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Gustavo Ramos. 2018. Digital. Capítulo 7 Heranças dos indígenas, portugueses e africanos p. 2 Capítulo 8 Heranças dos imigrantes p. 18

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Gustavo Ramos. 2018. Digital.

Capítulo 7 Heranças dos indígenas, portugueses e africanos p. 2

Capítulo 8 Heranças dos imigrantes p. 18

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Heranças dos indígenas, portugueses e africanos

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Criança descansando em rede

Após a análise das imagens, converse com o professor e os colegas sobre estas questões:

a) O que as pessoas retratadas nas imagens estão fazendo?

b) O que essas imagens têm em comum?

c) As imagens representam influências de que povos no modo de vida dos brasileiros?

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Grupo de capoeiristas

Festa Junina em Campina Grande, Paraíba

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Heranças culturais

Nas florestas, nas cidades, no campo ou nas praias do Brasil, diferentes grupos de pessoas vivem de várias maneiras.

Muitos desses grupos conservam costumes dos antepassados, o que influencia o modo de vida de uma sociedade: jeito de preparar determinados alimentos, de realizar uma festa, de seguir práticas religiosas, de fazer artesanato, entre outros.

Esses conhecimentos, costumes e tradições, passados de geração a gera-ção, formam as heranças culturais de uma sociedade. Um exemplo é a cultu-ra brasileira, que foi formada por elementos de povos de diferentes partes do mundo.

Neste capítulo, você vai conhecer um pouco da história e de como indíge-nas, portugueses e africanos influenciaram o modo de vida de nós, brasileiros.

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As famílias também têm heranças culturais, formadas por costumes e tradições, que são transmitidos de geração para geração. Por exemplo, uma receita culinária da bisavó pode fazer parte da herança cultural de uma família.

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Heranças indígenas

Os primeiros habitantes do Brasil foram os povos indígenas. Eles influencia-ram nossa alimentação, vocabulário e hábitos. Conheça mais informações sobre o modo de vida e a cultura dos indígenas.

Comunidades indígenas

No Brasil, existem cerca de 250 etnias indígenas. Grande parte desses povos vive na região da Amazônia. Entre eles, há povos que vivem isolados, isto é, que têm pouco ou nenhum contato com a população não indígena ou outros grupos. Contudo, também exis-tem indígenas que vivem em áreas urbanas.

Conheça alguns exemplos de comunidades indígenas.

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Há povos indígenas que vivem isolados na Amazônia. No Brasil, muitos deles são ameaçados por garimpeiros e madeireiros que exploram ilegalmente a região onde esses indígenas vivem.

No município de São Paulo, há indígenas da etnia Guarani Mbya morando na terra indígena

Tenondé Porã, uma área de pequena proporção, que fica a 20 quilômetros do centro da cidade.

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etnias: grupos de pessoas que com-partilham as mesmas origens, crenças, línguas e outros elementos culturais.

sapê: capim seco.

©Pulsar Imagens/Renato Soares

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©Shutterstock/Danny Smythe

A mandioca é um dos principais alimentos consumidos pela maioria dos grupos indígenas.

Os indígenas cultivam milho, feijão, amendoim, batata.

Os povos indígenas coletam alimentos da região onde vivem, como mel, coco babaçu (na imagem) e outros frutos.

Modo de vida indígena

A vida dos indígenas está diretamente relacionada à natureza. Dela, os in-dígenas retiram alimentos, que podem ser cultivados em roça (milho, feijão, amendoim, batata, por exemplo) ou obtidos por meio da coleta, da caça ou da pesca.

Os povos indígenas compartilham muitas semelhanças no modo de viver.

Uma das semelhanças é a forma como organizam as tarefas do dia a dia. As mulheres cuidam das crianças, da preparação dos alimentos, do plantio e da co-lheita na roça. Para isso, confeccionam os objetos usados nas atividades, como cerâmicas e cestos.

Os homens indígenas, por sua vez, preparam o terreno para a roça, além de pescar e caçar. Eles também produzem utensílios para usar nas atividades do dia a dia. Alguns exemplos são as canoas, as armadilhas, os arcos e as flechas.

