portugal post, junho 2012

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Publicidade Portugal Post - Burgholzstr 43 - 44145 Do PVST Deutsche Post AG - Entgelt bezahlt K25853 ANO XIX • Nº 215 Junho 2012 Publicação mensal 2.00 € Portugal Post Verlag, Burgholzstr. 43 44145 Dortmund Tel.: 0231-83 90 289 Telefax 0231- 8390351 • E Mail: [email protected] www. portugalpost.de K 25853 •ISSN 0340-3718 PORTUGAL POST PUB www.portugalpost.de Vamos lá, Embaixador de Portugal em Berlim ao PP: Até onde pode ir a selecção no chamado “grupo da morte”? Págs. 16 / 17 Portugal! Entrevista “Não contem comigo para lamúrias” Pág. 5 Permanências Consulares já funcionam Pág. 7

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Portugal Post, Junho 2012

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Page 1: Portugal Post, Junho 2012

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Portugal Post - Burgholzstr 43 - 44145 DoPVST Deutsche Post AG - Entgelt bezahlt K25853

ANO XIX • Nº 215 • Junho 2012 • Publicação mensal • 2.00 € Portugal Post Verlag, Burgholzstr. 43 • 44145 Dortmund • Tel.: 0231-83 90 289 • Telefax 0231- 8390351 • E Mail: [email protected] • www. portugalpost.de • K 25853 •ISSN 0340-3718

PORTUGAL POSTPUB

www.portugalpost.de

Vamos lá,

Embaixador de Portugal em Berlim ao PP:

Até onde pode ir a selecção no chamado “grupo da morte”?Págs. 16 / 17

Portugal!

Entrevista

“Não contem comigo para lamúrias” Pág. 5

Permanências Consulares já funcionam Pág. 7

Page 2: Portugal Post, Junho 2012

PORTUGAL POST Nº 215 • Junho 20122

Director: Mário dos Santos

Redação e ColaboradoresCristina Dangerfield-Vogt: BerlimCristina Krippahl: BonaJoaquim Peito: HanôverLuísa Costa Hölzl: Munique

CorrespondentesAntónio Horta: GelsenkirchenElisabete Araújo: EuskirchenFernando Roldão: Frankfurt/MJoão Ferreira: SingenJorge Martins Rita: EstugardaManuel Abrantes: Weilheim-TeckMaria dos Anjos Santos: HamburgoMaria do Rosário Loures: NurembergaVitor Lima: Weinheim

ColunistasAntónio Justo: KasselCarlos Gonçalves: LisboaGlória de Sousa: BonaHelena Ferro de Gouveia: BonaJosé Eduardo: Frankfurt / MLagoa da Silva: LisboaLuciano Caetano da Rosa: BerlimMarco Bertoloso:  ColóniaPaulo Pisco: LisboaRui Paz: DusseldórfiaTeresa Soares: Nuremberga

Tradução Barbara Böer-Alves

Assuntos SociaisJosé Gomes Rodrigues

Consultório Jurídico:Catarina Tavares, AdvogadaMichaela Azevedo dos Santos, AdvogadaMiguel Krag, Advogado

Fotógrafos: Fernando Soares

Publicidade: Alfredo Cardoso (Norte) eFernando Roldão (Sul)

Agências: Lusa. DPA

Impressão: Portugal Post Verlag

Redacção, Assinaturas PublicidadeBurgholzstr. 43 • 44145 DortmundTel.: (0231) 83 90 289 • Fax: (0231) 83 90 351www.portugalpost.deEMail: [email protected]/portugal post

Registo Legal: Portugal Post VerlagISSN 0340-3718 PVS K 25853Propriedade: Portugal Post VerlagRegisto Comercial: HRA 13654

Os textos publicados na rubrica Opinião sãoda exclusiva responsabilidade de quem os as-sina e não veiculam qualquer posição do jor-nal PORTUGAL POST

PORTUGAL POST EditorialMário dos Santos

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de endereçoFax: 0231 - 83 90 351Tel.: 0231 - 83 90 289

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Agraciado com a Medalha da Liberdade e Democracia da Assembleia da República

Fundado em 1993

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Manulena quer iluminar os lares na Alemanha

Velas de ConsumoDecorativas e de Aromas

Paulo DiasWarendorferstr.14848145 MünsterTel: 0251 28 76 91 50

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om um mês de atraso, finalmente pa-rece que começaram as esperadaspermanências consulares tal como oGoverno prometera.

Os portugueses de Osnabrück, Nordhorn,Cuxhaven, Münster, Minden, Meschede, Of-fenbach, Mainz, Kaiserslautern, Singen, Nu-remberga e Munique saem a ganhar com estamedida que vem, sem dúvida, tornar os servi-ços consulares mais próximos, evitando queos utentes percorram grandes distâncias paratratar da sua vida.

Em princípio, as permanências vão prati-car todos os actos consulares: cartão de cida-dão, passaporte, procurações, actos de registocivil, inscrição no recenseamento eleitoral, etc.

É justo que se diga que esta medida é efi-caz e que corresponde a um antigo desejo dosportugueses.

O Governo vale-se dos avanços tecnológi-cos para implementar medidas que tem oapoio da generalidade das pessoas.

Com esta medida, são os consulados quevêm ao encontro das pessoas. Por isso elogie-se o Governo e que isto o inspire no sentidode implementar outras iniciativas que consin-tam a aprovação das pessoas.

Quanto a nós, e como já dizemos alguresnesta edição do PP, as permanências consula-res ficariam completas se os responsáveis dospostos consulares juntassem aos actos consu-lares o serviço de atendimento social prestadopor técnicos sociais de que os consulados dis-põem e que, simultaneamente, poderiam pre-star esse serviço durante o decorrer daspermanências.

O encerramento de dois postos consularesveio complicar mais a vida a compatriotasnossos carentes de informação e de apoio so-cial que, por doença ou dificuldades várias,vão estar impedidos de ter acesso a este ser-viço devido a grandes distâncias que são obri-gados a percorrer.

Tal como dizemos na página sete, num ar-

tigo dedicado às permanências, se as perma-nências são concretizadas por uma “questãode justiça”, temos que concluir que o serviçode apoio social é também um acto de justiçaque permitirá a prestação de um serviço maiscompleto que não se traduz apenas em actosconsulares.

Deixamos aqui esta sugestão que, de cer-teza, terá o melhor acolhimento entre os res-ponsáveis pelos postos consulares.

Uma outra nota, para a qual queremos cha-mar a atenção, tem a ver com os meios a utili-zar para divulgar junto dos portugueses asdatas e os locais das permanências. Neste ca-pítulo, o PORTUGAL POST cumpre comesse serviço ao dedicar uma página inteira àsinformações mais elementares das permanên-cias de todas as áreas consulares.

Chama-se ainda a atenção para o sitio dainternet www.portal-comunidade .com quetambém divulga uma lista detalhadas das per-manências.

Uma boa medida do Governo

C

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PORTUGAL POST Nº 215 • Junho 2012 3Comunidades

MÜNSTER

edro Pena Carvalho éfilho de pais portuguesesoriundos de Vila doConde e nasceu em Nord-horn a 13 de maio de1984 onde residiu até in-

gressar na Universidade de Müns-ter, cidade que escolheu para viverapós os seus estudos em economiado desporto. Neste momento é di-rigente de um centro de Fitnessdestinado a idosos (“Gesundheits-training”).

O projeto share-it-y nasceu emdezembro de 2011 pelo facto dePedro Carvalho ter um amigo pes-soal, Fred Wettey, cujo pai é rei deuma província de Gana, a provín-cia de Awutu. Assim, tendo emmente conceitos como a solidarie-dade e o amor ao próximo, surgiua ideia de ajudar os habitantesdesta província através da ofertade um contentor repleto de ves-tuário. Rapidamente surgiramquatro slogans: “love”(amor),“happiness”(felicidade), “hope”(esperança) e “peace”(paz), sendoestes os fios condutores desta or-ganização sem quaisquer fins lu-crativos, que não tem dúvidas emreconhecer que apesar da situaçãoatual, o ser humano continua re-pleto de valores tais como a bon-dade e a solidariedade.

Conscientes de que os jovensde hoje em dia passam muitotempo nas redes sociais, optou-sepor usar os social media e as redessociais, tendo sido criados para adivulgação desta organização umsite, http://www.share-it-y.de/, umcanal no youtube, o twitter e oGoogle+, através dos quais se di-vulgam as diversas iniciativas deshare-it-y.

É com muito orgulho e umafelicidade resplandecente quePedro Carvalho durante esta en-trevista fala sobre as diversas ini-ciativas levadas a cabo. No queconcerne a primeira iniciativadesta organização que consiste naentrega de um contentor de roupaem Gana, os mentores deste pro-jeto ficaram positivamente sur-preendidos com a solidariedadedas pessoas, pois para além dovestuário oferecido, houve pes-soas que colaboraram na recolha,seleção e triagem da roupa que ra-pidamente o encheu. A organiza-ção promete uma transparênciatotal na entrega. Assim, todo o pú-blico em geral poderá acompan-har, não só o percurso, bem como

a entrega do mesmo, certificando-se que todo o vestuário foi entre-gue e que seguiu o seu devidocaminho. “Num futuro próximogostaríamos de levar outros vo-luntários a Gana para que tambémeles possam sentir a felicidade es-tampada no rosto daqueles que sesentem presenteados com tantagenerosidade. Também pretende-mos, numa fase posterior desteprojeto, levar professores a Gana,bem como enviar livros escola-res.”, afirmou Pedro Carvalho.

Para além desta iniciativa,também já foram e estão a ser di-namizadas outras, cujo sucesso foi

e está a ser evidente: “Ich denk anDich” consiste em reaproximardois jovens que estão distantes.Numa fase inicial será enviadoum vídeo de um amigo ao outropara que posteriormente, e com ofator surpresa, se possam voltar ajuntar os dois.

Na cidade de Hamburgolevou-se a cabo a iniciativa“Smile for me” que consistiu em

fazer as pessoas sorrir através decartazes em que estavam sorrisos.Pedro Carvalho afirmou que “qui-semos demonstrar às pessoas quesorrir dá prazer e que é importantesorrir!” Também esta iniciativateve uma excelente resposta porparte da população local.

Numa escola primária emMünster, foi lançado um desafiosolidário às crianças e que con-siste em colocar aquilo que quise-rem oferecer numa caixa decalçado. “É necessário incutirmosvalores tais como a solidariedadee o amor ao próximo. Não há nadacomo relembrarmos a criança que

um simples brinquedo pode dei-xar alguém que nada ou poucotem muito feliz. É preciso fazer-mos bem uns aos outros.”, afir-mou Pedro Carvalho.

Quando confrontado com aquestão que se relaciona com asdificuldades na concretizaçãodeste projeto, a resposta sorri-dente foi a de que “o dia só tem 24horas e nós queremos mostrar

quem somos e o que queremosfazer. Faltam-nos patrocinado-res… Necessitamos do apoio deempresas! Já fomos contactadospela rádio e televisão alemãs quepretendem ajudar a divulgar esteprojeto! As pessoas podem tam-bém contribuir através de umsimples clique nos nossos vídeosno youtube, mas para que este cli-que conte efetivamente como do-nativo, é necessário que a pessoasubscreva o canal e que tenha umaconta no youtube. Através destescliques angariamos mensalmenteentre 20€ e 30€. De qualquermodo, a ideia consiste em partil-har este projeto, levando-o aomaior número possível de pessoaspara que em conjunto possamospraticar o bem. Para já podemosafirmar que as nossas expectativasforam ultrapassadas a 100%, poiso feedback das pessoas foienorme.”

Pedro Carvalho terminou estaentrevista confessando que,“quanto ao futuro, gostaríamosque esta organização continue amostrar que se pode partilhar semque se tenham quaisquer fins lu-crativos, dando-se supremacia avalores humanos!”

www.share-it-y.de

Este artigo foi escrito ao abrigodo novo acordo ortográfico

Share-it-y – caridade a 100%

Jovem português cria iniciativa que gera solidariedade

PMirelle Neto

Pedro Pena Carvalho, o terceiro a partir da direita. Foto PP

Nos próximos dias 9 e 10 dejunho de 2012, realizar-se-á naAssociação Portuguesa deRheine o “Sommerfest 2012”,o festival de verão, que visaacompanhar o jogo entre a se-leção portuguesa e a selecçãoalemã e promover o convívioentre famílias.Este festival terá o seu iníciono dia 9 de Junho às 17h00. Iráhaver diversas iguarias, que lhepermitirão desfrutar de espe-cialidades grelhadas, bemcomo da cozinha portuguesa.Poderá assistir ao jogo ao arlivre, e, após o mesmo seguir-se-á uma “After Game Party”que contará com a animação doDJ Ricardo Gomes.

Vamos apoiar a nossa seleção!

No dia 10 irá haver grelhadosda parte da tarde! Não falte,pois contamos consigo!

Associação Portuguesa de RheineStoverner Str. 47

48431 Rheine

Força Portugal

RHEINEPU

B

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PORTUGAL POST Nº 215 • Junho 2012Nacional & Comunidades4

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As remessas dos emigrantes portu-gueses em 2011 praticamente estag-naram relativamente ao ano anterior,atingido 2.430 milhões de euros, se-gundo dados divulgados esta semanapelo Banco de Portugal (BdP) e cita-dos pela Lusa.

Este valor representa um aumentode apenas 0,2%relativamente às re-messas de 2010. Ainda assim, é o se-gundo ano consecutivo em que asremessas de emigrantes aumentaram;em 2009 e em 2008, o valor das re-messas dos emigrantes chegoumesmo a cair.

Em valor nominal, as remessasdos emigrantes portugueses atingiramo nível máximo em 2001: 3.737 mil-hões de euros.

No entanto, nessa altura as remes-sas tinham já um peso relativo bas-tante menos importante que nasdécadas de 1970 e 1980. Segundodados do BdP apresentados pela Por-data, em 2001 as remessas represen-tavam 2,8% do Produto Interno Bruto(PIB) português; em 1979, chegarama valer 9,6% do PIB.

Nos últimos anos, o peso das re-messas de emigrantes tem sido pro-gressivamente menor: desde 2008 quetem estado nos 1,4%. Com base emnúmeros do Instituto Nacional deEstatística, a Lusa calculou que as re-messas de 2011 também terão repre-sentado uma fatia de 1,4% do PIB.??

Ainda segundo os números doBdP, o saldo entre remessas de emig-rantes e imigrantes diminuiu em 2011,embora a redução também tenha sido

pouco significativa. As remessas dos imigrantes em

território português aumentaram de567 milhões em 2010 para 586 mil-hões de euros no ano passado. O saldocontinua positivo em 2011 para ascontas portuguesas: 1.845 milhões deeuros, mas reduziu-se 0,75% em rel-ção ao ano anterior.

Contas feitas, o montante das re-messas enviadas pelos emigrantesportugueses o ano passado foi equiva-lente a 240 euros por cada cidadão re-sidente em Portugal.

Por países, Angola já é a terceiraprincipal origem das remessas deemigrantes portugueses, tendo sido afonte de 147 milhões.

Nos números do BdP, as remessasdos portugueses em Angola estavamassim em 2011 já bastante acima das

recebidas de destinos tradicionais daemigração portuguesa, como os Esta-dos Unidos (130 milhões de euros), aAlemanha (113 milhões), o Luxem-burgo (68 milhões) ou o Canadá (40milhões).

No entanto, as principais fontesde remessas de emigrantes continuama ser a França e a Suíça. Estes doispaíses representaram mais de metadedos valores enviados para Portugalem 2011: 868 milhões de euros nocaso da França, 681 milhões de eurosno caso da Suíça.

Os países da União Europeia con-tinuam a representar um pouco maisde metade das remessas dos emigran-tes portugueses, mas o valor dastransferências intracomunitárias redu-ziu-se de 2010 (1413 milhões deeuros) para 2011 (1354 milhões de

euros).

Quanto às remessas que os imig-rantes de outras nacionalidades emPortugal enviam para os seus países,a Lusa destaca os brasileiros, cujas re-messas caíram quase 10% em 2011,mas o Brasil continua a representarquase metade do total das transferên-cias de estrangeiros residentes.

Em 2011, o fluxo de remessas en-viadas por imigrantes estrangeirospara fora de Portugal cresceu 3,2% re-lativamente ao ano anterior, para585,6 milhões de euros.

Deste montante, 47,4% refere-seàs remessas de imigrantes brasileiros,o equivalente a 277,5 milhões deeuros.

Em 2011, o segundo maior des-tino das remessas foi a China, com63,6 milhões de euros, 10,9% do total.Houve um grande aumento nas re-messas de imigrantes chineses nos úl-timos anos: em 2008 eram 10,6milhões de euros, em 2010 eram 21,7milhões e em 2011 chegaram aos 63,6milhões.

Em terceiro lugar na lista de des-tinos das remessas de imigrantes apa-rece a Ucrânia (48,9 milhões, 8,4% dototal), seguindo-se a França (20,9 mil-hões, 3,6%) e a Roménia (19,3 mil-hões, 3,3%).

Ainda segundo os dados do BdP,as remessas para países africanos delíngua portuguesa representaram 36,9milhões de euros, 6,3% do total.

Remessas de emigrantes portugueses estagnaram em 2011Em termos médios, cada cidadão a viver no estrangeiro só enviou 240 euros

Remessas de imigrantes para o estrangeiro crescem 3%

Sindicalistas portugueses radicadosem vários países da Europa exigiramque o Governo português faça uma„ampla divulgação dos direitos“ re-sultantes da livre circulação de traba-lhadores na Europa, em particularjunto dos emigrantes.

A medida faz parte de um con-junto de reivindicações expressasnuma resolução que a CGTP e a suacongénere Luxemburguesa, OGBL,vão apresentar ao Governo português,ao Presidente da República, à Assem-bleia da República e às autoridadeseuropeias, no sentido de acautelar osdireitos dos emigrantes e a liberdadede circulação dos trabalhadores.

A resolução foi aprovada no 3.ºEncontro de Sindicalistas e DirigentesAssociativos na Europa, realizado noLuxemburgo, promovido pela CGTPe a OGBL. O documento, que sinte-tiza a discussão de dois dias de trabal-hos, faz o enquadramento da situaçãoeconómica, política e social portu-guesa, salientando o agravamento dodesemprego e das desigualdades, queestão a levar os portugueses a emi-grar, muitas vezes sem condições detrabalho dignas.

„Ainda que os portugueses sejamconsiderados cidadãos comunitários ecom direito à livre circulação, o factoé que os emigrantes portugueses têmvisto a sua situação económica e so-cial agravar-se“, diz a resolução.

Por isso, os sindicalistas presentesno Luxemburgo reivindicam um con-junto de 28 medidas, nomeadamente„a defesa intransigente dos interesses“das comunidades portuguesas porparte do Estado português.

A expansão do ensino do portu-guês e a adequação da rede consularàs crescentes necessidades das comu-nidades emigrantes são outras das rei-vindicações.

Emigrantes queremque Governo façacampanha sobre livrecirculação

TRABALHO

O Governo está a estudar umconjunto de isenções e reduções àpropina anual de 120 euros que osfilhos dos emigrantes terão quepagar pelas aulas de português noestrangeiro no próximo ano, dissefonte oficial.

„A nossa intenção é resolvertodos os problemas que pudermos.Questões que se prendem com omodo de pagamento [da propina],situações específicas de famíliasmonoparentais (…) há várias maté-rias que estamos a avaliar“, disse osecretário de Estado das Comunida-des, adiantando que todas as isen-ções e reduções constarão de umaportaria a publicar em breve.

Citado pela Lusa, José Cesáriodisse haver “um decreto que vai ha-bilitar o Governo para poder proce-der ao pagamento da propina edepois há uma portaria regulamen-tadora que vai definir os valores -que variam de caso para caso - e

permitir efectuar os pagamentos“,disse o governante, lembrando quejá está contemplada a redução depropina para os filhos de pais de-sempregados.

„Estivemos a analisar a prepa-ração do próximo ano lectivo. Pro-curei alertar tanto quanto possívelpara a necessidade de corrigir al-guns problemas deste ano e darmosas respostas indispensáveis pelomenos nas zonas onde há mais cri-anças inscritas, tentando utilizar damelhor forma possível os professo-res que vamos ter no próximo ano“,disse Cesário.

O Governo determinou que osalunos que pretendam frequentaraulas de português no ensino para-lelo no estrangeiro no próximo anolectivo são obrigados a fazer umapré-inscrição online, passando apagar uma propina anual de 120euros, medidas contestadas por sin-dicatos, pais, professores e repre-

sentantes das comunidades, quetemem que a medida dite o fim doEnsino de Português no Estrangeiro(EPE).

O período de inscrição decorreuentre 30 de Março e 27 de Abril,tendo-se registado ‘online’ 25.966alunos, segundo dados oficiais.

Com inscrições em papel aindapor introduzir, o Governo estimaque o número final ultrapasse os 26mil alunos, menos 9.000 do que os35 mil alunos que compunham ouniverso a que se dirigia esta inscri-ção.

A propina de 120 euros aplica-se apenas aos alunos do ensino pa-ralelo, deixando de fora os doscursos integrados nos sistemas deensino locais e os pais desemprega-dos (20 euros por aluno), com doisfilhos inscritos (80 euros por aluno)e com três ou mais filhos inscritos(75 euros por aluno) beneficiam dereduções na propina.

