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PRODUÇÃO DE BIODIESEL A PARTIR DO SEBO BOVINO: VIABILIDADE ECONÔMICA E MÉTODOS DE PRODUÇÃO Raul Andres Martinez Uribe, Caio Henrique Alberconi, Beatriz Antoniassi Tavares (Universidade Sagrado Coração) Resumo: O esgotamento das reservas de petróleo, associado com a alta demanda de energia faz com que se torne necessário à utilização de outros tipos de combustíveis. Estes combustíveis deverão, além de suprir a necessidade energética, ser uma fonte de menor emissão de poluentes, visto que a cada ano há aumento na temperatura da Terra, que acabam por desencadear inúmeras mudanças climáticas. Uma das alternativas que se tem mostrado útil à substituição do diesel fóssil é o biodiesel. Produzido de inúmeras matérias-primas, e de diversos métodos diferentes, o biodiesel vem se consolidando no cenário nacional, com perspectivas de aumento de uso para os próximos anos. Para isso, haverá uma necessidade maior de matérias-primas, e o sebo bovino se destaca entre as demais, devido à qualidade do combustível produzido, além de sua oferta no mercado. Deve-se destacar também que sua viabilidade econômica é maior, pois quando comparada com as outras matérias-primas disponíveis, a produção de biodiesel de sebo bovino é a que tem menor custo de produção. Palavras-chaves: Biodiesel. Sebo bovino. Métodos de produção. ISSN 1984-9354

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PRODUÇÃO DE BIODIESEL A PARTIR DO SEBO BOVINO: VIABILIDADE ECONÔMICA E MÉTODOS DE PRODUÇÃO

Raul Andres Martinez Uribe, Caio Henrique Alberconi, Beatriz Antoniassi Tavares

(Universidade Sagrado Coração)

Resumo: O esgotamento das reservas de petróleo, associado com a alta demanda de energia faz com que se torne necessário à utilização de outros tipos de combustíveis. Estes combustíveis deverão, além de suprir a necessidade energética, ser uma fonte de menor emissão de poluentes, visto que a cada ano há aumento na temperatura da Terra, que acabam por desencadear inúmeras mudanças climáticas. Uma das alternativas que se tem mostrado útil à substituição do diesel fóssil é o biodiesel. Produzido de inúmeras matérias-primas, e de diversos métodos diferentes, o biodiesel vem se consolidando no cenário nacional, com perspectivas de aumento de uso para os próximos anos. Para isso, haverá uma necessidade maior de matérias-primas, e o sebo bovino se destaca entre as demais, devido à qualidade do combustível produzido, além de sua oferta no mercado. Deve-se destacar também que sua viabilidade econômica é maior, pois quando comparada com as outras matérias-primas disponíveis, a produção de biodiesel de sebo bovino é a que tem menor custo de produção.

Palavras-chaves: Biodiesel. Sebo bovino. Métodos de produção.

ISSN 1984-9354

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1. INTRODUÇÃO

A crescente demanda por energia, proveniente do grande desenvolvimento econômico,

gera uma necessidade de busca de energias alternativas aos tradicionais combustíveis fósseis.

Segundo Martins e Carneiro (2013) os países industrializados contam, em sua grande maioria,

com o consumo de energia proveniente de fontes não renováveis, ou seja, a demanda de energia

atrelada ao esgotamento dos recursos implicará em crescentes custos de produção. Junto a esse

fato deve-se levar em consideração as atuais mudanças climáticas, como o aumento da

temperatura média global que acarreta na elevação do nível dos oceanos, alterações no perfil

climático e nas precipitações pluviométricas. Previsões apontam que nos próximos 100 anos a

temperatura média do planeta pode subir entre 1,5ºC a 5,8ºC. (MAY, PEREIRA, 2003 apud

VIEIRA, 2011). A contínua elevação do preço do barril de petróleo e as questões ambientais

associadas à queima de combustíveis fósseis também têm contribuído para colocar a humanidade

frente à necessidade de novas fontes energéticas. (LOBO, FERREIRA, DA CRUZ, 2009, p.

