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PRÁTICA DE DIREITO PENAL

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PRÁTICA DE

DIREITO

PENAL

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SUMÁRIO

1. Habeas Corpus.....................................................................................................…… 3

2. Revogação da Prisão Preventiva ou Liberdade Provisória ......................................... 11

3. Apelação Criminal...............................................................................……………… 13

4. Denúncia Crime.......................................................................................................…. 17

5. Pedido de Liberdade Provisória.....................................................................................23

6. Recurso Especial.....................................................................................................…... 28

7. Inquérito Policial.........................................................................................................…39

8. Queixa-crime.............................................................................................................….. 45

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1. Habeas Corpus

EXMO. SR. DR. DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL

REGIONAL FEDERAL DA .... REGIÃO.

FULANO DE TAL, brasileiro (a), (estado civil), advogado(a) e bastante

procurador(a) do paciente, (procuração em anexo - doc. 01), inscrito na OAB/... sob o nº ...,

com escritório profissional sito à Rua ....., nº ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde

recebe notificações e intimações, vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência,

impetrar

HABEAS CORPUS

em favor de

....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG n.º ..... e

do CPF n.º ....., filho (a) de ... e ..., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º ....., Bairro .....,

Cidade ....., Estado ....., pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.

I- DOS FATOS

No ano de ........., o Banco Central iniciou processo administrativo, por suposta infração por

parte da .......................... Ocorre porém, que para chegar as conclusões contidas no processo

administrativo, os agentes públicos desta Instituição, ao arrepio do artigo 5º, X, XII e LVI da

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Constituição Federal e da Lei 4.595/64, art. 38, "quebraram" o sigilo bancário dos Pacientes

e dos outros acusados, sem qualquer respaldo legal.

Fato contínuo, as peças do processo administrativo foram remetidas, conforme fls. ... da

ação penal, ao Ministério Público Federal, e este, através de seu representante legal, propôs a

ação penal, sem sequer observar a manifesta ilegalidade existente.

Ora, hoje a Constituição Federal proclama no artigo 5º, LVI, serem inadmissíveis, no

processo, as provas obtidas por meios ilícitos. Se a Lei Maior assim o diz, evidente não mais

poderem ser admitidas as provas obtidas em afronta à dignidade humana e àqueles direitos

fundamentais de que trata a Lei das Leis.

Ocorre porém, que inobstante a determinação legal decorrente deste direito fundamental, os

Pacientes, juntamente com outros acusados, foram denunciados no processo n.º..................,

pelo Ministério Público Federal, sendo a denúncia recebida na conformidade do despacho

exarado as fls. .... pelo Excelentíssimo Sr. Dr. Juiz da .... Vara Federal do ........., em afronta

ao aludido dispositivo Constitucional e à Lei 4595/64, art. 38.

Conforme se denota da denúncia acostada aos autos, a mesma foi inteiramente

fundamentada em comprovantes de depósitos bancários, cheques, extratos (fls. ... a ...),

declaração de imposto de renda (fls. ... a ..., ... a ..., ... a ..., ... a ...) e outras informações

bancárias ou financeiras, obtidas todas ilicitamente (fls. ... a ...). Isto porque, nunca houve,

por parte das autoridades administrativas que formaram o processo administrativo,

autorização judicial para praticar a quebra de sigilo bancário e financeiro dos acusados.

O ilustre representante do "parquet" Federal, corroborando a malfadada atitude, inicia a peça

inaugural acusatória, utilizando-se das seguintes palavras. In verbis:

"Fiscalizações levadas a cabo pelo Banco Central e pela Receita Federal apuraram algumas

irregularidades na financeira, consubstanciados em:"

Deste instante, até o item ... da denúncia, o MPF descreve uma série de fatos, depósitos e

transferências bancárias entre os quatro acusados, entre eles o Paciente, sendo que, toda esta

conduta foi fundamentalmente "comprovada" com provas absolutamente ilegais, e

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infelizmente a denúncia foi aceita pelo douto juiz a quo, (fls. ....), com um condão de mais

repleta normalidade, o que torna-o, neste instante, a autoridade coatora.

II- DO DIREITO

Neste sentido, relevante os ensinamentos de Ada Pellegrini Grinover, in "As provas Ilícitas

na constituição" pg. 3:

"... portanto, o ingresso da prova ilícita no processo, contra constitutionem, importa na

nulidade absoluta dessas provas, que não podem ser tomadas como fundamento por

nenhuma decisão judicial".

"Retornando-se a teoria da tipicidade _ inicialmente concebida em relação ao direito penal,

de onde é possível extrair que a conduta que não se insere no tipo é juridicamente inexistente

_ as provas ilícitas, porque consideradas inadmissíveis pela constituição, não são por estas

tomadas como provas. Trata-se de não ato, não-prova, de um nada jurídico, que as remete à

categoria da inexistência jurídica.

A conseqüência da inexistência jurídica, consiste em que o ato, carecendo dos elementos que

o caracterizariam como ato processual, é ineficaz desde sua origem. As provas ilícitas,

portanto, devem ser consideradas como inexistentes e totalmente ineficazes, retroagindo a

sua ineficácia ao momento do seu nascedouro".

"A denominada doutrina do "fruto da árvore venenosa" (fruit of the poisonous tree) dos

norte-americanos, merece, realmente, atenção. Pouco importa se o CPP erige, ou não, à

categoria de nulidade a prova colhida ilicitamente. Como bem diz Véliz Mariconde, o

processo penal cumpre uma dupla função de tutela jurídica: protege o interesse social pelo

império do direito, isto é, pela repressão do delinqüente, e o interesse individual (e também

social) pela liberdade pessoal. (cf. Derecho procesal penal, Buenos Aires, 1982, v.2, cap. III,

n. 5, p. 127). De nada valeria a ação repressiva do Estado, se, para a obtenção dos meios

probatórios, os órgãos agentes do poder público transgredissem aquela "serie mínima de

libertades y garantías que conformam, em conjunto, lo que antes se llamaba seguridad

individual y ahora se menciona como dignidad humana" (Processo Penal, 1992, v. 3, p. 210,

Fernando Da C. T. Filho).

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Partidários desta doutrina, encontram-se hoje os mais ilustres juristas da Nação. Em

julgamento do Supremo Tribunal Federal, de 30/06/93, o Ministro Sepúlveda Pertence

afirmou em seu voto que essa doutrina "é a única capaz de dar eficácia à garantia

constitucional da inadimissibilidade da prova ilícita". Cabe ressaltar, que a esse

entendimento aderiram os Mins. Francisco Rezek, Ilmar Galvão, Marcos Aurélio e Celso de

Mello.

No mesmo sentido se pronunciou o STJ ao apreciar o Recurso Especial de n.º 037566/RS,

do qual foi relator o Ministro Demócrito Reinaldo: In verbis:

"TRIBUTÁRIO. SIGILO BANCÁRIO. QUEBRA COM BASE EM PROCEDIMENTO

ADMINISTRATIVO-FISCAL. IMPOSSIBILIDADE.

sigilo bancário do contribuinte não pode ser quebrado com base em procedimento

administrativo-fiscal, por implicar indevida intromissão na privacidade do cidadão, garantia

esta expressamente amparada pela Constituição Federal (art. 5º. inciso X). ..."

PROCESSO PENAL - AÇÃO PENAL - REQUISIÇÃO PELO MINISTÉRIO PÚBLICO -

TRANCAMENTO - FALTA DE JUSTA CAUSA - 1. Promotor de Justiça pode requisitar

informações e documentos às instituições financeiras destinadas a instruir inquérito policial,

ressalvadas as hipóteses de sigilo. (STJ. Rel. Mins. Costa Lima, 1991, RHC nº. 1290).

No Tribunal Regional Federal - 2ª. Região - já houve pronunciamento a respeito, onde em

Sessão Plenária, por maioria, foi decidido negar provimento ao agravo 94.02.23467-5/ES,

mantendo-se o despacho agravado, in verbis: (Relatora: Desembargadora Federal Julieta

Lídia Luns)

"PROCESSUAL - CONSTITUCIONAL - SIGILO BANCÁRIO - ART. 5º. DA

CONSTITUIÇÃO FEDERAL.

A privacidade do cidadão é direito fundamental e vem assegurado na Constituição Federal

que em seu art. 5º. de forma exaustiva, garante a inviolabilidade dos direitos pertinentes ao

exercício da personalidade, dentre os quais se inclui o patrimônio. E tal regra constitucional,

somente através de autorização judicial se pode afastar.

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Semelhante ao caso "sub examine", houve por parte do Banco Central a quebra do sigilo

Bancário dos Pacientes através de mera resolução administrativa. Ocorre porém, que

indigitado ato administrativo, data venia, trata-se de um afronta a preceito constitucional.

Neste sentido, vale transcrever o relatório do já citado agravo. In verbis:

"Trata-se de quebra de sigilo bancário, através de resolução administrativa, o que, segundo

meu entendimento, afronta preceito constitucional, vez que incluindo-se o sigilo bancário

dentre os direitos assegurados ao cidadão, direito a privacidade, somente por deliberação ou

determinação judicial poderia o Banco Central obter informações necessárias ao exercício de

sua atividade.

Entretanto no caso dos autos, sem qualquer motivação o Banco Central pretendeu a ruptura

do sigilo bancário, o que levou as partes interessadas à cautela judicial, e invertendo-se

circunstâncias, obteve sua mantença quando em verdade poderia o próprio Banco Central

requerer o levantamento do sigilo. É o relatório".

Da percuciente análise dos arts. 12, 16, 18, 27, 39, § 5º., e 47 do CPP extrai-se a refinada

conclusão de que a propositura da ação penal pressupõe a existência de elementos de

convicção sobre o fato e sobre sua autoria. É justamente a falta de existência de elementos

de convicção sobre os fatos que se analisa, pois a nulidade das provas apontadas combinado

a doutrina do "fruto da árvore venenosa", implicará necessariamente no trancamento da ação

penal por força do presene "writ", vez que o referido processo encontra-se sustentado em

tais provas esgrimidas. Admitindo-se a ilegalidade das provas questionadas, admitindo-se

que tratam-se de um não ato, não-prova, ficará evidenciado, "data venia", que falta a

denúncia elemento imprescindível, ou seja, indício probatório, já que, além das provas

bancárias serem, em tese, ilegais, da mesma forma serão, as que dela derivaram.

Partilhando desta opinião, inúmeros os julgados. Devemos demostrar preliminarmente,

como vem se comportando a jurisprudência sobre os meios ilegais de provas e o meio legal

para deter as denúncias que tiveram como "fonte inspiradora" tais elementos. (Habeas Copus

nº. 96.02.20225-4/RJ - Relator: Desembargador Federal Castro Aguiar - Ementa e Relatório

- ps. Por unanimidade foi concedido - In verbis:

"PENAL - HABEAS COPUS - IMPOSTO DE RENDA - APURAÇÃO DE CRÉDITO

TRIBUTÁRIO - PROCESSO FISCAL EM CURSO - CRIME DE SONEGAÇÃO FISCAL

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- LANÇAMENTO ARBITRADO COM BASE EM EXTRATOS OU DEPÓSITOS

BANCÁRIOS.

