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O INSTITUTO

INHOTIM

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Galeria Adriana Varejão

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O Instituto Inhotim, entidade sem fins lucrativos, fundada em 2002, incentiva e promove atividades e projetos na área sociocultural, relacionados à arte contemporânea, à preservação do meio ambiente e do patrimônio cultural. Tais campos dão origem a um sólido programa educativo, claramente comprometido com metas inclusivas. O Instituto atua por meio de ações próprias, conveniadas ou pelo apoio e fomento a atividades de instituições sem fins lucrativos com atuação nessas áreas.

O amplo e complexo acervo de arte contemporânea, formado por obras de artistas brasileiros e internacionais, exposto ao público no Instituto localizado em Brumadinho/MG, a 60 quilômetros de Belo Horizonte, faz de Inhotim um local de visita obrigatória por parte de todos os que se interessam pelos movimentos internacionais mais recentes no campo da arte.

Este documento apresenta uma breve descrição das ações empreendidas nas diversas áreas de atuação do Instituto, destacando-se seus principais resultados. Tais atividades assinalam, com clareza, o compromisso do Instituto Inhotim com o desenvolvimento cultural, social e científico do Brasil e de Minas Gerais, bem como de Brumadinho e região.

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Cildo Meireles, Inmensa, 1982 - 2002

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ARTE CONTEMPORÂNEA

E MEIO AMBIENTE

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A imagem do museu como um espaço fechado e restrito, distanciado do contexto a que pertence, já não é compatível com o cenário contemporâneo. “Atualmente, a palavra ‘museu’ inclui todas as coleções abertas ao público de materiais artísticos, técnicos, científicos, históricos ou arqueológicos, incluindo-se jardins botânicos e zoológicos”.1

Hoje, museus devem ser entendidos não apenas pelos acervos neles expostos, mas também pela sua forma, funções e pelas áreas de interação que são capazes de desencadear. O foco deve se deslocar do “que” é apresentado para o “como” é apresentado. O que importa não são apenas as coleções apresentadas, mas as estratégias e as metodologias de interface com o público visitante.

Inhotim caminha nesse sentido. É um espaço aberto, em contínua transformação, onde arte e meio ambiente interagem harmonicamente e renovam-se sem cessar. Ocupa uma área de 45 ha de jardins – parte criada em colaboração com o renomado paisagista brasileiro Roberto Burle Marx (1909 – 1994) –, com extensa e original coleção botânica de espécies tropicais raras, pertencentes aos biomas da Mata Atlântica e do Cerrado. Além de romper com a arquitetura e o modo de visitação associados aos museus mais convencionais, Inhotim oferece aos visitantes a oportunidade de uma fruição não disciplinar, ao aproximar galerias de arte e circuitos ambientais.

O acervo artístico do Inhotim, de ressonância nacional e internacional em arte contemporânea, vem sendo formado desde meados de 1980, com foco na arte produzida internacionalmente dos anos 60 até nossos dias. Atualmente, o Instituto conta com dez galerias de arte, espalhadas por seu parque ambiental: Fonte, Praça, True Rouge, Mata, Cildo Meireles, Adriana Varejão, Doris Salcedo, Lago, Marcenaria e Lézart. São exibidos, dentro das galerias e também nos jardins, pinturas, esculturas, desenhos, fotografias, vídeos e instalações de renomados artistas brasileiros e internacionais. Mais de 480 obras compõem o acervo do Inhotim, sendo que aproximadamente 30% delas ficam disponibilizadas em exposições permanentes ou temporárias.

Figuram no acervo nomes consagrados no universo da arte contemporânea, como Adriana Varejão, Arthur Barrios, Chris Burden, Cildo Meireles, Doug Aitken, Hélio Oiticica, Larry Clark, Matthew Barney, Michel Majerus, Olafur Eliasson, Rirkrit Tiravanija & Navin Rawanchaikul, Rivane Neuenschwander, Tunga, Vik Muniz, entre outros.

Boa parte das obras do acervo foi instalada com base em um intenso processo de comissionamento, que diferencia substancialmente o trabalho realizado no Inhotim do que ocorre em outros museus. Por meio de um estreito diálogo com artistas, curadores, arquitetos e paisagistas, são criados espaços para abrigar obras, respeitando as especificidades de cada trabalho e os interesses do autor, mantida sempre a conexão com o entorno.

Em 2007, o Inhotim concorreu, com outras 20 atrações turísticas de todo o País, ao prêmio de “Melhor Atração Turística do Brasil”, promovido pelo Guia 4 Rodas através da votação “O Melhor do Guia Brasil 2008”. A proposta inovadora do Inhotim conferiu-lhe o terceiro lugar na classificação geral. O trabalho do Inhotim é amplamente reconhecido, seja pela sociedade, seja pela mídia. Na edição de 2009 do Guia 4 Rodas 2, principal publicação na área de turismo no Brasil, o Instituto recebeu, pelo terceiro ano consecutivo, a classificação máxima, com cinco estrelas, na categoria “Passeio”. 8

1 - Texto referência – International Council of Museums. Disponível em: <http://www. icom.museum>. 2 - Disponível em: <http://viajeaqui.abril.com.br/g4r/busca/atracoes/pop_atr.php?cod_atracao=1600023>.

