problemas emocionais e de comportamento, vulnerabilidade...
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Contextos Clínicos, 11(1):37-58, janeiro-abril 20182018 Unisinos - doi: 10.4013/ctc.2018.111.04
Resumo. Cognições disfuncionais e eventos estressores desempenham um papel importante no desenvolvimento da sintomatologia depressiva em adultos, porém, pesquisas sobre tal relação na infância e na adolescência e sua aplicação a diferentes sintomas ainda não são totalmente conclusivas. Diante disso, com o intuito de analisar tais evidências, realizou-se uma revisão de literatura acerca da díade vulnerabilidade-estresse como fator de risco para o desenvolvimento de problemas emocionais e de comporta-mento. A revisão foi conduzida no mês de maio de 2016 nas seguintes bases de artigos: Pubmed, PsycINFO e ScienceDirect. Utilizaram-se como crité-rio de inclusão: disponibilidade dos resumos nas bases de dados, amostra composta por crianças ou adolescentes e o fato de ter como objetivo prin-cipal investigar a relação entre crenças cognitivas, eventos estressores e problemas emocionais e de comportamento. Foram encontrados 34 artigos que abordaram o tema e indicaram evidências positivas do modelo de diá-tese-estresse, especialmente para sintomas internalizantes. São necessários mais estudos sobre o assunto que englobem sintomas externalizantes, que adotem uma perspectiva do desenvolvimento e que investiguem possíveis fatores de proteção.
Palavra-chave: diátese-estresse, problemas emocionais e de comportamen-to, crianças.
Abstract. Dysfunctional cognitions and stressful events play an important role in the development of depressive symptomatology in adults, but rese-arch on this relationship in childhood and adolescence and its application to different symptoms are not yet fully conclusive. Therefore, in order to analyze such evidence, a literature review about the vulnerability-stress dyad was carried out as a risk factor for the development of emotional and behavioral problems. The review was conducted in May, 2016 in the following article databases: Pubmed, PsycINFO and ScienceDirect. The in-clusion criterion was: the availability of abstracts in the databases, sample composed of children or adolescents, and having as main objective to in-vestigate the relationship between cognitive beliefs, stressors and emotio-nal and behavioral problems. Thirty-four articles that addressed the issue were found and indicate positive evidence of the diathesis-stress model, especially for internalizing symptoms. Further studies should cover ex-
Problemas emocionais e de comportamento, vulnerabilidade cognitiva e estresse:
uma revisão narrativa
Behavioral and emotional problems, cognitive vulnerability and stress: A narrative review
Isabella Soares Barreto, Maycoln Leôni Martins TeodoroUniversidade Federal de Minas Gerais. Av. Presidente Antônio Carlos, 6627, 31270-901,
Belo Horizonte, MG, Brasil. [email protected], [email protected]
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Problemas emocionais e de comportamento, vulnerabilidade cognitiva e estresse: uma revisão narrativa
De acordo com Achenbach (1991), os pro-blemas emocionais e de comportamento (PEC) são caracterizados por padrões sintomáticos que podem ser divididos em externalizantes e internalizantes. Problemas externalizantes referem-se a comportamentos direcionados aos outros tais como dificuldade em contro-lar impulsos, hiperatividade, agressividade e presença de raiva e delinquência. Já os inter-nalizantes são comportamentos direcionados ao próprio indivíduo e são marcados pela tris-teza, retraimento, queixas somáticas e medo.
Investigações sobre a prevalência de PEC em crianças e adolescentes no Brasil encon-traram uma taxa de 5% a 18% (Anselmi et al., 2010; Fleitlich-Bilyk e Goodman 2004; Mulli-ck e Goodman, 2005). Na cidade de Porto Alegre, RS, Borsa e Nunes (2011) encontra-ram uma prevalência clínica ainda mais alta, de 36,6% em uma amostra de 366 crianças de seis a doze anos. Resultados de pesquisas epidemiológicas a respeito dos PEC sugerem que um a cada três ou quatro adolescentes desenvolve, ao longo da vida, algum trans-torno mental classificado no Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM--IV) (Merikangas et al., 2009).
Além da alta prevalência de PEC na infân-cia, estudos utilizando amostras clínicas e mé-todos retrospectivos bem como estudos longi-tudinais indicam a estabilidade dos sintomas internalizantes e externalizantes desde a in-fância e adolescência à idade adulta (Anselmi et al., 2008; Tandon et al., 2009). Em um estudo longitudinal com uma amostra de 2600 sujei-tos de 4 a 16 anos, Roza et al. (2003) encontra-ram que problemas emocionais e de compor-tamento apresentados na infância previram o aparecimento de transtornos mentais 14 anos após o início do estudo. Tendo em vista o alto índice de prevalência e estabilidade dos PEC, torna-se essencial identificar tanto os fatores etiológicos quanto os fatores de risco relevan-tes para o surgimento desses transtornos.