I - Denúncia oferecida antes do término de processo administrativo fiscal representa

açodamento do Ministério Público. Assim como a Fazenda Nacional não pode ajuizar

execução fiscal, enquanto houver a pendência de recursos na esfera administrativa,

porquanto somente após o julgamento de tais recursos o débito passa a ser inscrito em dívida

ativa, também não pode o Ministério Público, ante disso, propor ação penal, até porque

inexiste ainda ilícito fiscal. Se não há sequer ilícito tributário, muito menos se pode pensar

na existência de ilícito penal.

II - É ilegítimo o lançamento do imposto de renda arbitrado com base apenas em extratos ou

depósitos bancários. (Súmula nº. 182 TFR)

III - A violação de sigilo bancário implica em violação da esfera privada,

constitucionalmente protegida entre os direitos e garantias fundamentais. Essa violação

somente poderá ocorrer com o respeito ao devido processo legal e ao contraditório, ou com

suporte na Lei nº. 4.595/64, hipótese não verificadas.

IV - Ordem de HC concedida." (grifei)

RELATÓRIO - "... Não se justifica, pois, a presente ação penal, nos termos em que foi

proposta, seja pelo não esgotamento da via administrativa, seja por falta de fundamento

legal, já que o imposto considerado sonegado e devido está sendo apontado com base apenas

em extratos e depósitos bancários.

Demais disso, os extratos bancários, como adquiridos, constitui prova ilegalmente obtida e,

como tal, imprestável, gerando, em conseqüência, a pronta nulidade da ação penal. A

violação do sigilo bancário implicou em violação da esfera privada, constitucionalmente

protegida entre os direitos e garantias fundamentais. Essa violação somente poderia ocorrer

com o respeito ao devido processo legal e ao contraditório, ou com suporte na Lei 4.595/94,

hipóteses não verificadas".

EMENTA - TRIBUTÁRIO. SIGILO BANCÁRIO. QUEBRA COM BASE EM MEDIDA

CAUTELAR PENAL REQUERIDA PELO MP. IMPOSSIBILIDADE.

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O sigilo bancário é protegido pelo art. 5º., X e XII, da Constituição Federal.

A violação desse sigilo, admitindo-se possa ocorrer apesar da redação do item XII do art.

5º., só é possível:

1. para aferir fatos específicos e previamente enunciados, e não de forma genérica,

correspondendo a uma verdadeira devassa na vida econômica do contribuinte;

2. no interesse da instrução penal, havendo processo criminal regularmente instaurado;

3. se determinado pela autoridade judiciária competente.

Inexiste o procedimento de "medida cautelar penal", de que se valeu o MPF, para obter a

quebra do sigilo bancário dos impetrantes.Segurança concedida.(Mand. Seg. nº. 05868/RJ -

94.02.16133-3, Rel. Des. Fed. Silvério Cabral)

III- DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer-se a suspensão da ação penal até o julgamento do mérito do presente

"writ", tendo em vista a manifesta afronta aos artigos 5º. inciso X, XII e LVI da Constituição

Federal e artigos 38 da Lei 4595/64 (fumus boni juris) e, ainda, o constrangimento que o

Paciente irá sofrer com o interrogatório marcado para o dia ... de ...., conforme despacho de

fls. .... (periculum in mora),

No mérito, tendo a denúncia sido oferecida com base em provas absolutamente ilegais,

conforme demostrado nas linhas acima, e ainda, considerando a "doutrina do fruto da árvore

venenosa", requer-se, após prestadas as devidas informações pela autoridade coatora, a

concessão da presente ordem para trancar a ação penal por falta de justa causa, haja vista, a

utilização de prova ilícita, tudo na conformidade dos artigos 648, I e do CPP, c/c 5º. X, XII e

LVI e do Pergaminho Constitucional e Lei 4595/64, assim como os fundamentos

doutrinários jurídicos acima narrados.

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Nesses Termos,

Pede Deferimento.

[Local], [dia] de [mês] de [ano].

[Assinatura do Advogado]

[Número de Inscrição na OAB]

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2. Revogação da Prisão Preventiva ou Liberdade Provisória

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ....ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE

.... - DO ESTADO DO ....

AUTOS Nº .....

FULANO DE TAL, brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de .....,

portador (a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º ....., filho (a) de ... e ..., residente e domiciliado

(a) na Rua ....., n.º ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., por intermédio de seu (sua)

advogado(a) e bastante procurador(a) (procuração em anexo - doc. 01), com escritório

profissional sito à Rua ....., nº ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde recebe

notificações e intimações, vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, requerer:

REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA ou LIBERDADE PROVISÓRIA

de ...., que se encontra aproximadamente .... dias recolhido em um cubículo da Delegacia do

....º Distrito Policial da Comarca de ...., à disposição da Justiça, pelos motivos de fato e de

direito aduzidos.

1. Com o procedimento investigatório elaborado pela autoridade policial, ficou evidenciado

que .... não participou do crime que vitimou ...., pois a polícia prendeu ...., deixando-o várias

horas na Delegacia, liberando-o mais tarde e com a prisão preventiva decretada por Vossa

Excelência os policiais do Distrito em questão passaram a procurar .... e esse sabendo dos

fatos, achou por bem se apresentar na Delegacia de Polícia em questão, antes que fosse

novamente preso, conforme está evidenciado no inquérito policial a informação da

apresentação de ....

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2. MM. Juiz, com o interrogatório de ...., no dia .... de .... de ...., perante Vossa Excelência,

ficou evidenciado, que ...., fora assassinado por .... e não por ....

3. Nessas condições, Douto Julgador, não resta dúvida de que o crime de homicídio foi

praticado por ...., aliás esse, contou com detalhes como assassinou .... Dizendo mais, que ....,

não teve nenhuma participação no delito.

4. Assim MM. Juiz, cabe-nos reiterar no que diz respeito à revogação da prisão preventiva

de ...., pois trata-se de um jovem trabalhador, honesto, que não têm antecedentes criminais

conforme já ficou evidenciado nas certidões carreadas aos autos.

Nessas condições, Douto Julgador, esperamos de Vossa Excelência e mesmo do Ilustre

Representante do Ministério Público se necessário for, a mais abalizada apreciação do caso

em questão, por ser de inteira Justiça!

Requer ainda, à juntada aos respectivos autos, a declaração devidamente assinada por ....,

onde diz que ...., é marceneiro e trabalha na firma da pessoa citada.

Nesses Termos,

Pede Deferimento.

[Local], [dia] de [mês] de [ano].

[Assinatura do Advogado]

[Número de Inscrição na OAB]

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3. Apelaçao Criminal

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ..... VARA CRIMINAL DA COMARCA DE

..... - ESTADO DO .....

AUTOS Nº .....

FULANO DE TAL, brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de .....,

portador (a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º ....., filho (a) de .... e ...., residente e domiciliado

(a) na Rua ....., n.º ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., por intermédio de seu (sua)

advogado(a) e bastante procurador(a) (procuração em anexo - doc. 01), com escritório

profissional sito à Rua ....., nº ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde recebe

notificações e intimações, vem mui respeitosamente, nos autos em epígrafe, à presença de

Vossa Excelência, interpor

APELAÇÃO CRIMINAL

contra a r. sentença de fls ....., nos termos que a seguir passa a aduzir, requerendo, para tanto,

que o recurso seja recebido no duplo efeito, determinando-se a sua remessa ao Egrégio

Tribunal de Justiça do Estado de ...., para que dela conheça e profira nova decisão.

Junta comprovação de pagamento de custas recursais.

Nesses Termos,

Pede Deferimento.

[Local], [dia] de [mês] de [ano].

[Assinatura do Advogado]

[Número de Inscrição na OAB]

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EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO ....

ORIGEM: Autos sob n.º .... - ....ª Vara Criminal da Comarca de ....

Apelante: ....

Apelado: ....

Colenda Câmara Criminal

Eméritos julgadores

FULANO DE TAL, brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de .....,

portador (a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º ....., filho (a) de .... e ...., residente e domiciliado

(a) na Rua ....., n.º ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., por intermédio de seu (sua)

advogado(a) e bastante procurador(a) (procuração em anexo - doc. 01), com escritório

profissional sito à Rua ....., nº ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde recebe

notificações e intimações, vem mui respeitosamente, nos autos em epígrafe, à presença de

Vossa Excelência, apresentar

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RAZÕES DE APELAÇÃO

na seguinte forma que passa a aduzir:

O apelante não se conformando com a r. sentença de fls. ...., que o condenou a .... anos de

reclusão e .... dias-multa para cumprimento em regime fechado, vem nesta oportunidade

requerer a reforma da r. sentença.

O apelante foi denunciado pelo representante do Ministério Público, como incurso nas

sanções do artigo 157, § 3º da Lei Penal, porque teria no dia .... de .... de ...., juntamente com

" ......... " e mediante ameaça com arma de ...., deram voz de assalto à vítima e tendo essa

reagido, o acusado teria atirado na vítima, causando-lhe a morte.

Ao ser ouvido às fls. .... verso, na fase inquisitorial, assumiu a autoria, porém em Juízo,

declarou que tal confissão foi obtida mediante coação física.

Em Juízo, sem temor algum, livre de qualquer coação, negou a autoria, dizendo que

confessou na polícia, mediante coação física; que não sabe porque .... o acusou e que soube

que ...., outro elemento morador da vila, teria assumido a autoria do crime.

Vencida a instrução criminal, acreditamos, que não restou provada a autoria.

Das testemunhas ouvidas, nenhuma mencionou o crime.

A esposa da vítima, ouvida às fls. .... dos presentes autos, declarou que:

"Não pode afirmar que tenha sido o réu o autor do crime mas afirma que ele estava naquela

esquina;...

Que a princípio a declarante cuidava que o autor do crime tivesse sido um seu sobrinho;...

Naquela mesma noite, vizinhos comentavam que só podia ser o '....' o autor;..."

...., ouvido às fls. .... verso, declarou que:

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"Não presenciou os fatos; lembra-se que na noite dos fatos, não se recordando a hora, viu

nas proximidades da linha do trem, o acusado mais uns rapazes, inclusive ...., com uma

bicicleta;...

Que lembra-se que .... minutos após mais ou menos, ter visto o acusado na linha do trem,

apareceu a polícia, e todos inclusive o acusado, saíram correndo e o depoente ouviu um

disparo, o que fez com que o depoente também corresse; que não sabe quem foi que efetuou

o disparo;

Que não viu se .... estivesse com uma arma;..."

