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PRODUTIVIDADE E DESENVOLVIMENTO HEINRICH RATTNER "A construção de nações modernas depende do de- senvolvimento tbe seu povo e da organização de toda atividade humana. Capital, recursos naturais, auxílio exterior e comércio internacional, sem dú- vida alguma desempenham papéis relevantes no crescimento econômlco, porém nenhum é mais im- portante que o potencial humano." - HARBISON _ MYERS A palavra "produtividade" está sendo utilizada com bas- tante liberalidade, nos mais diversos setores e planos da vida econômica e social, o que não deixa de causar con- fusão e ambigüidade quanto ao seu significado exato e à aplicabilidade conveniente do conceito. Uma das causas mais freqüentes dessa situação é a indefinição do quadro de referências exato para a medição do aumento da pro- dutividade, ora falando-se da produtividade de uma em- prêsa, indústria ou da economia global. É objetivo dêste trabalho analisar e discutir o conceito de "produtividade", verificar sua aplicabilidade em escala micro e macroeconômica, analisar a relação entre o au- mento da produtividade e o desenvolvimento econômico e, finalmente, ressaltar os fatôres que determinem seu ní- vel e seu aumento. Definição Considera-se a produtividade uma medida que avalia a eficiência e a racionalidade das atividades econômicas. Na prática, esta medida é definida como a relação entre o insumo (input) e a produção (output), no nível da em- HEINRICH RATTNER - Professor Contratado de Sociologia da Escola de Admi.• nístração de Emprêsa,s de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas.

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PRODUTIVIDADE E DESENVOLVIMENTOHEINRICH RATTNER

"A construção de nações modernas depende do de-senvolvimento tbe seu povo e da organização detoda atividade humana. Capital, recursos naturais,auxílio exterior e comércio internacional, sem dú-vida alguma desempenham papéis relevantes nocrescimento econômlco, porém nenhum é mais im-portante que o potencial humano." - HARBISON _MYERS

A palavra "produtividade" está sendo utilizada com bas-tante liberalidade, nos mais diversos setores e planos davida econômica e social, o que não deixa de causar con-fusão e ambigüidade quanto ao seu significado exato e àaplicabilidade conveniente do conceito. Uma das causasmais freqüentes dessa situação é a indefinição do quadrode referências exato para a medição do aumento da pro-dutividade, ora falando-se da produtividade de uma em-prêsa, indústria ou da economia global.

É objetivo dêste trabalho analisar e discutir o conceito de"produtividade", verificar sua aplicabilidade em escalamicro e macroeconômica, analisar a relação entre o au-mento da produtividade e o desenvolvimento econômicoe, finalmente, ressaltar os fatôres que determinem seu ní-vel e seu aumento.

Definição

Considera-se a produtividade uma medida que avaliaa eficiência e a racionalidade das atividades econômicas.Na prática, esta medida é definida como a relação entreo insumo (input) e a produção (output), no nível da em-

HEINRICH RATTNER - Professor Contratado de Sociologia da Escola de Admi.•nístração de Emprêsa,s de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas.

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prêsa, da indústria ou da economia global. Elevar o nívelda produtividade, de um ponto de vista estático, signifi-caria aumentar a produção (output) com a mesma com-binação dos fatôres de produção (input), ou ainda, man-ter o nível de produção, realizando economias no insumodos fatôres.O próprio processo de medição é importante para deter-minar e averiguar o desempenho da emprêsa ou da eco-nomia, bem como para avaliar a exeqüibilidade dos planose metas do desenvolvimento econômico.

Na prática e em escala macroeconômica, todavia, é quaseimpossível computar e comparar quantitativamente a pro-dução total; em relação à soma dos fatôres do insumo daeconomia nacional.Ao nível da emprêsa, entretanto, pode-se medir, geralmen-te, a produção por homens/hora de trabalho, ou calcularuma série de índices de lucratividade, que permitem, in-clusive, uma comparação do nível de produtividade entreemprêsas.Para o planejamento global, ou seja, para um programade aumento da produtividade nacional, torna-se necessá-ria uma definição e compreensão mais amplas da naturezado conceito da produtividade e, sobretudo, o conhecimen-to dos fatôres que a afetam e determinam.

Na conjuntura econômica e social atual, caracterizadapelos esforços tremendos das nações subdesenvolvidas emaumentar seu potencial econômico, criando novas riquezase assegurando, assim, um nível de vida mais decente a suaspopulações, a produtividade se constitui em instrumentopredileto na política desenvolvimentista, independente-mente do regime político ou da elite dominante que adirige.Industrialização, desenvolvimento econômico e elevaçãodo nível de vida da população são, via de regra, estreita-mente associados e afetados pela produtividade do siste-ma econômico global e a dos seus diferentes setores.

