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INFORMATIVO CONJUNTURAL Publicação Mensal da EMATER-MG CIAGRO – CENTRO DE INFORMAÇÕES DO AGRONEGÓCIO Janeiro/2006 GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Governador Aécio Neves SECRETARIA DE ESTADO DE AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO - SEAPA Secretário de Estado Deputado Federal Silas Brasileiro EMATER-MG - Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais Presidente José Silva Soares Diretor Técnico Roberval Juarês de Andrade Diretor Administrativo e Financeiro Vicente José Gamarano Diretor de Promoção e Articulação Institucional Fernando José Aguiar Mendes Gerente do Departamento Técnico Feliciano Nogueira de Oliveira Coordenador do CIAGRO/EMATER-MG Valdo Berbert Camilo Coordenação do Informativo José Fernando N. Domingues Redatores Alexsandra F. Caetano Dirceu Alves Ferreira Elmer Ferreira Luiz de Almeida Everton Augusto Paiva Ferreira Ildeu de Souza José Alberto de Ávila Pires José Fernando N. Domingues Luiz Fernando Ferreira Marcelo de Pádua Felipe Reinaldo Nunes de Oliveira Sérgio Roberto de Rezende Willy Gustavo De La Piedra Mesones E-mails: [email protected] [email protected] Tel.: (31) 3349 8076 / 3349 8287 Fax: (31) 3349-8082 Comentário Econômico Análise Safras Painel Conjuntural de Culturas Algodão Banana Café Milho Soja Tomate Painel Conjuntural de Pecuária Boi Gordo Frango e Ovos Leite Suíno Preços Médios Recebidos nas CEASAs Preços Médios Recebidos pelos Agricultores

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INFORMATIVO CONJUNTURAL Publicação Mensal d a EMATER-MG

CIAGRO – CENTRO DE INFORMAÇÕES DO AGRONEGÓCIO Janeiro/2006

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Governador Aécio Neves SECRETARIA DE ESTADO DE AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO - SEAPA Secretário de Estado Deputado Federal Silas Brasileiro EMATER-MG - Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais Presidente José Silva Soares

Diretor Técnico Roberval Juarês de Andrade

Diretor Administrativo e Financeiro Vicente José Gamarano

Diretor de Promoção e Articulação Institucional Fernando José Aguiar Mendes

Gerente do Departamento Técnico Feliciano Nogueira de Oliveira Coordenador do CIAGRO/EMATER-MG Valdo Berbert Camilo

Coordenação do Informativo José Fernando N. Domingues

Redatores Alexsandra F. Caetano Dirceu Alves Ferreira Elmer Ferreira Luiz de Almeida Everton Augusto Paiva Ferreira Ildeu de Souza José Alberto de Ávila Pires José Fernando N. Domingues Luiz Fernando Ferreira Marcelo de Pádua Felipe Reinaldo Nunes de Oliveira Sérgio Roberto de Rezende Willy Gustavo De La Piedra Mesones

E-mails: [email protected] [email protected]

Tel.: (31) 3349 8076 / 3349 8287 Fax: (31) 3349-8082

� Comentário Econômico

� Análise Safras

� Painel Conjuntural de Culturas

• Algodão

• Banana

• Café

• Milho

• Soja

• Tomate

� Painel Conjuntural de Pecuária

• Boi Gordo

• Frango e Ovos

• Leite

• Suíno

� Preços Médios Recebidos nas CEASAs

� Preços Médios Recebidos pelos

Agricultores

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ÍNDICE

� COMENTÁRIO ECONÔMICO ....................................................03

� ANÁLISE SAFRAS .....................................................................04

� ALGODÃO...................................................................................05

� BANANA .....................................................................................06

� CAFÉ ..........................................................................................08

� MILHO ........................................................................................12

� SOJA ..........................................................................................14

� TOMATE ....................................................................................16

� BOI GORDO ..............................................................................17

� FRANGO E OVOS......................................................................20

� LEITE ......................................................................................... 23

� SUÍNO ........................................................................................24

� PREÇOS MÉDIOS RECEBIDOS NAS CEASAs ....................... 27

� PREÇOS MÉDIOS RECEBIDOS PELOS AGRICULTORES......28

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COMENTÁRIO ECONÔMICO ENCERRANDO 2005 E EXPECTATIVAS 2006

O ano de 2005 apresentou um cenário de estabilidade econômica e ligeiros avanços nos principais indicadores macroeconômicos. A inflação, outrora pesadelo nacional, manteve-se no patamar dos últimos 10 anos, desde o advento do Plano Real, apresentando IPCA de 5,7%, com variações pouco significativas ao longo dos meses e tendo como vilão as tarifas públicas. A inflação não cumpre a meta inflacionária (4,5%), do Banco Central, mas está dentro da margem de erro prevista, o que indica o acerto, neste ponto, da política econômica.

Por outro lado, a economia apresentou um crescimento do PIB muito baixo, 2,6%, sobretudo se contado o cenário externo favorável, o bom desempenho da balança comercial e o superávit primário das contas públicas. O fraco desempenho do PIB se agrava quando se compara o desempenho da economia brasileira com os de seus vizinhos e demais países emergentes. O estilo da política econômica, baseado no “stop and go” (“para e continua”), implantado desde os tempos do Ministro Malan, implica em conter o crescimento econômico via restrição monetária, especificamente elevando as taxas primárias de juros e contingenciando crédito, como forma de evitar a expansão da demanda e, com isso, segurar as importações, o câmbio e os preços. Ou seja, nesta matemática troca-se controle inflacionário por baixo crescimento. Os efeitos disso são a manutenção de alto índice de desemprego, embora com melhorias pontuais, baixo crescimento da massa salarial e do consumo e, dentre os mais perversos, o baixo investimento produtivo. Além disso, as taxas de juros elevadas oneram a dívida pública e as despesas do governo, onde, novamente, pagamento de dívidas tomam espaço de gastos públicos em investimentos e custeio. No panorama atual, soma-se ainda o fato das despesas de custeio da máquina federal estarem em crescimento, ocupando o “espaço” dos gastos de investimento e, via política monetária e fiscal, também do setor privado.

Especificamente o ano de 2005 foi superavitário quanto à balança comercial, cerca de US$ 45 bilhões, e quanto ao fechamento das contas públicas primárias (receitas menos despesas correntes), 5% do PIB. O bom quadro externo e fiscal permitiram o pagamento total da dívida com o FMI, US$ 15,46 bilhões, que venceria apenas em 2007 e que a economia brasileira apresentasse a menor dívida externa dos últimos 30 anos, US$ 165 bilhões (sendo 60% pública e 40% privada), cerca de 21% do PIB. São ótimos resultados que permitem um quadro de financiamento externo mais favorável, inclusive uma possível redução do esforço comercial externo e alongamento dos passivos ainda existentes. É importante lembrar que as exportações foram recordistas em 2005 mas que o crescimento econômico em bases sustentáveis e sem traumas inflacionários, exigirá mais importações (máquinas, combustíveis, peças, etc) e, proporcionalmente, menos exportações.

Finalmente cabe lembrar que o setor do agronegócio não colheu, em 2005, resultados tão positivos como em anos anteriores. O câmbio, importante vetor do setor, foi desfavorável aos produtores e exportadores na maior parte do ano e os preços médios não permitiram a recuperação das rendas. Segundo dados do DAE/UFLA, o ano de 2005, para a maioria dos agricultores, representou elevação dos custos de produção, enquanto havia estabilidade das receitas, já que o Índice de Preços Recebidos (IPR) no setor acumulou apenas 2,34% no ano contra um aumento de 17,23% no Índice de Preços Pagos (IPP).

