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Pós-Graduação em Ciência da Computação Um Framework para Rastreamento de Produtos em Cadeias Logísticas de Fruticultura Irrigada no Vale do São FranciscoPor Jean Carlos Coelho de Alencar Dissertação de Mestrado Universidade Federal de Pernambuco [email protected] www.cin.ufpe.br/~posgraduacao RECIFE 2014

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Pós-Graduação em Ciência da Computação

“Um Framework para Rastreamento de Produtos em CadeiasLogísticas de Fruticultura Irrigada no Vale do São Francisco”

Por

Jean Carlos Coelho de Alencar

Dissertação de Mestrado

Universidade Federal de [email protected]

www.cin.ufpe.br/~posgraduacao

RECIFE2014

Page 2: Pós-Graduação em Ciência da Computação · Aos meus pais (João Neto e Valéria), pelo exemplo de luta, ética e doação, e pelo o apoio em todos os momentos de minha vida,

Jean Carlos Coelho de Alencar

Um Framework para Rastreamento de Produtos em Cadeias

Logísticas de Fruticultura Irrigada no Vale do São Francisco

Trabalho apresentado ao Programa de Pós-graduação emCiência da Computação do Centro de Informática da Univer-sidade Federal de Pernambuco como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Ciência da Computação.

Orientador: Adriano Lorena Inácio Oliveira.

Recife2014

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Catalogação na fonteBibliotecária Joana D’Arc Leão Salvador CRB4-532

A368f Alencar, Jean Carlos Coelho de. Um framework para rastreamento de produtos em cadeias logísticas de

fruticultura irrigada no Vale do São Francisco / Jean Carlos Coelho deAlencar. – Recife: O Autor, 2014.

126 f.: fig., tab.

Orientador: Adriano Lorena Inácio Oliveira. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco. CIN,

Ciência da Computação, 2014. Inclui referências e apêndices.

1. Engenharia de software. 2. Rádio frequência - Identificação. 3. Cadeia de logística integrada. I. Oliveira, Adriano Lorena Inácio (Orientador). II. Titulo.

005.1 CDD (22. ed.) UFPE-MEI 2015-085

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Dissertação de Mestrado apresentada por Jean Carlos Coelho de Alencar à Pós Graduação

em Ciência da Computação do Centro de Informática da Universidade Federal de

Pernambuco, sob o título “Um Sistema para Rastreamento de Produtos em Cadeias

Logísticas de Fruticultura Irrigada no Vale do São Francisco” orientada pelo Prof.

Adriano Lorena Inácio de Oliveira e aprovada pela Banca Examinadora formada pelos

professores:

______________________________________________

Prof. Paulo André da Silva Gonçalves Centro de Informática/UFPE

______________________________________________

Profa. Maria da Conceição Moraes Batista

Departamento de Estatística e Informática / UFRPE

_______________________________________________ Prof. Adriano Lorena Inácio de Oliveira Centro de Informática / UFPE

Visto e permitida a impressão.Recife, 4 de dezembro de 2014.

___________________________________________________Profa. Edna Natividade da Silva BarrosCoordenadora da Pós-Graduação em Ciência da Computação do Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco.

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À minha família.

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Agradecimentos

Agradeço a Deus, por ser meu guia, e pela oportunidade e força que me proporcionou nodesempenho deste projeto e ao longo de minha vida.

Aos meus pais (João Neto e Valéria), pelo exemplo de luta, ética e doação, e pelo o apoio emtodos os momentos de minha vida, e principalmente por sempre ter nos mostrado o caminhomais correto, mesmo nos momentos mais adversos.

Às minhas Irmãs (Jane Cleide e Nadjane), pelo carinho, estimulo e apoio.

A minha esposa (Katiuscia) e aos meus filhos (Katarina e Carlos Eduardo), pelo amor, apoio ecompreensão, principalmente pelo meu mau humor nesta reta final e pelas noites maldormidas que proporcionei.

A toda minha família, pelo total estímulo.

Aos professores do programa, por suas importantes contribuições.

Ao professor Adriano Lorena (meu orientador), pela oportunidade de participar destegrandioso projeto, e pelas instruções e atenção, no desenvolver deste trabalho.

Ao meu colega de trabalho e Amigo Ricardo Araújo, pela coorientação e atenção desprendida.

A toda a equipe do Campus Ouricuri, em especial aos colegas da Coordenação de Informática,pelo suporte nos momentos necessários.

Aos meus alunos por servirem de motivação e exemplo de persistência.

Aos companheiros do Albergue dos Inocentes, pelo apoio e cobranças nos momentosnecessários.

E por fim a todos os colegas do programa e companheiros de luta, pela parceria neste período.

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“Evoluímos de um mundoem que o grande vencia o

pequeno, para um mundo emque o rápido vence o

vagaroso”

KLAUS SCHWAB, (2008)

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Resumo

A região do vale do são francisco (VSF) é atualmente o maior polo exportador de uva do

Brasil. Entretanto, mesmo com a tecnologia de ponta empregada na produção de uva, é

possível verificar que o processo de rastreabilidade na sua cadeia logística é realizado de

modo rudimentar, através de documentos de papel (formulários, questionários e cartilhas).

Este processo possui uma série de falhas, dentre as quais vale destacar a baixa capacidade de

armazenamento e inconsistência dos dados. Neste contexto, este trabalho propõe um modelo

de rastreabilidade, baseado no uso da tecnologia de identificação por rádio frequência (radio-

frequency identification, RFID), para otimizar o processo de rastreabilidade da cadeia

logística de produção de uva. Além disso, uma análise experimental é realizada utilizando a

métrica retorno sobre o investimento (return on investment, ROI), e os resultados obtidos

demonstram que o modelo proposto é uma solução viável para o problema.

Palavras-chave: Identificação por Radio Frequência. Rastreabilidade. Cadeia Logística.

Produção de Uva.

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Abstract

The region of são francisco valley (vale do são francisco, VSF) is the most important

Brazilian exporter of grape. However, even with advanced technology employed within grape

production, it is possible to verify that the product tracking process of the logistic chain is

performed in a rudimentary way, using paper documents (formularies, questionnaires and

primers). This process has several flaws, among those, stand out the low storage capacity and

the data inconsistency. In this context, this work proposes a traceability model, based on the

radio-frequency identification (RFID) technology, to improve the tracking process of the

logistic chain of grape production. Besides, an experimental analysis is performed using the

return on investment (ROI) metric, and the achieved results demonstrates that the proposed

modes is a viable solution for the problem.

Keywords: Radio-Frequency Identification. Traceability. Logistic Chain. Grape Production.

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Lista de Figuras

Figura 1: Sistema de rastreabilidade.........................................................................................25

Figura 2: Modelo de rastreabilidade da cadeia de suprimentos de produtos hortícolas............38

Figura 3: Diferença entre item de varejo, unidade comercial e unidade logística....................39

Figura 4: Etiqueta logística do sistema GS1.............................................................................40

Figura 5: relação custo vs volume de tags utilizadas................................................................50

Figura 6: Benefícios na adoção do RFID..................................................................................51

Figura 7: Resultado em (%) da pesquisa sobre os benefícios da RFID, relatados por empresas

que estão usando a tecnologia...................................................................................................52

Figura 8: Resultado em (%) da pesquisa sobre os benefícios da RFID, esperados por empresas

que ainda planejam a sua adoção..............................................................................................52

Figura 9: Sequencia do plantio a embalagem das uvas.............................................................55

Figura 10: Sequencia da pré-paletização até a entrada no túnel de resfriamento.....................56

Figura 11: Processo de embalagem no packing house..............................................................56

Figura 12: Processo de embalagem no packing house..............................................................57

Figura 13: Processo de armazenagem.......................................................................................59

Figura 14: Códigos de barras para paletes e caixas de frutas....................................................60

Figura 15: Níveis de granularidade...........................................................................................64

Figura 16: Exemplo de Percurso...............................................................................................65

Figura 17: Exemplo de execução do percurso correto..............................................................65

Figura 18: Exemplo de ocorrência de desvios..........................................................................65

Figura 19: Processo de armazenagem com utilização do modelo proposto..............................66

Figura 20: Visão Lógica............................................................................................................72

Figura 21: Visão de Implantação...............................................................................................75

Figura 22: Algoritmo de Controle de Percurso.........................................................................77

Figura 23: Diagrama de caixa dos experimentos realizados com arranjo de uma antena.........82

Figura 24: Diagrama de caixa dos experimentos realizados com arranjo de duas antenas.......82

Figura 25: Arranjo com uma antena..........................................................................................83

Figura 26: Arranjo com duas antenas........................................................................................84

Figura 27: Ambiente Gráfico do emulador RIFIDI..................................................................86

Figura 28: Sequencia do percurso a ser percorrido pelas embalagens......................................87

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Figura 29: Caminho Feliz.........................................................................................................88

Figura 30: Resultado Esperado.................................................................................................88

Figura 31: Resultado obtido......................................................................................................89

Figura 32: Verificação e validação do caminho com desvios...................................................89

Figura 33: Resultado esperado..................................................................................................89

Figura 34: Resultado obtido......................................................................................................90

Figura 35: Verificação e validação do caminho com desvios (sentido inverso).......................91

Figura 36: Resultado esperado..................................................................................................91

Figura 37: Resultado obtido......................................................................................................92

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Lista de Tabelas

Tabela 1: Principais marcos referentes à rastreabilidade no mundo.........................................28

Tabela 2: RFID x código de barra.............................................................................................33

Tabela 3: Porcentagens de leituras de tags para arranjos de uma e duas antenas.....................81

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Lista de Símbolos

ABAC - Associação Brasileira de Automação Comercial

ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária

APPCC - Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle

BPF - Boas Práticas de Fabricação

CIMO - European Association of Fresh Produce Importers

CFO - Certificado Fitossanitário de Origem

DRPH - Diretrizes de Rastreabilidade de Produtos Hortícolas

EAN - European Article Numbering

EHI - EuroHandelsinstitute

EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

EPC - Código Eletrônico de Produtos

EUREP - Euro Retailer Produce Working Group

FPTP - Fresh Produce Traceability Project

GTIN - Número Global de Item Comercial

IGP - Indicação Geográfica de Procedência

INPI - Instituto de Propriedade Industrial

ISO - International Organisation for Standardization

PARA - Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos

PDV Ponto De Venda

PIF – Produção Integrada de Frutas

PI-UVA - Produção Integrada de Uvas

PPHO - Procedimentos Padrão de Higienização Operacional

PPRs - Programas de Pré-requisitos

PTL - Porcentagem de Tags Lidas

RFID – Radio-Frequency Identification

ROI - Return On Investment

SHAFFE - Southern Hemisphere Association of Fresh Fruit Exporters

UCC - Uniform Code Council

UE - Unidade de Expedição

ULE - Unidade Lógica Elementar

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UPC – Universal Products Code

VSF – Vale do São Francisco

WTP - Willingness To Pay

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Sumário

1. Introdução.............................................................................................................................16

1.1 Introdução.......................................................................................................................16

1.2. Motivação e Justificativa...............................................................................................17

1.3. Objetivos.......................................................................................................................20

1.3.1 Objetivo Geral........................................................................................................20

1.3.2 Objetivos Específicos.............................................................................................20

1.5. Estrutura da Dissertação................................................................................................21

2. Problemática da Rastreabilidade...........................................................................................22

2.1 Introdução.......................................................................................................................22

2.2. Definição.......................................................................................................................23

2.3. A Produção Integrada de Frutas e a Rastreabilidade.....................................................27

2.4. RFID x Código de Barra...............................................................................................29

2.5. Projeto Brasil-ID...........................................................................................................33

2.6. Rastreabilidade de Produtos Hortícolas........................................................................34

3. Estado da Arte.......................................................................................................................40

3.1 Introdução.......................................................................................................................40

3.2 Rastreabilidade de Alimentos Utilizando RFID.............................................................42

3.2.1 Rastreabilidade de Carne........................................................................................43

3.2.2 Rastreabilidade de Vegetais....................................................................................44

3.2.3 Rastreabilidade de Leite.........................................................................................46

3.3 Rastreabilidade de Alimentos Utilizando Código de Barras..........................................46

3.4. Retorno sobre o investimento em RFID........................................................................48

3.5. Modelo Atual de Rastreabilidade nas Propriedades......................................................52

3.6. Considerações Finais.....................................................................................................59

4. Framework Proposto.............................................................................................................61

4.1 Introdução.......................................................................................................................61

4.2. Modelo Proposto...........................................................................................................62

4.2.1 Modelagem com Granularidade Alta......................................................................66

4.2.2 Modelagem com Granularidade Baixa...................................................................68

4.3. Arquitetura.....................................................................................................................71

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4.3.1 Visão Lógica...........................................................................................................71

4.3.2 Pacotes Significantes do Projeto.............................................................................72

4.3.3 Visão de Implantação..............................................................................................73

4.3.4 Algoritmo Controle de Percurso.............................................................................75

4.4. Considerações Finais.....................................................................................................77

5. Resultados Experimentais.....................................................................................................79

5.1. Definição do Hardware a ser Utilizado.........................................................................79

5.2. Validação do Controle de Fluxo e Rastreabilidade........................................................84

5.2.1 Simulação utilizando o emulador RIFIDI..............................................................84

5.2.2 Simulação utilizando o hardware especifico..........................................................92

5.3. ROI - Rastreabilidade x Custo......................................................................................94

5.4. Considerações Finais.....................................................................................................95

6. Conclusão..............................................................................................................................97

6.1. Introdução......................................................................................................................97

6.2. Contribuições.................................................................................................................98

6.3. Limitações.....................................................................................................................99

6.4. Trabalhos Futuros........................................................................................................100

Referências..............................................................................................................................101

APÊNCICE.............................................................................................................................110

A – Fontes do Algoritmos...................................................................................................110

B - Planilha para Estimativa do ROI..................................................................................125

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Capítulo 1

Introdução

Este capítulo apresenta uma breve introdução ao problema abordado, bem como são

discutidas as motivações, justificativas,e objetivos desta dissertação. Ao final,é apresentada a

estrutura dos seus capítulos subsequentes.

1.1 Introdução

O vale do são francisco (VSF) responde pela produção anual de 1,5 milhões de

toneladas de frutas e legumes do Brasil (FENAGRI, 2012). Parte significativa dessa produção

abastece vários mercados internacionais, tais como Estados Unidos, Japão e Europa,

representando 96% das exportações nacionais de uva e manga, bem como sendo responsável

por uma movimentação financeira de aproximadamente US$ 800 milhões por ano nos

mercados interno e externo (EMBRAPA, 2012). Além disso, o VSF é considerado o segundo

polo vitivinicultor do Brasil, produzindo anualmente oito milhões de litros de vinhos finos

(EMBRAPA, 2012). Recentemente a uva e a manga desta região obtiveram o certificado de

indicação geográfica de procedência (IGP) junto ao instituto de propriedade industrial (INPI),

o que aumenta o prestígio comercial destes produtos (EMBRAPA, 2012).

A rastreabilidade é um ponto muito importante no setor de agroalimentares

(MCMEEKIN et al.,2006), uma vez que está relacionada a um conjunto de ações e de

processos que visam a identificação e rastreamento dos alimentos desde o seu nascedouro,

passando pelos processos de transformação, produção e armazenamento até a distribuição,

fornecendo assim informações para o consumidor (MCMEEKIN et al., 2006) e

(ECKSCHMIDT et al., 2009). Desta forma, a rastreabilidade dos alimentos pode ser

considerada um modelo de avaliação, qualidade e segurança para os alimentos, uma vez que

esta possibilita ao consumidor ter confiança em todo o processo de cadeia logística do

alimento, devido ao fato desta disponibilizar um histórico sobre o alimento desde a sua

produção até o consumidor final (ECKSCHMIDT et al., 2009).

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Desta forma, a rastreabilidade dos alimentos é considerada uma ferramenta

indispensável para se ter um diferencial competitivo internacional (FARINA, 2013).

Estratégias diferenciadas baseadas em qualidade são pontos críticos para sucesso no mercado

externo, e desta forma, a rastreabilidade dos alimentos é de fundamental importância no

processo de cadeia logista de produtos agro alimentícios, visto que informações sobre origem,

ciclo de produção e distribuição seguem as normas de qualidade (ECKSCHMIDT et al.,

2009) e (FMRIC, 2008). A definição de rastreabilidade exige três informações básicas

(ECKSCHMIDT et al., 2009) e (FMRIC, 2008): i) o produto necessita estar identificado, ii) a

origem deve ser conhecida, e iii) o destino deve estar definido.

Neste contexto, com o intuito de otimizar a cadeia logística de produtos agro

alimentícios, este projeto visa desenvolver um framework para rastreamento de produtos,

utilizando tecnologia de identificação por rádio frequência (radio frequency identification,

RFID), sendo este capaz de minimizar o risco de desvios indevidos de produto na cadeia

logística ligada a fruticultura irrigada do VSF.

1.2. Motivação e Justificativa

O Brasil atualmente está produzindo e oferecendo ao mercado internacional

praticamente todas as variedades mais procuradas e valorizadas de uvas (BRAZILIANFRUIT,

2012). Tecnologia, condição climática privilegiada, segurança alimentar e respeito ao meio

ambiente tornam a uva brasileira única em sabor e em disponibilidade no mercado

internacional. A uva produzida no Brasil é doce e suave, pois é colhida no ponto exato de

maturação com o equilíbrio perfeito entre os ácidos e os açucares de cada variedade

(BRAZILIANFRUIT, 2012). A produção de uva de mesa para exportação concentra-se no

nordeste do Brasil, na região do VSF, de clima semiárido, em latitude tropical, que permite

produzir uvas o ano inteiro (BRAZILIANFRUIT, 2012) e (INFOQUALIDADE, 2013). A

região é responsável por 96% das exportações de uva brasileira, com grande oferta de

variedades com e sem sementes, e a colheita é dirigida para as épocas de falta no mercado

internacional, entre os meses abril a maio e outubro a novembro (BRAZILIANFRUIT, 2012)

e (INFOQUALIDADE, 2013).

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Uma propriedade de médio a grande porte do VSF pode chegar a exportar

aproximadamente 267 containers de uva por safra, tendo em vista que o custo médio de

exportação por container chega a US$ 4.459,00 totalizando US$ 1.351.069,52. Desta forma, a

impossibilidade de rastreamento de itens com problemas gera uma série de prejuízos

financeiros (EMBRAPA, 2013) e (SOUZA & NETO, 2009). Logo, ferramentas avançadas de

informática para o acompanhamento, registro e controle dos produtos, permitindo a

rastreabilidade completa da origem ao destino do produto, se tornam necessárias para reduzir

os prejuízos supracitados ka.

Segundo Ferreira (2008) e com base na pesquisa feita junto aos produtores de uva na

região do VSF consta-se que a rastreabilidade é feita de modo rudimentar, uma vez que o

processo é realizado a partir de documentos de papel (baixa capacidade de armazenamento e

facilidade para falsificação) e de código de barras (uma unidade lógica elementar, neste caso

uma caixa, contém as informações sobre o peso, data e numero de lote, e uma unidade de

expedição, que contém informações sobre produtos, cliente e expedição) (FERREIRA, 2008)

e (GS1, 2014). Entretanto, de acordo com Hessel et al (2010), a utilização do código de barra

possui uma limitação, uma vez que este não possibilita seu reuso, tem baixa capacidade de

armazenamento, possibilita a leitura de um código de barras por vez, e necessita do

posicionamento direto no campo visual dos leitores de código de barra (GS1, 2014).

No caso particular do VSF, os produtores rurais, associações e cooperativas utilizam

tecnologia de ponta na busca pela qualidade do seu produto. Uma dessas técnicas é o

rastreamento da cultura, desde a sua colheita até o consumidor final (ECKSCHMIDT et al.,

2009), (MUN LENG et al., 2005) e (TWIST, 2005). Todo esse processo demanda tempo

considerável, pois hoje utiliza-se código de barra para identificar cada caixa com a cultura,

além de outros registros organizados em formulários de papel (FERREIRA, 2008).

Um agravante que tais controles manuais não são confiáveis, são os resultados do

Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA), demonstrando que

ainda é preciso investir na formação dos produtores rurais e no acompanhamento do uso de

agrotóxicos (ANVISA, 2013). O programa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária

(Anvisa) (ANVISA, 2013) avalia continuamente os níveis de resíduos de agrotóxicos nos

alimentos que chegam à mesa do consumidor. O resultado do monitoramento do último PARA

(2011/2012) mostra que 36% das amostras de 2011 e 29% das amostras de 2012 apresentaram

resultados insatisfatórios. Existem dois tipos de irregularidades, uma quando a amostra

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contém agrotóxico acima do Limite Máximo de Resíduo (LMR) permitido e outra quando a

amostra apresenta resíduos de agrotóxicos não autorizados para o alimento pesquisado.

De acordo com o Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos

PARA (2011/2012) (ANVISA, 2013), a uva apresentou alguns itens a se considerar:

• Agrotóxico não autorizado: 20% das amostras;

• Agrotóxico acima do limite: 5,3%;

• Agrotóxico não autorizado e acima do limite: 1,9%;

• Porcentagem total de amostras insatisfatórias: 27%.

Estes dados só reforçam a necessidade da adoção de ferramentas de gestão da

segurança e da qualidade para frutas e hortaliças, pelos produtores brasileiros, tendo em vista,

a não utilização destas, por estes produtores. Vários países, vem adotando ferramentas ou

modelos de gestão, sendo alguns norteadores de diversos processos de comercialização, em

alguns casos, inclusive utilizadas como barreira não-tarifária para produtos exportados para os

mercados da comunidade europeia, e os mercados americano e asiático (MATTOSI et al.,

2009).

Aliado a estas ferramentas, faz-se necessário também a adoção de boas práticas

agrícolas, tendo em vista estas hortícolas estarem sujeitas a diversas fontes de contaminação

microbiológica e química ao longo do seu cultivo e processamento (MATTOSI et al., 2009).

Além dos Programas de Pré-requisitos (PPRs) em segurança alimentar que são os

procedimentos ou etapas que controlam os processos dentro da produção de alimentos,

permitindo a criação de condições ambientais favoráveis à produção de um alimento seguro.

Boas Práticas de Fabricação (BPF) e Procedimentos Padrão de Higienização Operacional

(PPHO) são exemplos de PPRs. No âmbito do estudo desta pesquisa que está ligado a

produção de uva, destacam-se as boas práticas agrícolas (MATTOSI et al., 2009), como o a

implantação do processo de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC)

(MATTOSI et al., 2009), sendo este, um processo científico utilizado para se identificar

perigos e estimar os riscos que podem afetar a inocuidade de um alimento, visando

estabelecer medidas de controle e correções nas diversas etapas da cadeia produtiva de

alimentos, incluindo-se frutas e hortaliças. Em conjunto com este processo, se faz jus o uso da

rastreabilidade.

Neste contexto, a proposta deste trabalho é automatizar o processo de cadeia logística

de uva do VSF com uma tecnologia alternativa, através da utilização de identificação por

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rádio frequência (radio frequency identification, RFID) (HESSEL et al., 2009), visando

superar as limitações da tecnologia de rastreabilidade atualmente utilizada no VSF. A escolha

pelo RFID se deus pelo seu baixo custo, quando comparado ao código de barras, bem como

de seu processo automatizado de leitura das tags. Portanto, o framework de rastreabilidade

proposto passará a eliminar erros comuns, com mais segurança e preservando a autenticidade

das uvas exportadas. Desta forma, o framework proposto pode ser visto como um meio

alternativo que possibilite o controle de toda a cadeia produtiva em tempo real, oferecendo

uma série de vantagens para os produtores, tais como: i) informação: disponibilidade de dados

e informações que permitam uma tomada de decisão, ii) automação: redução de processos

manuais como captura de dados, minimizando a possibilidade de falhas humanas, iii)

integridade: possibilidade de manter as informações atualizadas em tempo real, e iv)

velocidade: redução do tempo de movimentação de materiais e busca de informações.

Portanto, de forma geral, modelo proposto substituirá a tecnologia empregada no setor,

minimizando a margem de erro na digitação das informações nos fluxos de entrada dos

controles,avaliações de qualidade, seleção e embalagem da uva e sem intervenção humana.

1.3. Objetivos

1.3.1 Objetivo Geral

Desenvolver e analisar a viabilidade de implantação do um framework para

rastreabilidade inteligente de frutas, promovendo melhorias na cadeia produtiva do ligada a

fruticultura irrigada no Vale do São Francisco.

