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    TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

    PROCESSO TC N 02548/10

    Registre-se, pela relevncia, que o processo sob exame o Primeiroreferente Prestao de Contas de Governo encaminhado, autuado, tramitado,processado e instrudo integralmente por meio eletrnico, atestado inconteste doxito desta Corte de Contas na implementao do Processo Eletrnico.

    Contudo, apesar da modernidade dos instrumentos processuais, aPrestao de Contas Anual apresentada ainda carece, como no passado, deinformaes e dados acerca dos resultados alcanados em unidades de bens eservios com a execuo do Oramento Geral do Estado.

    Sem perder de vista os aspectos formais, neste relatrio, a Prestao deContas de que tratam os autos do processo em epgrafe, abordar, sempre quepossvel, a origem dos recursos aplicados e os resultados alcanados.

    Saliente-se, ainda, que no exerccio financeiro sob apreciao h doisresponsveis: o ex-Governador Cssio Cunha Lima, entre 1 de janeiro e 18 defevereiro de 2009, e o Governador Jos Targino Maranho, entre 19 de fevereiro e 31

    de dezembro de 2009.

    Adota-se como estrutura, a organizao contida no relatrio exordial daauditoria.

    1. DOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO A Constituio Estadual, em harmonia com o texto da Carta Federal,

    estabelece como instrumentos mnimos de planejamento da ao governamental o Plano Plurianual (PPA); as Diretrizes Oramentrias (LDO); e, o Oramento Anual

    (LOA), todos aprovados por leis de iniciativa exclusiva do Governador do Estado

    1.1. O PLANO PLURIANUAL (PPA)O PPA representa orientao estratgica de mdio prazo, segundo a

    qual se estabelecem as diretrizes, os objetivos e as metas da administrao pblicaestadual para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativasaos programas de durao continuada.

    O exerccio sob exame corresponde ao segundo ano de validade doPlano Plurianual aprovado pela Lei n 8.484, de 9 de janeiro de 2008.

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    TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

    PROCESSO TC N 02548/10

    Conforme a Lei 8484/08, a projeo de despesas para o ano de 2009era de R$ 3.739.777.578,00 (trs bilhes setecentos e trinta e nove milhessetecentos e setenta e sete mil quinhentos e setenta e oito reais), tendo, ao final doexerccio, sido alcanado a realizao de despesas no valor de R$ 3.752.300.023,93(trs bilhes setecentos e cinqenta e dois milhes trezentos mil vinte e trs reais enoventa e trs centavos).

    A estrutura relativa dos gastos por funo de governo em 2009 coincidecom a que foi estimada para a totalidade do plano, destacando-se, tanto na projeoquanto na realizao, as funes Educao, Sade, Segurana Pblica e Administrao, que juntas correspondem cerca de 57% do total dos gastosrealizados.

    A discrepncia entre PPA e Despesa Executada se faz quanto a funoPrevidncia Social, estimada em apenas 0,45% do total das despesas do Plano,alcanou, em 2009, pouco mais de 15% do total de recursos empregados. Estadivergncia entre Plano e sua Execuo a mesma j observada em 2008 e emplanos anteriores, no constituindo, deper si, irregularidade.

    1.2. A LEI DE DIRETRIZES ORAMENTRIAS (LDO) A LDO, dos trs instrumentos de oramentao e planejamento, a

    inovao introduzida pela Carta Magna de 1988 e tem por finalidades precpuas: (a)orientar a elaborao do oramento para o exerccio seguinte ao de sua edio; (b)estabelecer as metas e prioridades para o exerccio seguinte; (c) estabelecer ovnculo entre PPA e Oramento Anual, como verdadeira interface entre a projeoestratgica de mdio prazo e o plano operacional do exerccio a que se refere.

    Com a edio da Lei de Responsabilidade Fiscal, a LDO passou a conterdois importantes documentos: o Anexo de Metas Fiscais e o Anexo de Riscos Fiscais.

    A LDO para o exerccio de 2009 a Lei 8.260, de 15 de julho de 2008,publicada no Dirio Oficial do Estado em 16 de julho de 2008.

    Conforme o relatrio da auditoria, a Lei de Diretrizes Oramentriasmostrou-se compatvel com o Plano Plurianual 2008/2011 e seu contedo atendeuaos requisitos impostos pela Constituio Federal e a Lei de Responsabilidade Fiscal.

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    TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

    PROCESSO TC N 02548/10

    1.3. A LEI ORAMENTRIA ANUAL (LOA)

    O Oramento do Estado da Paraba para o exerccio de 2009 foiaprovado pela Lei n 8.708, de 2 de dezembro de 2008, publicada parcialmente noDOE de 03/12/2.008, juntamente com os anexos que a compe e enviada por meiofsico a este Tribunal, em 03/12/2008, dentro do prazo previsto na Resoluo RN-TC05/06.

    O Oramento Geral do Estado estimou receitas no montante de R$5,85 bilhes e fixou despesas em igual valor, limitando a abertura de crditossuplementares em 25% da despesa oramentria fixada, mediante a utilizao derecursos provenientes de supervit financeiro, excesso de arrecadao, anulao,parcial ou total de dotaes oramentrias.

    Considerando-se as trs esferas oramentrias, verifica-se que de cada

    R$ 100,00 previstos no oramento, cerca de R$ 65,00 referem-se ao oramentofiscal; R$ 32,00 diz respeito a seguridade social entenda-se Assistncia Social,Previdncia Social e Sade; restando pouco mais de R$ 3,00 para os investimentosdas empresas estatais no dependentes do Tesouro.

    Outro ponto a observar diz respeito estimativa de renncia fiscal, cujovalor constante da Lei Oramentria de R$ 346,9 milhes, cerca de 10% superiorao montante constante do Oramento Geral do Estado para o exerccio anterior(2008).

    No relatrio exordial, a auditoria atesta, feitas as observaes eponderaes de estilo, que a LOA 2009 foi elaborada com observncia da LDO eencontra-se compatvel com o PPA2008-2011.

    1.4. Concluso

    O Governo do Estado, durante o exerccio de 2009, pautou suasatividades em razo das disposies e limites especificados no PPA 2008-2011, naLDO 2009 e na LOA 2009 todos instrumentos aprovados por leis de iniciativas do

    Chefe do Executivo, que guardam a necessria e exigida compatibilidade entre si.

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    PROCESSO TC N 02548/10

    1.4.1 DA GESTO FISCAL A responsabilidade na gesto fiscal, termo derivado da Lei

    Complementar Nacional n 101, de 4 de maio de 2000, pressupe a ao planejada etransparente, onde se previnem riscos e, ao longo da execuo oramentria, osdesvios capazes de afetar o equilbrio das contas pblicas so corrigidos.

    Deve, portanto, o Gestor buscar o cumprimento de metas deresultados entre receitas e despesas, a obedincia a limites e a condies no quetange renncia de receita, gerao de despesas com pessoal e ao oramento daseguridade social, bem como em relao dvida consolidada e mobiliria, soperaes de crdito, inclusive por antecipao de receita, concesso de garantiase inscrio em Restos a Pagar.

    No tocante ao cumprimento dos limites previstos na LRF por parte dosgestores da Assemblia Legislativa, Tribunal de Justia, Ministrio Pblico Estadual e

    Tribunal de Contas do Estado, bem como a elaborao e divulgao dos respectivosRelatrios de Gesto Fiscal, o Tribunal de Contas se pronunciar conclusiva edefinitivamente quando julgar as prestaes de contas anuais dos Gestores destesPoderes e rgos. Portanto, as referncias a Gesto Fiscal dos demais Poderes ergos, exclusive o do Chefe do Poder Executivo, sero assinaladas to somente attulo informativo.

    2.1. GESTO FISCAL DO PODER EXECUTIVO

    Conforme assinalado pela auditoria, os Relatrios Resumidos da

    Execuo Oramentria e os Relatrios de Gesto Fiscal do Executivo Estadual foramelaborados, divulgados e encaminhados a este Tribunal em conformidade com ospreceitos legais e normativos de regncia.

    A Receita Corrente Lquida (RCL) constitui o parmetro central da LRFpara a verificao de cumprimento ou no dos limites nela estabelecidos.

    Em 2009, a RCL alcanou, conforme demonstrado pela auditoria, omontante de R$ 4,44 bilhes cerca de 5,13% acima do valor apurado em 2008 e 7%abaixo do valor estimado na LOA (R$ 4,77 bilhes).

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    PROCESSO TC N 02548/10

    A frustrao da RCL frente ao valor que fora estimado na LOA 2009 da ordem de 7% ou R$ 0,33 bilhes representa o principal impacto sofrido pelaADMINISTRAO ESTADUAL em face da Crise Econmica, que assolou o mundo apartir do segundo semestre de 2008.

    Como sabido, para o enfrentamento da crise o Governo Brasileiro,entre outras medidas, reduziu a incidncia do IPI Imposto sobre ProdutosIndustrializados, tributo que compe a base de clculo do FPE, levando, por via deconseqncia, a reduo no valor transferido a ttulo de FPE para os Estados.

    Em relao ao Estado da Paraba, para um valor estimado, para 2009,a ttulo de FPE no montante de R$ 2.381.702.000,00 (dois bilhes trezentos e oitentae um milhes setecentos e dois mil reais), a arrecadao foi de R$ 2.167.361.043,07(dois bilhes cento e sessenta e sete milhes trezentos e sessenta e um mil quarentae trs reais e sete centavos), perda, em relao estimativa, da ordem de 9%.

    Alm do impacto sobre o FPE, a reduo na atividade econmica, cujarecuperao se processou a partir de meados do segundo semestre de 2009, explicaa reduo na receita corrente lquida enfrentada pelo Estado no exerccio de 2009 emcomparao com o ano de 2008.

    Evidentemente, a queda na RCL, sem reduo dos Gastos com Pessoale Encargos, levou o ESTADO a superar os limites da LRF para o comprometimento daRCL com os gastos com Pessoal e Encargos, que saltou de 55,19%, ao final de 2008,para 61,72%, em 31 de dezembro de 2009. Ultrapassagem que, segundo observaoconsignada no RGF consolidado, deveria ter sido corrigida at 31 de agosto de 2010,

    todavia, conforme RGF agosto/2010 publicado no stio Contas Pblicas do Governo doEstado, ao final de agosto ltimo, as Despesas com Pessoal e Encargos do Estadoatingiram 65,43% da Receita Corrente Lquida.

    O comprometimento dos Gastos com Pessoal e Encargos empercentual acima do limite estabelecido no art. 19 da Lei de Responsabilidade Fiscal, sem dvida, o problema central do Governo Estadual na conduo das contaspblicas, posto que sua repetio ao final de 2010 implicar em prejuzos para oEstado que se ver impedido de contratar operaes de crditos e recebertransferncias voluntrias do Governo Federal para o enfrentamento das demandas

    por investimentos.

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    PROCESSO TC N 02548/10

    Observando-se a questo Despesa de Pessoal x RCL no mbito doPoder Executivo e levando-se em considerao os Pareceres Normativos de nmeros77/2000; 05/2004 e 12/2007, os gastos com Pessoal e Encargos do Poder Executivoalcanaram 46 % da RCL, ao final de 2009, ultrapassando to s o limite de alerta 90% do limite legal (49%) aproximando-se bastante do chamado limite prudencial(46,55%).

    Observe-se que mesmo encontrando-se dentro do limite legal, osGastos com Pessoal e Encargos do Executivo considerando todos os pareceresnormativos do TCE a evoluo do comprometimento da RCL foi amplamentenegativo, quando passou de 40,2% da RCL, ao final de 2008, para 46% da RCL, nofim de 2009 crescimento relativo da ordem de 15%.