As testemunhas arroladas pela Defesa e ouvidas às fls. .... e .... verso, foram unânimes em

afirmar que o apelante trabalhou na .... vendendo .... durante a .... toda, que desciam na .... à

.... e voltavam na .... de ....; que não falharam nenhum ....

Portanto, Excelência, não existe no presente caderno penal, elementos probatórios

suficientes e robustos, que induzam a certeza de ter o acusado efetivamente participado do

delito em questão, a amparar um decreto condenatório. Sendo assim, impõe-se a Absolvição,

com fulcro no artigo 386, inciso VI do Código de Processo Penal.

III- DOS PEDIDOS

Por todo o exposto, e por tudo que dos autos constam, a Defesa requer a Vossa Excelência, a

reforma total da r. sentença "a quo", para que seja o apelante Absolvido.

Nesses Termos,

Pede Deferimento.

[Local], [dia] de [mês] de [ano].

[Assinatura do Advogado]

[Número de Inscrição na OAB]

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4. Denúncia Crime

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ..... VARA CRIMINAL DA COMARCA DE

....., ESTADO DO .....

O Representante do Ministério Público, infra-assinado, em exercício neste Juízo por

designação da Egrégia Procuradoria Geral de Justiça, no uso de suas atribuições legais e

com base no incluso inquérito policial registrado sob nº ...../...., vem, respeitosamente à

presença de Vossa Excelência, oferecer

DENÚNCIA

em face de

....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG n.º ..... e

do CPF n.º ....., filho (a) de .... e ...., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º ....., Bairro

....., Cidade ....., Estado ....., pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.

I- DOS FATOS

O denunciado, no dia ....... do mês ......., cerca das ....... horas, acompanhado de duas pessoas,

atacou, em sua residência, na rua ......, n.º ........ e sua mulher ................. e, sob ameaça de

arma de fogo, subtraiu dinheiro, jóias e objetos de valor descritos no laudo de fls. ..

Como a primeira vítima, sem poder sequer esboçar defesa, já despojada de seus bens,

gritasse por socorro, o denunciado, com o revólver que portava, desferiu-lhe violentos

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golpes na cabeça, os quais foram a causa eficiente de sua morte, como consta do auto de

exame de necropsia de fls. .......

II- DO DIREITO

O latrocínio é a forma mais grave dos crimes contra a propriedade. A penalidade, é a do

assassinato, forma mais grave do homicídio.

A característica do latrocínio é a morte. Matar para roubar ou roubar matando, é a figura do

crime.

O denunciado tem maus antecedentes (fl. .......); o crime é considerado hediondo (Lei n.º

8.072, de 25.07.1990, art. 1º).

III- DOS PEDIDOS

Assim agindo, incorreu o denunciado no tipo penal descrito no artigo 157, §3º (2ª parte), do

Código Penal, razão pela qual se oferece a presente denúncia, que requer seja recebida,

citando-se..... para se ver processar, observando-se o procedimento do artigo 394 e seguintes

do Código de Processo Penal, notificando-se os adiante arrolados para serem ouvidos em

Juízo.

Nesses Termos,

Pede Deferimento.

[Local], [dia] de [mês] de [ano].

[Assinatura do Promotor]

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Rol de testemunhas

1) ...., brasileiro (a), filho de ... e ..., residente e domiciliado na Rua..., n.º ...., Bairo ...,

Cidade ..., Estado... .

2) ...., brasileiro (a), filho de ... e ..., residente e domiciliado na Rua..., n.º ...., Bairo ...,

Cidade ..., Estado... .

3) ...., brasileiro (a), filho de ... e ..., residente e domiciliado na Rua..., n.º ...., Bairo ...,

Cidade ..., Estado... .

4) ...., brasileiro (a), filho de ... e ..., residente e domiciliado na Rua..., n.º ...., Bairo ...,

Cidade ..., Estado... .

5) ...., brasileiro (a), filho de ... e ..., residente e domiciliado na Rua..., n.º ...., Bairo ...,

Cidade ..., Estado... .

6) ...., brasileiro (a), filho de ... e ..., residente e domiciliado na Rua..., n.º ...., Bairo ...,

Cidade ..., Estado... .

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5. Pedido de Liberdade Provisória

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ..... VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ..... -

ESTADO DO .....

AUTOS Nº .....

....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG n.º ..... e

do CPF n.º ....., filho (a) de .... e ...., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º ....., Bairro

....., Cidade ....., Estado ....., por intermédio de seu (sua) advogado(a) e bastante

procurador(a) (procuração em anexo - doc. 01), com escritório profissional sito à Rua ....., nº

....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde recebe notificações e intimações, vem, mui

respeitosamente à presença de Vossa Excelência, requerer

PEDIDO DE LIBERDADE PROVISÓRIA

pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.

DOS FATOS

O crime imputado ao Requerente é passível da aplicação da Lei 9.099/95, no seu artigo 89,

com a suspensão condicional do processo, já que preenchidos todos requisitos objetivos e

subjetivos para sua aplicação.

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"A suspensão condicional do processo constitui direito público subjetivo do réu quando

presentes os requisitos legais e, havendo requerimento do acusado no sentido de sua

concessão, caberá ao Juízo competente, com observância do contraditório, aferir sua

admissibilidade, independentemente da concordância do Parquet" (TACRIM-SP. - 14a C. -

Ap. 1.033.901/2 - Rel. Oldemar Azevedo - j. 28.01.97 - RJTacrim 35/235).

Além da 9.099/95, o caso em tela é passível da aplicação da Lei 9.714/98, aplicando-se em

caso de eventual condenação, pena restritiva de direito em substituição a falida pena

restritiva de liberdade.

Apenas para efeito de raciocínio, mesmo que não fosse aplicada a Lei 9.099/95 ou a Lei

9.714/98, ainda assim pela previsibilidade do quantum de pena a ser aplicada neste caso,

poderia o Requerente cumprir a pena em regime aberto, conforme inteligência do artigo 33,

§ 2º "c" do Código Penal já que presentes os pressupostos subjetivos, explicitados no artigo

59 do Código Penal.

Destarte, salta aos olhos a injustiça e o constrangimento que sofre o Requerente. Ainda sob a

égide do princípio da presunção de inocência, está preso em regime fechado, pena aplicada

apenas a criminosos de alta periculosidade, e mesmo que fosse eventualmente condenado

pelo crime que é acusado, livrar-se-ia solto, já que o sistema processual penal prevê para o

caso várias opções supracitadas à pena privativa de liberdade.

Ou seja, encontra-se preso enquanto inocente e seria posto em liberdade no caso de uma

sentença condenatória, traduzindo-se em ululante incoerência sua mantença no cárcere.

O Requerente nega as imputações que sofre no momento, necessitando de sua liberdade para

provar sua total inocência no episódio.

II- DO DIREITO

Trata-se de requerente sem antecedentes criminais, primário, nunca se relacionando com

nenhum tipo de ocorrência policial. Diante de todos essas considerações e ainda,

devidamente instruído este pedido com documentos autenticados do Requerente, eventual

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discordância do douto representante do Ministério Público corroboraria uma injustiça,

paradoxo dos que, como ele, promovem a justiça.

Impossível a decretação de prisão preventiva de réu primário, que não ostenta antecedentes

criminais, possui residência fixa, perpetrou crime desprovido de gravidade em concreto e

está sujeito a receber, ao final, apenação compatível com regime carcerário brando, pois a

prisão processual é medida excepcional, aplicável apenas quando evidente a periculosidade

social do agente e presentes as circunstâncias do art. 312 do CPP. (TACRIM-SP. - 13a C. -

HC 3-1;622 - Rel. Roberto Mortari - j. 4.3.97).

Compromete-se a comparecer a todos os atos processuais.

Segue colacionado, jurisprudência onde verifica-se a concessão de Liberdade Provisória até

para crimes considerados de grave potencial ofensivo, diante da falta dos requisitos para a

prisão preventiva.

CONSTRANGIMENTO ILEGAL - Liberdade provisória - Denegação a preso em flagrante

por roubo, primário e de bons antecedentes - Indivíduo com residência fixa, exercendo

função lícita - Hipótese em que não cabe a prisão preventiva - "Habeas corpus" concedido -

Inteligência do art. 310, parágrafo único, do CPP (TACrimSP - Ement.) RT 575/398

CONSTRANGIMENTO ILEGAL - Liberdade provisória - Despacho que a denega a preso

em flagrante - Falta de fundamentação - Nulidade - Recurso de "habeas corpus" provido -

Inteligência do art. 310, parágrafo único, do CPP (STF) RT 557/402

CONSTRANGIMENTO ILEGAL - Pedido de arbitramento de fiança não examinado pelo

juiz - Delito que entretanto, a admite - Acusado primário e de bons antecedentes - "Habeas

corpus" concedido (TJMS - Ement.) RT 576/436

"HABEAS CORPUS" - Concessão - Liberdade provisória concedida a preso em flagrante

por crime de roubo - Hipótese em que não se faz mister a prisão preventiva - Menor com

residência fixa, profissão definida, primário e com bons antecedentes - Voto vencido -

Inteligência dos arts. 310, parágrafo único, e 312 do CPP (TACrimSP - Ement.) RT 565/343

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LIBERDADE PROVISÓRIA - Benefício concedido a preso em flagrante por delito de

roubo - Manutenção - Requisitos da prisão cautelar ausentes na espécie - Inteligência dos

arts. 310 e 312 do CPP, com a redação da Lei 6.416/77 (TACrimSP - Ement.) RT 557/350

LIBERDADE PROVISÓRIA - Benefício denegado a réu acusado de homicídio, primário,

com profissão e residência fixas - Inadmissibilidade - Constrangimento ilegal configurado -

Irrelevância do fato de exercer ele atividade policial - "Habeas corpus" concedido -

Inteligência do art. 310, parágrafo único, do CPP RT 573/343

LIBERDADE PROVISÓRIA - Benefício negado a acusado de estupro tentado, primário e

de bons antecedentes, com profissão definida e residência fixa - Constrangimento ilegal

caracterizado - Réu que responde a processo por crime de igual natureza - Irrelevância -

Hipótese em que não cabe, entretanto, a prisão preventiva - "Habeas corpus" concedido -

Inteligência do art. 310, parágrafo único, do CPP RT 565/287

LIBERDADE PROVISÓRIA - Benefício negado a acusado pronunciado por duplo

homicídio - Periculosidade inferida da gravidade do delito - Inadmissibilidade - Bons

antecedentes, primariedade, emprego e residência fixos demonstrados - Constrangimento

ilegal caracterizado - "Habeas corpus" concedido - Inteligência do art. 408, § 2º, do CPP RT

568/255

LIBERDADE PROVISÓRIA - Benefício negado a preso em flagrante por delito de roubo -

Hipótese em que não ocorre qualquer das circunstâncias referidas no art. 312 do CPP -

Constrangimento ilegal caracterizado - Concessão de "habeas corpus" - Inteligência dos 310,

parágrafo único, e 594 do CPP (TACrimSP) RT 565/317.