Ensino:

Governo estuda isenções e reduções à propina anual parafilhos de emigrantes

Page 5: Portugal Post, Junho 2012

PORTUGAL POST Nº 215 • Junho 2012 Entrevista 5PUB

Quais são os principais objecti-vos da missão do Senhor Embai-xador na Alemanha?Os principais objectivos pren-

dem-se com passar a mensagem deque Portugal é uma história de su-cesso. E para isso é necessário criaruma dinâmica que promova efectiva-mente a diplomacia económica quepassa também pela expansão da pre-sença cultural portuguesa na Ale-manha. Queremos pôr a embaixadacada vez mais ao serviço dos portu-gueses que aqui vivem e trabalham.

Numa altura em que Portugal seencontra nas mãos de entidadesestranhas ao país devido à situa-ção de crise económico-finan-ceira, o que é que o SenhorEmbaixador poderá fazer paratentar alterar a imagem de Por-tugal como país resgatado e comfama de ser um pouco como aGrécia? Porque é esta a imagemque os Media alemães estão apassar aos seus leitores. Portugal e o seu destino estão,

como sempre estiveram, nas mãos dosportugueses. Somos uma nação antigae um povo com raízes profundamenteancoradas na história e somos umanação homogénea. Quanto à imagemde Portugal, mesmo os observadoresmais críticos, sabem que nós nãotemos nada a ver com outros exem-plos menos bem-sucedidos. Temosque vencer a crise económico-finan-ceira e que nos apanhou impreparadosporque não tínhamos feito as necessá-rias reformas estruturais nas últimasdécadas. Não é possível haver cresci-mento económico sustentado sem fi-nanças em ordem. No entanto, temoscondições políticas únicas porquetodos os partidos do arco da governa-ção reconhecem a necessidade de as-sumir compromissos com asinstituições financeiras internacionaispara depois de pôr as finanças emordem relançar a economia. Por outrolado, temos um consenso social notá-vel. Isto é importante para a Ale-manha porque, como principal motorda economia europeia, é um país quesó tem a ganhar com uma história desucesso no sul da Europa. E isso étambém do superior interesse da UEque precisa de uma história de su-cesso. Repare que a discussão emtorno do Euro não é inocente porquehá muitos interesses em jogo e essesinteresses não são do nosso interesse.

Como embaixador represento oEstado e, por isso, a minha visão vaipara além do debate político-partidá-rio quotidiano e é uma perspectiva demédio e de longo prazo. Iniciámosuma nova imagem nas redes sociais,facebook e twitter, temos umaNewsletter económica em alemãodestinada aos decisores económicos eque tenta descrever esta caminhada dePortugal rumo à recuperação econó-

mica. Do ponto de vista económico,queremos atrair mais investimentoalemão para Portugal, mencionandohistórias de sucesso de clusters portu-gueses. Concordo consigo em quetemos um défice de imagem. Portugalhoje em dia nada tem a ver com o paísque éramos há trinta e cinco anosatrás. E é essa imagem do Portugalmoderno, inovador, capaz de compe-tir com os melhores do ponto de vistatecnológico que tem de se vender. Otermo competir, competitividade, é achave - porque numa economia globalou somos competitivos ou morremos.

O que é que o Senhor Embaixa-dor entende por diplomacia eco-nómica? Poderia explicarsucinta e simplesmente aos nos-sos leitores?A diplomacia económica é pôr a

nossa diplomacia ao serviço do desen-volvimento económico de Portugal edas empresas portuguesas. A diploma-cia é networking, é relações públicas,é a criação de redes de contactos, é apossibilidade de promover os produ-tos e os sectores, e isto só é possívelintegralmente quando partir de umapolítica concertada e de uma estruturacriada para o efeito. Por isto, a AICEPfoi colocada em fusão com as institui-ções tradicionais do Ministério dosNegócios Estrangeiros sob a alçadado mesmo ministro.

Pego no que o Senhor Embaixa-dor acabou de dizer, para lheperguntar como se pode reforçaras exportações de Portugal paraa Alemanha?Reforçar procurando que os pro-

dutos portugueses encontrem o ca-minho progressivamente acrescido domercado alemão. Nós temos empresasque rivalizam pela sua qualidade comas melhores empresas do mundo emvários sectores.

Na sua opinião, como é que osportugueses residentes na Ale-manha podem contribuir paratornar os produtos portuguesesatraentes?Consumindo coisas portuguesas.

Eles é que são os agentes do quoti-diano no seu relacionamento com osinterlocutores alemães e são os agen-tes dessa nova imagem de Portugal. OEmbaixador sozinho poderia pouco senão fosse apoiado pela presença dacomunidade portuguesa e tambémpelos portugueses mais qualificados erepresentativos que aqui temos. Ovosso jornal é um instrumento impor-tantíssimo para veicular a imagem dePortugal porque chega a muita gente.Transmite imagens escritas, fotográ-ficas e mentais que têm impacto sobreas pessoas.

Como é que o Senhor Embaixa-dor se vai aproximar e dialogar

com a comunidade portuguesana Alemanha?Na primeira semana da minha

missão, fui a Düsseldorf e a Estugardaonde estive com representantes dascomunidades portuguesas. Já tinha es-tado aqui em Berlim com represen-tantes das comunidades. Procureisobretudo passar a mensagem que -estou à inteira disposição da comuni-dade portuguesa. Queria ainda dizerque os consulados e a embaixadaestão ao serviço das comunidadesportuguesas, em perfeita sintonia e àescuta daquilo que são as suas neces-sidades, preocupações e anseios. Masnão contem comigo para lamúrias.

Como vê a questão do ensino doportuguês aos luso-descendentesna Alemanha? Apercebi-me das questões que se

levantam sobre a questão da mudançaque está em curso. Evidentemente,todas as alterações suscitam interro-gações. Aquilo que tem que haver édiálogo, fazer ajustamentos, ir ao en-contro das dificuldades de uns e deoutros, introduzir alterações - e vamosencontrar uma forma de obter os mel-hores resultados.

Como vê a questão da propina?Eu acho que não se trata de uma

propina. Trata-se de uma contribui-ção, sobretudo para a certificação dosdiplomas e para melhorar a qualidadedo ensino. Estamos a falar de umvalor de dez euros mensais por aluno.Evidentemente que, para uma famíliacom dificuldades financeiras e commuitos filhos, pode representar umacarga significativa. Mas nesse caso asautoridades portuguesas cá estão paraajudar a fazer face às dificuldades. Doponto de vista objectivo, para a esma-gadora maioria das famílias, não é umencargo financeiro que se possa con-

siderar exagerado tendo em vista osfins que se pretende alcançar. Umamedida nova como esta que implicaencargos está sujeita a debate. Foi issoque encontrei no meu encontro comos professores – uma atitude de serie-dade e de diálogo. Os professores me-recem-me o meu maior respeitotambém pelo apoio dado aos encarre-gados de educação neste processo.Por outro lado, é importante que osportugueses não percam as suas raízese isto é uma preocupação do Estado,mas sobretudo uma preocupação dospróprios.

E por outro lado também da po-lítica económica! Porque se a se-gunda e terceira geraçõescontinuarem em contacto com alíngua portuguesa, isso resultaráautomaticamente na manuten-ção do contacto com a culturaportuguesa, no eventual desejode viajar para Portugal e de con-sumir produtos portugueses!Esse aspecto é relevante!

Senhor Embaixador, não lhe pa-rece que estes 120 euros poderãoalienar uma parte dos luso-des-cendentes do nosso país? Afinaljá Fernando Pessoa o tinha re-conhecido na frase “a línguaportuguesa é a minha pátria”!Francamente acho que se a ques-

tão fosse uma contribuição de dezeuros por mês para preservar a quali-dade do ensino do português noestrangeiro e a certificação de diplo-mas, que se estaria a falar de um mon-tante simbólico.

Mas o que as pessoas vêem comouma propina, o Senhor Embai-xador acabou de explicar de umaforma que não cai nessa classifi-cação!

Eu não a vejo como uma propina,nem sei de onde veio a terminologiapropina, e julgo que tecnicamente nãohá nada que justifique a utilizaçãodessa palavra.

Actualmente existe uma petiçãocontra essa “propina”, designe-mos assim para facilitar a suacompreensão, e há mesmo ummovimento contra a “propina”,extremamente activo, que se so-corre de um direito fundamentalda constituição portuguesa - odireito à educação. Este é mesmoum dos argumentos de maiorpeso daquela luta.Esses debates são normais em so-

ciedades democráticas como a nossa.Sempre partindo do princípio que ascoisas que eu disser e fizer, fá-lo-eisempre numa perspectiva de serie-dade. E, desde que as pessoas aceitemesse princípio, todo o debate é possí-vel e as soluções são encontradas nabase do debate e do diálogo.

Está para quando a construçãoda nova Embaixada?Temos um terreno mas julgo que

neste momento está fora de causaconstruir a embaixada em Berlim. Euaté acho que seria o sinal errado nummomento em que Portugal tem o pro-grama de ajustamento que tem e estáa cumpri-lo de uma forma determi-nada. E aquilo que é indispensáveltransmitir é uma imagem de seriedadee de contenção.

Em que moldes se vai realizar odia 10 de Junho deste ano?Os consulados gerais vão ter as

suas festas e nós aqui vamos organi-zar a comemoração do dia nacional.Não vamos fazê-lo no dia 10, mas nodia 5, porque vamos aproveitar ofacto de a TAP começar a voar di-rectamente de Lisboa para Berlim, oque está garantido a partir de Schöne-feld. Vamos ter oportunidade de fazerum sorteio de bilhetes de avião daTAP para comemorar o voo inaugural.É minha intenção a partir do próximoano tentar organizar na Alemanhauma festa oficial única e fora de Ber-lim, ou seja, descentralizar os festejos.

Quando falo da dimensão culturalnão é apenas o que a embaixada podefazer porque os nossos meios sãolimitados. O que me interessa é pro-mover as sinergias e complementari-dades entre aquilo que a embaixadapode fazer e todos os agentes que naAlemanha promovem a cultura portu-guesa. A minha ambição é pôr-me aoserviço dessas iniciativas como faci-litador e procurar promover essas vá-rias complementaridades. Queremosreunir interesses comuns e dar umaboa imagem de Portugal.

Cristina Dangerfield-Vogt(entrevista abreviada por motivos editoriais)

Embaixador de Portugal na Alemanha, Luís DʼAlmeida Sampaio ao PP:

“Mas não contem comigo para lamúrias”“Vamos fazer diplomacia económica e melhorar a imagem do nosso país na Alemanha” – foi com esta frase que Luís D’Almeida Sampaio iniciou a sua missão de Embaixador na Alemanha em 1de Abril de 2012. Um embaixador com um currículo marcado por sucessos em missões difíceis e que chegou a Berlim com uma agenda ambiciosa: criar uma nova dinâmica entre Portugal e a Ale-manha, entre os portugueses e os alemães, e operar mudanças de mentalidade. Recebeu-nos gentilmente na Embaixada para conversarmos sobre o modus operandi da sua missão.

Embaixador de Portugal na Alemanha, Luís D’Almeida SampaioFoto: PP

Page 6: Portugal Post, Junho 2012

6 PORTUGAL POST Nº 215 • Junho 2012

OpiniãoCarlos Gonçalves

oi-me sugerido que escre-vesse um artigo de opiniãosobre a Selecção Nacionalde futebol. Parece-me umexcelente tema para tratar

em torno da problemática das co-munidades portuguesas pois aequipa de todos nós constitui umdos vínculos fortes da identidadedas nossas comunidades.

Ao mesmo tempo é o melhorexemplo de que apesar das dife-renças, e no futebol são muitaspois a clubite tem muita força, osportugueses unem-se em torno deum só e único objectivo: o sucessode Portugal através dos jogadoresque dão corpo à nossa Selecção.

A nossa Selecção é pois umaentidade que congrega as vontadesde todos os portugueses indepen-dentemente de onde residem e quenão distingue, nos apoios que me-rece, aqueles que vivem dentro oufora de Portugal e muitos dos seus

sucessos só foram possíveis com oapoio inequívoco dos nossosemigrantes.

A Selecção é a equipa de todosnós sem diferenças nem ambigui-dades e todos a apoiamos com umdesejo comum, o sucesso de Por-tugal.

Este exemplo em que Portugalestá primeiro deveria ser alargadoa outras áreas. Com efeito, umpaís que face aos erros de váriosanos de governação se viu na ne-cessidade de solicitar um pedidode assistência financeira, tendocomo contrapartida um caderno deencargos extremamente exigente,necessitava desta forma de estar ede entender o país para superar asdificuldades que conhece.

Infelizmente, aqueles queforam complacentes com essesmesmos anos de governação quenos levaram ao quase colapso, saí-ram de um silêncio de seis anos

para agora se manifestarem contratudo aquilo que se faz ou que nãose faz chegando ao ridículo de de-fender a súbita e imediata soluçãode medidas que foram apresenta-das pelo anterior Governo.

A intervenção sazonal de al-guns vai precisamente ao contráriodaquilo que é importante para opaís e para as Comunidades Por-tuguesas. Como exemplo, possodar o ensino de português noestrangeiro (EPE).

Em seis anos o orçamento dis-ponível diminuiu em 50%, os pro-fessores tiveram, em 2008, umaredução salarial de 35%. Acresce,que o EPE passou para a tutela doMinistério dos Negócios Estran-geiros ao mesmo tempo que foramnomeados novos Coordenadoresdo Ensino sem qualquer ligaçãoanterior ao EPE e que apesar deexercerem funções há 3 anos sóagora são contestados. Foram de-

finidas redes de ensino sem qual-quer trabalho de avaliação das ne-cessidades e que não eramminimamente exequíveis e per-mito-me sublinhar que durantetodos esses anos não existiu qual-quer tipo de avaliação ou certifi-cação como se o EPE fosse umaespécie de ensino de terceira ofe-recido aos “coitados” dos emig-rantes.

Depois de tanto silêncio surgeagora uma atitude diferente criti-cando-se por criticar e sem valori-zar aquilo que é importante e queé a tentativa corajosa de devolverqualidade ao EPE através de umprocesso de certificação e de ava-liação ou seja, garantir a quali-dade, o que é a melhor garantia daaposta que o actual executivo,apesar das dificuldades orçamen-tais, quer fazer no EPE.

Certamente, nem tudo estábem. Quem trabalha erra sempre

mais que aqueles que nada fazemmas seria bom que o escrutínioque o actual Governo conhecefosse permanente a fim de ir aoencontro do objectivo final queestá para além dos interesses pes-soais ou corporativos: Portugal eas Comunidades Portuguesas.

Por tudo isto entendi a perti-nência da sugestão que me foifeita para falar da Selecção Nacio-nal. Ela é o exemplo claro da coe-são nacional e do interessenacional.

Para ela desejo, desejamos, omaior sucesso para o Euro 2012.

No entanto, também deseja-mos nas outras áreas o bem donosso país e dos portugueses econvinha que todos, independen-temente das diferenças de opiniãoremassem no mesmo sentido paraalcançar esse nosso grande ob-jectivo que é o sucesso de Portu-gal.

Portugal – o nosso objectivo

F

Crónica Por Glória Sousa

á quem tenha pelo futebol umapaixão imprópria para cardía-cos e há a quem o mundo dabola lhe passe ao lado, mas a

uns e outros une a emoção de um fu-tebol, aquele que é o da selecção na-cional. Porque na verdade, este é umtipo diferente de futebol. Quando ocolectivo das quinas entra em campo,ficam fora das quatro linhas as quezí-lias clubistas e a colorida onda deapoio propaga-se das bancadas dosestádios às ruas, praças e às casas decada família portuguesa.

Os jogos da equipa lusa desper-tam uma emoção única, difícil mesmode compreender, um sentimento depertença a um colectivo, envolvidoquanto baste pelo sabor da competi-ção e peneirado pelo entusiasmo dequem se bate por uma conquista, quepor vezes chega a tocar a euforia. Por-que eufóricos são os portuguesesquando se trata de defender as suasgentes e terras. E se fossem necessá-rias provas bastaria recordar, porexemplo, no Europeu de 2004 organi-zado por Portugal, as longas marchasde adeptos, muitos deles em motasque seguiam fielmente o autocarrodos jogadores nas suas deslocaçõesaos estádios; ou as bandeiras que for-

raram de verde e vermelho as varan-das das casas. E é também nas com-petições internacionais de futebol queos portugueses enchem o peito e gan-ham fôlego para entoar orgulhosa-mente o hino, tantas vezes silenciadoem momentos teoricamente de maiorsolenidade.

Com a aproximação do Euro2012, recomeça a desenhar-se este ce-nário de apoio. Em breve, os portu-gueses vestem as camisolas,penduram novas bandeiras às janelase enchem de entusiasmo as praçasonde se assiste fervorosamenteaos jogos nos ecrãs gigantes.

Mas o entusiasmo pela se-lecção não conhece fronteirase, por isso, estende-se muitoalém da nossa “ocidental praiaLusitana”. Como sabemos, tra-dicionalmente, as comunida-des de emigrantes portuguesesdão um forte apoio ao co-lectivo nacional, levando paraos estádios a força e a motiva-ção dos seus compatriotas que, emcasa, esperam e desesperam por vitó-rias. São quase como os embaixado-res de bancadas, das mensagens deapoio dos portugueses.

Na verdade, tenho a sensação de

que o carinho pela pátria disparaquando se está fora, como se se tra-tasse de um inconsciente pedido dedesculpas à nação por tê-la quase quetrocado por outra, redimindo com ospulmões cheios de “força Portugal” opecado de uma espécie de traição ne-cessária. Cá fora, gritar pelos protago-nistas do futebol português não é maisdo que uma maneira de aproximar asraízes do solo português e de demons-trar aos portugueses da terra que cáfora lutamos por eles. E o patriotismoem terras alheias estoira-se no calor

dos estádios e nas improvisadas festasdos cafés e esplanadas onde os olhoscolam ao televisor e as unhas min-gam.

A energia e a umbilical fé dosportugueses vão voltar a disparar

neste Europeu. Até porque, além detalento e sorte, a nossa selecção vaiprecisar certamente de um grandeapoio de bancada para passar o cha-mado “grupo da morte”, no qual vaienfrentar as temíveis Alemanha, Ho-landa e Dinamarca.

E vamos usar e abusar do entusi-asmo já a 9 de Junho, no jogo deestreia de Portugal no Euro 2012frente à poderosa Alemanha, que étambém uma forte candidata ao título.Em solo germânico, urge entre os por-tugueses a necessidade de torcer pela

nossa selecção, de forma a col-matar a nossa numérica mino-ria. E é precisamente oencontro inaugural aquele quetraz mais expectativas. Poisserá a partir dele que vai corrertinta para contar, criticar ouelogiar os desempenhos dosjogadores e as opções do selec-cionador Paulo Bento. Aliás,como é normal, não vão faltartreinadores de bancadas, de

sofás e de esplanadas, que serão pro-vavelmente os epicentros dos “vivas”ao futebol. Numa e noutra cidade, debandeira e cachecol das quinas empunho acredito que os portugueses sevão juntar e transpirar todo o patrio-

tismo porque juntos somos mais for-tes, principalmente em terreno adver-sário.

E neste Europeu, talvez mais doque nunca, os jogadores precisam doapoio lusitano. É que, este ano emparticular, a selecção vai em serviço àpátria. O país anseia desesperada-mente por vitórias, por motivos parasorrir e festejar. Perante os dissaboresda crise, do aumento dos preços, detaxas de desemprego e de dificuldadesnas famílias portuguesas, o Eurosurge como uma fonte revitalizadorado espírito. É necessário apoiar anossa equipa para que ela possa revi-gorar o imaginário do nosso povo.

Mesmo para a classe governativa,as vitórias do futebol colectivo viriamem boa altura. Com o calor do Verãoa apertar as atenções de multidões deadeptos para os relvados da Ucrânia eda Polónia, afastava olhares críticosdas assombrosas medidas de austeri-dade e da “troika”.

Ganhar é pois, a meu ver, uma ne-cessidade nacional urgente. Mas a ta-refa não será fácil para os nossosrapazes. Nessa concretização, cabe-nos a nós, portugueses, o papel deapoiar para que eles, por uns momen-tos, nos façam sonhar.

Disparo de patriotismo

H

Perante os dissabores da crise, doaumento dos preços, de taxas dedesemprego e de dificuldades nas

famílias portuguesas, o Euro surge comouma fonte revitalizadora do espírito. Énecessário apoiar a nossa equipa paraque ela possa revigorar o imaginário donosso povo.

Page 7: Portugal Post, Junho 2012

PORTUGAL POST Nº 215 • Junho 2012 Comunidades 7

Durante a passagem do Secretário deEstado das Comunidades, José Cesá-rio, por Mainz para inaugurar a pri-meira Permanência Consular naAlemanha, a 19 de Maio último, oPORTUGAL POST quis saber daboca do responsável do Governo pelatutela das comunidades o modo defuncionamento das Permanências e damáquina que acompanhará os técni-cos consulares durante os “consula-dos ambulantes” que vão permitir aosportugueses tratarem dos seus assun-tos consulares bem mais perto dassuas residências.

