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Universidade Estadual Paulista – campus Guaratinguetá Mestrado em Engenharia Civil e Ambiental P P L L A A N N O O D D E E R R E E C C U U P P E E R R A A Ç Ç Ã Ã O O D D E E Á Á R R E E A A S S D D E E G G R R A A D D A A D D A A S S P P R R A A D D F F a a z z e e n n d d a a F F r r e e i i G G a a l l v v ã ã o o R R i i b b e e i i r r ã ã o o G G u u a a r r a a t t i i n n g g u u e e t t á á G G u u a a r r a a t t i i n n g g u u e e t t á á / / S S P P Alunos: Bruno Pavanelli Zanella Mariana Cassiano Ferreira Priscyla Freire Tais Pereira Oliveira Profº: Alexandre Marco da Silva Dezembro de 2009

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 Universidade Estadual Paulista – campus Guaratinguetá Mestrado em Engenharia Civil e Ambiental          

 

  

 

 

 

 

PPLLAANNOO  DDEE  RREECCUUPPEERRAAÇÇÃÃOO  DDEE  ÁÁRREEAASS  DDEEGGRRAADDAADDAASS  ‐‐  PPRRAADD  

      

FFaazzeennddaa  FFrreeii  GGaallvvããoo  ––  RRiibbeeiirrããoo  GGuuaarraattiinngguueettáá  ––  GGuuaarraattiinngguueettáá//SSPP  

    

  

Alunos:                     Bruno Pavanelli Zanella Mariana Cassiano Ferreira 

Priscyla Freire  Tais Pereira Oliveira 

             Profº:                     Alexandre Marco da Silva 

  

Dezembro de 2009 

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Universidade Estadual Paulista – campus Guaratinguetá Mestrado em Engenharia Civil e Ambiental

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1. INTRODUÇÃO

Apesar do meio ambiente ser entendido hoje como o conjunto dos recursos naturais e suas inter-relações com os seres vivos, é comum verificar que este conceito seja associado apenas ao “verde” da paisagem, à natureza ou à vida, isto de certa forma tem deixado de considerar os recursos hídricos e das questões relativas à poluição do ar, relegando muitas vezes, a um segundo plano, o meio ambiente urbano, que nada mais é que um ecossistema criado pelo homem e que muitas vezes esquecemos que somos parte integrante e ativa do meio ambiente em que vivemos. Só para se ter uma idéia, apena recentemente, foram incluídos nos princípios ambientais da Constituição Federal brasileira de 1988, o princípio do Direito Ambiental como sendo um bem coletivo (BARBOSA, 2006).

Uma série de instrumentos legais, a começar pela Constituição Federal, regula as atividades potencialmente poluidoras, ditando normas e procedimentos para que as operações transcorram dentro de condições de controle. O artigo 225 da Constituição, também conhecido como Capítulo do Meio Ambiente, estabelece que "Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-la e preservá-la para as presentes e futuras gerações".

Podemos definir degradação como “as modificações impostas pela sociedade aos ecossistemas naturais, alterando (degradando) as suas características físicas, químicas e biológicas, comprometendo, assim, a qualidade de vida dos seres humanos.”

A recuperação de ecossistemas degradados é uma atividade antiga, no entanto, até recentemente, ela se caracterizava como uma atividade sem concepções teóricas, sendo executada normalmente como uma prática de plantio de mudas, com objetivos muito específicos. Só recentemente a recuperação de áreas degradadas adquiriu o caráter de uma área de conhecimento, sendo denominada por alguns autores como Restauração Ecológica.

Atualmente, a restauração florestal em propriedades rurais tem se concentrado principalmente no ambiente ciliar (APP’s), pois nas microbacias hidrográficas as matas ciliares desempenham importante papel ambiental ao proteger o sistema hídrico.

As matas ciliares fornecem matéria orgânica para as teias alimentares dos rios, troncos e galhos que criam microhábitats dentro dos cursos d’água e protegem espécies da flora e fauna. Essas áreas, uma vez preservadas ou recuperadas, ao longo de todos os cursos d’água, desempenhariam também um papel de corredores ecológicos, interligando a grande maioria dos fragmentos florestais ainda existentes.

A vegetação tem papel importante na estabilidade do solo. O manto florístico amortece o impacto das chuvas, regularizando e reduzindo o escoamento superficial e aumentando o tempo disponível para absorção da água pelo subsolo. A vegetação impede, assim, a ação direta das águas pluviais sobre o manto de alteração, reduzindo o impacto no solo, e a velocidade do escoamento superficial, contribuindo para evitar a instalação de processos de instabilidade.

A importância de revegetar das áreas degradadas é evita o surgimento de processos erosivos, de instabilidade das barreiras, reduz os assoreamentos das linhas de drenagem natural e evitando o aumento da turbidez e redução da qualidade das águas dos rios.

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A recuperação de áreas degradadas deve ser fundamentada em algumas preocupações principais:

• Estabelecer as ações de recuperação, sempre atentando para o potencial de auto-recuperação ainda existente nas próprias áreas degradadas, ou que possam ser fornecidas pelos ecossistemas do entorno, aspectos definidos pelo histórico de degradação da área degradada e pelas características do seu entorno.

• Devem resultar na reconstrução de uma floresta com elevada diversidade, garantindo assim a perpetuação dessas iniciativas e, portanto, a restauração da diversidade regional.

• Todas as ações devem ser planejadas de forma a se constituir num programa ambiental da respectiva propriedade agrícola, incorporando o componente ambiental na estrutura de decisão dessas propriedades, inibindo assim que outras as ações de degradação venham a surgir.

1.1. Justificativa

Este plano se destina a orientar e especificar as ações que devem ser planejadas, projetadas e realizadas para recuperar a mata ciliar cujas características originais sofreram alterações. A utilização da recuperação agroflorestal é uma medida que tem como objetivo a melhoria do meio biótico, compreendendo a manutenção das especificidades da flora e fauna locais, estabelecendo conexões entre habitats. O sistema agroflorestal sucessional vem se evidenciando como uma eminente prática agroecológica. As áreas manejadas com práticas convencionais em monoculturas que normalmente geram impactos degenerativos nos ecossistemas, neste modelo de Sistema Agroflorestal (SAF), tornam-se áreas reflorestadas com alimentos em agroecossistemas que recompõem a biodiversidade local, geram progressiva autonomia para produção, consumo e renda do agricultor, propiciando assim, sustentabilidade alimentar, saúde e qualidade ambiental. 1.2. Objetivos e Metas

• Objetivo de recompor a mata ciliar natural e, assim, devolver ao local o equilíbrio dos processos ambientais ali atuantes anteriormente.

• Fortalecer a capacidade de auto-gestão do produtor local;

• Gerar e implementar políticas de Conservação e Desenvolvimento no nível regional;

• Gerar e promover a utilização de metodologias e tecnologias apropriadas para a recuperação de áreas degradadas e a gestão dos recursos naturais.

• Qualificar a capacidade técnica local no manejo e uso dos recursos naturais.

