prêmio literário valdeck almeida de jesus 2008

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Antologia que compila os melhores poemas inscritos no Prêmio Literário Valdeck Almeida de Jesus, edição de 2008.

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  • Todos os direitos desta edio reservados ao autor.

    Publicado por Giz Editorial e Livraria Ltda.R. 24 de Maio, 77 - 11 andar - Sala 1101 C

    Centro - So Paulo - SP - 01041-001Website: www.gizeditorial.com.brE-mail: [email protected]

    Tel/Fax: (11) 3333-3059

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  • Organizado por VALDECK ALMEIDA DE JESUS

    2009

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  • 2009 de

    Ttulo original em Portugus:

    Coordenao editorial: Ednei ProcpioSuperviso editorial: Simone MateusEditorao eletrnica e capa: Regiane Wagner JorgeReviso: Valdeck Almeida de JesusImpresso:

    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)(Cmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

    ndice para Catlogo Sistemtico

    PROIBIDA A REPRODUO

    Nenhuma parte desta obra poder ser reproduzida, copiada, transcrita ou mesmo transmitida por meios eletrnicos ou gravaes, assim como traduzida, sem a permisso, por escrito, do autor. Os infratores sero punidos pela Lei n 9.610/98

    Impresso no Brasil / Printed in Brazil

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  • Pr/facies

    Certa vez recebi pela Internet, a pergunta de uma escritora: Por que publicar em antologias? No sei se era uma indagao capciosa, exatamente qual a inteno. Talvez uma crtica implcita a mim, que participo de um bom nmero... Quando eu era jovenzinha, antologias seriam apenas para as textos em prosa ou versos de renomados autores.

    Coletneas seriam feixes de escritos de pessoas comuns. No entanto, com o advento da Internet, esse conceito mudou.

    Pois se o poeta - o autor focal desta antologia - antes escrevia para si, ou submetia a jornais seus versos, e eram poucos os que se viam publicados, hodier-namente, h um boom a explodir belezas poticas, dos lugares comuns dos apai-xonados s singularidades de expresso... Se antes muitos morriam e somente ento seus versos cometidos eram encontrados, hoje, poeta, famoso ou no, ja-mais morrer, no enquanto lerem, declamarem, repassarem seus versos o que muito comum, por e-mails. Os velhos caderninhos so agora, arquivos, pastas. As pessoas postam web designs que ilustram seus escritos. No raro, quem ape-nas ilustra, ou faz PPS, acaba tornando-se Poeta. Faz livros virtuais, participa de concursos, en m, as portas e janelas abriram-se para a livre expanso da alma.

    O egocentrismo, cedeu cordifraternidade: troca-se regulamentos, h sites, home pages e blogs especializados nessa divulgao. Outros no o so, mas mandam em PVT, ou incluem em seus espaos, hospedam.

    O motivo claro: alm de um autor ter de enviar algo prprio, escrito corre-tamente, em geral indito (ou no, conforme as normas vigentes), de preferncia original, singular, o texto esbarrar em um jri, em algum que ter sua viso e preferncias pessoais, com a tarefa de fazer a seleo, ser neutra, imparcial, des-preconceituosa. Alguns lograro classi car-se, outros apenas sero convidados a participar. Mas o prazer de folhear um livro e encontrar-se em companhia to diversi cada, mas todos pertencentes a essa casta a dos poetas, imenso.

    Tambm j me perguntaram por que ainda concorro. Sempre respondo que pelo frisson da expectativa. E porque no Brasil edies individuais so acima das possibilidades do autor, muitas vezes, de gastar: cnjuges reclamam, usou parte do dinheiro das frias e publicou um livro; fez um emprstimo, mas no foi para consertar o telhado e sim para editar, fez o livro e depois da noite de autgrafos, no vendeu, agora distribui... Quando h famlia em jogo, as acusaes ou queixas so ainda mais veementes. O autor s vezes, tem de amargar uma culpa... Conheci algum que fez uma dvida, e depois tentou sui-cdio porque no conseguia pag-la, a sala cheia de pacotes de seu livro maravi-lhoso... Quando eu era adolescente, li O Feijo e O Sonho, de Orgenes Lessa

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  • e quei impressionada. o prottipo das situaes que relato.Em todas as pocas, o ser Poeta teve de conviver com outras pro s-

    ses. Alguns puderam sobrepor-se ao comum dos mortais, com sua poesia - Neruda, Vinicius... Mas, atravs da Internet, nesse novo Milnio em especial, as pessoas se organizam, fazem saraus, encontram-se em todo tipo de lugar, desde o barzinho, antes reduto nico de uma classe considerada bomia, aos palcos, escolas, praas... Poemas so colocados em nibus e metrs, vitrinas e varaus. Esse encontro tem um efeito domin positivo. E abrem-se as neo-antologias, que signi cam reunio de autores, de tocas as idades, classes, formao, pases, e pro sses paralelas. Ou Poetas e pronto.

    Nesta, do Valdeck, desde adolescentes a septuagenrios, eu li, fascinada, os que comentaram sobre o que tambm fazem. Alm dos educadores e as pessoas graduadas em Letras esperadas pela prpria formao, h matemticos e engenheiros - dos civis aos qumicos. H fsicos, advogados, artistas, livreiros, eco-nomistas, pesquisadores, artistas plsticos, atrizes e atores, estudantes de vrios graus, delegado de polcia, tcnico de metrologia, analista de sistema, arrecadador de pedgio (e quei a imaginar se ele teria algum micro-tempo entre um veculo e outro, para anotar versos ou rimas), um instrutor de kickboxing que escreveu Poesia depois de perder a liberdade - e h quem o faa por estar livre... Analista legislativo, mestres, doutores e ps doutores, gurinista, diretor de empresa, soci-loga, o cial de justia, militares, jornalista, documentarista, roteirista, desenhista de moldes, cordelista, poliglota - professor de Lnguas, pesquisador...

    Brasileiros de todos os cantos, portugueses, uma angolana. A Lusofonia canta agradecida! A latinidad tambm. H argentinos.

    Encontro menes de outras antologias onde tambm me encontro, dou de cara com minha amiga ngela Togeiro, que mora como eu em Belo Ho-rizonte, tambm Embaixadora da Paz e membro do inBrasCi, de vrias Aca-demias, uma pessoa premiadssima nacional e internacionalmente. Leio que Uma autora ocupa a Cadeira 11, de Lindolf Bell, da Catequese Potica, que se estivesse vivo, adoraria andar pelas novas antologias brasileiras. Ele meu pa-trono na AVBL - uma academia virtual. E z um recital em 2008, no qual o homenageei. J esto vendo para que serve uma antologia - o que a senhora ngia no saber.

    Gosto da palavra cordifraterno. o que somos quando estamos num mesmo livro/espao: unidos pelo cordis, monsieur le coeur, o corao, que bate ao compasso da comunho, e em unssono, e nos torna todos iguais, sem divi-ses de classe, raa, cor, opo sexual, grau de escolaridadade, poder aquisitivo...

    Quando conclu a leitura dos poemas e li avidamente as notas sobre os autores, fui reler a entrevista (*) que z com essa pessoa guerreira, resiliente, que

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  • o Valdeck Almeida e adorei quando reli, essa resposta dele:

    Pretende organizar outras antologias?Sempre tenho vrios planos, mas por enquanto este projeto me toma o ano quase todo. Somente com a ajuda de uma equipe grande eu poderia me atrever a realizar mais coisas do que j realizo no cotidiano e na mi-nha vida pro ssional. Eu trabalho de segunda a sexta-feira, estudo noite fazendo jornalismo e ainda tenho que cuidar da casa, cuidar de mim, de um lho que mora em Jequi/BA. Eu moro em Salvador e vivo viajando sempre ao interior para rever meus amigos e familiares. Tudo isso toma tempo. Dizem que o tempo na Bahia no corre, que caminha a passos de tartaruga, mas tudo isso folclore. O tempo aqui urge, as coisas por fazer roubam-nos o tempo...

    Quando recebi o convite para escrever - o que chamo de pr-facies, por-que no citarei versos dos poemas, mas falei de seus autores, com a brevidade da cigarra que anuncia a chuva frtil que tero pela frente - senti-me lisonjeada e presenteada - apenas de haver divulgado o concurso, repassado para mailings, postando, acabei perdendo o prazo e no entrando. Foi uma forma de estar com os autores e com o poeta organizador, que para participar de sua primeira, teve de vender um fogo. Tenho-lhe muita admirao, aplaudo seus esforos e almejo-lhe uma bela carreira editorial, paralela sua de fazedor de versos, bardo, vate, poeta. E concluo com esse poemeto escrito na adolescncia:

    O impossvel imprevisvelS at acontecer...

    Clevane Pessoa de Arajo Lopes, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil

    Psicloga, Poeta Honoris Causa para oito pases lusfonos, pelo CBLP; Embaixadora Universal da Paz, pelo Cercle de les Ambassadeurs Univ. de La Paix Genebra, Sua; Di-retora Regional do InBrasCi em BH/MG; Representante do Movimento Cultural aBrace (Brasil /Uruguai), Membro da ONE, Acadmica da AFEMIL (Cadeira Ceclia Meireles)[email protected] http://clevanepessoaentrevistas.blogspot.com

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  • Adalberto Caldas Marques 15Adenir B. G. L. de Souza 16Adriana Aparecida de Oliveira Pavani 17Adriana E. Dellore che 18Aidner Mendez Neves 19Alana Marques da Silva 20Alex Costa 21Alxis Gis 22Allan Pitz Ribeiro de Souza 23Altair Fonseca Ramos 24lvaro Reis 25Ana Cristina Afonso Cavazzana 26Ana Nery Pereira da Silva 27Anair Weiricch 28Andreev Veiga 29Andr Sesti Diefenbach 30Andr Calazans 31Andria Moro 32Angela Togeiro 33Anna Maria Avelino Ayres 34Antnio dos Santos Boavida Pinheiro 35Antnio Carlos Assis Alves 36Antnio Ccero da Silva 37Antnio Flix Flores Rodrigues 38Antonio Jorge Abdalla 39Bernardo Santos 40Camila Carillo Bahia 41Carla Ribeiro 42Carlos Alberto Silva 43Carmen Vervloet 44Carlos Antnio Leite 45Carlos Augusto Sousa Borges 46Carlos Augusto Souto de Alencar 47Carlos Bordignon 48Carlos Eduardo Marcos Bonf 49Carlos Eduardo Pereira Theobaldo 50Carlos Roberto Pina de Carvalho 51Carlos Vanilla 52Carlos Alexandre da Silva 53Cassiane Schmidt 54Chrystiane Akegawa 55Cinthia Kriemler 56Cludia Faria Pereira 57Cludia Gomes 58Coelho de Moraes 59Crislia Souza Silva 60

    ndiceCristiano de Souza 61Darcy Ribeiro da Cruz 62Denis Marangoni dos Santos 63Diamantino Ferreira 64Diego Lopes 65Diler Sales 66Dorli Gromowski Bessega 67Ed Carlos 68Ednei Freires dos Santos 69Edson Augusto Alves 70Edson Jos Lins Costa 71Edson Teigi Hirae 72Eduardo de Paula Nascimento 73Elaine de Cssia Bender 74Elosa Menezes Pereira 75Elton Junior Martins Marques 76Emerson Antonio Miguel 77Eraldo Souza dos Santos 78Erinaldo Silva 79Eullia Cristina Costa e Costa 80Eurpedes da Silva 81Evandro F. Cndido 82Evelyne Santana da Silva 83Everaldo Martins Gomes 84verton Germano Arajo Melo 85Fabricio Martines Alves 86Ftima Venutti 87Fernando de Sousa Pereira 88Fernando Ernesto Baggio Di Sopra 89Fernando Paganatto 90Filipe Barcelos de Faria 91Flvio Cardoso Reis 92Francisco Evandro de Oliveira 93Francisco Jos Raposo Ferreira 94Franze Matos 95Genardo Chaves de Oliveira 96Generino Gabriel de Jesus 97Geraldo Ferreira da Silva 98Geraldo Trombin 99Gerci Oliveira Godi 100Geyme Mannes 101Geziel Ramos 102Gilberto Marassi de Loiola Leite 103Gilson Santos de Jesus 104Giomrio Nunes Torres 105Giovani Iemini 106

