preÇo ao produtor É o menor dos Últimos quatro anos · preÇo ao produtor É o menor dos...
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Os preços do leite pago ao produtor tiveram nova queda expressiva em dezembro, de 4,5%, tornando-se os menores valores dos últimos quatro anos para o mês. No comparativo com dezembro de 2013, por exemplo, a queda é de 10%, em termos reais – IPCA de nov/14). A pressão continua vindo do aumento na captação de leite em todos os estados acompanhados pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. Mesmo com os derivados em queda, a demanda não tem sido suficiente para absorver tal oferta.
Em dezembro, o preço médio bruto (inclui frete e impostos) pago ao produtor, na “média Brasil” (MG, RS, SP, PR, GO, BA e SC), foi de R$ 0,9810/litro, forte redução de 4,3% em relação a novembro. O preço líquido médio (sem frete e impostos) caiu 4,6%, passando para R$ 0,8968/litro. Essas médias, calculadas pelo Cepea, são ponderadas pelo volume captado em novembro nos estados de GO, MG, PR, RS, SC, SP e BA.
Houve queda no preço líquido do leite em todos os estados da pesquisa do Cepea. As maiores baixas foram registradas em Goiás e Paraná, de 6% em cada, e Minas Gerais e Santa Catarina, de 5,4%. Entre os estados que compõem a “Média Brasil”, Santa Catarina teve o menor valor em dezembro, de R$ 0,8337/litro, seguido pelo Rio Grande do Sul, com R$ 0,8657/litro – médias líquidas.
Pesquisadores do Cepea explicam que os altos patamares de preços alcançados em 2013 elevaram os investimentos na atividade leiteira, que resultaram em maior produção neste ano e acúmulo de estoques, principalmente no segundo semestre. Com a oferta elevada, as cotações recuaram no último quadrimestre do ano, após três meses de relativa estabilidade.
Além disso, nos últimos meses do ano, mesmo com atraso, as chuvas favoreceram a qualidade das pastagens e, consequentemente, a captação de leite, que alcançou a maior alta mensal de 2014. De outubro para novembro, o Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-L/Cepea) teve aumento de 6,43%. O destaque no período foi para Goiás, São Paulo e Minas Gerais, onde os avanços foram de 11,09%, 11,03% e de 7,87%, respectivamente.
Segundo indicações de profiss ionais de laticínios/cooperativas consultados pelo Cepea, para janeiro/15, a expectativa é de nova queda nos
preços do leite. A maioria dos entrevistados (75%), que representam 87,75% do leite amostrado, indica que haverá baixa nos valores. Outros 23,53% dos agentes, que representam 12,07% do volume amostrado de leite, acreditam em estabilidade. E apenas 1,47%, que representa 0,17% do volume da amostra, acredita em alta.
No mercado de derivados, também houve queda nas cotações, em decorrência principalmente dos
ICAP-L/Cepea (Índice de Captação de Leite) - NOVEMBRO/14 (Base 100=Junho/2004)
Uma publicação do CEPEA - ESALQ/USP | Ano 21 nº 237 | Janeiro 2015Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada - ESALQ/USP
Exportações de leite em pó registram forte
alta de 42% em dezembro
Leite UHT e queijo muçarela se desvalorizam
com força em dezembro
MERCADO DE MILHO
E FARELO DE SOJA
Custos têm ligeira alta no final
de 2014
pág. 04
CUSTOS
PREÇO AO PRODUTOR É O MENOR DOS ÚLTIMOS QUATRO ANOS
estoques elevados. Os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados no atacado do estado de São Paulo em dezembro (até o dia 26) foram de R$ 1,88/li tro e R$ 11,24/kg, respectivamente, 5,2% e 2,2% inferiores às médias de novembro. A pesquisa de derivados do Cepea é realizada diariamente com laticínios e atacadistas e tem o apoio financeiro da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e da Confederação Brasileira de Cooperativas de Laticínios (CBCL).
