preservação e conservação de acervos

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1 CONSERVAÇÃO PREVENTIVA EM ACERVOS BRASÍLIA-DF.

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1

CONSERVAÇÃO PREVENTIVA EM ACERVOS

BRASÍLIA-DF.

2

ELABORAÇÃO: ALZEMI MACHADO

3

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E

PESQUISA INTRODUÇÃO

� DEFININDO CONCEITOS UNIDADE I CAPÍTULO 1

� FATORES DE DEGRADAÇÃO DO PAPEL UNIDADE II CAPÍTULO 2

� TÉCNICAS DE CONSERVAÇÃO

� MICROFILME � DIGITALIZAÇÃO � LEGISLAÇAO

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

4

APRESENTAÇÃO Caro aluno

Bem-vindo ao estudo da disciplina Conservação Preventiva em Acervos.

A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se

entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e

qualidade. Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo,

bem como pela interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à

metodologia da Educação a Distância – EaD.

Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade

dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos

específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém ao

profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a

evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.

Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de

modo a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal

quanto na profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.

Constituem-se objetivos da disciplina Conservação Preventiva em Acervos. – Propor noções que estimulem o planejamento e o bom uso continuo dos materiais existentes nos acervos das bibliotecas e demais unidades de

informação;

5

– Conhecer a natureza dos materiais componentes dos acervos e o

comportamento

6

diante dos fatores a que estão expostos; – Ampliar a formação continuada dos profissionais que atuam nas bibliotecas,

arquivos e centros de documentação, contribuindo para um maior conhecimento

e o aperfeiçoamento profissional;

– Traçar políticas de conservação e preservação dos acervos permitindo uma

maior durabilidade dos materiais bibliográficos e não-bibliográficos;

7

ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA

Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas

em capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio

de textos básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que

visam a tornar sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes

de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares.

A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos

de Estudos e Pesquisa

Ícones utilizados no material didático:

Provocação: Pensamentos inseridos no material didático para provocar a reflexão

sobre sua prática e seus sentimentos ao desenvolver os estudos em cada

dísciplina.

Para refletir: Questões inseridas durante o estudo da disciplina, para

estimulá-lo a pensar a respeito do assunto proposto. Registre sua visão, sem

se preocupar com o conteúdo do texto. O importante é verificar seus

conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. É fundamental que você

reflita sobre as questões propostas. Elas são o ponto de partida de nosso trabalho.

Textos para leitura complementar: Novos textos, trechos de textos referenciais,

conceitos de dicionários, exemplos e sugestões, para lhe apresentar novas visões

8

sobre o tema abordado no texto básico.

9

Sintetizando e enriquecendo nossas informações: Espaço para você fazer uma

síntese dos textos e enriquecê-los com sua contribuição pessoal.

Sugestão de leituras, filmes, sites e pesquisas: Aprofundamento das

discussões.

Praticando: Atividades sugeridas, no decorrer das leituras, com o objetivo

pedagógico de fortalecer o processo de aprendizagem.

Para (não) finalizar: Texto, ao final do Caderno, com a intenção de instigá-lo a

prosseguir com a reflexão.

Referências: Bibliografia consultada para a elaboração da disciplina.

10

INTRODUÇÃO

CONSERVAÇÃO, PRESERVAÇÃO E RESTAURAÇÃO:

DEFININDO OS CONCEITOS

A preservação/conservação/restauração dos bens culturais

patrimoniais da humanidade, vêm ao longo dos tempos despertando interesses e

preocupações por parte dos mais diversos profissionais conservadores,

restauradores, museólogos, bibliotecários, arquivistas, historiadores, entre outros.

A confusão que reina entre os termos “conservação/preservação” têm

gerado motivo de debates e conflitos. Até mesmo, as atividades voltadas a uma

ação mais intensa de salvaguardar a memória, principalmente nos acervos

documentais, são matérias relativamente novas, e especificamente no Brasil, têm

ganho fôlego nas últimas três décadas.

Para se ter uma ideia da dimensão dos diferentes conceitos,

apresentamos alguns:

� Preservação, no seu significado corrente no mundo arquivístico, refere-se a tudo

aquilo que contribui para o bem estar físico da coleção;

� Conservação, ou intervenção física direta sobre o material, é somente uma parte

da conservação;

11

� Preservação indireta inclui o edifício, os métodos de armazenagem de arquivos, a

segurança contra as ameaças e o manuseamento;

� Preservação através da substituição ou da transferência de suporte. Isto

significa executar cópia dos documentos, normalmente em microfilme e, depois,

utilizar as cópias em vez dos originais e preservando o seu estado de conservação.

p.46),

(MACHENZIE, 1996 Apud TEIJGELER, 2007,

Já no programa Memória do Mundo desenvolvido pela UNESCO, a

preservação é definida como,

a soma das medidas necessárias para garantir a acessibilidade permanente para sempre

do patrimônio documental. Compreende a conservação, que é definida como aquelas

ações, que envolvendo o mínimo de intervenção técnica, são requeridas para prevenir

uma deterioração ulterior do documento original.

(EDMONDSON, 2002. p.15)

No sentido de tentar pôr fim às diferentes terminologias sobre o

assunto, os Arquivos Nacionais da Holanda estabeleceram a “Pirâmide da

Preservação”, composta por quatro seções:

� A conservação preventiva integra todas as etapas diretas e indiretas, bem como

as medidas que vão otimizar as condições ambiente, a preservação e o acesso ao

objeto, de modo a prolongar o seu tempo de vida. Para começar, deve definir-se

uma linha clara de uma política que inclua formação, mentalização e

profissionalização para todo o pessoal;

� A conservação passiva integra todas as etapas diretas e indiretas direcionadas

para o prolongamento do tempo de vida dos objetos. Inclui uma boa gestão interna,

purificação do ar, ar-condicionado, limpeza e monitoramento da coleção. Um

importante aspecto da conservação passiva é o levantamento das condições físicas

da coleção.

12

� A conservação ativa integra todas as etapas diretas e indiretas, bem como

intervenções realizadas no objeto de modo a prolongar o seu tempo de vida. Inclui

uma nova execução de caixas e invólucros para acondicionar os objetos, a sua

limpeza, desacidificação em massa e desinfecção. Esta fase em conservação

envolve tarefas que podem ser realizadas por conservadores profissionais.

� O restauro integra todas as intervenções que visam o prolongamento do tempo de

vida do objeto na sua forma perceptível, de acordo com as normas de estética e

ética, mantendo a sua integridade histórica. Como é um trabalho realizado por

conservadores altamente qualificados que trabalham em cada objeto, é a fase da

preservação mais dispendiosa e morosa.

(TEIJGELER, 2007, p.47)

Para Maria da Conceição Carvalho (1997), os termos Preservação,

Conservação e Restauração foram usados de forma pouco precisa até a década de

1980, entretanto, adquiriram uma maior precisão na atualidade, fruto de um grau de

consciência quanto a temática e a relevância que estas atividades tem sido

incorporadas junto aos profissionais e gestores das áreas de biblioteconomia,

museologia e arquivística. Segundo a autora, entende-se que,

� Preservação tem um sentido abrangente, incluindo todas as

considerações administrativas baseadas em políticas

estabelecidas que devem prever desde o projeto de

edificações e instalações, incluindo a seleção, aquisição,

acondicionamento e armazenamento dos materiais

informacionais, assim como o treinamento de usuários e de

pessoal administrativo no tocante à preservação de acervos.

� A Conservação implica em técnicas e práticas específicas

relativas à proteção de materiais de diferentes formatos e

natureza física (papel, tecido, couro, registros magnéticos)

contra danos , deterioração e decomposição.

13

� Por Restauração compreende-se as intervenções técnicas

sobre os componentes materiais e morfológicos de um

14

documento já deteriorado, praticadas por especialistas em

laboratório, com o propósito de recuperá-lo para integridade

estética e histórica da peça.

(CARVALHO, 1997 Apud ARAÚJO, 2010, p.9)

Diante da colocação, todas as três atividades estão inter-

relacionadas, haja visto que a preservação é uma “prática administrativa e de

planejamento”; a Conservação constitui-se em uma atividade “cotidiana dos

profissionais e dos usuários”, enquanto que a Restauração, é uma ação esporádica,

executada por profissionais com formação específica e agregando custo elevado.

Neste sentido, um dos grandes desafios no campo da

preservação, é evitar e diminuir a ação dos agentes agressores, quer atuam no

sentido de deteriorar os suportes tradicionais (papel, couro, tecido), bem como os

demais suportes como as fitas magnéticas , discos ópticos, entre outros.

Merece destaque as recomendações contidas no documento

“Diretrizes Para Salvaguardar o Patrimônio Documental”, parte integrante do

Programa Memória do Mundo, sob responsabilidade da Organização das Nações

Unidas Para Educação, Ciência e Cultura – UNESCO, onde são estabelecidos dez

princípios para que se tenha uma “boa prática” voltada à preservação dos acervos:

Princípios da Preservação – O controle cuidadoso da

documentação e das coleções- “a boa administração” - é uma

condição prévia indispensável para a preservação. Dependendo do

material em questão, o manuseio apropriado pode ser um catálogo,

um inventário ou alguma outra maneira de registrar a forma, e o

conteúdo de uma coleção, até o plano dos suportes individuais. Pode

ser feito em formato manual ou, preferencialmente, informatizado.

Classificar e documentar a natureza e o estado de conservação do9s

diferentes suportes a fim de que possam ser manipulados e

recuperados de maneira segura é um aspecto importante da “ boa

administração”. Quando se aplica uma medida de conservação, é

importante documentar o quê foi feito, quando se tem feito e sobre

15

quais suportes. O controle correto da documentação e das coleções

requer tempo e disciplina, mas evita perdas desnecessárias e

16

manipulações duplas.

As condições de armazenamento - incluindo a temperatura, a

umidade, a uz, os poluentes atmosféricos, os animais e insetos, e a

segurança material – deveriam na medida do possível, maximizar a

vida útil dos suportes armazenados. Os requisitos “ideais” variam

consideravelmente em função do tipo de material envolvido: por

exemplo, papel, filmes e fitas de vídeo têm requerimentos muito mais

variados de temperatura e umidade ideais. Lamentavelmente, a

maioria das instituições custódias não opera em condições ideais,

pelo que se trata de fazer o possível com os meios disponíveis e

trabalhar para melhorar as instalações no futuro. Fatores como

telhados com goteiras, janelas quebradas, fundações instáveis,

sistemas de detecção/extinção de incêndios, preparação para os

desastres e monitoramento ambiental são todos importantes. Mas

práticas de boa gestão e vigilância ainda podem ser aplicadas mesmo

em condições pouco favoráveis.

O antigo ditado que diz: “ mais vale prevenir que remediar” é uma

verdade amplamente aceita no que se refere ao patrimônio

documental. As práticas e técnicas que freiam a deterioração e os

danos que podem ser ocasionados pela manipulação são muito

melhores e mais baratas que qualquer procedimento de

recuperação. Entre estas práticas importantes estão a observação de

métodos adequados de armazenamento, manipulação e colocação

em estantes, e as medidas de segurança e de transporte

apropriadas.

