pre-formed metallic matrix - simplifying the result of ... · sob luz natural para análise...

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80 Clínica - International Journal of Brazilian Dentistry, Florianópolis, v.10, n.1, p. 448-455, jan./mar. 2014

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80 Clínica - International Journal of Brazilian Dentistry, Florianópolis, v.10, n.1, p. 448-455, jan./mar. 2014

81Clínica - International Journal of Brazilian Dentistry, Florianópolis, v.10, n.1, p. 448-455, jan./mar. 2014

* Especialistas em Prótese Dentária pela Universidade Federal de Uberlândia, Professores do Curso de Especialização em Dentística da ABO, Seção de Goiás, Goiânia

** Mestre em Reabilitação Oral pela Universidade Federal de Uberlândia, Professor do Curso de Especialização em Dentística da ABO, Seção de Goiás, Goiânia

*** Especializandos em Dentística pela Associação Brasileira de Odontologia, Seção de Goiás, Goiânia

**** Mestre em Dentística Restauradora pela São Leopoldo Mandic, Campinas, Professor do Curso de Especialização em Dentística da ABO, Seção de Goiás, Goiânia

***** Doutora, Mestre e Especialista em Dentística pela Universidade Federal de Santa Catarina, Professora do Curso de Especialização em Dentística da ABO, Seção de Goiás, Goiânia

Rafael de Almeida DecurcioAvenida Itália, 1184, 74325-110, Goiânia, GO

[email protected]

Data de recebimento: 02/11/2013Data de aprovação: 05/01/2014

Maria Geovânia Ferreira *Altamiro Flávio Pacheco *

Rafael de Almeida Decurcio **Morgana Belém Rosa ***

Thayane Cotrim Mariano ***Lúcio José Elias Monteiro ****

Paula de Carvalho Cardoso *****

Matriz Metálica Pré-formada – Simplificando o Resultado das Facetas em Resina Composta em Dentes Anteriores

Pre-Formed Metallic Matrix - Simplifying the result of Facets in Composite Resin Teeth in Previous

RESUMOEstratégias reabilitadoras para correção de desgastes

dentais incluem o uso de compósitos com ênfase no mínimo

desgaste e máxima conservação de estrutura dental,

conhecimento e aplicação dos avanços da odontologia adesiva.

Dessa forma, no presente relato de caso, foram executados

procedimentos clínicos diversos para diferentes objetivos: facetas

com compósitos para instituir dominância dos incisivos centrais,

correção do corredor bucal e melhoria da harmonia do sorriso.

O protocolo restaurador utilizado difere dos convencionais pela

utilização de matriz metálica pré-formada para confecção da face

proximal das facetas. Tal procedimento é inovador e apresenta

relevante facilidade em virtude da rigidez e possibilidade de

estabelecimento da forma do dente já na etapa restauradora.

O clímax da técnica consiste na minimização das etapas de

acabamento e polimento, possibilidade de padronização da

espessura da resina de dentina e controle da técnica.

PALAVRAS-CHAVEFacetas dentárias. Resinas compostas. Materiais

dentários.

ABSTRACTRehabilitation strategies for correction of dental wear

include the use of composites with emphasis on minimum

wear and maximum preservation of tooth structure, knowledge

and application of advances in adhesive dentistry. Thus, in the

present case report various clinical procedures were performed

for different purposes: with composite veneers to establish

dominance of the central incisors, buccal corridor correction

and improved smile harmony. The restorer protocol differs from

the conventional use of preformed metal matrix to construct

the proximal surface of the facets. This procedure is novel

and presents a significant feature because of the rigidity and

the possibility of establishment of the tooth shape as in step

restorative. The climax of the technique consists in reducing the

steps of polishing and finishing, the possibility of standardization

of thickness of resin and dentin control technique.

KEYWORDS Dental veneers. Composite resins. Dental materials.

