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UNINGÁ UNIDADE DE ENSINO SUPERIOR INGÁ FACULDADE INGÁ CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DENTÍSTICA RAFAELA VEDANA PRINCÍPIOS DE ILUSÃO DE ÓPTICA EM DENTÍSTICA PASSO FUNDO 2007

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UNINGÁ – UNIDADE DE ENSINO SUPERIOR INGÁ

FACULDADE INGÁ

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DENTÍSTICA

RAFAELA VEDANA

PRINCÍPIOS DE ILUSÃO DE ÓPTICA EM DENTÍSTICA

PASSO FUNDO

2007

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RAFAELA VEDANA

PRINCÍPIOS DE ILUSÃO DE ÓPTICA EM DENTÍSTICA

Monografia apresentada à Unidade de Pós-graduação da Faculdade Ingá-UNINGÁ-P a s s o F u n d o -R S c o m o requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Dentística.

Orientadora: Profª. Drª. Simone Beatriz Alberton da Silva

PASSO FUNDO

2007

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RAFAELA VEDANA

PRINCÍPIOS DE ILUSÃO DE ÓPTICA EM DENTÍSTICA

Monografia apresentada à comissão ju l g a d o r a d a Un i d a d e d e Pós-graduação da Faculdade Ingá-UNINGÁ-P a s s o F u n d o -R S c o m o requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Dentística.

Orientadora: Profª. Drª. Simone Beatriz Alberton da Silva

Aprovada em _____/_____/_____.

BANCA EXAMINADORA:

___________________________________________________________________

Profª. Drª. Simone Beatriz Alberton da Silva

___________________________________________________________________

Profª. Ms. Anamaria Estacia

___________________________________________________________________

Profª. Ms. Janesca de Lurdes Casalli

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Aos meus pais, Helio e Gema que sempre colocaram seus filhos acima de tudo. Pela determinação, incentivo, carinho e confiança; e

principalmente por saber que nossas realizações são suas também. Amo muito vocês.

Ao meu irmão, Marcel por fazer parte da minha vida, saiba que te amo, torço muito pela sua felicidade e sucesso. Conte sempre comigo.

Aos meus amigos, companheiros maravilhosos que tornam os momentos da minha vida cada vez mais agradáveis e divertidos.

A minha orientadora, Prof. Drª. Simone Beatriz Alberton da Silva, pessoa de extrema competência e dedicação, pelos ensinamentos e estímulos

pela busca do conhecimento.

À Deus, por colocar todas essas pessoas importantes em minha vida e de alguma maneira sempre mostrar o caminho a ser seguido...

Agradeço do fundo do meu coração e dedico este trabalho.

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``A Odontologia é a área da saúde que preserva e restaura o movimento mais lindo e feliz do ser humano: o sorriso.´´

Celso Gomes Pinto, 1983

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RESUMO

A busca dos profissionais por aprimoramento e técnicas capazes de assegurar a estética em restaurações, associado ao alto nível de exigência dos pacientes, que agora pedem que suas restaurações dentais não só desempenhem bem sua função, mas que elas tenham aparência de dente natural, fez com que houvesse necessidade de utilização dos princípios de ilusão de óptica para harmonizar o sorriso. Além da escolha do material mais apropriado para a realização das restaurações, é preciso considerar que a harmonia dos dentes no arco depende de diversos fatores a serem considerados, como a simetria e proporção, o tamanho, a forma e contorno externo, a posição e alinhamento, a cor e a textura da superfície. Através dos trabalhos revisados foi possível constatar que a aplicação dos princípios de ilusão de óptica nos tratamentos restauradores, torna-se imprescindível para eliminar ou dissimular características naturais dos dentes, ou seja, alterar cosmeticamente os dentes anteriores, visando disfarçar suas imperfeições. Palavras-chave: Ilusão de óptica. Estética dentária.

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ABSTRACT

The search for improvement and techniques capable to assure the aesthetic in

restorations, associated to the high level of patient’s requirement, who now ask for dental restorations which, not only play well its function, but also show natural appearance, brought the necessity of use of the principles of optical illusion to harmonize the smile. Beyond the choice of the material most appropriate for the accomplishment of the restorations, is necessary to consider that the harmony of teeth in the arc depends on many factors, as the symmetry and ratio, the size, the form and external contour, the position and alignment, the color and the texture of the surface. Through this work was possible to review the application of the principles of optical illusion in the restoring treatments, essential to eliminate or to dissimulate natural characteristics of teeth aiming to hide its imperfections. Word-key: Optical illusion. Dental aesthetic.

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SUMÁRIO

TÍTULO PÁGINA

1. INTRODUÇÃO.......................................................................................... 8

2. REVISÃO DE LITERATURA................................................................... 10

2.1 SIMETRIA E PROPORÇÃO................................................................... 17

2.2 TAMANHO.............................................................................................. 19

2.3 FORMA E CONTORNO EXTERNO....................................................... 20

2.4 POSIÇÃO E ALINHAMENTO.................................................................. 22

2.5 COR......................................................................................................... 23

2.6 TEXTURA DA SUPERFÍCIE................................................................... 25

2.6.1 Linhas de brilho............................................................................ 27

2.6.2 Área plana..................................................................................... 28

2.6.3 Lóbulos e sulcos de desenvolvimento...................................... 28

2.7 IDADE..................................................................................................... 30

2.8 PROPRIEDADES ÓPTICAS................................................................... 31

2.8.1 Fluorescência............................................................................... 31

2.8.2 Opalescência................................................................................ 31

2.8.3 Opacidade e translucidez............................................................ 32

2.9 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................... 32

3. CONCLUSÃO............................................................................................ 35

REFERÊNCIAS............................................................................................. 36

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1 INTRODUÇÃO

A crescente valorização de um sorriso esteticamente agradável faz com que

as pessoas, cada vez mais busquem alternativas de tratamento para modificar ou

melhorar a aparência de seu sorriso. Desta forma, a aparência torna-se desejo

comum a todos, para que se sintam incluídos nos padrões estéticos previamente

estabelecidos pela mídia, pelo mercado de trabalho e pela sociedade em geral.

O sorriso é a moldura dos dentes; assim olhos observadores percebem

rapidamente o que está fora de equilíbrio com o meio, desarmônico ou assimétrico.

A diminuição da cárie dental, somada a uma população que, de modo geral,

apela cada vez mais para uma Odontologia estética, faz com que os tratamentos

odontológicos venham evoluindo, enfatizando o tratamento cosmético. O desejo de

possuir uma aparência agradável não é mais entendido como um sinal de vaidade. A

atenção dada à estética, à beleza e à aparência, no mundo competitivo em que

vivemos, é considerada uma arma importante e essencial na luta pela vida.

É comum ouvirmos a expressão ``os dentes são o cartão de visita da

pessoa``. Isto apenas reforça a associação entre dentes e auto-imagem e confirma a

idéia de que um belo sorriso e dentes claros e harmoniosos refletem sucesso

pessoal, por estarem de acordo com os padrões da sociedade atual.

Visto que é de extrema dificuldade para o cirurgião-dentista imitar

características naturais de seus pacientes, este busca como recurso procedimentos

que envolvam ilusão de óptica para construir dentes alinhados e funcionais.

Além disso, os procedimentos de remodelação cosmética e restauração dos

dentes que utilizam os princípios de ilusão de óptica têm algumas vantagens como à

preservação da estrutura dentária remanescente, estética e resistência, reparo

restaurador fácil, diminuição da movimentação ortodôntica, resultado praticamente

imediato, procedimento reversível, previsibilidade do tratamento, baixo custo em

relação aos demais procedimentos restauradores, principalmente quando resinas

compostas diretas são utilizadas e melhoria dos aspectos psico - sociais.

O objetivo deste trabalho foi revisar na literatura os princípios de ilusão de

óptica. Especificamente, descrever as formas de aplicá-los nos procedimentos

estéticos odontológicos e caracterizar as maneiras de devolver a estética através de

remodelação cosmética na coroa dentária.

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A Dentística Estética requer do profissional observação, paciência e aplicação

meticulosa das técnicas e protocolos existentes.