Conservar um documento original e proteger sua integridade

significa que nehuma informação é perdida, e que não se fecha

nenhuma opção futura de preservação e acesso. Os documentos

originais possuem, frequentemente, um valor intrínseco que uma

cópia jamais terá. Várias instituições lamentaram a destruição

prematura de originais depois de fazer cópias que resultaram de

17

qualidade inferior. Independentemente do número de cópias que

18

tenham sido feitas, jamais se deveria eliminar levianamente os

originais.

A migração do conteúdo ou reformatação – copiar um documento em

um formato diferente – é útil e com frequência necessário para efeito

de acesso. De fato, o Programa Memória do Mundo encoraja a

digitalização e a microfilmagem como meios de proporcionar o

acesso universal, já que qualquer tipo de cópia reduz a pressão

sobre os documentos originais e contribui assim para a sua

preservação. Porém, deveria utilizar-se com cautela a migração de

conteúdo como estratégia de preservação. Algumas vezes é

inevitável, por exemplo, quando o suporte original se tornou instável.

Mas frequentemente ela envolve a perda de informação e o bloqueio

de futuras opções, e pode possibilitar riscos imprevisíveis a posteriori

quando a tecnologia utilizada torne-se antiquada. Esta advertência é

válida tanto para os métodos mais recentes – como a digitalização –

como para os mais antigos, como a reprodução fotográfica.

Pôr em perigo a preservação a longo prazo a fim de satisfazer a

demanda de acesso a curto prazo é sempre uma tentação, e às

vezes uma necessidade política, mas é um risco que deveria ser

evitado na medida do possível. Nos casos em que não existe uma

cópia duplicada de acesso, é melhor dizer “não” que expor um

documento original delicado a possíveis danos irreversíveis.

Não existe um procedimento padronizado: os diferentes tipos de

suporte não só necessitam diferentes condições de armazenamento,

como também diferentes métodos de manipulação, gestão e

tratamento de conservação. Aos materiais tradicionais “legíveis pelo

homem”, tais como o papel impresso , somam-se cada vez mais os

documentos “legíveis à máquina”, como os disquetes e as fitas de

vídeo, cuja sobrevivência e recuperação dependem de tecnologias

com um elevado e crescente índice de obsolescência. Cada qual

requer seu tipo de controle. Embora o desenvolvimento de normas

19

aceitas internacionalmente – por exemplo, para a transferência de

20

dados digitais – geralmente fique atrás da velocidade das mudanças

tecnológicas, sempre que existam normas isso o de outro tipo, elas

devem ser respeitadas.

A cooperação é fundamental: neste campo cada vez mais

complexo, mesmo as grandes instituições consideram necessário

estabelecer redes para compartilhar meios e conhecimentos

técnicos. Algumas instituições se especializam para para poder

oferecer seus serviços a outras instituições de maneira econômica.

No âmbito da preservação, ninguém pode dar-se ao luxo de trabalhar

isoladamente. Nesse sentido, os comitês nacionais do Programa

Memória do Mundo e o Subcomitê Técnico do CCI podem constituir

uma base para o assessoramento e a criação de redes.

Conhecimento tradicional: muitas culturas possuem meios

tradicionais eficazes para preservar suas próprias formas de

patrimônio documental, que refletem seu caráter e seus costumes.

Por outro lado, os métodos modernos costumam basear-se em uma

compreensão científica da natureza dos materiais e dos mecanismos

de deterioração, e pertencem à tradição “ocidental”. Encontrar uma

fórmula de compromisso entre esses dois enfoques pode ser

importante para elaborar planos de gestão nos diferentes países.

Ambas as áreas do conhecimento são fundamentais para que as

coleções sejam conservadas adequadamente.

O grau de profissionalismo é um indicador da importância outorgada

por governo às bibliotecas e arquivos. A educação profissional deve

abranger todo o espectro, desde às técnicas básicas até os

conhecimentos de preservação especializados. Se não existe este

marco de referência, não existe forma de identificar os

procedimentos básicos. O acesso à informação profissional está se

democratizando, já que cursos de ensino à distância por Internet

complementam os enfoques das universidades tradicionais, e as

ONGs e outros organismos criam programas concebidos para

21

necessidades específicas. Porém, como a maioria dos debates e

22

publicações ainda são em línguas européias, os outros grupos

linguísticos permanecem em situação de desvantagem enquanto não

aumentem o número e o ritmo das traduções.

(EDMONDSON,2002, p 15-17)

No campo dos acervos documentais, as bibliotecas e arquivos

contemplam uma massa documental constituídos de livros, periódicos, mapas,

manuscritos, folhetos, etc, tendo como o principal elemento de suporte

informacional o papel, agregando ainda, uma variedade de tintas em sua

composição.

O papel é constituído de fibras vegetais de diferentes origens, compostas

por uma proporção variável de celulose (previamente tratadas e refinadas),

hemicelulose e lignina, às quais são adicionados outros materiais, tais como colas,

cargas, amidos, pigmentos etc. A celulose é uma molécula muito estável

quimicamente e insolúvel na água, além de ser higroscópica, ou seja, absorve a

água e incha, decompondo-se na presença de ácidos e atingindo degradações por

uma série de fatores.

Para CASSARES (2000, p.17), a

Degradação da celulose ocorre quando agentes nocivos atacam as

ligações celulósicas, rompendo-as ou fazendo com que se agreguem

a elas novos componentes que, uma vez instalados na molécula,

desencadeiam reações químicas que levam ao rompimento das

cadeias celulósicas. A acidez e a oxidação são os maiores processos

de deterioração química da celulose.

O papel, sendo uma matéria orgânica é vulnerável a diversos

processos de degradação. Estes processos são classificados como fatores

internos e externos ou intrínsecos e extrínsecos.

Na próxima Unidade, vamos conhecer os agentes agressores,

23

identificar as causas que levam a deterioração dos documentos, além de propor as

24

recomendações técnicas de guarda, acondicionamento, manuseio, higienização e

pequenas intervenções, possibilitando contribuir para minimizar os efeitos

agressivos, permitindo salvaguardar os materiais que compõem os acervos

bibliográficos.

25

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

ARAÚJO, Diná Marques Pereira. Introdução as técnicas de acondicionamento

de livros raros e especiais: atividades da oficina de conservação da divisão de

coleções especiais. Belo Horizonte: Biblioteca Universitária, 2010. 33p.

CASSARES, Norma Cianflone. Como fazer conservação preventiva em arquivos

e bibliotecas. São Paulo : Arquivo Público, 2000. 78p.

EDMONDSON, Ray. Memória do mundo: diretrizes para a salvaguarda do

patrimônio documental. [ S.l.] : Unesco, 2002. 67p.

TEIJGELER, René. Conservação preventiva da herança documental em climas

tropicais: uma bibliografia anotada. Lisboa : Biblioteca Nacional, 2007. 400p. (

Publicações Técnicas sobre P&C : 4).

26

UNIDADE 1

CAPÍTULO 1

FATORES DE DEGRADAÇÃO DO PAPEL

a) FATORES INTRINSECOS/INTERNOS:

São decorrentes da fabricação do papel, envolvendo processos como:

� Os tipos de fibras utilizadas:

Quanto maior a fibra, melhor a qualidade do papel. Papéis produzidos por algodão

e linho contém fibras muito longas. Já os produzidos por eucalipto são de fibras

curtas.

� Os tipos de encolagens utilizadas:

A encolagem é um processo que impede que as tintas de impressão ou de escrita

espargem sobre o papel, permitindo a fixação da tinta. A partir do Século XX, o

breu passou a ser utilizado no processo de encolagem, substituindo às colas de

cartilagem.Para que o breu se solubilize na água, adiciona-se um produto

denominado de alúmem (composto por sal ácido). A utilização execessiva deste

produto, atua na degradação do papel.

� Retirada incompleta da lignina e de produtos químicos:

Todo produto químico utilizado durante a manufatura do papel

deve ser eliminado. A não eliminação correta da lignina e de produtos químicos (

27

soda cáustica e derivados do cloro) deixam resíduos que provocam reações ácidas,

28

além de tornar o papel úmido, resultando na sua degradação;

� Depósito de partículas metálicas:

Os materiais e utensílios utilizados na indústria papeleira eram

constituídos por estruturas metálicas, ocasionando o depósito de partículas

metálicas(ferro) na polpa, reagindo também na água. Ao longo do tempo, ocorre o

aparecimento de manchas marrons com aspecto de ferrugem.

� Utilização de tintas ácidas:

Ao longo do tempo, foram utilizadas diferentes tipos de tintas, com

destaque aquelas constituídas à base de carvão e ferrogálicas. As tintas

ferrogálicas são as que provocam maiores deteriorações nos documentos antigos,

e por serem instáveis e permanentes, oxidam a celulose, perfuram e rasgam o

suporte. Com iluminação excessiva descoloram-se rapidamente.

A alternativa para minimizar esses fatores, se dá mediante a

aplicação de controle das condições ambientais onde os acervos estão instalados (

guarda) e o manuseio adequado por parte dos usuários.

B) FATORES EXTRÍNSECOS /EXTERNOS De acordo com MARSICO (200-?,p.2 ),

É consenso entre os conservadores que a permanência e a

durabilidade de livros e documentos estão diretamente relacionadas

às condições ambientais que esses materiais estão guardados. Em

outras palavras, há uma estreita relação entre a longevidade ou

durabilidade do papel e as condições ambientais do acervo. Um

controle racional e sistemático do meio ambiente não apenas diminui

29

os problemas dos fatores internos de degradação do papel, como

30

principalmente evita o seu alastramento.

A umidade, temperatura, luz, poluição atmosférica, insetos,

roedores, fungos, bactérias, constituem-se como os principais fatores externos de

degradação do papel. Sofrem as influências do meio ambiente, microorganismos e

da ação do próprio homem. Estes fatores são agrupados em agentes físicos,

químicos, biológicos e ações por intervenções humanas.

a) AGENTES FÍSICOS

� UMIDADE E TEMPERATURA São fatores climáticos considerados como um dos maiores

responsáveis pela degradação contínua dos acervos bibliográficos. As chuvas, rios,

lagos, córregos,infiltrações em paredes e tetos, limpezas aquosas em pisos, bem

como a transpiração humana são exemplos de fontes de umidade.

A umidade corresponde é a quantidade de vapor d'água presente

no ar atmosférico. O resultado da combinação dos fenômenos de evaporação e

condensação d'água, dependem diretamente da temperatura ambiental.

As constantes variações relacionadas à temperatura e a umidade

submetem os materiais a movimentos de alongamento e contração das fibras do

papel (efeito sanfona), causando o seu enfraquecimento, o que possibilita ainda, a

proliferação de insetos, bactérias e fungos.

� Como proceder para acompanhar as variações de temperatura e

umidade relativa do ar (UR)?

O acompanhamento dos níveis temperatura e umidade é feito

pelos seguintes instrumentos:

� TERMOHIGRÕMETRO: aparelho que mede, simultaneamente, a

31

temperatura e a umidade relativa do ar.

32

� TERMOHIGRÓGRAFO: aparelho que executa as mesmas funções do

termohigrômetro, isto é, mede os níveis de temperatura e umidade, contudo

complementa as informações com a emissão de gráficos de

acompanhamento.