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  • Heitor Silva 107Hel Bueno 108Hnio Del no Ferreira de Oliveira 109Heric Steinle 110Isa Carolina 111Isis Arajo Ferreira de Carvalho 112Ivaneti Nogueira 113Izilda de Camargo 114Jackson Alessandro de Andrade Caetano 115Jalzia Denise Barreto Crespo Rangel 116Jania Souza 117Jean Carlo Silva 118Jean Rocha Teixeira Duarte 119Je erson Carvalhaes 120Jferson dos Santos 121Joo Carlos Rodrigues Galvo 122Joo Pedro Seibel Wapler 123Joice Souza Cerqueira 124Jorge Guilherme Tomaz de Alarco Potier 125Jos Alberto Lopes 126Jos Carlos da Silva 127Jos Luiz Amorim 128Joslia Pena Castro 129Jos Moreira da Silva 130Jos Renato Valero 131Josete Maria Vichineski 132Juliana Bumbeer 133Juliana Farias Pacheco 134Jussra Custdia Godinho 135Juara Valverde 136Julieta Santoni Suzano 137Juventino Jos Galhardo Jnior 138Karen Raicher 139Karoline de Souza Viana 140Leandro de Assis 141Lenita dos Santos Ferreira 142Lo Dragone 143Leonardo Silveira da Silva 144Lorena Rodrigues 145Lourdes Neves Crcio 146Lucmio Lopes da Anunciao 147Lcia Helena 148Lcia Regina Gomes de Lontra Costa 149Luciane Maria Lopes Zanata 150Luciano Henrique Pinto 151

    Luciano Spagnol 152Lus Alberto Gusmo Rocha 153Lus Carlos de Oliveira Barbosa 154Luiz Carlos Vieira 155Lus de Aguiar 156Lus Fernando Amncio Santos 157Luiz Alberto Conceio Farias 158Luiz Godim de Arajo Lins 159Luzdalva Silva Magi 160Maciel Neto 161Madson Hudson Rego Moraes 162Marcel Franco 163Marcela Cristiane da Silva 164Mrcio de Jesus Souza 165Mrcio Dison 166Mrcio Fabiano Monteiro 167Maria Angela Manzi da Silva 168Maria A. S. Coquemala 169Maria de Ftima Del na de Moraes 170Maria Del Carmen Britto Mendez 171Mariana da Silva Mouro 172Mariana Sierra 173Marina Gomes de Souza Valente 174Marineusa Santana 175Marlene Amlia de Nazareth 176Marlene Ferraz 177Mauro Cesar Bartolomeu 180Maycon Cypriano Batestin 181Michelle de Castro Pannunzio 182Mnica Susete Curado Godinho Cunha 183Mylla Ramos Garcia 184Neida Rocha 185Nilceia Gazzola 186Nildes Trigueiros Rodrigues 187Nilmrio Quintela 188Nilo dos Anjos Gomes 189Norberto Antonio 190Paula Cristina Fraga Alves 191Paulo Assim 192Paulo Vitor Barbosa dos Santos 193Pedro Gade Rodrigues 194Pedro Mrcio 195Rafaela Beatriz Dias Ferreira 196Raimundo Filho 197Raul Felipe Schmidt Machado 198Regina Arajo 199Regina Prieto Romolo Guilherme Barbosa 200

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  • Reginaldo Correia da Silva 201Reginaldo Costa de Albuquerque 202Rgis Arantes de Freitas 203Renata Iacovino 204Renata Paccola 205Renata Rimet 206Ritamar Invernizzi 207Robson Gomes de Brito 208Robinson Silva Alves 209Rodrigo Czar Limeira 210Rodrigo Rocha Pita 211Roque Aloisio Weschenfelder 212Rosana Banharoli 213Rose Gonalves 214Roseli Princhatti 215S de Freitas 216Sara Souza Gehlen 217Saulo Miranda Feitoza 218Semi Gidro Filho 219Sergio Trochinski 220Simone Alves Pedersen 221Simone Maria de Lima Lessa 222Snia Ferraz 223Sonia Maria Lobo Moreira da Silva 224Sonia Maria Nogueira 225Suzana Arruda Cordts 226Suzana Fagundes 227

    Taiane Caroline Cruz 228Talita Paula Machado Lobo 229Tssio Simes Cardoso 230Theo Gonalves Negreiro de Braga 232Teresinha Gatelli 233Thiago Paes de Barros De Luccia 234Tiago Mebarak 235Trajano Amaral 236Ubiracy Olimpio 237Uili Bergamin 238ValesKA Berardo 239Valquria Gesqui Malagoli 240Valter Rodrigues Mota 241Vanessa Ratton 242Varenka de Ftima 243Vera Maria Puget Blanco Bao 244Vernica Miranda 245Vincius Lima dos Reis 246Virgnia Marlia Candeias Santos Mareco 247Vladmir Silva 248Wagner Paiva Fernandes 249Weder Silva 250Wilson Kleber Falco de Alencar 251Ygor Moretti Fiorante 252Yolanda Soares de Souza 253Zara Patricia Mora Vzquez 254

    IV Prmio Literrio Valdeck Almeida de Jesus de Poesia - Regulamento 257

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  • Gigante(Adalberto Caldas Marques) Uma nica molculaDentre milhares de um corpo,Eu... ali parado olhando,Estranho... Caminhos, vontades diferentesComo no se desintegraTal corpo desconjuntado... Uns batem no couro,Outros batem na pele,Mas em todos Bate mais forte o peito... E o corao explodeDo gigante que despertaCom uma simples bola na rede.

    ADALBERTO CALDAS MARQUES nasceu em 7 de maro de 1979. No subrbio do Rio de Janeiro, descobriu o gosto por escrever ainda no incio da juventude. Porm, acabou fazendo faculdade de Contabilidade e se afastando um pouco da literatura. Hoje, tenta recuperar o convvio com o mundo lrico e criou um blog com alguns de seus trabalhos.

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  • 16

    Um cobertor(Adenir B. G. L. de Souza)

    Quando excluda, pensativa,e a solido se faz presente,ponho-me a argumentar e crer que s se ausentam aquelesque no percebem o querer.

    Re ito: os que vm ao meu encontrono so os que borrasca espalhammas aqueles em que a saudadeocupa o coraoe a ternura estabeleceo simples elodo oi, ol ou tudo bem.

    E a agonia que antes assustavaagora registra que amigono quem o diz, aquele que assimilaa necessidade do outrotransmitindo no seu acalantoo aconchego de um cobertor.

    ADENIR B. G. L. DE SOUZA tem curso de Engenharia Qumica no con-cludo e atua na rea de Educao. Possui poemas publicados pela Litteris e na Antologia do Centro de Literatura do Forte de Copacabana.

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  • Minoria maioria(Adriana Aparecida de Oliveira Pavani)

    Dizem que existem as minorias.Isso porque existe uma maioria.Mas quem a maioria?E quem a minoria?Chamam de minoria aquele cidadoque diferente do outro cidadoS porque ele escreve com outra mo,Ou anda no que se convencionou ser contramo.E, de fato, qual a direo?H tantos caminhos!E diversas so as mos...Quem disse que a minoria est na contramo,Ou errou a direo?Ser que a maioria tambm j no a minoria?Pois j h tantas minorias, que elas j so a maioria!Ora! E maioria com maioria formam o todo!E o todo o que forma o nosso globo!Que idia de minoria essa, meu povo?Se mesmo com um qu diferente,Somos parte do mesmo todo?

    ADRIANA APARECIDA DE OLIVEIRA PAVANI nasceu em So Paulo, capital. Bacharel em Direito pela Instituio Toledo de Ensino, de Bauru, interior de So Paulo. Atualmente, mora em Barra Bonita-SP. Dedica-se poesia desde 2005, e j par-ticipou de antologias organizadas pelo Clube Amigo das Letras, de Barra Bonita-SP e pelo movimento Virarte, de Santa Maria-RS, do qual faz parte. Tambm colabora para o Caderno Literrio, peridico mensal, de circulao pela internet.

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    Arruinada (Adriana E. Dellore che)

    Nunca teve esperanas excessivas Que a zessem transgredir seus prprios genes Somente um espao muito apertado Impedia-a de estender o seu triste corpo Saudades de uma criana acumuladas E espordicos afetos sem verdade Resistindo como um nufrago perdido A defender-se de seu mistrio, sem afundar Conheceu a importncia do silncio Como rme armadura, protegendo-a Mas mltiplas vozes, destruidoras, Confundiram seu mundo e sua agonia Cada inteno de emergir foi mal-sucedida Por traies que alteravam os sentidos Ignorava com con ana e inocncia O que encerra a derrota como implacvel Suicidando-se aos poucos, atormentada, E ainda sentindo temor, quis Ficar como um smbolo pattico De uma histria atroz, que no a incluiu.

    ADRIANA E. DELLOREFICHE licenciada em Artes Visuais, artista pls-tica, docente, escritora. Nascida em Rosario, reside atualmente em Villa Gdor. Glvez Pro-vnvia de Santa Fe, Argentina. Obteve o 2 prmio em Poesia no 8 Concurso do Millenium - Ciudad de La Plata, ano 2007; meno especial em Poesia, outorgada pela Sociedade Argentina de Letras, Artes e Cincias - Filial Santiago do Estero, em novembro de 2007; Prmio Seleo Antolgica Potica 2008, XVIII Certamen Internacional Poesa Editorial Novo Ser.

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  • Sou terras sem donos

    (Aidner Mendez Neves)

    Sentimento sertnico e armorial permeia meus pensamentos E sou e estou transeunte, sussurro mansinho aquilo que doce E trago na lngua, plmbeo projtil de verso Qual Demter trago em meus braos, no mais papoulas, Agora ipomeias de ores azuis. No fao pirraa nem busco luxria Se no fora rebelde seria ortodoxo Mas trago muito mais em mim que apenas versos e cigarros Trago manhs de sacra ode Trago o trinado das primeiras cordas e o bramir das ltimas Represento a busca, como meus escritos, sou pegadas gravadas Indelvel perfume de aurora sertaneja E meus olhos se perdem contemplando meus reinados No sou dono de terras, mas sou terras sem dono E meus castelos so de muros cactceos Meu braso possui a insgnia dos cantadores, Pois sou bardo de meu povo e crente nas coisas mgicas As que posso ver, as que posso ouvir e as que posso sentir Eu sou um no ao avesso

    AIDNER MENDEZ NEVES poeta, cordelista, escritor, compositor e can-tador. Seus versos e canes retratam o povo sertanejo, sobretudo Canudos, e o advento do Cangao. Autor de cordis como: O Sebastianismo no Serto, ABC da Boca do Rio, A Saga da Pedra do Bendeg, Joo Requizado, O Cangaceiro Solitrio, Montalvnia, Uma Cidade Diferente, entre muitos outros.

