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Produção e Organização Econômica do Espaço Geográfico Fatores Locacionais das Indústrias, Setores da Economia e Organização Espacial Fordista e dos Modelos de Acumulação Flexíveis Ulbra Canoas/RS CURSO DE GEOGRAFIA Prof. Dr. Dakir Larara

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Page 1: Produção e Organização Econômica do Espaço Geográfico – Fatores Locacionais das Indústrias, Setores da Economia e Organização Espacial Fordista e dos Modelos

Produção e Organização Econômica do Espaço

Geográfico – Fatores Locacionais das Indústrias, Setores da Economia e

Organização Espacial Fordista e dos Modelos de Acumulação Flexíveis

Ulbra Canoas/RS

CURSO DE GEOGRAFIA

Prof. Dr. Dakir Larara

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Pressupostos Teóricos

Conforme Moreira (1996), independentemente do tipo de negócio da empresa, mas principalmente se esta for uma fábrica, as decisões sobre localização são estratégicas e fazem parte integral do processo de planejamento.

Desta forma, pequenos detalhes podem trazer desvantagens comprometedoras. Localizar, no caso, significa determinar a área que ocupará a base de operações, onde serão fabricados os produtos ou prestados os serviços, e/ou onde se administrará o empreendimento.

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Pressupostos Teóricos

Fatores Locacionais Contemporâneos

Fatores Locacionais Tradicionais

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A Teoria Clássica da Localização Industrial de Alfred Weber

Esta teoria define fatores locacionais imprescindíveis para a localização de indústrias. Para Weber é primordial saber onde se situa um determinado empreendimento, dando ênfase à relação entre os custos de transporte, fontes de matérias-primas, a distância aos insumos e ao mercado.

O autor divide esses fatores em específicos e gerais; os específicos dizem respeito a economias de custos que podem ser alcançadas por um número pequeno de indústrias, já os gerais podem ser alcançados por qualquer indústria e podem ser subdivididos em regionais (que influenciam a escolha de uma região) e aglomerativos ou desaglomerativos (provocam concentração ou dispersão em uma região). Weber destaca entre os fatores locacionais: o transporte (regional), a mão-de-obra (regional) e as ofertas de serviços (como energia elétrica e água, por exemplo).

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A Teoria Clássica da Localização Industrial de Alfred Weber

Fatores que refletem o desenvolvimento urbano e social de uma determinada região também devem ser levados em consideração conforme o autor:

A) Para Weber, deve-se atentar para o aumento do valor agregado industrial,

B) a elevação do nível de emprego e redistribuição da população (diminuindo, dessa forma, as diferenças entre regiões), na utilização dos recursos locais, na criação de uma estrutura industrial diversificada e com capacidade de crescimento autossustentado e, por fim,

C) visar o aumento da competitividade e da quantidade de exportações da empresa e da região, impulsionando ainda mais o desenvolvimento local.

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A Teoria das Localidades Centraisde Walter Cristaller

Trata especificamente do nível de hierarquização das cidades, que varia em função do tipo de serviço oferecido e do grau de importância econômica das mesmas. Desse modo, pode-se tornar extremamente vantajosa e lucrativa a instalação da empresa em determinado lugar. A teoria foi desenvolvida por Cristaller e mais especificada por Lösch.

Baseia-se numa extensão simples da análise de áreas de mercado, essas que variam de uma indústria para a outra, dependendo de economias de escala e demanda per capita. Desse modo, cada indústria tem um padrão de localização diferente. A teoria das localidades centrais mostra como esses padrões de localização de diferentes indústrias surgem para formar um sistema regional de cidades.

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A Teoria do Equilíbrio Espacial Geralde August Lösch

Acerca de referências sobre a localização industrial pode-se incluir August Lösch, um nome de destaque na literatura sobre o tema.

A teoria de Lösch apresenta grande importância por considerar a hierarquia das cidades, as barreiras alfandegárias, os efeitos dos preços e sua variação em função da localização das fontes de matérias-primas e das áreas de mercado.

A sua principal preocupação era desenvolver um modelo de equilíbrio geral do espaço que servisse tanto para a análise de projetos empresariais como públicos.

Seu primeiro instrumento de análise para problemas de localização industrial foi desenvolvido na Itália, no começo da década de 70, com o objetivo de enquadrar, num mesmo cenário, as necessidades dos investidores, que procuravam a localização ideal para seus empreendimentos e dos administradores públicos, que visavam obter um melhor aproveitamento do território administrativo e desenvolver uma política industrial que refletisse o que as regiões pudessem oferecer.