Para 2006 as principais projeções apresentam a redução da inflação e crescimento do PIB, este último talvez não tanto quanto desejado por muitos, mas maior que 2005, com juros primários em queda e câmbio valorizado. Com isso, o superávit comercial deverá ser menor, principalmente com menos exportações e mais importações, acompanhando o PIB. Contudo, mantendo-se o cenário externo favorável, o financiamento externo continua tranqüilo, mantendo baixa a relação dívida externa/PIB. A redução dos juros representará maior possibilidade de

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gastos do governo e espera-se, pelo fato de ser um ano eleitoral, mais investimentos. A carga tributária permanece em seu atual (e alto) patamar.

Finalmente, 2006 vai representar um ano “sui generis”, tal como acontece de 4 em 4 anos no Brasil, com eleições nacionais (e Copa do Mundo), o que modifica todo o calendário de atividades, principalmente no setor público e dita um ritmo diferente nas decisões dos agentes econômicos. A grande expectativa é que o enfrentamento de idéias no campo político das eleições, não interfira na vida econômica do país, sobretudo porque as principais propostas em curso nos partidos majoritários não divergem, em sua essência, apenas quanto à “dose do remédio”.

Everton Augusto P. Ferreira E-mail: [email protected]

Tel.: (31) 3349.8061

ANÁLISE SAFRAS Segundo dados do GCEA haverá uma redução de 4,35% na intenção do plantio da safra 2005/2006. Presume-se que a produção de grãos da safra mineira mantenha-se praticamente a mesma da safra anterior garantida pela utilização de insumos, perspectiva de clima favorável e tratos culturais adequados.

Comparação da intenção de plantio dezembro X novem bro 2005/2006 em MG

Área (ha) Produção (ton) Produtividade (Kg/ha) Cultura

Nov. 2005/06

Dez. 2005/06

Var % Nov. 2005/06

Dez. 2005/06

Var % Nov. 2005/06

Dez. 2005/06

Var %

Algodão 45.590 42.608 -6,54 80.236 74.529 -7,11 1.760 1.749 -0,63

Amendoim 5.096 4.032 -20,88 10.992 8.098 -26,33 2.157 2.008 -6,90

Arroz Sequeiro 43.107 41.017 -4,85 77.700 73.166 -5,84 1.802 1.783 -1,08

Arroz Irrigado 14.779 14.358 -2,85 61.446 60.875 -0,93 4.158 4.239 1,95

Arroz Várzea 42.845 41.621 -2,86 95.992 94.075 -2,00 2.240 2.260 0,89

Feijão 1ª 221.043 218.703 -1,06 257.384 257.996 0,24 1.164 1.179 1,25

Mamona 4.302 4.068 -5,44 7.241 6.831 -5,66 1.683 1.679 -0,24

Milho 1.337.652 1.338.393 0,06 6.271.687 6.247.113 -0,39 4.689 4.667 -0,46

Soja 1.047.193 1.015.688 -3,01 2.891.389 2.843.090 -1,67 2.761 2.799 1,38

Sorgo 10.143 11.249 10,90 25.387 27.289 7,49 2.503 2.426 -3,04

TOTAL 2.771.750 2.731.737 -1,44 9.779.454 9.693.062 -0,88 3.528 2.548 -27,77

Fonte: CGEA/MG Elaboração:CIAGRO/EMATER-MG

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Comparando a intenção de plantio de dezembro com o mês anterior observamos que houve uma desestímulo de plantio para algumas culturas: algodão, arroz, soja, feijão 1ªsafra.

Na cultura algodão, a queda estava prevista, motivada pelas condições de mercado desfavoráveis e a entrada de produtos têxteis da China.

Na cultura arroz, a queda se deu devido às condições de mercado desfavoráveis ao produtor e ao atraso nas operações de preparo de solo.

Na cultura feijão 1ª safra, embora tenha havido uma redução de 1% na área plantada, com relação ao mês anterior, houve um aumento de 0,78% em relação à última safra. Este fato se deu em detrimento da soja que possui ciclo mais longo e custo de produção maior, proporcionando aos produtores de feijão, uma visão otimista em relação ao cultivo.

Na cultura da soja, a queda de 3,01% na área foi influenciada pela boa safra americana, pelo alto custo de produção (levando-se em consideração o controle da ferrugem asiática), e o endividamento dos produtores. Isso desestimulou os agricultores de todas as regiões tradicionais de soja.

Alexsandra F. Caetano E-mail: [email protected] Tel.: (31) 3349-8287

ALGODÃO

O ano de 2005, embora tenha sido marcado por grandes dificuldades para o setor produtor de algodão no Brasil, deve se fixar, por durante um bom tempo, como o de maior volume de exportações de sua história recente. Segundo dados oficiais da Secretaria de Comércio Exterior, de janeiro a novembro, foram exportados 327,45 mil toneladas de algodão, ante as importações de 37,14 mil toneladas no mesmo período. O total de exportação de algodão em 2005 deverá somar 390,5 mil toneladas de algodão em pluma, contra cerca de 40 a 45 mil toneladas de importação. Ao que tudo indica, o Brasil deve fechar o ano com o maior saldo da Balança Comercial de algodão das últimas décadas e também com o maior volume de exportação desde a migração do sistema produtivo para o atual perfil de alta tecnificação, grandes áreas e economia de escala que caracteriza a cotonicultura brasileira vigente.

Os principais países compradores de algodão brasileiro (até novembro), pela ordem, foram a China, a Indonésia, o Japão e a Argentina As principais origens de importação foram Estados Unidos e Paraguai.

A grande queda de área no Brasil fará com que os excedentes sejam menores em 2006, enquanto que a importação terá que ser maior do que foi em 2005 para suprir o quadro de demanda brasileiro. Fonte: Safras & Mercado

SITUAÇÃO ATUAL

As condições climáticas nas regiões produtivas de algodão têm contribuído para

o bom desenvolvimento das lavouras, visto que a distribuição de chuvas tem ocorrido com certa normalidade, crescendo assim a expectativa para uma boa colheita em todo o Brasil. Por outro lado, os produtores que investiram no plantio do algodão na atual

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safra, estão creditando na reação do preço do produto em função da perspectiva de redução da área plantada com conseqüente redução da produção no mercado brasileiro.

Quanto ao preço do algodão, a safra 2004/2005 fechou com as mais baixas cotações dos últimos anos, chegando ao mínimo de R$ 9,00 a arroba no Norte de Minas e a uma média de R$ 14,50 nas demais regiões produtoras. Para o Estado de Minas a situação mais crítica com relação ao plantio do algodão, da atual safra, está no Norte de Minas, visto que houve redução drástica da área plantada, predominância de soqueira das safras anteriores, associado a problemas fitossanitários advindos do uso indiscriminado de caroço no plantio.

A situação é preocupante, principalmente considerando que 90% da produção de algodão da região estão com os agricultores familiares.

Reinaldo Nunes de Oliveira

E-mail : [email protected] Tel.: (38) 3223.2130

BANANA

A União Européia aprovou, finalmente, a partir de janeiro, a tarifa de 176 euros por tonelada de banana para a importação desta fruta da América Latina. Isto pode diminuir a pressão de produtores da América Andina sobre o Mercosul, favorecendo indiretamente a exportação da banana brasileira para os países do sul da América do Sul.

O ano de 2005 foi favorável ao comércio da banana do tipo Prata e desfavorável à do tipo Nanica, em função da interrupção da exportação para a Argentina e Uruguai por causa da greve dos fiscais federais.

A produção da banana Prata está em equilíbrio no Norte de Minas em relação à demanda e produção. Mas o fato é que durante o mês de dezembro o preço da caixa de 20 kg, de primeira classificação, subiu mais de 60%, (quase R$2,00/cx/semana). Agentes de Comercialização entendem que isso aconteceu por falta do produto. Já os especialistas em mercado acreditam que o preço atual pode se manter por cerca de quinze dias, vindo depois a decrescer paulatinamente.

