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PÓS-GRADUAÇÃO MBA - DIREITO IMOBILIÁRIO
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Prof. Marcus Vinicius Kikunaga
TURMAS 14 e 04 (on-line)
13/09/2018
INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL.
Testamento: o sistema prefere que a sucessão ocorre através do
testamento, pois neste já está determinado a forma de partilha (negócio
jurídico unilateral não receptício.
Morte = abre-se a sucessão;
Civil;
Regime Jurídico adotado
Tributário.
(Art. 110 CTN)
Legitima: adota critério que é o afetivo, por isso as pessoas acham
desnecessário fazer testamento. A partilha de bens tem que ser analisada
em dois aspectos: a) extrínseco = analise por documento (ex. valor venal);
b) intrínseco = analisa a qualidade do bem, apurando o valor de mercado
há muita confusão pois geralmente as pessoas omitem os verdadeiros
valores (regra do CPC).
OBS: A sucessão rege-se pela lei vigente ao tempo da sua abertura, o que
ocorre com a morte do autor da herança.
Sucessão
Adota o Principio Saisine
(art. 1.784, CC)
Princípio de Saisine, princípio de origem francesa, pelo qual se
estabelece que a posse dos bens do "de cujus" se transmite aos herdeiros,
imediatamente, na data de sua morte. Esse princípio foi consagrado em
nosso ordenamento jurídico pelo art. 1.784, do Código Civil.
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“Art. 1.787, CC. Regula a sucessão e a legitimação para
suceder a lei vigente ao tempo da abertura daquela.”
OBS: A fixação da base de cálculo do ITCMD se dá no momento da morte
transformando o valor integral do monte mor de moeda corrente para unidade
fiscal do estado (UFESP).
Exemplo:
2018
2002 Adequa-se a moeda UFESP
Ano da morte
OBS: O fisco estadual tem prazo de 5 anos para cobrança do ITCMD sob
pena de prescrição tendo como termo inicial o 1º dia do exercício seguinte da
ocorrência do fato gerador (morte).
PRINCÍPIOS.
Princípio da Confiança: Ao inventariante é livre a escolha do tabelião de
notas, independentemente de seu domicilio, conforme disposto no art. 8º,
da Lei nº. 8.935/94 e do Art. 1º da Resolução nº. 35/2007 do CNJ. Desta
forma, abre-se uma exceção de competência processual, ou seja, não
aplica-se a competência do prevista no art. 1.785, do Código Civil.
“Art. 1.785, CC. A sucessão abre-se no lugar do último
domicílio do falecido.” (Não aplica-se este dispositivo).
“Art. 8º, Lei nº. 8.935/94. É livre a escolha do tabelião
de notas, qualquer que seja o domicílio das partes ou o
lugar de situação dos bens objeto do ato ou negócio.”
(Negrito nosso).
“Art. 1º, Res. 35/07 CNJ. Para a lavratura dos atos
notariais de que trata a Lei nº 11.441/07, é livre a escolha
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do tabelião de notas, não se aplicando as regras de
competência do Código de Processo Civil.” (Negrito
nosso).
Princípio da Facultatividade: O inventariante pode escolher qual via quer
adotar, judicial ou extrajudicial, podendo inclusive desistir ou migrar do
inventário judicial para o extrajudicial, requerendo a suspensão do judicial
por 30 dias, logrando êxito no procedimento extrajudicial extingue-se o
processo judicial. Importante salientar, que não sendo beneficiário da
justiça gratuita terá de arcar com as custas e despesas dos dois
procedimentos.
“Art. 2°, Res. 35/07 CNJ. É facultada aos interessados
a opção pela via judicial ou extrajudicial; podendo ser
solicitada, a qualquer momento, a suspensão, pelo prazo
de 30 dias, ou a desistência da via judicial, para promoção
da via extrajudicial.” (Negrito nosso).
Princípio da Efetividade: A escritura pública tem força para transferência
de bens e levantamento de valores, não dependendo de homologação
judicial.