Sul / Sudoeste de Minas
1,0531
1,1054
1,0476
1,0115
0,9993
1,0037
1,0921
0,9884
1,0708
1,0429
1,0352
1,0475
1,1918
1,1717
1,1219
1,1472
0,9426
1,2886
1,3372
0,7902
1,1183
1,0998
1,1140
1,0868
1,0715
1,1789
1,1395
1,0855
1,1885
1,0877
1,1133
0,9200
1,0456
0,9899
1,1200
1,0668
1,2261
0,9522
1,1605
1,0980
0,8151
0,9403
0,9090
0,6689
0,7975
0,7551
0,9986
0,8813
0,9892
0,8308
0,9725
0,9132
1,0482
1,0390
1,0246
0,8540
0,9225
0,8950
1,0613
0,9730
1,1570
0,8740
1,0419
1,0143
1,1254
1,0317
1,0514
0,8165
0,9168
0,8713
1,0198
0,9847
1,1431
0,9006
1,0709
1,0175
0,7604
0,8877
0,8517
0,5710
0,6760
0,6425
0,9012
0,8004
0,8946
0,7721
0,8724
0,8272
0,9883
0,9790
0,9638
0,7520
0,7965
0,7786
0,9624
0,8900
1,0747
0,8618
0,9573
0,9374
-0,22%
-8,62%
-4,68%
-7,65%
-9,43%
-7,12%
-3,79%
-5,45%
-0,25%
-9,46%
-2,80%
-1,05%
-1,70%
-8,15%
-4,81%
-8,47%
-11,42%
-8,17%
-3,67%
-5,50%
-0,89%
-3,24%
-4,46%
-1,13%
0,8337
0,7873
0,8199
0,7611
0,7709
0,7614
1,0094
0,8943
0,6069
0,7989
0,8782
0,8169
1,0457
1,0120
0,8956
0,9134
0,7086
0,9702
0,7594
0,6788
0,8327
0,8821
0,7895
0,8271
0,9760
1,0214
0,9764
0,8422
0,9510
0,9795
0,9461
0,9129
0,9109
0,9064
1,0771
0,9240
0,8826
0,9403
0,9661
0,9253
1,1199
1,1215
1,0256
1,0363
0,8458
1,1702
1,0524
0,7493
0,9932
1,0060
0,9869
0,9800
1,0242
1,1163
1,0822
0,9810
0,9687
0,9987
0,9648
0,9363
0,8867
0,9290
1,0223
0,9125
0,9555
0,9488
0,9499
0,9751
1,1014
1,1045
1,0384
1,0582
0,8678
1,1873
1,2320
0,7221
1,0347
0,9934
0,9975
0,9705
1,0034
1,0950
1,0709
0,9981
0,7542
0,6877
0,7423
0,6916
0,6635
0,6852
0,9414
0,8205
0,5021
0,7103
0,7965
0,7496
0,9585
0,9476
0,8170
0,8407
0,6231
0,8796
0,6671
0,6133
0,7558
0,8067
0,7128
0,7421
0,9145
0,9412
0,9130
0,7636
0,8691
0,8756
0,8657
0,8399
0,8003
0,8337
1,0076
0,8495
0,7716
0,8486
0,8824
0,8557
1,0310
1,0551
0,9449
0,9518
0,7539
1,0723
0,9535
0,6821
0,9094
0,9080
0,8912
0,8779
0,9578
1,0339
1,0153
0,8968
-0,25%
-3,51%
-1,11%
-4,96%
-5,26%
-5,77%
-1,67%
-9,05%
-6,98%
-7,34%
-5,65%
-6,50%
-1,10%
-2,59%
-4,44%
-4,85%
-4,96%
-1,71%
-7,09%
-11,30%
-5,10%
-2,12%
-6,01%
-5,24%
-0,34%
-1,88%
-1,25%
-4,29%
-0,57%
-4,57%
-1,52%
-5,17%
-5,89%
-5,36%
-1,82%
-9,47%
-7,11%
-7,85%
-5,95%
-7,07%
-1,19%
-2,53%
-4,93%
-5,04%
-5,59%
-1,43%
-7,71%
-11,33%
-5,36%
-2,60%
-6,21%
-6,01%
0,86%
-1,78%
-0,83%
-4,63%
dez/nov dez/nov
DEZEMBRO/14NOVEMBRO/14
Flávia Romanelli - Mtb: 27540
Equipe Leite:Wagner Hiroshi Yanaguizawa - Pesquisador Projeto LeiteIsadora Vieira, Marianne Tufani Batista, Natália Salaro Grigol, Pedro Silvestre de Lima eVitória Guereschi Lucas
Wagner Hiroshi YanaguizawaPesquisador Projeto Leite
