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PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS Alto Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas Rua Álvaro Coutinho, 14 - 16 1150-025 Lisboa Tel: 21 8106100 Fax: 21 8106117 Alto Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas acime www.acime.gov.pt 1/21 Conselho Consultivo para os Assuntos da Imigração (COCAI) Acta Relativa à reunião de 28 de Abril de 2006 Aos vinte e oito de Abril do ano de dois mil e seis, pelas 10:00 horas, reuniu, em Assembleia Ordinária, o Conselho Consultivo para os Assuntos da Imigração, adiante designado por COCAI, nas instalações do Alto Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas, com a seguinte Ordem de Trabalhos: --------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 1. Aprovação da Acta da Reunião de 27 de Janeiro de 2006; ------------------------------------------------------- 2. Indicadores de integração de imigrantes; --------------------------------------------------------------------------- 3. Apreciação de Pedidos de Apoio Pontual; ------------------------------------------------------------------------- 4. Reconhecimento de Associações Representativas dos Imigrantes e seus Descendentes;--------------------- 5. Outras Informações.---------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Presidiu à reunião, nos termos da Lei, o Senhor Alto Comissário para a Imigração e Minorias Étnicas, Dr. Rui Marques, adiante designado por Alto Comissário. Por sugestão apresentada ao COCAI pelo Senhor Alto Comissário, participou ainda na reunião o Senhor Adjunto do Alto Comissário Dr. Bernardo Sousa, como Secretário. ----------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Estiveram presentes os membros do COCAI constantes da lista de presenças anexa (Doc. nº. 1). ------------ -------------------------------------------------------------------------------------------------------- ----------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Abrindo os trabalhos, o Senhor Alto Comissário, saudou e agradeceu a disponibilidade de todos os presentes para mais uma reunião do Conselho. De seguida, Colocou à consideração do COCAI a nova proposta de agenda, informando o Conselho das alterações havidas, nomeadamente o ponto 4 da agenda, a ser apresentado pela Conselheira Heliana Bibas, sobre a proposta de alteração de modelos de reconhecimento. Indicou que este seria um ponto de discussão, mas que nenhuma decisão seria tomada.--- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Ponto 1 da agenda de trabalhos: Aprovação da Acta da Reunião de 27 de Janeiro de 2006.----------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Conselheiro Sr. Manuel Correia – Informou que o regimento do COCAI prevê que, na impossibilidade do Alto Comissário estar presente, este possa ser substituído pelo Alto Comissário Adjunto. Por este motivo a referência feita na acta à substituição do Senhor Alto Comissário não estaria correcta. ------------- --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

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Conselho Consultivo para os Assuntos da Imigração (COCAI)

Acta

Relativa à reunião de 28 de Abril de 2006

Aos vinte e oito de Abril do ano de dois mil e seis, pelas 10:00 horas, reuniu, em Assembleia Ordinária, o Conselho Consultivo para os Assuntos da Imigração, adiante designado por COCAI, nas instalações do Alto Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas, com a seguinte Ordem de Trabalhos: ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 1. Aprovação da Acta da Reunião de 27 de Janeiro de 2006; ------------------------------------------------------- 2. Indicadores de integração de imigrantes; --------------------------------------------------------------------------- 3. Apreciação de Pedidos de Apoio Pontual; ------------------------------------------------------------------------- 4. Reconhecimento de Associações Representativas dos Imigrantes e seus Descendentes;--------------------- 5. Outras Informações.---------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Presidiu à reunião, nos termos da Lei, o Senhor Alto Comissário para a Imigração e Minorias Étnicas, Dr. Rui Marques, adiante designado por Alto Comissário. Por sugestão apresentada ao COCAI pelo Senhor Alto Comissário, participou ainda na reunião o Senhor Adjunto do Alto Comissário Dr. Bernardo Sousa, como Secretário. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Estiveram presentes os membros do COCAI constantes da lista de presenças anexa (Doc. nº. 1). -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Abrindo os trabalhos, o Senhor Alto Comissário, saudou e agradeceu a disponibilidade de todos os presentes para mais uma reunião do Conselho. De seguida, Colocou à consideração do COCAI a nova proposta de agenda, informando o Conselho das alterações havidas, nomeadamente o ponto 4 da agenda, a ser apresentado pela Conselheira Heliana Bibas, sobre a proposta de alteração de modelos de reconhecimento. Indicou que este seria um ponto de discussão, mas que nenhuma decisão seria tomada.------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Ponto 1 da agenda de trabalhos: Aprovação da Acta da Reunião de 27 de Janeiro de 2006.----------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Conselheiro Sr. Manuel Correia – Informou que o regimento do COCAI prevê que, na impossibilidade do Alto Comissário estar presente, este possa ser substituído pelo Alto Comissário Adjunto. Por este motivo a referência feita na acta à substituição do Senhor Alto Comissário não estaria correcta. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

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O Senhor Alto Comissário – Tomou a palavra e referiu que o regimento se refere à figura do Alto Comissário Adjunto e não ao cargo de Adjunto do Alto Comissário, membro do Gabinete do Alto Comissário. Do ponto de vista institucional é substancialmente diferente e portanto, como não está previsto no regulamento que o Adjunto do Alto Comissário dirija a reunião do COCAI é feita essa referência na Acta. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Conselheiro Dr. José Cordeiro – Indicou que houve uma intervenção do representante da Confederação, que não é referida em acta e ainda que as suas declarações constantes na pag. 12 não são conformes ao sentido das suas palavras. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- O Senhor Alto Comissário – Solicitou ao Conselheiro que redigisse as alterações propostas e as fizesse chegar ao ACIME por forma a serem introduzidas no documento final. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Conselheiro Dr. Augusto Mendes Pereira – Referiu que na pag 10, na linha nº 9 se pode proceder a alteração na construção da frase. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ O Senhor Alto Comissário – Solicitou ao conselheiro a redacção da frase e o envio por escrito para o ACIME, tendo passado, de seguida, à aprovação da Acta, com as alterações propostas---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------A acta foi aprovada por unanimidade --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Ponto 2 da agenda de trabalhos: Indicadores de integração de imigrantes. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- O Senhor Alto Comissário – Tomou a palavra para informar que o ACIME está envolvido num projecto transnacional, no âmbito do programa INTI, que visa elaborar um conjunto de indicadores de integração dos imigrantes a nível Europeu, no sentido de possibilitar a análise e monitorização de informação sobre a integração dos imigrantes em Portugal, a partir de dados objectivos e estatísticos. Assim, informou que foi enviado a cada um dos membros do Conselho um documento técnico, elaborado por dois consultores externos, aos quais foram anexados dois outros elementos: uma síntese dos indicadores, no sentido de resumir a informação que está no relatório, compilando-a em quadros mais simples; e um documento síntese das estatísticas da imigração em Portugal, com dados actualizados sob vários parâmetros e que aproxima um conjunto de fontes, no sentido de se analisar a situação dos imigrantes em Portugal, seja ao nível da informação geral (quantidade de titulares de autorização de permanência, residência, etc.) seja nutras matérias da área social (desemprego, rendimento social de inserção, educação, etc.). Apresentou um breve Power Point a este respeito (Doc. nº. 2) e referiu que o objectivo é recolher do Conselho, opiniões, sugestões e críticas, em relação a este modelo de indicadores, por forma a detectar eventuais falhas e melhorias que possam vir a ser introduzidas. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

