postal 1150 - 9 out 2015

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Festival de Observação de aves repete sucesso > 5 PUB Simone de Oliveira e as 3 Marias brilham em Lagoa CULTURA > 6 D.R. ÀS SEXTAS EM CONJUNTO COM O PÚBLICO POR 1,60 PUB Director Henrique Dias Freire • Ano XXVIII • Edição 1150 • Quinzenário à sexta-feira • 9 de Outubro de 2015 • Preço 1 D.R. > Na luta contra a gripe e as severas consequências que todos os anos afectam milhares de portugueses, em par- ticular os idosos, a palavra de ordem da Direcção-Geral de Saúde é vacinar! Gratuita e segura a nova vacina pode significar a diferen- ça entre a vida e a morte em alguns casos e o POSTAL explica-lhe tudo sobre a doença dos tempos frios e a di- ferença entre a gripe e as simples constipações p. 4 Saúde aposta na vacinação gratuita contra a gripe D.R. > 2 e 3 Veja anúncio na última página CA DESTINO Vila do Bispo: Vila Real reforça oferta de estacionamento gratuito PARQUEAMENTO > 7 D.R. Legislativas 2015: PS ganha no Algarve Coligação vence no país DESTAQUE 2 SAÚDE PROPÕE VACINAÇÃO GRATUITA NA LUTA CONTRA A GRIPE 4 FESTIVAL DAS AVES ATRAIU MAIS DE MIL A SAGRES 5 SIMONE DE OLIVEIRA EM LAGOA 5 VILA REAL CRIA PARQUE DE ESTACIONAMENTO GRATUITO 7 CLASSIFICADOS 9 OPINIÃO 11

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• CONHEÇA O POSTAL DESTA SEMANA! • (Sexta-feira 09/10) nas bancas com o jornal PÚBLICO • NESTA EDIÇÃO COM O CADERNO CULTURAL CULTURA.SUL • • LEIA E PARTILHE A INFORMAÇÃO INDISPENSÁVEL SOBRE O ALGARVE • EM DESTAQUE NESTA EDIÇÃO: > Legislativas 2015: PS ganha no Algarve. Coligação vence no país > Saúde aposta na vacinação gratuita contra a gripe > Festival de Observação de aves repete sucesso > Simone de Oliveira e as 3 Marias brilham em Lagoa > Vila Real reforça oferta de estacionamento gratuito • POUPE centenas de euros ao assinar o POSTAL por 30€ anuais com o Plano de Saúde gratuito em medicina dentária, estética e ginásio • PRÓXIMA EDIÇÃO DO POSTAL dia 11 de Setembro: o indispensável sobre o Algarve

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Page 1: POSTAL 1150 - 9 OUT 2015

Festival de Observação de aves repete sucesso

> 5

PUB

Simone de Oliveira e as 3 Marias brilham em Lagoa

CULTURA

> 6d.r.

ÀS SEXTAS EMCONJUNTO COM OPÚBLICO POR €1,60

PUB

Director Henrique Dias Freire • Ano XXVIII • Edição 1150 • Quinzenário à sexta-feira • 9 de Outubro de 2015 • Preço € 1

d.r.

> Na luta contra a gripe e as severas consequências que todos os anos afectam milhares de portugueses, em par-ticular os idosos, a palavra de ordem da Direcção-Geral de Saúde é vacinar!Gratuita e segura a nova vacina pode significar a diferen-ça entre a vida e a morte em alguns casos e o POSTAL explica-lhe tudo sobre a doença dos tempos frios e a di-ferença entre a gripe e as simples constipações p. 4

Saúde aposta na vacinação gratuita contra a gripe

d.r.

> 2 e 3

Veja anúncio na última página

CA DESTINO

Vila do Bispo:

Vila Real reforça oferta de estacionamento gratuito

PARQUEAMENTO

> 7

d.r.

Legislativas 2015:

PS ganha no Algarve

Coligação vence no país

DESTAQUE 2 SAÚDE PROPÕE VACINAÇÃO GRATUITA NA LUTA CONTRA A GRIPE 4 FESTIVAL DAS AVES ATRAIU MAIS DE MIL A SAGRES 5

SIMONE DE OLIVEIRA EM LAGOA 5 VILA REAL CRIA PARQUE DE ESTACIONAMENTO GRATUITO 7 CLASSIFICADOS 9 OPINIÃO 11

Page 2: POSTAL 1150 - 9 OUT 2015

ZZZ pág. ##

ZZZ pág. ##destaque

PS vence no Algarve com a coligação a perder 18,3% de votaçãoOs socialistas no Algarve, ao contrário do país, arrebataram a vitória nas eleições legislativas e somaram mais 9,8% dos votos, num resultado de grande expressão a nível nacional. O Bloco de Esquerda cresceu 6% na região

Ô José Apolinário vai ocupar funções de deputado

2 | 9 de Outubro de 2015

Textos: Ricardo ClaroFotos e infografia: Direitos Reservados

NUMA ELEIÇÃO EM QUE a abs-tenção, votos nulos e brancos somaram 52,49%, 187.645 votos, respectivamente com 48,62% de abstenção (mais 4,4% do que em 2011) e 3,87% de votos brancos e nulos, os al-garvios optaram de forma dis-sonante com o todo nacional.

O PS ganhou as eleições por terras algarvias, com 32,77% dos votos (mais 9,8% do que em 2011), num total de 62.422 votantes, e deixou a coligação dos partidos do Go-verno, Portugal à Frente (PàF) a um escassos 1,3%. A coliga-ção somou 59.950 votos, que se traduziram em 31,47% do eleitorado.

Num mapa que em 2011 era integralmente laranja (o PSD ganhou e concorreu sozi-nho) o desenho actual é bem diferente com um mapa qua-

se totalmente cor de rosa a dar nota da viragem à esquerda, excepção feita aos concelhos de Albufeira, Loulé e São Brás de Alportel que votaram mais na coligação.

AS TRANSFERÊNCIAS DE ELEITO-RADO NA REGIÃO No Algarve a transferência de eleitorado além de se verificar a favor da abstenção, mais 4,4%, fez-se a favor do PS com mais 9,8% do que em 2011 e do Bloco de Esquerda que cresceu 6% (de 8,2% para 14,1%).

A CDU cresceu apenas uma décima de ponto percentual entre os dois actos eleitorais, menos do que cresceu o Par-tido Nacional Renovador (+ 0,2%) e o Pessoas - Animais - Natureza (PAN), + 0,4%.

Já os partidos da coligação perderam 18,3% de votação.

OS DEPUTADOS, O ANTES E O DEPOIS Até às eleições o PSD tinha cinco deputados, o PS dois e Bloco de Esquerda e CDU um cada. Depois de domingo os algarvios deram mais dois depu-

tados ao PS, passando a quatro, tiraram os mesmos dois depu-tados ao PSD, que fica com três, e BE e CDU mantiveram a situ-ação anterior com um assento parlamentar para cada um dos

grupos parlamentares a ser elei-to pelo Algarve.

Assim se distribuem os nove lugares na Assembleia da Repú-blica escolhidos pelo distrito / círculo eleitoral de Faro.

Quanto a nomes temos dois repetentes, Cristóvão Norte, pela PàF, e Paulo Sá, pela CDU. De resto todos os deputados são novos face ao elenco de 2011, muito embora não sejam todos iniciantes nas lides parlamenta-res.

Pelo PS entram para São Bento José Apolinário, António Eusé-bio, Jamila Madeira e Luís Gra-ça, a coligação leva para o hemi-ciclo além de Cristóvão Norte, o líder da lista José Carlos Barros (pelo PSD) e a ‘pára-quedista’ Te-resa Caeiro do CDS-PP. O Bloco de Esquerda faz viajar até às li-des da política nacional João Vasconcelos.

QUEM GANHOU E PERDEU O QUÊ E ONDE A diferença de votação foi fraca entre o PS e a coligação, apenas 1,3%, mas valeu a troca de mãos de dois lugares na Assem-bleia da República.

Para isso pesou sobremanei-ra a votação regional como um todo, mas em particular a vira-gem à esquerda dos grandes concelhos da região em termos de votantes como Faro (+ 10,5% para o PS e menos 17,8% para a PàF), Portimão (+ 9,1% para o PS e menos 19,5% para a PàF) e Silves (+ 8,4% para o PS e menos 17,2% para a PàF). Nestes três concelhos o Bloco de Esquerda cresceu respectivamente 5,2%, 6,6% e 5,4%.

Já Loulé deu ao PS mais 9,8% e ao Bloco de Esquerda mais 5,1%, com a coligação a deixar escapar 17,4% do eleitorado, e Olhão votou no PS mais 10,1%,

PSBECDUPANAbst.B / N

8.379 30,32

3.293 11,92

1.588 5,75

552 2,00

29.668 51,77

1.198 4,33

Totais regionaisAlgarve

AbstençãoVotos %PS

Partidos %Votos

62.422 32,77 L / TDAPartidos %Votos

0,75 1.435

48,62 180.280

Brancos e nulos

3,877.365

Votos %

PàFBECDUPANPCTP/MRPP

PDR

59.950 31,47

26.922 14,13

16.539 8,68

3.783 1,99%

3.012 1,58

2.293 1,20

PNRNCMPTPPT / MAS

PURPPPM

1.343 0,71

1.337 0,70

1.222 0,64

1.220 0,64

886 0,47

755 0,40

PàFCDUBEPCTP/MRPP

Abst.B / N

579 37,14

108 6,93

79 5,07

19 1,22

1.090 41,15

50 3,20

PSPartidos %Votos

Total concelhoAlcoutim

670 42,98

PàFCDUBEPCTP/MRPP

Abst.B / N

538 23,61

270 11,85

255 11,19

68 2,98

1.810 44,27

106 4,65

PSPartidos %Votos

Total concelhoAljezur

852 37,38

PàFBECDUPDRAbst.B / N

919 29,35

407 13,00

230 7,35

47 1,50

5.547 46,02

115 3,67

PSPartidos %Votos

Total concelhoCastro Marim

1.250 39,92

PàFBECDUPANAbst.B / N

9.671 31,53

4.149 13,53

2.724 8,88

630 2,05

25.135 45,04

1.041 3,39

PSPartidos %Votos

Total concelhoFaro

10.435 34,02

PàFBECDUPANAbst.B / N

2.979 30,41

1.576 16,09

900 9,19

200 2,04

8.424 46,23

328 3,35

PSPartidos %Votos

Total concelhoLagoa

3.058 31,22

PSPartidos %Votos

Total concelhoLagos

4.205 34,61

PàFBECDUPANAbst.B / N

3.128 25,74

1.945 16,01

1.212 9,97

259 2,13

11.205 47,97

516 4,25

PàFPartidos %Votos

Total concelhoLoulé

10.854 39,28

Albufeira

PàFPartidos %Votos

Total concelho

5.242 35,24

Albufeira

PSBECDUPANAbst.B / N

4.400 29,58

2.064 13,88

1.069 7,19

415 2,79

18.025 54,79

563 3,79 4

Deputados eleitos:

3 1 1

Page 3: POSTAL 1150 - 9 OUT 2015

PàFBECDUPCTP/MRPP

Abst.B / N

4.479 28,12

2.137 13,42

2.124 13,34

352 2,21

13.801 46,43

708 4,45

PSPartidos %Votos

Total concelhoSilves

4.940 31,02

destaque

Portugal no pós-eleiçõesUm Governo assente em minorias parlamentares

9 de Outubro de 2015 | 3

Legislativas 2015:Resultados regionais e nacionais

fez crescer o Bloco de Esquerda 6,9% e retirou à coligação 19,4% da votação local.

AS VITÓRIAS MAIS EXPRESSIVAS Quanto a resultados por con-celho a vitória mais expressiva do PS teve lugar no concelho de Alcoutim com 42,98% dos votos, seguido de Castro Ma-rim, com 39,92%, e de Vila do Bispo com 39,86%.

Já a coligação, que só saiu vi-toriosa em três concelhos, ven-ceu de forma mais expressiva em Albufeira, com 54,79% dos votos, seguindo-se Loulé com 39,28%, e São Brás de Alportel, com 33,31%.

BLOCO DE ESQUERDA REPETE TERCEIRO LUGAR NO ALGARVE O Bloco de Esquerda, foi a terceira força partidária na região, com 14,13% (26.992) votos e averbou

as melhores votações em Porti-mão com 16,21%, Lagoa com 16,09%, e Lagos com 16,01%.

A CDU, o quarto partido mais votado por terras algarvias, só superou o Bloco de Esquerda em Alcoutim e Aljezur e somou no todo regional 8,68% (16.539) dos votos, menos 5,45% que os bloquistas, e a crescer em ter-mos regionais só 0,1%.

O PAN averbou no Algar-ve como quinta força política mais votada 1,99% dos votos da região num total de 3.783 votantes.

O PS volta a ser líder regio-nal nas legislativas, mas o país esse terá, em qualquer caso, um Governo formado a partir de acordos parlamentares que permitam pôr cobro à minoria de direita.

DEPOIS DESTAS ELEIÇÕES e em qualquer caso um Gover-no formado a prtir de mino-rias parlamentares.

Cavaco Silva tem disso noção e já convidou Pedro Passos Co-elho a iniciar contactos para a formação de um Governo que o Presidente quer “estável” e capaz de “cumprir os compromissos internacionais do Estado por-tuguês, nomeadamente com a União Europeia”, disse na declara-ção ao país da passada terça-feira.

O mote parece à primeira vista excluir os partidos não fa-voráveis à presença do país na União Europeia e no Euro, bem

como, aqueles que se oponham ao compromisso assumido no âmbito do Tratado Orçamental.

Seja coligado com o CDS--PP, somente como indica a coligação, seja com acordos de incidência parlamentar em de-

terminadas matérias com o PS perante a recusa da restante es-querda o Governo será sempre minoritário.

O mesmo aconteceria decerto se o PS tivesse sido inicialmente convidado (ou venha a sê-lo em

caso de impossibilidade de o PSD formar Governo), a formar Gover-no com parcerias (perante a mais que certa impossibilidade progra-mática de coligações à esquerda).

O quadro parlamentar só cria-ria uma maioria talvez viável na união do bloco central, num for-mato pouco previsível de se vir a verificar.

Certo é que até Abril a Assem-bleia não poderá ser dissolvida e por via disso desta votação terão de sair todos os governos do país, aprovem-se ou não os respectivos programas de Governo e, por via disso, caiam ou não, as soluções governativas encontradas.

Ô Cavaco Silva convidou Passos a formar Governo ‘estável’

PSPartidos %Votos

Total concelhoMonchique

1.220 38,07

PàFBECDUPCTP/MRPP

Abst.B / N

942 29,39

377 11,76

271 8,46

68 2,12

1.639 33,84

143 4,46

PSPartidos %Votos

Total concelhoPortimão

7.788 32,10

PàFBECDUPANAbst.B / N

7.286 30,03

3.933 16,21

1.962 8,09

478 1,97

22.683 48,27

925 3,81

PàFBECDUPANAbst.B / N

5.206 28,62

2.895 15,92

1.698 9,34

403 2,22

19.339 51,53

629 3,46

PSPartidos %Votos

Total concelhoOlhão

5.925 32,57

PSBECDUPANAbst.B / N

1.575 32,95

653 13,66

333 6,97

108 2,26

4.154 46,50

213 4,46

PàFPartidos %Votos

Total concelhoSão Brás

1.592 33,31

PSPartidos %Votos

Total concelhoTavira

4.052 34,68

PàFBECDUPCTP/MRPP

Abst.B / N

3.756 32,14

1.649 14,11

762 6,52

179 1,53

10.220 46,66

509 4,35

PSPartidos %Votos

Total concelhoVila do Bispo

855 39,86

PàFBECDUPANAbst.B / N

540 25,17

276 12,87

187 8,72

51 2,38

1.790 45,49

98 4,57

PàFBECDUPCTP/MRPP

Abst.B / N

2.239 27,31

1.234 15,05

1.101 13,43

146 1,78

8.673 51,41

223 2,72

PSPartidos %Votos

Total concelhoV.R.S.A.

2.818 34,38

PSD **

PANPDRPCTP/MRPP

81.054 1,51

74.749 1,39

60.983 1,13

59.834 1,11

JPPPURPCDS-PP *

CDS-PP **

14.204 0,26

13.756 0,26

7.536 0,14

3.654 0,07

L/TDA 39.002 0,72 PPV / CDC 0,052.660

PNR 27.140 0,50 PTP 1.748 0,03

43,00 4.059.431

Brancos e nulos

3,70199.119

Votos %

Totais nacionaisPaís

PS

Partidos %Votos

BECDU

1.742.041 32,38

549.850 10,22

444.907 8,27

AGIR

Partidos %Votos

NCPPM

20.713 0,38

18.721 0,35

14.806 0,28

AbstençãoVotos %

PàF 1.981.388 36,83 MPT 22.415 0,42

Os novos deputados à Assembleia da República:

Ô António Eusébio Ô Jamila Madeira Ô Luís Graça

Ô Cristóvão Norte Ô Teresa Caeiro Ô João Vasconcelos Ô Paulo Sá Ô José Carlos Barros

Ô José Apolinário

PàF - Portugal à Frente (PSD / CDS - PP)

PS - Partido Socialista

PSD ** - PSD Madeira

BE - Bloco de Esquerda

CDU - PCP / PEV

PAN - Pessoas - Animais - Natureza

PDR - Partido Democrático Republicano

PCTP / MRPP - Partido Comunista

dos Trabalhadores Portugueses

L / TDA - Livre / Tempo de Avançar

PNR - Partido Nacional Renovador

MPT - Partido da Terra

AGIR - PTP / MAS

NC - Nós, Cidadãos!

