servir também a
todo o sistema de gestão. Os dados e informações adquiridos por meio da
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rastreabilidade podem ser utilizados para identificar a origem do problema – ou o infrator
- e, assim, permitir à Administração Pública agir pró-ativamente com agilidade sem
comprometer a execução adequada de outras etapas do gerenciamento.
O monitoramento é a possibilidade de encontrar e seguir uma série de dados resultantes
das diferentes etapas da gestão integral dos resíduos da construção e volumosos
(RCCV), desde o momento da sua geração (obra, indústria ou município), coleta,
armazenamento, transporte externo e tratamento ou disposição final. O correto
monitoramento permite garantir que o ciclo de gestão dos resíduos seja acompanhado,
minimizando os possíveis impactos negativos principalmente para o meio ambiente.
Para a rastreabilidade dos programas a serem incluídos no Plano para Gestão e
Gerenciamento do RCCV foram considerados alguns sistemas de monitoramento
apresentados e detalhados no documento de referência.
Sistema de documentação para o controle e monitoramento da gestão de
resíduos
O sistema de documentação para o controle e monitoramento da gestão dos resíduos
da construção civil e volumosos é composto por uma sequência adequada de ações
com seus respectivos documentos para preenchimento em cada fase, sendo
responsabilidade do gerador o início do sistema documental.
A título de exemplo, a Prefeitura de Belo Horizonte indica que antes do início de uma
obra deverá ser preenchido o documento denominado - Plano de Gerenciamento de
Resíduos da Construção Civil. Neste documento deverão ser indicadas as
características básicas da obra; materiais e componentes principais utilizados em cada
etapa, incluindo a geração estimada de RCCV por classe (A, B, C e D); iniciativas para
a minimização de resíduos; iniciativas para a reutilização dos resíduos na própria obra
ou em outras similares; iniciativas para o acondicionamento diferenciado e o transporte
adequado; identificação dos agentes envolvidos no transporte, tratamento e disposição
final dos RCCV gerados na obra.
A NBR 15.112 indica que para todos os resíduos do tipo RCCV transportados devem
existir um documento CTR (Controle de Transporte de Resíduos) e incluir no mínimo os
seguintes dados: Identificação do transportador; Identificação do gerador/origem;
endereços de retirada e de destino; volume e quantidades transportadas; características
do material transportado.
Vários modelos de documentos constantes dos levantamentos realizados poderão
contribuir para a definição dos documentos que irão compor essa etapa de controle e
monitoramento da gestão de resíduos.
Em sistemas mais avançados, além dos dados praticados em Belo Horizonte, são
também exigidas informações sobre as rotas.
Sistema informatizado para o controle e monitoramento do gerenciamento
dos resíduos
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Os sistemas de controle são conjuntos de ferramentas de alta eficiência na gestão
integral dos resíduos, e que a cada dia ganham sempre mais importância nos âmbitos
de gestão e produção (industrial, produção, etc.). São sistemas informatizados que se
caracterizam pelas tecnologias utilizadas.
Os estudos realizados sinalizaram duas tecnologias para o sistema informatizado,
avaliando suas operacionalidades, restrições e vantagens.
Tecnologia RFID (Radio-Frequency IDentification) - se refere àquelas tecnologias que
são capazes de identificar objetos mediante ondas de rádio. Esta tecnologia faz com
que seja possível realizar a auto identificação de um objeto que contém uma emissora
de rádio. No seu estado atual de desenvolvimento, as reduções dos custos e do seu
tamanho permitem que estas emissoras sejam suficientemente pequenas em formato
de etiquetas adesivas, podendo ser incorporadas quase a qualquer objeto. É devido a
estes micro emissores (etiquetas) que o produto pode ser localizado em uma distância
variável, desde alguns centímetros até muitos quilômetros.
Tecnologia de Código de Barras - Consiste em um código compreendido por uma série
de barras e espaços em branco definidos paralelamente. A sequência pode ser
interpretada de forma numérica ou alfanumérica, que deverá ser lida por um escâner
óptico laser e processada em computador.
É o sistema de identificação mais utilizado e preferido para identificar produtos.
O RFID e o código de barras são os dois sistemas informatizados de controle e
monitoramento do gerenciamento mais conhecidos no campo da gestão integral dos
resíduos.
No caso do RFID, a sua utilização está se popularizando gradualmente devido às
facilidades que representa para a logística (não é necessário realizar a leitura direta do
código, seguimento à distância etc.). Por outro lado, devido à qualidade dos seus
componentes, economicamente não consegue competir com o sistema de código de
barras, sendo este ainda o mais conhecido e implantado pela sua capacidade de
monitoramento e custo.
Sistema sig utilizado para o monitoramento do transporte
O Sistema GIS2, ou SIG como é conhecido no Brasil (Sistema de Informação
Geográfica), é uma ferramenta versátil que está sendo implantada há vários anos no
setor dos veículos de coleta e transporte. Esta ferramenta permite realizar o controle via
satélite de cada um dos veículos de coleta e transporte ao momento. Permite calcular
os tempos de percurso de cada um dos caminhões, minuto a minuto, permitindo detectar
qualquer incidência que possa surgir durante a rota (engarrafamentos, acidentes etc.) e
possibilitando, caso seja necessário, enviar outro veículo para continuar a rota do
veículo anterior. Antigamente, sem esse sistema era mais difícil realizar esse controle.
2Geographic Information System (GIS) – Sistema de Informação Geográfica.
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Além do controle da localização do veículo online, também permite monitorar dados tais
como, por exemplo, a velocidade do caminhão em zonas urbanas. No caso de que por
algum motivo a velocidade máxima permitida fosse ultrapassada, o sistema dispõe de
um alarme que avisa imediatamente à central, onde sempre deverá existir um
funcionário que avisará no mesmo instante via rádio ao motorista do veículo sobre a
incidência.
Este sistema permite elaborar de forma digital e instantânea relatórios de controle dos
roteiros que podem ser posteriormente consultados pelos interessados, bem como a
otimização dos mesmos.
Sistema de coletas online
O Sistema Eletrônico de Controle de Resíduos Volumosos e da Construção Civil,
denominado Coletas Online, é totalmente acessível pela Internet, possibilitando o
acesso e monitoramento das ações de todos os envolvidos no processo logístico,
abrangendo Pequenos e Grandes Geradores, Construtoras, Transportadoras, Pontos
de Entrega Voluntária e Destinos Finais. Com os dados gerados, o sistema Coletas
Online permite a gestão correta dos resíduos, oferecendo informações relevantes.
Além de uma avaliação passo-a-passo da aplicação do Sistema de Coletas online
consta do documento de referência informações da utilização desse sistema em cerca
de 12 municípios no estado de São Paulo, com uma população total de
aproximadamente 3,2 milhões de habitantes. O Sistema pertence às Prefeituras, ou
seja, todos os dados são de propriedade dessas Prefeituras e o Gestor pode
acompanhá-los (meio físico) em tempo real.
5.2 AÇÕES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
A educação ambiental e a capacitação contínua são a base para o desenvolvimento e
das ações de prevenção e fiscalização que devem ser desempenhadas em todas as
etapas do gerenciamento dos RCCV e para todos os níveis hierárquicos. O
conhecimento sobre todos os aspectos legais, normativos, peculiares aos RCCV, bem
como os riscos envolvidos na gestão e gerenciamento inadequados devem ser
abordados de forma constante nos cursos de capacitação e, principalmente, no
momento da inserção de novos agentes no negócio e na administração pública. Este
conhecimento é crucial não somente para a definição das ações de prevenção como
também para garantir uma excelência nas atividades previstas.