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INTRODUÇÃOA reprodução das características dos dentes naturais

sempre foi um dos grandes objetivos das técnicas e dos materiais

restauradores. Essa busca promove a evolução continuada

de técnicas adesivas avançadas e formulações poliméricas e

cerâmicas, garantindo ao clínico e ao paciente a oportunidade

para alcançar resultados funcionais e estéticos a longo prazo.1-3

Dessa forma, a indicação entre o uso de compósitos ou

cerâmicas é de responsabilidade do profissional, em vista de

cada situação clínica, que é extremamente particular, e com

base em conhecimentos técnicos e científicos.4 Dentro dessa

abordagem, o limite entre as indicações para facetas diretas e

indiretas é tênue, variando de acordo com o caso clínico em

questão.

O tratamento restaurador direto tem a grande vantagem

de ser unicamente dependente do profissional. O resultado será,

portanto, diretamente proporcional à técnica e ao conhecimento

daquele que a executar, a respeito de materiais e morfologia

dental, podendo proporcionar ou devolver a harmonia do sorriso

de forma excepcional.5-9

Atualmente, os princípios orientadores relacionados ao

protocolo restaurador para facetas de resina composta não

exigem a confecção de preparos com redução vestibular, proximal

e incisal. Exigem, simplesmente, adequado condicionamento

ácido do substrato, sendo a resistência e retenção providas

apenas pela adesão ao esmalte. Os desenhos dos preparos são

orientados exclusivamente pelo defeito preexistente no dente a

ser restaurado, como, por exemplo, correções de forma e bordo

incisal, dentes fraturados, conóides e diastemas.10-11

REVISÃO DA LITERATURANa composição dos dentes anteriores, os incisivos

centrais superiores são os elementos mais representativos,

tanto em posição quanto em tamanho, portanto, sua devida

dominância deve ser assegurada.12 Com o paciente sorrindo e

observado de frente, as bordas incisais devem apresentar curva

convexa e paralela ao contorno do lábio inferior.13 Quando os

lábios estão em repouso, a borda incisal dos incisivos centrais

deve permanecer visível. Isso pode variar de 1mm a 5mm,

dependendo da idade e do gênero do paciente.14-15

Tendo em vista que a previsão do resultado final

do tratamento é essencial quando um planejamento de

reabilitação estética é realizado, um ensaio restaurador intraoral

após o planejamento em modelos de estudo permite ao

profissional trabalhar com maior previsibilidade de resultados

e, consequentemente, com menor margem de erro, em casos

mais difíceis, sobretudo quando múltiplas alterações devem ser

realizadas. É importante salientar que esses ensaios intraorais

ou “restaurações de diagnósticos” devem ser realizados

sem o condicionamento dos tecidos dentais, para posterior

remoção das restaurações após cumprida sua finalidade de

diagnóstico. Dependendo da situação clínica apresentada e dos

conhecimentos e habilidades do profissional, essa simulação

pode ser realizada diretamente sobre os dentes, inserindo

resinas compostas em áreas específicas, para obtenção do

melhor resultado estético e funcional.16-20

RELATO DO CASOPaciente R.R., masculino, 23 anos, compareceu à

clínica do Curso de Especialização em Dentística da ABO-

Goiás, queixando-se da desarmonia de seu sorriso, devido a

restaurações deficientes na região anterior superior e dentes

desgastados (Fig. 1-7). A Figura 1 revela a exposição dental

com os lábios em repouso. Nessa fotografia, avaliou-se uma

exposição dental mínima, contrariando princípios estéticos

que preconizam exposição de aproximadamente 1,9mm de

incisal para homens.13 Após anamnese, exame clínico, análise

radiográfica e protocolo fotográfico inicial (Fig. 1-7), iniciou-se a

elaboração do planejamento restaurador.

Nas figuras de 6 a 8, observam-se os detalhes da

composição dental: dentes 11 e 21 com desgaste incisal, falta

de dominância dos elementos centrais, presença de recessão

gengival, sorriso gengival posterior e corredor bucal amplo.

