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PRODUÇÃO ANIMAL - VETERINÁRIA NOÇÕES DE VETERINÁRIA Prof. Dr. Takashi Matsumoto Adaptado por Marco Aurélio Bergamaschi Médico Veterinário São Carlos, 2007

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PRODUÇÃO ANIMAL - VETERINÁRIA

NOÇÕES DE VETERINÁRIA

Prof. Dr. Takashi Matsumoto Adaptado por Marco Aurélio Bergamaschi

Médico Veterinário

São Carlos, 2007

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MEDICINA VETERINÁRIA

A veterinária é a ciência de curar ou tratar as doenças dos animais.

Código de Hamurabi 1800 a.C. – provém da Assíria e Babilônia.

O primeiro tratado da Veterinária foi a descoberta de um papiro egípcio com data

de 1900 a.C.

FINALIDADES DA MEDICINA VETERINÁRIA

• Proteção do valioso patrimônio formado pelos rebanhos de cada país.

• Baseiam-se em atividades médico-veterinárias, medidas de prevenção, de

proteção, de profilaxia e sanitárias.

• Um aspecto de relevância ligado à Medicina Veterinária é a Zoonose, que define

as doenças dos animais que são transmissíveis ao homem.

• A veterinária executa múltiplas tarefas junto aos matadouros, frigoríficos,

laticínios, fazendas de criação e fábricas de produtos de origem animal

destinados à alimentação humana.

• Existe a inspeção que é realizada antes, durante e após o abate, e o controle de

produtos comestíveis, estes serviços são de suma importância para a

preservação da saúde de seus consumidores.

• A profilaxia e defesa sanitária são executadas pelos órgãos vinculados ao

Ministério da Agricultura.

• Controle de medicamentos de uso animal.

• Rastreabilidade

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EVOLUÇÃO DA MEDICINA VETERINÁRIA

Nas últimas décadas a Medicina Veterinária evoluiu de maneira surpreendente.

Como na Biotecnologia, com os estudos em embriões, na área de transferência,

maturação e fertilização de folículos em laboratório com espermatozóides congelados,

clonagem e transgenia.

MEDICAMENTOS VETERINÁRIOS

Os hormônios, antibióticos, vacinas e quimioterápicos de última geração facilitam

o trabalho do profissional.

DIAGNÓSTICO DE DOENÇAS

Além das tradicionais como exames de sangue, urina, fezes, culturas de

bactérias, análises químicas e físicas, temos como melhores recursos a ultra-som,

tomografia, vídeo laparoscopia, etc.

MELHORAMENTO ANIMAL

Avanço genético em cruzamentos e animais puros focados no aumento da

eficiência produtiva e industrial.

MANEJO ALIMENTAR

• Pesquisas em alimentos, auxiliando no ganho de peso, produção leiteira e

aumentando as defesas para suportar o estresse causado pelo meio ambiente.

• Os bovinos de grande produção sofrem conseqüências maiores, devido ao

desgaste do organismo, sem a devida reposição dos nutrientes.

• Os animais novos ainda estão em fase de desenvolvimento e muitas vezes pela

sua precocidade, iniciam a reprodução e lactação, sem os necessários cuidados

nutricionais e ambientais.

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ZOONOSES – DOENÇAS DOS ANIMAIS TRANSMISSÍVEIS AO HOMEM

Há enfermidades de transmissão direta dos animais ao homem como

exemplo a raiva, tuberculose, brucelose, através das salivas, secreções

contaminadas de algum animal enfermo.

Outras fontes de transmissões de doenças são as carnes sem o devido

cozimento e o leite proveniente de animais enfermos.

As zoonoses são problemas de saúde animal que afetam a saúde pública.

Além da zoonose temos os problemas causados por resíduos orgânicos e

agro-industriais provenientes de setores produtivos, tanto da agricultura como da

pecuária.

As grandes quantidades de estercos produzidas pelos bovinos têm causado

problemas em alguns países, com vários inconvenientes como mau cheiro,

infestação de moscas, produção de chorume, que podem contaminar os rios e

represas quando ali despejadas.

CONCEITOS DE ZOONOSES

As zoonoses segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), são

divididas em dois grupos:

a) Enfermidades transmissíveis dos animais vertebrados ao homem: sendo

que os animais desempenham uma função essencial para que a infecção se

mantenha na natureza, sendo o homem apenas um hospedeiro acidental, quando

em contato com o agente causador da doença, como os vírus, bactérias, fungos,

protozoários, helmintos.

b) No segundo grupo: os animais e o homem contraem a infecção das

mesmas fontes como a água, solo, animais invertebrados e plantas.

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ÁGUA

A água serve como veiculo de agentes de doenças, segundo a OMS, cerca

de 80% de todas as doenças que se alastram nos países em desenvolvimento são

provenientes da água de má qualidade.

Ex: tuberculose, leptospirose, salmonelose, colibacilose ascaridíase,

esquistossomose, amebíase, teníase, febre tifóide, hepatite infecciosa e outras.

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ESQUEMA DE ROUQUAYROL (1983)

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TRATAMENTO DA ÁGUA

O tratamento da água tem por objetivo reduzir ao mínimo suas impurezas,

tornando-a potável e está diretamente relacionada a sua qualidade.

FINALIDADES DA PURIFICAÇÃO DA ÁGUA

1) HIGIÊNICAS

Para a remoção de bactérias, vírus e protozoários entre outros

microorganismos.

Remoção de substâncias venenosas ou nocivas, redução do excesso de

impurezas e dos teores elevados de compostos orgânicos.

2) ESTÉTICAS

Para correção de cor, odor e do sabor.

3) ECONÔMICAS

Para redução de corrosão, da dureza, dos teores de ferro e manganês, da

cor, odor, sabor e turvação.

PROCESSOS DE PURIFICAÇÃO

FILTRAÇÃO

Tipos de filtros:

Filtro 1) Camada de cascalho (45cm) e areia (60 cm).

Filtro 2) 60 cm de cascalho, 30 cm de areia grossa, 50 cm de areia fina.

Filtro 3) Carvão, camada de areia fina, areia grossa, pedregulho.