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Mulher kaxinawá moendo grãos de milho em aldeia no Acre

Homem indígena pescando no Rio Xingu, Região Amazônica

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666 3º. ano – Volume 4

Objetos indígenas

Geralmente, os indígenas pro-duzem os objetos necessários para a própria sobrevivência e para a práti-ca de rituais. Essas peças são feitas de materiais encontrados nas florestas, como madeira, argila, fibras e palhas vegetais.

São pouco mais de 100 itens de que os indígenas precisam para viver.

Embora os indígenas tenham semelhanças no modo de viver e de pensar sobre o mundo, cada grupo tem identidade e culturas próprias, de acordo com a etnia. Desse modo, existem diferentes danças, comemo-rações e rituais.

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Pinturas corporais

Diversos indígenas pintam o rosto e o corpo quando há eventos na aldeia. As tintas são naturais, feitas de sementes ou de frutos. Por exemplo, a semente do jenipapo é usada para a produção de uma tintura de cor preta, e o urucum para a cor vermelha.

Observe estas imagens de pinturas de alguns povos.

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Indígena da etnia Tapirapé

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Indígena da etnia Bororo-Boe

Os cestos de palhas trançados formando desenhos geométricos fazem parte da cultura da etnia Guarani Mbyá. São usados para carregar sementes de milho e os pães feitos com esse produto.

Os Karajá confeccionam bonecas que retratam a visão de mundo e o modo de viver desses indígenas. Essas bonecas são usadas para transmitir histórias e valores às crianças da aldeia e também são consideradas um Patrimônio Cultural do Brasil.

Os indígenas Waujá são conhecidos pelas suas

cerâmicas e também pelas suas máscaras, que são

utilizadas em festas e rituais.

Indígenas da etnia Assurini

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77História

A cultura indígena no nosso cotidiano

No início deste capítulo, estuda-mos que usar redes, para dormir ou descansar, é um hábito que herdamos dos indígenas do passado.

Outros hábitos indígenas incorpo-rados no cotidiano brasileiro são, por exemplo, comer beiju de mandioca e tomar banho todos os dias.

©John Carter Brown Library, Brown University, Providence

ÍNDIOS Puris em sua cabana. In: WIED-NEUWIED, Maximilian de. Travels to Brazil: in the years 1815, 1816, 1817. London: Henry Colburn, 1820.Vocabulário indígena

Você já percebeu que o nome de muitas cidades tem origem indígena?

Curitiba, Itajaí, Itapoã e Igarassu são alguns exemplos. Embora a língua por-tuguesa seja a nossa língua oficial, a língua tupi foi falada por muito tempo pelos habitantes do Brasil no passado. Muitas palavras que conhecemos são de ori-gem tupi. Conheça algumas delas nesta ilustração:

Dormir em redes é um hábito indígena muito antigo. Essa imagem retrata uma família de indígenas Puris.

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Como os primeiros povos indígenas que os europeus encontraram ao che-garem ao litoral brasileiro falavam tupi, esses europeus aprenderam a língua e incorporaram muitas palavras ao idioma português. Somente mais tarde, os portugueses conheceram povos indígenas que falavam outras línguas.

Atualmente, há mais de 150 línguas indígenas conhecidas no Brasil.

8 3º. ano – Volume 4

1 Existe algum grupo indígena na cidade onde você mora? Se houver, qual é o nome desse grupo e quais são as características dele?

2 Pesquise os povos indígenas que vivem no estado onde você mora. Com os colegas, crie um mural com informações sobre o modo de vida, a língua, o tipo de moradias, etc., desses povos.

3 Na sua cidade, há localidades, como bairros, ruas, parques, praças ou outros espaços, que tenham nomes de origem indígena? Se houver, registre esses nomes e pesquise o significado deles.

4 Um dos alimentos mais consumidos pelos povos indígenas brasileiros é a mandioca, que é ingrediente de muitas receitas, do-ces e salgadas.

Na sua família, existe alguma refeição que seja preparada com mandioca? Registre a receita no caderno.

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Recorte as cartas do material de apoio. Com seus colegas, brinque com o jogo da memória de palavras indígenas que fazem parte do nosso vocabulário.

©Shutterstock/COLOA Studio

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99História

Terras indígenas

A maioria dos grupos indígenas vive em terras indígenas.

Essas terras são fundamentais para a sobrevivência e pre-servação da língua, dos costumes e das tradições indígenas.