Dentre os fatores etiológicos considerados importantes para o aparecimento dos PEC na infância e adolescência está a vulnerabilida-de, que diz respeito aos fatores que situam o indivíduo em posição de risco para o desen-
volvimento de uma psicopatologia (Ingram e Ritter, 2000). Um desses fatores é a cogni-ção. Nesse sentido, vulnerabilidade cogniti-va pode ser definida como um conjunto de cognições disfuncionais que se encontram latentes e que frente a um evento estressor contribuem para o desenvolvimento de uma psicopatologia. Teorias cognitivas vêm sendo amplamente investigadas e geralmente de-limitam seus estudos em relação à etiologia da depressão (Bohon et al., 2008). Dentre tais teorias, destacam-se o modelo cognitivo de Beck (1967) e o modelo de estilo atribucional de Abramson et al. (1978).
A teoria cognitiva de Beck (1967) enfatiza que pensamentos disfuncionais em combi-nação com eventos estressores aumentariam as chances do desenvolvimento de uma psi-copatologia. O modelo de estilo atribucional (Abramson et al., 1978) é uma reformulação da teoria de desamparo de Seligman et al. (1984) e sugere que estilos cognitivos negativos, isto é, a tendência a atribuir eventos estressores como estáveis, em acreditar que esses eventos levarão a outros eventos negativos no futuro e em interpretar que algo está errado com o indivíduo, interagem com eventos estressores para produzir um tipo específico de depres-são: desamparo aprendido. Os dois modelos empregam o paradigma de diátese-estresse que pressupõem que indivíduos vulneráveis cognitivamente (diáteses) desenvolveriam psi-copatologias internalizantes ao passarem por eventos estressores (Almeida, 2014).
O papel da vulnerabilidade cognitiva e dos eventos estressores foi inicialmente estudado como preditor do desenvolvimento da de-pressão em adultos. Observou-se que sujeitos depressivos apresentavam uma tríade cogniti-va - visão de si mesmo, do outro e do futuro - predominantemente negativa ativada após a vivência de eventos estressores (Ingram et al., 2011). As evidências são extensas e confirmam a aplicabilidade desse modelo para entender a depressão em adultos (Abramson et al., 2002; Beck e Alford, 2009; Hankin et al., 2004; Ingram et al., 1998; Kwon e Oei, 1992; Scher et al., 2005).
Para o entendimento da psicopatologia infan-til, o modelo de diátese-estresse foi utilizado ini-
ternalizing symptoms, adopt a developmental perspective and investigate possible protective factors.
Keywords: diathesis-stress, behavioral and emotional problems, child.
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cialmente para estudar a depressão em crianças, tendo sido encontradas evidências favoráveis (Hilsman e Garber, 1995; Lakdawalla et al., 2007; Lewinsohn et al., 2001) e desfavoráveis (Abela e Skitch, 2007; Cole et al., 2008). Hilsman e Garber (1995) testaram o modelo em uma amostra de 439 estudantes de 11 anos e encontraram que a vulnerabilidade cognitiva e o estresse, grau de aceitação dos estudantes de suas notas escolares, predisseram os sintomas depressivos cinco dias após o recebimento das notas. Lewinsohn et al. (2001), em uma amostra de 1507 adolescentes (média de idade de 16,6) encontraram evidên-cias positivas apenas quando a vulnerabilidade cognitiva e o estresse foram divididos em três grupos (baixa, média e alta), confirmando a hi-pótese para indivíduos altamente vulneráveis ao passarem por alto estresse.
O estudo de Abela e Skitch (2007) consistiu em uma amostra de 140 crianças, com média de idade de 10 anos e avaliou não só o papel da vulnerabilidade cognitiva e do estresse, mas também da autoestima na predição de sintomas depressivos. Os autores encontra-ram evidências para o modelo apenas quando a autoestima foi considerada, refutando a con-tribuição única da vulnerabilidade cognitiva e do estresse. Cole et al. (2008) em uma amostra de 515 estudantes com média de idade de oito anos encontraram que as cognições disfuncio-nais e o estresse não foram capazes de prever significativamente alterações nos sintomas de-pressivos seis e 18 meses depois.
Apesar de que muitas investigações foca-ram principalmente na depressão, outras vêm buscando identificar se os demais PEC, como a ansiedade, também estariam associados à vul-nerabilidade cognitiva e ao estresse (Hankin e Abela, 2005; Auerbach et al., 2012). Entretanto, a maioria desses estudos são desenvolvidos com adultos e os resultados parecem ser in-conclusivos (Auerbach e Hankin, 2012). Em relação aos problemas externalizantes, pesqui-sas evidenciam que eventos estressores estão associados a comportamento externalizantes, mas parece ser pouco investigado o papel da vulnerabilidade cognitiva para esse tipo de problema de comportamento.