    O crescimento acima do esperado nos Gastos com Pessoal eEncargos foi ocasionado, tambm, pelo crescimento no nmero de servidores,conforme a auditoria verifica-se que entre 2006/2008, o quadro funcional do PoderExecutivo manteve-se, praticamente, estvel. Em relao a 2009, constata-se um

    marcante crescimento do quadro de Pessoal, em nmero absolutos, de 10.522servidores, superando em 14% o registrado em 2.008. Deste total, 9.605 referem-se a prestadores de servios, enquanto, apenas 1.116, ao ingresso de servidoresefetivos aprovados em concurso pblico.

    Registre-se, ainda, que, no em exerccio em crivo, centenas deaprovados em concursos no obtiveram a efetivao da nomeao, apesar doincremento desmedido de pessoal contratado a ttulo precrio, num evidentedesrespeito ao direito dos aprovados e da regra do Concurso como Porta de Entradano Servio Pblico.

    A questo DESPESAS COM PESSOAL tem, ainda, um aspecto adicionalque constitui motivo de preocupao quanto ao equilbrio das contas pblicas oRegime Prprio de Previdncia dos Servidores Pblicos Estaduais administrado pelaPBPrev, regime e autarquia criados pela Lei Estadual 7.517, de 30 de dezembro de2003.

    As contribuies Patronal e de Segurados em favor da PBPrev noso suficientes para o custeio das Aposentadorias e Penses devidas aos inativos epensionistas do Estado, situao deficitria que se agravar com o passar dos anos.

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    PROCESSO TC N 02548/10

    Para cobertura do dficit corrente do Regime Prprio de Previdncia doEstado (RPPE), o tesouro, ano a ano, tem que aportar recursos crescentes em valor eimportncia. Em 2009, o repasse do tesouro para cobertura do dficit do RPPEsuperou em 21% o montante alocado no ano de 2008.

    Examinando-se o demonstrativo com a projeo atuarial constante doREO de dezembro/09, verifica-se que entre nos prximos dez anos 2010/2019 oTesouro ter que aportar cerca de R$ 6,5 bilhes para cobrir o dficitprevidenciriodo RPPE valor superior em 20% a Despesa Oramentria Total do Estado em 2009,e, cerca de 13,5 vezes superior ao total dos Investimentos realizados pelo Estado todas as fontes de recursos no ano de 2009.

    O dficit corrente do RPPE constitui um problema que precisa serenfrentado, pois, potencialmente a maior dvida do Estado.

    Quanto ao Resultado Nominal e Resultado Primrio, a Gesto Fiscal doGoverno do Estado alcanou resultados que superaram as metas fixadas no anexo de

    Metas Fiscais da LDO, como detalhado no relatrio tcnico de auditoria.

    No tocante a Operaes de Crdito, registra-se um crescimento daordem de 580%, no ano de 2009, em relao ao valor realizado em 2008. Estecrescimento resulta de operao de crdito decorrente do Programa Emergencial deFinanciamento (PEF) realizado pelo Governo Federal, por meio do BNDES, comoforma de compensar as perdas de receita decorrentes da crise econmica, no valorde pouco mais de R$ 191 milhes equivalente a 93% do total de receita decorrentede operaes de crdito no exerccio financeiro de 2009.

    Os limites legais quanto a pagamento de encargos e principal de dvidafundada; concesso de garantias e avais; aplicao de recursos decorrentes dealienao de ativos e receita decorrente de operaes de crdito, inclusive porantecipao de receita oramentria; e, limite de endividamento foram atendidos, em2009, pela Gesto Fiscal de responsabilidade do Governador do Estado.

    Registre-se, por fim, que as disponibilidades de caixa do Executivo e asdecorrentes da Consolidao das Contas englobando as unidades de todos osPoderes e rgos vinculados s esferas oramentrias Fiscal e da Seguridade Social,demonstram confortvel suficincia financeira para suportar os dbitos de curto prazo

    do Estado, inclusive restos a Pagar Processados e No Processados, atestandosituao fiscal financeiramente superavitria.

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    PROCESSO TC N 02548/10

    Em sntese, a guisa de concluso acerca da Gesto Fiscal doPoder Executivo e do Estado de responsabilidade do Senhor Governador,pode-se dizer que o registro negativo decorre do elevadocomprometimento da Receita Corrente Lquida com os Gastos com Pessoale Encargos sem registro das medidas corretivas que seriam implementadas

    para enfrentamento da situao de fato detectada: Despesas com Pessoale Encargos do Estado acima do limite legal fixado no art. 19 da LRF;Crescimento relativo das Despesas com Pessoal e Encargos do PoderExecutivo acima de 20% no ano, levando o comprometimento da RCL comtais gastos para montante acima do chamado limite de Alerta, a partir doqual DEVE esta Corte ALERTAR o Gestor sobre os riscos de tal situao.

    A situao acima observada e a ausncia de medidascorretivas levaram o Estado a, conforme publicado no RGF do 2o.quadrimestre de 2010, a comprometer com Pessoal e Encargos mais de65% da Receita Corrente Lquida, estando o Poder Executivo, segundo omesmo relatrio, comprometendo 47,56% da RCL, acima do limite

    prudencial previsto no art. 22 da LRF excludos os gastos com inativos e55% da RCL, com a incluso dos gastos com inativos.

    No obstante a situao acima delineada, como dito pela auditoria,apenas com prestadores de servios, contratados sem a prvia aprovao emconcurso ou seleo pblica, o Executivo contratou a mais, em 2009,comparativamente a 2008, 9.605 prestadores de servios, agravando,sobremaneira, o quadro.

    2. DA GESTO ORAMENTRIA, FINANCEIRA E PATRIMONIALNo captulo 3 do relatrio tcnico constante dos autos eletrnicos do

    feito sob exame, a auditoria apresenta de forma minudente os dados e informaestcnicas acerca da execuo oramentria em relao Receita, Despesa e asmutaes financeiras e patrimoniais decorrentes de fluxos oramentrios eextraoramentrios, bem como, os resultados alcanados apresentados sob a formados Balanos Gerais Oramentrio, Financeiro e Patrimonial e dos diversosdemonstrativos, que constituem anexos Lei 4.320 de 17 de maro de 1964.

    Como j dito no incio deste relato, peo vnia para apresentar sobre

    os aspectos oramentrios, financeiros e patrimoniais de maior importncia um relatoque tem por finalidade, fugindo ao mximo do tecniqus, informar ao conjunto daSociedade a origem e aplicao dos recursos pblicos no mbito da AdministraoEstadual.

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    TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

    PROCESSO TC N 02548/10

    3.1 Da Gesto Oramentria

    Confrontando-se a Receita Oramentria Realizada (arrecadada), R$5,64 bilhes, com a Despesa Oramentria Realizada (empenhada), R$ 5,41 bilhes,verifica-se que, em 2009, a execuo oramentria foi superavitria em 0,23 bilhesou pouco mais de 4% da receita realizada.

    Apesar da crise econmica, da expressiva queda na receita do FPE ainda hoje, a principal fonte de recursos do Estado de cada R$ 100,00 estimadosna Lei Oramentria como receita para o ano de 2009, foram efetivamentearrecadados R$ 99,91 reais, a diferena de apenas R$ 0,09 centavos no trouxe,como demonstram os nmeros, efetivamente, maiores consequncias para aimplementao do programa de Governo traduzido no Oramento Geral do Estado.

    A situao superavitria, sem dvida, demonstra que a GestoEstadual logrou xito na conduo do oramento estadual e, sob este aspecto,

    atendeu aos pressupostos de uma Gesto Responsvel na conduo das ContasPblicas.

    De cada R$ 100,00 gastos pelo Estado, apenas R$ 8,86 se destinarama Investimentos; R$ 76,21 foram aplicados no pagamento de Salrios, Proventos deInatividade, Penses e Encargos Sociais; R$ 5,69 foram destinados aos encargos eamortizao da dvida; Restando R$ 9,24 para a manuteno das atividades de todaa rede de ensino Estadual, que atende quase meio milho de alunos; SistemaEstadual de Sade; Segurana Pblica Polcias Militar e Civil, Corpo de Bombeiro ePresdios; UEPB, com seus doze mil alunos espalhados em campus por todo o Estado;

    a Justia; a Assemblia Legislativa; a Receita Estadual responsvel pelaarrecadao direta de quase 30% de todos os recursos disponveis ao Estado; oMinistrio Pblico; o Tribunal de Contas; a Defensoria Pblica e todo o conjunto deunidades da administrao estadual o que, sem dvida, compromete o nvel deatendimento e de prestao de servios populao.

    Examinando-se o Gasto Pblico pelas Grandes Funes de Governo,observa-se que para cada R$ 100,00 gastos em 2009:

    a) R$ 18,14 foram destinados a Educao;b)

    R$ 15,85 foram aplicados em Sade;c) R$ 14,21 em previdncia social com Inativos e Pensionistas doEstado;

    d) R$ 10,58 com Segurana Pblica;

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    TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADOPROCESSO TC N 02548/10

    e) R$ 8,71 com a prpria Administrao;f) R$ 7,18 com a Administrao da Justia;g) R$ 6,69 com Encargos Especiais basicamente dvida;h) R$ 4,61 com a funo Legislativa Assemblia e Tribunal de

    Contas;i) R$ 3,43 com funo Essencial ao Funcionamento da Justia

    (Ministrio Pblico);j) R$ 10,60 para as demais funes, destacando-se, negativamente,

    os gastos em Habitao apenas R$ 0,39 em cada R$ 100,00 gastos especialmente diante do grave dficithabitacional do Estado.

    Ressalte-se que a estrutura de gastos por funo com pequenasvariaes atentou para os valores fixados no PPA2008-2011.

    Quanto origem dos recursos que financiaram, em 2009, a ao degoverno, observa-se que de cada R$ 100,00 aplicados:

    a) R$ 36,16 tem por origem as transferncias federais decorrentes doFPE e do chamado IPI-Exportao;

    b) R$ 29,84 tem origem na arrecadao de impostos e taxas doEstado;

    c) R$ 16,02 origina-se de receitas prprias das unidades daadministrao indireta Autarquias; Fundaes; Fundos; EmpresasPblicas e Sociedades de Economia Mista. Deste total, as receitasda PBPrev decorrentes das contribuies previdencirias patronale dos servidores em favor do Regime Prprio de Previdncia do

    Estado corresponde a R$ 14,55 sendo deste total: R$ 8,78contribuio patronal e R$ 5,08receita de contribuio de servidores. Restando para todas as demaisunidades da administrao indireta to s R$ 1,57 de contribuio;d) R$ 9,91 tem por origem o FUNDEB;e) R$ 5,87 resultou de transferncias legais e voluntrias do Governo

    Federal;f) R$ 1,14 foram recursos de Adicional de ICMS em favor do Fundo

    de Combate e Erradicao da Pobreza;g) R$ 0,69 resultou de Operaes de Crdito;h)

    R$ 0,37 so recursos de outras origens.Observando-se a execuo oramentria segregando o Estado em

    Administrao Direta e Indireta, verifica-se que:

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    TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

    PROCESSO TC N 02548/10

    a) a Administrao Direta foi responsvel por R$ 4,8 bilhes da ReceitaOramentria Arrecadada e R$ 3,6 bilhes da Despesa Oramentria Empenhada,obtendo um supervit oramentrio de R$ 1,2 bilhes;

    b) a Administrao Indireta, por sua vez, arrecadou R$ 0,9 bilhes dereceita oramentria e realizou (empenhou) R$ 1,8 bilhes da despesa oramentria,resultando num dficitoramentrio da ordem de R$ 0,9 bilhes.

