produÇÃo_de_resumo

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ATIVIDADE DE LEITURA: PRODUO DE RESUMO Objetivo da atividade: desenvolver a habilidade de resumir textos. O QUE O RESUMO? O resumo consiste na reduo das ideias contidas em um texto, mantendo a fidelidade ao texto original. Assim como a resenha, deve conter dados selecionados e sucintos sobre o contedo de outro texto. A diferena reside no fato de o resumo no conter comentrios ou avaliaes de seu produtor. Segundo a ABNT: NBR 6028 NOV 2003, o resumo consiste na apresentao concisa dos pontos relevantes de um documento. Pode ser classificado como: resumo indicativo, aquele que indica apenas os pontos principais do documento e resumo informativo que informa ao leitor finalidades, metodologia, resultados e concluses do documento, de tal forma que este possa, inclusive, dispensar a consulta ao original. Este ltimo aparece em artigos cientficos, monografias, dissertaes e teses. J o resumo indicativo amplamente usado, no meio acadmico, como tcnica de estudo. A ABNT prope ainda que o resumo deve ser composto de uma sequncia de frases concisas, afirmativas e no de enumerao de tpicos. Para que seu resumo seja fiel s ideias do autor, necessrio realizar uma leitura cuidadosa do texto identificando as condies de produo do texto: (de que trata o texto? Qual o objetivo do autor? Com que inteno o autor escreveu o texto? Como o autor explanou as suas ideias? Usou argumentos? Desenvolveu ideias secundrias, utilizou exemplos ou outros recursos? Qual o plano geral do texto? Um bom resumo deve: a) apresentar de forma sucinta e objetiva o assunto do texto; b) ser seletivo e no mero repetidor das ideias sintetizadas do autor; c) evitar cpia de frases e expresses contidas no texto original; d) respeitar a ordem das ideias e fatos apresentados; e) empregar linguagem clara e objetiva, optando por frases curtas; f) dar preferncia forma impessoal da linguagem; g) ser precedido de referncia bibliogrfica que identificar o objeto de estudo. Leia com ateno um exemplo de resumo apresentado por Machado; Lousada e Abreu-Tardelli (2004). Leonardo Boff inicia o artigo A cultura da paz apontando o fato de que vivemos em uma cultura que se caracteriza fundamentalmente pela violncia. Diante disso, o autor levanta a questo da possibilidade de essa violncia poder ser superada ou no. Inicialmente, ele apresenta argumentos que sustentam a tese de que seria impossvel, pois as prprias caractersticas psicolgicas humanas e um conjunto de foras naturais e sociais reforariam essa cultura da violncia, tornando difcil sua superao. Mas, mesmo reconhecendo o poder dessas foras, Boff considera que, nesse momento, indispensvel estabelecermos uma cultura de paz contra a da violncia, pois essa estaria nos levando extino da vida humana no planeta. Segundo o autor, seria possvel construir essa cultura, pelo fato de que os seres humanos so

providos de componentes genticos que nos permitem sermos sociais, cooperativos, criadores e dotados de recursos para limitar a violncia e de que a essncia do ser humano seria o cuidado, definido pelo autor como sendo uma relao amorosa com a realidade, que poderia levar superao da violncia. A partir dessas constataes, o telogo conclui, incitando-nos a despertar as potencialidades humanas para a paz, como projeto pessoal e coletivo. MACHADO, Anna Raquel; LOUSADA, Eliane; ABREU-TARDELLI, Llia Santos. Resumo. So Paulo: Parbola Editorial, 2004, 69p. (original sem negritos) As autoras do resumo destacam aspectos produo da construo do resumo: considerados relevantes para a

Delimitao das vozes do produtor do resumo e do autor do texto (observe as palavras e expresses negritadas no resumo acima); linguagem objetiva, clara e concisa; ausncia de cpia de frases e expresses contidas no texto original; seleo de ideias principais e suas relaes; clareza na apresentao da ideia central (a tese defendida pelo autor); texto compreensvel por si mesmo dispensando a leitura do texto original. importante estar atento aos verbos que podem ser utilizados para indicar diferentes atos do autor do texto original, a ser resumido pelo redator. Confira a lista: apontar- definir descrever elencar enumerar classificar caracterizar dar caractersticas exemplificar dar exemplos contrapor confrontar comparar opor diferenciar comear iniciar introduzir desenvolver finalizar terminar concluir pensar acreditar julgar afirmar negar questionar criticar descrever narrar relatar explicar expor comprovar provar defender a tese argumentar dar argumentos justificar dar justificativas apresentar mostrar tratar de abordar discorrer esclarecer convidar sugerir incitar levar a. (MACHADO; LOUSADA; ABREU-TARDELLI,, 2004, p. 50) CUIDADO! No resumo do texto, no podem faltar: As referncias do texto O assunto do texto O objetivo do texto A articulao das ideias As concluses do autor do texto resumido Segue abaixo o texto original, compare-o ao resumo. Cultura da paz- Leonardo Boff A cultura dominante, hoje mundializada, se estrutura ao redor da vontade de poder que se traduz por vontade de dominao da natureza, do outro, dos povos e dos mercados. Essa a lgica dos dinossauros que criou a cultura do medo e da guerra. Praticamente em todos os pases as festas nacionais e seus heris so

