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PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM PRODUÇÃO E SISTEMAS JAIME BATISTA DE SOUSA JUNIOR PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE BASEADO NO PDCA COMO GESTÃO DE MELHORIA CONTÍNUA NOS PROCESSOS INDUSTRIAIS DA ROLLS-ROYCE ENERGY Campos dos Goytacazes/RJ 2009

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PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM PRODUÇÃO E SISTEMAS

JAIME BATISTA DE SOUSA JUNIOR

PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO DA QUA LIDADE BASEADO NO PDCA COMO GESTÃO DE MELHORIA CONTÍNUA NO S

PROCESSOS INDUSTRIAIS DA ROLLS-ROYCE ENERGY

Campos dos Goytacazes/RJ

2009

II

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM PRODUÇÃO E SISTEMAS

JAIME BATISTA DE SOUSA JUNIOR

PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO DA QUA LIDADE BASEADO NO PDCA COMO GESTÃO DE MELHORIA CONTÍNUA NO S

PROCESSOS INDUSTRIAIS DA ROLLS-ROYCE ENERGY

Monografia em cumprimento as exigências

de conclusão do curso de Pós-Graduação

Lato Sensu em Produção e Sistemas do

Instituto Federal de Educação, Ciência e

Tecnologia Fluminense.

Orientador: Professor Doutor Rogério Atém de Carvalho.

Campos dos Goytacazes/RJ

2009

III

SOUSA JUNIOR, Jaime Batista de Proposta de Implantação do Sistema de Qualidade Baseado

no PDCA como Gestão de Melhoria Contínua nos Processo industriais da Rolls-Royce Energy / Jaime Batista de Sousa Junior / Campos dos Goytacazes/RJ [s.n.], 2009.

46f.: 30cm Monografia (Produção e Sistemas) – Instituto Federal

Fluminense de Educação, Ciência e Tecnologia / Campos dos Goytacazes/RJ, 2009. Bibliografia: 35-37

1. PDCA. 2. Melhoria Contínua. 3. Qualidade.

IV

PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO DA QUA LIDADE BASEADO NO PDCA COMO GESTÃO DE MELHORIA CONTÍNUA NO S

PROCESSOS INDUSTRIAIS DA ROLLS-ROYCE ENERGY

JAIME BATISTA DE SOUSA JUNIOR ‘Esta monografia foi julgada adequada para a obtenção do título de Especialista em

Produção e Sistemas, e aprovada em sua forma final pelo Instituto Federal Fluminense de Educação, Ciência e Tecnologia’.

Aprovada em ___/___ /___ Banca Examinadora: ........................................................................................................................................

Professor Doutor Rogério Atém de Carvalho (Orientador) Doutorado em Ciências de Engenharia/UENF

Universidade Estadual Norte Fluminense ........................................................................................................................................

Professor Doutor William da Silva Vianna Doutorado em Engenharia e Ciências dos Materiais/UENF

Universidade Estadual Norte Fluminense ........................................................................................................................................

Professor Mestre Fábio Duncan de Souza

Mestrado em Pesquisa Operacional e Inteligência Computacional/UCAM Universidade Candido Mendes

V

AGRADECIMENTOS

A Deus, pela graça recebida da vida.

À minha mãe Rosália Silva de Souza e ao meu pai Jaime Batista de Sousa, que a

cada dia me surpreendem pela imensa gratidão, cumplicidade, apoio forçar e amor

dedicados a mim e por terem me proporcionado tudo o que sou e tenho hoje.

Ao meu irmão Jonas Silva de Sousa, pela amizade, amor, carinho e palavras de

incentivo nos momentos difíceis.

Ao Amigo, Orientador e Professor Doutor Rogério Atém de Carvalho, por todo

estímulo, orientação e ajuda na condução desta pesquisa, meus sinceros

agradecimentos.

A Rolls-Royce Energy Brasil empresa pesquisada, onde tenho tido um grande

aprimoramento pessoal e profissional, pelas oportunidades, por acreditarem em meu

potencial, pelo reconhecimento de meu trabalho.

Aos meus amigos de trabalho, Supervisor de Turbomáquinas da Rolls-Royce João

Norberto Dantier pelo incentivo, ajuda e indicação na empresa que me proporcionou

crescimento pessoal e profissional e ao Especialista em automação da Engenharia

de Confiabilidade da Rolls-Royce André de Abreu Silva pela presteza, conhecimento

e colaboração na elaboração desta pesquisa.

Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense pela

oportunidade e compreensão durante curso, mediante a dificuldade de estudar

trabalhando em regime off-shore, meus sinceros agradecimentos.

A todos os professores e aos demais amigos e que colaboraram direta ou

indiretamente na elaboração desta pesquisa.

VI

“Seus mais insatisfeitos clientes são a sua maior fonte de aprendizado”.

Bill Gates

VII

RESUMO

Esta monografia apresenta o Método de Melhorias conhecido como PDCA, e seu potencial de aplicação nos processos industriais da Rolls-Royce Energy. Para a realização desta pesquisa, foi avaliado, em um primeiro plano, o próprio Método de Melhorias, sua estrutura básica de funcionamento, para, em um segundo plano, paralelo a essa avaliação, pudesse discorrer sobre as suas aplicações no setor de geração de energia elétrica utilizando turbogeradores. Essa primeira avaliação abrange desde a origem do método em questão, seus princípios, seu idealizador, e as pessoas que mais se destacaram na sua disseminação no meio gerencial, até a descrição completa do método, detalhando cada módulo de aplicação, os envolvidos em cada etapa, e seus possíveis resultados alcançados ao final do ciclo. Ao final desse estudo, é discutida a aplicação prática desse método, assim como seu potencial de aplicação com alguns sistemas de gestão da qualidade adotados pelo setor de engenharia de Turbomáquinas. Objetiva-se com isso analisar a implantação de uma ferramenta de engenharia de qualidade para a empresa Rolls-Royce Energy. Além de perquirir sobre o gerenciamento de rotinas operacionais, com ênfase na qualidade dos serviços prestados em uma empresa no ramo de petróleo; analisar a qualidade dos serviços diretamente relacionados com a satisfação dos clientes, a fim de garantir a aceitação dos serviços oferecidos; propor melhorias para a redução dos tempos de execução na análise de falhas e estudar uma solução rápida e eficiente com segurança e qualidade para equipamentos e funcionários da empresa Rolls-Royce Energy, por meio da ferramenta ou Método de Gerenciamento de Processos ou de Sistemas de Qualidade (P.D.C.A.) e melhoria continua. A metodologia empregada foi à pesquisa bibliográfica por meio da coleta de dados em livros, jornais, tese, artigos e através da utilização do meio eletrônico (Internet) com base em sites confiáveis, demonstra-se os principais conceitos sobre o tema abordado. Como resultado pode-se apurar que o enfoque principal do trabalho desenvolvido está vinculado ao desenvolvimento de um software de gestão estratégica, abrangendo toda a estrutura organizacional de uma empresa voltada para o ramo do petróleo. Enquanto o segundo enfoque está vinculado à Gestão de Processos, também vinculada a está empresa. Conclui-se que ambos, ciclo P.D.C.A., MASP ciclo SDCA podem ser empregados em conjunto no controle, melhoria e planejamento da gestão da qualidade.

Palavras-chaves : PDCA. Melhoria Contínua. Qualidade.

