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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA PRODUÇÃO DE NASTÚRCIO EM CULTIVO HIDROPÔNICO COM DIFERENTES SOLUÇÕES NUTRITIVAS TESE DE DOUTORADO Evanisa Fátima Reginato Quevedo Melo Santa Maria, RS, Brasil 2006

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA

PRODUÇÃO DE NASTÚRCIO EM CULTIVO

HIDROPÔNICO COM DIFERENTES SOLUÇÕES

NUTRITIVAS

TESE DE DOUTORADO

Evanisa Fátima Reginato Quevedo Melo

Santa Maria, RS, Brasil

2006

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ii

UFSM

TESE DE DOUTORADO

PRODUÇÃO DE NASTÚRCIO EM CULTIVO HIDROPÔNICO COM DIFERENTES SOLUÇÕES

NUTRITIVAS

EVANISA FATIMA REGINATO QUEVEDO MELO

PPGA

Santa Maria, RS, Brasil

2006

iii

PRODUÇÃO DE NASTÚRCIO EM CULIVO HIDROPÔNICO COM DIFERENTES SOLUÇÕES NUTRITIVAS

por

Evanisa Fátima Reginato Quevedo Melo

Tese apresentada ao curso de Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Agronomia, Área de Concentração em Produção

Vegetal, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito parcial para obtenção do grau de Doutor em Agronomia.

Orientador: Osmar Souza dos Santos

Santa Maria, RS, Brasil

2006

iv

Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciências Rurais

Programa de Pós-Graduação em Agronomia

A comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova a Tese de Doutorado

PRODUÇÃO DE NASTÚRCIO EM CULTIVO HIDROPÔNICO COM DIFERENTES SOLUÇÕES NUTRITIVAS

elaborada por Evanisa Fátima Reginato Quevedo Melo

como requisito parcial para obtenção do grau de Doutor em Agronomia

COMISSÃO EXAMINADORA:

Osmar Souza dos Santos (Presidente/Orientador)

Tânia Beatriz Gamboa Araújo Morselli, Doutor (UFPEL)

Sandro Luís Petter Medeiros, Doutor (UFSM)

Paulo Augusto Manfron, Doutor (UFSM)

Neidi Garcia Penna, Doutor (UFSM)

Santa Maria, 25 de agosto de 2006

v

A Deus por iluminar a minha vida em todos os

momentos, principalmente nos mais difíceis.

OFEREÇO

Aos meus pais Maria e Francisco (in

memorian), pela minha formação pessoal e

profissional e incentivo nos momentos difíceis.

As minhas irmãs Judite e Edite pelo apoio,

amizade durante a realização do curso.

Ao meu esposo José Humberto pelo

companheirismo, amor, dedicação e compreensão.

Aos meus filhos Ricardo Henryque e Rodrigo

Henryque pela compreensão e amor.

DEDICO

vi

AGRADECIMENTOS

À Universidade Federal de Santa Maria pela oportunidade de realização do

curso.

Ao curso de Pós-Graduação em Agronomia pela oportunidade a mim concedida.

Ao professor Dr. Osmar Souza dos Santos pela orientação, ensinamentos,

companheirismo, amizade e contribuição na minha formação acadêmica.

Aos professores Dr. Sandro Luís Petter Medeiros e Dr. Nilson Lemos pela co-

orientação, amizade e incentivo.

Ao professor Dr. Paulo Augusto Manfron pela contribuição na minha formação

acadêmica.

Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Agronomia, Doutorado em

Agronomia – Produção Vegetal pelos ensinamentos transmitidos.

A professora Dra. Tânia Beatriz Gamboa Araújo Morselli da Universidade Federal

de Pelotas pelas valiosas contribuições.

A professora Dra. Neidi Garcia Penna pelas contribuições.

Ao professor Dr. Pedro Alexandre Varella Escosteguy pelas sugestões e

informações concedidas durante a realização do trabalho.

Aos professores Dr. Sidinei Lopes, José Antônio Portella, Florindo Castoldi e

Sandra Feijó pelo auxílio nas análises estatísticas.

As professoras Branca Maria Aimi Severo e Eveli Balen Forcelini, ao professor

Ivo André Homerich Scheneider pelo incentivo, amizade e companheirismo.

Aos colegas do Curso de Arquitetura e Urbanismo e Engenharia Ambiental da

Universidade de Passo Fundo pelo incentivo.

Aos meus amigos Hércules Nogueira Filho, Silvia Sinchak, Florisbela Quevedo,

Roberta Puntel, Cinei Riffel, Luís Renato Jasniewicz, Evandro Binotto, Manoel Novella e

outros que involuntariamente foram omitidos, obrigado pelo auxílio nos experimentos,

amizade, companheirismo e pelos momentos de descontração proporcionados.

Aos alunos da Universidade de Passo Fundo Maria Fernanda, Maria Elisabete

Machado, Mateus Zart de Arruda e Vanderlete Ceila de Oliveira pelo auxilio na

realização das diversas fases da tese.

vii

Aos meus amigos da Família Tanabe obrigado pelo auxílio nos experimentos,

confiança e aplicação da pesquisa comercialmente.

Aos funcionários da UFSM Marialene Manfio e Carlos do Departamento de

Tecnologia de Alimentos pela atenção e presteza. Aos funcionários do Departamento

de Fitotecnia pela colaboração na realização do trabalho.

A todos que de alguma forma auxiliaram na realização deste trabalho.

viii

“O que trabalha sorrindo,

para o bem da humanidade,

vai, sem saber, esculpindo

seu nome na eternidade”.

APARICIO FERNANDES

ix

RESUMO

Tese de Doutorado

Programa de Pós-Graduação em Agronomia

Universidade Federal de Santa Maria

PRODUÇÃO DE NASTÚRCIO EM CULTIVO HIDROPÔNICO COM DIFERENTES

SOLUÇÕES NUTRITIVAS

AUTOR: EVANISA FÁTIMA REGINATO QUEVEDO MELO

ORIENTADOR: OSMAR SOUZA DOS SANTOS

Data e Local da Defesa: Santa Maria, 25 de agosto de 2006.

As propriedades alimentícias, medicinais e ornamentais do Nastúrcio têm despertado

interesses na área alimentar e fitoquímica. Em função disso realizou-se dois

experimentos com nastúrcio em sistema hidropônico no Departamento de Fitotecnia da

UFSM e na Fazenda Tanabe em Mato Castelhano, RS. No primeiro experimento com o

objetivo de caracterizar o crescimento, desenvolvimento e produção de flores

comestíveis de Nastúrcio (Tropaeolum majus L.) em hidroponia, no sistema NFT, foi

conduzido o experimento em estufa plástica do Núcleo de Pesquisa em Ecofisiologia e

Hidroponia (NUPECH), no Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal de

Santa Maria, RS, Brasil, no período de abril a agosto de 2003. O delineamento

experimental utilizado foi um fatorial 3X11 com seis repetições, sendo os tratamentos

constituídos de três soluções nutritivas: Hoagland e Arnon (1950), Castellane e Araújo

(1995) e Furlani (1995) e onze épocas de avaliação. Transplantou-se as mudas com 21

dias de idade e as medidas fenométricas foram realizadas a cada sete dias, sendo a

última amostragem realizada 77 dias após o transplante, num total de 98 dias de ciclo.

Dividiu-se cada planta em folhas, caules, raízes e flores, para avaliação da fitomassa

fresca e seca de cada órgão. Avaliou-se também a área foliar, produtividade biológica e

taxa de crescimento da cultura. A floração iniciou aos 49 dias de idade. A planta

apresentou bom desenvolvimento em hidroponia sendo a produção de matéria fresca e

seca crescente durante o ciclo, bem com a estatura e área foliar. A produtividade

biológica, o índice de área foliar e a taxa de crescimento da cultura de Nastúrcio

apresentaram maior acúmulo de fitomassa a partir dos 49 DAT com relação linear. As

x

soluções nutritivas utilizadas não apresentaram diferença estatística entre si, porém na

análise de custo a solução Furlani (1995) foi a mais econômica. No segundo

experimento avaliou-se a influência de sistemas de cultivo e origens de mudas na

evolução e partição de fitomassa fresca de Nastúrcio cultivado em sistema hidropônico.

O experimento foi realizado na Fazenda Tanabe em Mato Castelhano, RS, de outubro

de 2003 a março de 2004. Adotou-se o delineamento experimental em esquema fatorial

2x2x5. Os tratamentos constituíram-se de dois sistemas de cultivo: perfis hidropônicos e

vasos com substrato comercial; duas origens de mudas: espuma fenólica e bandejas de

128 células preenchidas com substrato comercial; e cinco épocas de avaliação. A

fitomassa fresca e seca de caule tiveram maior incremento aos 75 DAT no sistema de

cultivo perfil hidropônico com mudas originadas de espuma fenólica, assim como a

fitomassa seca da parte áerea. A produtividade biológica, o índice de área foliar e a taxa

de crescimento da cultura de Nastúrcio apresentaram maior acúmulo de fitomassa a

partir dos 45 DAT. As flores comestíveis de Nastúrcio são uma opção para uso na

gastrônomia pela aparência e valor nutricional pois apresentam baixo valor calórico e

alto teor de vitamina C.

Palavra-chave: Tropaeolum majus L.; flores comestíveis; hidroponia; solução nutritiva;

produtividade; vitamina C.

xi

ABSTRACT

Doctor Thesis

Agronomy Post-Graduation Program

Federal University of Santa Maria, RS, Brazil

NASTURCIO PRODUCTION IN HYDROPONICS CULTIVATION WITH DIFFERENT

NUTRITION SOLUTIONS

AUTHOR: EVANISA FATIMA REGINATO QUEVEDO MELO

ADVISER: OSMAR SOUZA DOS SANTOS

Date of Defense’s Place: Santa Maria, August 25Fri, 2006.

The nutrition, medicinal, and ornamental properties of the Tropaeolum majus L. has

been a new object of interest in the nutritious and pharmaceutical areas. Two

experiments were carried out with Nasturcio in hidroponic system Departamento of

Fitotecnia at Universidade Federal de Santa Maria and Fazenda Tanabe in Mato

Castelhano, Brazil. The objetive of the experiment I was to characterize the growing and

production of Nasturcio (Tropaeolum majus L.) plants in hydroponics, that was carried

out in polyethylene greenhouse. The experiment was developed in the Departmento de

Fitotecnia, Núcleo de Pesquisa of Ecofisiologia and Hidropona (NUPECH), of the

Universidade Federal of Santa Maria, RS, Brazil, from April to June 2003. A 3X11

factorial design, with six replicates, was used. The treatments were three nutrition

solutions: Hoagland and Arnon (1950), Castellane and Araújo (1995), and Furlani (1995)

combined with eleven periods of evaluation. Seedling were transplanted 21 days after

the emergency and the phenometric measurements were done each seven days. The

last sampling period was 77 days after transplantation (total of 91 days). The evaluated

plants were divided on leaves, stalk, roots, and flowers in order to measure their dry and

wet weight. The blowing period started when the plants were 49 days old. The plants

showed a good growing in the hydroponics solution. The dry and wet matter

productions, the plant height, and the number of leaves were crescent during the plant

cycle. Biologic yield, foliar indexes, and growing rate of Nasturcio were greater at 49

days after the transplantation, and it relationship with days after the transplantation was

linear. There was no difference among the nutrition solutions, although Furlani (1995)

solution was the most economically. The second experiment was located in the Fazenda

xii

Tanabe, of Mato Castelhano, RS, Brazil, with the aim to evaluate the influence of

cultivation systems and origins of seedlings in the evolution and partition of fresh and

dry biomass of Nastúrcio cultivated in hidroponics, from October 2003 to March of 2004.

A 2x2x6 factorial design. The treatments were constituted of two cultivation systems:

profiles hidroponics and vases with commercial substratum; two origins of seedlings:

foam fenolic and trays of 128 cells filled out with commercial substratum; and five

evaluation times. The fresh and dry biomass of stem had larger increment to 75 DAT in

the system of cultivation profile hidroponics with originated seedlings of foam fenolic.

