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Portugal Inovador

ndice5 - Editorial 8 - Daniel Bessa:Mais Empresa e mais Mercado; Menos Estado

10 - Guilherme Figueiredo:

Empreendedorismo e Justia ou Justia e Empreendedorismo

11 - Esquvel Advogados: Compromisso de mais-valia 14 - Rostos do Direito 32 - Ensino 57 - Regio Saloia: O Cluster AlimentarPgina Exclusiva 4

Portugal Inovador

EditorialMelhorar sempre possvelE assim termina mais um ano de sucessos. No s para a Portugal Inovador, que comemora o seu 2 aniversrio, mas tambm para todos os que nela figuraram ao longo destas 25 edies nas bancas. Desde o sector empresarial, ao ensino, sade, direito ou poltica, a abordagem inovao e empreendedorismon tem sido transversal a todos os sectores de actividade existentes no pas. Uma divulgao do que melhor se faz em Portugal, num veculo de comunicao que j conquistou o seu espao no mercado editorial nacional. Mas mais do que um veculo de comunicao, assumimos que transcendemos o nosso propsito. Somos hoje um verdadeiro parceiro de todos os que merecem o destaque que lhe reservamos. Aos que, por algum motivo, se destacaram dos demais, a Portugal Inovador esteve l para contar o como, o quando, o onde e o porqu. Com uma equipa de profissionais empenhada, transmitimos no s o que o pblico queria ler, mas tambm o que o pblico deveria ler. Acreditamos que a conjuntura actual no pode continuar a monopolizar o espao informativo nacional. Portugal tem bons exemplos de empreendedorismo que merecem ficar nas pginas da histria. No s na nossa, mas de todos portugueses. E por isso lutamos diariamente. Como efeito reflexo, aumentmos o nmero de leitores fidelizados e temos hoje um impacto superior ao de outrora. Sem falsas modstias, reconhecemos que somos hoje melhores do que eramos h um ano, mas temos tambm a conscincia de que existe margem de progresso para 2012. Somos humildes ao ponto de saber que melhorar sempre possvel. Poderemos nunca ser perfeitos, mas trabalharemos sempre para melhorar! Esse o esprito interiorizado por todos os que abraaram este projecto desde a sua gnese e, em abono da verdade, da grande maioria dos intervenientes de cada uma das reportagens que mensalmente incorporam a Portugal Inovador. Vem a um novo ano, do qual se esperam novas apostas, novos rumos, novas solues... Da nossa parte, desejamos novos sucessos para todos os portugueses. Aos leitores, concretamente, a Portugal Inovador deixa um voto de boas festas e a promessa de continuar a trazer mensalmente um registo inconfundvel de dinmica editorial, inovao e empreendedorismo.

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Portugal Inovador

Esperana, confiana e sentido de futuroH trs ideias simples que devemos ter presentes quando falamos de Portugal, dos Portugueses e dos desafios que se nos colocam: esperana, confiana e sentido de futuro. Esperana, porque conhecemos a forma como os Portugueses se revelam nas situaes mais adversas. Por mais de uma vez, a sabedoria e a maturidade poltica do nosso Povo permitiram encontrar solues para problemas aparentemente difceis de superar. Confiana, porque poder ser a chave para retomarmos o ritmo de desenvolvimento econmico indispensvel ao progresso e bem-estar que tanto ambicionamos. S com confiana poderemos intensificar a cooperao entre as instituies, os rgos de soberania e o seu relacionamento com os cidados, de forma a concretizar o desgnio de um Portugal mais desenvolvido e mais coeso. Sentido de futuro, porque importa que, em conjunto, possamos reinventar um rumo que nos oriente e mobilize, que nos prepare para os desafios das novas tecnologias, para a construo de uma Europa mais dinmica e mais moderna. Estou convicto de que o Presidente da Repblica poder dar um contributo inestimvel para a concretizao destas ideias. Ao saudar-vos, atravs deste stio, pretendo dar mais um sinal no sentido de envolvermos todos os Portugueses neste projecto ambicioso de construirmos um futuro melhor para Portugal. Anbal Cavaco Silva (in site www.presidncia.pt)