PPM - Partido Popular Monárquico

JPP - Juntos Pelo Povo

PURP - Partido Unido dos Reformados

e Pensionistas

CDS-PP * - CDS-PP Madeira

CDS-PP ** - Aliança pelos Açores

PPM - Partido Popular Monárquico

PPV / CDC - Partido Cidadania

e Democracia Cristã

PTP - Partido Trabalhista Português

Legenda

Page 4: POSTAL 1150 - 9 OUT 2015

região

4 | 9 de Outubro de 2015

Saúde propõe vacinação gratuita na luta contra a gripePessoas com mais de 65 anos de idade e grupos de risco são o alvo da campanha nacinal de vacinação

d.r.

Ricardo [email protected]

A CAMPANHA NACIONAL de vacinação contra a gripe sazonal arrancou na passada semana em todo o país e conta com 1,2 mi-lhões de doses de vacinas para distribuição gratuita, informou a Direcção-Geral de Saúde (DGS).

A gratuitidade das vacinas contra o vírus da gripe aplica-se às pessoas com mais de 65 anos, que podem vacinar-se nos cen-tros de saúde sem necessidade de receita ou guia de tratamento e sem pagar taxa moderadora.

Estão ainda abrangidas por

vacinação gratuita as pessoas que integrem grupos de ris-co como os doentes crónicos e imunodeprimidos (a partir dos seis meses de idade), os doentes institucionalizados, as grávidas, os profissionais de saúde e ou-tros prestadores de cuidados, por exemplo, em lares de idosos.

Estes são, na óptica da DGS, seguindo as indicações da Or-ganização Mundial de Saúde e as políticas deste organismo da Organização das Nações Unidas na área do controlo da gripe sa-zonal no mundo, os grupos de pessoas que maiores riscos apre-sentam de contrair a doença e/

ou de tendo-a contraído vir a sofrer de uma evolução desfavo-rável e pois mais grave daquela que é uma doença, em geral, de pouca gravidade.

OS PERIGOS DA GRIPE A gripe sazonal é uma infecção viral de relativa gravidade quando o doente que contrai o vírus tem as suas defesas em condições normais e pode reagir de forma adequada à doença.

Nas pessoas com menos defesas e ou que tenham ou-tras complicações de saúde, nomeadamente crónicas, a

gripe pode com relati-va facilida-

d e , e v o l u i r para situações

de risco, que podem mesmo causar a morte.

As pneumonias e outras afecções respiratórias estão entre as consequências de uma gripe a que um doente não reage como uma pessoa saudável. Nestes casos a evolu-ção da doença pode assim ge-rar novos problemas de saúde mais complexos e com prog-nósticos menos favoráveis do que a simples gripe que esteve na sua origem.

Ao vacinarem-se as pessoas ajudam o seu corpo a prepa-rar-se de forma mais eficien-te contra a possibilidade de contrair gripe e, por via disso,

desenvolver doenças oportu-nistas face a uma situação de debilidade provocada pelo es-tado gripal.

A VACINA A vacina da gripe apesar de não ser 100% eficaz, reduz em muito a possibilida-de da pessoa contrair a doença, participando também na mode-ração dos efeitos da gripe caso se verifique a infecção apesar de se estar vacinado.

A vacina não provoca em nenhum caso gripe, uma vez que os vírus incluídos na vaci-

na não estão vivos.A vacinação contra a gripe não

impede que as pessoas vacinadas possam ter outras infecções res-piratórias, nomeadamente cons-tipações, durante a época típica da gripe.

Não devem tendencialmen-te ser vacinadas contra a gripe as pessoas que tenham alergia grave aos ovos e aquelas que te-nham tido anteriormente alergia grave a uma vacina da gripe. Em caso de dúvida deve sempre ob-ter-se aconselhamento médico nestes casos.

A SITUAÇÃO GRIPAL ACTUAL NO PAÍS E NA EUROPA De acordo com o sistema europeu de vigi-lância da gripe referente à 38ª semana de 2015 (14 a 20 de Se-tembro), Portugal tinha naquele intervalo de datas uma activi-dade gripal baixa. No relató-rio semanal deste sistema de vigilância epidemiológico ne-nhum país europeu tem para já identificada uma estirpe do-minante do vírus gripal.

Em Portugal e desde 1990, a Rede Médicos-Sentinela dis-seminada pelo país realiza a vigilância epidemiológica, semanal, do síndroma gripal, cujos dados são centralizados

no Departamento de Epide-miologia do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge e depois remetidos para o sistema da rede europeia de vigilância da gripe.

DIFERENÇA ENTRE GRIPE E CONS-TIPAÇÃO A gripe e a constipação são doenças diferentes causadas por agentes patogénicos de tipo-logia diferente.

Ao contrário da gripe, os sin-tomas da constipação são limi-tados às vias respiratórias supe-riores e incluem nariz entupido, espirros, olhos húmidos, irrita-ção da garganta e dor de cabe-ça. Raramente ocorre febre alta ou dores no corpo. Os sintomas e sinais da constipação surgem de forma gradual.

As formas mais eficientes de reduzir o contágio pela gripe consistem no não contacto com pessoas infectadas ou destas com pessoas saudáveis e a lava-gem frequente das mãos. Evitar espirrar ou tossir sem colocar o antebraço ou um lenço que pro-teja a disseminação dos vírus é outro dos meios de prevenção, não use as mãos para evitar a disseminação do vírus e caso o faça deve lavar as mãos imedia-tamente a seguir.

Ô Vacina reduz em muito a possibilidade da pessoa contrair a doença

Simone de Oliveira dá espectáculo em Lagoa pág. 6

Ô A gripe é uma doença causada por vírus transmitidos através de partículas de saliva de uma pessoa infectada, expelidas sobretudo através da tosse e dos espirros, mas também por contacto directo, por exemplo, através das mãos A incubação do vírus varia entre quatro a cin-co dias, mas os sintomas de infecção apare-cem geralmente entre o segundo e o tercei-ro dia após a infecção. Já a transmissão pode ocorrer a partir da pessoa infectada dois dias

antes do aparecimento dos sintomas e pelo menos até sete dias depois do aparecimento da sintomatologia.A gripe não se cura com antibióticos, nem a toma destes medicamentos acelera o processo de cura. A cura faz-se, regra geral, com medica-mentos para reduzir os sintomas como a febre (paracetamol por exemplo) e com descanso. Ingira muitos líquidos de forma a evitar a de-sidratação e evite expor-se aos elementos na-turais como o vento ou o frio.

AFINAL O QUE É A GRIPE

Page 5: POSTAL 1150 - 9 OUT 2015

9 de Outubro de 2015 | 5

região

Festival das aves atraiu mais de mil a SagresIniciativa volta a marcar pelo sucesso

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O VI FESTIVAL DE OBSERVA-ÇÃO DE AVES & ACTIVIDADES DE NATUREZA, que decorreu até ao passado domingo, em Sagres, no concelho de Vila do Bispo, atraiu mais de mil par-ticipantes, provenientes de 20 países. Foram observadas 150 espécies de aves diferentes, “um recorde face às edições anteriores”, segundo a orga-nização do evento.

O maior evento de natureza do país, promovido pela Câ-mara de Vila do Bispo, pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves e pela As-sociação Almargem, excedeu as expectativas. Participaram nas 215 actividades, 1.009 pessoas, provenientes de Por-tugal, Espanha, Reino Unido, Estados Unidos da América, Suécia, Rússia, Alemanha, Holanda, França, Noruega, Su-íça, Dinamarca, Polónia, Bélgi-ca, Itália, Austrália, África do Sul, República Checa, Irlanda e Bielorrússia.

Entre as espécies observa-das que causaram mais êxtase entre os participantes, encon-tram-se a pardela-de-barrete, pardela-balear, painho-de--wilson, gaivota-de-sabine, o bufo-real, um elevado número de sombrias, uma espécie que tem apresentado um forte de-créscimo nas suas populações e uma grande variedade de ra-pinas, como a águia-de-bonelli e a águia-calçada.

Novidades foram muito bem recebidas pelos partici-pantes

Para além das aves, foram observadas diversas espécies de borboletas, libélulas e li-belinhas. Este ano as viagens de barco foram o ponto alto, onde para além das espécies de aves marinhas foram ainda observadas espécies de outros grupos que fizeram as delícias dos participantes, como: gol-finho-comum, golfinho-roaz, baleia-anã, boto, tubarão-mar-telo, tubarão-azul, peixe-lua, peixe-voador e a tartaruga--de-couro.

“Esta edição trouxe várias

novidades, que foram muito bem recebidas pelos partici-pantes”, refere a organização em nota de imprensa.

O comboio turístico que fazia a ligação entre os vários locais das actividades, a sinalé-tica com indicação do evento instalada ao longo da EN125 desde Lagos até Sagres e o kit lanche, foram algumas delas. Um apoio do Intermarché, que se revelou uma mais-valia para uma ampla divulgação do evento a nível local. Sessões de relaxamento e yoga e pas-seios culturais foram também outras novidades da edição deste ano.

Destaca-se ainda a activi-dade de voluntariado com o objectivo de remover chorão, uma espécie invasora, que teve como resultado 90 sacos de chorão num total de 2.900 quilos que foram recolhidos no âmbito do projecto LIFE Charcos e que serão tratados pela Algar.

Esta edição voltou a contar com a preciosa colaboração da Associação de Turismo do Algarve, que organizou uma

Press/Fam trip com um total de dez jornalistas e operado-res turísticos especializados em Birdwatching e Turismo de Natureza, sendo uma acção que pretende dar a conhecer locais e valores naturais da re-gião e, assim, estimular o cres-cimento de formas de turismo alternativo ou complementar ao Sol & Praia.

O presidente da Câmara de Vila do Bispo, Adelino Soares, “agradece a todos os parceiros que aderiram a esta iniciativa, pois são eles que contribuem para o enorme sucesso do evento”. O edil acredita que “a aposta na divulgação interna-cional do Festival irá permitir uma maior projecção do even-to e que o mesmo constituirá uma referência nacional e internacional do Turismo de Natureza”.

O autarca refere, ainda, que esta iniciativa “já é uma aposta ganha no âmbito do Turismo da Natureza e que o mesmo constitui um meio de com-bater a sazonalidade e conse-quentemente para o melhora-mento da economia local”.

Ô Participantes tiveram oportunidade de observar 150 espécies de aves diferentes

d.r.

Vila Real cria parque de estacionamento gratuito pág. 7

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Cartório Notarial em Tavira

NotárioBruno Torres Marcos

Extrato de Escritura de Justificação CERTIFICO, para efeitos de publicação, nos termos do artigo 100.º do Código do Notariado que, por escritura pública de Justificação outorgada em vinte e três de Setembro de dois mil e quinze, exarada a folhas sessenta e um e seguinte do Livro de notas para escrituras diversas número Sessenta e sete – A, do Cartório Notarial em Tavira, do Notário privado Bruno Filipe Torres Marcos, sito na Rua da Silva, n.º 17-A:

JOSÉ ANTÓNIO DA SILVA FERNANDES, NIF 130064068, e mulher ALZIRA DA ENCARNAÇÃO LOURENÇO TEIXEIRA FERNANDES, NIF 130064076, ambos naturais da freguesia da Conceição, concelho de Tavira, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes no Sítio de Eirões, caixa postal 139-Z, em Conceição de Tavira, freguesia de Conceição e Cabanas de Tavira, declaram que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem do prédio urbano composto por edifício térreo com diversos compartimentos e logradouro, destina-do a habitação, sito em Eirões, em Conceição de Tavira, freguesia da União das Freguesias de Conceição e Cabanas de Tavira, concelho de Tavira, com a área total de duzentos e cinquenta e dois vírgula cinquenta metros quadrados, sendo a área coberta de cento e quarenta e dois vírgula vinte metros quadrados e a área descoberta de cento e dez vírgula trinta metros quadrados, a confrontar de norte com os próprios, de sul com caminho, de nascente com Ronald Winterbotton e de poente com Manuel Brito Pereira e outros, inscrito na matriz da actual freguesia sob o artigo urbano 1203, com proveniência no artigo 1822 da extinta freguesia da Conceição, com o valor patrimonial tributário de 16.608,95 €, igual ao atribuído para efeitos deste acto, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira.

- Que o referido prédio, com a indicada composição e área, chegou à posse dos justificantes em data imprecisa do ano de mil novecentos e oitenta e dois, já no estado de casados entre si, por compra meramente verbal feita a Maria dos Már-tires Conceição Domingos Fernandes e marido Manuel Domingos Fernandes, ca-sados sob o regime da comunhão geral de bens, residentes no mencionado Sítio de Eirões.

- Que, assim sendo, não têm título suficiente da aquisição do referido prédio, es-tando, por isso, impossibilitados de comprovar a referida aquisição pelos meios extrajudiciais normais e de efectuar o registo do mesmo a seu favor.

- Que, porém, desde aquele ano, portanto, há mais de vinte anos, de forma pública, pacífica, contínua e de boa fé, ou seja, com o conhecimento de toda a gente, sem violência nem oposição de ninguém, reiterada e ininterruptamente, na convicção de não lesarem quaisquer direitos de outrem e ainda convencidos de serem os únicos titulares do direito de propriedade sobre o identificado prédio, e assim o julgando as demais pessoas, têm possuído aquele prédio – tendo já chegado a fazer obras de reparação e conservação necessárias e pagando contribuições e impostos devidos – pelo que, tendo em consideração as referidas características de tal posse, adquiriram o referido prédio por USUCAPIÃO.

Tavira, 23 de Setembro de 2015.

O Notário,

Bruno Filipe Torres Marcos

Acto registado sob o n.º 2/2199

(POSTAL do ALGARVE, nº 1150, de 9 de Outubro de 2015)

MUNICIPIO DE TAVIRAEDITAL

JOSÉ OTÍLIO PIRES BAÍA, Presidente da Assembleia Municipal de Tavira.

TORNA PÚBLICO, que em sessão ordinária da Assembleia Municipal de Tavira, realizada no dia 28 de setembro de 2015, foram tomadas as seguintes deliberações:

1. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 152/2015/CM, referente à atribuição de Apoio Financeiro à Fre-guesia de Cachopo;

2. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 184/2015/CM, referente à aquisição de energia elétrica em regime de mercado liberalizado ao abrigo do Acordo Quadro da AMAL com anúncio de procedimento nº 118/2013 e JOUE S050-081623 de 12 março 2013, para instalações alimentadas em Baixa Tensão Especial (BTE) e Média Tensão (MT) – Aprovação do procedimento e dos compromissos plurianuais;

3. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 185/2015/CM, referente à 3ª. Revisão ao Orçamento e Grandes Opções do Plano de 2015;

4. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 188/2015/CM, referente à atribuição de apoios em espécie a freguesias do concelho – Festas Tradicionais de verão;

5. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 189/2015/CM, referente à alteração ao acordo de execução de delegação de competências celebrado entre o Município e a Freguesia de Santa Luzia.

Para constar e produzir efeitos legais se publica o pre-sente Edital e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares de costume

Paços do Concelho, aos 28 dias do mês de setembro do ano 2015

O Presidente da Assembleia Municipal,

José Otílio Pires Baía

(POSTAL do ALGARVE, nº 1150, de 9 de Outubro de 2015)

Page 6: POSTAL 1150 - 9 OUT 2015

6 | 9 de Outubro de 2015

Simone de Oliveira em LagoaCantora actua com as ‘3 Marias’ num espectáculo que promete ser memorável

Ô Trio feminino portuense e Simone de Oliveira juntam-se no Auditório Municipal de Lagoa

O AUDITÓRIO MUNICIPAL DE LAGOA é placo, no próximo dia 17, pelas 21.30 horas, do es-pectáculo “Simone de Olivei-ra e 3 Marias”, numa fusão de “Intimidades” e “Bipolar” que, em cumplicidade mu-sical, juntam duas gerações diferentes.

Em “Intimidades”, Simone de Oliveira interpreta, com paixão, amor, alma e cora-ção, alguns êxitos da música ligeira portuguesa. “Bipolar” é uma partilha de intimida-de musical, com um lado sé-rio mas também com muito humor e boa disposição.

O projecto 3 Marias nasceu em 2008, no Porto, fusão de

tango, flamenco, balada e um pouco do conceito de fado, tendo editado o pri-meiro trabalho em 2009, “Quase a primeira vez”. As 3 Marias já se apresentaram em festivais de world music, assim como em diversas sa-las de espectáculos em Por-tugal e no estrangeiro. O seu segundo álbum, “Bipolar”, foi gravado em Setembro de 2013.

Num encontro geracional em que se cruzam partilhas, sentimentos e vivências, as 3 Marias convidaram Si-mone de Oliveira a cantar uma versão de “No Teu Po-ema”, de José Luís Tinoco e

popularizada por Carlos do Carmo, em 1976, no Festival da Canção. A parceria correu tão bem que Simone gravou o tema com As 3 Marias, ten-do o álbum sido relançado recentemente com esta faixa bónus.

A química entre Simone e as “Marias” (Cristina Ba-celar, voz, guitarra, letras e composição; Fátima Santos, acordeão; e Ianina Khmelik, violino) funcionou tão bem que a cantora tem sido con-vidada regular nos espectá-culos do grupo, como acon-tecerá em Lagoa.

As 3 Marias têm vários concertos agendados e es-

tão a trabalhar no próximo disco que, entre a música clássica, o rock e outras so-noridades, vai trazer grandes novidades.

