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  • Tcnico Judicirio rea Administrativa

    Portugus

    Prof. Pablo Jamilk

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    Portugus

    Professor Pablo Jamilk

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    Contedo

    PORTUGUS: Compreenso e interpretao de textos de gneros variados. Reconhecimento de tipos e gneros textuais.

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    Portugus

    INTERPRETAO DE TEXTOS

    Sempre que eu converso com algum concurseiro a respeito de Lngua Portuguesa, surgem al-guns comentrios comuns, do tipo: eu at gosto de Portugus, mas vou muito mal em inter-pretao de textos. Isso algo totalmente normal, principalmente porque costumamos fazer algo terrvel chamado de leitura dinmica, o que poderia ser traduzido da seguinte maneira: procedimento em que voc olha as palavras, at as l, mas no entende o significado do que est l escrito. Isso quer dizer, voc no associa significados.

    O fluxo de leitura deve ser tal que permita ao indivduo perceber o que os agrupamentos de pa-lavras esto informando. Na verdade, que sentido elas carregam, pois a inteleco ser dada ao final da leitura. Digo isso porque toda leitura o resultado de informaes que esto no texto mais informaes que o leitor j possui a respeito de determinado assunto.

    Para interpretar um texto, o indivduo precisa de muita ateno e de muito treino. Afinal, voc no pode esperar que v ter o domnio de todos os assuntos sem sequer ter praticado um pou-co. Interpretar pode ser comparado com disparar uma arma: apenas temos chance de acertar o alvo se treinarmos muito e soubermos combinar todos os elementos externos ao disparo: velocidade do ar, direo, distncia etc.

    Quando o assunto texto, o primordial estabelecer uma relao contextual com aquilo que estamos lendo. Montar o contexto significa associar o que est escrito no texto base com o que est disposto nas questes. Lembre-se de que h uma questo montada com a inteno de testar voc, ou seja, deve ficar atento para todas as palavras e para todas as possibilidades de mudana de sentido que possa haver nas questes.

    preciso, para entender as questes de interpretao de qualquer banca, buscar o raciocnio que o elaborador da questo emprega na redao da questo. Usualmente, objetiva-se a de-preenso dos sentidos do texto. Para tanto, destaque os itens fundamentais (as ideias princi-pais contidas nos pargrafos) para poder refletir sobre tais itens dentro das questes.

    H duas disciplinas que tratam particularmente daquilo que compreendemos como interpre-tao de texto. Falo de Semntica e de Pragmtica. A primeira se dirige principalmente a uma anlise a respeito do significado das palavras, portanto, mais literal. J a segunda se dirige a uma anlise de um contexto comunicativo que busca perceber as intenes comunicativas em algum tipo de enunciado.

    Ento, a depender da banca, pode haver mais questes que envolvam a Pragmtica. Mesmo assim, convm atentar para o significado particular das palavras.

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    Questo de interpretao?

    Como voc sabe que uma questo de interpretao uma questo de interpretao? uma mera intuio que surge na hora da prova ou existe uma pista a ser seguida para a identifica-o da natureza da questo?

    Respondendo a essa pergunta, digo que h pistas que identificam a questo como pertencente ao rol de questes para interpretao. Os indcios mais precisos que costumam aparecer nas questes so:

    Reconhecimento da inteno do autor;

    Ponto de vista defendido;

    Argumentao do autor;

    Sentido da sentena.

    Apesar disso, no so apenas esses os indcios de que uma questo de intepretao. De-pendendo da banca, podemos ter a natureza interpretativa distinta, principalmente porque o critrio de intepretao mais subjetivo que objetivo. Algumas bancas podem restringir o en-tendimento do texto; outras podem extrapol-lo.

    Tipos de texto o texto e suas partes;

    Um texto um todo. Um todo constitudo de diversas partes. A interpretao , sobremanei-ra, uma tentativa de reconhecer as intenes de quem comunica recompondo as partes para uma viso global do todo.

    Para podermos interpretar, necessrio termos o conhecimento prvio a respeito dos tipos de texto que, fortuitamente, podemos encontrar em um concurso. Vejamos quais so as distin-es fundamentais com relao aos tipos de texto.

    Vejamos um exemplo:

    Ao longo do sculo XVII, a Holanda foi um dos dois motores de um fenmeno que transforma-ria para sempre a natureza das relaes internacionais: a primeira onda da chamada globaliza-o. O outro motor daquela era de florescimento extraordinrio das trocas comerciais e cultu-rais era um imprio do outro lado do planeta a China. S na dcada de 1650, 40 000 homens partiram dos portos holandeses rumo ao Oriente, em busca dos produtos cobiados que se fabricavam por l. Mas a derrota em uma guerra contra a Frana encerrou os dias da Holanda como fora dominante no comrcio mundial.

    Se o sculo XVI havia sido marcado pelas grandes descobertas, o seguinte testemunhou a con-sequncia maior delas: o estabelecimento de um poderoso cinturo de comrcio que ia da Europa sia. "O sonho de chegar China o fio imaginrio que percorre a histria da luta da Europa para fugir do isolamento", diz o escritor canadense Timothy Brook, no livro O chapu de Vermeer.

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    Isso determinou mudanas de comportamento e de valores: "Mais gente aprendia novas ln-guas e se ajustava a costumes desconhecidos". O estmulo a esse movimento era o desejo irre-primvel dos ocidentais de consumir as riquezas produzidas no Oriente. A princpio refratrios ao comrcio com o exterior, os governantes chineses acabaram rendendo-se evidncia de que o comrcio significava a injeo de riqueza na economia local (em especial sob a forma de toneladas de prata).

    Sob vrios aspectos, a China e a Holanda do sculo XVII eram a traduo de um mesmo esprito de liberdade comercial. Mas deveu-se s Holanda a inveno da pioneira engrenagem eco-nmica transnacional. A Companhia das ndias Orientais a primeira grande companhia de aes do mundo, criada em 1602 foi a me das multinacionais contemporneas. Benefician-do-se dos baixos impostos e da flexibilidade administrativa, ela tornou-se a grande potncia empresarial do sculo XVII.

    (Adaptado de: Marcelo Marthe. Veja, p. 136-137, 29 ago. 2012)

    De acordo com o texto,

    a) durante os sculos XVI e XVII, os produtos orientais, especialmente aqueles que eram ne-gociados na China, constituram a base do comrcio europeu, em que se destacou a Holan-da.

    b) a eficincia administrativa de uma empresa comercial criada na Holanda, durante o s-culo XVII, favoreceu o surgimento desse pas como um dos polos iniciais do fenmeno da globalizao.

    c) a atrao por produtos exticos, de origem oriental, determinou a criao de empresas transnacionais que, durante os sculos XVI e XVII, dominaram o comrcio entre Europa e sia.

    d) a China, beneficiada pelo comrcio desde o sculo XVI, rivalizou com a Holanda no predo-mnio comercial, em razo da grande procura por seus produtos, bastante cobiados na Europa.

    e) apesar do intenso fluxo de comrcio com o Oriente no sculo XVII, as mudanas de valores por influncia de costumes diferentes aceleraram o declnio da superioridade comercial holandesa.

    Resposta: B

    Comentrio: preciso verificar que a chave para a interpretao dessa questo repousa na identificao da representao do sculo descrito no texto e a retomada por sinonmia que a o texto da questo apresenta.

    Itens lexicais de ancoragem:

    1602 Sculo XVII.

    Mas deveu-se s Holanda a inveno da pioneira engrenagem econmica transnacional. A Companhia das ndias Orientais a primeira grande companhia de aes do mundo, cria-da em 1602 foi a me das multinacionais contemporneas.

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    O texto dissertativo

    Nas acepes mais comuns do dicionrio, o verbo dissertar significa discorrer ou opinar so-bre algum tema. O texto dissertativo apresenta uma ideia bsica que comea a ser desdobrada em subitens ou termos menores. Cabe ressaltar que no existe apenas um tipo de dissertao, h mais de uma maneira de o autor escrever um texto dessa natureza.

    Conceituar, polemizar, questionar a lgica de algum tema, explicar ou mesmo comentar uma notcia so estratgias dissertativas. Vou dividir esse tipo de texto em dois tipos essencialmente diferentes: o dissertativo-expositivo e o dissertativo-argumentativo.

    Padro dissertativo-expositivo

    A caracterstica fundamental do padro expositivo da dissertao utilizar a estrutura da prosa no para convencer algum de alguma coisa, e sim para apresentar uma ideia, apresentar um conceito. O princpio do texto expositivo no a persuaso, a informao e, justamente por tal fato, ficou conhecido como informativo. Para garantir uma boa interpretao desse padro textual, importante buscar a ideia principal (que deve estar presente na introduo do texto) e, depois, entender quais sero os aspectos que faro o texto progredir.

    Onde posso encontrar esse tipo de texto: jornais revistas, sites sobre o mundo de econo-mia e finanas. Diz-se que esse tipo de texto focaliza a funo referencial da linguagem.

    Como costuma ser o tipo de questo relacionada ao texto dissertativo-expositivo? Geral-mente, os elaboradores questionam sobre as informaes veiculadas pelo texto. A tendn-cia que o elaborador inverta as informaes contidas no texto.