Figuras 1 e 2- Termohigrômetro

� Quais os valores de umidade e temperatura mais adequados à

preservação de acervos bibliográficos?

Recomendam-se os seguintes níveis nos locais específicos de guarda de

acervo:

- UMIDADE RELATIVA DO AR (UR) : entre 50 a 60% ( ideal 55%);

- TEMPERATURA: de 20º a 23º C;

33

O calor elevado danifica os materiais, prejudicando a saúde

dos documentos. O papel e o couro (bastante utilizado nas encadernações antigas)

34

têm uma quantidade ideal de água em sua composição. O excesso de calor faz

com que ocorra uma oxidação, ou seja, uma reação química com elevado nível de

oxigênio, fazendo com que o papel torne-se quebradiço motivado pela perda de

água, o amolecimento das colas e a formação de fungos e bactérias. Pesquisas

apontam que, quanto mais baixo o nível de temperatura, mais sobrevida dará aos

documentos em suporte papel.

Já em relação ao excesso de umidade, o papel passa a absorver

água, aumentado a acidez e favorecendo a proliferação de microorganismos e

insetos., responsáveis pela deterioração biológica da celulose. A umidade elevada

faz com que aconteça o borramento das tintas usadas na impressão e escrita,

surgem manchas amareladas em decorrência das partes metálicas contidas nos

papéis e nas tintas.

Ao localizar um excesso de umidade, deve-se primeiramente retirar

os documentos levando-os em local seguro, secar todas as paredes, revestindo-as

com materiais secantes. Temporariamente, podem ser usados alguns produtos

para erradicar o problema, como silica gel, carbonato de cálcio, óxido de cálcio,

etc. Tais produtos devem ser utilizados com acompanhamento técnico, e em

quantidades proporcionais ao tamanho do acervo.

Em relação a silica-gel, é um produto químico mineral com cristais

higroscópicos. Mudam de cor quando quando absorvem níveis elevados de água,

saturando-os. Pode ser depositada em recipientes abertos ou em sacos feitos de

tecido, porém, afastados dos documentos. Necessita de manutenção constante,

pois quando absorve muita água, proporciona efeito contrário à conservação,

umidificando o ambiente.

Para manter adequada a temperatura e a umidade relativa do ar,

utilizam-se aparelhos elétricos específicos, regulando-aos conforme a necessidade:

� O ar-condicionado serve para controlar os níveis de temperatura. A quantidade de

aparelhos deve seguir as recomendações técnicas em relação ao tamanho da área

de guarda (metros quadrados).

35

� O desumidificador tem a função de retirar a umidade do ambiente até o nível

36

desejado. Em situações contrárias – em que necessita-se elevar a umidade,

utilizam-se umidificadores.

Nos locais onde não possuem os aparelhos recomendados, uma

alternativa consiste na instalação de ventiladores e circuladores de ar, que vão

atuar na ventilação e renovação do ar ( ventilação artificial ou forçada). Espaços

mal ventilados, favorecem a proliferação de agentes bibliófagos e microorganismos.

Figura 3 – Desumidificador Figura 4 - Ar-condicionado

� ILUMINAÇÃO

Tanto a luz natural como a luz artificial emitem raios que prejudicam

os livros. Isso acontece quando a luz solar ou de lâmpadas incidem diretamente

sobre os papéis e tintas o que pode tanto clarear, quanto escurecer. A incidência

de luz provoca danos irreversíveis e acumulativos ao papel, tornando-os frágeis,

quebradiços e amarelados.

A intensidade da luz é medida através de um aparelho denominado de

luxímetro ou fotômetro. Segundo MARSICO ( 200-?, p, 3),

37

O espectro eletromagnétrico contém diversos tipos de radiações

capazes de causar danos ao papel em vários níveis. Basicamente as

radiações eletromagnéticas são as seguintes : a luz visível, o

ultravioleta e o infravermelho, cada uma delas atuando de modo

danoso sobre o acervo em maior ou menor escala. A radiação

ultravioleta situa-se na faixa de comprimento de ondas entre 200 a

400 manômetros; a luz visível situa-se na faixa entre 400 a 700

manômetros e o infravermelho na faixa acima de 700 manômetros. A

fotodegradação depende de vários fatores associados: faixa de

radiação, intensidade da radiação incidente, tempo de exposição e a

natureza química dos suportes de documentação. A luz solar e as

luzes artificiais são os dois elementos básicos da fotodegradação.

A luz solar concentra uma elevada quantidade de raios nocivos

(azuis, violeta e ultravioleta-UV), que em contato com a umidade, aumenta o perigo

destas radiações, o que provoca uma refração dos raios. A incidência direta da luz

solar sobre o papel, acarreta uma diminuição de “65% de sua resistência a dobras,

após 100 horas de exposição solar - cerca de dez dias”. (SOARES:2003, p. 8).

Já a luz artificial, basicamente composta por lâmpadas

incandescentes - tungstênio ou fluorescentes - vapor de mercúrio, provoca os

mesmos danos aos documentos quando expostos. As lâmpadas fluorescentes

emitem um grande quantidade de raios ultravioletas, enquanto que às

incandescentes, irradiam muito calor, fazendo aumentar a temperatura. Até agora,

são desconhecidas lâmpadas consideradas “ideais ou não-agressivas”, porém,

algumas medidas podem ser aplicadas visando diminuir a impactação de

iluminação nos acervos.

De que forma podemos controlar a incidência de luz natural ou artificial?

� Evite que a radiação incida diretamente sobre os documentos;

� Recomenda-se que o limite máximo de radiação ultravioleta, tanto na área

38

de acervo quanto no setor de leitura, não ultrapasse a 75 UV – lúmem;

39

� No caso de luz natural, o controle é feito através da instalação de cortinas e

persianas nas janelas, e filtros refletores de raios ultravioleta (películas);

� Instalação de filtros nas lâmpadas e calhas de vidro fosco;

� Em hipótese alguma, não deve ser instaladas lâmpadas dentro de vitrines

com objetos;

� Reduza a iluminação ao máximo possível nos locais onde estão

armazenados os livros;

� Suspenda ou afaste as luminárias que refletem luz sobre as estantes;

Figura 5 – luz artificial (florescente sem calha ou filtro)

40

41

Figura 6 – Início de amarelecimento do papel

B) AGENTES QUÍMICOS

� POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA

Constituídos por fatores decorrentes da poluição atmosférica ou

ambiental, acabam interferindo agressivamente no papel. A poluição atmosférica é

um fenômeno bastante presente nos centros urbanos, sendo lançado diariamente

gases tóxicos tais como o óxido de carbono, enxofre, nitrogênio, o ozônio emitidos

pelos escapes dos veículos automotores, dos complexos industriais, pelas

queimadas entre outros. Tais gases, atacam a celulose causando reações químicas

destrutiveis.

Conforme TEIJGELER (2007, 119), ventos com poeiras contém ar

poluído carregados de gases de todos os tipos, o que vai causar oxidação em

alguns materiais da bibliotecas. Segundo o mesmo autor,

Mesmo quando as condições no exterior são tão adversas,. é

importante haver uma boa circulação do ar no edifício,utilizando

ventoinhas sempre que necessário. É importante colocar sistemas de

ventilação ao longo dos corredores ladeados por estantes, aplicando

exaustores na parte superior das paredes. Os respiradores devem

ser posicionados de modo a poderem aspirar o ar, menos poluído

possivel, para o interior do edifício. Não devem aspirar os gases

produzidos pelos escapes dos automóveis , nem fumo, nem gases

dos edifícios próximos ou do próprio edifício. A ideia é expelir o ar

saturado e introduzir ar fresco nas áreas com estantes do edifício.

Em muitos países, uma trama muito fina é aplicada nas janelas. Esta

prática permite a entrada de ar eliminando uma grande quantidade

de pó.

O combate a poluição atmosférica é o que oferece maior

42

dificuldade, pois necessitam de ações conjuntas de toda a sociedade.

43

� POEIRA

A poeira pode ser considerada como um agente físico, químico e

biológico. A presença do pó não interfere somente a estética de um documento, Ao

observarmos a sujidade contida em um documento, encontramos excrementos de

insetos, incrustações de colas, ceras e poeiras oriundas de diversas procedências.

As suas partículas são compostas de elementos químicos como o dióxido de

nitrogênio, dióxido de enxofre, sulfato de hidrogênio, nitrogênio e microorganismos.

Em locais de elevada umidade do ar, a capacidade higroscópica favorece a

absorção de água e dos poluentes sob forma de ácidos. O resultado é uma elevada

concentração de ácidos sob o papel, acelerando o processo de degradação.

De acordo com SOARES (2003, p. 12) ,a poeira está enquadrada

como um fator presente nos três grupos de agentes agressores do papel:

Como agente físico, a poeira é constituída de cristais de afinadas

arestas e vértices que cortam as fibras de celulose. Observa-se com

facilidade, a superfície desgastada que apresentam alguns volumes

mais antigos nos cantos das páginas. Isso se deve a repetida ação

de lia que o usos e o movimento vai produzindo por meio de afilados

grãos de poeira;

Como agente químico, a poeira contém partículas de substâncias

químicas cristalinas e amorfas, como terra, areia, fuligem, além de

resíduos ácidos e gasosos provenientes de gases poluentes da

atmosfera, da combustão em geral e de atividades industriais que

estão em suspensão ou postos em movimento através de correntes

de ar;

Como agente biológico, a poeira contém substâncias orgânicas e

inorgânicas como ovos de insetos e esporos de microorganismos que

aderem aos materiais orgânicos e encontram condições adequadas

para o seu desenvolvimento, que se proliferam causando a

degradação do papel.

44

Como forma de combater a poeira, recomenda-se limpeza

periódica dos locais de guarda e acondicionamento e a instalação de filtros nas

45

entradas de ar dos locais de armazenamento.

Como medida profilática, recomenda-se a proteção dos materiais

em caixas feitas com cartonagem ausentes de acidez ou revestidos em papel

alcalino.

C) AGENTES BIOLÓGICOS

Os agentes biológicos constituem-se uma das mais sérias ameaças à

integridade dos acervos documentais. São constituídos pelos microorganismos

(fungos e bactérias), insetos (traças, carunchos, baratas, cupins, brocas, piolhos de

livros),bactérias, roedores e a ação humana.

� MICROORGANISMOS - FUNGOS: Possuem formas e tamanhos variados, sendo também conhecidos

como “mofo ou bolor”. São vegetais desprovidos de clorofila, razão pela qual não

realizam a fotossíntese, e passam a se instalar em materiais orgânicos. Alimentam-

se da glicose, que é obtida através da quebra da molécula da celulose,

necessitando ainda de outras fontes de alimentação, como o nitrogênio, que é

obtido através dos compostos orgânicas nitrogenados presentes no papel como as

impurezas e aditivos empregados na sua composição.

Proliferam-se com a conjunção das seguintes condições: Temperatura (

22 a 30º C, podendo ocorrer também na faixa de 0 a 62º C) e umidade relativa do

ar elevada e estagnação do ar.