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DESINFECÇÃO DA ÁGUA.

Objetivo: eliminar os microorganismos patogênicos, ou não, utilizando-se

produtos químicos.

PRODUTOS QUÍMICOS INDICADOS.

Cloro, amônia quaternária, iodo e sulfato de cobre.

! O mais utilizado é cloro, sendo o nível de cloração normal de 2 a 3

p.p.m.

! Na super-cloração são recomendados níveis mais altos de cloro

como 10 a 20 p.p.m.

! Hipoclorito a 10%, recomenda-se 100mL para cada 1000 litros de

água.

! Água sanitária ou hipoclorito de sódio a 3% - 5%, 200 mL/1000 litros

de água.

! Hipoclorito de cálcio ou cloro em pó: 3 a 6 g/ 1000 litros água.

CONTROLE DA DUREZA, CORROSÃO, ODOR E SABOR DA ÁGUA.

O controle da dureza objetiva remover o excesso de cálcio e magnésio, que

são os principais responsáveis pela dureza da água.

Recomenda-se nesses casos a utilização de cal ou carbonato de sódio.

Controle da corrosão: pode ser obtido utilizando-se também cal ou

carbonato de sódio e ainda pelos seguintes procedimentos: redução de

concentração de íons de hidrogênio, elevando-se o pH da água, redução do

conteúdo de oxigênio, redução do conteúdo de gás carbônico e manutenção de

uma capa protetora sobre a superfície metálica, para que não haja contato com

íons de hidrogênio.

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ODOR E SABOR DA ÁGUA

Estes se devem principalmente pela presença de microorganismos como

algas, gases dissolvidos, minerais, matéria orgânica. Para o controle recomenda-

se a utilização das seguintes substâncias: sulfato de cobre (1 a 3 mg/litro de

água), cloro, carvão ativado e aeração da água.

SOLO

O SOLO E A TRANSMISSÃO DE DOENÇAS.

No solo podemos encontrar como habitat normal, bactérias dos gêneros

Clostridium e Bacillus, sob a forma esporulada.

Essas bactérias são capazes de formar células de repouso altamente

resistentes, denominadas de endosporos. Os esporos são muito mais resistentes,

do que as formas vegetativas, aos agentes físicos, como a dessecação e

aquecimento e aos agentes químicos, como os anti-sépticos e desinfetantes.

Os esporos representam nas bactérias, não uma forma de multiplicação,

mas sim de sobrevivência da espécie. Colocado em meio nutritivo conveniente,

ele germina e reproduz a forma vegetativa.

O Clostridium tetani, agente do tétano, C. perfringens, C. septicum e C.

novyi envolvidos com a etiologia da gangrena gasosa e o C. botulinum agente do

botulismo podem contaminar o solo a partir de fezes humanas ou dos animais.

O C. botulinum produz seis tipos de toxinas, denominadas A, B, C, D, E e F.

O homem pode se intoxicar pelas toxinas A, B, E e F; as aves pelos tipos A

e C, os ruminantes pelos tipos D e C e os eqüídeos pelo tipo C.

O homem e os animais se contaminam a partir da ingestão de alimentos

contaminados, seja de origem vegetal ou animal.

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O gênero Bacillus e especificamente o B. anthracis é o agente etiológico do

carbúnculo hemático.

No solo são encontrados esporos desta bactéria que podem se manter

viáveis por muitos anos, sendo descrita na literatura a sua manutenção por 20

anos ou mais.

O animal se infecta ingerindo vegetais ou partículas de terra com o

alimento, a partir da contaminação proveniente de cadáveres infectados.

A partir do solo podem ser transmitidos não só os agentes de doenças

infecciosas, bem como os das parasitárias, como as helmintoses pulmonares e

gastrointestinais.

As doenças transmitidas a partir do solo são conhecidas como

enfermidades telúricas e aquelas de caráter zoonótico como saprozoonoses, que

envolvem em sua transmissão elemento abiótico, como o solo.

SANEAMENTO DO SOLO.

O saneamento do solo baseia-se em ativar a destruição da matéria

orgânica e evitar a estagnação da água.

Considera-se um terreno salubre aquele que é permeável ao ar e a água,

cuja capa subterrânea se situa profundamente.

Os terrenos altos, planos, podem oferecer boa qualidade higiênica.

Os terrenos insalubres são os pântanos, os de desembocadura de rios e as

planícies expostas ao transbordamento de água dos rios.

Os fatores que condicionam a insalubridade de um solo são: o excesso de

matéria orgânica, seja de origem vegetal ou animal, e a estagnação de águas, que

impede a ação depurativa do oxigênio do ar atmosférico.

A rotação de pastagens ou piquetes contribui para o controle de

enfermidades infecto-contagiosas e parasitárias dos animais, por diminuir os

níveis de contaminação das mesmas.

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CLASSIFICAÇÃO DAS ZOONOSES

São divididas em quatro categorias:

a) ZOONOSES DIRETAS:

São doenças e infecções que se transmitem de um hospedeiro vertebrado

infectado a outro hospedeiro vertebrado susceptível, por contato direto ou indireto

por meio de objeto contaminado ou ainda por intermédio de um vetor mecânico.

Ex: raiva e brucelose.

b) CICLOZOONOSES:

O agente causal necessita passar por mais de uma espécie de hospedeiro

vertebrado, porém por nenhum hospedeiro invertebrado, a fim de completar o seu

ciclo evolutivo.

A maioria destas zoonoses é devida aos cestóides.

Ex: teníases humanas (cisticercose) e a hidatidose, sendo que nesta última

estão envolvidos, por exemplo, o ovino ou o cão e deste para o homem.

c) METAZOONOSES:

Doenças que se transmitem biologicamente por vetores invertebrados.

Nestes casos estão a febre amarela e as arboviroses.

d) SAPROZOONOSES:

São as zoonoses nas quais participam um hospedeiro vertebrado e um

elemento abiótico não animal que pode funcionar como um reservatório do agente

etiológico ou como um local de desenvolvimento do mesmo.

Estes elementos não animais são a matéria orgânica, como o solo e as

plantas.