Uma oportunidade para ver, ou rever, e ouvir um dos nomes mais sonantes do pa-norama do nacional cançonetismo.

região Campeões mundiais de pára-quedismo invadem céu de Portimão pág. 8

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Jorge Manuel do Nascimento Botelho

Presidente da Câmara Municipal de Tavira

TORNA PÚBLICO, que em reunião de Câmara Municipal, realizada no dia 18 de agosto de 2015, foram tomadas as seguintes deliberações:

1. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 163/2015/CM, referente a 10.ª Alteração ao Orçamento e às Grandes Opções do Plano - 2015;

2. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 164/2015/CM, referente à atribuição de apoio à Cruz Vermelha Portuguesa;

3. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 165/2015/CM, referente ao apoio ao CBTT – Clube Bike Team Tavira – “III BTT Urbano Noturno” e redução de taxas;

4. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 166/2015/CM, referente à atribuição de apoio em espécie ao Grupo Desportivo de Vale Caranguejo;

5. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 167/2015/CM, referente à atribuição de apoio em espécie à Liga dos Combatentes;

6. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 168/2015/CM, referente à anulação de cobrança e restituição de verba – Proc.66/2015, em nome de Maria Celeste das Dores Palma;

7. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 169/2015/CM, referente à 5ª. Alteração ao Sistema de Controlo Interno;

8. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 170/2015/CM, referente ao parecer prévio vinculativo para celebra-ção de contrato de aquisição de serviços de lecionação e dinamização do Programa de Promoção da Atividade Física do Concelho de Tavira;

9. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 171/2015/CM, referente ao parecer prévio vinculativo para celebra-ção de contrato de aquisição de serviços de Vigilância e Segurança Aquática para as Piscinas Municipais de Tavira;

10. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 172/2015/CM, referente ao parecer prévio vinculativo para a cele-bração de contrato de aquisição de serviços de utilização para plataforma eletrónica de contratação pública;

11. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal n úmero 173/2015/CM, referente à redução do Horário de Funcionamento – Bar Polakos – Cabanas de Tavira;

12. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 174/2015/CM, referente ao Público – 10-Emp/15 – Reparação do CM 1231 entre Fuzeta e Cintados (até ao limite do Concelho) – Alteração do ponto 4 do artigo 9º. do programa de procedimento.

Para constar e produzir efeitos legais se publica o pre-sente Edital e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares de costume.

Paços do Concelho, 18 de agosto do ano 2015

O PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL,

Jorge Manuel Nascimento Botelho

(POSTAL do ALGARVE, nº 1150, de 9 de Outubro de 2015)

Page 7: POSTAL 1150 - 9 OUT 2015

região

9 de Outubro 2015 | 7

d.r.

Vila Real cria parque de estacionamento gratuitoCâmara tenta fazer face ao descontentamento com taxação do estacionamento no centro da idade que está para breve

A CÂMARA DE VILA REAL DE SANTO ANTÓNIO anunciou que instalou um parque de estacionamento gratuito, com uma capacidade de 1.200 lu-gares, na zona antes ocupada por um cinema da cidade, o “Cine Foz”.

O novo parque de estacio-namento já está em funciona-mento e foi inaugurado antes do início da Feira da Praia, festa que dura cerca de uma semana e tem o seu principal dia a 12 de Outubro, devido à presença de muitos espa-nhóis que aproveitam o fe-riado nacional comemorado no seu país para visitar a ci-

dade fronteiriça algarvia, ob-servou o município algarvio num comunicado.

O parque de estaciona-mento está localizado junto ao edifício da capitania do porto de Vila Real de Santo António, “a menos de cinco minutos a pé da zona histó-rica” pombalina, e destina--se a “melhorar as acessibi-lidades ao centro histórico e ao centro comercial a céu aberto” que a autarquia pro-cura dinamizar no centro da cidade, considerou a câmara vila-realense.

A autarquia frisou que a “criação deste novo parque-

amento responde igualmente ao compromisso do municí-pio no sentido de criar zonas alternativas e gratuitas ao sistema de estacionamento tarifado que está a ser im-plementado no centro” da cidade.

A Lusa questionou a câma-ra sobre quando o estaciona-mento tarifado irá entrar e vi-gor na cidade, mas uma fonte do gabinete de comunicação disse não haver ainda uma data definida para o efeito.

PARQUE SURGE COMO COM-PENSAÇÃO PELA INTRODUÇÃO DE ESTACIONAMENTO PAGO A

mesma fonte acrescentou que a criação deste parque de es-tacionamento “foi uma deci-são do município que não está relacionada com medidas de compensação pela introdução de estacionamento tarifado na cidade”.

A data para o início da co-brança de estacionamento em Vila Real de Santo António es-teve agendada para 1 de Julho, mas a autarquia acabou por adiar indeterminadamente a entrada em vigor da introdu-ção de parquímetros, enquan-to eram analisadas questões como o reconhecimento do estacionamento para residen-

tes e comerciantes e as zonas em que ficariam localizados.

A introdução da cobrança de estacionamento foi uma medida que gerou contestação por parte de munícipes e co-merciantes locais, assim como do PS e da CDU, partidos da oposição ao executivo do PSD liderado por Luís Gomes, que foi criticado por criar estacio-

namento pago nas principais artérias em tempos de crise e de dificuldades económicas.

O estacionamento tarifado foi concessionado pela autar-quia à empresa Estacionamen-to à Superfície e Subterrâneo, por um período de 30 anos, mediante a celebração de um concurso público.

Lusa

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Ô Novo parque tem capacidade para 1.200 veículos

Page 8: POSTAL 1150 - 9 OUT 2015

8 | 9 de Outubro de 2015

Campeões mundiais de pára-quedismo invadem céu de PortimãoFestival já é uma referência a nível mundial devido ao clima

Ô Festival atrai cerca de 300 pára-quedistas e famílias a Portimão

CERCA DE 300 PÁRA-QUEDIS-TAS estão a participar no “Au-tumn Boogie 2015”, festival que reúne alguns campeões mundiais da modalidade até ao próximo dia 18, no aeró-dromo da Penina, em Porti-mão.

Organizado pela SkyDive Algarve, o festival interna-cional de pára-quedismo realiza-se anualmente des-de 1999, tornando-se numa referência a nível mundial para a prática da modalida-de devido às condições me-teorológicas que a região do Algarve oferece nesta época do ano.

“Somos dos poucos países com condições climatéricas para fazer pára-quedismo praticamente durante o ano todo, fazendo com que se-jamos uma referência para os praticantes do norte da Europa”, disse à Lusa So-fia Machado, instrutora de pára-quedismo da SkyDive Algarve.

Segundo a instrutora, o Boogie em Portimão nesta altura do ano permite que os pára-quedistas, individual-mente ou em grupo, iniciem a sua preparação para os vá-rios campeonatos que se dis-putam em todo o mundo.

“São realizados quatro

eventos por ano, mas este é o que concentra mais pára--quedistas, porque têm a possibilidade de iniciar a sua preparação de início de época”, sublinhou.

Entre os participantes no festival de Portimão estão Pete Allum, campeão do mundo na disciplina Voo Relativo, com mais de 30 mil saltos, e Ian Milko Hodgkin-son, vencedor do Campeona-to Nacional de Voo Relativo em 2015 e participante em três recordes mundiais de Voo em Formação, com mais de 22 mil saltos.

EVENTO TEM DINAMIZADO A MO-DALIDADE De acordo com Sofia Machado, os eventos têm sido dinamizadores da mo-dalidade na região, “o que tem feito crescer a procura pelo pára-quedismo, por pessoas de várias idades”.

“Na escola temos feito uma média de cinco novos alunos por mês e esse nú-mero tem tendência para aumentar”, frisou a instru-tora, acrescentando que “o pára-quedismo tem cada vez mais níveis de segurança ele-vadíssimos, o que aumenta o grau de confiança aos novos praticantes”.

“Consegue-se com muita

segurança praticar um des-porto que, à partida, intimi-da”, destacou.

Para Francisco Correia, vi-ce-director do aeródromo da Penina, em Alvor, freguesia do concelho de Portimão, os festivais de pára-quedismo “têm sido grandes dinamiza-dores da estrutura aeropor-tuária e da economia local”.

“São eventos que movi-mentam centenas de pes-soas, já que a maior parte dos pára-quedistas tiram férias nesta altura do ano e vêm acompanhados pelas famílias, contribuindo para

dinamização da economia da região”, frisou Francisco Correia.

As condições climatéricas do Algarve permitem, segundo os organizadores, fazer uma mé-dia de cerca de 700 saltos diá-rios, a uma altitude de 14 mil pés (cerca de 4.200 metros).

Os saltos são proporciona-dos por dois aviões Dornier DO28, aeronaves que atin-gem os 16 mil pés de altitu-de (cerca de 4.800 metros) em apenas oito minutos, com capacidade para trans-portar 15 pára-quedistas.

Lusa

REGIÃO

d.r.

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NOTARIADO PORTUGUÊSJOAQUIM AUGUSTO LUCAS DA SILVA

NOTÁRIO em TAVIRACertifico:

Que no dia 21-09-2015, a folhas 106, do livro de notas para escrituras diversas nú-mero 178 – A, deste Cartório, foi lavrada uma escritura de JUSTIFICAÇÃO, na qual, CUSTÓDIO DOMINGOS, NIF 169.826.830, solteiro, maior, natural da freguesia de Cachopo, concelho de Tavira, residente no sitio das Areias, Caixa Postal 394-M, Moncarapacho, Olhão, declarou: Que, com exclusão de outrem, é dono e legítimo possuidor do prédio urbano, composto por edifício térreo, com dois compartimen-tos, destinado a habitação, sito em Monte da Estrada, freguesia de Cachopo, conce-lho de Tavira, a confrontar do norte com José Domingos, do sul com Manuel Jesus, do nascente com rua e do poente com Manuel Tereza, inscrito na matriz sob o artigo 1.051, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira. Que adquiriu o prédio no ano de mil novecentos e sessenta e cinco, por partilha verbal e nunca reduzida a escritura pública, feita com os demais interessados, por óbito de seus pais Manuel Domingos e Custódia Maria, residentes que foram no sitio do Monte da Estrada, Cachopo, Tavira. Que adquiriu o prédio por usucapião.

Tavira, em 21 de Setembro de 2015

A funcionária por delegação de poderes;

Ana Margarida Silvestre Francisco – Inscrita na O.N. sob o n.º 87/3

Conta registada sob o nº. PAO1547/2015 Factura nº. 01555

(POSTAL do ALGARVE, nº 1150, de 9 de Outubro de 2015)

Cartório Notarial em TaviraNotário

Bruno Torres Marcos

Extrato de Escritura de Justificação

CERTIFICO, para efeitos de publicação, nos termos do artigo 100.º do Código do Nota-riado que, por escritura pública de Justificação outorgada em vinte e três de Setembro de dois mil e quinze, exarada a folhas sessenta e três e seguinte do Livro de notas para escrituras diversas número Sessenta e sete – A, do Cartório Notarial em Tavira, do Notário privado Bruno Filipe Torres Marcos, sito na Rua da Silva, n.º 17-A:

ADELINA DA CONCEIÇÃO VALENTE, NIF 113422695 e marido AVELINO FRANCISCO RAMOS, NIF 113422687, casados sob o regime da comunhão geral, ambos naturais da freguesia de Tavira (Santa Maria), concelho de Tavira, residentes em Amaro Gonçalves, caixa postal 1534-T, Luz de Tavira e Santo Estêvão, 8800-120 Tavira, declaram que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem do prédio urbano composto por edifício térreo com dois compartimentos, destinado a habitação, com a área total e de implantação do edifício de trinta e cinco vírgula cinquenta e seis metros quadrados (35,56 m2), que confronta a norte com Maria Valentina Gonçalves Valente Madeira, a sul com José Gonçalves, a nascente com caminho e a poente com Manuel Viegas, sito em Vale Covo, na freguesia da União das Freguesias de Tavira (Santa Maria e San-tiago), concelho de Tavira, inscrito na matriz da atual freguesia, em nome de herança de Joaquim Valente, o qual é avô da justificante mulher, sob o artigo 1880, que teve proveniência no artigo 1784 da extinta freguesia de Tavira (Santa Maria), com o valor patrimonial tributário de 2.130,00 €, que é o atribuído, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira.

- Que o referido prédio, com a indicada composição e área, chegou à posse dos justifi-cantes em data imprecisa do ano de mil novecentos e oitenta e oito, já no estado de casa-dos entre si, por partilha meramente verbal efetuada por óbito de Manuel Joaquim Valente e mulher Amélia da Conceição, casados sob o regime da comunhão geral, residentes que foram no referido Sítio de Vale Covo.

- Que, assim sendo, não têm título suficiente da aquisição do referido prédio, estando, por isso, impossibilitados de comprovar a referida aquisição pelos meios extrajudiciais normais e de efectuar o registo do mesmo a seu favor.

- Que, porém, desde aquele ano, portanto, há mais de vinte anos, de forma pública, pa-cífica, contínua e de boa fé, ou seja, com o conhecimento de toda a gente, sem violência nem oposição de ninguém, reiterada e ininterruptamente, na convicção de não lesarem quaisquer direitos de outrem e ainda convencidos de serem os únicos titulares do direito de propriedade sobre o identificado prédio, e assim o julgando as demais pessoas, têm possuído aquele prédio – tendo já chegado a fazer obras de reparação e conservação necessárias e pagando as contribuições e impostos devidos, sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu início – pelo que, tendo em consideração as referidas características de tal posse, adquiriram o referido prédio por USUCAPIÃO.

Tavira, 23 de Setembro de 2015.

O Notário,

Bruno Filipe Torres Marcos

Acto registado sob o n.º 2/2201

(POSTAL do ALGARVE, nº 1150, de 9 de Outubro de 2015)

Cartório Notarial em TaviraNotário

Bruno Torres MarcosExtrato de Escritura de Justificação

CERTIFICO, para efeitos de publicação, nos termos do artigo 100.º do Código do No-tariado que, por escritura pública de Justificação outorgada em um de Outubro de dois mil e quinze, exarada a folhas cento e quarenta e dois e seguinte do Livro de notas para escrituras diversas número Sessenta e sete – A, do Cartório Notarial em Tavira, do Notário privado Bruno Filipe Torres Marcos, sito na Rua da Silva, n.º 17-A:

JOAQUIM EUGÉNIO DE JESUS MESTRE, NIF 139405844 e mulher MARIA DOS SANTOS DA ENCARNAÇÃO DE SOUSA MESTRE, NIF 121707563, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, ambos naturais da freguesia de Tavira (Santiago), concelho de Tavira, residentes na Rua Capitão Manuel Batista Marçal, n.º 28, Santa Luzia, Tavira, declaram que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem do prédio urbano composto por edifício térreo com várias divisões e pátio, com a área total de setenta e oito vírgula trinta metros quadrados, e com a área de implantação do edifício de sessenta e três vírgula noventa metros quadrados, sito na Rua Capitão Manuel Batis-ta Marçal, números 28 e 30, na vila e freguesia de Santa Luzia, concelho de Tavira, descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira sob o número três mil duzentos e vinte e nove, ainda da freguesia de Tavira (Santiago), inscrito na matriz da freguesia de Santa Luzia sob o artigo 341, com proveniência no artigo 1627 da extinta freguesia de Tavira (Santiago), em seu nome a quota-parte de setenta e quatro mil novecentos e quarenta e seis de cem mil avos e em nome de António Mateus Sofia a quota-parte de vinte e cinco mil e cinquenta e quatro de cem mil avos, com o valor patrimonial tributário de € 9.530,00. Que este prédio encontra-se registado na citada Conservatória a favor de João Soares Júnior e mulher Lucinda Raimundo Salvé Rainha, casados sob o regime da comunhão geral, residentes em Luanda, Angola, nos termos da apresentação um, do dia vinte e sete de Outubro de mil novecentos e setenta e três, atualmente já falecidos.

Porém, este prédio veio à posse deles justificantes, já no estado de casados entre si, por compra meramente verbal no ano de mil novecentos e setenta e cinco, em data que não sabem precisar, feita aos referidos João Soares Júnior e mulher Lucinda Raimundo Salvé Rainha, nunca chegando a outorgar a respectiva escritura, tendo estes, por sua vez, adquirido o mesmo imóvel ao dito António Mateus Sofia, não tendo deste modo título que lhes permita fazer o registo do prédio em seu nome. Que, assim sendo, há mais de vinte anos, de forma pública, pacífica, contínua e de boa-fé, ou seja, com o conhecimento de toda a gente, sem violência nem oposição de ninguém, reiterada e ininterruptamente, na convicção de não lesarem quaisquer direitos de outrem e ainda convencidos de se-rem titulares do respectivo direito de propriedade e assim o julgando as demais pessoas, têm possuído aquele prédio – nomeadamente habitando-o de forma permanente desde aquela data, fazendo obras de reparação e conservação e suportando os respectivos encargos, designadamente fiscais – pelo que, tendo em consideração as referidas ca-racterísticas de tal posse, adquiriram o referido prédio por USUCAPIÃO, o que invocam.

Tavira, 01 de Outubro de 2015.

O Notário,

Bruno Filipe Torres Marcos

Acto registado sob o n.º 2/2271

(POSTAL do ALGARVE, nº 1150, de 9 de Outubro de 2015)

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Page 9: POSTAL 1150 - 9 OUT 2015

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São Brás Dias Neves Dias Neves Dias Neves S. Brás Dias Neves S. Brás

Guerreiro - Guerreiro João de Deus - - Cruz Portugal

Montepio Mª Aboim Mª Aboim Central Felix Franco Sousa Montepio

Carmo Pombalina Pombalina Pombalina Pombalina Pombalina Pombalina

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Rua de Santo António, n.º 68 - 5º Esq. 8000 - 283 FaroTelef.: 289 820 850 ¦ Fax: 289 878 342

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TAVIRA

ANTÓNIO EDUARDO PEREIRA80 ANOS

AGRADECIMENTO A sua querida família cumpre o doloroso dever de agradecer reconhecidamente a todas as pessoas que assistiram ao funeral do seu ente querido, realizado no dia 14 de Setembro, para o Cemitério de Tavira, bem como a todos os amigos que manifestaram o seu pesar e solidariedade.Agradecem também a todos que rezaram Missa do 7º Dia, pelo seu eterno descanso, dia 18 de Setembro, sexta-feira, pelas 18 horas, na Igreja de S. Paulo em Tavira.