No entanto, apesar de existirem leis para proteger as terras e o modo de vi-ver dos indígenas, os direitos desses grupos são constantemente ameaçados. Exis-tem garimpeiros, donos de madeireiras e fazendeiros que invadem os territórios e desmatam terras indígenas para explorar minérios, madeira ou ainda utilizá-las na agricultura e pecuária.

A construção de hidrelétricas e de outros empreendimentos nessas regiões tam-bém causa problemas ambientais que impactam no modo de vida dos indígenas.

Na atualidade, muitos grupos indígenas lutam pela demarcação das terras onde vivem.

©Agência Brasil/Marcelo Camargo

Indígenas Munduruku fazem manifestação pela demarcação da

terra indígena Sawre Muybu, no Pará

demarcação: definição de limites, de fronteiras.

Extração ilegal de madeira na terra indígena dos Ashaninka, no Acre

1111000 3º. ano – Volume 4

Heranças dos portugueses Os portugueses chegaram ao Brasil em 1500 e, desde então, influenciaram

o modo de viver da população brasileira.

Leia os textos, que apresentam algumas heranças portuguesas.

Língua portuguesa

Nós, brasileiros, somos falantes de português por causa dos portugue-ses, que chegaram às terras brasilei-ras há mais de 500 anos.

MEIRELLES, Victor. A primeira missa no Brasil. 1860. 1 óleo sobre tela, 268 cm × 356 cm. Museu Na-cional de Belas Artes, Rio de Janeiro.

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Santuário do Bom Jesus dos Matosinhos, em Congonhas,

Minas Gerais

Religião católica

Os portugueses trouxeram a religião católica para o território brasileiro e, por isso, muitas das primeiras cidades receberam nomes religiosos, como Salva-dor, São Paulo e São Luís.

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Arquitetura

Os portugueses influenciaram a arquitetura. Muitas construções feitas pelos portugueses tiveram suas fachadas decoradas com azulejos.

Casas de arquitetura portuguesa na cidade de Paraty, Rio de Janeiro

Fachada de casa antiga decorada com azulejos portugueses em São Luís, no Maranhão

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Páginas de dicionário de Língua Portuguesa

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11111História

Nesta história, uma criança conversa com o avô português, que veio morar no Brasil. Leia o texto com os colegas.

FILHO, Manuel. Meu avô português. São Paulo: Panda Books, 2010. p. 28.

Com base no texto, responda às questões.

1 Como são as festas juninas comemoradas na sua cidade?

2 Quais são as diferenças e semelhanças entre a Festa Junina da sua cidade e a que foi descrita no texto pelo avô português?

3 As festas juninas brasileiras foram influenciadas pelos portugueses.

Pesquise outra festa comemorada no Brasil que tenha influência portugue-sa e escreva, no caderno, algumas características desse evento.

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– O senhor gostava de festa junina?

– Assim como sua avó das novelas. Eu abria a padaria e fazia alguns doces especiais, para agradar o povo daqui: pé de moleque, paçoca, arroz-doce, canjica. Eu gostava da festa junina porque lembrava minha infância.

– E tem festa junina em Portugal? – perguntei.

– Tem festa parecida – respondeu ele – Barraquinhas na rua, desfiles, procissões... A comida que eu mais gosta-va era a sardinha com pão.

1111222 3º. ano – Volume 4

Heranças dos africanos

Os povos africanos também contribuíram muito para a formação da socie-dade e da cultura brasileiras.

No passado, africanos foram trazidos à força para o Brasil, na condição de escravizados, pelos portu-gueses. Esses africanos faziam parte de povos distin-tos, que viviam de diferentes formas por toda a África.

Vida dos africanos no passado

Por mais de 350 anos, os africanos trazidos ao Brasil foram a principal força de trabalho nas plantações de cana-de-açúcar, na produção de açúcar e nas minas de ouro. Eles também trabalharam nas fazendas de café e nas cidades.

Muitos africanos e seus descendentes trabalharam como escravizados até 1888, quando a escravidão foi abolida no Brasil e essas pessoas se tornaram livres.

escravizados: pessoas sem liberdade, que realizam trabalhos impostos por outros indivíduos que têm poderes sobre elas.