Atuam diretamente no papel e nas encadernações, provocando

manchas de diferentes cores, enfraquecendo o papel. Em casos de infestação mais

graves, levam à putrefação do papel e a sua total destruição. Deve-se evitar:

- Colocar as obras em ambientes com excessiva umidade, escuros e onde existam

46

grandes acumulações de pó;

47

– Nunca junte obras contaminadas com outras obras sadias, pois os fungos fazem migração;

– Efetue periodicamente limpeza a seco periodicamente. Utilize o aspirador

quando for feita a higienização dos locais de guarda; – Utilize luvas, máscaras, aventais, óculos de proteção quando for manipular os

materiais infectados; – Manter vigilância constante dos documentos contra acidentes com água,

secando-os logo em seguida; – Manter programa de educação constante aos usuários e funcionários em relação

às regras de manuseio e higiene do local; – Podem ser utilizados produtos químicos para combatê-los, entretanto, a aplicação da medida requer acompanhamento de técnico especializado;

Figura 7 Ataque de fungos . (Fonte: Cassares, Norma C, p.62)

48

Figura 8 – Início de uma colônia de fungo Figuras 9 e 10 – Infestação total de fungos

– BACTÉRIAS : São unicelulares, microscópicos e com bastante abundância no

meio ambiente. As células das bactérias são classificadas de acordo com o tipo

49

de colônias: os cocos em diplococos, estreptocoos ou estafilococos; e os bacilos

em diplobacilos e estreptobacilos.

50

Existem as bactérias aeróbicas (necessitam de oxigênio livre) e as

anaeróbicas (que sobrevivem mesmo privadas de oxigênio). Em relação as

bactérias nocivas ao papel, algumas se alimentam a base de celulose, outras

através das colas empregadas, e um outro grupo se desenvolve a partir de

compostos animais ( pergaminho).

As condições ideais para o desenvolvimento das bactérias situam-

se com uma temperatura na faixa de 20 a 37ºC, podendo ocorrer também, nas

faixas situadas de 0 a 80ºC. Ambientes com elevada umidade favorecem a

proliferação e multiplicação.

Além do monitoramento da temperatura e umidade, as bactérias se

desenvolvem nas seguintes condições: – Volumes encostados uns aos outros nas estantes; – Volumes armazenados próximo ao solo (piso); – Volumes próximos das paredes e tetos.

Como medida profilática, podem ser usados produtos químicos (

fungicidas e inseticidas), contudo, deve-se tomar bastante cautela, pois estes

produtos não podem agredir o papel, as encadernações, os revestimentos ( couro,

tecido etc), bem como as tintas usadas na impressão. A aplicação destes produtos

tem que ser feitas por empresas e profissionais especializados.

– INSETOS: Os insetos são agentes que degradam os acervos, tendo como

principal fonte de alimentação o papel. Proliferam-se em abundância nas

regiões de clima tropical. São cinco os principais insetos, e são divididos em

roedores de superfície (baratas, traças e piolho de livros), pois atacam

externamente ao documento; e os roedores internos constituídos pelos cupins e

brocas.

- BARATAS (Blattarias): Preferem os locais escuros, quentes e úmidos. Em geral,

se desenvolvem nos depósitos e nos dutos elétricos e hidráulicos. São atraídas

através de restos de alimentação nos locais de guarda e circulação e de gordura.

51

Alimentam-se das colas (principalmente o amido) utilizadas nas encadernações e

52

nos papeis gomados.

Causam danos nas superfícies e margens dos documentos e

encadernações. Podem ser usadas iscas ou inseticidas para combatê-las.,

realizando um tratamento localizado ou desinfestando todo o ambiente. Manter os

ralos fechados, aberturas de paredes e pisos e não deixar lixos à noite na

biblioteca, constituem medidas preventivas.

Figuras 11 e 12 – Barata adulta e ninho de baratas.

Figura 13 – Ataque de baratas. (Fonte: Cassares, Norma C, p.63 ) .

- TRAÇAS (Tisanuros): Conhecidas como “SilverFishe” ou “peixe de prata”.

Possuem um corpo mole, cinzento e brilho prateado, antenas largas e pontiagudas.

53

Entram com muita facilidade entre as folhas de livros e por detrás dos moveis, junto

às paredes,penetrando nos livros do dorso para dentro em sentido longitudinal.

54

Preferem os locais onde os livros estão bem apertados nas estantes.

Desbastam os couros da encadernações, as etiquetas, mapas ,

papeis gomados, papeis envelhecidos e fotografias pela superfície. instalam-se e

desenvolvem-se em ambientes escuros e úmidos.

Recomenda-se a limpeza semestral dos ambientes de guarda e

acondicionamentos, e deixar folga nos livros dispostos nas estantes ( não apertá-

los). Devem ser utilizadas as mesmas medidas de erradicação utilizadas no

combate às baratas.

Figuras 14 e 15 - Traças

55

Figura 16 – Dano provocado por traça

56

-PIOLHOS DE LIVROS (Corrodentia): Constituídos de pequenos insetos de cor

amarelo-avermelhado. São freqüentemente encontradas entre as folhas dos livros.

Alimentam-se dos microorganismos e de restos de outros insetos mortos presentes

nos documentos. Só causam danos ao documentos se estiverem em grande

número. Caracterizam-se pela construção de furos irregulares nos documentos.

Como medida preventiva, deve ser feita limpeza rotineira dos

documentos e controle da temperatura e da umidade relativa dopa ar. Como

medida erradicatória, podem ser usados termonebulização ou fumigação, técnicas

que devem ser executadas obrigatoriamente por profissionais do ramo.

Figuras 17 e 18 - Piolho de livro. – BROCAS ( Anobílidios): As brocas apresentam um ciclo de vida dividido em 4

fases: ovos, larva, pupa e adulta. O período de ataque é na fase de larva. Causam

enormes danos aos acervos, e o seu desenvolvimento dá-se, principalmente, pela

ausência de programas voltados à higienização dos materiais e do ambiente.

Também pode ocorrer a sua infestação, mediante entrada de materiais

contaminados. Por isto, é fundamental que ao receber doações ou efetuar

compras, deve-se em seguida providenciar a higienização do material que será

incorporado ao acervo.

57

Sua ação é agressiva, atacando não apenas livros e outros

58

documentos, mas o mobiliário de madeira (estantes, balcão, escrivaninhas,

etc),portas e materiais constituídos de celulose. Na fase adulta, ocorre o

acasalamento e o depósito de ovos, geralmente entre as fendas das paredes e

pisos, nos suportes dos livros e papelões.

Segundo CASSARES ( 2000, p.24),

A característica do ataque é o pó que se encontra na estante em

contato como documento. Este pó contém saliva, excrementos,

resíduos de cola, ovos, papel, etc. Em geral as brocas vão em busca

do adesivo do amido, instalando-se nos papelões das capas, no

miolo e no suporte do miolo dos livros. As perdas são em forma de

orifícios bem redondinhos. A higienização metódica é a única forma

de se fazer o controle das condições de conservação dos

documentos e, assim, detectar a presença dos insetos.

Igual aos outros agentes biológicos, desenvolvem-se em decorrência

da temperatura e umidade altas, ausência de circulação de ar e falta de

higienização periódica.

Figuras 19 e 20 – BROCAS

59

íhuth: tribu quzfumus;, ,J -

P

Figuras 21 e 22- Ação provocada pela brocas

jiONASTICUM

BEr,\TiE M V I R G I N.I S

'rAULI V. PONTIFIQS MAX

auél: ritate rec i'tum ,

Pro omn.bus fub Rtg tia

SS. P. B E N E D I C TI MILITA N TI B U S.

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D Eu,qutf.llutiSZtérnz,bcá- tz ma: •rg llltarfccun.

da, human<.',.'S::nen Prznua

fJm pro nob•s mrcrcéderc: rc.tt mus, per .quam _merú ILAD- ltorcm ntz fLdcipere , lJo num noftrum jdum Chrit\um Flhum tuum.IY. Amen. ltv 'l.md .A.mphoc1J. Sanéij De1 omnesintercédere dignémi- ".' pr() noftra omniumque fa:- lute. \ . Lztammi in Domino. & cxult.ite iutti. · Et glonamir n1 omnes rc:cl1 orde. remus.

Rórege Dómine pópulllD) tuum,& Apol\olórum

rum Petri & Pauli, & Jll()Wiil!l Apoftolórum fidenrem, perpétua

60

CUPINS (Térmitas): Se alimentam dos materiais a base de celulose (papel,

madeira). São classificados em dois grupos: os de solo e os de madeira. São

61

extremamente resistentes e e vivem organizados em colônias, onde dividem-se

em operários, soldados, reprodutores suplementares e sexuados ou

reprodutores.

De acordo com SOARES (2003, p.15),

Os cupins de solo formam ninhos subterrâneos muito populosos, em

contato direto com a terra ou peças de madeira que estejam no solo,

inclusive em árvores. Chegam às edificações através de galerias que

constroem pelas bases de madeira e mesmo de concreto

aproveitando as falhas na estrutura. Os dois tipos de cupins atacam

igualmente as coleções documentais. Alcançam os depósitos através

dos móveis ou de galerias construídas ao longo das paredes. Têm

aversão a luz e seus estragos não aparecem na superfície. Apesar

de se alimentarem da celulose em geral, dão preferência às

madeiras, em especial as mais macias. Muitas vezes as coleções de

documentos são usadas somente como passagem para alcançar

algum madeiramento. Já foi observado que os cupins de solo (os

mais devastadores) têm preferências por documentos úmidos e que

se encontram infestados por microorganismos.

Figura 23 e 24 - Exemplares de cupins – ROEDORES: São mamíferos que se reproduzem até dez vezes por ano. Como

forma de se manterem aquecidos, utilizam os papéis e outros materiais, bem

62

como na confecção de seus ninhos. Sua alimentação é a base de restos de

63

alimentos, entretanto, atacam outros tipos de materiais tais como madeira, tijolo,

concreto, possibilitando com isto o desbaste de seus dentes.

Dão preferência aos ambientes quentes, úmidos e escurecidos.

Invadem os ambientes de guarda através de janelas, portas, forros, buracos em

pisos, ou abrindo túneis nas paredes. Além dos riscos aos acervos, transmitem

doenças letais como a leptospirose, febre tifóide, peste bubônica entre outras. A

utilização de raticidas constitui-se em uma alternativa de combate, entretanto deve

apresentar as seguintes características : – Não apresentar carga tóxica ao ser humano;

– Não ser nocivo aos documentos da coleção;

– A aplicação do produto não deve interferir acondicionamento dos materiais do acervo;

nas condições

de

arranjo

e

Figura 25 - Ataque de roedores

D) A AÇÂO HUMANA

A forma como os documentos são manuseados no dia-a-dia nos

centros de documentação, constitui-se em fator preponderante para que se

mantenha a vida útil da massa documental depositado nos acervos. A adoção de

normas e procedimentos técnicos adequadas, aliado a um incessante trabalho de

64

conscientização dos usuários, bem como o treinamento contínuo do corpo de

65

funcionários, sem distinção de cargos ou funções, fazem parte da política

permanente de conservação preventiva da instituição, evitando assim,

negligências, vandalismos, procedimentos e condutas equivocadas.