Em todas as fases desenvolvidas neste projeto foi constatada a existência de enorme
carência quanto aos conhecimentos e capacitação dos recursos humanos,
principalmente por parte dos gestores de RCCV, os quais, em muitos casos, não
conhecem ou não entendem os conceitos indicados na legislação de referência.
De forma bastante pragmática a primeira ação para implantação do Plano deve ser os
programas de treinamento específico para os diferentes agentes e atores que fazem
parte da gestão dos RCCV, que devem incluir programas de sensibilização e inserção
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dos atores envolvidos e treinamentos técnicos e operacionais para as diferentes etapas
da gestão e gerenciamento dos RCCV.
Programas de Comunicação deverão, obrigatoriamente, estar alinhados com as ações
de capacitação. As atividades de comunicação devem ter como objetivo informar,
sensibilizar e engajar as partes interessadas, de acordo com as diversas formas de
interação que cada grupo tem com a questão dos resíduos. Pelo fato de os geradores
de resíduos de construção civil poderem ser qualquer cidadão, as atividades de
comunicação devem incluir campanhas ao público em geral. Essas campanhas devem
ser planejadas de acordo com o público a ser alcançado, o território em que estão
inseridos e as soluções adotadas. Para sensibilizar o público em geral, podem ser
usadas campanhas de rádio e TV, anúncios e editoriais em jornais e web, sejam eles
pagos ou propagados pelo conteúdo jornalístico, uma vez que se trata de tema de
interesse público. Para públicos mais específicos, como empresários da cadeia de
gerenciamento de RCCV, construtores e operários, podem ser adotadas formas de
comunicação mais direta e detalhada, como elaboração e divulgação de cartilhas,
palestras explicativas, reuniões técnicas, visitas guiadas, entre outras. É fundamental
que essas ações sejam repetidas em intervalos de tempo definidos e que mantenham
canais de diálogo para que haja um envolvimento constante das partes interessadas.
5.3 AÇÕES DE INSERÇÃO DE AGENTES
Um programa de inserção dos agentes envolvidos com a gestão e gerenciamento dos
RCCV será desenvolvido em etapas com suporte de um efetivo sistema de
comunicação.
Na primeira etapa o Órgão Público fará uma listagem de identificação de todos os
agentes envolvidos na cadeia de gestão e gerenciamento destes resíduos, chegando
ao detalhe de todas as categorias. A partir desta listagem de identificação será gerada
uma planilha caracterizando as responsabilidades e atribuições desempenhadas por
esses agentes. O sistema de comunicação fará uma ampla divulgação dessa planilha
estudando a melhor estratégia para que todos acessem essas informações.
A segunda etapa deverá ser desenvolvida com foco num sistema participativo onde os
agentes irão ser consultados, possivelmente em um procedimento amostral, sobre a
realidade e viabilidade das responsabilidades e atribuições identificadas para sua
categoria. Avaliará ainda as lacunas de conhecimento ou formação que podem ocorrer
no cumprimento dessas responsabilidades e atribuições.
A partir dessa etapa será construído o programa de capacitação e formação específicas
para a inserção dos agentes da gestão e gerenciamento dos RCCV, compondo o
programa de educação ambiental do sistema, inclusive com as ações que serão
realizadas pelos agentes privados.
O Programa como um todo terá metas específicas que serão acompanhadas por
indicadores operacionais (em relação às etapas do Programa), bem como por
indicadores de alcance do nível de absorção dos conceitos.
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5.4 AÇÕES DE PREVENÇÃO
A prevenção dos resíduos é fundamental para a proteção do ambiente. Prevenir a
produção de resíduos, reduzir seu grau de perigo ou minimizar os impactos de resíduos
gerados tomando decisões na concepção e fabricação dos produtos, é a maneira mais
eficiente de evitar danos ao meio ambiente causados pela geração e a gestão de
resíduos – “o melhor resíduo é o que não é gerado”.
Além do mais a prevenção tem consequências econômicas tanto para os produtores e
fornecedores de bens e serviços aos consumidores e usuários. Neste sentido, é
fundamental o papel das Administrações Públicas, tanto no desempenho das suas
funções de proteção ambiental, bem como o papel de impulsionar uma economia mais
eficiente, próspera e socialmente inclusiva.
Para as administrações, a prevenção é uma magnífica oportunidade para integrar as
políticas de diferentes âmbitos (industrial, de pesquisa, desenvolvimento e inovação, de
consumo, gestão de resíduos e educação, principalmente) e permite rentabilizar os
investimentos públicos que neste assunto tem sido feitos nas últimas décadas.
Há múltiplas atividades de prevenção que vão desde o desenho de produtos para que
sejam facilmente reparados e não contenham substâncias nocivas, até aqueles que
asseguram a disponibilidade de serviços adequados para a reparação e reutilização de
bens duráveis, prolongando sua vida útil. Algumas medidas podem ser postas em
prática mais facilmente do que outras, no entanto, podem exigir mudanças nos hábitos
de consumo ou no desenho dos processos produtivos.
Aqui estão alguns exemplos de ações para prevenir a geração de RCCV:
1. DEFINIR UMA CAUÇÃO PRÉVIA À CONCESSÃO DA LICENÇA DE OBRA
Junto a autorização de licença de obras, e incorporado ao projeto técnico das mesmas,
um Plano de Gestão de Resíduos de Construção e Demolição que deverá conter, entre
outras informações, a avaliação do custo estimado da gestão adequada dos resíduos
construção e demolição, custo que fará parte do Orçamento do projeto em um capítulo
à parte. Com caráter prévio à concessão da licença de obras, os Serviços Técnicos
Municipais irão determinar o montante da caução que o requerente deverá depositar e,
em qualquer caso, será proporcional à quantidade de resíduos que se estima serem
gerados.
Não será concedida a licença de obras em que o solicitante não credite perante a
Prefeitura o depósito da caução ou outra garantia financeira equivalente que
corresponda a gestão adequada dos resíduos de construção e demolição que serão
produzidos na obra.
O montante do valor da caução ou garantia equivalente, será calculado em função do
tipo e volume de resíduos produzidos, de modo que o seu montante permita assegurar
uma gestão adequada dos mesmos.
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Devolução da caução: Após a prova documental, pelo licenciado, da gestão adequada
dos resíduos gerados na obra, a Prefeitura irá proceder à devolução do depósito. Para
este fim, as instalações que recebem os resíduos de construção e demolição emitirão o
documento correspondente que comprove o montante recebido. Em caso de não
comprovar uma gestão adequada dos resíduos, a Prefeitura poderá executar, a título
subsidiário, e sob a caução depositada, as ações necessárias para a gestão adequada
dos mesmos.
Figura 6 - Fiança gerenciamento resíduos em obra
Fonte: http://rcdcaucion.es/
2. ELABORAÇÃO DE REGULAMENTOS MUNICIPAIS COM
ESTABELECIMENTO DE FIANÇAS GERAIS
Em primeiro lugar, é necessário garantir que todas as autoridades locais disponham de
um decreto que regulamente o gerenciamento do RCCV.
Os municípios devem passar por um decreto que regulamenta a prevenção, produção,
posse, transporte, gestão e destino dos resíduos de construção e demolição no seu
âmbito territorial de atuação.
Com o decreto aprovado é necessário garantir que os governos locais implementem, no
momento da concessão de licenças de obras, as fianças que devem garantir a gestão
adequada dos resíduos gerados.
O depósito da fiança é essencial para o bom funcionamento do sistema de gestão, pois
é a garantia de que a gestão de resíduos foi correta.
Disciplinar as atividades de geradores, transportadores e receptores de resíduos,
exigindo especialmente os Planos de Gerenciamento quando cabíveis, além de
estabelecer cadastro atrelado ao sistema municipal de informações.
