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06/09/13 Princípios da Seguridade Social | Resumos Jurídicos permissavenia.wordpress.com/2011/01/19/principios-da-seguridade-social/ 1/4 « Consumidor X Plano de saúde: entendimento do STJ Para aumentar a pena no roubo é dispensável a perícia em arma de fogo » RESUMOS JURÍDICOS Princípios da Seguridade Social 1. PRINCÍPIO DO SOLIDARISMO OU DA SOLIDARIEDADE implícito para RGPS, mas EC 41 explicitou para RPPS. solidariedade entre gerações. 2. UNIVERSALIDADE DA COBERTURA E DO ATENDIMENTO (art. 194, § único, I) A proteção social deve alcançar todos os eventos cuja reparação seja premente a todos que necessitem, inclusive os estrangeiros residentes no país e sem prejuízo do caráter contributivo da previdência. a) universalidade do atendimento – subjetiva: acessibilidade a todas as pessoas que trabalham no território nacional e aos seus dependentes; b) universalidade da cobertura – objetiva: busca atender a todos os riscos sociais previstos na LBPS mediante uma contribuição única dos trabalhadores. A universalidade não significa, por outro lado, que todos os trabalhadores filiados ao sistema receberão um benefício idêntico, com o mesmo valor para todos. O valor do benefício corresponderá a uma proporcionalidade em relação ao salário-de-contribuição do segurado. Em relação a este segmento da Seguridade Social, o sistema é obrigatoriamente contributivo. Por isso, dizer que se trata de uma universalidade mitigada. 3. SELETIVIDADE (dos benefícios e serviços) E DISTRIBUTIVIDADE (das pessoas) – art. 194,§ único, III Em razão da reserva do possível, não há como o Estado absorver todos os eventos (riscos sociais). A seletividade vai selecionar os riscos que serão protegidos pelo sistema, bem como os titulares. Dessa forma, não é toda e qualquer situação de vida que será amparada pelo sistema, mas tão somente aquelas previstas na legislação. O mesmo ocorre em relação às pessoas, nem todas serão titulares de benefício. A seletividade é feita pelo legislador, mas este necessita de um critério, e é justamente aí que se insere a distributividade. Esta tem por fim eleger quais as necessidades são mais urgentes e que

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06/09/13 Princípios da Seguridade Social | Resumos Jurídicos

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« Consumidor X Plano de saúde: entendimento do STJ

Para aumentar a pena no roubo é dispensável a perícia em arma

de fogo »

R E S U M O S J U R Í D I C O S

Princípios da Seguridade Social

1. PRINCÍPIO DO SOLIDARISMO OU DA SOLIDARIEDADE

implícito para RGPS, mas EC 41 explicitou para RPPS.

solidariedade entre gerações.

2. UNIVERSALIDADE DA COBERTURA E DO ATENDIMENTO (art. 194, §

único, I)

A proteção social deve alcançar todos os eventos cuja reparação seja

premente a todos que necessitem, inclusive os estrangeiros

residentes no país e sem prejuízo do caráter contributivo da

previdência.

a) universalidade do atendimento – subjetiva: acessibilidade a todas

as pessoas que trabalham no território nacional e aos seus

dependentes;

b) universalidade da cobertura – objetiva: busca atender a todos os

riscos sociais previstos na LBPS mediante uma contribuição única dos

trabalhadores.

A universalidade não significa, por outro lado, que todos os

trabalhadores filiados ao sistema receberão um benefício idêntico, com

o mesmo valor para todos. O valor do benefício corresponderá a uma

proporcionalidade em relação ao salário-de-contribuição do segurado.

Em relação a este segmento da Seguridade Social, o sistema é

obrigatoriamente contributivo. Por isso, dizer que se trata de uma

universalidade mitigada.

3. SELETIVIDADE (dos benefícios e serviços) E DISTRIBUTIVIDADE

(das pessoas) – art. 194,§ único, III

Em razão da reserva do possível, não há como o Estado absorver

todos os eventos (riscos sociais). A seletividade vai selecionar os

riscos que serão protegidos pelo sistema, bem como os titulares.

Dessa forma, não é toda e qualquer situação de vida que será

amparada pelo sistema, mas tão somente aquelas previstas na

legislação. O mesmo ocorre em relação às pessoas, nem todas serão

titulares de benefício.

A seletividade é feita pelo legislador, mas este necessita de um

critério, e é justamente aí que se insere a distributividade. Esta tem

por fim eleger quais as necessidades são mais urgentes e que

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deverão ser satisfeitas com prioridade.

4. UNIFORMIDADE E EQUIVALÊNCIA DOS BENEFÍCIOS E SERVIÇOS

DEVIDOS ÀS POPULAÇÕES URBANAS E RURAIS (art. 194, § único, II)

A isonomia aqui não é absoluta (princípio mitigado), uma vez que o

trabalhador rural pode estar filiado como segurado especial (hipótese

em que não terá direito a todos os benefícios) ou como contribuinte

individual (quando terá direito a qualquer benefício, de acordo com

suas contribuições). Os trabalhadores rurais também têm uma redução

de 5 anos no prazo de aposentação por idade e, ainda, o tempo rural

prestado antes da LCSS e da LBPS é aproveitado, sem contribuições,

para todos os efeitos (exceto para carência – art. 55, § 2º, LBPS).

A uniformidade significa que o mesmo rol de prestações que é devido

aos trabalhadores urbanos, é devido aos trabalhadores rurais. É

inadmissível um benefício previsto ao trabalhador urbano que não ao

rural.

