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ÀS SEXTAS EM CONJUNTO COM O PÚBLICO POR 1,60 Director Henrique Dias Freire • Ano XXV • Edição 1102 • Semanário à sexta-feira • 10 de Maio de 2013 • Preço 1 PUB > O director regional de Agricultura e Pescas ante- cipa a apresentação no Algarve da Estratégia Nacio- nal para o Mar 2013-2020 e vê o mar no Algarve como um potentado económico onde se deve focar uma forte aposta para o desenvolvimento da região e como uma das soluções para o desemprego estru- tural. Conheça a visão do responsável regional numa entrevista exclusiva ao POSTAL. p. 2 Fernando Severino aposta na economia do mar > Francisco Leal está cansado de querer ser ouvido pelo Go- verno sobre os problemas gera- dos pelo excesso de tráfego na EN 125 que atravessa Olhão. A ameaça fica feita, na falta de soluções equaciona a proibi- ção de trânsito a pesados no concelho > 8 Hospital de Faro fecha ano com poupança SAÚDE & FINANÇAS Ministro revela reforços para a GNR e PSP Segurança no Verão: > 5 Veja anúncio pág. 6 PUB SOLUÇÃO CA MULHER RICARDO CLARO Desidério Silva quer Algarve a falar a uma só voz Memorando Turístico do Algarve: Desidério Silva apresentou o documento estratégico da Entidade Regional de Turismo do Algarve e promete não deixar cair em saco roto os pedidos ao Governo de políticas que garantam o desenvolvimento da região e do Turismo > 4 > 3 D.R. D.R. Olhão pode cortar trânsito a pesados PORTAGENS Farense regressa às competições profissionais de futebol DESPORTO D.R. > 6 Turismo: Vítor Guerreiro concorre à Câmara de São Brás AUTÁRQUICAS > 5 EM FOCO 2 HOSPITAL DE FARO POUPA 18 MILHÕES 3 DESIDÉRIO SILVA QUER FAZER OUVIR VOZ DO ALGARVE 4 PS APRESENTA CANDIDATURA A SÃO BRÁS 5 FARENSE REGRESSA AO FUTEBOL PROFISSIONAL 6 ALGARVE É ONDE AS EMPRESAS MAIS FECHAM 7 CLASSIFICADOS 9

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• POSTAL nas bancas esta sexta com o PÚBLICO e o CULTURA.SUL • Partilhe o que é indispensável saber sobre o Algarve ☺ • Hoje nas bancas com o PÚBLICO • POSTAL nas bancas esta sexta com o PÚBLICO e o CULTURA.SUL • PARTILHE o que é indispensável saber sobre o Algarve ☺ > Fernando Severino aposta na economia do mar > TURISMO: Desidério Silva quer Algarve a falar a uma só voz > Segurança no Verão: Ministro revela reforços para a GNR e PSP > Farense regressa às competições profissionais de futebol > PORTAGENS: Olhão pode cortar trânsito a pesados > Hospital de Faro fecha ano com poupança > Câmara de São Brás: vice concorre a presidente > Vila do Bispo fecha contas com saldo positivo > Algarve é onde as empresas mais fecham • E AINDA Caderno de Artes & Ideias CULTURA.SUL • POUPE centenas de euros ao assinar o POSTAL por 30€ anuais com o Plano de Saúde gratuito em medicina dentária, estética e ginásio • PRÓXIMA EDIÇÃO DO POSTAL dia 31: o indispensável sobre o

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Page 1: POSTAL 1102 - 10 MAI 2013

ÀS SEXTAS EMCONJUNTO COM OPÚBLICO POR €1,60

Director Henrique Dias Freire • Ano XXV • Edição 1102 • Semanário à sexta-feira • 10 de Maio de 2013 • Preço € 1

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> O director regional de Agricultura e Pescas ante-cipa a apresentação no Algarve da Estratégia Nacio-nal para o Mar 2013-2020 e vê o mar no Algarve como um potentado económico onde se deve focar uma forte aposta para o desenvolvimento da região e como uma das soluções para o desemprego estru-tural. Conheça a visão do responsável regional numa entrevista exclusiva ao POSTAL. p. 2

Fernando Severino aposta na economia do mar

> Francisco Leal está cansado de querer ser ouvido pelo Go-verno sobre os problemas gera-dos pelo excesso de tráfego na EN 125 que atravessa Olhão.A ameaça fica feita, na falta de soluções equaciona a proibi-ção de trânsito a pesados no concelho > 8

Hospital de Faro fecha ano com poupança

SAÚDE & FINANÇAS

Ministro revela reforços para a GNR e PSP

Segurança no Verão:

> 5

Veja anúncio pág. 6

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SOLUÇÃO CA MULHER

ricardo claro

Desidério Silva quer Algarve a falar

a uma só voz

Memorando Turístico do Algarve: Desidério Silva apresentou o documento estratégico da Entidade Regional de Turismo do Algarve e promete não deixar cair em saco roto os pedidos ao Governo de políticas que garantam o desenvolvimento da região e do Turismo > 4

> 3

d.r

.

d.r.

Olhão pode cortar trânsito a pesados

PORTAGENS

Farense regressa às competições profissionais de futebol

DESPORTOd.r.

> 6

Turismo:

Vítor Guerreiro concorre à Câmara de São Brás

AUTÁRQUICAS

> 5

EM FOCO 2 HOSPITAL DE FARO POUPA 18 MILHÕES 3 DESIDÉRIO SILVA QUER FAZER OUVIR VOZ DO ALGARVE 4 PS APRESENTA CANDIDATURA A SÃO BRÁS 5

FARENSE REGRESSA AO FUTEBOL PROFISSIONAL 6 ALGARVE É ONDE AS EMPRESAS MAIS FECHAM 7 CLASSIFICADOS 9

Page 2: POSTAL 1102 - 10 MAI 2013

2 | 10 de Maio de 2013

Ricardo [email protected]

A ESTRATÉGIA NACIONAL DO GOVERNO PARA O MAR esteve no centro da intervenção que o secretário de Estado do Mar, Ma-nuel Pinto de Abreu, fez duran-te o encerramento do seminário “A Economia do Mar no Algarve: contributos para uma visão es-tratégica”, que decorreu recen-temente na Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve, em Faro.

Se o executivo de Passos Co-elho tem programaticamente o mar como um dos focos da política de desenvolvimento do país, não menos verdade é que Fernando Severino, director re-gional da Agricultura e Pescas, traça, também, para o Algarve este sector como um desígnio de fomento da economia regional.

O POSTAL entrevistou o titular regional da pasta na sequência do seminário e Fernando Seve-rino é claro: “o que queremos é que este seja um ponto de vira-gem no sector do mar e muito em particular das pescas”. “A rea-lização deste seminário antes de, no próximo dia 8 de Junho, ser debatida, na Universidade do Al-garve, a Estratégia Nacional para o Mar 2013-2020, quer assinalar essa viragem e a focalização da Direcção Regional neste sector”, refere o responsável algarvio.

Para Fernando Severino o ac-tual enquadramento do sector impõe a revisão da matéria dada no que respeita à implementa-ção das políticas relacionadas com o mar e “o desenho de uma visão estratégica para esta área da economia”. “Estamos à beira da aprovação de um novo qua-dro de fundos comunitários, ao mesmo tempo que o Governo está a proceder a um conjunto alargado de alterações em toda a política para esta área, com o alargamento da zona eco-nómica exclusiva e a discussão pública da estratégia nacional

para o mar. Este é o momento de avaliarmos o trabalho reali-zado e gerar contributos para que a definição da nova política para o sector se torne uma ferra-menta determinante para que o mar venha a desempenhar um papel fundamental no desen-volvimento futuro do país”, diz.

TRABALHAR EM REDE E CRIAR SINERGIAS De acordo com Fernando Severino, “as pes-cas andam ainda em muitos aspectos arredadas da agen-da central de intervenção da direcção regional e por ou-tro lado falta uma verdadeira aproximação ao sector e aos seus principais actores para que os seus contributos pos-sam ser determinantes no desenvolvimento das políti-cas governativas e para que se possa conhecer em pormenor a realidade desta área da eco-

nomia, quer a nível nacional, quer a nível regional”.

“Falta também agilizar o tra-balho em rede com todas as instituições que têm compe-tências de gestão e de conheci-mento nesta área no Algarve”, refere o director regional, que afirma que “a criação de uma rede de trabalho que aproveite as sinergias do conhecimento de cada interlocutor do sector é absolutamente fundamental”, concluindo que, “essa é a nossa aposta”.

UMA RIQUEZA QUE NÃO PODE SER DESPERDIÇADA O respon-sável regional pelas Pescas recor-da que, “em termos nacionais o sector das pescas só por si vale cerca de quatro mil milhões de euros”, sublinhando que “quan-do a isto juntamos todo o clus-ter do mar já se apontam valores da ordem dos oito mil milhões”.

“Esta é uma riqueza disponível que por um lado não se pode desperdiçar e que por outro importa maximizar”, diz.

Fernando Severino vai mais longe e afirma que acredita que o valor do cluster “é muito su-perior aos oito mil milhões de euros”.

“Se olharmos para a nossa costa, o que é que é do turismo e da gastronomia em Aljezur se não forem os perceves e a dourada? O que é que é da Ria Formosa se não forem as activi-dades ligadas ao mar? Isto, ape-nas a título de exemplo, não está contabilizado e nunca vai estar totalmente porque há aqui di-ferentes tipos de economia”, aponta o responsável regional.

“Há toda a chamada de eco-nomia azul que tem muito para dar em termos de geração de ri-queza e de criação de postos de trabalho, porque todos os dias

surgem novas coisas, vejamos por exemplo o caso do sal, não é peixe, mas é produto do mar e é exportado para vários pontos do mundo, são oportunidades económicas que não podemos menosprezar”, remata.

INVESTIMENTO NAS PESCAS Fernando Severino olha para os números do investimento nas pescas para afirmar o desenvol-vimento do sector na região.

“Em números redondos, es-tamos com cerca de 500 pro-jectos aprovados que corres-pondem a 51 milhões de euros de investimento (global), onde se destacam 31 milhões para aquacultura, transformação e comercialização”, refere.

“A modernização do sector, a segurança dos profissionais e a qualificação do produto desti-nado ao consumidor final são hoje realidades que espelham

bem os frutos do investimen-to que se tem feito nesta área”, factos assinalados pelo titular da aplicação das políticas do sector no Algarve para explicar que há um caminho percorrido positi-vo, mas que “importa reforçar”.

O ALGARVE É UMA POTÊNCIA NA-CIONAL A posição de relevo do Algarve na área da aquacultura é um dos pontos de destaque do discurso de Fernando Se-verino. “Em termos de aqui-cultura, a maior potência de aquacultura do país é o Algar-ve”, afirma.

Mas o director regional es-pera e quer mais. “O acesso a fundos para projectos nesta área esteve fechado durante alguns meses e a pressão, no sentido de quererem apresen-tar os projectos e não poderem, é enorme. Portanto, pressupo-nho que vão entrar vários pro-jectos de aquacultura. Temos a sensibilidade que há vontade de investir”, refere Fernando Severino que revelou ao POS-TAL que os investimentos na calha têm “uma forte presença de agentes económicos nacio-nais” e que terão localização, nomeadamente, “em Sagres e em Castro Marim”.

Para Fernando Severino o mar “é a maior oportunidade que temos na região”. O di-rector regional põe a impor-tância do sector em forma de perguntas retóricas, “quanto é que não vale o atum algar-vio no mercado mundial e os bivalves que estão a ser expor-tados? E o aproveitamento do turismo relacionado com o mar quanto não representa?”, para dar uma resposta cabal, “é toda uma economia que é um po-tentado que esmaga qualquer outra e não temos razões para este desemprego estrutural, ao qual ainda não lhe consegui-mos dar a volta e que importa debelar sendo este, necessaria-mente, um dos caminhos”.

em foco

Direcção Regional de Agricultura e Pescas centra foco no marFernando Severino em entrevista fala do “potentado” do mar

Ô Fernando Severino considera o mar a maior oportunidade da região

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ricardo claro

Page 3: POSTAL 1102 - 10 MAI 2013

região

10 de Maio de 2013 | 3

Pedro Ruas/Ricardo Claro/[email protected]

O HOSPITAL DE FARO encerrou o ano de 2012 com uma redu-ção de custos na ordem dos 18 milhões de euros e um lucro de 1.1 milhões de euros face ao ano anterior. O Relatório de Gestão e Contas de 2012 in-dica também o pagamento de uma dívida herdada na ordem dos 5.9 milhões de euros, dimi-nuindo assim a dívida global da instituição.

A administração do hospi-tal, dirigida por Pedro Nunes, teme contudo que as restri-

ções financeiras impeçam a instituição de resolver pro-blemas como a falta de mé-dicos ou a reorganização de áreas estratégicas da unidade de saúde.

Em comunicado a mesma administração refere que a poupança alcançada no ano transacto se deveu sobretu-do a um reajustamento da despesa e à reorganização estrutural da unidade, onde a ampliação da urgência foi o caso mais visível.

Não obstante, continuam a faltar profissionais no hos-pital, mesmo que em 2012

tenha sido autorizada a con-tratação de médicos, enfer-meiros, assistentes operacio-nais, farmacêuticos e técnicos

de diagnóstico e terapêutica.A escassez de médicos é am-

plificada pelo facto do Hos-pital de Faro assumir agora a responsabilidade pela Unida-de de Convalescença de Loulé e ainda dos Serviços de Urgên-cia Básica de Albufeira, Loulé e Vila Real de Santo António.

REORGANIZAÇÃO DE ÁREAS ES-TRATÉGICAS EM RISCO A somar à carência de recursos huma-

nos, o hospital vê-se ainda na necessidade de reorganizar áreas estratégicas como são os casos dos blocos operatórios, das unidades de intervenção de cardiologia e neurorradio-logia, de equipar a nova sala de trauma e renovar o parque de equipamento que, segundo a administração, se encontra obsoleto.

De referir que após a res-truturação o Hospital de Faro aumentou o número de camas para 583, tendo sido criado um novo serviço de Medicina Interna e transfe-ridos para outras instalações os serviços de Infecciologia, Neurologia, Oncologia e Pneumologia.

Num futuro próximo a uni-dade terá ainda de se adaptar às consequências do recente anúncio da criação do Cen-tro Hospitalar do Algarve, que vai fundir as unidades de

Faro, Lagos e Portimão.

HOSPITAL DE FARO COM NOTA MÁXIMA EM QUATRO ÁREAS Destaque ainda para o rela-tório do Sistema Nacional de Avaliação em Saúde (SINAS), tornado público pela Enti-dade Reguladora de Saúde (ERS), onde o Hospital de Faro obteve classificação má-xima nas áreas de Ginecolo-gia (histerectomias), Cirurgia de Ambulatório e nos indica-dores de Segurança do Doen-te e Focalização no Utente.

Com nota intermédia, mas cumprindo todos os parâ-metros de qualidade exigi-dos, aparecem no mesmo re-latório serviços das áreas de Cardiologia, Cirurgia Geral, Cuidados Intensivos, Neuro-logia, Obstetrícia, Ortopedia e Pediatria, assim como no rating de adequação e con-forto das instalações.

Hospital de Faro poupa 18 milhõesRestrições financeiras podem levar à falta de médicos

d.r.

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CÂMARA LANÇA CONCURSO PARA VINTE ESTAÇÕES

Faro quer bicicletas partilhadas em 2014

Ô Pedro Nunes, administrador do Hospital de Faro

A CÂMARA DE FARO deverá ter no início de 2014 uma rede de bicicletas partilhadas, que pode atingir as 20 estações no quinto ano de concreti-zação do projecto, anunciou Macário Correia.

Em comunicado, a autar-quia refere que a proposta para a criação do sistema foi aprovada no final de Abril pela Assembleia Mu-nicipal, estando já a de-correr o concurso público para a sua exploração.

O concurso é lançado para 20 estações, sendo que as primeiras oito de-verão estar operacionais quatro meses após a as-sinatura do contrato e as restantes 12 serão imple-mentadas após o quinto ano do contrato.

Segundo Macário Cor-reia, a expectativa é a de que “o concurso não fica-rá deserto, pois já houve

alguns contactos de res-ponsáveis interessados em investir num sistema de bi-cicletas partilhadas”.

EXPLORAÇÃO POR VINTE ANOS As estações que arrancam no início do projecto localizam--se no Jardim Manuel Bívar, na estação ferroviária, no Largo de São Francisco, no Parque da Pontinha, na zona do mercado municipal, no “campus” da Penha, no Par-que das Figuras e no “cam-pus” de Gambelas.