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Entende-se por desenvolvimento econômico um aumentocontínuo na produção de bens e serviços, em determina-da unidade de tempo, que seja maior do que o crescimen-to demográfico da nação, no mesmo período. Assim, é res-saltada a relação entre a produção global e a população,afirmando-se a existência do desenvolvimento quando ovolume total dos bens e serviços aumentar mais ràpida-mente do que a população.Embora condição necessária, o aumento dos bens e ser-viços produzidos durante determinado período de temponão é suficiente para caracterizar o processo de desenvol-vimento: a distribuição e aplicação da parcela adicionaldo Produto Nacional, sob forma de consumo ou depoupança, investimento e formação de capital, indicará serealmente o processo é cumulativo e contínuo. A históriaeconômica está repleta de exemplos, em que as riquezasproduzidas num determinado país não são reconduzidas aoprocesso de produção sob forma de novos capitais e em-preendimentos, e sim entesouradas e depositadas no exte-rior, sem benefício algum para sua população.

Convém, portanto, adotar certa cautela diante do seguin-te esquema hipotético, geralmente apresentado: em con-dições "normais", o aument da produtividade de uma in-dústria ou emprêsa, leva a custos de produção mais bai-xos. Em decorrência, os preços dos produtos tendem abaixar, enquanto ao mesmo tempo, ocorre uma elevaçãodos salários e lucros que, por sua vez, permite poupançae formação de capital mais intensas. O poder aquisitivomais alto, devido à elevação salarial, exige e condiciona aexpansão da produção, criando novos empregos e, assim,se inicia um ciclo desenvolvimentista, em espiral ascen-dente, que encontra seus limites apenas na escassez dosfatôres de produção.Não discutiremos aqui as condições "normais" do merca-do. A característica fundamental dos países em via de de-senvolvimento, é exatamente a ausência de condições "nor-mais" de mercado ou, em outras palavras, não existe ummercado nacional integrado.

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Basta lembrar, todavia, que um sistema de distribuiçãoerrado ou inadequado dos benefícios decorrentes da ele-vação da produtividade pode não somente anular seu efei-to propulsor para o desenvolvimento, mas também levarao desemprêgo, à maior desigualdade e, em seguida, a gra-ves conflitos sociais.

Neste contexto, a simples medida estática da relação pro-dução/insumo é insuficiente, inadequada e, às vêzes, atéenganadora. Quando ela é apresentada isoladamente e se-parada da produtividade "global" do sistema econômico,que inclui todos os fatôres e fases da atividade humana,pode resultar em índice positivo, mesmo numa atividadeestéril do ponto de vista de desenvolvimento da nação. Aprodução de determinado artigo ou artefato, por exemplo,em emprêsas protegidas por tarifas alfandegárias ou porfavores cambiais, apesar de apresentar um índice produ-ção/ insumo favorável, pode significar um elevado "custosocial", ou seja, os consumidores pagarão pela "produtivi-dade" das emprêsas mencionadas.

Isto levanta, sem dúvida, uma série de problemas e inda-gações de cunho social e ético, que muitos economistas con-sideram fora de sua área e competência. Entretanto, nascondições atuais e diante do vulto e da complexidade dosproblemas dos países em desenvolvimento, um empreen-dimento econômico e sua contribuição à elevação da pro-dutividade da nação não podem ser avaliados somente emtêrmos monetários ou sob o ângulo da relação produção /insumo. Primeiro, porque de um ponto de vista dinâmico,o fluxo futuro dos insumos (fatôres de produção e suacombinação) não pode ser considerado como dado e imu-tável. O próprio processo de desenvolvimento, através damobilização das energias criadoras e da orientação das as-pirações da população, significa mudanças nas quantida-des, composição e qualidade dos insumos e, assim, mudan-ça na relação produção/insumo, condição sine que non dodesenvolvimento. Em segundo lugar, e referente ao pro-blema ético ou do "custo social" de um determinado em-preendimento econômico, não é mais lícito excluir ou se-

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parar rigidamente esta consideração das preocupações"puramente" econômicas. A maior parte das teorias e es-quemas elaborados em matéria de economia nas últimasdécadas, têm como objetivo e valor supremo o bem-estargeral, a elevação do nível de vida material, educacional ecultural das populações nas áreas subdesenvolvidas domundo.

Neste quadro de referências, o conceito de "produtivida-de" se torna essencialmente dinâmico e desenvolvimen-tista, porque implica na criação de valores novos e adi-cionais, que aumentam os recursos globais da nação e, as-sim, contribuem para o bem-estar da população, enquantoa medida do "custo social" pelo qual os novos empreendi-mentos têm sido criados é fundamental, devido à escassezgeneralizada dos recursos produtivos preciosos (capital emão-de-obra qualificada) nos países subdesenvolvidos.

Essas considerações nos levam à conclusão de que o indi-ce de produtividade ou seu crescimento não pode ser me-dido apenas em têrmos de lucratividade; os sacrifícios eesforços necessários para obter as melhorias desejadas, ge-ralmente de difícil computação, devem ser apresentados eintroduzidos na equação. Em outras palavras, é mister in-dagar, se as decisões "técnicas", visando ao aumento daprodutividade e recomendadas pelos administradores, pla-nejadores e tecnocratas são também "eticamente" justifi-cáveis.

