processo penal i parte geral provas 2009 (1)

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PROCESSO PENAL I PROCESSO PENAL I PROF. CLODOVIL MOREIRA PROF. CLODOVIL MOREIRA SOARES SOARES TEMA 7: A PROVA TEMA 7: A PROVA NO PROCESSO PENAL NO PROCESSO PENAL

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  • PROF. CLODOVIL MOREIRA SOARESTEMA 7: A PROVA NO PROCESSO PENAL

  • TEMA 7: DA PROVA NO PROCESSO PENALTeoria Geral da Prova: Noes Preliminares: Conceito, Significados, Finalidade. Distines Terminolgicas. Classificao. Natureza da Prova.Objeto da prova.

    2. Os Princpios da Prova. 3. Momentos Probatrios.4. Sistemas de Avaliao das Provas.5. Do nus probatrio.6. Da prova emprestada.7. Meios de Prova: Interrogatrio na Polcia e em Juzo. Da confisso. Da prova testemunhal. Da prova pericial. Das declaraes do ofendido. Do reconhecimento de pessoas e coisas. Da acareao. Dos documentos. Dos indcios. Da busca e apreenso.

  • 7.1 - Noes Preliminares: Em verdade, o processo penal, normalmente, envolve uma controvrsia ftica, sobre a qual se deve proceder reconstruo histrica dos fatos, utilizando-se das provas. Atualmente, tem-se conscincia de que a verdade absoluta ou ontolgica algo inatingvel. O juiz tem certeza de um fato, quando acredita que o seu conhecimento verdadeiro. 7.0 TEORIA GERAL DA PROVACONCEITO: o instrumento atravs do qual as partes se valem buscando demonstrar a veracidade ftica de suas alegaes, de modo a informar a convico e a deciso judicial sobre a ocorrncia ou no de um fato e sua autoria. ( Clodovil Moreira Soares)

  • B. SIGNIFICADOS: (1) atividade probatria, (2) meio de prova e (3) resultado probatrio.C. FINALIDADE: demonstrar a veracidade ou falsidade da imputao, gerando no juiz o convencimento adequado para a deciso. D. DISTINES TERMINOLGICAS:I Fonte de prova: tudo que idneo a fornecer resultado aprecivel para a deciso do juiz, como, por exemplo uma pessoa, um documento ou uma coisa. As fontes so anteriores ao processo. II - Elemento de prova: o dado bruto que se extrai da fonte de prova, ainda no valorado pelo juiz.III Os meios de prova: so os instrumentos atravs dos quais se leva ao processo um elemento til para a deciso ( depoimento da testemunha, percia do instrumento do crime...)IV Resultado probatrio: a concluso do juiz sobre a credibilidade da fonte e atendibilidade do elemento obtido.

  • F. NATUREZA JURDICA... de um direito subjetivo de ndole constitucional de estabelecer a verdade dos fatos que no pode ser confundido com o nus da prova...(Paulo Rangel) Inerente ao direito de ao e de defesa.Aquilo sobre o que o juiz deve adquirir o conhecimento necessrio para resolver o litgio processual o objeto da prova, o foco so os fatos relevantes. Lembre-se de que o ru defende-se dos fatos, e no da tipificao jurdica dada aos mesmos. a coisa, o fato, o acontecimento que deve ser conhecido pelo juiz, a fim de que possa emitir um juzo de valor.G. OBJETO DA PROVA diferente de objeto de prova que diz respeito ao que pertinente ser provado. saber o que se precisa provar.

  • Fato incontroverso: admitido pelas partes, no dispensa a prova; Fato notrio: aqueles que j fazem parte da cultura e informao de um povo, no precisam ser provados; Fato Axiomtico:so aqueles intuitivos ou evidentes por si mesmo, dispensa qualquer demonstrao; Fatos presumidos: tomados como verdadeiro o fato pela regra geral de experincia e pela lei. A presuno pode ser relativa (juris tantum) ou absoluta (juris et de jure). Embora seja comum a afirmao de que o objeto da prova so os fatos, o que se provam no so os fatos, mas sim as alegaes dos fatos. Os fatos so acontecimentos histricos que existiram ou no existiram. Assim, os fatos ou existem ou so imaginrios. O que pode ser verdadeiro ou falso e, portanto, passvel de prova, so as afirmaes quanto existncia do fato.(Gustavo H. R. Ivahy Badar)

  • Diretas: quando se referir imediatamente ao fato que se procura provar (fato probando). Indiretas: no se dirige ao prprio fato probando, mas atravs de um raciocnio chega-se ao fato que se deseja provar.

    SUJEITO:Trata da prova em si considerada, em que consiste o material produzido. Pessoal: aquela realizada por uma pessoa, mediante uma afirmativa consciente dirigida aos fatos. Real: produzida atravs de uma coisa onde restou registrado o fato ou uma marca, originada dos vestgios.