As restantes estações es-tão previstas para os com-plexos desportivos munici-pais, escolas João de Deus, Tomás Cabreira, Pinheiro e Rosa, Neves Júnior e Joa-quim Magalhães, Montene-gro, Praia de Faro, estação rodoviária, Instituto da Ju-ventude, PSP, Hospital de Faro e Largo do Carmo.

O concurso público pre-

vê a exploração do siste-ma por 20 anos (renovável por mais cinco), ficando o concessionário com a res-ponsabilidade de colocar, sem quaisquer custos para o município, todo o equi-pamento necessário, assim como de manter e gerir o sistema de alugueres.

A autarquia refere ainda que terá que aprovar a ta-bela de preços a praticar, sendo que os residentes serão beneficiados com descontos.

Além da fiscalização do serviço, o município terá o direito a um espaço publi-citário para promoção de actividades instituccionais e receberá anualmente o valor que o adjudicatário apresentar pelo conjunto de estações, sendo que o preço base da concessão é de 250 euros anuais.

Lusa

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ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE TAVIRAEDITAL

JOSÉ OTILIO PIRES BAIA

Presidente da AssembleiaMunicipal de Tavira

TORNA PÚBLICO, que em sessão ordinária da Assembleia Municipal de Tavira, realizada no dia 29 de abril de 2013, foram tomadas as seguintes deliberações:

1. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 43/2013/CM, referente à Alienação da participação social na Glo-balgarve – Cooperação e Desenvolvimento, S.A.;

2. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 44/2013/CM, referente à Alienação da participação social na Muni-cípia – Empresa de Cartografia e Sistemas de Informação, E.M. S.A.;

3. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 45/2013/CM, referente à Alteração dos Estatutos da TaviraVerde – Em-presa Municipal de Ambiente E.M.;

4. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 46/2013/CM, referente à Alteração dos Estatutos da EMPET – Empresa Municipal de Parques Empresariais de Tavira, E.M.;

5. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 50/2013/CM, referente à Prestação de Contas de 2012;

6. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 51/2013/CM, referente à 1ª. Revisão ao Orçamento e às GOP de 2013;

7. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 52/2013/CM, referente à Alteração ao Plano de Liquidação e Pagamentos em Atraso;

8. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 54/2013/CM, referente ao Júri para o Procedimento Concursal para provimento de cargo de Chefe de Divisão de Projetos, Energia e Obras Municipais – 355-Div/13;

9. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 55/2013/CM, referente ao Júri para o Procedimento Concursal para provimento de cargo de Chefe de Divisão de Aprovisionamento, Trânsito e Equipamentos – 346-Div/13;

10. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 56/2013/CM, referente ao Júri para o Procedimento Concursal para provimento de cargo de Chefe de Divisão de Assuntos Sociais – 351/Div/13;

11. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 61/2013/CM, referente ao Júri para o Procedimento Concursal para provimento de cargo de Chefe de Divisão Administrativa – 349-Div/13;

12. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 61/2013/CM, referente ao Júri para o Procedimento Concursal para provimento de cargo de Chefe de Divisão de Ambiente, Desporto e Equipamentos Desportivos – 350-Div/13.

Nos termos do Regimento a sessão terminará com um período de intervenção do público, para apresentação de assuntos de interesse municipal e pedidos de esclarecimento sobre outras matérias, que não constem da Ordem de Trabalhos

Para constar e produzir efeitos legais se publica o presente Edital e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares de costume

Paços do Concelho, aos 29 dias do mês de abril do ano 2013

O Presidente da Assembleia Municipal,

José Otílio Pires Baia

(POSTAL do ALGARVE, nº 1102, de 10 de Maio de 2013)

Page 4: POSTAL 1102 - 10 MAI 2013

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região

Desidério Silva quer fazer ouvir a voz do AlgarvePresidente do Turismo do Algarve não desiste da lutar pela região

ricardo claro

Ricardo [email protected]

DESIDÉRIO SILVA APRESENTOU na passada segunda-feira à co-municação social o Memorando Turístico do Algarve, um docu-mento que pretende sintetizar os desafios que se colocam ao sector na região e que será “en-tregue a todos os ministros e secretários de Estado que tute-lam as competências nas várias matérias abordadas”, diz o pre-sidente da Entidade Regional de Turismo do Algarve (ERTA).

As matérias abordadas no memorando estão longe de se-rem novas e mesmo a aborda-gem que se faz de muitas das temáticas não constitui inova-ção de relevo, mas o que se pre-tende é “manter estas questões fundamentais para o desenvol-vimento do turismo da região na ordem do dia junto do poder político”, refere o responsável regional.

São cinco os eixos fundamen-

tais abordados no documento estratégico da ERTA: acessibili-dades aéreas, promoção turísti-ca, competitividade fiscal, con-solidação e desenvolvimento dos produtos turísticos e mo-dernização e eficácia comuni-cacional do destino.

Os temas são recorrentes, mas

o que Desidério Silva quer é “a região a falar a uma só voz a ní-vel nacional”, acentuando a efi-cácia da respectiva massa crítica na chamada de atenção para os problemas, debilidades e opor-tunidades junto do Governo.

“Temos de manter e reforçar a atenção que os decisores dão

às questões centrais do Algarve e do desenvolvimento regional, em particular no que toca ao tu-rismo, dado o peso do sector na economia da região e do país”, diz Desidério Silva, que refor-ça que, “não podemos deixar de repetir junto do poder político aquelas que são as necessidades da região nestas matérias”.

TEMÁTICAS RECORRENTES As portagens na Via do Infante e o respectivo modelo de co-brança. A subida das taxas de IVA na restauração, hotelaria e golfe, a requalificação da EN 125 são temas recorrentemente sublinhados pela ERTA ao lon-go dos anos como entraves ao desenvolvimento do sector do

turismo na região.Desidério Silva quer que

mantenham a relevância e o destaque na agenda política nacional, apesar do Governo de Passos Coelho não dar mos-tras, em muitas destas matérias, de ser demovível face às deci-sões adoptadas.

“Nas portagens falei recente-mente com o ministro adjunto do primeiro-ministro e está em cima da mesa a discussão de um novo modelo de cobrança das portagens”, avançou Desi-dério Silva, que espera que as alterações ponham termo ao efeito negativo que o actual modelo de cobrança tem sobre os turistas que visitam a região, particularmente, aqueles que

entram pela fronteira terrestre entre o Algarve e Andaluzia.

O exemplo dado por Desi-dério Silva mostra bem que o responsável pelo Turismo do Algarve promete não baixar os braços na batalha constante que a região trava com o Gover-no para ver resolvidas as ques-tões fulcrais do seu modelo de desenvolvimento.

O memorando agora apre-sentado é, sublinha Desidé-rio Silva, “um documento em aberto e evolutivo por natu-reza”, pelo que o responsável espera que os contributos de toda a massa crítica regional possa vir a integra-lo no sen-tido da defesa dos interesses regionais.

Ô Desidério Silva promete não baixar os braços

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Farense regressa ao futebol profissional pág. 6

CÂMARA MUNICIPAL DE TAVIRAEDITAL Nº 17/2013

Jorge Manuel do Nascimento Botelho

Presidente da Câmara Municipal de Tavira

TORNA PÚBLICO, que em reunião de Câmara Municipal, realizada no dia 30 de abril de 2013 foram tomadas as seguintes deliberações:

1. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 63/2013/CM, referente à atribuição de apoio à atividade da Associação Centro Ciência Viva de Tavira;

2. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 64/2013/CM, referente aos protocolos de colabora-ção financeira no âmbito da promoção de uma rede interinstitucional para o alargamento da distribuição de refeições sociais no Concelho de Tavira;

3. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 65/2013/CM, referente ao contrato de promessa de comodato entre o Município de Tavira e a Associação da Academia de Música de Tavira – EB1 nº 2 de Tavira (Escola da Porta Nova);

4. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 66/2013/CM, referente à revogação de protocolo celebrado entre os Municípios de Tavira, Albufeira, Faro e Portimão, relativo à edição de livro – “4 Museus do Algarve, 4 edifícios com história”;

5. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 67/2013/CM, referente à não aplicação pontual do agravamento sobre o valor de renda apoiada – Sandra Cristina Coelho da Luz;

6. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 68/2013/CM, referente ao averbamento da banca de peixe nº 2 (pedras 3 e 4) do mercado da freguesia de Cabanas de Tavira,

7. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 69/2013/CM, referente ao procedimento de altera-ção simplificada de delimitação da Reserva Ecológica Nacional (REN).

Para constar e produzir efeitos legais se publica o pre-sente Edital e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares de costume.

Paços do Concelho, 30 de abril do ano 2013

O PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL,

Jorge Manuel Nascimento Botelho

(POSTAL do ALGARVE, nº 1102, de 10 de Maio de 2013)Rua Alexandre Herculano, nº24

8800-394 TAVIRA · tel.: / fax: 281 322 162

F A R M Á C I A

FÉLIX FRANCOProprietário e Director TécnicoDr. António Manuel S. P. Faleiro

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CÂMARA REDUZ EM 11% DÍVIDAS A FORNECEDORES

Vila do Bispo fecha contas com saldo positivoA CÂMARA DE VILA DO BISPO REDUZIU em 2012 as dívidas a fornecedores em mais de 11%, segundo o relatório de Gestão e Contas aprovado pela As-sembleia Municipal, informou a autarquia.

De acordo com os dados da Câmara, a dívida a curto, médio e longo prazo foi reduzida em mais de 1,4 milhões de euros, passando dos 12,8 ME de 2011, para 11,4 em 2012.

O presidente da Câmara de Vila do Bispo, Adelino Soares, destacou o resultado obtido, “com o esforço na procura do equilíbrio financeiro das contas do município e da sua recuperação”.

Para o autarca, as medidas de contenção “não implicaram a perda de qualidade e eficiência na prestação de serviços, pos-sibilitando simultaneamente aumentar o investimento e os apoios na área social”.

Adelino Soares frisou que, em 2012, o município “superou

os objectivos ao conseguir redu-zir em mais de 270 mil euros”.

Segundo o documento apro-vado, a Câmara fechou o ano de 2012 com um excedente posi-tivo de 1,9 milhões de euros, cumprindo os limites impostos pela Direcção-geral das Autar-

quias Locais.“Apesar da forte redução das

transferências da administra-ção central e da redução das receitas próprias, foi possível num ano reduzir a dívida e re-alizar alguns investimentos”, concluiu o autarca. Lusa

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regiãoAlgarve é onde as empresas mais fecham pág. 7

10 de Maio de 2013 | 5

Ô Miguel Macedo apresentou dispositivo de segurança para o Verão

Reforço da polícia no Verão soma 184 efectivosMinistro assegura que é o contingente necessário

d.r.

CERCA DE MIL MILITARES DA GNR vão reforçar as acções de segurança no país durante o Verão, dos quais cerca de um terço serão destacados para o Algarve, anunciou recente-mente em Faro o segundo co-mandante-geral daquela força policial.

O reforço nacional perma-nente da GNR para o período de 1 de Junho a 15 de Setem-bro será de 150 militares no Algarve, sendo o reforço adi-cional não permanente, para actuação em eventos desporti-vos ou musicais de grande di-mensão, de 224 homens para a região.

O dispositivo para o Verão de 2013 foi apresentado no passado dia 29 de Abril no au-ditório do Turismo do Algarve, em Faro, numa sessão presidi-da por Miguel Macedo, minis-tro da Administração Interna.

O reforço permanente de 150 militares para o Algarve dividir-se-á por dois pelotões de manutenção da ordem pública (60 homens), igual número de guardas recém--formados, duas equipas da patrulha de apoio ao turista, seis binómios cinotécnicos (homem e cão) e duas esqua-dras de cavalaria.

Relativamente ao reforço não permanente para a região, serão destacados 78 militares para a concentração de motos, 46 para o torneio internacional do Gua-diana, 50 para Odeceixe devido à realização do Festival do Su-doeste e igual número para um festival de música em Sagres.

Relativamente à PSP, o refor-ço definitivo para o Algarve será de 34 agentes, o que permitirá elevar para 873 o número de efectivos do comando de Faro daquela polícia.

MINISTRO INAUGURA INSTA-LAÇÕES DA UNIDADE ESPECIAL DE POLÍCIA O ministro Miguel Macedo inaugurou ainda as ins-talações da força destacada da Unidade Especial de Polícia no Algarve, situada nas imediações do Aeroporto Internacional de Faro, obra orçada em 1,2 mi-lhões de euros.

Após a sessão em que fo-ram adiantados os números do reforço policial, foi ainda apresentado o projecto “Al-garve – Destino Seguro”, que prevê a realização de inquéri-tos aos turistas e à população residente e o desenvolvimento de uma aplicação para “smar-tphones”, pela Universidade do Algarve.

O ministro da Administra-ção Interna, Miguel Macedo, assegurou que o reforço poli-cial para o Verão de 2013 é o adequado. Lusa

SOLIDARIEDADE

Corrida da PSP apoia associações portimonensesA JUNTA DE FREGUESIA DE PORTIMÃO vai colaborar com a Polícia de Segurança Pública (PSP), promovendo uma corrida de solidariedade denominada “I Corrida de Solidariedade da PSP de Portimão”. Este evento tem como principal oblectivo anga-riar fundos para associações que se dediquem a causas altruístas.

Este ano a associação a aju-dar será a Catraia, um centro de acolhimento temporário para crianças em risco.

A prova vai ter lugar no próxi-mo dia 2 de Junho, pelas 10 ho-ras, apresentando dois percur-sos. Um de marcha de quatro quilómetros e outro de corrida de 9,5 quilómetros.

A inscrição está limitada a mil atletas. Cada participante paga

três euros de inscrição, obtendo uma t-shirt alusiva à prova, um dorsal identificativo, uma água e uma barra de cereais.

O POSTAL associa-se a este evento na qualidade de media partner em mais uma acção de-senvolvida no âmbito das polí-ticas de responsabilidade social do jornal.

d.r.

Ô Fundos vão para a Catraia

TAVIRA

Cruz Vermelha promove jantar solidário

O HOTEL VILA GALÉ, em Ta-vira, recebe no sábado do próximo dia 8 de Junho, o VII Jantar de Solidariedade da Delegação de Tavira da Cruz Vermelha Portuguesa. O evento conta com a anima-ção musical do pianista Luís Conceição, sendo seguido de um Sorteio de Solidariedade com diversos prémios doa-dos por artistas da região. O evento termina com a actua-ção do humorista e contador de histórias Serafim.

Com a realização deste jan-tar, a delegação procura an-gariar fundos para apoio a fa-mílias e pessoas carenciadas.

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Vítor Guerreiro apresenta candidatura a São Brás Socialista promete continuar trabalho de António Eusébio

A CANDIDATURA DO PS DE SÃO BRÁS DE ALPORTEL às autár-quicas deste ano, liderada por Vítor Guerreiro, foi apresen-tada ao público no passado dia 25 de Abril, num almoço--convívio que reuniu mais de meio milhar de pessoas, se-gundo a organização.

O período de intervenções contou com o discurso aguar-dado de António Eusébio, actual presidente de Câmara e presidente da Federação do Algarve do Partido Socialis-ta, que se encontra em fim de mandato.

O autarca deixou bem ex-presso o seu apoio e a sua con-fiança na candidatura de Vítor Guerreiro, enaltecendo os anos de trabalho em conjunto: “te-nho muito orgulho em perten-cer a esta equipa, tenho muito orgulho em ter trabalhado com todos vós. O Vítor Guerreiro tem pela frente um grande de-safio, mas sei que será capaz de continuar este trabalho, um trabalho por São Brás de Alpor-tel, e por isso hoje começamos uma nova etapa na constru-ção do futuro de São Brás de Alportel. Seguimos Juntos por São Brás de Alportel”.

O autarca recordou o traba-lho de três mandatos que mu-

daram São Brás de Alportel, mostrando-se satisfeito por es-tar à frente de uma das poucas câmaras do país que não tem dívidas e que ainda consegue fazer obra.

“A terceira fase da Circular Norte, em fase de adjudica-ção; a reabilitação da Praça da República, a ultimar o projeto de execução; a ligação ao Ter-minal Rodoviário - 1ª fase da requalificação do Parque da Vila; o abastecimento de água a João Cavaleiro, para perfazer os 100% de abastecimento de água em todo o concelho; e a construção do Espaço multiu-sos no Bairro Social são exem-plos dos projectos actualmente em curso”, refere o autarca.

Vítor Guerreiro começou por agradecer ao seu anteces-sor pela confiança para dar

continuidade ao trabalho que têm vindo a desenvolver há já 12 anos, enalteceu o valor da equipa capaz e experiente que tem ao seu lado, e deixou uma palavra de agradecimento a todos os que o têm acompa-nhado no percurso autárqui-co, que iniciou há mais de 20 anos na Assembleia Municipal são-brasense.

