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Jornal DE LEIRIA Semanário Regional Director de Mérito José Ribeiro Vieira Director João Nazário Ano XXVIII Edição 1699 Quinta-feira, 2 de Fevereiro de 2017 1,00 www.jornaldeleiria.pt PUBLICIDADE Helder Roque cede a pressões e fica no Centro Hospitalar de Leiria Falta resolver problemas estruturais Sinais positivos não chegam para afirmar que a crise acabou O desemprego está a cair, a con- fiança dos consumidores a subir, as empresas estão a investir e a con- tratar. Pode-se falar em fim da cri- se? Os economistas ouvidos apon- tam indicadores positivos, mas di- zem que os problemas estruturais persistem. Págs. 4/6 BRUNO GASPAR Faltam 100 dias para o Centenário das Aparições Fátima dá os últimos retoques para receber o Papa Francisco As obras que estão prestes a ter- minar reforçaram a segurança e o conforto do Santuário da Cova da Iria, que na peregrinação interna- cional de Maio se torna o centro do mundo católico. Sistema de vi- deovigilância vai prevenir crimes e actos terroristas. Pág. 14 RICARDO GRAÇA Política Narciso Mota oficializa candidatura e recebe acusações do PSD de Pombal Pág.16 Leiria Número de idosos a viver sozinhos e sem apoio diminuiu 74% Págs. 10/11 Pombal Professor da Escola Marquês de Pombal acusado de agredir aluno Última Região Recondução Helder Roque vai continuar no hospital de Leiria, depois de ter anunciado a saída. As inúmeras pressões que sofreu ao longo destes meses fizeram-no recuar na decisão Pág.13 RICARDO GRAÇA António Costa lança desafio a Leiria Págs. 20/21

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JornalDE LEIRIA

Semanário RegionalDirector de Mérito José Ribeiro VieiraDirector João NazárioAno XXVIIIEdição 1699Quinta-feira, 2 de Fevereiro de 2017€ 1,00

www.jornaldeleiria.pt

PUBLICIDADE

Helder Roque cede a pressões efica no Centro Hospitalar de Leiria

Falta resolver problemas estruturais

Sinais positivos não chegampara afirmar que a crise acabou

� O desemprego está a cair, a con-fiança dos consumidores a subir, asempresas estão a investir e a con-tratar. Pode-se falar em fim da cri-

se? Os economistas ouvidos apon-tam indicadores positivos, mas di-zem que os problemas estruturaispersistem. Págs. 4/6

BRUNO GASPAR

Faltam 100 dias para o Centenário das Aparições

Fátima dá os últimos retoquespara receber o Papa Francisco

� As obras que estão prestes a ter-minar reforçaram a segurança e oconforto do Santuário da Cova daIria, que na peregrinação interna-

cional de Maio se torna o centro domundo católico. Sistema de vi-deovigilância vai prevenir crimese actos terroristas. Pág. 14

RICARDO GRAÇA

Política Narciso Motaoficializa candidaturae recebe acusações do PSD de PombalPág.16

Leiria Número de idosos a viversozinhos e sem apoiodiminuiu 74% Págs. 10/11

Pombal Professor daEscola Marquês dePombal acusado deagredir aluno Última

Região

Recondução Helder Roque vai continuar no hospital de Leiria, depois de ter anunciado a saída. Asinúmeras pressões que sofreu ao longo destes meses fizeram-no recuar na decisão Pág.13

RICARDO GRAÇA

AntónioCostalançadesafio a Leiria Págs. 20/21

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2 Jornal de Leiria 2 de Fevereiro de 2017

Radar

Imagem Viagem Tiago Baptista

Não gosto que a comida pareçapornografia plásticaBarbara Massaad, chef responsávelpela carta do Muito Bey, Sábado

Os autores do AcordoOrtográfico nunca foramcapazes de explicar a suabondadeCarlos Fiolhais, cientista, Expressodiário

Olho clínicoSofia RinoA presidente do colectivoa9)))) e a sua equipa estão

de parabéns pela primeira dasconferências Quantas Cidadestem a Cidade?, realizada nosábado na Arquivo Livraria, emLeiria. Em cima da mesaestiveram temas pertinentescomo a baixa vocação cultural deLeiria, a ausência de públicos e aurgência de transformar a cidadedo Lis numa cidade de futuro.

João VasconcelosO secretário de Estado daIndústria tem liderado a

iniciativa Indústria 4.0 -Economia Digital, que vaienvolver 50 mil empresas e prevêmais de dois mil milhões deeuros de investimento e arequalificação de 20 mil pessoas.João Vasconcelos e o Governoescolheram Leiria paraapresentarem as 60 medidasdaquela que é considerada aquarta revolução industrial.

Ana ValentimO município de Leiriaactualizou o diagnóstico

social do concelho, num trabalhoque envolveu os parceiros darede social. Como disse avereadora Ana Valentim, esteretrato será uma importanteferramenta de auxílio à tomadade decisões relativas a novosprojectos e respostas e nadefinição de prioridades.

Impressões

Moisés EspíritoSanto

São Brás, na Nazaré

O3 de Fevereiro é o dia de São Brás. Avila da Nazaré quase se esvazia para irpassar o dia a um pinhal daPederneira, no sopé do monte de São

Brás (ou de São Bartolomeu) onde acampacom mantas, mesas e fogareiros. É o «entrudodos pexinos» como dizem os de fora. E nãoserá para uma liturgia católica.Em Portugal há 45 topónimos São Brás,sobretudo a sul do Mondego, Pouco se sabedeste santo. A sua bibliografia católica poucomais diz do que viveu na actual Turquia e quefoi martirizado sob o imperador Diocleciano.Mas os santos dessa época sãofrequentemente fictícios. Uma lenda diz quecurou uma mulher duma ferida na garganta eque secou a água onde o quiseram afogar.Entre nós, representa-se vestido de bispo,mostrando as palmas das mãos tingidas devermelho, a cor do fogo.A 2 de Fevereiro, no passado, o povoportuguês celebrou com a mesma intensidadeNª Sª das Candeias, com procissões deluminárias. Segundo a documentação, estafesta católica substituiu um culto nocturnopagão relacionado com a libertação doinferno de uma divindade. Como o povocristão de Roma não resistia à celebraçãodeste poético culto pagão, o papa Sérgioconsentiu que os cristãos participassem noculto pagão mas - veja-se bem - «mudando-lhe a intenção», donde a festa da Purificaçãode Nª Sª, ou das Candeias.Segundo se sabe, São Brás sucedeu a umadivindade oriental chamada Belcano,relacionada com o fogo e com o sol, o qual,por sua vez, derivou no deus romanoVulcano, «inventor do fogo e das forjas». Porisso, São Brás se representa com a palma dasmãos tingidas de vermelho, como o fogo. O

nome oriental do seu antecessor, Velcano (Belkan), significou «senhor da justiça, dodireiro», título atribuído ao deus Sol (Sol deJustiça). O nosso São Brás, na língua dosfenícios e cartagineses (que foi a dos lusitanosanteriormente ao latim/português) - Bar´ ash[leitura: baráaxe] - significou «criador dofogo» (o Sol) como as suas mãos mostram.Vejamos o lugar do culto nazareno. Comodisse, o monte tem dois nomes; quanto aonome oficial - São Bartolomeu - noutrotrabalho demonstro que este santo (noMinho diz-se que «foi marinheiro»)substituiu o deus fenício do Mar, um deus-demónio adversário do deus do Céu, o Sol.Uma peça de teatro sagrado feníciarepresentada no momento da abertura danavegação, sugeria a vitória do deus do Céusobre o deus do Mar donde, comodemonstrei, derivou o mito nazareno de D.Fuas Roupinho contra o veado.A povoação onde se festeja o São Bráschama-se Pederneira, muito mais antiga doque a actual vila da Nazaré. O material«pederneira» é uma pedra donde se extraía ofogo. A vila ostenta, em jeito de pelourinho,uma bela pedra de pederneira que foiencontrada aí perto. O actual termoportuguês «pederneira» também procede dofenício - patar nhir [leitura: patarneire] -«libertar, ou fender, a luz».Isto anda tudo ligado, como diz o outro. SãoBrás, «criador do fogo» com as mãos de fogo,que sucedeu ao «criador do fogo», num sítiochamado Pederneira onde se encontrou umapedra, pederneira, donde se extraía o fogo. ANazaré é um enclave cultural que nossurpreende.

Sociólogo

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Jornal de Leiria 2 de Fevereiro de 2017 3

Empresas não querem recrutarfolhas em brancoTiago Pedras, fundador da The NewDigital School, Jornal de Negócios

É claro que há profissionais dapobrezaIsabel Jonet, presidente do BancoAlimentar contra a Fome, Jornal deNegócios

“Quero ter o direito a partir” Ana Paula Figueiredo, activista pela eutanásia, Público

A estratégia do PS é passar entreos pingos da chuva e ganhartempoDaniel Oliveira, jornalista,comentador, i

Fórumdasemana Editorial

Inesperadamente para muitos, JoãoVasconcelos tem sido um dosgovernantes em maior destaque noexecutivo liderado por António Costa, de

tal forma que, numa avaliação empírica, sepode afirmar que a sua notoriedade suplantaem muito a do ministro que tutela a suasecretaria de Estado.Em pouco mais de um ano, pela sua mão, oGoverno pôs meio País a falar de start-ups,uns a perguntar o que isso é, outros a tentarcriá-las, sendo essa, decididamente, umadas bandeiras que o primeiro-ministroempunha com mais convicção e da qual temcolhido mais dividendos políticos. Averdade é que a mensagem tem passado,muito pela forma como tem sidocomunicada e pelo mediatismo queenvolveu o Web Summit, percebendo-se quea disponibilidade e vontade de criar umnegócio próprio ligado às tecnologiasaumentou consideravelmente face aostempos em que se evocava a palavra“empreendedorismo” de forma desconexa esem grande substância ou apoios para a suaconcretização.A juntar à causa start-up, se assim se podedizer, João Vasconcelos tirou outro coelhoda cartola - a Indústria 4.0 - que AntónioCosta voltou a agarrar com as duas mãos etem colocado sem reservas na sua agendapolítica, ou as expectativas para chamada4.ª revolução industrial não incluíssem acriação de 50 mil empresas nos próximosanos.No fundo, o grande contributo de JoãoVasconcelos tem sido proporcionarargumentos ao primeiro-ministro que lhepermitam passar a mensagem de quePortugal não tem que ser necessariamenteum País encolhido, sempre atrasado duasdécadas face ao que acontece lá fora e comuma economia assente em mão-de-obrabarata e indiferenciada. Mesmo que parte damensagem seja algo empolada por motivospolíticos ou por um optimismo exagerado,não deixa de ser motivador percebermosque quem nos dirige olha para cima e não seresigna face às amarras que ainda prendemmuitos a um passado de subserviência,preconceito de inferioridade e fraca auto-estima.Se conseguiremos ou não fazer parte do lotede países locomotiva da nova revoluçãoindustrial só o futuro o dirá, mas nesta fase,ouvindo-se o que diz o primeiro-ministro, ascoisas fazem sentido, principalmente nosargumentos de que Portugal, ao contrário doque aconteceu no passado, não estácondicionado pelo seu posicionamentogeográfico, pelo défice de recursos humanosqualificados ou pela inexistência dematérias-primas.O futuro parece estar, assim, nas nossasmãos, sendo de referir, como sinal positivo,a mobilização que as iniciativas em redordestas áreas têm conseguido, como foipossível observar esta semana naapresentação da Industria 4.0 – EconomiaDigital que levou cerca de 3 mil pessoas aoCampus 2 do Politécnico de Leiria.

João Nazário

A morte assistida volta a estar na ordem do dia. Ontem,uma petição com milhares de assinaturas pedindo asua descriminalização foi discutida no Parlamento.Baseada num manifesto assinado por centenas depersonalidades, e entregue em Abril do ano passado naAssembleia da República, a petição pede a“despenalização e regulamentação da morte assistida“como uma expressão concreta dos direitos individuaisà autonomia, à liberdade religiosa e à liberdade deconvicção e consciência, direitos inscritos naConstituição”. Os subscritores desta iniciativa

Quecomentárioslhe mereceeste assunto?

consideram “imperioso acabar com o sofrimento inútile sem sentido, imposto em nome de convicçõesalheias”. Entretanto está já a circular uma outrapetição, esta contra a morte assistida (denominadaToda a Vida tem dignidade, também com milhares deassinaturas). No texto, defende que a morte assistida“entra em conflito e exclui o acesso aos cuidadospaliativos e a sua despenalização significa menorinvestimento nesse tipo de cuidados”, lembrandoainda que a Constituição da República Portuguesa“define a vida como direito inviolável”.

A eutanásia não deve ser referendada, porque se tratade uma discussão sobre direitos fundamentais. A vida éo primeiro de todos os direitos. Sem ela, mais nenhumdireito existe e, por isso, não existe um direito adestrui-la. O Estado obriga-nos a usar cinto desegurança, promove comportamentos saudáveis einveste na sensibilização contra o tabaco e o álcool. Nomomento de maior fragilidade de um doente, não podea sociedade eximir-se das suas responsabilidades edizer a quem sofre que está sozinho e que, sozinho,tem de decidir se morre ou se vive. A eutanásia nãocura o sofrimento, elimina a vida. Matar por compaixãoé matar a própria compaixão.

O tema é muito controverso.Penso que devemos fazer tudopara tentar promover a saúde deoutro ser humano. Nãoconseguindo, devemos fazertudo para a manter. Se nãohouver nada que consigamosfazer nesse aspecto, então nãonos resta alternativa a não seracompanhar a pessoa à morte,da maneira mais confortávelpossível para ela. Mas o que éconfortável? É a pessoa decidirse quer morrer? E quando estáem condições para decidir?Coloca-se ainda a questão dequem tem direito a tirar a vida.

HelenaCarvalho,assistentesocial

Penso frontalmente que não.Entendo que não é um temafracturante na sociedadeportuguesa. E as pessoas têm odireito natural de querer morrer,de interromper a própria vida, nomomento em que o querem fazer.É um problema do íntimo de cadaum, os outros não têm que decidirsobre o problema.Cândido

Ferreira,médico

AntónioBarreiro,promotor decarta de jovensde Alcobaçacontra aeutanásia

A questão da morte assistida, quer para aquelesque defendem a sua descriminalização quer para osque a condenam, tem como fundamento uma ideiacomum que é a dignidade na morte, que todosdefendemos. Mas será preciso antecipá-la para quetenha dignidade? Os cuidados de confortoproporcionados pela medicina paliativa são ocaminho para “diminuir o sofrimento inútil e semsentido”, que balizados pela Declaração Antecipadada Vontade evitarão os tratamentos desnecessárioque, por vezes, apenas aumentam o sofrimento.Como médico, e cidadão, sou incapaz de participarna decisão de provocar intencionalmente a mortede alguém.

RuiPassadouro,presidente doConselho daSub-Região deLeiria daOrdem dosMédicos

Não tenho nada contra que a despenalização damorte assistida seja alvo de referendo. No entanto,também considero que a Assembleia da República,num quadro de liberdade dos deputados, poderálegislar sobre esta matéria. Tendo em conta asensibilidade deste assunto também me pareceperfeitamente lógico que se faça um referendo. Oque me parece fundamental é que haja um debatesério e profundo, onde cada um poderá dar a suaopinião livremente e dentro da dignidade. Se seoptar por uma decisão da Assembleia da Repúblicaparece-me bem, se o referendo colher a vontade damaioria também não tenho nada a objectar.

RogérioAlves,advogado

Outras ideias, outrosargumentos

Despenalização da morte assistida deve ser alvo de referendo?

Este Parlamento não temlegitimidade para legislar sobreeutanásia, porque a questão nãofoi apresentada nos programaseleitorais. Pessoalmente,concordo que, depois de umdebate amplo e participativo, seavance com um referendo. Esta éuma questão que implica umamudança de paradigma. Assimsendo, os portugueses devem serouvidos. Não sei por que se temmedo de um referendo numaquestão tão grave para a nossasociedade.

AnselmoBorges,padre

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4 Jornal de Leiria 2 de Janeiro de 2017

Abertura

Afinal, a crisejá acabou?Economia O desemprego está a cair.O indicador de confiança dosconsumidores a subir, tendo registadoem Janeiro o valor mais alto desdeAbril de 2000. As insolvênciasdesceram no ano passado e asempresas estão a investir e a contratar.Neste cenário, pode-se falar em fim dacrise? Nim…. Os economistas ouvidosreconhecem que há indicadorespositivos, mas lembram quecontinuam a persistir problemasestruturais

Raquel de Sousa [email protected]

� Nos últimos cinco meses o indi-cador de confiança dos consumido-res aumentou e atingiu em Janeiro ovalor máximo desde Abril de 2000,de acordo com o último inquérito deconjuntura às empresas e consu-midores, divulgado esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Es-tatística. O aumento daquele indi-cador “deveu-se, sobretudo, ao con-tributo positivo das perspectivas re-lativas à evolução do desemprego edas expectativas relativas à situaçãoeconómica do País e, em menorgrau, das apreciações da evolução dapoupança e da situação financeira doagregado familiar”.

Tem havido crescimento da eco-nomia – os economistas do ISEG, porexemplo, falam num crescimento doPIB (Produto Interno Bruto) entre1,3% e 1,4% para a totalidade doano de 2016 – e o desemprego está adescer. Segundo dados do INE, a taxade desemprego foi de 12,4% no finalde 2015, depois de ter atingido os16,2% em 2013. Para o ano passadoainda não há dados definitivos, masa estimativa provisória para De-zembro é de 10,2%, o valor mais bai-xo desde Maio de 2009.

O valor médio da avaliação ban-cária está no nível mais alto dos úl-timos cinco anos, estão a vender--se mais carros, as compras feitas emPortugal na quadra de Natal (de 28 de

Novembro a 1 de Janeiro) ascende-ram a 4023 milhões de euros, mais10,2% do que no período homólogo,o turismo está em alta, bem como arestauração, tanto a nível nacionalcomo na nossa região (em Leiria, nofinal do ano passado, no espaço deum mês abriram seis novos restau-rantes). Os empresários estão a in-vestir e a contratar (ver texto na pá-gina 6) e fecharam menos empresasdo que em 2015.

Afinal, a crise já acabou? “A únicaresposta sincera é sim e não. Por umlado, a crise acabou, por outro, per-dura e perdurará”, afirma João Césardas Neves. O economista lembraque a economia portuguesa “regis-tou a maior recessão do último meioséculo entre 2009 e 2013”, conside-rando que desde meados de 2013que o produto “aumenta regular-mente” e que o desemprego desce.“Neste sentido, é razoável dizer quea crise acabou. Só que, como umdoente com alta condicional do hos-pital, a maleita permanece, e podeaté dizer-se que se aproxima a re-caída, que será violenta”.

O também professor da Universi-dade Católica recorda que a “razãoda recessão foi um colapso finan-ceiro, quase ruptura de pagamentos,por parte do Estado e empresas ve-rificado em 2008. A maioria das en-tidades sofreram o embate em 2009e 2010, falindo, reestruturando-se,exportando ou emigrando”.

“Mas o Estado conseguiu fingir

que tudo estava bem até Abril de2011, altura em que teve de se renderà evidência. Houve ainda quem de-morasse mais tempo. O Banco Espí-rito Santo foi capaz de manter a ilu-são de solidez até cair em Agosto de2014 e o Banif só ruiu em Dezembrode 2015. Ainda hoje existem algunsque escondem uma podridão que osarruinará”, aponta César das Neves.

“Esta é a razão por que se pode di-zer que, afinal, a crise ainda não aca-bou. A limpeza financeira e o ajus-tamento estrutural foram brutaisnos últimos oito anos. Por isso a eco-nomia está a crescer e aparenta di-nâmica. Mas os vírus do desperdício,desfalque e engano permanecem,não só no Estado, mas em grandesempresas. É isso que gerará nova cri-se dentro em breve”, entende oeconomista.

Augusto Mateus frisa que não sepode responder taxativamente se acrise acabou. E que é preciso definirdo que se trata quando se fala de cri-se. O economista prefere falar demudança. “Estamos num processode profunda mudança estrutural, naeconomia e na sociedade, que ques-tiona o que tínhamos antes. Estamosnuma encruzilhada”.

O antigo ministro da Economialembra que em 2008 “tivemos umaprofunda crise financeira interna-cional, que se caracterizou pelo es-cancarar dos problemas de um sis-tema não devidamente regulado”.Hoje, “continuamos a ter um sistema

de austeridade, para resolver o dé-fice externo e o défice público. Con-seguiu, mas mais no plano conjun-tural do que estrutural. Não é hojeuma economia mais competitiva,com finanças públicas mais efi-cientes, mas conseguiu controlar oaumento da despesa”, entende Au-gusto Mateus.

O economista defende que “sósairemos da crise com mais cresci-mento” - que no ano passado nãochegou aos 2% e este ano “deverá serainda menor, entre 1,2 e 1,4%”.“Precisamos de um crescimentomais sustentável - sólido, duradou-ro e que ultrapasse os 2% - e não ape-nas rápido. E baseado em factorescompetitivos novos: conhecimento,inovação e competências, em as-pectos únicos e não naqueles que to-dos podem ter”.

Como “ainda não mudámos o pa-radigma”, não podemos falar emfim da crise, considera Augusto Ma-teus. “Estamos melhor, com déficesmais baixos, mas à custa de sacrifíciosno investimento, com problemassignificativos na gestão do Estado So-cial. Persiste o problema de fundo dosistema financeiro e da fraca capita-lização das empresas. Precisamosde fazer reformas estruturais”.

Crise, “uma espécie de gripe”Afinal, a crise já acabou?, pergun-támos ainda a João Confraria. Tam-bém este professor de economia fri-sa que é preciso, primeiro que tudo,

29.530famílias sobre-endividadaspediram no ano passado ajudaao Gabinete de Apoio da Deco.Foram mais 474 do que em 2015.“A expectativa de que ocrescimento económicomelhorava a situação financeiradas famílias não se verificou,nem houve uma redução dasfamílias a pedir ajuda, muitopelo contrário verificou-se umligeiro aumento”, disse ao Jornalde Notícias Natália Nunes,coordenadora do gabinete

O número

financeiro com forte turbulência einstabilidade”. Na mesma altura,houve uma “profunda crise comer-cial, caracterizada pela disrupçãonos movimentos económicos inter-nacionais, pelas expectativas pro-fundamente negativas, pela que-bra de confiança”. Desta, entende oeconomista, “já se recuperou”.

Portugal, com uma “economiacom um fraco potencial de cresci-mento, um défice público signifi-cativo e um envelhecimento dapopulação, teve ainda uma crise dadívida soberana”. O País “viveutrês anos de ajustamento profundo,

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Jornal de Leiria 2 de Fevereiro de 2017 5

Dados do IEFP

Retrato da economia portuguesa

Desempregados inscritos nos centros de emprego

605.134

4.517

16.686

12,7 10,5

482.556

Dados do INE; * terceiro trimestre

2011 2016*

2011 2016

Taxa de desemprego

30.000

32.991 37.034

36.000

Dados da SIBS; em milhões de euros

2011 2016

Compras pagas com cartão nos terminais POS

3.256

Dados da Informa D&B

2011 2016

Processos de insolvência de empresas (iniciados)

16.542

Dados da Pordata; em euros

2011 2016

Produto Interno Bruto per capita

111,4

48.684

18,4

133,4

Dados do Banco de Portugal; * terceiro trimestre

2011 2015

Dívida bruta em % do PIB

Dados da Informa D&B

2011 2016

Novas empresas criadas

€ €

46.279

Dados da Pordata; milhões de euros, preços constantes de 2011

2011 2015

Despesas do Estado (execução orçamental)

15,3

Dados da Pordata

2011 2015

Investimento em % do PIB

58,453

Dados da Pordata

2011 2015

Hóspedes estrangeiros nos hotéis (%)

Desemprego no distrito

Número de inscritos baixou 14,3% no final de 2016

� O número de desempregadosinscritos nos centros de empregodo País ascendia a 482.556 no finalde 2016, uma quebra de 13,1% emtermos homólogos, de acordo comdados do Instituto de Emprego eFormação Profissional (IEFP) di-vulgados na semana passada.Também no distrito de Leiria atendência é de descida no núme-ro de inscritos. Em Dezembro doano passado estavam registadas15.052 pessoas, número que traduzuma descida de 14,3% em relaçãoao final de 2015, quando estavaminscritas 17.570. Se compararmos2016 com 2011, ano em que Por-tugal pediu a intervenção da troi-ka, verifica-se que a descida foiainda mais significativa. Mesmoconsiderando que nem todos osdesempregados entram nas esta-tísticas, e que muitas pessoas emi-graram, os dados do IEFP revelamque no final de 2016 havia no dis-trito de Leiria menos 6.775 inscri-tos do que em igual período de2011, ou seja, houve uma descidade 31%. Quanto à taxa de desem-prego em Portugal, foi de 12,4% nofinal de 2015. O Instituto Nacionalde Estatística não tem ainda dadospara o ano de 2016 (só a 8 de Fe-vereiro serão divulgados), mas nodestaque publicado esta segunda--feira o INE revela que a estimati-va provisória para a taxa de de-semprego de Dezembro é de10,2%. A confirmar-se, este valorserá o mais baixo desde Maio de2009. Ainda de acordo com o ins-tituto, a taxa de desemprego subiupara 15,5% no ano de 2012 e para16,2% em 2013. Em 2014 caiu para13,9% e em 2015 voltou a descer,desta vez para 12,4%.

Distrito tinha 15.052 inscritosno final de 2016

definir o que se entende por crise.“Para mim há crise porque há umconjunto de restrições à actividadeeconómica que resultam de umelevado nível de endividamento,particularmente externo”.

“Tem-se a ideia de que a crise é umaespécie de gripe e que quando ela pas-sa volta tudo ao normal. Mas depoisde uma crise como a que tivemos nãohá retorno ao normal. Tem de haveruma mudança de trajectória. Há ac-tividades que não vão regressar tãodepressa ao nível que tinham há dezanos, outras já o ultrapassaram e vãocontinuar a crescer”, diz o tambémprofessor de políticas públicas naUniversidade Católica.

“Só quando a economia consolidaruma trajectória de crescimento comredução do endividamento, em par-ticular do externo, do Estado e dasempresas, é que se pode falar em fimda crise”. Contudo, quando issoacontecer “não significa que pode-mos andar a gastar à vontade”.

João Confraria reconhece que al-guns indicadores apontam para“progressivas melhorias”, mas en-tende que “não se pode dizer que seestá no fim da crise”, porque “as con-dições externas são tão erráticas,algumas tão desfavoráveis à econo-mia portuguesa, que pode havernovas perturbações e podemos vir ater situações muito difíceis”.

Também para Sandro Mendonça épreciso definir do que se fala quan-do se usa o termo crise. O economista

entende que “há razões para associara viragem da página da austeridadeà viragem do ciclo económico”. Nasua opinião, “estávamos numa es-pécie de estabilização cabisbaixa e oobjectivo e estratégia anunciada pelogoverno era dar um empurrão paraque o ritmo da recuperação se tor-nasse mais expressivo”.

O professor do ISCTE reconheceque tem havido crescimento eco-nómico e diminuição do desempre-go. “Há alguns sinais de relança-mento da economia, embora nãopercebidos pelas agências de nota-ção, mas deve preocupar-nos a di-recção que ele está a ter: excesso deimobiliário, de compra de carros,gastos conjunturais, como aconteceuna época do Natal. Os consumidoressão demasiado rápidos a esquecer osítio onde estiveram”.

Sandro Mendonça lembra que ocrédito ao consumo “está mais fácil”,mas não o crédito empresarial “vi-rado para o investimento”. As famí-lias “não poupam e estão a endivi-dar-se com recurso ao crédito”. Porisso, “precisamos de politicas pú-blicas que incentivem a poupançadas famílias e o investimento dasempresas”. “Não podemos ir pararao sítio onde estávamos antes da cri-se, porque já nessa altura não esta-va tudo bem”, diz o economista,que entende ainda que há uma “cri-se estrutural do sistema económicoem que Portugal está inserido e essanão dá sinais de estar resolvida”.

RICARDO GRAÇA

ARQUIVO/JL

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6 Jornal de Leiria 2 de Fevereiro de 2017

Abertura

Oque posso afirmar é quea economia portuguesatem um grave problemaconjuntural impossível

de resolver no curto prazo eque nos condicionará duranteos próximos anos, oendividamento. Apesar de tudo, as taxas de juroanormalmente baixas e apolítica de crédito do BancoCentral Europeu têm mitigadoos efeitos desse problema porduas vias: de um lado aredução do impacto dos custosdos juros na despesa pública e,do outro, o acesso facilitado aocrédito, sem ser necessáriorecorrer a mecanismos demercado mais exigentes eimprevisíveis.Acresce que o crescimento doPIB verificado nos últimos anose previsto para os próximos,abaixo dos 2%, indicia que ocrescimento da economia nãoestá a ser suficiente, apesar daboa performance dasexportações nos últimos anos. A boa noticia da redução dodeficit prevista para ospróximos anos tem riscos denão ser suficiente peloselevados custos que podemosincorrer com a estabilização dosistema financeiro que, sendoou não incluídos no deficit,seguramente que irão afectar onosso endividamento e os jurosa penalizarem a despesapública.Apesar desta realidade, asempresas estão empenhadasem melhorar a suacompetitividade, comodemonstra a adesão aosprogramas do Portugal 2020. O Governo tem ainda noterreno programas, como é ocaso da Estratégia para aIndústria 4.0, apresentado estasemana em Leiria, que visampreparar o país para poder estarao nível das economias maisdesenvolvidas.

Opinião

Afinal, a crise já acabou?

Jorge Santos, empresário epresidente da Nerlei

Apesar de se manter dificuldade em aceder ao crédito

Empresas tencionam continuara investir durante este anoRaquel de Sousa [email protected]

� Com a economia a dar sinais de me-lhoria, o investimento empresarialdeverá apresentar uma taxa de va-riação de 3,8% este ano, de acordocom as intenções manifestadas pelasempresas no último Inquérito deConjuntura ao Investimento do Ins-tituto Nacional de Estatística.

Jorge Santos, presidente da Nerlei(ver texto ao lado), entende que “ape-sar da boa performance das exporta-ções nos últimos anos” o “cresci-mento da economia não está a ser su-ficiente”. Mas considera que “as em-presas estão empenhadas em me-lhorar a sua competitividade, comodemonstra a adesão aos programas doPortugal 2020”.

De acordo com os dados divulgadosesta semana pela Comissão de Coor-denação e Desenvolvimento Regionaldo Centro, a região de Leiria viu jáaprovados 537 projectos de empresasno âmbito do Portugal 2020, que to-talizam investimentos de 349 mi-lhões de euros. Destes, 390 já rece-beram o pagamento, que ascende a46,3 milhões de euros.

Voltando ao inquérito do INE (com

inquirição entre 1 de Outubro a 18 deJaneiro), os resultados apontam ain-da para um aumento de 6,5% do in-vestimento em 2016, “traduzindouma ligeira revisão em alta face àsperspectivas reveladas no inquéritoanterior (variação de 6,0%) e uma re-visão mais acentuada face às pers-pectivas reveladas no inquérito deOutubro de 2015 (variação de 3,1%)”,lê-se no documento.

Entre os objectivos do investi-mento, perspectiva-se uma reduçãoda importância relativa dos projec-tos orientados para a substituição epara a extensão da capacidade deprodução, enquanto o investimen-to associado à racionalização e rees-truturação verá o seu peso relativoaumentar.

Apesar da intenção de continua-rem a investir, os empresários apon-tam alguns entraves. O principalfactor limitativo do investimentoempresarial identificado pelas em-presas nos dois anos analisados foia deterioração das perspectivas devenda, seguindo-se, em 2016, a in-suficiência da capacidade de auto--financiamento e, em 2017, a incer-teza sobre a rentabilidade dos in-vestimentos”. Em ambos os anos, os

empresários referem o acentuar dadificuldade em obter crédito ban-cário e uma redução do peso relati-vo da capacidade de auto-financia-mento.

No distrito de Leiria são inúmerasas empresas que têm investimentosprevistos ou já em curso. Um exem-plo é o Grupo André Sousa, que de-verá investir em Alvaiázere entre seisa sete milhões de euros este ano. Estaverba é parte de um projecto que já foiiniciado no ano passado e que deve-rá ser concluído apenas em 2018.Trata-se de um investimento total naordem dos 15 milhões de euros, paraa construção de instalações para trêsempresas. Está contemplada a criaçãode 70 postos de trabalho, alguns de-les ainda este ano.

A Icebel é outro entre muitosexemplos. Em 2017, a empresa daMarinha Grande, que fornece solu-ções automatizadas de fim de linhapara várias indústrias, deverá con-cluir um investimento de um milhãode euros, que passa pela ampliaçãodas instalações e pelo aumento dacapacidade produtiva. Está previs-ta a contratação de seis pessoas,disse recentemente José Grácio aoJORNAL DE LEIRIA.

