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Portugueses vão aproveitar último ano de benefícios fiscais alargados SEGUROS DOSSIER MENSAL SOBRE O MERCADO SEGURADOR VidaEconómica ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DA VIDA ECONÓMICA Nº 1374, DE 10 DEZEMBRO DE 2010, E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE 43,5% das remunerações vão para “ligados” Pág. 9 MEDIAÇÃO Koolsite quer duplicar carteira de clientes mediadores de seguros Pág. 12 INFORMÁTICA • Só dois em cada 10 trabalhadores conhecem o valor da sua reforma • Conheça os PPR que estão disponíveis no mercado segurador • Seguradores confiantes na venda de PPR sem benefício fiscal a partir de 2011

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Portugueses vão aproveitar

último ano de benefícios fi scais

alargados

SEGUROSDOSSIER MENSAL SOBRE O MERCADO SEGURADOR

VidaEconómicaESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DA VIDA ECONÓMICA

Nº 1374, DE 10 DEZEMBRO DE 2010,E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE

43,5% das remunerações

vão para “ligados”

Pág. 9

MEDIAÇÃO

Koolsite quer duplicar carteira

de clientes mediadores

de seguros

Pág. 12

INFORMÁTICA

• Só dois em cada 10 trabalhadores conhecem o valor da sua reforma

• Conheça os PPR que estão disponíveis no mercado segurador

• Seguradores confi antes na venda de PPR sem benefício fi scal a partir de 2011

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Os seguradores acreditam que a poupança para a reforma começa a ser o principal moti-vo para a subscrição de Planos Poupança Re-forma (PPR), mas o benefício fiscal até aqui atribuído aos subscritores funcionava como argumento adicional de venda, que incre-mentava com relevância as vendas nos dois últimos meses do ano. Com a aprovação do Orçamento de Estado para 2011, que prevê cortes significativos nos limites para deduções do PPR, os portugueses já sabem que no pró-ximo ano não poderão usufruir de benefícios fiscais tão atractivos e tendem a aproveitar o que resta deles ainda este ano. “Estamos con-victos de que o volume de vendas aumentará de forma significativa nas últimas semanas do ano, quer devido ao carácter sazonal que o produto ainda apresenta, quer para aproveitar os benefícios fiscais ainda vigentes em 2010”, confirma Paulo Ferreira, gestor de produtos Vida da Liberty Seguros. “As pessoas estão a pensar nos benefícios fiscais deste ano, pelo que tenderão a querer aproveitar esta última oportunidade”, concorda Teresa Brântuas, directora de Vida e Actuariado da Allianz Portugal, que se junta à voz de Rita Samba-do, directora de Marketing da Caixa Seguros, para quem “neste ano em particular, o bene-fício fiscal será assim certamente ainda mais valorizado”.

Francisco Valério, administrador-delegado da Eurovida, reconhece à Vida Económica que “por esta razão poderá haver este ano um motivo adicional ao investimento neste tipo de planos de poupança, com vista à obtenção do máximo benefício fiscal. Mas verificamos, contudo, que esta não é a única razão sub-jacente à procura de PPR, Cada vez mais há consciência da necessidade de poupança efec-tiva para a reforma”. Também Ana Paulo, di-rectora de Soluções Vida da Zurich, acredita que a venda de PPR em 2010 manter-se-á com um crescimento estável, sobretudo em matéria de reforços regulares. “A redução de benefícios fiscais poderá ter algum impacto em 2011, mas neste momento os portugueses sabem que é necessário poupar para a reforma e, como tal, irão certamente continuar a ali-mentar os seus PPR”.

No Departamento de Marketing da CA Vida, Raquel Almeida salienta que as redu-ções orçamentais já foram anunciadas há al-guns meses e os PPR e fundos de pensões têm demonstrado crescimentos mensais relativa-mente significativos face ao período homólo-go. “Este comportamento de crescimento dos PPR não ligados a fundos de investimento deve-se muito à consciencialização da nos-sa população relativamente à necessidade de constituírem, cada vez mais cedo, uma pou-

pança que lhes permita assegurar o seu nível de vida no período da reforma”. Já Gustavo Barreto, responsável pelo Departamento de Marketing da Ocidental Vida, acredita que “quem aplica em PPR na óptica do benefício fiscal fá-lo-á como sempre fez, mas quem vê o PPR – que é como dever ser visto – como uma aplicação financeira de médio-longo prazo destinada a assegurar um complemen-to de reforma, não será por ter benefício fis-cal este ano e não o ir ter no próximo que irá aplicar mais ou menos”. O responsável da Ocidental Vida lembra que “as aplicações em seguros PPR estão a crescer 70% em termos homólogos, mas mais por força do aumento da poupança e pela consciência da redução dos benefícios da Segurança Social do que pela anunciada extinção do benefício fiscal. O benefício fiscal é importante, reconhecêmo-lo, mas não é determinante”, sustenta.

O que muda em 2011

Quem investir em PPR ate 31 de Dezem-bro poderá deduzir à colecta de IRS 20% dos valores aplicados, com limites que variam en-tre os 300 e os 400 euros, consoante a idade do subscritor a 1 de Janeiro deste ano. Estes benefícios fiscais estão, no entanto, somente disponíveis para subscritores que ainda não tenham passado à situação de reforma. Para usufruir do benefício fiscal máximo, os in-vestidores terão de ter aplicado, durante todo este ano, entre 1500 a 2000 euros em PPR, também variando consoante a idade.

A partir de 2011, a dedução à colecta de IRS é feita nos mesmos moldes, mas o Go-verno decidiu baixar o tecto máximo para os benefícios fiscais nos diferentes escalões. Para rendimentos colectáveis acima dos 7410 eu-ros anuais, as deduções possíveis para efeitos de benefícios fiscais ficam limitadas a um tec-to de 100 euros. Esse limite pode ainda baixar para os 80 ou 60 euros, consoante o rendi-mento colectável (ver tabela) ou até para zero para rendimentos colectáveis superiores a 153 300 euros anuais.

A juntar a esta redução nos limites das de-duções do PPR está o facto de os benefícios fiscais passarem a estar englobados num lote único, o que significa que o tecto de cada es-calão inclui não só o PPR, mas todas as outras aplicações objecto de benefício fiscal.

Ainda assim, no sector segurador, há quem olhe para o subscritor de PPR traçando dife-rentes perfis. Elisa Gaião, directora-geral da T-Vida, segmenta os clientes do PPR em três grupos de interesse: “os que só subscrevem pe-los benefícios fiscais, sendo que estes fazem-no e apenas no valor da optimização; os que

subscrevem para poupar para a reforma e já agora aproveitam os benefícios fiscais, e estes manterão o seu hábito de poupança; e os que encaram o PPR como um investimento, estes procuram sobretudo rentabilidade e seguran-ça no investimento. Estes comparam o PPR com outras alternativas”.

Na Açoreana, o director de Marketing Maurício Oliveira identifi-ca duas situações que po-derão influenciar a ven-da de PPR nesta fase final do ano. “Pela ne-gativa, a situação eco-nómica nacional e pela positiva a necessidade cada vez mais premente de poupar, estando hoje as famílias bastante mais conscientes dessa situa-ção”. A esta última últi-ma condicionante pela positiva, Maurício Oliveira acrescenta ainda “a melhoria da remuneração destes produtos, tendo as se-guradoras vindo a me-lhorar as taxas garantidas”.

Ligeiramente díspar é a visão de João Quintanilha, administrador-delegado da Groupama. “Penso que as vendas de PPR podem ser afectada nos dois sentidos, ou seja, aqueles que quiserem aproveitar a última oportu-nidade para ter o excelente benefício que ainda existe este ano não devem perder a ocasião e talvez se precipitem a fazê-lo; mas haverá também aqueles que vêem esta quebra de benefícios fiscais como mais uma ruptura com o que existia antes e por isso se zanguem e desistam de o fazer”. Depois, João Quintanilha acredita que, “além deste tipo de

reacções oportunis-tas ou de ocasião, haverá também muitas pes-soas que vêem os PPR como um instrumento de financiamento para a

reforma e que por essa ra-zão irão continuar a fazê-lo, pois sabem bem que se não fizerem agora

e s s a

poupança serão altamente penalizados na data da reforma. E haverá também aqueles que utilizam os PPR como instrumentos de investimento alternativo e continuarão a fazê-lo independentemente dos benefícios fiscais”.

ANA SANTOS [email protected]

Seguradoras acreditam que procura de PPR será intensa no final do ano

Portugueses vão procurar últimos benefícios fiscais do PPRSe habitualmente o mês de Dezembro é propício à procura de Planos Poupança Reforma (PPR), para subscrever ou reforçar, este ano a corrida ao PPR promete ser mais intensa nas últimas semanas do ano, com os portugueses a aproveitarem o último ano de benefícios fiscais alargados, já que a partir de 2011 os benefícios fiscais atribuídos ao PPR sofrem cortes significativos.

sexta-feira, 10 Dezembro de 2010 SEGUROS2

BENEFÍCIOS FISCAIS DO PPR (2010)

Idade do subscritor a 1/1/2010 Limite Anual (em euros)Entrega mínima anual para benefício máximo

(em euros)

Até 35 anos 400 2000

Os 35 aos 50 anos 350 1750

Mais de 50 anos 300 1500

LIMITES DE DEDUÇÕES PARA EFEITOS DE BENEFÍCIO FISCAL (2011)

Rendimento Colectável (em euros)

Limite Anual (em euros)

Até 4898 Sem limiteDe 4898 a 7410 Sem limiteDe 7410 a 18375 100De 18375 a 42259 80De 42259 a 61244 60De 61244 a 66045 50De 66045 a 153300 50Mais de 153300 0

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Fiscalidade à saída mantém atractividade do produto