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Atlntico: Porto de estabilidadeNo discurso da Conferncia do Atlntico do ms passado, o primeiro-ministro de Portugal, Pedro Passos Coelho reiterou o potencial portugus para a criao/fortalecimento de relaes externas atravs do Atlntico.Aquando da tomada de posse, Passos Coelho tinha deixado o mote: Queremos um pas aberto ao mundo globalizado, Europa, aos pases de expresso portuguesa, s potncias emergentes. Um pas que olha para o mundo como um imenso lugar de oportunidades e de aprendizagem. Seremos como sempre fomos: europeus atlnticos, virados simultaneamente para a Europa, para o mar e para o resto do mundo. com os olhos postos no mundo inteiro que voltaremos a crescer. E tambm sabemos quo preciosa para a Europa a nossa vocao atlntica e universalista. No dia 28 de Novembro reforou a mesma ideia na Conferncia do Atlntico: Lisboa, fazendo jus s suas tradies, hoje tambm o porto de embarque da Estratgia Martima da Unio Europeia para o Atlntico. incontornvel, quando se aborda a necessidade de estabelecer parcerias com o mercado externo, referir a aptncia natural do povo portugus para explorar os recursos do Atlntico. Neste captulo, Passos Coelho assumiu, desde a sua tomada de posse, o papel determinante que o Governo desempenha neste processo: S teremos uma economia competitiva se tornarmos mais favorveis as condies de concretizao da iniciativa empresarial e do potencial inovador dos cidados. urgente reduzir os custos de contexto; acentuar a intensidade concorrencial, em particular nos sectores que geram bens e servios consumidos pela generalidade das empresas (como a energia e as tele-

comunicaes); quebrar a rede de incentivos formais e informais que favorecem artificialmente o sector dos bens no transaccionveis. Seis meses volvidos e, aproveitando a cerimnia do Dia do Engenheiro, o primeiro-ministro consolida a vontade de criar uma estrutura matriz que, em ltimo caso, propicie as to almejadas relaes via Atlntico: A crise actual tornou claro para todos que o Pas precisa de racionalizar, de aperfeioar e de inovar os seus vrios processos na economia, na Administrao Pblica, nas instituies do Estado Social, na Justia, no sistema poltico. A crise tornou evidente a necessidade de sermos rigorosos nos clculos de custo-benefcio quando decidimos proceder a grandes investimentos. A crise devolveu-nos, da maneira mais abrupta e cruel, a conscincia da escassez dos nossos recursos. Forou-nos a planear as nossas construes, sejam elas jurdicas, polticas ou institucionais, de modo a resistirem a choques e abalos. Em grande

medida, os erros acumulados ao longo de tantos anos resultaram de um desprezo arrogante por esta racionalidade fundamental. Durante estes anos, fomos, por assim dizer, pouco engenheiros. E agora pagamos o preo. O paralelismo da actividade profissional [Engenharia/Governo] seria posteriormente concludo com uma mensagem de esperana para os portugueses: Depois de levarmos a cabo a transformao estrutural da nossa economia e das nossas instituies, depois de posto em marcha o processo de desendividamento da nossa sociedade, teremos construdo alicerces muito mais fortes para a nossa casa comum. Uma casa comum que ser, ento, mais prspera, mais dinmica, mais justa. A casa comum onde, afinal, os Portugueses merecem viver. Uma casa que, se entende, dever ter as janelas bem abertas para o Atlntico e, simultaneamente, uma horta de recursos susceptveis de atrair riqueza para o pas. Pgina Exclusiva 7

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Mais Empresa e mais Mercado; Menos Estado

