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Órgão informativo da Procuradoria de Justiça Cível Informativo criado por Washington Epaminondas Medeiros Barra Circulação interna Secretário Executivo: José Luís Alicke Vice-Secretário Executivo: Pedro Eugênio Frederico Ano III, nº 25 Fevereiro de 2016 Neste número: Acidente de trânsito Direito à saúde Fraude à execução Guarda Indenização – Danos morais e materiais Interdição Inventário Investigação de paternidade Interdito proibitório Medicamentos Regime de bens Regulamentação de visitas Retificação de sexo União estável E M E N T Á R I O ACIDENTE DE TRÂNSITO ACIDENTE DE TRÂNSITO SEGURO DPVAT MENOR NECESSIDADE DE DILAÇÃO PROBATÓRIA “Acidente de trânsito. Seguro obrigatório (DPVAT). Interesse de menor. Sentença de homologação de acordo anulada. Retorno à origem para realização de prova pericial para constatação da incapacidade suportada. Depósito judicial determinado. Valor destinado à menor. Direito patrimonial indisponível. Recurso provido” (TJSP – 12ª Câmara Extraordinária de Direito Privado – Apelação nº 1003439-71.2015.8.26.0100, da Comarca de São Paulo – V.U. – Relator: Desembargador ALFREDO ATTIE JUNIOR – Julgado: 29/01/2016). Parecer do Procurador de Justiça Ari Sergio Del Fiol Modolo. ALIENAÇÃO PARENTAL ALIENAÇÃO PARENTAL CITAÇÃO POR HORA CERTA “ALIENAÇÃO PARENTAL. Ação declaratória de alienação parental. Réu citado por hora certa que não se manifestou nos autos. Estudo psicológico que concluiu que há um sério problema

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Órgão informativo da Procuradoria de Justiça Cível

Informativo criado por Washington Epaminondas Medeiros Barra

Circulação interna

Secretário Executivo: José Luís Alicke

Vice-Secretário Executivo: Pedro Eugênio Frederico

Ano III, nº 25

Fevereiro de 2016

Neste número:

Acidente de trânsito

Direito à saúde

Fraude à execução

Guarda

Indenização – Danos morais e materiais

Interdição

Inventário

Investigação de paternidade

Interdito proibitório

Medicamentos

Regime de bens

Regulamentação de visitas

Retificação de sexo

União estável

E M E N T Á R I O

ACIDENTE DE TRÂNSITO

ACIDENTE DE TRÂNSITO – SEGURO DPVAT – MENOR – NECESSIDADE DE DILAÇÃO

PROBATÓRIA

“Acidente de trânsito. Seguro obrigatório (DPVAT). Interesse de menor. Sentença de

homologação de acordo anulada. Retorno à origem para realização de prova pericial para

constatação da incapacidade suportada. Depósito judicial determinado. Valor destinado à

menor. Direito patrimonial indisponível. Recurso provido” (TJSP – 12ª Câmara Extraordinária

de Direito Privado – Apelação nº 1003439-71.2015.8.26.0100, da Comarca de São Paulo –

V.U. – Relator: Desembargador ALFREDO ATTIE JUNIOR – Julgado: 29/01/2016).

Parecer do Procurador de Justiça Ari Sergio Del Fiol Modolo.

ALIENAÇÃO PARENTAL

ALIENAÇÃO PARENTAL – CITAÇÃO POR HORA CERTA

“ALIENAÇÃO PARENTAL. Ação declaratória de alienação parental. Réu citado por hora certa

que não se manifestou nos autos. Estudo psicológico que concluiu que há um sério problema

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Procuradoria de Justiça Cível

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de comunicação entre as partes e que o contato da genitora com os filhos está prejudicado.

Alienação parental caracterizada. Determinação de acompanhamento na forma como sugerido

pela psicóloga judiciária. Sentença sem conteúdo condenatório. Honorários advocatícios

arbitrados com base no art. 20, § 4º do CPC. RECURSO PROVIDO” (TJSP – 3ª Câmara de Direito

Privado – Apelação nº 0081553-20.2010.8.26.0002, da Comarca de São Paulo – V.U. –

Relator: Desembargador ALEXANDRE AUGUSTO PINTO MOREIRA MARCONDES – Julgado:

26/11/2016).

Colaboração: Procuradora de Justiça Juang Yuh Yu. DIREITO À SAÚDE

DIREITO À SAÚDE – NEGATIVA QUE FERE DIREITO SUBJETIVO MATERIAL

“CONSTITUCIONAL. DIREITO À SAÚDE. O art. 196, da CF, é norma de eficácia imediata,

independendo, pois, de qualquer normatização infraconstitucional para legitimar o respeito ao

direito subjetivo material à saúde, nele compreendido o fornecimento de medicamentos ou

aparelhos. Prevalece nesta Câmara o entendimento de que a negativa ao fornecimento de

medicamentos fere o direito subjetivo material à saúde. Recursos não providos” (TJSP – 3ª

Câmara de Direito Público – Apelação nº 1011543-08.2014.8.26.0320, da Comarca de Limeira

– V.U. – Relator: Desembargador ARMANDO CAMARGO PEREIRA – Julgado: 26/01/2016).

FORNECIMENTO DE MEDICAMENTOS – RESPONSABILIDADE DO ESTADO POR

INTEIRO

“APELAÇÃO CÍVEL - Fornecimento de medicamentos. - Direito à vida. - Dever constitucional do

Estado. Art. 196 da Constituição Federal Comprovação da necessidade do medicamento -

Solidariedade dos entes federativos - Responsabilidade do próprio Estado, por inteiro -

Julgamento proferido por decisão monocrática, consoante art. 557, do CPC, pois de acordo

com jurisprudência dominante Recurso improvido” (TJSP – 5ª Câmara de Direito Público –

Processo nº 1005669-82.2013.8.26.0609 – Decisão Monocrática – Relatora: Desembargadora

MARIA LAURA DE ASSIS MOURA TAVARES – Julgado: 21/01/2016).