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2. CARACTERIZAÇÃO DA BACIA

2.1. Localização da bacia do Ribeirão Guaratinguetá

A bacia hidrográfica do Ribeirão Guaratinguetá localiza-se no Município de Guaratinguetá (Figura 1), Estado de São Paulo, na região do Vale do Paraíba do Sul, entre as serras do Mar e da Mantiqueira.

Figura 1 – Localização da Bacia do Ribeirão Guaratinguetá no Município de

Guaratinguetá.

Essa bacia possui 163,49 km², limitando-se apenas pelos municípios de Campos

do Jordão e Pindamonhangaba. O Ribeirão Guaratinguetá é um dos principais afluentes do Rio Paraíba do Sul e situa-se em sua margem esquerda.

O Município de Guaratinguetá possui 751 km² e limita-se com os seguintes municípios (Figura 2):

• Limite norte: Campos do Jordão (SP), Piquete (SP) e Delfim Moreira (MG);

• Limite sul: Cunha (SP) e Lagoinha (SP);

• Limite leste: Lorena (SP);

• Limite oeste: Pindamonhangaba (SP), Potim (SP) e Aparecida (SP).

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Figura 2 – O Município de Guaratinguetá (SP) e seus limítrofes.

O povoado de Guaratinguetá foi fundado no ano de 1630, com a construção de uma capela. Em 1651, esse povoado passou a ser denominado Vila de Santo Antônio de Guaratinguetá, que em Tupi-Guarani significa abundância de garças brancas. Essa vila era uma das mais importantes do Vale do Paraíba e foi elevada à categoria de cidade em 1844, na época do apogeu da cafeicultura na região.

No século XX, novos padrões econômicos começaram a ser estabelecidos no município, dentre eles, a indústria, o comércio e a pecuária.

O município tornou-se um pólo educacional a partir da década de 50, com a instalação da Escola de Especialistas de Aeronáutica e da Universidade Estadual Paulista, entre outras instituições.

2.2. Diagnóstico Ambiental da Bacia do Ribeirão Guaratinguetá 2.2.1. CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E BIÓTICAS

Características como o clima, a pedologia, geomorfologia, geologia, hidrografia,

vegetação e fauna da bacia do Riberião Guaratinguetá serão descritas a seguir.

CLIMATOLOGIA

A Bacia do Ribeirão Guaratinguetá situa-se entre 527 metros de altitude, próxima à foz

do Ribeirão Guaratinguetá, e 2.007 metros, na área da nascente do Ribeirão do Sino (Serra da

Mantiqueira). Devido aos fatores como, altas altitudes e depressões intermontanas, ocorre

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uma variação climática significativa na bacia, com temperaturas mais elevadas na porção mais

à sudeste, acrescida da problemática da urbanização, e temperaturas mais baixas na região da

Serra da Mantiqueira, devido às altas altitudes.

A precipitação anual total na Bacia do Ribeirão Guaratinguetá é de, aproximadamente,

1.262mm, sendo a temperatura média de 22º C. A temperatura média das máximas registrada

é de 35º C e a temperatura média das mínimas registrada é de 3,9º C. O déficit e o excedente

hídrico são de, aproximadamente, 78,8 mm e 326,6 mm, respectivamente.

PEDOLOGIA

A Bacia do Ribeirão Guaratinguetá é composta por três tipos principais de solos, os

Argissolos Vermelho-Amarelos, os Gleissolos Melânicos e os Latossolos Vermelho-Amarelos.

Os Argissolos são solos constituídos por material mineral, horizonte B textural com

argila de baixa atividade. Na Bacia do Ribeirão Guaratinguetá há a ocorrência de Argissolos

Vermelho-Amarelos distróficos e eutróficos, onde as classes (fases) de relevo são forte

onduladas (superfície topográfica movimentada) a montanhoso (superfície topográfica

vigorosa).

Os Gleissolos são solos hidromórficos constituídos por material mineral. Estes solos

são quase que pemanentemente saturados por água.

Os Latossolos são solos constituídos por material mineral de estágio intempérico

avançados e normalmente, muito profundos.

GEOMORFOLOGIA

A Bacia do Ribeirão Guaratinguetá é composta por áreas baixas e/ou planas, nas

margens dos rios, que são periodicamente sujeitas às inundações, bem como interflúvios

extensos e aplainados, vales abertos e vertentes ravinadas com perfis convexos e retilíneos.

A região da Bacia do Ribeirão Guaratinguetá é formada por rampas e aclives de

terrenos (escarpas) da Serra da Mantiqueira.

Os pontos mais altos da Bacia Hidrográfica do Ribeirão Guaratinguetá localizam-se na

Serra da Mantiqueira e possuem de 2.005 a 2.007 metros de altitude. Os vales, por sua vez,

apresentam grande quantidade de aluviões. Na região, observa-se a ocorrência tanto de

aluviões recentes (no leito maior dos rios) quanto antigos (nos terraços escalonados dos rios).

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GEOLOGIA

A Bacia do Ribeirão Guaratinguetá está inserida no Complexo Cristalino, que circunda a

Bacia de Taubaté.

O Complexo Cristalino é constituído pelas rochas mais antigas da superfície da Terra,

datada do Arqueano (Na escala de tempo geológico, o Arqueano ou Arcaico é o éon que está

compreendido entre 3,85 bilhões de anos e 2,5 bilhões de anos atrás, aproximadamente).

Na região da Bacia do Ribeirão Guaratinguetá pode-se encontrar:

• Areia: grãos predominantemente de quartzo resultantes da desagregação das rochas;

• Arenito: rocha sedimentar resultante da cimentação de grãos de areia;

• Argila: silicato hidratado de alumínio;

• Argilito: rocha formada pela compactação de argilas;

• Cascalho: seixos;

• Gnaisse: rocha cristalofiliana composta por quartzo, feldspato e mica, orientados;

• Granito: rocha composta por quartzo, feldspato e mica;

• Marga: rocha composta por calcário e argila;

• Migmatito: rocha formada pela atuação do metamorfismo regional em maciços graníticos;

• Paragnaisse: rocha cristalofiliana formada pelo metamorfismo de sedimentos;

• Quartzito: rocha metamórfica formada por grãos de quartzo.

HIDROGRAFIA

O Rio Paraíba do Sul possui, aproximadamente, 55.500 km², englobando os estados de

Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.

O Ribeirão Guaratinguetá está inserido na Bacia do Rio Paraíba do Sul e é um de seus

principais afluentes (da margem esquerda).

O Ribeirão Guaratinguetá possui 163,49 km² e está totalmente inserido no Município

de Guaratinguetá (Figura 3). Sua nascente principal localiza-se a, aproximadamente, 745

metros de altitude, na Serra da Mantiqueira, e seus dados de vazão são:

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Figura 3 – Hidrografia da Bacia do Ribeirão Guaratinguetá.

• Vazão específica (Qesp): 21,9 L/s.km;

• Vazão média (Qmédia): 3.605,7 L/s;

• Vazão mínima de 7 dias, com período de retorno de 10 anos (Q7,10): 1.199,0 L/s.