As evidências da aplicação do modelo de diátese-estresse para problemas emocionais e de comportamento na infância e adolescência ainda não são totalmente conclusivas. Siste-matizar os resultados a respeito dessa temática é relevante pois fornece orientações para pes-quisas futuras. Dessa forma, com o intuito de analisar mais detalhadamente tais evidências,
realizou-se uma revisão narrativa da literatura acerca da díade vulnerabilidade-estresse como um fator de risco para o desenvolvimento de problemas internalizantes e externalizantes.
Método
As bases de dados consultadas foram: Pub-med, PsycINFO e ScienceDirect (Elsevier). A busca foi realizada entre os dias 29 de abril e 20 de maio de 2016, restringindo-se a artigos publicados em português, inglês e espanhol. A seleção dos descritores conjugou listas dis-poníveis nas bases de dados e os descritores associados a artigos examinados previamente (Tabela 1). Os artigos encontrados nessa busca compuseram um banco de dados, foram anali-sados e registrados em um protocolo, cuja es-trutura foi organizada nos seguintes tópicos: amostra, sintomas avaliados, instrumentos utilizados e resultados encontrados. O proce-dimento de leitura e seleção dos artigos foi re-alizado por apenas um dos autores.
Foram incluídos nesta revisão artigos com-pletos que preencheram os seguintes critérios: disponibilidade dos resumos nas bases de da-dos, uso de metodologia quantitativa, amostra composta por crianças ou adolescentes e ter como objetivo principal investigar a relação entre crenças cognitivas, eventos estressores e problemas emocionais e de comportamen-to. Foram excluídos os estudos que avaliaram apenas crenças cognitivas ou apenas eventos estressores e sua relação com problemas emo-cionais e de comportamento, artigos de revisão, de intervenção e capítulos de livros. Não foram definidos limites para a data de publicação dos artigos nem o país de origem dos mesmos.
Resultados
A busca inicial com os descritores em in-glês retornou 1079 resultados, sendo 256 na PsycINFO, 449 na PubMed e 374 na Science Direct. Entre os 1079 resultados, foram encon-trados artigos empíricos, artigos de revisão, artigos de intervenção, capítulos de livros e teses de dissertação. Foram excluídos todos os resultados que não fossem artigos empíricos sobre o tema, restando 1030 resultados. Desses artigos, 258 eram repetidos e 16 não estavam disponíveis em inglês e foram retirados, totali-zando 756 artigos.
O próximo passo da revisão foi a leitura do resumo desses artigos, buscando responder à pergunta: o artigo teve por objetivo identificar
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Tabela 1. Descritores expandidos de acordo com as indicações encontradas nas bases de dados. Table 1. Descriptors expanded according to the indications found in databases.
Crenças disfuncionais
“irrational beliefs” OR “negative cognitive” OR “cognitive vulnerability” OR “cognitive triad” OR “cognitive styles” OR “cognitive distortion” OR “cognitive distortions” OR “automatic thoughts” OR “self-statements” OR “self-talk” OR “internal dialogue” OR “negative thoughts” OR “positive thoughts” OR “dysfunctional attitudes” OR “dysfunctional beliefs” OR “cognitions”.
Eventos estressores“psychological stress” OR “stress” OR “negative events” OR “adverse events” OR “stressful life events” OR “negative life events” OR “diathesis-stress” OR “risk factors”.
Problemas emocionais e de comportamento
“behavior Problem” OR “internalizing” OR “externalizing” OR “behavioral Symptoms” OR “emotional Problem” OR “behavior disorders” OR “Anxious-Depressed” OR “Withdrawn/Depressed” OR “Somatic Complaints” OR “Social Problems” OR “Thought Problems” OR “Attention Problems” OR “Rule-Breaking Behavior” OR “psychopathology” OR “symptoms” OR “disorder”.
Crianças e adolescentes “child” OR “adolescent” OR “childhood” OR “adolescence” OR “infants” OR “youth”.
a contribuição da díade vulnerabilidade cog-nitiva e do estresse para o desenvolvimento de problemas emocionais e de comportamento? A leitura dos resumos excluiu 722 artigos por possuírem diferentes objetivos:
• 162 artigos avaliaram a relação entre es-tresse parental e desenvolvimento de PEC, sem avaliar as crenças cognitivas.
• 97 avaliaram a relação entre crenças cog-nitivas de pais, estresse parental e PEC, sem avaliar as crenças cognitivas das crianças e adolescentes.
• 76 artigos avaliaram a relação entre es-tresse entre pares e desenvolvimento de PEC, sem avaliar as crenças cognitivas.
• 171 avaliaram a relação entre crenças disfuncionais e PEC, sem avaliar even-tos estressores.
• 192 avaliaram a influência das crenças cognitivas percepção do estresse no de-senvolvimento de problemas emocionais e de comportamento.
• 24 avaliaram a relação entre a díade cren-ças cognitivas e eventos estressores em adultos jovens.