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Conselheiro Dr. José Cordeiro – Referiu que inicialmente teve a impressão de que iria estar presente na reunião algum investigador para proceder a uma apresentação do projecto, acrescentando que, no seu entender, alguns dos indicadores utilizados podem ter pertinência apenas no âmbito nacional mas que provavelmente não se adequam ao plano europeu. Deu como exemplos, a sindicalização, que no seu entender, é feita de forma extremamente diversificada e até divergente em todos os países da Europa, ou ainda, o facto do modelo ora apresentado conter quarenta critérios, o que na sua opinião, do ponto de vista da adequação, pode criar uma teia de informação de complexa leitura. Para além disso, referiu que há indicadores que são facilmente quantificáveis, ao contrário de outros, como por exemplo “os modos como os processos de legalização se efectuam”, que, na sua opinião, não estão directamente ligados com as questões da integração. A este respeito indicou ainda, que há um critério que se enquadra nos marcadores culturais e é proposto para todos os outros países, que é o índice da delinquência e que aparece nos artigos do acolhimento, como modelo comparativo. Ora, na sua opinião, devia constar nas atitudes de acolhimento, tal como é proposto, mas em sentido contrário, citando a este respeito um autor que defende que as atitudes de respeito pela cultura de acolhimento também são um marcador de integração que pode ser também alvo de comparação, ou seja, se nos imigrantes há um índice mais elevado ou menos elevado de criminalidade ou de atitudes de delinquência. Referiu ainda que o trabalho se estende também pelos critérios económicos e que, no que toca, os marcadores políticos e legais, na sua opinião, o estudo devia ter focado os pedidos para residência permanente, indicadores igualmente importantes para a integração. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- O Senhor Alto Comissário – Tomou a palavra e esclareceu que os pedidos de residência estão implícitos na categoria “critérios e requisitos para vistos e autorizações de permanência” e não apenas a nacionalidade, por via da naturalização. --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Conselheira Drª. Alexandra Rebelo – Referiu que era a primeira vez que analisava com maior pormenor os documentos recebidos, tendo questionado se o Power Point apresentado era o resumo dos mesmos documentos. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ O Senhor Alto Comissário – Esclareceu que, o Power Point era uma síntese da informação, tendo em consideração que nem todos os conselheiros puderam informar-se detalhada e atempadamente. Informou também que estão disponíveis no site do ACIME as estatísticas de imigração.------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Conselheiro Dr. José Cordeiro – Referiu de forma breve a existência de alguns aspectos pontuais passíveis de correcção no documento em discussão. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- O Senhor Alto Comissário – Tomou a palavra e solicitou ao conselheiro que deixasse ao Adjunto do Senhor Alto Comissário as suas notas para posterior correcção do documento, saudando também o seu rigor na análise do texto em discussão, que muito concorriam para a melhoria do documento final. -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

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Conselheira Drª Heliana Bibas – Questionou o Alto Comissário, relativamente à duração do projecto INTI, que no seu entender irá requerer um tipo de trabalho que não se reduz ao tipo de resultados. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ O Senhor Alto Comissário – Informou que o INTI é um programa da União Europeia, sobre questões de integração de imigrantes, que conta com vários projectos. Este projecto em concreto incide sobre indicadores de integração, sendo mais uma peça de um conjunto de intervenções. O ACIME adopta uma dupla perspectiva: dá um contributo para a reflexão europeia sobre indicadores de integração e alcança uma grelha que se pretende adoptar para uma bateria de indicadores de integração em Portugal, aproveitando a standartização e a comparação a nível europeu, o que é uma grande vantagem para se poder comparar dados no âmbito da integração, em Portugal ou noutro país da União Europeia. Salientou, no entanto, que existem uma série de limites, como as diferentes tipologias de títulos e procedimentos que tornam difíceis as comparações, mas que apesar disso, é muito positiva a utilização dos mesmos critérios e indicadores. Informou ainda que, a vantagem ao nível nacional, de se estabilizar uma bateria de indicadores, é que se passa a ter doravante um modelo dinâmico, sem precedentes, que permite avaliar como evoluímos no tempo, o que significa dispor de informação organizada por critérios, que permitem ter um “integrómetro”, ou seja, um indicador que possibilita a monitorização da integração.-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Conselheira Drª Heliana Bibas – Informou que a Casa do Brasil foi contactada pela Câmara Municipal de Lisboa no âmbito de uma entrevista para este projecto, no sentido de avaliar um dos indicadores, que são os “profissionais qualificados de integração”. A este propósito indicou que considera importante e fundamental que se utilize estes projectos europeus para actualização dos dados internos, até porque as Associações têm grande dificuldade, já que os números são todos aleatórios e deixados ao critério de cada associação. Indicou que, tendo em consideração a sua apreciação da comunidade brasileira, não faz sentido que os critérios acabem por não ter grande conexão com a realidade da imigração, dando a título de exemplo o facto de a Casa do Brasil ter sido contactada para indicar um dentista, uma realidade que já não reflecte a comunidade brasileira. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- O Senhor Alto Comissário – Informou que no âmbito global se trata do mesmo programa, mas que são projectos completamente distintos e diferentes. A intervenção da Câmara Municipal de Lisboa ao nível dos imigrantes “altamente qualificados”, da qual o ACIME também faz parte, não está relacionado com este projecto.------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ Conselheira Drª Heliana Bibas – Indicou que pretendia realçar o aspecto de que se podem estar a utilizar critérios erróneos que podem conduzir a um falseamento da realidade. Indicou também, que na sua opinião, é necessário cuidado, apesar de concordar que se trata de um trabalho difícil e que existe uma certa apatia na contabilização dos dados, dado que, pelas estatísticas, se trata de universos recentes e de grandes transformações aceleradas, sobretudo desde 2003, o que pode enviesar os resultados. Referiu ainda que ao nível dos indicadores sobre o casamento, nomeadamente os casamentos mistos, se deve deixar claro o que se entende por casamento. As uniões de facto devem ser consideradas, uma vez que esta

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é uma realidade da imigração que não deve ser excluída. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- O Senhor Alto Comissário – Salientou, relativamente aos tópicos abordados pela conselheira Heliana Bibas, a dificuldade em manter uma coerência relativamente a todas as “peças”, indicando que as estatísticas da imigração ainda não são os indicadores propriamente ditos. Referiu que os indicadores são uma construção lógica, que se está a fazer com um conjunto de itens que ainda não estão estabilizados. Neste sentido, pretende-se obter o contributo do COCAI para se definir e obter a bateria de indicadores, por isso, o que se procura reunir neste documento, a que se chamou “estatísticas da imigração”, é uma informação ainda desagregada, sem organização de indicadores, e que permite conhecer mais informação sobre a imigração em Portugal, mais do que a informação clássica dos 440 mil imigrantes em 2004, ou seja, olhar a realidade com mais detalhe. Referiu também, que relativamente à questão das datas, a conselheira tem razão, não obstante ser necessário haver alguns condicionamentos. No mapa da OCDE é possível analisar dados dos anos 90. Paralelamente, há alguns dados que são periódicos, nomeadamente os que derivam dos censos, obrigando à apresentação de dados de 2001. Uma vez que só há Censos de 10 em 10 anos, novos dados só haverá em 2011. Referiu ainda que noutras matérias, os dados que algumas instituições disponibilizam não estão actualizados, pelo que se obtêm poucos dados de 2005. Assim, indicou novamente que o grande objectivo deste ponto da reunião seria recolher os contributos, relativamente à coerência e adaptabilidade da grelha de indicadores que está no documento apresentado e foi sintetizado no Power Point, ou seja, se há algum indicador que deva ou possa ser alterado, como já aconteceu no caso da delinquência associada exclusivamente às atitudes de acolhimento. Ou ainda no caso das uniões de facto, pese embora, o facto de ser extremamente complexa a recolha de dados das uniões de facto, uma vez que o que está em causa é a contabilização e os dados estatísticos e não questões de matéria legislativa ou moral.--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Conselheiro Dr. José Cordeiro –Indicou que o projecto que foi referido pela conselheira Eliana Bibas está a ser implementado em quatro cidades: Lisboa, Roma, Berlim e Varsóvia. Nestas cidades, os grupos são integrados por instituições e autarquias, que entenderam fazer um manual de boas práticas de integração, pelo que não se trata de indicadores, mas saber o que, nos diversos países integrantes, foi realizado para integrar os imigrantes altamente qualificados, pelo que a metodologia adoptada foi o estudo de casos. Neste sentido, referiu que o caso paradigmático português, foi o caso dos médicos dentistas oriundos do Brasil, pelo que, recorreu-se à Casa do Brasil para aferir, junto de elementos com essas características, sobre o processo de integração. No mesmo sentido, referiu que os restantes parceiros internacionais farão o mesmo processo de recolha de boas práticas para posterior disseminação.--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- O Senhor Alto Comissário – Agradeceu o esclarecimento, solicitando aos restantes conselheiros que se pronunciem sobre este ponto, se assim o entendessem.----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Conselheira Dra. Fernanda Reis – Referiu que não foram considerados indicadores no âmbito da saúde.---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