Equipe Grãos:Lucilio Alves - Pesquisador Projeto GrãosAna Amélia Zinsly, André Sanches, Bárbara Oliveira, Camila Tolotti, Karen Sarto, Débora Kelen P. da Silva, Deise Soares de Souza e Rafaela Moretti Vieira
Por Pedro Silvestre de Lima, graduando em Eng. Agronômica pela ESALQ
CUSTOS TÊM LIGEIRA ALTA NO FINAL DE 2014
Em dezembro/14, o Custo Operacional Efetivo (COE), que considera os gastos correntes da propriedade, teve elevação de 0,56%, e o Custo Operacional Total (COT), que é o COE mais os custos de depreciação e do pró-labore, de 0,49%, de acordo com a “média Brasil” (BA, GO, MG, PR, RS, SC e SP) calculada pelo Cepea em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O aumento frente à novembro esteve atrelado à valorização tanto dos insumos que compõem os grupos relacionados à alimentação, que representam 62,5% da ponderação do COE, como a do grupo “energia e combustível”.
A elevação da demanda por insumos utilizados na
formação e manutenção de pastagens e da produção de silagem impulsionou os valores dos fertilizantes e defensivos agrícolas. Além disso, o grupo “concentrado” foi influenciado pela va lo r ização do mi lho e fa re lo de so ja, principalmente. Os subgrupos que compõem a alimentação, sendo eles “silagem”, “forrageiras anuais”, “manutenção de forrageiras perenes” e “concentrado”, também registraram alta: 0,4%; 1,6%; 0,4% e 0,9%, respectivamente, em dezembro de 2014.
O grupo “concentrado”, que tem a maior representação no COE de 42,3%, apresentou valorização na maioria dos estados acompanhados
pelo Cepea, com exceção de Santa Catarina e da Bahia. Segundo colaboradores, a desvalorização dos concentrados no estado catarinense é explicada pelo ritmo fraco das vendas, mas com expectativa de melhora. Ja o grupo “silagem”, que representa 14,1% do COE, registrou alta em todos os estados analisados.
O grupo “mão de obra”, que representa 15,4% do COE, permaneceu estável em dezembro. Porém, com o início do ano, este grupo deve ter aumentos, devido aos reajustes salariais previstos, como o do Rio Grande do Sul, esperado para fevereiro, e do Paraná, para junho.
(130g de Fósforo)
8,5 litros/frasco 10 ml
8,7 litros/frasco 10 ml
9,1 litros/frasco 10 ml
79,7 litros/sc 25 kg
82,9 litros/sc 25 kg
87,7 litros/sc 25 kg
50,7 litros/litro de herbicida
52,8 litros/litro de herbicida
55,7 litros/litro de herbicida
Out/14
Nov/14
Dez/14
Out/14
Nov/14
Dez/14
Out/14
Nov/14
Dez/14
Out/14
Nov/14
Dez/14
Out/14
Nov/14
Dez/14
Out/14
Nov/14
Dez/14
608,0 litros/tonelada
716,6 litros/tonelada
733,4 litros/tonelada
1597,5 litros/tonelada
1576,0 litros/tonelada
1652,5 litros/tonelada
12,4 litros/frasco 50 ml
12,8 litros/frasco 50 ml
13,8 litros/frasco 50 ml
Fonte
: Cepea/Esa
lq-U
SP e
CN
A (2
014).