LIBERDADE PROVISÓRIA - Benefício negado a réu primário e sem antecedentes

criminais - Indivíduo preso em flagrante por atentado violento ao pudor praticado contra

criança - Hipótese em que não se faz necessária, entretanto, a prisão preventiva -

Constrangimento ilegal caracterizado - "Habeas corpus" concedido - Inteligência do art. 310,

parágrafo único, do CPP e da Lei 6.416/77 (Ement.) RT 564/329

LIBERDADE PROVISÓRIA - Concessão - Indiciado primário e de bons antecedentes -

Admissibilidade - Hipótese em que não cabe a prisão preventiva - Inteligência do art. 310,

parágrafo único, do CPP e da Lei 6.416/77 (STF) RT 561/410

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LIBERDADE PROVISÓRIA - Concessão - Inexistência nos autos de elementos que

convençam da necessidade da manutenção da prisão preventiva - Inteligência do art. 310,

parágrafo único, do CPP (TJSC) RT 560/359

LIBERDADE PROVISÓRIA - Concessão a preso em flagrante - Acusado primário, de bons

antecedentes, com residência fixa e aposentado por invalidez - Circunstâncias que impedem

a prisão preventiva - "Periculum in mora" inexistente na espécie - Distinção, outrossim,

entre prisão-captura e prisão-custódia - "Habeas corpus" deferido - Inteligência dos arts.

310, parágrafo único, e 312 do CPP (TACrimSP) RT 576/378

LIBERDADE PROVISÓRIA - Concessão a preso em flagrante por crime de roubo -

Hipótese em que não se faz mister a prisão preventiva - Menor com residência fixa,

profissão definida, primário e com bons antecedentes - "Habeas corpus" concedido - Voto

vencido - Inteligência dos arts. 310, parágrafo único, e 312 do CPP (TACrimSP - Ement.)

RT 565/343

LIBERDADE PROVISÓRIA - Concessão a preso em flagrante por crime de roubo -

Hipótese que não comporta prisão preventiva - Detenção do indicado que não se mostra

necessária para assegurar a aplicação da lei penal, para a conveniência da instrução criminal

ou para garantir a ordem pública - Indivíduo com residência fixa e profissão definida -

"Habeas corpus" deferido - Inteligência do art. 310, parágrafo único, do CPP (TACrimSP -

Ement.) RT 559/359

LIBERDADE PROVISÓRIA - Concessão a preso em flagrante por grave delito - Acusado

primário, possuidor de bons antecedentes, casado e com atividade profissional lícita -

Hipótese que não autoriza a prisão preventiva - "Habeas corpus" concedido -- Inteligência

dos arts. 310, parágrafo único, e 312 do CPP (TACrimSP) RT 562/329.

LIBERDADE PROVISÓRIA - Concessão a réu preso em flagrante por homicídio -

Hipótese em que desnecessária era a prisão preventiva - Indivíduo idoso, de bons

antecedentes e com residência fixa no distrito da culpa - Decisão mantida - Inteligência do

art. 310, parágrafo único, do CPP, com a redação da Lei 6.416/77 (Ement.) RT 575/366

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LIBERDADE PROVISÓRIA - Denegação a acusado de delitos punidos com detenção -

Inadmissibilidade - Hipótese que não comporta a prisão preventiva - Direito ao benefício -

Constrangimento ilegal caracterizado - "Habeas corpus" concedido - Inteligência do art. 310,

parágrafo único, do CPP (TACrimSP) RT 568/293

LIBERDADE PROVISÓRIA - Denegação a homicida - Réu primário e de bons

antecedentes - Inadmissibilidade - Irrelevância do fato de existir prova da materialidade do

crime e indícios suficientes da autoria - Hipótese em que descabe a prisão preventiva -

Constrangimento ilegal configurado - "Habeas corpus" concedido - Inteligência do art. 310,

parágrafo único, do CPP (Ement.) RT 572/326

LIBERDADE PROVISÓRIA - Denegação a preso em flagrante por roubo, primário e de

bons antecedentes - Constrangimento ilegal configurado - Indivíduo com residência fixa,

exercendo função lícita - Hipótese em que não cabe a prisão preventiva - "Habeas corpus"

concedido - Inteligência do art. 310, parágrafo único, do CPP (TACrimSP - Ement.) RT

575/398

LIBERDADE PROVISÓRIA - Denegação a preso em flagrante sob pretexto de ser o auto

formalmente perfeito e estarem cumpridos os prazos legais - Inadmissibilidade - Hipótese

em que não se faz necessária a prisão preventiva - Constrangimento ilegal caracterizado -

"Habeas corpus" deferido - Inteligência do art. 310, parágrafo único, do CPP (TACrimSP)

RT 559/334

LIBERDADE PROVISÓRIA - Direito de recorrer em liberdade da sentença condenatória -

Acusado que nesse estado se encontrava anteriormente à sua prolação - Primariedade

reconhecida na decisão e pena fixada no mínimo legal - Inquérito policial contra aquele -

Irrelevância - "Habeas corpus" concedido - Inteligência do art. 594 do CPP e da Lei

5.941/73 (TACrimSP - Ement.) RT 574/377

LIBERDADE PROVISÓRIA - Direito de recorrer em liberdade negado a condenado por

crime de roubo a cinco anos e quatro meses de reclusão - Primariedade e bons antecedentes,

entretanto, reconhecidos na sentença - Constrangimento ilegal caracterizado - "Habeas

corpus" concedido - Declaração de voto - Inteligência do art. 594 do CPP (TACrimSP) RT

577/358

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LIBERDADE PROVISÓRIA - Direito de recorrer em liberdade negado a condenado por

estelionato - Indivíduo primário e de bons antecedentes - Periculosidade não demonstrada -

Constrangimento ilegal - Concessão de "habeas corpus" - Inteligência do art. 594 do CPP e

da Lei 5.941/73 (TACrimSP - Ement.) RT 568/314

PRISÃO EM FLAGRANTE - Crime de roubo - Liberdade provisória - Concessão -

Hipótese que não comporta prisão preventiva - Detenção do indiciado que não se mostra

necessária para assegurar a aplicação da lei penal, para a conveniência da instrução criminal

ou para garantir a ordem pública - Indivíduo com residência fixa e profissão definida -

"Habeas corpus deferido" - Inteligência do art. 310, parágrafo único, do CPP (TACrimSP -

Ement.) RT 559/359

PRISÃO EM FLAGRANTE - Indiciado primário e de bons antecedentes - Hipótese em que

não cabe a prisão preventiva - Concessão de liberdade provisória - Admissibilidade -

Inteligência do art. 310, parágrafo único, do CPP e da Lei 6.416/77 (STF) RT 561/410

PRISÃO EM FLAGRANTE - Liberdade provisória denegada a preso em flagrante sob

pretexto de ser o auto formalmente perfeito e estarem cumpridos os prazos legais -

Inadmissibilidade - Hipótese em que não se faz necessária a prisão preventiva -

Constrangimento ilegal caracterizado - "Habeas corpus" deferido - Inteligência do art. 310,

parágrafo único, do CPP (TACrimSP) RT 559/334

PRISÃO EM FLAGRANTE - Roubo - Benefício da liberdade provisória negado ao preso -

Hipótese em que não ocorre qualquer das circunstâncias referidas no art. 312 do CPP -

Constrangimento ilegal caracterizado - Concessão de "habeas corpus" - Inteligência dos arts.

310, parágrafo único, e 594 do CPP (TACrimSP) RT 565/317.

PRISÃO EM FLAGRANTE - Roubo - Requisitos da prisão cautelar ausentes na espécie -

Liberdade provisória concedida - Inteligência dos arts. 310 e 312 do CPP, com a redação da

Lei 6.416/77 (TACrimSP - Ement.) RT 557/350

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III- DOS PEDIDOS

Isto posto, é a presente para, respeitosamente, requerer a Vossa Excelência, depois de

ouvido o douto membro do Ministério Público, que se digne a conceder os benefícios da

liberdade provisória vinculada, mandando expedir a seu favor o competente e necessário

alvará de soltura, perfazendo-se assim, mais uma vez, obra de intrépida, imparcial e serena

Justiça.

Nesses Termos,

Pede Deferimento.

[Local], [dia] de [mês] de [ano].

[Assinatura do Advogado]

[Número de Inscrição na OAB]

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5. Recurso Especial

EXMO. SR. DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE

JUSTIÇA DO ESTADO DO ....

Autos n.º ....

FULANO DE TAL, brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de .....,

portador (a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º ....., filho (a) de .... e ...., residente e domiciliado

(a) na Rua ....., n.º ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., por intermédio de seu (sua)

advogado(a) e bastante procurador(a) (procuração em anexo - doc. 01), com escritório

profissional sito à Rua ....., nº ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde recebe

notificações e intimações, vem, mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência, nos

autos da Apelação Criminal em epígrafe, com fundamento no art. 105, III, alíneas "a" e "c"

da Constituição Federal c/c arts. 26 e ss. da Lei nº 8.038/90 e art. 225 do RISTJ, interpor

RECURSO ESPECIAL

por não se conformar com o v. Acórdão de fls. ...., o qual nega vigência ao artigo 44 do

Código Penal, com redação alterada pela Lei 9.714/98.

Requer que após o processamento regular do Recurso, dê-se vistas à Procuradoria Geral de

Justiça e, após o devido Juízo de admissibilidade, admitido, com a subseqüente remessa dos

autos ao Colendo Superior Tribunal de Justiça, para a devida apreciação, na conformidade

das razões em anexo.

Nesses Termos,

Pede Deferimento.

[Local], [dia] de [mês] de [ano].

[Assinatura do Advogado]

[Número de Inscrição na OAB]

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EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Ação originária : autos nº .....

Recorrente: .....

Recorrido: .....

Colenda Turma

Nobres Julgadores

....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG n.º ..... e

do CPF n.º ....., filho (a) de .... e ...., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º ....., Bairro

....., Cidade ....., Estado ....., por intermédio de seu (sua) advogado(a) e bastante

procurador(a) (procuração em anexo - doc. 01), com escritório profissional sito à Rua ....., nº

....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde recebe notificações e intimações, vem, mui

respeitosamente à presença de Vossa Excelência, nos autos da Apelação Criminal nº .......,

com fundamento no art. 105, III, alíneas "a" e "c" da Constituição Federal c/c arts. 26 e ss.

da Lei nº 8.038/90 e art. 225 do RISTJ, apresentar

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RAZÕES DE RECURSO ESPECIAL

I- PRELIMINARMENTE

DA TEMPESTIVIDADE E ADMISSIBILIDADE DO RECURSO ESPECIAL

O recorrente foi intimado do v. acórdão em 23.02.2000 - quarta-feira -, encerrando-se o

prazo legal no dia 09 de março corrente, data em que protocolizada tempestivamente, a

irresignação. O recurso especial impugna pronunciamento de Corte local proferido em

última instância, do qual não cabe mais recurso ordinário, e porquanto unânime o

desprovimento da apelação, descabe Embargos Infringentes e de nulidade.

