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EMEF SENADOR ALBERTO PASQUALINI

PROJETO POLTICO-PEDAGGICO

VERSO APROVADA EM 11/11/2009

PORTO ALEGRE, DEZEMBRO DE 2009.

II SUMRIO

1 INTRODUO.......................................................................................................... 4 2 HISTRICO DO CONTEXTO ESCOLAR ................................................................6 2.1 O resgate da nossa histria ...........................................................................6 2.2 O resgate da histria da comunidade ............................................................9 2.3 Diagnstico da realidade escolar ................................................................11 3 CONCEPES PEDAGGICAS............................................................................14 3.1 Concepes de Escola ................................................................................14 3.2 Concepo de Conhecimento......................................................................15 3.3. Concepo de Incluso ..............................................................................15 4 OBJETIVOS DA AO PEDAGGICA ................................................................18 5 PLANEJAMENTO DA ESCOLA............................................................................ 20 6 GESTO DEMOCRTICA E PARTICIPATIVA .....................................................22 6.1 Gesto da Escola .........................................................................................23 6.1.1. Conselho Escolar......................................................................................23 6.1.2 Equipe Diretiva ..........................................................................................25 6.1.2.1 Eleio ...................................................................................................26 6.1.2.2. Servio de Orientao Pedaggica (SOP) ...........................................28 6.1.2.2.1. Superviso Escolar.............................................................................28 6.1.2.2.2. Servio de Orientao Educacional ..................................................30 6.1.2.2.3. Coordenao Cultural ........................................................................31 6.1.3. Equipe Auxiliar da Ao Educativa ..........................................................33 6.1.3.1. Servio de Secretaria ...........................................................................33 6.1.3.2. Servio de Nutrio ..............................................................................34 6.1.3.3. Servios Gerais .....................................................................................35 6.1.3.4. Biblioteca ..............................................................................................35 6.1.3.5. Laboratrio de Aprendizagem ..............................................................36 6.1.3.6. Sala de Integrao e Recursos (SIR) ...................................................37 6.1.3.7. Coordenao de Turno .........................................................................39 6.1.4. Organizao dos segmentos ...................................................................40 6.1.4.1. Corpo Docente ......................................................................................40 6.1.4.1.1. Composio de cada Ciclo de Formao .........................................40 6.1.4.1.2. Composio de cada Totalidade de Conhecimento .........................41 6.1.4.2. Corpo Discente .....................................................................................42 6.1.4.3. Pais, Familiares ou Responsveis .......................................................43 6.1.4.4. Funcionrios .........................................................................................44 6.1.5. Espaos de Formao e Qualificao .....................................................44 7 PRINCPIOS DE CONVIVNCIA ............................................................................46 8 MODOS DE ORGANIZAO DO CURRCULO ...................................................47 8.1 Currculo e Metodologia................................................................................47 8.2 Organizao do Currculo ............................................................................48 8.2.1 A organizao do Currculo por Ciclos de Formao ...............................48

III 8.2.1.1. Primeiro Ciclo ........................................................................................48 8.2.1.2. Segundo Ciclo .......................................................................................48 8.2.1.3. Terceiro Ciclo ........................................................................................49 8.2.2. A organizao do Currculo por Totalidades de Conhecimento na Educao de Jovens e Adultos .........................................................................49 8.2.2.1. Totalidades Iniciais................................................................................52 8.2.2.1.1. Totalidade 1........................................................................................52 8.2.2.1.2. Totalidade 2........................................................................................52 8.2.2.1.3. Totalidade 3........................................................................................53 8.2.2.1. Totalidades Finais..................................................................................53 8.2.3. Composies Diferenciadas ....................................................................53 8.2.3.1. Docncia Compartilhada ou Bidocncia ..............................................53 8.2.3.2. TAB Transio de A e de B ................................................................54 9 PROCESSO DE AVALIAO ................................................................................56 9.1 Funes da Avaliao .................................................................................57 9.2 Avaliao do Educando: articulao e modalidades ...................................57 9.2.1 Avaliao Formativa .................................................................................57 9.2.2 Avaliao Sumativa ..................................................................................58 9.2.3 Avaliao Especializada ...........................................................................59 9.3 Modos de Progresso ..................................................................................59 9.3.1 Progresso simples ..................................................................................60 9.3.2 Progresso com plano didtico-pedaggico de apoio .............................60 9.3.3 Progresso sujeita a uma avaliao especializada ..................................60 9.3.4 Recuperao .............................................................................................61 9.4 Manuteno .................................................................................................61 9.5 Certificao ..................................................................................................61 9.6 Admisso e Transferncia de Educandos ...................................................61 9.6.1 Matrcula ...................................................................................................62 9.6.2 Transferncia ............................................................................................62 9.7 Avaliao Institucional .................................................................................62 10 ORGANIZAO DO TRABALHO .......................................................................63 10.1 Organizao do ambiente fsico ................................................................63 10.1.1 Organizao dos grupos etrios .............................................................65 10.2 Equipe Profissional ....................................................................................64 10.3 Organizao da Ao Educativa ...............................................................66 10.3.1 Projetos Gerais da Escola ......................................................................67 10.5. Organizao do Calendrio Escolar .........................................................67 REFERENCIAL BIBLIOGRFICO .....................................................................69 ANEXOS .....................................................................................................................71 ANEXO I: Plano de ao pedaggica de apoio ao educando da EJA..............72 ANEXO II: Projetos ............................................................................................76

4 1 INTRODUO

Projeto no algo construdo e depois engavetado...deve ser de fcil manuseio... Da sua utilidade permeia o sucesso... (ILMA PASSOS, 1998)

O Projeto Poltico Pedaggico da Escola Municipal de Ensino Fundamental Senador Alberto Pasqualini, aqui apresentado, foi construdo ao longo de um processo coletivo de reflexo da comunidade escolar nos ltimos anos. Este Projeto Poltico-Pedaggico, aprovado em Assemblia Geral da Comunidade Escolar, realizada em 11 de novembro de 2009, e que teve seus pressupostos tericometodolgicos definidos em 13 de dezembro de 2008, concentra um processo de reflexo/discusso, iniciado em 2002. Ao longo desse tempo, os segmentos de educadores, funcionrios, educandos e pais discutiram coletiva ou separadamente vrios textos apresentados pela Superviso, Direo e Conselho Escolar, bem como pela comisso encarregada de organizar o debate e construir uma proposta para apresentar Comunidade em 2008. Tendo como objetivo permitir a maior participao possvel na construo do projeto, o assunto foi pauta de vrias reunies pedaggicas e administrativas ao longo desse perodo. Desde o incio, a escola entendeu o Projeto Poltico-Pedaggico como um documento continuamente em construo e de vital importncia para o direcionamento da prtica pedaggica, poltica e administrativa da Escola, sendo, por isso mesmo, imprescindvel a participao e colaborao de todos os segmentos da comunidade escolar desde as definies mais iniciais at a votao final das propostas. Da mesma forma, sua aprovao e implementao no encerram a discusso, pois como processo contnuo de busca por uma prtica de gesto participativa e democrtica, que permita o desenvolvimento de uma poltica pedaggica voltada a atender os preceitos definidos pela comunidade, este PPP um documento em constante reconstruo, devendo ser cotidianamente contraposto s nossas prticas e aos avanos do nosso pensar coletivo. A luta da escola para descentralizar em busca de sua autonomia e qualidade. Desta forma, o Projeto Poltico-Pedaggico no visa somente um rearranjo formal de metodologias, mas uma forma de qualificar a organizao da

5 escola e do trabalho pedaggico. O trabalho pedaggico tem a ver com a percepo que a escola e seus educadores tem da organizao da sociedade, porm explicitando suas contradies e, acima de tudo, buscando a participao da comunidade em todas as situaes de aprendizagem, sejam elas formais ou no. O Projeto Poltico-Pedaggico busca explicitar a relao de importncia e de resgate da escola como uma instituio promotora de oportunidades e de busca das diferentes igualdades, oportunizando novas condies de qualidade formal e poltica. A principal possibilidade de construo do Projeto Poltico-Pedaggico passa pela relativa autonomia da escola, sua capacidade de delinear e trabalhar dentro de sua prpria identidade. Todo o exposto demonstra que construir um Projeto PolticoPedaggico significa resgatar a escola como espao pblico de debate, de dilogo, da vontade coletiva sobre o processo de ensino-aprendizagem, dando indicaes necessrias organizao do trabalho pedaggico e sobre a forma de gesto democrtica. Foram necessrios, muitas leituras, estudos, debates, retomada de algumas certezas e reviso de outras para que chegssemos a esta sistematizao e organizao do nosso Projeto Poltico-Pedaggico. Esse processo permitiu profunda anlise da realidade escolar, trocas de experincias entre educadores, maior participao da comunidade, reflexes e aprofundamento de estudos, que permitem rever as prticas e autorizam a vivncia de novas experincias pedaggicas.

6 2 HISTRICO DO CONTEXTO ESCOLAR 2.1 O RESGATE DA NOSSA HISTRIA A Escola Municipal de Ensino Fundamental Senador Alberto Pasqualini foi criada com a denominao de Escola Municipal de 1 Grau Incompleto Senador Alberto Pasqualini, pelo decreto nmero 28 de 25/6/1957, no governo municipal do Dr. Leonel Brizola. Inicialmente a escola funcionava com o 1 grau incompleto (da 1 a 5 sries primrias) e localizava-se na Vila Santa Luzia, onde hoje o Bairro Glria. No perodo de 1973 a 1975, a escola foi desativada devido mudana da Vila Santa Luzia para a ento nascente Vila Restinga. Os educadores da escola foram redistribudos entre as escolas municipais existentes em Porto Alegre e alguns vieram para a Escola Municipal de 1 grau Dolores Alcaraz Caldas. Em maro de 1976, as educadoras Hilria Pontello Badke e Adlia Riet iniciaram as matrculas para as crianas que ingressariam na escola da II Unidade da Restinga. Em Abril, foram contratados pela SMEC os educadores que iniciaram as aulas na sede do ginsio do CECORES. A escola retomou suas atividades didticas, tendo em sua direo a educadora Hilria e a vice-diretora Adlia Riet. No dia 11 de setembro de 1976, o atual prdio da escola foi entregue comunidade pelo prefeito, Dr. Guilherme Socias Villela. Reiniciava-se, assim, a atividade regular da escola, tendo turmas do Jardim de Infncia at a 5 srie. Em 1977, criou-se a 6 srie, em 1978 a 7 srie e em 1979 a 8 srie, completando-se, assim, o 1 grau. O nome da escola alterado para Escola Municipal de 1 Grau Senador Alberto Pasqualini. Neste ano foram criados a Biblioteca e o ensino noturno, fazendo parte do projeto Mobral, posteriormente transformado em ensino regular noturno de 5 a 8 sries. Foi tambm criada a Classe Especial, primeira turma de incluso formada por educandos oriundos da Escola Especial Tristo Sucupira Viana. Em 1986, realizou-se a 1 eleio direta para a direo, assumindo os educadores Paulo Luiz Baumgarten e Carmem Beck Leite, que disputaram com a chapa formada pelos educadores Paulo de Tarso da Silva Soares e Cludio Soares Blessmann. A administrao do educador Baumgarten durou dois mandatos (1986 a 1992). Para o segundo mandato a eleio ocorreu em chapa nica. Durante a gesto do educador Baumgarten, no governo do Dr. Alceu Collares, a escola teve os