    E. CLASSIFICAO DAS PROVAS OBJETO: a relao ou incidncia que a prova tem com o fato a ser provado. CLASSIFICAO QUANTO (AO)

  • EFEITO OU VALOR : o grau de certeza gerado pela apreciao da prova.Plena: aquela realizada por uma pessoa, mediante uma afirmativa consciente dirigida aos fatos. Real: produzida atravs de uma coisa onde restou registrado o fato ou uma marca, originada dos vestgios.

    FORMA: a maneira como a prova se revela no processo.a)Testemunhal: feita por afirmao pessoal oral, consideradas as oitivas das testemunhas, vtimas, informantes, dos declarantes e a confisso.b) Documental: a prova produzida por afirmao escrita ou gravada. Exs. Cartas, livros, fotos.c) Material: qualquer elemento que corporifica a demonstrao do fato probando. Exs. Ex. de corpo delito, percias, instrumentos do crime.E. CLASSIFICAO DAS PROVAS CLASSIFICAO QUANTO (AO)

  • I PRINCPIO DA AUTO RESPONSABILIDADE DAS PARTES.7.2. OS PRINCPIOS DA PROVAII PRINCPIO DA COMUNHO DA PROVA.

  • 7.2. OS PRINCPIOS DA PROVAIII PRINCPIO DA AUDINCIA CONTRADITRIA.O contraditrio exerce limitaes formao e a produo de provas, as quais so resumidas por Ada Pelegrini, em:a) proibio de utilizao de fatos que no tenham sido previamente introduzidos pelo juiz no processo e submetidos a debate pelas partes;b) proibio de utilizao de provas formadas fora do processo, ou de qualquer modo colhidas na ausncia das partes;c) obrigao do juiz, quando determine a realizao de provas ex officio, de submet-las ao contraditrio das partes, que devem ainda participar de sua produo e ter oportunidade de oferecer contraprova.

  • 7.3. MOMENTOS PROBATRIOSA. PROPOSIO: um direito amplssimo. Significa a possibilidade de as partes requerem ao juiz a produo das provas sobre os fatos pertinentes e relevantes.B. ADMISSO: As partes tm o direito admisso ou deferimento do requerimento de proposio das provas que sejam lcitas, pertinentes e relevantes.C. PRODUO: os meios de prova em regra devem ser produzidas em contraditrio, na presena das partes e do juiz natural.D. VALORAO: Toda a prova produzida deve ser valorada pelo juiz, no existindo uma obrigao de acolh-la. No entanto, h a necessidade de valor-la e mencionar na fundamentao da sentena.

  • So critrios utilizados pelo juiz para valorar as provas dos autos, alcanando a verdade histrica do processo. (Rangel)B. SISTEMA DA PROVA LEGAL OU TARIFADA: O julgador no possui liberdade para valorar as provas, deve ater-se as regras preestabelecidas na lei processual penal. Portanto, nesse sistema a lei estabelecia, previamente, quais os meios de prova eram aptos a provar cada fato e qual era o valor de cada prova. 7.4. SISTEMAS DE AVALIAO DAS PROVAS PELO JUIZA. SISTEMA DA NTIMA CONVIO OU DA CERTEZA MORAL DO JUIZ: A responsabilidade pela avaliao das provas dada ao magistrado, que julga de acordo com o seu convencimento pessoal, sem precisar motivar ou justificar, devendo levar em conta a sua ntima convico. ( Rege os jurados leigos do jri)C. SISTEMA DO LIVRE CONVENCIMENTO OU DA PERSUASO RACIONAL: O juiz tem a liberdade para valorar as provas, mas dever faz-lo somente levando em conta as provas existentes no processo, devendo ainda, cotejar as provas e motivar o seu convencimento. (Sistema adotado no Brasil)

  • 7.4.1 - O SISTEMA DA PERSUASO RACIONAL E A PROIBIO DE CONDENAO EM PROVAS PRODUZIDAS EXCLUSIVAMENTE NA FASE INQUISITORIAL.Art. 155 O juiz formar sua convico pela livre apreciao da prova produzida em contraditrio judicial, no podendo fundamentar sua deciso exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigao, ressalvadas as provas cautelares, no repetveis e antecipadas.(CPP/ N.R. 11.690) PRINCPIO DA JUDICIALIZAO DA PROVA

  • O onus probandi possui duas atenuaes que impedem o prejuzo se torne uma conseqncia inexorvel, quando a parte no se desincumbir do encargo: A Os poderes instrutrios do juiz(subsidirios) e B O princpio da comunho das provas.O NUS (IMPERFEITO) DA PROVA A FACULDADE DE OS SUJEITOS PARCIAIS PRODUZIREM AS PROVAS SOBRE AS AFIRMAES DE FATOS RELEVANTES PARA O PROCESSO, CUJO EXERCCIO PODER LEV-LOS A OBTER UMA POSIO DE VANTAGEM OU IMPEDIR QUE SOFRAM UM PREJUZO. (Badar)7.5. O NUS DA PROVA

  • Em contrrio: No processo penal, diante da garantia constitucional da presuno de inocncia, no h distribuio do nus da prova, que pesa todo sobre a acusao. Trata-se de um nus da prova unidirecional, no havendo, pois, distribuio da garantia constitucional da presuno de inocncia, tambm no so admitidas no processo penal presunes legais ou judiciais contra o acusado. (Badar)TRATAMENTO DO NUS DA PROVA NO CPP: Art. 156 A prova da alegao incumbir a quem fizer, sendo porm facultado ao juzo de ofcio: I- ordenar produo antecipada de provas(...);II Determinar a realizao de diligncias.