O presente Recurso fundamenta-se no artigo 105, alíneas "a" e "c" da Constituição Federal.

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal não só deixou de aplicar a Lei 9.714/98 que alterou

o artigo 44 do Código Penal, como também, através da sua Primeira Turma Criminal,

divergiu da interpretação jurisprudencial dada pela Sexta Turma do Colendo Superior

Tribunal de Justiça. O tema em debate ventila questão estritamente jurídica e

exaustivamente prequestionada a tempo e modo.

II- DOS FATOS

Na ....ª Vara de Entorpecentes e Contravenções Penais do .............., o peticionário foi

denunciado pelo Douto Órgão do Ministério Público como incurso nas sanções do artigo 12,

"caput" da Lei 6.368/76 por ter sido preso em flagrante em poder de frascos de lança-

perfume.

O processo teve tramitação rápida e, não obstante assumir os fatos que lhe foram imputados,

alegando dependência física e psíquica da maconha, o recorrente foi condenado a uma pena

de 03 (três) anos de reclusão e 50 (cinqüenta) dias-multa.

Nas razões de apelação o recorrente argüiu, em preliminar, a nulidade do processo por

incompetência do Juízo Estadual, sustentando tratar-se, a comercialização de lança-perfume,

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de delito de contrabando e não de substância entorpecente. Requereu a redução da pena pelo

reconhecimento da causa de diminuição da pena - art. 19, parágrafo único, da Lei 6368/76.

Pleiteou a substituição da pena privativa de liberdade pela restritiva de direitos, de acordo

com o artigo 44 e incisos do Código Penal, com nova redação dada pela Lei 9.714/98 - Lei

das Penas Alternativas.

III- DO DIREITO

O Tribunal de Justiça do ..............., através da sua ........... Turma Criminal, negou, à

unanimidade, provimento ao apelo, mantendo as penas fixadas na Instância a quo, cuja

ementa a seguir transcreve, verbis:

"PENAL E PROCESSUAL PENAL - TRÁFICO DE DROGA - PRELIMINAR DE

INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO - REJEIÇÃO - SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA

DE LIBERDADE PELA RESTRITIVA DE DIREITOS - CRIME HEDIONDO -

IMPOSSIBILIDADE - MANUTENÇÃO DA PENA "-

O cloreto de etila, conhecido como "lança-perfume", está elencado pela Secretaria de

Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde como substância entorpecente.

Portanto ao ser apreendido na residência e no veículo utilizado pelo recorrente, há incidência

no tipo do art. 12 da Lei 6368/76 e não no delito de contrabando. A competência para o

processo e julgamento é da justiça estadual, já que se divisa, em tese, tráfico interno de

entorpecentes. -

"Estando o delito praticado pelo acusado relacionado no rol dos crimes hediondos, em cuja

lei se preceitua que o regime de cumprimento da reprimenda será o integralmente fechado,

não há que se falar em penas alternativas. - Não restando demonstrado no exame

toxicológico a semi-imputabilidade do réu, descabe a redução penalógica. - Recurso

improvido. Unânime." (grifo nosso)

Convém desde já tornar inequívoca a situação de que o recorrente preenche os requisitos

objetivos e subjetivos da substituição da pena, haja vista que o Juízo monocrático, ao

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proferir a sentença condenatória, nos termos do artigo 2º, parágrafo 2º, da Lei 8.072/90 - Lei

dos Crimes Hediondos -, reconheceu que o recorrente "pelas suas condições pessoais e pela

sua não periculosidade, faz jus ao direito de apelar, caso queira, da presente sentença, em

liberdade."

O Juízo monocrático constatou o baixo grau de culpabilidade, os bons antecedentes, a

conduta social digna de crédito e a personalidade não voltada ao crime do recorrente, bem

como os motivos e as circunstâncias do crime concedendo o benefício de apelar em

liberdade.

Ressalte-se, por oportuno, que, à época do crime o recorrente tinha menos de 21 anos, e não

era, nem é, reincidente em qualquer outro crime, bem como não praticou o crime em questão

mediante violência ou grave ameaça. Atualmente, encontra-se em liberdade, com emprego e

profissão definida. Em grau de apelação, os Magistrados da Instância Recursal, também

reconheceram que "o pleito de substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva

de direitos, conforme permissivo do art. 44 do CP, ampliado pela Lei 9714/98, tem amparo,

em tese, nas condições objetivas e subjetivas ostentadas pelo recorrente".

Não obstante isso, o acórdão recorrido, permissa venia confundindo regime da pena na fase

executiva com substituição da pena antes de sua execução, entenderam que "no caso em

apreciação, todavia, não obstante sejam de todo favoráveis ao réu as condições objetivas e

subjetivas, não há que se cogitar em sanção substitutiva, cumprindo-se considerar a

gravidade fática do comportamento do acusado, considerado hediondo, não se podendo

minimizar a potencialidade lesiva de sua conduta.

Assim dá-se pelo prevalecimento da lei especial que expressamente alude ao regime

integralmente fechado de cumprimento de pena corporal, contrapondo-se e tornando

inaplicável qualquer apenamento alternativo na espécie".

NEGATIVA DE VIGÊNCIA À LEI Nº 9.714/98. O v. aresto, data maxima venia, deixou de

aplicar a Lei 9.714, de 25 de novembro de 1998, que alterou o dispositivo do artigo 44 do

Código Penal, que prevê a conversão da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos,

quando se impunha, senão vejamos: Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e

substituem as privativas de liberdade, quando: I - aplicada pena privativa de liberdade não

superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa

ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo; II - o réu não for reincidente

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em crime doloso; III - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade

do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição

seja suficiente.

§ 1º (VETADO)

§ 2º Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou por

uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser

substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos.

§ 3º Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em face

de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se

tenha operado em virtude da prática do mesmo crime.

§ 4º A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer o

descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de

liberdade a executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos,

respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão.

§ 5º Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da

execução penal decidirá sobre a conversão, "podendo deixar de aplicá-la se for possível ao

condenado cumprir a pena substitutiva anterior."

Todavia tal entendimento do Eg. Tribunal de Justiça do ........... entra em aberto conflito com

a doutrina a respeito da matéria. O próprio Relator do aresto recorrido, Desembargador

........................, em seu voto, trouxe à colação a lúcida lição de Damásio de Jesus e Luiz

Flávio Gomes, autor de Penas e Medidas Alternativas à Prisão (Ed. RT, 1ª ed., 1999), o qual,

discorrendo sobre a aplicabilidade das penas alternativas aos crimes hediondos, assim

assevera:

"Não resta a menor dúvida de que em tese, pela pena aplicada, cabe a substituição da pena

de prisão nos denominados crimes hediondos, tal como é o caso, por exemplo, do delito de

tráfico de drogas, falsificação de alimentos, tentativa de falsificação de remédios, etc. (...)

Dizer, no entanto, que, pela pena aplicada (concreta), haja possibilidade de substituição não

significa que o juiz deva procedê-la em todos os casos: além do requisito objetivo da pena

(que não pode ser superior a quatro anos), urge o exame criterioso dos demais requisitos

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legais (subjetivos). (...) O "regime" fechado determinado pela lei dos crimes hediondos

somente é válido para a fase de execução da pena de prisão. Se o juiz entende que a pena

imposta deve ser substituída por outra sanção alternativa, não se chega à execução da pena

de prisão (isto é, não se chega à sua fase executiva). Logo, não é o caso de se aplicar a regra

do "regime" fechado. Só se pode falar em "regime" na fase de execução da pena de prisão."

(pág. 111/113)

E prossegue em seu voto, citando o mesmo autor (Boletim do IBCCrim, n. 83, p. 8): "Por

força do art. 12 do CP, as regras gerais do Código aplicam-se às leis especiais, salvo quando

essas dispõem de modo contrário.

Nem a Lei de Tóxicos, nem a Lei dos Crimes Hediondos proíbe expressamente as penas

substitutivas. Não existe nenhuma disposição em sentido contrário. Logo, são aplicáveis as

regras gerais do CP."O enfoque doutrinário transcrito é, sem dúvidas, o correto. Em se

tratando de norma penal, a interpretação de seu texto é obrigatoriamente restritiva".

É um princípio hermenêutico por demais conhecido.

Dada a natureza das sações do direito penal, que atingem predominantemente a liberdade

humana (penas de prisão), e sendo a liberdade um bem inviolável segundo o caput, do artigo

5º, da Constituição Federal, a sua privação ou restrição só se justificam excepcionalmente

para a salvaguarda de valores de interesse fundamental ao convívio social.

Daí deriva a necessidade de limitar a intervenção penal. É, pois, o princípio da novatio legis

in mellius da incidência da lei nova mais favorável ao sujeito, que, por oposição lógica, nos

leva ao princípio da obrigatoriedade da interpretação restritiva da norma penal agravadora da

situação do sujeito. Consectário dessa premissa é, portanto, na presente espécie, a exigência

de interpretação restritiva do texto da Lei 8.072/90, que equiparou, aos crimes considerados

hediondos, o tráfico de entorpecentes.

E se na Lei dos Crimes Hediondos consta, numerus clausus, o rol dos benefícios aos quais

estão impedidos de obter e não fazem jus os condenados pela prática de crimes hediondos e

os a estes assemelhados (tortura, tráfico de entorpecentes e terrorismo), é evidente que o

legislador pretendeu restringir somente aqueles benefícios, e não todos indiscriminadamente.

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Prevê o artigo 2º, da Lei nº 8.072/90, restringindo numerus clausus somente os seguintes

benefícios: "Art. 2º. Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de

entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de: I. anistia, graça e indulto; II.

fiança e liberdade provisória. § 1º. A pena por crime previsto neste artigo será cumprida

integralmente em regime fechado.

"Nesse sentido é o entendimento do grande clássico da ciência penal brasileira, o saudoso

Nelson Hungria. E desse Eminente criminalista colacionamos a seguinte lição":

"O que vale dizer: a lei penal deve ser interpretada restritivamente quando prejudicial ao réu,

e extensivamente no caso contrário. Mas, insista-se: quando resulta inútil qualquer processo

de interpretação do texto legal. Somente in re dubia se justifica ou se impõe a inteligência da

lei no sentido mais favorável ao réu, segundo antiga advertência: in dubia benigniorem

interpretario nem sequi non munus, justum est quam tutius". (in Comentário ao Código

Penal, vol. 1, Tomo 1, 6a. Edição, pág. 94)

É certo, pois, que face a lição dos Mestres referidos se impõe a interpretação restritivas das

palavras contidas na Lei nº 8.072/90, verificando-se não resultar qualquer conflito com a

conversão da pena privativa de liberdade pela restritiva de direitos, prevista no art. 44 do CP,

com redação nova dada pela Lei nº 9.714/98.