7 seguintes melhoramentos: construo de mais 04 salas de aula, construo do refeitrio, reativao do laboratrio de cincias e da banda da escola, que realizou vrias apresentaes na comunidade. A Classe Especial foi absorvida pelo Servio de Educao de Jovens e Adultos (SEJA), que funcionaram com turmas de totalidades iniciais, paralelamente s turmas regulares de 5 a 8 sries, at o ano 2000. Atravs do CPM, foram adquiridos um aparelho de vdeo cassete e um televisor, que equiparam a primeira sala de audiovisual da escola. As suas principais contribuies pedaggicas foram a criao das salas-ambientes e o estmulo informatizao da Escola. Em Dezembro de 1992, foram eleitas para a direo as educadoras Brasilina Pereira Cabral e Ldia Maria Bettio Redivo (1993 a 1995), que disputaram a eleio com a chapa formada pelos educadores Ado Alves Pinheiro e Denise Souto Palharini. Como importantes realizaes desta direo, tivemos a implantao dos cursos de Datilografia e Office-boy, em parceria com SENAC, a aquisio do primeiro computador da escola, doado pelo CPM, para a secretaria iniciar o processo de informatizao. Em 03 de Setembro de 1992, foi criado o Grmio Estudantil. Em 1993, aconteceu o I Seminrio Interno: Repensando a Prtica Pedaggica, a I Mostra de Talentos e a I Rstica, eventos at hoje presentes no Calendrio Escolar. Em 1994, no governo do prefeito Olvio Dutra, ocorreu a participao da escola no 1 Congresso Constituinte: A escola que temos e a escola que queremos. Em 1995, aconteceu o projeto de qualificao pedaggica e implantou-se o projeto de oficinas de sexualidade. Em dezembro de 1995, foi escolhida como diretora a educadora Ldia Maria Bettio Redivo com duas vice-diretoras: Marisa Pinto Pereira e Maria Lcia Dutra (1996 a 1998). Esta gesto promoveu aes como a participao da escola no Campeonato Garoto Bom de Bola, a criao das oficinas de atletismo, do projeto Largada do Cigarro, o ciclo de palestras sobre violncia escolar, a participao da escola com artigos no 1 jornal da Restinga, o projeto Regras de Convivncia, o ciclo de palestras sobre limites e o Projeto Recreao e Lazer. Em Dezembro de 1998, foi eleita a educadora Marisa Pinto Pereira, tendo como vice-diretores Berenice da Silva Michels e Alcides Almeida (1999 a 2001). Esta gesto iniciou o estudo sobre os Ciclos de Formao, reorganizou as regras de convivncia, iniciou o projeto Mes do Recreio, a pesquisa scio-antropolgica e o estudo sobre as fontes epistemolgicas e filosficas do currculo. Em 2000, a escola

8 no havia decidido trabalhar com o sistema de Ciclos de Formao, pois ainda estava promovendo estudos sobre o assunto, mas este sistema foi implantado por determinao da SMED. O conceito de progresso continuada no foi aceito pelo coletivo, mas acabou sendo vivenciado por imposio poltica, o que acarretou incompreenses e resistncia por parte do corpo docente. A escola organizou seu trabalho pedaggico por Complexo Temtico. Ao mesmo tempo, o ensino regular noturno foi transformado em SEJA (Servio de Educao de Jovens e Adultos). A gesto da educadora Marisa foi marcada por sua caracterstica pessoal de acolhimento em contrapartida aos crescentes conflitos de dilogo com a mantenedora. Em 2001, inaugura-se a sala de informtica com o nome do educador Paulo Baumgarten. Em dezembro de 2001, assumem a educadora Berenice da Silva Michels como diretora e seus vice-diretores Alcides Jos de Almeida Neto e Rosngela Remio Russo (2002 a 2004). Esse grupo retomou as regras de convivncia, props o projeto das Turmas de Apoio, implantou as reunies pedaggicas por ano ciclo, ampliando o espao de planejamento coletivo, instituiu a avaliao trimestral por objetivos, implantou o sistema de arquivo passivo e corrente da documentao do alunado e iniciou a construo do PPP de forma mais sistematizada. Em 2004, foram eleitas a educadora Ldia Maria Bettio Redivo e suas vicediretoras Rosngela Remio Russo e Erotildes Veris Kluve (2005 a 2007). Esta gesto continuou com a proposta de elaborao do PPP e Regimento Escolar. Destacam-se, ainda, nas suas aes, o Projeto Brincando na Escola, a formao de parcerias com a comunidade, o Projeto de Educao Ambiental, a criao da Sala Multimeios, a ampliao do espao da Biblioteca, a unificao do dossi pedaggico e a informatizao da vida escolar do educando, o projeto de diviso de verbas por ano-ciclo, EJA e setores, alterao da grade curricular, incentivo a projetos como Para e L, Recrear, Adote Um Escritor, Semana Farroupilha, Sarau Potico Musical, Instituto Ronaldinho Gacho, Instituto Ayrton Senna, TAB para turmas de transio e Escola Aberta. Em 2007, tivemos eleies para direo com uma disputa de duas chapas: chapa 2 composta pelos educadores Sueli Jos da Silva, Alcides Almeida e Silvana Vieira Ferrari e chapa 1, que foi vitoriosa, composta pelas educadoras Berenice da Silva Michels, Ldia Maria Bettio Redivo e Erotildes Veris Kluve. Esse processo eleitoral, com participao de duas chapas, fato que no ocorria havia muitos anos

9 na Escola, tambm serviu para desacomodar as pessoas, trazendo consequncias positivas, em funo da exigncia de maior eficincia administrativa e participao nas decises, acarretando maior responsabilidade com os rumos da Escola por parte de toda comunidade envolvida. A gesto 2008-2010 est sendo marcada pelas seguintes realizaes: manuteno dos projetos existentes e participao em outros como Robtica, Mais Educao do MEC, Cidade Escola, formaes pedaggicas integradas com as escolas da regio; cursos de alemo, francs, italiano e karat, estmulo concluso do PPP e Regimento Escolar; inaugurao da quadra poliesportiva coberta, projeto de escola, defendido por praticamente todas as gestes anteriores junto prefeitura e em fruns como o Oramento Participativo; reativao do Grmio Estudantil, acolhimento da Sala de Integrao e Recursos (SIR), do nibus Sorriso Marista, que realizou atendimento odontolgico da comunidade e do curso pr-vestibular, em parceria com a UFRGS. Uma caracterstica importante da Escola sua capacidade de unio em torno de propostas e objetivos que considera importantes e de realizar disputas de forma muito posicionada, na defesa de seus pontos de vista, alm da reconhecida capacidade de saber e de fazer. Os avanos observados nos ltimos anos permitem visualizar um quadro de constante superao das dificuldades e expectativa de consolidao dessa Escola como uma referncia local e regional em qualidade na educao, entendida como qualidade os pressupostos elencados neste Projeto Poltico-Pedaggico. 2.2 O RESGATE DA HISTRIA DA COMUNIDADE Compreender a histria da Restinga compreender a histria da comunidade e, portando, a situao das famlias atendidas pela Escola. A Restinga pertence ao 7 Distrito de Porto Alegre, ficando 25 Km distante do centro da capital. A parte localizada ao lado sul da Estrada Joo Antnio da Silveira, a Vila Restinga Velha, foi implantada em 1964 para recepo dos moradores das vilas Ilhota, Dona Teodora, Santa Luzia, Martimos e Dique, ou seja, todas as vilas irregulares que ocupavam as reas do municpio. O loteamento residencial na Vila Nova Restinga, localizado ao lado norte da Estrada Joo Antnio da Silveira, teve

10 seu incio de implantao atravs do DEMHAB, em 1971, para suprir dficit de habitao popular no municpio. Comunidades inteiras, que foram removidas de seus locais de moradia, prximos ao centro da cidade, onde, a despeito das precrias condies de habitabilidade, contavam com estrutura e localizao geogrfica que lhes favorecia as condies de trabalho. Transferidas para um bairro novo, mediante promessas de implantao de infraestutura que tardaram ou no foram concretizadas pelo poder pblico, essas pessoas encontraram na sua prpria organizao, atravs do movimento comunitrio, as condies para a representao junto aos rgos governamentais e superao das dificuldades encontradas. Atualmente, o loteamento compreende cinco unidades residenciais implantadas pelo municpio e vrias reas ocupadas irregularmente, que apresentam maiores problemas de infra-estrutura e, consequentemente, acarretando piores condies de vida para seus ocupantes. Hoje, a Restinga no tem mais um nico estilo de casa. O DEMHAB j no mais o responsvel pelas construes. A iniciativa privada vem modificando radicalmente o sistema habitacional no bairro. No que se refere ao sistema econmico, a populao da Restinga situa-se na faixa mdia baixa. A oferta de trabalho aumentou gradativamente, sendo que a maior oferta de emprego fica a cargo das empresas de nibus Tinga, Metroplan dos supermercados Kan, ABC, Santa Clara, Fortaleza, Keppler, Tigro e Asun, de algumas fbricas do Distrito Industrial, alm dos vrios postos no comrcio e da cooperativa de reciclagem de lixo. O bairro conta tambm com um Frum, uma delegacia de polcia, a 16 DP, e o 21 BPM da Brigada Militar. Existe um posto do Sistema Nacional de emprego SINE localizado na Restinga Nova. A procura pelo emprego muito grande, superando o nmero de vagas. A maior busca por mulheres, as quais mais facilmente conseguem colocao em servios domsticos, como auxiliares de produo, servios gerais e outros. A maioria dos homens procura emprego no setor da construo civil, pois este no exige uma escolaridade formal. O comrcio vem crescendo, porm ainda no consegue absorver grande parte dos trabalhadores. Toda a populao espera ansiosamente a construo do Plo Industrial, situado na zona norte da Restinga. A maior parte dos trabalhadores da Restinga encontra emprego em outros bairros e

