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AGÊNCIA TRANSFUSIONAL - HOSPITAL UNIVERSITÁRIO JÚLIO MULLER Rua Luis Philippe Pereira Leite, S/N – Jardim Alvorada CEP – 78048-902 Fone: 3615-7391 Título: Reações Transfusionais Versão atual: 05 código do documento: Reatransf-10 Página 1 de 25 PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO NAS REAÇÕES TRANSFUSIONAIS

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Título: Reações Transfusionais

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PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO

NAS

REAÇÕES TRANSFUSIONAIS

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Elaborado: Hildenete Monteiro Fortes Data da Elaboração: 01/05/03 Assinatura Aprovado e liberado por: Hildenete Monteiro Fortes Data da implantação: 26/05/03 Data da revisão: 12/10/11 Revisado por: Hildenete Monteiro Fortes Márcia B. Cattini de Mello Periodicidade da Revisão: anual Tempo de arquivo: Cinco anos Setor: Clínicas do Hospital Universitário Júlio Müller Número do documento: Reatransf – 10 Número da versão atual: 05 Número total de Páginas: 25 Número de cópias - distribuição: 10 – Original para a direção – arquivo Todas as Clínicas do HUJM ESTE É UM DOCUMENTO CONTROLADO – Não deve ser copiado ou distribuído sem a autorização do Chefe da Agência Transfusional do HUJM.

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I – INTRODUÇÃO À transfusão de componentes sanguíneos podem associar-se um conjunto de

reações adversas, cuja gravidade, incidência, tempo de ocorrência e natureza fisiopatológica são muito variáveis. Apesar de todos os cuidados para diminuir a ocorrência de reações adversas ainda mantém-se presente o fator erro humano, o qual se sabe ser o principal responsável por estas ocorrências e, em alguns casos, conduzindo à morte. Os procedimentos aqui adotados estão de acordo com a Portaria No1353 de 13 de Junho de 2011

II - SETOR: Clínicas do HUJM III - OBJETIVOS

Os procedimentos transfusionais devem ser precisos e seguros, com a

finalidade de assegurar o bem-estar do paciente e a qualidade do serviço. A normalização de procedimentos transfusionais e a introdução do controle de

qualidade têm por objetivo minimizar a probabilidade de ocorrência de reações transfusionais. IV - DETECÇÃO, NOTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO Todo o Serviço de Hemoterapia deverá ter um sistema para a detecção, notificação e avaliação das complicações transfusionais, que inclua procedimentos operacionais para a detecção, o tratamento e a prevenção das reações transfusionais. V - CONSIDERAÇÕES GERAIS � Quaisquer sintomas ou sinais ocorridos durante ou após a transfusão devem ser

considerados como sugestivos de possível reação transfusional, devendo ser investigado para tal.

� A enfermeira ou o técnico que instalou a transfusão é responsável pelo reconhecimento dos sinais e sintomas decorrentes de reações transfusionais e

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pela imediata comunicação do problema ao médico assistente do paciente e ao médico do serviço de hemoterapia.

� É obrigatória a interrupção da transfusão no caso de reações (febril, alérgica, hemolítica aguda, anafilática, sobrecarga circulatória etc).

� Iniciar prontamente o tratamento de acordo com cada reação transfusional. � A investigação deve ser feita no menor tempo possível, a fim de não retardar o

adequado tratamento do paciente. � O Serviço de Hemoterapia deve registrar todas as reações transfusionais que

lhe forem informadas, bem como a conduta e o tratamento instituído. Tais registros devem ser mantidos pelo período mínimo de 20 anos.

� Registrar a ocorrência no prontuário e na ficha do paciente, assim como o resultado da avaliação e a conduta instituída.

VI - CLASSIFICAÇÃO DAS REAÇÕES TRANSFUSIONAIS:

1. Imediatas – são aquelas que ocorrem até 24 horas depois de iniciada a transfusão.

2. Tardias – após o período de 24 horas. Classificação das Reações Transfusionais:

Imunológicas Não Imunológicas Imediatas Reação Hemolítica Aguda Reação Hemolítica

Reação Febril não hemolítica Contaminação Bacteriana Alérgica - Urticariforme Sobrecarga Circulatória Anafilática Alterações Metabólicas

TRALI Embolia Gasosa

Tardias Aloimunização Doenças Infecciosas Reação Hemolítica Refratariedade à transfusão de plaquetas

Doença do Enxerto contra o Hospedeiro

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VII - NORMAS GERAIS DE CONDUTA DE ENFERMAGEM diante de:

REAÇÕES TRANSFUSIONAIS IMEDIATAS A severidade clínica das reações transfusionais pode ser muito variável e a conduta deverá sempre ser avaliada por um médico. Mediante qualquer reação transfusional, as seguintes condutas imediatas deverão ser tomadas: � Valorizar qualquer sinal ou sintoma que ocorra durante uma transfusão; � Interromper imediatamente a transfusão; � Informar ao médico responsável pelo paciente e ao médico do Serviço de

Hemoterapia; � Manter o acesso venoso com solução fisiológica a 0,9%; � Manter decúbito elevado e instalar cateter de 02 se houver insuficiência

respiratória; � Verificar todos os dados do paciente com os dados da bolsa que estava sendo

transfundida; � Inspecionar a bolsa de sangue – coágulos, gás, alterações de cor; � Verificar sinais vitais do paciente: pressão arterial (PA), pulso (P) e temperatura

(T) e comparar com os dados anteriores; � Iniciar as medidas terapêuticas específicas para cada tipo de reação, de acordo

com a indicação médica. � Comunicar imediatamente o Serviço de Hemoterapia ou colher amostras de

sangue em EDTA ( 5 ml ) e tubo seco ( 10 ml ), identificado com nome, registro do paciente, data e assinatura de quem colheu e enviar ao Serviço de Hemoterapia junto com a bolsa de sangue com o equipo, sem agulha e a ficha de investigação transfusional - FIT;

� Colher amostra para hemocultura em caso de suspeita de sepsis transfusional; � Na suspeita de hemólise aguda, colher os testes de perfil hemolítico,

coagulograma, uréia e creatinina, e observar o aspecto da urina; � Anotar o volume, observar a coloração da urina e colher amostra para o

laboratório;

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� Na reação urticariforme, considerar a possibilidade de reiniciar a transfusão de sangue, não ultrapassando o prazo máximo de 4 horas a contar do início da infusão;

� Em casos de reações febris, interromper a transfusão imediatamente e o hemocomponente NÃO pode mais ser reinfundido no paciente;

� As provas pré transfusionais devem ser repetidas com as amostras pré e pós-transfusionais;

� Todas as informações relativas à reação devem ser registradas no prontuário do paciente.

VIII - EXAMES QUE DEVEM SER REALIZADOS DIANTE DE UMA REAÇÃO

TRANSFUSIONAL Exames na amostra pós transfusional: � Inspeção visual do soro ou plasma para detectar hemólise - rósea ou

avermelhada; � Determinação do grupo ABO e fator Rh do receptor e da bolsa; � Coombs Direto; � Prova de compatibilidade com o resíduo da bolsa; � Pesquisa de anticorpos irregulares utilizando técnicas que aumentem a

sensibilidade do método; � Cultura bacteriológica tanto da bolsa quanto do paciente. Exames do Perfil Hemolítico – pós transfusional: � Hemoglobinemia – hemoglobina livre no soro ou plasma; � Hemoglobinúria; � Desidrogenase láctica aumentada; � Hiperbilirrubinemia – se elevam após 5 a 7 horas do episódio transfusional; � Haptoglobina diminuída; � Coombs direto positivo. Exames bioquímicos: � Uréia e creatinina aumentadas podem indicar insuficiência renal.

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Exame de urina: � Pesquisar hemoglobinúria, que deverá ser diferenciada de hematúria, mediante a

centrifugação da amostra. Exames de Coagulação: � Plaquetas diminuídas; � Fibrinogênio diminuído; � Produtos de degradação de fibrina; Podem indicar Coagulação intravascular disseminada.

IX - PROCEDIMENTOS DIANTE DE REAÇÕES TRANSFUSIONAIS

IMUNOLÓGICAS IMEDIATAS A) REAÇÃO URTICARIFORME:

É a reação transfusional mais comum, ocorrendo em 1 a 2% dos pacientes e sua etiologia está relacionada à hipersensibilidade às proteínas plasmática. É caracterizada por lesões urticariformes, provocadas pela formação de anticorpos contra substâncias solúveis no plasma do receptor. Ocorre logo após o início da transfusão, mas pode se instalar até duas a três horas do seu término. Sintomas: prurido, eritema, pápulas, rush. Raramente evolui para anafilaxia. Os sintomas e sinais como rouquidão, dispnéia, ansiedade, cianose, dor torácica e tosse podem ser as primeiras manifestações indicando comprometimento do trato respiratório superior.