O mercado da banana Nanica apresentou pequena reação no período, entretanto continua com os preços em patamares bastante baixos; a situação comercial da cultivar acompanha o mercado de Santa Catarina, que está com boa oferta. Minas está exportando para o Mercosul e com muita produção para sair da lavoura. Com as lavouras de Prata do Projeto Jaíba afetadas pelo Mal do Panamá, uma alternativa seria a implantação de grandes áreas com Nanica, variedade resistente à doença. Num curto espaço de tempo, não se percebe horizontes de grandes alterações no mercado desta cultivar.

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Valores de venda de Banana na propriedade rural, na Região de Janaúba, R$/caixa de 20 kg líquidos, de 1ª classificação

Períodos de dezembro 2005 Cultivar

1 a 4 5 a 9 10 11 12 a 14

15 a 18

19 a 23

24 a 25

26 a 31

Banana Prata 9,00 10,00 11,00 11,00 12,00 13,00 14,00 15,00 16,00 Banana Nanica 4,00 4,00 4,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00

Fonte: FRUTIVALE

Valores médios mensais (R$/caixa 20 kg)

Cultivar Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Prata 18,00 15,30 12,00 9,00 11,25 9,50 8,50 9,00 7,50 5,50 7,47 13,29

Nanica 4,00 3,00 3,40 4,00 3,75 3,00 3,25 4,33 4,00 5,50 5,13 4,67

Ildeu de Souza E-mail: [email protected]

Tel.: (38) 3821 1589

COMÉRCIO DE BANANA 2005Evolução dos Preços

-

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

14,00

16,00

18,00

20,00

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

PR

OS

R$/

cx

B. Prata

B. Nanica

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CAFÉ COTAÇÕES: COTAÇÕES EM TRAJETÓRIA ASCENDENTE.

As últimas semanas do mês de dezembro, tradicionalmente calmas , devido à recuperação nas cotações, acabaram movimentando o mercado físico de café, com a ponta vendedora adiantando vendas programadas para o início do ano. O ano de 2005 acabou frustrando parte dos cafeicultores que esperavam uma valorização maior do dólar, todavia, no saldo geral, ainda foi positivo para toda a cadeia do agronegócio café.

Neste ano, o país consolidou a sua participação no mercado externo, com as exportações de café rendendo, até o momento, US$ 2,64 bilhões . O preço interno, em dólar, conseguiu subir acima da média histórica. O setor produtivo buscou a maior eficiência produtiva através da sustentabilidade técnica, econômica, social e ambiental.

O setor industrial (ABIC), através do Programa Selo de Pureza lançado em 1989 e o Programa de Qualidade de Café lançado em 2004, agregando valor ao produto final, estão concentrando esforços em solucionar os gargalos que inibem a concorrência com outras categorias de bebida, e continuar a ampliação do consumo através da oferta de produtos diversificados e de melhor qualidade.

Enfim, teremos um ano de aperto na oferta no primeiro semestre, com pouca liquidez e preços físicos inflados e uma maior tranqüilidade no segundo semestre com abastecimento e cotações pressionadas. Cabe ao produtor saber aproveitar estas potencialidades e trabalhar adequadamente as informações disponíveis.

Ao longo do mês de dezembro, o preço da bica dura de café arábica tipo 6,0 com bom aspecto e catação entre 10,0% e 20,0%,oscilou entre R$ 245,00 e R$ 273,00 a saca de 60 quilos no Sul de Minas, fechando o período em R$ 273, 00, com alta média de 8,9%.

Mercado Interno – R$ 1,00 (Período 01 a 31/1 2/2005)

CAFÉ

Há 04 Semanas

Há 03 Semanas

Há 02 Semanas

Há 01 Semana

31/12

Variação Mensal

Sul de Minas 245,00 255,00 263,00 270,00 273,00 +8,9%

Cerrado Mineiro 250,00 260,00 270,00 275,00 278,00 +9,0%

Mogiana Paulista 245,00 255,00 263,00 270,00 273,00 +8,9%

Paranaense 235,00 245,00 253,00 260,00 263,00 +8,9%

Bahia 235,00 245,00 253,00 260,00 263,00 +8,9%

Cons. - 600 Def 185,00 190,00 190,00 195,00 200,00 +9,2%

Preços médios para cafés com bom aspecto e com catação de 10% a 20%, saca de 60 kg. Fonte: Safras & Mercado, CCVV, M.M. e Cooperativas de Cafeicultores. Elaboração: EMATER-MG

No Sul de Minas Gerais, tendo como base os preços líquidos praticados pela Cooperativa dos Cafeicultores de Três Pontas – COCATREL, apontam um deságio de R$

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60,00 por saca de 60 kg para o Café Rio/Consumo Interno no fechamento do mês de dezembro. Confira na tabela a seguir:

Deságios – 31/12/2005

Café Rio/C. Interno... (-60,00) Café manchado/manchado... (- 3,00)

Café Riado... (- 10,00) Café Rio Barrento... (- 10,00)

Café Duro Riado... (- 4,00) Café discrepante... (- 10,00)

Café com seca má... (- 8,00) Café muito discrepante... (- 12,00)

Base - Dura/Melhor 60 defeitos R$ 260,00 6 Base 80 defeitos R$ 258,00 7 Base 160 defeitos R$ 250,00 7 Base 270 defeitos R$ 239,00

Os futuros norte-americanos de Café Arábica encerraram as operações no mês

com preços moderadamente mais altos, impulsionada por compras de fundos. Em dezembro encerrou os trabalhos em campo positivo, com o mercado futuro de Café Arábico alcançando 107,00 centavos de dólar por libra-peso, finalizando com um ganho de + 0,80 pontos na posição março de 2006. O mercado interno permanece com maior demanda para os cafés de melhor qualidade. Confira no quadro a seguir:

Mercado Futuro Bolsa de N.Y. Bolsa M.F.

31/12/2005 31/12/2005

Contrato

Fechamento Variação

Contrato

Fechamento Variação

Março/2006 107,00 +0,80 Março/2006 132,10 +0,40

Maio/2006 109,10 +0,80 Maio/2006 134,00 +0,40

Julho/2006 110,75 +0,85 Julho/2006 130,75 +0,25

NY: US$ cents/Libra peso ------ BMF: US$/60 KG Fonte: Safras & Mercado, G.M. CCW, MM, Cooperativas de Cafeicultores. Elaboração: EMATER-MG.

PODER DE TROCA DO CAFÉ

Sacas de café necessárias para adquirir 1,0 tonelada de fertilizante NPK 20-05-20

Meses R$ US$ Poder de

Troca

Dezembro/04 248,00 91,28 3,56

Junho/05 310,00 128,97 2,49

Dezembro/05 240,00 109,39 2,92

Base: Saca RA 1, 15% de catação. Fonte: COOXUPÉ

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LAVOURA CHUVAS NO SUL DE MINAS SUPERAM A MÉDIA HISTÓRICA.

Segundo o Boletim da Estação de Avisos Fitossanitários da FUNDAÇÃO PROCAFÉ, em Varginha, o índice pluviométrico do mês de dezembro foi de 323,7 milímetros, acima da média histórica para o mês que é de 269,0 milímetros.