A economia está acrescer e aparentadinâmica. Mas osvírus dodesperdício,desfalque eenganopermanecem, nãosó no Estado, masem grandesempresas. É issoque gerará novacrise em breveJoão César das Neves

Em destaque

RAQUEL DE SOUSA SILVA

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8 Jornal de Leiria 2 de Fevereiro de 2017

Entrevista

"É absurdo Leiria não saberaproveitar o roteiro de milhões de pessoas que vão a Fátima"

Giovanni Fortese O italiano que criou um império de 26 pizzarias em Portugaldiz que falta outro tipo de mentalidade aos comerciantes do centro histórico

Cláudio [email protected]

� Como é que veio parar a Leiria?Vim de férias para a Nazaré, noano de 1994. Depois comecei agostar, vi que não havia pizzariascomo as italianas, comecei a vera possibilidade... Em 1996 abrium pequeno espaço [em Leiria] eem 2001 a primeira Mr. Pizza no[centro comercial] D. Dinis.Em 1994 que idade tinha?24.Mas apaixonou-se cá? O que éque aconteceu?Eu jogava futebol [em Itália, nosescalões regionais] e tinha tidoum acidente de carro. Já não po-dia exercer aquela profissão, o fu-tebol acabou. Comecei a traba-lhar numa fábrica e a ver a pos-sibilidade de criar algo meu. Vol-tei em 1995 para fazer férias naNazaré outra vez, e fiz amigos,que me ajudaram no primeiroespaço aqui. De 1996 até 2000, iae vinha, porque mantinha ligaçãoa Itália, de trabalho.Em Itália tinha uma vida boa?Sim, estava bem.Custou-lhe a decisão?Custou, no princípio, a parteafectiva, família, amigos, é nor-mal. Voltava a cada dois meses.Nunca cortei os laços.E o que é que o convenceu aapostar em Leiria?O cumprimento de um objectivoa que me tinha proposto, de terum negócio próprio, tentar ex-pandir a marca.Novara é muito diferente de Lei-ria?Tem hábitos culturais diferen-

tes. Por exemplo, aqui acho quese vive ainda pouco a cidade, nosentido de passear no centro, narua, comer uma fatia de pizza,um gelado. Em Itália é uma coisanormalíssima, aqui vai-se muitoaos centros comerciais. Outrasdiferenças? O ritmo. A minha ci-dade é muito mais stressante, otrabalho está em primeiro lugar.Aqui talvez já passe a segundo,consegue-se aproveitar mais avida.Os seus pais estavam ligados aosnegócios, às pizzarias, alguémna família?Não. O meu pai era sapateiro, aminha mãe fazia limpezas. Fui oprimeiro.Entre italianos e portugueses,há mais diferenças ou seme-lhanças?Provavelmente há mais seme-lhanças. São latinos. Têm em co-mum o gosto de comer bem. E debeber bem, o vinho. E na maneira de ser?Os italianos são mais alegres.O que é que falta no centro da ci-dade, em Leiria, para melhorar aqualidade de vida e o negócio docomércio tradicional?A mentalidade das pessoas emesmo dos próprios lojistas. Mui-tas vezes criam-se entraves quenão facilitam ter mais gente nocentro da cidade. Faz falta outramentalidade por parte dos co-merciantes. Têm de trabalharmais em conjunto, mas tambémrepetir iniciativas como o ShopOn e ter a mentalidade de que épreciso trabalhar, no sentido emque se uma família quer dar umavolta ao domingo no centro da ci-

PerfilDe futebolista emNovara a empresárioem LeiriaMarinha Grande, Pombal,Alcobaça, Lisboa, Porto,Coimbra, Faro, Santarém,Castelo Branco, entre outrascidades de norte a sul do País,num total de 26 lojas emPortugal, a que soma mais trêsem Espanha, todas localizadasem Sevilha. É este o planeta Mr.Pizza, 16 anos depois da aberturado primeiro restaurante, emLeiria, no centro comercial D.Dinis. Nascido em Novara há 46anos, filho de um sapateiro e deuma empregada de limpezas, oitaliano Giovanni Fortesecumpriu em Portugal o sonho decriar e gerir o próprio negócio,deixando para trás uma carreirade futebolista (nos escalõesregionais) com final antecipadopor causa de um acidente deviação. Tornou-se uma figuraacarinhada pela cidade que oacolheu, e onde vive com amulher (brasileira) e os doisfilhos (ele com três anos deidade, ela com um). Já passoupela ACILIS – AssociaçãoComercial e Industrial de Leiria,Batalha e Porto de Mós e acreditaque a região precisa de promovermelhor o respectivo patrimóniopara conseguir captar para ocomércio tradicional maisturistas, em particular, osmilhões de peregrinos que todosos anos se deslocam a Fátima.

dade, e está tudo fechado, nãovolta. Mais iniciativa, alargar ohorário, adaptar o horário à for-ma de viver das pessoas. É estetipo de mentalidade, de centrocomercial de rua.E as pessoas, também têm de irmais ao comércio tradicional?Acho absurdo que quando hádias internacionais, como o DiaSem Carros, fecham-se as ruas eo centro da cidade está cheio depessoas. E não entendo porquê omedo de se fechar ao trânsito, omedo de que vai criar problemasno comércio tradicional. Paramim é ao contrário. Dou o exem-plo de Itália, que é o que conhe-ço melhor. Em Itália, todas as ci-dades têm zonas pedonais nocentro. Isto era uma mais-valia,criava-se o centro como se fosseum parque, onde as famílias pas-seavam. E as lojas deveriam estarabertas.Em Portugal, o que recomendaaos seus amigos italianos?Essa é outra diferença entre osdois países. Estou em Leiria des-de 1996 e só nos últimos quatroou cinco anos vejo que se está aaproveitar o símbolo que é o cas-telo. Demorou-se muito tempo.São coisas que se podiam ter fei-to muito antes. Em Itália vende-se muito a própria cidade. Paramim Leiria é uma cidade muitobonita, mas não vejo publicidadeem lado nenhum. Gosto muito daFonte das Três Bicas, a Igreja daMisericórdia é espectacular. Co-meçou-se a promoção tarde. Éabsurdo Leiria não saber apro-veitar o roteiro de milhões depessoas que vão a Fátima.

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Jornal de Leiria 2 de Fevereiro de 2017 9ENTREVISTA COM O APOIO DE:

RICARDO GRAÇA

� O que é que explica o cresci-mento da marca Mr. Pizza?Tivemos um desenvolvimento apartir de 2005. Em 2001 abriu aprimeira pizzaria e houve qua-tro ou cinco anos de reconheci-mento do trabalho, no sentidoda tipologia... ter fatias, venderpara fora. Isto depois propor-cionou aberturas de lojas.O que faz a diferença?Acho que não competimos comninguém, porque as grandescadeias revendem às própriaslojas o produto, aqui não, cadauma das nossas pizzarias temprodução própria. A qualidadeestá em primeiro lugar. E o segredo está na massa?Nisso e noutros pormenores,não é só a massa. A pizza em sinão é segredo, porque vais àinternet e vês as receitas. Masnão consegues fazer downloaddo amor. A minha maior satis-fação é quando entram italianose ouves dizer que nem em Itáliacomeram uma pizza destas. Aíé que sinto que estou a fazerbem.Vê algum produto portuguêscom potencial para se tornar anossa pizza, que Itália exportoupara o mundo inteiro?Para ser simples, o pastel de

O segredo está na massa... e não só

"Não consegues fazerdownload do amor"

� Cá em Leiria vocês apoiam comfrequência associações e clubesdesportivos. Porquê?Em parte pela minha paixão pelodesporto. Depois porque nor-malmente os jovens são um dosnossos públicos-alvo, dá-lhes aconhecer a marca. Apoiei váriosclubes, gosto também dos clubesmais pequenos, que ajudam aformar pessoas, porque os meni-nos que agora jogam serão adul-tos e o desporto de certeza ajuda--os a aprender valores na vida.É adepto da União de Leiria?Sim, sigo. Em Itália uma pessoaque vive numa cidade segue emprimeiro lugar o clube da cidade,coisa que aqui não vejo muito.Sigo também o Novara e a Ju-ventus, são os meus três clubes.O que é que aprecia mais na gas-tronomia portuguesa?Várias coisas. Por exemplo, ba-calhau com natas.Em Novara o hóquei em patins

também é muito forte. É fã?Era. Vim muitas vezes a Portugalver jogos do Novara. O clube ain-da existe mas só nas categorias in-feriores, não há dinheiro.Os portugueses jogam melhorhóquei do que os italianos?Portugal é a pátria do hóquei empatins.E futebol também?Este ano sim. Jogando à italiana,Portugal foi campeão. É comodigo: jogar bem, muitas vezes,não leva a nada.Cantores italianos, de quem gos-ta?Não são muito internacionais:Vasco Rossi, Tiziano Ferro, LucaCarboni, muitos.E filmes?O cinema italiano antigamentecriou muito mais, agora exporta-se menos. Há muito cinema ita-liano a passar na televisão. Gos-to muito do cinema cómico ita-liano.

Futebol, hóquei e comédias no cinema

"Jogando à italiana,Portugal foi campeão"

nata. Penso que vai dar este salto,já está a dar. Voltando à vossa expansão, qualé o modelo? Franchising?Minhas são só estas de Leiria euma em Sevilha. O resto são fran-chising. Era impossível gerir tan-ta coisa.

“A minha maiorsatisfação équando entramitalianos e ouvesdizer que nem em Itáliacomeram umapizza destas. Aí é que sinto que estou a fazer bem”

Em destaque

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10 Jornal de Leiria 2 de Fevereiro de 2017

Sociedade

Leiria tem menos idosos isolados, masprecisa de mais respostas para deficientesConcelho Entre as prioridades apontadas no mais recente diagnóstico social do concelho de Leiriaestá a necessidade de criar mais vagas em creches comparticipadas e nas estruturas de apoio apessoas com deficiência

Fonte: Conselho Local de Acção Social de Leiria

Diagnóstico social do concelho de Leiria

Emprego e formação Habitação SocialIdosos

201620152014

Jovens em

Estágios Emprego(dados 2015)

1.862Estruturas

Residenciais para

Idosos (lares)

14

pedidos de habitação social, dos quais 130

são provenientes da União

de Freguesias de Marrazes e Barosa

271

candidaturas ao programa municipal de arrendamento,

em vigor desde 2016, sendo que

23 candidaturas já foram deferidas

53Centros de Dia

18Serviços

de Apoio

Domiciliário

30Centros

de Convívio

Idosos referenciadoscom diagnóstico de demência em 2015

8

700

formandos em formação

promovida pelo Centro de Emprego e Formação Profissional

de Leiria(dados 2015)

6.630horas de formação

frequentadas pelos 6.630

formandos(dados 2015)

1.295.781

5.271 294

118169

77

4.5013.812

2016201520142013

Número de Desempregados Idosos em isolamento

Maria Anabela [email protected]

� A rede social de Leiria apresentou,na semana passada, o novo diag-nóstico social do concelho. Os da-dos revelam, por exemplo, que,nos últimos anos, houve uma re-dução do número de idosos emisolamento e dos pedidos de habi-tação social, mas continuam a fal-tar respostas na área do apoio à de-ficiência, onde existem listas de es-pera em todas as valências. Há ain-da carências de vagas em crechessem fins lucrativas e em cuidadoscontinuados e paliativos, sendoque, nesta última área, uma únicacama nem no concelho nem nodistrito.

O diagnóstico social foi apro-vado, na semana passada, pelomunicípio de Leiria, num plenárioque juntou o Conselho Local deAcção Social (CLAS). A vereadoraAna Valentim destacou a impor-tância do documento, que faz “oretrato social actualizado” do con-celho, evidenciando “potenciali-dades e recursos”, mas também“fragilidades” e “áreas prioritá-rias de intervenção”. “A partir deagora a rede social está em me-lhores condições para emitir pa-receres sobre projectos ou novasrespostas, fazendo com base emdados concretos”, afirmou a au-tarca, frisando que o diagnósticoagora aprovado estará em “per-manente actualização, à seme-

lhança do que acontece e com arealidade social”.

Em termos de metodologia detrabalho, a análise incidiu sobrevários áreas temáticas: saúde,doença mental e dependências;habitação; família; idosos; forma-ção e emprego e deficiência e rea-bilitação. Em cada uma destasáreas, além do levantamento dedados, foi feita uma análise dasfragilidades/ameaças e das po-tencialidades/oportunidades.

Em relação à população idosa,os dados indicam que, nos últimostrês anos, houve uma redução decasos de isolamento (ver infogra-fia), mas aumentou o número deidosos com diagnóstico de de-mência, que passaram de pouco

mais de 600 casos, em 2014, paramais de 700, em 2015. A ausênciade respostas específicas de aco-lhimento para idosos com demên-cia no concelho foi, aliás, umadas lacunas identificadas pela redesocial.

Na área da família, um dos pro-blemas identificados prende-secom a maior complexidade dosprocessos que chegam à Comissãode Protecção de Crianças e Jovens(CPCJ) “face ao número de ele-mentos técnicos e ao seu tempo deafectação para efectuar o acompa-nhamento”. Segundo o levanta-mento feito, cada equipa da CPCJ(constituída por dois gestores deprocesso) acompanha, em média,128 casos, sendo que a medida

2002A rede social de Leiria surgiu em2002, constituindo formalmenteo seu Conselho Local de AcçãoSocial (CLAS) em 2003. Inicioucom 42 entidades e actualmenteconta com cerca de 80 parceiroscom assento directo no CLAS.

A data

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Jornal de Leiria 2 de Fevereiro de 2017 11

Deficiência e reabilitação Saúde mental e dependência

fogos de habitação

social propriedade da Câmara Municipal de Leiria

109

pessoas com deficiência eincapacidade acompanhadas

por estruturas do concelho, sendo que 822

residem no concelho

2.044

indivíduos provenientes de contextos socioeconómicos

vulneráveis que, estando infectadoscom VIH

e hepatites, não têm acesso a cuidados básicos de saúde

26

utentes acompanhados pelo Centro de Respostas Integradas (CRI)

de Leiria, sendo a principal substância de consumo a heroína

399

jovens com problemas aditivosacompanhados pelo CRI de Leiria

53

internamentos compulsivosregistados em 2015 pela PSP

21

pessoas com deficiênciaresidentes no concelhoem lista de espera para a valência de Centro de

Actividades Ocupacionais; para lar residencial

há 35 pessoas à espera

69

alunos do concelho identificadoscom necessidade de educaçãoespecial, dos quais 116 estãointegrados em unidades de

ensino estruturado

1.338

das casas de habitação

social da Câmara

têm entre 26 e 35 anos

40%

mais aplicada é o apoio junto dospais, o que implica “um aumentode competências indivíduos e pa-rentais dos mesmos”.

A equipa que trabalhou a temá-tica da família referenciou aindacom problema a insuficiência decreches sem fins lucrativos em zo-nas com maior densidade popula-cional e a falta de respostas naárea da violência doméstica, no-meadamente, no acompanha-mento de agressores, com o Centrode Atendimento às Vítimas do Dis-trito de Leiria a registar, em média200 novos casos por ano.

Na área da saúde mental e de-pendências, o diagnóstico socialaponta a falta de apoio às famíliase aos utentes após alta hospitalar,devido, em parte, à carência deunidades e de equipas de cuidadoscontinuados no concelho e no dis-trito. Faltam ainda respostas aonível da saúde mental, sobretudona área da infância e juventude,que está “à descoberto”, e “apoiotécnico/profissional em continui-dade a famílias e indivíduos na ges-tão de doenças infecto-contagio-sas”.

Também na área da deficiênciae da reabilitação há carência de res-postas. Segundo o diagnóstico, há110 pessoas residentes no concelhoem lista de espera para as valênciasde Centro de Actividades Ocupa-cionais (CAO), lar residencial e re-

ObrasDois milhões para bairros sociaisA degradação do parquehabitacional propriedade daCâmara foi uma das fragilidadesapontadas pelo estudo, segundo oqual cerca de 40% das 109 casasdo município têm entre 26 e 35anos. Esta situação será, noentanto, ultrapassada no curtoprazo, com o investimento decerca de dois milhões de eurosque o município está a fazer, comrecurso a fundos comunitários,na requalificação dos quatrobairros sociais (Sá Carneiro,Almoinhas, Cova das Faias e daIntegração). O diagnóstico feitopela rede rede social contabilizouainda a existência de 271 pedidosde habitação social, um númerosubstancialmente abaixo doregistado no último diagnóstico(400). Esta redução foi, noentanto, explicada com oarquivamento de processos,devido, por exemplo, aofalecimento ou mudança da áreade residência do requerente.“Havia processo iniciados nosanos 90 [do século passado] queainda estavam activos”, referiu achefe da Divisão doDesenvolvimento Social daCâmara.

sidência autónoma, sendo que onúmero de candidatos a integrar asestruturas concelhias é “muito su-perior” devido à escassez de res-postas” no País. O relatório realçaainda o facto de o número de pes-soas com deficiência com mais de55 anos estar a crescer, devido aoaumento da esperança de vida,havendo “cada vez mais pais ido-sos cuidadores com dificuldadesacrescidas, que precisam urgen-temente das estruturas da comu-nidade”. Outra das problemáticasidentificadas nesta área foi a ine-xistência de equipas multidisci-plinares domiciliárias, nomeada-mente, para apoiar as pessoas quese encontram sem resposta.

Na área do emprego e forma-ção, os dados recolhidos revelamuma redução de quase 28% no nú-mero de desempregados no con-celho (ver infografia) entre 2014 e2016, sendo que a falta de trabalhocontinua a afectar os grupos etárioscom idade mais elevada. A desar-ticulação entre a oferta de forma-ção disponível e as necessidades domercado de trabalho foi um dosconstrangimentos apontados nes-ta área, assim a falta de instalaçõesadequadas do Serviço de Formaçãodo Centro de Emprego e FormaçãoProfissional de Leiria, que pudes-sem ser uma “mais-valia no de-senvolvimento de acções de for-mação”.

Fórum educação não formal

“As salas de aula têm umformato de autocarro”

Elisabete [email protected]

� “As salas de aula são em formatode autocarro, com os alunos todosvirados para o mesmo lado e a com-portarem-se como um autocarro.Está alguém à frente a dirigir e unsestão a viajar, outros estão a dormire outros estão a olhar para a paisa-gem.” Foi assim que o secretário deEstado da Educação, João Costa, de-finiu as salas de aula actuais, du-rante o II Fórum educação não for-mal, organizado pela Junta Regionalde Leiria do Corpo Nacional de Es-cutas.

O governante alertou para a ne-cessidade de alterar o formato dasaulas. “Este formato de autocarrofunciona quando o que está à fren-te é o único que sabe, desde que osoutros todos tenham uma posiçãopassiva. Não promove de todo o tra-balho cooperativo, nem o questio-namento e a curiosidade intelec-tual”, justificou.

Lembrando que hoje o conheci-mento está “no bolso” e para saberuma informação basta recorrer aogoogle, João Costa salientou que épreciso preparar os jovens para se-rem “competentes em usar, pes-quisar e analisar informação”, por-que a internet tem informação ver-dadeira e falsa.

O secretário de Estado considerouainda que a escola está organizadano modelo do século XIX e início doséculo XX, “com um conjunto dedisciplinas que não falam entre si”.No entanto, “no mundo empresarialverifica-se que as fronteiras entredisciplinas se começaram a esbatere a maior parte do conhecimento étransdisciplinar”.

João Costa defendeu tambémuma contaminação da educaçãonão formal na escola, o que pode-rá ajudar a motivar os alunos, so-bretudo aqueles que não queremestudar. “A forma como os con-teúdos são trabalhados, como osalunos são envolvidos é uma das

competências que temos de trazerpara a escola. Lançámos um planode tutoria onde os alunos desen-volvem competências sócio-emo-cionais de relação com a escola.”

Considerando que o currículo ac-tual “está obeso”, João Costa pro-meteu uma dieta, identificando emcada disciplina “quais são as apren-dizagens essenciais, libertando tem-po para outras aprendizagens maispráticas” e outro tipo de projectos.

João Matos, professor do Institu-to de Educação da Universidadede Lisboa, também defendeu que aescola hoje tem de “preparar os jo-vens para trabalhar em empregosque ainda não foram criados e comtecnologias que ainda não foram in-ventadas”.

Lembrando que “não há um cur-rículo para ensinar as crianças a an-dar”, mas sim “apoios, em que se su-portam quando dão os primeirospassos, como os pais”, João Matosafirmou que a “aprendizagem é emer-gente e não consequência do ensino”.No entanto, o docente reconheceuque o “ensino é fundamental para ad-quirir conhecimento” e a escola é umelemento “fundamental para quehaja aprendizagens”. O escutismo éo “exemplo onde a aprendizagem na-tural ocorre”, sublinhou.

“O conhecimento não está nemnos livros nem na internet, residenas comunidades”, disse ainda odocente, que entende que o “su-cesso é variável”, pelo que não de-veria haver um tempo fixo de es-colaridade, pois “há alunos queprecisam de mais anos e outros demenos” para chegar ao sucesso.

João Matos acrescentou que o“espaço determina o aprender” econsiderou que o futuro passarápor haver “espaços de aprendiza-gens flexíveis, com multifunciona-lidades, de dimensão indiferencia-da, onde haverá grupos grandes”.Estes espaços “exigirão arquitectu-ras diferentes” e uma “lógica depensar sobre a actividade que vai serdesenvolvida nesses espaços”.

João Costa defende contaminação da educação não formal nas escolas

ESECS/IPLEIRIA

Cáritas promove conferência com Arlete CrisóstomoA pediatra Arlete Crisóstomo é a próxima convidada dociclo de conferências Escuta-me, promovido pelaCáritas Jovem. A conferência realiza-se esta sexta-feira,dia 3, no Seminário de Leiria, pelas 21 horas. A médicafalará sobre as implicações que o nascimento de umbebé poderá ter na dinâmica familiar.

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12 Jornal de Leiria 2 de Fevereiro de 2017

Sociedade

Ausência de públicos e de cooperação entre agentes da cidade estiveram em discussão

RICARDO GRAÇA

No sábado, na Livraria Arquivo, discutiu-se que cidade se quer em Leiria

“O povo não quer saber de culturanem de capitais europeias da cultura”Jacinto Silva [email protected]

� "Quero uma cidade onde os meusfilhos possam ficar a viver e façam avida, sem terem de ir para longe. Opovo não quer saber de cultura nemde capitais europeias da cultura."Foi com esta afirmação que RicardoGraça, da extinta Preguiça Magazine,marcou a fase final da primeira dasconferências Quantas Cidades tem aCidade?, realizada no sábado na li-vraria Arquivo, em Leiria, promovi-das pelo colectivo a9)))), em conjun-to com alguns antigos elementos daPreguiça Magazine e apoio da livrariae do JORNAL DE LEIRIA.

A organização convidou o docen-te do Instituto Politécnico de LeiriaAndrzej Kowalski, a presidente da as-sociação Metamorfose, Patrícia Mar-tins, o designer Paulo Sellmayer, a ar-quitecta Sandra Macedo e o artistaplástico Tiago Baptista, como ora-dores, e pretendia levar à discussão“a cidade que é de todos os que a ha-bitam, os que a vivem e os que aadoptaram”, mas, rapidamente, ostemas que se impuseram foram acandidatura a Capital Europeia daCultura e a cultura como factor de de-senvolvimento.

Ricardo Graça pediu a palavra edisse que o que se deveria estar a dis-cutir era “Leiria como cidade de fu-turo, com projectos-piloto para aEducação, para o Ambiente... Uma ci-dade para estar à frente ‘quando o fu-turo chegar’”. Adoptando um tomcrítico e metendo, ainda mais pro-fundamente, o dedo na ferida, o an-tigo dirigente associativo afirmou, re-lativamente ao sector da cultura,que "não há públicos", porque aspessoas de Leiria não têm curiosida-de e não querem saber da cultura”.

Voltando a falar da cidade, aludiuà “grande preocupação” pela saídadas grandes marcas da Avenida He-róis de Angola e com o estado mori-bundo daquela parte de Leiria. "Ago-ra quer-se salvar a avenida. Paraquê? As pessoas não querem ir paralá. Não querem comprar nada lá.Podemos até cobri-la com vidro e al-catifá-la!", afirmou para, de seguida,concluir que Leiria não consegueque os seus agentes se congregueme conversem. “Quando não se con-segue conversar, não se consegue fa-zer em conjunto."

“Leiria nada tem de especial”Antes, já Andrzej Kowalski tinha ditoque "Leiria nada tem de especial paraser Capital da Cultura. Tem tantoquanto qualquer outra cidade.” Ko-walski respondeu assim a Álvaro Ro-mão, membro do a9)))), que questio-

nou os oradores, sobre as caracterís-ticas que levem Leiria a ser candida-ta a Capital Europeia da Cultura.

O docente no Instituto Politécnicode Leiria (IPL) afirmou de seguida que,na verdade, a cidade tem “vontade”e uma “comunidade que deve per-ceber que, além de números, negóciose estradas”, a cultura é “um factor dedesenvolvimento”. Kowalski, que sefixou na cidade há 40 anos, sublinhouque “é fantástico", agora, ouvir falar"tanto de cultura em Leiria".

Uma janela de oportunidade paraque, quem tem poderes de decisãotentar fazer algo. É isto que para Pa-trícia Martins representa esta discus-são. "Neste momento, é ingénuo pen-sar que pode ser viável uma candi-datura a capital da cultura e vencer.Mas, quem sabe?" Profissionalmen-te ligada à área do ensino, entendeque é prioritário formar públicos, sepossível em articulação com as esco-las. "Além disso, como a comunida-de não se dirige aos equipamentosculturais, dever-se-ia fazer um mo-vimento inverso e serem esses equi-pamentos a saírem para a rua.”

Também Paulo Sellmayer, organi-zador da Caldas Design Week, apon-tou a comunidade como elementoagregador do projecto. "É um traba-lho que se tem de ir fazendo, apro-veitando o que já está ser feito."

O que promover numa candidatura a capital da cultura?Sandra Macedo entende que a equi-pa que está a preparar a candidatu-

ra deverá destacar três ou quatro te-mas ou mesmo apenas um, paradesenhar a estratégia. Cautelosa, a ar-quitecta disse que, num momento detanta incerteza relativamente ao ob-jectivo, o legado será recolher infor-mação, escolher dois ou três eixosorientadores e depois definir objec-tivos que possam ser transversais atodos nesse tema.

Em Guimarães, depois da realiza-ção da Capital Europeia da Cultura, re-feriu, o que ficou foi aquilo que asequipas foram buscar à génese do ter-ritório, para ser promovido e criar re-des de trabalho, reforçando a comu-nidade criativa local.

Sellmayer contrapôs e recordouque, em Guimarães, houve uma re-qualificação do antigo edificado in-dustrial, mas que também houveespectáculos caros, como o dosLa Fura dels Baus, cujo impacto foimínimo, após terminar o evento.

Já o artista plástico Tiago Bap-tista advertiu que é preciso pensarantes, no que fazer depois do even-to, acautelando para que haja di-nheiro para uma programação in-teressante. "A actividade artísticaé de uma precariedade atroz. Osmunicípios devem pensar no apoioque dão aos artistas, porque elespodem um dia querer ter um lugaronde viver, podem querer ter umfilho... Verdadeiros luxos de quemvive acima das possibilidades!",ironizou.

O debate Quantas Cidades tem aCidade? regressa no dia 25 de Mar-ço, à Arquivo.

Não é cidade criativa“Leiria é cidade de remendos”Acerca da hipotética realização deuma edição da Capital Europeia daCultura em Leiria, Álvaro Romão,elemento do colectivo a9))))questionou os presentes sobre o queacontece aos equipamentos,“depois de se apagar as luzes”. “Nãoconsigo acreditar na ideia CapitalEuropeia da Cultura, não é mais doque um chavão político. Leiria não éuma cidade criativa é uma cidade deremendos. Tem um jardim onde asárvores foram cortadas, tem umpalco de madeira no meio do JardimLuís de Camões em vez de umcoreto. Leiria parece uma feira, etem sítios que não são utilizados edeixados ao abandono”, disse,adoptando um tom crítico. Ocineasta deu mais exemplos daquiloque, na sua opinião está errado coma cidade. “O m|i|mo [Museu daImagem em Movimento], porexemplo, está abaixo do que deveriater sido, além disso, quandocortaram metade das valências docentro cívico Praça Eça de Queiroz,acabaram com ele. Não é mais doque um centro de escritórios queestá semi-abandonado e degradado.O que vai ser desta cidade se forCapital da Cultura e depois ficarcom equipamentos nos braços esem dinheiro nem vontade parafazer o que quer que seja?”,questionou.

Batalha

Município cria'via verde' paralicenciamento

� A Câmara da Batalha vai criar o Ga-binete de Apoio ao Licenciamento(GAL), que funcionará como uma‘via verde' para apoiar as empresas eparticulares nos processos de licen-ciamento de unidades comerciais e in-dustriais. Segundo a autarquia, estamedida vai promover a simplificaçãoe celeridade na tramitação e aprecia-ção dos processos, tendo como ob-jectivo a redução dos prazos de apre-ciação e decisão dos projectos em 50%do tempo relativamente aos prazos le-gais fixados, privilegiando os con-tactos directos por via de correioelectrónico, por forma a agilizar oprocedimento. "Os empresários,quando decidem fazer um investi-mento, querem aplicá-lo rapida-mente. Se a Câmara Municipal não ti-ver capacidade de resposta e, ao fimde pouco tempo, se não conseguiraprovar a licença, o investimento,muitas vezes, pode perder-se", diz opresidente Paulo Batista dos Santos,citado num comunicado.

Leiria

Mulher queesfaqueounamorado estáarrependida

� A mulher de 34 anos que está acu-sada por homicídio na forma tentadapor ter esfaqueado o ex-companhei-ro disse ao Tribunal de Leiria que nãotinha intenção de matar. “Era mesmosó para o assustar, para não me batermais.” A acusada, detida em prisãopreventiva no Estabelecimento Pri-sional de Tires, afirmou estar arre-pendida dos seus actos praticados emAmor, Leiria: "Só quero pedir des-culpas ao ofendido”.

Admitindo que se encontrava al-coolizada no dia da agressão, a mulhercontou que tinha discutido com o ho-mem para ele não sair de carro, umavez que também “tinha bebido”, masele deu-lhe um estalo. Mais tarde, aca-bou por tirar uma faca de dentro dagaveta da cozinha e espetou-a nopeito do ex-companheiro. A irmã daacusada e o ex-companheiro, que foivítima da facada, recusaram prestardeclarações. Nas alegações finais, oprocurador do Ministério Público de-fendeu uma condenação, mas consi-derou que o colectivo deve levar emconta o "enquadramento dos factos",que aconteceram "após ingestão debebidas alcoólicas" e as agressões deque a mulher já antes tinha sido alvo.Já o advogado da arguida pediu a“pena mínima”.

Obras condicionam trânsito na variante dos CapuchosO trânsito na variante dos Capuchos (Avenida PapaFrancisco), em Leiria, vai estar condicionado aotrânsito, entre amanhã e domingo, devido a obras de remoção e recolocação de lajetas. O tráfego naavenida será cortado no sentido Leiria-MarinhaGrande e desviado para a Rua dos Mártires.

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SociedadeJornal de Leiria 2 de Fevereiro de 2017 13

Helder Roque foi ovacionado

Pressão interna e externa fez presidente recuar na decisão de saída

Chefias aplaudem continuidade de Helder Roque no CHLElisabete [email protected]

� Saio. Não saio. Helder Roque vaicontinuar à frente do Conselho de Ad-ministração (CA) do Centro Hospita-lar de Leiria (CHL), depois de teranunciado a sua saída às chefias emNovembro. O líder do CHL não re-sistiu às pressões que foi sofrendo aolongo destes meses, não só através deemails e mensagens escritas dos co-laboradores do hospital, mas tambémda sociedade civil, política e empre-sarial, que se mobilizou para con-vencer Helder Roque a não abando-nar o projecto que iniciou há cerca denove anos.

Na terça-feira, Helder Roque reu-niu as chefias do CHL e comunicou--lhes que o ministro da Saúde o tinhareconduzido e que ele tinha aceitadoficar mais três anos. Além da pressãode que foi alvo, a decisão terá tam-bém sido determinada por algumaspromessas da tutela de melhorar ascondições do CHL.

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para com o hospital. Humanizaçãocontinua a ser uma das palavras cha-ve, assim como o trabalho de equipa.Helder Roque reconheceu que fazerdo CHL uma referência na região sótem sido possível graças ao empenhoe envolvimento de toda a equipaque integra o CHL.

Foi com uma enorme ovação queas chefias do CHL receberam a notí-cia da continuidade do presidente doCA. O director de Serviço de Cardio-logia, João Morais, confessa ao JOR-NAL DE LEIRIA que o CHL viveutrês meses “com muita apreensão”,depois do anúncio de saída de HelderRoque. A decisão de continuar foi re-cebida “com muita satisfação e comuma enorme ovação na sala, comoque um descomprimir de todos”.

João Morais salienta que o “suces-so deste projecto não seria possívelsem o Dr. Helder Roque”, porque“ainda não está sólido e as dificulda-des são muitas”. “Só quem está pordentro é que conseguiria dar conti-nuidade ao projecto. A saída do Dr.

Helder Roque iria levar o senhor mi-nistro a nomear alguém, até poderiaser de fora da instituição, que não co-nhecia minimamente o projecto. Sig-nificaria um retrocesso enorme parao CHL”, acrescenta o cardiologista.

No entanto, João Morais lem-bra que o reconhecimento de to-dos, inclusive da tutela, “- que dáo CHL como exemplo - só não che-ga”. “É preciso materializar, paraque daqui a três anos este hospitalesteja solidamente no patamar quemerece estar.”

Lembrando o movimento que de-sencadeou à sua volta para o pres-sionar a ficar, o especialista entendeainda que este apoio é o “reconheci-mento do trabalho que tem desen-volvido nos últimos anos e que colo-cou o CHL num patamar muito ele-vado”.

Helena Vasconcelos, directora deServiço de Gastrenterologia, tam-bém se mostra “muito contente”com a continuidade de Helder Roque,pois considera que “se ele fosse em-

bora o projecto iria sofrer uma enor-me fractura”. Esta decisão é “muitoboa para a saúde da região e para apopulação”, pois tem sido a pessoaque “mais tem feito por esta casa” e“pôs sempre os interesses do hospi-tal à frente dos seus, da política e atéda tutela”. Segundo Helena Vascon-celos, o presidente do CA “nunca foisubserviente a nenhum Governo eteve sempre uma postura de rei-vindicação dos interesses da popu-lação”.

Em resposta ao JORNAL DE LEI-RIA, o Gabinete de Comunicação, Re-lações Públicas e Imagem do CHL re-fere que Helder Roque “não poderiaficar indiferente” às “inúmeras de-monstrações de apoio que recebeuquer internas, de colaboradores detodos os sectores, quer externas, devárias entidades e agentes da socie-dade”, pelo que “reconsiderou a suavontade, e aceitou a proposta que lhefoi feita pelo ministro da Saúde paraque integrasse novamente comopresidente a equipa do CA”.

Aos colaboradores, o responsávellembrou o investimento que temsido feito, a falta de recursos huma-nos, assim como a elevada dívidaque o Serviço Nacional de Saúde tem

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14 Jornal de Leiria 2 de Fevereiro de 2017

Sociedade

Obras reforçam segurança e conforto no Santuário

Fátima: a 100 dias do primeiro centenário,quase tudo pronto para receber o PapaCláudio [email protected]

�Faltam 100 dias para a visita do PapaFrancisco a Fátima, que coincidecom o Centenário das Aparições, e asobras de adaptação do Santuário es-tão quase concluídas. Enquanto oprograma cultural e espiritual avan-ça também em velocidade de cru-zeiro, começam agora a acelerar ospreparativos logísticos e de protoco-lo relacionados com a presença dochefe da Igreja Católica na data maisimportante do calendário mariano emPortugal.

Francisco chega a Portugal no 12 deMaio, através da base aérea de Mon-te Real. Sabe-se que segue directa-mente para Fátima, onde está previstojantar em privado com um gruporestrito, em que se incluem o bispo dadiocese de Leiria-Fátima, D. AntónioMarto, e o reitor do Santuário, padreCarlos Cabecinhas. De Roma, um pe-dido: refeições simples.