Após a exclusão desses artigos, restaram 34 artigos empíricos acerca do tema. A Figura 1 apresenta um fluxograma com o processo de seleção dos artigos, desde as pesquisas nas ba-ses de artigos até a quantidade final de estu-dos incluídos na revisão.
Desses 34 artigos, a maioria avaliou sin-tomas depressivos: 24 investigaram unica-mente sintomas depressivos, três avaliaram sintomas depressivos e ansiosos, um avaliou sintomas depressivos, transtornos alimenta-res e abuso de substâncias e um avaliou sin-tomas próprios da teoria da desesperança da depressão. Dos artigos restantes, quatro ava-liaram sintomas internalizantes e externali-zantes e somente um avaliou exclusivamente sintoma externalizante sendo autolesão sem tentativa de suicídio.
Dentre os artigos selecionados, foram uti-lizados em sua maioria, como medida de ava-liação do estresse, inventários padronizados de auto relato compostos por itens que iden-tificam eventos estressores para que o sujeito marque se passou per tais situações na última semana ou no último mês. Alguns artigos ava-
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liaram situações de estresse específicas como receber uma avaliação negativa (Hilsman e Garber, 1995; Abela e D’Alessandro, 2002), ser rejeitado socialmente pelos pares (Prinstein e Aikins, 2004; Braet et al., 2013), ter interações negativas com os pais e com os pares (Lee et al., 2010; Auerbach e Ho, 2012) e experiências de imigração (Cardemil et al., 2014).
Em relação às medidas de vulnerabilida-de cognitiva, os instrumentos mais utilizados foram o Children’s Attributional Style Question-naire (Seligman et al., 1984), Children’s Cogniti-ve Style Questionnaire (Abela, 1997) e Children’s Dysfunctional Attitudes Scale (D’Alessandro e Abela, 2000). Os dois primeiros avaliam o es-tilo atribucional derivado da teoria de estilo atribucional de Abramson et al. (1978) e o úl-timo avalia atitudes disfuncionais próprias do modelo cognitivo de Beck (1967).
O Apêndice I apresenta os dados resumi-dos acerca dos 34 artigos em relação aos ins-trumentos analisados, amostra, sintomas e resultados encontrados. As referências com-
pletas dos artigos incluídos na revisão estão marcadas com asterisco na lista de referências.
Discussão
Esta revisão teve por objetivo analisar as evidências disponíveis na literatura a respeito da díade vulnerabilidade cognitiva e estresse como fator de risco para o desenvolvimento de problemas emocionais e de comportamento. Os artigos selecionados para o estudo come-çaram a ser publicados na década de 90, sendo que a maioria data dos últimos 15 anos, o que indica que essa temática é recente.
Dentre os artigos encontrados, foram utili-zados em sua maioria, como medida de ava-liação do estresse, inventários padronizados de auto relato compostos por itens que iden-tificam eventos estressores para que o sujeito marque se passou por tais situações ultima-mente. Alguns artigos avaliaram situações de estresse específicas como receber uma ava-liação negativa (Abela e D’Alessandro, 2002;
Figura 1. Esquema representativo dos procedimentos de seleção dos artigos.Figure 1. Representative scheme of articles selection procedures.
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Hilsman e Garber, 1995), ser rejeitado social-mente pelos pares (Braet et al., 2013; Prinstein e Aikins, 2004), ter interações negativas com os pais e com os pares (Auerbach e Ho, 2012; Lee et al., 2010) e experiências de imigração (Car-demil et al., 2014). É possível perceber que o estresse foi avaliado por meio da ocorrência de eventos de vida dos mais diversos, possivel-mente na tentativa de abarcar qualquer situa-ção responsável por perturbar os mecanismos de manutenção de estabilidade fisiológica, emocional e cognitiva de um indivíduo.
Em relação às medidas de vulnerabilida-de cognitiva, os instrumentos mais utilizados foram o Children’s Attributional Style Question-naire (Seligman et al., 1984), Children’s Cogniti-ve Style Questionnaire (Abela, 1997) e Children’s Dysfunctional Attitudes Scale (D’Alessandro e Abela, 2000). Os dois primeiros avaliam o estilo atribucional derivado da teoria de es-tilo atribucional de Abramson et al. (1978) e o último avalia atitudes disfuncionais próprias do modelo cognitivo de Beck (1967). Dos ins-trumentos utilizados para avaliar a vulnera-bilidade cognitiva, todos investigam crenças disfuncionais internalizantes o que difere do esperado dado que algumas pesquisas se propõem a avaliar sintomas externalizantes e, portanto, deveriam utilizar instrumentos capazes de medir também crenças disfuncio-nais externalizantes.