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Exemplos: histoplasmose, listeriose, larva migrans cutânea e visceral, entre

outras.

MECANISMO DE TRANSMISSÃO

Devido à existência de grande número de zoonoses conhecidas, causadas

por inúmeros agentes etiológicos, a transmissão destes podem ser direta e

indireta.

TRANSMISSAO DIRETA: o agente é transferido de um indivíduo infectado

a outro susceptível pelo contato direto entre elas.

TRANSMISSÃO INDIRETA: o agente é transferido por vias mais

complexas como a ingestão de água, leite e outros alimentos contaminados, pela

inalação de ar, pelo contato com solo e fômites contaminadas e também pela

picada de insetos que podem funcionar como vetores mecânicos ou biológicos.

FATORES RELACIONADOS À OCORRÊNCIA DE ZOONOSES

1) O homem e animais compartilhando o mesmo ambiente.

2) A falta de higiene, favorecendo a proliferação de insetos e roedores.

3) A penetração do homem em novas áreas geográficas e zonas

ecológicas.

4) As mutações genéticas dos agentes.

Além desses agentes infecciosos, do hospedeiro e do meio ambiente, os

fatores sociais, políticos e econômicos são responsáveis pelo aparecimento das

zoonoses.

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PRINCIPAIS ZOONOSES NO BRASIL RELACIONADOS COM ANIMAIS DE PRODUÇÃO

ENFERMIDADES BACTERIANAS:

BRUCELOSE (febre ondulante, Febre de Malta, Doença de Bang).

É considerada como doença profissional ou ocupacional.

a) Agente etiológico:

Brucela melitensis, B. suis, B. abortus, B. ovis, B. canis, B. neotomae.

b) Animais susceptíveis:

Caprinos, suínos, bovinos, ovinos, cães, eqüinos, búfalos e animais

silvestres.

c) Fontes de infecções para homem:

! Animais infectados: material contaminado de aborto, restos de

placentas, auxílio ao parto, magarefes em abatedouros, que lidam especialmente

com carnes de suínos;

! Alimentos: leite cru e seus derivados contaminados.

! Vacinas vivas atenuadas, em casos de acidentes (B-19).

d) Sintomas nos animais:

! Nas fêmeas: aborto e retenção de placenta. O aborto ocorre de 6 a 9

meses de gestação.

! Nos machos: orquite que é a inflamação dos testículos e epidídimos,

principalmente em ovinos.

! Nos eqüídeos: inflamação ou abscesso na cernelha.

e) Sintomas no homem:

! Período de incubação muito variável e difícil de determinar: 5 a 30

dias, às vezes vários meses.

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! Principais sintomas: mal estar geral, sensação de fraqueza, febre

intermitente, sudorese noturna, dor de cabeça, dores nos pés, articulações, região

lombar, depressão, insônia, catarro respiratório e tosse dolorosa.

A taxa de letalidade sem tratamento é de 2% ou menos.

! Diagnóstico de laboratório: sorológico.

TUBERCULOSE E MICOBACTERIOSES

a) Agente etiológico:

Mycobacterium tuberculosis, M. bovis, M. avium e outras micobactérias.

b) Animais susceptíveis:

Mamíferos domésticos.

! Mais freqüentes: bovinos e suínos.

! Menos freqüentes: ovinos, caprinos e carnívoros, rara em eqüinos;

são susceptíveis animais silvestres e aves.

c) Fontes de infecção para o homem:

Animais infectados ou doentes.

! Alimentos: (leite cru e derivados contaminados (principal fonte).

! Outras fontes: ar, água, fômites, poeira.

d) Sintomas nos animais:

A tuberculose nos animais é pobre em sintomas pois é uma doença crônica

e as lesões orgânicas progridem muito lentamente.

! Em bovinos: tosse nos casos mais avançados, caquexia,

infertilidade, diarréia crônica, linfonodos aumentados de volume e diminuição de

produção.

e) Sintomas nos homens:

Importante causa de invalidez e morte em muitas partes do mundo.

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A lesão pulmonar é a mais freqüente, sendo menos freqüente em outros

órgãos.

A tuberculose de caráter zoonótico, causada principalmente pela M. bovis é

freqüentemente extracelular, nas formas meníngeas e genitourinárias,

dependendo de sua apresentação, são vários os sintomas.

LEPTOSPIROSE

a) Agente etiológico:

Leptospira interrogans, com seus vários sorovares. Para os bovinos os

mais importantes são hardjo, wolfii e pomona; para suínos, o pomona e bradislava;

enquanto que para os cães sobressaem o canícola e icterohemorragie.

b) Animais susceptíveis:

Mamíferos domésticos e animais silvestres.

Os suínos, bovinos e cães são os mais afetados.

c) Fontes de infecção para o homem:

! Animais portadores domésticos e silvestres que mantém o agente nos

rins.

! Ratos: reservatório permanente, essencialmente o Rattus norvegicus,

ratazana dos esgotos.

! Contato direto: exame ginecológico, palpação retal, manuseio de

abortos, respingos de urina contaminada, etc.

! Contágio ambiental: banhos em lagos e riachos poluídos por urina de

portadores.

! Magarefes de matadouros de suínos e bovinos, trabalhadores em

propriedades rurais que exploram bovinos, que podem adquirir leptospirose pelo

sorovar hardjo.

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d) Sintomas nos animais:

Febre, anorexia, intenso mal estar, vômitos, conjuntivites, dor de cabeça,

dores musculares, especialmente nas panturrilhas (barriga das pernas), icterícia,

insuficiência renal, anemia hemolítica, hemorragias da pele e das mucosas, nos

casos mais graves.

SALMONELOSE

a) Agente etiológico:

Salmonella sp., principalmente a Salmonella Typhymurium.

b) Animais susceptíveis:

Todas as espécies de animais domésticos.

c) Fontes de infecções para o homem:

Ingestão de água contaminada por fezes de animais domésticos, o leite e

ovo, a carne e seus derivados crus ou sem cocção adequada.

d) Sintomas nos animais:

Em bezerros, principalmente entre três meses e um ano de idade e em

leitões entre dois e seis meses se traduzem inicialmente por diarréia, febre,

dispnéia, apatia e anorexia.

e) Sintomas no homem:

Comumente caracterizada por uma gastroenterite, de inicio súbito com dor

abdominal intensa, náuseas e as vezes vômitos. Em geral as mortes são raras,

exceto nos indivíduos muito idosos ou nas pessoas debilitadas.