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Jorge Macchi, Fuegos de artifício (detalhe), 2002

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Cildo Meireles, Através, 1938-1989

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Janine Antoni, Swoon, 1997

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Alessandro Pessoli, Caligola, (frame da animação), 2002

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Olafur Eliasson, By Means of a Sudden Intuitive Realization, 1996

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Chris Burden, Beam Drop (detalhe), 1984

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ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO

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Trabalho realizado por alunos do município de Sarzedo, participantes do projeto Descentralizando Acesso (2008)

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Visando à ampliação do acesso, à formação de público, ao uso da arte como leitura da contemporaneidade e à difusão de programas avançados em meio ambiente, o Instituto Inhotim, em parceria com o Poder Público e a iniciativa privada, desenvolve dois programas de visitas escolares: “Descentralizando o Acesso” e “Escola Integrada”. Trata-se de visitas guiadas, estendidas a alunos e a professores das redes escolares públicas de Belo Horizonte, Brumadinho e região, com o objetivo de estimular o contato com os acervos artístico e botânico, o que permite ao Inhotim desempenhar ativamente seu papel de agente de inclusão social e formador de gerações futuras.

Os programas propiciam aos participantes a oportunidade de exercitar a aprendizagem fora do ambiente escolar, num local que favorece a prática da interdisciplinaridade, e propõe a execução de projetos que envolvam professores, agentes comunitários e estudantes. Cerca de 18.000 alunos e 1.600 professores já foram atendidos, apenas no ano de 2008.

Outra atividade de formação em arte oferecida pelo Inhotim, com apoio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais, é o “Laboratório Inhotim”. Esse projeto promove o conhecimento da arte por jovens da rede escolar de Brumadinho e fomenta a interação dos participantes com a produção artística contemporânea presente no museu e com as diferentes manifestações da cultura local. Voltado para alunos da rede pública de ensino, com idade entre 13 e 17 anos, o projeto é dividido em três etapas. Cada etapa corresponde a um semestre letivo, e na terceira o participante pode permanecer em atividade por até um ano. Esse programa oferece subsídios para experimentação das diversas linguagens artísticas, valendo-se de construções elaboradas pelos próprios alunos, e incentiva a produção textual crítica, tendo como referência os estudos dos conceitos de arte, curadoria e crítica de arte.

O projeto tem recebido amplo reconhecimento: foi menção honrosa na edição 2007-2008 do Prêmio Darcy Ribeiro, do Ministério da Cultura, e foi premiado na 2ª edição do Prêmio Rumos Educação, Cultura e Arte, do Itaú Cultural.

O Inhotim realiza ainda atividades educacionais ligadas ao meio ambiente, área na qual também pretende ser referência. O projeto “Jovens Agentes Ambientais” introduz o público jovem no ofício de jardinagem, com identificação e catalogação de espécies botânicas, noções de meio ambiente e estudo e manejo de plantas ornamentais. A ideia é desenvolver a consciência ambiental desse público e, ao mesmo tempo, apresentar a possibilidade de um campo de trabalho futuro.

Todos os programas educativos são desenvolvidos por uma equipe de Arte Educadores e Educadores Ambientais – estagiários de graduação, bacharéis e licenciados, mestres e doutores –, cujo trabalho integra as atividades de ensino e pesquisa de forma inovadora e socialmente responsável.

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INCLUSÃO E CIDADANIA

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Participantes do projeto Laboratório Inhotim, Brumadinho (2007)

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Para além das atividades conduzidas no complexo museológico, o Instituto Inhotim é responsável, na região de Brumadinho e seu entorno, por programas voltados para a inclusão. Nesse sentido, ao destino turístico consolidado que já é, o Inhotim acrescenta a meta de viabilizar e potencializar estratégias de desenvolvimento local, de preservação do patrimônio e do meio ambiente, geração de renda, com ações ligadas ao turismo, à educação, ao esporte e à infraestrutura na comunidade.

Por meio da Diretoria de Inclusão e Cidadania, criada em 2007, o Instituto Inhotim desenvolve diversos trabalhos junto às comunidades de Brumadinho e do seu entorno, o que evidencia o compromisso da instituição com as metas de desenvolvimento socioeconômico da região.

Desde 2008, o Instituto participa ativamente da formulação de projetos para a melhoria da qualidade de vida da área onde está inserido. A instituição tem atuado no sentido de oferecer assessoria para que diversas organizações comunitárias, sem fins lucrativos, possam ser regularizadas e capacitadas para a elaboração, gestão e captação de recursos para seus próprios projetos, visando à sustentabilidade e à autonomia.