Seguradores confi antes na venda

de PPR sem benefício fi scal

“Apesar de a alteração prevista para o re-gime fi scal dos PPR afectar os benefícios fi scais aquando da realização de entregas, reduzindo as deduções à colecta, os rendi-mentos continuam a ser tributados a uma taxa mais reduzida do que a generalidade das aplicações fi nanceiras – 8% nas actuais condições. O PPR continua, assim, a ser uma solução de investimento mais interes-sante quando comparado com outras alter-nativas fi nanceiras”, constata Rita Samba-do, directora de Marketing de Produtos e Clientes da Fidelidade Mundial e Império Bonança, seguradora do grupo Caixa Ge-ral de Depósitos, que recentemente con-quistou a liderança do mercado de PPR em Portugal. “Acreditamos que poderá existir algum impacto, mas reduzido, pois desde há muito que a estratégia do grupo CGD tem sido a de ir de encontro às necessida-des efectivas das pessoas, fazendo suscitar a consciencialização da necessidade de ter, cada vez mais cedo, uma poupança efecti-vamente para a reforma, não direccionan-do concretamente para as vantagens ine-rentes aos benefícios fi scais”, reforça ainda

a responsável da Fidelidade e da Império.“Obviamente que a medida anunciada

não favorece as vendas, quer de novos con-tratos, quer de reforços dos anteriores”, re-conhece também Paulo Ferreira, gestor de produtos Vida na Liberty Seguros. “Con-tudo, pensamos que também existe uma crescente consciencialização na necessida-de de aumentar as poupanças individuais e prevenir de alguma forma a redução natu-ral dos benefícios de reforma. E a conjuga-ção destes factores poderá contribuir para uma continuidade importante das vendas destes produtos, à semelhança do ocorrido em 2005, ano em que por questões econó-micas (défi ce) também foram eliminados os benefícios fi scais do PPR”, recorda o responsável da Liberty. Também na Ge-nerali, Giampiero Prester, director técnico Vida, recorda que no ano 2005, “mesmo com a retirada total dos benefícios fi scais, não houve nenhuma signifi cativa fl exão na venda de PPR, muito pelo contrário”. Por isso mesmo, o responsável da Generali prefere sublinhar que a partir de 2011 “os benefícios fi scais serão reduzidos, mas não eliminados”, pelo que o eventual impacto da medida governamental nas vendas de-verá ter “um impacto bastante limitado”.

Gustavo Barreto, porta-voz da Ocidental Vida, do grupo Millenniumbcp Ageas, re-cua ainda mais no calendário para lembrar que “os benefícios fi scais nos PPR datam de 1989 e têm vindo a diminuir com o tempo. Em 1989 podia-se deduzir, sem ajuste à infl ação, o equivalente a 2500 eu-ros. E em 2005 a dedução fi scal dos PPR foi mesmo eliminada. Isso não impediu que os portugueses continuassem a aplicar as suas poupanças em PPR”. Mais ainda, o responsável da Ocidental Vida sublinha que “as medidas decorrentes do PEC não se prevêem perenes, pelo que, como já aconteceu no passado, os benefícios fi scais podem voltar a ser repostos. Nos moldes actuais ou noutros. Vejo mais a redução do rendimento disponível como uma ameaça que propriamente a eliminação do bene-

fício fi scal, embora em épocas de crise as pessoas estejam mais atentas à necessidade de poupar para o futuro”.

Sector segurador em adaptação

Sem grandes pessimismos, Jesus Rodri-guez, director do Ramo Vida da MAP-FRE, acredita que “a tendência de subs-crição continuará a ser estável, visto que o cliente que contrata o PPR, para além do benefício fi scal, procura também um com-plemento para a sua reforma, já para não falar nos atractivos juros deste produto, comparativamente com os dos depósitos bancários.

Já Maurício Oliveira, director de Marke-ting da Açoreana, revela-se mais pessimista e crê que “haverá em 2011 uma redução da produção nova de PPR, bem como de reforços”. Para o responsável da segurado-ra do grupo Banif, “esta situação será uma realidade motivada quer pelos cortes dos benefícios fi scais, quer pela redução de rendimento disponível dos portugueses. No entanto, a consciência da necessidade imperiosa de poupar e a maior atractivi-dade dos produtos oferecidos poderão vir a atenuar esta quebra previsível”, ressalva ainda Maurício Oliveira.

Há, no entanto, quem acredite que o ar-gumento do benefício fi scal já só estava a ganhar peso nas vendas de fi nal de ano, e essas, reza a história, têm vindo a ser subs-tituídas por subscrições efectuadas ao lon-go de todo o ano. Assim, crê Elisa Gaião, directora-geral da T-Vida, seguradora para o Ramo Vida do grupo Tranquilidade, para quem “hoje em dia já se vende PPR ao longo do ano com outros motivos e ar-gumentos (fi nanceiros e a importância de constituir um complemento de reforma)”. É essa interpretação da realidade que leva a responsável da T-Vida a prever que “o mer-cado ajustar-se-á naturalmente e se houver quebra não será certamente devido ao fi m dos benefícios fi scais”.

Raquel Almeida, responsável do Depar-tamento de Marketing da CA Vida, do grupo Crédito Agrícola, também conside-ra que os PPR vão além dos benefícios fi s-cais que lhes estão associados. “Prova disso mesmo tem sido o posicionamento cres-cente dos PPR no mercado, um resultado derivado do aumento da confi ança deposi-tada pelos aforradores no sector segurador e, por outro lado, pela consciencialização da população portuguesa relativamente à precariedade da Segurança Social”, destaca a responsável da CA Vida. “Neste sentido, os PPR devem ser vistos e analisados como uma excelente alternativa de investimen-to para aforradores adversos ao risco, que procuram uma aplicação a médio/longo prazo que os ajude a poupar/investir para a sua reforma com segurança e garantia do capital, usufruindo ainda de rentabilidades garantidas atractivas”, adverte Raquel Al-meida, que acredita que “a comercialização destas soluções não irá sofrer signifi cativos impactos, continuando a assumir-se como um excelente complemento à reforma do Sistema Público da Segurança Social”. De qualquer forma, salienta ainda a respon-sável da CA Vida, “cabe também às segu-radoras adaptar/inovar as soluções face à actual conjuntura, expectativas e necessi-dades dos subscritores”.

Mas outros movimentos poderão tam-bém acontecer no seio do sector segurador. João Quintanilha, administrador-delegado da Groupama, pondera a possibilidade de “aqueles clientes que faziam os PPR só para benefi ciar da vantagem fi scal pode-rem desistir desse instrumento e passarem para outro equivalente, como por exemplo os seguros de capitalização, que podem oferecer praticamente o mesmo produto que um PPR”. Apesar de esperar reacções diversas por parte dos clientes, o respon-sável da Groupama acredita também que “muitas pessoas já estarão de tal maneira habituadas aos PPR que continuarão a fa-zer entregas”.

ANA SANTOS [email protected]

Apesar do corte nos limites de bene-fícios fi scais introduzido pelo Governo no Orçamento de Estado de 2011, a generalidade dos operadores reconhece que a tributação dos rendimentos obti-dos à saída mantém-se atractiva para os portugueses. Após o 8º ano de contra-to, os subscritores de PPR benefi ciam de uma tributação de rendimento de 8,6%, contra os 21,5% que incidem sobre as restantes aplicações fi nancei-ras. Acreditam os operadores do sec-tor segurador que é esta tributação de rendimentos que continua a contribuir signifi cativamente para tornar a subs-crição de PPR apetecível para muitos aforradores.

TRIBUTAÇÃO DE RENDIMENTOS

MANTÉM-SE APETECÍVEL

sexta-feira, 10 Dezembro de 2010 SEGUROS4

Apesar de conformadas com a ideia de uma possível redução na procura de novas subscrições, as companhias de seguros acreditam que a necessidade de poupar para a reforma e a fi scalidade atractiva do PPR à saída poderão contribuir para índices elevados deste tipo de produto a partir de 2011.

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Se é num Plano de Poupan-ça Reforma que pretende aplicar parte ou a totalidade

das suas poupanças, saiba que a oferta disponível no mercado é variada e responde à tendência de procura de produtos com capital garantido e rendibilidade igual-

mente garantida. Para ajudá-lo a escolher a melhor solução, o Vida Económica solicitou aos diferentes operadores que apre-sentassem as principais caracte-rísticas dos seus produtos, permi-tindo ao leitor avaliar aquele que oferece melhores condições de

subscrição e rendibilidade mais atractiva.

Não é difícil encontrar PPR isentos de comissão de subscri-ção ou, em alternativa, com co-missões que não vão além dos 2%. E a tendência é decrescente, ou seja, à medida que a compe-titividade se acentua neste mer-cado, as comissões cobradas nos diferentes momentos de vida do produto, seja para subscrição, gestão, transferência ou reembol-so, tendem a ser reduzidas ou até mesmo a desaparecer.

A generalidade dos produtos disponibilizados actualmente no sector segurador garante ao in-vestidor que este nunca perderá

o capital aplicado na poupança, o que confere a esta operação um grau de confiança que o aforra-dor valoriza de sobremaneira. Se os tempos não permitem sonhar com grandes lucros derivados de aplicações financeiras, pelo menos permitem investir com a certeza de que nada estará perdi-do, o que para um aforrador com perfil de baixo risco pode fazer toda a diferença na hora de optar por aplicar ou não determinada poupança num produto finan-ceiro.

