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LÍNGUA PORTUGUESA
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Muitas vezes, o problema de acentuação não está no desconhecimento da regra, e sim na fala viciosa de algumas palavras. Exemplos: ru-BRI-ca, ÍN-te-rim.
Os tópicos que tratam deste assunto são intitulados ortoépia e prosódia.
As formas verbais terminadas em -I, acrescidas da variante do pronome oblíquo (-LO, -LA, -LOS, -LAS), só serão acentuadas se este -I estiver em hiato e for tônico. Exemplos: atribuí-lo x parti-lo.
A forma pêra recebe acento diferencial, entretanto seu plural, peras, não recebe acento (pois não existe a forma preposicionada "peras").
As paroxítonas terminadas em -N, quando pluralizadas, não recebem mais acento. Pólen x polens, hífen x hifens.
Tanto as palavras monossílabas quanto as oxítonas terminadas em -A(S), -E(S), -O(S) são acentuadas, entretanto são princípios diferentes que justificam o acento.
As paroxítonas terminadas em -R, -X, -N, -L, são acentuadas. Para se lembrar destas terminações, pode-se usar as expressões LoNa RoXa ou RouXiNoL.
As paroxítonas terminadas em ditongo crescente (chamados falsos ditongos), atualmente também estão sendo consideradas como proparoxítonas. Para se optar por uma justificativa ou outra, dá-se prioridade à primeira. Exemplos: his-tó-ria ou his-tó-ri-a.
As palavras terminadas pelo sufixo -MENTE, -ZINHO(S) ou -ZINHA(S) não recebem acento grave.
Da acentuação gráfica das palavras oxítonas
1º-) Acentuam-se com acento agudo:
As palavras oxítonas terminadas nas vogais tónicas/tônicas abertas grafas -a, -e ou -o, seguidas ou não de -s: está, estás, olá; até, olé, pontapé(s), avó(s), dominó(s), paletó(s), só(s).
Obs.: Em algumas (poucas) palavras oxítonas terminadas em -e tónico/tônico, geralmente provenientes do francês, esta vogal, por ser articulada nas pronúncias cultas ora como aberta ora como fechada, admite tanto o acento agudo como o acento circunflexo: bebé ou bebê, bidé ou bidê, canapé ou canapê, caraté ou caratê, croché ou crochê, guiché ou guichê, matiné ou matinê, nené ou nenê, ponjé ou ponjê, puré ou purê, rapé ou rapê.
O mesmo se verifica com formas como cocó e cocô, ró (letra do alfabeto grego) e rô. São igualmente admitidas formas como judô, a par de judo, e metrô, a par de metro.
b) As formas verbais oxítonas, quando, conjugadas com os pronomes clíticos lo(s) ou la(s), ficam a terminar na vogal tónica/tônica aberta grafada -a, após a assimilação e perda das consoantes finais grafadas -r, -s ou -z: adorá-lo(s) (de adorar-lo(s)), á-la(s) (de ar-la(s) ou dá(s)-la(s)), fá-lo(s) (de faz-lo(s)), fá-lo(s)-ás (de far-lo(s)-ás), habitá-la(s) iam (de habitar-la(s)- iam), trá-la(s)-á (de trar-la(s)-á);
c) As palavras oxítonas com mais de uma sílaba terminadas no ditongo nasal grafado em (exceto as formas da 3ª- pessoa do plural do presente do indicativo dos compostos de ter e vir: retêm, sustêm; advêm, provêm; etc.) ou -ens: acém, detém, deténs, entretém, entreténs, harém, haréns, porém, provém, provéns, também;
d) As palavras oxítonas com os ditongos abertos grafados -éi, -éu ou -ói, podendo estes dois últimos ser seguidos ou não de -s: anéis, batéis, fiéis, papéis; céu(s), chapéu(s), ilhéu(s), véu(s); corrói (de corroer), herói(s), remói (de remoer), sóis.
2º-) Acentuam-se com acento circunflexo:
a) As palavras oxítonas terminadas nas vogais tónicas/tônicas fechadas que se grafam -e ou -o, seguidas ou não de -s: cortês, dê, dês (de dar), lê, lês (de ler), português, você(s); avô(s), pôs (de pôr), robô(s);
b) As formas verbais oxítonas, quando, conjugadas com os pronomes clíticos -lo(s) ou la(s), ficam a terminar nas vogais tónicas/tônicas fechadas que se grafam -e ou -o, após a assimilação e perda das consoantes finais grafadas -r, -s ou -z: detê-lo(s) (de deter-lo(s)), fazê-la(s) (de fazer-la(s)), fê-lo(s) (de fez-lo(s)), vê-la(s) (de ver-la(s)), compô la(s) (de compor-la(s)), repô-la(s) (de repor-la(s)), pô-la(s) (de por-la(s) ou pôs-la(s)).
3º-) Prescinde-se de acento gráfico para distinguir palavras oxítonas homógrafas, mas heterofónicas/heterofônicas, do tipo de cor (ô), substantivo, e cor (ó), elemento da locução de cor; colher (ê), verbo, e colher (é), substantivo. Excetua-se a forma verbal pôr, para a distinguir da preposição por.
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Da acentuação gráfica das palavras paroxítonas
1º-) As palavras paroxítonas não são em geral acentuadas graficamente: enjoo, grave, homem, mesa, Tejo, vejo, velho, voo; avanço, floresta; abençoo, angolano, brasileiro; descobrimento, graficamente, moçambicano.
2º-) Recebem, no entanto, acento agudo:
a) As palavras paroxítonas que apresentam, na sílaba tónica/tônica, as vogais abertas grafadas a, e, o e ainda i ou u e que terminam em -l, -n, -r, -x e -ps, assim como, salvo raras exceções, as respectivas formas do plural, algumas das quais passam a proparoxítonas: amável (pl. amáveis), Aníbal, dócil (pl. dóceis) dúctil (pl. dúcteis), fóssil (pl. fósseis) réptil (pl. répteis: var. reptil, pl. reptis); cármen (pl. cármenes ou carmens; var. carme, pl. carmes); dólmen (pl. dólmenes ou dolmens), éden (pl. édenes ou edens), líquen (pl. líquenes), lúmen (pl. lúmenes ou lumens); açúcar (pl. açúcares), almíscar (pl. almíscares), cadáver (pl. cadáveres), caráter ou carácter (mas pl. carateres ou caracteres), ímpar (pl. ímpares); Ajax, córtex (pl. córtex; var. córtice, pl. córtices), índex (pl. índex; var. índice, pl. índices), tórax (pl. tórax ou tóraxes; var. torace, pl. toraces); bíceps (pl. bíceps; var. bicípite, pl. bicípites), fórceps (pl. fórceps; var. fórcipe, pl. fórcipes).
Obs.: Muito poucas palavras deste tipo, com as vogais tónicas/tônicas grafadas e e o em fim de sílaba, seguidas das consoantes nasais grafadas m e n, apresentam oscilação de timbre nas pronúncias cultas da língua e, por conseguinte, também de acento gráfico (agudo ou circunflexo): sémen e sêmen, xénon e xênon; fémur e fêmur, vómer e vômer; Fénix e Fênix, ónix e ônix.
b) As palavras paroxítonas que apresentam, na sílaba tónica/tônica, as vogais abertas grafadas a, e, o e ainda i ou u e que terminam em -ã(s), -ão(s), -ei(s), -i(s), -um, -uns ou -us: órfã (pl. órfãs), acórdão (pl. acórdãos), órfão (pl. órfãos), órgão (pl. órgãos), sótão (pl. sótãos); hóquei, jóquei (pl. jóqueis), amáveis (pl. de amável), fáceis (pl. de fácil), fósseis (pl. de fóssil), amáreis (de amar), amáveis (id.), cantaríeis (de cantar), fizéreis (de fazer), fizésseis (id.); beribéri (pl. beribéris), bílis (sg. e pl.), iris (sg. e pl.), júri (pl. júris), oásis (sg. e pl.); álbum (pl. álbuns), fórum (pl. fóruns); húmus (sg. e pl.), vírus (sg. e pl.).
Obs.: Muito poucas paroxítonas deste tipo, com as vogais tónicas/ tônicas grafadas e e o em fim de sílaba, seguidas das consoantes nasais grafadas m e n, apresentam oscilação de timbre nas pronúncias cultas da língua, o qual é assinalado com acento agudo, se aberto, ou circunflexo, se fechado: pónei e pônei; gónis e gônis, pénis e pênis, ténis e tênis; bónus e bônus, ónus e ônus, tónus e tônus, Vénus e Vênus.
3º) Não se acentuam graficamente os ditongos representados por ei e oi da sílaba tónica/tônica das palavras paroxítonas, dado que existe oscilação em muitos casos entre o fechamento e a abertura na sua articulação: assembleia, boleia, ideia, tal como aldeia, baleia, cadeia, cheia, meia; coreico, epopeico, onomatopeico, proteico; alcaloide, apoio (do verbo apoiar), tal como apoio (subst.), Azoia, boia, boina, comboio (subst.), tal como comboio, comboias etc. (do verbo comboiar), dezoito, estroina, heroico, introito, jiboia, moina, paranoico, zoina.
4º-) É facultativo assinalar com acento agudo as formas verbais de pretérito perfeito do indicativo, do tipo amámos, louvámos, para as distinguir das correspondentes formas do presente do indicativo (amamos, louvamos), já que o timbre da vogal tónica/tônica é aberto naquele caso em certas variantes do português.
5º-) Recebem acento circunflexo:
a) As palavras paroxítonas que contêm, na sílaba tónica/tônica, as vogais fechadas com a grafia a, e, o e que terminam em -l, -n, -r ou -x, assim como as respectivas formas do plural, algumas das quais se tornam proparoxítonas: cônsul (pl. cônsules), pênsil (pl. pênseis), têxtil (pl. têxteis); cânon, var. cânone, (pl. cânones), plâncton (pl. plânctons); Almodôvar, aljôfar (pl. aljôfares), âmbar (pl. âmbares), Câncer, Tânger; bômbax (sg. e pl.), bômbix, var. bômbice, (pl. bômbices).
b) As palavras paroxítonas que contêm, na sílaba tónica/tônica, as vogais fechadas com a grafia a, e, o e que terminam em -ão(s), -eis, -i(s) ou -us: benção(s), côvão(s), Estêvão, zángão(s); devêreis (de dever), escrevêsseis (de escrever), fôreis (de ser e ir), fôsseis (id.), pênseis (pl. de pênsil), têxteis (pl. de têxtil); dândi(s), Mênfis; ânus.
c) As formas verbais têm e vêm, 3 a-s pessoas do plural do presente do indicativo de ter e vir, que são foneticamente paroxítonas (respectivamente / t ã j ã j /, / v ã j ã j / ou / t j /, / v j / ou ainda / t j j /, / v j j /; cf. as antigas grafias preteridas, têem, vêem), a fim de se distinguirem de tem e vem, 3a -s pessoas do singular do presente do indicativo ou 2 a-s pessoas do singular do imperativo; e também as correspondentes formas compostas, tais como: abstêm (cf. abstém), advêm (cf. advém), contêm (cf. contém), convêm (cf. convém), desconvêm (cf. desconvém), detêm (cf. detém), entretêm (cf. entretém), intervêm (cf. inter- vém), mantêm (cf. mantém), obtêm (cf. obtém), provêm (cf. provém), sobrevêm (cf. sobrevém).
Obs.: Também neste caso são preteridas as antigas grafias detêem, intervêem, mantêem, provêem etc.
6º-) Assinalam-se com acento circunflexo:
a) Obrigatoriamente, pôde (3ª- pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo), que se
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distingue da correspondente forma do presente do indicativo (pode).
b) Facultativamente, dêmos (1ª- pessoa do plural do presente do conjuntivo), para se distinguir da correspondente forma do pretérito perfeito do indicativo (demos); fôrma (substantivo), distinta de forma (substantivo: 3ª- pessoa do singular do presente do indicativo ou 2ª- pessoa do singular do imperativo do verbo formar).
7º-) Prescinde-se de acento circunflexo nas formas verbais paroxítonas que contêm um e tónico/tônico oral fechado em hiato com a terminação -em da 3ª- pessoa do plural do presente do indicativo ou do conjuntivo, conforme os casos: creem, deem (conj.), descreem, desdeem (conj.), leem, preveem, redeem (conj.), releem, reveem, tresleem, veem.
8º-) Prescinde-se igualmente do acento circunflexo para assinalar a vogal tónica/tônica fechada com a grafia o em palavras paroxítonas como enjoo, substantivo e flexão de enjoar, povoo, flexão de povoar, voo, substantivo e flexão de voar etc.
9º-) Prescinde-se, do acento agudo e do circunflexo para distinguir palavras paroxítonas que, tendo respectivamente vogal tónica/tônica aberta ou fechada, são homógrafas de palavras proclíticas. Assim, deixam de se distinguir pelo acento gráfico: para (á), flexão de parar, e para, preposição; pela(s) (é), substantivo e flexão de pelar, e pela(s), combinação de per e la(s); pelo (é), flexão de pelar, pelo(s) (ê), substantivo ou combinação de per e lo(s); polo(s) (ó), substantivo, e polo(s), combinação antiga e popular de por e lo(s); etc.
10º-) Prescinde-se igualmente de acento gráfico para distinguir paroxítonas homógrafas heterofónicas/heterofônicas do tipo de acerto (ê), substantivo e acerto (é), flexão de acertar; acordo (ô), substantivo, e acordo (ó), flexão de acordar; cerca (ê), substantivo, advérbio e elemento da locução prepositiva cerca de, e cerca (é), flexão de cercar; coro (ô), substantivo, e coro (ó), flexão de corar; deste (ê), contracção da preposição de com o demonstrativo este, e deste (é), flexão de dar; fora (ô), flexão de ser e ir, e fora (ó), advérbio, interjeição e substantivo; piloto (ô), substantivo e piloto (ó), flexão de pilotar; etc.
Da acentuação das palavras proparoxítonas
1º-) Levam acento agudo:
a) As palavras proparoxítonas que apresentam na sílaba tónica/tônica as vogais abertas grafadas a, e, o e ainda i, u ou ditongo oral começado por vogal aberta: árabe, cáustico, Cleópatra, esquálido, exército, hidráulico, líquido, míope, músico, plástico, prosélito, público, rústico, tétrico, último;
b) As chamadas proparoxítonas aparentes, isto é, que apresentam na sílaba tónica/tônica as
vogais abertas grafadas a, e, o e ainda i, u ou ditongo oral começado por vogal aberta, e que terminam por sequências vocálicas pós-tónicas/pós-tônicas praticamente consideradas ditongos crescentes (-ea, -eo, -ia, -ie, -io, -oa, -ua, -uo etc.): álea, náusea; etéreo, níveo; enciclopédia, glória; barbárie, série; lírio, prélio; mágoa, nódoa; exígua, língua; exíguo, vácuo.
2º-) Levam acento circunflexo:
a) As palavras proparoxítonas que apresentam na sílaba tónica/tônica vogal fechada ou ditongo com a vogal básica fechada: anacreôntico, brêtema, cânfora, cômputo, devêramos (de dever), dinâmico, êmbolo, excêntrico, fôssemos (de ser e ir), Grândola, hermenêutica, lâmpada, lôstrego, lôbrego, nêspera, plêiade, sôfrego, sonâmbulo, trôpego;
b) As chamadas proparoxítonas aparentes, isto é, que apresentam vogais fechadas na sílaba tónica/tônica, e terminam por sequências vocálicas pós-tónicas/pós-tônicas praticamente consideradas como ditongos crescentes: amêndoa, argênteo, côdea, Islândia, Mântua, serôdio.
3º-) Levam acento agudo ou acento circunflexo as palavras proparoxítonas, reais ou aparentes, cujas vogais tónicas/tônicas grafadas e ou o estão em final de sílaba e são seguidas das consoantes nasais grafadas m ou n, conforme o seu timbre é, respectivamente, aberto ou fechado nas pronúncias cultas da língua: académico / acadêmico, anatómico / anatômico, cénico / cênico, cómodo / cômodo, fenómeno / fenômeno, género / gênero, topónimo/topônimo; Amazónia / Amazônia, Antó- nio / Antônio, blasfémia / blasfêmia, fémea / fêmea, gémeo /g êmeo, génio / gênio, ténue / tênue.
Emprego da acentuação gráfica de Acordo com as novas regras ortográficas
ACENTUAÇÃO GRÁFICA
Tipo de palavra ou
sílaba
Quando acentuar
Exemplo (como eram)
Observações (como
ficaram)
Proparo xítonas
sempre
simpática, lúcido, sólido,
cômodo
Continua tudo igual ao que era antes da nova ortografia. Observe: Pode-se usar acento agudo ou circunflexo de acordo com a pronúncia da região: acadêmico,
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fenômeno (Brasil) académico, fenómeno (Portugal).
Paroxítonas
Se terminadas em: R, X, N, L, I, IS, UM,
UNS, US, PS, Ã,
ÃS, ÃO, ÃOS;
ditongo oral,
seguido ou não de
S
fácil, táxi, tênis, hífen,
próton, álbum(ns)
, vírus, caráter, látex,
bíceps, ímã,
órfãs, bênção, órfãos, cárie,
árduos, pólen, éden.
Continua tudo igual.
Observe: 1) Terminadas emENS não levam acento: hifens, polens. 2) Usa-se indiferentemente agudo ou circunflexo se houver variação de pronúncia: sêmen, fêmur (Brasil) ou sêmen, fémur (Portugal). 3) Não ponha acento nos prefixo paroxítonos que terminam em R nem nos que terminam emI: inter-helênico, super-homem, anti-herói, semi-internato
Oxítonas
Se terminada
s em: A, AS, E, ES, O,
OS, EM, ENS
vatapá, igarapé,
avô, avós, refém,
parabéns
Continua tudo igual. Observe: 1. terminadas em I,IS, U, US não levam acento: tatu, Morumbi, abacaxi. 2. Usa-se indiferentemente agudo ou circunflexo se houver variação de pronúncia: bebê, purê(Brasil); bebé, puré(Portugal).
Monossílabos tônicos
(são oxítonas também)
terminados em A, AS, E,
ES, O,OS
vá, pás, pé, mês, pó, pôs
Continua tudo igual. Atente para os acentos nos verbos com
formas oxítonas: adorá-lo, debatê-lo, etc.
Í e Ú em palavras
oxítonas e paroxítonas
Í e Ú levam
acento se estiveremsozinhos na sílaba
(hiato)
saída, saúde,
miúdo, aí, Araújo, Esaú,
Luís, Itaú, baús, Piauí
1. Se o i e u forem seguidos de s, a regra se mantém: balaústre, egoísmo, baús, jacuís. 2. Não se acentuam ie u se depois vier ‗nh‗: rainha, tainha, moinho. 3. Esta regra é nova: nas paroxítonas, o i e unão serão mais acentuados se vierem depois de um ditongo: baiuca, bocaiuva, feiura, maoista, saiinha (saia pequena), cheiinho (cheio). 4. Mas, se, nasoxítonas, mesmo com ditongo, o i e uestiverem no final, haverá acento: tuiuiú, Piauí, teiú.
Ditongos abertos em
palavras paroxítonas
EI, OI, idéia,
colméia, bóia
Esta regra desapareceu (para palavras paroxítonas). Escreve-se agora: ideia, colmeia, celuloide, boia. Observe: há casos em que a palavra se enquadrará em outra regra de acentuação. Por exemplo: contêiner,
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Méier, destróier serão acentuados porque terminam em R.
Ditongos abertos em
palavras oxítonas
ÉIS, ÉU(S), ÓI(S)
papéis, herói, heróis, troféu,
céu, mói (moer)
Continua tudo igual(mas, cuidado: somente para palavras oxítonas com uma ou mais sílabas).
Verbos arguir e
redarguir (agora sem
trema)
arguir e redarguir usavam acento
agudo em algumas pessoas
do indicativo,
do subjuntivo
e do imperativ
o afirmativo
.
Esta regra desapareceu. Os verbos arguir e redarguir perderam o acento agudo em várias formas (rizotônicas): eu arguo (fale: ar-gú-o, mas não acentue); ele argui (fale: ar-gúi), mas não acentue.
Verbos terminados
em guar, quar e quir
aguar enxaguar, averiguar, apaziguar
, delinquir, obliquar usavam acento
agudo em algumas pessoas
do indicativo,
do subjuntivo
e do imperativ
o afirmativo
Esta regra sofreu alteração. Observe:. Quando o verbo admitir duas pronúncias diferentes, usando a ou i tônicos, aí acentuamos estas vogais: eu águo, eleságuam e enxáguam a roupa (a tônico); eu delínquo, eles delínquem (í tônico). tu apazíguas as brigas; apazíguem os grevistas. Se a tônica, na pronúncia, cair sobre o u, ele não será acentuado: Eu
averiguo (diga averi-gú-o, mas não acentue) o caso; eu aguo a planta (diga a-gú-o, mas não acentue).
ôo, ee vôo, zôo,
enjôo, vêem
Esta regra desapareceu. Agora se escreve: zoo, perdoo veem, magoo, voo.
Verbos ter e vir
na terceira pessoa
do plural do
presente do
indicativo
eles têm, eles vêm
Continua tudo igual. Ele vem aqui; eles vêm aqui. Eles têm sede; ela tem sede.
Derivados de ter e vir
(obter, manter, intervir)
na terceira pessoa
do singular
leva acento agudo;
na terceira pessoa
do plural do
presente levam
circunflexo
ele obtém, detém,
mantém; eles
obtêm, detêm,
mantêm
Continua tudo igual.
Acento diferencial
Esta regra desapareceu, exceto para os verbos: PODER (diferença entre passado e presente. Ele não pôde ir ontem, mas pode ir hoje. PÔR (diferença com a preposição por): Vamos por um caminho novo, então vamos pôr casacos; TER e VIR e seus
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compostos (ver acima). Observe: 1) Perdem o acento as palavras compostas com o verbo PARAR: Para-raios, para-choque. 2) FÔRMA (de bolo): O acento será opcional; se possível, deve-se evitá-lo: Eis aqui a forma para pudim, cuja forma de pagamento é parcelada.
Trema (O trema não é acento gráfico.) Desapareceu o trema sobre o U em todas as palavras do português: Linguiça, averiguei, delinquente, tranquilo, linguístico. Exceto as de língua estrangeira: Günter, Gisele Bündchen, müleriano.
A NOVA ORTOGRAFIA .
O que muda
O Novo Acordo Ortográfico foi elaborado
para uniformizar a grafia das palavras dos países lusófonos, ou seja, os que têm o português como língua oficial. Ele entrou em vigor em janeiro de 2009. Os brasileiros terão quatro anos para se adequar às novas regras. Durante esse tempo, tanto a grafia anterior como a nova serão aceitas oficialmente. A partir de 1 de janeiro de 2013, a grafia correta da língua portuguesa será a prevista no Novo Acordo. As mudanças são poucas em relação ao número de palavras que a língua portuguesa tem, porém são significativas e importantes. Basicamente o que nos atinge mais fortemente no dia a dia é o uso dos acentos e do hífen. Neste site você encontra as novas regras, o que muda e como devemos escrever a partir de janeiro de 2009. 1. ENTENDA O CASO:
A língua portuguesa tem dois sistemas ortográficos: o português (adotado também pelos países africanos e pelo Timor) e o brasileiro.
Essa duplicidade decorre do fracasso do Acordo unificador assinado em 1945: Portugal adotou, mas o Brasil voltou ao Acordo de 1943.
As diferenças não são substanciais e não
impedem a compreensão dos textos escritos numa ou noutra ortografia. No entanto, considera-se que a dupla ortografia dificulta a difusão internacional da língua (por exemplo, os testes de proficiência têm de ser duplicados), além de aumentar os custos editoriais, na medida em que o mesmo livro, para circular em todos os territórios da lusofonia, precisa normalmente ter duas impressões diferentes. O Dicionário Houaiss, por exemplo, foi editado em duas versões ortográficas para poder circular também em Portugal e nos outros países lusófonos. Podemos facilmente imaginar quanto custou essa ―brincadeira‖. Essa situação estapafúrdia motivou um novo esforço de unificação que se consolidou no Acordo Ortográfico assinado em Lisboa em 1990 por todos os países lusófonos. Na ocasião, estipulou-se a data de 1o de janeiro de 1994 para a entrada em vigor da ortografia unificada, depois de o Acordo ser ratificado pelos parlamentos de todos os países.
Contudo, por várias razões, o processo de
ratificação não se deu conforme o esperado (só o Brasil e Cabo Verde o realizaram) e o Acordo não pôde entrar em vigor.