Os aposentos para a única noite doPapa em solo português estão reser-vados numa das casas de acolhi-mento adjacentes ao recinto do San-tuário. Logo na manhã seguinte, sá-bado, o Papa preside às celebrações re-ligiosas do 13 de Maio, que assinalam,este ano, a passagem do primeiroséculo desde os relatos dos pastori-nhos Lúcia, Francisco e Jacinta sobre

o aparecimento de uma entidade fe-minina, na Cova da Iria, identificadacomo a mãe do filho de Deus.

No final das celebrações, Franciscoencontra-se com os bispos portugue-ses, durante um almoço oferecido norefeitório da Casa de Retiro da NossaSenhora do Carmo. O voo de regressoao Vaticano parte de Monte Real du-rante a tarde.

Mais segurançaSão esperadas pelo menos 400 milpessoas, mas o número de peregrinospode vir a ser muito superior, contandocom a multidão espalhada pelas ruasem redor do Santuário. Só a presençado Papa, e sobretudo deste Papa, querapidamente conquistou um lugar nocoração dos católicos (e de muitosnão crentes) é motivo para cuidadosextraordinários, embora vários espe-cialistas sublinhem o respeito que omundo islâmico nutre por Fátima,nome que identifica uma das filhas doprofeta Maomé.

"É um desafio, sem dúvida", co-menta o vice-reitor do Santuário, pa-dre Vitor Coutinho, realçando que ainstituição "está habituada a trabalharcom grandes multidões". Quanto àpreservação de pessoas e bens, acres-centa, a responsabilidade é das forçasde segurança, que estão a trabalhar emcoordenação. "Sentimo-nos bastanteseguros". Existem actualmente mais

duas câmaras de videovigilância,num total de 11, ao abrigo do despa-cho da secretária de Estado Adjuntae da Administração Interna, publica-do a 23 de Janeiro último, que reno-va o licenciamento do sistema peloperíodo de um ano, com o objectivode prevenir crimes e actos terroristas.

Obras quaseconcluídosAs derradeiras empreitadas contem-plam, por exemplo, a requalificaçãoda passadeira que os peregrinos uti-

lizam para cumprir promessas, avia penitencial, que se estende até àCapelinha das Aparições. Tambéma repavimentação e correcção dopiso do recinto e o tratamento dosobeliscos de pedra com melhoria dailuminação e das colunas de som seencontram em fase de conclusão.Ou seja, são sobretudo pormeno-res de última hora. As intervençõesde maior relevo aconteceram deforma faseada, nos últimos seteanos. "Queríamos que em 2017não houvesse obras no recinto epraticamente não há", salienta opadro Vitor Coutinho. Principaisnovidades já executadas: a cons-trução de um novo presbitério (oaltar do recinto de oração, na fotomaior) e de um túnel sob a Aveni-da Dom José Alves Correia da Sil-va, a requalificação dos parques doSantuário utilizados para estacio-namento, merendas e campismo,a renovação da Basílica de NossaSenhora do Rosário e de algumascapelas interiores que acolhem ostúmulos dos pastorinhos, e a re-construção do órgão da Basílica.No fundo, "uma oportunidadepara renovar grande parte das in-fra-estruturas que acolhem pere-grinos", explica o vice-reitor doSantuário, garantindo "mais con-forto" nos momentos de visita-ção e oração.

Cultura e videomappingSão mais de 150 as iniciativas rela-cionadas com o Centenário das Apa-rições. Por um lado, existem pro-postas de peregrinação diferentes,que proporcionam uma experiênciade visitação inédita. Por outro, reco-loca-se o fenómeno de Fátima nocentro da reflexão, estudo e investi-gação. Finalmente, é reforçada aoferta cultural neste ano mariano,que encerra a 13 de Outubro, com oconcerto da Orquestra e Coro Gul-benkian, a interpretar, sob direcção deJoana Carneiro, obras encomendadasaos compositores James MacMillan eEurico Carrapatoso. Durante a pere-grinação internacional de Maio, odestaque é o espectáculo de video-mappinga projectar na fachada da Ba-sílica.

Vitor Coutinho lembra que o PapaFrancisco "é uma figura popular,muito querida", que trouxe "um novoimpulso e renovação" à Igreja Cató-lica. Tem viajado sobretudo paradestinos periféricos, muitas vezesem geografias onde os cristãos sãominoria. "Sabendo que não vai a ou-tros países da Europa e vem a Portu-gal, é motivo de orgulho", diz o vice-reitor do Santuário. Francisco será oquarto chefe da Igreja Católica a vi-sitar Fátima depois de Paulo VI (1967),João Paulo II (1982, 1991 e 2000) eBento XVI (2010).

Da esquerdapara a direita:um novo altar eiconografia naBasílica de NossaSenhora doRosário, maisduas câmaras devideovigilância,o órgão daBasílicatotalmenterenovado e asúltimas obras navia penitencial

FOTOWS: RICARDO GRAÇA

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Sociedade SaúdeJornal de Leiria 2 de Fevereiro de 2017 15

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Uma das aplicações da realidade virtual na saúde mental é notratamento de fobias

DR

Perspectivas inovadoras na reabilitação psicossocial abordadas em seminário realizado em Ourém

Realidade virtual ajuda doentes com problemas mentaisMaria Anabela [email protected]

� Usar avatares no tratamento dadepressão ou de alucinações au-ditivas… À primeira vista, podeparecer ficção científica, mas es-ses são alguns exemplos da utili-zação da realidade virtual nocombate a problemas de saúdemental, que já estão a ser postosem prática, nomeadamente, notratamento de fobias ou de per-turbações de stress pós-traumáti-co. O assunto foi tema da inter-venção de Teresa Souto, docenteda Universidade Lusófona do Por-to e investigadora do Laboratóriode Reabilitação Psicossocial daUniversidade do Porto, duranteum seminário sobre saúde mentalrealizado, na semana passada,em Ourém.

“A aplicação da realidade virtualno domínio da saúde mental já éuma realidade”, afirmou TeresaSouto, que sublinhou as vanta-

gem desta prática no combate àsfobias. “A pessoa é colocada numambiente que recria a circunstân-cia que lhe desperta um medoinibidor. É mais fácil do que pedirque se imagine na situação. A pes-soa sabe que, se a ansiedade atin-gir níveis insuportáveis, pode sairda situação, o que lhe dá umasensação de segurança”, explicoua investigadora.

Teresa Souto realçou ainda asmais-valias do uso da realidadevirtual no combate a perturba-ções de stress pós-traumático, compossibilidade de “colocar o indi-víduo num cenário próximo da-quele que lhe provocou o proble-ma”, ajudando-o a “falar do quesente, das suas memórias”. Se-gundo a docente, nos EUA e no Ca-nadá já existem cerca de 60 hos-pitais de veteranos de guerra ondeesta prática está a ser usada como“complemento às terapias con-vencionais”.

Durante a sua intervenção, Te-

resa Souto referiu também expe-riências feitas no Reino Unido como uso de avatares no tratamento dedepressão. Segundo explicou, “ospacientes são projectados numa

realidade virtual em que são esti-mulados a demonstrar compai-xão com o avatar”. Depois, “in-vertem--se os papéis”, sendo que,“pós algumas representações, hou-

ve uma redução da severidade dadepressão”.

A investigadora sublinhou aindaas mais-valias da realidade virtualaplicada no domínio da reabilitaçãopsicossocial, em termos de “treinode competências e de tarefas, emcontexto terapêutico e em contex-to familiar e de vida diária”.

Organizado pelo município deOurém, em parceria com váriasentidades, o seminário Saúde Men-tal – Perspectivando a Reabilita-ção e a Reintegração na DoençaMental Grave tinha como objectivopotenciar a articulação entre ostécnicos e facilitar os canais decomunicação, para um encami-nhamento mais eficiente dos uten-tes para a resposta mais ajustada naárea da saúde mental. Na sessão deabertura, Álvaro Carvalho, directordo Plano Nacional de Saúde Men-tal, destacou alguns números: “Emcada 100 pessoas, 22,9 têm umproblema de saúde mental. Estenúmero deve-nos preocupar”.

Campanha Nós podemos, eu posso

Região assinala Dia MundialContra o Cancro

� São várias as iniciativas que irãodecorrer na região para assinalar oDia Mundial Contra o Cancro, quese celebra esta sexta-feira, dia 4, noâmbito da campanha de sensibili-zação Nós podemos, eu posso, pro-movida pelo Núcleo Regional doCentro da Liga Portuguesa Contrao Cancro (LPCC). Para sábado, dia5, estão agendadas caminhadas desensibilização em Pedrógão Gran-de e na Marinha Grande. No pri-meiro caso, a partida será pelas 10horas no jardim da Devesa. Na Ma-rinha, a concentração está marca-da para as 15 horas, no Parque da

Cerca. No domingo, haverá umaoutra caminhada, deste feita, em Fi-gueiró dos Vinhos, com partidaagendada para as 9 horas, na Praçado Município. A organização dasiniciativas está a cargo dos grupos lo-cais de voluntariado do Núcleo Re-gional do Centro da LPCC. O DiaMundial do Cancro é uma iniciativada União Internacional de Controlodo Cancro que pretende ter a di-mensão de um evento global queuna a população em torno da lutacontra o cancro. Destina-se a salvarvidas humanas, através da sensibi-lização e da educação.

Alvaiázere Yoga paracrianças no museu

O Museu Municiapal deAlvaiázere foi o espaço escolhidopela câmara para a realização dassessões de yoga para crianças, noâmbito de um projectodesenvolvido pela autarquia.Leccionadas pela professoraMélanie Gonçalves Marques, asaulas vão decorrer, de 15 em 15dias, divididas em dois grupos: 3aos 6 anos e dos 6 aos 12 anos. Aprática de yoga na infância ajuda,por exemplo, a promover acapacidade de concentração e derelaxamento e a desenvolver aauto-estima e auto-confiança.

Batalha Mulheres com rastreio gratuíto

Já se encontra estacionada juntoao centro de saúde da Batalha aUnidade Móvel de MamografiaDigital, que, nas próximassemanas, irá estar disponível paraefectuar rastreios gratuitos aocancro da mama. A iniciativadestina-se a mulheres residentesno concelho da Batalha, quetenham entre 45 e 69 anos. Aunidade funcionará de segunda aquinta-feira, das 9 às 18 horas, e àsexta-feira, das 9 às 12:30 horas edas 13:30 às 16:30 horas. O examemamográfico deve ser repetido dedois em dois anos.

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16 Jornal de Leiria 2 de Fevereiro de 2017

Sociedade Política

Cabeça-de-lista escolhido entre três nomes

PS de Castanheira aprovaGonçalo Abílio para a Câmara

Empresário e monárquico assumido

Carlos Pinto Machado concorrepelo CDS-PP em Óbidos

� Empresário e líder da concelhia lo-cal do CDS-PP, Carlos Pinto Macha-do volta a ser o cabeça-de-lista doscentristas à Câmara de Óbidos, de-pois de, em 2013, também se tercandidatado. Afirma-se como um“acérrimo critico” à gestão finan-ceira do executivo municipal lidera-do pelo PSD, que, no seu entender,tem “condicionado o desenvolvi-mento do concelho”. Em comuni-cado, Carlos Pinto Machado apontao presidente da Câmara como o“principal responsável” pela situa-ção financeira do município, criti-

cando-o por “não saber gerir as prio-ridades para o futuro. O candidatopromete apresentar ao eleitoradouma equipa “multidisciplinar” e “ca-paz de poder criar e implementar so-luções viáveis que conduzam ao de-senvolvimento sustentado do con-celho”. Natural de Lisboa mas a re-sidir em Olho Marinho, Óbidos, Car-los Pinto Machado é actualmenteempresário (imobiliário e turismo) econsultor no ramo imobiliário e fi-nanceiro. Tem 51 anos e defende ainstauração em Portugal de umamonarquia constitucional.

� Está escolhido o nome do cabe-ça-de-lista do PS à Câmara de Cas-tanheira de Pera, uma das cinco au-tarquias do distrito lideradas pelossocialistas. Chamados a votar entretrês candidatos a candidatos, osmilitantes aprovaram, por maioria,o nome de Gonçalo Abílio Lopes.Na assembleia de militantes, reali-zada na última sexta-feira, o em-presário e actual presidente da Co-missão Política Concelhia obteve 22votos, contra os 15 conseguidospor Tiago Kalidás Barreto. Houveainda um em José Carlos Lima edois brancos.

Em declarações ao JORNAL DELEIRIA, Gonçalo Abílio Lopes dizque o processo decorreu com “nor-malidade”, com a “pluralidade deopiniões a funcionar como um ele-mento enriquecedor”. O socialistafrisa que o seu nome já foi também“sufragado” pelo secretariado con-celhio, pelo que se sente “dupla-

Actuais e antigos autarcas marcam presença na apresentação

Narciso Mota deixa PSD e oficializacandidatura como independenteMaria Anabela [email protected]

� A escolha do local não foi um aca-so. Narciso Mota voltou ao auditórioda Caixa Agrícola de Pombal, ondeem Maio do ano passado revelou asua intenção de concorrer à Câmara,para fazer a apresentação oficial dasua candidatura à liderança do mu-nicípio, como independente, de-pois de já ter pedido, formalmente,a desfiliação do PSD, partido peloqual foi eleito presidente durantecinco mandatos.

Perante um auditório cheio, coma presença de vários actuais e anti-gos autarcas, não só do PSD mastambém de outros partidos, o agoracandidato prometeu uma campanhade “afectos”, num discurso ondeas palavras “humano” e “humanis-mo” estiveram em destaque, ou nãotivesse escolhido como lema da can-didatura Narciso Mota: Pombal hu-mano.

Sublinhando que está “habituadoa tomar grandes decisões, quandoelas são necessárias” e a liderar equi-pas “onde a liberdade de expressãoe opinião são a rotina e não a ex-cepção”, Narciso Mota explicou queum dos motivos que o fez avançarcom a candidatura prende-se com os“desabafos” que ouviu de que “o tra-tamento afável que a Câmara tevedurante 20 anos já não estava aacontecer”.

Na sua intervenção, Narciso Motaassegurou ainda que antes de avan-çar como independente, se colocouà disposição das “estruturas locais,

distritais e nacionais” do PSD, “semque alguém tivesse afirmado um'não' ou um 'sim'”, com o objectivode “protelar” a sua decisão. Porquediz não gostar de “empatar” nem de“ser empatado”, tomou a decisão deavançar como independente, tendojá pedido a demissão da mesa de sec-ção do PSD de Pombal e a desfiliaçãodo partido. Assegura, no entanto,que irá cumprir o seu mandato naAssembleia Municipal de Pombal eque só deixará as funções de presi-dente se os deputados assim o en-tenderem. Nesse caso, “sairei damesa e irei para a bancada porque fuieleito democraticamente pelo povo”.

Presentes na sessão estiveram osex-deputados na Assembleia daRepública Ofélia Moleiro e Rodri-gues Marques, António Pires, ex--número dois do actual presiden-te que se demitiu meses depois daeleição em divergência com DiogoMateus, e os ex-presidentes de jun-ta António Carrasqueira (Abiul),Leogivildo Fernandes (Carriço), Cé-lio Fernandes (Carriço), AntónioConceição (Guia). Manuel Serra eAvelino António, actuais presiden-tes da União de Freguesias de Guia,Ilha e Mata Mourisca e de Meirinhas,Teresa Silva e Jorge Cordeiro, mem-bros da Assembleia Municipal, tam-bém marcaram presença, assimcomo vários dirigentes associati-vos e empresários. O PS esteve re-presentado pelos vereadores Mar-lene Matias e Jorge Claro (já apro-vado como cabeça-de-lista dos so-cialistas) e pelo presidente da con-celhia, Alberto GameiroJorge.

ReacçãoPSD acusa Narcisode traiçãoNa sequência do anúncio dacandidatura de Narciso Mota, oPSD de Pombal emitiu umcomunicado, onde acusa oantigo presidente da câmara deestar “traindo as pessoas quesempre o apoiaram de formaleal” e de ter rompido com opartido por “motivaçõespessoais”. No documento,assinado por membros da Mesada Assembleia e da ComissãoPolítica de Secção, Narciso Motaé criticado por “comojustificação e motivação da suadecisão” ter referido “apenasinteresses pessoais”. Comoexemplo dessas motivações éapontada “uma posição derevanche contra o actualpresidente da câmara, a falta desatisfação de interesses noemprego a seus familiares, areacção à demolição do quiosque(mamarracho), que ele tinhamandado construir no centro doLargo do Cardal e a demissão daex-directora da ETAP, por sinomeada”. Sobre o programa decandidatura de Narciso Mota, oPSD fala de proposta“desconexa”, com obras “jáexecutadas ou em execução emmais de 90% pelos actuaisórgãos autárquicos”.

mente legitimado para, com toda ahumildade e todo o empenho, as-sumir a posição de candidato”. Oprocesso segue agora para a fede-ração distrital, que, na próximareunião da Comissão Política, de-verá ratificar o nome.

Gonçalo Abílio promete traba-lhar para apresentar aos eleitoresum projecto “tão amplo e agrega-dor quanto possível”, onde cai-bam “todas as propostas que pos-sam ser uma mais-valia para o con-celho”.

Empresário, Gonçalo Abílio tem36 anos e é primeiro secretário daAssembleia Municipal de Casta-nheira de Pera. Militante do PSdesde os 20 anos, vai agora pro-curar que os socialistas conti-nuem a liderar a Câmara, actual-mente presidida por FernandoLopes que não se pode recandi-datar devido à lei da limitaçãode mandatos. MAS

Na sessão foi distribuído o programa eleitoral que contempla a construção de novas infra-estruturas

RICARDO GRAÇA

José Cunha confirma recandidatura pelo PSO actual presidente da União de Freguesias de Leiria,Pousos, Barreira e Cortes, José Cunha, eleito pelo PS,vai recandidatar-se. Segundo um comunicado daconcelhia socialista, a confirmação foi dada pelopróprio durante um jantar de “apoio”, realizado nodia 27 e que juntou cerca de 350 pessoas.

DR

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Sociedade Comunidades PortuguesasJornal de Leiria 2 de Fevereiro de 2017 17

DR

Cláudia Monteiro liderou estratégia de comunicação internacional do Edinburgh Festival

Do maior festival de artes do mundo aos Jogos da CommonwealthMaria Anabela [email protected]

� A vida é feita de momentos. Degrandes momentos ou de peque-nos acasos, que acabaram por mu-dar percursos de vida. O 'mo-mento' de Cláudia Monteiro, as-sessora de imprensa e relações pú-blicas natural da Batalha, foi dita-do por um telefonema. Uma cha-mada feita para o Festival Interna-cional do Livro de Edimburgo, apedir que aceitassem a sua cola-boração no evento… nem que fos-se a servir cafés.

Quis o destino que do outro ladoda linha estivesse alguém “com pa-ciência para ficar naquela conver-sa emotiva de fã”, que não só a ou-viu como lhe sugeriu que enviasseo currículo, porque havia um lugarpara assessor de imprensa. Essapessoa era Kath Mainland, consi-derada hoje uma das personalida-des mais influentes do mundo nocircuito dos festivais de arte. Cláu-dia mandou o currículo, foi a umaentrevista e ficou com o lugar. “Hápessoas que nos mudam a vida,com gestos pequenos. Estou-lheeternamente grata”.

Seria a primeira experiência pro-fissional de Cláudia Monteiro emEdimburgo, capital da Escócia paraonde decidiu mudar-se depois deuma visita que fez ao namoradoem pleno Edinburgh Festival, con-siderado o maior festival do mun-do, constituído por uma série defestivais simultâneos e que chegaa receber um milhão de pessoas.“Fui em Agosto. Havia um am-biente incrível na cidade, que nãotem um perímetro urbano muitomaior do que Leiria. São perto de20 mil artistas a actuar todos osdias, durante um mês. Toda a ci-dade se torna um espaço de teatro,música, comédia, desde as igrejasaté às casas-de-banho públicas.”

Depois da experiência no festivaldo livro, Cláudia Monteiro foi con-vidada a desenvolver a campanhainternacional do Edinburgh Festi-val, em países como Inglaterra,Alemanha e EUA, função que de-sempenhou entre 2010 e 2012. Tra-balhou depois na campanha paraassinalar o 50.º aniversário da Ópe-ra Escocesa e esteve ligada ao Tea-tro Nacional da Escócia, criandoum plano de estratégia de comu-nicação para a instituição.

Seguir-se-ia aquele que consi-dera o projecto mais desafiante:os Jogos da Commonwealth 2014,evento para o qual Cláudia Mon-teiro desenvolveu e liderou a es-tratégia de comunicação para aviagem do Queen's Baton Realy, o

Natural da BatalhaAssessora que já foi jornalistaNasceu na Batalha, mas aosnove anos Cláudia Monteiromudou-se, com os pais, paraLeiria. Licenciou-se emComunicação Empresarial, noInstituto Superior deComunicação Empresarial,seguindo-se depois ummestrado feito no Reino Unido.Regressou a Portugal, ondetrabalhou como relaçõespúblicas na embaixada dos EUAem Lisboa. Entretanto, ganhouuma bolsa de doutoramento,em comunicação de massas,que fez na Universidade deLeicester, em Londres, aomesmo tempo que foicorrespondente do DiárioEconómico na capital inglesa.Fixou-se na Escócia há cerca de14 anos. Entre 2007 e 2009,trabalhou no gabinete deimprensa no FestivalInternacional do Livro deEdimburgo. Passou depois,como assessora, pelo projectoEdinburg Unesco City ofLiterature e EdinburghFestival, considerado o maiorfestival do mundo. Desenvolveu

bastão que transporta a mensa-gem da rainha de Inglaterra e quepassa, em estafeta, pelos 70 paísesparticipantes nos jogos. “É o equi-valente à tocha olímpica”, expli-ca a assessora, que acompanhoua viagem do bastão à volta domundo.

“Estive em ilhas do pacífico quevão desaparecer daqui a poucomais de 20 anos devido à subida donível do mar. Oferecer oportuni-dades de intercâmbio e aspira-ções por um mundo melhor a co-munidades de jovens atletas, ra-parigas e rapazes, em países comgrandes desigualdades de género,num contexto difícil, é muito gra-tificante.”

Inesquecível foi também a di-gressão feita pela Escócia, já nacontagem decrescente para a aber-tura dos jogos, e que passou porcerca de 400 localidades e envolveucerca de “4000 heróis locais”, que“deram o seu máximo pela comu-nidade, ajudaram os seus vizinhos,fundaram causas de angariação defundos”. “A Escócia é uma naçãocom uma consciência social de en-treajuda muito profunda e enrai-zada. Estar no seio de uma cele-bração desta comunidade foi mui-to especial”, afirma Cláudia Mon-teiro, que actualmente integra o ga-

binete de comunicação e de rela-ções públicas da Escola de Negóciosda Universidade de Edimburgo(Edimburgh University BusinessScool).

À pergunta sobre o evento aoqual , no futuro, gostaria de associaros seus conhecimentos e expe-riência na área da comunicação,Cláudia Monteiro responde: “Aque-le que vou imaginar e criar”. Nes-te momento, está a preparar umfestival de startup, a realizar noinício de Março na capital da Escó-cia. “Edimburgo é a segunda cida-de do Reino Unido com maior ge-ração de valor de empresas tecno-lógicas. O festival pretende ma-pear essas empresas, mas tambémcativar e reter talento”, explica.

Embora não esconda que gosta-va de desenvolver algum trabalhoem Portugal, Cláudia Monteiro afas-ta, para já, o regresso “a tempo in-teiro” ao País. “Estou muito gratapela vida que tenho e pelo mundoque ganhei e isso só foi possível porestar no contexto em que estou. Noúltimo ano, passei algum tempo naÁsia e aprendi imenso com essa ex-periência. Sinto-me cada vez maisapaixonada pelo mundo e por tudoo que ele tem para oferecer. Sinto--me em casa em ambientes inter-nacionais.”

campanhas para o 50.ºaniversário da Ópera Escocesa epara o Teatro Nacional daEscócia. Em 2013 e 2014 esteveenvolvida no Jogos daCommonwealth, tendo lideradoa estratégia de comunicaçãopara a viagem que o bastão darainha (Queen's Baton Relay) – oequivalente à tocha olímpica –fez pelos 70 paísesparticipantes. Actualmenteintegra o gabinete decomunicação e relaçõespúblicas da Escola de Negóciosda Universidade de Edimburgo.

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18 Jornal de Leiria 2 de Fevereiro de 2017

Leitores A direcção do Jornal de Leiria recebe com agradopara publicação a correspondência dos leitores quetratem de questões do interesse público. Reserva-seo direito de seleccionar os trechos mais importantesdas Cartas ao Director devidamente identificadas,publicadas nesta secção.

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Do Erasmus ao Erasmus+:mudam-se os tempos, aumentam-se as oportunidades

Agradecimento ao LIDL, pelodonativo de bensalimentaresO Centro de DesenvolvimentoComunitário do Landal temvindo a desenvolver atividadesque visam a captação derecursos de forma a podersustentabilizar os seus maisvariados serviços, valências eprojetos, entre eles o Serviço deApoio Direto em regime de setedias por semana. Este serviçovisa dar resposta àsnecessidades mais emergentesdos nossos utentes e famílias,nomeadamente roupa,mobiliário, produtos de higienee, principalmente, alimentos.Neste trabalho, que secaracteriza pela necessidade deangariar géneros alimentares enão alimentares em quantidadee qualidade suficientes pararesponder continuamente àsnecessidades da nossacomunidade, temos sidogenerosamente apoiados poralgumas entidades, empresas eparticulares a quempublicamente queremos deixaro nosso agradecimento.O Centro de DesenvolvimentoComunitário do Landal recebeua título de doação doSupermercado Lidl de Caldas daRainha uma euro palete degéneros alimentares e nãoalimentares, que se destinam aapoiar a instituição nas suasatividades de solidariedadesocial e desenvolvimento local.Reforçamos a nossa gratidãopela generosidade epreocupação de todos osparticulares que tambémcontribuíram e continuam acontribuir para esta causa. Coma colaboração e solidariedade detodos, esperamos conseguirfazer sorrir muitas pessoas e,em especial, muitas crianças.José Manuel PazTexto escrito de acordo com a novaortografia

Afinal haviaoutra(alternativa)Soubemos que o FMI entendiacomo normal face aos mausdesenhos feitos através datroika e dos memorandos deentendimento que a dívidaportuguesa tivesse sidoreestruturada, porque como nosfoi proposto pelo manifesto dos77, não era possível vivermos deoutra forma. Mas ocolaboracionismo é pior do quea cegueira. Os portugueses nãoviveram, vegetaram face àcapitulação do governo das

direitas e à opinião contrária donovo ayatola algarvio. Afinal, quem pretendia areestruturação da dívida estavano caminho certo e estespapalvos conduziram-nos porcaminhos errados à miséria, aosofrimento e aodesmantelamento do EstadoSocial. Piores do que estasnotícias só os verdadeirosVasconcelos que estavamescondidos por todos osministérios e governavam dentrode armários. Este novo Governo

deveria aproveitar esta chamadade atenção para o fazer nestadata, uma vez que a direitaportuguesa, sempre que sefalava em planificar de novo adívida, entrava em destilar felpelos cantos da boca, como ofazem hoje no Parlamento comaqueles risos amarelos, àmedida que se vão sabendo asgrandes borradas.Na altura da venda dosestaleiros de Viana do Castelo,particularmente via Ministro daDefesa, Sr. Aguiar Branco, foi

“vendido” a todos osportugueses através daintoxicação dos meios decomunicação social, a ideia deque não era permitido injectardinheiro do Estado, de todos nós,nos ENVC porque a UE nãopermitia. Falso como judas, como intuito de doarem à Martiferuns estaleiros gratuitamente. Eporque podemos hoje comsegurança trazer estainformação? É que em Espanha e no governosocialista de Zapatero, entre 2005

e 2011, estes fizeram sair doscofres do Estado Espanholapenas 2.800.000 euros paraentrarem e apoiarem omantimento dos estaleirosgalegos, asturianos e vascos. Em2015, e como seria de esperar,chegou a sentença do Tribunalde Justiça do Luxemburgo quedeu razão ao governo espanholque evitou o desmantelamentodaqueles estaleiros que estão atrabalhar em forçaparticularmente para o México. Salvaram-se desta formadezenas de milhares de postosde trabalho e devido à situaçãogeográfica de Espanha àquelesestaleiros não falta trabalhoindependentemente de na Ásia ospreços serem mais baixos. Estamedida não alterou o deficit. Aocontrário, nós por cá fomos umasmãos largas e o governo dasdireitas doou a terceiros, eprincipalmente a países, negócioschave para Portugal. Não haviaalternativa, mas para doar parafuturos encaixes de familiares,amigos, tudo serve. A mentira tem perna curta e asauditorias a todas as negociatastem que continuar! Mas asinstruções da União Europeia,quer para Portugal quer paraEspanha, era efectuarinvestimento público para evitaro maior número dedesempregados. Na prática,sabemos hoje que a UE não sabiao que fazia, era por issocontumaz, mas quem pagou acontumácia foram os povos dosul da Europa. Tudo o mais sãotretas. Portugal tem que serreaproximado donde estavaantes das instruções selváticasda troika, tão do agrado dos ex-governantes que as agarraramcomo suas, as duplicaram efizeram delas o seu programa degoverno. Manifesto 77 volta, operdão existe, porque saíste naaltura certa em defesa dosportugueses!Ernesto Silva, Marinha Grande

RectificaçãoNo título da manchete da últimaedição “Câmara de Leiria fechou2016 com lucros de 38,6 milhõesde euros”, com base no artigopublicado na página 11, o termo“lucros” foi erradamenteutilizado. A verba refere-se aosaldo de gerência de 2016, ouseja, aos fundos disponíveis pelaautarquia no final de Dezembro.Essa verba resulta, em parte, deinvestimentos previstos noorçamento de 2016 ecabimentados, como determinaa Lei, mas que, por váriosmotivos, não foram executadosno último ano e que transitarampara 2017, onde se incluemvárias obras já com fundosassegurados com o referidosaldo, sejam próprios oucomunitários.

Esta semana celebram-se os 30 anos do programaErasmus. A iniciativa da União Europeia ficouconhecida pelo leque de possibilidades queoferecia em termos de mobilidade por um períodode tempo entre 3 e 12 meses para fins deaprendizagem, estágio ou formação. Ao longodestas três décadas, entre intercâmbios de jovens,estudantes universitários, alunos de formaçãoprofissional, voluntários europeus, pessoal eanimadores de juventude, estudantes e cidadãos"Erasmus Mundos", 9 milhões de pessoasusufruíram das oportunidades do programaErasmus. Mais ainda, apenas durante o primeiroano de existência do seu sucessor, o Erasmus+, foipossível proporcionar a mais de um milhão depessoas a oportunidade de participar em 18 milprojetos financiados e distribuir 650 mil bolsas demobilidade em toda a Europa, das quais 7 milforam distribuídas em Portugal.O Protocolo Erasmus, Ação Erasmus ou, apenas,Erasmus foi estabelecido no ano de 1987constituindo-se como um programa de apoiointeruniversitário de mobilidade de estudantes edocentes do Ensino Superior entre Estados-membros da União Europeia e outros Estadosassociados. Em 2014 acrescentaram-seoportunidades: é criado o programa Erasmus+ combase na iniciativa anterior, à qual "rouba" o nome.O novo Erasmus assenta nas realizações de mais de25 anos de programas europeus nos domínios daeducação, da formação e da juventude, abrangendo

tanto uma dimensão intraeuropeia como umadimensão de cooperação internacional. Dedestacar, também, que o formato e o período demobilidade foram alargados: o novo programa daComissão Europeia permite três períodos demobilidade correspondentes a cada um dos ciclosde estudos - Bacharelato/Licenciatura, Mestrado eDoutoramento – sendo que, por sua vez, cadamobilidade pode ter uma duração até 24 meses. Sob o lema "Mudar vidas, abrir horizontes", oprograma Erasmus+ poderá resultar numacontribuição importante para ajudar a enfrentar asmudanças socioeconómicas e a ultrapassar osprincipais desafios que a Europa terá de superar atéao final da década. Mais ainda, ao abranger cincograndes áreas da educação e formação, o programapoderá ajudar à execução da Agenda PolíticaEuropeia para o crescimento, o emprego, a justiçasocial e a inclusão. Além disto, pela primeira vez,foi oferecido financiamento específico para a áreado desporto, com o objetivo de desenvolver a suadimensão europeia e combater as suas grandesameaças a nível internacional - como a viciação deresultados e a dopagem.O programa Erasmus+ estará em vigor até 2020 edeverá proporcionar a mais de quatro milhões deeuropeus a oportunidade de estudar, realizarformação, adquirir experiência de trabalho e fazervoluntariado no estrangeiro. Representação da Comissão Europeia em PortugalTexto escrito de acordo com a nova ortografia

DR

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OpiniãoJornal de Leiria 2 de Fevereiro de 2017 19

Como sou muito desarrumada, introduzi naminha forma de pensar uma espécie deorganização semelhante à Taxionomia“criada” por Linné. Claro que, na minha

taxionomia, em vez de classificados os animais eplantas que se encontram na Terra, o que searruma são perceções, tudo o que não precise,para ser classificado, de um corpo físico. Destaminha taxionomia hoje trago aqui um dos seusReinos, o Reino do Desassossego. Nele ando aguardar o que por ser tão mau nem sequer deveriaexistir e também não se encontra fundamentopara que, de uma vez por todas, não se corrija ouse lhe ponha um fim. Por exemplo, a eleição deDonal Trump e a suas abjetas afirmações jáconstam desse meu reino. Causa-me perplexidadea ignorância dos eleitores de Trump que,desagradados com os aumentos dos impostos edas execuções fiscais, não se aperceberam queestavam a votar num dos causadores dessainsatisfação. Pois não é o milionário Donald umdos grandes dos negócios do imobiliário queconduziram à crise financeira de 2007-2008? Poroutro lado, se se sabe que foram os mais ricos, masnão os mais instruídos, que apoiaram Trump,porque é que estes últimos não anteviram, nopassado, as péssimas consequências que poderiavir a ter, numa futura eleição presidencial, amanutenção da “arcaica e insana ideia do séculoXVIII chamada Colégio Eleitoral”, a única razão,segundo o cineasta Michel Moore, para Trump tersido eleito? Que muros invisíveis andam aspessoas instruídas a construir à sua volta que as

impedem de ver e de derrubar os muros físicosque se erguem, nos separam e enfraquecem,enquanto Homo Sapiens do Reino Animal? DosEstados(des)Unidos da América passo paraPortugal. Ontem coloquei no meu Reino doDesassossego um absurdo lusitano: há jovensmédicos que podem concorrer a vagas deespecialistas no SNS e após ficarem colocadosdecidem não lhes interessar o lugar. Agindo destaforma impedem a colocação de um outro médiconessa vaga, o que agrava a já dramática falta demédicos na chamada “província”. Até parece queo Juramento de Hipócrates agora começa assim:Prometo solenemente consagrar a minha vida aoserviço da Humanidade se a Humanidade residirem Lisboa, Porto ou Coimbra! Situaçõessemelhantes a esta ficam no segredo dos deuses eos verdadeiros responsáveis - os médicos queassim agem e o legislador que permite tal coisa -passam, sem se molharem, pela enxurrada decríticas populares que se abatem sobre a “joia”que, de facto, é o SNS. Com estranheza verifico aincapacidade dos mais instruídos - Ordem dosmédicos, Sindicatos e Ministros - para anteveremas péssimas consequências de, no acesso àsescolas de medicina, apenas as “notas” contarem!Decididamente, no meu Reino do Desassossegotêm de estar: os interesses corporativos quandosão inaceitáveis; na escola trabalhar-se a instruçãoem vez da Educação…

ProfessoraTexto escrito de acordo com a nova ortografia

Se a freguesia de Leiria(compreendida entre aEstação, os Pousos e adistante Barreira) supera

os 30 mil habitantes, facilmentese ultrapassa o númeroredondo da meia centena demilhar se lhe associarmos aMaceira, os Marrazes e aBarosa. Serão assim mais de 50mil os habitantes diretamenteligados à capital da AltaEstremadura. Em muitos paíseseste número não chega paravalorar o mínimo critériourbano.Se no passado a populaçãojudia foi importante para odesenvolvimento da cidade,hoje novos atores ocupammuito desse espaço, invertendouma estável – se pobre –demografia. Cercando a cidadepor entre barracões, silvas,alfaias e ribeiras, há muitosanimais que, em particular nopós-25 de Abril, decidiramradicar-se na região. Olhandopara o efetivo de suínos esuínas a residir hoje na grandeLeiria, facilmente nosaproximamos dos dois milhõesde animais. A aposta recente nosubsector da cobrição pareceter dado frutos, como pudeconstatar na última gala doPorco d’Oiro.Este efetivo pecuário gigantescodeve ser assinaladocondignamente! Sabemos queMurça destaca a sua velha porcapor motivos totémicos, e nãoempresariais. Leiria - de facto acapital do porco - não pareceainda ter assumido o valor desteagente económico e culturaldecisivo no desenvolvimento doterritório, alicerçando, comfacilidade, um novo pensamentopara a cidade e suas várzeasadjacentes. Os indicadores quenos chegam relativamente aonúmero de churrasqueiras e derestaurantes que disponibilizamserviços de churrascoconstituem outro apontamentoimportante relativamente aogenuíno interesse daspopulações por este tipo decarne. Pensar cidade, no quadro de umacapital de distrito com algumaambição, deve seguramenteligar-se a alguns desteselementos. Sabemos todos daimportância das estruturasSonae no comércio local, mas oseu modelo de compras traduz-se, ainda assim, num nichobastante apertado face à vocaçãoempresarial, verdadeiramentelocal, de tantas, e tãosignificativas, indústriaspecuárias.