11 utiliza o transporte coletivo, que precrio em quantidade, qualidade e com horrios que no comportam as necessidades dos moradores. Embora na Restinga se concentrem um enorme nmero de escolas com ensino fundamental, no h vagas para os jovens que ingressam no ensino mdio, o bairro carente tambm em opes de lazer, esporte, cultura, cursos profissionalizantes, enfim de atividades para os jovens no contraturno escolar. A forte atuao do movimento comunitrio, atravs de associaes de moradores, Grupos e ONGs, demonstra que a comunidade bastante organizada e preocupada com a qualidade de vida dos moradores. Infelizmente, essas organizaes ainda no conseguem encontrar as solues para a maioria das demandas do bairro, carecendo de um olhar mais atento e maiores investimentos por parte do poder pblico. A Restinga conta hoje com um Frum, poucos postos de sade e aguarda a construo de um hospital pblico e de uma escola tcnica, que j esto previstos para serem implantados no bairro. 2.3 DIAGNSTICO DA REALIDADE ESCOLAR No decorrer da sua histria, percebe-se que o Pasqualini uma escola respeitada pela comunidade em que est inserida. Este respeito sofreu desgaste por ocasio da troca do sistema seriado para o sistema de ensino por ciclos. Educadores e comunidade precisaram aprender juntos e mudaram aos poucos o perfil da escola, assim como as concepes de aprendizagem. Dentro dessa caminhada, comunidade e escola se uniram na luta por mudanas que julgaram necessrias. Tais conquistas e mudanas fizeram com que, aos poucos, a comunidade fosse mais participativa e atuante, embora a participao ainda no esteja no nvel desejado pela escola. A fim de estimular a participao da comunidade, a escola tem aberto espaos para programas como o Cidade Escola que abrange uma srie de projetos como o Escola Aberta, que oferece aulas de dana para jovens e terceira idade, oficina de bordado, hip-hop, grafitagem, futebol, Karat, Yoga, papelagem, caminhada orientada e ginstica para adultos. Fora isso, conta com parceiros como o Instituto Ronaldinho Gacho, Esporte Clube Cidado (Dunga), Cipriane, CPIJ, Monteiro Lobato, Renascer, NASCA, os Irmos Maristas com o projeto de Incluso Digital e o nibus Sorriso, Curso de Pr-vestibular, realizado noite, em parceria com a UFRGS,

12 Projeto Ayrton Senna, Recreio Orientado (em parceria com as alunas do magistrio da Escola Ildo Meneghetti e educandos voluntrios do turno da tarde) e Incluso digital para os educadores. Atualmente, a escola tem 55 turmas, com mais de 1600 educandos, distribudos no Ensino Fundamental regular e EJA. Esses dados demonstram que a escola vem crescendo junto com a sua comunidade. Hoje, aos 52 anos, a escola enfrenta muitos problemas, tais como: estrangulamento do espao fsico em relao ao aumento do nmero de educandos e turmas atendidas; perda de salas de apoio (laboratrio de Cincias, substitudo pela sala Multimeios e sala do Grmio Estudantil, transformada em Banco do Livro); pracinha pequena em relao ao nmero de educandos do primeiro ciclo; ausncia de espao fsico e carncia de recursos materiais e fsicos adequados ao trabalho individual e coletivo dos educadores; falta de sala adequada para estudo e planejamento individual dos educadores, falta de manuteno adequada em decorrncia da morosidade de atendimento da mantenedora, recursos financeiros e previso oramentria; falta de recursos humanos (educadores e funcionrios); pouco envolvimento e participao das famlias; falta de motivao e engajamento de alguns educadores; desinteresse e desrespeito de parcela dos educandos; falta de integrao e comunicao inter e intra-setorial; dificuldades de viabilizar a participao coletiva na totalidade das decises; dificuldade de estabelecer uma linha pedaggica comum; dificuldades na concretizao dos encaminhamentos feitos junto a Secretaria Municipal de Sade; agravamento dos problemas de sade dos profissionais da educao, muitas vezes relacionados s prprias condies de trabalho, acarretando ausncias, nem sempre supridas pela mantenedora; baixa auto-estima dos educandos; falta de organizao administrativa e financeira interferindo no pedaggico; preocupao com o aumento da violncia e a falta de segurana; pouca integrao entre educadores, educandos, funcionrios e familiares; dificuldades no atendimento aos educandos de incluso (condies material, fsica e pedaggica); entraves na relao entre escola e instituies legais de apoio criana e ao adolescente. Superar essas dificuldades requer a compreenso deste Projeto PolticoPedaggico como um instrumento terico-metodolgico, que pensa a escola desde a prtica da sala de aula organizao da escola como um todo, tendo por base a continuidade dos projetos e das prticas com bons resultados, qualificando espaos e servios. Constitui-se em uma ferramenta de trabalho elaborada e implementada,

13 buscando efetivamente realizar as mudanas necessrias para superao das dificuldades e a qualificao da escola enquanto espao educativo.

14 3 CONCEPES PEDAGGICAS

3.1 CONCEPES DE ESCOLA Baseado em autores como Paulo Freire, Moacir Gadotti, Demerval Saviani e Celso Vasconcellos e nas falas do coletivo de educadores, entendemos a escola como um espao de interao e construo de conhecimentos, partindo de princpios da Educao Popular. A base desses princpios compe-se de valorizao dos saberes e talentos das classes populares; concepo da educao como espao de desalienao e conhecimento de direitos; a busca de uma sociedade justa, igualitria, responsvel, solidria e com respeito ao bem comum. A escola um espao sociocultural, por isso todos os espaos so de aprendizagem, desde a nutrio at o meio ambiente escolar (enquanto ambiente de qualidade, limpeza e organizao) devem fazer parte da constante valorizao e qualificao para a aprendizagem nestes espaos, buscando afirmar as singularidades e a cidadania. A escola e a famlia devem construir uma relao de parceria e respeito, estabelecendo os papis que competem a cada uma, buscando participao e comprometimento de todos os segmentos. No espao escolar, assim como na vida, constri-se conhecimento pela troca permanente. Portanto, educandos, educadores, comunidade e funcionrios educam-se mutuamente nas relaes cotidianas (formais e informais). 3.2 CONCEPO DE CONHECIMENTO Sendo o conhecimento um processo humano, histrico, incessante, de busca de compreenso, de organizao, de transformao de mundo vivido e sempre provisrio, tem origem na prtica do homem e nos processos de transformao da natureza. As aprendizagens so constitudas, principalmente, pela interao entre os processos de conhecimento, os de linguagens, incluindo os processos afetivos, originados pelas relaes estabelecidas entre as distintas identidades, culturas, o

15 pluralismo das idias e o respeito s diferenas dos vrios participantes do contexto escolar, observando os valores ticos e humanos. Nossa ao educativa deve levar em conta que: a prtica social a fonte do conhecimento; a teoria deve estar a servio de e para uma ao transformadora; a prtica social o critrio de verdade e o fim ltimo do processo de conhecimento. A opo de organizao curricular, a partir de uma concepo de conhecimento e realidade, envolve: o desmantelamento de uma abordagem curricular, burocraticamente prestabelecida, que inclui o educador na prtica de construir o currculo; a construo de uma relao dialtica entre a realidade local e o contexto mais amplo; a prtica da interdisciplinaridade, estabelecendo uma nova relao entre currculo, contedos e realidade; a seleo e desenvolvimento de contedos, a partir da interao entre currculo e realidade, influenciando-se mutuamente e visando a transformao desta realidade; a qualificao, a formao e ampliao dos conhecimentos envolvidos nesse processo devem trabalhar com os conhecimentos de uma maneira unificada. 3.3. CONCEPO DE INCLUSO A educao inclusiva um movimento que compreende a educao como um direito humano fundamental e base para uma sociedade mais justa e solidria. Esse movimento preocupa-se em atender todas as crianas, jovens e adultos, que tem sido excludos das oportunidades educacionais, a despeito de suas caractersticas, desvantagens e dificuldades. Incluir no somente oferecer escola para todos, essencial que no se perca a dimenso da individualidade, isto , que a escola oferea a cada criana e jovem a oportunidade mxima possvel de alcanar sua cidadania plena pelo respeito

16 e pela aprendizagem. A Escola, desde o incio de sua atividade, pratica a incluso e se integra nesse movimento, atendendo educandos com necessidades educacionais especiais. Consideram-se educandos com necessidades educacionais especiais os que, durante o processo educacional, apresentarem: I dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitaes no processo de desenvolvimento que dificultem o acompanhamento das atividades curriculares, compreendidas em dois grupos: a) aquelas no vinculadas a uma causa orgnica especfica; b) aquelas relacionadas a condies, disfunes, limitaes ou deficincias; II dificuldades de comunicao e sinalizao diferenciadas dos demais educandos, demandando a utilizao de linguagens e cdigos aplicveis; III altas habilidades/superdotao, grande facilidade de aprendizagem que os leve a dominar rapidamente conceitos, procedimentos e atitudes. IV aqueles assim caracterizados pela avaliao da Sala de Integrao e Recursos em conjunto com a Assessoria da Educao Especial SMED, considerando o parecer de educadores da escola e/ou laudos e diagnsticos comprobatrios prprios, fornecidos por profissionais habilitados da rea da sade, em consonncia com as orientaes do MEC. Caber Escola, em dilogo com a SMED, definir a incluso desses educandos, sua e enturmao e o nmero de educandos por turma, a partir de uma poltica que assegure aos mesmos o atendimento adequado e de qualidade. A incluso de educandos com necessidades educacionais especiais, respeitadas as condies estabelecidas nos artigos 58 e 59 da LDBEN, ser realizada observando as seguintes condies: Enturmao em classes com nmero reduzido de educandos, ou em turmas com projetos aprovados pela Escola e pela SIR e Assessoria da Educao Especial - SMED, que assegurem aos mesmos o atendimento adequado e de qualidade;

17 Garantia de frequncia s aulas, SIR e aos demais atendimentos especializados, atravs de termo de compromisso, assinado pela famlia, escola e SIR, no ingresso neste atendimento; Garantia de atendimento por parte de profissionais especializados, estagirios de incluso e equipes de apoio educativo, preferencialmente na escola, que acompanhem os educandos com necessidades educacionais especiais, orientando o trabalho dos educadores de classe; Acompanhamento dos educandos por uma estagiria de integrao durante todo o tempo em que estiverem na escola. Este tempo poder ser reduzido aos poucos, de acordo com a necessidade das educadoras e dos mesmos; Garantia de atendimentos especializados necessrios ao desenvolvimento dos educandos de necessidades educativas especiais; Possibilidade de reduo de horrio e/ou afastamento temporrio do educando para outros atendimentos especializados, quando necessrio, e sujeita avaliao da SIR, em conjunto com a Assessoria da Educao Especial -SMED e/ou sob laudo de profissional especializado da rea da sade. Garantia de oferecimento de formaes aos educadores, visando qualificar o atendimento aos educandos includos. Possibilidade de discusso, a qualquer momento, entre a Escola e a SMED, sobre casos de educandos e projetos que se julguem necessrios. Garantia de oferecimento das condies necessrias para o cumprimento da Lei e adequado atendimento dos educandos.

