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Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa Programa de Pós Graduação Stricto Sensu em Psicologia INCLUSÃO ESCOLAR DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA FÍSICA: UM ESTUDO DE CASO EM UMA ESCOLA PÚBLICA DO DISTRITO FEDERAL Brasília - DF 2014 Autora: Mírian Daniela Matos Campos Andrade Orientadora: Prof.ª Drª Cláudia Cristina Fukuda

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Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa Programa de Pós Graduação Stricto Sensu em Psicologia

INCLUSÃO ESCOLAR DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA

FÍSICA: UM ESTUDO DE CASO EM UMA ESCOLA

PÚBLICA DO DISTRITO FEDERAL

Brasília - DF

2014

Autora: Mírian Daniela Matos Campos Andrade

Orientadora: Prof.ª Drª Cláudia Cristina Fukuda

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MÍRIAN DANIELA MATOS CAMPOS ANDRADE

INCLUSÃO ESCOLAR DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA FÍSICA: UM

ESTUDO DE CASO EM UMA ESCOLA PÚBLICA DO DISTRITO FEDERAL

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação Stricto Sensu em Psicologia da

Universidade Católica de Brasília, como

requisito para obtenção do Título de Mestre

em Psicologia.

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Cláudia Cristina

Fukuda

Brasília

2014

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A553i Andrade, Mírian Daniela Matos Campos.

Inclusão escolar da pessoa com deficiência física: um estudo de caso em

uma escola pública do Distrito Federal. / Mírian Daniela Matos Campos

Andrade – 2014.

141 f.; il.: 30 cm

Dissertação (mestrado) – Universidade Católica de Brasília, 2014.

Orientação: Profa. Dra. Cláudia Cristina Fukuda

1. Psicologia. 2. Educação inclusiva. 3. Interação social. 4. Educação

especial. 5. Escolas públicas. I. Fukuda, Cláudia Cristina, orient. II. Título.

CDU 159.9:376

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Dissertação de autoria de Mírian Daniela Matos Campos Andrade, intitulada “Inclusão

escolar da pessoa com deficiência física: um estudo de caso em uma escola pública do

Distrito Federal”, apresentada com requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em

Psicologia pela Universidade Católica de Brasília, defendida e aprovada em 5 de junho de

2014, pela Banca Examinadora abaixo assinada:

_________________________________________

Prof.ª Dr.ª Cláudia Cristina Fukuda

Orientadora

Programa de Pós Graduação Stricto Sensu em Psicologia- UCB

_________________________________________

Prof.ª Dr.ª Júlia Sursis Nobre Ferro Bucher-Maluschke

Examinadora Interna

Programa de Pós Graduação Stricto Sensu em Psicologia - UCB

_________________________________________

Prof.º Dr.º Janari da Silva Pedroso

Examinador Externo – IFCH

Instituto de Filosofia e Ciências Humanas

_________________________________________

Prof.ª Dr.ª Maria Aparecida Penso

Suplente

Programa de Pós Graduação Stricto Sensu em Psicologia - UCB

Brasília

2014

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Dedico este trabalho a todas as pessoas

com deficiência física.

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AGRADECIMENTOS

À direção da escola pesquisada, pela atenção e acolhida.

Aos profissionais de educação, aos pais e à estudante com deficiência física pela

disposição em falar de suas histórias e ajudar a concretizar este trabalho.

Aos estudantes da escola, pelo respeito e entusiasmo em participar do teste

sociométrico, bem como, aos seus pais pela autorização. Dessa forma, contribuíram

na direção para a finalização desta empreitada.

Aos funcionários e demais trabalhadores da escola, pela generosidade.

Aos colegas de trabalho, pelo apoio e compreensão no dia a dia.

Aos meus pais, Veralúcia e Sebastião, pelo apoio e encorajamento.

Ao meu esposo Luciano, pelo companheirismo e dedicação.

Ao meu primo Wesley, pela generosidade e acolhimento.

Às amigas, Fernanda Marsaro dos Santos, Magalis Bésser Dorneles Schneider, Jane

Lopes da Silva e Zilmara Ezequiel Alves pelo efetivo apoio.

Ao fisioterapeuta Leonardo Maia, assim como, ao amigo Ataualpa Cardoso Alvarenga

pela dedicação e paciência.

Às professoras Doutoras Marília Marques da Silva e Júlia Sursis Nobre Ferro Bucher-

Maluschke pela valorosa contribuição na qualificação.

À professora Doutora Júlia Sursis Nobre Ferro Bucher-Maluschke por gentilmente

aceitar compor a banca examinadora deste trabalho juntamente com o professor

Doutor Janari da Silva Pedroso, a quem também agradeço.

À professora Erenice Natália Soares de Carvalho, pelo carinho, ética e

profissionalismo.

À professora Cláudia Cristina Fukuda, orientadora, amiga e companheira. Obrigada

pela paciência, compreensão, generosidade, gentileza, ética e profissionalismo. Sem o

seu incentivo e confiança, este sonho não seria consolidado.

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RESUMO

ANDRADE, Mírian Daniela Matos Campos. Inclusão escolar da pessoa com deficiência

física: um estudo de caso em uma escola pública do Distrito Federal. 2014, 147 f.

Dissertação (Mestrado Psicologia)- Universidade Católica de Brasília, Brasília-DF, 2014.

Este estudo buscou compreender o processo de inclusão escolar de uma estudante com

deficiência física em uma escola pública do Distrito Federal com ênfase nas interações

sociais. Nesse prisma, foram analisadas as percepções que a pessoa com deficiência física tem

de suas experiências escolares, as percepções dos agentes educativos (pais, professores,

supervisor, coordenador, orientador e monitor) e dos pares com vistas a identificar elementos

que promoviam ou dificultavam o processo de inclusão escolar da estudante com deficiência

física. O referencial teórico teve como aporte o modelo bioecológico do desenvolvimento

humano seguido de conceitos fundamentais sobre deficiência, inclusão social e escolar. Este

estudo foi desenvolvido em duas etapas: A primeira etapa identificou a posição social da

pessoa com deficiência física frente aos colegas no contexto de sala de aula (Etapa 1) e na

segunda etapa identificou percepções da estudante com deficiência física, dos pais, dos

professores, do supervisor pedagógico, do coordenador, do orientador educacional e do

monitor frente à inclusão da pessoa com deficiência física no contexto escolar (Etapa 2).

Foram utilizados o teste sociométrico (Etapa1) e entrevista semiestruturada (Etapa 2). Os

principais resultados evidenciaram posição social desfavorável da estudante com deficiência

física frente a seus pares na Etapa 1 que foi melhor apreendida na Etapa 2 onde constatações

apontaram as características pessoais da estudante; a influência da mãe na escola; a

inadequação dos espaços físicos, o despreparo dos atores educacionais e a falta de coesão da

turma como dificultadores do seu processo de inclusão plena na escola. Este estudo

demonstrou a forma de viver e de se relacionar de uma estudante com deficiência física

retratando a sua exclusão, em diversos contextos, oriunda de barreiras físicas e atitudinais que

inviabilizaram sua integração plena como sujeito de direito na sociedade e escola, donde foi

possível inferir impactos negativos para o desenvolvimento da estudante.

PALAVRAS-CHAVE: Inclusão Escolar. Interação Social. Deficiência Física. Bioecologia do

Desenvolvimento Humano.

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ABSTRACT

This study sought to understand the school inclusion of a student with disability in a public

school in Distrito Federal with an emphasis on social interactions. In this perspective, it were

analyzed the perceptions that people with disabilities have about their school experiences,

perceptions of educators (parents , teachers , supervisor , coordinator ,pedagogical counselor

and monitor) and peers in order to identify factors that promoted or hindered the school

inclusion of students with physical disabilities. The theoretical contribution was the bio

ecological model of human development followed by the fundamental concepts of disability,

social and educational inclusion. This study was conducted in two stages: The first stage

identified the social position of the person with disability faced with colleagues in the context

of the classroom (Step 1) and the second stage identified perceptions of students with

disabilities, parents, teachers, supervisor, coordinator, the pedagogical counselor and the

monitor faced with the inclusion of people with disabilities in the school context (Step 2).

Sociometric test (Step1) and semi structured interviews (Step 2) were used. The main results

showed unfavorable social position of the student with disabilities faced with her peers in

Step 1 that was better perceived in Step 2 where results showed the personal characteristics of

the student; the influence of her mother at school; the inappropriated physical spaces, the lack

of prepare of the educational actors and the lack of cohesion of the class as hindering the

process of full inclusion in school. This study demonstrated the way of living and relating of a

student with physical disabilities portraying her exclusion, in different contexts, deriving from

physical and attitudinal barriers that have prevented their full integration as a subject of law in

society and school, where it was possible to infer negative impacts on the development of the

student.

KEYWORDS: School Inclusion. Social interaction. Physical disabilities. Bio ecological

Human Development.

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LISTA DE SIGLAS

CC (Classe Comum)

Estudantes do ensino regular.

CE (Classe Especial)

Estudantes que são matriculados em turmas do Ensino Regular ou, em decorrência de

suas necessidades, em caráter temporário, em turmas de atendimento exclusivo ou

ainda nos Centros de Ensino Especial.

CII (Classes de Integração Inversa)

Estudantes com necessidades educativas especiais que são matriculados em turmas

reduzidas do Ensino Regular, em caráter temporário.

EAPE (Escola de Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação da Secretaria

de Estado de Educação do Distrito Federal)

Entidade responsável pela formação continuada dos profissionais da educação da rede

pública de ensino do Distrito Federal.

SEAA (Serviço de Apoio à Aprendizagem)

Sala direcionada para o assessoramento à prática pedagógica e ao acompanhamento do

processo de ensino e aprendizagem dos estudantes com deficiência.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 12

1.1 O MODELO BIOECOLÓGICO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO .................. 17

1.2 Interação entre Pares na Perspectiva Bioecológica ......................................................... 21

1.3 Deficiência e Inclusão Social: Fundamentos legais e teóricos........................................ 25

1.4 Educação Inclusiva.......................................................................................................... 30

2. OBJETIVOS...................................................................................................................... 34

2.1 Objetivo geral .................................................................................................................. 34

2.2 Objetivos específicos ...................................................................................................... 34

3. MÉTODO .......................................................................................................................... 35

3.1 Contextualização do campo ............................................................................................ 35

3.2 Aspectos éticos para Entrada em Campo ........................................................................ 37

4. ETAPA 1: POSIÇÃO SOCIAL DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA FÍSICA NA SALA

DE AULA ................................................................................................................................. 38

4.1 Método ............................................................................................................................ 38

4.1.1 Participantes ....................................................................................................... 38

4.1.2 Instrumento ......................................................................................................... 39

4.1.3 Procedimentos .................................................................................................... 40

4.1.4 Análise dos Dados .............................................................................................. 41

4.2 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................... 42

4.2.1 Sociogramas e Diagrama Télicos ....................................................................... 42

4.2.2 Eleições Positivas e Negativas ........................................................................... 46

5. ETAPA 2: PERCEPÇÕES SOBRE OS PROCESSOS DE INTERAÇÃO DO

DEFICIENTE FÍSICO NO CONTEXTO ESCOLAR ............................................................. 57

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5.1 MÉTODO ...................................................................................................................... 57

5.1.1 Participantes .................................................................................................................... 57

5.1.2 Instrumento ......................................................................................................... 59

5.1.3 Procedimentos .................................................................................................... 60

5.1.4 Análises dos Dados ............................................................................................. 60

5.2.1 Viver com Deficiência ........................................................................................ 62

5.2.2 Concepção de Inclusão ....................................................................................... 67

5.2.3 Processo de Inclusão Escolar .............................................................................. 72

6. INTEGRAÇÃO DOS RESULTADOS E DISCUSSÃO DAS ETAPAS 1 E 2 ................ 81

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 84

REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 87

APÊNDICE A .......................................................................................................................... 98

APÊNDICE B ......................................................................................................................... 101

APÊNDICE C ......................................................................................................................... 104

APÊNDICE D ........................................................................................................................ 106

APÊNDICE E ......................................................................................................................... 109

APÊNDICE F ......................................................................................................................... 112

APÊNDICE G ........................................................................................................................ 115

APÊNDICE H ........................................................................................................................ 118

APÊNDICE I .......................................................................................................................... 119

ANEXO A .............................................................................................................................. 130

ANEXO B .............................................................................................................................. 133

ANEXO C .............................................................................................................................. 134

ANEXO D .............................................................................................................................. 136

ANEXO E ............................................................................................................................... 137

ANEXO F ............................................................................................................................... 139

ANEXO G .............................................................................................................................. 140

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ANEXO H .............................................................................................................................. 141

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12

INTRODUÇÃO

Este trabalho teve por objetivo compreender o processo de inclusão escolar de uma

estudante com deficiência física em uma escola pública do Distrito Federal com ênfase nas

interações sociais por meio de um estudo de caso. De acordo com Lisboa e Koller (2004), o

ambiente escolar é um espaço de interação social onde o desenvolvimento na área cognitiva,

afetiva, social e ética pode ser potencializado. Para Kassar (1999) a interação social propicia

aos indivíduos obter conceitos sociais e culturais e, assim, integrarem-se como indivíduos

sociais. Passerino (2005) afirma que as interações estabelecidas pelas pessoas com o meio

resultam na formação de sua identidade. Bronfenbrenner (2011) corrobora a influência da

interação social para o desenvolvimento humano enfatizando que o mesmo ocorre por meio

de interações recíprocas entre pessoas, objetos e símbolos por um tempo duradouro. Contudo,

Davis, Silva e Espósito (1989) afirmam que a interação social tanto pode beneficiar quanto

prejudicar o desenvolvimento dos sujeitos envolvidos, ou seja, “[...] acaba por adquirir

diferentes significados, a depender da forma como se desenvolve a história de cada parceiro

no seio da estrutura social” (p.52).

O presente trabalho tornou-se relevante por aludir pessoas ainda em processo de

reconhecimento como sujeitos de direito. Contribuiu para compreender e identificar as

relações conceituais e empíricas da interação social entre pares e suas consequências para

inclusão efetiva. Dessa forma, analisa a percepção que a pessoa com deficiência física tem de

suas experiências, a percepção dos agentes educativos (pais, professores, coordenadores,

orientador educacional, supervisor pedagógico e monitor) e dos pares. Nesse prisma, buscou-

se identificar elementos que evidenciavam facilidades e dificuldades para a inclusão escolar

da estudante com deficiência física. Para a compreensão do fenômeno utilizou-se o aporte

teórico do modelo bioecológico do desenvolvimento humano e de alguns conceitos

elementares sobre deficiência, inclusão social e escolar.

No Brasil, legalmente pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de

longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial (BRASIL, 2010). Esses

empecilhos em contato com as barreiras sociais podem inviabilizar a participação efetiva da

pessoa com deficiência em igual condição com as demais consideradas não-deficientes

(BRASIL, 2011). As pessoas com deficiência física são designadas pela legislação como

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todas que apresentam comprometimento da função física de membros, podendo ser

superiores, inferiores ou de ambos. Assim, resultando em uma alteração completa ou parcial

e, dependendo de sua amplitude, podem afetar outras áreas, sejam elas de ordem intelectual,

sensorial ou de ambas. A deficiência física tanto pode ser de origem congênita quanto

adquirida durante o curso da vida (BRASIL, 2004).

Em relação à situação das pessoas com deficiência dados da Organização das Nações

Unidas difundiram que cerca de 10% da população mundial, por volta de 650 milhões de

pessoas tem uma deficiência, além disso, a pessoa com deficiência corre mais risco de sofrer

violência física, verbal ou sexual e, ainda, de não alcançar ajuda dos órgãos competentes que

garantem a sua proteção, prevenção e justiça. Segundo o Programa das Nações Unidas para o

Desenvolvimento (PNUD), em 1998, o percentual de alfabetização mundial, no que se refere

à população adulta com deficiência, não excedeu 3% e na situação de mulheres com

deficiência, a incidência era de 1%. (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 2013).

Portanto, é importante enfatizar que, conforme o relatório que trata sobre as

Características Gerais da População, Religião e Pessoas com Deficiência do Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), conforme Censo Demográfico 2010, o Brasil

apresentou uma estimativa de pessoas não alfabetizadas, com 15 anos ou mais de idade, onde

5,9% eram brancas, 13 % pardas e 14,4% negras. Ademais, 50% da população total, de 15 a

24 anos de idade, frequentavam o ensino fundamental, uma vez que, já deveriam ter atingindo

o ensino médio. Em relação à outra metade dos estudantes, dessa faixa etária, bem como, os

não analfabetizados, a discrepância no acesso aos níveis de ensino pelas pessoas consoante

cor ou raça foi relevante. Nesse grupo etário, a desigualdade foi evidenciada no nível superior

onde a taxa de estudantes brancos correspondeu a 31,1%, a de pardos a 13,4% e a de negros a

12,8%. Destacamos ainda que, 45,6 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência

equivaleram a 23,9% da população brasileira. Ainda, 61,1% da população com deficiência e

idade de 15 anos ou mais não tinham educação formal ou cursaram apenas o ensino

fundamental incompleto. Em relação à ocupação, em torno de 75,6 milhões de indivíduos se

encontravam desocupados, sendo que 31,3% dessas pessoas tinham algum tipo de deficiência

(BRASIL, 2010).

De acordo com o Ministério da Educação (MEC), entre 2000 e 2010, o número de

matrículas de pessoas com deficiência na educação superior no Brasil passou de 2.173 para

20.287 (6.884 na pública e 13.403 na privada) equivalendo a 933% de aumento. Além do

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mais, em 2011, a educação especial registrou 702.603 matrículas, uma progressão de 10%

quando comparada a 2009 e redução de matrículas em escolas especiais. Esse crescimento foi

atribuído a inserção de estudantes com deficiência em escolas regulares em 2007

(INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS, 2011). Para

Mantoam (2006), inserir estudantes com deficiência na escola é desafiador, pois a

inadequação estrutural, a prática pedagógica, a formação docente, hábitos e atitudes que não

condizem com a inclusão, entre outros elementos, obstruem o desenvolvimento desses

estudantes. Carvalho (2004) entende a inclusão escolar como um processo gradativo e

complexo que deve ser pautado no respeito à diversidade e a forma de aprender de cada um.

O MEC ressalta que no ambiente educativo inclusivo o estudante é sujeito de direito e a ação

pedagógica deve assegurar o desenvolvimento de suas aprendizagens e a construção de

competências essenciais ao exercício pleno da cidadania (BRASIL, 2006).

Diante das constatações evidenciadas anteriormente (censo demográfico 2010 e censo

da educação básica 2011), o número de pessoas com deficiência na realidade social brasileira

é bastante significativo. Porém, a existência de obstáculos de ordem estrutural e atitudinal

nessa realidade impossibilitam a integração social plena da pessoa com deficiência

(SASSAKI, 2003; MAZZOTTA, 2006; MANTOAM, 2006; DINIZ; BARBOSA; SANTOS,

2010; TEIXEIRA, 2010; SASSAKI, 2010; GOMES; REZENDE; TORTORELLI, 2010;

MAZZOTTA; D’ANTINO, 2011).

Segundo Sassaki (2010), incluir socialmente a pessoa com deficiência significa

eliminar tanto as barreiras estruturais quanto o modo negativo de agir frente a esse grupo a

fim de assegurar a equiparação de oportunidades e, dessa forma, propiciar o seu

desenvolvimento pessoal, social, educacional e profissional. Segundo Mazzotta e D’Antino

(2011), a inexistência de estrutura física, o acesso e o transporte são os principais entraves

para que o exercício do direito à liberdade da pessoa com deficiência se concretize. Saeta

(2006) ressalta que é importante considerar “ainda, e principalmente, as condições sociais

como fontes geradoras de incapacidades, uma vez que é no próprio meio social que

determinados indivíduos tornam-se reconhecidos como deficientes” (p. 67).

Dessa forma, a pessoa com deficiência se depara com as limitações da sociedade que

as impedem de ser incluídas e, assim, de se desenvolver plenamente em todas as áreas de sua

vida. Para Melo e Martins (2004), a escola inclusiva colabora para que as diferenças

individuais sejam reconhecidas como parte da humanidade e por isso devem ser respeitadas.

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As conferências realizadas em Jomtiem (1990) e Salamanca (1994) contribuíram para

a elaboração de documentos norteadores de inclusão no mundo e destacou que grupos de

pessoas em situação de vulnerabilidade, incluindo as pessoas com deficiência, devem ter

prioridade de acesso à educação. Antes disso, a Constituição da República Federativa do

Brasil já estabelecia a educação como direito de todos; instituía o direito à igualdade;

certificava a proteção contra a exclusão social e a obtenção de condições materiais mínimas;

assegurava o acesso e a permanência não só na escola, mas também aos níveis mais elevados

do ensino; além da oferta ao atendimento educacional especializado no ensino regular. Por

fim, garantia normas para a construção e adaptação dos espaços físicos e transportes públicos,

com objetivo de torná-los adequados e acessíveis às pessoas com deficiência (BRASIL,

1988). Além disso, a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência estabeleceu

que os indivíduos com deficiência desfrutem de todos os direitos humanos e liberdades

fundamentais, assim como, exerçam de fato esses direitos e os tenham protegidos contra

possíveis infrações (BRASIL, 2008).

Em 2011, no Brasil, foi instituído, o Plano Nacional de Educação (PNE) que prevê a

universalização do atendimento escolar, na rede regular de ensino, para a população de 4 a 17

anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento, habilidades especiais ou altas

habilidades/superdotação, assegurando nas escolas públicas, medidas com vistas a reduzir a

distância existente entre os estudantes com deficiência e aqueles não-deficientes (BRASIL,

2011). Dessa forma, para o Ministério da Educação (MEC), a educação inclusiva significa

efetivação do direito de todos à educação em igualdade de condições, de forma que garanta

acessibilidade, participação e aprendizagem nas escolas regulares (BRASIL, 2010). Isso

corrobora a legislação, convenções e decretos consolidando e reconhece o direito da pessoa

com deficiência de atuar como cidadã e de ser integrada socialmente.

Paula e Baleotti (2011) afirmam que a inclusão do estudante com deficiência deve

ultrapassar a sua inserção física apenas, mas de fato torná-lo parte integrante desse contexto.

Silva e Aranha (2005) enfatizam que a inclusão em ambiente escolar exige interações sociais

que resultem verdadeiramente em relações positivas entre estudantes com e sem deficiência.

De acordo com Del Prette e Del Prette (1998), a relação entre pares pode agregar benefícios

ao processo de aprendizagem formal e ao desenvolvimento como um todo. Conforme Saad

(2003), a educação de criança com deficiência e criança sem deficiência, em ambiente

educativo inclusivo, favorece o desenvolvimento psíquico e físico de ambas. Assim, podemos

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considerar que a escola é um espaço importante para o desenvolvimento da pessoa com e sem

deficiência.

No Modelo Bioecológico do Desenvolvimento Humano, a escola é conceituada como

um microssistema para o estudante, assim como a família e o grupo de amigos, e as interações

entre microssistemas têm importante papel em potencializar o desenvolvimento. Para

Bronfenbrenner (2011), o desenvolvimento humano é incitado ou impossibilitado pelo grau

de interação entre os sistemas e se estabelece de maneira contínua e recíproca envolvendo o

organismo biopsicológico e são essas interações que produzem resultados de desenvolvimento

humano durante o curso da vida.

Richardson (2002) afirma que crianças com deficiência física demonstram menor

habilidade social para interagir com seus pares; Thirumanickam, Raghavendra e Olsson

(2011), enfatizam que a falta de participação social pode afetar seriamente pessoas que têm

baixa habilidade social, incluindo nesse grupo pessoas com deficiência física e com

necessidades complexas na área da linguagem. Batista e Enumo (2004) afirmam que

estudantes com deficiência sofrem mais rejeição por parte de colegas e professores e são

menos integrados em seus grupos. Tais afirmações ressaltam que barreiras atitudinais

instaladas nas relações de interação podem atingir de forma prejudicial o desenvolvimento da

pessoa com deficiência, assim como, a sua inclusão. No entanto, Mazzotta et al (2007) coloca

que o ponto central na interação entre pares é a consciência de que cada pessoa tem limite e

uma maneira única de reagir diante de situações de inclusão social e que a pessoa com

deficiência também passa por isso.

Considerando que a pessoa com deficiência pode enfrentar obstáculos para o seu

desenvolvimento ocasionados pelo desconhecimento de grande parte da população, da própria

família e da escola a respeito da deficiência e que importantes oportunidades de socialização

ocorrem no ambiente escolar, questiona-se: como as interações sociais podem influenciar o

processo de inclusão escolar da pessoa com deficiência física?

Ao caracterizar a interação social entre pares experenciada pela pessoa com

deficiência física no contexto escolar pretendeu-se contribuir para identificação de fatores

mediadores que possam promover a inclusão social e de barreiras sociais, arquitetônicas, de

acessibilidade, entre outras, que promovem a negação do direito da pessoa com deficiência

física de praticar a cidadania e de se realizar em âmbito geral como pessoa.

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1 REFERENCIAL TEÓRICO

O referencial teórico norteador desta pesquisa é o Modelo Bioecológico do

Desenvolvimento Humano de Urie Bronfenbrenner. Esse aporte teórico contribui para a

compreensão do fenômeno da inclusão social da pessoa com deficiência física no contexto

escolar, uma vez que, agrega o que é próprio e comum no que tange às especificidades

evolutivas da pessoa e também de seu contexto, além de permitir entender como ocorrem as

inter-relações entre esses dois elementos que resultam em desenvolvimento humano

(BRONFENBRENNER, 2011).

Para melhor apreender o processo de inclusão escolar de uma estudante com

deficiência física, iniciamos primeiramente, com os pressupostos básicos do modelo

bioecológico do desenvolvimento humano, concepções sobre processos proximais e interação

entre pares; em seguida tratamos a respeito de conceitos fundamentais de deficiência e

inclusão social perpassando pelas mudanças legislativas relacionadas ao processo de inclusão

e pelas políticas públicas; e por fim discorremos acerca da educação inclusiva.

1.1 O MODELO BIOECOLÓGICO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO

Na perspectiva bioecológica de Bronfenbrenner (2011), a interação recíproca pessoa-

contexto e o tempo nas suas dimensões micro, meso e macrotempo são elementos que

influenciam os resultados do desenvolvimento humano. Para Bronfenbrenner (1999), esse

modelo propicia a identificação dos processos que envolvem sujeito-ambiente e a avaliação

das consequências para o desenvolvimento, tendo o tempo como parte integrante. Segundo

Polonia, Silva e Dessen (2005), a dimensão tempo é um elemento que faz progredir as

possibilidades de transformações no desenvolvimento de pessoas.

Bronfenbrenner (2011, p. 38) conceitua o desenvolvimento humano como “fenômeno

de continuidade e de mudança nas características biopsicológicas dos seres humanos, como

indivíduos e como grupos. Esse processo se estende ao longo do ciclo de vida”. Para o autor,

o modelo bioecológico conhecido como PPCT (Pessoa, Processo, Contexto e Tempo) permite

explorar processos e produtos de desenvolvimento humano como uma tarefa simultânea entre

a pessoa e o ambiente.

O modelo PPCT (Figura 1) tem como uma das dimensões o meio ambiente ecológico

(Contexto) formado pelos microssistema, mesossistema, exossistema e macrossistema; a outra

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dimensão é a interação recíproca entre a pessoa e o contexto imediato (Processo); a última

dimensão refere-se ao cronossistema (Tempo) organizado em microtempo (período de

continuidade e descontinuidade dos processos proximais), mesotempo (são os dias, as

semanas e os anos dos eventos no curso do desenvolvimento), macrotempo (eventos que

definem o ciclo vital). No que se refere à dimensão Pessoa, ela é considerada uma junção das

especificidades individuais (características biológicas e físicas, aspectos cognitivos, classe

social, habilidades, dificuldades, entre outros) com as características provenientes da interação

com o contexto (BRONFENBRENNER, 2011).

A dimensão Pessoa corresponde aos atributos pessoais do sujeito em desenvolvimento

que podem influenciar significativamente a interação pessoa-contexto

(BRONFENBRENNER, 2011). Para o modelo bioecológico a pessoa é formadora atuante do

seu desenvolvimento, pois ela experimenta interações de maneiras diferentes, faz escolhas e

modifica o contexto. Narvaz e Koller (2011) ressaltam que a Pessoa engloba “as

características biopsicológicas mais as características construídas na interação com o

contexto” (p.59). Segundo Bronfenbrenner e Morris (1998), a Pessoa emerge de

características de demanda (aparência, idade, gênero, cor), de recursos (cognição, emoção,

nível socioeconômico, grau de escolaridade, habilidades) e de força (temperamento,

motivações e persistência). Segundo os autores, a junção desses elementos ocasiona

diversidades no curso e na força da interação pessoa-contexto repercutindo no

desenvolvimento.

Pensando na dimensão que trata sobre “atributos pessoais” situando a pessoa com

deficiência física no centro desse conceito é possível que a interação pessoa-contexto tenha a

sua dinâmica diminuída pela intensidade da força oriunda de obstáculos tanto de ordem

estrutural quanto atitudinal ainda existentes em diversos contextos. Bronfenbrenner (2011)

afirma que o lugar que o sujeito ocupa no contexto é produto de desenvolvimento positivo ou

negativo. Segundo o autor, a capacidade de resposta que o sujeito dá ao ambiente seja de

fracasso ou sucesso (critérios estabelecidos socialmente) avalia o mérito do sujeito e

influencia na sua posição social ocasionando impacto no curso de seu desenvolvimento.

A dimensão Processo pode ser compreendida pela sinergia entre as características do

organismo biopsicológico e o contexto numa dinâmica de interações recíprocas, sistemáticas e

duradouras entre pessoas, ambientes e símbolos em contexto mais próximo, mas também com

influência de contextos mais distantes. Essas interações vão se tornando cada vez mais ricas e

profundas durante o processo de desenvolvimento (BRONFENBRENNER, 2011).

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O modo, a energia, o conteúdo e a direção das interações de reciprocidade de pessoa-

contexto ocorrem de formas distintas, pois tais processos estão subordinados aos atributos da

pessoa em desenvolvimento, ao tempo sócio-histórico vivido, ao contexto, “tanto imediato

quanto mais distante; ao produto de desenvolvimento; e às transformações do indivíduo e do

meio no curso da vida” (BRONFENBRENNER; MORRIS, 1998, p. 20).