1.3.2 Objetivos Específicos

1. Desenvolvimento de um framework para rastreabilidade inteligente de frutas (uva);

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2. Melhoramento dos processos da cadeia logística ligada a Fruticultura Irrigada no VSF;

3. Melhoramento do processo da rastreabilidade ligado a Fruticultura Irrigada no VSF;

4. Analisar através do estudo do retorno sobre o investimento (return on investment,

ROI), a viabilidade do framework na cadeia de produtividade do semiárido do Vale do

São Francisco;

1.5. Estrutura da Dissertação

Este trabalho está estruturado, como descrito a seguir:

Capítulo 1 – Introdução: este capítulo apresenta uma breve introdução as áreas investigadas,

bem como a motivação, justificativa e objetivos deste trabalho;

Capítulo 2 – Problemática da Rastreabilidade: este capítulo trata da necessidade da

implantação de rastreabilidade, seus conceitos, e sua aplicabilidade em produtos

hortícolas. Também é apresentada uma breve comparação entre a RFID e o código de

barras;

Capítulo 3 – Estado da Arte: este capítulo apresenta uma revisão sobre a adoção da RFID no

setor de agroalimentares e ROI;

Capítulo 4 – Sistema Proposto: este capítulo apresenta o modelo proposto para processo de

rastreabilidade na cadeia produtiva da uva, bem como suas opções de cenários;

Capítulo 5 – Resultados Experimentais: este capítulo detalha a realização de um

experimento que visa avaliar e validar o processo, bem como verificar a sua

viabilidade pela a análise do ROI. Os resultados do experimento são apresentados,

analisados e interpretados;

Capítulo 6 – Conclusão: Este capítulo finaliza o trabalho, com as conclusões, limitações e

propostas para trabalhos futuros.

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Capítulo 2

Problemática da Rastreabilidade

Esse Capítulo trata dos da necessidade da implantação de rastreabilidade, seus

conceitos, apresenta os principais marcos referentes à rastreabilidade no mundo. A motivação

para rastreabilidade de produtos hortícolas, e por fim faz um comparativo entre as tecnologias

RFID e o código de barras.

2.1 Introdução

Com o aumento da população mundial, e consequentemente o consumo de alimentos,

as empresas agropecuárias foram forçadas a procurarem meios de otimizarem a geração de

seus produtos, reduzindo o custo e aumentando a sua produção por hectare. Neste cenário,

foram incluídos os agrotóxicos em conjunto com outras técnicas de plantio e manejo. Estas

técnicas se aplicadas de forma indiscriminada e sem controle, podem ocasionar danos a saúde,

bem como ao meio ambiente (EMBRAPA, 2013).

Os consumidores estão cada dia mais exigentes e em busca por qualidade de vida e

acabaram vislumbrando o uso de alimentos saudáveis e com qualidade, como alternativa.

Quando se encontra uma marca que ofereça um produto de boa qualidade e segurança, o

consumidor tem maior confiança e fidelidade nesta marca (CUNHA & SAES, 2013). Neste

contexto existem normas e procedimentos hoje capazes de garantir um maior controle sobre a

qualidade dos agroalimentares, dentre eles temos: Produção Integrada de Frutas (PIF), ISO

22005:2007, e técnicas de rastreabilidade (CUNHA & SAES, 2013), (EMBRAPA, 2013) e

(EMBRAPA, 2013a).

Neste cenário, temos os processos e sistemas de rastreabilidade que podem ser usados

como meios de proporcionar a eficácia dos métodos de controle de qualidade adotados na

produção de alimentos. Esta eficácia só será obtida se todas as fases de produção,

transformação e distribuição estiverem bem catalogadas e documentadas, sendo mantidas

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sempre atualizadas.

Atualmente na região do VSF, mesmo esta sendo o maior polo exportador de uva do

Brasil, a rastreabilidade é feita de modo rudimentar, através de documentos de papel

(formulários, questionários e cartilhas). Este processo possui uma série de falhas, dentre as

quais vale destacar a baixa capacidade de armazenamento e inconsistência dos dados

(FERREIRA, 2008). No intuito de minimizar a incoerência das informações armazenadas,

alguns processos utilizam o código de barras (BRAZILIANFRUIT, 2012) e (FERREIRA,

2008). Entretanto, o código de barras (FERREIRA, 2008) não é reusável, bem como possui

baixa capacidade de armazenamento (FERREIRA, 2008). A principal desvantagem do código

de barras, além das mencionadas anteriormente, é a sua leitura sequencial, isto é, apenas um

código de barras é lido por vez, bem como a necessidade de posicionamento direto no campo

visual dos leitores (FERREIRA, 2008).

Em alguns países importadores de frutas do VSF, como os EUA e os pertencentes a

União Europeia, a rastreabilidade é lei (FEA, 2013) e (FEA, 2013a), sendo tema de suma

importância, a aplicação de ferramentas de rastreabilidade para a segurança, controle e

desenvolvimento futuro dos sistemas produtivos, considerando-se os focos principais da

rastreabilidade os segmentos de alimentos e de medicamentos para uso humano. A lei

europeia tem foco na saúde humana, já nos EUA (JUVI, 2013), após a criação da Lei do

Bioterrorismo (Bioterrorism Act) (BIOTERRORISMO, 2013), a preocupação é voltada a

possíveis atentados que se utilizariam do envenenamento do sistema produtivo ou de uma

cadeia produtiva. Porém os EUA não deixa de lado a saúde alimentar de uma forma geral,

fazendo também controles por meio de selos de certificações (CESUMAR, 2013).

2.2. Definição

Em 30 de Julho de 2005 foi inicialmente publicada a ISO 22000 Management of food

safety, que posteriormente geraria a ABNT NBR ISO 22000:2006, relacionada aos sistemas

de gestão da segurança de alimentos, que representam os requisitos base para qualquer

organização na cadeia produtiva de alimentos e servindo de referência para ações tocantes

segurança alimentar.

Segundo a ABNT NBR ISO 22000:2006, rastreabilidade é “a capacidade de seguir a

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história, aplicação ou localização do que se estiver a acompanhar”. O sistema de

rastreabilidade é um requisito explícito nesta norma, que se pode resumir em parte no

esquema ilustrado na Figura 1.

Figura 1: Sistema de rastreabilidade

Fonte: Ferreira, 2008.

Na Figura 1 é ilustrado o Sistema de Rastreabilidade, sendo este dividido em três

etapas: i) recepção – o inicio de tudo, momento onde as matérias-primas ou ingredientes são

identificados individualmente ou em lote; ii) produção – registro e acompanhamento de todo o

processo de beneficiamento e/ou transformação ; iii) cadeia de distribuição – identificação e

acompanhamento do produto final em toda cadeia de distribuição, permitindo a execução do

caminho inverso caso seja necessário.

Na rastreabilidade existem três conceitos muito próximos e confusos: monitoramento,

rastreamento e rastreabilidade (MACHADO, 2013). No processo de rastreabilidade, é comum

em alguns casos se ter monitoramento, principalmente quando se trata dos agroalimentares,

inclusive em tempo real, sendo este um pré-requisito técnico, dependendo da cadeia onde a

rastreabilidade esteja inserida (FARINA, 2013), mas nestes casos, o monitoramento passa a

ser um componente da rastreabilidade e não o processo como um todo, e quando se alia o

histórico promovido pela rastreabilidade com o monitoramento de tempo real, passa-se a ter o

rastreamento.

A rastreabilidade é um ponto muito importante no setor agroalimentares,

Recepção

Identificação de cada produto

ou lote de :

Matérias-primas;

Ingredientes;

Materias em contatos com o

produto;

...

Produção

Registros do processamento do

produto.

Cadeia de distribuição

Identificação:

Cada produto final ou lote de

produto final;

Registros de entrada;

Rota inicial de distribuição;

...

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principalmente no tocante a qualidade. Em termos práticos, rastreamento é saber "o que" (o

produto), "de onde" (a origem) e "para onde" (destino). Desta forma, a definição de

rastreabilidade exige três dados básicos, segundo (ECKSCHMIDT et al., 2009) e (FMRIC,

208):

• O produto necessita estar identificado (o que se está rastreando);

• A origem deve ser conhecida (de onde vem o produto que se está rastreado);

• O destino deve estar definido (para onde este produto será embarcado e enviado).

Segundo o Regulamento nº 178/2002 da Comunidade Europeia, a Lei geral de

alimentos da União Europeia, a rastreabilidade no setor agroalimentar pode ser definida como

a possibilidade de realizar o rastreamento através das etapas de produção, transformação e

distribuição de alimentos de origem animal ou vegetal, rações, animais ou substâncias

utilizadas para a produção de alimentos (PEREZ-ALOE et al., 2009) e (SMITH &

FURNESS, 2006).

A rastreabilidade pode ser dividida em três tipos com base na posição relativa na

cadeia alimentar (PEREZ-ALOE et al., 2009):

• Fornecedor: lida com a capacidade para identificar com precisão os fornecedores de

cada uma das matérias-primas.

• Cliente : refere-se o paradeiro do produto depois de deixar as instalações da fábrica.

• Processo : diz respeito à rastreabilidade do produto como eles passam por diferentes

estágios de processamento.

A motivação para se rastrear pode ser categorizada em dois grupos principais: externo

e interno. Os fatores externos incluem demandas de clientes ou parceiros da cadeia de

fornecimento e regulamentações governamentais. Os fatores internos incluem redução de

custos, aumento da participação no mercado e fornecendo mais valor aos clientes. Sistemas de

rastreabilidade são tipicamente constituído por quatro componentes principais (SMITH &

FURNESS, 2006). Nível organizacional, nível de processo, da informação e da tecnologia da

informação.

Uma forma de promover um maior entendimento sobre a função da rastreabilidade,

como provedor de melhorias no processo de produção e no controle da qualidade, é

particioná-la em quatro etapas, cada uma com seu objetivo bem definido (VINHOLIS &

AZEVEDO, 2013):

• Estabelecer de padrões: de fundamental importância para a obtenção da qualidade de

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um produto, tendo como itens primordiais a padronização de custo, desempenho,

segurança e confiabilidade.

• Avaliação da conformidade: validação dos itens produzidos, em função dos padrões

estabelecidos.

• Agir quando necessário: correção das falhas apresentadas durante o processos de

produção e suas causas.

• Planejar melhorias: esforço contínuo para aperfeiçoar os padrões.

Rastreabilidade no setor agroalimentar tem ganhado cada vez mais importância nos

últimos anos devido a preocupações com a segurança, qualidade e higiene dos alimentos com

o mercado globalizado, um produtor consegue atingir consumidores situados nos locais mais

diversos, geograficamente falando. Estes consumidores estão dispostos a pagar a mais por

produtos que possuem um bom sistema de rastreabilidade (NAMBIAR, 2010).

Constatou-se o uso da rastreabilidade em diversos segmentos, dentre eles o setor de

logística: i) gestão de estoque, ii) empresas de transporte; saúde: i) autenticidade de

medicamentos, ii) identificação de pacientes; e indústrias de atividades críticas, como a

aeronáutica por exemplo (DIAS, 2012) e (HESSEL et al., 2010). No Brasil este conceito

ainda está em fase de consolidação em alguns blocos da cadeia cadeia produtiva, como é o

caso dos medicamentos, da madeira, animais e alimentos (RODRIGUES & SILVA, 2013),

(CHAPAVAL & ALVES, 2013) e (VINHOLIS & AZEVEDO, 2013). Todo processo de

rastreabilidade adotado, precisar ser auditado e certificado por uma certificadora independente

que emite um selo de reconhecimento global (SAFETRACE, 2013).

Um fator predominante para consolidar a utilização da rastreabilidade no Brasil foi a

exigência do uso destes processos em diversos países, muitos destes, importadores de

produtos brasileiros. O Brasil, a partir da experiência de implantação das normas existentes,

se encontra com uma oportunidade ímpar de apresentar um modelo aperfeiçoado, sendo que

alguns itens poderão ser melhorados na introdução da rastreabilidade no dia a dia de nossa

sociedade. A Tabela 1, apresenta um resumo de ações para adoção da rastreabilidade no

mundo.

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Tabela 1: Principais marcos referentes à rastreabilidade no mundo

Ano Evento Regulador

2002 Aprovação da lei 0178/2002 no Parlamento Europeu (fevereiro de 2002).

2003

2005 Regulamentação da lei pelo Parlamento Europeu.

2005 Aprovações da Lei de Bioterrorismo nos EUA (junho de 2005).

2008

2008 A Rússia publica estudo para criação de órgão federal para a atividade.

2008

2009

Japão inicia as discussões sobre a introdução da Lei de Rastreabilidade agroalimentar no país. Adequação da 0178 CE.

A China publica sua decisão de iniciar os trabalhos preparativos para a adoção de Lei de Rastreabilidade inspirada na Lei Europeia.

O Egito inaugura a Agência Egípcia de Rastreabilidade, com recursos de SWAP da dívida externa do país.

O Brasil numa parceria em MCTI, CONFAZ e a Receita Federal, cria o Brasil ID, Sistema Nacional de Identificação, já baseado no uso do RFID.

Fonte: ABDI, 2011, adaptado pelo autor.

Um sistema de rastreabilidade pode funcionar em modelos baseados em registros

manuais. Entretanto, constatou-se principalmente após a visita e acompanhamento deste

processo em algumas propriedades rurais e casas de embalagens de frutas, no momento da

pesquisa in loco, que esta tarefa é dispendiosa em tempo e em recursos, bem como, bastante

propensa ao erro (falha humana) tornando sua implementação altamente complexa na cadeia

produtiva da uva. Já os sistemas baseados em RFID são robustos, adaptáveis a várias

linguagens de programação e banco de dados (ABAD et al., 2009), tornando-os sistemas

aplicáveis a cultura da uva, bem como a diversas outras culturas existentes no VSF. Neste

cenário RFID pode ser aplicado para capturar, armazenar e organizar informações

provenientes dos diversos pontos passiveis de serem rastreados e acompanhados, sem a

necessidade da intervenção humana (HESSEL et al., 2012).

2.3. A Produção Integrada de Frutas e a Rastreabilidade

O sistema de Produção Integrada de Frutas (PIF) (EMBRAPA, 2013), é constituído

por um conjunto de práticas agronômicas selecionadas a partir, das características regionais, e

que, no conjunto, asseguram a qualidade e produtividade dos cultivares, seguindo preceitos e

práticas sustentáveis. O uso de diferentes métodos (biológicos e químicos, dentre outros) são

cuidadosamente utilizados levando em conta as exigências dos consumidores, a viabilidade

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econômica da atividade e a proteção ao meio ambiente (EMBRAPA, 2013).

De acordo com as normas da (PIF), no tocante a Produção Integrada de Uva (PI-

UVA), o processo de embalagem, item pertencente a etapa de de produção do sistema de

rastreabilidade, deve seguir as seguintes orientações e (EMBRAPA, 2013), (FERREIRA,

2008) e (EMBRAPA, 2013a):

• Identificar os lotes que chegam ao ambiente de embalagem, mantendo informações

quanto à procedência e hora de chegada;

• Identificar os lotes para manter a rastreabilidade do produto;

• Tomar uma amostra representativa de cada lote, ainda na sala de espera, para realizar

os testes de qualidade do produto, de sólidos solúveis totais, análise de defeitos e

acidez titulável conforme sistema de produção ;

• Determinar a ordem de processamento na empacotadora de acordo com o horário de

chegada dos lotes;

• Implementar o sistema de Análise de Perigos de Pontos Críticos de Controle (APPCC)

na empacotadora;

• Utilizar embalagens resistentes ao transporte e armazenamento que não promovam

danos à fruta;

• Conter na mesma embalagem frutas da mesma variedade, qualidade e homogêneas

quanto ao tamanho;

• Proceder à identificação do produto conforme normas técnicas de rotulagem;

• Identificar na caixa de embalagem PI-UVA, variedade, peso, produtor, parcela ou lote

e exportador;

• Realizar a paletização das embalagens conforme sistema de produção ;

• Realizar o pré-resfriamento para uvas destinadas à exportação

• Produção e exigências de mercado; calibrar e aferir os sensores e instrumentos

utilizados no acompanhamento dos parâmetros mensurados no pré-resfriamento;

• Armazenar os paletes em câmara fria em temperatura e umidade relativa adequada

para garantir a conservação do produto;

• Carregar o produto de forma rápida e em local construído especialmente para este fim;

manter a temperatura de transporte ótima, de acordo com a variedade;

• Observar a temperatura de carregamento do contêiner, a temperatura no contêiner e a

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umidade relativa;

• Manter o registro de expedição e destino dos lotes, a fim de garantir rastreabilidade;

• Manter a cadeia do frio desde a origem até o destino final.

Um ponto primordial no PI-UVA, é a necessidade de garantir a rastreabilidade, como

descrito a por (FERREIRA, 2008) e (EMBRAPA, 2013a):

• Instituir cadernos de campo e de pós-colheita para o registro de dados sobre o manejo

da fruta;

• Manter o registro de dados atualizados e com fidelidade, para fins de rastreabilidade

de todas as etapas do processo;

• Permitir a auditagem da PI-UVA;

• Comprovar a rastreabilidade no campo até o parreiral e na empacotadora até a

expedição

• Instituir sistema de códigos de barras e etiquetas coloridas para identificação de

diferentes parcelas.

2.4. RFID x Código de Barra

Os códigos de barras são utilizados para representar uma numeração (identificação)

padronizada que pode ser atribuída a uma série de entidades distintas, dentre elas: produtos,

unidades logísticas, localizações, ativos fixos e retornáveis, documentos, contêineres, cargas e

serviços facilitando a captura de dados através de leitores (scanners) e coletores de código de

barras, propiciando a automação de processos trazendo eficiência, maior controle e

confiabilidade para a empresa (GS1, 2014).

Para os códigos de barra, existe uma série de padrões, sendo estes padrões, definidos

de acordo com a finalidade de seu uso, abaixo alguns exemplos destes padrões (GS1, 2014):

• EAN e UPC: Código desenvolvido especificamente para leitura no PDV (ponto de

venda), devido à agilidade propiciada na captura da informação.

• GS1 DataBar: Compreende uma família de códigos que podem ser escaneados no

ponto de venda, podem ser muito menores do que o os códigos EAN e UPC e podem

ainda codificar informações adicionais como número serial, número de lote e/ou data

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de validade. É uma tendência gloal utilizar este código no setor de FLV – frutas,

verduras e legumes.

• GS1-128: Utilizado na gestão logística e de rastreabilidade por meio da codificação de

informações adicionais como número serial, número de lote, data de validade,

quantidades, número do pedido do cliente etc.

• ITF-14: Código de barras desenvolvido para codificar apenas Número Global de Item

Comercial (Global Trade Item Number, GTIN), número que representa uma unidade

na cadeia de produção,e pode ser impresso diretamente em substrato corrugado (caixa

de papelão) oferecendo um bom desempenho de leitura.

• GS1 DataMatrix: Símbolo bidimensional para aplicações especiais, que permite

codificar informações em espaços muito menores que os códigos lineares e agregar

informações adicionais como código do produto, lote e validade. Tornou-se o principal

código do segmento hospitalar por permitir a identificação de itens tão pequenos

quanto uma ampola de 5ml, permitindo a rastreabilidade e garantido a segurança do

paciente.

Já a tecnologia RFID, de acordo com GS1 (2014), em conjunto com a implementação

do código eletrônico de produtos (Eletronic Product Code, EPC) promete benefícios

importantes para o consumidor bem como para empresas. O EPC é um número único que é

usado para identificar um item específico na cadeia de suprimentos. O EPC é gravado em um

tag RFID, que combina um chip de silício e uma antena. Uma vez que o EPC é lido, pode ser

associado com dados disponíveis em um banco de dados, como origem do produto ou data de

produção.

Assim como o Número Global de Item Comercial (GTIN) no código de barras ou com

uma placa de carro, o EPC é uma chave que contém a informação usada dentro da Rede EPC

Esta rede tem como modelo a estrutura da Internet para fornecer informações sobre cada

produto em uma rede mundial de acesso publico, com troca de informações entre parceiros

para melhorar o controle de estoque, as reposições de frente de caixa, as movimentações

logísticas e processos de manutenção (GS1, 2014). Um tag EPC utiliza um microchip menor

que 1mm² envolto em uma antena que pode variar de tamanho de alguns milímetros à alguns

centímetros. Este tag possibilita a captura dos dados sem a necessidade de leitura direta, como

o código de barras, ou seja o produto pode conter o microchip num local não visível ao olho

humano, dentro de uma caixa de papelão por exemplo.

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A RFID é uma tecnologia utilizada para a detecção e identificação automática de

objetos. Seu sistema básico consiste em três componentes: i) etiquetas (tags), ii) leitor e iii)

antenas. O leitor normalmente está conectado a um computador central ou outro equipamento

que possua a inteligência necessária a processar os dados da etiqueta (GS1, 2014) e (HESSEL

et al., 2010).

O sistema RFID possui o seguinte funcionamento (HESSEL et al., 2010), (SANTINI,

2008) e (DIAS, 2008): um aparelho com função de leitura envia, por meio de uma antena,

sinais de radiofrequência em busca de objetos a ser identificados. No momento em que um

dos objetos é atingido pela radiação, ocorre um acoplamento entre ele e a antena, o que

possibilita que os dados armazenados no objeto sejam recebidos pelo leitor. Este trata a

informação recebida (identificação) e a envia ao computador. O acoplamento na maioria dos

sistemas de RFID é eletromagnético (backscatter) ou magnético (indutivo). O método

utilizado em uma implementação depende das necessidades da aplicação, custo, velocidade de

alcance de leitura. O elemento que permite a comunicação entre a etiqueta e o leitor é a

antena. A etiqueta e o leitor possuem uma antena cada um.

Os modelos existentes de etiquetas (FERREIRA, 2008), sendo elas passivas (sem

alimentação) ou ativas (com alimentação própria através de bateria interna) um gama variada

de tamanhos e formatos e encapsulamentos (envólucros). As tags usadas na identificação de

caixas, normalmente são envolvidas em papéis adesivos, já na identificação de animais

possuem diâmetro aproximado de uma ponta de lápis e comprimento de 1,3cm. As para uso

em humanos são do tamanho de um grão de arroz. Em peças de roupas, podem ser envolvidas

em papel ou discos plásticos de diâmetros variados. Por outro lado, existem etiquetas maiores,

de 15 x 10cm de lado e 5 cm de espessura, usadas para rastrear contêineres.

Outro importante elemento de um sistema RFID é a frequência de operação entre a

etiqueta e o leitor. A seleção da frequência específica é determinada pelas exigências da

aplicação, tais como velocidade, condições ambientais.

Este sistema possui ainda um componente lógico o middleware que consiste de uma

série de componentes de software que age como uma ponte entre os componentes do sistema

de RFID (ou seja, etiquetas e leitores) e o software aplicativo do computador central. Ele

executa duas funções principais, monitoramento a saúde e a situação do dispositivo (ou seja,

do leitor) e gerenciamento da infraestrutura e o fluxo de dados específicos de RFID (ou seja,

etiqueta e leitor) (DIAS, 2008) e (HESSEL et al., 2010).

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Esta tecnologia não vem com o intuito de substituir o código de barras em todas as

suas aplicações. Na realidade entra como um método adicional de identificação, trabalhando

em conjunto, e sendo utilizado em aplicações onde o código de barras e outras tecnologias de

identificação não atendam a todas as necessidades (GS1, 2014). Cada tipo de identificação

tem suas vantagens, e o que precisamos é saber aproveitar os melhores benefícios de cada

tecnologia para montar uma solução ideal. Os benefícios primários de RFID são: i)

eliminação de erros de escrita e leitura de dados, ii) coleção de dados de forma mais rápida e

automática, iii) redução de processamento de dados e maior segurança. Já no Código de

Barras sua principal vantagem é o baixo custo, chegando em algumas situações a ser zero.

Quanto às vantagens da RFID em relação ao código de barras temos: operação segura

em ambiente severo (lugares úmidos, molhados, sujos, corrosivos, altas temperaturas, baixas

temperaturas, vibração, choques), operação sem contato e sem necessidade de campo visual e

grande variedade de formatos e tamanhos (GS1, 2014).

A Tabela 2 demonstra um comparativo entre RFID e código de barras.

Tabela 2: RFID x código de barra.

Características RFID Código de Barras

Resistência Mecânica Alta Baixa

Formatos Variados Etiquetas

Exige Contato Visual Não Sim

Vida Útil Alta Baixa

Possibilidade de Escrita Sim Não

Leitura Simultânea Sim Não

Dados Armazenados Alta Baixa

Funções Adicionais Sim Não

Segurança Alta Baixa

Custo Inicial Alto Baixo

Custo de Manutenção Baixo Alto

Reutilização Sim Não

Fonte: (GS1, 2014).