18 4 OBJETIVOS DA AO PEDAGGICA

A ao pedaggica da escola estar centrada no planejamento coletivo, com vista a produzir uma educao transformadora, que respeite e esteja adequada aos interesses e s necessidades de crianas, de adolescentes, de jovens e de adultos trabalhadores, que aponte para a construo de saberes, conhecimentos e valores indispensveis ao exerccio dos direitos e deveres inerentes cidadania. A educao, fundamentada nos ideais de igualdade, liberdade, solidariedade, democracia, justia social, cidadania participativa e consciente, contribui para mudanas na qualidade de vida dos educandos, da escola, e, consequentemente, de seus familiares, principalmente pela formao humana e cidad, informao e conhecimento significativos adquiridos Deve ser uma educao que incida sobre a viso, que permita a imaginao e a ao, a reflexo, a mudana de comportamento, que viabilize relao e aplicao, produo criativa e promova autonomia, criticidade, respeito ao bem comum, sensibilidade e a diversidade de manifestaes, a valorizao e promoo da vida. Para tanto, as prticas educativas devem: garantir a todos o acesso ao ensino de qualidade; favorecer a permanncia e sucesso do educando dentro da escola; garantir uma escola gratuita, laica e pluralista; estar voltadas para o trabalho com as classes populares, uma vez que essas tem sido, historicamente, excludas dos bens produzidos pela sociedade como um todo; propiciar prticas coletivas de discusso, garantindo a participao de toda a comunidade escolar; viabilizar a descentralizao do poder, no que se refere s definies do seu projeto de escola, tanto na relao governo/escola, como descentralizao das responsabilidades na busca de solues; contribuir, atravs de objetivos estratgicos, articuladas com outras organizaes da comunidade, para a construo de uma sociedade diferente na justia social, na igualdade e na democracia;

19 oportunizar o acesso ao conhecimento, sua construo e recriao permanente, envolvendo a realidade dos educandos, suas experincias, saberes e cultura, estabelecendo uma constante relao entre teoria e prtica; garantir espaos de formao para os educadores e demais segmentos da comunidade escolar na perspectiva da construo de sujeitos crticos e de investigao permanente da realidade social, tendo como objetivo a qualificao da ao pedaggica e o resgate de sua cidadania; buscar a superao de todo tipo de opresso, discriminao, explorao e obscurantismo de valores ticos de liberdade, respeito diferena e pessoa humana, solidariedade e preservao do ambiente natural.

20 5 PLANEJAMENTO DA ESCOLA

O planejamento escolar feito atravs da participao organizada em reunies dos diversos segmentos que compem a comunidade escolar, bem como dos setores, servios e equipe diretiva. O planejamento, feito de forma coletiva, oportuniza a descentralizao das decises, o exerccio de prticas coletivas de discusso, valoriza a globalidade de vises e expresses que se manifestam, viabilizando o engajamento dos sujeitos e a transformao dessa participao no comprometimento com os objetivos traados. O planejamento na Escola compreende as seguintes aes: a) Planejamento Anual, elaborado sob a responsabilidade da Equipe Diretiva, aps consulta de demandas dos segmentos e submetido aprovao em assemblia geral de um ano para o outro, conforme cronograma estabelecido pela mantenedora. Esse Plano Anual contm os principais objetivos da Escola para o perodo, tanto em aes a serem desenvolvidas, como em previso de aplicao de recursos correntes e permanentes; b) Reunies de Planejamento Semestrais, coordenadas pela Equipe Diretiva, envolvendo os setores, os servios e o conjunto dos educadores e funcionrios, no incio de cada semestre, onde so discutidas as propostas de ao a serem desenvolvidas no prximo perodo; c) Reunies de Avaliao e Replanejamento, realizadas ao final de cada semestre, coordenadas pela Equipe Diretiva, envolvendo os setores, os servios e o conjunto dos educadores e funcionrios, no final de cada semestre, onde avaliado o desempenho do conjunto da escola, diante dos objetivos propostos para o perodo; d) Reunies de Planejamento Pedaggico, por ano ciclo e totalidade, coordenadas pela equipe do Servio de Orientao Pedaggica em conjunto com a Direo, realizadas semanalmente, envolvendo os educadores daquele(s) ano(s) ciclo e totalidades, onde so definidos os principais projetos e metas pedaggicas para cada perodo seguinte. A equipe do Servio de Orientao Pedaggica a que articula nos tempos e espaos a orientao e a organizao do pedaggico na escola, de modo conjunto, acolhe e disponibiliza subsdios para elevar a formao dos educadores e a tomada de conscincia em relao prtica da sala de aula. A

21 equipe de superviso escolar deve manter a continuidade e logicidade de suas pautas, que devem ser agendadas e divulgadas com antecedncia. e) Reunies de Equipe Diretiva, semanais, coordenadas pela Direo e envolvendo Orientao Educacional, Superviso Pedaggica, Coordenao de Turno e Coordenao Cultural, e conforme a necessidade, setores e comisses de trabalho, para tratar dos assuntos relacionados ao planejamento, coordenao, acompanhamento e avaliao semanal das atividades.

22 6 GESTO DEMOCRTICA E PARTICIPATIVA

Somente com a plena participao dos segmentos formadores da comunidade escolar (educadores, educandos, funcionrios e pais) se pode construir uma educao de qualidade, voltada para a aprendizagem, a criticidade, a autonomia, a participao democrtica e a produo de conhecimento. Estes so elementos essenciais para a formao humana que tanto se busca alcanar em educao. A construo da autonomia escolar, entendida como um processo em que a Gesto da Escola seja pautada pela democracia participativa, fundamental na criao das condies para que a ao pedaggica seja voltada para o aprender. Descentralizar informaes, circular trocas de experincias, realizar assemblias permanentes de avaliao, dar acesso a todas as informaes significas, estabelecer nova rotina de reunies, flexibilizar tempos e espaos para esta circulao, promover estratgias possveis de agrupamentos diferenciados, reunies conjuntas e participativas de pais, educadores, educandos, funcionrios, comisses e conselhos participativos. A Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional 9.394/96 determina: Art. 14. Os sistemas de ensino definiro as normas da gesto democrtica do ensino pblico na educao bsica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princpios: I - participao dos profissionais da educao na elaborao do projeto pedaggico da escola; II - participao das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes. Art. 15. Os sistemas de ensino asseguraro s unidades escolares pblicas de educao bsica que os integram progressivos graus de autonomia pedaggica e administrativa e de gesto financeira, observadas as normas gerais de direito financeiro pblico. A autonomia da escola pode ser vista nas seguintes perspectivas:

23 a) Filosfica: capacidade de estabelecer valores que se transformam em fins e objetivos; b) Poltica: frente s polticas educacionais; c) Administrativa: operacionalizao dos objetivos polticos-filosficos; d) Pedaggica: capacidade de decidir e gerir o currculo da escola; e) Didtica: ligada s atividades de ensino-aprendizagem. A autonomia se refere criao de novas relaes sociais, construdas a partir de ideais democrticos (no-autoritrios) e participativos, que visem autogesto e ao exerccio da cidadania. O exerccio da cidadania pressupe participao e comprometimento por parte do coletivo. 6.1 GESTO DA ESCOLA Considerando como pilares da gesto democrtica a autonomia e a participao, a gesto da escola ser desenvolvida de modo coletivo, com a participao e comprometimento de todos os segmentos nas decises e encaminhamentos, oportunizando a alternncia no exerccio da representatividade. 6.1.1. Conselho Escolar O Conselho Escolar tem natureza consultiva, deliberativa e fiscalizadora, constituindo-se no rgo mximo da escola, conforme estabelecido em lei. A composio, organizao e funcionamento so definidos pela legislao vigente e pelo regimento interno do Conselho Escolar. importante que todos tenham acesso s informaes relevantes para a tomada de decises e que haja transparncia nas negociaes entre os representantes do Conselho e os diferentes segmentos da comunidade escolar. Como transparncia entende-se a divulgao das pautas, das demandas e dos resultados das reunies em painel de fcil acesso aos segmentos. Os conselhos e assemblias escolares devem atuar de modo que possam dirigir e avaliar todo o processo de gesto escolar, e no apenas funcionar como instncia de consulta.

24 O Conselho Escolar dever prever mecanismos de participao e transparncia, que devem ser explicitados na proposta de gesto, baseados nos princpios: fluxo de comunicao, participao e avaliao. So atribuies do Conselho Escolar: a) convocar assemblias e/ou plenrias deliberativas sobre os assuntos a serem tratados e votados no Conselho Escolar, em especial, quanto a: 1) definio de critrios de RH; 2) deliberao sobre o Plano Administrativo Anual, elaborado pela direo da escola, contendo a programao de aplicao dos recursos necessrios manuteno e conservao da escola; 3) alteraes no currculo escolar, no que for atribuio da unidade, respeitada a legislao vigente; 4) alteraes metodolgicas, didticas e administrativas da escola, respeitada a legislao vigente; 5) definies sobre o calendrio escolar, no que compete unidade, respeitada a legislao vigente; 6) definies sobre o Projeto Poltico-Pedaggico da escola, no que compete unidade, respeitada a legislao vigente; 7) discusses e deliberaes acerca das regras de convivncia; 8) promover a avaliao institucional semestral da escola, com vistas ao planejamento permanente, de acordo com os princpios definidos no Plano Poltico-Pedaggico. b) divulgar, peridica e sistematicamente, informaes referentes aplicao dos recursos financeiros, qualidade dos servios prestados e resultados obtidos; c) fiscalizar a gesto administrativo-pedaggica e financeira da unidade escolar; d) acompanhar a execuo do Plano Poltico-Pedaggico, em conjunto com a equipe diretiva; e) elaborar seu regimento; f) atender, modificar e aprovar o Plano Administrativo Anual, elaborado pela direo da escola sobre programao e aplicao dos recursos necessrios manuteno e conservao da escola;

25 g) criar e garantir mecanismos de participao efetiva e democrtica da comunidade escolar da definio do Projeto Poltico-Pedaggico da unidade escolar; h) coordenar o processo de discusso, elaborao ou alterao do regimento escolar; i) convocar assemblias gerais da comunidade escolar ou dos seus segmentos; j) propor, coordenar a discusso junto aos segmentos da comunidade escolar e votar alteraes no currculo escolar, no que for atribuio da unidade, respeitada a legislao vigente; k) propor, coordenar a discusso junto aos segmentos e votar as alteraes metadolgicas, didticas e administrativas da escola, respeitada a legislao vigente; l) definir o calendrio escolar, no que compete unidade, observada a legislao vigente; m) fiscalizar a gesto administrativo-pedaggica e financeira da unidade escolar; n) discutir e deliberar sobre o Projeto Poltico-Pedaggico e acompanhar sua execuo, em conjunto com a equipe diretiva; o) aprovar projetos pedaggicos que desencadeiem aes educativas; p) articular, avaliar e deliberar sobre os princpios de convivncia; q) organizar o processo de matrcula no interior da escola, a partir das orientaes da mantenedora; r) demais atribuies disciplinadas no Regimento Interno do Conselho Escolar; s) resolver os casos omissos do regimento. 6.1.2. Equipe Diretiva A Equipe Diretiva a responsvel pela direo e coordenao do trabalho coletivo e tem como funes articular, propor, problematizar, mediar, operacionalizar e acompanhar o pensar-fazer poltico-pedaggico-administrativo da comunidade escolar, a partir das deliberaes e encaminhamentos da mesma, atravs do Conselho Escolar, constituindo-se, por isso, num frum permanente de discusso. A Equipe Diretiva responsvel pela organizao do cotidiano escolar, buscando superar, na prtica, a dicotomia entre o administrativo e o pedaggico. A Equipe Diretiva composta pela Direo, Vices-direes, Superviso Pedaggica, Orientao Educacional e Coordenao Cultural. Em virtude da caracterizao da escola como GG, a Vice-direo formada por dois Vice-diretores.