Dentre os principais afluentes do Ribeirão Guaratinguetá está:

• Ribeirão Guameral (Gomeral) ou Pirutinga;

• Ribeirão do Sino;

• Ribeirão do Taquaral ou do Peixe.

Todos esses afluentes têm suas nascentes localizadas na Serra da Mantiqueira e

situam-se na margem esquerda do Ribeirão Guaratinguetá.

VEGETAÇÃO

A Bacia do Ribeirão Guaratinguetá apresenta cobertura vegetal variada, condicionada

por fatores, como, relevo e clima. Ela possui as seguintes formações vegetais:

• Floresta Ombrófila Densa: a vegetação é densa durante todo o ano. Corresponde aos

remanescentes da Mata Atlântica;

• Floresta Estacional Semidecidual: formação sujeita à estacionalidade climática tropical

(estação seca e estação chuvosa);

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• Mata de Várzea: formação característica de planícies fluviais. Ocorre em áreas alagadas e solos

hidromórficos;

• Campo de Altitude: formação composta de gramíneas com pequenas formações arbustivas

que ocorrem em altitudes superiores a 1.500 metros. Corresponde à área da Serra da

Mantiqueira;

• Capoeira: formação em estágios médio e avançado de regeneração.

• Vegetação Arbórea Natural: que inclui as formações do tipo Floresta Estacional Semidecidual e

Floresta Ombrófila Densa;

• Vegetação Arbustiva Natural: inclui a Capoeira;

• Campo/Pastagem: inclui Campo de Altitude e Mata de Várzea.

No mapeamento de uso do solo essas formações foram enquadradas nas

seguintes classes (Figura 4):

Figura 4 – Mapa de uso do solo da Bacia do Ribeirão Guaratinguetá.

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FAUNA

A fauna da Bacia do Ribeirão Guaratinguetá é muito diversificada e rica em espécies,

sobretudo na região da Serra da Mantiqueira.

Dentre as diversas espécies, encontram-se algumas ameaçadas de extinção, como o

bugio, a jaguatirica, a lontra e o muriqui (uma espécie de mono-carvoeiro).

Ocorrem ainda, espécies indicadoras de boa qualidade ambiental, como o sapo de

chifre e a perereca-verde. A avifauna apresenta diversas espécies catalogadas, sendo as mais

comuns, o trinca-ferro, o tico-tico, o bem-te-vi, os sabiás e as garças brancas.

2.3. CARACTERÍSTICAS SÓCIO-ECONÔMICAS

ASPECTOS DEMOGRÁFICOS

De acordo com os resultados do Censo Demográfico de 2000 realizado pelo Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população é predominantemente branca, sendo

os pardos o segundo maior grupo étnico da cidade. Em números arredondados, os brancos

significam 80.117 habitantes, os pardos 23.413 habitantes, os negros representam 3.345

habitantes, amarelos 485 habitantes e indígenas também 485 habitantes; num total de

107.895 habitanteso Município de Guaratinguetá possui uma população de 107.895

habitantes, sendo:

• Homens: 52.895 habitantes;

• Mulheres: 55.000 habitantes;

• Zona Urbana: 119.012 habitantes;

• Zona Rural: 6.000 habitantes.

Outros aspectos que caracterizam o municipio são:

• Área da unidade territorial: 751 Km2

• Latitude do distrito sede do município: -22,81639°

• Longitude do distrito sede do município: -45,1925°

• Altitude: 539 m

• Prefeito 2009/12: Antonio Gilberto Filippo Fernandes Junior - DEM 25

• População de Guaratinguetá Estimativa Populacional - IBGE-2008: 112.596 hab.

• Fundo de Participação dos Municípios - FPM-2008: R$ 19.600.712,93

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• Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos

Profissionais da Educação - FUNDEB-2008: R$ 15.970.665,97

Guaratinguetá é uma das cidades mais importantes do Vale do Paraíba e é um

município turístico, industrial e comercial. Em 2008, a cidade foi eleita a 90º melhor economia

do Brasil, a 24º do estado de São Paulo e a 2º melhor do Vale do Paraíba.

A PEA (População Economicamente Ativa) do município é de 62.531 habitantes. A PEA

corresponde ao potencial de mão-de-obra disponível ao setor produtivo (empregadas ou

desempregadas), compreendendo todos os habitantes com idade igual ou superior a 10 anos.

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do município encontra-se em torno de

0,83% (alto) e refere-se aos indicadores de educação (alfabetização e taxa de matrícula),

longevidade (esperança de vida ao nascer) e renda (PIB per capita).

ESTRUTURA FUNDIÁRIA

Segundo os dados do Laboratório Urbano de Pesquisa e Análise (1995-1996), o

Município de Guaratinguetá possui 631 unidades de produção agropecuária por unidade de

área, dos quais:

• 362 estabelecimentos possuem de 0 a 50 ha;

• 250 estabelecimentos possuem de 50 a 500 ha;

• 15 estabelecimentos possuem de 500 a 1.000 ha;

• 4 estabelecimentos possuem mais de 1.000 ha.

PECUÁRIA

O Município de Guaratinguetá apresenta rebanhos de bovinos (corte e leite), suínos,

eqüinos, bubalinos, asininos, muares, caprinos, bem como criadouros de aves.

As aves e bovinos são as criações que predominam no município, seguidos dos suínos e

eqüinos. O restante dos rebanhos apresenta número pouco significativo.

Dentre a criação de bovinos, predomina a produção leiteira.

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AGRICULTURA

Dentre as culturas permanentes, o Município de Guaratinguetá apresenta áreas de

cultivo de laranja, tangerina e banana.

No caso das espécies temporárias, o município cultiva, principalmente, mandioca, cana

de-açúcar, feijão, milho e arroz.

Na área da Bacia do Ribeirão Guaratinguetá destaca-se o cultivo de arroz, que é

plantado na várzea do médio curso do ribeirão.

INDÚSTRIA E MINERAÇÃO

Ao longo dos anos, o Município de Guaratinguetá vem atraindo indústrias dos mais

variados setores.

O distrito industrial está instalado junto à Rodovia Presidente Dutra e próximo à sede

do corpo de bombeiros.

Segundo a Fundação SEADE, em 2001 o município apresentava 242 estabelecimentos,

com efetivo de 4.319 trabalhadores formais.

Existem registros de mineração de granito no município, bem como de extração de

areia.

SANEAMENTO

Conforme dados da Fundação SEADE, até o ano 2000, Guaratinguetá contava com:

• Abastecimento de Água – Nível de Atendimento = 99,71%

• Esgoto Sanitário – Nível de Atendimento = 97,63%

• Coleta de Lixo – Nível de Atendimento = 99,09%

• Nível de esgoto sanitário tratado = 40%

SISTEMA VIÁRIO

O Município Guaratinguetá é ligado às cidades do Vale do Paraíba, Rio de Janeiro e sul

de Minas, pelas rodovias: Presidente Dutra (BR-116), Washington Luiz (antiga Rio-São Paulo),

Paulo Virgílio, além de outras estradas vicinais.