“Esta máquina tem um PC numsistema integrado com o respectivomonitor que poderá, como vê, fazer,por exemplo, o cartão de cidadão. OPC recolhe as impressões digitais e aassinatura do seu detentor”, expli-cava-nos José Cesário enquanto otécnico consular procedia ao trata-mento de dados de um utente.

José Cesário explicou-nos aindaque o aparelho “reúne o chamadoquiosque fixo que já existia nos con-sulados, o qual está ligado ao sistemainformático do registo civil. Os uten-tes poderão, futuramente, tratar detudo: actos de registo civil, certidõesde nascimento, casamento e óbito,etc”.

O que a máquina permite é, se-gundo ainda José Cesário, “fazertudo ou quase tudo o que se fazia já

dentro das paredes dos consulados”,isto é, “fazer a recolha dos dados bio-métricos para os Cartões de Cidadãoe passaportes. Pode ser utilizada tam-bém para a obtenção de vistos e, final-mente, tratar dos actos cívicos atravésdo sistema informático do registocivil. Esta máquina pratica os actosque levam as pessoas aos consulados,evitando, assim, as deslocações paratratarem dos seus respectivos assun-tos”, explicava-nos.

No capítulo dos custos que as per-manências consulares vão implicar

para o Estado, José Cesário diz que amedida de introdução das Permanên-cias “não tem a ver exactamente coma questão de contenção de despesa,embora possa representar alguma.Tem, sobretudo, a ver com o objectivode levar os serviços consulares a maiscomunidades”, refere.

“As nossas comunidades são mui-tas e dispersas. Temos algumas comum número significativo de cidadãoslonge dos postos consulares. Para po-dermos cobrir a nossa comunidadetoda precisaríamos de 200 ou 300

postos. Isto é completamente imprati-cável nos tempos de hoje. É mais fácilfazermos assim. O funcionário des-loca-se, permitindo acompanhar opróprio fluxo destas comunidades”.

Outra das vantagens da máquinaé explicada por José Cesário quandonos dá o exemplo do campeonatoeuropeu de futebol que faz deslocarmuitos portugueses para assistir aosjogos. “Nesses casos, faremos deslo-car um ou dois funcionários comequipamentos destes para tratar de si-tuações de emergência”, diz J. Cesá-

MAINZ

Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, Inaugura primeira permanência consular

rio.Sobre os meios que o Governo

vai empregar para chegar a informa-ção da realização das permanênciasaos portugueses, J. Cesário diz-nosque os utentes vão poder saber atra-vés do portal das comunidades quaisos locais e as datas em que estas per-manências consulares se realizarão.No caso da Alemanha, também oPORTUGAL POST veicula essa in-formação como, aliás, o faz nesta edi-ção..

“Eu acredito e não tenho, ilusõesque muita gente não terá conheci-mento das coisas”, confessa Cesárioao PORTUGAL POST .

O Secretario de Estado adianta-nos que “há uma orientação dada aosnossos postos, para que, tanto quantopossível, envolverem as associaçõesneste programa e também as missõesreligiosas, visto terem muita facili-dade de contacto com a comunidadee conseguirem transmitir às pessoasquais as datas destas permanênciascom mais facilidade”.

O governante fez questão de sub-linhar para, nesta fase experimental,as pessoas evitarem de se dirigirem àspermanências sem marcação prévia.Por outras palavras, os utentes devemfazer uma marcação através dos con-tactos disponíveis para não correr orisco de não serem atendidos.Fernando Roldão,

No passado dia 22 de Maio reali-zou-se em Münster, na missão Ca-tólica desta cidade, a primeirapermanência consular da área doConsulado-Geral de Düsseldorf.

O PORTUGAL POST estevepresente para acompanhar o decor-rer desta experiência piloto, tendotido o prazer de conversar com aCônsul-Geral de Düsseldorf, MariaManuel Durão, que acompanhou arealização da mesma.

A afluência foi satisfatóriatendo em conta os meios como apermanência foi divulgada, salien-tando-se os problemas técnicos queobrigaram os presentes a algumashoras de espera para verem trata-dos os seus assuntos.

PORTUGAL POST: Que meiosirá utilizar o consulado para divulgara informação sobre as datas e os lo-cais das permanências?

Maria Manuel Durão: Irão serefectuadas divulgações através decontactos com as colectividades lo-cais, bem como através do Consel-heiro, das Missões e do site para oConsulado de Düsseldorf, que estáneste momento em estudo.

PP: Qual a importância destaspermanências para os portugueses?

M.M.D.: As permanências visampermitir uma maior proximidade coma comunidade, principalmente para oscidadãos que residem mais longe doConsulado-Geral de Düsseldorf. Pre-tende-se, ainda, cobrir as áreas do ex-tinto Vice-Consulado de Portugal emOsnabrück.

As nossas metas estão estrita-mente ligadas à satisfação de atendi-mento do cidadão através damanutenção da qualidade de atendi-mento. Desejamos que as permanên-cias consulares correspondam deforma eficaz à necessidade dos pedi-dos efectuados.

PP: Na área consular de Düssel-dorf só são realizadas permanênciasconsulares em três localidades. Naárea de Estugarda, que tem muitomenos utentes, serão realizadas per-manências em seis localidades. Qualé a razão que leva o Consulado-Geralde Düsseldorf a realizar apenas trêspermanências na sua área consular?

M.M.D.: A área de Estugarda émaior do que a de Düsseldorf no quediz respeito ao território. Düsseldorf

é só um único estado mas, no entanto,é muito populoso. Para além destesfactores, pretendemos garantir, nestafase inicial, a realização destas perma-nências para que posteriormente pos-samos avaliar a sua eficácia e fazerum estudo no que concerne a afluên-cia às permanências, bem como a via-bilidade da necessidade, ou não, darealização das permanências em ou-tras localidades, para além destas trêsiniciais, ainda mais distantes para quehaja uma maior proximidade paracom a comunidade que reside maislonge do Consulado-Geral.

PP: O que espera depois desta

experiência piloto?M.M.D.: Espero que os cidadãos

não hesitem em contactar-me e que seesclareçam no sentido de perguntaremquais são os documentos de que ne-cessitam antes de se dirigirem aolocal em que se realiza a permanênciaconsular. Acima de tudo, espero queas permanências tenham continuidadee que as pessoas as aproveitem. Ob-viamente as permanências são umcomplemento ao serviço prestadopelo Consulado-Geral, mas não o sub-stituem. Ciente das dificuldades comque alguns cidadãos vivem, o Consu-lado-Geral irá analisar a viabilidadede enviar um dos três técnicos de ser-

viço social de que dispõe para as per-manências, para prestar o apoio socialàqueles que não têm meios para sedeslocar ao Consulado ou que resi-dem mais longe do mesmo.

Nota da RedacçãoEm jeito de conclusão, parece-nos

que as permanências consulares fica-riam completas se os responsáveis dospostos consulares aliassem os atosconsulares ao serviço de atendimentosocial prestado por técnicos sociais deque os consulados dispõem e que, si-multaneamente, poderiam prestar esseserviço durante o decorrer das perma-nências.

Agora que os consulados estãomais distantes, quantos compatriotasnossos carentes de informação e deapoio social vão estar impedidos deter acesso a este serviço devido à ree-struturação da rede consular?

Se as permanências são concreti-zadas por uma “questão de justiça”,temos que concluir que o serviço deapoio social é também um ato de jus-tiça que permitirá a prestação de umserviço mais completo que não se tra-duz apenas em actos consulares.PORTUGAL POST em Münster

MÜNSTERCônsul-Geral de Düsseldorf fala ao PP sobre o início das permanências consulares

“Não hesitem em contactar-me”

Cesário durante a experiência piloto em Mainz

Page 8: Portugal Post, Junho 2012

PORTUGAL POST Nº 215 • Junho 2012Comunidades8

Mais de 50 de portugueses eluso-descendentes manifesta-ram-se, em Estugarda, por umensino da língua materna gra-tuito e de qualidade e contra opagamento de uma propina de120 euros anuais introduzidapelo governo PSD/CDS.

O protesto dos membros decomissões de pais, professores ealunos, convocado pelo Sindicatodos Professores nas ComunidadesLusíadas (SPCL) e pelo Movi-mento para a Defesa do Ensino dePortuguês na Alemanha(MDEPA), percorreu o centro deEstugarda, entre a estação ferro-viária e o Consulado-Geral dePortugal, com cartazes contra aintrodução da propina e a exigirgarantias de continuação do refe-rido ensino.

„As pessoas estão indignadas,sobretudo porque acham que de-viam ter sido previamente consul-tadas sobre o valor da propina,que todos consideram exage-rado“, disse à Lusa Maria TeresaSoares, professora na Alemanha esecretária-geral do SPCL.

„Se os pais dos alunos e assuas comissões representativas ti-vessem participado no processode decisão, teria sido possível en-contrar uma solução, porque elesestão dispostos a pagar qualquercoisa para que os filhos aprendamPortuguês“, acrescentou a diri-

gente sindical.A manter-se a propina, „ha-

verá cursos de Português a fechar,até porque muitos pais se recusa-ram a fazer a inscrição prévia dosalunos e a pagar a quantia exigida,mas há também muitos que fize-ram a inscrição e vão recusar-se apagar“, alertou Teresa Soares.

Após a manifestação, uma de-legação dos participantes foi rece-bida pelo cônsul-geral de Portugalem Estugarda, Manuel GomesSamuel, a quem entregaram docu-mentação relativa ao protesto.

„O Cônsul manifestou com-preensão para os problemas quelhe expusemos, mas disse, simul-taneamente, que o país está em si-tuação económica difícil“, revelouTeresa Soares.

O Governo decidiu este anoque os alunos do pré-escolar, bá-

sico e secundário que queiram fre-quentar aulas de português noestrangeiro, no próximo anolectivo, têm que fazer uma pré-inscrição ‘online’ e pagar umapropina de 120 euros anuais.

O período de inscrição decor-reu entre 30 de Março e 27 deAbril, tendo-se registado ‘online’25.966 alunos, segundo dados ofi-ciais.

Com as inscrições em papelainda por introduzir, o Governoestima que o número final ultra-passe os 26 mil alunos, menos9.000 do que os 35 mil alunos quecompunham o universo a que sedirigia esta inscrição.

Na Alemanha, segundo infor-mações recolhidas junto da em-baixda o número de inscrições doEPE é 3.553, cerca de 75% do anopassado.

Dezenas manifestaram-se em Estugardacontra propina para alunos de Português

Emigrantes da promoveramuma recolha de assinaturaspara uma petição contra a pro-pina de 120 euros no Ensino doPortuguês no Estrangeiro, quepretendem entregar na Assem-bleia da República.

“Nós achamos que a propinade 120 euros é uma coisa ilegal”,disse Alfredo Stoffel, conselheirodo Conselho das ComunidadesPortuguesas (CCP) na Alemanha,acrescentando que se trata de umaluta pela manutenção do Ensinodo Português no Estrangeiro(EPE).

A recolha de assinaturas de-correu até finais de Maio e a peti-ção será depois entregue naAssembleia da República.

De acordo com Alfredo Sto-fell, “o direito dos filhos dosemigrantes ao ensino de portu-guês encontra-se consagrado con-

stitucionalmente (…) e há anosque milhares de crianças e jovensportugueses têm tido o direito àfrequência do EPE gratuita-mente”.

A iniciativa da petição foi doMovimento para a Defesa do En-sino do Português na Alemanha,da qual Stoffel também faz parte,e a recolha das assinaturas foifeita na Alemanha e em outrospaíses como Suíça, Holanda e Lu-xemburgo.

“A petição serve para mostrarà senhora Presidente da Assem-bleia da República (Assunção Es-teves), aos senhores deputados dacomissão dos Negócios Estrangei-ros que as comunidades estão umbocado apreensivas no que re-speita à maneira como o Camões(Instituto de Cooperação e Lín-gua) e a secretaria de Estado dasComunidades está a levar esteesse processo do ensino do portu-

guês no estrangeiro”, referiu Al-fredo Stoffel.

No documento exige-se umdebate público sobre o assunto “ea aprovação na Assembleia da Re-pública de medidas alternativas àsque põem em perigo o direito àmanutenção e continuidade de umdireito constitucional das comuni-dades portuguesas espalhadaspelo mundo”.

O Governo decidiu que os alu-nos do pré-escolar, básico e se-cundário que queiram frequentaraulas de português no estrangeirono próximo ano lectivo têm quefazer uma pré-inscrição “online”.

No caso da Europa, a medidaaplica-se aos alunos do ensino pa-ralelo - que não está integrado nossistemas de ensino locais -, quedeverão ainda pagar uma propinaanual de 120 euros.

Alfredo Stoffel esperava maisde 4.200 assinaturas recolhidas.

Emigrantes lançam petição contra propinano Ensino do Português no Estrangeiro

Paulo Fragão e Vergílio Ferreira sãodois empreendedores portuguesesque estão a ter sucesso no ramo dagastronomia com dois projectos em-presariais bastante conceituados nacidade de Osnabrück.

Em 2004 estes compatriotasabriram um Café Bistro que, graçasa um conceito bem definido, cedocomeçou a ter êxito.

Bistro, gelataria e confeitaria, oGRAND CAFE acertou no conceitoao diversificar para ir de encontro àsexigências do público .

Não destoar no serviço de aten-dimento, ter um ambiente sóbrio eagradável, aliado ao gosto de servirbem, cedo o GRAND CAFE come-çou a conquistar os seus clientes queocupavam e ocupam os seus cercade 500 metros quadrados sob oolhar atento e profissional dos seus25 empregados, “por acaso, todosportugueses”, como nos disse umdos gerentes, Paulo Fragão.

A história destes dois nossoscompatriotas empresários é um tudonada igual à de tantos outros portu-gueses que tentaram a sua sorte forade Portugal. Vieram em 1995 paraOsnabrück trabalhar para uma gela-taria. Anos depois, o patrão mani-festou a intenção de passar onegócio aos dois portugueses por-que viu neles o jeito, a arte e o de-sejo de venceram.

E assim foram fazendo o ca-minho caminhando. Hoje O

GRAND CAFE faz parte do roteirogastronómico de Osnabrück.

Graças à sua diversidade, oGRAND CAFE serve todos os gos-tos: o de um bom apreciador de umexcelente almoço ou jantar; o apre-ciador de um bom gelado, comple-tando com uma diversificadaconfeitaria para o lanche ou outrostempos para sabores.

Lembre-se que são cerca de 500metros quadrados o espaço doGRAND CAFE. 200 são para os fu-madores que, bem separados do res-tante espaço, encontram lugar etempo para o vicio.

Naturalmente que servem espe-cialidades portuguesas. Uma delas éo seu famoso frango no churrascoou, para petiscar, uma tradicional bi-fana bem portuguesa, entre outrospetiscos.

Mas nem só de cozinha portu-guesa vive o homem. O GRANDCAFE esmera-se e apresenta a quemqueira degustar especialidades italia-nas ou espanholas. O segredo está,como se disse, na diversidade.

Por último, os gerentes doGRAND CAFE inauguraram recen-temente mais um espaço a quederam o nome de Mediencafe de-vido à proximidade física com omuito conhecido Neue OsnabrückerZeitung. Este espaço é café e gelata-ria que também merece uma visita.

Grande Café • Möserstr. 5-6 •49074 Osnabrück

Osnabrück tem um GRAND CAFE

Com pedido de publicação, recebemos da Embaixada de Portugal em Ber-lim o nome dos estudantes premiados com bolsas de estudo da Direção-Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas do ano2011/12.

As bolsas irão ser entregues no âmbito da cerimónia dos festejos do Dia dePortugal a realizar no dia 5 de Junho na Residência da Embaixada de Portugalem Berlim1) Daniel Johannes Schmid - Nota de Abitur 1,0. Curso de Medicina,

Universidade de Freiburgo. 2) Nina Cruz Diogo - Nota de Abitur 1,1. Curso de Medicina, Universidade

de Heidelberga. 3) Mariana Azevedo Trocado Moreira - Nota de Abitur 1,1. Curso de Enge-

nharia Física, Universidade Técnica de Berlim. 4) Ana Luísa de Almeida Marcelino - Nota de Abitur 1,2. Curso de Medicina,Universidade Humboldt de Berlim. 5) Maria Catarina Serrano Ramos Borges - Nota de Abitur 1,5. Curso de In-

formática de Gestão, Universidade Técnica de Berlim.

Embaixada de Portugal atribui bolsasde estudo a estudantes portugueses

Paulo Fragão e Vergílio Ferreira acompanhados pelas respectivas esposas

Page 9: Portugal Post, Junho 2012

PORTUGAL POST Nº 215 • Junho 2012 Comunidades 9DUISBURG

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Foi mesmo uma festa! O foyer daVHS Duisburg encheu-se degente de várias nacionalidades,idades e curiosidades para partici-par na abertura do primeirogrande evento cultural lusófonona cidade! Produzida pelo Insti-tuto Camões, a exposição LínguaPortuguesa – um Oceano de Cul-turas (uma homenagem aos escri-tores que com as suas obrasliterárias representam a línguaportuguesa na sua diversidade ecriaram, deste modo, um berçocomum a numerosas e diferentesculturas) foi o lema escolhido pelaVHS Duisburg e o ConsuladoGeral de Portugal em Düsseldorfpara um projeto de cooperaçãoque visa a apresentação dos paíseslusófonos, nos seus aspetos cultu-rais e geográficos, um melhor co-nhecimento dos mesmos e apromoção do intercâmbio pessoal.E não poderia ter começado me-lhor!

Em exibição numas mesas ad-jacentes à exposição estavam adu-fes feitos com caixas de pizza eenfeitados com motivos portugue-ses, feitos numa oficina de músicaque João Martins, do grupo defado de Coimbra Verdes Anos, fezcom as crianças que em Duisburg

estudam o português como línguade origem. Nesta oficina tambémse cantou Zeca Afonso, temas po-pulares dos Açores e fado. Naabertura do evento, as criançassubiram ao palco da VHS Duis-burg com os Verdes Anos, no finaldo seu simpático e brilhante con-certo, e acompanharam o grupoem 3 canções.

A sala estava cheia, foi precisotrazer cadeiras extra, havia pes-soas sentadas em mesas laterais emuitas em pé. Grande aplausopara todos!

Em mais uma iniciativa paraajudar a propagar a diversidade dacultura lusófona dentro e fora da

Alemanha, nesta noite memorávelfoi ainda apresentado o livro Es-critos Lusófonos: literatura e artesna cultura de língua portuguesa(em breve disponível na EditoraVaral do Brasil). Organizado porLaura Rodrigues Noehles e paramarcar a realização deste evento,o livro conta com artigos de auto-res atuantes em diferentes áreasculturais, oferecendo uma boavisão geral do cenário lusófonocontemporâneo. Este livro propi-cia uma leitura agradável e infor-mativa para todos aqueles que seinteressam pela língua portu-guesa.

A programação do evento Lín-

gua Portuguesa – um Oceano deCulturas incluíu, ainda, um con-certo do grupo Sina Nossa e umaconferência em que AlexandreMartins ilustrou o desenvolvi-mento da música portuguesa doséculo passado através de vídeose textos. O encerramento doevento foi animado pelo músicobrasileiro Marcelo da Paz, espe-cializado em Forró, uma tendên-cia musical pouco conhecida naAlemanha. Nestes eventos nãofaltaram bebidas e especialidadesculinárias portuguesas!

Há muitos anos que a VHSDuisburg oferece cursos de portu-guês! O presente objetivo destainiciativa conjunta com o Consu-lado Geral de Portugal em Düssel-dorf, porém, tem uma abrangênciamaior: para além da promoção doensino da língua, pretende-se criarum espaço regular e contínuo paradivulgação e usofruto das culturasde língua portuguesa, em toda asua diversidade de formas e ex-pressões, envolvendo as comuni-dades lusófonas residentes nacidade e arredores, e todos aque-les que por estas culturas mani-festam curiosidade e interesse.Fiquem atentos à programaçãodos próximos semestres!

iniciativa de cooperação cultural lusófonanão podia ter começado melhor!

As crianças subiram ao palco da VHS Duisburg com os Verdes Anos

A pintora alemã Erdmute Blachinspirou-se no compositor portu-guês Amílcar Vasques Dias parauma série de novos trabalhossobre temas musicais que estãopatentes ao público até 12 de deJulho, no Consulado de Portugalem Hamburgo.

„Desnudo“, música de Amíl-car Vasques Dias sobre poemas eimprovisações hispano-árabes, e ociclo para piano „Lume do Chão -Tecido de Memórias e Afectos“,foram as obras em que ErdmuteBlach se inspirou para as 26 pin-turas e desenhos e os três objectosque integram a mostra.

A iniciativa partiu do Centrode Língua Portuguesa/InstitutoCamões na Universidade de Ham-burgo, com o apoio da representa-ção diplomática em Hamburgo.

„Há muitas coisas nas compo-sições de Amílcar Vasques Diasque me tocam, mas para esta ex-posição concentrei-me, sobretudo,em dois dos seus ciclos musicais“,a artista plástica alemã.