Plantações de cana-de-açúcar

Os africanos eram forçados a derrubar matas, preparar roça-dos, plantar e colher a cana-de-açúcar, produzir açúcar nos en-genhos e ainda transportar mercadorias.

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DEBRET, Jean-Baptiste. Engenho manual que faz caldo de cana. 1822. 1 aquarela sobre papel, 17,6 cm × 24,5 cm. Mu-seus Castro Maya, Rio de Janeiro.

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RUGENDAS, Johann Moritz. Lavagem do minério de ouro, proximidades da montanha de Itacolomi. 1 litogravura, co-lor., 30,5 cm × 26,2 cm. Coleção Banco Itaú, São Paulo.

Minas de ouro

Nas minas, os africanos enfrentavam difíceis condições para extrair ouro, pois havia perigo de desmoronamento de terra. Por causa da umidade, frequente-mente ficavam doentes.

DEBRET, Jean-Baptiste. Escravizados carregando café até a cidade. 1826. 1 aquarela sobre papel, color. 15,9 cm × 22 cm. Museus Castro Maya, Rio de Janeiro.

Nas fazendas de café

Nas plantações de café, os africa-nos preparavam o solo, plantavam, colhiam e transportavam o café.

DEBRET, Jean-Baptiste. Barbeiros ambulantes. 1826. 1 aquarela sobre papel, color., 18,7 cm × 23 cm. Mu-seus Castro Maya, Rio de Janeiro.

Nas cidades

Nas cidades, os escravizados abriam ruas, faziam calçadas, construíam igre-jas, casas e palacetes. Também traba-lhavam como barbeiros, vendedores, ferreiros, oleiros e outros.

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111144 3º. ano – Volume 4

Festa de Nossa Senhora do Livramento na comunidade quilombola Kalunga do Vão do Moleque, na cidade de Cavalcante, em Goiás

CQThisEF34_F032: Imagem de crianças quilombolas na escola aprendendo manifestações culturais dos seus antepassados. .

©Pulsar Imagens/Ricardo Teles

Resistência à escravidão

Os africanos e seus descendentes não aceitavam pacificamente o trabalho forçado e os maus-tratos a que eram submetidos.

Como formas de lutar e resistir à escravidão, incendiavam as senzalas onde dormiam e fugiam para os quilombos, que eram esconderijos onde viviam os escravizados não capturados. Além dos africanos, nos quilombos podiam viver indígenas e pessoas livres.

Palmares, em Alagoas, foi o maior e mais conhecido quilombo, durando cerca de 100 anos. Zumbi, último líder da resistência negra nesse quilombo, foi morto em 1695, no dia 20 de novembro. Em homenagem a Zumbi, a data foi adotada no país como o Dia da Consciência Negra.

No Brasil, existem muitos locais remanescentes de quilombos. As pes-soas que vivem nessas comunidades, denominadas quilombolas, mantêm diversas tradições de seus antepassados. Contudo, preci-sam lutar pela posse das terras onde vivem e para mante-rem sua cultura.

remanescentes: que restaram, restantes.

11155História

Os africanos no cotidiano do Brasil

Os africanos de diversos grupos étnicos trouxe-ram sua cultura, sua língua, sua religião e seu modo de viver ao Brasil. Nestas terras, manifestavam-se por meio de danças, cantos, alimentação, palavras, gestuais, influenciando a cultura brasileira até a atualidade.

Religiosidade

Cada povo africano tinha crenças e deuses pró-prios, de acordo com a cultura de origem. Contudo, os africanos eram impedidos de praticar suas reli-giões. Para contornar essa proibição, eles identifica-ram seus deuses com o nome de santos do catoli-cismo. Assim, por exemplo, Oxalá, deus da criação, passou a ser chamado de Nosso Senhor do Bonfim.

Realizavam rituais religiosos, como a congada e a lavagem da escadaria da Igreja do Bonfim, even-tos que ocorrem até os dias atuais.

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Na culinária, a influência africana pode ser observada no preparo de pratos

como acarajé, vatapá e xinxim de galinha e ainda no uso de pimentas e do azeite de dendê. Essas receitas

foram trazidas da África e são muitos populares na Bahia.

A lavagem da escadaria da Igreja do Bonfim na Bahia é o maior evento popular que ocorre antes do carnaval e se originou nos tempos da escravidão. Essa festa reúne elementos culturais dos portugueses e dos africanos.

