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Supervisor: Joana Maia Dias
Monitor: Gustavo Pizarro
PRODUÇÃO DE RESÍDUOS NA FEUP
ATITUDES DE REDUÇÃO
PROJECTO FEUP 2010/2011
Equipa AMB106: Gonçalo Monteiro, Jorge Martins, Mafalda Tuna, Marta
Barbosa e Rita Neto.
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RESUMO
Em virtude do Projecto FEUP, o presente grupo estudou um tema sobre a
produção de resíduos na nossa faculdade e ficou responsável pelo estudo e
sugestão de algumas atitudes que permitam a redução dos resíduos produzidos.
Para a elaboração deste projecto, o grupo definiu diversos pontos que seriam
importantes de explorar. De início investigámos quais as atitudes já tomadas pela
FEUP de modo a reduzir os seus resíduos e quais os processos sofridos por estes
após a sua formação. Estes processos podem ter objectivos diferentes: a
reutilização consiste em dar um novo uso ao resíduo produzido; a reciclagem serve
para transformar o resíduo num novo produto; o processo de eliminação tem como
objectivo a destruição de resíduos que não podem ser aproveitados para reciclagem
ou reutilização. Para descobrir estas informações, o grupo pesquisou no site da
EcoFEUP toda a informação disponibilizada pela faculdade e ainda teve a
oportunidade de entrevistar a engenheira Paula Rego que indicou quais as atitudes
já adoptadas pela FEUP para reduzir os resíduos e também outras atitudes que
poderiam ser tomadas para tornar mais eficaz a redução dos resíduos produzidos.
Neste relatório apresenta-se a informação recolhida e analisada por todos os
elementos do grupo e também as conclusões pertinentes para o problema
apresentado. Destas conclusões destaca-se o bom desempenho por parte da FEUP
para reduzir ou eliminar os resíduos produzidos na faculdade, contudo o presente
grupo sugere a criação de um compostor comunitário e a formação de um grupo de
jovens que se relacione com problemas de ordem ambiental.
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AGRADECIMENTOS
Embora um relatório seja, pela sua finalidade académica, um trabalho
realizado por alunos, há contributos de natureza diversa que não podem nem devem
deixar de ser realçados. Por essa razão, expressamos os nossos sinceros
agradecimentos: à professora Joana Dias, professora responsável pelo tema
desenvolvido pelo nosso grupo, no projecto FEUP; ao nosso monitor Gustavo
Pizarro, pela disponibilidade revelada ao longo deste tempo e também pelas críticas
e sugestões relevantes feitas durante a orientação; e à Engenheira Paula Rego por
atenciosamente nos ter recebido e respondido a todas as questões por nós
colocadas, dando-nos assim a informação que em muito contribuiu para a execução
do presente relatório.
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ÍNDICE
1-Introdução -------------------------------------------------------------------------------- 5
1.2-Breve referência dos resíduos produzidos em Portugal ------------------- 6
1.3-Hierarquia dos Resíduos ---------------------------------------------------------- 7
2-ECOFEUP ------------------------------------------------------------------------------- 9
2.1-Entrevista ----------------------------------------------------------------------------- 10
2.2- Sensibilização ---------------------------------------------------------------------- 13
2.3- Eficácia do ECOFEUP ----------------------------------------------------------- 15
2.4-Novos Processos a Implementar ---------------------------------------------- 16
2.5- Localização do Ecoponto e ECOFEUP ------------------------------------- 16
3-Conclusão ------------------------------------------------------------------------------ 17
4-Referências Bibliográficas --------------------------------------------------------- 18
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1-INTRODUÇÃO
O presente relatório tem como tema central o seguinte problema: “Produção
de resíduos na FEUP: Atitudes de redução”.
De facto, nas últimas décadas, tem-se verificado um aumento significativo da
produção de resíduos em todo o mundo. Na base deste aumento contam-se
diversas causas, poder-se-á apontar o desenvolvimento tecnológico e
socioeconómico, como exemplo.
Como nota introdutória e porque o rigor deste relatório não dispensa, é
importante apresentar a definição de resíduos. Assim, segundo o Decreto-Lei n.º
178/2006 de 5 de Setembro, “entendem-se por resíduos quaisquer substâncias ou
objectos de que o detentor se desfaz ou tem intenção ou obrigação de se desfazer,
em conformidade com a Lista de Resíduos da União Europeia (LER).”