“É para mim uma enorme honra suceder a António Eu-sébio, um homem a quem São Brás tanto deve, e liderar a úni-ca candidatura que assegurará a continuidade do projecto de desenvolvimento para São Brás de Alportel”.

Vítor Guerreiro defrontará nas urnas o irmão do actual presidente da autarquia, Rui Eusébio, que se candidata à presidência pelo PSD.

d.r.

Ô Vítor Guerreiro iniciou percurso autárquico há mais de 20 anos

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6 | 10 de Maio de 2013

região

Pedro Ruas/Ricardo [email protected]

O SC FARENSE CONFIRMOU aquilo que milhares de adep-tos há muito ansiavam e pe-rante um Estádio de São Luís lotado com 15 mil adeptos garantiu, após vitória ante o União de Leiria, a tão desejada subida à Segunda Liga.

Um jogo que à partida en-tregava grande dose de favo-ritismo aos algarvios teve de tudo, bolas nos ferros, golos anulados e alguma incerteza no resultado que se mante-ve empatado (1-1), apesar do domínio da equipa da casa, até ao minuto 80, quando o nigeriano Ibukun marcou, de grande penalidade, o 2-1 final. Festa na bancada, apito final e invasão pacífica do ter-reno que proporcionou aos fiéis adeptos o festejo com os heróis da tarde.

DO CÉU AO INFERNO E A AN-SIADA BONANÇA Dez anos passaram desde que o histó-rico clube algarvio não se fa-zia acompanhar das demais equipas profissionais do fu-tebol português. Uma década negra, que passo-a-passo, tem vindo a conhecer alegrias de outros tempos para regozijo da grande massa adepta, que nunca deixou de acompanhar o clube, particularmente a cla-

que South Side Boys. Depois de uma década de 90

onde o SC Farense conheceu alguns dos mais importantes marcos da sua história cente-nária, com a presença numa final da Taça de Portugal, um quinto lugar no principal es-calão e uma presença na Taça UEFA, a viragem do milénio trouxe, então, uma queda abrupta de um clube habitua-do a conviver entre os grandes.

Desde 2003 até agora o clu-be farense, que tantos consi-deram pertencer ao quadro de honra do futebol nacional, contou com descidas consecu-tivas até à III Divisão, até vir a ser desclassificado para a 2.ª Divisão Distrital, onde militou em 2006/07. Subidas consecu-tivas colocaram novamente o clube na III Divisão, chegando inclusive a subir à II, de onde voltou a descer. Daí, em 2011, até agora o clube dirigido por António Barão somou duas promoções que recolocam o SC Farense no futebol profis-sional dez anos depois.

FIM-DE-SEMANA DE CAMPEÕES O POSTAL ouviu Fábio Tei-xeira, médio defensivo de 29 anos, que foi, ao longo da épo-ca, um dos principais esteios dos algarvios. Ainda natural e visivelmente satisfeito com a promoção alcançada dias antes, o jogador formado no

clube não deixa de referir o quão difícil foi uma época em que “apesar do bom começo, estivemos em desvantagem quase sempre, reassumindo a liderança apenas na penúltima jornada”.

Depois do apito final da úl-tima jornada, Fábio Teixeira diz ter sentido “momentos de êxtase e o sentimento de que valeu a pena trabalhar tanto durante a época”. “Ainda mais por se tratar de um clube que me diz muito e que tem uma enorme massa adepta que merece receber estas alegrias e que nos empurrou para o segundo golo”.

Tendo participado nas duas subidas de divisão con-secutivas Fábio Teixeira não garante, mas confessa ter vontade de continuar nos al-vinegros e fazer parte de um clube que considera “bem di-rigido e com bons alicerces para alimentar o sonho de, quem sabe, chegar à primei-ra divisão”.

A fase de apuramento de campeão da II Divisão decorre este fim-de-semana no Estádio do Restelo, em Lisboa, e os co-mandados do treinador Ma-nuel de Brito vão defrontar o Académico de Viseu amanhã, às 17 horas, e o Chaves no do-mingo à mesma hora. Os bi-lhetes têm o preço de cinco euros para cada jogo.

Farense regressa ao futebol profissionalApuramento do campeão é este fim-de-semana

Ô Quinze mil assistiram à vitória do Farense

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região

10 de Maio de 2013 | 7

Ô João Ferrão alerta para necessidade de medidas proactivas

Algarve é onde as empresas mais fecham

O ALGARVE é uma das regiões do país mais afectadas pela cri-se e onde a taxa de mortalida-de das empresas é superior à média nacional, indica um es-tudo do Instituto de Ciências Sociais (ICS).

O estudo “Geografia da Cri-se”, do geógrafo João Ferrão, compara a situação das famílias e das empresas nos municípios do continente na época de pré--crise (2005/2007) e na fase ini-cial da crise (2009/2010).

Segundo o investigador e ex--secretário de Estado do Orde-namento do Território, o eleva-do desemprego e a elevada taxa de mortalidade das empresas na região são factores que tornam a região “muito pouco resiliente” aos efeitos da crise.

“O Algarve no seu conjunto é uma das regiões onde a inci-dência da crise é mais intensa, em termos relativos”, explicou o especialista à Lusa, sublinhando que os efeitos da crise se fazem sentir mais rapidamente nas empresas do que nas famílias.

NÚMERO DE EMPRESAS QUE FECHAM É SUPERIOR ÀS QUE NASCEM Segundo João Ferrão, o número de empresas que fe-cham no Algarve é superior às que nascem, o que é mais um contributo para o desempre-

go e para agravar os efeitos da crise, o que depois se reflectirá nas famílias.

“A situação das famílias hoje já piorou bastante em relação ao período pré-crise, mas previ-sivelmente vai continuar a piorar, dado que os efeitos daquilo que se está a passar hoje nas empre-sas se vai reflectir daqui a um ou dois anos nas famílias”, referiu.

Para perceber o efeito da crise nas empresas, o estudo compa-rou indicadores como o inves-timento industrial, a criação de riqueza e a demografia empresa-rial, ou seja, a natalidade e mor-talidade das empresas, explicou o investigador.

O especialista defendeu a ne-cessidade de acudir de imediato aos que são mais afectados pela crise, numa vertente mais reacti-va, mas alertou também para a importância da implementação de medidas proactivas.

Para João Ferrão, qualquer estratégia de desenvolvimento a concretizar no Algarve tem que ter em conta estas duas com-ponentes, acudindo “os que já estão mal”, mas também prepa-rando um futuro diferente.

“É da combinação destas duas componentes que se pode esti-mular um novo ciclo de pros-peridade aqui no Algarve”, concluiu o investigador. Lusa

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pub Estudo indica que região é das mais afectadas pela crise

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Page 8: POSTAL 1102 - 10 MAI 2013

ZZZ pág. ##região

8 | 10 de Maio de 2013

O PRESIDENTE DA CÂMARA DE OLHÃO (PS) admitiu recente-mente interditar o trânsito a pesados nas estradas munici-pais do concelho para minimi-zar o impacto negativo que a circulação de pesados tem na cidade, atravessada pela Estra-da Nacional (EN) 125.

“A situação é gravíssima em Olhão porque quanto mais trânsito sai da Via do Infante para a EN 125, maior é a po-luição atmosférica, maior é o ruído, e a vida destas pessoas tem-se vindo a tornar num in-ferno”, afirmou aos jornalistas Francisco Leal, que no passa-do dia 27 de Abril participou num protesto contra as porta-gens na Via do Infante (A22).

Segundo o autarca, a inter-dição não afectará os camiões que abastecem ou se dirigem às unidades industriais da cidade, aplicando-se apenas

aos veículos que utilizem as estradas municipais do con-celho como passagem, estan-do para isso previstas acções de fiscalização.

“Já que não nos ouvem, já que o secretário de Estado [dos Transportes] não nos ouve, há seis meses que temos pedida uma audiência com ele, pode ser que desta maneira façamos ouvir a nossa voz”, sublinhou.

O protesto contra as porta-gens juntou algumas centenas de carros e motos que durante aproximadamente uma hora percorreram dez quilómetros na EN 125, entre Faro e Olhão.

Um dos troços da EN 125 que atravessa Olhão é uma das principais avenidas da cidade, uma zona residencial onde vivem muitas centenas de fa-mílias, afectadas diariamente pelo tráfego intenso.

Lusa

d.r.

Olhão pode cortar estradas a camiõesMedida visa minimizar impacto negativo na cidade cubista

Ô Francisco Leal admite interditar pesados nas Estradas Municipais

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Propostas fraudulentas

“Tenho visto anúncios de empresas que prometem crédito fácil. Têm conhe-cimento de situações fraudulentas neste tipo de situação?”

A DECO responde...

Os consumidores podem ser enganados de duas formas: através de instituições que dizem conceder créditos ou por supostos consultores fi-nanceiros. As primeiras têm como objectivo apenas con-seguir o montante relativo às despesas de processo. Já os segundos dão a entender que o crédito foi aprovado, para receberem a comissão dos seus serviços, mas depois in-dicam que o banco não o concedeu.Assim, a DECO aconselha que os consumidores igno-rem os anúncios de crédito em jornais onde não conste a identificação do potencial credor ou quando só é apre-sentado um e-mail ou núme-ro de telefone. Todas as entidades legalmen-te autorizadas a conceder cré-dito têm de estar registadas no Banco de Portugal: daí a importância da identificação da instituição que concede o crédito. Em posse do nome, o consumidor deve consultar a lista no sítio na net daquela instituição.Quando lidar com supostos consultores financeiros, o consumidor deve pedir um comprovativo das instituições de crédito, caso indiquem que o mesmo está garantido. Só após recebê-lo deverá pagar comissões, honorários ou des-pesas de processo.Se o consumidor esteve envol-vido com uma suposta insti-tuição que concede crédito e só se apercebeu tarde demais de que está perante uma pro-posta fraudulenta, deve apre-sentar queixa às autoridades policiais, fornecendo todos os elementos relativos ao caso. No caso dos ditos consultores financeiros, o consumidor deve verificar se tem uma prova escrita a garantir a aprovação do crédito. Sendo o caso, o consumidor deve reclamar junto da instituição e exigir a devolução dos mon-tantes cobrados. Se esta recu-sar, o consumidor deve quei-xar-se junto da ASAE e da polícia. Este último conselho também é válido para o caso de o consumidor não ter pro-vas escritas de que o consul-tor lhe garantiu a aprovação do crédito.

Consultóriodo Consumidor

EgosEsquecendo definições

catedráticas, falo do ego tal como usamos a palavra no dia a dia: correspondendo à imagem e à aceitação que cada um tem de si próprio.

Há egos pequeninos, sorra-teiros, que mal se vêem mas estão lá. Há os comedidos, de tamanho médio, eficientes. E depois há os enormes, o que não quer dizer necessaria-mente que sejam exacerba-dos. E a justificação é simples. Da mesma forma que há corpos de vários tamanhos, também as essências não se medem em centímetros: comprova-o a expressão que reza que os Homens não se medem aos palmos. A ver-dade é que há pessoas pe-queninas, limitadas. Pessoas que, vão-se lá saber as razões, vivem com os sentimentos encolhidos e uma visão de tudo que parece ter palas a toda a volta. E depois há os outros, que se sabem grandes por em tudo verem grande-za. As pessoas grandes sabem que o Planeta é maior que a sua rua; sabem que o mundo não acaba quando o coração se lhes parte; entendem que podem aprender com tudo, com todos e não se fecham na ignorância de quem acha ser o dono da verdade. As pessoas grandes gostam de experimentar, de se aventu-rar, arriscar; não têm medo de sentir, de errar, confiar, encantar-se ou não gostar, porque sabem que exis-tem sempre outras escolhas quando a primeira deu asnei-ra. As pessoas grandes não se escondem atrás do ego que muitas vezes é quase tão grande como elas próprias.

É que há uma grande di-ferença entre ser egocêntri-co e ter um ego gigante. Até tenho a convicção de que as pessoas “pequeninas” e com egos encolhidos, costumam ser egocêntricas, enquanto as pessoas grandiosas, donas de um ego merecidamente enorme, têm a maravilhosa capacidade de entender que são um elemento do todo e não o centro de nada.

OPINIÃO

Ana Amorim Dias - [email protected]

XIX CONGRESSO NACIONAL DO PS

António Eusébio defende Plano de Emprego para o AlgarvePedro Ruas/Ricardo [email protected]

O PRESIDENTE DO PS/ALGAR-VE, ANTÓNIO EUSÉBIO, apro-veitou o último congresso na-cional do partido para tecer duras críticas e alertar os líde-res socialistas, particularmente António José Seguro, para a grave situação económico-fi-nanceira do Algarve.

Centrando o seu discurso na defesa de um programa de apoio à criação de emprego na região, o presidente do PS/Algarve considerou premente “a criação de uma agenda para

o crescimento e emprego, as-sente na cooperação entre serviços públicos, autarquias locais e as pequenas e médias empresas”.

Preocupado em traçar a aná-lise económica da região, Antó-nio Eusébio aproveitou o XIX Congresso Nacional, realizado em Santa Maria da Feira, para lembrar à família socialista que o Algarve tem “um índice de desemprego que é dos maio-res do país, que a entrega de habitações à banca é o dobro da média nacional e a falência de empresas aproxima-se do dobro da média do país”.

As críticas ao executivo de Passos Coelho subiram de tom e António Eusébio cons-tatou que, apesar da “dramáti-ca” situação da região, “temos um primeiro-ministro que nunca visitou a região oficial-mente, nem reuniu com os au-tarcas locais”.

Sobre as autarquias, Antó-nio Eusébio sublinha a “des-truição do poder local, com uma lei dos compromissos desajustada”, a que se lhe jun-ta “uma nova lei das finanças locais que reduz receitas e aumenta as dificuldades das autarquias”.

ALGARVE REFORÇA POSIÇÃO NA COMISSÃO NACIONAL Ainda du-rante o Congresso, o Algarve viu reforçada a sua presença na Comissão Política Nacional do partido, passando agora a contar com oito representantes da região, ao invés dos seis que, até agora, faziam parte do prin-cipal órgão político socialista.

Eleitos foram: Jamila Ma-deira, Ana Passos, Fernando Anastácio, Jorge Botelho, Luís Carito, Miguel Freitas e Paulo Neves como membros efectivos, aos quais se junta An-tónio Eusébio por inerência de funções.

Page 9: POSTAL 1102 - 10 MAI 2013

ZZZ pág. ##

10 de Maio de 2013 | 9

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Guerreiro - João de Deus João de Deus - - Cruz de Portugal

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Um modo natural de ajudar as articulações dolorosasA OSTEOARTROSE, a deteriora-ção da cartilagem das articu-lações que surge numa idade mais avançada, faz parte do processo de envelhecimento. O que é interessante saber é que a investigação científica encontrou uma solução natu-ral que parece ser muito eficaz: glucosamina combinada com condroitina.

Estamos familiarizados com a típica situação em que o avô se levanta da sua cadei-ra. Pára a meio e fica “congela-do”, como se algo o prendesse àquela posição. Lamenta-se, mostrando claramente que tem dores, e lá consegue pôr--se de pé.

Esta imagem clássica é os-teoartrose, o resultado dolo-roso do desgaste da cartila-gem. As extremidades ósseas expostas friccionam entre elas, originando dor, estalidos e perda de mobilidade, mas investigadores empenhados encontraram o que parece ser uma solução muito útil. Não se trata de cirurgia, nem de medicamentos de síntese…

é uma combinação de dois componentes naturais. Uma chama-se glucosamina, a ou-tra condroitina.

TIJOLOS DE CARTILAGEM A glu-cosamina é um amino-açú-car, produzido a partir dum aminoácido e de glucose. É um tijolo biológico e um compo-nente estrutural da cartilagem das articulações. O que torna a glucosamina tão especial é a sua capacidade de estimular a síntese corporal de cartilagem e foi exactamente isso que a in-vestigação mostrou ser benéfi-co na osteoartrose.

A condroitina, o outro com-ponente, é extraído normal-mente da cartilagem de porco ou de vaca, mas também é usa-da a cartilagem de tubarão. A condroitina é um componente estrutural vital da cartilagem.

NENHUMA OUTRA SUBSTÂNCIA TEM ESTE EFEITO Ao contrário dos medicamentos analgési-cos e anti-inflamatórios, que eram a opção não cirúrgica mais comum para as pesso-

as com osteoartrose, a gluco-samina e a condroitina têm outros efeitos para além de melhorar a dor, impede a de-gradação da cartilagem.