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Diante dessa situação, os países lusófonos, numa reunião conjunta em 2004, concordaram que bastaria a manifestação ratificadora de três dos oito países para que o Acordo passasse a vigorar. Em novembro de 2006, São Tomé e Príncipe ratificou o Acordo. Desse modo, ele, em princípio, está vigorando e deveríamos colocá-lo em uso. 2. AS MUDANÇAS
As mudanças, para nós brasileiros, são poucas. Alcançam a acentuação de algumas palavras e operam algumas simplificações nas regras de uso do hífen.
2.1. Acentuação A) FICA ABOLIDO O TREMA: palavras como lingüiça, cinqüenta, seqüestro passam a ser grafadas linguiça, cinquenta, sequestro; B) DESAPARECE O ACENTO CIRCUNFLEXO DO PRIMEIRO ‗O‘ EM PALAVRAS TERMINADAS EM ‗OO‘: palavras como vôo, enjôo, abençôo passam a ser grafadas voo, enjoo, abençoo; C) DESAPARECE OACENTO CIRCUNFLEXO DAS FORMAS VERBAIS DA TERCEIRA PESSOA DO PLURAL TERMINADAS EM –EEM: palavras como lêem, dêem, crêem, vêem passam a ser grafadas leem, deem, creem, veem; D) DEIXAM DE SER ACENTUADOS OS DITONGOS ABERTOS ÉI E ÓI DAS PALAVRAS PAROXÍTONAS: palavras como idéia, assembléia, heróico, paranóico passam a ser grafadas ideia, assembleia, heroico, paranoico; MUDANÇAS ORTOGRÁFICAS NO HORIZONTE OBSERVAÇÃO IMPORTANTE
A mídia costuma apresentar o Acordo como uma unificação da língua. Há, nessa maneira de abordar o assunto, um grave equívoco.
O Acordo não mexe na língua (nem poderia, já que a língua não é passível de ser alterada por leis, decretos e acordos) – ele apenas unifica a ortografia.
Algumas pessoas – por absoluta
incompreensão do sentido do Acordo e talvez induzidas por textos imprecisos da imprensa – chegaram a afirmar que a abolição do trema (prevista pelo Acordo) implicaria a mudança da pronúncia das palavras (não diríamos mais o u de lingüiça, por exemplo). Isso não passa de um grosseiro equívoco: o Acordo só altera a forma de
grafar algumas palavras. A língua continua a mesma.
E) FICA ABOLIDO, NAS PALAVRAS PAROXÍTONAS, O ACENTO AGUDO NO I E NO U TÔNICOS QUANDO PRECEDIDOS DE DITONGO : palavras como feiúra, baiúca passam a ser grafadas feiura, baiuca; F) FICA ABOLIDO, NAS FORMAS VERBAIS RIZOTÔNICAS (QUE TÊM O ACENTO TÔNICO NA RAIZ), O ACENTO AGUDO DO U TÔNICO PRECEDIDO DE G OU Q E SEGUIDO DE E OU I.
Essa regra alcança algumas poucas formas de verbos como averiguar, apaziguar, arg(ü/u)ir: averigúe, apazigúe e argúem passam a ser grafadas averigue, apazigue, arguem; G) DEIXA DE EXISTIR O ACENTO AGUDO OU CIRCUNFLEXO USADO PARA DISTINGUIR PALAVRAS PAROXÍTONAS QUE, TENDO RESPECTIVAMENTE VOGAL TÔNICA ABERTA OU FECHADA, SÃO HOMÓGRAFAS DE PALAVRAS ÁTONAS. ASSIM, DEIXAMDE SE DISTINGUIR PELO ACENTO GRÁFICO: —para (á), flexão do verbo parar, e para, preposição; —pela(s) (é), substantivo e flexão do verbo pelar, e pela(s), combinação da preposição per e o artigo a(s); —polo(s) (ó), substantivo, e polo(s), combinação antiga e popular de por e lo(s); —pelo (é), flexão de pelar, pelo(s) (ê), substantivo, e pelo(s) combinação da preposição per e o artigo o(s); —pera (ê), substantivo (fruta), pera (é), substantivo arcaico (pedra) e pera preposição arcaica. 2.2 O caso do hífen
O hífen é, tradicionalmente, um sinal gráfico mal sistematizado na ortografia da língua portuguesa. O texto do Acordo tentou organizar as regras, de modo a tornar seu uso mais racional e simples: a) manteve sem alteração as disposições anteriores sobre o uso do hífen nas palavras e expressões compostas. Determinou apenas que se grafe de forma aglutinada certos compostos nos quais se perdeu a noção de composição (mandachuva e paraquedas, por exemplo).
Para saber quais perderão o hífen, teremos de esperar a publicação do novo Vocabulário Ortográfico pela Academia das Ciências de Lisboa e pela Academia Brasileira de Letras. É que o texto do Acordo prevê a aglutinação, dá alguns exemplos e termina o enunciado com um etc. – o que, infelizmente, deixa em aberto a questão;
b) no caso de palavras formadas por prefixação, houve as seguintes alterações: ● só se emprega o hífen quando o segundo elemento começa por h Ex.: pré-história, super-homem, pan-helenismo, semi-hospitalar EXCEÇÃO: manteve-se a regra atual que descarta o hífen nas palavras formadas com os
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prefixos des- e in- e nas quais o segundo elemento perdeu o h inicial (desumano, inábil, inumano). ● e quando o prefixo termina na mesma vogal com que se inicia o segundo elemento Ex.: contra-almirante, supra-auricular, auto-observação, micro-onda, infra-axilar EXCEÇÃO: manteve-se a regra atual em relação ao prefixo co-, que em geral se aglutina com o segundo elemento mesmo quando iniciado por o (coordenação, cooperação, coobrigação) Com isso, ficou abolido o uso do hífen: ● quando o segundo elemento começa com s ou r, devendo estas consoantes ser duplicadas Ex.: antirreligioso, antissemita, contrarregra, infrassom. EXCEÇÃO: manteve-se o hífen quando os prefixos terminam com r, ou seja, hiper-, inter- e super- Ex.: hiper-requintado, inter-resistente, super-revista. ● quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com uma vogal diferente Ex.: extraescolar, aeroespacial, autoestrada, autoaprendizagem, antiaéreo, agroindustrial, hidroelétrica OBSERVAÇÃO Permanecem inalteradas as demais regras do uso do hífen. 2.3. O caso das letras k, w, y
Embora continuem de uso restrito, elas ficam agora incluídas no nosso alfabeto, que passa, então, a ter 26 letras. Importante deixar claro que essa medida nada altera do que está estabelecido. Apenas fixa a seqüência dessas letras para efeitos da listagem alfabética de qualquer natureza. Adotou-se a convenção internacional: o k vem depois do j, o w depois do v e o y depois do x. 2.4. O caso das letras maiúsculas
Se compararmos o disposto no Acordo com o que está definido no atual Formulário Ortográfico brasileiro, vamos ver que houve uma simplificação no uso obrigatório das letras maiúsculas. Elas ficaram restritas a nomes próprios de pessoas (João, Maria, Dom Quixote), lugares (Curitiba, Rio de Janeiro), instituições (Instituto Nacional da Seguridade Social, Ministério da Educação) e seres mitológicos (Netuno, Zeus), a nomes de festas (Natal, Páscoa, Ramadão), na designação dos pontos cardeais quando se referem a grandes regiões (Nordeste, Oriente), nas siglas (FAO, ONU), nas iniciais de abreviaturas (Sr., Gen. V. Exª) e nos títulos de periódicos (Folha de S.Paulo, Gazeta do Povo).
Ficou facultativo usar a letra maiúscula nos nomes que designam os domínios do saber (matemática ou Matemática), nos títulos (Cardeal/cardeal Seabra, Doutor/ doutor Fernandes, Santa/santa Bárbara) e nas categorizações de logradouros públicos (Rua/rua da Liberdade), de
templos (Igreja/igreja do Bonfim) e edifícios (Edifício/edifício Cruzeiro).
2.5. Uma curiosa (e infeliz) determinação
Alegando que o sujeito de uma sentença não pode ser preposicionado, há uma certa tradição gramatical que proíbe, na escrita, a contração da preposição com o artigo ou com o pronome em sentenças como:
Não é fácil de explicar o fato de os professores
ganharem tão pouco. É tempo de ele sair.
Nem todos os gramáticos subscrevem tal proibição. Evanildo Bechara, por exemplo, argumenta, em sua Moderna gramática portuguesa (Rio de Janeiro: Editora Lucerna, 2000, p. 536-7), que ambas as construções são corretas e cita o uso da contração em vários escritores clássicos da língua. No entanto, há uma cláusula do Acordo Ortográfico que adota aquela proibição.
Assim, cometeremos, a partir da vigência do Acordo, erro gráfico se fizermos a contração. Parece que alguns filólogos não conseguem mesmo viver sem cultivar alguma picuinha... 2.6. Apreciação geral
O Acordo é, em geral, positivo. Em primeiro lugar, porque unifica a ortografia do português, mesmo mantendo algumas duplicidades. Por outro lado, simplifica as regras de acentuação, limpando o Formulário Ortográfico de regras irrelevantes e que alcançam um número muito pequeno de palavras. A simplificação das regras do hífen é também positiva: torna um pouco mais racional o uso deste sinal gráfico.
CONHEÇA AS PRINCIPAIS ALTERAÇÕES A IMPLEMENTAR PELA REFORMA ORTOGRÁFICA:
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FLEXÕES DO SUBSTANTIVO
O substantivo admite as flexões de gênero, número e
grau.
GÊNERO
São masculinos: o cachorro, o tomate, o guaraná.
São femininos: a gata, a alface, a omoplata, a
dinamite.
FORMAÇÃO DO GÊNERO
Substantivos biformes:
cantor - cantora
Substantivos comuns de dois gêneros
São aqueles substantivos que mantêm uma só forma
para os dois gêneros e diferenciam-se (feminino x
masculino) através da colocação do artigo:
o estudante - a estudante
Substantivos sobrecomuns
Aplicam-se a pessoa de ambos os sexos, não
mudando nem mesmo o artigo.
o cônjuge, a vítima, a criança, o algoz, a sentinela,
etc.
Substantivos epicenos
São certos nomes de animais. Usa-se macho ou
fêmea para distinguir o sexo.
cobra macho - cobra fêmea
NÚMERO
Singular: carro, porta, capacete, mola, barata
Plural: carros, portas, capacetes, molas, baratas
PLURAL DE SUBSTANTIVOS COMPOSTOS:
1. PLURALIZAM-SE OS DOIS ELEMENTOS:
Substantivo + substantivo (S+S)
couve-flor - couves-flores
Substantivo + adjetivo (S+A)
cachorro-quente - cachorros-quentes
Adjetivo + substantivo (A+S)
curta-metragem – curtas-metragens
Numeral + substantivo (N+S)
meia-lua - meias-luas
2. VARIA APENAS O SEGUNDO ELEMENTO:
Nos compostos com as formas grã, grão, bel
grão-duque - grão-duques; grã-cruz - grã-cruzes;
bel-prazer - bel-prazeres.
Elemento invariável + palavra variável
sempre-viva - as sempre-vivas
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Verbo + substantivo (V+S)
guarda-chuva - guarda-chuvas
Palavras repetidas
quero-quero - quero-queros
tico-tico - tico-ticos
Elementos unidos sem hífen
os pontapés, as autopeças
3. VARIA APENAS O PRIMEIRO
Substantivo + de + substantivo
pé-de-moleque - pés-de-moleque
Quando o segundo elemento limita ou
determina o primeiro
navio-escola - os navios-escola
4. FICAM OS DOIS ELEMENTOS INVARIÁVEIS
Verbo + advérbio
o bota-fora - os bota-fora
Só verbos não-repetidos
os leva-e-traz
5. Não variam os compostos da palavra sem +
substantivo, quando denominam unidade:
sem-terra, sem-teto, sem-trabalho.
6. Há substantivos compostos que têm o
segundo elemento sempre no plural, mesmo
que a palavra seja utilizada no singular: guarda-
costas, lustra-móveis, pára-raios.
Exercícios
1. Forme o plural dos compostos abaixo:
A) zunzum ____________________________
B) guarda-civil _________________________
C) beija-flor ____________________________
D) salário-família _______________________
E) quinta-feira __________________________
F) estrela-do-mar ________________________
G) vice-governador _______________________
2. O plural de couve-flor, pão-de-ló e amor-perfeito
é:
A) couve-flores, pães-de-ló, amores-perfeitos
B) couves-flores, pães-de-ló, amores-perfeitos
C) couves-flor, pão-de-lós, amor-perfeitos
D) couves-flores, pães-de-lós, amor-perfeitos
E) couves-flores, pão-de-lós, amores-perfeitos
GRAU
Aumentativo: fogo/ fogaréu; garrafa/garrafão
Diminutivo: rio/riacho, casa/casebre.
a) Em geral, os diminutivos e aumentativos,
juntamente com a idéia de grandeza ou pequenez,
podem exprimir deformidade, desprezo ou troça.
Dizemos, por isso, que podem assumir sentido
pejorativo ou depreciativo.
Ex.: gentalha, narigão, gentinha, povinho, coisinha.
b) a idéia de pequenez se associa facilmente à de
carinho que transparece nas formas diminutivas
abaixo: ex:.paizinho, queridinha, bonitinha, mãezinha,
filhinho, etc.
Exercícios
3. Reescreva os enunciados abaixo, passando os
termos destacados para o plural. Faça as
adaptações que julgar necessárias:
―Devia ser bom o tempo em que existia mula-sem-
cabeça e lobisomem em lugares como aquele‖.
________________________________________
________________________________________
4.
Na propaganda apresentada, o texto verbal que
sintetiza corretamente as ideias presentes
estritamente na imagem é que o cigarro é um(a)
(A) vício que leva as pessoas à morte.
(B) instrumento de prazer e desgosto, ao mesmo
tempo.
(C) arma, e por meio dela você está se matando.
(D) forma de sociabilização das pessoas, mas mata.
(E) marca do desequilíbrio das pessoas, antes de
tudo.
PRÁTICA DE TEXTO
MINISTÉRIO DA DEFESA/2009
Audácia, prudência, temperança
Uma sociedade é sustentável quando consegue
articular a cidadania ativa com boas leis e instituições
sólidas. São os cidadãos mobilizados que fundam e
refundam continuamente a sociedade e a fazem
funcionar dentro de padrões éticos.
O presente momento da política brasileira e a
situação atual do mundo estigmatizado por várias
crises nos convidam a considerar três virtudes
urgentes: a audácia, a prudência e a temperança.
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A audácia é exigida dos tomadores de decisões
face à situação social brasileira que, vista a partir
das grandes maiorias, é desalentadora. Muito se
tem feito no atual Governo, mas é pouco face à
chaga histórica que extenua os pobres. Nunca se
fez uma revolução na educação e na saúde,
alavancas imprescindíveis para transformações
estruturais. Um povo ignorante e doente jamais
dará um salto para frente.
Algo semelhante ocorre com a política mundial
face à escassez de água potável e ao aquecimento
global do planeta. Audácia é aquela coragem de
tomar decisões e pôr em prática iniciativas que
respondem efetivamente aos problemas em
questão. O que vemos, especialmente no âmbito do
G-8, do FMI, do BM e da OMC diante dos
problemas referidos, são medidas tímidas que mal
protelam catástrofes anunciadas. No Brasil a busca
da estabilidade macroeconômica inibe a audácia
que os problemas sociais exigem. Dever-se-ia ir tão
longe na audácia que
um passo além seria insensatez. Só assim evitar-
se-ia que as crises, nacional e mundial, se
transformassem em drama coletivo de grandes
proporções.
A segunda virtude é a prudência. Ela equilibra
a audácia. A prudência é aquela capacidade de
escolher o caminho que melhor soluciona os
problemas e mais pessoas favorece. Por isso a
prudência é a arte de congregar mais e mais
agentes e de mobilizar mais vontades coletivas
para garantir um objetivo bom para o maior número
possível de cidadãos.
Como em todas as virtudes, tanto a audácia
quanto a prudência podem conhecer excessos. O
excesso de audácia é a insensatez. A pessoa vai
tão longe que acaba se isolando dos outros ficando
sozinha como um Dom Quixote. O excesso da
prudência é o imobilismo. A pessoa é tão prudente
que acaba morrendo de ajuizada. Engessa
procedimentos ou chega tarde demais na
compreensão e solução das questões.
Há uma virtude que é o meio termo entre a
audácia e a prudência: a temperança. Em
condições normais significa a justa medida, o ótimo
relativo, o equilíbrio entre o mais e o menos. Ela é a
lógica do universo que assegura o equilíbrio entre a
desordem originária do big bang (caos) e a ordem
produzida pela expansão/ evolução (cosmos). Mas
em situações de alto caos social como é o nosso
caso, a temperança assume a forma de sabedoria
política. A sabedoria implica levar tão longe a
audácia até aquele ponto para além do qual não se
poderá ir sem provocar uma grande instabilidade.
O efeito é uma solução sábia que resolve as
questões das pessoas mais injustiçadas, quer dizer,
traz-lhes sabor à existência (donde vem sabedoria).
Ninguém expressou melhor esse equilíbrio sutil
entre audácia corajosa e prudência sábia que Dom
Pedro Casaldáliga ao escrever: ―Saber esperar,
sabendo ao mesmo tempo forçar as horas daquela
urgência que não permite esperar‖. BOFF, Leonardo.
Disponível em:
http://jbonline.terra.com.br/jb/papel/colunas/boff/
1. Na alusão à ―...política mundial face à escassez de
água potável e ao aquecimento global do planeta, o
autor
(A) demonstra maior incidência dos problemas
ambientais no aspecto regional do que no universal.
(B) sinaliza para uma oposição entre a política
ambiental mundial e a nacional.
(C) adverte para a necessidade de tratarmos de
problemas de nível mais elevado.
(D) estabelece uma analogia entre questões
regionais e questões universais.
(E) dissocia a escassez de água potável no país do
aquecimento global do planeta.
2. ―Como em todas as virtudes, tanto a audácia
quanto a prudência podem conhecer excessos.‖
Reescrevendo-se a passagem acima, o sentido fica
mantido em:
(A) A audácia e a prudência propiciam tantos
excessos que desconhecem as outras virtudes.
(B) A prudência pode conhecer tanto os excessos da
audácia como os de todas as virtudes.
(C) Dessa forma, é com a audácia que se conhecem
os
excessos de todas as virtudes.
(D) Assim como a audácia, a prudência pode
conhecer
excessos, como em todas as virtudes.
(E) Como em todas as virtudes, os excessos da
prudência podem conhecer os excessos da audácia.
3. No 6o parágrafo o autor
(A) resume, na segunda oração, sua opinião acerca
do tema.
(B) fundamenta seu ponto de vista numa série de
comparações.
(C) quebra a lógica do texto, acrescentando
exemplos de heroísmo.
(D) condiciona a solução para os problemas a
procedimentos engessados.
(E) constrói uma argumentação para o seu ponto de
vista através da ideia de consequência.
4. ―Em condições normais significa a justa medida, o
ótimo relativo,‖ (�. 48-49)
A expressão destacada é explicada como
(A) colocar em prática todas as virtudes de forma
extremada.
(B) adotar medidas radicais quanto à educação,
mesmo com a instabilidade.
(C) usar, racional e moderadamente, as virtudes,
evitando o caos.
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(D) priorizar o desenvolvimento tecnológico em
detrimento da educação.
(E) tomar medidas drásticas com vistas ao sucesso
da
macroeconomia.
5. Para o autor, a sabedoria
(A) é privilégio das maiorias ilustradas.
(B) emerge sempre do caos social instalado.
(C) resulta de ponderações lúcidas e éticas.
(D) provém de uma revolução na educação.
(E) ignora o protesto das pessoas mais injustiçadas.
6. Medidas prudentes são aquelas que todos
aprovam.
A forma verbal INADEQUADA quanto ao padrão
culto para substituir o termo destacado acima é
(A) requerem. (B) pedem. (C) concordam.
(D) almejam. (E) aceitam.
7. Na passagem ―são medidas tímidas que mal
protelam catástrofes anunciadas.‖ (L. 25-26), o uso
do adjetivo destacado demonstra uma
(A) linguagem figurada.
(B) exacerbação de sentido.
(C) impropriedade gramatical.
(D) união de conceitos opostos.
(E) incoerência com o restante da frase.
Adjetivo
Adjetivo é a palavra variável em gênero, número
e grau que indica as qualidades ou
propriedades de todos os seres, funcionando como
modificador de substantivos.
O adjetivo exerce sempre a função sintática de
adjunto adnominal ou de predicativo (do sujeito ou
do objeto).
LOCUÇÃO ADJETIVA
Locução adjetiva é a expressão formada de
preposição mais substantivo (ou advérbio) com
valor de um adjetivo.
Amor de mãe – materno
Paixões sem freio – desenfreadas
As patas de trás – traseiras
FLEXÃO DOS ADJETIVOS
GÊNERO
Quanto ao gênero, o adjetivo pode ser:
UNIFORME : uma única forma para os gêneros
masculino e feminino.
Homem eficiente – mulher eficiente
Garoto sorridente – garota sorridente
Homem simples – mulher simples
BIFORME: duas formas, uma para o masculino outra
para o feminino.
Rapaz bonito – moça bonita
Homem simpático – mulher simpática
Garoto estudioso – garota estudiosa
NÚMERO
Os adjetivos simples seguem as mesmas regras da
flexão numérica dos substantivos. Devemos, no
entanto, observar o seguinte:
Adjetivos simples:
Cru – crus Feroz – ferozes Amável - amáveis
Para a flexão de número dos adjetivos compostos,
seguem-se as seguintes regras:
1) Nos adjetivos compostos (adjetivo + adjetivo),
só o último elemento se pluraliza:.
Singular Plural
luso-brasileiro luso-brasileiros
poético-musical poético-musicais
anglo-saxônico anglo-saxônicos
postal-telegráfico postal-telegráficos
Um menino surdo-mudo viu dois meninos surdos-
mudos.
Os adjetivos azul-marinho, azul-celeste são
invariáveis.
2) adjetivos compostos designativos de cores:
a) só varia o 2º elemento, quando constituídos de
adjetivos:
blusa amarelo-clara blusas amarelo-claras
fita verde-amarela fitas verde-amarelas
b) nenhum elemento varia quando um deles for
substantivo:
fita violeta-escuro fitas violeta-escuro
tonalidade azul-piscina tonalidades azul-piscina
olho verde-garrafa olhos verde-garrafa
OBS: Também permanecerão invariáveis os
substantivos simples quando empregados em função
adjetiva.
Luvas pérola (=cor de pérola)
Meias gelo (=cor de gelo)
Calças cinza (=cor da cinza)
c) não há variação nenhuma quando ocorre a
preposição “de” ou as locuções “cor de, da cor de,
de cor:
olhos de verde-mar
olhos cor de safira
tecidos de cor azul
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Exercícios
1. Reescreva as frases abaixo trocando o
substantivo sublinhado pelo que está entre
parênteses e alterando, se necessário, o adjetivo
composto.
A) O homem decide o plano econômico-financeiro
da empresa. (estratégia)
________________________________________
________________________________________
B) Na fazenda, Zefa criava um cavalo castanho-
claro. (duas éguas)
________________________________________
________________________________________
2. Selecione a alternativa que completa as lacunas
da frase apresentada:
Os acidentados foram encaminhados a diferentes
clínicas _____________.
A) médicas-cirúrgicas D) médicos-cirúrgicos
B) médica-cirúrgicas E) médica-cirúrgicos
C) médico-cirúrgicas
3. As palavras em destaque em ―... que, apesar do
olhar profissional crítico, analítico,‖ são
classificadas,
respectivamente, como:
(A) substantivo e adjetivo. (D) verbo e
adjetivo.
(B) substantivo e substantivo. (E) verbo e
substantivo.
(C) adjetivo e substantivo.
4. Na narrativa a seguir, observe os termos
destacados e depois assinale a alternativa correta
em relação à sua flexão de número.
A) ―Parte do destacamento foi designada, de última
hora, para fazer a segurança de algumas
manifestação-relâmpagos na cidade.‖
B) ―Antes de iniciar uma das manifestações,
mulheres vestindo blusas vinho se concentraram
diante do palanque. E começaram a protestar.
Mostravam uma faixa onde se lia: ‗Fora às medidas
sócio-econômico-culturais do administrador
Ataliba‘.‖
C) ―E gritavam. As pessoas se aglomeravam em
torno delas. A desordem tomou conta da praça.