O desaparecimento das lesões pode ocorrer em 8 horas. Esta é uma das únicas situações transfusionais na qual, não ultrapassando as primeiras quatro horas de infusão, pode-se retornar à transfusão. CONDUTA Tratamento: 1. Suspender a infusão do hemocomponente; 2. Manter o acesso venoso com solução fisiológica 0,9%; 3. Comunicar ao médico responsável pelo paciente ou plantonista;

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4. Verificar sinais vitais do paciente: Pressão Arterial, Pulso e Temperatura; 5. Anti-histamínicos - difenidramina - Benadryl - 3 a 5 mg/kg/dia; 6. Hidrocortisona 100 mg IV nos casos lesão generalizada; 7. Intubação e epinefrina - nos acometimentos de vias respiratórios alta.

Prevenção: Após uma primeira reação urticariforme, recomenda-se cerca de uma hora antes das próximas unidades de sangue a pré - medicação com anti-histamínico e/ou paracetamol e/ou corticosteróide. Após duas ou mais reações, iniciar com hemácias lavadas. Os filtros de remoção de leucócitos nestes casos são ineficientes, pois, não retém proteínas plasmáticas.

1. REAÇÃO ANAFILÁTICA Reação imediata grave que ocorre após transfusão de poucos mililitros de sangue. Ocorre pela presença de IgG ou IgE ou anti-IgA em receptores deficientes em IgA. A freqüência é de uma reação a cada 20.000 a 50.000 transfusões. Sintomas: quadro grave de broncoespasmo, edema de glote e sensação de morte iminente, urticária generalizada, hipotensão arterial, perda da consciência, arritmia cardíaca e choque. CONDUTA Tratamento: 1. Interromper a infusão do hemocomponente; 2. Manter o acesso venoso com solução fisiológica 0,9%; 3. Comunicar ao médico; 4. Verificar sinais vitais do paciente: Pressão Arterial, Pulso e Temperatura; 5. Colocar o paciente em posição de Trendelenburg; 6. Manter vias aéreas permeáveis e utilizar oxigenioterapia; 7. Administrar: • Anti – histamínicos - difenidramina - Benadryl - 50 a 100 mg (3 a 5 mg/kg/dia)

principalmente se tiver manifestação cutânea; • Hidrocortisona 100 a 500 mg EV

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• Epinefrina – Subcutânea ( solução 1:1000 ) - 0.3 a 0.5 ml em adulto e 0.01 ml em criança, repetir a cada 20 a 30 minutos.

• Epinefrina endovenosa ( solução 1:10000 ) - 0.5 mg em adulto e repetir a cada 5 a 10 minutos;

• Aminofilina 6 mg/Kg Endovenosa nos quadros de broncoespasmo; 8. Intubação orotraqueal – quando houver obstrução importante de vias

respiratórias altas.

Prevenção: Utilizar concentrado de hemácias lavadas ou componentes sanguíneos deficiente de IgA. B) REAÇÃO FEBRIL NÃO HEMOLÍTICA:

Elevação da temperatura corporal acima de 1ºC num paciente submetido a

transfusão. Ocorre pela interação de anticorpos presentes no receptor contra os antígenos em granulócitos, linfócitos e plaquetas do doador. Também são devidas às substancias (citocinas) presentes em grandes quantidades, liberadas pelos leucócitos durante a estocagem dos concentrados de plaquetas. Freqüência de 0.5 a 1.5% principalmente em politransfundidos. Ocorre logo após o início ou até 04 horas após a transfusão. Sintomas mais comuns: tremores, calafrios e elevação aguda da temperatura, nos casos mais graves, cefaléia, náusea, vômito, hipertensão e dispnéia. CONDUTA Tratamento: 1. Interromper a transfusão imediatamente e o hemocomponente não pode mais ser

reinfundido; 2. Manter o acesso venoso com solução fisiológica 0,9%; 3. Comunicar ao médico responsável pelo paciente ou plantonista; 4. Verificar sinais vitais do paciente: Pressão Arterial, Pulso e Temperatura; 5. Administrar antipiréticos – paracetamol (500 a 750 mg em adulto);

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6. Administrar meperidina ( dolantina 25 a 50 mg em adulto ) EV se tiver calafrios intensos;

7. Não usar dolantina em pacientes com desconforto respiratório. Prevenção: Pré medicação - Paracetamol 500 a 750 mg via oral Difeniladramina EV ou Oral.