Para confecção do mapa de cor, o paciente foi levado

sob luz natural para análise detalhada do incisivo central

superior esquerdo, possibilitando a seleção adequada da

cor de esmalte e dentina, assim como a anatomia primária e

secundária. Após a coleta de dados referentes à cor e anatomia

primária e secundária, o mapa de cor foi confeccionado na

forma de desenho, em folha de papel branco, utilizando-se lápis

de cor, grafite e corretivo de caneta. Inicialmente, confeccionou-

se o esboço do formato do incisivo central e, em seguida,

desenharam-se as características incisais, bem como halo

opaco, mamelos dentinários e detalhes anatômicos.

Após elaboração de desenho do mapa cromático,

foram confeccionadas restaurações de diagnóstico (prova)

para a confirmação das resinas, cores, forma e dos detalhes

superficiais sugeridos no mapa de cor, sem os procedimentos

adesivos prévios, possibilitando noção mais clara do provável

resultado e possíveis ajustes (Fig. 8-11).

Após o enceramento em modelo de gesso e com base

nas restaurações de diagnóstico, confeccionou-se uma guia

Ferreira MG, Pacheco AF, Decurcio RA, Rosa MB, Mariano TC, Monteiro LJE, Cardoso PC.

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Figura 1: Fotografia protocolar inicial da face em repouso.

Figura 5: Desarmonia do sorriso inicial. Figura 6: Presença de restaurações deficientes na região anterior superior e dentes desgastados.

Figura 7: Detalhe do desgaste e ausência de dominância dos elementos centrais. Figura 8: Restauração de diagnóstico em posição para avaliação da seleção das resinas, cor, forma e detalhes anatômicos determinados pelo mapa de cor e enceramento dental.

Figura 2: Fotografia protocolar inicial da face com sorriso espontâneo.

Figura 3: Fotografia protocolar inicial da face com sorriso espontâneo e entreaberto.

Figura 4: Fotografia protocolar inicial da face em perfil direito.

com silicona de condensação laboratorial Zetalabor (Zermach,

Itália). A partir da inserção de resina Bis-acryl Systemp c&b

(Ivoclar Vivadent, Liechtenstein) na porção interna da guia e

posicionamento na boca do paciente, estabeleceu-se o mock-

up. O paciente avaliou o mock-up, demonstrando alto grau de

satisfação e aprovação do resultado provisório imediato.

Com a aprovação do resultado provisório e autorização

para prosseguimento do planejamento reabilitador, moldou-

se novamente o modelo encerado com silicona polimerizada

por condensação, de uso laboratorial, Zetalabor (Zermach),

e confeccionou-se nova guia de orientação. Após a presa do

material de moldagem, o molde foi retirado e, com auxílio de

uma lâmina de bisturi 12, recortou-se no sentido mesiodistal,

removendo-se apenas a porção vestibular, de modo que o

rebordo incisal fosse preservado e, consequentemente, obteve-

se a matriz restauradora. Na sequência, a matriz foi posicionada

intraoralmente para verificar e testar o assentamento correto.

Após profilaxia com pedra-pomes e água, realizou-se

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cuidadosa asperização das faces proximais subgengivais,

com tiras de lixa diamantada com inclinação de 45° de palatina

para vestibular, evitando-se sangramento gengival, seguida do

isolamento do campo operatório com lençol de borracha. Na

seqüência, realizou-se condicionamento com ácido fosfórico a

37% Power Etching (BM4, Brasil) por 30s, lavagem abundante,

secagem com jato de ar, seguida da aplicação de sistema

adesivo Adper Single Bond (3M ESPE, EUA), de acordo com

padrões científicos comprovados, e fotopolimerização por 20s

na fase vestibular e palatina, com fotopolimerizador Bluephase

(Ivoclar Vivadent).

Iniciou-se a etapa restauradora, com a aplicação da

resina Tetric N-Ceram, cor T, (Ivoclar Vivadent) na matriz, para

confecção do esmalte palatal, envolvendo todo o espaço

palatal a ser restaurado sem envolvimento da porção incisal.