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O Senhor Alto Comissário – Tomou a palavra e saudou a pertinência da questão, indicando que essa ausência deriva não da falta de interesse pelo indicador, mas pela dificuldade de obtenção de dados. Sugeriu a possibilidade de se fazer um alargamento na área da Segurança Social, para uma abordagem mais abrangente, nomeadamente no âmbito do acesso à saúde. Referiu a este respeito, que o problema se coloca na falta de registos do acesso de estrangeiros à saúde. Pese embora a obrigação que os hospitais têm para fazer os registos, não o fazem, nomeadamente os grandes hospitais.-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Conselheira Dra. Fernanda Reis – Indicou que se poderia contabilizar o número de inscritos nos Centros de Saúde.---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- O Senhor Alto Comissário – Agradeceu a sugestão.------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ Conselheiro Pe. Rui Pedro – Referiu a importância do que está a ser feito e colocou a possibilidade de se contactar o INE para serem introduzidos novos dados sobre a imigração no próximo censos nacional. Referiu também que os dados devem estar introduzidos em função do género. Ao nível do Emprego questionou a importância de se considerar a taxa de formação profissional, ou seja, até que ponto os imigrantes têm acesso e acedem à formação profissional e à formação contínua. Referiu também a taxa de sindicalização, no sentido de aferir sobre a participação dos imigrantes nestas estruturas, que existem para a defesa dos trabalhadores. Salientou ainda que se encontram ausentes as regiões autónomas. Também ao nível da Segurança Social indicou que se deve contemplar não apenas as crianças, mas também os idosos, especialmente junto das comunidades africanas. Ao nível da saúde, sugeriu a possibilidade de se contabilizar os internamentos ou ainda o usufruto que fazem os imigrantes do apoio à saúde, ao internamento e aos Centros de Saúde. Dada a importância da saúde nos processos de integração sublinhou que se trata de uma das carências mais fortes que os imigrantes têm. Ao nível da Educação e das competências, referiu que, seria importante saber até que ponto os imigrantes recorrem ao Apoio Social Escolar para os seus filhos, por forma a obter-se um indicador das carências das famílias. Relativamente à habitação, indicou que seria importante referenciar a existência de equipamentos de emergência e saber também até que ponto seriam utilizados pelos imigrantes sem abrigo. Ao nível político-legal, lembrou que se poderia encontrar um indicador no sentido de aferir quantos imigrantes recorrem à reunificação familiar. Quanto à participação eleitoral indicou que seria necessário quantificar quer o número de eleitores quer os eleitos, como indicadores de participação cívica.--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Conselheira Drª Heliana Bibas – Relativamente aos nascimentos sugeriu a consulta aos consulados estrangeiros em Portugal.--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Conselheiro Dr. António Abrantes – Sugeriu a introdução de dois indicadores: a taxa de participação em acções de formação profissional e a taxa de absentismo no trabalho, uma vez que se sabe pouco ou nada sobre estes temas. Realçou que a relevância deste último radica nas indicações que o mesmo pode fornecer sobre as razões que determinam o absentismo, nomeadamente aquelas que tenham a ver com a integração

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dos imigrantes, ajudando, assim, a compreender o fenómeno e a encontrar vias para a sua atenuação.--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- O Senhor Alto Comissário – Questionou o conselheiro sobre a fonte para se obter este dado.----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Conselheiro Dr. António Abrantes – Indicou que a fonte seria a mesma que fornece dados sobre activos e não activos e que o indicador é a taxa de absentismo.---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Conselheira Profª. Galina Leonova – Referiu a importância de constarem indicadores de qualificações profissionais.------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ O Senhor Alto Comissário – Clarificou que os dados vão ser posteriormente cruzados com as categorias de género, idade e, em alguns casos, quando se aplica, região do país. Indicou ainda que ao nível da escolarização, deverá haver discriminação referente ao ciclo de ensino. Relativamente às qualificações profissionais, uma vez que não estão presentes, é necessário encontrar uma forma de se poderem enquadrar, havendo grande dificuldade em estabelecer um critério válido e sendo necessário uma elevada preocupação pela origem dos dados. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Conselheira Profª. Galina Leonova – Sugeriu a recolha de dados junto do departamento de certificação profissional do IEFP. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- O Senhor Alto Comissário – Indicou que esta sugestão poderia constituir uma hipótese e adiantou também a consulta às ordens profissionais e junto dos Centros de RVCC. ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Conselheira Dra. Fernanda Reis – Indicou que, naquilo que respeita à habitação e apesar de já ter sido referida a necessidade de quantificar os Sem Abrigo, é necessário classificar a tipologia de habitação, nomeadamente tendo em conta os imigrantes que ainda vivem em “barracas”. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ O Senhor Alto Comissário – Referiu que na categoria de “Segregação Residencial” ao nível da secção, constam os diferentes tipos de habitação, indicando no entanto que se acolhia a observação da conselheira, nomeadamente quanto à necessidade de se discriminar os diferentes tipos de habitação.------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Conselheiro Dr. Viegas Bernardo – Referiu, no âmbito das questões relacionadas com a habitação, tendo em conta a sua experiência de trabalho em questões relacionadas com estrangeiros que adquiriram habitação própria e acesso ao crédito, a obtenção de informação junto das Finanças. Relativamente ao aproveitamento escolar e no sentido de melhorar as condições sociais económicas dos estudantes, referiu poder-se obter informação relevante através do número de bolsas atribuído, quer ao abrigo de acordos bilaterais, quer ao nível interno, através de diversas instituições. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Conselheiro Sr. Cristiano Viegas Pinto – Referiu, relativamente à habitação, a necessidade de clarificar as tipologias integrantes do primeiro item referente à “Segregação Residencial”, no sentido de se

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quantificar o número de imigrantes que vivem em condições degradadas. Referiu ainda, noutro aspecto, a questão dos itens da dimensão político-legal, nomeadamente no quarto ponto, onde consta “termos e condições do acesso ao direito de voto”, indicando que estes se encontram especificados na lei, nomeadamente no que diz respeito à reciprocidade, não havendo por isso possibilidade de variação. Na sua opinião, talvez fosse necessário indicar quais os países em que as pessoas podem usar o direito de voto. Relativamente à dimensão da Segurança Social, referiu que se deveria actualizar a designação de Beneficiário de Rendimento Mínimo, para de “Inserção” e também relativamente ao “Abono de família” indicou que a designação se alterou para “Prestação Familiar”. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ Conselheiro Dr. Augusto Mendes Pereira – Indicou que uma dimensão do ACIME é a das “minorias étnicas”, referindo que se fala exclusivamente em “imigrantes”, não se referindo às pessoas que por “naturalização” ou outros factores, adquirem a nacionalidade portuguesa e por isso não integram o conjunto, uma vez que são portugueses por “jus sanguini”. Dando o exemplo do caso dos que sendo portugueses por naturalização e sendo de origem africana não surgem nos dados, o que tem implicações, nomeadamente nos resultados ao nível da taxa de escolarização ou na da sub-dimensão do emprego, ou na taxa de empreendedorismo e outras categorias. Estes dados podiam ser acrescentados caso se considerasse a dimensão de “minorias étnicas”. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- O Senhor Alto Comissário – Indicou que, apesar do interesse da temática introduzida pelo conselheiro Mendes Pereira, este estudo se refere unicamente à imigração, não se referindo a diferenças entre cidadãos e cidadãs nacionais, relacionados com diferentes tipos de discriminação. Salientou no entanto, a validade deste último contributo sobretudo no quadro da Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial (CICDR), sendo que, a posição e orientação deste Alto Comissariado tem sido no sentido contrário a uma perspectiva “etnicizante” dos nacionais, que vá no sentido de perceber como se comportam os diferentes grupos “étnicos” nacionais, em diferentes aspectos. Tal iniciativa levanta dúvidas constitucionais, como se sabe. Há muitas dúvidas quanto ao modelo de registo étnico nomeadamente, quanto às categorias - abertas ou fechadas, percentual ou não -, quanto à comparação e a quem as atribui, pelo que, o ACIME tem tido uma grande resistência ao discurso de “etnicização” dos nacionais, no sentido da “divisão” de grupos étnicos e do seu registo. A este propósito lembrou o papel fundamental que a Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial tem no combate e prevenção de atitudes discriminatórias quer sobre cidadãos estrangeiros quer sobre nacionais, não actuando, no entanto, numa base de registo étnico ou racial. No mesmo sentido, reiterou a posição do ACIME em não avançar com qualquer proposta de registo étnico, por uma posição de orientação de fundo, manifestando no entanto a disponibilidade do ACIME em participar no debate em torno destas questões. A este respeito levantou a questão da pertinência da manutenção da designação “ACIME” ou se, pelo contrário, se deveria alterar para “ACI”, indicando que a designação “ACIME” remonta à sua origem em 1996 e, embora não haja ainda qualquer impulso para o alterar, esta questão está em agenda. Deu a título de exemplo, a sua presença em Cabo Verde no quadro da Comissão Conjunta em que o Ministro dos Negócios Estrangeiros cabo-verdiano fez questão de manifestar o seu desconforto quanto à designação de “Minorias Étnicas” que, na sua perspectiva, era uma referência antipática e que poderia contribuir para algumas más