Erdmute Blach conheceu ocompositor durante uma residên-cia artística na Fundação Obras,em Estremoz, no ano passado, ecomeçou logo a trabalhar, naquelavila alentejana, em obras inspira-das na música de Amílcar VasquesDias.

„Interesso-me muito pela cul-tura portuguesa, mas acho que ogrande tesouro do país são as pes-soas, a sua simpatia, e gostaria devoltar a Portugal em breve“, disseà Lusa a pintora alemã.

„Aprendi algum Português,mas quero aprender mais e conhe-

cer outros sítios, porque ainda sóestive no Alentejo e em Lisboa,por pouco tempo, embora o meutrabalho lá tenha sido muito pro-dutivo“, acrescentou.

Erdmute Blach fez também al-guns trabalhos sobre a música deAmílcar Vasques Dias inspiradano Cante Alentejano, que nãoestão na exposição em Hamburgo,por falta de espaço, e espera queesta forma de expressão musicalpopular seja considerado embreve Património da Humanidadepela UNESCO, quando for apre-sentada a respectiva candidatura àagência das Nações Unidas para oensino e a educação.

„Seria muito bom que recon-hecessem o cante alentejano, queaprecio imenso, como patrimóniomundial, enquanto forma genuína

da cultura popular“, disse a artistaalemã, de 53 anos, que se formouem Matemática, mas acabou porse dedicar à pintura.

A pintora alemã já participouem projectos na Áustria e nos Es-tados Unidos da América.

HAMBURGO

Exposição de artista alemã inspirada em obras do compositor Amílcar Vasques Dias

Als erstes Portugiesisch-Lehrwerk für eu-ropäisches Portugiesisch berücksichtigtdas einbändige Lehrbuch „Está bem“ dieRechtschreibung von 2010.„Está bem“ kann an VHS und Hochschul-seminaren, jedoch auch im Selbststu-dium eingesetzt werden.In 24 Lektionen, die in zügiger Progres-sion bis zur Sprachbeherrschung aufStufe B2 führen, wird das jeweils neueinzuführende Vokabular anhand vonDialogen und authentischen Texten vor-gestellt, grammatische Phänomene wer-den systematisiert dargestellt und durchein breitgefächertes, abwechslungsrei-ches Übungsangebot aufbereitet.Dabei vermittelt das Lehrbuch ein aktu-elles, situativ ausgerichtetes Vokabular,das auch die Besonderheiten des brasi-lianischen Portugiesisch berücksichtigt,und weist gezielt auf klassische Fehler-quellen für deutschsprachige LernerIn-nen hin. Besonderes Augenmerk legt das Pro-gramm auf die soziokulturelle Realitätder lusophonen Welt. Teilweise authen-tische Sachtexte beleuchten gesell-schaftliche und historische Aspekte undvermitteln ein differenziertes landes-kundliches Wissen.Mit integriertem Vokabelregister undeinem umfangreichen Verzeichnis vonVerbformen. Zum Lehrbuch sind eine Audio-CD sowieein Lösungsheft mit integrierter Kurz-grammatik erhältlichDer AutorJoaquim Peito ist Lektor für Portugiesischan der Georg-August-Universität vonGöttingen

So urteilt die Presse:«... für die sprachliche Grundausbildungan Universitäten ist es wohl uneinge-schränktgeeignet. Ihm sind weitere Neuauflagen... sowie zahlreiche Benutzer zu wün-schen.»Daniel Reimann in «Zeitschrift für roma-nische Sprachen und ihre Didaktik», 10/08

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Page 10: Portugal Post, Junho 2012

PORTUGAL POST Nº 215 • Junho 2012Comunidades10PP DÁ A CONHECER MAIS UMA PORTUGUESA NA ALEMANHA

Desde que saiu de Portugaltem trabalhado continua-mente na Alemanha ou jáleccionou noutro país estran-geiro?Tive sete anos na Suíça, na

área de Zurique. Foi na altura emque na Baixa Saxónia onde eu es-tava a trabalhar fecharam várioslugares, concorri e fui para a áreade Zurique onde havia bastantesvagas. E estive lá sete anos.Agora voltei e estou aqui em Nu-remberga, no sul da Alemanha.

É do conhecimento do POR-TUGAL POST que a profes-sora, sua antecedente aquiem Nuremberga, era funcio-nária do município da mesmacidade. Algo se alterou atra-vés dessa mudança?Eu vim para o lugar da profes-

sora Maripaula, que era funcioná-ria das entidades alemãs, colocadapor concurso do ministério daeducação português porque o es-tado da Baviera tinha deixado decontratar professores para os cur-sos de língua materna. Primeirohouve um desenvolvimento posi-tivo, pois abrimos cursos de 10°,11° e 12° ano (as entidades alemãsterminavam estes cursos no9°ano) e passou a haver maishoras de aulas para os alunos.Desde a tutela do Instituto Ca-mões a situação piorou, estoucomo estava a colega anterior, sócom um dia para Bamberg, ogrupo maior, onde antes tinha 2dias.

Paralelamente à sua activi-dade como professora é Se-

cretária-Geral do Sindicatodos Professores nas Comuni-dades Lusíadas. Gostaríamosde saber o que a levou a dedi-

car-se ao sindicalismo e so-brecarregar-se com umaactividade dupla? E se tem

conseguido através da sua ac-tividade sindicalista melhoraralguns dos problemas exis-tentes? Eu já me dedicava ao sindica-

lismo em Portugal, era delegadasindical. Aqui continuei, primeirocomo membro da Direcção e,desde Maio 2009, como Secretá-ria-Geral. Realmente o trabalhodo sindicato é uma sobrecarga,pois só tenho uma redução de ho-rário de 5 horas por semana parao fazer. Mas agrada-me este tra-balho porque é um desafio, gostode trabalhar com legislação, fazernegociação, tentar conseguir mel-hores condições, e, acima de tudo,apoiar os colegas, porque há mui-

tas pessoas que não sabem lutarpelos seus direitos , ou nem se-quer sabem que os têm, ou que

têm medo de reclamar mesmocom razão. Quanto a melhorar si-tuações, claro que sim! Mas o tra-balho sindical muitas vezes sótem resultados a longo prazo. Em2009 conseguimos actualizaçãosalarial dos vencimentos e subsí-dio de refeição para os professoresde português no estrangeiro, comretroactivos. Deu-me prazer con-seguir isso, porque andámos 5anos a lutar pelo subsídio de refei-ção, que todos os professores emPortugal sempre tiveram.

Quais os projectos para o seufuturo? O meu futuro, que obviamente

está ligado ao futuro do meu lugarde trabalho aqui na Alemanha,apresenta-se incerto. Estamos aatravessar um período de enormeinstabilidade e insegurança, deque muitos professores ainda nãose aperceberam completamente.O futuro do EPE (Ensino da Lín-gua Portuguesa no Estrangeiro)está ameaçado e também os nos-sos postos de trabalho, assimcomo a continuação das aulaspara os nossos alunos. Depois detantos anos no estrangeiro, e de teruma ligação tão forte a este en-sino, não gostaria de ir para aminha escola em Portugal. Alémdisso, lá a vida dos professoresestá longe de ser cor-de-rosa.Quando acabar este período instá-vel, tenho a intenção, se o tempoe as condições permitirem, come-çar um trabalho de pesquisa sobrea mulher portuguesa na emigra-ção. Já há muito tempo que ar-rasto comigo essa ideia, masfalta-me tempo para a concretizar.

A viver desde há trinta anosna Alemanha, casada comum cidadão alemão ondepensa passar os dias da suavida quando a reforma baterà porta?Como nem eu nem o meu ma-

rido gostamos de fazer planos àpressa, vamos com calma. Sevamos ficar aqui, em Portugal, ou“cá e lá”, depende de muitosfactores, incluindo o desenvolvi-mento da situação económica esocial no nosso país.

De algumas edições para cá, o nosso jornal temvindo a escrever sobre compatriotas que vivemneste país com o intuito de contribuir para fazer umretrato actual da comunidade. Revelamos assimportugueses que, de algum modo, exercem uma ac-

tividade pública nos mais diversos domínios ou queexercem actividade empresarial, sem esquecer per-sonagens cujo trajecto de vida merece ser divul-gado por constituir exemplo positivo para todosnós.

Maria Teresa Duarte Soares, Secretária-Geral do Sindicato dos Pro-fessores nas Comunidades Lusíadas , é uma mulher forte e deter-minada, aberta ao um diálogo sem fronteiras, a sua presençaenriquece uma casa. Depois de ter leccionado seis anos em Portu-gal veio para a Alemanha em Outubro de 1981. Uma vez que tinhaestudado alemão e pretendia ter uma experiência nova, viria porum ou dois anos, caso não gostasse poderia regressar. Um ou doistornaram-se trinta anos. O PORTUGAL POST teve o prazer de estarsentado com ela a uma mesa e de lhe fazer algumas perguntasneste momento em que o ensino da língua portuguesa para os fi-lhos dos emigrantes portugueses na Europa está em perigo

Por Maria do Rosário Loures, Correspondente em Nuremberga

Maria Teresa Nobrega Duarte Soares professora delíngua e cultura portuguesa na área consular de Es-tugarda e secretária-geral do Sindicato dos Profes-sores nas Comunidades Lusíadas (SPCL), licenciou-seem Estudos Anglo-Americanos (antiga Filologia Ger-manica 1977) na Universidade de Lisboa, em 1975frequentou a Faculdade de letras da Universidade deSiena, absolvendo o curso de língua e cultura italianapara estrangeiros, em 1977 tirou o Certificate of Pro-ficiency in English no British Council de Lisboa e oCurso de Língua e Cultura Italiana da Universita Cat-tolica dei Sacro Cuore em Milão.

Uma conversa com Maria Teresa Duarte Soares, Secretária-Geral do Sindicato dos Professores nas Comunidades Lusíadas

A vida dos professores está longe de ser cor-de-rosa

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Page 11: Portugal Post, Junho 2012

PORTUGAL POST Nº 215 • Junho 2012 Comunidades 11

A comunidade portuguesa deMainz esteve muito activa entre osdias 17 e 19 da Maio de 2012.

Dias antes, a azáfama já sefazia sentir para que nada faltassequando fossem recebidos centenasde portugueses para mais um salu-tar e excitante convívio.

A União Desportiva Portu-guesa de Maiz (UDP) voltou a darmostras de uma vitalidade extraor-dinária, sobretudo através do grupoMarias Corações Portugal, a “cé-lula” da cultura dentro da UDP,presidida pelo senhor Agostinho.

O programa era tentador e a an-siedade tomava conta de todos, es-perando o subir do pano, o acenderdas luzes multicolores e as vozesdos apresentadores. O cenário es-tava montado.

Teria sido bom que represen-tantes de outras associações pudes-sem ter estado presentes paralevarem para as suas este exemplode entusiasmo e dinamismo: a elei-ção da Miss Portugal Alemanha,desfile dos candidatos/as ao títulode Princesa e Princípe 2012, en-trega de prémios, jantar e baile coma banda “Segura-te”.

As presenças do Secretário deEstado das Comunidade Portugue-ses, José Cesário, e do Cônsul-Geral de Portugal em Estugarda,Manuel Gomes Samuel, davam umtoque solene e de reconhecimentopor parte das autoridades portugue-sas a uma das iniciativas.

Primeira permanência consularna UDP

Para além dos momentos lúdi-cos, estava patente em muitos ros-tos o desejo em conhecer afuncionalidade da máquina que vaiser a estrela das chamadas perma-nências consulares, uma iniciativado Governo para colmatar o encer-ramento de alguns postos e trazer

o consulado mais perto do cidadão,evitando muitos quilómetros dedeslocação e horas de trabalho per-didas. (Ver reportagem na páginasete sobre este assunto)

Eleição da Miss Portugal - Alemanha

Mas a grande iniciativa tevecomo palco o Parkcafe na Wi-lhelmstrasse, com o parque paisa-gístico Warmer Damm como panode fundo, na cidade de Wiesbaden,cidade termal e capital do estado deHessen.

O pontapé de saída começoucom o desfile das candidatas ao tí-tulo de Miss Portugal Alemanha deonde sairia a representante da Ale-manha à pré-selecção do concursoMiss Portugal 2012, em que parti-ciparão candidatas oriundas docontinente, das regiões autónomasda Madeira, dos Açores e das Co-munidades Portuguesas que decor-rerá entre os dias 5 de Julho e 29 deJulho de 2012.

As dez candidatas desfilaram

ante uma vibrante plateia e para umjúri composto por seis elementos, asaber: a estilista Leta Braz, o em-presário Carlos Braz, o cabeleireiroVictor Rodrigues, a jornalista RitaAlmeida, Alcina Barros, membroda Marias Corações Portugal e oPORTUGAL POST, na pessoa doseu correspondente em Frankfurt ,Fernando Roldão.

A missão do júri foi difícil enada “pacifica”, tal era a beleza dascandidatas.

O desfile decorreu nos moldestradicionais, sendo que o pontomais alto aconteceu durante o des-file em que as candidatas trajavamde vestido de noite, todos confec-cionados com materiais recicláveispela estilista Leta Braz e penteadaspelo cabeleireiro Victor Rodriguese sua equipa.

Enquanto o júri decidia, ojovem cantor português Vasco Fer-nandes e o Grupo de Dança Gene-ration da UDP de Mainzabrilhantaram o espectáculo apre-sentado por Andreia Barros e Car-

los Saraiva.As sonhadoras Jessica Al-

meida, de Mainz, Ana PatríciaPinto Mota, de Wiesbaden, JessicaNobre, de Wiesbaden, CatarinaCosta, de Speyer, Svenia TavaresCouto Ribeiro, de Gronau-Epe,Mariana Silva Duarte, de Kaisers-lautern, Nadia Ferreira Cabete, deSingen, Sara Peliteiro, de Lim-burgo, Daniela Bareira, de Estu-garda e Denise Azevedo, deFrankfurt, foram as figuras datarde.

Só uma podia alcançar a tão es-perada coroa que foi entregue peloCônsul-Geral Gomes Samuel a Da-niela Bareira, de Estugarda, depoisde um “renhido despique” comMariana Siva Duarte, que foi a se-gunda classificada e 1ªDama deHonor, seguida de muito perto pelajovem Jessica Nobre, 2ª Dama deHonor.

Ana Patricia Pinto Mota, deWiesbaden foi eleita a Miss Simpa-tia, tendo ao seu lado Sara Peliteirode Limburgo, Miss Fotogenia.

Miss Portugal Alemanha

Wiesbaden elegeu as mais belas

O PORTUGAL POST, sempre atentoaos acontecimentos com o objectivo depoder informar mais e melhor os seus lei-tores, não quer deixar de registar algunsfactos, pessoas e entidades que tornarampossível as iniciativas de Wiesbaden eMainz.

Seria injusto não lhes dar o merecidodestaque. Pedimos aos leitores do PP eaos mencionados para que estejam aten-tos às próximas edições deste jornal.Vamos falar de gente que merece ser di-vulgada. Começamos pela UDP, na pes-soa do seu presidente, o sr.Agostinho. Aassociação Marias Corações Portugal, napessoa da dª Maria do Céu. Ao Carlos Ra-malho fotógrafo, que também pertencenteà associação Marias Corações Portugal. Aestilista Leta Braz que vestiu as candida-tas. O cabeleireiro Victor Rodrigues quepenteou as concorrentes. A casa do Fute-bol Clube do Porto de Gross Umstadt, napessoa do seu presidente sr. Queiroz.

As empresas que apoiaram esteevento e a saber: Viagens Touring, Monte-pio, Joaquim Gomes, Bar Karamel, Res-taurante Portugal, Restaurante Graça,Pizza Boy, Restaurante Casa Portuguesa.

Aos colegas Rita Almeida, JoanaTiago e Pedro Venâncio.

E para finalizar os mais pequenos, oscandidatos/as a Princesa e Principe(3 e 12anos) que foram bem divertidos ou nãofossem crianças, que serão as próximasgerações de portugueses:

Daniela Terrinha, Soraia Pereira, Bea-triz Neto, António Terrinha, Alissa Carvalho,Fábio Queiroz, Lara Sebastião, NoemySilva, Patricia Meireles, Carlos Terrinha,Francesco Campisano, Leonel Meireles,Letizia Campisano, Florian Rodrigues, An-dreia, Andelina, Lara Rodrigues, DianaBaptista, Paulo Oliveira, Iliane Machado,Rafaela Queiroz e Diana Torres.

Em 1º lugar Noemy,em 2º Lara Rodri-gues e em 3º Alissa Carvalho nas meni-nas, quanto aos meninos, em 1ºFrancesco, 2º Paulo Oliveira e em 3º lugarLeonel Meireles.

Fernando Roldão,Correspondente

Apontamentos à margem

O Cabeleireiro Victor Rodrigues e sua equipa que pentearamtodas as misses.

Leta Braz, estilista que confeciomou os vestidos para o desfile Cônsul-Geral de Portugal no acto da coroação da vencedora

As senhoras da Marias Corações Portugal(da esq,) Irene Falcão, Maria do Céu e An-dreia Abrantes.acompanhas por José Ce-sário e Cônsul em Estugarda, GomesSamuel

Da esquerda para a direita: nº 2 Ana Patricia Mota, Miss Simpatia, nº 3 Jessica Mobre, 2ª Dama de Honor, nº6 Ma-riana Duarte, 1ª Dama de Honor, nº 8 Sara Peliteiro, Miss Fotogenia, nº 9 Miss Portugal Alemanha Daniela Ba-reira.

Page 12: Portugal Post, Junho 2012

12 PORTUGAL POST Nº 215 • Junho 2012

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GRAND CAFEBistro • Gelateria • Confeitaria

Almoços • Jantares • Gelados • Confeitaria • Desde 2004 em Osnabrück

Especialidades Portuguesas e o saboroso frango no churrasco

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Grand Cafe • Möserstr. 5-6 • 49074 Osnabrück • Telf.: 0541-24034Horário de abertura: das 09h00 à 01h00 • Fim-de-semana: das 9h00 às 03.00

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Da mesma gerência,já abriu o MediencafeEdifício do Jornal OZ

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o passado dia 18 demaio, na Assembleia daRepública, o CDS, PSDe PS votaram contra oProjeto de Lei apresen-

tado pelo PCP e Bloco de Es-querda, que visava a continuaçãodo Ensino Português no Estran-geiro a título gratuito, revogandoa propina de 120 eurosanuais imposta a partir do pró-ximo ano letivo, assim como ainstauração de medidas para ga-rantir um ensino de qualidade ecom continuidade.

Com aberta indiferença pelofacto de a referida propina repre-sentar o fim do ensino de Línguae Cultura Portuguesas para mui-tos filhos de emigrantes, dadomuitos deles terem optado pornão fazer inscrição, seja por umaquestão de princípio, seja por di-ficuldade económica, como se

constata pela redução de mais de9.000 alunos relativamente aoano letivo anterior, os senhoresdeputados, com indiferenca, arro-gância e manifesta inconsciência,condenaram, sem reflexão nempesar, quase 10.000 crianças e jo-vens luso-descendentes a ficaremprivados das aulas da sua línguae cultura de origem, assim como,indiretamente, enviaram para odesemprego cerca de 90 professo-res, pois a primeira consequênciado número reduzido de inscriçõesserá, inevitavelmente, a reduçãodos horários existentes.

Tal atitude é incompreensível,pois os argumentos apresentadospela Secretaria de Estado das Co-munidades e CICL, antigo Insti-tuto Camões, entidades quedetêm a tutela deste ensino desdejulho 2009,baseiam-se unica-mente em factores económicos,

dado que o EPE, citando a Presi-dente do CICL, „não dá rendi-mento“.

Já em dezembro passadoforam despedidos, depois de ape-nas 4 meses de aulas, 49 profes-sores, por alegados problemasorçamentais. Mais de 5.000 alu-nos ficaram sem aulas.

Agora esse número duplicará,pois serão cerca de 10.000 os alu-nos excluídos do sistema devidoà recusa do pagamento da pro-pina, que foi imposta unilateral-mente, sem consulta prévia decomissões de pais ou quaisqueroutras entidades atingidas agorapelo processo.

A Petição dos portugueses naSuíça, com quase 5.000 assinan-tes, que esteve na origem do de-bate e projeto de voto apresentadona AR, demonstra bem o interesseda comunidade pela continuação

de um ensino gratuito e de quali-dade, como a Constituição consa-gra.

Muito lamentavelmente, coma conjuntura de funcionáriostecnocratas, falsas inevitabilida-des e economicismo, aliada a umaorientação política que mais tendea afastar os portugueses de Portu-gal do que a aproximar, assiste-seao estrangulamento progressivode um sistema de ensino que sópoderia trazer vantagens ao nossopaís, nomeadamente no planoeconómico, pois os milhões deportugueses no estrangeiro perde-rão a vontade de investir numapátria que os trata de modo ofen-sivo e desrespeita os seus direitos.

Poupar não deveria ser sinó-nimo de destruir.Uma crise nãodeveria significar negação danossa identidade nacional, emuito menos do bem precioso e

inalienável constuído pela línguae cultura portuguesas, tão preza-das e acarinhadas pelos portugue-ses fora de Portugal, mas ao queparece , pelo sucedido na AR , sópor esses,pois da parte dos políti-cos responsáveis a mensagem éclara. „Se querem aulas de portu-guês, paguem-nas!“.

