problema 3.história do sus.noas.nobs

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Problema 3: É importante conhecer o SUS Gabriella REFERENCIAS 1- http://portal.saude.gov.br 2- Artigo: HISTÓRIA DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE NO BRASIL - Revisão da literatura. JEFERSON DUTRA DE VARGAS. Escola de Saúde do Exercito. Rio de Janeiro.2009. 3- Artigo: HISTÓRIA DAS POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL Marcus Vinícius Polignano. 2008 4- Legislação do SUS. CONSELHO NACIONAL DE SECRETÁRIOS DE SAÚDE – CONASS. 2003 5- Para entender a Gestão do SUS. CONSELHO NACIONAL DE SECRETÁRIOS DE SAÚDE – CONASS. 2003 6- Livro: Saúde e cidadania: Uma visão histórica e comparada do SUS. Paulo Henrique Rodrigues e Isabela Soares Santos. Ed. Atheneu. 2°edição. 2011. 7- Livro: SUS Passo a Passo. Luiz Odorico Monteiro de Andrade e colaboradores. Ed. Hucitec. 2007. OBJETIVO 1: COMPREENDER A HISTÓRIA DO SISTEMA DE SAÚDE ANTERIOR AO SUS. 1500 a 1889 - Não havia política de saúde e nem modelo assistencial definido. - Um país colonizado, não dispunha de nenhum modelo de atenção à saúde da população e nem mesmo o interesse, por parte do governo colonizador (Portugal), em criá-lo. Porem com a vinda da família real para o Brasil, criou a necessidade da organização de uma estrutura sanitária mínima. - A atenção à saúde limitava-se aos próprios recursos da terra (plantas, ervas) e, àqueles que, por conhecimentos empíricos (curandeiros), desenvolviam as suas habilidades na arte de curar. - Existiam apenas pequenas intervenções como saneamento dos portos, fiscalização de alimentos e tentativas de urbanizar as cidades. - Médicos eram poucos e apenas para as classes dominantes, aos demais restavam pajelanças, medicina caseira e popular. - A inexistência de uma assistência médica estruturada fez com que proliferassem pelo país os Boticários (farmacêuticos). A estes cabiam a manipulação das formulas prescritas pelos médicos, mas na realidade eles próprios tomavam a iniciativa de receitá-los. - Em 1808, Dom João VI fundou na Bahia o Colégio Médico - Cirúrgico no Real Hospital Militar da Cidade de Salvador. No mês de novembro do mesmo ano foi criada a Escola de Cirurgia do Rio de Janeiro. E foram essas as únicas medidas governamentais até a República - Com a 1° Constituição em 1889 o exercício da medicina fica restrito apenas aos médicos, a medicina popular sofre perseguição. Primeira República 1889 até 1930 - No início do século XX, a economia brasileira era essencialmente agrícola, dependendo economicamente da exportação, em especial de café e açúcar. Apesar de um grande crescimento econômico brasileiro das primeiras décadas, este foi um período de crise sócio-econômica e sanitária, porque epidemias como a febre amarela, ameaçavam a política agro-exportadora brasileira, prejudicando principalmente a cafeeira, pois os navios estrangeiros se recusavam a atracar nos portos brasileiros, o que também reduzia a imigração de mão-de-obra. Assim, o foco da atenção do governo brasileiro se situava, estrategicamente, em políticas de saneamento nos chamados “espaços de circulação de mercadorias” (estradas e os

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Problema 3: É importante conhecer o SUSGabriella

REFERENCIAS

1- http://portal.saude.gov.br 2- Artigo: HISTÓRIA DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE NO BRASIL - Revisão da literatura.

JEFERSON DUTRA DE VARGAS. Escola de Saúde do Exercito. Rio de Janeiro.2009.3- Artigo: HISTÓRIA DAS POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL Marcus Vinícius Polignano. 20084- Legislação do SUS. CONSELHO NACIONAL DE SECRETÁRIOS DE SAÚDE – CONASS. 20035- Para entender a Gestão do SUS. CONSELHO NACIONAL DE SECRETÁRIOS DE SAÚDE –

CONASS. 20036- Livro: Saúde e cidadania: Uma visão histórica e comparada do SUS. Paulo Henrique Rodrigues e

Isabela Soares Santos. Ed. Atheneu. 2°edição. 2011.7- Livro: SUS Passo a Passo. Luiz Odorico Monteiro de Andrade e colaboradores. Ed. Hucitec. 2007.

OBJETIVO 1: COMPREENDER A HISTÓRIA DO SISTEMA DE SAÚDE ANTERIOR AO SUS.