Segue abaixo, algumas recomendações que devem ser levadas em

conta na hora do manuseio dos documentos:

� Manter as mãos limpas e secas;

� Usar ambas as mãos sempre que se manuseiem gravuras, impressos,

mapas, plantas etc e, se possível, tal procedimento deverá ser efetuado

sobre superfícies planas;

� Manuseie as páginas com bastante cuidado, follheando sempre pela borda

superior da folha;

� Nunca guarde documentos, gravuras, partituras entre outros, uns sob os

outros, sem qualquer tipo de proteção. Recomenda-se o uso de um papel

neutro ( PH 7), para separá-los, pois os aditivos químicos de um poderão

atingir o outro, pelo efeito da migração.

� Devido à composição química da cola, jamais utilize fitas adesivas (durex. fita

crepe, papel adesivo etc). Para fazer pequenos reparos (rasgos nas folhas)

utilize papel especial (mimo japonês) ou fitas especiais para restauração.

� Não enrolar os documentos, mapas gravuras etc. Acondicioná-los em

equipamentos específicos como mapotecas ou em embalagens, envelopes

portfolios feitos com papel neutro.

� Evitar o uso de colas plásticas ( PVA), pois geram manchas de teor ácido de

difícil remoção. Utilize cola neutra, que não provoca reação é é reversível;

� Não umedecer os dedos com a saliva ou qualquer outro tipo de líquido para

virar as páginas dos livros;

� Não efetuar marcas nos livros, seja com dobras, tintas, pétalas de flores, ou

outros materiais. Utilize marcadores apropriados;

� Não apoiar os cotovelos sobre os volumes durante leituras e pesquisas ;

66

� Nunca faça anotações particulares em papeis soltos colocando-os sobre as

67

páginas dos livros; � Não coloque grampos, clipes junto aos documentos. Com o passar do tempo,

estes materiais entram em processo de oxidação deixando marcas e

diminuindo a sua vida útil;

� Evitar o uso de grampeador. Além das perfurações produzidas, os grampos

de metal enferrujam rapidamente;

� Jamais ingerir alimentos e líquidos dentro das áreas de trabalho. Não deixe

em gavetas e armários doces ou qualquer outro tipo de alimentos;

� No deslocamento dos materiais utilize carrinhos específicos; � Utilize bibliocanto ou porta-bíblia como suporte nos materiais de médio e

grande porte nas estantes; O acondicionamento correto é na vertical, exceto

para materiais de grande porte como jornais e revistas encadernadas, entre

outros que devem ser colocados na horizontal, com empilhamento máximo

de 3 volumes. Jamais acondicione os livros com a lombada voltada para

cima, enfraquecendo as costuras e rompimento das guardas;

� Não utilizar toda a extensão das estantes (ponta a ponta) compactando-as.

Deixar pelo menos 30 cm de vão livre. Nunca encoste as estantes junto as

paredes. Deixe uma distância de 80 cm; A última prateleira deve estar a 20

cm do chão;

� Se possível, deixe abertura entre as entre as estantes, o que facilitará a

ventilação e a limpeza;

� Recomenda-se que as estantes, fichários, mapotecas e outros mobiliários

seja em estrutura metálica. Evite ao máximo a presença de madeiras no

interior dos depósitos.

� Nunca retire o livro da estante puxando-o pela borda superior. Tal conduta,

comprometerá a encadernação (rompimentos da lombada). Retire o livro

segurando-o no meio da encadernação;

� Proibir o uso de máquinas copiadoras, que operam com luz ultravioleta em

68

grande intensidade, causam danos tanto ao papel como à tinta do documento

original, além do que, o manuseio inadequado na operação das máquinas

69

copiadoras, pode ocasionar dobras e rasgos nos documentos. No caso de

obras encadernados danifica a costura e a lombada.

� Ao fotografar uma obra, não deve ser permitido o uso de flashes.

Em relação a colocação dos carimbos nos documentos, recomenda-se: � Aplicar o carimbo no verso da folha de rosto; � A carimbagem deve ser sempre fora da área de texto. Certificar-se da

posição correta para não ter que repetir o processo;

� Evitar o uso excessivo de carimbagem. Utilize tamanhos e formas padrões; � Usar tinta com qualidade química. Já dispõe no mercado tinta neutra especial

para carimbos;

� Gravuras, impressos e manuscritos devem ser carimbados no verso da parte

inferior. Jamais carimbe em cima de ilustrações ou textos;

� Utilize lápis de grafite macio (tipo 6 B) para fazer as inscrições que

acompanham o processo de carimbagem. Não utilize esferográfica ou

caneta-tinteiro.

Figura 26 – mapoteca. (Fonte: Cassares, N. C.,p.75)

70

Figura 27 – Marca de dobras e fitas adesivas

Figura 28–Oxidação por agente metálico. Figura 29 – Lombadas danificadas Fonte: Cassares, N. , p. 64)

71

Figuras 30 e 31 – Estantes abarrotadas, sem ventilação adequada e

acondicionamento inadequado

Além destes procedimentos que devem ser rigoramente cumpridos

pela equipe responsável pela guarda dos documentos, deve-se ainda, reforças os

esquemas de segurança interna, instituir programas de conscientização dos

usuários e treinamento e atualização profissional permanente do corpo técnico da

instituição vinculada. Para SOARES (2003,p.19),

As instituições responsáveis pela guarda dos cervos documentais,

sejam Arquivos, Bibliotecas ou Museus, devem instituir programas de

conscientização dirigidos à comunidade, para ensinar o usuário a

conhecer e apreciar a natureza e as limitações dos acervos

documentais, fazendo-os compreenderem a importância de sua

preservação, afim de que o público leitor os trate e os use com maior

cuidado e carinho. Outra medida importante está relacionada à

segurança desses acervos. As instituições devem ser protegidas por

vigilância durante 24 horas, além de manter um controle de seus

visitantes e usuários.

72

Neste sentido, recomenda-se a adoção de alguns procedimentos

em relação aos furtos e vandalismos:

� Instalar alarmes e detectores internos após o horário de funcionamento;

� Instalação de uma única porta de entrada/saída das instalações físicas da

sala do acervo;

� Todas as janelas deves ser fechadas e trancadas;

� Na área de circulação, os funcionários devem ter uma ampla visão da

movimentação dos usuários e das mesas;

� Controle das chaves de acesso ao acervo;

� Instalação de guarda-volumes fora da área de circulação;

� Identificação através de documento pessoal de cada pesquisador, visitante.

� Instituir um livro que registre a entrada das pessoas no setor.

ACIDENTES:

Incêndios e desastres naturais, como aqueles decorrentes de

inundações, não podem ser previstas, porém, podem ocorrer a qualquer momento,

o que causarão danos irreparáveis ao acervo documental. Afim de evitar ou minizar

os feitos provocados por estes danos, é de fundamental importância que a

biblioteca, o arquivo ou o museu, disponha de um plano de proteção, ou seja, uma

espécie de “Manual de Emergência”. Segue abaixo, uma série de procedimentos

a serem executados , em situações de emergências:

No caso de inundações :

a) Manter os documentos fechados antes de remover os detritos da

inundação;

b) Providenciar a instalação de estendais [varais] para pendurar os

73

livros;

74

c) Secar os documentos através da circulação do ar;

d) Não expor os livros ao sol;

e) Envolver os livros e/ou documentos mais encharcados em papel

mata -borrão;

f) Não abrir os documentos enquanto estiverem molhados;

g) Quando houver uma grande quantidade de livros, congelá-los até

que seja possível tratá-los.

No Caso de incêndio:

a) Verificar sempre o sistema elétrico;

b) Instalar equipamentos de detecção de fumaça e proceder à sua

manutenção;

c) Afixar números tefefônicos de urgência em local destacado;

d)Identificar acervos prioritários a salvar;

e) Usar sinalização adequadas de saídas de emergência;

f) Desligar os aparelhos elétricos no final do expediente;

g) Vistoriar constantemente os equipamentos de segurança;

h) Não abrir a porta do local de incêndio se não houver meios para

combater;

i) Atacar o objeto em combustão e não as chamas.

(Ministério da Educação. Disponivel em

:http://www.sg.min_ed.pt/fotos/editor2/patrimoniobibliograficoescolar.pdf.).

75

Figura 32 – Livro atingido por enchentes

76

Recomenda-se ainda a criação de uma Brigada de Combate a

Acidentes, composta por funcionários devidamente treinados. Cada integrante será

responsável pela execução de algumas tarefas em caso de emergência.

No próximo Capítulo, serão apresentadas algumas técnicas

relativas à conservação de acervos.

REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS: CASSARES, Norma Cianflone. Como fazer conservação preventiva em arquivos

e bibliotecas. São Paulo : Arquivo Público, 2000. 78p.

MARSICO, Maria Aparecida de Vries. Noções básicas de conservação de livros

e documentos. 12p. Disponível em http://www.arquivar.com.br. Acesso em 01.

dez. 2012.

PORTUGAL. Ministério da Educação. Patrimônio bibliográfico escolar:

procedimentos recomendados. [Lisboa] : Secretaria Geral do Ministério da

Eucação,s.d.12p. Disponível em

http://www.sg.min_ed.pt/fotos/editor2/patrimoniobibliograficoescolar.pdf. Acesso em:

01.dez. 2012. SOARES, Talita de Almeida Talemberg (Org.) Manual de conservação de

acervos documentais e noções de restauração de documentos : suporte papel.

Florianópolis : Arquivo Público do Estado de SC, 2003. 57p.

TEIJGELER, René. Conservação preventiva da herança documental em climas

tropicais: uma bibliografia anotada. Lisboa : Biblioteca Nacional, 2007. 400p. (

Publicações Técnicas sobre P&C : 4).

77

UNIDADE 2

CAPÍTULO II

TÉCNICAS DE CONSERVAÇÃO

A) AVALIAÇÃO/DIAGNÓSTICO

Para que posamos desenvolver um programa de conservação de acervos

com materiais em suporte papel, deve-se efetuar um diagnóstico minucioso, onde

será avaliado o estado de conservação dos documentos.

Diagnosticar as condições do material constitui-se em uma das tarefas

relacionadas à conservação, tendo a seu cargo preservar, retardando ou

prevenindo os danos através da manutenção do seu materiais e de suas

instalações.

Pode-se trabalhar com dois tipos de diagnóstico/avaliação: o individual,

volume a volume e por amostragem.

Para ARAÚJO ( 2010, p.12), a avaliação é uma importante etapa para a

gestão da conservação de um acervo, possibilitando,

O reconhecimento de características específicas livro a livro-

presentes no acervo além de fornecer, em detalhes, o estado de

conservação do livro e direcionar os procedimentos de

conservação adequados aos danos detectados. A avaliação é

realizada ao preenchermos a ficha técnica, também chamada

ficha diagnóstico. primeira etapa do trabalho é o exame do livro.

Todas as páginas devem ser cuidadosamente conferidas

observando-se:

� se a paginação está completa;

78

� se existem fitas adesivas ou vestígios de cola;

� se existem rasgos;

� quanto a página esta rasgada em muitos lugares recomenda-se uma velatura, que é um procedimento de restauração [...];

� se existem rabiscos;

� se existem sujidades;

� se a lombada está em bom estado de conservação, e vários

79

outros detalhes.