VIII

ABSTRACT This monograph presents the Method of Improvements known as P.D.C.A., and its potential of application in the industrial processes of the Rolls-Royce Energy. For the accomplishment of this research, it was evaluated, in a first plan, the proper Method of Improvements, its basic structure of functioning, for, in as plain, parallel to this evaluation, it could discourse on its applications in the sector of generation of electric energy using turbo. This first evaluation encloses since the origin of the method in question, its principles, its idealizer, and the people who had been more distinguished in its dissemination in the managemental way, until the complete description it method, detailing each module of application, the involved ones in each stage, and its possible results reached to the end it cycle. To the end of this study, the practical application of this method is argued, as well as its potential of application with some systems of management of the quality adopted by the sector of engineering of Turbo machinery. Objective with this to analyze the implantation of a tool of engineering of quality for the company Rolls-Royce Energy. Beyond investigating on the management of operational routines, with emphasis in the quality of the services given in a company in the oil branch; to analyze the quality of the services directly related with the satisfaction of the customers, in order to guarantee the acceptance of the offered services; to consider improvements for the reduction of the times of execution in the analysis of imperfections and to study a fast and efficient solution with security and quality for equipment and employees of the company Rolls-Royce Energy, by means of the tool or Method of Management of Processes or Systems of Quality (P.D.C.A.) and improvement continue. The employed methodology was to the bibliographical research by means of the collection of data in books, periodicals, thesis, and articles and through the use of the half electronic (Internet) on the basis of trustworthy sites; demonstrate the main concepts on the boarded subject. As result can be selected that the main approach of the developed work is tied with the development of software of strategically management, enclosing all the organizational structure of a company come back toward the branch of the oil. While as the approach it is tied with the Management of Processes, also tied it is company. One concludes that both, cycle P.D.C.A., MASP cycle SDCA can be used in set in the control, improvement and planning of the management of the quality. Keywords : P.D.C.A. Continuous improvement. Quality.

IX

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS................................... ............................................................. XI

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO ....................................................................................01

1.1 OBJETIVOS.......................................... .............................................................04 1.1.1 Objetivo Geral....................................................................................................04 1.1.2 Objetivos Específicos.........................................................................................04 1.2 JUSTIFICATIVA DE PESQUISA........................................................................05 1.3 METODOLOGIA DE PESQUISA.......................................................................07

CAPÍTULO 2 - EMPRESA ROLLS-ROYCE COMO PARÂMETRO PAR A ANÁLISE DO MÉTODO PDCA E MÉTODO DE SOLUÇÃO DE PROBLEMAS BAS EADO NO ESTUDO DAS CAUSAS. ............................................................................................09

2.1 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA ROLLS-ROYCE ............................................09 2.2 EVOLUÇÃO HISTÓRICA .....................................................................................10 2.3 DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE DE NÃO CONFORMIDADE E TRATAMENTO DE FALHAS PARA A EMPRESA ROLLS-ROYCE. E GERENCIAMENTO POR MEIO DO PDCA..................... ..........................................12

CAPÍTULO 3 - MELHORIA DA QUALIDADE DO TRABALHO ................................16

3.1. CARACTERÍSTICAS GERAIS DO MÉTODO PDCA..........................................16 3.2. O CICLO PDCA DE CONTROLE DE INDUSTRIAS..........................................19 3.3. MÓDULO PLAN (PLANEJAR)......................................... ...................................22

3.4. MÓDULO DO (EXECUTAR)................................................................................24 3.5. MÓDULO CHECK (VERIFICAR).........................................................................25 3.6. MÓDULO ACTION (ATUAR)............................................ ...................................26 CAPÍTULO 4 - MELHORIA DA QUALIDADE DOS SITEMAS DE GESTÃO.............28 4.1. O PROCESSO DE MELHORIA CONTÍNUA........................................................28

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................ ..................................................33

X

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................... ...........................................35

ANEXO 1 - TELA DE SOFTWARE DE ABERTURA..................................................38 ANEXO 2 – TELA DE SOFTWARE CONTENDO REGISTRO DE PDCA.................39 ANEXO 3 – TELA DE SOFTWARE DE ANÁLISE DE PDCA.....................................40 ANEXO 4 – TELA DE SOFTWARE DE PROPOSTA DE AÇÃO CORRETIVA/ PREVENTIVA.............................................................................................................41 ANEXO 5 - TELA DE SOFTWARE CONTENDO REPROMAGRAÇÃO DE AÇÃO CORRETIVA/PREVENTIVA.......................................................................................42 ANEXO 6 – TELA DE SOFTWARE CONTENDO IMPLEMENTAÇÃO DA AÇÃO CORRETIVA/ PREVENTIVA......................................................................................43 ANEXO 7 – TELA DE SOFTWARE DE VERIFICAÇÃO...........................................44 ANEXO 8 – TELA DE SOFTWARE DE ENCERRAMENTO.....................................45 ANEXO 9 – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E EXCLARECIDO DA EMPRESA ROLLS-ROYCE ENERGY.................................................................. 46

XI

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – Estrutura do Conteúdo do trabalho com os títulos das sessões............08 FIGURA 2 – Modelo de software em Delph...............................................................14 FIGURA 3 - Ciclo PDCA.............................................................................................16 FIGURA 4 - Gráfico de Pareto....................................................................................17 FIGURA 5 - Diagrama de causa e efeito de Ishikawa................................................18 FIGURA 6 - Diagrama de causa e efeito de Ishikawa para o brainstorming..............20 FIGURA 7 - Histograma..............................................................................................21 FIGURA 8 - Gráfico de Dispersão..............................................................................21 FIGURA 9 - Plano de Ação.........................................................................................23

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO

Atualmente, o sucesso ou fracasso de uma organização é determinado pelos

seus clientes, pela sua percepção em relação à empresa e a conseqüente

publicidade que transmitem para a sociedade. Mantendo seus clientes satisfeitos, a

empresa eleva consideravelmente suas chances de sobrevivência.

No setor de prestação de serviços públicos, a satisfação dos clientes é uma

das formas de mensurar o desempenho da empresa. O benchmarking, apesar de

exigir um processo mais estruturado, também permite esta avaliação, através da

comparação dos serviços da empresa com os da organização que representa as

melhores práticas.

A satisfação dos clientes tornou-se então a principal meta das empresas e,

com este objetivo, o princípio da melhoria contínua está conquistando cada vez mais

espaço na cultura das organizações que desejam manter seus produtos ou serviços

atualizados em relação às constantes mudanças impostas pelo mercado

consumidor.

O gerenciamento das rotinas do trabalho auxilia a empresa a aprimorar seus

procedimentos operacionais, visando atender seus clientes da melhor maneira

possível, elevando continuamente seus padrões de qualidade, rumo a excelência na

prestação de serviços.

Desta forma, na visão de Dikesch e Mozzato (2004) a imposição

mercadológica feitas pelos parâmetros gerenciais atuais (modelos de gestão

sistêmicos) e pela abertura comercial que delineia um ambiente nacional mais

competitivo, favorece a reorganização dos conceitos de competitividade, que por sua

vez delimitam a qualidade no processo de continuidade das ações empresariais.

Diante disto, é fato que um correto gerenciamento dos processos empresariais tem

impacto direto sobre a qualidade dos bens e serviços fornecidos pela empresa o que

ocasiona a melhoria continua da organização empresarial (Harrington, 1993;

Gonçalves, 2000).

2

Partindo do princípio de que uma empresa dada à competitividade e o

desenvolvimento a nível globalizado das técnicas e ferramentas de trabalho como o

uso da internet e desenvolvimento de softwares, por exemplo, tem o dever de estar

prepara para o mercado, Juran (1986) delineou a existência de três grandes

processos que dão suporte a gestão da qualidade, ou seja, o planejamento da

qualidade, o controle da qualidade e a melhoria da qualidade. Três procedimentos

centrais de aprimoramento do conjunto de processos principais da organização de

uma empresa.

É sabido que dado a estes fatores supra mencionados, inúmeras ferramentas

vêm sendo desenvolvidas no intuito de aperfeiçoar a gestão destas organizações e

gerenciamento de processos, como o Método de Gerenciamento de Processos ou de

Sistemas ((P.D.C.A.) Plan, Do, Check, Action)), MASP (Metodologia de Análise e

Solução de Problemas) e o proposto neste estudo – software de gerenciamento de

não conformidade baseado na gestão de qualidade.

Ressalta-se que a Metodologia de Análise e Solução de Problemas (MASP) é

o PDCA, porém em oito etapas, ou seja: o Plan em quatro etapas (identificação do

problema, observação do problema, análise das causas e elaboração do plano de

ação); o Do (quinta etapa) que significa a execução do plano de ação; o Check que é

a sexta etapa de verificação de bloqueio efetivo do (s) problema (s) e o Action, criado

para atuar corretivamente impedindo que o problema volte a ocorrer (sétima e oitava

etapa).