The biologic yield, foliar indexes, and growing rate of Nasturcio were greater at 45 days

after the transplantation, and it relationships with days after the transplantation. The

Nasturcios edible flowers showed low caloric value and high content of vitamin C.

Key words: Tropaeolum majus L.; edible flowers, hydroponics solution, yield, vitamin C.

xiii

LISTA DE FIGURAS

CAPÍTULO I

FIGURA 1 - Produtividade biológica das plantas de Nastúrcio obtida em função da

solução nutritiva e dias após o transplante (DAT). UFSM, Santa Maria, RS,

2003.......................................................................................................................09

FIGURA 2 - Produtividade biológica de plantas de Nastúrcio obtida em função de

solução nutritiva e índice de área foliar, UFSM, Santa Maria, RS,

2003.......................................................................................................................10

FIGURA 3 - Índice de área foliar de plantas de Nastúrcio obtido em função de solução

nutritiva e dias após o transplante (DAT). UFSM, Santa Maria, RS,

2003.......................................................................................................................11

FIGURA 4 - Taxa de crescimento da cultura de Nastúrcio obtida em função de solução

nutritiva e dias após o transplante (DAT). UFSM, Santa Maria, RS,

2003.......................................................................................................................12

FIGURA 5 - Partição da fitomassa seca da parte aérea de Nastúrcio em função da

época de avaliação. UFSM, Santa Maria, RS, 2003..............................................13

FIGURA 6 - Fitomassa seca de folhas (A) e da parte aérea (B) de plantas de Nastúrcio

obtidas em função de solução nutritiva e dias após o transplante (DAT), UFSM,

Santa Maria, 2003..................................................................................................14

FIGURA 7 - Fitomassa seca da raiz (A) e caule (B) de Nastúrcio, em função de solução

nutritiva e dias após o transplante, UFSM, Santa Maria, RS, 2003.......................15

xiv

FIGURA 8 - Fitomassa fresca de caule (A) e folhas (B) de plantas de Nastúrcio obtidas

em função de solução nutritiva e dias após o transplante (DAT). UFSM, Santa

Maria, RS, 2003..................................................................................................... 15

FIGURA 9 - Valores diários de temperatura máxima e mínima do ar ao longo do ciclo do

Nastúrcio em cultivo hidropônico. UFSM, Santa Maria, RS, 2003.........................16

FIGURA 10 - Estatura do caule de plantas de Nastúrcio obtida em função de solução

nutritiva e dias após o transplante (DAT). UFSM, Santa Maria, RS,

2003.......................................................................................................................17

CAPÍTULO II

FIGURA 1 - Valores diários de temperatura máxima e mínima do ar ao longo do ciclo de

Nastúrcio hidropônico, Mato Castelhano, RS, 2003/04..........................................30

FIGURA 2 - Produção de fitomassa fresca de caule (A) e de folhas (B) de plantas de

Nastúrcio, ‘Jewel’, obtida em função da origem das mudas e dos sistemas de

cultivo, ao longo do período após o transplante (DAT). Mato Castelhano, RS,

2003/04...................................................................................................................32

FIGURA 3 - Fitomassa fresca da parte aérea de plantas de Nastúrcio, ‘Jewel’, obtida em

função da origem das mudas e dos sistemas de cultivo, nas avaliações após o

transplante (DAT). Mato Castelhano, RS, 2003 /04...............................................33

FIGURA 4 - Fitomassa seca da parte aérea de plantas de Nastúrcio, ‘Jewel’, obtida em

função de sistemas de cultivo, ao longo do período de avaliação (dias após o

transplante). Mato Castelhano, RS, 2003/04........................................................34

xv

FIGURA 5 - Partição da fitomassa seca da parte aérea de Nastúrcio, ‘Jewel’, obtida em

função de sistemas de cultivo e origens de mudas, ao longo do período de

avaliação (dias após o transplante). Mato Castelhano, RS,

2003/04...................................................................................................................35

FIGURA 6 - Relação entre área foliar e fitomassa seca da parte aérea de plantas de

Nastúrcio, ‘Jewel’, obtida em função de sistemas de cultivo. Mato Castelhano, RS,

2003/04..................................................................................................................36

FIGURA 7 - Área foliar Nastúrcio, ‘Jewel’, obtido em função de sistemas de cultivo e

origens de mudas, ao longo do período de avaliação (dias após o transplante).

Mato Castelhano, RS, 2003/04 ..............................................................................36

FIGURA 8 - Índice de área foliar (IAF) de plantas de Nastúrcio, ‘Jewel’, obtido em

função de sistemas de cultivo, no período de dias após o transplante (DAT). Mato

Castelhano, RS, 2003/04.......................................................................................38

FIGURA 9 - Produtividade biológica (PB) das plantas de Nastúrcio, ‘Jewel’, obtido em

função de sistemas de cultivo e dias após o transplante (DAT). Mato Castelhano,

RS, 2003/04......................................................................................................... 39

FIGURA 10 - Produtividade biológica (PB) das plantas de Nastúrcio, ‘Jewel’, obtido em

função de origem de mudas e dias após o transplante (DAT). Mato Castelhano,

RS, 2003/04.......................................................................................................... 39

FIGURA 11 - Relação entre Produtividade biológica (PB) e Índice de área foliar (IAF)

das plantas de Nastúrcio, ‘Jewel’, obtida em função de sistemas de cultivo. Mato

Castelhano, RS, 2003/04.......................................................................................40

FIGURA 12 - Taxa de crescimento da cultura (TCC) de plantas de Nastúrcio, ‘Jewel’,

obtida em função de sistemas de cultivo e dias após o transplante (DAT). Mato

Castelhano, RS, 2003/04......................................................................................41

xvi

FIGURA 13 - Taxa de crescimento da cultura (TCC) de plantas de Nastúrcio, ‘Jewel’,

obtida em função de origem de muda (média de 12 repetições) e dias após o

transplante (DAT). Mato Castelhano, RS, 2003/04............................................... 41

xvii

LISTA DE TABELAS

CAPÍTULO I

TABELA 1 - Composição química (g 1000 L-1) das três soluções nutritivas utilizadas no

cultivo de Nastúrcio. UFSM, Santa Maria, RS, 2003..............................................08

TABELA 2 - Modelo de regressão múltipla da Taxa de Assimilação Líquida para as três

soluções nutritivas com seus respectivos coeficientes de determinação, UFSM,

Santa Maria, RS, 2003. ..........................................................................................12

TABELA 3 - Comparação de custos das soluções nutritivas utilizadas no cultivo de

Nastúrcio*. UFSM, Santa Maria, RS, 2006 ............................................................18

TABELA 4 – Comparação da composição química, valor calórico e teor de vitamina C

das flores de rosa, hibiscus, crisântemo, calêndula (MARTINS e ROSA, 2002) e

Nastúrcio cultivado em hidroponia. UFSM, Santa Maria,RS,

2003.......................................................................................................................19

CAPÍTULO II

TABELA 1 - Composição química, valor calórico e teor de vitamina C das folhas e flores

de Nastúrcio cultivado em hidroponia. Mato Castelhano, RS, 2006 .....................43

xviii

SIMBOLOS E ABREVIAÇÕES

AD Área do disco (cm2)

AF Área folhar (cm2)

DAT Dias após o transplante

FF Fitomassa fresca (g)

FS Fitomassa seca (g)

FSD Fitomassa seca de discos (g)

IAF Índice de área foliar

ND Número de discos

NFT

PB

Nutrient Film Tecnique

Produtividade biológica (g cm-2)

pH

TAL

TCC

Potencial de hidrogênio

Taxa de assimilação líquida

Taxa de crescimento da cultura (g m-2dia)

Tmáx Temperatura máxima do ar (°C)

Tmín Temperatura mínima do ar (°C)

xix

SUMÁRIO Páginas

RESUMO ix

ABSTRACT xi

LISTA DE FIGURAS xiii

LISTA DE TABELAS xvii

SIMBOLOS E ABREVIAÇÕES xviii

INTRODUÇÃO GERAL 01

Capítulo I – Crescimento e produção de flores de Nastúrcio (Tropaeolum

majus L.) cultivado com três soluções hidropônicas.

Resumo 02

Abstract 03

Introdução 04

Material e Métodos 06

Resultados e Discussão 09

Conclusões 19

Referências Bibliográficas 20

Capítulo II – Sistemas de cultivo e origens de mudas de Nastúrcio

(Tropaeolum majus L.) em hidroponia.

Resumo 23

Abstract 24

Introdução 25

Material e Métodos 27

Resultados e Discussão 29

Conclusões 44

Referências Bibliográficas 45

CONCLUSÕES FINAIS 49

INTRODUÇÃO GERAL

As plantas ornamentais, condimentares, aromáticas e medicinais são utilizadas

desde a antigüidade. As comprovadas propriedades paisagísticas, alimentícias e

medicinais do Nastúrcio têm despertado interesses na área ornamental, alimentar e

fitoquímica. No entanto, estudos sobre aspectos agronômicos são escassos no Brasil,

apesar desta cultura apresentar-se como excelente alternativa de cultivo para pequenos

produtores, visando suprir as necessidades de flores comestíveis para restaurantes e

matéria prima para a indústria farmacêutica.

A hidroponia é uma técnica difundida em todo o mundo e seu uso está crescendo

em muitos países, especialmente por produzir com tecnologia limpa sem agredir ao

ambiente, atendendo aos princípios do desenvolvimento sustentável e ao mercado. Sua

importância não é somente pelo fato de ser uma técnica para investigação hortícola e

produção de vegetais; também está sendo empregada como instrumento para resolver

amplo leque de problemas, que incluem uso racional da água e fertilizantes, com

tratamentos que reduzem a contaminação do solo, da água subterrânea e manipulação

dos níveis de nutrientes na cultura. Permite obter produtos com alta qualidade, sabor e

aspectos externos superiores aos da agricultura tradicional, oferecendo menor risco de

contaminações de doenças endêmicas.

Existe grande número de fórmulas, desenvolvidas por diferentes pesquisadores,

recomendadas para diversas espécies vegetais, mas para Nastúrcio não há referências,

sendo necessário determinar qual a melhor solução, pois estas apresentam grande

diferença na concentração dos nutrientes. O manejo desta planta em hidroponia é um

novo desafio na busca de alternativas para o processo produtivo.

Pesquisas com substratos para produção de mudas de Nastúrcio em hidroponia

bem como sistemas de cultivo são raros, sendo necessário desenvolver trabalhos nesta

área para melhorar o manejo da cultura. Desta forma, este estudo foi desenvolvido com

objetivo de avaliar o crescimento, desenvolvimento e a produção de flores comestíveis

em solução nutritiva, assim como avaliar substratos visando a produção de mudas de

Nastúrcio (Tropaeolus majus L.) em hidroponia, utilizando sistemas de cultivo em vaso

e em perfis hidropônicos.

2 2

CAPÍTULO I

CRESCIMENTO E PRODUÇÃO DE FLORES DE NASTÚRCIO (Tropaeolum

majus L.) CULTIVADO COM SOLUÇÕES HIDROPÔNICAS.

GROWTH AND PRODUCTION OF NASTÚRCIO (Tropaeolum majus L.)

FLOWERS CULTIVATED WITH HIDROPONICS SOLUTION.

RESUMO

As propriedades alimentícias, medicinais e ornamentais do Nastúrcio

(Tropaeolum majus L.) têm despertado interesses na área alimentícia e fitoquímica.

Com o objetivo de caracterizar o crescimento, desenvolvimento e produção de flores

comestíveis de Nastúrcio (Tropaeolum majus L.) em hidroponia, no sistema NFT, foi

conduzido o experimento em estufa plástica do Núcleo de Pesquisa em Ecofisiologia e

Hidroponia (NUPECH), no Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal de

Santa Maria, no período de abril a agosto de 2003. O delineamento experimental

utilizado foi um fatorial 3X11 com seis repetições, sendo os tratamentos constituídos de

três soluções nutritivas: Hoagland e Arnon (1950), Castellane e Araújo (1995) e Furlani

(1995) e onze épocas de avaliação. As mudas foram transplantadas com 21 dias de

idade e as medidas fenométricas foram realizadas a cada sete dias, sendo a última

amostragem realizada 77 dias após o transplante (DAT), totalizando 98 dias de ciclo.