Existem vários tipos de resíduos, podendo ser categorizados da seguinte
forma: resíduos urbanos, resíduos hospitalares, resíduos industriais, e resíduos
agrícolas.
Se é verdade que o planeta Terra tem vindo a assistir a um aumento, diga-se
significativo da quantidade de resíduos, também é verdade que tal facto exige uma
intervenção activa, directa e até mesmo preventiva por parte da população.
Na FEUP são igualmente produzidos resíduos, por exemplo: cartão, sucata,
resíduos laboratoriais, etc. No entanto, tem sido implementado e desenvolvido um
grande número de esforços no sentido de reduzir essa produção.
Deste modo, no presente relatório vamos dar a conhecer os resíduos
produzidos pela FEUP, bem como as respectivas atitudes de redução, de forma a
avaliar o seu grau de eficiência, não descurando, a abordagem que faremos
relativamente a temas conexos ao principal.
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1.1. BREVE REFERÊNCIA DOS RESÍDUOS PRODUZIDOS EM
PORTUGAL
(A informação seguidamente apresentada foi recolhida no site do Instituto Nacional de Estatística.)
Portugal, sendo um país já desenvolvido e industrializado, depara-se
diariamente com uma grande produção de resíduos, sendo estes de diversos tipos e
provenientes de diferentes sectores.
De um olhar geral sabe-se que, entre o ano de 2004 e o de 2009, cada
português gerou, anualmente, em média 470 kg de resíduos urbanos, sendo que,
dos quais, apenas 46 kg foram colocados para reciclagem. Apesar deste facto, a
reciclagem de resíduos foi o processo de gestão que, entre 2004 e 2009, mais
cresceu em termos médios.
Em Portugal, no que se refere aos resíduos urbanos, o papel e cartão tratam-
se dos principais resíduos colocados para reciclagem.
A maior quantidade de resíduos produzidos em Portugal consiste nos
resíduos sectoriais que provêm de diversos sectores como a Indústria
Transformadora, o Comércio, Serviços, entre outros. Estes três sectores referidos
constituem cerca de 2/3 de todos os resíduos sectoriais produzidos no nosso país.
De entre os resíduos sectoriais, as embalagens e os materiais provenientes dos
veículos em fim de vida são os principais materiais reciclados.
O nosso país está, em alguns pontos importantes, a par da União Europeia.
Alguns destes pontos são as taxas de reciclagem e de valorização orgânica, que
estão a evoluir de uma forma positiva.
Nos últimos anos tem-se assistido a uma certa pressão europeia (ao Estado e
a outras entidades nacionais) de modo a consciencializar a população para os riscos
de uma má gestão ambiental.
Como é possível entender, Portugal tem sofrido uma evolução ambiental,
tanto em ideias como em atitudes tomadas por diversas entidades de muitas áreas,
com o objectivo de diminuir a nossa pegada ecológica e permitindo um
desenvolvimento sustentável.
Actualmente, o ponto indicado como principal para o nosso país (e outros)
para uma evolução ambiental positiva consiste na redução de produção de resíduos
e aumento da valorização dos mesmos.
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1.2. HIERARQUIA DE RESÍDUOS
(De acordo com o Decreto-Lei Nº 178/2006)
Para uma gestão eficaz dos resíduos (metodologias que visam a redução e
eliminação de resíduos e acompanham os resíduos durante todo o seu ciclo
produtivo) é usada uma estratégia de gestão para estes: hierarquia da gestão de
resíduos. Consiste na identificação das estratégias básicas segundo uma
preferência de aplicação. Para gerir adequadamente os resíduos, é necessário ter
em consideração os itens contemplados na seguinte pirâmide:
Fig. 1: Pirâmide da hierarquia da gestão dos resíduos
Esta pirâmide refere-se à hierarquia de resíduos (diminuindo a importância
das estratégias do patamar 1 ao patamar 5). Quanto à descrição das etapas
referenciadas em cada patamar, tem-se que:
Patamar 1 – Reduzir. Em primeiro lugar é necessário verificar se não será possível
evitar a produção do resíduo, utilizando processos alternativos, ou prolongando o
tempo de vida útil do produto (por exemplo, nas idas ao supermercado utilizar um
saco reutilizável para trazer as compras, preferir lâmpadas fluorescentes às
incandescentes uma vez que estas são mais duráveis, evitar produtos descartáveis,
etc).