Lisboa e Koller (2011, p.343) afirmam que “as experiências individuais e a forma

como as pessoas significam e internalizam as situações da vida é decorrente de características

subjetivas da pessoa, mas também da qualidade dos processos proximais estabelecidos.”

Dessa forma, o desenvolvimento da pessoa com deficiência em contexto imediato deve

emergir de processos de interação pessoa-contexto de forma bidirecional que seja significativa

e compreensível para si e para o outro envolvido.

A dimensão Contexto corresponde aos locais próximos e distantes de interação da

pessoa (microssistema, mesossistema, exossistema e macrossistema) que se relacionam e se

influenciam reciprocamente sendo essenciais para o desenvolvimento humano

(BRONFENBRENNER, 2011). Martins e Szymanski (2004, p.3), conforme o modelo

bioecológico, remetem o contexto “aos locais de convivência coletiva em âmbito geral em

que pessoas estão inclusas e onde se expandem os processos de interação pessoa-contexto e

que diversos ambientes podem influir no percurso do desenvolvimento humano”.

O contexto mais próximo é denominado de microssistemas onde o indivíduo vivencia

atividades, papéis sociais e relações interpessoais face a face (família, escola, serviços de

saúde), entre outros (BRONFENBRENNER, 2011). Contudo, as ações experenciadas nesse

contexto somente impulsionam o desenvolvimento quando, existe disposição tanto da pessoa

(intrinsecamente) quanto do contexto para interagirem constante e regularmente numa

dinâmica com sentido para os sujeitos envolvidos (BRONFENBRENNER, 1979). A relação

entre contextos imediatos em determinada época da vida corresponde ao mesossistema, por

exemplo, a relação dos pais com a escola. Já o ambiente nos quais a pessoa não está

diretamente inserida, mas que influenciam tanto o seu comportamento quanto seu

desenvolvimento é conhecido como exossistema, tal como (o local de trabalho dos pais). Por

último o macrossistema engloba a cultura, as macroinstituições, o governo federal, e as

políticas públicas (BRONFENBRENNER, 2011). Segundo o autor, a influência do contexto

sob o indivíduo pode resultar em diversos efeitos no desenvolvimento humano.

Por fim, a dimensão Tempo (cronossistema) oportuniza investigar a influência de

transformações e continuidades que ocorrem durante o ciclo de vida para o desenvolvimento

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humano (BRONFENBRENNER, 1986). Essa terceira dimensão está organizada em

microtempo (período de seguimento e interrupções dos processos proximais), mesotempo

(são os dias, as semanas e os anos dos eventos no curso do desenvolvimento) e macrotempo

(eventos que definem o ciclo vital). Ceconello (2003, p. 518), afirma que “o tempo permite

situar a pessoa em relação aos eventos presentes em sua vida (dos mais recentes aos mais

distantes)”.

Diante disso, as especificidades do processo de interação da pessoa com deficiência no

micro (escola, família, sala de recurso), meso (interação entre os micros), exo (diretorias de

ensino, trabalho dos pais) e macrossistemas (culturas de inclusão, políticas públicas,

concepções de deficiência, entre outros) precisam ser compreendidas, a fim de identificar

oportunidades ou desvantagens para o seu desenvolvimento ao longo do tempo. Sifuentes,

Dessen e Oliveira (2007, p.384), afirmam que: “[...] o desenvolvimento depende do equilíbrio

entre o indivíduo e seus contextos ambientais, facilitadores e/ou limitadores das mudanças,

pois juntos compõem a complexidade do desenvolvimento humano [...]”.

Figura 1: Diagrama representativo do modelo Pessoa Processo Contexto e Tempo (PPCT)

inspirado em Bronfenbrenner (2011).

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1.2 INTERAÇÃO ENTRE PARES NA PERSPECTIVA BIOECOLÓGICA

A perspectiva bioecológica preconiza a interação entre pessoas face a face como

processo proximal que se estabelece em base regular, de forma duradoura e bidirecional em

ambiente direto onde os envolvidos compreendem a sua finalidade e acepção

(BRONFENBRENNER; MORRIS, 1998). Para Corsaro (2011), a interação entre pares pode

ser compreendida como aproximação entre sujeitos mediante interesses e objetivos comuns,

compartilhados por meio da interação social diária face a face e que influencia na forma de

construção de valores colaborando ativamente para produção e reprodução da cultura e,

assim, transforma a sociedade.

Portanto, a transmissão de conhecimento realizada por meio da interação entre pares

fomenta desenvolvimento nos aspectos físico, cognitivo, afetivo e social numa dinâmica

dialógica pautada na reciprocidade (troca), no equilíbrio de poder (influência mútua) e na

relação de afeto (habilidades emocionais) (BRONFENBRENNER, 1979, 1996). Diante disso,

socializar-se significa transformar estruturas, processos e sujeitos por meio de uma dinâmica

que envolve o sujeito e suas peculiaridades, a interação, a comunicação e a ação no contexto

em que vive, bem como, as diferentes formas em que as relações sociais acontecem numa

dimensão não só objetiva, mas também subjetiva (GRIGOROWITSCHS, 2008).

Assim, os processos proximais são compostos por mecanismos que asseguram a

execução de potenciais humanos efetivando a atuação psíquica e, para identificá-los é

primordial que haja o envolvimento da pessoa numa atividade, com reciprocidade, constância

e durabilidade, onde há evolução gradativa das operações para uma etapa mais difícil

(BRONFENBRENNER, 1999, 2011). No entanto, as relações estabelecidas no contexto

escolar são significativas para crianças e adolescentes, uma vez que, vínculos estabelecidos

nesse contexto, de forma negativa, podem ocasionar resultados acadêmicos abaixo do

esperado, comprometimento físico e emocional, mas quando os relacionamentos interpessoais

são positivos, os estudantes alcançam melhor nível de aprendizado, aperfeiçoam habilidades

sociais e são mais capazes de enfrentar situações estressantes (NETO, 2005).

Diante disso, podemos entender que os processos proximais variam como uma função

dos atributos individuais de cada pessoa (incluindo a herança genética), das características dos

objetos e da estrutura (benéfica ou adversa) dos contextos imediato e distantes englobando

também períodos de tempos contínuos, ocasionando múltiplas consequências no

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desenvolvimento. Tais consequências podem ser desde o alcance e avanços de conhecimento

e capacidades para nortear o comportamento (competência) ou dificuldades permanentes para

conservá-lo, dominá-lo e ajustá-lo (disfunção) (BRONFENBRENNER, 2011). Segundo o

autor, “os efeitos dos processos proximais são mais poderosos do que o contexto nos quais

eles ocorrem” (p.214). Isso significa que as formas como as pessoas se relacionam

(motivações, afeto, atenção) com o ambiente podem efetivar tanto resultados benéficos ao

desenvolvimento quanto ao contrário, disfunções importantes.

A relação de interação entre pessoas face a face pode ser compreendida mediante

díades (base de investigação) que podem ser estabelecidas quando um sujeito observa o

comportamento do outro; durante a execução de operações em conjunto; e por relações de

interação durável (BRONFENBRENNER, 1979/1996).

Yunes e Juliano (2010) afirmam que “as interações diádicas podem desenvolver

sentimentos recíprocos de afetos ou desafetos e que as interações duradouras (díades

primárias,) existem mesmo na ausência física dos participantes” (p.357). Conforme Martins e

Szymanski (2004), a formação de uma única díade já contribui para o desenvolvimento

humano além de colaborar para a composição de outras estruturas interpessoais mais amplas

que envolvem mais de duas pessoas. Logo, ter menos oportunidade para interagir pode

ocasionar falta de habilidade social, e dessa forma, afetar o curso do desenvolvimento

acarretando dificuldades posteriores para lidar com situações difíceis (SZYMANSKI, 2004).

No modelo bioecológico, as fases do ciclo de vida (infância, adolescência, fase adulta

e velhice) são onde os elementos objetivos no contexto são percebidos e modificados pelos

indivíduos ao mesmo tempo em que elementos subjetivos (sentimentos – dúvidas, crenças

pessoais, entre outros) são construídos, tais elementos se relacionam sendo compreendidos e

alterados pelas pessoas durante o ciclo vital (BRONFENBRENNER, 2011). Portanto, os

marcos de desenvolvimento biológico são comuns a todos os indivíduos, porém a forma como

cada um vai passar é individual e permeada por múltiplos significados.

Além disso, Bronfenbrenner (2011) afirma que as mudanças objetivas e subjetivas são

acompanhadas pela socialização da pessoa em diversos meios (transição ecológica)

impulsionando o desenvolvimento. Portanto, na adolescência modificações biopsicológicas

ocorrem , assim como, o estabelecimento de novas relações sociais numa dinâmica permeada

por influências diversas, ocasionando efeitos no desenvolvimento. Macowski (1993), assegura

que na adolescência ser integrado a um grupo de forma ativa por meio de troca entre pares

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vínculos de amizades, entre outras experiências é essencial para a formação da identidade do

sujeito.

Conforme Eisenstein (2005, p.2) a adolescência é compreendida como um período de

“transição entre a infância e a vida adulta, caracterizado pelos impulsos do desenvolvimento

físico, mental, emocional, sexual e social e pelos esforços do indivíduo em alcançar os

objetivos relacionados às expectativas culturais da sociedade em que vive.” Conforme o

Ministério da Saúde em consonância com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a

adolescência, nos aspectos biológicos, psicológicos, jurídicos e sociais, corresponde à faixa

etária de 10 e 19 anos distribuída em etapas: pré-adolescência (de 10 a 14 anos), adolescência

(15 a 19 anos) e juventude (19 e 24 anos) (BRASIL, 2005). O Estatuto da Criança e do

Adolescente, Lei 8.069 de 13 de julho de 1990, considera adolescente a pessoa entre 12 e 18

anos de idade, momento em que acontecem diversas mudanças físicas, psicológicas e

comportamentais (BRASIL, 1990).

Ávila (2005) concebe a adolescência como um processo sócio-histórico onde a pessoa

passa da infância para a idade adulta consolidando a identidade corporal, social, sexual e

afetiva. Pereira, Cia e Barham (2008), ressaltam que as transformações biológicas, cognitivas,

afetivas e comportamentais ocorrem no curso do desenvolvimento influenciando a forma de

interagir das pessoas. Sifuentes, Dessen e Polonia (2007) afirmam que a adolescência faz

parte de uma etapa do ciclo vital e as transformações biopsicológicas e sociais dependem do

contexto sociocultural. Bittencourt et al (2008), enfatizam que “a imagem corporal para o

adolescente é essencial por ser o meio de manifestar a sua identidade.” (p.8). Portanto, a

adolescência é mais uma fase dentro do desenvolvimento humano que será vivida e

interpretada pelos indivíduos de forma distinta.

No entanto, a pessoa com deficiência pode sofrer interferências, no curso de sua

adolescência, da cultura concebida e disseminada onde o padrão de normalidade norteia as

relações e ajusta os atributos de uma pessoa a uma organização social conforme sua

capacidade de produção (SCULLY, 2010). Diante disso, o corpo deficiente vai ofender a

ordem social estabelecida acarretando resistência nas pessoas não-deficientes e interferindo

tanto nas relações interpessoais quanto na relação da pessoa com deficiência com o seu

próprio corpo (SCULLY, 2010). Para Mattos (2002), o estigma, o preconceito e a

desinformação são resultados do padrão de normalidade socialmente instituído que exclui a

existência da diversidade, influencia a cultura e promove a marginalização. Silva (2006) vai

apontar os estigmas como entraves para o reconhecimento das potencialidades das pessoas

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com deficiência porque são eles que as ofuscam e limitam a sua participação e aprendizagem

e, impedem a sua integração social.

Para a compreensão do processo de interação entre pares na fase da adolescência

retomaremos o modelo bioecológico, Bronfenbrenner e Morris (1998) mencionam que o

PPCT é uma consequência advinda de uma atividade concomitante entre um processo

proximal, atributos pessoais, contexto imediato e continuidade de tempo, no qual a pessoa em

desenvolvimento está sujeita.

Diante do exposto é possível compreender o microssistema escolar como espaço

socializador que oportuniza a interação diária, face a face, entre pessoas em contexto imediato

durante períodos estendidos de tempo (estudantes-estudantes, estudantes-professores,

estudante-objeto, estudante-símbolo, entre outros). As interações entre pares são

potencialmente processos proximais estabelecidos que possam resultar em desenvolvimento

ou disfunção. Lisboa e Koller (2011), afirmam que “as experiências individuais e o modo que

as pessoas exprimem e internalizam as situações da vida resultam dos atributos subjetivos

individuais mais a qualidade dos processos proximais instituídos [...]” (p.343).

As experiências sociais de crianças e adolescentes tanto no ambiente familiar quanto

no escolar podem exercer forte influência (favorável ou desfavorável) na forma como a

pessoa se vê, nos processos cognitivos, nos relacionamentos interpessoais, no desempenho

acadêmico e no estilo de vida. (PEREIRA; CIA; BARHAM, 2008). Portanto, Freitas (2010)

afirma que interações sociais deliberadas no meio familiar, escolar, comunidade, entre outros,

quando desfavoráveis podem expor crianças e adolescentes à situação de vulnerabilidade.

Bronfenbrenner (2011) ressalta que “[...] efeitos interativos podem resultar em diversas

consequências no desenvolvimento dependendo das características pessoais dos indivíduos

que fazem parte naquele contexto. [...]” (p.140). A interação social na escola oportuniza

perceber e trocar experiência com o outro e dependendo do lugar que esse outro ocupa, a

partir de uma percepção pautada em preconceito e indiferença, pode consolidar barreiras

atitudinais na história e na cultura de um povo (NETO, 2005).

Richardson (2002) afirma que crianças com deficiência física demonstram menor

habilidade para iniciar e manter relações sociais com seus pares e que tais dificuldades podem

ser atribuídas à falta de autonomia nos cuidados de ordem pessoal, para realizar tarefas

escolares e participar de brincadeiras e jogos, uma vez que, depende de um adulto para assim

fazê-los. Segundo a autora, a não compreensão dos sinais sociais, o desconhecimento de como

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abordar pessoas e a presença de um adulto são obstáculos para a interação social do deficiente

físico.

Thirumanickam, Raghavendra e Olsson (2011), enfatizam que a falta de participação

social pode afetar seriamente sujeitos que têm baixa habilidade social, incluindo nesse grupo

pessoas com deficiência física e com necessidades complexas na área da linguagem. Para

Dessen e Polonia (2007), o fortalecimento afetivo tanto na escola quanto na família permite o

desenvolvimento de habilidades sociais para o enfrentamento de eventos estressores.

Batista e Enumo (2004) afirmam que estudantes com deficiência sofrem mais rejeição

por parte de colegas e professores e são menos integrados em seus grupos. Tais afirmações

ressaltam que barreiras atitudinais instaladas nas relações de interação podem atingir de forma

prejudicial o desenvolvimento da pessoa com deficiência, assim como, a sua inclusão. No

entanto, Mazzotta et al (2007) coloca que o ponto central na interação entre pares é a

consciência de que cada pessoa tem limitações e uma maneira única de reagir diante de

situações de inclusão social e que a pessoa com deficiência também passa por isso. Podemos

então considerar que a interação entre pares no contexto escolar é uma oportunidade que

enriquece e colabora com o desenvolvimento de todos os envolvidos.

1.3 DEFICIÊNCIA E INCLUSÃO SOCIAL: FUNDAMENTOS LEGAIS E TEÓRICOS

O conceito de deficiência e a forma legal de tratamento das pessoas com deficiência

foi modificado ao longo da história. Porém, durante esse percurso, muitas dessas pessoas

acabaram executadas, abandonadas, reconhecidas como impuras e segregadas socialmente

(ARAÚJO; FERRAZ, 2010; PIOVESAN, 2010; DINIZ; BARBOSA; SANTOS, 2010).

Segundo Carmo (1991), na Idade Média as pessoas com deficiência não viviam por

muito tempo em virtude do estigma social que carregavam (pessoas malignas), todavia no

período renascentista, crenças religiosas e ideológicas foram desvalorizadas e a importância

do homem passa a ser reflexo da realidade resultando em avanços na área da reabilitação

física. Segundo o autor, apenas em 1854, organizações são instituídas para auxiliar pessoas

com deficiência, tais como, institutos para deficiente visual e surdos e asilos para inválidos do

pós-guerra, mas foi apenas no século XX que se deu início a desinstitucionalização e o direito

à educação escolar.

Com o advento da Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada e proclamada

pela Resolução 217 A (III) da Assembleia Geral das Nações Unidas, em 10 de dezembro de

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1948, a pessoa com deficiência passou a ser reconhecida como cidadã com direitos e deveres

e, deste modo, o entendimento sobre a deficiência também foi sendo modificado. Então, a

partir da Convenção sobre Direitos da Pessoa com Deficiência (2006), expressões “inválidas”,

“deficientes” e “portadoras de deficiência” foram substituídas pelo termo “pessoa com

deficiência” utilizada atualmente em âmbito internacional (SASSAKI, 2003). Segundo o

autor, expressões "pessoas com necessidades especiais" e "pessoa especial" também são

utilizadas, podendo incluir nesse grupo, idosos, gestantes ou qualquer outra pessoa em

situação de tratamento diferenciado, demonstrando assim, combate ao estigma e respeito às

diferenças.

A Classificação Internacional das Deficiências, Incapacidades e Desvantagens

(ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 1976), concebia a deficiência como uma

desvantagem natural não desejada, que deve ser corrigida, minimizada ou eliminada para que

a pessoa com deficiência se aproxime dos padrões de funcionalidade correspondente ao corpo

não-deficiente. Esse conceito centraliza a responsabilidade apenas no sujeito com deficiência

e exclui os fatores ambientais (DINIZ; BARBOSA; SANTOS, 2010). Surge no final de 1970

na Inglaterra, o modelo social da deficiência que vai conceituar a deficiência como resultado

advindo de barreiras sociais e atitudinais que ocasionam a desigualdade e a exclusão das

pessoas com deficiência (DINIZ; BARBOSA; SANTOS, 2010).

A Classificação Internacional de Funcionamento, Incapacidade e Saúde (CIF)

aprovada em 2001 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), reconhece o modelo social e

passa utilizar o termo “impedimento corporal” para denominar deficiência (DINIZ;

BARBOSA; SANTOS, 2010). Ela passa a conceituar a deficiência com base na proposta da

Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (2006). Conforme essa convenção,

o conceito de deficiência está em constante transformação sendo consequência da obstrução

ocasionada pela interação entre pessoas com deficiência e barreiras sociais, inviabilizando a

igualdade de oportunidade e a participação plena e efetiva dessas pessoas (ORGANIZAÇÃO

DAS NAÇÕES UNIDAS, 2006). Barbosa e Santos (2010), enfatizam “[...] o reconhecimento

das barreiras ambientais como uma causa evitável das desigualdades experimentadas pelas

pessoas com deficiência” (p.105).

De acordo com a Classificação Internacional de Funcionamento, Incapacidade e Saúde

(CIF), a deficiência é entendida como problemas nas funções ou nas estruturas do corpo que

incapacitam ou impedem o indivíduo de exercer tarefas e obter desempenhos que satisfaçam

os padrões de normalidade estabelecidos socialmente, mas que os fatores ambientais da

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sociedade podem favorecer ou não o corpo com impedimentos na forma de execução das

ações ou tarefas. Esse modelo abrange os fatores ambientais e físicos numa visão médico-

pericial e, a partir dessa visão, ações são viabilizadas para efetivação dos direitos da pessoa

com deficiência (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2004).

No âmbito das deficiências, contemplamos a deficiência intelectual/mental

(capacidade cognitiva abaixo da média com restrições nas capacidades adaptativas); a

deficiência auditiva (perda parcial ou total da audição); a deficiência visual (perda parcial ou

total da visão que não é revertida com tratamento); a surdocegueira; os transtornos funcionais

(dislexia, discalculia, transtorno de atenção e hiperatividade, entre outros); os transtornos

globais do desenvolvimento (autismo, espectro do autismo e a psicose infantil); e ainda altas

habilidades/ superdotação (BRASIL, 2004; BRASIL, 2006; BRASIL, 2007).

No Brasil, pessoas com deficiência são aquelas com impedimentos de longo prazo de

caráter físico, intelectual/mental ou sensorial. Essas objeções em contato com as barreiras

sociais podem impossibilitar a participação plena e efetiva da pessoa com deficiência em igual

condição com as demais consideradas não-deficientes. (BRASIL, 2011). A legislação

caracteriza as pessoas com deficiência física como todas que apresentam comprometimento

da função física de membros, podendo ser superiores, inferiores ou de ambos. Esse

comprometimento é ocasionado por uma alteração completa ou parcial e, dependendo de sua

amplitude, podem afetar outras áreas, sejam elas de ordem intelectual, sensorial ou de ambas.

A deficiência física tanto pode ser de origem congênita quanto adquirida durante o curso da

vida (BRASIL, 2004).

Além disso, a Constituição da República Federativa do Brasil vai assegurar os direitos

da pessoa com deficiência à igualdade, direitos sociais e a proteção contra a exclusão social.

Aliás, determina a educação como direito de todos; e o acesso e a permanência não só na

escola, mas também aos níveis mais elevados do ensino com oferta do atendimento

educacional especializado no ensino regular. Estão previstos ainda, normas para a construção

e adaptação dos espaços físicos e transportes públicos, com objetivo de torná-los adequados e

acessíveis (BRASIL, 1988).

Para a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência a pessoa com

deficiência deve usufruir de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais, tal como,

exercer de fato esses direitos e de os terem protegidos contra quaisquer violações (BRASIL,

2008). Para tanto, o Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência

(CONADE) foi criado para articular e dialogar com instâncias de controle social, gestores da

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administração pública direta e indireta e, assim, garantir a participação desse grupo em

decisões governamentais para que a inclusão social de fato aconteça (BRASIL, 2003).

Ademais, as diretrizes da Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de

Deficiência vão atestar a inserção de todas as pessoas com deficiência nas atuações

governamentais vinculadas à edificação pública, saúde, trabalho, educação, seguridade social,

transporte, habitação, cultura, esporte e lazer (BRASIL, 1993). Ainda, a Lei nº 10.098, de 19

de dezembro de 2000, assegura medidas para a identificação e eliminação de obstáculos e

barreiras que obstruem à acessibilidade, em igualdade de oportunidade, das pessoas com

deficiência ao meio físico, ao transporte, à informação e comunicação, inclusive aos sistemas

e tecnologias da informação e comunicação, bem como, a outros serviços e instalações

abertos ao público ou de uso público, tanto na zona urbana como na rural (BRASIL, 2000).

Por outro lado, a inserção de pessoas com deficiência no mercado de trabalho esbarra

em uma cultura construída e consolidada em base capitalista, logo excludente, onde a pessoa

com deficiência não é reconhecida como capaz de ser produtiva (SEVERINO, 2007; CRUZ

2003). Conforme Antunes (2007), a cultura da normalidade é fortalecida nas relações sociais,

nas instituições e nos meios de comunicação e a pessoa que não corresponde ao padrão de

comportamento, aparência e de produtividade é considerada anormal, sem valor e distante do

ideal estabelecido. Dessa forma, empresas justificam que a pessoa com deficiência não é

integrada pela falta de qualificação profissional, de tempo para fazer o processo seletivo e de

estrutura física para recebê-las (TEIXEIRA, 2010). Isso corrobora a negação do direito da

pessoa com deficiência de exercer uma ocupação e de garantir o seu sustento.

Contudo, a Convenção nº 159 da Organização Internacional do Trabalho (OIT),

respeitante à readaptação profissional e ao emprego de deficientes, adotada pela Conferência

Internacional em 20 de junho de 1983, com objetivo de equiparar a igualdade de

oportunidades e de tratamento, entre trabalhadores com deficiência e sem deficiência, define a

pessoa com deficiência como aquela que enfrenta obstáculos para obter e manter um emprego

em virtude de uma deficiência física ou mental (OIT, 1993).

Posteriormente, a Constituição Federal de 1988, no artigo 93, vai determinar reserva

de mercado para as pessoas com deficiência nas empresas e o Decreto nº 3.298/99 certifica

vagas (de 2% a 5%) nas empresas, aos beneficiários da Previdência Social reabilitados ou

indivíduos com deficiências desde que tenham formação em nível superior, profissional ou

básico com certificação ou diplomação expedida legalmente por instituições públicas ou

privadas; com certificado de conclusão de processo de habilitação ou reabilitação profissional

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emitido pelo instituto Nacional de Seguro Social (INSS); que não tendo se submetido a

processo de habilitação ou reabilitação , tenha capacidade para exercer atribuições do cargo. E

depois, a referida Constituição Federal da mesma forma certifica, no artigo 37, reservas de

mercado no setor público e a Lei nº 7.853/89, artigo 2º, parágrafo único, estabelecem tais

reservas na Administração pública direta e indireta. Para tanto, surge a Lei 8.112/90, no artigo

5º, parágrafo 2º, consolidando o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civil da União, das

Autarquias e das Fundações públicas federais onde o direito da pessoa com deficiência de se

inscrever em concursos públicos é reconhecido, bem como, até 20% (vinte por cento) das

vagas reservadas.

Em relação à assistência à saúde da pessoa com deficiência, a Constituição Federal de

1988, no seu artigo 196, ratifica como dever do Estado, o direito de todos à saúde, bem como,

acesso, em igualdade de condições, aos serviços e práticas que impulsionem, resguardem e

restabeleçam a saúde (BRASIL,1988). Além disso, o Decreto nº 3.298/ 99 valida a Lei nº

7.853 /89 que dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de

Deficiência, afirma normas protetivas e concede outras medidas com vistas a garantir

cidadania e integração da pessoa com deficiência. Nesse contexto, identificamos alguns

direitos da pessoa com deficiência, tais como: acesso a todos os estabelecimentos públicos e

privados onde normas e critérios éticos conduzirão o seu tratamento; proteção, habilitação e

reabilitação; diagnóstico preventivo e direcionamento antecipado para tratamentos; recursos

(órteses, próteses, bolsas coletoras, técnicos e medicamentos); e outros serviços. Ademais, a

Política Nacional de Saúde da pessoa com deficiência, tem como finalidade a inclusão da

pessoa com deficiência em toda a rede de serviços do Sistema único de Saúde (SUS) onde é

assegurada a proteção de sua saúde, bem como, a prevenção a maiores danos ou de

surgimento de outras deficiências; a reabilitação de sua capacidade tanto funcional quanto de

desempenho (BRASIL, 2010).

No que se refere à acessibilidade arquitetônica e urbanística, assim como, aos meios

de transportes, a informação e a comunicação da tecnologia assistiva da pessoa com

deficiência ou com mobilidade reduzida, normas gerais, critérios básicos e formas de

execução são asseguradas, tal como, o atendimento exclusivo mediante Decreto nº 5.296/2004

que consolida as Leis nº 10.048 /2000 e nº 10.098/2000. Contudo, a pessoa com deficiência

física ainda é impedida de exercer seu direito a liberdade em virtude das barreiras nas

estruturas e no transporte (MAZZOTTA; D’ANTINO, 2011).

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Dessa forma, a participação social da criança com deficiência é reduzida pelas

limitações de ordem pessoal e ambiental acarretando impactos negativos no seu

desenvolvimento e na qualidade de vida tornando-a vulnerável (ORGANIZAÇÃO

MUNDIAL DA SAÚDE, 2001). Tanto a criança quanto o adolescente com deficiência física

e com necessidades complexas de comunicação apresentam maiores chances de não

participarem socialmente, ou seja, de serem segregados e, logo, eliminados como parte da

coletividade (MAZZOTTA, 2007, PALISANO et al, 2009; THIRUMANICKAM;

RAGHAVENDRA; OLSSON, 2011). Para tanto, reconhecer a pessoa com deficiência como

pessoa de direito e equiparar oportunidades para que ela usufrua de bens e serviços, assim

como, tenha acesso à cultura, ao esporte, ao lazer e a diversos contextos efetiva a sua

cidadania em igualdade de condições (MAZZOTTA, 2006; SASSAKI, 2010; GOMES;

REZENDE; TORTORELLI, 2010).

Portanto, a inclusão social contempla o direito à igualdade de oportunidades e de

participação em todas as esferas sociais da pessoa com deficiência de forma que ela efetive

inteiramente a sua cidadania. Assim sendo, o espaço escolar tem função primordial, pois é

nele que os aspectos importantes do desenvolvimento humano são fomentados. De acordo

com Silva et al (2005), um dos fins da escola é a de transformar a sociedade, reduzir a

desigualdade e expandir a democracia para assegurar a inclusão.

1.4 EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Inclusão significa o direito de todos sem distinção à oportunidade da escolha, da

construção da identidade tanto pessoal quanto social. Sob essa ótica, a educação, assim como,

o acesso a participação e a permanência de todos os estudantes independente de seus aspectos

individuais aos níveis de ensino devem ser asseguradas (CARNEIRO, 2011). A exclusão

social em função da deficiência fere os pressupostos legais, ou seja, a discriminação é um

crime e, toda pessoa sem distinção tem direito de se relacionar e interagir com grupos de seu

interesse (RODRIGUES, 2006). Então, a inclusão é um percurso ao alcance da cidadania e

qualquer forma de impedimento ou de marginalização deve ser combatida.

Assim sendo, a escola é um espaço que vai além da construção e reprodução de

conhecimento e socialização, pois é nela que o sujeito social se constitui, valores são

consolidados e a diversidade cultural e a cidadania são incentivadas (BRASIL, 2007).

Antunes (2007) afirma que o modelo de escola precisa ser repensado para que a inclusão da

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pessoa com deficiência ocorra, e para tanto, os obstáculos precisam ser eliminados. Respeitar

as diferenças, romper com o padrão de normalidade, reconstruir práticas educativas tornando-

as significativas conforme as peculiaridades individuais são passos importantes para a

inclusão (CARVALHO 2000; MANTOAM, 2006; ANTUNES, 2007).

Nesse sentido, o acesso e a permanência em ambiente educativo formal oportunizam a

pessoa com deficiência construir novas relações sociais, avançar em suas aprendizagens

acadêmicas de forma que influencie e sofra influência da coletividade, porém se faz

necessário romper com a cultura do desrespeito aos aspectos subjetivos que ainda determina e

estigmatiza esse grupo (GOMES; REY, 2007). Além disso, a acessibilidade deve ser

garantida, bem como, a eliminação de barreiras estruturais não só arquitetônicas, mas também

em instalações, equipamentos, mobiliário, comunicação e transportes escolares,

providenciando recursos humanos e materiais imprescindíveis (BRASIL, 2000, 2001).