Acerca do modelo de diátese-estresse é pos-sível afirmar que grande parte dos artigos en-contrados avalia o modelo de diátese-estresse para o surgimento e manutenção dos sintomas depressivos, como proposto inicialmente pe-las teorias cognitivas. Em sua maioria encon-traram evidências positivas para esse modelo (Hilsman e Garber, 1995; Hankin et al., 2001; Lewinsohn et al., 2001; Abela e D’Alessandro, 2002; Abela e Sullivan, 2003; Prinstein e Aikins, 2004; Reinemann e Ellison, 2004; D’Alessandro e Burton, 2006; Abela e McGirr, 2007; Abela e Skitch, 2007; Kercher e Rapee, 2009; Lee et al., 2010; Rueger e Malecki, 2011; Auerbach e Ho, 2012; Cui et al., 2013; Vatanasin et al., 2012; Cal-vete et al., 2013; Braet et al., 2013; Hamilton et al., 2013). Apenas Cohen et al. (2013) e Kindt et al. (2015) não encontraram evidências do mo-delo de vulnerabilidade-estresse para os sinto-mas depressivos.
Cohen et al. (2013) avaliaram 1150 indiví-duos de 14 a 19 anos em ambientes rurais e urbanos na China com o objetivo de compa-rar duas hipóteses etiológicas diferentes: a de vulnerabilidade-estresse com a de geração de
estresse. O estudo não encontrou resultados positivos para a primeira hipótese, mas sim para a segunda. De acordo com os autores, o impacto da vulnerabilidade cognitiva é me-lhor explicado através de um quadro de gera-ção no qual o estresse que o indivíduo vive é produzido, em certa medida, por ele mesmo o que permite uma via para o desenvolvimento de sintomas internalizantes. Este processo não seria possível pela hipótese vulnerabilidade--estresse, já que se o indivíduo não vivencia es-tresse, a vulnerabilidade cognitiva permanece dormente e o indivíduo não desenvolve uma psicopatologia. Os autores apontam também para a possibilidade de existirem caminhos etiológicos diferentes entre adolescentes chi-neses e norte-americanos para o desenvolvi-mento da depressão.
A respeito da pesquisa descrita acima, é pre-ciso ressaltar que os autores investigaram a re-lação de crenças de apego negativas (a criança acredita que as pessoas são incapazes de forne-cer apoio e que ela é indigna de ser amada) e es-tresse interpessoal dependente, definidos como eventos negativos consequentes das próprias ações do indivíduo, na predição de sintomas depressivos. É razoável pensar que o modelo de geração de estresse explicaria melhor o de-senvolvimento de sintomas depressivos visto que as crenças cognitivas avaliadas são, em na-tureza, interpessoais e os eventos de vida pre-sentes no instrumento de avaliação do estresse eram unicamente dependentes. Supõem-se que se outros tipos de crenças cognitivas e eventos de vida independentes fossem investigadas, evidências para o modelo de vulnerabilidade cognitiva teriam sido encontradas.
Assim como Cohen et al. (2013), Kercher e Rapee (2009) e Hamilton et al. (2013) também avaliaram o modelo de geração de estresse, mas diferentemente de Cohen et al. (2013), que avaliaram duas hipóteses etiológicas em oposição, esses autores avaliaram o modelo de integração entre o de geração de estresse e o de vulnerabilidade cognitiva proposto por Hankin e Abramson (2002). Tal modelo pos-tula que a vulnerabilidade cognitiva é uma característica individual que contribui para a ocorrência de eventos estressores dependentes que levam ao desenvolvimento da depressão.
Kercher e Rapee (2009) e Hamilton et al. (2013) verificaram que o estilo de atribuição negativo é preditor apenas de estresse pessoal dependente e posteriormente confirmaram que esse tipo de estresse é um mediador entre vulnerabilidade cognitiva inicial e sintomas
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depressivos e ansiosos subsequentes. A par-tir dos resultados desses estudos, é razoável pensar que fatores cognitivos constituem uma base para a geração de estresse dependente, entretanto é necessário investigar os resultados de outros estudos não compreendidos nesta revisão para confirmar ou refutar essa afirma-ção. Ainda que indivíduos cognitivamente vul-neráveis possam se envolver mais em estresse dependente do que outros indivíduos, vale ressaltar que outras características pessoais, tais como estratégias de coping, não avaliadas pelos estudos podem contribuir também para o envolvimento em situações estressoras. Além disso, é importante ressaltar que a relação entre vulnerabilidade cognitiva e sintomas depressi-vos não parece ser exclusivamente mediada por eventos de vida dependente, visto que outras pesquisas encontradas pela presente revisão verificaram tal relação também para eventos es-tressores independentes.