ligados a feitos de guerra e de violncia. Os meios de comunicao levam ao paroxismo a magnificao de todo tipo de violncia, bem simbolizado nos filmes de Schwazenegger como o Exterminador do Futuro. Nessa cultura o militar, o banqueiro e o especulador valem mais do que o poeta, o filsofo e o santo. Nos processos de socializao formal e informal, ela no cria mediaes para uma cutura da paz. E sempre de novo faz suscitar a pergunta que, de forma dramtica, Einstein colocou a Freud nos idos de 1932: possivel superar ou controlar a violncia? Freud, realisticamente, responde: impossvel aos homens controlar totalmente o instinto de morteEsfaimados pensamos no moinho que to lentamente mi que poderamos morrer de fome antes de receber a farinha. Sem detalhar a questo, diramos que por detrs da violncia funcionam poderosas estruturas. A primeira delas o caos sempre presente no processo cosmognico. Viemos de uma imensa exploso, o big bang. E a evoluo comporta violncia em todas as suas fases. So conhecidas cerca de 5 grandes dizimaes em massa, ocorridas h milhes de anos atrs. Na ltima, h cerca de 65 milhes de anos, pereceram todos os dinossauros aps reinarem, soberanos, 133 milhes de anos. A expanso do universo possui tambm o significado de ordenar o caos atravs de ordens cada vez mais complexas e, por isso tambm, mais harmnicas e menos violentas. Possivelmente a prpria inteligncia nos foi dada para pormos limites violncia e conferir-lhe um sentido construtivo. Em segundo lugar, somos herdeiros da cultura patriarcal que instaurou a dominao do homem sobre a mulher e criou as instituies do patriarcado assentadas sobre mecanismos de violncia como o Estado, as classes, o projeto da tecno-cincia, os processos de produo como objetivao da natureza e sua sistemtica depredao. Em terceiro lugar, essa cultura patriarcal gestou a guerra como forma de resoluo dos conflitos. Sobre esta vasta base se formou a cultura do capital, hoje globalizada; sua lgica a competio e no a cooperao, por isso, gera guerras econmicas e polticas e com isso desigualdades, injustias e violncias. Todas estas foras se articulam estruturalmente para consolidar a cultura da violncia que nos desumaniza a todos. A essa cultura da violncia h que se opr a cultura da paz. Hoje ela imperativa. imperativa, porque as foras de destruio esto ameaando, por todas as partes, o pacto social mnimo sem o qual regredimos a nveis de barbrie. imperativa porque o potencial destrutivo j montado pode ameaar toda a biosfera e impossibilitar a continuidade do projeto humano. Ou limitamos a violncia e fazemos prevalecer o projeto da paz ou conheceremos, no limite, o destino dos dinossauros. Onde buscar as inspiraes para cultura da paz? Mais que imperativos voluntarsticos, o prprio processo antroprognico a nos fornecer indicaes objetivas e seguras. A singularidade do 1% de carga gentica que nos separa dos primatas superiores reside no fato de que ns, distino deles, somos seres sociais e cooperativos. Ao lado de estruturas de agressividade, temos capacidades de afetividade, com-paixo, solidariedade e amorizao. Hoje

urgente que desentranhemos tais foras para conferir rumo mais benfazejo histria. Toda protelao insensata. O ser humano o nico ser que pode intervir nos processos da natureza e copilotar a marcha da evoluo. Ele foi criado criador. Dispe de recursos de reengenharia da violncia mediante processos civilizatrios de conteno e uso de racionalidade. A competitividade continua a valer mas no sentido do melhor e no de destruio do outro. Assim todos ganham e no apenas um. H muito que filsofos da estatura de Martin Heidegger, resgatando uma antiga tradio que remonta aos tempos de Csar Augusto, vem no cuidado a essncia do ser humano. Sem cuidado ele no vive nem sobrevive. Tudo precisa de cuidado para continuar a existir. Cuidado representa uma relao amorosa para com a realidade. Onde vige cuidado de uns para com os outros desaparece o medo, origem secreta de toda violncia, como analisou Freud. A cultura da paz comea quando se cultiva a memria e o exemplo de figuras que representam o cuidado e a vivncia da dimenso de generosidade que nos habita, como Gandhi, Dom Helder Cmara e Luther King e outros. Importa fazermos as revolues moleculares (Gatarri), comeando por ns mesmos. Cada um estabelece como projeto pessoal e coletivo a paz enquanto mtodo e enquanto meta, paz que resulta dos valores da cooperao, do cuidado, da com-paixo e da amorosidade, vividos cotidianamente. BOFF, Leonardo. A cultura da paz. Disponvel em: . Acesso em: 12 ago.2009. Originalmente publicado no Jornal do Brasil em 2002

ATIVIDADE Faa o resumo do texto: Que pode ser considerado um mau leitor? de Magna Campos, observando os aspectos apontados acima.