1596).

Portanto os novos combustíveis deverão, além de suprir a demanda de consumo, ser um

meio renovável e menos poluente. Justamente, devido a essas questões que o biodiesel poderá

ganhar um destaque no cenário nacional brasileiro. Apesar de recente, o biodiesel tem papel

importante quanto à substituição, mesmo que parcial, de combustíveis fósseis. São inúmeras as

possibilidades de matérias-primas para a produção de biodiesel, mas nem todas são

economicamente viáveis. (MANZANO, STRANDMAN, 2008).

Este trabalho tem, então, como objetivo avaliar a viabilidade e as perspectivas do sebo

bovino como matéria-prima para a produção de biodiesel, bem como os métodos de produção e

seus custos.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

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Na legislação brasileira, biodiesel está definido na Lei Federal nº 11.097, de 13 de janeiro

de 2005, como: “[...] biocombustível derivado de biomassa renovável para uso em motores a

combustão interna ou, conforme regulamento, para outro tipo de geração de energia, que possa

substituir parcial ou totalmente combustíveis de origem fóssil”. (BRASIL, 2005, 2011).

Quimicamente, é definido como éster monoalquílico de ácidos graxos e derivados de

lipídeos de ocorrência natural e pode ser produzido, juntamente com a glicerina. (RAMOS et al.,

2003, p. 29). Devido a isso que o biodiesel é uma alternativa ao combustível fóssil, pois as

moléculas dos dois combustíveis são muito parecidas. (PLÁ, 2002).

Portanto, resume-se biodiesel como um combustível natural produzido de qualquer fonte

renovável. Estas fontes são popularmente conhecidas como óleos ou gorduras, e podem derivar

dos mais diversos tipos de matérias-primas.

Como citado na primeira seção deste capítulo, o biodiesel provém de biomassa renovável.

Estas fontes renováveis podem ser dos mais diversos tipos, sejam eles de origem vegetal, animal

ou residual. Na escolha de uma fonte vegetal, destacam-se como matéria-prima as seguintes

plantas oleaginosas: soja, algodão, palma, amendoim, canola, mamona e girassol. Já em relação à

escolha de uma fonte animal, tem-se como matéria-prima o sebo, que pode ser aproveitado do

abate bovino, suíno, de aves ou até mesmo de peixes. As fontes residuais para utilização de

matéria-prima na produção de biodiesel são provenientes do reuso de óleos e gorduras de outros

processos, como por exemplo, o óleo utilizado em frituras.

A escolha da matéria-prima mais adequada depende largamente da oferta do mesmo, do

custo, da logística e da produtividade. É uma escolha de suma importância, visto que a mesma

representa cerca de 85% do custo de produção do biodiesel. (MARTINS, CARNEIRO, 2013;

MENDES, COSTA, 2010).

No cenário brasileiro destaca-se o uso da soja para produção de biodiesel. Segundo

Mendes e Costa (2010), isso se deve ao fato de que quando o programa de incentivo ao biodiesel

foi lançado, o setor da soja era o que se encontrava melhor preparado, mais consolidado e com

alto desempenho para atender o mercado consumidor. O fato da competição direta com o ramo

alimentício é o que evidencia à atual queda da utilização da soja como matéria-prima para a

produção de biodiesel. Muitos agricultores tem preferido a venda da soja à outros setores do que

as indústrias produtoras de biodiesel, devido ao melhor valor agregado a tonelada da soja. Na

contramão, o sebo bovino vem ganhando espaço e se tornando uma matéria-prima interessante,

pois além da não competição no ramo alimentício, tem excelente aproveitamento quanto a sua

transformação em biodiesel. (MENEGUETTI, ZAN, MENEGUETTI, 2012).

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Com o auxílio das Figuras 01 e 02, comprova-se o ganho na utilização do sebo bovino e a

perda da utilização da soja, ainda que esta última permaneça como a principal matéria- prima para

a produção do biodiesel.