Emfim, através do entendimento e aplicação de alguns elementos artísticos,

poderá ser mais fácil obter a harmonia do sorriso.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

A revolução na Dentística Estética começa com a aproximação do século XXI.

Muitos pacientes agora pedem que suas restaurações dentais não só desempenhem

bem sua função, mas que elas tenham aparência de dente natural (CHRISTENSEN,

1997).

A Dentística Estética busca recursos que irão restituir as alterações da forma

dentária, com o objetivo de devolver uma relação mais harmônica dos dentes com a

arcada dentária e com o perfil facial do paciente, melhorando o aspecto psico - social

(CASTELLO et al., 2002).

Criar ilusões de óptica é um dos objetivos mais importantes da Odontologia

Cosmética e a Dentística Estética é a arte da Dentística em sua forma mais pura

(GOLDSTEIN, 1982).

A palavra estética deriva da expressão grega aisthetikas que significa

percepção (CARDOSO; GONÇALVES, 2002).

Referindo-se a Estética dental em Dentística, Pilkington (1936), a definiu

como a ciência de reproduzir ou harmonizar nosso trabalho com a natureza e

traduzindo desta maneira nossa arte.

Estética é uma disciplina filosófica que estuda os conceitos de beleza, sendo,

portanto, o estudo das regras e princípios da arte. O termo estética encontra-se mais

relacionado à beleza pura, enquanto a cosmética não apresenta outra função além

do embelezamento. A busca por estética, muitas vezes, motiva o paciente a procurar

tratamento dental (PAGANI; BOTTINO, 2003).

Há muito tempo, a humanidade vem buscando fundamentos de beleza e

harmonia visual que colaborem no campo da estética, contida na arte, arquitetura e

anatomia. O termo estética induz transmitir visualmente, aspectos de beleza

contidos em uma sociedade que dita os padrões de beleza, conforme os caminhos

que as pessoas percorrem em relação aos costumes e tradições culturais, com o

objetivo de aperfeiçoar os conceitos, formas e comportamentos (CHAVES et al.,

2002).

Além disso, a estética reflete-se também na área psicológica, pois as pessoas

buscam a beleza como forma de conforto visual, estar bem consigo e, em alguns

casos, facilitar o relacionamento social. Esta busca pela estética é positiva e ajuda a

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implantar uma saúde psicológica nas pessoas. Esta percepção visual esta ligada

basicamente ao fator cultural, que considera a beleza conforme as concepções

culturais (CHAVES et al., 2002).

A estética sempre foi idealizada por artistas, que em outras épocas já

valorizavam algumas formas que o corpo humano deveria ter para ser belo. No

entanto, aquilo que se percebe como belo está também relacionado a traços e

medidas estabelecidas, que tem origem em uma proporção natural chamada áurea

(MONDELLI, 2003).

A estética necessariamente não significa beleza, mas sim algo harmônico, de

acordo com as características do sujeito (BERTONE; ZAIDEN, 2004).

Segundo Vallo et al. (1995) harmonia é o que mantém os contrastes unidos e

para Rufenacht (1998) a harmonia nas proporções é um princípio estético, parte da

beleza essencial.

Segundo Goldestein (1982) muitos estudos psicológicos vêm apontando as

vantagens de um sorriso atrativo e a importância da auto-imagem.

Por outro lado, para Kalix et al. (2003) o conceito de estética é pessoal,

tendencioso e mutável. A opinião, o meio social, o grau de esclarecimento e

urgência, bem como a cultura do paciente, devem ser observados e considerados.

Assim, se obtém a individualização dos casos.

O desejo de parecer atraente já não é mais considerado sinal de vaidade.

Numa sociedade competitiva dos pontos de vista econômico, social e sexual, a boa

aparência é uma necessidade. Segundo Goldstein (1969) e Rufenacht (1998), a

face, é a parte mais exposta do corpo, e a boca, seu detalhe dominante. Portanto, os

dentes estão recebendo cada vez mais atenção, sendo considerados peças

fundamentais na criação de um sorriso agradável.

De acordo com Portalier (1996) a Dentística Estética é subjetiva, não existe

um resultado final até que o tratamento restaurador satisfaça o paciente. Entretanto,

moda, ambiente, e mídia exercem varias influências nos pacientes e podem

transformar o encanto dos resultados de ontem em desencantos dos resultados de

hoje.

A unidade e variedade agradável nos sorrisos naturais é tão evidente como a

unidade e variedade de pessoas e a importância da arte. É a unidade que faz

fabricarmos sorrisos socialmente aceitáveis com estética. Por outro lado é a

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variedade que estabelece nosso trabalho como exclusivamente personalizado

(GOLUB-EVANS, 1994).

Segundo Fahl Jr. (1996), não importa quanta habilidade o clínico possa ter, o

resultado estético final requer adequado treinamento, experiência e implementação

de adequado material. Não existem atalhos em Dentística Estética. Para conseguir

uma Estética ótima e resultado funcional, a Dentística necessita de perspicaz

observação, paciência e meticulosa aplicação das técnicas e protocolos que

existem, motivação para o estudo e treinamento intensivo, permitindo arte criativa

para interagir com espátulas e pincéis. Criatividade é uma parte do processo, e é

acrescentada para tornar a Dentística prazerosa.

É importante reconhecer que o conceito de beleza é subjetivo, dinâmico,

dependente de fatores culturais e preferências individuais, o que requer do

profissional, além do domínio da tecnologia, uma visão multidisciplinar, pois nenhum

dos fatores que compõem a harmonia do sorriso pode, isoladamente, representar

sua condição estética (CONCEIÇÃO et al., 2000).

Segundo Goldstein (1969), é óbvio que o interesse e a sensibilidade com

respeito à estética dental será maior entre os dentistas. Entretanto, esta evidente

que muitos dentistas não possuem um suficiente grau de sensibilidade em relação

às necessidades estéticas dos pacientes.

O conhecimento e a percepção dos princípios de ilusão de óptica, associados

à habilidade técnica, são de grande importância na construção de sorrisos jovens e

bonitos. Além disso, é de fundamental importância que o profissional domine as

técnicas e materiais restauradores diretos e indiretos disponíveis, técnicas de

clareamento dental, mecanismos de adesão dos materiais à estrutura dental,

conceitos básicos de oclusão e relação dos dentes com os tecidos moles

periodontais (RUFENACHT, 1998).

O dentista deve guiar o paciente apresentando todos os tratamentos lógicos

alternativos. É interessante utilizar fotografias coloridas de casos similares,

previamente ao tratamento, para ilustrar e explicar os variados métodos de

tratamento. Modelos dos dentes ou ensaios restauradores também são de grande

utilidade. Entretanto, a decisão final sobre a forma de tratamento, deve ser

consentida pelo paciente. Mesmo depois que determinada modalidade de tratamento

for selecionada, o paciente deve ser consultado sobre vários aspectos como a

seleção da forma e o contorno final da restauração. O dentista possui um conceito

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sobre estética dental, mas não deve ditar o resultado final, o paciente deve também

opinar (HEYMANN, 1987).

O tratamento ortodôntico deve ser sempre considerado quando são

detectados defeitos específicos, especialmente de posição e mal oclusão.

Entretanto, se o tratamento ortodôntico não pode ser executado ou considerado,

defeitos menores de posição podem ser tratados (HEYMANN, 1987).

Para Mondelli (2003) o tratamento ortodôntico deve sempre ser considerado

em casos de dentes mal posicionados ou girados, especialmente se outro problema

de posição ou mal oclusão existir. Todavia, se o problema ortodôntico é mínimo e o

tratamento inacessível financeiramente, dentes anteriores ligeiramente apinhados ou

com defeitos mínimos de posição podem ser tratados por desgaste remodelador,

acréscimo de resina composta, ou por procedimentos mais invasivos como coroas

totais ou facetas laminadas de resina ou porcelana. Contudo, apenas os problemas

que podem ser tratados sem alteração significante da oclusão ou contorno gengival

do dente deveriam ser tratados desta maneira.

As adaptações anatômicas dentárias são bastante utilizadas nos

reposicionamentos dentários e podem ser feitas por meios de desgaste, ajustes ou

acréscimos, proporcionando forma e função a um dente que, após tratamento

ortodôntico, não ocupa sua posição natural na arcada (STANGANELLI; PELLEGRIN;

VIEIRA, 2000).