Enfatize-se que o presente apelo especial objetiva o saber se a Lei nº 9.714/98 - Lei das

Penas Alternativas - se aplica ou não ao crime de tráfico de entorpecentes que, equiparado

aos crimes hediondos, impede a concessão de alguns benefícios - anistia, graça, indulto,

fiança e liberdade provisória e progressão em regime prisional. É uma quaestio juris.

Destarte, postula-se o recebimento do presente Recurso Especial porque claramente

configurada a hipótese legal da alínea "a", do inciso III, do artigo 105, da Constituição

Federal.

O recorrente foi condenado à uma pena de 03 (três) anos de reclusão e 50 (cinqüenta) dias-

multa por tráfico de lança-perfume. Na manutenção da fixação da pena - no mínimo legal -,

o Desembargador Relator ................. assim a fundamentou:

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"A dosimetria da pena está correta e foi fixada no mínimo legal, não havendo como reduzir-

se aquém do mínimo a reprimenda, nem mesmo substituir por outra restritiva de direito pois

os crimes considerados hediondos ficam de fora de qualquer benefício legal.

"Por sua vez, o Desembargador Relator ............., negou a substituição das penas aos

seguintes argumentos:

"no caso em apreciação, todavia, não obstante sejam de todo favoráveis ao réu as condições

objetivas e subjetivas, não há que se cogitar em sanção substitutiva, cumprindo-se considerar

a gravidade fática do comportamento do acusado, considerado hediondo, não se podendo

minimizar a potencialidade lesiva de sua conduta.

Assim dá-se pelo prevalecimento da lei especial que expressamente alude ao regime

integralmente fechado de cumprimento de pena corporal, contrapondo-se e tornando

inaplicável qualquer apenamento alternativo na espécie". (grifos nossos)Para demonstração

do dissídio jurisprudencial colacionas dois Arestos da Colenda Sexta Turma do Superior

Tribunal de Justiça, ambos relatados pelo Ministro Vicente Leal, relativos a Habeas Corpus

nº 10.04 e o Recurso Especial nº 60.046 que desde já, requer suas juntadas, conforme docs.

em anexo.

As ementas dos Arestos relatados pelo Ministro Vicente Leal, respectivamente, dizem:

"PENAL. TRÁFICO DE ENTORPECENTES. CONDENAÇÃO. PENA PRIVATIVA DE

LIBERDADE. PRETENSÃO DE SUBSTITUIÇÃO POR PENA ALTERNATIVA. LEI Nº

9.714/98. INCIDÊNCIA. HABEAS-CORPUS. - A lei nº 9.714/98, que deu nova redação

aos artigos 43 a 47 do Código Penal, introduziu entre nós o sistema de substituição de pena

privativa de liberdade por penas restritivas de direitos, e por ser mais benigna, tem aplicação

retroativa, nos termos do art. 2º, parágrafo único, do Estatuto Penal, e do art. 5º, XL, da

Constituição.

- Embora inexistente o direito subjetivo à substituição da pena privativa de liberdade por

outra restritiva de direitos, é de rigor que a recusa à concessão do benefício seja sobejamente

fundamentada, com exame das condições objetivas e subjetivas que indiquem a

impropriedade do deferimento. - Habeas-corpus concedido." (STJ, HC 10.049/RO, Sexta

Turma, DJ 06.12.99) "CONSTITUCIONAL. PENAL. EXECUÇÃO PENAL. REGIME

PRISIONAL. PROGRESSÃO DE REGIME. CRIMES HEDIONDOS. LEI Nº 8.072/90,

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ART. 1º, § 2º. LEI Nº 9.455/97, ART. 1º, § 7º. LEX MITIOR. INCIDÊNCIA. PENA

ALTERNATIVA. LEI Nº 9.714/98. -

É dogma fundamental em Direito Penal a incidência retroativa da lex mitior, encontrando-se

hoje entronizado em nossa Carta Magna, ao dispor que a "a lei penal não retroagirá, salvo

para beneficiar o réu" (art. 5º, XL) -

Embora inexistente o direito subjetivo à substituição da pena privativa de liberdade por outra

restritiva de direitos, é de rigor que a recusa à concessão do benefício seja sobejamente

fundamentada, com exame das condições objetivas e subjetivas que indiquem a

impropriedade do deferimento. - Habeas-corpus concedido, de ofício. - Recurso especial

prejudicado". (STJ, REsp 60.046/SP, Sexta Turma, DJ 06.09.99)

E no corpo dos Acórdãos paradigmas, respectivamente, se sustenta: "... No caso, o paciente

foi condenado a quatro anos de reclusão, por tráfico de entorpecentes, enquadrando-se,

portanto, na hipótese do art. 43, do Código Penal, com a nova redação que lhe conferiu a Lei

nº 9.714/98. É certo que inexiste o direito subjetivo do réu à substituição da pena privativa

de liberdade por restritiva de direitos".

Todavia, é de rigor que a recusa à concessão do benefício seja sobejamente fundamentada,

com exame das condições objetivas e subjetivas que indiquem a impropriedade do

deferimento do pedido..." "... Todavia, a questão perde relevânciaà luz do novo modelo

introduzida pela Lei no. 9.714/98, pois é de rigor o exame da possibilidade de substituição

da pena detentiva por quaisquer das penas restritivas de direito. Impõ-se a observância do

art. 44, do Código Penal, na redação que lhe foi conferida pela citada Lei nº 9.714/98.

Tal diploma, por ser norma mais benigna, deve incidir sobre os fatos pretéritos, alcançando

os processos em qualquer fase ou grau de jurisdição, inclusive após o trânsito em julgado da

sentença condenatória.

Embora não seja o réu titular do direito subjetivo de obter substituição da pena privativa de

liberdade por outra restritiva de direitos, é de rigor o exame das condições objetivas que a

concessão ou não do benefício legal.

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E na hipótese de recusa, deve o Juiz decidir de modo fundamentado. No caso, encontram-se

presentes as condições objetivas para a ocncessão do benefício, devendo as condições

subjetivas serem apreciadas pelo Juiz de Primeiro Grau..."Em ambos os casos os acusados

foram condenados pela prática do crime de tráfico de entorpecentes, cujas penas não

excederam os quatro anos".

Outrossim, se atendem as exigências regimentais, com relação aos referidos acórdãos.

Noticia-se que as ementas dos acórdãos paradigmas invocados da Sexta Turma, foram

publicadas no Diário da Justiça da União, de 06.09.99 e 06.12.99, respectivamente,

juntando, neste momento xerox de seus inteiros teores. Destarte, por se tratar de matéria

prequestionada e por estar devidamente evidenciada e demonstrada a divergência

jurisprudencial, e por satisfeitas as demais exigências regimentais se impõe a admissão do

presente recurso especial, com fundamento na alínea "c", do inciso III, do artigo 105, da

Constituição Federal.

III- DOS PEDIDOS

Em face do exposto, provada a negativa de vigência da legislação federal - Lei 9.714/98 -, e

do dissídio interpretativo com os acórdãos paradigmas, requer o recorrente haja por bem

receber e dar seguimento ao presente RECURSO ESPECIAL, fundado no artigo 105, inciso

III, alíneas "a" e "c" da Constituição Federal. Postula-se, outrossim, que a Colenda Turma do

Superior Tribunal de Justiça conheça e dê provimento ao presente Recurso Especial para

que, reformando o acórdão recorrido, admita a aplicação da Lei nº 9.714/98 - Lei da Penas

Alternativas - conceda o benefício da substituição da pena privativa de liberdade pela

restritiva de direitos no crime de tráfico praticado pelo recorrente.

Nesses Termos,

Pede Deferimento.

[Local], [dia] de [mês] de [ano].

[Assinatura do Advogado]

[Número de Inscrição na OAB]

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7. Inquérito Policial

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ..... VARA CRIMINAL DA COMARCA DE

..... - ESTADO DO .....

Flagrante: ....

Indiciada: ......

Art. 33, "caput" da Lei 11.343/06

Os autos desse inquérito policial retratam o pior no âmbito da justiça criminal, o mais

repugnante e odioso comportamento que não pode encontrar espaço dentro de um Estado

Democrático de Direito, qual seja: o famigerado flagrante forjado.

Doravante, terei cautela e desconfiança diante de todos os pedidos de busca e apreensão

fruto, não de investigação, mas sim de denúncia anônima. Denúncia anônima não é para que

a polícia, sem uma investigação confirmatória, adentre, protegida com o manto da justiça, na

residência de pessoas e faça busca e apreensão. Na verdade, a busca e apreensão, por se

tratar de medida cautelar, deve ser realizada dentro dos estritos limites do art. 243 do CPP,

in verbis:

Art. 243. O mandado de busca deverá:

I - indicar, o mais precisamente possível, a casa em que será realizada a diligência e o nome

do respectivo proprietário ou morador; ou, no caso de busca pessoal, o nome da pessoa que

terá de sofrê-la ou os sinais que a identifiquem;

II - mencionar o motivo e os fins da diligência;

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III - ser subscrito pelo escrivão e assinado pela autoridade que o fizer expedir (sem grifos no

original).

Pois bem. O que se fez? Iludiram a justiça que, em sua boa fé e visando a amparar a ação da

polícia, expediu o referido mandado para que, alguém, satisfizesse seus interesses pessoais

de vingança, ódio e rancor contra a Sra. Lucrecia que, agora, tem a pecha de traficante nessa

cidade.

Nenhum traficante, mesmo que neófito, deixaria na varanda de sua casa, do lado de fora,

226 g. de maconha. O próprio cheiro da referida substância denunciaria seu proprietário. E o

mais curioso: a polícia foi direto na varanda apreender a droga, ou seja, a denúncia anônima

não poderia ser mais precisa, embora anônima. Parece que partiu de quem conhecia bem a

casa da indiciada.

Cidade pequena tem uma boa característica: todos se conhecem e sabem dos defeitos e

virtudes um do outro, e, no caso em tela, a Sra.......... é pessoa conhecida da cidade e todas

sabem que com entorpecentes ela nunca mexeu.

Não podemos fechar os olhos para uma realidade: a indiciada foi vítima de um flagrante

forjado. E quem vai reparar o mal que ela sofreu? O Estado? Não. Sabemos que todos irão

tirar as costas da responsabilidade, porém a análise dos autos vai nos permitir chegar a uma

conclusão. A investigação não pode parar, pois afinal de contas a materialidade é

indiscutível e cristalina. Alguém, que ainda não sabemos quem, colocou a maconha na

residência da indiciada e, no mínimo, se não tivermos também um crime de abuso de

autoridade, teremos um crime de tráfico de entorpecentes. Razão pela qual, deve esta

investigação prosseguir.

Vamos a análise dos autos.