FRAUDE À EXECUÇÃO

FRAUDE À EXECUÇÃO – REEXAME DOS AUTOS EM OBSERVÂNCIA AO ART. 543-C, §

7º, II, DO CPC

“EMBARGOS DE TERCEIRO. FRAUDE À EXECUÇÃO. REEXAME DOS AUTOS EM OBSERVÂNCIA AO

ART. 543-C, § 7º, II, DO CPC. Entendimento pacificado pelo C. STJ em julgamento de recurso

especial repetitivo. Reconhecimento da fraude à execução depende da citação válida e do

registro da penhora sobre o bem adquirido, de averbação da própria ação executiva (art. 615-

A, § 3º, do CPC) ou de prova da má-fé do terceiro adquirente. Inexistindo registro da penhora,

incumbe ao credor o ônus de comprovar a má-fé do terceiro. Elementos de prova colacionados

aos autos que não demonstram de maneira inequívoca os requisitos necessários para incidir a

presunção legal de fraude à execução. Reforma da r. sentença. RECURSO DOS EMBARGANTES

PROVIDO” (TJSP – 28ª Câmara de Direito Privado – Apelação nº 9052008-83.2009.8.26.0000,

da Comarca de Guarulhos – V.U. – Relatora: Desembargadora BERENICE MARCONDES CESAR

– Julgado: 15/12/2015).

Colaboração: Procurador de Justiça Pedro Eugênio Frederico.

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Procuradoria de Justiça Cível

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GUARDA

GUARDA – GUARDA COMPARTILHADA

“Ação de guarda. Filho menor. Preliminares de nulidade da R. Sentença afastadas. Sentença

que julgou improcedente a ação mantendo a guarda da criança com a genitora e fixou o

regime de visitas paternas. Recurso interposto pelo genitor visando a obtenção da guarda

compartilhada do filho. Guarda compartilhada que deve ser instituída. Presentes os requisitos

legais. Aplicação do artigo 1584, parágrafo 2º, do Código Civil, com redação determinada pela

Lei nº 13.058, de 22 de dezembro de 2014. Guarda compartilhada que não se confunde com

guarda alternada, esta prejudicial ao desenvolvimento da criança. Menor que deve

permanecer na residência materna. Laudo social que constatou a capacidade da genitora de

exercer a maternidade, não havendo elementos que a desabonem. Tempo de convívio entre

pai e filho que deve ser aumentado para atendimento dos melhores interesses do menor.

Sucumbência recíproca, observada a gratuidade da justiça” (TJSP – 1ª Câmara de Direito

Privado – Apelação nº 0008433-83.2014.8.26.0363, da Comarca de Mogi-Mirim – V.U. –

Relatora: Desembargadora CHRISTINE SANTINI – Julgado: 15/12/2015).

Colaboração: Procuradora de Justiça Juang Yuh Yu. INDENIZAÇÃO – DANOS MORAIS E MATERIAIS

INDENIZAÇÃO – DANOS MORAIS E MATERIAIS – NAUFRÁGIO - ADMISSIBILIDADE

“ILEGITIMIDADE PASSIVA. Corré Costa Cruzeiros Agência Marítima e Turismo Ltda.

Descabimento. A agência de turismo integra a cadeia de fornecedores e, portanto, responde

solidariamente pelos danos causados em razão de falha na prestação de serviço. Inteligência

do disposto nos artigos 7º, parágrafo único e 25, §1º, do Código de Defesa do Consumidor.

PRELIMINAR AFASTADA.

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. Cruzeiro marítimo. Naufrágio. Caracterizada falha na prestação do

serviço, Responsabilidade civil objetiva das rés, nos termos do artigo 14, do Código de Defesa

do Consumidor. Danos materiais. Desnecessidade de efetiva comprovação dos prejuízos

sofridos, pois os pertences afundaram com o navio. Estimativa razoável do valor dos danos

apresentada na petição inicial. Condenação mantida. Dano moral configurado. Indenização

devida. A fixação do dano moral deve ser ponderada, visando a inibir a repetição da conduta

danosa, sem importar enriquecimento sem causa do lesado. Valor da indenização elevado,

considerando as peculiaridades do caso concreto, bem como as quantias fixadas por este

Tribunal de Justiça em outros casos relacionados ao mesmo acidente. Sentença reformada.

RECURSO DAS RÉS NÃO PROVIDO E PROVIDO O DOS AUTORES” (TJSP – 11ª Câmara de Direito

Privado – Apelação nº 0149756-60.2012.8.26.0100, da Comarca de São Paulo – V.U. –

Relator: Desembargador RENATO RANGEL DESINANO – Julgado: 26/11/2015).

INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS – INJÚRIA RACIAL - VALOR

“Ação de indenização por danos morais Autora que alega ter sofrido injúria racial por terem as

rés lhe dito que “negro tem que trabalhar” Sentença que julgou o feito procedente para o fim

de condenar apenas a corré Neusa ao pagamento de indenização fixada em R$ 10.000,00

Pedido inicial de indenização a ser fixada em R$ 5.000,00 para cada ré, sendo reconhecido na

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sentença que o ato ilícito foi praticado apenas por uma delas Prova testemunhal que indica ter

havido a ofensa com conteúdo racial por parte da corré Neusa Danos morais configurados

“Quantum” indenizatório reduzido e fixado em montante razoável (R$ 2.000,00), considerados

os limites do pedido, bem como a extensão da lesão e a condição econômica das partes Autora

que é aposentada e ré Neusa que é doméstica, ambas assistidas por advogado indicado pela

OAB em razão de convênio com a Defensoria Pública” (TJSP – 1ª Câmara de Direito Privado –

Apelação nº 1003682-87.2014.8.26.0637, da Comarca de Tupã – V.U. – Relatora:

Desembargadora CHRISTINE SANTINI – Julgado: 16/02/2016).

INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS – ESTABELECIMENTO DE ENSINO – FALHA NA

PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS – NEGLIGÊNCIA – NÃO COMPROVAÇÃO

“APELAÇÃO. ESTABELECIMENTO DE ENSINO. AÇÃO INDENIZATÓRIA. FALHA NA PRESTAÇÃO

DOS SERVIÇOS. NEGLIGÊNCIA NO CUIDADO, MONITORAMENTO, SEGURANÇA E VIGILÂNCIA

DO ALUNO NO AMBIENTE ESCOLAR. ALEGAÇÃO AFASTADA. RELATO DE TRÊS MORDIDAS NOS

BRAÇOS DO AUTOR. FATO ADMITIDO PELO RÉU COM RELAÇÃO A ÚNICA LESÃO FEITA POR UM

COLEGA DE CLASSE QUE, PRONTAMENTE, FOI COMUNICADA AOS RESPONSÁVEIS PELA

CRIANÇA, SEM QUALQUER GRAVIDADE FÍSICA OU PSICOLÓGICA. DOCUMENTAÇÃO

COMPROBATÓRIA DE QUE O AUTOR UTILIZAVA A LINGUAGEM DA MORDIDA POR VEZES EM SI

MESMO COMO REAÇÃO AO QUE ACONTECIA AO SEU REDOR. CONSTATAÇÃO. EVIDÊNCIA DE

COMPORTAMENTO PRÓPRIO DA FASE DE DESENVOLVIMENTO E DA FAIXA ETÁRIA. SITUAÇÃO

QUE FOI OBSERVADA DE PERTO PELOS EDUCADORES DO RÉU EM FUNÇÃO DO MODO ATÍPICO

DO AUTOR, MAS ACEITÁVEL EM FUNÇÃO DO PROCESSO DE CRESCIMENTO.

RESPONSABILIDADE OBJETIVA NÃO CARACTERIZADA. CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA PELOS

DOIS EVENTOS EM QUE SE AUTOLESIONOU NATURALMENTE PELA FASE EDUCACIONAL

INFANTIL. CIRCUNSTÂNCIA DA MORDIDA RECONHECIDA PELO COLEGA DE CLASSE NA ESFERA

DO COTIDIANO ACARRETANDO MERO ABORRECIMENTO. POSSIBILIDADE. SENTENÇA

REFORMADA. RECURSOS DO AUTOR IMPROVIDO E DO RÉU PROVIDO. O evento ocorrido

dentro do estabelecimento escolar do réu em decorrência das mordidas no autor foi

documentado na agenda e levado ao conhecimento dos pais. O Centro Educacional abordou a

questão com destreza e responsabilidade por meio dos seus educadores, porque, no cuidado e

monitoramento com, o autor percebeu que ele estava praticando a linguagem da mordida em

si mesmo muito em função do seu comportamento relativamente agitado e atípico. Três

pequenas lesões de fato marcaram o braço do autor, mas o réu admite que apenas uma

mordida sem qualquer gravidade foi cometida por um colega de classe, porque as outras,

partiram do próprio autor. Documentos juntados ao processo apoiam a tese do réu de que o

aluno ainda em fase de desenvolvimento e aprendizado adotada tal linguagem naturalmente

reconhecida nessa fase. Entretanto, educadores do colégio-réu mantiveram-se atentos ao

modo do autor, mas não deixaram de relatar a difícil adaptação dele no ambiente escolar por

vários motivos amplamente documentos no processo. Dessa forma, não se vislumbra que o

réu através dos seus educadores tenha contribuído ou facilitado para que o autor sofresse

lesões físicas por mordida negligenciando os deveres de cuidados necessários que a atividade

exige. O ônus probatório de apurar as causas da conduta culposa foi plenamente demonstrado

pelos documentos importando saber que de fato o autor provocou em si duas mordidas tendo

em vista o seu modo de reagir cabalmente comprovado. Rompido o nexo causal por estar

caracterizada a culpa do autor em razão da mordida provocada em si, afasta-se a obrigação do

réu de indenizá-lo. E a única mordida feita por um colega de classe do autor não negada pelo

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réu, atribui-se a este fato isolado a inocorrência de vigilância e falta de cuidados dos

educadores, mas parte do processo de desenvolvimento das crianças especialmente na faixa

etária do autor” (TJSP – 31ª Câmara de Direito Privado – Apelação nº 1005363-

20.2015.8.26.0003, da Comarca de São Paulo – V.U. – Relator: Desembargador ADILSON DE

ARAUJO – Julgado: 16/02/2016).

INTERDIÇÃO

INTERDIÇÃO – NOMEAÇÃO SIMULTÂNEA DE MAIS DE UM CURADOR – POSSIBILIDADE

“Agravo de instrumento. Interdição. Curatela provisória. Possibilidade de nomeação

simultânea de mais de um curador. Precedentes. Art. 1.775-A do CC, incluído pelo Estatuto da

Pessoa com Deficiência, que reforça a possibilidade de curatela compartilhada.

Compartilhamento do encargo entre as duas irmãs que parece já ocorrer de fato, bem como,

por ora, consta atender ao melhor interesse do interditando. Decisão reformada. Recurso

provido” (TJSP – 1ª Câmara de Direito Privado – Agravo de Instrumento nº 2191636-

02.2015.8.26.0000, da Comarca de Barueri – V.U. – Relator: Desembargador CLAUDIO LUIZ

BUENO DE GODOY – Julgado: 16/02/2016).

INTERDIÇÃO – INTERROGATÓRIO – AUSÊNCIA DO MINISTÉRIO PÚBLICO E DE

TÉCNICO DA ÁREA MÉDICA – ATO DO MAGISTRADO – NULIDADE NÃO CONFIGURADA

“Agravo de instrumento. Interdição. Ausência de nulidade do interrogatório pela falta do

Ministério Público e de especialista da área médica. Ato que é pessoal do juiz e já havida

determinação à imediata manifestação do Ministério Público, bem como a realização de

exame pericial. Indícios da alegada incapacidade que autorizavam a interdição provisória.

Decisão mantida. Recurso desprovido” (TJSP – 1ª Câmara de Direito Privado – Agravo de

Instrumento nº 2203406-89.2015.8.26.0000, da Comarca de Guaratinguetá – V.U. – Relator:

Desembargador CLAUDIO LUIZ BUENO DE GODOY – Julgado: 16/02/2016).