O tratamento na região anterior não é considerado um sucesso quando

somente a função e a saúde dos tecidos são restauradas, agora a estética das

restaurações é colocada no mesmo nível de importância. Exceto em pacientes com

severo comprometimento periodontal, é esperado prover satisfatórias e naturais

restaurações em qualquer tipo de modalidade restauradora. Estas expectativas são

aplicadas às resinas compostas, incluindo àquelas confeccionadas a mão livre

(DIETSCHI, 1995).

Um sorriso harmonioso é caracterizado na maioria das vezes por porções

incisais arredondadas, presença de ameias incisais e faces com ângulos suaves. Em

situações em que a natureza responde com uma rotação, má posição ou diastema, o

profissional restaurador encontra extrema dificuldade em eliminar ou dissimular

deformidades naturais quando não utiliza procedimentos cosméticos que envolvam

ilusão de óptica. (MONDELLI, 2003).

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Segundo Rufenacht (1998), o uso de conceitos ópticos para criar ilusões de

tamanho e forma que são diferentes da realidade pode ser a melhor forma de

resolver ou de esconder uma situação esteticamente difícil. O desequilíbrio da

harmonia do sorriso é causado por alterações nos elementos dentais, como bordas

incisais gastas, fraturadas, mal formadas e/ou mal posicionadas, ocasionando um

desnível e a quebra da proporção correta entre os dentes anteriores (PEREIRA;

MENDES JÚNIOR; CARVALHO, 2002).

A presença de agenesias, diastemas e dentes anteriores com desarmonias de

forma e tamanho alteram a harmonia facial e podem, na grande maioria das vezes,

afetar o comportamento social, profissional e mesmo afetivo das pessoas

(CENTOLA; NASCIMENTO; GIRALDI, 2000).

Os fatores individuais da personalidade que interferem na composição dos

dentes anteriores são: o sexo, a idade e o vigor do paciente (PEREIRA; MENDES

JÚNIOR; CARVALHO, 2002). Um planejamento correto deve envolver uma

abordagem geral do indivíduo, a relevância desse aspecto determina características

individuais de forma, cor e textura dental com relação direta ao seu contra lateral,

com os lábios, sorriso e face do paciente (CARDOSO et al., 2006).

Goldstein (2000) sugeriu a realização de pequenas correções em esmalte

para modificar o contorno dos dentes e contribuir para obtenção de um sorriso

harmonioso promovendo o aumento da auto-estima da pessoa. Entretanto, esta

prática não é nova, pois existem crânios maias, com mais de 2000 anos, que

mostram evidências de contorno cosmético nos dentes.

A s i ndicações para o desgaste remodelador cosmético são: desgaste

dentário, alterações da estrutura dentária, problemas ortodônticos menores de

posição e alinhamento, alternativa para coroas totais e facetas laminadas, remoção

de manchas hipoplásicas até grau três e problemas oclusais. Por outro lado, as

contra indicações para o desgaste remodelador cosmético são: câmaras pulpares

amplas, esmalte de pouca espessura, manchas profundamente pigmentadas,

susceptibilidade à cárie, reações negativas do paciente, restaurações amplas

preexistentes e envolvimento periodontal (MONDELLI, 2003).

O recontorno estético é a técnica que utiliza restaurações de resina composta

para alterar as características de forma, contorno e posição dos dentes, adequando

o sorriso aos padrões desejados (MONDELLI, 2003). Outro motivo para a confecção

das restaurações são a erosão e o desgaste dental, que resultam no adelgaçamento

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progressivo do esmalte, e geram, ao final, maior flexibilidade dental e deformações

maiores da superfície do esmalte nos dentes dos pacientes (MAGNE; MAGNE,

2007).

As indicações para realização de facetas são: realinhamento de dentes

inclinados para a lingual, transformações de incisivos laterais em centrais e de

caninos em incisivos laterais, redução e fechamento de diastemas, dentes conóides,

dentes fraturados, dentes hipoplásicos, dentes com lesões de cárie amplas na

superfície vestibular, em situações especiais para alongar os d entes anteriores

superiores e dentes com alteração de cor (BARATIERI et al., 2001; CONCEIÇÃO et

al., 2000).

O ensaio restaurador é obtido inicialmente pelo acréscimo de cera ao modelo.

Este procedimento requer conhecimentos precisos da anatomia dental, além de

intuição, sensibilidade e boa percepção da personalidade individual do paciente. Um

guia de silicona de um enceramento por acréscimo é a última ferramenta a ser

usada como referência para a redução dental. Antes do preparo dental, o paciente

deve aprovar o volume, formato, tamanho e comprimento final do dente (MAGNE;

MAGNE, 2007).

A reconstrução de cíngulos, concavidades, convexidades, protuberâncias e

cristas marginais são importantes para a manutenção da dimensão vertical de

oclusão na região anterior. O uso de molde de silicone utilizado como matriz, quando

comparado às tiras de poliéster, oferece maior precisão e facilidade na reprodução

da anatomia da face palatina dos incisivos e caninos (MAGNE; BELSER, 2003).

A partir da guia de silicona, o dente pode ser reconstituído através da

inserção de resina composta no espaço designado no enceramento, permitindo que

a reconstrução dos dentes seja além de mais eficiente, mais rápida. Faz-se

necessário testar a posição exata da guia de silicona previamente a realização das

restaurações (BARATIERI et al., 2001).

Segundo Dietschi (2001), devido ao aumento da demanda dos pacientes por

uma dentição harmoniosa, as restaurações de resina composta desfrutam de grande

popularidade por sua excelência estética, longevidade aceitável e relativo baixo

custo. Como o Brasil é um país de diversidades sociais bem evidentes, o profissional

tem o dever de oferecer alternativas e tratamentos que se adaptem a realidade

econômica individual (HOLANDA et al., 2006).

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A resina composta é a opção mais econômica, pois é uma técnica rápida,

segura e eficaz; o custo é menor em relação ao tratamento ortodôntico; dispensa

etapas de laboratório; não requer dente provisório, nem moldagem e consome

menos tempo do que o necessário para a confecção de restaurações indiretas.

(BARATIERI et al., 2001).

Os sistemas adesivos e as resinas compostas foram os materiais que

passaram pelas maiores renovações, sendo o material de eleição na maioria dos

casos, culminando com abordagens mais conservativas, m inimizando ou

dispensando o desgaste dental, incluindo casos mais extensos. Além disso, passou

a ser o procedimento indicado para pacientes que não desejam realizar tratamento

ortodôntico ou colocar próteses fixas (MELO et al., 2006).

A diminuição do tamanho das partículas e o aumento da quantidade de carga

na composição das resinas compostas proporcionaram uma melhora nas suas

propriedades químicas, mecânicas e óticas, proporcionando maior estabilidade de

cor, manutenção da textura superficial, polimento e menor desgaste (KANO et al.,

2004).

Através do processo de reanatomização em resina composta, podem ser

restabelecidas a dimensão vertical de oclusão e guias oclusais. Porém, o uso de

placas oclusais é indispensável para a longevidade do tratamento. Além disso,

revisões periódicas devem ser agendadas para avaliação e eventuais consertos,

fator que pode aumentar a vida útil das restaurações, evitando a necessidade de

substituição das mesmas (SILVA et al., 2004).

O desenho do sorriso pode ser dividido em pelo menos quatro partes, sendo

elas, estética facial, estética gengival, macroestética e microestética (PAGANI;

BOTTINO, 2003).

O posicionamento da linha do sorriso e da linha média, o posicionamento da

borda incisal de cada dente, o contorno gengival, o ponto mais alto da gengiva

marginal (zênite), o triângulo papilar, o contato interdental, a textura de superfície do

dente, a forma e o contorno dos dentes e a forma dos espaços interdentais (ameias),

são alguns dos princípios considerados e usados no desenho do sorriso. Os dentes

ântero-superiores assumem papel fundamental na estética da face (PAGANI,

BOTTINO, 2003).