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2.5. Projeto Brasil-ID

Em agosto de 2009 o Brasil deu um passo importante no processo de rastreabilidade,

onde através de um acordo de cooperação técnica firmado entre o Ministério da Ciência e

Tecnologia, a Receita Federal e os Estados da União por intermédio de suas Secretarias de

Fazenda, formalizou-se o início do Sistema de Identificação, Rastreamento e Autenticação de

Mercadorias, denominado Brasil-ID (BRASIL-ID, 2013). Este sistema, baseia-se na aplicação

da RFID, e outras acessórias integradas para realizar, dentro de um padrão único, a

identificação, rastreamento e autenticação de mercadorias em produção e circulação pelo País.

O projeto é coordenado pelo Centro de Pesquisas Avançadas Wernher von Braun em conjunto

com o ENCAT (BRASIL-ID, 2013).

O Brasil-ID tem como objetivo geral, desenvolver e implantar uma infra estrutura

tecnológica de hardware e software, visando padronizar, unificar, interagir, integrar,

simplificar, desburocratizar e acelerar o processo de produção, logística e de fiscalização de

mercadorias pelo País (BRASIL-ID, 2013). Já os seus objetivos específicos são (BRASIL-ID,

2013):

• Racionalizar e agilizar, no âmbito do governo, os procedimentos de auditoria e

fiscalização de tributos, mercadorias e prestação de serviços;

• Propiciar, no âmbito das empresas, redução significativa de custos e melhoria nos

processos de produção, armazenagem, distribuição e logística;

• Propiciar, no âmbito do governo, maior controle da industrialização, comercialização,

circulação de mercadorias e prestação de serviços, no intuito de reduzir

significativamente a sonegação fiscal, o contrabando, o descaminho, a falsificação e

furto de mercadorias no País, favorecendo, portanto, a um ambiente de concorrência

leal;

• Criar um sistema nacional de gestão do Brasil-ID (Back-Office) que interaja e integre

aos sistemas do governo e empresas que poderão demandar ou prover recursos

próprios;

• Especificar, analisar, projetar, dimensionar e desenvolver softwares básicos de gestão

nacional e centralizada de dados e transações do Brasil-ID a ser gerenciado pelo

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governo através de uma entidade designada para tal;

• Desenvolver soluções de integração de sistemas (middleware) que possibilitará

incorporar, de forma automática, os diversos sistemas de informação que irão interagir

com os sistemas do Brasil-ID, como, por exemplo, a interface de comunicação com os

sistemas da Nota Fiscal Eletrônica. Além disso, o middleware também suportará

comunicação padronizada para integração de todos os Leitores de RFID e Sistemas de

Comunicação associados que estarão distribuídos pelo território nacional;

• Especificar, projetar e implantar infraestrutura tecnológica para as Secretarias de

Fazenda e Receita Federal para integração com o Brasil-ID;

• Especificar, projetar e desenvolver softwares especializados para a integração, gestão e

geração de dados e controles inteligentes que garantam uma célere e eficaz

fiscalização nos postos fiscais, comandos volantes e auditorias nas empresas a partir

das interações ocorridas entre os sistemas estruturantes dos Estados e o Brasil-ID;

• Regulamentar para todo território nacional o uso da tecnologia RFID, visando atender

as demandas do segmento de governo e empresarial;

• Desenvolver sistemas de informação com interface web com diferentes níveis de

permissão para garantir acessos restritos a diferentes tipos de informações;

• Adquirir, desenvolver e implementar toda a infraestrutura tecnológica, para completa

operacionalização do Brasil-ID, incluindo servidores, leitores de tags RFID, sensores e

atuadores para os postos fiscais, dentre outros.

Como na implantação do Brasil-ID, os postos fiscais se encontrarão com uma

infraestrutura RFID já montada, e sendo utilizada para controle fiscal, bem como redução das

filas e tempo de permanência das mercadorias nestes pontos de fiscalização, os produtores

que implantarem a infraestrutura RFID sugerida neste trabalho, já estarão antecipando a esta

nova forma de controle da Secretaria da Fazenda.

2.6. Rastreabilidade de Produtos Hortícolas

Diversas tecnologias têm sido adotadas para a rastreabilidade de hortícolas, desde o

preenchimento manual de formulários específicos, montados de acordo com as etapas de cada

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processo, até o uso de equipamentos eletrônicos. O uso do código de barras tem se destacado,

como modelo de rastreabilidade, e vem sendo utilizado na maioria dos casos (MATTOSI et

al., 2009). Ultimamente o sistema RFID tem sido empregado em várias partes do mundo,

havendo uma tendência de expansão de uso desta tecnologia, também no Brasil (HESSEL et

al., 2010), (ABAD et al., 2009), (REZENDE & LOPES, 2013), (NAAS, 2010) e (QUEJI et

al., 2007).

Os sistemas de rastreabilidade são utilizados de forma a propiciar a identificação

precisa e adequada de produtos, de sua origem, sua localização dentro da cadeia de

suprimentos possibilitando o seu recall ou recolhimento. Além disso, ajudam a determinar a

origem de um problema de segurança, a obedecer aos requisitos legais e a satisfazer às

expectativas dos consumidores pela segurança e qualidade dos produtos adquiridos (GS1,

2009).

O EuroHandelsinstitute (EHI), a European Association of Fresh Produce Importers

(CIMO), o Euro Retailer Produce Working Group (EUREP), a European Union of the Fruit

and Vegetable Wholesale Import and Export Trade (EUCOFEL) e a Southern Hemisphere

Association of Fresh Fruit Exporters (SHAFFE) (GS1, 2009) reconhecem a necessidade de

adotar um padrão comum para a identificação, comunicação e rastreabilidade.

Sob a coordenação da GS1, essas organizações criaram o Projeto de Rastreabilidade

de Produtos Hortícolas (Fresh Produce Traceability Project , FPTP). A equipe do projeto

desenvolveu as Diretrizes de Rastreabilidade de Produtos Hortícolas (DRPH) para possibilitar

a identificação eficiente da origem de defeitos, bem como a identificação e separação de

produtos com defeito. As diretrizes proporcionam aos participantes da cadeia de suprimentos

de produtos hortícolas um sistema de rastreabilidade global para produtos sujeitos a uma

nomenclatura de código própria. Elas fornecem um guia para os produtores, embaladores,

transportadores, exportadores ou importadores e distribuidores de produtos hortícolas, bem

como a seus clientes e fornecedores que desejem introduzir os padrões GS1(descritos a

seguir) a fim de implementar de forma eficiente um sistema de rastreabilidade aceito

internacionalmente (GS1, 2009). Esta ação visa sanar os diversos entraves existente nos

processos de rastreabilidade.

Os padrões aqui tratados, tanto no tocante ao código de barras quantos a RFID, são

gerenciados no Brasil por uma entidade global, denominada GS1. A GS1 (GS1, 2014), teve

sua origem na Associação Brasileira de Automação Comercial (ABAC), fundada oficialmente

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em 8 de novembro de 1983. Na década de 1990, com o objetivo de fortalecer a imagem da

entidade em todos os seus campos de atuação, a ABAC mudou sua sigla para EAN BRASIL.

Em 2004, a organização unificou os dois padrões de identificação para a cadeia de

suprimentos utilizados no mundo: o EAN com o UCC, tornando a associação totalmente

global e, consequentemente, alterando seu nome para GS1 Brasil.

A GS1 Brasil faz parte de uma organização global, com atuação em mais de 150 países

e escritórios em 111 deles. Em 2013, a GS1 conta com cerca de 1 milhão de membros. No

Brasil, são mais de 57 mil associados. Nesse contexto estão desde artesãos, empreendedores

individuais, pequenas e médias indústrias à multinacionais de diversos setores da economia e

até as Forças Armadas Nacionais (GS1, 2014).

O FTPT, segue o que tange a rastreabilidade de agroalimentares exigindo um método

para identificar os produtores, as áreas de plantação e os produtos hortícolas em todas as suas

embalagens e configurações de transporte e armazenagem em todos os estágios da cadeia de

suprimentos, possível de ser verificado. Para garantir esta verificação, alguns cuidados se

fazem necessários, como (GS1, 2009):

• Garantia de vínculos entre configurações sucessivas de unidades de comercialização e

unidades logísticas;

• Manutenção dos registros com precisão e no momento adequado;

• Precisão na composição dos lotes – o elo mais fraco da cadeia;

• Garantia da comunicação eletrônica dos dados de rastreabilidade.

A Figura 2 ilustra o modelo de rastreabilidade para produtos hortícolas. Neste modelo

(GS1, 2009), estão representados os fluxos físicos e de informação. Os fluxos físicos (seta) na

cadeia de suprimentos de produtos hortícolas. São levadas em conta apenas as etapas onde

ocorre uma transformação. Já nos fluxos de informação (setas pontilhadas) acompanham os

fluxos físicos para garantir a rastreabilidade.

Dentro do modelo ilustrado na Figura 2, estão implícitos os conceitos de item de

varejo, unidade comercial e unidade logística, tendo em vista que estes, são arranjos logísticos

que podem propiciar a garantia da rastreabilidade até o consumidor final. Nesta Figura é

ilustrado o fluxo de rastreabilidade sendo iniciado no produtor, passando pelo processo de

embalagem (emalador), onde os item são agrupados em lotes, e repassados aos fornecedores ,

sendo retomados novamente a itens até chegar ao consumidor final. É possível verificar nela

também o caminho inverso, partindo do consumidor final até o produtor, o que exemplifica a

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rastreabilidade. Para melhor exemplificar este conceito será adotada a distribuição de iogurtes,

a título de exemplo, como descrito a seguir(GS1, 2009):

Figura 2: Modelo de rastreabilidade da cadeia de suprimentos de produtos hortícolas

Fonte: (GS1, 2009).

• Item de Varejo: é qualquer item destinado à venda ao consumidor final por meio de

um ponto de venda do varejo. Exemplo: um iogurte;

• Unidade Comercial: é um item não comercializado no varejo, é um agrupamento

padronizado de itens de varejo, constituído para facilitar as operações de manuseio,

armazenagem, preparação de pedidos. Uma unidade comercial pode ser uma caixa, um

caixote, um recipiente para produtos. Exemplo: caixas contendo iogurtes.

• Unidade de Logística: é um item de qualquer composição, montado normalmente por

um conjunto de unidades comerciais, estabelecido para transporte ou armazenagem.

Exemplo: caixas contendo iogurtes, organizadas em um palete.

Na Figura 3 são demonstrados estes conceitos.

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Figura 3: Diferença entre item de varejo, unidade comercial e unidade logística.

Fonte: (GS1, 2009).

As diretrizes do FTPT tratam dos seguintes temas(GS1, 2009): i) identificação de

locais, ii) identificação de unidades comerciais e logísticas, iii) identificação de unidades

comerciais e iv) identificação de unidades logísticas. Com o uso destes itens constantes nas

diretrizes podemos proporcionar a rastreabilidade da cadeia produtiva de produtos hortícolas.

Estas possuem algumas ferramentas de apoio e manutenção como as etiquetas listadas a

seguir:

Com base no FTPT, toda a cadeia de produção podemos utilizar várias etiquetas para

impressão de códigos de barra, cada uma correspondente a uma etapa do processo. Nos

paletes, normalmente se usa a etiqueta de logística do sistema GS1 que foi desenvolvida para

identificar os paletes ou outras unidades logísticas que carreguem itens comerciais. Ela

identifica com exclusividade a unidade logística para fins de administração e logística, e

fornece identificação de artigo para a unidade, ou seu conteúdo, com informações adicionais

sobre fabricante e cliente na forma legível por máquina(GS1, 2009). A Figura 4 ilustra uma

etiqueta logística do sistema GS1.

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Figura 4: Etiqueta logística do sistema GS1.

Fonte: (GS1, 2009).

A etiqueta de logística padrão do Sistema GS1 fornece um vínculo entre o fluxo físico

de mercadorias (usando números GS1 e códigos de barras) e o fluxo eletrônico de

informações (GS1, 2009).

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Capítulo 3

Estado da Arte

Esse capítulo trata dos da necessidade da implantação de Rastreabilidade e uso da

RFID, apresenta os principais marcos referentes à rastreabilidade no mundo. E a motivação

para rastreabilidade de produtos hortícolas.

3.1 Introdução

Estudos na área, bem como alguns acidentes ligados a produção de agroalimentares,

vem mostrando a necessidade de sistemas de rastreabilidade adequados para estes produtos

(CATARINUCCI et al., 2011). Diante deste cenário, o consumidor sente a necessidade de

estar informado dos seguintes dados: proveniência, os meios de processamento, a duração das

ações, a temperatura durante o transporte, dentre outros, para assim, efetivar a aquisição

destes produtos com confiança. Uma ferramenta bastante utilizada tanto na cadeia logística,

quanto para rastreabilidade, vem sendo o RFID (CATARINUCCI et al., 2011) e (GARCIA &

LUNADEI, 2011).

Já existe na literatura vários artigos que demonstram o cenário do uso desta tecnologia

nos sistemas tocantes ao processamento de agroalimentares, em diversas categorias distintas

como visto a seguir:

• Rastreabilidade dos alimentos:

◦ Logística agroalimentares e processos de gestão da cadeia de fornecimento

(ANGELES, 2005), (ATTARAN, 2007), (JONES et al., 2004), (NGAI &

RIGGINS, 2008), (SUGAHARA, 2009) e (TWIST, 2005);

◦ Qualidade de rastreamento orientado e sistemas de localização Fefo

(KOUTSOUMANIS et al., 2005) (SCHEER, 2008) & (EMOND & NICOMETO,

2006);

• Pecuária:

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◦ Identificação de animais (MORRISON & CURKENDALL, 2001),

(FINKENZELLER, 2004), (MUN LENG et al., 2005), (TREVARTHEN, 2007),

(CHANUSD et al., 2008), (REINERS et al., 2009), (WISANMONGKOL &

PONGPAIBOOL, 2009) e (VOULODIMOS et al., 2010);

◦ Medir a temperatura corporal com dispositivos sensores RFID injetadas no animal

(OPASJUMRUSKIT et al., 2006) e (MARSH et al., 2008);

• Monitoramento do clima:

◦ Protótipo de laboratório para medição sem fio da temperatura do solo (HAMRITA

& HOFFACKER, 2005);

• Estufas de irrigação de precisão:

◦ Conjunto de sensores inteligentes para agendamento de irrigação em algodão de

sensoriamento remoto com RFID, imagem espectral e sensoriamento ambiental em

uma estufa (VELLIDIS et al., 2008) e (YANG et al., 2008);

• Estufa:

◦ Rastreamento RFID de vasos de plantas em viveiro para distribuição (BARGE et

al., 2010);

• Horticultura:

◦ Colheita de frutas (AMPATZIDIS & VOUGIOUKAS, 2010);

◦ Vida útil da RFID nos citros (BOWMAN, 2010);

◦ Implantar RFID para apoiar a certificação sanitária de cerejas (Prunus spp)

(LUSIVI, 2011);

• Viticultura de precisão:

◦ Gerenciamento eletrônico de vinhas (LUVISI et al., 2010);

• máquinas agrícolas:

◦ Identificação automática de máquinas na colheita de algodão (SJOLANDER et al.,

2011);

• Cadeia de frio:

◦ Modelos de crescimento microbiano aliados a RFID ativa (MCMEEKIN et al.,

2006);

◦ As etiquetas RFID com sensores de temperatura embutidos e um kit inicial

rastreabilidade e leitura de temperatura (OGASAWARA & YAMASAKI, 2008);

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◦ Monitoramento da cadeia de frio dos produtos congelados usando RFID semi ativa

e passiva instrumentado com sensores de temperatura (AMADOR et al., 2009);

◦ Rastreamento em uma expedição internacional de abacaxi de um packing house,

na Costa Rica, para um armazenamento por atacado temperatura, nos EUA

(GRAS, 2010);

◦ Etiqueta inteligente RFID instrumentado com sensores de luz, temperatura e

umidade para a cadeia logística peixe fresco (ABAD et al., 2009a);

◦ Monitoramento de 16 caminhões multicompartimentos utilizando RFID semi

passivas instrumentado com sensores de temperatura (JEDERMANN et al., 2009);

• Carga aérea:

◦ Interações de radiofrequência com materiais de contêineres de carga aérea para

monitoramento em tempo real da cadeia de frio (LANIEL et al., 2005);

O RFID já é uma tecnologia bastante difundida e utilizada neste setor, nos países da

Europa, Ásia e nos Estados Unidos. No brasil encontramos algumas experiências de sua

aplicação na produção de carne (PEIXOTO, 2013), trigo (TIBOLA et al., 2013) e leite

(VIEIRA et al., 2009). A seguir demonstramos as ações demandadas no mundo sobre a

adoção da RFID, no setor agroalimentar.

3.2 Rastreabilidade de Alimentos Utilizando RFID

As empresas do setor agroalimentar enfrentam uma série de desafios. Não apenas

precisam cumprir as normas rigorosas em matéria de segurança e qualidade dos produtos

alimentares, além de atingir a conformidade e assegurar que os produtos são transportados o

mais rápido possível da fazenda para os supermercados, devido à natureza perecível dos

produtos e os riscos a saúde. Daí surge a necessidade de monitorar continuamente a qualidade

dos produtos à medida que percorre a cadeia de abastecimento desde a fazenda até o

consumidor. Outro item importante é a capacidade de rastrear a fonte original dos produtos

em caso de surtos de bactérias.

Existe um projeto denominado RFID do campo à mesa (RFID from Farm to Fork)

(CATARINUCCI et al., 2011), ou seja, RFID do Campo à Mesa que visa o uso da tecnologia

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RFID em toda cadeia alimentar. Na sua ideia geral, o processos de rastreabilidade se iniciaria

nas fazendas onde fossem produzidos animais e vegetais, terminando no consumidor final,

mais especificadamente nos supermercados (CATARINUCCI et al., 2011). Neste modelo

estaria incluso também as etapas intermediárias: transportes, processamento e

armazenamento.

No “RFID from Farm to Fork” (CATARINUCCI et al., 2011), pode-se avaliar alguns

problemas de propagação de rádio que sistema RFID pode sofrer quando instalado num

ambiente de produção de alimentos, dentre eles: interferências causadas por equipamentos ou

recipientes metálicos, altas variações de temperatura (podem causar danos as tags,

dependendo do encapsulamento), interferências causadas por água (principalmente se tratando

do processamento de algumas frutas).

Contudo pode-se avaliar uma série de vantagens aos consumidores finais que poderão

ter acesso a uma série de informações a cerca do processo de produção do produto adquirido,

necessitando nada mais que colocar o produto (contendo uma tag RFID) ao alcance do sinal

de antenas de algum leitor RFID, estando este, instalado no supermercado ou de algum

equipamento móvel de uso pessoal do cliente, ligado ao sistema do supermercado.

A seções a seguir tratam do processo de rastreabilidade na cadeia de fornecimento de

carne, vegetais e leite.

3.2.1 Rastreabilidade de Carne

O processo de rastreabilidade na cadeia de fornecimento de carne, é um processo

complexo e de alto nível de criticidade devido ao potencial para surtos de doenças. Após a

criação de regulamentos mais rigorosos pode-se perceber uma melhoria significativa sobre a

qualidade dos alimentos. O problema é que na maioria das vezes, tem se repassado a despesas

adicionadas para o cliente (BOLAND & PEREZ, 2007). Podemos ver a seguir, alguns

exemplos da aplicação da RFID na rastreabilidade de carne.

Para a carne de suínos já existem sistemas de rastreabilidade de carne com base em

tags RFID aplicado, que possibilitaram assim, a redução dos riscos de saúde envolvidos. Não

é só a carne processada que pode ser rastreada usando etiquetas RFID. As etiquetas RFID

implantados em marcas auriculares dos leitões que combinados com os leitores precisos

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ajudam a melhorar a taxa de identificação e precisão (NAAS, 2010).

Já na cadeia logística de peixes envolve condições de temperatura e umidade adversas

(ABAD et al., 2009). As etiquetas RFID são projetados para resistir a essas condições

adversas e pode ser reutilizado várias vezes. Tags RFID foram integrados em um sistema de

rastreabilidade baseado na Web (ABAD et al., 2009) para ajudar a rastrear o peixe fresco

como ele viaja através da cadeia de abastecimento.

A indústria de carne bovina também tem beneficiado de sistemas de rastreabilidade de

RFID baseado. Estes sistemas de rastreabilidade baseados em RFID em parceria com dados

biométricos ajudam a melhorar a rastreabilidade da carne (BOLAND & PEREZ, 2010)

através da sua cadeia de valor, melhorando assim a confiança do cliente.

No Brasil já existem desde 2000, algumas ações ligadas a rastreabilidade de bovinos

(REZENDE & LOPES, 2013), tendo algumas iniciativas tomadas pela EMBRAPA, e outras

por entidades da iniciativa privada. Nos modelos adotados por estas iniciativas, são aplicados

microchips (tags) nos animais, podendo a aplicação ser dada desde no umbigo do animal

(quando recém nascido), rumem ou na orelha, através de brincos. Com isto é possível a

rastreabilidade desde o nascimento ou aquisição do animal, até o seu abate. Estas ações

trouxeram várias vantagens competitivas aos produtores.

Dentre as benesses adquiridas pelos produtores podemos destacar, acompanhamento

do consumo de ração e acompanhamento do animal, histórico de aplicação de vacinas,

surgimento de doenças e pragas, deslocamento do animal, dentre outras. Já os consumidores,

terão uma maior garantia de segurança (REZENDE & LOPES, 2013).

3.2.2 Rastreabilidade de Vegetais

As Frutas e os vegetais de uma forma geral, possuem um período de vida útil muito

curto, o que torna indispensável o monitoramento de forma continua da sua qualidade em toda

a cadeia de abastecimento. Além disso, o processo de triagem de frutas e vegetais até a

embalagem é complexo, e envolve várias etapas e parâmetros de controle. Tipicamente, a

partir da produção, passa-se por vários subprocessos até chegar à unidade de processamento

de caixas de entrada e são embalados em unidades que são depois transportados em paletes.

Problemas, tais como o tamanho das caixas de entrada e de saída, e o desenho da faixa de

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embalagem tornam difícil ter um sistema de rastreabilidade eficiente e eficaz (NAMBIAR,

2010). Sistemas de rastreabilidade também permitem que as empresas de processamento

reduzam seus estoques, minimizando assim seus custos operacionais e melhorar suas margens

de lucro (NAMBIAR, 2010).

A adoção de determinadas tecnologias pelos fornecedores de produtos vegetais ,

proporcionam uma melhor qualidade dos produtos a preços mais acessíveis para os

consumidores através do uso de tecnologia para permitir tempos mais curtos farm-to-market e

monitoramento contínuo da qualidade do produto (NAMBIAR, 2010). As etiquetas RFID

facilitam a coleta de dados em vários pontos da cadeia de suprimentos. As informações

coletadas podem ser usadas para determinar a qualidade do produto, como o tempo de

resfriamento rápido, período de armazenamento, execução do fluxo correto na cadeia.

Uma aplicação comum das etiquetas RFID é o "temperature 10ggers" (AMADOR et

al., 2009) usado para monitorar as variações de temperatura em frutas e legumes. Nesta

aplicação as etiquetas RFID foram combinadas com as sondas (AMADOR et al., 2009) para

proporcionar uma leitura mais precisa da temperatura. As tags também foram miniaturizados

(VIEIRA et al., 2009), de modo que elas podem facilmente ser utilizadas sob diversas

condições. A precisão oferecida pelos sistemas RFID podem ser bem aproveitados para

melhorar a precisão dos sistemas de rastreabilidade (BOLLEN et al., 2007) e (RIDEN &

BOLLEN, 2007). O Departamento de Agricultura do Havaí e do Hawaii Farm Bureau

(HAWAII, 2013) posse um um sistema baseado em RFID usado para otimizar a

rastreabilidade dos produtos frescos, como abacaxis, tomates e berinjelas.