Após a identificação dos danos existentes, preenche-se a ficha e, em

seguida, decide-se quais os procedimentos a serem adotados para visando à sua

recuperação.

Um dos aspectos que deve ser levado em conta nos programas de

conservação, está relacionado com as condições de instalação do prédio onde

estão abrigados os arquivos, bibliotecas e museus. Os prédios devem contar com

amplos espaços englobando áreas específicas para consulta, sala especial para

acervos, serviços técnicos administrativos, e sala para laboratório de restauração e

encadernação devidamente equipada.

80

MODELO DE FICHA DIAGNÓSTICO

( Modelo utilizado no Arquivo Público do Estado de Santa Catarina)

DATA DA ENTRADA: DATA DE SAÍDA: DOCUMENTO Nº:

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO AUTOR

TÍTULO

LOCAL EDITOR TÉCNICA:

NÙMERO FOLHAS DIMENSÕES ETIQUETA VOLUME FASCÍCULO

MÊS ANO NÚMERO DO REGISTRO

DATA

PROCEDÊNCIA ENTIDADE

ENDEREÇO

CONTATO FONE

MICROFILME

ANTES

DEPOIS

FOTOGRAFIA

ANTES

DEPOIS

FORMA DE APRESENTAÇÃO

DOCUMENTO FOLHETO JORNAL OUTROS

LIVRO MAPA REVISTA

ESTADO GERAL DE CONSERVAÇÃO:

CARACTERÍSTICFAS DE DETERIORAÇÃO

( ) MANCHAS D' AGUA ( ) OXIDAÇÃO DA TINTA ( ) RASGOS E CORTES ( ) FUNGOS ( ) INSETOS ( ) SUJIDADES ( ) ESCURECIMENTO ( )LAMA ( ) DOBRAS ( ) COLA ( ) QUEIMADURAS ( )FERRUGEM ( ) GORDURA ( ) PERDA DA CAPA ( ) PERDA DE FOLHAS ( )BURACOS ( ) ONDULAÇÕES ( ) PERDA DE PIGMENTO ( ) PERDA DE SUPORTE ( ) FITA ADESIVA ( ) DUREX OUTROS

DESMONTE

LIMPEZA MECÂNICA

BANHO

TESTE QUÍMICO

RECONSTITUIÇÃO

TOTAL DE FOLHAS RESTAURADAS

VELATURA ENCOLAGEM REFORÇO CARCELA OBTURAÇÃO

81

OBSERVAÇÕES : RESPONSÁVEL:

B) HIGIENIZAÇÃO

Não efetuar a limpeza periódica da coleção é um dos fatores que

mais atenuam contra a integridade dos acervos. A instituição deve estabelecer a

política de conservação/preservação, que através de um plano rotineiro de trabalho,

definirá os responsáveis,as formas de intervenção, a periodicidade, entre outros

aspectos. A higienização nada mais é do que manter o acervo em condições limpas

e assépticas.

A sujidade é considerada o agente de deterioração que mais afeta

os acervos documentais. Ao interagir com fatores ambientais ( a umidade e

temperatura), estabelece uma cadeia de reações extremamente nociva. Assim, a

higienização das coleções deve ser encarada como um hábito rotineiro na visando

a manutenção dos espaços que abrigam acervos.

Para SPINELLI (1995, p.40),

a higienização é de fundamental importância para um acervo

bibliográfico. Dentre todas as vantagens que apresenta, há uma, ou

seja, a eliminação do máximo possível de todas as sujidades

82

extrínsecas às obras que é inerente ao seu próprio desenvolvimento

e tem caráter de destaque, na medida em que compõe uma

sistemática de limpeza de volumes e estanterias.”

B1) LIMPEZA DOS ESPAÇOS FÍSICOS E MOBILIÁRIOS

Voltada especificamente para a área de guarda do acervo,

abrangendo a limpeza das estantes, mobiliários e dos pisos. Dentre as atividades

de limpeza, deve ser a primeira a ser realizada, e objetiva diminuir a poeira

presente, retirar partículas sólidas , restos de excrementos oriundos de insetos etc.

Toda o processo de limpeza de superfície deve ser feita a seco.

As razões que levam a realizar a limpeza do acervo, conforme

CASSARES (2000, p.31), decorrem das seguintes situações:

� A sujidade escurece e desfigura o documento, prejudicando-o

do ponto de vista estético;

� As manchas ocorrem quando as partículas de poeira se

umedecem, com a alta umidade relativa do ar ou mesmo por

ataque de água, e penetram rapidamente no papel. A sujeira e

outras substâncias dissolvidas se depositam nas margens das

áreas molhadas, provocando a formação de manchas. A

remoção dessas manchas requer a intervenção de um

restaurador.

� Os poluentes atmosféricos são altamente ácidos e, portanto,

extremamente nocivos ao papel. São rapidamente absorvidos,

alterando seriamente o pH do papel.

Em relação aos pisos pode ser utilizado aspirador de pó ou flanelas.

Nunca utilize água, solvente ou cera no interior ou nas proximidades da área do

acervo. A utilização de água faz aumentar a umidade relativa do ar.

Já as estantes (de preferência as confeccionadas em metal ou

esmaltada) e demais mobiliários também podem ser limpas com aspirador de pó,

83

flanelas . Inicia-se a limpeza a partir da prateleira superior. Já existem no mercado

flanela magnética, que atrai e segura a poeira liberrando uma carga eletrostática

84

É vedada a utilização de espanadores, pois dispersam poeiras e

microorganismos junto ao acervo. Somente em casos que há sujidade incrustada,

pode ser utilizada uma solução composta por água + álcool a 50%, ou lisoform

(microbicida) e álcool, passada com pano bem torcido.

B2) LIMPEZA MECÂNICA

Para realizar a operação de higienização de livros, folhetos,

volumes compostos por jornais encadernados, entre outros, pode ser utilizada a

técnica de limpeza manual (mecânica). O procedimento deve ser feito em sala

específica (reservada) para tal finalidade.

A execução da atividade de higienização, tanto na limpeza dos

espaços físicos, mobiliários e dos volumes, requer uma série de medidas

preventivas, incluindo os equipamentos de proteção individual (EPIs) e os materiais

de limpeza, todos obrigatórios e regidos pela Norma Regularizadora nº. 6 (NR.6):

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO Máscara, touca, óçulos, avental de mangas, luvas e botas;

MATERIAIS PARA HIGIENIZAÇÃO Mesa de higienização, aspirador de pó, brochas, trinchas, escova macio do tipo bigode, bisturi, panos macios,buchas de pano, borracha TK e ralador de inox.

85

Figura 33 – Materiais e equipamentos necessários para a limpeza mecânica

86

O uso dos equipamentos protegerá os trabalhadores de

adquirirem doenças pulmonares, oculares, alérgicas e dermatoses. seguinte:

Em relação a limpeza individual dos volumes, devemos observar o

a) Retirar de dentro dos volumes objetos tais como pétalas de folres, folhas secas,

papéis, grampos, clips, fitas adesivas etc;

b) Caso a capa for revestida com película plástica, o procedimento deve envolver

um cotonete embebido em álcool. Friccione levemente sobre a capa para retirar a

sujidade;

c) Caso a capa não for revestida de plástico, não utilize nenhum produto. Faça a

limpeza com a borracha ralada, friccionando levemente;

d) Limpeza com Trincha: Consiste na varrição uma a uma de cada folha que

compõe o livro ou o volume, mediante a utilização de uma trincha macia. Tem a

função de remover da superfície do papel eventuais resíduos tais como ovos de e

excrementos de insetos,esporos de microorganismos, resíduos de alimentos , etc. A

sujeira deslocada deverá ser removida do centro para a extremidade em

movimentos leves;

87

Figura 34 – Limpeza mecânica com uso de trincha

88

Figura 35 – Limpeza do pé e da cabeça do livro e) Limpeza com pó de borracha: Tem como indicação remover sujidades que

estão fixas nas capas, agindo de forma abrasiva. Primeiramente, rala-se a borracha

plástica no ralador de inox. Espalha-se uma pequena quantidade de pó sobre a

página, executando movimentos circulares, friccionando com uma boneca ou bucha

em tecido algodão. Nunca force o papel, pois tencionará as fibras e acabará

rasgando. Retirar o pó sujo com o uso de uma trincha;

89

Figura 36 – Limpeza com pó de borracha

90

f) Remoção de fitas adesivas: As fitas adesivas (crepe,durex, contato etc) quando

coladas no papel provocam manchas ácidas. Com o passar do tempo, a fita

desprende, porém a sua cola permanece no documento. Uma das técnicas

utilizadas para a sua remoção consiste em umedecer um cotonete (algodão ) com

acetona sobre a fita, tomando bastante cuidado para não comprometer o papel.

Para protegê-lo, coloque-o entre um mata-borrão, que tem a função de absorver o

excesso do produto. A acetona dissolve a cola facilitando o desprendimento da fita.

g) Na limpeza de encadernações revestidas de couro, recomenda-se somente a

utilização de pincel e flanela macia. è vedado a utilização de óleos ou solventes sob

a superfície;

h) Revestimentos feitos com o uso de tecidos, a limpeza pode ser feita com trincha

ou aspirador de pó;

i) Volumes revestidos na lombada ou em toda extensão da capa com percalux,

vulapel, são utilizados apenas uma flanela seca e macia;

Figura 38 – Mesa de higienização Figura 39 - Limpeza com aspirador (CASSARES, N. , p. 69)

91

C) PEQUENOS REPAROS E INTERVENÇÔES

92

Recomenda-se que as instituições que trabalham com coleções

documentais tenham laboratórios de encadernação e restauração. A instalação

destes laboratórios despendem recursos financeiros para aquisição de

equipamentos e materiais, bem como funcionários com especialização na área.

Toda intervenção em restauro e encadernação têm a função de melhorar o estado

de conservação dos materiais e prolongando a sua vida útil, obedecendo critérios

rigorosos (ética e técnica), sendo que as intervenções efetuadas devem obedecer a

técnicas e procedimentos reversíveis e de qualidade arquivística.

Os materiais utilizados em pequenos reparos constituem-se

basicamente na cola e nos papéis especiais:

a) Cola Metilcelulose (CMC): é considerada a cola de excelência nas restaurações

de papel (uniões, curativos, velaturas, reintegrações de suportes, remoção de

sujidade superficial ou restos de colas, entre outras). É recomendado para obras

cujo material não seja solúvel em água, è um produto neutro e reversível, sendo

comercializada em pó.

b) Acetato de polivinilo (PVA). São conhecidas como colas de encadernação. È

solúvel em água e estável à luz, embora oxide com o tempo. Depois de seca, é de

difícil reversão. É utilizada para colar lombadas e fixação das capas duras. Jamais

pode ser utilizada em curativos, enxertos, velaturas etc. Pode ser utilizada também

uma mistura à base de PVA e Metilcelulose. Esta composição é “usada para apĺicar

e colar guardas (espelhos da guarda), mas pode também ter outras aplicações,

uma vez que facilita a distribuição do PVA sobre o papel e permite que este seja

descolado, quando necessário” (Milevsky, 1997, p. 39);

b)Tipos de papéis: Os papéis utilizados nas intervenções de restauro devem ser

especiais e neutros. Compõem-se de diversos tipos e usados conforme a

93

necessidade (enxertos, uniões, velaturas, carcelas etc). Os mais utilizados são:

94

papel japonês, papel mimo, papel ingress fabriano, papel mataborrão, papel velim

salto 300 gr/m²,papel salto neutro 60 gr/m², papel alcalino, papel vergê 75 a 90

gr/m².