Com rendibilidades em 2009 a rondar os 3 a 4%, a generali-dade dos PPR oferece rendibi-lidades garantidas, mas não se

compromete a cumprir elevados níveis de rendibilidade, pois fa-cilmente tal se revelaria inexequí-vel. Alguns operadores arriscam a avançar com tectos mínimos de rendibilidade, mas em geral referem-se a valores baixos. Cer-to é que este tipo de produtos consegue assegurar ao investidor que aplicando ali o seu dinheiro não o irá perder e sempre poderá ganhar alguns euros, ainda que poucos. Os PPR continuam, as-sim, a constituir um dos produ-tos financeiros de baixo risco que mais atrai a atenção dos peque-nos e médios aforradores, com uma tendência crescente nos va-lores sob gestão.

sexta-feira, 10 Dezembro de 2010 SEGUROS6

PPR EM COMERCIALIZAÇÃO

Contratos de seguro do Ramo Vida não ligados a fundos de investimento (informação disponibilizada pelas companhias de seguro ao Instituto de Seguros de Portugal)

Empresa de Seguros Designação Comercial do PPR Comissão Subscrição Comissão Reembolso Capital Garantido Rendibilidade Garantida

Rendibilidade Efectiva 2009

Açoreana PPR – Açoreana Futura PPR Transferências (24/18) 0% 0,5% ✔ ✔ -

Açoreana PPR 19 08 09 2,5% 0% ✔ ✔ 2,23%

Açoreana Açoreana Futuro PPR Garantido – 24 08 09 2,5% 0% ✔ ✔ -

Açoreana PPR – Plano Poupança Programado (24/19) 2,5% 0,5% ✔ ✔ -

Açoreana PPR 19/10 e 19/11 2,5% 0% ✔ ✔ 1,52%

Açoreana PPR – Açoreana Futura PPR Garantido (24/16/17) 2,5% 0,5% ✔ ✔ -

Açoreana PPR Gold 24/04 e 24/05 2,5% 0% ✔ ✔ 1,85%

Açoreana PPR/E 19/04 e 19/05 2,5% 0% ✔ ✔ 2,40%

Açoreana PPR – Plano Poupança Reforma Gold (24/14/15) 2,5% 0,5% ✔ ✔ -

Açoreana Açoreana Futuro PPR Transf. – 24 10 2,5% 0% ✔ ✔ -

Allianz Universall PPR 2 a 3,5% 0% ✔ ✔ 2,5%

Allianz Universall PPR Activo 0,5 a 2% 0 a 2% ✔ ✔ 3,97%

AXA Vida PPR Opção Garantida Série II 2,75% 0,25 a 2,5% ✔ ✔ -

AXA Vida PPR Protecção Reforma Médicos Dentistas 1% 0,5 a 3% ✔ ✔ 3,56%

CNP Barclays Vida e Pen-siones

Baclays PPR Rendimento Garantido – Série 01 1 a 2% 1 a 2% ✔ ✔ 2, 25

CA Vida CA PPR 1,5% 0 a 2% ✔ ✔ 3,25%

Fidelidade Mundial Leve Uni (PPR) 0% 0 a 0,5% ✔ ✔ 2,90%

Império Bonança Leve PPR Uni 0% 0 a 0,5% ✔ ✔ 2,90%

Fidelidade Mundial Caixa PPR Capital Mais 0% 0 a 2% ✔ ✔ 2,40%

Fidelidade Mundial Leve Duo (PPR) 0% 0 a 0,5% ✔ - 4,27%

Fidelidade Mundial PPR Transfer 0% 0 a 2% ✔ ✔ -

Império Bonança PPR Transfer 0% 0 a 2% ✔ ✔ -

Império Bonança Leve PPR Duo 0% 0 a 0,5% ✔ - 0,00%

Generali Vida Unirev – PPR a Prémio Único 0 a 3% 0 a 2% ✔ ✔ 4,00%

Generali Vida Unirev – PPR a Prémios Anuais 0 a 3% 0 a 2% ✔ ✔ 4,00%

Groupama Vida VIVAPPRXXI 0 a 3% 0% ✔ ✔ 2,85%

Groupama Vida VIVAPPR Seguro 0 a 3% 0% ✔ ✔ 3,00%

Liberty Liberty PPR Mais 0 a 3% 0 a 2% ✔ ✔ 2,81%

Lusitania Vida PPR Lusitania 2009 0 a 2% 0 a 2% ✔ ✔ -

MAPFRE Seguros de Vida Reforma Garantida MAPFRE PPR 2,75% 0 a 1% ✔ ✔ -

Ocidental Vida PPR Valor Duplo 0,38% 0 a 3% ✔ ✔ -

Ocidental Vida PPR Taxa Garantida 2%+ 0,38% 0 a 3% ✔ ✔ -

Ocidental Vida PPR Capital Garantido Empresas 2010 – 3ª série 0,38% 0 a 3% ✔ ✔ -

Ocidental Vida PPR Taxa Garantida 2%+ Empresas 0,38% 0 a 3% ✔ ✔ -

Ocidental Vida PPR Empresas (2%) 0,38% 1% ✔ ✔ 2%

Ocidental Vida PPR Net 2010 – 2ª série 0,48% 0 a 3% ✔ ✔ -

Ocidental Vida PPR (2%) 0,38% 1% ✔ ✔ 2%

Ocidental Vida Reforma PPR 3% 0% ✔ ✔ 3%

T-Vida PPR Garantido BES Assurfinance 1,5% 0 a 1,5% ✔ - 1,75%

T-Vida PPR T Valor Mais 0% 0 a 2% ✔ ✔ 3%

T-Vida PPR Tranquilidade Plano Mulher 3% 0 a 1,5% ✔ - 3%

T-Vida PPR Garantia 2010 1ª Série Assurfinance 1% 0 a 1,5% ✔ ✔ 3%

T-Vida PPR Tranquilidade Plano Seguro 3% 0 a 1,5% ✔ - 3%

T-Vida PPR Garantido T 1,5% 0 a 1,5% ✔ - 1,75%

Zurich Vida Solução PPR Zurich 0% 0 a 2% ✔ ✔ 3,38%

Fonte: www.isp.pt

Seguradoras respondem a baixo perfil de risco dos investidores

PPR apostam em garantia de capital e rendibilidadeCapital Garantida e Rendibilidade Garantida são música para os ouvidos dos aforradores que não estão dispostos a correr grandes riscos com as suas poupanças. As seguradoras sabem disso e em tempo de crise reforçaram o seu portefólio de produtos que garantem ao investidor o capital que aplicou e ainda prometem rendibilidades mínimas.

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(*)Valor do PPR a prémios únicos. Rendibilidade divulgada pelo Instituto de Seguros de Portugal. Consulte em

www.isp.pt. Taxa anual garantida de 3% acrescida de participação no mínimo de 90% dos resultados financeiros.

No 1.º e 2.º anos, encargos de subscrição entre 0% e 2% e isenção dos encargos de resgate a partir do 3.º ano.

Rendibilidades passadas não garantem rendibilidades futuras. Não dispensa a consulta da informação pré-contratual

e contratual legalmente exigida.

www.generali.pt

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Apenas 20% dos portugueses que actual-mente trabalham conhece o futuro valor do seu rendimento após a reforma, conclui a edição deste ano do AXA Barómetro Refor-ma, estudo levado a cabo anualmente pelo grupo AXA para avaliar o grau de preparação financeira dos portugueses para a reforma. À semelhança do que tem vindo a ser detectado nos últimos anos, os portugueses continuam a não estar devidamente informados sobre o seu rendimento após a reforma e apenas 2 em cada 10 trabalhadores portugueses sabem efectivamente qual será o seu rendimento na reforma. Conclui também a AXA que entre os portugueses que dispõem de mais informa-ção estão as pessoas com elevados rendimen-tos e as famílias com filhos ou netos.

De acordo com a edição deste ano do AXA Barómetro Reforma, os portugueses que es-tão actualmente no activo são ainda menos visionários do que os actuais reformados no que toca à preparação para a reforma e a sua iniciativa não tem demonstrado sinais de evo-lução, mantendo-se estagnada desde 2004. “Com efeito, apenas 40% dos trabalhadores portugueses começaram já a preparar-se fi-nanceiramente para a reforma, uma percen-tagem que, ainda assim, está dentro da média da Europa Ocidental (42%). Apesar disso, notamos que, nos últimos anos, a taxa de poupança tem vindo a aumentar ligeiramen-te, em particular nas classes com rendimentos mais elevados”, analisa Paulo Bracons, direc-tor geral de Marketing da AXA Portugal. En-tre os vários os factores que podem justificar esta baixa preparação dos portugueses, Paulo Bracons destaca “o nível de rendimento e a própria situação económica que temos vivido e que tem dificultado a poupança dos portu-gueses; a falta de informação, nomeadamente sobre as várias opções e produtos disponíveis no mercado e sobre o próprio rendimento durante o período da reforma; e também a baixa cultura de poupança e capacidades de poupar em Portugal”.

O responsável da AXA Portugal reconhece que o estudo demonstra que os portugueses no activo parecem ter perdido os hábitos de poupança das gerações que os antecederam, mas Paulo Bracons ressalva que “a actual si-tuação económica e financeira que vivemos começa a incentivar, já não por via fiscal, mas por via da consciencialização das necessidades e níveis de rendimento futuros, o aumento da poupança que, para além de necessária indivi-dualmente, é um factor importante nos equi-líbrios macroeconómicos do país”.

47% dos portugueses esperam reforma insuficiente

Apenas um terço dos inquiridos (34%) prevêem ter rendimento suficiente durante a reforma. De entre os países participantes no estudo, que incluiu Espanha, França, Ale-manha, Bélgica, Itália, Reino Unido e Esta-dos Unidos da América, “os portugueses são

efectivamente os menos confiantes, havendo grandes discrepâncias de acordo com o nível de rendimento”, interpreta Paulo Bracons. Nos activos existe um nível muito baixo de confiança, já que apenas um terço vê o futu-ro rendimento na reforma como satisfatório, quando esse índice chegava aos 40% em 2005. “Quem recebe baixos rendimentos está entre os mais pessimistas, enquanto as pessoas com rendimentos elevados estão muito mais con-fiantes”, conclui o director geral de Marketing da AXA Portugal. Nos reformados, 47% dos portugueses considera o seu rendimento na reforma suficiente e embora esse grau de satis-fação tenha aumentado nos últimos anos, os reformados portugueses continuam entre os menos satisfeitos na Europa. Este pessimismo português é partilhado pela França, ocupan-do ambos os países lugares bastante abaixo da média na Europa Ocidental. Já a Bélgica, os Estados Unidos da América, a Alemanha e Itália figuram no topo da lista.