A fim de reavaliar as proposições à cima buscou-se com isso aperfeiçoar as

técnicas propostas de Metodologia de Análise e Solução de Problemas onde num

primeiro momento primou-se por apurar o gerenciamento de rotinas operacionais,

com ênfase na qualidade dos serviços prestados em uma empresa no ramo de

petróleo. Para depois de concluída a parte teórica, fundamentada e contextualizada,

apresentar as ferramentas da qualidade imprescindíveis à coleta, processamento e

arranjo das informações inerentes ao processo estudado, necessários à

consolidação do método PDCA e MASP de gerenciamento de processos. A estes se

3

somaram à descrição de assuntos correlacionados ao tema proposto “Implantação

do sistema de gestão de qualidade baseado no Método de Gerenciamento de

Processos ou de Sistemas (PDCA), como gestão de melhoria contínua nos

processos industriais da Rolls-Royce Energy”. Na atualidade o modelo conceitual

mais conhecido entre os profissionais que operam com gestão de qualidade e

operação de sistemas.

Em síntese, um método perfeitamente poderoso permite encontrar soluções

para cada problema em seu domínio a potencialmente nenhum custo. Enquanto,

operacionalidade é o grau com que as pessoas podem e devem desenvolver tarefas

que lhe são atribuídas, de maneira a alcançar resultados aceitáveis (SMITH, op. cit.,

pp. 29-30).

4

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 OBJETIVO GERAL

O objetivo geral deste trabalho é analisar a implantação de uma ferramenta de

engenharia de qualidade para a empresa Rolls-Royce.

1.1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Perquirir sobre o gerenciamento de rotinas operacionais, com ênfase na

qualidade dos serviços prestados em uma empresa no ramo de petróleo;

Analisar a qualidade dos serviços diretamente relacionados com a satisfação

dos clientes, a fim de garantir a aceitação dos serviços oferecidos;

Propor melhorias para a redução dos tempos de execução na análise de

falhas;

Estudar uma solução rápida e eficiente com segurança e qualidade para

equipamentos e funcionários da empresa Rolls-Royce Energy, por meio da

ferramenta ou Método de Gerenciamento de Processos ou de Sistemas de

Qualidade (PDCA) e melhoria continua.

5

1.2 JUSTIFICATIVA DE PESQUISA

Como cita Drucker (1992):

“Os fatores tradicionais de produção – terra, mão-de-obra e até dinheiro, pela sua mobilidade – não mais garantem vantagem competitiva a uma nação em particular. Ao invés disto, o gerenciamento tornou-se o fator decisivo de produção”.

Analisando a citação, pode-se questionar a atual conjuntura nas quais as

empresas nacionais e multinacionais estão imersas, vertendo para o foco desta

pesquisa, como se apresenta o cenário do setor “off-shore”.

É neste cenário de mudanças gerenciais que essa pesquisa está situada: a

apresentação de um método gerencial, antes abordado em sua maioria apenas por

empresas manufatureiras, e agora, sendo descrito e analisado para a realidade do

setor de Turbomáquinas.

Este método gerencial que se pretende relatar se apresenta por meio das

seguintes letras: PDCA, o que significa, em seu idioma de origem, PLAN, DO,

CHECK, ACT, conhecido também como Método de Melhorias PDCA ou Ciclo PDCA.

O ciclo PDCA é um método que objetiva controlar e auferir resultados eficazes

e confiáveis nas atividades organizacionais e conseqüente melhoria do processo,

padronizando informações de controle de qualidade, evitando erros previsíveis nas

análises, tornando as informações mais fáceis de serem compreendidas.

De Acordo com Werkema (1995) o ciclo PDCA é um método gerencial de

tomada de decisões que assegurem o alcance de metas necessárias à sobrevivência

de uma organização.

È neste contexto que se justifica a escolha do presente tema “Proposta de

Implantação do Sistema de Gestão de Qualidade Baseado no PDCA como Gestão

6

de Melhoria Contínua nos processos industriais da Rolls-Royce Energy” por tratar-se

de matéria de interesse do âmbito empresarial e industrial dada a sua capacidade,

quando bem aplicada de favorecer eficazmente o gerenciamento de processos ou de

sistemas na busca do alcance de metas voltadas para os produtos dos sistemas

empresariais.

Sendo relevante também que se tenha em mente que o ciclo PDCA quando

utilizado em conjunto com o MASP e o ciclo SDC que segue a mesma sistemática,

auxilia na manutenção do padrão dos processos e sistemas desenvolvidos. Ou seja,

além das alternativas tradicionais dos métodos de soluções analíticos como o

P.D.C.A. é necessário conhecer outros métodos, a fim de se permitir o equilíbrio dos

“trade-offs”, existentes entre generalidade, poder e operacionalidade.

7

1.3 METODOLOGIA DE PESQUISA

Numa discussão metodológica se faz necessário uma exposição da origem ou

do cerne do que está sendo abordado. Neste caso uma exposição do conhecimento

à cerca do tema discutido. Esta, por sua vez, deverá tornar explícitas as raízes

teóricas que a definem, como se entende de fato o processo de conhecer, ou seja,

as relações que unem e afastam ao mesmo tempo um individuo que conhece e um

objeto que se aprecia.

A teoria geral do conhecimento, sendo uma expressão conceitual das leis

objetivas que regem o conhecimento, implica, sem confundirem-se com elas, as leis

do pensamento, isto é, a lógica. Também se deve incluir uma conceituação ou teoria

do objeto sobre o qual o método se aplicará, sobretudo, em referência àqueles

aspectos próprios e específicos do objeto que condicionam a elaboração dos passos

metodológicos e das técnicas ou instrumentos do método.

Isto acontece pelo fato de que não se podem aplicar a determinados objetos e

técnicas que são próprios de objetos de outra natureza, sem correr o risco de

violentar-lhes a natureza.

Por fim, todo método deve expor a seqüência lógica dos passos a seguir para

alcançar o objetivo predeterminado, e as distintas técnicas utilizadas, a fim de

mostrar como ambos traduzem, a nível operacional, tanto os fundamentos

epistemológicos, como os aspectos específicos do objeto sobre o qual se pretende

atuar.

Para a elaboração deste trabalho, realizou-se uma pesquisa bibliográfica

através da coleta de dados em livros, jornais, teses, artigos e através da utilização do

meio eletrônico (Internet) com base em sites confiáveis, para demonstrar os

principais conceitos sobre o tema abordado.

O tema em questão foi amplamente difundido por W. Edward Deming em suas

atividades desenvolvidas na implementação de um sistema da qualidade na

produção da indústria japonesa. Outros estudos relevantes sobre o método de

8

melhorias foram desenvolvidos por J. Juran e K. Ishikawa, estudiosos da arte do

gerenciamento de sistemas produtivos empresariais que programaram metodologias

e novas ferramentas para o estabelecimento do método PDCA.

Com relação aos parâmetros para elaboração de uma referência bibliográfica

há muitas divergências entre os autores, no entanto a tendência atual é tomar como

referência fundamental às normas estabelecidas pela ABNT – Associação Brasileira

de Normas Técnicas, que, através do Projeto NBR 6023, estabelece os critérios

oficiais da referência bibliográfica.

A estrutura básica deste estudo é apresentada na Figura 1. Nela também

estão descritos os títulos dos capítulos que tratam dos respectivos assuntos.

Implantação do Sistema de Gestão de Qualidade Baseado no P.D.C.A./ Gestão de Melhoria c ontínua

Empresa Rolls-Royce como parâmetro de qualidade - Apresentação da Empresa/Ev. Hist./software ñ conformidade

- Características Gerais do Método

Melhoria da Qualidade do Trabalho de melhorias P.D.C.A. - Ciclo P.D.C.A. de controle de Indústrias - Modulo PLAN/ DO/ CHECK/ ACTION.

Melhoria da Qualidade dos Sistemas de Gest ão - O Processo de Melhoria Contínua.

Figura 1 – Estrutura do Conteúdo do trabalho com os títulos das sessões.

9

CAPÍTULO 2 – EMPRESA ROLLS-ROYCE COMO PARÂMETRO PAR A A ANÁLISE DO MÉTODO P.D.C.A. E MÉTODO DE SOLUÇÃO DE P ROBLEMAS BASEADOS NO ESTUDO DAS CAUSAS.

2.1 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA ROLLS-ROYCE

A Rolls-Royce é uma empresa mundial de sistemas de potências terrestre,

marítima e aeronáutica, líder nos mercados civil aeroespacial, marítimo e de energia.