INVENTÁRIO

INVENTÁRIO – DEPÓSITO PERTENCENTE A MENOR DE IDADE

“Agravo de instrumento. Inventário. Insurgência da inventariante contra decisão que

determinou a comprovação do depósito do saldo bancário pertencente à menor, sob pena de

requisição de instauração de inquérito policial por crime de desobediência, bem como a

demonstração do depósito dos alugueis cabente à menor em conta judicial. Descabimento.

Hipótese em que a utilização dos valores dependeria de apreciação judicial e demonstração da

necessidade. Pedido para que os alugueres sejam depositados na conta da inventariante.

Inviabilidade. Determinação para que os alugueis sejam efetuados em conta judicial que se

mantém. Preservação do direito da menor. Decisão mantida. Recurso a que se nega

provimento” (TJSP – 7ª Câmara de Direito Privado – Agravo de Instrumento nº 2200909-

05.2015.8.26.0000, da Comarca de São Paulo – V.U. Relator: Desembargador JOSE RUBENS

QUEIROZ GOMES – Julgado: 03/12/2015).

INVENTÁRIO – INDEFERIMENTO DE EXPEDIÇÃO DE OFÍCIO

“INVENTÁRIO - Indeferimento de expedição de ofício visando obtenção da certidão de

nascimento atualizada do “de cujus” - Inexistência de óbice ao deferimento do pedido – Partes

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beneficiárias da assistência judiciária gratuita, cuja isenção abrange taxas e emolumentos

extrajudiciais - Hipótese que não se trata em transferir ao Judiciário o ônus da parte, mas de

colaboração na efetivação da prestação jurisdicional - O processo deve ser utilizado também

como facilitação à efetivação da prestação jurisdicional - Recurso provido” (TJSP – 6ª Câmara

de Direito Privado – Agravo de Instrumento nº 2065738-13.2014.8.26.0000, da Comarca de

Guarujá – V.U. – Relator: Desembargador JOSE PERCIVAL ALBANO NOGUEIRA JUNIOR –

Julgado: 05/02/2016).

INVENTÁRIO – ALIENAÇÃO DE BEM IMÓVEL DE INTERDITO – AUSÊNCIA DE DEPÓSITO

DA PARTE CABENTE AO INCAPAZ

“Apelação Inventário. Alienação de bem imóvel. Existência de herdeiro interdito. Alvará

expedido, com a ressalva de que a parte cabente ao incapaz deverá ser depositada,

integralmente, em juízo. Inventariante que, mais de um ano após aludida expedição, não havia

depositado o valor destinado ao incapaz. Ministério Público que observou aludida conduta,

tendo o representante legal do espólio manejado prestação de contas, tentando demonstrar

que efetuou gastos com o interdito, de sorte que o depósito não pode ser integral, reputando-

o, ademais, desnecessário, podendo prejudicar interesses do interdito. Prestação de contas

julgadas boas. Irresignação do Ministério Público entendendo que questões atinentes aos

gastos do interdito devem ser demonstradas no juízo da interdição, não tendo o inventariante

legitimidade para apresentar contas e solicitar reembolso em nome da curadora. Apelo

provido - Autorização para levantamento e fiscalização da administração de recursos de

interdito apurados em inventário - Incumbência do juízo da interdição. Sentença reformada”

(TJSP – 2ª Câmara de Direito Privado – Apelação nº 1004611-58.2014.8.26.0011, da Comarca

de São Paulo – V.U. – Relator: Desembargador JOSE JOAQUIM DOS SANTOS – Julgado: 01/-

9/2015).

Parecer do Procurador de Justiça Clilton Guimaraes dos Santos.

INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE

INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE – INCLUSÃO DO PATRONÍMICO PATERNO –

INSURGÊNCIA - POSSIBILIDADE

“AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE. Decisão que, após a

realização do exame pericial pelo IMESC, determinou a inclusão do patronímico paterno ao

nome da agravante. Insurgência. O reconhecimento do vínculo biológico entre as partes não

importa obrigatoriamente na alteração do nome já adotado pela agravante, há mais de 43

anos. O abandono material e inexistência de vínculo afetivo entre as partes configuram justos

motivos para manter inalterado o nome da agravante. O registro público deve retratar a real

individualização da pessoa perante a família e a sociedade. Interpretação do art. 57 da Lei nº

6.015/73. Precedentes jurisprudenciais. Possibilidade de supressão do sobrenome do genitor.

Decisão reformada. RECURSO PROVIDO” (TJSP – 2ª Câmara de Direito Privado – Agravo de

Instrumento nº 2216264-55.2015.8.26.0000, da Comarca de São Paulo – V.U. – Relatora:

Desembargadora ROSANGELA MARIA TELLES – Julgado: 22/01/2016).

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PATERNIDADE SOCIOAFETIVA – TEMPO INSUFICIENTE PARA FORMAÇÃO DO

VÍNCULO EMOCIONAL

“INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL – Reconhecimento da Paternidade Socioafetiva - O

tempo decorrido desde o nascimento, menos de dois meses, é insuficiente para que se tenha

formado verdadeiro laço de afeto, ou a chamada "posse do estado de filho", e os vínculos

subjetivos - Ainda que o pedido em abstrato seja juridicamente possível, não se tem da

narração dos fatos a conclusão pretendida, pela ausência da indispensável posse do estado de

filho - Recurso desprovido” (TJSP – 1ª Câmara de Direito Privado – Apelação nº 1007945-

04.2014.8.26.0625, da Comarca de Taubaté – V.U. – Relator: Desembargador ALCIDES

LEOPOLDO E SILVA JUNIOR – Julgado 02/02/1016).

NEGATÓRIA DE PATERNIDADE E ANULATÓRIA DE REGISTRO – MERA DÚVIDA SOBRE

A PATERNIDADE - IMPOSSIBILIDADE

“NEGATÓRIA DE PATERNIDADE C.C. ANULATÓRIA DE REGISTRO. Indeferimento da petição

inicial – Paternidade reconhecida no registro civil – Mera dúvida sobre a paternidade que não

tem o condão de ensejar discussão judicial – Inexistência de vício de consentimento –

Sentença mantida – Recurso não provido” (TJSP – 5ª Câmara de Direito Privado – Apelação nº

1003325-54.2015.8.26.0223, da Comarca de Guarujá – V.U. – Relatora: Desembargadora

FERNANDA GOMES CAMACHO – Julgado: 27/01/2016).