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2.4. ÁREAS PROTEGIDAS

A Bacia do Ribeirão Guaratinguetá está situada em duas áreas protegidas, a

APA (Área de Proteção Ambiental) Serra da Mantiqueira e a APA da Bacia do Paraíba do Sul.

A APA da Serra da Mantiqueira foi criada pelo Decreto nº 91.304 de

03/06/1985 e possui 422.873 ha. Ela está localizada nos estados de Minas Gerais, São Paulo e

Rio de Janeiro, abrangendo vários municípios destes estados. O acesso é feito através da BR-

381. Partindo-se de Belo Horizonte, segue-se por esta rodovia até o entroncamento de Três

Corações e depois até as cidades de Pouso Alto e Passa Quatro, onde estão as sedes da FLONA

de Passa Quatro e da APA. Partindo-se de São Paulo ou do Rio de Janeiro, segue-se pela Via

Dutra até a Cidade de Cruzeiro (SP) e depois até a Cidade de Passa Quatro (MG). A cidade mais

próxima da APA é Passa Quatro, que fica a 400 km da capital mineira.

A Bacia do Ribeirão Guaratinguetá ocupa, aproximadamente, 9.300 ha da APA. Esta

APA corresponde a 57% da área da Bacia do Ribeirão Guaratinguetá. A APA da Bacia

Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul ocupa partes dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio

de Janeiro.

A Bacia Hidrográfica do Ribeirão Guaratinguetá está totalmente inserida nesta área de

recuperação e proteção ambiental.

Segundo o Código Florestal, a Bacia do Ribeirão Guaratinguetá também é recoberta

pelas APPs (Áreas de Preservação Permanente), que são as florestas e demais formas de

vegetação natural localizadas ao longo dos cursos d’água, com a faixa marginal determinada a

partir da largura destes cursos d’água. Por exemplo, no entorno de lagoas ou reservatórios

naturais ou não; em um raio de, no mínimo, 50 metros no entorno de nascentes; nos topos de

morros e montanhas; em encostas com declividade superiores a 45% e em altitudes superiores

a 1.800 metros.

3. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DEGRADADA

3.1 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DEGRADADA – FAZENDA FREI GALVÃO

A Fazenda Frei Galvão encontra-se inserida dentro do município de Guaratinguetá no

estado de São Paulo. A fazenda esta localizada dentro da bacia do Ribeirão Guaratinguetá e é

cortada à sudeste pelo Ribeirão Guaratinguetá (Figura 5) .

A fazenda Frei Galvão apresenta uma área total de 5.135.360 m², ou seja, 513,54

hectares.

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Figura 5 – Localização da fazenda Frei Galvão na bacia do Ribeirão Guaratinguetá

A Fazenda Frei Galvão apresenta em sua extensão grande quantidade de áreas

de pastagem e agrícolas, totalizando 4.156.486 m², como é possível observar em uma

ampliação da área em questão (FIGURA 6) e (FIGURA 7).

Figura 6 – Ampliação da área da fazenda Frei Galvão

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Figura 7 – Mapa de uso e ocupação do solo da fazenda Frei Galvão

Na região noroeste é observado áreas de vegetação nativa próxima as

nascentes dos afluentes do Ribeirão Guaratinguetá totalizando uma área de vegetação

nativa de 884.324 m². E também é possível identificar na região noroeste a vegetação

de capoeira em um total de 94.545 m².

Existe uma deficiência da vegetação nativa presente em proteger os cursos

d´água e as nascentes contidas na fazenda.

3.2. Histórico da área degradada

A crise mundial, iniciada no final do ano de 2008, foi uma das precursoras da

degradação ambiental que culminou em um processo administrativo no Departamento

Estadual de Preservação dos Recursos Naturais - DEPRN por degradação ambiental.

Na queda dos preços de produtos agrícolas e na venda de gado de corte

devido à queda nas exportações e vendas nacionais, o proprietário promoveu o corte

de árvores nativas presentes na Área de Preservação Permanente - APP do entorno do

Ribeirão Guaratinguetá.

A justificativa do proprietário para o corte foi o preparo dessas áreas, para

iniciar o plantio agrícola, na busca de compensar as perdas sofridas na venda de grãos

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Universidade Estadual Paulista – campus Guaratinguetá Mestrado em Engenharia Civil e Ambiental

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no ano de 2008.

Através de uma denúncia anônima, o órgão ambiental foi avaliar o disposto no

telefonema e constatou a irregularidade na fazenda Frei Galvão. O proprietário pagou

uma multa referida a degradação ambiental em área de APP no manancial de

abastecimento público e foi obrigado a apresentar um Plano de Recuperação de Área

Degradada.

A área degrada constitui um total de 212.340 m² e pode ser definida em

vermelho, de acordo com a figura abaixo (FIGURA 8).

Figura 8 – Delimitação da área degradada na fazenda Frei Galvão

Devido à necessidade observada de realizar também a recuperação das APP´s

dos afluentes do ribeirão Guaratinguetá e de suas respectivas nascentes, que estão

presentes na fazenda Frei Galvão, o proprietário foi avisado da possibilidade do DEPRN

solicitar um posterior Plano de Recuperação para essas áreas degradadas, porém o

mesmo solicitou que o referido plano fosse aplicado apenas para a área motivo da

autuação do órgão ambiental.

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4. DIRETRIZES DE RECUPERAÇÃO

4.1 Recuperação de Mata Ciliar

Mata ciliar é a designação dada à vegetação que ocorre nas margens de rios e

mananciais. O termo refere-se ao fato de que ela pode ser tomada como um espécie

de "cílio", que protege os cursos de água do assoreamento, cumprindo importantes

funções na manutenção do regime hídrico da bacia hidrográfica, no sustento da fauna

e na estabilidade dos ambientes.

Apesar de serem formações vegetais protegidas por legislação há mais de três

décadas (Lei Federal no 4771 de 15 de setembro de 1965) e novamente contemplada

na Constituição Federal de 1988, as matas ciliares vêm sendo intensamente

devastadas, seja para a retirada da madeira, para a exploração agropecuária ou

simplesmente por ação antrópica indiscriminada.

Ultimamente, a restauração de áreas deflorestadas com o plantio de árvores

nativas, em especial as formações ciliares, vem sendo alvo de muitos trabalhos e

pesquisas, principalmente devido à conscientização da sociedade quanto à

necessidade de reverter o estado de degradação do meio ambiente e à exigência legal.

No Estado de São Paulo, a partir de 1978, a CESP vem realizando a recuperação

de áreas desnudas ao redor dos seus reservatórios, usando basicamente espécies

arbóreas nativas da região, numa concepção de floresta mista de muitas espécies.

Inicialmente, usou-se o modelo de mistura de espécies totalmente ao acaso,

mas devido ao longo tempo para o estabelecimento da floresta e ao insucesso de

determinadas espécies em crescer nessas condições, buscou-se reavaliar o método e

alterar a forma de plantio de florestas mistas com espécies arbóreas nativas.