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interpretações. Para concluir reiterou que este seria um tema a estar em cima da mesa no quadro da “rearrumação” que está em curso, tendo em conta que esta temática toca a questão da Comunidade Cigana. No caso do ACIME perder a designação de “minorias étnicas”, perde competências sobre esta área, uma vez que estas comunidades não integram a categoria de “imigrantes”. --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Conselheiro Dr. Viegas Bernardo – Referiu que concorda com a perspectiva do Alto Comissário e adiantou que na sua opinião, quando ouve falar, lê e pensa em “minorias étnicas”, visualiza a categoria social que se chama “etnia cigana”, porque, no quadro legal existente, ou se fala de imigrantes, ou seja, os que não têm nacionalidade portuguesa, ou se fala de portugueses, aqueles que têm nacionalidade portuguesa, independentemente da sua matiz. Referiu a este propósito que, se se estabelecer uma categorização étnica, existe o risco de se fomentar a ideia de que os “negros” que são portugueses, são uma minoria étnica, o que na sua opinião, é uma corrupção conceptual e muito arriscada.----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- O Senhor Alto Comissário – Agradeceu o contributo, indicando no entanto que não se iria aprofundar o tópico nesta reunião, devendo-se procurar manter a disciplina na discussão dos temas.--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Conselheiro Sr. Cristiano Viegas Pinto – Referiu que relativamente à participação dos imigrantes, tendo como exemplo a taxa de sindicalização, as Associações de imigrantes poderiam indicar o número de imigrantes que participam nas Associações de imigrantes.------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ Conselheiro Dr. José Cordeiro – Referiu que no relatório, ao nível dos indicadores, estavam ausentes a língua e a pertença a diversas organizações, sugerindo a sua possível introdução.------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ O Senhor Alto Comissário – Esclareceu que relativamente à língua não existem fontes, nem se vislumbra forma de poderem vir a existir. Quanto ao segundo indicador, referiu que a sugestão era bem acolhida pelo ACIME, mas, no entanto, não podia garantir o mesmo no quadro internacional, indicando também que, apesar da proposta parecer ser exequível ao nível das Associações de Imigrantes, o mesmo não se aplicaria ao nível do restante movimento associativo, uma vez que não existe um registo central de participação associativa, o que torna pouco exequível a obtenção de dados.------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Conselheira Profª. Galina Leonova – Perguntou se no âmbito deste projecto e tendo em conta o critério do volume anual de naturalizações, se considerava que, a partir do momento em que se dava a naturalização de um cidadão estrangeiro o mesmo era considerado “integrado”. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- O Senhor Alto Comissário – Tomou a palavra e indicou que “teoricamente” o raciocínio da conselheira estava correcto, no sentido em que, a partir do momento em que um cidadão estrangeiro passa a ser português, a questão que se coloca é a da igualdade de oportunidades entre todos os portugueses e portuguesas e nesse sentido deixa de ser um “dossier” do ACIME, para passar a ser um tema da sociedade portuguesa em geral, tendo em consideração, no entanto, que na sociedade portuguesa coexistem situações de alguma gravidade ao nível da exclusão social com cidadãos portugueses, mas referiu que para estes

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assuntos existem instituições portuguesas, como o Instituto da Segurança Social ou o Ministério da Educação. Solicitou ainda que se passasse para outro ponto de agenda, caso não houvesse mais contribuições da parte dos conselheiros.------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ Ponto 3 da agenda de trabalhos: Apreciação de pedidos de Apoio Pontual.------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- O Senhor Alto Comissário – Avançou para o segundo ponto de agenda, dando a palavra ao Sr. Adjunto do Alto Comissário, Dr Bernardo Sousa, para apresentar os pedidos de apoio pontual de duas Associações de Imigrantes. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Adjunto do Alto Comissário, Dr. Bernardo Sousa – Tomou a palavra e solicitou aos conselheiros presentes a confirmação da recepção de toda a documentação referente aos pedidos de apoio apresentados, uma vez que estes foram enviados em data posterior ao envio da convocatória para a presente reunião. De seguida, passou a apresentar o primeiro pedido de apoio, referente à Associação “Fratia” – Associação de Imigrantes Romenos e Moldavos, no valor de € 29.000 e a respectiva proposta de financiamento no valor de € 15.000, para desenvolver actividades de apoio escolar, cursos de romeno para portugueses, cursos de língua portuguesa, serviços de apoio às famílias imigrantes e apoio a um programa bilingue na rádio. Referiu ainda que esta Associação é do Distrito de Setúbal e recebeu um pedido de apoio pontual no ano de 2005, tendo já encerrado as contas correspondentes.---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- O Senhor Alto Comissário – Solicitou ao conselho que tomasse posição face ao pedido, passando a palavra aos conselheiros.---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Conselheiro Pe. Rui Pedro – Sugeriu que em relação ao curso de português, o pedido fosse encaminhado ao programa “Portugal Acolhe”. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ O Senhor Alto Comissário – Agradeceu o conselho, tendo referido ainda, que este era um bom tema para discussão numa próxima ocasião de encontro com o Ministério do Trabalho, nomeadamente quanto à eficácia do programa “Portugal Acolhe”. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Conselheira Drª Heliana Bibas – Relativamente aos pedidos de apoio, referiu que na sua perspectiva o projecto em causa, apesar de ser bem apresentado, não é um projecto pontual, mas sim um projecto anual, o que está em desacordo com o critério estipulado. Referiu a este propósito que no seu entender, um pedido de apoio pontual diz respeito a uma actividade específica, para a qual se pede um apoio financeiro, pelo que, não concordava com este financiamento. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- O Senhor Alto Comissário – Tomou a palavra e solicitou ao Dr. Bernardo que prestasse um esclarecimento ao COCAI sobre o tema. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