Até ao momento, este é o único tratamento capaz de prevenir a futura perda de cartilagem articular. Os in-vestigadores científicos ainda não chegaram a um consen-so sobre como a glucosamina combinada com a condroiti-na consegue este efeito, mas

parece que o tratamento ini-be as enzimas que degradam a cartilagem, provocando a sua deterioração. Alguns pe-ritos reclamaram ainda que a glucosamina pode recuperar alguma da cartilagem já de-gradada.

DOCUMENTADO CIENTIFICAMEN-TE Actua mesmo? De acordo com estudos científicos, defini-tivamente parece que sim. Não só melhora o funcionamento

das articulações, como os estu-dos também demonstram que reduz as dores articulares tão eficazmente como os AINE’s (medicamentos anti-inflama-tórios não esteróides) que são amplamente utilizados para tratar articulações inflamadas e dolorosas. De facto, investi-gadores espanhóis do Hospi-tal Universitário Dr. Peset em Valência publicaram recente-mente um estudo na revista científica Radiologia Europeia (European Radiology), no qual comprovaram a capacidade da glucosamina diminuir a dor e melhorar o funcionamento das articulações em pessoas com a cartilagem do joelho degradada.

Eur Radiol. 2009Arthroscopy. 2009 Jan; 25

(1): 86-94.

Porquê “sulfato”?

Estudos demonstram que o melhor efeito é obtido com sulfato de glucosamina e sul-fato de condroitina. O prefixo

“sulfato” refere-se ao facto dos componentes serem combi-nados com enxofre. Biologi-camente, a glucosamina e a condroitina necessitam da presença de enxofre para ac-tuar adequadamente. Outra forma de glucosamina predo-minantemente utilizada em preparações de glucosamina nos Estados Unidos é o “clo-ridrato de glucosamina”. Esta forma da substância não ac-tua tão bem quanto o sulfato de glucosamina, explicando a razão por que alguns estudos não apresentam os efeitos es-perados.

Algumas pessoas tomam glucosamina pura com MSM (metil sulfonil metano), que é um composto de enxofre, de modo a permitir que a glu-cosamina actue adequada-mente. Outras combinam a glucosamina com sulfato de condroitina, outra substância estimuladora da cartilagem. A maioria dos estudos publica-dos com efeitos comprovados na osteoartrose utilizaram sul-fato de glucosamina.

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AGRADECIMENTOFaleceu no passado dia 5-05-2013 o Sr. José Peres dos Santos Costa, as cerimónias fúnebres realizaram--se no dia 6-05-2013 na Igreja de São Francisco em Tavira e foi sepultado no Cemitério de Tavira.Sua esposa, filhos, netos, genros e restante família, agra-decem a todos os que de alguma forma lhes manifesta-ram o seu pesar, bem como aos que o acompanharam à sua última morada.

A Missa do 7º. Dia realizar-se-á no próximo dia 10 de Maio, sexta-feira, às 19 horas, na Igreja de São Paulo Tavira

AGRADECIMENTOA família de José Peres Santos Costa, vem desta forma agradecer à EQUIPA DE CUI-DADOS PALIATIVOS DO ACES SOTA-VENTO, a forma profissional, dedicada e humana com que tratou o seu ente querido nos últimos meses de vida.Sabemos ser sua forma de actuação com todos os doentes. Todo o carinho e saber que põem em prática, leva a um enorme minimizar de sofrimento do paciente, bem como uma preparação que é de registar, para as horas difíceis que se avizinham para os familiares.

Curvamo-nos mui respeitosamente perante vós.

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E porque o tempo assim corre velozmente, completam-se já no próximo dia 20 de Maio, dois anos sobre a sua partida, pelo que nesse dia, será celebrada missa em sua memória, pelas 9h30, na Igreja da Luz de Tavira.A sua família agradece desde já a todos os que se dignarem participar, procurando para isso, um pouco do seu tempo.

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AGRADECIMENTOA sua querida família cumpre o doloroso dever de agradecer reconhecidamente a todas as pessoas que assistiram ao fu-neral do seu ente querido, realizado no dia 17 de Abril, para o Cemitério de Santo Estevão, bem como a todos os amigos que manifestaram o seu pesar e solidariedade.Agradecem também a todos que rezaram Missa do 7º Dia, pelo seu eterno descanso, celebrada dia 21 de Abril, Domingo, pelas 12 horas, na Igreja de Santo Estevão.

“Paz à sua Alma”“Serviços Fúnebres efectuados

pela Agência Funerária Pedro & Viegas, Ldª”Tavira • Luz • V.R.Stº António

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N. 24-08-1923 - F. 27-04-2013

AGRADECIMENTOOs seus familiares vêm, por este meio, agradecer a todos quantos a acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias ou que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.

SANTA MARIA - TAVIRA

MANUEL JOAQUIM DOS MÁRTIRES

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AGRADECIMENTOOs seus familiares vêm por este meio agradecer a todos quantos se dignaram acompanhar o seu ente querido à sua última mora-da ou que, de qualquer forma, lhes manifestaram o seu pesar.

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N. 18-06-1944 - F. 29-04-2013

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Page 12: POSTAL 1102 - 10 MAI 2013

O ESPAÇO MULTIUSOS DO AZINHAL recebe a partir desta sexta-feira e até ao próximo domingo a Terra de Maio, três dias para ficar a conhecer os saberes e sabores do interior algarvio.

A iniciativa abre às 19 horas desta sexta-feira, com a actua-ção da Banda Musical Castro-marinense e a inauguração de uma exposição sobre cabras de raça algarvia e uma outra mos-tra de escultura de Carlos de Oliveira Correia.

Às 19.30 horas, actua o Ran-cho Folclórico de Santa Cata-rina da Fonte do Bispo. Meia hora depois, tem lugar uma demonstração de corte de gar-galo e uma Prova de Vinhos do Algarve. Às 21 horas, tem lugar uma Grande Noite do Fado.

A manhã de sábado, a partir das 9.30 horas, é dedicada ao seminário “Desafios do Desen-volvimento Rural”, com a caça e a exploração agrícola e pe-cuária no centro do debate. Às 15 horas, tem lugar a abertu-ra da feira, com um workshop de fabrico de queijo artesanal, aprendizagem de equitação e ateliers de olaria ao vivo, do burro e do pão. Às 16 horas, a Escola de Hotelaria e Turismo promove um Laboratório de Gostos. Às 16.30 horas, o gru-po Rastolhice apresenta músi-

ca tradicional portuguesa e às 18.30 horas há cozinha ao vivo com produtos tradicionais. Às 20 horas, sobe ao palco o Ran-cho Folclórico de Moncarapa-cho e, às 21.30 horas, chega Quim Barreiros.

O domingo, a partir das 10 horas, é dedicado ao Encontro Equestre do Guadiana. A aber-tura da feira, às 15 horas, repe-te o workshop e os ateliers pro-movidos no sábado. Às 15.20 horas, o Laboratório de Gostos apresenta produtos típicos e degustação de atum, uma demonstração equestre e arte com chocolate. Às 16.30 horas, sobe ao palco o Grupo “Pérolas do Gilão”. Entre as 17.30 e as 18.30 horas, tem lugar nova sessão de cozinha ao vivo com produtos tradicionais. Às 17 horas, actua o Rancho Folcló-rico de Faro. O evento termina com a Banda Alhada.

Quim Barreiros anima Terra de MaioSaberes e sabores tradicionais temperados com música

última

Tiragem desta edição:8.893 exemplares

Esta é uma iniciativa das Bibliotecas Paula Nogueira do Agrupamento de Escolas Professor Paula Nogueira (Olhão) em parceria com a Casa da Juventude de Olhão e o POSTAL, que semanalmente divulga os problemas e as soluções deste jogo. Várias escolas do Algarve já aderiram à iniciativa: AE Professor Paula Nogueira (Olhão) / AE da Sé (Faro) / AE D. Afonso III (Faro) / AE Dr. Alberto Iria (Olhão) / Colégio Bernardette Romeira (Olhão) / AE Dr. João Lúcio (Fuseta) / AE de Estoi (Faro) / AE Joaquim Magalhães (Faro) / AE do Montenegro (Faro) / AE de Castro Marim (Vila Real de St. António) / AE Professora Diamantina Negrão / (Albufeira) / Agrupamento de Escolas José Belchior Viegas (Mega Agrupamento de São Brás de Alportel) / Escola Secundária João de Deus (Faro) / Agrupamento de Escolas D. Paio Peres Correia (Tavira) / Casa da Juventude (Olhão) / Postal do Algarve. Convidamos todas as escolas e bibliotecas, interessadas em aderir ao Jogo da Língua Portuguesa e receber os materiais para o mesmo, a contactar: [email protected] ou [email protected].

>> SOLUÇÃO da edição passada >> ASSINALE A FRASE CORRETA

Governa Maria,

Ora, vê lá se sabes este provérbio:Teme a velhice,

� porque a morte é certa. � porque nunca vem só.

Ora, vê lá se adivinhas:

; em casa vazia. � de noite e de dia.

Ô Quim Barreiros é ponto alto

d.r.

O POSTAL regressa no

dia 31 de Maio

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“Não tenho dores nos joelhos”

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Durante anos sofri de dores, mas um suplemento natural resolveu o meu problema. Estou 100% sem dores, conta Ana Garrido que vive em Vila Nova de Gaia.

“Teria ficado muito triste se não pu-desse continuar a praticar exercício, pelo que estou maravilhada por o meu fisioterapeuta ter recomendado o su-plemento de glucosamina, condroitina e vitamina C. Estou 100% sem dores e sinto-me óptima”, afirma Ana Garrido que vive em Vila Nova de Gaia. Durante muito tempo, Ana lutava con-tra as dores no joelho. As articulações do joelho estalavam e provocavam-lhe muitas dores. Mesmo quando estava sentada, durante algum tempo no tra-

balho ou a ver um filme em casa, por exemplo, sentia um grande desconfor-to na articulação do joelho.

“O BioActivo Glucosamina Duplo* resolveu os meus problemas. O descon-forto foi desaparecendo lentamente e agora já não sinto dores. Este produto parece ter sido a solução,” afirma Ana Garrido de 55 anos, aliviada por po-der aproveitar e ter uma vida activa novamente.*BioActivo Glucosamina Duplo contém vitamina C que apoia o funcionamento dos ossos e cartilagens.

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Page 13: POSTAL 1102 - 10 MAI 2013

MAIO 2013 | n.º 57

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Juventude, artee ideias:

O futuro começou ontem

p. 2

EspecialLídia Jorge:

A promessa de um instante

p. 6

Espaço Património:

Patrimónios locais, riqueza regional

Espaço ALFA:

Perspectivas e linhas de fuga

p. 9

Mensalmente com o POSTALem conjuntocom o PÚBLICO

Acorda

p. 8

Contos de Primaverana Ria Formosa

ricardo claro

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Alcoutim:

A senhora do Guadiana

p. 4 e 5

p. 7

d.r.

Page 14: POSTAL 1102 - 10 MAI 2013

10.05.2013 2 Cultura.Sul

Todas as razões são boas para escrever sobre um íco-ne da escrita da região.

Exactamente por isso con-videi Paulo Serra, um espe-cialista na matéria, para fa-zer para o Cultura.Sul um Especial Lídia Jorge, publi-cado em dois momentos, nesta e na última edição.

Há coincidências felizes e em plena publicação deste especial eis que a grande escritora algarvia é galar-doada na Corunha, Espanha, com o prémio “Escritora Ga-lega Universal”.

A Asociación de Escritoras e Escritores em Língua Ga-lega, que atribui a distinção naquela província do norte de Espanha, destaca como razão para atribuir o pré-mio, o “compromisso éti-co” da autora com as “causas da dignidade do povo por-tuguês e por ser autora de uma extensa e intensa obra, valorizada tanto em Portu-gal como nos diversos países onde está traduzida, na qual a mulher portuguesa ocupa um lugar central”.

A filha de Boliqueime, al-garvia de nascença, mulher portuguesa e do mundo, vê assim reconhecido, uma vez mais, o seu inegável mérito.

O regozijo nacional é em particular algarvio e, no caso concreto, nosso [do Cultura.Sul], enquanto único caderno cultural da região que viu nas-cer Lídia Jorge.

A coincidência do especial que estamos a dedicar à escri-tor é saborosa no que de inci-dental tem, mas acima de tudo feliz no momento escolhido para lhe dar destaque.

Lídia Jorge é absolutamente incontornável na escrita por-tuguesa contemporânea e ocupa lugar cimeiro por en-tre os notáveis da arte da pena que desafia o branco do papel e o enche de frases corridas carregadas de sentido e de vi-veres numa arte sem paralelo.

Mais razões houvesse, por-que Lídia Jorge é em si mes-ma uma razão para se desta-car em qualquer momento.

Lídia Jorge é ‘universal’

Ficha Técnica:

Direcção:GORDAAssociação Sócio-Cultural

Editor:Ricardo Claro

Paginação:Postal do Algarve

Responsáveis pelas secções:• Contos da Ria Formosa:

Pedro Jubilot• Espaço ALFA:

Raúl Grade Coelho• Espaço AGECAL:

Jorge Queiroz• Espaço CRIA:

Hugo Barros• Espaço Educação:

Direcção Regionalde Educação do Algarve

• Espaço Cultura:Direcção Regionalde Cultura do Algarve

• Grande ecrã:Cineclube de FaroCineclube de Tavira

• Juventude, artes e ideias: Jady Batista• Da minha biblioteca:

Adriana Nogueira• Momento:

Vítor Correia• Panorâmica:

Ricardo Claro• Património:

Isabel Soares• Sala de leitura:

Paulo Pires

Colaboradoresdesta edição:Ana Lúcia CruzAna OliveiraAntónio PereiraElisete Duarte SantosJoão CarroloPaulo SerraSalomé Horta

Parceiros:Direcção Regional de Cul-tura do Algarve, Direcção Regional de Educação do Algarve, Postal do Algarve

e-mail redacção:[email protected]

e-mail publicidade:[email protected]

on-line em: www.issuu.com/postaldoalgarve

Tiragem:8.893 exemplares

Cooperativas… repensar o futuro, agir no presente!

“O modelo cooperativo embora tenha que sofrer

reformas do ponto de vista jurídico e organizacional, e

os princípios cooperativos em que assenta (…) perten-

cem mais ao futuro...”. Eduardo Graça, Presidente

da CASES

A ideia geral que tinha, an-tes de integrar o projeto ICS – as PME e a Economia Coope-rativa para o Desenvolvimento Local no Espaço Mediterrâneo, sobre as cooperativas era que estas estavam em decadência e eram coisa do passado. Con-fesso que, na altura, também não fiz muita questão em ex-plorar muito mais o tema e dedicar-lhe o tempo mereci-do. Com o ICS descobri que se a ignorância fosse certificada, mais valia passar das moldu-ras diretamente para papel de parede! (Sim! Eu sou do tem-po em que cada certificado ti-

nha direito a ser emoldurado e colocado na parede). Afinal, as cooperativas não são coisa do passado e até representam uma boa resposta aos desafios do presente, apoiando a cons-trução de um futuro sustentá-vel. Claro que não coloquei o modelo empresarial de parte. Simplesmente reconheço e va-

lorizo os princípios sociais do modelo cooperativo, que nada estão ligados a ideologias po-líticas como muitos pensam. Outra ideia preconcebida que constatei estar incorreta era a de achar que as cooperativas não se podiam candidatar aos sistemas de incentivo, pois cos-tumo associá-los às empresas. Mas não só as cooperativas são empresas como podem

candidatar-se a sistemas de incentivos e ainda têm siste-mas de incentivos para as suas atividades, tais como a Coop Jovem e a Social Investe. Tam-bém achei que as cooperativas não eram para jovens e que não passavam de modelos de negócio obsoletos. A verdade é que as cooperativas são uma

oportunidade e um modelo de negócio a pensar em adotar, independentemente do setor de atividade. A prova disso são as boas práticas identificadas pelo projeto ICS, o esforço contínuo do projeto Geração Coop e da CASES - Cooperati-va António Sérgio para a Eco-nomia Social, na promoção e renovação da imagem das cooperativas, através de uma

imagem e comunicação mais jovem, atrativa e clara.