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A Teoria de Pólos de Crescimento e Pólos de Desenvolvimento de François Perroux

Através de sua teoria Perroux procurou distinguir as várias noções de espaços e suas implicações. Segundo suas ideias, as atividades econômicas não são localizáveis com precisão, por isso o espaço não podia ter um sentido meramente físico, também não poderia ser definido como um território delimitado pelos acidentes geográficos ou pelo livre arbítrio do homem, ao contrário, considerava as divisões vulgares e sem valor analítico para a economia.

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A Teoria de Pólos de Crescimento e Pólos de Desenvolvimento de François Perroux

Perroux defendia a ideia que os espaços são conjuntos abstratos, constituídos de relações econômicas realizadas por agentes econômicos, conceituando o espaço econômico em duas perspectivas:

A) inicialmente, examinando e descrevendo o relacionamento e a distribuição das atividades econômicas no espaço geográfico, atividades que podem ser localizadas através de suas coordenadas ou mapeamento;

B) posteriormente, analisando o espaço econômico que corresponde as relações conceituais mais amplas – por exemplo, uma empresa, uma indústria ou um grupo delas.

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A Teoria de Pólos de Crescimento e Pólos de Desenvolvimento de François Perroux

O autor parte do pressuposto que o crescimento não surge em todos os lugares ao mesmo tempo, manifestando-se com intensidades variáveis, em pontos ou pólos de crescimento (pontos ou áreas que exercem influência sobre uma região).

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Comparação entre os Fatores Locacionais Clássicos e Contemporâneos

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Setores da Economia

Setor primário: compõe atividades econômicas que produzem matérias-primas, geralmente na transformação de recursos naturais em produtos primários para transformá-lo em produtos industrializados. O setor é composto de seis atividades econômicas: agricultura; pecuária; extrativismo vegetal; caça; pesca e mineração.

Setor secundário: transforma produtos naturais produzidos pelo setor primário em produtos de consumo ou então, em maquinário. Nesse setor, a matéria-prima é transformada em um produto manufaturado;

Setor terciário: constitui a comercialização de produtos em geral, e o oferecimento de serviços comerciais, pessoais ou comunitários, a terceiros. É o setor que mais cresce, quase que desordenadamente. É a principal fonte de renda dos países desenvolvidos. Atualmente, o setor terciário encontra-se extremamente diversificado devido à intensa industrialização que vem ocorrendo, praticamente no mundo inteiro, nos últimos dois séculos.

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A organização espacial Fordista

• Padrão espacial centro-periferia fordista. A escala de atuação da rede industrial não ultrapassa os limites territoriais do país A.

• O espaço fortemente industrializado e urbanizado constitui-se da região core do país, destacando-se três grandes cidades industriais.

• O fluxo nesta região é intenso, havendo uma grande mobilidade de mercadorias e pessoas, principalmente por vias de transporte como auto-estradas, ferrovias, metrô etc. Contígua a esta região existe uma área periférica, com menor densidade urbana e industrial.

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A organização espacial dos Sistemas de Acumulação Flexíveis

• Representa as novas dinâmicas espaciais típicas do recente paradigma econômico do capitalismo pós 1970. Trata-se de uma espacialidade na qual o território nacional é transgredido pela rede técnica.

• Ao contrário da figura anterior, a polarização não se dá por espaços contíguos, mas pela hierarquia dos nódulos da rede. Desta forma, a dinamicidade econômica se processa de uma maneira mais concentrada e fragmentada, pois não só as regiões tradicionalmente periféricas são excluídas, como também a região de base industrial clássica torna-se decadente e obsoleta.

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A organização espacial dos Sistemas de Acumulação Flexíveis

O padrão centro-periferia perde importância. Quanto à rede propriamente dita, observa-se o domínio do nódulo central (cidade dita global) que detém o centro decisório que, por sua vez, intervém em toda rede. Trata-se de um local onde a densidade tecnológica é forte, o que a torna o “núcleo” de rede.

Outros nódulos se espalham por outras regiões do país e por outros países. As trocas mais importantes são imateriais (informações, inovações) e elas sofrem efeitos diretos de outras partes do mundo. É importante notar que apenas estes nódulos apresentam uma densidade técnica que permite a dinamização de suas atividades.

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A organização espacial dos Sistemas de Acumulação Flexíveis

Nesta perspectiva, as escalas local e global ganham importância em detrimento da nacional. Empresas localizadas em alguma cidade de um determinado país têm a possibilidade de trocar informações com os grandes centros da economia mundial sem sofrer com os entraves territoriais do Estado-nação para essas transações.

Com a ascensão do regime de acumulação flexível, justificada ideologicamente pelo neoliberalismo, a ação centralizada do Estado passa a ser desmantelada, em benefício da descentralização escalar da gestão do território. Em contraponto ao planejamento centralizado, a revalorização do conceito de desenvolvimento local ganha força, como grande segredo para o desenvolvimento.