    Como resolver mais facilmente? Toda frase que mencionar o conceito ou a quantidade de alguma coisa deve ser destacada para facilitar a consulta.

    TEXTO 1

    O dia 12 de junho reservado ao combate ao Trabalho Infantil. A data, designada pela Orga-nizao Internacional do Trabalho (OIT), em 2002, e endossada pela legislao nacional, Lei n. 11.542, em 2007, visa chamar a ateno das diferentes sociedades para a existncia do tra-balho infantil, sensibilizando todos os povos para a necessidade do cumprimento das normas internacionais sobre o tema, em especial as Convenes da OIT 188, de 1973, e 182, de 1999, que tratam, respectivamente, da idade mnima para o trabalho e as piores formas de trabalho infantil.

    (Trabalho infantil, Marcelo Ucha)

    O texto 1 j permite sua insero entre os textos de tipo:

    a) narrativo;b) descritivo;c) dissertativo expositivo;d) dissertativo argumentativo;e) injuntivo.

    Resposta: C

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    Crescimento da populao desafio do sculo, diz consultor da ONU

    O crescimento populacional o desafio do sculo e no est sendo tratado de forma ade-quada na Rio+20, segundo o consultor do Fundo de Populao das Naes Unidas, Michael Herrmann.

    O desafio do sculo promover bem-estar para uma populao grande e em crescimento, ao mesmo tempo em que se assegura o uso sustentvel dos recursos naturais [...] As questes relacionadas populao esto sendo tratadas de forma adequada nas negociaes atuais? Eu acho que no. O assunto muito sensvel e muitos preferem evit-lo. Mas ns estaremos enganando a ns mesmos se acharmos que possvel falar de desenvolvimento sustentvel sem falar sobre quantas pessoas seremos no planeta, onde estaremos vivendo e que estilo de vida teremos, afirmou.

    No fim do ano passado, a populao mundial atingiu a marca de sete bilhes de pessoas. As projees indicam que, em 2050, sero 9 bilhes. O crescimento mais intenso nos pases po-bres, mas Herrmann defende que os esforos para o enfrentamento do problema precisam ser globais.

    Se todos quiserem ter os padres de vida do cidado americano mdio, precisaremos ter cin-co planetas para dar conta. Isso no possvel. Mas tambm no aceitvel falar para os pases em desenvolvimento desculpa, vocs no podem ser ricos, ns no temos recursos suficientes. um desafio global, que exige solues globais e assistncia ao desenvolvimento, afirmou.

    O consultor disse ainda que o Fundo de Populao da ONU contrrio a polticas de contro-le compulsrio do crescimento da populao. Segundo ele, as polticas mais adequadas so aquelas que permitem s mulheres fazerem escolhas sobre o nmero de filhos que querem e o momento certo para engravidar. Para isso, diz, necessrio ampliar o acesso educao e aos servios de sade reprodutiva e planejamento familiar. [...]

    MENCHEN, Denise. Crescimento da populao desafi o do sculo, diz consultor da ONU. Folha de So Paulo. So Paulo, 11 jun. 2012. Ambiente. Disponvel em:. Acesso em: 22 jun. 2012. Adaptado.

    No Texto I, Michael Herrmann, consultor do Fundo de Populao das Naes Unidas, afirma que tratar o crescimento populacional de forma adequada significa:

    a) enfrentar o problema de forma localizada e evitar solues globalizantes.b) permitir a proliferao dos padres de vida do cidado americano e rechaar a misria.c) evitar o enriquecimento dos pases emergentes e incentivar a preservao ambiental nos

    demais.d) implementar uma poltica de controle populacional compulsrio e garantir acesso educa-

    o e aos servios de sade reprodutiva.e) promover o bem-estar da populao e assegurar o uso sustentvel dos recursos naturais.

    Resposta: E.

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    Padro dissertativo-argumentativo

    No texto do padro dissertativo-argumentativo, existe uma opinio sendo defendida e existe uma posio ideolgica por detrs de quem escreve o texto. Se analisarmos a diviso dos par-grafos de um texto com caractersticas argumentativas, perceberemos que a introduo apre-senta sempre uma tese (ou hiptese) que defendida ao longo dos pargrafos.

    Uma vez feito isso, o candidato deve entender qual a estratgia utilizada pelo produtor do texto para defender seu ponto de vista. Na verdade, agora o momento de colocar a mo na massa para valer, uma vez que aqueles enunciados que iniciam com infere-se da argumenta-o do texto, depreende-se dos argumentos do autor sero vencidos caso se observem os fatores de interpretao corretos.

    Quais so esses fatores, ento?

    A conexo entre as ideias do texto (ateno para as conjunes)

    Articulao entre as ideias do texto (ateno para a combinao de argumentos)

    Progresso do texto.

    Os recursos argumentativos

    Quando o leitor interage com uma fonte textual, deve observar tratando-se de um texto com o padro dissertativo-argumentativo que o autor se vale de recursos argumentativos para construir seu raciocnio dentro do texto. Vejamos alguns recursos importantes:

    Argumento de autoridade: baseado na exposio do pensamento de algum especialista ou alguma autoridade no assunto. Citaes, parfrases e menes ao indivduo podem ser tomadas ao longo do texto. Tome cuidado para no cair na armadilha: saiba diferenciar se a opinio colocada em foco a do autor ou se a do indivduo que ele cita ao longo do texto.

    Argumento com base em consenso: parte de uma ideia tomada como consensual, o que "carrega" o leitor a entender apenas aquilo que o elaborador mostra. Sentenas do tipo todo mundo sabe que, de conhecimento geral que identificam esse tipo de argumentao.

    Argumento com fundamentao concreta: basear aquilo que se diz em algum tipo de pes-quisa ou fato que ocorre com certa frequncia.

    Argumento silogstico (com base em um raciocnio lgico): do tipo hipottico Se...ento.

    Argumento de competncia lingustica: consiste em adequar o discurso ao panorama lin-gustico de quem tido como possvel leitor do texto.

    Argumento de exemplificao: utilizar casos, ou pequenos relatos para ilustrar a argumen-tao do texto.

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    O texto narrativo

    Em uma definio bem simplista, narrar significa sequenciar aes. um dos gneros mais utilizados e mais conhecidos pelo ser humano, quer no momento de relatar algum evento para algum em um ambiente mais formal -, quer na conversa informal sobre o resumo de um dia de trabalho. O fato que narramos, e o fazemos de maneira praticamente instintiva. impor-tante, porm, conhecer quais so seus principais elementos de estruturao.

    Os operadores do texto narrativo so:

    Narrador: a voz que conduz a narrativa.

    Narrador-protagonista: narra o texto em primeira pessoa.

    Narrador-personagem (testemunha): nesse caso, quem conta a histria no participou como protagonista, no mximo como um personagem adjuvante da histria.

    Narrador onisciente: narrador que est distanciado dos eventos e conhece aquilo que se passa na cabea dos personagens.

    Personagens: so aqueles que efetivamente atuam na ordem da narrao, ou seja, a trama est atrelada aos comportamentos que eles demonstram ao longo do texto.

    Tempo: claramente, o lapso em que transcorrem as aes narradas. Segundo a classifica-o tradicional, divide-se o tempo da narrativa em: Cronolgico, Psicolgico e Da narrativa.

    Espao: o local fsico em que as aes ocorrem.

    Trama: o encadeamento de aes propriamente dito.

    Exemplo de texto narrativo:

    Contaram-me que na rua onde mora (ou morava) um conhecido e antiptico general de nosso Exrcito morava (ou mora) tambm um sueco cujos filhos passavam o dia jogando futebol com bola de meia. Ora, s vezes acontecia cair a bola no carro do general e um dia o general acabou perdendo a pacincia, pediu ao delegado do bairro para dar um jeito nos filhos do sueco.

    O delegado resolveu passar uma chamada no homem, e intimou-o a comparecer delegacia.

    O sueco era tmido, meio descuidado no vestir e pelo aspecto no parecia ser um importante industrial, dono de grande fabrica de papel (ou coisa parecida), que realmente ele era. Obe-decendo a ordem recebida, compareceu em companhia da mulher delegacia e ouviu calado tudo o que o delegado tinha a dizer-lhe. O delegado tinha a dizer-lhe o seguinte:

    O senhor pensa que s porque o deixaram morar neste pas pode logo ir fazendo o que quer? Nunca ouviu falar numa coisa chamada AUTORIDADES CONSTITUDAS? No sabe que tem de conhecer as leis do pas? No sabe que existe uma coisa chamada EXRCITO BRASILEI-RO que o senhor tem de respeitar? Que negcio este? Ento ir chegando assim sem mais nem menos e fazendo o que bem entende, como se isso aqui fosse casa da sogra? Eu ensino o senhor a cumprir a lei, ali no duro: dura lex! Seus filhos so uns moleques e outra vez que eu souber que andaram incomodando o general, vai tudo em cana. Morou? Sei como tratar grin-gos feito o senhor.

    Tudo isso com voz pausada, reclinado para trs, sob o olhar de aprovao do escrivo a um canto. O sueco pediu (com delicadeza) licena para se retirar. Foi ento que a mulher do sueco interveio:

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    Era tudo que o senhor tinha a dizer a meu marido?

    O delegado apenas olhou-a espantado com o atrevimento.