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Adjunto do Alto Comissário, Dr. Bernardo Sousa – Indicou que o COCAI tem permitido às Associações, que são reconhecidas após o prazo limite para apresentação dos pedidos de apoio anual (31 de Outubro), apresentarem um pedido de apoio para o plano de actividades até ao final do ano, sob a forma de pedido de apoio pontual. Referiu também que, tem sido norma do COCAI, permitir que as Associações apresentem pedidos de apoio pontual, com as características de apoio anual, quando, por razões justificadas, não conseguem fechar as contas de pedidos de apoio do ano transacto dentro do prazo que lhes permita pedir o apoio anual conforme o legalmente estipulado. O GATAIME tem procurado seguir estas directrizes. Referiu também que a segunda situação descrita caracteriza manifestamente o caso em análise, acrescentando no entanto que, do ponto de vista estritamente legal, o que está previsto coincide com o que a conselheira Heliana Bibas referiu. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- O Senhor Alto Comissário – Esclareceu que, relativamente a esta matéria se colocava a questão de se definir se, quando uma Associação não fecha as suas contas dentro dos prazos legais, tal implica ou não a inibição de apresentação de um pedido de apoio anual para esse mesmo ano, permitindo assim que a Associação faça esse pedido apenas no ano seguinte. A este respeito informou que a opção que tem sido seguida é de encaminhar a Associação para um pedido de apoio pontual. Referiu também que, quando uma associação é reconhecida após o prazo legal da entrega dos pedidos de apoio, tem-se optado pela possibilidade de apoiar actividades anuais no âmbito dos pedidos de apoio pontual. Indicou também que o COCAI poderia contestar estes dois casos “atípicos”, solicitando no quadro do COCAI a votação dos conselheiros nesta matéria, no sentido de aferir se devem ser considerados os casos já existentes ou não. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Conselheira Dra. Felismina Rosa Mendes – Questionou se, ao nível dos pedidos de apoio pontual, os tectos máximos se mantêm conforme estão estipulados para os pedidos de apoio anual.-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Adjunto do Alto Comissário, Dr. Bernardo Sousa – Confirmou que os critérios eram idênticos, sendo que estes estavam assumidos desde o anterior COCAI. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Conselheiro Dr. Augusto Mendes Pereira – Referiu que, sendo os montantes aprovados nos pedidos de apoio considerados por rubricas, devem-se ter em conta esses valores, no sentido de impedir a repetição de financiamentos em pedidos posteriores. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- O Senhor Alto Comissário – Pediu ao Conselho que votasse a questão em discussão, no sentido de ser tomada uma decisão pragmática sobre admitir ou não avaliar o pedido de apoio da Associação Fratia como um pedido de apoio pontual de características excepcionais. Indicou ainda que em caso de aprovação por parte do COCAI, o pedido seria votado ao nível do parecer apresentado quanto à sua especificidade técnica e ao montante solicitado. --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Relativamente à primeira votação, o Conselho deliberou por maioria, com quatro abstenções, considerar a título excepcional o pedido de apoio pontual apresentado pela Associação Fratia. ------------------------------

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---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Relativamente à segunda votação o Conselho aprovou por maioria, com quatro abstenções, o parecer técnico referente ao pedido de apoio solicitado pela Associação Fratia. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Conselheira Drª Heliana Bibas – Solicitou ao COCAI que delibere que a Associação Fratia fique inibida de apresentar, para o corrente ano, pedidos de apoio pontual subsequentes, tendo em consideração que este pedido de apoio pontual equivale na prática a um pedido de apoio anual. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ O Senhor Alto Comissário – Informou que o GATAIME irá informar a Associação sobre o carácter excepcional do pedido de apoio, indicando que de futuro, a Associação deverá apresentar o pedido de apoio anual dentro do prazo limite estipulado por lei. ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Conselheira Dra. Felismina Rosa Mendes – Sugeriu que fosse considerado o pedido de apoio a título excepcional, indicando no entanto que, em casos similares o GATAIME deve articular com as Associações no sentido destas refazerem os seus projectos, de forma a serem enquadrados no legalmente estipulado. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Conselheiro Dr. Augusto Mendes Pereira – Propôs que o COCAI reflectisse sobre as datas de apresentação de pedidos de apoio anual. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- O Senhor Alto Comissário – Referiu que o tema levantado pelo conselheiro não cabia no ponto em agenda, indicando que se seguiria um ponto de agenda em que a conselheira Heliana Bibas iria apresentar uma primeira reflexão feita sobre a temática, que será também um tema de agenda da próxima reunião de COCAI, no sentido de ser discutida uma revisão do enquadramento legal.----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Adjunto do Alto Comissário, Dr. Bernardo Sousa – Tomou a palavra e apresentou ao Conselho o pedido de apoio pontual da ACRAM – Associação dos Imigrantes na Madeira, recentemente reconhecida, referindo que o pedido de apoio é de € 4.785 e a respectiva proposta de financiamento no valor de € 2.285. Referiu também que, no sentido de se obterem informações sobre as actividades da Associação, foram efectuados contactos com o Conselheiro da Região Autónoma da Madeira, já que o GATAIME não teve oportunidade de se deslocar à sede da Associação. Referiu que o pedido de apoio se destinava a cobrir três actividades concretas (conferência, mostra gastronómica e um espectáculo musical) à excepção dos custos relativos a equipamento de som e luz.------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- O Senhor Alto Comissário – Tomou a palavra e solicitou ao conselho que apresentasse pedidos de esclarecimentos adicionais. Não tendo havido, propôs que o COCAI votasse a proposta de apoio pontual à Associação.-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------

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---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- O pedido de Apoio pontual foi aprovado por maioria, com uma abstenção.------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Ponto 4 da agenda de trabalhos: Reconhecimento de Associações Representativas dos Imigrantes e seus Descendentes.----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- O Senhor Alto Comissário – Avançou para o ponto 4 da agenda, solicitando à Conselheira Heliana Bibas para conduzir o referido ponto em agenda. Referiu ainda que no COCAI anterior foi iniciada uma reflexão, animada pelo então conselheiro Carlos Vianna, em torno da revisão do enquadramento legal do reconhecimento das Associações de Imigrantes. No mesmo sentido, indicou que nesta reunião de COCAI seria apresentado um segundo passo da mesma reflexão e que o ACIME, a partir do contributo a apresentar, tomaria a iniciativa de propor, na próxima reunião de COCAI, um documento base actualizado de revisão do estatuto das Associações e do modelo de apoios financeiros, solicitando também nesse sentido, o contributo de todos os conselheiros. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Conselheira Drª Heliana Bibas – Indicou que o documento em discussão não é extenso, por pretender ser um documento operativo e que o mesmo se debruça sobre uma temática do interesse das associações. Informou também que o documento tem por base um trabalho levado a cabo pelo conselheiro Carlos Vianna (membro do anterior COCAI), contendo, no entanto, algumas diferenças em aspectos específicos da temática do associativismo imigrante. A este propósito, iniciou a reflexão em torno da questão da definição legal de “Associação de Imigrantes”, por referência à Lei 115/99, indicando que o critério aplicado era demasiado genérico. Define as Associações de Imigrantes como sendo similares às associações da sociedade civil, enquadrando-as nos critérios gerais que definem as associações, diferenciando-as, no entanto, quanto ao seu objecto social, na medida em que estas inscrevem nos seus estatutos a “protecção dos direitos e interesses específicos dos imigrantes e seus descendentes residentes em Portugal”. Defendeu que esta especificidade é demasiado genérica, uma vez que qualquer associação pode incluir esta designação no seu objecto social. Indicou ainda que, a fazer-se uma reflexão sobre a totalidade das Associações de Imigrantes reconhecidas pelo ACIME, se podia concluir que algumas destas apenas trabalham “com” a população imigrante, mas não são associações “de” imigrantes e seus descendentes, pelo que, uma das sugestões do documento, vai no sentido da revisão do estatuto de algumas associações que já estão reconhecidas. Referiu ainda que se deveria proceder a uma caracterização e a uma reavaliação da totalidade das Associações de Imigrantes reconhecidas, no sentido de se aferir o trabalho realizado desde o seu reconhecimento. Lembrou também que a Lei define as associações como nacionais, regionais e locais, aplicando como critério o número de associados, o que na sua opinião é uma contradição: o que é identificado é uma extensão territorial e o critério, em vez disso, remete para uma quantificação do número de associados. A este respeito sugeriu que não é clarificada a necessidade de aplicação deste critério na definição do âmbito territorial de uma associação, uma vez que existe também alguma incoerência na sua concepção. Lembrou ainda que a contabilização dos associados