Figura 01 – Matérias-primas utilizadas para produção de biodiesel em Outubro/2008.

Fonte: BRASIL (2008, p. 06).

Figura 02 – Matérias-primas utilizadas para produção de biodiesel em Setembro/2013.

Fonte: BRASIL (2013a, p. 11).

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O sebo bovino é um produto inserido numa estrutura de produção que tem como principal

mercado a carne. Porém, e não menos importante, os subprodutos do abate bovino são insumos

para outros processos, onde pode-se destacar: a pele que transforma-se em couro; o osso do qual

se produz farinha utilizada na ração animal; o colágeno vinculado à produção alimentícia; e o

próprio sebo, utilizado pela indústria de limpeza e higiene, bem como na produção de biodiesel.

(MARTINS et al., 2011).

O sebo bovino é formado basicamente por ácidos graxos de cadeia saturada, possuindo

assim estruturas químicas semelhantes às dos óleos vegetais. As diferenças estão nos tipos e

distribuições dos ácidos graxos combinados com o glicerol. Logo, o sebo bovino também é uma

opção para a produção de biodiesel. (KRAUSE, 2008; TAPANES, 2013).

Entretanto, nem todo óleo ou gordura deveria ser utilizado como matéria-prima. Isso se

deve ao fato de que alguns óleos apresentam propriedades não ideais, como alta viscosidade ou

alto número de iodo, que são transferidos assim para o biodiesel e que o tornam inadequados para

o uso direto em motores ciclo diesel. (RAMOS et al., 2003). A Tabela 01 apresenta a composição

química das principais matérias-primas para a produção de biodiesel, dentre elas destaca-se o sebo

bovino que possui baixo teor de iodo.

Tabela 01 – Composição química das principais matérias-primas da produção de biodiesel.

Fonte Número

de Iodo

Principais Ácidos Graxos

Mirístico Palmítico Esteárico Oléico Linoléico Linolêmico

Sebo

Bovino 38-46 2 29 24,5 44,5 - -

Banha

(Suínos) 46-70 - 24,6 15 50,4 10 -

Amendoim 83-100 - 8,5 6 51,6 26 -

Algodão 108-110 - 23,4 - 31,6 45 -

Milho 111-130 - 6 2 44 48 -

Soja 137-143 - 11 2 20 64 3

Fonte: ALSBERG e TAYLOR (1928 apud RAMOS et al. 2003, p. 30).

Segundo Krause (2008), o biodiesel de sebo bovino apresenta também outras vantagens

quando comparado aos de origem vegetal. Uma das características vantajosas é o alto valor

calorífico e o alto número de cetanos, e aumento da estabilidade à oxidação pela maior resistência

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à mesma. Com relação ao número de cetano, o mesmo mede a qualidade de ignição do

combustível, ou seja, um baixo índice de cetano acarreta em uma pobre ignição, podendo formar

depósitos e desgastes nos pistões do motor. Segundo Santos et al. (2007 apud FIORESE, GOMES,

2009), o consumo específico do motor tem uma relação direta com o poder calorífico do

combustível, ou seja, quanto maior o poder calorífico menor é o consumo de combustível para se

atingir a potência desejada. Logo, o biodiesel de sebo bovino tem um rendimento melhor quando

comparado com o de origem vegetal.

Por outro lado, devido ao sebo bovino apresentar alta quantidade de ácidos graxos saturados,

o ponto de entupimento de filtro a frio neste combustível é mais alto, tornando impossível seu uso

em temperaturas mais baixas. No caso específico do biodiesel de sebo bovino, seu ponto de

entupimento de filtro a frio é de 19ºC, valor que caracteriza um problema, visto que segundo as

resoluções da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a temperatura

máxima de ponto de entupimento de filtro a frio é exatamente essa. Para resolução desse

problema, sugere-se que o biodiesel de sebo bovino seja misturado a óleos vegetais, pois assim

cerca de 10ºC são diminuídos no ponto de entupimento quando essas misturas são realizadas.

(CUNHA, 2008 apud MARTINS, CARNEIRO, 2013).