Daniel BessaDirector-Geral da COTEC Portugal

Portugal tem dado passos seguros no caminho da inovao. Demonstram-no indicadores como: o peso das despesas de I&D no PIB, que atingiu, em 2009, 1,71% do PIB. Embora ainda abaixo da mdia Comunitria (2,01%), este indicador tem subido de forma sustentada nos ltimos anos: era de apenas 0,8% do PIB em 2005 (1 201 milhes de euros, contra os 2 791 dispendidos em 2009); o nmero de investigadores ETI (equivalente a tempo integral), que, no mesmo ano de 2009, atingiu 8,2 por mil trabalhadores no activo, quando a mdia da OCDE no ultrapassava 7,2; de forma mais integrada, o desempenho do nosso Pas em indicadores como o IUS - Innovation Union Scoreboard. De acordo com os resultados deste indicador para o ano de 2010, publicados pela Comisso Europeia j no incio de 2011, Portugal agora o 15. entre os 27 Estados-Membros da Unio, com um resultado ligeiramente inferior mdia Comunitria. Encontramo-nos includos, com mais oito pases (Itlia, Repblica Checa, Espanha, Grcia, Malta, Hungria, Polnia e Repblica Eslovaca) no grupo designado de inovadores modera-

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dos, que neste momento lideramos. Nos ltimos cinco anos, Portugal foi o pas da UE em que o resultado apurado pelo IUS mais progrediu. Este conjunto de resultados inegavelmente positivo. Mas continua a notar-se um atraso na obteno de resultados econmicos concretos, seja na frente empresarial (vendas e valor acrescentado pelas empresas), seja na frente macroeconmica (desempenho global do Pas em aspectos como intensidade tecnolgica das exportaes de mercadorias ou criao de emprego qualificado e bem remunerado). Neste aspecto, Portugal 23. na UE 27, suplantando apenas um reduzido grupo de quatro pases: Bulgria, Letnia, Litunia e Polnia. Uma das razes para este desempenho insuficiente (como se o nosso processo de inovao padecesse de um dfice de produtividade, afigurando-se sempre mais pujante nos meios que consome do que nos resultados que entrega) relaciona-se com a falta de empresas e de mercado e com um peso excessivo do Estado. De facto, a anlise comparativa do modo como o processo de inovao decorre nos vrios pases demonstra que o seu resultado econmico tanto mais elevado quanto: mais elevada a despesa de I&D realizada pelas empresas (e no tanto a despesa global em I&D, incluindo a realizada pelo Estado); melhores os indicadores de inovao relacionados com a actividade das empresas; melhores os indicadores relativos ao grau de cooperao entre o sector pblico e o sector privado empresarial, incluindo uma boa relao entre as empresas e a base cientfica residente; mais focados estiverem esses processos na comercializao dos resultados do esforo de I&D, incluindo os rendimentos obtidos no exterior por comercializao de patentes e licenas de utilizao de tecnologias. Um bom exemplo de uma medida destinada a melhorar este estado de coisas, para no acabarmos sem uma proposta absolutamente concreta, e prtica, seria fazer com que o dinheiro gasto pelo Ministrio da Educao para financiar a I&D universitria chegasse s Universidades, pelo menos em parte significativa, atravs de contratos celebrados com as empresas. Em vez de dar dinheiro s Universidades para fazerem I&D, o Estado daria dinheiro s empresas para encomendarem s Universidades a I&D de que mais necessitassem. Ficaria fora deste procedimento, naturalmente, o financiamento da actividade de investigao mais fundamental.