O acaso das combinações no campo permitiu separar as espécies em grupos

de acordo com os seus comportamentos em relação à luminosidade e esses

resultados, aliados aos conceitos da sucessão secundária, levaram a mudanças no

método de plantio.

Classificaram-se as espécies em pioneiras, secundárias iniciais, secundárias

tardias e clímaxes. As espécies pioneiras e clímaxes eram sombreadoras e sombreadas,

respectivamente, sendo complementares entre si no consórcio. As espécies

secundárias iniciais teriam o papel de tutorar as secundárias tardias. Desta forma, as

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pioneiras, antes consideradas pouco importantes na silvicultura de espécies nativas,

passaram a ser consideradas imprescindíveis ao estabelecimento da floresta.

Mais recentemente, a pesquisa tem avançado rumo à melhoria nos modelos

de implantação, adequando as densidades de plantio, tanto das pioneiras como dos

estágios mais avançados da sucessão, através de densidades mais altas para as

espécies comuns e mais baixas para as denominadas espécies raras, tornando a

estrutura da floresta implantada mais próxima dos ecossistemas naturais. O

agrupamento de espécies se faz com base no comportamento ecológico e silvicultural

das espécies, gerando dois grandes grupos:

1. Pioneiras ou sombreadoras: espécies de crescimento mais rápido, onde

estão incluídas as pioneiras típicas, as secundárias iniciais, as pioneiras antrópicas

(espécies não tipicamente pioneiras em áreas degradadas pelo homem) e as

secundárias/pioneiras antrópicas.

2. Não pioneiras ou sombreadas: espécies de crescimento mais lento,

beneficiadas por um sombreamento parcial, onde estão incluídas as espécies

secundárias tardias e as climáticas.

Considerando que as matas ciliares são fundamentais para o equilíbrio

ambiental, a sua recuperação pode trazer benefícios muito significativos sob vários

aspectos. Em escala local e regional, as matas ciliares protegem a água e o solo,

proporcionando abrigo e sustento para a fauna e funcionam como barreiras, reduzindo

a propagação de pragas e doenças em culturas agrícolas. Em escala global, as florestas

em crescimento fixam carbono, contribuindo para a redução dos gases de efeito

estufa.

4.2. Recuperação de mata ciliar usando sistemas agroflorestais.

Agrofloresta é a reintegração do homem com a natureza que resulta em um

ambiente autodinâmico e produtivo, análogo aos ecossistemas originais e manejados

segundo o fluxo da sucessão natural (MUTIRÃO AGROFLORESTAL). A agrofloresta

também é definida como:

• Participação do ser humano na dinâmica da natureza;

• Interface da agricultura com a floresta;

• Promoção da Biodiversidade;

• Aceleração da sucessão ecológica - rapidez nos processos de restauração;

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• Trabalho a partir da aptidão, combinação e função das plantas no ecossistema;

• Conservação dos recursos naturais aliada à produção = viabilidade econômica.

A necessidade de restauração das florestas ribeirinhas teve subsídio na

legislação com a Lei de Política Agrícola – Lei no 8171 de 17 de janeiro de 1991, que

determinou a recuperação gradual das áreas de preservação permanente,

estabelecendo um período de 30 anos para a recuperação da vegetação nativa nas

áreas onde foi eliminada. No entanto, diversos problemas contribuem para a pouca

presteza de restauração desses ecossistemas. Um deles é o custo da implantação das

florestas, atividade esta, que não gera renda ao agricultor, devido ao seu caráter

apenas de preservação.

A recuperação de matas ciliares em locais onde a regeneração natural é

dificultada pela forte interação da matriz florestal tem custo alto para a maioria dos

agricultores que têm essa tarefa a ser cumprida, onde a necessidade de manutenção

do plantio torna-se uma das principais razões de elevação dos custos. O uso de

sistemas agroflorestais como estratégia para a recuperação das matas ciliares não é

atualmente permitido pelos órgãos ambientais, em função da quase ausência de

informações sobre as vantagens e desvantagens para esse uso específico. Na verdade,

existe uma grande lacuna na área do conhecimento em todo o país, no que se refere

as bases científicas que deveriam subsidiar as tomadas de decisões das políticas

públicas de reflorestamento heterogêneo no Brasil. Atualmente, existe uma grande

carência de conhecimento no que se refere ao estabelecimento de parâmetros de

avaliação e monitoramento capazes de verificar a qualidade dos reflorestamentos

heterogêneos, bem como indicar a capacidade de resiliência em áreas implantadas.

Para se ter uma idéia da situação das áreas degradadas nas diferentes

formações florestais na maioria das matas ripárias do país, um estudo realizado no

Estado de São Paulo, mostra que de todo o estado, estima a existência de mais de 1,3

milhão de hectares de áreas marginais a cursos d’água sem vegetação ciliar. Esta

projeção já indica a expressiva necessidade de recuperação. Se fossem recuperadas

apenas as matas ciliares no Estado de São Paulo, seria necessário produzir mais de dois

bilhões de mudas.

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Novamente aqui, reside mais um problema para o sucesso dos

reflorestamentos induzidos no Estado de São Paulo (no qual podemos ampliar para os

outros estados federativos), que é o não cumprimento do plantio com alta diversidade

devido à indisponibilidade de mudas, tanto no aspecto de quantidade como também

de diversidade. Estudos atuais mostram a necessidade de estabelecimentos de

florestas com maior diversidade, pois sem dúvida as florestas tropicais formam os

biomas com maior diversidade de espécies do planeta. Muito dos problemas de

implantação e manejo de reflorestamento com essências nativas, reside no uso de um

elenco de espécies arbóreas relativamente pequeno (entre 30 e 35 espécies de

diferentes estágios sucessionais), que precisam ser enriquecidas com outras espécies,

para ampliar diversidade florística e promover a sustentabilidade das florestas

implantadas.

Torna-se necessário a conscientização e o bom senso de todos os atores

envolvidos na área ambiental, de que ainda necessitam-se de muitas pesquisas e

entendimentos das complexas inter-relações que ocorrem no interior e nas vinzianças

de uma floresta nativa, e que a determinação das possíveis metodologias e

monitoramentos a serem empregadas para a reabilitação de áreas degradadas com

plantio de florestas tropicais e sub-tropicais heterogêneas, não sejam inviável

economicamente, não sejam socialmente justa e ecologicamente insustentável,

gerando resultados muito longe daquilo que se preconiza muitos atores por absoluta

falta do entendimento de um sistema tão complexo, como o de uma floresta tropical.

Logo, a aplicabilidade de leis e resoluções, com conhecimento e, principalmente bom

senso, são alguns dos focos importantes que devem ser seguidos pelas políticas e

agentes públicos envolvidos com a matéria.

4.3. Sistema Agroflorestal – Fazenda Frei Galvão

A técnica denominada agrofloresta ou sistema agroflorestal (SAF) é

interessante para a agricultura familiar por reunir vantagens econômicas e ambientais.