A frase de Eduardo Gra-ça agrada-me, pois diz mui-to acerca das cooperativas e daquilo que tenho vindo a aprender nos últimos tem-pos. De facto, o modelo coo-perativo no nosso país precisa de ser revisto, contudo, a sua mais valia assenta sobre os seus princípios cooperativos que orientam para a cons-trução participativa da Eco-nomia Social. A questão da sustentabilidade, face à atual crise, também é pertinente. O modelo cooperativo é apresen-tado como um modelo alter-nativo ao modelo empresarial capitalista, no sentido em que promove a cooperação e parti-cipação entre os vários mem-bros da cooperativa, os valores sociais locais e ainda os valores democráticos. Devo admitir que quanto mais sei sobre co-operativas, mais quero saber. E acredito, cada vez mais, no conceito e nos seus valores. As cooperativas são modelos de negócio viáveis, construídas sobre princípios sólidos de so-lidariedade social, onde o em-preendedorismo individual dá lugar ao empreendedorismo coletivo, assegurando assim produtos e/ou serviços mais competitivos num mercado cada vez mais global, onde até as empresas reforçam os seus laços de cooperação.

O futuro começou ontem

Ao longo de vários anos, as Bibliotecas têm vindo a rea-lizar um trabalho visionário no sentido de dar resposta às necessidades que o presente e o futuro próximo exigem. Um dos principais objectivos deste trabalho foi e continua a ser o de promover uma cul-tura para a literacia, contri-buindo para a formação de

jovens resilientes, participa-tivos, conscientes, empreen-dedores que reinventem o caminho a seguir.

Muitas foram as iniciativas desenvolvidas pelas Bibliote-cas no sentido de incentivar os jovens a adquirirem uma postura mais participativa. Em Olhão, são exemplo dis-so “A Batalha dos Livros” e o “Campeonato de Leitura”, desenvolvidos há vários anos em parceria com estruturas autárquicas como a Casa da Juventude, Biblioteca Muni-cipal e Auditório Municipal. Os resultados deste trabalho não são de quantificação exacta. Porém, gostaria de referir o elevado número de

alunos, professores, encar-regados de educação, que se envolvem em todas estas iniciativas e que acompa-

nham entusiasticamente os representantes das diversas escolas em todas as fases destas actividades.

Iniciativas como estas e tantas outras que o J tem vin-do a salientar ao longo das suas edições, distinguindo exemplos a seguir, têm con-tribuído para que, cada vez mais, estejamos esperanço-sos que o amanhã será mais sorridente, mais próspero e mais positivo.

Qualquer que seja a área de domínio é determinan-te que, no desempenho das suas funções, os nossos jo-vens sejam os melhores. Para estes há e sempre haverá um futuro próspero.

d.r.

Leitura e literacia

d.r.

Ricardo [email protected]

Editorial Espaço CRIA

Ana Lúcia CruzGestora de Ciência e Tecnologia no CRIA – Divisão de Empreen-dedorismo e Transferênciade Tecnologia da UAlg

Juventude, artes e ideias

Elisete Duarte SantosProfessora bibliotecária

Page 15: POSTAL 1102 - 10 MAI 2013

10.05.2013  3Cultura.Sul

Cineclube de TaviraProgramação: www.cineclubetavira.com281 971 546 | 965 209 198 | 934 485 [email protected]

SESSÕES REGULARES | Cine-TeatroAntónio Pinheiro | 21.30h16 MAI | O GEBO E A SOMBRA, Manoel de Oliveira - Portugal/França 2012 (95’) M/12

23 MAI | ON THE ROAD (PELA ESTRADA FORA), Walter Salles - França/Reino Unido/E.U.A./Brasil 2012 (124’) M/16 30 MAI | É O AMOR, João Canijo - Portugal 2012 (135’) M/12

“E SE A PINTURA COLORISSE A POESIA”Entre 17 MAI e 1 JUN | Galeria junto aos Paçosdo Concelho de AlbufeiraCélia Jasmim, autodidacta, retrata, através da pintura, as maravilhas da natureza, as cores, os movimentos, os cheiros, a energia, o grito criador da sua almaAg

endar

Cineclube de Faro Programação: cineclubefaro.blogspot.pt

O Amor tem destas coisas IPJ | às terças-feiras | 21.30 horas | entrada paga 14 MAI | A CAÇA, Thomas Vinterberg, Dinamarca, 2012, 115’, M/12 21 MAI | IRMÃ, Ursula Meier, França/Suécia, 2012, 97’, M/12 28 MAI | BARBARA, Christian Petzold, Alemanha, 2010, 105

Mathew Barney, o americano intranquilo Sede da Associação Ar Quente (Galeria Arco) – entrada paga 15 MAI | CREMASTER 1, 1996, 40’ + CREMASTER 2, 1999, 79’ 16 MAI | CREMASTER 3, 2002, 182’ 18 MAI | CREMASTER 4, 1995, 42’ + CREMASTER 5, 1997, 55’

O Filme Francês do Mês Biblioteca Municipal, 21h30, entrada livre 17 MAI | L’ARBRE, Julie Bertuccelli, França, 2010, 100’

Cinema e Justiça Sede CCF, 21h30, entrada livre 30 MAI | NA SOMBRA E NO SILÊNCIO, Robert Mulligan, EUA, 1962, 129’

A Primavera tem destas coisas

Pensam que pára por aqui? Nada… por-que a Primavera tem destas coisas – chega Maio e desata toda a gente a pensar em dar cinema! Assim, além dos magníficos filmes que podem consultar ao lado – o ciclo do IPJ é todo constituído por filmes recentíssi-mos, dos quais destacamos o ansiado novo filme de João Canijo, num registo audaz entre a ficção, o documentário e o filme--dentro-do-filme a propósito das peixeiras de Caxinas, o Ciclo Cremaster, bem… dessa obra genial só nos resta dizer Finalmente!, e quanto ao Ciclo Cinema e Justiça, é um dos melhores e mais coerentes que arquite-támos para a nossa sede -, estivemos ainda na Semana Académica, dia 9, e estamos no Complexo Pedagógico da Penha nos dias 9, 22 e 29, para, por iniciativa do Curso de Artes Visuais, oferecermos grandes clássi-cos de cinema! E ainda não parou, dado que viajaremos para São Brás de Alportel no dia 24 para dar a ver Cadillac Records, o mítico filme sobre blues, integrado que será no… São Blues em São Brás. Ambas as iniciativas são de entrada livre… Ui, que maravilha este mês de Maio!

Cineclube de Faro Ciclo The Cremaster

d.r.

Espaço AGECAL

As bibliotecas universitáriase o movimento Open Access

Atualmente as instituições de ensino superior são um dos mais importantes eixos da investiga-ção científica a nível nacional e internacional, financiada ou não por fundos públicos, promovendo a sua divulgação e transferência para o sistema económico e so-

ciedade em geral. Esta informação e conhecimento produzidos, em particular nas áreas científicas, valem milhões. Multinacionais disputam o monopólio do acesso à informação e vendem às próprias universidades, produtoras desse conhecimento, assinaturas de ba-ses de dados e de publicações pe-riódicas por dezenas de milhares de euros ao ano. Por outro lado, a consulta da informação em for-mato digital cresce de forma ex-ponencial e substitui em grande parte o uso do livro impresso. As revistas científicas em formato de papel morrem e dão lugar a ver-sões eletrónicas.

Neste contexto e em defesa do direito à informação e ao conhe-cimento científico surgem movi-

mentos internacionais visando a democratização do acesso livre aos conteúdos. As Conferências Interna-cionais sobre a Ciência para o Séc. XXI realizadas em Santo Domingo e Budapeste em 1999, geraram um novo contrato social para a ciên-cia, acesso à informação científica e proteção dos direitos de autor. A Declaração de Berlim para o li-vre acesso ao conhecimento surge em 2003 e conta atualmente com a adesão de mais de meia cente-na de instituições a nível mundial, incluindo Portugal, reforçando o papel da internet na divulgação e publicação da investigação cientí-fica, motivando os investigadores a publicar a sua produção em repo-sitórios institucionais e revistas de acesso livre.

As Bibliotecas Universitárias me-diadoras das bases de dados mi-lionárias assinadas em consórcio, como é o caso da B-on, surgem ago-ra também como as grandes aliadas e dinamizadoras do acesso livre e gratuito à documentação em texto integral, participando ativamente no desenvolvimento dos repositó-rios institucionais das suas univer-sidades, compilando e disponibi-lizando em texto integral e acesso livre a sua produção científica.

O RCAAP – Repositório Científi-co de Acesso Aberto de Portugal (http://www.rcaap.pt) tem como objetivo a recolha, agregação e in-dexação dos conteúdos científicos em acesso livre e gratuito existen-tes nos repositórios institucionais de mais de trinta entidades nacio-

nais de ensino superior e outras organizações na área da investi-gação e desenvolvimento. Consti-tuindo-se como um ponto impor-tante de pesquisa, localização e acesso a milhares de documentos de caráter científico e académico, nomeadamente artigos de revistas científicas, comunicações de con-ferências, teses e dissertações.

As bibliotecas universitárias na sua missão permanente de gerir e proporcionar o acesso à informa-ção e ao conhecimento, enrique-cendo os percursos da sua comu-nidade académica, assumem um papel neutro rentabilizando todos os recursos disponíveis nesta rea-lidade de contrastes, mediando e orientando os seus leitores neste manancial infindável de opções.

Grande ecrã

Salomé HortaBibliotecária na Universidade do AlgarveSócia da AGECAL – Associaçãode Gestores Culturais do Algarve

“SILÊNCIO QUE SE VAI CANTAR O FADO!”10 e 11 MAI | 21.30 | Centro Cultural de LagosDurante dois dias, o centro cultural será o cenário do género musical mais genuíno e representativo da cultura portuguesa - o fado, declarado em 2011 “Património Imaterial da Humanidade”

d.r.

Cena do filme O Gebo e a Sombra

Page 16: POSTAL 1102 - 10 MAI 2013

10.05.2013 4 Cultura.Sul

Panorâmica

Alcoutim, senhora do Guadiana Na serra algarvia a gran-

de senhora do Guadiana é Alcoutim. Sede de um con-celho com 576 quilómetros quadrados e com uma popu-lação total de perto de três mil habitantes, a vila convi-da a conhecer uma cultura e uma forma de estar e de viver particulares.

O concelho é muito mais do que a vila de Alcoutim, são seis freguesias espalhadas por um território de caracte-rísticas muito especiais e que se estende desde a fronteira com Espanha marcada pelo rio Guadiana, a este, até aos limites do concelho de Tavira a ocidente e desde o Alentejo, a norte, até a Castro Marim, concelho com que confronta a sul.

Estamos em terras do nor-deste extremo do Algarve, a paisagem campestre marca a visão feita de montes e vales, semeados de esteva que por esta altura rendilha de branco todo o horizonte.

Mas mais do que a paisa-gem, dura mas absolutamen-te deslumbrante, o concelho deixa uma marca indelével no visitante pelas suas gen-tes. A hospitalidade impu-tada aos portugueses como característica basilar, assume

aqui contornos de excelência, numa simplicidade cheia de complexos modos de viver e de estar que fazem dos al-coutenejos senhores de uma desarmante capacidade de conquista.

Por entre os montes, aglo-merados populacionais de muito pequenas dimensões, que se espalham esparsamen-te pelo território, a contagem do tempo faz-se com passada exclusiva. O relógio tem por

ali um compasso próprio es-culpido pelo afastamento dos bulícios da beira-mar e das terras apinhadas.

Os gestos, os sorrisos, os cumprimentos e até o sim-ples bom dia ou boa tarde têm aqui contornos especiais feitos a peito aberto de quem sabe que quem visita Al-coutim o não faz por acidente.

Não estamos e m t e r r a s d e

passagem, onde o incidental marca a chegada dos visitan-tes, quem vai a Alcoutim fá-lo com propósito e os alcoutene-

jos sabem-no e reconhecem--no no receber e no estar.

A gastronomia e a doça-ria feitas de tradições cente-nárias, passadas de mão em mão, com a oralidade como primado, chamam-nos a provar sabores serranos ca-racterísticos deste território de fronteira, onde as culturas algarvia e alentejana, portu-guesa e espanhola se cruza-ram outrora como hoje na criação de um conceito iden-titário raro a todos os níveis mas muito em particular no palato.

A vida feita em grande me-dida junto ao Guadiana mar-cou também a gastronomia local com o que um curso de água doce pode adicionar à

arte de bem comer, mas dei-xou também rasto na vida dos povos, fazendo das gentes ser-ranas, também, gentes do rio.

Este outro lado do Algarve, diverso e carregado de diver-sidade quer-se descoberto por quem procura em terras do sul muito mais do que sol e praia e areais enxameados de turismo, quer-se revelado na calma do tempo que cor-re sem sobressaltos e vivido como uma experiência única e muito particular.

Afinal o desafio é este, des-cobrir que há um Alcoutim único para cada um de nós.

fotos: ricardo claro

Existência milenar

Antas, menires, tholos e cistas megalíticas são os testemunhos de uma ocupação humana que se presume remontar ao Paleolítico Médio, mas foi a partir do Neolítico, entre 5 mil e 3 mil a.C., que os povos que escolheram as terras de Alcoutim para habitar desenvolveram estas construções que per-

duram até hoje.O grauvaque de que é feito

o Menir do Lavajo, o maior do género no país, merece ser apre-ciado enquanto memória viva de tempos imemoriais.

Logo a sul o sepulcro megalítico é outra das testemunhas de uma ancestral ocupação.

Muito para além dos monumentos a paisagem envolvente permite a experiência de uma visita his-tórica a par de um enquadramento de rara beleza natural.

Para os amantes destes monumentos que nos le-vam a viajar a outras eras, os tholos da Eira dos Pa-lheiros constituem mais uma prova do relevo que os povos do Calcolítico davam aos rituais funerários e

à preservação para a posteridade da memória dos respectivos ante-passados.

Uma história milenar que importa co-nhecer e entender enquanto património de um Algarve que acolheu outras gentes, outros tempos e outros modos, que são, aci-ma de tudo, a génese da identidade antropo-lógico-cultural dos algarvios.

Um continuum museológico Em Alcoutim, muito mais do que se poder visitar um

determinado museu, dedicado a determinada área do património cultural ou edificado do concelho, o visitan-te está perante a oportunidade de conhecer o concelho através de um roteiro de núcleos museológicos que constituem um verdadeiro continuum museológico.

Os núcleos museológicos do Pereiro, de Martim Longo, de Santa Justa, de Vaqueiros, a par do Núcleo Museológico de Arqueologia, situado no Castelo de Alcoutim, das ruínas do Montinho das Laranjeiras e

do Museu do Rio, situado em Guerreiros do Rio, per-mitem entender a forma de viver e a evolução do ser alcoutenejo.

A conservação do património edificado do concelho passa também por aqui com os núcelos a estarem alo-jados em imóveis que são parte da identidade edificada do concelho.

No seu todo os vários espaços museológicos consti-tuem um roteiro discursivo sobre a história das terras e das gentes do concelho nordestino.

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Panorâmica

A vila, altaneira do castelo até ao rioDo castelo até ao rio, Alcoutim faz-se em

socalcos de um casario branco que pontilha a paisagem numa visão de pequena cascata alva que reflecte o sol.

A fortificação que alberga o Núcleo Muse-ológico de Arqueologia reserva no interior o contraste entre a força bruta das paredes de-senhadas para resistir aos mais rudes golpes e o singelo verde de um espaço verde a convidar ao desfrute.

Das amuradas vê-se a espanhola Sanlúcar del Guadiana, a irmã do outro lado do rio, mas acima de tudo podem mirar-se o dese-nho entrecortado das ruelas características do centro histórico e a paisagem que adorna a vila, feita de relevo que parece desenhado desde sempre para acolher a povoação.

A igreja matriz apresenta-se ao

visitante sobranceira ao Cais do Rio e marca o momento alto das edificações de carácter religioso.

Há uma calma compassada que desafia o visitante a deixar-se levar até à linha de água, o jardim junto ao Guadiana apela ao estar e brinda o visitante com a frescura das águas correntes, deixando adivinhar no pensamento uma estrada até ao mar imenso do Atlântico.

Lugar de destaque para a Casa Baluarte e para a Casa dos Condes, exemplos do edifica-do de interesse patrimonial da vila.

Mas Alcoutim é principalmente a sua gente, o sorriso, o bem receber, a pacatez de quem sente o correr do relógio de forma diferente.

Sente-se junte ao rio com as copas do ar-voredo a garantir a sombra, usufrua do que o envolve e reaprenda a calma e a excelência do fruir.

No entretanto prove um almariado, o co-cktail criado para ser o néctar de Baco das ter-ras alcoutenejas.

Amarguinha, licor de figo, mel de Alcoutim e sumo de laranja são os segredos de uma bebida que se quer fresca no servir e no provar e mar-

cadamente algarvia na constituição e no paladar. Um segredo a desvendar numa visita à sede do concelho, ponto de par-tida de um passeio que sem qualquer

esforço se tornará inesquecível, porque Alcoutim marca a diferença num Algarve que se quer e deseja cada vez mais singular e recheado de paricularidades.

