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Pró-Reitoria Acadêmica
Escola de Direito
Curso de Direito
Trabalho de Conclusão de Curso
LEGALIZAÇÃO DO ABORTO
Autor: Carla Rios
Orientador: Prof. Msc . Marcelo Calvet
Brasília - DF
2015
CARLA RIOS
LEGALIZAÇÃO DO ABORTO
Monografia apresentada ao Curso de Direito da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Direito. Orientador: Prof. Mestre Marcelo Silva Calvet
Brasília-DF 2015
FOLHA DE APROVAÇÃO
Monografia de autoria de Carla Rios, intitulada LEGALIZAÇÃO DO ABORTO,
apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Direito
da Universidade Católica de Brasília, em _____/_____/2015, defendida e
aprovada pela banca examinadora abaixo assinada:
_________________________________________________ Prof. Msc Marcelo Calvet
Orientador – (Curso de Direito) UCB
____________________________________________________ Prof. Gleidson Bonfim
____________________________________________________ Prof. Heli Nunes
Brasília-DF 2015
RESUMO
Referência: RIOS, Carla, Legalização do aborto, 2015. 20 folhas. Curso de Direito
– Universidade Católica de Brasília, Taguatinga-DF, 2015.
A palavra aborto vem sendo empregada para designar a interrupção da gravidez
antes de seu término normal, seja ele natural ou provocado, existindo ou não
expulsão do feto destruído. Da antiguidade até hoje, o aborto foi usado como
método de controle de natalidade. A prática é tão antiga quanto à humanidade. As
mulheres nunca deixaram de fazê-lo, apesar de sanções, controles, legislações e
intimidações surgidas através da história da humanidade. Deve-se urgentemente
fazer uma reflexão apurada e mais profunda sobre o tema, motivada pela
preocupante diretriz que vem seguindo a humanidade, diante das divergências se o
aborto é ou não é crime, e as mortes caudas pela sua pratica.
Palavras-chave: Aborto – conceito. Modalidades de aborto. Legalização do aborto.
ABSTRACT
The word abortion has been used to designate the termination of pregnancy
before its normal termination, whether natural or caused, existing or not expulsion
from the destroyed fetus. From antiquity until today, abortion was used as a birth
control method. The practice is as old as mankind. Women never ceased to do so,
despite sanctions, controls, legislation and intimidation arising through the history of
mankind. It should urgently make an accurate and deeper reflection on the subject,
motivated by concern guideline that has followed humanity in the face of
disagreements whether abortion is or is not a crime, and deaths tails for their
practice.
Keywords: Abortion - concept. Abortion modalities. legalization of abortion.
.
SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 8 2. ORIGEM ............................................................................................................. 8
2.1. Conceito .................................................................................................. 9 3. ASPECTOS JURÍDICOS ...................................................................... .......... 10 4. TIPOS DE ABORTO ......................................................................................... 12 5. PROJETO DE LEI ............................................................................................. 13 6. ARGUMENTOS .................................................................................................13
CONCLUSÃO .......................................................................................................17
REFERÊNCIA BIBLIOGÁFICA ............................................................................19
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1. INTRODUÇÃO
A legalização do aborto traz a tona uma serie de questionamentos, posições
pro e contras, alem de quebra de antigos paradigmas.
Quando se trata de saúde publica onde mais de 1 milhão de abortos
clandestinos são feitos por ano, e as taxas de mortalidade das classes mais baixa é
assustador ainda há conflito de ideias.
Para esclarecer essa dúvida, é preciso direcionar o pensamento em razões
sólidas, baseadas em critérios lógicos, éticos, filosóficos, jurídicas, científicos e
bioéticos, sem, contudo, julgar, por serem merecedores de respeito os que têm esta
ou aquela opinião diante de tão controvertido assunto.