PRODUTIVIDADE, INDUSTRIALIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO

O rápido crescimento industrial constitui, geralmente, ofator mais importante na elevação da produtividade glo-bal da economia, impulsionando e dinamizando tambémos outros setores.

Normalmente, a renda per capita gerada na indústria, nospaíses em desenvolvimento, é substancialmente mais altado que a renda média per capita na economia global, oua dos outros setores. Assim, nós observamos que o nívelde renda per capita da população ativa, gerada na indús-tria, é de três a quatro vêzes superior à gerada na agri-

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cultura brasileira, nos anos de 1950 e 1960.1 Embora odesenvolvimento industrial exerça um impacto poderososôbre os outros setores da economia, inclusive a agricultu-ra, tendendo a transformar o ambiente e as condições so-ciais e institucionais, através da demanda crescente pornovas técnicas de produção e novos padrões de consumo,a conseqüência direta da estagnação relativa do setor agrí-cola tem sido o movimento migratório quase ininterruptoda zona rural para as cidades, criando nestas núcleos mar-ginais, com altos índices de desemprêgo encoberto.

Tende assim a aumentar a discrepância entre os dois se-tores, criando uma verdadeira estrutura "dualista": porum lado, a indústria altamente capitalizada, empregandorelativamente pouca mão-de-obra e apresentando umaprodutividade elevada e, por outro, a agricultura, subde-senvolvida, ocupando a maior parte da população ativa,com rendimentos per capita insignificantes.

Contudo, êsse desequilíbrio entre os dois setores repercuteprofundamente na própria produtividade das atividadesindustriais, ora premidos pelo alto custo das matérias-pri-mas - devido a baixa produtividade da agricultura -ora enfrentando o problema da capacidade ociosa de seuequipamento, na ausência de um vasto mercado interno,consumidor de seus produtos.O Quadro 1, entretanto, indica uma elevação da produti-vidade industrial bem mais rápida e intensa do que o pró-prio processo da industrialização, encarado sob o ânguloda abertura de novos empregos para a população em ida-de de trabalhar.

De fato, enquanto a população total nos municípios deSão Paulo, Santo André e São Caetano crescia, entre 1950e 1960, em média 98%, o número de empregados nosestabelecimentos industriais aumentou, no mesmo perío-do, apenas de 47% em média.

1) HEINRICHRATTNER,"Contrastes Regionais no Desenvolvimento Econô-mico Brasileiro", Revista de Administração de Emprêsas, vol. IV, n.O 11,Anexo 2.

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Todavia, o Valor de Transformação Industrial, verdadei-ro indicador de produtividade, cresceu nesta década, emmédia 163%, nos três municípios. O caso de São Bernar-do, cujo surto industrial se iniciou pràticamente com aimplantação da indústria automobilística, em 1956/7, éainda mais significativo: a um aumento de 495% donúmero de empregados na indústria, entre 1950/60, cor-responde uma elevação do Valor de Transformação de1.432%, no mesmo período.

Ademais, os índices de produtividade calculados, dividin-do-se o Valor de Transformação Industrial pelo númerode empregados, apresentam grandes variações, de um se-tor industrial para outro. Essas diferenças são resultado,entre outros fatôres, da intensidade de investimento emcapital, da situação quase monopolística de algumas em-prêsas, etc. Conforme o Quadro 2, os índices de produti-vidade por empregado, alcançados nas indústrias do fumo,borracha, química e material de transporte, são em médiaduas a três vêzes superiores aos das indústrias têxtil, decouros, de madeira, etc.. Um exame mais atento das esta-tísticas mostra que aquêles ramos da atividade industrialconseguiram elevar em proporção muito maior o Valor deTransformação Industrial de seus produtos, no intervalode dez anos, do que o número de empregados adicionaisadmitidos no mesmo período.

A mesma tendência é observada, comparando-se os índi-ces de produtividade industrial média nos Estados maisindustrializados do Brasil. Novamente encontramos umcrescimento da mão-de-obra porcentualmente muito in-ferior ao aumento do Valor da Transformação Industrial,realizado na década entre 1950 e 1960.

Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, con-forme o Quadro 3, elevaram o número de seus operáriosem média de 20%, enquanto o Valor de TransformaçãoIndustrial cresceu entre 60 e 120%. Atenção especial me-rece o caso da Bahia, onde a um aumento do número deoperários de 18% corresponde um crescimento de 280 %no Valor da Transformação Industrial.

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Os dados apresentados nos Quadros 1, 2 e 3 evidenciamque a Indústria, embora fator dinâmico do desenvolvimen-to econômico, ao aumentar e multiplicar os valôres deTransformação Industrial em proporções muitas vêzes su-perior ao aumento do número de seus empregados, porcausa desta sua produtividade, não foi e não será capazde absorver os excedentes de mão-de-obra liberados pelocampo.De fato, no decênio de 1950 a 1960, período em que cres-ceu intensamente o parque industrial brasileiro, as áreasurbanas não foram capazes de absorver, através da cria-ção de novos empregos produtivos, a mão-de-obra criadae colocada no mercado por uma elevada taxa de cresci-mento da população. Na indústria, setor mais dinâmicodo processo de desenvolvimento, o crescimento médioanual de empregos não ultrapassou os 2% e na agricultu-ra, onde a mecanização, embora mais lenta, tende a dimi-nuir os níveis de emprêgo, a absorção não foi além de 2,4%contra um crescimento populacional de 3,1% no País ede 5,4% nas áreas urbanas. Em conseqüência, tende ageneralizar-se, também nas cidades, um desemprêgo dis-farçado, sob a forma de serviços de baixa produtividade.