“Art. 3º, Res. 35/07 CNJ. As escrituras públicas de
inventário e partilha, separação e divórcio consensuais
não dependem de homologação judicial e são títulos
hábeis para o registro civil e o registro imobiliário, para
a transferência de bens e direitos, bem como para
promoção de todos os atos necessários à
materialização das transferências de bens e
levantamento de valores (DETRAN, Junta Comercial,
Registro Civil de Pessoas Jurídicas, instituições
financeiras, companhias telefônicas, etc.)” (Negrito nosso).
Princípio da Acessibilidade: É possível que seja concedida a gratuidade
nos procedimentos extrajudiciais realizados no cartório, com base no art.
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6º da Resolução nº 35/2007, todavia a maioria dos registradores não
concedem este benefício, utilizando-se da lacuna existente na alteração do
Código de Processo Civil em seu art. 98, pois no entendimento dos
registradores e notários somente são aceitos os casos que sejam
decorrentes de processo judicial cujo benefício tenha sido concedido.
OBS: O registrador somente pode recusar o registro nos casos de fraude
a lei, vicio na manifestação da vontade e potencial prejuízo as partes.
Desta forma, é possível sim a concessão da gratuidade nos procedimentos
extrajudiciais, bastando apenas a declaração expresso dos interessados que
estes não tem condições se arcar com os emolumentos.
“Item 79.1, capitulo XIV, NSCGJ/SP. A obtenção da
gratuidade dependerá de simples declaração dos
interessados de que não possuem condições de arcar
com os emolumentos, ainda que as partes estejam
assistidas por advogado constituído.” (Negrito nosso).
Concedido o benefício caso o registrador suspeite da fraude este deve
comunicar por escrito ao Juiz Corregedor.
“Art. 6º, Res. 35/07 CNJ. A gratuidade
prevista na Lei n° 11.441/07
compreende as escrituras de
inventário, partilha, separação e
divórcio consensuais.” (VIGENTE).
“Art. 98, CPC. A pessoa natural ou jurídica,
brasileira ou estrangeira, com insuficiência
de recursos para pagar as custas, as
despesas processuais e os honorários
advocatícios tem direito à gratuidade da
justiça, na forma da lei.
§ 1o A gratuidade da justiça compreende:
(...)
IX - os emolumentos devidos a notários
ou registradores em decorrência da
prática de registro, averbação ou
qualquer outro ato notarial necessário à
efetivação de decisão judicial ou à
continuidade de processo judicial no
qual o benefício tenha sido concedido.”
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Ademais, conforme determinação do provimento nº. 53 de 16 de maio de
2016 do CNJ, existe ainda a possibilidade de averbação direta no RCPN da
sentença estrangeira de divórcio consensual no assento de casamento,
independentemente de homologação judicial, cuja previsão legal encontra-
se no art. 961 do Código de Processo Civil.
“Art. 961, CPC. A decisão estrangeira somente terá
eficácia no Brasil após a homologação de sentença
estrangeira ou a concessão do exequatur às cartas
rogatórias, salvo disposição em sentido contrário de lei ou
tratado.
(...)
§ 5o A sentença estrangeira de divórcio consensual
produz efeitos no Brasil, independentemente de
homologação pelo Superior Tribunal de Justiça. (...)”
(Negrito Nosso).
Princípio da Assistência Jurídica: O advogado é indispensável, requisito
obrigatório.
“Art. 8º, Res. 35/07 CNJ. É necessária a presença do
advogado, dispensada a procuração, ou do defensor
público, na lavratura das escrituras decorrentes da Lei
11.441/07, nelas constando seu nome e registro na OAB.”
(Negrito nosso).
Princípio da Vedação de indicação do Advogado: O tabelião não pode
indicar advogado para os interessados, contudo, pode encaminhar para a
defensoria pública ou para a OAB.
“Art. 9º, Res. 35/07 CNJ. É vedada ao tabelião a
indicação de advogado às partes, que deverão
comparecer para o ato notarial acompanhadas de
profissional de sua confiança. Se as partes não
dispuserem de condições econômicas para contratar
advogado, o tabelião deverá recomendar-lhes a
Defensoria Pública, onde houver, ou, na sua falta, a
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Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil.” (Negrito
nosso).
OBS: Expedição de 2º traslado como verba honorária.