Em relação à ocorrência de pragas e doenças nas lavouras amostradas, localizadas na Fazenda Experimental de Varginha, o índice médio de infecção para Ferrugem passou de 6,9% em novembro para 14,5% em dezembro e o de Cercóspora chegou a 0,5%. Observou-se ainda a ocorrência de Phoma em talhões isolados e um ataque médio de 2,3% da Broca, variando de 1,0 a 6,0%. Confira o quadro a seguir:

% Folhas/Frutos Atacados - Lavoura Adensada Produção Ferrugem Cercóspora B. Mineiro Phoma Broca Ácaro

Alta 21,0 0,5 0,0 0,0 3,5 0,0 Baixa 16,0 0,5 0.0 0,0 3,0 0,0

% Folhas/Frutos Atacados - Lavoura Larga

Produção Ferrugem Cercóspora B. Mineiro Phoma Broca Ácaro

Alta 12,0 0,0 0,0 0,0 5,0 0,0 Baixa 9,0 1,0 0,0 0,0 0,5 0,0

Fonte: PROCAFÉ Atenção... devido ao aumento de infecções por ferrugem e antes que a Broca penetre no interior do fruto, os técnicos do PROCAFÉ recomendam o monitoramento e controle nas lavouras. SAFRA BRASILEIRA. CONAB: NÚMEROS CONFIRMAM ESTIMATIVAS ABAIXO DO ESPER ADO EM 2006/2007. A Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), empresa vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) estima que a produção de café no país deva ficar entre 40,43 e 43,58 milhões de sacas (expectativa do mercado era de 45 a 46 milhões de sacas), na safra que se inicia. Comparando-se a safra 2005/2006, cuja estimativa revisada pela CONAB fechou em 32,94 milhões de sacas, o resultado apresenta uma variação entre 7,49 e 10,64 mil sacas a mais, ou seja; um crescimento entre 22,7% e 32,3%.

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Produção Brasileira de Café – 2006/2007 (milhões de sacas)

UF/REGIÃO Arábica Robusta TOTAL %

Infer. Super. Infer. Super. Infer. Super. Minas Gerais 19.448 22.095 30 30 19.478 22.125 49 .Sul/Oeste 10.148 10.900 - - 10.148 10.900 (50,5) .T.A. Paranaíba 3.328 3.906 - - 3.328 3.906 (17,4) .Z.M./Jequit. 5.972 7.289 30 30 6.002 7.319 (32,1) Espírito Santo 2.350 2.387 6.810 6.850 9.160 9.237 22 São Paulo 4.430 4.507 - - 4.430 4.507 11 Paraná 1.990 2.198 - - 1.990 2.198 5 Bahia 1.750 1.790 415 445 2.165 2.235 5 Rondônia - - 1.810 1.830 1.810 1.830 4 Mato Grosso 42 45 268 278 310 323 1 Pará - - 335 340 335 340 1 Rio de Janeiro 295 300 9 11 304 311 1 Outros 190 210 260 265 450 475 1

BRASIL 30.495 33.532 9.937 10.049 40.432 43.581 100

PONTO MÉDIO 32.014 9.993 42.007 Fonte: MAPA – SPAE/CONAB – Previsão inicial: dez/2005

A produção de café em Minas Gerais (49% do mercado brasileiro), deverá ter um aumento entre 28% e 45,4% para a safra 2006/07, comparado com 2005/06. De acordo com os estudos da Companhia Nacional de Abastecimento - Minas Gerais (CONAB-MG), o total de sacas deverá subir de 15.219 (safra 2005/2006), para 19.478, no mínimo, ou 22.125, no máximo. A elevação na produção se deve às condições climáticas favoráveis, à melhoria dos tratos culturais, podas, desbrotas, ciclo bianual e ao melhor controle fitossanitário, impulsionado pela melhoria dos preços de mercado a partir do segundo semestre de 2005. Os números divulgados pelo governo, para a safra brasileira 2006/2007 de café sinalizam que não será suficiente para atender a demanda mundial pelo café brasileiro. Os dados gerados pela CONAB deverão, no curto prazo, pressionar o mercado a fazer um ajuste nos preços, uma vez que a perspectiva de um consumo interno projetado pela indústria para este ano é de 16 milhões de sacas, um potencial exportável dentro de um intervalo de 25 a 27 milhões de sacas e ainda a redução dos estoques no final da temporada 2005/2006. COMERCIALIZAÇÃO DA SAFRA 2005/2006 AVANÇA PARA 62%.

Segundo o levantamento realizado por Safras & Mercado junto a cooperativas, produtores e corretores, chega-se ao final de junho com cerca de 62,0% da produção comprometida (... dos produtores para o mercado...). Isto representa um avanço de 8,0%

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em relação ao mês de outubro e 2,0 % sobre igual época do ano passado. Considerando uma produção máxima de 34,30 milhões de sacas para a temporada 2005/2006, cerca de 21,36 milhões de sacas já teriam mudado de mãos passando para comerciantes, atravessadores e exportadores.

Evolução da Comercialização – Brasil – Safra 2005/2006

Em milhões de sacas de 60 kg – Base produtor - 30 de Novem bro Estado Produção Comercialização % Outubro 2004

M.Gerais 16,00 9,45 59 53 58 Sul/Oeste 7,20 4,10 57 50 54 Cerrado 3,10 1,65 53 48 57 Z. da Mata 5,70 3,70 65 60 69 E. Santo 8,20 5,10 62 51 61 Arábica 2,20 1,00 45 40 50 Conillon 6,00 4,10 68 55 66 S.Paulo 3,30 1,80 55 45 53 Paraná 1,50 1,10 73 65 56 Bahia 2,10 1,39 66 57 62 Arábica 1,60 1,04 65 56 60 Conillon 0,50 0,35 70 60 70 Rondônia 1,70 1,53 90 84 85 Outros 1,50 0,99 66 55 62 Arábica 0,55 0,33 60 46 57 Conillon 0,95 0,66 69 60 65 Arábica 25,15 14,72 59 52 57 Conillon 9,15 6,64 73 62 71 TOTAL 34,30 21,36 62 54 60

Fonte: Safras & Mercado.

Marcelo de Pádua Felipe [email protected] Tel.: (31) 3349.8472

MILHO

Ao finalizar mais um ano, algumas observações são necessárias para mostrar o comportamento do sistema produtivo de milho, não só em 2005, mas também ao longo dos últimos cinco anos, em comparação com as cadeias de produção que, de uma forma ou de outra, estão devidamente interligadas ao cereal. Convém destacar que no caso específico do milho e da soja, a demanda aumentou, principalmente, em função do crescimento no consumo de carnes e leite. Entre 1999 e 2004, o setor de carnes de frango, por exemplo, teve uma expansão de 12,1% e o de suínos, 14%. No mesmo período a oferta mundial de milho cresceu 19,6% e a de soja, 36,4%. No caso dos mercados de grãos, o consumo de milho cresceu 11,4%, o de soja 30,0% e o de trigo 4,1%.

Qual é a previsão para os próximos anos-safra ?

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Estimativas internacionais indicam a continuidade de crescimento econômico na China (7,2% ao ano), Índia (6,1% ao ano) e Rússia (4,8% ao ano), destacando que estes resultados tendem a aumentar a demanda de grãos mas com taxas decrescentes. Nos Estados Unidos há expectativa da crescente demanda de milho devido à ampliação da produção de etanol, mesmo que isso implique em subsídios para o álcool de milho que não tem competitividade com o de cana.

Os fatos analisados não significam que os preços dos produtos agropecuários, notadamente o milho, terão alta, mesmo por que a oferta do produto também tende a crescer. A redução de custos de produção continuará sendo a tônica dos próximos anos. Dos países produtores, o Brasil tem o maior potencial de aumento de produção, não só pela área agricultável mas também pelos ganhos de produtividade que ainda pode auferir. SAFRA DE VERÃO BRASILEIRA

Pelos dados da CONAB, em seu 2º levantamento de plantio, a safra apresenta uma redução, de um modo geral, na área de cultivo. O milho aparece com acréscimo de plantio entre 396,4 e 533,8 mil hectares, passando de 9,02 milhões em 2004/05 para algo em torno de 9,4 a 9,5 milhões de hectares em 2005/06, nesta primeira safra. Para os produtos agrícolas essa redução já era esperada, diante dos custos de produção praticados em 2005, aliados a desvalorização cambial, descapitalização do produtor e a necessidade de rotação de culturas. O aumento do plantio de milho, sem dúvida, está ligado à necessidade dos sojicultores pela rotação de culturas e em função dos preços desestimuladores praticados na comercialização da soja.