Já em relação a obtenção do sebo bovino, representada na Figura 03, a mesma é feita a

partir do abate com a separação da carne e das aparas resultantes da limpeza da carcaça e dos

cortes de carnes, dos ossos, vísceras e resíduos gordurosos presentes na água utilizada para lavar

os cortes ao longo da linha de processamento. Todos esses resíduos abastecem digestores de

batelada ou contínuos que possuem agitadores e válvulas que retiram a umidade do material por

meio de aquecimento sob pressão de vapor. A retirada da gordura pode ser feita por prensagem,

centrifugação ou por solventes orgânicos. (ANDRADE FILHO, 2007 apud BUENO, FREITAS,

NACHILUK, 2012).

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Figura 03 – Fluxograma de produção do sebo bovino.

Fonte: ANDRADE FILHO (2007 apud BUENO, FREITAS, NACHILUK, 2012, p. 09).

O processo de abate passou por enormes mudanças, visto que no inicio do século XX, além

da carne, apenas o charque era fabricado. O próprio sebo, há cerca de 20 anos, não era levado em

conta sendo descartado pelos frigoríficos. (MARTINS et al., 2011; MARTINS, CARNEIRO,

2013). Após o início da produção de biodiesel, houve uma ascensão do sebo bovino, visto que os

investidores despertaram para o papel estratégico desta matéria-prima. Primeiramente pelo seu

baixo custo e alta oferta, segundo lugar pelo abastecimento sem concorrência com o mercado de

alimentos. Por último, e mais importante, devido a sua taxa de conversão em óleo, que é de 100%.

Para exemplificar, 1 quilograma de sebo bovino se transforma em 1 quilograma de óleo, ao passo

que 1 quilograma de soja se transforma em 170 gramas de óleo. (KRAUSE, 2008). Todos estes

fatores somados remetem diretamente no preço final do custo de produção de biodiesel, ainda

mais quando se leva em consideração que o preço da matéria-prima é cerca 85% do preço final do

custo de produção, conforme citado anteriormente.

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Já em questões econômicas, o preço do sebo bovino é historicamente menor que o preço da

soja, e tem relação direta com a cotação da arroba do boi gordo. No período de 2006 a 2008, o

valor da tonelada do sebo bovino saltou de R$774,00 para R$1870,00. Isso deve-se ao fato da

maior concorrência para compra do sebo bovino, pois foi justamente nesse período em que houve

o aumento na produção de biodiesel, demandando assim uma maior quantidade de matéria-prima.

Outro fato a se considerar é que apesar de não competir com o ramo alimentício, o sebo bovino

tem disputa direta com a indústria de sabão e sabonetes que, atualmente consume a maior parte da

oferta do mesmo. Atualmente, 61% do sebo bovino produzido são destinados para a indústria de

sabão e sabonetes, enquanto apenas 12% para a produção de biodiesel. (MARTINS et al., 2011;

BUENO, FREITAS, NACHILUK, 2012).

Apesar desta concorrência com outros destinos do sebo bovino, a oferta ainda é grande.

Dados do IBGE (2011 apud BUENO, FREITAS, NACHILUK 2012), com base no tamanho do

rebanho nacional, considerou que a produção de sebo se dá em 23 kg por cabeça de gado.

Comparando-se então os dados contidos na Tabela 02, estimula-se que até junho de 2013,

produziu-se 383755 toneladas de sebo bovino.

Tabela 02 – Animais abatidos e peso total das carcaças.

Meses Bovinos

Número de cabeças abatidas (mil cabeças) Peso total das carcaças (t)

Total do ano 16685 3909333

Total do 1º trimestre 8128 1897214

Janeiro 2894 681457

Fevereiro 2575 598267

Março 2658 617490

Total do 2º trimestre 8557 2012119

Abril 2930 687475

Maio 2881 676572

Junho 2746 648073

Fonte: Adaptado IBGE (2013).