“Item 82, Capitulo I – Tomo II, NSCGJSP. Caso as partes
não disponham de condições econômicas para contratar
advogado, o Tabelião de Notas deve recomendar-lhes a
Defensoria Pública, onde houver, ou, na sua falta, a
Seccional da OAB.5”
“Item 82.1, Capitulo I – Tomo II, NSCGJSP. Sempre que
nomeado advogado dativo em virtude do convênio
Defensoria Pública-OAB, o Tabelião de Notas expedirá
um segundo traslado do ato notarial, que servirá como
certidão de verba honorária, nos termos do referido
convênio.” (Negrito nosso).
Bem Jurídico:
Objetivo principal do CNJ é “tornar mais ágeis e menos onerosos os atos a
que se refere e, ao mesmo tempo, descongestionar o Poder Judiciário;”
Regime Jurídico:
1. Testamento
2. Incapacidade Herdeiro
3. Litigio
1. Consenso
2. Capacidade herdeiro
3. Sucessão legitima
Judicial
Art. 610 “caput”, CPC.
Inventário
Extrajudicial
Art. 610, § 1º, CPC.
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OBS: Mesmo se tiver testamento e houver consenso, pode ser feito o
inventário extrajudicial, conforme Provimento nº. 37/2016 CGJ/SP, que alterou o
item 129, do capítulo XIV, das NSCGJ.
“Item 129. Cap. XIV, NSCGJ. Diante da expressa
autorização do juízo sucessório competente, nos autos do
procedimento de abertura e cumprimento de testamento,
sendo todos os interessados capazes e concordes,
poderão ser feitos o inventário e a partilha por escritura
pública, que constituirá título hábil para o registro
imobiliário.”
Pressupostos:
“Art. 610, CPC. Havendo testamento ou interessado
incapaz, proceder-se-á ao inventário judicial.
§ 1o Se todos forem capazes e concordes, o inventário e
a partilha poderão ser feitos por escritura pública, a
qual constituirá documento hábil para qualquer ato de
registro, bem como para levantamento de importância
depositada em instituições financeiras.
§ 2o O tabelião somente lavrará a escritura pública se
todas as partes interessadas estiverem assistidas por
advogado ou por defensor público, cuja qualificação e
assinatura constarão do ato notarial.” 9Negrito nosso).
1º Sucessão legítima;
2º Consenso;
3º Capacidade civil herdeiros:
a. É possível o interessado emancipado;
b. É possível a representação por procuração:
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“Art. 12, Res. 35/07 CNJ. Admitem-se inventário e
partilha extrajudiciais com viúvo(a) ou herdeiro(s)
capazes, inclusive por emancipação, representado(s) por
procuração formalizada por instrumento público com
poderes especiais. vedada a acumulação de funções de
mandatário e de assistente das partes (excluído pela
Resolução nº 179, de 03.10.13)” (Negrito nosso).
c. Inexistência de nascituro:
“Art. 1.798, CC. Legitimam-se a suceder as pessoas
nascidas ou já concebidas no momento da abertura da
sucessão.” (Negrito nosso).
“Item 86.1. As partes devem, ainda, declarar ao tabelião,
na mesma ocasião, que o cônjuge virago não se
encontra em estado gravídico, ou ao menos, que não
tenha conhecimento sobre esta condição.” (Negrito nosso)
Requisitos:
1º Presença de advogado, comum ou não (artigo 610, § 2º do CPC):
Advogado
Pode ser herdeiro e advogado?
R. Sim.
Autor da Herança
Viúva Herdeiros
F3
F1 F2 Processo
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Pode ser advogado e procurador dos demais interessados?
R. Sim, desde que não haja conflito de interesse (caso de anulabilidade).
OBS: A procuração para inventário tem como pressuposto ser um
instrumento de nunciação = é aquele em que o representante não tem
discricionariedade (procuração especial especifica, sinônimo de procuração em
causa própria na sua estrutura apenas).
OBS: O testamento é aberto, interpretado e registrado no oficio judicial em
livro próprio.