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Empreendedorismo e Justia ou Justia e EmpreendedorismoO presente nmero da Portugal Inovador dedicado ao empreendedorismo, e foi neste contexto que me convidaram para escrever um pequeno texto sobre a justia neste contexto.Empreendedorismo e justia ou justia e empreendedorismo uma alternativa que faz sentido: o primeiro termo decorre do segundo ou o segundo cria o primeiro? Convenhamos que ambas as formas de pr o problema convergem numa concordncia problemtica! Com efeito, pode-se colocar a questo de saber se o empreendedorismo exige justia e a questo de saber se a justia cria condies para um maior empreendedorismo. Importa esclarecer que quando falo de justia no me refiro ideia de Justia, independentemente da concepo que se adopte quanto a esta, nem ignoro que se trata de um conceito essencialmente contestado (W. B. Gallie), isto , conceitos cujo uso apropriado implica, inevitavelmente, disputas interminveis por parte daqueles que os usam. Tendo como pano de fundo o empreendedorismo, no sentido do desenvolvimento de competncias para a criao, realizao e execuo de um projecto tcnico, cientfico ou empresarial, onde se destaca a iniciativa empresarial, a inovao, a criao de emprego, a criao de riqueza e, no raras vezes, como actividade capaz de criar desenvolvimento local e/ou regional, a justia que aqui interessa relevar a que corresponde ao governo da justia. Governo da justia no no sentido do autogoverno das magistraturas por onde se tem caminhado, no apenas no sentido da organizao e composio institucional, atravs dos Conselhos Superiores (que, por exemplo, o Conselho Superior da Magistratura continua a ser um problema ontolgico por resolver), dos tribunais, da Procuradoria Geral da Repblica, da Ordem dos Advogados, mas no sentido amplo, da administrao e organizao da justia e da produo legislativa (j referida e assimilada de industrial), integrando, assim, o mbito legislativo, judicirio, poltico e social. Reconhecendo que o Direito no instrumental da economia, mas um instrumento que pode ser importante nas relaes de mercado, pela confiana que pode gerar entre os cidados em geral, incluindo aqui com particular referncia os empresrios, pela capacidade de potenciar a criao das empresas, por ser suporte do cumprimento das obrigaes assumidas, pela possibilidade de potenciar um mercado livre na esfera de uma economia de mercado nacional e transnacional, a justia, no sentido amplo que deixmos antever, um horizonte capaz de limitar a abertura que define e simultaneamente essa abertura para um empreendedorismo que crie emprego e riqueza, no respeito pelas pessoas, pelo ambiente e pelo futuro. Para isto, importa ter presente a necessidade de uma advocacia preventiva, a montante, consciente que a celeridade dos actos jurdicos hoje essencial, mas que no tem contedo vlido se esses actos no forem simultaneamente seguros; uma advocacia mediadora, conhecedora dos direitos que assistem a cada um dos contraentes geradora de solues consensuais e conscientes e, por ltimo, uma advocacia capaz de litigar no confronto das posies que cada parte trs ao processo, erigindo o juridicamente essencial e no respeito pelo fim dos procedimentos. Do que se trata de um empreendedorismo necessariamente comprometido at para se realizar enquanto tal com o desenvolvimento econmico e social do pas, apoiado por uma advocacia altamente qualificada, eticamente conformada e deontologicamente cumpridora.

Guilherme FigueiredoPresidente do Conselho Distrital do Porto da Ordem dos Advogados Pgina Exclusiva 10