    Proclame-se que desde o final da dcada de oitenta esta Corte vemalertando o Governo do Estado da necessidade de melhor dimensionar suas unidadesda Administrao Indireta de modo a reduzir o comprometimento de recursos doTesouro com a manuteno de empresa, autarquias e fundaes que rivalizam comdepartamentos e divises de rgos da administrao direta na realizao de aes,resultando em evidente desperdcio de recursos pblicos.

    Em resumo, guisa de concluso no tocante a Gesto Oramentriaregistre-se que no se verificaram desvios nem renncias indevidas de

    receitas e as despesas foram aplicadas em conformidade com asautorizaes legais no Oramento e Crditos Adicionais.

    3.2. Da Manuteno e Desenvolvimento do Ensino - MDE

    O Plano Estadual de Educao PEE, estabelece como prioridade a formao evalorizao do magistrio (remunerao, formao e condies de trabalho); aexpanso do atendimento escolar com qualidade no ensino mdio e auniversalizao do atendimento escolar com qualidade no ensino fundamental, no

    entanto, verifica-se decrscimo de 22,48% no nmero de matrculas na redeestadual, no perodo de 2005 (512.670 alunos) a 2009 (397.436 alunos),registrando-se uma queda de 115.234 alunos nos ltimos cinco anos e queda6,49% no nmero de rede estadual de ensino, passando de 1.110 entidadesescolares em 2.005 para 1.038 em 2009, ,ou seja, em decrscimo de 72 escolas.

    No exerccio de 2009 a rede estadual de ensino contava com 20.739 professores,distribudos na Educao infantil, Ensino Fundamental, Ensino Mdio, EducaoProfissional, Educao Especial e Educao Jovem e Adulto,respectivamente, nas seguintes quantidade, 258, 9.540, 6.547, 193, 63 e 4.138.

    Comparando-se o nmero de alunos matriculados em 2.009, Ensino fundamental eno Ensino Mdio, com o nmero de professores desses dois nveis de ensino, temos:21 alunos/professor e 19 alunos/professor, respectivamente.

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    TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

    PROCESSO TC N 02548/10

    De acordo com informaes do MEC/INEP/Subgerncia de Estatstica/SEEC/PB, asTaxas de aprovao, Reprovao e Abandono Escolar, durante o exerccio de 2.009,apresentaram, respectivamente, os ndices de 71,2/ 15,1 e 13,7 no ensinofundamental e 69,5/ 9,3 e 21,2 no Ensino Mdio.

    A despesa total empenhada na funo educao, somou ao final do exerccio de2009, R$ 1,02 bilhes,segundo informaes da Controladoria do Estado,tendo sido custeadas com recursos do Tesouro, FUNDEB. FNDE, Salrio Educao,Convnio Federal e Outras fontes, respectivamente, nas seguintes propores,41,35%, 51,91%, 3,80%, 1,56%, 0,12% e 1,26%. Registrando-se que o Estado, vemcontabilizando equivocadamente, segundo a auditoria, h vrios anos, em OutrasSubfunes os valores pagos a Previdncia do Regime Estatutrio dos Profissionais doMagistrio, que no presente exerccio alcanou o montante de R$ 137,89 milhes.

    Conforme estabelece o artigo 212 da Constituio Federal, responsabilidade doEstado aplicar, anualmente, na Manuteno e Desenvolvimento do Ensino, nomnimo, 25% da receita resultante de impostos mais a proveniente de transferncias,

    excludas as constitucionalmente repassadas aos municpios.

    No exerccio de 2009, a receita lquida resultante de impostos mais transfernciasconsiderada pela Controladoria, para a base de clculo para as aplicaes em MDE,totalizou R$ 4,070 bilhes, nela includos pela primeira vez, os valorescorrespondentes multas, juros de mora e outros encargos do ICMS e do IPVA, bemcomo dos mesmos acrscimos vinculados dvida ativa do ICMS e do IPVA;entretanto, a Auditoria, com base na Portaria da Secretaria do Tesouro Nacional(STN) de n 559/2007, entendeu que a receita lquida de impostos e transfernciasimportou na quantia de R$ 4,068 milhes. Tal diferena foi identificada a partir dos

    valores registrados a ttulo de transferncias constitucionais aos municpios, nasparcelas de ICMS e IPVA.

    De acordo com os clculos apresentados pela Contadoria, o Estado teria aplicado naManuteno e Desenvolvimento do Ensino, incluindo as perdas do FUNDEB (R$247,81 milhes) a quantia de R$ 1,195 bilhes, o que corresponderia a 29,37%da Receita Lquida de Impostos (R$ 4,070 bilhes). Registre-se que no clculo destepercentual foram includas as despesas com pagamento de inativos e pensionistas doSistema Estadual de Ensino (R$ 114,71 milhes), que mesmo excludas, o percentualpassa a ser de 26,55%, ultrapassando o mnimo legal a ser aplicado.

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    TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

    PROCESSO TC N 02548/10

    Enquanto as despesas com as funes 361 Ensino Fundamental e 364 EnsinoSuperior representaram 50,67% e 13,72% do total de recursos aplicados em MDE,as despesas com a funo 362 Ensino Mdio atuao prioritria do Estado,segundo a Constituio Federal, correspondeu a apenas 10,04%, apesar doincremento ocorrido de 98,83% em relao ao exerccio anterior.

    Quando da anlise pormenorizada dos gastos concernentes s aplicaes emManuteno e Desenvolvimento do Ensino, por parte do Governo do Estado daParaba, exerccio 2009, exclui a Auditoria o valor de R$ 124,896 milhes porentender, que tais despesas, no possuem amparo legal para seremincludas no respectivo clculo, foram elas:

    Despesas com inativos e pensionistas da Secretaria da Educao na ordem deR$ 114,713 milhes, segundo o Governo Estadual, contabilizadas em MDE emobservncia Lei Estadual n 6.676/98.

    Despesas referentes ao pagamento do servio da dvida do FUNDEF,renegociado junto Caixa Econmica Federal no valor de R$ 8,370 milhes.

    Despesas relativas Difuso Cultural, no valor de R$ 66 mil, empenhadas nasubfuno 392 Difuso Cultural.

    Despesas com o Programa Bolsa Atleta, no valor de R$ 1,63 milhes,empenhadas na funo 12 Educao, subfuno 811 Desporto erendimento, por no se coadunar com o estabelecido no art. 70 da LDB.

    Devoluo de saldo de recursos de convnios da Secretaria de Educao, comrecursos do tesouro, no valor de R$ 115 mil. Por deduo, se a devoluo desaldo de recursos ocorreu em face da no utilizao destes, no seria possvelconsider-los como aplicao em MDE.

    A auditoria realizou ainda um estudo acerca das despesas inscritas em restos apagar, ao final dos exerccios de 2008 e 2009, chegando s seguintes concluses:

    Os restos a pagar inscritos em 2009 no valor de R$ 18,80 milhes, no pagos at

    31/03/10 esse valor no dever ser includo nas despesas para fins de cumprimentodos limites constitucionalmente estabelecidos, devendo, portanto, ser deduzido.Registre-se que a Contadoria no efetuou a devida deduo.

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    TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADOPROCESSO TC N 02548/10

    Os restos a pagar de 2009, pagos aps 01/04/09 at o dia 31 de dezembro de 2009,no montante de R$ 678 mil, so passveis de incluso no cmputo de MDE, exerccio2009, conforme preceitua a Resoluo Normativa RN-TC-13/99 deste Tribunal.

    Segundo auditoria, ainda deve ser acrescido s despesas com MDE, o valor lquidoresultante das perdas do Estado com as transferncias do FUNDEB (R$ 247,81milhes e excludas do computo as despesas custeadas com recursos provenientesda complementao da Unio. Ressalta-se que no exerccio em questo tal deduono foi efetuada pela Contadoria, nem pela Auditoria, uma vez que a diferena entreo saldo do exerccio anterior e o deixado em 31/12/2.009, para o exerccio seguinte de R$ 34.88 milhes, ou seja, superior ao valor da complementao da Unio (R$33,47 milhes).

    Desta forma, aps adies e dedues, as despesas consideradas, pela Auditoria,como aplicao efetiva na Manuteno e Desenvolvimento do Ensino pelo Governo doEstado da Paraba no exerccio de 2009, totalizaram o montante de R$ 1,05

    bilhes), que em relao a uma receita base de R$ 4,068 bilhes equivalendo aum percentual de 26,03%, acima dos 25% estabelecidos no artigo 212 da CF .

    3.3. FUNDEB/Magistrio

    No tocante a movimentao financeira dos recursos do FUNDEB, asaplicaes em Remunerao e Valorizao do Magistrio da Educao Bsicaalcanaram cerca de 67,36%, atendendo ao disposto no art. 22, da Lei n11.494/07.

    Por outro lado, conforme registrado as fls. 447 pela auditoria, em31/12/2009, a disponibilidade de recursos era de R$ 38.295 mil equivalente acerca de 6,9% acima, portanto, do limite mximo previsto na Lei11.494/07 ex vi art. 21, 2.

    Ademais, diz, ainda, a auditoria que o Governo do Estado no aplicou oSALDO DE RECURSOS DO FUNDEB, registrado em 31/12/2008, at 31/03/2009,ferindo o mesmo dispositivo legal acima citado.

    Em sntese, o Governo do Estado cumpriu com as disposies

    do art. 212 da CF; aplicou recursos do FUNDEB em valor acima do mnimolegalmente exigido em Remunerao e Valorizao do Magistrio;descumprindo, no entanto, o 2 do art. 22 da Lei 11.494/07 em face de:(a) ter aplicado menos de 95% dos recursos do FUNDEB no exerccio; e,

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    TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

    PROCESSO TC N 02548/10

    (b) no ter aplicado a disponibilidade do FUNDEB relativa ao exerccio de2008 durante o ano de 2009.

    3.4. Das Despesas com Aes e Servios Pblicos de Sade

    3.1.2.7.4 Aes e Servios Pblicos de Sade

    A vinculao de recursos mnimos para o financiamento das Aes e Servios Pblicosde Sade para aplicao por todos os entes da Federao est prevista na Emendaconstitucional n 29/00, que alterou o artigo 198, da Constituio Federal de 1988 eacrescentou o artigo 77, do Ato das Disposies Transitrias (ADCT), o qualestabelece que os Estados devem aplicar em Aes e Servios Pblicos de Saderecursos mnimos equivalentes a 12% da receita resultante de impostos estaduais,compreendida a proveniente de transferncias da Unio e deduzidas as parcelas queforam transferidas aos respectivos municpios.

    Foram apresentado pelo Governo do Estado, gastos com aes e servios pblicos desade com recursos prprios no montante de R$ 650,20 milhes, correspondendoa 16,90% da Receita Lquida de Imposto mais transferncias (R$ 3,84 bilhes),porm, segundo a Auditoria, a receita base totalizou o montante de R$ 4,068bilhes e as despesas com Sade o valor de R$ 511,10 milhes. A divergnciaentre a receita base adotada pela Contadoria e a apurada pela Auditoria, decorredo valor das dedues de transferncias efetuadas aos municpios apresentadaspelo Contadoria (R$ 808.176) e a apurada pela Auditoria (R$ 586.417). Do valorconcernente aos gastos com sade informados no SAGRES ( R$ 904.214 milhes),

    verificou o rgo Tcnico deste Tribunal que cerca de R$ 265,65 milhes das citadasdespesas foram custeadas com outros recursos que os no previstos pela legislaoaplicvel, sendo, portanto, tais despesas excludas para fins do clculo do percentualdas aplicaes, sendo que, desse total a Contadoria j havia excludo R$ 176,03milhes. Foi ainda excludo do total apresentado pela Contadoria como gasto emSade o montante de R$ 123,94 milhes correspondentes a despesas noconsideradas como aplicao em servios de sade, sendo elas:

    Despesas com o Programa Especial de Recursos Hdricos, que incluram obrascom barragens, adutoras, recuperao de audes e irrigao, no montante de

    R$ 811 mil, por no se enquadrarem nas previses contidas na quinta e nasexta diretriz da Resoluo 322/03 do Conselho Nacional de Sade - ou norepercutem em condies de sade ou no integram programas finalsticos.