Soldados, vestindo fardas verde-abacates,
começaram a agir.‖
D) ―No meio da confusão, estavam alguns surdos-
mudo que procuravam entender o que estava
acontecendo. Eles acenavam bandeirolas azuis-
piscina.‖
E) ‖Para completar o quadro, as mulheres distribuíram
fitas amarelas-ouro onde se podiam ver pequenas
charges sobre o administrador.‖
5. O adjetivo (entre parênteses) NÃO corresponde à
locução adjetiva (destacada) em
(A) ―Nos meses do verão,‖ (hibernais)
(B) ―...afastado do bulício da cidade,‖ (urbano)
(C) ―Às primeiras horas da tarde,‖ (vespertinas)
(D) ―...grandes tachas de cobre...‖ (cúpreas)
(E) ―o grande pilão de madeira,‖ (lígneo)
PRÁTICA DE TEXTO
MINISTÉRIO DA DEFESA/2009
Os atropelos da pressa
Há um frenesi de velocidade no ar e muita gente
já está ficando sufocada com esse novo tipo de
poluição. Ser cada vez mais rápido se tornou uma
obsessão quase que neurótica na sociedade
consumista atual. É o nosso computador que tem de
ser mais veloz e, portanto, mais potente. É o celular
que tem de ser trocado por ofertas mais tentadoras.
Plantas que começam a produzir frutos em questão
de semanas. Milhares de hectares de florestas são
desmatados em apenas alguns dias pelos correntões
dos tratores de esteira. Eficiência hoje é mais
produção no menor tempo possível, para mais
consumo e mais lucro. Até o nosso presidente, diante
dessa crise financeira atual, está-nos aconselhando a
consumir mais, já que isso significa mais emprego.
Sabemos que os sentimentos não podem
conviver
com o efêmero, nem com o fugidio. As nossas
amizades, valores, crenças e os prazeres da alma
são construídos de modo necessariamente lento. Por
outro lado é sabido que todos nós gostamos de
consumir, mas esse consumismo desbragado liberou,
de modo tão exagerado, as amarras do desejo, esse
sujeito ansioso, eternamente insatisfeito, que só se
fala em busca, desapego e troca-troca interminável.
Essas coisas passam longe do amor que é encontro,
cuidado e merecimento. É certo que desejo e amor
são partes constitutivas do humano, mas só o
equilíbrio, que é a sábia opção do meio termo,
poderia tornar a vida mais dignificante.
O mundo da pressa desgasta nossos valores
maiores e dilacera o paciente e delicado tecido
amoroso, que é feito com muita persistência, alegria,
renúncia e doações. O mundo dos afetos não passa
pela regulagem dos megabits, nem pelas trocas
periódicas, ele é sabiamente vagaroso no seu
desenvolver. Ele se sustenta nos pilares das coisas
que não mudam assim tão facilmente. Estas coisas
são os valores que nós perenizamos através das
memórias e que comemoramos com o prazer da
alma.
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É em homenagem a eles que fazemos as festas e
algumas são muito especiais. A festa natalina, por
exemplo, significa o nascimento da esperança em
Jesus e o Ano Novo exprime a morte do velho e o
nascimento de um novo tempo. Um tempo que se
perpetua, porque não destrói, não muda e nem
mata.
Portanto, fujamos dessa pressa incentivadora
maior da ansiedade que penaliza a nossa
capacidade de contemplar, de observar e de
degustar com prazer o sabor do instante. Não
podemos esquecer que um pouco de vagareza em
nossas atitudes é um sinal positivo de que estamos
tendo mais sabedoria, paz e serenidade em nosso
bem viver. E assim, pronunciaremos mais
raramente essa neurótica sentença: não tenho
tempo! TRANCOSO, Alfeu, JB Ecológico, dez.
2008.
1. A leitura do primeiro parágrafo deixa evidente
que o autor quis expressar que
(A) para a economia brasileira, mais velocidade em
diversos setores beneficia a sociedade.
(B) o aspecto positivo da necessidade da pressa
está na produção de alimentos.
(C) a neurose constitui a principal consequência do
desejo de consumo.
(D) a saturação do ar ocasiona a sensação de
sufocamento sofrida por muita gente.
(E) a tendência à rapidez, na sociedade, aproxima-
se de uma patologia social.
2. No segundo parágrafo, o autor
(A) enumera situações ilustrativas de uma vida
movida pela pressa.
(B) questiona a perenidade de alguns valores
sociais, apontando semelhanças entre eles.
(C) estrutura seus argumentos a partir de uma
oposição de ideias.
(D) revela a inconsistência do espírito
ultraconservador das instituições sociais.
(E) conclui sua argumentação, estabelecendo, para
isso, uma série de comparações.
3. De acordo com o texto, o desapego relacionado
ao
consumismo significa
(A) oposição ao que não é descartável.
(B) valorização do que é permanente.
(C) consciência da perenidade dos valores.
(D) busca dos prazeres da alma.
(E) preocupação com os bens espirituais.
4. ―Sabemos que os sentimentos não podem
conviver com o efêmero,‖ (l. 16-17).
O termo em destaque é substituível, sem alteração
de
sentido da frase, por
(A) imutável. (B) transitório. (C) eterno.
(D) eficiente. (E) eficaz.
5.Segundo o autor, a construção dos sentimentos se
dá através de
(A) ansiedade constante.
(B) entrega generosa.
(C) movimentos repentinos.
(D) alterações extremadas.
(E) mudanças bruscas.
6. A temática tratada no texto pode ser traduzida
pelo(a)
(A) descompasso entre a ansiedade de viver
intensamente e a construção gradativa de uma vida
interior.
(B) equilíbrio entre a necessidade de recalcar os
sentimentos e a vontade de viver mais intensamente.
(C) crise existencial decorrente do imobilismo das
instituições sociais do mundo moderno.
(D) apologia ao consumismo como forma de
compensar frustrações diárias.
(E) perenização de valores humanos, causada pela
crise econômica mundial.
7. Assinale a opção que NÃO corresponde ao texto.
O frenesi da velocidade é comparado a um novo tipo
de poluição porque
(A) envolve as pessoas na ânsia do ter.
(B) impede o enraizamento dos sentimentos.
(C) contribui para encontros que sinalizam para
ações altruístas.
(D) seduz os cidadãos para a obtenção contínua de
mais novidades.
(E) impele o homem a afastar-se de ações prudentes
e
equilibradas.
8. A leitura do último parágrafo conduz à conclusão
inequívoca de que
(A) toda ansiedade é proveniente da pressa.
(B) viver bem é ser vagaroso.
(C) cada momento presente penaliza a
contemplação.
(D) reclamar não ter tempo revela sabedoria.
(E) agir velozmente cerceia nossa visão do momento.
9. O autor se expressa através de uma linguagem
figurada na seguinte passagem:
(A) ―É o nosso computador que tem de ser mais veloz
e, portanto, mais potente.‖ (l. 5-6)
(B) ―Plantas que começam a produzir frutos em
questão de semanas.‖ (l. 8-9)
(C) ―É certo que desejo e amor são partes
constitutivas do humano,‖ (l. 26-27)
(D) ―A festa natalina, por exemplo, significa o
nascimento da esperança em Jesus ...‖ (l. 41-43)
(E) ―... que penaliza a nossa capacidade de
contemplar, de observar e de degustar com prazer o
sabor do instante.‖ (l. 47-49)
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10. Em ―E assim, pronunciaremos mais raramente
essa neurótica sentença: não tenho tempo!‖ (l. 52-
54), a forma verbal destacada se refere a uma ação
(A) hipotética.
(B) passada e inconclusa.
(C) passada e habitual.
(D) futura e cotidiana.
(E) futura em relação ao passado.
Pronome
PRONOMES PESSOAIS
Os pronomes pessoais variam de acordo com
as funções que exercem nas orações, dividindo-se
em pronomes do caso reto e do caso oblíquo.
NÚMERO PESSO
A
CASO RETO
SINGULA
R
1ª EU
2ª TU
3ª ELE / ELA
PLURAL
1ª NÓS
2ª VÓS
3ª ELES / ELAS
NÚMERO PESSO
A
OBLÍQUO
ÁTONO
Sem
preposiçã
o
OBLÍQUO
TÔNICO
Com
preposição
SINGULA
R
1ª me mim
2ª te Ti
3ª o, a, lhe,
se
si,ele
PLURAL
1ª nos nós
2ª vos vós
3ª os, as,
lhes, se
si, eles
1. Associados a verbos terminados em -r, -s ou -z,
os pronomes oblíquos o, a, os, as assumem as
formas lo, la, los, las.
Ex: prender + o = prendê-lo
ajudemos + a = ajudemo-la
fez + o = fê-lo
2. Associados a verbos terminados em
ditongo nasal (-am, -em, -ão, -õe), os
pronomes oblíquos o, a, os, as assume a
seguinte forma:
Ex: trazem + o = trazem-no
dão + os = dão-nos
3. Na função de complemento, usam-se os
pronomes oblíquos e não os pronomes retos.
Avisei-o do fato.
Faltaram-lhe modos.
4. Os pronomes pessoais do caso reto devem ser
empregados na função sintática de sujeito.
Considera-se errado o seu emprego como
complemento.
Chamei ele . (errado) / Chamei-o . (certo)
Eu comprei a casa. (certo)
As formas retas eu e tu só podem funcionar como
sujeito. Considera-se errado o seu emprego como
complemento.
Nunca houve problemas entre eu e tu. (errado)
Nunca houve problemas entre mim e ti. (certo)
Obs 1: Quando precedidas de preposição, não se
usam as formas retas eu e tu.
Ninguém sairá sem eu. (errado)
Ninguém sairá sem mim. (certo)
Obs 2: Poderão ser empregadas as formas retas eu
e tu mesmo precedidas por preposição quando essas
formas funcionarem como sujeito de um verbo no
infinitivo.
Isso é para eu ler.
Deram os biscoitos para tu comeres.
5. Os pronomes retos (exceto eu e tu), quando
precedidos de preposição, passam a funcionar como
oblíquos. Somente nesse caso, considera-se correto
seu emprego como complemento.
Assiste a ele julgar o fato.
Informaram a nós os danos causados.
PRONOMES DE TRATAMENTO
Também chamados de formas de tratamento, fazem
parte de uma categoria dos pronomes pessoais. São
eles:
Pronome Abreviatur
a
Emprego
Vossa Alteza V. A. Príncipes e
duques
Vossa
Eminência
V. Emª. Cardeais
Vossa
Excelência
V. Exª. Altas autoridades
em geral e bispos
Vossa
Magnificência
V. Magª. Reitores de
universidades
Vossa
Reverendíssim
a
V. Rev Sacerdotes
Vossa
Santidade
V. S. Papa
Vossa Senhoria V. Sª. Funcionários
graduados
Vossa
Majestade
V.M. Reis, imperadores
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1. Esses pronomes são da 2ª pessoa, mas se usam
com as formas verbais e os pronomes possessivos
de 3ª pessoa.
Ex: ―Vossa Majestade pode partir tranqüilo para a
sua expedição‖.
2. Esses pronomes devem vir precedidos de vossa,
quando nos dirigimos à pessoa representada pelo
pronome, e, por sua, quando falamos dessa
pessoa.
Outros: você, vocês (no trato familiar), o Senhor
(Sr.) e a Senhora (Sra.) (no tratamento de
respeito).
PRONOMES POSSESSIVOS
São aqueles que indicam posse com relação às três
pessoas do discurso. Exercem, sintaticamente, a
função de adjuntos adnominais.
NÚMERO PESSOA Pronomes
Possessivos
SINGULAR
1ª meu, minha, meus,
minhas
2ª teu, tua, teus, tuas
3ª seu, sua, seus, suas
PLURAL
1ª nosso, nossa, nossos,
nossas
2ª vosso, vossa, vossos,
vossas
3ª seu, sua, seus, suas,
PRONOMES DEMONSTRATIVOS
Indicam o lugar ou a posição dos seres com relação
às três pessoas do discurso. Exercem, assim
como os possessivos, a função de adjunto
adnominal.
Pronomes Demonstrativos
1ª pessoa Este, esta, estes, estas, isto
2ª pessoa Esse, essa, esses, essas, isso
3ª pessoa Aquele, aquela, aqueles, aquelas,
aquilo
São também pronomes demonstrativos : o (quando
equivale a aquele, aquela, aquilo), mesmo, próprio
(como pronomes de reforço - ex: Ele mesmo tomou
o lugar), tal (=este, esse, isso, etc) - ex: Não havia
razão para tal procedimento)
PRONOMES INDEFINIDOS
Referem-se à 3ª pessoa do discurso, designando-a
de forma vaga, imprecisa, indeterminada.
São pronomes indefinidos:
Algo, qualquer, alguém, ninguém, outrem, quem,
algum, nenhum, todo e toda (desacompanhados de
artigo), certo (antes de nomes).
Exemplos:
Qualquer coisa que fizer será bom.
Acreditam em tudo que fulano diz ou sicrano escreve.
Vocês estão certos (adjetivo) / Não gosto de certas
coisas.
PRONOMES RELATIVOS
Representam nomes já mencionados, com os quais
estão relacionadas. Geralmente retomam um termo
antecedente da oração, projetando-o numa outra
oração. São eles: que (= o qual, a qual, os quais, as
quais), quem, qual, quais, cujo, cuja, cujos, cujas,
onde, quanto, quanta, quantos, quantas.
Pagamos as contas. As contas estavam atrasadas.
Pagamos as contas que estavam atrasadas.
1. O pronome relativo quem é empregado com
referência a pessoas e sempre vem precedido de
preposição.
Ex: Sejamos gratos a Deus, a quem tudo devemos.
2. Quanto deve ter por antecedente um
pronome
indefinido: (tudo) quanto, (o) quanto, (todos) quantos,
(todas) quantas.
Ex: Disse tudo o quanto desejava.
3. Os pronomes cujo, cuja sempre indicam
posse e podem ser desdobrados em um
complemento que também indica posse. Exemplos:
"Devemos socorrer João, cuja casa se incendiou" (a
casa de João se incendiou) ou "A mala, cuja chave
foi perdida" (a chave da mala foi perdida).
> Por indicar posse, esse pronome, sintaticamente,
exercerá a função de adjunto adnominal, da
mesma forma que os pronomes possessivos.
> Cujo/cuja(s) admite(m) - e exige(m) - antes de si
preposição quando o verbo que seguir este pronome
assim o exigir. Assim, são consideradas erradas as
formas
O homem cuja casa estivemos.
Nosso chefe, cujas ordens obedecemos,
e corretas as seguintes:
O homem em cuja casa estivemos.
Nosso chefe, a cujas ordens obedecemos.
> Somente quando o verbo posposto ao cujo não
exigir preposição é que o relativo cujo deixará de vir
antecedido de preposição.
"O homem, cujo filho conheço..."
"O papel, cujas dobras cortei..."
> Jamais devemos colocar artigo depois do
relativo cujo. Desta forma, são erradas as
construções:
O homem cujo o braço foi cortado e cuja a cabeça
será decepada encontra-se num ambiente cujo o ar é
desagradável.
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4. Onde é usado para indicar lugar e significa
em que, no qual e é usado com verbos que não
dão idéia de movimento.
Ex:Este é o lugar onde vivo.
Exerce, sintaticamente, a função de adjunto
adverbial
PRONOMES INTERROGATIVOS
Aparecem em frases interrogativas. Como os
pronomes indefinidos, referem-se de modo
impreciso à 3ª pessoa do discurso.
Ex: Quantos vêm?
Quem é você?
Exercícios
01. Coloque P para pronome pessoal e D para
demonstrativo:
( ) Esta casa é a que você sonhou comprar?
( ) Joaquina ainda não a conhece?
( ) Não quero conhecê-la.
( ) O que queres agora é impossível.
( ) Eu os conheço muito bem.
( ) Viram-no vocês?
( ) Os que fugirem morrerão.
02. Anexe corretamente os pronomes oblíquos aos
verbos:
Chamar + o __________________________
Conhecer + o _________________________
Levem + o __________________________
Indispõe + a __________________________
Convidam + o_________________________
Seguimos + o_________________________
Vimos + as___________________________
Fez + os_____________________________
03. Anteponha às frases as letras R ou I, conforme
o pronome for relativo ou interrogativo:
( ) As aulas a que assisti foram proveitosas.
( ) Que incógnitos veios de ouro exploram?
( ) Você o chamou para quê?
( ) Cada experiência por que passamos é
favor de vida.
04. Observe o QUE nas frases abaixo e coloque (R)
para pronome relativo, (I) para conjunção
integrante.
QUE => O QUAL, A QUAL (s) ---- Pronome
relativo
QUE => ISSO ------- Conjunção integrante.
( ) Deus, que é bom, perdoa.
( ) João comprou o feijão que pedi a ele.
( ) Lembrei que João não comprou o feijão.
( ) O professor exigia que todos estivessem em
dia com os estudos.
( ) Os animais que põem ovos são ovíparos.
( ) Pedra que rola não cria limo.
( ) A mulher que trabalha é respeitada e temida
pelos homens.
05. As frases abaixo são freqüentes na língua
coloquial e familiar. Reescreva-as de acordo com o
padrão culto da língua.
A) O espião viu ela ontem pela manhã.
________________________________________
B) Eu encontrei ele no Estádio do Maracanã.
________________________________________
C) O rapaz deixou alguns produtos para mim vê.
________________________________________
D) Está tudo certo entre eu e você.
________________________________________
E) Eu trouxe ele aqui pra dá uma força pros garotos.
________________________________________
06. Assinale a série de pronomes que completa
adequadamente as lacunas do seguinte período:
"Os desentendimentos existentes entre ______ e
______ advêm de uma insegurança que a vida
estabeleceu para ________ traçar um caminho que
vai de _______ a _______."
A) mim - ti - eu - mim - ti
B) mim - ti - mim - mim - tu
C) eu - ti - mim - mim – tu
D) eu - tu - eu - mim - tu
E) eu - ti - eu - mim - ti
07. O QUE não é pronome relativo na opção:
A) Não há mulher que não adore o amor.
B) Não há porteira de curral que não se ria para ele,
com risadinha asmática de velha regateira.
C) "- Me espere em casa, que eu ainda vou dar uma
espiada na novilha."
D) "- Tenho uma corrente de prata lá em casa que
brilha mais que a luz das estrelas."
E) "Quem seria aquele sujeito que estava de pé,
encostado no balcão, todo importante?"
08. Atente para os fragmentos do compositor
Gonzaguinha:
“A dama de lilás me (1) machucando o coração.”
“Primeiro você me (2) azucrina”
“Me (3) entorta a cabeça
E me (4) deixa na boca
Um gosto amargo de fel..”
O pronome ME está empregado com valor
possessivo nos casos:
A) 1 e 2 B) 2 e 3 C) 3 e 4 D) 1, 3 e 4
E) 2, 3 e 4
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09. Na passagem ―Eugênio examinava-lhe as mudanças do rosto com comovida atenção.‖, o pronome oblíquo lhe exerce função sintática idêntica ao termo destacado em (A) ―Olívia se aproximou de Eugênio...‖ (B) ―A enfermeira juntava os ferros.‖ (C) ―A respiração voltava lentamente,‖ (D) ―Vencera! Salvara a vida de uma criança!‖
(E) ―Sentia-se leve e aéreo.‖
10. Assinale a afirmativa em que a palavra ―onde‖
está usada corretamente.
(A) Trabalhamos com o conceito de serviços onde o
fator ambiental é preponderante.
(B) Durante a discussão dos técnicos foi levantado
um novo argumento onde o diretor não gostou.
(C) Nas áreas próximas às reservas, onde estão
instaladas famílias, haverá grandes investimentos.
(D) Alguns estudos apontam o ano de 2050 como
decisivo, onde ocorrerá uma grande devastação.
(E) As propostas onde se encontram as soluções
mais
econômicas para a melhoria do ambiente serão
aprovadas.
11. Os pronomes relativos destacados substituem a
palavra ou expressão que se encontra ao final de
cada opção, EXCETO em
(A) ―Está aí uma coisa que eu não sabia...‖ – coisa
(B) ―Chefe de um país ou de um exército que
preside...‖ – exército
(C) ―E sempre desconfiei que ‗esdrúxulo‘ foi
inventada por um antigo dicionarista que sentia
falta de uma palavra...‖ – antigo dicionarista
(D) ―...sentia falta de uma palavra que descrevesse
coisas,‖ – uma palavra
(E) ―figuras históricas que nunca foram –‖ - figuras
históricas
12. Considere as afirmações a seguir sobre o
emprego dos pronomes
nas frases.
I – ―O vento da noite cortava-lhes o lombo,‖ (l. 30) –
Pronome pessoal com sentido possessivo.
II – ―Os pescadores de largo curso olhavam para
eles com certo desprezo.‖ (l. 15-16) – Pronome
indefinido
atenuando o sentido do substantivo desprezo.
III – ―era como se todo o mundo se aproximasse
para aconchegá-los.‖ (l. 40-41) – Pronome
indefinido todo equivalendo a qualquer.
É(São) verdadeira(s), APENAS, a(s)
afirmação(ões)
(A) I
(B) II
(C) III
(D) I e II
(E) II e III
PRÁTICA DE TEXTO
(TJ-RO/ 2009)
ÍNDIO QUER INTERNET
A nova tacada do Google é usar a tecnologia para
dar visibilidade a ações sociais e ambientais.(...)
Em meados de junho, a nova-iorquina Rebecca
Moore, 52 anos, esteve no Brasil pela primeira vez.
Numa pequena sala em Cacoal, cidade de 77 mil
habitantes em Rondônia, a 500 quilômetros da
capital, Porto Velho, ensinou índios suruís a dar seus
primeiros
passos na Internet por meio de buscas no Google.
Alguns digitavam ―povos indígenas‖ e ―Amazônia‖,
mas
a maioria estava mais interessada em ―Ronaldinho‖ e
―futebol‖. Rebecca conta que, num determinado
momento daquela aula informal, pediu a um dos
índios para entrar num site e avançar pelos links.
Depois da demonstração, orientou como voltar à
página inicial de busca. O aprendiz então começou a
navegar sozinho, com cliques frenéticos. ―Diante dos
meus olhos, ele começava a entender os hiperlinks‖,
diz ela. ―Foi fascinante‖.
Rebecca é cientista da computação e gerente do
Google. Veio ao Brasil para lançar o Google Earth
Solidário, uma parceria da empresa com ONGs para
dar visibilidade a questões socioambientais por meio
de imagens de satélite.(...)
O embrião do Solidário, porém, nasceu fora da
empresa, quando Rebecca era apenas uma usuária
do programa. Em 2005, ela trabalhava em uma
empresa de bioinformática e vivia em Santa Cruz, na
Califórnia, numa casa suprida de energia solar, que
ajuda a abastecer parte da vizinhança. Quando
recebeu um comunicado informando que Santa Cruz
era alvo de um plano de exploração de madeira
aprovado pelo governo federal, a cientista usou o
Google Earth para entender a questão. Pelas
imagens, viu que a extração afetaria rios, seria feita a
poucos metros de escolas, teria a produção escoada
por caminhões em estradas frágeis e por helicópteros
que transitariam durante todo o dia. Decidida a
impedir isso, reuniu dados no programa e mostrou a
um político e ao jornal local. O plano acabou revisto e
vetado.
Algum tempo depois, Rebecca sugeriu ao
Google melhorias do Google Earth. Foi contratada.
Após dezoito meses, em junho de 2007, o Solidário
foi lançado. Em meio a isso, Rebecca recebeu um
aviso curioso: um chefe indígena brasileiro queria
fazer uma parceria.
Chefe Almir, de 32 anos, é um índio incomum.
Biólogo - o primeiro da tribo a ir à faculdade -, tem
celular e três contas de e-mail. Como coordenador da
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associação que representa os quatro clãs suruís,
ele queria se integrar ao resto do Brasil e criar
novas formas de sustento, sem deixar sua cultura
de lado.
Sua preocupação era impedir que seu povo
quase desaparecesse, como acontecera após o
primeiro contato com o homem branco em 1969.
Vinte anos depois, a população havia caído de 5 mil
para 250, por causa de epidemias de gripe e
sarampo. De lá para cá, esse número aumentou.
Hoje, são 1,25 mil índios.(...) ―O futuro está na
tecnologia, e precisamos dela se realmente
queremos um diálogo com o mundo.‖ diz Almir.
Época Negócios, ago. 2008. (adaptado)
Glossário:
Google - programa de busca de informações gerais
na
Internet.
Google Earth - programa do Google que transmite
imagens dos lugares da Terra, feitas por satélite.
1. No subtítulo, a expressão nova tacada está
usada com o mesmo sentido do texto em:
(A) O jogador de sinuca deu uma nova tacada
genial.
(B) O seringueiro deu uma nova tacada para a
extração do látex.
(C) A nova tacada do chefe Almir foi procurar a
Rebecca.
(D) Com uma nova tacada, o abatedor liquidou com
o boi.
(E) Nenhuma nova tacada alcançará o bicho, que já
vai longe.
2. Rebecca exclamou: ―Foi fascinante.‖ (L. 16)
porque (A) é muito interessante para todo mundo
navegar na Internet.
(B) causou estranheza o modo como o índio passou
a usar o teclado freneticamente.
(C) não esperava que um índio fosse capaz de
aprender tão depressa.
(D) o índio demonstrou rapidez de aprendizagem e
interesse pela navegação na Internet.