O direito da mulher e a dignidade da pessoa humana, o entendimento sobre
o aborto é de total importância par aos dias atuais onde cada vez mais debate-se o
assunto sobre sua legalidade ou seu crime contra uma possível vida e cada vez
mais mulher perdem as vidas em função de abortos maus feitos.
A mulher desde antiguidade foi vista de duas formas: um ser inferior ao qual
deveria ser totalmente submissa ao homem e como um ser reprodutor. Séculos se
passaram e muitos ainda têm a impressão de que isso ainda é verdade, porem a
mulher assim como o homem e um ser que possui as mesmas capacidades
intelectuais e físicas. Sabendo disso a mulher sempre tentou tomar as rédeas de sua
vida e de seu corpo. O aborto sempre foi realizado por elas com ou sem o
consentimento da sociedade e do homem. A questão moral do aborto ignora a
questão da liberdade e da dignidade da pessoa humana.
Mas a base do tema não é somente o argumento do direito da mulher ao seu
corpo, e sim a questão real da saúde publica com relação a aborto clandestino no
Brasil, e até que ponto realmente seria um crime contra a vida. Este estudo tem
como alvo destrinchar o assunto com base nas novas vertentes do direito.
2. ORIGEM
A história mostra que a prática do aborto nem sempre foi vista como crime,
comum entre as civilizações orientais como os chineses que nos anos de 2737 e
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2696 a.c, já tinham formulas para á pratica do aborto, os povos hebreus e gregos
também compartilhavam da mesma visão, no caso dos gregos tinham como exímios
defensores Aristóteles e Platão. Em Roma, a lei das XII Tabuas e as leis da
Republica não tratavam do aborto, pois consideravam produto da concepção como
parte do corpo da gestante e não como ser independente, de modo que a mulher
que abortava nada mais fazia que dispor de seu próprio corpo.
Em tempos posteriores o aborto passou a ser visto como crime, sendo que a
partir de certa época pregava-se o Pátrio Poder(Império Romano) considerando o
ato de abortar uma lesão do Direito do marido em virtude da mulher ser sua
propriedade, portanto apenas poderia ser autorizada por ele sendo sua pratica
castigada se não fosse da vontade do marido. Foi então com o cristianismo que o
aborto passou a ser efetivamente reprovado no meio social, com os imperadores
Adriano, Constantino, e Teodósio, reformando o direito e assimilado o aborto ao
crime homicídio. Por influencia de Tomas de Aquino, pregava que o feto recebia
alma após 60 dias de sua geração, a pratica realizada antes deste período não
caracterizava pecado.
A igreja católica apenas em 1869 tornou oficial ser contraria ao aborto, o
qual declarou o papa Pio IV,
“a humana começa no momento da concepção.”
O Brasil é uma colônia de Portugal um país católico em sua essência, e a
pratica da interrupção da gravidez era por ele condenada, perante as leis divinas, o
que resultou na mesma visão para o nosso país.
A chegada do século 20 trouxe o tema de uma forma mais característico,
com expansão do movimento feminista da emancipação da mulher e da sua luta por
direitos iguais. A antiga URSS foi a primeira a legalizar a pratica do aborto e seguida
por países como Alemanha, Estados Unidos, Canadá, França e Itália, porem não
todos os territórios dos referidos países.
2.1. Conceito
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A visão para a legalização do aborto que se tem com referencial não é
somente a criminal, mas também o direito a vida da mulher em ter um filho e se
responsabilizar por ele. Além de que onde fica sua dignidade de pessoa humana em
poder ou não optar por levar uma gestação em frente.
Ter domínio de seu corpo e de suas vontades? O código penal em sua parte
especial discorre do artigo 124 aos 128, sobre o crime do aborto deixando algumas
ressalvas dentre elas: Aborto por estupro, feto com anencefalia (recentemente
aprovado pelo STF ) ou por risco a vida da gestante. Por este motivo o legislador
deve analisar caso a caso o que demanda um conceito próprio daquele que julga o
que poderia ser resolvido sem houvesse à descriminalização e então assim uma
forma de repercussão geral.