PREFEITURAOBRA
FIANÇA
LICENÇA DE OBRA
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3. MEDIDAS DE PREVENÇÃO DA GERAÇÃO DE RCC NOS PROCEDIMENTOS
DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL DOS PLANOS DAS OBRAS
As autoridades responsáveis pelo meio ambiente devem incentivar que os
procedimentos de avaliação ambiental de planos de obras se integrem para evitar a
geração de RCC, bem como no processo de avaliação ambiental de obras sejam feitos
corretamente em consideração aos impactos ambientais da construção e demolição
gerados durante as fases de construção e exploração.
4. PROMOVER A EXIGÊNCIA DE DETERMINADAS PORCENTAGENS NA
RECUPERAÇÃO DE FRAÇÕES NAS OPERAÇÕES DE DEMOLIÇÃO
As administrações públicas podem exigir determinadas percentagens de recuperação
das frações recicláveis em licitações públicas que envolvam operações de demolição.
Da mesma forma, os governos podem incentivar o estabelecimento de determinadas
percentagens de recuperação para as frações mais recicláveis, por exemplo através de
descontos nas fianças a estabelecer nas obras.
5. ELABORAÇÃO DE UM SISTEMA DE IMPOSTOS, TAXAS OU PREÇOS QUE
DESENCORAJA A DISPOSIÇÃO EM ATERRO CLASSE A
A medida que novas alternativas ao Aterro classe A sejam implantadas (plantas de
agregados, de reciclagem, de CDR) o preço de disposição em aterros poderia ser
aumentado.
6. CRIAÇÃO DE UMA REDE DE PONTOS LIMPOS DE INICIATIVA MUNICIPAL
AMPLA EM TODA RMBH E COLAR METROPOLITANO
A criação de uma rede de pontos limpos – a qual para fins desse Plano pode ser
composta por diversas infraestruturas tais como Unidades de Recebimento de
Pequenos Volumes (URPV) , Pontos de Entrega Voluntaria (PEV) ou Ecopontos - de
coleta instalados pela administração municipal permitindo a coleta dos RCCV de origem
doméstica. Nestas instalações poderiam ser realizados o registro de dados, essenciais
para o acompanhamento do Plano de Gestão de RCCV.
7. CRIAÇÃO DE UM CADASTRO DETALHADO DE EMPRESAS DE CAÇAMBAS
E CONGÊNERES
Instituição de cadastro detalhado, com procedimento de atualização para empresas de
caçambas e congêneres.
As empresas de caçambas e congêneres cadastradas devem estar autorizadas para o
transporte de RCCV que deverá estar de acordo com as normas técnicas vigentes para
o transporte de resíduos.
Promover, no cadastro, a compatibilização entre as informações das empresas de
caçambas (Ceritficado de Transporte de Resíduos-CTR) com os planos de
gerenciamento exigidos para os grandes geradores da construção civil.
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8. DESENHO DE UM PROGRAMA DE ENCERRAMENTO E RECUPERAÇÃO DE
BOTA-FORAS IRREGULARES
A administrações públicas devem levantar e registrar os locais de disposição irregular
de RCCV.
Do resultado de uma avaliação dos danos ambientais e dos riscos aos cidadãos, devem
ser hierarquizadas ações a serem realizadas para o programa de encerramento e
recuperação destas áreas.
9. REALIZAÇÃO DE CAMPANHAS ANUAIS DE LIMPEZA DE BOTA-FORA
IRREGULAR
As Administrações Públicas devem realizar campanhas de limpezas anuais de locais de
disposição inadequada nos municípios da RMBH e Colar Metropolitano.
Figura 7 - Ação emergencial para a retirada do lixo e entulho que estava acumulado na Vila do Abraão.
Fonte: Foto: Joseph Arena, Angra.rj.gov.br
10. AÇÃO EXEMPLAR DA ADMINISTRAÇÃO
Promover a inclusão, por parte da Administração Pública em todas as licitações e/ou
contratos, de práticas de minimização de resíduos de construção e demolição em obras
de edifícios ou infraestruturas públicas.
As Administrações Públicas devem utilizar, sempre que possível, produtos elaborados
total ou parcialmente com materiais reciclados como pavimentos, telhas e incluso
mobiliário urbano.
11. PRINCIPAIS PRODUTOS DE RECICLAGEM NO SETOR DA CONSTRUÇÃO
As Administrações Públicas devem incentivar a produção, comercialização e utilização
de produtos cujo ciclo de vida permita recuperá-los ou reutilizá-los como subprodutos
ou matérias-primas.
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12. REDUÇÃO DE ENVASES E EMBALAGENS NO SETOR DA CONSTRUÇÃO
As Administrações Públicas devem promover a implementação de medidas destinadas
a reduzir os envases e embalagens de materiais da construção e a promoção de
sistemas de gestão integrada de embalagens.
13. DESENVOLVIMENTO DE FERRAMENTAS DE INFORMAÇÃO EFICAZES
As Administrações Públicas devem desenvolver ferramentas de informação eficazes
(em especial para consulta via Internet) sobre a oferta e a demanda de produtos de
construção e de RCC reutilizáveis.
14. MELHORES PRÁTICAS DE CONSTRUÇÃO
As Administrações Públicas devem incentivar a adoção, pelas empresas de construção,
de boas práticas no desenvolvimento de atividade geradora de resíduos deste tipo para
um aumento progressivo das práticas de separação na origem e de registo e
comunicação das ações executadas.
15. MELHORES PRÁTICAS DE DEMOLIÇÃO
As Administrações Públicas devem incentivar a adoção, pelas empresas de construção, das melhores práticas na demolição (demolição seletiva). Podem ser criados procedimentos sobre as Demolições no Município, com elaboração de inventário do material dessas demolições: controle de geração, transporte e destinação.
16. TECNOLOGIAS LIMPAS
As Administrações Públicas devem promover a utilização de tecnologias mais limpas
tanto nas equipes como nos processos e produtos, em especial, a substituição de
materiais em edifícios novos por outros que ao longo da vida geram menos resíduos, e
promover sua reutilização, reciclagem e valorização.
17. COMERCIALIZAÇÃO DE TODOS OS AGREGADOS RECICLADOS
As Administrações Públicas procurarão estabelecer nas suas atuações os instrumentos
mais adequados para promover o uso de subprodutos de recuperação. Definindo a
implementação de padrões para a utilização de agregados reciclados nas obras com
vista à substituição progressiva, principalmente, nas de engenharia civil, de parte dos
agregados naturais por reciclados.
18. AUXÍLIOS OU SUBVENÇÕES PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
O estabelecimento de auxílios ou subvenções às pequenas e médias empresas para o
investimento em equipamentos (por ex., contêineres) que permite a coleta seletiva de
resíduos de construção e demolição.
19. BENEFÍCIOS FISCAIS DA REUTILIZAÇÃO E RECICLAGEM
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As Administrações Públicas podem fornecer subsídios ou incentivos fiscais para as
empresas que reutilizem ou reciclem, com o objetivo de que tenham a possibilidade de
redução fiscal em percentagem a determinar pelo conceito da atividade que
desenvolvem e do benefício que aportam ao cuidado do meio ambiente.
Por outro lado, a municipalidade pode conceder bônus aos cidadãos pelo uso dos
pontos limpos, por exemplo com uma redução na taxa de coleta de resíduos municipais.
Em vários municípios espanhóis aplica-se uma bonificação sobre o uso do ponto limpo
(é necessário um volume e/ou quantidade mínima de resíduos entregues em um
ano). O registro é feito através de um cartão gratuito de usuário.