InvestigadorTexto escrito de acordo com a novaortografia

Améliado Vale

TeoriasRuraisFranciscoFreire

O Reino do Desassossego A lei do mais porco

Os contextos sociais de educação dascrianças e jovens são bastantedistintos. A família é, sem dúvida,ambiente privilegiado para a

formação e, tradicionalmente, atribui-se àescola a tarefa de educar. A mera atribuiçãoà escola da tarefa educativa não éconsensual, multiplicando-se os debatessobre a quem compete a educação, poroposição à instrução ou à formação. A escolaconstitui-se como contexto formal deeducação, com parametrização deconteúdos, métodos, procedimentos deorganização e estratégias de avaliação. O formalismo da escola, com o seu caráterinstitucional, contrasta claramente comoutros contextos que contribuem para odesenvolvimento dos indivíduos. Os jovensfrequentam e participam em inúmerasatividades que podem facilmente seridentificados como contextos educativos.Aulas de educação musical, atividadesdesportivas, diferentes tipos de atividaderecreativa são palcos privilegiados para aeducação física, para a construção depersonalidades, para a estimulação deinteresses e consequente desenvolvimentointelectual. O reconhecimento do caráter educativodestas atividades é a consequência dapercepção desenvolvida durante o últimoséculo de que a educação de um indivíduodeve ser encarada de forma sistémica,

JoãoCosta

Pontes da educação não formal com a educação formal e informal

integrando todas as componentes da sua vidaque contribuem para o seu desenvolvimento. Torna-se, assim, evidente que a educaçãonão-formal tem vindo a ganhar um pesoimportante nos contextos educativos dasociedade e que, por isso mesmo, deve serestudada, entendida e debatida.

Secretário de Estado da Educação Texto escrito de acordo com a nova ortografia

ARQUIVO/JL

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20 Jornal de Leiria 2 de Feverei ro de 2017

Economia

Costa desafia Leiria a ser o “grandelaboratório da indústria portuguesa”Qualificação A estratégia Indústria 4.0 prevê qualificar mais de 20 mil pessoas e uma revoluçãotecnológica em mais de 50 mil empresas a operar em Portugal

Elisabete [email protected]

� “Esta é a revolução que assenta noconhecimento, na inovação e na ca-pacidade tecnológica. É por isso queteria sido difícil escolher melhor lo-cal para concluir este percurso doque aqui na cidade de Leiria.” Foi as-sim que o primeiro-ministro AntónioCosta destacou a região, conside-rando que tem “duas das qualidadesfundamentais para que esta revolu-ção seja um sucesso para o País”.

O primeiro-ministro realçou o“excelente exemplo da capacidadede investigação, de formação e detransmissão de conhecimento” doInstituto Politécnico de Leiria, assimcomo a sua “ligação ao tecido em-presarial”.

“Esta é das regiões do País que hámais anos dispõe de um tecido em-

presarial dinâmico, com grande ca-pacidade de internacionalização,mas, sobretudo, com grande capa-cidade de compreender como é queo conhecimento é fundamental ecomo é que ele pode ser transfor-mado em valor acrescentado. Porisso, Leiria pode e tem de ser o gran-de laboratório da nossa indústria”,desafiou António Costa, na apresen-tação da estratégia Indústria 4.0 –Economia Digital, na segunda-feira.

O Governo apresentou em Leiriaum conjunto de 60 medidas de ini-ciativa pública e privada, no âm-bito da Indústria 4.0 - Economia Di-gital, que vão envolver 50 mil em-presas a operar em Portugal e,numa fase inicial, permitirão re-qualificar e formar em competên-cias digitais mais de 20 mil traba-lhadores. No âmbito destas medi-das, está previsto serem injectados

na economia até 4,5 mil milhões deeuros de investimento nos próxi-mos quatro anos. Cerca de 2 milmilhões são fundos públicos doPortugal 2020.

"Este é um daqueles momentos emque não podemos hesitar: se temosmedo da onda e procuramos abrigoou se procuramos a onda e a vamossurfar. Creio que aqui não há nenhu-ma hesitação a ter, temos de surfaresta onda", afirmou António Costa.

"Esta é primeira grande oportu-nidade de estarmos na crista deuma nova revolução industrial, semque a distância ou a falta de recursosnos coloque em posição desfavorá-vel", acrescentou, salientando que,pelo contrário, Portugal possui "to-dos os recursos que são essenciais".

“É a primeira revolução industrialem que Portugal não parte em des-vantagem e tem os ingredientes de

base para estar na crista da onda:uma boa infra-estrutura tecnológicade comunicações e sobretudo, aqui-lo que é fundamental, um conjunto dequadros altamente qualificados, uni-versidades e politécnicos dinâmicose um tecido empresarial apto a rece-ber o conhecimento", salientou aindao primeiro-ministro.

António Costa sustentou aindaque a revolução digital assenta no co-nhecimento, inovação e capacidadetecnológica, definindo-a como uma"enorme oportunidade" de geraremprego "mais qualificado, commais conhecimento, mais bem re-munerado e mais estável". E alertouque este emprego "é altamente com-petitivo em termos internacionais"."Não é possível atrair e fixar talentocom uma política de baixos salários,não é possível atrair e fixar talentocom base na precariedade", avisou.

4,5mil milhões de euros deinvestimento devem ser injectadosna economia portuguesa nospróximos quatro anos

20mil trabalhadores deverão terformação em competênciasdigitais e oportunidade de serequalificarem em várias áreas

Os números

RICARDO GRAÇA

Um robô que serve sumo de laranja foi um dos projectos exibidos

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Jornal de Leiria 2 de Fevereiro de 2017 21

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"Ao fim de um ano a estudar-seem que ponto é que estamos na in-dústria dos vários sectores do país,é claro para todos que o grossodestas medidas tem a ver com a re-qualificação de pessoas", referiu osecretário de Estado da Indústria,João Vasconcelos, afirmando queserão “dezenas de milhares de pes-soas que vão ter formações em TIC[Tecnologias da Informação e Co-municação], em vários níveis, e vaihaver uma reprogramação dos con-teúdos das escolas profissionais".

Considerando que a qualifica-ção actual tem de ser “ao longo davida activa, João Vasconcelos disseainda que o Governo vai ter uma"diplomacia digital económica, fo-cada nesta estratégia da Indústria4.0, e que irá promover as empre-sas que existem e que já fornecemtecnologia indústria 4.0".

Segundo este governante, traba-lharam nesta estratégia várias en-tidades, "quase semanalmente, du-rante um ano". Funcionaram "qua-tro grupos de trabalho, onde esta-vam representadas grandes em-presas, pequenas e médias empre-sas e startups, que trabalharam nasmedidas", disse, destacando o gru-po da agro-indústria, no qual "se fa-lou muito do poder da digitalizaçãona produção agrícola, no transpor-te e armazenamento de bens ali-mentares".

Já no grupo do retalho, "discutiu--se o comércio electrónico, o siste-ma de logística e o marketing digi-tal", afirmou João Vasconcelos, de-fendendo que, "para os sectoresmais tradicionais da indústria, ocomércio electrónico é uma enormeoportunidade". Outra das discus-sões centrou-se no sector automó-vel, com os fabricantes e os forne-cedores da indústria automóvel.

O ministro da Economia, Ma-nuel Caldeira Cabral, apelou àmobilização das empresas e da so-ciedade para que o País “consigavencer” a revolução da economiadigital. “A indústria portuguesaestá preparada e é capaz de res-ponder a esses desafios”, que pas-sam pela apresentação de “solu-ções concretas” nos próximosanos, designadamente nas áreasdo turismo, agro-indústria, reta-lho, maquinaria e indústria auto-móvel, sublinhou.

Realçando a necessidade de “me-didas concretas e bem delineadas”nesta área, Manuel Caldeira Cabraldisse que o recurso aos fundos co-munitários “é muito importantepara criar incentivos”. Esta iniciativa“visa acelerar a incorporação dosconceitos e das práticas da indústria4.0 nas empresas e criar visibilida-de internacional das empresas por-tuguesas no sector, promovendo oPaís enquanto localização privile-giada para o investimento em pro-jetos de inovação”.

A cerimónia de apresentação in-cluiu a assinatura de um protocolode cooperação entre o Governo e aCOTEC Portugal, que vai coordenara aplicação das medidas previstasno quadro da Estratégia Nacionalpara a Digitalização da Economia.

Empresas apresentaram projectos inovadores na ESTG

Lusiaves lança solução tecnológica paracontabilizar quantidade de ração distribuída�A empresa do sector alimentar e aví-cola Lusiaves apresentou, na EscolaSuperior de Tecnologia e Gestão, emLeiria, uma solução tecnológica quepermitirá saber de forma precisa quequantidades de ração são distribuídaspelos diferentes pavilhões de frangos.Esta solução, que foi desenvolvida emparceria com a Deloitte Portugal e comos alunos do Instituto Politécnico deLeiria, vai permitir ao Grupo resolvero problema de não saber de forma pre-cisa que quantidades de ração são dis-tribuídas pelos diferentes pavilhões defrangos.

O sistema prevê a implementaçãode um sensor ao nível da suspensãodos camiões, através de um “algorit-mo avançado”, que permita aferir opeso transportado pelo veículo emtempo real. Esta informação é envia-da automaticamente para o motoris-ta, através de uma app no smartpho-ne, que vai permitir descargas preci-

sas e de forma automática.Este projecto permitirá ainda "re-

colher o milho nas explorações agrí-colas sabendo em tempo real quantoestá a ser transportado, e conseguin-do automaticamente partilhar essa in-formação com o agricultor", segundoa empresa.

Presente em Leiria, a Siemensanunciou que vai criar centros deexperimentação para incentivar pro-jectos para a indústria 4.0 em Portu-gal, através da Academia Siemens4.0. Os primeiros estarão localizadosno Instituto Politécnico de Leiria, nasede da Siemens, em Alfragide, e naUniversidade de Aveiro.

O projecto I-Experience 4.0 Cen-ters vai integrar e ligar vários ele-mentos do processo industrial des-de o desenho à produção, com vis-ta a promover iniciativas diferen-ciadoras destinadas à moderniza-ção da indústria. Para esta solução,

a Siemens juntou-se a duas em-presas nacionais – a CADflow, quecentra a sua atividade no forneci-mento e suporte técnico de soft-wares para a indústria, e a Bee-verycreative, uma startup que de-senvolve tecnologia na área da im-pressão 3D e criou a primeira im-pressora 3D desktop portuguesapara o mercado mundial.

Estes espaços, acessíveis a todosaqueles que pretenderem desenvol-ver projectos no âmbito da indústria4.0, estarão equipados com kitsde au-tomação, softwares de modelação eimpressoras 3D, permitindo assim si-mular e testar todo o processo pro-dutivo, refere a empresa numa notade imprensa.

A Siemens vai ainda colaborar coma 4AC-Industry 4.0, uma aceleradora,incubadora e espaço de produtizaçãoe prototipagem para a Indústria 4.0que vai ser criada pelo Governo, em

parceria com o CeiiA- Centro de Ex-celência e Inovação para a IndústriaAutomóvel e a Startup Portugal. Estanova unidade destina-se a apoiarstartups tecnológicas para fornecer àindústria hardware e software, bemcomo na transformação de ideias emprodutos e no desenvolvimento deproduto.

Também no âmbito da Indústria4.0, o Colrobot fez a sua primeiraapresentação pública: trata-se de umrobô de que está a ser desenvolvido noâmbito de um consórcio europeucom o objectivo de, num futuro mui-to próximo, ter máquinas a trabalharlado a lado com os humanos, refereum comunicado da Universidade deCoimbra.

A empresa de soluções de enge-nharia para a indústria ESI mostrouem Leiria o robô programado para ser-vir sumo de laranja acabada de es-premer.

Em breveGoverno lança programa InterfaceAntónio Costa anunciou que vaiapresentar em breve um novoprograma, denominado Interface,que quer dar escala aorelacionamento entreuniversidades e empresas e que oprimeiro-ministro considera a"chave" para o sucesso darevolução digital. O governanteadiantou que o programa Interfaceé desenvolvido em parceria entreos ministérios da Economia e daCiência e Ensino Superior epretende "dar escala àquilo que éóbvio fazer". "Pôr em contactoempresas e universidades epolitécnicos, conhecimento enecessidades, desenvolvimentoatravés de oportunidades deinvestigação e desenvolverprodutos a partir de investigaçõesjá concluídas", explicou. ParaAntónio Costa, "a chave" para o Paíster sucesso naquilo que designoucomo "a primeira revoluçãoindustrial em que Portugal nãoparte em desvantagem" é,precisamente, a promoção daligação entre universidades,politécnicos e o mundoempresarial. Esta medida irá fazer ajunção entre o saber produzido poruniversidades e politécnicos e asnecessidades das empresas, mastambém permitirá a estas suscitar"novas questões" às instituições deensino superior, que resultem emnovos produtos e novos serviços,nascidos a partir do conhecimentoali produzido. O governo anunciouainda que irá lançar já nestetrimestre o Vale indústria 4.0.

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22 Jornal de Leiria 2 de Fevereiro de 2017

Economia

Hotel da Batalha, primeiro da lista, sofreu melhorias no ano passado

Hotéis distinguidos pelo Trivago na categoria três estrelas

Casa do Outeiro, Magic e Aleluiaentre os melhores de PortugalRaquel de Sousa [email protected]

� Hotéis de três estrelas, mas onde épossível viver “uma experiência decinco estrelas”. É assim a lista da Tri-vago dos dez melhores de Portugal nacategoria três estrelas, divulgada estasegunda-feira. Casa do Outeiro, naBatalha, Magic-Art, na Nazaré, e Ale-luia, em Fátima, são as unidades da re-gião que a integram.

“Por se tratar frequentemente de es-truturas mais pequenas, estes hotéisapresentam um atendimento parti-cularmente cuidadoso, o seu am-biente é tranquilo e familiar e cada can-to revela um toque pessoal, pensadoao pormenor. Tudo isto a preços eco-nómicos e bastante convidativos”, lê-se no site da Trivago. Para a elabora-ção das listas foram analisadas mais de175 milhões de avaliações recolhidasem 34 sites de reserva de hotéis, ten-do sido atribuídas categorias de cinco,quatro e três estrelas, alojamento al-ternativo e quarto, com dez estabele-cimentos destacados em cada cate-goria. A de três estrelas é a única ondehá alojamentos da região.

“Soberbo na localização, no serviço,no conforto e na relação qualidade-preço”. É assim que viajantes de todoo mundo classificam a Casa do Outei-ro, um hotel de gestão familiar, na Ba-

DR

Região de Leiria

Portugal 2020 já pagou 46,3 milhões a empresas

� Até ao final de 2016, no âmbitodo Portugal 2020, foram aprova-dos na região Centro 2615 projec-tos de empresas, que prevêem in-vestimentos de 2,3 mil milhões deeuros. Destes, 1280 já receberam opagamento, num total de 233 mi-lhões de euros. Segundo dados daComissão de Coordenação e De-senvolvimento Regional do Centro(CCDRC), destacam-se naquelesnúmeros as regiões das comuni-dades intermunicipais de Aveiro,Leiria, Oeste e Coimbra. Quanto aLeiria, foram aprovados 537 pro-jectos, que totalizam investimen-tos de 349 milhões de euros. Des-tes, 390 já receberam o pagamen-to, que ascende a 46,3 milhões deeuros. Na região Oeste foram apro-vados 281 projectos, que têm as-sociados investimentos de 210 mi-lhões de euros. Já foram feitos pa-gamentos a 195 deles, num total de20,8 milhões de euros. “A regiãoCentro é a que apresenta umamaior taxa de pagamentos (21%).Isto significa que as empresas re-velam, além de um importante di-namismo na apresentação de can-didaturas, uma elevada maturida-de dos projectos e boas condiçõespara os executar”, afirma AnaAbrunhosa, presidente da CCDRC,citada em nota à imprensa.

Guida Vieira e Tânia Santos quiseram agarrar “oportunidade”

Novo serviço na Marinha Grande

Laboratório privado de anatomiapatológica abre portas na MoitaRaquel de Sousa [email protected]

� Chama-se CellPath, o novo labora-tório de anatomia patológica queabriu em Janeiro na Moita, concelhoda Marinha Grande. Depois de algunsanos de experiência no sector, GuidaVieira e Tânia Santos, de 28 e 27 anos,ambas com formação em AnatomiaPatológica, Citológica e Tanatológica,resolveram juntar-se e avançar com oseu próprio negócio. “Demorámosum ano e meio até conseguir abrir olaboratório”, contam.

O investimento em equipamen-tos tecnologicamente avançados,“de marcas prestigiadas”, junta-mente com a total remodelaçãodo espaço físico, “permite ofereceruma excelente resposta aos futurosclientes, bem como a criação de no-vos postos de trabalho”. Exames ci-tológicos e histológicos, histoquí-

mica, imunohistoquímica e bio-logia molecular são as valênciasque o laboratório realiza.

“Na zona litoral entre Coimbra e Lis-boa só havia um laboratório seme-lhante, por isso entendemos que estaseria uma boa oportunidade”, dizem

as jovens, que pretendem entrar nomercado com uma posição de dife-renciação. “Ser uma referência a nívelnacional”, assentando o serviço na“rapidez com qualidade de diagnós-tico”, é a aposta das responsáveispelo CellPath.

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talha, “que arrecada assim a primei-ra posição dos melhores hotéis de Por-tugal na categoria três estrelas”. Paraos turistas, ficar alojado neste espaço“é experienciar um ambiente parti-cularmente acolhedor, onde o aten-dimento é feito pelos proprietários eonde cada canto e recanto tem um to-que pessoal, pensado ao pormenor”.

Durante o ano passado e iníciodeste, a esta unidade da Batalha so-freu obras de ampliação e remodela-ção. Novos quartos e novas áreas,acompanhados de nova imagem enovo logótipo. Depois das mudanças,a inauguração do 'novo' Casa do Ou-

teiro – Arts and Crafts Hotel terá lugarem Março. “Este prémio chega-nosnuma fase de grandes mudanças e me-lhorias. É para nós um grande orgulhover o nosso esforço reconhecido”, in-forma fonte da unidade em nota à im-prensa.

Situado a apenas dois minutos a péda praia da Nazaré, o Magic-Art é umboutique hotel que conta com 17 quar-tos temáticos, inspirados na arte con-temporânea. “Visitantes – nacionais eestrangeiros – destacam o pequeno-almoço que, segundo estes, tem detudo um pouco e é óptimo), os quar-tos bonitos e confortáveis, a decoraçãomoderna e a simpatia dos funcioná-rios. O segundo da lista de dez foi con-siderado “excelente” na localização, noserviço, na limpeza e na relação qua-lidade-preço.

De gerência familiar, o Aleluia é umhotel localizado mesmo em frente aoSantuário de Nossa Senhora de Fátima.Os hóspedes destacam a sua “exce-lente localização, ideal para quempretende assistir aos festejos religiosos,o conforto, a tranquilidade e a simpa-tia no atendimento”, lê-se no site daplataforma Trivago. O restaurante dohotel – que serve pratos tradicionaisportugueses – é outro dos aspectos emdestaque nas avaliações, com os visi-tantes a descreverem o jantar como“económico e delicioso”.

José FabiãoSeus filhos Paulo e Francisco, netos e restante família vempor este meio agradecer a todos as pessoas amigas e entidadesque se incorporaram no seu funeral ou que de algum modomanifestaram o seu pesar, o nosso bem haja.

Agradecimento

7,63milhões de deslocaçõesturísticas foram feitas pelosportugueses no terceirotrimestre de 2016, um aumentode 9,6% face ao períodohomólogo

O número

RAQUEL DE SOUSA SILVA

Lubrisport apresenta novo Audi Q5 dia 11A Lubrisport, concessionário Audi para o distrito deLeiria, vai fazer a apresentação do novo modelo Q5,no dia 11. Os interessados em experimentar o novoSUV da marca germânica poderão testá-lo emsituações fora-de-estrada e inclinações limite, bemcomo em subida de rampas de grande ângulo.

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EconomiaJornal de Leiria 2 de Fevereiro de 2017 23

Em Leiria foram feitas 36.324 operações

DR

Gastos no distrito subiram 9,3% no ano passado

Compras com cartão somaram 1526 milhões de euros Raquel de Sousa [email protected]

� Durante o ano passado, as com-pras pagas com cartão (débito ecrédito) no distrito de Leiria as-cenderam a 1526 milhões de eu-ros, mais 130 milhões (9,3%) doque em 2015, quando totaliza-ram 1396 milhões. Os dados sãoda Sociedade Interbancária deServiços (SIBS), que gere a redemultibanco, e revelam ainda queo montante médio gasto por cadaoperação se manteve pratica-mente inalterado, rondado os38,40 euros.

Os dados disponíveis no site darede multibanco dão ainda contaque, a nível nacional (inclui ilhas),as compras feitas nos terminais depagamento automático se cifra-ram em 36.020 milhões de euros,mais 2844 milhões do que no anoanterior, o que traduz uma subi-da de 8,57%.

Lisboa foi o distrito onde maisdinheiro se gastou em comprascom cartões (11.348 milhões), se-guido do Porto e de Setúbal. Lei-

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ria ocupa o sétimo lugar, a mesmaposição de 2015.

Falando de levantamentos, atendência é semelhante, com Lei-

539era o número de ATM (siglainternacional para caixasautomáticas) existentes nodistrito de Leiria no anopassado, menos 18 do que em2015

38.822foi o número de operaçõesrealizadas no multibancodurante o ano passado nodistrito de Leiria, mais 1127 doque em 2015

Os números ria a ocupar a sétima posição,com um total de 1230 milhões deeuros levantados. Um valor quetraduz uma subida de 32 milhões(2,6%) face aos 1198 milhões de2015. O montante médio de cadalevantamento foi de 66,8 eurosem 2016, apenas mais 80 cênti-mos do que no ano anterior.

Analisando agora o total deoperações em ATM (sigla inter-nacional para caixas automáticasmultibanco), onde se incluempagamentos de serviços e carre-gamentos de telemóveis, porexemplo, verifica-se que no dis-trito de Leiria foram movimen-tados 2608 milhões de euros, ouseja, mais 95 milhões (3,7%) doque em 2015.

A nível nacional, os levanta-mentos somaram no ano passado28.322 milhões de euros, mais549 milhões (1,9%) do que noano anterior, revelam os dados daSIBS.

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24 Jornal de Leiria 2 de Fevereiro de 2017

Economia Gestão e competitividade internacional

RICARDO GRAÇA

Empresa da Marinha Grande exporta 95% da produção

O caso da Vipex – um compromissocontínuo com o mercado exportadorMárcio [email protected]

� As exportações são o modo maiselementar de entrada nos merca-dos. É o modo que exige menoscompromisso com recursos. Masquando a empresa tem quase 100%da sua actividade orientada para aexportação, o seu nível de com-promisso com recursos para osmercados externos passa a ser in-tegral e crucial para o desempenhoexportador.

Um Compromisso com o Merca-do Exportador (CME) é uma variá-vel organizacional dinâmica e mul-tifuncional, que consiste no volu-me de recursos orientados para aactividade exportadora, e na alo-cação futura de recursos para se al-cançar uma posição competitiva. Eo que determina o CME nas em-presas?

Em geral, há quatro determi-nantes: a dimensão - maiores em-presas afectam mais recursos paraos mercados externos, e mais fa-cilmente entram em economia deescala; a experiência exportadora- quanto maior for o conhecimen-to adquirido, menores são os riscosde entrada nos mercados e maioressão as oportunidades de identifi-cação de novos negócios; estrutu-ra organizacional - ter um depar-tamento comercial/exportação au-menta a eficácia das operações in-ternacionais e a afectação de re-cursos exigida; e sistema de infor-mação - conhecer acuradamente asoportunidades e ameaças dos mer-cados.

Esses quatro determinantes deCME interagem com dois tipos decapabilities: 1) competências es-pecíficas dos gestores, tais como afluência em línguas estrangeiras,viagens, formação e conhecimen-to sobre os mercados; 2) um siste-ma integrado de informação co-nhecido por Orientação para oMercado Exportador (OME) - obterinformação relevante, disseminá-la pela empresa e transpô-la emplanos de acção.

Portanto, o CME decorre de umacombinação estratégica de atitude,decisão e combinação de recursoscom as capabilities adequadas paraque a empresa possa alcançar umaVantagem Posicional Percebida(VPP).

Uma empresa alcança uma VPPquando tem uma força competiti-va (de custos e de produto) relati-vamente aos seus concorrentesnos mercados exportadores.

O caso Vipex A Vipex foi fundada em 1993 e, des-

de então, tem-se desenvolvido nosmercados internacionais. A em-presa actua fundamentalmente nomercado francês (grande clientescomo a Decathlon e a Pyrex), tem70 colaboradores, factura cerca dedez milhões de euros/ano e 95%desse valor vem das exportações. Éuma empresa transversalmenteimbuída de um Compromisso como Mercado Exportador.

A empresa foi, desde sempre,exportadora. Tem uma larga expe-riência acumulada. Os centros dedecisão da empresa têm um sófoco: o cliente. A taxa média decrescimento das exportações nosúltimos cinco anos foi de 10%. Se-gundo Jorge Santos, a empresa dis-põe de um sistema de gestão inte-grado completamente orientadopara as necessidades actuais e fu-turas dos clientes, e capaz de iden-tificar novas oportunidades de ne-gócio. Ou seja: a Vipex tem em si to-dos os determinantes criadores deum CME. E tem uma capabilitycrucial para o seu desempenho ex-

portador que é a OME. Para Jorge Santos, 2008 foi o ano

da mudança de paradigma. A OMEdesenvolvida pela empresa volta-se para a criação contínua de valor.É o serviço que cria valor à indústria.A Vipex está permanentemente emcontacto com os clientes. Está aten-ta às mudanças do mercado, e temuma estrutura organizacional comum espírito de equipa em melhoriacontínua, focado para alcançar ob-jectivos comuns. “O cliente vemter connosco e vê, por dentro, comoa Vipex trabalha na arquitecturado produto. Isto é, o cliente parti-cipa, intensivamente, na solução in-tegrada para o produto acabado. Eo preço final é aquele que maximi-za a sua satisfação”, explica JorgeSantos.

Inequivocamente, a Vipex estánuma vantagem posicional perce-bida face aos concorrentes. É umaempresa competitiva, com umaeficaz capability de OME, e inte-gralmente comprometida com omercado exportador.

No âmbito da Resource-BasedView, um Compromisso com oMercado Exportador é aafectação estratégica derecursos, no presente e nofuturo, no sentido da empresaalcançar um estado de

Vantagem Posicional Percebida.É um processo iterativo dosrecursos determinantes,geradores de capabilities, queprojectam a empresa para umarota de performance positivadas exportações.

O modelo

Empresa dá trabalho a 70 pessoas

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EconomiaJornal de Leiria 2 de Fevereiro de 2017 25

Indústria 4.0 – “a” oportunidade?

RAQUEL DE SOUSA SILVA

Sindicato dos Quadros e Técnicos Bancários inaugurou novo espaço em Leiria

“Há uma imensa destruição deemprego no sector financeiro”Raquel de Sousa [email protected]

�Há oito anos que os bancos estão areduzir os seus quadros de pessoal.Nos primeiros cinco anos, a um ritmode cerca de duas mil pessoas porano, no total, e mais recentemente dis-pensando entre três a quatro mil tra-balhadores anualmente. Os númerosforam avançados por Paulo Marcos,presidente do Sindicato Nacional dosQuadros e Técnicos Bancários(SNQTB), quinta-feira passada, emLeiria, à margem da inauguração dasnovas instalações desta organização.

“Há uma imensa destruição deemprego no sector financeiro, e nabanca em especial”, sustentou o di-rigente. Leiria, contudo, não temsido dos distritos mais afectados. “Asua dinâmica e o seu espírito em-preendedor são de tal ordem que édos distritos menos fustigados”, re-conheceu Paulo Marcos. “Vemosbancos que estão a fechar agênciaspelo país fora, como o Popular, quenão fechou em Leiria, ou o NovoBanco, que tendo um programa deredução de agências continua a terduas em Pombal, por exemplo”, re-feriu. “No distrito de Leiria estes mo-vimentos de redução de capacidadetêm sido feitos de forma bastantemoderada e muito mais mitigada doque a média nacional. Não esperonenhuma catástrofe em Leiria nospróximos 12 a 14 meses”, disse o di-rigente aos jornalistas.

Os profissionais da banca “sentem

uma degradação acentuada do mer-cado de trabalho”. “Pressionadospelas autoridades regulatórias paraaumentar a base de capital e reduzircustos, boa parte dos bancos, numavisão míope, têm-no feito reduzin-do pessoal de forma muito acen-tuada. E digo míope porque redu-ções feitas não visando a sustenta-bilidade normalmente dão maus re-sultados”, considerou. Os quadros etécnicos bancários, “gente qualifi-cada”, “sentem-se muitas vezes in-justiçados”, porque “contribuíramdurante 20 ou 25 anos para o cresci-mento dos bancos”.

O SNQTB tem quase 18 mil asso-ciados – 8% dos quais do distrito de

Leiria - e serve no seu sistema desaúde (SAMS Quadros), entre asso-ciados e familiares, mais de 50 milpessoas, revelou Paulo Marcos. “Onosso sistema de saúde dá empregoindirecto a médicos, enfermeiros eoutros profissionais de saúde. OSAMS Quadros é um grande ali-mentador das clínicas privadas daárea da saúde. Também temos umacompanhia de seguros, que tem umpapel importante em Leiria, e umasociedade gestora de fundos de pen-sões, que é provavelmente, neste dis-trito, um dos três primeiros opera-dores nesta área do planeamento depensões e da reforma”, frisou o di-rigente.

Tive a sorte de estar em Portugal na segunda--feira passada, dia em que decorreu aapresentação da iniciativa Indústria 4.0 –Economia Digital, no IPL, em Leiria.

Esquecendo a desorganização generalizada doevento, porventura em resultado de uma avalancheinusitada de participantes, ainda consegui ouvir oessencial que me interessava, como profissionalemigrado e cidadão português interessado no futurodo meu próprio País. Mas o saldo deste evento, a meuparecer, foi muito positivo e pode constituir umimportante instrumento para recuperarmos algumatraso da nossa indústria no contexto europeu e,mesmo, mundial. O mesmo aconteceu, no passado, com astelecomunicações móveis quando, partindo de umasituação de muito atraso face à Europa, aproveitámoso que de melhor havia no sector e transformámo-nosnum dos países mais avançados nesse domínio.Estamos, agora, no início da 4.ª Revolução Industrialque, nas palavras (lidas na Internet) do secretário deEstado da Indústria, João Vasconcelos, “…é a primeirarevolução industrial em que a posição geográfica dePortugal não nos prejudica e os investimentos em

OpiniãoManuelGomes

infraestruturas tecnológicas, na ciência e naqualificação realizados neste país na última décadanos permitem ambicionar liderar esta mudança”. Em meu entendimento, tem muita razão o sr.secretário de Estado porque esta quarta RevoluçãoIndustrial não se baseia em recursos naturais outecnologias hardware, como nas três anteriores, mastem como factor crítico de sucesso as pessoas,utilizando, naturalmente, toda a herança datecnologia e da economia digital.E é neste factor crítico de sucesso, as pessoas, quetudo pode falhar porque, apesar de termos ageração melhor qualificada de sempre, pagam-lhemuito pouco em Portugal e, por isso, emigra. Éaltura de transformarmos as ameaças destestempos conturbados em oportunidades. Aproveitaro “Brexit” e o isolacionismo de Trump para lhesoferecermos o regresso e, ademais, trazermos aelite estrangeira que a Inglaterra e os EUA nãoquerem nos seus países. Foi o que fez a FundaçãoChampalimaud, que se mostrou disposta a recebercientistas barrados por Trump.