Seus clientes têm o apoio de uma rede mundial de escritórios, além de instalações

de fabricação e de serviços.

Seus negócios subdividem-se em: Civil Aeroespacial (tecnologia de turbinas a

gás. Sendo a segunda maior fabricante mundial de motores em geral, Defesa

Aeroespacial (equipamentos de aeronaves dos principais setores do mercado de

aviação militar, de aeronaves de transporte a helicópteros, de aeronaves de

treinamento às de combate) e Marítima. É a principal fabricante de motores

aeronáuticos militares da Europa e a líder em motores aeronáuticos militares no

mundo. Equipa cerca de 25% da frota militar mundial.

No âmbito dos negócios marítimos, a Rolls-Royce é líder mundial em

propulsão, engenharia e hidrodinâmica marítima, com ampla gama de produtos,

além de capacidade completa de integração de sistemas. Oferecendo produtos que

vão desde projeto de embarcações e motores de turbinas a gás até equipamentos

de jato de água e manipulação de convés. É uma empresa cujo objetivo é fornecer

sistemas de potência, propulsão e movimento para embarcações de alto valor.

Nos mercados de energia a Rolls-Royce fornece mais de 15.000 unidades

para clientes em quase 120 países e investe em novos produtos e competências

para a indústria de petróleo e gás para a geração de eletricidade distribuída. Suas

atividades vão além dos grupos geradores baseados em turbina a gás e motores

alternativos que atendem o mercado de geração de potência. Tanto em terra quanto

no mar, os pacotes de turbinas a gás da Rolls-Royce atendem o setor de petróleo e

gás desde a década de 1960.

10

A descrição feita por meio da empresa supramencionada serve de alicerce

para a caracterização do objeto de estudo que é uma “Proposta de Implantação do

Sistema de Gestão de Qualidade Baseado no PDCA como Gestão de Melhoria

Contínua” uma vez que ao nos passar a divisão de seus negócios nos proporciona

uma visão da qualidade em que são desenvolvidos seus projetos e alicerçados seus

componentes industriais.

Entretanto, Smith (1998) delineia que o ciclo PDCA deve ser analisado e

posto em prática com prudência, uma vez que o mesmo assim como outros métodos

análogos de solução de problemas que englobam diversificados passos, podem vir a

ser genéricos o que implicaria em perda de poder e operacionalidade.

Na visão de Rooney e Hewel (2004) é prudente destacar que existem

inúmeras definições para a causa raiz de um possível problema, como: aquelas

fundamentais e quanto mais específicas maiores as chances de prevenção de que

novos erros venham ocorrer. Aquelas que podem ser razoavelmente identificadas,

mantenedoras de um bom relacionamento custo-benefício, sem consumo de tempo

exagerado do pessoal. Aquelas em que o gestor pode controlar, no entanto exigem

especificidade para a tomada de decisões que venham inibir novas ocorrências de

problemas. E finalmente aquelas que precisam estar diretamente associadas às

causas raiz.

Ao contrário de se buscar aperfeiçoamento na seqüência de passos

previamente estabelecidos seria interessante, isso serve para qualquer empresa,

que conceitos subjacentes ao PDCA, como o conhecimento, a solução de

problemas, a metodologia, os métodos e as técnicas fossem revistos. E que a

difusão de sua correta aplicação na organização possa proporcionar melhores

resultados.

2.2 EVOLUÇÃO HISTÓRICA

Em 1904 Frederick Henry Royce desenvolveu seu primeiro carro, denominado

Royce, em Manchester. No mesmo ano conheceu Charles Stewart Rolls e ambos

manifestaram a vontade de desenvolver um carro peculiar.

11

Já em 1971 devido a inúmeros problemas na criação do motor de jato RB211,

a Rolls-Royce foi fragmentada e estatizada. Em 1973 a Grã Bretanha vendeu a

cisão, o que fez com que à empresa Rolls-Royce voltasse seus esforços para a

confecção de motores aéreos. Em 1980 a Rolls-Royce Motors passou a pertencer à

empresa britânica Vickers e a Rolls-Royce Limited como empresa estadual até o ano

de 1987.

Após inúmeros impasses entre a BMW e a Volkswagen, que durou

aproximadamente quatro anos, no dia 1 de janeiro de 2003 a BMW passou a chamar

seus carros de Rolls-Royce e a divisão anterior da Rolls-Royce/Bentley da

Volkswagen a desenvolver carros denominados Bentley. Atualmente o setor

automobilístico da Rolls-Royce é controlado pela BMW e o setor de motores aéreos

pela Vickers.

No setor de turbomaquinas, em 2001 a Petrobras solicitou da Rolls-Royce o

RB211 para suas instalações offshore onde firmou parceria para oito setores de

energia voltados para embarcações FPSO P-43 Barracuda e P-48 Cratinga. No ano

de 2003 a empresa Rolls-Royce Energy recebeu novos pedidos para sete pacotes

de geração RB211 para a FPU P-51 Marlin Sul e plataforma fixa de re-bombemento

(PRA-1). E assim sucessivamente.

A Petrobras também encomendou da Rolls-Royce para sua nova estação de

recebimento e tratamento de gás de Caraguatatuba três conjuntos de geração de

energia elétrica Rolls-Royce RB211-G62, entre outros de similar importância.

Pertence a Rolls-Royce uma frota de mais de 550 turbinas a gás industriais

operando “offshore” em 32 países. Foi na Venezuela (1969) que as primeiras

unidades de turbinas a gás da Rolls-Royce entraram em funcionamento, seguidas

pelos EUA (1970) e Mar Norte (1972). Chega a mais de 160 milhões o numero de

horas das turbinas a gás industriais da Rolls-Royce.

Para o estudo proposto tomou-se como parâmetro o setor de turbomaquinas

da empresa Rolls-Royce. Por meio deste estudo pode-se perceber a importância das

turbinas, aeronáuticas, por exemplo, no dia-dia de uma grande indústria. Para

combater ou tentar minimizar eventuais problemas num setor como este em

12

especial, o de turbomaquinas, tomou-se como parâmetro ou ferramenta de

enumeração de possíveis causas de um determinado problema o Diagrama de

causa e efeito de Ishikawa ou Diagrama de Espinha de Peixe ou Diagrama 6 M.

2.3 DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE DE NÃO CONFORMIDADE E TRATAMENTO DE FALHAS PARA A EMPRESA ROLLS-ROYCE. E GERENCIAMENTO POR MEIO DO PDCA.

O software de não conformidade para tratamento de falhas ou erros nos

processos industriais da empresa Rolls-Royce está voltado para a ocorrência de

eventos não esperados e desejados pela empresa supracitada. Ele interage por

meio de uma gama de soluções, bem como através de planos de ações como

histórico, Troubleshooting e análises estatísticas. Detém uma área de consulta onde

proporciona que se estabeleçam conformidades reincidentes.

O software que serviu de base para este estudo – o de não conformidade –

também possibilita a emissão de relatórios estatísticos para estudos e planilhas

eletrônicas, assim como permite que se opere juntamente com a “Ação Corretiva”

que permite estabelecer uma ou mais inconformidades. Permite salvar arquivos com

gráficos e imagens. Na área administrativa permite intervir com controle total, quando

necessário. Detentor das normas de qualidade, o sistema é personalizado de acordo

com os dados da empresa.

No tocante ao software delph utilizado, este é um ambiente de

desenvolvimento de aplicações, orientado a objetos, que permite a criação de

aplicações para sistemas operacionais, como templates e experts de aplicações e

formulários (wizards), que aumentam muito a produtividade, facilitando a

programação.

Além disso, ele utiliza um dialeto da linguagem Object Pascal, tem os seus

componentes definidos como objetos permitindo heranças, permitem também a

criação de novos componentes na própria linguagem, onde o acesso a banco de

dados é fácil e possui um ambiente de depuração integrado facilitando a solução dos

erros de programação que poderão surgir durante o desenvolvimento.

13

O Delph surgiu como resultado da evolução do compilador Turbo Pascal,

desenvolvido em 1974 por Anders Hejlsberg. Em 1995, o compilador Delphi surgiu

trazendo consigo a linguagem Object Pascal, a evolução da linguagem pascal para a

programação orientada a objetos. Sendo que um dos destaques do Delphi é o seu

Ambiente de Desenvolvimento Integrado (IDE).