� Após duas ou mais RFNH, utiliza-se filtro de remoção de leucócitos. C) REAÇÃO HEMOLÍTICA AGUDA: As reações hemolíticas agudas são as mais temidas, causadas por reação de antigeno-anticorpo, envolvendo os anticorpos naturais IgM (anti-A, Anti-B, Anti-AB) ou imune, presentes no soro do paciente e respectivo antígeno presente na unidade transfundida, resultando na hemólise das hemácias ou liberação de citocinas, ativação de complemento ( hemólise intravascular – ABO, Kell, Duffy e Kidd), ativação da via intrínseca da coagulação e geração de bradicinina que pode desencadear hipotensão arterial e vasoconstrição dos principais órgãos levando a insuficiência renal. Freqüência uma a cada 5.000 a 10.000 transfusões. Ocorrem minutos a horas da transfusão. Sinais e sintomas: Os sinais clínicos são variáveis e irão depender do nível de consciência do receptor. Dor no trajeto venoso, ansiedade e angústia respiratória, dor torácica, dor lombar, dispnéia, tremores, febre 39 a 42ºC, cianose labial e de extremidades, hipotensão, podendo evoluir para quadro grave com choque, coagulação intravascular disseminada, insuficiência renal aguda. A intensidade da reação depende da quantidade de sangue infundido e dos títulos e tipos dos anticorpos envolvidos. Sabe-se que aproximadamente cerca de 30ml de sangue incompatível infundido pode levar ao óbito do paciente. CONDUTA Tratamento: 1. Suspender imediatamente a transfusão; 2. Manter o acesso venoso com solução fisiológica 0,9%;

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3. Hidratação venosa com S.F 3000 ml/m²/dia, para manter o débito urinário acima de 100 ml/hora por pelo menos 24 horas em adulto;

4. Bicarbonato de sódio para manter o pH urinário acima de 7; 5. Diuréticos – Furosemida 40 a 80 mg para adulto e 1 a 2 mg/kg para criança,

podendo ser repetido uma vez; 6. Pode-se alternativamente usar manitol 20% na dose de 100 ml/m² em 30 a 60

minutos seguidos de 30 ml/m² por hora nas próximas 12 horas – adulto; 7. Casos de Hipotensão: Dopamina 1 a 5 micrograma/Kg/min; 8. Coagulação intravascular disseminada – Heparina dose inicial de 5.000U e

manutenção de 1500U/hora por seis a 24 horas; 9. Solicitar exames de perfil hemolítico, imunohematológicos, uréia, creatinina,

coagulação e urina; 10. Efetuar controle da diurese do paciente, observando e anotando o volume e

coloração, e guardando as amostras em tubos seqüenciais com horário e número da amostra;

11. Enviar para o Serviço de Hemoterapia, a bolsa que estava sendo transfundida, com a respectiva etiqueta preenchida no verso, para realização da retipagem, prova cruzada e cultura.

Prevenção: Deve-se checar o nome do paciente, o tipo sanguíneo escrito na etiqueta que acompanha a bolsa e o nome que está escrito no prontuário, principalmente se o paciente estiver inconsciente.

D - TRALI – INJÚRIA PULMONAR AGUDA RELACIONADA À TRANSFUSÃO DE SANGUE

Reação imediata grave, caracterizada pela presença de anticorpos antileucocitários, presentes na bolsa de sangue transfundido, que se ligam ao antígeno do receptor e se aglutinam na vasculatura pulmonar, com liberação de enzimas lisossômicas, ativação de complemento, aumento da permeabilidade vascular pulmonar e extravasamento de líquido nos alvéolos. Freqüência 1 em cada 5.000 a 10.000 transfusões. Ocorre em até 04 horas após a transfusão. Depois da RHA é a causa mais comum de reação transfusional fatal – 5%.

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Sinais e sintomas: Angústia respiratória, dispnéia, hipoxemia e taquicardia, podendo evoluir com febre alta, hipotensão, calafrios, cianose de extremidades e insuficiência respiratória. Existe um infiltrado pulmonar difuso intenso no Rx de pulmão. O quadro é autolimitado e tende a desaparecer em 48 a 96 horas. CONDUTA Tratamento: 1. Suspender imediatamente a transfusão; 2. Manter o acesso venoso com solução fisiológica 0,9%; 3. Suporte respiratório – ventilação assistida; 4. Elevar o decúbito; 5. Instalar cateter de O2 úmido; 6. Manter pressão arterial com infusão de fluidos; 7. Administrar corticóide– controverso. Prevenção: Lavagem das hemácias a serem transfundidas, uma vez que os anticorpos estão presentes no plasma. X - PROCEDIMENTOS DIANTE DE REAÇÕES TRANSFUSIONAIS NÃO IMUNOLÓGICAS IMEDIATAS: a) SOBRECARGA CIRCULATÓRIA

Decorre do súbito aumento da volemia em geral num paciente cardiopata. Sintomas: Agitação psicomotora, dispnéia, hipóxia.