- De 4 a 6 utilizações. Bonificação de 10% da taxa
- De 7 a 12 utilizações. Bonificação de 15% da taxa
- Mais de 12 utilizações. Bonificação de 20% da taxa
Figura 8 - Cartões do usuário ponto limpo
Fonte: http://www.deixalleries.com/organitzacio.php#parts e beterainformacio.es
20. CRIAÇÃO DE PRÊMIOS PARA A GESTÃO DE RCCV
Criação e concessão de prêmios públicos (municipais, estaduais) para as melhores
práticas de gestão empresarial, como minimização e reciclagem.
21. PROMOÇÃO DOS SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL
As Administrações Públicas devem incentivar empreiteiros à implementação de
sistemas de gestão ambiental devidamente certificados (de acordo com a ISO 14001 ou
semelhantes) incorporando estas certificações em procedimentos licitatórios de forma a
valorizar e conferir uma pontuação maior às empresas que apresentarem estes
documentos.
22. DESENVOLVIMENTO DE MANUAIS DE PRÁTICAS SOBRE A PREVENÇÃO
DE RCC NAS OBRAS
As Administrações Públicas devem incentivar o desenvolvimento de manuais de
práticas sobre prevenção de RCC nas obras, informando e formando os grandes
geradores nas melhores práticas de gestão de RCC com o objetivo de melhorar a sua
separação na obra, o seu aproveitamento em plantas de reciclagem e de facilitar a sua
disposição ambientalmente adequada.
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23. FORMAÇÃO E INFORMAÇÃO AO PÚBLICO
Informação e formação ao público sobre melhores práticas de gestão de resíduos
volumosos inertes (móveis, etc.), a fim de evitar a eliminação não controlada em aterros
e facilitar a sua eliminação controlada, ou seu aproveitamento em plantas de reciclagem
(de acordo com o Programa de formação, sensibilização e educação cidadã).
24. PROMOÇÃO DA RESPONSABILIDADE COMPARTILHADA DOS RESÍDUOS
VOLUMOSOS
Promover a discussão da responsabilidade compartilhada com fabricantes e comerciantes de móveis e com a população consumidora
5.5 AÇÕES DE VALORIZAÇÃO E DISPOSIÇÃO CONTROLADA
1. CONSTITUIR OU AMPLIAR AS EQUIPES TÉCNICAS PARA A GESTÃO DOS
PROCESSOS DE VALORIZAÇÃO E DISPOSIÇÃO CONTROLADA
As administrações públicas devem dispor de equipamentos técnicos com a habilitação
necessária para a tarefa.
2. AVALIAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL PARA
REABILITAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS.
A utilização de Resíduos da Construção Civil para reabilitação de áreas degradadas
deve ser avaliada sob a ótica do licenciamento ambiental principalmente no que se
refere a possibilidade de contaminação de águas subterrâneas.
3. UTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL COMO ELEMENTO DE
COBERTURA
A utilização de Resíduos da Construção Civil como elemento de cobertura dos resíduos
em Aterros Sanitários permite economizar custos e recursos naturais (argila, brita e
areia).
5.6 AÇÕES DE PESQUISA, DESENVOLVIMENTO E INOVAÇÃO
1. CONSTITUIR OU AMPLIAR AS EQUIPES TÉCNICAS PARA A GESTÃO DOS
PROCESSOS DE PESQUISA, DESENVOLVIMENTO E INOVAÇÃO
As administrações públicas devem dispor de equipamentos técnicos com a habilitação
necessária para a tarefa.
2. LEVANTAMENTO DE ÁREAS DEGRADADAS E/OU CAVAS ABANDONADAS
NA RMBH E COLAR METROPOLITANO.
As Administrações Públicas devem criar uma base de dados de áreas degradadas e de
cavas abandonadas, com uma avaliação preliminar da sua possível utilização como
Aterro classe A.
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3. ACORDOS DE COLABORAÇÃO, E PROJETO PILOTO DE PESQUISA, DESENVOLVIMENTO E INOVAÇÃO
As Administrações Públicas devem promover acordos de colaboração com outras Administrações, empresas privadas e universidades, colaborando em projetos-piloto, atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação, como por exemplo:
- Estudo do aproveitamento de resíduos de cerâmica provenientes dos RCCV
como matéria-prima alternativa em coprocessamento.
- Estudo de materiais substitutivos na construção, de menor impacto ou melhor
reciclagem.
- Criação de bolsas de estudo para estudantes em projetos de pesquisa,
desenvolvimento e inovação.
5.7 AÇÕES DE MONITORAMENTO
1. REALIZAÇÃO DE CAMPANHAS DE INSPEÇÃO E INFORMAÇÃO PARA
OBRAS
O corpo tecnico da Administração Pública competente poderia realizar campanhas de
inspeção e de informação nas obras, explicando o Plano de Gerenciamento de RCCV,
os requisitos legais aplicáveis, os benefícios da segregação dos RCCV no canteiro de
obra etc.
2. REALIZAÇÃO DE CAMPANHAS DE INSPEÇÃO DE INSTALAÇÕES DE
GESTÃO DE RCD
O corpo técnico da Administração Pública competente poderia realizar campanhas de
inspeção das instalações de gestão de RCD explicando o Plano de Gerenciamento de
RCCV, os requisitos legais aplicáveis, os benefícios da reciclagem dos RCCV etc.
3. INCREMENTO DOS SISTEMAS DE PREVENÇÃO, VIGILÂNCIA E CONTROLE
DE BOTA- FORAS IRREGULARES.
Os profissionais da Administração Pública poderiam realizar campanhas de inspeção
de pontos de despejos não controlados de RCCV registrando o inventário dos pontos,
volumes, tipos etc. Avaliando os possíveis efeitos ao ambiente e perigo para as pessoas
da área, e iniciando assim o processo de priorização de ações a serem realizadas.
4. MODERNIZAR OS INSTRUMENTOS DE CONTROLE E FISCALIZAÇÃO
A modernização dos instrumentos de controle e de inspeção podem ser feitos pela
adição de tecnologia de Informação (construção de bancos de dados informatizados),
rastreamento eletrônico de veículos, fiscalização pela análise imagens aéreas,
implementação de um sistema RFID, como foi detalhado no PRODUTO 05.
5. AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DAS AÇÕES A SEREM DESENVOLVIDAS
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Uma das estratégias mais importantes a considerar, para o correto acompanhamento
das várias tarefas atribuídas ao Plano, é o monitoramento e a avaliação de desempenho
de cada uma das ações a serem desenvolvidas, o que permite orientar a tomada de
decisão e que estas ações sejam implementadas e continuamente revalidadas. Isto
promoverá uma maior responsabilidade de gestão por parte dos diferentes agentes
envolvidos, bem como a transparência e a qualidade da mesma.
As ações de Monitoramento tem um papel de destaque nas atividades relacionadas ao
processo de gestão, que visam fomentar a gestão da informação para a tomada de
decisão.
Para realizar o monitoramento periódico, foi proposto um modelo utilizando duas
matrizes. A primeira permite monitorar o desempenho estadual de forma global (nível
central), e a segunda, permite verificar o desempenho a partir de suas unidades
constituintes - municípios (nível local). Cada matriz foi elaborada com a seguinte
estrutura:
Componente: atributo utilizado para medir a gestão realizada.
Indicadores: avaliação do fator quantitativo e qualitativo utilizado para
representar o critério relacionado.
Objetivo: conseguir; manter; melhorar.
Fonte de informação: lugar onde os dados são coletados.
Forma de cálculo: descrição do método utilizado.
Padrão/Meta: valor de referência para cada indicador.