Para a execução do projeto proposto foi necessário fazer o uso de linguagem

de programação. Para que esta fosse traduzida em programas executáveis, fez-se

necessário a presença de um software que tornasse a programação possível. Como

exemplo de ambiente de desenvolvimento no qual um projeto deste porte seria

possível, é apresentado nesta parte o Borland Delphi.

Um compilador é um programa que transforma o código escrito em linguagem

de alto nível em uma sequência de instruções (programa) que será executada por

um sistema computacional. O código de alto nível é também designado por código

fonte ou source code. O código compilado chama-se código objeto ou object code.

Em Linguagens de Programação híbridas, o compilador tem o papel de converter o

código fonte em um código chamado de "byte code", que é uma linguagem de baixo

nível.

O Object Inspector, localizado na parte inferior esquerda, é a janela que dá

acesso às propriedades e aos eventos relacionados aos objetos. Na aba Properties

são exibidas todas as propriedades possíveis de um objeto selecionado e apresenta

também as propriedades dos objetos vinculados. Na aba Events, são

disponibilizados os eventos possíveis para um objeto, que se editados indicam ao

programa a ação a ser tomada mediante a determinada ação do usuário sobre o

objeto.

Completando o quando temos o Editor de Código, onde pode se visualizar e

editar o código pascal do programa, assim como um resumo do conteúdo do

programa, que descreve os objetos presentes.

14

Figura 2 – Modelo de software em Delph.

Em suma, o software desenvolvido foi feito em delph, como uma ferramenta

utilizando à lógica do PDCA e das ferramentas dos sistemas de gestão da qualidade,

assim como de melhoria continua (objeto de estudo no próximo capítulo). Foi

desenvolvido com intuito de se ter maior disponibilidade de máquinas, otimização do

tempo nas operações de campo, criação de soluções centradas na confiabilidade,

minimizando com isso as perdas; criando planos de ações e ações mitigadoras.

15

As telas do software de gerenciamento de não conformidade foram

desenvolvidas com base no Método de Gerenciamento de Processos ou de

Sistemas (PDCA) e podem ser analisadas ao final deste estudo (Arquivos).

16

CAPÍTULO 3 – MELHORIA DA QUALIDADE DO TRABALHO BASE ADO NOS

MÉTODOS DE GESTÃO DA QUALIDADE

3.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS DO MÉTODO DE MELHORIAS PDCA.

O PDCA ou conceitualmente conhecido como Método de Melhorias foi criado

à cerca de trinta anos nos Estados Unidos por Walter A. Shewhart. Foi desenvolvido

como ciclo de controle estatístico do processo e pode ser repetido por diversas

vezes sobre qualquer processo ou problema. Mas foi Deming (1990) quem difundiu o

PDCA ao aplicar este método nos conceitos de qualidade em trabalhos

desenvolvidos no Japão nos anos cinqüenta.

Basicamente o Método de Melhorias se baseia em conceitos da administração

clássica, como os relatados por Taylor e Fayol e aprimorados por Deming (1986) e

Juran (1998). Segundo Taylor a administração evolui para novas atribuições e

encargos como os relatados como os quatro princípios: de Planejamento; Preparo;

Controle e Execução. Que sucessivamente designam a substituição da improvisação

por métodos planejados; o preparo dos instrumentos físicos e materiais; o controle

do trabalho numa tentativa de se evitar que falhas venham acontecer; bem como

distribuição eqüitativa das responsabilidades e do trabalho. Como mostra a figura a

baixo:

Figura 3 – Ciclo PDCA.

17

Para Souza e Mekbekian (1993) o Método de Melhorias PDCA é amplamente

eficaz quando os trabalhadores de uma empresa detêm pleno conhecimento sobre o

mesmo. Suzuki complementa delineando que utilizar o Método de Melhoria PDCA

consiste em dar qualidade ao “produto final”.

Como perfeitamente mostra a figura anterior, o ciclo PDCA representa o Plan,

o Do, o Check e o Act, que respectivamente designam planejar, executar, verificar e

atuar. O módulo “PLANEJAR” pode ser entendido como o mais importante e como o

que dá inicio aos processos que sucederam. Abrangem pelo menos cinco etapas,

quais sejam: localização do problema, estabelecimento de meta, análise do

fenômeno por meio da análise do gráfico de Pareto e outros diagramas, análise do

processo por meio do diagrama de Ishikawa e confecção de um plano de ação. A

baixo pode-se ter uma prévia do gráfico de Pareto e do diagrama de Ishikawa.

Figura 4 – Gráfico de Pareto.

18

Figura 5 – Diagrama de causa e efeito de Ishikawa.

O módulo “DO” ou fazer por sua vez designa ou significa criar maneiras de se

divulgar o plano de ação e de se treinar o pessoal de uma organização afim de que o

plano atinja suas metas. O módulo “CHECK” ou “CHECAR” consiste em se medir

processos e produtos, comparando, descrevendo e verificando a continuidade ou

não do problema. Por fim o “ACT” ou “AGIR” consiste na execução de medidas que

promovam continuamente a melhoria do desenvolvimento do processo, através do

cumprimento de etapas como: a elaboração ou modificação do padrão,

comunicação, treinamento ou educação, e acompanhamento da utilização do

padrão. Ressalta-se que é neste módulo que se dá a conclusão do processo, que

19

pode ter continuidade por meio do estabelecimento de novas metas. Em suma o

ciclo PDCA para manutenção de metas é utilizado quando o objetivo foi alcançado,

para continuar o padrão ou para retornar à fase de planejamento.

Para o cumprimento de tais metas é preciso o gerenciamento da rotina e que

um padrão de trabalho (Standard) seja seguido ou ciclo SDCA (Standard, Do, Check,

Act). Ressalta-se que no ciclo SDCA são realizadas revisões repetitivas à cerca dos

problemas diagnosticados, onde também são enlencados os problemas principais.

No padrão Standard do ciclo SDCA são definidos os itens e níveis de controle,

metodologias e padrões criados para a sustentação dos resultados. No padrão “DO”

são executadas as tarefas, no “CHECCK” monitorados os dados e no “ACT” criadas

ações corretivas de futuros problemas.

É importante destacar que toda vez que o ciclo PDCA de melhoria de

qualidade se repete no intuito de se resolver um problema ou na padronização de

um processo a importância da efetivação do ciclo aumenta. Existe um aumento no

grau de dificuldade das metas a serem atingidas, assim como maior especialização e

qualificação. Outro fator relevante é o ciclo de Deming, nele há a resolução de

problemas e deliberação de decisões, além de representar uma forma eficaz de se

alcançar metas.

Sintetizando, o ciclo PDCA que é uma seqüência de atividades que são

percorridas de maneira cíclica para melhorar as atividades é um método eficaz de se

resolver problemas e tomar decisões e se usado corretamente pode melhorar

continuamente a qualidade, produtividade e custos de uma empresa.

3.2 CICLO PDCA DE CONTROLE DE INDÚSTRIAS

De acordo com Campos (1994), na utilização do método gerencial poderá ser

preciso empregar várias ferramentas para a coleta, o processamento e a disposição

das informações necessárias à condução das etapas do PDCA. Estas ferramentas

são denominadas ferramentas da qualidade. Entre as ferramentas da qualidade

estão as técnicas estatísticas que são de especial importância. Algumas dessas

20

técnicas são: Estratificação, Folha de Verificação, Gráfico de Pareto, Diagrama de

Causa e Efeito, Histograma, Diagrama de Dispersão e Gráfico de Controle.

A “Estratificação” consiste na discriminação dos dados auferidos em grupos e

subgrupos a fim de se apurar melhor as varáveis. O processo de estratificação deve

apontar as prováveis causas dos problemas. Podendo com ele serem estratificados

quantas vezes necessárias, a fim de com isso diagnosticarem o cerne do problema.

Na folha de Verificação Folha de Verificação são observados problemas já

impressos, a fim de facilitar a coleta e o registro dos dados. Na maioria das vezes é

elaborada após a definição das categorias para a estratificação dos dados.