Contudo, a educação escolar ainda enfrenta obstáculos para propiciar a inclusão de

fato. Isso abrange desde espaço físico até a formação adequada dos profissionais. Para Sassaki

(2010), o processo de inclusão é um desafio para os sistemas públicos e privados de educação

Mantoan (2006) considera que algumas barreiras impedem a promoção da inclusão escolar

com responsabilidade. São elas: a resistência das instituições especializadas a mudança;

políticas públicas que dificultam a mobilização das escolas para rever suas práticas

tradicionais e excludentes; o preconceito e o paternalismo em relação às pessoas com

deficiência.

As conferências realizadas em Jomtiem (1990) e Salamanca (1994) contribuíram para

a elaboração de documentos norteadores de inclusão no mundo e destacou que grupos de

pessoas em situação de vulnerabilidade, incluindo as pessoas com deficiência, devem ter

prioridade de acesso a educação. Antes disso, a Constituição da República Federativa do

Brasil já estabelecia a educação como direito de todos; atesta o ingresso e a permanência não

só na escola, mas também aos níveis mais alterosos do ensino; além de conceder atendimento

educacional especializado no ensino regular (BRASIL, 1988).

Ademais, o pleno exercício dos direitos individuais e sociais da pessoa com

deficiência para a sua efetiva integração social é assegurado, bem como, a proteção contra

possíveis violações (BRASIL, 1989). Ainda, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)

assegura para crianças e adolescente com deficiência o direito de receberem atendimento

especializado e responsabiliza o Poder público a obrigatoriedade de fornecer sem ônus,

medicações, próteses e recursos para tratamento, habilitação ou reabilitação (BRASIL, 1990).

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Para que a pessoa com deficiência tenha os seus direitos respeitados e assegurados na

esfera da educação formal com qualidade, com gratuita e equidade, a Convenção sobre os

Direitos das Pessoas com Deficiência, reconhecida pela ONU em 2006, da qual o Brasil é

signatário, determina que o sistema de educação inclusiva seja assegurado em todos os níveis

de ensino, em contextos que viabilize potencialmente o desenvolvimento acadêmico e social

compatível com a meta de inclusão plena. Para mais, a Convenção Interamericana para

Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra as Pessoas Portadoras de

Deficiências (2001) prontamente destinava que escolas fossem inclusivas e que medidas de

capacitação fossem oportunizadas aos profissionais responsáveis por efetivarem a referida

convenção e suas normas vigentes (BRASIL, 2001).

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) também determina a oferta

do atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino para

estudantes com deficiência. Fortalecendo assim, o que já estava previsto na Constituição

Federal e no Estatuto da Criança e do Adolescente. Essa mesma Lei preconiza que os sistemas

de ensino garantam aos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e

altas habilidades ou superdotação, currículo, recursos e organizações específicas para o

atendimento de suas necessidades; terminalidade em virtude de deficiência que impede atingir

o nível esperado para a conclusão de ensino fundamental; aceleração de estudos, aos

estudantes com altas habilidades, para a conclusão do programa escolar e avanço em cursos

ou nível de ensino mediante verificação de aprendizagem; professores com formação

adequada; educação especial para o trabalho; e acesso aos programas sociais suplementares

para o respectivo nível de ensino regular (BRASIL, 1996).

A escola inclusiva trabalha em consonância com a Constituição e com a Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional de forma que a organização escolar e pedagógica

exerça plenamente a função de ensinar (CARNEIRO, 2011). Portanto, a Constituição Federal

do Brasil e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação estabelecem como uma exigência judicial,

tanto da família quanto do Estado, assevera o ingresso à educação, ou seja, a inclusão de

todos e sem distinção é um direito que deve ser não só garantido, mas efetivado.

Para tanto, o Plano Nacional de Educação que trata da educação especial prevê a

universalização do atendimento escolar, na rede regular de ensino, para a população de 4 a 17

anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento, altas habilidades ou

superdotação, integra o ciclo da educação básica, garantida na escola pública, com um

conjunto de medidas com objetivo de diminuir a distância que atualmente existe entre as

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crianças com deficiência e aquelas que não são deficientes (BRASIL, 2008). Esse plano

considera a importância do esforço em promover a formação humana desde a infância e

principalmente de grupos marginalizados.

Contudo, Mantoam (2006) aponta que a inclusão escolar de estudantes com

deficiência física em classe regular de ensino ainda é um grande desafio devido aos

obstáculos oriundos da falta de adequação de ambientes, mobiliários, metodologias, formação

docente, hábitos atitudinais, entre outros. Pagliuca, Aragão e Almeida (2007) afirmam que a

pessoa com deficiência física para exercer os seus direitos como cidadão de forma autônoma e

segura necessita do acesso sem obstruções provenientes do meio ambiente.

Para tanto, o Ministério da Educação (MEC), de 2003 a 2006, acata sugestões

advindas das secretarias de educação e aprovadas pela Secretaria de Educação Especial e

apoia projetos de adequação arquitetônica para melhorar o ingresso de estudantes com

deficiência. Logo após, em 2007, o Decreto n°6.094/2007 concebe o Programa escola

Acessível, na esfera do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE). Com a Resolução

CD/FNDE nº 26/2007, instaura orientações e diretrizes para a assistência financeira

suplementar a projetos educacionais da Educação Especial e por meio da apresentação de

Planos de Trabalho (PTA), a adequação de escolas para acessibilidade física tornou-se um dos

pontos centrais.

Logo, em 2008, o Programa Escola Acessível passa a fazer parte do Programa de

Desenvolvimento da Escola por meio do Compromisso Todos Pela Educação e do Plano de

Ações Articuladas (PAR). Dessa forma, o processo de transferência dos recursos financeiros

para acessibilidade, passa a ser feito, diretamente às unidades executoras das escolas tornando

viável a modificação de sua organização física, pedagógica e tecnológica, assegurando aos

estudantes, oriundos da educação especial, matrícula nas classes comuns e oferta do

atendimento educacional especializado (BRASIL, 2008).

No entanto, a efetivação da formação dos profissionais de educação se fortalece por

meio do Projeto Educar na Diversidade, responsável por sustentar a formulação de culturas,

políticas e práticas inclusivas nas escolas públicas com o objetivo de estimular a inclusão

escolar e social das pessoas com necessidades educacionais especiais, promove a formação

continuada de gestores e educadores das redes estaduais e municipais de ensino para que

sejam preparados para conceder educação especial com qualidade com o objetivo de incluir

estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas

habilidades/superdotação em classes comuns do ensino regular (BRASIL, MINISTÉRIO DA

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EDUCAÇÃO, 2011). Richardson (2002) afirma que tanto as barreiras estruturais quanto a

falta de formação profissional prejudica a inclusão do deficiente físico em classe regular de

ensino.

Enfim, Lisboa e Koller (2011, p.243), enfatizam que “os ambientes ou contextos são

cenário indispensáveis aos acontecimentos da vida. Para Bronfenbrenner (2011), o contexto

pode favorecer ou não o desenvolvimento humano. No entanto, o espaço escolar ainda se

depara com diversos obstáculos (inadequação da estrutura física, ausência de recursos e

materiais, prática pedagógica, formação profissional deficiente, entre outros) que promovem a

marginalização de estudantes com deficiência (CARVALHO 2000; ANTUNES, 2007).

Portanto o desenvolvimento da pessoa com deficiência pode ser afetado pelas obstruções

advindas do ambiente contrariando a base legal que preconiza o direito à inclusão.

2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Compreender o processo de inclusão escolar de uma estudante com deficiência física

em uma escola pública do Distrito Federal com ênfase nas interações sociais.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Identificar a posição social da pessoa com deficiência física frente aos colegas no

contexto de sala de aula.

Descrever as percepções de professores, do supervisor pedagógico, do coordenador

pedagógico, do coordenador disciplinar, do orientador educacional e do monitor sobre os

processos de inclusão escolar da pessoa com deficiência física na escola.

Identificar percepções dos pais da estudante com deficiência física sobre a inclusão

escolar da pessoa com deficiência física.

Identificar percepções da estudante com deficiência física sobre o processo de inclusão

na escola.

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3. MÉTODO

A presente investigação foi realizada no período entre outubro e dezembro de 2013

sendo a última coleta realizada na primeira semana do mês de janeiro de 2014 por

indisponibilidade de um dos participantes no período proposto. Desenvolvida numa escola de

ensino fundamental anos finais da rede pública do Distrito Federal, a pesquisa caracterizou-se

como estudo de caso predominantemente qualitativo. Conforme Cervo (2007), o estudo de

caso averigua as várias dimensões do objeto a ser investigado. Creswell (2010) considera o

estudo de caso como um meio de investigar profundamente determinado objeto. Yin (1990)

ressalta que este tipo de pesquisa permite a exploração de um fenômeno em contexto de vida-

real e para Pádua (2004, p.74) o estudo de caso “é uma tentativa de abranger as características

mais importantes do tema que se está pesquisando, bem como seu processo de

desenvolvimento.”

O Modelo Bioecológico do Desenvolvimento Humano de Urie Bronfenbrenner foi o

referencial teórico norteador da pesquisa para a compreensão do fenômeno da inclusão social

da pessoa com deficiência física no contexto escolar, uma vez que, agregou as especificidades

evolutivas da pessoa com deficiência, a análise de micro e mesossistema e a de trajetória de

vida (BRONFENBRENNER, 2011).

Este estudo foi realizado em duas etapas: a primeira etapa buscou identificar a posição

social da pessoa com deficiência física frente aos colegas no contexto de sala de aula (Etapa

1) por meio da aplicação do teste sociométrico. A segunda etapa visou identificar percepções

de pais da estudante com deficiência física, dos professores, do supervisor pedagógico, do

coordenador, do orientador educacional, do monitor e da estudante com deficiência física

frente à interação social do deficiente físico no contexto escolar (Etapa 2) por meio do uso da

entrevista semiestruturada. Os estudos de cada uma das etapas foram apresentados

separadamente.

3.1 Contextualização do campo

O microssistema escolar, selecionado por oportunidade e conveniência, faz parte da

rede pública de ensino do Distrito Federal, situado na região administrativa do Gama. A

referida escola atende anualmente cerca de 1.420 estudantes sendo que a maior parte é

oriunda predominantemente de famílias de baixo poder aquisitivo. A escola oferece a segunda

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fase do ensino fundamental, anos finais, contemplando do sexto ao nono ano. Com turmas de

inclusão em Classe Comum (CC), Classe Especial (CE) e Classes de Integração Inversa (CII)

onde estudantes com necessidades educativas especiais são matriculados em parceria com o

Serviço de Apoio à Aprendizagem (SEAA), sala direcionada para o assessoramento à prática

pedagógica, e ao acompanhamento do processo de ensino e aprendizagem dos estudantes com

deficiência.

O ambiente físico da escola era composto por vinte e duas salas de aulas. As referidas

salas de aulas eram iluminadas e todas apresentam rampas de acesso. Cada sala de aula

comportava somente trinta e cinco estudantes, mas as turmas dos sextos anos não

ultrapassavam trinta e dois estudantes. No caso de turmas inclusivas, ou seja, que tem em sua

composição pessoas com necessidades educativas especiais, diagnosticadas com deficiência

intelectual ou física, o número de estudantes não excedia trinta. Já, as turmas com um ou dois

estudantes com Transtornos de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) comportavam no

máximo vinte e quatro estudantes.

Além disso, a escola dispunha de uma cantina, um pátio, um auditório, um laboratório

de informática, uma sala de artes, uma sala de vídeo, uma sala de educação física, uma sala de

recursos, uma sala de reforço escolar, uma sala de professores, três salas de ensino regular

destinadas aos estudantes com necessidades educativas especiais, uma biblioteca. Ademais, a

escola ainda tinha em sua composição física, bebedouros com água natural e gelada, uma sala

de coordenação pedagógica, uma sala de coordenação disciplinar, uma sala de serviço de

orientação educacional, uma sala da direção escolar, uma secretaria escolar, uma sala de

apoio, uma mecanografia, quatro depósitos com finalidades distintas, um banheiro feminino e

um masculino destinados aos estudantes, um banheiro feminino e um masculino reservados

aos professores e demais servidores da escola e um banheiro para ambos os sexos para

pessoas com deficiência sendo composto por maca e barra de ferro próxima ao sanitário.

O quadro de profissionais da escola era composto por cinquenta e dois professores no

total, sendo que desses trinta e oito (73%) eram efetivos e quatorze (27%) contratos

temporários. Do total de professores, apenas dois trabalhavam com uma carga horária de vinte

horas sendo que os demais trabalhavam dentro de uma jornada de quarenta horas semanais

(vinte cinco horas em sala de aula e quinze horas em coordenação pedagógica). Além disso, a

escola contava com um diretor, um vice-diretor, dois coordenadores disciplinares, dois

coordenadores pedagógicos, uma supervisora pedagógica, uma orientadora educacional, dois

monitores, um chefe de secretaria, dois secretários escolares, três apoios técnicos, oito

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servidores da limpeza efetivos e dez terceirizados, três porteiros efetivos e quatro vigilantes

terceirizados, quatro merendeiras efetivas e uma merendeira terceirizada.

A escola recebia recursos financeiros advindos do Programa de Descentralização

Administrativa e Financeira (PDAF) para a realização de projetos pedagógicos,

administrativos e financeiros (BRASIL, 2012) e do Programa Dinheiro Direto na Escola

(PDDE), para a melhoria da gestão, da infraestrutura física, da prática pedagógica e dos

índices de desempenho da educação básica (BRASIL, 2009.). Além disso, a Associação de

Pais e Mestres (APM), constituída pela comunidade escolar, complementava os recursos

financeiros da escola.

Para a realização desta pesquisa no referido contexto escolar procedimentos foram

realizados a fim de atender o rigor científico para uma construção válida do conhecimento.

Logo a seguir, alguns aspectos éticos que foram seguidos para entrada em campo.

3.2 Aspectos éticos para Entrada em Campo

O estudo foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade

Católica de Brasília com aprovação definitiva em 7 de outubro de 2013, consoante

comprovante de aprovação do Projeto CEP nº 21406013.8.0000.0029 (ANEXO B)

A autorização de acesso à Escola foi obtida junto à Direção Escolar em 13 de

setembro de 2013, ao passo que a participação de estudantes, pais e profissionais da educação

na investigação foi confirmada por meio de assinatura e datação do Termo de Consentimento

Livre e Esclarecido (TCLE) no mês de outubro. Ressaltamos ainda que, para coleta com os

estudantes, os pais e / ou responsáveis assinaram o referido termo.

Logo após autorização, a coleta de dados foi realizada em duas etapas que ocorreram

em períodos diferentes. Na etapa 1, ocorreu aplicação do teste sociométrico em dia e horário

estabelecido pela escola. Posteriormente entrevistas semiestruturadas foram realizadas com

os profissionais da escola, pais e participante focal de acordo com a disponibilidade de cada

um. Logo adiante, as descrições das etapas 1 e 2 serão apresentadas separadamente, mas

precedidas pela integração e discussão dos resultados.

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4. ETAPA 1: POSIÇÃO SOCIAL DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA FÍSICA NA

SALA DE AULA

A primeira etapa do estudo procurou identificar a posição social de uma estudante com

deficiência física (participante focal) na turma que estudava por meio da aplicação do teste

sociométrico. Então, sociogramas e diagramas télicos foram gerados a fim de responder ao

objetivo proposto. Para tanto, participantes, instrumentos, procedimentos foram organizados

ordenadamente para facilitar o entendimento de como se deu o processo de coleta de dados e

de tratamento das informações, com o intuito de ilustrar resultados coerentes com a finalidade

do estudo. Adiante, seguem partes que constituem o método da primeira etapa.

4.1 MÉTODO

4.1.1 Participantes

Os participantes da pesquisa foram estudantes de uma turma do sexto ano do turno

vespertino da segunda etapa do ensino fundamental, composta por vinte e quatro estudantes.

Essa turma era inclusiva, pois tinha uma estudante com deficiência física e um estudante com

Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) justificando assim, o número de estudantes na

turma. A estudante com deficiência física foi selecionada como participante focal. Para

responder ao teste sociométrico, dos vinte e quatro estudantes convidados apenas doze

puderam participar, pois haviam trazidos o Termo de Consentimento Livre Esclarecido,

assinados por seus pais e /ou responsáveis.

Durante a aplicação do teste alguns respondentes registraram o nome de colegas

ausentes no momento da coleta de dados (Q, P, W, N, Z, Y, M, U, O e G). Os demais

estudantes YA e YU não foram mencionados por seus companheiros. O perfil individual dos

participantes foi descrito para conhecimento (ANEXO E). O nome de cada participante

(presentes e ausentes) foi substituído por iniciais não correspondentes aos seus nomes a fim

de manter o sigilo e o bem-estar deles.

No grupo de estudantes do sexo feminino, com faixas etárias entre 11 e 13 anos de

idade, nove estavam presentes e responderam ao questionário e somente três (G, P e W) não

estavam no momento da coleta, mas foram eleitas por seus colegas. Dessas nove participantes

presentes, uma era a participante focal da pesquisa, tinha deficiência física e fazia uso de

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cadeiras de rodas. Considerando tanto as estudantes respondentes quanto as ausentes, cinco

são de família uniparental, uma de família com dois genitores, nesse caso a participante focal,

e seis não constou dados sobre a composição familiar. Além disso, sete tinham registros de

indisciplina e cinco, incluindo a participante focal, não. Apenas uma estudante tinha histórico

de retenção e três não constavam registros sobre a vida escolar.

No grupo de estudantes do sexo masculino, com faixas etárias entre 11 e 12 anos de

idade, cinco responderam ao questionário e cinco não, pois estavam ausentes e foram votados

(M, O, Q, Y e Z). Apenas dois estudantes ausentes (YA e YU) não receberam votos. Desses

dez estudantes (respondentes e ausentes), dois são de família uniparental e oito não tiveram

registros constatando dados sobre suas famílias. Em relação à conduta na escola, oito tinham

registros de indisciplina e dois não. Apenas dois estudantes foram retidos e dois não tinham

histórico escolar.

4.1.2 Instrumento

O Teste Sociométrico foi selecionado como instrumento por ser uma técnica que

permite identificar tanto a posição quanto a categoria que uma pessoa ocupa no interior de um

grupo, bem como, os vínculos estabelecidos (MORENO, 2008). Dessa forma, o referido teste

atende ao objetivo deste estudo que é identificar a posição social da pessoa com deficiência

física no microssistema escolar. Além do mais, Bronfenbrenner (2011) ressalta que o

desenvolvimento social abrange tanto o indivíduo quanto o seu contexto imediato numa

relação dinâmica e bidirecional que liga o grupo e o torna único.

Para tanto, o Teste Sociométrico utiliza três variáveis: preferências, rejeições e

percepções (FARINHA, 2004,), que foram utilizadas na presente investigação. O questionário

é composto por quatro questões que consistem nas escolhas, que obedecem a uma ordem

decrescente de classificação (preferências e rejeições) que o participante faz de elementos do

grupo, seguidas de justificativas para cada uma de suas escolhas; e um questionário de

escolhas perceptivas – o participante respondeu, obedecendo também a uma ordem

decrescente de classificação (preferências e rejeições), de como seria escolhido pelos demais

membros do grupo, seguida também de justificativa para cada uma de suas escolhas.

Conforme Farinha (2004), o questionário oportuniza fazer uma análise geral da natureza

psicossocial de um grupo.

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4.1.3 Procedimentos

A aplicação do teste sociométrico ocorreu em um único encontro, após o recolhimento

do Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE) assinado pelos responsáveis legais

dos estudantes. Para tanto, a turma foi organizada em uma roda onde a pesquisadora solicitou

que cada participante se apresentasse dizendo nome e idade. Logo após, explicou as etapas

que seriam realizadas: jogo de aquecimento específico (BUSTOS, 1979) e aplicação de

questionário (MORENO, 2008; FARINHA, 2004; LOPES, 2008).

Para a realização do jogo de aquecimento, a pesquisadora solicitou que os

participantes circulassem de forma rápida e livre pela sala de aula e, ao sinal (bater de palmas

da pesquisadora), parassem e permanecesse no mesmo lugar (BUSTOS, 1982). Em seguida, a

pesquisadora verificou como cada participante estava situado e como ele se situou, em termos

de distâncias e aproximações, com os indivíduos do grupo.

Logo após, a pesquisadora distribuiu um questionário sociométrico para cada

componente do grupo que respondeu e justificou suas respostas individualmente. As

perguntas foram construídas com fim específico, de forma indireta e sentido comparativo.

Posteriormente, a pesquisadora compareceu na turma para desenvolver oficina

vivencial com o objetivo de informar indiretamente sobre resultados do teste sociométrico

sem comprometer os critérios éticos estabelecidos.

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4.1.4 Análise dos Dados

Nesta pesquisa, a análise dos dados teve como foco apenas os resultados advindos da

participante focal, tendo em vista que, a finalidade de identificar a sua posição social na turma

é o que motiva o estudo. Dessa forma, os dados foram tratados separadamente por questões e

em matrizes sociométricas (quadros com dupla entrada) que geraram sociogramas e

diagramas télicos (MORENO, 2008; CARNEIRO, 1993; BUSTOS, 1979; BASTIN,1966).

Conforme Moreno (2008), a análise estrutural dos sociogramas foi iniciada pela

seleção dos indivíduos isolados ou não-escolhidos e de indivíduos rejeitados e que rejeitam.

Logo após, foi feita a comparação entre o status sociométrico da participante focal e dos

colegas mais a descrição do seu comportamento conforme os respondentes. Em seguida,

parelhas e triangulações foram escolhidas e comparadas ao status sociométrico da participante

focal com a inclusão também da descrição de seu comportamento na turma segundo os

respondentes. Ainda, cada sociograma foi refeito com um mínimo de linhas cruzadas e

subgrupos claramente arranjados. Por fim, cada sociomatriz foi transformada em sociogramas

(MORENO, 2008).

Em relação à avaliação perceptual, foi calculado o número de eleições efetuadas pela

participante focal em relação a colegas de turma seguida da equivalência entre as eleições da

participante focal com as eleições realizadas pelos colegas (índice de percepção). Esses

valores foram divididos pelo número de elementos do grupo menos um. Logo após,

calculamos o índice de emissão quando se contou o número de vezes que a participante focal

foi percebida pelos membros do grupo sobre o número de elementos do grupo menos um

(MORENO, 2008; BUSTOS,1997). Para o cálculo do índice télico individual (como o sujeito

percebe e é percebido no grupo), fatores quantitativos (respostas do questionário) e fatores

qualitativos (proporção de respostas recíprocas do questionário) foram relacionados

(MORENO, 2008; CARNEIRO,1993). O índice télico grupal (grau de união do grupo) não

foi calculado, pois parte da turma não estava presente no momento da coleta.

Posteriormente, ocorreu a junção dos resultados contrapostos na etapa 1 aos resultados

alcançados na etapa 2.

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42

4.2 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste tópico, apresentamos os resultados obtidos na etapa 1 do estudo. Isso inclui

representações gráficas (sociogramas e diagramas télicos) que teve por base os dados

coletados por meio do teste sociométrico realizado com os participantes. Podemos

compreender que sociogramas e diagramas télicos são gráficos que ilustram as relações

sociais estabelecidas dentro de um contexto grupal identificando quem são as pessoas

preferidas e rejeitadas por seus companheiros (MORENO, 2008; BASTIN,1966).

A descrição realizada procura evidenciar a posição social ocupada pela estudante com

deficiência física (participante focal) no contexto sala de aula. Essa descrição está vinculada

aos objetivos do estudo, pois considerou a identificação de preferências e rejeições de

estudantes numa turma do ensino fundamental e, assim, apreendeu o tipo de vínculo existente

entre a participante focal e os componentes da turma, logo, a posição (preferência ou rejeição)

alcançada (MORENO, 2008; BASTIN,1966).

4.2.1 Sociogramas e Diagrama Télicos

Para viabilizar a leitura de sociogramas utilizaram-se legendas propostas por Bustos

(1979) compostas por símbolos que representam tanto os participantes da pesquisa quanto o

tipo de eleição (positiva e negativa) resultantes do questionário sociométrico.

A escolha de Bustos (1979) para ilustrar os resultados do teste sociométrico se deu por

meio de averiguações de meios didáticos que facilitassem a compreensão dos resultados.

Bustos (1979, p.13) investigou “o método didático do teste sociométrico utilizado por Moreno

e o descreveu de forma mais ordenada para a sua correta aplicação.”

No Quadro 1, organizamos o significado de cada participante, presentes e ausentes no

dia da coleta de dados, considerando o gênero a que pertence correspondendo-os cada um a

um símbolo especifico por forma e cor. A seguir Quadro 1:

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Quadro 1: Participantes presentes e ausentes durante a aplicação do teste sociométrico.

Componentes da Turma Gênero Símbolos

Participante focal Feminino

Participantes presentes Feminino

Participantes presentes Masculino

Participantes ausentes Feminino

Participantes ausentes Masculino

Participantes ausentes não citados Masculino

Elaborado pela autora com bases em estudos de Bustos (1979).

No Quadro 2, eleições positivas e negativas são sinalizadas por meio de símbolos

(setas) com cores distintas conforme escala hierárquica de intensidade. O primeiro lugar

indica vínculo de amizade forte; o segundo vínculo moderado; e o terceiro vínculo fraco. A

explicação dessa simbologia propicia tanto a leitura quanto o entendimento dos sociogramas

(MORENO, 2008; BUSTOS,1979;BASTIN,1966). Segue abaixo, Quadro 2:

Quadro 2: Eleições Positivas, Mutualidades Positivas e Eleições Negativas.

Eleições Positivas Símbolos Escala hierárquica

Indicação unilateral de preferência.

1º lugar – intensidade forte

2º lugar – intensidade moderada

3º lugar – intensidade fraca

Mutualidades Positivas Símbolos Escala hierárquica

Indicação recíproca de preferência.

1º lugar – intensidade forte

2º lugar – intensidade moderada

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3º lugar – intensidade fraca

Eleições Negativas Símbolos Escala hierárquica

Indicação unilateral de não preferência.

1º lugar – intensidade forte

2º lugar – intensidade moderada

3º lugar – intensidade fraca

Mutualidades Negativas Símbolos Escala hierárquica

Indicação recíproca de não preferência.

1º lugar – intensidade forte

2º lugar – intensidade moderada

3º lugar – intensidade fraca

Elaborado pela autora com bases em estudos de Bustos (1979).

Além dos sociogramas, as representações gráficas em barras (Gráficos 1 e 2)

referentes às eleições positivas e negativas tem pontuações e percentuais explicitados no

Quadro 3 a fim de facilitar a compreensão dos resultados. Segue a baixo Quadro 3.

Quadro 3: Pontuações e porcentagens obtidas por número de votos positivos e negativos de

estudantes da turma.

Participantes

Escala hierárquica de eleições positivas e negativas. Pontuação máxima

24

(12 presentes e 12 ausentes)

1º lugar – 3 pontos

2º lugar – 2 pontos

3º lugar – 1 ponto

72 pontos

(100%)

Elaborado pela autora com bases em estudos de Bustos (1979).

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O Quadro 3 demonstra os percentuais previstos e estimados a partir do número total

(24) de estudantes da turma, em que o número de participantes presentes (12) no dia da coleta

de dados e o número de participantes ausentes (12) foram considerados. Ressaltamos que no

grupo de 12 participantes ausentes, apenas 2 não receberam nem voto positivo nem voto

negativo.Para facilitar a organização e interpretação dos resultados, os gráficos foram gerados a

partir da probabilidade de pontos que podem ser obtidos pelos 24 participantes caso fossem

escolhidos em primeiro lugar. Desse modo, a inclusão dos 24 participantes (ausentes e

presentes) e o número possível de votos (positivos ou negativos) foi incluída.

Além disso, os dados coletados por meio do questionário sociométrico (ANEXO A)

foram tratados e organizados da seguinte forma: questão 1 (eleições positivas) e questão 2

(eleições negativas) mostraram quem são os elementos preferidos e não preferidos no grupo.

Esses dados foram tratados em matrizes sociométricas que resultaram em sociogramas de

eleições positivas e negativas tendo como centro a participante focal. Em relação às questões

3 (percepções positivas) e 4 (percepções negativas), foram designadas para avaliar como a

participante focal percebe e como é percebida pelo grupo (BASTIN, 1966; BUSTOS,1979).

Assim, foi possível gerar diagramas télicos onde a parte superior mostrou como a participante

focal percebeu (percepção) o grupo e a parte inferior como o grupo percebeu a referida

participante (emissão) (BUSTOS, 1979). Assim, foi possível obter as configurações grupais

da turma e a localização da pessoa com deficiência física no contexto pesquisado.

Dessa forma, as quatro questões do questionário sociométrico foram analisadas e

descritas na seguinte ordem: 1) questão um (eleições positivas),indicar em ordem decrescente

de interesse três colegas como parceiros ou parceiras de trabalho; 2) questão dois (eleições

negativas), indicar em ordem decrescente de interesse três colegas que não escolheria como

parceira ou parceiro de trabalho; 3) questão três (percepções positivas),indicar em ordem

decrescente de interesse três colegas que o respondente acha que a escolheriam como parceira

ou parceiro de trabalho; 4) questão quatro (percepções negativas), indicar em ordem

decrescente de interesse três colegas que a respondente acha que não a escolheriam como

parceira ou parceiro de trabalho. Logo a seguir, descrições e análises dos resultados por

questão.

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4.2.2 Eleições Positivas e Negativas

A Questão1 buscou identificar as preferências (eleições positivas) de cada participante

no interior da turma onde cada respondente, presente no ato da coleta, nomeou colegas que

gostaria como parceira ou parceiro de trabalho. Conforme Bastin (1966, p. 33) “as

preferências são inevitavelmente influenciadas por razões afetivas”. Seguem resultados

ilustrados por meio de representações gráficas em barras e sociogramas.

Gráfico 1: pontuações em votos positivos por estudantes da turma.

Elaborado pela autora com bases em estudos de Moreno (2008), Carneiro (1993) e Bustos (1979).