Já a produção prevista para o milho está na dependência, principalmente, das condições climáticas neste início de ano. A redução de chuvas no Sul do Brasil e em algumas regiões argentinas, começam a inquietar os produtores que temem prejuízos às lavouras com a conseqüente queda de produtividade. MINAS GERAIS Em Minas, a área de milho cultivada e a previsão de produção 2005/2006 apresentam uma variação pouco significativa, todavia positiva. Pelos prognósticos, comparando os dados de 2004/05 com 2005/2006, a área passará de 1.325,2 mil para 1.337,6 mil hectares, aumento de 0,94%. A produção poderá passar de 6.123 mil para 6.272 mil toneladas, aumento de 2,43%, no mesmo período. PREÇOS A tendência é de se ter preços com pequena elevação no início do ano o que, para alguns analistas e para os produtores que conseguem ter o produto para comercializar, não se trata de nenhuma novidade. Pelas informações da Bolsa de Mercadorias – BMF, para janeiro/2006 e março/2006, os preços são de R$ 17,40 e R$ 17,05 a saca, respectivamente.

FONTE: Safras e Mercados, FMI/IFS e Revista Correio e CONAB

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Mercado Interno – Cotações/ R$ saca de 60 Kg (03/01/06)

Praças Compra Venda São Paulo CIF - SP 18,00 18,30 Itapeva - SP 16,20 16,50 Rio Verde - GO 13,50 14,00 Goiânia - GO 14,50 15,00 Dourados - MS 12,80 13,20 Uberlândia - MG 16,00 16,50 Pará de Minas – MG 18,50 19,00 Patrocínio – MG 16,00 16,50 Uberaba – MG 16,20 16,50 São Gotardo – MG 16,00 16,50 Unaí – MG 15,00 15,50 Chapecó – SC 16,70 17,00 Passo Fundo – RS 16,50 17,00 Rondonópolis – MT 10,50 12,00 Maringá – PR 13,20 14,00 Média do Dia 14,78 15,34

Fonte: Safras & Mercado

Luiz Fernando Ferreira e-mail: divinó[email protected]

Tel.: 37 3214-3800 SOJA PANORAMA GERAL A expectativa de redução da área de soja que estava sendo apregoada desde o início da publicação dos indicativos para esta safra, está sendo confirmada, e de uma forma brusca, levando-se em conta o crescimento contínuo de área que estava sendo verificado na última década. Assim, contra uma taxa média de crescimento de área em torno de 8% ao ano, nesta safra sofremos uma redução de 7% ficando estabelecida uma área de 21,76 milhões de hectares no Brasil, sendo que a maior retração ocorre nas regiões Sudeste (8%) e Centro-Oeste (9%). A área liberada pela cultura da soja está sendo ocupada por outras explorações como milho, principalmente na região Sul do país, por cana-de-açúcar em São Paulo e algumas regiões do Paraná e Mato Grosso do sul, por pastagens em algumas outras frentes, e ainda, em muitos casos, a terra foi deixada em pousio obedecendo, em geral, a uma situação de falta de recursos. A confirmação de que esta previsão atende a vários fatores, já exaustivamente publicados por toda a imprensa relacionada ao agronegócio, e que podem ser relacionados começando pela taxa cambial com a valorização do real, que se constitui em fator desfavorável para as exportações; os preços internos mais baixos que a safra anterior e com a mesma expectativa para a presente safra; as perdas de produtividade

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por problemas climáticos na safra passada que promoveram um certo grau de inadimplência; o alto preço dos insumos e juros e o crédito rural oficial e privado escasso. E aliado ainda, à falta de culturas alternativas que atendam à infra-estrutura de maquinário existente e à vocação dos produtores da região.

Produção de Soja no Brasil 2005/2006

Área Produção Região/ Estado ha %* ton %*

Sul 8.255 -5 21.210 +68 Centro-Oeste 9.755 -9 27.166 -5 Sudeste 1.750 -8 4.638 -2 MG 1.050 - 6 2.783 - 8 Nordeste 1.460 +1 3.758 -9 Norte 538 +4 1.407 0 BRASIL 21.758 -7 58.177 +13

Fonte: Adaptado de Safras & Mercado (*) Com relação à safra 2004/2005

A produção brasileira esperada está estimada em torno de 58,18 milhões de toneladas o que representaria 13% maior que a safra anterior e novo recorde nacional, mas tem que se levar em conta que a safra passada obteve baixas produtividades em função de problemas climáticos. Também devemos considerar que estamos ainda no inicio da safra e dependendo das condições climáticas e de manejo, posteriormente podem ser sentidos, em maior ou menor grau, os efeitos da menor utilização de fertilizantes e da incidência da ferrugem asiática que já se manifestou em oito estados, inclusive em Minas Gerais.

As condições climáticas, em geral, tem sido adequadas na maioria das regiões produtoras como Mato Grosso, maior produtor do país e Mato Grosso do Sul. Também Minas Gerais e Goiás, que experimentaram um período muito chuvoso, atrasando o plantio e dando um aspecto amarelado às lavouras, agora apresentam um clima favorável para a cultura. Já no sul do país a situação de baixa precipitação ocorrida no inicio do plantio alertou os produtores, principalmente no Rio Grande do Sul que foi o estado mais afetado pela seca na safra anterior. ESTOQUES A situação de altos estoques do produto no país está sendo ainda mais consolidada com a redução de volumes de soja destinadas a esmagamento, a diminuição das exportações assim como a baixa no consumo interno de farelo e de óleo, o que eleva o estoque projetado para 2,5 milhões de toneladas que representa um avanço de 118% com relação ao estoque de ingresso.

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PREÇOS

No final de Dezembro os preços praticados foram de R$ 32,00 em Ponta Grossa - PR, de R$ 27,20 em Rondonópolis - MT e R$ 29,00 em Uberlândia - MG que em média representam um acréscimo de 18,5%, 8,8% e 11,5%, respectivamente, com relação a um mês atrás, mas um decréscimo de 6,0%, 11.1% e 6,5%, respectivamente com relação ao mesmo período do ano passado.

Fonte: Safras & Mercado, CONAB, EMATER-MG

Willy Gustavo De La Piedra Mesones e-mail: [email protected]

Tel.: (34) 3338-5100

TOMATE MERCADO SINALIZA ALTA O mercado de tomate começou a sinalizar tendência de alta no final da primeira quinzena de dezembro, impulsionado pelo aumento da demanda, elevação da temperatura, bem como pela redução da oferta no período. Segundo os produtores, o tomate salada Longa Vida e o tomate Santa Cruz de qualidade Extra, tiveram sua comercialização prejudicada em virtude vários dias consecutivos de chuvas. As chuvas prolongadas dificultam o carregamento e prejudicam a qualidade do produto. Nos últimos 10 dias do mês, o tempo voltou a firmar-se e tudo indica que não houve perdas significativas na produção, exceto, como dissemos, pela depreciação da qualidade. Esta safra de verão, como de costume, caracteriza-se pela ocorrência de preços que remuneram melhor os produtores. Fatalmente haverá perdas na produtividade em função de doenças bacterianas e fúngicas. Coisas do verão. Ressalte-se que o preço médio obtido pelo tomate Santa Cruz, classificação Extra AA, foi de R$ 0,98, cotação cerca de 88% acima do custo de produção. Melhor, impossível !

Preços médios recebidos pelos produtores na CEASA-MG Dezembro 2005 – R$/kg (cx. 22 kg)

Tomate (Tipo) Extra AA Extra A Extra Especial

Santa Cruz 0,98 0,61 0,37 - Longa Vida 1,04 0,64 - - Maçã - 1,46 0,91 0,60

Sergio Roberto de Resende

e-mail: [email protected] Tel: (037) 3214-3800

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BOI GORDO TURBULÊNCIA

Depois de forte queda, cerca de R$ 7,50 por arroba (menos 13%), no período de 16/nov. (R$ 58,00) a 28/dez. (R$ 50,50), os preços do boi gordo apresentaram “ligeira recuperação” durante a segunda quinzena de dez/05 (Fig. 1).