    Pois ento fique sabendo que eu tambm sei tratar tipos como o senhor. Meu marido no e gringo nem meus filhos so moleques. Se por acaso incomodaram o general ele que viesse falar comigo, pois o senhor tambm est nos incomodando. E fique sabendo que sou brasileira, sou prima de um major do Exrcito, sobrinha de um coronel, E FILHA DE UM GENERAL! Morou?

    Estarrecido, o delegado s teve foras para engolir em seco e balbuciar humildemente:

    Da ativa, minha senhora?

    E ante a confirmao, voltou-se para o escrivo, erguendo os braos desalentado:

    Da ativa, Motinha! Sai dessa...

    Texto extrado do livro "Fernando Sabino Obra Reunida Vol.01", Editora Nova Aguilar Rio de Janeiro, 1996, pg. 872.

    O texto descritivo

    O texto descritivo o que levanta caractersticas para montar algum tipo de panorama. Essas caractersticas, mormente, so fsicas, entretanto, no necessrio ser sempre desse modo. Podemos dizer que h dois tipos de descrio:

    1. Objetiva: em que surgem aspectos sensoriais diretos, ou seja, no h uma subjetividade por parte de quem escreve. Veja um exemplo:

    nome cientfico: Ginkgo biloba L.nome popular: nogueira-do-japoorigem: Extremo Orienteaspecto: as folhas dispem-se em leque e so semelhantes ao trevo; a altura da rvore pode chegar a 40 metros; o fruto lembra uma ameixa e contm uma noz que pode ser assada e co-mida.

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    2. Subjetiva: em que h impresses particulares do autor do texto. H maior valorizao dos sentimentos insurgentes daquilo que se contempla. Veja um exemplo:

    Logo entrada paramos diante de uma lpide quadrada, incrustada nas lajes escuras, to poli-da e reluzindo com um to doce brilho de ncar, que parecia a gua quieta de um tanque, onde se refletiam as luzes das lmpadas. Pote puxou-me a manga, lembrou-me que era costume bei-jar aquele pedao de rocha, santa entre todas, que outrora, no jardim de Jos de Arimateia... (A Relquia Ea de Queirs).

    O texto injuntivo

    O texto injuntivo est direcionado instruo do leitor, ou seja, busca instruir quem est lendo o texto. O tipo mais comum de texto dessa tipologia o que apresenta instrues, como manuais, bulas de remdio, receitas, ou mesmo alguns livros de autoajuda. Veja um exemplo de texto dessa natureza:

    PANQUECA DE CARNE MODA

    INGREDIENTES

    MASSA:

    1 e 1/2 xcara (ch) de farinha de trigo 1 xcara (ch) de leite 2 ovos 4 colheres (sopa) de leo sal a gosto

    RECHEIO:

    300 g de carne moda 2 colheres (sopa) de cebola picada ou ralada 1/2 tomate cortado em cubos 1/2 lata de extrato de tomate 1 caixa de creme de leite sal a gosto 400 g de mussarela fatiado queijo ralado a gosto

    MODO DE PREPARO

    MASSA:

    1. Bata no liquidificador os ovos, o leite, o leo, e acrescente a farinha de trigo aos poucos2. Aps acrescentar toda a farinha de trigo, adicione sal a gosto3. Misture a massa at obter uma consistncia cremosa4. Com um papel toalha, espalhe leo por toda a frigideira e despeje uma concha de massa5. Faa movimentos circulares para que a massa se espalhe por toda a frigideira6. Espere at a massa soltar do fundo e vire a massa para fritar do outro lado

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    RECHEIO:

    1. Em uma panela, doure a cebola com o leo e acrescente a carne2. Deixe cozinhar at que saia gua da carne, diminua o fogo e tampe3. Acrescente o tomate picado e tampe novamente4. Deixe cozinhar por mais 3 minutos e misture5. Acrescente o extrato de tomate e temperos a gosto6. Deixe cozinhar por mais 10 minutos7. Quando o molho engrossar, desligue o fogo8. Deixe esfriar o molho, acrescente o creme de leite e misture bem9. Quando estiver bem homogneo, leve novamente ao fogo e deixe cozinhar em fogo baixo

    por mais 5 minutos

    MONTAGEM:

    1. Recheie a panqueca com uma fatia de mussarela, uma poro de carne e enrole2. Faa esse processo com todas as panquecas3. Despeje um pouco de caldo no fundo de um refratrio, para untar4. Disponha as panquecas j prontas no refratrio e despeje sobre elas o restante do molho5. Polvilhe queijo ralado sobre as panquecas6. Leve ao forno para gratinar, em fogo mdio, por 20 minutos ou at que o queijo esteja

    derretido

    INFORMAES ADICIONAIS

    Essa massa tambm serve para panquecas doces. Basta substituir o sal por acar e fazer o recheio de frutas, doces e chocolates. Use sua criatividade!

    Extrado de: http://www.tudogostoso.com.br/receita/760-panqueca-de-carne-moida.html

    O texto prescritivo

    O texto prescritivo semelhante ao texto injuntivo, com a distino de que se volta para uma instruo mais coercitiva. o que se v em leis, clusulas contratuais, normas dispostas em gramticas ou editais. Veja o exemplo abaixo:

    O PRESIDENTE DA REPBLICA, usando da atribuio que lhe confere o art. 180 da Constituio, decreta a seguinte Lei:

    PARTE GERAL

    TTULO IDA APLICAO DA LEI PENAL

    (Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984)

    Anterioridade da Lei

    Art. 1 No h crime sem lei anterior que o defina. No h pena sem prvia cominao legal. (Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984)

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    Lei penal no tempo

    Art. 2 Ningum pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execuo e os efeitos penais da sentena condenatria. (Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984)

    Pargrafo nico. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentena condenatria transitada em julgado. (Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984)

    Lei excepcional ou temporria (Includo pela Lei n 7.209, de 11.7.1984)

    Art. 3 A lei excepcional ou temporria, embora decorrido o perodo de sua durao ou cessadas as circunstncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigncia. (Redao dada pela Lei n 7.209, de 1984)

    Tempo do crime

    Art. 4 Considera-se praticado o crime no momento da ao ou omisso, ainda que outro seja o momento do resultado.(Redao dada pela Lei n 7.209, de 1984)

    Territorialidade

    Art. 5 Aplica-se a lei brasileira, sem prejuzo de convenes, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no territrio nacional. (Redao dada pela Lei n 7.209, de 1984)

    1 Para os efeitos penais, consideram-se como extenso do territrio nacional as embarcaes e aeronaves brasileiras, de natureza pblica ou a servio do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcaes brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espao areo correspondente ou em alto-mar. (Redao dada pela Lei n 7.209, de 1984)

    2 tambm aplicvel a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcaes estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no territrio nacional ou em vo no espao areo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.(Redao dada pela Lei n 7.209, de 1984)

    Lugar do crime (Redao dada pela Lei n 7.209, de 1984)

    Art. 6 Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ao ou omisso, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.(Redao dada pela Lei n 7.209, de 1984)

    Extraterritorialidade (Redao dada pela Lei n 7.209, de 1984)

    Art. 7 Ficam sujeitos lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (Redao dada pela Lei n 7.209, de 1984)

    I os crimes: (Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984)

    a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da Repblica; (Includo pela Lei n 7.209, de 1984)

    b) contra o patrimnio ou a f pblica da Unio, do Distrito Federal, de Estado, de Territrio, de Municpio, de empresa pblica, sociedade de economia mista, autarquia ou fundao instituda pelo Poder Pblico; (Includo pela Lei n 7.209, de 1984)

    c) contra a administrao pblica, por quem est a seu servio; (Includo pela Lei n 7.209, de 1984)

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    d) de genocdio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; (Includo pela Lei n 7.209, de 1984)

    II os crimes: (Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984)

    a) que, por tratado ou conveno, o Brasil se obrigou a reprimir; (Includo pela Lei n 7.209, de 1984)

    b) praticados por brasileiro; (Includo pela Lei n 7.209, de 1984)

    c) praticados em aeronaves ou embarcaes brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em territrio estrangeiro e a no sejam julgados. (Includo pela Lei n 7.209, de 1984)

    1 Nos casos do inciso I, o agente punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.(Includo pela Lei n 7.209, de 1984)

    2 Nos casos do inciso II, a aplicao da lei brasileira depende do concurso das seguintes condies: (Includo pela Lei n 7.209, de 1984)

    a) entrar o agente no territrio nacional; (Includo pela Lei n 7.209, de 1984)

    b) ser o fato punvel tambm no pas em que foi praticado; (Includo pela Lei n 7.209, de 1984)

    c) estar o crime includo entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradio; (Includo pela Lei n 7.209, de 1984)

    d) no ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou no ter a cumprido a pena; (Includo pela Lei n 7.209, de 1984)

    e) no ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, no estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorvel. (Includo pela Lei n 7.209, de 1984)

    3 A lei brasileira aplica-se tambm ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condies previstas no pargrafo anterior: (Includo pela Lei n 7.209, de 1984)

    a) no foi pedida ou foi negada a extradio; (Includo pela Lei n 7.209, de 1984)

    b) houve requisio do Ministro da Justia. (Includo pela Lei n 7.209, de 1984)

    A charge

    A charge um tipo de texto caracterizado pela mescla entre o contedo imagtico (no-verbal) e o contedo verbal (lingustico) presente na comunicao. Uma charge pode ser fundamentalmente argumentativa, dado o contedo mormente crtico que se observa em suas expresses. No que isso seja uma obrigao, mas certamente uma constante nas charges.