Ademais, a oferta excessiva de mão-de-obra nas cidadestende a deprimir o poder de barganha e assim, o nívelde salários dos operários na indústria. Conseqüentementediminui o seu poder de compra, o que provoca, dada a ine-lasticidade-preço de procura de produtos alimentares in-dispensáveis, uma redução no consumo de bens menos es-senciais, repercutindo nas emprêsas sob a forma de capaci-dade ociosa e alto custo de produção.

O rápido progresso tecnológico, a limitação do mercadointerno e a conseqüente necessidade de procurar vazãopara seus produtos manufaturados no exterior, obrigam oempresário nacional a investimentos de capital de altocusto unitário, seguindo de perto os padrões e processosdos produtores de países mais avançados. Todavia, essamesma racionalização, e conseqüente maior produtividadeda indústria em relação aos outros setores da economia na-

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cional, limita singularmente sua capacidade de absorver areserva de mão-de-obra, aglomerada nas cidades pelas altastaxas de natalidade e via de regra, por um fluxo constantede migrantes rurais.Reconhecendo essa limitação da capacidade de absorçãoda indústria, devemos indagar: até que ponto é possíveldifusão da tendência para o aumento da produtividade,aos outros setores da economia nacional, tornando a in-dustrialização um fator decisivo do desenvolvimento.Embora a industrialização seja considerada o motor dodesenvolvimento econômico, é igualmente verdade quesua produtividade e seu papel propulsor dependem daexistência e disponibilidade de uma série de fatôres exter-nos à indústria, sem os quais esta nunca poderá desen-volver-se.

O desenvolvimento de um parque industrial necessita,além de mercados amplos e crescentes para seus produ-tos manufaturados, um fluxo constante de capitais e faci-lidades de crédito, transportes e comunicações eficientes,energia elétrica barata e abundante e, finalmente, um con-tingente de mão-de-obra qualificada e treinada, sem a qualtodos os planos de produção e de melhoria da produtivi-dade não são exequíveis.Deficiências ou atrasos na adequação da infra-estruturaàs necessidades da industrialização, são capazes de anularou pelo menos seriamente prejudicar, os esforços para cria-ção e ampliação de um parque industrial e, assim, o pró-prio surto desenvolvimentista, conforme aprendemos pelotrecho abaixo transcrito do Boletim Cambial, de 16 demarço de 1966:

A Infra-Estrutura

Os investidores estrangeiros quando vêm analisar as opor-tunidades que oferecemos, como mercado para novos em-preendimentos, ficam surpresos com o grau de deficiên-cia de nossa infra-estrutura. Faltam-nos, tecnicamente, oselementos básicos para assegurar um trabalho continuadoe eficiente.

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Se não, vejamos: os meios de comunicação interna sãoprecários e pouco rendimento oferecem no sentido de darapoio às relações e trocas comerciais. Um aviso de crédito,por outro lado, de um Estado para outro, leva cêrca de 30dias. Uma carta, quando a sorte ajuda, chega algum dia.Faltam-nos os serviços telefônicos e telegráficos.De São Paulo para o Rio, e vice-versa, o drama da comu-nicação telefônica agrava-se a cada dia que passa. Já nãosabemos dizer qual a melhor hora, porque durante o diaas linhas estão ocupadas e à noite o "interurbano" nãoresponde, Para a correspondência, a única solução aindaé o malote.No que se refere à energia elétrica, embora a melhoria sejaacentuada, continua a vigorar um regime de dificuldadesdecorrente de uma série de erros e falhas cometidos peloGovêrno no passado e que, agora corrigidos, ainda deman-dam tempo até a completa regularização.Falemos então dos transportes. Como funcionam interna-mente? É um verdadeiro milagre, assim mesmo condicio-nado à precária utilização das rodovias. Ferrovia e navega-ção marítima ou fluvial são quase um mito.Verificam os técnicos, depois de algum tempo, que o tra-balho no Brasil pouco rende. Tais são as deficiências dainfra-estrutura que, além do desgaste físico de quem tra-balha, deve acrescer o ônus que o tempo gasto representapara as emprêsas. Afinal de contas, tudo isto se soma aocusto da produção.Produzir no Brasil tem um sentido diferente do que se con-venciona noutros países. Aqui fica entre uma faixa deaventura e esperança, contando com fatôres que não po-.dem ser levados em conta por quem não está acostumadoao meio. Isto também, sendo risco, custa dinheiro e, natu-ralmente, pesa sôbte o preço da venda.Concluímos, portanto, que a elevação da produtividade naindústria não pode ser considerada como um processo au-tônomo, mas é parte integrante do processo de desenvol-vimento global da sociedade e condicionado pela produti-vidade dos outros setores.