É discutível se somos ou nãoum país pobre. Mas somos,semdúvida, um pobre país, pois anossa língua, cultura, orgulho eidentidade entraram agora na listados bens a vender e a comprar,para obtenção de rendimentos.

Língua Portuguesa, vende-se.

* Professora e Secretária -Geral do Sindicato sos Professo-res nas Comunidades Lusíadas

Este texto foi escrito ao abri-go do novo acordo ortográfico

O voto da inconsciência Deputados dão luz verde ao fim do EPE

OpiniãoMaria Teresa Duarte Soares*

N

Page 13: Portugal Post, Junho 2012

PORTUGAL POST Nº 215 • Junho 2012 13Berlim

No passado dia 7 de Maio, comemo-rou-se na Biblioteca da Embaixada dePortugal em Berlim, o Dia Internacio-nal da Língua Portuguesa, oficial-mente celebrado a 5 de Maio, quecontou com a presença do Embaixa-dor português, Luís D’Almeida Sam-paio. O novo embaixador de Portugalna capital abriu a sessão comemora-tiva daquele dia afirmando que “a lín-gua portuguesa é uma língua global eum veículo internacional de comuni-cação”.

O Embaixador referiu ainda que oBrasil, Angola, Moçambique são mo-tores do desenvolvimento da nossalíngua no mundo através da sua cres-cente importância económica e quelhe estão a dar mais notoriedade e vi-sibilidade do que propriamente Portu-gal. O Brasil é uma das grandespotências económicas mundiais ondeas pessoas comunicam em portuguêsde Norte a Sul sem intérprete, e isto,em distâncias superiores à de Lisboa-Moscovo. “O português é uma línguamulticultural e uma história de su-cesso” – disse ainda.

Lembrou que a história da inde-pendência do Brasil é uma história ro-mântica ímpar na Europa e realçoutambém a importância da língua por-tuguesa nas missões que desempen-hou no estrangeiro, como em Angola,país em que existem várias línguas,mas em que a língua oficial unifica-dora é o português. Na sua última

missão na Sérvia, o convidado dehonra da feira do livro de Belgradoem 2011 foi: a Língua Portuguesa.Isto resultou de iniciativas e esforçosenvidados neste sentido pela missãoliderada pelo embaixador, já que atéentão os convidados de honra destamostra internacional tinham sido paí-ses. Assim foi feito um pavilhão dalíngua portuguesa em parceria com ospaíses “lusófonos” e em que partici-param conhecidos escritores destespaíses, estando mesmo presente aviúva de José Saramago.

Seguiram-se duas intervençõesplenárias. Uma de Luísa Coelho, lei-tora do Instituto Camões, que apre-sentou o tema “a viagem das palavrasem Língua Portuguesa”, demons-trando à audiência que há palavrasportuguesas integradas na língua ja-ponesa para além ter havido assimila-ção de palavras novas na nossa língua

que designavam os produtos “exóti-cos” trazidos pelas caravelas dos Des-cobrimentos e que assim nosdesvendaram mundos também de pa-lavras. Sílvia Melo Pfeifer, coordena-dora do ensino português naAlemanha, desenvolveu o tema “opoder da língua, a língua como poder”focando as vertentes da universali-dade e da polifonia da língua portu-guesa, dos seus coloridos e variantes,não esquecendo a importância da suafunção e valor estratégicos e econó-micos no mundo actual e ainda de lu-sofonias minoritárias integradasnoutras regiões linguísticas e enrique-cidas por línguas desses outros gruposlinguísticos.

O Dia Internacional da LínguaPortuguesa terminou deixando os lu-sófonos certos de que -Somos “gran-des” na História e no Mundo.Cristina Dangerfield-Vogt

Berlim:

Dia Internacional da Língua Portuguesa comemorado na Embaixada

Luísa Coelho, leitorado Instituto Camões e

o Embaixador de Portugal em Berlim

O Aeroporto de Berlim-Branden-burgo Willy Brandt (BER) não seráinaugurado no dia 24 de Maio por An-gela Merkel e, pior ainda, não serãoiniciados os voos como planeado, nodia 3 de Junho.

Isto implica que a TAP não ini-ciará os seus voos directos para Lis-boa de BER para LIS no dia 5 deJunho a partir do novo aeroporto. .Anotícia caiu como uma bomba. Váriascompanhias aéreas já venderam bilhe-tes com partidas do novo aeroporto deBerlim.

Todo o turismo das férias deVerão que sai da região pelo BER vaiter que ser repartido pelos aeroportosde Schönefeld e Tegel isto se não hou-ver voos cancelados. Prevê-se a en-trada em funcionamento do aeroportoWilly Brandt, o mais tardar, até ao fim

Adiamento da inauguração do novo aeroporto de Berlim

TAP mantém início dos voospara Lisboa a 5 de Junho  

de Agosto deste ano.No que se refere à TAP, fonte da-

quela companhia informou o POR-TUGAL POST que se manterá ainauguração dos voos Berlim-Lisboana data marcada, isto é, a 5 deste mêsmas a partir do aeroporto de Schöne-feld

É já a segunda vez que a aberturado novo aeroporto é adiada e fala-sede 40 milhões de indemnização àscompanhias de aviação até ao fim deAgosto.

O adiamento deve-se a problemasna área da protecção contra incêndiosdo aeroporto.

Pergunta-se porque é quesó agora se sabe destes problemastécnicos que já deveriam ter sido re-conhecidos há vários meses duranteas verificações técnicas.

Foto TaP Portugal

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Page 14: Portugal Post, Junho 2012

PORTUGAL POST Nº 215 • Junho 201214 Serviço

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de 2011 é que vi que a Sandra não olha a meios paraservir os seus clientes o melhor possível. A caminhode Portugal tivemos uma avaria no carro que implicouuma reparação demorada. Bastou um telefonema paraa Sandra e ela organizou tudo: oficina e um hotel paraficar com a minha família e acima de tudo o apoio que

nos deu naqueles dias. Aqui deixo o meu muito obri-gado.

Mário Reis (32), Borken Eiscafe Manuel Há vários anos que conheço e trabalhocom a Sandra e o Nuno Eugénio e sótenho a dizer bem. Estão sempre prontos

a ajudar a qualquer hora. Sabem olhar e zelar damelhor maneira pelos interesses dos seus clientesque acabam por se tornar seus amigos. Honesti-dade, competência, profissionalismo e confiança, ésó o que se pode dizer. Se quer estar tranquilo esaber que está em boas mãos, sem dúvida que aSandra e o Nuno são as pessoas certas!

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Com o início do Verão, os emi-grantes regressam a Portugal parao reencontro com a família e des-canso merecido, e muitos serãosurpreendidos com o facto de jánão existir SCUTS (auto estradasem custos para o utilizador) gra-tuitas em Portugal, passando a serdevido o pagamento de portagens.

Existem sete SCUTS em Por-tugal, Norte Litoral (A28), doGrande Porto (A4/A41/A42),Costa da Prata (A17/A25/A29),Algarve (A22), Beira Interior(A23), Interior Norte (A24), BeiraLitoral/Beira Alta (A25) que inevi-tavelmente são usados pelos portu-gueses, muitos numa base diária,mas igualmente para quem visita onosso país em férias e sai à desco-berta.

O pagamento das portagenspode ser feito de várias formas, no-meadamente, através da aquisiçãode um Dispositivo Electrónico deMatrícula (DEM), que poderá sero já utilizado com a via verde, exi-stindo já prévio contrato ou adqui-rido nos CTT ou estações deserviço. Posteriormente o sistema

funciona através de carregamentosdisponíveis no CTT, multibanco elojas payshop.

Para as matrículas nacionaisexiste ainda a possibilidade deexistir pagamento posterior à pas-sagem por uma SCUT, sendo oproprietário do veículo notificadopor correio para pagar o valor daportagem acrescido de taxas admi-nistrativas.

No caso das matrículas estran-geiras existem duas formas de pas-sar nas SCUTS, uma primeira, emque se aluga o DEM (disponívelnas áreas de serviço e CTT) porum período de tempo até 30 diasmediante o pagamento de umacaução de 27€ e com um carrega-mento inicial de €50 para veículosligeiros e de 100€ para veículospesados e outra em que se faz pré-carregamentos consoante o perí-odo de tempo pretendido, nosseguintes moldes:

A) 5 dias úteis – carregamentomínimo obrigatório nas classes 1,2 e 5 de €10 e nas classes 3 e 4 de€20.

B) 3 dias – carregamento único

de 20€ para as classes 1,2 e 5, semlimite de viagens durante três dias.

C) Viagem pré-definida – é se-leccionado o percurso e a classe doveículo com viagem de ida e re-gresso em duas datas à escolha dotitular.

Nestas três opções são aindadevidos comissão de adesão novalor de €0,50 + IVA e custos ad-ministrativos de 0,25 + IVA porviagem.

A aquisição dos cartões pré-pagos pode ser efectuada nos Cor-reios ou agentes payshop e aindaem três localidades junto à fron-teira, Vila Nova de Cerveira, VilarFormoso e Vila Real de Santo An-tónio, para facilitar a aquisição porproprietários de veículos com ma-trícula estrangeira.

A obrigatoriedade do paga-mento de portagens nas SCUTSvem aumentar em muito o custodas viagens por Portugal. A títulode exemplo, outrora percorrer aVia do Infante (A22) era gratuito eatualmente terá um custo de€11,60. Catarina Tavares

Férias em Portugal

O início das portagens nas Scuts

Page 15: Portugal Post, Junho 2012

PORTUGAL POST Nº 215 • Junho 2012 Cultura 15

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Em terras estrangeiras até as cigar-ras têm cantares diferentes“Como aparece a ideia do prelúdio àsesta das cigarras? Porque há vinte emuitos anos no sul de França ouvi umsom. A música tem a ver com som esilêncio e com o som do silêncio.Ouvi um som de um animal que eraum som metálico, forte e contínuo.Era uma cigarra francesa, aparente-mente muito potente!” – diz o compo-sitor.

Os sentidos e a música“Sentir uma pedra, sentir a textura, terconsciência das coisas, o tacto, ocheiro, o sabor” orientam a criativi-dade do músico. “Componho a minhamúsica como se fosse um filme. Tra-balho com imagens, intuitiva e instin-tivamente”.

A textura dos sons“A música nada tem a ver com plan-tas, nem com cigarras, nem com cãesnem com nada, ela não explica nada.Mas é feita com a organização desons, cria-se uma textura com sons.Queria desmistificar a música. Tive oprivilégio de conviver com a naturezano Alentejo, de sentir a pedra e o pa-ladar das plantas e da azinheira, e dosobreiro, e do alecrim, e do manjeri-cão e da salva.”

O livrinho de Gabriela Llansol e ascores dos sonsO compositor mostra um livro depoucas páginas, o livro de GabrielaLlansol “Amar um cão”. Uma obramuito complexa e difícil de classifi-car. “Tinha que descobrir o que queriatransmitir com a minha música. Comoé que começo a pensar, a criar umacoisa que não existe. Foi uma obra deanálise profunda de cada frase e decada termo da frase. A música come-çava ali, o cão Jade estava situada emcima do medronheiro, que veio daserra da Óssea, o tempo era há muitoe breve...o tempo ficou suspenso, numberço, nem terrestre nem celeste – e amúsica? Jade é incidência alada, nempássaro nem quadrúpede, porque nãoestava no chão – e eu continuo a pen-sar no som. Primeiro a ideia do cãoabandonado no meu medronheiro,pousado. Aperfeiçoar a imagem e vis-lumbrar tons e meios tons com escalacromática. Quando estão muito próxi-mos tornam-se agressivos. Escrevomuito, até depurar e ficar apenas como essencial da minha ideia. Quandoestou no processo criativo encontrosons harmónicos que são a cor dosom, alguns são ultra-sons, outrosinfra-sons. O timbre é a cor do som –este som é escuro, este é transparente,ou encarnado...”

O timbre inspirado do músico con-quistou-nos e continuamos juntosnesta viagem entre a literatura e a mú-sica e as imagens imaginadas.

O medronheiro, o cão Jade e a levezaque desafia a realidade“Imaginei o medronheiro estável.Chuva. As primeiras gotas de chuva -são um fio de voz. Como é se que fazem música um fio de voz?” “Que sertão frágil mais alto do que eu!” es-creve a escritora-poetisa. “Tenho quepousar em música o cão no medro-nheiro neste ambiente. Quero imagi-nar um som físico, real, que tem de terestabilidade para o medronheiro e le-veza – deu-me muito trabalho a deci-dir o que deveria deixar...”

Como se pousa um cão numa notaFala-nos da partitura e mostra-nosumas notas a tinta mais carregada. “Oacto de pousar o animal, foi pousadopela Gabriela, e eu quis pousá-lo nestanotinha aqui...sforzando mas pianís-simo...é muita informação para o pia-nista interpretar...poderia resolverfacilmente carregando no pedal, masnão quis!”Olho nos olhos do músico e vejo or-questrado pelas suas mãos um rodo-pio de sons e de silêncios, harmonias,tons e meios-tons, e todas aquelas

notas de solfejo em dança elegante oudesenfreada, subtil ou marcante, comenleios e quebrantos, suspensas nosabafos quentes do verão alentejano eque durante semanas, ou talvezmeses, povoaram o mundo interior docompositor.

Prosa-Poesia de Llansol e a subver-são do tempo“O que vem agora é uma mistura demuita coisa, pensei nas vagas purpú-reas dos medronhos.” “Posso na realidade perder-me a brin-car com os brinquedos do silêncio”escreve Llansol. “A autora começa a desorientar-me...porque ela me troca a cronologia.Ela vai buscar algo da infância e nou-tros livros vai buscar de outras perso-nagens, de outras épocas - é poesiasem rimas e muito complexa.”

Arte é - inspiração para outras inter-pretações do realAmílcar Vasques-Dias confessa que oprojecto foi muito envolvente.“Vivo em terra de Pissarra! Não sei seconhecem o termo. É uma terra dura,que as raízes têm dificuldade emfurar... o processo de fazer as coisas,a persistência é fundamental!”“O que é giro na arte é inspirar umoutro caminho, uma outra interpreta-

ção – disse-me Gabriela Llansol” – eassim termina sem transição percep-tível a nossa aventura pelo mundo doimaginário do processo criativo deAmílcar Vasques-Dias.Amílcar Vasques-Dias nasceu emMonção e, presentemente, vive noAlentejo. Quando viveu na Holandapediram-lhe que tocasse “GrândolaVila Morena” vezes sem conta, a eleque em 1974 saíra de um Portugal avibrar de esperança revolucionária.No Alentejo, e no meio da natureza, ocompositor vive lado a lado com osfantasmas românticos da cultura his-pano-árabe, daqueles que foram ex-pulsos pela lei racial de Filipe II dePortugal, III de Espanha. Moçárabes,cristãos e muçulmanos, foram obriga-dos a fugir do Al-Andaluz, deixandopara trás o seu legado - as pérolas dapoesia hispano-árabe, “jarchas”, queos poetas e os copistas árabes escre-veram. Os românticos apaixonaram-se por aquele passado exótico eidealizado. No seu álbum “Desnudo”,as “jarchas”, sensualmente cantadaspor Joana Machado, acariciam-noscom a paixão e a nostalgia daquelasque as cantaram. A minha preferida éa “Envio un Saludo” de Hafsa Bint al-Hayy Ar-Rakuniyya (filha de Hayy oRakuniyya) de Granada.Cristina Dangerfield-Vogt

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Amílcar Vasques-Dias apresentou a sua peça musical “Doze Nocturnos em Teu Nome”, no dia 3 deMaio, na Biblioteca da Embaixada de Portugal. O compositor, docente de música e pianista viveu eestudou durante catorze anos na Holanda. Veio a Berlim para nos levar a explorar o seu processode criação e de composição musical a partir de uma obra literária. As peças musicais em “DozeNocturnos em Teu Nome” resultam de uma análise minuciosa e imaginativa da obra da escritora

Maria Gabriela Llansol “Amar um Cão” e de uma interpretação arrojada da obra, desconstruindo-a. Ele desvenda-nos um mundo entre a literatura, a música, a imaginação e a realidade que nos ro-deia e que nem sempre sabemos sentir ou escutar. Amílcar Vasques-Dias explica-nos numa hora emeia o processo criativo em que se embrenhara completamente durante vários meses e o PortugalPost leva os seus leitores nesta viagem aventureira pelo imaginário criativo do pianista.

Uma viagem pelossentidos

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Page 16: Portugal Post, Junho 2012

PORTUGAL POST Nº 215 • Junho 2012Euro 201216Chegou o tempo do contentamento de muitos e muitosportugueses, fundamentalmente para aqueles quevivem fora do país que, não encontrando nada quesirva de auto-estima enquanto lusos, se valem da espe-rança que reside nos rapazes da selecção das quinasque farão a campanha do Euro 2012 sob o signo de OsConquistadores.Vão ser difíceis as vitórias num grupo de selecções for-tíssimas. Se os jogadores portugueses conseguirem

fazer boa figura frente a essas selecções, como a Ale-manha, por exemplo, vai ajudar a esquecer por algunsdias a dura realidade com que os portugueses vivem.Nós, aqui, longe dessa realidade, iremos festejar as vi-tórias da selecção como um feito de todo o Portugal.Se não vencermos nada, o que muito custa acreditar,devemos pensar que se tratou apenas de futebol, umjogo que coloca onze contra onze e que no fim ganha omelhor.

A Polónia inicia a competição na sexta-feira, dia 8 de Junho, às 16h00, ante a Gréciade Fernando Santos, em Varsóvia, seguindo-se, às 19h45, a outra partida do Grupo A,que oporá a Rússia à República Checa. No dia seguinte, em Kharkiv, a Holanda defrontaa Dinamarca, com Portugal a estrear-se ante a Alemanha, em Lviv, nos encontros quemarcam o início do Grupo B. No dia 10 de Junho começa o Grupo C, que tem agendadosos jogos entre Espanha e Itália e a República da Irlanda e a Croácia.A Ucrânia está no Grupo D, o último a entrar em acção, encontrando a Suécia, em Kiev,já depois da França ter defrontado a Inglaterra, em Donetsk. A fase de grupos decorreráaté 19 de Junho e, depois de um dia de pausa, começam os quartos-de-final, a teremlugar em quatro noites consecutivas. As meias-finais estão agendadas para o dia 29 deJunho em Donetsk e para a noite seguinte, em Varsóvia, com a partida do título a terlugar no dia 1 de Julho, em Kiev.