CONDUTA Tratamento: 1. Suspender imediatamente a transfusão;

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2. Manter o acesso venoso com solução fisiológica 0,9%; 3. Elevar o decúbito; 4. Instalar cateter de O2 úmido. Prevenção: Transfundir lentamente e não exceder 04 horas. Nos pacientes muitos anêmicos recomenda-se transfundir 01 concentrado por dia. b) REAÇÕES HEMOLÍTICAS

Reação rara, mas pode ocorrer por inadequada estocagem e/ou manipulação, congelamento, aquecimento, adição de drogas e/ou soluções não compatíveis com a transfusão. Alterações de hemoglobinas ( AS ) ou de enzimas ( G6PD ) do doador podem, em alguns casos ,se associar a hemólise do sangue transfundido. Sintomas: Febre, calafrios, dor torácica, náuseas, dispnéia, CIVD, dor lombar, hipotensão, sangramento, oligúria/anúria e hemoglobinúria.

CONDUTA Tratamento:

1. Suspender imediatamente a transfusão; 2. Manter o acesso venoso com solução fisiológica 0,9%; 3. Elevar o decúbito; 4. Instalar cateter de 02 úmido

c) EMBOLIA GASOSA Rara, porém fatal, conforme a intensidade da ocorrência.

Sintomas: Dor torácica, dispnéia, hipoxia e cianose.

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CONDUTA Tratamento:

1. Suspender imediatamente transfusão; 2. Manter o acesso venoso com solução fisiológica 0,9%; 3. Elevar o decúbito; 4. Instalar cateter de O2 úmido.

Prevenção: Eliminar presença de ar no equipo. d) CONTAMINAÇÃO BACTERIANA

Reação rara, dramática, com alto índice de mortalidade. Sintomas: Febre, vasodilatação periférica, cólica intestinal, dor muscular, choque séptico, diarréia, CIVD e insuficiência renal. CONDUTA Tratamento:

1. Suspender imediatamente a transfusão; 2. Manter o acesso venoso com solução fisiológica 0,9%; 3. Antibioticoterapia largo espectro; 4. Instalar cateter de O2 úmido; 5. Manutenção da Pressão arterial; 6. Assistência respiratória.

Prevenção: Deve-se efetuar uma assepsia rigorosa da pele do doador, caso contrário haverá contaminação com gram-positivo da pele e folículos pilosos. A contaminação após a coleta é, geralmente, por gram negativos que resistem às baixas temperaturas de estocagem. A contaminação de concentrado de plaquetas é por gram positivos.

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e) ALTERAÇÕES METABÓLICAS

As principais alterações metabólicas ocorridas com o uso de sangue estocado referem-se ao citrato e ao potássio. A toxidade do citrato ocorre nos pacientes submetidos a transfusões maciças ( troca de uma volemia em 24 horas ). Sintomas: Parestesias perorais, tremores musculares e, nos casos graves, náuseas, vômitos e alterações cardíacas como arritmias. Estes sinais são aumentados se houver hipotermia ou hepatopatias associadas. Toxidade do Potássio só ocorre em pacientes hipercalêmicos e nefropatas que recebem grandes volumes de transfusão.

CONDUTA Tratamento:

1- Administrar gluconato de cálcio a 10% - 2 ml para cada 500 ml de plasma transfundido. XI - PROCEDIMENTOS DIANTE DE REAÇÕES TARDIAS IMUNOLÓGICAS

a) REAÇÃO HEMOLÍTICA TARDIA

Está reação costuma aparecer após 24 horas, ou mesmo dias ou semana após o

sangue ter sido transfundido. A hemólise é lenta e gradual com queda da hemoglobina. Geralmente a hemólise é extravascular, ocasionada por anticorpos do sistema Rh, Kell, Kidd, Duffy e outros. Freqüência ocorre em 1 a cada 200 transfusões, clinicamente detectável em apenas 0.05 a 0.07% dos pacientes transfundidos. Sintoma: A maioria dos pacientes não apresenta manifestação clínica, sendo a suspeita feita laboratorialmente. Em geral apresentam anemia, outros têm icterícia, anemia e hemoglobinúria, raramente calafrios, febre, dores e dispnéia.

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Diagnóstico laboratorial: Queda do nível de hemoglobina e haptoglobina, aumento da desidrogenase láctica, bilirrubina indireta e leucócitos, presença de anticorpos irregulares e Coombs direto positivo.