A utilização sustentável dos recursos naturais aliada à uma menor dependência de

insumos externos que caracterizam este sistema de produção, resultam em maior

segurança alimentar e economia, tanto para os agricultores, como para os

consumidores.

Nos sistemas agroflorestais de alta diversidade convivem na mesma área

plantas frutíferas, madeireiras, graníferas, ornamentais, medicinais e forrageiras. Cada

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cultura é implantada no espaçamento adequado ao seu desenvolvimento e as suas

necessidades de luz, de fertilidade e porte (altura e tipo de copa) são cuidadosamente

combinadas.

O sistema é planejado para permitir colheitas desde o primeiro ano de

implantação, de forma que o agricultor obtenha rendimentos provenientes de culturas

anuais, hortaliças e frutíferas de ciclo curto, enquanto aguarda a maturação das

espécies florestais e das frutíferas de ciclo mais longo. Assim, o maior número de

produtos disponíveis para a comercialização em diferentes épocas do ano e ao longo

do tempo, incrementa a renda e aproveita melhor a mão-de-obra familiar.

A reciclagem mais eficiente dos nutrientes é uma característica marcante deste

sistema de produção. A biomassa depositada no solo pela queda de folhas, pela poda

de ramos e por resíduos das culturas anuais melhora a oferta de nutrientes aos

cultivos e favorece a atuação de microorganismos benéficos do solo.

Espécies forrageiras perenes permitem a criação de animais, ao mesmo tempo

em que protegem o solo das chuvas torrenciais, da insolação direta e dos ventos secos,

típicos das regiões tropicais. A melhor adaptação da agrofloresta ao clima tropical,

comparada a outros sistemas de produção de alimentos, deve ser considerada na

tomada de decisão pela sua adoção.

Em suma, a diversificação de produtos, a maior segurança alimentar, a

sustentabilidade ambiental, o incremento na fertilidade do solo e a redução gradativa

nos custos de produção fazem da agrofloresta uma excelente opção para a agricultura

familiar no Brasil.

A reunião de diferentes culturas em um mesmo sistema de produção exige um

planejamento da distribuição espacial das plantas e da sua evolução no tempo.

O planejamento de sistemas biodiversos (com muitas espécies) leva em conta

as necessidades de luz, o porte, a forma do sistema radicular de cada espécie e seu

comportamento no tipo de clima e de solo local. Além disso, é considerado o efeito de

cada espécie no crescimento e produção das demais espécies do sistema ao longo do

tempo e dentro do espaço disponível. Á este processo denomina-se desenho de um

sistema agroflorestal.

Assim, no desenho da agrofloresta pensamos no espaço horizontal (distância

entre duas plantas medida pelo chão) e também no espaço vertical, porque nestes

sistemas plantas crescendo lado a lado podem ocupar alturas diferentes.

Utilizando-se uma analogia com a construção de um prédio, as plantas vão

ocupar diferentes “andares” no sistema, e esses andares serão ocupados por

diferentes espécies ao longo do tempo, da mesma forma que em uma floresta natural.

Por exemplo: um mamoeiro aos seis meses de idade estará ocupando o 2º andar da

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agrofloresta, comum ano estará no 3º andar e aos três anos terá deixado o sistema (a

variedade de mamoeiro utilizada tem um ciclo de vida útil de dois anos).

Mesmo assim, uma infinidade de desenhos diferentes pode ser concebida,

reunindo as espécies de interesse econômico, social e cultural de cada território ou

ecorregião.

Sistemas Agroflorestais são sistemas de produção em que uma combinação de

plantas diversas anuais e perenes são cultivadas, visando um melhor aproveitamento

dos recursos disponíveis. Os Sistemas Agroflorestais devem prever colheitas no curto,

médio e longo prazo.

As áreas ciliares, dentro da classificação quanto à capacidade de uso do solo

estariam na Classe VIII, sendo áreas de preservação permanente e protegidas pelo

Código Florestal. A conservação das áreas ciliares é importante para a conservação do

solo, proteção da fauna e flora, regularização e proteção dos mananciais hídricos,

conservação dos recursos genéticos e da paisagem (Marchiori, 1989).

No Estado de São Paulo estima-se que o desmatamento de áreas ciliares tenha

sido de cerca de 600 mil ha (Barbosa, 2000). Entre os problemas para a recuperação

destas áreas está o custo de implantação de sistemas florestais e a não geração de

renda se estas áreas forem destinadas somente para preservação (Silva, 2002).

Nos locais onde a matriz florestal foi amplamente alterada pela agricultura a

regeneração natural é muito baixa ou nula, havendo necessidade de implantação de

mudas de diferentes grupos ecológicos e de manutenção periódica do plantio para o

controle de “espécies invasoras agressivas” (Rodrigues & Gandolfi, 2000).

Aspectos legais

A implantação de sistemas agroflorestais em áreas ciliares de propriedades

rurais da agricultura familiar está prevista no Código Florestal (Lei nº 4.771/1965) e no

Estado de São Paulo é regulamentada pela Resolução SMA 44/2008. A legislação

municipal de Ubatuba classifica a agricultura familiar como atividade de relevante

interesse social (Lei nº 3.111/2008).

Aspectos ambientais

A escolha das espécies para uso consorciado no espaço ou no tempo em

Sistemas Agroflorestais varia com o interesse de cada produtor: espécies para uso da

madeira, frutíferas (ex. palmito juçara), espécies adubadeiras (“madeira mole”). As

espécies de grande porte podem ocorrer a cada 20-25 metros (50 plantas/ha). No

estrato intermediário a densidade pode ser de 200 adultos reprodutivos/ha, com

posterior raleio para 50 plantas/ha. Em terras mais fracas a densidade de espécies

adubadeiras deve ser maior. (Silva, 2002).

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A resolução SMA 44/2008 estabelece o nº mínimo de 500 plantas nativas/ha.

Além da biodiversidade, luz, nutrientes e água são fatores determinantes para o

sucesso do desenvolvimento de sistemas agroflorestais (Kainer et al., 1998).

As plantas podem ser mais ou menos sensíveis a ocorrência de sombreamento.

A mandioca, por exemplo, planta nativa domesticada pelos indígenas brasileiros, é

muito sensível ao sombreamento nas suas fases iniciais de crescimento (Fukai et al.,

1984). Plantas de palmito juçara espaçadas de 2 x 2 m apresentaram uma

produtividade quatro vezes maior do que plantas espaçadas de 1 x 1 m (Bovi et al.,

1990).

Com relação à eficiência na ciclagem de nutrientes é recomendável o uso de

fontes de corretivos e fertilizantes para suprir deficiências e sincronizar a velocidade

de decomposição dos resíduos com as exigências de nutrientes das plantas cultivadas

(Baijukya & Piters, 1998; Browder & Pedlowski, 2000).

4.5. Etapas de implantação

A implantação de agroflorestas é muito facilitada trabalhando-se em módulos.