RECONHECIMENTO DE PATERNIDADE – VALOR DA PENSÃO QUE DEVE CONSIDERAR

O NÚMERO DE FILHOS

“Reconhecimento de paternidade c/c alimentos. Considerações acerca da obrigação alimentar

e dos critérios para sua fixação, tais como o binômio necessidade-possibilidade, além da

igualdade entre os filhos. Número global de alimentandos deve ser valorado para efeito de

fixação da pensão alimentícia a ser fixada. Existência de três filhos no total. Montante de

pensão excessivo. Recurso provido” (TJSP – 4ª Câmara de Direito Privado – Apelação nº

1003647-20.2015.8.26.0047, da Comarca de Assis – V.U. – Relator: Desembargador

FERNANDO ANTONIO MAIA DA CUNHA – Julgado: 12/02/2016).

INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE – CERTIDÃO DE NASCIMENTO –

PRESCINDIBILIDADE

“AGRAVO DE INSTRUMENTO – Investigação de paternidade – Pai contra suposto filho –

Decisão que determinou a emenda da inicial para que o autor juntasse cópia da certidão de

nascimento do menor – Autor que não conseguiu localizar o cartório em que o réu foi

registrado – Documento que não é imprescindível para o ajuizamento da demanda – Decisão

reformada – Recurso provido” (TJSP – 3ª Câmara de Direito Privado – Agravo de Instrumento

nº 2137294-41.2015.8.26.0000, da Comarca de Taubaté – V.U. – Relator: Desembargador

EGIDIO JORGE GIACOIA – Julgado: 29/01/2016).

INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE – REPETIÇÃO DE PROVA PERICIAL – VALOR ABSOLUTO DO EXAME EXCLUDENTE – DESNECESSIDADE

“Investigatória de paternidade. Cerceamento de defesa inocorrente. Repetição da prova

pericial despicienda. Exame de DNA. Exclusão da paternidade do apelado em relação ao autor.

Prova técnica suficiente. Valor absoluto quando se elimina biologicamente a paternidade.

Impugnação genérica. Tese de incorreção e falha do trabalho técnico desprovida de elementos

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Procuradoria de Justiça Cível

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seguros e coesos a justificarem novo exame. Sentença mantida. Recurso desprovido” (TJSP –

7ª Câmara de Direito Privado – Apelação nº 4007233-53.2013.8.26.0477, da Comarca de

Praia Grande – V. U. – Relator: Desembargador ROMOLO RUSSO JUNIOR – Julgado:

29/01/2016).

INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE – REPETIÇÃO DE EXAME DE DNA – PROVA PERICIAL REALIZADA EM LABORATÓRIO PARTICULAR – INTERESSE DO MENOR –

POSSIBILIDADE

“AGRAVO DE INSTRUMENTO Investigação de paternidade - Pedido de realização de novo

exame de DNA - Admissibilidade, haja vista que o exame anterior foi realizado,

extrajudicialmente, em laboratório particular Prevalência do interesse do menor Recurso

desprovido” (TJSP – 6ª Câmara de Direito Privado – Agravo de Instrumento nº 2259135-

03.2015.8.26.0000, da Comarca de Santos – V.U. – Relator: Desembargador JOSE ROBERTO

FURQUIM CABELLA – Julgado: 11/02/2016).

INTERDITO PROIBITÓRIO

INTERDITO PROIBITÓRIO – PROIBIÇÃO DE INGRESSO DE MENORES

DESACOMPANHADOS EM SHOPPING CENTER - INADMISSIBILIDADE

“Agravo regimental. Interposição contra decisão que concedeu efeito suspensivo ao agravo de

instrumento. Recurso prejudicado pelo julgamento, nesta oportunidade, do recurso principal.

Agravo regimental não conhecido. Interdito proibitório. Liminar concedida para vetar o

ingresso de menores de idade desacompanhados de pais ou responsáveis em Shopping Center

de sexta-feira a domingo, todos os finais de semana, pelo prazo de noventa dias.

Inadmissibilidade. Decisão que constitui cerceamento à liberdade de ir e vir. Evidente a afronta

aos direitos daqueles que, ainda que sem qualquer intuito de participar do que se

convencionou chamar de 'rolezinho', pretendam ingressar em estabelecimento comercial

aberto ao público em geral. Dever de garantir a segurança dos frequentadores que é do

próprio Shopping Center e de seus administradores, não podendo ser transferidos ao Poder

Público. Hipótese de reforma da decisão agravada, revogando-se a proibição decretada.

Agravo regimental não conhecido e agravo de instrumento provido” (TJSP – 12ª Câmara de

Direito Privado – Agravo de Instrumento nº 2124577-94.2015.8.26.0000, da Comarca de São

Bernardo do Campo – V.U. – Relator: Desembargador JOSE JACOB VALENTE – Julgado:

09/12/2015).

Parecer do Procurador de Justiça Clilton Guimaraes dos Santos.

MEDICAMENTOS

MEDICAMENTOS – NECESSIDADE DE RELATÓRIO AFIRMANDO A

INDISPENSABILIDADE DO FÁRMACO E ASSINATURA DE MÉDICO VINCULADO AO SUS

“MANDADO DE SEGURANÇA – Medicamento – Fornecimento – Impossibilidade: Relatório sem

afirmação da indispensabilidade do medicamento, ou não firmado por médico vinculado ao

SUS, não é prova bastante do direito ao fornecimento gratuito” (TJSP – 10ª Câmara de Direito

Público – Apelação Cível nº 0008734-33.2014.8.26.0071 da Comarca de Bauru – Decisão

Monocrática Terminativa – Relatora: Desembargadora TERESA CRISTINA MOTTA RAMOS

MARQUES – Julgado: 01/12/2015).