A base de qualquer tratamento restaurador estético consiste na definição do

elemento de referência, que representa o objetivo e um guia restaurador estético

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para atingi-lo. Se alterações extensas estão envolvidas (somente tratar com técnicas

protéticas), são principalmente as restaurações provisórias que vão permitir o estudo

do diagnóstico do caso, definir e finalizar o objetivo terapêutico. No caso de

alterações de extensão menores, que geralmente são parâmetros de restaurações

diretas com resina composta, o procedimento de tratamento é planejar a cópia dos

elementos intactos do mesmo dente ou do dente adjacente, que então será o guia

de referência (MAGNE; HOLZ, 1996).

Além disso, o elemento de referência deverá ser analisado envolvendo a

definição da dentina e do esmalte, considerando a cor, opacidade e características

internas. O tipo de dente a ser reproduzido deve ser especificado, dentes sem

desgaste com borda incisal aguda, ou dentes desgastados com borda incisal

desgastada. Essa diferença fundamental irá influenciar no tipo de estratificação que

será aplicada na borda incisal, dentina e esmalte (MAGNE; HOLZ, 1996).

Os efeitos cosméticos estéticos em restaurações dentárias são controlados

por diversos fatores, tais como:

2.1 SIMETRIA E PROPORÇÃO

Segundo Rufenacht (1998), uma das preocupações básicas da estética é a

simetria. Existem dois tipos de simetria: a simetria radial, que é o resultado do

desenho dos objetos, estendendo-se de um ponto central, onde os lados direito e

esquerdo são a imagem de um espelho e a simetria horizontal que ocorre quando

um desenho contém elementos similares da esquerda para a direita em um

segmento regular. A conexão de beleza com os valores numéricos segue a filosofia

de que a beleza sempre é fundamentalmente exata.

O dente correspondente deve ser sempre observado, a simetria será

alcançada quando os dentes apresentarem características em comum

(YAMAMOTO; MIYOSHI; KATAOKA, 1990/1991).

O uso da Proporção Áurea na natureza pode ser encontrado nos reinos

animal, vegetal e mineral e os gregos foram os primeiros a reconhecer seu papel

dominante nas proporções do corpo humano. Na odontologia, começou a ser

aplicada a partir da década de 70 e o primeiro autor a mencionar sua aplicação foi

Lombardi (PAGANI; BOTTINO, 2003).

Segundo Mondelli (2003), a partir da Proporção Áurea, procedimentos

cosméticos podem ser realizados utilizando-se medições que confirmem e

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aperfeiçoem a estética idealizada pela natureza. O rosto humano possui simetria

entre suas partes constituintes como altura, largura e formato, o que inclui os dentes,

desta forma, partes independentes podem se relacionar proporcionando harmonia

em um rosto, corpo ou sorriso.

A Secção Áurea é definida como a razão entre duas secções de uma reta ou,

ainda, as duas dimensões de uma figura plana, em que a menor das duas está para

a maior assim como a maior esta para a soma de ambas (PAGANI; BOTTINO,

2003).

Para a Proporção Áurea, têm sido atribuídos vários sinônimos, como por

exemplo: Proporção dourada, Secção Áurea, Porcentagem de Ouro, Proporção

Divina, Número dourado, Valor Dourado, Phi, entre outros. A série matemática

exponencial de Fibonacci (1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21...) demonstra que cada termo é a

soma dos dois termos anteriores, e a razão entre os dois termos consecutivos tende

a se aproximar da Secção Áurea (1,618). Esta Proporção merece atenção especial

no estudo da beleza facial, pois possibilita critérios mais precisos para a análise

estético-morfológica dos dentes (PAGANI; BOTTINO, 2003).

Essa lei natural foi concebida pelo mentor de Leonardo da Vinci, Luca Pacioli,

com o intuito de buscar a função de beleza máxima, eficiência proficiente e uma

plenitude de harmonia (CHAVES et al., 2002).

A definição das leis da beleza e harmonia levou desde sua formulação na

antiguidade ao chamado número dourado: 0,618, descoberto por Pitágoras. Estes

conceitos de proporção foram transferidos para a área da Odontologia estética,

servindo como guia no diagnóstico de restaurações estéticas, facilitando a obtenção

do sucesso clínico. Após, gerando o similar a partir do similar, foi criada a Proporção

Divina ou Áurea, onde a largura dos incisivos está em proporção dourada com os

outros dentes anteriores numa vista frontal, aparecendo 1.618 dos incisivos centrais

superiores, 1 dos incisivos laterais e 0,618 dos caninos, produzindo uma imediata

impressão de harmonia (RUFENACHT, 1998).

Levin (1978) desenvolveu gabaritos com diversas larguras de incisivos

centrais e a respectiva proporção dos incisivos laterais e caninos superiores, com o

objetivo de facilitar o emprego da teoria de proporcionamento para o profissional da

odontologia. Posteriormente foi desenvolvido o compasso de três pontas que,

partindo da medida de um determinado dente com as duas primeiras pontas, conduz

a terceira ponta, automaticamente, a uma posição de proporcionalidade em relação

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às duas primeiras. Entretanto, este conceito pode ser realizado clinicamente,

medindo-se a distância mésio-distal do incisivo central e calculando-se a medida do

incisivo lateral, que deve ser de cerca de 60% da medida do central. O mesmo pode

ser dito sobre a relação entre incisivo lateral e canino sempre numa vista frontal

(CHAVES et al., 2002).

Kalix et al. (2003) salientou que a proporcionalidade entre os dentes é

importante na aparência do sorriso e depende da relação entre o comprimento e

largura dos dentes, bem como sua disposição na arcada, a forma do arco e a

configuração do sorriso. Deve-se considerar a proporção no elemento dental

(tamanho) e a proporcionalidade de um elemento em relação ao outro.

Classicamente, a aplicação da Proporção Áurea baseia-se na largura mésio-

distal aparente dos dentes anteriores quando vista em um aspecto frontal. A análise

unilateral de um sorriso apresenta uma dificuldade óbvia quando permite a análise

de dominância e proporção, mas não de simetria (PAGANI; BOTTINO, 2003).

A proporção perfeita deve ser observada para não comprometer o resultado

estético. Existe uma variedade ilimitada de irregularidades no contorno dental, desde

as mais imperceptíveis, em que uma simples abrasão com pontas diamantadas e

inserção de pequenos incrementos de resina composta já solucionam o problema,

até casos extremos de malformação dental, que exigem do profissional

conhecimento não apenas da forma anatômica própria do dente, mas também sua

relação com a forma da ameia, com os ângulos de transição e os ângulos incisais,

os quais ajudarão na identificação do sorriso com a pessoa, sua personalidade, seu

sexo e sua idade (LOUKA, 1989).

O objetivo da Proporção Áurea é estabelecer a harmonia. Embora a

Proporção Dourada seja largamente aceita, o sorriso composto por dentes

desproporcionais também pode ser agradável, sendo este um método não absoluto,

na Odontologia (CHAVES et al., 2002).

2.2 TAMANHO

O tamanho do dente é relevante não somente para a estética dental, mas

também para a estética facial. Enquanto os dentes devem estar em proporção uns

com os outros, eles também devem estar em proporção com a face, porque

variações grandes no tamanho dos dentes em relação ao tamanho da face, trarão

efeitos adversos à ótima estética (QUALTROUGH; BURKE, 1994).

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Segundo Mondelli (2003), a característica essencial dos dentes ântero-

superiores em relação ao tamanho é o comprimento maior que a largura, por

exemplo: a largura da coroa do incisivo central corresponde a 80 % do seu

comprimento para o sexo masculino e 88 % para o feminino; do incisivo lateral 69 %

e do canino 72 %.

Idealmente, a razão largura-comprimento do incisivo central deve ser de 0,75

a 0,8 sendo que valores menores resultam em dentes longos e valores maiores em

dentes curtos. Além disso, o incisivo central deve ser o elemento dominante na

composição dental anterior (MIRANDA et al., 2005).

O terço incisal de um incisivo comprometido deve acompanhar o comprimento

do outro incisivo íntegro. Entretanto, quando os dois estão comprometidos, o

restabelecimento da altura desses dentes deve basear-se na posição de repouso do

lábio superior. Em pacientes jovens, a exposição da borda incisal na posição de

repouso é de 2 a 3 mm, ao passo que em idosos as bordas incisais dos incisivos não

são visíveis na posição de repouso labial, devido ao desgaste fisiológico. As

mulheres possuem uma exposição das bordas incisais em média de 3,4 mm e os

homens de 1,9 em média, portanto deve-se considerar também o sexo do paciente

(BARATIERI et al., 2001).