1500 a 1889- Não havia política de saúde e nem modelo assistencial definido.- Um país colonizado, não dispunha de nenhum modelo de atenção à saúde da população e nem mesmo o interesse, por parte do governo colonizador (Portugal), em criá-lo. Porem com a vinda da família real para o Brasil, criou a necessidade da organização de uma estrutura sanitária mínima.- A atenção à saúde limitava-se aos próprios recursos da terra (plantas, ervas) e, àqueles que, por conhecimentos empíricos (curandeiros), desenvolviam as suas habilidades na arte de curar.- Existiam apenas pequenas intervenções como saneamento dos portos, fiscalização de alimentos e tentativas de urbanizar as cidades.- Médicos eram poucos e apenas para as classes dominantes, aos demais restavam pajelanças, medicina caseira e popular. - A inexistência de uma assistência médica estruturada fez com que proliferassem pelo país os Boticários (farmacêuticos). A estes cabiam a manipulação das formulas prescritas pelos médicos, mas na realidade eles próprios tomavam a iniciativa de receitá-los.- Em 1808, Dom João VI fundou na Bahia o Colégio Médico - Cirúrgico no Real Hospital Militar da Cidade de Salvador. No mês de novembro do mesmo ano foi criada a Escola de Cirurgia do Rio de Janeiro. E foram essas as únicas medidas governamentais até a República- Com a 1° Constituição em 1889 o exercício da medicina fica restrito apenas aos médicos, a medicina popular sofre perseguição.

Primeira República 1889 até 1930- No início do século XX, a economia brasileira era essencialmente agrícola, dependendo economicamente da exportação, em especial de café e açúcar. Apesar de um grande crescimento econômico brasileiro das primeiras décadas, este foi um período de crise sócio-econômica e sanitária, porque epidemias como a febre amarela, ameaçavam a política agro-exportadora brasileira, prejudicando principalmente a cafeeira, pois os navios estrangeiros se recusavam a atracar nos portos brasileiros, o que também reduzia a imigração de mão-de-obra. Assim, o foco da atenção do governo brasileiro se situava, estrategicamente, em políticas de saneamento nos chamados “espaços de circulação de mercadorias” (estradas e os portos, principalmente os do Rio de Janeiro e de Santos) e o controle de doenças que prejudicassem a exportação.- O Rio de Janeiro não tinha nenhum saneamento básico e assim, várias doenças graves como a varíola, malária, febre amarela e peste espalhavam-se facilmente. O presidente então nomeou o médico Oswaldo Cruz, como Diretor do Departamento Federal de Saúde Pública, para solucionar esse problema. Foi criado um verdadeiro exército de 1.500 pessoas que passaram a exercer atividades de desinfecção no combate ao mosquito, vetor da febre-amarela, com arbitrariedade, sem nenhum tipo de ação educativa. A população foi ficando cada vez mais indignada e o auge do conflito foi a instituição de uma vacinação obrigatória, anti-varíola (Lei federal n° 1261 / 1904: Vacinação anti-varíola obrigatória). A população saiu às ruas e iniciou a Revolta da Vacina, que acabou por afastar Oswaldo Cruz. este modelo ficou connhecido como Sanitarismo Campanhista, obteve importantes vitórias no controle das doenças epidêmicas, conseguindo inclusive erradicar a febre amarela da cidade do Rio de Janeiro.- Em 1920, Carlos Chagas, sucessor de Oswaldo Cruz, reestrutura o Departamento Nacional de Saúde, então evintroduz a propaganda e a educação sanitária na técnica rotineira de ação,vinovando o modelo companhista de Oswaldo Cruz.- Classe dominante era assistida por médicos de família e para a classe dominada restavam atendimentos filantrópicos e por hospitais mantidos pelas igrejas – Surgimento da Santas Casas.- No início, os operários não tinham quaisquer garantias trabalhistas, tais como: férias, jornada de trabalho definida, pensão ou aposentadoria. Através da mobilização e organização da classe operária no Brasil na luta por seus direitos, este começaram a conquistar seus direitos sociais. Em 1923, com a Lei Elói Chaves, é

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criado as Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAPs). As CAPs eram organizadas por empresas e mantidas e geridas pelos patrões e empregados. Funcionavam como uma espécie de seguro social, onde aquele que pagava sua contribuição, garantiria certos benefícios como a aposentadoria e principalmente a assistência médica. - CAPs – Carater privado. Natureza previdenciária, proporcionava assistência médica e fornecimentos de medicamentos.

1930 – 1964- Com a Revolução de 1930, o presidente Getulio Vargas suspendeu as aposentadorias das CAPs durante 6 meses e promoveu uma reestruturação que as substituiu por Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs), que agora eram organizados por categoria profissional e com uma maior participação do componente estatal.- Eram organizados por categoria profissional e financiados com base nas contribuições obrigatórias dos empregadores (empresas) e dos próprios trabalhadores, como percentual calculado sobre a folha de pagamento.- Eram controlados pelo Ministérios do Trabalho e da Previdencia Social.- Pagavam aposentadorias e pensões e prestavam assistência médica aos seus assegurados e dependentes que eram trabalhadores formais, o restante da população continuava desassistida.- As diferenças entre os salários médios das diferentes categorias geravam variações com relação aos benefícios concedidos. Ex.: os bancários tinham uma cobertura mais ampla do que os indutriários.- Os IAPs construíram diversos hospitais e centros de saúde, principalmente nas grandes cidades onde havia uma concentração maior e empresas e segurados (Rio e São Paulo). Já no interior os institutos faziam convênios com outros estabelecimentos prestadores de serviços, principalmente Santas Casas.- IAPM: marítimos; IAPC: comerciários; IAPB: bancários; IAPI: industriários; IAPSE: Servidores do Estado; IAPETEC: Empregados em Transportes e Cargas.