CONDUTA Tratamento:

1. Raramente é necessário, mas é prudente monitorar o fluxo urinário, a função renal e as alterações de coagulação;

2. Usar hemácias sem o antígeno correspondente; 3. Se ocorrer insuficiência renal e de CIVD deve ser tratada como na hemólise

aguda; 4. Também se recomenda exsanguíneo-transfusão se a quantidade de hemácias

transfundidas for grande.

Prevenção: 1. Pesquisa de anticorpos irregulares com atenção; 2. Transfusão com sangue antígeno negativo, contra o qual o anticorpo foi formado; 3. Fenotipagem de pacientes que serão politransfundidos para evitar aloimunização.

b) PÚRPURA PÓS-TRANSFUSIONAL

Caracterizada por trombocitopenia de início abrupto, decorrente da formação

no receptor de anticorpos antiplaquetários contra o antígeno HPA-1a que está presente em aproximadamente em 98% dos indivíduos. Estes anticorpos destroem não só as plaquetas transfundidas como também as autólogas. Freqüência 1 a cada 1000 unidades de concentrado de plaquetas transfundidos. Sintomas e sinais: De trombocitopenia (podendo atingir níveis severos com valores menores que 10.000/mm³), variando de sangramento localizado como púrpuras, até difusos, acometendo trato gastrointestinal, urinário e cerebral. Contagem diminuída

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de plaquetas aparece após 5 a 10 dias depois da transfusão. Mortalidade é de 10 a 15% principalmente de hemorragia intracraniana.

CONDUTA Tratamento: Não existe tratamento específico.

1. Transfusão de plaquetas HLA-1 negativo reverte o quadro em 1 dia; 2. Plasmaferese; 3. Imunoglobulina intravenosa – 400 a 500 mg/kg por 10 dias; 4. Transfusão de plaquetas só quando há risco de vida.

Controverso

1. Plasma fresco congelado transfusão – exposição ao maior número de doadores; 2. Prednisona 2 mg/kg/dia.

Prevenção: Transfusão de concentrado de plaquetas isenta do antígeno HPA-1, porém a sua disponibilidade é difícil.

c) REAÇÃO ENXERTO VERSUS HOSPEDEIRO

A transfusão de células imunologicamente viáveis em pacientes imunocompetentes pode levar ao reconhecimento de antígenos estranhos do receptor e iniciar processo de rejeição celular mediada por células T (CD4 e CD8). É comum em pacientes submetidos a transplante de medula óssea. Os neonatos, os portadores de imunodeficiência genética, os imunossuprimidos por drogas e irradiações e transplante alogênicos de medula são os mais propensos ao desenvolvimento de REVH.

Sinais de Sintomas: Alterações inflamatórias de pele, fígado e sistema gastrintestinal. Começa 5 a 30 dias após a transfusão. Rush cutâneo, náusea, vômitos, diarréia e icterícia. Mortalidade de 90 a 100%. Prevenção: Irradiação de produtos hemoterápicos.

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XII - PROCEDIMENTOS DIANTE DE REAÇÕES TARDIAS NÃO IMUNOLÓGICAS

Doenças infecciosas transmissíveis pelo sangue - todos os casos em que haja suspeita de uma contaminação adquirida por transfusão devem ser adequadamente avaliadas. Recomenda-se um novo estudo dos doadores das unidades de sangue ou componentes suspeitos. Este estudo inclui a convocação e a retestagem de todos os doadores envolvidos. Após a investigação do caso, os seguintes procedimentos deverão ser realizados: � Comunicar ao médico do paciente a eventual soro conversão de um ou mais

doadores envolvidos no caso; � Identificar o doador e encaminhá-lo para tratamento especializado e excluí-lo do

arquivo de doadores do serviço; � Registrar nas fichas do receptor e do doador as medidas efetuadas para o

diagnóstico, notificação e derivação; � Comunicar a ocorrência ao órgão governamental competente. a) DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS POR VÍRUS � Hepatite pós – transfusionais – B, C e Delta; � Herpes vírus – Citomegalovírus e vírus Epstein Barr; � HTLV-I e HTLV –II; � HIV-I e HIV-II. b) DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS POR ESPIROQUETAS � Sífilis � Doença de Lyme – Artrite migratória / lesões neurológicas e cardiológicas. c) DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS POR PROTOZOÁRIOS � Doença de Chagas � Malária

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d) HEMOSSIDEROSE

Costuma ocorrer após a centésima transfusão e, pode ser controlada mediante o uso de quelantes – desferrioxamina e pelo controle periódico dos níveis séricos de ferritina.