No processo de seleção dos indicadores se utilizou o conceito "traçador", proposto por
Kessner (1973) e adaptado para os objetivos do presente documento. Além disso, foram
selecionados os indicadores com o objetivo de estabelecer um método simples, rápido
e útil para facilitar a comunicação entre os diferentes atores envolvidos na tomada de
decisão, conforme indicado por TAMAKI (2012).
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Quadro 7 – Matriz de monitoramento do desempenho de gestão no âmbito do Consórcio – Nível central.
Indicador Objetivo Fonte de
Informação Forma de Cálculo
Padrão/Meta
Componente: Gestão Financeira
Subcomponente: Execução financeira
% de recursos executados destinados ao Plano.
Identificar a capacidade de execução orçamental dos recursos de vigilância
Setor de finanças da Secretaria Executiva do Consórcio de Gestão de RCCV
Recursos executados (em R$) até o trimestre avaliado/total de recursos (em R$) no ano corrente x 100
> 80% anual
Componente: Fortalecimento da capacidade institucional
Subcomponente: Gestão dos profissionais
% de gerentes e coordenadores com especialização em suas áreas de atuação.
Verificar a qualificação dos gestores
Direção do Consórcio de Gestão de RCCV
Nº de gestores e coordenadores com especialização em suas áreas de atuação/total de gerentes e coordenadores x 100
> 70%
Componente: Articulação
Subcomponente: Articulação entre os agentes envolvidos no processo
Número de reuniões entre os agentes envolvidos no processo
Verificar a continuidade dos processos de integração e articulação internas
Ata das reuniões Número absoluto 3 no trimestre
Subcomponente: Articulação entre a Entidade superior e o Estabelecimento de Saúde
% de Infraestruturas de RCCV com grupo técnico de seguimento do PGRCCV em funcionamento
Estabelecer as estratégias de ação conjuntas
Entidade superior e ações estratégicas da Infraestrutura
Número de Infraestruturas de RCCV com comitê de seguimento do PGRCCV
> 50% primeiro semestre
Componente: Informação e Comunicação
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Indicador Objetivo Fonte de
Informação Forma de Cálculo
Padrão/Meta
Subcomponente: Divulgação
Número de boletins (ou similar) produzidos e enviados para as Infraestruturas de RCCV, municípios, sociedade civil ou empresas
Verificar a qualidade da informação
Entidade superior Nº absoluto > 4 anual
Fonte: Elaboração própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2015.
Todo o Sistema de gestão integrada de RCCV (Secretário, Diretores, Gerentes e
Coordenadores do Consórcio e profissionais designados pelos municípios) devem
participar, com o objetivo de:
i. Identificar as estratégias de intervenção mais adequadas.
ii. Avaliar as estratégias marcadas.
iii. Transmitir as informações.
Destaca-se a importância do papel nesta fase por parte do diretor da entidade
responsável, como um facilitador para mobilizar profissionais e incentivar discussões de
forma democrática e participativa entre as diferentes entidades envolvidas.
Quadro 8 – Matriz de monitoramento do desempenho da gestão no âmbito municipal – Nível Local
Indicador Objetivo Fonte de
Informação Forma de Cálculo Padrão/Meta
Componente: Gestão Financeira
Subcomponente: Execução financeira
% de investimento dos recursos destinados para a vigilância e promoção do Plano.
Identificar a capacidade de execução orçamental dos recursos de vigilância pelas Secretarias Municipais implicadas
Setor de finanças das Secretarias Municipais implicadas
Recursos executados (em R$) até o trimestre avaliado/total de recursos (em R$) no ano corrente x 100
> 80% anual
Componente: Fortalecimento da capacidade institucional
Subcomponente: Gestão dos profissionais
% de municípios que tenham um gestor de vigilância especializado
Verificar a qualificação dos gestores de vigilância no âmbito municipal
Consórcio
Nº de gestores de vigilância em RCCV com especialização/total de municípios x 100
> 60%
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Indicador Objetivo Fonte de
Informação Forma de Cálculo Padrão/Meta
Componente: Articulação
Subcomponente: Articulação entre os agentes envolvidos no processo
Número de reuniões entre os agentes envolvidos no processo
Incentivar o processo de diálogo e de extrapolação de experiências particulares
Ata das reuniões Número absoluto 1 no trimestre
Subcomponente: Articulação entre a Entidade superior e Municípios
% de municípios > 50 mil habitantes com grupo técnico - GT
Fortalecer estratégias de ação conjuntas
Consórcio
Número de municípios > 50 mil habitantes com GT em funcionamento / total de municípios > 50 mil hab. X 100
100%
Componente: Informação e Comunicação
Subcomponente: Divulgação
% de municípios com cobertura de informação sobre o PGRSS > 90%
Verificar a qualidade da informação
Consórcio
Nº de municípios com cobertura > 90% / total de municípios x 100
> 90% primeiro ano 100 % a partir do segundo ano
Componente: Meio Ambiente
Subcomponente: Vigilância ambiental
% de infraestruturas de coleta e transbordo de RCCV que realizam Controle ambiental
Monitorar a qualidade dos despejos, a gestão de resíduos, e o ruído
Relatórios de controle Consórcio
Nº de infraestruturas de coleta e transbordo de RCCV que realizam o controle/total
> 80%
Controle ambiental de infraestruturas de tratamento e reciclagem de RCCV de forma periódica
Monitorar a qualidade dos despejos, a gestão de resíduos, o ruído e as emissões à atmosfera
Consórcio/FEAM Número absoluto 100%
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Indicador Objetivo Fonte de
Informação Forma de Cálculo Padrão/Meta
Controle ambiental de Aterros Classe A de RCCV de forma periódica
Monitorar a qualidade dos despejos, a gestão de resíduos, as águas subterrâneas, o ruído e as emissões à atmosfera
Consórcio/FEAM Número absoluto 100%
Fonte: Elaboração própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2015.
Além das ações de monitoramento, é necessário, considerar ferramentas como
indicadores de desempenho de âmbito local e específico, tal como descritos nos
Quadros 42, 43 e 44 do Produto 05 (IDP-FR, 2015).
Além disso, as bases para a utilização de diferentes indicadores ou ferramentas de
monitoramento baseiam-se em: (i) a participação das partes interessadas, (ii) diálogo
permanente, (iii) compromisso, (iv) responsabilidade, (v) transparência e (vi) a
justificação de contas.
A utilização de métodos participativos deve ser parte de todo o processo, desde o
desenvolvimento dos instrumentos de controle, até a análise e interpretação dos
indicadores, realizados em conjunto entre as entidades superiores / municípios e
estabelecimentos de saúde nas reuniões / sessões de acompanhamento mensal /
trimestral / semestral ou anual.
De acordo com Brasil (2013a), no âmbito do mecanismo de acompanhamento e controle
(auditoria) para a gestão adequada dos resíduos, temos:
1. Construir informações sistematizadas ou agrupadas em bancos de dados, a fim
de gerar um diagnóstico preciso da situação dos resíduos ao decorrer do tempo,
para construir sua evolução histórica.
2. Criação de sistemas de informação com banco de dados e cadastro de empresas
que prestam serviços ambientais.
3. Estabelecer corpo estável de fiscais em parceria com a Vigilância Sanitária.
4. Poder público municipal deverá montar equipe técnica com o papel de instruir
sobre as mudanças de procedimentos de cada tipologia de resíduo, além de
fiscalizar a execução do Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos por
intermédio da gestão da informação e novas tecnologias.
5. Fazer cumprir normas e leis quanto aos usos de EPI e veículos específicos.
6. Implantar um sistema de Controle de Transporte de Resíduos para os RCCV.
7. Implantar rotina de acompanhamento: das empresas geradoras; das
transportadoras; das empresas de tratamento e as de disposição final dos
resíduos.