A congada é um tipo de bailado acompanhado de canto, música e instrumentos musicais, que acontece no mês de outubro em homenagem a Nossa Senhora do Rosário. Nessa celebração, os africanos coroam um rei e uma rainha, como acontecia em Angola e no Congo.

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111166 3º. ano – Volume 4

Músicas e danças

Além da religião, as danças e a música também eram formas de os escravi-zados africanos manterem suas tradições.

Nos momentos de descanso, dançavam o lundu, o jongo, o batuque. Tam-bém jogavam capoeira, uma mistura de dança e luta que foi criada pelos es-cravizados. Por muito tempo, a capoeira foi proibida no Brasil e se tornou um símbolo de resistência.

Nesta representação, observe uma roda de capoeira e alguns instrumentos de origem africana usados pelos capoeiristas.

Você já jogou capoeira? Que tal pesquisar e aprender alguns movimentos dessa arte?

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Simone Matias. 2018. Acrílica sobre papel cartão.

11177História

1 Atualmente, na língua portuguesa, usamos muitas palavras de origem africa-na. Relacione as palavras com o significado delas.

a) caçula

b) cafuné

c) bagunça

d) banguela

e) moleque

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culinária – música – vocabulário – religião

Usem imagens, escrevam informações sobre os assuntos pesquisados e montem um painel.

O hábito de dormir em rede e consumir alimentos preparados à base de mandioca são heranças indígenas. Além disso, diversos lugares, como bair-ros, cidades, rios e parques, receberam nomes de origem indígena.

A língua portuguesa e a religião católica foram trazidas ao Brasil pelos por-tugueses. Esse povo também influenciou a arquitetura e algumas festas tradicionais do país.

A música, a religião, a culinária e o vocabulário da população brasileira re-ceberam muitas influências dos povos africanos.

( ) Carinho na cabeça.

( ) Menino, garoto.

( ) O filho mais novo da família.

( ) Pessoa que perdeu um dente.

( ) Ambiente desarrumado.

2 Com ajuda do professor, formem quatro grupos e montem um painel sobre a herança africana na cultura brasileira. Cada equipe deve pesquisar infor-mações sobre a influência africana no Brasil conforme indicado:

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Heranças dos imigrantes

Leia esta imagem.

Converse com o professor e os colegas sobre essa obra.

a) Que cena foi retratada?

b) Observe os personagens retratados. Quais deles mais chamaram sua atenção? Por quê?

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TOMMASI, Angelo. Os emigrantes. 1896. 1 óleo sobre tela, color, 266 cm × 433 cm. Galeria Nacional de Arte Moderna, Roma.

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Os imigrantes

Além de indígenas, portugueses e africa-nos, a população brasileira foi composta de povos vindos de diversas partes do mundo. Alemães, espanhóis, italianos, poloneses, ucra-nianos, sírios, libaneses, japoneses e tantos ou-tros se estabeleceram no Brasil em diferentes momentos da nossa história.

Esses grupos são chamados de imigrantes, pois são compostos de pessoas que passam a morar em um país diferente daquele onde nasceram.

A maior parte desses povos veio para o Brasil, a partir de 1870, em busca de melhores condições de vida.

Inicialmente, as primeiras famílias foram para a Região Sul do país, onde formaram colônias. Com a abolição da es-cravidão, em 1888, o número de imigrantes aumentou. A maioria deles foi trabalhar nas fazendas de café, substituin-do o trabalho dos escravizados.

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colônias: locais onde gru-pos vindos de outro lugar fixam moradia.

IMIGRANTES japoneses à espera de alojamento na Hospedaria do Imigrante, São Paulo. 1930. 1 fotografia, p&b. Museu Histórico da Imigração Japonesa, São Paulo.

Chegada de imigrantes japoneses a São Paulo em 1930

GAENSLY, Guilherme. Colheita de café em Araraquara. [1902]. 1 fotografia, p&b, 22 cm × 28 cm. Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro.

Imigrantes italianos na colheita de café por volta de 1900

PASSAPORTE alemão. 1923. 1 fotografia, p&b. Arquivo Público do Estado de São Paulo, São Paulo.

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Leia este texto a respeito dos imigrantes que vieram morar no Brasil.