FIGURA 1.

FONTE: BM&F – Bolsa de Mercadorias & Futuros. NOTA: Cotações São Paulo, boi gordo bem acabado, peso vivo mínimo de 450 kg e máximo de 550kg, idade máxima de 42 meses. BEZERRO DE CORTE

Apesar de toda essa “turbulência” no mercado do boi gordo, entre 30/09 e 28/12 (Fig.1), o preço do bezerro de corte manteve “certa estabilidade” nesse mesmo período, com queda de R$10,00 por cabeça (menos 3%) (Fig. 2).

FIGURA 2

FONTE: BM&F – Bolsa de Mercadorias & Futuros.

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NOTA: Cotações para o Mato Grosso do Sul, bezerros de corte de qualidade (animais machos), desmamados (8 a 12 meses de idade), raça Nelore ou Anelorados , peso vivo mínimo de 170 kg (5,7 arrobas). ATENÇÃO : Para Minas Gerais, segundo o relatório diário de Safras & Mercado de 30/12/05, as cotações do mesmo tipo de bezerro Nelore, por cabeça, variaram de R$ 350,00 em UnaÍ a R$ 360,00 em Uberaba. MERCADO REGIONAL

Para o boi rastreado, o quadro 1 mostra as cotações da arroba de boi gordo em três grandes praças produtoras, do Brasil: Triângulo Mineiro (MG), Araçatuba (SP) e Campo Grande (MS), em 29 de dezembro de 2005 .

QUADRO 1

REGIÃO Mínimo Máximo Médio Índice

Triângulo Mineiro - MG 53,22 54,25 53,84 109,14

Araçatuba – SP 52,00 54,25 52,95 107,34

Campo Grande - MS 49,00 50,00 49,33 100,00

Fonte: “GAZETA MERCANTIL”, 30 dez. 2.005 – Pesquisa ESALQ, Piracicaba (SP) ATENÇÃO: valores brutos, descontar 2,2% de INSS – Prazo pagamento, 07 dias.

CENÁRIO

Segundo Safras & Mercado (19/12/2005), o mercado do boi gordo terá dois fatores negativos no primeiro semestre de 2006, período de safra de boi gordo: • Bloqueio dos importadores de carne bovina do Brasil, devido à aftosa; • Taxa de câmbio com o Real valorizado que inibe a manutenção de boas vendas

externas da carne e ou força a baixa nos preços internos do boi gordo. Outros dois fatores “preocupantes”, no momento são, a “mega” oferta de carne de

frango, a mais forte concorrente da carne bovina, e o fato do mês de janeiro ser considerado um dos piores para o consumo de todas as carnes, em geral.

Assim, uma venda cadenciada de boi gordo por parte dos pecuaristas, será fundamental para regular este mercado, numa expectativa de, no mínimo , se ter uma “acomodação” (estabilização) dos preços da arroba do boi gordo. E as boas condições atuais das pastagens favorecem isso.

Os preços base São Paulo (Fig. 3) permitem as seguintes análises: • Quanto à retrospectiva Nos últimos 18 meses os preços da arroba do boi gordo variaram do máximo de R$ 62,40 por arroba, em novembro/04, ao mínimo de R$ 49,95, em agosto/05. Nos últimos 12 meses a queda foi de R$ 60,57 para R$ 51,93, cerca de R$ 8,64 por arroba, ou seja, menos 14,3%.

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• Quanto às perspectivas Para o primeiro semestre de 2.006, o Mercado Futuro da BM&F vem se mantendo “cauteloso e retraído”, com cotações próximas a R$ 51,00 por arroba. Somente a partir de julho/06, há “indicações” de uma recuperação mais significativa dos preços da arroba do boi gordo – R$ 55,00. Desta forma, deve haver atenção toda especial ao comportamento deste Mercado Futuro, seguramente um importante “sinalizador” das tendências e perspectiva dos preços do boi gordo. Vamos Acompanhar ! FIGURA 3

Fonte: "SAFRAS & Mercado", (Cotações de 29/12/2.005) Elaboração: EMATER-MG Observações para o entendimento da figura 3:

1) Cotações do “mercado físico ”: decorrente das vendas de animais para abate, no caso ocorridas no período de julho/2.004 a novembro/2.005. (15 primeiras colunas da figura)

2) ESALQ – Chamado “Indicador de Preços Disponíveis” (ou à vista) do Boi Gordo. Serve como referência para liquidação financeira dos contratos de boi gordo do mercado futuro da BM&F. É uma média ponderada de preços da arroba do boi

6 1 ,0 16 1 ,2 7

5 8 ,8 4

6 0 ,4 4

6 2 ,4 0

6 0 ,5 7

5 8 ,3 7

5 4 ,2 75 3 ,8 5

5 3 ,4 5

5 2 ,0 5

4 9 ,9 5

5 1 ,7 3

5 3 ,3 1

5 4 ,1 8

5 1 ,9 3 5 1 ,9 3

5 0 ,8 0

5 0 ,5 55 0 ,8 0

5 5 ,0 0

48,00

49,00

50,00

51,00

52,00

53,00

54,00

55,00

56,00

57,00

58,00

59,00

60,00

61,00

62,00

63,00

R$/

@

jul/0

4

ago/

04

set/0

4

out/0

4

nov/

04

dez/

04

fev/

05

abr/

05

mai

/05

jun/

05

jul/0

5

ag/0

5

set/0

5

out/0

5

nov/

05

ES

ALQ

dez/

05

fev/

06

abr/

06

mai

/06

jul/0

6

PREÇO DO BOI GORDO NO MERCADO FUTUROBASE SÃO PAULO

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gordo no Estado de São Paulo , coletados pela Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”/ESALQ , de Piracicaba/SP- (16ª coluna da figura)

3) MESES DE NEGOCIAÇÃO – Os contratos futuros de boi gordo são negociados pela Bolsa de Mercadorias & Futuros/BM&F, de janeiro a dezembro. Aparecem na figura apenas os meses de dez/05, e mais, fev., abr., mai. e jul./06 – (Últimas cinco colunas da figura).

4) LIQUIDAÇÃO DOS CONTRATOS – A média aritmética simples dos cinco últimos índices ESALQ de cada mês é utilizada para liquidação financeira dos contratos.

5) IGUALDADE – No final de cada mês, época de vencimento dos contratos, os preços da arroba do Mercado Futuro de Boi Gordo e o Indicador de Preços ESALQ, obrigatoriamente , se igualam, se tornam os mesmos. Exatamente como ocorreu em 29/12/2005, com os preços dos mercados futuro e físico cotados a R$ 51,93 por arroba – (veja fig. 3). Daí a importância de um “acompanhamento” permanente do Mercado Futuro, como “instrumento” de avaliação das tendências e perspectivas do mercado do boi gordo.