Trabalhamos com módulos de Sistema Agroflorestal com plantio de bananas e outro

modulo com plantio de mandioca.

4.5.1. Área de plantio

Área com total de 21,23 ha ao longo do ribeirão Guaratinguetá, em uma área

de preservação permanente.

4.5.2. Espaçamento

Para atender o previsto na Resolução SMA 44/2008 de 1000 indivíduos/ha

entre árvores e arbustos, com 500 árvores nativas/ha, considerando diferentes

estágios e tamanhos, o espaçamento deverá ser de 4 x 2,5 m, em plantio entremeado

com as bananeiras.

O espaçamento entre as aléias será de 10 x 2 m e o da mandioca de 1 x 1 m .

Não será permitida qualquer atividade que coloque em risco os recursos

hídricos, como o uso de pesticidas, por exemplo.

4.5.3 Época de semeadura e plantio

A partir de setembro, realizar a semeadura e o plantio nos meses mais quentes

e úmidos.

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4.5.4 Espécies a serem utilizadas:

Conforme prevê a Resolução SMA 44/2008 não poderão ser utilizadas espécies

problema, que fora do seu ambiente natural possam exceder o tamanho populacional

desejável e prejudicar a recuperação florestal. Como exemplo tem-se a Leucena, o

Pinus e a Braquiária.

Deve-se garantir a presença de no mínimo trinta espécies nativas por ha. A

abundância de cada espécie estará baseada na disponibilidade de sementes e mudas e

na facilitação do processo de sucessão florestal que ocorre naturalmente. Isto significa

levar em consideração a contribuição da “chuva de sementes” provenientes do

entorno da área de cultivo.

Para viabilizar a ampliação da adoção de sistemas agroflorestais a escolha de

espécies deverá levar em conta as interações biológicas, o aproveitamento eficiente da

radiação e a otimização da ciclagem de nutrientes. Porém, considerando que a

agricultura familiar é uma atividade econômica de relevante interesse social , a escolha

de espécies deve também estar atenta para a diversificação com plantas de

aproveitamento econômico potencial, como é o caso do juçara, do cedro, do Cambuci

e da goiaba.

4.5.5 Projeto de implantação dos módulos

Modulo 1

Sistema Agroflorestal com plantio de bananas

A presença de “plantas adubadeiras” na escolha de espécies visa melhorar a

eficiência da ciclagem de nutrientes do sistema agroflorestal. Caso necessário, para

melhorar a produtividade poderá ser utilizado adubos, principalmente potássicos

porque a banana é planta exigente neste nutriente. A correção da acidez deverá

ocorrer conforme análise de solo.

Serão realizadas podas anuais de formação da copa das árvores para evitar o

sombreamento excessivo.

A colheita da banana é quinzenal. A colheita de produto florestal deverá ser

comunicada preliminarmente ao órgão licenciador.

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Módulo 2

Sistema Agroflorestal com plantio de mandioca

Como as áreas de cultivo de mandioca são significativamente menores do que

as áreas de cultivo de banana, nestes casos a contribuição da “chuva de sementes”

provenientes do entorno da área de cultivo é mais intensa.

A escolha de espécies para o consórcio com a mandioca por meio de aléias

deve levar em consideração que a cultura da mandioca é muito sensível ao

sombreamento.

As aléias devem ser dispostas visando proporcionar uma maior disponibilidade

de radiação para as plantas de mandioca. Especial atenção deve ser dada ao manejo

da copa das aléias nas fases iniciais do cultivo, de forma a que não ocorra o

sombreamento excessivo da mandioca.

Considerando que as instalações dos campos de cultivo de mandioca na

propriedade são distribuídas ao longo do tempo e medem em média 0,5 ha, deve-se

levar em conta o arranjo espacial e temporal.

Para não deixar o solo exposto, o cultivo de mandioca deverá ocorrer sempre

em consórcio com espécies que auxiliem a proporcionar uma melhor cobertura do

solo, como o milho e o feijão.

A colheita da mandioca ocorre no prazo de um ano para a mandioca de mesa e

de cerca de dois anos para a mandioca para farinha. Após a colheita da mandioca e

durante o período de pousio do campo de cultivo as plantas já estabelecidas nas aléias

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poderão melhorar significativamente a eficiência do período de pousio. Para realização

de novo ciclo de cultivo as aléias deverão ser podadas de forma não sombrear

excessivamente o cultivo da mandioca. Em conformidade com os artigos 10 e 11 da

resolução SMA 44/2008, o uso de plantas com potencial econômico e cujo

crescimento em consórcio com a mandioca seja compatível, como é o caso do palmito

juçara em baixa densidade (10 x 10 m) será avaliado e estimulado. A colheita de

produto florestal será comunicada preliminarmente ao órgão competente.

4.5.6 Espaçamento e quantidade de indivíduos utilizados

Na identificação de indivíduos utilizados em cada Módulo é necessário realizar

a análise prévia da situação proposta. No Módulo 2, as mandiocas levam um período

de 1 a 2 anos para trazer algum tipo de rentabilidade para o proprietário da fazenda

Frei Galvão e aceita apenas árvores nativa de pequeno porte e arbustos. No Módulo 1,

a plantação de bananeiras tem rentabilidade quinzenal e necessita de adubação de

potássio.

Observando o Módulo 1 pode-se identificar a quantidade de indivíduos

utilizados. Estabelecendo uma área de 400 m² para cada lote de bananeiras e

vegetação nativa, e uma área de lote de mandioca de 100 m² devido o seu longo

período de extração e a inutilização do indivíduo no momento da extração.

Em cada Módulo 1, com 400m², é observado a aplicação de 49 indivíduos

nativos e 25 bananeiras. No Módulo 2, com 100 m², observa-se um total de 81

mandiocas e 5 árvores nativas.

Alternando os Módulos na proporção de 1:1 estabelecidos dentro da área

degradada de 21,23 hectares, observa-se a implantação de 424,68 vezes os módulos

com suas respectivas áreas.

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Nessa observação, identifica-se um total de bananeira de 10.617 plantas,

34.400 mandiocas e 22.932 indivíduos nativos.

Através Resolução SMA 44/2008 necessita de 1000 indivíduos/ha entre

árvores e arbustos, com 500 árvores nativas/há. Nessas condições, para um total de

21,23 hectares o número de vegetação nativa presente na área degradada deverá ser

de 10.615 indivíduos. E com a aplicação desses dois Módulos o número chegará a

22.932 indivíduos.

A mortandade de mudas em um bom plano de recuperação não deverá

exceder 5% e respeitando essa porcentagem de perdas, o total chegará a 21.785

indivíduos nativos, estando muito acima do estabelecido pela legislação ambiental

aplicável.

4.5.7 Tipos de indivíduos nativos utilizados na recuperação da área

Na tabela abaixo é possível estabelecer as espécies que serão utilizadas para a

recuperação da mata ciliar em um regime de agrofloresta.