    Dentre as caractersticas mais importantes que devem ser levadas em considerao em uma charge, eis as que mais se destacam:

    1. Sua temporalidade: a charge est sempre presa a um contexto temporal.

    2. Sua localidade: a charge est sempre presa a um contexto local.

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    3. Sua temtica: h sempre um tema principal que est servindo para a reflexo.

    4. A viso do chargista: h uma corrente ideolgica que o chargista adota para tecer uma crtica em seu texto.

    Exemplo:

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    A tirinha

    Diferentemente da charge, a tirinha no possui necessariamente um prendimento temporal (muito embora as contemporneas estejam trabalhando mais como charges sequenciais). As tirinhas so pequenas narrativas que misturam linguagem verbal com linguagem no-verbal. Usualmente, h questionamentos sobre os efeitos de humor que decorrem das quebras de expectativa do penltimo para o ltimo quadro da tirinha, portanto, preciso atentar para essas partes principais da pequena narrativa.

    comum que haja um personagem central nessas tirinhas, o qual costuma ser o protagonista das aes do texto. Veja um exemplo:

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    O poema

    No, o poema no uma tipologia em separado. Trata-se de um texto que pode ser narrativo, descritivo, at mesmo dissertativo. O que distingue o poema dos outros textos a forma de os distribuir e a linguagem que costumam adotar.

    Um poema usualmente escrito em versos. Cada linha do poema um verso; e, ao conjunto de versos, damos o nome de estrofe. H poemas com apenas uma estrofe, bem como h estudos sobre formatao dos poemas (nmero determinado de versos e estrofes, tipos de rimas, ritmo estudado em separado). Na maioria das questes de concurso sobre poemas, o questionamen-to feito a respeito da interpreo do que est escrito, no se ultrapassa muito esse limite.

    comum que os candidatos com um pequeno histrico de leitura no consigam interpretar um poema. O mais importante ter contato cotidianamente com esse tipo de texto at compreen-der as estruturas de interpretao. Na maior parte das vezes o ttulo do texto ajuda a interpre-tar o poema.

    Chegou a hora de ler alguns poemas:

    O acar Ferreira Gullar

    O branco acar que adoar meu caf nesta manh de Ipanema no foi produzido por mim nem surgiu dentro do aucareiro por milagre.Vejo-o puro e afvel ao paladar como beijo de moa, gua na pele, flor que se dissolve na boca. Mas este acar no foi feito por mim.

    Este acar veio da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira, dono da mercearia. Este acar veio de uma usina de acar em Pernambuco ou no Estado do Rio e tampouco o fez o dono da usina.

    Este acar era cana e veio dos canaviais extensos que no nascem por acaso no regao do vale.

    Em lugares distantes, onde no h hospital nem escola, homens que no sabem ler e morrem de fome aos 27 anos plantaram e colheram a cana que viraria acar.

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    Em usinas escuras, homens de vida amarga e dura produziram este acar branco e puro com que adoo meu caf esta manh em Ipanema.

    ProfundamenteManuel Bandeira

    Quando ontem adormeciNa noite de So JooHavia alegria e rumorEstrondos de bombas luzes de BengalaVozes, cantigas e risosAo p das fogueiras acesas.

    No meio da noite desperteiNo ouvi mais vozes nem risosApenas balesPassavam, errantes

    SilenciosamenteApenas de vez em quandoO rudo de um bondeCortava o silncioComo um tnel.Onde estavam os que h poucoDanavamCantavamE riamAo p das fogueiras acesas?

    Estavam todos dormindoEstavam todos deitadosDormindoProfundamente.

    *

    Quando eu tinha seis anosNo pude ver o fim da festa de So JooPorque adormeci

    Hoje no ouo mais as vozes daquele tempoMinha avMeu avTotnio RodriguesTomsiaRosaOnde esto todos eles?

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    Esto todos dormindoEsto todos deitadosDormindoProfundamente.

    Para que se registre: um mesmo texto pode possuir mais de uma tipologia. Caso isso ocorra, ser considerado um texto hbrido. H narrativas com trechos descritivos, assim como disserta-es com trechos narrativos etc.

    Funes da Linguagem

    Um linguista chamado Roman Jakobson desenvolveu uma teoria que tenta explicar um ato co-municativo. A extenso dessa teoria se relaciona com o assunto sobre funesa da linguagem.

    Antes de falar das funes da linguagem, vamos compreender a teoria do ato comunicativo inicialmente. Todo ato comunicativo necessita de alguns elementos, a saber: emissor, receptor, mensagem, cdigo e canal. Eis as caractersticas de cada elemento:

    1. Emissor: ________________________________________________________

    2. Receptor: _______________________________________________________

    3. Mensagem: _____________________________________________________

    4. Codigo: _________________________________________________________

    5. Canal: __________________________________________________________

    A depender da focalizao da funo, a distino entre elas pode ser feita da seguinte maneira:

    1. Funo referencial ou denotativa: centrada no contedo proposicional da mensagem es-pecificamente. Ex.: livro de Biologia, artigo cientfico.

    2. Funo potica ou conotativa: centrada na transformao do contedo proposicional da mensagem. Ex.: poema, conto, linguagem oral.

    3. Funo emotiva ou expressiva: centrada no emissor da mensagem no ato comunicativo. Ex.: depoimentos ou testemunhos.

    4. Funo apelativa ou conativa: centrada no receptor da mensagem no ato comunicativo. Ex.: publicidades.

    5. Funo ftica: centrada no canal utilizado no ato comunicativo. Ex.: introduo de conver-sas, atos falhos.

    6. Funo metalingustica: centrada no cdigo utilizado no ato comunicativo. Ex.: livro de gra-mtica, poemas sobre escrever poemas.

    Um pouco de Estilstica:

    Daqui para frente, vamos estudar um pouco do que objetivo para a Estilstica, ou seja, os sen-tidos do texto. Trabalharemos com conotao, denotao e algumas figuras de lingaugem.

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    CONOTAO X DENOTAO

    interessante, quando se estuda o contedo de interpretao de texto, ressaltar a distino conceitual entre o sentido conotativo e o sentido denotativo da linguagem. Vejamos como se opera essa distino:

    Sentido CONOTATIVO: figurado, ou abstrato. Relaciona-se com as figuras de linguagem.

    Adalberto entregou sua alma a Deus.

    A ideia de entregar a alma a Deus figurada, ou seja, no ocorre literalmente, pois no h um servio de entrega de almas. Essa uma figura que convencionamos chamar de metfora.

    Sentido DENOTATIVO: literal, ou do dicionrio. Relaciona-se com a funo referencial da lin-guagem.

    Adalberto morreu.

    Quando dizemos funo referencial, entende-se que o falante est preocupado em transmitir precisamente o fato ocorrido, sem apelar para figuras de pensamento.

    Apenas para ilustrar algumas das mais importantes figuras de linguagem que podem ser cobra-das em algumas provas, observe a lista:

    Metfora: uma figura de linguagem, que consiste na comparao de dois termos sem o uso de um conectivo.

    Seus olhos so dois oceanos. (Os olhos possuem a profundidade do oceano, a cor do oce-ano etc.)

    Comparao: comparao direta com o elemento conectivo.

    O vento como uma mulher.

    Metonmia: figura de linguagem que consiste utilizao de uma expresso por outra, dada a semelhana de sentido ou a possibilidade de associao lgica entre elas.

    V ao mercado e traga um Nescau. (achocolatado em p).

    Anttese: figura de linguagem que consiste na exposio de ideias opostas.

    Nasce o Sol e no dura mais que um diaDepois da Luz se segue noite escura

    Em tristes sombras morre a formosura,Em contnuas tristezas e alegrias.

    (Gregrio de Matos)

    Os termos em negrito evidenciam relaes semnticas de distino (oposio). Nascer o con-trrio de morrer, assim como sombra o contrrio de luz. Essa figura foi muito utilizada na poe-sia brasileira, em especial pelo autor dos versos acima: Gregrio de Matos Guerra.

    Paradoxo: expresso que contraria o senso comum. Ilgica.

    Amor fogo que arde sem se ver; ferida que di e no se sente;

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    um contentamento descontente; dor que desatina sem doer.

    (Lus de Cames)

    A construo semntica acima totalmente ilgica, pois impossvel uma ferida doer e no ser sentida, assim como no possvel o contentamento ser descontente.

    Perfrase: expresso que tem por funo substituir semanticamente um termo:

    A ltima flor do Lcio anda muito judiada. (Portugus a ltima flor do Lcio)

    Eufemismo: figura que consiste em atenuar uma expresso desagradvel:

    Jos pegou emprestado sem avisar; (roubou).

    Disfemismo: contrrio ao Eufemismo, a figura de linguagem que consiste em tornar uma ex-presso desagradvel em algo ainda pior.

    O homem abotoou o palet de madeira. (morreu)

    Prosopopeia: atribuio de caractersticas animadas a seres inanimados.