ERISIPELA SUÍNA OU RUIVA

a) Agente etiológico:

Erysipelothris rhuseopatiae.

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b) Animais susceptíveis:

É mais comum em suínos e Aves.

Outras espécies domésticas e aves silvestres podem apresentar a doença.

c) Fontes de infecção para o homem:

! Pelo contato com animais infectados, especialmente pessoal de

granjas e magarifes de matadouros de suínos e pela via digestiva, a partir da

ingestão de carne suína contaminada. É uma doença profissional.

d) Sintomas nos animais:

Pode ocorrer na forma aguda ou crônica. Os animais apresentam

febre, anorexia, dificuldade para locomover-se, artrite com dor nas articulações,

placas de cor.

e) Sintomas no homem:

Lesão cutânea, que se inicia por prurido e sensação de queimadura,

vermelhidão, e pode causar poliartrite. Pela via digestiva, pode originar septicemia,

com endocardite, artrites e sintomas de doença grave.

ENFERMIDADES VIRICAS

RAIVA

a) Agente etiológico:

RNA vírus, família Rhabdoviridae gênero Lyssavirus.

b) Animais susceptíveis:

Todos os mamíferos.

c) Fontes de infecção para homem:

Os animais doentes e portadores com ou sem sintomas.

Na zona urbana são importantes na transmissão, o cão e o gato, na zona

rural, morcegos, principalmente os hematófagos como: Desmodus rotundus.

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Sabe-se, entretanto, que nos morcegos frugívoros e insetívoros podem albergar

também vírus rábico.

d) Sintomas nos animais:

Doença aguda, quase sempre fatal, preferindo-se admitir que a mesma é

100% letal após a instalação dos primeiros sintomas, tanto no homem como nos

animais.

! Raiva furiosa: mudança de hábitos, intranqüilidade, cães e gatos não

atendem aos donos como o faziam, por vezes não querem comer, escondem-se

sob móveis e procuram lugares escuros.

Ruminantes, porcos, eqüídeos não comem, afastam-se dos outros.

Passada a fase inicial, o animal torna-se agressivo, procurando atacar outros

animais e mesmo o homem.

! Paralítica: os animais não se locomovem.

Apresentam anorexia, procuram esconder-se, permanecem parados ou

deitados num só local, sialorréia, parecem estar engasgados com osso ou outro

corpo estranho, a marcha é trôpeja, mudança de hábitos, e há paralisia dos

membros.

Em bovinos é mais comum a raiva paralítica que a furiosa. O animal morre

entre 5 a 10 dias.

e) Sintoma no homem:

Encefalomielite aguda, quase invariavelmente fatal. O início caracteriza-se

por uma sensação de angústia, febre, mal estar, dor de cabeça.

A doença evolui para manifestações de paresia ou paralisia, delírio e

convulsões. A duração usual é de dois a seis dias, às vezes mais longa. A morte

freqüentemente é devida à paralisia respiratória.

f) Profilaxia:

Recomenda-se para aqueles indivíduos que apresentam alto grau de risco,

esquemas de vacinação pré-exposição, que são realizados gratuitamente pela

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Secretaria de Saúde dos Estados, via postos ou Centros de Saúde. É necessário

o controle sorológico, pesquisando-se anticorpos soro-neutralizantes anti-rábicos,

anualmente, admitindo-se como protetores títulos no mínimo de 0,5 UI/mL de soro.

Ao entrar em contato com o animal suspeito, ou em caso de mordeduras,

arranhadura ou outro tipo de acidente, lavar imediatamente o local do ferimento

com água corrente e sabão ou detergente, passando-se álcool, iodo ou mertiolate

e a seguir procurar imediatamente orientação médica nos postos ou centros de

saúde.

ECTIMA CONTAGIOSO

a) Agente etiológico:

DNA vírus, Parapoxivírus.

b) Animais susceptíveis:

Ovinos e caprinos.

c) Fontes de infecção para o homem:

Contato direto com animais infectados a partir das lesões e contato com

fômites, como a tesoura de tosquia.

d) Sintoma nos animais:

Lesões pustulosas e crostosas, localizadas nos lábios, mamas e na pele,

podendo haver infecção secundária com outros agentes bacterianos, com grave

prejuízo para a saúde ou morte do animal.

e) Sintomas no homem:

A doença é conhecida como dermatite pustulosa contagiosa e causa lesão

localizada nas mãos, braços ou face.

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ENFERMIDADES FÚNGICAS

TINHAS OU DERMATOFITOSES

a) Agente etiológico:

Trichophyton ssp e Microsporum ssp.

b) Animais Susceptíveis:

Todos os mamíferos domésticos.

c) Fontes de infecção para o homem:

A partir do contacto com animais doentes. Na área rural é mais comum o

Trichophyton verrucosum e na zona urbana o Microsporum canis, que infecta cães

e gatos.

São considerados como reservatórios os animais doentes, a transmissão

ocorre por contato direto, fômites e por vetores, tais como insetos hematófagos e

carrapatos.

d) Sintomas nos animais:

Áreas de alopecia (queda de pêlo), às vezes acentuada, com

hiperqueratose e de localização variável, sendo mais comum na cabeça, mas

havendo numerosos casos de tinhas no corpo e membros.

e) Sintomas no homem:

“Tinha de couro cabeludo”, começa sob forma de uma pápula, que se

propaga perifericamente, deixando placas escamosas de alopecia.

Os cabelos tornam-se duros e quebradiços.

ENFERMIDADES POR PROTOZOÁRIOS

TOXOPLASMOSE

a) Agente etiológico:

Toxoplasma gondii.