Esses números colocam o Brasil entre os maiores pecuaristas do mundo. É o segundo em

número de cabeças, e o primeiro como rebanho comercial. (ANUALPEC, 2010 apud MARTINS

et al., 2011). No entanto, para que ocorra a produção de biodiesel, os óleos vegetais e gorduras

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animais são submetidos a processos químicos. Atualmente, os métodos mais conhecidos são:

transesterificação, craqueamento, hidroesterificação e o método H-BIO.

2.1 Transesterificação

Atualmente esse método é o mais difundido para a produção de biodiesel, seja a partir de

óleos vegetais ou de gorduras animais. Na reação de transesterificação os óleos ou gorduras

reagem com um álcool, na presença de catalisadores, formando ésteres (biodiesel) e glicerol

(LOBO, FERREIRA, DA CRUZ, 2009). A transesterificação de óleos corresponde a uma reação

reversível, portanto, o rendimento da reação dependerá do deslocamento do equilíbrio químico em

favor dos ésteres, através da otimização de fatores, tais como a temperatura de reação, a

concentração e caráter ácido-base do catalisador, bem como o excesso estequiométrico do agente

de transesterificação (álcool). (RAMOS et al., 2003).

O caráter reversível citado torna-se um problema no processo produtivo, mas que acaba

sendo resolvido com o excesso de adição do álcool utilizado, fazendo com que o equilíbrio da

reação se desloque para o sentido dos produtos. A escolha de qual álcool é fato de extrema

importância, visto que acarreta em produtividade e assim, diretamente no custo da produção. Para

a reação de transesterificação, apenas álcoois simples podem ser utilizados. Isso deve-se a razões

físicas e químicas (cadeia curta e polaridade dos álcoois). Portanto, pode-se utilizar álcoois como

metanol, etanol, propanol e butanol. (KRAUSE, 2008).

Atualmente o metanol é o álcool mais amplamente aplicado na produção do biodiesel, que

por ser mais reativo, implica em menor temperatura necessária para a reação, além de diminuir o

tempo da mesma. Deve-se levar em consideração que o metanol, é mais livre de água que o etanol,

que possui cerca de 4% a 6% de água. Esse fato pode ser resolvido com a utilização de etanol

anidro ao invés do etanol hidratado, porém isso acarreta em um custo maior, visto que o valor do

etanol anidro é maior do que o comercial. (RAMOS et al., 2003).

A vantagem do uso do etanol é ambiental. O etanol é muito menos tóxico que o metanol,

além de ser renovável. Caso a escolha seja a do etanol, pode-se ter um combustível 100%

renovável e limpo, devido às origens das matérias-primas escolhidas. Sem contar que no Brasil a

produção de etanol é consolidada, fornecendo disponibilidade alta dessa matéria-prima em todo o

território nacional. (LOBO, FERREIRA, DA CRUZ, 2009; MENEGUETTI, ZAN,

MENEGUETTI, 2012).

Porém no cenário atual, as empresas produtora de biodiesel optam pela rota metílica de

produção ao invés da etílica, ou seja, preferem usar metanol ao etanol. Segundo Krause (2008), a

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utilização do metanol reduz à metade o custo de produção quando comparado com etanol, já que o

consumo de metanol é 45% menor que o de etanol

2.2 Craqueamento

O processo de craqueamento consiste na quebra das moléculas do óleo vegetal ou gordura,

levando à formação de uma mistura de compostos químicos com propriedades semelhantes às do

diesel, gases e gasolina de petróleo, que podem ser usados diretamente em motores convencionais.

(TAPANES et al., 2013). A reação de craqueamento ocorre em temperaturas elevadas, cerca de

350ºC, com ou sem a adição de catalisador. Essa última etapa define o processo, podendo o

craqueamento ser térmico ou catalítico.

Quando o óleo atinge 350º C, ocorre uma formação de vapores que serão condensados em

uma torre de destilação fracionada, processo semelhante ao que acontece com o petróleo na

produção de diesel mineral. Nos pratos mais baixos da torre de destilação, ficam as frações que

vão passando para o estado líquido, que, em conjunto, constituem o biodiesel. (SUAREZ, 2006

apud MAZANO, STRANDMAN, 2008).