2º Inexistência de débitos fiscais:
“Art. 22, Res. 35/07 CNJ. Na lavratura da escritura
deverão ser apresentados os seguintes documentos: a)
certidão de óbito do autor da herança; b) documento de
identidade oficial e CPF das partes e do autor da herança;
c) certidão comprobatória do vínculo de parentesco dos
herdeiros; d) certidão de casamento do cônjuge
sobrevivente e dos herdeiros casados e pacto antenupcial,
se houver; e) certidão de propriedade de bens imóveis e
direitos a eles relativos; f) documentos necessários à
comprovação da titularidade dos bens móveis e direitos,
se houver; g) certidão negativa de tributos; e h)
Certificado de Cadastro de Imóvel Rural - CCIR, se houver
imóvel rural a ser partilhado. (Negrito nosso).
“(SP) 115.2. Os débitos tributários municipais e da receita
federal (certidões positivas fiscais municipais ou federais)
impedem a lavratura da escritura pública.”
O cartório não pode deixar de registrar se não houver a certidão na negativa
cabe pedido de providência. Tal obrigatoriedade de apresentação das certidões
foram objetos de ADIns nº 173-6/DF e 394-1/DF, cujo acórdão de julgamento foi
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proferido pelo STF em 20 de março de 2009, que declarou a
inconstitucionalidade do art. 1º, incisos I, II, IV, §§1º à 3º e art. 2º da Lei nº.
7.711/88, que dispunha sobre a obrigatoriedade da apresentação de CND's -
Certidões Negativas de Débitos das empresas que precisassem formalizar
operações de crédito, registrar contratos em cartórios ou formalizar alterações
contratuais nas juntas comerciais, assim como transferência de domicílio para
o exterior.
Neste sentido segue jurisprudência:
“REGISTRO DE IMÓVEL – Dúvida – Carta de sentença
extraída dos autos de ação de adjudicação compulsória –
Exigência de apresentação de certidões negativas de
débitos previdenciários, tributários e de contribuições
federais, com base no artigo 47, I, b, da Lei 8.212/91 –
Posicionamento modificado e consolidado pelo Conselho
Superior da Magistratura, baseado em precedentes do
Supremo Tribunal Federal e do Órgão Especial do Tribunal
de Justiça de São Paulo, de que a exigência é indevida –
Certidões dispensadas – Recurso provido. Acórdão
CSM/SP – 0001379-65.2013.8.26.0116. Relator: Hamilton
Elliot Akel. Data julgamento: 18/03/2014.
Temos ainda o Item 119.1 das Normas de Serviço da Corregedoria Geral
da Justiça de São Paulo.
“Item 119.1. Cap. XX, NSCGJSP. Com exceção do
recolhimento do imposto de transmissão e prova de
recolhimento do laudêmio, quando devidos, nenhuma
exigência relativa à quitação de débitos para com a
Fazenda Pública, inclusive quitação de débitos
previdenciários, fará o oficial, para o registro de títulos
particulares, notariais ou judiciais.” (Negrito nosso).
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3º Ausência de testamento:
Testamento Eficaz: desde que haja autorização judicial expressa. Entrar
com ação de abertura, interpretação e cumprimento do testamento, pedindo a
aplicação do Item 129 da NSCGJ, que o juiz autorize expressamente o registro.
Testamento Ineficaz: a) testamento revogado; b) testamento caduco e c)
testamento declarado judicialmente ineficaz.
“Item 129. Cap. XIV, NSCGJ. Diante da expressa
autorização do juízo sucessório competente, nos autos
do procedimento de abertura e cumprimento de
testamento, sendo todos os interessados capazes e
concordes, poderão ser feitos o inventário e a partilha por
escritura pública, que constituirá título hábil para o registro
imobiliário.” – Alterado pelo provimento nº. 37/2016.
(Negrito nosso).
“Item 129.1, Cap. XIV, NSCGJ. Poderão ser feitos o
inventário e a partilha por escritura pública, também, nos
casos de testamento revogado ou caduco, ou quando
houver decisão judicial, com trânsito em julgado,
declarando a invalidade do testamento, observadas a
capacidade e a concordância dos herdeiros.” (Negrito
nosso).
“Item 129.2, Cap. XIV, NSCGJ. Nas hipóteses do subitem
129.1, o TN solicitará, previamente, a certidão do
testamento e, constatada a existência de disposição
reconhecendo filho ou qualquer outra declaração
irrevogável, a lavratura de escritura pública de inventário
e partilha ficará vedada, e o inventário far-se-á
judicialmente. (Negrito nosso).