Economista

Para sabercomo

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classificadosdo Jornal deLeiria ligue

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26

18mil profissionais são associados doSNQTB, tendo o distrito de Leiria umpeso de 8% naquele número

16anos é o tempo de presença dosindicato em Leiria. As novasinstalações, na Heróis de Angola, sãosinal da sua “pujança e vitalidade”

Presidente do sindicato diz que há “degradação acentuada” do mercado de trabalho

Leiria

GSVI certificasistema de gestãoda qualidade

� A GSVI obteve no final do anopassado a certificação do seu sis-tema de gestão da qualidade, noâmbito da norma ISO 9001:2008.Fonte da empresa revela que acertificação se estende às trêsinstalações (Leiria, Maia e Braga).“A atribuição desta certificação éo reconhecimento do esforço detoda a equipa em assegurar a ele-vada qualidade nas áreas de ne-gócio da empresa, nomeada-mente na venda de veículos co-merciais novos e usados e noapós-venda (manutenção, repa-ração e venda de peças), bemcomo dos processos envolven-tes”. “Esta distinção visa a me-lhoria contínua do sistema im-plementado a fim de a empresaalcançar a satisfação plena docliente e tornar-se cada vez maiscompetitiva como concessionárioda marca DAF em Portugal”. AGSVI também alargou recente-mente o seu horário de serviço deapós-venda.

Leiria

Ginásio Carbonoabre portas nazona industrial do Casal do Cego

� Mais do que um espaço onde sepode praticar actividade física, oCarbono pretende afirmar-secomo um local que “eduque paraa saúde”, onde as pessoas possamencontrar “soluções de bem estarfísico e psíquico”. Quem o diz éMónica Bradão, proprietária donovo ginásio, que abriu portas nazona industrial do Casal do Cego,em Leiria. Às modalidades tradi-cionais de ginásio (treino perso-nalizado, step, ginástica locali-zada, pilares, treino funcional ecycling), juntam-se outros servi-ços como a zen therapy, massa-gem thai, yoga dinâmico e reiki.“O objectivo principal não é ape-nas que as pessoas percam gor-dura ou volume, mas que ganhemsaúde”, explica a proprietária,que trabalha há mais de 15 anoscomo instrutora de ginásio e per-sonal trainer. “Fiquei desempre-gada e decidi avançar com esteprojecto, com o apoio do centro deemprego”, conta Mónica Bran-dão, também promotora do pro-jecto As marmitas da Mónica, queenvolve a confecção de refeiçõessaudáveis para empresas e parti-culares.

Os números

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26 Jornal de Leiria 2 de Fevereiro de 2017

Economia Emprego

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Com o objetivo de reforçar a sua equipa técnica, o Centro Hospitalar de Leiria EPE, pretende recrutar,por nosso intermédio, para o Serviço de Gestão Financeira (M/F):

TÉCNICOS SUPERIORES DE GESTÃO FINANCEIRA (1)(Leiria)

Enquadramento funcional:Os profissionais a admitir terão como principais responsabilidade a produção de informação de naturezaorçamental, financeira e contabilística, designadamente reporte da execução orçamental, elaboração dacontabilidade analítica e gestão da Lei dos Compromissos e Pagamentos em Atraso.

Perfil de Requisitos:� Licenciatura pré-Bolonha ou Mestrado Integrado pós-Bolonha em Economia, Finanças ou

Contabilidade, sendo valorizada a experiência no trabalho hospitalar;� Inscrição na Ordem dos Contabilistas Certificados (requisito obrigatório);� Capacidade de estruturar o raciocínio na perspetiva de análise e resolução de problemas da área

de Gestão Financeira;� Domínio das mais modernas tecnologias e ferramentas computacionais;� Espírito crítico;� Capacidade de desenvolver um espírito crítico;� Facilidade de comunicação escrita;� Capacidade de planeamento e organização e rigor na execução;� Capacidade de relacionamento interpessoal e de trabalho em equipa;� Assertividade.

As candidaturas em resposta a esta oferta devem ser enviadas até dia 06 de Fevereiro de 2017, para o e-mail: [email protected], com a identificação de “Técnicos Superiores de Gestão Financeira” emAssunto, respetivamente acompanhadas por C.V.

A Polialfaia, empresa em crescimento e há mais de 20 anos nomercado, sediada na Marinha Grande, procura

COLABORADOR (M/F) para área de polimento de moldes

Requisitos:- Experiência como polidor de moldes;- Elevado sentido de responsabilidade;- Capacidade de colaboração e bom relacionamento em equipa;

Condições:- Integração numa empresa de renome no sector de polimentotécnico de moldes;- Vencimento de acordo com a experiência demonstrada;

Se reúne os requisitos para a função, envie curriculumvitae para [email protected]

ou contacte por telefone: 244575021.

RICARDO GRAÇA

Concurso apresentado na semana passada em Alcobaça

Empreender Leiria premeia as melhores ideias de negócio

Programa apoia jovens sem ocupação

Candidaturas abertas para o programa Empreende Já

� Está aberto o primeiro de trêsconcursos de ideias no âmbito doprojecto Empreender Leiria, apre-sentado na semana passada pela As-sociação Empresarial da Região deLeiria (Nerlei) durante a conferên-cia Ser Empreendedor, em Alcobaça.Trata-se de uma iniciativa que “pre-tende aproximar as entidades e re-forçar as ligações entre em-preendedores”, que terá como“cereja no topo do bolo” um con-curso de ideias com um prémio fi-nal de cinco mil euros, explicouCristina Trovão durante a apresen-tação do projecto.

As inscrições estão abertas até aopróximo dia 5 de Março, sendo se-leccionados 20 projectos para con-correr. Posteriormente serão escol-hidos os dez melhores projectosde entre os quais, na fase final,sairá o vencedor. Durante todas as

fases do concurso de ideias haverávárias conferências e workshops,“sempre com input de consultoresprofissionais”, de modo a “fortale-cer” os planos de negócios apre-sentados a concurso. “O objectivoé não só que nasçam empresas,

mas que as mesmas sejam robustase se mantenham”, concluiu Cristi-na Trovão.

A segunda e terceira edições doconcurso de ideias têm inscriçõesabertas até aos dias 7 de Maio e 20de Agosto, respectivamente.

� Estão abertas até 6 de Março as can-didaturas para o programa EmpreendeJá, promovida pelo Instituto Por-tuguês do Desporto e Juventude (IPDJ)e que tem como objectivo empregarjovens NEET (Not in Education, Em-ployment or Training), ou seja jovensque não estudam, não trabalham e nãose encontram em formação.

O programa terá duas edições en-tre 2016 e 2018, cada uma dela com-posta por duas acções distintas. A pri-meira traduz-se no apoio ao desen-volvimento de projectos, centradana aquisição de competências porparte dos jovens e conta com 250 ho-ras de formação e 30 horas de tutoria.A segunda acção apoia a sustentabi-lidade de entidades e de postos de tra-balho criados ao abrigo do programa,resultantes de projectos desenvolvi-dos por jovens empreendedores daprimeira acção.

O IPDJ pretende envolver neste

630jovens dos 18 aos 29 anos deverãoser envolvidos no programa

O número

programa 630 jovens NEET, dos 18 aos29 anos, e apoiar a integração e a sus-tentabilidade de 180 postos de traba-lho. Os jovens empreendedores terãodireito a uma bolsa de apoio financei-ro durante seis meses e os que passa-rem para a segunda acção receberãodez mil euros para apoio à constitui-ção e sustentabilidade da empresaou entidade de economia social cria-da. O segundo apoio financeiro implicao compromisso de manter a entidadeem actividade durante dois anos.

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Jornal de Leiria 2 de Fevereiro de 2017 27Emprego

caixilharia alumínio e p.v.c., lda.

Empresa de caixilharia de alumínios

Admite-se (m/f):

Serralheiro de alumínio� Para fabricação em Portugal;� Com experiência.

Colaborador para montagens� Para trabalho no estrangeiro;� Com experiência.

A empresa oferece remuneração competitiva.Contacto: 244 861 328

Pretende recrutar:

� Licenciados Eng. Mecânica(p/ produção e dep. Desenho 2D/3D)

� Técnico de Controlo de Qualidade(p/ dep. Metrologia)

� Oficial de Bancada� Polidor� Programador CNC

Work NC

� Operador CNCFanuc; Heidenhain; Siemens

Requisitos� Experiência mínima entre 3 a 5 anos� Dinamismo, sentido de responsabilidade, capacidade de organização

Oferece-se:� Boas condições de trabalho; Formação contínua de acordo com os

setores; perspetivas de evolução e desenvolvimento permanente;� Integração em equipa jovem e dinâmica;� Salário compatível com função e experiência

Entrada imediataGarantimos sigilo absoluto

Enviar curriculum para: [email protected].: 244545050

Emprego Procuro

COMERCIAL com experiência naárea de estruturas metálicas e perfismetálicos procura trabalho. Contac-tos: [email protected] ou Telem. 918724 419.

Empresa de manutençãoindustrial está a recrutar

COLABORADORES

(M/F)com ou sem experiênciapara entrada imediata.

CONTACTARTelem. 911 922 604

ou enviar currículo [email protected]

Empresa com mais de 70 anos, localizada em Bergen, Noruega. Bergen Plastics, líder Europeu na produção de embalagensde espessuras finas, procura por mão de obra qualificada na área de injeção plástica:

Operador de Máquinas de Injeção (M/F):

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28 Jornal de Leiria 2 de Fevereiro de 2017

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Saúde e Bem-estarJornal de Leiria 2 de Fevereiro de 2017 29

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� O serviço de Urgência Geral doHospital de Santo André, unida-de do Centro Hospitalar de Leiria(CHL), começou a dar respostaaos problemas relacionados compsiquiatria das 8 às 24 horas.“Este apoio, uma iniciativa daequipa do Serviço de Psiquiatriae Saúde Mental (SPSM) empe-nhada em garantir o melhor aten-dimento e acompanhamento dosutentes”, estará assegurada todosos dias da semana, de segunda-feira a domingo, entre as 8 e as 24horas, “possibilitando um aten-dimento mais abrangente, e evi-tando transferências para outrasunidades neste horário mais alar-gado”, refere uma nota de im-prensa do CHL.

“A implementação desta medidasó é possível graças ao crescimen-

to da nossa equipa médica, com arecente integração de mais umamédica especialista formada nonosso serviço”, justificou o direc-tor do SPSM, Cláudio Laureano, ci-tado no comunicado. O especialistaconsiderou que também pretende“assim dar uma resposta atempa-da às necessidades dos utentes,colmatando a necessidade detransferir utentes e reduzindo otempo de permanência na urgên-cia dos utentes orientados parapsiquiatria que a ela recorrem de-pois das 20 horas”.

Segundo o psiquiatra, a saúdemental é “reconhecida como umaárea de intervenção prioritária,pelo que a psiquiatria é definidacomo uma valência de necessida-de obrigatória num serviço de Ur-gência com a dimensão do CHL”.

O Serviço de Psiquiatria e Saú-de Mental dispõe de 11 psiquia-tras, nove médicos internos depsiquiatria, 25 enfermeiros, doistécnicos de serviço social e trêsassistentes de psicologia clínica,e está organizado em unidade deinternamento de doentes agu-dos, unidade de ambulatório deconsultas externas, apoio domi-ciliário de enfermagem e serviçosocial.

Recentemente foi alargado oapoio domiciliário a consulta mé-dicas psiquiátricas no domicíliopara doentes mentais graves noâmbito da implementação de umaUnidade de Psiquiatria Comuni-tária, Unidade de Internamentode Doentes em Evolução Prolon-gada de Psiquiatria e Hospital deDia de Psiquiatria.

Actividades desportivas e rastreios gratuitos naCaranguejeiraO ginásio KGYM promove no próximo domingo, dia 5, ainiciativa Open day, com actividades desportivasabertas à população e rastreios nutricionais gratuitos. Ainiciativa decorrerá no pavilhão gimnodesportivo daCaranguejeira, Leiria, entre as 9 e as 13 horas.

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30 Jornal de Leiria 2 de Fevereiro de 2017

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Previsão da AECOPS para este ano

Investimento público ajudará a recuperar sector da construção� O aumento do investimentopúblico previsto para 2017, de-corrente de um aumento da taxade execução do Portugal 2020 eda realização de eleições autár-quicas, deverá “repercutir-se fa-voravelmente na construção epermitir, por fim, a tão desejadarecuperação do sector”. A ante-visão é da Associação de Empre-sas de Construção, Obras Públicase Serviços.

Na sua última análise, a AE-COPS aponta que no ano passadoo investimento público ficou abai-xo dos 3,5 mil milhões de euros,tendo diminuído cerca de 16,5%face a 2015. O seu peso no Pro-duto Interno Bruto foi de 1,8%, “ovalor mais baixo da história por-tuguesa, de acordo com a infor-mação disponível na base de da-dos europeia AMECO, que se ini-ciou em 1960”.

Com a redução do investimen-to público, “o Estado travou orelançamento” da construção,numa altura em que o imobiliárioe o sector privado davam claros

sinais de recuperação, contri-buindo, assim, decisivamente,para a degradação da actividade”.

Para este ano prevê-se um “au-mento significativo” do investi-mento público (mais 21,5% face a2016), mas apesar da recuperaçãoesperada, Portugal continuará aapresentar “um dos níveis maisbaixos da União Europeia”, apon-ta a associação.

Imobiliário

Transacções subiram 20%

� O mercado imobiliário portu-guês “revelou uma dinâmica posi-tiva no ano de 2016”, tendo regis-tado um aumento entre 20 e 25%nas transacções de alojamentosfamiliares, e entre 16 e 20% em to-das as transacções imobiliárias(prédios urbanos, rústicos e mis-tos). Os dados são do Gabinete deEstudos da Associação dos Profis-sionais e Empresas de MediaçãoImobiliária de Portugal (APEMIP),que adianta que em apenas doisanos (2015 e 2016) o mercado imo-biliário “assistiu a um crescimen-to na ordem dos 50%”. Para o pre-sidente da associação, Luís Lima, es-tes números, apesar de positivos, fi-cam aquém da expectativa. “A mi-nha estimativa de crescimento parao ano de 2016 rondava os 30 – 35%,o que não aconteceu, devido a al-gumas situações que provocaramretracção e desconfiança junto dosinvestidores. Refiro-me ao anúncioda criação de um novo imposto so-bre o património, o adicional aoIMI, e ao problema de credibilidadeque se está a criar devido aos atra-sos na concessão de vistos de resi-dência (Vistos Gold)”, afirma.

16,5%foi quanto caiu o investimentopúblico no ano passado, emcomparação com 2015, segundoa associação das empresas deobras públicas

O número

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Jornal de Leiria 2 de Fevereiro de 2017 31

Ficha Técnica

Nome | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | || | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | Morada | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | || | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | CP | | | | | - | | | | Localidade | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | País | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | Telefone | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | Profissão | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | Habilitações Literárias | | | | | | | | | | | | | | N.º Elementos agregado familiar | | | NIF | | | | | | | | | | Data de nascimento | | | - | | | - | | | | |E-mail: | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | |

Junto envio cheque/vale postal n.º | | | | | | | | | | no valor de 35€ (Portugal), 65€ (Europa), 93€ (outros países do Mundo) emitido à ordem de Jorlis, Lda., para pagamento da minha assinatura anual do Jornal de Leiria (renovável anual-mente, salvo indicações em contrário). Para pagamento por transferência bancária para o NIB 003503930008317863056(anexar comprovativo). Para mais informações contactar pelo Tel. 244 800 400 - E-mail: [email protected]

Assinatura

Boletim de assinatura

JORLIS, LDA.GerênciaMaria Alexandra Vieira, João NazárioDirecção EditorialMaria Alexandra Vieira, Arnaldo SapinhoOrlando CardosoDirectorJoão Nazário ([email protected])Redacção([email protected])Raquel de Sousa Silva (coordenação)([email protected])Claúdio Garcia, Daniela Franco Sousa,Elisabete Cruz, Jacinto Silva Duro, MariaAnabela Silva, Miguel SampaioCopydeskOrlando [email protected] permanentesBruno Gaspar, Joaquim Paulo, JoãoNeves, José Luís Jorge, Lurdes Trindade, Paula Lagoa, Paula Sofia Luz, Sara VieiraDirecção GráficaGabinete Técnico JorlisPaginação e ProduçãoIsil da Trindade (coordenação)([email protected])Rita Carlos ([email protected]) Serviços Administrativos/AssinantesCília Ribeiro ([email protected]) ([email protected]) TesourariaPatrícia Carvalho ([email protected]) Serviços ComerciaisLúcia Alves ([email protected]), Rui Pereira ([email protected]) eSandra Nicolau ([email protected])Área de ProjectosSandra Nicolau ([email protected])Propriedade/EditorJorlis - Edições e Publicações, Lda.Capital Social: €600.000NIF 502010401MOVICORTES - Serviços e Gestão - 90%José Ribeiro Vieira (Herdeiros) - 10%MoradaParque Movicortes 2404-006 Azoia - Leiria Email [email protected]: 244 800 400 Redacção: 244 800 405Fax: 244 800 401 Impressão GrafedisportDistribuição VASPDia de publicação: Quinta-feiraPreço avulso: 1€Assinatura anual: 35€ (Portugal) 65€ (Europa) 93€ (outros países do mundo)Tiragem média por ediçãoMês de Janeiro: 15 000 exemplaresN.º de registo: 109980Depósito legal n.º 5628/84

O Jornal de Leiria está aberto à partici-pação de todos os cidadãos de acordocom o ponto 5 do Estatuto Editorialdisponível emhttps://www.jornaldeleiria.pt/empresa

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SOLUÇÃO DA SEMANA ANTERIOR

Palavras Cruzadas

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HORIZONTAIS: 1 – Afrouxar. Nome genérico

dado aos aparelhos que navegam no ar. 2 – Ar-

tigo árabe O mais. Planisfério. Cidade caldeia. 3 –

Tesouro. Concordo. Túlio (s.q.). 4 – Érbio (s.q.). O

que dá boas notícias ou restitui coisa perdida na

mira de recompensa. 5 – Símb. químico do

amerício. Cabo para levantar pesos a bordo. 6 –

Tecido escarlate. Tonicidade. 7 – Terreno baixo

susceptível de ser alagado pela água do mar ou

de um rio. O mesmo que “raer”. Apelido de

heroína francesa. 8 – Demente. Nota musical.

Convir. 9 – Brilhante. Que sobe à cabeça. 10 - Ref-

erente a agouro. Compaixão. Primeiro número.

11 – Alternativa (fig.). Inflamação das artérias. Pre-

fixo de vida.

VERTICAIS: 1 – Lacónico. 2 – Maneira de andar

ou proceder. Vestimenta feminina que é traje

típico da mulher indiana. 3 – Anarquista. 4 – Sala-

mandra. 5 – Corpo circular que rodeia certos

planetas. Que rói. 6 – Rádio (s.q.). Vóltio. “Fora”

em inglês. 7 – Pequeno poema medieval. Medida

de líquidos usada na Holanda, Alemanha e

Suiça. Mulher criminosa. 8 – Aténio (s.q.). Deus

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egípcio. Erguer. 9 – Converter em massa. Nesse

lugar. 10 – Ramificação de uma estrada ou de um

caminho-de-ferro. Abrev. de espanhol. 11 – Que

tem cor avermelhada. 12 – Para Kant, o que o es-

pírito concebe para além do fenómeno, mas não

pode abranger. Medida indiana de Compri-

mento. 13 – Aspecto. Ignorante. 14 – Descobrir

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do Jornal de Leiria ligue

244 800400CARTÓRIO NOTARIAL DE MANUEL FONTOURA CARNEIRO

Rua Francisco Serra Frazão, lote B, 4.° r/c dto — 2480-337 Porto de Mós Telf: 244 401 344 * Fax: 244 401 385

PORTO DE MÓS Jornal de Leiria - Edição n.º 1699 - 02.02.2017

Certifico para fins de publicação, que por escritura de justificação celebrada neste Cartório Notarial, no dia seisde janeiro de dois mil e dezassete, exarada a folhas cento e vinte e uma a folhas cento e vinte e quatro do Livro deNotas para "Escrituras Diversas" Trezentos e Quarenta e Cinco A:

MANUEL DOMINGUES e cônjuge GUILHERMINA INÁCIA GASPAR, casados sob o regime da comunhão geral debens, naturais ele da freguesia de Souto da Carpalhosa, ela da freguesia de Monte Redondo, ambas do concelho deLeiria, residentes na Travessa da Fonte, 345, Vale da Pedra, Souto da Carpalhosa, Leiria, Nifs: 123 956 722 e 132 557452.

Declararam: Que, com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores do seguinte bem: DOIS: Prédio rústico sito na Rua Principal, Casal Novo, união das freguesias de Monte Redondo e Carreira, con-

celho de Leiria, composto de eucaliptal, com a área de mil cento e noventa e cinco metros quadrados, a confrontardo norte com Rua Principal, do sul com Carlos Manuel Gaspar Domingues, do nascente com Maria Marques Pereirae do poente com José Teixeira Moinho, não descrito na Segunda Conservatória do Registo Predial de Leiria, inscritona matriz sob o artigo 22.232, por proveniência do artigo rústico 24.015 da freguesia de Monte Redondo (extinta), como valor patrimonial de € 400,00.

Que o bem acima relacionados sob a verba DUAS vieram à sua posse por doação verbal de Manuel da Silva e espo-sa Maria Inácia, residentes que foram em Casal Novo, Monte Redondo, Leiria, doação essa que teve lugar no ano demil novecentos e sessenta e cinco, já no seu estado de casados.

Que, não obstante não terem título formal de aquisição do referido prédio relacionado sob a verba DUAS, por for-ça daquela doação verbal, foram eles que sempre o possuíram, desde aquelas data até hoje, logo há mais de vinteanos, em nome próprio, defenderam a sua posse, pagaram os respetivos impostos, gozaram todas as utilidades poreles proporcionadas, cultivaram e colheram os frutos dos prédios rústicos, cortaram o mato e procederam à limpe-za do prédio urbano, sempre com o ânimo de quem exerce direito próprio, sendo reconhecidos corno seus donos portoda a gente, fazendo-o ostensivamente, e sem oposição de quem quer que seja, posse essa de boa-fé, por ignoraremlesar direito alheio, pacífica, porque sem violência, contínua e pública, por ser exercida sem interrupção e de modoa serem conhecidos pelos interessados.

Tais factos integram a figura jurídica da usucapião, que os primeiros outorgantes invocam, como causa de aqui-sição dos referidos direitos por não poderem comprou a aquisição pelos meios extrajudiciais normais.

A colaboradora, (Sandra Marisa Guerra da Silva Oliveira)

Emitida Fatura/Recibo n.° 02/33/001/2017

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32 Jornal de Leiria 2 de Fevereiro de 2017

Desporto

Liderança Três conceituados treinadores portugueses – de modalidades distintas – deixaram emLeiria várias pistas sobre como liderar um grupo e levá-lo até ao sucesso: não copiar ídolos, serautêntico e saber influenciar aqueles com quem trabalha

Miguel [email protected]

� Responsável pela selecção na-cional de futebol do escalão sub-21, Rui Jorge está há cinco anossem perder. Teve como treina-dores alguns dos mais sonantesnomes que passaram pelo futebolportuguês, como Carlos AlbertoSilva, Bobby Robson, AntónioOliveira, Laszlo Bölöni e Fernan-do Santos. Aprendeu com todoseles? Claro. Ficou a saber com ou-tros como não proceder? Tam-bém.

Do que ele tem a certeza é queo importante é não copiar aque-les que temos como ídolos, pormuito que os admiremos. Por-quê? “O que vivemos não foi oque vocês viveram, o que senti-mos não foi o que vocês sentirame os grupos que lideramos não

são os mesmos. Por isso, é im-possível copiar e há coisas que,depois, denunciam quem o faz.”

Oitenta por cento da vida deRui Jorge foi passada ligado ao fu-tebol. Um sem-fim de horas detreinos e de jogos, anos e anos debalneário que acabaram por mol-dar a liderança que, naturalmen-te, se impõe. “São milhares de ho-ras a ver reacções, a ver lideran-ças, a ver piscares de olhos, a verficar branco, a ver ficar preto, aver ficar vermelho, a ver cair decostas. Vi de tudo”, sublinha o an-tigo futebolista do FC Porto e doSporting.

Em Leiria, no decorrer da con-ferência Treinadores portugue-ses, liderança inteligente organi-zada pela Lab Coach e apoiadapelo JORNAL DE LEIRIA, Rui Jor-ge salientou que tudo o que é en-quanto líder se baseia no que vi-

Quer ser treinador?Quer um conselho?Por favor, não copie

veu. “E quando tento passá-loaos jogadores faço-o de formanatural.” E assim chega a umaoutra característica que entendefundamental: a “autenticidade”.

“Tem-se a ideia que, no futebol,o jogador não é inteligente, mas éa pessoa mais perspicaz que exis-te. Logo que entra um treinadorestão à procura de fraquezas epercebem-nas. Se o treinador ten-tar defender uma coisa na qualnão acredita, os jogadores vãoapanhá-lo. Está próximo de falharse não for autêntico”, explica.

A importância da liderança é talque Rui Jorge, sete vezes cam-peão nacional como jogador peloFC Porto e Sporting, não tem dú-vidas. “Nunca fui campeão comum líder fraco. Uma vez estivequase, mas nunca fui. Que os jo-gadores não olhassem para ele enão vissem ali um líder. Clara-

mente existiram treinadores quedominavam muito mais a partedo treino do que outros, mas otraço comum era a capacidadede liderança. Fui companheirode Figo e mesmo no caso dessesjogadores, quando olham para otreinador com respeito, é dife-rente. Eles sabem quem respei-tar.”

Enquanto seleccionador desub-21, Rui Jorge lida com os jo-gadores no momento em que“de um dia para o outro”, “pas-sam de meros desconhecidos” a“primeira página de jornal”.“Correm o risco de se acharem osmelhores do mundo. Acreditomuito no valor humano da pes-soa, porque é de facto muitoimportante. Muitas vezes, es-ses jogadores não têm uma edu-cação forte por trás e o que ten-tamos fazer neste espaço é cha-

má-los à razão. Não é dizer paranão comprar o carro, é dar oexemplo.”

De qualquer maneira, e sejaquem for o atleta que está aorientar, para Rui Jorge, a essên-cia do sucesso está nas regras.“Tenho aquilo que eles querem,decidir quem vai jogar, e eles sa-bem que se não estiverem bem,centenas de pessoas querem o lu-gar deles”, explica o selecciona-dor. “Mediaticamente são maisimportantes do que eu, mas temde existir alguém que lidera enão pode haver qualquer dúvidaquanto a isso. Acredito que quemestá do outro lado gosta de agra-dar ao treinador. E se sabe o queo treinador valoriza vai fazer porcumprir. Não me importo de pa-recer demasiado duro numa faseinicial, mas o respeito é funda-mental no grupo e na vida.”

RICARDO GRAÇA

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Jornal de Leiria 2 de Fevereiro de 2017 33

Liderança e emoçãoSeleccionador nacional de an-debol, Paulo Jorge Pereira temum longo passado a orientarequipas e selecções africanas, so-bretudo femininas. Para ele, “osfactores mentais são os que defi-nem a conquista de grandes ob-jectivos”. “Às vezes perguntamoscomo é que aquele treinador, quenão percebe nada de futebol, con-segue aqueles resultados. Prova-velmente porque tem uma inte-ligência emocional acima dos ou-tros. Não tanto uma inteligênciacognitiva, mas consegue trans-mitir energia de uma forma dife-rente. O planeamento aprende--se, a inteligência emocional émais difícil.”

Para o antigo técnico das se-lecções femininas de Angola e daTunísia,“é impossível esqueceras emoções e quando trabalha-mos com mulheres mais ain-da”. “Elas percebem melhor oque queremos fazer e se for-mos autênticos vamos conse-guir alguma coisa delas.” Para seinfluenciar alguém é necessário“criar laços de empatia”. “Quan-do em causa estão mulheres te-mos de ter cuidado, porque elassão muito mais sensíveis e nãopodem perceber que temos maistendência para uma do que paraa outra.”

De qualquer das formas, o se-leccionador entende que a frase'temos de tratar todos por igual'está errada. “Justiça, tratar aspessoas com igualdade, é tratá-las de maneira diferente. Te-mos de entender a particulari-dade de cada um. Uma pessoacomprometida com o grupo euma que se esconde, por exem-plo, não podem ter o mesmotratamento. Isso é que é igual-dade. Depois, é necessário en-tender quando temos de ser du-ros e depois flexíveis. Insultarnão – isso destrói uma relação –agora ser duro para mostrar o ca-minho e indicar a acção, issosim.”

“As emoções são realmentecontagiosas, para o bem e para omal. Do líder para o grupo e dogrupo para o líder”, sublinha Pau-lo Jorge Pereira. “Basta um olhar,a forma como nos comportamos,e tudo pode mudar...” Um exem-plo. “Não imaginam como é po-deroso para estabelecer laços epoder influenciar se perguntar-mos 'como está a tua mãe' a umatleta que tem a mãe doente.Tem é de ser feito de forma au-têntica”, explica o treinador.

Estas habilidades mentais po-dem servir também para aque-les jogadores que “trabalham omínimo, porque assim sofremmenos”. “Se mudarmos esta in-formação para fazer o mínimo éigual a derrota e fazer o máximoé igual a vitória. Tem de se im-pregnar na cabeça dos atletas,mas também dos treinadores. Eserve para todos: para o atleta,para o estudante, para alguémque quer perder peso.”

A forma comofalamos connoscoinfluencia o nossocomportamento eo dos outros.Quem diz que vaiperder, perde decerteza. Aqueleque diz que vai serdifícil, mas que vai ganhar, aoportunidadesobe em flechaPaulo JorgePereira

Se estiver a perderquero aproveitarcada segundo dojogo para ir atrásdo resultado. Seestiver a ganharquero concederessa chance.Acredito que senos mantivermosconcentrados natarefa vamosconseguir ganhar Rui Jorge

Desporto é umareligião, vive dehábitos, decrenças, desuperstições. O treinador é ocongregador, opadreNunoDelgado

Nuno Delgado, head coach da selecção de judo

“O treino começa fora do corpo”� O judo tem uma premissa milenar– o shin gi tai – que significa técnica,energia e espírito. E segundo a divisãofeita pelos samurais, 10% da impor-tância é atribuída à parte energética,20% à técnica e 70% à espiritual. Foicom estes números que Nuno Delga-do, head coach da selecção olímpicade judo, se apresentou em Leiria. “Oque faz diferença são as pessoas, sejaum grande treinador, um grande po-lítico ou um grande marido. Os prin-cípios são sempre os mesmos.”

E chegamos ao processo de treinodeste medalhado olímpico emSydney'2000. “A faculdade ensina aperiodização. As fórmulas batem to-das certas, mas têm de ser aplicadasàs pessoas naquele contexto. O trei-no começa fora do corpo e quando sótreinamos o corpo nada estamos atreinar, porque não estamos a falar demáquinas. Toda a superação, a con-cretização de objectivos e a evoluçãoé fora do corpo. A parte fisiológica é ocomplemento para chegarmos aoque procuramos.”

Essa foi a condição para o percur-so de transformação de atleta paratreinador feito por Nuno Delgado.“Lembrei-me do que fazia a diferen-ça. Se era fazer três ou quatro mais sé-ries de flexões, se era fazer um com-promisso com as pessoas que traba-lhavam comigo. Num treino esta-mos a treinar pessoas e não rematesà baliza ou técnicas de projecção,por exemplo. E essas pessoas, têmvontades, emoções, sensações. Tivede pensar bastante e encontrar-me,porque não me revia no treinador tí-pico, muito agressivo, que está sem-

pre em cima dos atletas. ”O ex-judoca defende, contudo, que

não existe o conceito de técnico per-feito. “Não me posso apresentar comoum treinador que provoca o conflitoquando essa não é a minha especia-lidade. Sou especialista, sim, em criara união, o diálogo e é nisso que vouapostar. Temos de encontrar a nossaentidade. Todas as característicastêm um lado bom e um lado mau,mas há a tendência de pensar que umtreinador que provoca o conflito é umlíder mais forte. Não é verdade. Po-demos ter sucesso se não tivermosesse estereotipo, mais frequente ecom mais impacto visual. O facto deconhecermos qual é a nossa força é oque faz de nós bons treinadores e épor isso que as equipas técnicas vãocada vez mais no sentido de ter pes-soas com características diferentes.”

A comunicação tem, naturalmen-te, um papel fundamental. “Antesdos combates, Telma Monteiro batecom os pés no chão, como o Hulk. Eubatia no peito. Aquele hábito é um fe-nómeno de comunicação interior,de 'está cá tudo', e vem do treino. Fa-zemo-lo todos os dias e o corpo fica asaber o que pretendemos.”

Acabamos como começámos. “Te-mos de ser verdadeiros connoscopróprios. O José Mourinho diz que umhead coaché um gestor do seu próprioconhecimento. Por isso, o maior co-nhecimento que devemos ter é sobrenós próprios. Nunca teria sucesso, setentasse ser como ele. Se não aceitarcomo sou, nunca serei líder. Não co-piem. Aproveitem a experiência ecriem o vosso próprio estilo.”

Nuno Delgado participou na conferência organizada pela Lab Coach

RICARDO GRAÇA

Futebol

União de Leiriaclube impedidode inscreverjogadores

� A União Desportiva de Leiria (clu-be) não poderá fazer qualquer ins-crição de jogadores na FederaçãoPortuguesa de Futebol (FPF) en-quanto não pagar 5 mil euros aoSporting Clube de Pombal. Em cau-sa está uma condenação, datada de15 de Novembro de 2013, a título decontribuição por solidariedade rela-tiva à transferência do guarda-redesMika para o clube do Lis, em 2006.

5.000euros é a verba que a União deLeiria terá de pagar ao Sportingde Pombal. A verba remonta àtransferência de Mika, em 2006

O número

Como a União de Leiria não pro-cedeu à liquidação do montante atéà data-limite de 24 de Agosto de2016, o Conselho de Disciplina (CD)da FPF decidiu castigar o clube ago-ra liderado por Paulo Sarraipa. “Temcomo efeito imediato que não sejamregistados novos contratos ou com-promissos desportivos, ou aindarenovados os existentes do clubedesportivo devedor”, segundo cons-ta no processo n.º 09/CA-11/12 da-quele organismo.

O impedimento apenas cessará nomomento em que for feito o paga-mento o que, garante o presidente doSporting de Pombal, ainda não suce-deu. “Estamos ansiosamente à espe-ra. Daria muito jeito para as contas doclube”, desabafou Manuel Matias aoJORNAL DE LEIRIA. Curiosamente,neste processo, o Sporting de Pombaltinha reclamado 85 mil euros aquan-do da transferência do guarda-redesde Leiria para o Benfica, mas o CD daFPF decidiu que a verba a pagar seriade 5 mil euros.