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8. Promover preparo e treinamento; acompanhamento; conhecimento adequado
sobre descarte de RCCV.
9. Promover auditorias em conjunto com órgão ambiental estadual.
10. Formar e estruturar banco de dados dos RCCV.
11. Implantar a observação analítica nos processos de gestão de RSS nas unidades
e órgãos; promover a integração dos funcionários para com os procedimentos
de manipulação, separação, acondicionamento, armazenamento, transporte,
etc.
O poder público municipal deverá montar equipe técnica com o papel de instruir sobre
as mudanças de procedimentos de cada tipologia de resíduo, além de fiscalizar a
execução do Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos por intermédio da gestão
da informação e novas tecnologias.
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6 AÇÕES CONCRETAS A SEREM EXECUTADAS PELOS DEMAIS AGENTES PRIVADOS
Uma vez identificados os agentes privados que direta ou indiretamente estão envolvidos
nas atividades de gerenciamento dos RCCV com responsabilidade solidária aos demais
atores, nota-se que existe uma coincidência nas ações que podem ser implementadas
para garantir a efetividade da fiscalização e monitoramento, prevenção, valorização e
disposição e pesquisa, desenvolvimento e inovação com as ações dos agentes públicos.
6.1 AÇÕES DE PREVENÇÃO
6.1.1 Aplicar ferramentas para uma correta gestão de compras e armazéns
Os agentes privados do setor de construção deveriam aplicar ferramentas para uma
correta gestão de compras e armazéns, com o objetivo de reduzir os resíduos gerados
pelo excesso de compra ou excedentes de produção.
Figura 9 - Exemplo de ordem e limpeza em canteiro de obra
Fonte: lineaprevencion.com
6.1.2 Planos de prevenção de rccv
Os agentes privados do setor da construção devem elaborar e apresentar os planos de
prevenção de RCCV em seu escopo de atuação para cada obra em particular em que
participam. Além disso, seria desejável a elaboração das estratégias de prevenção de
RCCV a partir da perspectiva do conjunto das suas atividades.
6.1.3 Exigência de boas práticas ambientais aos subcontratados
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Os agentes privados do setor da construção devem promover a disseminação de boas
práticas ambientais da obra para os subcontratantes envolvidos na obra.
6.1.4 quantificação e caracterização dos rcc
Os agentes privados do setor da construção devem desenvolver ferramentas para a
quantificação e caracterização de RCD em projetos de obra e na obra.
6.1.5 Separação dos resíduos perigosos dos não perigosos
Os agentes privados do setor da construção devem separar os resíduos perigosos de
resíduos não perigosos, independentemente da quantidade gerada, sempre que seja
tecnicamente viável. No caso de não poder separar, administrar todo o volume como
resíduos perigosos.
Figura 10 - Exemplo de Ponto de armazenamento de resíduos perigosos.
Fonte: gestionambientalobracivil.blogspot.com
6.1.6 Segregar os rccv por classe (tipo)
Os agentes privados do setor da construção devem segregar os RCCV por tipo,
independentemente da quantidade gerada, sempre que seja tecnicamente viável. No
caso de não poder segregar, administrar o total como resíduos mistos.
6.1.7 Realizar a gestão com empresas autorizadas
Os agentes privados do setor da construção devem entregar os resíduos a uma entidade
autorizada ou registrada que realize operações de gestão de resíduos, e utilizar os
serviços de transportadoras autorizadas.
6.1.8 Registrar a gestão realizada
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Os agentes privados do setor da construção devem obter os registros da entidade
autorizada ou registada que demonstrem a gestão de resíduos realizada.
6.2 AÇÕES DE VALORIZAÇÃO E DISPOSIÇÃO CONTROLADA
6.2.1 Constituir ou ampliar as equipes técnicas
Constituir ou ampliar as equipes técnicas para os processos de recuperação (se
aplicável) e disposição controlada dos RCCV, considerando que as infraestruturas de
tratamento de RCCV devem ter equipes técnicas com formação e, por tanto, habilitação
necessária para o desenvolvimento dessas tarefas.
6.2.2 Aplicação de taxas para inibir a disposição em aterros classe a
Aplicação de sistemas de taxas de admissão de RCC em aterro que incentivem a
prevenção de RCC, como por exemplo, taxas de crescimento superior ao linear,
dependendo da quantidade enviada para aterro, que tenham em conta a
"contaminação" dos resíduos recebidos (impróprios diferentes dos resíduos inertes,
procedentes de operações de classificação e pré tratamento etc.).
6.2.3 Estabelecimento de sistemas de informação
Estabelecimento de sistemas de informação (particularmente, acessíveis via internet)
sobre os gestores de RCC, incluindo informações de localização, resíduos admitidos,
as taxas de tratamento, procedimentos e critérios de admissão e outros dados de
interesse para promotores, construtores e gestores de RCC, como potenciais usuários.
6.3 AÇÕES DE PESQUISA, DESENVOLVIMENTO E INOVAÇÃO
6.3.1 Uso de produtos de maior de reciclagem no setor da construção
Os agentes privados do setor da construção devem estudar o uso de produtos cujo ciclo
de vida permita recuperá-los ou reutilizá-los como subprodutos ou matérias-primas.
6.3.2 Acordos de colaboração, e projetos piloto de pesquisa, desenvolvimento e
inovaçao
Os agentes privados poderiam assinar acordos de colaboração com as Administrações públicas, outras empresas privadas e universidades, colaborando em projetos-piloto, atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação etc. Como por exemplo:
- Estudo do aproveitamento de resíduos de cerâmica provenientes dos RCCV
como matéria-prima alternativa em coprocessamento
- Estudo de materiais substitutivos na construção, de menor impacto ou melhor
reciclagem.
- Subvenção e colaboração em projetos de pesquisa, desenvolvimento para
estudantes dos últimos períodos do curso de graduação.
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6.3.3 Implantação de sistemas de gestão ambiental
Os operadores privados, tanto do setor da construção como das infraestruturas de
tratamento e disposição de RCCV poderiam implantar sistemas certificados de gestão
ambiental (ISO 14001 ou similares) em suas atividades e serviços.
As empresas que disponham desses sistemas certificados poderiam demonstrar a
qualidade da sua gestão ambiental, estariam melhor consideradas pelo governo e
melhorariam a sua imagem pública.
6.3.4 Modernizar os instrumentos de controle e fiscalização
A modernização dos instrumentos de controle e de inspeção poderia ser feita pela
adição de tecnologia de Informação (construção de banco de dados informatizado,
rastreamento eletrônico de veículos, fiscalização por análise de imagens aéreas,
implantação de um sistema RFID, como descrito no PRODUTO 05 etc.).
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7 PRIORIZAÇÃO DA COLETA SELETIVA
7.1 AÇÕES PARA INCENTIVAR A SEPARAÇÃO NAS FONTES GERADORAS
A Separação dos RCCV nas fontes geradoras visa reduzir a quantidade e perigo dos
resíduos gerados, promovendo uma cadeia formal de reciclagem e gerando um
aumento da consciência ambiental entre as partes interessadas, grandes e pequenos
geradores.
7.2 CAMPANHAS DE CAPACITAÇÃO
Alguns exemplos
- Edição de uma versão resumida do plano de gestão RCCV.
- Edição de um “Manual de separação de RCCV”.
- Campanhas para promover a coleta seletiva de resíduos volumosos.
- Atividades de comunicação para promover e divulgar os acordos voluntários
com as principais empresas, entidades e associações.
- Informação na página web explicando as diferentes técnicas de coleta e
tratamento dos RCCV, suas vantagens, inconvenientes e riscos.