XIII - RESPONSABILIDADES:

Dos colaboradores que executam as atividades neste setor. XIV - COMENTÁRIOS Os procedimentos técnicos aplicados devem seguir criteriosamente as normas federais e estaduais vigentes, visando à conformidade e à qualidade da assistência do Serviço de Hemoterapia. A revisão deste procedimento operacional padrão está baseado na PORTARIA No1353 de 13 de Junho de 2011, Este manual foi elaborado, implantado e revisado para ser seguido por todos os profissionais envolvidos, padronizando todas as atividades desenvolvidas neste setor. XV - NORMAS DE SEGURANÇA

Os profissionais da área de saúde que manipulam materiais biológicos devem obedecer aos procedimentos básicos de Biossegurança e também deverão estar fazendo a segurança do meio ambiente. Procedimentos de Biossegurança GERAIS:

• Não jogar material biológico na pia; • Se ocorrerem quadros de vômitos ou diarréia no serviço de hemoterapia deve-

se chamar imediatamente um funcionário da limpeza (limpeza terminal); • O banheiro deve ser constantemente limpo e mantido com todos os acessórios

tais como: papel higiênico, toalha de mãos e sabão anti-séptico; • Lixo comum acondicionar em sacos escuros; • Lixo infectante acondicionar em sacos branco leitoso;

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• Em caso de derramamento de material biológico, despeje hipoclorito de sódio 1% e deixe agir por 20 minutos, limpar com papel toalha e descartá-lo em recipiente apropriado;

• Caso ocorra algum ferimento durante seu trabalho, procure imediatamente o serviço médico dos funcionários para comunicar a ocorrência e receber orientação;

• Todo material cortante, perfurante ou perfuro-cortante tais como ampolas, lâminas cortantes, agulhas e seringas, devem ser lacrados e enviados ao expurgo. Não despreze estes materiais em outros cestos de lixo;

• As bolsas de hemocomponentes não devem ser colocadas diretamente nas latas ou depósitos de lixo. Toda bolsa de sangue e hemocomponentes a serem descartados devem ser submetidos a algum método que elimine a infectividade de patógenos eventualmente presentes; depois de inativados, devem ser acondicionados em sacos plásticos destinados a resíduos biológicos;

• É permitido o transporte de bolsas para serem incineradas em outros locais desde que, sejam transportados em recipientes rígidos, lacrados, identificados e em veículos apropriados;

• Os demais materiais a serem desprezados, tais como frascos de soros, seringas e equipos, que não contenham sangue, devem ser colocados em outro cesto de lixo.

INDIVIDUAIS:

• Lavar as mãos antes e após qualquer procedimento; • O papel utilizado para enxugar as mãos após a lavagem pode ser usado para

fechar a torneira, evitando uma eventual "recontaminação"; • Troque as luvas imediatamente caso elas se contaminem com material

biológico ou apresentem sinais de perfuração ou rompimento; • Ao remover as luvas inverta-as completamente, evitando assim que sua porção

exterior entre em contato com qualquer superfície; • Quando estiver utilizando luvas evitar tocar superfícies limpas, tais como

telefones, mesas ou maçanetas de portas; • Ao manipular o paciente utilize uma nova luva desprezando a anterior em local

adequado;

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•••• Utilizar os equipamentos de proteção individual; • Trajar vestimentas totalmente brancas ou aventais longos brancos de mangas

compridas, caso estejam trajando roupas que não sejam brancas; • Troque o avental sempre que estiver sujo e/ou contaminado; • Evitar sentar nas macas ou nas camas dos pacientes, no chão, nas mesas ou

nos balcões existentes no ambulatório; • Cabelos longos devem ser presos.

XVI - TREINAMENTO - Objetivo é o aprimoramento contínuo Será dado treinamento a todos os colaboradores do Serviço de Hemoterapia, antes da implantação deste manual de procedimentos e, é responsabilidade dos colaboradores participarem dos treinamentos e implantá-los na prática. A capacitação será feita anualmente ou quando novos colaboradores forem admitidos. XVII – RESULTADOS Verificar se o paciente recebeu tratamento e orientações adequadas, após as reações adversas, bem como se houve notificação do ocorrido ao órgão competente. XVIII - FORMULÁRIOS/DOCUMENTOS RELACIONADOS POP de Solicitação de Transfusão; POP de Coleta de sangue; POP de Exames imunohematológicos Pré transfusionais FIT. XIX - CONTROLE DE REGISTRO Devem ser registrados: Tipificação ABO e Rh; Dificuldade na tipificação sanguínea; Presença de anticorpos irregulares;