3. ASPECTOS JURÍDICOS
Durante um período, o aborto não existia na legislação brasileira como
crime, pois o Estado considerava que a mulher era possui direito sobre de seu corpo
e poderia dispor deste, cabendo a ela de interromper a gravidez a qualquer tempo
sem que lhe fosse atribuída alguma penalidade. Porem com o Código Penal do
Império de 1830 passou a tratar o aborto como crime grave contra a segurança a
vida. O aborto a partir deste momento foi incluído nos crimes contra a segurança da
pessoa e da vida no Brasil, em seus arts. 199 e 200, nos quais eram detalhados dois
tipos de ação criminosa: Aborto consentido e aborto sofrido, e no caso o aborto
provocado não era punido. O referido código do Império do Brasil em seus artigos
199 e 200 dispunha:
“Art.199. Ocasionar aborto por qualquer meio empregado anterior ou exteriormente com o consentimento da mulher. Pena: Prisão com trabalho de 1 a 5 anos. Se o crime for cometido sem o consentimento da mulher pejada. Penas dobradas.
Art 200. Fornecer, com o consentimento de causa, drogas ou quaisquer meios para produzir o aborto, ainda que este não se verifique. Pena: Prisão com trabalho de 2 a 6 anos. Se esse crime for cometido por médico, boticário ou cirurgião ou ainda praticantes de tais artes. Penas: dobradas.”
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Desse modo, o Código Penal de 1830 punia apenas o causador do aborto,
com a pena de 1 a 5 anos, em dobro no caso do ato ser efetuado sem o
consentimento da mulher, mas não previa o crime de Aborto praticado pela própria
gestante a qual em qualquer hipótese, era isenta de punição. Nas palavras de
Capez,
“O código do Império de” 1830 não previa sobre o crime de aborto, praticado pela própria gestante, mas criminalizava a conduta de terceiros que o realizassem, com ou sem o consentimento da mulher, já o código de 1890, passou a prever o crime de aborto praticado pela gestante e apenas com o Código Penal de 1940, o crime de aborto provocado, sofrido, e o consentido, foram tipificados. (pag.108)
Após 1890 introduziu-se o “Código Penal da República”, que passou a
criminalizar o aborto praticado pela própria gestante. Conforme nos ensina
Bitencourt
“Quando o aborto era praticado para ocultar desonra própria a pena era consideravelmente atenuada. Este código passou a autorizar o aborto para salvar a vida da gestante, neste caso, punia eventualmente imperícia do médico.”
“Art.300 provocar aborto haja ou não a expulsão do produto da concepção.”
No primeiro caso a pena era de prisão celular de 2 a 6 anos. no segundo
caso, pena de prisão celular de 6 meses a 1 ano. Em seu parágrafo 1º considerava
que se em virtude do aborto, ou dos meios empregados para provocá-lo, ocorresse o
óbito da gestante a pena de prisão seria de 6 a 24 anos, e a proibição do exercício
da profissão de medicina por tempo igual ao da reclusão.
“Art.301, Provocar Aborto com anuência e acordo da gestante.”
A pena de prisão celular de 1 a 5 anos, em seu parágrafo único que em igual
pena incorrera a gestante que conseguir abortar voluntariamente, empregado para
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esse fim, mas com redução da terça parte se o crime foi cometido para ocultar
desonra própria.
O Código Penal Brasileiro de 1940 instituiu o aborto um dos crimes contra a
vida, autorizado apena em 3 situações já citados, o que não os torna legais, mas sim
autorizados e não penalizados.