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  • 20

    Desiluso(Alana Marques da Silva)

    Eu, pois, acreditei no tudo belo, um dia.Revoltei-me, contudo, com a revolta do mundo,por surpreender-me seu outro lado: imundo.Espalhei-me, assim, em demasia.

    Pois o todo do tudo que me desnudaoferece-me dos homens s desgraas.E o frio do calor faz trapaas.-me repugnante! Entrego-me agonia surda.

    Esse meu jeito de sempre, ingenuidade,e que do nada espera maldade,divide-me em mil pedaos de decepo.

    E, at talvez, destituda de vaidade,eu possa, em mim mesma, encontrar perdopela ausncia da excelsa verdade.

    ALANA MARQUES DA SILVA nasceu em Paulo Afonso-BA, em 16/02/1989. Em 1994, mudou-se para Petrolina, onde vive atualmente. crist, solteira, mora com os pais e no trabalha. Cursa o 3 perodo do curso de Direito, na FACAPE. Faz poesias e contos sempre que se sente inspirada.

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  • Um hospital (Alex Costa)

    Nasce um hospital,muitas esperanas, sofridas vontades. Longos corredores,um vaivm na UTI quebra o silncio.Paredes frias,mos quentes que acolhem... Vultos brancos, uniformes impecveis,bices inesperados,bitos inevitveis. Gotas de sangue no piso inerte,Oncolgicas fatalidades... Um paradoxo: vejo recm-nascidospela janela do berrio,todos anjos do Senhor.

    ALEXANDRE GUIMARES DA COSTA ALECRIM, 50, na-tural do Rio de Janeiro/RJ, militar da Aeronutica, nvel superior. J participou de vrios con-cursos literrios, de nvel tcnico e superior. A primeira experincia em concursos de poesia se deu ano de 1979, na Escola de Cadetes em Campinas/SP, obtendo o 2 lugar. Motivado e j na faculdade, em 1986, mesmo no Curso de Educao Fsica, arrebatou um 3 lugar em concurso realizado pelo Curso de Letras.

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  • 22

    Sexto motivo da rosa

    (Alxis Gis)

    Percebo-te perdida no jardimdas quimeras de outrora

    como pde tu sustentarpor sculos a aurorade um novo tempo

    se s to frgil,e ptala a ptala,devoraram-te at o perfume?

    Aquilo que na bocados homens e das mulheresera liberdadefoi calado com cobre

    Mas mesmo assim insistesnobreem resplandecer

    E tudo no mundoque no teu brilho apenas vulto.

    ALXIS CERQUEIRA GIS nasceu em Feira de Santana. Atualmente re-side em Salvador, tendo morado em diversas cidades da Bahia e em So Paulo. Bancrio, pelas voltas que a vida d, tambm jornalista, documentarista, escritor e, nas horas vagas, escrevinha alguns versos. Participa ativamente do movimento cultural, em espec co na rea de cinema, arte pela qual apaixonado. Atualmente, membro do cine-clube Roberto Pires (Salvador/BA).

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  • Valdick Pudick Sombreiro

    (Allan Pitz Ribeiro de Souza) Valdick Pudick Sombreiro,Um homem muito matreiro,Vivia na sombra a pensar. E viu-se cair na armadilha,Quando um co da prpria matilha Mordiscara seu calcanhar. E o engasgado Sombreiro,Arrebatado num Paio tropeiro,Apagou-se bem no almoar! E juntando viu que no tinhaEra a mala da vida Vazia,A Paz que no m no vinha,E um pedao de calcanhar.

    ALLAN PITZ escritor e diretor teatral. Carioca, nascido em 1983, mais um apaixo-nado pelos livros. No ano de 2008, teve trabalhos publicados por nove vezes consecutivas em Antologias da CBJE (Cmara Brasileira de Jovens Escritores), alm de uma stima colocao no XV Concurso Internacional Literrio da AG Edies, entre outros.

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  • 24

    Tradio(Altair Fonseca Ramos)

    Coisa boaBate-papoAo p da portaQuem nasceEm bairro operrioNo tem mesmo Essa sorte preciso dormir cedoPara acordarUm pouco forteAtender s sirenesQue compramO intelectoE o porte.

    ALTAIR FONSECA RAMOS, nascido em 18/05/1966, mudou-se com a fa-mlia para Salvador aos 18 anos. Hoje, com 42, casado, 2 lhos, reside em Itaberaba/BA e Tcnico em Segurana do Trabalho. Militou durante 10 anos no Movimento CETA, foi acampado e assentado no municpio de Ipir/BA. Atualmente, publica seus textos em blog prprio e no site cultural Overmundo.

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  • Poesia(lvaro Reis)

    Quem me v? Quem sabe o que sou?Sombra que se desenha nas ruasDa cidade do fantasma que sou.Ando noite por paredes ocasSem me quedar em lugar de nenhum.Ziguezagueio entre todas as vidasSem tocar em corpo algum.Subo descidas, levito subidasE salto em telhados de cristal.Sou o ar e o uivo de ventoQue nasceu da fome do bem e do mal.Sou a lgrima que jorrou,Sou ruim sonho, vil pensamento.Sou tudo o que sei que no sou!Quem me v? Quem sabe o que sou?

    LVARO REIS nasceu no corao de Lisboa, h 59 anos. J foi major e, agora refor-mado, toma conta de uma loja de livros antigos. Curiosamente, no l muito, contentando-se em contemplar e tatear a textura dos livros. Nunca foi maniquesta, por no saber exatamente quando o bem ou o mal acontecia. No vende livros a pessoas que s os queiram ler e no os escutem.

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  • 26

    Gerao 2000 (Ana Cristina Afonso Cavazzana)

    Escolas so laresPais sem ter o que fazerPerdem a pacincia com seus lhosQue no pediram pra nascer Cachorros sem donosCasais desfeitos Filhos no abandono A me o poO pai a pensoO amor um icebergOs lhos da desunio A professora, o jeitinhoO novo lar sozinhoPobre do lhoQue se perdeu no caminho

    ANA CRISTINA AFONSO CAVAZZANA escreve desce criana. Aos 17 anos, ao ingressar no curso superior, destacou-se pelas produes literrias, vindo a ganhar concursos. Utiliza os pseudnimos de Eduarda Scudero e Samira Hazir. Inspirao: Fernando Pessoa, Carlos Drummond de Andrade e Lygia Fagundes Telles. Experincias inesquecveis: conhecer Rachel de Queiroz, danar no Teatro Municipal de So Paulo e conhecer Lucinha Arajo e seu trabalho na Sociedade Viva Cazuza.

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  • Adeus(Ana Nery Pereira da Silva)

    Voc me olha como ningum,sua boca me chama, emchamas, a cada instante.Eu paro na porta,em frente a voc,e seus olhosbrincam com aminhaboca.

    Voc hesita em tocar-me,mas sabe que precisa me sentir, ento seus dedosprocuram os meuscabelos, e cam a se encantar comos cachos meus...e quando louca, de olhos fechados,imagino a sua entrada em mim, eis que ouo um adeus e voc vai embora....................

    ANA NERY PEREIRA DA SILVA nasceu em Cubato/SP, em 14 de maio de 1984. graduada em Letras pela Universidade Catlica de Santos e Ps-Graduada em Economia pela Universidade Santa Ceclia.

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  • 28

    Amigos (Anair Weiricch)

    Amigos vm e vo. Amigos so uma nao de coraes leais. Amigos so demais! Amigos so trigos ao sol. So cama e lenol para deitar-se tranquilo. Amigos so aquilo de tudo o que contas. Amigos so contas de um colar de diamantes. So vogais e consoantes do alfabeto do amor. Amigos so abrigos da maldade e da dor. So a segurana das pontes e a gua das fontes! Amigos so artigos de luxo. Amigos so bruxos da distncia e do tempo. Amigos so o elemento que conta na hora H. Amigos so man! So faris no nevoeiro. So arco e arqueiro na preciso do alvo. Amigos esto a salvo das tempestades da vida. Amigos so guarida nas horas incautas. Amigos so autas que anunciam companheirismo. Amigos so o muro seguro que nos protegem do abismo!

    ANAIR WEIRICCH nasceu em Chapec/SC em 02/11/1951. Vive dos seus livros desde 1996, apresentando-se em Recitais de Poesias em escolas, feiras e eventos. Tambm visita li-vrarias e empresas em todo o sul do pas. Tem mais de 12 livros editados e alguns prmios que lhe renderam muitas alegrias. Melhor mesmo consultar seu Site www.pages.adm.br/anair.

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  • Reinventando a morte

    (Andreev Veiga)

    enquanto o sulcoderramava pela ltima vezdeixando escorrer o enxofre pela casao armrio era esvaziadoe desencontrava no vazioseu prprio semblanteenquanto o leito confundia-se ao esprito e a orao inebriava a madrugadacom seu lutomais um caf era servidoe sem a intenode reinventar a vida com tantos outros assuntos a morte era esquecida

    ANDREEV AUGUSTO PENA DA VEIGA natural da cidade de Belm, estado do Par. Como poeta, participa de concursos pelo pas afora e, atualmente, trabalha s vsperas do lanamento de seu livro Letrrio, primeira obra de poesia. com-positor e melodista num trabalho em parceria com o ator paraense Augusto Castro na to sonhada A Senhoria.

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    Dois = Um (Andr Sesti Diefenbach)

    Um misto de poema e teoremaonde o exato se mistura ao abstrato, ores e espinhos em um s caminho,a caricatura e o retrato.

    Algo entre a loucura e a lucidezo sol e a chuva, a abelha e a uva,sem distino entre o certo e o errado,s eu e voc lado a lado.

    A vida e a morte, o azar e a sortesolido e companhia, uma s fantasia,iluso, realidade, a tristeza e a felicidade,complicao na simplicidade.

    O amor e o dio, o acar e o sdio,os opostos reunidos, aventurados sofridos,o feio que belo, um casebre, um castelo,cinzas com tons de amarelo.

    A gua e o fogo, o cu e a terra,a paz onde sempre houve a guerra,a luz que se equilibra com a escurido,razo e emoo, s uma equao.

    ANDR SESTI DIEFENBACH, nascido em Porto Alegre-RS, em 27 de novembro de 1972, graduou-se em Cincias Jurdicas e Sociais pela PUC, em 1994. Exerceu a pro sso de advogado at 1999, quando ingressou na carreira de Delegado de Polcia, no Estado do Rio Grande do Sul, recebendo, no ano de 2008, o trofu Compositor Destaque da Rdio Butu FM, de So Borja-RS, pela msica De tudo.

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  • Subsistncia (Andr Calazans)

    O homem do homem retira a subsistncia, pedaos de outros homens em seu Eu fragmentado. Despojos subestimados, pertences forasteiros, fatos que se encaixam no jogo perfeito de cada homem. Em seu curto espao de vida, em seu leito cativo de morte.

    ANDR CHAMUN CALAZANS escreve contos, poesias, msicas e outras coisas cheias de palavras. Tem colaborado com diversos sites e se destacado em antologias e concursos literrios.

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    Saudade de voc(Andria Moro)

    Que saudade de voc,Negra dos lbios carnudosQue mexeu e remexeu no meu corpo alvoFrgil de menina-moa

    Que saudade de voc,Negra dos lbios carnudosQue me tocava com gentileza, delicadezaArrancando de mim, suspiros clidos

    Que saudade de voc,Negra dos lbios carnudosQue me fez gozar tantas vezesDesde o nascer do sol ao poente

    Que saudade de voc,Negra dos lbios carnudosQue despertou em mim, desejos, sentimentosFazendo-me mulher.Que saudade de voc!