*Variação do custo entre novembro e dezembro de 2014.
EXPORTAÇÕES DE LEITE EM PÓ REGISTRAM FORTE ALTA DE 42% EM DEZEMBRO
Por Natália Salaro Grigol, analista de mercado da equipe Leite Cepea
Os embarques de leite em pó totalizaram em
dezembro cerca de de 37 milhões de litros de leite
em equivalente leite, um salto de 42% frente ao
volume enviado no mês anterior e de 65% na
comparação com dez/13, de acordo com dados da
Secex. A elevação nas vendas do derivado resultou
da alta de 47% na demanda da Venezuela – destino
de praticamente todo o leite em pó exportado.
Em média, o derivado foi vendido a US$ 5,71,
queda de 0,8% em relação a novembro. Contudo, a
cotação do produto brasileiro no mercado
internacional seguiu acima do negociado na
Oceania e Europa em dezembro, assim como no
restante do ano, segundo dados da USDA (tabela 1).
As exportações de leite em pó em dezembro
representaram 82% do total de lácteos vendidos pelo
Brasil. Contudo, as reduções nos embarques de leite
condensado (-6%), queijos (-12%) e leite modificado
(-34%) limitaram a alta das exportações totais de
lácteos, que foi de 27% frente a novembro. No
agregado, foram vendidos mais de 45,1 milhões de
litros de leite em equivalente leite, 46,2% acima do
registrado em dez/13. Os principais compradores
dos lácteos brasileiros em dezembro foram
Venezuela (80%), Angola (3,5%), Arábia Saudita
(3%) e Chile (2,5%).
Seguindo o mesmo movimento, as importações de
lácteos também se elevaram em dezembro. Segundo
a Secex, foram internalizados 85,5 milhões de litros
em equivalente leite, volume 19% superior ao de
novembro e 6% acima do registrado em dez/13. A
alta resultou das maiores aquisições de leite em pó e
queijos, os dois principais produtos da pauta de
importações de derivados.
As compras de leite em pó aumentaram 13% frente a
novembro, chegando a 66 milhões de litros em
equivalente leite - 77,2% do total de lácteos
importados. A Argentina vendeu 54,6% de todo leite
em pó internalizado, enquanto Uruguai e Chile
participaram com 38,8% e 6,5%, respectivamente.
Em média, o preço do produto estrangeiro foi de US$
3,58/kg, alta de 12% em comparação com o mês
anterior. Já as aquisições de queijos, que
representaram 22% do total importado, foram de 19
milhões de litros em equivalente leite, alta de 52%
frente ao mês anterior. Argentina e Uruguai foram os
maiores fornecedores deste lácteo, com 63,9% e
27,8% das compras, na sequência.
Mercado Internacional – Em dezembro, as
negociações de produtos estiveram desaquecidas
em razão do período de férias e de fim de ano. Além
disso, agentes aguardavam indicações de como o
mercado se movimentará em 2015. De acordo com
dados da USDA, os baixos preços pagos ao produtor
na Nova Zelândia, somados ao tempo quente e seco
(que limitou o crescimento das pastagens),
aceleraram a queda na produção de leite em
dezembro, preocupando as indústrias processadoras
daquele país. Já na Europa, a captação de leite
continua superior à de anos anteriores, o que tem
pressionado as cotações.
IPE-L/Cepea – Em dezembro, o Índice de Preços de
Exportação de Lácteos do Cepea (IPE-L) registrou alta
de 5,3% em dólares frente a novembro, com média
de US$ 5,11/kg (em Reais, a média foi de R$
13,50/kg, alta de 9%). Dentre os produtos
considerados pelo IPE-L, os preços dos iogurtes,
queijos, leite condensado e soro de leite subiram
5,6%, 2,7%, 1,1% e 0,2%, respectivamente. Já as
cotações de doce de leite, manteiga, e leite em pó
recuaram 6,1%, 3,6% e 0,8%.