O craqueamento é uma rota alternativa a já tradicional transesterificação, produzindo um

combustível com propriedades muito semelhantes ao do diesel de petróleo, porém possui um custo

de produção muito elevado, tornando-o assim desinteressante. (PRÍNCIPE, 2008; TAPANES et

al., 2013).

2.3 Hidroesterificação

O método de hidroesterificação mostra-se como uma opção promissora dentre as rotas de

obtenção do biodiesel, sendo que este método consiste no processo de hidrólise seguido de um

processo de esterificação. Segundo Pupo et al. (2011) a grande vantagem da hidroesterificação se

dá a não limitação de matérias-primas, em termos de especificação. Ou seja, é possível a utilização

de matérias-primas com alta acidez (acima de 1%), sendo assim desnecessário um pré-tratamento

da matéria-prima escolhida, o que acarreta em uma redução do custo operacional.

Já para Tapanes et al. (2013), o fato da matéria-prima ter acidez alta não é um problema

para o método da hidroesterificação, pelo contrário, visto que na hidrólise aumenta-se

propositadamente a acidez. No primeiro processo da hidroesterificação, a hidrólise, a gordura

reage com a água gerando glicerina e ácidos graxos. Obtendo-se assim uma glicerina muito mais

pura, devido à alta acidez, que a glicerina advinda da transesterificação. No processo de

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esterificação, os ácidos graxos que já foram separados da glicerina são esterificados com álcool.

Comumente utiliza-se metanol e etanol, devido às propriedades físicas e químicas dos mesmos,

como já fora descrito no método de transesterificação. Não há a necessidade de neutralização dos

ácidos graxos, visto que o álcool adicionado faz essa função. Como não há contato da glicerina

com o álcool, o único subproduto do processo de esterificação é a água, que após tratada retorna

para o processo de hidrólise.

Gera-se nesse método um biodiesel da mais elevada pureza, sem a necessidade de

tratamentos dos subprodutos ou da matéria-prima, reduzindo assim o custo de produção.

2.4 H-BIO

O processo H-BIO foi desenvolvido pelo Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da

Petrobras (CENPES) e consiste na mistura de óleo vegetal ao diesel que é hidroconvertido, para

redução do teor de enxofre e melhoria da qualidade do óleo diesel, ajustando as características do

combustível às especificações da ANP. (PETROBRAS, 2008 apud MANZANO, STRANDMAN,

2008).

O óleo vegetal ou animal é misturado com frações de diesel de petróleo para ser

hidroconvertido em reatores de Hidrotratamento (HDT), sob condições controladas de alta

temperatura e pressão de oxigênio. Ocorre então uma hidroconversão catalítica da mistura de

frações de diesel e óleo de origem renovável, transformando o óleo vegetal, ou animal, em

hidrocarbonetos parafínicos lineares, similares aos existentes no óleo diesel de petróleo

(TAPANES et al., 2013).

O H-BIO é um processo relativamente novo, criado em 2006 e patenteado pela

PETROBRAS, e devido a isso há a necessidade de se avaliar as condições para processamento em

outras refinarias, analisar as condições de uso das mais diversas fontes de óleos, sejam elas

animais ou vegetais, além de analisar toda a logística para o recebimento do óleo vegetal ou

animal.

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3. METODOLOGIA

Foi feito um levantamento e consulta ao referencial bibliográfico, com o objetivo de

melhorar e desenvolver a pesquisa, especificamente para entender os métodos de produção e a

viabilidade econômica e energética da utilização de sebo bovino para produção de biodiesel.

4. ANÁLISE CUSTO DE PRODUÇÃO

Sabe-se que o custo da produção do biodiesel, envolve valores da aquisição de todos os

insumos, valores das operações, e de capital. Fiorese et al. (2011), classifica esses custos como

variáveis e fixos. Os custos fixos são os valores das operações, juros, seguros e manutenções nos

equipamentos. Já para os custos variáveis, se tem o valor de todos os insumos necessários para a

fabricação do biodiesel.