“Paz à sua Alma”

“Serviços Fúnebres efectuados pela Agência Funerária Pedro & Viegas, Ldª”

Tavira • Luz • V.R.Stº AntónioTelm. 964 006 390 - 965 040 428

TAVIRA

JOSÉ TOMÁS DA GRAÇA MARTINS71 ANOS

AGRADECIMENTOA sua querida família cumpre o doloroso dever de agradecer reconhecidamente a todas as pessoas que assistiram ao funeral do seu ente querido, realizado no dia 16 de Setembro, para o Cemitério de Tavira, bem como a todos os amigos que manifestaram o seu pesar e solidariedade.Agradecem também a todos que rezaram Missa do 7º Dia, pelo seu eterno descanso, dia 20 de Setembro, Domingo, pelas 17 horas, na Igreja de Nossa Senhora do Carmo em Tavira.

“Paz à sua Alma”

“Serviços Fúnebres efectuados pela Agência Funerária Pedro & Viegas, Ldª”

Tavira • Luz • V.R.Stº AntónioTelm. 964 006 390 - 965 040 428

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TAVIRARua Dr. Miguel Bombarda n.º 25Tel. - 281 323 983 - 281 381 881

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VILA REAL STO. ANTÓNIORua 25 de Abril n.º 32 – Tel. - 281 541 414

FUNERÁRIA PATROCÍNIO Tlm. - 968 685 719 Rua João de Deus, n.º 86 – Tel. -281 512 736

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Reze 9 Ave-Marias com uma vela acessa durante 9 dias, pedindo 3 desejos, um de negócios e 2 impossíveis ao 9º dia publique este aviso, cumprir-se-á mesmo que não

acredite.R.R.

Page 10: POSTAL 1150 - 9 OUT 2015

zzz ZZZ pág. ##anúncios ı necrologia

10 | 9 de Outubro de 2015

Reze 9 Ave-Marias com uma vela acessa durante 9 dias, pedindo 3 desejos, um de negócios e 2

impossíveisao 9º dia publique este aviso, cumprir-se-á mesmo que não acredite. S.I.

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SERVIÇO PERMANENTE 24h

VILA N. CACELA - VILA R. STO ANTÓNIOCONCEIÇÃO E CABANAS DE TAVIRA - TAVIRA

ANTÓNIO VITOR MADEIRA CORREIA VIEGAS23-01-1959 / 15-09-2015

AGRADECIMENTOOs seus familiares vêm, por este meio, agradecer a

todos quantos o acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias ou que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.Agência

Funerária Santos & Bárbara, Lda.

SÃO SEBASTIÃO - LOULÉ SANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA

LEODEGÁRIO NEMÉSIO PEREIRA DUARTE 11-02-1986 / 27-09-2015

AGRADECIMENTOOs seus familiares vêm por este meio agradecer a to-dos quantos se dignaram acompanhar o seu ente que-rido à sua última morada ou que, de qualquer forma, lhes manifestaram o seu pesar.

Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

VILA N. CACELA - VILA REAL STO ANTÓNIO SANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA

CELESTE DO CARMO SARES08-11-1920 / 19-09-2015

AGRADECIMENTOOs seus familiares vêm por este meio agradecer a to-dos quantos se dignaram acompanhar o seu ente que-rido à sua última morada ou que, de qualquer forma, lhes manifestaram o seu pesar.

Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

SANTA MARIA - TAVIRASANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA

JOSÉ LIBERTO GUERREIRO MARTINS29-04-1949 / 29-09-2015

AGRADECIMENTOOs seus familiares vêm, por este meio, agradecer a

todos quantos o acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias ou que de algum modo lhes

manifestaram o seu sentimento e amizade.Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

CONCEIÇÃO - TAVIRACONCEIÇAO E CABANAS DE TAVIRA - TAVIRA

FRANCISCO MESTRE D’HORTA

29-01-1924 / 10-09-2015

AGRADECIMENTOOs seus familiares vêm por este meio agradecer a to-dos quantos se dignaram acompanhar o seu ente que-rido à sua última morada ou que, de qualquer forma, lhes manifestaram o seu pesar.

Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

SÉ - FAROSÉ E SÃO PEDRO - FARO

DOMÍTILIA CONCEIÇÃO ALMEIDA

25-05-1940 / 19-09-2015

AGRADECIMENTOOs seus familiares vêm, por este meio, agradecer a todos quantos a acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias ou que de algum modo lhes ma-nifestaram o seu sentimento e amizade.

Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

ODELEITE – CASTRO MARIMV.N. DE CACELA - VILA R. DE STO ANTÓNIO

ANTÓNIO JOSÉ20-07-1922 / 05-10-2015

AGRADECIMENTOOs seus familiares vêm, por este meio, agradecer a todos quantos o acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias ou que de algum modo lhes ma-nifestaram o seu sentimento e amizade.

Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

NOTARIADO PORTUGUÊSJOAQUIM AUGUSTO LUCAS DA SILVA

NOTÁRIO em TAVIRACertifico:

Que no dia 28-09-2015, a folhas 141, do livro de notas para escrituras diversas nú-mero 178 – A, deste Cartório, foi lavrada uma escritura de JUSTIFICAÇÃO, na qual, MÁRIO TEIXEIRA DA PALMA, NIF 106.812.475 e mulher DILAR MARIA MARTINS DA PALMA, NIF 118.145.860, ambos naturais da freguesia de Cachopo, concelho de Tavira, casados sob o regime da comunhão geral de bens, residentes na Urbani-zação S. Luis, Edifício 2, 2.º Dto., Faro, declararam: Que, com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores dos seguintes prédios rústicos, ambos com-postos por terra de pastagem e cultura e sitos na freguesia de Cachopo, concelho de Tavira e não descritos na Conservatória do Registo Predial de Tavira, a saber: UM: Prédio sito em Curral do Brito, Vale de Odre, com a área de vinte e quatro mil e quinhentos metros quadrados, que confronta do norte com Manuel Candeias e outro, do sul com António José Ildefonso, do nascente com Estrada Nacional 124 e do poente com António Horta, inscrito na matriz sob o artigo 21.201; e DOIS: Prédio sito em Amoladeira, Vale de Odre, com a área de dez mil quatrocentos e vinte metros quadrados, que confronta do norte com José Gonçalves, do sul com António José Ildefonso e outro, do nascente com Manuel Barradas e do poente com Estrada Nacional 124, inscrito na matriz sob o artigo 21.312. Que adquiriram os referidos prédios por meio de partilha amigável e verbal, nunca reduzida a escritura pública, feita no ano de mil novecentos e sessenta e sete, em data que não é possível precisar, por óbito dos pais do justificante marido, Manuel António da Palma, que também usava e era conhecido por Manuel da Palma e Inácia Teixeira, residentes que foram em Garcia, freguesia de Cachopo, concelho de Tavira. Que adquiriram os prédios por usucapião.

Tavira, em 28 de Setembro de 2015

A funcionária por delegação de poderes;

Ana Margarida Silvestre Francisco - Inscrita na O.N. sob o n.º 87/3

Conta registada sob o nº. PAO1591/2015 Factura nº. 01601

(POSTAL do ALGARVE, nº 1150, de 9 de Outubro de 2015)

Page 11: POSTAL 1150 - 9 OUT 2015

opinião

Sobe

& d

esce Eleições 2015

Independentemente dos vencedores e dos perdedores e da enorme abstenção o Algarve votou e os algarvios ajuda-ram a escolher os deputados à Assem-bleia da República. Cidadania faz-se, também, assim (Ler págs. 2 e 3).

Estacionamento em Vila Real

A cobrança de estacionamento está também a chegar ao centro de Vila Real de Santo António e todos teremos de suportar mais esse custo. Entretanto Luís Gomes tenta encon-trar alternativas (Ler pág. 7).

Foi com entusiasmo que to-mámos conhecimento (Postal do Algarve 11.09.2015) da de-cisão do Presidente da Câmara Municipal de Faro de apresen-tar uma candidatura a Capital da Cultura 2027.

A notícia para além de in-dicar o nome de Guilherme D’Oliveira Martins para Presi-dente do grupo de trabalho, aliás uma excelente escolha, e de enunciar alguns propósitos gerais, referência alguma faz a apoios da Região.

Ora, sendo o projecto de âmbito regional, como Rogé-rio Bacalhau afirma, acredi-tamos que não terá avançado sem prévia consulta aos cha-mados parceiros naturais, au-tarquias e outras forças ligadas à cultura.

Contudo, seguramente por ignorância nossa, a anuncia-ção desta Candidatura foi uma completa surpresa.

Todos estamos recordados dos equívocos ocorridos no início da organização da can-didatura de Faro em 2005 e da consequente debilidade dos seus resultados. Como diz

o povo “o que nasce torto…”.É sabido que para sair ven-

cedora a Candidatura exige à partida a mobilização de ele-vados recursos, não podendo deixar de recordar a pobreza que a área da Cultura vem en-tre nós evidenciando, não só fruto da sua secundarização pelos decisores políticos mas sobretudo dos parcos meios disponibilizados pelos orça-mentos do poder Central e Local.

Acresce que, como resulta dos mais recentes programas culturais da Região, a aposta no artesanato, no baile man-dado e no petisco vêm sendo as opções mais correntes, em detrimento do apoio ao tea-tro, dança, música ou às artes visuais.

E porque vimos acompa-nhando com atenção nestes últimos 30 anos a evolução

da actividade cultural na nos-sa Província temos consciên-cia que uma iniciativa desta envergadura não poderá ser levada a bom porto sem o cri-terioso aproveitamento das energias disponíveis de Vila Real a Sagres.

E é sabido que hoje tais for-ças não abundam.

Não obstante as reticências apontadas, acreditamos que um empreendimento des-ta natureza poderá ser enri-quecedor, nomeadamente pela alargada mobilização a que obriga e o impulso que poderá provocar no futuro desenvolvimento cultural do Algarve.

Aguardemos assim confia-damente o evoluir dos aconte-cimentos manifestando desde já a abertura para colaborar no que vier a ser considerado van-tajoso para esta Candidatura.

9 de Outubro de 2015 | 11

ficha técnica

Sede: Rua Dr. Silvestre Falcão, n.º 13 C - 8800-412 Tavira - Algarve Tel: 281 320 900 | Fax: 281 320 909 E-mail: [email protected]: www.postal.pt

Director: Henrique Dias(CP 3259).

Editor: Ricardo Claro (CP 9238). Redacção: Cristina Mendonça (CP 3258), Humberto Ricardo (CP 388).Design: Profissional Gráfica. Colaboradores fotográficos: José A. N. Encarnação “MIRA” Colaboradores: Beja Santos (defe-sa do consumidor), Nelson Pires (CO76). Departamento Comercial, Publicidade e Assinaturas: Anabela Gonçalves, José Francisco.Propriedade do título: Henrique Manuel Dias FreireEdição: Postal do Algarve - Publicações e Editores, Lda. Contribuinte nº 502 597 917. Depósito Legal: nº 20779/88. Registo do Título (dgcs): ERC nº 111 613. Impressão: Naveprinter Distribuição: Banca - Logista, à sexta-feira com o Público/VASP - Sociedade de Transportes e Distribuição, Lda e CTT.

Membro: APCT - Associação Portuguesa para o Controlo de Tiragem e Circulação; API - Associação Portuguesa de Imprensa.

Tiragem desta edição:7.798 exemplares

A Capital da Cultura 2027

E-mail da redacção:

[email protected]

Esta é uma iniciativa das Bibliotecas Paula Nogueira do Agrupamento de Escolas Professor Paula Nogueira (Olhão) em parceria com a Casa da Juventude de Olhão e o POSTAL, que semanalmente divulga os problemas e as soluções deste jogo. Várias escolas do Algarve já aderiram à iniciativa: AE Professor Paula Nogueira (Olhão) / AE da Sé (Faro) / AE D. Afonso III (Faro) / AE Dr. Alberto Iria (Olhão) / Colégio Bernardette Romeira (Olhão) / AE Dr. João Lúcio (Fuseta) / AE de Estoi (Faro) / AE Joaquim Magalhães (Faro) / AE do Montenegro (Faro) / AE de Castro Marim (Vila Real de St. António) / AE Professora Diamantina Negrão / (Albufeira) / Agrupamento de Escolas José Belchior Viegas (Mega Agrupamento de São Brás de Alportel) / Escola Secundária João de Deus (Faro) / Agrupamento de Escolas D. Paio Peres Correia (Tavira) / Casa da Juventude (Olhão) / Postal do Algarve. Convidamos todas as escolas e bibliotecas, interessadas em aderir ao Jogo da Língua Portuguesa e receber os materiais para o mesmo, a contactar: [email protected] ou [email protected].

>> ASSINALE A FRASE CORRETA

� O Jogo da Língua

está de volta!

José Delgado MartinsPresidente da Direcção da Casa das Artes de Tavira

d.r.

� A – O Miguel vai apanhar o avião no aerioporto. � B – O Miguel vai apanhar o avião no aeroporto. � C – O Miguel vai apanhar o avião no aero porto. � C – O Miguel vai apanhar o avião no aerio porto.

Consumos fantasmaQuestão: “Ouvi falar em consumos de energia fantasma e gostaria de saber quais os equipamentos que temos em nossa casa com consumos deste tipo?”

A DECO responde...

Em Portugal, em média, uma família de quatro pessoas gasta por ano mil euros nas facturas de electricidade. Ou seja, por mês a factura da luz ronda os 80 euros. Muitas famílias têm nas suas casas ser v iços tr iplos de TV+NET+Telefone e mantêm estes equipamentos ligados 24 horas por dia. A utilização deste serviço implica que se tenha pelo menos uma televisão e um computador em casa.Estes cinco equipamentos (televisão, computador, box, router e telefone) desperdiçam cerca de 35 euros por ano em energia fantasma. O valor varia consoante o número de equipamentos e as horas de funcionamento/stand-by.O principal consumidor de energia fantasma são as boxs de gra-vação, que desperdiçam cerca de 16 euros ao ano, seguidas pelo router (€8) e o telefone fixo (€3).Apesar de os fornecedores deste tipo de serviços nos indicarem que não devemos desligar estes equipamentos da electricidade, nada nos impede de o fazer durante longos períodos de inacti-vidade, como por exemplo durante a noite. O único senão será que a box demorará alguns minutos a reiniciar, mas todas as opções do equipamento se mantêm, pode consultar a guia TV, voltar sete dias no tempo e aceder ao vídeoclube.Os consumos fantasma estão presentes em todos os equipamen-tos eléctricos que existem nas nossas casas e mantemos ligados à tomada mesmo quando não os estamos a usar. No site www.energiafantasma.pt pode calcular o seu desperdício de energia em stand-by, utilizando o nosso simulador, para tal deve contar todos os equipamentos eléctricos que mantém ligados em sua casa.

consultóriodo consumidor

Ô Guilherme d’Oliveira Martins

Page 12: POSTAL 1150 - 9 OUT 2015

última

Hotel Quinta do Marco reabre com nova gerênciaUnidade está a ser alvo de remodelações profundas

Ô Hotel está integrado numa propriedade agrícola com 16 hectares de diverso arvoredo

Tiragem desta edição:7.798 exemplares

d.r.

O POSTAL regressa no dia 23 de Outubro

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O HOTEL RURAL QUINTA DO MARCO, localizado em Santa Catarina da Fonte do Bispo, no concelho de Tavira, vai rea-brir com nova gerência já no iní-cio de 2016, após remodelações profundas.

Esta unidade hoteleira, do sotavento algarvio, estava en-cerrada há um ano e foi agora adquirida pelo ex-presidente da Região de Turismo do Algarve, Hélder Martins.

“Estão já em curso obras de remodelação e adaptação da unidade às necessidades actu-ais do mercado, criando um verdadeiro conceito de charme, no interior do Algarve”, informa Ana Eira, assessora de imprensa daquela unidade hoteleira.

O Hotel Quinta do Marco dispõe “de 24 quartos, du-

plos e triplos, piscinas de adultos e crianças, spa, sala de massagens, restaurante/bar e sala de reuniões, inte-grados numa propriedade agrícola com 16 hectares de pomares de citrinos, e outras espécies autóctones como al-farrobeiras, figueiras e amen-

doeiras”, acrescenta.Com vista sobre a costa

do sotavento algarvio, desde Monte Gordo à Ilha do Farol, o hotel está inserido no meio de um jardim mediterrânico.

A gestão da unidade hote-leira será exercida por Hél-der Martins e família.

pub pubpub

Antigo edifício da Segurança Social de Tavira alvo de obras Investimento ascende a 200 mil euros

Ô Edifício dará lugar a futuras instalações municipais

d.r.

A EMPREITADA DE ADAPTAÇÃO do antigo edifício da Seguran-ça Social de Tavira a futuras ins-talações municipais vai iniciar--se no próximo dia 19. As obras custarão cerca de 200 mil euros.

Datado de 1781, este espaço foi alvo de diversas obras, ao longo do último século, as quais contribuíram para a descaracte-rização do seu interior, dada a introdução de um conjunto de elementos, processos e técnicas de construção não compatíveis com a construção original, nem com a tipologia morfológica.