(E) os índios preferiram buscar informações sobre o
futebol às relativas a eles mesmos.
3. O aspecto comum entre os objetivos da atitude
de Rebecca em 2005 e a sua atual atividade
profissional é o fato de ambas
(A) contribuírem para a preservação do meio
ambiente.
(B) proporcionarem a ela fama na imprensa.
(C) permitirem-lhe ganhar dinheiro.
(D) revelarem sua preocupação com novas
tecnologias.
(E) mostrarem seu interesse em trabalhar para o
Google.
4. Assinale a opção que NÃO completa
adequadamente a sentença, de acordo com o texto.
Chefe Almir...
(A) usa correio eletrônico e telefone celular.
(B) teve contato com o homem branco em 1969.
(C) foi o primeiro suruí a cursar uma faculdade.
(D) procura a integração de seu povo com o resto do
país.
(E) coordena uma associação que congrega os clãs
dos suruís.
05. Indique a opção em que as expressões NÃO se
relacionam com o tema da Internet, de acordo com o
texto.
(A) ―...avançar pelos links.‖ (L. 11)
(B) ―...página inicial de busca.‖ (L. 12-13)
(C) ―...imagens de satélite.‖ (L. 21)
(D) ―...casa suprida de energia solar,‖ (L. 26)
(E) ―...contas de e-mail.‖ (L. 46)
Advérbio
É a palavra que modifica o sentido do verbo, do
adjetivo e do próprio advérbio.
Ex: O navio chegou cedo.
verbo advérbio
A menina é muito linda.
advérbio adjetivo
Nós acordamos muito cedo.
advérbio advérbio
CLASSIFICAÇÃO
AFIRMAÇÃO: sim, certamente, realmente;
DÚVIDA: talvez, acaso, possivelmente;
INTENSIDADE: pouco, muito, bastante;
LUGAR: perto, longe, acima, aqui, lá;
MODO: mal, rapidamente;
NEGAÇÃO: jamais, não;
TEMPO: agora, sempre, hoje, etc.
LOCUÇÃO ADVERBIAL:
É todo conjunto constituído por duas ou mais
palavras e que funciona como advérbio.
Às dez horas voltarei.
Maria estava à vontade no sofá.
Exercícios
01. Destaque e classifique os advérbios ou locuções
adverbiais nas frases abaixo:
A) João agiu com franqueza.
B) Éramos bastante complicados.
C) Aqui é o seu lugar.
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D) Antigamente as pessoas se respeitavam mais.
_______________________________________
E) João penetrou no recinto às pressas.
_______________________________________
02. Classifique as palavras destacadas nas frases
seguintes:
A) O homem estava meio nervoso.
B) Passou meio dia na fila do banco.
C) Faça isso direito !
D) Aquele bonito carro é caro.
03. A opção em que há um advérbio exprimindo
circunstância de tempo é:
A) Possivelmente viajarei para São Paulo.
B) Maria tinha aproximadamente quinze anos.
C) Os fatos aconteceram concomitantemente.
D) Os resultados chegaram
demasiadamente atrasados.
E) A menina ficou muito feliz.
05. Assinale a alternativa em que a locução
destacada tem valor de adjetivo:
A) Comprei móveis e objetos diversos que
comecei a utilizar com receio.
B) Azevedo Gondim compôs sobre ela dois
artigos.
C) Pediu-me com voz baixa cinqüenta mil réis.
D) Expliquei em resumo a prensa, o dínamo, as
serras.
E) Resolvi abrir o olho para que vizinhos sem
escrúpulos não se apoderassem do que era
delas. 06. Assinale a opção em que o termo destacado NÃO pertence à mesma classe gramatical dos destacados nas demais opções. (A) ―são queimadas anualmente pouco antes de começar a estação chuvosa.‖ (B) ―Assistimos , com espanto, à surpreendente visão da torrente de fogo...‖ (C) ―...ondulando poderosamente sobre a planície sem fim.‖ (D) ―Infelizmente (...), ávidos da carne do tatu galinha, não ponderam...‖
(E) ―o solo em geral está parcialmente
esgotado...‖
PRÁTICA DE TEXTO
Porque é importante saber ouvir
A eficiência na comunicação pode ser
alcançada com alguns cuidados, mas muita gente
se preocupa com determinados aspectos, como
desinibição e expressão verbal, ignorando pontos
imprescindíveis para o êxito pretendido.
A fluência verbal e o autodomínio são essenciais,
mas todo o esforço do comunicador pode ser inútil se
lhe faltarem alguns elementos ligados à atenção, à
capacidade de acompanhar o comportamento do
interlocutor e, notadamente, o prosaico ato de saber
ouvir.
A lição vem de Sócrates: ―Temos de aprender a
perguntar e a ouvir‖.
A maioria das pessoas não tem paciência: ou
interrompem a pessoa que fala ou simplesmente
passam a ignorá-la. E assim agem movidas por
preconceitos em função de estereótipos.
É importante frisar que a capacidade de
concentração de uma pessoa, em média, é de 30
segundos.
Daí o formato predominante do comercial no
rádio e na televisão. É natural, então, que exista
grande empecilho ao diálogo, que pressupõe
disposição de efetiva troca de idéias e opiniões.
O ato de ouvir exige, portanto, além de
humildade, treinamento. Se, depois de 30 segundos,
a tendência é pensar em outro assunto, a capacidade
de ouvir exige do interlocutor especial atenção, além
de todo o cuidado para que não ocorram associações
de idéias.
A dificuldade é tão acentuada que há os que
não conseguem sequer ouvir a primeira frase do
parceiro e vão logo atalhando com a expressão ―já
sei o que você vai dizer‖. O mínimo que se deve
fazer, com gestos de quem efetivamente acompanha
o que está sendo dito, é aguardar o que o outro tem a
dizer.
É fundamental que exista ativa situação de
audição, isto é, que os dois se empenhem em ouvir
bem, de forma que um entenda perfeitamente a
posição do outro. Essa situação reclama atenção,
respeito, consideração e recusa qualquer forma de
hierarquia na conversação.
Em regra, um dos obstáculos à eficiência na
comunicação é a tendência a avaliar ou prejulgar o
que o parceiro está dizendo. Quando alguém
conversa com um subordinado, há uma tendência no
superior a criticar o que está ouvindo,
precipitadamente, com evidente desprezo pelo
princípio de igualdade que deve haver na relação
interpessoal.
Na verdade, três são os requisitos
indispensáveis à comunicação eficiente: saber ouvir,
saber conviver e saber avaliar.
Saber conviver envolve, principalmente, a
capacidade de atuar em grupo coletivamente. Quem
não consegue conviver bem com colegas ou
superiores nunca poderá ser um bom comunicador.
Poderá até ser um bom orador. A comunicação só se
completa com o retorno, quando o estímulo provoca
a resposta.
E o saber avaliar compreende, basicamente, a
autocrítica. Esta é que dá à pessoa a dimensão exata
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do contexto, evitando erros insanáveis e abreviando
o caminho do sucesso.
NETO, Fernandes. Treinamento &
Desenvolvimento. jan.96. p.34.
1. A humildade, no texto, está relacionada,
semanticamente, ao(à)
(A) poder de convencimento do comunicador.
(B) autoconfiança do comunicador.
(C) clareza das idéias apresentadas ao interlocutor.
(D) capacidade de atenção do interlocutor.
(E) procedência das perguntas feitas ao
interlocutor.
2. Segundo o texto, a interferência indevida durante
o diálogo deve-se ao(à)
(A) tempo previsto para cada fala.
(B) impaciência do comunicador.
(C) falta de atenção do interlocutor.
(D) clareza da pergunta feita pelo comunicador.
(E) dificuldade de entendimento da pergunta pelo
interlocutor.
3. No texto, ―estereótipos‖ (l. 17) equivale,
semanticamente, a uma imagem
(A) fluida e instável.
(B) fixa e inalterável.
(C) nítida, mas inconstante.
(D) pré-fixada, mas inconsistente.
(E) incomum, mas insignificante.
4. Com base nas idéias do texto, ser bom orador
não implica ser bom comunicador porque a oratória
e a comunicação caracterizam-se, respectivamente,
pelas capacidades de
(A) eloqüência e interação.
(B) interação e autodomínio.
(C) interação e atenção.
(D) autocrítica e eloqüência.
(E) verbalização e eloqüência.
5. A questão do preconceito na comunicação é
enfocada no quarto parágrafo. Que outro parágrafo,
em sua argumentação,
faz alusão a esse mesmo problema?
(A) Segundo (B) Quinto
(C) Sétimo (D) Nono
(E) Décimo
6. Como pode ser completado, de forma lógica e
gramatical, o trecho abaixo, relativo às idéias
apresentadas no texto?
Saber ouvir é um dos requisitos fundamentais ao
sucesso da comunicação. No entanto,
(A) saber conviver envolve capacidade de atuar em
grupo coletivamente.
(B) o mínimo que se deve fazer é aguardar o que o
outro tem a dizer.
(C) a capacidade de convivência é essencial ao
comunicador.
(D) a capacidade de avaliar compreende
basicamente a autocrítica.
(E) a comunicação só se completa com o retorno,
quando o estímulo provoca a resposta.
7. Em ―Essa situação reclama atenção, respeito,
consideração...‖ (l. 38-39), o verbo destacado NÃO
pode ser substituído,
sem alteração de sentido, por
(A) requer. (B) reivindica.
(C) pleiteia. (D) demanda.
(E) questiona.
8. O elemento destacado que NÃO retoma
semanticamente o referente transcrito a seguir é:
(A) ―...se lhe faltarem alguns elementos...‖ (l. 7-8):
comunicador.
(B) ―...ou simplesmente passam a ignorá-la.‖ (l. 15-
16): pessoa.
(C) ―que pressupõe...‖ (l. 22): empecilho.
(D) ―...que deve haver na relação interpessoal.‖ (l. 46-
47): princípio de igualdade.
(E) ―Esta é que dá a pessoa à dimensão exata do
contexto,‖ (l. 58-59): autocrítica.
9. Em ―...que há os que não conseguem sequer ouvir
a primeira frase do parceiro...‖ (l. 29-30), o conectivo
destacado introduz, no enunciado em que se insere,
uma idéia de
(A) conclusão. (B) explicação.
(C) conseqüência. (D) concessão.
(E) causa.
10. Reescrevendo a oração ―Esta é que dá à pessoa
a dimensão exata do contexto,‖ (l. 58-59), de modo
que o termo destacado passe a funcionar como
sujeito, o sentido NÃO se altera em:
(A) Por esta é que é dada à pessoa a dimensão
exata do contexto.
(B) Por esta é que a pessoa dá a dimensão exata do
contexto.
(C) A dimensão exata do contexto é dada a esta pela
pessoa.
(D) A dimensão exata do contexto é que esta dá à
pessoa.
(E) A pessoa é que dá a esta a dimensão exata do
contexto. GABARITOS DOS EXERCÍCIOS
SUBSTANTIVO
01. a) zumzuns; b) guardas-civis; c) beija-flores; d)salários-família / salários-famílias; e) quintas-feiras; f) estrelas-do-mar; g) vice-governadores.
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02.B 03. ―Deviam ser bons os tempos em que existiam mulas-sem-cabeça e lobisomens em lugares como aquele.‖ 04.C PRÁTICA DE TEXTO:
01.D 02.D 03.E 04.C 5.C 6.C 7.A
ADJETIVO
01. a) O homem decide a estratégia econômico-financeira; b) Na fazenda, Zefa criava duas éguas-castanho-claras. 02.C 03.A 04.B 05.A PRÁTICA DE TEXTO: 01.E 02.C 03.A 04.B 05.B 06.A 07.C 08.E 09.E 10.D
VERBO
01.a) passava; b)chega; c) vir; d) odieis – incendieis – destruais – fazei – ajudai – contribuí; e) Dá – sigas. 02.E 03.B 04.C 05.a) vir – escapem; b) Reflete – mintas; c) tussa. 06. a) volta; b) prepara; c) preocupe; d) façais; e) fique 07.B 08.B 09.C 10.B 11.A 12.D 13.B 14.D 15.C 16.E 17.B PRÁTICA DE TEXTO:
01.E 02.A 03.A 04.B 05.D 06.C 07.C
PRONOME
01. D P P D P P D 02. -- 03. R I I R 04. R R C C R R R
05.a) O espião a viu...; b) Eu o encontrarei...; c) ...para eu ver; d) ...entre mim e você; e) eu o trouxe aqui para dar uma força para os garotos. 06.A 07.C 08.D 09.D 10.C 11.C 12.D PRÁTICA DE TEXTO: 01.C 02.D 03.A 04.B 05.D
ADVÉRBIO
01.-- 02.--- 03.C 04.E 05.B PRÁTICA DE TEXTO:
01.D 02.B 03.B 04.A 05.D 06.E 07.E 08.C 09.C 10.A
EMPREGO DE PREPOSIÇÕES E
CONJUNÇÕES
Preposição é a palavra que estabelece uma relação entre dois ou mais termos da oração. Essa relação é do tipo subordinativa, ou seja, entre os elementos
ligados pela preposição não há sentido dissociado, separado, individualizado; ao contrário, o sentido da expressão é dependente da união de todos os elementos que a preposição vincula.
Exemplos:
1. Os amigos de João estranharam o seu modo de vestir.
amigos de João / modo de vestir:
elementos ligados por preposição
de: preposição
2. Ela esperou com entusiasmo aquele breve passeio.
esperou com entusiasmo: elementos ligados por preposição
com: preposição
Esse tipo de relação é considerada uma conexão,
em que os conectivos cumprem a função de ligar elementos. A preposição é um desses conectivos e se presta a ligar palavras entre si num processo de subordinação denominado regência.
Diz-se regência devido ao fato de que, na relação estabelecida pelas preposições, o primeiro elemento – chamado antecedente – é o termo que rege, que impõe um regime; o segundo elemento, por sua vez –
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chamado consequente – é o termo regido, aquele que cumpre o regime estabelecido pelo antecedente.
Exemplos:
1. A hora das refeições é sagrada.
hora das refeições: elementos ligados por
preposição
de + as = das: preposição
hora: termo antecedente = rege a construção "das refeições"
refeições: termo consequente = é regido pela construção "hora da"
2. Alguém passou por aqui.
passou por aqui: elementos ligados por
preposição
por: preposição
passou: termo antecedente = rege a construção "por aqui"
aqui: termo consequente = é regido pela construção "passou por"
As preposições são palavras invariáveis, pois não sofrem flexão de gênero, número ou variação em grau como os nomes, nem de pessoa, número, tempo, modo, aspecto e voz como os verbos. No entanto, em diversas situações as preposições se combinam a outras palavras da língua (fenômeno da contração) e, assim, estabelecem uma relação
de concordância em gênero e número com essas palavras às quais se ligam. Mesmo assim, não se trata de uma variação própria da preposição, mas sim da palavra com a qual ela se funde.
Por exemplo:
de + o = do por + a = pela em + um = num
As preposições podem introduzir:
a) Complementos Verbais
Por exemplo:
Eu obedeço "aos meus pais".
b) Complementos Nominais
Por exemplo:
Continuo obediente "aos meus pais".
c) Locuções Adjetivas
Por exemplo:
É uma pessoa "de valor".
d) Locuções Adverbiais
Por exemplo:
Tive de agir "com cautela".
e) Orações Reduzidas
Por exemplo:
"Ao chegar", comentou sobre o fato
ocorrido.
Classificação das Preposições
As palavras da Língua Portuguesa que atuam exclusivamente como preposição são chamadas preposições essenciais. São elas:
a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, per, perante, por, sem, sob, sobre, trás
Observações:
1) A preposição após, acidentalmente, pode ser advérbio, com a significação de atrás, depois.
Por exemplo:
Os noivos passaram, e os convidados os seguiram logo após.
2) Dês é o mesmo que desde e ocorre com pouca frequência em autores modernos.
Por exemplo:
Dês que começaste a me visitar, sinto-me melhor.
3) Trás, modernamente, só se usa em locuções adverbiais e prepositivas: por trás, para trás, para trás de.Como preposição simples, aparece, por exemplo, no antigo ditado:
Trás mim virá quem bom me fará.
4) Para, na fala popular, apresenta a forma sincopada pra.
Por exemplo:
Bianca, alcance aqueles livros pra mim.
5) Até pode ser palavra denotativa de inclusão.
Por exemplo:
Os ladrões roubaram-lhe até a roupa do
corpo.
Há palavras de outras classes gramaticais que, em determinadas situações, podem atuar como preposições. São, por isso, chamadas preposições acidentais:
Saiba que:
como (= na qualidade de), conforme (= de acordo com), segundo (= conforme), consoante (=
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conforme),durante, salvo, fora, mediante, tirante, exceto, senão, visto (=por).
As preposições essenciais regem sempre a forma
oblíqua tônica dos pronomes pessoais:
Por exemplo:
Não vá sem mim à escola.
As preposições acidentais, por sua vez, regem a
forma reta desses mesmos pronomes:
Por exemplo:
Todos, exceto eu, preferem sorvete de chocolate.
Locução Prepositiva
É o conjunto de duas ou mais palavras que têm o valor de uma preposição. A última palavra dessas locuções é sempre uma preposição.
Principais locuções prepositivas:
abaixo de acima de acerca de
a fim de além de a par de
apesar de antes de depois de
ao invés de diante de em fase de
em vez de graças a junto a
junto com junto de à custa de
defronte de através de em via de
de encontro a em frente de em frente a
sob pena de a respeito de ao encontro de
Combinação e Contração da Preposição
Quando as preposições a, de, em e per unem-se a certas palavras, formando um só vocábulo, essa união pode ser por:
Combinação: ocorre quando a preposição, ao unir-
se a outra palavra, mantém todos os seus fonemas.
Por exemplo: preposição a + artigo masculino o = ao preposição a + artigo masculino os = aos
Contração: ocorre quando a preposição sofre modificações na sua estrutura fonológica ao unir-se a outra palavra. As preposições de e em, por exemplo, formam contrações com os artigos e com diversos pronomes. Veja:
do dos da das
num nuns numa numas
disto disso daquilo
naquele naqueles naquela naquelas
Observe outros exemplos:
em + a = na em + aquilo = naquilo
de + aquela = daquela de + onde = donde
Obs.: as formas pelo, pela, pelos, pelas resultam da contração da antiga preposição per com os artigos definidos.
Por exemplo:
per + o = pelo
Encontros Especiais
A contração da preposição a com os artigos ou pronomes demonstrativos a, as ou com o "a" inicial
dos pronomes aquele, aqueles, aquela, aquelas, aquilo resulta numa fusão de vogais a que se chama de crase - que deve ser assinalada na escrita pelo
uso do acento grave.
Por exemplo:
a + a = à
Exemplos:
às - àquela - àquelas - àquele - àqueles - àquilo
Principais Relações estabelecidas pelas Preposições
Autoria - Esta música é de Roberto Carlos.
Lugar - Estou em casa.
Tempo -Eu viajei durante as férias.
Modo ou conformidade - Vamos escolher por sorteio.
Causa - Estou tremendo de frio
Assunto - Não gosto de falar sobre política.
Fim ou finalidade - Eu vim para ficar
Instrumento - Paulo feriu- se com a faca.
Companhia - Hoje vou sair com meus
amigos.
Meio - Voltarei a andar a cavalo.
Matéria - Devolva-me meu anel de prata.
Posse - Este é o carro de João.
Oposição - O Flamengo jogou contra Fluminense.
Conteúdo - Tomei um copo de (com) vinho.
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Preço - Vendemos o filhote de nosso cachorro a (por) R$ 300, 00.
Origem - Você descende de família
humilde.
Especialidade - João formou-se em Medicina.
Destino ou direção - Olhe para frente!
Distinção entre Preposição, Pronome Pessoal Oblíquo e Artigo
Preposição: ao ligar dois termos, estabelecendo entre eles relação de dependência, o "a" permanece invariável, exercendo função de preposição.
Por exemplo:
Fui a Brasília.
Pronome Pessoal Oblíquo: ao substituir um substantivo na frase.
Por exemplo:
Eu levei Júlia a Brasília. Eu a levei a Brasília.
Artigo: ao anteceder um substantivo, determinando-o.
Por exemplo:
A professora foi a Brasília.
Preposições, leitura e produção de textos
A referência constante às preposições quando se estuda a Língua Portuguesa demonstra a importância que elas possuem na construção de frases e textos eficientes. As relações que as preposições estabelecem entre as apartes do discurso são tão diversificadas quanto imprescindíveis; seja em textos narrataivos, descritivos ou dissertativos, noções como tempo, lugar, causa, assunto, finalidade e outras costumam participar da construção da coerência textual e da obtenção dos efeitos de sentido discursivos.
CONJUNÇÃO
Além da preposição, há outra palavra que, na frase, é usada como elemento de ligação: a conjunção.
Por exemplo:
A menina segurou a boneca e mostrou quando viu as amiguinhas.
Deste exemplo podem ser retiradas três informações:
segurou a boneca
a menina mostrou
viu as amiguinhas
Cada informação está estruturada em torno de um verbo: segurou, mostrou, viu. Assim, há nessa frase três orações:
1ª oração: A menina segurou a boneca
2ª oração: e mostrou
3ª oração: quando viu as amiguinhas.
A segunda oração liga-se à primeira por meio do "e", e a terceira oração liga-se à segunda por meio do "quando". As palavras "e" e "quando" ligam, portanto, orações.
Observe:
Gosto de natação e de futebol.
Nessa frase as expressões de natação, de futebol são partes ou termos de uma mesma oração. Logo, a palavra "e" está ligando termos de uma mesma oração.
Conjunção é a palavra invariável que liga duas orações ou dois termos semelhantes de uma
mesma oração.
Morfossintaxe da Conjunção
As conjunções, a exemplo das preposições, não exercem propriamente uma função sintática: são conectivos.
Classificação da Conjunção
De acordo com o tipo de relação que estabelecem, as conjunções podem ser classificadas em coordenativase subordinativas. No primeiro caso, os elementos ligados pela conjunção podem ser isolados um do outro. Esse isolamento, no entanto, não acarreta perda da unidade de sentido que cada um dos elementos possui. Já no segundo caso, cada um dos elementos ligados pela conjunção depende da existência do outro.
Conjunções Coordenativas
São aquelas que ligam orações de sentido completo e independente ou termos da oração que têm a mesma função gramatical. Subdividem-se em:
1) Aditivas: ligam orações ou palavras, expressando ideia de acrescentamento ou adição. São elas: e, nem (= e não), não só... mas também, não
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só...como também, bem como, não só...mas ainda .
Por exemplo:
A sua pesquisa é clara e objetiva.
Ela não só dirigiu a pesquisa como também escreveu o relatório.
2) Adversativas: ligam duas orações ou palavras, expressando ideia de contraste ou compensação. São elas:mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não obstante.
Por exemplo:
Tentei chegar mais cedo, porém não
consegui.
3) Alternativas: ligam orações ou palavras,
expressando ideia de alternância ou escolha, indicando fatos que se realizam separadamente. São elas: ou, ou...ou, ora, já...já, quer...quer, seja...seja, talvez...talvez.
Por exemplo:
Ou escolho agora, ou fico sem presente de
aniversário.
4) Conclusivas: ligam a oração anterior a uma
oração que expressa ideia de conclusão ou consequência. São elas: logo, pois (depois do verbo), portanto, por conseguinte, por isso, assim.
Por exemplo:
Marta estava bem preparada para o teste, portanto não ficou nervosa.
5) Explicativas: ligam a oração anterior a uma oração que a explica, que justifica a ideia nela contida. São elas: que, porque, pois (antes do verbo) , porquanto.
Por exemplo:
Não demore, que o filme já vai começar.
Saiba que:
a) As conjunções "e"," antes", "agora"," quando" são adversativas quando equivalem a "mas".
Por exemplo:
Carlos fala, e não faz. O bom educador não proíbe, antes orienta. Sou muito bom; agora, bobo não sou. Foram mal na prova, quando poderiam ter ido muito bem.
b) "Senão" é conjunção adversativa quando equivale a "mas sim".
Por exemplo:
Conseguimos vencer não por protecionismo, senão por capacidade.
c) Das conjunções adversativas, "mas" deve ser empregada sempre no início da oração: as outras (porém, todavia, contudo, etc.) podem vir no início ou no meio.
Por exemplo:
Ninguém respondeu a pergunta, mas os
alunos sabiam a resposta. Ninguém respondeu a pergunta; os alunos, porém, sabiam a resposta.
d) A palavra "pois", quando é conjunção conclusiva,
vem geralmente após um ou mais termos da oração a que pertence.
Por exemplo:
Você o provocou com essas palavras; não se queixe, pois, de seus ataques.
Quando é conjunção explicativa," pois" vem,
geralmente, após um verbo no imperativo e sempre no início da oração a que pertence.