2.3 FORMA E CONTORNO EXTERNO

Segundo Mondelli (2003) as características importantes na delimitação do

formato dos dentes são: a idade do paciente, o sexo, o perfil de sua personalidade, o

formato de seu rosto, a altura de seu sorriso que deve adequar-se ao contorno dos

dentes, a altura gengival, a presença ou ausência de hábitos parafuncionais,

alterações oclusais e disfunções da articulação temporo mandibular.

A aparência estética também é determinada pela forma dos dentes. A forma

do incisivo central é dada pela conformação e disposição dos lóbulos de

desenvolvimento. E está relacionada com a forma do rosto em posição invertida

(BLANCO; PELÁEZ; ZAVARCE, 1999).

Os incisivos centrais e laterais apresentam predominantemente forma

triangular, seguida de quadrada e ovóide, observando-se correlação entre os

incisivos centrais e laterais para ambos os sexos (FORNAZIERO, SILVA E SOUZA

JÚNIOR, 2003).

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Os dentes podem ser quadrados, ovais ou triangulares. Os quadrados

possuem os mamelões ou lóbulos de desenvolvimento mesial, médio e distal no

mesmo plano, reto. Os triangulares possuem os mamelões mesiais e distais mais

proeminentes e desenvolvidos que o mediano formando um plano côncavo. Os ovais

possuem o mamelão mediano mais proeminente e desenvolvido que o mesial e o

distal e formando um plano convexo (BERTONE; ZAIDEN, 2004).

Segundo Goldstein (2000) os dentes encontram-se em três diferentes formas:

coroas quadradas, onde as cristas marginais e centrais estão bem equilibradas e

dividem a superfície vestibular em terços; coroas triangulares, que apresentam uma

depressão vestibular, associada a cristas marginais bem evidentes e crista marginal

pouco desenvolvida; coroas ovais: caracterizadas por cristas marginais pouco

desenvolvidas, e a crista central bem evidente.

De acordo com Fradeani (2006), a forma ovóide é mais agradável,

especialmente para as mulheres e a forma triangular é vista pelos pacientes como a

menos atrativa.

O sorriso masculino é composto por dentes retos, quadrados e largos, onde

os incisivos centrais superiores apresentam-se mais vestibularizados, os laterais

mais retraídos e os caninos girados mostrando a superfície mésio vestibular.

Enquanto, o sorriso feminino é composto por dentes mais arredondados e delicados,

onde os incisivos centrais superiores apresentam-se mais e retraídos, os laterais

mais vestibularizados e os caninos com a face mésio-vestibular pouco aparente

(PEREIRA; MENDES JÚNIOR; CARVALHO, 2002).

A forma da borda incisal e praticamente reta nos incisivos centrais,

arredondada nos laterais e nos caninos ocorre à formação de uma cúspide (KANO et

al., 2004).

O arredondamento da aresta marginal faz com que a coroa do dente aparente

ser mais estreita, enquanto a agudização dos ângulos ou arestas marginais dão à

impressão visual de maior largura. Os ângulos mesiais e distais são

progressivamente maiores e mais arredondados do central ao canino, e em todos os

dentes o ângulo distal é maior e mais arredondado que o mesial (MONDELLI, 2003).

Segundo Goldstein (2000), a forma das ameias dentais também é importante.

A ameia incisal entre os incisivos centrais superiores deve corresponder a 1/4 da

distância entre a papila gengival e a borda incisal dos dentes, sendo que o restante

desta distância corresponde ao contato proximal. Já a ameia entre o incisivo central

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e lateral superior, avalia-se a distância entre a papila gengival e a borda incisal

destes dentes e o 1/3 final dessa distância deverá corresponder à ameia incisal e os

2/3 restantes, ao contato proximal. Entre o incisivo lateral e o canino, a ameia incisal

deverá corresponder à metade da distância entre a papila gengival e a borda incisal

dos dentes.

Ameias menores podem fazer os dentes parecerem mais largos, enquanto as

maiores propiciam um efeito mais estreito (CONCEIÇÃO et al., 2005).

O acabamento e polimento refinam a forma, o contorno e a textura superficial

das restaurações (PFEIFER et al., 2004).

O contorno externo é assimétrico quando se compara a porção mesial a

distal, dando o aspecto de torção, principalmente nos laterais e caninos, que

apresentam a porção distal menor e mais profunda (KANO et al., 2004).

O formato da silhueta, definido pelo contorno do dente muito mais do que a

cor, governa a beleza do sorriso e define a percepção de como o dente é grande,

longo, curto e sua harmonia no contexto (PEREIRA; MENDES JÚNIOR;

CARVALHO, 2002).

2.4 POSIÇÃO E ALINHAMENTO

O alinhamento é importante, pois dentes mal posicionados, além de

romperem à forma normal da arcada, podem interferir entre as proporções relativas

dos dentes. O correto alinhamento dos dentes confere aos lábios um suporte

adequado e é importante para a harmonia do sorriso (BLANCO; PELÁEZ;

ZAVARCE, 1999).

A posição dos dentes anteriores interfere muito na harmonia de relação

anatômica. Estudos sobre a anatomia da arcada dental podem facilmente

reconhecer contornos artificiais sobre os dentes que estão muito distantes por lingual

ou vestibular (POUND, 1962).

Segundo Fontana e Pacheco (2004) devemos considerar a inclinação axial

dos dentes, que para os incisivos centrais é perpendicular ao plano incisal e para os

incisivos laterais e caninos é ligeiramente inclinada para mesial, sendo que nos

caninos esta inclinação é mais acentuada. A manutenção da inclinação axial dos

dentes é importante para quebrar a monotonia de uma seqüência de dentes

paralelos verticalmente. Da mesma forma, essa inclinação pode sofrer pequenas

variações em função da busca pela harmonia facial, bem como da definição de

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características que determinam o sexo e definem o tamanho do sorriso em relação

aos lábios e a face.

Os dentes anteriores não estão dispostos em um mesmo plano. Os incisivos

centrais predominam sobre os laterais e os incisivos laterais sobre os caninos. Para

que isso aconteça, os dentes devem apresentar um grau de inclinação mesio-distal.

Em um sorriso harmônico a presença dos centrais é maior. Os incisivos laterais

devem apresentar a porção distal mais lingualizada, assim como os caninos em

maior grau que os laterais, desta forma, apenas a porção mesial do canino é

observada em uma visão frontal do sorriso (KANO et al., 2004).

2.5 COR

Segundo Lombardi (1973), a cor pode ser percebida e representada por três

componentes: o matiz, o croma e o valor. O matiz se refere às características que a

cor possui de identificação e diferenciação de outras cores. O croma se refere à

quantidade de pigmento, o grau de pureza ou saturação da cor. O valor é o brilho, e

descreve o clareamento ou escurecimento da cor.

O matiz é a cor básica do objeto, correspondendo às cores A, B , C, e D, na

escala Vita. Cor A representa a cor vermelho-marrom, B a cor amarela, a C a cor

cinza e D a cor vermelho-cinza. O croma corresponde à intensidade de cor, por

exemplo A1, A2, A3, etc., e o valor é o brilho atribuído à cor, determinando a

luminosidade (BARATIERI et al., 2001).

Para Miranda (2005), matiz é o nome da cor, croma é a intensidade com que

se vê a cor e valor é a quantidade de cinza que a cor contém.

A escala de cores é limitada, no extremo inferior pelo preto que é de baixo

valor, representando a cor mais escura possível e no extremo superior pelo branco,

que representa a maior luminosidade que uma cor pode apresentar (MELO; KANO;

ARAÚJO, 2005).

Quando se considera a seleção de cores em odontologia, o valor é a

dimensão mais importante, pois suas discrepâncias são muito mais perturbadoras

esteticamente. Um valor muito alto faz com que a restauração pareça artificial e seja

percebida a distância enquanto o valor reduzido tira a vida da restauração, mesmo

que o matiz e a cor estejam corretos (MELO; KANO; ARAÚJO, 2005).