    ANDRIA MORO nasceu em 3 de Janeiro de 1971 na cidade de Diadema/SP; artista plstica naf, mas vem, desde 2001, desenvolvendo tambm criaes literrias, contex-tualizando temas voltados para a homoafetividade feminina. Busca, atravs de seu trabalho, minimizar o preconceito.

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  • Dos prisioneiros (Angela Togeiro)

    No pleno e vazio de minhas mosNo cerrar e abrirEspremo palavrasAs letras rolamDesnudando meu pensarDeixando escapar Minhas contradies. Vergonha de estar de braos cruzadosPrisioneira do conformismoEnquanto injustias sociaisCeifam a bondade das almas. Presdios superlotados.

    ANGELA TOGEIRO, natural de Volta Redonda-RJ, hoje reside em Belo Hori-zonte-MG. formada em Administrao de Empresas, com cursos de ps-graduao, alm de poetisa e prosadora. Faz parte de diversas entidades culturais nacionais e internacionais. Possui prmios e antologias nacionais e internacionais em prosa e verso, publicadas em portugus, espanhol, francs, italiano e ingls. Livros: em verso Contato Urbano, Trem Mineiro, Na Luz dos Teus Olhos, Sou Mulheres (prmio Piau); em prosa Pudim de Claras com Baba-de-moa e O compositor (prmio Piau) romances: Cavalo Alado (contos) te-atro infanto-juvenil: O dente de leite apresenta: O Molar fugiu do sonho da menina (prmio Cidade de Manaus).

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    O poetano morre

    (Anna Maria Avelino Ayres)

    Homenagem a Mrio Quintana Mrio que quintanaMrio magomago feiticeiro de eterno aprendizencanta, cantando quintanares.Poemas pssaros que chegamque vo...Lirismo bomiopessimista poeta.Coisas simplestece-as na folha branca.O mundo adverso, poeta?Supera no trao de humorna ternura lrica dos teus anseiosguardados nas emoes perdidas.

    Primavera, Mrio!O ip amarela o cho.O que vais escrever agora?

    ANNA MARIA AVELINO AYRES graduada em Letras pela UFMG. Tem poesias publicadas em 12 antologias e 4 em fase de publicao. Primeiro lugar no Con-curso Dar Voz Poesia Portugal - e tambm no 4 Concurso Jurandir Ferreira- Poos de Caldas. Membro correspondente da Academia Cachoeirense de Letras.

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  • A obra do poeta (Antnio dos Santos Boavida Pinheiro)

    Na obra do poeta existe semprea sensao de estar incompleta,por mais que se esforce, faa ou tente,a vida limitada, curta e incerta... Tocar os sentimentos, algo ingente,quo excessiva ambio sua meta.Escrever em rima, ou no, o quanto sente,e se uma vez ao l-lo em ns desperta o sentir de um momento, plasmadoem algo especial e... to diferente,daquilo que vulgar e consumado... Algo inesquecvel porque arte.Se tal for alcanado simplesmente!No lamente o poeta, quando parte...

    ANTNIO DOS SANTOS BOAVIDA PINHEIRO natural de Alverca do Ribatejo - Portugal; nascido a 7 de Novembro de 1934; Professor Universit-rio Jubilado; Mestrado em Sociologia, em Antropologia, Gesto de Empresas; Mestre em Educao Fsica; Licenciado em Administrao e Contabilidade, Cincias Sociais e Polti-cas, Cincias Antropolgicas e Etnolgicas; Bacharel em Contabilidade; Ps-graduao em Administrao e Contabilidade, pela E.S.I (Paris); Hobbies: voluntariado, ouvir msica, ler e escrever poesia, viajar.

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    Soneto hermtico

    ANTNIO CARLOS ASSIS ALVES natural de Salvador/BA, nas-cido em abril de 1946. Formado em Economia, comeou a escrever, em 1975, artigos so-bre Ormitologia, para revistas especializadas; colaborador da revista Artepoesia e mem-bro do GACBA - Grupo de Ao Cultural da Bahia. contista, poeta e escritor.

    (Antnio Carlos Assis Alves)

    Da minha janela gritava o ventoDa minha emoo indigno prantoA primavera somada ao cantoE viva, viva ao meu pensamento.

    Domingo assisto ao Clice Bento,Assisto missa orando ao SantoEm canto clebre, mistrios tantoRevelo meu ntimo sentimento.

    A carne nova mesmo que tritureO sonho in nito de quem viveDe fonte nbil, o canto de quem ama

    Brotado da melancolia que revive,Fonte aos lbios a itos que te amaOh msica, machuca, quem por ti cura.

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  • A raa humana(Antnio Ccero da Silva)

    A raa humana privilegiada,pode agir e pensare aos demais animaisconsegue domar.Segundo a Bblia,o ser humano foi deitopelas prpriasmos de Deus, O Criador.A raa humana, a mais valorosae possui na terra,o mximo podere consegue dominaras demais raas,com pulso rmee sabedoria...

    ANTONIO CCERO DA SILVA nasceu da cidade de So Jos do Belmonte-PE em 02/12/1962 e reside atualmente em Carapicuba-SP. diretor de empresas. Tem textos publicados em jornais e revistas de So Paulo e do Rio de Janeiro. Livros publicados: Servir e Proteger com Lealdade (Editora Komedi), Ns Somos poesia, Onde Estais e Pedaos de mim (CBJE), alm de participao em vrias Coletneas e Antologias.

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    Experincic(idade)(Antnio Flix Flores Rodrigues)

    A linha da minha vida no est desenhada na palma da mo,est gravada no meu rosto.Na testa tenho esculpido os tormentos das guerras que no quis que experimentasses.Os meus olhos choraram os teus infortnios, mais do que aqueles que me couberam. Cada cabelo de prata que ganhei vale tanto quanto a coleo de beijos que te dei.No me vejas como um embarao, mas sim como um refgio.Vi a chuva cair e percebi Quanto te pode ser til ou maltratar.Vi o sol brilhar e senti, Quanto nos pode sorrir ou aoitar.Conheo as efuses que te curam e aquelas que te pem a delirar.Conheci parte do mundo que ests disposto a trilhar.No sou um sem abrigo, apenas te cedi o meu.No sou um solitrio, apenas no te incomodo.No sou um eremita, afasto-me, para construres a tua liberdade.Passei-te a minha vida, Pois a forma que um pai velho tem De conjugar o verbo amar.

    ANTNIO FLIX FLORES RODRIGUES nasceu na Ilha Terceira, Aores, Portugal, em 1962. Formou-se em Fsica pela Universidade de Lisboa, Doutorou-se em Poluio Atmosfrica na Universidade dos Aores, onde leciona, sendo a responsvel pelo Curso de Mestrado em Engenharia do Ambiente. Preocupa-se com os problemas so-ciais e ambientais, e v a poesia como uma estratgia para promoo da cidadania ativa.

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  • As cataratas(Antonio Jorge Abdalla)

    Entre o cu e a terra reconheciAlgo maior que eu,As guas...Caia sobre mim uma chuva mida e fria...Testemunhas? S a lua cheia e estrelas.A eternidade passava,O mistrio se manifestava:ForteTorrencialAbsolutoDois mundos incomunicveis,O Relativo e o AbsolutoHavia tambm murmrio, de gente,Irrelevante.Instante sagrado,O resto, vida sobre a Terra.

    ANTONIO JORGE ABDALLA professor, contista, poeta, ator e diretor de teatro amador. Pesquisador do Instituto de Pesquisas Avanadas IEAv/CTA de So Jos dos Campos e Doutor pela UNESP Guaratinguet; ps-doutorado pelo ITA - So Jos dos Campos/SP.

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    Os poetas contra-atacam

    (Bernardo Santos)

    Dizem que os poetas so loucosporque ngem ngir.Dizem que os poetas so sonhadoresporque sonham em sonhar.Dizem que os poetas so fugitivosporque fogem da fuga.Dizem que os poetas so amorososporque amam o amor.Dizem que os poetas so mentirosos;Isto mentira.Dizem que os poetas so falsos;Isto falso.Dizem que os poetas so vingativos;Isto pura vingana dos insensveis.

    BERNARDO SANTOS, 45 anos, natural de Cristais-MG, formado em Jorna-lismo pela Universidade So Judas-SP. Militante nas diversas leiras da criatividade literria, com poesia, romance e teatro. Possui trabalhos premiados em concursos e menes hon-rosas em antologias. Colaborador de diversos jornais e revistas literrias. Encenou a pea teatral O Amor Liberta (1980) e publicou o romance Depois das Onze (1988).

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  • A menina(Camila Carillo Bahia)

    Cabecinha mais cheiaDe caraminholas que cachinhos...Batalhas surreais;Quase um dirio do Cavaleiro.

    A porta de seu universo Tem mil chavesE at hojeTenta achar a ideal.

    Diga pare e ela pula.Mas que parteVoc no entendeu?Volta, volta a ta!

    Ela quer escreverTo lindo quanto as borboletasBeijam a imaginaoDos cegos e surdos de amor.

    A menina quer ser o cu...

    CAMILA CARILLO BAHIA natural de Ilhus (BA). A autora encanta-se, desde cedo, pelo mundo das palavras. Com os mais diversos tipos de livros disponveis em casa e na biblioteca do colgio, sua paixo pela literatura foi crescendo ao longo do tempo. Seus primeiros versos foram escritos aos 13 anos; possui duas de suas poesias (Anjinho e Praia II) presentes em coletneas. Atualmente, est graduando em Comunicao Social com habilitao em Rdio e TV pela Universidade Estadual de Santa Cruz.

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    Esplendor secreto(Carla Ribeiro)

    Feita de bruma e em nada construda,Pairou, perdida em sombra e escurido,Como um anjo que, entre a voz da razo,Buscasse o sentimento da sua vida.

    Oculta catedral de alma vencida,Esplendor secreto de eterna paixo,Brilhou na luz da imensa escurido,Como iluso de esperana inde nida.

    Feita de luz e s trevas condenada,Foi templo de amor, santurio de nada,Baslica de luz e de mistrio.

    Memria de um msero sentimento,Presa nas sombras de um pressentimentoNegra runa do mais sinistro imprio!

    CARLA RIBEIRO, estudante de Medicina Veterinria, nasceu em Portugal no dia 20 de Julho de 1986. Foi premiada em vrios concursos literrios e tem textos publicados em diversas antologias. Publicou, alm disso, pela Corpos Editora, os livros Estrela sem Norte, Alma de Fogo, Canto de Eternidade, Herdeiros de Arasen, vol. I, Herdeiros de Arasen, vol. II e O Deus Maldito, bem como Alma Abandonada, pela lulu.com.

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  • Os dias passados (Carlos Alberto Silva)

    Ho de parecer sempre melhoresOs dias passadosOnde a vida era a velha vidaAs alegrias eram as velhas alegriasE mesmo as dores eram as velhas doresE j no doem maisOs velhos inimigosSo os velhos inimigosVelhos e conhecidosComo velhos amigosA velha vida um livro lido e relido muitas vezesE suas velhas aventurasSo histrias das quais se conhece o mHoje a realidade a nova e desconhecida realidadeCom novos e estranhos inimigosNovas e assustadoras histriasCom nal desconhecido

    CARLOS ALBERTO SILVA nasceu em So Gonalo do Sapuca-MG em 7 de julho de 1970. economirio, trabalhou nos Correios e na Secretaria da Fazenda de Minas Gerais. Dedica-se literatura escrevendo contos, crnicas e poesias, tendo se destacado em diversos concursos. Alguns de seus textos j foram publicados em antologias. Em 2007, par-ticipou do livro Contos Unicamp - ano 40, da Editora da Unicamp.