Sexta-feira, 8 de Junho de 20121: POL - GRE, 1h00, Varsóvia2: RUS - CZE, 2h45, Wroclaw

Sábado, 9 de Junho de 20123: NED - DEN, 18h00, Kharkiv4: GER - POR, 20h45, Lviv

Domingo, 10 de Junho de 20125: ESP - ITA, 18h00, Gdansk6: IRL - CRO, 20h45, Poznan

Segunda-feira, 11 de Junho de 20127: FRA - ENG, 18h00, Donetsk8: UKR - SWE, 20h45, Kiev

Terça-feira, 12 de Junho de 20129: GRE - CZE, 18h00, Wroclaw10: POL - RUS, 20h45, Varsóvia

Quarta-feira, 13 de Junho de 201211: DEN - POR, 18h00, Lviv12: NED - GER, 20h45, Kharkiv

Quinta-feira, 14 de Junho de 201213: ITA - CRO, 18h00, Poznan14: ESP - IRL, 20h45, Gdansk

Sexta-feira, 15 de Junho de 201215: SWE - ENG, 20h45 Kiev16: UKR - FRA, 18h, Donetsk

Sábado, 16 de Junho de 201217: CZE - POL, 20h45, Wroclaw18: GRE - RUS, 20h45, Varsóvia

Domingo, 17 de Junho de 201219: POR - NED, 20h45, Kharkiv20: DEN - GER, 20h45, Lviv

Segunda-feira, 18 de Junho de 2012

21: CRO - ESP, 20h45, Gdansk22: ITA - IRL, 20h45, Poznan

Terça-feira, de 19 Junho de 201223: ENG - UKR, 20h45, Donetsk24: SWE - FRA, 20h45, Kiev

Quarta-feira, 20 de Junho de 2012Não há jogos

Quinta-feira, 21 de Junho de 201225: 1A - 2B, 20h45, Varsóvia

Sexta-feira, 22 de Junho de 201226: 1B - 2A, 20h45 , Gdansk

Sábado, 23 de Junho de 201227: 1C - 2D, 20h45, Donetsk

Domingo, 24 de Junho de 201228: 1D - 2C, 20h45, Kiev

Segunda-feira, dia 25 terças, dia 26 deJunho de 2012 não há jogos

Quarta-feira, 27 de Junho de 201229: Vencedor 25 - Vencedor27, 20h.45, Donetsk

Quinta-feira, 28 de Junho de 201230: Vencedor 26 - Vencedor 28, 20h.45, Varsóvia

Sexta-feira, 29, e sábado 30 de Junhode 2012Não há jogos

FinalDomingo, 1 de Julho de 201231: Vencedor 29 - Vencedor 30, 20h45, Kiev

Caledário dos JogosHorário da Alemanha, na Ucrânia mais uma hora

Calendário dos jogos do EURO 2012

Antes de tudo,acredito no poten-cial da nossaequipa e acreditoque tudo farãopara dignificarPortugal e a sua

imagem.Estamos todos ansiosos, lá em

casa, pelo começo do Europeu epelo começo de uma competição,em que os vencedores sejam aque-les que melhor fizerem uso dos seusrecursos físicos, mentais, sócio -desportivos e tácticos. O futebol,como todos os grandes desportos,são manifestações culturais que aju-dam a criar pontes, laços e unirpovos.Alguém vencerá o Europeu. Só osgrandes adversários tornam certasvitorias inesquecíveis.Espero que os nossos jogadores sai-bam e mostrem grandeza em casode vitória mas acima de tudo em ce-nários de derrota.Desejo que os grandes valores do

nosso povo (coragem, espírito desacrifício, combatividade, abnega-ção e criatividade) sejam postos empratica e nos ajudem a alcançargrandes vitórias.Boa Sorte Portugal e, como Madei-rense, Boa Sorte Cristiano Ro-naldo.”Paulo Gouveia, Engenheiro, Global Manager, DHL, Bona

Nós acreditamos em Portugal! No próximo dia 8de Junho, inicia-semais um campeo-nato europeu defutebol para o qualtambém a nossaSelecção, com

algum custo, se apurou, mostrandomais uma vez um grande espírito deluta na recta final do apuramento.O fenómeno do futebol apaixonamuita gente e ao qual eu não sou ex-cepção e estarei a torcer e a vibrarsempre que a nossa Selecção entre emcampo.Espero que tenham um bom desem-penho e se possível, (porque tenho es-peranças e sei que não sou o único)que tragam o título para Portugal.Quando se trata da equipe de todosnós, a nossa Selecção, não há clubes,não há chatices, não há adversários,todos torcemos em prol do mesmoobjectivo.Aos jogadores digo, a comunidademais uma vez, cá estará mobilizadapara os apoiar inconstitucionalmente,retribuam-nos com o título.Força Portugal, a taça é nossa.Fernando Genro, Técnico Famarceuta emembro do Conselho das Comuni-dades Portuguesas, Düsseldorf

„A nossa Selec-ção deve servirde inspiraçãopara todos nós.Em alturas de di-ficuldades sãosempre os actos

heróicos que nos levam a seguirem frente. Espero que os nossos represen-tantes neste Europeu sejam essesmodelos e que nós consigamoscom eles ter muitas alegrias. O nosso grupo vai ser difícil. Evivendo na Alemanha, e tendotantos amigos alemães, o jogocom a Alemanha será de especialemoção. Que na nossa humildade consi-gamos brilhar! Força Portugal!“ Ricardo Schlundt Inglês, Ana-lista de Performance (Perfor-mance Analyst) "IDS GmbH -Reporting and Analysis Servi-ces" em Munique , Munique

No decorrer doEuro 2012 os afi-cionados portugue-ses conseguemtemporariamenteesquecer os proble-mas político-so-

ciais e a preocupação será oresultado da selecção.Estou consciente que os portadoresda camisola com as 5 Quinas reco-nhecem este comportamento muitoespecial dos aficionados e o orgulhoque os portugueses revelam no dia-a-dia para com a nossa selecção emqualquer parte do mundo que se en-contre.Desejo que a nossa selecção se re-vele UNIDA, RESPONSÁVEL,DETERMINANTE e VENCE-DORA.O sucesso da selecção será, no difí-cil momento que o pais vive , umfactor muito importante para a di-vulgação da imagem de Portugal.Luis de Freitas, Bancário, Frankfurt.

Aos nossos gran-des jogadores querepresentam onosso País noEuro 2012 querodesejar muitaforça, humildade,espírito de equipa

e, naturalmente, sorte..Tenho a certeza que cada portuguêsem qualquer parte do mundo iráapoiar a nossa selecção e fazer che-gar toda a energia à Polónia assimcomo à Ucrânia. Os jogadoressabem que têm uma mar de gente atorcer por eles.Vamos a isso!Vamos lutar, vamos em frente, tra-gam a taça! FORÇA PORTUGAL!!! Estamos convosco !Ivo Guedes, músico, Dortmund

Em nome do Rancho Folclórico“Âncora do Mar”, de Rheine, que-remos desejar o melhor para a nossaselecção portuguesa de futebol du-rante a campanha do Euro 2012Esperamos ver a nossa selecção pormuito tempo em campo e, quemsabe, até na final.Os nossos jogadores serão apoiadosaqui em Rheine com as janelascheias de bandeiras; vamos vestir-nos a rigor com as cores de Portugalem frente à televisão a pelos joga-dores e por Portugal.Mesmo que não venham a ser ven-cedores, saberemos que darão tudoo que podiam e que juntarão, maisuma vez, milhões de portuguesesem frente das televisões pelomundo inteiro para gritar pelo nomede Portugal!Gina Andrade & Sara Alves, Estu-dantes e responsáveis pelo grupofolclórico “Âncora do Mar”

Leitores do PORTUGAL POST com mensagem de optimismo

Page 17: Portugal Post, Junho 2012

PORTUGAL POST Nº 215 • Junho 2012 17Euro 2012

O melhor então, é começar-mos pelo princípio. No que tocao campeonato também se aplicao velho refrão: “Portugal não éa Grécia”. Isto porque os gregostiveram muita sorte no sorteio,enquanto aos portugueses cal-hou o grupo mais difícil, comtrês ex-campeões europeus. Oprimeiro é logo a Alemanha, emLviv, no dia 9 de Junho. Não setrata exactamente de uma boanotícia. Nos últimos tempos, aAlemanha tornou-se para Portu-gal naquilo que Portugal é paraa Bósnia-Herzegovina: um pesa-delo. Sempre que há um jogoimportante, são os outros queganham. E também desta vez vaiser complicado. O onze de Joa-chim Löw está ansioso por vol-tar a ganhar um campeonato etem vindo a melhorar de anopara ano. Mas os alemães tam-bém não têm a poção mágica.Será que a nova super estrelaÖzil resistirá à pressão? As le-sões que Schweinsteiger sofreuna última temporada, permitirãoque volte a ser um jogador comqualidades à escala mundial? Oque podemos esperar dos avan-çados Gomez e Klose? Mas ocalcanhar de Aquiles da selecçãogermânica é provavelmente adefesa. Portugal só terá uma hi-pótese se a defesa alemã falhar:a probabilidade é de 25%.

No dia 13 de Junho, Portugaldisputa, igualmente em Lviv, apartida contra a Dinamarca. Naqualificação para o campeonatocontra esta equipa, o onze portu-guês perdeu um jogo e ganhououtro. No fim, no apuramento aselecção lusitana ficou apuradaem segundo lugar atrás daequipa de Morten Olsen. Comoas expectativas para a Dina-marca não são elevadas, a pres-são sobre este onze também éreduzida. Tal como aconteceu há

Luís Figo e Cristiano Ro-naldo afirmam que, desta vez,Portugal pode sagra-se cam-peão. Pessoalmente não tenho acerteza que a selecção, confron-tada com adversários tão difí-

ceis, consiga chegar aos quartos-de-final. Mas, se for o caso, ga-ranto que a minha felicidadeserá tão grande como suponhoque será a dos leitores do Portu-gal Post!

Portugal em vésperasdo Campeonato Europeu

Até onde pode ir Portugal no chamado“grupo da morte”?

O director do Portugal Post pediu-me para comentar aschances de Portugal no Campeonato Europeu de Fute-bol. Eis um verdadeiro desafio! Do mesmo modo pode-ria ter pedido para eu explicar em poucas palavras comosolucionar a crise financeira na Europa. Nada mais fácil!

Marco Bertolaso,

pedir a Pepe que não perca osnervos, e tambem aos restantesjogadores que não cometam fal-tas desnecessárias que só enfra-quecem a própria equipa, comojá aconteceu tantas vezes no pas-sado. E o onze completo temque agir de forma solidária,como uma unidade, o que nemsempre foi o caso nos últimostorneios. O treinador, PauloBento parece ser maishábil do que o seu pre-decessor, Carlos Quei-roz. Mas já estará àaltura de reprodu-zir os sucessosde Scolari?

20 anos, quando, no último mi-nuto, a Dinamarca substituiu aJugoslávia, e acabou por se sa-grar campeã num torneioespectacular. Mas este é o jogoque Portugal tem que ganhar atodo o custo: a probabilidade éde 55%.

Em Kharkiv, no dia 17 deJunho chega a vez dos holande-ses, o terceiro e último adversá-rio no grupo. Mais uma vez, oholandeses surgem com umaequipa muito, muito forte. Bastalembrar os avançados Huntelaare van Persie, goleadores supre-mos na Alemanha e na Ingla-terra nesta temporada. É bomnão esquecer também jogadoresexímios como Robben eSneijder. Por outro lado, nos úl-timos tempos, Portugal tevesorte nas partidas contra a Ho-landa. Não está esquecida ameia-final do Euro 2004 em Lis-boa, nem a “batalha de Nurem-berga” no Mundial 2006 naAlemanha. Resta saber se tam-bém desta vez as coisas vão cor-rer bem: a probabilidade é de40%.

É claro que muito dependedos próprios portugueses. Cris-tiano Ronaldo envergando ascores nacionais, devia final-mente ter o mesmo desempenhoque já tem nos clubes. Se jogarcomo no Real Madrid nesta tem-porada, as probabilidades dePortugal avançar sobem bas-tante. Pessoalmente gostaria de

Chefe do departamento de noticiários da Deutschlandfunk

Page 18: Portugal Post, Junho 2012

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luzes sobre este enigmático canto da Europa, descrever as idiossincrasias que tor-nam único este adorável e, por vezes, exasperante país e procurar explicações,fazendo o levantamento do caminho histórico que levou os portugueses até ondeestão hoje.», avança o autor na nota prévia da obra.Paralelamente, a construção da identidade de Portugal enquanto povo e os váriosestereótipos que (ainda) reinam além fronteiras são abordados e apresentadosatravés de episódios vividos pelo autor ou por pessoas que lhe são próximas. Deleitura obrigatória para todos quantos desconhecem a verdadeira alma lusa, por-tugueses ou não, "Os Portugueses" é uma obra obrigatória, escrita de formaapaixonada por um dos correspondentes mais antigos da imprensa internacionalno nosso país.

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Page 19: Portugal Post, Junho 2012

PORTUGAL POST Nº 215 • Junho 2012 FUTEBOLÊS 19

o “futebolês”, linguagemestereotipada muito utili-zada no meio do futebol,à base de frases feitas ouimagens desgastadas, talcomo o comentam naLíngua de Camões alguns

dos especialistas mais castiços e em-blemáticos da televisão, da rádio e daimprensa jornalística que temos. Me-rece um registo, embora não seja pos-sível ser exaustivo, tal a diversidadee a riqueza do vocabulário que todasas semanas sai da cachimónia de vá-rios peritos e intelectuais da matériaque comentam de viva voz o pontapéna bola que se joga por todos os está-dios em jogos nacionais, internacio-nais e nos jogos de rua entre casadose solteiros. Algumas são autênticosdisparates, outras, apenas, ridículas.

Alguns exemplos desta gíriamuito própria: „Apostado em gan-har“, „averbar uma clamorosa der-rota“, „contra-ataque venenoso“,„denunciar fome de bola“, „denotarsentido de baliza“, „direcionar abola“, „faltou objetividade atacante“,„impedido de penetrar na área adver-sária“, „incidência(s) do jogo“, „in-tenção de flanco“, „milita nosescalões cimeiros“, „moldura hu-mana“, „muita ofensividade“, „posi-cionamento“, „postura em campo“,„prestação“ (em vez de atuação, exi-bição, ou desempenho) ,“rececionar“em vez de receber: „o Futebol Clubedo Porto vai rececionar esta noite noestádio do Dragão o Benfica“, „reten-ção da posse de bola“ (ou „ficar coma posse da bola“) „trabalho ao níveldo entrosamento“, „bola fora“, „pisarna bola“, “entrar de sola“, „dar bola“,„jogar para canto“, “no enfiamentoda jogada”, „coluna do meio“, „ficarna marca de penalty“, etc, etc. Mashá, também, palavras e expressões dofutebolês excelentemente inventadas,que constituem autênticas preciosida-des. O colorido de expressões comopor exemplo: “bola à flor da relva”,“no enfiamento da área”, “cruza-mento largo e tenso”, “pontapé decanto em mangas arregaçadas”, “deunas orelhas da bola”, etc., etc. É amais confrangedora linguagem este-reotipada, que não se sabe se dá pararir, se para chorar, se para fugir.

E muitas outras expressões ba-nais mas engraçadas, do estilo„frango monumental“, “um grandegoleiraço”, „soberbo chapéu“,„meteu a cabeça onde outros nãometem o pé“, „foi ao homem e não àbola“ (ou vice-versa), „virilidade nãopode ser confundida com violência“e ainda outras mais ou menos patus-cas. Além da celebérrima expressão„keké’iss’ó meu?“ (o que é que éisso, ó „meu“?), a que o locutor re-corria sempre que algum jogador

fazia um disparate, insul-tava o árbitro, não acertavacom a bola ou acertava nascanelas do adversário.

Todas elas são expres-sões criadas espontanea-mente por jogadores,técnicos, locutores e adep-tos de futebol para expres-sar significados que nãoconstam nos dicionáriosescolares. O futebolês foipouco a pouco incorpo-rando-se na nossa lingua-gem coloquial e nenhum outro grupode linguagem conseguiu influenciartanto a nossa cultura que pode ser no-tada na linguagem do cinema, da mú-sica, do teatro, da dança, da literaturaclássica, da prosa e até da poesia,quanto o futebol. Viva o futebolês!Viva o desporto Rei!

O futebol é paixão. A paixão na-cional conseguiu produzir uma lin-guagem única na sua forma deexpressão, na qual predominam ter-mos eróticos, culinários, militares efilosóficos. Se o golo é o orgasmo dofutebol, a bola, com certeza, é a mul-her desejada pelo jogador. Aliás, o jo-gador que apresenta bomdesempenho em campo éaquele que tem intimidadecom a bola, que sabetocá-la, beijá-la atéao golo.

Futebol épaixão, mastambém éguerra. E nacompetiçãopela bola,vale tudopara atin-gir o goloantes doadversá-rio. Criartáticas dej o g o ,estratégiasde defesa,marcar o ad-versário, fazerbarreira e man-dar um “torpedo”ou um “canhão” sãoalgumas das palavrasque revelam esta simbolo-gia.

Sem limites a criatividade dosadeptos, dos técnicos, dos jogadorese dos narradores de futebol ultrapassaos limites da imaginação. Nada mel-hor do que a palavra “frangueiro”,que grande “frango” para mostrar queo guarda-redes tem um mau desem-penho. Assim como o termo olé, olé,olé serve para evidenciar lances dedribles com o intuito de provocar afalange adversária.

A linguagem do futebol tambémrecebeu um tempero da culinária. Otermo “cozinhar”, por exemplo, caicomo uma luva para mostrar que a

equipa está retardando deliberada-mente o jogo. Assim como aperitivoé um apelido carinhoso para uma par-tida preliminar e carne assada, paraum jogo amistoso. Termos como “ar-rumar a cozinha” e “cozinhar o jogo”,que significam nomeadamente aper-feiçoar o sistema defensivo e impri-mir ritmo lento ao jogo.

Futebol é filosofia. Em suma, asua linguagem „ao nível“ da „filoso-fia de jogo“ incluí expressões tãoacauteladas como „treino específico“e „concentração competitiva“, „tra-balho por setores“ e „bom índice de

p r o d u -ção ofensiva“, „futebol apoiado“ e„gestão do resultado“. Além da ine-vitável „mecanização“ e dos „auto-matismos“, da „jogada estudada“ ou„de laboratório“, dos „lances de bolaparada“ e dos „cruzamentos ao pri-meiro poste“ ou „ao segundo poste“,do „pontapé intencional“, do „pon-tapé de ressalto“ e dos „remates àqueima“, do „passe rasgado“ e do„excelente pique“, do „corredor cen-tral“ e do „último terço do terreno“,

onde, regra geral, haviauma „floresta de pernas“ eé claro!um „ponta-de-lançamuito desamparado“.

Digamos que, hoje,embora as inovações voca-bulares não sejam muitas,esta linguagem se generali-zou na razão directa dogrande aumento de trans-missões de jogos pelas te-levisões e da eclosão doscanais privados como daSport TV.

Julgo que a ele se devem expres-sões tão lapidares como „correr atrás“ou „ir em busca do prejuízo“, que éaquilo que faz uma equipa que está aperder e se esforça por empatar ouganhar o jogo. Mas a expressão maisdeliciosa é, sem dúvida, aquela do jo-gador que não conseguiu „chutar como pé com que sobe para o eléctrico“,que é o que acontece quando um jo-gador se precipita e chuta com „o péque tem mais à mão“, falha o rematee não consegue „desfeitear“ o guarda-redes.

De resto, é forçoso reconhecerque o comentador „bom de bola“ temde „decidir na hora“ os comentários

a fazer sobre o que se está a pas-sar „dentro das quatro lin-

has“. E é isso, „secalhar“, que o faz ver

um jogador „me-xido“ e „desequi-

librador“ a„ a p a r e c e rsolto“ e a„bater abola emarco e ras-t e i r a “n u m„ l a n c ecorrido“em que asua equipaconseguiu

„sair ajogar“.

C l a r oque, às vezes,

há uma „entradamais impetuosa“

de um adversárioque está a „fazer de po-

lícia“ e não gosta de „ent-regar o ouro ao bandido“ e,

então, resolve „cair em cima“, “en-trar de sola” ou „fazer uma tesourapor trás“.

É o domínio das artes marciaiscom a “pernada” e a “tesoura” que éatingir o adversário com as pernasnum movimento que lembra uma te-soura. E não se fica por aqui, porquenum lance violento pode-se levar um“cacetada”, uma “porrada” ou “entrara matar”. Mas também se usa umalinguagem sensual e feminina como“abrir as pernas” – facilitar para o ad-versário, chamar a bola de “gordu-chinha” e marcar um golo que é o

mesmo que “romper o véu da noiva”. Outros campos lexicais por

exemplo no domínio bélico temos o“artilheiro”, que é o melhor marcadorde golos, o “pontapé-canhão” paraum remate potentíssimo e “armaruma muralha defensiva”. No domíniodos transportes usa-se a “bicicleta”para o movimento do jogador ao pro-jectar-se no ar, de costas para o soloem posiçao semi-deitada e ao corte“carrinho” para o craque prejectando-se no solo deslizando em posiçãosemi-deitada.

Tudo depende do „ângulo depercepção“, mas é muito frequentever „a bola a ganhar velocidade“ ou„a bola a perder-se“ como se fosseum ser vivo, porque o jogador „nãoacreditou“ e „deixou descair a bola“ou deixou-a „sobrar“.

Expressões tão castiças e patus-cas como „futebol aéreo“, „bola bom-beada“, “bola pontapeada”, „pautar ojogo“, “boa jogatona”, “arrancada fe-nomenal”, „criar desequilíbrios“,„tirar o cruzamento“, „fazer a man-cha“, “fazer abertura”, „servir detampão“, „colar aos centrais“, “ir àlinha de fundo”, “rasar a moldura”,“circular o esférico”, “controlo do es-férico”, “queimar a jogada”, “jogar atrinco” , “remate do fundo da rua” ou„o chega para lá“, fazem a glória do„futebolês“ e a delícia de quem oouve. É linguagem „muito puxadapara os flancos“, „bem espremida“ ecom „súbitas mudanças de veloci-dade“ que gosta pouco do futebol„sem espaços“ e „muito sofrido“ quepor cá se joga.

O futebol também foi buscar in-spiração noutros idiomas. O jogadorque não tem posição fixa no jogo, porexemplo, ganhou o nome de libero,palavra de origem italiana que signi-fica jogador que atua livre. Mas a pre-sença de estrangeirismos de origeminglesa no vocabulário técnico do fu-tebol é maior, já que foi na Inglaterraonde se regulamentou e desenvolveuo futebol como hoje conhecemos. Po-demos assinalar: foul (falta), match(jogo, partida), penalty (penalidademáxima), placard (marcador), team(equipa), goal average (média degolos), off-side (fora de jogo, impe-dimento), derby (jogo entre equipasda mesma cidade), etc.

Enfim, o futebol não tem umalíngua específica, mas sim uma lín-gua universal compreendida portodos os povos. Assim, o futebolrompe barreiras entre os povos; é odesporto mais universal e mediáticode todos. É o mais praticado e é tam-bém um dos desportos mais antigos.Daí o fenómeno universal e megaló-mano do futebol. O futebol faz aspessoas felizes e, sobretudo, faz son-har não só as crianças como tambémos adultos.

E, como não queremos „matar ojogo“, só podemos gritar: Viva o „fu-tebolês“!

A linguagem da paixão

... É golo, É golo, É golo É golo É goooolo!Joaquim Peito O futebol, um desporto de massas,

determinou o surgimento de umavariante linguística, com um vocabu-lário particular, que fascina e se in-corpora em todas as camadas dapopulação, independente de variá-veis como sexo, faixa etária e nívelsócio-cultural.