“A proposta de intervenção apresenta uma solução que preconiza a instalação de ser-viços técnicos, no 1.º andar, destinando-se o rés-do-chão à recepção, a sala para atendi-mento/reuniões e arquivo”, re-vela a autarquia tavirense em nota de imprensa.

“Foi equacionada também a possibilidade deste edifício ser-vir para entrada de visitantes na Igreja das Ondas”, explica.

Relativamente ao 2.º andar (sótão), “será criada uma área de arrumos, tendo em conta que o mesmo não reúne as con-dições necessárias à sua utiliza-ção como espaço de trabalho”,

acrescenta.O acesso ao edifício, por

utilizadores em cadeira de ro-das, será garantido pela Rua D. Marcelino Franco, onde se pro-cederá à modelação ligeira do passeio.

Prevê-se que a obra tenha um prazo de execução de 18 meses.

Page 13: POSTAL 1150 - 9 OUT 2015

www.issuu.com/postaldoalgarve7.798 EXEMPLARES

Mensalmente com o POSTAL

em conjuntocom o PÚBLICO

OUTUBRO2015n.º 85

rica

rdo c

laro

Isso é tudo muito bonito, mas…

(reflexões sobre Cultura) p. 8

Fábrica dos Sentidos:a arte num

discurso insuspeito p. 5

d.r.

O Gigante Enterrado - Ou a virtude do esquecimento

p. 4

d.r.

Missão Cultura:

Descobrir o portal das Experiências Culturais

p. 2

Esapço ao Património :

Museu – Um tra-balho com (e para) as comunidades

d.r.

p. 10

d.r.

Letras e Leituras:

Estética, técnica e ética por António Branco

p. 11

Da minha biblioteca:d.r.

Page 14: POSTAL 1150 - 9 OUT 2015

09.10.2015  2Cultura.Sul

AGENDAR

Portal das Experiências Culturais

De entre as estratégias ado-tadas pela Direção Regional de Cultura do Algarve para a prossecução das suas compe-tências e o cumprimento dos objetivos definidos no seu plano anual de atividades, assinalam-se a promoção da sensibilização para as artes e para a proteção e valorização do património cultural através de ações educativas, e o refor-ço do valor percebido da cul-tura, promovendo programas multissectoriais com o setor da Educação.

Numa região como o Algar-ve, ainda com assimetrias no acesso à cultura e à fruição dos bens culturais, a definição de uma estratégia conjunta, a ní-vel nacional, entre a educação, as artes e a cultura constitui uma clara oportunidade para estabelecer como objetivo a constituição de uma biografia cultural dos alunos ao longo da sua vida escolar.

Em termos nacionais, a Estratégia Nacional para a Educação e Cultura (ENEC) procura precisamente corres-ponder a essa oportunidade: é

um programa governamental, concebido e desenvolvido em articulação entre o Ministério da Educação e Ciência e o Se-cretário de Estado da Cultura, que procura promover um plano de ação a longo prazo, nas áreas da educação, das ar-tes e da cultura.

A ENEC visa contribuir para uma maior presença das ati-vidades artísticas e culturais em todos os níveis de escola-ridade do sistema educativo, desde a educação pré-escolar

até ao final do ensino secundá-rio. Simultaneamente, a ENEC permite visualizar as ações já em curso, valorizando o seu impacto nas áreas da educação e da cultura, designadamente projetos desenvolvidos em ambiente escolar, programas dos serviços educativos das instituições culturais, inicia-tivas de artistas e formadores de artes.

É neste contexto que foi desenvolvido o «Portal das Experiências Culturais», que

visa estabelecer uma maior proximidade entre os agru-pamentos de escolas e esco-las não agrupadas e os orga-nismos culturais. Trata-se de um recurso tecnológico que articula as ofertas de propos-tas artístico-culturais com os projetos desenvolvidos em contexto escolar, permitindo aos alunos, docentes e agentes culturais, promotores das di-versas iniciativas e registados no portal, partilharem dados e conhecimentos.

Além deste sistema de parti-lha de dados, o «Portal das Ex-periências Culturais» desen-volve-se em dois outros eixos fundamentais: a possibilidade de registo das atividades artís-ticas e culturais realizadas pe-los alunos ao longo do seu per-curso escolar, de modo a criar e a estabelecer um histórico de experiências que permita a emissão de uma biografia cultural do aluno; e a possi-bilidade de recolha e sistema-tização de novos indicadores estatísticos e informação útil para o desenvolvimento de novas políticas públicas nesta área, tendo em conta o perfil cultural dos educandos.

Esta iniciativa, que conta com a colaboração da Direção Regional de Cultura do Algar-ve, é operacionalizada através da Direção-Geral da Educação, da Direção-Geral de Estatísti-cas da Educação e Ciência, do Gabinete de Estratégia, Plane-amento e Avaliação Cultural, da Direção-Geral do Patrimó-nio Cultural, da Direção-Geral das Artes, do Instituto do Ci-nema e do Audiovisual, I. P. e da Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas.

Consulte o «Portal das Ex-periências Culturais» em www.educacaocultura.gov.pt. Registe-se! Participe!

Poesia a Sul

Depois de um verão com eventos de grande qualida-de, como o Sai à Rua, Festival de Cores, Noites de Levante, o município entra no último tri-mestre do ano com mais uma grande iniciativa cultural.

Trata-se da primeira edi-ção do encontro Poesia a Sul, uma organização da Câmara Municipal de Olhão.

A iniciativa, comissariada pelo poeta olhanense Fernan-do Cabrita, traz ao concelho nomes nacionais e interna-cionais, como Manuel Ale-gre, Amadeu Batista, Teresa Rita Lopes, Fernando Esteves Pinto, ou Manuel Moya, entre muitos outros, fazendo deste o maior encontro de poesia a sul de Lisboa.

De 1 a 17 de outubro, não pode perder, momentos de

poesia, música, teatro, deba-tes, apresentações, leituras, re-citais, exposições, um pouco

por toda a cidade.Olhão não para, efetiva-

mente! Ao longo dos últimos

anos temos assistido a uma crescente dinâmica do nos-so concelho a vários níveis, nomeadamente a nível da juventude, do desporto e da cultura.

Estão de parabéns o muni-cípio e os seus espaços cultu-rais, cada vez com uma oferta mais abrangente e atrativa, as associações e restantes entida-des que se têm juntado a este “movimento” e contribuí-do para que Olhão seja hoje uma referência nacional, com repercussões no turismo e na economia.

EditorialMissão Cultura

Direção Regionalde Cultura do Algarve

Juventude, artes e ideias

“ATÉ AO FIM”17 OUT | 21.30 | Teatro das Figuras - FaroKatia Guerreiro, voz consagrada do fado, sobe ao pal-co para apresentar um espectáculo cheio de emoções passadas, presentes e futuras. É o disco pelo qual Ka-tia Guerreiro sempre esperou

“A JIGSAW E PEDRO E OS LOBOS”10 OUT | 21.30 | Grande Auditório do TEMPO‘Encontramento’ dá nome ao álbum e ao espectáculo e apresenta-se como o encontro de duas bandas que seguiram diferentes caminhos sem nunca perderem de vista um possível encontro

foto: drcalg

Atividade artístico-cultural efetuada nos Monumentos Megalíticos de Alcalar pelo Teatro Experimental de Lagos (TEL) com a Escola Básica de Alvor,

no âmbito das Jornadas Europeias do Património 2015

Apetece dizer-se que se chega burro e parte-se estúpido.

A capital de distrito tem um dos núcleos históricos intra--muralhas, sem me referir ao restante, dos mais interessantes do Algarve.

Faro tem hoje, cada vez mais, e ainda bem, uma procura turís-tica interessante e que dá sinais de crescer.

A Vila Adentro oferece-se ao visitante como um microcosmos patrimonial e um espaço de frui-ção e lazer de rara beleza e que do qual poucas outras terras na regi-ãos se podem gabar em termos de concentração, numa única zona geográfica especificamente localizada face à malha urbana.

Mas quem visita a Cidade Ve-lha está votado ao quase aban-dono em termos informativos.

Excepção feita à parca infor-mação panfletária entregue a propósito de uma visita à Sé, num papel de terceira categoria a troco de três euros por cabeça e a umas raras placas informati-vas que nada dizem ou quase, ao visitante diz-se nada!

Passa o comboio turístico com os altifalantes a debitarem infor-mação que espero esteja sincro-nizada com a viagem e apetece nele embarcar para ouvir e sair de um espaço onde nada se ex-plica e nada se diz.

Não há uma única placa com o famoso "i" de informação para - caso existam - se saiba onde ir buscar folhetos infor-mativos. Não há áudio-guias disponibilizados no local ou para descarga on-line. Nada.

Valha a repintura dos arcos da Vila e do Repouso - de cape-la fechada a esconder o interior, e nada mais.

Insuficiente, deficiente e indigno.

Chega-se burro, parte-se estúpido

Ricardo [email protected]

Jady Batista Coordenação do Jornal J

d.r.

Page 15: POSTAL 1150 - 9 OUT 2015

09.10.2015 3 Cultura.Sul

Espaço AGECAL

Este título pode parecer uma au-têntica salada russa, mas abarca as-suntos com alguma similitude como vamos ver. Desdobrando e começan-do pelo chamado “património ge-nealógico”.

Uma pessoa além dos genes (ADN) que recebe dos pais herda também todo um passado, um património genealógico resultante de inúmeras ligações entre famílias diferentes ao longo do tempo. Deste longo soma-tório de gentes fruto naturalmente das escolhas amorosas e sociais feitas pelos nossos antepassados, herda-mos todo um património material e imaterial que nos molda física e culturalmente. Hoje em dia as fa-mílias e as comunidades procuram

redescobrir e estabelecer esta iden-tificação histórica, daí a corrida aos arquivos em busca do conhecimento das origens, em busca da chamada ancestralidade.

Donde vem a nossa família? Quais são as nossas raízes? Como se ligou no passado a nossa família com a terra e com as figuras e alguns factos da história? Quem somos nós? Sim, importa procurar responder a estas questões para um melhor conheci-mento da nossa identidade cultural.

Aqui entra a investigação genea-lógica e o património arquivístico. A vida é sempre efémera, mas é sem-pre possível reconstituir a história de uma pessoa ou de uma família pela pegada documental que deixou. Desde o nosso registo de nascimento até ao nosso registo de óbito, de uma forma direta ou indireta produzimos documentos ou somos mencionados em vários documentos, pois por na-tureza somos seres burocráticos. Por norma a documentação necessária para se fazer genealogia foi recolhi-da em arquivos e já faz parte do pa-trimónio arquivístico nacional. Os diferentes tipos de arquivos (muni-cipais, distritais, o arquivo Nacional

da Torre do Tombo) guardam, tra-tam e disponibilizam assim a nossa memória coletiva. Graças a esta pre-ciosa documentação podemos ma-

pear a nossa ascendência. Sem ovos não se fazem omeletes e sem estas fontes documentais o investigador não faria certamente genealogia /

história da família. Resta-nos tecer algumas conside-

rações sobre o “turismo cultural! Onde se encaixa nisto tudo? Sabe-mos que o moderno e esclarecido turista, no seu tempo de lazer, já não se contenta só com sol, mar e uma boa gastronomia. Neste nível de exigência procura-se a combinação perfeita, tudo o que já foi referido an-teriormente (sol, praia…), enriquecido com um complemento de conhecimen-to cultural. Por exemplo, visitar e apre-ciar o património histórico construído, museus, entre outras atividades. Mas, existe uma pequena tendência neste turismo cultural, o genealogista-turista (um nicho de mercado?). Depois de in-vestigar e documentar a sua ascendência nos arquivos, este procura agora asso-ciar as suas férias ao local onde viveram os seus antepassados, aproveitando para conhecer a região. Ainda recentemente tive oportunidade de conhecer um casal de genealogistas-turistas que vieram a Tavira para visitar as igrejas onde foram batizados os seus ancestrais, assim como os sítios onde moraram. Tor-na-se muito gratificante estabelecer esta ponte entre o passado e o presen-te, entre os mortos e os vivos!

Do património genealógico e arquivístico ao turismo cultural

Óscar Caeiro PintoArquivista / Membro da AssociaçãoPortuguesa de GenealogiaInvestigador convidado da AGECAL

d.r.

Imagem do edifício do Arquivo Distrital de Faro

Grande ecrã

Cineclube de Faro Programação: cineclubefaro.blogspot.pt

CICLO “A CORAGEM ANTE O ABSURDO” | 21.30 HORAs13 OUT | IPJ | TIMBUKTU, Abderrahmane Sissako França/Mauritânia, 2014, 97’, M/14

20 OUT | TMF | TÁXI, Jafar Panahi, Irão, 2015, 82’, M/1227 OUT | IPJ | BANDO DE RAPARIGAS, Céline Sciamma, França, 2014, 113’, M/14

SEDE | 21.30 HORAS | ENTRADA LIVREA TELA AOS SÓCIOS | “EU E O OUTRO OU HUMANIDADE PERDIDA” 22 OUT | PROMESSAS PERIGOSAS, David Cronenberg, EUA/GB/Canadá, 2007, 100’

Cineclube de TaviraProgramação: www.cineclubetavira.com281 971 546 | [email protected]

SESSÕES REGULARES | CINE-TEATRO AN-TÓNIO PINHEIRO | 21.30 HORAS

15 OUT | A PIGEON SAT ON A BRANCH REFLECTING ON EXISTENCE (UM POM-BO POUSOU NUM RAMO A REFLECTIR NA EXISTÊNCIA), Roy Andersson – Suécia/Ale-manha/Noruega/França 2014 (101’) M/14

22 OUT | JOÃO BÉNARD DA COSTA: OU-TROS AMARÃO AS COISAS QUE EU AMEI, Manuel Mozos – Portugal 2014 (75’) M/12

29 OUT | INHERENT VICE (VÍCIO INTRÍN-SECO), Paul Thomas Anderson – E.U.A. 2014 (148’) M/16

Confronto com o absurdoRegressa o CCF à programa-

ção de algum do melhor cinema não comercial que entre nós tem estreado, num mês de Outubro cujo mote é o do confronto com o absurdo. É Difícil ser um Deus abre o ciclo, adaptação de uma novela épica de ficção científica dos irmãos Stugarsky, este é o fil-me testamento do cineasta russo Alexei German, projecto que aliás não chegou a ver finalizado em vida. Filme limite indecifrável ro-dado em longuíssimos planos--sequência cheios de movimento interno e de uma intensidade es-magadora, que pretendia ser uma metáfora histórica sobre Estaline, mas que mais parece um retrato dos corredores do poder da Rús-sia actual. Segue-se Timbuktu, um filme com uma forte dimensão política, que encena os efeitos aterradores do fundamentalismo islâmico numa comunidade do Mali, mas também tem a capaci-dade de exaltar um Islão aberto e tolerante. Táxi, de Jafar Panahi, é um dos pratos fortes da progra-mação deste mês, filme interdito

no Irão, de um realizador que foi proibido de filmar durante 20 anos e que continua munido de uma criatividade e de uma resili-ência ímpar a filmar recorrendo a artifícios como o que este Táxi apresenta. Vencedor do Urso de Ouro no Festival de Berlim de 2014, Táxi é um filme maior, que respira cinema e vive liberdade.

O mês encerra com a estreia de Céline Sciamma nas salas portu-guesas, arrancando um dos mais luminosos e certeiros filmes que estrearam nos últimos meses, falamos de Bando de Raparigas. Este é o cartaz principal, mas é de muitas outras propostas que o “nosso” mês se faz.

Cineclube de Faro

Imagem do filme Táxi, de Jafar Panahi

fotos: d.r.

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09.10.2015  4Cultura.Sul

Letras e Leituras

O Gigante Enterrado - Ou a virtude do esquecimento

Kazuo Ishiguro nasceu em Nagasáqui, Japão, em 1945, e reside no Reino Unido desde os seus cinco anos. A Gradiva publicou recentemente O Gi-gante Enterrado, o seu último romance. O autor tem vários livros, todos eles traduzidos e publicados por esta editora, de que se destacam Os Despojos do Dia, o seu primeiro roman-ce de fôlego, e Nunca Me Dei-xes, considerado também uma das suas melhores obras.

Em Os Despojos do Dia (1989), vencedor do Booker Prize e adaptado ao cine-ma, com interpretações de Anthony Hopkins e Emma Thompson, a ação decorre no período pós-guerra em Inglaterra, em 1956, quando Stevens, um mordomo, empre-ende uma viagem de carro que é também o mote para uma digressão ao seu passado. Ao fim de três décadas de serviço incondicional, este mordomo dá por si a rever o seu passado, a sua lealdade para com o se-nhor da casa, Lord Darlington, figura moralmente duvidosa, mesmo que Stevens o tenha servido sempre incondicio-nalmente, procurando igno-rar as falhas do patrão. Este mordomo que procurou ser sempre um modelo de digni-dade e das regras de etiqueta (considere-se, a título ilustra-tivo, essa série de costumes que é Downton Abbey que tão bem procura retratar o modo de vida e os dilemas da criadagem de uma grande casa senhorial) pode parecer ao leitor uma figura pouco simpática, pela sua reserva e conservadorismo, mas cuja verdadeira natureza humana, cheia de dúvidas e remorsos, se vai revelando mais e mais, até ao reencontro entre Ste-vens e Miss Kenton, em que ela lhe confessa como tentou que ele respondesse aos seus sentimentos e afecto.