Tendo em conta os resultados do estudo, es-tarão os portugueses mais receptivos à ideia de abandonar a dependência do Estado na garan-tia de rendimentos após a reforma? “Tudo leva a crer que sim”, diz Paulo Bracons. “Apesar de a população activa, incluindo as gerações mais jovens, ainda depender das pensões do Estado para o seu futuro rendimento durante a refor-ma, Portugal é um dos países da Europa Oci-dental mais favorável à autodependência, o que cria boas perspectivas de desenvolvimento para sistemas complementares de reforma e nomeadamente para a oferta de produtos e serviços, por parte das seguradoras”, refere o director geral de Marketing da AXA Portugal, para quem “os portugueses, activos ou refor-mados, preferem confiar neles próprios para assegurar o seu rendimento na reforma e fazer um esforço financeiro, através de investimen-tos pessoais e poupanças, durante a sua vida laboral do que trabalhar mais anos”.

De resto, o estudo da AXA não vem rela-tar grandes alterações face à postura dos por-tugueses em anos anteriores, confirmando uma evolução a passo lento, condicionada naturalmente pelo contexto económico difícil que envolve as famílias portuguesas. “Os re-formados são agora, inclusive, muito mais a favor do aumento da idade de reforma (39%) do que eram em 2007 (19%)”, salienta Paulo Bracons. “Por outro lado, começa a haver uma tendência para a diversificação dos produtos previstos para a reforma, sendo as poupanças, os seguros de vida e as pensões as três bases dos preparativos para a reforma”, identifica o res-ponsável da seguradora. A estes factos, Paulo Bracons acrescenta ainda uma curiosa realida-de: os reformados portugueses poupam muito mais do que os trabalhadores. Segundo o es-tudo, os reformados poupam, em média, 367 por mês, quando a média de poupança dos trabalhadores portugueses não vai além dos 258 euros mensais. “A capacidade de poupan-ça decresce ao longo das várias fases de vida e estabiliza na reforma”, conclui Paulo Bracons.

AXA Barómetro Reforma revela baixo grau de preparação financeira para a reforma

Só dois em cada 10 trabalhadores conhecem o valor da sua reforma

sexta-feira, 10 Dezembro de 2010 SEGUROS8

Os portugueses não sabem quanto vão ganhar após a reforma e são poucos aqueles que demonstram iniciativa individual de poupança específica para essa fase da vida durante a vida activa. O pessimismo sobre o rendimento na reforma é dominante entre os trabalhadores portugueses, mas a dependência do Estado começa a ser ideia cada vez mais posta de lado.

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(% de trabalhadores activos)

(% de trabalhadores activos)

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Fonte: AXA Barómetro Reforma

Fonte: AXA Barómetro Reforma

Fonte: AXA Barómetro Reforma

Fonte: AXA Barómetro Reforma

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de sinistros, e sempre que solicitada, deverá a companhia de seguros fornecer ao mediador informação atempada e adequada sobre a tra-mitação e processo de regularização em curso.

O projecto do ISP prevê ainda que as companhias de seguros respeitem escrupulo-samente as remunerações previstas nos con-

tratos celebrados com mediadores de seguros, devendo definir nesses contratos as obrigações que impendem sobre os mediadores em caso de queixa ou reclamação apresentada pelo cliente.

ANA SANTOS [email protected]

Os mediadores de seguros auferiram em 2009 cerca de 760 milhões de euros em re-munerações, mas a maior fatia foi conquis-tada por mediadores de seguros ligados, apu-rou o Vida Económica junto do Instituto de Seguros de Portugal (ISP). No ano passado, os mediadores de seguros ligados receberam 43,5% do total de remunerações da media-ção de seguros, mais que os 23% entregues para os agentes colectivos e mais que os 18% recebidos pelos agentes individuais. Aos cor-retores coube 15,2% do total de remunera-ções auferidas pela mediação de seguros em Portugal.

Esta divisão de remunerações vem acentuar as críticas da mediação profissional à figura do mediador de seguros ligado, criada especifica-mente pelo legislador português aquando da publicação da nova legislação da mediação de seguros, e substituindo, de certa forma, a an-terior figura do angariador de seguros. Prevê a legislação sobre Mediação de Seguros que esta categoria seja atribuída a todas as pessoas que exerçam a actividade de mediação de seguros em nome e por conta de uma ou várias em-presas de seguros, não podendo receber pré-mios dos tomadores de seguros nem outras verbas destinadas aos tomadores, segurados ou beneficiários. O registo do mediador de seguros ligado é proposto ao ISP pela compa-nhia de seguros para quem este trabalha e in-clui pessoas que vendam seguros como com-plemento acessório de outros bens ou serviços fornecidos no âmbito da sua actividade prin-cipal. No final de 2009, estavam registados no ISP 12 639 mediadores de seguros ligados, representando 46,5% do total de 27 139 me-diadores de seguros que o ISP tinha contabi-lizado a 31 de Dezembro de 2009. Quase um

ano depois, o ISP soma actualmente 26 434 mediadores de seguros inscritos.

Mediadores e seguradoras melhoram relacionamento

Entretanto, terminou já o prazo de consul-ta pública do projecto de circular com que o ISP pretende difundir as boas práticas a adoptar pelos mediadores de seguros e pelas companhias de seguros para melhorar o seu relacionamento recíproco. O projecto prevê que os mediadores de seguros contactem re-gularmente os seus clientes, para perceber até que ponto os seguros que estes contrataram se mantêm adequados às suas actuais necessi-dades de protecção. Em caso de transferência de contratos de uma seguradora para outra, prevê também o projecto, deverá o mediador fundamentar essa operação com base no legí-timo interesse dos tomadores de seguros e dos segurados.

No âmbito da regularização de sinistros, o projecto que o ISP colocou sob consulta pú-blica prevê que os mediadores colaborem de modo isento, sem emitir qualquer juízo ou opinião junto dos segurados ou terceiros lesa-dos sobre responsabilidades e indemnizações.

Quanto às seguradoras, o projecto pre-vê que estas se abstenham de dar cotações e prémios a mediadores de seguros para deter-minados tomadores de seguros sempre que tenham recebido cópia de mandato exclusivo conferido por esse tomador a um corretor de seguros para a negociação dos seus contratos de seguros. Deverão também as segurado-ras informar os mediadores de seguros sobre eventuais contactos directos relevantes estabe-lecidos com os seus clientes. Na regularização

Nova categoria de mediador de seguros recebe maior fatia de remunerações

43,5% das remunerações de mediação vão para “ligados”

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SEGUROS 9sexta-feira, 10 Dezembro de 2010

Mais de 330 milhões de euros foram recebidos no ano passado por mediadores de seguros ligados, a figura criada em 2007 no âmbito da nova legislação sobre mediação de seguros em Portugal. Os mediadores ligados ganharam no ano passado 43,5% do total de remunerações entregues à mediação, o que acentua o descontentamento da mediação profissional, numa altura em que mediadores e seguradoras se preparam para adoptar novas práticas no relacionamento entre ambas as partes.

Entre Janeiro e Outubro, o Fundo de Garan-tia Automóvel (FGA) pagou 17 151 922 eu-ros de indemnizações a vítimas de acidentes de viação em que o responsável pelo sinistro não tinha seguro válido ou era desconhecido. De acordo com o Instituto de Seguros de Portugal, entidade que gere o fundo, estes dados repre-sentam uma redução de 12,8% face ao mon-tante pago em igual período do ano passado.

A descer está também o número de novos processos abertos pelo Fundo de Garantia Automóvel ao longo deste ano. Entre Janei-ro e Outubro deram entrada no FGA 4 398 novos processos, menos 3,8% do que nos pri-meiros dez meses de 2009. Também este ano, o FGA deu já por encerrados 6 426 proces-sos, aumentando em 31,9% o índice de en-

cerramento de processos. Apesar de o FGA adiantar o pagamento das indemnizações às vítimas, os responsáveis pelos acidentes em causa ficam legalmente obrigados a reembol-sar o FGA, com juros, pelos montantes dis-pendidos.

O FGA estabeleceu, entretanto, o índice de 27 dias úteis como o tempo médio para decidir assumir ou recusar um sinistro envol-vendo exclusivamente danos materiais. Para os sinistros que envolvam danos corporais e/ou morte, o tempo médio para decisão é de 42 dias seguidos. Os métodos de gestão do FGA foram recentemente reconhecidos pela Associação Portuguesa de Certificação, que renovou a Certificação de Qualidade emitida ao FGA.

Processos e indemnizações estão a diminuir

Fundo de Garantia Automóvel paga 17 milhões até Outubro

REMUNERAÇÕES DA MEDIÇÃO DE SEGUROS (2009)

Fonte: ISP

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forço nos seus PPR. Se nos primeiros anos de vida destas soluções a subscri-ção era feita, essencialmente, no fi nal do ano para usufruto dos benefícios fi s-cais e por clientes do segmento sénior, hoje nota-se que os clientes antecipam, cada vez mais, o investimento nestas soluções, sendo que o segmento mais jovem procura poupar de uma forma gradual e com reduzido esforço para constituir um “pé-de-meia” para a sua reforma. Esta mudança de comporta-mento só nos leva a acreditar que, de facto, a população portuguesa está cada vez mais consciente de que as pensões que irão receber da Segurança Social não corresponderão, nem de perto, aos seus actuais níveis salariais, ganhando gradualmente consciência da importân-cia que estas poupanças complemen-tares assumem ao evitarem um inespe-rado empobrecimento da qualidade de vida no período da reforma”.

Raquel Almeida, departamento de Marketing da CA Vida

“Talvez não estejam todos sufi cien-temente focados na reforma e muitos estarão viciados pelo benefício fi scal, mas compete aos operadores fazer essa pedagogia e tentar captar as poupanças disponíveis para este tipo de investi-mento a longo prazo e manter assim a confi ança que o mercado depositou nos PPR. A performance destes produtos e a segurança que eles oferecem na sua vertente seguradora são um valor em si mesmo que ultrapassa os aspectos le-gais e responde cabalmente a épocas de incerteza e de crise em que vivemos”.