A adoção da RFID possibilita (dependendo do modelo de negócio adotado) que

produtos perecíveis como caixas ou paletes de tomates, melões ou laranjas, dentre outros,

possam ser identificados e rastreados até o produtor, dando mais segurança para quem vende e

mais tranquilidade para quem compra (FERREIRA, 2008). Existem exemplos de associações

de produtores de frutas e hortaliças dos Estados Unidos que têm estimulado os produtores ao

uso da tecnologia de identificação por rádio frequência. Um outro motivador para o uso desta

tecnologia foi o alto número de surtos de contaminação em produtos frescos nos Estados

Unidos, como o ocorrido em 2006 com espinafre, e tendo como referencia os obstáculos em

se localizar a origem (FERREIRA, 2008). Neste modelo adota pode-se rastrear o produto em

toda sua cadeia produtiva e, bem como o uso de tags ativas, para o monitoramento da

umidade e temperatura do ambiente onde o produto está armazenado.

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Nos processos de rastreabilidade, a implementação de sistemas com tags ativas que

possibilitam a inserção de sensores nestas tags, trazem um aumento significante nos ganhos

com o uso da RFID (GARCIA & LUNADEI, 2011). Isto se dá devido ao fato de que entre os

sensores possíveis de se utilizar, estão os de temperatura, possibilitando o monitoramento da

cadeia de frio de produtos alimentares perecíveis, como a uva, foco deste trabalho.

3.2.3 Rastreabilidade de Leite

A rastreabilidade de itens alimentícios normalmente vem acompanhada de casos de

insegurança alimentar. Na Europa o caso mais destacado foi o “mal da vaca louca” (ABDI,

2011), havendo também casos de contaminações de leite, carne de frango, entre outros. Na

Cadeia produtiva do leite na Itália, há exemplos de agroindústrias que desenvolveram

sistemas de rastreabilidade por RFID para rastrear todos os seus elos(ABDI, 2011). Na

Europa existem outros modelos de uso da rastreabilidade na cadeia de laticínios, variando

sistemas de rastreabilidade do leite a rastreabilidade de queijo (DESANTIS et al., 2006),

sendo incluso até Indicação de origem.

Nos sistemas avaliados (DESANTIS et al., 2006) foi possível obter os dados sobre

cada propriedade e a identificação de cada animal, a partir de um sistema de informação,

aliado a tecnologia RFID e uma reestruturação no modelo manejo e ordenha. Com isso, pode-

se rastrear o leite do estábulo até a fábrica. Este novo modelo de processo (DESANTIS et al.,

2006) ocasionou inúmeras vantagens no gerenciamento das propriedades, tendo dentre elas a

eliminação dos custos de trabalho e redução da leitura incorreta, de 6% para 0,1%. Foi

avaliado também que este modo de gestão da cadeia do leite, ainda posse um custo elevado, e

os investimentos necessários e os custos da implantação deste tipo de sistema podem podem

ser compensadores apenas para produtores de leite de alto desempenho, levando-se em conta

que a vida útil média de uma vaca é de 6 anos e que alguns animais, como o Gir Leiteiro,

chegam até os dez anos de vida com produção de alto nível.

3.3 Rastreabilidade de Alimentos Utilizando Código

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de Barras

Segundo a GS1 Brasil (GS1, 2009), quando falamos de código de barras, estamos

falando de impressões em uma etiqueta ou no próprio item identificado de barras em preto

com larguras variáveis. Tendo sua leitura feita por leitores que medem a luz refletida e

transformam em um código composto por números e letras podendo este, ser traduzido por

um computador.

Existem hoje modelos de rastreabilidade utilizando código de barras nas cadeias

produtivas de aves, suínos, bovinos, bem como nas frutas e vegetais. No caso das aves a

identificação ocorre por lote e não individualmente (NAAS, 2010). Desta forma os animais do

lote precisam possuir a mesma idade, origem e ser alojados sob condições idênticas, em uma

mesma unidade de produção ou aviário. Já para suínos e bovinos, para melhorar o controle, a

identificação do animal é individualizada.

O modelo para rastreabilidade de aves, possui um entrave para a segurança alimentar,

tendo em vista a não individualização dos animais. Isto se dá devido as tecnologias de código

de barras, não possuírem um modelo de encapsulamento que se adapte a este fim, tendo em

vista sua necessidade de leitura por contato visual (NAAS, 2010). Já nos suínos existe a

possibilidade de individualização com a utilização de brincos com os códigos de barras

impressos. No Brasil ainda existem poucos dados referente a produção e rastreabilidade de

suínos e aves.

Existem também exemplos de utilização do código de barras na fruticultura irrigada,

como no pêssego (TIBOLA, 2005) e na uva (FERREIRA, 2008). Estes possibilitaram uma

melhoria significativa no processo de rastreabilidade, embora em alguns casos,

principalmente quando no recebimento das frutas fornecidas pelos parceiros, não

apresentavam características homogêneas, não proporcionavam os resultados esperados

(TIBOLA, 2005). Esta falha se apresentava principalmente pelo fato do código de barra ser

dependente do contato visual entre o produto e o leitor, bem como de intervenção humana,

proporcionando assim inconsistências devido a falha humana.

O métodos normalmente utilizados na produção de frutas para a identificação dos itens

e caixas, são documentos em papel, alguns fazendo diferenciação por cores (QUEJI et al.,

2007). Isto se dá devido ao baixo custo deste tipo de material, embora traga também um baixo

grau de confiabilidade, facilidade de falsificação, e um controle complicado das informações.

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Não foi possível localizar na literatura recente maiores aplicações que implicassem no

uso do código de barras nos processos de rastreabilidade de uma forma geral, não

especificando por áreas de aplicabilidade. Na maioria dos materiais encontrados eram tratados

de métodos de rastreabilidade gerais ou possibilidades de uso do código de barras ou RFID.

3.4. Retorno sobre o investimento em RFID

O retorno sobre o investimento (return on investment, ROI), é considerado o critério

mais importante para justificar o investimento em RFID, principalmente por representar a

principal barreira na adoção desta tecnologia (DIAS, 2012) e (ABAD et al., 2009a). ROI é a

grande preocupação para implementação de RFID, ou seja, para a maioria dos gestores de

projetos e os líderes de organizações, a falta de evidência de um forte retorno sobre o

investimento nos projetos RFID, é o principal percalço para implementação deste sistema

(DIAS, 2012). Esta preocupação se dá em grande parte, por se considerar os custos dos

equipamento RFID muito altos, em relação a outros equipamentos.

Dentro de um projeto RFID, o estudo sobre o ROI (DIAS, 2012) e (ABAD et al.,

2009a) deve ser um dos primeiros passos a serem executados após a definição dos

equipamento, é imprescindível a sua utilização com tomada de decisão para adoção ou não da

tecnologia. Para se poder analisar o ROI, é necessário que se entenda os custo envolvidos em

torno desta solução.

Podemos citar como as principais despesas na aplicação de qualquer projeto RFID

(DIAS, 2012) e (ABAD et al., 2009a): i) a consultoria inicial para definição do modelo de

projeto a ser adotado, ii) analise de ambiente, iii) especificação de equipamentos , iv) o

próprio estudo de ROI, v) sofwares, incluído desde o sistema próprio , a licenças, middleware

a sistemas legados, vi) hardware considerando leitores, antenas, tags, servidores e

infraestrutura de rede, vii) a possibilidade de ser necessária a integração com outros sistemas,

viii treinamento da equipe interna, ix) o pagamento de uma taxa a EPC global, caso a

organização utilize o sistema RFID através da cadeia de abastecimento. A Figura 5 ilustra a

relação Custo vs volume de tags utilizadas, onde pode-se perceber que com o aumento do

volume de produção das tags, seu preço reduz tornando-a mais acessível,e aumentando a

adoção da RFID.

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Figura 5: relação custo vs volume de tags utilizadas.

Fonte: (HUBER et al., 2007).

No momento do estudo do ROI, é salutar se analisar a necessidade de adaptações na

infraestrutura física do prédio, compreendendo desde intervenções a nível de engenharia civil,

elétrica até adaptações no processo de produção de uma forma geral (DIAS, 2012).

Um outro fator ligado diretamente ao ROI é a economia e os benefícios gerados pela

utilização desta tecnologia. O RFID Adoption and Implications (ABAD et al., 2009a) é o

relatório final de um estudo de impactos ocasionados na adoção de RFID, em várias áreas de

produção e logística. Nele é apresentado como a empresa implantou o RFID e quais foram os

impactos ocasionados.

A Figura 6 ilustra os benefícios possíveis com a adoção do RFID, estes benefícios

estão demonstrados em em relação ao percentual das empresas entrevistadas com usuários

atuais de RFID:

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Figura 6: Benefícios na adoção do RFID

Fonte: (DIAS, 2012).

A partir da análise da Figura 6, percebe-se a medida que amplia-se o nível de

aplicação das etiquetas (descendo até rastreabilidade de itens), aumentamos os benefícios ao

longo do tempo. A Figura 7 ilustra o resultado da pesquisa sobre os benefícios da RFID

realizada pela Comissão Europeia, onde são relatados por empresas que estão usando esta

tecnologia, enquanto a Figura 8 ilustra o resultado da pesquisa sobre os benefícios da RFID,

esperados por empresas que ainda planejam a sua adoção (IDC, 2008). Ambas remetem a um

cenário bem promissor quanto a adoção da RFID.

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Figura 7: Resultado em (%) da pesquisa sobre os benefícios da RFID, relatados por empresas que estão usando a

tecnologia

Fonte: (ABAD et al., 2009a).

Figura 8: Resultado em (%) da pesquisa sobre os benefícios da RFID, esperados por empresas que ainda

planejam a sua adoção.

Gerenciamento de mercadorias e redução na falta de estoque

Redução nos custos de mão de obra

Tempo para comprar e vender

Gerenciamento do inventário

Melhor atendimento ao cliente

Prevenção nas perdas

Eficiência no centro de distribuição

Melhora na eficiência da produção

Redução com recalls e com os custos da garanta

Controle e eficiência na logística

Melhora na qualidade do produto e serviço

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Fonte: (ABAD et al., 2009a).

A partir da analise da Figura 7 percebe-se que a adoção do RFID proporciona uma

série de benefícios as empresas como: melhoria na qualidade do produto ou serviço, gestão de

Redução com recalls e com os custos da garanta

Tempo para comprar e vender

Prevenção nas perdas

Eficiência no centro de distribuição

Melhor atendimento ao cliente

Gerenciamento de mercadorias e redução na falta de estoque

Controle e eficiência na logística

Redução nos custos de mão de obra

Melhora na eficiência da produção

Gerenciamento do inventário

Melhora na qualidade do produto e serviço

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

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inventário, melhoria na eficiência de produção e redução de custo com mão de obra. Sendo

destacados estes por estarem com índices acima de 75%.

Ao analisar a Figura 7 consta-se que pelo menos 80% dos entrevistados esperam que o

sistema RFID possa melhora sua qualidade do produto. Demonstrando uma boa expectativa

sobre a implementação da tecnologia.

Além dos benefícios supracitados, em ROI pode-se considerar a mensuração dos

custos evitados, como, por exemplo, os custos das doenças, mortes e perda de renda

(VINHOLIS & AZEVEDO, 2013). Existem, na literatura, outros modelos comparativos como

a diferença de preços pagos entre produtos rastreados de não rastreados, ou ainda a avaliação

do desejo de pagar (willingness to pay, WTP) do consumidor por um item de qualidade ou

segurança, demonstrando assim, a possibilidade de se agregar valor ao produto com a

rastreabilidade (VINHOLIS & AZEVEDO, 2013). Existem exemplos de gêneros alimentícios,

como a carne que receberam um acréscimo no seu valor de venda de 14 a 22%, em função do

WTP (VINHOLIS & AZEVEDO, 2013).

3.5. Modelo Atual de Rastreabilidade nas Propriedades

Foi constatado na pesquisa in loco com os produtores rurais, associações e

cooperativas do VSF utilizam técnicas na busca pela qualidade do seu produto. Uma dessas

técnicas é o rastreamento da cultura desde a sua colheita até o consumidor cliente.

Como modelo de estudo foi adotado o processo utilizado por uma cooperativa do VSF,

tendo vista a complexidade do processo neste modelo (processo de embalagem nas

propriedades e armazenamento num ambiente em separado), em relação ao adotado nas

propriedades onde toda a infraestrutura esta contida num único ambiente (processo de

embalagem e armazenamento ambos na propriedade). No caso da cooperativa, parte do

processo de embalagem se dá numa casa de embalagem (packing house) localizado em cada

propriedade ligada a cooperativa e depois as frutas já embaladas são encaminhadas ao ponto

de armazenamento central.

No ambiente analisado, o processo rastreabilidade ocorre como descrito a seguir:

1. Acompanhamento da cultura conforme indicado no PIF;

2. Colheita da cultura na fazenda;

3. Seleção das frutas para montar as caixas;

4. Montagem dos paletes para encaminhar ao Ponto de Armazenamento;

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5. Remontagem dos paletes para atender norma de mercado;

6. Encaminhamento para o túnel de resfriamento da cultura;

7. Câmara fria para armazenagem até o transporte para venda.

Os passos de 1 a 4 são efetuados nas propriedades dos cooperados e os demais no ponto de

armazenamento central da cooperativa. Neste modelo, todo este processo é feito de forma

manual, onde parte do processo é demarcado apenas por código de barras e a utilização de

etiquetas coloridas, o que não garante totalmente a confiabilidade das informações, os passos

1 e 2 serão ignorados por não serem parte do objeto de estudo deste trabalho.

No processo de embalagem (passo 3), a fruta chega do campo em contentores, de onde

segue para a linha de embalagem (esteiras) onde será limpada, classificada e embalada. Neste

momento também são feitos controles da rastreabilidade, e de produtividade de cada operário

envolvido na atividade de embalagem. Dentre os problemas relacionados a produtividade

individual de cada funcionário, o mais crítico é o acompanhamento da produção diária pois,

tal acompanhamento se dá pela inserção de etiquetas ou pedaços de papel colorido (indicando

quem foi responsável pela embalagem) que passeiam em bandejas pelas esteiras até o termino

do processo, podendo ser perdidos e/ou substituídos no meio do caminho.

Esta falha no acompanhamento de desempenho pode ocasionar grandes prejuízos ao

produtor pois, este poderá estar mantendo um funcionário numa atividade crítica, e este não

produzirá o esperado e necessário, proporcionando atrasos no processo de embalagem e

consequentemente redução no prazo de validade ou vida útil (shelf life), item crucial para o

controle de qualidade.

Após a embalagem as frutas passam para a paletização (ato de unitizar caixas de uva

sobre um palete, permitindo o arranjo e o agrupamento das caixas). Esta fase passa por dois

estágios, uma pré-paletização no packing localizado na propriedade do produtor (passo 4),

onde são montados com uma configuração provisória (quantidade menor de caixas) do que a

determinada para comercialização, devido a normas de transporte de carga e segurança, e

seguem para a área de armazenamento central na cooperativa. Algumas destas propriedades

ficam a distâncias acima de 50Km (ocasionando perdas no shelf life, devido a exposição a

temperatura ambiente, já que estes caminhões não possuem sistema de resfriamento).

Ao chegar no local de armazenamento os paletes são reorganizados de modo a

seguirem a configuração padrão de comercialização de acordo com o mercado pretendido

(passo 5), e atingirem os padrões de armazenagem e transporte internacional. Esta

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remontagem proporciona muitos custos de homem-hora, já que é uma atividade minuciosa e

delicada. Existem situações em que neste local de estocagem se utilizam de frutas vindas de

diversos produtores, e no momento da reestruturação dos paletes, existe a possibilidade da

mistura de caixas de produtores diferentes, proporcionando entraves no controle de estoque,

bem como no processo de rastreabilidade.

Depois os paletes são encaminhados aos túneis de resfriamento onde passará pelo pré-

resfriamento (passo 6), este momento é considerado como um ponto crítico, pois caso haja

uma excessiva exposição das frutas a temperatura ambiente, bem como um período logo de

contato com o frio extremo dos túneis de resfriamento, ou encaminhamento as câmaras frias

antes de alcançar a temperatura ideal de armazenamento, podem causar danos irreparáveis a

qualidade das frutas.

Após a fruta (uva) ter alcançado a temperatura ideal para armazenamento

(normalmente controlado por uma média de tempo), esta é encaminhada para as câmaras frias

para armazenamento (passo 7), onde aguardará o envio para o cliente final, dando

prosseguimento a cadeia produtiva da uva.

Todo esse processo demanda muito tempo, pois, o modelo analisado utiliza-se um

misto de preenchimento de formulários e aplicação de código de barra para identificar cada

caixa com sua determinada variedade de cultura. E a cada etapa do rastreamento é feito uma

conferência por parte dos funcionários com o uso de leitores de código de barras. Devido a

baixa capacidade de armazenamento de dados no código de barras, existem algumas

informações que um funcionário da fazenda tem que informar através de fichas impressas. A

Figura 9 ilustra as etapas de plantio, colheita e embalagem. Já a Figura 10 mostra a sequencia

da pré-paletização, paletização e entrada no túnel de resfriamento.

Figura 9: Sequencia do plantio a embalagem das uvas

Fonte: Dados da Pesquisa, 2013.

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Pode observar nas Figuras 9 e 10 a sequencia seguida pela cadeia produtiva da uva

deste seu plantio até a entrada dos paletes no túnel de resfriamento.

Figura 10: Sequencia da pré-paletização até a entrada no túnel de resfriamento

Fonte: Dados da Pesquisa, 2013.

As Figuras 11 e 12 ilustram o processo de armazenamento.

Figura 11: Processo de embalagem no packing house

Fonte: Dados da Pesquisa, 2013.

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Figura 12: Processo de embalagem no packing house

Fonte: Dados da Pesquisa, 2013.

Veremos a seguir como ilustrado na Figura 13, o fluxo do processo de estocagem,

desde a chegada da uva na unidade de armazenamento central, até as câmaras frias e aguardar

seu encaminhamento ao consumidor final.

A Figura 13 ilustra o fluxo do processo de armazenamento, englobando os passos de 5

a 7, citados anteriormente. Como já elencado, nos ambientes 01 e 02, passamos por processos

críticos devido as frutas não estarem resfriadas ainda, como o controle de horário de chegada

no ponto 01 e 02, e a saída para os ambientes 05 e 04 são efetuados de forma manual, ficamos

a cargo do controle efetivo executado pelo funcionário, estando assim propenso a falha

humana, principalmente no tempo de duração deste processo.

No ponto 04 do fluxo, o palete chega no túnel de resfriamento, outro momento critico,

tendo em vista que a fruta não pode chegar a temperaturas abaixo do recomendado. Aqui além

do controle do tempo de duração no ambiente, há também a medição da temperatura da uva,

ambos de forma manual e sujeitos a s situações citadas anteriormente.

Chegando a temperatura ideal de armazenamento, o palete segue aos pontos 05 e 03

do ambiente de armazenagem, onde no ponto 03 aguardará até o momento de ser

encaminhado ao consumidor final. Além dos problemas já citados, existe a possibilidade de

extravios das frutas, tendo em vista a ausência de qualquer controle que garanta a efetividade

da chegada da uva ao seu destino final.

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Nas visitas feitas em algumas fazendas, bem como nas cooperativas pôde-se observar

a utilização dos códigos de barras. Segundos os produtores esta tecnologia trouxe muitos

benefícios para o exportador e importador, que serão informados sobre a qualidade da fruta, a

semana da colheita, variedade, tamanho, e prazo de entrega. Desta forma a utilização do

código de barras, propicia a determinação de um relatório eletrônico informando o navio em

que está sendo transportado, o importador, o exportador, porto de destino quantidade de

caixas, paletes com o seu número sequencial. A informação fica disponível, em tempo real,

tanto para o fornecedor quanto para o comprador, sempre lembrado que a maior parte dos

dados fornecidos para os relatórios eletrônicos são extra código de barra, de forma

inicialmente manuscrita, como o caderno de campo.

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Figura 13: Processo de armazenagem

Fonte: Dados da Pesquisa, 2013.

Foi informado também por parte dos produtores que o desenvolvimento da tecnologia

específica para a logística da fruticultura exigiu 12 meses de pesquisa e mais 1 ano de

desenvolvimento dos produtos. Na busca de não trazer mais um custo à exportação,

substituiu-se o selo de marca pelo código de barras.

O detalhe nessa busca, foi encontrar um adesivo que não apresentasse nenhum tipo de

resina tóxica, por estar em contato direto com a fruta, sem aumento de custo para as empresas.

Entre as vantagens dessa modalidade destaca-se a redução do erro no controle de paletes

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embarcados, tanto durante as operações portuárias quanto no manuseio na distribuição até os

supermercados.

O processo integra informações para os produtores, as companhias de navegação,

despachantes aduaneiros e compradores, com emissão automática do relatório de embarque

por cliente e possibilidade de acompanhar a localização dos paletes dentro do navio.

Na Figura 14 observa-se exemplos de códigos de barras para paletes e caixas de frutas.

Figura 14: Códigos de barras para paletes e caixas de frutas.

Fonte: Dados da Pesquisa, 2013.

A grande desvantagem do código de barras é, sem dúvidas, a necessidade de um leitor

apropriado. A segunda talvez seja a limitação na entrada de dados, devido ao padrão

unidimensional e sequencial do modelo. Cada caractere (existem padrões que aceitam letras

também) equivale a uma sequência de barras de diferentes larguras e espaçamentos. Quanto

maior a mensagem inserida no código, maior será sua largura. Obviamente isso limita muito

seu uso. A terceira é a questão da durabilidade das etiquetas que estão sujeitas a vários fatores

de danos, como água, calor e vários tipos de avarias. Bem como a necessidade de intervenção

humana.

3.6. Considerações Finais

Neste Capítulo foram apresentadas informações relacionadas ao uso do RFID

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(CATARINUCCI et al., 2011), (GARCIA & LUNADEI, 2011) e (NAAS, 2010), e do código

de barras (GS1, 2009) como ferramentas de rastreabilidade na cadeia de produtos

agroalimentares, demonstrando um panorama de seu uso no Brasil, bem como em outros

países.

Foi tratado principalmente o RFID, tendo em vista, este ser o escopo deste trabalho,

onde pode-se observar sua aplicabilidade em diversas cadeias produtivas, dentre elas a do

leite (VIEIRA et al., 2009), (SANTINI, 2008) e (DESANTIS et al., 2006), da carne

(PEIXOTO, 2013), (BOLAND & PEREZ, 2007), (ABAD et al., 2009) e (REZENDE &

LOPES, 2013), e vegetais (VIEIRA et al., 2009), (TIBOLA et al., 2013), (NAMBIAR, 2010),

(AMADOR et al., 2009), (HAWAII, 2013) e (FARINA, 2013).

Pode-se perceber o uso do código de barras em algumas cadeias produtivas, dentre

elas, carne (NAAS, 2010) (TIBOLA, 2005), e uva (FERREIRA, 2008). Embora em alguns

destes casos, seu uso vinha acompanhado de problemas com erros causados por falha humana.

Mesmo a RFID estando consolidado há várias décadas, foi no último século que se

tornou realmente uma tecnologia difundida e utilizada (GARCIA & LUNADEI, 2001).

Existem bastantes usos para esta tecnologia na agricultura, com os enfoques mais variados,

indo da simples identificação, a processos complexos de rastreabilidade, tando nas cadeias

produtivas de animais quanto vegetais.

No próximo Capítulo será apresentado o processo proposto em dois modelos de

granularidade de dados para rastreabilidade (alta e baixa), bem como o modelo que representa

o processo atual para controle de rastreabilidade no VSF.

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Capítulo 4

Framework Proposto

Esse Capítulo trata do framework proposto, os dois modelos de rastreabilidade

adotados baseados no conceito de granularidade alta e baixa. A adoção e definição do conceito

de controle de percurso, diferencial neste trabalho.

4.1 Introdução

Embora traga ainda muitos desafios, principalmente os refentes aos problemas de

interferência das ondas de rádio. A RFID fornece novos recursos que têm o potencial de ser

uma precisão de dados economicamente viável, agilizando as operações e melhorando.

Diferentemente do modelo de código de barras, pode melhorar as operações, fornecendo

alertas de falha nos processos de forma automática (GARCIA & LUNADEI, 2001).

Numa análise geral no escopo do Capitulo 3, não se observou o uso da RFID nos

processos de rastreabilidade da uva, foco deste trabalho, embora tenha sido localizado em

outras frutas e vegetais, bem como em outros processos de rastreabilidade de agroalimentares,

incluindo o vinho.

Para definir o modelo proposto, primeiro foi analisado o modelo de rastreabilidade

utilizado nas propriedades e cooperativas no VSF, bem como suas vantagens e dificuldades,

como apresentado no Capítulo 3. Dentre as limitações do controle atual destacamos a

ineficiência em controlar o tempo decorrido entre as etapas do processo (fato de suma

importância para manutenção do shelf life, ou seja aumento do tempo de vida útil das frutas),

a não garantia da execução dos percursos corretamente e o não controle sobre extravios.