Nunca Me Deixes (2005),

igualmente nomeado para o Booker Prize, conta-nos uma extraordinária história que varia em muito em termos de género das suas obras ante-riores, como é aliás habitual neste autor, incorrendo nos meandros da ficção científica. Alguns críticos encararam a história como chocante, o que não invalidou a sua adaptação ao cinema, contando com in-terpretações de uma geração mais jovem de autores como Keira Knightley, Carey Mulli-gan e Andrew Garfield. O tema do livro é uma visão da humanidade confrontada com a sua própria fragilidade, a sua mundanidade e o seu desejo de imortalidade pois o leitor aperceber-se-á que as persona-gens de Kathy e Tommy, estu-dantes em Hailsham, a melhor e a mais privilegiada das esco-las, sujeitos a uma vigilância constante e a testes médicos semanais, são afinal clones, que vivem vidas breves e va-zias, criados pelo Estado com a função única de gerarem e providenciarem órgãos sau-dáveis aos cidadãos britânicos.

Não contando com os con-tos de Nocturnos (2009), O Gigante Enterrado é o regres-so do autor ao romance, após quase dez anos.

Da mesma forma que a fi-ção científica não tem apenas a ver com naves e robots, mas sim com as grandes questões existenciais da Humanidade e da ausência ou da possibi-lidade de um futuro melhor, quer seja ou não suportado por uma evolução tecnológica, a fantasia e a alegoria permi-tem atentar no real e no ordi-nário tão ou mais eficazmente do que um retrato cruamente realista dessa mesma realida-de. O Gigante Enterrado tem sido considerado como uma obra de fantasia (ressalve-se na capa do romance a citação de um dos mais aclamados contemporâneos autores de fantasia, Neil Gaiman, que es-creveu sobre este romance no The New York Times), onde o mito e a memória, a alegoria e a imaginação, jogam um im-portante papel.

«Teria sido necessário procu-rar muito tempo para encon-trar o género de vereda sinuo-sa ou de prado tranquilo que mais tarde viriam a celebrizar a Inglaterra. (...) Nevoeiros gé-

lidos pairavam sobre rios e pântanos, sendo vantajosos para os ogres que nesse tem-po ainda habitavam a região.» (p. 9). O início do romance re-mete claramente a ação a um passado distante e situa-a na Inglaterra do mito e das bru-mas, esboçando ainda com a referência aos ogres o género de fição aqui explorada, uma fantasia pós-moderna cujos limites são naturalmente es-batidos, que catapulta o leitor para um tempo remoto, em oposição ao futuro explorado no romance anterior.

A bruma referida logo na abertura do romance e que inicialmente parece repre-sentar essa eterna condição climatérica nebulosa da Grã-

-Bretanha, é afinal um nevoei-ro que traz consigo não tanto a falta de visibilidade mas so-bretudo o esquecimento. Por isso mesmo, os protagonistas Axl e Beatrice são um casal de idosos por quem é inevitável sentir profunda simpatia e ca-rinho, dada a sua profunda de-voção um pelo outro, mesmo que eles próprios já não se re-cordem porque permanecem juntos ao fim de tantos anos. E a reforçar esse sentido ale-górico da narrativa pode ler-se que «Talvez esses não fossem os seus nomes exactos ou com-pletos, mas, por uma questão de facilidade, é assim que nos iremos referir a eles.» (p. 10).

Kazuo Ishiguro escreve so-bre um mundo no passado

que não consegue recuperar o seu passado, sem história e sem rumo, condizente com o período medievalizante que retrata, de Idade das Trevas, possivelmente entre os sécu-los V ou VI, num reino outrora governado por Artur, em que Bretões e Saxões convivem pacificamente. Apesar do ne-voeiro desmemoriante que assola esse mundo, Beatrice agarra-se à convição de que ela e Axl tiveram em tempos um filho, que partiu para uma aldeia distante e de quem há muito não recebem notícias, mas que ela sente intensa-mente chamar por eles. En-cetam assim uma viagem por territórios desconhecidos, mas vagamente familiares, num reino de bruxas, ogres, mon-ges e dragões, encontrando pelo caminho cavaleiros que parecem personificar figu-ras lendárias como Beowulf, no caso do guerreiro Wistan, cuja missão é matar o dragão Querig, ou cavaleiros da Távo-la Redonda como Gawain, so-brinho do Rei Artur (e figura assaz quixotesca), cuja missão é defender essa mesma criatu-ra. Mas não confundamos este romance com o género épico patente em A Guerra dos Tro-nos: aqui o ritmo é lento, os diálogos são ritmicamente repetitivos, a ternura entre o

casal de velhotes é símbolo de um amor que vive além do tempo e dos erros do passado, o sentido de honra é premen-te mesmo quando cavaleiros se digladiam entre si ao mes-mo tempo que tecem louvas ao nobre adversário, e o pas-sado espreita sempre sob um primeiro olhar de breve reco-nhecimento. Numa narrativa simples, poética, por vezes com ritmo lento, percebere-mos, num final em aberto, e com algumas surpresas, que nem tudo é assim tão linear, nomeadamente quando se fala nesse barqueiro que no fim da travessia interroga os casais, para apurar se estão realmente unidos pelo amor verdadeiro, ou de como um jovem mordido por um dra-gão se torna num apaixonado do dragão-fêmea, cujo bafo é o responsável pela neblina que embota a memória, e de como o esquecimento tem a grande virtude de permitir perdoar e viver numa paz aparente com o outro. Fica também a dúvida, no final, se o Gigante Enterrado é o dra-gão, o peso do esquecimen-to e do passado, ou talvez a esperança que dá pelo nome dessa Espada que desenterra-da traria os tempos áureos do Rei Artur de volta.

Paulo SerraInvestigador da UAlgassociado ao CLEPUL

fotos: d.r.

Kazuo Ishiguro esteve cerca de dez anos sem publicar um romance

Escritor tem várias obras publicadas em Portugal

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09.10.2015 5 Cultura.Sul

Panorâmica

Um espaço de arte do outro lado da linha

A linha do comboio, sempre a linha do comboio.

Em Faro a relação da população com a Ria Formosa e com tudo o que fica para além da linha do comboio é problemática, mas é apenas isso... pro-blemática. É psicológico, muito mais do que real o problema e do lado de lá da linha há já muito a acontecer.

O parque ribeirinho da Faro, com es-paços de lazer e de fruição, nomeada-mente para o desporto, veio em larga medida desformatar a ideia enraizada de que do outro lado da linha é do lado de lá do mundo.

O mesmo faz, dia após dia e desde há dois anos, o espaço “Fábrica dos Senti-dos”, um espaço dedicado às artes e ao fenómeno criativo que aposta numa lin-guagem diferente dos formatos habi-tuais para realizar um discurso artístico junto dos visitantes.

De quinta-feira a domingo, a propos-ta é a de se deixar levar por um ‘open space’, onde pode ver artes várias, tomar um café, comprar peças, beber uma be-bida, ler, estudar, e tudo o mais até mes-mo apenas contemplar.

Situado nas traseiras da estação da CP de Faro, com acesso rodoviário pela pas-sagem de nível do Teatro Municipal ou a pé pela passagem para peões nas tra-seiras da doca, ou mesmo atravessando a linha na estação de comboios, trata-se, de acordo com Mató [Marco António], um dos seus fundadores, de um projec-to cuja ideia fundamental é que “o pa-norama cultural da cidade cresça evolua e mude, mude muito. Desejamos que as pessoas tenham uma maior consciência da nossa história, do nosso património e da nossa cultura, bem como, das novas tendências e ideias que fazem com que a realidade cultural seja sempre evolutiva e criadora”.

“A cultura é fundamental para que nós, portugueses, nos encaremos cada vez mais sem nenhum tipo de fatalismo, sem nenhuma ideia de ‘coitadinhos’ e consigamos perceber o valor real que temos e as nossas potencialidades sem constrangimentos de qualquer ordem”, defende, sublinhando que “este género de projectos serve para criar consciência, abrir novos caminhos, apresentar novas propostas e alternativas credíveis e que um dia podem crescer e maturar”.

Um projecto pensado durante anos, por um colectivo

apostado em fazer

Fazer é a palavra de ordem, criar uma

imposição tão forte como respirar. Pode ser esta a leitura das palavras de Mató, um performer que percorreu o mundo, influenciou e se deixou influenciar sem esquecer a sua terra, as suas origens e uma aposta clara no sítio que o viu nascer.

“Este projecto é muito mais antigo do que o espaço. Antes de mais estive-mos aqui durante cerca de nove meses de porta fechada a torná-lo adequado e habitável para o fim que pretendía-mos dar-lhe, foi um esforço de cerca de 60 pessoas para tornar realidade o espaço físico e é, hoje ainda, um pro-cesso em contínuo que decorre e se vai prolongar”.

Segundo Mató, a Fábrica dos Senti-dos “é um projecto colectivo que envol-ve desde o início muita gente além de mim, uns que estão cá desde a primeira hora, outros que estiveram e foram sain-do, mas que felizmente em grande parte continuam na cidade a desenvolver os seus projectos, e ainda outros que estão sempre a integrar o projecto”.

“Pela minha parte sempre achei que

fazia falta um projecto deste tipo aqui na cidade, nasci no hospital velho, sou de Estoi e vivo em Olhão - sou olhanense de coração - e considerava que tinha a obrigação, já que estive envolvido em outros projectos do género na Europa, de criar na minha terra algo de similar”, reforça.

“Depois, criaram-se as condições para que se tornasse realidade, por um lado uma necessidade de diversas associa-ções, cerca de 20 na fase inicial, de te-rem um espaço para desenvolverem os seus projectos e a crise que fez com que fosse possível ter este espaço a um pre-ço enquadrável nas nossas capacidades financeiras”, recorda, numa retrospec-tiva sobre a aposta que fez o colectivo num espaço pensado para ‘pensar fora da caixa’.

Um espaço sem formatos pré-concebidos

Uma nave industrial ganhou as-sim um ambiente único e singular, discursivamente aparentemente con-

fuso, mas capaz de gerar impressões marcantes e que convida a uma apro-priação descomplexada das mensa-gens artísticas veiculadas.

A Fábrica dos Sentidos não é um sítio formatado onde as pessoas vão ver divisórias entre as diferentes áre-as. Há uma leitura que pode ser feita de forma individualizada num espa-ço que tenta ser uma continuidade de carácter quase orgânico e em plena evolução e mutação.

Segundo Mató, “como disse Da-rwin “the mind is the chaos of deli-ght”. A inexistência de barreiras físi-cas propõe a ideia de inexistência de barreiras psicológicas na leitura que cada um possa fazer do espaço e do que ele contém, mostra e convida a interpretar”.

O convite de um espaço aberto a todos, do público aos artistas

“O processo criativo é tão indivi-dual como colectivo, aqui há espaço para tudo, do mais ao menos formal e apresentam-se ideias que vão de cria-ções maturadas a projectos em pleno desenvolvimento e mesmo em fase de experimentalismo”, refere Marco Antó-nio, que é em grande medida o rosto do espaço.

“Pode ser arte ou comunicação pura e dura, tratam-se de ideias e jogos com a realidade que pretendem abrir leitu-ras e percursos de pensamento e sensa-ções a quem visita o espaço”, diz, tudo numa paleta onde ao mesmo tempo se encontram trabalhos artísticos já con-cebidos em termos finais.

O público alvo são todas as pessoas que tenham interesse por arte em geral e pelo processo criativo, seja do ponto de vista da visita simples do espaço, seja para poder ficar por ali a ler, a tomar um café ou uma bebida ou simplesmente estar.

Por outro lado, diz Mató, “qualquer pessoa de qualquer área que deseje ter um espaço para desenvolver um qual-

quer projecto tem aqui também um es-paço aberto a criar condições para esse processo criativo poder ter uma ‘casa’. Somos um projecto cooperativo aberto à sociedade e que acolhe as ideias sem preconceber resultados, num atitude de absoluta liberdade criativa”.

O público e a realidade actual

“O nosso público actual ainda passa muito pela comunidade estrangeira re-sidente e desde há cerca de ano e meio pela comunidade de turistas que visita Faro e em particular a que está nos mais de 20 hostels que foram abrindo na ci-dade e que lhe deram uma vida comple-tamente nova da qual as pessoas ainda não se apercebem de forma completa, mas que se tornará notória dentro de três a cinco anos”, refere Mató.

“Pela primeira vez Faro tem turismo como nunca teve e um mercado e um público como nunca conheceu que visita e ‘consome’ a produção cultural local”, reforça, reconhecen-do que, “por outro lado, temos uma acentuada presença de alunos de Erasmus que frequentam felizmente a nossa universidade, que tem real-mente apostado nesta ferramenta de atracção de massa crítica para a cida-de, que traz consigo um diversidade cultural de grande relevo”.

Para o artista, “a cidade está a mu-dar num processo que é já irrever-sível, venham as forças de bloqueio que vierem. Pela nossa parte, enquan-to projecto que se desenvolve numa zona da cidade que sendo a mais nobre está desaproveitada, estamos a participar nesse esforço de criar uma nova realidade na cidade”.

E esclarece a ideia: “Em qualquer parte da Europa estes projectos ser-vem para espicaçar zonas degradadas e menos aproveitadas pelas popula-ções e que com o tempo e a atracção de públicos que fazemos vão sendo novamente vividas pelas pessoas. De-pois, vem a especulação imobiliária e prossegue à sua maneira o trabalho de re-inclusão destas zonas na estrutura vivencial da cidade que iniciámos”.

Para Mató, que realiza o projecto sonhado aos 15 anos de idade, agora que tem 41, “este é um processo que deveria ser replicado em várias zonas da cidade, reinventado a utilização dos espaços e a forma como as pes-soas encaram a malha urbana”.

“Os artistas fazem este trabalho de ‘partir pedra e de recuperar’ e depois avançam para novas áreas para reini-ciar o processo com a zona entretanto intervencionada a ganhar a sua vida própria”, refere.

Entretanto, as portas da Fábri-ca dos Sentidos estão abertas para miúdos e graúdos, num convite a viajar pelo pensamento e pelos sen-tidos de forma descomplexada por-que afinal a arte é isso mesmo uma viagem pela vida.

Ricardo ClaroJornalista / [email protected]

A 'Fábrica dos Sentidos' é um espaço dedicado às artes sem formatos pré-concebidos

fotos: ricardo claro

Mató realizou o projecto sonhado aos 15 anos

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09.10.2015  6Cultura.Sul

Artes visuais

Saul Neves de JesusProfessor catedrático da UAlg;Pós-doutorado em Artes Visuais pela Universidade de Évora

AGENDAR“OLHÃO DA RESTAURAÇÃO”

Até 28 OUT | Biblioteca José Mariano Gago - OlhãoApenas com o auxílio de uma caneta Conceição Pires percorre a cidade de Olhão, traçando com precisão e delicadeza no papel os vários edifícios e locais históricos

“RAPSÓDIA DE PINTURA”Até 29 OUT | Casa dos Condes - AlcoutimAna Bela Silva Vieira reside em Sanlúcar do Gua-diana, onde tem uma galeria de arte. Foi na vizinha povoação espanhola que começou a pintar com mais frequência

Qual a importância da cor nas artes visuais? (2)

Pintura “Luz e Cor (Teoria de Goethe)”, de Turner (1843), parcial

fotos: d.r.

No último número analisá-mos alguns dos principais con-tributos ocorridos até ao século XVIII para compreender a im-portância da cor em artes visuais. Neste número vamos analisar al-guns dos principais contributos ocorridos desde então.

No século XIX decorreram avanços importantes em diver-sos planos do estudo da cor, com influências para o desen-volvimento das artes visuais. Em termos da química da cor, des-taca-se o trabalho do químico Chevreul que, em 1839, publicou “A Lei do Contraste Simultâneo de Cor” e, em 1855, apresentou o seu diagrama cromático, ba-seado no modelo das cores pri-márias RYB (“red, yellow, blue”), mostrando a complementarida-de entre elas.

Por seu turno, o conheci-mento do funcionamento da visão tricromática deve-se aos trabalhos realizados pelo físico James Maxuell e pelos fisiólogos Thomas Young e Herman Hel-mholtz. Em particular, Maxuell, ao definir o fluxo luminoso como radiação eletromagnética, juntou a hipótese fotoquímica com a hipótese fotoeletríca. Apli-cando os princípios que formu-lou, reproduziu pela primeira vez em 1861 aquela que é con-siderada a primeira fotografia colorida, utilizando filtros ver-melho, verde e azul e sobrepon-do as três imagens assim obtidas por síntese aditiva. Desta forma inaugurou o método da seleção de cores, isto é a decomposição das cores naturais nas três cores primárias.

Destaca-se ainda no século XIX o trabalho de Goethe, um conceituado escritor e poeta que se interessou pela questão da cor e que contrariou a teo-ria de Newton. O seu interesse

pelas cores começou após uma viagem a Itália, em 1786, em que teve um contato direto com a pintura renascentista. O livro de cerca de 1.400 páginas sobre a teoria das cores (“Zur Farben-lehre”), de Goethe, foi publicado em 1810. A sua principal obje-ção em relação a Newton era que a luz branca não poderia ser constituída por cores, pois cada uma destas é mais escura que o branco, defendendo que as cores seriam o resultado da interação da luz com a “não luz” ou escuri-dão. Assim, a experiência da luz decompor-se ao passar através dum prisma de vidro foi por ele explicada por o vidro enfraque-cer a luz branca. Outra das suas conclusões foi que os objetos brancos parecem maiores que os pretos. Assim, enquanto Newton estudava as cores como um fenó-meno puramente físico, Goethe evidenciava que as sensações de cores são moldadas pela nossa percepção e pela forma como o cérebro processa as informa-ções. Goethe colocava a questão, “de que vale olhar sem ver?” (cit. em Pedrosa, 2009). Desta forma, retoma a ideia de Kepler, do fi-nal do séc. XVI, o qual separava o problema físico da formação das imagens retinianas (o mun-do visto) dos aspetos psicoló-gicos da percepção (o mundo percebido). Defendia que o olhar é sempre crítico e que ao olhar-mos já estamos a teorizar. A cor não seria apenas a luz, mas tam-bém a paixão do olhar na forma como construímos o mundo visí-vel, a partir do claro, do escuro e da cor. O discurso de Goethe era simultaneamente científico e po-ético, pois considerava que seria esta paixão que tornaria possí-vel que a pintura fosse capaz de produzir, no plano, um mundo visível mais perfeito do que o mundo real (Pedrosa, 2009).