João Quintanilha, administrador-dele-gado da Groupama

“O foco no objectivo “complemen-to de reforma” tem vindo a aumentar mas ainda existe uma importante ca-minho a percorrer, onde todos (clien-tes, agentes, seguradores, comunica-ção social, Estado, …) têm as suas responsabilidades. E, para além dis-so, a alavanca “benefício fi scal”, que vai deixar de existir, era importante”.

Paulo Ferreira, gestor de Produtos da Liberty

“Actualmente, existem dois tipos de subscritores: aqueles que fazem peque-nas poupanças todos os meses e os que fazem poupanças de valores mais eleva-dos. Os pequenos aforradores represen-tam a grande maioria e estes estão mais focados no complemento de reforma. No entanto, há clientes que têm conhe-cimento das recentes alterações e apro-veitarão esta última oportunidade para ter benefícios fi scais”.

Jesus Rodriguez, director do Ramo Vida da MAPFRE Seguros

“Nada nos leva a crer que não estão. Os PPR são produtos claros, com um ob-jectivo defi nido e com uma designação inequívoca: senão, chamar-se-iam PPF (plano poupança fi scal). A literacia fi nan-ceira dos portugueses é elevada, a panó-plia de produtos onde aplicar poupança em Portugal está ao nível do que melhor se faz no mundo. Pode-se poupar para a reforma através de qualquer produto fi nanceiro, desde que o nível de risco e o prazo se ajustem às necessidades indi-viduais do investidor-aforrador. Se os por-tugueses têm sob gestão o equivalente a quase 10% do PIB em PPR, se em média cada português tem 1600 euros aplica-dos em PPR, é porque há uma preocu-pação com a poupança para a reforma”.

Gustavo Barreto, departamento de Marketing da Ocidental Vida

“Ainda não estão totalmente focados, embora a necessidade de constituir um complemento de reforma esteja cada vez mais presente e na consciência de cada um”.

Elisa Gaião, directora-geral da T-Vida

Este assunto tem vindo a ser debatido na opinião pública por vários sectores. Quase diariamente existe na comunica-ção social alguma referência ao tema da reforma, pelo neste momento a maio-ria dos portugueses está consciente da dimensão do problema. No entanto, o incentivo fi scal é sempre um factor de motivação e de ajuda”.

Ana Paulo, directora de Soluções Vida da Zurich

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“Temos assistido, no último ano, a um número crescente de pessoas a realizar o seu PPR. De igual modo, a idade com que se inicia esta subscrição tem vindo a ser cada vez menor. Isto leva-nos a concluir que há uma maior consciência das necessidades de poupar e de ir pre-parando uma situação complementar de reforma. A própria incerteza ao nível do cálculo das reformas leva o comum dos cidadãos a ter este pensamento”.

Maurício Oliveira, director de Marke-ting da Açoreana

“A certeza de que as pensões de re-forma, no futuro, virão a sofrer um corte que poderá ser signifi cativo tem levado as pessoas a procurarem soluções alter-nativas, e os PPR são garantidamente uma delas. Os clientes que procuram o PPR como solução para a perda de ren-dimento no momento da reforma são um segmento de clientes em expansão. E, neste segmento, não se encontram apenas as pessoas que se aproximam da

reforma. A nossa experiência mostra-nos que os clientes mais jovens, uma vez que serão os mais afectados pelas redução das pensões de reforma, revelam uma preocupação cada vez maior com esta situação, e uma apetência crescente por estes seguros”.

Teresa Brântuas, directora de Vida e Actuariado da Allianz Portugal

“Acreditamos que cada vez mais as pessoas estão atentas às questões da re-forma e conscientes para a necessidade de, na sua esfera individual, constituir uma poupança para o futuro. As situa-ções de crise e a difusão muito intensiva que tem vindo a ser feita acerca da rea-lidade das difi culdades futuras obrigam as pessoas a clarifi car as suas opções e a tornarem-se mais efi cientes na sua ges-tão fi nanceira, sendo essa uma das ra-zões por que os produtos de poupança e, em particular, o segmento da poupança para a reforma tem tido um crescimento tão acentuado”.

Rita Sambado, directora de Marketing – Produtos e Clientes da Caixa Seguros

“Temos notado uma crescente procura nos PPR, essencialmente na opção de entregas regulares/mensais. Esta é mais uma evidência que a poupança é pen-sada para um futuro – reforma – e não exclusivamente para o benefício fi scal – presente”.

Francisco Valério, administrador-dele-gado da Eurovida

“É crescente a percepção das pessoas quanto à necessidade de tomar iniciati-vas próprias para se precaver das abrup-tas diminuições nos rendimentos quan-do da passagem para a reforma. Assim, em paralelo, é crescente a percepção de o PPR ser o veículo melhor estruturado para realizar esses propósitos, indepen-dentemente da existências de incentivos fi scais”.

Giampiero Prester, director técnico Vida da Generali

“Os subscritores de PPR têm sido mo-tivados pela fi scalidade associada, em particular, nos níveis de rendimento mais elevados. Por outro lado, temos que mu-dar completamente todo o racional de co-mercialização deste tipo de produtos, que deixará de ser a motivação fi scal, para ser a necessidade de preparar o futuro / reforma. Torna-se cada vez mais eviden-te e importante o papel a desempenhar pelas entidades privadas na construção de regimes complementares privados de reforma, suportados, quer por iniciativa empresarial, quer individual. Entidades como as seguradoras têm a responsabi-lidade de despertar / disponibilizar cada vez mais informação e construir soluções cada vez mais customizadas, adaptadas ao perfi l de cada cliente”.

Paulo Bracons, director-geral de Ma-rketing da AXA Portugal

“Nos últimos anos tem-se notado uma notória alteração no comportamento dos clientes relativamente à subscrição e re-

sexta-feira, 10 Dezembro de 2010 SEGUROS10

Até que ponto os subscritores de PPR já estão verdadeiramente focados na reforma?

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Jacinto Furtado explica estratégia de crescimento da Koolsite no mercado da mediação de seguros

“A aplicação informática da Koolsite cresce com o mediador”Depois de ter introduzido uma nova aplicação informática para mediadores de seguros, a Koolsite espera duplicar a carteira de clientes em 2011, garantindo que a inovação do seu produto está na capacidade de acompanhar a evolução do crescimento da carteira do mediador sem obrigar a investimentos adicionais da parte deste. Mobilidade permanente é uma das principais bandeiras desta aplicação, que em breve chegará também ao iPhone e iPad.

Vida Económica - O que é que a Koolsite traz de novo ao mercado de software para mediadores de seguros, onde já existem outros operadores? O que é que os mediadores podem esperar de novo do vosso produto e do vosso serviço?

Jacinto Furtado – Os mediadores podem esperar um parceiro na evolução do negócio deles. A Koolsi-te assume-se como uma solução inovadora que está a sempre a inovar, a crescer e a aumentar as funcionali-dades do mediador e que o acompanha em todas fases do negócio. A Koolsite desenvolve em paralelo à sua actividade, enquanto empresa de informática, outras actividades, nomeadamente das associações da classe que visam conseguir benefícios adicionais para os me-diadores e para todos os players do negócio, no que diz, por exemplo, respeito a disponibilização de informa-ção. Um exemplo disso são as conversas que mantemos com as seguradoras, de modo a que a informação que chega aos mediadores seja mais célere e a informação que chega às companhias de seguros também, ou seja, trabalhamos para que toda a gente consiga poupar tem-po e recursos e dedicar-se ao seu core business.

VE – Em que medida é que esta aplicação vai crescendo com o próprio negócio do mediador?

JF – A aplicação está sempre em evolução, de acordo com as exigências do mercado e das necessidades do mediador. A aplicação da Koolsite não é uma aplicação construída por módulos ou por licenças de utilizador. Ao começar a trabalhar com a Koolsite, o mediador começa a ter acesso ao nosso serviço e é de todo indi-ferente se ele tem acesso com um ou dez utilizadores. Aquele paradigma de que vou ter de comprar dez li-cenças e que se contratar mais algum colaborador vou ter de fazer mais um investimento enorme, isso não existe com a Koolsite. Mesmo quando há necessida-de de um novo módulo, como Tesouraria ou outro, não é necessário comprar mais nada porque faz parte do serviço, toda aplicação é completa para o media-dor. E mesmo quando há uma inovação ou uma nova funcionalidade, não é necessário pagar por um upgra-de. Na Koolsite tudo é integrado automaticamente na aplicação e fica imediatamente disponível a todos os mediadores.

VE – Então o cliente vai pagando regularmente pelo serviço?

JF – Há uma taxa mensal de acesso ao serviço ASP, é calculada de acordo com o índice de carteira do media-dor, ou seja, com base no número de apólices.

VE – Para um mediador que não conhece o vosso produto, este é um serviço que lhes permite fazer o quê?

JF – Permite fazer a gestão de carteira, o controlo de clientes, gerir campanhas, tesouraria ou fluxos de trabalho. É uma utilização completa, que permite ao mediador ter o escritório a funcionar com uma única

aplicação, sem ter de pagar absolutamente mais nada a ninguém.

VE – E estamos a falar de mediadores que podem trabalhar com mais de uma companhia de seguros?

JF – Os mediadores podem trabalhar com todas as companhias de seguros, com vários pontos de venda, vários colaboradores, inclusivamente em Portugal e Es-panha, tudo através da nossa aplicação.

VE – E estamos a falar de mediadores de peque-na, média e grande dimensão?

JF – Essa é outra das grandes vantagens da Koolsite, pois não é selectiva nesse aspecto. A aplicação da Ko-olsite adapta-se perfeitamente a um pequeno mediador que esteja agora a começar a sua actividade e que tenha poucas ou até nenhuma apólice. E a aplicação também serve perfeitamente para um mediador que tenha vá-rios pontos de venda e milhares de apólices. É um le-que transversal para o mercado.