- Em 1941, instituiu-se a reforma Barros Barreto, em que se destacam as seguintes ações:* instituição de órgãos normativos e supletivos destinados a orientar a assistência sanitária e hospitalar; * criação de órgãos executivos de ação direta contra as endemias* fortalecimento do instituto Oswaldo Cruz* destaque aos programas de abastecimento de água e construção de esgotos* atenção aos problemas das doenças degenerativas e mentais

- Em 1953 foi criado o Ministério da Saúde, o que na verdade limitou-se a um mero desmembramento do antigo Ministério da Saúde e Educação (criado em 1930) sem que isto significasse uma nova postura do governo e uma efetiva preocupação em atender aos importantes problemas de saúde pública de sua competência.

- Em 1956, foi criado o Departamento Nacional de Endemias Rurais (DNERU), incorporando os antigos serviços nacionais de febre amarela, malária, leishmaniose, chagas, esquistossomose, etc. Este órgão em 1970 tornou-se a Sucan, que depois foi incorporada pela FUNASA.

- Em 1960 foi promulgada a Lei 3807 ( Lei Orgânica da Previdência Social) que unifica os IAP's, mas não inteiramente. Ou seja, é destinado a abranger todos os trabalhadores sujeitos ao regime CLT (consolidação das leis trabalhistas, excluídos os trabalhadores rurais, os empregados domésticos e os servidores públicos.)

A partir de 1960- Em 1967 houve a extinção dos IAPs e a criação do INPS (Instituto Nacional da Previdência Social) . Essa unificação já pretendida pela Lei Orgânica da Previdência Social, talvez só tenha sido possível em função do autoritarismo do regime militar.

- A criação do INPS propiciou a unificação dos diferentes benefícios ao nível do IAP’s. Na medida em que todo o trabalhador urbano com carteira assinada era automaticamente contribuinte e beneficiário do novo sistema, foi grande o volume de recursos financeiros capitalizados. O fato do aumento da base de contribuição, aliado ao fato do crescimento econômico da década de 70 (o chamado milagre econômico), do pequeno percentual de aposentadorias e pensões em relação ao total de contribuintes, fez com que o sistema acumulasse um grande volume de recursos financeiros.- Mas a ampliação dos benefícios para novos grupos da população gerou problemas financeiros para a previdência. O aumento no numero de beneficiários não correspondeu ao aumento dos recursos necessários para financiar seus benefícios, uma vez que os novos beneficiários não haviam contribuído anteriormente ao INPS.- No entanto, ao aumentar substancialmente o número de contribuintes e consequentemente de beneficiários, era impossível ao sistema médico previdenciário existente atender a toda essa população. Assim, o governo militar teve que decidir onde alocar seus recursos para atender a essa necessidade de ampliação do sistema, tendo ao final optado por direcioná-los para a iniciativa privada. O regime militar cria então em 1974 o Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Social (FAS), onde destinou quase 80% dos seus financiamentos nas

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áreas da saúde e previdência para o setor privado a juros baixos. Toda essa política acabou proporcionando um verdadeiro boom na rede privada. De 1969 a 1984, o número de leitos privados cresceu cerca de 500%. A administração pública brasileira dava maior preferência a contratação de serviços privados ao invés de ampliar as redes publicas.

- O aumento da complexidade do sistema induziu mudanças na estrutura, culminando com a criação do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (Inamps) em 1979. Este dispunha de estabelecimentos próprios, mas a maior parte do atendimento era realizado pela iniciativa privada; os convênios estabeleciam a remuneração por procedimento, consolidando a lógica de cuidar da doença e não da saúde.- A medicina curativa é privilegiada. - poucos recursos eram destinados ao setor público, a falta de controle pelo estado das contas e dos serviços contratados aumenta as fraudes e corrupção ocasionando total desequilíbrio financiero dos gastos com a saúde.-No início da década de 80 esse sistema começa a mostrar sinais de esgotamento. Como fator agravante, previdência começa a “envelhecer” e a fase de captação de recursos começa a dar lugar a uma fase de maiores gastos. Ou seja, durante os primeiros anos de sua existência, a Previdência Social apenas recebeu contribuições que proporcionaram um volume de recursos e um patrimônio considerável. Com o aparecimento das primeiras aposentadorias e pensões, a Previdência passa a ter que gastar um dinheiro que já não tem mais.

- Em 1981, devido ao agravamento da crise previdenciária, constituiu-se o Conselho Consultivo de Administração da Saúde Previdenciária (Conasp), com o objetivo de reorganizar a assistência médica no pais, reduzindo custos e controlando gastos.