Na seleção da cor do esmalte deve-se lembrar que os compósitos híbridos

são usualmente mais claros (alto valor), quando não polimerizados, tornando-se

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mais escuros (baixo valor) após a polimerização. Já a dentina artificial deve ter o

croma um a dois graus mais saturados do que a cor selecionada para o esmalte,

devendo-se utilizar materiais com maior opacidade (CARDOSO, GONÇALVES,

2002).

De acordo com Mondelli (2003), quanto maior a quantidade de luz refletida

pelos dentes restaurados, mais largos, claros e próximos se mostrarão, conferindo

aspecto de artificialidade.

Segundo Bertone e Zaiden (2004), quando a luz incide sobre a superfície

vestibular de um dente, esta se dispersa em várias direções pela presença de

irregularidades em sua superfície; se esta for plana, a dispersão de luz terá uma

resultante paralela entre si, como em frente a um espelho.

Os dentes são policromáticos em conseqüência da variação da espessura da

camada de esmalte no sentido cervico incisal. Pelas resinas serem monocromáticas,

exige a aplicação de cores diferentes, através de técnicas de estratificação

(MONDELLI, 2003).

O e smalte é translúcido e sua cor varia do amarelo claro ao branco

acinzentado, sendo que na região cervical sua espessura é menor e aumenta

gradualmente até a região incisal. Suas características de translucidez permitem

uma maior transmissão de luz em comparação à dentina, que por ser mais opaca,

reflete grande quantidade de luz. Portanto, na região cervical há uma maior

influência da cor da dentina, enquanto na região incisal e proximais a espessura do

esmalte é maior, permitindo maior transmissão de luz. (TEN CATE, 2001).

Segundo Baratieri et a l . (2001), o esmalte é uma estrutura transparente

translúcida que reflete luz, devido aos prismas, presença de substância

interprismática e as várias espessuras que cercam as estruturas circundantes. A

dentina é um substrato opaco-translúcido, com várias graduações de croma, ou seja,

diversas intensidades de cor.

O terço cervical apresenta um croma mais alto e matiz mais saturado quando

comparado ao terço médio, isto ocorre devido à menor espessura de esmalte nessa

região e, consequentemente, maior visualização da cor da dentina (VANINI, 1996).

Segundo Fellipe et al. (2003), os opacos são resinas fluídas tipicamente

curadas com luz, que contém pigmentos fortes para dar a eles uma cor distinta,

saturação e potencial de opacificação. São utilizados para mascarar o remanescente

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escuro, que poderia caso contrário, ser visível ou incorporar tons sutis na

restauração.

De acordo com Goldstein (2000), dentes anteriores podem receber algumas

modificações suaves com o uso de corantes, mas com bastante prudência; eles

devem ser notados, mas nunca enxergados. Corantes como o azul e o cinza em

áreas incisais reforçarão aspectos de translucidez excessiva típicos destas áreas.

Violeta ou cinza em terço médio, próximo ao incisal, provocarão efeitos de vitalidade

em cores e leve transparência nessas áreas, este efeito deve ser estudado de caso

a caso. Vermelho ou pouco violeta poderiam ser utilizados em área cervical,

buscando um interessante efeito de reflexo contínuo gengival, também

``aquecendo´´ o croma nesta área. Corantes relacionam-se muito mais com

sensações do que com a visualização propriamente dita, deve-se treinar a

percepção destas sensações, como a audição aos refinamentos e nuances da

musicalidade.

2.6 TEXTURA DA SUPERFÍCIE

A textura da superfície é o fator primordial para um resultado estético

satisfatório, um parâmetro crucial de integração entre os dentes. A morfologia da

superfície do dente influencia o brilho superficial, pois a variedade de contornos e

texturas pode afetar a interação com a luz. Além disso, tem a função de molhamento

por manter a saliva em sua superfície dental (PORTALIER, 1997; KANO et al.,

2004).

Os dentes adjacentes devem ser minuciosamente observados para que todas

as características superficiais possam ser detectadas e reproduzidas. Uma técnica

para observar estas características é o posicionamento de uma barreira de luz, que

pode ser o posicionamento do dedo, sobre a superfície do dente para a formação de

sombras que facilitam o reconhecimento da textura superficial (BARATIERI et al.,

2001).

A superfície dental pode ser mais facilmente evidenciada utilizando-se

purpurina ou pigmentos de papel carbono que revelam o posicionamento dos lóbulos

de desenvolvimento, a profundidade e a posição dos sulcos verticais e horizontais,

além do posicionamento das linhas de brilho e características da área plana. O uso

de fotografias também é um valioso recurso para detecção da textura, e é

particularmente importante para restaurações indiretas em cerâmica. Já os modelos

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em gesso, são pobres na reprodução destes detalhes. As linhas de brilho e sulcos

podem ser determinadas pelo uso de lapiseira com grafite (0,5mm), e essas

caracterizações podem ser realizadas quando não existirem dentes adjacentes ou

quando se quer devolver essas características ao dente. Esse recurso é importante

durante a realização de facetas ou coroas totais dos 6 dentes anteriores superiores

(KANO et al., 2004).

Segundo Vanini (1996), uma superfície macro e micro-morfológicamente

áspera, rugosa, difunde a luz refletida, enquanto uma superfície plana, lisa ou com

textura mínima aumenta significativamente o brilho da superfície do dente ou

restaurações.

A texturização superficial tem a capacidade de alterar o valor do dente. O

valor é um dos componentes da cor, é variável e depende do objeto, do observador

e da fonte de luz. Por exemplo, variando-se a posição da luz na superfície com

textura, ocorre formação de locais com maior luminosidade, ou seja, maior valor, e

locais com menor luminosidade, menos valor. Com isso, consegue-se provocar o

efeito de tridimensionalidade ao dente, favorecer a simetria e composição do valor

com os dentes adjacentes (MUIA, 1982).

Determinada por fatores anatômicos do dente, a textura superficial no esmalte

possui características relacionadas com sua formação, como as estrias de Retzius

que são linhas incrementais de crescimento, vistas como bandas escuras

concêntricas, que se estendem até a superfície do esmalte formando as

periquemáceas, estas determinam linhas horizontais que atravessam a superfície da

coroa; e as lamelas, que são defeitos longitudinais orientados e originados por

mudanças repentinas na direção dos prismas (TEN CATE, 2001).

É a formação da dentina que determina as áreas planas e linhas de brilho que

devem ser seguidas para definir a correta anatomia do dentes e a formação de

sulcos e lóbulos, mamelões da dentina que são acompanhadas pelo esmalte (KANO

et al., 2004).

Dentes jovens apresentam maior intensidade de texturas, muitas

irregularidades e linhas de crescimento. Dentes de meia idade exibem uma textura

média, mostrando pequenas irregularidades, com poucas linhas de crescimento

horizontal e algumas linhas verticais. Dentes de idosos possuem textura suave com

uma superfície muito lisa, sem linhas horizontais de crescimento, sem ou com

poucas linhas verticais e algumas trincas (PORTALIER, 1997).

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A textura superficial dos dentes sofre modificações com a idade, devido ao

desgaste do esmalte pela atividade fisiológica, ação da escovação e abrasivos

presentes nos dentifrícios (CARDOSO; GONÇALVES, 2002).

Por outro lado, uma superfície rugosa favorece o acúmulo de placa,

manchamento da restauração, desenvolvimento de cárie secundária e injúrias ao

tecido periodontal. Porém, uma superfície lisa, com muita reflexão de luz, não

corresponde à textura superficial natural dos dentes. Sendo assim, o acabamento e

o polimento tornam-se etapas importantes na confecção da restauração

(QUALTROUGH; BURKE, 1994).

Quando o profissional for realizar uma faceta, deverá observar a

caracterização dos dentes vizinhos e lembrar que as superfícies dos dentes podem

ser lisas e brilhantes, lisas e opacas, com riqueza de detalhes e brilhantes, ou com

riqueza de detalhes e foscas (MIRANDA et al., 2005).

2.6.1 Linhas de brilho

Segundo Nishimura (1994), as linhas de brilho determinam as características

visíveis do dente, são divididas em cervical, mesial e distal, e não interferem no

contorno coronal, assim como a área plana. Contudo, o comprimento e a largura

dentais aparentes podem ser modificados pelo posicionamento e direção das linhas.