Para entender o gráfico 1 de eleições positivas é preciso considerar que dos 24

componentes da turma (100%), 12 (50%) votaram porque estavam presentes no ato da coleta;

10 (41%) não puderam votar, pois estavam ausentes, mas receberam votos; e 2 participantes

(8%) ausentes não votaram e não foram votados. Considerando os participantes presentes

(50%), a participante focal E obteve, igualmente a C, 6% dos votos. Quando comparamos E

aos componentes B, H, J, K, L, T, W, Y com 3% seguidos de Z com 1% e de F, G, M, O, U,

YA, YU que não receberam nenhum voto consideramos que E ocupa uma posição favorável,

visto que, o seu índice de aceitação (6%) é superior em relação a esses colegas. Por outro

lado, quando comparamos ao estudante Q que alcançou 17% de preferência seguido de R com

13%, de A com 9%, de P com 8% e D e N com 6%. Em relação a esse grupo, E recebeu

menor pontuação que 6 colegas e maior que 16, indicando um bom posicionamento no grupo.

Para visualizarmos esses dados, à frente o sociograma por votos positivos mostra a

configuração grupal formada e a posição ocupada pela participante focal.

0

10

20

30

40

50

60

70

Q R A P D N C E H L T B J K W Y Z F G M O U YA YU

Po

ntu

açõ

es p

osi

tivas

Estudantes da turma

100%

50%

10%

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O sociograma de eleições positivas ilustra as redes formadas por preferências no grupo

conforme ordem decrescente de interesse e vínculo. De acordo com Bustos (1979), a escolha

pode ser unilateral ou recíproca entre sujeitos onde o primeiro lugar indica vínculo forte, em

segundo vínculo moderado e em terceiro vínculo fraco. Outro ponto importante é a posição

ocupada pelo indivíduo dentro do sociograma, pois segundo Moreno (2008) quanto mais

próximo um sujeito estiver do centro dos círculos, maior o número de votos obtidos e, nesse

caso, melhor a posição sociométrica do sujeito. A figura 2 apresenta o sociograma de

eleições positivas.

Figura 2: Sociograma de eleições positivas.

Sociograma elaborado pela autora com bases em Moreno (2008) e Bustos (1979)

O sociograma de eleições positivas (Figura 2) evidencia uma configuração grupal

onde E não está próxima do círculo concêntrico, mas,sua posição não é tão desfavorável

quando comparada a G, M, O, U, W, N, Q, P, Y, Z, YA e YB. Outro ponto importante, é que

E, conforme Moreno (2008) construiu vínculo forte com T, pois ambas se elegeram

mutuamente em primeiro lugar formando assim, um par dentro do grupo. Tanto E quanto T

justificam a sua escolha em primeiro lugar porque ambas conversam e se ajudam

mutuamente. No entanto, quando B elege E em terceiro, esclarece a escolha porque não

1º lugar: indica

vínculo forte

2° lugar: indica

vínculo moderado

3° lugar: indica

vínculo fraco

Legenda do Sociograma

Participantes

Participante focal

Participantes presentes

Participantes ausentes votados

Participantes ausentes não

votados

Escala Hierárquica de Escolhas

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conversa muito com E. No entanto, E elege B em segundo lugar por considerar a colega

pouco simpática. Segundo Bustos (1979) isso indica vínculo conflituoso entre B e E. O par

formado entre T e E fica evidente e não se desconfigura com a presença de B (Figura 2).

Conforme Bustos (1979), E passa para uma posição mais segura em relação a T e B, pois foi

escolhida por ambas. Por outro lado, T e B não foram escolhidas por ninguém do grupo. Isso

resultou para T e B maior distanciamento do centro dos círculos quando comparadas com E.

Por outro lado, a configuração grupal formada a partir das eleições positivas mostra

que E e alguns companheiros de turma (C, H, L e T , B, J, K, W, Y , Z , YA e YU)

alcançaram uma posição desfavorável quando comparados aos componentes Q, R, A, D e N.

que ficaram mais próximos do centro do círculo. Conforme Moreno (2008), a posição no

centro indica índice de atração forte. Os elementos G, M, O, U, W, N, Q, P, Y, e Z, mesmo

ausentes, foram eleitos. Diferentes de YA e YB que estavam ausentes e não receberam

nenhum voto.

A seguir será apresentada a configuração do grupo quando os respondentes na Questão

2 do questionário sociométrico elegeram colegas não preferidos. A seguir representações

gráficas elucidam os resultados obtidos pela participante focal.

A Questão 2 correspondeu a eleições negativas efetuadas por respondentes presentes

no ato da coleta de dados. Cada um desses respondentes designou nomes de colegas que não

gostaria como parceira ou parceiro de trabalho. O Gráfico 2 apresenta a frequência de escolha

negativa por participante.

Gráfico 2: Frequência de escolha negativa

Elaborado pela autora com bases em Moreno (2008) e Bustos (1979).

0

10

20

30

40

50

60

70

B U E K H G O L Q A D F M R C J N P T W Y Z YA YU

Po

ntu

açõ

es

em

vo

tos

ne

gati

vos

Estudantes da turma

100%

50%

10%

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Seguindo a mesma forma de pontuação para escolha positiva, logramos que a

participante focal E obteve igualmente a K com 10% dos votos de não preferência na turma

sendo precedida por U com 11% e por B com 13%. Quando comparamos E aos elementos C,

J, N, P, T, W, Y, Z, YA e YU que não receberam nenhum voto, a M e R com 1%, a A, D e F

com 2%, a L e Q com 3% e, por fim, a G e O com 4%. Averiguamos que E conquistou um

índice de rejeição importante dentro do grupo, uma vez que, alcançou um percentual menor

apenas que B e U. Então, E é mais rejeitada do que 21 estudantes e estudantes, ou seja, foi

mais rejeitada que 87,5% dos estudantes/estudantes da turma. Logo adiante, o sociograma de

eleições negativas demonstra a configuração da turma e a posição ocupada pela participante

focal.

O sociograma de eleições negativas constata quais são os indivíduos não preferidos na

turma. Para tanto, cada respondente elegeu colegas não preferidos obedecendo a uma ordem

decrescente de rejeição onde o primeiro lugar equivaleu a uma rejeição consistente; o segundo

a uma rejeição moderada; e o terceiro a uma rejeição fraca. No caso de eleições negativas,

quanto mais próximas do centro de atração maior será o grau de rejeição por parte dos

companheiros (MORENO; 2008, BUSTOS, 1979) (Figura 3).

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Figura 3: Sociograma de eleições negativas.

Sociograma elaborado pela autora com bases em estudos de Bustos (1979).

Observando o sociograma de eleições negativas (Figura 3), a estudante “E” está na

terceira posição dentro do círculo (próxima do círculo central), ou seja, a terceira posição

como uma das mais eleitas negativamente. A participante focal E foi eleita uma vez em

primeiro lugar, três vezes em segundo e uma vez em terceiro lugar. Algumas características

de E foram ressaltadas pelos colegas justificando os motivos que os levaram a não escolhê-la.

C destacou que não tem afinidade com E e que E demonstra lentidão para realizar trabalhos;

A e B acham que E conversa demais; F busca ser educada com E, porém E destrata F e

quando F vai reclamar com E, E recorre à mãe; e D qualifica E como autoritária ressaltando

que E não cumpre os combinados firmados para realizar os trabalhos. Acima de E

observamos apenas B e U também com um grau de rejeição elevado.

Conforme Bustos (1979), para apreendermos os vínculos estabelecidos em um grupo,

faz-se necessário verificar o número de mutualidades formadas. Bustos (1979, p.33) coloca

que mutualidade pode ser entendida como “um encontro entre duas ou mais pessoas que se

elegem com um mesmo sinal negativo, positivo ou neutro”. Para tanto, segue sociograma de

mutualidades por votos positivos (Figura 4).

1º lugar indica

rejeição forte

2º lugar indica

rejeição moderada

3º lugar indica

rejeição fraca

Legenda do Sociograma

Participantes

Escala Hierárquica de Escolhas

Participante focal

Participantes presentes

Participantes ausentes votados

Participantes ausentes não

votados

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Figura 4: Sociograma das mutualidades por votos positivos.

Sociograma elaborado pela autora com bases em estudos de Bustos (1979).

No sociograma de mutualidades positivas (Figura 4) identificamos configuração de

cadeia entre T, E e B, porém o vínculo estabelecido entre E e B não caracteriza aproximação,

e sim distanciamento pela falta de afinidade entre ambas. Segundo Bustos (1979) quanto mais

pessoas vinculadas em uma cadeia maior à possibilidade de se construir vínculos sensatos o

que não aconteceu entre T, E e B. Dessa forma, a configuração em par entre T e E se

consolida. Bustos (1979) ressalta que, a formação de pares isolados dentro do grupo indica

junção defensiva de indivíduos em relação aos demais companheiros. Nesse caso, os

estudantes L e J formam par com vínculo moderado (BUSTOS, 1979). Outra configuração

identificada é a formação de triângulo entre A, C e D. Bustos (1979) coloca ainda que, o

triângulo pode ser considerado um tipo de vínculo defensivo entre três pessoas que se elegem

mutuamente com o mesmo sinal. No caso de A, C e D, as eleições recíprocas aconteceram

com intensidades variadas indicando um triângulo de vínculos moderado entre companheiros.

Não existiu nenhuma mutualidade negativa envolvendo a participante focal.

Por fim, o índice de incongruências advindas de votos positivos e negativos

demonstram que o vínculo identificado entre a participante focal E e B não se confirma, pois

ao mesmo tempo que B escolheu positivamente E em terceiro lugar por não conversar com a

referida colega, B vai escolher novamente E, em terceiro lugar, como parceira não preferida e

explica ainda que sua escolha foi motivada porque E conversa demais. Podemos considerar

que há divergências entre B e E.

Legenda do Sociograma

1º lugar indica vínculo forte

2º lugar indica vínculo moderado

3º lugar indica vínculo fraco

Participantes

Participante focal

Participantes presentes

Escala Hierárquica de Escolhas

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A partir deste momento, adentraremos na avaliação perceptual realizada por meio dos

resultados decorridos das questões 3 e 4 advindas questionário sociométrico, tendo por base

os resultados referentes a participante focal. A Questão 3, escolha de três colegas em ordem

decrescente de preferência que a respondente acha que a escolheriam como companheira de

trabalho, possibilitou determinar o índice de percepção da participante focal.Bustos (1979)

entende o índice de percepção como grau de perspicácia do sujeito para compreender como o

outro se comunica com ele. Agora, a Questão 4, escolha de três colegas em ordem decrescente

de preferência que a respondente considera que não a escolheriam como companheira de

trabalho, estimou o índice de emissão.Conforme Bustos (1979) emissão é como o indivíduo é

compreendido por seus pares quando se expressa (BUSTOS,1979).

Logo abaixo, os diagramas télicos evidenciam a avaliação perceptual da participante

focal. A parte superior dos referidos diagramas ilustra como a participante focal percebe os

companheiros e companheiras de turma (índice de percepção) e a parte inferior como os

companheiros e companheiras percebem a participante focal (índice de emissão). Ressaltamos

que dentro da avaliação perceptual, o índice télico individual foi contemplado, sendo excluso

o índice télico grupal pela ausência, no dia da coleta, de membros da turma. Observemos os

diagramas abaixo:

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Figura 5: Diagrama télico demonstra índice de percepção e emissão da participante focal por

escolhas positivas.

Sociograma elaborado pela autora com bases em estudos de Bustos (1979).

O diagrama télico (Figura 5) demonstra que as percepções da participante focal em

relação às colegas de turma têm um índice baixo de assertividade (33%), uma vez que, apenas

uma colega (T) confirma o que E percebe. Nesse caso, E e T se escolheram mutuamente em

primeiro lugar por se considerarem melhores amigas. Em segundo lugar, E vai escolher B,

pois acredita que B gosta dela. Ao escolher F em terceiro, E justifica sua escolha porque

realiza algumas vezes trabalhos com F. Logo adiante verificamos os resultados da avaliação

perceptual da participante focal por eleições negativas.

O P Q R T

U W

Y Z YA YU YU YA Z

Y W

U T

R Q P O N M L K J H

G F

D C

B A A B C D

F G

H J K L M N

Percepção

Emissão

Legenda do Diagrama Télico

1º lugar indica vínculo forte

2º lugar indica vínculo moderada

3º lugar indica vínculo fraco

Escala Hierárquica de Escolhas

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Figura 6: Diagrama télico demonstra índice de percepção e emissão da participante focal por

escolhas negativas.

Sociograma elaborado pela autora com bases em estudos de Bustos (1979).

O diagrama télico (Figura 6) constatou que a participante focal não percebe quais os

colegas e as colegas que não a escolheriam como parceira de trabalho, pois não obteve índice

de percepção. E escolheu A em primeiro por considerar que A gosta de C; em segundo D

afirmando que D a odeia; e por fim, em terceiro K porque K prefere B. No entanto, nenhum

desses colegas escolhem E. Quem indica E negativamente de fato, é o estudante R e, em

primeiro lugar justificando que E não fala com ele. Em seguida F indica E em terceiro porque

E só fala gritando e, isso, ocasiona divergências quando F responde E.

Diante disso, os diagramas télicos (Figura 5 e 6) atestam que a participante focal E é

melhor percebida pelo grupo do que de fato o percebe, sugerindo que E possa ter

comportamentos e atitudes que não agradam aos colegas (BUSTOS, 1979). Isso fica evidente

quando E levanta a hipótese de que F a escolheria como parceira de trabalho, mas F contesta

quando não escolhe E positivamente e, ainda, menciona características negativas observadas

referentes ao comportamento e forma de se comunicar de E. Moreno (2008) explica que a

união entre indivíduos no grupo advém de uma comunicação recíproca onde um complementa

o outro. Segundo Moreno (2008), quando uma pessoa é compreendida e também compreende

O P Q R

T U

W Y

Z YA YU YU YA Z

Y W

U T

R Q P O N M L K

J H

G F

D C

B A A B C D

F G

H J

K L M N

Percepção

Emissão

Legenda do Diagrama

Télico

Escala Hierárquica de Escolhas

1º lugar rejeição forte

2º lugar rejeição

moderada

3º lugar rejeição fraca

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os seus companheiros no momento da comunicação ela aumenta o seu nível de atração e

acaba alcançando uma posição de líder no grupo. No entanto, o contrário resulta em rejeição.

Ademais, Moreno (2008) ressalta que o predomínio de ocorrência de rejeições no grupo

origina discrepâncias e distanciamento das pessoas. Por outro lado, quando cadeias,

triângulos, círculos se formam por meio de interações recíprocas por afinidade sugere

estabelecimento de vínculos, logo, união e integração grupal. Neste estudo não foi possível

avaliar o nível de coesão grupal da turma (índice télico grupal) dado que 50% da turma não

respondeu ao questionário sociométrico.

Finalmente, a etapa 1 desta pesquisa caracterizou desvantagem para participante focal

E quando comparamos a sua posição social à dos colegas de turma. A participante E obteve

um índice de rejeição bastante elevado de 87,5% ficando abaixo de apenas dois colegas.

Segundo os respondentes, a participante focal E demonstra comportamento, áspero e

autoritário. Além disso, os respondentes acrescentaram que E não cumpre compromissos,

conversa muito, parece lenta para realizar trabalhos e recorre à mãe para resolução de

conflitos ocorridos em sala. No que tange a eleição positiva, E foi eleita de fato uma única vez

por T e retribuiu o voto elegendo também T em primeiro. Entretanto, T também igualmente a

E não recebeu votos positivos dos colegas. Isso significa que T e E estão desconectadas da

rede social estabelecida na turma. Então, T e E formam uma configuração mínima de

interação denominada “par” (MORENO, 2008) que se afirmam durante o jogo de

aquecimento, momento em que uma para ao lado da outra sem aproximação de colegas. Para

Bustos (1979) quando dois indivíduos se ligam mutuamente dentro de um grupo e não se

ligam a nenhum outro, significa que uma junção defensiva foi estabelecida tendo como

consequência o isolamento dessas pessoas (BUSTOS, 1979).

Conforme Moreno (2008), um ou mais indivíduos podem ser considerados isolados no

grupo quando: não escolhe e nem rejeita; não escolhe e não é escolhido; escolhe outros

companheiros fora do grupo, mas não é escolhido nem por eles nem pelo grupo; escolhas

mútuas ocorrem entre dois indivíduos não escolhidos; três indivíduos rejeitados se elegem

entre si; cinco indivíduos são rejeitados pelo grupo e se rejeitam entre si; e por fim, quando o

indivíduo não é escolhido pelo grupo e, por isso, rejeita e também é rejeitado. Além disso,

Moreno (2008) ressalta que, quando existe uma alta incidência de rejeições no grupo

caracteriza desunião e possíveis conflitos. Por outro lado, a predominância de aproximações

recíprocas entre companheiros (cadeias, triângulos, círculos entre outros) sugerem afinidade e

vínculo indicando ajustamento (MORENO, 2008).

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56

No próximo capítulo é apresentada à descrição da segunda etapa da pesquisa, que

constitui a percepção de E, sua família e seus professores de seu processo de inclusão escolar.

Dessa forma, apresentamos os participantes, instrumentos, procedimentos, análises dos dados

e resultados.

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57

5. ETAPA 2: PERCEPÇÕES SOBRE OS PROCESSOS DE INTERAÇÃO DO

DEFICIENTE FÍSICO NO CONTEXTO ESCOLAR

A segunda etapa do estudo procurou identificar percepções de estudante com

deficiência física (participante focal), dos pais e profissionais da educação evidenciando a

interação social da pessoa com deficiência no contexto escolar. Os participantes,

instrumentos, procedimentos foram dispostos em sequência. Adiante, seguem os tópicos que

constituem a investigação.

5.1 MÉTODO

5.1.1 Participantes

Os participantes que colaboraram com esta pesquisa foram selecionados nos

microssistemas tanto escolar quanto familiar cuja estudante com deficiência física faz parte.

Dessa forma, participaram os profissionais de educação que atuaram direta ou indiretamente

com a estudante com deficiência física, sendo uma supervisora pedagógica, uma

coordenadora pedagógica, um coordenador disciplinar, uma professora de educação física,

uma professora de língua portuguesa, uma professora da sala de recursos, um monitor e o pai

e a mãe da referida estudante. Participou ainda, a estudante com deficiência física que

cursava o sexto ano da segunda etapa do ensino fundamental. A estudante foi denominada,

nesta etapa, como participante focal (E). Buscando garantir o sigilo dos participantes, não foi

utilizado o nome de nenhum deles. A participante focal, os pais e os profissionais de educação

e colega da participante focal tiveram seus nomes substituídos por letras não correspondentes

à suas iniciais. Segue abaixo, a caracterização das pessoas entrevistadas por ordem:

participante focal, pais e profissionais de educação.

a) Participante focal

A participante focal (E) tinha onze anos e cursava, no turno vespertino, o sexto ano do

ensino fundamental em turma reduzida de uma escola da rede pública do Distrito Federal,

localizada na região administrativa do Gama. Em seu histórico escolar não constava retenção.

Na escola, E era assessorada por um monitor e também recebia atendimento especializado em

sala de recursos, uma vez por semana, no turno matutino.

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E fazia parte de uma família com dois genitores sendo filha única. E possuía

deficiência física ocasionada por mielomeningocele incluindo a má formação dos pés,

impedindo-a de usar calçados, necessitando de meias para protegê-los e de cadeira de rodas

para se locomover. Ainda, apresentava hidrocefalia ventriculoperitoneal, bexiga e intestino

neurogênicos. Para tratamento da bexiga neurogênica sempre realizava com auxílio da mãe,

tanto em casa quanto na escola, cateterismo vesical intermitente e uso de fraldas. Estava

previsto procedimento cirúrgico para a implantação de bolsa coletora de urina.

b) Mãe e Pai de E

A mãe e o pai da estudante com deficiência física (participante focal) possuíam nível

médio completo. A mãe trabalhava como técnica de enfermagem na Secretaria de Saúde do

Distrito Federal e o pai como vigilante de carro forte. Os pais eram casados há quinze anos e,

após, três anos de casados nasceu E. Não tiveram outros filhos.

c) Profissionais de educação

Os profissionais de educação atuavam na segunda etapa do ensino fundamental e

tinham graduação em áreas específicas. Apenas, dois profissionais tinham Especialização

Lato Sensu. Além disso, cinco professores tinham vínculo com a Secretaria de Educação

superior a treze anos. Apenas uma professora tinha vínculo há seis anos como contrato

temporário. O monitor havia sido efetivado há dez meses e estava concluindo graduação em

Tecnologia da Informação. Todos os profissionais da educação tinham experiência na

educação especial (APÊNDICE B).

A seguir o Quadro 4 apresenta a legenda para identificação dos profissionais de

educação ao longo do trabalho.

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Quadro 4: Legenda de identificação dos participantes.

Profissionais de Educação Gênero Iniciais

Supervisora Pedagógica Feminino SP

Orientadora Educacional Feminino OE

Coordenadora Pedagógica Feminino CP

Coordenador Pedagógico Disciplinar Masculino CD

Professora da Sala de Recursos Feminino SR

Professora de Educação Física Feminino EF

Professora de Língua Portuguesa Feminino LP

Monitor Masculino MO

Fonte: A autora.

5.1.2 Instrumento

Foram utilizados roteiros de entrevistas semiestruturados, um para a participante focal

(estudante com deficiência física), um para os pais e um para os profissionais de educação. Os

roteiros de entrevistas foram compostos para o alcance das dimensões que envolvem a

inclusão e interação do deficiente físico no contexto escolar e, dessa forma, propiciaram dados

relativos à interação social do deficiente físico em escola inclusiva a partir de percepções e

vivências dos participantes (APÊNDICE I).

O roteiro da participante focal (E) contemplou o seu histórico de vida perpassando

pelo conceito de inclusão numa visão geral e na escola atual seguido das experiências vividas

durante a trajetória escolar e as relações estabelecidas com as pessoas. A relação escola e

famílias referentes à inclusão escolar também foi concebida.

O roteiro proposto aos pais de E abrangeu o histórico de vida da estudante e o

processo de inclusão social e escolar foram explorados. Ademais, a interação da estudante

entre colegas e profissionais da escola e a relação estabelecida entre família e escola também

foram investigados.

Por fim, o roteiro destinado aos profissionais da escola contemplou a formação e o

histórico profissional seguidos do conceito de inclusão numa visão global e na escola atual.

Logo após, dados sobre a participante focal na escola atual englobando desde diagnóstico,

desempenho acadêmico, acessibilidade e interações sociais entre colegas e profissionais da

escola foram perscrutados. Ainda, a relação entre família e escola foi inquirida.

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5.1.3 Procedimentos

Após assinatura do Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE), as entrevistas

foram feitas individualmente com a participante focal, com a mãe e o pai conjuntamente e

com a professora de educação física, em local reservado em suas residências. Os profissionais

de educação também foram entrevistados individualmente, em local reservado na própria

escola durante o horário de aula. As entrevistas foram gravadas por meio de áudio e

transcritas para análise dos dados.

5.1.4 Análises dos Dados

As análises das transcrições das entrevistas foram realizadas separadamente por meio

de análise de conteúdo (BARDIN, 2010). Bardin (2010) compreende a análise de conteúdo

como um método de pesquisa que fundamenta reflexões a respeito dos significados das

palavras da mensagem analisada.

Para tanto, a ordenação de critérios foi realizada para tratar os dados e, assim,

obtermos resultados coerentes ao objetivo deste estudo. Conforme Bardin (2010) foi realizada

uma pré-análise por meio da leitura flutuante das unidades de registros obtidas mediante

transcrições das entrevistas semiestruturadas gravadas em áudio. Em seguida, o processo de

exploração dos dados levou a sua transformação e integração sistemática (BARDIN, 2010).

O agrupamento das unidades de registros considerou a variação tanto de indicadores

presentes quanto ausentes na construção das frases, na ordem das palavras, na escolha das

palavras, nas conotações das palavras, em reticências, afirmações, qualificativos e

generalizações (BARDIN, 2010). Isso permitiu a junção de um número importante de dados.

Por fim, os resultados foram tratados qualitativamente a partir dos canais de comunicação,

emissor (sujeito que produz a mensagem), receptor (sujeito que recebe a mensagem),

mensagem (conteúdo, significado, significantes, códigos e significação) e canal (procedimento

experimental) (BARDIN, 2010).

Ao final, inferência e interpretação dessas informações deram origem aos resultados

tendo como referencial norteador o modelo bioecológico do desenvolvimento humano que

permeou o percurso de compreensão dos significados advindos das unidades de registros e

contexto.

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5.2 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os relatos das entrevistas foram selecionados intencionalmente e vinculados ao

objetivo do estudo. Dessa forma, a interação social da pessoa com deficiência física no

contexto escolar inclusivo foi evidenciada. Além disso, alguns precursores evoluíram e

orientaram as evidências que foram elaboradas a partir dos sentidos das falas advindas das

entrevistas.

Para melhor apreender o processo de inclusão da pessoa com deficiência física no

contexto escolar, iniciaremos primeiramente com as descrições de fatos experenciados no

período da gestação à pré-adolescência relacionando-os à deficiência física ao processo de

inclusão em diversos contextos conforme participante focal e seus pais. Logo após, a

construção de conceitos referentes à inclusão permitiu identificar a concepção de deficiência e

de inclusão escolar dos participantes por meio de descrições de suas vivências. Em seguida, a

trajetória escolar da participante focal, bem como, o seu processo de inclusão foi descritos

com base nas interações estabelecidas.

A seguir, o Quadro 5 apresenta as categorias e subcategorias construídas a partir dos

conteúdos advindos das falas de cada participante no momento da entrevista.

Quadro 5: Categorias e subcategorias de análise

Categorias Subcategorias Definição

Viver com deficiência

a) 1) Viver com deficiência

b) a) História de vida

c) b) História escolar

d) O percurso da estudante com deficiência

física e de seus pais representou a

exclusão em diversos contextos sociais

decorrentes de barreiras físicas e

atitudinais que impediram a sua plena

integração social.

Concepção de inclusão

e) a) Concepção de deficiência

f) c) Concepção de Inclusão escolar

Socialização da pessoa com deficiência

na escola e a incapacidade de aprender

no tempo previsto.

Processo de inclusão escolar g) a) O contexto escolar

h) b) Formação continuada

i) c) Interação escola-escola

j) d) Interação família-escola

k) e) Interação entre pares

l) Modo de atuação da escola e da família

que impede a integração escolar da

pessoa com deficiência.

Fonte: A autora

Na seção seguinte, apresentaremos as percepções e concepções dos participantes

envolvidos, assim como, os indicadores que foram evidenciados a partir de suas falas

conforme as categorias e subcategorias apresentadas no Quadro 5.

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5.2.1 Viver com Deficiência

A trajetória percorrida pela estudante com deficiência física (participante focal) e por

seus pais retratou o processo de exclusão vivido por eles em diversos contextos sociais

advindos de obstáculos físicos e atitudinais como impeditivos da inserção plena da

participante focal como pessoa de direito.

a) História de vida

O nascimento de E ocorreu após três anos de casamento de seus pais. O casal,

formado pelos dois genitores, realizou planejamento e exames prévios antes da gravidez e

posteriormente ultrassonografias mensais. Apenas no quarto mês de gestação foi detectada a

existência de uma bolsa líquida formada na coluna lombar (mielomeningocele) e de líquido

ao redor do cérebro e da medula espinhal (hidrocefalia). No sétimo mês de gestação, o exame

de ultrassonografia evidenciou rompimento da bolsa líquida na região da lombar de E que se

misturou ao líquido amniótico exigindo ultrassonografias periódicas até o seu nascimento.

E nasceu de parto cesáreo e foi submetida a procedimento cirúrgico para correção do

tubo neural na região da lombar e implantação de válvulas no crânio para drenar o líquido

recebendo liberação para casa, após vinte dois dias de internação. Porém, o organismo de E

rejeitou os dois implantes valvulares na região da cabeça necessitando de um novo

procedimento emergencial. E ficou nove meses sem o uso das válvulas que foram implantadas

novamente no Hospital Sara Kubitschek de Brasília, local onde fazia fisioterapia desde trinta

dias de nascida permanecendo como paciente. Aos quatro anos, E precisou diminuir e

reposicionar os implantes valvulares. No mesmo período, E passou a fazer estimulação

precoce, permanecendo na atividade por um ano.

A mãe afirmou que a família não recebeu apoio dos agentes de saúde para a condução

de E a tratamento após os procedimentos cirúrgicos, sendo medida tomada por ela. A mãe

considera que naquele momento, somente a igreja, o pai e os avós maternos prestaram-lhe

auxílio. Sobre isso a mãe relata:

Esse apoio foi praticamente na igreja só, mas em termos de profissionais pra

acompanhar a gente não teve, principalmente pra mim. Era eu e Deus e meu esposo,

minha mãe e meu pai porque eles eram mais próximos a mim.

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Ademais, a mãe aduziu sentir culpa por ter gerado uma criança com deficiência, pois

suas expectativas eram da filha nascer perfeita. O referido sentimento foi substituído pelo

apreço a si quando participou de um encontro de casal na igreja que lhe propiciou entender

que uma pessoa que gera uma criança com deficiência era especial quando comparada com as

demais trazendo o conceito de deficiência como algo extraordinário. Segue trecho que traduz

parte da vivência mencionada pela mãe:

A gente está preparada pro perfeito né, a gente não se prepara pro dito não perfeito

né. Aí, dentro de um encontro de casais eu tive a libertação de entender que eu era

especial por ter ela especial que outro não teria condições de ter, mas eu fui

agraciada por ter ela. A nossa sociedade, perfeito é quem ande, fale, enxergue né,

tudo normal. Pra sociedade minha filha não é perfeita, pra olhos de Deus sim, ela é

perfeita, mas pra sociedade não. Então, a gente não se prepara pra ter um filho

especial, a gente prepara para ter um filho saudável, sem nada.

Diante disso, destacou-se a expectativa da criança perfeita determinando o modo de

vida da família como uma imposição cultural. Porém, a crença religiosa e o apoio recebido na

igreja permitiram à mãe ressignificar a deficiência, identificando-a como uma benção e

posicionando a sociedade como incapaz de perceber sua filha como perfeita.

Ainda, a mãe acrescentou que, as pessoas não-deficientes percebiam a pessoa com

deficiência como um sujeito que não poderia ter uma vida favorável por causa de suas

limitações físicas ignorando completamente suas potencialidades. Para a mãe, esse tipo de

percepção colaborava para o enquadramento da pessoa com deficiência física conforme

expectativas da sociedade o que lhe causava indignação.

