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Tempo de Pregar Pregando de maneira relevante e compromissado com as Escrituras Nunca foi tão comum ver pregadores de sucesso como nos dias atuais. No entanto, também nunca foi tão comum ver homens caírem na tentação de não se comprometerem com as Escrituras em suas pregações. Em busca de satisfaer uma geração fast!food, muitos tem trocado a "íblia pela autoa#uda, tem buscado relev$ncia no mar%eting publicit&rio ao invés de princípios s'lidos enraiados na Palavra. (uitos desses pregadores t)m um grande p*blico, tem uma orat'ria envolvente, tratam de assuntos atuais e relevantes, e até faem alguma refer)ncia a +eus e a "íblia, no entanto sua pregação é centrada no homem ao invés de risto. -uas citações bíblicas são apenas menções a um l ivro ue possuem algumas frases de efeito ue podem levantar o animo. / pre gação para eles não é uma r esposta de +eus ao homem, mas uma resposta do homem ao homem usando +eus para enfeitar. Por outro lado, temos igre#as em ue os ministros parecem ter saído de uma m&uina do tempo e aterrissado no século 001. -ão completamente ultrapassados. 2ivem em uma bolha ue não conseguem pregar algo atual, pr&tico e relevante. onfundem pregação com uma aula de semin&rio, sem conseguir falar algo ue se apliue ao dia!a!dia do ouvinte. Não entendem ue pregação é a proclamação da palavra de +eus debai3o da autoridade e unção do Espírito -anto. Não percebem ue ser bíblico não é sin4nimo de ser te'rico e antiuado. 5addon 6obinson, um dos maiores mestres da homilética do nosso tempo, disse certa ve ue : “Sermões bíblicos fortes precisam ser ‘bifocais’. Eles refletem tanto a ideia e o desenvolvimento do texto como também refletem as  preocupações e q uestões do ouvinte. a penas por meio de pre!aç "o relevante e bíblica que #omens e mul#eres podem vir a entender e experimentar o que o $eus Eterno tem a di%er para eles #o&e.' (  omo então deve se comportar o pregador ue é fiel as Escrituras, mas também é relevante7 omo apresentar as riueas do Evangelho do modo como ele realmente é, a saber, rico e fascinante7 Comprometido com a Palavra de Deus E3iste algo ! ue muitos t)m esuecido ! ue diferencia um pregador de um palestrante motivacional. Enuanto o palestrante est& centrado no homem, o pregador deve est& centrado na "íblia. Na medida em ue o orador busca satisfaer o p*blico e arrancar os aplausos, o pregador é um arauto ue proclama a vo de +eus e busca agrad&!lo. 8 grande problema da maioria dos pregadores é ue eles não confiam no poder ue emana da Palavra de +eus. Eles passam superficialmente pela "íblia para cumprir com o ritual da pregação, mas não se preocupam em 1 A Arte e o Ofício da Pregação Bíblica, p.68

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7/24/2019 Preparando Artigo

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Tempo de Pregar Pregando de maneira relevante e compromissado com as Escrituras

Nunca foi tão comum ver pregadores de sucesso como nos dias atuais. Noentanto, também nunca foi tão comum ver homens caírem na tentação de não

se comprometerem com as Escrituras em suas pregações. Em busca desatisfaer uma geração fast!food, muitos tem trocado a "íblia pela autoa#uda,tem buscado relev$ncia no mar%eting publicit&rio ao invés de princípios s'lidosenraiados na Palavra.

(uitos desses pregadores t)m um grande p*blico, tem uma orat'riaenvolvente, tratam de assuntos atuais e relevantes, e até faem algumarefer)ncia a +eus e a "íblia, no entanto sua pregação é centrada no homem aoinvés de risto. -uas citações bíblicas são apenas menções a um livro uepossuem algumas frases de efeito ue podem levantar o animo. / pregação

para eles não é uma resposta de +eus ao homem, mas uma resposta dohomem ao homem usando +eus para enfeitar.Por outro lado, temos igre#as em ue os ministros parecem ter saído de uma

m&uina do tempo e aterrissado no século 001. -ão completamenteultrapassados. 2ivem em uma bolha ue não conseguem pregar algo atual,pr&tico e relevante. onfundem pregação com uma aula de semin&rio, semconseguir falar algo ue se apliue ao dia!a!dia do ouvinte. Não entendem uepregação é a proclamação da palavra de +eus debai3o da autoridade e unçãodo Espírito -anto. Não percebem ue ser bíblico não é sin4nimo de ser te'ricoe antiuado.