4. TIPOS DE ABORTO
O aborto geralmente é dividido em dois tipos, aborto espontâneo e aborto
induzido. Outras classificações também são usadas, de acordo com o tempo de
gestação, por exemplo, como expõem Teles,
“O aborto acidental também pode ser chamado de ocasional ou circunstancial, acontece quando inexiste qualquer propósito em interromper o ciclo gravídico, geralmente provocado por um agente externo, como emoção violenta, susto, queda, ocasionando traumatismo, não existindo ato culposo, ou seja, negligência imprudência ou imperícia.” (pag.130)
Quanto aos métodos usados para a indução do aborto, segundo o Ministério
da Saúde as formas são as mais variadas, dentre ela: chás, leigas, objetos
perfurantes, líquidos cáusticos, injeções, clinicas clandestinas e privadas, mas
também no início dos anos 90 a chegada do misoprostol (Cytotec).
Já quanto ao aborto espontâneo ou acidental discorrem a respeito Belo,
Nucci e Diniz
“O aborto espontâneo e acidental, não são puníveis. No primeiro a interrupção espontânea da gravidez, ocorrendo, por exemplo, quando presente alguma anormalidade no crescimento do feto, ou, uma doença infecciosa, ou ainda um distúrbio glandular. O segundo o aborto acidental, ocorre com interferência externa involuntária, como por exemplo, a queda”. (pag. 21)
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“Aborto espontâneo, involuntário ou casual, é a interrupção da gravidez oriunda de causas patológicas, que ocorre de maneira espontânea” Nucci
“Cabe acrescentar que o aborto espontâneo ou natural é geralmente causado por doenças no curso da gravidez por péssimas ou precárias condições de saúde da gestante preexistentes a fecundação, alguns exemplos são: sífilis, anemia profunda, cardiopatia, diabetes, nefrite crônica entre outras. Ou por defeitos estruturais no ovo, embrião ou feto...”( pag.30) Diniz
5. PROJETO DE LEI
A partir da Constituição Federal de 1988, que se travam verdadeiras
batalhas para a legalização do aborto, as quais perpetuam até os dias de hoje, com
algumas vitorias com a da permissão em caso de anencefalia julgada em 2012, a
qual permitiu que muitas mulheres por meio de alvará pudessem abortar.
O projeto de lei 1135 de 1991 dos deputados Eduardo Jorge e Sandra
Starling, pretendia extinguir o artigo. 124 do Código Penal, que criminaliza o aborto
feito com o consentimento da mulher gestante, porem apenas julgado em 2008, mas
infelizmente não passou. A o caso de um anteprojeto de lei elaborado por um grupo
de juristas em meados de 2012 para o novo Código Penal em que propõem a
legalização em outros acaso alem dos permitidos em e lei como casos, contudo
ainda esta em aperfeiçoamento.
Mas a casos os quais já se julgavam solucionados como o a liberação e o
uso da pílula do dia seguinte, que passa por uma tentativa de proibição por meio do
PL5026 que possui a defesa do presidente da câmara Eduardo Cunha, que pretende
a proibição do uso da pílula seguinte mesmo em casos de aborto.
6. ARGUMENTOS
A visão da sociedade com relação aborto é dividida. De um lado, as pessoas
a favor da prática do abortamento, alegam que é em primeiro lugar existe o direito da
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mulher sobre seu corpo onde o movimento feminista difunde que a mulher não tem a
obrigação de continuar com a gestação contra sua vontade, posteriormente é pior ter
famílias sendo forçadas e existirem sem o mínimo de preparo resultando em
indivíduos marginalizados e desamparados pela família, do outro, a parte que é
contra afirma que o aborto impede o direito a vida que é direito de todos , mesmo os
nascituros e alegando que se consentido o mundo seria mais libertino, de certa
forma fazendo com que ao aborto venha a ser um método contraceptivo.
A posição oficial da Igreja Católica classifica o aborto como um dos pecados
sujeitos à excomunhão:
“A gravidade do aborto provocado aparece em toda a sua verdade, quando se reconhece que se trata de um homicídio [...]” (João Paulo II, Encíclica Evangelium Vitae, 25/03/1995, nº 58)
A igreja não vê da forma como as pessoas pensão moralmente com relação
ao aborto, para as religiões como um todo é uma afronta aos desígnios de Deus
sendo que ele determina quem vive e quem morre. Porem a sociedade tende a
confundir com o aspecto de conduta e de crime imposto pela comunidade já que
julgam de acordo com a norma.