26 As formas de gesto e composio desta equipe podero ser alteradas, conforme demandas da comunidade escolar. A descrio dos cargos e setores obedece ao Parecer 005/96, do Conselho Municipal de Educao, que aprova o Regimento Escolar-Documento-Referncia para a Escola Cidad e Bases Curriculares a serem adotados pelas Escolas da Rede Municipal de Ensino de Porto Alegre. 6.1.2.1. Eleio A eleio para Diretor e Vice dar-se- de acordo com a legislao vigente. So atribuies da Equipe Diretiva: a) garantir espaos para planejamento, discusso, reflexo, estudos, cursos que oportunizem a formao permanente dos trabalhadores em educao e dos demais segmentos da comunidade escolar, enriquecendo o trabalho pedaggico da escola; b) socializar as informaes entre os diversos segmentos da escola; c) promover a participao da comunidade no desenvolvimento das atividades escolares com vistas integrao da escola em seu ambiente; d) programar a distribuio e o adequado aproveitamento dos recursos humanos, tcnicos, materiais, institucionais e financeiros; e) propiciar, juntamente com o conselho Escolar, a realizao de estudos e avaliaes com todos os segmentos da escola sobre o desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem e sobre os resultados ali obtidos, visando melhoria da qualidade da educao na unidade escolar; f) ter um horrio de trabalho organizado no sentido de atender a demanda da comunidade escolar nos trs turnos; g) promover a mobilizao da comunidade escolar com vistas busca de novos caminhos na educao (envolvendo todos os segmentos: pais, educandos, educadores e funcionrios). So atribuies do Diretor e dos Vice-diretores:

27 a) elaborar com o conjunto da escola o Projeto Poltico-Pedaggico que dever ser submetido deliberao do Conselho Escolar; b) cumprir e fazer cumprir o estabelecido no Projeto Poltico-Pedaggico aprovado pelo Conselho Escolar; c) responsabilizar-se pela organizao e funcionamento dos espaos e tempos da escola (calendrio) perante aos rgos do Poder Pblico municipal e a comunidade. d) assinar o expediente e documentos e, juntamente com o secretrio da escola, assinar toda a documentao relativa vida escolar do educando; e) receber os servidores, quando do incio do seu exerccio na escola, procedendo s determinaes legais referentes a esse ato, oportunizandolhes o conhecimento do Projeto Poltico-Pedaggico da escola, bem como sua estruturao curricular; f) informar os servidores ingressantes quanto s atribuies de seus respectivos cargos, bem como quanto s normas de procedimento do local de trabalho; g) supervisionar as atividades dos servios e das instituies da escola, bem como a sua atuao junto comunidade; h) aplicar as penalidades disciplinares previstas em lei a educadores, especialistas em educao, servidores administrativos e de servios gerais; i) promover a articulao entre os setores e os recursos humanos em torno da finalidade e dos objetivos da escola; j) responsabilizar-se pelos atos administrativos e financeiros, bem como pela veracidade das informaes prestadas pela escola; k) programar juntamente com o responsvel pelo setor de material, a utilizao dos recursos materiais, bem como supervisionar e orientar o recebimento, a estocagem, a utilizao e os registros sobre os mesmos; l) dinamizar o fluxo de informaes entre a escola e a SMED e vice-versa; m) cumprir e fazer cumprir as disposies legais, as determinaes de rgos superiores e as constantes deste regimento, juntamente com o Conselho Escolar.

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6.1.2.2. Servio de Orientao Pedaggica (SOP) O Servio de Orientao Pedaggica, composto pela Coordenao Cultural, Superviso Escolar e Orientao Educacional, constitui-se em elemento central no processo educacional, assumindo, junto com o coletivo da escola, a implementao do Projeto Poltico-Pedaggico, e tambm junto comunidade, revitalizando o dilogo entre diferentes saberes. Seguindo essa abordagem, vislumbra-se a ao do supervisor escolar e do orientador educacional comprometida com os processos participativos de planejamento e avaliao da ao educativa. Assim sendo, ao projetar os espaos destinados Superviso Escolar e Orientao Educacional, deve-se considerar a necessidade de contemplar atendimentos individualizados, bem como reunies de pequenos e grandes grupos, a fim de favorecer reflexes baseadas em prticas coletivas e solidrias. O Servio de Orientao Pedaggica ser composto pelo Servio de Superviso Escolar (SSE), Servio de Orientao Educacional (SOE) e pela Coordenao Cultural (CC). 6.1.2.2.1. Superviso Escolar A Superviso Escolar ser composta por Supervisores Escolares e/ou Coordenadores Pedaggicos, preferencialmente com formao na rea, que desenvolvero seu trabalho em consonncia com o Projeto Poltico-Pedaggico, escolhidos no coletivo de educadores da Escola, levando em conta as indicaes dos educadores do respectivo turno de atuao. A Superviso Escolar ser composta por Supervisores Escolares com formao na rea e/ou Coordenadores Pedaggicos, que desenvolvero seu trabalho em consonncia com o Projeto Poltico-Pedaggico. Esses profissionais sero eleitos no coletivo de educadores do respectivo turno, levando em conta o projeto de trabalho apresentado. Caso no haja interessado, a Direo da Escola indicar o profissional que ocupar a funo mediante apresentao de proposta de trabalho. So atribuies da Superviso Escolar:

29 a) refletir criticamente sua ao na escola e na RME, revendo

permanentemente seu referencial; b) contribuir no trabalho do dia-a-dia referente s atividades a serem desenvolvidas com a comunidade escolar, buscando a construo e reconstruo do planejamento curricular, coordenando a articulao e a sistematizao do mesmo; c) socializar o saber docente, estimulando a troca de experincias entre a comunidade escolar, a discusso e a sistematizao da prtica pedaggica, viabilizando o trnsito teoria-prtica, para qualificar os processos de tomada de decises referentes prtica docente; d) articular junto Coordenao Cultural a integrao das atividades alternativas e complementares com o planejamento didtico-pedaggico na escola favorecendo intercmbios culturais e sociais entre escolas e outros rgos culturais da comunidade e da cidade; e) discutir permanentemente o aproveitamento escolar e a prtica docente, buscando coletivamente o conhecimento e a compreenso dos mecanismos escolares produtores de dificuldades de aprendizagem, problematizando o cotidiano e elaborando propostas de interveno na realidade; f) assessorar individual e coletivamente os educadores no trabalho pedaggico interdisciplinar; g) acompanhar a aprendizagem dos educandos junto ao educador, contribuindo para o avano do processo; h) coordenar e participar dos Conselhos de Classe, tendo em vista a anlise do aproveitamento da turma como um todo, do educando e do educador, levantando alternativas de trabalho e acompanhando sua execuo; i) acompanhar o trabalho dos laboratrios de aprendizagem, articulando-os com o trabalho de sala de aula; j) organizar a utilizao do espao informatizado da escola, garantindo que todos tenham acesso a este espao de maneira qualificada; k) assessorar o Conselho Escolar, a Direo e educadores em assuntos pertinentes Superviso Escolar. l) ter um horrio flexvel de trabalho no sentido de atender demanda da comunidade escolar nos trs turnos.

30 m) cumprir as demais atribuies disciplinadas no Projeto Poltico-Pedaggico da escola. n) articular discusses, debates, reflexes e estudos sobre contedos transversais, conforme os Parmetros Curriculares Nacionais, para tanto, dever estar apropriado de conceitos e concepes pertinentes. 6.1.2.2.2. Servio de Orientao Educacional A Orientao Educacional ser composta por profissionais com formao especfica, que desenvolvero seu trabalho em consonncia com o Projeto PolticoPedaggico, escolhidos no coletivo de educadores da Escola, levando em conta as indicaes dos educadores do respectivo turno de atuao. A Orientao Educacional ser composta por profissionais com formao especfica, que desenvolvero seu trabalho em consonncia com o Projeto PolticoPedaggico. Esses profissionais sero eleitos no coletivo de educadores do respectivo turno, levando em conta o projeto de trabalho apresentado. Caso no haja interessado, a Direo da Escola indicar o profissional que ocupar a funo mediante apresentao de proposta de trabalho. So atribuies da Orientao Educacional: a) investigar e analisar a realidade vivencial do educando, a histria da prpria comunidade, a fim de que os trabalhadores em educao possam melhor atender a todos os educandos em seu processo de desenvolvimento global, redirecionando permanentemente o currculo. b) estimular e promover iniciativas de participao e democratizao das relaes na escola, visando aprendizagem do educando, bem como a construo de sua identidade pessoal e grupal. c) contribuir para que a avaliao se desloque do estudante para o processo pedaggico como um todo, visando ao replanejamento. d) garantir que o Conselho de Classe seja participativo, no mbito da proposta pedaggica da escola, atuando em seu planejamento, execuo, avaliao e desdobramentos;