    O vento sussurrou em meus ouvidos.

    Hiprbole: exagero proposital de alguma caracterstica.

    Estou morrendo de rir.

    Sinestesia: confuso dos sentidos do corpo humano para produzir efeitos expressivos.

    Ouvi uma voz suave saindo do quarto.

    Traduo de sentido:

    Algumas questes (e essas so as mais ardidas) exigem um trabalho com a traduo do sen-tido do que est escrito em uma sentena. Para compreender isso, a prtica a nica sada. Vejamos como isso funciona:

    FCC TRE-CE

    Considerando-se o contexto, o sentido de uma expresso do texto est corretamente traduzido em:

    a) diz respeito ao interesse comum = relaciona-se com a vontade geral.b) ingnuos seguidores = adeptos mais radicais.c) a que se insere a sua famosa distino = a que se contesta sua clebre equao.d) viso essencialmente pessimista = perspectiva extremamente ambgua.e) corrompem-se irremediavelmente = praticam a corrupo sem remorso.

    FCC TRT1

    Considerando-se o contexto, est clara e corretamente traduzido o sentido deste segmento:

    a) permitindo que a prudncia nos imobilize (2 pargrafo) = estacando o avano da cautela.

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    b) a sabedoria popular tambm hesita, e se contradiz (3 pargrafo) = a proverbial sabedoria tambm se furta aos paradoxos.

    c) o confiante se v malogrado (3 pargrafo) = deixa- se frustrar quem no ousa.d) ps chumbados no cho da cautela temerosa (3 pargrafo) = imobilizado pela prudncia

    receosa.e) orientao conciliatria (4 pargrafo) = paradigma incontestvel.

    Muito da interpretao de textos est relacionado com a capacidade de reconhecer os assun-tos do texto e as estratgias de desenvolvimento de uma base textual. Para que isso seja poss-vel, convm tomar trs providncias:

    Eliminao dos vcios de leitura: para concentrar-se melhor na leitura.

    Organizao: para entender o que se pode extrair da leitura.

    Conhecimento da tradio da banca: para optar pelas respostas que seguem o padro co-mum da banca examinadora.

    Vcios de leitura

    Movimento: consiste em no conseguir estudar, ler, escrever etc. sem ficar arrumando al-gum subterfgio para distrair-se. Comer, beber, ouvir msica, ficar no sof, brincar com o cachorro so coisas que devem ser evitadas no momento de estudar.

    Apoio: o vcio do apoio pssimo para a leitura, pois diminui a velocidade e a capacidade de aprofundamento do leitor. Usar dedo, rgua, papel ou qualquer coisa para escorar as linhas significa que voc est com srios problemas de concentrao.

    Garoto da borboleta: se voc possui os vcios anteriores, certamente um garoto da bor-boleta. Isso quer dizer que voc se distrai por qualquer coisa e que o mnimo rudo sufi-ciente para acabar com o seu fluxo de leitura. J deve ter acontecido: terminou de ler uma pgina e se perguntou: que foi mesmo que eu li. Pois , voc s conseguir se curar se comear a se dedicar para obter o melhor de uma leitura mais aprofundada.

    Organizao leitora:

    Posto: trata-se da informao que se obtm pela leitura inicial.

    Pressuposto: trata-se da informao acessada por meio do que no est escrito.

    Subentendido: trata-se da concluso a que se chega ao unir posto e pressuposto.

    Veja o exemplo abaixo:

    Cientistas dizem que pode haver vida extraterreste em algum lugar do espao.

    Desse trecho, pode-se concluir que a vida extraterrestre no uma certeza, mas uma possi-bilidade. Se a banca afirmar que certamente h vida extraterrestre, h um erro evidente na questo.

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    Dicas de organizao de leitura

    1. Ler mais de uma vez o texto: para ter certeza do tema e de como o autor trabalha com o assunto.

    2. Atentar para a relao entre os pargrafos: analisar se h conexo entre eles e como ela feita. Se h explicao, contradio, exemplificao etc.

    3. Entender o comando da questo: ler com ateno o que se pede para responder adequa-damente.

    4. Destacar as palavras de alerta: palavras como sempre, nunca, exclusivamente, so-mente podem mudar toda a circunstncia da questo, portanto elas devem ser destaca-das e analisadas.

    5. Limitar a interpretao: cuidado para no interpretar mais do que o texto permite. Antes de afirmar ou negar algo, deve-se buscar o texto como base.

    6. Buscar o tema central dos textos: muito comum que haja questes a respeito do tema do texto. Para capt-lo de maneira mais objetiva, atente para os primeiros pargrafos que esto escritos.

    7. Buscar a ancoragem das inferncias: uma inferncia uma concluso sobre algo lido ou visto. Para que seja possvel inferir algo, deve haver um elemento (ncora) que legitime a interpretao proposta pelo examinador.

    Dica final: fique esperto com questes que exigem a traduo do sentido de uma frase em ou-tra, voc deve buscar os sinnimos que esto presentes nas sentenas, ou seja, associar os sen-tidos mais aproximados. No para ser o pai dos dicionrios, apenas para conseguir identificar relaes de sentido e aproximao semntica.

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    Questes

    1. (12175) CESPE 2008 ME Identificao da Ideia Central, Interpretao, Compreenso, Tipologia e Gneros Textuais

    Em 2009, estudantes brasileiros de 15 anos de idade participaro, mais uma vez, do exame global de maior repercusso sobre a qualidade do ensino: o PISA, sigla em ingls para Programa Internacional de Avaliao de Alunos. Nossos resultados na prova de 2007 foram desanimadores: o Brasil ficou em 53 lugar em Matemtica e 52 em Cincias, entre 57 participantes. Em leitura, fomos o 48, entre 56 naes, j que os norte-americanos no fizeram o teste. O desempenho chocante, no entanto, pode apontar estratgias para deixarmos a rabeira do ranque. Na opinio do responsvel pelo PISA, o alemo Andreas Schleicher, traar comparaes entre resultados algo corriqueiro nas Cincias Naturais, mas pouco comum no campo da Educao uma maneira eficaz de entender por que jovens de pases como Finlndia, Canad e Coria do Sul demonstram desempenho to superior ao dos brasileiros. As principais descobertas indicam que as naes bem-sucedidas miram alto, estabelecendo metas de qualidade ambiciosas e, por isso, garantem que todos conseguem, de fato, aprender.

    Internet: (com adaptaes).

    A partir das ideias expressas no texto acima, julgue o item abaixo.

    Segundo o responsvel pelo PISA, estabelecer confrontos entre comportamentos de seres vivos um procedimento usual em Cincias Naturais, mas incomum quando se trata de Educao.

    ()Certo()Errado

    2. (12180) CESPE 2012 MP Identificao da Ideia Central, Elementos Referenciais, Interpretao, Compreenso, Tipologia e Gneros Textuais

    1 Observou-se, ao longo da histria, no uma condenao, mas uma espcie de cortina de silncio iniciada com Plato, cujo veto ao riso atingiu indiretamente o legado de4 Demcrito (nascido em 460 a.C.), chamado de o filsofo que ri. Infelizmente, da lavra de Demcrito pouco restou. O rastilho daquele lampejo que fez o crebro do filsofo brilhar7 aps a gargalhada apagou-se no mundo medieval. A valorizao crist do sofrimento levou a um desprezo geral pelo riso. Por conta desse renitente veto ao riso, figuras pouco10 conhecidas foram desaparecendo da sisuda histria da filosofia. Com algumas excees, filsofos sisudos e srios se esquecem de que os mecanismos de compreenso e recompensa tanto dos13 conceitos filosficos quanto das piadas so construdos da mesma matria. Em uma explanao filosfica ou em uma anedota, o que o ouvinte mais teme ser enganado. Neste caso,16 o quem ri por ltimo ri melhor apenas outra verso da frase que diz: Quem ri por ltimo no entendeu a piada. A

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    revelao que as piadas ou frases de duplo sentido19 proporcionam um dos insights de maior efeito entre as pessoas. O que os filsofos chamam de iluminao, os humoristas intitulam solavanco mental da anedota.22 A capacidade de rir surge inerente ao homem, mas o sentimento do humor raro, pois envolve a capacidade de a pessoa se distanciar de si mesma. Eu sempre rio de todo25 mundo que no riu de si tambm. Esse foi o dstico que

    Friedrich Nietzsche sugeriu escrever em sua porta, em A Gaia Cincia. Frase tpica de um filsofo gaiato. Literalmente. Elias Thom Saliba. Na cortina de silncio.

    In: Carta Capital. Ano XII, n. 673, 23/11/2011, p. 82-3, (com adaptaes).

    A respeito das ideias e das estruturas do texto, julgue o item subsequente.

    O autor utiliza a frase de Nietzsche Eu sempre rio de todo mundo que no riu de si tambm (l. 24-25) como argumento a favor da ideia de que a capacidade de rir inerente ao homem.

    ()Certo()Errado

    3. (12226) FCC 2013 BB Identificao da Ideia Central, Inferncia, Interpretao, Compreenso, Tipologia e Gneros Textuais

    O Sul esteve por muito tempo isolado do resto do Brasil, mas nem por isso deixou de receber influncias musicais que chegavam de outras regies do pas e do mundo.