- Reforma sanitária objetivava:* Melhorias das condições de saúde da população;* Reconhecimento da saúde como direito universal;* Responsabilidade estatal na provisão das condições de acesso a este serviço;* Reorientação do modelo de atenção son a ótica da Integralidade da Atenção e da Equidade;* Descentralização de ações e serviços.

- Em 1983 surgem as AIS (Ações Integradas de Saúde), um projeto interministerial (Previdência-Saúde-Educação), visando um novo modelo assistencial que incorporava o setor público, procurando integrar ações curativas, preventivas e educativas ao mesmo tempo.

- O movimento das DIRETAS JÁ (1985) e a eleição de Tancredo Neves marcaram o fim do regime militar, gerando diversos movimentos sociais inclusive na área de saúde, que culminaram com a criação das associações dos secretários de saúde estaduais (CONASS) ou municipais (CONASEMS),e com a grande mobilização nacional por ocasião da realização da VIII Conferência Nacional de Saúde (Congresso Nacional,1986), a qual lançou as bases da reforma sanitária e do SUDS (Sistema Único Descentralizado de Saúde).

- 1986: Realização da VIII Conferencia Nacional de Saúde, a 1°conferencia em que há participação dos usuários e nesta discutiu-se a implantação da Reforma Sanitária no País.

- 1987: Como resultado da VIII CNS temos a implantação do SUDS (Sistema Único Descentralizado de Saúde). O país avança no sentido da descentralização da gestão tendo como foco as Secretarias Estaduais de Saúde.

- 1988: Constituição Nacional, conhecida e reconhecida como Constituição Cidadã. Esta reconhece Saúde como direito inerente à cidadania e como dever do Estado e institui o SUS – Sistema Único de Saúde como forma de organização e participação popular como instrumento de controle social.

OBJETIVO 2: Descrever o surgimento do SUS, as leis que o criaram, seus princípios e diretrizes.- O Sistema Único de Saúde - SUS - foi criado pela pela Constituição Federal de 1988 e regulamentado pelas Leis n.º 8080/90 e nº 8.142/90, Leis Orgânicas da Saúde, com a finalidade de alterar a situação de desigualdade na assistência à Saúde da população, tornando obrigatório o atendimento público a qualquer cidadão, sendo proibidas cobranças de dinheiro sob qualquer pretexto.- Do Sistema Único de Saúde fazem parte os centros e postos de saúde, hospitais - incluindo os universitários, laboratórios, hemocentros, bancos de sangue, além de fundações e institutos de pesquisa, como a FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz e o Instituto Vital Brazil. Através do Sistema Único de Saúde, todos os cidadãos têm direito a consultas, exames, internações e tratamentos nas Unidades de Saúde vinculadas ao SUS da esfera municipal, estadual e federal, sejam públicas ou privadas, contratadas pelo gestor público de saúde.

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- O SUS é destinado a todos os cidadãos e é financiado com recursos arrecadados através de impostos e contribuições sociais pagos pela população e compõem os recursos do governo federal, estadual e municipal.

- A constiuição de 88 em seu Art. 196 define que: “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”.

- O SUS é definido pelo artigo 198 do seguinte modo:“As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo;II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;III - participação da comunidade.Parágrafo único. O Sistema Único de Saúde será financiado, nos termos do art. 195, com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dosMunicípios, além de outras fontes”.O texto constitucional demonstra claramente que a concepção do SUS estava baseado na formulação de um modelo de saúde voltado para as necessidades da população, procurando resgatar o compromisso do estado para com o bem-estar social, especialmente no que refere a saúde coletiva, consolidando-o como um dos direitos da CIDADANIA. Esta visão refletia o momento político porque passava a sociedade brasileira, recém saída de uma ditadura militar onde a cidadania nunca foi um princípio de governo. Embalada pelo movimento da diretas já , a sociedade procurava garantir na nova constituição os direitos e os valores da democracia e da cidadania.

- Lei n. 8.080, 19 de setembro de 1990- Define os objetivos e atribuições do SUS. Cabe a direção:Nacional: Definir normas e políticas de saúde. E executa a vigilância de portos,aeroportos e fronteiras.Estadual: Coordenar e participar na elaboração das políticas e normas de saúde.Municipal: Executar e Tb participar na elaboração das políticas e normas de saúde.Art. 2º. A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício.- Essa lei dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Vigorando em todo o território nacional, para qualquer ação ou serviço de saúde realizado por pessoas ou empresas.- Todos os Seres Humanos tem direito a prestação dos serviços de saúde básica e de especialidades, sendo esse fornecido pelo Estado. O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos e no estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação. Entretanto, o dever do Estado.- Seguem os princípios da universalidade de acesso; integralidade de assistência; preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral; igualdade da assistência à saúde; direito à informação divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e a sua utilização pelo usuário; utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades; participação da comunidade; descentralização político-administrativa; integração dos das ações da saúde, meio ambiente e saneamento básico; conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios na prestação de serviços de assistência à saúde da população; capacidade de resolução dos serviços de assistência; e organização para evitar duplicidade de meios para fins idênticos.- Os serviços de saúde serão organizados de forma regionalizada e hierarquizada em nível de complexidade crescente.Esta lei trata:

da organização, da direção e da gestão do SUS das competências e atribuições das 3 esferas do governo do funcionamento e da participação complementar dos serviços privados de assistência à saúde da política de recursos humanos dos recursos financeiros, da gestão financeira, do planejamento e do orçamento. Define as áreas de atuação no SUS