Tal como Cohen et al. (2013), Kindt et al. (2015) também não encontraram resultados confirmatórios para a hipótese de diátese-es-tresse. Segundo os autores, o resultado se deve a diferenças nos questionários para avaliação da depressão e estresse em comparação a ou-tras pesquisas que encontraram resultados po-sitivos. Além disso, a amostra não apresentava níveis clínicos de depressão, sendo possível supor um relacionamento apenas entre vul-nerabilidade cognitiva e sintomas depressivos severos. Também é possível que Kindt et al. (2015) não tenham encontrado resultados fa-voráveis visto que as variáveis não foram ava-liadas em uma ordem prospectiva. De acordo com Abela e D’Alessandro (2002), um teste adequado da teoria de diáteses-estresse requer que os esquemas disfuncionais dos indivíduos sejam avaliados antes da ocorrência de even-tos negativos e do aparecimento de sintomas depressivos. Kindt et al. (2015) avaliou a vul-nerabilidade cognitiva, o estresse e sintomas depressivos ao mesmo tempo, portanto não poderia verificar se tais cognições interagem com estressores para predizer aparecimento de sintomas de depressão.
Hankin e Abramson (2002), Hankin (2008), Reinemann e Ellison (2004) encontraram evi-dências positivas do modelo diátese-estresse apenas para os sintomas depressivos, rejeitan-do a hipótese para sintomas externalizantes que se relacionaram significativamente ape-nas com eventos estressores. Apenas Bohon et al. (2008) encontraram evidências positivas para sintomas externalizantes. É provável que
Hankin e Abramson (2002) não tenham en-contrado resultados positivos para sintomas externalizantes uma vez que o instrumento utilizado para avaliar crenças cognitivas mé-dia um único domínio da mesma; estilo atri-butivo, sendo possível que tal domínio se re-laciona somente com sintomas internalizantes e que externalizantes seriam previstos por ou-tros domínios de crenças cognitivas. Hankin (2008) não avaliou diferentes intensidades de estresse e tampouco investigou níveis clínicos de psicopatologia, é provável que níveis mais graves de sintomas externalizantes possam ser confirmados pela hipótese de diátese-estresse e sejam afetados por diferentes níveis de es-tresse em combinação com crenças cogniti-vas. Reinemann e Ellison (2004) utilizaram o Inventário de Depressão Infantil (CDI) para medir psicopatologia. Tal instrumento ava-lia majoritariamente sintomas depressivos, utilizando apenas um domínio para avaliar sintomas externalizantes, o de problemas in-terpessoais. Seria mais conclusivo investigar a hipótese de diátese-estresse para externali-zação utilizando um instrumento que avalie diferentes domínios desse sintoma pois é pos-sível que essa hipótese não possa explicar pro-blemas interpessoais, mas sim outros tipos de comportamentos externalizantes.
Bohon et al. (2008) avaliaram o modelo de diátese-estresse para o surgimento da depres-são, sintomas bulímicos e abuso de substân-cias com o objetivo de evidenciar que a inte-ração entre estilo cognitivo negativo e estresse prediz unicamente sintomas depressivos e não outros sintomas psicopatológicos. Contrário ao que esperavam, os autores confirmaram a hipótese não só para depressão, mas também para o abuso de substâncias. Os autores de-fendem a ideia de que os sujeitos se engajam em comportamentos de abuso de substâncias como estratégia de coping para amenizar o afeto negativo gerado pelo estresse. Nessa pes-quisa, a amostra apresentou baixas taxas de sintomas bulímicos, o que pode ter dificulta-do a detecção de resultados favoráveis. Além disso, é possível que tais sintomas possam ser explicados por outros tipos de vulnerabilidade cognitiva diferente de estilo atribucional, por exemplo, pensar que o peso é extremamente importante poderia ser uma crença disfun-cional que ao interagir com um estressor, tal como o ganho de peso, levaria ao surgimento de comportamentos bulímicos.
Foram poucos os estudos que avaliaram sintomas ansiosos, entretanto os resultados
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Problemas emocionais e de comportamento, vulnerabilidade cognitiva e estresse: uma revisão narrativa
são contundentes. Braet et al. (2013), Michl e McLaughlin (2013), Hamilton et al. (2014) en-contraram que a vulnerabilidade cognitiva em interação com o estresse foi capaz de predizer tais sintomas. Os resultados desses estudos destacam o papel das crenças cognitivas e a importância das experiências sociais e ambien-tais como um mecanismo subjacente a sinto-mas ansiosos. Apesar de Hankin (2008) terem encontrado evidências positivas para o mode-lo, testaram a hipótese apenas para depressão e depressão em comorbidade com ansiedade o que impede concluir que sintomas ansiosos possam ser previstos pela interação de crenças disfuncionais e estresse. O número de estudos que testam a hipótese de diátese-estresse para ansiedade é limitado, sendo necessário que mais pesquisam investiguem a hipótese unica-mente para ansiedade, controlando a comorbi-dade com outras psicopatologias.