Já o “Diagrama de Causa e Efeito” é um instrumento utilizado para

correlacionar o resultado de um processo com seus fatores causais. O “Gráfico de

Pareto” utilizado para se delimitar metas viáveis numéricas a serem atingidas. No

“Diagrama de Causa e Efeito” por sua vez é utilizado um método que apresente a

relação existente entre o resultado e as causas de um processo. O “Histograma” por

sua vez permite que se visualize um conjunto de dados, assim como se perceba a

localização do valor principal e da dispersão dos dados. A comparação de

histogramas com os limites de especificação possibilita ponderar se um processo

está situado no valor nominal ou se é preciso criar algum modos operante para

reduzir a variabilidade do processo.

Figura 6 - Diagrama de causa e efeito de Ishikawa para o brainstorming.

21

Figura 7 – Histograma.

No “Diagrama de Dispersão” um gráfico é usado para correlacionar duas

variáveis, que podem ser duas causas, uma causa e um efeito ou dois efeitos de um

processo.

Erros de produção causados por ausência de funcioná rios

10

15

20

25

30

35

40

45

35 40 45 50 55 60 65 70 75

Erros de produção

Au

sên

cia

de

fun

cio

nár

ios

Figura 8 - Gráfico de Dispersão.

22

Paladini (1997) também argumenta a existência de outras ferramentas que

ajudam na tomada de atitudes e elaboração de estratégias capazes de estabelecer a

maneira mais certa de se encontrar elementos que envolvam um dado objetivo. São

elas: o diagrama matriz, matriz de análise de dados, diagrama de seta, diagrama de

dependência, diagrama árvore, diagrama de similaridade e diagrama de

programação de decisão. O brainstorming ou “tempestade de idéias” é caracterizado

como uma discussão informal em grupo onde são enlencados variados pensamentos

para perguntas como: O que? Quem? Quando? Onde? Por que? Como? Quanto?

ou What? Who? When? Where? Why? How? How much?

3.3 MÓDULO PLAN (PLANEJAR)

Aqui se pode ter brevemente um apanhado sobre a importância desse módulo

é descrito por Ahuja (1994) como, sendo a principal atividade do administrador. Para

o autor, “Planejar é estipular objetivos e, então, determinar programas e

procedimentos para o alcance desses objetivos. É tomar decisões para o futuro, olhar

mais adiante”.

Clark (2001) acrescenta;

Na fase PLAN do ciclo PDCA, todas as pessoas envolvidas com o ciclo devem sempre procurar meios para melhorar seus negócios, desenvolvendo nessa fase metas para o funcionamento sistemático da melhoria contínua. (Clarck, 2001).

Badiru (1993) especifica algumas questões apropriadas nessa fase. No caso,

deverão ser discutidas questões como: qual a meta especifica a ser alcançada pela

organização; quais as pessoas a serem envolvidas nesse processo; qual será o prazo

para a efetivação do plano de ação a ser elaborado; quais serão os recursos a serem

despendidos para a conclusão do plano; quais serão os dados a serem coletados

durante o processo; enfim, perguntas que envolvem todo um planejamento minucioso

do processo a ser executado.

O planejamento citado neste módulo pode ser enquadrado, segundo

23

classificação de Escrivão Filho (1998), como planejamento estratégico e

planejamento tático/operacional. No caso, Escrivão Filho (1998) define o

planejamento estratégico como a escolha de procedimentos que definem as decisões

a serem tomadas, dado um intervalo de tempo e uma situação global, efetuando-se a

seleção de metas e projeto de recursos para atingir tal meta. O planejamento tático,

segundo Escrivão Filho (1998), serve para implementação de decisões formuladas

em níveis mais altos. Este último é compatível com a formulação do plano de ação,

ultima etapa do módulo PLAN.

Como visto anteriormente este módulo divide-se em cinco etapas. A recordar:

localização do problema, estabelecimento de meta, análise do fenômeno, análise do

processo e elaboração do plano de ação (Ver inicio do capítulo).

Segundo CTE (1994), o plano de ação deve conter o cronograma de ações a

serem tomadas, a definição de responsabilidades, a alocação de recursos, bem como

a delegação das ações e o acompanhamento das mesmas. O plano de ação poderá

estar, segundo a necessidade da organização, conjugado a um cronograma pré-

estabelecido de atividades, agregado a uma planilha de custos. Ou seja, o plano de

ação é uma ferramenta integrada a outras ferramentas de controle, auxiliando no

controle total dos processos em um sistema de gestão da qualidade.

Á baixo o que se têm é um modelo do Plano de ação formulado para a

empresa Rolls-Royce:

Figura 9 – Plano de Ação.

24

3.4 MÓDULO DO (EXECUTAR)

Neste módulo, todas as metas e objetivos traçados na etapa anterior, e

devidamente formalizados em um plano de ação, deverão ser postos em prática, de

acordo com o objetivo ou meta traçado por cada empresa ou organização.

Essa etapa somente será viável se houver a existência de um plano de ação

bem estruturado. Por outro lado, um plano de ação não atingirá seu objetivo caso não

seja colocado em prática. A etapa DO permite que o plano de ação seja praticado de

forma gradual, organizada, em uma escala crescente, permitindo maior eficácia das

medidas a serem implementadas (Badiru, 1993).

Vieira Netto (1988) argumenta que:

“Enquanto o planejamento e a programação estão voltados para a eficácia (intrínseca às ações estipuladas), a etapa de execução está voltada para a eficiência do processo construtivo, tratando de projetos no setor off-shore. Em termos, um processo produtivo eficiente será proveniente de um plano contendo ações realmente eficazes” (Netto, 1998).

Para que esse módulo apresente a eficiência desejada, Campos (2001)

subdivide o mesmo em duas etapas principais: a etapa de Treinamento e a etapa de

Execução da Ação.

Na etapa relativa ao treinamento, a organização deverá efetuar a divulgação

do plano a todos os funcionários envolvidos. Para tanto, torna-se necessário verificar

quais ações necessitam da cooperação ativa de todos os membros, enfatizando

essas ações a fim de que possam ser executadas da melhor maneira possível. A

divulgação do plano deve ser realizada por meio de reuniões participativas

(utilizando-se técnicas de treinamento), apresentando claramente as tarefas e a razão

delas, assim como as pessoas responsáveis pelas mesmas. Ao final dessas reuniões,

deve-se certificar que todos os envolvidos compreenderam as ações que serão

executadas e se a maioria concorda com as medidas propostas (Campos, 2001).

Dessa forma, a divulgação do plano de ação estará sendo efetuada da maneira mais

25

eficaz, abrangendo todos os setores envolvidos da empresa, estando pronto de fato

para ser executado.

A segunda etapa da fase DO consiste em executar o plano de ação proposto.

Uma vez amplamente divulgado e ciente da compreensão de todos os envolvidos, o

plano de ação poderá ser colocado em ação. Nesta etapa devem-se efetuar

verificações periódicas no local em que as ações estão sendo efetuadas, a fim de

manter o controle e dirimir possíveis dúvidas que possam ocorrer ao longo da

execução. Todas as ações e os resultados bons ou ruins devem ser registrados com

a data em que foram tomados, para alimentar a etapa seguinte do ciclo PDCA - etapa

CHECK- (Campos, 2001).

3.5 MÓDULO CHECK (VERIFICAR)

Este módulo é conceituado como a fase de verificação das ações executadas

na etapa anterior (DO). Fase de comparação entre os resultados deste módulo com

as ações originarias da fase de planejamento. Em face deste exposto, todas as ações

deverão ser monitoradas e formalizadas adequadamente na fase “Plan”, para que a

verificação dos resultados na fase em questão possa ser realizada da maneira mais

eficaz possível.

Badiru (1993) sugere nessa fase algumas questões que devem ser levantadas,

a fim de analisar criticamente as ações tomadas na fase anterior. Essas questões

podem ser enlencadas como: qual a eficácia das ações frente aos objetivos iniciais;

qual o grau de desvio das ações estipuladas inicialmente, e se os mesmos foram

aceitáveis e eficazes para se atingir os objetivos; o(s) problema(s) detectado(s)

pode(m) ser superado(s); as ações tomadas foram eficazes o suficiente para se

estabelecer um padrão?

Para que essas questões sejam analisadas de forma organizada, Melo (2001)

propõe subdividir essa etapa em três fases, ou seja: comparação dos resultados,

listagem dos efeitos secundários e verificação da continuidade ou não do problema.