VE – E disponibilizam assistência permanente?JF – A qualquer momento e através de um suporte

informático, sendo que a aplicação é totalmente “user friendly”. Não necessidade de grandes intervenções, mas em caso de dúvida há um “help desk” disponível.

VE – Que receptividade têm tido aos vossos pro-dutos?

JF – A receptividade tem sido muito boa, apesar de termos começado a trabalhar há muito pouco tempo e de só numa fase muito mais recente termos começado com uma política de divulgação do nome e da mar-ca. A receptividade dos que já são nossos parceiros de negócio é excelente. Confirmam que esta é a solução ideal para o dia-a-dia, que se distingue pela sua capa-cidade de ter numa única aplicação toda a informação. Referem também a capacidade que têm de utilizar a aplicação em qualquer lugar onde estejam, desde que tenham acesso à Internet, seja no computador, seja no Blackberry. E estamos já a desenvolver outras platafor-mas para disponibilizar o suporte da aplicação para o iPhone e para o iPad. É importante estar presente aí, porque temos de estar um passo à frente em termos tecnológicos e ter ao dispor dos nossos clientes todas as soluções que lhes podem ser úteis. Sobretudo quando

estamos a falar de aplicações em que uma das princi-pais características é a mobilidade. Ou seja, podemos estar a gerir a nossa carteira de clientes sem estar no escritório e podemos ir visitar um cliente e levar con-nosco o escritório, mesmo que seja no telemóvel. Essa é a grande diferença que tem a nossa solução em relação à concorrência.

VE – Que necessidades lhe vão sendo transmiti-das pelo mercado neste domínio?

JF – A Koolsite não encara o mercado e os mediado-res como clientes, a Koolsite encara-os como parceiros neste projecto. Nas conversas que temos mantido com os representantes dos mediadores, apercebemo-nos que havia por parte dos mediadores alguma dificuldade em entenderem os objectivos que foram colocados no mer-cado em 2009 pelo Instituto de Seguros de Portugal e que em Janeiro de 2011 têm de obrigatoriamente co-meçar a cumprir. A Koolsite achou que era o momento de dar o seu contributo também nessa área e por isso decidiu que era altura de promover algumas conferên-cias, em que se falasse não só do dia-a-dia da gestão de um mediador e dos benefícios de trabalhar com um sistema de gestão de informação, mas também em que lhes fosse clarificado e desmistificado o que implica esse normativo legal.

VE – E qual foi a receptividade? JF – A receptividade foi muito boa e ficámos mui-

to satisfeitos com o resultado final que tivemos dessas sessões. Já fizemos conferências em Lisboa e Porto e acredito que mais tarde surgirão novos temas. Para isso, vamos continuar as nossas conversas com os mediado-res e com as associações para acompanhar o que eles nos vão dizendo.

VE – Que metas traçaram para 2010 e quais os objectivos para 2011?

O objectivo é um aumento progressivo. Aspiramos a ter 200 novos clientes no próximo ano. Este ano querí-amos chegar aos 100 e cumprimos esse objectivo. Para o próximo ano queremos duplicar a carteira de clien-tes. Para já, estamos em Portugal e em Espanha e vamos começar a desenvolver uma estratégia para conseguir parceiros noutros países na Europa, concretamente em Itália, e também na América Latina, incluindo o Brasil.

“Estamos em Portugal e em Espanha e vamos procurar parceiros noutros países na Europa”, revela Jacinto Furtado.

SEGUROS 11sexta-feira,10 Dezembro de 2010

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Plater Insurance inaugura escritório na Parede

A mediadora de seguros Plater Insurance abriu um novo escritório na Parede, Cascais. O espaço agora inaugurado junta-se aos escri-tórios que a Plater Insurance já mantém em funcionamento em Pêro Pinheiro, em Évora, e em Povoação e Ponta Delgada, nos Açores.

Além de nascer para melhorar os serviços prestados aos clientes da mediadora, o escri-

tório funcionará também como HelpPoint da Zurich, reforçando a relação de parceria já existente entre a mediadora e a companhia de seguros. “O sucesso alcançado pela Zuri-ch assenta de forma decisiva na sua rede de mediadores. Apesar das dificuldades, o nosso projecto tem a vantagem de contar com uma equipa sénior, que faz seu o objectivo de dar resposta às situações enfrentadas pelos nossos clientes, assumindo o carácter de suporte que a nossa empresa representa para os mesmos”, referiu António Bico, administrador-delega-do da Zurich Portugal, na cerimónia de inau-guração do novo escritório. Para Luís Cabral, managing partner da Plater Insurance, “este passo, dado num momento em que o sector conhece dificuldades resultantes da actual conjuntura económica, é um desafio que en-caramos como essencial para uma eficaz con-solidação da nossa marca no mercado”. Luís Cabral destaca a experiência de três décadas na área da mediação para assumir o desejo de “implementar uma evolução no que fazemos, pautada pelo nível de exigência para com o nosso trabalho a que habituámos os nossos clientes e parceiros”.

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No âmbito do Plano de Acção para os Ser-viços Financeiros da Comissão Europeia, o CEIOPS, comité que agrupa os supervisores de seguros da União Europeia, após ter sido convidado por aquele órgão a pronunciar-se, em inícios de 2010, sobre a revisão da directi-va da mediação de seguros (IMD II), enviou à Comissão, a 11 de Novembro, as suas reco-mendações para a revisão legislativa em curso, as quais se centram especialmente em temas de transparência e operações transfronteiriças dos mediadores de seguros.

O documento emitido pelo CEIOPS, que se transformará em breve na Autoridade Europeia dos Seguros e Fundos de Pensões (EIOPA), com poderes vinculativos, enquanto resposta ao pedido de aconselhamento técnico dirigido pela Comissão Europeia, inclui 39 recomenda-ções, agrupadas em sete partes: enquadramento legal da directiva, âmbito de aplicação, dimen-são internacional da mediação de seguros, obri-gações profissionais, operações transfronteiriças dos mediadores, conflitos de interesses e trans-parência e redução do peso administrativo/cus-tos de contexto profissional.

Nas recomendações acerca da transparên-cia, o CEIOPS indica que a maior parte dos seus membros está a favor de que a informa-ção a prestar ao tomador sobre a remuneração do mediador se efectue apenas a requerimen-to do cliente, tal como já acontece em Portu-gal, e não de modo generalizado, “à cabeça” ou prévia à contratação, sem que o cliente o requeira.

Não obstante, o CEIOPS também defende a manutenção da possibilidade de os Esta-dos-Membros estabelecerem requisitos mais estritos sobre este assunto para “melhorar a transparência da remuneração”. Acresce que,a maioria dos membros do comité de supervi-sores igualmente está de acordo em não apli-car esta medida em relação aos grandes riscos e aos mediadores de resseguros. O comité recomenda que se mantenha o dever, para o mediador de seguros, de informar o cliente do

seu direito a pedir a informação sobre a remu-neração do mediador antes da contratação e da renovação dos contratos.

Importa notar que a transparência acerca da remuneração do mediador se insere num contexto estudado pela Comissão Europeia, já reflectido na IMD I (1ª directiva), de pro-curar estimular, por esta via, a concorrência entre mediadores de seguros – e, consequen-temente, entre seguradoras, pelo menos in-directamente – e, por outro, de diminuir a possibilidade de existência de conflitos de interesse, levando os consumidores a incluir este factor na sua decisão de escolher este ou aquele mediador, crendo-se no seu potencial para melhor servir os interesses dos clientes de seguros e reforçar a sua protecção.

O CEIOPS também refere, nas suas reco-mendações acerca da transparência na remu-neração, que a informação deve ser transmi-tida ao cliente com prontidão e sem dilações, indicando também que se inclua nesta infor-mação toda a espécie de remunerações (co-missões, honorários profissionais e outras) e que, se esta é incerta, se explique ao cliente as fórmulas aplicadas para o seu cálculo.

Outras recomendações fazem referência a que os empregados das seguradoras não de-vem estar inscritos nos registos públicos de mediadores, recaindo sobre os respectivos empregadores a verificação da sua qualifica-ção profissional, idoneidade e responsabilida-de pelos respectivos actos. Também se refere a necessidade de criar um registo público dos mediadores que realizam actividades trans-fronteiriças, independentemente de os Esta-dos-Membros os terem inscritos e publicados nos seus portais.

Finalmente, o CEIOPS também é do entendimento que se deverá pôr termo ao “limbo” jurídico em que se encontram os comparadores online de seguros que existem em muitos dos Estados-Membros da União Europeia, defendendo a sua sujeição às regras aplicáveis à mediação de seguros.

CEIOPS enviou recomendações à Comissão Europeia

Supervisores europeus querem transparência da remuneração dos mediadores

A Future Healthcare inaugurou em Lis-boa a primeira agência Saúde Prime. Si-tuada na Avenida da República, a agência constitui o primeiro espaço que a Future Healthcare dedica à comercialização e gestão dos seus planos e seguros de saúde. Para a empre-sa, esta é a forma de melhorar o nível de serviço disponibili-zado aos clientes, já que estes poderão ali tratar pessoalmente de todos os assuntos relacionados com o seu plano de saúde.

Actualmente, a Saúde Prime gere uma rede médica composta por mais de 10.000 presta-dores de cuidados de saúde, entre hospitais, clínicas, cen-tros de diagnóstico e médicos particu-lares. Procura diferenciar-se da restante

oferta nesta área dos sistemas de saúde privados através de benefícios alargados, que incluem a aceitação de doentes cró-nicos ou portadores de doenças pré-exis-

tentes, a inexistência de limites de idade e utilização e a eliminação de períodos de carência.

Saúde Prime inaugura primeira agência em Lisboa

SEGUROS 13sexta-feira, 10 Dezembro de 2010

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CALENDÁRIO DE EVENTOS DA ACTIVIDADE SEGURADORA DEZEMBRO/2010 CONSULTE ONLINE EM WWW.APROSE.PT

sexta-feira, 10 Dezembro de 2010 SEGUROS14

Foram em tempos publicadas directivas pelo Parlamento Europeu, posteriormente

transpostas para a legislação na-cional, mais especificamente a Lei nº. 25/2008, de 05 de Junho, que altera, actualizando, as Leis n.º 52/2003, de 22 de Agosto, e n.º 11/2004, de 27 de Março.