Dividiu-se cada planta em folhas, caules, raízes e flores, para avaliação da fitomassa

fresca e seca de cada órgão. Avaliou-se também a estatura do caule, omprimento do

sistema radicular, área foliar, produtividade biológica e taxa de crescimento da cultura.

A floração iniciou aos 49 dias de idade. A planta apresentou bom desenvolvimento em

hidroponia sendo a produção de matéria fresca e seca crescente durante o ciclo, bem

com a estatura e área foliar. A produtividade biológica, o índice de área foliar e a taxa

de crescimento da cultura de Nastúrcio apresentaram maior acúmulo de fitomassa a

3 3

partir dos 49 DAT. As soluções nutritivas utilizadas não apresentaram diferença

estatística entre si, porém na análise de custo a solução Furlani (1995) foi a mais

econômica. As flores de Nastúrcio apresentam baixo valor calórico e alto teor de

vitamina C.

Palavras-chave: Tropaeolum majus L.; flores comestíveis; hidroponia; solução nutritiva;

produtividade.

ABSTRACT

The nutrition, medicinal, and ornamental properties of the Tropaeolum majus L.

has been a new object of interest in the nutritious and pharmaceutical areas. With the

aim to characterize the growing and production of Nasturcio (Tropaeolum majus L.)

plants in hydroponics solution, it was carried out in polyethylene greenhouse. The

experiment was developed in the Departamento de Fitotencia, Núcleo de pesquisa em

ecofisiologia e hidroponia (NUPECH), of the Universidade Federal of Santa Maria, RS,

Brazil, from April to June 2003. A 3X11 factorial design, with six replicates, was used.

The treatments were three nutrition solutions: Hoagland and Arnon (1950), Castellane

and Araújo (1995), and Furlani (1995) combined with eleven time of evaluation.

Seedling were transplanted 21 days after the emergency and the phenometric

measurements were done each seven days. The last sampling period was 77 days after

transplantation (total of 91 days). The evaluated plants were divided on leaves, stalk,

roots, and flowers in order to measure their dry and wet weight. The plant height leaves

number, root length, and both dry and wet matter was also measured. The blowing

period started when the plants were 49 days old. The plants showed a good growing in

the hydroponics solution. The dry and wet matter productions, the plant height, and the

number of leaves were crescent during the plant cycle. Biologic yield, foliar indexes, and

growing rate of Nasturcio were greater at 49 days after the transplantation. There was

no difference among the nutrition solutions, although Furlani (1995) solution was the

4 4

most economically. The Nasturcio flowers showed low caloric value and high content of

vitamin C.

Key words: Tropaeolum majus; edible flowers; hydroponics solution; yield.

INTRODUÇÃO

Em vez de simples adorno em vasos, várias espécies de flores e suas delicadas

pétalas podem ser utilizadas em saladas e outros pratos, tanto para enfeitá-los, como

para ter seu sabor apreciado. O hábito de comer flores remonta à Idade Média e é

prática comum na Europa, destacando-se na culinária francesa e suíça, além da

Indonésia, na Ásia. No Brasil, em São Paulo os grandes supermercados, empórios e

lojas especializadas em produtos culinários vêm comercializando as chamadas flores

comestíveis, as quais são usadas em saladas, canapés e geléias, tanto em pratos

doces quanto salgados. Porém é importante comprar este produto, somente, quando

ele vem especificado para consumo alimentício.

O nastúrcio, também conhecido como nasturtium, capuchinha, mastruço, chagas

ou agrião do México, pertence a família Tropaeolaceae, espécie Tropaeolum majus L.e

é uma trepadeira anual, herbácea, caule circular, folhas inteiras, peltadas, alternas e

verdes, suas flores são grandes e vistosas, variando do amarelo ao vermelho

(MARTINS et al, 1994; LORENZI e SOUZA, 2001; JOLY, 2002). Nativa do Peru tornou-

se uma planta ornamental apreciada em muitos continentes, sendo disseminada pelo

mundo a partir da Europa, onde foi introduzida no século XVI pelos conquistadores

espanhóis. Era muito apreciada pelo colorido de suas flores, mas também por ser

comestível. Os brotos das flores e os frutos jovens eram comidos como um substituto

da alcaparra, pois tem sabor fresco e picante com aroma agradável (SCHIPPER, 1999;

FELIPPE, 2003).

As flores são extremamente saborosas e aperitivas, com sabor picante, devido

alguns compostos sulfurados, podendo ser usada como medicinal, alimentar e no

paisagismo. As folhas, caules, flores e frutos, devem ser consumidos frescos, sozinhos

ou misturados com hortaliças, como alface, escarola e cebola ou com algumas flores

5 5

como amor-perfeito e rosa, na forma de saladas, omeletes, conservas ou substituindo a

alcaparra. Ainda as flores possuem vários pigmentos naturais do grupo dos

carotenóides e também um corante chamado sorbusina, utilizado na indústria

alimentícia (CORREA, 1984; BREMNESS, 1993; FONT QUER, 1993; PANIZZA, 1997).

Os frutos ainda verdes e os botões, conservados em vinagre, são de uso corrente em

alguns países, sobretudo na França. Na Europa, há extensas plantações de Nastúrcio,

com finalidade alimentar ou culinária (CORREA, 1984).

Há muitas variedades melhoradas de Nastúrcio que são adaptadas a diversos

ambientes, com florescimento intenso e colorido, características desejáveis para uso

paisagístico. São utilizadas, também, pela versatilidade na forma de crescimento que

vai desde rasteiras a trepadeiras (tutoradas), incluindo as de crescimento compacto e

‘nanum’ (cultivar Jewel). A folhagem também é ornamental com folhas verdes e

algumas variegadas. Podem ser utilizadas em paisagismo na composição de

bordaduras de canteiros e cercas, em declives, jardineiras e peitoris, onde se tornam

pendentes, a pleno sol ou a meia sombra (BREMNESS, 1993; BIANCHINI e PANTANO,

1994; LORENZI e SOUZA, 2001).

A técnica da hidroponia permite obter produtos com excelente qualidade, sabor e

aspectos externos superiores aos obtidos com agricultura tradicional, oferecendo menor

risco de contaminações de doenças endêmicas.

O cultivo hidropônico encontra-se difundido no mundo inteiro, sendo Israel, Japão,

Holanda, França e Estados Unidos grandes adeptos desta prática. No Brasil, os cultivos

comerciais com hidroponia começaram na década de 80 e já podem ser encontrados

ao redor dos grandes centros urbanos da região sul e sudeste. No Rio Grande do Sul, a

Universidade Federal de Santa Maria criou o Núcleo de Pesquisa em Ecofisiologia e

Hidroponia com a finalidade de desenvolver pesquisas e realizar a difusão do

conhecimento (SANTOS, 2000a).

A solução nutritiva e as condições de cultivo variam para cada espécie vegetal que

tem um potencial de exigência nutricional (TEIXEIRA, 1996). Assim, o ajuste químico da

solução nutritiva depende do cultivar, do ambiente de crescimento, da época do ano

(intensidade lumínica e temperatura) e principalmente da qualidade da água usada no

cultivo hidropônico (SARRUGE, 1975; MARTINEZ, 1997b; STAFF, 1997; FURLANI et

al., 1999b, SANTOS, 2000b).

6 6

A composição da solução nutritiva deve considerar o fornecimento total de

nutrientes e a proporção dos vários elementos nutritivos, sendo fundamental o equilíbrio

dos nutrientes, que está diretamente relacionado ao volume de solução disponível por

planta, estádio de desenvolvimento das plantas, taxa de absorção e freqüência de

reposição nutricional ou renovação da solução (HOAGLAND & ARNON, 1950).

Existe grande número de fórmulas, desenvolvidas por diferentes pesquisadores,

recomendadas para diversas espécies vegetais, mas para Nastúrcio não há referências,

sendo necessário determinar qual a melhor solução, pois estas apresentam grande

diferença na concentração dos nutrientes. O manejo desta planta no sistema de cultivo

sem solo é um novo desafio na busca de alternativas para o processo produtivo.

O presente trabalho teve por objetivo avaliar o crescimento, desenvolvimento e a

produção de flores comestíveis de Nastúrcio (Tropaeolum majus L.) em três soluções

hidropônicas.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido em estufa plástica na área experimental do Núcleo de

Pesquisa em Ecofisiologia e Hidroponia (NUPECH) no Departamento de Fitotecnia da

Universidade Federal de Santa Maria - RS, de abril a agosto de 2003. As coordenadas

geográficas do local são: latitude 29º43’S, longitude 53º43’W e altitude 95m. O clima

segundo a classificação de W. Köeppen pertence ao tipo “Cfa” – clima subtropical

úmido com verões quentes (MORENO, 1961). A temperatura média anual é de

aproximadamente 19,3ºC e umidade relativa média do ar de 78,4% (MOTA et al., 1971).

A cultura utilizada foi o Nastúrcio (Tropaeolum majus L.) cultivar Jewel mix, A

semeadura foi realizada no dia 29 de abril de 2003, em bandejas de poliestireno

expandido de 128 células preenchidas com substrato comercial (Plantmax®),

colocando-se uma semente por célula, e em espuma fenólica medindo 2x2x2cm.

As mudas foram colocadas no berçário com solução nutritiva recomendada para

alface por CASTELLANE e ARAÚJO (1995), diluída para 25%, sendo irrigadas duas

vezes por dia. A correção do pH foi feita a cada dois dias, mantendo-se entre 5,8 e 6,2.

O ajuste do pH foi realizado com hidróxido de sódio (NaOH 0,3N) ou com ácido

sulfúrico (H2SO4 10%).

7 7

As plantas foram transplantadas para as bancadas definitivas quando atingiram

10cm de estatura com quatro a seis folhas (21 dias após a semeadura). Cada bancada

foi composta por quatro canais (tubos de polipropileno) com 6m de comprimento e 5cm

de profundidade, com orifícios de 5cm de diâmetro distribuídos a cada 25cm e

espaçamento entre canais de 40cm.

O armazenamento das soluções nutritivas foi feito em reservatórios de fibra de

vidro com capacidade para 500 litros, acoplado a conjunto moto-bomba 0,5 HP,

fornecendo solução nutritiva numa vazão de 2,0 litros por minuto. O controle da

circulação da solução nutritiva foi feito por temporizador (timer) que acionava o conjunto

durante 15 minutos com intervalos de 15 minutos no período das 6:00 às 18:00 horas, e

no período noturno, a cada quatro horas, permanecendo ligado durante 15 minutos.

O delineamento experimental utilizado foi um fatorial 3X11 com seis repetições,

sendo três soluções nutritivas recomendadas por HOAGLAND e ARNON, (1950),

CASTELLANE e ARAÚJO (1995) e FURLANI (1995) (Tabela 1) e onze épocas de

avaliação.

As medidas fenométricas foram realizadas a cada sete dias, coletando-se seis

plantas por tratamento para determinação da fitomassa fresca. Realizou-se a

separação da planta em folhas, caule, raiz e flores e, após colocou-se os órgãos em

sacos de papel individualizados e identificados, que foram levados à estufa de

secagem, com ventilação forçada de ar, a 65°C, até massa constante para a

determinação da fitomassa seca. As pesagens foram realizadas em balança digital com

precisão de 0,001 grama. A fitomassa fresca e seca da parte aérea foi constituída pela

soma da fitomassa de caule, folhas, botões florais e flores.

A área foliar foi determinada semanalmente pelo método do disco, que consistiu da

retirada de 20 discos em folhas aleatórias, com auxílio de vazador com área de 2,01

cm². Através de regra de três foi determinada a área foliar: AD X FSF X ND/ FSD, em

que: AD é a área do disco (cm²), FSF - fitomassa seca de folhas (g), ND - número de

discos e FSD - fitomassa seca de discos (g). A determinação de fitomassa fresca de

folhas e discos foi realizada no momento da coleta das plantas através da pesagem

individual

8 8

Tabela 1 - Composição química (g 1000 L-1) das três soluções nutritivas utilizadas no

cultivo de Nastúrcio. UFSM, Santa Maria, RS, 2003.