31 e) estimular o processo de avaliao, reflexo e ao de cada segmento da escola; f) contribuir para a construo, com os diferentes segmentos da escola, de garantias para que a mesma cumpra a sua funo de construo e socializao do conhecimento e desenvolvimento da cidadania; g) organizar e coordenar grupo de interesse onde participem funcionrios e pais, que se reuniro um turno mensalmente, para debater questes ligadas sexualidade; h) assessorar o Conselho Escolar, a Direo e educadores em assuntos pertinentes Orientao Educacional; i) ter um horrio flexvel de trabalho no sentido de atender demanda da comunidade escolar nos trs turnos. j) cumprir as demais atribuies disciplinadas no Projeto Poltico-Pedaggico da escola; k) articular discusses, debates, reflexes e estudos sobre contedos transversais, conforme os Parmetros Curriculares Nacionais, para tanto, dever estar apropriado de conceitos e concepes pertinentes; l) promover discusses, debates, reflexes e estudos, junto aos educadores, acerca do tema transversal sexualidade, de acordo com orientaes fornecidas atravs do curso de formao da SMED; m) abordar, sistematicamente, com os segmentos de funcionrios e pais o tema transversal sexualidade, de acordo com orientaes fornecidas atravs de curso de formao da SMED; n) organizar e formar Grupos de Interesses, compostos por educandos adolescentes (acima de 12 anos), conforme Lei 7583/95 e Decreto 11.348/95, que regulamente o trabalho de sexualidade nas escolas municipais de Porto Alegre, de acordo com orientaes fornecidas atravs do curso de formao da SMED. 6.1.2.2.3. Coordenao Cultural A Coordenao Cultural ser composta por educador que desenvolver seu trabalho em consonncia com o Projeto Poltico-Pedaggico, escolhidos no coletivo

32 de educadores da Escola, levando em conta as indicaes dos educadores do respectivo turno de atuao. A Coordenao Cultural ser composta por educador que desenvolver seu trabalho em consonncia com o Projeto Poltico-Pedaggico. Esses profissionais sero eleitos no coletivo de educadores do respectivo turno, levando em conta o projeto de trabalho apresentado. Caso no haja interessado, a Direo da Escola indicar o profissional que ocupar a funo mediante apresentao de proposta de trabalho. So atribuies da Coordenao Cultural: a) ser articulador poltico entre os segmentos escolares: educadores, educandos, funcionrios, pais e demais instncias da escola (Conselho Escolar, Equipe Diretiva, Grmio Estudantil, etc), no sentido de promover a cultura, priorizando as atividades e projetos a serem desenvolvidos, conforme decises do coletivo da escola; b) ser o articulador poltico entre a escola, a comunidade e as demais instituies, tais como universidades, entidades no-governamentais, grupos artsticos, pessoas fsicas e jurdicas, etc, formando com elas parceria; c) frequentar periodicamente as reunies das comisses de cultura, de associaes de bairro e/ou outras agremiaes culturais locais e da cidade, no sentido de divulgar e promover o trabalho cultural da escola, promovendo-a enquanto plo cultural e integrando-a cada vez mais organicamente comunidade; d) formar uma equipe de trabalho permanente com supervisores, arteeducadores e lideranas da comunidade no sentido de priorizar e coordenar a execuo dos projetos debatidos no coletivo da escola; e) ter como natureza de seu trabalho promover e fomentar as diversas manifestaes das artes e da cultura e suas relaes com a educao; f) ter um horrio flexvel de trabalho no sentido de atender demanda culturalpedaggica da comunidade escolar nos trs turnos, em articulaes fora da escola e em presena nas reunies programadas pela SMED;

33 g) coordenar a divulgao das atividades culturais-pedaggicas da cidade na escola e na comunidade, atravs da criao de um calendrio nico contido em um painel com ampla visibilidade e colocado em lugar adequado na escola e na comunidade; h) apresentar SMED, trimestralmente, um relatrio quantitativo e qualitativo de todas as atividades propostas pelo coletivo da escola e realizadas nesse perodo; i) promover a ao cultural no sentido de propiciar convergncia-acesso, recriao-produo e divulgao-circulao das diversas manifestaes das artes, da cultura e de suas relaes pedaggicas interdisciplinares e transversais com a educao; j) realizar um trabalho de permanente parceria, troca e grupo de trabalho com os outros coordenadores da sua regio, atravs de reunies sistemticas e de proposies de atividades conjuntas; k) participar do planejamento, organizao e execuo de reunies pedaggicas da escola, juntamente com os demais componentes do SOP; l)cumprir as demais atribuies disciplinadas no Projeto Poltico-Pedaggico da escola. 6.1.3. Equipe Auxiliar da Ao Educativa A equipe auxiliar da ao educativa composta pelo Servio de Secretaria, Servio de Nutrio, Servios Gerais, Biblioteca, Laboratrio de Aprendizagem, Sala de Integrao e Recursos e Coordenao de Turno. 6.1.3.1. Servio de Secretaria O Servio de Secretaria ser composto, preferencialmente, por funcionrios lotados como assistentes administrativos ou por educadores designados para a funo. So atribuies da Secretaria: a) organizar e manter atualizada a escriturao, documentao e arquivos escolares.

34 b) garantir o fluxo de documentos e informaes necessrios ao processo pedaggico e administrativo; c) cumprir as demais atribuies disciplinadas no Projeto Poltico-Pedaggico da escola. 6.1.3.2. Servio de Nutrio O Servio de Nutrio ser composto pelos seguintes cargos: Tcnico de Nutrio, Cozinheiro e Auxiliar de Cozinha. So atribuies do Tcnico em Nutrio: a) operacionalizar o cardpio, elaborado pelo Servio de Nutrio da SMED, adaptando-o, quando necessrio; b) auxiliar na construo do Projeto Poltico-Pedaggico da escola, no que se refere nutrio, viabilizando aes educativas conjuntas; c) executar trabalhos relacionados com a nutrio; d) colaborar na execuo de cardpios, junto ao setor de Nutrio da SMED, e proceder ao controle do preparo e distribuio dos mesmos; e) instruir no modo de preparo, distribuio e horrio das refeies. f) realizar o controle das merendas, refeies e gneros; g) cumprir as demais atribuies disciplinadas no Projeto Poltico-Pedaggico da escola. So atribuies do Cozinheiro: a) preparar e cozinhar alimentos e responsabilizar-se pela cozinha; b) preparar dietas e refeies de acordo com os cardpios; c) encarregar-se de todos os tipos de cozimento em larga escala, da guarda e conservao dos alimentos; d) fazer os pedidos de suprimento de material necessrio cozinha ou a preparao de alimentos. e) cumprir as demais atribuies disciplinadas no Projeto Poltico-Pedaggico da escola.

35 So atribuies do Auxiliar de Cozinha: a) preparar e servir merendas; b) preparar mesas e ajudar na distribuio das refeies e merendas; c) proceder limpeza de utenslios, aparelhos e equipamentos de cozinha; d) guardar e conservar alimentos em vasilhames e locais apropriados; e) cumprir as demais atribuies disciplinadas no Projeto Poltico-Pedaggico da escola. 6.1.3.3. Servios Gerais Os Servios Gerais abrangem a conservao e limpeza da escola. So atribuies dos Servios Gerais: a) zelar pela conservao e limpeza da escola; b) solicitar, com a devida antecedncia, o material necessrio manuteno da limpeza; c) executar a limpeza de todas as dependncias, mveis, utenslios e equipamentos; d) responsabilizar-se pela conservao e uso adequado do material de limpeza; e) verificar, diariamente, as condies de ordem e higiene de todas as dependncias da escola; f) cumprir as demais atribuies disciplinares no Projeto Poltico-Pedaggico da escola. 6.1.3.4. Biblioteca A Biblioteca o local onde temos todos os materiais bibliogrficos, independente do suporte fsico (mapas, discos, fitas, vdeos, diapositivos, jogos, livros, peridicos, banco de imagens, programas de informtica, CDs e DVDs), constituindo-se no local ideal para a guarda, preparo tcnico e circulao desses materiais dentro da comunidade escolar.

36 A Biblioteca ser composta por profissionais com formao especfica e/ou educadores que desenvolvero seu trabalho em consonncia com o Projeto PolticoPedaggico, eleitos no coletivo de educadores do respectivo turno, levando em conta o projeto de trabalho apresentado. Caso no haja interessado, a Direo da Escola indicar o profissional que ocupar a funo mediante apresentao de proposta de trabalho. So atribuies da Biblioteca: a) planejar e executar atividades de Biblioteca (seleo, aquisio, registro, catalogao, classificao e demais processamentos tcnicos); b) atendimento ao pblico, auxiliando na busca da informao e consulta, utilizando suportes bibliogrficos e obras de referncia (enciclopdias, dicionrios, manuais, bibliografias, etc); c) divulgar a Biblioteca Escolar como fonte de leitura, informao, expresso e cultura, prestando atendimento comunidade escolar em geral; d) organizar e agilizar seu funcionamento, observando as normas especficas regidas no Projeto Poltico-Pedaggico da escola. e) buscar informaes e demais materiais bibliogrficos, assim como a permuta entre as demais bibliotecas escolares, pblicas e comunitrias, com o objetivo de atualizar e qualificar a prtica pedaggica; f) participar de atividades culturais, interagindo e abrindo o espao da Biblioteca para atividades e projetos que possam contribuir para a divulgao cultural e participao da comunidade escolar em geral; g) organizar o acervo da Biblioteca, coordenando sua utilizao; h) cumprir as demais atribuies disciplinadas no Projeto Poltico-Pedaggico da escola. 6.1.3.5. Laboratrio de Aprendizagem um espao pedaggico da escola que investiga e contribui no processo de superao das dificuldades de aprendizagem dos educandos, na sua interao com os conhecimentos escolares, com os outros (adultos ou no) e com os instrumentos culturais de mediao (j existentes ou novos, de origem filogentica ou scio-

37 histrico-cultural), no desenvolvimento do pensamento, do conhecimento, da socializao e dos processos comunicativos construdos historicamente. A funo ser ocupada por profissionais eleitos pelo coletivo de educadores do turno dos educandos atendidos, que apresentem perfil tcnico e pessoal correspondente s atribuies do cargo. Esses profissionais devem apresentar projeto de trabalho em consonncia com o Projeto Poltico-Pedaggico da escola. So atribuies do Laboratrio de Aprendizagem: a) investigar o processo de construo de conhecimento e possveis causas de insucesso dos educandos, que apresentarem dificuldades e limitaes no seu processo de aprendizagem e que so indicados para uma avaliao; b) criar estratgias de atendimento educacional complementar, grupal ou at mesmo individual (excepcionalmente) a esses educandos; c) buscar a integrao das atividades desenvolvidas no laboratrio de aprendizagem com o trabalho da turma e do Ciclo, remetendo todas as informaes possveis, referentes ao processo do educando, ao coletivo de educadores que trabalham com o educando que frequentam o laboratrio de aprendizagem e ao Servio de Coordenao Pedaggica; d) proporcionar diferentes vivncias, visando ao resgate do educando em todas as dimenses e que contribuam para o real avano e superao de suas dificuldades; e) estabelecer parcerias com as famlias dos educandos, visando ao comprometimento dos mesmos com o trabalho realizado no Laboratrio de Aprendizagem e nas suas respectivas turmas. f) encaminhar ao coletivo do ciclo um relatrio que retrate o processo de desenvolvimento do educando, a fim de que este contribua na avaliao formativa e nos encaminhamentos dos Conselhos de Classe; g) participar das formaes e atividades de planejamento da escola, j que sua atuao no pode ser desvinculada da forma como se d a organizao do ensino e o seu desdobramento nos diferentes ciclos; h) cumprir as demais atribuies disciplinadas no Projeto Poltico-Pedaggico da escola. 6.1.3.6. Sala de Integrao e Recursos (SIR)