Figuras 40 e 41 - Encadernações danificadas (Capa,guarda, lombada e reforço)

Figura 42 – Papel japonês usado para restauro.

95

D) CÂMARAS DE FUMIGAÇÃO: São utilizadas visando a eliminação de fungos,

bactérias e insetos presentes nos livros e demais documentos, e requer o emprego

de produtos químicos altamente nocivo à saúde humana. Estas câmaras

geralmente são instaladas em laboratórios ou salas nos arquivos e bibliotecas, o

que não é recomendado. Ficam ligadas 72 horas e levam dois dias ventilando. Para

o seu efetivo manuseio, o técnico operador necessita dispor de equipamentos de

proteção individual e de segurança , além de acompanhamento de um profissional

biólogo e ou químico.( SOARES, 2003, p.19)

Figura 43 - Câmara de fumigação

E) SISTEMA DE CONGELAMENTO : Utilizado para combater infestação de

insetos. Também pode ser usado para conservar acervos atingidos por danos

causados pela ação das águas. O congelamento atua na paralisação da ação

deterioradora.

Na técnica de congelamento, são necessários os seguintes materiais:

Sacos plásticos com capacidade para 40 litros e espessura de 0,8 mm, fita adesiva

para vedação e um freezer. Deve-se utilizar o seguinte procedimento: – Embalar o volume nos sacos plásticos e retirar todo o ar; – Vedar o saco com fita adesiva e colocar no freezer a uma temperatura de – 20 a

96

– 25 C;

97

– Deixar por um período de 120 horas (cinco dias); – Após a retirada, deixar descongelar na temperatura ambiente e em seguida,

proceder às as intervenções que necessita.

F) ACONDICONAMENTOS: Segundo TEIJGELLER ( 2007, p.127), nos arquivos do

Ocidente é

agora aceito por unanimidade que todos os documentos, à

exceção dos livros encadernados, devem ser inseridos num

qualquer tipo de segundo invólucro. Servem de proteção contra a

poeira e sujidades, permite que as peças sejam transportadas de

uma forma segura e serve como primeira linha de defesa em

caso de incêndio ou inundação.

Além da proteção contra sinistros, as caixas ajudam nos casos

de flutuação de temperatura e de umidade relativa do ar, criando uma espécie de

microclima em torno do documento ( Mackenzie, 1996 Apud Teijgeller, 2007,

p.128). Na antiguidade, os documentos eram guardados numa espécie de

invólucros: Egípcios, romanos e gregos protegiam os seus rolos em caixas

cilíndricas feitas de madeira ou marfim.

Atualmente podemos acondicionar livros, folhetos, documentos

avulsos em variados formatos, em caixas feitas à base de cartão alcalino e sem

lignina ou enxofre, com gramaturas de 250 a 350 grams/m². Recomenda-se as de

duas peças com abas, caixas com uma só peça com abas nos cantos e as caixas

de duas peças em formato cruz. A vantagem é que todas as caixas podem ser feitas

artesanalmente, desde que disponha dos materiais e objetos necessários.

Ainda em relação às embalagens recomenda-se:

- Analisar as melhores opções de embalagens; – Pode-se adotar diversos modelos de caixas, envelopes, folders,

98

pastas, etc.;

Para definir a melhor forma de acondicionamento é necessário

99

considerar o tamanho e o tipo de documento, o espaço disponível,

os custos e o tempo de guarda; – Uma boa solução de acondicionamento são as pacotilhas, as

quais devem ser feitas com papel de boa qualidade e amarradas

com cadarço de algodão; – Jamais utilizar barbantes ou elásticos que cortam e danificam a

embalagem e os documentos ali acondicionados; – Utilizar pastas com prendedores e hastes plásticas; – Fixadores de metal enferrujam facilmente e danificam o

documento; – Usar embalagens de tamanho maior que o documento para não

dobrá-lo ou amassá-lo; – Não acondicionar documentos acima da capacidade da pasta ou caixa.

( ARQUIVO PÚBLICO DO PARANÁ. Disponível

em http://www.arquivopublico.pr.gov.br .Acesso em 01 dez. 2012

Outra forma de acondicionamento tradicional são as jaquetas à

base de poliéster. São materiais transparentes feitas para livros, com película de

poliéster e oferecem segundo ARAÚJO (2010, p.28):

a) protegem a capa da poeira e da abrasão causada pelo manuseio e

pela colocação do livro na prateleira;

b) se a capa de couro apresenta deterioração sob forma de pó

vermelho, as jaquetas retêm esse resíduo, de maneira que não atinja

os livros vizinhos;

c) permitem que seja vista a capa do livro e que o título seja lido;

d) evitam possíveis danos causados por adesivos, uma vez que as

etiquetas podem ser afixadas na jaqueta, e não diretamente na

lombada do livro.

Cabe frisar que, nem todos os poliésteres podem ser utilizados,

pois alguns tipos interajem quimicamente com o papel. O recomendado é o

100

poliéster livre de plastificantes, inibidores de raios ultravioletas, tinturas e

revestimentos de superfície, tais como o Mylar tipo D e o Meline 516. Os com 0,1

101

mm² são apropriados para livros.

Figuras 44 e 45 - Armazenamentos inadequados

Figuras 46 e 47 - Acondicionamento e armazenamento adequados (Fonte: Cassares, N. , p. 71 e

76)

102

Figura 48 - Caixas de duas peças em cruz (Fonte:Caderno Técnico CBPA, p 20)

Figura 49 - Caixa de duas peças com abas (Fonte:Caderno Técnico CBPA, p 17)

103

Figura 50 - Caixa em uma só peça com abas nos cantos. (Fonte:Caderno Técnico CBPA, p

104

Agora que você já esta familiarizado com os processos que

envolvem a conservação de acervos bibliográficos, reproduzimos na tabela

abaixo, uma síntese relacionada a alguns procedimentos adequados para uma

boa conservação de papéis:

Não recomendado Consequências Substituir por

Clipes metálicos ou grampos manchas de ferrugem, oxidação, ruptura da fibra, perda de suporte

clips de plástico,pontos de costura com linha de algodão

Fitas adesivas ou gomadas manchas/acidez reforço com papel japonês e cola neutra

Elástico de Látex derrete/gruda cadarço de algodão

Colas plásticas ou bastão são irreversíveis e degradam o suporte

cola neutra: Metylan, tylose

Guarda de mapas, documentos em rolos ou caixas pequenas

provocam vincos, rasgos, dobras, deformação do material

acondiciona em envelopes de papel neutro ou com carga alcalina em mapotecas ou embalagens próprias (caixas)

Alimentos,bebidas ou fumo próximos do material

manchas,queimaduras, gorduras, atrativo para insetos, roedores e microorganismos

local próprio para refeições para fumo (separado do acervo)

Retirada de livros da estante pela cabeça do mesmo

ruptura do cabeceado , e da parte superior da lombada

afastar os laterais e depoispuxar pelo meio da lombada o livro que você necessita.

Salivar para folhear depósito de acidez e bactérias nos cantos

apenas com as pontas dos dedos. A mão deverá estar lavada e seca.

Livros como apoio para escrita

manchas e marcas nas páginas ou nas encadernações

material correto de apoio: mesa e prancheta

Marcar livros com papelão, clips, canetas

acidez, ferrugem, manchas marcador de papel não ácido.

Feitura de cópias xerox em excesso ou pressão na lombada dos livros

desgaste do material, ruptura das costuras, etc

utilizar a 1ª cópia como original ou microfilmar e copiar a partir do microfilme.

Assinaturas, dedicatórias com canetas esferográficas

manchas que afetam o suporte e reagem a qualquer tratamento

nanquim, tinta permanente.

Álcool para limpeza da encadernação

manchas, pois as anilinas dissolvem e ressecam o couro

flanela ligeiramente úmida e, após a secagem, cera própria.

Acúmulo de volumes nas prateleiras

danifica as encadernações devido ao peso dos volumes sobrepostos

não empilhar ou sobrepor livros, principalmente se forem livros que tenham sofrido danos mecânicos.

105

Retirada de livros, pastas, documentos, obras de arte de

choque térmico. Danos na estrutura, nas capas, no suporte.

Criar áreas de “quarentena” para receber por tempo

106

Não recomendado Consequências Substituir por

ambientes climatizados para outro sem climatização

determinado obras que terão a temperatura modificada lentamente.

Uso de barbantes para segurar livros

Danos mecânicos nas encadernações e no corpo d livro ( rasgos, perda de suporte)

em caso de necessidade, usar cadarço de algodão

Transporte de muitos volumes nas mãos

danos mecânicos, no corpo do livro

dividir em lotes de 05 ou utilizar carrinho próprio para transporte de livros.

Várias caixas de documentos empilhadas

o peso deformará os documentos em seu interior

colocar no máximo duas caixas, uma sobre a outra

Desligar o sistema de refrigeração dos depósitos , das bibliotecas

o material poderá ter sua estrutura danificada com o choque térmico;

masnter sempre a temperatura e a umidade constante.

Nas áreas que contém acervos, não poderão conviver materiais inflamáveis ( botijões de gás,produtos químicos

grande probabilidade de incêndios

Estes materiais deverão ser guardadios longe doi averfo, em sala e armários próproipd.

Fonte: Joly, Maria Cristina. Sugestões para uma boa conservação de papeis, 2005.

107

A MICROFILMAGEM

O microfilme é conjugação da tecnologia fotográfica com os recursos

da ciência arquivística e da engenharia de sistemas. Atende à preservação quando

há ameaças ao estado físico dos documentos pelo manuseio e à substituição

visando otimizar espaços físicos. Tem seu uso em duas finalidades: a salvaguarda

e à substituição, entretanto, mesmo após o processo de microfilmagem de uma

coleção, seja parcial ou total, os originais NÃO PODEM SER DESCARTADOS.

Uma das vantagens proporcionadas pela microfilmagem diz respeito

à facilidade de acesso (através de uma máquina leitora dos fotogramas ou rolos) e

à dispensa do manuseio dos documentos originais, possibilitando desta forma, uma

melhor conservação dos materiais.

Figura 51 – Máquina leitora de microfilme Figura 52 - Rolo com fotograma

108

GERENCIAMENTO ELETRÔNICO DE DOCUMENTOS (GED)

O GED (Gerenciamento Eletrônico de Documento), conhecido também

como ECM (Enterprise Content Management) é a tecnologia utilizada para captar,

armazenar, localizar e recuperar informações existentes em documentos e dados

eletrônicos, podendo ainda gerenciar versões.

O objetivo principal do GED é gerenciar o ciclo de vida das informações

desde a sua criação até seu arquivamento e podem estar registradas em mídias

analógicas, digitais ou eletrônicas. Muitas vezes podemos ter as combinações de

analógicas e digitais (como informações criadas em sistemas eletrônicos que são

impressas para o seu processamento e arquivamento em papel).