É

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PORTUGAL POST Nº 215 • Junho 201220

Catarina Tavares,Advogada em Portugal

Av. Sidónio Pais, n.º 24, 5º Dto1050-215 Lisboa

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1. Atraso considerável de voo? Nocaso de se verificar um atraso na par-tida do voo de:Atraso Voos2h ou mais até 1.500km3h ou mais intracomunitá

rios com + 1.500kmoutros entre 1.500km e 3.500km

4h ou mais com mais de 3.500km

Os passageiros têm direito, a títulogratuito:* refeições e bebidas, em proporçãorazoável com o tempo de espera;* alojamento em hotel ou outro, se ne-cessário;* transporte gratuito entre o aloja-mento e o aeroporto;* duas chamadas telefónicas/ correioelectrónico.Se o atraso do voo for superior a 5h ese desistir de viajar, o passageiro temdireito a receber o reembolso do custo

do bilhete não utilizado.Os passageiros afectados por atrasosprolongados de voos podem ser equi-parados aos passageiros de voos can-celados, para efeitos da aplicação dodireito a indemnização, podendo,assim, invocar o direito a indemniza-ção, se chegarem ao seu destino final3h ou mais após a hora de chegadainicialmente prevista pela transporta-dora aérea. Todavia, o atraso não confere aos pas-sageiros o direito a uma indemniza-ção, se a transportadora aérea puderprovar que o atraso se ficou a dever acircunstâncias extraordinárias que nãopoderiam ter sido evitadas mesmoque tivessem sido tomadas todas asmedidas razoáveis (caso de condiçõesmeteorológicas, falhas inesperadaspara a segurança do voo, greves).2. Recusa de embarque? Considera-serecusa de embarque num voo aos pas-sageiros que:* Tenham uma reserva confirmadapara o voo;* Se tenham apresentado no balcão decheck-in com a antecedência indi-

cada, por escrito, pela transportadoraaérea, ou na ausência de informaçãoaté 45 minutos antes da hora progra-mada de partida do voo;* Se tenham apresentado na porta deembarque de acordo com a informa-ção prestada.Os passageiros a quem foi recusado oembarque, contra sua vontade, têm di-reito a: 1. receber uma indemnização, novalor de:Indemnização Voos250€ até 1.500km400€ intracomunitá

rios com +1.500kmoutros entre 1.500km e 3.500km

600€ com mais de 3.500km

em determinadas situações e depen-dendo da hora de chegada ao destinofinal, a indemnização pode ser redu-zida em 50%;

2. receber, a título gratuito, refeições

e bebidas em proporção razoável como tempo de espera e, se necessário, aoalojamento em hotel ou outro e trans-porte gratuito entre o alojamento e oaeroporto e também a duas chamadastelefónicas ou telex ou correio elec-trónico;3. receber o reembolso do preço dobilhete apenas nos casos em que de-sistem de efectuar o voo porque estejá não se justifica em relação ao planoinicial da viagem. 3. Cancelamento de voo? Os passa-geiros afectados pelo cancelamentode um voo, têm direito a:1. opção de escolha entre:* o reembolso do preço do bilhete,nos casos em que desistam de efectuaro voo porque este já não se justificaem relação ao plano inicial da viageme* o reencaminhamento, em condiçõesde transporte equivalentes, para o des-tino final na primeira oportunidade;2. receber, a título gratuito, refeiçõese bebidas em proporção razoável como tempo de espera e, se necessário, aoalojamento em hotel ou outro e trans-

porte gratuito entre o alojamento e oaeroporto e também a duas chamadastelefónicas ou telex ou correio elec-trónico;3. receber uma indemnização, novalor de:Indemnização Voos

250€ até 1.500km400€ intracomunitá

rios com + 1.500kmoutros entre 1.500km e 3.500km

600€ com mais de 3.500km

em determinadas situações e depen-dendo da hora de chegada ao destinofinal, esta indemnização pode ser re-duzida em 50%.

Nota Importante: a indemnizaçãonão será devida aos passageiros se:ti-verem sido informados do cancela-mento e/ ou a transportadora aéreaoperadora do voo puder provar que ocancelamento se ficou a dever a cir-cunstâncias extraordinárias.

Conheça os seus direitos de passageiro em caso de atraso prolongado, recusa de embarque ou cancelamento de voo

Michaela Ferreira dos Santos

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PORTUGAL POST Nº 215 • Junho 2012 21

3José Gomes Rodrigues

[email protected]

Trabalho precário ou a lei dos 400 €

Ex.mos senhoresTenho lido com interesse a vossa

rubrica social. Tem-me retiradasmuitas dúvidas o que muito agra-deço. O meu marido tem recortadotodas essas informações e tem-nastodas arquivadas guardando-as commuito cuidado no seu pequeno cantodo quarto, que funciona como escri-tório.

Eu continuo a fazer alguns tra-balhitos ou “minijobs”, que, todossomados, não ultrapassam os 400 €mensais, já que tenho de cuidar dosmeus dois filhos e dos trabalhos decasa. Gostaria de saber algo maissobre os descontos para reformadeste tipo de trabalho, em especial econforme as novas leis que entrarama vigorar no inicio do ano.

Leitora devidamente identificada

Caríssima compatriotaEstamos reconhecidos pela confi-

ança que tem depositado no nosso tra-balho. Continue sempre a querermanter-se informada. Vamos dar-lhe,com prazer, as informações que nossolicitou.

Desde 1 de Janeiro de 2012 tor-nou-se mais vantajoso pagar os res-pectivos descontos para o seguro dereforma para quem trabalha, usu-fruindo um ordenado reduzido ouseja, não ultrapassando os 400 € men-sais. Como as contribuições para a re-forma baixaram de 19,90% para19,60% então os descontos a pagar di-minuíram também para este tipo deemprego que, de 4,9% passaram a serde 4,6% a contribuição para o segurode pensões. Para melhor visualizaresta contribuição social, aqui junta-mos uma pequena tabela dum possí-vel ordenado mensal com e osrespectivos descontos para caixa depensões:

Além da possibilidade duma fu-tura reforma e, conforme o tempo ne-cessário de seguro, poderá aindausufruir das seguintes regalias sociais:

* Direito a uma reabilitação da saúde(termas); * Em caso de acidente ou incapaci-dade total ou parcial poderá beneficiarigualmente duma pensão de invali-

dez;* Poderá ver elevado o valor da suareforma ao chegar à idade;* Convém recordar que o empregadorcontinuará a descontar 15% à caixa dereformas.

Queira aceitar as nossas sauda-ções amistosas, extensivas ao seu es-merado e cauteloso marido.

Reforma por inteiro mesmo aos 65 anos

Ex.mos senhoresEm toda a Europa procura-se

atrasar a idade de reforma. Lembroainda que colegas e amigos meus emPortugal foram reformados aos 51anos ou aos 55 anos. Agora estamosa pagar essa factura exigida pelaTroika, além de outras facturas quea função pública nos legou. Estive-mos adormecidos ou adormeceram-nos. Vivemos convencidos que oestado era uma grande inesgotávelfonte de rendimentos e que nunca seesgotaria. Esquecemo-nos completa-mente que essa caixa, vinha do povoera do povo e deveria ser usada so-mente com toda a responsabilidadepara o bem e ao serviço do povo. Dei-xamo-nos simplesmente embalar eenganar pelas lindas palavras retó-ricas dos políticos, para estes conqui-starem o poder sobre o povo, sobrenós Desculpem este desabafo quenão foi intencionado.

Aqui na Alemanha, como o PPnoticiou, já a idade dos 67 anos en-trou em vigor. Mas será que haveráainda alguma possibilidade de entrarna reforma aos 65 anos mas sem oscortes?

Leitor devidamente identificadoCompatriota amigo

Damos toda a razão também àssuas anteriores afirmações no que serefere a Portugal. Sempre faltou osentido de co-responsabilidade no que

respeita à caixa pública, comose esta existisse sem os seuscontribuintes e fosse uma fonteinesgotável. Tudo isso foi feitocom o aval de todos os gover-nos e cores políticas. Não ne-cessita de pedir desculpas. Assuas afirmações são infeliz-

mente uma realidade, sendo um apeloa uma maior ética e moralidade queos políticos devem possuir e transpa-recer não só antes das eleições masapós as eleições e durante os seusmandatos. Portanto, esteja à vontade!

Como relatámos numa das últi-mas edições do PP, a idade normal daspensões passa gradualmente, desdeJaneiro do presente ano de 2012 e até

2029, dos 65 anos para os 67 anos deidade. Isto significa que, para quemtenha nascido depois de 1946, estessegurados terão de esperar maisalgum tempo até que possam usufruirda totalidade da sua pensão. Os que ti-verem nascido em 1947 terão de re-trasar um mês a sua pensão, a partirde 1959 terão de esperar dois mesespor cada ano. Para os que tenham nas-cido a partir de 1964 receberão assuas reformas normais somente aos67 anos, sem os devidos cortes.

Contudo, poder-se-á ainda usu-fruir a pensão aos 65 anos, desde que,na altura do requerimento, preenchasas seguintes condições:* Tenham nascido depois de 1946;* Que tenham completado os 65 anose* Tenham somado 45 anos de seguroobrigatório ou outros tempos reconhe-cidos para o efeito. O tempo de de-semprego não conta para este efeito.

Mais se informa que qualquerpergunta sobre a reforma podeis di-rigi-la por telefone através do número0800100048013, indicando todos osseus dados necessários para uma in-formação o mais exaustiva possível.Receberá as respostas que pretender.Este numero de telefone é gratuito.

Trabalho remunerado e as diversas reformas

Ex.mo senhor DiretorCada vez mais se recebe menos

de reforma. Com os ordenados míni-mos que as empresas estão a pagar ecom o contingente de pessoas que re-ceberam e continuam a receber oapoio social ao desemprego (HartzIV) não há outra coisa a esperar senão houver uma nova estruturaçãoda legislação de reformas. Queiram-nos informar sobre as possibilidadesde complementar a reforma com umpequeno trabalho. Haverá algumaalteração da lei em vista? se sim qualou quais. Desde já mais uma vezobrigado pela vossa resposta.

Leitor devidamente identificadoCaríssimo leitor

Tem razão no que afirma, poiscada vez há mais jubilados nas idadescompreendidas entre os 60 e os 65anos que, por terem decidido ou teremsido obrigados por doença a optarempor uma reforma antecipada, recebemuma aposentadoria mínima. Por outrolado, a actual legislação do sector nãopermite ainda ganhar o suficiente deforma a aumentar os seus recursos fi-nanceiros. Esta situação contemplaquase nove milhões de pensionistas,tal é o actual número dos reformados

nesta situação. Em média a cada reformado é-lhe

retirado da sua reforma a quantia de117 € mensalmente, que é a factura apagar por terem optado pela reformaantecipada. Por cada mês que ante-cipa a sua reforma é-lhe cortado0,30% da pensão e duma forma defi-nitiva até que a morte os separe dosvivos.

Legislação sobre ganhos complementares e pensão

Conforme a legislação em vigor,somente depois dos 65 anos de idadeé que os jubilados poderão trabalharlivremente e auferir um ordenado semlimites. Deste ordenado serão obriga-dos a pagar parcialmente os impostose de descontar para a segurança so-cial. Os mais jovens poderão ganharmensalmente até 400 € sem que lheseja diminuída a sua reforma. Até doismeses por ano é-lhes ainda permitidoganhar 800 € mensais, mas só, e repe-timos, por dois meses no ano, sem so-frer qualquer corte no quantitativo dasua reforma.

Quem muito ganha pode ver a suareforma diminuída até um terço, istoé válido para os que ultrapassam o or-denado mensal de 400 €. Exemplifi-cando: um indivíduo que receba umareforma antecipada no valor total de1.200 € mensais e que acumule comum ordenado de 401 € mensais, rece-berá apenas dois terços da aposenta-doria. Em vez dos 1.200 € ser-lhes-ãoenviados para a sua conta pela Caixade Pensões a quantia de 800 €, du-rante o tempo em que tenha aquele or-denado.

Quanto maior for o ordenadomensal, tanto mais lhe é encurtada areforma, ou seja, para um terço oumetade, podendo até atingir o corte dasua totalidade.

A máxima válida é: quem recebermetade do ordenado, receberá meiareforma, quem receber três partes deordenado, receberá um terço da re-forma até que se aplique um cortetotal.

Este procedimento é complicadoe isento de qualquer atracção o quefaz com que haja poucos reformadosque se aventuram a trabalhar ultrapas-sando essa fronteira de ganhos possí-veis. Actualmente são uns 3.000enquanto os que preferem um “mini-job” ou seja, que não ultrapassem os400 € mensais ultrapassam o meiomilhão de indivíduos pré-reformados.

Planos para quem acumula a pensão com um trabalho

Num futuro não muito longínquoo pré – reformado, antes de atingir areforma por idade legal, poderá gan-har mais, sem o receio de perder a suareforma. A soma da reforma e do or-denado não poderão ultrapassar o or-denado que obtinham quando seencontravam na vida activa. Quandoesta quantia somada à reforma ultra-passar o ordenado que anteriormenteusufruíam, então sim que lhe será re-tida reforma mas percentualmente deforma a repor o ordenado que auferiaanteriormente. O problema coloca-seaos que antes da reforma tinham jáum ordenado mínimo e mal pago.Estes não irão beneficiar da legislaçãoque ainda está na forja, a não ser queos legisladores tenham ainda em con-sideração esta realidade. Repetimosque estas são simplesmente algumasconsiderações do actual governo es-perando vir a ser devidamente apro-vada.

Ainda dentro duma estruturaçãode reformas há forças políticas res-ponsáveis no governo por este sectorsocial que defendem uma reforma mí-nima extensiva a todos os concida-dãos. Esta seria em parte suportadapelo Estado. Algo se vai mexendonesta matéria e esperamos que hajamaior responsabilidade, mais justiçasocial e uma maior solidariedade. Quese passe das propostas!

+++À margem+++

Aumento das reformas a partirde 1 de Julho 2012

As reformas aumentarão este anoa partir do mês de Julho para os 20,5milhões de reformados o correspon-dente a 2,3% da pensão, sendo de3,2% para os que vivem nos assimchamados novos estados (antigaRDA).

6000.000 famílias sem energiaelétrica na Alemanha

A espantosa subida do gás e daelectricidade colocou milhares de fa-mílias na Alemanha perante gravesproblemas financeiros, provocandoaté o corte de energia. Só em 2010esta situação atingiu na Alemanha600.000 agregados familiares. Na Re-nania do Norte e Westfalia foram120.000 as famílias que viram corta-das a sua energia eléctrica. Estesdados tem sido alarmantes e com ten-dência a crescer, tal é a descida ríspidado poder de compra das pessoas. Ape-sar do trabalho remunerado, este tem-se mostrado cada vez maisinsuficiente para acorrer a todas as ne-cessidades fundamentais duma famí-lia.

•Trabalho precário ou a lei dos 400 € • Reforma por inteiro mesmo aos 65 anos • Trabalho remuneradoe as diversas reformas • Legislação sobre ganhos complementares e pensão • Planos do governo parao futuro no sector de pensões  • Informações úteis

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PORTUGAL POST Nº 215 • Junho 201222

Embaixada de PortugalZimmerstr.56 10117 Berlin

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de expediente): 0171 - 9952844

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Buschstr 7 20354 - Hamburgo

Tel: 040/3553484

Consulado-Geralde Portugal em Dusseldorf

Friedrichstr, 20 40217 -Dusseldorf

Tel: 0211/13878-12;13

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Königstr.20 70173 Stuttgart

Tel. 0711/2273974

Conselho das ComunidadesPortuguesas:

Alfredo Cardoso,Telelefone: 0172- 53 520 47

[email protected]

Alfredo StoffelTelefone: 0170 24 60 [email protected]

José Eduardo,Telefone: 06196 - 82049

[email protected]

Maria da Piedade FriasTelefone: 0711/[email protected]

Fernando GenroTelefone: 0151- 15775156

[email protected]

AICEP PortugalZimmerstr.56 - 10117 Berlim

Tel.: 030 254106-0

Federação de EmpresáriosPortugueses (VPU)

Hanauer Landstraße 114-11660314 Frankfurt

Tel.: +49 (0)69 90 501 933Fax: +49 (0)69 597 99 529

Federação das Associações Portuguesas na Alemanha

(FAPA)www.fapa-online.de

Postfach 10 01 05D-42801 Remscheid

Endereços Úteis

AgendaTome Nota

As informações sobre os eventos a divulgar deverãodar entrada na nossa redacção até ao dia 15

de cada mês Tel.: 0231 - 83 90 289 Fax :0231-8390351 Email: [email protected]

IMPORTANTEÀs associações, clubes, bandas , etc.. Citações do mês

"Não posso dar-me a quem me não sabe prender." Natalie Barney ,

"As quedas de algumas mulheres justificam-nas alguns maridos."Camilo Castelo Branco

JUNHO 2112

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2.06.2012 – DÜSSELDORF –Festa Portuguesa de Verão. OpenAir. Local: Bürgerhaus Benrath,Telleringstr. 56, 40597 Düsseldorf.Início: 15h00

2.06.2012 – OFFENBACH - Ani-mação no restaurante Casa Portu-guesa com o organista/cantor Filipe.Local: Waldstrasse 40 -63065

2.06.2012 e 03.06.2012 – HAM-BURGO - Comemorações do diade Portugal, Camões e das Comuni-dades Portuguesas no Völkerkunde-museum (Museu de Etnologia) deHamburgo, Rothenbaumchaussee64, 20148 Hamburgo, com a cola-boração e participação do Consu-lado-Geral de Portugal emHamburgo.

2.06.2012 – MILTENBERG -Inauguração oficial do Centro Por-tuguês de Miltenberg com a pre-sença do Cônsul-Geral de Portugalde Estugarda do Burgermeister deMiltenberg. Início: 18h00. Local:Fahrweg 41, 63897 Miltenberg

3.06.2012 -ESTUGARDA - Dia deconvívio com grelhados à modaportuguesa. Início: 12h00. Local:Katholische Heimgarten na Würt-tembergstraße. (Linha do Bus 61Untertürkheim direccao a rotenbergsaida na paragem (ASPEN). Org.Clube Filatélico Português

3.06.2012 – MILTENBERG – Diada Porta Aberta no Centro Portu-guês de Miltenberg. Início: 10h00.Local: Fahrweg 41, 63897 Milten-berg

9. 06. 2012 – LÜBEK - um 18 Uhrmöchte der neue Präsident des Lan-desverbandes, Herr Jan-Taken deVries aus Scharbeutz alle Mitglie-der der DPG sowie alle an der DPGInteressierten zu einem Treffen inlockerer Runde in das "Café Al-garve", Große Burgstraße 31, 23552Lübeck, einladen.Im Anschluss besteht die Möglich-keit, die Begegnung Deutschland-Portugal (Anstoß ist um 20.45 Uhr) im Rah-men der Fußball-Europameisters-chaft 2012 im Café zu sehen undden Abend fröhlich ausklingen zulassen.Anmeldungen erbeten unterE-Mail: [email protected], Tel.:04503 / 88 86 84Deutsch Portugiesische Gesells-chaft / LV Hamburg/ SchleswigHolstein

9.06.2012 – RHEINE – GrandeFesta para acompanhar o jogo defutebol entre Alemanha vs Portugal.À noite: DJ Ricardo Gomes. Início:17h00. Local: Associação Portu-guesa de Rheine, Stovernerstr.47,48431 Rheine

12.06.2012 – BERLIM CarlosBica & Norberto Lobo | Jazzkon-zert. Local: Altes FinanzamtSchönstedtsr. 7 - R/C12043 Berlin-Neukölln

12.06.2012 – BERLIM - Apresen-tação da tradução para alemão daobra "Jerusalém" de Gonçalo M.Tavares na sede da Representaçãoda União União Europeia, em Ber-lim, pelas 19 horas.

Até 12.06.2012 – HAMBURGO -A pintora alemã Erdmute Blach ins-pirou-se no compositor portuguêsAmílcar Vasques Dias para umasérie de novos trabalhos sobretemas musicais que estão patentesao público até 12 de de Julho, noConsulado de Portugal em Ham-burgo, na Buschstr 7.

23.06.2012 – OFFENBACH -Grande noite de S.João com ogrupo Beto e Victor. Local: Restau-rante Casa Portuguesa, Waldstrasse40, 63065 Offenbach

Euro 2012 no C.O.P: - Groß Ums-tadt – O Clube Operário Portuguêstransmite todos os jogos de Euro emdirecto no salão e esplanada emecrã gigante.Clube Operário Portugues, Georg-August-Zinn-Straße 68, D-64823Groß-Umstadt

Page 23: Portugal Post, Junho 2012

PORTUGAL POST Nº 215 • Junho 2012 Serviço 23Anunciadas após o encerramento dos postos consulares em Os-nabrück e Frankfurt / M, aí estão as permanências consularesprometidas pelo Governo.