Patamar 2 - Reutilizar. É necessário verificar se é possível reutilizar o resíduo para
outras aplicações. Muitas vezes, é possível usar-se objectos que terão a função de
outros.
Patamar 3 – Reciclagem (material e orgânica). Quando não é possível aproveitar
grande parte do valor do produto é necessário verificar se este poderá ser reciclado.
A reciclagem consiste no reaproveitamento de materiais beneficiados como matéria-
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prima para fabricar produtos semelhantes. Dos materiais que podem ser reciclados
destaca-se principalmente, o papel, o plástico, o vidro e o metal. A reciclagem de
matéria orgânica é o conjunto de técnicas aplicadas para a decomposição de
materiais orgânicos com a finalidade de obter um material estável, rico em húmus e
nutrientes minerais com atributos físicos, químicos e biológicos (sob o aspecto
agronómico).
Patamar 4 – Valorização energética. Alguns dos resíduos que não podem ser
reduzidos, reutilizados ou reciclados podem ser úteis para gerar energia através da
queima controlada a temperaturas elevadas. O calor gerado na combustão destes
resíduos pode ser utilizado para, por exemplo, gerar electricidade.
Patamar 5- Eliminação/Deposição. Os resíduos que não podem obedecer à
redução, reutilização, reciclagem material ou orgânica, ou valorização energética
terão de ser enviados para aterros (muitas vezes os resíduos são incinerados, antes
de serem enviados para um aterro, para diminuir o seu volume em vez de serem
eliminados).
Note-se que os primeiros quatro patamares da pirâmide fazem parte da
conhecida política dos 4 R’s (reduzir, reutilizar, reciclar e recuperar) - esta política
tem, assim, como objectivo permitir que o cidadão consumidor reveja o seu
quotidiano e tome atitudes ecológicas que permitem reduzir os resíduos produzidos,
preservando e protegendo assim, o meio ambiente. Quanto à reciclagem, existem já
políticas concretas. No entanto, no que respeita à redução, reutilização e
recuperação de resíduos apenas têm sido feitas meras campanhas morais com
efeitos muito reduzidos.
É urgente subir na pirâmide da hierarquia dos resíduos e reduzir a produção
de resíduos, incentivando politicamente a reutilização e o recondicionamento dos
produtos de forma eficaz. Gradualmente, o Homem provocará problemas
irreversíveis em todo o nosso ecossistema.
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2. ECOFEUP
Em resposta à necessidade de controlar e gerir os resíduos sólidos
produzidos na FEUP foi aprovado em Outubro de 1999 um Sistema de Gestão
Ambiental que veio a denominar-se EcoFEUP. Durante a realização do relatório e
posterior organização do trabalho, recorreu-se frequentemente à pesquisa sobre
este sistema, uma vez que está directamente relacionado com o nosso tema “
Resíduos produzidos na FEUP”.
O EcoFEUP, nas instalações da FEUP, reconhece-se pelos sítios destinados
às actividades de gestão do sistema, nomeadamente, locais de armazenamento de
resíduos e de actividades relacionadas. O Ecoponto representa um destes locais, ou
seja, toda a área exterior que armazena resíduos não perigosos - contentores para
resíduos (sólidos urbanos não recicláveis) e contentores destinados ao
armazenamento de papel/cartão, plástico, metal e vidro. Alguns contentores
destinam-se também ao armazenamento de resíduos perigosos como pilhas e óleos.
Actualmente, o sistema EcoFEUP não possui nenhum edifício a ele destinado, por
isso as instalações provisórias deste localizam-se na sala A202. Em termos futuros,
há um projecto de edifício definitivo para este sistema que se destinará também ao
armazenamento de resíduos perigosos, tais como, produtos químicos e
armazenamento temporário de lâmpadas fluorescentes, tinteiros, baterias e toners.
Este futuro edifício do EcoFEUP também terá laboratórios de controlo da qualidade
de resíduos.