Os frutos desse trabalho surgiram rapidamente. Projetos dessas entidades parceiras já vêm sendo selecionados em editais de diferentes áreas. Alguns exemplos podem ser citados: a banda São Sebastião, corporação musical de Brumadinho, com grande trabalho de iniciação musical de crianças e jovens, foi aprovada no edital 2008 da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais; a Associação dos Remanescentes do Quilombo de Sapé, grupo representante de uma comunidade quilombola da região, também teve um projeto selecionado pela Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial; o Ministério do Turismo aprovou um projeto para o fortalecimento da rede de produção comunitária para o turismo em Brumadinho, visando à profissionalização dos produtores e à melhoria da qualidade dos produtos artesanais fabricados.

A música vem sendo trabalhada pela Diretoria de Inclusão e Cidadania como um dos principais instrumentos de manifestação cultural, individual e coletiva, capaz de contribuir para o desenvolvimento humano e social da região.

Atualmente, as principais ações do Instituto Inhotim nessa linha de atuação são desenvolvidas em parceria com as corporações musicais de Brumadinho, responsáveis pela iniciação musical de cerca de 300 crianças e jovens locais. Além disso, o Inhotim administra os corais Inhotim Encanto – versões infantil, juvenil e adulto, cada um com 30 integrantes –, cujo objetivo é promover maior integração da comunidade local com seu meio, utilizando como instrumento o canto coral.

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Adriana Varejão, Linda do Rosário, 2004

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GESTÃO DO CONHECIMENTO

Hélio Oiticica e Neville D’Almeida, Cosmococa 5 Hendrix War, 1973

28Cildo Meireles, Através, 1938-1989, foto: Pedro Motta

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O Inhotim se prepara para se tornar referência como um centro de conhecimento. Com a criação da Diretoria de Gestão do Conhecimento, em 2008, diretrizes estão sendo traçadas para essa área, e algumas ações já estão sendo implementadas.

Parcerias com a Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, visando à criação de cursos de especialização na área de arte contemporânea, estão adiantadas. Tais cursos permitirão a aproximação entre o acervo Inhotim e o campo reflexivo mais próprio da universidade.

Outra ação em curso é a criação do Centro de Pesquisa e Educação Ambiental Inhotim/Ferrous, atualmente sendo projetado, com previsão de início das obras em julho de 2009. Por meio dele, pretende-se firmar Inhotim como uma referência definitiva em questões ambientais, atuando em conjunto com instituições de ensino superior brasileiras e estrangeiras. No âmbito da implementação desse centro, destaca-se o envolvimento do Instituto em dois grandes projetos: a criação do Polo de Excelência em Gestão Ambiental, em convênio com a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Superior de Minas Gerais, e a constituição e gestão da Rede Água, projeto da Câmara Federal do Brasil.

Além disso, o Instituto Inhotim tem conduzido, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais e em conjunto com renomadas universidades mineiras, como a Universidade Federal de Minas Gerais, a Universidade do Estado de Minas Gerais e a Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, diversos projetos de pesquisa em áreas temáticas consideradas prioritárias, nas quais o Instituto conta com pessoal qualificado.

A Diretoria de Gestão de Conhecimento tem a responsabilidade de construir e implementar concepções e ações no campo do conhecimento capazes de unificar, de maneira inovadora, qualificação acadêmica e relevância social. Comparativamente às universidades e a outras instâncias de ensino e pesquisa na educação superior, que têm seu âmbito de atuação claramente demarcado, Inhotim, tanto por sua conformação como por sua flexibilidade, está apto a visar e a alcançar objetivos igualmente diferenciados e múltiplos, orientados por uma visão multidimensional da gestão do conhecimento, eticamente demarcada e com uma inusitada amplitude de alcance.

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Expediente

Diretoria

Ana Lúcia Gazzola - Diretora Executiva

Hugo Vocurca - Diretor Executivo Adjunto e Diretor de Meio Ambiente interino

Jochen Volz - Diretor Artístico

Roseni Sena - Diretora de Inclusão e Cidadania

Sueli Pires - Diretora de Gestão do Conhecimento

Ricardo Leite - Diretor Administrativo-Financeiro

Maria Ceres Spínola Castro – Diretora de Comunicação

Conselho de Administração

Bernardo Paz

Ana Lúcia Gazzola

Ricardo Santiago

Hugo Vocurca

Marcos Coimbra

Cláudio Moura Castro

Cristiano Paz

Staff

Alexandre Otoni - Superintendente de Operações

Bruno Barcelos - Gestor Cook & Arte

Leonardo Beltrão - Agenda Cultural

Thiago Alvim - Planejamento

Projeto Gráfico: Brígida Campbell

Fotos: Eduardo Eckenfels (páginas 24, 26 e 27), Pedro Motta (páginas 9, 10, 12,13, e 14), Agência Nitro (páginas 1, 4, 6, 15 e 28), Ludimila Loureiro (página 20) e André Mantelli (páginas 2 e 30)

www.inhotim.org.br