- Em seu Art. 33 ela explicitou a garantia que “os recursos financeiros do SUS serão depositados em conta especial, em cada esfera de sua atuação, e movimentados sob fiscalização dos respectivos Conselhos de Saúde” – Fundos de Saúde.

Alguns artigos ficaram faltando na lei 8080, como alguns artigos foram aprovados depois cria-se então a:

- Lei n. 8.142, 28 de dezembro de 1990-Gastos e participação popular do SUS:- Estabelece Conselhos e Conferencias.

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- Estabelece a transferência regular e automática de recursos.

- Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do SUS e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências.- A Conferência de Saúde reunir-se-á a cada quatro anos com a representação dos vários segmentos sociais, para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde nos níveis correspondentes.- Esta lei trata da alocação dos recursos do Fundo Nacional de Saúde, do repasse de forma regular e automático para os municípios, Estados e Distrito Federal.Para o recebimento destes recursos municípios, Estados e Distrito Federal devem contar com:

Fundo de Saúde Conselho de Saúde Plano de saúde Relatório de gestão Contrapartida de recursos para a saúde no respectivo orçamento Comissão de elaboração do Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS).

- Entre 1991 e 1994, o governo começa a editar as chamadas Normas Operacionais Básicas (NOB) , que são instrumentos normativos com o objetivo de regular a transferência de recursos financeiros da união para estados e municípios, o planejamento das ações de saúde, os mecanismos de controle social, dentre outros.

- NOB 01/1991 - Promoveu o processo de descentralização e reforçou o poder municipal, porém estabeleceu o convênio como mecanismo de articulação e repasse de recursos.- Continha as respectivas tabelas de remuneração por procedimentos para o pagamento dos prestadores de serviços públicos ou privados.

- Em 1993 o INAMPs é extinto.

- NOB – SUS 01/92Normatiza a organização e operacionalização da assistência à saúde do SUS para o ano de 1992. Decorre sobre o planejamento das ações, o financiamento, os sistemas de informação, o controle e a avaliação, o processo de municipalização para repasso de recursos, produtividade e qualidade no SUS.

> NOB – SUS 01/93Sistematiza o processo de descentralização da gestão dos serviços e ações do SUS, com diferentes níveis de responsabilidades dos Estados e Municípios e consequentemente, do próprio governo Federal. Estabelece 3 condições de gestão para o município: Incipiente, Parcial e semi-plana e 2 para o estado: Parcial e semi-plena, além de Comissões Intergestores Bipartite (CIBs) e Tripartite (CITs), com faróis permanentes de negociações e deliberações.

> NOB – SUS 01/96- Fortalecimento descentralização e organização do Sistema Único de Saúde.- Promove e consolida o pleno exercício de poder político municipal e do Distrito Federal na função de gestor de atenção à saúde dos seus municípios, com redefinição das responsabilidades dos Estados, do DF e da União. Consolidando os princípios do SUS.- Esta NOB revoga os modelos anteriores de gestão propostos nas NOB anteriores ( gestão incipiente, parcial e semiplena) , e propõe aos municípios se enquadrarem em dois novos modelos : Gestão Plena de Atenção Básica e Gestão Plena do Sistema Municipal. Estes modelos propõem a transferência para os municípios de determinadas responsabilidades de gestão , conforme pode ser visto no quadro abaixo.- É fundamental destacar que uma das alterações mais importante introduzidas pela NOB 96 refere-se a forma de repasse dos recursos financeiros do governo federal para os municípios, que passa a ser feito com base num valor fixo per-capita (PAB - Piso Assistencial Básico) e não mais vinculado a produção de serviços , o que possibilita aos municípios desenvolverem novos modelos de atenção à saúde da população. O PAB consiste em um montante de recursos financeiros destinado ao custeio de procedimentos e ações de assistência básica, de responsabilidade tipicamente municipal. Além disto, o município poderá receber incentivos para o desenvolvimento de determinadas ações de saúde agregando valor ao PAB . As ações de saúde que fornecem incentivo são : Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS); Programa de Saúde da Família(PSF); Assistência Farmacêutica básica; Programa de combate as Carências Nutricionais; ações básicas de vigilância sanitária; ações básicas de vigilância epidemiológica e ambiental.