Tabela 3 - Volume importado de lácteos (em equivalente leite)¹
Dez/14 Participação no total imp. em Dez/14
²
85.502
66.031
19.001
122
1.511
19%
13%
52%
-74%
-12%
-
77,2%
22,2%
0,1%
-
6%
41%
-40%
-94%
-33%
Total de janeiro a dezembro/14 frente ao mesmo período de 2013: -32%
Tabela 2 - Volume exportado de lácteos (em equivalente leite)¹
Nov/14-Dez/14 (%) Participação no total exp. em Dez/14 Dez/13-Dez/14 (%)
45.189
36.982
5.137
1.994
426
27%
42%
-6%
-12%
7%
-
82%
11%
4%
22%
46,2%
65%
25%
-41%
1%
Notas: (1) Consideram-se os produtos do Capítulo 4 da NCM mais leite modificado e doce de leite;
(2) O soro de leite é medido em quilos, não sendo convertido em litros.
Dez/14
Total de janeiro a dezembro/14 frente ao mesmo período de 2013: 215%
Notas: (1) Consideram-se os produtos do Capítulo 4 da NCM mais leite modificado e doce de leite;
(2) O soro de leite é medido em quilos, não sendo convertido em litro.
Nov/14-Dez/14 (%) Dez/13-Dez/14 (%)
US$ 2.425
US$ 2.775
US$ 4.975
US$ 5.038
US$ 2.425
US$ 2.775
US$ 4.975
US$ 5.038
-51%
-45%
-49%
-45%
Os dados se referem à média entre 1º e 20 de dezembro de 2014; para 2013, foi considerado período semelhante.
2014 20142013 2013
Tabela 1 -
LEITE UHT E QUEIJO MUÇARELA SE DESVALORIZAM COM FORÇA EM DEZEMBROPor Vitoria Guereschi Lucas, graduanda em Gestão Ambiental e Isadora Trouva Vieira, graduanda em Ciências Econômicas
Assim como já esperado por agentes, os preços
do leite UHT e muçarela recuaram no atacado do
estado de São Paulo entre novembro e dezembro.
Além da elevada captação de leite, maior
disponibilidade de matéria-prima e aumento dos
estoques, a queda se acentuou devido ao período
de final de ano.
Devido às festividades de Natal e Ano-Novo, a
renda dos consumidores foi transferida para
produtos tipicamente consumidos nesta época,
como vinho e peru. Desse modo, colaboradores
1,66
1,85
14,06
12,66
12,57
15,49
1,69
1,93
16,68
14,83
13,83
13,18
1,64
1,77
12,31
11,07
12,20
13,16
1,65
1,87
14,00
14,25
12,74
12,65
1,80
1,88
15,57
12,33
12,99
13,16
1,69
1,86
14,52
13,03
12,87
13,53
-2,2%
-8,1%
-3,8%
-6,5%
-1,5%
0,6%
1,1%
-4,4%
-0,8%
-6,8%
1,1%
-3,7%
-0,8%
-7,3%
-4,0%
-5,7%
-1,6%
-0,7%
-2,5%
-6,6%
-0,5%
-2,4%
3,8%
0,0%
-1,2%
-6,3%
1,4%
-3,8%
-1,1%
-0,9%
-1,12%
-6,5%
-1,4%
-5,1%
0,1%
-0,9%
Fonte
: Cepea/ES
ALQ
-USP
Preços médios dos derivados praticados em NOVEMBRO e as variações em relação ao mês anterior
em Dez/14 Nov/14 Dez/13
R$ 1,90/litro
R$ 11,23/kg
-5,45%
-3,07%
-10,91%
-14,44%Fonte: Cepea Esalq-USP.
Nota: Variação em termos nominais, ou seja, sem considerar a inflação do período.
Tabela 1. Preços médios do leite UHT e da muçarela em dezembro no atacado paulista
do Cepea relatam que a demanda esteve
enfraquecida no mercado de leite UHT e queijo
muçarela em dezembro, o que pressionou as
cotações.