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    Homofobia(Carmen Vervloet)

    Brasileiros, por que tanta discriminaoPara essa minoria em ascenso?Pertencemos mesma gleba,A vida traz, a morte leva... insano privar o ser humano de ser feliz!Todos tm direito ao seu espao,Neste ou naquele compasso...O respeito s diferenas sensatoE quem pode julgar qualquer ato?Quem melhor, aquele queVive em paz sua opo sexualOu o furto eventualDa corja marginal?Paradoxo preconceitual...Somos feitos da mesma matria,Temos alma e coraoPor que ento a diviso?O que rege a vida so os valores,Tingidos em mltiplas cores!E a nossa fora nossa unio.

    CARMEN VERVLOET, nascida em Santa Teresa-ES e residente em Vitria-ES, exerceu o magistrio. Possui um livro (mdia impressa) em andamento; vrios poemas publi-cados nos principais jornais de Vitria (capital), desde 1957, dentre eles: A GAZETA (a liado REDE GLOBO), O DIRIO, JORNAL DA CIDADE, alm de sites diversos na Internet. Par-ticipa de sesses literrias e de um CD em fase de nalizao, com msicas de Jorge Saadi e poesias da autora publicadas em vrias Antologias.

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  • Azeviche(Carlos Antnio Leite)

    Eu sou negro, mas negro tambm genteS no entendo por que tanto preconceitoSe quando a gente morre exala o mesmo cheiro.Eu sou negro, mas tambm trabalho, estudo...E, como cidado, exero os meus direitos e deveres.Eu sou negro, e sobre minha pele irradia o mesmo sol,E cai a mesma chuva como em qualquer outro lugar,E sobre todos no planeta.Eu sou negro, mas o sangue que corre em nossas veias nico e vermelho, se existe cores diferentes, desconheo;S essa que apenas vejo.Eu sou negro, honesto, e vivo decentementeNo preciso de dinheiro pblico para enriquecer indignamenteEu sou negro, mas nem por isso eu sou burroToco instrumento de percusso, de sopro e de cordaMuito se engana quem pensa que apenas toco berimbau de uma corda.Eu sou negro, e esta minha corProla negra, escondida no fundo da terraAntes de o homem descobrir quem ele era.

    CARLOS ANTNIO LEITE baiano-soteropolitano e estudante de Mate-mtica, mas adora poesias e todo tipo de trabalho literrio. A poesia para ele um relento e encanto, algo que preenche seu mundo e o completa, que simplesmente o fascina e inspira a todo instante.

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    Fotograf ia(Carlos Augusto Sousa Borges)

    S restou a foto 3x4Preto e brancoOlhei a fotogra aTomei uma dose de vodcaTentei rasgarA fotogra a dessa mulherEm seguida, tomeiUm gole de vinho tintoNo rasgueiA fotogra a dessa mulherQue amoE que tenhoCoragem pra dizerEu sei que vou te amar...

    CARLOS AUGUSTO SOUSA BORGES nasceu em 21 de dezembro de 1962. produtor cultural, assistente administrativo, assessor de eventos culturais, consul-tor de eventos e assistente de direo de Fotogra a.

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  • O relgio das almas vendidas

    (Carlos Augusto Souto de Alencar)

    Tique-taquePassa tempo, tempo passa,Que vidinha mais sem graaNo se beija, no se abraaNem se olha a bela praaGanhar grana? S com raa!A sade se despedaaNo reclame, apenas faaE nem pense em arruaaOu qualquer forma de ameaa.Utilize uma mordaaProduzir a tua taaNo s gente, s s massaNem caador, s s caa.Esse relgio te amassaEsse mundo te rechaaNo atura tua obra crassaNessa tua vida palhaa.Tique-taquePassa vida, vida passa...

    CARLOS AUGUSTO SOUTO DE ALENCAR nasceu em 16/08/1969 em Nova Iguau-RJ. Graduou-se em Geogra a em 1992, pela Universidade Federal Fluminense. Venceu os concursos de crnicas do Centenrio do C.R. Saldanha da Gama, dos Primeiros Jo-gos Florais de So Francisco do Itabapoana e do Encontro Potico Jahel Ramalho Pereira. membro da Academia Pedralva Letras e Artes de Campos dos Goytacazes.

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    Inverno(Carlos Bordignon)

    Nuvens de gelo subiam do horizonteTraziam velhas lembranasVindas no sei de ondeA surreal moa loira sem tranasMe fez fechar os olhos banhadosUma lgrima beijou o cho frio das minhas andanasAo redor todos estavam calados

    Chega de lgrimas, gritavam as rvoresChega de lgrimas, imploravam os maresGotas quentes secaram nos aresNaquele inverno de tantas saudades

    CARLOS CESAR BORDIGNON RIBEIRO tem 20 anos e cursa Li-cenciatura em Letras Lngua Portuguesa/Inglesa no Centro Universitrio Feevale de Novo Hamburgo. A educao bsica foi adquirida em escolas pblicas.

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  • Por vezes(Carlos Eduardo Marcos Bonf)

    Por vezesContra o dedo,Palavra.Por vezesContra o dedo,O medo.O no brilho negro,Vestgio do fogo das estrelasQue se consomeNa sujeira do gra te.Carvo sem tento,Que tenta em voMarcar o mundo,Mesmo aberto em no.Se a palavra chama,Atendo em paz.Paz de quem dormeCom arma em punho.

    CARLOS EDUARDO MARCOS BONF nasceu em Socorro-SP, em 1984. Mestrando em Estudos Literrios (Letras) na Universidade Estadual Paulista (UNESP), graduou-se em Letras na mesma instituio. Lanou um livro Ossos e Ervas e recebeu meno honrosa no XIII Prmio Moutonne de Poesia, organizado pela Prefeitura da Es-tncia Turstica de Salto. Publicou na revista A Cigarra.

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    O sonho do poeta(Carlos Eduardo Pereira Theobaldo)

    O poema nasce dessa incoernciaBranco, puro, simplesO poema, como uma or, nasceO poema nasce assim,Sem traumas ou cantosSem sorrisos ou prantosO poema viveO poema, vivo, manifesta-se dessa formaFazendo do seu corpo s seuNosso corpo em normaO poema singularnico e serenoSurge da vontade louca de faz-lo nascerE dessa ambiguidadeJorra pelos versosBranco, puro, simplesComo a vida.

    CARLOS EDUARDO PEREIRA THEOBALDO professor de Lngua Portuguesa e Literatura Brasileira. Possui trabalhos publicados.

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  • Caminhos da amizade

    (Carlos Roberto Pina de Carvalho)

    Quando eu seguir nos caminhos da amizadeLevarei vocs comigoSentirei o carinho de sempreE minhas oraes sero para o futuroQue vir para todos.

    E quando eu j for longe...Na minha memria estaro guardadosTodos os momentos que juntos passamos.Amigos insubstituveis,Amigos verdadeirosQue me ensinaramLies de amor e solidariedade.

    Escreverei poemas de paz e amizadeE quando no cu estrelas brilharemNo meu corao tudo ser saudade!

    CARLOS ROBERTO PINA DE CARVALHO nasceu em 1962, em So Paulo, no bairro do Ipiranga. Comeou a escrever com dez anos de idade. Participou de vrios concursos, sendo primeiro colocado nos concursos Ipiranga em prosa em verso, em 2004, Poesia sbado do Centro Cultural So Paulo, em 1994, e no concurso da Biblio-teca Pablo Neruda, em 2003. Participou, ainda, da Antologia 3 organizada pelo escritor e poeta Valdeck Almeida de Jesus, em 2007.

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    Quase dormncias

    (Carlos Vanilla) Nos tempos que eu te viEu sempre no entendiQue tudo j normal Podes aparecer, isto incrvel. Podes me amarTudo possvel. Aqui te esperando Eu sei que tudo igualTudo meio formalE eu estou aguardando Podes aparecer, isto visvel Podes me calarTudo previsvel A dvida sobre mim Saber que estou contigoPois hoje abrirei mo do meu amigo E hoje quero ver-te,Sempre lindaCom esses olhos cheios de vida.

    CARLOS ALBERTO RIBEIRO comeou a escrever desde os 13 anos. Ins-pirado nos lmes estrangeiros, comeou a desenvolver roteiros de co cient ca. Nascido na cidade de Itapetininga-SP e lho de pais estrangeiros, comeou a escrever poesias, contos e teses em 2004. Seus ltimos trabalhos foram a participao no livro So Paulo - Uma Metrpole de Palavra e o livro Um Soneto para Machado de Assis.

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  • Corao pergunta(Carlos Alexandre da Silva)

    - Amor deveras que te amo, sombra de uma rvore no vero,que nossos risos so palavras de perdo.Desculpa!, diz o vento arrependido,Por jogar os cabelos ao ventoe causar to forte atrito,em to leve situao.Por que me amas?, pergunta meu corao,eu digo que o amo pois ignoro a solido,a Senhora dos amargos.- Afasta-te de mim, que esta dana tem cano,e no vejo esperana no silncio sem orao.Dentro de mim tudo material,alm de mim muito para se entender.- Entende assim, ansioso corao.E pulsa, por favor, por Ns dois.

    CARLOS ALEXANDRE DA SILVA nasceu em 28/04/1980, em Taubat. Atualmente, cursa Letras na Faculdade Anhangera Educacional (5 semestre), em Taubat-SP, e escreve sonetos, trovas e poesias livres. vice-presidente da Academia de Letras da Faculdade Anhanguera, em Taubat, e membro da Unio Brasileira dos Trovadores da cidade de Trememb.

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    Roteiro da morte(Cassiane Schmidt)

    No abismo de outros mundos almas calam-se inertesCorpos cobertos de ores cobrem campos santosNa vaga do mar lancei uma preceAs ondas levaram memrias dos anos

    Janelas do futuro se fecham antes da horaA morte declama a despedida em tristes rimasLembranas refns da memriaO destino o obiturio assina

    Sinos e velas anunciam o cortejoDestino esparso em tom de melancoliaNa sala a morte brinda o triste ensejoNo sarau funreo o choro melodia

    Nas mos frias repousa o rosrioMaquiagem de tristeza encobre as facesSobre o leito a incerteza do itinerrioNo cu uma estrela nasce

    As ps do destino preparam a covaArquitetura dolente de desencanto tarde triste e chuvosa choraVida encoberta por negro manto

    A morte caminha pelas ruas do destinoOs ponteiros do relgio ensaiam despedidasPtalas de ores indicam o caminholtimo suspiro, hora da partida!

    CASSIANE SCHMIDT nasceu em 16 de maro de 1982, na cidade de Trombudo Central-SC. Reside em Gaspar-SC, desde novembro de 2002. formada em Pedagogia pela Uniasselvi - Universidade para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itaja e ps-graduada em Gesto Escolar pelo ICPG Instituto Catarinense de Ps-Graduao. Atualmente, aca-dmica do curso de Letras da Uniasselvi. Participou da antologia Projeto Palavras Azuis Coleo Prosa & Verso - 5 Vol. - organizao: Terezinha Manczak.

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  • Zumbis acordoados

    (Chrystiane Akegawa) Tudo matria-prima.O submundo escondidoquer romper o portal.Precisam acord-los, zumbisde outro sonho,ou faz-los sonharque esto acordados.Mas a Conscinciaplena,absoluta,soberana,reina silenciosa, espera, espreita, frente, volta,de dentro, de tudo,ou quase tudo, mas tudo em si,e de tudo, sabe todos,e de todos,quer Um s.