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Compromisso de mais-valia

Licenciado em Direito pela Universidade Catlica, Jos Lus Esquvel iniciou a sua actividade profissional em 1995, tendo desempenhado funes como advogado em conceituadas sociedades sempre de matriz internacional. Em 2007, decide dar um novo passo na sua carreira: encetar um projecto nas prticas em que se vinha especializando, o Direito Pblico e os Projectos.A Esquvel Advogados surgiu no ano de 2007 com o objectivo de apresentar ao mercado portugus um conceito de boutique focalizada no Direito Pblico e em Projectos, com particular enfoque em clientes privados. Trabalhando com algumas instituies pblicas, o grosso do porteflio do Escritrio actualmente constitudo por entidades privadas que tm necessidade de operar na rea pblica, no o fazendo sem obterem uma anlise da regulatria, da matriz de risco e de estruturao do negcio, como sejam, os transportes, a sade, o ambiente, as infra-estruturas, as telecomunicaes, o imobilirio, entre outros sectores. Jos Lus Esquvel comenta, em conversa com a revista Portugal Inovador, a sua opo: O mercado est normalmente muito mapeado, sendo necessrio procurar espaos onde nos possamos diferenciar. Da a aposta do Escritrio no trabalho do Direito Pblico, muito direccionado para o sector privado e focalizado em algumas reas como o PPP/PFI (Parcerias Pblico-Privadas/Project Finance), o Direito Pblico tradicional, onde se engloba a contratao pblica e o contencioso administrativo, Direito Regulatrio, Direito Imobilirio e, mais recentemente, Direito da Empresa e Direito Financeiro. fundo da situao e do negcio de cada cliente assente num trabalho de consultadoria legal de tipo estratgico. Apresentar mais-valias ao negcio do cliente o compromisso assumido. Com um projecto que se vem afirmando fortemente no mercado - acompanhado pelo aumento do nmero de clientes - a Esquvel Advogados tem vindo a crescer ao ritmo de um colaborador por ano, como nos explica Jos Lus Esquvel: Temos sustentado a estrutura do escritrio atravs da integrao selectiva de novos elementos. Algo que nos tem permitido controlar a mquina e manter a qualidade. Com uma filosofia assente na personalizao dos servios, a fidelizao dos clientes tem sido uma realidade. Em latim advogado significa o que chamado, neste sentido, levamos Pgina Exclusiva 11

mbito empresarial

Vocacionada para o trabalho em parceria com o sector empresarial, a Esquvel Advogados tem desenvolvido estratgias de assessoria jurdica que se prendem com a preveno, o acompanhamento, a antecipao de riscos e a montagem de operaes. Valncias que exigem um conhecimento pro-

Portugal Inovadorconhecimentos em economia ou gesto, sendo por isso um elo fundamental para apoiar o trabalho no jurdico dos advogados nas operaes com que diariamente lidam. Preferimos ter pessoas que nos prestem um apoio operacional efectivo que vai muito para alm do tradicional secretariado, refora Jos Lus Esquvel. O conceito de estrutura fitness trazido conversa pelo advogado que nos explica a sua aplicao na prtica: O trabalho que surge no Escritrio assegurado pela equipa de uma forma muito planeada, o que permite manter sempre bons nveis de ocupao, tendo a capacidade de se tornar elstica e de responder aos picos de trabalho quando necessrio. Isto permite que no se desenvolvam gorduras na estrutura, possibilitando ainda que todos os advogados trabalhem e se formem de uma forma constante nos assuntos que vo surgindo. Esta prtica tem vindo a contribuir para garantir uma boa formao das pessoas e a sustentabilidade financeira do Escritrio. Consegue-se, atravs de uma estrutura de pessoas elstica, optimizada, fazer uma gesto realista dos recursos humanos. Jos Lus Esquvel acredita que, se um advogado conseguir aliar uma elevada capacidade prtica, a um slido e reconhecido saber jurdico, torna-se um profissional muito mais capaz, pelo que o escritrio tem vindo a incentivar e apoiar o desenvolvimento acadmico de todos os seus advogados. Eu prprio estou a preparar o doutoramento.

letra essa conduta e temos cem por cento de disponibilidade para os nossos clientes. Uma postura que exige de todos muita aplicao, trabalho profundo e dedicao a tempo inteiro.