Em dezembro, o preço médio do leite UHT
negociado no atacado do estado de São Paulo
foi de R$ 1,90/litro (inclui frete e impostos),
baixa de 5,45% frente ao mês anterior, em
termos reais (IPCA de dezembro/14). Já em
relação a dezembro/13, a queda é de 10,91%,
também descontando-se a inflação. O valor do
queijo muçarela negociado no atacado paulista
registrou média de R$ 11,23/kg, queda de
3,07% frente a novembro/14. Em comparação
com dezembro/13, o recuo foi de 14,44% -
também em termos reais.
Esta pesquisa é feita diariamente com o apoio da
OCB (Organização das Coopera t ivas
Brasileiras) e da CBCL (Confederação Brasileira
de Cooperativas de Laticínios).
Figura 1 - Evolução dos preços diários do queijo muçarela e leite UHT no atacado paulista de
jan/2013 a ago/2014 - valores nominais
Fonte
: Cepea/Esa
lq-U
SP e
OC
B/C
BC
L (2014)
Nota: A média nacional dos preços dos derivados lácteos inclui os estados de GO, MG, PR, RS e SP.
BALANÇA COMERCIAL DE LÁCTEOS DE 2014 TEM RECUO DE QUASE 70% NO DÉFICIT
Por Natália Salaro Grigol, analista de mercado da equipe Leite Cepea
Com a alta na produção nacional de leite e a
maior articulação no fechamento de vendas no
mercado internacional, o Brasil deu um salto
de mais de 200% no volume de lácteos
exportados em 2014. Ao mesmo tempo, as
compras recuaram, de modo que a balança
comercial brasileira de lácteos em 2014
registrou saldo negativo de 283,11 milhões de
litros em equivalente leite. Em comparação
com 2013, quando o saldo foi de -924,86
milhões de litros, houve redução 69,4% no
déficit (diferença de 641,75 milhões de litros).
Em relação aos anos anteriores, também houve
expressiva redução no saldo negativo da
balança comercial de lácteos (gráfico 1).
Segundo dados da Secex, de janeiro a
dezembro de 2014, foram embarcados
440,78 milhões de litros em equivalente leite,
volume 215,25% maior do que o registrado
em 2013 (139,82 milhões). O leite em pó foi o
principal produto negociado (73% do total
exportado), com 321,2 milhões de litros em
equivalente leite, acréscimo de 1282% em
comparação com 2013. As vendas de leite
condensado, segundo produto em volume na
pauta de exportações (14,75% do total), foram
de cerca de 65 milhões/l. De 2013 para
2014, a quantidade embarcada se elevou
16%.
Do total de lácteos exportados pelo Brasil em
2014, 59,5% tiveram como destino a
Venezuela, alta de 646% na comparação com
o volume adquirido pelo país no ano anterior.
O principal produto comprado pelos
venezuelanos foi o leite em pó, cujas vendas
totalizaram 259,3 milhões de litros em
equivalente leite – 77,5% do total embarcado
do produto pelo Brasil em 2014.
Os embarques de lei te em pó foram
expressivos, apesar do preço do derivado
nacional ter sido considerado alto no mercado
externo, na comparação com outros países
produtores. Em 2014, o leite em pó nacional
teve média de US$ 5,44/kg, segundo o Índice
de Preços de Exportação de Lácteos do Cepea
(IPE-L).
Em re l a ção à s impo r t a çõe s , fo ram
internalizados 723,88 milhões de litros em
equivalente leite em 2014, volume 32% menor
que o de 2013 (1,065 bilhão). As compras de
leite em pó, principal produto da pauta de
importações (70% do total), foram de 506
milhões de litros em equivalente leite, queda de
29% frente ao ano anterior.
Do total adquirido de leite em pó, 56% vieram
da Argentina, 38,3%, do Uruguai e 5,6%, do
Chile. De acordo com a Secex, o leite em pó
integral foi importado em média a US$ 4,52/kg
em 2014.
Também merecem destaque as compras de
queijos, cujo volume adquirido registrou queda
de 35% de 2013 para 2014. As importações
deste derivado representaram 29% de todo
volume adquirido no ano de 2014 (tabela 2).