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Não se deve, nem se pode - sob pena de vê-lo frustrado- restringir o esfôrço nacional pela elevação da produti-vidade a um só setor da economia; é mister um programaglobal, equilibrado e sincronizado para melhorar a pro-dutividade em todos os setores da atividade nacional, por-que, conforme vimos, a eficiência e progresso de um setor(indústria) são determinados por uma série de insumosnacionais e fatôres "externos" à mesma, cuja atuação édecisiva, mesmo antes de entrarem em funcionamento ospróprios fatôres de produção industrial.Por outro lado, a produtividade crescente em um setor daeconomia (indústria, agricultura, etc.), na medida em queresulta em quantidades e valôres produzidos em númerosmais elevados, sem admissão de mão-de-obra adicional,poderá fàcilmente levar ao desemprêgo, caso não sejamencontrados mercados para o maior volume de bens pro-duzidos. Neste caso, portanto, o aumento de produtivida-de seria ilusório, pelo menos do ponto de vista da econo-mia nacional, conquanto não forem abertas novas frentesde trabalho ou, em outras palavras, reinvestidos os lucrosprovenientes da elevação anterior da produtividade, nacriação de novas emprêsas capazes de absorver a mão-de-obra excedente.Procuramos com êste raciocínio ressaltar a importância doplanejamento global na formulação de uma política, quevise a elevar a produtividade por empregado, em todos ossetores da atividade nacional, concomitantemente.

FATôRES QUE DETERMINAM o NÍVEL DE PRODUTIVIDADEDE UM SISTEMA ECONÔMICO

No nível da emprêsa individual é relativamente fácilmedir e comparar a produtividade, adotando-se, geralmen-te, como índice, o total da produção por homem/hora detrabalho. No nível nacional, ou seja englobando o totaldas atividades econômicas de uma nação, a medição émuito mais complicada: teoricamente seria a relação en-tre o valor total da produção de bens e serviços e o dasoma dos fatôres de insumo, necessários para sua pro-dução.

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É óbvio que a contabilidade e conseqüente medição detodos os fatôres é pràticamente impossível, porque suamultiplicidade e interação não permitem sempre sua ex-pressão quantitativa e, quando isto é possível, um fatorisolado, considerado como positivo, pode ter, dentro de umcontexto mais amplo, efeito negativo sôbre a elevação daprodutividade. A êste respeito, é ilustrativo o esfôrço dosdiferentes setores da atividade industrial, atualmente em-penhados em elevar sua produtividade, ou seja, o volumee valor de sua produção, mantendo estacionário o númerode seus empregados ou até reduzindo-o, na medida do pos-sível. O êxito, aliás bastante provável, dessas iniciativas,na medida em que não forem abertos novos mercados paraa quantidade de produtos adicionais ou, ainda aumentadoo poder de compra dos consumidores habituais dêsse pro-duto, forçosamente há de levar à demissão do emprêgonovos contingentes de trabalhadores, já que as quantida-des suscetíveis de serem vendidas se acham estocadas; as-sim, diminui ainda mais o poder de compra dos consumi-dores, levando finalmente as ernprêsas a trabalharem comcapacidade ociosa - o que aumenta o custo unitário doproduto e, assim, anula os efeitos e ganhos iniciais na suaprodutividade.

Quais seriam os fatôres determinantes da produtividadedo sistema econômico? Podemos classificá-los em cincocategorias:

• A disponibilidade de uma infra-estrutura adequada esólida, permitindo a expansão e ampliação constantedas atividades produtivas.

• Uma visão certa e um plano concreto que define, esta-belecendo as prioridades, "o que" e "como" produzir,determinando também a combinação adequada dosfatôres de produção disponíveis.

• O desenvolvimento tecnológico contínuo, sob formade substituição de processo de produção com alta den-sidade de mão-de-obra, por outro, capital-intensivo.

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• A existência e acessibilidade de amplos mercados, ou,em outras palavras, a possibilidade de realizar "eco-nomias de escala".

• A presença e a formação permanente de "recursos hu-manos", que tenham conhecimento, treinamento e ex-periência profissional para administrar e coordenar,bem como para executar os diferentes planos de pro-dução.

Condições geográficas - a extensão territorial, vias depenetração, acidentes geográficos e recursos naturais;Condições econômicas - a estrutura das atividades pro-dutivas, o equipamento e o nível tecnológico;Condições sócio-culturais - atitudes e valôres básicos dasociedade, aspirações, crenças e ideologias; e, finalmente,Condições político-administrativas - a organização po-lítica da nação, a forma de recrutamento e renovação desuas elites, tôdas influem na existência e no funcionamen-to adequado da infra-estrutura que, por sua vez, determi-na diretamente o nível de produtividade alcançado pelosistema econômico como um todo. O estudo e conhecimen-to dessas condições, o planejamento integrado de sua in-tervenção no processo de produção, bem como das mudan-ças necessárias, a fim de permitir a realização dos objeti-vos nacionais, constituem o fator fundamental, emboranem sempre reconhecido pelos responsáveis políticos, detodo esfôrço desenvolvimentista. Diante do fato de que osrecursos econômicos, capital e mão-de-obra qualificadasão, por definição, escassos nos países em vias de desen-volvimento, colocam-se para os governos duas alternativasnum dilema, cuja solução é sobretudo política:• Cada govêrno deve decidir, se investe primeiro e amaior parcela de seus recursos, provenientes da poupançavoluntária ou forçada, em obras de infra-estrutura, no de-senvolvimento de uma indústria de base e de transforma-ção, admitindo que os efeitos cumulativos de seu cresci-mento possibilitem e impulsionem posteriormente a cria-ção de uma superestrutura adaptada e adequada às exi-