Conforme relatado anteriormente, o custo apenas da matéria-prima a ser utilizada na

produção de biodiesel pode chegar a 85% do valor total da produção. Ou seja, é o fator mais

importante e relevante na hora de avaliar a viabilidade econômica da produção do biodiesel.

Para Mendes e Costa (2010) o biodiesel nacional só vem se desenvolvendo por causa da

sua obrigatoriedade legal, uma vez que o seu preço sempre foi superior ao do diesel mineral,

tornando-o, portanto, pouco competitivo. Vale salientar que atualmente a soja é a matéria-prima

mais utilizada na produção de biodiesel, mas que talvez não seja a mais adequada. Como já foi

demonstrado nesse trabalho, o sebo bovino é quimicamente favorável para a produção do

biodiesel, além de gerar um biodiesel de melhor qualidade.

Fiorese e Gomes (2009) simularam o processo de produção de biodiesel em uma planta

piloto, que trabalha em processo de batelada. Utilizaram 4 matérias-primas distintas, 2 animais e

2 vegetais, para produção de biodiesel via transesterificação pela rota metílica. Os autores

estabeleceram então padrões para o processo de fabricação, como quantidade em volume de

metanol utilizada e acidez das matérias-primas. Foi realizado o levantamento de todo o custo,

variável e fixo, das 4 matérias-primas, para que fossem comparadas entre si após o processo de

produção do biodiesel. Os resultados dessa fase encontram-se apresentados na Tabela 03.

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Tabela 03 – Custos fixos e variáveis por litro de biodiesel para 4 matérias-primas.

Fonte Custo Variável

Custo Variável

Custo Fixo Custo Fixo Custo

(R$) (%) (R$) (%) Final (R$)

Sebo Bovino 1,96 97,31 0,05 2,69 2,01 Frango 2,17 97,54 0,05 2,46 2,22

Soja 3,11 98,33 0,05 1,67 3,16 Girassol 3,22 98,38 0,05 1,62 3,27

Fonte: FIORESE E GOMES (2009, p. 126).

Nessa primeira etapa, fica comprovado que o sebo bovino é a matéria-prima mais

economicamente viável para o processo de fabricação de biodiesel, devido ao seu baixo custo

final. Porém, como já citado nesse trabalho, os diferentes tipo de biodiesel possuem poder

calorífico diferentes, remetendo assim em um consumo diferente. Cientes dessa diferença, Fiorese

e Gomes (2009), utilizaram-se de um motor a diesel com condições controladas, para calcular o

consumo específico de cada biodiesel, assim como também o do próprio diesel mineral, para

estabelecer uma comparação entre todas as matérias-primas. Só então, após a obtenção de todos

esses dados, foi possível calcular o custo específico de cada biodiesel, que está exposto na Tabela

04.

Tabela 04 – Custo específico do óleo diesel e biodiesel.

Combustível/Carga Consumo específico Custo por litro Custo específico

do motor (%) (L kW-1 h-1) (R$) (L kW-1 h-1)

Óleo Diesel 0,3476 2,05 0,7125

Biodiesel de sebo bovino 0,3683 2,01 0,7402

Biodiesel de frango 0,3968 2,22 0,8808

Biodiesel de soja 0,4201 3,16 1,3274

Biodiesel de girassol 0,431 3,27 1,4094

Fonte: FIORESE E GOMES (2009, p. 127).

Com os dados obtidos, pode-se afirmar mais uma vez que o biodiesel de sebo bovino é o

mais economicamente viável, pois além do seu menor custo final dentre as matérias-primas

analisadas, o seu rendimento é maior. Pode-se comprovar assim que o consumo específico do

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biodiesel de sebo bovino é menor de que os outros tipos de biodiesel, devido apresentar poder

calorífico maior. Fica assim comprovada, a viabilidade econômica do sebo bovino para a

produção de biodiesel.