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b) Animais susceptíveis:

Gatos e outros felídeos como o jaguar, o celote e a puma, que são os

hospedeiros definitivos do agente, além de roedores e outros mamíferos, galinhas

e pássaros; entre outros.

c) Fontes de infecção para o homem:

Transplacentárias em mulheres, ingestão de carne contaminada crua ou

mal cozida. Água, solo e alimentos contaminados com oocistos infectantes.

d) Sintomas nos animais e no homem:

Pode afetar a maioria dos órgãos e tecidos. Os sintomas dependem do

local parasitado, por exemplo: sistema nervoso (meningite), fígado (hepatite),

coração (miocardite), crânio (hidrocefalia, coriorretinite, etc). Porém, na maioria

das vezes a infecção é silenciosa e as pessoas ou animais não apresentam

sintomas.

Quando ocorre a transmissão placentária, no caso da mulher, a criança

pode apresentar lesões oculares e cerebrais graves, na dependência do período

de gestação em que a infecção ocorre.

ENFERMIDADES POR HELMINTOS

TENÍASE E CISTICERCOSE

a) Agente etiológico:

Taenia solium (forma adulta da tênia) a teníase no homem.

Cysticercus celullose (forma larvária nos suínos) causa cisticercose no

homem (cangiquinha).

b) Animais susceptíveis:

Cysticercus cellulosae: suínos.

Cysticercus bovis: bovinos.

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c) Fontes de infecção para o homem:

Carne contaminada; que leva ao quadro da teníase, auto infecção e por

mecanismos que os ovos são levados à boca pelos dedos sujos após a

defecação.

São importantes ainda água, terra e vegetais contaminados com proglotes

ou ovos da tênia que infectam o homem. Há outras que se referem ainda à

possibilidade de refluxo de ovos da tênia do intestino por mecanismos de

retroperistaltismo, evoluindo-se da teníase para a cisticercose.

O homem adquire a teníase ingerindo carne de porco crua ou mal cozida,

contendo cisticercus de Cysticercus cellulosae ou pela carne bovina, pela ingestão

do Cysticercus bovis. Por outro lado, a cisticercose humana é adquirida quando o

homem ingere ovo da Taenia solium ou Taenia saginata e como descrito

anteriormente por retroperistaltismo.

d) Sintomas nos animais:

Em geral, os suínos não manifestam a doença, salvo exceções, quando

podem apresentar febre, rigidez muscular e, às vezes, convulsões e lesões

cardíacas, podendo ser fatais.

e) Sintomas no homem:

Na teníase tem-se anorexia, indisposição abdominal, diarréia, vômitos,

manifestações nervosas e alérgicas.

A forma larvar da Taenia solium, o Cysticercus cellulosae é responsável por

lesões graves no organismo. Conforme sua localização, pode causar a

cisticercose subcutânea, muscular, nervosa ou ocular.

A neurocisticercose causa mal-estar, dor de cabeça contínua, dificuldade

locomotora, ataques epiletiformes. No olho provoca cegueira parcial ou total, e

quando a lesão é no coração, pode levar à insuficiência cardíaca.

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HIDATIDOSE

a) Agente etiológico:

O Echinococcus granulosus é a forma adulta do agente, e o cisto hidático é

a forma larvária.

b) Animais susceptíveis:

Cães e outros canídeos albergam o verme adulto no intestino, sendo os

hospedeiros definitivos.

O cisto hidático ou forma larvária ocorre normalmente na ovelha e em

outras espécies, como nos bovinos, suínos, eqüinos e caprinos.

c) Fonte de infecção para o homem:

Alimentos contaminados (água, hortaliças e legumes) pelos ovos expelidos

junto com as fezes do cão, ou pelo contágio direto com o cão parasitado que pode

albergar ovos do parasita ao redor do ânus ou pelame, já que os ovos são

eliminados para o meio ambiente pelas fezes.

.O cão adquire a doença ingerindo vísceras cruas contaminadas,

especialmente pulmões e fígados de ovinos, bem como de outros mamíferos.

d) Sintoma no animal:

O verme adulto provoca a equinococose no cão, que raramente evidencia

sintomas da doença; ocasionalmente apresenta diarréia.

e) Sintomas no homem:

Desenvolvimento de formas císticas que comprimem o órgão atingido, que

poderá ter sua função diminuída, como o fígado, por exemplo. Os sintomas são

dependentes da evolução e do órgão envolvido.

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PRINCIPAIS AGENTES E VETORES RESPONSÁVEIS PELA TRANSMISSÃO DE DOENÇAS NOS MAMÍFEROS DOMÉSTICOS

Terminologia (termos técnicos) para melhor entendimento da

Epidemiologia:

Vetores: são denominações dadas às espécies, geralmente artrópodes

(insetos), cujos organismos podem albergar determinado agente patogênico e

assim, proporcionar a transmissão para outro hospedeiro.

Agente: é um dos elementos responsáveis pela doença, como bactérias,

fungos, vírus, protozoários, riquetsia, clamídia, ectoparasitos ou endoparasitos.

Vetor mecânico: é o organismo que pode se contaminar com formas

infectantes do agente, transpondo-os mecanicamente para determinado

hospedeiro.

Ex.: moscas sugadoras de sangue de bovinos, eqüinos e cães, como as

moscas de cocheira (Stomoxys calcitrans) e as mutucas (tabanídeos), que sugam

o sangue de animais portadores de anaplasmose marginal (tristeza bovina) que

fica em sua tromba, infectando outro animal quando este for sugado, o qual

poderá adquirir a doença.

Veículo: é qualquer elemento que transporta determinado agente

infeccioso.

Este veículo pode ser animado; qualquer ser vivo que possa transportar

passivamente o agente infeccioso. Ex.: vaca tuberculosa ou brucélica.

Veículo inanimado: são elementos sem vida, capazes de transportar o

agente infeccioso.

Ex.: água, solo, objetos contaminados como agulhas, seringas, panos,

arreios, escravos, etc.

Fômites: são veículos inanimados contaminados como os baldes, toalhas,

que podem transportar agentes infecciosos para os animais ou para o homem.