1º. Uma denúncia anônima, sem confirmação de sua veracidade, autorizou a polícia a

requerer pela expedição de mandado de busca e apreensão na residência da indiciada.

Mandado expedido e cumprido e a droga localizada.

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2º. Surge uma controvérsia: um automóvel marca ...... que se encontrava em poder da

indiciada. O automóvel foi comprado pela indiciada no dia .... de ...... de ..... do senhor ........

(cf. fls. 39) e, curiosa e intrigantemente, o mesmo senhor ....... vendeu, posteriormente, para

o ex-companheiro da indiciada, senhor ..........., o mesmo automóvel (cf. fls. 41) na data de

......

Como pode um automóvel ser vendido duas vezes pelo mesmo proprietário sem que o bem

tenha voltado para suas mãos?

3º. Com quem está o automóvel? Com o ex-companheiro da indiciada (........). Como ele

conseguiu ficar com o automóvel? Com a ajuda da polícia. Veja que no dia ...... ele deu uma

procuração para ..... (fls. 43) que é filho de ........ (fls. 45) que, por sua vez, esta é irmã de

....... que é quem mora com o ex-companheiro da indiciada (Sr. .......), segundo informações

oficiosas. No mesmo dia......... a polícia apreendeu o automóvel (fls. 35) e no dia posterior

(......), a polícia entregou o automóvel ao Sr. ........ (fls. 36). Tudo "a Jato", de forma

eficiente. E o pior: a indiciada dirigia o referido automóvel sem habilitação, porém não foi

autuada em flagrante delito. Por que?

Porque a intenção não era o exercício legítimo da função policial de atividade judiciária,

mas sim satisfazer os interesses pessoais do ex-companheiro da indiciada que queria ficar

com o automóvel que, segundo consta dos autos, pertencia a ela (indiciada). Ou seja, a

esfera criminal (delegacia de polícia) serviu como um grande escritório de advocacia privada

para defender os interesses patrimoniais do casal, mas em favor do ex-companheiro, Sr.

.......que, inclusive, registre-se: é irmão de um dos melhores comandantes que o ..... de .......

já teve: Cel. .......... a quem credito uma das maiores gestões à frente daquele Batalhão,

homem de conduta ilibada com o qual tive excelente relacionamento profissional, enquanto

a frente do X BPM.

4º. Há uma fita entregue neste juízo e encaminhada ao MP para comprovação de ameaças de

morte não só a indiciada ......., mas como também a um jovem de nome ......... que, dizem,

seria namorado da indiciada. Na fita há, inicialmente, três vozes: uma que, em tese, seria da

indiciada ........ que, inclusive, foi quem juntou a fita a esses autos, e a outra seria, em tese,

do seu ex-companheiro, Sr. ............... Há uma terceira voz que seria de um amigo do Sr. .....

que não foi identificada. Curiosa e independentemente de perícia técnica que deve ser feita,

a voz imputada ao Sr. ......... faz menção a retirar da indiciada seu automóvel, sua casa e tudo

o mais que possui que, se for verdade, configura crime de ameaça corroborando a história da

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apreensão do automóvel, porém uma pergunta fica no ar: será que foi com a conivência da

polícia?

Se foi, os autos desse inquérito correm o risco de não ter uma apuração isenta e cristalina.

Motivo pelo qual, diante dos últimos entendimentos jurisprudenciais, deve tal investigação

ser feita pelo Ministério Público.

Veja-se a propósito entendimento do STJ, in verbis:

MP. PROCEDIMENTO INVESTIGATÓRIO. POLICIAIS.

A Turma denegou a ordem de habeas corpus com o entendimento de que, em se tratando de

procedimento com o fito de apurar fatos reputados delituosos e cuja autoria é atribuída a

integrante da organização policial, cuja atividade é controlada externamente pelo Ministério

Público, em tese não existirá antinomia para que o Parquet promova a investigação.

Ressalte-se que, mesmo no caso de eventual irregularidade por invasão das atribuições da

Polícia Judiciária pelo Ministério Público, ainda assim em nada estaria afetada a ação penal

porque objeto de apuração de delito cometido por agente de autoridade policial. Precedentes

citados do STF: RHC 66.428-PR, DJ 2/9/1988, e RE 205.473-9-AL, DJ 19/3/1999. RHC

10.947-SP, Rel. Min. Fernando Gonçalves, julgado em 19/2/2002 (sem grifos no original).

Súmula 234 do STJ

Ementa

A participação de membro do Ministério Público na fase investigatória criminal não acarreta

o seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia (sem grifos no original).

Diante do exposto, requer o Ministério Público:

a) Remessa da fita, em anexo, à perícia técnica do Instituto Criminalística .......... do ........... e

não de .......... para transcrição da mesma e exame de comprovação de voz devendo a

indiciada, Sra. .........., ser chamada para dizer a quem pertencem às vozes contidas na

mesma, porém deverá fazê-lo no gabinete desta Promotoria de Justiça e não na unidade

policial, e, se quiser, acompanhada de advogado ou do Defensor Público em exercício neste

juízo, razão pela qual requeiro que a mesma seja intimada, no endereço situado na rua 10,

CASA 20, a comparecer no dia ....... de ........l próximo vindouro, às ........ h.

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b) Oitiva do Senhor ........... devendo o mesmo ser intimado na rua......., casa......, bairro

........, nesta comarca, para comparecer nesta Promotoria de Justiça no dia ..... de .......

próximo vindouro, às ..... h. para prestar declarações nos autos desse inquérito policial.

c) Oitiva do Senhor ......... residente à rua .... nº ....... para comparecer nesta Promotoria de

Justiça no dia...... de ..... próximo vindouro às ....... h. para prestar declarações nos autos

desse inquérito policial.

d) Oitiva, nesse gabinete, do ........., lotado no ........, e residente em um imóvel no andar de

cima ao da indiciada (rua 10), porém deverá ser requisitada sua apresentação ao Comandante

do ........ para aqui comparecer no dia .... de .....l do corrente ano às ....... h. para prestar

declarações nos autos desse inquérito policial.

e) Ofício ao ICCE solicitando imediata remessa do laudo definitivo da substância

entorpecente a este juízo e juntada aos autos.

f) Ofício ao Delegado titular da ..... DP a fim de que informe qual a razão pela qual deixou

de lavrar o flagrante em relação à ausência de habilitação da indiciada quando da apreensão

do automóvel de fls. 35 e 36 que, inclusive, deverão ser enviadas (as fls. 35 e 36) à aquela

autoridade policial.

g) Ofício ao comandante do DPO local comunicando-lhe que todo e qualquer pedido de

busca e apreensão deverá ser lastreado em investigação preliminar que corrobore a

famigerada denúncia anônima, sob pena de inviabilizarmos o direito constitucional da

inviolabilidade do domicílio (Art. 5º, XI). Denúncia anônima não pode autorizar, por si só,

uma investida no domicílio alheio sem que haja comprovação do que se informou. Do

contrário, de nada valeria a garantia constitucional da inviolabilidade do domicílio, pois

haveria sempre uma denúncia anônima para lastrear o abuso que foi o que foi feito nesses

autos.

f) ARQUIVAMENTO SUBJETIVO dos autos desse inquérito com relação a indiciada ........,

porém a continuidade das investigações com relação ao fato, em tese, denominado tráfico de

entorpecentes, pois não há a menor dúvida quanto a materialidade do mesmo, bem como,

aos crimes de falsificação e estelionato que por ventura tenham sido praticados na compra e

venda do referido automóvel, tudo em conformidade com o art. 28 do CPP.

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desse modo deve a indiciada ter seu nome retirado dos livros e registros desse juízo, do IFP

e da delegacia de polícia que deverá ser informada do arquivamento subjetivo dos autos,

porém o prosseguimento das investigações quanto aos fatos mencionados.

Requeiro ainda ciência à indiciada e aos seus patronos desse arquivamento, se deferido, para

adoção das medidas e providências que entenderem cabíveis.

Por último, requerer que esses autos não saiam desse juízo para a delegacia de policia, até

que fique tudo apurado como deve ser com total transparência, devendo tramitar entre

Ministério Público e o juízo, ressaltando, desde já, que nenhuma medida de restrição aos

direitos e garantias individuais será adotada sem autorização judicial, e, muito menos,

cerceados os direitos dos advogados de terem acesso a esses autos como lhes autoriza o

Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil.

Investigação criminal direta pelo Ministério Público não significa cerceamento aos direitos e

garantias individuais da pessoa investigada, muito menos limitação ao exercício dos direitos

da advocacia, mas simplesmente a necessidade de se apurar de forma cristalina e isenta de

qualquer sentimento que não o de justiça os fatos objeto de apuração.

Nesses Termos,

Pede Deferimento.

[Local], [dia] de [mês] de [ano].

[Assinatura]

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8. Queixa-crime

EXMO. SR. DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO

ESTADO ....

..., ...., ...., ...., .... e .... (qualificações), atualmente ocupantes de cargos de ...., com

endereço na Comarca de ...., na Rua .... nº .... através de seu advogado e procurador, inscrito

na OAB sob o nº ...., com escritório profissional nesta Comarca na Rua .... nº...., que esta

subscreve, vem, respeitosamente a presença de Vossa Excelência, oferecer

QUEIXA-CRIME

em face de

Sr. .... (qualificação), com endereço profissional, na Rua .... nº ...., nesta Comarca, fazendo-o

com base no art. 40, incisos I, letra "c", da Lei nº 5.250, de 09 de fevereiro de 1967, pelos

atos praticados, exclusivamente, pela sua pessoa e a seguir expostos, caracterizadores dos

crimes previstos nos arts. 21 e 22 do citado diploma legal, combinado com os arts. 29 e 69,

do Código Penal.