26

Desse modo, a etapa mencionada é sistematizada para sustentar uma confirmação

da efetividade da ação. Na fase de comparação dos resultados Melo (2001) propõe

que se devem utilizar os dados coletados antes e após a tomada de ações efetuada

na fase anterior

3.6 MÓDULO ACTION (ATUAR)

Este módulo é responsável pela padronização dos processos implantados na

fase “DO”. Uma vez confirmada a eficácia das deliberações tomadas há uma

padronização destas ações. Como visto anteriormente.

Segundo Badiru (1993), as ações nessa fase devem ser baseadas nos

resultados positivos obtidos na fase anterior, CHECK, na expectativa de padronizar

essas ações para serem utilizadas em outras ocasiões semelhantes.

A importância do processo de padronização não advém de estudos recentes,

mas sim de trabalhos divulgados no começo do século XX, tendo como exemplo a

“Administração Científica” de Frederick W. Taylor, onde a padronização é citada como

preocupação constante na obtenção da eficiência (Chiavenato, 1999).

Souza (1997) cita os seguintes aspectos a serem respeitados pela empresa no

processo de elaboração dos seus padrões, tais como: concisão na redação de

documentação, colocação de idéias em forma de itens, bem como o uso de tabelas,

Figuras, fluxogramas ou quaisquer outros meios que auxiliem o entendimento; os

padrões devem expressar o domínio tecnológico da empresa. Nesse sentido, todo o

conhecimento técnico e administrativo deve fluir para os padrões como forma de ser

utilizado pelos operadores para o benefício de todos; indicação evidente das datas de

emissão e de revisão, o período de validade e a responsabilidade pela elaboração e

revisão, mantendo-se dessa forma um controle de manutenção dos padrões e do

número de revisões; incorporação de mecanismos à prova de falhas, de modo que o

trabalho possa ser realizado sem erro por qualquer funcionário, garantindo assim o

não reaparecimento do problema supra analisado entre outras técnicas que

contribuam para o aperfeiçoamento deste módulo.

27

Após a elaboração dos padrões, eles devem ser amplamente divulgados na

empresa por meio de comunicados, circulares, reuniões, etc. Devendo a divulgação

na empresa vir precedida de uma sistemática voltada para a educação e treinamento

por meio de seminários e reuniões.

O ciclo PDCA chega a sua fase final no módulo ACTION ou AGIR. É nessa

fase que se desencadeia a necessidade de se iniciar um dos processos mais

importantes. Nos dias atuais, mais discutidos numa organização: o processo de

Melhoria Contínua – tratado no capítulo a seguir.

28

CAPÍTULO 4 – MELHORIA DA QUALIDADE DOS SISTEMAS DE GESTÃO

4.1 O PROCESSO DE MELHORIA CONTÍNUA

A melhoria contínua é, atualmente, um dos pontos principais dos sistemas de

gestão da qualidade nas empresas. O desenvolvimento qualitativo ocorrido no Japão

teve como uma das bases estratégicas o melhoramento da qualidade em um ritmo

contínuo e revolucionário - afirmou Juran (1990). A reavaliação das normas ISO

9000 reforçou a importância da melhoria contínua nos processos da empresa,

exigindo registros que comprovem que a empresa obteve, de fato, melhoria em seu

sistema. Ficando evidente a necessidade de um estudo mais minucioso à cerca das

características da melhoria contínua, sua definição dentro do sistema de gestão da

qualidade de uma empresa, e plano de execução dentro do método PDCA.

Na visão de Juran (1990) melhoria significa a criação organizada de

mudanças benéficas, obtendo níveis extraordinários de desempenho. Exige, no

entanto, tempo hábil para a realização de tarefas. Para o estudioso parte da melhoria

da qualidade que ocorre é um resultado direto da iniciativa e liderança da alta

gerência; e boa parte da melhoria da qualidade restante ocorre devido à iniciativa

dos níveis mais baixos da empresa. Tal entendimento origina o pensamento no qual

a melhoria da qualidade está diante de atividades voluntárias que dificultam a

resolução de tarefas impostas pelos gerentes operacionais (cumprimento de

cronogramas, orçamentos, especificações e entre outros).

Juran (1990) delineou que relatórios sobre a insatisfação dos clientes;

avaliações de qualidade competitiva; relatórios do pessoal das vendas; relatórios do

pessoal da assistência técnica; análise das falhas de campo; dados de contabilidade

sobre os custos da má qualidade, disposição e paciência da empresa para se buscar

esses níveis de desempenho poderiam vir exemplificados.

De acordo com Moura (1997), a melhoria contínua é a busca da excelência. E

consiste em exercer e praticar a “Qualidade Total” em todos os seus princípios e

conceitos. Uma vez que sempre que há uma seqüência de atividades percorridas de

29

modo cíclico para aprimorar as atividades, o que se tem é o ciclo PDCA.

aumentando a complexidade do processo.

Moura (1997) ainda cita que:

“A melhoria contínua como a busca de melhores resultados e níveis de desempenho dos processos, produtos e atividades da empresa deve ser objetivo da empresa e desenvolvida como cultura da mesma, consistindo em um modelo de organização pautado em critérios de qualidade. Significa que pode ser derivada de uma ação gerencial ou de modo espontâneo pela sugestão de seus colaboradores”. (Moura, 1997)

Para os japoneses a melhoria contínua é conceituada por meio da

terminologia “KAIZEN”. Cujo significado está atrelado à melhoria, “KAI = a

mudança ”, e “ZEN = o bom ”. O termo Kaisen está associado à filosofia empresarial

que admitem que se possa auferir melhoramento a qualquer hora e

consequentemente adapta-lo para sua empresa, indústria e afins.

Organizacionalmente falando, seu conceito corresponde a uma política e também a

uma cultura (DEMING, 1986).

Além da melhoria da qualidade poder ser representada pela terminologia

“Kaisen”, essa técnica também mantém a melhoria do padrão de trabalho através de

melhoras decrescentes e técnicas inovadoras que podem ser identificadas por meio

dos elevados resultados auferidos.

Para Imai (1986) o “Kaizen” proporciona uma nova forma de pensar o

processo trabalhista por meio do melhoramento e orientação dos indivíduos

envolvidos no processo.

Neste preâmbulo o ciclo PDCA de melhoria é aplicado cada vez mais para

melhorar os resultados do processo, com vistas a um mercado de trabalho dia-dia

mais contestável ou exigente. Parâmetros como retrabalho, redução de peças com

defeito, são sem dúvida levados em consideração quando o assunto é melhoria

contínua da gestão da qualidade dos sistemas. Para cada meta se estima um

problema a ser alcançado numa analogia ao Método de Solução e Análise de

30

Problemas (MASP).

Para Formoso (1995) o funcionamento do processo na sua integralidade

constitui um controle contínuo da rotina, de maneira a evitar eventuais desvios ou

para viabilizar futuras melhorias. O processo de análise deverá ser continuamente

aplicado para garantir o funcionamento adequado do processo global (Anexo 3 ).

Moura (1997) acrescenta ainda que:

“A empresa deve exercer a postura de visionária e estrategista; acompanhar as mudanças e tendências seja a respeito da tecnologia, dos concorrentes e outros fatores; e ampliar a atuação da empresa para o setor que está inserido”. (Moura, 1997).

Guerrini (1997) compartilha deste pensamento, citando o caso das empresas

de energia e a necessidade de se observar aspectos relativo à Gestão Estratégica

de Custos e Gestão de Produtividade, para que as mesmas consigam um processo

de melhoria contínua relativa à sua produção.

Vários estudiosos, como o já citado Moura, além de Develin e Miyake afirmam

que na busca da melhoria contínua é imprescindível a criação de um Sistema de

Gestão da Qualidade, como por exemplo, tem-se os anexados ao final deste estudo.

Por meio deste, a empresa consegue a uniformização adequada de seus

procedimentos.

Para Miyake (2001), a gestão da produção fundamentada nos valores da

qualidade total evidencia a perspectiva do cliente no ambiente de produção e

reforçando a busca da melhoria contínua de qualidade.

Diante destes processos de melhoria continua se tem a norma ISSO 9000

previamente elaborada para reger as relações contratuais dos dias de hoje. Com ela

o que se tem é um modelo de gestão baseado nos critérios de excelência.