Por exemplo:
Não tenha receio, pois eu a protegerei.
Conjunções Subordinativas
São aquelas que ligam duas orações, sendo uma delas dependente da outra. A oração dependente, introduzida pelas conjunções subordinativas, recebe o nome de oração subordinada.
Veja o exemplo:
O baile já tinha começado quando ela
chegou. O baile já tinha começado: oração principal quando: conjunção subordinativa ela chegou: oração subordinada
As conjunções subordinativas subdividem-se em integrantes e adverbiais:
1. Integrantes
Indicam que a oração subordinada por elas introduzida completa ou integra o sentido da principal. Introduzem orações que equivalem a substantivos. São elas: que, se.
Por exemplo:
Espero que você volte. (Espero sua volta.) Não sei se ele voltará. (Não sei da sua volta.)
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2. Adverbiais
Indicam que a oração subordinada por elas introduzida exerce a função de adjunto adverbial da principal. De acordo com a circunstância que expressam, classificam-se em:
a) Causais: introduzem uma oração que é causa
da ocorrência da oração principal. São elas: porque, que, como (= porque, no início da frase), pois que, visto que, uma vez que, porquanto, já que, desde que, etc.
Por exemplo:
Ele não fez a pesquisa porque não
dispunha de meios. Como não se interessa por arte, desistiu do
curso.
b) Concessivas: introduzem uma oração que
expressa ideia contrária à da principal, sem, no entanto, impedir sua realização. São elas: embora, ainda que, apesar de que, se bem que, mesmo que, por mais que, posto que, conquanto, etc.
Por exemplo:
Embora fosse tarde, fomos visitá-lo. Eu não desistirei desse plano mesmo que todos me abandonem.
c) Condicionais: introduzem uma oração que indica a hipótese ou a condição para ocorrência da principal. São elas: se, caso, contanto que, salvo se, a não ser que, desde que, a menos que, sem que, etc.
Por exemplo:
Se precisar de minha ajuda, telefone-me. Não irei ao escritório hoje, a não ser que haja algum negócio muito urgente.
d) Conformativas: introduzem uma oração em que se exprime a conformidade de um fato com outro. São elas:conforme, como (= conforme), segundo, consoante, etc.
Por exemplo:
O passeio ocorreu como havíamos
planejado. Arrume a exposição segundo as ordens do
professor.
e) Finais: introduzem uma oração que expressa a finalidade ou o objetivo com que se realiza a principal. São elas: para que, a fim de que, que, porque (= para que), que, etc.
Por exemplo:
Toque o sinal para que todos entrem no
salão. Aproxime-se a fim de que possamos vê-lo
melhor.
f) Proporcionais: introduzem uma oração que expressa um fato relacionado proporcionalmente à ocorrência da principal. São elas: à medida que, à proporção que, ao passo que e as combinações quanto mais...(mais), quanto menos...(menos), quanto menos ...(mais), quanto menos...(menos), etc.
Por exemplo:
O preço fica mais caro à medida que os produtos escasseiam. Quanto mais reclamava menos atenção recebia.
Obs.: são incorretas as locuções proporcionais à medida em que, na medida que e na medida em que.
g) Temporais: introduzem uma oração que
acrescenta uma circunstância de tempo ao fato expresso na oração principal. São elas:quando, enquanto, antes que, depois que, logo que, todas as vezes que, desde que, sempre que, assim que, agora que, mal (= assim que), etc.
Por exemplo:
A briga começou assim que saímos da festa. A cidade ficou mais triste depois que ele
partiu.
h) Comparativas: introduzem uma oração que expressa ideia de comparação com referência à oração principal. São elas: como, assim como, tal como, como se, (tão)...como, tanto como, tanto quanto, do que, quanto, tal, qual, tal qual, que nem, que(combinado com menos ou mais), etc.
Por exemplo:
O jogo de hoje será mais difícil que o de
ontem. Ele é preguiçoso tal como o irmão.
i) Consecutivas: introduzem uma oração que expressa a consequência da principal. São elas: de sorte que, de modo que, sem que (= que não), de forma que, de jeito que, que (tendo como antecedente na oração principal uma palavra como tal, tão, cada, tanto, tamanho), etc.
Por exemplo:
Estudou tanto durante a noite que dormiu na
hora do exame. A dor era tanta que a moça desmaiou.
Locução Conjuntiva
Recebem o nome de locução conjuntiva os conjuntos de palavras que atuam como conjunção. Essas locuções geralmente terminam em "que". Observe os exemplos:
visto que
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desde que ainda que por mais que à medida que à proporção que logo que a fim de que
Atenção:
Muitas conjunções não têm classificação única, imutável, devendo, portanto, ser classificadas de acordo com o sentido que apresentam no contexto. Assim, a conjunção que pode ser:
1. Aditiva ( = e) Por exemplo:
Esfrega que esfrega, mas a mancha não sai.
2. Explicativa Por exemplo:
Apressemo-nos, que chove.
3. Integrante Por exemplo:
Diga-lhe que não irei.
4. Consecutiva Por exemplo:
Onde estavas, que não te vi?
5. Comparativa Por exemplo:
Ficou vermelho que nem brasa. 6. Concessiva Por exemplo:
Beba, um pouco que seja.
7. Temporal Por exemplo:
Chegados que fomos, dirigimo-nos ao hotel.
8. Final Por exemplo:
Vendo o amigo à janela, fez sinal que descesse.
9. Causal Por exemplo:
"Velho que sou, apenas conheço as flores do meu tempo." (V.Coaraci)
Conjunções, leitura e produção de textos
O bom relacionamento entre as conjunções de um texto garante a perfeita estruturação de suas frases e parágrafos, bem como a compreensão eficaz de seu conteúdo. Interagindo com
palavras de outras classes gramaticais essenciais ao inter-relacionamento das partes de frases e textos - como os pronomes, preposições, alguns advérbios e numerais -, as conjunções fazem parte daquilo a que se pode chamar de " a arquitetura textual", isto é, o conjunto das relações que garantem a coesão do enunciado. O sucesso desse conjunto de relações depende do conhecimento do valor relacional das conjunções, uma vez que estas interferem semanticamente no enunciado. Dessa forma, deve-se dedicar atenção especial às conjunções tanto na leitura como na produção de textos. Nos textos narrativos, elas estão muitas vezes ligadas à expressão de circunstâncias fundamentais à condução da história, como as noções de tempo, finalidade, causa consequência. Nos textos dissertativos, evidenciam muitas vezes a linha expositiva ou argumentativa adotada - é o caso das exposições e argumentações construídas por meio de contrastes e oposições, que implicam o uso das adversativas e concessivas.
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Colocação pronominal:
Em função da posição do pronome em relação ao verbo, classifica-se:
- próclise: antes do verbo (Nada se perde.)
- mesóclise: no meio do verbo (Dirigir-lhe-emos a palavra.)
- ênclise: depois do verbo (Fugiram-nos as palavras.)
A regra geral diz que se deve colocar o pronome enclítico, desde que não haja fator de próclise ou seja um dos futuros do indicativo, com atenção aos casos especiais.
São fatores de próclise:
- oração negativa, desde que não haja pausa entre o verbo e as palavras de negação.
a) Ninguém se mexe.
b) Nada me abala.
Se a palavra negativa preceder um infinitivo não-flexionado, é possível a ênclise:
Calei para não magoá-lo.
- frases exclamativas (começadas por palavras exclamativas) e optativas (desejo).
a) Deus te guie!
b) Quanto sangue se derramou inutilmente!
- conjunção subordinativa.
a) Preciso de que me responda algo.
b) O homem produz pouco, quando se alimenta mal.
A elipse da conjunção não dispensa a próclise: Quando passo e te vejo, exalto-me.
- pronome ou palavras interrogativas.
a) Quem me viu ontem?
b) Queria saber por que te afliges tanto.
- pronome indefinido, demonstrativo e relativo.
a) Alguém me ajude a sair daqui.
b) Isso te pertence.
c) Ele que se vestiu de verde está ridículo.
- advérbio (não seguido de vírgula) e o numeral ambos.
a) Aqui se vê muita miséria.
b) Aqui, vê-se muita miséria.
c) Ambos se olharam profundamente.
Se o sujeito estiver logo antes do verbo, a próclise será facultativa. Este fator, entretanto, não pode quebrar o princípio dos fatores de próclise.
Ele se feriu ou ele feriu-se.
a) O homem se recupera ou o homem recupera-se. Ninguém me convencerá.
b) Tudo se fez por uma boa causa.
Por questão de eufonia, pode-se preferir a próclise ao invés da ênclise, quando o sujeito vier antes do verbo
"Cada dia lhe desfolha um afeto."
Você viu-o.
Você o viu.
O uso de mesóclise:
Respeitados os princípios de próclise, far-se-á mesóclise caso o verbo esteja nos tempos futuros do indicativo.
Dar-te-ia = daria + te.
dar-te-ei = darei + te.
a) Diante da platéia, cantar-se-ia melhor.
b) Os amigos sinceros lembrar-nos-ão um dia.
Usa-se ênclise:
- em início da frase ou após sinal de pontuação.
- casos não proclíticos e não mesoclíticos em geral.
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- nas orações imperativas afirmativa.
Procure suas colegas e convide-as.
- junto ao infinitivo não flexionado, precedido da preposição a, em se tratando dos pronomes o/a (s).
a) Todos corriam a escutá-lo com atenção.
b) Ele começou a insultá-la.
c) Nem sei se nos tornaremos a vê-los novamente.
Estando o infinitivo pessoal regido da preposição para, é indiferente a colocação do pronome oblíquo antes ou depois do verbo, mesmo com a presença do advérbio não.
a) Silenciei para não irritá-lo.
b) Silenciei para não o irritar.
Quanto às formas infinitas e locuções verbais:
Para as formas finitas:
- infinitivo, regra geral = ênclise (Viver é adaptar-se.)
Admite-se também a próclise se o infinitivo não-flexionado vier precedido de preposição ou palavra negativa (para te servir / servir-te, não o incomodar / incomodá-lo)
Se o pronome for o/a (s) e o infinitivo regido da preposição a, é obrigatória a ênclise.
Se o infinitivo vier flexionado, prefere-se a próclise (desde que não inicie o período)
- gerúndio, regra geral = ênclise
A próclise é obrigatória se: o gerúndio vier precedido da preposição em ou se o gerúndio vier precedido de advérbio que o modifique diretamente, sem pausa (Em se tratando de colocação pronominal, sei tudo!)
- particípio,
Sem auxiliar não admite próclise ou ênclise e sim a forma oblíqua regida de preposição.
Concedida a mim a preferência, farei por merecê-la.
Para as locuções verbais:
- auxiliar + infinitivo (podem os pronomes, conforme as circunstâncias, estar em próclise ou ênclise, ora ao verbo auxiliar, ora à forma nominal.)
Devo calar-me / devo-me calar / devo me calar
Não devo calar-me / não me devo calar / não devo me calar.
Mesmo com fator de próclise, a ênclise no infinitivo é correta.
- Auxiliar + preposição + infinitivo (Há de acostumar-se / há de se acostumar - Não se há de acostumar / não há de acostumar-se.)
- Auxiliar + gerúndio (podem os pronomes, conforme as circunstâncias, estar em próclise ou ênclise, ora ao verbo auxiliar, ora à forma nominal.):
Vou-me arrastando / vou me arrastando / vou arrastando-me
Não me vou arrastando / não vou arrastando-me.
Com fator de próclise, o pronome não pode aparecer entre os verbos.
Auxiliar + particípio (os pronomes se juntam ao auxiliar e jamais ao particípio, de acordo com as circunstâncias.
a) Os amigos o tinham prevenido.
b) Os amigos tinham-no prevenido.
I - PRESENTE DO INDICATIVO
A) Assinalar um fato que ocorrerá em um futuro próximo:
Ex.: Viajo amanhã a Minas gerais.
B) Assinalar um fato passado como se fosse atual: presente histórico ou narrativo:
Ex.: Jânio Quadros renuncia a Presidência do Brasil em agosto de 1961.
C) Assinalar um fato rotineiro, habitual, frequente. É o dito presente frequentativo, habitual ou iterativo:
Ex.: Gustavo pratica natação três vezes por
semana.
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D) Indicar um fato que não pertence a uma época ou a um tempo específicos. É o presente durativo. Exprime verdades científicas, leis, normas etc:
Ex.: O quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos catetos.
II - PRETÉRITO IMPERFEITO
A) Assinalar um fato, mas destacando a sua duração (aspecto cursivo):
Ex.: O time local atacava quase
incessantemente enquanto a equipe visitante se limitava a defender.
B) Substituir o futuro do pretérito, principalmente na linguagem coloquial:
Ex.: Ele ia para mim ao supermercado?
C) Começar uma narração, geralmente com o verbo ser, indicando um tempo impreciso, vago, com sentido existencial. É característico dos textos descritivos:
Ex.: Era uma manhã nublada de fim de
inverno. A rua estava quase deserta, o que era prenúncio daquele tipo de dia parado em que as coisas parecem não acontecer.
D) Substituir o presente, manifestando respeito, cordialidade, polidez:
Ex.: Eu gostaria de um suco de graviola ao leite, por favor.
E) Assinalar uma ação passada habitual. É o dito pretérito imperfeito frequentativo:
Ex.: Eu não apreciava comer peixe durante a infância. Ficava ansioso quanto chegava
a Páscoa, pois sabia que o prato inevitavelmente faria parte do cardápio da família.
III - PRETÉRITO PERFEITO
A) Usa-se o pretérito perfeito para assinalar um fato já encerrado no momento da fala:
Ex.: O dramaturgo paulista Plínio Marcos escreveu a peça Dois perdidos numa noite suja.
B) A forma composta do pretérito perfeito transmite a idéia de uma ação que se repete do passado até o presente.
Ex.: Nós temos estudado Inglês desde o
Ensino Médio.
a) Dá-se o nome de voz à forma assumida pelo verbo para indicar se o sujeito gramatical é agente ou paciente da ação. São três as vozes verbais:
b) a) Ativa: quando o sujeito é agente, isto é, pratica a ação expressa pelo verbo.
c) Por exemplo:
Ele f
ez o trabalho.
sujeito agente
ação
objeto (paciente)
d) b) Passiva: quando o sujeito é paciente, recebendo a ação expressa pelo verbo.
e) Por exemplo:
O trabalho
foi feito
por ele.
sujeito paciente
ação
agente da passiva
f) c) Reflexiva: quando o sujeito é ao mesmo tempo agente e paciente, isto é, pratica e recebe a ação.
g) Por exemplo:
O menino feriu-se.
Obs.: não confundir o emprego reflexivo do verbo com a noção de reciprocidade.
h) Por exemplo:
Os lutadores feriram-se. (um ao outro)
Formação da Voz Passiva
i) A voz passiva pode ser formada por dois processos: analítico e sintético.
1- Voz Passiva Analítica
j) Constrói-se da seguinte maneira: Verbo SER + particípio do verbo principal.
k) Por exemplo:
A escola será pintada. O trabalho é feito por ele.
Obs. : o agente da passiva geralmente é acompanhado da preposição por, mas pode ocorrer a construção com a preposição de.
l) Por exemplo:
A casa ficou cercada de soldados.
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m) - Pode acontecer ainda que o agente da passiva não esteja explícito na frase.
n) Por exemplo:
A exposição será aberta amanhã.
o) - A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar (SER), pois o particípio é invariável. Observe a transformação das frases seguintes:
a) Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do indicativo)
O trabalho foi feito por ele. (pretérito perfeito do indicativo)
b) Ele faz o trabalho. (presente do indicativo)
O trabalho é feito por ele. (presente do
indicativo)
c) Ele fará o trabalho. (futuro do presente)
O trabalho será feito por ele. (futuro do presente)
p) - Nas frases com locuções verbais, o verbo SER assume o mesmo tempo e modo do verbo principal da voz ativa. Observe a transformação da frase seguinte:
O vento ia levando as folhas. (gerúndio) As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio)
Obs.: é menos frequente a construção da voz passiva analítica com outros verbos que podem eventualmente funcionar como auxiliares.
q) Por exemplo:
A moça ficou marcada pela doença.
2- Voz Passiva Sintética
r) A voz passiva sintética ou pronominal constrói-se com o verbo na 3ª pessoa, seguido do pronome apassivador SE.
s) Por exemplo:
Abriram-se as inscrições para o concurso. Destruiu-se o velho prédio da escola.
Obs.: o agente não costuma vir expresso na voz passiva sintética.
Curiosidade
A palavra passivo possui a mesma raiz latina de paixão (latim passio, passionis) e ambas se relacionam com o significado sofrimento, padecimento. Daí vem o significado de voz passiva como sendo a voz que expressa a ação sofrida pelo sujeito. Na voz passiva temos dois elementos que nem sempre aparecem: SUJEITO PACIENTE e AGENTE DA PASSIVA.
Concordância nominal:
Na concordância nominal, os determinantes do substantivo (adjetivos, numerais, pronomes adjetivos e artigos) alteram sua terminação (gênero e número) para se adequarem a ele, ou a pronome substantivo ou numeral substantivo, a que se referem na frase.
O problema da concordância nominal ocorre quando o adjetivo se relaciona a mais de um substantivo, e surgem palavras ou expressões que deixam em dúvida.
Observe estas frases:
Aquele beijo foi dado num inoportuno lugar e hora.
Aquele beijo foi dado num lugar e hora inoportuna.
Aquele beijo foi dado num lugar e hora inoportunos. (aqui fica mais claro que o adjetivo refere-se aos dois substantivos)
regra geral - a partir desses exemplos, pode-se formular o princípio de que o adjetivo anteposto concorda com o substantivo mais próximo. Mas, se o adjetivo estiver depois do substantivo, além da possibilidade de concordar com o mais próximo, ele pode concordar com os dois termos, ficando no plural, indo para o masculino se um dos substantivos for masculino.
Um adjetivo anteposto em referência a nomes de pessoas deve estar sempre no plural (As simpáticas Joana e Marta agradaram a todos).
Quando o adjetivo tiver função de predicativo, concorda com todos os núcleos a que se relaciona. (São calamitosos a pobreza e o desamparo / Julguei insensatas sua atitude e suas palavras).
Quando um substantivo determinado por artigo é modificado por dois ou mais adjetivos, podem ser usadas as seguintes construções:
a) Estudo a cultura brasileira e a portuguesa;
b) Estudo as culturas brasileira e portuguesa;
c) Os dedos indicador e médio estavam feridos;
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d) O dedo indicador e o médio estavam feridos.
A construção: Estudo a cultura brasileira e portuguesa, embora provoque incerteza, é aceita por alguns gramáticos.
No caso de numerais ordinais que se referem a um único substantivo composto, podem ser usadas as seguintes construções:
a) Falei com os moradores do primeiro e segundo andar./ (...) do primeiro e segundo andares.
Adjetivos regidos pela preposição de, que se referem a pronomes indefinidos, ficam normalmente no masculino singular, podendo surgir concordância atrativa.
a) Sua vida não tem nada de sedutor;
b) Os edifícios da cidade nada têm de elegantes.
Anexo, incluso, obrigado, mesmo, próprio - são adjetivos ou pronomes adjetivos, devendo concordar com o substantivo a que se referem.
a) O livro segue anexo;
b) A fotografia vai inclusa;
c) As duplicatas seguem anexas;
d) Elas mesmas resolveram a questão.
Mesmo = até, inclusive é invariável (mesmo eles ficaram chateados) / expressão "em anexo" é invariável.
Meio, bastante, menos - meio e bastante, quando se referem a um substantivo, devem concordar com esse substantivo. Quando funcionarem como advérbios, permanecerão invariáveis. "Menos" é sempre invariável.
a) Tomou meia garrafa de vinho;
b) Ela estava meio aborrecida;
c) Bastantes alunos foram à reunião;
d) Eles falaram bastante;
e) Eram alunas bastante simpáticas;
f) Havia menos pessoas vindo de casa.
Muito, pouco, longe, caro, barato - podem ser palavras adjetivas ou advérbios, mantendo concordância se fizerem referência a substantivos.
a) Compraram livros caros;
b) Os livros custaram caro;
c) Poucas pessoas tinham muitos livros;
d) Leram pouco as moças muito vivas;
e) Andavam por longes terras;
f) Eles moram longe da cidade;
g) Eram mercadorias baratas;
h) Pagaram barato aqueles livros.
É bom, é proibido, é necessário - expressões formadas do verbo ser + adjetivo Não variam se o sujeito não vier determinado, caso contrário a concordância será obrigatória.
a) Água é bom;
b) A água é boa;
c) Bebida é proibido para menores;
d) As bebidas são proibidas para menores;
e) Chuva é necessário;
f) Aquela chuva foi necessária.
Só = sozinho (adjetivo. - var.) / só = somente, apenas (não flexiona).
a) Só elas não vieram;
b) Vieram só os rapazes.
Só forma a expressão "a sós" (sozinhos).
A locução adverbial "a olhos vistos" (= visivelmente) - invariável (ela crescia a olhos vistos).
Conforme = conformado (adjetivo - var.) / conforme = como (não flexiona).
a) Eles ficaram conformes com a decisão;
b) Dançam conforme a música.
O (a) mais possível (invariável) / as, os mais possíveis (é uma moça a mais bela possível / são moças as mais belas possíveis).
Os particípios concordam como adjetivos.
a) A refém foi resgatada do bote;
b) Os materiais foram comprados a prazo;
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c) As juízas tinham iniciado a apuração.
Haja vista - não se flexiona, exceto por concordância atrativa antes de substantivo no plural sem preposição.
a) Haja vista (hajam vistas) os comentários feitos;
b) Haja vista dos recados do chefe.
Pseudo, salvo (= exceto) e alerta não se flexionam
a) Eles eram uns pseudo-sábios;
b) Salvo nós dois, todos fugiram;
c) Eles ficaram alerta.
Os adjetivos adverbializados são invariáveis (vamos falar sério / ele e a esposa raro vão ao cinema)
Silepse com expressões de tratamento - usa-se adjetivo masculino em concordância ideológica com um homem ao qual se relaciona a forma de tratamento que é feminina.
a) Vossa Majestade, o rei, mostrou-se generoso;
b) Vossa Excelência é injusto.
Concordância verbal:
* sujeito simples - verbo concorda com o sujeito simples em pessoa e número.
a) Uma boa Constituição é desejada por todos os brasileiros;
b) De paz necessitam as pessoas.
* sujeito coletivo (singular na forma com idéia de plural) - verbo fica no singular, concordando com a palavra escrita não com a idéia.
O pessoal já saiu.
Quando o verbo se distanciar do sujeito coletivo, o verbo poderá ir para o plural concordando com a idéia de quantidade (silepse de número) - a turma concordava nos pontos essenciais, discordavam apenas nos pormenores.
* sujeito é um pronome de tratamento - verbo fica na 3ª pessoa.
a) Vossa Senhoria não é justo;
b) Vossas Senhorias estão de acordo comigo.
* expressão mais de + numeral - verbo concorda com o numeral.
a) Mais de um candidato prometeu melhorar o país;
b) Mais de duas pessoas vieram à festa.
* mais de um + se (idéia de reciprocidade) - verbo no plural (Mais de um sócio se insultaram.).
* mais de um + mais de um - verbo no plural (Mais de um candidato, mais de um representante faltaram à reunião.).
* expressões perto de, cerca de, mais de, menos de + sujeito no plural - verbo no plural.
a) Perto de quinhentos presos fugiram.
b) Cerca de trezentas pessoas ganharam o prêmio.
c) Mais de mil vozes pediam justiça.
d) Manos de duas pessoas fizeram isto.
* nomes só usados no plural - a concordância depende da presença ou não de artigo.
sem artigo - verbo no singular (Minas Gerais produz muito leite / férias faz bem).
precedidos de artigo plural - verbo no plural ("Os Lusíadas" exaltam a grandeza do povo português / as Minas Gerais produzem muito leite).
Para nomes de obras literárias, admite-se também a concordância ideológica (silepse) com a palavra obra implícita na frase ("Os Lusíadas" exalta a grandeza do povo português).
* expressões a maior parte, grande parte, a maioria de (= sujeito coletivo partitivo) + adjunto adnominal no plural - verbo concorda com o núcleo do sujeito ou com o especificador (AA).
a) A maior parte dos constituintes se retirou (retiraram).
b) Grande parte dos torcedores aplaudiu (aplaudiram) a jogada.
c) A maioria dos constituintes votou (votaram).
Quando a ação só pode ser atribuída à totalidade e não separadamente aos indivíduos, usa-se o singular (um bando de soldados enchia o pavimento inferior).
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* quem (pronome relativo sujeito) - verbo na 3ª pessoa do singular concordando com o pronome quem ou concorda com o antecedente.
a) Fui eu quem falou (falei).
b) Fomos nós quem falou (falamos).
* que ( pronome relativo sujeito) - verbo concorda sempre com o antecedente.