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Fonte de infecção: é o animal vertebrado ou invertebrado, vários objetos

ou locais, a partir dos quais o agente infeccioso infecta um novo hospedeiro.

Trata-se de um capítulo muito importante no estudo das doenças, pois,

conhece-se os hospedeiros, transmissores, portas de entradas e animais que são

susceptíveis (aqueles que podem adquirir) à determinada doença.

Às vezes, nos trabalhos de campo com os animais enfrentam-se

problemas, e é sabido que uma simples mosca infectada pode ser a principal

transmissora de doenças que causam enormes prejuízos aos animais.

Os ratos são as espécies de roedores que convivem em ambientes

habitados pelos homens e animais, e que transmitem doenças e causam enormes

prejuízos nos alimentos, principalmente grãos e cereais.

MOSCAS

As moscas são insetos causadores de doenças ou transmissoras de vários

agentes patogênicos.

Os mecanismos de ação utilizados pelas moscas na transmissão de

doenças são:

a) Pela ingestão de agentes patogênicos, com conseqüente eliminação pelas

suas fezes.

b) Pelo regurgitamento (vômito) de agentes patogênicos após o

armazenamento temporário no proventrículo e sua deposição, em forma

de gotas de vômitos, enquanto se alimenta.

c) Pela dispersão de germes nos alimentos pelas patas e labelas.

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Miíases: bicheiras.

As bicheiras são encontradas em tecidos vivos, feridas e cadáveres de

animais.

1) Biontófagas: desenvolvem-se em tecidos vivos = miíase primária.

As larvas desenvolvem-se em feridas recentes, fossas nasais, gengivas

(bicheiras na boca de bezerros recém nascidos), vulva, ânus, etc.

Também aparecem bicheiras junto à carrapatos e bernes, onde estão

alojadas debaixo da pele.

2) Necrobiontófagas: miíase secundária.

Aparecem em tecidos necrosados (feridas) estando o animal vivo.

3) Necrófagas: aquelas que aparecem em cadáveres, sendo as mesmas que

causam miíase secundária.

PRINCIPAIS MOSCAS

Ovinos: Oestrus ovis, causa miíase nasal.

Eqüídeos: (jumentos, mulas, burros e eqüinos): Gasterophilus nasalis,

provoca miíases na região pilórica e duodenal (intestinos e lesões na pele).

Bovinos, Bubalinos: Haematobia irritans, mosca do chifre (parece com

asa delta, suga com a cabeça para baixo).

Bovinos, Eqüinos e Cães: Stomoxys calcitrans, mosca de cocheira, ataca

os membros dos bovinos e eqüinos e, nos cães principalmente nas orelhas (corpo

e asas arredondadas, sugam com as cabeças para cima).

CARACTERÍSTICA E HÁBITOS DAS MOSCAS

1) Berne: Dermatobia hominis.

São moscas grandes, apresentam tórax cinza-amarronzado e abdômen

azul metálico.

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Preferem as margens de matas e capoeiras, onde se protegem contra o

calor excessivo e desidratação.

Precisam de outras moscas para levar seus ovos aos hospedeiros; pois,

depositam os ovos no abdômen da mosca doméstica, mosca de cachoeira e

mosquitos.

Uma vez em contato com a pele, as larvas saem dos ovos e penetram

ativamente nesse local.

Desenvolvem-se no tecido sub-cutâneo e após 40 dias no animal, caem ao

solo e 25 dias depois empupam. O ciclo biológico varia de 80 a 120 dias.

A berne parasita principalmente bovinos e cães, mamíferos domésticos,

aves e também o homem.

Prejuízos que causam: dependendo do grau de infestação nos bovinos

causa retardo no desenvolvimento, perda de peso, diminui a produção de carne e

leite. Inutiliza áreas de couro.

Nos nódulos do berne, pode haver infestação por bactérias, formando

abscessos e muitas vezes aparecem bicheiras.

Épocas de incidência: final de outono, primavera e início de verão.

Controle: bernicidas na primavera e verão, repetindo-se a aplicação 35 a

40 dias após.

Sanear o ambiente para controlar a proliferação dos vetores como as

moscas e mosquitos.

Evitar o acesso dos animais em matas e capoeiras.

Na prática observa-se que em períodos secos e sem chuvas, a quantidade

de bernes diminui ou quase não se encontra em bovinos.

Os búfalos apresentam poucos bernes, alguns carrapatos dos cavalos e

são atacados mais por piolhos e moscas do chifre.

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2) Bicheira: Cochliomyia hominovorax.

São moscas médias, também de coloração verde, com 3 faixas negras

longitudinais no tórax (chamada mosca da bicheira).

A mosca deposita seus ovos em feridas (cortes, castração, sobre infestação

de carrapatos e buracos de bernes, umbigos de recém nascidos).

Nascimento das larvas: menos de 24 horas, atingem a maternidade em 5

dias, abandonam as feridas, caindo ao solo, empupam e tornam-se moscas

adultas em 8 dias.

Período de vida: 3 a 4 semanas (28 dias).

Deve-se observar diariamente todos os animais, havendo sangramento e

mau cheiro, normalmente existe bicheira.

Tratamentos:

Injetável = Dectomax, apresenta melhor ação.

Tratamentos locais: Tanidil pó, Neguvon, Mata-bicheira, Sprays, pomadas

tipo ungüentos associados com fosforados.

Pomada cicatrizante = após matar os bichos.

Oxido de zinco – 300g

Talco comercial (sem perfume) – 300g

Óleo de fígado bacalhau (ou peixe) – 300 ml.

Manter em recipiente plástico.

É um ótimo cicatrizante e repelente de moscas.

3) Varejeira: Chrysomyia sp.

São moscas médias, coloração verde, com duas faixas transversais no

tórax e três no abdome. Compreendem cerca de 12 espécies.

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Reproduzem-se em granjas avícolas, lesões, pocilgas, abatedouros, fossas

sépticas, excretas, carcaças, vísceras e tecidos em decomposição.

Transmitem doenças entéricas (intestinos), poliomielite e parasitas

intestinais.

4) Mosca doméstica: (Musca domestica)

Apresentam cor cinza- escura, com reflexos amarelados no abdômen e não

sugam sangue.