José Alberto de Ávila Pires

E-mail: [email protected] Tel.: (31) 3349-8272

FRANGO E OVOS

No final de dezembro, ao divulgar os resultados do abate de animais em estabelecimentos sob inspeção federal, estadual ou municipal, o IBGE informou que no terceiro trimestre de 2005 foram abatidos 997,2 milhões de cabeças de frangos (incrementos de 5% sobre o segundo trimestre de 2005 e de 12,67% sobre o mesmo período de 2004). Desse abate resultou a produção de 2,046 milhões de toneladas de carne de frango, 15% a mais que o produzido no mesmo trimestre de 2004 e 4,29% a mais que o produzido no trimestre anterior, o segundo de 2005. Mas uma informação que chama a atenção nos dados apresentados, é o peso médio da carcaça neste ano, sempre superior a dois quilos. Comparado com dados anteriores o peso médio atual vem sendo 5% superior ao registrado na média de 2003. Fonte: Avisite

Avaliados os dados acumulados entre janeiro e novembro de 2005, é possível constatar que, em alguns indicadores, a avicultura de corte realizou em 11 meses o que, no ano passado, demandou um ano inteiro. Estão entre esses indicadores a produção de pintos de corte e a produção e exportação de carne de frango. O volume de pintos de corte produzidos até novembro, por exemplo, supera em 4,6 milhões de cabeças o total produzido em 2004, enquanto a produção total registra um excedente de 56 mil toneladas e as exportações superam 2004 em 100,4 mil toneladas. Mesmo os dois indicadores que, em novembro, ainda não haviam alcançado o total de 2004 estavam perto de atingi-lo. Fonte: Avisite

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Variação nas cotações de frangos (R$/kg)

Atacado Fob. Granja Produto 30/11/05 30/12/05

Peito Resfriado. 3,20 3,20

Coxa Resfriado. 2,90 2,90

Frango Vivo c/ ICMS. 1,83 1,72

Frango Vivo s/ ICMS. 1,70 1,60 Frango Abatido Inteiro. 2,20 2,20

Asa Resfriada. 3,40 3,40

Filé de Peito Resfriado. 5,10 5,10 Frango Vivo - Integração. R$/KG 1,55 1,25

Fonte: AVIMIG

Variação nas cotações de ovos – R$/cx/30dz

Valor Ovos

30/11/05 30/12/05

Ovos Extra 31,00 40,00

Ovos Grandes 30,00 39,00

Ovos Médios 29,00 38,00

Ovos Pequenos 27,00 36,00

Ovos Vermelhos 34,00 43,00

Fonte: AVIMIG

Variação nas cotações de aves de descarte (R$/kg)

Atacado Fob/Granja Aves de descarte

30/11/05 30/12/05

Poedeira Vermelha 0,65 0,75

Poedeira Branca 0,40 0,40

Matrizes de Corte 0,80 1,10

Fonte: AVIMIG TENDÊNCIAS DA AVICULTURA

O frango vivo chega à segunda quinzena do mês, e última do ano, sem ter experimentado aquele “espírito de Natal” que sempre marcou a atividade no fechamento dos anos anteriores. Enquanto em dezembro de 2004 o produto alcançava o melhor preço de todos os tempos (média de R$1,73/kg), em dezembro de 2005, já na

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segunda quinzena, o preço médio era o mais baixo dos últimos 40 meses. O valor é superior apenas ao de agosto de 2002 quando o preço médio do produto ficou em R$1,12/kg, apenas três centavos inferior à cotação que vem sendo praticada há quase três semanas, ou seja R$ 1,15/kg.

Essa situação, felizmente, não se aplica ao ovo que, depois de novembro

fraquíssimo (segundo menor preço médio do ano), vem obtendo gradativa recuperação. Porém, ainda não se pode afirmar que as condições atuais sejam excepcionais, pois o preço médio vigente é apenas 4,5% superior à média registrada em dezembro de 2004. Mesmo assim, “menos mal”, porque, pelo menos, o ovo está conseguindo acompanhar a inflação acumulada no período.

Tudo indica que estas são tendências que devem permanecer já no início de 2006.

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Dirceu Alves Ferreira E-mail: [email protected]

Tel.: (31) 3349.8270 LEITE OFERTA X DEMANDA

No último trimestre do ano, os preços do leite apontaram uma queda de quase 5% quando comparados com a média histórica dos últimos 10 anos. Por outro lado, a oferta diária de leite nos laticínios manteve a tendência de aumento, o que também é histórico neste período do ano.

Sofrendo com este contínuo crescimento da oferta de leite, as cooperativas e os laticínios estão vendo seus produtos serem barateados nos balcões das padarias e supermercados e nem por isso o aumento do consumo acontece. O consumidor quer pagar cada vez menos pelo leite e seus derivados. Quem fica desanimado em investir em qualidade é o produtor.

Neste momento há um círculo vicioso rondando a atividade leiteira no país. Pela baixa remuneração os produtores não investem na qualidade e pela pouca qualidade os laticínios não remuneram adequadamente, já que os consumidores estão cada dia mais exigentes.

Este quadro só será revertido quando a cadeia produtiva do leite tomar ciência da sua importância e todos os elos se juntarem com o mesmo propósito. Enquanto o “ganha-ganha” não for aplicado todos continuarão perdendo.

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Preços do leite pago aos produtores – Cotações nas principa is indústrias e cooperativas de Minas Gerais – dez/2005 – R$/litro

Tipo C Tipo B Regiões Mínimo Máximo Mínimo Máximo

Sul 0,40 0,53 0,43 0,56

Triângulo/Noroeste 0,38 0,54 - -

Zona da Mata 0,38 0,54 - -

Norte/Nordeste 0,30 0,50 - -

Centro 0,42 0,54 - -

Fonte: EMATER-MG TENDÊNCIAS • Continua o aumento no volume de leite captado nas principais bacias leiteiras; • As pastagens continuam em franca recuperação, pela boa incidência de chuvas em

todas as regiões do Estado; Como aconteceu no período anterior, nas regiões beneficiadas pelo programa Leite

Pela Vida (Norte de Minas e Jequitinhonha), os preços se mantiveram mais estabilizados para os produtores participantes e cadastrados no programa.

Elmer Ferreira Luiz de Almeida e-mail: [email protected]

Tel.: 31 3349 8272

SUINO EXPORTAÇÕES DE CARNE SUÍNA

Em estatística divulgada no início de dezembro pela Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), o presidente da entidade, Pedro de Camargo Neto analisa que a greve dos fiscais agropecuários do Ministério da Agricultura, deflagrada em novembro, provocou uma queda acentuada nas exportações de carne suína. Mesmo assim, o resultado das exportações entre janeiro e novembro foi positivo.

Segundo dados da Secex, (ver quadros adiante), os embarques somaram 558.001 toneladas e a receita cambial US$ 1,065 bilhão, com aumento em torno de 56% com relação ao mesmo período de 2004. No acumulado até novembro o preço médio ficou em US$ 1.908,74/ton, o que corresponde a um incremento superior a 25%.

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Exportações de Carne Suína (Por estado) – Jan/Nov 2 005

Estados Peso US$ Preço Médio

Minas Gerais 23.990,44 61.783,77 2.575,35 Rio de Janeiro 134,14 237,10 1.767,54 São Paulo 8.337,67 16.502,54 1.979,27 Paraná 85.151,00 176.367,12 2.071,23 S. Catarina 248.973,12 456.131,97 1.832,05 R. Grande do Sul 135.440,52 261.351,76 1.929,64 Mato Grosso 5.096,55 9.454,98 1.855,17 Goiás 18.582,48 35.360,29 1.902,88 M. Grosso do Sul 26.963,00 47.817,01 1.773,43 Outros 26,96 80,35 2.980,60 Total 558.001,86 1.065.081,80 1.908,74

Obs.: Peso em ton. Valor em US$/MIL Preço médio : US$/ton Fonte : Safras & Mercado; SECEX

Exportações Mensais de Carne Suína - Jan/Nov 2005

Periodo Peso US$ Preço Médio

Jan 35.574,03 66.381,76 1.866,02 Fev 41.297,25 78.229,81 1.894,31 Mar 40.450,51 77.505,81 1.916,07 Abr 57.098,60 112.478,73 1.969,90

Maio 50.532,61 99.590,91 1.970,82 Jun 55.479,46 106.900,39 1.926,85 Jul 59.084,45 114.511,34 1.938,10 Ago 61.279,57 114.525,01 1.868,89 Set 54.412,46 99.769,03 1.833,57 Out 62.962,02 119.425,54 1.896,79 Nov 39.830,90 75.763,47 1.902,13 Dez ---- ----- -----

Total 558.001,86 1.065.081,80 1.908,74

Obs.: Peso em Ton. Valor em US$/MIL Fonte : Safras & Mercado; SECEX

FIM DE ANO. MERCADO AGITADO EM MINAS GERAIS

Na semana anterior ao fim do ano, típica de véspera de natal, ocorreu muita venda no mercado regional, com cargas de animais cada vez mais leves. Como acontece todos os anos, o período é caracterizado por muita procura.