Michael Domingues, conhecidono meio do futebol por Mika, vice-campeão mundial de sub-20, foitransferido neste defeso do Boavis-ta para o Sunderland, da PremierLeague inglesa, por 1,25 milhões delibras, qualquer coisa como 1,46 mi-lhões de euros. Como Manuel Matiastambém confirmou, o Sporting Pom-bal já recebeu 1% dessa verba (14.600euros) relativos à compensação pelaformação do atleta, pelo que a Uniãode Leiria também já terá recebido os2% a que tem direito (29.200 euros).

O JORNAL DE LEIRIA tentou falarcom Paulo Sarraipa, presidente daUnião de Leiria, mas tal não foi pos-sível até ao fecho desta edição.

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34 Jornal de Leiria 2 de Fevereiro de 2017

Desporto

GamaFutebol

Campeonato de Portugal – série EResultados última jornadaARC Oleiros-Vitória Sernache 2-1CD Fátima-Sertanense 2-1Naval 1.º Maio-União Leiria 0-6Operário Lagoa-Carapinheirense 7-1Sporting Ideal-Benfica C. Branco 1-1

Classificação finalP J V E D G

CD Fátima 41 18 13 2 3 42-19Operário Lagoa 35 18 11 2 5 38-18União Leiria 35 18 11 2 5 32-12Sertanense 33 18 10 3 5 28-15Benfica C. Branco 32 18 9 5 4 39-16Sporting Ideal 32 18 10 2 6 31-25ARC Oleiros 15 18 3 6 9 20-33Carapinheirense 15 18 4 3 11 22-37Vitória Sernache 14 18 3 5 10 18-31Naval 1.º Maio 2 18 0 2 16 15-79

Campeonato de Portugal – série FResultados última jornadaPraiense-Torreense 0-0CD Mafra-Vilafranquense 1-1SC Lusitânia-Angrense 3-1Ginásio Alcobaça-Gafetense 1-2Alcanenense-Caldas SC 0-0

Classificação finalP J V E D G

Praiense 42 18 12 6 0 29-11Torreense 40 18 12 4 2 26-9CD Mafra 39 18 12 3 3 35-9Alcanenense 29 18 8 5 5 29-18Caldas SC 27 18 8 3 7 22-15Vilafranquense 22 18 5 7 6 19-16Gafetense 19 18 6 1 11 17-32SC Lusitânia 18 18 5 3 10 18-30Angrense 8 18 2 2 14 12-36Ginásio Alcobaça 8 18 2 2 14 11-42

Hóquei em patins

1.ª DivisãoResultadosAD Valongo-Oliveirense 4-5Benfica-Sporting 5-4HC Turquel-Candelária SC 4-4Juventude Viana-Paço Arcos 6-5Óquei Barcelos-Sanjoanense 6-0Riba d'Ave-FC Porto 2-11Sporting Tomar-Valença HC 6-6

ClassificaçãoP J V E D G

Benfica 36 13 12 0 1 102-42FC Porto 34 13 11 1 1 88-34Oliveirense 33 13 11 0 2 57-38Sporting 28 13 9 1 3 64-37Óquei Barcelos 25 13 8 1 4 60-40Juventude Viana 19 13 6 1 6 46-47AD Valongo 17 13 5 2 6 46-52Sporting Tomar 13 13 4 1 8 51-59Riba d'Ave 13 13 4 1 8 43-69HC Turquel 11 13 3 2 8 43-61Candelária SC 10 13 3 1 9 30-54Paço Arcos 10 13 3 1 9 31-60Valença HC 10 13 3 1 9 37-67Sanjoanense 7 13 2 1 10 29-67

Próxima jornada 11 de FevereiroAD Valongo-Benfica, HC Turquel-Paço Arcos, Juven-tude Viana-Sanjoanense, Óquei Barcelos-FC Porto,Riba d'Ave-Oliveirense, Sporting Tomar-CandeláriaSC, Valença HC-Sporting

2.ª Divisão – zona SulResultadosAlenquer e Benf.-Parede FC 3-4Benfica B-Física T. Vedras 1-3Biblioteca IR-AD Oeiras 4-7Campo Ourique-Os Tigres 1-4HC Sintra-Marítimo SC 3-2Juv. Salesiana-HCP Grândola 3-1SC Marinhense-HC Vasco Gama 9-3

ClassificaçãoP J V E D G

Física T. Vedras 31 13 10 1 2 51-30Benfica B 28 13 9 1 3 50-31HCP Grândola 26 13 8 2 3 49-35AD Oeiras 25 13 8 1 4 56-43Juv. Salesiana 25 13 8 1 4 53-43Marítimo SC 23 13 7 2 4 59-46Parede FC 23 13 7 2 4 45-42SC Marinhense 21 13 6 3 4 82-59Os Tigres 14 13 4 2 7 34-45Alenquer e Benf. 13 13 4 1 8 40-53Campo Ourique 11 13 3 2 8 33-48HC Sintra 8 13 2 2 9 26-40HC Vasco Gama 7 13 2 1 10 41-74Biblioteca IR 7 13 2 1 10 48-78

Próxima jornada 4 de FevereiroAD Oeiras-Benfica B, Alenquer e Benf.-HCP Grân-dola, Biblioteca IR-Campo Ourique, HC Sintra-ParedeFC, Juv. Salesiana-HC Vasco Gama, Marítimo SC-OsTigres, SC Marinhense-Física T. Vedras

nhense, Vieirense-AtouguienseFutsal2.ª Divisão – série DResultadosBoa Esperança-Olho Marinho 3-2Ladoeiro-CD Fátima 2-6Mendiga-ADR Mata 3-1Os Patos-Casal Velho 3-5

ClassificaçãoP J V E D G

Casal Velho 36 15 11 3 1 67-31CD Fátima 30 15 10 0 5 73-49Olho Marinho 27 14 8 3 3 47-36NSCP Pombal 23 14 7 2 5 50-55Amarense 20 14 6 2 6 50-49Mendiga 18 15 5 3 7 53-58Boa Esperança 18 15 5 3 7 43-50ADR Mata 17 14 5 2 7 46-47Os Patos 13 15 4 1 10 43-68Ladoeiro 7 15 2 1 12 47-76

Próxima jornada 11 de FevereiroADR Mata-Núcleo SCP Pombal, Casal Velho-Men-diga, CD Fátima-Boa Esperança, Ladoeiro-Amarense,Olho Marinho-Os Patos

Nacional feminino – zona SulResultadosGolpilheira-Del Negro 2-1Louriçal-Quinta Lombos 3-0Posto Santo-Benfica 0-5Sporting-Atlético Povoense 4-1

ClassificaçãoP J V E D G

Benfica 33 11 11 0 0 56-4Sporting 30 11 10 0 1 39-10Golpilheira 18 11 6 0 5 28-29Louriçal 18 11 6 0 5 26-26Atlético Povoense 12 11 4 0 7 29-38Del Negro 9 11 3 0 8 19-36Quinta Lombos 9 11 3 0 8 13-34Posto Santo 3 11 1 0 10 10-43

Próxima jornada 11 e 12* de FevereiroDel Negro-Sporting, Posto Santo-Louriçal, AtléticoPovoense-Quinta Lombos*, Benfica-Golpilheira*

nhense, Vieirense-AtouguienseAndebol1.ª Divisão femininaResultadosAlavarium-Maiastars 20-27CA Leça-SIR 1.º Maio/CJB 24-22Juventude Mar-Passos Manuel 24-24Madeira SAD-Colégio Gaia 20-20Santa Joana-Juve Lis 26-25Sports Madeira-Académico Porto 25-22Madeira SAD-Académico Porto 32-14Sports Madeira-Colégio Gaia 23-21

ClassificaçãoP J V E D G

Madeira SAD 46 16 14 2 0 480-306Colégio Gaia 41 16 12 1 3 467-345Alavarium 35 15 10 0 5 381-318Maiastars 35 15 9 2 4 386-352Sports Madeira 33 16 8 1 7 395-411SIR 1.º Maio/CJB 31 15 8 0 7 361-334Juve Lis 28 15 6 1 8 321-348CA Leça 26 14 5 2 7 349-359Passos Manuel 25 15 3 4 8 304-379Santa Joana 24 15 4 1 10 317-371Académico Porto 21 16 2 1 13 312-446Juventude Mar 19 14 2 1 11 254-358

Próxima jornada 4 de FevereiroAlavarium-Santa Joana, Juventude Mar-SIR 1.ºMaio/CJB, Maiastars-Juve Lis, Passos Manuel-CA Leça

3.ª Divisão – zona 3ResultadosBatalha AC-SIR 1.º Maio 18-233A Almeirim-NDA Pombal 29-15Samora Correia-GE Ponte Sor 42-12

ClassificaçãoP J V E D G

SIR 1.º Maio 21 7 7 0 0 239-137Samora Correia 19 7 6 0 1 248-1443A Almeirim 15 7 4 0 3 187 -174NDA Pombal 10 7 1 1 5 130-197Batalha AC 10 7 1 1 5 154-188GE Ponte Sor 9 7 1 0 6 141-259

Próxima jornada 4 de FevereiroNDA Pombal-Samora Correira, SIR 1.º Maio-3A Al-meirim, GE Ponte Sor-Batalha AC

António Reis garante que não chegou qualquer inscrição à ADAL

Associação de Leiria refuta acusaçõesda atleta olímpica Cátia AzevedoMiguel [email protected]

� No passado sábado, em Pombal,Emanuel Rolim garantiu um lugar nos1.500 metros dos Campeonatos daEuropa de atletismo de pista cober-ta. O atleta do Benfica, natural de Tor-res Vedras, obteve a marca de quali-ficação para a competição que irá terlugar em Belgrado, Sérvia, de 3 a 5 deMarço, numa prova extra que se rea-lizou no decorrer dos CampeonatosDistritais Absolutos das associaçõesdistritais de atletismo de Leiria(ADAL), Coimbra e Santarém.

Até aqui tudo bem e, já agora, pa-rabéns ao Emanuel Rolim. O proble-ma surgiu quando a atleta olímpicaCátia Azevedo, sabendo do que se ti-nha passado no ExpoCentro, utilizouas redes sociais para se queixar de dis-criminação. Porquê? Porque não foiautorizada a participar no evento. Sa-bendo-se que as oportunidades paraconseguir marcas de qualificação emPortugal escasseiam e a competiçãona Sérvia será a daqui a pouco maisde um mês, a quatrocentista pediuautorização para a realização de umaprova extra no ExpoCentro, mas a res-posta que recebeu foi negativa.

“Ao longo dos últimos anos man-tenho-me silenciosa sobre muitasatitudes que a minha Federação tempara com o sector de 400 metros. (…)Mantenho-me silenciosa relativa-mente ao facto de haver tantas pro-

No Nacional de juniores em pista coberta

O primeiro título nacionalvoou para a Caranguejeira

� Alguma vez ouviu falar do Grupo deAtletismo da Caranguejeira? Pois mui-to bem, este fim-de-semana foi nomeem destaque em Braga, no decorrer noCampeonato Nacional de juniores depista coberta, em atletismo. O em-blema do concelho de Leiria alcançoua sua primeira medalha de ouro numacompetição nacional, por intermédiode Hugo Brígido, e logo numa disci-plina técnica, o salto em compri-mento. O rapaz voou 6,83 metros, nãodando hipótese à concorrência. Osatletas da Associação Distrital de Atle-tismo de Leiria estiveram em destaquenos saltos, de tal forma que todos osquatro títulos que conquistaram foramneste sector. Suzana Cruz, do Clube deAtletismo da Marinha Grande, esteveem particular evidência, juntando a vi-tória no salto em comprimento (5,63metros) à do triplo salto (11,86 metros).Bárbara Mota, do Atlético Clube deVermoil, ganhou o salto com vara

vas para o sector de saltos e veloci-dade. Mantenho-me silenciosa rela-tivamente a todas as injustiças que fa-vorecem sempre os mesmos. Mas es-tou cansada, pois além de treinar, pri-var-me de tanto, ainda tenho de vivercom injustiças, com a desonestidadedeste País tão, mas tão corrupto e as-sim lutar contra tantas adversida-des”, desabafou a atleta do Sportingnatural de Cucujães, deixando um iró-nico “aplauso” para aqueles que “sópedem resultados, sabem dar umsorriso amarelo nas fotos quando ascoisas correm bem, mas incentivar'está quieto'”.

Cátia Azevedo atirou-se também àsassociações distritais de Leiria, San-tarém e Coimbra, acusando-as de

falta de lealdade e honestidade. “Obri-gada por não terem aceitado a minhainscrição com a justificação de quenão estou a tentar mínimos para o Eu-ropeu. Já me lêem a mente”, referiu.Só que, segundo o presidente daADAL, aos serviços administrativosnem sequer chegou um pedido deinscrição por parte da atleta olímpi-ca. “Como são campeonatos distritaisde três associações há sempre muitagente inscrita e, por opção, não acei-tamos extras. Com excepção de pe-didos de técnicos nacionais, que foi oque aconteceu com o Emanuel Rolim.Mas da Cátia Azevedo nem nos che-gou a inscrição, pela que a indignaçãodela não tem qualquer sentido”, re-matou.

Cátia Azevedo queria competir em Pombal

Atletismo

Aníbal e Bernardotomaram posse

� Os novos órgãos sociais da Federa-ção Portuguesa de Atletismo tomaramposse este sábado. Jorge Vieira conti-nuará como presidente da Direcção,liderando uma equipa que conta comdois elementos de Leiria na qualida-de de vice-presidente. Paulo Bernar-do, um ex-discóbolo, permanece àfrente da pasta da alta competição edas selecções, ao passo que AníbalCarvalho terá a seu cargo e desen-volvimento regional, ele que liderouos destinos da Associação Distrital deAtletismo de Leiria (ADAL) durante 12anos. ADAL que assistiu, na sexta-fei-ra, à tomada de posse de António Reisenquanto presidente da Direcção, nosegundo mandato à frente do orga-nismo. Os objectivos são, entre outros,“aumentar o número de atletas filia-dos”, “melhorar o resultado das nos-sas equipas distritais oferecendo aosatletas formações e estágios” e “darapoio técnico e formação aos técnicosdo distrito”.

RICARDO GRAÇA

(3,10 metros), disciplina em que o ven-cedor masculino foi Tomás Marreiros,atleta de Pombal a representar o Spor-ting de Braga (4,55 metros). Colecti-vamente, a Juventude Vidigalense ob-teve o terceiro lugar da classificaçãofeminina.

13medalhas foram conquistadaspelos atletas dos clubes da ADALneste Nacional de juniores empista coberta. Além de 11individuais, também as estafetasfeminina da JuventudeVidigalense e masculina do ACVermoil chegaram ao bronze nos4x200 metros

O número

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DesportoJornal de Leiria 2 de Fevereiro de 2017 35

Alexander Tolstikov ficou “muito desiludido” com o desfecho da competição

RICARFDO GRAÇA

Líder da SAD e o afastamento da União de Leiria da fase de subida

“Não posso deixar de achar estranhomarcarem seis golos em 24 minutos”Miguel [email protected]

� Apesar de ter goleado a Naval 1.ºde Maio por 0-6, a União de Leiriafalhou o apuramento para a fase desubida do Campeonato de Portugal.E porquê? Porque o Operário, deLagoa, fez o que precisava paragarantir o segundo lugar da série E:vencer pela mesma diferença dosunionistas. O 7-1 final dos açorianossobre o Carapinheirense está, con-tudo, envolto em polémica.

É que se a União de Leiria mar-cou meia-dúzia ao último classifi-cado, sem qualquer vitória e queaté sofreu oito golos em duas oca-siões, já os sete do Operário foramfrente a uma equipa que nunca ti-nha sofrido mais do que quatro e,em casa, até tinha vencido a Uniãode Leiria (1-0) e goleado o Fátima,vencedor da série (4-0).

“Quero continuar a acreditar naverdade desportiva, mas não pos-so deixar de achar estranho quan-do uma equipa marca seis golos em24 minutos, precisamente os queprecisava de marcar para garantira vantagem. E eu já os vi. Além dis-so, conheço bem o valor da equipaque os sofreu”, desabafa AlexanderTolstikov, que se diz “muito desi-ludido”.

“Houve muito trabalho para aquichegar e os nossos jogadores fize-ram por merecer mais”, garante olíder da SAD da União de Leiria, queexplica o insucesso – que impedi-rá a equipa de lutar pela subida à 2.ªLiga – pelo atraso na preparação datemporada devido à Operação Ma-trioskas. “Prova disso foram osproblemas que tivemos no arran-que. A equipa foi praticamenteconstruída do zero e foram neces-sárias seis jornadas para assimilare automatizar os processos. Masisto não justifica tudo”, sublinha.

É hora de olhar para a frente e se-guir caminho. E a União, além dequerer assegurar a manutenção omais rapidamente possível, vai apro-veitar a segunda fase da prova para“garantir a continuidade dos joga-dores mais influentes e começar apreparar a próxima época”. “Esteano vamos ter a maior pré-época desempre”, diz Tolstikov. Mais um re-vés, mas a esperança mantém-se.Mais cedo ou mais tarde, a União deLeiria vai chegar à 1.ª Liga. “Continuoa acreditar, mas não posso dizer otempo que vamos levar até lá, poisnão sei com que dificuldades maisme vou confrontar no caminho.”

Atletismo MiguelMarques faz mínimospara Europeu de sub-23

Atleta da Juventude Vidigalense,Miguel Marques esteve emevidência no Indoor Amsterdam,meeting do Circuito EAP que serealizou no passado sábado. Aosaltar 7,73 metros, estabeleceu umnovo máximo pessoal por largamargem, batendo ainda o recordedistrital absoluto e daquelacompetição. Melhor ainda, alcançoua marca de qualificação (7,50metros) para o Europeu de sub-23, ater lugar na Polónia, em Julho.

AutomobilismoRafael Cardeira voltaao Nacional de Ralis

Depois de no ano passado teravançado para aquisição do RenaultTwingo R1 com que participou noRali Vidreiro, o piloto da MarinhaGrande está agora apostado emcompetir em todas as provas doNacional de Ralis realizadas emasfalto, marcando presença nosRalis de Castelo Branco, Casinos deEspinho, Vidreiro e Casinos doAlgarve. A preparação da viaturaestá a cargo da RF Competições,empresa de Leiria.

Actividade física Aedição 200 das Brisasdo Lis Night Run

A próxima quarta-feira, dia 8 deFevereiro, marca a edição 200 dasBrisas do Lis Night Run, a actividadeque marca o espectro da actividadeinformal desportiva de Leiria. Sãoquase quatro anos em que as Brisastiveram preponderância namotivação de muitas pessoas paralargar o sofá. São muitas vidas quemudaram, para melhor. A edição200 será de festa, com muitassurpresas. Às 21 horas, no sítio docostume.

Ciclismo Atleta do Bombarralenseganha título nacional

O Velódromo Nacional, emSangalhos, Anadia, acolheu nopassado fim-de-semana osCampeonatos Nacionais de Pista, emciclismo. A equipa de juniores doSicasal/Liberty Seguros/Bombarralense esteve em particulardestaque, garantindo o títulonacional em scratch, por intermédiode Francisco Duarte. No omnium,Wilson Esperança e novamenteFrancisco Duarte foram segundo eterceiro classificados.

Fátima à procura do regressoUnião de Leiria parte com 25% dos pontosOs oito apurados para a zona Sulda fase de subida doCampeonato de Portugal são oFátima, o Operário, o Praiense, oTorreense, o Real, oSacavenense, o Farense e oLouletano. O primeiroclassificado garantirá apromoção à 2.ª Liga, enquanto osegundo terá de jogar umaliguilha com o 17.º ou o 18.ºclassificado daquela competiçãopara saber se também segue para

as provas profissionais. A lutarpela manutenção, a União deLeiria irá partir com apenas 25%dos pontos conquistados naprimeira fase, nove, os mesmosque o Sertanense. Sporting Ideale Benfica e Castelo Brancocomeçam com oito, Gafetense eLusitânia com cinco, Angrense eGinásio de Alcobaça com dois.Último e penúltimo descemdirectamente, o antepenúltimoterá de jogar uma eliminatória.

Atletismo

Pombalinteressado emacolher Europeude veteranos

� O Município de Pombal, atravésdo seu presidente, Diogo Mateus,manifestou interesse em acolher nopróximo ano o Campeonato da Eu-ropa de veteranos em pista cober-ta. A intenção foi directamentemanifestada aos responsáveis doEuropean Masters Association(EMA) durante a realização do Eu-ropean Athletics Organization, umaconvenção que reuniu em Outubroúltimo, na Madeira, representantesdas federações e associações deatletismo da Europa.

No seguimento destes contac-tos, o polaco Jerzy Krauze, vice-presidente da EMA, e a secretária-geral da associação, a portuguesaHelena Carvalho, deslocaram-se aPombal, onde estiveram reunidoscom o líder da autarquia e com overeador do Desporto, FernandoParreira. O encontro, que serviupara avaliar das possibilidades dePombal receber o Europeu de ve-teranos em 2018, permitiu tam-bém visitas técnicas às várias infra-estruturas desportivas do Muni-cípio, com destaque para o Expo-Centro, onde acontece a esmaga-dora maioria dos eventos de pistacoberta do País.

Os responsáveis da EMA reuni-ram também com o presidente daFederação Portuguesa de Atletis-mo, representantes da Associa-ção Distrital de Atletismo de Lei-ria e com a Associação Nacional deAtletismo Veterano, entidades quese uniram à intenção manifestadapelo Município de Pombal.

O Europeu de veteranos reúnehabitualmente mais de 3 mil par-ticipantes, de todas as disciplinasem pista coberta, bem como decorta-mato, corrida de estrada elançamentos, especialidades efec-tuadas no exterior. A decisão finalserá tomada durante o mês de Fe-vereiro.

JV

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36 Jornal de Leiria 2 de Fevereiro de 2017

ViverFOTOS: DR

Leiria 2017, um anorico em eventos e animação

Jacinto Silva [email protected]

� Nos museus de Leiria, o ano cultural vai arrancar comuma exposição para dar a conhecer quatro artistas do sé-culo XX, que foram reconhecidos nacional e internacio-nalmente e que são quase desconhecidos em Leiria. Sãoeles os pintores Lino António e Narciso Costa, o escultorLuís Fernandes, e o arquitecto António Varela, que serãoalvo da exposição Nós, que estará patente no m|i|mo, noprimeiro trimestre deste ano.

Mas haverá mais mostras. Entre Abril e Dezembro, o pre-miado Museu de Leiria vai acolher uma importante ex-posição de arte sacra, sob a temática mariana e voltada parao centenário das "aparições" em Fátima, co-organizada pelaautarquia e pela Diocese de Leiria-Fátima. No primeiro tri-mestre deste ano, as ruas da cidade serão usadas como ga-leria para expor e dar a conhecer o trabalho de dois dos maisimportantes autores da banda desenhada portuguesa, Sér-gio Luiz e Guy Manuel, irmãos nascidos e criados em Lei-ria. Será a mostra intitulada Rebeldes, nome inspirado noBoneco Rebelde, uma das suas mais conhecidas criações.

Também ao ar livre haverá espaço para a criação de arteurbana. Leiria oferece as suas paredes a esta manifesta-ção artística, permitindo, ao longo de todo o ano, em al-guns locais, que o writter Ricardo Romero realize uma re-sidência artística.

Ruas abertas à culturaSem sair das ruas de Leiria, entre 30 de Maio e 4 de Junho,o Festival A Porta, organizado pela Meia-dúzia e meia deGatos Pingado, também volta a ocupar o centro histórico,para mostrar que há zonas nobres em Leiria, além da Pra-ça Rodrigues Lobo. O evento acontecerá no Jardim de Ca-mões, rua direita, e Parque tenente-coronel Jaime Filipeda Fonseca.

Entre 27 e 28 de Maio. a recriação históricaLeiria Há cemanos volta-se para a Grande Guerra e para o início da par-ticipação das força expedicionária lusa no conflito, em 1917.Certamente, os teatros de rua colocarãoem destaque a partida dos solda-dos e as crónicas da guerra es-critas pelo padre-soldado JoséLacerda. O Regimento deArtilharia n.º4, de Leiria,vai colaborar com uma ex-posição nesta recriação or-ganizada pela Associaçãode Folclore da Alta Estre-madura e autarquia.

Deixemos as ruas e procu-remos o recato interior e do es-pírito. A poesia vai estar em desta-

Novidades Leiria apresentou as iniciativas culturaisconcelho para 2017, com novidades e o reforço de algunseventos. Entre as estreias, estão um evento de música edança com o Lis como palco, o Festival Beira Rio, uma Óperaao pôr-do-Sol e o Leiria Design, que estreará o Centro deArtes Villa Portela

que, este ano, com um novo evento. Falamos da RondaPoética, organizada pela Arquivo Livraria e pela CâmaraMunicipal, entre 17 e 21 de Março, em locais como o Mu-seu de Leiria, Centro de Diálogo Intercultural, bibliotecamunicipal, m|i|mo, Teatro Miguel Franco e na própria Ar-quivo Livraria. Aliado a esta ronda, haverá a primeira edi-ção do Prémio de Poesia Francisco Rodrigues Lobo – ArquivoLivraria/Fundação Caixa Agrícola de Leiria, que está já areceber candidaturas.

Música em cidade de melómanosNuma cidade onde existe um melómano em cada es-

quina e uma banda em cada garagem, não faltam, na pro-gramação de 2017, vários eventos ligados à música e aosvários estilos musicais, do pop-rock ao jazz, passando pelamúsica erudita e clássica. Até final de Março, a montra danova música nacional Clap Your Hand and Say F3st, or-ganizada pela Fade In, Omnichord Records e Rastilhos Re-cords, vai continuar a animar o Teatro Miguel Franco, sem-pre com um concerto duplo, com uma banda local e ou-tra nacional.

No Dia dos Namorados, 14 de Fevereiro, André Sardet,toca no Teatro José Lúcio da Silva, logo seguido, no dia 23,de Luísa Sobral e a 23 de Março, será a vez de Ana Baca-lhau, vocalista dos Deolinda, actuar no mesmo palco,acompanhada pela Orquestra de Jazz de Leiria.

Entre Junho e Julho, o Orfeão de Leiria organiza o 35.ºFestival Música em Leiria, seguindo-se, nos dias 10 e 11 deJunho, o Festival Beira Rio, com o percurso Polis, o JardimHermano Saraiva e o Museu de Leiria como palcos. Estátambém prevista ópera ao pôr-do-sol, um projecto em par-ceria com os municípios da Batalha e Porto de Mós.

Os criativos Luís Fernandes, a 24 de Fevereiro, no Sa-lão Nobre dos Paços do Concelho, Ernst Korrodi, no dia 25de Março, nas Caves Vidigal/Quinta do Cónego, e Lino An-tónio, no dia 28 de Abril, no Museu de Leiria, serão re-cordados pelo Orfeão, no âmbito da iniciativa Concertoscom História.

A 8 de Julho, a Sociedade Artística Musical dos Pousosorganiza o Projecto Pavilhão Mozart, no Teatro Miguel Fran-co, um trabalho conjunto com o Estabelecimento Prisio-

nal de Leiria.

Villa Portela estreia-se como centro de artesO cinema volta em força com eventos como a Fes-ta do Cinema Francês, em Outubro, o ciclo de cinemadocumental Hádoc, em Fevereiro e Março, e o Ci-nema Vadio, nos fins-de-semana de Julho, com fil-mes ao ar livre, promovidos pela associação ecO, e

o Leiria Film Fest, organizado por Bruno Carnide e Cá-tia Biscaia.Numa das mais aguardadas estreias, o ano de 2017 vai

levar até ao Centro de Artes Villa Portela o primeiro

evento que o espaço acolherá, depois da sua cedência aomunicípio. Juntamente com o Museu de Leiria, acolheráparte do festival Metadança, entre Abril e Maio. Mas seráoLeiria Design que acontecerá entre 26 de Junho e 2 de Ju-lho, que vai marcar o seu arranque como espaço cultural."Ainda sem obras e quase no estado original, este espa-ço nobre vai receber esta mostra de design", adianta o ve-reador da Cultura, Gonçalo Lopes.

Teatro, Entremuralhas e recriação medievalTe-Ato, O Nariz e Leirena vão estar, mais uma vez, em des-taque na programação teatral deste ano. O Te-Ato faz 40anos de actividade e, entre outras acções, vai organizar aSinopse - Festival de Teatro - Mostra de peças de Curta Du-ração, entre Abril e Maio. O Leirena Teatro também vol-ta a levar o teatro às freguesias e a Leiria com o festival No-vos Ventos, em Junho e Julho.

Por fim, o Festival Acaso leva, durante um mês, teatro àcidade e a outros concelhos da região. A organização é d'ONariz e acontece entre 28 de Setembro e 28 de Outubro.

O Castelo abre as suas muralhas ao Festival Gótico En-tremuralhas, entre 24 e 26 de Agosto, para um dos maissui generis eventos musicais nacionais, mas, antes, entre21 e 23 de Julho, a fortaleza servirá como máquina do tem-po e levará os visitantes até à Corte do rei D. Duarte. Serámais um capítulo da Leiria Medieval e, este ano, o temaserá este infante e herdeiro da Coroa e a sua ligação coma cidade do Lis.

No resto do ano, para a cidade, estão ainda programa-dos eventos como o Prove Leiria Doçaria, a Leiria CidadeNatal e a cada vez mais concorrida Passagem de ano.

Novo elevadorpara o castelo(acima),abertura daIgreja daMisericórdia(a meio), e asexposiçõesNós e OsRebeldes(respectiva-mente acima eao lado)marcam 2017

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Jornal de Leiria 2 de Fevereiro de 2017 37

DR

Mapas para turistas

Elevador e obrasno castelo

� Durante a apresentação do progra-ma cultural para 2017, na dessacrali-zada Igreja da Misericórdia, trans-formada em Centro de Diálogo Inter-cultural, o vereador da Cultura, Gon-çalo Lopes, referiu que a programaçãoprevista para 2017 implica um "forte"investimento municipal. O respon-sável adiantou que, definitivamente,a cultura passou a ocupar um papelestratégico na noção de desenvolvi-mento do concelho. “O trabalho se-guinte passa pela introdução de me-didas e programação, como a desteano”, que, entende, "abre portas parao futuro de Leiria, no contexto da cul-tura." Assim, a aposta é a colocação dacultura no centro da vida social, e paraisso pretende reunir o Conselho Mu-nicipal da Cultura, elaborar um PlanoEstratégico da Cultura e organizarum Forum de Cultura Regional. O pas-so seguinte será reabilitar ou concluira reabilitação do património cultural,nos próximos anos. O vereador apon-tou o caso da Igreja da Misericórdia,que é um espaço cultural da cidade,após um investimento de 462 mileuros, como exemplo desse patri-mónio. "Quando o trabalho de mu-sealização estiver terminado, seráuma janela para os sinais da presen-ça cristã, muçulmana e judaica, na ci-dade." Neste capítulo, ao longo desteano, contam-se várias obras mais vi-síveis. No castelo de Leiria, sala de vi-sitas preferencial da cidade e ex librisde Leiria, está programado um in-vestimento de 3,6 milhões de eurospara criar melhores condições deacolhimento dos visitantes. É o casode um acesso melhorado, através deum elevador, um novo pátio de en-trada com capacidade para recebereventos ou a criação de condiçõespara que a Igreja da Pena possa ser uti-lizada como espaço de eventos du-rante o ano inteiro. A Igreja de São Pe-dro, local onde se reuniu o primeiroproto-parlamento português, as cé-lebres Cortes de 1254, com a presen-ça de representantes do clero, nobrezae do povo, e a musealização da TorreSineira da Sé, antiga torre da Porta doSol do castelo completam a lista detrabalhos de requalificação na forta-leza e a sua cerca. O Centro de Artesda Villa Portela, que será "direccio-nado para a arte contemporânea", e oantigo edifício da EDP, que deverá serum espaço "voltado para o empreen-dedorismo do concelho", tambémfazem parte do conjunto de imóveisa serem intervencionados. Em relaçãoaos espaços expositivos já existentes,como o Museu da Imagem em Movi-mento ou o antigo edifício do Bancode Portugal, a autarquia quer poten-ciar o seu papel e a sua intervenção nacidade. Em 2017, haverá ainda a dis-ponibilização de vários folhetos pro-mocionais e mapas de Leiria e do con-celho com pontos de interesse para osvisitantes, que estarão disponíveisna hotelaria e restauração.

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38 Jornal de Leiria 2 de Fevereiro de 2017

Curtas

� Os cantores de Alcobaça Luís Peças e João PauloPeças (na foto)vão participar, no dia 19, na primeirasemi-final do Festival da Canção, com o Viva LaDiva, juntamente com a cantora Kika Cardoso. NovaGlória é o tema que os três interpretarão e que foicomposto por Nuno Gonçalves. Foi ao compositor emúsico dos The Gift que coube a eleição deste trio,para interpretar esta canção em português. A RTPreuniu 16 compositores para pensarem eproduzirem 16 canções que serão repartidas porduas semi-finais. O espectáculo da final estámarcado para dia 5 de Março, integrado nascomemorações dos 60 anos da RTP em Portugal.Além de Nuno Gonçalves, também compuseramtemas Pedro Silva Martins (Deolinda), Tóli CésarMachado (GNR), João Pedro Coimbra (Mesa) ouNuno Figueiredo (Virgem Suta).

Alcobaça Luís e João Peças e NunoGonçalves no Festival da Canção

Leiria Instituto de Jovens Músicosé centro de exames da ABRSM

� O Serviço Educativo do Museu Municipal de Óbidosestá a organizar aulas de pintura. As sessões serãocoordenadas pela pintora Romarina Passos e estãoabertas a todos os que se interessem pela disciplina.“Sob uma temática, pode descobrir os grandesmestres da pintura, técnicas e modos de ver,utilização de ferramentas e, o mais importante,descobrir as suas capacidades, através de um olharatento às obras dos pintores de referência, com aparticular orientação da coordenadora do projecto”,anuncia o serviço do museu. “Tudo é comunicadoatravés das primeiras pinceladas. É do primeiro passoque traçamos uma longa caminhada e a nossacaminhada é através de cada obra”, diz RomarinaPassos. “As inscrições estão abertas de Janeiro a Abrildeste ano.