5addon 6obinson, um dos maiores mestres da homilética do nosso tempo,disse certa ve ue: “Sermões bíblicos fortes precisam ser ‘bifocais’. Elesrefletem tanto a ideia e o desenvolvimento do texto como também refletem as preocupações e questões do ouvinte. apenas por meio de pre!aç"orelevante e bíblica que #omens e mul#eres podem vir a entender eexperimentar o que o $eus Eterno tem a di%er para eles #o&e.' ( omo entãodeve se comportar o pregador ue é fiel as Escrituras, mas também érelevante7 omo apresentar as riueas do Evangelho do modo como elerealmente é, a saber, rico e fascinante7

Comprometido com a Palavra de DeusE3iste algo ! ue muitos t)m esuecido ! ue diferencia um pregador de um

palestrante motivacional. Enuanto o palestrante est& centrado no homem, opregador deve est& centrado na "íblia. Na medida em ue o orador buscasatisfaer o p*blico e arrancar os aplausos, o pregador é um arauto ueproclama a vo de +eus e busca agrad&!lo.

8 grande problema da maioria dos pregadores é ue eles não confiam nopoder ue emana da Palavra de +eus. Eles passam superficialmente pela"íblia para cumprir com o ritual da pregação, mas não se preocupam em

1 A Arte e o Ofício da Pregação Bíblica, p.68

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interpretar o ue foi escrito, ou então faem malabarismo hermen)utico paraue o te3to se encai3e nauilo ue eles uerem. omo disse 9ilton (oraes emseu livro 8 clamor da 1gre#a: ;)etire*se o texto de al!uns sermões+ e nada demais acontece+ pois ela deixou de ser a base da mensa!em, passou a sersimples ornamento.' -  Tal atitude ocorre porue auele ue est& ministrandoacredita ue precisa acrescentar algo ue o te3to não disse, para ue apregação se torne interessante. Ele usa os dilemas humanos para interpretar a"íblia ao invés de dei3ar ue a "íblia responda ao indivíduo.

Por mais ue alguém se#a um bom orador, por mais ue se#a profundo emanalisar os seus ouvintes e consiga prender a atenção do p*blico, “uma#onesta avaliaç"o de nossa perícia inevitavelmente nos leva conclus"o deque n"o temos eloqu/ncia ou sabedoria capa%es de levar as pessoas da morte para a vida'.0 Não se pode esperar uma mudança espiritual se for usadotécnicas humanas. Não se pode matar o pecado por outro meio a não ser

através da Espada do Espírito, ue é a Palavra de +eus. Em meio a tantosoradores da cidade de orinto, o ap'stolo Paulo não foi mais um sofista, oubom conselheiro. Não se preocupou em atrair o seu p*blico com estratégias demar%eting, mas disse: ;a min#a palavra+ e a min#a pre!aç"o+ n"o consistiramem palavras persuasivas de sabedoria #umana+ mas em demonstraç"o deEspírito e de poder, 1ara que a vossa fé n"o se apoiasse em sabedoria dos#omens+ mas no poder de $eus.<= o >:?,@.

Temos ue entender ue nem tudo auilo ue o povo dese#a ouvir, é o ueele precisa ouvir. Nossos ouvintes foram contaminados pela natureapecaminosa e seus ouvidos não uerem ser incomodados pela 2erdade, masuerem ser confortados pela mentira. Não podemos atender a esse tipo dedese#o carnal e ao mesmo tempo ser comprometido com as Escrituras.

(ais uma ve, 5addon 6obinson nos adverte ue: ;se buscamos comdemasiado esforço não ofender ou se lemos muitas cartas dos ofendidos,podemos ficar paralisados. omeçamos a modificar cada frase. /cabamospregando sermões defensivos, cuidadosos e sem força.< ? Posicionar!se comoum pregador é assumir a função de mensageiro de +eus, e o mensageiro nãotransmite uma mensagem pessoal, mas reprodu a vo divina, sussurrada aoshomens por causa do pecado, mas bradada através da e3posição honesta das

Escrituras.

Amor pelos ouvintes-e alguns não se preocupam em usar as Escrituras na pregação, h& outros

ue a utiliam de maneira euivocada. Em busca de uma fidelidade A "íblia,

2 Jilton Moraes, O claor da !gre"a, p.#2

$ Pregação cristoc%ntrica, p.1#

& A arte e o ofício da pregação bíblica, p. 1&$

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eles erram em não aplicar o te3to para as situações contempor$neas. / "íblianão é um con#unto de dogmas te'ricos ue estão fora da realidade, mas é aPalavra viva de +eus e como Palavra de +eus ela fala As pessoas ho#e.