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gências dos processos de crescimento econômico e de mu-dança social e cultural concomitante. Entenda-se por su-perestrutura uma rêde de instituições de ensino de todosos níveis, de saúde pública, técnicas de administração ra-cionais e eficientes nos setores privado e público, uma po-lítica fiscal e tributária adequada, etc.

• O outro caminho a seguir seria a realização de investi-mentos maciços e prioritários na superestrutura,atenden-do assim, em primeira linha aos anseios e às pressões dascamadas menos afortunadas da população em países sub-desenvolvidos, preparando assim o terreno para os inves-timentos posteriores na infra-estrutura econômica ..

A solução concreta para êsse dilema, tal como está sendoadotada pelos governos de diferentes países em desenvol-vimento, depende, segundo HIRSCHMAN,2 de uma sériede condições e circunstâncias específicas e próprias de cadauma das nações. Não pode haver dúvida,· todavia, quan-to à necessidade premente dêsses serviços da superestru-tura para o desenvolvimento.

A segunda condição de importância fundamental é a es-colha acertada de determinados produtos a serem produ-zidos, com as "técnicas" e a combinação "certa" de fatô-res, isto é, de acôrdo com as possibilidades realistas e, por-tanto, ótimas do país.

Esta decisão depende, por sua vez, da presença dos re-cursos necessários na estrutura econômica do país ou daregião particular, e da configuração social, cultural e po-lítica mais ampla, que impõe limitações institucionais,muitas vêzes baseadas em ideologias tradicionais e emvalôres sociais inadaptados à era industrial.

Normalmente, a escolha de uma técnica "certa" de pro-dução, depende dos planos e da iniciativa particular e es-tatal, face à abundância ou escassez relativa dos fatôresde produção.

2) o. A. HIRSCHMAN, The Strategy ot Economic Development, Yale Uni-versity Press, 1958, pág , 87.

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Assim sabemos, por exemplo, de tentativas e projetos, emdiversos países em desenvolvimento, que visam a subst.-tuir o capital - fator escasso e caro - por uma mão-de-obra barata e abundante.

Entretanto, essas tentativas nem sempre são coroadas deêxito quando postas em execução, principalmente por doismotivos: o primeiro é que a concorrência nacional e in-ternacional e a necessidade de baixar os custos de produ-ção obrigam à substituição e modernização do equipamen-to antiquado e, o segundo, o fato de os engenheiros e téc-nicos, formados e treinados em escolas ou cursos no exte-rior ou mesmo no país, mas por métodos e currículos imoportados e, por isso, nem sempre adequados à realidadenacional, não conseguem criar e desenvolver máquinas e.técnicas sociais de produção que aproveitem a abundân ..cia da mão-de-obra, enquanto procuram uma aplicação.parcimoniosa do fator escasso - capital.

Nos países altamente industrializados, a produção se ca-racteriza por uma concentração elevada em processos etécnicas de capital intensivo. Em conseqüência, verifica-se, normalmente, nestes países:

• uma alta taxa de investimento em capital por ope-rário;

• a produtividade elevada da mão-de-obra, devido a altaproporção capital/trabalho;

• os salários e os lucros são elevados, o que conduz aaltos índices de formação de capital e, ao mesmo tem-po, um alto nível de vida da população;

• apesar de lucros e salários elevados, os custos de pro-dução são baixos, em têrmos unitários.

Não se admire, portanto, que os países em via de indus-trialização e de desenvolvimento procurem imitar aquêles,concentrando-se, cada vez mais, em processo de produçãoe técnica capital-intensivo. Entretanto, devido a uma série

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de circunstâncias específicas e típicas dos países subde-senvolvidos, tais como:

• baixa eficiência da mão-de-obra e dos quadros admi-nistrativos;

• alto custo do capital;

• impossibilidade de economias de escala;

• baixa eficiência do sistema econômico em geral;

nem sempre se justifica a mudança radical das técnicasde produção de trabalho-intensivo para as de capital-in-tensivo. Ao contrário, a curto prazo, o processo trabalho-intensivo parece mais vantajoso para o país subdesenvol-vido, porque enquanto permite economia em divisas ne-cessárias para aquisição de bens de capital, aumenta tam-bém a oferta de empregos.

A longo prazo, todavia, não se afigura possível o desen-volvimento econômico de qualquer país, sem a introdu-ção de técnica de produção capital-intensiva .