As espécies utilizadas estão disponíveis para consulta no site da EMBRAPA para

consulta. Dessa forma, a EMBRAPA disponibiliza as espécies nativas da região mais

utilizadas em agroflorestas. Porém, como a banana e a mandioca têm restrição em

relação à luminosidade, espécies com grande porte e que proporcionam grande

quantidade de sombreamento serão descartadas da recuperação.

NOME COMUM NOME CIENTÍFICO FAMÍLIA

CULTURAS ANUAIS E SEMI-PERENES

Abacaxi, ananás, piña Ananas sativa Bromeliaceae

Banana, banano, platano Musa spp. Musaceae

Cubiu Solanum sesseliflorum Solanaceae

Maracujá, maracuya Passiflora edulis Passifloraceae

Mamão, papaia, papaya Carica papaya Caricaceae

Pimenta-do-reino Piper nigrum Piperaceae

CULTURAS PERENES (Fruteiras, palmeiras e madeireiras)

Abacate Persea gratissima Lauraceae

Açaí Euterpe precatoria e Euterpe

olerácea Arecaceae

Acerola, cereja das antilhas Malpighia glabra Malpighiaceae

Andiroba Carapa guianensis Meliaceae

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Araçá-boi Eugenia stipitata Myrtaceae

Biribá Rollinia mucosa Annonaceae

Buriti, miriti Mauritia flexuosa Arecaceae

Cacau Theobroma cacao Sterculiaceae

Café Coffea arabica Rubiaceae

Cajá, taperebá Spondias lutea Anacardiaceae

Cajú Anacardium occidentale Anacardiaceae

Camu-camu, Araçá-d'água e Caçari

Myrciaria dubia Myrtaceae

Castanha-do-brasil, castanha-da-amazônia,

castanha-do-pará Bertholletia excelsa Lecytidaceae

Coco, Coco-da-baía Cocos nucifera Arecaceae

Cupuaçu Theobroma grandiflorum Sterculiaceae

Dendê, palma de azeite Elaeis guineensis Arecaceae

Freijó, Freijó Branco Cordia goeldiana Borraginaceae

Fruta-pão Astocarpus incisa Moraceae

Goiaba, guayaba Pisidium guajava Myrtaceae

Graviola, guanabana Annona muricata Annonaceae

Guaraná Paullinia cupana var.sorbilis Sapindaceae

Ingá, ingá-de-metro Inga edulis Mimosaceae

Jenipapo Genipa americana Rubiaceae

Mangostão, mangostín Garcinia mangostana Clusiaceae

Paricá, pinho cuiabano e bandarra

Schizolobium spp. Caesalpinoideae

Pupunha, pejibae, chontaduro

Bactris gasipaes Arecaceae

Rambutan, pitomba da Malásia

Nephelium lappaceum Sapindaceae

Samaúma, sumaúma Ceiba pentandra Bombacaceae

Teca Tectona grandis Verbenaceae

Urucu, urucum Bixa orellana Bixaceae

CULTURAS PERENES (Leguminosas de uso múltiplo)

Acacia Acacia albida Mimosaceae

Albizia Albizia amara Mimosaceae

Guandú, Fejão andú Cajanus cajan Papilionaceae

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Calliandra Calliandra calothyrsus Mimosaceae

Cassia Cassia siamea Caesalpiniaceae

Cassia Cassia spectabilis Caesalpiniaceae

Erythrina Erythrina abyssinica Papelionaceae

Flemingia Flemingia macrophylla Papelionaceae

Gliricidia Gliricidia sepium Papelionaceae

Leucaena Leucaena leucocephala Mimosaceae

Sesbania Sesbania sesban Papilionaceae

Tamarindus Tamarindus indica Caesalpiniaceae

4.6 Cronograma e Planilha de Custos

ATIVIDADES ANO 1 ANO 2 ANO 3

1° Sem 2° Sem 1° Sem 2° Sem 1° Sem 2° Sem

Avaliação da área

degradada X

Análise do solo X

Limpeza do terreno X

Cercamento X

Calagem e

Adubação X

Abertura de covas

X

Plantio de mudas e

sementes X X X X X

Tratos culturais

X X X X X

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4.7 Custo de produção

Item Mão de obra Trator Outros

1- Operações

*Analise de solo 5

Preparo do solo

*Aração 50

*Calagem 40

Cercamento

*Construção de cerca 80

Plantio

*Abertura de covas e

adubação

70

Tratos culturais

*Coroamento 80

*Controle de formigas 40

Transporte de material 20

Transporte de pessoal 30

Total de hora 275 90 50

Custo por hora 3,75 25,00 20,00

Despesas com operação 1031,25 2250,00 1000,00

Custo total de mão de obra 4281,25

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2- Material Consumido Especificação Quantidade Unidade Preço

R$/u

Valor

R$

*Mourões Ø 10 300 uni 6,75 2.025

*Arame - 20 500m 193,00 3.860

*Calcário - 44 ton 36,50 1.106

*Adubo 4-14-8 400 Kg 31,00 12.400

*Adubo cobertura 20-0-20 550 Kg 47,00 25.850

*Mudas - 22.932 uni 3,00 68.796

*Formicidas Mirex 300 Kg 8,00 2.400

*Sementes Feijão 100 Kg 6,50 650

*ramas de mandioca - 688 m ³ 35,00 24.080

*mudas de banana - 10617 uni 1,70 180.049

Despesas com materiais 15000 15.000

Custo Operacional Total 312.240,00

O alto custo para a recuperação da área está atrelado a grande extensão da

área degradada e a necessidade de manter uma estrutura adequada para o ideal

desenvolvimento dos módulos implantados.

O custo total da recuperação está vinculado com o longo período de trabalho,

de 3 anos conforme cronograma de implantação. Se o custo total de R$ 316.521,25 for

dividido em 36 meses, terá um total mensal de R$ 8.792,26. Esse valor será

minimizado pelas vendas dos subprodutos gerado pela agrofloresta introduzida na

fazenda Frei Galvão.

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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGROFLORESTA.NET - Site de Sistemas Agroflorestais. Disponível em:

http://www.agrofloresta.net/index.htm. Acessado em: 20 de novembro de 2009.

BARBOSA, L. M. Manual Para Recuperação de Áreas Degradadas do Estado de São

Paulo: Matas Ciliares do Interior Paulista. São Paulo: Instituto de Botânica, 2006.

CATI - Coordenadoria de Assistência Técnica Integral, Marchiori A. Sistemas Agroflorestais em Áreas Ciliares. Ubatuba Território Litoral Norte. Maio, 2009.

CHABARIBERY, D. et al. Recuperação de Matas Ciliares: sistemas de formação de

florestas nativa em propriedades familiares. Informações Econômicas, SP, v.38, n.6, junho 2008.

SAEEG – Serviço Autônomo de Águas e Esgoto de Guaratinguetá. Projeto de

Monitoramento da Qualidade de Água do Ribeirão Guaratinguetá, 2005.

SILVEIRA M. A., et al. Agrofloresta para Agricultura Familiar. Circular Técnica, v.16, Embrapa. Brasília, DF. Dezembro, 2002.