Do total de queijos internalizados, 50,7%
vieram da Argentina, 33% do Uruguai, 6,7% da
Holanda e 3,8% da França.
Gráfico 1. Exportações e importações de lácteos brasileiras (em equivalente leite) anuais de 2010, 2011, 2012, 2013 e 2014.
Fonte
: Secex /
ela
bora
do p
elo
Cepea.
No correr de 2014, as cotações do milho tiveram movimentos distintos, mas fecharam o ano em alta. Isso porque, mesmo com expectativa de oferta recorde, a seca atrasou o plantio da segunda safra, sustentando os preços. Na média anual das praças acompanhadas pelo Cepea, houve alta de 13,1% no mercado de balcão (ao produtor) e de 8,5% no de lotes (negociação entre empresas). O Indicador ESALQ/BM&FBovespa, referente à região de Campinas (SP) – valores a prazo são descontados pela taxa CDI –, reagiu 8,3%, fechando a R$ 28,75/saca de 60 kg no dia 30. Quanto aos valores a prazo, da mesma amostra, descontados pela taxa NPR, a média do dia 30 de dezembro foi de R$ 28,24, aumento de 8% no ano.
A forte valorização do milho no começo de 2014 logo deu espaço ao prolongado período de queda, que persistiu de março até outubro em várias regiões. Esse movimento baixista foi causado pelo excedente
doméstico recorde e pela forte desvalorização internacional em função da produção norte -americana, também recorde. Porém, com o atraso no plantio da safra de verão nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e em parte do Paraná, em função da seca, esse quadro se reverteu. Assim, nos últimos meses do ano, os preços voltaram a ter recuperações consistentes, mesmo diante das estimativas de que os estoques de passagem da próxima temporada sejam ainda maiores que os de 2013.
Segundo dados da Conab, a oferta nacional das duas safras de milho chegou a 79,9 milhões de toneladas, volume 2% inferior ao da temporada anterior. Assim, a disponibilidade interna de milho - produção do ano, estoques iniciais e importações - seria de 88,7 milhões de toneladas. Com o consumo interno na casa dos 54 milhões de t, o excedente doméstico seria recorde, de 34,9 milhões de t.
MILHO: Mesmo com expectativa de oferta recorde, preço fecha 2014 em alta
FARELO DE SOJA: Cotações disparam em 2014 e atingem recorde
De modo geral, consumidores globais de farelo de soja apresentaram bom apetite em 2014, elevando os preços no mercado externo e doméstico. No Brasil, na média anual das regiões acompanhadas pelo Cepea, as cotações do farelo atingiram o maior valor da série do Cepea para o produto (iniciada em jan/99) em termos nominais.
Segundo a equipe de proteína animal do Cepea, com a menor oferta mundial de animais para abate e carnes em 2014, especialmente de bovinos e suínos, houve interesse dos produtores em aumentar os rebanhos. Além disso, os reajustes dos preços nesses setores estimulou o investimento nas atividades e o reforço na dieta dos animais, puxando as compras de
milho e farelo de soja.
Por outro lado, parte das indústrias nacionais havia deixado para fazer estoques do grão no segundo semestre, à espera de preços menores, o que, de fato, ocorreu. Esses agentes, no entanto, não contavam com a forte retração dos vendedores em comercializar nos patamares mais baixos.
A produção de farelo de soja no Brasil foi de 28,34 milhões de toneladas em 2014, o maior volume desde a safra 2010/11, conforme dados da Conab. Deste total, o País exportou 13,72 milhões de t no ano, segundo a Secex.
Ana Amélia Zinsly Trevizam e Débora Kelen Pereira da Silva
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MERCADO DE MILHO E FARELO DE SOJA
SP
26,83
30,62
32,84
31,18
28,75
26,38
23,66
22,91
22,02
23,62
27,66
27,67
1.123,98
1.108,08
1.091,89
1.044,33
1.037,90
994,63
970,46
995,56
967,76
978,15
1.096,94
1.049,60
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