.Condição também essencial para o crescimento da pro-dução em países na fase de industrialização, são as cha-madas "economias de escala", divididas em internas eexternas.Economias internas seriam realizadas quando a agrega-ção dos recursos - capital e mão-de-obra - permite aorganização da produção em unidades "grandes", que seutilizam de técnicas e processos de produção, contrôle emercadização mais eficientes e assim conseguem reduziro "custo unitário", através de uma melhor distribuição doscustos fixos sôbre uma quantidade maior de unidades pro-duzidas.Outro aspecto que favorece à emprêsa "grande" é quan-do as vendas se tornam muito elevadas, há vantagem demandar fabricar peças e acessórios de seus produtos err,outros estabelecimentos, mais especializados, com correspondente redução dos custos. O sistema de subcontratos,

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também, por permitir maior especialização, leva a maiorprodutividade.

Outro caso de economias de escala seria a fundação deum laboratório de pesquisas tecnológicas, de um institutode pesquisa do mercado, de centros de treinamento damão-de-obra, etc.

Tôdas essas atividades e serviços, por seu alto custo, sópodem ser mantidos por emprêsas "grandes", financeira-mente poderosas, o que nos leva à conclusão que teorica-mente a produtividade deva crescer proporcionalmentecom a dimensão da emprêsa.

Dizemos "teoricamente", porque na realidade, muitasvêzes, as vantagens e os custos mais baixos obtidos sãodesvirtuados por práticas monopolísticas, em benefício deindivíduos e grupos econômicos poderosos, sem necessà-riamente resultar na redução dos preços de bens e servi-ços, e assim, na melhoria do nível de vida geral dapopulação.

O quadro n.? 4 parece confirmar a hipótese acima men-cionada; de fato, os estabelecimentos grandes (com maisde 1.000 empregados) apesar de pagarem salários maiselevados, de terem uma proporção mais elevada de em-pregados, não ocupados diretamente na produção, osten-tam os mais altos índices de produtividade (Valor deTransformação/número de operários), superiores, emmédia, em 50% aos dos estabelecimentos de tamanhomédio (50 a 249 empregados) ou médio-grande (de 250até 999 empregados).

Entretanto, impõe-se certa cautela diante conclusões pre-cipitadas sôbre as vantagens absolutas da emprêsa "gran-de" em relação às pequenas e médias, no que se refere àprodutividade.

Os dados apresentados no Quadro 4 são globais, isto é,referem-se a todos os estabelecimentos de determinadasdimensões, em todos os setores da indústria de transfor-mação. Ora, por mais evidente que seja a vantagem da es-

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pecialização e estandardização da produção, é fato sobeja-mente conhecido que, em certos ramos da atividade indus-trial, especialmente aquêles que funcionam com proces-sos e técnicas de alta densidade de mão-de-obra, os índicesde produtividade mais elevados são encontrados em em-prêsas de dimensão média ou pequena.

Por outro lado, a integração horizontal ou vertical de di-versos estabelecimentos numa emprêsa só, não significa,necessàriamente, um aumento de produção e, portanto,da produtividade.

Assim, tentamos desdobrar os índices do Quadro 4, se-gundo os diferentes setores de atividade industrial, à basede informações colhidas no "Registro Industrial - 1958",publicado pelo IBGE, sob o título Produção Industrial Bra-sileira - 1958.Dos oito setores industriais, cujos dados são apresentadosno Quadro 5, seis confirmam a hipótese da produtividademais elevada nas emprêsas "grandes": de fato, nos setoresde Vestuário, Calçado e Artefatos de Tecido, Transforma-ção de Minerais não metálicos, Mobiliário, Química e Far-macêutica, Borracha, Papel e Papelão, os índices de pro-dutividade de mão-de-obra (Valor da Transformação In-dustrial/número de empregados) são substancialmentesuperiores nas emprêsas com mais de 500 empregados doque nos estabelecimentos pequenos e médios.

Em têrmos absolutos, as emprêsas grandes dos setoresQuímica e Farmacêutica e Borracha - atividades queexigem alta densidade de capital - superam largamentecom sua produtividade as emprêsas dos outros setores.

Os dois setores industriais, Têxtil e Produtos Alimentícios,em que os estabelecimentos grandes apresentam índicesde produtividade inferiores aos dos pequenos e médios, sãoreconhecidamente estruturados em técnicas que depen-dem do emprêgo maciço de mão-de-obra e de baixa den-sidade de capital. Isto se aplica sobretudo à Indústria Têx-til que, segundo estudos da CEPAL, apresenta instalaçõesobsoletas, baixo grau de modernização de seu equipamento

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e, em conseqüência, índices de produtividade inferioresaos das nações, industrialmente menos desenvolvidos doque o Brasil.

Os planos para a melhoria da produtividade, neste setorimportante da vida econômica nacional, pelo número deempregos e de rendas que proporciona, não devem visar aapenas o reequipamento com máquinas modernas e auto-máticas: uma melhor programação do trabalho, a racio-nalização administrativa, o aperfeiçoamento dos métodosde trabalho e de treinamento do pessoal, em todos os ní-veis e categorias profissionais, são imprescindíveis numprograma de verdadeira modernização.