Levou-se a matriz de silicona em posição e, no espaço incisal

Figura 9: Restauração de diagnóstico, revelando o provável resultado.

Figura 11: Análise do sorriso com restauração de diagnóstico posicionada.

Figura 13: Aspecto do esmalte palatal e halo opaco após a remoção da matriz.

Figura 10: Restauração de diagnóstico em posição, com exposição dental ideal em repouso.

Figura 12: Posicionamento e aplicação da resina Tetric N Ceram, cor T, na matriz e no halo opaco com resina Body W (Z350 XT).

Figura 14: A matriz metálica pré-formada Unimatrix foi posicionada subgengivalmente na face proximal.

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Figura 15: Aspecto lateral da matriz metálica pré-formada Unimatrix posicionada subgengivalmente na face proximal.

Figura 16: Aplicação da Resina Tetric N-Flow, cor T, entre a matriz metálica pré-formada e a face proximal a ser restaurada.

Figura 17: Inserção da resina composta XWE, Z350 XT contra a matriz metálica e condensada com espátula Sofia, até ocorrer o extravasamento palatal.

Figura 18: Aspecto lateral após completa inserção da resina na fase proximal.

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preservado, foi confeccionado o halo opaco com resina Body

W, Z350 XT (3M ESPE) (Fig. 12). Polimerizou-se o conjunto com

fotopolimerizador Bluephase (Ivoclar Vivadent) e removeu-se

cuidadosamente a matriz (Fig.13).

O protocolo para confecção das faces proximais seguiu

os seguintes passos:

- A matriz metálica pré-formada Unimatrix (TDV, Brasil) foi

posicionada subgengivalmente na face proximal (Fig. 14 e 15);

- Resina Tetric N-Flow, cor T (Ivoclar Vivadent), foi aplicada

entre a matriz metálica pré-formada e a face proximal a ser

restaurada (Fig. 16);

- A resina composta XWE, Z350 XT (3M ESPE) foi inserida contra

a matriz metálica e condensada com espátula Sofia (Golgran,

Brasil) até ocorrer o extravasamento palatal (Fig. 17 e 18);

- Os excessos foram removidos com a própria espátula, e

condensou-se até o ponto de uniformização da face entre

resinas vestibular e proximal;

- Com pincel de ponta fina, finalizou-se o processo de

adaptação das resinas;

- Fez-se fotoativação.

Após o fechamento individual das faces proximais

(Fig. 19 e 20), o isolamento absoluto foi removido. A Figura

21 demonstra o fechamento de todas as faces proximais e a

finalização do isolamento relativo com fio retrator Ultrapack 000

(Ultradent, EUA). Em seguida, foi inserida na face vestibular a

camada de resina de dentina Empress Direct, cor A1 (Ivoclar

Vivadent), confeccionando-se os mamelos (Fig. 22 e 23). A

dentina foi caracterizada com tinta ocre, Tetric Color (Ivoclar

Figura 19: Posicionamento da matriz metálica pré-formada Unimatrix subgengivalmente na distal do dente 11.

Figura 22: Confecção da resina de dentina Empress Direct, cor A1.

Figura 20: Detalhe do fechamento fases proximais dos centrais.

Figura 21: Aspecto do fechamento de todas as faces proximais e a finalização do isolamento relativo com fio retrator Ultrapack 000 (Ultradent, EUA).

Figura 23: Mamelos confeccionados com resina de dentina Empress Direct, cor A1.

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Vivadent), na ponta dos mamelos mesiais, tinta marrom na

cervical e a mistura de tintas azul e preta entre os mamelos

mesiais. Finalizando-se os efeitos incisais, depositaram-se

fusos, finas pontes entre mamelos e halo opaco, na cor Body W,

Z350 XT (3M ESPE) e fotoativou-se (Fig. 24).