Via panorâmica

Há lá melhor roteiro do que entrar em Al-coutim pela porta grande.

A proposta é a de em pleno IC27 sair em direcção a Guerreiros do Rio e dar-se ao luxo de percorrer a velhinha estrada que ladeia o Guadiana.

Verdadeira via panorâmica esta via que ser-penteia o rio, cruza Guerreiros do Rio onde é obrigatória a paragem no Museu do Rio para conhecer as histórias de uma terra serrana liga-da às artes marítimas e no cais local onde um quiosque pede que nos sentemos deslumbra-dos com o marulhar da água doce que se faz em direcção à foz.

Há convites irrecusáveis e verdadeiramen-te irresistíveis, e há-os em Alcoutim em cada canto e recanto.

Há lá melhor razão para gozar o momento do que deixar a própria razão descansar por uns minutos e permitir ao coração tomar as rédeas do tempo, para simplesmente sentir.

Na praia entre a serraO Algarve é para muitos sol &

mar e a serra parece à primeira vis-ta pôr em causa a possibilidade de

usufruir de um areal convidativo.Desengane-se. Em Alcoutim

há areal, há praia e uma mui-to especial.

A Praia Fluvial da Ribeira de Cadavais está plantada numa

curva da serra mesmo à saída da sede de concelho.

A represa que aprisiona as águas a um nível que per-mite um espelho líquido de dimensões muito razo-áveis, convida a mergulhar

para combater o calor numa experiência única em toda a região.

A única praia de rio em todo o Algarve tem um parque de lazer que permite escolher entre o areal e a sombra das árvores, entre um jogo de vólei e um momento dedicado a um pique-nique, tudo a uma distância do centro da vila que se faz - e deve fazer - a pé, sem cansaços.

Diferente, calma, e desafiante aos sentidos de quem está apenas habituado a estender a toalha frente ao imenso azul do oceano.

Ir à praia por entre o som das cigarras a re-cordar o quente do Verão e o chilrear dos pás-saros escondidos nas encostas que ladeiam a praia fluvial de Alcoutim é coisa que apela ao pleno dos sentidos numa conjugação quase idossincrática, mas plena de subtilezas que se trazem na memória para recordar.

O bronze, esse ganha-se na mesma com um tom exclusivo dos raios de sol burilados pelo ar da serra e assim se aprende que há muito mais do que mar no que toca a idas à praia, há ir a Alcoutim experimentar a praia e ficar com vontade de sempre regressar.

A serra em estado líquido

Alcoutim é terra serrana, muito embora os alcoutenejos digam que vão à serra quando saem da vila para paragens situadas mais no interior do concelho.

Mas a serra talhada na crueza do sequeiro típico tem em Alcoutim a parti-cularidade de existir também sob a forma líquida. A serra em estado líquido é desenhada por vales recortados na paisagem, onde uma imensidão de linhas de água traçam a paisagem de forma perene e com uma beleza única e indizível.

Do grande Guadiana, à incontornável Ribeira do Vascão, passando pelas ri-beiras de Odeleite e de Cadavais, a água marca presença um pouco por todo o concelho. Os cursos de água ditam a existência de moinhos e azenhas e parques de lazer à beira de água capazes de deslumbar os visitantes e de responder aos anseios dos turistas em dias de calor.

Irresistível é uma viagem de barco pelo curso talhado do Guadiana em direcção a norte e com partida do cais de Aljezur. Atreva-se a conhecer a paisagem natural do maior curso de água do Algarve e deixe-se simples-mente deslumbrar.

Alcoutim

Martim Longo

Pereiro

Vaqueiros

Montinho das Laranjeiras

Guerreiros do Rio

Giões

Legenda: Concelho de Alcoutim

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10.05.2013 6 Cultura.Sul

“SHOW NICO”11 MAI | 21.30 | Teatro das Figuras - FaroNicolau Breyner apresenta um espectáculo de stand--up comedy intervalado com sketches humorísticos alusivos aos temas que o artista aborda

“TEJO-TIETÊ”10 MAI | 21.30 | Auditório Municipal de OlhãoA cantora lusa Susana Travassos e o brasileiro Chico Saraiva, compositor e violonista, carioca radicado em São Paulo, juntam-se no palco para oferecer um concerto de Música Portuguesa Brasileira

A promessa de um instante

A noite das mulheres cantoras, o último romance de Lídia Jorge, foi publicado depois de um interregno de quatro anos, tendo sido atribuídos à autora o Prémio da Latinidade, de Escritora Galega Universal, e o Dou-toramento Honoris Causa, pela Uni-versidade do Algarve. A sua escrita reflecte acerca de diversos aspectos sociais, sempre centrada nos proble-mas da actualidade, sem perder o bu-rilar lento e ritmado de uma lingua-gem poética, por oposição à arte que se consome fugazmente e não deixa sequelas. Este romance versa o poder do espectáculo e do mediatismo te-levisivo, designado como «império minuto», oferecendo um testemunho da condição humana, mas, principal-mente, da mulher, na qual a própria autora, por vezes, logra reflectir-se de forma autobiográfica. Solange de Ma-tos conduz a narrativa, desfiando o fio da intriga até chegar a um clímax já previsto e, tal como outras prota-gonistas que assombraram a escrita da autora, é uma personagem cândi-da, ingénua, com um olhar intocado sobre o mundo, lançada na rede do mal e das complexas relações huma-nas, mas conseguindo salvaguardar a sua integridade moral. Próximo do final da narrativa e depois de revela-do o desenlace não completamente imprevisto que contesta a perfeição de uma noite em que o grupo de mu-lheres cantoras apareceu na televisão, Solange disserta: «A credulidade é um estado de alma que não se adquire e raramente se perde. Quando se é vi-ciado nessa espécie de não prudência, ela se desfaz e logo se recompõe, per-sistindo sob a forma de uma natureza intrínseca.» (pp. 302-303). Esta jovem faz o seu ingresso na universidade e na grande cidade, no ano de 1988, data que coincide justamente com a publicação de A Costa dos Mur-múrios, vinda da província, onde a família recompôs a sua vida e o seu património, enquanto retornados. Na urbe lisboeta vê-se confrontada

com os subterfúgios e dissimulações de uma boa parte da natureza huma-na, retratada em Gisela Batista, que se assume como a líder deste grupo de mulheres que a recruta como letrista. Não sendo esta nenhuma compara-ção inédita, a nossa memória cultural pode remontar ao período de fama das Doce, que como muitas outras bandas dos anos 80, período de fre-nesim de criação artística, tiveram o seu apogeu e queda, muitas vezes de forma meteórica. A vida parece resu-mir-se a um instante tão repleto de promessa que raia a eternidade, con-densada num momento-chave em que tudo se resume: «Eu tinha a ideia de que aquela noite não era uma noi-te, era aquele momento circular e to-talitário de que falam as pessoas que uma vez estiveram à beira da morte e contam que, num ápice, reúnem numa só paisagem todos os pontos

altos da sua vida, tudo o que viram e experimentaram» (p. 302). O impé-rio minuto de Solange e dessa banda é não propriamente a noite perfeita em que reaparecem num espectáculo televisivo, duas décadas depois, para comemorar o seu único disco, mas também a falsa epifania de um grupo de pessoas, «os filhos da década», que atingiu um êxito, efémero, à custa de um incidente, constituindo uma me-táfora judicativa de todos aqueles que se consomem na busca do sucesso, ardendo como borboletas nas luzes e nos brilhos da ribalta a que toda uma geração parece aspirar, desde a déca-da de 80, mas mais ainda nos tempos de hoje: «O pequeníssimo mundo mi-nuto em que a Terra se transformou» (p. 299). Hoje, o egotismo tornou-se uma constante dos tempos modernos e, mais do que um sintoma, é consi-derado e defendido enquanto apaná-

gio da sociedade, numa geração em que todos criam os seus books foto-gráficos e mantêm páginas sociais ou blogs onde comentam as mais perfei-tas trivialidades, analisando-as como alguma passagem literária de grande projecção. Lídia Jorge traça o rastro da sociedade actual que vive para o imediatismo e efemeridade de um momento de fama, cujo início pos-sivelmente remonta ao boom cultu-ral e social da época em análise neste romance.

Solange mantém-se pura apesar do encantamento de estar enamorada, espelhando no seu comportamento uma tradição católica ru-ral, como quando rejei-ta mergulhar na piscina nua como os demais, naquele que é um dos episódios emblemáticos do romance, retratando a folia urbana e o hedonis-mo eufórico de um tempo em que se pode dar a volta ao mundo com «um cartão bancário» (p. 203), atitude e possibilidades que terão conduzido, em suma, à crise da actualidade. Essa liberti-nagem característica de uma sociedade capitalista, obce-cada com o prazer estético e com a fruição dos sentidos revela consequências drásticas em João de Lucena, que adoe-ce, e noutra personagem, que falece. De modo paradoxal, há um grande controlo exercido por Gisela Batista sobre as mulheres cantoras, através de dois instrumen-tos castradores e reveladores, o espe-lho e a balança, que permitem confir-mar se os membros desta girls band se esforçam ao máximo para atingir a perfeição daquilo a que se propõem enquanto artistas, além de que Gisela - apesar de hipocritamente manter uma relação sexual com um homem que diz ser seu pai - lhes exige casti-dade, para melhor se concentrarem, canalizando toda a sua energia para a sua performance: «sabemos que estamos a passar ao juramento de que nos manteremos concentradas, guardando a nossa libido dentro de um saco bem atado de modo a em-prestar essa força explosiva às nossas canções pop-swing» (p.183). Murilo Cardoso, o ex-amigo de Solange sur-ge como contraponto das suas novas relações: «só ele teria escapado à fe-bre de viver, e escutando as notícias

sobre o desconcerto do mundo que nos coubera em sorte, ouvia-o rir (...) Porque eu, ao contrário de vocês, pe-quenos lorpas, não vivo para mim.» (pp. 312-313).

Solange não é escritora mas ofere-ce o seu próprio relato, num romance de forte estrutura e densidade psico-lógica, transportando o leitor para o interior do seu sentir e do seu viver, numa escrita fluida como um rio, onde somos levados na corrente de consciência desta jovem e não sabe-mos mais do que ela própria pode descodificar. Um exemplo dessa

parcialidade na visão dos aconteci-mentos narrados, de que o leitor não tem posse absoluta, é a sexualidade duvidosa do namorado de Solange: «O brasileiro não desgrudava de João de Lucena - «Como você fica bem, meu bem. Aí encostado, com suas pestanas grandes, você agora é mes-mo uma boneca, Lucena, uma linda boneca, desde que está doente.» (p. 301). O que é notável é que o leitor só apreende os factos mediante a fo-calização toldada de Solange, que vê com o coração, num discurso cujas palavras cantadas e entoadas nunca revelam tudo o que indiciam. Toda-via, não deixa de ser premente o tom melancólico do «Epílogo - Para mais tarde». O romance fecha com o cair do pano sobre a solidão de uma per-sonagem desamada, que vinte anos antes sonhava pisar o palco do mun-do, compondo mentalmente letras que davam um sentido à vida.

Paulo SerraInvestigador da UAlgassociado ao CLEPUL

Especial Lídia Jorge

bruno portela

Agendar

d.r

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“A PORTADA”23 e 24 MAI | 21.30 | Centro Cultural de LagosUma peça cativante e engraçada da vida boémia em Londres no pós Segunda Guerra Mundial. A acção desenrola-se num bar dirigido por uma senhora des-confiada do mundo inteiro

“ENTRETANTO”18 MAI | 21.30 | TEMPO - Teatro Municipal de PortimãoMarco Rodrigues apresenta o seu segundo álbum, no qual dá voz às palavras escritas por Isabel Noronha, Inês Pedrosa ou Luísa Sobral, entre o fado tradicional e a sua forma progressiva de ver a tradiçãoAg

endar

Perspectiva e linhas de fuga

Na fotografia de Arquitectura a composição é um factor rele-vante e existem elementos que a tornam mais poderosa, são eles as linhas, especialmente as linhas de fuga que criam uma perspectiva. As linhas inclinadas em relação a um plano são designadas de li-nhas de fuga. Estas reproduzem o efeito de profundidade conver-gindo para um ponto distante, chamado de ponto de fuga.

Perspectiva significa “através de”, surgiu na renascença e era usada na pintura e na represen-

tação. Era um utensílio geomé-trico através do qual era repro-duzida a ilusão da realidade, mostrando objectos no espaço com dimensões e localizações correctas. A fotografia usa a perspectiva captando o jogo de volumes, reproduzindo a reali-dade tridimensional em superfí-cie bidimensional. Esta permite recriar a espacialidade arquitec-tónica congelando-a na imagem fotográfica.

Como na fotografia de arqui-tectura não conseguimos mover o edifício para enquadrá-lo na melhor composição e nem sem-pre captar o edifício no seu con-junto. Cabe ao fotógrafo procu-rar o melhor ângulo e encontrar a forma mais criativa de captar a estrutura. Caso necessário usar uma teleobjectiva, pois esta mi-nimiza o problema das linhas verticais convergentes e faz com que a câmara não necessite de

estar tão inclinada em relação ao assunto fotografado. Poderá também usar lentes especiais, tilt-shift, “olho de peixe”, que distorcem opticamente a capta-ção fotográfica, corrigindo e “en-direitando” as linhas, sem que o fotógrafo tenha de se afastar ou procurar outros ângulos.

No entanto, se pretende uma foto abstracta de arquitectura pode abusar dos ângulos, acen-tuá-los, reter um pormenor, cap-tar uma textura, fazer um zoom sobre uma pequena parte do edi-fício, suscitando interesse e dúvi-das ao observador. Este método (close-up) é muito usado, pois permite simplificar a composi-ção onde nem sempre é possível captar todo o edifício no enqua-dramento, eliminando pessoas, cabos, carros e elementos que interferem na fotografia.

Pegue na sua máquina e dê asas à sua imaginação.

d.r.

Espaço ALFA

Ana OliveiraMembro da ALFA

Momento

Passeiopor Portimão

Foto de Vítor Correia

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10.05.2013 8 Cultura.Sul

Acorda

A mãe Laurinda sai esbaforida, agarrando com força a amarrotada prova do seu desespero. Acelera o passo rua abaixo em direcção à casa da comadre, onde se refugia já lavada em lágrimas. ‘Eu sabia. Só que esta-va tão contente com o namoro dele com essa moça que ele conheceu lá na universidade. Eu queria acreditar que isso o ia agarrar à vida. Mas o raio do destino suicida dos Paiva já anda aí a pairar outra vez. Ela diz aqui na carta que também se vai matar com ele. Que desgraça Natália! Ele é já o único homem que me sobra da famí-lia, o que é que eu faço agora com o meu Alexandre?’

Acorda! Eh! Jovem! Já chegámos. O revisor teve de abanar-lhe o om-bro pela segunda vez e com mais força para o conseguir despertar. Se vão para sotavento têm de mudar de comboio aqui, e depressa. A preocu-pação do zeloso funcionário quan-to ao transbordo, era precisamente confirmada através da informação emitida pela voz que se espalhava no exterior da gare através do roufenho altifalante: Atenção senhores passa-geiros, o comboio que se encontra es-tacionado na linha nº 2, destina-se a Vila Real de Santo António e vai partir dentro de momentos.

A seguir à partida de Faro o com-boio começa por curvar uns noventa graus para a esquerda, fazendo com que do lado direito se apresente a ria recortada nos seus formosos ca-nais. Depois, passando o velho apea-deiro da antiga feira de S. Francisco, começam-se a vislumbrar as ilhas. A Deserta, e na outra margem da barra o imponente farol do Cabo de Santa Maria. Uma brisa morna de leste en-tra pelas janelas ao balanço da velha automotora. O suficiente para enlevar num sono solto qualquer passageiro que tivesse levado toda uma noite em viagem. De olhos fechados perdiam toda uma paisagem desconhecida e deslumbrante. Provavelmente Ale-xandre e Marisa não desejavam senão esquecer tudo o que lhes suscitasse beleza.

‘Desgraçado! Para onde julgas tu que levas a minha filha?’ O pai de Marisa ameaça-o de morte com uma pistola. ‘Isso! Faça-o! Dispare agora! Acabe com isto de vez. Vá.’ propõe Alexandre.

Acorda, devido a uma brusca para-gem antes do apeadeiro de Fuseta-A, não lhe permitindo a continuação do

pesadelo. Passados alguns minutos chegam finalmente ao destino que o dinheiro disponível tinha propor-cionado no dia anterior, quando se tinham metido num comboio rumo ao sul - mítico lugar de todas as fugas. Mas as estátuas de bronze que ali se exibem no largo em frente à estação, em que um homem e uma mulher se despedem acenando um ao outro, re-lembrou-os ao que vinham.