    Mrio de Andrade j tinha decifrado brilhantemente em seu Ensaio sobre a msica brasileira as fontes que compem os ritmos nacionais: amerndia, africana, europeia (principalmente portuguesa e espanhola) e hispano-americana (Cuba e Montevidu).

    A gnese da msica do Rio Grande do Sul tambm pode ser vista como reflexo dessa multiplicidade de referncias. H influncias diretas do continente europeu, e isso se mistura valiosa contribuio do canto e do batuque africano, mesmo tendo sido perseguido, vigiado, quase segregado.

    O vanero* prprio do Sul, e a famosa modinha, bem prpria de Santa Catarina, onde se encontra um dos mais antigos registros do estilo no Brasil. De origem lusitana, a modinha tocada na viola, chorosa, suave e, enfim, romntica, tornou o gnero uma espcie de "me da MPB"**.

    *Vanero = Ritmo de origem alem, desenvolvido no sul.

    **MPB = Msica Popular Brasileira

    (Adaptado de: Frank Jorge, de Porto Alegre. Revista da Cultura, 18. ed. p. 30, jan. 2009)

    ... mesmo tendo sido perseguido, vigiado, quase segregado. (final do 3 pargrafo)

    O segmento acima deve ser entendido, considerando-se o contexto, como

    a) uma condio favorvel permanncia da msica popular de origem africana.b) uma observao que valoriza a persistente contribuio africana para a msica brasileira.c) restrio ao sentido do que vem sendo exposto sobre a msica popular brasileira.d) a causa que justifica a permanncia da msica de origem africana no Brasil.

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    e) as consequncias da presena dos escravos e sua influncia na msica popular brasileira.

    4. (12249) FCC 2012 TRE Inferncia, Interpretao, Compreenso, Tipologia e Gneros Textuais

    Como a Folha era o nico veculo que mandava reprteres da sede em So Paulo para todos os comcios e abria generosamente suas pginas para a cobertura da campanha das Diretas, passei a fazer parte da trupe, dar palpites nos discursos, sugerir caminhos para as etapas seguintes. Viajava com os trs lderes da campanha em pequenos avies fretados, e, em alguns lugares, dr. Ulysses era assim que se referiam a ele fazia questo de anunciar minha presena no palanque. Eu sabia que, em outras circunstncias, essas coisas no pegariam bem para um reprter. quela altura, no entanto, no me importava mais com o limite entre as funes do profissional de imprensa e as do militante. Ficava at orgulhoso, para falar a verdade.

    Cevado pelas negociaes de bastidores no Parlamento, em que tudo devia estar acertado antes de a reunio comear, o incansvel Ulysses, que na Constituinte de 1987 passaria horas presidindo a sesso sem levantar sequer para ir ao banheiro, transmudara-se num palanqueiro de primeira. Impunha logo respeito, eu at diria que ele era reverenciado aonde quer que chegasse. A campanha das Diretas no tinha dono, e por isso crescia a cada dia. Mas, embora ele no tivesse sido nomeado, todos sabiam quem era o comandante.

    Meu maior problema, alm de arrumar um telefone para passar a matria a tempo de ser publicada, era o medo de avio. "Fica calmo, meu caro jornalista, avio comigo no cai", procurava me tranquilizar dr. Ulysses, com seu jeito formal de falar at em momentos descontrados. Muitos anos depois, ele morreria num acidente de helicptero, em Angra dos Reis, no Rio, e seu corpo desapareceria no mar para sempre.

    (Fragmento de Ricardo Kotscho. Do golpe ao Planalto: uma vida de reprter. So Paulo, Cia. das Letras, 2006, p.120)

    Eu sabia que, em outras circunstncias, essas coisas no pegariam bem para um reprter. (1 pargrafo)

    Essa afirmao tem como pressuposto a exigncia que geralmente se faz a um reprter de

    a) distanciamento da participao poltica, ainda que por uma boa causa.b) no envolvimento ou participao nos acontecimentos que est cobrindo.c) no manifestar sua opinio pessoal a respeito dos acontecimentos que cobre.d) manter uma absoluta imparcialidade diante dos fatos sobre os quais escreve.e) no ficar junto dos lderes, mas dos annimos que so o esteio dos movimentos.

    5. (19319) FAURGS 2012 TJM Tipologias Textuais, Interpretao, Compreenso, Tipologia e Gneros Textuais

    Voc no est mais na idadede sofrer por essas coisas

    H ento a idade de sofrere a de no sofrer maispor essas, essas coisas?

    As coisas s deviam acontecerpara fazer sofrer

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    na idade prpria de sofrer?

    Ou no se devia sofrerpelas coisas que causam sofrimentopois vieram fora de hora, e a hora calma?

    E se no estou mais na idade de sofrer porque estou morto, e morto a idade de no sentir as coisas, essas coisas?

    (ANDRADE, Carlos Drummond de. Essas coisas. As impurezas do branco. Rio de Janeiro: Jos Olympio, 3. ed., 1976, p.30)

    Quanto ao tipo de texto, assinale a alternativa correta.

    a) Trata-se de um texto predominantemente argumentativo, em que a narrao est a servio de defesa de um ponto de vista.

    b) O texto predominantemente explicativo, com o propsito fundamental de levar o leitor a compreender uma determinada informao.

    c) O texto descritivo, pois orienta o interlocutor em relao a procedimentos que deve seguir.

    d) Trata-se de um relato informal, em forma de crnica, cuja proposta recriar para o leitor uma situao cotidiana em linguagem literria.

    e) O texto predominantemente narrativo, visto que seu foco a trama, que gira em torno de personagens cuja vida condicionada pelo ato de dirigir e que apresenta um momento de complicao, que o engarrafamento, a que se segue a soluo final.

    6. (27133) FUNDATEC 2010 UFCSPA Elementos Referenciais , Interpretao, Compreenso, Tipologia e Gneros Textuais, Sintaxe do Perodo (Coordenadas e Subordinadas / Nexos)

    Naturalmente, no ser por causa dessa reao tpica que voc evitar dar feedbacks crticos para as mulheres. Ambos, homens e mulheres, precisam feedbacks construtivos, sejam corretivos ou positivos, para crescerem e se desenvolverem. Saiba, entretanto, reconhecer que mulheres tendem a ser mais sensveis s crticas do que os homens. E as mulheres precisam reconhecer que o feedback crtico no sinnimo de desaprovao, nem rejeio. Muitas mulheres querem falar sobre a situao que originou o feedback negativo e restabelecer a conexo. Mas a melhor hora para isso , normalmente, quando elas querem.

    A respeito da frase destacada, pode-se dizer que

    I A palavra isso refere-se a uma informao j mencionada no mesmo pargrafo.

    II O nexo coesivo Mas atribui frase ideia de concesso.

    III A supresso de normalmente no provocaria nenhuma alterao na frase.

    Quais esto incorretas?

    a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas I e II. e) Apenas II e III.

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    7. (36211) CESPE 2013 CPRM Interpretao, Compreenso, Tipologia e Gneros Textuais

    1 O boom de minerao despertou o apetite dos pases donos de reservas, no importa a linha poltica de seus governos.4 O Peru, onde metade da arrecadao depende do extrativismo, a moderada gesto de Ollanta Humala dobrou em 2011 a cobrana de royalties para at 6%. Na Tanznia, quarto7 maior produtor de ouro da frica, o governo do Partido Revolucionrio baixou uma nova lei de minerao em 2010 e elevou de 3% para 4% os royalties dos metais preciosos.10 A ndia, democracia mais populosa, subiu para 10% os royalties da minerao em 2009. A China, regime autoritrio mais populoso, aumentou os impostos em 2011.13 O ministro das Finanas de Quebec, maior provncia do Canad, convocou as mineradoras para uma reunio em maro para rever a taxao, sob o argumento de que o16 mercado de minerais no o que era h dez anos e de que necessrio maximizar os benefcios populao.

    Internet: (com adaptaes).

    Julgue o item subsequente quanto a sentidos, estruturas e aspectos lingusticos do texto acima.

    Depreende-se do texto que o boom de minerao afetou todos os pases do mundo, independentemente da linha poltica de seus governos.