Nutrientes Hoagland e

Arnon (1950)

Castellane e

Araújo (1995)

Furlani (1995)

Nitrato de cálcio especial - Ca(NO3)2 1.181 950 1.000

Nitrato de potássio - KNO3 506 900 600

Monoamôniofosfato – NH4H2PO4 --- --- 150

Fosfato monobásico de potássio –

KH2PO4

136 272 ---

Cloreto de potássio branco - KCl --- --- 150

Sulfato de magnésio – MgSO4.7H2O 493 246 250

Sulfato de manganês – MnSO4.H2O 1,880 1,700 1,000

Sulfato de zinco – ZnSO4.7H2O 0,200 1,150 0,440

Sulfato de cobre – CuSO4.5H2O 0,060 0,190 0,100

Ácido bórico – H3BO3 2,860 2,850 1,020

Molibdato de sódio - Na2MoO4 0,135 0.120 0,130

Sulfato de ferro - FeSO4* 24,999 24,100 12,500

Na-EDTA* 26,100 25,100 13,050

*Fe-EDTA: Fonte de ferro, obtida através da dissolução de sulfato de ferro em 400 ml de água e de Na-

EDTA em 400 ml de água, misturando-se as duas soluções, completando o volume para 1 litro e

borbulhando ar por 12 horas, no escuro.

A determinação dos índices fisiológicos de crescimento foi realizada segundo

recomendações de MAGALHÃES (1985) e BENINCASA (l988), realizando-se cálculos

do IAF (Índice de área foliar), PB (Produtividade biológica), TCC (Taxa de crescimento

da cultura) e TAL (Taxa de assimilação líquida). O IAF é obtido pela relação da área

foliar (AF), em cm², com a área ocupada por cada planta (1000cm²), a PB é a massa

acumulada (g) em cada período de tempo (dias) e a TCC é a relação entre a massa

acumulada (g) em cada período pela área ocupada por uma planta (1000cm²).

Foi calculado o custo real de cada uma das três soluções nutritivas, com base nos

preços dos nutrientes vigentes no comércio de Santa Maria, RS. Foi também feita a

determinação da composição química, do valor calórico e do teor de vitamina C das

9 9

flores de Nastúrcio, utilizando a metodologia do Instituto Adolfo Lutz (1985) e portaria nº

076/1986 atual instrução normativa nº 24/2005 (BRASIL, 1986 e 2005).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

As plantas de Nastúrcio apresentaram maior acúmulo de fitomassa seca a partir

dos 49 DAT sendo crescente até os 77 DAT, destacando-se as plantas cultivadas em

hidroponia com solução nutritiva HOAGLAND e ARNON (1950) e CASTELLANE e

ARAÚJO (1995) em relação a FURLANI (1995) (Figura 1). Na fase inicial as plantas

apresentaram crescimento lento semelhante nas três soluções nutritivas. Verificou-se

que a produtividade biológica apresentou maior incremento a partir dos 49 DAE

provavelmente em função da área foliar e emissão de ramos laterais.

A relação entre a produtividade biológica e o índice de área foliar foi linear e

apresentou coeficientes de determinação superiores a 86,6%, sendo a solução nutritiva

CASTELLANE E ARAÚJO (1995) a que representou melhor a resposta (Figura 2).

Figura 1. Produtividade biológica das plantas de Nastúrcio obtida em função da solução

nutritiva e dias após o transplante (DAT). UFSM, Santa Maria, RS, 2003.

0

0,01

0,02

0,03

0,04

0,05

0,06

0,07

0,08

0,09

7 14 21 28 35 42 49 56 63 70 77

DAT

Pro

dutiv

idad

e B

ioló

gica

(g

cm-2)

PBCastelani

PBFurlaniPBHoagland

10 10

Figura 2. Produtividade biológica de plantas de Nastúrcio obtida em função de solução

nutritiva e índice de área foliar, UFSM, Santa Maria, RS, 2003.

O IAF aumentou progressivamente a partir dos 42 DAT até os 77 DAT para as

plantas nas três soluções nutritivas (Figura 3), sendo os maiores valores obtidos com a

solução nutritiva HOAGLAND E ARNON (1950). O IAF ótimo é o que permite o máximo

de fotossíntese, logo, à medida que a área foliar aumenta, o IAF também aumenta,

sendo uma relação diretamente proporcional, até atingir um valor onde o auto-

sombreamento (número de folhas do dossel com iluminação precária) diminui a

eficiência fotossintética da planta (BENINCASA, 1988). Os resultados do Nastúrcio

foram semelhantes aos obtidos por FERREIRA (2000). Segundo MAGALHÃES (1985),

o IAF é um fator para determinar a produtividade de uma cultura, aumenta durante o

crescimento e atinge o valor ótimo quando a Taxa de crescimento da cultura (TCC) é

máxima.

yc = 8E-06x - 0,004R 2 = 0,8666

yf = 7E-06x - 0,0018R 2 = 0,9367

yh = 7E-06x - 0,0016R 2 = 0,9122

0

0,02

0,04

0,06

0,08

0,1

0,12

0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000

Área foliar (cm2)

Pro

dutiv

idad

e B

ioló

gica

(g

cm-2

)

CastellaneFurlani

Hoag e Arnon

11 11

Figura 3. Índice de área foliar de plantas de Nastúrcio obtido em função de solução

nutritiva e dias após o transplante (DAT). UFSM, Santa Maria, RS, 2003.

A TCC é a produtividade biológica no tempo, ou seja, é o acúmulo de fitomassa

seca em um período determinado de tempo, sendo excelente parâmetro para indicar o

crescimento da planta. A TCC de Nastúrcio após os 49 DAT teve crescimento

exponencial até os 70 DAT (Figura 4), assim como, a relação das médias gerais da

planta com o período de transplante apresentou coeficiente de regressão de 91%,

indicando o crescimento constante da planta.

A Taxa de Assimilação Líquida representa a relação entre a massa seca

acumulada num determinado intervalo de tempo por unidade de área foliar e o modelo

matemático avalia a eficiência na assimilação de gás carbônico durante a fotossíntese

de cada unidade foliar (FLOSS, 2006). Verifica-se que a eficiência do Nastúrcio

conduzido na solução Hoagland e Arnon (1950) foi superior na produção de massa

seca pelo número de folhas (Tabela 2) apresentando maior potencial de rendimento

quando comparada a solução nutritiva Furlani (1995).

y f= 0,0944e 0,066x

R 2 = 0,9225

yc = 0,098e 0,0669x

R 2 = 0,9364

y = 0,0787e 0,0722x

R 2 = 0,9111

0

5

10

15

20

25

0 14 28 42 56 70

DAT

IAF

CastelaniFurlaniHoag e Arnon

12 12

Figura 4. Taxa de crescimento da cultura de Nastúrcio obtida em função de solução

nutritiva e dias após o transplante (DAT). UFSM, Santa Maria, RS, 2003.

Tabela – 2 Modelo de regressão múltipla da Taxa de Assimilação Líquida para as três

soluções nutritivas com seus respectivos coeficientes de determinação, UFSM, Santa

Maria, RS, 2003.

Solução nutritiva Modelo de regressão múltipla R2

Hoagland e Arnon (1950) y=-1E-07x3+2E-05x2-0,0004x+0,0028 0,88

Castelane e Araújo (1995) y=-6E-08x3+9E-06x2-0,0003x+0,0027 0,86

Furlani (1995) y=-3E-08x3+4E-06x2-0,0005x+0,0003 0,60

As relações alométricas do Nastúrcio cultivado em hidroponia seguem os padrões

de distribuição das linhas alométricas características para os vários órgãos da planta

durante o crescimento (Figura 5). No início a contribuição da FS das folhas foi superior

a do caule e aos 49 dias após o transplante a fitomassa seca do caule foi superior aos

demais órgãos, o que evidencia a teoria de MAGALHÃES (1985) para a distribuição da

fitomassa seca que segue direções diferentes, indicando alterações na distribuição dos

metabólitos nos respectivos órgãos. A contribuição da fitomassa seca das flores foi em

torno de 1% a partir dos 63 dias após o transplante, tendo o florescimento iniciado aos

49 DAT em 50% da comunidade de plantas. A fitomassa fresca das flores é em média

de 0,59 g flor-1 e a fitomassa seca em torno de 0,17g flor-1. Durante o ciclo da planta a

y = 3E-05e 0,0631x

R 2 = 0,9157

0

0,001

0,002

0,003

0,004

0,005

0 14 28 42 56 70

DAT

Tax

a C

resc

imen

to C

ultu

ra

13 13

partição dos assimilados entre as folhas, caule e raízes varia consideravelmente

(LARCHER, 2004), concordando com o que se verificou no presente estudo.

As funções ajustadas para a evolução de fitomassa seca da parte aérea foram do

tipo exponencial, bem como para fitomassa seca de raiz, com coeficientes de

determinação (R²) variando de 0,58 a 0,96 (Figuras 6 e 7). De modo geral, a fitomassa

seca da parte aérea apresentaram crescimento exponencial durante o subperíodo

vegetativo e floração influenciado pela massa de folhas e caule. O crescimento inicial

aproxima-se de uma exponencial até aos 49 DAE.

Figura 5. Partição da fitomassa seca da parte aérea de Nastúrcio em função da época

de avaliação. UFSM, Santa Maria, RS, 2003.

O acúmulo de fitomassa seca da raiz foi mais lento até 28 DAT, sendo maior após

42 DAT e a fitomassa de caule atingindo o valor máximo próximo aos 77 DAT (Figura

7).

0%

20%

40%

60%

80%

100%

7 14 21 28 35 42 49 56 63 70 77

DAT

FS

da

part

e aé

rea

FSflor

FSfolha

FScaule

14 14

Figura 6. Fitomassa seca da parte aérea de plantas de Nastúrcio obtidas em função de

solução nutritiva e dias após o transplante (DAT), UFSM, Santa Maria, 2003.

A análise de fitomassa de raiz não foi realizada até o final do ciclo devido ao grande

crescimento das plantas o que impediu a retirada de toda a raiz, mas esta demonstrou

ser suficiente para manter adequada a retenção de solução nutritiva e suprimento

hídrico. A amostragem de raízes é facilitada no sistema de cultivo sem solo devido à

pequena perda de raízes nas primeiras amostragens, porém à medida que a planta

cresce as dificuldades de amostragens podem aumentar pelo crescimento e

entrelaçamento, o que torna difícil a separação de raízes de plantas adjacentes.

O desenvolvimento vegetativo do Nastúrcio foi muito bom o que pode ser verificado

pela produção de fitomassa fresca do caule e de folhas (Figura 8), porém a produção

de flores foi pequena, talvez prejudicada pelas altas temperaturas máxima ocorridas no

período do experimento (Figura 9). O espaçamento utilizado não foi o ideal devido ao

crescimento da planta ser muito vigoroso nas três soluções nutritivas causando

sombreamento, dificultando a amostragem, e impedindo a retirada de amostra

representativa a partir dos 84 DAT, ou seja, 105 dias de idade da planta, pelo

entrelaçamento com as plantas adjacentes.

yh = 0,2143e 0,0767x

R 2 = 0,9341

y = 0,1893e 0,0757x

R 2 = 0,9441

y = 0,1708e 0,0791x

R 2 = 0,9656

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

0 14 28 42 56 70

DAT

Fito

mas

sa s

eca

part

e áe

rea(

g pl

-1)

Castellane

Furlani

Hoag e Arnon

15 15

Figura 7. Fitomassa seca da raiz de Nastúrcio, em função de solução nutritiva e dias

após o transplante, UFSM, Santa Maria, RS, 2003.