Uma vez a gente andando no Shopping e ela mesma tocando a cadeira dela, porque

ela movimenta pra todo canto pra todo lugar. Aí, uma, eu vinha mais atrás e meu

esposo do lado dela. Aí a pessoa, acho que não sabia que eu que era a mãe, aí falou

assim: Tadinha dela, andando nessa cadeira de rodas. Aí, eu falei pra ela: Tadinha

por quê? Tadinha não, ela é muito feliz assim. Ela perguntou quem eu era. Eu falei:

Eu sou a mãe dela. Tadinha de você por tá tendo dó dela. Isso, eu respondo isso, é

automático, é grosso da minha parte, mas é uma coisa que eu não consigo. Eu não

posso falar assim, mas eu não consigo entendeu. Eu já solto logo!

Podemos identificar na fala da mãe, a força do estigma direcionando a percepção das

pessoas sem deficiência frente à deficiência e condicionando a pessoa com deficiência a uma

posição social desvantajosa (MATTOS, 2002). Esse comportamento social vai contrariar o

modelo social da deficiência que a entende como resultada da desinformação e despreparo da

sociedade para conviver com a diversidade gerando injustiças e restrições para esse grupo de

pessoas (DINIZ; BARBOSA; SANTOS 2010).

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Segundo a mãe, as primeiras percepções de E sobre suas limitações físicas foram

evidenciadas, por volta dos quatro anos de idade, período que conviveu com o primo. A mãe

mencionou que nessa fase, o primo começou a andar desencadeando comparações e dúvidas

em E sobre a sua condição física em virtude do apreço de seus pais sobre o desenvolvimento

do primo. Dessa forma, a mãe explicou os motivos que a levaram utilizar cadeira de rodas

para locomoção e posteriormente esclareceu sobre o uso do cateter.

Além disso, a deficiência física nas fases da infância e da pré-adolescência conforme

descrições de E também foi evidenciada por diversas pessoas que a questionavam

regularmente com perguntas, qualificadas por E como inusitadas, fatigantes e anormais, que

demonstravam total desconhecimento das pessoas. No ambiente escolar, E também se viu em

situações de desconforto e cansaço porque tinha que justificar os motivos de sua deficiência.

Para elaborar esses fatos como coerentes, foi preciso que E formulasse a hipótese de que o

interesse das pessoas advinha da intenção de prestar-lhe algum auxílio. Além disso, E também

construiu um conceito próprio que melhor descrevesse a sua constituição fisiológica.

Era esquisito porque o pessoal não entendia muito e eu tinha que explicar, falar, falar

tudinho que como eu nasci que eu nasci com coluna pra fora. Aí, era bem difícil, mas

depois eu fui me acostumando. Achava estranho no começo porque o pessoal

perguntava pra mim. Aí eu falava: Ué, por que tá perguntando? Mas depois eu fui

entendendo que é pra eu poder saber que caso eles querem me ajudar né. É ruim

quando alguns colegas da minha sala, da minha escola, lá da minha escola que eu

estudo, eles me perguntam: por que você ficou cadeirante? Aí eu falo: é porque, eu

falo, eu nasci com a coluna pra fora, porque eu fiz duas cirurgias na barriga, uma

nas costas. Aí eu coloquei duas válvulas na cabeça. Aí uma ficou desse tamanho e o

outro ficou normal (E).

Portanto, foi possível identificar a partir dos sentidos advindos das falas de E que a sua

percepção sobre a sua deficiência não correspondia à percepção das pessoas. Essa afirmação

resultou das seguintes evidências: (1) o estranhamento e o desconforto de E, quando indagada

pelas pessoas, surgiu porque E não tinha como se perceber diferente dos outros, pois não

viveu experiências em um corpo não-deficiente; (2) E não relacionou os questionamentos a

cultura do corpo perfeito, mas ao desejo do auxílio do outro, confirmando que a percepção

que E tinha do próprio corpo era de adequação do outro frente às suas limitações. Para

Bronfenbrenner (2011), as características individuais de uma pessoa a conduzem para um

lugar na sociedade ocasionando impactos no curso de seu desenvolvimento. Dessa forma,

identificamos os atributos de E confrontando uma ordem social estabelecida (padrão de

normalidade vigente) e levando à estigmatização.

Para compreendermos uma pouco mais de suas experiências com a deficiência, E

descreveu a sua residência como um espaço que foi adaptado com rampas. A rotina da

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família foi organizada conforme suas necessidades incluindo a troca de cateter, a realização

de tarefas escolares, o deslocamento em ambientes externos, entre outras atividades

assessoradas por seus pais e avós maternos que demonstravam uma relação alicerçada no

cuidado e na atenção.

Como a rotina familiar era laboriosa para os pais, eles optaram por terem apenas E

como filha. O assessoramento direto e constante da mãe e, algumas vezes, do pai se restringia

na troca do cateter porque E já realizava com autonomia a sua higiene pessoal. Segundo, os

pais, E era tratada por eles como uma pessoa de direitos e deveres e, por esse motivo,

consideravam que E compreendia suas limitações e buscava sua independência.

É possível compreender, a partir dos sentidos das falas dos pais e de E, a presença de

disposição interna nos pais e avós maternos para promover a inclusão de E, pois buscaram

prioritariamente a eliminação das barreiras estruturais e atitudinais no microssistema familiar

com a finalidade de potencializar as capacidades de E em âmbito global, impulsionando,

assim, o seu desenvolvimento. Para Bronfenbrenner (2011), o contexto familiar é um dos

ambientes imediatos que têm maior capacidade de originar desenvolvimento desde que exista

a presença de energia propulsora recíproca pessoa-contexto durante o processo de interação

face a face, que foi encontrado na relação de E com sua família.

Acrescenta-se ainda que, no curso do desenvolvimento humano, E estava na fase da

pré-adolescência, tinha onze anos no momento da coleta dos dados. Avila (2005) afirma que a

fase da adolescência é um curso sócio-histórico de transformação da criança para a vida

adulta, momento em que a pessoa fortalece a sua identidade corporal, social, sexual e afetiva.

Para E, esse período foi caracterizado por mudanças de interesses e sentimentos porque o

desejo de brincar com brinquedos foi sendo substituído gradativamente pelo desejo de

conversar. Apesar disso, E ainda brincava de bonecas. A vinda da menarca deixou E mais

reservada em relação aos cuidados de higiene antes realizados também pelo pai. Porém, essa

mudança não contribuiu para o desenvolvimento da autonomia de E que acabou estreitando

ainda mais os vínculos de cuidado mútuo com a mãe.

Para os pais, a fase da pré-adolescência de E foi demonstrada pelo aumento de

preocupação com a própria aparência e pelo surgimento de interesse por pessoas do seu

convívio escolar. A mãe enfatizou que o surgimento da acne e a vinda da menarca foram

compreendidos por E como processo natural da fase e o seu comportamento não foi

modificado bruscamente. Ademais, E mencionou que teria se interessado por uma pessoa,

mas não chegou a namorar. Descreveu esses momentos como período de confusão emocional.

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Ainda, E ambicionou namorar, casar e ter filhos, porém não sabe como a outra pessoa vai

entender e se adaptar face à sua deficiência física. Além do mais, E mencionou que no futuro

pretende ter um bom emprego; estudar; ser autônoma na locomoção e no cuidado de si.

Portanto, interesses e desejos evidenciados por E são comuns na fase da adolescência.

[...] Sei lá, a gente passa por muita mudança, até no corpo da gente mesmo, eu nem imaginava

que eu tinha tanta espinha e eu achava isso muito esquisito, mas bom. Crescendo mais! (E)

b) História escolar

E cursava o sexto ano do ensino fundamental em uma escola pública da cidade do

Gama no Distrito Federal, não tinha histórico de retenção, porém demonstrava dificuldade

para conservar e aprender conteúdos, acompanhar o ritmo das aulas e fazer as atividades no

tempo proposto. Nas habilidades de leitura, escrita e interpretação de textos, bem como, na

resolução de operações e problemas matemáticos, E evidenciava necessidades de apoio

individualizado e nem sempre alcançava pontuação necessária.

Nas aulas de educação física E precisava ser encorajada a participar das atividades

pela professora, pois se considerava incapaz para tanto. Diferente da escola classe, a prática

pedagógica não contemplou adaptação de conteúdos, tarefas, avaliações e eventos conforme

necessidades educativas de E que recorreu à família para suprir suas necessidades educativas.

Apesar disso, E realizava atendimento na sala de recurso em turno contrário, mas considerou

que as atividades não contribuíam para suas aprendizagens e que o monitor disponibilizado

pela escola não a acompanhava de forma sistemática.

Eu não conseguia entender, ele ficar na sala de coordenação, lá junto com outra

pessoa e, eu fico lá tentando. Até a minha amiga me ajuda. Mas deveria ficar comigo

né, dentro da sala, me ajudando.

Na trajetória escolar, E passou por 3 escolas diferentes, inicialmente uma escola

particular onde iniciou sua escolarização aos 5 anos permanecendo nela por mais de um ano,

porém a mãe não percebeu avanços nas suas aprendizagens nem adaptações dos espaços

físicos. Logo em seguida, E foi para escola classe da rede pública, momento que já cursava o

segundo ano do ensino fundamental. Nesse período de transição escolar, E mencionou que

tinha ficado retida no segundo ano. Essa informação não correspondeu aos registros de

aprovação em seu histórico escolar. Então, supõem-se que a relação entre E e seus pais e

entre E e a escola, nessa fase de mudança, não foi expressiva e nem perceptível para E

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indicando falha no modo, na energia e no conteúdo da dinâmica, bem como, superficialidade

dos vínculos, evidenciando E como agente passivo no processo.

Para E, os contextos escolares, privado e público, não ofereceram condições

favoráveis para a sua inclusão e interação social, uma vez que, não tinha muitos amigos, os

ambientes e os atores educacionais (professores e monitores) não atendiam suas necessidades

e o desrespeito das pessoas era constante porque elas usufruíam, nesses contextos, de

benefícios destinados ao público com deficiência (vagas e rampas) dificultando assim, o seu

acesso às escolas. Segue trecho de suas experiências na escola atual:

Ruim é a adaptação na escola que é tudo esburacado, tá tudo esburacado. Ai,

a cadeira fica bem difícil de andar mesmo, muito cheio de pedra.

Dessa forma, entraves físicos e atitudinais no percurso escolar de E reduziram

oportunidades de desenvolvimento, bem como, sua inclusão plena. Para Mantoam (2006), a

inclusão escolar de estudantes com deficiência física em classe regular de ensino é um grande

desafio para a escola por causa dos obstáculos advindos dos espaços físicos, da formação

docente deficitária, da insuficiência de recursos, entre outras barreiras.

5.2.2 Concepção de Inclusão

Para a teoria Bioecológica a inclusão escolar pode ser compreendida como garantia de

oportunidades de processos proximais para E, ou seja, interações positivas e com

continuidade no tempo que favorecem seu desenvolvimento biopiscossocial

(BRONFENBRENNER, 2011). Por fim, é na escola que, as pessoas se constituem

socialmente para a prática da cidadania e expandem suas capacidades intelectuais (BRASIL,

PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS, 2007; LEI Nº 7.853

DE 24 DE OUTUBRO DE 1989).

Para E, a inclusão seria o reconhecimento da capacidade de aprender das pessoas com

deficiência desde que adaptações fossem garantidas. Nessa concepção, identificamos E

tentando contrapor a cultura da normalidade estabelecida onde se relaciona a deficiência a

incapacidade e ainda requerendo mudanças no modo de atuação social frente à deficiência

(SILVA, 2006; SCULLY, 2010). Ainda, E relacionou a inclusão ao acesso a todos os

contextos sociais em condições de igualdade. Para tornar claro esse entendimento, E relatou

uma situação vivida com certa regularidade e que despertava nela sentimento de aversão,

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como por exemplo, quando ia ao cinema e não tinha uma poltrona disponível para ela sentar,

mas somente um espaço destinado à sua cadeira de rodas, avaliado por ela como

desconfortável e desagradável.

No cinema eu gosto muito de sentar na cadeira do cinema, ai tem duas, no cinema que eu fui

uma vez tem duas cadeiras ai tinha uma figurinha com o cadeirantizinho pra eu botar minha

cadeira, ai tinha um lugarzinho pra eu botar minha cadeira mesmo, eu ficava com tanta

raiva que eu queria fica na cadeira do cinema, que é tão massa é legal. Que eu to assistindo

o filme viro pro lado, eu fico agoniada, ai na cadeira do cinema eu fico mais, me sinto mais à

vontade.

Portanto, inferimos a partir das falas de E o despreparo da sociedade para a inclusão

plena. Uma sociedade que preconiza legalmente o direito à igualdade deveria equiparar

oportunidades a todos os indivíduos, com e sem deficiências, para o acesso às esferas sociais,

à cultura, ao esporte e lazer, assim como, o direito de usufruírem de bens e serviços conforme

necessidades para que se desenvolva plenamente (MAZZOTA, 2007; SASSAKI, 2010;

GOMES; REZENDE; TORTORELLI, 2010).

A concepção de inclusão de E convergiu com a concepção de seus pais que também

conceberam a inclusão como oportunidade da pessoa com deficiência de ser acolhida em

diversos contextos de forma que suas potencialidades fossem exploradas e o seu

desenvolvimento cognitivo, afetivo e social ocorresse. Para OE, a inclusão foi concebida

como inserção de um grupo para que se torne produtivo. No entanto, dois (CP, CD)

conceituaram a inclusão como meio para a pessoa com deficiência conviver e ser aceita; três

(SP, SR, LP, EF) relacionaram a inclusão como oportunidade ao assistencialismo; e um (MO)

entendeu a inclusão como processo contraditório por ser imposto.

Apreendemos a partir dessas falas o estigma ofuscando as potencialidades da pessoa

com deficiência (SILVA, 2006) onde a sua inserção social demonstra ser apenas de ordem

física. Para Sassaki (2010), a inclusão da pessoa com deficiência se efetiva mediante

erradicação de barreiras físicas e atitudinais. Para Saeta (2006), a incapacidade é originada

pela falta de condições do ambiente para acolher o sujeito em desenvolvimento. Identifica-se

ainda o despreparo dos atores educacionais para lidar com estudantes com deficiências,

caracterizando uma formação docente deficitária e a manutenção no contexto escolar da

cultura de estigmatização e exclusão presente em nossa sociedade.

Por outro lado, os pais conceberam a inclusão social como ações recíprocas que

promoveriam tanto a pessoa com deficiência física quanto o meio social. Para os pais, no

entanto, essa inclusão tinha de ser um processo natural e não obrigatório para que o

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acolhimento e desenvolvimento das habilidades das pessoas com deficiência física fossem

promovidos conforme suas limitações, mas em contrapartida, a pessoa com deficiência

também deveria ser ativa e capaz de modificar seu ambiente e dessa forma torná-lo mais

favorável ao seu desenvolvimento. Contudo, os pais consideraram que a inclusão estava muito

distante do ideal, pois nem a escola nem a sociedade eram preparadas para receber a pessoa

com deficiência caracterizando omissão do Estado na efetivação de ações inclusivas. Essa

afirmação foi construída pelos pais a partir das diversas barreiras sociais enfrentadas em

diversos contextos sociais demonstrando que a inclusão da pessoa com deficiência ainda não

foi alcançada. Segue trecho que ilustra parte das impressões:

Quando a gente começa a vê a fundo isso, porque a gente tem um filho assim, então, a

gente começa a vê a fundo isso. A gente fica decepcionado. Aí, começa a se

preocupar com o futuro. Dizer que tá preparado, não tão preparado em nada (Pai).

Podemos ressaltar a influência do padrão de normalidade presente no macrossistema

influenciando indiretamente os demais contextos (exo, meso e micro), bem como, o modo, o

conteúdo e a energia dos processos proximais gerando efeitos que podem influenciar

negativamente o desenvolvimento da pessoa com deficiência (BRONFENBRENNER, 2011).

Ademais, os pais mencionaram sentimento de impotência, indignação e preocupação

com o futuro de E em virtude de restrições enfrentadas diariamente resultantes da

desinformação, desrespeito e preconceito; burocracia para aquisição de bens e serviços;

despreparos dos profissionais de saúde e de educação e inadequações dos espaços físicos.

Para mais, o pai destacou que o mercado de trabalho não absorvia muitas pessoas com

deficiência e que a contratação ocorria pela obrigatoriedade legal, porém considerava que a

sociedade deveria naturalmente contratá-las. Ressaltou ainda a importância do ambiente de

trabalho em propiciar o desenvolvimento do potencial da pessoa com deficiência conforme

limitações, bem como, adequar a estrutura para recebê-la.

O sentido das falas oriundas dos pais indicou que E foi excluída socialmente, uma vez

que, restrições do seu direito à educação, saúde, esporte, cultura e lazer não foram efetivados

plenamente nos diversos contextos, como por exemplo, o preconceito (macrossistema), o

despreparo da escola (microssistema), entre outros eventos. Sob o prisma de Bronfenbrenner

(2011), a influência dos contextos sobre o indivíduo pode gerar uma variedade de resultados

tanto no desenvolvimento da pessoa prejudicando o curso normal do desenvolvimento de E,

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pois a força, a constância e a regularidade da interação entre os sistemas podem impulsionar

ou não o desenvolvimento humano.

a) Concepção de deficiência

Em relação ao conceito de deficiência a mãe concebeu a deficiência como constituição

fisiológica imperfeita que contrapõe o padrão desejado pela sociedade. Além disso, dos oito

atores educacionais entrevistados sete convergiram no entendimento da deficiência como

incapacidade cognitiva para aprender e executar as atividades escolares sendo a deficiência

da pessoa e não no ambiente. Entretanto, E conceituou a deficiência como interação entre o

indivíduo e o ambiente. Para melhor apreender sua percepção segue relato:

É a pessoa entender como é que eu sou, se adaptar. Até mesmo um professor se

adapta pra poder dá uma atenção especial pra mim. Não é só comigo, com outras

pessoas também que não anda, nem fala, nem faz nada, fica só parada. Eu não ando,

mas falo, me movimento, faço tudo. Eu só não ando, mas falo tudo. Sou capaz de fazer

tudo, de aprender as mesmas coisas. Eles entendem!”

Entretanto, SR ressaltou que a pessoa com deficiência por ter deficiência precisava ser

agradável na forma de interagir com as pessoas, uma vez que, seriam rejeitadas naturalmente

e que, os pais precisavam orientá-los quanto aos direitos, mas também como requerê-los

socialmente incluindo nesse processo os cuidados com o corpo.

Quem tem um filho especial, você tem que treinar ele pra cobrar os direitos sim

porque os direitos de uma pessoa com deficiência, se ele não exigir, ele não vai ter

né. Não pode ser aquela pessoa passiva, quietinha que aceita tudo. De forma

nenhuma, mas você tem que saber levar ele a cobrar esses direitos, senão, ele vai se

tornar uma pessoa indesejável e uma pessoa com deficiência ele tem que contar com

a boa vontade das pessoas. Então, você tem que ensinar seu filho a ter de ser

carismático porque professor também tem má vontade com estudante. Nós não somos

de ferro né. Então, e um estudante especial, eu costumo dizer para os pais. Ele tem

que andar limpinho, ele tem que escovar os dentes, ele tem que cortar a unha, ele tem

que ser cheiroso porque naturalmente ele já tem com ele, as pessoas já tem uma

aversão por ele. Então, se qualquer aspecto que vá dificultar esse envolvimento, a

gente precisa sanar. E essa questão também, de ser educado, de ser mais tolerante e

de não ter essa exigências, que não vai levar a nada, essas cobranças que não vai

levar a nada (SR).

Identificamos na fala de SR o estereótipo “boazinha” negando a subjetividade de E

evidenciando uma percepção de que pessoa com deficiência é um sujeito socialmente

constituído para ser compassivo, amável, submisso, entre outros, como forma de justificar

seus atributos para se ajustar ao meio social (MATTOS, 2002; SILVA, 2006;

SCULLY,2010).

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Para Bronfenbrenner as características físicas, cognitivas, afetivas e socioeconômicas

de uma pessoa podem interferir de formas variadas no curso e na força da interação pessoa-

contexto ocasionando impactos no desenvolvimento (BRONFENBRENNER, 2011;

BRONFENBRENNER; MORRIS, 1998). Bronfenbrenner (2011) afirma que quanto maior

for o grau de capacidade da pessoa para atender as demandas sociais melhor vai ser a sua

posição social, bem como, o seu desenvolvimento. Dessa forma, como os atributos pessoais

da pessoa com deficiência não correspondem ao padrão físico vigente sua integração social

plena pode ser inviabilizada (BRONFENBRENNER, 2011; SCULLY,2010; MATOS, 2002;

SILVA, 2006).

b) Concepção de Inclusão escolar

A escola concebeu inclusão escolar como oportunidade da pessoa com deficiência

para se desenvolver como pessoa, mas sendo prioridade o convívio social. A concepção da

escola corrobora os documentos oficiais e a literatura científica parcialmente porque

restringiu sua função à socialização demonstrando distanciamento no que tange ao direito da

pessoa com deficiência à ter acesso a oportunidades de expandir suas habilidades cognitivas

(GOMES; REY, 2007; CARNEIRO, 2011; BRASIL, 2001 )

Ademais, os oito atores educacionais convergiram no entendimento da inclusão

escolar como oportunidade de socialização da pessoa com deficiência física indicando a

convivência social como função central da escola. Porém, nos achados, apenas um dos

entrevistados (OE) concebeu a inclusão escolar como inserção social da pessoa com

deficiência para a socialização e desenvolvimento de suas aprendizagens.

Além disso, um dos entrevistados (MO) configurou a inclusão escolar somente

como meio de convivência social. Por outro lado, dois (CD, CP) interpretaram a inclusão

escolar como oportunidade de socialização para todas as pessoas com deficiência, mas de

aprendizagem para algumas porque não seriam todas capazes de obterem desempenhos

cognitivos favoráveis. Por fim, quatro entrevistadas (SP, SR, LP, EF) depreenderam a

inclusão escolar como ocasião para a prática do amor por meio da aceitação das pessoas

independente de seus atributos pessoais.

Diante do exposto, identificamos o estigma levando a pessoa com deficiência a uma

condição de inferioridade onde o acolhimento minimizará o fracasso já determinado

culturalmente onde os parâmetros consolidados posicionam a pessoa conforme características

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pessoais. (SCULLY, 2010; MATOS, 2002; SILVA, 2006). Dessa forma, a escola precisa

romper com o padrão de normalidade, e modificar seu modo de atuar face à deficiência

(CARVALHO, 2000; MANTOAM, 2006; ANTUNES, 2007).

5.2.3 Processo de Inclusão Escolar

Para a inclusão escolar da pessoa com deficiência física se efetivar é primordial que o

ambiente, os mobiliários, a prática pedagógica, a formação dos educadores, os hábitos e

atitudes sejam modificados (MANTOAM, 2006).

a) O contexto escolar

O ambiente físico em geral era inadequado, como por exemplo, a maca

disponibilizada, por ser muito alta, impossibilitava a saída de E da cadeira de rodas com

autonomia exigindo muito esforço por parte de sua mãe para deslocá-la. A precariedade de

recursos financeiros destinados à escola, bem como, a morosidade no processo para

recebimento foi apontado pelos atores educacionais como barreiras para a efetivação dos

reparos e aquisição de materiais necessários.

Acrescentou-se ainda que, as percepções dos oito atores educacionais entrevistados

convergiram tanto com as percepções de E quanto com as de sua mãe sobre a existência das

barreiras estruturais. Dois entrevistados (MO, EF) mencionaram sobre o uso indevido da vaga

destinada a pessoa com deficiência pelos atores educacionais. CP acrescentou que as ações na

escola são permeadas pelo improviso em virtude da escassez de recursos materiais, humanos e

de espaço. Para três atores educacionais entrevistados (SP, SR, EF), a estrutura física da rede

pública não estava adequada para prestar atendimento.

Contudo, os oito atores afirmaram que ações na escola foram realizadas a fim de

atender as demandas de E, tais como: reparos no chão e no banheiro, construção de rampas e

concessão de vaga no estacionamento interno da escola. Todos reconheceram a quadra de

esportes como imprópria. Além disso, SR afirmou que a sala de recursos estava equipada com

computadores, mesas e materiais pedagógicos, antes inexistentes, e que fez levantamento

prévio sobre as necessidades de E e, por isso, modificações na escola foram realizadas.

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Em relação aos recursos pedagógicos, SP concebeu como todas as formas possíveis de

se trabalhar o conteúdo e citou a sala de vídeo, os jogos, materiais alternativos e recicláveis

como possibilidades ofertadas aos professores para trabalharem com todos os estudantes da

escola divergindo de duas entrevistadas (LP, CP) que afirmaram escassez desses recursos.

Ainda assim, o ingresso de E na segunda etapa do ensino fundamental foi considerado

por ela como impactante, pois a dinâmica curricular instituída era muito diferente do que

estava acostumada, visto que, o número de professores tinha aumentado, a prática pedagógica

era diversificada, o tempo previsto das aulas era reduzido, o processo avaliativo não era

diferenciado e o grau de estresse dos professores evidenciados. Essa mudança é sentida por

todos os estudantes que entram para a segunda etapa do ensino fundamental, mas acentuado

para E devido ao tempo. Dessa forma, E afirmou que precisou se empenhar bastante para

alcançar os objetivos propostos pela escola se desgastando emocionalmente, uma vez que, a

adaptação curricular não foi ofertada a ela que necessitou de mediação por parte de sua mãe

para receber apoio da escola.

Eu era muito acostumada com um professor que ensinava todas as matérias, mas

quando eu cheguei nessa escola, aqui, cada professor de uma matéria, eu acabei

achando esquisito porque eu demoro muito a escrever e lá é muito depressa, né. (E)

A mãe afirmou que E foi tratada como uma estudante comum porque não foi realizada

adaptação curricular durante o ano letivo e que os atores educacionais demonstravam

desinteresse levando-a perceber falhas no processo de atuação da escola e da sala de recurso.

A mãe ressaltou ainda que, a falta de apoio na escola transferiu a função de ensinar para o

contexto familiar. Porém assegurou que LP foi a única professora que buscou compreender e

atender E conforme suas necessidades.

[...], essa adaptação curricular em nenhuma matéria teve, exceção de português, que

sempre teve, ela sempre se preocupou muito com E e sempre tentou ajudar muito

nessa parte, só, o restante não [...].

No entanto, os oito atores educacionais afirmaram que a adaptação curricular era

elaborada, mas alguns entrevistados (SR, CP, OE) afirmaram que a sua efetivação na prática

ainda não estava totalmente consolidada. OE e CP apontaram o desconhecimento dos

professores como principal motivo e SR a falta de compromisso. Porém, LP assegurou que

executava adaptação de conteúdos, tarefas e avaliações e MO confirmou que as atividades de

E eram reduzidas.

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Adequação curricular né, que eles fazem no início do ano, as meninas ajudam bastante

né, as meninas da sala de recurso tudo, mais mesmo assim eles têm essa dificuldade, a

gente também tem essa dificuldade na hora de explicar pra eles como trabalhar. Então,

o meu medo não sabe se isso acontece porque na verdade a gente nunca, assim,

aprofundou nisso, se os meninos não ficam simplesmente na sala sem tarem, o

professor puxando tudo o que ele pode dá, entendeu? Eu tenho essa preocupação do

quê que acontece na sala de aula, por exemplo, na aula de matemática né, se o menino

realmente ele tá lá, tá aprendendo alguma coisa ou ele tá lá só por está né (SP).

Diante do exposto, podemos levantar a hipótese da existência de fragilidade no

mesossistema (família-escola e escola-escola) que pode ocasionar desvantagens no

desenvolvimento de E se a relação não for fortalecida. A ausência de reciprocidade na

comunicação entre os atores educacionais indicou incoerência no modo de se relacionarem

prejudicando a prática pedagógica, interferindo no desenvolvimento das aprendizagens de E e

no estabelecimento de vínculo construtivo com a família.

Para Bronfenbrenner (2011), as ações ocorridas em espaços mais distantes influenciam

no curso do desenvolvimento biopsicológico. Dessa forma, a inclusão escolar da pessoa com

deficiência física somente promove o seu desenvolvimento se o contexto escolar erradicar

todas as formas de obstruções (MANTOAM, 2006; PAGLIUCA, ARAGÃO, ALMEIDA,

2007).

b) Formação continuada

A formação continuada para os atores educacionais foi apontada como oportunidade

de aperfeiçoamento para melhorar a prática pedagógica. Entretanto, a oferta de vagas pela

Escola de Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação (EAPE) não atendia a demanda.

Por outro lado, a escola ofereceu alguns encontros com alguns profissionais especializados,

mas a falta de recursos não permitiu constância das ações, uma vez que, os serviços foram

prestados voluntariamente. Apenas um dos entrevistados alegou desconhecimento de

capacitação de professores. Sobre isso CD relata:

Nos dois anos atrás em que eu estava em sala de aula eu nunca ouvi falar de

formação continuada ou uma formação especifica. A Secretaria de Educação

simplesmente falou: Vocês vão ter estudantes inclusos o ano que vem e ponto.

Desta maneira, identificamos nas falas dos entrevistados que a formação continuada na

Secretaria de Educação pela Escola de Aperfeiçoamento dos Profissionais de Educação

(EAPE) assegurava parcialmente a oferta, mas não a participação de todos. Além disso, o

espaço de formação na escola pareceu estreito pela descontinuidade das ações, porém a

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intenção de realizá-la foi evidenciada. Além disso, a falta de interesse do corpo docente, os

impedimentos burocráticos, pois a oferta de cursos era destinada apenas ao professor efetivo,

a condição financeira e o tempo do professor foram entraves ressaltados.

Diante disso, é primordial ressaltar que uma escola para ser inclusiva a formação

continuada dos profissionais de educação deve ser propiciada conforme pressupostos legais

estabelecidos. Para Bronfenbrenner (2011), o contexto pode beneficiar ou prejudicar o

desenvolvimento humano. Contudo, a escola ainda promove a marginalização da pessoa com

deficiência e, assim, dificulta o seu desenvolvimento porque é um contexto constituído por

profissionais despreparados por inadequações físicas, entre outros entraves (CARVALHO

2000; ANTUNES, 2007). Para Richardson (2002) os obstáculos físicos, assim como, a

desinformação dos profissionais de educação afetam a integração plena da pessoa com

deficiência física.

c) Interação escola-escola

O mesossistema pode ser compreendido como interação entre os microssistemas

(BRONFENBRENNER, 2011). Neste estudo identificamos conflitos na relação família-

escola e escola-escola. Primeiramente, por meio dos relatos dos atores educacionais,

localizamos divergências nas relações interpessoais tendo como impulsionadores a resistência

do corpo docente para dialogar com os estudantes, a carga densa de trabalho, o despreparo

profissional, a prática docente conteudista; a falta de apoio aos professores; e o

distanciamento dos profissionais pela ausência de afinidade ocasionando desinteresse nos

estudantes para desenvolverem suas aprendizagens. Segue relato de OE que ilustra um dentre

os fatores mencionados:

Não existe uma comunicação entre sala de recursos e o SOE mesmo por que existia

uma divergência pessoal entre a orientadora e a sala de recursos não existe um

relacionamento né a gente fala o mínimo possível né.