5. PERSPECTIVAS

Para o mercado nacional, a utilização do biodiesel está cada vez mais evidente. Atualmente

a mistura em vigor, estipulada pela Lei federal nº 11.097 de 13 de janeiro de 2005, é a B5, ou seja,

5% de biodiesel no diesel mineral. Esse percentual foi posto em vigor em janeiro de 2010,

antecipando em três anos o estabelecido na Lei acima citada. Segundo Tapanes et al. (2013) esse

fato se deve ao perceptível amadurecimento do mercado brasileiro, que permitiu que a mistura de

B5 fosse antecipada.

Segundo a revista Valor Econômico, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão,

confirmou que o governo estuda aumentar o percentual da mistura do biodiesel já no ano de 2014.

(LOBÃO..., 2013). O mesmo não mencionou de quanto seria o eventual aumento da mistura,

porém, segundo a Associação dos produtores de Biodiesel do Brasil (2013 apud GOVERNO...,

2013), a proposta em estudo deverá elevar o percentual para 7%, ou seja, B7.

Para Krause (2008), esse aumento da porcentagem influencia diretamente a economia

brasileira, visto que para cada 1% de substituição de óleo diesel por biodiesel, produzido com a

participação da agricultura familiar, podem ser gerados cerca de 45 mil empregos no campo.

Ainda segundo o autor, o uso de gorduras animais também implica nesse dado, pois a atividade

pecuária gera importantes postos de trabalho rural.

Para dar conta da nova demanda de mistura de biodiesel, o Brasil conta com um total de 68

plantas autorizadas para a operação de produção de biodiesel (BRASIL, 2013a). Outro fato de

relevância, é que as empresas autorizadas para produção, não estão operando com sua total

capacidade de utilização. Estudos revelaram que a empresa que tem o maior fator de utilização,

atua com 73% da sua capacidade, sendo que a maioria das empresas atua com um fator de

utilização de cerca de 20%. (MENDES, COSTA, 2010).

Portanto, em questões operacionais, o Brasil está mais que preparado para uma demanda

maior de biodiesel. A proposta de se aumentar o percentual de biodiesel no diesel mineral é mais

que válida, visto que todos seus benefícios econômicos e ambientais são totalmente conhecidos.

Cabe agora ao governo estudar, e tornar realidade o aumento do percentual.

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6. CONCLUSÕES

O uso do biodiesel traz inúmeros benefícios, sejam eles ambientais ou econômicos. Do

ponto de vista ambiental, as vantagens estão atreladas à redução das emissões de dióxido de

carbono (CO2), redução das emissões de dióxido de enxofre (SO2), redução nas emissões de

hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) e redução das emissões de material particulado.

Já do ponto de visto econômico, traz contribuições em geração de empregos, especialmente

no setor primário, e diminui a importação do volume de petróleo. Vale ressaltar também a

economia a ser feita na saúde pública devido às vantagens ambientais. A partir do momento em

que se utiliza um maior volume de biodiesel, menor será a emissão de gases poluentes,

acarretando assim em um número menor de pessoas com doenças respiratórias, e outras doenças

que tenham como causa os gases poluentes.

No contexto atual, o Brasil se encontra em uma condição que país algum jamais esteve na

história do mundo globalizado. Com a evidente decadência das fontes fósseis, nenhuma outra

região tropical tem porte e condições tão favoráveis para assumir a posição de um dos principais

fornecedores de biocombustíveis e tecnologias limpas para o século XXI.

O uso do sebo bovino já é uma realidade, e vem ganhando cada vez mais espaço na

produção de biodiesel. É umas das matérias-primas mais viáveis para esse fim, devido a suas

inúmeras vantagens como o preço, a porcentagem de conversão em óleo, oferta e não competição

com alimentos, além da qualidade do biodiesel final. A pecuária brasileira já é consolidada, e se

houvessem estímulos fiscais para a produção do biodiesel de sebo bovino assim como há para as

outras matérias-primas, o biodiesel poderia finalmente atender as expectativas de ser um

combustível barato e concorrer de igual para igual com o diesel mineral.

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