Dentre os artigos encontrados, alguns ava-liaram a influência da autoestima para a hipó-tese de diátese-estresse (Abela e Skitch, 2007; Abela e Sullivan, 2003; Bohon et al., 2008; Rei-nemann e Ellison, 2004). Abela e Skitch (2007) encontraram que a interação entre eventos estressores e crenças cognitivas disfuncionais previam mudanças nos sintomas depressivos apenas para as crianças com baixa autoestima e altos índices de atitudes disfuncionais. Os autores afirmam que tais resultados podem ser explicados pelo fato de que a níveis eleva-dos de autoestima amortecem o impacto de crenças disfuncionais e estresse.
Em contrapartida, Abela e Sullivan (2003) encontraram que tal interação ocorre para as crianças com elevada autoestima e não para as crianças com baixa autoestima. De acordo com os autores, dado que seu modelo propõe que as atitudes disfuncionais conferem um risco para a labilidade à percepção do eu e outros, é possível que em crianças com baixa autoesti-ma há pouco espaço para a labilidade uma vez que possuem percepções negativas crônicas de si mesmos. Já para as crianças com altos níveis de autoestima, mas que possuem atitudes dis-funcionais, há espaço para labilidade uma vez que percebem-se como uma pessoa aprovada por outros, que, quando não são, mudam seu sistema de crenças passando a apresentar uma visão negativa de si mesmo.
Bohon et al. (2008) constataram que a vul-nerabilidade em interação com estresse é capaz de prever alterações em sintomas de-pressivos em crianças com baixa e elevada autoestima. De acordo com os autores, esse
resultado se deve ao tipo de análise estatís-tica utilizado: estimativas dos parâmetros tornam-se instáveis quando inúmeros termos são inseridos em equações de regressão. En-tretanto afirmam que tal análise era necessá-ria já que testavam uma interação de três vias. Diante dos estudos que integram a vulnera-bilidade cognitiva, o estresse e a autoestima, não é possível depreender resultados con-clusivos. Os autores de tais estudos apontam para a importância de integrar essas três va-riáveis para melhor entender fatores ambien-tais, individuais e sua contribuição para o de-senvolvimento de uma psicopatologia.
Além da autoestima como fator de prote-ção da relação entre vulnerabilidade cognitiva, estresse e sintomas psicopatológicos, a família parece exercer um papel importante (Rueger e Malecki, 2011; Vatanasin et al., 2012). Rueger e Malecki (2011) encontraram que adolescentes com estilo atribucional pessimista e níveis bai-xos ou moderados de apoio dos pais apresen-taram maiores elevações de sintomas depressi-vos sob altos níveis de estresse. Esse resultado pode ser explicado pelo fato de que apoio dos pais pode servir como um amortecedor para indivíduos com crenças cognitivas disfuncio-nais quando vivenciam eventos estressores.
Vatanasin et al. (2012) avaliaram além das relações parentais, a habilidade de resolu-ção de problema e verificaram que indivídu-os que afirmaram ter melhor relação com os pais, apresentaram menor intensidade dos sintomas depressivos. De acordo com esses autores, indivíduos que apresentam menos relações sociais significativas desenvolvem esquemas distorcidos que precipitam pen-samento automático negativo levando à ten-dência a desenvolver depressão. Os autores também argumentam que o cuidado parental molda a capacidade da criança de se envolver em atividades que desenvolvem estratégias de enfrentamento eficazes.
Alguns artigos identificaram diferenças de sexo na relação entre as variáveis vulne-rabilidade cognitiva, estresse e problemas emocionais e de comportamento. Abela e McGirr (2007) verificaram que apenas as meninas com cognições negativas relataram elevações nos sintomas depressivos após passarem por estresse. Segundo os autores, esse resultado é inesperado uma vez que outros estudos que avaliaram a hipótese de diátese-estresse utilizando a perspectiva da Teoria da Desesperança não encontraram diferenças de gênero (Abela e Payne, 2003;
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Abela e Sarin, 2002). Os autores afirmam que uma explicação possível se deve ao fato de que as meninas são mais sensíveis do que os rapazes ao se depararam com estressores nas relações sociais sendo mais vulneráveis as elevações em sintomas depressivos. En-tretanto, vale ressaltar que os autores não avaliaram relações sociais dos participantes.
Rueger e Malecki (2011) também avalia-ram diferenças de sexo no modelo de diátese--estresse. Como mencionado anteriormente, as autoras acrescentaram no estudo a variável apoio parental percebido como fator de pro-teção para o desenvolvimento de sintomas depressivos. O objetivo principal foi investi-gar duas teorias de apoio social em conjunto com a vulnerabilidade cognitiva: uma na qual o apoio social oferece um efeito positivo sob qualquer circunstância e outra na qual fun-ciona apenas como amortecedor em situações de estresse intenso. Os resultados indicam que meninos com estilo atribucional negati-vo se beneficiaram do apoio parental apenas em condições elevadas de estresse enquanto meninas se beneficiaram independentemente do nível de estresse vivenciado. Tal resultado pode ser explicado pelo fato de que as meni-nas provavelmente valorizam a intimidade re-lacional de uma forma diferente dos meninos, investindo mais tempo e esforço nas relações sociais. Como resultado, poderiam engajar-se mais facilmente em situações de estresse.