Podemos inferir que a relação conflituosa entre os atores educacionais era uma barreira

ao desenvolvimento, pois a incoerência na execução das atribuições pode hipoteticamente ter

influenciado negativamente a prática pedagógica, bem como, a relação professor – estudante

e, dessa forma, criou condições desfavoráveis ao desenvolvimento de E. Para Bronfenbrenner

(2011), o contexto imediato sofre influência também de contextos mais distantes ocasionando

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efeitos no desenvolvimento. Para a escola propiciar a formação integral dos estudantes em

ambiente escolar inclusivo é essencial que a escola proporcione ambiente favorável ao

desenvolvimento porque, caso contrário, expõe o estudante à situação de vulnerabilidade

(BRONFENBRENNER, 2011; FREITAS, 2010)

d) Interação família-escola

Para Sassaki (2010), a inclusão da pessoa com deficiência somente propicia

desenvolvimento quando inexistem quaisquer formas de impedimento físico e atitudinal. No

entanto, a relação família- escola foi reconhecida pela família e atores educacionais como

falha.

Para os pais, a escola não proporcionou encontros com a família restringindo o contato

a entrega de resultados bimestrais e nem houve adequação curricular. Contudo, a escola

apontou a conduta reativa da mãe ocasionando sentimento de receio nos atores educacionais.

A mãe apontou a ausência da escola e o desinteresse e despreparo dos professores como

barreiras para o desenvolvimento pleno de E e os atores educacionais atribuíram a super

proteção da mãe influenciando negativamente no comportamento de E. Bronfenbrenner

(2011) vai considerar a escola como um espaço importante que potencializa o

desenvolvimento dependendo de como as relações são estabelecidas resultados no

desenvolvimento podem ser benéficos ou não. Segue relato de SP sobre o comportamento da

mãe frente à escola:

A gente teve um problema no banheiro e não tava achando a chave, o banheiro não

estava completamente, é, limpo, mas veja, eu tenho uma escola com 1280 estudantes e

eu tinha duas servidoras pra limpar a escola. Então, assim, não era o banheiro de E

que estava sujo. A escola estava suja né. Então, assim, antes da gente procurar dá a

resposta, ela já quer denunciar a gente, quer colocar a gente no facebook, quer

chamar a mídia. Antes de ela vir à direção conversar e dizer a situação. E desde que

E chegou aqui, a gente tem sido assim e não é porque é E. É porque é uma postura

da escola né. Tem profissionais sérios aqui, gente que acredita. Então, a gente

procura tratar todos os meninos muito bem. Então, é, tem uma dificuldade de

relacionamento que eu acho que, assim, uma postura, ela tá sempre muito armada né.

Assim sendo, identificamos a necessidade de um trabalho coeso a fim de atender as

demandas de E. Ademais, encontrou-se nas falas dos entrevistados tanto a presença invasiva

da mãe frente à escola quanto à ausência de atuação da escola interferindo negativamente na

relação de E com a escola e com suas aprendizagens. A análise dos sentidos das falas dos

entrevistados apontou sobre fragilidade dos vínculos no processo de interação família-escola

advinda de obstruções no ato comunicativo. Percebemos nesse relato, ausência de disposição

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para o estabelecimento da interação face a face inviabilizando sentido aos envolvidos

(BRONFENBRENNER, 2011)

e) Interação entre pares

No que concerne a interação social estabelecida no contexto escolar em âmbito geral,

os conflitos existentes entre professores e estudantes eram uma realidade impulsionada pela

resistência dos professores para estabelecer diálogo com os estudantes resultando em

desinteresse discente para desenvolverem suas aprendizagens.

Em relação aos processos proximais experenciados por E na escola, os critérios da

constância e regularidade não foram contemplados pela ausência de disposição interna de seus

pares e professores para estabelecer vínculo resultando em isolamento social na escola. Para

E, o distanciamento dos pares podem ter sido motivado pela sua forma de se expressar com

eles. Já, em relação aos professores, o medo de contrariá-los a impediram de estabelecer

comunicação clara sobre os seus reais pensamentos e sentimentos ou o estereótipo de ser

“boazinha” tenha sido absorvido por E. Segue trecho que retrata o receio de E para se colocar

diante da professora de educação física:

Até a minha professora de educação física reclama porque a minha cadeira é muito

pesada e falou: Nossa, tu tá pesada! Aí, eu fico sem jeito, eu falo: Ué normal. Ela tem

um monte de menino pra cuidar. Teve uma vez que a gente tava na quadra, aí, todo

mundo desceu pra ir pra sala e eu fiquei lá, a professora me esqueceu. Só que aí, ela

voltou pra poder me buscar, quase que eu falo: Você me esqueceu? Ué, me

esqueceram aqui! Nem amigo meu se ofereceu pra ajudar a descer, nem ela se

atentou pra poder me descer, pra poder me levar pra sala, mas depois ela foi me

buscar. Deixei queto, porque ela pode achar ruim. É melhor deixar queto do que ficar

reclamando.

Apesar desses entraves, E se considerou como uma pessoa que tinha boas relações e

afirmou ainda que tinha apenas um vínculo forte de amizade na escola, tais informações

foram confirmadas por MO e pela mãe durante as entrevistas. Segue E falando sobre isso:

Só com T mesmo, que anda comigo, vai pra todo lugar comigo também fazendo

companhia pra mim, pra mim não ficar sozinha, só nós duas. Aí,fico andando, fico

conversando com ela, batendo papo.

Por sua vez, os atores educacionais afirmaram que E era bastante expansiva, tinha

facilidade para socializar-se com os colegas de turma, mas quando contrariada demonstrava

intolerância e inflexibilidade, tal como, morosidade e pouco empenho para cumprir com suas

atribuições enquanto estudante. Para Bronfenbrenner (2011), o processo proximal, interação

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face a face, é consolidada de forma recíproca, constante e contínua em contexto imediato

onde os envolvidos entendem a finalidade e o significado da relação. Corsaro (2011)

complementa que a interação entre pares além de ocorrer mediante interesse e objetivos

comuns também vai influenciar os envolvidos e o modo de atuação da sociedade.

Ademais, E evidenciou características pessoais agradáveis em alguns professores, que

tornavam as aulas mais dinâmicas e interessantes, como por exemplo, quando brincavam,

conversavam e se interessavam por seus estudantes. Por outro lado, apontou professores mais

ásperos originando tensão e desinteresse nela e na turma onde nenhum estudante podia se

expressar. E salientou ainda que, dificilmente participava espontaneamente das aulas e que

ficava aflita e constrangida quando requisitada e não entendia os motivos que a levava reagir

assim. Ademais, limitava sua participação e opiniões a fim de evitar contrariedades.

Dessa forma, identificamos os atributos pessoais dos atores educacionais impedindo

ou estimulando a interação face a face. No primeiro relato, destacamos a disposição interna

dos professores para estabelecer uma dinâmica de interação de forma recíproca e significativa

para os estudantes. No entanto, o segundo, configurou vínculo negativo pela ausência de

reciprocidade e sentido para os envolvidos. Para Neto (2005), uma relação estabelecida

negativamente pode prejudicar o desempenho acadêmico, assim como, provocar disfunções

de comportamento e emoções. Por fim, identificamos no terceiro relato, uma provável timidez

em E, assim como, conduta defensiva, ambas, contrapondo sua capacidade para atuar e

escolher evidenciando efeitos oriundos de suas interações com professores hipoteticamente

sem disposição interna para estabelecer relação (BRONFENBRENNER, 2011; SILVA,

2006).

Todos os atores educacionais concordaram que E era uma pessoa aberta à interação,

pois atribuíram qualidades e atitudes face às relações construídas na escola. Ainda, dois (OE,

SR) afirmaram que E sabia delimitar seu espaço socialmente. Apenas um dos entrevistados

(OE) afirmou que E utilizava critério para seleção de seus pares. No entanto, dos oito

entrevistados três (SR, SP, OE) relacionaram a falta de autonomia e empatia de E para

resolução de problemas como resultado do comportamento negativo da mãe para lidar com as

adversidades não oportunizando espaço para E constituir sua identidade. SP relata fato

envolvendo a mãe:

No início do ano, me parece que a coleguinha empurrou ela e tal. A mãe dela veio

muito nervosa na escola. A mãe dela botou a gente no facebook e eu fiquei muito

chateada porque, veja, E é cadeirante, mas a outra estudante é da idade dela. Elas

podem ter conflitos, não é verdade? Elas podem também resolver os conflitos. E, a

escola, cabe mediar os conflitos, chamar as duas. Conversar. Não é porque a

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participante focal é cadeirante que ela não é chamada pra mediar o conflito. Também

não dá pra achar que ela vem ficar numa redoma, não é? Então, isso foi um pouco

que eu tentei conversar com a mãe dela. Eu não vou só punir a outra estudante

porque ela é cadeirante. É ouvir as duas e conversar com as duas né. Também não dá

pra ter essas reações passionais, não dá. A vida não é assim! Mas, fora isso, nunca

mais E teve problema.

Ainda, dois (EF, MO,) afirmaram a existência de grupos por afinidade na turma e

participação parcial de E nas interações. Apenas um entrevistado (MO) evidenciou que E

tinha vínculo forte de amizade na turma. Acrescenta-se ainda evidência de que o modo de

atuação da escola para promover eventos interativos não propiciou plenamente à igualdade de

condições e acesso a participação reduzindo as possibilidades de E conviver com seus pares

em situações fora do ambiente escolar. Finalmente, dois entrevistados (CP, SP) fizeram

alusão à deficiência fisica como obstáculo para interação entre pares e somente uma

entrevistada (OE) remeteu a deficiência como determinante da posição social.

Então, os processos de interação na escola à luz dos atores educacionais indicaram

superficialidade nas percepções, levando ao entendimento de que E estava plenamente

integrada ao grupo. Mas, os vínculos supostamente estabelecidos por E, conforme as

percepções dos atores educacionais, propiciaram a hipótese da não existência efetiva de

interação entre E e colegas porque as relações não tinham constância e reciprocidade durável.

Foi possível supor a partir dos relatos de E, MO e da mãe, a existência de uma díade primária

na turma como um ponto favorável para o desenvolvimento de E, assim como, da suposta

amiga. Para Szymanski (2004), a formação de uma única díade propicia desenvolvimento e

coopera para ampliar novos vínculos de amizade.

Aqui, fica evidente a deficiência, o desenvolvimento social dos estudantes não sendo

estimulado e os “medos” da mãe obstruindo os processos proximais, a integração na escola,

bem como, o desenvolvimento pleno de E. Richardson (2002) afirma que crianças com

deficiência física expressam menos aptidão para iniciar e manter relações com seus pares em

virtude da baixa capacidade para apreender o código social do grupo e aproximar-se de seus

pares e, ainda, tem a presença de um adulto que o auxilia dificultando suas interações. Para

Batista e Enumo (2004), estudantes com deficiência são mais rejeitados por seus pares e

professores e são mais excluídos de seu grupo do que os estudantes não-deficientes. Além

disso, Thirumanickam, Raghavedra e Olsson (2011) ressaltam que pessoas com baixa

habilidade social, incluíram nessa categoria a pessoa com deficiência, podem ter prejuízos

relevantes se não atuarem em atividade social. Por fim, participar menos de interações pode

resultar em baixa capacidade social no sujeito para estabelecer relacionamentos originando

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dificuldades futuras na administração de situações adversas, assim como, efeitos no

desenvolvimento (SZYMANSKI, 2004).

No entanto, Macowski (1993) afirma que o sentimento de ser integrado a um grupo,

bem como, participar dele ativamente, por meio de interações diversas, é fator primordial para

a construção da identidade. Acrescenta-se ainda, Bronfenbrenner (2011) ressaltando que a

socialização da pessoa em diversos meios está ligada diretamente ao seu processo de

transformação biopsicológicas onde vastas interferências (diretas e indiretas) geram efeitos no

seu desenvolvimento, porém esse percurso é vivido e significado individualmente como

resultado do desenvolvimento culturalmente reconhecido. Sifuentes, Desen e Oliveira (2007)

apontam que tanto a constância, entre pessoa e seus contextos, quanto obstáculos ou

facilidades das transformações estão interligadas originando desenvolvimento.

Apresentam-se a seguir, a integração dos resultados e discussão dos dados obtidos

com a participante focal e os seus colegas de turma (Etapa 1) e com a participante focal, pais

e atores educacionais (Etapa 2), e, depois, as convergências encontradas entre as etapas.

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6. INTEGRAÇÃO DOS RESULTADOS E DISCUSSÃO DAS ETAPAS 1 E 2

A integração dos dados adquiridos por meio dos estudos efetivados nas etapas 1 e 2

tornou exequível a descrição dos processos de interação social pela pessoa com deficiência

física no microssistema escolar inclusivo. Para tanto, relacionamos as evidências identificadas

nas dimensões Pessoa, Processos e Contextos.

Em relação à dimensão Pessoa, conforme Bronfenbrenner (2011) está relacionada à

singularidade do sujeito em desenvolvimento que pode agir sobre o processo de interação

pessoa-contexto. Diante disso, foi possível identificar convergências entre o teste

sociométrico e as entrevistas semiestruturadas. Primeiro, a fala dos pares apontou alguns

atributos pessoais de E considerados por eles como inadequados e relevantes para evitarem a

interação com ela. São eles: forma hostil para se expressar, morosidade para realizar tarefas,

baixo foco atencional, falta de autonomia para resolução de conflitos, indiferença e a falta de

compromisso, sendo confirmadas por alguns atores educacionais (SR, SP, MO, LP, EF, OE)

nas entrevistas. Cabe ressaltar que alguns desses aspectos indicados por pares e confirmados

pelos atores educacionais podem estar vinculados a dificuldades advindas de sua deficiência

(morosidade, baixo foco atencional, entre outros), outros (hostilidade, indiferença, falta de

compromisso) podem estar relacionado ao “estigma”, que relacionam a pessoa com

deficiência como aquela que por ter limitações tem de ser benevolente sempre. Portanto, tais

características ou comportamentos podem ser menos tolerados em E do que seriam em pessoa

sem deficiência.

No que diz respeito ao Processo, Bronfenbrenner e Morris (1998) o concebem como

ação constante e mútua entre pessoa e contexto imediato onde a sua configuração, força e

essência estão submetidas às particularidades do sujeito, ao tempo sócio-histórico

experenciado, ao cenário (tanto direto quanto indireto), ao efeito no desenvolvimento, e às

modificações da pessoa e do ambiente ao longo da vida.

Quanto ao modo, identificamos elementos desfavoráveis propiciando desvantagens

para E no processo de interação social, tais como: forma de falar e de agir de E;

distanciamento dos pares, atuação dos professores, conduta reativa da mãe e forma de agir da

escola. No que se refere a energia propulsora adversa, foi percebida a falta de reciprocidade

entre o entusiasmo e a vontade de E de ser inserida no contexto escolar e as barreiras

encontradas devido tanto as suas características pessoais quanto a fatores ambientais, sociais e

culturais, destaca-se a percepção dos pares de uma arrogância em E , a insegurança de E para

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interagir com os atores educacionais; rejeição dos pares; resistência dos professores para

dialogar e o despreparo profissional; preocupação excessiva da mãe e sua interferência no

processo de socialização de E no contexto escolar; e desconhecimento da escola sobre seu

papel frente à inclusão.

Por fim, o conteúdo impulsionador dessas ações antagônicas é advindo do padrão

social estabelecido no macro onde a normalidade, crenças e preconceitos disseminados

culturalmente influenciam fortemente o modo de ser e de ser relacionar identidade, bem

como, a forma dos diversos contextos. Assim sendo, a baixa capacidade social de E,

resultantes de sua deficiência, para lidar com demandas oriundas de entraves atitudinais e

físicos, tais como: a rejeição dos pares, a escassez de formação continuada para os atores

educacionais, E como agente passivo no processo de inclusão, o comportamento reativo da

mãe e a inadequação do espaço escolar são fatos inviabilizadores da inclusão escolar plena de

E.

No que se refere ao Contexto, Bronfenbrenner (2001) remeteu aos cenários de contato

direto e indireto (macrossistemas, exo, meso e micro) que se relacionam e se envolvem

mutuamente repercutindo no curso do desenvolvimento da pessoa. Dessa maneira

encontramos no macrossistema o conceito de normalidade, crenças, conceitos equivocados e

preconceitos frente à deficiência; no exo, a burocracia dos serviços públicos, oferta deficiente

de capacitação profissional; no meso, relação conflituosa entre a família e a escola e entre os

próprios atores escolares; no microssistema de pares, ausência de sinergia, ou seja, relações

desconexas entre estudantes que deveriam ser trabalhadas pela escola; desconhecimento dos

atores educacionais para efetivarem o processo de inclusão; e inadequação dos espaços

físicos. Finalmente, evidenciamos no microssistema familiar, comportamento defensivo nos

pais.

Portanto, a posição social desfavorável de E evidenciada na etapa 1, alto índice de

rejeição (87,5%), assim como, a baixa assertividade da estudante (33%) sugerindo

comportamentos e atitudes que desagradam os pares ocasionando rejeição, foi melhor

compreendida na etapa 2, ou seja, as etapas do estudo se complementaram e contribuíram

para confirmar expectativa social não correspondida por E; forte interferência da mãe na

escola; inadequação dos espaços físicos, bem como, despreparo dos atores educacionais para

efetivar a inclusão e dos pares para firmar relação funcionando como mecanismos de

obstrução para integração plena de E na escola. Apesar disso, E ainda conseguiu estabelecer

um vinculo de amizade garantindo interação positiva com uma colega. Infere-se que tais

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conflitos e a falta de estruturação do processo de inclusão escolar em junção as condições de

E enquanto pessoa com deficiência tem impactado negativamente no desenvolvimento de E

no contexto escolar, levando-a a dificuldades de aprendizagem e isolamento social.

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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A investigação permitiu compreender que o processo de inclusão escolar da pessoa

com deficiência física foi efetivado parcialmente na escola. Para tanto, o estudo realizado para

se chegar a essa conclusão, apontou obstruções físicas e atitudinais para a efetivação da plena

inclusão no contexto escolar.

O estudo identificou no cenário escolar, obstáculos advindos do desconhecimento dos

atores educacionais para compreenderem e executarem ações coerentes com o processo de

inclusão, acrescentando-se a) a rejeição social pelos pares; b) a inadequação dos espaços

físicos; c) desconhecimento e formação inadequada dos professores para lidarem com pessoas

com deficiência; d) ineficácia da sala de recursos; e) baixa reciprocidade nos processos

proximais no microssistema escolar; f) a extensão do microssistema familiar ao ambiente

escolar em virtude da ausência de técnicos da área de saúde para executarem procedimentos

quanto aos cuidados pessoais da pessoa com deficiência física; g) problemas no mesossistema

caracterizados pela relação conflituosa entre a escola e a família; h) a pessoa com deficiência

física sendo excluída do processo decisório no que compete às ações para assisti-la considera-

se que ela é a melhor agente conhecedora de suas necessidades; i) do exossistema, na

administração dos serviços públicos e na escassez de capacitação profissional; j) a

interferência de elementos do macro por meio de crenças, estigmas, concepções e

preconceitos culturais.

Esta pesquisa propiciou de forma inovadora evidência de elementos que permitiram

numa perspectiva bioecológica, uma melhor apreensão do processo de inclusão escolar. Além

disso, buscou aproximação da realidade dentro da escola considerando a pessoa, o processo e

o contexto. A análise da dimensão tempo limitou-se a reconstrução da história de vida e

escolar da participante.

A análise aprofundada do processo de inclusão, realizada por meio da pesquisa

qualitativa, constatou adversidades para a construção das relações interpessoais onde os

atributos pessoais da participante focal, a rejeição dos pares; o modo de atuação dos atores

educacionais; e a conduta da mãe refletiu contradições presentes no macrossistema onde o

conceito de normalidade, crenças e preconceitos estão consolidados. O macrossistema

influenciou indiretamente a forma de ser e de viver das pessoas, mas por outro lado, também

determinou, por meio de políticas públicas, o combate à exclusão escolar e social. A

incoerência entre aspectos culturas e as políticas públicas é repassada a outros contextos (exo,

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meso e micro), inviabilizando sentido e, assim, compreensão das pessoas do que venha ser o

processo de inclusão e de como devem proceder para efetivá-la.

Dessa forma, ressalta-se que E percorreu um caminho marcado pela desinformação,

estigma e preconceito existente na cultura e disseminada mediante relações estabelecidas

tanto em contextos imediatos quanto nos mais distantes onde a indisponibilidade das pessoas

e dos diversos contextos para propiciar a interação e inclusão plena da participante focal

produziu parcialmente sua exclusão social, logo, reduziu os potenciais para seu

desenvolvimento, e, ainda, conduziu o microssistema familiar a um maior empenho para

garantir ambiente propício ao desenvolvimento saudável.

Neste sentido, cabe ressaltar a importância de políticas públicas voltadas para

apreensão da sociedade sobre os direitos da pessoa com deficiência, com vistas a, eliminar

toda forma de discriminação. Buscando assim, a modificação da realidade e,

consequentemente, o modo de agir das escolas. No entanto, a escola pode construir um espaço

para fomentar discussões em torno das expectativas da família e dos atores educacionais com

temáticas que respondam seus anseios face às necessidades educativas especiais da pessoa

com deficiência buscando desmistificar crenças, preconceitos e concepções limitadoras.

Ainda, cabe às políticas públicas transformar o sistema educacional e assegurar o

acesso à capacitação de todos os profissionais de educação, a adequação física dos ambientes

escolares, a disponibilidade de técnicos de saúde, bem como, recursos de adaptação, materiais

pedagógicos que de fato atendam às necessidades do público com necessidades educativas

especiais. Certificando assim, o seu direito à educação em igualdade de condições. Cabe aos

atores educacionais propiciarem elementos favorecedores da inclusão na escola e do

desenvolvimento biopsicossocial de todos os estudantes incluindo a pessoa com deficiência.

Pode-se ainda, incluir na dinâmica curricular a efetivação da adequação do currículo

não somente nos componentes curriculares, mas nos eventos e saídas pedagógicas a fim de

garantir uma das atribuições da escola que é de ensinar e assegurar o direito da pessoa com

deficiência de expandir suas capacidades acadêmicas, sociais e pessoais.

Como esta investigação tem limitações seria aconselhável que pesquisas posteriores

contemplassem no método, todos os elementos propostos no Modelo Bioecológico (pessoa,

processo, contexto e tempo), bem como, ampliassem os contextos de análise a fim de

compreender o objeto de estudo no que tange a sua complexidade.

Para mais, ressalta-se que a Teoria Bioecológica foi apropriada para conduzir

pesquisas sobre desenvolvimento em ambiente socioeducativo especificamente em relação à

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inclusão escolar, sendo adequada para compreender esse fenômeno por envolver a análise de

diferentes fatores. Nesta investigação, podemos evidenciar incoerência no macrossistema para

conduzir políticas públicas e, assim, transformar a realidade social de forma que tenha

significado para os indivíduos impedindo oportunidades de desenvolvimento da pessoa com

deficiência física.

Para estudos conseguintes considera-se a importância de comparar pessoas com

deficiência física com e sem necessidades complexas na área da linguagem, influências do

sexo e da faixa etária no processo inclusivo, pesquisa-ação para verificar impactos no

desenvolvimento da pessoa com deficiência física com a retirada de algumas das barreiras ao

processo de inclusão escolar citadas na presente pesquisa.

Este estudo foi relevante porque demonstrou a forma de viver e de se relacionar de

uma pessoa com deficiência física retratando a sua exclusão escolar decorrente de obstáculos

físicos e atitudinais que a impediram de ser integrada plenamente como sujeito de direito e,

ainda, permitiu o levantamento de hipóteses sobre barreiras sendo inviabilizadoras do

processo de inclusão na escola e como a não inclusão impacta no desenvolvimento

acadêmico, social e pessoal.

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APÊNDICE A

ROTEIRO DE ENTREVISTA

PROFESSORES

Percepção dos professores sobre os processos de interação da estudante com deficiência

física na escola.

Histórico profissional:

Formação acadêmica;

Início da carreira;

Tempo de atuação;

Desafios da profissão;

Expectativa de futuro;

Algo mais?

Percepção sobre inclusão e sobre a inclusão na escola atual:

Como entende a inclusão;

Experiência profissional;

Dinâmica e adequação curricular;

Ambiente físico e recursos pedagógicos;

Processo avaliativo;

Atuação docente, da sala de recursos, da supervisão, da coordenação, da orientação, da

direção e demais profissionais para o processo de inclusão;

Rede de apoio ( escola e família). Como funciona? Justifique;

Formação continuada;

Desafios;

Algo mais?

Falar sobre a participante focal:

Diagnóstico / relatório;

Potencialidades;

Ambiente físico e recursos pedagógicos;

Relação da estudante com o professor;

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Dinâmica curricular e processo de avaliação;

Participação da estudante na realização das atividades propostas;

Participação da estudante em projetos, passeios, festas, entre outros;

Resultados acadêmicos;

Serviço de Apoio a aprendizagem;

Apoio da equipe pedagógica para a inclusão da estudante;

Relação da estudante com o monitor;

Relação da estudante com os colegas;

Relação da estudante com os profissionais da escola;

Desafios;

Algo mais?

Falar sobre a relação da participante focal com os colegas:

Interação entre os pares;

Como o monitor se posiciona nos momentos de interação da estudante.

Opinar sobre a presença do monitor:

Atribuições e postura profissional;

Impactos no fazer pedagógico;

Relação com a estudante;

Relação com a turma;

Relação com o docente;

Relação com a equipe pedagógica;

Relação com a família.

Falar sobre a sua relação e a relação da participante focal com o monitor:

Relação da estudante com o monitor;

Algo mais?

Falar sobre a relação dos pais com a escola e com a participante foca:

Participação da família;

Relação da família com a escola;

Relação da família com o monitor;

Relação da família com o docente;

Relação da família com a estudante;

Atuação da escola para envolver a família. Explique como ocorre;

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100

Algo mais?

Aspectos que considera positivos para inclusão da participante focal na escola.

Justifique.

Aspectos negativos. Justifique.

Algo mais?

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101

APÊNDICE B

ROTEIRO DE ENTREVISTA

SUPERVISÃO PEDAGÓGICA

Percepção do supervisor sobre os processos de interação da estudante com deficiência

física na escola.

Histórico profissional:

Formação acadêmica;

Recomendaria a sua escolha profissional;

Como foi o início da carreira;

Tempo de atuação;

Nível de satisfação com o campo de atuação que a profissão proporciona;

Desafios da profissão;

Expectativa de futuro;

Algo mais?

Percepção sobre inclusão e sobre inclusão na escola atual:

Como entende a inclusão;

Experiência profissional;

Dinâmica e adequação curricular;

Ambiente físico e recursos pedagógicos;

Processo avaliativo;

Apoio pedagógico;

Atuação docente, da sala de recursos, da supervisão, da coordenação, da orientação, da

direção e demais profissionais para o processo de inclusão;

Rede de apoio ( escola e família). Como funciona? Justifique;

Formação continuada;

Desafios;

Algo mais?

Falar sobre a participante focal:

Diagnóstico / relatório;

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102

Potencialidades;

Ambiente físico e recursos pedagógicos;

Relação da estudante com os professores;

Dinâmica curricular e processo de avaliação;

Participação da estudante na realização das atividades propostas;

Resultados acadêmicos;

Serviço de Apoio a aprendizagem;

Apoio aos professores para a inclusão da estudante;

Relação da estudante com os professores;

Relação da estudante na educação física;

Relação da estudante com o monitor;

Participação da estudante em projetos, passeios, festas, entre outros;

Relação da estudante com os colegas;

Relação da estudante com os profissionais da escola;

Desafios;

Algo mais?

Falar sobre a relação da participante focal com os colegas:

Interação entre os pares;

Como os professores se posicionam nos momentos de interação da estudante;

Como o monitor se posiciona nos momentos de interação da estudante;

Opinar sobre a presença do monitor:

Atribuições e postura profissional;

Impactos no fazer pedagógico;

Relação com a estudante;

Relação com a turma;

Relação com os professores;

Relação com a equipe pedagógica;

Relação com a família.

Falar sobre a sua relação e a relação da estudante com o monitor:

Relação da estudante com o monitor;

A estudante comunica satisfação ou insatisfação em relação aos serviços prestados

pelo monitor;

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103

A estudante solicita ao monitor que o deixe mais livre para interagir e realizar tarefas;

Algo mais?

Falar sobre os pais da estudante e a sua relação com eles:

Participação da família;

Relação da família com a escola;

Relação da família com o monitor;

Relação da família com o docente;

Relação da família com a estudante;

Atuação da escola para envolver a família. Explique como ocorre;

Algo mais?

Aspectos que considera positivos para inclusão da estudante na escola. Justifique.

Aspectos negativos. Justifique.

Algo mais?

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104

APÊNDICE C

ROTEIRO DE ENTREVISTA

COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA

Percepção do (a) coordenador (a) sobre os processos de interação da estudante com

deficiência física na escola.

Histórico profissional:

Formação acadêmica;

Tempo de docência na escola pública e na escola atual, carga horária na escola, tempo;

destinado na atuação como coordenação, tempo de atuação na escola;

Como foi o início da carreira;

Satisfação com a coordenação, com a docência e com a escola;

Desafios da profissão;

Expectativa de futuro;

Algo mais?

Percepção sobre inclusão e sobre inclusão na escola atual:

O que é inclusão escolar para o coordenador pedagógico;

Como ocorre a inclusão escolar na escola atual;

Como a adequação curricular ocorre na prática pedagógica do professor.