5. IRREDUTIBILIDADE DO VALOR DOS BENEFÍCIOS (e não dos serviços)

– art. 194, § único, IV.

Busca-se impedir a redução do valor nominal das prestações

previdenciárias, o que só pode ocorrer se houver erro no momento de

sua concessão. Dessa forma, o benefício não pode ser reduzido em

relação à sua expressão monetária.

Já a irredutibilidade real, significa dizer que o benefício, além de não

poder ser reduzido, tem que ser reajustado periodicamente para

manutenção do seu poder aquisitivo, garantindo o seu valor real. No

entanto, o STF já decidiu que a irredutibilidade do art. 194, § único, IV

é a nominal, ou seja, o Estado tem o dever de se abster de diminuir,

mas não tem o dever de manter seu poder de compra.

OBS.: É vedada à Previdência aumentar os benefícios com base no salário

mínimo. O que na prática ocorre é que alguns benefícios correspondem ao

salário mínimo, e ninguém pode ganhar menos que um salário mínimo daí

quando aumenta o salário aumenta o benefício. O índice, hoje, utilizado

para reajustar os benefícios é o INPC.

6. EQUIDADE NA FORMA DE PARTICIPAÇÃO E CUSTEIO (art. 194, § ú, V)

Para garantir a equidade deve-se observar a capacidade contributiva e

o risco social. Para isso, há algumas aplicações da capacidade

contributiva:

Progressividade - as alíquotas são progressivas. Quem ganha

mais paga mais com a alíquota maior do que aqueles que

ganham menos.

Plano simplificado de previdência social – tem a finalidade de

garantir a inclusão previdenciária por meio da redução do

tributo, como no caso do autônomo que teve sua alíquota

reduzida de 20% para 11% . É uma ferramenta que visa facilitar

o acesso ao sistema previdenciário.

Adicional previsto para as instituições financeiras – essas

instituição pagam à Previdência 2,5% a mais do que as demais

empresas, em razão do porte econômico mais avantajado.

EPP e Microempresas que aderiram ao Simples Nacional -

algumas contribuições previdenciárias já estão incluídas na

contribuição do Simples.

Em relação ao risco social, quanto maior for este, maior deverá ser a

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contribuição.

7. DIVERSIDADE DA BASE DE FINANCIAMENTO (art. 194,§ ú,VI)

Financiamento da Seguridade Social é feito pelo poder público,

empregador, trabalhador e demais segurados, receita do concurso de

prognósticos e importador de bens e serviços.

8. CARÁTER DEMOCRÁTICO E DESCENTRALIZADO DA ADMINISTRAÇÃO

MEDIANTE GESTÃO QUADRIPARTITE (art. 194, § ú,VII)

Caráter democrático implica em gestão quadripartite, quer dizer que

quatro figuras participam da administração da Seguridade Social.

Constituem a gestão quadripartite: Governo, trabalhadores,

empregadores e aposentados.

9. PRINCÍPIO DA PREEXISTÊNCIA DE CUSTEIO (REGRA DA

CONTRAPARTIDA) - art. 195, §5º.

Nenhum benefício ou serviço poderá ser criado, majorado ou estendido

sem a sua respectiva fonte de custeio. É a regra da contrapartida.

10. PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE

Todos têm que ser solidários com a seguridade social. Não está

previsto expressamente na Constituição Federal, mas sim

implicitamente nos artigos 194, caput e 195, caput.

11. ORÇAMENTO DIFERENCIADO (ORÇAMENTO DISTINTO DAQUELE

PREVISTO PARA A UNIÃO)

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Gosto

Esta entrada foi publicada em 19 de janeiro de 2011 às 16:19 e está

arquivada como Previdenciário . Você pode acompanhar qualquer

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8 Respostas para “Princípios daSeguridade Social”

Jose Ribamar Caldas Neto Diz: 17 de janeiro de 2012 às 17:23

GOSTEI DA CLAREZA E OBJETIVIDADE. PARABENS.ESPERO TER ACESSO

A MAIS RESU MOS DO MESMO ASSUNTO PREVIDENCIA SOCIAL. E QUE

GENTILEZA.

CALDAS NETO

Resposta

ANNI SCHEUNEMANN Diz: 11 de fevereiro de 2012 às 2:59

MUITO BOM PARA A VESPERA DO CONCURSO

Resposta

Carlos Diz: 17 de junho de 2012 às 23:20

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Ajudou muito!!!

Resposta

Sebastiana Diz: 11 de setembro de 2012 às 9:25

Muito legal!

Resposta

Carlos Zimnerman Diz: 14 de novembro de 2012 às 1:18

Gostei muito, pois estava com muitas dúvidas… muito esclarecedor…

Resposta

Carlos Zimnerman Diz: 14 de novembro de 2012 às 1:23

COMO CONCILIAR O CARATER UNIVERSAL DA SEGURIDADE COM A

SELETIVIDADE COMO PODERIA DEFINIR EM LEI?

Resposta

Claudiane Diz: 24 de março de 2013 às 23:54

Muito bom! Sou estudante de Serviço Social e tirei bastante duvidas para

um tabalho com esse testo.

Resposta

Angela Maria Brito dos Santos Diz: 9 de julho de 2013 às 8:56

Angela Brito

Parabéns, trabalho na previdência e você deixou bem claro teoricamente

o assunto.

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