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    TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

    PROCESSO TC N 02548/10

    Despesas realizadas com a SUPLAN e PBTUR, no montante de R$ 455 mil, comcarter de clientela fechada, tais como, custeio de despesas de plano desade dos servidores dos referidos rgos, no devendo ser consideradascomo aplicaes em Sade, em observncia a stima diretriz da Resoluo n322/03 do CNS.

    Despesas realizadas com o custeio, a manuteno e investimentos relativosao IPEP, no valor de R$ 28,63 milhes, embora relativos prestao deservios inerentes rea de sade, ou seja, o atendimento mdico-hospitalare o controle de toda rede de mdicos, clnicas, laboratrios e hospitaiscredenciados, tais despesas alcanaram apenas o servidor pblico estadual eseus dependentes, portanto, uma clientela fechada.

    Despesas com juros, amortizao e encargos da dvida, no valor de R$ 94.053milhes, contrariando a previso contida na quinta diretriz da Resoluo322/03 do CNS. Registra a Auditoria que o Governo do Estado, no exerccio de

    2009, realizou despesas com juros e amortizaes referente a renegociaesfeitas junto Caixa Econmica Federal e ao Banco do Brasil, relativas acontratos que tiveram por objetivo a ampliao do sistema de tratamento deesgoto sanitrio em diversos municpios, no mbito do programa PR-SANEAMENTO (R$ 19,36 milhes), no exerccio de 2003, e outras dvidasrelacionadas com o PRODETUR (74,68 milhes) anteriores ao exerccio de2000.

    Os restos a pagar inscritos em 2007 e cancelados em 2009, no valor de R$3,51 milhes, no so passveis de compensao, pois, de acordo com a

    Portaria STN n 575/07 esse valor no dever compor a base de clculo parafins de cumprimento dos limites constitucionalmente estabelecidos, devendo,portanto, ser deduzido. Registre-se que a Contadoria no efetuou a devidadeduo.

    Desta forma, as aplicaes em Aes e Servios Pblicos de Sade realizadas peloGoverno do Estado da Paraba, no exerccio de 2009, segundo a Auditoria,totalizaram R$ 511,10 milhes, que em face de uma Receita Base de R$ 4,06bilhes, representaram o percentual de 12,56%, ultrapassando os 12% mnimosexigidos pelo Artigo 77 do ADCT da CF .

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    TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

    PROCESSO TC N 02548/10

    3.4 DO BALANO ORAMENTRIO

    Tal demonstrativo tem por finalidade maior confrontar as estimativas dareceita oramentria e as autorizaes da despesa oramentria com a execuo dooramento.

    Conforme a auditoria, o Balano apresentado encontra-se corretamenteelaborado e demonstra com exao a execuo do oramento, registrando, ao finaldo exerccio, supervit na execuo oramentria do Estado, como j observado.

    3.5. BALANO FINANCEIRO

    O Balano Financeiro tem por finalidade demonstrar a receita e a despesaoramentrias, bem como os recebimentos e os pagamentos de naturezaextraoramentria, conjugados com os saldos em espcie provenientes do exerccio

    anterior, e os que se transferem para o exerccio seguinte.

    O Resultado Oramentrio do Estado da Paraba (fiscal e de seguridade social), noexerccio de 2009, apresentou um supervit de cerca de R$ 237,95 milhes,correspondendo a cerca de 3,05% da receita total arrecadada, oramentria eextraoramentria, que totalizou o montante de R$ 7,79 bilhes.

    Comparando-se os saldos inicial e final do exerccio de 2009, infere-se que houve umsupervit financeiro de aproximadamente R$ 253,814 mil, valor este oriundobasicamente da supremacia das receitas oramentrias e extraoramentrias sobre as

    despesas do mesmo grupo.

    O quociente financeiro de execuo oramentria, indicador que reflete odesempenho oramentrio considerando o regime de caixa, ou seja, o resultado darazo entre as receitas arrecadadas e as despesas efetivamente pagas, apresentou-seno exerccio em anlise, com quociente de R$ 1,04, demonstrando que para cada R$1,00 de despesa oramentria paga, o Estado apresentou, em 2009, R$ 1,04 dereceita oramentria arrecadada, culminando com reduzida folga financeira de4.40%.

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    A execuo extraoramentria total do exerccio apresentou-se superavitria em R$161,21 milhes. A receita extraoramentria consolidada atingiu o valor de R$ 2,14bilhes, merecendo destaque a participao dos depsitos de diversas origens, cercade R$ 1,81 bilho, bem como as inscries em Restos a Pagar, montante aproximadode R$ 255,28 milhes, correspondendo, respectivamente a 84,60% e 11,90% dareceita extraoramentria total.

    A despesa extraoramentria consolidada do Estado da Paraba, cujo montanteatingiu R$ 1,98 bilhes em 2009, representou aproximadamente 36,68% dadespesa oramentria empenhada, merecendo destaque o grupo depsitos dediversas origens que totalizou R$ 1,81 bilhes e baixa de Restos a pagar, nomontante de R$ 91,02 milhes, equivalendo respectivamente, a 91,50% e 4,59%da despesa extraoramentria total.

    Por sua vez, o quociente de execuo extraoramentria, derivado da diviso entre areceitas e despesas extraoramentrias, em 2009, atingiu o resultado de R$ 1,08, isto, com recebimentos superiores aos pagamentos de natureza estranha ao oramento

    na ordem de 8,12%.

    Ressaltou, ainda, o rgo tcnico a atipicidade deste exerccio governamental,culminando com a mudana de gesto em 18/02/2009, fato motivador deencaminhamento do documento n 03846/09 a este Tribunal, no qual o gestorafastado, demonstra o saldo financeiro existente em contas bancrias na referidadata, qual seja, R$ 231,22 milhes disponveis, sem levar em considerao os demaisdireitos de curto prazo, bem como as obrigaes pertinentes ao mesmo perodo.

    O saldo consolidado transferido para o exerccio seguinte (2010), alcanou o valor de

    R$ 924,01 milhes. Salienta-se que, especificamente R$ 919,11 milhes, 99,47% dototal financeiramente disponvel, esteve representado por valores disponibilizados nogrupo bancos e correspondentes.

    3.6 DO BALANO PATRIMONIAL

    Conforme auditoria, o Balano Patrimonial apresentado encontra-secorretamente elaborado e demonstra com exao a situao Patrimonial, haveres e

    obrigaes do Estado. Vale registrar que a Dvida Ativa do Estado supera, com folga de

    aproximadamente R$ 634,01 milhes, a Dvida Fundada.

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    Cumpre esclarecer que o valor despendido com servio da dvida(juros, encargos e amortizaes), em 2.009, perfez o montante de R$ 296,05milhes, representando 6,67% da Receita Corrente Liquida do Estado da Paraba,inferior em 9,25% em relao ao exerccio de 2.008.

    3.7 DAS VARIAES PATRIMONIAIS

    As demonstraes das variaes patrimoniais demonstram, ao final doexerccio de 2009, resultado patrimonial positivo de cerca de R$ 753 milhes, quepropiciou aumento do Ativo Real Liquido de 2009, em relao a 2008, de quase 50%.

    Conforme a auditoria, as Variaes Patrimoniais Ativas e Passivasesto corretamente elaboradas e demonstram com exao o resultado Patrimonialdependente e independente da execuo oramentria

    4. DAS PRIORIDADES DA AO GOVERNAMENTAL

    De modo a enriquecer o exame das contas com dados sobre osresultados concretos das aes de Governo, aps diversas solicitaes e dilignciasdeterminadas por este Relator, pode o rgo tcnico produzir um conjunto deinformaes, que por sua importncia, passo a apresentar em resumo:

    4.1 Obras e atividades de infra-estrutura

    O Governo do Estado da Paraba, no exerccio de 2009, tinha comodotao final autorizada para gastos com obras o valor de R$ 930 milhes, sendoR$ 552 milhes (Administrao Direta) e R$ 378 milhes (Administrao Indireta),deste total, realizou despesas da ordem de R$ 230 milhes, sendo R$ 175 milhespor meio da Administrao Direta e R$ 125 milhes atravs da AdministraoIndireta.

    O valor aplicado foi financiado em 53,5% com recursos do Estado e46,5% com recursos originrios do Governo Federal.

    Do ponto de vista scio-econmico, as aes concentraram-se nasfunes: saneamento (34%), gesto ambiental (21%) sade (16%), transportes(8%) e Urbanismo (6%).

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    TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

    PROCESSO TC N 02548/10

    Ressalta-se que, do total autorizado para gastos com obras, R$ 122milhes tem por origem operao de crdito contratada junto ao BNDES, atravs doPrograma Emergencial de Financiamento aos Estados e ao Distrito Federal, no valorde R$ 191,55 milhes, dos quais foram investidos apenas R$ 43,41 milhes.4.1.2Aes e atividades de infra-estrutura de obras, por rgo de execuo, que somerecedoras de destaque no mbito do Poder Executivo.

    Secretaria de Estado da Infra-EstruturaDepartamento de Estradas de Rodagem do Estado da Paraba - DER

    O DER-Pb investiu em obras, durante o exerccio de 2009, dentro doPrograma de Infra-Estrutura Viria do Estado, o montante de R$ 24,11 milhes,sendo R$ 6,37 milhes (26,4%) com recursos estaduais, R$ 8,64 milhes (35,8%)com recursos federais e R$ 9,09 milhes (37,8%) com recursos da CIDE Contribuio de Interveno no Domnio Econmico, sendo este, um tributo cujacompetncia de arrecadao da Unio. Os recursos provenientes da CIDE, no

    presente caso, foram utilizados no financiamento de programas de infra-estrutura detransportes, atendendo, assim, determinao legal. Os investimentos rodovirios, em2009, corresponderam a 8,1% do total de investimentos em obras e atividades deinfra-estrutura.

    Superintendncia de Obras do Plano de Desenvolvimento do Estado -SUPLAN

    A SUPLAN, rgo vinculado Secretaria de Estado da Infra-Estrutura,aplicou em obras, durante o exerccio de 2009, o montante de R$ 17,42 milhes,

    correspondendo apenas a 5,8% do total dos gastos em obras abrangendo somenterecursos do Estado, dentro do Programa de Edificaes Pblicas.

    Companhia de gua e Esgotos da Paraba CAGEPA

    A CAGEPA investiu em obras durante o exerccio de 2009, o montantede R$ 9,85 milhes, correspondendo a 3,3% do total gasto em obras. Pelo volumede recursos aplicados, destacam-se as aes de obras executadas relativas implantao e ampliao de sistema de abastecimento d gua (R$ 3,95 milhes), implantao e ampliao de sistemas de esgotamento sanitrio ( R$ 5,64 milhes) e

    ao desenvolvimento da gesto operacional (R$ 259 mil).