Rood et al. (2012) encontraram evidências do modelo para ambos os sexos, entretanto ressaltam que a interação entre a vulnerabili-dade cognitiva e eventos estressores pode fun-cionar de forma diferente em meninas e me-ninos durante a adolescência. De acordo com os autores as evidências são inconsistentes, sendo necessário estudar a hipótese de diáte-se-estresse utilizando uma perspectiva do de-senvolvimento, buscando uma moderação por uma combinação de idade e sexo.
Considerações finais
A partir dos resultados obtidos nesta re-visão, verifica-se que a vulnerabilidade cog-nitiva e o estresse desempenham um papel importante no desenvolvimento de proble-mas emocionais e de comportamento. Os re-sultados parecem ser mais conclusivos para depressão e ansiedade do que para sintomas externalizantes. Entretanto, ressalta-se que o número de estudos que investigaram o mode-lo é consideravelmente maior para depressão,
visto que apenas sete investigaram sintomas externalizantes. Dessa forma, é necessário que a relação entre problemas emocionais e de comportamento, vulnerabilidade cognitiva e estresse seja melhor estudada.
Além de investigar a relação entre cren-ças cognitivas e estresse, estudos que avaliem o papel de fatores protetores como apoio fa-miliar e autoestima no desenvolvimento de psicopatologia na infância são essenciais. Pos-sivelmente tais características atuem minimi-zando o impacto da vulnerabilidade cogniti-va e dos eventos estressores no aumento dos sintomas internalizantes e externalizantes. Seria relevante que tais pesquisas consideras-sem amostras mais amplas constituídas des-de crianças pequenas até adolescentes mais velhos para conclusões mais apuradas sobre o modelo vulnerabilidade-estresse dentro de um panorama do desenvolvimento.
A revisão apresentada é um recorte sobre a relação entre vulnerabilidade cognitiva, even-tos estressores e problemas emocionais e de comportamento, uma vez que não contempla todos os artigos sobre o tema. Uma das limi-tações do presente estudo se refere à restrição dos idiomas e das bases de dados utilizados na busca dos artigos, uma vez que possivel-mente estes critérios geram a exclusão de ou-tros estudos sobre o tema. Apesar disto, bus-cou-se selecionar idiomas e bases de dados que abarcasse um grande número de artigos, de modo a alcançar uma revisão o mais abran-gente possível. Outra limitação do estudo consiste no fato de que apenas um dos autores realizou a leitura dos artigos e definiu quais deveriam ser incluídos na revisão. Apesar da definição de critérios de inclusão e exclusão, a seleção por apenas um autor é passível de subjetividade sendo possível que artigos re-levantes sobre o tema tenham sido excluídos do trabalho em questão. Possivelmente uma revisão sistemática mais abrangente sobre o assunto, incluindo novos descritores para fa-tores de proteção e novas fontes de pesquisa, traria maior clareza para os resultados. Toda-via, apenas com os resultados apresentados nesta revisão já é possível definir possíveis enfoques de pesquisas futuras.
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Submetido: 05/09/2016Aceito: 12/04/2017
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Contextos Clínicos, vol. 11, n. 1, Janeiro-Abril 201850
Problemas emocionais e de comportamento, vulnerabilidade cognitiva e estresse: uma revisão narrativa
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Contextos Clínicos, vol. 11, n. 1, Janeiro-Abril 2018 51
Isabella Soares Barreto, Maycoln Leôni Martins Teodoro
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Contextos Clínicos, vol. 11, n. 1, Janeiro-Abril 201852
Problemas emocionais e de comportamento, vulnerabilidade cognitiva e estresse: uma revisão narrativa
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Contextos Clínicos, vol. 11, n. 1, Janeiro-Abril 2018 53
Isabella Soares Barreto, Maycoln Leôni Martins Teodoro
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Contextos Clínicos, vol. 11, n. 1, Janeiro-Abril 201854
Problemas emocionais e de comportamento, vulnerabilidade cognitiva e estresse: uma revisão narrativa
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Contextos Clínicos, vol. 11, n. 1, Janeiro-Abril 2018 55
Isabella Soares Barreto, Maycoln Leôni Martins Teodoro
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Contextos Clínicos, vol. 11, n. 1, Janeiro-Abril 201856
Problemas emocionais e de comportamento, vulnerabilidade cognitiva e estresse: uma revisão narrativa
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Contextos Clínicos, vol. 11, n. 1, Janeiro-Abril 2018 57
Isabella Soares Barreto, Maycoln Leôni Martins Teodoro
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Contextos Clínicos, vol. 11, n. 1, Janeiro-Abril 201858
Problemas emocionais e de comportamento, vulnerabilidade cognitiva e estresse: uma revisão narrativa
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