As permanências funcionarão em todas as áreas consularescom a deslocação de técnicos dos consulados a localidades pre-viamente escolhidas e, na maioria dos casos, os utentes serãoatendidos em associações ou em missões católicas onde estarãotécnicos munidos de equipamento apropriado. Em termos ge-rais, as permanências consulares poderão realizar quase todos os actos consu-

lares, evitando grandes deslocações dos utentes aos postos. Umadas vantagens destas permanências é todos os portugueses, in-dependentemente de residirem noutra área consular, podem veros seus assuntos resolvidos nas permanências consulares quevão realizar-se nas cidades que divulgamos nesta página.

As permanências consulares vão poder facilitar a vida amuitos utentes. Não só por isto que, a funcionarem em pleno,poderão contribuir para uma melhoria dos serviços consulares

prestados aos portugueses.

Mapa das permanências consulares na Alemanha

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Consulado Geral de Portugal em Hamburgo - Permanências Consulares 2012

OsnabrückLocal: Centro Português de Osnabrück, Bünderstr. 6 49084 Osnabrück Datas: 15 de Junho 29 de Junho 13 de JulhoHorário: 10.00-15.00 h 10.00-15.00 h 10.00-15.00 h

NordhornLocal: Centro Português de Nordhorn Heideweg 13 49529 Nordhorn Datas: 23 de JunhoHorário: 10.00-15.00 h

CuxhavenLocal: Centro Cultural Português Präsident-Herwigstr. 33-34 27472 Cuxhaven Datas: 7 de JulhoHorário: 10.00-15.00 h

Consulado Geral de Portugal em Düsseldorf - Permanências Consulares 2012

MünsterLocal: Missão Católica Portuguesa Beelerdstiege 3 48143 Münster Datas: 26.06.2012 25.09.2012 27.11.2012Horário: 9.30-15.00 h

MindenLocal: Centro Português de Minden Memelstr.6 32423 Minden Datas: 14.06.2012 13.09.2012 15.11.2012Horário:

MeschedeLocal: Associação Portuguesa de Meschede Hennestrasse 12 59872 Meschede Datas: 21.06.2012 20.09.2012 22.11.2012Horário:

Consulado Geral de Portugal em Estugarda - Permanências Consulares 2012 (por marcação)

Local: Missão Católica Portuguesa, Marienstrasse, 38, 63069 Offenbach Datas: Mensal, 1.ª sexta-feira de cada mês Funcionário responsável: Francisco Duarte, tel.:0711 / 22739 72

Local: União D. Portuguesa de Mainz E. V Mombacherstr, 38, 55122 Mainz Datas: Mensal, 2.ª sexta-feira de cada mês Funcionário responsável: Elisabete Marques, tel.:0711 / 22739 79

Local: Associação Portuguesa de Desportos, Pariserstr.117 67655 KaiserslauternDatas: Mensal, 3.ª sexta-feira de cada mês Funcionário responsável: Fernanda Silva, tell.: 0711 / 22739 77

Local: Missão Católica de Munique, Landsbergerstr. 39 80339 MuniqueDatas: Mensal, 4.ª sexta-feira de cada mês Funcionário responsável: Eugénia Santos, tel.: 0711 / 22739 75

Local: Missão Católica de Nuremberga, Pirckheimerstr.. 12 90408 NurembergaDatas: Mensal, 1.ª terça-feira de cada mês Funcionário responsável: Isabel Popin, tel.: 0711 / 22739 79

Local: Rathaus (Câmara Municipal) Hohgarten 2 78224 Singen Datas: 2.ª terça-feira de cada mês Funcionário responsável: Helena Fernandes 0711 / 22739 72NOTA - nos dias feriados, a permanência consular realizar-se-á no dia útil seguinte

Page 24: Portugal Post, Junho 2012

PORTUGAL POST Nº 215 • Junho 201224

poesias de amore de outros sentires

Passar o Tempo

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Receitas CulináriasSaúde e Bem estar

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Para limpar o forno de microondas, coloque uma vasilha com água e ligue noforno por 2 minutos. Passe um pano ou papel toalha e seque em seguida.

Amizades & Afins

Nota:Os anúncios para este espaço devem ser bemlegíveis e dirigidos ao jornal devidamenteidentificados com nome, morada e telefonedo/a anunciante.O custo para anunciar neste espaço é de17,50. Aqueles que têm resposta ao jornal,o custo é de € 27,50.+ Informações: 0231-8390289

SENHOR59 anos a residor da Alemanha (NRW),livre, não fumador, deseja conhecer se-nhora entre os 49 e 59 anos idade parafins de amizade.Resposta a este jornal Refª 0103

RIR

DICA

Asma Bacalhau à moda da avó

Queria Ver as HorasPorque furtou o relógio a esta senhora? — Queria ver as horas. — E não podia perguntar-lhe? — Podia. Mas eu sou muito tímido com as mulheres....

CAVALHEIROReformado, 70, 1,65 cm, viúvo, decente,não fumador a residir na Alemanha, pro-cura Senhora de bom carácter, de preferên-cia viúva, para construir futuro de vida adois.Resposta/carta a este jornal Refª 0106

SENHORA, 63 anos, residente na Alemanha, zona deFrankfurt, divorciada, extrovertida e alegre,vida organizada, gostava de conhecer se-nhor educado entre os 65-70 anos, com al-tura: 1,70 ou 1,75 m, elegante e com vidaorganizada que resida no Estado do Hes-sen.Resposta a este jornal: Refª 0205

Se sou amado,quanto mais amadomais correspondo ao amor.

Se sou esquecido,devo esquecer também,Pois amor é feito espelho:-tem que ter reflexo.

Pablo Neruda

A asma é uma enfermidade que se ca-racteriza por episódios de dificuldaderespiratória, acompanhada por umasensação de sufocamento, devido aum estreitamento geral das vias respi-ratórias dentro dos pulmões, além deprovocar uma frequente e violentatosse que tem a finalidade de expulsara mucosidade acumulada nos pul-mões. O estreitamento das vias respi-ratórias deve-se a três factoresprincipais:a. O músculo bronquial ao redor decada via respiratória se contrai ocasio-nando um sufocamento ou espasmo,e que o impede que se possa respirarcom desenvoltura.b. Acúmulo de mucosidade nos con-dutos aéreos.c. Inflamação dos revestimentos bron-quiais ou uma combinação dos trêsitens.

OS SINTOMAS são: opressãono peito, tosse e dificuldade para re-spirar, tendo que auxiliar-se, em al-guns casos graves, combroncodilatadores e oxigénio extra.

AS CAUSAS são: alergias, arcontaminado, infecção respiratória,stress e ansiedade os quais podemproduzir um espasmo (contracção in-voluntária) dos músculos que rodeiamos brônquios, não permitindo a en-trada de ar nos pulmões.

O TRATAMENTO sugerido:manter um ambiente familiar e de tra-balho adequados, já que o stress e atensão emocional influem muitosobre a asma. Procurar permanecertranquilo e num lugar ventilado. Inge-rir muito líquido, já que isso afrouxaa mucosidade nos pulmões. Pôr água

bem quente numa vasilha e despejaruma colher de loção balsâmica deAloé Vera misturada com eucalipto.Cobrir a cabeça e a vasilha com umatoalha e respirar os vapores. Istoafrouxa o muco e dilata os brônquios.

Além disso, recomenda-se fazeruma mistura de loção balsâmica deAloé com eucalipto, gel de Aloé e ex-tracto activador de Aloé, e com essamistura esfregar o peito e as costas,para que o efeito do Aloé desinflamee ajude na penetração do eucalipto,que é um óptimo broncodilatador.

Logo após, junte a esta misturaum pouco de mel de colmeia e tomevárias vezes por dia, sobretudoquando se apresenta um ataque deasma. Ingerir própolis de abelha, como fim de prevenir e eliminar quaisquerinfecções pulmonares, as quais sãomuito comuns na asma. Já que umadas causas da asma é as alergias, e oAloé Vera é muito antialergénico. Érecomendável que se tome váriasvezes por dia durante os ataques agu-dos.

Relaxamento: é de grande ajudaque o asmático aprenda a relaxar, jáque isto será benéfico na hora queacontecer um ataque de asma. A ten-são aumenta a contracção dos múscu-los do peito, trazendo maisdificuldade para respirar. A respiraçãolenta e profunda é muito benéfica edeve ser praticada junto com os exer-cícios de relaxamento. O exercício émuito importante, principalmente anatação, por que este ajuda muito ascrianças e jovens a fortalecerem osmúsculos da caixa torácica, trazendoassim uma boa oxigenação.

Número de portugueses até ao dia 16 deMaio 2012, às 11h50: 10,742,704

Para 4 Pessoas700 g de bacalhau2 dentes de alho2 cebolas1,5 kg de batatinhas novasÓleo para fritar Sal, pimenta e colorau qb.2 dl de azeiteSalsa picadaPão ralado qb.Alho picadinho

Demolhe o bacalhau e leve-o ao lume a cozer; depois escorra-o, limpe-o depeles e espinhas e lasque-o grosseiramente. Descasque e pique os dentes dealho. Descasque as cebolas e corte-as às rodelas finas.Descasque as baratinhas, lave-as e escorra-as; leve-as a fritar em óleo quente,escorra-as de novo e tempere-as com sal, pimenta e colorau. Num tacho, leveao lume o azeite, junte-lhe os dentes de alho, picados, e, pouco depois, as rodelasde cebola; mexa, deixe refogarem até começarem a querer alourar e retire.Num recipiente que possa ir ao forno, misture tudo e espalhe sem calcar. Pol-vilhe com uma mistura de pão ralado, salsa e alho, picados finamente. Leve aoforno forte até alourar e sirva de imediato.

200g de couve galega cortada em caldo-verde 500g de batata; 50g de chouriço1 cebola 2 dentes de alho 1,5L de água 1 decilitro de azeite Sal

Coza as batatas descascadas com a cebola, o chouriço e os dentes de alho emlitro e meio de água temperada com o sal e metade do azeite. Retire o chouriço, esmague tudo o resto e leve novamente ao lume. Assim queestiver a ferver adicione a couve. Deixe cozer com o recipiente destapado só o tempo suficiente para a couve dei-xar de saber a crú. Verifique o tempero e adicione o resto do azeite. Corte o chouriço em rodelas,distribua-as pelos pratos e regue com o caldo-verde.Nota: Se a couve for muito dura, escalde-a com água a ferver e passe-a em se-guida por água fria.

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Page 25: Portugal Post, Junho 2012

PORTUGAL POST Nº 215 • Junho 2012 25Vidas

Pedimos aos leitores que nos en-viam correspondência para estarubrica para não se alongaremmuito nos textos que escrevem.Reservamos o direito de conden-sar e de trabalhar os textos quenos enviam.Obrigado.

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Caros Senhores,Já uma vez enviei para aí um

história que ainda não publicaram.Como já passou algum tempo epenso que nunca mais será publi-cada, resolvi enviar uma outra naesperança de ser considerada.

A história de um meu amigoque aqui transcrevo é um caso quepoderia acontecer a qualquer umde nós.

Ele ficou viuvo quando o con-heci. Na altura ele ainda não tinhacinquenta anos e eu já caminhavapara os 55. Encontrara-se assim deum momento para outro viúvo esem filhos. Como era ainda umhomem novo, pensava em casaruma segunda vez com uma mulherque ele tinha conhecido numa via-gem de avião quando ele tinha re-solvido fazer umas férias no Brasilem casa de uns parentes.

Isto tinha-me dito ele logo noinício das suas férias no Brasil.

Ele partiu de Frankfurt e malsabia que aquela viagem iria tor-nar-se num tormento da sua vida.

O voo para o Brasil era da Tap.Primeiro voou para Lisboa, mudoude avião e seguiu para o Brasil. Abordo sentou-se ao lado de uma se-nhora muito distinta, elegante e um“mulherão”, disse-me ele numamensagem que me deixou no Fa-cebook.

Naturalmente que numa via-gem que demora algumas horas aconversa com o vizinho do lado éinevitável – e foi isso que aconte-ceu. Ele botou conversa com o tal“mulherão” e houve ali uma quí-mica entre os dois. Disse-me quehouve uma ligação inexplicável.

Diga-se que o meu amigo nãoé um homem por aí além. Querodizer, não é nada atlético nem temdotes físicos com que faça umamulher abrir a boca e exclamarUau!. Nada disso. É uma pessoanormal que passa normalmente porqualquer lado sem ser notado.

Mas o destino às vezes temdestas coisas e surpreende-noscom coisas que nunca esperamos.

Chegados ao Brasil, o meuamigo e a sua companheira de via-

gem tinham a impressão que já seconheciam há muito. São daquelasimpressões que às vezes nos acon-tece com pessoas que de repenteficam ligadas a nós sem que perce-bamos muito bem os seus motivos.

Adiante.Os dois tinham, como é óbvio,

destinos diferentes no Brasil.Combinaram fazer o que tinham afazer muito rapidamente e encon-trarem-se no Rio para passar as fé-rias em conjunto.

Assim fez o meu amigo. Fezuma visita de dois ou três dias aosseus parentes muito afastados evoltou a encontrar-se com a mul-her que tinha conhecido no avião.

Eu sabia dos seus passos por-que ele falava comigo via Face-book e contava-me a sua aventura.

O meu amigo não é e era pes-soa de posses. É uma pessoa simp-les com uma simples profissão. Odinheiro que ele tinha poupadopara a viagem ao Brasil não erammais de 3.000 euros. Aliás, era oque ele tinha no banco. O funeralda sua esposa tinha custado muitodinheiro porque tinha trasladado ocorpo para Portugal.

Pelo seu lado, a mulher que eletinha conhecido pertencia a umacamada superior. Casada com umempresário que tinha negócios noBrasil, ela fazia vida cara e a diá-ria dos hotéis que frequentavaquase metade daquilo que era osalário mensal dele.

Isto para dizer que, apesar denão ser ele a pagar o hotel onde seinstalou no Rio de Janeiro, os seus3000 euros evaporaram-se numabrir e fechar de olhos.

Perante esta situação, ele viu-se forçado a dizer-lhe que tinha departir para a Alemanha porque es-tava sem cheta e que se sentia malestar ali às suas custas.

Ela disse-lhe para não se preo-cupar. Pediu-lhe muito para restare cumprir os seus dias de fériascomo tinha planeado.

Escreveu-me a contar issomesmo e disse que tinha aceite oconvite dela para estar ali naquelelugar de luxo a fazer férias à conta

dela.Disse-me ainda que lhe tinha

dito que já não tinha dinheiro nen-hum e que já tinha esgotado o“dispo” da sua conta.

Ela tornou a dizer –lhe paranão se preocupar.

Assim aceitou viver com ela ecom o seu dinheiro.

Entretanto tinha passado maisde um mês e eu nunca mais tivenotícias dele. Achei estranho o seusilêncio. A nossa amizade faziacom que não tivéssemos sem falarmais do que uma semana.

Ia todos os dias ao Facebookna esperança de o encontrar. Masnada

E o tempo passou. Um mês etal depois da nossa última con-versa comecei a ficar preocupado.

De vez em quando também iaa casa dele. Batia à porta...e nada!Telefona-lhe para o telemóvel;chamava e ninguém atendia.

Até que um dia recebi emlongo email dele que aqui repro-duzo:

Caro amigo António,Já há muito tempo que nada

sabes de mim e não te tenho dadonotícias. Como sei que te preocu-pas comigo, escrevo-te para te darconta da minha situação.

Já há muito tempo deveriaestar na Alemanha, até porque asférias já há quase dois meses queterminaram e, sinceramente, tam-bém não sei se perdi o trabalhopor não ter comparecido. Devo terna caixa de correio aí na Ale-manha a carta de despedimento daempresa, o que vai ser e é umagrande chatice. Nas condições emque me encontro chegar aí e nãoter trabalho será muito mau. Ecomo devo ter sido despedido comjusta causa acho que não vou terdireito ao subsídio de desemprego.

Mas isso veremos quando che-gar aí.

O meu problema é esse: sechegar aí.

O bilhete de avião de retornojá há muito caducou. Encontro-menuma situação desesperada aquino Rio de Janeiro.

Como sabes, aquela mulher deque te falei largou-me quando omarido a veio buscar estava eu noquarto com ela.

Aconteceu assim: estávamosno quarto do hotel, seriam umas11h00, quando bateram à porta.Eu fui abrir e deparei-me com umhomem assim da minha idade masmuito bem vestido. Era português.Perguntou se a R... estava pre-sente, olhei assim meio-parvo parao homem e disse Um momento quevolto já. Avisei a minha amanteque estava ali um homem que aqueria ver e, depois de ela ter es-tado a falar com ele, veio ter co-migo para me dizer se eu não meimportava de sair do quarto e es-perar por ela lá em baixo.

Vesti-me nas calmas e saí.Dirigi-me ao bar do hotel e lá

fiquei durante algum tempo, umahora e tal, por aí.

Quando desesperava, vi-a des-cer das escadas aprotanda paraviajar, com malas feitas que umpajem trazia e as levava para o ex-terior do hotel.

Veio ter comigo e, ao entregar-me um envelope, disse Lamento efoi-se sem mais, exactamenteassim, sem mais palavras.

Meio confuso, abri o envelopee li o seguinte: Olá, desculpa mastenho de ir. O homem que bateu àporta é o meu marido. Estive afalar durante este tempo todo comele e chegámos à conclusão que eudeveria ir com ele, voltar para afamília.

Nada mais tenho a dizer-te.PS. O quarto está pago até de-

pois de amanhã. Podes ficar nele.Foram com estas palavras que

resolveu aquela situação. Eu,ainda mais confuso, augurandonada de bom para mim, subi aoquarto e encontrei em cima da me-sinha de cabeceira um envelopeque tinha dentro 100 Reais

Atirei-me para a cama desfeitoem desespero e a rogar pragas. Depremeio insultava-me a mimmesmo por ter acreditado numa si-tuação que só poderia acabar da-quela maneira.

Conclusão, fiquei no quartoaté ao dia em que estava pago edepois, apenas com os cem Reaisno bolso, dirigi-me para o aero-porto na tentativa de apanhar umvoo para a Alemanha.

Nada feito. Depois de desespe-radas tentativas, a senhora da TAPdisse que o bilhete já não tinha va-lidade e que eu deveria compraroutro. Depois de lhe explicar aminha situação, foi-me dito que,tendo em conta o facto de eu estarna posse de um bilhete que deixeicaducar, poderiam encontrar umatarifa mais em conta. Mas eu jánem os cem reais tinha. Entre gas-tos em comer e transportes fiqueisem uma parte deles!

Por ali andei no aeroporto du-rante dias à espera de qualquersorte. Dormir, dormia por ali ondeoutros sem-abrigo pernoitavam.Comer não comia, a não ser coi-sas que encontro que os outrosdeitam fora.

Consegui chegar ao centro doRio e fui ao hotel na tentativa de aencontrar.

Mas nada.Passaram-se entretanto mais

de trinta dias e eu ando aqui mise-ravelmente sem eira nem beira.Pensei telefonar aos meus paren-tes, mas a vergonha fala mais alto.

Encontrei aqui uma alma boaque me deixa utilizar a internetpara te pedir que me mandes din-heiro para eu comprar um bilhetede avião para a Alemanha de ondeeu nunca deveria ter saído.

Foi esta carta que recebi dele.Mandei-lhe o dinheiro para o bil-hete e para se governar. Isto foi hásete ou oito meses. António Pinto,Ulm

As armadilhas da vida e encontros ocasionais

Page 26: Portugal Post, Junho 2012

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Page 27: Portugal Post, Junho 2012

PORTUGAL POST Nº 215 • Junho 2012 27

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A economia alemã registouum crescimento de 0,5 porcento no primeiro trimestrede 2012, depois de um recuode 0,2 por cento no trimestreanterior, anunciou o Insti-tuto Federal de Estatística(Destatis).

Vários economistas tin-ham previsto um aumentomenor do Produto InternoBruto (PIB) da maior econo-mia europeia ou mesmo umanova regressão.

No último trimestre de2011, o PIB alemão recuou 0,2por cento, pela primeira vezem três anos, e uma nova des-cida significaria, tecnicamente,o início de uma recessão.

A recuperação entre

Janeiro e Março deste anoficou a dever-se, segundo oDestatis, ao curso positivo dasexportações, e também ao au-mento do consumo privado.

„De acordo com cálculosprovisórios, as exportaçõessubiram no início do ano, aocontrário das importações“,afirma-se no comunicado pu-blicado em Wiesbaden.

Além disso, o consumoprivado foi superior ao do úl-timo trimestre de 2011, „o quecompensou parcialmente aquebra nos investimentos“, re-feriu ainda o Destatis, que pu-blicará mais pormenores a 24de Maio.

Na comparação homóloga,com igual trimestre de 2011, o

PIB alemão subiu 1,7 porcento, mais do dobro do que seesperava.

Com base nestes números,os especialistas aguardamagora uma correção em altadas previsões de crescimentoeconómico.

Em Abril, o governo deAngela Merkel previu umcrescimento de 0,7 por centopara 2012 e de 1,6 por centopara 2013.

„O forte primeiro trimestrelevará a uma drástica revisãoem alta dos prognósticos paraeste ano, na casa dos 0,5 porcento“, adiantou AndreasScheuerle, analista do Deka-Bank, à edição electrónica doDer Spiegel.

Alemanha:

Economia cresceu 0,5 % no primeiro trimestre de 2012

Page 28: Portugal Post, Junho 2012