- Em 1994, criado o PSF

- Em 2001: Implantação do NOAS 01/01 (Norma Operacional de Assitencia a Saúde) Portaria nº 95, de 26 de janeiro de 2001

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- Amplia as responsabilidades dos municípios na atenção básica, definindo o processo de regionalização da assistência, criando mecanismos para o fortalecimento da capacidade da gestão do SUS e atualizando os critérios de habilitação dos Estados e Municípios.

- NOAS – SUS 01/2002 (Portaria nº 373, DE 27 de fevereiro de 2002)- Amplia as responsabilidades dos municípios na Atenção Básica; estabelece o processo de regionalização como estratégia de hierarquização dos serviços de saúde e de busca de maior eqüidade; cria mecanismos para o fortalecimento da capacidade de gestão do Sistema Único de Saúde e procede à atualização dos critérios de habilitação de estados e municípios.

- Em 2006 PSF passa a ser considerado ESF (estratégia de Saude da Familia). Devido a abrangencia nacional e a expansão do PSF que se consolida como tática para reorganização da atenção básica no Brasil.

(Centro Cultural do Ministério da Saúde)

PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO SUS

A LOS (Lei 8.080/1990), que regulamento a Constituição, estabelece 13 princípios para o Sistema, descritos no Art. 7:I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência;II - integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema;III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral;IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie;V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde;VI - divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e a sua utilização pelo usuário;VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação de recursos e a orientação programática;VIII - participação da comunidade;IX - descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera de governo:a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios;b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde;X - integração em nível executivo das ações de saúde, meio ambiente e saneamento básico;XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios na prestação de serviços de assistência à saúde da população;XII - capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência; eXIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios para fins idênticos.

Doutrinas:

- Universalidade - É a garantia de atenção à saúde a todo e qualquer cidadão. Com a universalidade o cidadão tem o direito de acesso a todos os serviços de saúde, seja público ou contratado/conveniado pelo serviço público. A saúde é um direito do cidadão e dever dos Governos: municipal, estadual e federal.- Eqüidade - É a garantia de que todo cidadão é igual perante o SUS e será atendido nos serviços de saúde em qualquer nível de complexidade de assistência, conforme caaa caso requeira, independente de seu local de moradia, sem privilégio e/ou barreiras até o limite de que o sistema pode oferecer.

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Integralidade - É a compreensão de que o homem é um ser integral e deverá ser atendido por um sistema integrado pelas ações que visam promover, proteger e recuperar a saúde.

A Constituição Federal no Art. 198 diz que “ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único organizado de acordo com as seguintes diretrizes”:

- Descentralização Político Administrativa: - É compreendida como a redistribuição de responsabilidades em toda a rede de serviços, em todas as esferas de governo (municipal, estadual e federal), buscando um maior compromisso dos mesmos na solução dos problemas de saúde da população de sua responsabilidade e ainda garantindo a participação da população nestas decisões.- Descentralizar significa garantir que as ações e os serviços de saúde ocorram o mais próximo do cidadão. É redistribuir responsabilidades entre as esferas do governo

Esfera Federal: Ministério da Saúde Esfera Estadual: Secretaria estadual da saúde Esfera Municipal: // municipal da saúde

Cada esfera de governo é autônoma e soberana nas suas decisões e atividades, respeitando os princípios gerais e a participação da sociedade.

- Atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais.

- Participação da Comunidade: - Grande conquista do povo brasileiro, que tem oportunidade de participar das decisões do SUS, através das conferências e conselhos de saúde.- É a garantia constitucional de que a população, através de suas entidades representativas e de classe, participará do processo de formulação das políticas de saúde e do controle da execução destas em todos os níveis de governo, desde o federal até o local. Esta participação deverá se dar através dos conselhos de saúde, com representação paritária de usuários, governo, profissionais de saúde e prestadores de serviço. Outra forma seria através da participação nas conferências de saúde, periódicas que definiriam as políticas de saúde e as prioridades. Outro ponto a ser destacado é que o processo participativo pode ocorrer em atividades onde os serviços esclarecem a população quanto a ocorrência dos agravos à saúde e assim, esta poderá se posicionar frente às questões relativas ao agravo.

- Regionalização e Hierarquização: - Regionalização significa a organização dos municípios para que ofereçam os serviços de forma hierarquizada.- Hierarquizar significa oferecer ações de saúde, desde o serviço mais básico até o serviço mais complexo.- Os serviços devem ser organizados em níveis de complexidade tecnológica crescente, dispostos numa área geográfica delimitada e com a definição da população a ser atendida (população alvo). O acesso aos serviços deverão se dar a nível primário e seguir a hierarquia dos níveis de atenção segundo a necessidade de resolução do problema. A rede de serviços deverá ser organizada de forma hierarquizada e regionalizada para permitir um conhecimento maior dos problemas de saúde a ser enfrentado na sua área de abrangência, favorecendo as ações de vigilância epidemiológica, sanitária, controle de vetores, educação à saúde, além da assistência ambulatorial e hospitalar nos diferentes níveis de complexidade.