Neste contexto foi avaliada a existência de modelos de rastreabilidade ou não, no

caso de existência, quais as tecnologias e padrões adotados. Como em alguns ambientes foram

encontrados sistemas de informação informatizados, também foram analisadas as arquiteturas

dos sistemas que estão em uso nos ambientes de estudos.

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4.2. Modelo Proposto

A motivação para execução deste trabalho partiu da observação das limitações

encontradas no modelo atual de rastreabilidade, como citado nas Seções anteriores. A partir

destas observações foi descrito um modelo de processo, que visa possibilitar a implementação

de rastreabilidade desde a embalagem até a chegada das frutas nos supermercados

(consumidor final).

No modelo adotado inicialmente, a proposta era aplicar as tags RFID já a partir das

caixas de uva no momento da embalagem (granularidade alta). Durante a pesquisa, após

entrevista com alguns produtores e apresentação de uma base dos custo aplicados com o uso

desta tecnologia, pode-se perceber a resistência de alguns pela sua adoção, mesmo elucidando

as benesses e vantagem competitivas adquiridas após aplicação da RFID, na cadeia produtiva

da uva.

Neste cenário, na tentativa de reduzir os custos de adoção da tecnologia, foi sugerido

um segundo modelo, onde se trabalhou uma granularidade menor dos itens rastreados com

esta tecnologia (nível de palete – unidade logística – granularidade baixa), na granularidade

baixa como uma opção para uma granularidade maior apenas com uso do código de barras,

reduzindo o custo e o nível de controle. A Figura 15 ilustra ambas as granularidades

empregadas no modelo proposto.

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Figura 15: Níveis de granularidade.

Fonte: adaptado de (GS1, 2009).

Para verificação e validação dos dois cenários, granularidade alta e baixa, foi

desenvolvido um protótipo que comunicasse com o hardware RFID. Veremos a seguir (figura

19) o fluxo do processo de estocagem com aplicação das etiquetas inteligentes, desde a

chegada da uva na unidade de armazenamento central, até chegar as câmaras frias e aguardar

seu encaminhamento ao consumidor final. Englobando os passos de 5 a 7 citados na Seção

4.1, só que agora com aplicação de pontos de leitura RFID nos acessos a cada ambiente

(entrada e saída).

No modelo sugerido adotou-se o conceito de percurso ou itinerário, onde cada unidade

a ser acompanhada (no sistema denominada de embalagem), precisa seguir uma sequencia

lógica de pontos a percorrer, não podendo sofrer desvios durante o processo. Tomou-se este

conceito por ser o que mais se aproxima da movimentação da uva no processo de

armazenagem. A titulo de padronização as tags das caixas serão marcadas inicialmente com o

status de trajeto AE (A Embalar), já os paletes inicialmente terão suas tags marcadas com o

status de trajeto AM (A Montar), ambos poderão ser alterados para NE (Não Expedido), FT

(Fora de Trajeto) E (Expedido), dependendo do que aconteça no decorrer do percurso.

Seguindo este conceito, um percurso “X”, com os pontos de leitura A, B, C, D, E , F e

G, e a sequencia do trajeto a ser percorrido seja: B, E, C, A, D, F e G, como ilustrado na

Figura 16.

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Figura 16: Exemplo de Percurso

Fonte: Dados da Pesquisa, 2014.

Na Figura 17 é ilustrada a execução do percurso correto e as devidas alterações nos

status das tags das embalagens: i) AE (A Embalar) para caixas ou AM (A Montar) para

paletes, ii) NE (Não Expedido) enquanto não forem despachados para o consumidor, ou seja,

saírem do espaço de embalagem, iii) E (Expedido) forem despachados para o consumidor, ou

seja, saírem do espaço de embalagem.

Figura 17: Exemplo de execução do percurso correto

Fonte: Dados da Pesquisa, 2014.

O sistema não deverá permitir a embalagem sair do ponto B para o A, sem passar por

E e C, ou executar o itinerário F, D, A, C, E, e B, por exemplo. Caso ocorram situações

parecidas com as exemplificadas anteriormente o sistema deverá emitir alarmes e alterar o

status do trajeto para "FT", como ilustrado na Figura 18.

Figura 18: Exemplo de ocorrência de desvios

Fonte: Dados da Pesquisa, 2014.

E C A D F GB

E C A D F GB

AENE

AENE NE NE NE NE E

AENE

AEFT FT FT FT

E C A D F GB

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Aqui será acompanhado a embalagem partindo do packing house (granularidade alta)

ou área de remontagem dos paletes (granularidade baixa), até a expedição (doca de saída). O

protótipo foi construído de forma a possibilitar a configuração de percursos e pontos de

leituras customizáveis, podendo desta forma termos percursos com quantitativos de pontos de

leitura diferentes de acordo com o ambiente onde ocorrer o acompanhamento do processo de

rastreabilidade.

Figura 19: Processo de armazenagem com utilização do modelo proposto

Fonte: Dados da Pesquisa, 2013.

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Como se pode observar na Figura 19, os acessos / saídas de cada ambiente na unidade

central de armazenamento, possuem antenas RFID (pontos de leitura), que serão responsáveis

pela pela detecção das tags RFID.

4.2.1 Modelagem com Granularidade Alta

Tendo como base o conceito de percurso, a sequencia a ser seguida pelas unidades

comerciais no modelo de alta granularidade é a seguinte: Packing house (A), acesso a área de

remontagem dos paletes (B), entrada do corredor de acesso túneis de resfriamento e câmaras

frias (C), entrada no túnel de resfriamento (D), saída do túnel de resfriamento (E), entrada na

câmara fria (F) e saída da câmara fria - expedição (G).

Neste modelo serão aplicadas tags RFID nas caixas de uva (unidade comercial), ainda

no processo de embalagem (passo 3) descrito na Seção 4.1. As tags estarão já com alguns

dados (produtor, propriedade, parcela, variedade e data de colheita) ligando as uvas contidas

nas caixas, com o processo produtivo antes da embalagem, possibilitando assim, a

rastreabilidade até o pomar. Concluindo a etapa de embalagem as caixas são pré-paletizadas,

(passo 4) descrito na Seção 4.1, e encaminhadas a unidade central de armazenamento da

cooperativa, (passo 5) descrito na Seção 4.1. Na saída do packing-house as frutas passam pelo

primeiro ponto de leitura, onde automaticamente (sem intervenção humana) e em tempo real,

deverá ocorrer a detecção das etiquetas, verificação se o trajeto está correto, e armazenamento

dos dados referente a data, horário de saída e sequencia no percurso de cada caixa de uva,

bem como sua situação do trajeto que poderá ser “NE” ou "FT" .

Chegando no local de armazenagem, os paletes são encaminhados aos ambientes

01(recepção) e 02(repaletização), onde passarão por um ponto de leitura, aqui deverão ser

detectadas e contabilizadas as caixas de uva circulantes. Neste momento, os dados referente a

hora e data de chegada, possibilitando aferir o tempo de deslocamento entre a propriedade

(packing) e a unidade central de armazenagem, e verificar se o total de itens recebidos confere

com o total enviado. Os dados que tratam da sequencia no percurso, bem como a situação do

trajeto que poderá ser “NE” ou "FT" também serão armazenados. Todo este processo ocorre

automaticamente (sem intervenção humana) e em tempo real.

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No local de repaletização (remontagem dos paletes), estes são remontados de forma a

atingir a configuração padrão de comercialização de acordo com o mercado pretendido, e

atenderem os padrões de armazenagem e transporte internacional. Nesta etapa os

paletes(unidade logística) recebem também uma tag RFID para sua identificação, esta tag

poderá ser do tipo ativa agregada a um sensor de temperatura. Concluída esta etapa cada

unidade logística é encaminhada ao túnel de resfriamento (04) onde ocorre o processo de

resfriamento rápido, passando antes pelo ambiente 05, tendo na sua entrada um ponto de

leitura que fará a detecção das caixas de uvas e do palete, ligando cada caixa ao palete e

armazenando os dados referente a hora e data de saída da repaletização, possibilitando aferir o

tempo gasto neste processo. Os dados que tratam da sequencia no percurso, bem como a

situação do trajeto que poderá ser “NE” ou "FT" também serão armazenados. Todo este

processo ocorre automaticamente (sem intervenção humana) e em tempo real.

No ambiente 04 do fluxo, o palete chega no túnel de resfriamento, passando por um

ponto de leitura RFID, responsável por detectar as caixas e paletes e validar os dados

referente ao conjunto palete e caixas de uva. Neste momento são armazenados também os

dados os de hora e data de entrada, permitindo verificar e acompanhar o tempo decorrido no

deslocamento entre os ambientes 02 e 04 do fluxo. Os dados que tratam da sequencia no

percurso, bem como a situação do trajeto que poderá ser “NE” ou "FT" também serão

armazenados. Todo este processo ocorre automaticamente (sem intervenção humana) e em

tempo real.

Caso a etiqueta aplicada ao palete possua sensor de temperatura, serão computados os

valores de temperatura. Chegando a temperatura ideal de armazenamento, o palete segue para

o ambiente 03 (armazenamento), onde aguardará até o momento de ser encaminhado ao

consumidor final (expedição). Para as situações onde a temperatura de resfriamento rápido

atinjam valores abaixo do permitido, ou o tempo de permanência no ambiente 04, seja

superior ao normatizado, um alarme poderá ser enviado ao sistema.

Na saída dos túneis de resfriamento (ambiente 04), novamente serão validados e

computados os dados da relação paletes e caixas de uva, e armazenados os valores de data e

hora da saída possibilitando aferir o tempo gasto neste processo, isto automaticamente (sem

intervenção humana) e em tempo real. Na entrada do ambiente 03 (câmaras frias de

armazenagem), o ponto de leitura RFID detecta as embalagens e armazena a data e hora de

entrada, e valida o conjunto unidade comercial e unidade logística, verificando se ocorreram

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extravios. Os dados referentes a sequencia no percurso, bem como a situação do trajeto que

poderá ser “NE” ou "FT" também serão armazenados. Todo este processo ocorre

automaticamente (sem intervenção humana) e em tempo real. Neste ambiente existe ainda a

possibilidade de um rearranjo nas estrutura dos paletes, dependendo da solicitação do cliente

final, juntando-se inclusive, variedades distintas de uva.

No último passo do fluxo de armazenagem (expedição), os paletes são encaminhados

aos containers, para serem transportados ao seu destino. Na saída do ambiente 03, ao passar

pelo ponto de leitura, as embalagens serão detectadas e terão registrados seus dados referente

a hora e data de saída, bem como verificado se não existem paletes com as mesmas variedades

de uva armazenados a mais tempo do que as expedidas no momento. Outro ponto validado é o

conjunto palete e caixas de frutas, e caso seja encontrado alguma inconsistência um alarme

será gerado, solicitando a confirmação por parte do operador do sistema. Os dados que tratam

da sequencia no percurso, bem como a situação do trajeto que poderá ser “E” ou "FT"

também serão armazenados. Todo este processo ocorre automaticamente (sem intervenção

humana) e em tempo real.

4.2.2 Modelagem com Granularidade Baixa

Tendo como base o conceito de percurso, a sequencia a ser seguida pelas unidades

comerciais no modelo de alta granularidade é a seguinte: Área de remontagem dos paletes

(entrada do corredor de acesso túneis de resfriamento e câmaras frias (A), entrada no túnel de

resfriamento (B), saída do túnel de resfriamento (C), entrada na câmara fria (D) e saída da

câmara fria - expedição (E).

Neste modelo serão aplicadas tags RFID nos Paletes (unidade logística) após a

repaletização, e código de barras nas caixas de uva (unidade comercial), ainda no processo de

embalagem (passo 3) descrito na Seção 4.1. No sistema estarão alguns dados (produtor,

propriedade, parcela, variedade e data de colheita) ligando as uvas contidas nas caixas, como

processo produtivo antes da embalagem, através do código de barras, possibilitando assim, a

rastreabilidade até o pomar. Concluindo o etapa de embalagem as caixas são pré-paletizadas e

encaminhadas a unidade central de armazenamento da cooperativa, na saída do packing-

house as frutas terão que ter anotadas manualmente, ou via leitura manual dos códigos de

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barra de cada caixa, para armazenados a posteriori dos dados referente a data e horário de

saída de cada caixa de uva.

Chegando no local de armazenagem, os paletes são encaminhados aos ambientes

01(recepção) e 02(repaletização), como neste modelo não existem etiquetas inteligentes nas

caixas, estas terão de ser contabilizadas manualmente, bem como, os dados referente a hora e

data de chegada, possibilitando aferir o tempo de deslocamento entre o packing e a unidade

central de armazenagem, e verificar se o total de itens recebidos confere com o total enviado,

manualmente e dependente de intervenção humana.

No local de repaletização (remontagem dos paletes), estes são remontados de forma a

atingir a configuração padrão de comercialização de acordo com o mercado pretendido, e

atenderem os padrões de armazenagem e transporte internacional. Nesta etapa os

paletes(unidade logística) recebem uma tag RFID para sua identificação, esta tag poderá ser

do tipo ativa agregada a um sensor de temperatura. Concluída esta etapa cada unidade

logística é encaminhada ao túnel de resfriamento (04) onde ocorre o processo de resfriamento

rápido.

Como neste modelo não permite leitura automática das caixas, o vinculo entre as

unidades comerciais e a logística, se dará de forma manual após leitura dos código de barra de

cada caixa de uva. Quando os paletes passarem pelo ambiente 05, um ponto de leitura na sua

entrada fará a detecção destes e armazenando os dados referente a hora e data de saída da

repaletização, possibilitando aferir o tempo gasto neste processo, caso tenham sido

computados estes dados pelo operador do ambiente de armazenamento no momento da

chegada das frutas. Os dados que tratam da sequencia no percurso, bem como a situação do

trajeto que poderá ser “NE” ou "FT" também serão armazenados. Todo este processo ocorre

automaticamente (sem intervenção humana) e em tempo real.

No ambiente 04 do fluxo, o palete chega no túnel de resfriamento, onde na sua entrada

passa por um ponto de leitura RFID, responsável por sua detecção, ocorrendo a detecção, os

dados referentes a data e hora de entrada serão armazenados, permitindo verificar e

acompanhar o tempo decorrido no deslocamento entre o ambiente 02 e 04 do fluxo. Os dados

que tratam da sequencia no percurso, bem como a situação do trajeto que poderá ser “NE” ou

"FT" também serão armazenados. Todo este processo ocorre automaticamente (sem

intervenção humana) e em tempo real.

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70

Caso a etiqueta aplicada ao palete possua sensor de temperatura, serão computados os

valores de temperatura. Chegando a temperatura ideal de armazenamento. O palete segue

ambiente 03 (armazenagem), onde aguardará até o momento de ser encaminhado ao

consumidor final (expedição). Para as situações onde a temperatura de resfriamento rápido

atinjam valores abaixo do permitido, ou o tempo de permanência no ambiente 04, seja

superior ao normatizado, um alarme poderá ser enviado ao sistema. No modelo de baixa

granularidade, não é possível a validação os dados referente ao conjunto palete e caixas de

uva de forma automática.

Na saída dos túneis de resfriamento (ambiente 04), novamente serão computados os

dados de data e hora da saída possibilitando aferir o tempo gasto nesta faze do percurso. Os

dados referente a sequencia no percurso, bem como a situação do trajeto que poderá ser “NE”

ou "FT" também serão armazenados. Todo este processo ocorre automaticamente (sem

intervenção humana) e em tempo real.

Na entrada do ambiente 03 (câmaras frias de armazenagem), o ponto de leitura RFID

detecta o palete e armazena a data e hora de entrada. Neste ambiente os paletes ficarão

armazenados até serem encaminhados ao consumidor final (expedição), aqui existe ainda a

possibilidade de um rearranjo nas estrutura dos paletes, dependendo da solicitação do cliente

final, juntando-se inclusive, variedades distintas de uva. Os dados que tratam da sequencia no

percurso, bem como a situação do trajeto que poderá ser “NE” ou "FT" também serão

armazenados nesta etapa. Todo este processo ocorre automaticamente (sem intervenção

humana) e em tempo real.

No último passo do fluxo de armazenagem, os paletes são encaminhados aos

containers (expedição), para serem transportados ao seu destino. Na saída do ambiente 03, ao

passar pelo ponto de leitura, após detecção dos paletes, serão registrados os dados referente a

hora e data de saída, e verificada a existência de paletes armazenados a mais tempo do que os

expedidos no momento. Os dados que tratam da sequencia no percurso, bem como a situação

do trajeto que poderá ser “E” ou "FT" também serão armazenados. Todo este processo ocorre

automaticamente (sem intervenção humana) e em tempo real.

Caso seja encontrado alguma inconsistência nos dados (alteração no conjunto caixas /

paletes) nesta etapa um alarme será gerado, solicitando a confirmação por parte do operador

do sistema. No modelo de baixa granularidade, não é possível a validação os dados referente

ao conjunto unidade de logística e unidade comercial, desta forma, não a possibilidade de

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verificação automática de reconfigurações dos paletes, impossibilitando a definição de

alarmes nestas situações. Desta forma, os rearranjos deveram ser computados de forma

manual.

4.3. Arquitetura

A arquitetura utilizada se baseia no modelo 'n' camadas, onde cada camada possui uma

responsabilidade especifica sobre o funcionamento do software (framework) como um todo

(PRESSMAN, 2002).

4.3.1 Visão Lógica

Essa seção é uma descrição das partes estruturais da arquitetura a partir do modelo de

projeto, bem como a sua decomposição em subsistemas e pacotes.

A arquitetura do framework proposto por este trabalho é baseada no padrão

arquitetural 'n' camadas. O padrão 'n' camadas é amplamente utilizado devido a sua facilidade

de manutenção (PRESSMAN, 2002). A ideia é dividir as responsabilidades sobre o software

por cada camada especifica. Cada camada é autocontida o suficiente de forma que a aplicação

pode ser dividida em vários computadores em uma rede distribuída (PRESSMAN, 2002). A

seguir a Figura 20 ilustra um diagrama mais geral da arquitetura do framework.

Figura 20: Visão Lógica

Fonte: O Autor, 2014.

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A partir da Figura 20 pode-se observa que a Camada Cliente, é responsável pelo

acesso dos clientes, através de Consumidores WebService. Já Camada de Negócios,

implementa a lógica da aplicação, esta foi dividida em duas subcamadas: Interoperabilidade,

responsável por possibilitar a comunicação de forma transparente com outros sistemas

utilizando SOA; e Lógica Funcional, onde ficam as funções e regras de todo o negócio. A

camada de Persistência, responsável por se comunicar com o banco de dados. O Middleware

RFID, é um software que tem a função de intermediar a comunicação entre os leitores e o

sistema. Na camada Física, encontram-se os componentes do hardware RFID.

4.3.2 Pacotes Significantes do Projeto

Essa seção descreve a decomposição do modelo de projeto através da hierarquia de

pacotes. Onde serão apresentados os pacotes beans, rfid (camada lógica funcional) e service

(camada de interoperabilidade), sendo estes, da camada de negócios; e entidades (camada de

persistência). Para cada pacote é realizada uma descrição de sua utilidade e a nomenclatura de

classes.

No pacote beans, ficam as classes de controle que realizam as operações gerais de

regras de negócio. As classes contidas neste pacote seguiram a seguinte definição de nomes:

➢ AbstractEJB – Classe abstrata contendo o que é comum (atributos e métodos) a todas

as demais classes deste pacote. Utiliza Generics, o que possibilita aceitar qualquer tipo de

classe, neste caso especifico, o seu uso será direcionado as entidades.

➢ <Entidade>EJB - Para toda “Entidade”, não considerada entidade fraca no banco de

dados, existirá um <Entidade>EJB (SessionBean) responsável pela regras de negócio dos

cadastros da Entidade.

No pacote rfid, ficam as classes responsáveis pela interação entre o Midlleware RFID,

e os SessionBeans das entidades que utilizarão os recursos desta tecnologia. As classes

contidas neste pacote seguiram a seguinte definição de nomes:

➢ Reader – Classe utilizada como leitor virtual, possibilitando a inclusão e comunicação

dos leitores físicos, na fila de execução TagThread.

➢ ConectaLeitor - Responsável por configurar a conexão do Sistema com os Leitores

RFID.

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➢ TagListener - Responsável por ouvir os leitores. Esta classe se comunica com um

<Entidade>EJB de forma a promover o tratamento e a a persistência dos dados no BD.

➢ TagThread - Responsável por executar a thread que irá habilitar a escuta dos leitores.

No pacote service, ficam as classes de controle que realizam as operações

interoperabilidade ligadas as regras de negócio. As classes contidas neste pacote seguiram a

seguinte definição de nomes:

➢ AbstractSOAP – Classe abstrata contendo o que é comum (atributos e métodos) a todas

as demais classes deste pacote. Utiliza Generics, o que possibilita aceitar qualquer tipo de

classe, neste caso especifico, o seu uso será direcionado as entidades.

➢ <Entidade>SOAP - Para toda “Entidade” que for acessada via Webservice, existirá um

<Entidade>SOAP responsável pela regras de negócio ligadas aos consumidores de

Serviços Web.

No pacote entidades, ficam as classes responsáveis pelo mapeamento objeto –

relacional entre o framework e as tabelas contidas no banco de dados. As classes contidas

neste pacote seguiram a seguinte definição de nomes:

➢ <Entidade> - Para toda tabela a ser persistida no Banco de Dados, existirá uma

<Entidade> correspondente neste pacote, exemplo: para a tabela LEITOR a entidade

correspondente será Leitor.java.

4.3.3 Visão de Implantação

Essa seção descreve a estrutura geral do modelo de implementação, a decomposição

do framework em camadas e subsistemas.

O Estilo arquitetural a ser utilizado no projeto é a divisão nas seguintes camadas:

Negócios que foi dividida ainda em camada de Interoperabilidade e Lógica Funcional; e

Persistência. Isto traz modularidade ao sistema, pois cada camada só tem acesso à parte do

sistema que necessita.

A camada de negócios, é composta pelas camadas Interoperabilidade e Lógica

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Funcional que respondem pelas regras de negócio da aplicação. A camada de persistência

cuida do armazenamento e recuperação dos dados do sistema. Como ilustrado na Figura 21.

Figura 21: Visão de Implantação

Fonte: O Autor, 2014.

A camada de Negócios é responsável pela persistência das “Entidades”

(<Entidade>.java), além de verificações e validações dos dados inerentes ao negócio. Ela

encapsula a lógica funcional e cuida das transações e segurança, bem como, pontas de

serviços web SOAP. Está dividida em mais duas camadas, Lógica Funcional e

Interoperabilidade. Foi montada utilizando os seguintes padrões arquiteturais:

➢ Session Facade: Implementado na camada Lógica e Funcional. Estende a ideia do

Facade para uma arquitetura JEE baseada em Enterprise Java Beans (EJB), na realidade,

é um Session Bean (<Entidade>EJB.java) que organiza um conjunto de métodos de

negócio relacionados. Sendo responsável por acessar recursos, atualizar dados e realizar a

transação com uma interação limitada com o cliente. Portanto, o Session Bean (que

representa a fachada da sessão) gerencia os relacionamentos entre os objetos do negócio.

Este também gerencia o ciclo de vida desses participantes criando-os, localizando-os,

modificando-os e excluindo-os, conforme necessário, pelo fluxo de trabalho. Este padrão

tenta resolver problemas comuns que surgem em um ambiente de aplicativo de várias

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camadas, como:

◦ Acoplamento rígido, que leva à dependência direta entre clientes e objetos de

negócio.

◦ Muitas invocações de método entre cliente e servidor, que levam a problemas de

desempenho da rede.

◦ Falta de uma estratégia de acesso de cliente uniforme, expondo os objetos do

negócio a mau uso.

➢ Singleton: Implementado na camada Lógica e Funcional, pela classe TagListener do

pacote rfid. Este padrão garante a existência de apenas uma instância de uma classe,

mantendo um ponto global de acesso ao seu objeto. Ser

➢ Arquitetura Orientada a Serviços (SOA): Implementado na camada de

Interoperabilidade pelas classes bean endpoint (<Entidade>SOAP.java). É um estilo de

arquitetura de software cujo princípio fundamental prega que as funcionalidades

implementadas pelas aplicações devem ser disponibilizadas na forma de serviços,

normalmente acessíveis através de web services. Interoperabilidade é a capacidade de um

sistema de se comunicar de forma transparente com outro sistema.