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Procuradoria de Justiça Cível

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Do corpo da decisão:

“Embora haja relatório médico e receituário (fls. 14/15), apenas

indicam o tratamento, limitando-se a diagnosticar a doença. No entanto,

não justificam a terapêutica utilizada com medicamentos ou tratamentos

não padronizados pelo SUS.

Não se tratando de profissional integrante da rede do SUS, tal

relatório é indispensável.

O tratamento igualitário possibilita a dispensação gratuita do

medicamento, independentemente da renda do beneficiado, e é o único meio

de tornar efetiva a assistência à saúde assegurada na Constituição Federal.

Contudo, somente se justifica a aquisição de medicamentos de

urgência não constantes dos protocolos do SUS quando bem demonstrada a

impossibilidade de substituição.

Indispensável o relatório médico circunstanciado, ou firmado por

profissional vinculado ao SUS, assegurando a indispensabilidade do

medicamento para conservar a vida ou a saúde do paciente, bem como a

impossibilidade de sua substituição por similar que conste da lista de

fornecimento, evidenciando o direito à dispensação gratuita.

Nesse sentido, confira-se a jurisprudência do Supremo Tribunal

Federal, in

verbis:

‘SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS. Pretensão de

fornecimento de medicamento (Entecavir). Alegação de mera

comprovação de ser o requerente portador de hepatite viral

crônica B e coinfecções. Insuficiência. Necessidade de

prescrição por médico do SUS. Tutela antecipada. Suspensão

deferida. Agravo regimental não provido. Para obtenção de

medicamento pelo Sistema Único de Saúde, não basta ao

paciente comprovar ser portador de doença que o justifique,

exigindo-se prescrição formulada por médico do Sistema’

(STA 334 AgR / SC, relatado pelo Ministro Cesar Peluso,

publicado em 13.8.2010 Tribunal Pleno).

Certamente, quando o relatório médico é circunstanciado e afirma

expressamente a indispensabilidade e a impossibilidade de substituição do

medicamento, há prova suficiente para o fornecimento do medicamento,

mesmo que firmado por profissional não integrante do SUS.

Mas a simples informação da doença e indicação do medicamento,

sem que esteja assegurada a impossibilidade de vida ou de saúde sem a sua

utilização, não serve para este fim caso não tenha sido formulada por

médico do Sistema”.

Colaboração: Procuradora de Justiça Juang Yuh Yu.

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Procuradoria de Justiça Cível

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MEDICAMENTOS E INSUMOS – FORNECIMENTO DE FRALDAS GERIÁTRICAS

“Ação Civil Pública – Obrigação de fazer – Fornecimento gratuito de fraldas geriátricas para

paciente acometida de sequela de infarto agudo do miocárdio em estado vegetativo –

Obrigatoriedade da administração pública, por meio do SUS, de fornecer medicamento ao

necessitado – Requisitos fáticos exigidos devidamente comprovados – Procedência mantida –

Recursos desprovidos” (TJSP – 13ª Câmara de Direito Público – Apelação / Reexame

Necessário nº 1035186-19.2014.8.26.0506, da Comarca de Ribeirão Preto – V.U. – Relator:

Desembargador AUGUSTO FRANCISCO MOTA FERRAZ DE ARRUDA – Julgado: 27/01/2016).

Colaboração: Procurador de Justiça Luiz Fernando Rodrigues Pinto Júnior. REGIME DE BENS

REGIME DE BENS – AQUISIÇÃO DE IMÓVEL EM COMUM – MOTIVAÇÃO INSUFICIENTE

“Apelação. Casamento. Pretensão de alteração do regime de bens. Inviabilidade. Motivação

insuficiente para a modificação. Aquisição de imóvel que não tem o condão de alterar o regime

adotado. Sentença mantida. Recurso não provido” (TJSP – 2ª Câmara de Direito Privado –

Apelação nº 1056804-40.2015.8.26.0100, da Comarca de São Paulo – V.U. – Relator:

Desembargador LUIZ BEETHOVEN GIFFONI FERRE – Julgado: 02/02/2016).

REGULAMENTAÇÃO DE VISITAS

REGULAMENTAÇÃO DE VISITAS – EXTINÇÃO PREMATURA DO FEITO

“REGULAMENTAÇÃO DE VISITAS. DESCUMPRIMENTO DE ACORDO JUDICIAL. EXTINÇÃO DO

PROCESSO. Autor que necessita da intervenção do Estado-juiz para pleitear o cumprimento do

acordo firmado entre as partes. Atendidas as condições da ação, prematura a decisão que

extinguiu o feito sem julgamento do mérito. Recurso provido para anular a sentença e

determinar o regular processamento do feito” (TJSP – 10ª Câmara de Direito Privado –

Apelação nº 4003938-66.2013.8.26.0005, da Comarca de São Paulo – V.U. – Relator:

Desembargador CARLOS ALBERTO GARBI – Julgado: 15/08/2015).

Parecer da Procurador de Justiça Andréa Chiaratti do Nascimento R. Pinto.

RETIFICAÇÃO DE SEXO

RETIFICAÇÃO DE SEXO – TRANSEXUAL – DESNECESSIDADE DE CIRURGIA DE

TRANSGENITALIZAÇÃO

“APELAÇÃO. Retificação de Registro Civil. Transexual. Pessoa que tem órgãos sexuais

masculinos, mas age como se mulher fosse, sendo reconhecida socialmente como tal. Sexo

psicológico manifesto. Cirurgia de transgenitalização que é prescindível para que o interessado

desfrute dos direitos inerentes à cidadania, a começar pelo nome, a salvo dos

constrangimentos presentes. Princípio da dignidade da pessoa humana que se sobrepõe ao

requisito da veracidade registral. Precedentes desta Corte. Sentença reformada. Recurso a que

se dá provimento” (TJSP – 7ª Câmara de Direito Privado – Apelação nº 1003422-

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35.2015.8.26.0003, da Comarca de São Paulo – Maioria de votos – Relator: Desembargador

JOSE RUBENS QUEIROZ GOMES – Julgado 19/01/2016).