- Complementaridade do Setor Privado: - Significa que o SUS quando não poder ofertar qualquer tipo de serviço em seu município, pode contratar ou conveniar com a rede privada

- Resolubilidade: - O sistema tem que resolver os problemas de saúde da população, dentro dos limites de sua complexidade e capacidade tecnológica, em cada nível de assistência.

- Intersetorialidade: ações de saúde com os outros setores, que determinam e condicionam a saúde

- O Brasil partiu de um sistema centralizado, privatizado e focado na atenção médico-hospitalar, para o Sistema Único de Saúde: um sistema universal, descentralizado, participativo, com controle social, baseado em um conceito ampliado de saúde, que propõe tratar da qualidade de vida com promoção, prevenção e atenção (e não somente da doença) e que atende a todos os brasileiros sem distinção. Temos, hoje, um modelo construído coletivamente, com responsabilidade nas três esferas de governo e com a participação dos diversos setores da sociedade representados pelos conselhos de saúde municipais, estaduais e nacional. O SUS modificou o paradigma da inclusão social, agregando em seu arcabouço os atributos de qualificação e humanização; iniciou uma profunda reforma do Estado brasileiro e é referência para outras políticas públicas.

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OBJETIVO 3: Reconhecer as funções dos gestores da saúde, das comissões intergestoriais e o processo de fiscalização do sistema.

Conceituamos: Gerência: como a administração de uma unidade ou órgão de saúde (ambulatório, hospital, instituto, fundação, etc) que se caracterizam como prestadores de serviços do SUS.Gestão: como a atividade e responsabilidade de comandar um sistema de saúde (municipal, estadual ou nacional) exercendo as funções de coordenação, articulação, negociação, planejamento, acompanhamento, controle, avaliação e auditoria.

- A responsabilidade dos gestores é de programar, executar, acompanhar e avaliar as ações de saúde sob sua responsabilidade.- Os gestores do SUS são os representantes de cada esfera de governo designados para o desenvolvimento das funções do Executivo na saúde, a saber: no âmbito nacional, o Ministro da Saúde; no âmbito estadual, o Secretário de Estado da Saúde; e no municipal, o Secretário Municipal de Saúde.- As funções gestoras no SUS podem ser definidas como “um conjunto articulado de saberes epráticas de gestão necessários para a implementação de políticas na área da saúde” .- Pode-se identificar “quatro grandes grupos de funções (macro-funções) gestoras na saúde:(a) formulação de políticas/planejamento;(b) financiamento;(c) coordenação, regulação, controle e avaliação (do sistema/ redes e dos prestadores públicos ouprivados);(d) prestação direta de serviços de saúde”

Gestor Municipal:- Organizar e excutar as ações de atenção primária de saúde;- Planejar, organizar, controlar os serviços de saúde públicos e privados;- Executar os serviços de vigilância epidemiológica, Sanitária, Ambiental e Saúde do Trabalhador;- Gerencir a Pol´tica de Recursos Humanos;- Gerenciar o financiamento no âmbito do SUS Municipal;

Gestor Estadual- Exercer a gestão do SUS no âmbito estadual.- Incentivar os municípios para que assumam a gestão de saúde, promovendo condições para que essa atenção seja integral.- Assumir em função provisória a gestão de saúde em populações de municípios que não se responsabilizaram por essa questão.- Harmonizar, integrar e modernizar os sistemas municipais, coordenando o SUS estadual.- Junto com os governos federal e municipal, participar do financiamento do SUS.

Gestor Federal- Exercer a gestão do SUS no âmbito nacional.- Incentivar gestores estaduais e municipais, ampliando o desenvolvimento dos sistemas municipais, criando condições para que isso ocorra.- Compor o SUS nacional por meio da harmonização, modernização e integração de seus sistemas em nível estadual.- Normalizar e coordenar as funções ligadas à gestão nacional do SUS.- Ao lado de Estados e municípios, participar do financiamento do SUS.

Comissões Intergestores- O processo de articulação entre os gestores, nos diferentes níveis do Sistema, ocorre, preferencialmente, em dois colegiados de negociação: a Comissão Intergestores Tripartite (CIT) e a Comissão Intergestores Bipartite (CIB).- No âmbito nacional, a Comissão Intergestores Tripartite, integrada paritariamente por representantes do Ministério da Saúde e dos órgãos de representação do conjunto dos Secretários Estaduais de Saúde (CONASS) e do conjunto dos Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS).- No âmbito estadual, a Comissão Intergestores Bipartite, integrada paritariamente por dirigentes da Secretaria Estadual de Saúde e do órgão de representação dos Secretários Municipais de Saúde do Estado (COSEMS).