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    TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

    PROCESSO TC N 02548/10

    Unidade executora do Programa de Acelerao de Crescimento - PAC

    A Secretaria da Infra-Estrutura investiu em obras, no exerccio de2.009, com recursos do Programa de Acelerao de Crescimento - PAC, que umprograma institudo pelo Governo Federal para o perodo de 2007 a 2010, tendocomo principais medidas: estmulo ao crdito e financiamento, melhoria do ambientede investimento, desonerao e aperfeioamento do sistema tributrio, medidasfiscais de longo prazo, investimentos em infra-estrutura, o valor de R$ 107,71milhes, distribudos nas funes: saneamento (R$ 74,25 milhes), gestoambiental (R$ 31,45 milhes) e agricultura (R$ 2 milhes).

    Secretaria de Estado da Sade SES

    Durante o exerccio de 2009, o investimento aplicado em obras pelaSES atravs do Fundo Estadual de Sade atingiu R$ 44 milhes. Os investimentos

    dessa Secretaria, em 2009, corresponderam a 14,8% do total aplicado em obras eatividades de infra-estrutura do Governo Estadual. Merecem destaques, pelo volumede aplicao, as aes de obras executadas em 2009 referentes a construo deunidades de sade (R$ 27,64 milhes) e a ampliao de unidades de sade (R$ 16,61milhes).

    Secretaria de Estado da Educao e Cultura

    A Secretaria de Educao e Cultura investiu em obras o equivalente aR$ 18,93 milhes, durante o exerccio em anlise, sendo responsvel por 6,3% do

    total aplicado em obras e atividades de infra-estrutura do Governo do Estado. Dessetotal, R$ 17 milhes foram investidos em obras dos Campi da Universidade Estadualda Paraba UEPb.

    Secretaria de Estado do Desenvolvimento Humano

    A Secretaria de Desenvolvimento Humano foi responsvel por 1,8%dos valores investidos em obras durante o exerccio de 2009, perfazendo a quantiade R$ 5 milhes, com destaque para os investimentos na construo de casaspopulares atravs da Companhia Estadual de Habitao Popular - CEHAP no

    montante de R$ 5 milhes.Cite-se, ainda com relao a esse tpico DAS PRIORIDADES

    DA AO GOVERNAMENTAL, que atendendo solicitaes deste relator,

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    23preocupado com o mais grave problema da atualidade a violncia aauditoria efetuou estudos e levantamentos, visualizando o quadro daSegurana Pblica, realando a atuao da Polcia Militar, Secretaria daSegurana e Defesa Social e a Secretaria da Administrao Penitenciria.

    5.ADMINISTRAO INDIRETAA Constituio Federal utiliza a expresso administrao indireta para

    designar o conjunto de pessoas jurdicas, de direito pblico ou privado, criadas porlei, para desempenhar atividades assumidas pelo Estado, seja como servio pblico,seja a ttulo de interveno no domnio econmico.

    Os entes integrantes da administrao indireta tm como traoscomuns, em seus regimes jurdicos:

    Criao e extino por lei especfica;Personalidade jurdica e patrimnio prprio;Submisso ao controle e fiscalizao do Estado. As caractersticas comuns dos entes da administrao indireta no

    afetam in totum os fundos pblicos, que esto individualizados neste captulo pelarelevncia dos recursos movimentados, bem como para efeito de prestao de contasdo Estado.

    A composio da administrao indireta do Estado, considerando-se osintegrantes em atividade, a discriminada no Quadro 5.1.

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    TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

    PROCESSO TC N 02548/10

    Quadro 5.1 Entidades componentes da administrao indireta do Estado, segundo arespectiva natureza jurdica.

    Natureza Jurdica Quantidade Autarquias Sociedades de Economia Mista 11

    Fundaes Pblicas 08Empresas Pblicas 03rgos de regime especial 06Fundos Especiais 20

    Total 62Fonte: Balano Geral do Estado 2009

    A diferena primordial entre as entidades de direito pblico (autarquias,fundaes pblicas e rgos de regime especial) e as de direito privado (empresaspblicas e sociedades de economia mista), que compem a administrao indireta doEstado, est no fato de as primeiras terem praticamente as mesmas prerrogativas erestries que os rgos da administrao direta, enquanto s ltimas s se aplicamas prerrogativas e restries expressamente previstas em lei.

    Em consonncia com a Constituio Federal, a Constituio do Estado(art. 167) estabelece que o oramento deve ser uno e a lei oramentria anualcompreender: o oramento fiscal e de seguridade social, abrangendo todas as

    entidades e rgos vinculados, da administrao direta e indireta, bem como fundose fundaes institudas e mantidas pelo Poder Pblico, e o oramento deinvestimentos das empresas em que o Estado, direta ou indiretamente, detenha amaioria do capital social com direito a voto.

    As Constituies Federal e Estadual, ambas nos respectivos artigos 70,submetem as entidades da administrao direta e indireta fiscalizao, contbil,financeira, oramentria, operacional e patrimonial, a qual ser exercida mediantecontrole externo e pelo controle interno de cada Poder. Alm disso , obrigamseus administradores a prestar contas de seus atos de gesto. Cada entidade daadministrao indireta est vinculada a uma Secretaria de Governo, de acordo com aatividade que desenvolve. Ao final deste captulo, so feitas anlises oramentrias,econmicas, financeiras e patrimoniais das seguintes entidades da AdministraoIndireta: Universidade Estadual da Paraba UEPB, Paraba Previdncia PBprev,

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    TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

    PROCESSO TC N 02548/10

    Departamento Estadual de Trnsito DETRAN, Superintendncia de Obras do Planode Desenvolvimento do Estado SUPLAN e Companhia de gua e Esgotos da Paraba CAGEPA.

    5.2. GRUPOS DE ENTIDADES COMPONENTES DA ADMINISTRAOINDIRETA

    A administrao indireta do Estado composta pelas autarquias, rgosde regime especial, fundaes pblicas, fundos, empresas pblicas e sociedades deeconomia mista. A seguir, ser detalhado o resultado financeiro porentidade.

    5.2.1.Autarquias As autarquias so pessoas jurdicas de direito pblico, criadas por lei

    especfica, com capacidade de auto-administrao, realizando atividades tpicas deEstado de forma descentralizada. Ao final do exerccio de 2009, o Estado apresentavaas seguintes autarquias, ilustradas no Quadro 6.2.1, com a indicao das Secretariasde Estado a que esto vinculadas.

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    TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

    PROCESSO TC N 02548/10

    Quadro 5.2.1Autarquias do Estado segundo as secretarias a que esto vinculadas 2009

    Nome Secretaria de Estado aque est Vinculada

    Agncia Executiva de Gesto das guas do Estado da

    Paraba (AESA)

    Cincia, Tecnologia e Meio

    AmbienteAgncia Estadual de Vigilncia Sanitria da Paraba(AGEVISA)

    Sade

    Agncia de Regulao do Estado da Paraba (ARPB) Casa Civil do Governador

    Instituto de Assistncia Sade do Servidor (IPEP) Administrao

    Junta Comercial do Estado da Paraba (JUCEP) Turismo eDesenvolvimentoEconmico

    Superintendncia de Obras do Plano deDesenvolvimento do Estado (SUPLAN) Infra-Estrutura

    Departamento de Estradas de Rodagem (DER) Infra-Estrutura

    Instituto de Metrologia e Qualidade Industrial daParaba (IMEQ)

    Turismo eDesenvolvimentoEconmico

    Rdio Tabajara Superintendncia de Rdiodifuso(RDIO TABAJARA)

    Comunicao Institucional

    Departamento Estadual de Trnsito (DETRAN) Segurana e Defesa Social

    Universidade Estadual da Paraba (UEPB) Educao e Cultura

    Instituto de Terras e Planejamento Agrcola do Estadoda Paraba (INTERPA)

    Desenv. da Agropecuria eda Pesca

    Superintendncia de Administrao do Meio Ambiente(SUDEMA)

    Cincia, Tecnologia e MeioAmbiente

    PBPREV Paraba Previdncia Casa Civil do GovernadorFonte: Balano Geral do Estado 2009

    O resultado financeiro detalhado para cada uma das autarquias, conformeinformaes obtidas no Balano Geral do Estado para o exerccio de 2009, encontra-se disposto na Tabela 5.2.1 a.

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    TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADOPROCESSO TC N 02548/10

    Tabela 5.2.1 a Resultado financeiro detalhado das autarquiasEm R$ mil

    Autarquias SaldoInicial

    ReceitaOramentria

    Receita

    Extra-Oramentria

    TotalReceita

    DespesaOramen

    tria

    Despes

    a Extra-Oramentria

    SaldoFinanceiro p/

    Exerccio

    Seguinte

    TotalDespesa

    PBPrev 19.303 641.610 500.957 1.161.870 917.927 203.275 40.668 1.161.870 ARPB 1.842 1.470 3.334 6.646 3.118 2.666 863 6.646IPEP 390 14 37.030 37.434 28.631 8.295 507 37.434IMEQ 127 2.903 1.177 4.207 3.423 562 222 4.207JUCEP 119 4.449 921 5.489 4.377 867 244 5.489

    UEPB 3.154 10.659 247.878 261.691 174.190 45.608 41.893 261.691 AGEVISA 1.384 1.812 1.637 4.833 2.516 1.343 973 4.833DETRAN 35.173 86.948 35.290 157.411 89.700 52.216 15.496 157.411SUDEMA 1.278 4.855 6.199 12.332 7.552 1.498 3.282 12.332 AESA 12 129 2.513 2.655 2.027 617 11 2.655Rdio

    Tabajara 9 314 864 1.187 1.078 73 36 1.187

    DER 15.684 6.447 92.634 114.764 82.808 20.599 11.357 114.764

    SUPLAN 3.482 223 91.171 94.875 78.862 15.788 224 94.875INTERPA 821 268 12.042 13.132 10.446 1.996 689 13.132Total

    Consolidado

    82.778 762.101 1.033.648

    1.878.526

    1.406.656

    355.403 116.468 1.878.526

    Fonte: Balano Geral do Estado 2009 Anexo 13

    Na Tabela 5.2.1 b, por sua vez, encontra-se exposto o resultado financeiroconsolidado das autarquias para o exerccio de 2009.

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    TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADOPROCESSO TC N 02548/10

    Tabela 5.2.1 b Resultado financeiro consolidado das autarquias 2009

    Em R$ milDiscriminao Valor

    Saldo Inicial 82.778

    (+) Receita 1.795.749- Oramentria 762.101- Extra-Oramentria 1.033.648

    (-) Despesa 1.762.059- Oramentria 1.406.656- Extra-Oramentria 355.403

    = Saldo Final 116.468Fonte: Balano Geral do Estado 2009 Anexo 13

    Com base nos dados acima, se observa que o quociente da execuoextra-oramentria (receitas extra-oramentrias sobre as despesas extra-oramentrias) de 2,91, demonstrando vultoso supervit de recursos extra-oramentrios. Com relao execuo oramentria, verifica-se que o quociente daexecuo oramentria (receita oramentria sobre as despesas oramentrias) de0,54, demonstrando dficit de recursos oramentrios. De uma forma em geral,comparando-se o saldo financeiro do exerccio anterior com o saldo financeiro para oexerccio seguinte verifica-se que houve um acrscimo no disponvel final doconsolidado das autarquias de R$ 33.690 mil.

    5.2.2 rgos de regime especial

    De acordo com Hely Lopes Meirelles, rgos de regime especial soautarquias a que a lei instituidora conferir privilgios especficos e aumentar suaautonomia, comparativamente com as autarquias comuns, sem infringir os preceitosconstitucionais pertinentes a essas entidades de personalidade pblica.