Já a Camada de Persistência é responsável pela persistência dos dados. A camada de

negócio utiliza os serviços desta camada para inserir, atualizar, remover e consultar instâncias

das classes de Entidade.

4.3.4 Algoritmo Controle de Percurso

Essa seção descreve o algoritmo que trata do controle de percurso, responsável pela

análise do trajeto percorrido pelas embalagens. Este algoritmo é ilustrado na Figura 22.

Nele serão tratadas as ações e tomadas de decisões refentes ao processo de

rastreabilidade, durante o processo de embalagem e armazenamento das frutas até sua

destinação ao consumidor final. Este algoritmo não contempla (não foi validado)

acompanhamento das embalagens após a saída do espaço de armazenamento. O percurso pós

armazenamento poderia ser acompanhado, mas precisaria ser validado, inclusive o tratamento

de situações ligadas principalmente a latência e infraestrutura de rede, não contempladas neste

trabalho.

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Fonte: O Autor, 2014.

Como ilustrado na Figura 22, a analise do percurso é estartada junto a ação escutar tag

que é uma thread ativada no servidor no momento em que a aplicação é iniciada. A função

desta thread dentro do processo, é ficar escutando as mensagens enviadas pelos leitores RFID

ao servidor, com intuito de validar as tags detectada por estes leitores.

Quando uma tag é detectada, o algoritmo consulta o banco de dados para verificar se

esta está cadastrada ou não, e caso seja, começa o processo de validação. A pós a confirmação

do cadastro a primeira verificação efetuada é se a posição da tag no trajeto é a inicial, ou seja,

posição 1. Confirmando a posição inicial, é verificado se o status é o inicial (AE), sendo

positivo o status é alterado para não expedido (NE) e os dados são persistidos no banco de

Figura 22: Algoritmo de Controle de Percurso

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dados. Se ocorrer do status não ser AE, o que representa um desvio no percurso

preestabelecido, este será alterado para fora de trajeto (FT) e posteriormente se passará para a

etapa de persistência dos dados.

Caso a posição da embalagem não seja a inicial, ou seja, posição maior que 1 e

verifica-se o status validando-o como NE. Sendo negativo, o que representa um desvio no

percurso preestabelecido, testa-se se o seu valor é FT, e sendo positivo persiste-se os dados.

Se for negativo o status será alterado para fora de trajeto (FT) e posteriormente se passará

para a etapa de persistência dos dados.

Nesta etapa, se o status for NE, a próxima fase é verificar se a posição atual da

embalagem é a próxima na sequencia do trajeto em relação a anterior, ou seja, a posição atual

é igual a posição anterior mais um. Se for negativo o status será alterado para FT e os dados

são persistidos. Caso positivo, o teste seguinte é se a posição atual é a ultima do percurso, e

sendo confirmado o status é alterado para expedido (E), e posteriormente se persiste os dados.

A embalagem não estando na posição final, o status é mantido como NE, já que esta se

manteve no percurso, e possui ainda etapas no processo a percorrer. Após esta confirmação os

dados são persistidos, e o algoritmo de controle de percurso permanece verificando e

validando as etapas do processo de embalagem.

4.4. Considerações Finais

Neste Capítulo foram apresentadas informações referentes ao modelo proposto de

controle da rastreabilidade de uva no VSF, e o fluxo da armazenagem da uva em uma

cooperativa. Um fator importante a se observar, é a adoção do conceito de percusso por este

modelo, onde dentro do processo existem trechos sequenciais configurados que determinam

como os produtos devem se movimentar, já que o referido modelo é baseado no fluxo de

armazenagem da uva.

Este modelo utiliza etiquetas inteligentes e RFID como suporte no processo de

rastreabilidade na cadeia produtiva de uva no VSF. Este modelo possui duas ramificações de

aplicação da tecnologia RFID, uma com alta granularidade dos dados, acompanhamento a

partir das unidade comerciais (caixas de frutas). E uma outra com alta granularidade dos

dados, acompanhamento com RFID a partir da unidade logística (paletes), e códigos de barras

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nas unidades comercias. Podendo analisar que ambas possem vantagens e desvantagens, como

demonstrado a seguir.

Utilizando o modelo com granularidade alta se consegue uma rastreabilidade e

monitoramento de forma mais efetiva, e num nível mais baixo na cadeia de produção. Isto se

dá pelo fato de podermos acompanhar automaticamente e em tempo real, variáveis

importantes em nível de unidades comerciais (caixa): como data e hora das movimentações no

fluxo, validação do conjunto unidade comercial e unidade de logística (palete), temperaturas

das frutas, alteração na configurações dos paletes, tempo de armazenamento dos produtos,

dentre outras.

Como o sistema foi modelado seguindo o conceito de percurso, ele está apto a detectar

desvios no fluxo e emitir alarmes, ou seja, caso uma caixa de uva ou palete se desloque

diretamente do ponto C ao E por exemplo, ou outra outra situações de quebra do fluxo, um

alarme será acionado indicando desvio no percurso, isto ocorre tanto no modelo de

granularidade alta quanto baixa.

Com base nas informações apresentadas neste Capitulo pode-se perceber uma grande

vantagem na adoção do modelo de alta granularidade, tendo em vista que este apresenta um

maior número de controle no processo de rastreabilidade da cadeia produtiva da uva, inclusive

minimizando o extravio a nível de unidades comerciais, tendo em vista que estas estarão com

tags implantadas. Na realidade, a única vantagem encontrada no modelo de baixa

granularidade foi a redução no custo do processo em relação ao de alta granularidade, tendo

em vista a não aplicação das tags nas caixas e apenas nos paletes. Em contrapartida, há uma

redução drástica no nível de controles possíveis.

No próximo Capítulo serão apresentados os resultados dos experimentos realizados

para a avaliação do sistema proposto neste trabalho, bem como sua validação como sistema e

modelo de rastreabilidade da cadeia produtiva da uva, e a determinação do ROI.

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Capítulo 5

Resultados Experimentais

Neste Capítulo são apresentados os resultados dos experimentos realizados para a

avaliação e validação do sistema proposto neste trabalho, apresentando num primeiro

momento a determinação dos modelos de tags indicados ao uso neste processo, e as

possibilidade de arranjos de antenas que proporcionem uma leitura das etiquetas de forma

mais efetiva. Em um segundo momento, a validação como sistema e modelo de

rastreabilidade da cadeia produtiva da uva, e do ROI para determinação da viabilidade deste

sistema, junto aos produtores de uva e cooperativas do VSF.

5.1. Definição do Hardware a ser Utilizado

Como já citado no Capítulo 3, a tecnologia sugerida neste trabalho utiliza uma

arquitetura muito simples e é composta por: Tags ou etiquetas inteligentes, Leitor, Antenas e

Middleware (GS1, 2014),(HESSEL et al., 2010), (SANTINI, 2008) e (DIAS, 2008). Embora

possua uma arquitetura bem simplificada, possui um grande problema que interfere

diretamente na sua implantação, o custo! O valor de implantação acaba ficando alto em alguns

casos, devido ao custo das tags (DIAS, 2012). Uma forma de se minimizar este problema, é a

definição correta das tags e antenas a serem utilizadas, contribuindo de forma direta para a

redução da quantidade de leitores e antenas.

Neste contexto foi montado um ambiente simulado real, de forma a proporcionar uma

melhor definição e dimensionamento para estes equipamentos. Assim foi montado num

ambiente com câmaras frias, um conjunto de leitor e antenas (Leitor Alien ALR 9900 e

Antena RFID UHF - Circular ALR-9611), e testados os seguintes arranjos, com seus referidos

resultados: montagem de um palete composto 115 caixas de uvas com capacidade para 5Kg

(neste momento foram utilizadas bexigas com água no lugar das uvas), e aplicadas as caixas

alguns modelos de tags, sendo repetido o experimento com cada modelo dez vezes, em

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condições distintas de umidade e temperatura. E seguindo o conceito de execução de site

survey que é uma ferramenta indispensável para verificação e validação de sistemas RF

(DIAS, 2012). A Tabela 3 apresenta as estatísticas (média, desvio padrão, máximo e mínimo)

em relação a métrica Porcentagem de Tags Lidas (PTL).

Tabela 3: Porcentagens de leituras de tags para arranjos de uma e duas antenas.

TAG UPM Raflatac

ModeloEstatísticas PTL 01 antena PTL 02 antenas

ShortDipole 93 x 11mm

Média 83,40 90,00

Desvio Padrão 4,35 3,97

Mínimo 78,00 83,00

Máximo 90,00 95,00

DogBone 93 x 23mm

Média 96,60 100,00

Desvio Padrão 3,37 0,00

Mínimo 90,00 100,00

Máximo 100,00 100,00

Belt™ M5 70 x 14mm

Média 90,00 95,40

Desvio Padrão 3,62 1,90

Mínimo 87,00 92,00

Máximo 99,00 98,00

Trap™ M3 8 x 22mm

Média 40,30 47,80

Desvio Padrão 4,40 3,05

Mínimo 36,00 43,00

Máximo 52,00 52,00

Webx 30 x 50mm

Média 86,00 86,00

Desvio Padrão 2,71 1,56

Mínimo 81,00 84,00

Máximo 90,00 89,00

Fonte: Dados da Pesquisa, 2013.

De acordo com os resultados apresentados na Tabela 3, é possível verificar que nos

experimentos realizados com um arranjo de uma antena, a tag DogBone 93 x 23mm obteve o

melhor desempenho com PTL médio de 96,60%. Note que esta tag obteve ganho percentual

de 15,82% em relação a tag ShortDipole 93 x 11mm, 7,33% em relação a tag Belt™ M5 70 x

14mm, 139,70% em relação a tag Trap™ M3 8 x 22mm e 12,32% em relação a tag Webx 30 x

50mm. Entretanto, na situação adotada por este trabalho, o desempenho mínimo aceitável é

100%, uma vez que uva deve ser rastreada durante todo o percurso como apresentado no

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Capítulo 4. Portanto, foram realizados experimentos com o arranjo de duas antenas. Neste

caso, é possível verificar que a tag com desempenho ideal foi a DogBone 93 x 23mm, uma

vez que a média do PTL foi 100,00%. Note que o desvio padrão desta tag foi 0, o que

significa que em todos os experimentos realizados o desempenho foi ideal. Note que esta tag

obteve ganho percentual de 11,11% em relação a tag ShortDipole 93 x 11mm, 4,82% em

relação a tag Belt™ M5 70 x 14mm, 109,21% em relação a tag Trap™ M3 8 x 22mm e

16,28% em relação a tag Webx 30 x 50mm. O diagrama de caixa (boxplot) dos dados

apresentados na Tabela 3 é ilustrado nas Figuras 17 e 18.

Figura 23: Diagrama de caixa dos experimentos realizados com arranjo de uma antena

Fonte: Dados da Pesquisa, 2013.

Figura 24: Diagrama de caixa dos experimentos realizados com arranjo de duas antenas

Fonte: Dados da Pesquisa, 2013.

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Nos testes foram montados os seguintes cenários:

1. Paletes passando pelos ponto de leitura utilizando uma das tags supracitadas (todos

com o mesmo modelo de tag), todos adentrando no recinto concorrentemente, e uma

antena como um ponto de leitura. Neste arranjo a antena fica situada na parte superior

da estrutura, estando a uma altura de 3,00m do piso. De acordo com o ilustrado na

Figura 25.

Figura 25: Arranjo com uma antena

Fonte: O Autor.

2. Paletes passando pelos ponto de leitura utilizando uma das tags supracitadas (todos com

o mesmo modelo de tag) todos adentrando no recinto concorrentemente, e duas

antenas como um ponto de leitura. Neste arranjo as antenas ficam localizadas nas

laterais da estrutura, com uma distância de 2,20m entre elas ,e estando a uma altura de

1,50m do piso. De acordo com o ilustrado na Figura 26.

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Figura 26: Arranjo com duas antenas

Fonte: O Autor.

Como se pode observar na Tabela 3, no cenário 01 a tag que demonstrou melhor

desempenho em relação a porcentagem de leituras confirmadas, foi o modelo DogBone 93 x

23mm com 96,6%, e Belt™ M5 70 x 14mm com 90%. Já no cenário 02 a tag permaneceram

as posições dos modelos citado anteriormente, só que uma melhoria na performance de

leituras, modelo DogBone 93 x 23mm com 100,0%, e Belt™ M5 70 x 14mm com 95,4%.

Baseado nesta informação, pode se passar para a segunda etapa dos testes, tomando o

modelo DogBone 93 x 23mm, como tag de referencia para o teste: utilização de um palete

composto por 115 caixas de uvas com capacidade para 5Kg, e aplicadas as caixas a tag

modelo DogBone 93 x 23mm, sendo repetido o experimento em dez paletes distintos, na

infraestrutura de embalagem da cooperativa, em condições distintas de umidade e

temperatura. Abaixo seguem os resultados conseguidos:

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Nos testes foram montados os seguintes cenários:

1. Paletes passando pelos ponto de leitura utilizando a tag supracitada (todos com o

mesmo modelo de tag), todos adentrando no recinto concorrentemente, e uma antena

como um ponto de leitura.

2. Paletes passando pelos ponto de leitura utilizando a tag supracitada (todos com o

mesmo modelo de tag) todos adentrando no recinto concorrentemente, e duas antenas

como um ponto de leitura.

5.2. Validação do Controle de Fluxo e Rastreabilidade

Após a definição do arranjo e quantitativo de antenas, e modelos de tags a serem

utilizadas, partiu-se para etapa final dos testes, onde criou-se dois momentos distintos de

simulação, um primeiro com a utilização de um emulador, e um outro com a utilização do

hardware ora definido.

5.2.1 Simulação utilizando o emulador RIFIDI

O Rifidi é um conjunto de ferramentas de código fonte aberto para desenvolvimento

integrado de soluções RFID (RIFIDI, 2013). Concebido originalmente em 2005 por um grupo

de desenvolvedores que estavam enfrentando dificuldades em testar seus sistemas RFID em

grande escala. Hoje esta ferramente é mantida pela Transcends uma implementadora de

projetos RFID (RIFIDI, 2013).

Os objetivos principais do projeto RIFIDI são: facilitar a adoção do RFID em

empresas interessadas na tecnologia. E Eliminar a necessidade de comprar hardware caro para

realizar testes, experimentos ou otimização de processos empresariais (RIFIDI, 2013). Tendo

em vista o alto custo com a aquisição do hardware, bem como o fato de um projeto RFID no

mundo real já sofrer uma série de interferências, principalmente na propagação de ondas de

rádio que se optou pelo uso do RIFIDI na primeira etapa dos experimentos. Desta forma,

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quando se passar para a segunda etapa, já se estaria com o protótipo e o processo de

rastreabilidade validados.

Dentre as ferramentas disponíveis no projeto RIFIDI (RIFIDI, 2013), foi adotado para

a primeira etapa dos experimentos, o emulador. Este permite a emulação de leitores baseados

em alguns modelos de leitores comerciais. A interação com leitores RFID Físicos (X). E

possui uma interface gráfica, onde se pode criar tags (Y)e arrastá-las para as antenas dos

leitores (Z), previamente configurados. Após serem arrastadas para as antenas dos leitores (Z),

essas tags virtuais serão identificadas como se fossem tags presentes no raio de cobertura da

antena no mundo real. A Figura 27 ilustra os itens X, Y e Z citados anteriormente, bem como

o W que é o espaço da interface gráfica onde são listados os dados de comunicação entre o

leitor virtual e o software de comunicação, dentre estes dados estão os coletados das tags

(tagid, data da leitura, hora da leitura...).

O primeiro passo para utilização desta ferramenta na simulação, foi o levantamento do

número de pontos de leitura, de a cordo com o exposto na Figura 19, Capítulo 4. Onde se

chegou ao número de quatorze antenas e sete leitores (considerando duas antenas por leitor,

devido a limites de distancia entre a antena e o leitor), sendo locado um leitor no packing e os

demais na unidade central de armazenamento .

Figura 27: Ambiente Gráfico do emulador RIFIDI

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Fonte: (RIFIDI, 2013), adaptado pelo Autor.

Com o emulador já instalado, partiu-se para criação e configuração dos leitores com

suas respectivas antenas, e testes de funcionamento e conectividade com o protótipo

desenvolvido. Em seguida efetivou-se a criação das tags com características similares ao

modelo físico escolhido.

Após se ter a infraestrutura de simulação montada, foram efetivados os testes tendo

como base os cenários apresentados na Seção 4.3, onde se tratou do conceito de percursos.

Para esta etapa dos experimentos foi utilizado o modelo com granularidade alta, por possuir

mais pontos de leitura, e uma maior complexidade, tendo em vista parte dos leitores estarem

em localizações geográficas diferentes.

No protótipo utilizado no experimento, existe um algorítimo de definição de status,

implementado na Classe HistoricoEmbalagemHibernateDAOImpl, demonstrada no Capítulo

A do apêndice. A finalidade deste algorítimo é após a leitura e detecção de uma tag pelo leitor,

verificar na base de dados se a embalagem já passou por algum ponto de leitura - caso

negativo, altera seu status de AE ou AM, para NE quando este estiver no primeiro ponto de

leitura do percurso, ou FT caso contrário. Caso positivo, verifica se a embalagem está no

ponto de leitura correto, mantendo o status de NE (se este não for o último) ou E quando for o

último ponto de leitura do percurso. Se ocorrer do ponto de leitura não ser o próximo na

sequencia estipulada, o status da embalagem será alterado para FT.

Como percurso de referência foi adotada a seguinte sequencia de trajeto, onde cada

letra representa um ponto de leitura: A, B, C, D, E, F e G. A seguir a Figura 28 com a

representação do percurso e a indicação de qual ponto de leitura cada letra representa:

Figura 28: Sequencia do percurso a ser percorrido pelas embalagens

Fonte: O Autor.

A - packing house;

B- entrada da área de remontagem dos paletes;

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C - saída da área de remontagem dos paletes;

D - entrada no pré-resfriamento;

E - saída do pré-resfriamento;

F - entrada nas câmaras frias;

G - saída das câmaras frias.

Foram efetuados os seguintes testes e conseguido-se os resultados apresentados

abaixo:

• Teste 1 – verificação e validação do caminho feliz, Figura 29:

Figura 29: Caminho Feliz

Fonte: O Autor.

◦ Resultado esperado: a detecção das embalagens (caixas e paletes), registro dos

dados referente data e hora da detecção, histórico dos pontos percorridos com suas

respectivas mudanças de status (inicialmente AE ou AM, passando para NE e

permanecendo no decorrer do percurso), e por fim ter seu status definido como E.

Figura 30.

Figura 30: Resultado Esperado

Fonte: O Autor.

◦ Execução: movimentação das tags (simulando as embalagens) pelo percurso,

seguindo o caminho feliz, ou seja, seguindo o itinerário sem ocorrência de desvios.

◦ Resultados obtidos, Figura 31: Em todas as repetições decorridas no teste,

ocorreram os resultados esperados, tendo no final do percurso o status das

embalagens definido como E.

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Fonte: O Autor.

• Teste 2 – verificação e validação do caminho com desvios. Figura 32:

Figura 32: Verificação e validação do caminho com desvios

Fonte: O Autor.

◦ Resultado esperado: a detecção das embalagens (caixas e paletes), registro dos

dados referente data e hora da detecção, histórico dos pontos percorridos com suas

respectivas mudanças de status (inicialmente AE ou AM, passando para NE e

permanecendo no decorrer do percurso), e por fim ter seu status definido como FT,

quando localizada uma situação de desvio do trajeto. Figura 33.

Figura 33: Resultado esperado

Fonte: O Autor.

Figura 31: Resultado obtido

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◦ Execução: movimentação das tags (simulando as embalagens) pelo percurso,

partindo de A diretamente para D, sem passar pelos ponto B e C , ou seja, seguindo

o itinerário com ocorrência de desvios e/ou salto no itinerário.

◦ Resultados obtidos, Figura 34: Em todas as repetições decorridas no teste, não

ocorreram os resultados esperados. Pode-se observar a detecção das embalagens

(caixas e paletes) em sua totalidade, registro dos dados referente data e hora da

detecção, histórico dos pontos percorridos. Houve alteração nos status das

embalagens, exceto quando detectado o desvio, tendo no final do percurso o status

das embalagens definido como E (o esperado era FT), devido a uma falha em umas

das estruturas de decisão (método determinarSituacao) do algorítimo de de

definição de status, pertencente a Classe HistoricoEmbalagemHibernateDAOImpl,

demonstrada no Capítulo A do apêndice.

Figura 34: Resultado obtido

Fonte: O Autor.

• Teste 3 – verificação e validação do caminho com desvios (com correções de

falhas nos algorítimos):

◦ Resultado esperado: a detecção das embalagens (caixas e paletes), registro dos

dados referente data e hora da detecção, histórico dos pontos percorridos com suas

respectivas mudanças de status (inicialmente AE ou AM, passando para NE e

permanecendo no decorrer do percurso), e por fim ter seu status definido como FT,

quando localizada uma situação de desvio do trajeto.

◦ Execução: repetição do teste 2 até até obtenção dos resultados esperados.

◦ Resultados obtidos: Em todas as repetições decorridas no teste, após correção das

falhas encontradas no teste anterior - . Obteve-se os resultados esperados, tendo

no final do percurso o status das embalagens definido como FT.

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• Teste 4 – verificação e validação do caminho com desvios (sentido inverso),

Figura 35:

Figura 35: Verificação e validação do caminho com desvios (sentido inverso)

Fonte: O Autor.

◦ Resultado esperado, Figura 36: a detecção das embalagens (caixas e paletes),

registro dos dados referente data e hora da detecção, histórico dos pontos

percorridos com suas respectivas mudanças de status (inicialmente AE ou AM,

passando para NE), e após passar pelo ponto F ter seu status definido como FT

(permanecendo assim até o fim do percurso), quando localizada uma situação de

desvio do trajeto - itinerário no sentido inverso.

Figura 36: Resultado esperado

Fonte: O Autor.

◦ Execução: movimentação das tags (simulando as embalagens) pelo percurso,

iniciando em G e seguindo a sequencia F, E, D, C, B e A, ou seja, seguindo o

itinerário com ocorrência de desvios e itinerário no sentido inverso.

◦ Resultados obtidos, Figura 37: Em todas as repetições decorridas no teste, não

ocorreram os resultados esperados. Pode-se observar a detecção das embalagens

(caixas e paletes) em sua totalidade, registro dos dados referente data e hora da

detecção, histórico dos pontos percorridos. Houve alteração nos status das

embalagens, inclusive quando detectado o desvio – sentido inverso, sendo feita sua

alteração, sendo que no final do percurso (ponto A) o status das embalagens foi

alterado para E (o esperado era FT). Isto ocorreu devido a uma falha detectada nos

algorítimos ouvinte de eventos e detecção de tags e de definição de status

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(problema de sincronismo entre sua thread e a execução do método

determinarSituacao), pertencentes respectivamente as Classes TagListener e

HistoricoEmbalagemHibernateDAOImpl, demonstradas no Capítulo A do

apêndice.

Figura 37: Resultado obtido

Fonte: O Autor.

• Teste 5 – verificação e validação do caminho com desvios – sentido inverso (com

correções de falhas nos algorítimos):

◦ Resultado esperado: a detecção das embalagens (caixas e paletes), registro dos

dados referente data e hora da detecção, histórico dos pontos percorridos com suas

respectivas mudanças de status (inicialmente AE ou AM, passando para NE), e

após passar pelo ponto F ter seu status definido como FT (permanecendo assim até

o fim do percurso), quando localizada uma situação de desvio do trajeto - itinerário

no sentido inverso.

◦ Execução: repetição do teste 2 até até obtenção dos resultados esperados.

◦ Resultados obtidos: Em todas as repetições decorridas no teste, após correção das

falhas encontradas no teste anterior. Obteve-se os resultados esperados, tendo no

final do percurso o status das embalagens definido como FT.

• Teste 6 – verificação e validação do caminho feliz – reconfiguração dos paletes e

caixas:

◦ Resultado esperado: a detecção das embalagens (caixas e paletes), registro dos

dados referente data e hora da detecção, reconfiguração de paletes e caixas,

histórico dos pontos percorridos com suas respectivas mudanças de status

(inicialmente AE ou AM, passando para NE e permanecendo no decorrer do

percurso), e por fim ter seu status definido como E.