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Qual é o objetivo da presença das testemunhas no testamento?
R. Conferir a capacidade de exercício do testador, desse modo a
testemunha não pode ter relacionamento afetivo.
Garantindo desta forma, a proteção da manifestação da vontade escorreita.
“Art. 228, CC. Não podem ser admitidos como
testemunhas:
I - os menores de dezesseis anos;
II - aqueles que, por enfermidade ou retardamento mental,
não tiverem discernimento para a prática dos atos da vida
civil;
III - os cegos e surdos, quando a ciência do fato que se
quer provar dependa dos sentidos que lhes faltam;
IV - o interessado no litígio, o amigo íntimo ou o inimigo
capital das partes;
V - os cônjuges, os ascendentes, os descendentes e os
colaterais, até o terceiro grau de alguma das partes, por
consangüinidade, ou afinidade.
§ 1o Para a prova de fatos que só elas conheçam, pode o
juiz admitir o depoimento das pessoas a que se refere este
artigo.
§ 2o pessoa com deficiência poderá testemunhar em
igualdade de condições com as demais pessoas, sendo-
lhe assegurados todos os recursos de tecnologia assistiva.
(Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)”
OBS: Pesquisa na CENSEC, só detecta testamento público ou cerrado.
4º Vedação a sonegação:
“Art.1.992, CC. O herdeiro que sonegar bens da herança,
não os descrevendo no inventário quando estejam em seu
poder, ou, com o seu conhecimento, no de outrem, ou que
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os omitir na colação, a que os deva levar, ou que deixar de
restituí-los, perderá o direito que sobre eles lhe cabia.”
“(SP) 120. É admissível o inventário com partilha parcial,
embora vedada a sonegação de bens no rol inventariado,
justificando-se a não inclusão do(s) bem(ns) arrolado(s) na
partilha.”
Sonegação = omitir dolosamente a intenção com objetivo de causar
prejuízo a outrem.
OBS: A sobrepartilha tem como objetivo permitir a eficiência da distribuição
patrimonial nos casos emergenciais sem prejuízo da descoberta de novos bens
materiais ou inclusão de herdeiros.
5º Declaração de boa-fé:
“(SP) 122. No corpo da escritura deve haver menção de
que “ficam ressalvados eventuais erros, omissões ou
direitos de terceiros”.
OBS: Todo inventário é fundamental fazer Due Diligence para verificar
eventuais credores do de cujus.
ESTRUTURA JURÍDICA:
I. Sujeitos:
a) Cônjuge: analisar se havia separação de fato, deve comparecer para
anuir, haja vista, eventual direito à meação (art. 1.723, §1º).
“Art. 1.723, CC. É reconhecida como entidade familiar a
união estável entre o homem e a mulher, configurada na
convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida
com o objetivo de constituição de família.
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§ 1o A união estável não se constituirá se ocorrerem os
impedimentos do art. 1.521; não se aplicando a incidência
do inciso VI no caso de a pessoa casada se achar
separada de fato ou judicialmente. (...)”
b) Companheiro: A natureza declaratória do contrato de união estável
(ato-fato jurídico) não impõe a união estável, necessário
reconhecimento por sentença ou consenso de todos os herdeiros.
Caso não haja reconhecimento consensual, e o companheiro tenha
direito a sucessão, a via a ser adotada será a judicial. A escritura
pública não reconhece é apenas indicio de prova.
“Art. 18, Res. 35/07 CNJ. O(A) companheiro(a) que tenha
direito à sucessão é parte, observada a necessidade de
ação judicial se o autor da herança não deixar outro
sucessor ou não houver consenso de todos os herdeiros,
inclusive quanto ao reconhecimento da união estável.”
“Art. 19, Res. 35/07 CNJ. A meação de companheiro(a)
pode ser reconhecida na escritura pública, desde que
todos os herdeiros e interessados na herança,
absolutamente capazes, estejam de acordo.”
c) Herdeiros: Verificar a capacidade do herdeiros.
d) Cônjuges dos herdeiros: quando houver renúncia ou qualquer ato
de transmissão (exceto separação total – art. 17 Res.).