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I- DOS FATOS

Os ora querelantes, na qualidade de Diretores da ...., foram alvo de ofensas perpetradas pelo

querelado o qual, agindo com a vontade de ofender a honra, pois chegou ao cúmulo de

chamar os repórteres, tornando público, fatos que atingem, diretamente as suas honras

pessoais, os seus decoros e os seus prestígios perante a sociedade, com a nítida intenção de

ofender a honra dos ora queixosos, além de obter lucros políticos, com fins eleitoreiros,

concedeu entrevista levada diretamente ao ar, em data de .... de .... de .... e .... de .... de ....,

aquele pela ...., da Cidade de ...., no .... e este, na rádio ...., da Cidade de ...., na Rua .... nº ....,

no ...., oportunidade em que utilizou, ao se dirigir de viva voz e imagem, as pessoas dos

querelantes, termos e palavras de cunho altamente ofensivos a honra, especialmente, quando

afirmou: '... porque a Telepar é uma ...., se transformou num verdadeiro sindicato do crime

(...) Os crimes vão desde desvios de verbas da .... que era dinheiro arrecadado pela Telepar e

desviado criminosamente no interesse do .... da .... e de outros seus parceiros da diretoria

como também de fora da diretoria, até também contas fantasmas, fraudes em licitações,

ameaças, incêndio de carros de pessoas que denunciaram, ameaças ao Delegado do ....º

Distrito Policial, em fim um conjunto de delitos e crimes contra a administração pública

federal extremamente graves (...) do .... da Telepar que é um criminoso e que não pode

comandar uma companhia da posição estratégia da Telepar. "(Entrevista prestada na ...., de

....)"... sobre as atividades desenvolvidas pelo .... da Telepar Dr. ...., como também por

demais diretores e terceiros interessados no saque e na roubalheira que se instalou na

Telepar (...) Aliás o Dr. ...., está acostumado a proceder a base de desmandos com

perseguições e violências contra funcionários, bem como contra cidadãos e agora contra este

parlamentar que denuncia as falcatruas havidas na sua gestão a frente da Telecomunicações

do .... (...) Temos a frente da Telepar o .... e seus .... (...) delinqüências generalizadas nos atos

praticados pela Telepar (...) estes fenômenos, estas estranhas coincidências e a corrupção

generalizada instalada na Telepar (...) Transformação da Telepar em instrumento de

corrupção e locupletamento e enriquecimento ilícito ... "(Entrevista prestada à ...., de ....).

Naturalmente, que tais palavras e termos proferidos pelo querelado, caracterizam os crimes

previstos nos articulados 21 e 22, da Lei de Imprensa, combinado com o art. 69, do Código

Penal, estando, às condutas devidamente tipificadas, pois presente o dolo, bem como não

restando dúvidas da intenção de ofender com fins e objetivos meramente políticos.

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A competência para conhecer, julgar e processar o feito é desta Corte de Justiça, em razão

do querelado estar, provisoriamente, ocupando uma cadeira de deputado Estadual, eis que é

suplente, "ex-vi", art. 101, inciso VII, letra "a", combinado com o ..............grafo 4º do art.

57, da Constituição Estadual do ...............

Requer-se, também, em razão da chamada imunidade parlamentar, seja o presente de pronto,

submetido à Assembléia Legislativa, a fim de ser concedida a indispensável licença para o

prosseguimento do "persecutio criminis", "ex-vi", do ..............grafo 1º do artigo 57, da

Constituição do Estado do ...............

Destacamos, para Vossa Excelência, que no presente caso, inexiste, qualquer excludente de

crime aplicável, eis que não se faz presente nenhuma das hipóteses previstas do art. 27, da

Lei de Imprensa, já que as notícias foram realizadas com a intenção de ofender a honra dos

querelantes, visando difamar e injuriar, expondo-os e procurando desmerecê-los, perante o

público e a sociedade, pois como membros da diretoria da Telepar, foram ofendidos.

Aliás, salienta-se que, todo o excesso, merece ser punido, principalmente, quando presente o

"animus diffamandi vel injuriandi".

"In casu", no episódio objeto da presente persecução criminal, patente restou a intenção do

querelado em ofender, tendo para tanto, cometidos excessos inaceitáveis e caracterizadores

das condutas de difamação e de injúria.

Vale salientar que o bem atingido, ou seja, a honra de uma pessoa é, sem dúvida, seu maior

tesouro, o seu castelo, que não pode ser abalado, chamuscado, chafurdado na lama, sem que

o responsável seja exemplarmente punido.

Observamos ainda que o dolo com que agiu o querelado foi intenso, pois as suas atitudes

foram praticadas com o objetivo sórdido de denegrir e macular a honra alheia, merecendo,

portanto, exemplar admoestação, pois a responsabilidade torna-se de maior gravidade, por

ser o primeiro, apesar de ocupar um cargo eletivo, busca denegrir e ofender, visando, obter

lucros na futura campanha ao legislativo.

Vê-se, portanto, que a punição ao querelado, impõe-se como a melhor forma de direito,

restando a honra do querelante, além de se coibir os excessos praticados.

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II- DO DIREITO

Quanto ao cabimento do presente "persecutio criminis", não resta qualquer dúvida, em razão

das expressões citadas pelo querelado, as quais são altamente ofensivas a honra, implicando

na responsabilidade do querelado, como entrevistado.

Também ainda, têm-se como caracterizadas as condutas típicas da difamação e injúria, uma

vez que as insinuações e os próprios termos utilizados pelo entrevistado atingiram

diretamente a reputação, o decoro, a dignidade, bem como vilipendiando a honra dos

querelantes, sendo certa a possibilidade da persecução criminal.

Todavia para que dúvidas não ocorram, transcrevemos algumas lições doutrinárias e

jurisprudências dos Tribunais Pátrios, quanto a caracterização das condutas mencionadas e

aplicáveis a matéria, "verbis":

"É a manifestação por qualquer meio, de um conceito ou pensamento que importe o ultraje,

menoscabo ou vilipêndio contra alguém." (in Nelson Hungria, Com. ao Cod. Pen., Ed. 1995,

vol. VI, pg.85)

"A ação consiste no fato de imputar a outrem fato ofensivo à sua reputação. O objeto da

tutela é a reputação, isto é, a estima que a pessoa goza perante a sociedade em razão das

qualidades morais, arte ou profissão, que em escala gradativa seria menos que o renome e

fama." (cf. Maggiore Derecho Penal, 1955, vol. IV, pg.402.)

"A conduta pode consistir em gestos, palavras, escritos, enfim, qualquer meio idôneo para

ofender a reputação da pessoa. Trata-se de honra em sentido externo ou objetivo." (in Álvaro

Mayrink da Costa, Direito Penal, 3ª Edição, vol. II, tomo I, pg. 400)

E prossegue o festejado autor, quanto a injúria:

"A conduta consiste em ofender a dignidade ou o decoro de alguém. Os fatos não necessitam

ser precisos ou determinados.

Assim, a dignidade se refere às qualidade essenciais e o decoro às extrínsecas." (idem,

pg.409)

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Também, o Tribunal de Alçada do .............. quanto aos excessos praticados pelos leiloeiros

da honra alheia, decidiu:

"O exercício do direito de crítica aos exercentes de função pública não escapa à noção geral

do abuso de direito." (in PJ 30/244)

Também o Excelso Pretório, quanto a matéria teve oportunidade de decidir:

"Omissis ...

Animus jocandi vel narrandi incomprovado. Igualmente não demonstraram os pacientes -

jornalistas - a notoriedade dos fatos que veicularam, nem divulgação anterior pela imprensa.

Injúria caracterizada ao revelarem-se fatos íntimos do ofendido compondo-lhe perfil capaz

de ferir-lhe o decoro e rebaixar-lhe o conceito perante a sociedade." (in JSTF, 124/337, Lex)

Verifica-se, "in casu", presentes todos os elementos tipificadores e caracterizadores dos

crimes de difamação e injúria, sendo certo que o querelado, agira com dolo, procurando

difamar e injuriar a honra dos querelantes, estando presente o "fumus boni juris", como

pertencentes a diretoria da ....

Neste sentido, aliás, o Supremo Tribunal Federal, já se manifestou, "verbis":

"Omissis ...

Injúria: sujeito passivo: a alusão insultosa e não individualizada aos integrantes de um

colegiado de poucos membros a todos ofende. Omissis ... (in JSTF 138/228.)

Vê-se, portanto, como certa a possibilidade da proposição da presente queixa-crime.

Quanto à responsabilidade do entrevistado, convém, lembrarmos que não resta qualquer

dúvida, conforme entendimento pacífico na jurisprudência pátria, "verbis":

"Ementa: Crime de Imprensa. Entrevista Jornalística.

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Configura crime de imprensa, em tese, a ofensa à honra em entrevista para qual o próprio

paciente convocou os profissionais da comunicação. Recurso de habeas corpus desprovido."

(in JSTF 93/357, Lex)

"Ementa: - Habeas Corpus. Crime de imprensa. Responsabilidade. Entrevista.

Conquanto a Lei de Imprensa tenha contemplado uma ordem sucessiva da responsabilidade

para os chamados delitos de imprensa, não são alheios a ela aqueles que, na qualidade de

entrevistados, profiram conceitos ou emitam opiniões atentatórios à honra ou à boa fama de

outrem. Reconhecia a autenticidade da entrevista, a responsabilidade pelo que nela se

contém é de quem o concedeu e não do jornalista que a reproduziu.

Recurso de habeas corpus desprovido." (in JSTF 95/349, Lex)

"Consoante o artigo 12 da Lei de Imprensa, estão sujeitos ao regime da mesma aqueles que,

através dos meios de informação e divulgação, praticarem abusos no exercício da liberdade

de manifestação do pensamento e informação." (in RT 575/441, STF)

Não resta, conforme a posição do Supremo Tribunal Federal, qualquer dúvida quanto à

responsabilidade do entrevistado.

Destaca-se, finalmente, que pelos termos da entrevista está claro e evidente a intenção do

querelado de ofender a honra dos querelantes, agindo com dolo, uma vez que a investida

contra a diretoria da ...., da qual todos são membros, deveu-se a uma retaliação política, com

a finalidade de obter lucros eleitoreiros, não havendo qualquer preocupação com a honra

alheia, impondo-se o "persecutio criminis" ora apresentado.

Vê-se, portanto, como certa a possibilidade da proposição da presente queixa-crime.

Quanto a materialidade, não há o que se discutir, já que as .... fitas apresentadas com a

presente, especialmente, a fita de vídeo e a magnética, contêm a gravação total e completa

de ambas as entrevistas, concedidas pelo querelado, estando, portanto, devidamente

materializados os crimes.

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Aliás, observamos que, afora a prova apresentada das fitas com a gravação das entrevistas,

as quais deverão ser submetidas a perícia, com as suas degravações, também, admite-se a

demonstração da materialidade do crime, através de provas indiretas.

Veja-se que, "in casu", até as chamadas provas indiretas são desnecessárias, uma vez que,

em ambas as entrevistas, várias foram as vezes em que o entrevistado é interpretado pelo seu

próprio nome, além do que, existe a sua imagem, bradando a viva voz, as suas assertivas

altamente ofensivas.

III- DOS PEDIDOS

Nessas condições, D. e A. a presente, diante dos fatos narrados, sendo certa a prática das

condutas de difamação e injúria, requer a citação dos querelados, "ex-vi", do ..............grafo

1º do artigo 43, da Lei nº 5.250, de 1967, para apresentar sua defesa prévia, e, após se ver

processar, sob pena de revelia, até final condenação, arrolando as testemunhas abaixo, uma

vez que trata-se de matéria devidamente comprovada pelas .... fitas em ...., de tudo ouvido o

ilustre Procurador Geral da Justiça, por ser de direito e de Justiça.

Nesses Termos,

Pede Deferimento.

[Local], [dia] de [mês] de [ano].

[Assinatura do Advogado]

[Número de Inscrição na OAB]

Rol de testemunhas (qualificá-las)