31

Nas indústrias automobilísticas em particular como, por exemplo, a Rolls-

Royce existe uma norma ISO especifica, como a TS 19949, desenvolvida com base

na ISO 9000, para estabelecer os requisitos de um sistema da qualidade voltado

para o desenvolvimento, produção, aplicação, instalação e serviços pós-aquisição

pelo comprador.

Juran (1990) compartilha dos pensamentos de Moura, quando cita que a

criação e a manutenção de uma estrutura organizacional especialmente criada para

desenvolver novos modelos de bens, favorece a criação de novos processos

relacionados ao aprimoramento contínuo da qualidade dos bens e serviços

fornecidos. O autor exemplifica por meio da criação de um conselho de qualidade,

conselho de melhoramento da qualidade ou comitê de qualidade.

Develin (1995) afirma que:

“Apenas a criação de equipes para coordenar os esforços de melhoria contínua é insuficiente para o êxito da melhoria. Junto a ela, deve ser aliado um programa de educação e treinamento constante para todos os funcionários. Onde a educação é um processo que deve ser implementado em longo prazo, a fim de construir a compreensão dos novos conceitos, crenças e atitudes, e estimular mudanças desejáveis”. (Develin, 1995)

Uma vez desenvolvido o Sistema de Gestão da Qualidade e delegadas as

responsabilidades pertinentes aos grupos de trabalho, a empresa pode executar a

melhoria contínua, a qual deve ser feita pela prática do método de melhorias PDCA

de aprendizagem e busca de melhores níveis de desempenho, na busca de uma

melhor execução das técnicas trabalhistas.

Rossato (1996) acrescenta que:

“O ciclo P.D.C.A., sendo um método que visa controlar e conseguir resultados eficazes e confiáveis nas atividades de uma organização empresarial torna-se um eficiente meio de obtenção de melhoria no processo. Ele padroniza as informações do controle da qualidade, evita erros lógicos nas análises, e torna as informações mais fáceis de entender. Devendo ser usado para facilitar a transição do estilo de administração direcionada para melhoria contínua”. (Rossato, 1996)

32

De acordo com Miyake (2001), outra prática análoga ao PDCA é aquela que

se baseia no desdobramento das metas globais até o nível de metas específicas do

setor operacional. Isto significa que a empresa deve estabelecer metas claras de

orientação e verificação, negociação e provimento dos recursos.

Neste preâmbulo Wernke, et al (2000) delega oito peculiaridades à qualidade,

ou seja, desempenho, características, confiabilidade, conformidade, durabilidade,

atendimento, estética e qualidade percebida. E acrescenta:

“Serviço de qualidade é aquele que atende as necessidades e que está dentro de sua possibilidade de compra, ou seja, preço justo. Alem de excelência de desempenho a um preço aceitável ou a um custo aceitável”. (Wernke; et al, 2000)

Por outro lado, existem autores que associam qualidade à perda monetária

pela sociedade no instante que o bem ou serviço sai da fábrica. Enquanto Campos

(1992) associa qualidade há satisfação das necessidades dos clientes, ou seja,

qualidade no sentido estrito da palavra, custo, prazo de entrega, moralidade ou

condições adequadas de trabalho, e segurança.

Em suma, para Lima (2006) o ciclo de atividades percorridas de modo cíclico

para melhorar as atividades (PDCA) padroniza as informações do controle de

qualidade evitando falhas nas análises, deste modo facilitando o entendimento das

informações auferidas. Utilizado também como agente facilitador da passagem do

estilo de administração direcionada para a melhoria continuada.

33

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O enfoque principal dado ao trabalho está associado à gestão estratégica,

abrangendo toda a estrutura organizacional da empresa. Enquanto o segundo

enfoque está vinculado à Gestão de Processos, a qual será descrita posteriormente.

No nível estratégico, a empresa pode estar executando o que Suzuki

denominou de “big PDCA circle”, voltado para o planejamento da empresa como um

todo. Nesse caso, a empresa elabora as metas que englobam todos os

empreendimentos, incluindo os recursos necessários de acordo com o número de

empreendimentos a serem executados (PLAN). Em seguida, a empresa irá gerenciar

seus empreendimentos (DO), e mensurar, regularmente, o desempenho dos mesmos

(CHECK), concluindo o ciclo aplicarão as correções necessárias às não

conformidades relatadas, padronizando as ações eficazes tornando-as procedimentos

da qualidade a serem utilizados por empreendimentos futuros (ACT).

Desse modo, segundo descrições supracitadas, o método de gestão irá

permear toda a estrutura da empresa, desde o escritório central, o qual concentra e

administra todo o sistema de gestão da qualidade da empresa, até os

empreendimentos pertencentes à empresa, os quais, em um nível local, possuem

seus sistemas de gestão baseados no sistema de gestão da qualidade da empresa.

A utilização do ciclo P.D.C.A. na Gestão de Processos – citada inclusive pela

Norma NBR ISO 9001:2000 – provê o Gerenciamento da Rotina, descrita por vários

autores (Formoso, 1995; Carvalho, 1998; Campos, 2001).

O gerenciamento da rotina – que ocorre num nível operacional – é orientado

no sentido de eliminar não conformidades provindas da variação nos processos, e

sim eliminá-las, no intuito de promover uma melhoria do processo produtivo.

Assim como na Gestão Estratégica, a Gestão de Processos também contará

com metas estabelecidas em um nível operacional, as quais deverão concordar e

atender às metas propostas no nível estratégico.

34

A atuação do ciclo PDCA na gestão de processos pode ser descrita como

sendo a sua utilização, em um nível operacional, dentro dos empreendimentos

suportados por uma empresa de energia (o que Suzuki descreve como “Project

PDCA circle”).

Nesse caso, cada empreendimento deverá ter o planejamento da obra (da

maneira mais conveniente, podendo estar sob a forma de um Plano de Qualidade da

Obra, contendo os padrões de serviço referentes a essa obra), com a previsão dos

recursos a serem utilizados e as atividades a serem efetuadas ao longo do

cronograma (PLAN). Da mesma forma, deverá manter um controle da produção

baseado no planejamento inicial (DO), e mensurar, por meio de inspeções periódicas,

os indicadores de qualidade estipulados anteriormente (CHECK). Finalmente, cada

empreendimento deve executar as ações corretivo-preventivas nos seus processos e

repradronizar os procedimentos efetuados (ACT).

Assim como propõe Melo (2001), a utilização da variação SDCA do método de

melhorias PDCA. Neste caso, a letra "S" que significa "Standard ", alusivo a manter o

padrão estabelecido pela empresa, possui funcionamento similar ao método de

origem (PDCA). Ou seja, o gerenciamento da rotina, por meio do SDCA, manteria o

padrão existente – podendo mudá-lo caso necessário – através de ações corretivo-

preventivas nos processos rotineiros. Aliado a estes, o Método de Análise e Solução

de Problemas (MASP) funciona como instrumento metodológico na identificação e

busca de soluções de eventuais falhas assim como método voltado para a busca de

ações preventivas de erros futuros. Sendo importante mensurar que entre a prática e

a teoria do MASP existem diferenças. Enquanto a primeira está focada nos modelos

realmente utilizados, a outra está voltada para as etapas realmente consideradas

importantes.

35

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ANEXO 1 - TELA DE SOFTWARE DE ABERTURA.

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ANEXO 2 – TELA DE SOFTWARE CONTENDO REGISTRO DE PDCA.

40

ANEXO 3 – TELA DE SOFTWARE DE ANÁLISE DE PDCA.

41

ANEXO 4 – TELA DE SOFTWARE DE PROPOSTA DE AÇÃO CORRETIVA/ PREVENTIVA.

42

ANEXO 5 - TELA DE SOFTWARE CONTENDO REPROMAGRAÇÃO DE AÇÃO CORRETIVA/PREVENTIVA.

43

ANEXO 6 – TELA DE SOFTWARE CONTENDO IMPLEMENTAÇÃO DA AÇÃO CORRETIVA/ PREVENTIVA.

44

ANEXO 7 – TELA DE SOFTWARE DE VERIFICAÇÃO.

45

ANEXO 8 – TELA DE SOFTWARE DE ENCERRAMENTO.

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ANEXO 9 – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E EXCLARECIDO DA EMPRESA ROLLS-ROYCE ENERGY.