Nos centrais, as linhas de brilho possuem um contorno horizontal na região

cervical, apresentando formato de U, e o ângulo formado pelo encontro das linhas

proximais se dá fora da porção coronária dos dentes. Nos laterais, possuem forma

de V, as linhas mesial e distal são mais inclinadas nas porções proximais e mais

côncavas se comparadas com os centrais, além disso, desgaste é maior e mais

profundo na distal (MAGNE; BELSER, 2003).

As linhas de brilho são direcionadas paralelamente a superfície proximal nos

centrais, e vão se tornando mais estreitas e marcadas conforme ocorre o

distanciamento da linha média, além de se direcionarem cada vez mais para a

região proximal. A linha cervical expressa constrição na região cervical, torção do

dente e assimetria entre a região mesial e distal do dente. O desgaste da região

distal confere a torção, por meio de constrição da área, passando a impressão de

torção do dente. Essas torções determinam a correta relação de predominância dos

dentes no arco. Os caninos apresentam maior torção que os incisivos laterais, e

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estes apresentam maior torção que os incisivos centrais (YAMAMOTO; MIYOSHI;

KATAOKA, 1990/1991).

2.6.2 Área plana

A área plana fica localizada entre as linhas de brilho, sendo determinada por

sua posição. É a área do dente que fica em maior evidência determinando o

tamanho aparente do dente. Se as linhas de brilho forem posicionadas próximas ao

centro do dente, a área plana ficará mais estreita, aparentando um dente mais

estreito e longo, ao passo que se forem posicionadas mais próximas às regiões

proximais, a área plana terá maior perímetro, aparentando um dente mais curto e

largo (MAGNE; BELSER, 2003).

2.6.3 Lóbulos e sulcos de desenvolvimento

Os dentes anteriores apresentam três lóbulos mesial, central e distal que são

divididos pelos sulcos. Nos incisivos centrais os lóbulos apresentam o mesmo

tamanho, igualmente distribuídos e se dirigem paralelamente a superfície externa do

dente, os sulcos dividem o dente em três partes iguais. Nos incisivos laterais e nos

caninos, o lóbulo central passa a ser mais pronunciado, se dirigem progressivamente

para a região proximal do dente e a posição inicial dos lóbulos passa a ser

progressivamente menor tanto dente a dente como lóbulo a lóbulo do mesmo dente.

O contorno externo da porção cervical dos dentes passa a ser mais afilado do

central para o canino, o que faz com que os sulcos fiquem mais estreitos,

acompanhando o contorno externo da região cervical (VIEIRA et al., 2006).

Conforme o distanciamento da linha média, os sulcos passam a ser menos

visíveis, com o resultado da mudança do formato do dente há o aumento da sua

visibilidade na porção cervical e mesial. Nos incisivos centrais, os sulcos mesial e

distal possuem aspecto da letra V, apresentam o mesmo tamanho e se estendem

paralelamente até a região incisal. Nos laterais e nos caninos esses sulcos passam

a ser gradualmente diferentes, pois existem diferenças entre a forma e tamanho da

borda incisal e das linhas de brilho. A forma de V desses sulcos demonstram um

estreitamento na região incisal, já que ocorre um estreitamento nesta região do

dente. A inclinação para as regiões proximais da porção cervical do sulco também

ocorre gradativamente do central ao canino (KANO et al., 2004).

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Para este autor, os lóbulos proximais formam a região de transição da

superfície vestibular e proximal e se apresentam gradualmente mais arredondados

da superfície do incisivo central ao canino, acompanhando a superfície proximal que

também possuí maior arredondamento devido à diminuição da proporção largura

mésio-distal e vestíbulo-lingual. O formato do dente é um fator importante na

determinação dos lóbulos e posição dos sulcos. Se o dente apresentar área plana

ampla e formato quadrado, os sulcos deverão ser distribuídos uniformemente sobre

a superfície vestibular. Já em dentes mais arredondados ou triangulares, os sulcos

são bem definidos e espessos, e depressões do terço médio à incisal podem ser

confeccionadas no centro da superfície vestibular.

Segundo Kataoka e Nishimura (2002), as características superficiais podem

ser divididas em três tipos: dentes com lóbulos marginais bem desenvolvidos, dentes

com forma básica (três lóbulos igualmente distribuídos), e dentes sem características

particulares definidas. Entretanto, o clínico deve ter em mente que as características

superficiais são infinitas, a formação dos lóbulos e sulcos seguem um padrão e o

bom senso deve ser utilizado, respeitando as características individuais de cada

paciente.

As l inhas horizontais correspondem à implementação das linhas de

crescimento, que tendem a desaparecer rapidamente com o uso natural e as linhas

verticais com uma superfície irregular mais pronunciada relacionada à formação dos

lobos. A duplicação dessas características na superfície da restauração é um

importante elemento na aparência final estética da restauração e ajuda a estabilizar

a textura anatômica do dente adjacente (DIETSCHI, 1995).

Em alguns casos, a reflexão de luz em cima da superfície da boca não é

suficiente para determinar precisamente todos os detalhes da textura, um

procedimento simples para identificar as elevações na superfície do dente, é

esfregar papel carbono na superfície do dente natural, estas elevações podem ser

duplicadas na composição para imitar a textura natural (DIETSCHI, 1995).

Finalizada a confecção dos sulcos verticais, os sulcos horizontais referentes

às periquimáceas, devem ser reproduzidos, respeitando as características

individuais do paciente e a idade (YAMAMOTO; MIYOSHI; KATAOKA, 1990/1991).

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2.7 IDADE

Segundo Conceição et al. (2005), não devem ser esquecidas as

considerações sobre a idade do paciente, dentes jovens geralmente possuem

esmalte mais opaco, enquanto dentes de pacientes idosos o tem mais translúcido.

Além disso, com a idade os dentes sofrem desgastes na borda incisal e na

sua superfície vestibular. Como conseqüência, há alteração de sua forma por

desgastes fisiológicos ou não, textura superficial que diminui tornando a superfície

mais lisa e polida, e o brilho que aumenta (VIEIRA et al., 2005).

O desgaste da borda incisal ocorre inicialmente nos caninos, que passam a

exibir borda incisal plana, atinge os centrais, e por último os laterais. Além disso, os

ângulos incisais tornam-se mais agudos, alterando a proporção altura x largura,

resultando em um dente mais curto e largo. Quando o desgaste alcança a dentina

torna-se maior, pois é um tecido menos resistente, podendo formar concavidades na

borda incisal, que se pigmentam com facilidade (MAGNE; BELSER, 2003).

Crianças e jovens apresentam os dentes mais claros, uma vez que o esmalte

é mais espesso, a câmara pulpar ampla e há pouca quantidade de dentina

secundária. Idosos geralmente têm dentes mais escuros, devido ao desgaste sofrido

pelo esmalte, maior transparência da dentina, deposição de dentina peritubular e

secundária da mesma e a absorção de corantes advindos da alimentação. Nestes

pacientes, as bordas incisais são mais escuras devido ao desgaste do esmalte e

conseqüente exposição da dentina. Além disso, as regiões cervicais são mais

escuras devido à abrasão e erosão, assim como exposição de dentina e formação

de peritubular (VANINI, 1996).

Na adolescência a cor da dentina é bloqueada pelo esmalte que é mais

opaco. Com o passar dos anos, a alta difusão de luz pela dentina primária diminui

pela deposição de dentina secundária, e a progressão da translucidez do esmalte

transforma o dente de um a cor clara e opaca em uma cor escura e translúcida. Por

fim, o dente se altera gradualmente de um branco de alto valor para um laranja de

baixo valor e depois em um castanho de baixo valor. As trincas podem ser

provocadas durante a formação do esmalte ou durante a atividade do dente, em

alguns casos apresentam-se pigmentadas, estão presentes principalmente em

pacientes idosos e devem ser reproduzidas adequadamente (KANO et al., 2004).

Segundo Goldstein (2000), a tonalidade da pele também pode influenciar na

coloração dos dentes. Pacientes com a pele escura, aparentam possuir dentes mais

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claros, devido ao maior contraste entre os dentes e a pele. Do mesmo modo, roupas

e maquiagem escuras podem dar a impressão de dentes mais claros.