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é uma matéria que tem um tratamento muito diferenciado entre cada associação. Dando como exemplo a Casa do Brasil, referiu que os associados imigrantes são muito variáveis e nem sempre permanecem activamente nas associações, sugerindo que do ponto de vista legal a definição a partir do critério territorial é inadequada. No que respeita a alínea e) do número 1 do artigo 2.º da Lei, defendeu que “intercâmbio” não se deveria referir apenas às actividades com associações fora do país, mas também a actividades interassociativas a nível nacional. Relativamente ao reconhecimento, indicou que nos textos, quer da Lei quer da sua regulamentação, o reconhecimento está centrado no pedido do estatuto de “representatividade”, o que na sua opinião, reduz a representatividade a conseguir reunir um conjunto de documentação. Algo que não corresponde, como seria desejável, ao reconhecimento público dos imigrantes pelo trabalho da Associação ao longo do tempo, pelo que, na sua opinião, o termo “representatividade” no âmbito da Lei é empregue erroneamente, já que se trata apenas de um reconhecimento jurídico e administrativo. Referiu ainda que pode acontecer uma associação de imigrantes não necessitar do reconhecimento do ACIME para ser “de facto” representativa de uma comunidade imigrante. Relativamente ainda ao reconhecimento das Associações de Imigrantes propôs que se encontrasse uma combinação de critérios definidos, tais como o tempo de existência da associação, o trabalho já efectuado no terreno ao longo da sua actividade, a constituição legal, o número de sócios em função do critério dos estatutos. Relativamente ao prazo de resposta do COCAI ao reconhecimento estabelecido pela Lei, propôs que o mesmo fosse alterado tendo em conta a periodicidade de reuniões do COCAI. Referiu também que deve ser mantido e exercido de facto o disposto legal que confere às Associações de Imigrantes o direito de participar na definição da política de imigração nos processos legislativos. Relativamente ao exercício do direito de antena, indicou que este direito não deveria ser restrito apenas às associações de âmbito nacional. Referiu também que, ao nível da redacção do texto da lei, se pode interpretar que as associações estão dependentes do Estado, o que na sua opinião transmite uma visão enviesada do papel das Associações de Imigrantes na sociedade portuguesa. Relativamente a actividades de âmbito internacional e cooperação que a Lei prevê que possam ser apoiadas, a sua opinião é que, face à realidade das associações, não faz sentido que as Associações peçam financiamento para actividades nos seus países de origem, devendo recorrer aos apoios dos seus estados respectivos ou de privados. Referiu também que o ACIME deve fazer um balanço dos apoios concedidos no sentido de serem avaliados os critérios de financiamento. Por fim, referiu que deve ser feito um balanço dos reconhecimentos existentes, defendendo que o estatuto não deve permanecer indefinidamente, por forma a não promover a proliferação e atomização das associações e a acompanhar com mais eficácia o estado actual das mesmas, dando como exemplo desta situação as associações africanas.-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- O Senhor Alto Comissário – Agradeceu a colaboração da conselheira e informou que iriam proceder a um espaço de debate em torno das matérias abordadas, durante um período de vinte minutos, solicitando ainda aos conselheiros que apresentassem pistas e sugestões para discussão até ao final de Maio, para que durante o mês de Junho o ACIME elaborasse uma proposta concreta que fosse enviada aos conselheiros, para discussão no dia 10 de Julho.-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

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Conselheiro Sr. Manuel Correia – Defendeu que se deve começar por ter presente que as Associações de Imigrantes em Portugal são associações da sociedade portuguesa, enquadradas na Lei portuguesa e nessa perspectiva devem servir os interesses não só dos imigrantes mas também da sociedade portuguesa. Defendeu que estas não devem ser constituídas à semelhança da sociedade do país de origem, uma vez que, no seu entender, as associações são de natureza diversa de acordo com as comunidades a que pertencem. Referiu também que, no caso das associações de carácter local ou regional, estas abrangem todos os imigrantes e, nalguns casos, mesmo cidadãos não imigrantes, pelo que, defende a manutenção do critério espacial, exemplificando com o facto das associações também poderem ter por finalidade apoiar e beneficiar pessoas de determinada localidade. Relativamente à forma das associações, referiu que dada a diversidade associativa, esta matéria deve ser repensada dentro das comunidades, indicando que o caminho não deve passar pela redução administrativa das associações mas pela relação inter-associativa, a exemplo do modelo federativo adoptado pela comunidade caboverdeana, no sentido de uma participação mais ampla.------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Conselheiro Dr. Augusto Mendes Pereira – Indicou que concordava com a sugestão de se rever o preâmbulo que define o estatuto das Associações de Imigrantes indicando haver associações que embora trabalhem para imigrantes, não têm uma natureza que se possa considerar de associações “de” imigrantes. Manifestou também preocupação relativamente à limitação da proliferação de Associações de Imigrantes, indicando a possibilidade da inconstitucionalidade de tal decisão, baseando-se no direito de manifestação e livre associação inscrito na Constituição Portuguesa, referindo ainda que, o essencial é criar uma rede que abarque a totalidade das associações, permitindo às associações a possibilidade de se organizarem livremente.-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- O Senhor Alto Comissário – Tomou a palavra para esclarecer que não é intenção do ACIME sair do limite específico da Lei, no sentido do reconhecimento das Associações e do seu financiamento, indicando que, de facto, no todo nacional, existem muito mais do que 96 Associações de Imigrantes, não sendo, no entanto, todas reconhecidas, o que coloca o debate apenas ao nível dos critérios de reconhecimento e financiamento.---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Conselheiro Dr. Timóteo Macedo – Referiu que, sobre esta matéria se podem cometer erros, na medida em que as pessoas têm o direito de se associarem segundo os modelos que entenderem e de criar as redes que acharem que devem criar, não competindo ao estado conduzir esta tarefa mas às próprias associações. Defendeu que, ao nível da organização inter-associativa, o modelo federativo pode não dar resposta aos problemas, dadas as alternativas possíveis, quer quanto à forma quer quanto à dinâmica. Indicou que o presente documento em análise não deve ir no sentido de limitar o surgimento das associações, mas no sentido de definir critérios, podendo, para o efeito, serem encontrados critérios quantitativos, como por exemplo o número de imigrantes de cada comunidade. Ao nível dos apoios, referiu que esta é uma matéria que é alvo frequente de discussão, mas que, na sua opinião, deve ser alvo de uma mudança de mentalidades e de critérios. No seu entender, deve-se colocar a questão quanto ao impacto dos apoios financeiros nas associações, procurando saber se é positivo ou negativo, quer ao nível da autonomia