O sistema EcoFEUP foi criado como um meio que visa organizar e intervir nos
aspectos ambientais provenientes da actividade da FEUP, nomeadamente:
Gestão de todo o tipo de resíduos;
Controlar a emissão de gases libertados;
Gerir as descargas para tubos colectores de águas;
Evitar a contaminação dos solos;
Controlar o uso de recursos naturais como a água e a energia eléctrica;
Promover medidas de sensibilização para todos em relação à
hierarquia dos resíduos;
Controlar outros aspectos ambientais relevantes de toda a
comunidade;
A organização da EcoFEUP diz respeito a uma Comissão Consultiva (membros dos
departamentos, serviços e unidades de investigação) e a uma Comissão executiva
constituída por:
Prof. Doutora Arminda Alves Prof. Doutora Lúcia Santos Eng. Paula Rego
DEQ/FEUP DEQ/FEUP STM/FEUP
Tel: 225 081 883 Tel: 225 081 682 Tel: 225 081 501
Correio: [email protected] Correio: [email protected] Correio: [email protected]
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2.1 Entrevista
Na presente entrevista encontram-se alguns excertos da conversa da nossa equipa do Projecto FEUP e Engª. Paula Rego, do Departamento de Química, responsável pelo ECOFEUP, no dia 7 de Outubro de 2010. Nesta conversa/entrevista abordámos várias questões relacionadas com a gestão dos resíduos na nossa faculdade, assim como com a sua produção e redução. Também obtivemos informação sobre o que é desenvolvido e está em desenvolvimento para melhorar o desempenho ambiental da FEUP.
-Quando começaram a ser tomadas medidas de redução de resíduos na FEUP? E porque foram tomadas estas medidas?
A separação de resíduos na FEUP iniciou em 1999, com os docentes do Departamento de Química. Surgiu uma preocupação com os resíduos produzidos nos laboratórios – resíduos químicos que não tinham destino e eram dificilmente eliminados, sendo acumulados em vários recipientes, deitados directamente para o esgoto ou diminuía-se a sua toxicidade. Nessa altura foi criado um projecto de investigação, que tinha por base a eliminação desses resíduos. Recuperava-se alguma parte desses resíduos, e procedia-se ao tratamento de tudo aquilo que não era possível recuperar, de forma a tornar o resíduo menos perigoso (sendo este, posteriormente, enviado para empresas de recolha deste tipo de resíduos).
Surgiu depois a ideia de alargar a gestão dos resíduos químicos a todos os outros resíduos produzidos na faculdade, e assim surgiu o ECOFEUP. A proposta para este novo projecto coincidiu com a mudança de instalações da faculdade (originalmente na Rua dos Bragas, actual Faculdade de Direito).
No ano 2000, já nas novas instalações, começou então a ser estruturada de forma diferente a recolha dos resíduos e o seu encaminhamento. - Com a implementação do ECOFEUP surgiu uma redução na produção de resíduos?
Sim, e, ao longo destes anos, a gestão dos resíduos produzidos na FEUP melhorou, significativamente. Devido, em grande parte, ao alargamento da recolha dos resíduos e à forma como essa recolha é feita.
No início eram apenas recolhidos os resíduos urbanos (incluem uma fracção indiferenciada – lixo orgânico - e uma fracção reciclável – papel, cartão, embalagens, garrafas, etc.). Foi criado um ecoponto subterrâneo, algo inovador naquela altura, que serviu de modelo para muitas Câmaras Municipais. Aos poucos, foi-se incluindo nessa gestão cada vez mais tipos de resíduos, que eram produzidos aqui na faculdade.
Hoje em dia, conseguimos encaminhar correctamente todos os resíduos aqui gerados.
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-Como é feita a separação de resíduos na FEUP? E quais são os resíduos separados?
Na FEUP são produzidos vários tipos de resíduos: sólidos urbanos, químicos, orgânicos, eléctricos, entre outros. É necessário classificar os nossos resíduos de acordo com a Lista Europeia de Resíduos, e quando estes são encaminhados, vão ser acompanhados por uma Guia de Acompanhamento de Resíduos (GAR), que contém informação sobre a separação, o transporte e o tratamento dos resíduos.
Na faculdade temos a preocupação de fazer a separação de resíduos dentro das instalações. Não nos chega ter um ecoponto lá fora, porque as pessoas não vão lá directamente depositar os resíduos. É necessário ter nos corredores, junto às máquinas de comidas e nos gabinetes diferentes tipos de contentores (para embalagens, papel, tinteiros, latas, toners, pilhas, etc.). Estes recipientes têm de estar bem distribuídos para que a separação seja feita na origem.
A recolha dos resíduos sólidos urbanos recicláveis é feita pelas senhoras da limpeza, que depois os encaminham para o ecoponto. Os tinteiros, toners e pilhas são recolhidos por funcionários da faculdade nos vários pontos de recolha. Nestes casos contactamos algumas empresas para virem recolher estes resíduos, quando é atingida uma certa quantidade.