Fomos nós que falamos.
* sujeito é pronome interrogativo ou indefinido (núcleo) + de nós ou de vós - depende do pronome núcleo.
pronome-núcleo no singular - verbo no singular.
a) Qual de nós votou conscientemente?
b) Nenhum de vós irá ao cinema.
pronome-núcleo no plural - verbo na 3ª pessoa do plural ou concordando com o pronome pessoal.
a) Quais de nós votaram (votamos) conscientemente?
b) Muitos de vós foram (fostes) insultados.
* sujeito composto anteposto ao verbo - verbo no plural.
O anel e os brincos sumiram da gaveta.
com núcleos sinônimos - verbos no singular ou plural (O rancor e o ódio cegou o amante. / O desalento e a tristeza abalaram-me.).
com núcleos em gradação - verbo singular ou plural (um minuto, uma hora, um dia passa/passam rápido).
dois infinitivos como núcleos - verbo no singular (estudar e trabalhar é importante.).
dois infinitivos exprimindo idéias opostas - verbo no plural (Rir e chorar se alternam.).
* sujeito composto posposto - concordância normal ou atrativa (com o núcleo mais próximo).
Discutiram / discutiu muito o chefe e o funcionário.
Se houver idéia de reciprocidade, verbo vai para o plural (Estimam-se o chefe e o funcionário.).
Quando o verbo ser está acompanhado de substantivo plural, o verbo também se pluraliza (Foram vencedores Pedro e Paulo.).
* sujeito composto de diferentes pessoas gramaticais - depende da pessoa prevalente.
eu + outros pronomes - verbo na 1ª pessoa plural (eu, tu e ele sairemos).
tu + eles - verbo na 2ª pessoa do plural (preferência) ou 3ª pessoa do plural (tu e teu colega estudastes/estudaram?).
Se o sujeito estiver posposto, também vale a concordância atrativa (saímos/saí eu e tu).
* sujeito composto resumido por um pronome-síntese (aposto) - concordância com o pronome.
Risos, gracejos, piadas, nada a alegrava.
* expressão um e outro - verbo no singular ou no plural (Um e outro falava/ falavam a verdade.).
Com idéia de reciprocidade - verbo no plural (Um e outro se agrediram).
* expressão um ou outro - verbo no singular (Um ou outro rapaz virava a cabeça para nos olhar).
* sujeito composto ligado por nem - verbo no plural (Nem o conforto, nem a glória lhe trouxeram a felicidade.).
Aparecendo pronomes pessoais misturados, leva-se em conta a prioridade gramatical (nem eu, nem ela fomos ao cinema).
* expressão nem um nem outro - verbo no singular (Nem um nem outro comentou o fato.).
* sujeito composto ligado por ou - faz-se em função da idéia transmitida pelo ou.
idéia de exclusão - verbo no singular (José ou Pedro será eleito para o cargo / um ou outro conhece seus direitos)
idéia de inclusão ou antinomia - verbo no plural (matemática ou física exigem raciocínio lógico / riso ou lágrimas fazem parte da vida)
idéia explicativa ou alternativa - concordância com sujeito mais próximo (ou eu ou ele irá / ou ele ou eu irei)
* expressão um dos que - verbo no singular (um) ou plural (dos que).
Ele foi um dos que mais falou/falaram.
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Se a expressão significar apenas um, verbo no singular (é uma das peças de Nelson Rodrigues que será apresentada).
* sujeito é número percentual - observar a posição do número percentual em relação ao verbo.
verbo concorda com termo posposto ao número (80% da população tinha mais de 18 anos / dez por cento dos sócios saíram da empresa).
o verbo concorda com o número quando estiver anteposto a ele (perderam-se 40% da lavoura).
verbo no plural, se o número vier determinado por artigo ou pronome no plural (os 87% da produção perderam-se / aqueles 30% do lucro obtido desapareceram).
* sujeito é número fracionário - verbo concorda com o numerador.
1/4 da turma faltou ontem. / 3/5 dos candidatos foram reprovados.
* sujeito composto antecedido de cada ou nenhum - verbo na 3ª pessoa do singular.
Cada criança, cada adolescente, cada adulto ajudava como podia. / nenhum político, nenhuma cidade, nenhum ser humano faria isso.
* sujeito composto ligado por como, assim como, bem como (formas correlativas) - deve-se preferir o plural, sendo mas raro o singular.
Rio de Janeiro como Florianópolis são belas cidades. / tanto uma, como a outra, suplicava-lhe o perdão.
* sujeito composto ligado por com - observar presença ou não de vírgulas.
verbo no plural sem vírgulas (Eu com outros amigos limpamos o quintal.)
verbo no singular com vírgulas, idéia de companhia (O presidente, com os ministros, desembarcou em Brasília.)
* sujeito indeterminado + SE, verbo no singular.
Assistiu-se à apresentação da peça.
* sujeito paciente ao lado de um verbo na voz passiva sintética - verbo concorda com o sujeito.
Discutiu-se o plano. / Discutiram-se os planos.
* locução verbal constituída de: parecer + infinitivo - verbo parecer varia ou o infinitivo.
a) As pessoas pareciam acreditar em tudo.
b) As pessoas parecia acreditarem em tudo.
Com o infinitivo pronominal, flexiona-se apenas o infinitivo (Elas parece zangarem-se com a moça.)
* verbos dar, bater e soar + horas - verbos têm como sujeito o número que indica as horas.
a) Deram dez horas naquele momento.
b) Meio-dia soou no velho relógio da igreja.
* verbos indicadores de fenômenos da natureza - verbo na 3ª pessoa singular por serem impessoais, extensivo aos auxiliares se estiverem em locuções verbais.
a) Geia muito no Sul.
b) Choveu por muitas noites no verão.
Em sentido figurado deixam de ser impessoais (Choveram vaias para o candidato.)
* haver = existir ou acontecer, fazer (tempo decorrido) é impessoal.
a) Havia vários alunos na sala (= existiam).
b) Houve bastantes acidentes naquele mês (= aconteceram).
c) Não a vejo faz uns meses (= faz).
d) Deve haver muitas pessoas na fila (devem existir).
Considera-se errado o emprego do verbo ter por haver quando tiver sentido de existir ou acontecer (J há um lugar ali. / L tem um lugar ali.)
Os verbos existir e acontecer são pessoais e concordam com seu sujeito (Existiam sérios compromissos. / Aconteceram bastantes problemas naquele dia.)
* verbo fazer indicando tempo decorrido ou fenômeno da natureza (impessoal).
a) Fazia anos que não vínhamos ao Rio.
b) Faz verões maravilhosos nos trópicos.
* verbo ser - impessoal quando indica data hora e distância, concordando com a expressão numérica ou a palavra a que se refere (Eram seis
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horas. / Hoje é dia doze. / Hoje é ou são doze. / Daqui ao centro são treze quilômetros.).
* se estiver entre dois núcleos das classes a seguir, em ordem, concordará, preferencialmente, com a classe que tiver prioridade, independente de função sintática.
* pronome pessoal → pessoa → substantivo concreto → substantivo abstrato → pronome indefinido, demonstrativo ou interrogativo.
a) Tu és Maria.
b) Maria és tu.
c) Tu és minhas alegrias.
d) Minhas alegrias és tu.
e) Maria é minhas alegrias.
f) Minhas alegrias é Maria.
g) As terras são a riqueza.
h) A riqueza são as terras.
i) Tudo são flores.
j) Emoções são tudo.
* se o sujeito é palavra coletiva, o verbo concorda com o predicativo (A maioria eram adolescentes. / A maior parte eram problemas.).
* sujeito indica peso, medida, quantidade + é pouco, é muito, é bastante, é suficiente, é tanto, verbo ser no singular (Três mil reais é pouco pelo serviço. / Dez quilômetros já é bastante para um dia.).
* silepse de pessoa - verbo concorda com um elemento implícito.
a) A formosura de Páris e Helena foram causa da destruição de Tróia.
b) Os brasileiros somos improvisadores (idéia de inclusão de quem fala entre os brasileiros).
Regência nominal:
Substantivos, adjetivos e advérbios podem, por regência nominal, exigir complementação para seu sentido precedida de preposição.
Segue uma lista de palavras e as preposições exigidas. Merecem atenção especial as palavras que exigirem preposição A, por serem passíveis de emprego de crase.
acostumado a, com;
afável com, para;
afeiçoado a, por;
aflito com, por;
alheio a, de;
ambicioso de;
amizade a, por, com;
amor a, por;
ansioso de, para, por;
apaixonado de, por;
apto a, para;
atencioso com, para;
aversão a, por;
ávido de, por;
conforme a;
constante de, em;
constituído com, de, por;
contemporâneo a, de;
contente com, de, em, por;
cruel com, para;
curioso de;
desgostoso com, de;
desprezo a, de, por;
devoção a, por, para, com;
devoto a, de;
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dúvida em, sobre, acerca de;
empenho de, em, por;
falta a, com, para;
imbuído de, em;
imune a, de;
inclinação a, para, por;
incompatível com;
junto a, de;
preferível a;
propenso a, para;
próximo a, de;
respeito a, com, de, por, para;
situado a, em, entre;
último a, de, em;
único a, em, entre, sobre.
regência verbal:
Dá-se quando o termo regente é um verbo e este se liga a seu complemento por uma preposição ou não. Aqui é fundamental o conhecimento da transitividade verbal.
A preposição, quando exigida, nem sempre aparece depois do verbo. Às vezes, ela pode ser empregada antes do verbo, bastando para isso inverter a ordem dos elementos da frase (Na rua dos Bobos, residia um grande poeta). Outras vezes, ela deve ser empregada antes do verbo, o que acontece nas orações iniciadas pelos pronomes relativos (O ideal a que aspira é nobre).
alguns verbos e seu comportamento:
ACONSELHAR (TD e I)
Aconselho-o a tomar o ônibus cedo.
Aconselho-lhe tomar o ônibus cedo.
AGRADAR
* no sentido de acariciar ou contentar (pede objeto direto - não tem preposição).
Agrado minhas filhas o dia inteiro.
Para agradar o pai, ficou em casa naquele dia.
* no sentido de ser agradável, satisfazer (pede objeto indireto - tem preposição "a").
As medidas econômicas do Presidente nunca agradam ao povo.
AGRADECER
* TD e I, com a preposição A. O objeto direto sempre será a coisa, e o objeto indireto, a pessoa.
Agradecer-lhe-ei os presentes.
Agradeceu o presente ao seu namorado.
AGUARDAR (TD ou TI)
Eles aguardavam o espetáculo.
Eles aguardavam pelo espetáculo.
ASPIRAR
* No sentido sorver, absorver (pede objeto direto - não tem preposição).
Aspiro o ar fresco de Rio de Contas.
* No sentido de almejar, objetivar (pede objeto indireto - tem preposição "a").
Ele aspira à carreira de jogador de futebol.
Não admite a utilização do complemento lhe. No lugar, coloca-se a ele, a ela, a eles, a elas. Também observa-se a obrigatoriedade do uso de crase, quando for TI seguido de substantivo feminino (que exija o artigo)
ASSISTIR
* No sentido de ver ou ter direito (TI - preposição A).
Assistimos a um bom filme.
Assiste ao trabalhador o descanso semanal remunerado.
* No sentido de prestar auxílio, ajudar (TD ou TI - com a preposição A)
Minha família sempre assistiu o Lar dos Velhinhos.
Minha família sempre assistiu ao Lar dos Velhinhos.
* No sentido de morar é intransitivo, mas exige preposição EM.
Aspirando a um cargo público, ele vai assistir em Brasília.
Não admite a utilização do complemento lhe, quando significa ver. No lugar, coloca-se a ele, a ela, a eles, a elas. Também observa-se a obrigatoriedade do uso de crase, quando for TI seguido de substantivo feminino (que exija o artigo)
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ATENDER
* Atender pode ser TD ou TI, com a preposição a.
Atenderam o meu pedido prontamente.
Atenderam ao meu pedido prontamente.
No sentido de deferir ou receber (em algum lugar) pede objeto direto
No sentido de tomar em consideração, prestar atenção pede objeto indireto com a preposição a.
Se o complemento for um pronomes pessoal referente a pessoa, só se emprega a forma objetiva direta (O diretor atendeu os interessados ou aos interessados / O diretor atendeu-os)
CERTIFICAR (TD e I)
Admite duas construções: Quem certifica, certifica algo a alguém ou Quem certifica, certifica alguém de algo.
Observa-se a obrigatoriedade do uso de crase, quando o OI for um substantivo feminino (que exija o artigo)
Certifico-o de sua posse.
Certifico-lhe que seria empossado.
Certificamo-nos de seu êxito no concurso.
Certificou o escrivão do desaparecimento dos autos.
CHAMAR
* TD, quando significar convocar.
Chamei todos os sócios, para participarem da reunião.
* TI, com a preposição POR, quando significar invocar.
Chamei por você insistentemente, mas não me ouviu.
* TD e I, com a preposição A, quando significar repreender.
Chamei o menino à atenção, pois estava conversando durante a aula.
Chamei-o à atenção.
A expressão "chamar a atenção de alguém" não significa repreender, e sim fazer se notado (O cartaz chamava a atenção de todos que por ali passavam)
* Pode ser TD ou TI, com a preposição A, quando significar dar qualidade. A qualidade (predicativo do objeto) pode vir precedida da preposição DE, ou não.
Chamaram-no irresponsável.
Chamaram-no de irresponsável.
Chamaram-lhe irresponsável.
Chamaram-lhe de irresponsável.
CHEGAR, IR (Intransitivo)
Aparentemente eles têm complemento, pois quem vai, vai a algum lugar e quem chega, chega de. Porém a indicação de lugar é circunstância (adjunto adverbial de lugar), e não complementação.
Esses verbos exigem a preposição A, na indicação de destino, e DE, na indicação de procedência.
Quando houver a necessidade da preposição A, seguida de um substantivo feminino (que exija o artigo a), ocorrerá crase (Vou à Bahia)
* no emprego mais freqüente, usam a preposição A e não EM.
Cheguei tarde à escola.
Foi ao escritório de mau humor.
* se houver idéia de permanência, o verbo ir segue-se da preposição PARA.
Se for eleito, ele irá para Brasília.
* quando indicam meio de transporte no qual se chega ou se vai, então exigem EM.
Cheguei no ônibus da empresa.
A delegação irá no vôo 300.
COGITAR
* Pode ser TD ou TI, com a preposição EM, ou com a preposição DE.
Começou a cogitar uma viagem pelo litoral.
Hei de cogitar no caso.
O diretor cogitou de demitir-se.
COMPARECER (Intransitivo)
Compareceram na sessão de cinema.
Compareceram à sessão de cinema.
COMUNICAR (TD e I)
LÍNGUA PORTUGUESA
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* Admite duas construções alternando algo e alguém entre OD e OI.
Comunico-lhe meu sucesso.
Comunico meu sucesso a todos.
CUSTAR
* No sentido de ser difícil será TI, com a preposição A. Nesse caso, terá como sujeito aquilo que é difícil, nunca a pessoa, que será objeto indireto.
Custou-me acreditar em Hipocárpio.
Custa a algumas pessoas permanecer em silêncio.
* no sentido de causar transtorno, dar trabalho será intransitivo, com a preposição A.
Sua irresponsabilidade custou sofrimento a toda a família.
* no sentido de ter preço será transitivo direto.
Estes sapatos custaram R$ 50,00.
DESFRUTAR E USUFRUIR (TD)
Desfrutei os bens de meu pai.
Pagam o preço do progresso aqueles que menos o desfrutam.
ENSINAR - TD e I
Ensinei-o a falar português.
Ensinei-lhe o idioma inglês.
ESQUECER, LEMBRAR
* quando acompanhados de pronomes, são TI e constroem-se com DE.
Ela se lembrou do namorado distante. Você se esqueceu da caneta no bolso do paletó.
* constroem-se sem preposição (TD), se desacompanhados de pronome.
Você esqueceu a caneta no bolso do paletó. Ela lembrou o namorado distante.
FALTAR, RESTAR E BASTAR
* Podem ser intransitivos ou TI, com a preposição A.
Muitos alunos faltaram hoje.
Três homens faltaram ao trabalho hoje.
Resta aos vestibulandos estudar bastante.
IMPLICAR
* TD e I com a preposição EM, quando significar envolver alguém.
Implicaram o advogado em negócios ilícitos.
* TD, quando significar fazer supor, dar a entender; produzir como conseqüência, acarretar.
Os precedentes daquele juiz implicam grande honestidade.
Suas palavras implicam denúncia contra o deputado.
* TI com a preposição COM, quando significar antipatizar.
Não sei por que o professor implica comigo.
Emprega-se preferentemente sem a preposição EM (Magistério implica sacrifícios)
INFORMAR (TD e I)
Admite duas construções: Quem informa, informa algo a alguém ou Quem informa, informa alguém de algo.
Informei-o de que suas férias terminou.
Informei-lhe que suas férias terminou.
MORAR, RESIDIR, SITUAR-SE (Intransitivo)
* Seguidos da preposição EM e não com a preposição A, como muitas vezes acontece.
Moro em Londrina.
Resido no Jardim Petrópolis.
Minha casa situa-se na rua Cassiano.
NAMORAR (TD)
Ela namorava o filho do delegado.
O mendigo namorava a torta que estava sobre a mesa.
OBEDECER, DESOBEDECER (TI)
Devemos obedecer às normas. / Por que não obedeces aos teus pais?
Verbos TI que admitem formação de voz passiva:
PAGAR, PERDOAR
São TD e I, com a preposição A. O objeto direto sempre será a coisa, e o objeto indireto, a pessoa.
Paguei a conta ao Banco.
LÍNGUA PORTUGUESA
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Perdôo os erros ao amigo.
As construções de voz passiva com esses verbos são comuns na fala, mas agramaticais
PEDIR (TD e I)
* Quem pede, pede algo a alguém. Portanto é errado dizer Pedir para que alguém faça algo.
Pediram-lhe perdão.
Pediu perdão a Deus.
PRECISAR
* No sentido de tornar preciso (pede objeto direto).
O mecânico precisou o motor do carro.
* No sentido de ter necessidade (pede a preposição de).
Preciso de bom digitador.
PREFERIR (TD e I)
* Não se deve usar mais, muito mais, antes, mil vezes, nem que ou do que.
Preferia um bom vinho a uma cerveja.
PROCEDER
* TI, com a preposição A, quando significar dar início ou realizar.
Os fiscais procederam à prova com atraso.
Procedemos à feitura das provas.
* TI, com a preposição DE, quando significar derivar-se, originar-se ou provir.
O mau-humor de Pedro procede da educação que recebeu.
Esta madeira procede do Paraná.
* Intransitivo, quando significar conduzir-se ou ter fundamento.
Suas palavras não procedem!
Aquele funcionário procedeu honestamente.
QUERER
* No sentido de desejar, ter a intenção ou vontade de, tencionar (TD).
Quero meu livro de volta.
Sempre quis seu bem.
* No sentido de querer bem, estimar (TI - preposição A).
Maria quer demais a seu namorado.
Queria-lhe mais do que à própria vida.
RENUNCIAR
* Pode ser TD ou TI, com a preposição A.
Ele renunciou o encargo.
Ele renunciou ao encargo.
RESPONDER
* TI, com a preposição A, quando possuir apenas um complemento.
Respondi ao bilhete imediatamente.
Respondeu ao professor com desdém.
Nesse caso, não aceita construção de voz passiva.
* TD com OD para expressar a resposta (respondeu o quê?)
Ele apenas respondeu isso e saiu.
REVIDAR (TI)
Ele revidou ao ataque instintivamente.
SIMPATIZAR E ANTIPATIZAR (TI)
* Com a preposição COM. Não são pronominais, portanto não existe simpatizar-se, nem antipatizar-se.
Sempre simpatizei com Eleodora, mas antipatizo com o irmão dela.
SOBRESSAIR (TI)
* Com a preposição EM. Não é pronominal, portanto não existe sobressair-se.
Quando estava no colegial, sobressaía em todas as matérias.
VISAR
* no sentido de ter em vista, objetivar (TI - preposição A)
Não visamos a qualquer lucro.
A educação visa ao progresso do povo.
* No sentido de apontar arma ou dar visto (TD)
Ele visava a cabeça da cobra com cuidado.
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Ele visava os contratos um a um.
Se TI não admite a utilização do complemento lhe. No lugar, coloca-se a ele (a/s)
São estes os principais verbos que, quando TI, não aceitam LHE/LHES como complemento, estando em seu lugar a ele (a/s) - aspirar, visar, assistir (ver), aludir, referir-se, anuir.
Avisar, advertir, certificar, cientificar, comunicar, informar, lembrar, noticiar, notificar, prevenir são TD e I, admitindo duas construções: Quem informa, informa algo a alguém ou Quem informa, informa alguém de algo.
Os verbos transitivos indiretos na 3ª pessoa do singular, acompanhados do pronome se, não admitem plural. É que, neste caso, o se indica sujeito indeterminado, obrigando o verbo a ficar na terceira pessoa do singular. (Precisa-se de novas esperanças / Aqui, obedece-se às leis de ecologia)
* Verbos que podem ser usados como TD ou TI, sem alteração de sentido: abdicar (de), acreditar (em), almejar (por), ansiar (por), anteceder (a), atender (a), atentar (em, para), cogitar (de, em), consentir (em), deparar (com), desdenhar (de), gozar (de), necessitar (de), preceder (a), precisar (de), presidir (a), renunciar (a), satisfazer (a), versar (sobre) - lista de Pasquale e Ulisses.
as variáveis na conjugação de alguns verbos:
Existem algumas variáveis na conjugação de alguns verbos. Os lingüistas chamam os desvios de variáveis, enquanto os gramáticos tratam-nos como erros.
verbo ver e derivados.
Forma popular: se eu ver, se eu rever, se
eu revesse.
Forma padrão: se eu vir, se eu revir, se eu
revisse.
verbo vir e derivados.
Forma popular: se eu vir, seu eu intervir, eu intervi, ele interviu, eles proviram.
Forma padrão: seu eu vier, se eu intervier, eu intervim, ele interveio, eles provieram.
ter e seus derivados.
Forma popular: quando eu obter, se eu
mantesse, ele deteu.
Forma padrão: quando eu obtiver, se eu
mantivesse, ele deteve.
pôr e seus derivados.
Forma popular: quando eu compor, se eu disposse, eles disporam.
Forma padrão: quando eu compuser, se eu dispusesse, eles dispuseram.
reaver.
Forma popular: eu reavi, eles reaveram, ela
reavê.
Forma padrão: eu reouve, eles reouveram,
ela reouve.
Crase:
Crase não é acento, e sim superposição de dois "as". O primeiro é uma preposição, o segundo, pode ser um artigo definido, um pronome demonstrativo a(as) ou aquele(a/s),e aquilo. O acento que marca este fenômeno é o grave (`).
O domínio da crase depende de o aluno conhecer a regência de alguns verbos e nomes.
- crase da preposição a com o artigo definido a(s):
Condições necessárias para ocorrer crase: termo regente deve exigir a preposição e o termo regido tem de ser uma palavra feminina que admita artigo.
Uma dica é trocar a palavra feminina por uma masculina equivalente, se aparecer ao (s) usa-se crase, caso apareça a ou o (s) não haverá crase
a) Todos iriam à reunião.
b) Todos iriam ao encontro.
A crase é obrigatória:
- em locuções prepositivas, adverbiais ou conjuntivas (femininas).
à queima-roupa, às cegas, às vezes, à beça, à medida que, à proporção que, à procura de, à vontade
Em expressões que indicam instrumento, crase é opcional (escrevi a (à) máquina.)
- expressão à moda de, mesmo que subentendida.
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a) Era um penteado à francesa.
b) O jogador fez um gol à Pele.
- quando as palavras "rua", "loja", "estação de rádio" estiverem subentendidas.
Maria dirigiu-se à Globo (estação de rádio).
As situações onde não existe crase são:
- antes de palavra masculina e verbos.
a) Vende-se a prazo.
b) O texto foi redigido a lápis.
c) Ele começou a fazer dietas.
- antes de artigo indefinido e numeral cardinal (exceto em horas).
a) Refiro-me a uma blusa mais fina.
b) O vilarejo fica a duas léguas daqui.
- antes dos pronomes pessoais, inclusive as formas de tratamento.
a) Enviei uma mensagem a Vossa Majestade.
b) Nada direi a ela.
Neste caso, os pronomes senhora e senhorita são exceções.
- antes de pronomes demonstrativos esta (s) e essa (s).
a) Refiro-me a estas flores.
b) Não deram valor a esta idéia.
- antes de pronomes indefinidos, com exceção de outra.
a) Direi a todas as pessoas.
b) Fiz alusão a esta moça e à outra.
- antes da preposição a tiver outra preposição.
Compareceu perante a juíza no dia da audiência.