As ideias de Goethe sobre as cores tiveram um importante impacto sobre o trabalho de vá-rios artistas. Em particular, um pintor muito influenciado pelas ideias de Goethe foi Turner, o qual produziu inclusivamente uma pintura intitulada “Luz e Cor (Teoria de Goethe)” (1843). Para além de Goethe, as desco-bertas ocorridas no estudo da

cor no século XIX tiveram uma influência particular sobre os im-pressionistas, com o revolucioná-rio posicionamento dos artistas perante a natureza, procurando mais luz e cor, e com o processo técnico de pequenas pinceladas de cor na tela. Desta forma, os impressionistas opunham-se à arte de ateliê que buscava os seus temas fundamentalmente à his-tória e à mitologia, sendo domi-nada por cores sombrias, numa

iluminação artificial. Como afir-mava Riviere, em 1877: “Tratar um tema pelas cores e não pelo assunto em si é o que distin-gue os impressionistas dos ou-tros pintores” (cit. em Walther, 2006). Os quadros impressionis-tas eram pintados diretamente no local do seu tema, em geral a natureza. Nas palavras de Émile Bernard: “pintar ao natural não é copiar o objeto, é realizar sen-sações” (cit. em Pedrosa, 2009).

Além disso, procurava-se repre-sentar a realidade circundante tal como é vista pelo próprio artista, traduzindo este na tela, não o retrato, mas sim a impres-são do que está a ver, expressan-do na tela essas impressões de luz, cor e movimento. O quadro “Impressão ao nascer do sol”, de Monet (1873), é em geral apon-tado como marcando o início do impressionismo e como tendo dado origem à designação deste movimento artístico. A arte deve-ria ser um prazer para o artista, sendo esta autonomia da cria-ção pessoal cada vez mais im-portante na concepção da “arte pela arte”. De acordo com San-taella (2009), os impressionistas criaram uma nova ordem de vi-sualidade baseada nas impres-sões coloristas constantemente mutáveis. A decomposição das cores impressionistas foi depois transformada num sistema teó-rico pelos neoimpressionistas, em particular a partir do pon-tilhismo ou divisionismo de Georges Seurat, sobretudo in-fluenciado por Chevreul. Neste caso, a imagem numa pintura era conseguida através de pon-tos ou manchas de cor que inte-ragiam no plano ótico, em vez de serem misturadas como pig-mentos, o que se pressupunha permitir conseguir o máximo de luminosidade.

O início do século XX é ple-no de manifestações artísticas em que o uso da cor é também um aspeto essencial. Em 1903,

agrupados em torno de Henri Matisse, os fauves (“selvagens”) intensificaram a independência das cores que irradiam como potência autónoma das formas, enquanto, em 1905, os expres-sionistas alemães proclamaram o “olhar interno” para dar ex-pressão aos efeitos dramáticos que a aparência do mundo des-perta no artista. A cor começa a despontar cada vez mais como linguagem autónoma, inde-pendentemente do motivo, do tema ou da forma. Aprofundan-do as pesquisas da cor como linguagem autónoma, abria--se o caminho para a abstração pictórica com as obras de Frank Kupka, de Paul Klee ou de Vassili Kandinsky, entre outros. Nas pa-lavras deste último, “em pintura cada cor é bela interiormente, porque cada vibração enrique-ce a alma” (Kandinsky, 1954). Ele acreditava que a cor podia ser usada numa pintura como algo autónomo e distanciado de uma descrição visual de um ob-jecto ou de uma qualquer forma. Em 1910 pintou a sua primeira “improvisação” completamente despojada de qualquer referen-cial externo e, entre 1911 e 1914, período em que fez parte do gru-po designado “O cavaleiro Azul”, as suas pinturas foram compos-tas por massas coloridas largas e bastante expressivas, a partir de formas e linhas que já não serviam para delimitá-las. Kan-dinsky estabeleceu paralelismos entre a pintura e a música, acre-ditando que as cores, tal como as melodias e os sons, poderiam provocar diferentes emoções.

Durante o século XX, até à atu-alidade, ocorreram ainda vários contributos relevantes no âmbi-to do estudo da cor para as artes visuais, os quais analisaremos no próximo número.

Este artigo integra o livro “Construção de um percurso

multidisciplinar, integrativo e de síntese nas Artes Visuais”, de Saul Neves de Jesus ([email protected]).

Todas as receitas obtidas com a venda deste livro revertem a favor

da compra de uma mesa de gravu-ra para o curso de Artes Visuais da Universidade do Algarve. Pode ser

adquirido na Fnac de Faro Pintura “Impressão ao nascer do sol”, de Monet (1873), parcial

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09.10.2015 7 Cultura.Sul

Momento

António Zambujo

no Festival FFoto de Ana Omelete

Espaço ALFA

Quando olhamos para a Natureza, parece-nos tudo um bocado desorganizado, mas na verdade ela tem por debaixo da sua pele, uma arquitetura tão precisa que por vezes até assusta quando começamos a pensar verda-deiramente sobre ela. Mes-mo que o Homem plante as suas estruturas na paisagem, ela modifica-se e adapta--se criando equilíbrio, para sustentar um sistema. Este equilíbrio é formado por padrões que se repetem ao longo do tempo, 365 dias por ano, uma vez que o pla-neta Terra roda em função da proximidade da Lua e do Sol. Com tanta precisão no

espaço e no tempo, basta aos fotógrafos aproveitar estes padrões que se repetem de ano para ano para capturar

os seus melhores momentos que podem ser antecipados com uma precisão quase di-ária e nos mesmos sítios do

costume. Não quer dizer que possa carregar a mochila com as suas lentes favoritas e partir para a aventura do

desconhecido encontrando aleatoriamente beleza em sí-tios improváveis, o que será certamente recompensador,

mas também pode ser uma perda de tempo a longo pra-zo e nos tempos que correm, tempo é dinheiro. Já na parte da composição da fotografia de Natureza, tentem sempre preenchê-la com elementos interessantes, obriguem o olhar a descobrir tudo o que vos apaixonou naquele local que visitaram, percam tempo com os seus padrões, texturas, cores e linhas.

Em termos de equipa-mento prefiram objectivas grandes angulares, macro e teleobjectivas de grande alcance. Consultem a Mete-orologia dias antes, utilizem igualmente um referencia-dor GPS para catalogarem locais, adquiram galochas e protecções para a câmara e não se esqueçam dos fil-tros, tripé e flash para com-pensar as sombras quando necessário.

Agora, façam favor de ser curiosos, investiguem os padrões da Natureza e pla-neiem as vossas fotografias com antecipação.

Precisão no tempo e espaço na Natureza

Mauro RodriguesMembro da ALFA

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09.10.2015  8Cultura.Sul

O futuro da Cultura e a incerteza dos dias...

foto: projecto "troika"]

Ainda vão pairando amiúde sobre (cert)a opinião pública e (cert)o meio político dois fantas-mas/estereótipos (entre outros) em torno do tema “Cultura”: o sector cultural visto sobretudo como fonte de despesa, de em-préstimo, de subsidiodependên-cia; e o eixo Cultura-Criatividade como universo que não gera ri-queza efectiva e que, portanto, não tem expressão/repercussão económicas relevantes.

A própria palavra “cultura” tem perdido eficácia e parece constituir, ainda hoje, uma es-pécie de amálgama indiferencia-da ou melting pot, difuso e etéreo, cujo impacto se afigura muito subjectivo, não sendo fácil aferir o seu valor intrínseco (o ensaísta e gestor cultural António Pinto Ribeiro insiste há muito nestas ideias). Paralelamente, tem-se vindo a assistir ao longo dos úl-timos anos a uma notória des-valorização da cultura do ponto de vista quer simbólico (extinção do Ministério da Cultura), quer político-ideológico, o que se es-pelha, entre outros aspectos, no peso (leveza?) orçamental da área cultural, no consequente (e patente) subfinanciamento do sector e, acima de tudo, na ausência de uma verdadeira po-lítica cultural. Falta uma estraté-gia e uma prática que realmente coloquem o enfoque: na impor-tância da mediação do sistema de relações entre os cidadãos enquanto principais fruidores e receptores da cultura (refiro-me às economias emocional e simbóli-ca da mesma, e não apenas à sua dimensão friamente numérica/contabilística, pragmática, ma-terial); numa maior autonomia (de programas, gestão, equipa-mentos, etc.); num plano equi-librado e sensato, socialmente justo, de distribuição de recur-sos financeiros e de investimen-tos na cultura; e numa urgente reformulação da linguagem (e do modo explicativo) oficial re-

lativamente ao mundo artístico (criadores, obras, intérpretes, etc.) e aos moldes e condições específicos de apoio e compar-ticipação do mesmo.

Essa banalização do “cultural” (saco onde tudo parece caber com uma coerência por vezes “espantosa”) originou uma visão claramente redutora do campo criativo e artístico, visto politica-mente, a nível do Governo, como algo que aparentemente pode ser equiparado/comparado, de forma indistinta, segundo os mesmos critérios, a áreas de na-tureza muito diferente e diversa como a Saúde, Defesa, Ordena-mento, Agricultura, etc. A visão neoliberal subjacente à gover-nação mais recente é ilustrativa deste estado de coisas, em que o “chip” da Direita assenta clara-mente – como o já aludido Pinto Ribeiro explanou recentemente ao analisar os programas eleito-rais dos principais partidos – na rentabilização patrimonial, no lucro, numa crescente alienação da gestão pública (“chutando a bola” para o mecenato e outros terceiros), no entretenimento; em suma, no “economês”.

Acontece, porém, que a actual Secretaria do Primeiro Ministro para a Cultura (oficialmente: “Secretaria de Estado da Cultu-ra”) apresentou recentemente a primeira Conta Satélite da Cultura 2010-2012 elaborada em Portu-gal, cujos números e conclusões foram divulgados publicamente a 27 de Agosto deste ano. É de

recordar, curiosamente, que esta medida constituía uma das reco-mendações finais, a nível da ver-tente de promoção da qualidade da informação estatística sobre a Cultura, do estudo apresentado em 2010 sobre O Sector Cultural e Criativo em Portugal, então ela-borado pela Augusto Mateus & As-sociados a pedido da ministra da Cultura Isabel Pires de Lima. Na altura, o objectivo foi (de)mo(n)strar, e bem, o importante peso da cultura e da criatividade na economia portuguesa. Alguns números então avançados: no ano de 2006 o sector cultural e criativo originou um valor acres-centado bruto (VAB) de 3,691 milhões de euros e empregou cerca de 127 mil pessoas, sendo responsável por 2,6% do empre-go e por 2,8% da riqueza então criada em Portugal. Entre 2000 e 2006 a Cultura gerou assim cerca de 6500 postos de trabalho.

Os números da recente Conta Satélite – Portugal é o quinto país a ter este instrumento, depois da Polónia, Finlândia, República Checa e Espanha – evidenciam que, para o período entre 2010 e 2012, as actividades económi-cas culturais representaram 2% do emprego nacional, ou seja, cerca de 88 mil pessoas (mais do que as indústrias alimentares, agricultura e seguros), valendo 1,7% do VAB da economia por-tuguesa, o que significou um retorno de 2,7 mil milhões em três anos de crise económica. Os valores são, contudo, muito

díspares conforme o subsector cultural/criativo: no universo au-diovisual e na multimédia as re-munerações são maiores (50,9% acima da média nacional), sendo que no extremo oposto figuram as artes visuais, com um salário 12,5% inferior à média. O sector dos livros é o que emprega mais pessoas (36,6% do total) e gera mais riqueza (33,2%), seguindo--se o audiovisual e multimédia com, respectivamente, 11,7% e 22,6%. Um terço do total das 66 mil entidades culturais analisa-das integra-se na área das artes e do espectáculo. Artes visuais, arquitectura, bibliotecas e arqui-vos são os segmentos que geram menos riqueza com, respectiva-mente, 5%, 4,5%, 2,1% e 1%. Com-parando com o estudo referente ao período 2000-2006, regista-se uma queda de 0,6% em termos de emprego e um decréscimo de 1,1% no tocante à riqueza produ-zida (VAB).

Perante estes dados, o actual Secretário de Estado da Cultu-ra conclui, por um lado, que o saldo é positivo, visto que os re-sultados são a prova inequívoca de que “a cultura existe num ra-ciocínio de receita, de criação de riqueza” (mudando-se, segundo ele, o paradigma habitual rela-tivo ao sector, tradicionalmente encarado numa óptica de des-pesa, e dissipando assim a visão da cultura como bem de mer-cado), afirmando também que é importante que, no futuro, “a cultura tenha a possibilidade de

melhorar o seu orçamento para ser compatível com o desenvol-vimento cultural de Portugal”, sem deixar ainda de, pelo meio, ir ressalvando que a quantifica-ção da cultura, expressa em indi-cadores (como esta conta), acaba necessariamente por ter aspectos positivos e negativos.

Ora, isso é tudo muito bonito, mas… a verdade é que, nas suas principais linhas (naquelas que realmente são decisivas; não nas laterais ou secundárias, que por vezes servem sobretudo/também para alimentar malabarismos e foguetórios retóricos), a “políti-ca” governamental seguida nos últimos anos relativamente à Cultura tem primado, em gran-de medida, pela ausência de pen-samento e acção, isto salvo raras e honrosas excepções. Desinves-timento, desresponsabilização (aliada a uma centralização ex-cessiva e a uma clara redução de competências e recursos impor-tantes ao nível de vários organis-mos de gestão intermédia e peri-férica), paralisia e até retrocesso têm constituído, muitas vezes, a tónica da intervenção cultural estatal mais recente.

Se a ideia da Conta Satélite da Cultura é interessante, útil e meri-tória, já o facto de a actual tutela vir repisar, em véspera eleitoral, uma série de questões-chavões que há muito se sabe serem per-tinentes, reais e inadiáveis (e dos quais os próprios governantes têm, no fundo, plena consciên-cia) não deixa de soar a artificial,

contraditório e até humorístico – daí o título deste texto. Estes es-tudos não podem servir sobre-tudo para “mais do mesmo”, ou para calar momentaneamente as vozes da oposição, ou para de-pois serem colocados na gaveta sem consequência prática em termos de reflexão e acção go-vernativas. De que serve dizer/assumir, na teoria, que a cultu-ra não pode ser mercantilizada nem vista como mais um (entre muitos) sorvedouro de despe-sa, se a prática nos mostra que tem sido esse, em larga medida, o paradigma e modus operandi, implícita ou explicitamente as-sumidos, dos actuais governan-tes? Como diria um provérbio chinês, somente os tolos exigem a perfeição; os sábios contentam--se com a coerência. Ao invés, o que observamos é que, de uma forma aparentemente muito consciente/lúcida mas no fundo artificial e ilusória, a tutela sem-pre vai “dando uma no cravo e outra[s] na ferradura”, acabando por adiar o problema e empurrar o tempo para diante como empurra um atrasado (Almada Negreiros).

Face a este cenário são várias (e até conciliáveis) as leituras possíveis: uma evidente im-preparação e insensibilidade de certas “cabeças pensantes” para a área cultural?; ou uma perigosa banalização e alie-nação públicas relativamen-te àquilo que se entende por “cultura” e “cultural”?; ou uma assustadora amnésia colectiva, uma falta de memória relati-vamente ao passado recente, a qual parece ser transversal a sectores da classe política e da própria comunidade por razões diferentes (aquela já quase por [perverso e útil] au-tomatismo, esta por desinte-resse/indiferença), mas ambas “inquietadoras” (no sentido menos positivo de um adjec-tivo que tem tudo a ver com o que a cultura acrescenta à vida humana)?. O mais preo-cupante é como tudo isto vai propiciando uma gradual sus-pensão da criação (diariamen-te e em permanência) de um futuro para o colectivo, que somos todos nós.

Uma coisa é certa: a cultura, a arte, a criatividade consti-tuem o mais precioso sal que (re)inventa os dias, e a mais silenciosa, invisível e misterio-sa criação humana. Isso, sim, é muito bonito (sem “mas”).

Isso é tudo muito bonito, mas… (reflexões sobre Cultura)

Sala de leitura

Paulo PiresProgramador culturalno Município de Louléhttp://escrytos.blogspot.pt

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09.10.2015 9 Cultura.Sul

O(s) Sentido(s) da Vida a 37º N

AGENDAR“CONCERTO PELOS AL MOURARIA”

31 OUT | 21.30 | Teatro Municipal de PortimãoGrupo vai apresentar ‘Fado World Music’, um con-certo no qual tocarão temas que fizeram parte dos álbuns anteriormente editados, assim como alguns clássicos

“A DANÇA DO EXISTIR”Até 31 OUT | Biblioteca Municipal de LouléExposição faz uma retrospectiva, em imagens, do trabalho coreográfico de Vera Mantero

Outubro

Pedro [email protected]

«Poesia a Sul»

A poesia ocorre no encontro «Poesia a Sul» - Olhão’15, até 17 de outubro e conta com a presença de Manuel Alegre, Nuno Júdice, Tere-sa Rita Lopes, Manuel Moya, Amadeu Baptista, Fernando Cabrita, Fernando Esteves Pinto, entre muitos outros.