    CHRYSTIANE AKEGAWA, 28 anos, mineira de Ituiutaba. Comeou preco-cemente a captar estados de alma e transcrev-los, desde a alfabetizao. Aos cinco anos, escreveu sua primeira re exo. No Ensino Fundamental e Mdio, destacava-se em concursos escolares de redao. Durante a adolescncia rebelde e reprimida, descobriu nos dirios seu potencial expressivo, mais tarde aprimorado em arte, atravs de poesias, contos e crnicas.

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    Sonha (Cinthia Kriemler)

    Sonha,enquanto a realidade te cair em cima, furiosa.Sonha,enquanto a verdade desse dia-a-dia te massacrar, impiedosa.Sonha,enquanto a crueldade do cotidiano te puser em risco.Sonha,enquanto a sinceridade toda deste mundo humano te zer maldades.Ento,quando no mais te importar ou te ferir a vida,para de sonhar e te torna um deles,mais um que nge no saber sonhar.

    CINTHIA KRIEMLER carioca, mas vive em Braslia h 39 anos. divorciada, tem 52 anos e tem uma lha. Formou-se e cursou tambm ps-graduao em Comunicao Social na Universidade de Braslia-UnB. Analista Legislativo da Cmara dos Deputados, h 10 anos, e atua na Secretaria de Comunicao Social. Escreve poesias, contos e crnicas.

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  • O Outro Quinteto

    (Cludia Faria Pereira)

    Recorda a promessa ao record-la na confuso da rvore naufragada;no sabes quem te esquea nem das cidades a certeza.Cinco desejos, cinco medos para alm do inocente que te levae te sonha nas manhs frias perdidas, submersas no voltar a que te obrigas.Mas se cessas a procura da miragem em que te derramasnas guas ruidosas e protegidas tropeas em passo de valsa.E se desceres sem desceres na ausncia do teu corpo resignadoeventualmente sofrers as runas da tua casa de pedraem cheiro de tempo e de carruagens modernas.E se cares em jeito de sonho desmedidoali os cinco desejos, cinco medos de um quinteto exguoem espao de teatro sabers as deixas inoportunase as falas interpretadas por um mar terrivelmente sensvel.Recorda a promessa do tudo e do nada;esquece o chilrear descarado no teu colo breve que se passeiaem colinas musicais, imprecisas, esforadas, encontradasnuma pergunta melhor que no a cpia de um humor assoberbado,que se controla pelo poder de quem est e no volta.

    CLUDIA FARIA PEREIRA nasceu no dia 13 de Maio de 1974, em Angola. Atualmente, reside em Portugal, na cidade do Porto. professora de Educao Visual e tem dois livros de poesia editados, Poema Tatuado (2005) e Noites Horas e Livros (2007), pela Corpos Editora. No ano de 2007, participou na Antologia de Poesias Prmio Pde. Joo Batista Zecchin, da ASES (Associao de Escritores de Bragana Paulista), na qual ganhou a 1. meno honrosa.

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    Cimes(Cludia Gomes)

    Agora vou morrer de cimes aos poucos.De retida no meu dio de vboraVou virar uma velha mal-amada e rabugenta.Vou morrer de fazer macumba pros seus amoresVou morrer de v-las com bexigas e perebasE gargalhar perante seus desesperos.Vou morrer ranzinza de cimesQue me acabar aos poucos.Vou morar numa casa velha e ensebada numa vila distante e pobre,Vou contar coisasQue as pessoas vo chamar de maluquice,Vou desenterrar ossos,Desgrenhar os cabelosE gritar o seu nome perto dos girassis.

    CLAUDIA GOMES DA CUNHA autora do livro Mariazinha em verso e prosa e ganhadora dos prmios categoria medalha de prata no concurso nacional de poesia da ABEPL (Associao Brasileira de Estudos e Pesquisas Literrias) e o concurso da prefei-tura de Porto Alegre/RS Historias do trabalho - 2006.

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  • As incongruncias

    da disputa(Coelho de Moraes)

    Falar por ltimoe castrar a fala do outroA amante / na nudez-mudez / ser meu sonhoSer confessor / presidente / juizDar termo disputaNada h na cena que concorra para a verdadeTudo na cena se baseia em lance de dados- ganha quem retm o anel na moperde quem no v o leno atrs de siBreve voc se livrar de mimo meu gozo / do meu jorro de smendo que expulso de mimno mesmo jorro das palavrasS a morte pode interromper a fraseRecusar a ltima rplica recusar a cenaO heri sempre fala no m

    MARCO ANTONIO COELHO DE MORAES musicista desde 1974 (regncia, piano, teclado) e compositor desde 1980 (peras, musicais, obras para cmara e msica sinfnica e trilha sonora). Tornou-se produtor de vdeo em 1997, tendo produzido, at o momento, mais de 20 curtas e medias metragens, incluindo participao como ator, diretor e editor. regente desde 1984 (coro e orquestra de cmara) e, ainda, Artista Plstico bissexto, tendo participado de exposies e conquistado alguns prmios. Escreve textos para jornal, ro-teiros e peas. Tem livros prontos e devidamente engavetados. Co-editor, em 2008, do jornal temtico VEREDAS. Lanou, em Maro 2009, o FATECZINE de idias menstruais.

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    Inconstncia(Crislia Souza Silva)

    Sou um ser inanimadoNem poeta, nem profeta.Somente um andarilho maltrapilhoQue caminha fora do trilho.

    Sou esse pedao de nadaUm gro de areiaNum imenso desertoSou a eterna inconstnciaDe um pronome inde nido.

    Sou passional, racional e obsessiva.Sou a nostalgia e o encantoSou a ponte entre a vida e a eternidadeSou pura sensibilidade e sentimento.

    Sou a varanda, sou o jardim.Sou a rua, sou o mar, en m.Sou o lugar onde minhalmaEncontra-se e se sente feliz.

    No h certezas do que sou hojeNo h certezas do que serei amanhMas gostaria de encontrarNa ausncia do que souA presena do que nunca fui.

    Por isso, acredito nos sonhos.Despidos de ilusoQue a graa nos doDe nunca sermos como antes.

    Por isso, indago eternamente:- Que palavra de ne o que somos?

    CRISLIA SOUZA SILVA nasceu em 23/08/1981 na cidade de Barra da Estiva, interior da Bahia. Viveu com seu pai e suas duas irms at os trs anos de idade. Porm, devido condio de vida precria em que viviam, seu pai decidiu entreg-la em adoo a uma famlia, com a qual ela vive at os dias de hoje. Formou-se em Magistrio e atualmente funcionria pblica e poetisa.

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  • Logo(Cristiano de Souza)

    Logo minha vida se desfazLogo tudo que tenho morreLogo tudo que z evaporaMas logo tudo que amo volta.Tudo que amo amena por no sentir algo de voc em mim.

    CRISTIANO DE SOUZA gosta de msica e de poesias. Seu maior hobby a leitura e, dentre os livros que marcaram sua vida, ele recomenda Memorial do Inferno. A Saga da Famlia Almeida no Jardim do den, de Valdeck Almeida de Jesus.

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    Banho de cachoeira

    (Darcy Ribeiro da Cruz)

    H uma estreita intimidade do musgo com a pedra forjada por chuvas e sis. O verde do musgo, transparncia de aqurio com pacincia aguarda a escorregada da pegada.

    O sol cai quebrado no resfolegar da cachoeira. (Um arco-ris aguarda)

    DARCY RIBEIRO DA CRUZ tem 70 anos. J foi premiado em vrios concur-sos de contos e poesias. Concorre pela primeira vez neste Concurso.

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  • Mundo animal (Cano do Exlio Animal)

    (Denis Marangoni dos Santos)

    sabi da minha palmeira por onde voavas to revolto, que de volta a ti paixo, pressentia as nuvens de mones a chegar! Baixava fugaz dos granizos, de palmeira em palmeira, todo enlameado embora posto que chafurdando atrs de uma suculenta minhoca, e perdia-se com a cuca por dentre a relva jamaicana l nas pradarias do planalto meridional. E como se falasse, o bicho logo cantava: Cr amor! Cr em mim... Bela Dona! Achando mui peculiar o gorjear, mesmo em voltar aos afazeres do lar, ao atravessarem voando hbil a pinguela, tomaram na faia os primeiros respinguelos, pressentindo as nuvens de mones a chegar...

    DENIS MARANGONI DOS SANTOS recm-poeta versador e rima-dor. Embora venha da pesquisa cient ca, sempre gostou de poesia e literatura em geral. J escreveu trs livros de poesia e tem no prelo mais um. Tambm tem livro de contos e crni-cas. Junto com o apelo de suas obras, prope Academia de Letras a mudana da era literria para o Racionalismo (ou Neorracionalismo).

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    Falhas do meu f ichrio

    (Diamantino Ferreira) Por falhas no meu chrio,perdi tanto aniversrio!E, no bastasse o calvrio da vergonha por que passo,j nem sei mais o que eu faopara sair do embarao... E, por isso, o teu voou...Meu Deus! Que tonto que eu sou!Uma idia me passou: por no hav-lo anotado, co triste, encabulado,mas sei que fui perdoado!

    DIAMANTINO FERREIRA brasileiro, divorciado, nascido no Rio de Ja-neiro-RJ em 27 de julho de 1926. Advogado, contabilista, ex-escrivo do Poder Judicirio, promotor de Justia aposentado.

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  • Refm da saudade(Diego Lopes)

    Procurei por ti no mundo virtualPara estar contigo no realBusquei lembranasCaprichos da tua naturezaBisbilhotei meu telefoneDecorei tuas mensagensReli teu artigoRevi aquele lmeNossas fotos proibidasBriguei com o relgioCom a inconveninciaAt disquei sete nmerosMas perdi para o cincoFoi quando percebiQue nada mais adiantavaA no ser a conformidadeE me acabar em saudade

    DIEGO LOPES DA SILVA ALVES jornalista e relaes pblicas, es-pecialista em Gesto de Processos Comunicativos. O piauiense, nascido na capital Teresina, escreve poesia desde criana e j teve algumas poesias publicadas na sua cidade natal, den-tre elas Descobertas & Revelaes, no Jornal Piau - Suplemento Cultural do Dirio o cial do Estado.

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    Declare(Diler Sales)

    Declare seu amorao seu amigo.Declare seu amor ao seu inimigo.Mas declare com palavras verdadeirase que sejam capazesde transformar o mundonum lugar de paz.Declare seu amorao seu irmo.Mas declare com palavras do corao.Declare seu amora todos, sem distino.Declare seu amor Terra.Declare paz, nunca, jamais, declare guerra.

    DILERMANDO MOTA SALES, nome artstico Diler Sales, nasceu em Ca-rutapera, Maranho, em maio de 1963. Desde 1973, mora em Belm-PA, no bairro da Maram-baia. Dele extrai cenas reais e imaginrias de sua gente, suas ruas, suas necessidades e sua natureza. Poeta e tcnico em Informtica, participa, com frequncia, de concursos literrios.

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  • Criana(Dorli Gromowski Bessega) Pureza, magia...Doura, loucura...Ternura nos olhos,Amor no corao.Choram de emoo.Lbios de encanto,O futuro sabia, tudo magia.Asas de anjos,Conto de fadas.Ps no cho,Mos de sabo.Tambm sentem solido.Cabelos ao vento,Brincando, correndo.MerecendoCarinho e ateno,E no viverS de iluso.