38 A Sala de Integrao e Recursos constitui-se num espao pedaggico realizado (isto , no exclusivo da escola que sede da SIR, mas atende a todas as escolas da Regio em que a escola-sede se encontra), especialmente planejado, para investigao e atendimento aos educandos do Ensino Fundamental que, por apresentarem necessidades educativas especiais, precisam de um trabalho pedaggico complementar e especfico que venha a contribuir para sua adequada integrao e superao de suas dificuldades. A mantenedora garantir vaga na SIR para todos os educandos portadores de necessidades educativas especiais das escolas as quais atende, sob pena de no estar respeitando a lei que garante atendimento especializado para estes educandos. Caso o nmero de vagas na SIR venha a ser menor do que a demanda apresentada pela escola, esta fica desobrigada de receber novos educandos, uma vez que no os ir atender de acordo com a qualidade prevista pela lei maior. A funo ser ocupada por educadores da RME, com formao em Educao Especial, escolhidos pela mantenedora, em parceria com as escolas, alm de um profissional da rea da sade mental. So atribuies da Sala de Integrao e Recursos: a) investigar a situao dos educandos inseridos no Ensino Fundamental, que apresentem indicao de um trabalho pedaggico especfico; b) planejar, para aqueles educandos, onde a investigao culminou numa posio de atendimento especfico, modalidades de atendimento e acompanhamento na escola; c) assessorar o Servio de Orientao Pedaggica das escolas que tiverem educandos atendidos na SIR, no estabelecimento de critrios, perodos e modalidades de insero de educandos provenientes das escolas e classes especiais em turmas do Ensino Fundamental, intermediando, tambm, os encontros iniciais dos educadores da escola ou classes especiais e os da escola regular; d) desenvolver atendimento especfico aos educandos, cuja investigao indicou necessidade desse tipo de atendimento, que consiste em atividades pedaggicas e psicopedaggicas, propostas individualmente ou em grupos, de acordo com as necessidades apresentadas pelos educandos;

39 e) estabelecer contatos com as famlias dos educandos, visando implicao dos mesmos no processo desencadeado e avaliao de outras aes necessrias; f) acompanhar o educando em seu cotidiano escolar, atravs de trocas com o Servio de Coordenao Pedaggica da escola e educadores envolvidos, podendo incluir, tambm, o acompanhamento no seu grupo de sala de aula, quando for necessrio; g) cumprir as demais atribuies disciplinadas no projeto poltico-pedaggico das escolas da regio que atende, ou novas definies implantadas pela SMED, em dilogo mediador com as escolas. h) Colocar-se efetivamente no lugar do educador, ajudando este a entender qual o melhor manejo para determinado grupo de educandos, mas fazendo isso na prtica e no apenas em reunies de orientao. i) Assumir, quando necessrio, turmas com formao especial nas escolas, onde se tenha uma turma com nmero de educandos de incluso superior a dois educandos. 6.1.3.7. Coordenao de Turno A Coordenao de turno ser composta por educadores escolhidos pelo corpo docente mediante apresentao de projeto de trabalho elaborado em consonncia com o Projeto Poltico-Pedaggico. Esses profissionais sero eleitos no coletivo de educadores do respectivo turno, levando em conta o projeto de trabalho apresentado. Caso no haja educador interessado, a Direo da Escola indicar o profissional que ocupar a funo mediante apresentao de proposta de trabalho. So atribuies da Coordenao de Turno: a) Controlar o livro ponto, receber atestados e registros, anotar no comparecimentos, atrasos e sadas mais cedo; b) Informar superviso a necessidade de substituio prolongada; c) Zelar pelo cumprimento dos horrios da escola (entradas e interperodos), com os devidos registros para conhecimento do SSE e seu devido gerenciamento;

40 d) Organizar o espao fsico de circulao da escola, localizando e encaminhando os educandos que estiverem fora da sala de aula e fazendo os registros quando necessrios; e) Organizar, registrar e atualizar a planilha de horrios, (dispensa de turmas, sadas e ou atrasos antecipados de educadores, que remeter ao aval da direo para posterior resposta ao requerente); f) Organizar a entrega de materiais: giz, folhas, cartolina, lcool, etc; g) Confeccionar e distribuir bilhetes e cartazes para a comunidade quando houver alterao do horrio regular da escola (passeios, conselhos de classe, eventos e outras atividades) cabendo a cada setor envolvido nas diferentes atividades elaborar junto coordenao estas alteraes; h) Receber as ocorrncias disciplinares buscando a mediao de conflitos, procedendo a comunicao e convocao das famlias para posteriores encaminhamentos, quando necessrio. 6.1.4. Organizao dos segmentos So considerados quatro (04) os segmentos representativos da escola: educadores; educandos; pais, familiares ou responsveis; e funcionrios. Todos os segmentos tero assegurado o direito de organizarem-se livremente em associaes, entidades e agremiaes, devendo a escola oportunizar condies para esta organizao. Caber aos segmentos a elaborao dos regimentos internos de suas organizaes. 6.1.4.1. Corpo Docente Este segmento formado pelo conjunto de educadores e especialistas, devidamente habilitados, concursados pela rede municipal de ensino e designados para o exerccio das diversas funes docentes nesta Escola. Compreende-se como funo docente o exerccio de atividades exercidas por educadores em sala de aula, na Equipe Diretiva, Laboratrios, Biblioteca, Secretaria e Coordenao de Turno. 6.1.4.1.1. Composio de cada Ciclo de Formao

41 a) Coletivo do I Ciclo de Formao: o coletivo deste Ciclo ser composto por Educador Referncia, Educador Volante, Educador que atue em Arteeducao e Educador de Educao Fsica. Considerando o regime de trabalho, alguns educadores desse coletivo atuaro em diversas turmas do ciclo e at mesmo em outros ciclos. b) Coletivo do II Ciclo de Formao: o coletivo desse Ciclo ser composto por: Educador Referncia, Educador Volante, Educador de Lngua e Cultura Estrangeira Moderna, Educador que atue em Arte-educao e de Educao Fsica. Considerando o regime de trabalho, alguns educadores desse coletivo atuaro em diversas turmas do ciclo e at mesmo em outros ciclos. c) Coletivo do III Ciclo de Formao: o coletivo deste ciclo ser composto por: Educador de Lngua Portuguesa e Literatura, Educador de Lngua e Cultura Estrangeira Moderna, Educador de Educao Fsica, Educador de Arteeducao, Educador de Cincias, Educador de Histria, Educador de Geografia, Educador de Filosofia, Educador de Matemtica e Educador Volante. Considerando o regime de trabalho, alguns educadores deste coletivo atuaro em diversas turmas do ciclo e at mesmo em outros ciclos. 6.1.4.1.2. Composio de cada Totalidade de Conhecimento a) Coletivo das Totalidades Iniciais: o coletivo desta Totalidade ser composto por Educador Referncia, Educador Volante, Educador que atue em Arteeducao e Educador de Educao Fsica. b) Coletivo das Totalidades Finais: o coletivo desta Totalidade ser composto por: Educador de Lngua Portuguesa e Literatura, Educador de Lngua e Cultura Estrangeira Moderna, Educador de Educao Fsica, Educador de Arte-educao, Educador de Cincias, Educador de Histria, Educador de Geografia, Educador de Filosofia, Educador de Matemtica e Educador Volante. So atribuies do Corpo Docente: a) participar da elaborao da proposta pedaggica do estabelecimento de ensino;

42 b) elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedaggica do estabelecimento de ensino; c) zelar pela aprendizagem dos educandos; d) estabelecer estratgias de recuperao para os educandos de menor rendimento; e) ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, alm de participar integralmente dos perodos dedicados ao planejamento, avaliao e ao desenvolvimento profissional; f) colaborar com as atividades de articulao da escola com as famlias e a comunidade. g) integrar Conselho Escolar, agremiaes e demais espaos organizados na escola a fim de participar efetivamente da construo do processo coletivo de elaborao e re-elaborao do Projeto Poltico-Pedaggico da escola; h) participar na elaborao dos princpios de convivncia da escola em conjunto com os demais segmentos; i) participar na elaborao dos processos de eleio desencadeados na escola; j) responsabilizar-se pela conservao de todos os espaos fsicos, bem como de materiais existentes na escola e que so patrimnio de uso coletivo; k) conhecer e cumprir o disposto no presente Projeto Poltico-Pedaggico; l) cumprir as demais atribuies disciplinadas no Regimento Escolar. 6.1.4.2. Corpo Discente O corpo discente formado por todos os educandos matriculados nessa unidade de ensino. So atribuies do Corpo Discente: a) integrar Conselho Escolar, agremiaes e demais espaos organizados na escola a fim de participar efetivamente da construo do processo coletivo de elaborao e re-elaborao do Projeto Poltico-Pedaggico da escola; b) participar na elaborao dos princpios de convivncia da turma e da escola em conjunto com os demais segmentos;

43 c) participar na elaborao dos processos de eleio desencadeados na escola; d) responsabilizar-se pela conservao de todos os espaos fsicos, bem como de materiais existentes na escola e que so patrimnio de uso coletivo; e) comprometer-se com o seu processo de aprendizagem no que se refere ao aprofundamento do conhecimento, assiduidade, realizao de tarefas dirias e de utilizao e conservao de material de uso pessoal; f) conhecer e cumprir o disposto no presente Projeto Poltico-Pedaggico; g) cumprir as demais atribuies disciplinadas no Regimento Escolar. 6.1.4.3. Pais, Familiares ou Responsveis Este segmento formado pelos pais/mes ou responsveis de todos os educandos matriculados nesta unidade de ensino. So atribuies dos Familiares e Responsveis: a) integrar Conselho Escolar, agremiaes e demais espaos organizados na escola, a fim de participar efetivamente da construo do processo coletivo de elaborao e re-elaborao do Projeto Poltico-Pedaggico; b) participar na elaborao dos princpios de convivncia em conjunto com os demais segmentos; c) participar dos processos de eleio desencadeados na escola; d) responsabilizar-se pela conservao de todos os espaos fsicos, bem como de materiais existentes na escola e que so patrimnio de uso coletivo; e) comprometer-se com o processo de aprendizagem e assiduidade do educando sob sua responsabilidade, acompanhando o seu desenvolvimento escolar e comparecendo na Escola quando solicitado; f) participar do processo de eleio dos pais/mes ou responsveis representantes por turma, conforme a legislao vigente; g) conhecer e cumprir o disposto no presente Projeto Poltico-Pedaggico; h) cumprir as demais atribuies disciplinadas no Regimento Escolar.