Contos e Lendas de Arrepiar é o mais recentelivro de Carlos Alberto Silva. Dragões,lobisomens, olharapos e almas penadas vivemneste livro infanto-juvenil do escritor de Leiria.Nas páginas desta obra encontramos lendas queforam desenvolvidas e adaptadas, contos que oautor escreveu e até, uma lenda que “inventou”.“É uma pseudo-lenda’ da criação das ilhas deCabo Verde e inclui dez dragões. A inspiração foiuma visita à Ilha da Boavista e aos vulcõeslocais”, conta. “Qual a narrativa maisassustadora?” Carlos Alberto Silva responde queterá, forçosamente, de ser O Barroco do Medo.Porquê? Há que ler o livro. Mas há também umconto inspirado na invenção do papel, na China, ahistória de Tsai Lun e das duas vespas. O últimorelato, o mais pequeno, A Figueira dos Finados,era contado em casa do autor, mas é comum emoutras zonas do País. O livro será apresentado naGuarda, Vila Franca de Xira e Leiria, sempre emescolas. Esta é uma edição de autor, quebrevemente, poderá ser encontrada na Fnac, coma chancela www.amoranegra.pt. As restantesobras deste professor bibliotecário, contador dehistórias e escritor podem ser encontradas nestesítio da internet.

Óbidos Aulas de Pintura no Museude Óbidos

� O Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça foivisitado no ano passado por 226.516 pessoas, umcrescimento de 14,2% em relação ao ano anterior.Destas entradas 198.406 correspondem a ingressospagos. Os dados divulgados pela Direcção-Geral doPatrimónio Cultural revelam sobretudo umcrescimento mais acentuado nas visitas pagasquando comparado com os últimos cinco anos,registando-se uma taxa de crescimento de 17%,entre 2011 e 2016. O Mosteiro, que tem uma áreaconsiderável de acesso livre ao público, foi oquinto monumento mais visitado no País,superado na região pelo da Batalha, com 396.423visitantes, e pelo Convento de Cristo, com 295.808visitantes. Segundo a directora do espaço, AnaPagará, são os espanhóis, alemães, ingleses eitalianos, os que mais o visitam.

Ingressos Visitas ao Mosteiro de Alcobaça crescem mais de 14%

Contos e lendas de Arrepiar

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RICARDO GRAÇA/ARQUIVO

RICARDO GRAÇA/ARQUIVO

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ARQUIVO/MO

� O Instituto de Jovens Músicos, de Caranguejeira,Leiria, recebeu a distinção de centro de exames daABRSM (Associated Board of the Royal Schools ofMusic), do Reino Unido. “A atribuição do Institutode Jovens Músicos como centro de exames ABRSMreforça a qualidade de ensino que tem vindo a serpraticado pela escola ao longo destes últimosanos”, pode ler-se em comunicado de imprensa. OABRSM é o principal provedor, a nível mundial deexames de música e avaliações, com mais de 630mil candidatos, divididos por 93 países. Oorganismo administra quatroconservatórios demúsica e artes no Reino Unido. Os seus cursos sãodireccionados para a música clássica e asformações certificadas são equivalentes aosministrados nos conservatórios de música.

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Jornal de Leiria 2 de Fevereiro de 2017 39

AlmanaqueDR

� O refrão que escrevi para a primeiracanção que o projecto Ode Filípicacompôs e editou após um hiato demais de 20 anos, dizia: If life is a ride Iwant to be the last one to cross thefinishing line. A frase, que emtradução livre e criativa podesignificar qualquer coisa como "se avida é uma corrida eu quero ser oúltimo a chegar à meta", pretendiaevidenciar o desejo intrínseco quetemos em prolongar, o mais possível,o nosso tempo de existência. Adiar,portanto, ao máximo, a nossa"partida" (leia-se, morte). Na canção,a mensagem ganhou contornosmelodramáticos, épicos, quasecinemáticos, muito por culpa daexcelsa interpretação que o mestreAndrew King lhe conferiu. Afinal, foiprecisamente pelos predicados denarrador, dicção e entoação vocal queousei convidar o britânico (de quemsou fã assumido) para recitar e gravarum texto meu. Surpreendentemente,a criatura, de colossal sabedoria eformidável intelecto, aceitou o meudesafio sem qualquer hesitação.Consumada a colaboração, eseguindo a tradição do que secostuma dizer quando se cumpre umsonho, era chegado o momento deproferir o respectivo chavão: "Pronto,já posso morrer!". Mas, convenhamos,não seria lá muito oportuno "partir"no momento em que se concretizava,precisamente, uma apologia poéticaao adiamento desse "fim de linha". Noentanto, não era de todo inédito quetamanha ironia acontecesse.Recordemos, por exemplo, a insólitamorte de Boris Vian que se foi "destapara para melhor" em 1959, aos 39anos, com um enfarte do miocárdio,quando assistia à estreia do filmeIrei cuspir-vos nos túmulos - umaadaptação de uma novela sua com omesmo nome. De facto, achamosque nunca é oportuna a hora em que"chega a nossa hora" (engraçado aquantidade de pequenas expressõesque inventámos para que evitemosas palavras "morrer" e "morte"). Porisso, e antes que "vá desta paramelhor" (olha, outra!) aqui vos querolegar, de forma graciosa edescontraída, o meu desejo paraquando "bater a bota": não quero sercremado. Não quero ser cinzas nempó. Quero que o tangível de mimseja alimento. Quero ser comido porgermes. Perpetuar-me no húmus.Quero que me enterrem por aí,inteiro ou às porções, tanto me faz.Não receiem. Se vivo não faço mal aninguém, não será morto, por certo,que farei. Não me julgueminsensível por esta prosa tãodesapegada da vida. É fingimentoou nervoso miudinho disfarçado dehumor lúgubre ou de algibeira. Naverdade, tenho um medo de morteda Morte e peço-lhe que quandochegar me apanhe distraído e meleve de repente! Não vá ela causar--me pranto e deixar-me na agonia desó aos poucos me ir levando...

Presidente da Fade In

Um medo de morte

Mesa deCabeceiraCarlosMatos

� Se estivesse ligado ao mundo da arte, o que seria?Fotografo. Gosto bastante de fotografia analógica.O projecto que mais gozo lhe deu fazerO sítio Meteoleiria.org, pelo gosto que tenho nosfenómenos meteorológicos, mas também pela respostapositiva do público em relação a este projecto sem finslucrativos.O espectáculo, concerto ou exposição que mais lheficou na memóriaO concerto de Phil Collins na Finally the First FarewellTour, em 2004, memorável, com a primeira parte dosMike and the Mechanics. Houve ainda outro com osQueen + Paul Rodgers (2008), em Madrid, foi a primeiraoportunidade que tive de ver parte da minha bandafavorita ao vivo.O livro da sua vidaA Esfera, de Michael Crichton, o mesmo autor doParque Jurássico. Um livro de ficção científica onde aacção se desenrola a um ritmo alucinante. De um autorportuguês, Os Maias que li duas vezesUm filme inesquecívelJurassic Park - o original, com CGI nunca antes vistoSe tivesse de escolher uma banda sonora para si, qualseria?Mika - I See You, em especial, e o restante álbum TheBoy Who Knew Too Much, bem como o primeiro álbumdo artista, Life in Cartoon Motion.Um artista que gostaria de ter visto no Teatro JoséLúcio da SilvaUma impossibilidade… Queen, mas parece que,brevemente, estará uma banda de tributo.Uma viagem inevitávelDe bicicleta pelo Caminho Francês de Santiago deCompostela, em absoluta autonomia (estáprogramada). Já fiz o Caminho Português de bicicleta, apartir de Leiria, em autonomia, em cinco dias e foifantástico. Não por questões religiosas, mas é umaaprendizagem, em especial, para conhecer os nossoslimites.Um vício que não gostava de terCafé, se não beber fico com dor de cabeçaUm luxoComer fora, apesar de gostar bastante de cozinhar,

Romeu Paz, engenheiro informático

Gosto da Senhora do Monte, para ver o “Tempo” e relaxar

gosto de experimentar coisas novasUma personalidade que admiraMário Soares, pela liberdade…Uma actriz que gostava de levar a jantarJulia Louis-Dreyfus (a Elaine da sérieSeinfeld), porque gosto muito decomédia e certamente seria umjantar divertido.Um restaurante da regiãoMonte Carlo (Salvador) peloscroquetes e a bela “pomada”Josel a acompanharUm prato de eleiçãoEmpadãoUm refúgio (na região)Senhora do Monte. É óptimo paraver o “Tempo” e relaxarUm sonho para LeiriaCidade mais amiga dos ciclistas, nosentido de meio de transporte. Choca-meque andemos todos de carro com apenas umocupante.

Julia Louis--Dreyfus

Caminho de Santiago

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Murmúrios do Mundo

José Luís [email protected]

� Foi no hotel em Rangum que ouvi falar pela pri-meira vez de Filipe de Brito. Apresentaram-mocom várias faces: comerciante, mercenário, piratae até rei. O mais provável é que conforme as opor-tunidades tenha desempenhado os vários papéis.

Filipe de Brito e Nicote nasceu em Lisboa, filho deuma portuguesa e de um francês, expatriando-separa o Oriente muito jovem. Depois de Goa há no-tícias dele na Birmânia, onde combateu ao serviçode senhores locais até que passou a controlar o im-portante porto de Sirião, na confluência dos riosBago e Rangum, comportando-se como um rei.Esse lugar foi rebaptizado de Tanhlyn, do mesmomodo que a Birmânia foi rebaptizada Myanmar, pe-los generais que desde 1962 comandam o país comose fossem seus donos.

Apanhei um táxi no centro de Rangum e algunsquilómetros além surgiu o rio Bago, o qual emana-va um cheiro a lodo, que a brisa espalhava em re-dor. Do outro lado fica a Sirião de Filipe de Brito. Ti-nha chegado às terras do aventureiro que fez e des-fez alianças com soberanos locais, atacou e captu-rou ao sabor das conveniências. Oh, quantas vila-nias e heroicidades, lealdades e intrigas. Entre assuas ousadias conta-se a conquista da então pode-rosa cidade de Bago e, cobiça sem perdão, o assal-to ao Shwedagon, em Rangum, pagode sagrado en-tre os sagrados. A peça mais preciosa do saque, umsino que pesava trezentas toneladas, dizem, desti-nado à fundição de modo a fazer canhões, acabouengolido nas águas do rio, quando era rebocado. Atéhoje não foi recuperado. Em 1613 a sorte virou cos-tas a Filipe de Brito, foi capturado e recebeu o cas-tigo dos profanadores de templos: a morte porempalamento.

Da Sirão do século XVII não resta praticamentenada, à exceção das ruínas de uma igreja, disseram-me no hotel. O taxista, depois de atravessar a pon-te sobre o rio, estacionou o carro na berma e, semlargar o volante, com a mão livre apontou na dire-ção de uma colina coberta de verde, dando-me a en-tender que a igreja portuguesa se escondia entre asárvores. Não percebi por que não conduzia o carroaté lá, mas a falta de uma língua comum dificulta-va a conversação.

Tomei então uma estrada de terra batida, que con-duzia à base da colina, e ali dois homens fardadosfizeram-me uma breve inspecção. Parecem satis-feitos, abrindo-me o caminho. Ninguém me expli-cara que a zona era de acesso restrito, mas comotodo o país é um feudo militar, não estranhei. En-contrei as ruínas no sítio indicado. A igreja são qua-tro paredes sólidas de tijolo, altas, e que se estrei-tam na abside. O tecto há muito que ruiu. Mas o quemais me surpreendeu foi encontrar na nave centraluma pedra tumular intacta. Cobre os ossos de Ma-ria Dias, conforme testemunha o epitáfio. Como pro-clamou o padre António Vieira acerca do destino dosportugueses, “nascer pequeno e morrer grande, échegar a ser homem. Por isso nos deu Deus tão pou-ca terra para nascimento, e tantas terras para se-pultura. Para nascer, pouca terra, para morrer,toda a terra; para nascer, Portugal; para morrer, omundo”.

Foi logo após ter feito tão inesperada descobertaque apareceram nas minhas costas dois militares,outros que não os primeiros. Sem mais, por gestos,ordenaram-me que os acompanhasse. Numa cabi-na próxima, que servia de casa da guarda, nova re-vista. De seguida exigiram-me o passaporte, que pordescuido eu deixara no hotel. Esforcei-me nas ex-

plicações, mas os dois em conjunto pronunciavampouco mais de uma dúzia de palavras em inglês. Ochefe, enquanto me interrogava, gingava as ancas fa-zendo balouçar a pistola que lhe pendia do cinturão,à maneira dos pistoleiros. Quando se calava, as suasmãos desciam sobre as algemas que transportava. Eusó esperava o momento em que os meus pulsos cai-riam dentro delas. Perguntaram repetidas vezes amesma coisa e eu respondi o mesmo número de ve-zes da mesma maneira. Deixaram-me com a reco-mendação:

— No pictures.Regressei à igreja. O meu coração se pudesse sal-

taria do peito, as pernas fraquejaram e o suor deu umbanho à camisa que trazia vestida. Quando os bati-mentos cardíacos acertaram o compasso certifi-quei-me que estava sozinho, então ganhei corageme, o mais rápido que fui capaz, premi o obturador daminha câmara várias vezes. O sucesso lavou um pou-co a humilhação.

Quando pus as ideias em ordem conclui que o queintrigou os guardas foi encontrarem-me sozinho, poisrepetiram até à exaustão que os estrangeiros vinhamsempre acompanhados com um guia birmanês. Eunão, porquê?

Texto escrito de acordo com a nova ortografia

FOTOS: DR

Birmânia, 2000

O lugar onde jaz Maria Dias

“Entre as suasousadias conta--se a conquistada entãopoderosa cidadede Bago e,cobiça semperdão, o assaltoao Shwedagon,em Rangum,pagode sagradoentre ossagrados”

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Arquivologias

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42 Jornal de Leiria 2 de Fevereiro de 2017

Em Viagem pela Europa de Leste" é a crónicatestemunhal da viagem que o jovem Gabriel GarcíaMárquez realiza pelos países socialistas nos anos de1950. Nas suas páginas o leitor encontrará, a par dasobservações dos companheiros de viagem, uma análiseperspicaz e não isenta de ironia dos acontecimentossociais e políticos de uma época. A sua viagem peloenclave comunista inicia-se na Alemanha Oriental eprossegue pela Checoslováquia, pela Polónia, pelaHungria e pela antiga União Soviética. Ali tentarádesvendar a verdadeira face do comunismo idealizadopor Lenine: um regime kafkiano que quase não équestionado por um povo assustado. Escrito epublicado em fascículos na mesma época que olendário Relato de Um Náufrago.

Em viagem pela Europa de LesteGabriel García MárquezD. Quixote

O famoso protagonista, cabeleireiro e investigador dosromances O mistério da cripta assombrada, O labirintodas azeitonas, A aventura do tocador de senhoras e Oenredo da bolsa ou da vida regressa agora recordandoum caso encerrado nos anos oitenta, e tenta resolvê-lovinte anos mais tarde. «Um incidente trivial trouxe-merecordações e fez-me viajar ao passado. Há alguns anosvi-me envolvido num assunto desagradável.Assassinaram uma modelo e culparam-me a mim.Agora tudo isso são águas passadas, mas um impulsolevou-me a resolver, por fim, esse caso obscuro. Muitacoisa mudou. A cidade, mais que tudo. Naquela épocaBarcelona era uma porcaria. Hoje é a cidade maisadmirada. Quem havia de dizer!

O segredo da modelo perdidaEduardo MendozaSextante

Leiturasdasemana

Obrigatório

� Cave Story e These are my Tombs são as bandasconvidadas para mais uma sessão dupla da mostra denova música nacional, Clap Your Hands and Say F3st!Acontece esta sexta-feira, dia 3, às 21:30 horas, noTeatro Miguel Franco, em Leiria. Os Cave Story são deCaldas da Rainha e têm sido apontados como umadas grandes esperanças do rock de garagemportuguês. Em 2014, despertaram atenções comRichman, uma canção marcada pela pop e, nomesmo ano, lançaram Spider Tracks, um EP de seistemas. Seguiu-se West, o seu álbum de estreia. Já osThese are my Tombs (na foto) são da região eestrearam-se com o álbum Morphosis, em 2014. Abanda de Gil Pedrosa, Luís Diogo, Samuel Pedrosa eTiago Cardoso assume-se como praticante de um “pós-prog-metal suculento, de barba rija, incisivo”.

� Sábado, dia 4, a Arquivo Livraria, em Leiria,recebe a apresentação pública do livro ATristeza dá fome, com texto de Paulo Kellerman,ilustração de Lisa Teles e edição da EscaravelhoEditora. A sessão tem início marcado para as18:30 horas. Este é um livro infanto-juvenil queconta a história de um menino “muito tagarela”que um dia descobre que, por vezes, é necessárioparar e escutar os outros, mesmo que isso nãoagrade muito. “É sobre a tristeza que dá fome”,diz a ilustradora, com um sorriso e um encolherde ombros, apostada em não revelar muito dahistória. “É para descobrir no sábado. Até osadultos vão achar piada ao livro”, assegura. Estaé uma edição da Editora Escaravelho, limitada a120 exemplares, impressos em rizografia eencadernados à mão. A ideia para este livrocomeçou a ser trabalhada há um ano. “Sãobichos da minha editora e são todos únicos. Esteé mais um bicho que eu liberto no mundo”,revela Lisa Teles.

LeiriaSessão dupla com Cave Story e These are my Tombs

� Este sábado, dia 4, o Teatro Stephens, na MarinhaGrande, recebe, pelas 21:30 horas, um concerto comPedro e os Lobos + A Jigsaw & The Great MoonshinersBand. Esta é a junção de duas bandas que secomplementam na estrada. Pedro e os Lobos é oprojecto do músico e compositor Pedro Galhoz queapresenta o novo disco, Este chão que pisamos, queintegra músicos que o autor admira e com os quaissonhava colaborar. Os A Jigsaw vêm de Coimbra e sãoformados por Jorri e João Rui (na foto) e trazem, nabagagem a recomendação da revista francesa LesInrockuptibles. Passam pela Marinha Grande paraapresentar o novo disco, No True Magic, de raízes nofolk, blues, literatura e o conceito de imortalidade. TheGreat Moonshiners Band foi o nome escolhido para abanda de suporte dos A Jigsaw.

Marinha Grande Encontros musicaisno palco do Teatro Stephens

A Tristeza dá fomeé mais um bichoda editoraEscaravelho

LISA TELES

RICARDO GRAÇA/PREGUIÇA MAGAZINE

IDALÉCIO FRANCISCO/PREGU

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ZINE

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Cine

ma

Agenda

Teat

ro

Apresentação da peça A noite daDona Luciana, no dia 3, sexta--feira, às 21:30 horas, no TeatroJosé Lúcio da Silva, em Leiria.Comédia irreverente e florida, aoestilo de Copi. A peça dilui asfronteiras entre a imaginação eos estereótipos vinculados peloinconsciente colectivo, aoestabelecer uma ácida caricaturahumorística. Encenação deRicardo Neves-Neves, comCustódia Gallego, José Leite,Márcia Cardoso, Rafael Gomes,Rita Cruz e Vítor Oliveira

Even

tos

Mús

ica

O Teatro Stephens, naMarinha Grande

recebe estesábado, dia 4, às21:30 horas,Pedro e os Lobos+ A Jigsaw &TheGreat

MoonshinersBand

Cave Story e Theseare my Tombs são as

bandas convidadas para maisuma sessão dupla da mostra denova música nacional, ClapYour Hands and Say F3st!Acontece esta sexta-feira, dia 3,às 21:30 horas, no Teatro MiguelFranco, em Leiria. O ingressocusta cinco euros

Dia 4, sábado, às 21:30 horas, oTeatro Virgínia, em TorresNovas, recebe a banda CapitãoFausto, para um concerto deapresentação do álbum TêmDias Contados

Os She Is a Girl passam, nosábado, dia 4, às 22 horas peloEspaço O Nariz - Recreio dosArtistas, em Leiria

Grande Noite Ibérica de fados esevilhanas da Cercilei, no dia 3,sexta-feira, no pavilhãoparoquial dos Pinheiros, Leiria,a partir das 20:30 horas.Presença do grupo de dançasespanholas (sevilhanas eflamencos) Taconeando, dosfadistas Nuno Pardal Ribeiro,Maurício do Valle, MiguelAlvarega, Deolinda Bernardo,José Pires, Acácio Norte e CarlaRoxo, acompanhados porJoaquim Rocha e Luís Batista

Os Safe Haven actuam, às 22horas, do dia 3, sexta-feira, naFnac do Leiria Shopping

Concerto pela Orquestra deGuitarras Clássicas, da Escolade Música das Chãs, na Fnac doLeiria Shopping, no dia 5,domingo, às 17 horas

Jogo das Perguntas é um jogo,mas também uma peça infantilque passa pelo palco do TeatroJosé Lúcio da Silva, em Leiria,no dia 5, às 11 horas. Quantasigrejas tem o céu? Há maisfolhas numa pereira ou numlivro de Harry Potter? Porque sesuicidam as folhas quando sesentem amarelas? Co-criação deCláudia Jardim e PatríciaPortela, numa co-produção doPrado/Teatro Viriato/MariaMatos - Teatro Municipal

Ver Com Olhos de Sentir, nodomingo, dia 5, às 15 horas, noTeatro José Lúcio da Silva, emLeiria. O Talaus Teatro convidapara esta peça infanto-juvenilque fala sobre as emoçõesbásicas e de como estas sãoimportantes no nosso dia-a-dia

A Arquivo Livraria, em Leiria,inaugura a exposição de pinturaPerspectivas, de MiguelRondon, no dia 3, sexta-feira, às19 horas. Patente até dia 24 deFevereiro

Exposição de joalhariacontemporânea La Dolce Vita –Jóias com Luz, de SandrineVieira, inaugura no dia 11,sábado, pelas 16 horas, noNúcleo de Arte Contemporâneado Museu do Vidro, na MarinhaGrande. A entrada é livre

Exposição Conversas amenas,dos artistas plásticos Pedro Gil,Horácio Borralho, ThierryFerreira e João Sobreirainaugura no m|i|mo - Museu daImagem em Movimento, emLeiria, no dia 4, sábado, às 16horas

Abertura da exposição JoséSeabra Pinto - o Homem e oMédico, no Museu do Casal deMonte Redondo, Leiria, pelas 15horas, do dia 5, domingo

Inauguração da exposição Rotadas Freguesias, dedicada aAmor, na Biblioteca MunicipalAfonso Lopes Vieira, em Leiria,este sábado, dia 4, às 16 horas,com o um convívio cultural

Bordalo Pinheiro, 170 anosdepois por alunos de BelasArtes, exposição no Núcleo deArte Contemporânea do Museudo Vidro, na Marinha Grande,até 23 de Abril

OBSCUROver, do artista plásticoTiago Baptista, até 24 deFevereiro no antigo edifício doBanco de Portugal, em Leiria

Treze gatos, exposição da artistaPaula Rito, na Galeria Quattro,em Leiria. Patente até ao dia 31de Março

Entre a Terra e o Mar, exposiçãocolectiva na nova galeriamunicipal de Vieira de Leiria,no Cine-Teatro Actor Álvaro,patente até 19 de Fevereiro

Olinda Colaço apresenta aexposição A arte de pintar ovidro, até 27 de Fevereiro, noMuseu do Vidro da MarinhaGrande

Art

es

DR

DR

DR

O Segredo da Alegria guarda-o oPássaro nas Asas, exposição doartista plástico Hirondino Pedro, naGaleria da Vila Medieval de Ourém

Cidade e Arquitectura, exposiçãopara ver até 4 de Fevereiro naGaleria de Exposições do Espaço doTurismo nas Caldas da Rainha

O Museu do Ciclismo, em Caldas daRainha, acolhe até 19 de Fevereirofotografias de Valter Vinagre naexposição Retratos e outrashistórias

A exposição O Grupo do Leão. Aarte moderna de Silva Porto,Columbano, Malhoa, Pinto, MariaAugusta Bordalo Pinheiro e deoutros Leões e Leoas, patente noMuseu e Centro de Artes deFigueiró dos Vinhos, foi prorrogadaaté ao dia 14 de Maio de 2017

Cria

nças

Apresentação pública do livro ATristeza dá fome, com a texto dePaulo Kellerman, ilustração deLisa Teles e edição daEscaravelho Editora, na ArquivoLivraria, em Leiria, no dia 4 deFevereiro, sábado, às 18:30 horas

Lançamento do livro Promete--me, de C.M. Cruz, na Fnac doLeiria Shopping, às 17 horas dodia 4, sábado

Apresentação, no domingo, dia 5,às 19 horas, do livro Às 9 no meulivro, com a presença da autoraSofia de Castro Fernandes, naFnac do Leiria Shopping

Letr

as

MiguelRondoninauguraexposição naArquivoLivraria

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O Clube De Boardgamers deLeiria reúne no primeirosábado de cada mês das 15 às 19horas no Centro Cívico deLeiria, no centro histórico deLeiria, para um evento de jogosde tabuleiro modernos,especialmente direccionadospara famílias e crianças,Participação gratuita

Torneio de matraquilhos noPavilhão das Figueiras(Milagres), Leiria, no dia 4Fevereiro a partir das 16 horas

O 4.º Festival Gastronómico daFeijoada acontece no domingo,dia 5, na sede da Ordem,Marinha Grande, a partir das 13horas

Baile de Máscaras, naPederneira (Nazaré), no dia 4,sábado, às 22 horas, no âmbitoda celebração do Carnaval 2017.Anda cá, se queres ver! é o motedos bailes de Carnaval que aAssociação RecreativaPederneirense está a organizarna sua sede

PUB

LICI

DA

DE

DR

O Estado das Coisas, de WimWenders, Leão de Ouro, em 1982,no Festival de Veneza, é um filmesobre uma equipa de rodagemque está em Sintra a filmar OsSobreviventes, um remake de umclássico da série B americana, TheMost Dangerous Man Alive, deAllan Dwan, mas a película e odinheiro acabam e p produtor dofilme desaparece. O realizadorparte então para Los Angeles àprocura do produtor e paraangariar novos fundos paraterminar o filme. Mas acaba pordescobrir que o motivo por trásdo estranho desaparecimentoteve a ver com a escolha do pretoe branco para a filmagem. Paraver no Teatro Miguel Franco, emLeiria, Segunda-feira, dia 6, eterça-feira, dia 7, às 21:30 horas, equarta-feira, dia 8, às 18:30 e21:30 horas.

DR

LEIRIACineplace - LeiriashoppingTel. 244 826 516De quinta a quarta-feiraSala 1 . La La Land: Melodia deAmor 2D . 13:20**, 16:00, 18:40,21:30 e 00:10* horas; Sala 2 . xXx: ORegresso de Xander Cage 2D .14:30, 19:20, 21:40 e 00:00* horas;Cantar! 2D (VP) . 17:00 horas; Sala 3 . Resident Evil: CapítuloFinal 2D . 14:50, 17:10, 21:50 e00:05* horas; Resident Evil:Capítulo Final 3D . 19:30 horas;Sala 4 . Ozzy 2D (VP) . 13:10**, 15:10,17:10 e 19:10 horas; Assassin'sCreed 2D . 21:10 e 23:40* horas; Sala 5 . Elementos Secretos 2D .13:30**, 16:10, 18:50, 21:30 e 00:10*horas; Sala 6 . Ovelhas e Lobos 2D(VP) . 13:50** horas; Patriots Day -Unidos Por Boston 2D . 16:20,19:00, 21:40 e 00:20* horas; Sala 7 . Silêncio 2D . 15:00, 18:10 e21:20 horas; *Sessão válida Sexta e Sábado **Sessão válida Sábado e Domingo

Cinema City LeiriaTel. 244 845 071De quinta a quarta-feiraSala 1 . Fragmentado . 13:30*, 16:00,18:55, 21:40 e 00:10*** horas; Sala 2-K . Cantar! Vp 11h20* . 15:35*horas; Ovelhas e Lobos VP . 13:40*horas; Curta Coração Vs Razão+Vaiana VP . 17:55* horas; Sala 7 . Curta Coração Vs Razão+Vaiana VP . 11:25* horas; Sala 2-K . Silêncio . 15:35** e 21:20horas; Sala 3 . Silêncio . 17:45 horas; Sala 2-K . Xxx - O Regresso de XanderCage . 19:10** e 00:30*** horas; Sala 3 . Xxx - O Regresso de XanderCage . 21:45 horas; Sala 5-L . Xxx - ORegresso de Xander Cage . 11:15*,13:20*, 15:30 e 17:40 horas; Sala 3 . Ozzy VP . 11:30*, 13:35* e 15:40horas; Sala 3 . Elementos Secretos .21:30 horas; Sala VIP 4 . ElementosSecretos . 13:10*, 15:50, 18:30, 21:30 e00:15*** horas; Sala 3 . Porquê Ele? .00:05*** horas; Sala VIP 4 . AsCinquenta Sombras Mais Negras .21:30 horas; Sala 5-L . Resident Evil:Capítulo Final . 19:50 e 22:00 horas; Sala 5-L . Resident Evil: CapítuloFinal . 00:25*** horas; Sala 7 . Resident Evil: Capítulo Final .13:50* horas; Sala 6-S . Patriots Day -Unidos por Boston . 13:10*, 15:55,18:40, 21:25 e 00:10*** horas; Sala 7 . La La Land . 16:00, 18:50, 21:35e 00:20*** horas; * Só exibe Sábado e Domingo** Não exibe Sábado e Domingo*** Só exibe Sexta e Sábado

MARINHA GRANDETeatro StephensDe quinta e sexta-feira e de domingo a quarta-feira às 21:30 horasFragmentado

PEDRÓGÃO GRANDECasa Municipal da CulturaTel: 236 486 257Sexta-feira e sábado às 21:30 horasSilêncio

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46 Jornal de Leiria 2 de Fevereiro de 2017

Gente lustre

EstóriasdanossaHistória

� O advogado MaprilBernardes foi reeleitopresidente da Delegação deLeiria da Ordem dosAdvogados para o triénio2017-2019. O jurista está nadirecção deste órgão desde2005. Acompanham MaprilBernardes na direcção dadelegação os juristas Ana M.Santos (secretária), AnaMonteiro Gomes (tesoureira),Vítor Monteiro e Luís deOliveira (vogais).

Leiria MaprilBernardes reeleitodelegado da OA

� Sócio-gerente do caféMaratona, em Caldas daRainha, José Elói do Vale foidistinguido pelo Rotary Clubelocal como Profissional do Ano.A entrega do prémio teve lugarno passado dia 23, numacerimónia onde os rotárioshomenagearam ainda JoséManuel Santos, funcionário daCâmara de Caldas da Rainha há42 anos. Este, foi premiadocom o galardão Mérito CarreiraProfissional.

Caldas José Elóiconsideradoprofissional do ano

� Natural de Benedita,Alcobaça, Joana Machado vairepresentar Portugal noconcurso europeu Jovens pelaViolência Doméstica, quedecorrerá no final de Fevereiro,em Bruxelas. A jovem de 24anos conquistou o lugar com ovídeo intitulado Atitude emMovimento, que prendeconsciencializar para a violênciacontra as mulheres e alertar asvítimas para a importância deprocurarem serviços de apoio.

Alcobaça JoanaMachado representaPortugal em concurso

� Avelino Gaspar, presidente dogrupo Lusiaves, foihomenageado pelo Rotary Clubde Leiria, que desta forma quisdistinguir o “mérito de umprofissional que se distinguepelos elevados padrões de éticapor que se rege na suaprofissão”. O empresário,Comendador de MéritoIndustrial, recebeu a distinçãona passada terça-feira duranteum jantar no restaurante OCasarão.

Leiria Avelino Gaspardistinguido peloRotary Club

� O tenor Fernando Serafim,natural de Alcobaça, recebeu,na semana passada, a Medalhade Mérito Cultural atribuídapelo Ministério da Cultura. Omesmo galardão foi entregue àpianista Helena Matos, comligações familiares a Alcobaça.A tutela refere que o tenor temuma longa vida dedicada àmúsica, interpretando obrasde autores portugueses eestrangeiros de reconhecidomérito.

Alcobaça MéritoCultural para FernandoSerafim

� D. João Cosme da Cunha, cujo nome religiosoera o de João de Nossa Senhora da Porta, foinomeado bispo de Leiria por D. João V, a 19 denovembro de 1745. Logo que o mestre Escola daSé de Leiria e o seu cabido souberam da notíciamandaram “cumprimentar Sua Excel. e pôr aosseus pés a sua devida e sincera obediência” peloRev. Doutor Alexandre de Almeida Pacheco, quefoi ao mosteiro de S. Vicente dos cónegosRegulares de Santo Agostinho, onde D. JoãoCosme de Távora estava residente, num “cocherico, com seus caudatários e a comitiva de várioshomens a pé, grave e ricamente vestidosexecutando esta função com magnificência eacerto”.O novo bispo de Leiria foi sagrado a 29 de junhode 1746 na Patriarcal, mas a sua entrada nacidade de Leiria realiza-se somente a 5 deoutubro de 1746. O novo bispo sai de Lisboa no dia 26 desetembro, acompanhando D. João V na suadeslocação que fez à vila das Caldas, onde foi abanhos. Permaneceu naquela localidade por oitodias, partindo para Leiria a 4 de outubro. Jantouem Pataias, primeiro lugar do seu bispado, epelas quatro horas da tarde chegou aos Fornos daCal (Pataias) a uma légua de distância de Leiria,onde era aguardado pelo provisor, pelo vigáriogeral e pelo juiz eclesiástico. Depois, e ainda antes de entrar na cidade, foiaguardado pela justiça e nobreza da cidade nolugar dos Parceiros, a meia légua de Leiria. Pertodas cinco horas e meia da tarde chegou à Igrejada Encarnação, local onde passou a noite “nascasas que tinham prevenido” e arranjado para oefeito, tendo ido ao seu encontro em grandenúmero o Cabido, a Nobreza, Comunidades econfrarias, “ostentando muito luzimento”.