A relva é cortada pelos jardineiros e depois levada para o Ecocentro, para os contentores de relva.
Os óleos lubrificantes, utilizados em muitas máquinas de diversos departamentos, são depositados num oleão que se encontra num abrigo e depois recolhidos por uma empresa especializada. Na Cafetaria é feita a recolha de gordura alimentar. Existe uma câmara de gorduras, onde é feita a separação das gorduras dos restantes fluídos provenientes da lavagem da loiça. O óleo de fritar é recolhido e posteriormente utilizado para investigação, e para a produção de biodiesel.
No que toca aos resíduos químicos, são os mais difíceis de encaminhar, uma vez que a sua eliminação é muito dispendiosa. Cada laboratório é responsável por aquilo que produz. Como não há um local em segurança para armazenar a grande quantidade de resíduos, são feitas duas recolhas anuais (Janeiro e Julho). Até lá, os produtores vão acumulando em cada laboratório os resíduos e mantém-nos informados daquilo que produzem, a sua quantidade e onde estão a ser guardados. Pagamos depois a uma empresa para os vir recolher, e a cada laboratório é cobrado o valor (que depende das quantidades e dos tipos de químicos) desse transporte. É feita também a recolha das embalagens onde estão armazenados os resíduos químicos. Temos especial atenção com resíduos de mercúrio, que são levados à parte. -O que é feito aos resíduos depois de serem separados na FEUP?
Encaminhamos os resíduos para empresas licenciadas pelo Ministério do Ambiente, para o seu tratamento. Assim, garantimos que os resíduos são bem encaminhados, bem geridos, bem tratados e eliminados correctamente.
Este ano deu-se um grande melhoramento na gestão de resíduos, porque antigamente eram várias empresas que procediam à recolha dos resíduos. Actualmente encontramos uma empresa que recolhe vários tipos de resíduos, todas as semanas. Logo, não acumulamos tantos resíduos, e já não há dificuldade de transporte. É feita a recolha de lâmpadas, resíduos de equipamento eléctrico e electrónico (REEE- incluem computadores e outros equipamentos), metais, madeira, cadeiras, sofás, armários, e relva, entre outros. A gestão é muito mais eficaz.
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- São feitas campanhas para sensibilizar os estudantes, professores e funcionários?
Quando mudámos para estas instalações foi feita uma campanha, e há 3/4 anos outra. Nesta última apelávamos para a separação de resíduos e para a colaboração de todos nessa separação. As pessoas estão sensibilizadas, e notámos que há uma progressão. Inicialmente, não havia muito cuidado em colocar os resíduos no devido sítio, mas com os novos contentores metálicos esta tarefa está facilitada e já não há necessidade de nos deslocarmos para depositar os diferentes resíduos nos respectivos contentores. Há uma preocupação não só com os resíduos sólidos urbanos, mas também com os químicos.
Achamos que não é necessário estar continuamente a fazer campanhas, porque depois as pessoas acabam por não prestar tanta atenção, é necessário haver um espaçamento.
Vamos começar brevemente uma nova campanha, mais relacionada com o espaço exterior. Reparamos que junto às portas há uma acumulação de lixo indiferenciado nos contentores, e quando estes ficam cheios, grande parte do lixo vai para o chão. A nossa preocupação, agora, é limpar o chão. -Que metodologias são utilizadas pela FEUP para reduzir os resíduos?
As metodologias utilizadas dependem do tipo de resíduos, por exemplo alguns é inevitável a sua produção, outros variam ao longo do ano (caso das embalagens, que são mais produzidas no Verão, do que no Inverno, e onde se tem notado um aumento da oferta e consequentemente o aumento da procura). Com evolução das novas tecnologias e meios de comunicação e informáticos, tentamos diminuir a quantidade de papel utilizado (preferir a via digital, à impressão de documentos). Voltando novamente aos químicos, há uma diminuição da produção de resíduos que se nota substancialmente nas cadeiras de ensino, uma vez que há uma preocupação em poupar os solventes (laboratórios são responsáveis pelos resíduos produzidos).
-Que obstáculos têm encontrado para o funcionamento do ECOFEUP?
No inicio, como foi referido numa questão anterior, havia o problema de aparecer o lixo todo misturado, mas hoje em dia já não é uma situação que aconteça tão frequentemente. Contudo, apesar da separação ser bem feita, a recolha não o é. As senhoras que fazem a limpeza, por vezes misturam o lixo já separado. É então necessário falar com os responsáveis da empresa para sensibilizarem os funcionários.