2.8 PROPRIEDADES ÓPTICAS

2.8.1 Fluorescência

Segundo Vanini (1996) fluorescência é um fenômeno que ocorre no corpo

interno da dentina em decorrência de seus componentes orgânicos. Este fenômeno

ocorre quando um corpo absorve energia luminosa e depois a difunde de volta para

o espectro visível. Para que esse fenômeno ocorra, a emissão deve ocorrer dentro

de 10 segundos de ativação. Na natureza, este fenômeno é criado pelos raios

ultravioleta (UV) da luz solar, isto é, ondas curtas invisíveis para o olho humano.

Depois de penetrar no esmalte e atingir a dentina, a luz ultravioleta faz com que os

dentes naturais expostos a ela exibam uma fluorescência com espectro de emissão

que varia de branco intenso ao azul claro.

Os compósitos sem fluorescência tendem a uma aparência acinzentada, e

podem ser detectados como uma área escura quando expostos a luz ultravioleta,

como boates, por exemplo. Temos também os compósitos com fluorescência

próxima à estrutura dental que são os ideais, e ainda os com elevada fluorescência

(CONCEIÇÃO et al., 2005).

Com uma lâmpada ultravioleta em uma sala escurecida (sem outra fonte de

luz) o profissional tem condições de detectar o comportamento do compósito em

relação à fluorescência do dente facilitando sua escolha e a determinar mais

facilmente a área de dentina e de esmalte (CONCEIÇÃO et al., 2005).

2.8.2 Opalescência

A camada externa do esmalte de um dente natural é responsável pelo

fenômeno de opalescência, transmite luz laranja, onde o espectro de emissão de luz

que o atinge cria tonalidades de azul-claro a cinza, que se tornam claramente

visíveis ao nível do halo incisal. Este fenômeno é melhor observado na região

incisal, onde em dentes naturais esta presente somente o esmalte. (VANINI, 1996;

CONCEIÇÃO et al., 2005).

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2.8.3 Opacidade e Translucidez

Em dentes jovens a dentina é menos mineralizada, portanto o compósito

indicado para reproduzir a dentina artificial é mais translúcido. O esmalte de um

dente jovem será mais opaco, com isso, o esmalte bloqueia a cor da dentina. O

contrário acontece em dentes de pacientes idosos a dentina é mais mineralizada,

portanto o compósito indicado para reproduzir a dentina artificial é mais opaco. O

esmalte do dente de um paciente idoso será mais translúcido (CONCEIÇÃO et al.,

2005).

Segundo Felippe et al. (2003), a opacificação nas restaurações é um passo

de grande importância, pois se for insuficiente levará ao profissional a incorrer no

erro do acréscimo exagerado de camadas de resina, já que os compósitos, em

pequena espessura, não conseguem bloquear o efeito do fundo fazendo com que se

forme um sobrecontorno da restauração, deixando o dente excessivamente

volumoso.

2.9 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A forma é primariamente bidimensional (comprimento e largura), entretanto a

terceira dimensão, profundidade, é crucial para criar ilusões, especialmente de

comprimento e largura aparente. Áreas proeminentes do contorno em um dente

típico são realçadas por iluminação direta, tornando mais notáveis que as áreas de

depressão ou mínimo contorno, que são sombreadas e menos notáveis (HEYMANN,

1987).

Segundo Rufenacht (1998), este é resumo dos princípios de ilusão de óptica:

maior contraste aumenta visibilidade, maior reflexão de luz aumenta a visibilidade e

maior deflexão de luz diminui a visibilidade.

Esses princípios podem ser aplicados através da observação dos seguintes

aspectos: as sombras aumentam a profundidade, a luz aumenta as proeminências,

as linhas verticais acentuam o comprimento e dissimulam à largura; as linhas

horizontais acentuam a largura e dissimulam o comprimento (RUFENACHT, 1998;

MONDELLI, 2003).

Segundo Mondelli (2003), a fonte de luz deve ser localizada sempre acima da

cabeça do operador e frontal à linha média dos dentes quando reconstruídos,

criando ilusões de óptica ou remodelando coroas diretamente na boca do paciente.

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Segundo Pilkington (1936), a ordem visual de percepção é a seguinte: luz ou

brilho, movimento, forma da linha externa ou contorno, forma da superfície ou textura

superficial e finalmente a cor.

Em odontologia cosmética as mudanças para criar ilusões de óptica ocorrem

de duas formas: modificando o contorno dos dentes (ângulos, sulcos,

proeminências, planos incisais, gengivais e bordas incisais) e manipulando as cores

(mais escuras nas cristas gengivais, mais claras nas arestas interdentárias e mais

transparentes nas bordas incisais) (MONDELLI, 2003).

Para criar uma ilusão de estreitamento deve-se acentuar o grau de curvatura

mésio-distal, com isso uma quantidade maior de luz será defletida e escurecer as

áreas proximais. Já, para alargar o dente deve-se aplainar a superfície vestibular no

sentido mésio-distal, com isso maior quantidade de luz será refletida e clarear as

áreas proximais (RUFENACHT, 1998).

A área plana apresenta-se na superfície vestibular de dentes anteriores,

sendo responsável pela reflexão de luz, podendo variar no sentido mésio-distal ou

inciso-cervical, Influenciando a largura aparente dos dentes (CARDOSO et al.,

2006).

Modificações dentárias na face vestibular em relação aos aspectos

horizontais: cristas e sulcos mais para o centro, propiciam diminuição virtual da

largura (área plana menor) e aumento do comprimento do dente; cristas e sulcos

deslocados mais para mesial e distal, propiciam aumento virtual da largura (área

plana maior) e diminuição do comprimento do dente (MONDELLI, 2003).

Para criar uma ilusão de alongamento, deve-se aplainar a superfície vestibular

no sentido gengivoincisal, aumentar do comprimento da proeminência central,

confeccionar caracterizações verticais e clarear o terço gengival para que esse seja

mais facilmente percebido, assim as regiões incisal e gengival refletem mais luz

(RUFENACHT, 1998). Na cervical, pode-se posicionar a altura do contorno gengival

mais para gengival ou ainda, posicionando a proeminência do contorno incisal mais

para gengival (HEYMANN, 1987).

Para criar uma ilusão de encurtamento, deve-se acentuar a curvatura da área

cervical, e da incisal para lingual, diminuir a extensão da proeminência central,

achatar o terço médio da superfície vestibular, para aumentar a reflexão de luz,

confeccionar caracterizações horizontais, escurecer o terço gengival e clarear as

áreas proximais (RUFENACHT, 1998). Na cervical, pode-se posicionar a altura do

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contorno gengival mais para incisal, ou ainda, posicionando a proeminência do

contorno incisal mais para incisal (HEYMANN, 1987).

Modificações dentárias na face vestibular em relação aos aspectos verticais:

bossa cervical mais extensa promove diminuição virtual do comprimento, enquanto

sua diminuição propicia o aumento virtual do comprimento (MONDELLI, 2003).

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3 CONCLUSÃO

A estética é fundamental para a satisfação do paciente e do profissional. Sem

apropriado diagnóstico, o resultado final do aspecto do sorriso pode se tornar

artístico para o dentista, porém, insatisfatório para o paciente, por produzir o mesmo

sorriso para todos os pacientes. Portanto, devemos individualizar os casos, para que

os resultados obtidos tenham relação com os aspectos físicos, critérios faciais e

emocionais de acordo com a personalidade do paciente.

A Dentística Restauradora possibilita a resolução estética através da

utilização direta de compósitos, por meio de facetas laminadas, reanatomização ou

recontorno dos elementos dentais. A utilização dos princípios de ilusão de óptica

proporciona resultados estéticos com máxima precisão de reprodução das

características ópticas, preservando a estrutura dental sadia e restabelecimento da

função.

A importância das técnicas ideais de tratamento para corrigir deformidades ou

para criar espaço adequado para os elementos dentais podem ser desproporcionais,

contra-indicadas ou irreais em relação ao problema presente. Sendo assim, a ilusão

de ótica torna-se a única alternativa de tratamento viável para melhoria da estética.

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