Ricardo Charters d’Azevedo

DR

A entrada de D. João Cosme da Cunha em Leiria

No dia 5, partiu dos Parceiros para proceder à suaEntrada. Substituiu a sua capa de viagem pela capae montado num “cavalo branco com arreios damesma cor e fivelões dourados, como eram osestribos, revestindo pontificalmente com alva eestola, cruz, anel e capa pluvial”. Miguel Luís daSilva Ataíde e Costa e o brigadeiro Pedro de Sousade Castelo-Branco, ambos fidalgos bemconhecidos, pegavam no fiador e cauda

“O novo bispode Leiria foisagrado a 29de junho de1746 naPatriarcal,mas a suaentrada nacidade deLeiria realiza--se somente a5 de outubrode 1746”

respetivamente, e “montados em formososcavalos ricamente ajaezados, com outros àdestra”, acompanhavam.À porta da cidade, que “estava magnifica eprimorosamente armada, distinguindo-se nosadornos os frontispícios das casas do brigadeiroPedro de Sousa Castelo-Branco, as de MiguelLuís da Silva Ataíde da Costa e as de AlbertoHomem Spínola de Vasconcelos”, a comitivaparou tendo, o bispo, sido recebido pelo senadoda Câmara. Ao chegar a este ponto o bispoapeou-se da sua montada e colocou-se dejoelhos sobre uma alcatifa, beijando a cruz quelhe foi apresentada pelo Deão paramentadopelos cónegos assistentes e sentando-se depoisnum trono. O vereador mais velho, que nestecaso foi Gregório Cernache de Noronha, leu umdiscurso de boas vindas.Seguidamente, procedeu-se à entrega das chavesda cidade, ocasião plena de simbolismo pois “aschaves abriam não só as portas da cidade, comotambém os corações dos fieis”. Seguidamente, acomitiva seguiu para a Sé. A cerimóniaprosseguiu com a entrada na Sé acompanhadopelo “Te Deum Laudamus”. Debaixo do palio,em que seguia desde que entrara na cidade, onovo bispo dirigiu-se à capela do SantíssimoSacramento e após realizar uma breve oração,encaminhou-se para a Capela-mor onde sesentou num trono que se encontrava debaixo deum dossel, tendo-se seguido o beija mão porparte do cabido.Tinham sido decretadas “3 noites de lumináriase iluminações engenhosas”. As janelas deviamestar cheias de velas e lanternas de azeite a nasruas teria havido “barris de graxa” a arder. Deveter havido festa rija!Texto escrito de acordo com a nova ortografia

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Jornal de Leiria 2 de Fevereiro de 2017 47

História de Vida

Lurdes [email protected]

� O sorriso é a sua imagem de marca, mesmo quando pa-rece que a vida não tem nada para lhe dar. “Há sempre so-lução para tudo”, diz, bem-disposta, Maria Emília Fran-cisco, a ex-emigrante, a professora aposentada, a antigadirigente do Rancho dos Soutos. A mãe, a avó e a mulherávida pelo saber e pelo conhecimento.Nasceu nos Soutos da Caranguejeira, em 1954. Foi paraFrança com os pais e com os irmãos em Maio de 1963, ti-nha nove anos. “Estava na quarta classe, mas não chegueia fazer o exame, que seria em Julho, pelo que cheguei aParis sem qualquer diploma.” Quando abre o livro das recordações, as suas primeiras me-mórias passam-se em França. Tem 10 anos, é colocadanuma turma do primeiro ano, com crianças de seis, pornão ter concluído a quarta classe em Portugal. “Fiquei semsaber o que me estava a acontecer. Triste.” Reconhece, con-tudo, que aproveitou, ao máximo, “esta experiência, de-terminante para o conhecimento da língua francesa.” Os bons resultados obtidos na primária, em França, nãochegaram, contudo, para o sistema de ensino francês a dei-xar continuar os estudos pela via normal. “Com 14 anosera considerada muito velha. Restava a via técnico-pro-fissional”, esclarece.Foi doloroso, sim, mas o sorriso e a esperança mantiveram-se. Concluiu o curso com distinção, na área de Contabili-dade e Administração. E hoje recorda até o dia em que ir-rompeu pela sala de aulas um inspector da educação a fa-zer perguntas sobre a Constituição Francesa, uma das dis-ciplinas do curso. “Sabia-a de cor e salteada, ao contráriodos meus colegas, respondi a todas as perguntas.” Só fi-cou “nervosa” quando foi “convidada a subir ao estrado”para ser “apontada como exemplo” e ouvir algo seme-lhante a isto: “uma emigrante, em França há pouco tem-po, e a saber mais que todos vós. Isto é uma vergonha na-cional.”Na transição da primária para a escola profissional, assistiuao Maio de 68, em França, tal como milhares de emigrantesque tinham partido à procura de melhores oportunidadesde vida. Visualizou de perto aquele que foi um dos maio-res movimentos estudantis e operários que se viveu na so-ciedade francesa. Tinha apenas 14 anos, mas recorda “asimagens das manifestações, das greves, da paralisação to-tal dos transportes e progressivamente dos restantesserviços, nomeadamente das escolas”. Revela que só dois anos mais tarde contactou com as pes-soas da comunidade portuguesa que tinham participadono Maio de 68. “Conheci então as canções do Zeca Afon-so e sabia-as todas… quando cheguei a Portugal, em 1974,estava muito familiarizada com o que se passava cá.”A herança do movimento de 68 sentiu-se pouco tempo de-pois. “Os meus pais, por exemplo, começaram a ter maisdificuldades com os filhos. Quando passámos a usar mi-nissaia, ficaram desorientados. Os meus irmãos com ca-belos compridos…” Mais tarde, quando vinha a Portugal de férias, também sen-tiu grandes diferenças. “Vestia calças e era muito critica-da pelas pessoas da minha aldeia… e acarinhada pelas ami-gas de escola que também queriam usar mas era difícil.”Outra grande mudança aconteceu na escola, com “umamaior abertura ao mundo, com as comunidades estran-geiras a dialogarem sem fronteiras. Abriu-me muitoshorizontes, deixei de viver só em função dos valores quelevava de Portugal”, sublinha. Concluiu o curso e começou a trabalhar numa companhiade navegação, “contra a vontade do pai, que gostaria quetivesse continuado a estudar”. Esteve três anos na empresa.Depois, conheceu o marido aos 18 anos e casou um ano

LURDES TRINDADE

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depois, em Agosto de 1974, nos Soutos da Caranguejeira”.Não regressou a França. “Sabia que em Portugal havia mui-to a fazer após a revolução”, diz. Emília trouxe na bagagem o diploma do 6º ano e uma mãocheia de dinamismo e de vontade de aprender. Por isso,em Portugal voltou à escola, fez o exame do 9º ano comoaluna externa e entrou no Magistério Primário. Com o bacharelato, começou “a luta contra o analfabe-tismo na Educação de Adultos, no curso de Alfabetização,na Chainça”. Quando surgiu a oportunidade de constituira equipa distrital de Educação de Adultos, concorreu e fi-cou na coordenação durante uma década. Havia nesta área um curso relacionado com o desenvol-vimento das comunidades, que Emília Francisco agarrou.Foi o ponto de partida para a actividade que se seguiu: ofolclore. Ao longo de mais de 20 anos, foi o rosto do grupo, comodirectora, porta-voz, investigadora. Saiu há três anos paradar espaço ao grupo, embora ainda tenha um pé dentroe outro fora. Está a ajudar escrever a história do rancho,recolhendo memórias junto dos mais velhos.A formação de Emília Francisco não terminou no Magis-tério Primário. Com duas filhas, resolveu ir para a Uni-versidade de Coimbra tirar a licenciatura em Línguas e Li-teraturas Modernas Português Francês. Engravidou no úl-timo ano, aproveitando a licença de maternidade para con-cluir o curso. “Ninguém faz nada sozinho, tenho uma gra-tidão enorme pela estabilidade proporcionada pelo meumarido, um grande companheiro… pelos meus filhos, par-ceiros indispensáveis.”Após a licenciatura, passou pelas Secundárias de Alcanenae de Ourém e quando foi colocada na Secundária FranciscoRodrigues Lobo recebeu o convite do então vereador Ví-tor Lourenço para chefe de divisão da área da Educação,na câmara de Leiria. Esteve lá mais de uma década. “Gos-tei muito da experiência, aprendi muito”, diz a docente.“Compreendi o outro lado da educação, tomei contactocom a importância do poder local junto das populaçõese conheci uma realidade que desconhecia: Há uma tãogrande variedade de educadores… Custou-me perceberque os nossos filhos, quando vão para a escola, é uma sor-te. Ser educador é uma grande responsabilidade, temosde ter uma visão global.”A aposentação antecipada não significou menos activi-dade. É presidente da Assembleia Geral da BabelEscola –Associação para a Descoberta da Europa, que tem comomissão reforçar o intercâmbio europeu, dedica-se à agri-cultura biológica, faz parte da direcção da Federação doFolclore Português e do respectivo Conselho Técnico Re-gional da Alta Estremadura.

1 - Na escola,em França, em1966. Tinha 12anos2 - Ainda emFrança, com 17anos, játrabalhava naCompanhia deNavegação3 - Ocasamentoaos 19 anos,com o homemda sua vida4 - Desfile emLeiria com o"seu" Ranchodos Soutos

Maria Emília Francisco, ex-emigrante, professora aposentada, antiga dirigente do Rancho dos Soutos…

“O saber e o conhecimento foram sempre as minhas duas melhores armas”

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48 Jornal de Leiria 2 de Fevereiro de 2017

Canto livre

Ninjas e Princesas

� Para quem a minha cara só é conhecida pelarádio quero comunicar que normalmente usobarba, uso barba porque gosto de estar no últimogrito a soltar um falsete do além e porque sonhoaparecer nas revistas de moda a fazer de gajotonificado com um olhar meigo enquanto racholenha com uma camisa de flanela. Acham?! Usobarba porque é uma dose cortá-la todos os dias.Não é vida para ninguém. Gasta-se uma pequenafortuna em lâminas e se fazemos gazeta dois outrês dias parecemos logo um vilão da BD com afronha naquele tom verde-escuro suave como umalixa 14. Para além disso, com barba, numa sójogada aproximo o beiço da ponta do nariz e oiço aminha avó dizer “Oh menino, eras tão jeitosoquando eras pequenino”. Sim, a minha avó gostade nos mimar, é sempre de “estás tão gordo” paracima.De vez em quando acordo em sobressalto semsaber se matei mesmo alguém ou se foi só umsonho, outras vezes acordo a pensar: Porra, tenhode mudar! E, às vezes mudar é cortar a barba. Nooutro dia, depois de pôr a pequenita de um ano adormir a sesta, peguei na rebarbadora, pus osóculos de soldar, fui buscar o creme hidratantecom efeito regenerador de aloé vera sem glúten epus-me a cortar a fauna carpete que escondia esta

Mimi, eu sou o teu paiRicardo Graça

RICARDO GRAÇA

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escultura óssea a que chamam tromba. A Ritaaproveitou a folga e foi derreter o nossoorçamento em sapatos, actividade a que chamoude compras. Tudo a fluir, o dia corria bem. Depoisde ver a adolescência reflectida no espelho,incentivei a minha masculinidade com frasescarregadinhas de testosterona e auto ajuda, coisasdo tipo: Estás lindo e suave, seu carinha laroca! Estava eu com o Ninja na sala a dançar comodançam a secções de metais daquelas bandascheias de groove e soul quando a Princesa decideacordar do seu sono de beleza e começa a gritar:Pai! Pai! Sim, é fixe ela chamar o pai primeiro. Oproblema é que o pai dela já tinha sido aspirado dochão da casa de banho. Com um ano, ela nunca metinha visto em formato puto. Eu ainda pensei queela fosse lá pelo cheiro ou pela voz, mas esqueçam!Quando eu chego ao quarto, de barba feita, haviamde ver a cara de pânico da miúda. Nem imagino oque se passou naquela cabeça de amendoim!Quem é este gajo? O que é que este gajo fez ao meupai? O meu pai foi fundido com um rapaz de narizcomprido e buraquinho no queixo! Alguém queme acuda por favor! Por entre o soluçar e oberreiro dela, o pânico dos dois, dei por mim numsitio onde nunca tinha pensado estar, no ladonegro da força e a dizer: “Mimi, eu sou o teu pai!”

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Jornal de Leiria 2 de Fevereiro de 2017 49

Gente

NaturalidadeLeiria

ResidênciaLeiria

FormaçãoDireito

OcupaçãoAdvogado

Na vidatodosrepre-senta-mos umpapel,todossomosumpoucoactores.A vida é,ao fim aocabo, umgrandepalco

Cláudio [email protected]

� De que papel guarda memórias mais vincadas? Talvez o de diabo dos Autos das Barcas de Gil Vicente. Éuma personagem irreverente, sedutora, arguta, histriónicaque permitia alguma liberdade criativa. Tinha tudo a vercom o jovem que eu era. E ainda me sinto!E percalços, havia?Lembro-me de um espectáculo do TEUC no Funchal tersido proibido pela censura, já com a sala completa, por ha-ver na peça uma cena que representava o funeral de ummilitar. Salazar tinha morrido semanas antes e alguém po-dia ver naquela cena uma analogia ao funeral do ditador.Era assim naqueles tempos!Eram tempos em que o teatro se misturava com a políti-ca e com a actualidade nacional? O teatro universitário era um veículo de intervenção po-lítica e tinha nesses tempos um papel importantíssimo. Láse conspirava contra o poder, se imaginavam as revolu-ções. Do palco partia-se para a rua. Tempos de boas me-mórias e das más memórias que não gostaríamos que re-gressassem.É abusivo concluir que o advogado liquidou o actor? O advogado é uma segunda pele que, uma vez assumida,nunca mais se despe e não deixa espaço para outras aven-turas. Mas não posso dizer que o advogado liquidou o ac-tor. Na vida todos representamos um papel, todos somosum pouco actores. A vida é, ao fim ao cabo, um grande pal-co, onde os cenários se sucedem e os papéis se ajustam. Também abandonou a pintura, ou, pelo menos, a par-ticipação com trabalhos próprios em exposições.A pintura, tal como o teatro e a música, são disciplinas queexigem dedicação integral e as coisas ou se fazem bem ouse não fazem. Quando comecei a advogar passei para o ou-tro lado, o lado de quem intervém numa perspectiva que,sendo activa, não é a do criador.

Victor Faria, advogado

"Um advogado sem instrumentos de cultura é uma personagem incompleta, sem graça"

A expressão pela arte ainda tem a mesma importânciapara si? O que seria a vida sem a música, sem o teatro, sem a pin-tura?Já agora, a ligação ao Órfeão de Leiria, acaba na presidên-cia de Assembleia Geral, ou, pelo contrário, estamos napresença de um jurista com ouvido para a música?Os estatutos obrigam-me a ouvir os sócios. O gosto pelamúsica justifica o resto. Por que precisamos de arte nas nossas vidas?A arte e a vida são indissociáveis. Um advogado sem ins-trumentos de cultura é uma personagem incompleta, semvivências, sem graça. E quem não sabe de vida não podesaber Direito.Pode dizer-se que é um coleccionador?Não tenho espírito de coleccionador. Fiz colecções de cro-mos e de selos quando era miúdo e fiquei-me por aí. Asaquisições que faço resultam mais de uma relação em-pática com o objecto do que de um critério pré-definido.Por amor ao mecenato ou como investimento?Para ser mecenas falta-me a vocação e o capital. Nuncacomprei arte a pensar na valorização.Se o dinheiro não fosse problema, que obra escolhia parater em casa?A versão dos nenúfares de Claude Monet que está noMOMA, embora não tenha casa, nem parede para ela.Também gostava de ter um Botticelli e um Matisse. Masrecuso-me a ter reproduções.Segue o gosto pessoal ou é mais de ouvir os especialistas?Só compro o que gosto.Costuma vender as obras de arte que compra? Se compro obras de arte e as coloco nos espaços que ha-bito, elas passam a integrar o meu quotidiano. São ele-mentos de convivência e diálogo constantes. Ficam paraa vida.Um salto à política: ainda é uma nobre arte?Porque não pergunta ao Trump?

Está em melhor forma o sistema político ou o sistema deJustiça?Um está dependente do outro. O sistema de Justiça nãoé construído pelos juízes nem pelos advogados, mas pe-los políticos. Tem-se avançado alguma coisa na Justiça. Masainda haverá muito a fazer, sem perturbar os juízes no es-paço necessário à decisão, os advogados no exercício dig-no da defesa dos interesses dos clientes e as pessoas no li-vre acesso à Justiça.Que pessoa ou acontecimento o convenceram a aderir aoPartido Socialista?Nunca estive inscrito no Partido Socialista. Mantenho,militantemente, a minha independência. Mas se ti-vesse de fazer uma opção partidária seria natural-mente pelo PS. Pela proximidade do ideário político.Por ter nesse partido alguns amigos com quem vi-venciei experiências marcantes e que têm da políti-ca a visão que partilho. De entre eles estão Jorge Sam-paio e António Costa. E nenhum deles me pediu parame inscrever no Partido! As viagens são outra paixão. Imagina-se a viver em algumpaís, que não Portugal?A viagem não é apenas o sonho e a aventura, mas um fac-tor elementar de aquisição de cultura. Só conhecendo ou-tros povos e outras culturas podemos ter uma visão glo-bal das coisas e interpretar fenómenos cuja abordagem setorna, cada vez mais, inevitável. Inspirado não sei por quemistério, tenho uma especial atracção pelo Oriente e so-bretudo pela Índia . Mas no fim de cada viagem é semprereconfortante o regresso a casa .Costuma perguntar aos clientes se são inocentes ouculpados?Nunca. A culpa é o resultado de um juízo complexo quenão me cabe a mim, mas aos tribunais. E o mundo não sedivide entre culpados e inocentes. Ainda, porque não te-nho o direito de os questionar para além do que me quei-ram dizer e tenho a obrigação de os defender.

FOTOS: RICARDO GRAÇA

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50 Jornal de Leiria 2 de Fevereiro de 2017

Para fora cá dentro

Livro Seca do Peixe – uma ArteA secagem do peixe ao sol naNazaré faz parte de uma tradição,de uma forma de vida, de umaidentidade social e cultural.Talvez por isso alguns artistastenham perpetuado esta arte. Foirecentemente editado o livroSeca do Peixe – uma arte e esta é,

actualmente, a minha leitura. Não me cansode ver e rever as imagens de um povo orgulhoso dassuas tradições.

Forte de S. Miguel ArcanjoOlhar para o forte de S. Miguel Arcanjo é como viraruma página de um livro imenso de memórias e estóriasque fazem parte do nosso imaginário, do nossopassado. A construção deste monumento de estilomaneirista teve início no reinado de D. Sebastião, em1577. Está aberto, todos os dias, ao público, a partir das10 horas. Aconselho uma visita a este marco da históriada região.

S. BrásÉ muito especial. Entrar na festa do S. Brás, a festa quemarca o arranque oficial do Carnaval da Nazaré, é comoentrar no cenário de um filme. Se não sabem do que setrata, experimentem entrar numa festa diferente, quefesteja, como nenhuma outra, a alegria do Entrudo.

Sequinho de Patarroxa A gastronomia nazarena é especial pelo sabor do peixe,que é o melhor do mundo. Eporque uma terra também seconhece através da suagastronomia, sugiro umsequinho de patarroxa, umdos pratos bastanteapreciados, especialmentenesta altura do ano, em quefestejamos o Carnaval.

O restaurante Morgatões regressa aonde o leitão começou a ser da Boa VistaCláudio [email protected]

� De volta à casa de partida. Quase 70 anos volvidos,o leitão à Morgado regressa ao centro da Boa Vistae à primeira casa aberta por José Ferreira Morgado.O novo restaurante Morgatões – que se transfere daQuinta dos Castanheiros, de agora em diante re-servada em exclusivo para casamentos e eventos –está a funcionar desde a passada sexta-feira, 27 deJaneiro, junto ao posto de abastecimento de com-bustíveis, na Rua Nossa Senhora das Dores. Ali co-meçou a tradição, vivia-se o ano de 1948, no tem-po em que o Sporting dos cinco violinos dominavao futebol português e a rua principal da Boa Vista,no concelho de Leiria, era um troço movimentadoda Estrada Nacional 1. A primeira novidade, em comparação com o res-taurante que existia na Quinta dos Castanheiros,passa pelo horário de funcionamento: almoços e jan-tares toda a semana, excepto à segunda-feira, o diade descanso. A diária vai custar 5,50 euros (só o pra-to, tudo o resto é pago à parte) e há sempre pregos,hambúrgueres e as inevitáveis sandes de leitãopara garantir refeições rápidas. Isto num espaço aco-lhedor, harmonioso, com capacidade para cerca de50 pessoas e serviço take-away.

O novo espaçoinaugurado narua principal,junto ao postodecombustíveis,serve almoçose jantares deterça-feira adomingo

Diárias por5,50 euros(prato), take-away,refeiçõesrápidas etambémserviço à cartacom peixefresco e carnesalentejanas

Se, pelo contrário, a ideia é deixar o tempo correr de-vagar, e dedicar uns minutos à descoberta da emen-ta, sobressaem as carnes alentejanas fornecidas poruma associação de produtores certificados. Ouseja, em querendo, é possível rastrear o bife da va-zia até ao pasto por onde aquele animal andou. Ou-tras sugestões incluem a picanha, o costeletão e orabo de boi com legumes e arroz. Do mar, a gerên-cia promete peixe fresco todos os dias e destaca obife de atum braseado. Para sobremesa, além dasbrisas do liz e de outras opções gulosas, importa ex-perimentar o clássico leite creme da avó Maria, ho-menagem à mulher que iniciou tudo com José Fer-reira Morgado, ainda o mundo suportava a ressacada segunda guerra mundial.Hoje, cabe a Valentim Morgado (filho do fundador)e à terceira geração da família (José, Hugo e Sara)manter viva a chama que dá sabor ao leitão. "O meuavô foi a primeira pessoa a trazer os leitões para aBoa Vista. Chegava a vir do Alentejo a pé com a car-roça cheia", conta José Morgado. O novo restauranteMorgatões privilegia "pratos tipicamente portu-gueses que tentamos elevar em termos de qualida-de e apresentação", mas, também, "o nosso leitãocom a mesma qualidade há mais de 50 anos", afir-ma. E assim acontece que, pelo menos na Boa Vis-ta, a tradição ainda é o que era.

Uau! A técnica decomunicaçãodo Municípioda Nazaré,Sandra MarinaLopes, partilhaum roteiro detesouros locais

FOTOS: RICARDO GRAÇA

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Jornal de Leiria 2 de Fevereiro de 2017 51

Aconteceu

� Considerado um dos obreiros do Santuário de Fátima,a ele se deve a fundação dos Servitas de Nossa Senhorade Fátima e do jornal A Voz da Fátima. Foi também ofundador da Congregação das Irmãs Reparadoras deNossa Senhora de Fátima. O padre Manuel NunesFormigão nasceu em Tomar, em 1883, e foi ordenadoem Roma em 1908, acompanhando as Aparições deFátima desde Setembro de 1917, sendo um dosprimeiros a interrogar os Pastorinhos. Faleceu a 30 deJaneiro de 1958. Com imensa participação popular, e apresença do bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto,decorreu sábado, 28 de Janeiro, a trasladação dos restosmortais do padre Manuel Nunes Formigão, docemitério de Fátima para um mausoléu na Casa deNossa Senhora das Dores.

� How to become nothing leva o músico PauloFurtado a protagonizar uma longa-metragemonde o objectivo central de um homem quequer desaparecer, algures no desertocaliforniano, se transforma numa viagemsem retorno e durante a qual o público éconfrontado com a profunda capacidade deevasão do ser humano. A incessante fugadeste homem a si próprio, aos seuspensamentos e sentimentos, com o objectivode, mais do que desaparecer, tornar-se emnada, torna complexa a desconstrução deuma narrativa que parece não ter fim, masque também o anuncia, quase, a cadamomento do filme. Envolto num certopsicadelismo, este falso diário gravado emsuper8 e fotografia, com textos de PauloFurtado, é fruto de três visões sobre a viagemdeste homem: a do músico, a da fotógrafaRita Lino e a do realizador Pedro Maia numroad-movie em formato filme-concerto, combanda sonora ao vivo do próprio PauloFurtado (The Legendary Tigerman) emanipulação de imagens em tempo real dePedro Maia. How to become nothing, quepassou no sábado, 28 de Janeiro, na grandetela do Teatro José Lúcio da Silva, em Leiria,mistura assim documentário e ficção numapelícula desconcertante.

Muitos populares na trasladaçãodo padre Formigão, em Fátima

� O modelo de integração de refugiados utilizado noconcelho da Batalha foi apresentado em Lisboa, porrepresentantes do Município, durante uma sessãoque decorreu na Assembleia da República. Opresidente da Câmara, Paulo Batista Santos,falou numa conferência intitulada Refugiados eMigrações: prevenção de conflitos e as soluçõesduradoiras, organizada pela Subcomissão paraa Igualdade e Não Discriminação da Comissãode Assuntos Constitucionais, Direitos,Liberdades e Garantias. “Ao longo de nove mesesde integração, foi já possível conseguir e renovar oscontratos de trabalho dos homens da família,estando as duas crianças inseridas na escola”,salientou Paulo Batista Santos.

Acolhimento de refugiados na Batalhaapresentado na Assembleia da República

� Permitir aos alunos e professores o contacto com osprincípios e valores do movimento paralímpico é oprincipal objectivo do Dia Paralímpico na Escola, umprojecto iniciado a 25 de Janeiro que terminou ontem,quarta-feira, na Escola Secundária de Pombal. Logono arranque da iniciativa, uma acção de formação,de carácter prático, no âmbito do desporto adaptado,deixou à comunidade educativa algumas estratégiaspara abordar esta dimensão do desporto,nomeadamente nas modalidades de atletismo, boccia,goalball e voleibol sentado. Mas também a exposiçãoMovimento Paralímpico e Desportos Paralímpicos eSurdolímpicos contribuiu para sensibilizar jovens e adultos parao lema da igualdade, inclusão e excelência desportivapreconizado pelo movimento paralímpico.

Movimento paralímpico foi à escola em Pombal

� Diz-se que é a terceira idade, mas também a idadedourada. E a pensar no respeito que a geração mais velhamerece, o Município de Alcobaça preparou umahomenagem que teve lugar na quinta-feira, 26 deJaneiro, num espectáculo especial denominado GalaSénior. Com apresentação e animação de Sara Lourençoe Emanuel Moura, a Gala Sénior foi um momento derevisitação das melhores memórias de 2016 através deum filme retrospectivo. A abrir a cerimónia, o presidenteda Câmara Municipal, Paulo Inácio, referiu-se a Alcobaçacomo "um concelho onde se pode envelhecer comqualidade de vida". E sublinhou: "A vossa presença aquihoje é um sinal de que se pode viver durante muitosanos na nossa terra, passando a vossa valiosaexperiência para as futuras gerações".

Uma gala só para os que vivem os anos dourados

Uma viagemlendária vista apartir de Leiria

RAFAEL SILVA

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Jorlis - Edições e Publicações, Lda.Parque Movicortes2404-006 Azoia - LeiriaTel. 244 800 400 Fax 244 800 [email protected]

“Nada provoca mais danos num Estadodo que homens astutos a quererem

passar por sábios”Francis Bacon

Criança de 10 anos frequenta o 5.º ano na Escola Marquês de Pombal

ARQUIVO/JL

Escola abriu um inquérito e PSP confirma desentendimentos

Pais de aluno de Pombaldenunciam agressões de professorElisabete [email protected]

� Os pais de um aluno de 10 anos, do5.º ano, da Escola Marquês de Pom-bal, do Agrupamento de Escolas dePombal, acusam um professor deter agredido o seu filho numa aula, nasegunda-feira. Segundo relatou amãe, Paula Marques, o docente foisubstituir um colega e quando che-gou à sala disse aos alunos que não ti-nha nada para eles fazerem. “Imagi-no que deveria estar uma grande al-gazarra.”

Um dos alunos perguntou se po-dia ir para o quadro “fazer rabiscos”e convidou o filho de Paula para oacompanhar. “O professor foi di-recto ao meu filho e disse-lhe queia limpar aquilo com a cabeça. Pe-gou-lhe na cabeça e esfregou-a noquadro. Depois empurrou-o e elecaiu”, relatou.

O menino foi sentar-se, “pedindodesculpa ao professor”, que, de acor-do com a mãe, começou a “empurrara mesa contra a sua barriga e a darmurros”.

O docente terá voltado para aoseu lugar, mas pouco depois terá re-gressado ao lugar da criança e exal-tado voltou a ter o mesmo compor-tamento. “Assustado, ele acabou porfazer chichi nas calças. Isto terminouquando uma funcionária ouviu obarulho e chamou a direcção. Foi aíque me telefonaram. O meu maridofoi à escola buscar o filho e pediu parafalar com o director de turma paraperceber o que se tinha passado”,adiantou Paula Marques.

Como o titular da turma desco-

nhecia o que se tinha passado, o paisugeriu que falassem com o pro-fessor em causa. “Foi aí que eleapareceu muito exaltado e a dirigir-se ao meu marido como se o qui-sesse agredir. O meu marido cha-mou a polícia.”

Esta mãe admite que se o docen-te “tivesse pedido desculpa e tidoum comportamento diferente” como marido, “a situação ficava por ali”.“Mesmo que o meu filho tivessedesobedecido ou tido um mau com-portamento nada justifica uma ati-tude daquelas. Poderiam mandá-lo para a rua e um recado aos pais.Parece que o professor está doentee medicado, mas se não está em con-dições para leccionar, terá de ficar

em casa. Os miúdos estão com medodo professor”, salientou.

Paula Marques informou aindaque os agentes da Escola Segura daPSP estiveram na escola a ouvir acriança e o professor e revelou queirá fazer uma queixa formal para a di-recção do agrupamento e para a Di-recção-Geral dos EstabelecimentosEscolares.

Fonte do Comando da PSP de Lei-ria confirma que a PSP foi chamadaà Escola Marquês de Pombal, “por terhavido desentendimentos entre umprofessor e um aluno” e, “poste-riormente, entre o progenitor dessealuno e o mesmo professor”. Noentanto, a PSP refere que “ao que foipossível apurar não terá havido

agressões físicas propriamente ditasem nenhuma das ocasiões”.

O director do Agrupamento, Fer-nando Mota, diz que foi aberto uminquérito para averiguar o que sepassou e se houver alguma respon-sabilidade do docente a legislaçãoserá aplicada.

Em comunicado, o conselho exe-cutivo (CE) da Associação de Paisde Pombal manifesta a sua “preo-cupação e repúdio pelos actos deviolência alegadamente perpetra-dos por um professor para comum aluno”. “A APP espera que asinstâncias competentes averiguemcom a maior brevidade os factos etomem as medidas preventivasadequadas ao caso.”

Concelhia da Marinha Grande aprova Ricardo Galo

Nacional do PSD confirma Costa em Leiria� E vão oito. O PSD já tem oito cabe-ças-de-lista a câmaras da região apro-vados, com Leiria a ser o distrito commais candidaturas homologadas pelaComissão Política Nacional do parti-do. Na terça-feira, os nomes propos-tos pela distrital foram ratificadospela nacional, que deu luz verde à es-colha de Fernando Costa, ex-presi-dente da Câmara de Caldas da Rainha,para liderar a lista em Leiria. Foramainda homologados os candidatosem Alvaiázere (Célia Marques), Ansião(Fernando Marques), Batalha (PauloBatista Santos), Caldas da Rainha(Tinta Ferreira), Figueiró dos Vinhos(Luís Filipe da Silva), Nazaré (Alber-to Madaíl) e Peniche (Filipe Sales).

A escolha de Fernando Costa es-

teve envolvida em alguma polémi-ca, depois de Feliciano BarreirasDuarte, deputado e ex-secretário deEstado, ter vindo a público afirmarque teve garantia de apoio de PassosCoelho para se candidatar. Esta si-tuação pode vir a inviabilizar umacoligação com o CDS-PP. Nos últimosdias, surgiram notícias que dão con-ta que os órgãos nacionais dos cen-tristas não verão com bons olhosuma coligação em Leiria, lideradapor Fernando Costa. No entanto,tanto os presidentes da distrital doCDS-PP como da concelhia de Leiriado PSD, asseguram que “nada estádecidido” e que os dois partidos es-tão “abertos” a essa aliança.

A concelhia social-democrata con-

gratula-se com a homologação dacandidatura de Fernando Costa, como presidente da estrutura, Álvaro Ma-dureira, a considerar que se trata de“uma vitória para o concelho, para asua população e para as freguesias”.O dirigente diz “louvar” a decisão danacional, “na pessoa do presidente dopartido, que é um homem pondera-do, que gosta de respeitar os estatu-tos” e que, “apesar das pressões, sabetomar as decisões mais acertadaspara o concelho”.

Entretanto, a concelhia da MarinhaGrande aprovou o nome de RicardoGalo, advogado e presidente da es-trutura social-democrata, como ca-beça-de-lista à câmara da cidade vi-dreira. Para liderar a lista à Assembleia

Municipal foi escolhida MargaridaBalseiro Lopes, enquanto ManuelJosé Santos será candidato à Junta daMarinha Grande.

Em Pedrógão Grande, a assem-bleia de militantes ratificou a escolhada concelhia, que votou maioritaria-mente em João Marques, ex-presi-dente da Câmara, em detrimento deValdemar Alves actual líder do mu-nicípio.

Na segunda-feira, haverá reuniãoda distrital para analisar as candida-turas em Alcobaça, Bombarral e Pe-drógão Grande, cujas concelhias in-dicaram Paulo Inácio, Manuel Vieirae João Marques. O objectivo da dis-trital é ter, no final de Fevereiro, 14 das16 candidaturas homologadas.

Pousos, Leiria

Movimentopromovedesagregação da União deFreguesias

� “Exigimos mais respeito” é amensagem expressa num cartazcolocado junto à antiga Escola Su-perior de Enfermagem de Leiriapor um grupo de moradores dosPousos, que defende a desanexaçãoda localidade da União de Fregue-sias (UF) de Leiria, Pousos, Barrei-ra e Cortes. Foi também criada umapágina no facebook de apoio à cau-sa e, ao que o JORNAL DE LEIRIAapurou, estão a ser preparadas ou-tras acções

Paulo Faria, que integra aquelegrupo, explica que a iniciativa sur-ge na sequência da promessa feitapelo PS durante a campanha para aslegislativas de “reformular” as agre-gações de freguesia. “Em Dezembroúltimo, o PCP apresentou uma pro-posta na Assembleia da Repúblicanesse sentido, mas o PS deu dito pornão dito. Não queremos ser sepa-ratistas mas esta união de freguesiastem de ser revista”, diz.

“Este modelo de união de fre-guesias Leiria, Pousos, Barreira eCortes tem provado não ser exe-quível porque tem provocado alie-nação de património e não pro-move, como o anterior governo fa-zia entender, a proximidade dosserviços prestados e a prestar à po-pulação”, pode ler-se de apresen-tação da causa no facebook. No do-cumento são ainda recordados os303 anos de história da freguesia dePousos, que se completaram re-centemente, assim como o “vastopatrimónio imobiliário” angariadoao longo dos anos, composto por“77 imóveis”.

José Cunha, presidente da UF querecentemente confirmou a sua re-candidatura ao cargo, reconhece queesta “é uma das agregações que temde ser revista”. O autarca, defende, noentanto, que o executivo que lidera,“onde não são todos da mesma opi-nião”, deve “aguardar que o Governodefina os critérios para a reformula-ção das agregações antes de tomaruma posição ou iniciativas”.

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