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financeira, quer ao nível da dinâmica interna das associações, nomeadamente na colaboração dos sócios e na execução dos projectos. Referiu a este propósito, que se trata de um aspecto sensível, sendo necessário que as associações encontrem caminhos alternativos, no sentido da sua dignificação, indicando também a necessidade do poder central e local desenvolverem de forma mais activa medidas de apoio ao associativismo.--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Conselheiro Sr. Y Ping Show – Referiu que a Liga dos chineses assenta numa estrutura diferente. Trata-se de uma associação que tem poucos sócios, mas que estes têm uma grande representatividade junto da comunidade, dando a este respeito, o exemplo da criação de um conselho geral que delega numa personalidade da comunidade a função de representação junto das diversas instâncias, sendo este representante também reconhecido pela embaixada da China em Portugal. Indicou ainda que na sua opinião, a estratégia seguida pela Liga dos Chineses em Portugal tem alcançado alguns resultados. Por outro lado, referiu que muitas das Associações de Imigrantes querem ser reconhecidas e logo de seguida apoiadas, o que, na sua opinião, faz com que se perca a dignidade e credibilidade das associações.------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ Conselheira Sr.ª Felismina Rosa Mendes – Apelou ao artigo 6º do Regimento Interno, relativo aos prazos de recepção da documentação para análise, uma vez que não lhe foi possível analisar o presente documento em pormenor, indicando que pretende apresentar uma reflexão sobre a temática, mas que para tal necessita de ter disponibilidade de tempo para reunir com as associações da comunidade que representa. Indicou a este respeito que os dirigentes associativos se queixavam frequentemente de haver pouca informação por parte do COCAI no anterior mandato, pelo que pretende debater com os dirigentes associativos da comunidade caboverdeana os temas em debate, no sentido do seu voto poder representar de facto a comunidade. Relativamente às questões levantadas pela Conselheira Heliana Bibas, referiu que, na sua opinião a existência de associações reflecte também, desde logo um trabalho colectivo, pelo que discordava da ideia de haver proliferação de associações motivadas apenas por interesse pessoal. A este respeito deu o exemplo da sua experiência enquanto dirigente associativa e das actividades e projectos realizados pela Associação no contexto das necessidades diagnosticadas localmente. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Conselheiro Sr. Alberto Magassela – Apelou ao COCAI para realizar uma abordagem que tenha em conta a realidade e não apenas os conceitos teóricos ou as ideias, dada a complexidade do tema. Reforçou a necessidade de um maior rigor ao nível dos reconhecimentos e ao nível do acompanhamento das actividades concretas das Associações. Relativamente ao apoio a actividades de cooperação no exterior do país, indicou que discordava que não se apoiasse liminarmente estas actividades, mas que se deveria poder analisar cada caso concreto. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ Conselheira Drª Heliana Bibas – Referiu que o documento em causa, apresentado ao COCAI, pretende ser um texto de trabalho e um guião de apoio para os conselheiros sobre esta matéria. Indicou que o documento reflecte apenas um trabalho pessoal e não representa uma opinião colectiva da comunidade que, enquanto conselheira, representa no COCAI. Quanto à questão levantada pelo conselheiro Magassela, referiu que a sua posição, relativamente aos apoios, é que estes não devem ser canalizados para

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actividades fora do país, manifestando total compreensão e apoio à realização de campanhas de solidariedade para com os países de origem dos imigrantes.----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Conselheiro Sr. Alberto Magassela – Referiu, relativamente à questão da limitação do reconhecimento das Associações que também se coloca a questão do acompanhamento do ACIME às Associações, o que, no seu entender, é primordial. Indicou a este respeito, que discorda de alguns dos critérios de avaliação, uma vez que a informação sobre os mesmos deveria passar pelo acompanhamento das actividades no terreno, tendo indicado a título de exemplo que, nas actividades realizadas pela Associação, não estiveram presentes quaisquer representantes do ACIME, pelo que se pode concluir, que algumas das questões levantadas poderiam ter resposta se houvesse maior acompanhamento.--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Conselheira Profª. Galina Leonova – Referiu que se podia concluir que havia consenso entre os conselheiros relativamente à necessidade de fazer alterações e adaptar a Lei à realidade. Indicou que a questão, quer dos critérios de reconhecimento, quer da atribuição de apoios, deveria ter por base a actividade realmente concretizada como único critério de apreciação. Indicou ainda que se deveria reformular as modalidades de Apoio Anual e Apoio Pontual, indicando que se deveria privilegiar as actividades duradouras, sendo que os apoios pontuais poderiam ser considerados apenas para eventos extraordinários de manifesto interesse colectivo, mesmo para Associações que já contassem com apoio anual. Indicou ainda que quer os movimentos migratórios quer os movimentos associativos dos imigrantes são dinâmicos pelo que as mudanças legais e as avaliações devem corresponder a esta dinâmica, nesse sentido, defende que o COCAI não tente criar modelos legais ideais, mas que esteja disponível para actualizar a Lei de forma mais dinâmica.--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- O Senhor Alto Comissário – Tomou a palavra para encerrar este ponto da agenda, agradecendo os contributos de todos os conselheiros e indicando que os membros do COCAI, que entenderem fazer chegar uma posição por escrito, devem fazê-lo até ao dia 30 de Maio. Indicou ainda que este esforço de mudança vai no sentido de melhorar o quadro legal existente, referindo também que é previsível que se encontrem dificuldades na obtenção de consensos sobre estas matérias, o que, não deve invalidar que o COCAI e o ACIME façam o esforço de ouvir e estabelecer pontos de consenso, no sentido de se encontrar uma posição final que seja o mais abrangente possível. Referiu ainda que este primeiro passo desenvolvido pela conselheira Heliana Bibas é merece todo o agradecimento do ACIME.----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Ponto 4 da agenda de trabalhos: Outras Informações.--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- O Senhor Alto Comissário –Informou que está em fase de elaboração a proposta para uma nova Lei de Entrada, Permanência, Saída e Afastamento de Estrangeiros de Território Português, que nas próximas semanas estará disponível para conhecimento público e que, tal como foi indicado pelo Governo, na pessoa do Sr. Ministro de Estado e da Administração Interna, haverá um período de discussão pública. Informou ainda que, assim que este período se iniciar, será agendada uma reunião extraordinária do COCAI para apresentação do texto, estando a marcação da mesma dependente da data de apresentação

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pública do texto. Relativamente à Lei da Nacionalidade, referiu que a mesma foi promulgada pelo Sr. Presidente da República e publicada em Diário da República, estando prevista para o mês de Julho a conclusão da sua regulamentação. Indicou ainda que, na próxima reunião ordinária do COCAI, agendada para dia 10 de Julho, espera poder apresentar a proposta de regulamentação da lei da Nacionalidade. Sobre estes pontos solicitou ao conselho que apresentasse pedidos de esclarecimento. Não tendo o COCAI apresentado qualquer questão, passou à apresentação de um breve resumo das actividades do ACIME no último semestre de actividade e também de uma agenda de actividades previstas para os próximos dois meses, através de um documento que fez circular pelos Conselheiros (Doc. nº 3). Relativamente às actividades realizadas referiu que foi apresentado na Escola Pedro D’Orey da Cunha, publicado pelo ACIME e produzido no âmbito do Entreculturas, o Estudo “Cooperação Escola-Família”. Acrescentou que o Observatório da Imigração (OI) lançou os três estudos: “Media e Imigração 2”; “Reclusos Estrangeiros em Portugal” e “Planeamento Urbano para integração de Imigrantes” e que foi publicada uma nova brochura sobre Segurança Social. Informou que estão a funcionar vários grupos de trabalho que reúnem alguns especialistas e que têm uma periodicidade de reunião trimestral, no sentido de seguir alguns temas específicos, nomeadamente: “os doentes estrangeiros em Portugal”; “estudantes estrangeiros em Portugal”; “ Descendentes de Imigrantes”, a trabalhar há cerca de um ano. Mais recentemente, começaram a reunir o grupo de trabalho sobre “Integração Laboral dos Imigrantes” e o grupo de trabalho sobre “Habitação”. Informou que estes cinco grupos de trabalho estão em funcionamento e que há possibilidade dos membros do COCAI os integrarem ou mesmo representantes de outras organizações que estejam interessados. Informou também que se realizou mais uma edição da iniciativa “ACIME junto das comunidades”, desta feita na Arrentela, concelho do Seixal. Indicou que está a ser desenvolvida uma acção muito importante, que considera fazer parte dos sete princípios estruturantes do ACIME, e que consiste na constituição de uma bolsa de formadores, referindo que em Julho estará preparado um grupo de 20 pessoas aptas para levar a cabo acções de formação por todo o país sobre as temáticas da integração de imigrantes, sendo este um recurso muito importante para acções de informação junto das comunidades. Informou que foi realizado um workshop sobre o modelo canadiano de integração de imigrantes que contou com a presença de Howard Duncan, na Fundação Gulbenkian. Referiu que está em curso uma campanha de divulgação da linha SOS Imigrante, nos transportes públicos e na imprensa, junto dos anúncios classificados. Informou que ao nível da Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial (CICDR) foram tomadas duas posições críticas muito importantes, a primeira relativa à Operação Oriente, tendo a CICDR tomado uma posição crítica face ao desajustamento da iniciativa, a segunda refere-se a uma recomendação sobre a não referência à nacionalidade, etnia, religião ou situação documental nas notícias em dois níveis – nas fontes oficiais e nos meios de comunicação social. Esclareceu que esta posição é sobretudo uma recomendação no sentido de um contributo para o bom acolhimento e integração de imigrantes. A este nível, referiu que o ACIME irá iniciar uma ronda junto de alguns organismos oficiais, no sentido de uma maior sensibilização sobre esta temática, tendo solicitado aos representantes dos vários ministérios e organismos presentes no COCAI que fizessem chegar às respectivas tutelas as recomendações do ACIME. ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