Na sequência, inseriu-se resina composta BT, Z350XT

(3M ESPE, EUA) na incisal com esculpidor n.ᵒ 6, promovendo-

se concavidade (Fig. 25a). Na Figura 25b, observa-se o detalhe

da resina de efeito inserida nos dentes. Após finalização da

acomodação da resina de efeito, aplicou-se, em camada única,

a resina de esmalte A1, Z350 XT (3M ESPE), e fotoativou-se (Fig.

26). Na lingual, aplicou-se resina de cor T, Tetric N-Flow (Ivoclar

Vivadent), para correção de irregularidades de acomodação

da resina de esmalte palatal e fotoativou-se. Procederam-se os

ajustes oclusais e funcionais.

Na sessão seguinte, iniciou-se o processo de

acabamento e polimento. Na face vestibular, delimitaram-se com

lápis vermelho e azul as arestas verticais e concavidades (Fig.

27a), realizou-se anatomia secundária e terciária com pontas

diamantadas (Fig. 27b). Para suavizar os desgastes promovidos

pelas pontas diamantadas, utilizou-se disco Sof-Lex Pop-On (3M

ESPE, EUA) (Fig. 27c) seguido do FlexiCup (Cosmedent, EUA)

na cor Azul (Fig. 27d) e Astropol (Ivoclar Vivadent) nas cores

verde e rosa (Fig. 27d e 27e). O polimento foi realizado com

roda de feltro FlexiBuff (Cosmedent, EUA), utilizando-se pasta

de polimento Enamelize (Cosmedent) (Fig. 27f) e, finalmente,

sem pasta de polimento, disco de pêlo de cabra Jiffy Goat Brush

(Ultradent), para finalizar o processo (Fig. 27g).

Figura 24: Pigmentação com tintas na cervical e incisal e confecção de fusos na cor Body W, Z350 XT.

Figura 25b: Detalhe da resina de efeito inserida nos dentes. Figura 26: Reprodução do esmalte vestibular com resina de esmalte A1, Z350 XT.

Figura 25a: Inserção da resina composta BT, Z350XT na incisal com esculpidor n.º 6.

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Figura 27a: Delimitação com lápis vermelho e azul das arestas verticais e concavidades.

Figura 27c: Suavização dos desgastes com disco Sof-Lex Pop-On.

Figura 27e: Astropol, nas cores verde e rosa.

Figura 27g: Brilho estabelecido com roda de pelo de cabra Jiffy Goat Brush.

Figura 27b: Realização de anatomia secundária e terciária com pontas diamantadas.

Figura 27d: Acabamento com FlexiCup, cor azul.

Figura 27f: Polimento realizado com roda de feltro FlexiBuff, utilizando-se pasta de polimento Enamelize.

Figura 28: Restabelecimento da dominância dos elementos centrais.

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Figura 29: Detalhes anatômicos em harmonia.

Figura 30: Fotografia intraoral lateral esquerda final.

Figura 32: Fotografia final em repouso, revelando correta exposição.

Figura 31: Fotografia intraoral lateral direita final.

Figura 33: Fotografia final do sorriso, demonstrando total harmonia.

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As figuras de 28 a 39 revelam a capacidade ótica e

funcional alcançada pelas resinas compostas, demonstrando

naturalidade.

DISCUSSÃOA longevidade das restaurações de resina composta

é sempre um tópico de discussão, principalmente com a

introdução de restaurações cerâmicas parciais sem preparo,

com as mesmas indicações para os compósitos.21 Na verdade,

a longevidade dessas restaurações de resina composta

do tipo facetas, incluindo-se a resistência ao lascamento e

manchamento, está diretamente ligada à área de adesão, ao

tipo de substrato envolvido, à seleção de matriz para confecção

da face proximal, inserção e acomodação dos incrementos de

resina, ao procedimento de acabamento e polimento, ajuste

oclusal e revisões periódicas.22

As taxas de sucesso das facetas com compósitos estão

diretamente associadas à adesão ao substrato dental, sobretudo

ao esmalte, o que explica a necessidade de se conservar

essa estrutura. O preparo para essa modalidade restauradora

deve estar confinado ao esmalte, ou exibir 70% de esmalte na

superfície, especialmente nas margens do preparo.23-25

O manchamento da face proximal na interface dente-

Figura 34: Fotografia protocolar final da face em repouso.