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◦ Execução: movimentação das tags (simulando as embalagens) pelo percurso,

seguindo o caminho feliz, ou seja, seguindo o itinerário sem ocorrência de desvios

e em alguns pontos reconfigurar os arranjos dos paletes e caixas, transferindo

caixas e um palete para outro.

◦ Resultados obtidos: Em todas as repetições decorridas no teste, ocorreram os

resultados esperados, tendo as reconfigurações das caixas efetivamente

computadas, e no final do percurso o status das embalagens definido como E.

5.2.2 Simulação utilizando o hardware especifico

Com o intuito de prever alguns problemas como interferências nas ondas de rádio,

trafego de redes, e validar os testes efetuados na Seção 5.2.1, efetuamos testes in loco no

ambiente de armazenamento real, utilizando os hardwares especificados na Seção 5.1.

Foram executados os mesmos testes da Seção 5.2.1, adotando como padrão e repetição

de cada teste no mínimo dez vezes, em duas máquinas distintas utilizadas como servidor. Em

todos os testes os resultados foram satisfatórios, como descrito a seguir:

• Teste 1 – verificação e validação do caminho feliz:

◦ Resultado esperado: a detecção das embalagens (caixas e paletes), registro dos

dados referente data e hora da detecção, histórico dos pontos percorridos com suas

respectivas mudanças de status (inicialmente AE ou AM, passando para NE e

permanecendo no decorrer do percurso), e por fim ter seu status definido como E.

◦ Execução: movimentação dos paletes e caixas (com as tags) pelo percurso,

seguindo o caminho feliz, ou seja, seguindo o itinerário sem ocorrência de desvios.

◦ Resultados obtidos: Em todas as repetições decorridas no teste, ocorreram os

resultados esperados, tendo no final do percurso o status das embalagens definido

como E. Obtenção de leitura de 100% das tags em todo o percurso.

• Teste 2 – verificação e validação do caminho com desvios:

◦ Resultado esperado: a detecção das embalagens (caixas e paletes), registro dos

dados referente data e hora da detecção, histórico dos pontos percorridos com suas

respectivas mudanças de status (inicialmente AE ou AM, passando para NE e

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permanecendo no decorrer do percurso), e por fim ter seu status definido como FT,

quando localizada uma situação de desvio do trajeto.

◦ Execução: movimentação dos paletes e caixas (com as tags) pelo percurso,

partindo de A diretamente para D, sem passar pelos ponto B e C , ou seja, seguindo

o itinerário com ocorrência de desvios e/ou salto no itinerário.

◦ Resultados obtidos: Em todas as repetições decorridas no teste, obteve-se os

resultados esperados, tendo no final do percurso o status das embalagens definido

como FT. Obtenção de leitura de 100% das tags em todo o percurso.

• Teste 3 – verificação e validação do caminho com desvios (sentido inverso):

◦ Resultado esperado: a detecção das embalagens (caixas e paletes), registro dos

dados referente data e hora da detecção, histórico dos pontos percorridos com suas

respectivas mudanças de status (inicialmente AE ou AM, passando para NE), e

após passar pelo ponto F ter seu status definido como FT (permanecendo assim até

o fim do percurso), quando localizada uma situação de desvio do trajeto - itinerário

no sentido inverso.

◦ Execução: movimentação dos paletes e caixas (com as tags) pelo percurso,

iniciando em G e seguindo a sequencia F, E, D, C, B e A, ou seja, seguindo o

itinerário com ocorrência de desvios e itinerário no sentido inverso.

◦ Resultados obtidos: Em todas as repetições decorridas no teste, obteve-se os

resultados esperados, tendo no final do percurso o status das embalagens definido

como FT. Obtenção de leitura de 100% das tags em todo o percurso.

• Teste 4 – verificação e validação do caminho feliz – reconfiguração dos paletes e

caixas:

◦ Resultado esperado: a detecção das embalagens (caixas e paletes), registro dos

dados referente data e hora da detecção, reconfiguração de paletes e caixas,

histórico dos pontos percorridos com suas respectivas mudanças de status

(inicialmente AE ou AM, passando para NE e permanecendo no decorrer do

percurso), e por fim ter seu status definido como E.

◦ Execução: movimentação dos paletes e caixas (com as tags) pelo percurso,

seguindo o caminho feliz, ou seja, seguindo o itinerário sem ocorrência de desvios

e em alguns pontos reconfigurar os arranjos dos paletes e caixas, transferindo

caixas e um palete para outro.

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◦ Resultados obtidos: Em todas as repetições decorridas no teste, ocorreram os

resultados esperados, tendo as reconfigurações das caixas efetivamente

computadas, e no final do percurso o status das embalagens definido como E.

Obtenção de leitura de 100% das tags em todo o percurso.

5.3. ROI - Rastreabilidade x Custo

Um dos fatores considerados como barreira para o crescimento do uso da RFID na

rastreabilidade das cadeias de alimentos, é o seu custo considerado ainda muito elevado, no

meio da produção de agroalimentares (DIAS, 2012). Para análise foi adotado o valor de

R$30,00 por caixa de 5kg de uva red globe, o quantitativo de 500.000,00 unidades de caixas

por ano, e 03 anos para retorno do investimento, valores estes ligados diretamente a cadeia de

produção de uva, no contexto analisado.

Foram considerados também os custos com a implantação do sistema RFID, tendo

como base R$0,60 paras as tags passivas e R$25,00 para as ativas, R$10.000,00 estação de

etiquetagem, R$5.000,00 por ponto de leitura, R$45.000,00 com software e integração e os

demais custo anuais para manutenção de software e hardware. Estes dados foram utilizados

como base para alimentação de uma planilha própria – Apêndice B, fornecida pelo RFID

Center of Excellence, no momento de participação do treinamento Case Studies & ROI for

RFID (DIAS, 2012).

Os valores supracitados foram adquiridos no momento da pesquisa, em visitas as

propriedades rurais e cooperativas e cotação com fornecedores de equipamentos RFID. A

planilha de calculo do ROI foi alimentada com dados referentes a valores Gerais dos

produtores como itens no estoque (armazenagem), giro do estoque(número de vezes no

período que o estoque é renovado), preço médio de venda por item (caixas), percentual de

imposto dentre outros. Outro item importante na avaliação do ROI são os custos ligados ao

recebimento das mercadorias, contagem de estoque e reposição de item, ambos lançados na

planilha.

Neste contexto entraram também os dados referentes ao benefícios provocados com a

adoção da tecnologia, como redução das perdas (dentre elas por roubo, correção de gargalos

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internos, redução da vida útil das frutas) e o aumento das vendas ou reutilização de mão de

obra em outro pontos da cadeia produtiva da uva.

Por fim, foram lançados os valores referentes ao custo com a implantação do RFID,

englobando consultoria, gastos com software e hardware. Após a planilha toda alimentada

com seu respectivos dados, foi possível fazer a análise e obter os seguintes resultados:

• Período de retorno do investimento, ou seja, em quanto tempo o investimento na

tecnologia será capaz de proporcionar retorno financeiro (DIAS, 2012): mesmo o

levantamento tenha sido previsto para um retorno em três anos, pode-se constatar que

neste caso se dará em onze meses, aproximadamente um ano.

• Valor líquido presente (Net Present Value , NVP), este item representa a diferença

entre os custos de um investimento e o retorno de um investimento, medidos em

moeda corrente(DIAS, 2012), considerando um período de três anos para retorno do

investimento, obtivemos como resultado um valor superior a zero o que determina que

o investimento é viável.

• Lucro líquido por ano: no primeiro ano consegue-se um valor de R$33.846,44, no

segundo R$95.372,05 e no terceiro R$108.095,10.

5.4. Considerações Finais

Neste Capítulo foi relatada a realização do experimento na cadeia de produção de uva

(mas especificadamente os processos de embalagem e armazenagem) em uma cooperativa.

Foram abordados as seguintes etapas do experimento: num primeiro momento foram

efetuados testes com o intuito de definir o hardware a ser utilizado, logo após foi executada a

validação do controle de fluxo e rastreabilidade, sendo esta dividida em dois cenários, a

simulação utilizando o emulador RIFIDI e depois a simulação utilizando o hardware

especifico, e por fim a análise do ROI - Rastreabilidade x Custo.

No momento de definição do hardware, foram executados experimentos tomando

como base dois arranjos de antenas utilizando o Leitor Alien ALR 9900 em conjunto com

antenas RFID UHF - Circular ALR-9611, e alguns modelos de tags existentes no mercado, na

análise deste primeiro momento do experimento pode-se ter com resultado a adoção do

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arranjo com duas antenas e a tag modelo DogBone 93 x 23mm, do fabricante UPM Raflatac,

tendo em vista que este conjunto proporcionou 100% de leituras das tags.

A validação do controle de fluxo e rastreabilidade, foi dividida em dois cenários, a

simulação utilizando o emulador RIFIDI e depois a simulação utilizando o hardware

especifico. O primeiro foi efetuado com o intuito de verificar a efetividade do funcionamento

do algoritmo desenvolvido com base no conceito de percurso, sem se preocupar ainda com

possíveis problemas ocasionados por interferências na ondas de rádio. Durante os teste pode-

se constatar alguns erros na execução do algoritmos, no decorrer do experimento estes erros

foram sanados, passando-se para etapa seguinte apenas quando pode-se perceber que todos os

pontos do percurso foram em sua totalidades computados e as reconfigurações das caixas

efetivamente computadas.

Já a simulação utilizando o hardware, foi aplicada no mundo real, dentro do ambiente

de produção, utilizando caixas com frutas, e no arranjo padrão de formação dos paletes. Neste

cotexto de experimentação, foram efetuados todos os testes anteriormente executados na

simulação com emulador. Nesta etapa pode-se validar o controle de fluxo e rastreabilidade,

tendo em vista que todos os pontos do percurso foram efetivamente armazenados e as

reconfigurações das caixas computadas em sua totalidade. Após correções nas falhas nos

algoritmos. E apresentando ainda, a leitura de 100% das tags.

O último ponto tratado na experimentação, foi a análise do ROI - Rastreabilidade x

Custo, ponto bastante importante antes na adoção de qualquer nova tecnologia, servindo com

base para a sua implantação ou não. Para verificação deste item, foi primeiramente alimentada

uma planilha com dados referentes aos custo de produção, adoção da tecnologia, e benefícios

alcançados.

Com os dados obtidos, foi possível que neste modelo para rastreabilidade na cadeia

produtiva de uva, é bastante viável tendo em vista, parâmetros como tempo de retorno de

investimento que ficou estimado em um ano; valor líquido presente, tendo valor alcançado

positivo, ou seja, acima de zero; e o lucro líquido por ano que já aparece com valores

positivos no primeiro ano. Tratando-se aqui apenas de retorno financeiro, sem listar os

benefícios citados no Capítulo 4.

No próximo Capítulo serão apresentadas as conclusões finais deste trabalho, com

contribuições da pesquisa, limitações do estudo e propondo trabalhos futuros.

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Capítulo 6

Conclusão

O último Capítulo deste trabalho apresenta às considerações finais, os resultados

obtidos relacionados com os objetivos iniciais da pesquisa, as possibilidades para realização

de trabalhos futuros e a conclusão final do trabalho.

6.1. Introdução

O processo de rastreabilidade proposto nesse trabalho surge com o intuito de melhorar

a cadeia logística ligada a Fruticultura Irrigada no VSF. Além de analisar a viabilidade de

implantação do sistema na cadeia produtiva da uva no semiárido do VSF. E por fim,

proporcionar o melhoramento da rastreabilidade ligado a Fruticultura Irrigada no VSF, mais

especificadamente a uva.

Durante a pequisa nas propriedades e cooperativas ficou constatado que o modelo

atual adotado para rastreabilidade na cadeia produtiva da uva decorre em algumas falhas no

acompanhamento das fases no seu processo de pós colheita, tais como monitoramento da

temperatura de armazenamento das frutas, períodos decorridos entre a execução de cada

etapa, falta de segurança quanto a execução do processo de embalagem até a expedição,

seguindo os passos necessários e na sequência correta. Exemplo a fruta ir para a câmara de

armazenamento sem passar pelo túnel de resfriamento.

Estas falhas em sua maioria decorrem na diminuição do tempo de prateleira (shelf

life), parâmetro referencial quanto a causa de perdas no resultado final da produção. Segundo

alguns produtores pesquisados e EMBRAPA (2013) , estas perdas podem ser da ordem de 20

a 95% da uva produzida, dependendo principalmente das práticas de pós colheita adotadas.

Seguindo na linha das perdas decorridas no processo, existem ainda as causadas por extravio,

tanto no transporte das propriedades até a unidade central de armazenamento, quanto nas

próprias etapas do armazenamento.

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6.2. Contribuições

Após a validação do modelo proposto, pode-se verificar sua capacidade de prover

rastreabilidade na cadeia produtiva da uva, garantindo a visualização de alterações nos

percursos pré-configurados, bem como acompanhamento dos períodos decorridos entre a

execução de cada etapa dos processos após embalagem, armazenamento, até a expedição das

frutas, sendo encaminhados ao consumidor. Além de possibilitar a utilização de tags ativas

acopladas a sensores de temperatura, introduzindo ao sistema também o controle da

temperatura de armazenamento da uva.

Constatou-se com com a avaliação do ROI que ao contrário ao sentimento tido pelos

os produtores quando informados sobre a base de custo para implantação do sistema de

rastreabilidade utilizando RFID, ele demonstrou ser uma solução viável em termos de retorno

de investimento. Na realidade modelo utilizando esta tecnologia apresenta um custo inicial de

implantação alto, porém consegue promover o retorno sobre o seu investimento num prazo

entre um a três anos.

Com base nos dados analisados e nos resultados obtidos é possível constatar as

seguintes contribuições:

• o uso de sistemas de rastreabilidade na cadeia produtiva da uva utilizando RFID, é

viável tanto por se conseguir um retorno de investimento num prazo curto (um a três

anos), quanto pelos benefícios por ele possibilitado;

• no processo de pós colheita da uva, é possível se diminuir as perdas de frutas causadas

pela redução do shelf life, ou seja, um aumento no tempo de vida útil das frutas, a

partir do uso de RFID como ferramenta de rastreabilidade;

• o modelo proposto possibilita a diminuição das perdas por extravio, tendo em vista o

monitoramento em tempo real das embalagens;

• por se basear no conceito de percurso, este modelo permite agir proativamente na

gestão do processo de armazenamento da uva, permitindo corrigir situações anômalas

que poderiam posteriormente provocar o perdas na produção;

• a rastreabilidade seguindo o cenário exposto para alta granularidade, embora aumente

o custo do processo devido ao uso de um maior número de tags, torna-se viável e

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proporciona um maior controle e acompanhamento, tendo em vista enxergar cada

caixa de uva como uma instancia, dendo seus dados armazenados individualmente;

• este modelo de rastreabilidade possibilita a redução no tempo de recepção, nas

unidades centrais de armazenamento, eliminando a conferência manual das

embalagens por parte dos funcionários da unidade central de armazenamento. E desta

forma, reduzindo os custos operacionais da cadeia produtiva.

No tocante a viabilidade de implantação de sistemas baseados em RFID na cadeia

produtiva da uva, a analise do ROI comprovou que além de ser viável, esta técnica ainda pode

proporcionar lucro aos produtores. Este modelo ainda e passível de agregar valor aos seus

produtos, trazendo um retorno do investimento num período bastante curto.

Uma outra contribuição bastante significativa, é o melhoramento a rastreabilidade da

uva, onde o uso do RFID aliadado a outras tecnologias e sistemas possibilitam o fechamento

de todo o ciclo da cadeia produtiva da uva, fechando todo o processo de produção, desde o

plantio, processamento, e até chegar ao consumidor final. Inclusive proporcionando a

execução do ciclo no sentido inverso, sendo esta uma das premissas da rastreabilidade.

O processo de rastreabilidade passará a eliminar erros comuns, com mais segurança

preservando a autenticidade das frutas exportadas, passando a ser visto dentro e fora do país

com outros olhos. Este cenário privilegia o aumento da exportação de uva, sendo assim, de

grande contribuição para o aumento da produção da região, provendo o crescimento

econômico, e consequentemente surgindo mais oportunidades de emprego para sociedade e

melhorando a qualidade de vida da população.

6.3. Limitações

Encontrou-se muita resistência por parte dos produtores a adoção de novas

tecnologias, segundo o responsável pela logística de uma cooperativa visitada. Este fato se dá

devido a uma experiência mal sucedida no passado, onde houve o investimento, e não se

obteve o retorno esperado. Além do abandono do projeto por parte de seus desenvolvedores.

Um outro entrave para adoção desta tecnologia, como relatado nos Capítulos 2 e 4. É o

alto custo de implantação inicial de projetos utilizando o RFID, bem como sua manutenção,

principalmente no tocante a aquisição de tags que precisam ter seu montante adquirido pelo

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menos uma vez por mês. Mesmo os estudos de ROI demonstrando o retorno do investimento,

e a apresentação dos benefícios elencados neste trabalho.

Existe também, embora em menor escala de limitação, os problemas ocasionados

pelas interferências as ondas de rádio, provenientes da presença de elementos metálicos,

elementos com água (como a própria uva), fontes de magnetismo, dentre outros. Estes

percalços na realidade acabam reforçando a necessidade de uma estudo mais detalhado “prova

de conceitos”, o que em alguns casos, acaba influenciando no custo final do processo.

Devido ao volume e velocidade dos dados trafegados no processo, obtivemos

dificuldades quanto a otimização dos check points dos alarmes, tanto no tratamento dos

valores de temperatura, quanto no tempo limite de permanência dos paletes em alguns pontos

do processo.

6.4. Trabalhos Futuros

Para trabalhos futuros pretendemos: (i) avaliar a viabilidade de integração do sistema

RFID, com sistemas legados existentes nos produtores e cooperativas; (ii) expandir o sistemas

de rastreabilidade com RFID, para outro pontos da cadeia produtiva da uva, além da

embalagem e armazenamento; e (iii) baseado no problema encontrado em relação a

otimização dos check points dos alarmes, adaptar o framework incluindo um módulo de

análise inteligente em tempo real, através do uso de Redes Neurais Artificiais (RNAs)

(HAYKIN, 1998), para prever possíveis desvios indevidos de produtos, e em tempo real

solicitar inspeções em lotes de produtos, bem como otimizar os check points dos alarmes

através do uso de Algoritmos Genéricos (AGs).

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APÊNCICE

A – Fontes do Algoritmos

Classe TagThread

Responsável por conectar com o leitor e startar o ouvinte de eventos (leituras de tag).

package ouricuri.br.edu.ifsertao-pe.sirf.rfid;

import com.alien.enterpriseRFID.notify.MessageListener;import com.alien.enterpriseRFID.notify.MessageListenerService;import com.alien.enterpriseRFID.reader.AlienClass1Reader;

import java.util.List;import java.util.logging.Level;import java.util.logging.Logger;

e** * * @author jean *epublic class TagThread extends Thread { String tagId = ""; ConectaLeitor conexaoLeitor; String ipLeitor, portaLeitor, seqAntenas, ipHost; List<Leitor> leitorList; MessageListener messageListener;

public TagThread(List<Leitor> leitorList, String ipHost, ConectaLeitor conexaoLeitor) { this.messageListener = new TagListener(); this.leitorList = leitorList; this.ipHost = ipHost; this.conexaoLeitor = conexaoLeitor; }

public TagThread(MessageListener messageListener, List<Leitor> leitorList, String ipHost, ConectaLeitor conexaoLeitor) { this.messageListener = messageListener; this.leitorList = leitorList; this.ipHost = ipHost; this.conexaoLeitor = conexaoLeitor; }

public void acessaLeitor() { conexaoLeitor.conectarLeitores(); conexaoLeitor.setHostReads(ipHost, AlienClass1Reader.XML_FORMAT, "TRUE", 1000); conexaoLeitor.desconectars(); }

@Override public void run() {

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conexaoLeitor.configuraReaders(leitorList); conexaoLeitor.startService(messageListener); acessaLeitor();

while (((MessageListenerService)conexaoLeitor.getService()).isRunning()) { try { this.sleep(1000); } catch (InterruptedException ex) { Logger.getLogger(this.getClass().getName()).log(Level.SEVERE, null, ex); } }

conexaoLeitor.resetReaders(); }

public ConectaLeitor getConexaoLeitor() { return conexaoLeitor; }

public void setConexaoLeitor(ConectaLeitor conexaoLeitor) { this.conexaoLeitor = conexaoLeitor; }

public String getIpHost() { return ipHost; }

public void setIpHost(String ipHost) { this.ipHost = ipHost; }

public String getIpLeitor() { return ipLeitor; }

public void setIpLeitor(String ipLeitor) { this.ipLeitor = ipLeitor; }

public MessageListener getMessageListener() { return messageListener; }

public void setMessageListener(MessageListener messageListener) { this.messageListener = messageListener; }

public String getPortaLeitor() { return portaLeitor; }

public void setPortaLeitor(String portaLeitor) { this.portaLeitor = portaLeitor; }

public String getSeqAntenas() { return seqAntenas; }

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public void setSeqAntenas(String seqAntenas) { this.seqAntenas = seqAntenas; }

public String getTagId() { return tagId; }

public void setTagId(String tagId) { this.tagId = tagId; }}

Classe ConectaLeitor

Comporta os parâmetros de configuração e conexão com o leitor.

package ouricuri.br.edu.ifsertao-pe.sirf.rfid;

import com.alien.enterpriseRFID.notify.MessageListener;import com.alien.enterpriseRFID.notify.MessageListenerService;import com.alien.enterpriseRFID.reader.AlienClass1Reader;import com.alien.enterpriseRFID.reader.AlienReaderConnectionException;import com.alien.enterpriseRFID.reader.AlienReaderConnectionRefusedException;import com.alien.enterpriseRFID.reader.AlienReaderException;import com.alien.enterpriseRFID.reader.AlienReaderNotValidException;import com.alien.enterpriseRFID.reader.AlienReaderTimeoutException;import java.io.IOException;import java.util.logging.Level;import java.util.logging.Logger;

e** * * @author jean *epublic class ConectaLeitor {

private MessageListenerService service; private AlienClass1Reader reader;

public ConectaLeitor() { this.service = new MessageListenerService(4000); }

public ConectaLeitor(int portaOuvinte) { this.service = new MessageListenerService(portaOuvinte); }

public MessageListenerService getService() { return service; }

public void setService(MessageListenerService service) { this.service = service;

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}

public AlienClass1Reader getReader() { return reader; }

public void setReader(AlienClass1Reader reader) { this.reader = reader; }

e** Seta a message listener *e public void startService(MessageListener messageListener) { try { this.service.setMessageListener(messageListener); this.service.startService(); System.out.println("Message Listener has Started"); } catch (IOException ex) { Logger.getLogger(ConectaLeitor.class.getName()).log(Level.SEVERE, null, ex); } }

e**Cria uma conexãoo com o leitor atravéz da porta ethernet*e public void conectarLeitor(String ip, String porta, String antenaSeq) { try { this.reader = new AlienClass1Reader(ip + ":" + porta); reader.open(); reader.setAntennaSequence(antenaSeq); System.out.println("Configuring Reader"); } catch (AlienReaderNotValidException ex) { Logger.getLogger(ConectaLeitor.class.getName()).log(Level.SEVERE, null, ex); } catch (AlienReaderTimeoutException ex) { Logger.getLogger(ConectaLeitor.class.getName()).log(Level.SEVERE, null, ex); } catch (AlienReaderConnectionRefusedException ex) { Logger.getLogger(ConectaLeitor.class.getName()).log(Level.SEVERE, null, ex); } catch (AlienReaderConnectionException ex) { Logger.getLogger(ConectaLeitor.class.getName()).log(Level.SEVERE, null, ex); } catch (AlienReaderException ex) { Logger.getLogger(ConectaLeitor.class.getName()).log(Level.SEVERE, null, ex); } }

e**Seta qual será a máquina de host e seus parametros de configuração*e public void setHost(String ipHost, String format, String trigger, int autoStopTimer) { try { ee Set up Notification. ee Use this host's IPAddress, and the port number that the service is listening on. reader.setNotifyAddress(ipHost, this.service.getListenerPort()); System.out.println("Máquina ouvinte: " + ipHost + ":" + service.getListenerPort()); reader.setNotifyFormat(format); ee Make sure service can decode it. reader.setNotifyTrigger(trigger); ee Notify whether there's a tag or not reader.setNotifyMode(AlienClass1Reader.ON);

ee Set up AutoMode reader.autoModeReset(); reader.setAutoStopTimer(autoStopTimer); ee Read for 1 second 1000 reader.setAutoMode(AlienClass1Reader.ON); } catch (AlienReaderException ex) {