UNIÃO ESTÁVEL

UNIÃO ESTÁVEL – RECONHECIMENTO POST MORTEM – PARTILHA DEVIDA

“Família. União estável incontroversa. Reconhecimento post mortem. Partilha. Terreno doado

ao de cujus, no qual fora ampliada construção, por esforço comum do casal. Meação da

ampliação devida. Inteligência do art. 1.725 do CC. Direito real de habitação. Possibilidade de

reconhecimento independentemente da partilha. Direito que decorre de lei. Precedente

jurisprudencial. Sentença parcialmente reformada. Recurso de apelação improvido. Recurso

adesivo provido” (TJSP – 2ª Câmara de Direito Privado – Apelação nº 1008977-

31.2014.8.26.0597, da Comarca de Sertãozinho – V.U. – Relator: Desembargador JOSE

ROBERTO NEVES AMORIM – Julgado: 26/01/2016).

Notas e avisos:

Prezados Doutores,

Solicitamos aos Ilustres integrantes desta Procuradoria de Justiça Cível que, na

impossibilidade de realização do Plantão Judiciário, deverá o Colega designado comunicar

previamente à Secretaria desta Procuradoria, para designação de outro Colega, considerando

que a Secretaria centraliza a relação dos interessados em realizar tais plantões.

"A 50ª edição de Jurisprudência em Teses está disponível para consulta no portal do

STJ e aborda a união estável. Com base em precedentes dos colegiados do tribunal, a

Secretaria de Jurisprudência destacou duas dentre as diversas teses existentes sobre o

assunto.

Uma delas define que a existência de casamento válido não obsta o reconhecimento

da união estável, desde que haja separação de fato ou judicial entre os casados. Um dos casos

utilizados como orientação é o recurso AgRg nos EDcl no AgRg no AREsp 710.780, de relatoria

do ministro Raul Araújo, julgado em outubro de 2015.

Outra tese entende que os princípios legais que regem a sucessão e a partilha não se

confundem: a sucessão é disciplinada pela lei em vigor na data do óbito, enquanto a partilha

deve observar o regime de bens e o ordenamento jurídico vigente ao tempo da aquisição de

cada bem a partilhar. Uma das decisões usadas como referência é o REsp 1.118.937, de

relatoria do ministro Antonio Carlos Ferreira, julgado em fevereiro de 2015 pela 4ª turma.

Lançada em maio de 2014, a ferramenta Jurisprudência em Teses apresenta diversos

entendimentos do STJ sobre temas específicos, escolhidos de acordo com sua relevância no

âmbito jurídico.

Cada edição reúne teses de determinado assunto que foram identificadas pela

Secretaria de Jurisprudência após cuidadosa pesquisa nos precedentes do tribunal. Abaixo de

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Procuradoria de Justiça Cível

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cada uma delas, o usuário pode conferir os precedentes mais recentes sobre o tema,

selecionados até a data especificada no documento".

Fonte: Migalhas - 12.02.2016

Legislação:

Foi publicada no DOU de sexta-feira, 5/02/2016, a Lei nº 13.256/16, que promove

alterações no novo CPC. Entre as principais mudanças está o artigo que restabelece a

necessidade de juízo prévio de admissibilidade de recursos especial e extraordinário.

O texto entra em vigor no início da vigência do novo CPC, previsto para março deste

ano.

Ordem cronológica

Outro ponto polêmico modificado é a obrigatoriedade de os processos serem

decididos em ordem cronológica. A regra, introduzida pelo novo CPC para garantir isonomia e

transparência, recebeu críticas de juízes, que alegam que ficariam "engessados" ao serem

impedidos de dar decisões em sentenças de acordo com as circunstâncias específicas de cada

processo. Com a lei, a ordem cronológica muda de obrigatória para "preferencial".

Limite de saque

A lei publicada na sexta-feira também limita o saque de valores pagos a título de

multa, pela parte contrária, ao trânsito em julgado da ação. O texto original do novo CPC

permitia o saque também na pendência de alguns tipos de agravo, mas havia temor de que,

em caso de reversão da decisão, fosse impossível recuperar os valores já sacados.

Artigo revogado

Um dos dispositivos revogados pela lei foi o artigo 945, que dispunha sobre a

possibilidade de julgamento por meio eletrônico dos recursos e dos processos de competência

originária que não admitem sustentação oral e diversas hipóteses de cabimento de agravos e

embargos no STF e no STJ.

A seguir o texto legal:

LEI Nº 13.256, DE 4 DE FEVEREIRO DE 2016

Altera a Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil),

para disciplinar o processo e o julgamento do recurso extraordinário e do

recurso especial, e dá outras providências.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

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Procuradoria de Justiça Cível

13

Art. 1º Esta Lei altera a Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil), para disciplinar

o processo e o julgamento do recurso extraordinário e do recurso especial, e dá outras providências.

Art. 2º A Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil), passa a vigorar com as

seguintes alterações:

"Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica de conclusão para

proferir sentença ou acórdão.

..........................................................." (NR)

"Art. 153. O escrivão ou o chefe de secretaria atenderá, preferencialmente, à ordem cronológica de

recebimento para publicação e efetivação dos pronunciamentos judiciais.

..........................................................." (NR)

"Art. 521. ..........................................

III - pender o agravo do art. 1.042;

..........................................................." (NR)

"Art. 537. ..........................................

§ 3º A decisão que fixa a multa é passível de cumprimento provisório, devendo ser depositada em juízo,

permitido o levantamento do valor após o trânsito em julgado da sentença favorável à parte.

..........................................................." (NR)

"Art. 966. ..........................................

§ 5º Cabe ação rescisória, com fundamento no inciso V do caput deste artigo, contra decisão baseada

em enunciado de súmula ou acórdão proferido em julgamento de casos repetitivos que não tenha

considerado a existência de distinção entre a questão discutida no processo e o padrão decisório que

lhe deu fundamento.

§ 6º Quando a ação rescisória fundar-se na hipótese do § 5º deste artigo, caberá ao autor, sob pena de

inépcia, demonstrar, fundamentadamente, tratar-se de situação particularizada por hipótese fática

distinta ou de questão jurídica não examinada, a impor outra solução jurídica." (NR)

"Art. 988. ............................................

III - garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de decisão do Supremo Tribunal Federal

em controle concentrado de constitucionalidade;

IV - garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de incidente de resolução de demandas

repetitivas ou de incidente de assunção de competência;

..............................................................

§ 5º É inadmissível a reclamação:

I - proposta após o trânsito em julgado da decisão reclamada;

II - proposta para garantir a observância de acórdão de recurso extraordinário com repercussão geral

reconhecida ou de acórdão proferido em julgamento de recursos extraordinário ou especial repetitivos,

quando não esgotadas as instâncias ordinárias.

..........................................................." (NR)

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Procuradoria de Justiça Cível

14

"Art. 1.029. .......................................

§ 2º (Revogado).

...........................................................

§ 5º.....................................................

I - ao tribunal superior respectivo, no período compreendido entre a publicação da decisão de admissão

do recurso e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-lo;

...........................................................

III - ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, no período compreendido entre a

interposição do recurso e a publicação da decisão de admissão do recurso, assim como no caso de o

recurso ter sido sobrestado, nos termos do art. 1.037." (NR)

"Art. 1.030. Recebida a petição do recurso pela secretaria do tribunal, o recorrido será intimado para

apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias, findo o qual os autos serão conclusos ao

presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, que deverá:

I - negar seguimento:

a) a recurso extraordinário que discuta questão constitucional à qual o Supremo Tribunal Federal não

tenha reconhecido a existência de repercussão geral ou a recurso extraordinário interposto contra

acórdão que esteja em conformidade com entendimento do Supremo Tribunal Federal exarado no

regime de repercussão geral;

b) a recurso extraordinário ou a recurso especial interposto contra acórdão que esteja em conformidade

com entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça, respectivamente,

exarado no regime de julgamento de recursos repetitivos;

II - encaminhar o processo ao órgão julgador para realização do juízo de retratação, se o acórdão

recorrido divergir do entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça

exarado, conforme o caso, nos regimes de repercussão geral ou de recursos repetitivos;

III - sobrestar o recurso que versar sobre controvérsia de caráter repetitivo ainda não decidida pelo

Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça, conforme se trate de matéria

constitucional ou infraconstitucional;

IV - selecionar o recurso como representativo de controvérsia constitucional ou infraconstitucional, nos

termos do § 6º do art. 1.036;

V - realizar o juízo de admissibilidade e, se positivo, remeter o feito ao Supremo Tribunal Federal ou ao

Superior Tribunal de Justiça, desde que:

a) o recurso ainda não tenha sido submetido ao regime de repercussão geral ou de julgamento de

recursos repetitivos;

b) o recurso tenha sido selecionado como representativo da controvérsia; ou

c) o tribunal recorrido tenha refutado o juízo de retratação.

§ 1º Da decisão de inadmissibilidade proferida com fundamento no inciso V caberá agravo ao tribunal

superior, nos termos do art. 1.042.

§ 2º Da decisão proferida com fundamento nos incisos I e III caberá agravo interno, nos termos do art.

1.021." (NR)

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Procuradoria de Justiça Cível

15

"Art. 1.035. .......................................

§ 3º ...................................................

II - (Revogado);

..........................................................

§ 7º Da decisão que indeferir o requerimento referido no § 6º ou que aplicar entendimento firmado em

regime de repercussão geral ou em julgamento de recursos repetitivos caberá agravo interno.

...........................................................

§ 10. (Revogado).

..........................................................." (NR)

"Art. 1.036. .......................................

§ 3º Da decisão que indeferir o requerimento referido no § 2º caberá apenas agravo interno.

..........................................................." (NR)

"Art. 1.038. .......................................

§ 3º O conteúdo do acórdão abrangerá a análise dos fundamentos relevantes da tese jurídica discutida."

(NR)

"Art. 1.041. ........................................

§ 2º Quando ocorrer a hipótese do inciso II do caput do art. 1.040 e o recurso versar sobre outras

questões, caberá ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, depois do reexame pelo

órgão de origem e independentemente de ratificação do recurso, sendo positivo o juízo de

admissibilidade, determinar a remessa do recurso ao tribunal superior para julgamento das demais

questões." (NR)

"Art. 1.042. Cabe agravo contra decisão do presidente ou do vice-presidente do tribunal recorrido que

inadmitir recurso extraordinário ou recurso especial, salvo quando fundada na aplicação de

entendimento firmado em regime de repercussão geral ou em julgamento de recursos repetitivos.

I - (Revogado);

II - (Revogado);

III - (Revogado).

§ 1º (Revogado):

I - (Revogado);

II - (Revogado):

a) (Revogada);

b) (Revogada).

§ 2º A petição de agravo será dirigida ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal de origem e

independe do pagamento de custas e despesas postais, aplicando-se a ela o regime de repercussão geral

e de recursos repetitivos, inclusive quanto à possibilidade de sobrestamento e do juízo de retratação.

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..........................................................." (NR)

Art. 3º Revogam-se os seguintes dispositivos da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de

Processo Civil):

I - art. 945;

II - § 2º do art. 1.029; inciso II do § 3º e § 10 do art. 1.035;

§§ 2º e 5º do art. 1.037; incisos I, II e III do caput e § 1º, incisos I e II, alíneas "a" e "b", do art. 1.042;

incisos II e IV do caput e § 5º do art. 1.043.

Art. 4º Esta Lei entra em vigor no início da vigência da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de

Processo Civil).

Brasília, 4 de fevereiro de 2016; 195º da Independência e 128º da República.

DILMA ROUSSEFF

José Eduardo Cardozo

Luís Inácio Lucena Adams

Lembretes:

Favor remeter para a Secretaria cópia de seus pareceres através de e-mail para inclusão no BVA

Cópia deste e dos outros Informativos no site da Procuradoria de Justiça Cível. o Telefones da Procuradoria Cível: o Secretário e Vice: 3119-9332 e 3119-9331; o Entrada de autos e informações sobre processos: 3119-9325 e 3119-9349; o Distribuição: 3119-9334 e 3119-9335; o Saída de autos: 3119-9330 e 3119-9329; o Ciência de acórdãos: 3119-9193 e 3119-9200; o FAX: 3119-9327.