Um aumento da produtividade também pode ser consegui-do melhorando as técnicas e métodos de administração ea qualificação profissional de todos os empregados. A êsterespeito é válida a afirmação feita no início de nosso tra-balho e que contraria frontalmente o espírito tão antiqua-do quanto arraigado da época mercantilista, que procuraa riqueza de uma nação nas máquinas, ou no ouro e nasdivisas acumulados, mas não nas capacidades e na qua-lidade profissional dos que as operam e delas se servem.

A riqueza nacional é fundamentalmente representadapela qualidade da mão-de-obra, seu nível, conhecimentose experiência profissionais, sua habilidade e consciência naaplicação da tecnologia nos processos de produção, quedependem, por sua vez, de um conjunto de atitudes e va-lôres sociais, que orientam e definem o comportamentoindividual e grupal, no processo econômico.

Neste sentido, a recuperação econômica espantosa apre-sentada e o conseqüente progresso geral das sociedadesalemã e japonesa, após a derrota e a destruição de seuparque industrial, no fim da Segunda Guerra Mundial,devem ser creditados em primeiro lugar, ao esfôrço per-sistente, à disciplina de trabalho e, sobretudo, ao níveleducacional - profissional e geral - da mão-de-obradessas duas nações.

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o nível e o crescimento da produtividade, portanto, de-pendem em primeiro lugar do fator humano - adminis-tradores, técnicos, operários - porque sua atuação noprocesso de produção permeia e se reflete em todos osoutros fatôres.O planejamento quantitativo e qualitativo dos contingen-tes humanos necessários, seu recrutamento, seleção, trei-namento e aperfeiçoamento constantes, bem como suaeducação e doutrinação para que abandonem formas detrabalho tradicionais e por isso antiquadas e inadaptadasàs exigências da industrialização, enquanto se imbuem dospadrões, aspirações e valôres de uma sociedade dinâmica,em vias de desenvolvimento, são passos indispensáveispara conseguir uma elevação da produtividade.

O nível tecnológico de uma sociedade, suas máquinas, equi-pamentos e métodos de trabalho, dependem estreitamen-te da qualificação do fator humano, que deve utilizá-losadequada e eficientemente, como instrumentos para a cria-ção de novos e adicionais valôres, com esfôrço e custos osmais baixos possíveis.Podemos subdividir o fator humano em vários grupos, dosquais cada um realiza uma tarefa específica:

• Os engenheiros e técnicos, cuja tarefa principal é a or-ganização, distribuição e contrôle da produção, o con-trôle dos fluxos, qualidade, estabelecimento das ca-dências e os próprios métodos de trabalho;

• os administradores, cuja atuação permeia todos os ou-tros setores e de cuja eficiência específica como "co-ordenadores" depende a produtividade do sistemaglobal;

• os operários - suas atitudes e seu empenho, quer in-dividual quer coletivamente, através de suas organi-zações sindicais, afetam profundamente o nível, a qua-lidade da produção e, conseqüentemente, a elevaçãoda produtividade.

Todos êsses grupos e outros que intervém no processo deprodução e distribuição de bens e serviços - fornecedo-

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res, compradores, investidores, etc., - podem atingir ní-veis de produtividade mais elevados, a condição que:

• sejam treinados para realizar tarefas bem definidas,compreendam seus objetivos e saibam avaliar os re-sultados de seus esforços;

• sejam dirigidos, administrados e seu trabalho coorde-nado por elementos qualificados;

• sejam motivados para agir de acôrdo com seus inte-rêsses e planos, integrados nas aspirações da Nação.

CONCLUSÃO

Tentamos demonstrar a importância decisiva da elevaçãoda produtividade do sistema econômico global, no proces-so de desenvolvimento. Entre todos os fatôres que afetama produtividade de modo mais direto, ressaltamos o fatorhumano, ao qual todos os outros são subordinados comomeros instrumentos de execução.

A contribuição do fator humano para o aumento da pro-dutividade é sem limites, porque o homem, por naturezae definição, é antes de tudo um ser criativo, o homo faber.

Contudo, para que possa realizar todo seu potencial cria-tivo, são necessários educação, formação técnica e profis-sional, uma administração eficiente e honesta e, finalmen-te, um clima social de liberdade e tolerância, em que sedesenvolva uma cooperação estreita e eficiente entre admi-nistradores e empregados, govêrno e cidadãos, enfim, en-tre todos os níveis e camadas sociais e políticas da Nação.Em última análise, são o sistema político e sua adminis-tração pública que desempenham papel decisivo em todosos esforços e aspirações para o desenvolvimento, atravésda elevação dos níveis de produtividade: sua atuação nainstalação de uma infra-estrutura, sua administração dosserviços essenciais de educação, saúde, previdência social,enfim, a coordenação de todos os setores de atividade,privados e governamentais, incentivando e estimulando aopinião pública, são indispensáveis para o bom êxito deuma política desenvolvimentista.