Falar sobre a participante focal:

Diagnóstico / relatório;

Potencialidades;

Participação da estudante na realização das atividades propostas;

Resultados acadêmicos;

Serviço de Apoio a aprendizagem;

Apoio da equipe pedagógica para a inclusão da estudante;

Relação da estudante com os professores;

Relação da estudante com o monitor;

Participação da estudante em projetos, passeios, festas, entre outros;

Relação da estudante com os profissionais da escola;

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105

Desafios;

Algo mais?

Falar sobre a relação da estudante com os colegas:

Interação entre os pares;

Como os professores se posicionam nos momentos de interação da estudante;

Como o monitor se posiciona nos momentos de interação da estudante.

Falar sobre a relação coordenador – família:

Participação da família na escola;

Relação da família com o coordenador e professores;

Relação da família com a estudante;

Atuação da escola para envolver a família. Explique como ocorre;

Algo mais?

Aspectos que considera positivos sobre o processo de inclusão da estudante na escola

Aspectos negativos.

Algo mais?

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106

APÊNDICE D

ROTEIRO DE ENTREVISTA

ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL

Percepção do (a) orientador (a) sobre os processos de interação da estudante com

deficiência física na escola.

Histórico profissional:

Formação acadêmica;

Tempo de docência na escola pública e na escola atual, carga horária na escola, tempo;

destinado na atuação como coordenação, tempo de atuação na escola;

Como foi o início da carreira;

Satisfação com a coordenação, com a docência e com a escola;

Desafios da profissão;

Expectativa de futuro;

Algo mais?

Percepção sobre inclusão e sobre inclusão na escola atual:

Como entende a inclusão;

Experiência profissional;

Dinâmica e adequação curricular;

Ambiente físico e recursos pedagógicos;

Processo avaliativo;

Apoio pedagógico;

Atuação docente, da sala de recursos, da supervisão, da coordenação, da orientação, da

direção e demais profissionais para o processo de inclusão;

Rede de apoio ( escola e família). Como funciona? Justifique;

Formação continuada;

Desafios;

Algo mais?

Falar sobre a participante focal:

Diagnóstico / relatório;

Potencialidades;

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107

Ambiente físico e recursos pedagógicos;

Relação da estudante com os professores;

Dinâmica curricular e processo de avaliação;

Participação da estudante na realização das atividades propostas;

Resultados acadêmicos;

Serviço de Apoio a aprendizagem;

Apoio da direção, supervisão e coordenação para a atuação do orientador no processo

de inclusão;

Apoio aos professores para a inclusão da estudante;

Relação da estudante com os professores e interação com os pares;

Relação da estudante na educação física;

Relação da estudante com o monitor;

Participação da estudante em projetos, passeios, festas, entre outros;

Relação da estudante com os colegas;

Relação da estudante com os profissionais da escola;

Desafios;

Algo mais?

Falar sobre a relação da estudante com os colegas:

Interação entre os pares;

Como os professores se posicionam nos momentos de interação do estudante;

Como o monitor se posiciona nos momentos de interação da estudante;

Opinar sobre a presença do monitor:

Atribuições e postura profissional;

Impactos no fazer pedagógico;

Relação com a estudante;

Relação com a turma;

Relação com os professores;

Relação com a equipe pedagógica;

Relação com a família.

Falar sobre a sua relação e a relação da estudante com o monitor.

Relação da estudante com o monitor;

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108

A estudante comunica satisfação ou insatisfação em relação aos serviços prestados

pelo monitor;

A estudante solicita ao monitor que o deixe mais livre para interagir e realizar tarefas;

Algo mais?

Falar sobre os pais e / ou responsáveis da estudante e a sua relação com eles:

Participação da família;

Relação da família com a escola;

Relação da família com o monitor;

Relação da família com o docente;

Relação da família com a estudante;

Atuação da escola para envolver a família. Explique como ocorre;

Algo mais?

Aspectos que considera positivos para inclusão da estudante na escola. Justifique.

Aspectos negativos. Justifique.

Algo mais?

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109

APÊNDICE E

ROTEIRO DE ENTREVISTA

MONITOR

Percepção do (a) monitor (a) sobre os processos de interação da estudante com deficiência

física na escola.

Histórico profissional:

Formação acadêmica;

Como foi o início da carreira;

Tempo de atuação;

Nível de satisfação com o campo de atuação que a profissão proporciona. Justifique;

Desafios da profissão;

Expectativa de futuro;

Algo mais?

Percepção sobre inclusão e sobre inclusão na escola atual:

Como entende a inclusão;

Experiência profissional;

Dinâmica e adequação curricular;

Ambiente físico e recursos pedagógicos;

Processo avaliativo;

Atuação docente, da sala de recursos, da supervisão, da coordenação, da orientação, da

direção e demais profissionais para o processo de inclusão;

Rede de apoio ( escola e família). Como funciona? Justifique;

Formação continuada;

Desafios;

Algo mais?

Falar sobre a participante focal:

Diagnóstico / relatório;

Potencialidades;

Ambiente físico e recursos pedagógicos;

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110

Relação da estudante com o professor;

Dinâmica curricular e processo de avaliação;

Participação da estudante na realização das atividades propostas;

Participação da estudante em projetos, passeios, festas, entre outros;

Resultados acadêmicos;

Serviço de Apoio a aprendizagem;

Apoio da equipe pedagógica para a inclusão da estudante;

Relação da estudante com o monitor;

Relação da estudante com os colegas;

Relação da estudante com os profissionais da escola;

Desafios;

Algo mais?

Falar sobre a relação da estudante com os colegas:

Interação entre os pares;

Como o monitor se posiciona nos momentos de interação da estudante.

Opinar sobre a presença do monitor:

Atribuições e postura profissional;

Impactos no fazer pedagógico;

Relação com a estudante;

Relação com a turma;

Relação com o docente;

Relação com a equipe pedagógica;

Relação com a família.

Falar sobre a sua relação e a relação da estudante com o monitor:

Relação da estudante com o monitor;

A estudante comunica satisfação ou insatisfação em relação aos serviços prestados

pelo monitor;

A estudante solicita ao monitor que o deixe mais livre para interagir e realizar tarefas;

Algo mais?

Falar sobre os pais da estudante e a sua relação com eles:

Participação da família;

Relação da família com a escola;

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111

Relação da família com o monitor;

Relação da família com o docente;

Relação da família com a estudante;

Atuação da escola para envolver a família. Explique como ocorre;

Algo mais?

Aspectos que considera positivos para inclusão da estudante na escola. Justifique.

Aspectos negativos. Justifique.

Algo mais?

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112

APÊNDICE F

ROTEIRO DE ENTREVISTA

PAIS DA PARTICIPANTE FOCAL

Percepção dos pais da estudante com deficiência física frente à inclusão do seu filho ou filha

na escola.

Relação da família com o estudante:

História de vida da criança;

História de vida escolar;

Falar sobre a ida para a escola;

Desafios;

Algo mais?

Percepção sobre inclusão e sobre inclusão na escola atual:

Como entende a inclusão;

Dinâmica e adequação curricular;

Ambiente físico e recursos pedagógicos;

Processo avaliativo;

Atuação docente, da sala de recursos, da supervisão, da coordenação, da orientação, da

direção e demais profissionais para o processo de inclusão (aspectos positivos e

negativos);

Rede de apoio ( escola). Como funciona? Justifique;

Formação dos profissionais para lidar com a estudante;

Desafios;

Algo mais?

Falar sobre a participante focal:

Diagnóstico / relatório;

Potencialidades;

Ambiente físico e recursos pedagógicos;

Relação da estudante com o professor;

Dinâmica curricular;

Participação da estudante na realização das atividades propostas;

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113

Participação da estudante em projetos, passeios, festas, entre outros;

Resultados acadêmicos;

Serviço de Apoio a aprendizagem;

Apoio da equipe pedagógica para a inclusão da estudante;

Relação da estudante com o monitor;

Relação da estudante com os colegas;

Relação da estudante com os profissionais da escola;

A estudante comunica satisfação ou insatisfação em relação aos serviços prestados

pelo monitor;

Desafios;

Algo mais?

Falar sobre a relação da estudante com os colegas:

Interação entre os pares. Explique;

Relação com o monitor. Justifique.

Opinar sobre a presença do monitor:

Atribuições e postura profissional;

Impactos no fazer pedagógico;

Relação com a estudante;

Relação com a família.

Falar sobre a relação da estudante com o monitor:

Relação da estudante com o monitor;

A estudante comunica satisfação ou insatisfação em relação aos serviços prestados

pelo monitor;

A estudante solicita ao monitor que o deixe mais livre para interagir e realizar tarefas;

Algo mais?

Falar sobre os pais da estudante e a sua relação com eles:

Participação da família;

Relação da família com a escola;

Relação da família com o monitor;

Relação da família com o docente;

Relação da família com a estudante;

Atuação da escola para envolver a família. Explique como ocorre;

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114

Algo mais?

Aspectos que considera positivos para inclusão da estudante na escola. Justifique.

Aspectos negativos. Justifique.

Algo mais?

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115

APÊNDICE G

ROTEIRO DE ENTREVISTA

PARTICIPANTE FOCAL

Percepção da estudante com deficiência física a partir de suas experiências vividas em

relações de interação social na escola.

História de vida:

Diagnóstico / relatório;

Potencialidades;

O que pensa e sente sobre a fase atual (adolescência);

Relação com a família;

Relações de amizade;

História de vida escolar (ida para a escola e vivências);

Falar sobre o que viveu e como se sentiu;

Relações de amizade durante a vida escolar;

Relações de amizade na escola atual;

Vivências na escola atual. Justifique;

Expectativas de futuro;

Desafios;

Algo mais?

Percepção sobre inclusão e sobre inclusão na escola atual:

Como entende a inclusão;

Dinâmica e adequação curricular;

Ambiente físico e recursos pedagógicos;

Processo avaliativo;

Atuação docente, da sala de recursos, da supervisão, da coordenação, orientação, da

direção, do monitor e demais profissionais para o processo de inclusão (aspectos

positivos e negativos);

Rede de apoio ( escola, família e colegas). Como funciona? Justifique;

Formação dos profissionais para lidar com a estudante;

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116

Desafios;

Algo mais?

Ambiente físico e recursos pedagógicos;

Relação da estudante com os professores;

Atuação dos professores (atende ou não as suas necessidades? Justifique;

Dinâmica curricular e processo de avaliação;

Participação da estudante na realização das atividades propostas;

Participação da estudante em projetos, passeios, festas, intervalo, entre outros;

Resultados acadêmicos;

Serviço de Apoio a aprendizagem (impactos no desenvolvimento da estudante);

Apoio da equipe pedagógica para a inclusão da estudante;

Relação da estudante com o monitor;

Relação da estudante com colegas;

Relação da estudante com os profissionais da escola;

A estudante comunica satisfação ou insatisfação em relação aos serviços prestados

pelo monitor e professores;

Desafios;

Algo mais?

Falar sobre a relação da estudante com os colegas:

Interação entre os pares. Explique;

Relação com o monitor. Justifique.

Opinar sobre a presença do monitor:

Atribuições e postura profissional;

Impactos no fazer pedagógico;

Relação com a estudante;

Relação com a família.

Falar sobre a relação da estudante com o monitor.

Relação da estudante com o monitor;

A estudante comunica satisfação ou insatisfação em relação aos serviços prestados

pelo monitor;

A estudante solicita ao monitor que o deixe mais livre para interagir e realizar tarefas;

Algo mais?

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117

Falar sobre a estudante e suas relações:

Participação da família;

Relação da estudante com a escola;

Relação da estudante com o monitor;

Relação da estudante com os professores;

Relação da estudante com a educação física

Relação da estudante com a família;

Relação da estudante com os colegas;

Atuação da escola para envolver a estudante nas atividades pedagógicas e com

colegas; e profissionais de educação. Explique como ocorre;

Algo mais?

Aspectos que considera positivos para inclusão da estudante na escola. Justifique.

Aspectos negativos. Justifique.

Algo mais?

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118

APÊNDICE H

Quadro: Perfil dos atores educacionais

Participantes Sexo Área de

Formação

Tempo na

Educação

(SEDF)

Área de

Especializaçã

o

Cargo Tempo no

Cargo

Experiência com

Educação Especial

CD M Matemática 19 anos - Coordenação

Disciplinar

12 9

CP F Normal/Artes 27anos - Coordenação

Pedagógica

3 Tempo não

especificado

OE F Pedagogia 6 anos Filosofia Orientadora

Educacional

6 anos Tempo não

especificado

LP F Normal/

Letras

25 anos - Professora de

Língua Portuguesa

18 anos 17 anos

MO M Gestão de TI 11 meses - Monitor 11 meses 11 meses

SR F Geografia 14 anos - Sala de Recursos 4 anos 4 anos

SP F Pedagogia 25 anos Ensino

Especial

Supervisão

Pedagógica

25 anos Tempo não

especificado

EF F Educação

Física

6 anos - Professora de

Educação.Física

6 anos Tempo não

especificado

Fonte: Quadro produzido pela pesquisadora.

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APÊNDICE I

Quadro 1. Categorias das concepções da participante focal sobre a inclusão escolar e social

da pessoa com deficiência física.

Categorias Subcategorias Definição Viver com deficiência História de vida Me ajudando, o meu pai, meus avós. Quando eu tô sem

aula de tarde, aí, a minha mãe me deixa lá na casa do meu

avô e da minha avó e eu fico com ela fazendo companhia

pra ela. Meu pai brinca bastante comigo. Minha mãe a

gente liga o som e fica dançando.

Foi o meu avô que deu pra gente morar quando eu era

ainda pequenininha. Aí, tem a garagem não tem uma

rampa grandona, foi meu pai que colocou cimento. Tinha

só um degrau todo quebrado. Daí, minha mãe me descia

tinha que empinar a cadeira pra poder eu descer, aí meu

pai foi e botou um monte de gesso pra por tipo uma

rampa pra mim descer. Foi ele que fez!

Era esquisito porque o pessoal não entendia muito e eu

tinha que explicar, falar, falar tudinho que como eu nasci

que eu nasci com coluna pra fora. Aí, era bem difícil, mas

depois eu fui me acostumando. Achava estranho no

começo porque o pessoal perguntava pra mim. Aí, eu

falava: Ué, por quê tá perguntando? Mas depois eu fui

entendendo que é pra eu poder saber que caso eles

querem me ajudar né. É ruim quando alguns colegas da

minha sala, da minha escola, lá da minha escola que eu

estudo, eles me perguntam: por que você ficou

cadeirante? Aí eu falo: é porque, eu falo, eu nasci com a

coluna pra fora, porque eu fiz duas cirurgias na barriga,

uma nas costas. Aí, eu coloquei duas válvulas na cabeça.

Aí, uma ficou desse tamanho e o outro ficou normal.

Normal, como todas as outras pessoas, ter uma família,

ter um filho, um bom emprego, estudar bastante pra

poder arranjar um futuro quer dizer, arranjar um futuro

né, aprender as coisas sozinhas, ficar independente, andar

sozinha sem precisar de companhia.

Sabe o que é estranho eu não sentir nada, eu não sentir

nada. Esquisito. Eu no começo quando eu tava pra virar

mocinha eu não sentir nada. Normal, só muda algumas

coisas. Sei lá, a gente passa por muita mudança, até no

corpo da gente mesmo, eu nem imaginava que eu tinha

tanta espinha e eu achava isso muito esquisito, mas bom.

Crescendo mais!

As mudanças principalmente sentimentalistas. No

começo eu sofri muito, eu chorei bastante. Sei lá um

negocio esquisito. Aí, depois passou. Eu ficava

conversando com minhas amigas sobre essa pessoa, aí,

um bom tempo, aí eu comecei a ficar normal de novo. Eu

fico pensando como é que vai ser, se essa pessoa vai

entender. Entender como é que eu sou aceitar do jeito que

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eu sou.

Eu quero um bom emprego, estudar bastante pra poder

arranjar um futuro quer dizer, arranjar um futuro né,

quando eu crescer ficar maiorzinha ai eu arranjar um

emprego pra mim.

Já aprendi só que eu aprendi muito, acho que fui aprender

muito novinha, ai eu fiquei um pouco nervosa, chorei

porque sou meio acostumada com minha mãe fazer, aí eu

fiquei muito nervosa, aí fiquei com medo, de não precisar

mais da minha mãe.

Aprender as coisas, sozinha! Ficar independente, não

precisar muito dos meus pais, por que eu sou muito

apegada a eles né, mais ai eu tenho que ficar mais

independente, por que ai quando eu crescer, ele vai ficar

me olhando e eu vou ficar dependendo deles, aí, eu que

vou ter que cuidar da minha higiene, ai eu vou ter que dá

mais... Passar a fazer as coisas sozinha num, que eu faço

sonda né, ai passar a fazer, eu já tomo banho sozinha,

fazer tudo sozinha.

História escolar Eu só reprovei um único ano acho que foi o segundo ano,

foi o segundo ano mesmo foi, foi à única vez que eu

reprovei, nunca mais, minhas notas sempre foram boas.

No colégio que eu estudava antes, aí, eu caí duas vezes,

que eu tava correndo e tinha um degrauzinho bem

pequenininho, baixinho, aí, eu fui correndo, correndo,

correndo, ai, tinha um segundo degrauzinho bem

pequenininho, aí, tinha um pátio, aí, tinha outro

degrauzinho, aí, eu caí de frente não sei como, caí, mas

não quebrou nada né!

Não. Ele não fica sempre por perto ele fica esperando

minha mãe e eu fico com minhas amigas. Normal! Aí,

outra monitora que eu tive, nesse colégio aqui, ela era

muito grudada comigo, eu até achava ela chata, que ela,

eu achava ela chata no sentido, ela em todo lugar que eu

ia, ela ia junto. Ela ficava sempre no celular, não falava,

não brincava comigo, não falava nada. Ela ficava sempre

no celular, aí, eu pra não falar nada, ficava com ela, aí, eu

até falava assim: “Nossa que mulher chata não deixa nem

eu ser feliz, não deixa nem eu andar na escola, sempre

tenho que ficar onde ela tá não sei o quê”. Até um tempo

que ela saiu.

Eu não conseguia entender, ele ficar na sala de

coordenação, lá junto com outra pessoa e, eu fico lá

tentando. Até a minha amiga me ajuda. Mas deveria ficar

comigo né, dentro da sala, me ajudando.

Concepção de Inclusão É a pessoa entender como é que eu sou se adaptar.

Concepção de deficiência É a pessoa entender como é que eu sou se adaptar, até um

professor mesmo se adaptar, pra poder dá uma atenção

especial pra mim, ai eu entendo mais ou menos isso.

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Concepção de Inclusão

escolar É a pessoa entender como é que eu sou, se adaptar. Até

mesmo um professor se adapta pra poder dá uma atenção

especial pra mim. Não é só comigo, com outras pessoas

também que não anda, nem fala, nem faz nada, fica só

parada. Eu não ando, mas falo, me movimento, faço tudo.

Eu só não ando, mas falo tudo. Sou capaz de fazer tudo,

de aprender as mesmas coisas. Eles entendem!”

Processo de Inclusão

escolar

O contexto escolar Ruim é a adaptação na escola que é tudo esburacado, tá

tudo esburacado. Aí, a cadeira fica bem difícil de andar

mesmo, muito cheio de pedra. É, dificuldade de

locomoção mesmo.

Só queria que mudasse aquela maca. É muito alta! Pelo

menos fosse baixinha. Meu monitor segura aqui e nas

minhas pernas e me suspende pra poder fazer minha

sonda. Minha mãe ela não dá conta, nem eu dou conta de

passar só. Ela nem da conta de eu sozinha, quer dizer ela

dá, só que ela faz muita força, aí não dá. No dia que meu

monitor falta a minha mãe tem que fazer tudo sozinha.

Aí, eu fico com medo dela não conseguir me suspender,

me levantar porque a maca lá é muito alta, mas ela dá

conta!

Uma vez que a gente tava na quadra ai subi né, aí todo

mundo desceu pra ir pra sala e eu fiquei lá, a professora

me esqueceu, só que aí ela voltou pra poder me buscar,

quase que eu falo: “Você me esqueceu?” Ué, me

esqueceram aqui nem amigo meu se ofereceu pra ajudar a

me descer nem ela se atentou pra poder me descer pra

poder me levar pra sala, mas depois ela foi me buscar.

Não, deixei queto, porque ela pode achar ruim né, é

melhor deixar queto do que ficar reclamando.

Eu não conseguia entender, ele ficar na sala de

coordenação, lá junto com outra pessoa e, eu fico lá

tentando. Até a minha amiga me ajuda. Mas deveria ficar

comigo né, dentro da sala, me ajudando.

Não as provas são todas iguais. A atenção com os alunos

são todas iguais. O mesmo tempo pra todo mundo não

muda nada disso.As atividades são um pouco difíceis,

mas minha mãe ajuda.

O colégio mesmo ajuda porque tem uma sala de recurso

lá são duas meninas, são duas mulheres lá, é por que eu

não to lembrando o nome né, mais são duas mulheres que

elas me ajudam com, não com deveres mais ela faz o

papel de lá mesmo.

Eu era muito acostumada com um professor que ensinava

todas as matérias, mas quando eu cheguei nessa escola,

aqui, cada professor de uma matéria, eu acabei achando

esquisito porque eu demoro muito a escrever e lá é muito

depressa, né.

Eu tenho só uma que é da minha sala, que eu não tenho

muito amigo na minha sala não porque eu não convivo

muito com eles, não convivo não. Só com a T mesmo,

que anda comigo vai pra todo lugar comigo também

fazendo companhia pra mim pra me não ficar sozinha.

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122

Aí, fica um monte de gente levantando o dedo, eu nunca

levanto por que eu tenho vergonha até de lê eu fico toda

vermelha.

Não sei eu fico toda vermelha suando ai quando eu

termino de lê volta ao normal não sei o que é isso não. É,

mais de vez em quando eu falo, só de vez em quando não

sempre.

Até a minha professora de educação física reclama

porque a minha cadeira é muito pesada e falou: Nossa, tu

tá pesada! Aí, eu fico sem jeito, eu falo: Ué normal. Ela

tem um monte de menino pra cuidar. Teve uma vez que a

gente tava na quadra, aí, todo mundo desceu pra ir pra

sala e eu fiquei lá, a professora me esqueceu. Só que aí,

ela voltou pra poder me buscar, quase que eu falo: Você

me esqueceu? Ué, me esqueceram aqui! Nem amigo meu

se ofereceu pra ajudar a descer, nem ela se atentou pra

poder me descer, pra poder me levar pra sala, mas depois

ela foi me buscar. Deixei queto, porque ela pode achar

ruim. É melhor deixar queto do que ficar reclamando.

Fonte: A autora com base em Bardin (2010).

Quadro 2. Categorias das concepções dos pais da participante focal sobre a inclusão escolar e

social da pessoa com deficiência física.

Categorias Subcategorias Definição Viver com deficiência História de vida A E foi super planejada né, com três anos de casado,

nos decidimos que iríamos ter nosso primeiro filho,

então eu fiz todos os exames meu esposo todos os

exames e fomos nos preparar pra ter ela. Aí,

engravidei no quarto mês de gestação.

O médico explicou e a última coisa que a gente soube

foi o sexo que era uma menina porque ele contou

tudo, falou do problema.

Aí, eu fui encaminhada pra uma ginecologista que

era referência né no hospital, nosso convenio atendia

lá, e foi, a estrutura foi toda montada uma equipe pra

acompanha eu fazia ecografia toda semana até

acompanhar o desenvolvimento da mielo que é uma

bolsa que forma no, na lombar da coluna e ela

também tinha a hidrocefalia que é o aumento de

líquido, toda semana eu fazia uma ecografia pra saber

a evolução do problema até que um dia eu fui fazer a

ecografia na semana que ela completou sete meses,

na semana que ela completou 7 meses eu fiz uma

ecografia e a bolsa da mielo tinha rompido. Então,

tinha misturado líquido amniótico com medula. Ela

nasceu com a bolsa da mielo da coluna tava aberta

não tive contato com ela. Eu ouvir de longe o choro

dela mais de vê, tocar não podia ela teve que ir logo

pra incubadora.

Desde o primeiro dia que ela nasceu. Aí, como era a

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estimativa que eu ficasse internada com ela era de três

meses, com vinte e dois dias de nascido, corrigiu a

coluna. Fez a correção da hidrocefalia com vinte e

dois dias de nascido e duas cirurgias eu tava aqui

entrando na minha casa com ela. Aí, assim durante o

período. Isso aí foi todo um processo né, a válvula

dela o organismo rejeitou a válvula da cabeça o

organismo rejeitou expulsou não cicatrizou a cirurgia

e acabou aparecendo à válvula. Ela internou de

emergência fez a retirada da válvula. Aí, ficou nove

meses sem usar a válvula eu achava até que ela não ia

usar em uma das consultas no SARA ela passou mal

dentro do SARA e no SARA. Ela colocou essa

válvula que ela tem até hoje. Aí, quando ela tinha

quatro anos reposicionou porque drenou muito e a

cabeça ficou pequena e a válvula se tornou grande.

Aí, teve que diminuir.

Esse apoio foi praticamente na igreja só, mas em

termos de profissionais pra acompanhar a gente não

teve, principalmente pra mim. Era eu e Deus e meu

esposo, minha mãe e meu pai porque eles eram mais

próximos a mim.

A gente está preparada pro perfeito né, a gente não se

prepara pro dito não perfeito né. Aí, dentro de um

encontro de casais eu tive a libertação de entender que

eu era especial por ter ela especial que outro não teria

condições de ter, mas eu fui agraciada por ter ela. A

nossa sociedade, perfeito é quem ande, fale, enxergue

né, tudo normal. Pra sociedade minha filha não é

perfeita, pra olhos de Deus sim, ela é perfeita, mas pra

sociedade não. Então, a gente não se prepara pra ter

um filho especial, a gente prepara para ter um filho

saudável, sem nada.

Uma vez a gente andando no Shopping e ela mesma

tocando a cadeira dela porque ela movimenta pra todo

canto pra todo lugar. Aí, eu vinha mais atrás e meu

esposo do lado dela. Aí, as pessoas acham que não

sabia que eu que era a mãe. Aí, falou assim: Tadinha

dela, andando nessa cadeira de rodas. Aí, eu falei pra

ela: Tadinha por quê? Tadinha não, ela é muito feliz

assim. Ela perguntou quem eu era. Eu falei: Eu sou a

mãe dela. Tadinha de você por tá tendo dó dela. Isso,

eu respondo isso, é automático é grosso da minha

parte, mas é uma coisa que eu não consigo. Eu não

posso falar assim, mas eu não consigo entendeu. Eu já

solto logo!(Mãe)

Quando a gente começa a vê a fundo isso, porque a

gente tem um filho assim, então, a gente começa a vê

a fundo isso. A gente fica decepcionado. Aí, começa

a se preocupar com o futuro. Dizer que tá preparado,

não tão preparado em nada (Pai).

Descobri na nossa convivência mesmo, no nosso,

quando a gente ia levar ela no colégio, ai que a gente

vê que eles não se preocupam em botar uma rampa,

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não se preocupa em adaptar um banheiro, uma pia,

uma cadeira pra ela, entendeu? Nesse ponto aí, eles

não se preocupam, eles só se preocupa nisso aqui, em

você pagar sua mensalidade é só isso (Pai).

Escola classe, ela tinha essa troca com os professores,

“Ó a gente viu que a E tá em dificuldade em tal ponto,

nós vamos passar isso aqui pra ela”. Ela chegou a

fazer prova separada da turma, “vamos passar isso

aqui pra ela, pra você em casa ajudá-la”, lá na escola

nunca fui chamada a isso. Eu sempre tive a disposição

pra que acontecesse em tudo. É tanto que eu tenho

um relacionamento muito bom com os professores,

“tá tudo bem? tá precisando melhorar em alguma

coisa?” Mais eu vou atrás e essa dificuldade em não

ter a pessoa. Ela tá sendo pra mim, a meu ver,

durante todo esse ano. E é simplesmente um membro

da escola. Pra mim a inclusão não funcionou nesse

aspecto. Então, assim a gente fica bem preocupada

né, com o futuro(Mãe).

Concepção de Inclusão O ponto positivo da inclusão que eu acho é, pra eles,

já se sentem limitados. Então, quanto mais coisas

oferecerem pra eles terem a liberdade deles, melhor

pra eles (Mãe).

Ela vai enfrentar, assim, uma sociedade que não tá

ainda, apesar da gente tá bem avançado em tecnologia

e tudo mais, não tá preparado pra receber o deficiente.

Já fizeram calçadas, adaptações, mas ainda falta

muito. Tem os programas que é as empresas que tem

uma vaga pra deficiente né. Eu trabalho na rua, eu

vejo um deficiente andando sozinho, eu fico

imaginando minha filha andando sozinha sem eu do

lado (Pai).

No meu ponto de vista a inclusão, assim, tinha que ser

o programa que o governo tem. Eu a tirei do colégio

particular porque no colégio particular eles não têm o

programa é, destinado ao deficiente né, a pessoa

especial, mais já no governo, no público eles tem um

programa, só que nesse colégio não foi aplicado

(Mãe).

Eu acho a inclusão importante pra ela saber lidar com

a própria deficiência dela. Porque na nossa família,

aqui em casa, a inclusão funciona 100%. Já na escola

que vai preparar ela pra sociedade também não

funciona, deixa muito a desejar (Mãe).

Concepção de Inclusão

escolar

A escola tem que se preparar pra receber ela e tentar

dar pra ela, dentro do que ela precisa tudo. Em termo

de conteúdo, acesso, tudo, pra incluir ela. Eu entendo

inclusão assim (Mãe).

Tem que ser uma coisa natural, se eu vou contratar

um cadeirante, então vou criar o espaço pra ele, vou

dar acessibilidade dele eu vou trabalhar com ele, não

é só a pessoa cadeirante ela tem inteligência com os

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125

braços dela tem a limitação dela andar então vamos

criar, inclusão é assim que eu acho né (Pai)

Eu já vi cadeirante no banco, trabalhando em banco,

cadeirante trabalhando em posto de gasolina,

trabalhando em vários lugares. Então, não quer dizer

que não tenha esse acesso, mas tá pouco. Pode ser

melhor né. Os empresários, às vezes, fazem as coisas

pra você ver, pra pegar um cadeirante ou uma pessoa

até com síndrome de Down. Se a empresa não pegar

vai pagar multa. Aí, coloca lá, aí pega o que tem

síndrome de Down e coloca só por colocar mesmo.