Figura 8. Fitomassa fresca de caule (A) e folhas (B) de plantas de Nastúrcio obtidas em

função de solução nutritiva e dias após o transplante. UFSM, Santa Maria, RS, 2003.

y = 0,052e0,0549x

R2 = 0,8193

y = 0,0426e0,0613x

R2 = 0,5835

y = 0,0514e0,0504x

R2 = 0,8219

0

0,5

1

1,5

0 7 14 21 28 35 42 49 56 63

DAT

Fito

ma

ssa

se

ca d

a r

aiz

(g

pl-1

)

Castellane

Furlani

Hoag e Arnon

A

yf = 1,31e0,0855x

R2 = 0,9438

yh = 1,2455e0,0897x

R2 = 0,9519

yc = 1,1975e0,0888x

R2 = 0,964

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

0 14 28 42 56 70

DAT

Fito

mas

sa fr

esca

de

caul

e (g

pl-1

)

Castellane

Furlani

Hoag e Arnon

A

yc = 0,7982e0,073x

R2 = 0,9346

yf = 0,8538e0,0694x

R2 = 0,9128

yh = 0,8411e0,0731x

R2 = 0,9178

0

30

60

90

120

150

180

-7 7 21 35 49 63 77

DAT

Fito

ma

ss

a fr

esc

a d

e fo

lha

(g p

l-1)

Castellane

Furlani

Hoag e Arnon

B

16 16

De acordo com LARCHER (2000), os fatores ambientais afetam a produção de

massa seca por meio de suas influências sobre as trocas gasosas de C02 e sobre o

balanço de carbono. Há aumento da produção de massa seca sob boas condições de

radiação (alta intensidade, dia longos) e temperatura ótima, porém a baixa

disponibilidade desses fatores, assim como a deficiência hídrica e nutrição mineral

insuficiente ou desbalanceada, podem provocar diminuição no rendimento da biomassa.

Figura 9. Valores diários de temperatura máxima e mínima do ar ao longo do ciclo do

Nastúrcio em cultivo hidropônico. UFSM, Santa Maria, RS, 2003.

A temperatura ambiente dentro da estufa é um fator de grande importância, pois

sua elevação demasiada causa, entre outros distúrbios, abortamento de flores e

florescimento precoce, ainda o aquecimento excessivo causa menor disponibilidade de

oxigênio na solução nutritiva, diminuindo a respiração radicular e assim a absorção de

nutrientes.

A reação à temperatura do ar depende da espécie de planta cultivada, sendo que

na pesquisa realizada com Nastúrcio, verificou-se, para as condições de inverno, que a

planta não tolera extremos de temperatura tanto baixas quanto elevadas.

Quanto à estatura das plantas, o crescimento foi lento até os 28 DAT e a partir daí

ocorreu incremento com taxas crescentes até os 77 DAT (Figura 10). Esse

desempenho apresentou relação quadrática entre a estatura e o estádio de

desenvolvimento das plantas concordando com resultados obtidos por CASTELLANI

(1997) e FERREIRA (2000).

0

5

10

15

20

25

30

35

0 7 14 21 28 35 42 49 56 63 70 77 84 91 98

Dias

Tem

pera

tura

(°C

)

Temp máx

Temp mín

17 17

Figura 10. Estatura do caule de plantas de Nastúrcio obtida em função de solução

nutritiva e dias após o transplante. UFSM, Santa Maria, RS, 2003.

No cultivo hidropônico a disponibilidade dos nutrientes vem da solução nutritiva,

meio pelo qual os elementos químicos, previamente dissolvidos em água, são

colocados à disposição das plantas (ANDRIOLO, 1999). Partindo dessa premissa, na

hidroponia todos os nutrientes são oferecidos às plantas na forma de solução, sendo

preparada com sais fertilizantes. Porém existem vários sais que fornecem os mesmos

nutrientes para as plantas, devendo-se optar por aqueles fáceis de dissolver em água,

com baixo custo e facilmente encontrados no mercado. Por ainda ser desconhecido

como ocorre o crescimento e o desenvolvimento do Nastúrcio em hidroponia, optou-se

por testar as soluções nutritivas utilizadas para alface no Núcleo de Pesquisa em

Ecofisiologia e Hidroponia da UFSM e determinar posteriormente uma solução nutritiva

especifica para a cultura do Nastúrcio.

Em média, as soluções nutritivas utilizadas não apresentaram diferença estatística

significativa na produção de Nastúrcio. Assim foi realizada uma análise de custo para

definir qual a mais econômica (Tabela 3) para auxiliar na escolha da solução nutritiva.

Tomando como referência a solução mais cara, CASTELLANE e ARAÚJO (1995), e

comparando-a com a solução HOAGLAND e ARNON (1950) e FURLANI (1995) os

custos destas decresceram para 80,12% e 65,44%, respectivamente, sendo mais

econômicas. Em outra interpretação, tendo como referencia a solução mais barata,

yh = 0,0331x2 - 0,2321x + 12,768

R2 = 0,9526

yf = 0,0263x2 - 0,0212x + 11,753

R2 = 0,9485

yc = 0,0063x2 + 0,7892x + 5,9632

R2 = 0,8895

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

-7 7 21 35 49 63 77

DAT

Es

tatu

ra d

o c

au

le (

cm

)

Castellane

Furlani

Hoag e Arnon

18 18

FURLANI (1995), verificou-se que a CASTELLANE e ARAÚJO (1995) foi 52,80% mais

dispendiosa e a solução HOAGLAND e ARNON (1950) 22,42%. Estes resultados

concordam com dados obtidos por SANTOS et al. (2004), em que as três soluções

estudadas não diferiram entre si na produtividade de Agrião, mas se diferenciaram

quanto a seus respectivos custos.

Tabela 3. Comparação de custos das soluções nutritivas utilizadas no cultivo de

Nastúrcio*. UFSM, Santa Maria, RS, 2006.

Fatores Hoagland e Arnon (1950)

Castellane e Araújo (1995)

Furlani (1995)

Macronutrientes (R$) 5,93 8,08 5,58

Micronutrientes (R$) 2,37 2,28 1,20

Soma (R$) 8,30 10,36 6,78

% em relação à

solução mais cara

80,12 100,0 65,44

% em relação à

solução mais barata

122,42 152,80 100,00

Preços no mercado de Santa Maria, em 29/06/2006; US$ 1,00 = R$ 2,21.

Nutricionalmente, as flores de Nastúrcio tem alta concentração de vitamina C, baixo

valor calórico e propriedades medicinais, auxiliando na digestão, como diurético e

sendo usado como antibiótico natural. Na Tabela 4, encontram-se a composição

química e o valor calórico das flores de rosa, hibiscus, crisântemo e calêndula

determinados por MARTINS E ROSA (2002) e os valores obtidos das flores de

Nastúrcio cultivado em hidroponia. Verificando-se que seu valor calórico é o menor

quando comparado a rosa, hibiscus e calêndula, sendo um parâmetro importante na

dieta alimentar com baixas calorias.

19 19

Tabela 4. Comparação da composição química, valor calórico e teor de vitamina C das

flores de rosa, hibiscus, crisântemo, calêndula (MARTINS e ROSA, 2002) e Nastúrcio

cultivado em hidroponia. UFSM, Santa Maria, RS, 2003.

Fração (g%) Rosa Hibiscus Crisântemo Calêndula Nastúrcio*

Umidade 87,99 88,89 92,81 82,76 90,66

Proteína 2,09 2,34 1,44 1,92 1,46

Fibra bruta 1,68 1,32 1,12 3,46 0,85

Lipídios 0,20 0,27 0,47 1,29 0,28

Cinzas 0,50 0,95 0,59 1,82 0,82

Carboidratos 7,54 6,23 3,57 8,75 5,93

Valor calórico (Kcal) 40,32 36,71 24,27 54,29 32,08

Vitamina C (mg100g-1) - - - - 148,00

* Análise realizada no Laboratório de Tecnologia e Ciência de Alimentos da Universidade Federal de

Santa Maria com flores de Nastúrcio cultivada em hidroponia, 2003.

O valor médio de vitamina C encontrado nas flores de Nastúrcio foi de 148 mg100g-

1 podendo-se considerar alto quando comparado aos conteúdos obtidos por

SUNTORNSUK et al. (2002) para maracujá (39,1 mg100g-1) e limão (10,5 mg100g-1),

por HUMMER e BARNEY (2002) para morango (56,7 mg100g-1 ) e maçã (5,7 mg100g-

1) e por GIACOBBO et al. (2004) para frutos de araçá (38,9 mg100g-1).

As flores comestíveis de Nastúrcio se constituem em opção diferenciada na

gastronomia especializada, destacando-se pelo aspecto visual, aroma e sabor. Ainda,

quanto ao aspecto psicológico tem influência em função da aparência das flores.

CONCLUSÕES

A Produtividade biológica, o Índice de área foliar e a Taxa de crescimento da

cultura do Nastúrcio apresentam maior acúmulo de fitomassa a partir dos 49 dias após

o transplante.

No início do ciclo de crescimento a contribuição da fitomassa seca das folhas é

superior a do caule e aos 49 dias após o transplante a fitomassa seca do caule é

20 20

superior à dos demais órgãos, sendo a contribuição da fitomassa seca de flores de 1%

aos 63 dias após o transplante.

As soluções nutritivas de Hoagland e Arnon (1950), Castelane e Araújo (1995) e de

Furlani (1995) podem ser utilizadas na produção de Nastúrcio.

A solução Furlani (1995) é a mais viável economicamente para produção de

Nastúrcio.

As flores de Nastúrcio apresentam baixo nível calórico e alto teor de vitamina C.

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23 23

CAPÍTULO II

SISTEMAS DE CULTIVO E ORIGEM DE MUDAS DE NASTÚRCIO (Tropaeolum

majus L) EM HIDROPONIA

CULTIVATION SYSTEMS AND SEEDLING ORIGINS OF NASTURCIO (Tropaeolum majus L.) IN HYDROPONICS CROPS.

RESUMO

Com objetivo de avaliar a influência de sistemas de cultivo e origens de mudas

na evolução e partição de fitomassa fresca de Nastúrcio cultivado em sistema

hidropônico, realizou-se um experimento na Fazenda Tanabe em Mato Castelhano, RS,

de outubro de 2003 a março de 2004. Adotou-se o delineamento experimental em

esquema fatorial 2x2x5 com seis repetições. Os tratamentos constituíram-se de dois

sistemas de cultivo: perfis hidropônicos e vasos com substrato comercial; duas origens

de mudas: espuma fenólica e bandejas de 128 células preenchidas com substrato

comercial; e cinco épocas de avaliação. Houve interação entre os tratamentos

avaliados em relação às variáveis fitomassa fresca e seca de folhas, caule, flores e

número de folhas e flores. Os sistemas de cultivo, assim como as origem das mudas,

apresentaram diferenças significativas nas épocas de avaliação. A fitomassa fresca e

seca de caule tiveram maior incremento aos 75 DAT no sistema de cultivo perfil

hidropônico com mudas originadas de espuma fenólica, assim como a fitomassa seca

da parte áerea. A produtividade biológica, o índice de área foliar e a taxa de

crescimento da cultura de Nastúrcio apresentaram maior acúmulo de fitomassa a partir

dos 45 DAT. As flores comestíveis de Nastúrcio são uma opção para uso na

gastrônomia pela aparência e valor nutricional pois apresentam baixo valor calórico e

alto teor de vitamina C.

24 24

Palavras-chave: Tropaeolum majus L.; flores comestíveis; hidroponia; produtividade;

substratos.

ABSTRACT

With the aim to evaluate the influence of cultivation systems and origins of

seedlings in the evolution and partition of fresh fitomassa of Nastúrcio cultivated in

hidroponics medium. The experiment was located in the Fazenda Tanabe, of Mato

Castelhano, RS, Brazil, from October 2003 to March of 2004. A 2x2x5 factorial design,

with six repetitions was developed. The treatments were constituted of two cultivation

systems: profiles hidroponics and vases with commercial substratum; two origins of

seedlings: foam fenolic and trays of 128 cells filled out with commercial substratum; and

five evaluation times. There was interaction among the appraised treatments in relation

to the variables fresh and dry biomass of leaves, stem, flowers and number of leaves

and flowers. The cultivation systems, as well as them origin of the seedlings, they

presented significant differences in the evaluation times. The fresh and dry biomass of

stem had larger increment to 75 DAT in the system of cultivation profile hidroponics with

originated seedlings of foam fenolic, as well as the dry biomass of the aerial part. The

biologic yield, foliar indexes, and growing rate of Nasturcio were greater at 45 days after

the transplantation, and it relationships with days after the transplantation. The

Nasturcios edible flowers showed low caloric value and high content of vitamin C.