    No Quadro 5.2.2, relacionam-se os rgos de regime especial

    existentes no final do exerccio de 2009, bem como as Secretarias a que estovinculados:

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    TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

    PROCESSO TC N 02548/10

    Quadro 5.2.2 rgos de regime especial segundo as secretarias a que estovinculados - 2009

    Nome Secretariaa que est Vinculado

    Superintendncia de Imprensa e Editora (AUNIO)

    Comunicao Institucional

    Instituto Hospitalar General Edson Ramalho(IHGER)

    Segurana e Defesa Social

    Instituto de Desenvolvimento Municipal e Estadualda Paraba (IDEME)

    Planejamento e Gesto

    Escola de Servio Pblico do Estado da Paraba(ESPEP)

    Administrao

    Instituto de Patrimnio Histrico e Artstico doEstado (IPHAEP)

    Educao e Cultura

    Loteria do Estado da Paraba (LOTEP) Desenvolvimento HumanoFonte: Balano Geral do Estado 2009

    O resultado financeiro detalhado para cada um dos rgos de regimeespecial, conforme informaes obtidas no Balano Geral do Estado para o exercciode 2009, encontra-se disposto na Tabela 5.2.2 a.

    Tabela 5.2.2 a Resultado financeiro detalhado dos rgos de regime especial 2009

    Em R$ mil

    Fonte: Balano Geral do Estado 2009 Anexo 13

    rgo deRegimeEspecial

    SaldoInicial

    ReceitaOramentria

    ReceitaExtra-Oramentria

    TotalReceita

    DespesaOramentria

    DespesaExtra-Oramentria

    Saldo p/ExerccioSeguinte

    TotalDespesa

    A UNIO 1.668 6.728 989 9.385 7.113 1.079 1.193 9.385IHGER 364 9.997 6.548 16.909 14.910 1.143 856 16.909IDEME 106 35 528 670 540 112 17 670ESPEP 45 3.621 178 3.844 3.214 141 489 3.844IPHAEP 47 62 144 252 179 47 26 252LOTEP 4 410 593 1.007 732 98 177 1.007

    TotalConsolidado

    2.234 20.852 8.980 32.067 26.689 2.620 2.758 32.067

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    A Tabela 5.2.2 b, a seu turno, ilustra o resultado financeiro consolidado dosrgos de regime especial para o exerccio de 2009.

    Tabela 5.2.2 b Resultado financeiro consolidado dos rgos de regime especial

    2009

    Em R$ milDiscriminao Valor

    Saldo Inicial 2.234(+) Receita 29.832

    - Oramentria 20.852- Extra-Oramentria 8.980

    (-) Despesa 29.309

    - Oramentria 26.689- Extra-Oramentria 2.620

    = Saldo Final 2.758Fonte: Balano Geral do Estado 2009 Anexo 13

    Em relao s entidades de regime especial, verifica-se que o quociente deexecuo oramentria de 0,78, demonstrando inferioridade das receitas sobre asdespesas oriundas do oramento. Considerando a movimentao de recursos extra-oramentrios, constata-se que o quociente de execuo extra-oramentria de

    3,43. Por fim, observa-se aumento de R$ 524 mil nas disponibilidades finais dosrgos de regime especial.

    5.2.3. Fundaes Pblicas

    As fundaes pblicas, tambm integrantes da administrao indireta,podem ser definidas como um patrimnio pblico, dotado de personalidade jurdicade direito pblico, com capacidade de auto-administrao, destinado com finalidadede interesse pblico e sujeito ao controle positivo do Estado.

    O Quadro 5.2.3relaciona as fundaes pblicas institudas e mantidas peloEstado e as Secretarias s quais esto vinculadas.

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    TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

    PROCESSO TC N 02548/10

    Quadro 5.2.3 Fundaes pblicas estaduais, segundo as secretarias a que estovinculadas 2009

    NOME Secretariasa que esto Vinculadas

    Fundao Espao Cultural da Paraba (FUNESC) Educao e Cultura

    Fundao Casa de Jos Amrico (FCJA) Educao e CulturaFundao Casa do Estudante do Estado da Paraba(FUNECAP)

    Educao e Cultura

    Fundao Ernani Stiro (FUNES) Educao e Cultura

    Fundao Centro Integrado de Apoio ao Portador deDeficincia (FUNAD)

    Educao e Cultura

    Fundao de Apoio Pesquisa do Estado da Paraba(FAPESQ)

    Cincia, Tecnologia e MeioAmbiente

    Fundao de Desenv. da Criana e do Adolescente (FUNDAC)

    Desenvolvimento Humano

    Fundao de Ao Comunitria (FAC) Desenvolvimento HumanoFonte: Balano Geral do Estado 2009

    O resultado financeiro detalhado para as fundaes pblicas,conforme informaes obtidas no Balano Geral do exerccio de 2009, encontra-se

    disposto na Tabela 5.2.3 a.

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    TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADOPROCESSO TC N 02548/10

    Tabela 5.2.3 a Resultado financeiro detalhado das fundaes pblicas 2009Em R$ mil

    FundaesPblicas

    SaldoInicial

    ReceitaOramentria

    Receita Extra-Oramentria

    TotalReceita

    DespesaOramentria

    DespesaExtra-Oramentria

    SaldoFinanceirop/ExerccioSeguinte

    TotalDespesa

    FUNESC 540 627 4.822 5.989 4.928 961 99 5.989FCJA 1 2 789 792 730 60 1 792FUNECAP 0 0 239 239 222 16 0 239FUNES 1 10 332 343 313 27 3 343FUNAD 399 2.930 3.404 6.733 5.755 387 591 6.733FAPESQ 5.598 2.148 1.073 8.819 4.658 60 4.102 8.819FUNDAC 5.762 592 26.669 33.022 23.438 3.576 6.008 33.022FAC 26.824 41.817 63.618 132.259 77.651 37.008 17.600 132.259

    TotalConsolidado 39.126 48.126 100.945 188.197 117.697 42.096 28.404 188.197

    Fonte: Balano Geral do Estado 2009 Anexo 13

    A consolidao dos balanos financeiros das fundaes pblicas, por suavez, apresenta-se como segue na Tabela 5.2.3 b.

    Tabela 5.2.3 b Resultado financeiro consolidado das fundaes pblicas 2009Em R$ mil

    Discriminao Valor

    Saldo Inicial 39.126(+) Receita 149.071

    - Oramentria 48.126- Extra-Oramentria 100.945

    (-) Despesa 159.793

    - Oramentria 117.697- Extra-Oramentria 42.096

    = Saldo Final 28.404Fonte: Balano Geral do Estado 2009 Anexo 13

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    TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

    PROCESSO TC N 02548/10

    Em relao s fundaes pblicas, verifica-se que o quociente deexecuo oramentria de 0,41, demonstrando inferioridade das receitas sobre asdespesas oriundas do oramento. Considerando a movimentao de recursos extra-oramentrios, constata-se que o quociente de execuo extra-oramentria de2,4. Por fim, comparando-se o saldo inicial com aquele para o exerccio seguinte,verifica-se decrscimo de R$ 10.721 mil nas disponibilidades finais das fundaespblicas.

    5.2.4. Fundos Especiais

    Conforme o art. 71 da Lei Federal 4.320/64, o fundo especial constitudo pelo produto de receitas especificadas que, por lei, se vinculam realizao de determinados objetivos ou servios, facultada a adoo de normaspeculiares de aplicao.

    No Estado da Paraba, os fundos especiais foram criados com prviaautorizao legislativa, atendendo ao disposto no inciso IX do artigo 167 daConstituio Federal. O fundo especial no possui personalidade jurdica prpria,estando vinculado ao rgo gestor.

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    Quadro 5.2.4 Fundos especiais segundo as secretarias a que esto vinculadoNOME SECRETARIA

    Fundo de Apoio ao Desenvolvimento daAdministrao Tributria (FAT)

    Receita

    Fundo de Desenvolv. Agropecurio (FUNDAGRO) Desenvol. da Agropecuria eda PescaFundo de Apoio ao Desenvolvimento Industrial(FAIN)

    Turismo e do DesenvolvimentoEconmico

    Fundo de Industrializao do Estado da Paraba(FUNDESP)

    Turismo e do DesenvolvimentoEconmico

    Fundo de Recuperao dos Presidirios (FRP) Administrao PenitenciriaFundo Especial de Segurana Pblica (FESP) Segurana e Defesa SocialFundo Especial do Corpo de Bombeiros(FUNESBOM)

    Segurana e Defesa Social

    Fundo Estadual de Defesa dos Direitos doConsumidor (FEDDC) Defensoria PblicaFundo Especial de Assistncia Social (FEAS) Desenvolvimento HumanoFundo Especial de Recursos Humanos (FDR) AdministraoFundo Estadual de Proteo ao Meio Ambiente(FEPAMA)

    Cincia Tecnologia e do MeioAmbiente

    Fundo Estadual dos Recursos Hdricos (FERH) Cincia Tecnologia e do MeioAmbiente

    Fundo Estadual de Cincia e Tecnologia (FECT) Cincia Tecnologia e do MeioAmbiente

    Fundo de Incentivo Cultura Augusto dos Anjos(FIC)

    Educao e Cultura

    Fundo Especial da Defensoria Pblica (FEDP) Defensoria PblicaFundo de Combate e Erradicao da Pobreza doEstado (FCEP)

    Planejamento e Gesto

    Fundo Especial do Poder Judicirio (FEPJ) Tribunal de JustiaFundo de Fiscalizao Oramentria e FinanceiraMunicipal (FFOM)

    Tribunal de Contas

    Fundo Estadual da Criana e do Adolescente(FECA)

    Desenvolvimento Humano

    Fundo Estadual de Hab. e Reg. Fundiria de Inter

    Geral (FHRFI)

    Desenvolvimento Humano

    Fonte: Balano Geral do Estado 2009

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    PROCESSO TC N 02548/10

    O resultado financeiro detalhado para cada um dos fundos, conformeinformaes obtidas no Balano Geral do Estado doexerccio de 2009, encontra-sedisposto na Tabela 5.2.4 a.

    Tabela 5.2.4 a Resultado financeiro detalhado dos fundos especiais 2009Em R$ mil

    FundosEspeciais

    SaldoInicial

    ReceitaOramentria

    ReceitaExtra-Oramentria

    TotalReceita

    DespesaOramentria

    Despesa Extra-Oramentria

    SaldoFinanceiro p/

    Exerccio

    Seguinte

    TotalDespes

    a

    FUNDAGRO 5.689 1.262 10.205 17.156 11.846 646 4.664 17.156FAIN 4.070 3.871 8.226 16.167 11.909 3.821 437 16.167

    FUNDESP 1.016 69 0 1.085 0 1.016 69 1.085FRP 120 139 0 258 107 119 33 258

    FESP 428 0 2.852 3.280 1.155 1.182 943 3.280FUNESBOM 5.319 5.701 1.793 12.814 5.262 5.322 2.230 12.814

    FEDDC 430 313 8 751 649 4 98 751FEAS 3.737 2.780 1.384 7.900 3.427 504 3.970 7.900FDR 2.892 2.678 641 6.211 3.642 399 2.170 6.211

    FEPAMA 485 377 11 874 84 488 302 874FERH 0 0 0 0 0 0 0 0FECT 0 0 0 0 0 0 0 0

    FIC 4 0 301 305 299 7 0 305FEDP 76 11 0 87 0 76 11 87FCEP 0 11.247 0 11.247 10.213 1.034 0 11.247FEPJ 38.966 29.380 10.030 78.376 23.114 3.917 51.345 78.376FFOM 130 2.719 106 2.955 199 0 2.756 2.955FECA 1.447 201 169 1.817 1.025 134 658 1.817FHRFI 0 0 0 0 0 0 0 0FAT 420 14 1.695 2.129 1.436 154 540 2.129

    TotalConsolid.