A presente lei estabelece um conjunto de medidas de natureza preventiva e punitiva, delegando a responsabilidade de fiscalizar e uma série de deveres a um con-junto de operadores perfeitamen-te alargado, de que destacamos as instituições de crédito, empresas de investimento e outras socieda-des financeiras, entidades que te-nham a seu cargo a gestão ou co-mercialização de fundos de capital risco, organismos vários e entre outros, os mediadores de seguros.

Na legislação está devidamente escarrapachado o dever da identi-ficação e de diligência entre outros deveres enunciados, sendo que, no caso dos seguros de vida e de fundos de pensões ou produtos de aforro de natureza semelhante, são vertidos sobre todos os contratos cujo prémio ou contribuição seja superior a 1000 euros ou cujo prémio único exceda 2500 euros e quem sejam regularizados em dinheiro vivo. Ou todo e qual-quer valor desde que se suspeite de qualquer situação anómala ou de origem duvidosa, ou pifométrica (cálculo visual que, como sabe-mos, grosso modo, pifa).

Como sabemos, mais de 80% do mercado de seguros de vida

está entregue na mão das entida-des bancárias, sendo a parte re-manescente nas seguradoras, por intermédio ou não de mediadores. Com esta medida, passamos a ter trabalho acrescido de formação e divulgação interna nas nossas em-presas, assim como na elaboração de manuais de formação e meto-dologias de seguimento de eventu-ais situações anómalas.

Com estas situações, presumi-mos que o Governo pretenderá delegar na nossa actividade, que de uma forma generosa e gratuita (além da duplicação da tributação que há anos tarda em não nos ser

regularizada), pretende suprir as graves carências de meios huma-nos e financeiros que a nossa jus-tiça e polícia carece.

É verdade que não somos placa giratória de lavagem de dinheiro, mas, se este país chamado Portugal o fosse e todos os mediadores que em cada seguro que recepcionas-sem dinheiro vivo desconfiassem e o fossem denunciar, onde é que tínhamos meios humanos nas po-lícias, e não só, para o fazermos?

Em Agosto, num matutino de expressão nacional, o presiden-te da ASFIC-associação sindical que representa os cerca de 1300 inspectores da Polícia Judiciária, escrevia que tinham tarefa árdua e que desde há mais de 10 anos estavam a ser remunerados a 1,5 euros por cada hora extraordinária (bastante inferior ao que ganham as mulheres-a-dias).

Penso que com esta delegação de competência começámos a fazer-lhes concorrência. O pior é que não somos policiais, nem temos meios ou competências para o fa-zermos.

Certamente parte substancial da classe política que desce das berças até à grande cidade com uma mão à frente e outra atrás, para fazer serviço dito público e passado al-gum tempo, já possui cursos supe-riores (com exames ao domingo) e de posse, de fortes sinais eviden-tes, pudessem responder ao que a lei por eles aprovada pretende. Ou como dizia o meu avô: Quem cabritos vende e cabras não tem… de algum lado lhe vem.

LUIZ FILIPEActaseguros – Corretores

de Seguros, SA

“Se todos os mediado-res que em cada seguro recepcionassem dinheiro vivo desconfiassem e o

fossem denunciar, onde é que tínhamos meios hu-

manos nas polícias, e não só, para o fazermos?”

OPINIÃO

Quem cabritos vende e cabras não tem…

Associação defendeu princípio da Justiça Comutativa

APROSE emite parecer sobre relacionamento entre mediadores e seguradoresA APROSE decidiu pronunciar-se na fase de consulta pública do

projecto de Circular sobre boas práticas no relacionamento entre seguradoras e mediadores de seguros. Não obstante ter sido consul-tada pelo ISP, quer na fase de “vazio legal” – dado que, até à data, não existe qualquer tipo de regulamentação neste âmbito – quer na fase de anteprojecto de circular, a associação que representa a me-diação profissional de seguros pronunciou-se também no decurso da consulta pública terminada a 30 de Novembro, acreditando que “existe sempre a possibilidade de melhorar o normativo, cujo resul-tado beneficia todos os operadores”.

Nos termos do parecer emitido pela APROSE, a que a Vida Económica teve acesso, a associação que representa os corretores e agentes de seguros defende, entre outros argumentos, o princípio da “Justiça Comutativa”, de acordo com o qual as seguradoras e os mediadores de seguros devem, no exercício da sua actividade, estabelecer relações recíprocas baseadas no princípio da justiça comutativa ou da equivalência objectiva, de acordo com o qual à prestação de cada um dos contraentes deve corresponder uma prestação de valor objectivo sensivelmente equivalente da parte do outro contraente.

Mais se refere que “como conjunto de princípios gerais de con-duta que são, o diploma em projecto ficaria ‘ferido’ se não contives-se uma referência aos valores da justiça comutativa ou da equiva-lência de prestações no relacionamento recíproco entre seguradores e mediadores de seguros, que se encontra tão esquecido e afastado da realidade negocial e comercial vigente, uma vez que é comum-mente constatada, desejada e reconhecida a cada vez maior dele-gação de competências, poderes e de funções aos mediadores de seguros – com a consequente redução de custos de estrutura para as empresas de seguros – sem que ao acréscimo de trabalho e de responsabilidades que tal circunstância representa se faça corres-ponder a necessária e desejável retribuição/compensação.”

O futuro regime a estabelecer pela Circular do ISP faz alusão aos princípios gerais da “Pontualidade”, “Boa-Fé e Lealdade”, “Ética e Integridade”, “Verdade e Transparência”, “Objectividade e Eficiên-cia”, “Sigilo e Confidencialidade”, “Respeito e Cortesia”, “Media-ção e Conciliação”, “Responsabilidade “Institucional” e “Social”, e com a particularização e adaptação feita nos “capítulos” II e III, quanto aos princípios a observar pelos mediadores de seguros e seguradoras, respectivamente.

Data EventoLocal

OrganizaçãoContactos e informações

Cidade Endereço Telefone Fax E-mail Web page

14/12/10 Assembleia-Geral CIMPAS

Lisboa Av. Duque de Loulé, 72-7º

CIMPAS 213827700 213827708 [email protected] www.cimpas.pt

14/12/10 (início)

Curso: Agentes e corretores de seguros

E-Learning R. Rodrigo Fonseca, 41 APS 213848142 213841430 [email protected]

www.apseguradores.pt

14/12/10 (início)

Curso: Mediadores de seguros ligados

E-Learning R. Rodrigo Fonseca, 41 APS 213848142 213841430 [email protected]

www.apseguradores.pt

14 e 15/12/10

Curso: Combate branqueamento de capitais

Lisboa R. Rodrigo Fonseca, 41 APS 213848142 213841430 [email protected]

www.apseguradores.pt

18/12/10 Curso: Gestão de conflitos

Porto Praça Flores, 125, s/33 CENERTEC 229734624 229730746 [email protected] www.cenertec.pt

20 e 21/01/11

Curso: Gestão de reclamações

Lisboa R. Rodrigo Fonseca, 41 APS 213848142 213841430 [email protected]

www.apseguradores.pt

24 a 26/01/11

Curso: Coaching para chefes de equipa

Lisboa R. Rodrigo Fonseca, 41 APS 213848142 213841430 [email protected]

www.apseguradores.pt

26 e 27/01/11

Curso: Liderança para gestores

Lisboa R. Rodrigo Fonseca, 41 APS 213848142 213841430 [email protected]

www.apseguradores.pt

31/01 e 1/02/11

BIPAR 2011 Midterm Meetings

Bélgica, Bruxelas

Brussels Renaissance Hotel

BIPAR +3227356048 +3227321418 [email protected] www.bipar.eu

2 a 4/02/11

MDRT Europe ClassIQ regional meeting

Grécia, Atenas

Megaron Athens International Conference Centre

MDRT +302103215600 +3227431550 [email protected]

www.mdrteuropeclassiq.com

16 a 18/02/11

Forinvest Espanha, Valência

Feira de Valência Instituto Valenciano de Finanzas

+34963636111 +34963636111 [email protected]

http://forinvest.feriavalencia.com

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de canais de distribuição usados pelas seguradoras?

JLM – Mais um meio que vem dificul-tar a nossa actividade, enquanto agentes de seguros.

VE – Sente que existe uma tendência para a exclusividade dos agentes?

JLM – Neste momento, dadas as con-dições do mercado, julgo não ser viável a exclusividade.

Vida Económica – Como começou a actividade?

JLM – Iniciei a minha actividade no ano de 1966. Comecei por ser nomeado agente da Aliança Madeirense, que mais tarde pas-sou a ser Grupo Segurador e actualmente integrada no Grupo Caixa. Em 1968 sou nomeado agente da Portugal Previdente, actualmente integrada no grupo Allianz Portugal, S.A.

VE – Qual o segredo para tão grande longevidade profissional?

JLM – O segredo de 45 anos ao servi-ço da mediação de seguros é o gosto que sempre senti pela profissão. Iniciei a mi-nha actividade aos 25 anos, com grandes dificuldades na época. O primeiro seguro que fiz foi a um automóvel, cujo prémio de Responsabilidade Civil foi de 1500 es-cudos (hoje 7,5 euros).

VE – Que diferenças assinala quando compara o presente com o passado?

JLM – Comparar o presente com o pas-sado é negativo. Nos anos 2000 o seguro de um automóvel de Responsabilidade Civil custava em média 60.000 escudos (300 euros). Os custos inerentes à nossa actividade aumentaram cinquenta por cento, o comissionamento reduziu. É di-fícil suportar os encargos que temos com

a profissão. Hoje, no entanto, temos mui-to mais autonomia no desempenho desta actividade.