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Logger.getLogger(ConectaLeitor.class.getName()).log(Level.SEVERE, null, ex); } }

e**Seta qual será a má¡quina de host e seus parametros de configuração*e public void setHostIO(String ipHost, String format, String trigger, int autoStopTimer) { try { ee Set up Notification. ee Use this host's IPAddress, and the port number that the service is listening on. reader.setNotifyAddress(ipHost, this.service.getListenerPort()); System.out.println("Máquina ouvinte: " + ipHost + ":" + service.getListenerPort()); reader.setNotifyFormat(format); ee Make sure service can decode it. eereader.setNotifyTrigger(trigger); ee Notify whether there's a tag or not reader.setNotifyMode(AlienClass1Reader.ON);

ee Set up AutoMode reader.autoModeReset(); reader.setAutoStartTrigger(1, 0); reader.setAutoStopTimer(autoStopTimer); ee Read for 1 second 1000

reader.setAutoMode(AlienClass1Reader.ON);

reader.setAutoStopTrigger(0, 1); reader.setInvertExternalInput(AlienClass1Reader.ON); } catch (AlienReaderException ex) { Logger.getLogger(ConectaLeitor.class.getName()).log(Level.SEVERE, null, ex); } }

e**Encerra a conexao*e public void desconectar() { reader.close(); }

e**Reconnecta ao reader e altera AutoMode para OFF*e public void resetReader() { try { System.out.println("\nResetting Reader"); reader.open(); reader.autoModeReset(); reader.setNotifyMode(AlienClass1Reader.OFF); reader.close(); this.service.stopService(); } catch (AlienReaderNotValidException ex) { Logger.getLogger(ConectaLeitor.class.getName()).log(Level.SEVERE, null, ex); } catch (AlienReaderTimeoutException ex) { Logger.getLogger(ConectaLeitor.class.getName()).log(Level.SEVERE, null, ex); } catch (AlienReaderConnectionRefusedException ex) { Logger.getLogger(ConectaLeitor.class.getName()).log(Level.SEVERE, null, ex); } catch (AlienReaderConnectionException ex) { Logger.getLogger(ConectaLeitor.class.getName()).log(Level.SEVERE, null, ex); } catch (AlienReaderException ex) { Logger.getLogger(ConectaLeitor.class.getName()).log(Level.SEVERE, null, ex); } }}

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Classe TagListener

Responsável por escutar seus eventos (leituras de tag), localizar a embalagem, e gravar seu histórico no BD.

package ouricuri.br.edu.ifsertao-pe.sirf.rfid;

import java.sql.Date;import java.sql.Time;import java.util.Arrays;import java.util.Iterator;import java.util.LinkedList;import java.util.List;import java.util.Properties;import java.util.logging.Level;import java.util.logging.Logger;

import javax.faces.application.FacesMessage;import javax.faces.context.FacesContext;

import ouricuri.br.edu.ifsertao-pe.sirf.Antena;import ouricuri.br.edu.ifsertao-pe.sirf.Embalagem;import ouricuri.br.edu.ifsertao-pe.sirf.HistoricoEmbalagem;import ouricuri.br.edu.ifsertao-pe.sirf.Local;import ouricuri.br.edu.ifsertao-pe.sirf.fachada.Fachada;import ouricuri.br.edu.ifsertao-pe.sirf.gui.util.MensagemBean;

import com.alien.enterpriseRFID.notify.Message;import com.alien.enterpriseRFID.notify.MessageListener;import com.alien.enterpriseRFID.tags.Tag;

e** * * @author jean *epublic class TagListener implements MessageListener { String tagId = ""; ConectaLeitor conexaoLeitor; HistoricoEmbalagem historicoEmbalagemVO; List<ContaTag> tagAnt0List, tagAnt1List, tagAnt2List, tagAnt3List;

int quantidade = 10; public TagListener() {

tagAnt0List = new LinkedList<ContaTag>(); tagAnt1List = new LinkedList<ContaTag>(); tagAnt2List = new LinkedList<ContaTag>(); tagAnt3List = new LinkedList<ContaTag>(); try { quantidade = Integer.parseInt(MensagemBean.retornaTituloPagina("QUANTIDADE_LEITURAS_POR_ANTENA"));

} catch (Exception e) {} } eeCriar objeto antena + cont public void messageReceived(Message message) { System.out.println("\nMenssagem Recebida...");

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if (message.getTagCount() == 0) { System.out.println("(No Tags)"); } else {

List<Tag> lista = Arrays.asList(message.getTagList()); int antena; boolean isPersist = true;

for (Tag tag : lista) { System.out.println("Tag: " + tag.getTagID()); antena = tag.getAntenna();

ContaTag tagRecebida = new ContaTag(tag.getTagID() + ":" + message.getReaderIPAddress() + ":" + message.getReaderCommandPort());

switch (antena) { case 0 : { if (!tagAnt0List.contains(tagRecebida)) { tagRecebida.incNLeituras(); tagAnt0List.add(tagRecebida); isPersist = true; } else { tagAnt0List.get(tagAnt0List.indexOf(tagRecebida)).incNLeituras(); if(tagAnt0List.get(tagAnt0List.indexOf(tagRecebida)).getNLeituras() > quantidade){ tagAnt0List.get(tagAnt0List.indexOf(tagRecebida)).setNLeituras(0); isPersist = true; }else{ isPersist = false; } } } break;

case 1 : { if (!tagAnt1List.contains(tagRecebida)) { tagRecebida.incNLeituras(); tagAnt1List.add(tagRecebida); isPersist = true; } else { tagAnt1List.get(tagAnt1List.indexOf(tagRecebida)).incNLeituras(); if(tagAnt1List.get(tagAnt1List.indexOf(tagRecebida)).getNLeituras() > quantidade){ tagAnt1List.get(tagAnt1List.indexOf(tagRecebida)).setNLeituras(0); isPersist = true; }else{ isPersist = false; } } }

break;

case 2 : { if (!tagAnt2List.contains(tagRecebida)) { tagRecebida.incNLeituras(); tagAnt2List.add(tagRecebida); isPersist = true; } else {

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tagAnt2List.get(tagAnt2List.indexOf(tagRecebida)).incNLeituras(); if(tagAnt2List.get(tagAnt2List.indexOf(tagRecebida)).getNLeituras() > quantidade){ tagAnt2List.get(tagAnt2List.indexOf(tagRecebida)).setNLeituras(0); isPersist = true; }else{ isPersist = false; } } }

break;

case 3 : { if (!tagAnt3List.contains(tagRecebida)) { tagRecebida.incNLeituras(); tagAnt3List.add(tagRecebida); isPersist = true; } else { tagAnt3List.get(tagAnt3List.indexOf(tagRecebida)).incNLeituras(); if(tagAnt3List.get(tagAnt3List.indexOf(tagRecebida)).getNLeituras() > quantidade){ tagAnt3List.get(tagAnt3List.indexOf(tagRecebida)).setNLeituras(0); isPersist = true; }else{ isPersist = false; } } } }

if (isPersist) { historicoEmbalagemVO = new HistoricoEmbalagem();

Date dataSql = new Date(tag.getRenewTime()); Time horaSql = new Time(tag.getRenewTime());

historicoEmbalagemVO.setData (dataSql); historicoEmbalagemVO.setHora (horaSql);

Local localVo = null;

try { Iterator<Antena> iAntenas = Fachada.getInstancia().pesquisarLeitorUnico(message.getReaderIPAddress() + ":" + message.getReaderCommandPort()).getAntenas().iterator();

while (iAntenas.hasNext()) { Antena a = iAntenas.next();

if (a.getNumeroAntenas() == antena) { localVo = (Local) a.getLocals().iterator().next(); } }

historicoEmbalagemVO.setLocal(localVo); } catch (Exception ex) { Logger.getLogger(TagListener.class.getName()).log(Level.SEVERE, null, ex); localVo = new Local(); localVo.setId(0L);

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System.err.println("Local não localizado!"); } try { Embalagem embalagemVo = Fachada.getInstancia().pesquisarEmbalagemPorTag(tag.getTagID());

if (embalagemVo != null) {

if ((embalagemVo.getId() > 0) && (localVo.getId() > 0)) { System.out.println("inserindo item..."); historicoEmbalagemVO.setEmbalagem(embalagemVo); try { historicoEmbalagemVO = Fachada.getInstancia().inserirHistoricoEmbalagem(historicoEmbalagemVO,null); } catch (Exception ex) { String msgErro = ex.getMessage();

FacesContext.getCurrentInstance().addMessage("erro", new FacesMessage(msgErro)); } System.out.println("...item inserido"); }

} else { System.out.println("embalagem não localizada ....."); } } catch (Exception ex) { String msgErro = ex.getMessage(); ex.printStackTrace(); }

} } } }

}

class ContaTag { int nLeituras = 0; String Tag = "";

public ContaTag(String Tag) { this.Tag = Tag; }

public String getTag() { return Tag; }

public void setTag(String Tag) { this.Tag = Tag; }

public int getNLeituras() { return nLeituras; }

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public void setNLeituras(int nLeituras) { this.nLeituras = nLeituras; }

public void incNLeituras() { this.nLeituras ++; }

@Override public boolean equals(Object object) { if (!(object instanceof ContaTag)) { return false; } ContaTag other = (ContaTag) object; if ((this.Tag == null && other.Tag != null) || (this.Tag != null && !this.Tag.equals(other.Tag))) { return false; } return true; }

}

Classe HistoricoEmbalagemHibernateDAOImpl

Responsável gravar o histórico das embalagens no BD, bem como alterar seu status (Expedida, Não Expedida, Fora de Trajeto).

package ouricuri.br.edu.ifsertao-pe.sirf.repository;

import java.util.Date;import java.util.Iterator;import java.util.List;import java.util.Set;

import org.hibernate.SessionFactory;import org.hibernate.criterion.DetachedCriteria;

import org.springframework.beans.factory.annotation.Autowired;import org.springframework.beans.factory.annotation.Qualifier;import org.springframework.orm.hibernate3.support.HibernateDaoSupport;import org.springframework.stereotype.Repository;

import ouricuri.br.edu.ifsertao-pe.sirf.Embalagem;import ouricuri.br.edu.ifsertao-pe.sirf.Controle;import ouricuri.br.edu.ifsertao-pe.sirf.HistoricoEmbalagem;import ouricuri.br.edu.ifsertao-pe.sirf.LogEmbalagem;import ouricuri.br.edu.ifsertao-pe.sirf.Percurso;import ouricuri.br.edu.ifsertao-pe.sirf.PercursoLocal;import ouricuri.br.edu.ifsertao-pe.sirf.Usuario;import ouricuri.br.edu.ifsertao-pe.sirf.Expedicao;

@Repository(value = "HistoricoEmbalagemRepository")public class HistoricoEmbalagemHibernateDAOImpl extends HibernateDaoSupport implements HistoricoEmbalagemDAO {

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@Autowiredpublic HistoricoEmbalagemHibernateDAOImpl(

@Qualifier("sessionFactory") SessionFactory sessionFactory) {super.setSessionFactory(sessionFactory);

}

e** * Exclui um registro * * @param obj * @throws Exception *epublic void excluir(HistoricoEmbalagem obj,Usuario usuario) throws Exception {

org.hibernate.Query query = getSession().createQuery(" delete from " + HistoricoEmbalagem.class.getSimpleName() + " where id = " + obj.getId());

query.executeUpdate();}

e** * lista todos os registros * * @return * @throws Exception *e

@SuppressWarnings("unchecked")public List<HistoricoEmbalagem> listar() throws Exception {

DetachedCriteria dc = DetachedCriteria.forClass(HistoricoEmbalagem.class);

return getHibernateTemplate().findByCriteria(dc);}

@Autowiredprivate ControleDAO ControleDAO;

@SuppressWarnings("unused")@Autowiredprivate void setFuncaoDAO(ControleDAO ControleDAO) {

this.ControleDAO = ControleDAO;}

@Autowiredprivate EmbalagemDAO EmbalagemDAO;

@SuppressWarnings("unused")@Autowiredprivate void setFuncaoEmbalagemDAO(EmbalagemDAO EmbalagemDAO) {

this.EmbalagemDAO = EmbalagemDAO;}

@Autowiredprivate LogAuditoriaDAO LogAuditoriaDAO;

@SuppressWarnings("unused")@Autowiredprivate void setFuncaoDAO(LogAuditoriaDAO LogAuditoriaDAO) {

this.LogAuditoriaDAO = LogAuditoriaDAO;}

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e** * Insere um registro * * @param obj * @throws Exception *epublic void inserir(HistoricoEmbalagem obj,Usuario usuario) throws Exception {

String situacao = determinarSituacao(obj);

getSession().createQuery(" update " + Embalagem.class.getSimpleName() + " set situacao = '" + situacao +"' where id = " + obj.getEmbalagem().getId()).executeUpdate();

Controle controle = ControleDAO.getControle(HistoricoEmbalagem.class);

obj.setId(controle.getValor());obj.setSituacaoOrigem(situacao);obj.setSituacaoAtual(situacao);

getHibernateTemplate().save(obj);}

private String determinarSituacao(HistoricoEmbalagem obj) throws Exception {Embalagem embalagem = EmbalagemDAO.findById(obj.getEmbalagem());Percurso percurso = embalagem.getPercurso();long idLocalEmbarque = 0;long maiorSequencia = 0;long sequencialMomento = 0;

ee Map localPosicao = new HashMap(); if (percurso.getListaPercursoLocal() != null){

Set<PercursoLocal> lp = percurso.getListaPercursoLocal();Iterator<PercursoLocal> it = lp.iterator();while (it.hasNext()) {

PercursoLocal pl = it.next();if (pl.getLocal().getId().equals(obj.getLocal().getId())) {

sequencialMomento = pl.getSequencial();}

ee localPosicao.put(pl.getLocal(), pl.getSequencial());if ((maiorSequencia == 0 || maiorSequencia < pl.getSequencial()) &&

"E".equals(pl.getTipo())) {maiorSequencia = pl.getSequencial();idLocalEmbarque = pl.getLocal().getId();

}}

}int quantidadeJaCadastrado =

this.pesquisarQuantidadeUltimoHistoricoEmbalagem(obj.getEmbalagem(), null, obj.getEmbalagem().getExpedicao());

String situacao = "";if (obj.getLocal().getId().equals(idLocalEmbarque)) {

situacao = Embalagem.SITUACAO_EMBARCADA;} else {

if (sequencialMomento == 1 && quantidadeJaCadastrado == 0) {situacao = Embalagem.SITUACAO_NAO_EMBARCADA;

} else {

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if (sequencialMomento -1 == quantidadeJaCadastrado && !Embalagem.SITUACAO_FORA_PERCURSO.equals(embalagem.getSituacao())){

situacao = Embalagem.SITUACAO_NAO_EMBARCADA;

} else {situacao = Embalagem.SITUACAO_FORA_PERCURSO;

}}

}return situacao;

}

e** * atualiza um registro * * @param obj * @throws Exception *epublic void atualizar(HistoricoEmbalagem obj, Usuario usuario, String motivoAlteracao) throws

Exception {

Embalagem embalagem = EmbalagemDAO.findById(obj.getEmbalagem());Percurso percurso = embalagem.getPercurso();long idLocalEmbarque = 0;long maiorSequencia = 0;long sequencialMomento = 0;

if (percurso.getListaPercursoLocal() != null){Set<PercursoLocal> lp = percurso.getListaPercursoLocal();Iterator<PercursoLocal> it = lp.iterator();while (it.hasNext()) {

PercursoLocal pl = it.next();if (pl.getLocal().getId().equals(obj.getLocal().getId())) {

sequencialMomento = pl.getSequencial();}

if ((maiorSequencia == 0 || maiorSequencia < pl.getSequencial()) && "E".equals(pl.getTipo())) {

maiorSequencia = pl.getSequencial();idLocalEmbarque = pl.getLocal().getId();

}}

}

String situacao = Embalagem.SITUACAO_NAO_EMBARCADA;

if (obj.getLocal().getId().equals(idLocalEmbarque)) {situacao = Embalagem.SITUACAO_EMBARCADA;

}

obj.setSituacaoAtual(Embalagem.SITUACAO_NAO_EMBARCADA);

getHibernateTemplate().update(obj);

LogEmbalagem lb = new LogEmbalagem();lb.setEmbalagem(obj.getEmbalagem());lb.setData(new Date());

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lb.setLocal(obj.getLocal());lb.setHora(obj.getHora());lb.setUsuario(usuario);lb.setObservacao(motivoAlteracao);lb.setId(ControleDAO.getControle(LogEmbalagem.class).getValor());

getHibernateTemplate().save(lb);

getSession().createQuery(" update " + Embalagem.class.getSimpleName() + " set situacao = '" + situacao + "' where id = " + obj.getEmbalagem().getId()).executeUpdate();

}

e** * Procura um registro pela chave primaria * * @param obj * @return * @throws Exception *epublic HistoricoEmbalagem findById(HistoricoEmbalagem obj) throws Exception {

return (HistoricoEmbalagem) getHibernateTemplate().get(HistoricoEmbalagem.class, obj.getId());

}

e** * Pesquisa pela descricao * * @param descricao * @return * @throws Exception *e

@SuppressWarnings("unchecked")public List<HistoricoEmbalagem> pesquisarHistoricoEmbalagem(java.lang.String descricao) throws

Exception {String hql = " from " + HistoricoEmbalagem.class.getSimpleName() + " as hb " + " where embalagem.situacao = '" + Embalagem.SITUACAO_NAO_EMBARCADA + "' or

embalagem.situacao = '" +Embalagem.SITUACAO_FORA_PERCURSO + "' or embalagem.situacao = '" +Embalagem.SITUACAO_EXTRAVIADA + "'";

org.hibernate.Query query = getSession().createQuery(hql);

return query.list();}

e** * Pesquisa pela descricao * * @param descricao * @return * @throws Exception *e

@SuppressWarnings("unchecked")private int pesquisarQuantidadeUltimoHistoricoEmbalagem(Embalagem embalagem, Date data,

Expedicao expedicao) throws Exception {

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String hql = " from " + HistoricoEmbalagem.class.getSimpleName() + " as hb " +" where hb.embalagem.id = " + embalagem.getId() + " and

hb.embalagem.expedicao.id = '" + expedicao.getId()+"'";

org.hibernate.Query query = getSession().createQuery(hql);

return query.list().size();}

public List<HistoricoEmbalagem> pesquisarHistoricoEmbalagem(Embalagem embalagem, Date data, Expedicao expedicao) throws Exception {

String hql = " from " + HistoricoEmbalagem.class.getSimpleName() + " as hb";

String restricao = "";if (embalagem != null){

if (!"".equals(restricao)) restricao = restricao + " and ";restricao = restricao + " embalagem.id = " + embalagem.getId();

}if (expedicao != null){

if (!"".equals(restricao)) restricao = restricao + " and ";restricao = restricao + " embalagem.expedicao.id = " + expedicao.getId();

}

if (!"".equals(restricao)) {hql = hql + " where " + restricao;

}

org.hibernate.Query query = getSession().createQuery(hql);

return query.list();}

}

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B - Planilha para Estimativa do ROI

Informações da Empresa

Nome Cooperativa X

Total de itens nas prateleiras

Total de itens na sala dos fundos 500.000Total de giro do estoque 1

Preço médio de venda por item R$ 30,00

Receita anual por loja R$ 15.000.000,00Número de lojas 1Receita total R$ 15.000.000,00Percentual de Imposto 32%Custo de capital 10%

Recebimento de mercadoria em estoque Atualmente Manual Com RFIDHoras gastas por loja / mês 880 1056 176

Custo da mão de obra/ hora R$ 9,09 R$ 9,09 R$ 9,09

Custo do recebimento por loja / mês R$ 8.000,00 R$ 9.600,00 R$ 1.600,00

Contagem de estoque Atualmente Manual Com RFID

Número de itens nas prateleiras 0 0 0N º de itens contados por pessoa / loja / h 200 200 2.000N º de horas-homem para o inventário com 0,0 16,0 0,0No. de contagem completa por mês 8 8Total de número de hora-homem por loja/m110 128 0,0

Custo da mão de obra/hora R$ 9,09 R$ 9,09 R$ 9,09

Custo total por loja/mês R$ 1.000,00 R$ 1.163,64 R$ 0,00

Reposição Atualmente Manual Com RFIDHora-homem por loja / mês 25 50 12,5

Custo da mão de obra/hora R$ 9,09 R$ 9,09 R$ 9,09

Custo total por loja/mês R$ 227,27 R$ 454,55 R$ 113,64

mão de obra total por loja / mês R$ 9.227,27 R$ 11.218,18 R$ 1.713,64

Economia de mão de obra (custo) -R$ 1.990,91 R$ 7.513,64

Redução em perdas Com RFIDTotal perdas como uma % da venda 2%Perdas interno como uma % do total de perdas 40%

Perdas interno por loja/mês R$ 10.000,00Redução em % devido ao RFID 10%

Valor da redução em perdas por loja/mês R$ 1.000,00

Benefício líquido da redução de perdas R$ 480,00

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Aumento nas vendas Atualmente Manual Com RFID

Vendas por mês/loja R$ 1.250.000,00

% De aumento de receita de maior TUM* 2% 3%

Aumento da receita por mês com base no maior TUM R$ 25.000,00 R$ 37.500,00

% Aumento da receita de vendas adicionais 0,5% 1%

Aumento da receita das vendas adicionais R$ 6.250,00 R$ 12.500,00

Margem de varejo 52% 52%

Lucro das vendas adicionais atribuíveis ao RFID R$ 3.250,00 R$ 6.500,00

Lucro bruto do aumento das vendas por loja / mês R$ 31.500,00 R$ 44.000,00

Benefício total por loja / mês R$ 29.509,09 R$ 51.993,64

Benefício total por loja / ano R$ 354.109,09 R$ 623.923,64

Custo do sistema RFID por loja Custo por unidade Unidade Total

Aumento do custo devido as etiquetas R$ 0,90 500.000 R$ 450.000,00

Software R$ 40.000,00

Integração do software por loja R$ 2.000,00

Serviços profissionais R$ 3.000,00

Estação de etiquetagem R$ 10.000,00 1 R$ 10.000,00

Portal R$ 5.000,00 14 R$ 70.000,00

Ponto de venda R$ 3.500,00 0 R$ 0,00

Leitores handhelds R$ 4.000,00 0 R$ 0,00

Total do custo de hardware R$ 80.000,00

Total do investimento em RFID por loja R$ 575.000,00

Período de retorno do investimento (mês) 11

Previsão de três anos

Depreciação (anos) 3 Valor de revenda R$ 2.000,00

Retorno no investimento (ROI) Ano 1 Ano 2 Ano 3

Contribuição para os lucros da maior TUM R$ 528.000,00 R$ 538.560,00 R$ 549.331,20

Redução nas perdas R$ 5.760,00 R$ 5.817,60 R$ 5.875,78

Eliminação de dois anos de investimentos fíR$ 45.454,55 R$ 45.454,55 R$ 45.454,55

Economia de mão de obra (custo) atribuído R$ 90.163,64 R$ 90.163,64 R$ 90.163,64

Benefícios atribuídos ao RFID R$ 669.378,18 R$ 679.995,78 R$ 690.825,16

Custos

Custo anual das etiquetas R$ 450.000,00 R$ 454.500,00 R$ 459.045,00

Licença de software R$ 40.000,00

Suporte e manutenção de software R$ 0,00 R$ 8.000,00 R$ 8.000,00

Integração de software R$ 2.000,00

Serviços profissionais R$ 3.000,00

Custo do hardware (depreciação) R$ 56.640,00 R$ 16.538,88 R$ 4.829,35

Custo de manutenção do hardware R$ 8.000,00 R$ 8.000,00 R$ 8.000,00

Despesas gerais corporativas (TI e outras) R$ 4.000,00 R$ 4.000,00 R$ 4.000,00

Custo de capital R$ 55.964,00 R$ 48.703,89 R$ 47.987,44

Total de custos atribuído ao RFID R$ 619.604,00 R$ 539.742,77 R$ 531.861,79

Lucro bruto por loja R$ 49.774,18 R$ 140.253,01 R$ 158.963,37

Taxas -R$ 15.927,74 -R$ 44.880,96 -R$ 50.868,28

Lucro líquido por loja R$ 33.846,44 R$ 95.372,05 R$ 108.095,09

Lucro líquido em toda a rede R$ 33.846,44 R$ 95.372,05 R$ 108.095,09

Valor presente líquido** R$ 190.802,81