    65.229 60.765 37.421 163.415 74.365 18.821 70.229 163.415

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    TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

    PROCESSO TC N 02548/10

    Fonte: Balano Geral do Estado 2009 Anexo 13

    A movimentao financeira consolidada dos fundos especiais, em 2009,est demonstrada na Tabela 5.2.4 b.

    Tabela 5.2.4 b Resultado financeiro consolidado dos fundos especiais 2009Em R$

    milDiscriminao Valor

    Saldo Inicial 65.229(+) Receita 98.186

    - Oramentria 60.765- Extra-Oramentria 37.421

    (-) Despesa 93.186- Oramentria 74.365- Extra-Oramentria 18.821

    = Saldo Final 70.229Fonte: Balano Geral do Estado 2009 Anexo 13

    O quociente de execuo oramentria dos fundos especiais de 0,82,ou seja, as receitas oramentrias so inferiores a despesas oramentrias. Odesempenho extra-oramentrio, por sua vez, de 1,99, sendo, pois, superavitrio.

    Por fim, no cmputo geral, as disponibilidades finais dos fundos cresceram em R$5.000 mil.

    5.2.5 Empresas Pblicas e Sociedades de Economia Mista

    As empresas pblicas e sociedades de economia mista apresentamcomo traos comuns: criao e extino por lei; personalidade jurdica de direitoprivado; sujeio ao controle estatal; derrogao parcial do regime de direito privadopor normas de direito pblico; vinculao aos fins definidos na lei instituidora edesempenho de atividade de natureza econmica.

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    TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

    PROCESSO TC N 02548/10

    As principais diferenas se encontram na forma de organizao e nacomposio do capital, posto que a sociedade de economia mista s pode serestruturada sob a forma de sociedade annima, enquanto a empresa pblica podeser estruturada sob qualquer das formas admitidas em direito e, quanto composio do capital, a sociedade de economia mista abriga capital pblico eprivado, enquanto a empresa pblica tem apenas capital pblico.

    As empresas pblicas e as sociedades de economia mista emfuncionamento no Estado, ao final do exerccio de 2009, foram constitudas emconformidade com o artigo 37, XIX e XX, da Constituio Federal, e repercutem nosbalanos pblicos do Estado, as quais atuam como unidades de execuodescentralizada de investimentos.

    5.2.5.1 Empresas Pblicas

    Ao final de 2009, as empresas pblicas do Estado da Paraba estovoltadas para o desenvolvendo atividades de assistncia agropecuria conformedetalhado no Quadro 5.2.5.1.

    Quadro 5.2.5.1 Empresas pblicas segundo as reas de atuao 2009

    Nome rea de AtuaoEmpresa Estadual de Pesquisa Agrcolada Paraba (EMEPA)

    Agropecuria

    Empresa Paraibana de Abastecimentoe Servios Agrcolas (EMPASA)

    Agropecuria

    Empresa de Assistncia Tcnica eExtenso Rural (EMATER)

    Agropecuria

    Fonte: Balano Geral do Estado 2009

    O resultado financeiro detalhado para cada uma das empresas pblicas, conformeinformaes obtidas no Balano Geral do Estado para o exerccio de 2009, encontra-se disposto na Tabela 5.2.5.1 a.

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    TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADOPROCESSO TC N 02548/10

    Tabela 5.2.5.1 a Resultado financeiro detalhado das empresas pblicas 2009

    Em R$ mil

    EmpresasPblicas

    SaldoInicial

    ReceitaOramentria

    ReceitaExtra-

    Oramentria

    TotalReceita

    DespesaOramentria

    DespesaExtra-

    Oramentria

    SaldoFinanceiro

    p/

    ExerccioSeguinte

    TotalDespesa

    EMEPA 558 2.744 16.258 19.560 16.664 1.483 1.412 19.560EMPASA 208 2.067 15.677 17.952 14.864 2.840 248 17.952EMATER 1.977 1.735 88.789 92.501 70.543 20.515 1.442 92.501Total

    Consolidado2.742 6.545 120.725 130.012 102.071 24.838 3.103 130.012

    Fonte: Balano Geral do Estado 2009 Anexo 13

    A consolidao dos balanos financeiros das empresas pblicas, por sua

    vez, apresenta-se na Tabela 5.2.5.1 b.

    Tabela 5.2.5.1 b Resultado financeiro consolidado das empresas pblicas 2009

    Em R$ milDiscriminao Valor

    Saldo Inicial 2.742(+) Receita 127.270

    - Oramentria 6.545

    - Extra-Oramentria 120.725(-) Despesa 126.909

    - Oramentria 102.071- Extra-Oramentria 24.838

    = Saldo Final 3.103Fonte: Balano Geral do Estado 2009 Anexo 13

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    TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

    PROCESSO TC N 02548/10

    Em relao s fundaes pblicas, verifica-se que o quociente de execuooramentria de 0,06, demonstrando inferioridade das receitas sobre as despesasoriundas do oramento. Considerando a movimentao de recursos extra-oramentrios, constata-se que o quociente de execuo extra-oramentria de4,8. Por fim, observa-se aumento de R$ 361 mil nas disponibilidades finais dasempresas pblicas.

    5.2.1.1. Sociedades de Economia Mista As sociedades de economia mista sob controle acionrio do Estado

    eram, ao final de 2009, as relacionadas no Quadro 5.2.5.2:

    Quadro 5.2.5.2 Sociedades de economia mista segundo as reas de atuao 2009

    Razo Social rea deAtuao

    Cia. de gua e Esgotos da Paraba(CAGEPA)

    Saneamento eabastecimentodgua

    Cia de Processamento de Dados daParaba (CODATA)

    Informtica

    Empresa Paraibana de Turismo S/A(PBTUR S/A)

    Turismo

    Cia Estadual de Habitao Popular(CEHAP)

    Habitao

    Cia de Industrializao do Estado da

    Paraba (CINEP)

    Desenvolviment

    o industrialCia de Desenvolvimento de RecursosMinerais (CDRM)

    Recursosminerais

    Companhia Paraibana de Gs(PBGS)

    Abastecimentogs

    Laboratrio Industrial Farmacutico(LIFESA)

    Farmacutica

    Companhia Docas da Paraba(DOCAS PB)

    Porturia

    Empresa Paraibana de Turismo-

    Hotis (PBTUR-HOTIS)

    Hotelaria

    Fonte: Balano Geral do Estado 2009

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    TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

    PROCESSO TC N 02548/10

    O resultado financeiro detalhado para cada uma das sociedades deeconomia mista, conforme informaes obtidas no Balano Geral do Estado para oexerccio de 2009, encontra-se disposto na Tabela 5.2.5.2 a.

    Tabela 5.2.5.2 a Resultado financeiro detalhado das sociedades de economia mista 2009

    Fonte: Balano Geral do Estado 2009 Anexo 13Em R$ mil

    Sociedades deEconomia

    Mista

    SaldoInicial

    ReceitaOramentria

    ReceitaExtra-

    Oramentria

    TotalReceita

    DespesaOramentria

    DespesaExtra-

    Oramentria

    Saldo p/ExerccioSeguinte

    TotalDespesa

    CAGEPA 6.446 16.410 8.261 31.118 11.845 5.955 13.317 31.118CODATA 1.087 11.210 2.487 14.785 10.479 1.084 3.222 14.785

    PBTUR S/A 176 46 7.517 7.739 7.377 39 323 7.739CEHAP 472 1.565 16.092 18.129 15.023 3.181 808 19.012

    CINEP 209 9.853 2.172 12.235 9.858 1.812 565 12.235CDRM 26 26 4.335 4.387 3.907 410 71 4.387PBGS 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00LIFESA 3.552 1.046 1.034 5.632 1.767 409 3.456 5.632

    DOCAS PB 42 8.231 2.410 10.683 7.418 3.011 254 10.683PBTUR-HOTIS

    35 144 341 520 341 136 43 520

    TotalConsolidado

    12.045 48.531 44.649 105.228 68.015 16.037 22.059 106.111

    Os dados referentes movimentao financeira da CEHAP foram obtidosdo SAGRES. Todavia, verificam-se divergncias no Balano Financeiro do rgo, vistoque o total das receitas e o total das despesas no so compatveis. Neste sentido,conclui-se que as informaes fornecidas no so precisas e sero pormenorizadasquando da anlise do processo especfico do rgo.

    A consolidao dos balanos financeiros das sociedades de economiamista, por sua vez, apresenta-se na Tabela 5.2.5.2 b.

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    TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

    PROCESSO TC N 02548/10

    Tabela 5.2.5.2 b Resultado financeiro consolidado das sociedades de economiamista 2009

    Em R$ milDiscriminao Valor

    Saldo Inicial 12.045(+) Receita 93.180- Oramentria 48.531- Extra-Oramentria 44.649

    (-) Despesa 84.052- Oramentria 68.015- Extra-Oramentria 16.037

    = Saldo Final 22.059Fonte: Balano Geral do Estado 2009 Anexo 13

    Em relao s sociedades de economia mista, verifica-se que oquociente de execuo oramentria de 0,71, demonstrando inferioridade dasreceitas sobre as despesas oriundas do oramento. Considerando a movimentao derecursos extra-oramentrios, constata-se que o quociente de execuo extra-oramentria de 2,78. Por fim, observa-se aumento de R$ 10.014 mil nasdisponibilidades finais das sociedades de economia mista.

    6. Concluso

    Ao fim de seu relatrio, a Auditoria apresentou algumas impropriedades e/ouirregularidades:

    o montante da dvida pblica consolidada estadual (R$ 2.541.247mil),conforme registro feito no anexo 14 do balano geral do Estado, esteve2,01% acima do previsto no anexo de metas fiscais da Lei de DiretrizesOramentrias de 2009 (R$ 2.491.163 mil);

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    houve uma previso inicial de R$ 42.023 mil, para pagamento de precatriosjudiciais, havendo sido empenhado, para tal, apenas R$20.289 mil, dos quaissomente R$ 19.624 mil foram efetivamente pagos, infringindo, salvo melhor juzo, o disposto no pargrafo primeiro do artigo 100 da Carta Magna,combinado com o artigo 10 da LRF;

    divergncia entre o valor da Receita Lquida Resultante de Impostos utilizadopela contadoria e o apurado pela Auditoria;

    O Estado no vem atendendo a Carta Magna (artigos 208, inciso II e 211, 3), bem como a Constituio do Estado no sentido de buscar auniversalizao do ensino fundamental e a progressiva expanso do ensinomdio (art. 210, 2 da Constituio Estadual), mandamentos reiterados naLei de Diretrizes e Bases da Educao (art. 10, inciso VI).

    Realizadas as notificaes de estilo, com a juntada dos esclarecimentose defesas, os autos foram encaminhados para o exame da auditoria que apsexamin-los concluiu pela manuteno de todas as irregularidades e/ouimpropriedades por ela apontadas.