Convencem um agricultor ali para-do numa carrinha de caixa aberta, a levá-los de boleia para qualquer sítio fora da cidade. Apesar da resistência inicial o homem lá acabou por ceder. Mas tinham de ir deitados atrás.

O trajecto foi curto, mas deu para reparar que nunca tinham visto um céu assim tão azul e luminoso. Talvez porque nunca tinham estado num ponto tão a sul nas suas curtas vidas. Sentiam-se confortáveis debaixo da-quele sol quente e acolhedor.

Ficaram num cruzamento. Esco-lheram o lado da estrada com mais árvores. O objectivo era encontrar um lugar recôndito para pernoitar. Ajei-tando o chapéu de xadrez, o bom do homem desejou-lhes boas férias sem supor quais as intenções do jovem casal. Ignorava, as cordas verdes de nylon grosso bem enroladas dentro dos bolsos das mochilas, já prontas a serem laçadas numa árvore à sua medida.

Enfiaram por um caminho de terra batida ladeado por cactos que osten-tavam estranhos frutos, e que mais à frente desembocaria numa pequena

praia, à beira ria. Este primeiro em-bate com tal inesperada beleza natu-ral valeu-lhes como recompensa um sorriso mútuo, nas faces soturnas dos últimos dias. Sentaram-se na areia, deliciados com aquela temperatura de fim de tarde a que não estavam

habituados. A viagem até ali fora longa e cansativa. Parecia-lhes mes-mo que estavam num lugar muito mais longínquo do que aquele que na realidade correspondia à distância percorrida.

As sempre acolhedoras cores quen-tes do pôr-do-sol ajudaram a dar um toque romântico ao momento. Algo que sempre acontece lá no fun-do dos olhos, mesmo daqueles que parecem querer evitar esse tipo de sensações demasiado fotografadas.

Ao anoitecer acenderam um peque-no fogo, comeram um naco de pão com queijo e beberam a garrafa de vinho tinto que restara da viagem. À sobremesa fumaram um cigarro de erva que os reconfortou. Ficaram por ali encostados, abraçados, olhando o

céu até que adormeceram algo ines-peradamente, dado que iam dormir juntos pela última vez neste mundo, tal como o tinham conhecido. Pela madrugada bem cedo mesmo antes do sol raiar para um novo dia crescer, o seu desígnio teria desenlace.

Uma enlutada Laurinda chora co-piosamente sobre um pálido mas efusivo Alexandre que deitado no chão, com os olhos muito esbuga-lhados, lhe diz que está vivo, ‘Estou vivo mãeeee…’

Acorda, transpirado e com uma sensação de falta de ar. Depois ouviu o barulho rouco do motor de uma pequena traineira que passava na ria. Quando já estava mais calmo, olhou para aquela criatura a seu lado, admi-rando a beleza do seu rosto ao luar,

num sono inexplicavelmente tran-quilo, para quem queria pôr termo à vida no dia seguinte. E aí, de repente, não conseguia perceber como a po-deria ter convencido a ficar sem ela, só porque a amava e alguém não os queria ver juntos. Sentiu-se culpado ao pensar que a levara a embarcar naquela loucura. Pôs a hipótese de se suicidar sozinho mas achou que iria desapontá-la, traí-la. Sentia-se tão atordoado que não conseguia matu-tar noutra solução. Ainda era muito cedo mas já havia alguma claridade. Esperou ansiosamente que Marisa acordasse, considerando que a ia de-cepcionar com a sua súbita mudança de plano, assim da noite para o dia, indo no sentido de quebrar o quase pacto de amor e morte. Ela sorriu as-sim que abriu os olhos.

Marisa?! Tenho estado para aqui a pensar. Não sei se…

Mas eu sei… sonhei que… percebe-mos tudo mal. Se me amas como eu a ti, não devemos morrer por isso. E eu só te conheço há tão pouco. Nós não merecemos, Alex. Não fizemos mal a ninguém. Devemos sim é tentar viver o nosso amor.

Nessa manhã de Verão ainda sem o ser, foi-lhes revelado um esplendor de vida até então por eles desconheci-do, tipo um alento para a renovação do ser - sentimento que a proximi-dade do solstício traz muitas vezes. Descobriram-se felizes quando não era o que procuravam. Banharam-se nas águas tépidas da ria. Um sorriso natural emergia nos seus lábios. Ja-mais tinham experimentado um dia tão cheio de serena beleza.

Um pescador que por ali andava ofereceu-lhes um peixe que assaram para o almoço. Aquela simples refei-ção soube-lhes tão bem como se fosse a última. Ficaram à sombra a descan-sar. Amaram-se como se o amanhã não existisse, pelo menos para eles. Lá adiante, para este, uma igreja ergue--se numa rocha atrás duma muralha branca de cal, virando para poente a sua grande porta verde. Atrás dela um catavento rodava muito lentamente, a espaços. Para norte destaca-se uma cruz no alto de uma capela deixando adivinhar um pequeno cemitério.

Ainda assim, apesar de toda a feli-cidade por ora conquistada, há coisas que por mais que queiramos não se podem deixar de fazer, porque estão forçosamente destinadas a acontecer. Olharam-se e tiveram a mesma ideia lida no pensamento um do outro. A corda! Levantaram-se de repente, e ao mesmo tempo dirigiram-se para as mochilas. Cada um deles prendeu a sua à volta dos troncos de duas ár-vores próximas uma da outra. Depois esticaram-nas. Assim podiam pendu-rar a roupa que traziam vestida nos últimos dias e que já precisava de ser lavada. Deitaram-se nus ao sol, à es-pera que secasse.

Pedro [email protected]

Contos de Primavera na Ria Formosa

d.r.

d.r.

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10.05.2013  9Cultura.Sul

Literatura: uma macieira que dá laranjas

Imaginem uma história com apenas sete palavras: “Quando acordou o di-nossauro ainda estava lá”. Este emble-mático e glosadíssimo texto, intitulado “O Dinossauro”, foi criado pelo guate-malteco Augusto Monterroso, que, em 1989, explicava assim como se alcança uma escrita tão económica: “Rasuran-do. […] Júlio César inventou o telégra-fo dois mil anos antes de Morse com a

sua frase: ‘Vim, vi, venci’. E é certo que a escreveu assim por razões literárias de ritmo. Na realidade, as duas primeiras palavras sobram; mas César conhecia o seu ofício de escritor e não prescindiu delas em nome do ritmo e da elegância da frase. Nisto da concisão não se trata apenas de cortar palavras. Há que dei-xar as indispensáveis para que a men-sagem, além de ter sentido, soe bem”.

O título deste artigo dá-nos outro exemplo de micronarrativa singular, da autoria de Rui Manuel Amaral. Am-bos os textos vêm abalar e questionar as nossas visões convencionais e os câ-nones oficiais ligados ao que entende-mos por Literatura e, neste caso, pelo género “conto”. Não só pela evidente brevidade das duas histórias, mas so-bretudo pela panóplia de efeitos que a sua estrutura provoca imediatamen-te no leitor: inquietação, perplexidade, incompreensão e, consequentemente,

necessidade de desconstrução de nor-mas preestabelecidas, de releitura(s) e de uma maior “ginástica” imaginativa que exige a convocação de um back-ground metafórico plural e alargado e a associação de elementos de universos díspares – no fundo, a capacidade de ler nas entrelinhas (tão preciosa e urgente nos dias que correm).

O poeta alemão Heinrich Heine afir-mou um dia: “Não fui breve porque não tive tempo”. Apesar de muitas vezes se associar textos curtos a ideias como superficialidade, simplismo re-dutor, preguiça mental ou incapacida-de criativa, o recurso à brevidade exige claramente “transpiração”, constituin-do um desafio muito estimulante para os autores (ao nível da criatividade, ori-ginalidade e destreza linguística), mas também para os leitores, visto que a mensagem se encontra geralmente

subentendida/sugerida, elíptica, vaga e até paradoxal. Abrem-se assim diversas possibilidades a nível da descodificação do(s) sentido(s) do texto, conferindo à leitura uma estimulante imprevisibili-dade em termos de horizonte de expec-tativa. Gonçalo M. Tavares recorda-nos precisamente o ofício mais difícil: “tra-balhar para que o texto seja cada vez mais pequeno e forte. Ganhar força à medida que perde palavras. […] Assim fica mais espaço para o leitor”.

Não será esta escrita experimental e depurada uma estratégia atractiva para combater a iliteracia e promover a leitura (como acontece em Espanha e no continente americano)? Podem ler-se facilmente várias histórias nos transportes públicos ou partilhá-las por telemóvel ou na internet (via email ou redes sociais).

Digitem “nanoescritas antologia” no Google e desfrutem!

roberto soares

Patrimónios locais, riqueza regional

Não sendo natural do Algarve, sem-pre me foi “estranha”, pela positiva, a tão clara e óbvia delimitação regio-nal do Algarve. Mais me surpreendia o consenso de quem é algarvio. Não existem dúvidas ou hesitações como frequentemente acontece a quem é do “centro”, do Norte e até do Alentejo.

São sobejamente conhecidas as ra-zões históricas, culturais e até naturais porque sucede. Erradamente ou não, todos identificam claramente o Al-garve, a região e os estereótipos a ela associados.

Desde cedo nos foram inculcados as “típicas chaminés”, as açoteias, as casas brancas, os frutos secos, a praia e os citrinos como imagens distintivas

do Algarve. Mas são estes os elementos caracte-

rizadores e definidores da identidade da Região? Certamente que alguns deles o serão, goste-se ou não… Mas muitos outros existem, ainda um pou-co na sombra, à espera que alguém lhes aporte a luz necessária. Falo ob-viamente do património. Ou melhor dizendo: dos patrimónios.

Segundo a vox populi “o Algarve é pobre em património”. É o senso co-mum que impera, mas um olhar mais atento basta para constatarmos que tal não corresponde à realidade. Se olharmos apenas para o património monumental não será, de facto, a re-gião mais “abastada”, mas a relativa modéstia de património edificado é sobejamente compensado pela rique-za dos mais diversos testemunhos e patrimónios que a ocupação por di-ferentes povos com distintas culturas aqui semearam por vários milénios.

Sempre me fascinou a riqueza, di-versidade e autenticidade do patrimó-nio que subsiste, existe e ainda resiste no Algarve, desde a Pré-história até aos nossos dias. A multiplicidade de patri-mónio histórico, material e imaterial, passando pelo natural que encontra-mos na globalidade da região é uma riqueza ímpar, e um activo que urge valorizar.

A nível local, as entidades, sobretu-do as autarquias, esforçam-se (e muito bem) por promover os seus patrimó-nios, junto da população em geral e escolar em particular e, sobretudo, junto dos visitantes, procurando dar a conhecer a SUA história, as SUAS tradições, a SUA cultura no fundo: o seu património.

Mas será que são apenas SEUS? São de facto, mas são-no sobretudo NOSSOS, de toda a região. São partes importantes, cada uma com as suas características distintivas, mas indis-sociáveis do todo. Entender a sua exis-tência como isolada retira-lhe grande parte do seu sentido.

Este trabalho e esforço de cada uma

das partes deve, sem dúvida, continuar e persistir, mas é imperativo apostar numa promoção regional integrada: promoção dos patrimónios regionais complementada pelos diversos patri-mónios locais e vice-versa.

Por que razão não é comum (salvo algumas honrosas excepções e inicia-tivas pontuais) na visita a um qual-quer ponto de interesse patrimonial em qualquer município do Algarve, ter ao nosso dispor um conjunto de informação coerente sobre outros pa-trimónios, fora do limite geográfico do concelho, que possam ser do nosso interesse?

Estas sugestões poderiam e deve-riam assentar em diversos canais de informação, começando pelo con-tacto estabelecido geralmente pelos agentes que directamente lidam com o público.

Para tal é imperiosa a sensibilização e formação desses agentes, pois aca-

bam por ser as principais e primeiras fontes de informação a quem o visi-tante de qualquer espaço cultural re-corre. Esta abordagem directa deverá ser suportada por publicações em pa-pel, pois, goste-se ou não, continua a ser o mais apreciado como fonte de informação mas, sobretudo, como re-cordação… Mas não menos importan-te é o complementar destes dois com novas tecnologias de informação, que nos oferecem cada vez mais um con-junto de soluções muito interessantes que, de forma instantânea e de baixo custo, permitem um melhoramento contínuo da divulgação, compreensão e exploração dos nossos patrimónios.

É necessário olhar, pensar e desen-volver soluções, ofertas e possibilida-des para além das rotas pré-definidas, cujo estaticismo limita frequentemente a plena fruição por parte do visitante.

Cada vez mais o paradigma da in-formação prestada e acessível deve passar pela qualidade, diversidade e capacidade de entrecruzamento de interesses. É necessário facultar ao vi-sitante e ao residente a informação. Mas é de primordial importância permitir que este a seleccione, filtre, ordene e organize de acordo com a sua vontade e interesses. Relembran-do o célebre provérbio: não se deve dar apenas o peixe para comer, mas sim dar as ferramentas necessárias para pescar.

Para tal é necessário sair da política “das capelinhas”, promovendo, divul-gando, valorizando, repromovendo os nossos patrimónios como um todo, de forma sistemática, coordenada e integrada entre todos os agentes in-tervenientes. Um pouco como acon-tece com as nossas praias, é na beleza, mas principalmente na diversidade, que reside a nossa riqueza. É na ca-pacidade e possibilidade de surpreen-der sempre quem nos visita com algo novo, sempre com algo mais que vá de encontro aos seus anseios.

É tempo de deixar quem nos visi-ta com “água na boca”, com vonta-de de conhecer mais e com a certeza que tem à sua disposição os meios e recursos para o fazer. É nossa missão transmitir, de forma inovadora e inte-grada, que temos muito, muito mais para conhecer… As praias são só a ponta do iceberg!

É tempo das diversas entidades lo-cais e regionais se juntarem.

Os recursos existem, a matéria-pri-ma é de qualidade. Haja então von-tade de todos os intervenientes para, juntos, criarem sinergias para transmi-tirem e valorizarem de forma coeren-te, sistemática e inovadora a riqueza ímpar de uma região. No fundo, a sua identidade e a sua personalidade.

Só assim podemos aspirar a ter um Algarve verdadeiramente rico!

Fascínios e labirintos da escrita breve

Espaço ao Património Sala de leitura

ana ramos

António PereiraTécnico superior de História

Paulo PiresProgramador do Departamento So-ciocultural do Município de Silves

[email protected]

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10.05.2013 10 Cultura.Sul

Contra o estertor

As duas últimas décadas trouxeram um incremento notável no número de equi-pamentos culturais, estruturas de produção artística, núme-ro de profissionais dedicados à área cultural e oportunida-

des para a formação nas artes. Foram dados passos grandes e rápidos na construção duma estrutura que começava a ver provada a sua razão de existir na medida em que iam sendo criados os conteúdos que lhe conferiam sentido.

Tratou-se sem qualquer dú-vida dum avanço civilizacional admirável, aquele em que aos criadores nacionais são dadas as condições para desenvolve-rem os seus projetos nos no-vos espaços entretanto criados e às populações é assegurado o acesso a criações artísticas de qualidade.

E de repente a crise. Teatros que se esvaziam da

sua lógica de serviço público e que a custo e a frio se adaptam à nova conjuntura, apresen-tando uma programação onde a um espetáculo que persegue apenas uma lógica comercial se segue outro de igual lógica, apenas pontualmente cortada por algum projeto que escapa à doutrina da rentabilidade económica. Embora saibamos

que a cultura e a arte são bens transacionáveis, tomarmos as pessoas como público consu-midor é reduzirmos esses bens a uma dimensão unívoca e li-mitarmos a atividade do pú-blico a um ato de consumo.

Não devem subsistir dúvidas de que a crise subtrai e a falta de investimento nas artes nos torna a todos mais pobres. To-davia, tem que ser contrariado o triste espetáculo do estertor dos teatros municipais. Com a atividade fortemente condi-cionada devido aos escassíssi-mos recursos financeiros dis-poníveis para o desenho duma programação de qualidade, o

caminho com que nos depara-mos é agora outro e é à ener-gia criativa das pessoas que devemos retornar, protago-nizando um novo paradigma de criação e produção que não dependa em tão larga medida de fatores económicos.

A crise esbate-se quando aos teatros se permitem ou-tras lógicas que não as mera-mente económicas e se convo-cam os amadores, os jovens, os desempregados, as famílias para colocarem em prática as incríveis possibilidades de re-lacionamento que estruturas como os teatros municipais podem ter com a massa viva de pessoas e acontecimentos que existem em seu redor.