Houve por parte de alguns compradores a tentativa de desestabilizar o mercado, demonstrando uma baixa demanda. É que nesta época de festas, o consumo é bastante dirigido para os frigoríficos que trabalham com carne fresca e aqueles que industrializam, normalmente já compram pouco mesmo. Deste movimento da indústria, todos já sabem, mas evidenciar isto para atrapalhar o mercado, foi realmente a novidade do final de ano.

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A boa notícia foi a declaração de autoridades russas, do interesse de acelerar a retomada das exportações brasileiras. Parece que o fim do embargo para os estados livres de febre aftosa não vai demorar! Fonte: Suinco PREÇO EM SP RECUA 12,90% EM DEZEMBRO E 31,36% EM 2005 O Instituto de Economia Agrícola (IEA), da Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo, informou que os preços recebidos pelos produtores de suínos no estado apresentaram recuo de 12,90% em dezembro e de 31,36% ao longo de 2005. No geral, o índice de preços recebidos pelos agricultores (IPR) subiu 1,36% em dezembro, com 2,02 pontos percentuais a menos que o de novembro de 2005. A tendência de alta se manteve em função de aumento nas cotações dos produtos de origem vegetal e das commodities internacionais, além da desvalorização do real no mês. No ano de 2005, o IPR cresceu 7,39%, maior do que a variação do IGP-M (1,21%) e também do que o IPCA (estimado em 5,80%).

Suino Vivo – Preços de Mercado

Praça Prazo (dias) R$/kg

Integração RS 7 1,70 Interior RS 10 1,70 Integração SC 10 1,70 Interior SC A/V 1,70 Oeste PR 7 1,60 P. Grossa PR A/V 1,70 Mercado Livre PR A/V 1,70 C. Grande MS 14 1,80 Goiânia GO 21 2,40 Interior MG 7 2,30 Rondonópolis MT A/V 1,95

Fonte: Safras & Mercado (05.01.06) Elaboração: CIAGRO/EMATER-MG

TENDÊNCIAS

O início de ano no mercado interno de suíno deve ser marcado por apresentar preços ainda em queda pois os vendedores buscam desovar. Compradores mostram-se mais assíduos mas os negócios não devem acompanhar o ritmo da oferta. As negociações devem aumentar devido à volta dos operadores.

Em Santa Catarina, no entanto, a procura por suínos pelas agroindústrias e empresas compradoras do produto de outros Estados, tem se intensificado nos últimos dias. De modo geral, os suinocultores prevêem uma recuperação significativa nos preços no final de janeiro e início de fevereiro.

José Fernando N. Domingues e-mail: [email protected]

Tel.: (31) 3349.8076

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PREÇOS MÉDIOS RECEBIDOS NAS CEASAs (Cotações 09.01.06)

PRODUTO UNID. MG SP RJ ES

ABACATE 20 KG 20.00 10.00 15.00 22.00 ABACAXI DZ 28.00 32.00 30.00 18.00 ABOBR. ITALIANA 18 KG 9.00 19.00 23.00 5.00 ABOBR. MENINA 18 KG 8.00 11.00 23.00 6.00 ALFACE DZ 5.00 3.00 6.00 4.00 ALHO BRASILEIRO 10 KG 32.00 46.00 42.00 21.00 BANANA NANICA 18 KG 10.00 10.00 14.00 8.00 BANANA PRATA 18 KG 24.00 23.00 28.00 12.00 BATATA 50 KG 65.00 95.00 70.00 80.00 BATATA- DOCE 22 KG 18.00 14.00 18.00 14.00 BERINJELA 12 KG 6.00 9.00 19.00 5.00 BETERRABA 22 KG 18.00 16.00 20.00 17.00 CEBOLA 20 KG 12.00 15.00 18.00 15.00 CENOURA 22 KG 23.00 34.00 40.00 36.00 CHUCHU 22 KG 7.00 14.00 12.00 5.00 COUVE-FLOR 06 UNID. 6.00 7.00 9.00 9.00 INHAME 20 KG 15.00 23.00 27.00 15.00 JILÓ 16 KG 20.00 21.00 25.00 8.00 LARANJA 22 KG 18.00 21.00 18.00 21.00 LIMÃO TAHITI 20 KG 7.00 11.00 19.00 9.00 MAMÃO FORMOSA 18 KG 15.00 13.00 24.00 ----- MAMÃO HAVAI 8 KG 9.00 10.00 11.00 10.00 MANDIOCA 22 KG 9.00 9.00 14.00 12.00 MANDIOQUINHA 22 KG 40.00 60.00 55.00 44.00 MANGA 6 KG 5.00 6.00 3.00 ----- MARACUJÁ 14 KG 30.00 35.00 32.00 28.00 MELANCIA KG 0.45 0.83 1.00 0.55 MILHO VERDE 25 KG 6.00 8.00 9.00 8.00 MORANGA 25 KG 23.00 22.00 15.00 24.00 OVO DE GRANJA 30 DZ 30.00 35.00 33.00 30.00 PEPINO 21 KG 8.00 11.00 16.00 9.00 PIMENTÃO 10 KG 12.00 10.00 15.00 8.00 QUIABO 14 KG 11.00 17.00 18.00 8.00 REPOLHO 25 KG 8.00 6.00 16.00 9.00 TANGERINA PONKAN 15 KG ----- ----- ----- ----- TOMATE LONGA VIDA 22 KG 20.00 24.00 18.00 17.00 TOMATE MAÇÃ 22 KG 35.00 34.00 ----- ----- UVA ITÁLIA 6 KG 16.00 17.00 15.00 24.00 VAGEM 13 KG 8.00 18.00 29.00 18.00

Fonte: CEASAMINAS

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PREÇOS MÉDIOS RECEBIDOS PELOS AGRICULTORES – Períod o de coleta: 01 a 31 Dezembro/2005

Produtos

Unidade

I Central

II Mata

III Sul

IV Triân- gulo

V Alto Para- naíba

VI Centro- Oeste Minas

VII Noro- este

VIII Norte

de Minas

IX Jeq./

Mucuri

X Rio

Doce

Média das

Regiões

Arroz Agulhinha Saca 60 Kg 18,00 25,00 31,80 30,00 26,20 Arroz Sequeiro Saca 60 Kg 21,50 24,00 22,75 Bezerro Mestiço Cabeça 280,00 293,33 400,00 324,44 Bezerra Mestiça Cabeça 210,00 407,50 246,67 360,00 306,04 Bezerro Nelore Cabeça 280,00 310,00 320,00 303,33 Bezerra Nelore Cabeça 210,00 407,50 246,67 360,00 306,04 Boi Gordo Nelore Arroba 56,00 49,50 51,67 53,13 51,33 50,00 51,94 Café Arábica Saca 60 Kg 245,13 252,50 257,08 235,00 260,00 242,50 248,70 Feijão Carioca Saca 60 Kg 81,33 75,00 62,50 62,17 76,38 71,48 Milho Saca 60 Kg 15,93 14,50 14,75 17,00 14,92 18,00 15,00 15,73 Soja Saca 60 Kg 24,25 25,57 24,91

Descrição: Algodão Pluma Tipo (6) Fibra Longa em arroba (15 kg); Arroz Sequeiro com grãos acima de 45% de inteiro sc 60 kg; Arroz Agulhinha com grãos acima de 50% de inteiro sc 60kg; Café Beneficiado Arábica Tipo (6) bebida dura para melhor em sc 60kg. Todos livres de ICMS e INSS, postos na sede do município produtor. Região Central sem informação. Fonte: EMATER-MG Elaboração: CIAGRO/EMATER-MG