    DORLI GROMOWSKI BESSEGA nasceu em Bento Gonalves-RS em 14/05/1979. casada e tem um casal de lhos. Esta uma gacha busca passar em suas poe-sias todo o sentimento e emoo, e tenta, com suas palavras, conscientizar as pessoas de que este pode ser um mundo melhor, que tudo depende da viso do corao.

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    Eu e a solido(Ed Carlos)

    Eu desejo e no tenho um amor,Eu chamo e ningum me ouve,Eu aceno e ningum me v,E quando choro no me consolam,Eu espero enquanto ningum vemEntristeo-me e no ouo palavras de conforto,Eu queria andar de mos dadas,E s tenho a sombra por companhiaE quantos abraos deixaram de ser dados,Por motivo solido, beijos recolhidos alma,Afetos que transbordamNa esperana de um dia que no se teveO amor! O que o amor?Que, de to ausente, sobrevivo na falta de compreensoPalavras doces de paixoO que so? Alm de meras palavras que comovem,Eu te amo!Como soa bem aos ouvidos surdos pela tristeza imbudos de desilusoSim, eu te amo! Porm j o disseFalta-me ouvir.

    ED CARLOS ALVES DE SANTANA nasceu em Alagoinhas-BA no dia 15 de agosto de 1980. Este seu dcimo terceiro trabalho publicado em antologia. Concluiu o Curso de Artes Plsticas na Escola de Belas Artes da UFBA (2003/2007). Trabalha com pin-turas e desenhos no estilo acadmico realista. J realizou e participou de vrias exposies de artes, coletivas e individuais. Freqenta o curso de Artes Visuais na Bahia, como aluno especial do Mestrado em Artes Visuais Eba-Ufba.

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  • Pesares sertanejos (Ednei Freires dos Santos) Por onde escorre o fel do mandacaruA rotina bruxuleante dos carcarsA cadveres devorarNum sol perdido entre o Ser e o No SerRonda o espectro de LampioA fazer troa da condioDas mortes e vidas SeverinasDo pobre Joo Grilo de ChicNo cu de ArianoVejo a Baleia de GracilianoSinto o mel do engenho de Jos Lins do RegoQue cheira a bosta de borregoE tu Raquel de QueirozVem banhar teu espritoNo aude de OrsOnde nasceu Raimundo FagnerE morreu um sertanejo gotejanteOuvindo uma pera de Wagner

    EDNEI FREIRES DOS SANTOS nasceu em 9 de abril de 1973 no Rio de janeiro. Escreve desde os 16 anos. Publicou seu primeiro conto, Pelos caminhos do deses-pero, em uma antologia organizada pela Cmara Brasileira do Jovem Escritor. Divulga seus trabalhos na internet: AVSPE, CBJE e Ecos da Poesia.

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    Deslembrana (Edson Augusto Alves)

    Escoo-me,escorrego para o ralo,vazo por rachaduras no cho.Sou agora barro, escarro,sangue, pus, putrefao.Exalo odores,ftida fumaa de podrido,misturando-me a vapores,a perfumes de ores;sou carne em decomposio.Sou tragado,aspirado,expelido em difuso.Estou por todos os lados,ignorante ao asco da tua percepo.Evaporo-me,consciente da minha dissoluo,carbnico, perdido,perguntando-me no ter eu sidofruto da minha prpria imaginao.

    EDSON AUGUSTO ALVES sempre gostou de ler: de Machado de Assis a Carlos Drummond, de Lus Fernando Verssimo a Augusto dos Anjos. Em 2006, foi classi -cado em primeiro lugar, com a poesia A Espera, no V Concurso Municipal de Poesias Tereza Maria Valques Carvalho de Faria, e nalista no ano seguinte. Em 2008, participou do livro Horizonte Noturno e Antologia Online de Poetas Brasileiros Contemporneos - Vol. 43.

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  • Minha aldeia, meu mundo

    (Edson Jos Lins Costa) Estranho mesmo este nosso mundo...O altrusmo se mistura com egosmoA bondade ladeia a maldadeA ira se confunde com o amorFlores que alegram a vida, por vezes, testemunham a dor.Estranho mesmo este nosso mundo...Sucesso d lugar ao fracassoTristeza sobrepe-se alegriaDe um lado a escurido da noite, do outro o claro do dia.Estranho mesmo este nosso mundo... sonho, pesadelo. fome, fartura. errado, modelo. rameiro, altura.Estranho mesmo este nosso mundo,mas nele insisto viver, hei de saber tudo dele:nascer, viver e morrer...

    EDSON JOS LINS COSTA advogado e professor universitrio, tem 53 anos de idade e natural da cidade de So Paulo.

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    Olhos azuis(Edson Teigi Hirae)

    Olhos azuis,Como o cu.Brilho prprioQue cintila como as estrelas,Entorpecendo o nosso olhar. Olhos que tam, Que cativam,Que inebriam os nossos sentidos...Olhos que envolvem,Como lan. Olhos que dizem mais que a prpria cor,Veem a essncia!Veem, como um todo, parte do mundo. Um olhar de alma, de pureza,Que um dia ver re etido em um diamante...A etrea alma e seus prprios... olhos azuis.

    EDSON TEIGI HIRAE Teigi, como conhecido no mundo das artes plsticas e na literatura tambm usa o codinome Ed Bass. Como escritor, participa de sites literrios, tendo conquistado alguns prmios. Participa, ainda, dos livros Antolgica Primazia e Ou-tras guas. Colabora com artigos de algumas revistas e jornais.

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  • Palavra de Deus(Eduardo de Paula Nascimento)

    Criei-te tal a imagem de Mim mesmoPara reinares sobre toda a TerraE ento usas-te de Meu nome a esmoPara matar o irmo em tuas guerras Soprei-te para que tivesses vidaDoei somente a ti o dom do amorE tens coragem de negar comidaA quem no de tua mesma cor Meu Filho rogou que tivesses penaDos pobres, fracos e desprotegidosQue ningum deveria ser oprimidoQue todos vivessem em graa plenaPediu que amassem aos que tem sofridoPois cada um tem em si Madalena

    EDUARDO DE PAULA NASCIMENTO nasceu em 04 de maro de 1969 na cidade de Franca/SP, onde cursou o primeiro e segundo graus. Ingressou na Univer-sidade Federal de Lavras em 1987, onde graduou-se em Engenharia Agronmica. Poeta, es-critor e compositor desde 1982, publicou contos e crnicas em jornais de circulao regional e possui grande acervo de contos e poesias e sonetos inditos.

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    Se eu fosse um poeta...

    (Elaine de Cssia Bender)

    Se eu fosse um poetaeu no precisaria trabalharno caria gastando energiacom as coisas teis para os homens,porm inteis para a alma.

    Se eu fosse um poetaeu sentaria beira do mare caria observando as ondas,reconhecendo que no sou sbio, e que tenho muitos versos para aprender

    Eu me desligaria das futilidades mundanase comearia a valorizar cada estrofecomo se fosse a ltima que tivesse escrito.

    E certamente quando no houvesse tinta na minha canetaeu ainda me esforaria,para despertar nas pessoaso gosto pela poesia,en m, pela Literatura da vida.

    ELAINE DE CSSIA BENDER nasceu em 19 de janeiro de 1988, lha de Antonio Carlos Bender e Terezinha Maria Fernandes Bender. Cursa Letras na Universidade do Vale do Sapuca de Pouso Alegre e tambm faz curso de Ingls. Escreve poesias e se dedica aos estudos de lnguas estrangeiras.

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  • Caminhos anestesiados

    (Elosa Menezes Pereira) Livre das algemas ter segurana ir e vir do medoSocializar cidadaniaSentindo a presena do deverGerando resultadosEsquecendo da desigualdadeDesa ando as expectativasConferem os direitosAcelerando a HistriaDeterminam a vitria!

    ELOSA MENEZES PEREIRA professora estadual. Participou de vrias coletneas poticas e teve textos publicados no Dirio Gacho e no Zero Hora, alm de co-mentrios na revista Selees.

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    Minha cova jardim

    (Elton Junior Martins Marques)

    As coisas no so to simples assim... Vejam:Plantei ores, mas parecem, minhas ores, qualquer coisa, no parecem ser jardins. Ao chegar da primavera esperava ores belas; encontrei cavernas infestadas de morcegos! Qual surpresa ao descobrir que estava morto? Mas depois vieram ores e enfeitaram minha terra, mas depois vieram chuvas e molharam minha cova! Eu sozinho gritava alegremente: Vejam! Minha cova jardim! Meus fantasmas querubins! Meus amigos so queridos! H crianas! H paraso! A fonte da vida foi gua fogo e bactria, eu de novo, volto, me misturo a tantas terras... Quando vivo estava, mal sabia o que era vida; hoje morto, descon o que era sonho; como j acordei, agora sei como estar morto.

    ELTON JUNIOR MARTINS MARQUES, 26 anos, estudante de loso a e autor de Adgios e Pensamentos Particulares. Sua literatura uente, seu ritmo uma quase prosa entremeada por surpresas e digresses... Adepto do poema piada ou plula, geralmente tem um desfecho rpido e consumado em seus poemas, mas no sem antes oferecer um clmax, assim, como se faz em um conto, por exemplo. Seus interesses, alm da literatura, so a cultura, de um modo geral, no que se inclui a Arte, a Filoso a e as Cincias, como tentativas de entender o mundo.

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  • Homem na caixa (Emerson Antonio Miguel) Homem na caixa: In nito limite, alma das pedras,homem-sem-cheiro, homem-sem-sangue.Homem na caixa:Geomtrico anco, vida concreta,viso perfeita, perfeio em forma:homem na caixa. O homem na caixa fugaz.O homem na caixa evapora.Mas h sempre um homem na caixa.E h quem diga que o homem na caixa livremas o homem na caixa quer sairquer ser loucoquer seguir a estrada que vai dar no Nadaquer cuspir nos pais quer beber o marquer ser rfo do Tempoquer esquecer o nomee no ser mais...homemna caixa.

    EMERSON ANTONIO MIGUEL nasceu em lvares Florence-SP em 20 de dezembro de 1979. Graduado em Letras pela Universidade Estadual Paulista (UNESP) de So Jos do Rio Preto, em 2003. professor de Lngua Portuguesa e Literatura na rede estadual paulista desde 2004.

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    Autorretrato(Eraldo Souza dos Santos)

    talvez ele pertena a si mesmomas isso j no culpa minhaporque eu tenho mania de me culpare disso que eu tenho de me protegerporque a linguagem do meu desejo o negativoporque a voz do meu desejo o abismoporque a lembrana do meu desejo o ecoe dessa voz re exiva que eu tenho que me defender

    ERALDO SOUZA DOS SANTOS estudante de Ensino Mdio no Cen-tro Federal de Educao Tecnolgica de So Paulo. Escreve para concursos literrios, tendo vencido alguns deles, como o de crnicas, categoria juvenil, da Academia de Letras de S. J. da Boa Vista.

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  • Sem ttulo(Erinaldo Silva)

    Tenho uma certezaUm pensamento pessimista por naturezaMeu menor sonho possvel um sonho impossvelQuando miro o futuroPasso alm deleE sinto um algo duro:Tristeza. Por mim e por ele!Tudo que posso fazer crer crer que existe sentidoDepois disso, dormir maravilhadoOh, que sentimento profundo!Ou profundo sentimentoSem verso, sem fundoQue me a ige num consentimentoA noite chegaE com ela um abismo escuroC o pensamento me pegaE no durmo...