Com a preposição até o uso é facultativo.
- no meio de expressões com palavras repetitivas.
Ficamos cara a cara.
- no a singular seguido de palavra no plural.
Pediu apoio a pessoas estranhas.
Não haverá crase antes de pronome interrogativo.
Na expressão devido à (s) + palavra feminina ocorre a crase.
- palavra feminina tomada em sentido genérico.
Apena pode ir de advertência a multa.
Havendo determinação, a crase é indispensável (Ele admite ter cedido à pressão dos superiores.)
Na dúvida, e excluída qualquer das hipóteses tratadas, basta substituir a palavra feminina por uma masculina equivalente. Se ocorrer ao no masculino, haverá crase.
Fui à cidade fazer compras - (ao supermercado).
A crase é facultativa:
- antes de nomes próprios femininos (exceto em nomes de personalidade pública - sem artigo):
Enviei um presente a (à) Maria.
A exceção ocorre quando o nome feminino vier acompanhado de uma expressão que a determine a crase é obrigatória (Dedico minha vida à Rosa do Jaboatão)
- antes do pronome adjetivo possessivo feminino singular:
a) Pediu informações a minha secretária.
b) Pediu informações à minha secretária.
c) Pediu informações a minhas secretárias.
d) Pediu informações as minhas secretárias.
e) Pediu informações às minhas secretárias.
Se o pronome possessivo for substantivo e por regência a preposição for exigida, a crase será obrigatória (Foi a [à] sua cidade natal e à minha)
- antes de topônimos, a menos que estejam determinados.
a) Iremos a Curitiba.
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b) Iremos à bela Curitiba.
c) Iremos à Bahia.
Quando o topônimo não estiver determinado, usa-se o teste da troca do verbo para chegar. Se nesta troca aparecer chego da, há crase; se for chego de, não há crase.
- Crase da preposição a com o pronome demonstrativo e relativo:
Com os demonstrativos aquele (s), aquela (s) e aquilo, basta verificar se, por regência, alguma palavra pede a preposição que irá se fundir com o "a" inicial do próprio pronome.
Uma dica é trocar aquele (a/s) por este (a/s) e aquilo por isto, se antes aparecer a, há crase.
a) Enviei presentes àquela menina.
b) A matéria não se relaciona àqueles problemas.
c) Não se de ênfase àquilo.
O pronome demonstrativo a (s) aparece antes de que ou de e pode ser trocado por aquela (s). Deve-se fazer o teste da troca por um masculino similar e verificar se aparece ao (s)
a) Esta estrada é paralela à que corta a cidade (o caminho é paralelo ao que corta a cidade).
b) Conheço a moça de azul, não a de branco.
Antes dos pronomes relativos "que" e "quem" não ocorre crase. Já o pronome qual (s) admite crase
Uma dica é trocar o substantivo feminino anterior ao pronome por um masculino, se aparecer ao (s) há crase
a) A menina a que me refiro não estudou.
b) A professora a quem me refiro é bonita.
b) A fama à qual almejo não é difícil.
Casos especiais sobre o uso da crase:
- antes da palavra casa:
Quando a palavra casa significa lar, domicílio e não vem acompanhada de adjetivo, ou locução adjetiva, não se usa a crase.
Iremos a casa assim que chegarmos (iremos ao lar assim que chegarmos).
Quando a palavra casa estiver modificada por adjetivo ou locução adjetiva.
Iremos à casa de minha mãe.
- antes da palavra terra:
Oposto de mar, ar e bordo - não há crase
O Marinheiro forma a terra.
Quando terra significa solo, planeta ou lugar - pode haver crase.
a) Voltei à terra natal.
b) A espaçonave voltará à Terra em um mês.
- antes da palavra distância:
Não se usa crase, salvo se vier determinada.
a) Via-se o barco à distância de quinhentos metros (determinado).
b) Olhava-nos a distância.
* não ocorre crase em locuções formadas por duas palavras repetidas, mesmo estando no feminino: face a face, cara a cara, frente a frente, terra a terra, porta a porta e outras locuções.
* antes de numeral que indica hora sempre se usa crase. Os exemplos são pontuais: vou chegar às duas da tarde, ou à uma da madrugada, ou às oito da noite, ou às 23 horas, ou à meia-noite, ou à zero hora, mesmo sendo zero uma palavra masculina.
* outros três exemplos de não-uso da crase: Creusa gosta de andar a cavalo; Creusa comprou um carro a prazo; Creusa ficou a pé. Nos três casos o a não é craseado. Porque antes de palavra masculina (carro, cavalo e pé) o a é apenas preposição, e o à é a contração, a união entre a preposição e o artigo feminino.
Erros de uso:
* Entregamos à domicílio:
É fácil ver que Domicílio, enquanto substantivo masculino, não pode ter um artigo feminino a, e portanto não leva acento grave. Quero aqui ressaltar um outro erro: o verbo entregar significa levar alguma coisa a alguém em algum lugar. Nesse contexto, domicílio não é o objeto indireto (a alguém) e sim o adjunto adverbial de lugar. Portando não entregamos a Domicílio, e sim no domicílio.
* Vendas à prazo:
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É fácil ver que prazo, enquanto substantivo masculino, não pode ter um artigo feminino a, e portanto não leva acento grave. Para formação de crase com um substantivo masculino, só com o uso do pronome aquele, mas no caso de artigo, como pede o artigo o, ficaria vendas ao prazo.
* à escolher:
Escolher é um verbo e como tal não pede artigo, a não ser que esteja na sua forma substantivada. Mas nesse caso, um verbo substantivado sempre vai para o masculino, e portanto pediria artigo o. O escolher é uma árdua tarefa.
* à perder de vista:
Perder é um verbo e como tal não pede artigo, a não ser que esteja na sua forma substantivada. Mas nesse caso, um verbo substantivado sempre vai para o masculino, e portanto pediria artigo o.
* Trajes à rigor:
Rigor é um substantivo masculino e, portanto, não pode ter uma artigo feminino.
* à vista:
Este é de longe o erro mais comum e mais cometido no uso do acento grave. Soa bastante natural o acento em vendas à vista. Porém é simples perceber que seu uso é incorreto. Basta fazer a substituição da palavra vista por um substantivo masculino, que no caso o mais prático é a palavra prazo, por ter um uso bastante similar. Como não dizemos vendas ao prazo, também não diremos vendas à vista, certo? Há porém que se notar um caso em que utiliza-se o acento grave: quando vista é usado no sentido de ver, enxergar, como em terra à vista.
* de segunda à sexta:
Podemos nesse caso notar que segunda está sem artigo (de --> da) e portando Sexta também deve estar sem artigo por uma questão de coerência. Podemos também fazer o teste substituindo por um substantivo masculino: ... de segunda a sábado.. Como não falamos ao sábado, não colocamos crase em a sexta. Fácil, não?
* à 10 minutos:
Numerais, em geral, não levam artigos definidos. Podemos, ao invés disso, apor um artigo indefinido: a uns 10 minutos, que nos provará que 10 minutos é masculino. Por outro lado, o acento grave poderia estar ligado a um substantivo feminino oculto (distância, por exemplo). Porém minuto não é medida de distância, e sim de tempo,
portanto não faz sentido falar-se em à distância de 10 minutos.
* à mão:
Temos aqui um substantivo feminino e, portanto, vamos tentar substituí-lo por um masculino. Podemos traçar uma equivalência de feito a mão com ir a pé. Como não falamos ir ao pé, não diremos feito à mão.
* até às 18:00:
Aqui já temos uma preposição (até), cuja função é limitar a continuidade da ação. Portanto não cabe aqui o uso de mais uma preposição (a) e com isso não haverá formação da crase.
* à partir de:
Partir é um verbo e como tal não pede artigo, a não ser que esteja na sua forma substantivada. Mas nesse caso, um verbo substantivado sempre vai para o masculino, e portanto pediria artigo o.
Há certos recursos da linguagem - pausa, melodia, entonação e até mesmo, silêncio - que só estão presentes na oralidade. Na linguagem escrita, para substituir tais recursos, usamos os sinais de pontuação.
Estes são também usados para destacar palavras, expressões ou orações e esclarecer o sentido de frases, a fim de dissipar qualquer tipo de ambigüidade.
ponto:
Emprega-se o ponto, basicamente, para indicar o término de um frase declarativa de um período simples ou composto.
Desejo-lhe uma feliz viagem.
A casa, quase sempre fechada, parecia abandonada, no entanto tudo no seu interior era conservado com primor.
O ponto é também usado em quase todas as abreviaturas, por exemplo: fev. = fevereiro, hab. = habitante, rod. = rodovia.
O ponto que é empregado para encerrar um texto escrito recebe o nome de ponto final.
o ponto-e-vírgula:
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Utiliza-se o ponto-e-vírgula para assinalar uma pausa maior do que a da vírgula, praticamente uma pausa intermediária entre o ponto e a vírgula.
Geralmente, emprega-se o ponto-e-vírgula para:
a) separar orações coordenadas que tenham um certo sentido ou aquelas que já apresentam separação por vírgula:
Criança, foi uma garota sapeca; moça, era inteligente e alegre; agora, mulher madura, tornou-se uma doidivanas.
b) separar vários itens de uma enumeração:
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de idéias e de concepções, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
IV - gratuidade do ensino em estabelecimentos oficiais;
(Constituição da República Federativa do Brasil)
dois-pontos:
Os dois-pontos são empregados para:
a) uma enumeração:
... Rubião recordou a sua entrada no escritório do Camacho, o modo porque falou: e daí tornou atrás, ao próprio ato.
Estirado no gabinete, evocou a cena: o menino, o carro, os cavalos, o grito, o salto que deu, levado de um ímpeto irresistível...
(Machado de Assis)
b) uma citação:
Visto que ela nada declarasse, o marido indagou:
- Afinal, o que houve?
c) um esclarecimento:
Joana conseguira enfim realizar seu desejo maior: seduzir Pedro. Não porque o amasse, mas para magoar Lucila.
Observe que os dois-pontos são também usados na introdução de exemplos, notas ou observações.
Parônimos são vocábulos diferentes na significação e parecidos na forma. Exemplos: ratificar/retificar, censo/senso, descriminar/discriminar etc.
Nota: A preposição per, considerada arcaica, somente é usada na frase de per si (= cada um por sua vez, isoladamente).
Observação: Na linguagem coloquial pode-se aplicar o grau diminutivo a alguns advérbios: cedinho, longinho, melhorzinho, pouquinho etc.
NOTA
A invocação em correspondência (social ou comercial) pode ser seguida de dois-pontos ou de vírgula:
Querida amiga:
Prezados senhores,
ponto de interrogação:
O ponto de interrogação é empregado para indicar uma pergunta direta, ainda que esta não exija resposta:
O criado pediu licença para entrar:
- O senhor não precisa de mim?
- Não obrigado. A que horas janta-se?
- Às cinco, se o senhor não der outra ordem.
- Bem.
- O senhor sai a passeio depois do jantar? de carro ou a cavalo?
- Não.
(José de Alencar)
ponto de exclamação:
O ponto de exclamação é empregado para marcar o fim de qualquer enunciado com entonação exclamativa, que normalmente exprime admiração, surpresa, assombro, indignação etc.
- Viva o meu príncipe! Sim, senhor... Eis aqui um comedouro muito compreensível e muito repousante, Jacinto!
- Então janta, homem!
(Eça de Queiroz)
NOTA
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O ponto de exclamação é também usado com interjeições e locuções interjetivas:
Oh!
Valha-me Deus!
O uso da vírgula:
Emprega-se a vírgula (uma breve pausa):
a) para separar os elementos mencionados numa relação:
A nossa empresa está contratando engenheiros, economistas, analistas de sistemas e secretárias.
O apartamento tem três quartos, sala de visitas, sala de jantar, área de serviço e dois banheiros.
Mesmo que o e venha repetido antes de cada um dos elementos da enumeração, a vírgula deve ser empregada:
Rodrigo estava nervoso. Andava pelos cantos, e gesticulava, e falava em voz alta, e ria, e roía as unhas.
b) para isolar o vocativo:
Cristina, desligue já esse telefone!
Por favor, Ricardo, venha até o meu gabinete.
c) para isolar o aposto:
Dona Sílvia, aquela mexeriqueira do quarto andar, ficou presa no elevador.
Rafael, o gênio da pintura italiana, nasceu em Urbino.
d) para isolar palavras e expressões explicativas (a saber, por exemplo, isto é, ou melhor, aliás, além disso etc.):
Gastamos R$ 5.000,00 na reforma do apartamento, isto é, tudo o que tínhamos economizado durante anos.
Eles viajaram para a América do Norte, aliás, para o Canadá.
e) para isolar o adjunto adverbial antecipado:
Lá no sertão, as noites são escuras e perigosas.
Ontem à noite, fomos todos jantar fora.
f) para isolar elementos repetidos:
O palácio, o palácio está destruído.
Estão todos cansados, cansados de dar dó!
g) para isolar, nas datas, o nome do lugar:
São Paulo, 22 de maio de 1995.
Roma, 13 de dezembro de 1995.
h) para isolar os adjuntos adverbiais:
A multidão foi, aos poucos, avançando para o palácio.
Os candidatos serão atendidos, das sete às onze, pelo próprio gerente.
i) para isolar as orações coordenadas, exceto as introduzidas pela conjunção e:
Ele já enganou várias pessoas, logo não é digno de confiança.
Você pode usar o meu carro, mas tome muito cuidado ao dirigir.
Não compareci ao trabalho ontem, pois estava doente.
j) para indicar a elipse de um elemento da oração:
Foi um grande escândalo. Às vezes gritava; outras, estrebuchava como um animal.
Não se sabe ao certo. Paulo diz que ela se suicidou, a irmã, que foi um acidente.
k) para separar o paralelismo de provérbios:
Ladrão de tostão, ladrão de milhão.
Ouvir cantar o galo, sem saber onde.
l) após a saudação em correspondência (social e comercial):
Com muito amor,
Respeitosamente,
m) para isolar as orações adjetivas explicativas:
Marina, que é uma criatura maldosa, "puxou o tapete" de Juliana lá no trabalho.
Vidas Secas, que é um romance contemporâneo, foi escrito por Graciliano Ramos.
n) para isolar orações intercaladas:
Não lhe posso garantir nada, respondi secamente.
O filme, disse ele, é fantástico.
LÍNGUA PORTUGUESA
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Figuras de estilo, figuras ou Desvios de linguagem são nomes dados a alguns processos que priorizam a palavra ou o todo para tornar o texto mais rico e expressivo ou buscar um novo significado, possibilitando uma reescritura correta de textos.
Podem ser:
Figuras de palavras
As figuras de palavra consistem no emprego de um termo com sentido diferente daquele convencionalmente empregado, a fim de se conseguir um efeito mais expressivo na comunicação.
São figuras de palavras:
Comparação:
Ocorre comparação quando se estabelece aproximação entre dois elementos que se identificam, ligados por conectivos comparativos explícitos – feito, assim como, tal, como, tal qual, tal como, qual, que nem – e alguns verbos – parecer, assemelhar-se e outros.
Exemplos: ―Amou daquela vez como se fosse máquina. / Beijou sua mulher como se fosse lógico.‖ (Chico Buarque);
―As solteironas, os longos vestidos negros fechados no pescoço, negros xales nos ombros, pareciam aves noturnas paradas…‖ (Jorge Amado).
Metáfora:
Ocorre metáfora quando um termo substitui outro através de uma relação de semelhança resultante da subjetividade de quem a cria. A metáfora também pode ser entendida como uma comparação abreviada, em que o conectivo não está expresso, mas subentendido.
Exemplo: ―Supondo o espírito humano uma vasta concha, o meu fim, Sr. Soares, é ver se posso extrair pérolas, que é a razão.‖ (Machado de Assis).
Metonímia:
Ocorre metonímia quando há substituição de uma palavra por outra, havendo entre ambas algum grau de semelhança, relação, proximidade de sentido ou implicação mútua. Tal substituição
fundamenta-se numa relação objetiva, real, realizando-se de inúmeros modos:
- o continente pelo conteúdo e vice-versa: Antes de sair, tomamos um cálice (o conteúdo de um cálice) de licor.
- a causa pelo efeito e vice-versa: ―E assim o operário ia / Com suor e com cimento (com trabalho) / Erguendo uma casa aqui / Adiante um apartamento.‖ (Vinicius de Moraes).
- o lugar de origem ou de produção pelo produto: Comprei uma garrafa do legítimo porto (o vinho da cidade do Porto).
- o autor pela obra: Ela parecia ler Jorge Amado (a obra de Jorge Amado).
- o abstrato pelo concreto e vice-versa: Não devemos contar com o seu coração (sentimento, sensibilidade).
- o símbolo pela coisa simbolizada: A coroa (o poder) foi disputada pelos revolucionários.
- a matéria pelo produto e vice-versa: Lento, o bronze (o sino) soa.
- o inventor pelo invento: Edson (a energia elétrica) ilumina o mundo.
- a coisa pelo lugar: Vou à Prefeitura (ao edifício da Prefeitura).
- o instrumento pela pessoa que o utiliza: Ele é um bom garfo (guloso, glutão).
Sinédoque:
Ocorre sinédoque quando há substituição de um termo por outro, havendo ampliação ou redução do sentido usual da palavra numa relação quantitativa. Encontramos sinédoque nos seguintes casos:
- o todo pela parte e vice-versa: ―A cidade inteira (o povo) viu assombrada, de queixo caído, o pistoleiro sumir de ladrão, fugindo nos cascos (parte das patas) de seu cavalo.‖ (J. Cândido de Carvalho)
- o singular pelo plural e vice-versa: O paulista (todos os paulistas) é tímido; o carioca (todos os cariocas), atrevido.
- o indivíduo pela espécie (nome próprio pelo nome comum): Para os artistas ele foi um mecenas (protetor).
Catacrese:
A catacrese é um tipo de especial de metáfora, ―é uma espécie de metáfora desgastada,
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em que já não se sente nenhum vestígio de inovação, de criação individual e pitoresca. É a metáfora tornada hábito lingüístico, já fora do âmbito estilístico.‖ (Othon M. Garcia).
São exemplos de catacrese: folhas de livro / pele de tomate / dente de alho / montar em burro / céu da boca / cabeça de prego / mão de direção / ventre da terra / asa da xícara / sacar dinheiro no banco.
Sinestesia:
A sinestesia consiste na fusão de sensações diferentes numa mesma expressão. Essas sensações podem ser físicas (gustação, audição, visão, olfato e tato) ou psicológicas (subjetivas).
Exemplo: ―A minha primeira recordação é um muro velho, no quintal de uma casa indefinível. Tinha várias feridas no reboco e veludo de musgo. Milagrosa aquela mancha verde [sensação visual] e úmida, macia [sensações táteis], quase irreal.‖ (Augusto Meyer)
Antonomásia:
Ocorre antonomásia quando designamos uma pessoa por uma qualidade, característica ou fato que a distingue.
Na linguagem coloquial, antonomásia é o mesmo que apelido, alcunha ou cognome, cuja origem é um aposto (descritivo, especificativo etc.) do nome próprio.
Exemplos: ―E ao rabi simples (Cristo), que a igualdade prega, / Rasga e enlameia a túnica inconsútil; (Raimundo Correia). / Pelé (= Edson Arantes do Nascimento) / O Cisne de Mântua (= Virgílio) / O poeta dos escravos (= Castro Alves) / O Dante Negro (= Cruz e Souza) / O Corso (= Napoleão)
Alegoria:
A alegoria é uma acumulação de metáforas referindo-se ao mesmo objeto; é uma figura poética que consiste em expressar uma situação global por meio de outra que a evoque e intensifique o seu significado. Na alegoria, todas as palavras estão transladadas para um plano que não lhes é comum e oferecem dois sentidos completos e perfeitos – um referencial e outro metafórico.
Exemplo: ―A vida é uma ópera, é uma grande ópera. O tenor e o barítono lutam pelo soprano, em presença do baixo e dos comprimários, quando não são o soprano e o contralto que lutam pelo tenor, em presença do mesmo baixo e dos mesmos comprimários. Há
coros numerosos, muitos bailados, e a orquestra é excelente…‖ (Machado de Assis).
1.1 Figuras de sintaxe ou de construção:
As figuras de sintaxe ou de construção dizem respeito a desvios em relação à concordância entre os termos da oração, sua ordem, possíveis repetições ou omissões.
Elas podem ser construídas por:
a) omissão: assíndeto, elipse e zeugma;
b) repetição: anáfora, pleonasmo e polissíndeto;
c) inversão: anástrofe, hipérbato, sínquise e hipálage;
d) ruptura: anacoluto;
e) concordância ideológica: silepse.
Portanto, são figuras de construção ou sintaxe:
Assíndeto:
Ocorre assíndeto quando orações ou palavras deveriam vir ligadas por conjunções coordenativas, aparecem justapostas ou separadas por vírgulas.
Exigem do leitor atenção maior no exame de cada fato, por exigência das pausas rítmicas (vírgulas).
Exemplo: ―Não nos movemos, as mãos é que se estenderam pouco a pouco, todas quatro, pegando-se, apertando-se, fundindo-se.‖ (Machado de Assis).
Elipse:
Ocorre elipse quando omitimos um termo ou oração que facilmente podemos identificar ou subentender no contexto. Pode ocorrer na supressão de pronomes, conjunções, preposições ou verbos. É um poderoso recurso de concisão e dinamismo.
Exemplo: ―Veio sem pinturas, em vestido leve, sandálias coloridas.‖ (elipse do pronome ela (Ela veio) e da preposição de (de sandálias…).
Zeugma:
Ocorre zeugma quando um termo já expresso na frase é suprimido, ficando subentendida sua repetição.
Exemplo: ―Foi saqueada a vida, e assassinados os partidários dos Felipes.‖ (Zeugma
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do verbo: ―e foram assassinados…‖) (Camilo Castelo Branco).
Anáfora:
Ocorre anáfora quando há repetição intencional de palavras no início de um período, frase ou verso.
Exemplo: ―Depois o areal extenso… / Depois o oceano de pó… / Depois no horizonte imenso / Desertos… desertos só…‖ (Castro Alves).
Pleonasmo:
Ocorre pleonasmo quando há repetição da mesma idéia, isto é, redundância de significado.
a) Pleonasmo literário:
É o uso de palavras redundantes para reforçar uma idéia, tanto do ponto de vista semântico quanto do ponto de vista sintático. Usado como um recurso estilístico, enriquece a expressão, dando ênfase à mensagem.
Exemplo: ―Iam vinte anos desde aquele dia / Quando com os olhos eu quis ver de perto / Quando em visão com os da saudade via.‖ (Alberto de Oliveira).
―Morrerás morte vil na mão de um forte.‖ (Gonçalves Dias)
―Ó mar salgado, quando do teu sal / São lágrimas de Portugal‖ (Fernando Pessoa).
b) Pleonasmo vicioso:
É o desdobramento de idéias que já estavam implícitas em palavras anteriormente expressas. Pleonasmos viciosos devem ser evitados, pois não têm valor de reforço de uma idéia, sendo apenas fruto do descobrimento do sentido real das palavras.
Exemplos: subir para cima / entrar para dentro / repetir de novo / ouvir com os ouvidos / hemorragia de sangue / monopólio exclusivo / breve alocução / principal protagonista.
Polissíndeto:
Ocorre polissíndeto quando há repetição enfática de uma conjunção coordenativa mais vezes do que exige a norma gramatical (geralmente a conjunção e). É um recurso que sugere movimentos ininterruptos ou vertiginosos.
Exemplo: ―Vão chegando as burguesinhas pobres, / e as criadas das burguesinhas ricas / e as mulheres do povo, e as lavadeiras da redondeza.‖ (Manuel Bandeira).
Anástrofe:
Ocorre anástrofe quando há uma simples inversão de palavras vizinhas (determinante/determinado).
Exemplo: ―Tão leve estou (estou tão leve) que nem sombra tenho.‖ (Mário Quintana).
Hipérbato:
Ocorre hipérbato quando há uma inversão completa de membros da frase.
Exemplo: ―Passeiam à tarde, as belas na Avenida. ‖ (As belas passeiam na Avenida à tarde.) (Carlos Drummond de Andrade).
Sínquise:
Ocorre sínquise quando há uma inversão violenta de distantes partes da frase. É um hipérbato exagerado.
Exemplo: ―A grita se alevanta ao Céu, da gente. ‖ (A grita da gente se alevanta ao Céu ) (Camões).
Hipálage:
Ocorre hipálage quando há inversão da posição do adjetivo: uma qualidade que pertence a um objeto é atribuída a outro, na mesma frase.
Exemplo: ―… as lojas loquazes dos barbeiros.‖ (as lojas dos barbeiros loquazes.) (Eça de Queiros).