    ()Certo()Errado

    8. (58617) FDRH 2014 SARH Sintaxe do Perodo (Coordenadas e Subordinadas / Nexos)

    Lendo imagens

    1 Quando lemos imagens - de qualquer tipo, sejam pintadas, esculpidas, fotografadas,2 edificadas ou encenadas -, atribumos a elas o carter temporal da narrativa. Ampliamos o 3 que limitado por uma moldura para um antes e um depois e, por meio da arte de narrar 4 histrias ( sejam de amor ou de dio), conferimos imagem imutvel uma vida infinita e 5 inesgotvel. Andr Malraux, que participou to ativamente da vida cultural e da vida poltica 6 francesa no sculo XX, argumentou com lucidez que, ao situarmos uma obra de arte entre as 7 obras de arte criadas antes e depois dela, ns, os __________ modernos, tornvamo-nos os 8 primeiros .....ouvir aquilo que ele chamou de canto da metamorfose quer dizer, 9 o dilogo que uma pintura ou uma escultura trava com outras pinturas e esculturas, de outras 10 culturas e de outros tempos. No passado, diz Malraux, quem contemplava o portal esculpido 11 de uma igreja gtica s poderia fazer comparaes com outros portais esculpidos, dentro da 12 mesma rea cultural: ns, ao contrrio, temos nossa disposio incontveis imagens de 13 esculturas do mundo inteiro (desde as esttuas da Sumria .....de Elefanta, desde os frisos 14 da Acrpole at os tesouros de mrmore de Florena) que falam para ns em uma lngua 15 comum, de feitios e formas, o que permite que nossa reao ao portal gtico seja retomada 16 em mil outras obras esculpidas. A esse precioso patrimnio de imagens reproduzidas, que 17 est nossa disposio na pgina e na tela, Malraux chamou museu imaginrio.18 E, no entanto, os elementos da nossa resposta, o vocabulrio que empregamos para

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    19 desentranhar a narrativa que uma imagem encerra so determinados no s pela iconografia 20 mundial mas tambm por um amplo _______ de circunstncias, sociais ou privadas, 21 fortuitas ou obrigatrias. Construmos nossa narrativa por meio de ecos de outras narrativas, 22 por meio de iluso do autorreflexo, por meio de conhecimento tcnico e histrico, por meio 23 da fofoca, dos devaneios, dos preconceitos, da iluminao, dos escrpulos, da ingenuidade, 24 da compaixo, do engenho. Nenhuma narrativa suscitada por uma imagem definitiva ou 25 exclusiva, e as medidas para ________a sua justeza variam segundo as mesmas26 circunstncias que do origem ....... prpria narrativa.27 A imagem de uma obra de arte existe em algum local entre percepes: entre aquela que 28 o pintor imaginou e aquela que o pintor ps na tela; entre aquela que podemos nomear e29 aquela que os contemporneos do pintor podiam nomear; entre aquilo que lembramos e30 aquilo que aprendemos; entre o vocabulrio comum, adquirido de um mundo social, e um 31 vocabulrio mais profundo, de smbolos ancestrais e secretos. Quando tentamos ler uma 32 pintura, ela pode nos parecer perdida em um abismo de incompreenso ou, se preferirmos, 33 em um vasto abismo que uma terra de ningum , feito de interpretaes mltiplas.34 Leituras crticas acompanham imagens desde o incio dos tempos, mas nunca 35 efetivamente copiam, substituem ou assimilam as imagens. No explicamos as imagens, 36 comentou com sagacidade o historiador de arte Michael Baxandall, explicamos comentrios 37 a respeito de imagens. Se o mundo revelado em uma obra de arte permanece sempre fora do 38 mbito dessa obra, a obra de arte permanece sempre fora do mbito de sua apreciao39 crtica.

    Os nexos segundo (linha 25), se (linha 32) e mas (linha 34) introduzem, respectivamente, ideias de:

    a) Ordenao, hiptese e concesso. b) Conformidade, hiptese e oposio. c) Conformidade, adio e oposio. d) Ordenao, condio e concesso. e) Ordenao, hiptese e oposio.

    9. (58591) CESPE 2013 TRE Estratgia Lingustica, Interpretao, Compreenso, Tipologia e Gneros Textuais

    1 Diversas so as naturezas dos instrumentos de que dispe o povo para participar efetivamente da sociedade em que vive. Polticos, sociais ou jurisdicionais, todos eles4 destinam-se mesma finalidade: submeter o administrador ao controle e aprovao do administrado. O sufrgio universal, por exemplo, um mecanismo de controle de ndole7 eminentemente poltica no Brasil, est previsto no art. 14 da Constituio Federal de 1988, que assegura ainda o voto direto e secreto e de igual valor para todos , que garante o direito10 do cidado de escolher seus representantes e de ser escolhido pelos seus pares. Costuma-se dizer que a forma de sufrgio denuncia,13 em princpio, o regime poltico de uma sociedade. Assim, quanto mais democrtica a sociedade, maior a amplitude do sufrgio. Essa no , entretanto, uma verdade absoluta. Um

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    16 sistema eleitoral pode prever condies legtimas a serem preenchidas pelo cidado para se tornar eleitor, desde que no sejam discriminatrias ou levem em considerao valores19 pessoais. Segundo Jos Afonso da Silva, considera-se, pois, universal o sufrgio quando se outorga o direito de votar a todos os nacionais de um pas, sem restries derivadas de22 condies de nascimento, de fortuna ou de capacidade especial. No Brasil, s considerado eleitor quem preencher os requisitos da nacionalidade, idade e capacidade, alm do25 requisito formal do alistamento eleitoral. Todos requisitos legtimos e que no tornam inapropriado o uso do adjetivo universal. Internet: (com adaptaes).

    Com relao aos aspectos lingusticos do texto, assinale a opo correta.

    a) A palavra capacidade (L. 22) est empregada no sentido de volume. b) O artigo masculino plural os poderia ser corretamente inserido aps Todos, em Todos

    requisitos (L. 25). c) Na linha 3, sociais ou jurisdicionais caracterizam Polticos. d) O pronome eles (L. 3) retoma povo (L. 2), cujo sentido genrico conjunto de pessoas. e) A expresso desde que (L. 17) poderia ser corretamente substituda por com a condio

    de que.

    10. (38296) ESAF 2009 ATA Compreenso Gramatical do Texto, Interpretao, Compreenso, Tipologia e Gneros Textuais

    Sem uma pesquisa sistemtica sobre o assunto,2 parece, primeira vista, que os jornais cariocas so mais prolficos em notcias de crime do que os paulistas.4 alarmante a escalada da anomia em seu territrio. Em menos de uma semana, invadiram-se duas6 instalaes militares para roubar armas, com xito absoluto. Os tiroteios so cotidianos nas vias de8 acesso ao centro urbano e mesmo nesse centro, onde quadrilhas organizam bondes para tomar de assalto10 pedestres e motoristas. Nem mesmo membros das famigeradas milcias esto inteiramente a salvo: na12 semana passada, roubou-se a moto de um miliciano encarregado de vigiar uma rua num subrbio. Ou seja,14 as quadrilhas vitimizam-se mutuamente, do mesmo modo como costuma acontecer com as batalhas pelo16 controle de pontos de droga.

    (Muniz Sodr, Ruas de presas e de caadores, 17/3/2009, (com cortes), em: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=529JDB002)

    Assinale a afirmao falsa a respeito dos elementos lingusticos do texto.

    a) A expresso Nem mesmo(. 10) pode ser substituda por At mesmo, sem prejuzo do significado do texto.

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    b) Entende-se um predicado oculto em: Os tiroteios so cotidianos nas vias de acesso ao centro urbano e [so cotidianos] mesmo nesse centro...

    c) Invadiram-se duas instalaes militares(. 5 e 6) pode ser substituda por: duas instalaes militares foram invadidas, sem prejuzo da correo gramatical.

    d) O autor evita afirmar com plena certeza que os jornais cariocas so mais prolficos em notcias de crime do que os paulistas.

    e) O advrbio mutuamente(. 14) significa: reciprocamente.

    11. (76970) ESAF 2013 DNIT Interpretao, Compreenso, Tipologia e Gneros Textuais, Anlise de Alternativas / Itens, Tempos e Modos Verbais/Verbos

    Por que deveria Braslia cuja construo tanto est custando ao povo brasileiro e cujos arquitetos se consideram to modernos menosprezar as alteraes revolucionrias da organizao social que a tecnologia5 est provocando? Por que arquitetos com inclinaes socialistas deveriam construir uma cidade nova para uma ordem burguesa antiquada? Em cidades mais antigas, em toda parte, o problema de preparar o povo para o lazer e de oferecer-lhe oportunidades de diverses10 criativas diversificadas est sendo cuidadosamente estudado por socilogos, higienistas e urbanistas. Entretanto, na cidade inteiramente nova de Braslia, que se supe esteja sendo construda para durar sculos, o problema foi, completamente, esquecido. (Freyre, Gilberto. Palavras repatriadas. Braslia: Editora UnB; So Paulo: Imprensa Oficial SP, 2003, p.244).

    Assinale a opo correta a respeito do texto.

    a) Os tempos verbais empregados indicam que o texto foi escrito imediatamente aps a publicao do projeto de construo de Braslia.

    b) O teor das duas perguntas que iniciam o texto evidencia que o autor se interessa mais em obter esclarecimentos do que em apresentar uma crtica ao projeto de construo da nova capital do Brasil.

    c) O autor do texto defende, de forma implcita, a ideia de que profissionais de outras reas do conhecimento deveriam participar do projeto de construo de Braslia.

    d) Segundo o autor do texto, apesar do alto custo dos espaos de lazer de Braslia, as solues encontradas pelos arquitetos responsveis no foram criativas.

    e) O autor do texto aponta a contradio entre a opo ideolgica dos arquitetos que projetaram Braslia e a rejeio deles aos avanos tecnolgicos na rea da construo civil.

    12. (97555) FCC 2015 TRT Estratgia Lingustica

    Considere o texto abaixo para responder questo.