Multiplicação: em esterco ou matéria orgânica em decomposição.

Tempo de vida: 2 a 10 semanas, aumentam na primavera e verão devido a

temperaturas mais altas.

Alimentação: só líquidos e quando encontram alimento sólido regurgitam

saliva e sugam a solução. Percebem odores a grandes distâncias.

Controle: proteção dos alimentos, do lixo, utilização de esterqueiras e uso

de inseticidas de ação residual nas instalações e nas esterqueiras e pinturas dos

estábulos ou granjas onde pousam.

5) Moscas dos estábulos: Stomoxys calcitrans.

Moscas sugadoras de sangue, asas arredondadas.

Proliferação: palhadas de café, arroz, milho.

Evolução: em 20 a 30 dias os ovos tornam-se adultos.

São vetores de anaplasmose, tripanosomíase, vírus da anemia infecciosa

eqüina.

Controle: inseticidas de ação residual sobre as cercas, muros, paredes,

higiene dos comedouros, dos estábulos, evitando a umidade excessiva no local.

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6) Moscas dos chifres: Haematobia irritans.

Encontrada em grande número na base dos chifres, cernelha e pescoço

dos animais.

As fêmeas só saem do corpo dos animais para depositar seus ovos em

fezes frescas dos bovinos, retomando imediatamente sobre o corpo dos animais.

São sugadoras de sangue

Tempo de vida: 3 a 7 semanas.

Os ovos eclodem em aproximadamente 24 horas e completam o

desenvolvimento em 3 a 5 dias, a fase da pupa é de 4 a 8 dias, sendo o ciclo de

10 dias, nos dias quentes e úmidos.

Nos dias frios e secos o ciclo pode durar até 50 dias.

Prejuízos causados: os animais ficam irritados, reduzem a ingestão de

alimentos.

Produção leiteira: pode cair de 4 a 15%.

Ganho de peso: Em animais de corte a perda de peso é de até 100g/dia.

Infestação de 50 – 60 moscas: ganho de peso de 17 a 22% menor.

Controle: Pulverizações ou uso de pour-on (lombo) à base de piretróides e

organofosforados.

Uso de brincos e colares com inseticidas.

Controle biológico: Besouros rola-bosta nacionais e importados, alguns

ácaros que atacam as moscas e o manejo adequado das fezes e higiene do

estábulo.

7) Bicheira do nariz de carneiros: Oestrus ovis.

Moscas com corpo marrom acinzentado, com muitos pontos negros

pequenos; no tórax apresentam pêlos finos de coloração marrom-claro. As fêmeas

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depositam suas larvas no interior e ao redor das narinas, que migram para o

interior da cavidade nasal.

Período de vida: 2 semanas.

Prejuízos que causam: perda de apetite, agitação e perda de peso.

Controle: Ectoparasitos (ivermectinas, doramectinas, neguvon – devem ser

usados com cuidado nas gestantes).

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CONTROLE DE ROEDORES

RATOS

Os ratos são mamíferos nocivos aos homens e animais. Destroem de 10%

a 40% do total de alimentos produzidos pelo homem.

Danificam sacarias e depósitos de alimentos e podem provocar incêndios,

pelo hábito de roer fios elétricos, podendo causar curto-circuito.

Transmitem doenças como: leptospirose, salmonelose e peste bubônica,

seja pela mordedura, urina, fezes ou pulgas.

Os ratos habitam locais onde haja alimento, esconderijos e água.

Possuem dentes incisivos de crescimento contínuo obrigando a roerem

para desgastá-los. E apresentam hábitos noturnos.

Espécie nocivas mais importantes na pecuária:

Rato de esgoto, ratazana – Rattus norvegicus.

Rato de paiol, rato de telhado, gabiru, rato – Rattus rattus.

Camundongo – Mus musculus.

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CARACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS DOS ROEDORES

Vida média dos ratos: 12 a 24 meses.

Idade de reprodução: 60 a 90 dias.

Audição: muito aguçada, captam até ultra-som.

Tato: pelos bigodes e seus pêlos ajudam a se deslocar no escuro.

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Visão: fraca, principalmente em locais escuros.

Olfato e paladar: muito desenvolvido.

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AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE INFESTAÇÃO POR ROEDORES.

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CONTROLE DE RATOS

Anti-ratização:

1) Eliminar acúmulos de lixo e restos de alimentos.

As madeiras, tijolos e telhas devem estar devidamente arrumados de forma

a não servir de abrigo aos ratos.

Silos, depósitos e armazém devem ser totalmente vedados.

As aberturas para ventilação, drenagem e outras devem ser recobertas com

telas de metal fino.

Vãos de portas e buracos devem ser fechados com lâminas de metal ou

cimento.

Os sacos, fardos ou caixas com alimentos devem ser acomodados sobre

estrados a 40-60 com de altura do chão e distante da parede

Todo carregamento de ração ou material que chegar de fora da

propriedade, deve ser inspecionado antes de ser guardado em seu depósito ou

paiol.

Nas calhas, canos e bares de paióis devem ser colocados abas de metal,

tipo chapéu chinês, para impedir a subida dos ratos.

Até bacias de alumínio emborcadas, servem como protetor.

Lixo caseiro: devem ser colocados dentro de latas tampadas ou sacos

plásticos depositados em nível superior ao solo.

CONTROLE DE RATOS:

• Métodos mecânicos:

1) Ratoeiras: como os roedores não atravessam espaços abertos, as

ratoeiras devem ser colocadas em cantos escuros, próximo às paredes ou

embaixo de móveis.

Deve-se retirar do ambiente outra fonte de alimento. As ratoeiras funcionam

mais para camundongos, porque eles são mais curiosos.

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2) Ondas eletro-energéticas: são pequenos aparelhos que emitem ondas

eletro-energéticas que propagam no solo ou qualquer elemento ferroso.

As vibrações afetam os roedores que passam a apresentar perda de

apetite, tonturas, distúrbios nos hábitos de acasalamento e deixam de procriar.

Não afetam o homem e animais domésticos.