Key words: Tropaeolum majus, edible flowers, hydroponic, yield, vitamin

25 25

INTRODUÇÃO

A maioria das plantas tem o solo como meio natural para o desenvolvimento do

sistema radicular, encontrando nele o seu suporte, fonte de água, ar e minerais

necessários para sua nutrição e crescimento. As técnicas de cultivo sem solo

substituem este meio natural por outros substratos, naturais ou artificiais, sólidos ou

líquidos, que possam proporcionar à planta aquilo que, de uma forma natural, ela

encontra no solo (CASTELLANE e ARAÚJO, 1995). Assim, tanto no solo como sobre

sistemas de cultivo sem solo (hidroponia), o fornecimento de todos os nutrientes de que

a planta necessita é fundamental para a produção vegetal.

Os elementos químicos indispensáveis para o crescimento e produção das

plantas são dezesseis, podendo ser divididos de acordo com sua origem segundo

Alberoni (1998) em orgânicos: C, H e O; minerais, macronutrientes: N, P, K, Ca, Mg e S

e micronutrientes: Mn, Fe, B, Zn, Cu, Mo e Cl. Os elementos orgânicos, que provêem

do ar e da água, constituem em torno de 90 a 95% da massa das plantas em C, H, O,

não sendo problemas, pois são abundantes no ambiente. Diante disso, deve-se dar

ênfase para os elementos minerais, que são os que irão compor a solução nutritiva.

Para que as plantas tenham bom crescimento e desenvolvimento em hidroponia é

necessário que haja constante equilíbrio de nutrientes na água que passa pelas raízes.

Ao longo do tempo e da formação das plantas os elementos essenciais (nutrientes)

devem estar sempre à disposição, dentro de faixas limitadas, sem escassez nem

excesso.

A hidroponia é uma técnica bastante difundida em todo o mundo e seu uso está

crescendo em muitos países. Sua importância não é somente pelo fato de ser uma

técnica para investigação hortícola e produção de vegetais; também está sendo

empregada como instrumento para resolver amplo leque de problemas, que incluem

tratamentos que reduzem a contaminação do solo e da água subterrânea, e

manipulação dos níveis de nutrientes no produto.

Em alguns países onde o cultivo protegido encontra-se avançado, o solo está

sendo substituído por substratos, para facilitar o controle fitossanitário e nutricional,

dessa forma permite o controle do ambiente radicular, pelo manejo da água e nutrientes

26 26

(BERJON e MURRAY, 1998). Com o uso de sistemas hidropônicos são fornecidos os

elementos químicos essenciais, além de preservar o ambiente, contribuir para a

economia de água e nutrientes.

No Brasil tem crescido, nos últimos anos, o interesse pelo cultivo hidropônico,

predominando o sistema NFT (Nutriente film technique) (FURLANI et. al., 1999;

FURLANI et al. 2004). Muitos dos cultivos hidropônicos não obtêm sucesso,

principalmente em função do desconhecimento dos aspectos nutricionais desse sistema

de produção que requer formulação e manejo adequados das soluções nutritivas.

Outros aspectos que interferem igualmente nos resultados relacionam-se com o tipo de

sistema de cultivo. Para a instalação de um sistema de cultivo hidropônico, é necessário

que se conheça detalhadamente as estruturas básicas que o compõem.

A despeito do maior custo inicial para instalação do sistema hidropônico são

diversas as vantagens do cultivo sem solo em nível comercial. Diversos autores

(BENOIT e CEUSTERMANS, 1995; STAFF, 1998; SANTOS, 2000; FURLANI, FAQUIN

e ALVARENGA, 2004) fazem referência às vantagens do cultivo hidropônico comercial

podendo ser resumidas como padronização da cultura e do ambiente radicular, drástica

redução no uso de água, eficiência no uso de fertilizantes, melhor controle do

crescimento vegetativo, maior produção, qualidade e precocidade; maior ergonomia no

trabalho; maiores possibilidades de mecanização e automação da cultura.

A técnica de cultivo de plantas em hidroponia é um importante instrumento para

a preservação e uso racional da água e nutrientes, permitindo economia de água em

dez vezes, quando comparado a outros sistemas de cultivo (convencional ou orgânico)

no solo utilizando a irrigação (BLISKA Jr., 2004).

As plantas medicinais, condimentares, aromáticas e ornamentais são utilizadas

desde a antigüidade em todas as regiões do planeta. As comprovadas propriedades

paisagísticas, alimentícias e medicinais do Nastúrcio têm despertado interesses na área

ornamental, alimentar e fitoquímica. No entanto, estudos sobre aspectos agronômicos

são escassos no Brasil, apesar desta cultura apresentar-se como excelente alternativa

de cultivo para pequenos produtores, visando suprir as necessidades de flores

comestíveis para restaurantes e matéria prima para a indústria farmacêutica.

O substrato exerce influência significativa na arquitetura do sistema radicular e no

estado nutricional das plantas (SPURR e BARNES, 1973). As características físicas e

27 27

químicas do substrato são fundamentais para sua seleção bem com as exigências da

espécie a ser utilizada no enraizamento (VERDONCK et al., 1981). Assim, a

caracterização física do substrato organo-mineral "Plantmax®" é considerada boa,

porém é necessária a complementação de nutrientes por meio de solução química

(LOPES, 1996). Por sua vez a espuma fenólica, como inovação tecnológica, é muito

utilizada por apresentar boa capacidade de retenção de umidade, excelente aeração,

baixa possibilidade de desintegração no manuseio, uso de pouco espaço e baixo custo

(BOODLEY, 1984, apud MARTINEZ e SILVA FILHO, 1999).

PAULUS et al. (2005), trabalhando com Mentha x villosa em hidroponia, verificou

que, em função dos diferentes substratos empregados para produção de mudas, as

estacas enraizadas podem apresentar desuniformidade das raízes adventícias,

refletindo no pegamento e desenvolvimento da planta.

O manjericão com origem de mudas espuma fenólica foram transplantadas para o

sistema hidropônico, substrato preparado e substrato comercial, verificando maior

produtividade de fitomassa fresca para o sistema hidroponico sem prejúizo das

características aromáticas conferida pelos óleos essenciais (FERNANDES et al., 2004).

Pesquisas com substratos para produção de mudas de Nastúrcio em hidroponia

bem como sistemas de cultivo não foram encontrados, sendo necessário desenvolver

trabalhos nesta área para melhorar o manejo da cultura. Desta forma, este estudo foi

desenvolvido com objetivo de avaliar substratos visando a produção de mudas de

Nastúrcio (Tropaeolus majus L.) para cultivo hidropônico, utilizando sistemas de cultivo

em vaso e em perfis hidropônicos.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi realizado em estufa plástica na Fazenda Tanabe, no município

de Mato Castelhano, RS, localizado na região do Planalto, no período de outubro de

2003 a março de 2004. As coordenadas geográficas do local são: latitude 28º16’S,

longitude 52º11’W e altitude 740m snm. O clima segundo a classificação de W.

Köeppen pertencente ao tipo “Cfa” – clima subtropical úmido com verões quentes

(MORENO, 1961). A temperatura média anual é de aproximadamente 17,5°C e a

umidade relativa média do ar de 76%.

28 28

A cultura utilizada foi o Nastúrcio (Tropaeolum majus L.), cultivar Jewel mix. A

produção de mudas foi realizada pela semeadura em bandejas de poliestireno

expandido de 128 células preenchidas com substrato comercial Plantmax®, colocando-

se uma semente por célula, e em espuma fenólica medindo 2x2x2cm, sendo semeada

no dia 07 outubro de 2003. As mudas foram colocadas no berçário com solução

nutritiva recomendada para alface por CASTELLANE e ARAÚJO (1995), diluída para

25%, sendo irrigadas duas vezes por dia. A correção do pH foi feita a cada dois dias,

mantendo-se entre 5,8 e 6,2. O ajuste do pH foi realizado com hidróxido de sódio

(NaOH 0,3N) ou com ácido sulfúrico (H2SO4 10%).

As plantas foram transplantadas para as bancadas definitivas quando atingiram

10cm de estatura e quatro a cinco folhas (21 dias após a semeadura). Cada bancada

foi composta por quatro perfis (tubos de polipropileno) com 6m de comprimento e 5cm

de profundidade, com orifícios de 5,0cm de diâmetro estabelecidos a cada 50cm e

espaçamento entre perfis de 40cm; e em bancadas, em forma de piscina, com vaso

número 14 preenchido com substrato comercial MECPLANT–Wolff Klabin® e

espaçamento igual ao do perfil hidropônico.

O armazenamento da solução nutritiva comercial, composta de fertilizante

solúvel “Hoyall” - Nitobras® 06-15-31 mais micronutrientes e calcinit sais duplos de

nitrato de cálcio – Adubos Trevo, foi feito em reservatório de fibra de vidro com

capacidade para 30.000 litros, acoplado com conjunto moto-bomba fornecendo solução

nutritiva a vazão de 2,0 litros por minuto. O controle da circulação da solução nutritiva

foi feito por temporizador (timer) que acionava o conjunto durante 15 minutos com

intervalos de 15 minutos no período das 6:00 às 18:00 horas, e no período noturno, a

cada quatro horas, permanecendo ligado durante 15 minutos.

O delineamento experimental utilizado foi um fatorial 2X2X6 em blocos ao acaso

com seis repetições. Os tratamentos constituíram-se de dois sistemas de cultivo: perfis

hidropônicos e vasos com substrato comercial; duas origens de mudas: espuma

fenólica e bandejas de 128 células preenchidas com substrato comercial; e seis épocas

de avaliação.

As medidas fenométricas foram realizadas a cada quinze dias, quando foram

coletadas seis plantas por tratamento para determinação da fitomassa fresca. Realizou-

se a separação de cada planta em folhas, caule e flores e, após, colocou-se os órgãos

29 29

em sacos de papel individualizados e identificados, que foram levados à estufa de

secagem, com ventilação forçada de ar, a 65°C, até peso constante para a

determinação da fitomassa seca. As pesagens foram realizadas em balança digital com

precisão de 0,001 grama. Avaliou-se, também, o número de folhas e flores. A fitomassa

seca de parte aérea foi obtida pela soma de fitomassa de caule, folhas e flores.

A área foliar foi determinada quinzenalmente através de integrador de área foliar

(Portable área meter LICOR LI 3000A).

A partição de fitomassa seca de cada órgão, em percentagem, foi realizada a

partir da relação: (FSOr/ FSPA) x 100, em que FSOr corresponde a fitomassa seca do

órgão considerado e FSPA a fitomassa seca da parte áerea da planta.

Os valores de evolução e partição de fitomassa seca de caule, folhas, flores e

parte aérea foram submetidos a análise de variância e análise de regressão.

A determinação dos índices fisiológicos de crescimento foi realizada segundo

recomendações de MAGALHÃES (1985) e BENINCASA (l988), realizando-se cálculos

do IAF (Índice de área foliar), PB (Produtividade biológica) e TCC (Taxa de crescimento

da cultura). O IAF é obtido pela relação da área foliar (AF), em cm2, com a área

ocupada por cada planta (1000cm2), a PB é a massa acumulada (g) em cada período

de tempo (dias) e a TCC é a relação entre a massa acumulada (g) em cada período

pela área ocupada por uma planta (1000cm2).