O Aborto em nosso ordenamento jurídico e crime, sendo que se baseia em
um código criado em meados 1940, como crer que com tantos avanços científicos e
tecnológicos ainda nos prendemos em uma visão antiquada na qual permitia seu
feito em casos de estupro e o perigo a vida da mulher. Questiona-se a interrupção
da gravidez como crime, porem esquecem que crime realmente é obrigar a mulher
seguir com uma gestação que ela não quer.
A visão de Danda Prado evidencia um feminismo no qual demonstra não
somente a visão feminista, mas também o direito a uma serie de quesitos
esquecidos e não criminalizado pela sociedade
“Nunca me ocorreu conformar-me com a legislação e admitir que uma mulher não pudesse ter acesso à interrupção de uma gravidez não desejada”. (p.7)
“Uma das principais reivindicações do movimento feminista era a alteração total das estruturas econômicas e sociais de nossa sociedade”. (p.83)
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Enquanto efetivamente reduz a mortalidade materna, e recentemente foi
demonstrado que promove redução da criminalidade em uma comunidade fechada,
o que grupos sociais ficam discutindo quando pretendem o seu impedimento
legal?(pag.10)
Quando Maria Helena Diniz em seu livro do Bio Direito expõem uma série de
pontos mundiais a serem vistos e para um entendimento de como se procede à
prática em outros países,
“Os Estados Unidos da América país no qual ocorre um aborto para cada três gestações, em média inserem o aborto, nos Estados-membros em que se admite essa prática, na categoria dos rights of privacy.
A Lei Italiana admite o aborto praticado até o nonagésimo dia da gestação, sujeitando-se a conduta, por razões econômicas ou sociais, à tipificação penal, conforme a hipótese, Lei n.194, de 22-05-1978. Tanto a Lei Italiana como a Francesa acentuam que o aborto não deve ser praticado sob o pretexto de controle da natalidade, art. 13 da Lei Francesa n.75-17, de17-01-1975”. (p. 390)
Sobre o tema surgem varias indagações sobre o motivo de legalizar o
aborto, mas como abordá-las sem ser cruel ou até realista em demasia.
Se fosse legalizado, haveria em uma diminuição significativa do índice de
mortalidade por sua praticas realizadas em ambientes inapropriados, não seria uma
forma de controle de natalidade e sim um domínio do próprio corpo e de suas
vontades sócias e éticas, pois um entendimento do que realmente pode ser feito e
até que mês permitira uma visão menos cruel e tacanha e mais pratica porem não
menos sensível do aborto. Como recém-julgado pelo STF o caso de aborto por
anencefalia, que demonstra uma perspectiva jurídica e mais entendida do que é nas
palavras de Belo,
“É certa, portanto, a inviabilidade da sobrevida do feto a anencefalia. Constata-se que a anencefalia é uma alteração na formação cerebral, resultante de falha no inicio do desenvolvimento embrionário do mecanismo de fechamento do tubo neural, sendo caracterizados pela falta dos ossos cranianos (frontal, occipital e parietal), hemisférios e do córtex cerebral.”
Saber com exatidão onde como começa a vida e o direito é um tanto
questionável, porém tentar delimita-lo já o torna mais palpável VENOSA, Sílvio de
Salvo:
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“A questão do início da personalidade do início tem relevância porque através da personalidade, o homem se torna sujeito de direitos. O nosso código civil estabelece o critério necessário para se ter início à personalidade, ou seja, é essencial que o nascimento seja com vida, porém resguarda os direitos de quem ainda não nasceu”. (p. 142).