  • 7.6. DA PROVA EMPRESTADA.Prova emprestada aquela que produzida em um processo e, depois, trasladada documentalmente para outro, com a finalidade de, neste, produzir efeitos.REQUISITOS: 1. A prova do primeiro processo tenha sido produzida perante juiz natural do segundo processo; 2. A prova produzida no primeiro processo tenha possibilitado o exerccio do contraditrio perante a parte do segundo processo; 3. que o objeto da prova seja o mesmo nos dois processos; 4. que o mbito de cognio do primeiro processo seja o mesmo no segundo processo.

  • So inadmissveis, no processo, as provas obtidas por meios ilcitos. (CF Art. 5, LVI) Ilcita = VedadaA PROVAS ILEGTIMAS: So aquelas produzidas com a violao de normas processuais (p.ex. oitiva de testemunha sem direito s reperguntas). B PROVAS ILCITAS : So aquelas obtidas com a violao de normas de direito material ou de garantias constitucionais(p. ex. interceptao telefnica sem ordem judicial, confisso mediante tortura, Busca e apreenso com invaso de domicilio, violao de correspondncia). Geralmente implica em um crime.7.7. PROVA ILICITA

  • 7.7.1. PROVA ILICITA POR DERIVAO So aquelas que, conquanto lcitas, em si mesmas, se tenham originado de uma outra, ilicitamente obtida. So clssicos os exemplos da confisso extradamediante tortura, em que o acusado indica o local onde se encontra o produto do crime, que vem a ser regularmente apreendido, e da interceptao telefnica clandestina, atravs da qual se descobre o local onde est o entorpecente, depois regularmente apreendido. Na posio mais sensvel s garantias e direitos individuais, e, pois, mais consentneo com os princpios e normas constitucionais, situa-se a chamada teoria dos frutos da rvore envenenada (Derivate Evidence Doctrine - fruits of the poisonous tree), desenvolvida pela Suprema Corte Americana, e segundo a qual o vcio da planta se transmite a todos os seus frutos.

  • A prpria Suprema Corte norte-americana estabeleceu critrios que diminuem o mbito da excluso, so eles: INDEPEDENT SOURCE LIMITATION (a prova derivada no foi absolutamente determinada pela prova ilcita, no h um vnculo evidente ou uma conexo de causa e efeito); INEVITABLE DISCOVERY LIMITATION (a prova derivada seria naturalmente descoberta nas investigaes, seria inevitvel chegar-se ao resultado da prova derivada);PURGENT TANT LIMITATION (quando for possvel distinguir o meio de obteno da prova secundria da ilegalidade inicial): o perodo de tempo entre a ilegalidade e a aquisio da prova secundria, a ocorrncia de eventos intervenientes e a flagrncia da ilegalidade inicial.

    EXCEES

  • 7.7.2.TRATAMENTO DA PROVA ILICTA POR DERIVAO NO CPP: Art. 157 So inadmissveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilcitas, assim entendidas as obtidas em violao a normas constitucionais ilegais. 1. So tambm inadmissveis as provas derivadas das ilcitas, salvo quando no evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente da primeira.

    2. Considera-se fonte independente aquela que por si s, seguindo os trmites tpicos e de praxe, prprios da investigao ou instruo criminal, seria capaz de conduzir o fato ao objeto da prova.

    3. Preclusa a deciso de desentranhamento da prova declarada inadmissvel, esta ser inutilizada por deciso judicial, facultada s partes acompanhar o incidente.

  • BADAR, Gustavo H. Righi Ivahy. nus da Prova no Processo Penal.So Paulo. RT, 2003.JARDIM, Afrnio Silva. Direito processual penal - estudos e pareceres. Rio de Janeiro: Forense, 2002.GRINOVER, Ada P., FERNANDES, Antnio Scarance, GOMES FILHO, Antnio Magalhes. As Nulidades no Processo Penal. So Paulo: Ed. RT, 6 ed.,1998.MIRABETE, Julio Fabbrini. Cdigo de Processo Penal Interpretado: referncias doutrinrias, indicaes legais e resenha jurisprudencial. So Paulo: Atlas S.A. POLASTRI LIMA, Marcellus. Manual de Processo Penal, Rio de Janeiro: Editora: Lumen Juris. 2007RANGEL, Paulo. Direito Processual Penal. 12. edio 884 pginas. Editora: Lumen Juris. 2007.TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Processo Penal. So Paulo: Ed. Saraiva, 21 ed., 1999. 3 Vol.BIBLIOGRAFIA