Foram determinados a composição química, valor calórico e teor de vitamina C das

folhas e flores de Nastúrcio, utilizando a metodologia do Instituto Adolfo Lutz (1985) e

portaria nº 076/1986 atual instrução normativa nº 24/2005 (BRASIL, 1986 e 2005).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

As condições meteorológicas ocorridas foram favoráveis ao crescimento e

desenvolvimento da cultura, durante a maior parte do período experimental, sendo o

valor mínimo de temperatura do ar de 9,8°C e o valor máximo de 31,8°C (Figura 1). A

temperatura da solução nutritiva foi determinada semanalmente mantendo a média

entre 24 a 25,5°C, considerada ideal para o desenvolvimento das culturas em geral.

Segundo ALBERONI (1998) a temperatura da solução nutritiva deve estar em torno de

30 30

25°C, para não prejudicar o desenvolvimento das raízes, a absorção dos nutrientes e,

conseqüentemente, a qualidade das plantas.

Figura 1. Valores diários de temperatura máxima e mínima do ar ao longo do ciclo de

Nastúrcio hidropônico, Mato Castelhano, RS, 2003/04.

Houve interação significativa para o sistema de cultivo, origem de mudas e época

para a fitomassa fresca de caule e de folha, número de folhas e estatura do caule. O

sistema de cultivo perfil hidropônico e origem de muda espuma fenólica aos 75 DAT foi

superior para produção de fitomassa fresca de caule, já o sistema de cultivo vaso e

origem de muda espuma fenólica aos 90 dias foi superior para produção de fitomassa

fresca de folhas e estatura do caule, enquanto que o sistema de cultivo vaso e perfil

hidropônico com origem de muda substrato comercial aos 90 dias apresentou resultado

significativo com as melhores médias para número de folhas.

O crescimento do Nastúrcio foi lento até 45 dias após o transplante (DAT) com

menor fitomassa fresca de caule e folhas (Figura 2 A e B) apresentando relação

quadrática e exponencial para perfil hidropônico e vaso, respectivamente, para

fitomassa fresca de folhas com a época, enquanto que a fitomassa fresca de caule com

a época teve relação exponencial e quadrática para perfil hidropônico e vaso,

respectivamente.

A fitomassa fresca da parte aérea aumentou em função do tempo e dos sistemas

de cultivo (Figura 3), com maior intensidade a partir dos 75 dias após o transplante,

destacando-se o sistema de cultivo em perfis hidropônicos com mudas produzidas em

0

5

10

15

20

25

30

35

0 7 14 21 35 42 49 56 63 70 77 84 91 98

Dias

Tem

pera

tura

(°C

) Temp máx

Temp mín

31 31

espuma fenólica, e após essa data a produção estabilizou de forma coerente ao que

ocorreu com a fitomassa fresca de folhas e caule das plantas (Figura 2). Essa diferença

pode ter ocorrido em função da amostragem pois algumas plantas apresentavam

desenvolvimento vegetativo superior em função da competição. FERREIRA (2000),

cultivando Nastúrcio no solo com diferentes espaçamentos, verificou maior produção de

fitomassa fresca a partir dos 60 dias após o transplante com decréscimo após os 105

DAT no espaçamento de 0,30 m entre plantas, demonstrando possivelmente a fase de

senescência das plantas.

A relação FS da parte aérea com o DAT foi uma regressão de segundo grau para

o sistema vaso (Figura 4) enquanto que para o sistema de cultivo perfil hidropônico foi

uma relação exponencial. Aos 75 e 90 DAT apresentaram o maior acúmulo de

fitomassa seca da parte aérea.

32 32

Figura 2. Produção de fitomassa fresca de folhas (A) e de caule (B) das plantas de

Nastúrcio, ‘Jewel’, obtida em função da origem das mudas e dos sistemas de cultivo, ao

longo do período após o transplante (DAT). Mato Castelhano, RS, 2003/04

yc = 25,727e 0,0449x

R 2 = 0,8449

yv = 0,1496x 2 - 2,9543x + 66,933R 2 = 0,9665

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

0 15 30 45 60 75 90

DAT

Fito

mas

sa fr

esca

de

caul

e s

(g

pla

nta

-1)

CanalVasoExpon. (Canal)Polinômio (Vaso)

B

yc = 0,0274x 2 - 0,2847x + 18,765R 2 = 0,9221

yv = 12,586e 0,0331x

R 2 = 0,94850

50

100

150

200

250

300

350

0 15 30 45 60 75 90

DAT

Fito

mas

sa fr

esca

de

fol

has

(g

plan

ta -

1 )

Canal

VasoPolinômio (Canal)Expon. (Vaso)

A

33 33

Figura 3. Fitomassa fresca da parte aérea de plantas de Nastúrcio, cv. “Jewel”, obtida

em função da origem das mudas e dos sistemas de cultivo, nas avaliações após o

transplante (DAT). Mato Castelhano, RS, 2003 /04.

Esses resultados concordam com os dados obtidos, em solo, por FERREIRA

(2000), onde o acúmulo de fitomassa seca da parte aérea foi lento no início do ciclo e a

partir dos 45 dias após o transplante ocorreu rápido aumento. Segundo LARCHER

(2004) o carbono assimilado e não utilizado pela respiração reduz o aumento da

matéria seca da planta. Os fotossintatos são empregados para formar os tecidos,

principalmente folhas, em pequeno espaço de tempo.

No início do crescimento a fitomassa seca de folhas foi superior a do caule,

sendo que o incremento na fitomassa seca de caule ocorreu a partir dos 30 DAT devido

a emissão de ramas laterais (Figura 5). A proporcionalidade da partição caule e folha foi

constante a partir dos 45 DAT, ocorrendo pequena mudança aos 75 DAT devido a

fração fitomassa seca de flores.

Pode-se inferir que aos 75 DAT a fração de fitomassa seca do caule diminui em

favor da fitomassa seca das flores porque foram desviados nutrientes para a produção

das flores de Nastúrcio (Figura 5). Isso pode ser explicado pela competição por

fotoassimilados entre os órgãos fontes (folhas) e drenos (flor). A partir dos 75 DAT a

partição de fitomassa seca dos órgãos parece ter estabilizado, sendo que a

0200400600800

10001200140016001800

15 30 45 60 75 90

DAT

FF

aér

ea to

tal (

g)

Vaso espumaVaso substratoCanais espumaCanais substrato

34 34

contribuição das flores foi semelhante a das novas brotações, mantendo constante a

contribuição dos órgãos vegetativos e reprodutivos.

Figura 4. Fitomassa seca da parte aérea de plantas de Nastúrcio, cv. “Jewel”, obtida

em função de sistemas de cultivo, ao longo do período de avaliação, dias após o

transplante(DAT). Mato Castelhano, RS, 2003/04.

A fitomassa seca acumulada de flores foi de 2 %. O número médio de flores

acumulada no período de 60 a 90 dias após o transplante foi de 20 flores planta-1 e o

número de folhas foi de 293 folhas planta-1. Verifica-se que houve maior

desenvolvimento vegetativo, concordando com MORAES et al. (2004) que relatou a

probabilidade da folhagem em excesso ter apresentado área fotossintética maior que a

necessária para formação das flores.

Verificou-se correlação linear da área foliar com a fitomassa seca da parte aérea

(Figura 6), para o sistema de cultivo perfil hidropônico e vaso com coeficiente de

regressão de 97 %

y = 0,0126x2 - 0,2136x + 6,3391

R2 = 0,9678

y = 3,0943e0,0404x

R2 = 0,8553

0

20

40

60

80

100

120

140

0 15 30 45 60 75 90

DAT

FS

da

part

e áe

rea

(g p

lant

a -1

)

Vaso

Canal

Polinômio (Vaso)

Expon. (Canal)

35 35

Figura 5. Partição da fitomassa seca da parte aérea de Nastúrcio, cv. “Jewel”, obtida

em função de sistemas de cultivo e origens de mudas, ao longo do período de

avaliação (dias após o transplante). Mato Castelhano, RS, 2003/04.

Na Figura 7, observa-se que aos 30 DAT o sistema de cultivo perfil com mudas

produzidas em espuma fenólica foi superior aos demais, semelhante aos dados de

fitomassa seca de folhas, caule e número de folhas para este período. Os elementos

básicos para análise do crescimento de um vegetal são a área foliar e o peso da

matéria seca total ou de parte da planta. A área foliar permite estimar a eficiência das

folhas na captação de energia solar, na produção de assimilados e na influência sobre

0%

20%

40%

60%

80%

100%

15 30 45 60 75 90DAT

FS

par

te a

érea

FS flor

FS folha

FS caule

1

2

3

36 36

o crescimento e desenvolvimento da planta, enquanto o peso da matéria seca

quantifica o aumento de material acumulado na formação de um órgão ou de toda a

planta (KVET et al., 1971).

Figura 6. Relação entre área foliar e fitomassa seca da parte aérea de plantas de

Nastúrcio, ‘Jewel’, obtida em função de sistemas de cultivo. Mato Castelhano, RS,

2003/04.

Figura 7. Área foliar de Nastúrcio, ‘Jewel’, obtida em função de sistemas de cultivo e

origens de mudas, ao longo do período de avaliação (dias após o transplante). Mato

Castelhano, RS, 2003/04.

0

1500

3000

4500

6000

7500

15 30 45 60

DAT

AF

(cm

2 )

Vaso espuma

Vaso substrato

Canal espuma

Canal substrato

yv = 227,45x - 67,37R2 = 0,9741

yc = 212,51x + 469,07R2 = 0,9767

0

2000

4000

6000

8000

10000

0 10 20 30 40

Fitomassa seca parte aérea (g planta -1)

Áre

a F

olia

r (c

m2 )

VasoCanal

37 37

O crescimento das plantas de Nastúrcio em condições nutricionais favoráveis

aumentaram o número e tamanho de folhas, assim como as ramificações, favorecendo

a fotossíntese pelo número, tamanho, forma e disposição das folhas, que no caso do

Nastúrcio são longo-pecioladas, peltadas e alternas o que possibilita aproveitar melhor

a luminosidade (LORENZI, 1999, JOLY, 2002). Além disso, as folhas aclimatam-se

fotossinteticamente às condições de luz e de sombra, por meio de alterações

anatômicas e fisiológicas (CARVALHO & CASALI, 1999).

A possibilidade de usar a equação linear na relação entre área foliar e dias após

o transplante ocorre devido a planta comportar-se como perene, permitindo constante

crescimento. A planta não entra em senescência em determinado período, havendo

renovação das folhas mais velhas pela emissão de novas brotações.

O índice de área foliar (IAF) foi crescente, a partir dos 30 DAT, para as plantas

cultivadas no sistema de cultivo vasos com ajuste dos dados a equação de regressão

linear e, no sistema de cultivo perfil, com relação quadrática (Figura 8). O IAF ótimo é o

que permite o máximo de fotossíntese, o que no experimento ocorreu próximo aos 45

DAT onde houve maior acúmulo de matéria seca no sistema de cultivo em perfis.

Segundo BENINCASA (1988), à medida que a área foliar cresce o IAF também cresce,

até atingir um valor onde o auto-sombreamento, ou seja, o número de folhas sob

iluminação precária, faz com que diminua a eficiência fotossintética da planta. A relação

entre área foliar e IAF dos dados experimentais apresentou uma função linear com

coeficiente de determinação de 98% para o sistema de cultivo vaso e 85% para perfil

hidropônico (Figura 8).

38 38

Figura 8. Índice de área foliar (IAF) de plantas de Nastúrcio, ‘Jewel’, obtido em função

de sistemas de cultivo, no período de dias após o transplante (DAT). Mato Castelhano,

RS, 2003/04.

A produtividade biológica, ou seja, o acúmulo de fitomassa seca por unidade de

área apresentou relação crescente com as épocas de avaliação (Figura 9). A origem de

mudas espuma fenólica mostrou plantas de Nastúrcio maiores até os 30 DAT para o

sistema de cultivo perfil hidropônico, já para o sistema de cultivo vaso foi indiferente a

origem das mudas para o crescimento (Figura 10).