VE – E o cliente/consumidor de se-

guros?JLM – Tenho na minha carteira clientes

com mais de trinta anos. No entanto, hoje é muito difícil a fidelização do cliente ao mediador. A razão é simples: a concorrên-cia, principalmente no ramo automóvel, faz com que o consumidor procure no mercado N alternativas, visto as diferen-ças até a nós, profissionais, assustarem. É necessário darmos ao cliente razões para apostarem no nosso serviço. E é isso que tento fazer com a maior das seriedades.

VE – Como caracterizaria o meio em que desenvolve a profissão?

JLM – Hoje há uma grande deslealdade entre os mediadores, atrevo-me mesmo a dizer que muitos não têm amor à camisola.

VE – Que balanço faz do ano que se aproxima do fim? E como será 2011?

JLM – Este foi um dos piores anos da mi-nha actividade como mediador de seguros. Espero que 2011 traga mais honestidade, rigor e transparência na venda de seguros.

VE – Que leitura faz da multiplicidade

José Luís Martins reconhece dificuldades crescentes no sector da mediação de seguros

“Hoje é muito difícil a fidelização do cliente ao mediador”Tem em carteira clientes fiéis há mais de três décadas, mas reconhece que actualmente é cada vez mais difícil fidelizar clientes, num contexto de grande competitividade. José Luís Martins é agente de seguros, está no ramo há 44 anos e garante que 2010 foi o pior de sempre na história da sua actividade. Para 2011 pede mais rigor e transparência na sua classe profissional.

“Espero que 2011 traga mais honestidade, rigor e transparência na venda de seguros”, deseja José Luís Martins

SEGUROS 15sexta-feira, 10 Dezembro de 2010

A APROSE organizou e promoveu, em parceria com o Instituto de Educação Téc-nica de Seguros (INETESE), duas acções de formação gratuitas relativas à prevenção e combate ao branqueamento de capitais. As acções decorreram a 17 e 24 de Novem-bro, em Lisboa e Porto, respectivamente.

Contando com a participação total de aproximadamente 110 formandos, estes acções inserem-se no âmbito do protocolo estabelecido entre a APROSE e o INETE-SE para a área da formação, sendo que a relativa à prevenção e combate ao branque-amento de capitais se destinou a permitir cumprir, ainda em 2010, o dever de for-mação, imposto pela Lei n.º 25/2008, que incide sobre os agentes e corretores de se-

guros autorizados e com actividade desen-volvida no ramo Vida, incluindo operações de capitalização e de fundos de pensões, in-dependentemente da dimensão do negócio neste sector.

Constatando-se o facto de que a legisla-ção tem vindo a apertar cada vez mais o cerco à possibilidade de branqueamento de capitais e constituindo os mediadores de seguros, mesmo que negligentemente, uma das vias possíveis a tal intento, recor-rentemente associada ao crime de fraude fiscal, as acções de formação – que tiveram uma forte componente prática e estiveram a cargo de António Castanho, administra-dor da CA Vida – geraram grande interesse e entusiasmo junto dos participantes.

Organização conjunta com o INETESE

APROSE promoveu formação sobre combate a branqueamento de capitais

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de negócios com clientela já existente e a empresa de seguros venha a beneficiar, após a cessação do contrato, da activida-de por si desenvolvida.

O n.º 3 do artigo 45.º do diploma citado igualmente estipula que a indem-nização de clientela, em caso de cessação do contrato por morte do mediador de seguros (pessoa singular), pode ser exi-gida pelos herdeiros ou legatários do “de cujus”.

A indemnização é fixada, nos termos do n.º 5 do mesmo preceito legal, em termos equitativos, mas não pode ser in-ferior ao valor equivalente ao dobro da remuneração média anual do mediador nos últimos cinco anos, ou do período de tempo em que o contrato esteve em vigor, se inferior.

De igual modo, também se define na alínea h) do artigo 5º do mesmo diplo-ma que se entende por carteira de segu-ros o conjunto de contratos de seguro relativamente aos quais o mediador de seguros exerce a actividade de mediação e por virtude dos quais são criados na sua esfera jurídica direitos e deveres para com empresas de seguros e tomadores de seguros.

Isto posto, nos termos do n.º 4 do artigo 3.º do Código do Imposto Sobre o valor Acrescentado (CIVA), prescreve--se que – ao definir o conceito de trans-missões de bens para efeito do impos-to em questão – não são consideradas transmissões as cessões a título oneroso ou gratuito do estabelecimento comer-cial, da totalidade de um património ou de uma parte dele, que seja susceptível de constituir um ramo de actividade in-dependente, quando, em qualquer dos casos, o adquirente seja, ou venha a ser, pelo facto da aquisição, um sujeito pas-sivo do imposto de entre os referidos na alínea a) do n.º 1 do artigo 2º, que identifica os sujeitos passivos do impos-to, ou seja, são sujeitos passivos do IVA

as pessoas singulares ou colectivas que, de um modo independente e com carác-ter de habitualidade, exerçam activida-des de produção, comércio ou prestação de serviços, incluindo as actividades extractivas, agrícolas e as das profissões livres, e, bem assim, as que, do mesmo modo independente, pratiquem uma só operação tributável, desde que essa operação seja conexa com o exercício das referidas actividades, onde quer que este ocorra, ou quando, indepen-dentemente dessa conexão, tal operação preencha os pressupostos de incidência real do imposto sobre o rendimento das pessoas singulares (IRS) ou do imposto sobre o rendimento das pessoas colecti-vas (IRC).

Ao não considerar as transmissões de bens, em sede de IVA, as cessões de es-tabelecimentos comerciais e de patrimó-nios que sejam susceptíveis de constituir um ramo de actividade independente quando, em qualquer dos casos, o ad-quirente seja, ou venha a ser, pelo facto da aquisição, um sujeito passivo do im-posto em questão, pretendeu-se, por um lado, introduzir uma medida de simpli-ficação na mecânica do imposto e, por outro, não onerar a tesouraria de ambas as empresas, cedente e cessionária.

Pretendeu-se, assim, que as ope-rações enquadráveis na previsão legal não implicassem a obrigatoriedade de liquidar imposto, dada a complexidade administrativa que as mesmas podem representar e os efeitos financeiros que podem gerar.

Nestes casos verifica-se que se está perante a cessão onerosa de um patrimó-nio susceptível de constituir um ramo de actividade independente, pois a carteira de seguros é, de facto e de direito, um património palpável do mediador – úni-co, na grande maioria dos casos –, trans-mitido a um sujeito passivo de imposto, a seguradora, com o fim de o explorar directamente, sem mediador.

Através desta cessão, a carteira de se-guros do mediador passa a “directa”, isto é, o património do mediador, consubs-tanciado no valor da mesma carteira, fica empobrecido, na medida em que o património da seguradora aumenta pela desintermediação e desoneração ocorri-da.

O mesmo sucederá se a indemniza-ção de clientela for paga aos herdeiros ou legatários do mediador, por morte deste, aquando da cessação, na esma-gadora maioria dos casos, do respectivo contrato de mediação de seguros.

Deste modo, afigura-se em ambos os casos – indemnização de clientela, en-quanto compensação ao mediador, por transmissão da carteira de seguros, em vida ou por morte – haver lugar a apli-cação do disposto no n.º 5 do artigo 4º do CIVA que estende o regime previsto no n.º 4 do artigo 3.º do mesmo código, às prestações de serviços, não devendo a indemnização de clientela, por conse-guinte e em consequência, ser conside-rada operação sujeita ao Imposto Sobre o Valor Acrescentado, conforme infor-mação n.º 1833, de 30/10/2007, da Di-recção dos Serviços do IVA.

Na qualidade de agente de seguros e vosso associado, gostaria de saber qual o enquadramento a título de IVA da indemnização de clientela, quer esta me seja atribuída em virtude da cessação dos contratos com as se-guradoras quer, por falecimento, aos meus herdeiros e legatários?

A actividade de mediação de segu-ros, designadamente a exercida pelas categorias de corretor, agente e de “me-diador de seguros ligado”, encontra-se regulada, como é sobejamente sabido, pelo Decreto-Lei n.º 144/2006, de 31 de Julho, na redacção dada pelo Decre-to-Lei n.º 359/2007, de 2 de Novem-bro.

Nos termos do artigo 45.º, n.º 1, do Decreto-Lei n.º 144/2006, estabelece-se que, no caso da cessação dos contratos referidos no artigo 15.º e na alínea a) do n.º 1 do artigo 17.º, ou seja, em virtude da cessação dos contratos de mediação de seguros celebrados entre as segurado-ras e os, respectivamente, “mediadores

de seguros ligados”, por um lado, e por outro, os agentes, por força dos quais es-tes, ambos, actuam em nome e por con-ta daquelas, os contratos de seguros que constituem a carteira dos mediadores passam a directos, isto é, deixam de ter o mediador de permeio e passam a estabe-lecer-se directamente, daquele momento em diante, entre os tomadores e as em-presas de seguros, cabendo a estas últi-mas o dever de comunicar essa circuns-tância – que deixou de existir mediador nos contratos de seguros – aos próprios tomadores, mantendo estes o direito, não obstante, de escolher e nomear, nos termos legais, um outro mediador para os seus contratos.

Salvaguarda-se, todavia, nos termos do n.º 2 do mesmo artigo 45.º do De-creto-Lei n.º 144/2006, sem prejuízo de qualquer outra indemnização a que haja lugar, que o mediador de seguros tem direito a uma indemnização de clien-tela, desde que tenha angariado novos clientes para a empresa de seguros ou aumentado substancialmente o volume

Indemnização de clientela em sede de IVA,CONSULTÓRIO JURÍDICO

CORVACEIRA GOMESDepartamento jurídico/Director

Executivo

APROSE

“O mediador de seguros tem direito a uma indemnização

de clientela desde que tenha angariado novos

clientes para a empresa de seguros ou aumentado substancialmente o seu volume de negócios ”

sexta-feira, 10 Dezembro de 2010 SEGUROS16