Uma gerente falou isso pra mim, que ela faz o

serviço. Ela falou: Ele tem que ficar aqui, ele tem que

só ficar aqui, ele fica o horário dele e se a gente não

fizer isso, a gente toma uma multa não sei de quantos

mil reais, pra mim, pra ela, não faz diferença! Eu

falei: Então, você tá vivendo num mundo bem arcaico

né. Ela falou: Por quê? Eu falei: Porque se você não

der tarefa pra ele fazer ele não vai desenvolver nunca.

Se já criou esse programa pra isso não deveria nem

ter multa, deveria ser um processo natural não deveria

ter multa. Pra quê multar uma empresa dessa aqui,

que vai obrigar a pessoa botar você lá dentro, pra falar

que é bonito pra sociedade. Não, não é assim. A

inclusão não é isso. Aí, ela ficou me olhando assim,

eu falei: Mas, a verdade é essa. Eu tenho que falar e

tenho que defender o meu.

Processo de Inclusão

escolar

O contexto escolar Eu procurei o ano passado me organizar pra ir à

escola pra conhecer a escola vê a parte que ela

precisaria pra eles correr atrás né, aí eles

providenciaram os banheiros e alguns professores me

perguntaram, que tipo de deficiência ela teve, o quê

que ela teve, mas tudo nessa escola, esse ano, foi tudo

eu quem fui buscar, fui atrás. Então, a gente vê que a

parte de adaptação curricular, como eu estava falando,

não teve, não teve, foi tudo colocado o ano inteiro

como se ela não tivesse nada. É tanto que

matemática, ela tá indo pra uma outra série e a gente

sabe que ela não tem capacidade nenhuma em

matemática porque não foi feito nada, entendeu?

Agora no terceiro bimestre que eu peguei com ela a

parte de porcentagem e tudo, ela conseguiu. Até

acertar na prova, mas eu fiz uma técnica diferente

com ela. Passei um sábado inteiro, eu e meu cunhado,

a gente viu e fez a parte que era do professor ter feito

a gente fez. Então, essa adaptação curricular em

nenhuma matéria teve, exceção de português, que

sempre teve, ela sempre se preocupou muito com essa

dificuldade de E e sempre tentou ajudar muito nessa

parte, só, o restante não. Eu até achei estranho por

que, se ele me chamar lá e falarem, porque não é

obrigação dos pais ensinarem os filhos. Eles vão pra

escola por que eles têm que aprender. A gente

aprendeu de um jeito. Aí, você chega e ensina o seu

filho do jeito que você aprendeu e chega lá no

colégio, ensina de outro, a cabeça dele fica, ele fica na

dúvida. Lá, a obrigação do professor é ensinar o

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estudante. Eu penso assim. A obrigação é do

professor. Estudante vai pro colégio pra aprender.

Então, quem tem que ensinar o estudante é o

professor, não é os parentes não (Mãe).

Não atende tudo não. A parte de limpeza é péssima

porque eu já falei assim: era o banheiro que precisaria

que até um dos coordenadores da escola, ele é

enfermeiro. Um dia, que eu fui mostrar o banheiro,

que não tinha condições de fazer o cateterismo dela

lá, eu falei assim, ele falou: “Eu sei o quê que é um

cateterismo, porque eu sou enfermeiro”, eu falei

assim: “Você sabe que é um processo bem invasivo.

Então, tem condições de eu usar esse banheiro?” O

teto do banheiro, uma parte quebrada, eu não tenho

acesso ao interruptor da tomada pra ligar e desligar a

luz. A luz é ligada quando a da escola toda tá ligada e

aí desliga, desliga tudo. Já aconteceu de eu ir fazer a

sonda num período de chuva onde o banheiro tava

escuro e eu tive que acender o celular pra poder

conseguir enxergar porque tava desligado lá o relógio.

Então, se tivesse um interruptor ali pra mim, o acesso

pra mim teria sido mais fácil.

E saber que eles têm que fazer um programa, os

professores tem que saber do programa, falar assim:

“Ah ela tem dificuldade em matemática, mais eu

tenho um método aqui que cabe pra ela e eu vou

mostrar esse método pra ela aqui que ela vai

entender”, entendeu? Do jeito dela ela vai entender,

não é tratar ela como assim, igual e você normal,

entendeu? Que a gente se adapta, não, tem que ter um

programa se é inclusão tem que ter um programa pra

ela também (Pai).

Em termos de inclusão eu não acho que foi feito

trabalho nenhum com ela, em especial, entendeu? Ela

ficou na sala junto com os outros alunos, os deveres

eram iguais a todos, ela tem muita dificuldades na

escrita, copiar, não tem muita agilidade, é do

problema dela também, dessa má formação que ela

teve na coluna. Então eu fui pedir aos professores pra

que mandasse as folhas pra ela pra me xerocar e não

deixasse escrever e recolhesse. Eu xerocava e

mandava, não por preguiça dela, mas por causa da

dificuldade dela, que alguns professores interpretaram

como se fosse um desinteresse dela. E na verdade

não era. Então, assim, esse ano deixou muito a desejar

e a sala de recurso pra mim não funcionou nada

(Mãe).

A parte de estacionamento que não tem, nem na porta

da escola e nem lá dentro onde criaram essa vaga. Um

dia eu cheguei na chuva. Lá, uma professora

estacionou o carro na vaga. Então, eu tive que ir atrás

da professora pra tirar o carro pra mim, tirar ela e, era

uma chuva grossa que tava no dia, eu fui falei pra

professora: “Nossa você deveria ser exemplo né, você

tá vendo a placa e você estacionou o carro aí?” Ela

ficou calada e não tinha argumento. Não falou nada.

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Aí, eu fui reclamar. A diretora veio conversar comigo

porque era um dia de atividade. Tá, é um dia, mas pra

quê então que criaram a vaga lá pra ela, se destinaram

pra o cadeirante lá, pra mim ter acesso. Mutuaram de

lixo um dia. No outro dia foi esse problema com a

chuva e eu nem tenho colocado o carro lá dentro, mas

prefiro deixar lá na frente. Aí, lá na frente eu sempre

pego ela. Depois que todo mundo sai, porque fica

difícil, não tem a vaga né, não o destinado pro

cadeirante especial, então, eu espero diminuir o

tumulto pra mim poder colocar mais próximo da porta

pra poder pegar ela. Quadra de esporte não, ela não

tem acesso nenhum. Ela não tem acesso nenhum. É

tanto que esqueceram ela na quadra, porque ela não

dá conta, me prometeram fazer a rampa o ano inteiro

e não foi feito, não foi feito essa rampa. Pra chegar

na lanchonete não tem rampa, não tem nenhuma

rampa é degrau onde ela tem que subir com a cadeira

pra ir. Aí, lá, ela consegue comprar o lanche dela

(Mãe).

Todas as monitorias que ela teve nas outras escolas

eram em sala de aula, justamente por essa dificuldade

dela. Esse ano o monitor falou que a lei não permite

que ele fique dentro de sala de aula. A monitoria pra

ele é só de ficar empurrando a cadeira, por exemplo.

Eu vou lá na escola, eu vou fazer o cateterismo dela,

então, é ir lá na escola é, lá na hora, me ajudar a

colocar ela na maca lá no banheiro e voltar. Só isso,

mais nada. Então, eu bati muito nessa tecla o ano

inteiro porque eu achava um absurdo. Se ela tem

dificuldade dentro da sala de aula. Ele é o monitor

dela. Ele tinha que tá lá com ela. Porque nas outras

escolas funcionou assim e lá é diferente. Se ele é o

monitor só dela. Então, eu já vi colocando ele pra

fazer várias funções na escola que não é de monitor,

aplicação de provas. No dia da reunião mesmo, ele

fica lá digitando boletim essas coisas. Então, eu não

vejo monitoria pra ela. Pra empurrar a cadeira levar e

voltar, eu faço né! Eu achei isso(Mãe).

Interação família-

escola

Não nunca me chamaram não. Eles fazem o estudo de

caso, deve ter feito durante esse ano, mais comigo

particular nunca fizeram, nunca me chamaram! Na

outra escola, ano passado, ela estudou até o ano

passado, lá sim, lá teve o estudo de caso dela e eu

participei (Mãe).

Fonte: A autora com base em Bardin (2010).

Quadro 3. Categorias das concepções dos atores educacionais sobre a inclusão escolar e

social da pessoa com deficiência física.

Categorias Subcategorias Definição Concepção de Inclusão

escolar

É de ser inseridas, mas ao ponto de produzir alguma

coisa também né. Enfim, é deixar de ser numeroso

para o Estado (OE).

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A inclusão pra determinados estudantes eu acho

muito boa porque acaba fazendo com que o estudante

que tem condições ou que tenha um problema que

seja leve ou pequeno ele possa se enturmar com os

que são normais, entre aspas (CD).

Eu acho que é a questão social mesmo né, de eles

estarem convivendo com meninos que são da mesma

idade (CP).

É um ato de amor, é você abrir seu coração e dá

espaço pra todo mundo (SR).

Inclusão é algo assim muito bonito, belo, louvável

(EF).

Eu acho que a inclusão é esses meninos serem

respeitados, precisa de gente que ama pra trabalhar e

ame mesmo (SP).

É aceitar. É amar (LP).

A inclusão já não é algo natural, então, se eu tô

incluindo eu tô excluindo, são pólos diferentes mais

na verdade um tá excluindo o outro (MO).

Processo de Inclusão

escolar

O contexto escolar Uma das dificuldades dessa entrada, foi conscientizar

os professores, que aquela entrada não era dos

professores, de pessoas que tinham, não tinham

nenhuma necessidade especial, os professores, mesmo

a gente colocando as plaquinha lá e falando: “Galera

essa vaga não é sua essa vaga tá reservada” tinha

professores que chegavam atrasados e tal, do jeito que

chegavam com o carro colocavam lá, a mãe vinha

depois tal e ficava e começava a ficar chateada, com

razão, que se a gente reserva uma vaga pra ela, porque

outra pessoa estava lá?(MO).

O estacionamento lá, pra cadeirante, havia uma vaga,

já tinha inclusive lá uma plaquinha reservada, mas a

gente via carro lá, quando não via lixo próximo (EF).

O maior desafio mesmo assim é a questão da

infraestrutura sabe, de você ter uma infraestrutura

adequada, tudo que a gente faz aqui é no improviso

né, o material é escasso, a gente não tem muita, não

tem acesso a material (CP).

Claro que nenhuma estrutura da rede tá boa né, tem

nossos meninos né ditos normais, precisa melhorar

muito na estrutura e, aí, a gente vai correndo atrás

tentando adaptar pro o que é melhor (SP).

A estrutura que é ruim, pra mim escola pública é

complicada (SR).

Assim ruins, ruins mesmos, inclusive com relação à

quadra né, que é o nosso trabalho, nosso local de

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serviço. As quadras são descobertas. Então, isso aí, já

é um agravante e, eu, como leciono na parte da tarde é

muito mais quente muito mais desconfortante. Mas,

eu acho que, enquanto a gente que lida com a

inclusão, e lida com esses estudantes, não só por eles,

mas por todos nós, é difícil lidar (EF).

Adequação curricular né, que eles fazem no início do

ano, as meninas ajudam bastante né, as meninas da

sala de recurso tudo, mais mesmo assim eles têm essa

dificuldade, a gente também tem essa dificuldade na

hora de explicar pra eles como trabalhar. Então, o

meu medo não sabe se isso acontece porque na

verdade a gente nunca, assim, aprofundou nisso, se os

meninos não ficam simplesmente na sala sem tarem, o

professor puxando tudo o que ele pode dá, entendeu?

Eu tenho essa preocupação do quê que acontece na

sala de aula, por exemplo, na aula de matemática né,

se o menino realmente ele tá lá, tá aprendendo alguma

coisa ou ele tá lá só por está né (SP).

Formação continuada Nos dois anos atrás em que eu estava em sala de aula

eu nunca ouvi falar de formação continuada ou uma

formação especifica. A Secretaria de Educação

simplesmente falou: Vocês vão ter estudantes inclusos

o ano que vem e ponto (CD).

Interação família-

escola

A gente teve um problema no banheiro e não tava

achando a chave, o banheiro não estava

completamente, é, limpo, mas veja, eu tenho uma

escola com 1280 estudantes e eu tinha duas servidoras

pra limpar a escola. Então, assim, não era o banheiro

de E que estava sujo. A escola estava suja né. Então,

assim, antes da gente procurar dá a resposta, ela já

quer denunciar a gente, quer colocar a gente no

facebook, quer chamar a mídia. Antes de ela vir à

direção conversar e dizer a situação. E desde que E

chegou aqui, a gente tem sido assim e não é porque é

E. É porque é uma postura da escola né. Tem

profissionais sérios aqui, gente que acredita. Então, a

gente procura tratar todos os meninos muito bem.

Então, é, tem uma dificuldade de relacionamento que

eu acho que, assim, uma postura, ela tá sempre muito

armada né (SP).

Fonte: A autora com base em Bardin (2010).

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ANEXO A

TESTE SOCIOMÉTRICO

(MORENO, 2008; FARINHA, 2004; LOPES, 2008)

QUESTIONÁRIO

Escreva seu nome:___________________________________________________________

Indique em ordem decrescente de interesse os três colegas que você escolheria como

companheiros ou companheiras de trabalho? Justifique cada escolha.

1. Nome: _______________________________________________________________

Justificativa:_________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

2. Nome: _______________________________________________________________

Justificativa:_________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

3. Nome: _______________________________________________________________

Justificativa:_________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

Indique em ordem decrescente de interesse os três colegas que você não escolheria como não

escolheria como companheiro ou companheira de trabalho?

1. Nome: _______________________________________________________________

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Justificativa:_________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

2. Nome: _______________________________________________________________

Justificativa:_________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

3. Nome: _______________________________________________________________

Justificativa:_________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

Indique em ordem decrescente de interesse os três colegas que você acha que te escolheu

como companheiro ou companheira de trabalho?

1. Nome: _______________________________________________________________

Justificativa:_________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

2. Nome: _______________________________________________________________

Justificativa:_________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

3. Nome: _______________________________________________________________

Justificativa:_________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

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Indique em ordem decrescente de interesse os três colegas que você acha que não te escolheu

como companheiro ou companheira de trabalho?

1. Nome: _______________________________________________________________

Justificativa:_________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

2. Nome: _______________________________________________________________

Justificativa:_________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

3. Nome: _______________________________________________________________

Justificativa:_________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

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ANEXO B

ROTEIRO PARA APLICAÇÃO DO TESTE SOCIOMÉTRICO

(CARNEIRO, 1993; LOPES 2008)

1. Aplicação de uma dinâmica de aquecimento com;

2. Define-se uma atividade conjunta a ser realizada;

3. Aplicação de questionário.

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ANEXO C

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

PROFISSIONAIS DA ESCOLA

O (a) Senhor (a) está sendo convidado (a) a participar do projeto: Inclusão escolar da

pessoa com deficiência física no Distrito Federal pela análise das interações sociais: um

estudo de caso de uma escola inclusiva sob-responsabilidade da mestranda Mirian Daniela

Matos Campos Andrade e com orientação da Professora Doutora Claudia Cristina Fukuda.

O objetivo desta pesquisa é: Caracterizar os processos de interação social entre pares em

contexto escolar. Esta pesquisa justifica-se, pois contribui para caracterizar e identificar as

relações conceituais e empíricas da interação social entre pares e a influência dessa interação

para a inclusão efetiva.

O (a) senhor (a) receberá todos os esclarecimentos necessários antes e no decorrer da

pesquisa e lhe asseguramos que seu nome não aparecerá sendo mantido o mais rigoroso sigilo

através da omissão total de quaisquer informações que permitam identificá-lo (a). O Senhor

(a) pode se recusar a responder qualquer questão que lhe traga constrangimento podendo

desistir de participar da pesquisa em qualquer momento sem nenhum prejuízo para o (a)

senhor (a).

A sua participação será da seguinte forma: fornecer respostas a partir de um roteiro de

entrevista que será gravada em áudio. O tempo estimado para sua realização: Uma hora (1h).

Os resultados da pesquisa serão divulgados na Instituição Universidade Católica de

Brasília podendo ser publicados posteriormente. Os dados e materiais utilizados na pesquisa

ficarão sobre a guarda da pesquisadora.

Este projeto possui os seguintes benefícios: devolução dos resultados aos participantes

que desejarem recebê-los, cooperar com políticas públicas, com cursos de graduação e pós-

graduação e com pesquisadores do assunto. Em relação aos riscos, pode ocorrer algum

desconforto emocional que será minimizado a partir de esclarecimentos dos motivos.

Se o (a) Senhor (a) tiver qualquer dúvida em relação à pesquisa, por favor, telefone a

Instituição Universidade Católica de Brasília telefone: 34487153.

Este projeto foi Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UCB, número do

protocolo 21406013.8.0000.0029. As dúvidas com relação à assinatura do TCLE ou os direitos

do sujeito da pesquisa podem ser obtidos também pelo telefone: (61) 3356-9784.

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Este documento foi elaborado em duas vias, uma ficará com a pesquisadora responsável

e a outra com o voluntário da pesquisa.

______________________________________________

Nome / assinatura

____________________________________________

Pesquisador Responsável

Nome e assinatura

Brasília, ___ de __________de _________

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ANEXO D

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

ESTUDANTE

Você está sendo convidado (a) a participar de uma pesquisa sobre interações sociais sob-responsabilidade

da mestranda Mirian Daniela Matos Campos Andrade e com orientação da Professora Doutora Claudia Cristina

Fukuda.

O objetivo desta pesquisa é: Caracterizar os processos de interação social entre pares em contexto escolar e

você receberá todos os esclarecimentos necessários antes e no decorrer da pesquisa e lhe asseguramos que seu

nome não aparecerá sendo mantido o mais rigoroso sigilo através da omissão total de quaisquer informações que

permitam identificá-lo (a). Você pode se recusar a responder qualquer questão que lhe traga constrangimento

podendo desistir de participar da pesquisa em qualquer momento sem nenhum prejuízo para você.

A sua participação será da seguinte forma: fornecer respostas com justificativas a partir de um questionário.

O tempo estimado para a sua realização: Uma hora e trinta minutos (1h30min).

Os resultados da pesquisa serão divulgados na Instituição Universidade Católica de Brasília podendo ser

publicados posteriormente. Os dados e materiais utilizados na pesquisa ficarão sobre a guarda da pesquisadora.

Este projeto possui os seguintes benefícios: devolução dos resultados aos participantes que desejarem

recebê-los, cooperar com políticas públicas, com cursos de graduação e pós-graduação e com pesquisadores do

assunto. Em relação aos riscos, pode ocorrer algum desconforto emocional que será minimizado a partir de

esclarecimentos dos motivos.

Se você tiver qualquer dúvida em relação à pesquisa, por favor, telefone a Instituição Universidade

Católica de Brasília telefone: 34487153.

Este projeto foi Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UCB, número do protocolo

21406013.8.0000.0029. As dúvidas com relação à assinatura do TCLE ou os direitos do sujeito da pesquisa

podem ser obtidos também pelo telefone: (61) 3356-9784.

Este documento foi elaborado em duas vias, uma ficará com a pesquisadora responsável e a outra com o

voluntário da pesquisa.

______________________________________________

Nome / assinatura

____________________________________________

Pesquisador Responsável

Nome e assinatura

Brasília, ___ de __________de _________

Page 138: Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa Programa … · A553i Andrade, Mírian Daniela Matos Campos. Inclusão escolar da pessoa com deficiência física: um estudo de caso em

137

ANEXO E

Quadro: Perfil individual dos estudantes

Nomes Sexo Idade Características físicas Comportamento na

escola

Histórico

acadêmico

Histórico

familiar

A Feminino 11 Não tem necessidades educativas

especiais

Sem registros Não constava

histórico

escolar.

Pais separados

(uniparental)

B Feminino 13 Não tem necessidades educativas

especiais

Registro referente à

ofensa contra a

colega com

deficiência física.

Constam dez

advertências e duas

suspensões por

ofender e agredir

colegas e

professores.

Conforme

histórico escolar

constava que foi

retida em 2010.

Pais separados

C Feminino 12 Não tem necessidades educativas

especiais

Advertência escrita,

pois se recusou a

fazer tarefas

escolares.

Conforme

histórico escolar

não constava

retenção.

Sem registros

D Feminino 12 Não tem necessidades educativas

especiais

Constam quatro

advertências escrita,

pois ofendeu uma

colega e se recusou

a fazer as tarefas

escolares.

Conforme

histórico escolar

não constava

retenção.

Sem registros

E

Feminino 12 anos Altas necessidades educativas

especiais

(mielomenigocele e hidrocefalia).

Sem registros Conforme

histórico escolar

não constava

retenção.

Pais casados

(dois genitores)

F Feminino 11 anos Não tem necessidades educativas

especiais

Cinco advertências

por não cumprir

regras escolares e

faltas ás aulas

Conforme

histórico escolar

não constava

retenção.

Sem registros

G Feminino 11 anos

Não tem necessidades educativas

especiais

Quatro advertência

por não cumprir as

tarefas propostas e

por desrespeitar

colegas de sala.

Conforme

histórico escolar

não constava

retenção.

Pais separados

A estudante já

sofreu violência

doméstica.

I Feminino 12 Não tem necessidades educativas

especiais

Sem registros Sem registros Sem registros

H Feminino 11 anos Não tem necessidades educativas

especiais

Sete advertências

por não cumprir

regras escolares e

por agressão física e

verbal aos colegas

de turma.

Conforme

histórico escolar

não constava

retenção.

Sem registros

J Masculino 11 anos Não tem necessidades educativas

especiais

Uma advertência

por atraso.

Conforme

histórico escolar

não constava

retenção.

Sem registros

K Masculino 11 anos Não tem necessidades educativas

especiais

Oito advertências

por agressão física e

verbal aos colegas e

por não colaborar

com as regras

escolares.

Conforme

histórico escolar

não constava

retenção.

Sem registros

L Masculino 12 anos Não tem necessidades educativas Sem registros Conforme Sem registros

Page 139: Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa Programa … · A553i Andrade, Mírian Daniela Matos Campos. Inclusão escolar da pessoa com deficiência física: um estudo de caso em

138

especiais histórico escolar

consta que foi

retido. Não foi

informado o

ano.

M Masculino 11 Não tem necessidades educativas

especiais

Duas advertências

por desrespeito aos

colegas e por não

colaborar com as

regras escolares

Não consta

informações

Pais separados

N Masculino 12 Não tem necessidades educativas

especiais

Sem registros Repetente Sem registros

O Masculino 11 Não tem necessidades educativas

especiais

Cinco advertências

por não realizar

atividades e por

desrespeito e

brincadeiras.

Não consta

histórico escolar

Pais separados

P Feminino 11 Não tem necessidades educativas

especiais

Sem registros Conforme

histórico escolar

não constou

retenção.

Sem registros

U Feminino 12 Não tem necessidades educativas

especiais

Uma advertência

por atraso

Conforme

histórico escolar

não constou

retenção.

O pai está preso

e mora com a

avó. Problemas

familiares.

Q Masculino 12 Estudante com necessidades

educativas especiais (Transtorno

de Déficit de Atenção e

Hiperatividade)

Doze advertências e

duas suspensões por

não colabora com as

regras escolares e

desrespeitar colegas

e professores.

Histórico de

comportamento

impulsivo.

Conforme

histórico escolar

não constou

retenção.

Sem registros

R Masculino 11 Não tem necessidades educativas

especiais

Uma advertência

por não cumprir

regras escolares

Conforme

histórico escolar

não constou

retenção

Sem registros

W Feminino 12 Não tem necessidades educativas

especiais

Sem registros Conforme

histórico escolar

não constou

retenção.

Sem registros

Y Masculino 12 Não tem necessidades educativas

especiais

Uma advertência

por escrito por não

colaborar com as

regras escolares

Sem registros Sem registros

Z Masculino 11 Não tem necessidades educativas

especiais

Uma advertência

por escrito por

atraso

Conforme

histórico escolar

não constou

retenção.

Sem registros

Fonte: Quadro produzido pela pesquisadora.

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139

ANEXO F

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

PAIS E / OU RESPONSÁVEIS

O (a) Senhor (a) está sendo convidado (a) de uma pesquisa sobre interações sociais sob-responsabilidade da

mestranda Mirian Daniela Matos Campos Andrade e com orientação da Professora Doutora Claudia Cristina

Fukuda.

O objetivo desta pesquisa é: Caracterizar os processos de interação social entre pares em contexto escolar e

o (a) senhor (a) receberá todos os esclarecimentos necessários antes e no decorrer da pesquisa e lhe asseguramos

que o seu nome não aparecerá sendo mantido o mais rigoroso sigilo através da omissão total de quaisquer

informações que permitam identificá-lo (a).

O (a) senhor (a) receberá todos os esclarecimentos necessários antes e no decorrer da pesquisa e lhe

asseguramos que seu nome não aparecerá sendo mantido o mais rigoroso sigilo através da omissão total de

quaisquer informações que permitam identificá-lo (a). O Senhor (a) pode se recusar a responder qualquer

questão que lhe traga constrangimento podendo desistir de participar da pesquisa em qualquer momento sem

nenhum prejuízo para o (a) senhor (a).

A sua participação será da seguinte forma: fornecer respostas a partir de um roteiro de entrevista que será

gravada em áudio. O tempo estimado para sua realização: Uma hora (1h).

Os resultados da pesquisa serão divulgados na Instituição Universidade Católica de Brasília podendo ser

publicados posteriormente. Os dados e materiais utilizados na pesquisa ficarão sobre a guarda da pesquisadora.

Este projeto possui os seguintes benefícios: devolução dos resultados aos participantes que desejarem

recebê-los cooperar com políticas públicas, com cursos de graduação e pós-graduação e com pesquisadores do

assunto. Em relação aos riscos, pode ocorrer algum desconforto emocional que será minimizado a partir de

esclarecimentos dos motivos.

Se o (a) Senhor (a) tiver qualquer dúvida em relação à pesquisa, por favor, telefone a Instituição

Universidade Católica de Brasília telefone: 34487153.

Este projeto foi Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UCB, número do protocolo nº

21406013.8.0000.0029. As dúvidas com relação à assinatura do TCLE ou os direitos do sujeito da pesquisa

podem ser obtidos também pelo telefone: (61) 3356-9784.

Este projeto foi Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UCB, número do protocolo nº

21406013.8.0000.0029. As dúvidas com relação à assinatura do TCLE ou os direitos do sujeito da pesquisa

podem ser obtidos também pelo telefone: (61) 3356-9784.

Este documento foi elaborado em duas vias, uma ficará com o pesquisador responsável e a outra com o

voluntário da pesquisa.

______________________________________________

Nome / assinatura

____________________________________________

Pesquisador Responsável

Nome e assinatura

Brasília, ___ de __________de _________

Page 141: Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa Programa … · A553i Andrade, Mírian Daniela Matos Campos. Inclusão escolar da pessoa com deficiência física: um estudo de caso em

140

ANEXO G

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

AUTORIZAÇÃO DE PAIS E / OU RESPONSÁVEIS PARA PARTICIPAÇÃO DO (A)

ESTUDANTE

O (a) seu (sua) filho (a) está sendo convidado (a) a participar de uma pesquisa sobre interações sociais

sob-responsabilidade da mestranda Mirian Daniela Matos Campos Andrade e com orientação da Professora

Doutora Claudia Cristina Fukuda.

O objetivo desta pesquisa é: Caracterizar os processos de interação social entre pares em contexto escolar e

tanto o (a) senhor (a) quanto o (a) seu filho (a) receberá todos os esclarecimentos necessários antes e no decorrer

da pesquisa e lhe asseguramos que o nome do (da) seu (sua) não aparecerá sendo mantido o mais rigoroso sigilo

através da omissão total de quaisquer informações que permitam identificá-lo (a). O seu (sua) filho (a) poderá se

recusar a responder qualquer questão que lhe traga constrangimento podendo desistir de participar da pesquisa

em qualquer momento sem nenhum prejuízo para ele, assim como o (a) senhor (a) também poderá desistir da

autorização para a participação do (a) pesquisa em qualquer momento sem nenhum prejuízo.

A participação do (a) seu (sua) filho (a) será da seguinte forma: fornecer respostas com justificativas a

partir de um questionário. O tempo estimado para a sua realização: Uma hora e trinta minutos (1h30min) e

ocorrerá em horário de aula conforme disponibilidade dos professores.

Os resultados da pesquisa serão divulgados na Instituição Universidade Católica de Brasília podendo ser

publicados posteriormente. Os dados e materiais utilizados na pesquisa ficarão sobre a guarda da pesquisadora.

Este projeto possui os seguintes benefícios: devolução dos resultados aos participantes que desejarem

recebê-los, cooperar com políticas públicas, com cursos de graduação e pós-graduação e com pesquisadores do

assunto. Em relação aos riscos, pode ocorrer algum desconforto emocional que será minimizado a partir de

esclarecimentos dos motivos.

Se o (a) senhor (a) tiver qualquer dúvida em relação à pesquisa, por favor, telefone a Instituição

Universidade Católica de Brasília telefone: 34487153.

Este projeto foi Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UCB, número do protocolo nº

21406013.8.0000.0029. As dúvidas com relação à assinatura do TCLE ou os direitos do sujeito da pesquisa

podem ser obtidos também pelo telefone: (61) 3356-9784.

Este documento foi elaborado em duas vias, uma ficará com a pesquisadora responsável e a outra com o

voluntário da pesquisa.

______________________________________________

Nome / assinatura

____________________________________________

Pesquisador Responsável

Nome e assinatura

Brasília, ___ de __________de _________

Page 142: Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa Programa … · A553i Andrade, Mírian Daniela Matos Campos. Inclusão escolar da pessoa com deficiência física: um estudo de caso em

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ANEXO H

COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA - CEP

Brasília, 22 de novembro de 2013.

Ofício CEP/UCB nº 072/2013

Prezados senhores,

Informamos que o projeto: Inclusão escolar da pessoa com deficiência física no

Distrito Federal pela análise das interações sociais: um estudo de caso de uma escola inclusiva

foi aprovado por este CEP em sua 137ª reunião realizada em 07 de outubro de 2013. No prazo de 1

(um) ano deverá ser enviado relatório final da presente pesquisa.

Informamos que para efeito de publicação, o presente projeto encontra-se registrado sob o

CAAE N. 21406013.8.0000.0029.

Esperando poder servi-los em outra ocasião, apresentamos nossos votos de estima e

consideração.

Ilmo(a) Sr(a).

Mirian Daniela Matos Campos Andrade

Brasília – DF

NESTA