O sistema de GED é caracterizado por dois macro-grupos de soluções: - Gerenciamento de Documentos (Document Management), informações são

transcritas de suas fontes originais.

- Gerenciamento de imagens de Documentos (Document Imaging), as imagens são

captadas via scannner, onde a informação é reproduzida fielmente.

Os profissionais de Tecnologia da Informação, vêm considerando

o GED como um dos seus principais segmentos de investimento para alcançar o

objetivo de gerenciamento total das informações. A tecnologia que antecedeu o

GED no gerenciamento de documentos foi a microfilmagem, ainda hoje utilizada por

diversas empresas, tanto no exterior como no Brasil.

A primeira tecnologia de GED que surgiu enfatizava basicamente

a digitalização de documentos de origem papel, gerando-se imagens digitais dos

documentos. Essa mesma tecnologia também possibilita a digitalização de

documentos de origem microfilme, justamente para converter os documentos

gerenciados pela tecnologia anterior. Essa tecnologia é conhecida como Document

Imaging ou Gerenciamento de Imagens de Documentos.

( Fonte: http://www.cani.com.br/servicos/ged.asp.

Disponivel em http:// www.arquivar.com.br/espaco_profissional/sala_leitura/artigos/o-que-

109

e->.Acesso em: 01 dez.2012

110

Assim como o microfilme, a digitalização de documentos em

formato eletrônico, atende tanto à preservação dos originais, bem como , a sua

utilização objetiva otimizar os espaços físicos. SOARES (2000,p.31), lista as

seguintes vantagens da digitalização de documentos: – Densidade de compactação;

– Localização muiti rápida da informação;

– velocidade de transmissão;

– Indexação e referências cruzadfas;

– Boa qualidade de imagens e de cópias,

– Disponibilidade dos documentos;

– Total segurança quanto à inviolabilidade das imagens

gravadas.

Ressalta-se que, tanto o GED como a Microfilmagem, são

serviços que devem ser desenvolvidos por profissionais com alta capacidade

técnica ou por empresas especializadas com experiência no mercado.

Para finalizar, Paul Conway em seu excelente caderno técnico

intitulado “Preservação no Universo Digital“, faz um reflexão em relação as

novas tecnologias, a cooperação e a preservação:

A preservação no universo digital desafia bibliotecários e

arquivistas, mas não necessariamente por falta de conhecimento

de tecnologia digital, critérios de seleção ou opções adequadas de

preservação. A tecnologia vem sendo suficientemente bem

compreendida. Escolhas fundamentadas do que preserve no

universo digital e os melhores caminhos para se alcançar os

objetivos da preservação derivam dessa compreensão. O

verdadeiro desafio está na criação de ambientes organizacionais

111

apropriados para a ação. Estratégias cooperativas adotadas a

partir de avançadas práticas de preservação não são suficientes

para administra a complexidade e os custos da tecnologia digital,

Os bibliotecários e arquivistas devem fazer mais do que

simplesmente dividir “ o bolo” da preservação. As bibliotecas

112

nacionais que estão em construção devem ser pensadas a partir

de conceitos que orientam a preservação. Além disso, novas

formas de geração e manutenção cooperativa de arquivos digitais

devem ser desenvolvidas. A aceitação da divisão de

responsabilidade e de investimentos financeiros garantirá o acesso

ao que é realmente único: coleções eletrônicas. A totalidade das

bibliotecas digitais nacionais virá a se transformar em algo de tão

alta qualidade e tão extraordinário valor para a universidade, o0

Estado ou outra instituição, que cada participante passará a

assumir um compromisso de permanentemente contribuir com a

preservação: Somente uma resposta afirmativa a esta questão

tornará possível a cooperação na construção desta biblioteca.

Assumir tais compromissos exige a adoção o mesmo tipo de

encaminhamento que regulou o contexto das ações de

preservação tradicional há duas décadas atrás.

( CONWAY, 1997, p. 20)

113

Figuras 53 a 55 - Modelos de escanner para digitalização de documentos

114

LEGISLÇÃO

As legislações federais abaixo, determinam a responsabilidade daqueles

que tem sob sua guarda e daqueles que utilizam acervos relacionados ao

patrimônio histórico e cultural brasileiro. Complementando a legislação, os Estados

federados também dispõem de leis específicas relacionadas à guarda, proteção e

utilização de museus, arquivos e bibliotecas.

DECRETO LEI nº 25 de 30 de novembro de 1937 .

Organiza a proteção do patrimônio histórico e artístico nacional.

LEI Nº 5.741, de 9 de julho de 1968.

Dispõe sobre a exportação de livros antigos e conjuntos bibliográficos brasileiros.

Artigo 1º – Fica proibido, sob qualquer forma, a exportação de bibliotecas e acervos

documentais constituídos de obras brasileiras ou sobre o Brasil editados no Século

XVI.

Decreto Legislativo nº 71 de 28 de novembro de 1972.

Aprova o Texto da Convenção Sobre Medidas a Serem Adotadas Para Proibir a

Exportação e Transferência de Propriedade Ilícita dos Bens Culturais, aprovada

pela XVI Sessão da Unesco, realizada em Pais, de 12 de outubro a 14 de

novembro de 1972.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL - 1988

Art. 216 . Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e

115

imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à

identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade

116

brasileira, nos quais se incluem:

I – as formas de expressão;

II – os modos de criar, fazer e viver;

III – as criações científicas, artísticas e tecnológicas;

IV- as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às

manifestações artístico-culturais;

V – os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico,

arqueológico, paleontológico, ecológico e científico;

§ 1º O poder público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o

patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância,

tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e

preservação;

LEI nº 8.394/91

Dispõe sobre a preservação, organização e proteção dos acervos documentais

privados dos Presidentes da República.

§ 2º Cabem à administração pública, na forma da Lei, a gestão da documentação

governamental e as providências para franquear sua consulta a quantos dela

necessitem.

LEI nº 8.159, de 08 de janeiro de 1991 .

Dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos e privados e dá outras

providências.

Artigo 1° - É dever do poder público a gestão documental e a proteção especial a

documentos de arquivo, como instrumento de apoio à administração, à cultura e ao

desenvolvimento científico e como elemento de prova e informação.

117

Artigo 10 – Os documentos de valor permanente são inalienáveis e imprescritíveis.

Artigo 25 – Ficará sujeito à responsabilidade penal, civil e administrativa, na forma

da legislação em vigor, aquele que desfigurar ou destruir documentos de valor

permanente ou considerado como de interesse público e social.

DECRETO nº 4073, de 03 de janeiro de 2002

Regulamenta a Lei nº 8.159 de 08 de janeiro de 1991, que dispõe sobra a política

nacional de arquivos públicos e privados.

Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 .

Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e

atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências.

Dos crimes contra o ordenamento urbano e o patrimônio cultural:

Artigo 62 – Destruir, inutilizar ou deteriorar:

II – arquivo, registro, museu, biblioteca, pinacoteca, instalação científica ou similar

protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial:

Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

Decreto Federal nº 3. 179, de 21 de setembro de 1999.

Dispõe sobre a especificação das sanções aplicáveis às condutas e atividades

lesivas ao meio ambiente , e dá outras providências:

Artigo 49 – Destruir, inutilizar ou deteriorar :

II – arquivo, registro, museu, biblioteca, pinacoteca, instalação científica ou similar

protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial:

Multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a R$ 500.000,00 ( quinhentos mil reais).

118

LEI Nº 10.753, de 30 de outubro de 2003.

Institui a Política Nacional do Livro.

Praticando:

A) Em relação a sua vivência profissional, bem como as leituras efetuadas, como você

analisa a situação dos acervos nas bibliotecas localizadas na sua região. Há uma política de

preservação/conservação nas bibliotecas/centros de documentação dos acervos destas

instituições.

B) Quais as medidas a serem tomadas objetivando reduzir o número de insetos em arquivos e

bibliotecas ?

C) Quais as recomendações gerais a serem tomadas visando prevenir o surgimento de fungos

nos acervos de papel?

D) Você conhece algum programa ou projeto desenvolvido em bibliotecas e arquivos que

trabalhe a conscientização de usuários em relação à conservação preventiva?

119

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAÚJO, Diná Marques Pereira. Introdução às técnicas de acondiconamento e

higienização de livros raros e especiais: atividades da oficina de conservação

da divisão de coleções especiais. Belo Horizonte : UFMG, 2010.33 p.

ARQUIVO PÚBLICO DO PARANÀ Disponível em http://www.

arquivopublico.pr.gov.br. Acesso em : 01 dez. 2012.

CASSARES, Norma Cianflone. Como fazer conservação preventiva em arquivos

e bibliotecas. São Paulo : Arquivo Público, 2000. 78p.

CONWAY, Paul. Preservação no universo digital.Rio de Janeiro : Projeto

conservação preventiva em bibliotecas e arquivos : Arquivo Nacional, 1997. 24 p.

GERENCIAMENTO Eletrônico de Documentos. Disponível em <http://

www.arquivar.com.br/espaco_profissional/sala_leitura/artigos/o-que-e->.Acesso em: 01

dez.2012.

Joly, Maria Cristina. Sugestões para uma boa conservação de papeis, 2005. 4 p.

(Folhas avulsas).

MILEVSKI, R. J. Manual de pequenos reparos em livros. Rio de Janeiro : Projeto Conservação Preventiva em Bibliotecas e Arquivos : Arquivo Nacional.

1997. NORMA Regularizadora nº 6. (NR. 6). Equipamentos de proteção individual –

EPIs. Ministério do Trabalho e Emprego <http://www.mtb.gov.br.

120

SOARES, Talita de Almeida Talemberg (Org.) Manual de conservação de acervos

documentais e noções de restauração de documentos : suporte papel.

121

Florianópolis : Arquivo Público do Estado de SC, 2003. 57p. (Apostila

mimeografada).

SPINELLI JUNIOR, J. Introdução à conservação de acervos bibliográficos:

experiência da Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional.

1995 TEIJGELER, René. Conservação preventiva da herança documental em climas

tropicais: uma bibliografia anotada. Lisboa : Biblioteca Nacional, 2007. 400p. (

Publicações Técnicas sobre P&C : 4).

SUGESTÕES DE LEITURA

Além dos livros e artigos listados nas referências bibliográficas de

cada Unidade, recomendo afim de aprofundar o conhecimento na área, uma

bibliografia e sítios relacionados à Conservação/Preservação em acervos

bibliográficos e não-bibliográficos.

ABRACOR – Associação Brasileira de Conservadores – Restauradores de Bens Culturais. Disponível em: <http://www.abracor.com.br/novosite>. Acesso em : 20 jun. 2010. BECK, Ingrid. Manual de conservação de documentos. RJ: Arquivo Nacional, 1985. 34 p. , Ingrid (Coord). Manual de preservação de documentos. RJ: Arquivo Nacional. 1991.75 p.

CADERNO Técnico: armazenagem e manuseio. Rio de Janeiro : Projeto conservação preventiva em bibliotecas e arquivos, 1997. CARVALHO, Claudia. O controle ambiental para preservação de acervos na concepção

dos edifícios de arquivos e bibliotecas em clima tropical úmido. Dissertação de Mestrado. Rio de Janeiro : FAU/UFRJ, 1997.

122

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