Você já ouviu alguém falar que é descendente de algum povo? Os pais do meu pai nasceram na Síria, um país que fica na Ásia, a muitos quilômetros de distância da-qui. Há mais de noventa anos, eles embarcaram em um navio e demoraram trinta dias para chegar. Meus avós maternos nasceram aqui no Brasil. Minha bisavó veio de Portugal, e meu bisavô, do Líbano. No Brasil, essas misturas de nacionalidades são muito comuns devido ao grande número de imigrantes.

[...]

Em pouco tempo, essas famílias foram se misturando com brasileiros e com outros imigrantes do mundo in-teiro. Era um tal de casamento de português com índio, italiano com árabe, espanhol com japonês, armênio com

alemão... E assim nasciam brasileiros com origens bem diversas.

ZAKZUK, Maísa. A árvore da família. São Paulo: Panda Books, 2007. p. 9.

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21História

De acordo com o texto e com a história de sua família, responda a es-tas questões:

1 É possível afirmar que existe uma grande diversidade étnica e cultural no Brasil? Por quê?

2 Marque com X as alternativas corretas.

a) De que país vieram os avós paternos da autora do texto?

b) De que países vieram os bisavós maternos da autora do texto?

Síria e Líbano.

Portugal e Líbano.

Síria e Portugal.

3 Marque com X o nome dos povos imigrantes citados no texto.

1

2

3

sírio

libanês

português

estadunidense

italiano

espanhol

japonês

francês

árabe

armênio

alemão

4 Em casa e com a ajuda de familiares, pesquise qual é a origem de sua família e registre a seguir.

4

222222 3º. ano – Volume 4

Cada povo, uma história Conheça um pouco da história de alguns povos imigrantes que vieram para

o Brasil.

Alemães

Italianos

Os primeiros imigrantes alemães che-garam ao Brasil em 1824 e se estabelece-ram no Rio Grande do Sul, onde fundaram cidades como São Leopoldo. Alguns deles

também se instalaram no Espírito Santo, no Paraná e em Santa Catarina (onde fundaram as cidades Blume-

nau e Joinville). Na agricultura brasileira, esses imigrantes introduziram o cultivo de trigo e a criação de suínos.

Família de imigrantes alemães, em Blumenau, em 1893

Os primeiros grupos de italianos que chegaram ao Brasil se deslocaram para o Rio Grande do Sul, onde fundaram a cidade de Caxias do Sul. Eles se destacaram no cul-tivo de uva e na produção de vinho. As novas

levas de imigrantes italianos foram trabalhar em fazendas de café no estado de São Paulo. Mais tarde, muitos desses imigrantes foram trabalhar nas fábricas da capital do estado.

Família de imigrantes italianos,

em Promissão, São

Paulo, em 1911

Poloneses e ucranianosGrandes levas de imigrantes poloneses

e ucranianos vieram ao Brasil por causa das guerras em seus territórios de origem. A maioria deles se fixaram principalmente no

Rio Grande do Sul e no Paraná, onde se tornaram peque-nos agricultores.

Família de imigrantes poloneses por volta de 1900

FAMÍLIA Hering. 1893. 1 fotografia, p&b. Museu Hering, Blumenau.

FAMÍLIA de imigrantes italianos da co-lônia Jorge Tibiriçá. 1911. 1 fotografia, p&b, 12 cm × 15 cm. Museu da Imigra-ção do Estado de São Paulo, São Paulo.

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222233História

Espanhóis

Os imigrantes espanhóis começaram a vir para o Brasil a partir de 1872 e se concentraram no estado de São Paulo. Trabalharam nas fazendas de café, mas, nas cidades, eram sapateiros, mecânicos e carpinteiros.

Família de imigrantes espanhóis

Sírios e libanesesOs primeiros sírios e libaneses che-

garam ao Brasil depois dos anos de 1870. Logo que chegaram, esses imigran-tes se dedicaram ao comércio ambulante de tecidos, peças de armarinho, bijuterias e outras miudezas.

Família de imigrantes libaneses

JaponesesEm 1908, chegou ao Brasil o primeiro na-

vio de imigrantes japoneses, o Kasato Maru. As famílias que vinham do Japão se deslo-

caram para as fazendas do interior do estado de São Paulo. Esses trabalhadores introduzi-ram novos tipos de cultivo no Brasil, como o de soja.