    1 O conceito de vergonha recobre um campo de significados bastante amplo e rico. Para o Dicionrio Aurlio, por exemplo, vergonha significa: a) desonra humilhante; oprbrio, ignomnia; b) sentimento penoso de desonra, humilhao ou rebaixamento diante de outrem; c) sentimento de insegurana provocada pelo medo do ridculo, por escrpulos etc.; timidez, acanhamento; d) sentimento da prpria dignidade, brio, honra. O Dicionrio Larousse traz aproximadamente as 5 mesmas definies, mas acrescenta novas associaes como: medo da desonra e embarao. O Dicionrio Lexis apresenta

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    ainda algumas definies com nuanas diferentes: indignidade, sentimento penoso de baixeza, de confuso, sentimento de desconforto provocado pela modstia, sentimento de remorso. O que chama a ateno nas definies de vergonha no somente a diversidade dos significados atribudos a este sentimento, mas tambm, e sobretudo, o fato de alguns destes significados serem opostos: desonra/honra, indignidade/dignidade, humilhao/brio. Tal oposio, observada por Harkot-de 10 La-Taille, faz esta autora perguntar-se que palavra esta que recobre o no e o sim, a ausncia e a presena, o temvel e o desejvel. Uma forma comum de pensar este sentimento afirmar que ele simplesmente desencadeado pela opinio de outrem. o que, por exemplo, sugere a definio de Spinoza segundo a qual a vergonha a tristeza que acompanha a ideia de alguma ao que imaginamos censurada pelos outros. E o que, explicitamente, a antroploga Benedict afirma em 15 seu estudo sobre a sociedade japonesa. Para ela, as culturas da vergonha enfatizam as sanes externas, opondo-se s verdadeiras culturas da culpa, que interiorizam a convico do pecado. Quanto ao sentimento de vergonha, escreve que algum poder envergonhar-se quando ridicularizado abertamente, ou quando criar a fantasia para si mesmo de que o tenha sido. Todavia, no acreditamos que tudo esteja dito assim; a vergonha pressupe um controle interno: quem sente vergonha julga a si prprio. Lembremos o fato notvel de que a vergonha pode ser despertada pela simples exposio, 20 mesmo que no acompanhada de juzo negativo por parte dos observadores. Com efeito, certas pessoas sentem vergonha pelo simples fato de estarem sendo observadas. O rubor pode subir s faces de algum que est sendo objeto da ateno de uma plateia, mesmo que esta ateno seja motivada pelo elogio, pelo recebimento de um prmio, portanto acompanhada de um juzo positivo. Este tipo de vergonha no deixa de ser psicologicamente misterioso: por que ser que as pessoas sentem desconforto ao serem apenas observadas, mesmo que esta observao no contenha 25 ameaas precisas, mesmo que ela seja lisonjeira?(Adaptado de: LA TAILLE, Y. O sentimento de vergonha e suas relaes com a moralidade. Psicologia: Reflexo e Crtica, So Paulo: Scielo, 2002,

    15(1), p. 13-25)

    Consideradas definies da palavra vergonha retiradas do Dicionrio Aurlio, a alternativa que contm exemplificao correta :

    a) sentimento da prpria dignidade, brio, honra (linha 4): Durante severa discusso, o mais sincero dos amigos indagou-lhe se no tinha tica e vergonha na cara.

    b) sentimento penoso de desonra, humilhao ou rebaixamento diante de outrem (linhas 2 e 3): Se tiverem vergonha, honraro a confiana neles depositada e trabalharo com mais lisura.

    c) desonra humilhante; oprbrio, ignomnia (linha 2): Artista talentoso, o jovem pianista contornou a explcita vergonha apresentando vrios nmeros antes de dirigir a palavra audincia.

    d) sentimento de insegurana provocada pelo medo do ridculo, por escrpulos etc.; timidez, acanhamento (linhas 3 e 4): Todos ficaram constrangidos com o comportamento indecoroso do magistrado; foi de fato uma vergonha.

    e) desonra humilhante; oprbrio, ignomnia (linha 2): Um profundo sentimento de vergonha o impedia de aceitar elogios sem negar ou diminuir o que nele viam de bom.

    13. (95712) FCC 2015 TRT Polissemia e Figuras de Linguagem

    Voc no est mais na idadede sofrer por essas coisas

    H ento a idade de sofrere a de no sofrer maispor essas, essas coisas?

    As coisas s deviam acontecerpara fazer sofrer

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    na idade prpria de sofrer?

    Ou no se devia sofrerpelas coisas que causam sofrimentopois vieram fora de hora, e a hora calma?

    E se no estou mais na idade de sofrer porque estou morto, e morto a idade de no sentir as coisas, essas coisas?

    (ANDRADE, Carlos Drummond de. Essas coisas. As impurezas do branco. Rio de Janeiro: Jos Olympio, 3. ed., 1976, p.30)

    Considerando-se que elipse a supresso de um termo que pode ser subentendido pelo contexto lingustico, pode- se identific-la no verso:

    a) As coisas s deviam acontecer b) Ou no se devia sofrer c) e a de no sofrer mais d) a idade de no sentir as coisas, essas coisas? e) Voc no est mais na idade

    14. (105535) BIORIO 2015 IF-RJ Tipologias Textuais

    AS LEMBRANAS DE DARWIN

    Darwin passou quatro meses no Brasil, em 1832,durante a sua clebre viagem a bordo do Beagle. Voltouimpressionado com o que viu: Delcia um termoinsuficiente para exprimir as emoes sentidas porum naturalista a ss com a natureza em uma florestabrasileira, escreveu. O Brasil, porm, aparece de formamenos idlica em seus escritos: Espero nunca maisvoltar a um pas escravagista. O estado da enormepopulao escrava deve preocupar todos os quechegam ao Brasil. Os senhores de escravos querem vero negro como outra espcie, mas temos todos a mesma origem. Em vez do gorjeio do sabi, o que Darwin guardounos ouvidos foi um som terrvel que o acompanhou portoda a vida: At hoje, se eu ouo um grito, lembro-me com dolorosa e clara memria, de quando passeinuma casa em Pernambuco e ouvi urros terrveis. Logoentendi que era algum pobre escravo que estava sendo torturado. Segundo o bilogo Adrian Desmond, a viagemdo Beagle, para Darwin, foi menos importante pelosespcimes coletados do que pela experincia detestemunhar os horrores da escravido no Brasil. Decerta forma, ele escolheu focar na descendncia comumdo homem justamente para mostrar que todas as raas

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    eram iguais e, desse modo, enfim, objetar queles queinsistiam em dizer que os negros pertenciam a umaespcie diferente e inferior dos brancos.

    O texto lido nesta prova deve ser classificado prioritariamente como:

    a) lrico, por expressar emoes do naturalista Darwin. b) satrico, por condenar a escravido no Brasil. c) informativo, por dar a conhecer novidades ao leitor. d) narrativo, por relatar fatos cronologicamente sucessivos. e) argumentativo, por defender a origem comum das espcies.

    15. (110036) CESPE 2016 FUNPRESP-EXE Tipologias Textuais, Interpretao, Compreenso, Tipologia e Gneros Textuais

    1 O meu antigo companheiro de penso Amadeu Amaral Jnior, um homem louro e fornido, tinha costumes singulares que espantavam os outros hspedes.

    4 Amadeu Amaral Jnior vestia-se com sobriedade: usava uma cueca preta e calava medonhos tamancos barulhentos. Alimentava-se mal, espichava-se na cama, roncava 7 o dia inteiro e passava as noites acordado, passeando, agitando o soalho, o que provocava a indignao dos outros pensionistas. Quando se cansava, sentava-se a uma grande 10 mesa ao fundo da sala e escrevia o resto da noite. Leu um tratado de psicologia e trocou-o em mido, isto , reduziu-o a artigos, uns quarenta ou cinquenta, que projetou meter nas 13 revistas e nos jornais e com o produto vestir-se, habitar uma casa diferente daquela e pagar ao barbeiro.

    Mudamo-nos, separamo-nos, perdemo-nos de vista. 16 Creio que os artigos de psicologia no foram publicados, pois h tempo li este anncio num semanrio: Intelectual desempregado. Amadeu Amaral Jnior, em estado de 19 desemprego, aceita esmolas, donativos, roupa velha, po dormido. Tambm aceita trabalho. O anncio no produziu nenhum efeito.

    22 Muita gente se espanta com o procedimento desse amigo. No sei por qu. Eu, por mim, acho que Amadeu Amaral Jnior andou muito bem. Todos os jornalistas 25 necessitados deviam seguir o exemplo dele. O anncio, pois no. E, em duros casos, a propaganda oral, numa esquina, aos gritos. Exatamente como quem vende pomada para calos.

    Graciliano Ramos. Um amigo em talas. In: Linhas tortas. Rio de Janeiro: Record, 1983, p. 125 (com adaptaes).

    Com relao s ideias e aos aspectos lingusticos do texto Um amigo em talas, julgue o item que se segue.

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    Para caracterizar o personagem Amadeu Amaral Jnior, o narrador combina, no segundo pargrafo, recursos dos tipos textuais narrativo e descritivo.

    ()Certo()Errado

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    Gabarito:1. (12175) Certo2. (12180) Errado3. (12226) B4. (12249) B5. (19319) A6. (27133) E7. (36211) Errado 8. (58617) B9. (58591) E10. (38296) A11. (76970) C12. (97555) A13. (95712) C14. (105535) C15. (110036) Certo