É às populações que os te-atros pertencem; abram-se--lhe as portas para o encon-tro, para a experimentação, para a aprendizagem em conjunto, para a discussão, para a espontaneidade. A crise combate-se quando se prova o sentido e a pertinência dos teatros.

Escassos recursos financeiros condicionam teatros

Teatro Municipal de Faro Programação: www.teatromunicipaldefaro.pt

11 MAI | Show Nico, com Nicolau Breyner (teatro/música), 21.30 horas, duração 1h20,preço: 12 € e 15 €15 MAI | Visitas Encenadas – Atrás do Pano III, Os Cantos Confidenciais, 10, 11.15 e 14.30 horas, duração 1h, preço: 3 €18 MAI | Do Pecado ao Divino (dança), 21.30 horas, duração: 1h45, preço: 7 €25 MAI | Oscar’s & Grammy’s, Festival de Hip Hop Dance, 21.30 horas, duração: 2h, preço: 6 €

Cine-Teatro LouletanoProgramação: http://cineteatro.cm-loule.pt

11 MAI | Al-Buhera canta Amália, Alain Oulman e Ricardo Valério, 21.30 horas, preço: 6 €16 MAI | “Conversas à 5.ª”, com Toca Tintas (ciclo), 21 horas, duração: 1h10, entrada livre17 MAI | III Mostra de Teatro Escolar, 21.30 horas, duração: 1h10, preço: 5 €18 MAI | “A Lenda de Cássima e o Canto das Mouras” (teatro), 15.30 horas, duração:50 minutos, preço: 3 €23 MAI | “Rafa”, “Arena” e “Cerro Negro”, três curtas metragens de João Salavisa (cinema),21 horas, duração: 1h10, preço: 3€24 MAI | III Mostra de Teatro Escolar, 21.30 horas, duração: 1h10, preço: 5 €

AMO - Auditório Municipal de Olhão Programação: www.cm-olhao.pt/auditorio

11MAI | Galo Gordo (música infantil), 16 horas, duração: 1h, preço: 9 €De 11 MAI até 13 JUN | Exposição de Pedro Marques e Pedro Botelho (escultura), entrada livre15 MAI | II Teatr’ão, 21.30 horas, duração: 2h, preço: 3 € até aos 30 anos, 4 € 22 MAI | O Testamento (teatro), 21.30 horas, preço: 3 € até aos 30 anos, 7 € 25 MAI | Lar Doce Lar, com Maria Rueff e Joaquim Monchique (teatro), 21.30 horas, duração:1h45, preço: 12.5 € (balcão), 15 € (plateia)

TEMPO - Teatro Municipal de PortimãoProgramação: www.teatromunicipaldeportimao.pt

10 MAI | “Cinemas às 6.ªS – Holy Motors”, de Leo Carax, 21.30 horas, duração: 1h55, preço: 3 €18 MAI | Marco Rodrigues (música), 21.30 horas, duração: 1h10, preço: 10 e 12 €24 MAI | “Cinemas às 6.ªS – Autobiografia de Nicolae Ceausescu”, de Andrei Ujica, 21.30 horas, duração: 3h, preço: 3 €

Aqui há espectáculo

João CarroloProgramador do TeatroMunicipal de Faro

Um projecto da companhia Ao Luar Teatro que visa levar teatro numa car-roça às feiras e mercados medievais, inspirados no espírito saltimbanco das Companhias Itinerantes, recuperamos

a nossa tradição oral através do teatro, reforçando o elo que une a nossa identi-dade cultural com a arte de representar, de fazer música e de entreter, ao vivo e em qualquer lugar.

Dest

aque 18 MAI | “A Lenda de Cássima e o Canto das Mouras” (teatro), 15.30 horas, duração:

50 minutos, preço: 3 €

Show Nico é um espectáculo de stand-up intervalado com sketches humorísticos alu-sivos aos temas que Nicolau aborda. Pelo meio, Nicolau canta e encanta acompanha-do de uma magnífica banda ao vivo e veste a pele de vários personagens satiricamente

criados para retratar algumas temáticas.E com o optimismo que lhe é próprio,

Nicolau vai fazer as pessoas perceberem que todas as crises têm um lado positivo.

Resumindo, Show Nico é um belo espe-táculo para rir muito e bem dispor.

Dest

aque 11 MAI | Show Nico, com Nicolau Breyner (teatro/música), 21.30 horas, duração 1h20,

preço: 12 € e 15 €

Ao longo de vários meses, Maria Rueff e Joa-quim Monchique esgotaram sessões e fizeram rir milhares de espectadores com as atribula-

ções do (inconfessável) dia-a-dia da residência Antúrios Dourados para Seniores de Qualida-de. Não vai querer perder, pois não?

Dest

aque 25 MAI | Lar Doce Lar, com Maria Rueff e Joaquim Monchique (teatro), 21.30 horas,

duração: 1h30, preço: 12.5 € (balcão), 15 € (plateia)

d.r.

Em EntreTanto, Marco Rodrigues expõe, com intensidade e paixão, a demanda pela profundidade da sua identidade artística e a sua constante busca pelas várias ramifi-cações do fado.

São muitos os tons do fado. E são muitos os cantos escondidos dentro da tradição

fadista. Em EntreTanto assiste-se à procu-ra por todas as soluções que o fado pode ter, com o universo feminino presente no grande olhar.

Palavras escritas no feminino por di-versos autores, a não perder em forma de Música.

Dest

aque 18 MAI | Marco Rodrigues (música), 21.30 horas, duração: 1h10, preço: 10 e 12 €

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10.05.2013  11Cultura.Sul

Carlos Campaniço ganhou o Prémio Literário Cidade de Almada 2012

O último Campaniço

Acredito que vai chegar o dia em que usaremos uma si-nédoque e diremos: «Já leste o último Campaniço?», queren-do designar os livros de Carlos Campaniço, um escritor que, discretamente, se está a impor nas letras nacionais.

Algarvio por adoção e pai-xão (aqui estudou Línguas e Literaturas Modernas, na Uni-versidade do Algarve, aqui ca-sou, aqui teve uma filha e aqui trabalha) e alentejano de nas-cença e coração (natural de Safara, concelho de Moura), iniciou-se na ficção com Moli-nos, em 2007, seguiu-se A ilha das duas primaveras, em 2009, e agora, em 2013, publica Os demónios de Álvaro Cobra, livro que merecidamente ga-nhou o Prémio Literário Cida-de de Almada 2012.

Medinas

«Medinas era uma aldeia como tantas outras no Alen-tejo remoto dos finais do séc. XIX», lemos, na p.85, contras-tando esta naturalidade apa-rente com as particularidades da terra e dos seus moradores, especialmente as da família Cobra: Álvaro, o protagonista, tem uma força sobrenatural e vive quase em comunhão com o universo (em criança, tinha dores de cabeça por sentir os movimentos de rotação da Terra) e a natureza (compreen-de o pensamento de animais, tem uma cadela que fala e um melro que canta a horas cer-tas); morre duas vezes e duas vezes ressuscita, e tem conver-sas com o pai já morto. A mãe, Maria Braz, tem duas mãos desiguais: uma enorme, com muita força, com a qual faz os

trabalhos pesados do campo e da lida da casa, e outra delica-da, com a qual borda, costura e faz trabalhos finos. A irmã, Branca Mariana, vive numa cama, com uma febre tal que chega a pegar fogo ao colchão; a água, quando lhe toca a pele, evapora-se. A bisavó, Lourença, festeja 150 anos de vida. O fi-lho, Vicente, é delicado como a mãe (uma jovem cigana), mas de ideias fixas e arrebata-do como o pai.

A própria terra é especial, pois conseguiu, ao longo de séculos, manter-se um espaço de coexistência de descenden-tes dos fundadores, oriundos de culturas e religiões que, historicamente, não têm con-seguido viver pacificamen-te. De uma forma discreta e bem inserida no que nos quer contar, Carlos Campaniço en-riquece a narrativa com por-menores das culturas árabe e judaica (em parte, fruto do seu conhecimento adquirido no mestrado que realizou na

Universidade do Algarve – que agora, reformulado, se chama Mestrado em Portugal Islâmi-co e o Mediterrâneo), quer no

texto, quer em pequenas e não intrusivas notas de rodapé. Por exemplo, quando relata a len-da da fundação de Medinas, remontando a D. Dinis, diz que foi desenhada por um árabe, com o apoio de, e para nela viverem, outros árabes, com cristãos e judeus: «Sonha-ram com uma cidade de paz, como em tempos haviam ouvi-do falar de uma Córdova mou-risca, onde judeus, muçulma-nos e cristãos, cada um à sua maneira, viviam como iguais e livres. Madinat foi o arabis-mo escolhido para baptizar seis casas pobres num vale prenhe de estevas e sargaços, para representar a dimensão do seu sonho»; depois, uma nota a Madinat explica que a palavra é um «Nome árabe que designa cidade» (p.88).

Suspense discreto: o futuro do pretérito

Este é um livro discreto e subtil. Não no tema ou no de-

senho das personagens, mas do ponto de vista da criação. Carlos Campaniço usa com mestria os tempos verbais

colocando-os ao serviço da narrativa: paulatinamente, o alternar de tempos e mo-dos vai formando um ritmo. Por exemplo, ao intercalar o modo condicional no meio de imperfeitos, perfeitos e mais--que-perfeitos do indicativo ou do conjuntivo, cria a ex-pectativa de acontecimentos futuros, que nos trazem algu-ma tranquilidade (ou intran-quilidade) na leitura, como se pequenas janelas se fossem entreabrindo no texto, sem nos revelarem se o que é dito terá consequências na trama («Menéndez, um ci-gano espanhol que apare-cia em Medinas para ven-der remédios haveria de decifrar mais tarde a Álvaro que aquela auscultação sobre-natural da voz dos animais só estava ao alcance de homens predestinados a tornarem-se santos», p. 81) ou se nos está a preparar para o desenlace que se avizinha («Uma manhã, quando Maria Braz acordou e

viu Rajpur de partida, montado no seu comboio de mulas, teve o pressentimento de que Medi-nas haveria por acabar de su-

cumbir pela causa natural dos vícios humanos», p. 99). Num crescendo uso do condicional (também chamado, certeira-mente, de «futuro do pretéri-to») e do conjuntivo, toda uma página é construída sobre hi-póteses sucessivas, começando com «Se», mas que resultarão num «se» irreal (p. 219).

Ambientes

Numa aldeia perdida no Alentejo, onde não chegam ecos de quase nada do que se passa no mundo, Campaniço recria o ambiente de uma ter-ra sossegada, sem extremismos religiosos ou políticos, visitada por personagens que a animam de tempos a tempos, com algu-ma regularidade: uma madame e as suas afilhadas, protegidas por um exótico indiano, que monta uma tenda para amo-res pagos; um cigano que ven-de torrão; um outro que vende mezinhas e curas; um anarquis-ta que ensina a ler as crianças e conta histórias.

Mas o ambiente é também criado pela natureza que en-volve a aldeia e que é, por ve-zes, personificada e descrita com uma grande beleza de linguagem: «o vento quente,

sempre quente, fervido nas noites de Verão, assomava a todas as portas farejando as gentes, subindo as camas, descendo as ruas, voltando-se de repente para apanhar os in-cautos, salivando o seu furor indómito, a sua raiva de gente, o seu orgulho sazonal: entra-va na casa dos ricos, na boca das crianças, nos pulmões es-tafados dos agricultores, nas ventas dos bichos, nas camisas dos homens» (p. 87).

O texto tem de momentos alegres, jocosos, que o tornam muito agradável de ler e que nos ajudam, por momentos, a esquecer a descrição da vio-lência constante da vida; há também ternura por aquelas pessoas, que sobrevivem na pobreza: «Medinas não deixa-ra nunca de ser uma terra po-bre, onde se lavavam as caras pelas manhãs com as lágrimas das noites» (p.170).

As últimas palavras do livro resumem-no, com simplicida-de e intensidade: «sobrará na história um recado humano, de que a alma tem limites para o sofrimento».

Carlos Campaniço cons-trói um livro que se imprime na alma e do qual não é fácil desligar.

d.r.

Da minha biblioteca

Adriana NogueiraClassicistaProfessora da Univ. do [email protected]

“O GALO GORDO - ESTE DIA VALE A PENA”11 MAI | 16.00 | Auditório Municipal de OlhãoEspectáculo musical infantil, com Inês Pupo e Gonça-lo Pratas, que promete muita alegria em palco

“A CAMINHO DA DANÇA”16, 17 e 18 MAI | 19.30 | Centro Cultural de LagosApresentação das diversas coreografias trabalhadas durante o ano lectivo 2012/13, interpretadas pelos alunos e professores da Escola de Dança de Lagos

Agendar

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10.05.2013 12 Cultura.Sul

Nos séculos XV e XVI, os territórios do Sudoeste penin-sular entre Sanlúcar de Barra-meda (Cádiz) e o Cabo de São Vicente assumem um papel preponderante nas viagens de exploração protagonizadas pelas nações ibéricas. O inves-timento feito pelos poderes de então em infraestruturas e equipamentos, e o particular envolvimento dos mareantes algarvios e andaluzes, deixa-ram marcas profundas no le-gado cultural desses territórios e propiciaram vínculos cultu-rais, evidentes no património edificado e imaterial das co-munidades, que assume hoje em dia um enorme potencial turístico.

Nesta perspetiva, e sob ini-ciativa da sevilhana Fundación Nao Victoria, foi criada uma parceria entre esta, o Turismo do Algarve, a Direção Regional de Cultura do Algarve, a Dipu-tación de Sevilha/Prodetur, a Promosagres e os municípios de Vila do Bispo, Lagos, Palos de La Frontera e Sanlúcar de

Barrameda, beneficiando de uma candidatura a fundos eu-ropeus através do Programa de Cooperação Transfronteiriça Espanha – Portugal / POCTEP, 2017-2013.

Particularmente no Algarve, o cluster do Turismo / Cultura / Lazer precisava desta aposta de desenvolvimento por par-te de parceiros essenciais, im-plicando entidades públicas e privadas, na criação e dinami-zação de uma Rota Europeia dos Descobrimentos / DESCU-BRITER.

Com impacte, direto e in-direto, no crescimento eco-nómico, na competitividade, no emprego e no desenvolvi-mento sustentável das regiões abarcadas pelo projeto (Algar-ve e Andaluzia Ocidental), este procura dar impulso a uma aposta no potencial turístico e cultural do legado da Era dos Descobrimentos.

Nestes territórios fortemente marcados pelo segmento turís-tico do sol e praia como atual motor de desenvolvimento,

mas cuja sustentabilidade cada vez mais se questiona, a im-portância e transversalidade da área da Cultura configuram um complemento indispensá-vel à afirmação da identidade e da qualidade, ambicionando

abrir uma perspetiva de futuro, em que o legado cultural con-tribua para a diversificação da base económica e para a coesão social e a inovação.

O filão do legado cultural dos Descobrimentos ibéricos permi-te estabelecer uma plataforma temática ligando o Turismo e a Cultura, de enorme importân-cia para melhorar a capacidade empreendedora e gerar empre-

go na região, possibilitando a criação de novos produtos tu-rísticos com valor acrescentado associados ao património e um aumento de escala na oferta de produtos específicos.

Os parceiros envolvidos con-cretizaram já diversas ações de sensibilização, com destaque para as travessias de promoção a bordo da Nau Victoria (réplica fiel da nau em que Magalhães

e Elcano realizaram a primeira viagem de circum-navegação), percorrendo os portos de Se-vilha, Lisboa, Sagres, Málaga e Valência, e marcando presença na última Bolsa de Turismo de Lisboa.

A criação de um Portal dos Descobrimentos na internet, a realização de um vídeo promo-cional, a realização de jornadas transfronteiriças de divulgação da história e das tradições gas-tronómicas dos Descobrimen-tos, a capacitação dos agen-tes envolvidos, constituem primeiros passos na dese-jável consolidação de uma rota cultural que propicia a qualificação e diversificação da oferta turística destes ter-ritórios através da valoriza-ção e promoção conjunta do legado cultural dos Descobri-mentos.

Direção Regional de Cultura do Algarve

DESCUBRITER: no Trilho dos DescobrimentosEspaço cultura

Nos territórios do Al-garve e da AndaluziaOcidental, fortemen-te marcados pelo segmento turístico do sol e praia como motor de desenvol-vimento de questio-nável sustentabili-dade, a importância e transversalidade da área da Cultu-ra configuram um complemento indis-pensável à afirma-ção da identidade e da qualidade

d.r.