Desta forma pode-se inferir que as mudas produzidas em espuma fenólica com o

sistema de cultivo perfil permitiram a planta maior absorção de nutrientes e água

facilitando o crescimento radicular devido a menores danos por ocasião do transplante

e adaptação das mudas, já no sistemas de cultivo vaso com substrato foi indiferente a

origem das mudas. Concordando com os resultados que o substrato exerce influência

significativa na arquitetura do sistema radicular e no estado nutricional das plantas

(SPURR e BARNES, 1973).

A relação entre a produtividade biológica (PB) e o índice de área foliar (IAF) foi

linear e apresentou coeficientes de determinação de 97% (Figura 11). O IAF aumentou

progressivamente indicando que a medida em que a área foliar aumenta há uma

relação diretamente proporcional com a produtividade biológica, não havendo diferença

entre os sistemas de cultivo.

yv = 0,0667x - 0,729R 2 = 0,9788

yc = -0,0012x 2 + 0,1301x - 1,1418R 2 = 0,8502

00,5

11,5

22,5

33,5

4

0 15 30 45 60 75

DAT

IAF

Vaso

Canal

39 39

Figura 9. Produtividade biológica (PB) das plantas de Nastúrcio, cv. “Jewel”, obtido em

função de sistemas de cultivo e dias após o transplante (DAT). Mato Castelhano, RS,

2003/04.

Figura 10. Produtividade biológica (PB) das plantas de Nastúrcio, ‘Jewel’, obtido em

função de origem de mudas e dias após o transplante (DAT). Mato Castelhano, RS,

2003/04.

yv = 0,0018x 2 - 0,0014x + 0,002R 2 = 0,9945

yc = 0,0033x 2 - 0,0093x + 0,0101R 2 = 0,979

0

0,01

0,02

0,03

0,04

0,05

0,06

0,07

0,08

15 30 45 60 75 90

DAT

PB

(g

cm-2)

VasoCanal

yc = 1E-05x 2 - 0,0003x + 0,0066R 2 = 0,9171

ys = 1E-05x 2 - 0,0004x + 0,0055R 2 = 0,9837

0

0,01

0,02

0,03

0,04

0,05

0,06

0,07

0,08

0,09

0 15 30 45 60 75 90

DAT

PB

EspumaSubsrato

40 40

Figura 11. Relação entre Produtividade biológica (PB) e Índice de área foliar (IAF) das

plantas de Nastúrcio, ‘Jewel’, obtida em função de sistemas de cultivo. Mato

Castelhano, RS, 2003/04.

A Taxa de crescimento da cultura (TCC) é um parâmetro que indica o

crescimento do Nastúrcio, maior a partir dos 45 DAT, sendo o sistema de cultivo em

perfil o que apresentou melhor ajustamento da equação de regressão, com coeficiente

de 93% (Figura 12). Quanto a origem das mudas a espuma fenólica foi superior até os

30 DAT no sistema de cultivo perfil hidropônico, porém a origem de mudas substrato

comercial apresentou a melhor relação com DAT . A TCC apresentou oscilações

durante o ciclo da cultura coerentes com os apresentados pela produtividade biológica.

A produção hidropônica apresentou tendência à precocidade no início do

florescimento (30 DAT) pois o desenvolvimento da cultura foi mais rápido, com

antecedência na colheita das flores e com maior uniformidade do produto, concordando

com DOUGLAS (1987) onde afirma que as verduras e legumes cultivadas em canteiros

sem solo apresentam maior precocidade. Já para o Nastúrcio cultivado em solo o

florescimento iniciou ao 45 DAT (FERREIRA, 2000).

yv = 0,0043x + 0,0003R 2 = 0,9741

yc = 0,0046x - 0,0007R 2 = 0,9767

0

0,005

0,01

0,015

0,02

0,025

0,03

0 1 2 3 4

IAF

PB

(g

cm-2)

vasocanal

41 41

Figura 12. Taxa de crescimento da cultura (TCC) de plantas de Nastúrcio, ‘Jewel’

(média de 12 repetições), obtida em função de sistemas de cultivo e dias após o

transplante (DAT). Mato Castelhano, RS, 2003/04.

Figura 13. Taxa de crescimento da cultura (TCC) de plantas de Nastúrcio, cv. “Jewel”,

obtida em função de origem de muda (média de 12 repetições) e dias após o

transplante (DAT). Mato Castelhano, RS, 2003/04.

yv = 2E-07x 2 - 8E-07x + 0,0002R 2 = 0,9329

yc = 3E-07x 2 - 9E-06x + 0,0002R 2 = 0,7293

0

0,0005

0,001

0,0015

0,002

0,0025

0 15 30 45 60 75 90

DAT

TC

C

Vasocanal

y e= 6E-05x 2 - 0,0001x + 0,0003R 2 = 0,8064

ys = 5E-05x 2 - 9E-07x + 6E-05R 2 = 0,9419

0

0,0002

0,0004

0,0006

0,0008

0,001

0,0012

0,0014

0,0016

0,0018

15 30 45 60 75 90

DAT

TC

C EspumaSubstrato

42 42

O manejo da água e dos nutrientes no cultivo hidropônico é um instrumento

importante na preservação ambiental. Assim permite que o produto final esteja isento

de contaminantes químicos ou biológicos possibilitando segurança alimentar, através

da identificação no rotulo da embalagem para comercialização com maior aceitação e

agregando valor econômico.

O hábito de comer flores remonta a Idade Média, onde muitos povos as

conheciam e incluíam em saladas e doces (CORREA, 1984, FELIPPE, 2003). O

Nastúrcio é cultivado em todo o mundo e foi introduzida na Europa pelos holandeses

com fins alimentares e medicinais para complementar a vitamina C. Em uma dieta com

2000 kcal (8400kJ) uma porção de 25 g de flor de Nastúrcio contém 37 mg o que

equivale a 82% da vitamina C necessária para o organismo humano.

A inclusão das flores na alimentação não altera significativamente o valor

nutricional dos pratos, mas é uma boa opção alimentar sem interferir nas dietas

(MARTINS E ROSA, 2002). As flores do Nastúrcio estão sendo usadas em restaurantes

finos no preparo de saladas como ornamento e alimento, com sabor picante, rica em

vitamina C e baixo valor calórico semelhante aos vegetais folhosos como o repolho que

contém 25,0 Kcal% e a alface, com 16,0 Kcal%, as flores de rosa e crisântemo

possuem 40,3 Kcal% e 24,3 Kcal%, respectivamente (MARTINS E ROSA, 2002). Na

Tabela 1 encontram-se a composição química, valor calórico e teor de vitamina C das

folhas e flores de Nastúrcio, comparadas com a calêndula e hibiscus. A calêndula

possui maior valor calórico devido a maior quantidade de carboidrato e lipídios sendo

54,3 Kcal% (MARTINS E ROSA, 2002) semelhante aos valores das folhas de Nastúrcio

(63,6 Kcal%). As folhas podem ser utilizadas no preparo de saladas, omeletes com

agradável sabor, sendo que os teores de vitamina C são 2,4 vezes superiores aos

teores encontrados nas flores. Na literatura há referencias a alto teor de vitamina C nas

folhas e flores (SILVA et al., 1995; DEMATTI e COAN, 1999). Entretanto é fundamental

a origem e qualidade das flores para evitar ingerir flores venosas, com agrotóxicos ou

contaminantes biológicos .

43 43

Tabela 1. Composição química, umidade, valor calórico e teor de vitamina C das folhas

e flores de Nastúrcio cultivado em hidroponia. Mato Castelhano, RS, 2006*.

Fração (g%) Folha Flor

Umidade 81,44 88,74

Proteína 4,05 2,62

Fibra bruta 1,15 0,96

Lipídios 0,86 0,40

Cinzas 2,59 0,91

Carboidratos 9,91 6,37

Valor calórico (Kcal) 63,58 39,56

Vitamina C (mg 100g-1) 325,10 136,62

* Análise realizadas no Laboratório de Tecnologia e Ciência de Alimentos da

Universidade Federal de Santa Maria, 2004.

O valor médio de vitamina C encontrado nas flores de Nastúrcio foi de 136

mg100g-1 podendo-se considerar alto quando comparado aos conteúdos obtidos por

SUNTORNSUK et al. (2002) para maracujá (39,1 mg 100g-1) e limão (10,5 mg 100g-1),

por HUMMER e BARNEY (2002) para morango (56,7 mg 100g-1 ) e maçã (5,7 mg 100g-

1 ), por GIACOBBO et al. (2004) para frutos de araçá comum (38,9 mg 100g-1) e por

ALVARENGA (2004) para tomate (18 a 40 mg 100g-1) .

O perfil do consumidor mudou muito nos últimos anos, tendo obsessão pelo

controle do peso e aspecto físico. Há sempre mercado remunerador para novidades

relacionadas a alimentos saudáveis, agradáveis ao paladar, que contribuam para dietas

emagrecedoras.

O brasileiro passa por uma fase de conscientização e começa a sentir-se

responsável pelo meio ambiente em que vive tornando-se mais exigente com a

qualidade dos alimentos e buscando melhores condições sanitárias em prol da

qualidade de vida dos consumidores.

Os atributos mais importantes relacionados com a qualidade e preferência de

consumo das plantas olerícolas, são a aparência, o sabor, o aroma, a textura e o valor

nutricional, aliado a facilidade de preparo (ALVARENGA, 2004). Considerando estas

exigências as flores comestíveis de Nastúrcio se constituem em ótima opção.

44 44

Para a produção de Nastúrcio a renda familiar é pouco comprometida, em função

da novidade e quando existem outros produtos cultivados ao mesmo tempo. Permite

produzir em qualquer época do ano porque os danos provocados pelas variações dos

fatores climáticos não interferem com tanta intensidade como no sistema convencional,

tornando o ambiente agradável, além de cultivar as plantas em bancadas ergonômicas.

Assim, o abastecimento do mercado ocorre de forma continua sem influência da

sazonalidade.

O cultivo hidropônico de flores comestíveis de Nastúrcio, é muito mais que um

agronegócio, é uma alternativa de mercado, podendo assumir papel significativo na

área social e na área ambiental. Já para o consumidor podem ser relacionadas a

diversos aspectos como a questão ambiental, nutrição e qualidade visual, com papel

psicológico positivo por se tratar de flores que, além do valor nutricional e medicinal,

são decorativas.

CONCLUSÕES

Os sistemas de cultivo assim como a origem das mudas apresentaram

diferenças significativas nas épocas de avaliação.

A fitomassa fresca e seca de caule apresentam maior incremento aos 75 DAT no

sistema de cultivo perfil hidropônico com mudas originadas de espuma fenólica, assim

como a fitomassa seca da parte aérea.

A produtividade biológica, o índice de área foliar e a taxa de crescimento da

cultura de Nastúrcio apresentam maior acúmulo de fitomassa a partir dos 45 dias após

o transplante.

O maior incremento na fitomassa seca dos órgãos se dá a partir dos 45 dias

após o transplante.

As flores comestíveis de Nastúrcio são uma ótima opção para uso na

gastronomia pela aparência e valor nutricional (alto teor de vitamina C e baixo valor

calórico).

45 45

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CONCLUSÕES FINAIS

A Produtividade biológica, o Índice de área foliar e a Taxa de crescimento da

cultura do Nastúrcio apresentam maior acúmulo de fitomassa a partir dos 49 dias após

o transplante.

As três soluções nutritivas utilizadas não apresentam diferença significativa entre

si, porém, na análise de custos, a solução FURLANI (1995) é mais econômica.

Recomenda-se testar uma solução específica para o Nastúrcio.

Os sistemas de cultivo assim como a origem das mudas apresentam diferenças

significativas nas épocas de avaliação.

As flores comestíveis de Nastúrcio são uma ótima opção para uso na

alimentação pela aparência, valor nutricional, alto teor de vitamina C e baixo valor

calórico.

O cultivo hidropônico de flores comestíveis de Nastúrcio, é muito mais que um

agronegócio, é uma alternativa de mercado, podendo assumir papel significativo na

área social e na área ambiental.

Para o consumidor podem estar relacionadas a diversos aspectos como a

questão ambiental, nutrição e qualidade visual, com papel psicológico positivo por se

tratar de flores que, além do valor nutricional e medicinal, são decorativas.

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