44 6.1.4.4. Funcionrios Este segmento formado pelos funcionrios concursados e/ou contratados pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre, designados pela rede municipal de ensino para o exerccio de sua funes nos diferentes setores desta Escola. So atribuies dos funcionrios: a) integrar Conselho Escolar, agremiaes e demais espaos organizados na escola, a fim de participar efetivamente da construo do processo coletivo de elaborao e re-elaborao do Projeto Poltico-Pedaggico; b) participar na elaborao dos princpios de convivncia em conjunto com os demais segmentos; c) participar dos processos de eleio desencadeados na escola; d) responsabilizar-se pela conservao de todos os espaos fsicos, bem como de materiais existentes na escola colocados sob sua guarda, bem com os que so patrimnio de uso coletivo; e) colaborar no processo de aprendizagem dos educandos e com as atividades de articulao da escola com as famlias e a comunidade. f) conhecer e cumprir o disposto no presente Projeto Poltico-Pedaggico; g) cumprir as demais atribuies disciplinadas no Regimento Escolar. 6.1.5. Espaos de Formao e Qualificao Sero destinados, no calendrio escolar, perodos e/ou horrios

especialmente organizados para o planejamento e a formao contnua dos segmentos para que se atualizem diante das mudanas curriculares propostas pela escola; Sero garantidas, semanalmente, reunies por ciclo, por ano do ciclo, por totalidade e por reas de estudo e/ou atuao (nutrio, servios gerais, setores); Sero garantidas, mensalmente, reunies gerais; A escola buscar viabilizar a participao dos educadores nos espaos de formao oferecidos pela mantenedora e por outras instituies, que sejam consideradas importantes para o aprimoramento da prtica docente.

45 A escola viabilizar um seminrio anual, visando a divulgao, reflexo, valorizao e publicao de prticas pedaggicas desenvolvidas por seus educadores.

46 7 PRINCPIOS DE CONVIVNCIA

Sendo o ser dinmico e mutvel, os princpios de convivncia no sero definitivos e permanentes, devendo ser avaliados constantemente para que reflitam a realidade da escola, respeitando os seguintes valores ticos, morais e humanos: dignidade, democracia, igualdade, justia, autonomia, solidariedade, coletividade, cidadania, respeito, amor, responsabilidade, respeito s diferenas, cooperao, organizao, esperana e liberdade. Cabe ao Conselho Escolar articular, avaliar e deliberar sobre esses princpios, a partir das discusses e decises dos segmentos na sua elaborao e atualizao. No mbito de sala de aula, educadores e educandos devero construir anualmente as regras de acordo com os princpios estabelecidos pela escola. A escola e a famlia tm o dever de construir uma relao de parceria, respeitando e estabelecendo os papis que competem a cada uma, buscando uma participao comprometida de todos os segmentos. A escola entende a disciplina como forma de organizao da vida escolar, que pressupe a elaborao e vivncia das regras de convivncia como parte da ao educativa. Situaes que envolvam o descumprimento das regras, o desrespeito e problemas disciplinares sistmicos, requerem um diagnstico por parte da escola, pois a indisciplina um impedimento para que o aprendizado se concretize. A elaborao de um cdigo de conduta tica para todos melhora o aproveitamento escolar e possibilita relaes mais qualificadas na escola como um todo.

47 8 MODOS DE ORGANIZAO DO CURRCULO

8.1 CURRCULO E METODOLOGIA A Escola deve garantir uma ao pedaggica que efetive a incluso e a aprendizagem de todos, oportunizando a flexibilizao, as adaptaes curriculares e metodolgicas no ensino, bem como o trabalho com temas transversais, conforme os referenciais curriculares exigidos em Lei, os recursos didticos diferenciados e os processos de avaliao adequados ao desenvolvimento dos educandos. Cabe ressaltar que a flexibilizao das prticas metodolgicas deve estar respaldada no planejamento coletivo, como prtica que oportunize buscar caminhos para alcanar resultados mais significativos. Ao longo da recente histria de implantao do ensino por ciclos, algumas metodologias foram experienciadas, como Complexo Temtico, Tema Gerador, Aprendizagem por Competncias e Habilidade, Projetos de Aprendizagem, planejamento individual dos educadores e planejamento por rea, ano ciclo e totalidade. Independentemente de se manter a possibilidade de diferentes formas de trabalho, o ensino por projetos de aprendizagem se apresenta como uma das alternativas possveis, que a Escola buscar implementar. Inovar o currculo, atravs de metodologias diferenciadas, depende diretamente de fazer renascer o encanto em ser educador, em ser parte da vida de algum para sempre pela aprendizagem proporcionada. fato que nenhuma mudana acontece exteriormente se nosso interior no est preparado para recebla. Para qualificar uma escola necessrio envolver vrios segmentos nos processos de inovao e reestruturao, melhorar as relaes interpessoais pelo dilogo, pelo exerccio da tica profissional para que cada sujeito faa o melhor da sua competncia e tenha vontade de se superar a cada nova tentativa. Uma escola s muda se o coletivo e o individual quiserem transformar, exercitando a sabedoria de aprender juntos a trilhar novos caminhos, valorizando as diferentes posies. Ela tem vida e alma prprias, porque feita de gente que tem

48 diferentes formas de pensar, mas estes modos de pensar devem ter um nico objetivo: a aprendizagem. 8.2 ORGANIZAO DO CURRCULO 8.2.1 A organizao do Currculo por Ciclos de Formao Cada ciclo previsto como normal para ser feito em trs anos e nos limites de idade abaixo especificados. Essa definio no veta a possibilidade de respeitar a necessidade do educando permanecer um tempo maior ou menor, de acordo com o seu ritmo de aprendizagem. 8.2.1.1. Primeiro Ciclo Objetivos Bsicos e Desenvolvimento: constitudo de trs anos, atendendo aos educandos da faixa etria dos seis anos aos oito anos e onze meses (aproximadamente). A base curricular ter como ponto de partida o educando em uma dimenso globalizadora, ampliando e organizando as experincias rumo apropriao do conhecimento historicamente acumulado, numa perspectiva interdisciplinar. No primeiro ciclo devero acontecer as primeiras aprendizagens formais relacionadas ao ler, escrever e construir os processos que envolvem o pensamento lgico-matemtico, atravs da construo de significados e abstraes. Este ciclo caracteriza-se como um perodo de socializao, pois ocasio em que aparecem mudanas significativas na interao social do educando, especialmente daqueles que nunca frequentaram a escola. 8.2.1.2. Segundo Ciclo Objetivos Bsicos e Desenvolvimento: constitudo de trs anos, atendendo aos educandos da faixa etria dos nove anos aos onze anos e onze meses (aproximadamente). A base curricular, neste ciclo, desenvolvida na forma de grandes reas do conhecimento, onde as diversas formas de expresso, as cincias fsicas e naturais, scio-histricas e a educao matemtica interagem no processo

49 de construo e apropriao do conhecimento, a fim de possibilitar que o educando se perceba enquanto sujeito histrico-social. Esse Ciclo torna-se uma etapa intermediria, de ampliao do conhecimento e de transio entre o I e o III Ciclo. Incorpora-se a a busca por uma ao que possibilite respostas mais geis para os dilemas do cotidiano escolar na lgica da conquista da autonomia pessoal e social, na relao do educando com o conhecimento e com os demais segmentos da escola. 8.2.1.3. Terceiro Ciclo Objetivos Bsicos e Desenvolvimento: constitudo de trs anos, atendendo aos educandos da faixa etria dos doze aos quatorze anos e onze meses (aproximadamente). Torna-se uma etapa de sistematizao do conhecimento cientfico ao mesmo tempo em que transio para o ensino mdio. Assim, continua-se o aprofundamento e a sistematizao significativa dos diferentes saberes vivenciados nos ciclos anteriores. Visando a formao de conceitos para o exerccio da abstrao reflexiva fundamentais para as escolhas intelectuais, opes culturais e o posicionamento do sujeito perante a sociedade. A base curricular deste ciclo ser desenvolvida de forma que expresse uma intencionalidade de ao pedaggica coletiva entre as diferentes reas do conhecimento, onde as diversas formas de expresso, as cincias fsicas e naturais, scio-histricas e o pensamento lgicomatemtico interagem no processo de construo e apropriao do mesmo. 8.2.2. A organizao do Currculo por Totalidades de Conhecimento na Educao de Jovens e Adultos. A Educao de Jovens e Adultos EJA, modalidade da educao bsica, apoiada no princpio da educao permanente ao longo da vida, tem por objetivo a ampliao deste direito aos jovens e adultos. Os jovens e adultos que no tiveram acesso escolarizao, so cidados credores do Estado que, por diversas razes, lhe usurpou esse direito em seu ciclo de vida infantil e juvenil. A histria da EJA contribuiu de forma significativa para a construo das condies necessrias a que jovens e adultos tornassem-se sujeitos com direito

50 escolarizao. Sua continuidade possibilita o rompimento com ideologias que, por longa data, cristalizadas no imaginrio da sociedade brasileira, naturalizam a excluso do acesso escolarizao; fazendo com que jovens e adultos nem sempre lutem pelo seu direito educao. Nesse sentido, somente uma poltica que garanta a permanncia da EJA pode superar a discriminao desse universo de brasileiros que, ao longo da histria, tm sido tratados como "dignos de pena", por isso, "dignos de assistncia". Discriminao que justifica polticas de governo, desde o campo da filantropia, materializadas em programas de educao e assistncia social, de curta durao. Os princpios que fundamentam o trabalho da EJA so: a construo da autonomia moral e intelectual; a transformao da realidade individual e coletiva; o acesso ao conhecimento sistematizado pelas cincias como condio da construo plena da cidadania; o respeito s diferenas e o trabalho cooperativo. A concepo adotada a de educao ampliada de jovens e adultos, que entende educao como direito de aprender, de ampliar conhecimentos ao longo da vida, e no apenas de se escolarizar. Em outras palavras, os adultos passam a maior parte da sua vida nesta condio, e muitas so, certamente, as situaes de aprendizado que vivenciam em seus percursos formativos. A EJA baseia-se em princpios que consideram: o educando ser presente, que significa evidenciar a historicidade do processo pedaggico, com sua complexidade, rique