O art. 1.647, CC é absoluto ou relativo?
e) Cessionários: Geralmente é recomendado a cessão de direitos
hereditários quando for transferir todo patrimônio. Por exemplo, caso
não seja o caso de transferência total do patrimônio, pode fazer
inventário de um imóvel e os demais patrimônios faz-se a
sobrepartilha.
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“Art. 16, Res. 35/07 CNJ. É possível a promoção de
inventário extrajudicial por cessionário de direitos
hereditários, mesmo na hipótese de cessão de parte do
acervo, desde que todos os herdeiros estejam presentes e
concordes.”
“Art. 1.793, CC. O direito à sucessão aberta, bem como o
quinhão de que disponha o co-herdeiro, pode ser objeto de
cessão por escritura pública.
(...)
§ 3o Ineficaz é a disposição, sem prévia autorização do juiz
da sucessão, por qualquer herdeiro, de bem componente
do acervo hereditário, pendente a indivisibilidade.”
Na cessão de parte do acervo = obrigatoriedade de anuência dos
herdeiros (item 110);
Na cessão integral do acervo = dispensabilidade de anuência dos
herdeiros (item 111).
f) Credores: Pode se habilitar no inventário. O fato da Lei nº. 13.097/15
excluir os feitos ajuizados como requisito da escritura pública
imobiliária alterando a Lei nº. 7.433.85, NÃO exime o tabelião de
notas de orientar dos efeitos jurídicos de fraude contra credores e
fraude à execução.
g) Espólio: Representado pelo inventariante provisório. Obrigatoriedade
de aceitar a 2ª herança para renunciar ou aceitar a 1ª herança (art.
1.809, CC).
“Art. 1.809, CC. Falecendo o herdeiro antes de declarar se
aceita a herança, o poder de aceitar passa-lhe aos
herdeiros, a menos que se trate de vocação adstrita a uma
condição suspensiva, ainda não verificada.
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Parágrafo único. Os chamados à sucessão do herdeiro
falecido antes da aceitação, desde que concordem em
receber a segunda herança, poderão aceitar ou renunciar
a primeira.”
Exemplo:
1ª herança = Sucessão do avô (falecido em 01.11.2013);
2ª herança = Sucessão do pai (falecido em 11.11.2013).
h) Renunciante - É possível a renúncia de qualquer dos herdeiros
capazes, tem como requisito a confirmação pelo tabelião de notas ou
pelo juízo a inexistência de credores do renunciante nos termos do
art. 1.813 do Código Civil.
“Art. 1.813, CC. Quando o herdeiro prejudicar os seus
credores, renunciando à herança, poderão eles, com
autorização do juiz, aceitá-la em nome do renunciante.
§ 1o A habilitação dos credores se fará no prazo de trinta
dias seguintes ao conhecimento do fato.
§ 2o Pagas as dívidas do renunciante, prevalece a renúncia
quanto ao remanescente, que será devolvido aos demais
herdeiros.”
Ainda necessário ter cuidado com eventuais filhos de renunciantes
(art. 1.811, CC):
“Art. 1.811, CC. Ninguém pode suceder, representando
herdeiro renunciante. Se, porém, ele for o único legítimo
da sua classe, ou se todos os outros da mesma classe
renunciarem a herança, poderão os filhos vir à sucessão,
por direito próprio, e por cabeça.”
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O cônjuge do herdeiro renunciante tem de expressamente anuir (art.
17 Res. e item 111)
“Art. 17, Res. 35/07, CNJ. Os cônjuges dos herdeiros
deverão comparecer ao ato de lavratura da escritura
pública de inventário e partilha quando houver renúncia ou
algum tipo de partilha que importe em transmissão, exceto
se o casamento se der sob o regime da separação
absoluta.”
Aplicação da Lei nº. 7.433/85 ou Lei nº. 13.097/15?
BONS ESTUDOS!
Prof.ª Ana Paula Melo.
* Aos alunos da Pós-graduação online está disponível o e-mail [email protected], onde serão recebidas e respondidas as perguntas durante a transmissão das aulas.