Os japoneses enfrentaram dificuldades para se adaptar ao país por causa das grandes diferenças culturais entre a população japo-nesa e a brasileira.

Família de imigrantes japoneses

FAMÍLIA de imigrantes árabes. [1900]. 1 fotografia, p&b. Arquivo Público do Estado de São Paulo, São Paulo.

FAMÍLIA de imigrantes japoneses. 1 fotografia, p&b, 18 cm × 24 cm. [S.l.].

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222244 3º. ano – Volume 43º. ano – Volume 4

Muitos imigrantes se correspondiam com as famílias que haviam ficado na terra natal por meio de cartas.

Leia algumas das orientações da carta que o imigrante italiano Paulo Rossa-to enviou aos seus familiares que viriam, mais tarde, morar no Rio Grande do Sul.

Tragam ferramentas para a colônia: dois podões grandes, de cabo de ferro, qua-tro machados [...] e as facas de ponta. Tragam videiras de uvas negrara, xebido [...] e todas as que quiserem. [...] Para a família tragam os seguintes objetos: todo o ma-terial de cozinha, o caldeirão de lavar roupa, o panelão [...] onde se fazia a polenta, a máquina de fazer macarrão, os lampiões. Se for possível, tragam também [...] todos os copos, garrafas, ti-gelas e pratos. [...] Você, pai, traga todos os instrumentos de car-pintaria e, se puder, compre também um rote de fazer tábuas.

podões: foices, de tamanho pequeno, usada para retirar ervas daninhas.rote: máquina de cortar madeira.

Com base no texto, marque as alternativas corretas.

1 O imigrante italiano Paulo Rossato vivia:

em uma fazenda de café.

em uma colônia onde se cultivavam uvas.

2 O que não faz parte dos objetos solicitados pelo imigrante?

1

2

ROSSATO, Paulo. Carta de Paulo Rossato à sua família na Itália. In: BOULOS JÚNIOR, Alfredo. Imigrantes no Brasil: (1870-1920). São Paulo: FTD, 2000. p. 10.

Machado.

Máquina de moer café.

Caldeirão para lavar roupa.

Máquina de fazer macarrão.

222255História

Cada povo, uma culturaCom a vinda de um grande número de pessoas de diferentes lugares, a

cultura brasileira foi se modificando. Afinal, havia uma troca de ideias e de costu-mes com os vários povos que se estabeleceram no país. Isso ocorreu porque os imigrantes procuraram manter o modo de vida deles nos locais que passaram a habitar. Assim, os brasileiros entraram em contato com outras formas de prepa-rar alimentos, construir e festejar, por exemplo.

Arquitetura

Uma marca da presença de diferentes imigrantes no Brasil está registrada na construção de casas. Construções feitas por outros povos existem em várias cidades do país ainda na atualidade. Observe:

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Os alemães utilizam até os dias atuais a técnica do enxaimel na construção de suas casas. Essa está localizada em Pomerode, em Santa Catarina.

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No Rio Grande do Sul, muitos imigrantes italianos utilizavam pedras e madeira na construção de suas casas.

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Normalmente, nas casas dos imigrantes poloneses havia varanda. Essas construções também eram decoradas com lambrequins como os dessa casa em São Mateus do Sul, no Paraná.

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As casas dos imigrantes japoneses, geralmente, eram construídas mantendo alguns traços da arquitetura oriental. Essa localizava-se no interior de São Paulo.

lambrequins: enfeites feitos de madeira utilizados na beira de telhados das casas.

Muitos imigrantes eram engenheiros, arquitetos, carpinteiros, pedreiros e pin-tores em seus países de origem. Por isso, quando chegaram ao Brasil, aplicaram seus conhecimentos técnicos na construção de casas, igrejas e palacetes.

2222666 3º. ano – Volume 4

Como são as casas mais antigas da cidade onde você mora? Desenhe alguns exemplos.

Culinária

Na culinária, podemos verificar a contribuição cultural dos vários grupos de imigrantes em alguns pratos, como pizza, macarrão, quibe, sushi, etc.

Nas grandes cidades, com certa facilidade, encontramos estabelecimentos de comida alemã, italiana, polonesa, japonesa e libanesa, por exemplo. Dessa forma, é possível conhecer e saborear pratos típicos de vários povos.