O raio de ação é de 500 m2 em área fechada e 1500 m2 em áreas livres.

3) Aparelho de ultra-som: esses aparelhos emitem sons com freqüência

inaudível aos humanos, são ouvidos por animais, provocando a saída e

impedindo a invasão dos roedores.

Não funcionam por muito tempo devido à rápida acomodação auditiva e

também pela formação de área de sombra, pela presença de objetos que

servem de anteparo aos sons. Em alguns países, esses aparelhos estão

proibidos pelo código de defesa do consumidor, por propaganda enganosa.

• Métodos químicos de controle aos ratos:

1) Raticida: é qualquer produto fabricado pelo homem, composto por princípio

ativo que atua sobre o organismo dos roedores provocando a sua morte.

Sendo produto tóxico são necessários cuidados com crianças e outros

animais.

Os raticidas mais utilizados são os anti-coagulantes, que matam os

roedores por hemorragias internas.

O antídoto para acidentes humanos é a vitamina K.

Todos os raticidas existentes no mercado devem ser obrigatoriamente

registrados no Ministério de Saúde.

São encontrados no mercado raticidas clandestinos e contrabandeados, à

base de arsênico, estricnina, 1080 Monofluoroacetato de sódio, Antu e

Fosfeto de zinco. São extremamente tóxicos e perigosos.

• Métodos biológicos de controle aos ratos: gatos e cães.

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MANEJO AMBIENTAL – CONFORTO TÉRMICO (SOMBRAS)

Os raios solares podem agravar o estresse causado pelo calor (estresse

térmico); provocar lesões na pele, e até o câncer.

As vacas leiteiras, principalmente as européias mantidas sem proteção

ambiental, apresentam grandes prejuízos na produção de leite e na reprodução,

como a reabsorções de embriões, logo nos primeiros dias após a cobertura.

Os bovinos de pele mais clara, podem apresentar câncer na pálpebra, vulva

e muitas vezes no dorso, principalmente após terem sofrido fotossensibilização.

Um dos cuidados para recuperar vacas que sofrem fotossensibilização é

afastá-las do sol.

A Lantana camara (amendoim de grilo) e a Brachiaria decumbens são

plantas fotossensibilizantes.

Os nelores desmamados são os que sofrem os maiores problemas em

pastos de braquiária, devido aos fungos, que ficam próximos às suas raízes,

denominados de Phytomices chartarum e que eliminam toxinas depois de

ingeridos.

Arborização:

Para a proteção natural contra os raios solares, as árvores constituem o

meio mais econômico para sombreamento.

Artificialmente têm-se as redes de nylon, conhecidas como sombrites, muito

utilizadas também em hortaliças e fruticulturas, com a facilidade de controlar a

incidência dos raios solares. Usa-se também bambus.

CARACTERÍSTICAS DAS ÁRVORES UTILIZADAS PARA SOMBREAMENTO

Copa frondosa (mínimo de 30 m2 de superfície de projeção), altura mínima

de 3 m, com folhas persistentes e sem raízes aflorando.

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Principais árvores utilizadas:

Figueiras (Fícus enormis, F. nicefolia, F. cruzifolia).

Ombre ou Bela adormecida (Phytolocca dioica).

Paineira branca (Chorisia speciosa).

Cabiúna (Dalbergia nigia).

Pau D’alho (Gallesia gorarema).

Formação de bosques:

Capão de 6 árvores/ha, não devendo ocupar mais de 2% da área de

pastagem. Devem ser plantadas eqüidistantes de saleiros e aguadas para forçar o

pastejo uniforme da área.

Pára-raios:

Muito importante para evitar a morte dos bovinos que se abrigam nos dias

de chuva. Usar pára-raios com fio de alumínio, preso no galho mais alto, descendo

rente ao tronco, protegido com cano plástico e enterrado no solo para

aterramento.

Os galpões com coberturas de telhas de barro ou “eternit” podem ser

utilizados, desde que tenham pé direito acima de 2,80 m ou mais, para ventilação

e iluminação lateral.

Utilizam-se estábulos como free-stall, onde as vacas dormem em camas de

areia, com ventilação e aspersores de água, para as horas mais quentes.

As músicas acalmam os bovinos em repouso ou na hora da ordenha.

Água:

Para o organismo poder controlar o equilíbrio térmico corporal, a água é o

alimento mais importante, uma vez que compõe 60% do corpo.

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O animal pode perder toda sua gordura, metade da proteína e permanecer

vivo. A perda de 10% da água do seu corpo pode levar o animal à morte.

A água é eliminada do corpo pelas fezes, urina, pelos pulmões e é utilizada

na formação de novos tecidos.

A água necessária para o corpo dos bovinos varia em função do alimento

oferecido (secos, úmidos, etc).

São necessários 5 litros/kg de matéria seca consumida.

Vacas em lactação

4 litros de água para cada litro de leite produzido (até 15 litros).

Consumo: 40 a 110 litros de água bebendo aproximadamente 10 vezes em

24 horas, consomem 1/3 à noite.

Uma menor oferta de água diminui a produção de leite, sendo o ideal deixar

água limpa disponível todo tempo.

Vacas bebendo água uma vez ao dia, apresentam queda de 11% na

produção de leite e bebendo duas vezes ao dia, uma perda de 4%.

Novilhas e vacas secas:

Consumo de água: 40 a 50 litros ao dia.

As aguadas naturais em rios rasos e represas precisam ter piso cascalhado

no local de acesso e a altura da água de 50 cm no mínimo, para evitar água suja,

ou sucção de areia.

A areia ingerida em quantidade, ao longo dos dias, acumulam no fundo do

rúmen, podendo causar problemas futuros.

Bebedouros

1 bebedouro para cada 25 animais com 30 cm de espaço linear para 10

animais.

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Os bebedouros modelo australiano, construídos em metal ou fibra de vidro,

facilitam o acesso dos animais, e são de fácil montagem no meio de piquetes com

divisões.

Como a água é um veículo de várias doenças é importante fornecer água

limpa de qualidade, tomando cuidado com as nascentes, depósitos e bebedouros.