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Conselheira Drª Alexandra Rebelo – Referiu que não houve qualquer intencionalidade de discriminação na referência feita aos restaurantes chineses, acrescentado que o lapso será de futuro colmatado. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- O Senhor Alto Comissário – Tomou a palavra para acrescentar, a este respeito, que houve da parte dos responsáveis e da tutela a melhor colaboração, indicando que para o ACIME e para a CICDR é fundamental a clarificação do princípio que determina que o critério nacionalidade não possa ser utilizado para ser efectuada uma operação ou inspecção.-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Conselheiro Sr. Y Ping Show – Referiu que a comunidade chinesa ficou bastante satisfeita com a tomada de posição da CICDR e do ACIME, acrescentando que este acontecimento provocou situações de desemprego na comunidade que na sua opinião oneram o Estado Português. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- O Senhor Alto Comissário – Indicou que, relativamente a este tema, o ACIME fez vários contactos com diferentes organismos e inspecções gerais, sublinhando a necessidade dos representantes dos vários ministérios fazerem circular as recomendações do ACIME e da CICDR junto dos respectivos organismos, indicando que não basta o enfoque nos jornalistas, sendo necessário olhar também para as fontes. Retomou as informações, indicando que o ACIME mantém o contributo para a preparação da Lei. Informou também que foi feito um trabalho de preparação da 3ª Edição do Programa Escolhas, no sentido da sua continuidade e que foi realizado, com o apoio do ACIME, o primeiro fórum das estruturas representativas das Associações de Imigrantes, em Ponta Delgada, nos Açores. Comunicou que o ACIME participou na comissão conjunta Portugal – Cabo Verde, sobre as questões da imigração caboverdeana em Portugal, na cidade da Praia. Referiu que está em curso um seminário de formação para os 45 CLAI’s e a preparação do lançamento de novos CLAI’s, já com as linhas estruturantes dos CLAI 2ª geração, que são capazes de ir além da informação em articulação com outras entidades. Informou que nos dois meses que se seguem será realizado um workshop sobre meios de comunicação das e para as comunidades imigrantes, que será efectuada uma reunião do grupo de trabalho sobre descendentes e que vai ser realizado um protocolo com o Centro de Estudos e Formação Autárquica, no sentido de uma formação em larga escala para as autarquias em acolhimento e integração com a colaboração da Bolsa de Formadores. Anunciou a apresentação do filme Djunta Mon, realizado na Cova da Moura, por uma equipa da Universidade Autónoma e informou que nos dias 10 a 12 de Maio será realizada uma nova edição da iniciativa “ACIME junto das comunidades”, no concelho da Amadora e que no dia 11 de Maio está prevista a reunião do Grupo de trabalho dos Estudantes Estrangeiros. Destacou a Semana da Diversidade Cultural, a decorrer entre os dias 15 a 21 de Maio, em parceria com a UNESCO, e que contará com um conjunto de eventos, que culminarão no dia 21, dia mundial da diversidade cultural. Neste âmbito será lançado no dia 16 de Maio um curso de formação on line sobre diversidade religiosa e cultural, que contará com dois módulos iniciais – O Islamismo e o Judaísmo –, uma iniciativa fundamental no quadro actual. No dia 17 de Maio, está prevista a realização de um seminário sobre a força da diversidade no contexto da cultura e da empresa e no dia 18 de Maio está previsto o lançamento do DVD nº 2 de “Percursos em Nós”, para aplicação em Escolas. Realizar-se-á ainda um seminário com investigadores juniores na área das migrações e será apresentada a colecção Teses, que é uma linha de publicação de

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teses de mestrado e doutoramento nas áreas das migrações e que conta já com 5 títulos publicados. Informou ainda que será apresentado no dia 19 de Maio o livro “Sabores do Mundo”, no dia 20 realizar-se-á, no CNAI de Lisboa, um seminário sobre Hip-Hop e no dia 21 está prevista, em colaboração com o Centro Nacional de Cultura, a realização de um passeio dedicado à diversidade na Cidade. Informou que no dia 23 de Maio haverá uma reunião do Grupo de Trabalho de Legislação Laboral e que no dia 24 realizar-se-á, na Assembleia da República, o Seminário “Descendentes de Imigrantes: Um lugar na Sociedade Portuguesa” em que os oradores serão descendentes de imigrantes e em que serão abordadas temáticas relativas à escola, trabalho, cultura, entre outros. Referiu ainda que no dia 26 de Maio será realizado mais um workshop sobre experiências internacionais na imigração, neste caso, o modelo holandês. No dia 30 de Maio terá lugar um seminário sobre imigrantes e serviços bancários e no dia 31 será realizado o Fórum Gulbenkian Imigração: A experiência de reconhecimento de habilitações de médicos estrangeiros. Para Junho, anunciou que será lançado o novo serviço telefónico de tradução e iniciarão funções três novos gabinetes nos CNAI, nas áreas da Nacionalidade, Habitação e Empreendedorismo. Informou que nos dias 5 e 6 de Junho terá lugar o Seminário Internacional sobre Migração e Políticas de desenvolvimento no quadro da CPLP, no âmbito das comemorações do 10º aniversário da CPLP. Já no dia 9 de Junho, por ocasião do primeiro aniversário do “Pseudo-arrastão”, será realizado um seminário sobre Media e Imigração, em que serão entregues os prémios “Jornalismo pela Tolerância” e apresentada a publicação do relatório da Alta Autoridade para a Comunicação Social sobre o “Arrastão”. Informou ainda que o ACIME fará chegar aos conselheiros os convites para as actividades anunciadas. A este respeito, foi tomada a decisão por unanimidade que a comunicação ACIME – COCAI passasse a ser realizada formalmente via Internet, tendo solicitado aos membros do COCAI a actualização das respectivas moradas electrónicas, bem como a confirmação da recepção das mensagens.------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Conselheira Drª Heliana Bibas – Solicitou ao ACIME a colocação de um expositor para as Associações de Imigrantes poderem colocar os seus materiais e publicações.------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ O Senhor Alto Comissário – Indicou que o ACIME aceitava a sugestão da conselheira Heliana Bibas.------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ Conselheiro Enf. Viegas Bernardo – Referiu, a propósito da decisão da comunicação ACIME-COCAI passar a ser feita por via electrónica, que esta prática irá acarretar custos logísticos no destino.----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- O Senhor Alto Comissário – Indicou que a troca de informação processar-se-á por via electrónica e que, nos casos em que os conselheiros expressamente o solicitarem, será enviada, via correio tradicional, a documentação em papel. --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Conselheiro Sr. Cristiano Viegas Pinto – Indagou sobre a data de assinatura dos protocolos relativos aos Apoios das Associações que não puderam estar presentes no encontro nos Açores.------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- O Senhor Alto Comissário – Informou que não havia sido marcada uma data, por não existir certeza por parte da tutela se seria realizada uma cerimónia própria para o efeito. De seguida, indicou que o ACIME

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iria proceder ao envio dos protocolos para as Associações, tendo em vista a assinatura dos mesmos. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- O Senhor Alto Comissário – Encerrou a reunião indicando que a próxima reunião de COCAI ficava agendada para o dia 10 de Julho às 10:00 horas.-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Acta aprovada na reunião do COCAI de 22 de Setembro de 2006--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Lisboa, 22 de Setembro de 2006. O Alto Comissário para a Imigração e Minorias Étnicas,

(Rui Manuel Pereira Marques) ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------