    ERINALDO SILVA nasceu no norte de Minas Gerais, na rea rural do municpio de Mato Verde, em 23 de dezembro de 1970. Na pobreza e esperana dos braos de sua me, foi levado para Janaba, a m de ter melhores oportunidades na vida. Cresceu, se formou e voltou cidade de origem. Passou por Viosa, morou no Acre, trabalhou em So Paulo, e hoje vive em Diamantina-MG. Casado, pai da linda Uan, de 6 anos.

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    Amizade(Eullia Cristina Costa e Costa)

    Amizade uma palavra singela que traduz esperana bela,cria laos fraternos e companheirismo lealnem o tempo nem a distncia a afastam do convvio real.Presente em nossas vidas, um irmo se torna amigo e oamigo se torna irmo. Ambos se confundem, pois re etemo real valor da amizade e da capacidade de amar.Irmos, presentes de Deus.Amigos, presentes da vida.Amizade um aprendizado constante (e fascinante)que dura muito mais que um instante.

    EULLIA CRISTINA COSTA E COSTA bacharel em Enfermagem e Obstetrcia pela Universidade Estadual do Maranho (UEMA) e ps-graduanda em Sade da Famlia e Funcionria pblica. Escreve desde os 15 anos. Seu sonho publicar um livro de poesias.

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  • Maria(Eurpedes da Silva)

    Maria dum sonho!Que eu suponho,E versos componho,Cantando o amor... Oh, minha or!No sabes a dorQue meu corao,Nesta solidoChama-te em vo... Eu queria te amar...Poder te abraar! E sorrindo olhar,Juntinho contigo,O caminho que sigoE no mesmo abrigo Acolher-te!Deixar de sofrerVoltar a viver e Morrer felizMas o destinodiz: - Sers infelizPor toda a tua vida...E lacrimejando,Eu digo chorandoAdeus, musa querida.

    EURPEDES DA SILVA nasceu em Colmbia-SP, em abril de 1950. Colou grau em 1979, formando-se em Direito pela Universidade Federal de Gois (UFG). Publicou os seguintes romances policiais: AR-15 - A nova lei, Emboscada A poltica a servio do crime, Um enigma de onze letras, Violncia saia da mira, Operao Avestruz, Noite Macabra, Giovanna uma cobrinha muito esperta e Violncia Urbana Saia da Mira, sob o pseudnimo de Delegado Euripedes III. Publica seus trabalhos no site www.delegaciadecontos.com.br.

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    Quem inventou...

    (Evandro F. Cndido) Quem inventou a minha moInventou tambm aquela carciaQue no chegou ao teu rosto.Quem inventou a minha bocaInventou tambm aquele beijoQue se perdeu antes de chegar a ti.Quem inventou os meus olhosInventou tambm a tua imagemCom todas as sutilezas e brilhantismos.Quem inventou a minha esperanaInventou tambm o teu descasoE camos distantes...E quem inventou a distnciaInventou tambm a memriaE no pude te esquecer!

    EVANDRO FIGUEIREDO CNDIDO nasceu em Eli Mendes, interior de Minas Gerais em 1985. Escreve desde os 16 anos. Licenciado em Histria pela Universi-dade Federal de Viosa. Conquistou o trofu Maringela Calil, em 2006, prmio concedido ao vencedor do concurso literrio ocorrido na cidade de Varginha-MG.

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  • Legio(Evelyne Santana da Silva)

    Meu suor, de tanta tortura, virou sangue que sai pelos poros, escorrendo por minhapele, e caindo na terra marcada pelo pecado;A cada lgrima que derramo, um trovo solto pela tempestade, que as nuvenscarregadas trazem para amenizar minhas feridas;Nos movimentos das minhas mos, delicados e doloridos, sinto a presena de umafora maior, repleta de luz e serenidade;Mal consigo dormir, com receio de no acordar mais, cando para sempre naeterna escurido, alojada na minha prpria sombra;Estou triste pela minha tristeza, a solido a sombra que aos poucos virou minhanica companhia e minha infeliz amiga;Meu passado obscuro, mas no me abato por essa causa, simplesmente grito praafastar o mal que me rodeia sem piedade;Atrs de mim, a escurido me induz para as trevas, mas minha frente surge a mo que me ajuda a seguir sem medo;A legio de demnios que me atormenta est escondida, com medo da moiluminada que me ajudou a encontrar minha f;Mas as feridas ainda esto abertas, feridas que, mesmo curadas, deixaro cicatrizes,contra a minha vontade, carei marcada;A dor e o tormento estaro sempre comigo, pois minha primeira misso aprendera lidar com o mal, para depois extermin-lo.

    EVELYNE SANTANA DA SILVA uma jovem fascinada pela arte. Era envolvida com desenho e pintura. Aps algumas mudanas em sua vida, interessou-se pela literatura, e ento descobriu que tinha facilidade para expressar-se com as palavras. Hoje escreve poesias como forma de desabafo.

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    Raio de lgrima (Everaldo Martins Gomes)

    Eu conseguia captar o dilogoentre a Esperana e as folhas novas do pomar.Galinhas catavam joaninhas no cho corado de sole o vento quente ciscava meus cabelos, bem mais claros.Meu silncio escalava jaqueirase fruti cava-se em con dentes imaginrios.Sombras ninavam minha alma aliengenae luzes acendiam minhas madrugadas de inspirao.S consigo captar o estertorde pneu queimado e folhas de papel em chamas.Moradores de rua catam papelo entre iluses rasgadas,e a depresso assopra meus castelos de areia e sal.Animal racional vegetal.Mar Morto morto em voz.Aborto de fogo na foz.Cesariana de azia e ironia.Parto sem anestesia parto.

    EVERALDO MARTINS GOMES nasceu em Rinpolis-SP e atualmente reside em Lins-SP. Com Destrinchar a Poesia, representou a regio de Presidente Prudente no Mapa Cultural Paulista 1998. Aps diversas participaes em antologias literrias, ganhou a publicao de seu primeiro livro solo de poemas Foreveraldo, em 2003, de uma editora de Uberlndia-MG. Em 2007, conquistou o 3 lugar num concurso literrio de Capivari-SP e foi o vencedor de Grandes Escritores do Interior de So Paulo, evento promovido pela Casa do Novo Autor, da capital paulista.

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  • Verdade do amor(verton Germano Arajo Melo)

    Te amo,mas no do jeito romntico de se amar,que ama um leve caminhar,um jeito doce de se olhar,um lindo cabelo a se movimentar.

    Eu amo,mas amo o teu jeito autntico de andar,a verdade que carregas no olhar,o teu lindo cabelo a, por vezes, se embaraar.Eu amo,mas no do jeito romntico de se amar.

    Eu amo na verdade e no no sonhar.

    VERTON GERMANO ARAJO MELO tem 22 anos e mora em Uberlndia/MG, onde nasceu. Estudante do curso de Medicina da Universidade Federal de Uberlndia (UFU), na qual curso o segundo ano. Em 2008 teve duas poesias aprovadas e publicadas (Apenas o que sinto; O meu poema), atravs do 1 Concurso Literrio da Universi-dade Federal de Uberlndia, com a temtica Experimentando a vida: cotidiano, esperanas e sensibilidades.

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    Soneto 053: soneto ao ser

    humano(Fabricio Martines Alves)

    Que bicho o ser humano efmero? digestivo negligenciandoComo um mosquito na merda pousando sempre esquerda o nmero zero Fez-se do barro e nasceu da lamaE agora funde o seu megabyteTudo destri quando tem um insightCarni cina agora proclama Sua maldade to puerilAo mesmo tempo Deus e SatansQue emana sempre um perigoso gs Coisa pior o povo nunca viuChegou no auge da revoluoE agora morre nesta podrido.

    FABRICIO MARTINES ALVES escreveu contos e folhetins para o jornal da cidade de Cajamar-SP Gente em Evidncia. Publicou, de forma independente, os livros: O homem que queria magia e C.A.O.S Contos Anrquicos, Orgsticos e Sugestivos. Participou da Antologia Potica Valdeck Almeida de Jesus Ano 3. Trabalha como arreca-dador no pedgio. Membro fundador da A.L.I.F (Academia Literria Imaginria do F).

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  • Trs tempos e uma manh

    (Ftima Venutti)

    H um tempo que se foiE eu me quis assimApaixonada.Tempo de luzes e cores ctricasEm que plantei sis e luasVentos e aragens de paixoPor sobre a multido esfacelada

    H um tempo que me quisDevassa e temporria poesiaTempo de viagens e espaos percorridosPassadas apressadas ateadas nos ponteirosGirassis amanhecidos no caf da manhMos dadas e abraos molhados pela chuva

    H um tempo que se fazDistante e ldico em alegoriasTempo de esperas e encontrosE que agora me leva a ti,Primavera e vero se confundemAinda te busco em meu espelhoRegistrando minhas tuas nicas manhs

    FTIMA VENUTTI paulistana de Osasco (1965). Reside em Blumenau desde dezembro de 2002. Formada em Letras, escreve desde os 11 anos e possui textos premiados em diversos concursos literrios e coautora e organizadora de antologias da Sociedade Escritores de Blumenau-SEB (presidente em 2007). membro da Academia Catarinense de Letras e Ar-tes (ACLASC), ocupando a cadeira n. 11, cujo patrono o poeta Lindolf Bell. Publicou ltimo Beijo (poesias - Ed. THS Arantes, 2007) e Terceiro Apito (contos e crnicas - Ed. Nova Letra, 2008), ambas as obras bilngue (portugus/espanhol). E-mail: [email protected].

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    Sigamos o nosso sonho

    (Fernando de Sousa Pereira)

    Havendo duas estradas, h no mnimo uma sadaLogo h uma esperana.Doces nas pastelarias h muitos,Que enganam olhos e desejos,Mostram que o ser nem sempre o .Assim tambm so algumas situaes:Parecem insolveis mas no soSo apenas no ngulo da nossa viso.A nossa vida pode parecer cinzentaMas pode no ser, pode ser bastante azul,Azul deslumbrante e celestial que nos esperaPara mandar um recado em cada nuvem que passa.As di culdades podem parecer o m do mundoMas so apenas oportunidades para recomearum novo mundo.Sigamos o nosso sonho,Que ele a razo de viver, mesmo que existam murosQue parecem intransponveisMas que, pouco a pouco, caem e realizamo-nos.

    FERNANDO DE SOUSA PEREIRA nasceu em 1978 e natural de Vila Nova de Famalico, Portugal. Licenciado e ps-graduado em Engenharia e Gesto Industrial na Universidade Lusada. colaborador de dois jornais, vencedor de concursos literrios, e tem publicado quatro romances, alm de fazer parte de algumas Antologias Literrias. Entrega-se diariamente ao prazer da escrita e da leitura.

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  • Geograf ia potica(Fernando Ernesto Baggio Di Sopra)

    O fogo come madeira quando sente fome, e bebe gua antes de dormir. A cordilheira de ores que separa o inverno do vero chamada de equincio. As nuvens cantaram um imenso trovo e apagaram a Lua. Foi ento que um relmpago acendeu a noite e permitiu ver as plantas comendo perfume de nuvem e transpirando frutos. Do cho do rio, vejo peixes voando feito pssaros embebidos numa atmosfera molhada. Agarro-me s asas de um peixe, subo com ele at o cu do rio, e ento mergulho na atmosfera seca onde os pssaros nadam. Encanta-me o canto da parede e um canteiro de pssaros. E assim por diante...

    FERNANDO ERNESTO BAGGIO DI SOPRA autor de De-lrios de um plagiador, novela vencedora do Prmio Coleo 2000 Caixa - RS, de 2006, publicada pelo Instituto Estadual do Livro do Rio Grande do Sul. Foi um dos vencedores do Prmio