-Estão a ser desenvolvidos novos projectos?
Temos um projecto em conjunto com um grupo da Associação de Estudantes da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (AEFEUP), que ainda se encontra pendente. Surgiu a ideia de fazer uma recolha de roupa usada, a faculdade financiava a compra de um contentor de roupa. As pessoas traziam a roupa que queriam doar, e esta depois seria encaminhada para instituições.
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Outro projecto, muito aliciante é do desenvolvimento da compostagem, com aquisição de um compostor comunitário. Aqui na faculdade são produzidas grandes quantidades de resíduo verde (relva). Actualmente, é uma empresa que recolhe e faz a compostagem da relva. O ano passado, os nossos jardineiros participaram numa acção de formação na Lipor, e recebemos 2 compostores domésticos. Como é óbvio, não são suficientes para a quantidade que é produzida.
Achamos também muito interessante o desenvolvimento de um núcleo de estudantes que esteja relacionado com várias questões ambientais. -Que aspectos são necessários melhorar?
Neste momento, queremos fazer compostagem aqui na FEUP, em vez de encaminhar a relva para uma empresa, e com o compostor comunitário, esperamos que o consigamos realizar de uma forma eficaz.
Em relação aos químicos, a gestão podia ser feita de outra forma. Podíamos ter vasilhas maiores para depositar os resíduos, mas, por outro lado, assim a produção de estes resíduos iria aumentar. É uma situação complicada de gerir.
2.2 Sensibilização
Com vista na sensibilização de estudantes, professores e funcionários, o EcoFEUP
desenvolve pontualmente diversas campanhas.
Um exemplo foi a campanha feita em Setembro de 2007.
CAMPANHA- RECICLAR É RESPEITAR
Após a distribuição dos novos
contentores de recolha selectiva de
resíduos no interior dos edifícios,
decorreu uma campanha de incentivo à
separação dos resíduos recicláveis.
Procurou mostrar-se a importância da
reciclagem através da utilização de
alguns dados de produção de resíduos
e consumo de embalagens da própria
faculdade. Surgiram assim frases como:
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Sabia que...
...os 1300 kg de vidro que a cafetaria enviou num ano para reciclar
originaram 1300 kg de vidro novo e permitiram poupar 1560 kg de
matéria-prima e 195 litros de petróleo? [ref.Multirest / www.lipor.pt ]
Sabia que...
...reciclar todo o papel de fotocópia consumido na FEUP durante 1
ano evitaria o abate de cerca de 300 árvores? [ref. www.lipor.pt /
Economato-FEUP]
Sabia que...
...diariamente, cada um de nós é responsável pela produção de
cerca de 1,3 kg de resíduos, dos quais aproximadamente 620 g são
papel, plástico, metal e vidro recicláveis? [ref. www.lipor.pt /
www.inresiduos.pt]
Sabia que...
...a reciclagem das 600 latas de alumínio consumidas por mês, nas
máquinas dos departamentos, permitiria uma economia de energia
suficiente para manter 234 monitores
ligados durante 24 horas? [ref. Super 2000 / www.fileirametal.pt / www.valorsul.pt]
Sabia que...
...com as 1200 garrafas de plástico consumidas por mês, nas
máquinas dos departamentos, seria possível fazer 13 camisolas de
malha polar ou enchimento para nove sacos-cama? [ref.Super2000 /
www.plastval.pt]
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2.3 Eficácia do EcoFeup
A gestão ambiental, implementada na FEUP, no ano de 1999, tem vindo a
melhorar significativamente ao longo dos anos.
Segundo a Engenheira Paulo Rego, este melhoramento deve-se, em grande
parte, ao alargamento da recolha dos resíduos e à forma como essa recolha é feita.
Inicialmente, a recolha efectuada englobava um restrito grupo de resíduos –
os resíduos urbanos. Mais tarde, com a criação de ecopontos subterrâneos, alargou-
se o grupo de resíduos a ser recolhidos e tratados.
Assim sendo, são recolhidos e tratados na FEUP os seguintes resíduos:
Tipo de Resíduos Local de Depósito
Cartão/Papel (papel de fotocópias, papel de cor, jornais, revistas, cartão – Cor Identificativa: Azul)
Miniecopontos Metálicos (edifícios A e B); Miniecopontos Plásticos (junto às máquinas de
bebidas); Ecomods (secretarias dos Departamentos e dos
Serviços); Caixas para recolha de papel (gabinetes, salas de
computadores, e ao lado das impressoras e fotocopiadoras);
No Ecoponto.