- Manutenção de listas de associações e entidades sem fins lucrativos
dedicadas ao resgate, reparação, renovação e venda de artigos usados e bens
volumosos, e empresas que se dedicam à compra e venda de produtos
volumosos utilizados de origem doméstica.
- Campanhas para apoiar a criação de mecanismos e circuitos (mercados de
rua,etc.) para venda de produtos volumosos usados.
- Reuniões com a mídia local para informá-los sobre a problemática, colher
sugestões e opiniões, e propor possíveis ações neste assunto.
- Comunicados de imprensa e fóruns na web para divulgar estudos e apresentar
resultados.
- Mostrar ao público o sistema de gestão de resíduos, através de visitas a
infraestruturas de gestão de RCCV (pontos limpos (de coleta), plantas, aterro).
7.3 CRIAÇÃO DE CURSO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
COMO GESTOR DE RCCV
Incluir dentro da oferta de cursos de educação profissional e tecnológica o de “Técnico
em gerenciamento de RCCV”, de maneira similar ao existente, “Técnico em reciclagem”
CONSÓRCIO IDP INGENIERÍA e ARQUITECTURA IBERIA, S.L. - ROCHA CONSULTORIA E PROJETOS DE ENGENHARIA, LTDA. Serviços de consultoria para a execução do Plano Metropolitano de Gestão Integrada de Resíduos com foco em Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) e Resíduos da Construção Civil e Volumosos (RCCV)
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Alternativamente, incluir explicitamente o gerenciamento de RCCV nos temários dos
seguintes cursos de educação profissional e tecnológica:
EIXO TECNOLÓGICO: AMBIENTE E SAÚDE
TÉCNICO EM RECICLAGEM
TÉCNICO EM CONTROLE AMBIENTAL
TÉCNICO EM MEIO AMBIENTE
EIXO TECNOLÓGICO: INFRAESTRUTURA
TÉCNICO EM DESENHO DE CONSTRUÇÃO CIVIL
TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES
Fonte: PRONATEC (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego)
7.4 CRIAÇÃO DE CURSOS NÃO REGULAMENTADOS DE APLICAÇÃO PRÁTICA
RELACIONADA COM A GESTÃO DOS RCCV
Exemplos: A Gestão de resíduos de construção civil (RCC) no projeto e obra
B Gestão ambiental nas obras
A. Gestão de resíduos de construção civil (RCC) no projeto e obra
Temário:
- Os RCC. Introdução à sua problemática e gestão. Definição de cenários básicos de
produção e tratamento.
- Políticas institucionais. O progresso na definição de princípios de gestão. Princípio de
hierarquia, níveis e conteúdos.
- Marco Normativo. Legislação obrigatória e ferramentas administrativas de suporte à
mesma.
- Caracterização e classificação de acordo com diferentes parâmetros: origem, grau de
perigo, grau de homogeneidade na sua composição, tratamento posterior.
- Atuações no Projeto: prevenção, minimização e planificaçãoda gestão.
- Obra nova: características, requerimentos espaciais efuncionais, meios auxiliares e
fases de atuação associadas aos diferentes destinos dos RCD. Localização e
organização de áreas de gestão.
- Obras de demolição: características, requerimentos e meios-auxiliares. Ajuste
funcional da gestão para limitações espaciais e de manobrabilidade.
- Obras de reforma e reabilitação.
CONSÓRCIO IDP INGENIERÍA e ARQUITECTURA IBERIA, S.L. - ROCHA CONSULTORIA E PROJETOS DE ENGENHARIA, LTDA. Serviços de consultoria para a execução do Plano Metropolitano de Gestão Integrada de Resíduos com foco em Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) e Resíduos da Construção Civil e Volumosos (RCCV)
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- Armazenamento e tratamento de RCC na obra: separação, compactação, britagem e
peneiramentoMáquinas e equipamentos auxiliares. Meios de transporte.
- Sistemas de tratamento e disposição final dos RCC
B. Gestão ambiental nas obras
Temário:
- Gestão ambiental no início da obra.
- Gestão de resíduos da Construção Civil (RCC). Revisão de conceitos,
Resíduos Perigosos, Resíduos urbanos, Envases e embalagens de resíduos.
- Gestão de águas. Legislação. Tramitação de autorizações. Boas práticas.
- Gestão ambiental nas plantas.
- Gestão ambiental para áreas de terraplanagem, recuperação e aterros.
- Restauração de zonas afetadas pela obra.
- Programa de vigilância ambiental.
- Controle de situações de emergência.
- Introdução aos sistemas de gestão ambiental.
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8 PROGRAMAS DE INVESTIMENTOS
Conforme a PNRS, a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos é o “conjunto de ações
voltadas para a busca de soluções para os resíduos sólidos, de forma a considerar as
dimensões política, econômica, ambiental, cultural e social, com controle social e sob a
premissa do desenvolvimento sustentável” (BRASIL, 2010a).
O gerenciamento dos resíduos sólidos vem apresentando uma tendência crescente de
terceirização para a iniciativa privada, principalmente pelas dificuldades do executivo
municipal na fixação de mão de obra, manutenção de equipamentos e operação de
sistemas de tratamento ou aterros. Entretanto, ressalta-se que a gestão – planejamento,
supervisão e fiscalização – por ser atividade típica de estado é indelegável e
intransferível.
Cabe ao poder público implantar medidas para que a gestão integrada de resíduos
sólidos seja efetiva e gere resultados associados às premissas apresentadas pelo
Ministério do Meio Ambiente (MMA) (BRASIL, 2012). Entretanto, a responsabilidade
pelo gerenciamento de resíduos é do estabelecimento gerador, seja público ou privado.
Isto pressupõe uma interação entre os órgãos públicos e empresas privadas para que
possam compartilhar a gestão dos resíduos sólidos com a comunidade local (IPEA,
2012).
8.1 TIPO DE INVESTIMENTOS
A estratégia para alcançar os resultados previstos nas metas e diretrizes envolve ações
macro e microssetoriais, ambas dependentes de um esforço conjunto dos municípios
da RMBH e CM, coordenados e orientados pelo Governo Estadual.
Como primeiro passo, sugere-se o mapeamento das intenções de investimento, por
parte dos setores público e privado no que se refere a implantação de novas unidades
para o gerenciamento dos RCCV. Tendo em vista os investimentos atuais e previstos,
as infraestruturas atuais e planejadas para atendimento ao plano, um cronograma de
investimento pode ser consolidado com base nos resultados apresentados no Produto
08. As ações acima devem, obrigatoriamente, considerar a clara necessidade de
adequação e capacitação dos recursos humanos que serão alocados nos serviços, em
todas as suas etapas.
Como segundo passo, é desejável conhecer a fonte dos recursos atuais advindos das
tarifas cobradas pelos serviços públicos prestados para o gerenciamento dos RCCV.
Esta informação permitirá prever se a tarifação atual é suficiente ou se deve ser alterada
em curto prazo, por um período determinado – ou não, para arrecadação de recursos
como objetivo de financiar as ações imediatas e emergenciais.
Como terceiro passo, seria importante conhecer o número de empresas que atuam no
setor e qual a parcela da prestação dos serviços de gerenciamento de RSS é executado
por cada uma delas e quantas possuem condições de acesso a financiamento de longo
prazo.
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8.2 MECANISMOS DE RATEIO
Segundo Di Pietro (2008), os consórcios públicos perante a Lei nº. 11.107/2005, podem
ser definidos como “associações formadas por pessoas jurídicas políticas (União,
Estados, Distrito Federal e Municípios), com personalidade de direito público ou de
direito privado, criadas mediante autorização legislativa, para a gestão associada de
serviços públicos”. O serviço que uma pessoa jurídica pública não pode ou tem
dificuldade para executar isoladamente torna-se possível ou mais eficiente mediante a
conjugação de esforços.