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018.

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ital.

222277História

1 Desembaralhe as letras e descubra o nome de pratos típicos de alguns povos imigrantes.

a) P E L N T O A

b) Q B U I E

c) S I A C H L S A

d) S S H U I

2 Agora que você descobriu o nome desses pratos típicos, relacione os ali-mentos ao povo de origem. Para isso, escreva a letra correspondente a cada prato conforme sua resposta na atividade anterior.

Alemão

Italiano

Japonês

Sírio e libanês

3 Pesquise alimentos tradicionais de pessoas de outros países que vieram morar em sua cidade. Desenhe esses alimentos e escreva o nome deles.

1

2

3

©Gazeta do Povo/Aniele Nascimento

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Festas tradicionais

Com o objetivo de preservar a cultura e manter tradições do lugar de ori-gem, muitos imigrantes realizam festas. Conheça algumas delas.

Festa da uva

No Sul e no Sudeste do Brasil, é comum muitas cidades celebrarem a pro-dução de algum alimento cultivado. Isso ocorre principalmente entre imigrantes italianos, que comemoram a colheita da uva.

Essa fruta é muito utilizada no preparo de doces, geleias, sucos e vinhos, sendo o grande destaque da Festa da Uva de Caxias do Sul, comemorada desde 1931.

Nessa festa, que ocorre a cada dois anos, há desfiles, shows musicais, amassa-mento de uvas com os pés, degustação de vinhos e comidas típicas italianas, entre ou-tras atrações.

Festival da Primavera (Haru Matsuri)

No Japão, a chegada da primavera é celebrada com festa, pois é o período em que o frio dá lugar às flores. Aqui no Brasil, comunidades japonesas come-moram essa época do ano com danças típicas e culinária oriental.

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Participantes da Festa da Uva em Caxias do Sul amassam uvas com os pés, técnica tradicional dos imigrantes do passado para produzir vinho.

222299História

Festa alemã

Existem festas de tradição alemã em várias partes do país, porém a mais conhecida acontece em Blumenau, no estado de Santa Catarina.

Essa festa foi inspirada no festival que ocorre em outubro na cidade de Muni-que, Alemanha, há mais de 200 anos. Na festa de Blumenau, ocorrem desfiles de grupos folclóricos, danças tradicionais alemãs e preparo de gastronomia típica.

Desenhe alguma festa de sua cidade que celebra um alimento bastante cultivado na região ou que faça parte da tradição local.

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Os desfiles fazem parte das festas alemãs no Brasil, como o de Blumenau.

folclóricos: tradições e manifestações populares.gastronomia: arte de cozinhar.

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3333000 3º. ano – Volume 4

Quando os imigrantes chegavam ao Brasil, eles ficavam em hospedarias até saber onde iriam morar. A maior delas foi a Hospedaria de Imigrantes, em São Paulo, criada em 1886. Ini-cialmente recebia apenas imigrantes, mas, em 1930, pas-sou a receber

migrantes, isto é, pessoas de outros estado Brasil que iam à cidade de São Paulo para morar. Atualmente, o pré-dio da antiga hospedaria é o Museu da Imigração, reunindo documentos, fotos e muita história dos imigrantes.

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IMIGRANTES japoneses chegando à Hospedaria de Imigrantes, São Paulo. 1908.

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A partir de 1870, diferentes grupos de imigrantes chegaram ao Brasil. Essas pessoas buscavam terras para plantio, moradias e trabalho para seu sustento pessoal e da família.

Entre os povos imigrantes que vieram ao Brasil no passado estão alemães, italianos, poloneses, ucranianos, espanhóis, portugueses, sírio, libaneses e japoneses.

Muitos imigrantes vieram ao Sul do país e fundaram colônias, onde se de-dicaram à agricultura.

A maioria dos imigrantes trabalharam em fazendas de café. Mais tarde, fo-ram às cidades para trabalhar nas fábricas e no comércio.

Os imigrantes trouxeram com eles diversos conhecimentos que enriquece-ram a cultura brasileira, como a arquitetura, a culinária, a agricultura, entre outros aspectos da sociedade.

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Página 8 – Jogo da memória tupi-guarani

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