 /uele ue prega precisa ter uma visão de como as pessoas pensam,sentem e agem. /ssim como um médico ue busca conhecer os sintomas deuma doença a partir dauilo ue o paciente relata, o pregador deve conheceros seus ouvintes e aplicar a Palavra de +eus ue é capa de transformarualuer pessoa. B obvio ue devemos interpretar cada passagem de acordocom o seu conte3to hist'rico!gramatical, mas isso não uer dier ue nãoe3ista respostas e aplicações dentro do te3to para os dilemas humanos. 8 +r.(artCn DloCd!9ones nos di ue ;a compreensão genuína da verdade semprecondu A aplicação. Portanto, se um homem não aplica a verdade, seu realproblema é ue não a compreendeu<@.

Não pregamos para pessoas ue vivem dentro de um monastério, mas para

homens e mulheres ue ap's o domingo, irão para os seus trabalhos, lerãonotícias preocupantes, passarão por alegrias e crises. /ter!se a e3plicarsomente uem eram os #ebuseus e girgaseus é perder toda a relev$ncia ue oEvangelho possui e ;um dos piores pecados ue alguém pode cometer éentediar os outros com "íblia<. Em seu livro pregação bíblica, 5addon6obinson nos di ue ap's a e3plicação do te3to, a pergunta ue os ouvintesfaem é:;e daí7 Fue diferença isso fa7< 8u se#a, o ue essa passagem tem aver comigo7 Em ue isso me ser& favor&vel7 +evemos crer como o /p'stoloPaulo ue ;toda a Escritura é divinamente inspirada é *til<.

Não precisamos cair no erro de atender os dese#os carnais dos ouvintes.(as podemos dar as respostas ue eles precisam e ue somente a Palavra de+eus é capa de dar. omo então ser relevante e comprometido com asEscrituras7 /lgumas diretries poderão nos orientar sobre como devemos agir:• Preocupar!se em e3plicar o ue o te3to realmente di. Não podemos impor

ao te3to o ue achamos ue ele deveria dier. / interpretação correta da"íblia é ferramenta indispens&vel para todo o pregador. omo disse 9ohnGoessler: ;2oc) precisa faer o trabalho duro da e3egese antes de pensarsobre ualuer outra uestão relacionada ao estilo ou A aplicação.<HI

•  /s pessoas precisam olhar o mundo segundo a 'tica da palavra de +eus.

+evemos est& atualiado uanto ao ue acontece no mundo e faer umacone3ão sobre o ue o te3to bíblico apresenta. omo alguém #& disse:;devemos pregar com a "íblia na mão e um #ornal na outra<I

' (ar)ness and lig*t+ in eposition of ep*esians &.1#-'.1#, grand rapids+

ba)er,182, p.2/1

6 0Por e ao pregar3. !n+ 4oessler, ed., Manal de pregação, p.6&

# A arte e o ofício da pregação bíblica, p.2#$

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• +evemos sair da generalidade e mostrar ao ouvinte a abrang)ncia do

te3to. Jm mandamento como ;não furtar&s< pode ser aplicado no cotidianode muita gente ue sonega impostos ou furta algum bem da sua empresa. /o faermos isso, estamos apro3imando o te3to do p*blico.I

Jma boa pregação precisa de alguns elementos ue a tornam maisenvolvente e compreensível, como a ilustração, os e3emplos do cotidiano,e o humor utiliado de maneira comedidaI

• Por ultimo, o centro de nossa pregação deve ser a cru de risto. -e nos

prendermos somente a e3ortar os ouvintes para agir de maneiramoralmente correta, nos tornaremos legalistas, mas se ;pregarmos a ristoe este crucificado< estaremos, de fato, oferecendo a graça de +eus.

B tempo de pregar a palavra de +eus ao invés das ideias humanas. /martanto aos seus ouvintes de modo ue ache impossível tratar de seus dilemassem antes proclamar o ;assim di o -enhor<. /s palavras de 9ohn Goesslerau3iliar& todo pregador comprometido com as Escrituras e preocupado com orebanho: ;/ uestão central se resume a certificar!se de ue as pessoasentendam ue o ue +eus uer ue elas façam veio desse te3to. (inhaconfiança como pregador est& no poder da Palavra de +eus.<K 

8 A arte e o ofício da pregação bíblica, p. 2#&