Plástico/Metal (garrafas de plástico de água, copos de plástico, sacos de plástico, latas de bebidas, latas de conserva – Cor Identificativa: Amarelo)
Miniecopontos Metálicos (edifícios A e B); Miniecopontos Plásticos (junto às máquinas de
bebidas); Nos bares; No Ecoponto.
Vidro (garrafas, frascos, material de laboratório bem lavado – Cor Identificativa: Verde)
Miniecopontos Metálicos (edifícios A e B); Miniecopontos Plásticos (junto às máquinas de
bebidas); Recipientes próprios nos laboratórios; Nos bares; No Ecoponto.
Pilhas (Cor Identificativa: Vermelho)
Pilhões (junto às secretarias dos Departamentos e Serviços);
No Ecoponto.
Tinteiros/Toners Ecomods (secretarias dos Departamentos e Serviços).
Óleos lubrificantes usados No Ecoponto (no oleão).
Óleos alimentares usados No contentor de rede que se encontra entre as entradas principais dos edifícios E e F, junto às escadas cobertas.
Limalha e sucatas Em dois contentores situados nas Oficinas de Mecânica (sala M101).
Lâmpadas Fluorescentes Num arrumo dos Serviços Técnicos e de Manutenção.
Resíduos de equipamentos eléctricos e electrónicos - REEE
Num arrumo dos Serviços Técnicos e de Manutenção.
Resíduos químicos de laboratórios
Armazenados no laboratório onde são produzidos.
Actualmente, a FEUP consegue encaminhar correctamente todos os resíduos que
produz.
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2.4 Novos Processos a implementar
Durante o planeamento do trabalho o grupo definiu diversos objectivos, sendo
que um deles se tratava de descobrir se existem processos que estão a ser
implementados ou que poderão ser, por forma a diminuir o efeito da produção de
resíduos na FEUP.
O grupo teve oportunidade de se informar sobre este objectivo quando
entrevistou a Eng.ª Paula Rego (responsável pelo sistema de gestão de resíduos
EcoFEUP) que nos indicou que vai ser adquirido um compostor comunitário de
grandes dimensões de modo a poder satisfazer as necessidades da faculdade no
que toca a resíduos como a relva.
Uma outra ideia dada pela engenheira foi a criação de um grupo de jovens da
FEUP que esteja relacionado com questões ambientais.
2.5 Localização do EcoFeup e Ecoponto
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3. CONCLUSÃO
Com o aparecimento de muitas questões ambientais, ao longo dos anos
houve um crescente empenho para uma melhor gestão dos resíduos produzidos
nesta faculdade. Após uma pesquisa aprofundada, nomeadamente, realização de
uma entrevista com a Engª Paula Rego (uma das coordenadoras deste sistema de
gestão de resíduos), bem como pesquisas realizadas na Internet, conseguiu-se
saber que tipos de métodos são utilizados na faculdade para a gestão de resíduos e
que objectivos ambientais são impostos na faculdade para a redução dos mesmos.
A grande quantidade de métodos utilizados pela FEUP dificultou a busca de
novas atitudes de redução de possível implementação na faculdade. Contudo,
conseguimos encontrar pormenores que poderão ser melhorados: criação de um
grupo de estudantes com preocupações ambientais e substituição dos vulgares
caixotes de lixo do exterior por ecopontos metálicos.
Dado que, as questões ambientais têm estado na ordem do dia, o grupo
constatou que a FEUP está bem preparada e devidamente equipada para gerir
eficaz e sustentavelmente os resíduos produzidos na faculdade.
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4- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Instituto Nacional de Estatística (INE):
http://www.ine.pt/ngt_server/attachfileu.jsp?look_parentBoui=95453848&att_display=
n&att_download=y (acedido em 2010)
EcoFEUP:
http://paginas.fe.up.pt/ecofeup/ ( acedido em 2010)
Modelo de Relatório Científico:
http://moodle.fe.up.pt/1011/course/view.php?id=518 (acedido em 2010)
Águas residuais:
http://www.aguasonline.co.pt/aguasresid/sobre.html
Hierarquia dos resíduos:
http://uselessdesign.blogspot.com/2007/12/hierarquia-do-lixo.html