Figura 37: A odontologia proporcionando espontaneidade, autoestima e felicidade ao ser humano.

Figura 35: Fotografia protocolar final da face com sorriso espontâneo e entreaberto.

Figura 38: Completa satisfação com o resultado final do tratamento.

Figura 36: Fotografia protocolar inicial da face em perfil esquerdo.

Figura 39.

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restauração em restaurações de resina composta pode estar

associado à seleção da matriz. O uso da tira de poliéster sempre

foi tradição dessas restaurações, entretanto, a acomodação da

resina composta é totalmente dependente da movimentação

da tira pelo operador. Tal movimentação, por vezes, é ineficaz,

podendo acarretar manchamento prematuro de 6 a 12 meses

sucessivos à conclusão da restauração. Visando a evitar a

subjetividade na longevidade das restaurações de resinas

composta na proximal, atualmente, a utilização de uma matriz

metálica pré-formada para confecção da face proximal das

facetas de resina composta tem sido excelente alternativa, por

se manter estática. Tal procedimento é inovador e apresenta

relevante facilidade, em virtude da rigidez e possibilidade de se

estabelecer a face proximal (Quadro 1).26

na face proximal com o uso da matriz metálica, à exceção do

detalhe do ponto de contato descrito no esquema acima.

CONCLUSÃOO uso de matriz metálica pré-formada é uma etapa

inovadora no processo restaurador para confecção de facetas

em resina composta. A rigidez e consequente facilidade de

estabelecimento da forma do dente já na etapa restauradora,

a determinação previsível do ponto de contato, a definição do

volume de camada de resina de dentina vestibular e a imediata

determinação de acabamento e polimento interproximal

minimizam e facilitam as etapas clínicas e promovem resultados

de maior previsibilidade e longevidade.

AGRADECIMENTOSAo fotógrafo e autor do livro ClickDudu, Editora Ponto,

Dudu Medeiros, agradecemos a confecção das fotografias

protocolares iniciais e finais e as artísticas.

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Quadro 1: Comparação das características da matriz metálica pré-formada e tira de poliéster utilizadas para estabelecimento da face proximal de facetas com compósitos

Metálica

pré-forMada

Alta

Fácil

Favorável

Ideal

Simples e estática

Imediato

Improvável

Fácil

poliéster

Baixa

Difícil

Desfavorável

Dependente do operador

Difícil e Dinâmica

Difícil e Tardia

Provável

Difícil

rigidez da matriz

posicionamento na face proximal

delimitação da espessura de resina que reproduz a dentina

estabelecimento do ponto de contato

dificuldade da técnica

polimento proximal

possibilidade de manchamento na proximal (dente/restauração)

definição das arestas verticais

A longevidade das restaurações de resina composta

também pode sofrer influência da técnica de acabamento

e polimento. Uma superfície polida minimiza o acúmulo de

placa, irritação gengival, descoloração marginal e melhora a

performance clínica desses materiais. Um detalhe determinante

para o sucesso do acabamento e polimento é a técnica de

inserção da última camada de compósito (resina de esmalte).

Os clínicos, na ânsia de estabelecer polimerização eficiente,

inserem incrementos muito pequenos, que no momento do

acabamento podem apresentar riscos brancos que caracterizam

a união de um incremento com outro. Portanto, a última camada

sempre deve ser realizada em um único incremento.27

A técnica de acabamento é praticamente eliminada

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93Clínica - International Journal of Brazilian Dentistry, Florianópolis, v.10, n.1, p. 448-455, jan./mar. 2014

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