Comissão Intergestores Tripartite (CIT)-Integrada por representantes dos estados, municípios, do Distrito Federal e da União, a comissão é um foro de articulação e pactuação na esfera federal. Na comissão, são definidas diretrizes, estratégias, programas, projetos e alocação de recursos do SUS. São quinze membros, sendo cinco indicados pelo Ministério da Saúde, cinco pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e cinco pelo Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems). Para estados e municípios, cada indicado representa uma região do país. As decisões são tomadas por consenso.

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- A CIT viabiliza a Política Nacional de Assistência Social (PNAS), caracterizando-se como instância de negociação e pactuação de aspectos operacionais da gestão do Sistema Único de Assistência Social (Suas). Ela mantém contato permanente com as Comissões Intergestores Bipartite (CIBs), para a troca de informações sobre o processo de descentralização.

- Entre suas principais funções estão pactuar estratégias para implantação e operacionalização; estabelecer acordos sobre questões operacionais da implantação dos serviços, programas, projetos e benefícios; atuar como fórum de pactuação de instrumentos, parâmetros, mecanismos de implementação e regulamentação; pactuar os critérios e procedimentos de transferência de recursos para cofinanciamentos; entre muitas outras.

Comissão Intergestores Bipartite (CIB)Um dos fóruns fundamentais para o processo de descentralização das ações de saúde. Nesse espaço, representantes do governo estadual e dos municípios articulam-se e realizam as suas pactuações. Ela é responsável por organizar a atenção à saúde no estado, além de definir estratégias, programas, projetos e alocação de recursos do SUS, no âmbito estadual. Vale observar que, antes de levar um tema para ser discutido na Bipartite, o assunto deve ter sido debatido entre os municípios em outras de suas instâncias representativas. As decisões somente são encaminhadas para a Comissão Intergestores Tripartite (CIT) se envolverem questões contrárias aos pactos e políticas do SUS ou aquelas que envolvem a União.

Conselho Municipal de Saúde-Constituído por usuários, trabalhadores de saúde e representantes do governo e prestadores de serviço, tem a função deliberativa, consultiva e fiscalizadora das ações e serviços de saúde do município.- Se reúnem mensalmente.- São criados através de leis municpais.- Carater permanente e deliberativo.

Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS)É composto por secretários municipais de saúde. Os municípios são entendidos no SUS como os principais responsáveis pelo atendimento à saúde de sua população. O Conasems tem a função de formular e propor políticas, promover o intercâmbio de experiências, apoiar os municípios e representá-los na CIT. Tem como entidade a mobilização e representação dos Secretários Municipais de Saúde.Em cada Estado os Secretários Municipais de Saúde se organizam em COSEMS (Conselho Estadual de Secretários Municipais de Saúde), sendo que em alguns Estados a entidade recebe outras denominações. Os representantes do COSEMS e os representantes das secretarias Estaduais de Saúde compõem a Comissão Intergestores Bipartite em cada Estado.

Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass)Composto por secretários de saúde dos estados, o Conass representa os gestores estaduais junto à CIT, onde pode formular e propor políticas. O conselho também serve aos secretários estaduais como um fórum de debate, intercâmbio, trocas de experiências e a discussão para a implementação das políticas e diretrizes constitucionais.

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Financiamento do Sus- A responsabilidade do financiamento do sistema Único de Saúde - SUS é Tripartite, ou seja, as três esferas de governo: federal, estadual e municipal.- Os depósito dos recursos financeiros federal é realizado através de transferência Fundo a Fundo ,Fundo Nacional de Saúde para os Fundos Estaduais de Saúde e Fundos Municipais de Saúde. O Financiamento de custeio com recursos federais é organizado e transferido em 5 Blocos:Bloco da Atenção BásicaBloco da Atenção Média e Alta Complexidade Ambulatorial e HospitalarBloco de Vigilância em Saúde Bloco da Assistência FarmacêuticaBloco da Gestão do SUS.- Os critérios de transferência dos recursos da Uniao para os Estados e municípios estão definidos no Art35 da Lei 8.080/1990 onde destacamos: I-Perfil demográfico da região; II- perfil epidemiológico.

Fiscalização- Os conselheiros municipais de saúde são pessoas credenciadas para fazer legalmente a fiscalização do SUS. O controle social é o exercício da cidadania nesse sistema, porque permite a participação popular no processo de gestão política, administrativa e financeira, com caráter democrático e descentralizado”.- Os conselhos de saúde foram criados para que o cidadão possa contribuir para melhorar a saúde pública. A presença desses conselhos é obrigatória em todos os municípios para que estes possam receber recursos do Ministério da Saúde.- O conselhos de saúde controlam a fiscalização dos gastos.- Devem ser compostos por representantes do governo, prestadores de serviços, profissionais de saúde e usuários (Lei 8.142/1990, art 4). Se não possuírem Conselhos de Saúde o repasse dos recursos não é efetuado.

Observações:- Lei 8.142/1990 instituiu as Conferências de Saúde, possibilitando a participação da comunidade na condução do SUS, e valorizando o direito do cidadão. São convocadas a cada 4 anos pelos conselhos de saúde. Propoem as diretrizes para a formulação da política de saúde.

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