A referida Lei prevê que, entre os entes consorciados, sejam firmados dois tipos de
contrato: Contrato de Programa e Contrato de Rateio, objeto deste item.
O contrato de rateio é o instrumento mediante o qual os entes consorciados
disponibilizarão recursos aos consórcios públicos aos quais participam. Importante
deixar claro que o fato de um município ser partícipe de um consórcio não o desobriga
a prever em sua lei orçamentária os recursos que serão destinados à gestão do serviço
público objeto do consórcio. Diante disso, é importante alertar para que os Contratos de
Rateio sejam firmados após a votação das leis orçamentárias de cada ente consorciado
com exceção para aqueles cujo objeto esteja contemplado no Plano Plurianual de todas
as entidades participantes, ou seja, custeado por tarifas ou outros preços públicos. A
não previsão em lei orçamentária municipal dos recursos destinados ao Consórcio pode
levar a suspensão e exclusão do município do mesmo.
O Contrato de Rateio é, portanto, vital para a existência e manutenção do Consórcio, ou
agrupamento, à medida que oficializa o compartilhamento de deveres entre todos os
entes consorciados no que se refere, principalmente, ao custo das atividades repartidas
e assegura o repasse das obrigações financeiras de cada um.
8.2.1 Exemplo de Critério de Rateio
No Brasil, um dos consórcios mais antigos para gestão de serviços de Saneamento está
localizado na Bacia do Rio dos Sinos no estado do Rio Grande do Sul. O Pró-Sinos,
como é chamado, é um consórcio interfederativo de direito público formado, até o
momento, por 26 dos 32 municípios que compõem a Bacia do Rio dos Sinos.
Fundado em 16 de agosto de 2006, com a denominação de Consórcio Público de
Saneamento Básico da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos – Pró-Sinos, é um órgão
executivo das ações, projetos e programas voltados ao saneamento básico da Bacia e
funciona como um órgão da administração indireta de cada um de seus entes
consorciados. Sendo assim, o Pró-Sinos desenvolve projetos, capta recursos e pode
executar obras, serviços e estudos relacionados ao saneamento básico e ambiental na
região de sua abrangência. Além de projetos de Educação Ambiental, o consórcio
possui uma Usina de Reciclagem de Resíduos da Construção Civil.
Para executar as ações definidas em âmbito regional, o quadro funcional é composto
por servidores do quadro de carreira dos entes consorciados e por equipe contratada,
contando com o seguinte quadro técnico: Diretoria Executiva; Diretor Técnico;
Secretaria Executiva Administrativa e de Licitações Mobilizadora Social Coordenadora
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e Educadora Ambiental; Central de Monitoramento Integrado; Assessoria Jurídica;
Contabilidade; Coordenador Técnico.
Dentre as finalidades estão defender, ampliar e promover a interação, fortalecer e
desenvolver a capacidade administrativa, técnica e financeira dos serviços públicos de
saneamento básico nos municípios que integram o consórcio. O Pró-Sinos, desde sua
criação, também realiza estudos de natureza técnica e social nas áreas de meio
ambiente e saneamento, desenvolvendo um programa permanente de educação
ambiental.
Todos os arquivos, estudos, publicações e ações do Pro-sinos estão disponibilizados e
podem ser acompanhados por meio do website http://www.consorcioprosinos.com.br/.
Além do estatuto do consórcio e do protocolo de intenções está também disponibilizada
uma cópia do Contrato de Rateio.
O critério utilizado para as contribuições mensais dos consorciados foi estabelecido por
faixas de população com o objetivo de resguardar os municípios que pertencem a mais
de uma bacia e, consequentemente, podem, no futuro, participar de mais de um
consórcio. Para tal, considerou-se o agrupamento dos municípios em faixas, sendo que,
os municípios com mais de 80% de sua população sediada na área da bacia tiveram
sua população considerada na íntegra. De forma semelhante, os municípios com
populações na área da bacia inferiores a 10% da população municipal total foram
enquadrados como sendo pertencentes ao grupo com a menor contribuição mensal. Os
dados populacionais adotados como oficiais são os publicados periodicamente pelo
IBGE, quando o rateio é revisado. Por meio dessa forma de rateio chegou-se a uma
estimativa de valor mensal que poderia ser arrecadado, o que se mostrou coerente com
os custos previstos do consórcio nos estudos prévios. O Quadro 9 abaixo demonstra a
divisão em grupos e o número de município do consórcio enquadrado no ano de 2007.
Quadro 9 - Valor total arrecadado pelos grupos de Rateio, estabelecido por faixa populacional e área de
abrangência do município na Bacia dos Sinos – RS, 2007
Populações 2007 (hab)
Valores Mensais (R$)
Grupo de Rateio
Nº municípios no grupo
Total arrecadado
(R$)
Abaixo de 10.000 1.000 1 7 7.000
De 10.001 a 20.000 2.000 2 2 4.000
De 20.001 a 50.000 4.000 3 4 16.000
De 50.001 a 100.000
8.000 4 3 24.000
De 100.001 a 200.000
15.000 5 ---
Acima de 200.000 20.000 6 2 40.000 Arrecadação mensal 91.000,0
Arrecadação Anual 1.092.000,00 Fonte: Contrato de Rateio, Consorcio Pro-sinos. Bacia do Rio dos Sinos – RS. Disponível em:
http://www.consorcioprosinos.com.br/conteudo_inst.php?id=consorcio
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9 CONSIDERAÇÕES E RECOMENDAÇÕES
De acordo com a elaboração deste Produto, conclui-se que:
É importante ressaltar que o Estado de Minas Gerais possui uma Unidade Central de
Parcerias Público-Privadas, que tem a seu crédito uma experiência de mais de dez anos
no estudo e na adjudicação de PPPs no Estado. Este caminho percorrido permite a
otimização de tempo para a possível implementação do modelo proposto a nível de
Gestão de RCCV na RMBH e CM e assessoria à ARMBH em quaisquer dúvidas e
acompanhá-la no trânsito das diferentes fases a serem desenvolvidas.
No âmbito da gestão dos RCCV, adicionalmente ao Consórcio, as entidades que fazem
parte do grupo de acompanhamento deste projeto poderiam assumir um importante
papel, tendo em conta a experiência que foi acumulada ao longo dos anos, e desta
forma poderiam transmitir as sinergias às outras entidades que forem criadas a nível
estadual e municipal, para a realização de um correto acompanhamento do Plano de
Gestão de RCCV na Região Metropolitana e Colar Metropolitano.
Como já foi mencionado em produtos anteriores, considera-se imprescindível realizar
um trabalho de campo exaustivo que permita conhecer detalhadamente a geração de
RCCV por municípios, a composição dos RCCV, a localização e a magnitude das
operações realizadas nos pontos de coleta, bem como das instalações de tratamento e
de disposição final existentes na RMBH e Colar. Isto é especialmente relevante na hora
de definir os custos das instalações a serem projetados em 30 anos, já que não se pode
estabelecer de maneira precisa a capacidade atual de tratamento dos RCCV na RMBH
e Colar.
Finalmente, considerando a Base de Dados construída com todo o acervo organizado
de conhecimento e informações sobre a gestão e gerenciamento dos RCCV, ressalta-
se a importância de manter viva esta base, principalmente para os dados de geração e
de destinação final, com procedimentos de retroalimentação e monitoramento periódico.
Os municípios deverão ser incentivados a participar deste processo que, inclusive, deve
ser incluído em programas de capacitação.
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