As estimativas do próprio Ministério da Saúde são bastante defasadas, e
pesquisa feita em 2009, pelo MS, deixa claro que não se tem os dados reais do
índice de abortos, muito menos as morte causadas de fato pelo ato, em uma
pesquisa que levou cerca de 20 anos pra ser concretizada, e como bem cita no livro
Aborto e Saúde publica no Brasil,
“A ilegalidade traz consequências negativas para
a saúde da mulher, pouco coíbe a pratica e perpetua a
desigualdade social. O risco imposto pela ilegalidade do
aborto é majoritariamente vivido pelas mulheres pobres e
pelas que não te acesso aos recursos médicos para o
aborto seguro...” (pág.13)
Os resultados dessa pesquisa demonstram que a população mais carente é
a que mais sofre e arca com as consequências, levando a vida de milhares de
mulheres pela praticado aborto clandestino, sendo a causa numero 1(um) de morte
em Salvador,BA.
A constituição de 88 é taxativa em seu artigo 5º, inciso I declara que homens
e mulheres são iguais perante a lei, porem a um grande caminho a ser percorrido
mesmo do dia atuais, o machismo das normas implementadas no passado, por um
corpo legislativo composto apenas de homens preconceituosos e dispostos a criar
subterfúgios em beneficio próprio ou de seus pares, acirrando a desigualdade de
gêneros.
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CONCLUSÃO
Espera-se com este trabalho, que nestas linhas possamos chegar a um
entendimento maior sobre o tema se suas vertentes, podendo assim elucidar a
questão a todos os interessados contra ou a favor.
Demonstrar que para as vidas de milhares de mulher no Brasil a pratica do
aborto se legalizada evitaria a morte de ser um gasto gigantesco aos cofres pelo sua
prática indevida e marginalizada, evitando também crianças abandonadas ou
mesmo levadas a o crime por não terem uma base familiar estruturada. .
Conforme, a explanação, evidencia-se que o aborto, fora dos casos legais, e
como bem esclarecidos, não deve mais ser visto como se ainda estivéssemos em
meados de 1800, muito menos na década de 40, períodos que a mulher era vista
somente como ser feito pra procriar, não era vista como ser pensante e autônoma de
suas próprias vontades.
Meu posicionamento é favorável ao aborto, visto que a prática do mesmo de
forma clandestina mata mais que homicídios ou acidentes, e enriquece de forma
ilícita pessoas inescrupulosas que se utilização da proibição do aborto, para
cobrarem o que lhes convém e não oferecem instalações nem métodos adequados,
ceifando a vida de milhares de mulheres, as quais são impedidas de tomar decisões
sobre seus próprios corpos.
Diante dos vários aspectos que envolvem não somente questões sociais,
éticas, morais, de natureza políticas, socioeconômicas, psicológicas e, sobretudo de
saúde pública, denota-se que o aborto é um problema cuja existência não pode ser
ignorada, muito menos tratada de forma arcaica em pleno século 21, exigindo uma
ampla discussão social e sua legalização.
É de conhecimento de todos que o aborto é praticado no Brasil, tanto nas
classes mais baixas como nas classes media e alta, em meio às condições de
higiene precária ou em clinicas de alto padrão, e ocorre com adolescentes e em
mulheres já na face adulta. Para esse problema ser atenuado é necessário uma
solução urgente e eficaz, buscando novas diretrizes, para uma política social e de
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saúde publica, que atente as reais necessidades da sociedade, para saúde
reprodutiva, ao controle de natalidade, a qualidade de assistência à mulher, a
qualidade de vida da população e a polêmica questão, da liberdade da mulher.
Diante do exposto, Concluo minha monografia de final de curso, que apesar
de várias posições contrarias minha posição e favorável ao aborto, e sempre a favor
da mulher.
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20
ARTIGO. In: SARMENTO, Daniel. Legalização do Aborto e Constituição. Disponível na Internet: http://www.mundojuridico.adv.br. Acesso em 9 de Outubro de 2015.