Anacoluto:
Ocorre anacoluto quando há interrupção do plano sintático com que se inicia a frase, alterando-lhe a seqüência lógica. A construção do período deixa um ou mais termos – que não apresentam função sintática definida – desprendidos dos demais, geralmente depois de uma pausa sensível.
Exemplo: ―Essas empregadas de hoje, não se pode confiar nelas.‖ (Alcântara Machado).
Silepse:
Ocorre silepse quando a concordância não é feita com as palavras, mas com a idéia a elas associada.
a) Silepse de gênero:
Ocorre quando há discordância entre os gêneros gramaticais (feminino ou masculino).
Exemplo: ―Quando a gente é novo, gosta de fazer bonito.‖ (Guimarães Rosa).
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b) Silepse de número:
Ocorre quando há discordância envolvendo o número gramatical (singular ou plural).
Exemplo: Corria gente de todos lados, e gritavam.‖ (Mário Barreto).
c) Silepse de pessoa:
Ocorre quando há discordância entre o sujeito expresso e a pessoa verbal: o sujeito que fala ou escreve se inclui no sujeito enunciado.
Exemplo: ―Na noite seguinte estávamos reunidas algumas pessoas.‖ (Machado de Assis).
1.2 Figuras de pensamento:
As figuras de pensamento são recursos de linguagem que se referem ao significado das palavras, ao seu aspecto semântico.
São figuras de pensamento:
Antítese:
Ocorre antítese quando há aproximação de palavras ou expressões de sentidos opostos.
Exemplo: ―Amigos ou inimigos estão, amiúde, em posições trocadas. Uns nos querem mal, e fazem-nos bem. Outros nos almejam o bem, e nos trazem o mal.‖ (Rui Barbosa).
Apóstrofe:
Ocorre apóstrofe quando há invocação de uma pessoa ou algo, real ou imaginário, que pode estar presente ou ausente. Corresponde ao vocativo na análise sintática e é utilizada para dar ênfase à expressão.
Exemplo: ―Deus! ó Deus! onde estás, que não respondes?‖ (Castro Alves).
Paradoxo:
Ocorre paradoxo não apenas na aproximação de palavras de sentido oposto, mas também na de idéias que se contradizem referindo-se ao mesmo termo. É uma verdade enunciada com aparência de mentira. Oxímoro (ou oximoron) é outra designação para paradoxo.
Exemplo: ―Amor é fogo que arde sem se ver; / É ferida que dói e não se sente; / É um contentamento descontente; / É dor que desatina sem doer;‖ (Camões)
Eufemismo:
Ocorre eufemismo quando uma palavra ou expressão é empregada para atenuar uma verdade tida como penosa, desagradável ou chocante.
Exemplo: ―E pela paz derradeira (morte) que enfim vai nos redimir Deus lhe pague‖. (Chico Buarque).
Gradação:
Ocorre gradação quando há uma seqüência de palavras que intensificam uma mesma idéia.
Exemplo: ―Aqui… além… mais longe por onde eu movo o passo.‖ (Castro Alves).
Hipérbole:
Ocorre hipérbole quando há exagero de uma idéia, a fim de proporcionar uma imagem emocionante e de impacto.
Exemplo: ―Rios te correrão dos olhos, se chorares!‖ (Olavo Bilac).
Ironia:
Ocorre ironia quando, pelo contexto, pela entonação, pela contradição de termos, sugere-se o contrário do que as palavras ou orações parecem exprimir. A intenção é depreciativa ou sarcástica.
Exemplo: ―Moça linda, bem tratada, / três séculos de família, / burra como uma porta: / um amor.‖ (Mário de Andrade).
Prosopopéia:
Ocorre prosopopéia (ou animização ou personificação) quando se atribui movimento, ação, fala, sentimento, enfim, caracteres próprios de seres animados a seres inanimados ou imaginários.
Também a atribuição de características humanas a seres animados constitui prosopopéia o que é comum nas fábulas e nos apólogos, como este exemplo de Mário de Quintana: ―O peixinho (…) silencioso e levemente melancólico…‖
Exemplos: ―… os rios vão carregando as queixas do caminho.‖ (Raul Bopp)
Um frio inteligente (…) percorria o jardim…‖ (Clarice Lispector)
Perífrase:
Ocorre perífrase quando se cria um torneio de palavras para expressar algum objeto, acidente geográfico ou situação que não se quer nomear.
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Exemplo: ―Cidade maravilhosa / Cheia de encantos mil / Cidade maravilhosa / Coração do meu Brasil.‖ (André Filho).
Até este ponto retirei informações do site PCI cursos
Vícios de Linguagem
1.2.1 Ambiguidade
Ambiguidade é a possibilidade de uma
mensagem ter dois sentidos. Ela geralmente é provocada pela má organização das palavras na frase. A ambiguidade é um caso especial de polissemia, a possibilidade de uma palavra apresentar vários sentidos em um contexto.
Ex:
―Onde está a vaca da sua avó?‖ (Que vaca? A avó ou a vaca criada pela avó?)
―Onde está a cachorra da sua mãe?‖ (Que cachorra? A mãe ou a cadela criada pela mãe?)
―Este líder dirigiu bem sua nação‖(―Sua‖? Nação da 2ª ou 3ª pessoa (o líder)?).
Obs 1: O pronome possessivo ―seu(ua)(s)‖ gera muita confusão por ser geralmente associado ao receptor da mensagem.
Obs 2: A preposição ―como‖ também gera confusão com o verbo ―comer‖ na 1ª pessoa do singular.
A ambiguidade normalmente é indesejável na comunicação unidirecional, em particular na escrita, pois nem sempre é possível contactar o emissor da mensagem para questioná-lo sobre sua intenção comunicativa original e assim obter a interpretação correta da mensagem.
1.2.2 Barbarismo
Barbarismo, peregrinismo, idiotismo ou estrangeirismo (para os latinos qualquer
estrangeiro era bárbaro) é o uso de palavra, expressão ou construção estrangeira no lugar de equivalente vernácula.
De acordo com a língua de origem, os estrangeirismos recebem diferentes nomes:
galicismo ou francesismo, quando
provenientes do francês (de Gália, antigo nome da França);
anglicismo, quando do inglês;
castelhanismo, quando vindos do espanhol;
Ex:
Mais penso, mais fico inteligente (galicismo; o mais adequado seria ―quanto mais penso, (tanto) mais fico inteligente‖);
Comeu um roast-beef (anglicismo; o mais adequado seria ―comeu um rosbife―);
Havia links para sua página (anglicismo; o mais adequado seria ―Havia ligações (ou vínculos) para sua página‖.
Eles têm serviço de delivery. (anglicismo; o mais adequado seria ―Eles têm serviço de entrega‖).
Premiê apresenta prioridades da
Presidência lusa da UE (galicismo, o mais adequado seria Primeiro-ministro)
Nesta receita gastronômica usaremos Blueberries e Grapefruits. (anglicismo, o mais adequado seria Mirtilo e Toranja)
Convocamos para a Reunião do Conselho de DA’s (plural da sigla de Diretório Acadêmico). (anglicismo, e mesmo nesta língua não se usa apóstrofo ‗s‘ para pluralizar; o mais adequado seria DD.AA. ou DAs.)
Há quem considere barbarismo também divergências de pronúncia, grafia, morfologia, etc., tais como ―adevogado‖ ou ―eu sabo―, pois seriam atitudes típicas de estrangeiros, por eles dificilmente atingirem alta fluência no dialeto padrão da língua.
Em nível pragmático, o barbarismo normalmente é indesejável porque os receptores da mensagem frequentemente conhecem o termo em questão na língua nativa de sua comunidade linguística, mas nem sempre conhecem o termo correspondente na língua ou dialeto estrangeiro à comunidade com a qual ele está familiarizado. Em nível político, um barbarismo também pode ser interpretado como uma ofensa cultural por alguns receptores que se encontram ideologicamente inclinados a repudiar certos tipos de influência sobre suas culturas. Pode-se assim concluir que o conceito de barbarismo é relativo ao receptor da mensagem.
Em alguns contextos, até mesmo uma palavra da própria língua do receptor poderia ser considerada como um barbarismo. Tal é o caso de um cultismo (ex: ―abdômen‖) quando presente em uma mensagem a um receptor que não o entende (por exemplo, um indivíduo não escolarizado, que poderia compreender melhor os sinônimos ―barriga‖, ―pança‖ ou ―bucho‖).
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1.2.3 Cacofonia
A cacofonia é um som desagradável ou
obsceno formado pela união das sílabas de palavras contíguas. Por isso temos que cuidar quando falamos sobre algo para não ofendermos a pessoa que ouve. São exemplos desse fato:
―Ele beijou a boca dela.‖
―Bata com um mamão para mim,
por favor.‖
―Deixe ir-me já, pois estou
atrasado.‖
―Não tem nada de errado a cerca dela―
―Vou-me já que está pingando. Vai chover!‖
―Instrumento para socar alho.‖
―Daqui vai, se for dai.‖
Não são cacofonia:
―Eu amo ela demais !!!‖
―Eu vi ela.‖
―você veja”
Como cacofonias são muitas vezes cômicas, elas são algumas vezes usadas de propósito em certas piadas, trocadilhos e ―pegadinhas‖.
1.2.4 Plebeísmo
O plebeísmo normalmente utiliza palavras
de baixo calão, gírias e termos considerados informais.
Exemplos:
―Ele era um tremendo mané!‖
―Tô ferrado!‖
―Tá ligado nas quebradas, meu chapa?‖
―Esse bagulho é ‗radicaaaal‘!!! Tá ligado mano?‖
‗Vô piálá‘mais tarde ‗ !!! Se ligou maluko ?
Por questões de etiqueta, convém evitar o uso de plebeísmos em contextos sociais que
requeiram maior formalismo no tratamento comunicativo.
1.2.5 Prolixidade
É a exposição fastidiosa e inútil de palavras ou argumentos e à sua superabundância. É o excesso de palavras para exprimir poucas idéias. Ao texto prolixo falta objetividade, o qual quase sempre compromete a clareza e cansa o leitor.
A prevenção à prolixidade requer que se tenha atenção à concisão e precisão da mensagem. Concisão é a qualidade de dizer o máximo possível com o mínimo de palavras. Precisão é a qualidade de utilizar a palavra certa para dizer exatamente o que se quer.
1.2.6 Pleonasmo vicioso
O pleonasmo é uma figura de linguagem.
Quando consiste numa redundância inútil e desnecessária de significado em uma sentença, é considerado um vício de linguagem. A esse tipo de pleonasmo chamamos pleonasmo vicioso.
Ex:
―Ele vai ser o protagonista principal da peça‖. (Um protagonista é, necessariamente, a personagem principal)
―Meninos, entrem já para dentro!‖
(O verbo ―entrar‖ já exprime ideia de ir para dentro)
―Estou subindo para cima.‖ (O verbo
―subir‖ já exprime ideia de ir para cima)
―Não deixe de comparecer pessoalmente.‖ (É impossível comparecer a algum
lugar de outra forma que não pessoalmente)
―Meio-ambiente‖ – o meio em que vivemos = o ambiente em que vivemos.
Não é pleonasmo:
―As palavras são de baixo calão―.
Palavras podem ser de baixo ou de alto calão.
O pleonasmo nem sempre é um vício de linguagem, mesmo para os exemplos supra citados, a depender do contexto. Em certos contextos, ele é um recurso que pode ser útil para se fornecer ênfase a determinado aspecto da mensagem.
Especialmente em contextos literários, musicais e retóricos, um pleonasmo bem colocado pode causar uma reação notável nos receptores (como a geração de uma frase de efeito ou mesmo o humor proposital). A maestria no uso do pleonasmo para que ele atinja o efeito desejado no receptor depende fortemente do desenvolvimento da
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capacidade de interpretação textual do emissor. Na dúvida, é melhor que seja evitado para não se incorrer acidentalmente em um uso vicioso.
1.2.7 Solecismo
Solecismo é uma inadequação na estrutura sintática da frase com relação à gramática normativa do idioma. Há três tipos de solecismo:
De concordância:
―Fazem três anos que não vou ao médico.‖ (Faz três anos que não vou ao médico.)
―Aluga-se salas nesse edifício.‖ (Alugam-se salas nesse edifício.)
De regência:
―Ontem eu assisti um filme de época.‖ (Ontem eu assisti a um filme de época.)
De colocação:
―Me empresta um lápis, por favor.‖ (Empresta-me um lápis, por favor.)
―Me parece que ela ficou contente.‖ (Parece-me que ela ficou contente.)
―Eu não respondi-lhe nada do que perguntou.‖ (Eu não lhe respondi nada do que perguntou.)
1.2.8 Eco
O Eco vem a ser a própria rima que ocorre quando há na frase terminações iguais ou semelhantes, provocando dissonância.
―Falar em desenvolvimento é pensar em alimento, saúde e educação.‖
―O aluno repetente mente alegremente.‖
O presidente tinha dor de dente constantemente.
1.2.9 Colisão
O uso de uma mesma vogal ou consoante em várias palavras é denominado aliteração. Aliterações são preciosos recursos estilísticos quando usados com a intenção de se atingir efeito literário ou para atrair a atenção do receptor. Entretanto, quando seus usos não são intencionais ou quando causam um efeito estilístico ruim ao receptor da mensagem, a aliteração torna-se um vício de linguagem e recebe nesse contexto o nome de colisão. Exemplos:
―Eram comunidades camponesas com cultivos coletivos.‖
―O papa Paulo VI pediu a paz.‖
Uma colisão pode ser remediada com a
reestruturação sintática da frase que a contém ou
com a substituição de alguns termos ou expressões
por outras similares ou sinônim
Intelecção, Compreensão, Leitura, Análise e Interpretação de Textos
A compreensão e interpretação de textos,
através da ótica das provas de concursos públicos e vestibulares, é simplesmente entender o conteúdo do texto focado, isto é, limita-se rigorosamente ao que o texto diz, de maneira explícita ou implicitamente.
Ao se fazer a compreensão e interpretação
de textos, não se deve preocupar-se com o subjetivismo, a moral, o emocional, que seu conteúdo possa inspirar. Deve-se ficar restrito àquilo de que o texto trata, às ideias explícitas e implícitas que seu autor expõe. As experiências de vida do intérprete não interessam à compreensão e interpretação de textos.
Para um perfeito entendimento do que
acabamos de afirmar, leia o texto e a pertinente questão aplicada em prova de concurso público do MPU, pela organizadora FCC, com adaptações nossas:
Os mitólogos costumam chamar de imagens
de mundo certas estruturas simbólicas pelas quais, em todas as épocas, as diferentes sociedades humanas fundamentaram, tanto coletiva quanto individualmente, a experiência do existir. Ao longo da história, essas constelações de ideias foram geradas quer pelas tradições étnicas, locais, de cada povo, quer pelos grandes sistemas religiosos. No Ocidente, contudo, desde os últimos três séculos uma outra prática de pensamento veio se acrescentar a estes modos tradicionais na função de elaborar as bases de nossas experiências concretas de vida: a ciência. Com efeito, a partir da revolução científica do Renascimento as ciências naturais passaram a contribuir de modo cada vez mais decisivo para a formulação das categorias que a cultura ocidental empregará para compreender a realidade e agir sobre ela.
No texto acima, o autor A. ...
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B. ratifica a ideia, construída ao longo da trajetória humana, de que o pensamento científico é a via mais eficaz para o conhecimento da realidade.
C. atribui a idiossincrasias culturais as
distintas representações daquilo que legitimaria as práticas humanas.
D. ... E. expressa sua compreensão de que, fora
do âmbito racional, não há base sólida que fundamente a vida dos seres humanos.
Uma pessoa, simpatizante do espírito
científico, ou seja, que tende a aceitar somente aquilo que pode ser explicado pela razão, seria fortemente influenciada a considerar verdadeira a opção "B" ou a "E". Além disso, o autor faz expressivas alusões ao caráter científico nos dois últimos períodos, que formam mais da metade do parágrafo em análise. Tudo isso constitui forte carga de influência para quem tem que resolver a questão e, ainda por cima, sob a coação do tempo, como o é em concursos públicos. Vista sob esse aspecto, a tarefa de compreensão e interpretação de textos está seriamente comprometida pelas armadilhas representadas por essas duas opções acima referidas.
Como para cada veneno há um antídoto
apropriado, essas "pegadinhas", em compreensão e interpretação de textos, podem ser evitadas, se prestarmos mais atenção ao verbo que indica a ação ou posição do autor sugerida em cada alternativa. Na alternativa "B", o verbo é "ratifica a ideia, construída ao longo da trajetória humana, ...", e, na alternativa "E", é "expressa sua compreensão de que, ...". Como se trata de um parágrafo cujo texto é do tipo descritivo (descrição de realidades em determinadas épocas), longe está a possibilidade de o autor "ratificar alguma ideia", como também de "expressar sua compreensão". Situações, essas, próprias de textos dissertativos.
Deixamos de mencionar as opções "A" e
"D" por fugirem do tema influência da subjetividade do intérprete cuja importância pretendemos destacar em compreensão e interpretação de textos.
Em compreensão e interpretação de textos,
há uma categoria de questões do tipo "Pode-se inferir do texto que ...". O que se pede, nessa classe de questões, não está explícito no texto, isto é, não está escrito. Tem-se que chegar à alternativa correta por conclusão, deduzir por raciocínio. Por exemplo, se encontrarmos em um texto a seguinte afirmação: "Aquela lata velha foi o meu primeiro carro.", podemos inferir, sem nenhum temor, que o autor possuiu mais de um carro. A palavra "primeiro", da afirmação em análise, dá margem a essa conclusão.
Observe o texto e a respectiva questão, a seguir.
(FCC - CADEP, com adaptações para a nova
ortografia) A cultura, e consequente organização social,
política e econômica dominante na sociedade contemporânea, ainda é aquela que começou a nascer no século XVI, quando um conjunto de inovações tecnológicas num contexto histórico favorável contribuiu para o início do enterro do Antigo Regime, no qual a Terra estava no centro do universo, a ordem social era imutável e a Igreja, junto com o poder absolutista, tinha o monopólio da informação.
A prensa de Gutenberg estava entre as
inovações tecnológicas que contribuíram para a ascensão do mundo burguês. E os seus principais produtos - o livro e o jornal - foram entendidos durante muitos anos pela ordem dominante como ferramentas subversivas. Esta subversão gestou e gerou o mundo em que vivemos. Um mundo onde a iniquidade social ainda incomoda e assusta, mas no qual todas as barreiras para a geração de riqueza e de conhecimento foram derrubadas, num processo que também gerou a onda de inovação que estamos vivendo e a possibilidade de darmos o próximo salto.
Não é função da indústria pensar a
educação. A missão de qualquer empresa é lutar com todas as suas forças para crescer e se perpetuar. Mesmo quando isso vai de encontro aos interesses da comunidade em que está inserida. Ela jamais poderá pensar com a devida isenção numa plataforma de serviços focada em educação.
Por isso mesmo, nenhum representante da
indústria de tecnologia poderia ter sido pioneiro num projeto de educação fundamentado nas profundas e dramáticas mudanças que a cibernética tem trazido para as nossas vidas.>
É correto inferir do texto que seu autor, A. como jornalista que é, questiona a
importância do livro e do jornal no mundo contemporâneo, como instrumentos essenciais para a divulgação do conhecimento.
B. ao apontar a importância de algumas
inovações tecnológicas do mundo moderno, reconhece a importância da cibernética para os projetos educacionais.
C. pensando em um projeto de educação
eficaz, afasta qualquer possibilidade de envolvimento de empresas, a despeito do interesse que elas possam demonstrar.
D. ao reconhecer a inoperância do
empresariado, especialmente na área da cibernética,
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ignora o impacto que essa tecnologia poderia causar em um projeto educacional.
E. como defensor do desenvolvimento
tecnológico, propõe uma educação voltada especificamente para a indústria da informática, base da integração social.
Esse tipo de questão exige atenção
redobrada do intérprete. Seja pela resposta não estar explicitamente no texto, seja pelas requintadas sugestões das opções errôneas. Vamos, então, à compreensão e interpretação do texto, opção por opção.
Trata-se de um texto dissertativo. Cuidado!
Há períodos muito longos, que podem comprometer o trabalho de compreensão e interpretação de texto.
Na opção "A", afirma-se que o autor
"questiona a importância do livro e do jornal no mundo contemporâneo". Ora, questionar é levantar um assunto como questão, como foco de discussão. E isso não ocorre em relação ao livro e ao jornal, aos quais faz uma breve referência, como principais produtos da prensa de Gutenberg. Aqui, a compreensão e interpretação de texto nos aponta esta opção como INCORRETA.
A alternativa "C" é um primor de
"pegadinha" e começa com a forma verbal "pensando". O terceiro parágrafo do texto em análise, inicia e termina por frase cujo verbo é "pensar". Espero que o leitor tenha percebido a forçada de barra da FCC, saturando a mente do intérprete com o verbo pensar. Vamos começar analisando as sentenças desta opção. Primeiramente, coloca-se todo o período composto em ordem direta para facilitar a compreensão e interpretação de texto, obtendo-se: "(O autor) afasta qualquer possibilidade de envolvimento de empresas, pensando em um projeto eficaz, a despeito do interesse que elas possam demonstrar."
A primeira sentença, por si só, já é
suficiente para indicar algum indício de incoerência. A propósito, duvide sempre de sentenças absolutistas do tipo "nunca, jamais, qualquer, todo etc.". E que temos, então? Nada mais, nada menos que uma dessas sentenças (" afasta qualquer possibilidade") em dissonância com o último período do terceiro parágrafo do texto, que afirma "Ela jamais poderá pensar com a devida isenção numa plataforma de serviços focada em educação." Assim sendo, é admitida a possibilidade de "ela (a empresa) pensar", interessar-se, envolver-se em educação, desde que SEM A DEVIDA ISENÇÃO. Portanto, nem todas as possibilidades de envolvimento foram afastadas. Superada a barreira da "isenção", é possível o envolvimento da empresa com educação. É bom que se destaque que o verbo pensar pode ser tomado no sentido de envolver-se,
interessar-se etc. Essa equivalência semântica verbal é ocorrência bastante comum em compreensão e interpretação de textos.
A opção "D" já é reprovada na primeira frase,
uma vez que o autor não considera o empresariado inoperante em nenhuma área, muito menos na área da cibernética. Uma ou outra "colher de chá", como essa, sempre ocorre em compreensão e interpretação de texto, ou seja, a constatação imediata e fácil da inconsistência de uma opção.
Na opção "E", também a primeira frase já a
descredencia como verdade, uma vez que o autor não defende o desenvolvimento tecnológico. A compreensão e interpretação de texto, aqui, também não oferece nenhuma dificuldade aparente.
A RESPOSTA CORRETA ESTÁ NA
ALTERNATIVA "B", na qual o autor "aponta a importância de ALGUMAS inovações tecnológicas", em vez de "defender o desenvolvimento tecnológico", como ressalta, erroneamente, a opção "E". Na alternativa "B", que é a CORRETA, o autor apenas "reconhece a importância da cibernética (ciência que se relaciona a organismos vivos e máquinas) para a educação", em vez de propor qualquer coisa, como também indica, indevidamente, a opção "E". Em compreensão e interpretação de textos, como se pode notar, a opção verdadeira deve ser legitimada tanto pela sua harmonia com o texto em análise quanto pela contradição a outras alternativas que a ela aparentam assemelhar-se.
Depreende-se da resolução desta questão a
importância da significação dos verbos. O conhecimento daquilo que o verbo quer dizer é a chave para fazer inferências, ou seja, conclusões às quais se chega por deduções. Por exemplo, há uma visível distinção entre "reconhecer o livro e o jornal como principais produtos da prensa de Gutenberg" (segundo parágrafo do texto) e "questionar a importância do livro e do jornal.", conforme atesta a alternativa "A". A mensagem expressa pelo verbo é ponto meritório em compreensão e interpretação de textos.
Numa outra base de compreensão e
interpretação de textos, veja a opção "C", que afirma que o autor "afasta qualquer possibilidade" de envolvimento de empresas, enquanto, no último período do texto, esse envolvimento é restringido apenas para manter-se a isenção. Em compreensão e interpretação de textos, também tenta-se pegar o incauto intérprete em armadilhas grotescas como a da opção "D", a qual refere-se à inoperância do empresariado, fato que não encontra eco no contexto analisado. A importância da significação do verbo volta à baila na questão "E", que usa falsamente a forma "defender", ao passo que o autor, em seu texto, apenas "aponta" a importância de algumas tecnologias. Mais adiante, a mesma alternativa indica, também de modo errado, que o autor propõe,
LÍNGUA PORTUGUESA
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enquanto, no texto analisado, o referido autor não faz nenhuma proposta.
Assim, você acabou de conhecer o lado
prático da compreensão e interpretação de textos. Mesmo por meio de uma exposição muito resumida, acredita-se que ela lhe preste algum auxílio na formação de sua sólida base para o pleno entendimento de textos.