Recitais de poesia, debates, apresentações de poetas e livros, feira do livro, música ao vivo, po-esia na rua e nos bares, exposições de pintura.

Atrevam-se, apareçam, e vão descobrir todo um mundo fascinante de palavras e amizade que perderam todos estes anos só porque a pa-lavra poesia vos tem assustado desde a infância como o bicho papão. É com ela, pelo contrário, o mais próximo que se pode estar da liberdade, em tempos de crises.

Segundo verão

A sul é ainda tempo de viver no segundo verão que se deixa ficar nos dias que já se en-curtam de sol, mas aquecendo nas horas que

sobram. Aproveitando essa réstia de ar ameno, de céus despejados, unicolores, que dão segu-rança, estabilidade, ao olhar por entre o deslizar no fio da vida.

Transição

Custa-me esta transição a que a natureza me traz (como) sujeito que é o privar-me desta li-berdade ainda que aparente que o estio me dá. De me perder nos dias, errar nas horas, esquecer nos minutos. Estar aliviado de relógio e pesado de nada fazer. Transportar o corpo em roupas leves e levá-lo para junto do mar.

Afastar

No arrefecer das noites e das manhãs pres-sentimos a vida imaginária dos meses prévios a afastar-se do quadro dolente, suave e imperma-nente com que preenchíamos os dias nas horas de sul – onde deixamos os corpos ao acaso no

areal, os livros espalhados pelos espaços do dia, e o sorriso pachorrento que não conseguimos disfarçar. Neste recuar do litoral, o rosto sente--se já mais organizado no olhar que procura os relógios. As mãos arrumam os livros em pi-lhas, e os espaços fechados tomarão conta do pensamento.

Sol de pedra, rio transparente

Mesmo debaixo de um sol assim de pedra viu nascer a esplendente flor. Ao atravessar o rio transparente perdeu a sandália ao deparar-se com uma palavra eterna.

Aquela máquina

A manhã refresca-se ao som metálico e seco da máquina de escrever premidas as suas teclas.

Sons já digeridos, descatalogados, perdidos no século de antes. Caio assim bem no passado. Não é saudade ou nostalgia. Mas só de lá se vem mais preparado para o futuro.

Dia novo

Na abertura do dia novo, no enlevo da ma-nhã mais fresca e cinzenta, temos a visão de tudo continuar a acontecer na nossa presença, embora esta pareça uma razão tão forte como qualquer outra na abertura de um dia novo.

125 anos de Álvaro de Campos

Decorrem este mês de outubro na sua terra na-tal, as comemorações do nascimento do poeta Álvaro de Campos (Tavira, 15 outubro de 1890), com diversas actividades culturais espalhadas por vários espaços da cidade, mas com gran-de parte dos acontecimentos centrada na sede da associação Casa Álvaro de Campos – Tavira, situada na rua da galeria, 9-C (antigo posto de turismo). Exposições de pintura, recitais de po-esia e música, e ainda a presença de Teresa Rita Lopes e Manuel Moya, grandes especialistas na obra de A. Campos.

fotos: d.r.

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09.10.2015  10Cultura.Sul

Museu – Um trabalho com (e para) as comunidades

Os museus são espaços por excelência de transmissão de conhecimento do património cultural. As questões da educa-ção e da mediação cultural são fundamentais para a valorização do trabalho de investigação dos museus. Estas duas áreas têm permitido ao longo das últimas quatro décadas que as coleções transcendam as vitrinas e intera-jam com o público.

Através das coleções lêem-se as práticas, as representações, ex-pressões, conhecimentos e saber--fazer de um período histórico e de uma comunidade – o que re-centemente vimos apelidando de Património Cultural Imaterial, com a Convenção para a Salva-guarda do Património Cultural Imaterial (2003) da UNESCO e que Portugal ratifica em 2008.

Os museus são os parceiros privilegiados neste trabalho so-bre o Património Cultural Ima-terial. Nesse sentido, o Museu Municipal de Loulé tem vindo a trabalhar na sua investigação e valorização. Queremos par-tilhar convosco quatro desses projectos.

1. A inscrição no Inventário Nacional do Património Cultu-ral Imaterial da manifestação religiosa Mãe Soberana é um trabalho que foi submetido com sucesso à Direção-Geral do Pa-trimónio Cultural. Um processo verdadeiramente participativo e colaborativo, tendo feito par-te desta inscrição a paróquia de São Sebastião, Homens do An-dor, Banda Filarmónica, Museu Municipal de Loulé e a comuni-dade louletana no seu todo. No âmbito desta inscrição foram de-senvolvidas atividades junto dos alunos da Escola Mãe Soberana em que uma dessas atividades consistiu na introdução do KIT PCI, promovido pela DGPC/PCI, cujo objetivo passa pela sensibi-lização das gerações mais jovens para a valorização do patrimó-nio imaterial, nomeadamente na identificação e caracterização das tradições da sua comunida-de e da sua divulgação on-line

através da Base de Dados Kit de Recolha de Património Imaterial, assim como uma exposição em torno do culto da Mãe Soberana.

2. “Desculpe, como me Cha-mo” é outra iniciativa que tem contribuído para a aproxima-ção de novos públicos. Trata-se de um encontro mensal, que decorre na primeira quarta-feira de cada mês, em torno da iden-tificação de rostos que se foram retratando ao longo de quarenta anos num dos mais frequenta-dos estúdios de fotografia loule-tanos – Estúdio Guerreiro Padre – tem fidelizado um público “sé-nior”. Estes encontros decorrem ao sabor de chá e biscoitos, onde o público participa, discutindo as identidades daqueles rostos e noutro momento, os presentes identificados nas sessões ante-riores relatam as suas estórias em torno da sua fotografia. Esta atividade tem tido sucesso, na medida em que os participan-tes evocam as suas memórias com certa emoção e acabam por, elas próprias, trazer novos parti-cipantes. Desta forma conquis-támos três objetivos: através da dinamização de uma coleção em reserva na Fototeca do Museu, que conta com cerca de 70 mil fotografias em diversos forma-tos, conseguimos a identificação de alguns rostos e a relevância que estes tiveram na comunida-de; a recolha de testemunhos na primeira pessoa de como eram as vivências e os costumes entre a população nesse período (regis-tados em vídeo e por escrito). E com este, fica também atingido um dos objetivos comuns aos museus, que é a sua constante renovação a partir de novas di-nâmicas e de novos públicos.

3. “No meu tempo…” é uma rubrica divulgada na Agenda Municipal, de edição mensal

gratuita e com uma tiragem de 10 mil exemplares. Sendo esta publicação um veículo de comunicação por excelência, dado que a sua versão impres-

sa chega a todos os recantos do concelho e a todo o tipo de pú-blico, apostámos nesta iniciati-va, que publica bimestralmente uma fotografia doada ao nosso arquivo fotográfico. Esta inicia-

tiva tem tido uma boa adesão do público, cujas contribuições à Fototeca têm vindo a crescer e desta forma temos conseguido, não só enriquecer o acervo do

nosso arquivo fotográfico, como também cativar a comunidade a colaborar com o museu. Des-ta forma, conquistámos a nossa posição junto da comunidade ao mesmo tempo que estamos

a despertar o seu interesse para este património que é de todos.

4. A revista RAIZES (foram edi-tados três números) pretende promover e divulgar as tradições, estórias, lugares e pessoas loule-tanas que contribuíram para a construção coletiva da identida-de da nossa comunidade. Temos, com esta iniciativa, conseguido uma aproximação da comunida-de local, que ao ver-se retratada na revista, tem vindo a despertar o seu interesse para as iniciativas desenvolvidas pelo museu e com elas colaborado.

5. Por fim, resta referir que todo este trabalho contribui para o projeto Loulé Criativo e, espe-cificamente, o Turismo Criativo, sendo Loulé a primeira cidade portuguesa a integrar a Rede Internacional de Turismo Criati-vo. Aqui o Património Cultural Imaterial é trabalhado como motor de desenvolvimento eco-nómico e social da comunidade.

Terminamos inspirados nas palavras de Pais de Brito (2009): “Que vozes guardam os museus? Que vozes ele dei-xa ouvir? Com que vozes fala, comunica? E, ao fazê-lo, como constrói o lugar que ocupa, os lugares do mundo que habita-mos?”. São estes os desafios diá-rios que se nos colocam e é para lhes dar resposta e fazer novos questionamentos que continua-mos a trabalhar na preservação, construção e valorização do pa-trimónio cultural imaterial do concelho de Loulé.

Helga SerôdioTécnica Superior (inventário) do Museu Municipal de Loulé

Workshop "À Roda do Oleiro"

fotos: d.r.

Festa da Mãe Soberana

Ficha Técnica:

Direcção:GORDAAssociação Sócio-Cultural

Editor:Ricardo Claro

Paginaçãoe gestão de conteúdos:Postal do Algarve

Responsáveis pelas secções:• Artes visuais:

Saul de Jesus• Espaço AGECAL:

Jorge Queiroz• Espaço ALFA:

Raúl Grade Coelho• Espaço ao Património:

Isabel Soares• Da minha biblioteca:

Adriana Nogueira• Grande ecrã:

Cineclube de FaroCineclube de Tavira

• Juventude, artes e ideias: Jady Batista

• Letras e literatura: Paulo Serra• Missão Cultura:

Direcção Regionalde Cultura do Algarve

• Momento:Ana Omelete

• O(s) Sentido(s) da Vida a 37º N: Pedro Jubilot• Panorâmica:

Ricardo Claro• Sala de leitura:

Paulo Pires• Um olhar sobre o património:

Alexandre Ferreira

Colaboradoresdesta edição:Helga SerôdioMauro RodriguesÓscar Caeiro Pinto

Parceiros:Direcção Regional de Cultu-ra do Algarve, FNAC Forum Algarve

e-mail redacção:[email protected]

e-mail publicidade:[email protected]

on-line em: www.postal.pt

e-paper em:www.issuu.com/postaldoalgarve

facebook: Cultura.Sul

Tiragem:7.798 exemplares

Espaço ao Património

Desculpe Como me Chamo

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09.10.2015 11 Cultura.Sul

Da minha biblioteca

Adriana NogueiraClassicistaProfessora da Univ. do [email protected]

Esta página tem tido poucos artigos sobre obras de não-fic-ção, mas hoje reequilibro um pouco, ao escrever sobre o livro que António Branco (professor da Universidade do Algarve e seu atual reitor) publicou recen-temente, intitulado Visita Guia-da ao Ofício do Ator: um Método (Grácio Editor).

Esta obra tem duas partes distintas: uma primeira, em que contextualiza a sua experiência teatral, a criação de um mestra-do nessa área e consequente criação de um grupo de teatro, a assunção de pertença a uma determinada linhagem, da qual é um dos seus elos, estruturada sob a figura tutelar de Fernando Amado, através da atriz Manue-la de Freitas. Aí se apresentam e discutem conceitos fundamen-tais, como os de genealogia, li-nhagem, autenticidade, ética, estética, técnica, mas também descrições de exercícios e ou-tros aspetos práticos do ofício de ator, próprios de uma visita guiada (algo diferente de um manual).

A segunda parte é composta por todos os documentos pos-síveis de obter sobre a atriz Ma-nuela de Freitas, desde entrevis-tas que deu na televisão ou em encontros vários e que aqui são transcritas pela primeira vez, a textos por ela escritos e disper-sos. Ficamos a saber muito so-bre a sua vida como atriz e quais os valores sobre os quais fundou a sua postura no teatro.

A Peste

Apesar de ter estado cerca de 23 anos sem fazer teatro, Antó-nio Branco nunca perdeu a von-

tade de voltar. Só não o fez mais cedo, porque não tinha conse-guido reunir as condições que ele próprio exigia: ter um grupo de teatro e não um grupo onde ir fazer teatro. Um grupo que fosse constituído não por «uma massa informe, mas por indiví-duos o mais distintos possível, assim se tornando num coletivo onde ‘cada um tem de ser sem-pre melhor e exprimir-se cada vez melhor, para melhor servir a comunidade’, o que necessaria-mente ‘implica permanente vi-gilância e disponibilidade, estar sempre a começar do princípio, a percorrer sempre caminhos desconhecidos de relacionamen-to, de autoconhecimento e de expressão’». Com a criação, em 2006, do grupo A Peste (acróni-mo de Associação de PESquisa TEatral), resultante da vontade de vários alunos que tinham ter-minado o Mestrado em Educa-ção Artística e de outros que se lhes juntaram, as condições es-tavam criadas para que pudesse voltar a ser ator, vindo a exercer ainda outras funções, como as

de encenador, di-retor de atores e dramaturgista (responsável, entre outras coisas, pelo estudo e preparação do tex-to a ser levado à cena).

A linhagem teatral – uma «visita guiada»

As palavras atrás citadas per-tencem à atriz Manuela de Frei-tas, uma personalidade rara no panorama nacional a quem este livro presta uma homenagem, chamada pelo autor de «mestra».

Manuela de Freitas é também conhecida como poetisa, autora de numerosos poemas cantados pelo fadista Camané, mas a sua vida foi dedicada ao teatro e ao cinema, tendo entrado em fil-mes de Manoel de Oliveira, Jor-ge Silva Melo e, principalmente, de João César Monteiro.

Mas o que é isto de linhagem e de mestres (e, necessariamente, de discípulos)?

António Branco explica como a sua genealogia teatral remonta a Stanislavski, autor (encenador

e ator russo, falecido em 1938), que desenvolveu um «sistema» de interpretação para atores, a partir do qual muitos outros foram criando escolas. A mais conhecida é a americana Actors Studio, fundada por Lee Stras-berg (autor do «método»), pela qual passaram alunos como Marilyn Monroe, Alec Baldwin ou Uma Thurman.

A partir de Stanislavski gerou--se uma «constelação», da qual faz parte a linhagem onde Antó-nio Branco se insere, que remon-ta a Hedy Crilla (1898-1984, atriz austríaca exilada na Argentina, que aprendeu o «sistema» atra-vés dos livros do autor russo), com quem Adolfo Gutkin (nas-cido em 1936 em Buenos Aires e naturalizado português) traba-lhou e que foi uma das grandes referências de Manuela de Freitas que, por sua vez, foi (é) a mestra de António Branco. Para este método de Manuela de Freitas, é decisivo o encontro inicial com Fernando Amado (uma história

contada no livro, com muita gra-ça). António Branco esclarece as três linhas de força que forma-ram a atriz: «um princípio ético começa por ser ensinado por Fer-nando Amado; depois, Adolfo Gutkin ensina a operacionalizá--lo através de uma técnica; final-mente, João Mota dá-lhe uma configuração estética» (p.88). Sobre a «visita guiada» que pro-porciona aos seus alunos e que partilha connosco, o autor es-clarece que foi dirigida por uma conceção «ética, estética e técnica do Teatro, baseada na conjuga-ção dos ensinamentos de vários criadores e mestres do séc. XX: Gordon Craig, Constantin Stanis-lavski, Antonin Artaud, Bertolt Brecht, Fernando Amado, Jerzy Grotowski, Peter Brook, Adolfo Gutkin e Manuela de Freitas» (p. 167).

Autenticidade

O que se procura com esta linhagem teatral? Situar-se

numa «constelação», aceitar que essa é a sua origem, sem que por isso deixe de encon-trar um caminho próprio.

Uma das questões funda-mentais (à qual este livro dá um importante relevo) é a da autenticidade (ou jogo autên-tico), ideia que se opõe a fin-gimento. Um exemplo curio-so que nos é relatado por António Branco passou-se com Stella Adler (1901-1992 – professora que, original-mente, trabalhou com Stras-berg, mas depois de conhecer pessoalmente Stanislavsi, em 1934, afasta-se do «método» e cria o seu próprio conserva-tório, onde estudaram atores como Marlon Brando, Dustin Hoffman ou Robert De Niro) e exemplifica esta diferença: «Corre a seguinte lenda sobre Marlon Brando, a propósito de uma improvisação realiza-da durante uma aula: um dia, Stella Adler pediu aos seus alunos que se comportassem como galinhas, acrescentando, em seguida, que uma bomba estava prestes a cair sobre eles. A maior parte dos alunos começou a correr desespera-damente de um lado para o outro, mas Marlon Brando sentou-se, calmamente, a pôr um ovo. Quando, no final do exercício, Stella Adler pediu a Marlon Brando que explicas-se o seu comportamento, ele terá respondido: «Sou uma ga-linha: que sei eu de bombas?».

Este livro é único no panora-ma português e não poderá ser desconhecido daqueles que estudam teatro, pois através dele poderão aprender «um conjunto de princípios e prá-ticas extintos no teatro profis-sional português, mas que, em determinado período, estive-ram fulgurantemente vivos». Mas não só: para além dos pro-fissionais da área, também se dirige «a todo o tipo de pesso-as que queiram levar consigo uma conceção da arte que per-segue as grandes questões da vida» (p.206). Levarei.

António Branco publicou recentemente um livro sobre teatro

foto: josé bandeira

AGENDAR“DO DIA-A-DIA”

Até 31 OUT | Galeria do Convento do EspíritoSanto - LouléExposição de pintura e instalação de Alfredo Revuel-ta, que integra a colecção de Marie e Volker Huber

“ESPECTÁCULO DE RICARDO MARTINS”9 OUT | 21.30 | Cine-Teatro LouletanoRicardo Martins apresenta o seu primeiro trabalho de guitarra portuguesa, numa noite especial dedi-cada ao Fado

Estética, técnica e ética:guiados por António Branco

Page 24: POSTAL 1150 - 9 OUT 2015

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