    Encaminhados os autos ao Ministrio Pblico de Contas, o ProcuradorGeral Doutor MARCLIO TOSCANO FRANCA FILHO aps discorrer sobre todos osaspectos da Prestao de Contas sob exame conclui como a seguir transcrevo:

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    Diante de todo o exposto, este Ministrio Pblico OPINA pela:a) EMISSO DE PARECER FAVORVEL PRESTAO DE CONTAS DO SR.CSSIO RODRIGUES DA CUNHA LIMA, Ex-Governador do Estado da Paraba,referentes ao perodo compreendido entre 01.01 a 17.02 do exerccio financeiro de2009;

    b) EMISSO DE PARECER FAVORVEL PRESTAO DE CONTAS DO SR.JOS TARGINO MARANHO, Governador do Estado da Paraba, referentes aoperodo compreendido entre 18.02 a 31.12 do exerccio financeiro de 2009;

    c) RECOMENDAO AO ATUAL CHEFE DO PODER EXECUTIVO ESTADUAL,no sentido de que observe, de modo estrito, nos prximos exerccios financeiros, asprescries da Lei de Responsabilidade Fiscal, especificamente quanto aos nveis daDvida Pblica Fundada, bem como desenvolva, concretamente, polticas pblicas

    voltadas universalizao e ampliao do acesso da populao rede pblicaeducacional, na forma prescrita no art. 208 e 211, do Texto Magno.

    O Relatrio.

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    TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

    PROCESSO TC N 02548/10

    Voto do Relator (Arnbio Alves Viana)

    Ressalto, inicialmente, que pela terceira vez, me cabe essa rida, porm honrosa

    incumbncia. Entre outros, o fato denota a passagem ininterrupta do tempo, que,indistintamente, a todos afeta.

    Neste instante, o Tribunal de Contas, em auxlio ao Legislativo, emite parecer

    prvio sobre as contas do Mandatrio Maior Estadual, cabendo Assemblia

    Legislativa, proferir a deciso em carter definitivo.

    No podemos confundir o auxlio prestado com subservincia, tampouco,submisso.

    Ao discorrer sobre o tema com extrema fluidez, dando luzes a um caminho, por

    vezes, no muito bem compreendido, at mesmo por aqueles que militam nas

    cincias jurdicas, o Ministro do Supremo Tribunal Federal Carlos Ayres Brito1

    demonstrou a independncia das Casas de Contas em relao ao Poder

    Legislativo, atravs de sbias palavras, as quais fao questo de traz-las:

    ..., ...avulta a indispensabilidade ou a rigorosa essencialidade

    da funo tribunalcia de contas. De uma parte, no a Corte

    Federal de Contas um rgo ou instituio que se acantone na

    intimidade estrutural do Congresso Nacional. De outra banda,

    no opera essa mesma Corte de Contas como rgo

    meramente auxiliar do Congresso Nacional. Sua atuao

    1 Revista Dilogo Jurdico. Ano I n 9.

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    TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

    PROCESSO TC N 02548/10

    jurdica se d a latere do Congresso, junto dele, mas no do

    lado de dentro.

    Na apreciao das contas do Chefe do Executivo Estadual, exerccio financeiro

    de 1.999, manifestei desejo, at ento utpico, de simplificar e tornar acessvel a

    todos as informaes relevantes referentes gesto dos recursos da sociedade

    postos disposio daqueles escolhidos para administr-los, favorecendo a uma

    discusso universal a respeito da correo no emprego destes, dizia eu:

    No fcil, em trabalhos da espcie, desvencilhar-se da

    redoma numrica, safar-se das escarpas do mundo financeiro e

    do mundo contbil. E no o , em decorrncia das barreiras

    apostas pelo tecnicismo conservador que, ao longo do tempo,

    extasiava-se em criar artifcios emaranhados, servindo mais ao

    resguardo do servio profissional, que a ingente tarefa de tornar

    inteligvel ao governado a Prestao de Contas de seu

    governante.

    Vislumbro, pode ser quimera, mas vislumbro, chegar o dia em

    que os professores, os estudantes, as igrejas, os comerciantes,

    os agricultores, enfim, os diversos setores da sociedade

    organizada, possam discutir abertamente, sem receios, como

    foram gastos os recursos pblicos.

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    PROCESSO TC N 02548/10

    Daquele passado, no muito distante, diga-se de passagem, muitas foram s

    mudanas experimentadas por esta Colenda Casa, no que toca ao carter social-

    informativo. Inobstante a forma de apresentao dos dados insertos nos relatrios

    de instruo, por no facilitar o perfeito entendimento da massa social, ainda,

    dificulta o pleno exerccio da cidadania, h de se ressaltar os avanosvivificados, notadamente, nas reas da transparncia da aplicao dos gastos

    pblicos.

    Desde a ltima Presidncia do Conselheiro Flvio Stiro, o Sistema de

    Acompanhamento da Gesto dos Recursos da Sociedade SAGRES tem

    oferecido ferramentas de controle social que so referncias para outros Estados

    da Federao, os quais buscam, diuturnamente, copiar o revolucionrio

    instrumento de transparncia.

    A atual Administrao da Casa, fez incluir neste poderoso mecanismo de

    controle, at a folha de pessoal de todos os 223 municpios, bem como, do

    Executivo Estadual, corroborando, sobremaneira, para a discusso, ainda

    incipiente, porm aberta acerca do emprego dos recursos pblicos, contribuindo,assim, para materializar os anseios da sociedade. Tem sido esse o nosso

    caminho. Ser esse o nosso caminho. Nada nos deter!

    Senhor Presidente, embora possa parecer redundante, preciso destacar o

    esforo elogivel de todos os Tcnicos que participaram da elaborao do

    relatrio exordial, documento basilar e imprescindvel ao desenvolvimento do

    nosso trabalho. Trilhando por veredas dantes no percorridas, a Equipe de

    Auditores, diante de mais uma inovao, onde os arquivos eletrnicos, quase,

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    PROCESSO TC N 02548/10

    substituram, em sua totalidade, o que antes estava impresso em papeis realizou,

    como de costume, um trabalho mpar, digno de elevada deferncia, forando-me

    a reconhecer tal esmero e a solicitar o registro em ata destes encmios, alm de

    fazer constar na ficha funcional de cada componente do Corpo Tcnico

    participante, a meno ora destacada. Meus sinceros reconhecimentos:

    Cumpre-me ainda, agradecer a toda a equipe do nosso gabinete, capitaneada pela

    ACP, minha conselheira, Maria de Ftima Arajo que, contando com

    colaborao indispensvel do notvel ACP Leonardo Rodrigues da Silveira, com

    talento, dedicao e elevado esprito pblico, no mediram esforos para

    auxiliar-me, nessa tarefa.,

    A partir deste ponto, passo a tecer consideraes tcnicas, acerca da gesto, que

    entendo relevantes, as quais lastreiam o voto a ser proferido.

    Ponderaes acerca dos instrumentos de planejamento, gesto fiscal,

    oramentria, patrimonial.

    O exerccio de 2009 foi marcado por situaes inslitas, gerando alteraes, dembito regional e supranacional, que repercutiram, de forma, incisiva na

    conduo Administrativa Estadual.

    Em solo paraibano, no alvorecer de 2009, por deciso do TSE, o ento

    Governador, Sr. Cssio da Cunha Lima, deixou o Palcio da Redeno,

    assumindo, em seu lugar, o Sr. Jos Targino Maranho, provocando certa

    instabilidade institucional.

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    PROCESSO TC N 02548/10

    Por outro lado, houve um aprofundamento da crise econmica mundial, cuja

    gnese, inicialmente, decorreu da falncia do sistema imobilirio norte-

    americano, levando a runa diversas instituies financeiras de crdito e

    empresas seguradoras. Como doena de alta patogenicidade, alastrou-se,

    instantaneamente, pela quase totalidade dos mercados mundiais, sendocomparada com a crise de 1929.

    Neste contexto, o Brasil, que em 2008 havia experimentado um robusto

    crescimento do Produto Interno Bruto, na tentativa de minimizar os efeitos

    nocivos da retrao, agiu rpido implementando medidas de cunho fiscal,

    cambial e monetria. Os setores produtivos foram fomentados mediante a

    criao/ampliao de linhas de crditos, advindas das instituies oficiais, bem

    como, pela repercusso positiva da reduo dos juros bsicos da economia (Taxa

    SELIC).

    Na outra vrtice do tringulo, incentivou o consumo das famlias diminuindo ou

    isentando certos produtos do IPI.

    Mesmo considerando a interveno do Estado Brasileiro, a qual conseguiu, de

    certa forma, resguardar o mercado interno, o PIB apresentou crescimento

    negativo de 0,2% em relao ao exerccio anterior.

    As medidas fiscais minoram a arrecadao federal e, conseqentemente, o

    repasse do Fundo de Participao de Estados e Municpios. Entretanto, em

    funo do aquecimento do consumo das famlias, as perdas, por parte dosEstados, foram compensadas como um macio incremento da arrecadao do

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    PROCESSO TC N 02548/10

    ICMS, que, em relao ao exerccio anterior, apontou para um vigoroso

    crescimento na ordem de, aproximadamente, 12%.

    Destaque-se, que, em srie histrica, aps queda arrecadatria verificada no

    exerccio de 2002, quando comparado ao anterior, o grfico do ICMS denota

    uma linha ascendente linear.

    Ademais, o Governo Federal tratou de garantir aos Estados a percepo das

    perdas decorrentes da reduo das transferncias da Unio, mediante a concesso

    de emprstimos, conforme MP 462/2009, convertida na Lei n 12.058/2009.

    Sendo assim, a Paraba, apesar das agruras internacionais, a exemplo dos demais

    Estados, atravessou tal perodo sem enfrentar intensamente os efeitos financeiros

    da fatdica crise, haja vista que a receita efetivamente arrecadada superou em

    2,01% a do exerccio de 2008.

    Enquanto o somatrio bruto das receitas tributrias, de contribuio, patrimonial,

    industrial e servios apresentou incremento de 12,37%, as transferncias

    correntes decaram em 0,94%, as dedues da receita elevaram-se em 98,65% eas receitas de capitais foram elevadas e 84,86%.

    Outro fato que corrobora com o predito, o acrscimo de 5,13% da Receita

    Corrente Lquida em relao ao exerccio anterior.

    De forma geral, merece destaque a preciso na estimativa da receita para o

    perodo, porquanto o valor arrecadado divergiu, para menor, do orado emmdicos 0,10%.

  • 8/6/2019 Proc_02548_10_(acordao_final20.04.11pca-gov2009.doc).pdf

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    TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

    PROCESSO TC N 02548/10

    Em relao s despesas, considerando-se o oramento fiscal e da seguridade,

    estas importaram em montante inferior s receitas em 4,22%, proporcionando

    supervit oramentrio e contribuindo para saldo positivo satisfatrio do

    Resultado Primrio da ordem de R$ 281 milhes, muito embora, 36,73% inferior

    ao exerccio financeiro de 2008. Para a obteno de tais resultados, aAdministrao obrigou-se, em determinado perodo, a contingenciar despesas.

    Em anlise globalizada, frente ao momento econmico conturbado, pode-se

    afirmar que a gesto fiscal do Governo Estadual, mantendo o rigor fiscal do

    exerccio antecedente, foi adequadamente conduzida.

    No concernente Dvida Consolidada Lquida, desde de 2002, quando estaatingiu o patamar superior a 140% da Receita Corrente Lquida (RCL), o

    comportamento apresenta queda linear, e em 2009 esta passou a representar

    36,82% da RCL, enquanto a Dvida Consolidada Bruta equivaleu a 56,69% da

    RCL. Observa-se, tambm, que a Dvida Fundada Consolidada decresceu em

    2,59% quando comparada com a de 2008, demonstrando que o nvel de

    endividamento encontra-se sob controle.

    Em sentido diametralmente oposto, a Dvida Ativa (DA), desde o exerccio

    financeiro de 2001, vem se comportando em crescimento linear. Levando-se em

    considerao a srie histrica exp