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Resultados de Provas de Compatibilidade; Data, tipo, quantidade e identificação das unidades transfundidas; Nome completo do receptor; Tipo da reação transfusional e condutas adotadas; Número das unidades transfundidas, no prontuário dos pacientes. XX - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. AABB, Technical Manual Committee. 12 th edition. 1996. 2. Hematologia e Hemoterapia – Fundamentos de morfologia, fisiologia, patologia e

clínica – Therezinha Verrastro, Therezinha Ferreira Lorenzi e Silvano Wendel Neto - 1996

3. Ministério da Saúde – Técnicas para Coleta de Sangue. Coordenação Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids. Brasília 1997– Série Telelab.

4. Conselho Federal de Enfermagem – Resolução COFEN – Nº 200, 15 de Abril de 1997

5. Ministério da Saúde – Coleta de Sangue de Doadores. Coordenação Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids. Brasília 1998 – Série Telelab.

6. Manual de Transfusão Sanguínea – Dalton de Alencar Fischer Chamone, Marcia Cristina Zago Novaretti e Pedro Enrique Dorlhiac-Llacer – 2001

7. Ministério de Estado da Saúde – Portaria Nº 1353, 13 de Junho 2011. 8. Manual Prático de Hemoterapia – Joseph D. Sweeney e Yvonne Rizk - 2005

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FLUXOGRAMA HEMOVIGILÂNCIA REAÇÃO TRANSFUSIONAL

FICHA DE NOTIFICAÇÃO INTERNA DE OCORRÊNCIAS com

Enfermeiro/a

Comunicar a reação transfusional ao médico e Proceder de acordo com POP reação tranfusional

Médico

Serviço de Hemoterapia

Preencher a FIT (item 1-24) e encaminhar ao Serviço de Hemoterapia em 24 horas

Solicitar exames complementares Proceder ao atendimento das reações transfusionais (POP)

Completar a investigação e a FIT; Encaminhar cópia ao comitê transfusional, equipe de saúde e

gerente de risco

G R S H

Encaminhar as FIT as secretarias de saúde estadual e municipal e ANVISA;

Fazer censo e analisar os problemas transfusionais recente; Propor as medidas concretas a médio e longo prazo;

Avaliar a eficácia das medidas.

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FICHA DE NOTIFICAÇÃO INTERNA DE OCORRÊNCIAS com

hemocomponentes, medicamentos e saneantes

Dados pessoais: Nome do paciente.......................................................... Sexo:...........Idade............. Localização Clínica:.......................... Dados da Suspeita de Reação Adversa com Hemocomponentes: Hemocomponentes:.............................................. Número:...................................... ....................................................................................................................................... Horário da reação........... Data:..................Tipo de reação: ............................. Sinais e sintomas:.......................................................................................................... Dados da suspeita da reação adversa com Medicamentos ou Saneantes: Nome comercial:..............................................Fabricante:............................................................ Dosagem:...................... Horário administração/ocorrência:..................... Data:................... Forma farmacêutica: comprimidos/drágeas/cápsulas ( ) solução injetável IM ( ) EV ( ) suspensão ( ) cremes ( ) pomadas ( ) Lote do medicamento: ............ Data fabric................. Prazo de validade:........................... Lote do saneante: ......................Data fabric............... Prazo de validade:.............................. Descrição da ocorrência:............................................................................................................. ......................................................................................................................................................................................................................................... Informações do Notificante: Nome/carimbo:.......................................... Data:.............

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Ficha de seguimento das Transfusões no HUJM

Nome:......................................................................... Registro:.................... Sexo:........................... Clínica:........................................Data Nascimento:................. Data transfusão: ............................... Diagnóstico prontuário:................................................................................................... Diagnóstico da Solicitação:.............................................................................................. Reação: imediata: ( ) Tardia ( ) não houve ( ) Tipo transfusão: homóloga ( ) autóloga ( ) Transfusões prévias: até 5 ( ) 5-10 ( ) 10-20 ( ) ignorada ( ) não houve História de incidentes transfusionais prévios: Sim ( ) não ( ) ignorado ( ) Manifestações clínicas: calafrios( ) náuseas( ) Dor lomba ( ) Choque( ) Febre ( ) Cianose ( ) CIVD ( ) Dispnéia ( ) Edema agudo de pulmão ( ) Soro conversão ( ) Hipertensão ( ) Hemoglobinúria ( ) Icterícia ( ) Urticária ( ) Vômitos ( ) Taquicardia ( ) Outros especificar:........................................................................................................................

Entrevistador: .............................................................