Matriz de risco

O trabalho jurdico pode dividir-se em trs nveis: o primeiro nvel passa pela mera informao jurdica; o segundo consiste no acompanhamento de assuntos luz do direito vigente sem grande inovao; o terceiro nvel destaca-se pela capacidade de, a partir da lei e no respeito pela mesma, construir estruturas e solues jurdicas inovadoras que permitam aos clientes desenvolver os seus negcios com segurana. A Esquvel Advogados, tendo capacidade para trabalhar em todos os nveis, tem vindo a focalizar-se essencialmente neste ltimo. Temos muito trabalho na temtica da estruturao jurdica em ambiente Pgina Exclusiva 12

pblico, da contratao pblica e do contencioso administrativo, seguido do regulatrio. interessante organizar os projectos destas reas de actuao dado que so processos que duram meses ou mesmo anos. Por exemplo, ao prestarmos apoio jurdico a vrios concessionrios em diversos sectores, temos que antecipar o que vai acontecer nesses mercados nos prximos tempos e os riscos do negcio, de modo a que os interesses dos clientes possam ser juridicamente acautelados, explica Jos Lus Esquvel.

Inovao

Assente numa microestrutura, o conceito criado para o projecto deste Escritrio foi cuidadosamente pensado, com vista a ter um carimbo de inovao. Aqui no encontramos a tradicional assistente de secretariado. Os nossos colaboradores de staff tm formao em marketing e detm

Mercado internacional

Desde a sua gnese, em 2007, que a Esquvel Advogados preocupa-se em criar uma estrutura com antenas prprias para o mercado nacional e internacional. Se no primeiro, o resultado do trabalho pode ser mais imediato, dado o reconhecimento alcanado

Portugal Inovadorpelo passa a palavra, nomeadamente entre empresas nacionais, no mercado internacional o posicionamento do Escritrio tem sido conquistado atravs de contactos e de relaes desenvolvidas com algumas sociedades internacionais, assim como o acompanhamento dos negcios de clientes nacionais e internacionais. So as empresas internacionais com necessidade de operar em Angola e em Moambique que procuram escritrios com capacidade para, simultaneamente, fazer a ponte entre o direito local (muitas vezes com grandes semelhanas com o direito interno portugus) e exercer a poltica de trabalho de uma multinacional. Temos beneficiado bastante desta capacidade e temos vindo a trabalhar em Angola, sobretudo no sector imobilirio e na rea das concesses petrolferas. Em Moambique comemos este ano a trabalhar na rea das concesses de portos, sempre com a perspectiva de desenvolver projectos que conciliam a lei local, os standards internacionais e as matrizes de risco, refere o advogado. Com uma perspectiva de internacionalizao bastante tranquila, a Esquvel Advogados pretende produzir parcerias com escritrios e at com clientes, enriquecendo paulatinamente o seu currculo no mercado internacional. O trabalho em conjunto com alguns escritrios na Europa j uma realidade, sobretudo na ptica de transaces que envolvem o mercado portugus.

Estado da Justia

A partir da sua experincia Jos Lus Esquvel confessa que encara, o estado da Justia em Portugal como uma situao muito complexa. Hoje em dia h meios processuais para todos os gostos e ningum se rev na Justia que temos. No mbito da Justia Administrativa, sector onde desenvolve mais a sua actividade, o advogado reconhece a burocracia e consequente lentido como o grande mal. Como que eu posso dizer a um investidor que, se tiver um problema com o seu negcio, pode demorar quatro ou

cinco anos a resolver definitivamente a questo? Isto provoca uma forte diminuio da competitividade do nosso pas! S com um levantamento muito bem elaborado das causas dos problemas, uma identificao das solues, e com um compromisso entre todos aqueles que trabalham na Justia para cumprir um plano rigoroso e credvel de recuperao que poderemos mudar o rumo. A alternativa mais imediata e que muitas vezes recomendo o recurso a meios alternativos de resoluo de litgios, como a arbitragem, conclui.

Equipa:

Jos Lus Esquvel (advogado scio fundador) Direito Pblico, Projectos e Imobilirio Marta Cunha Contratao Pblica, e Contencioso Diogo Macedo Graa Projectos e Financeiro Bernardo Cunha Ferreira Regulatrio e Direito da Empresa

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A tradio de um nome...Competncia, responsabilidade, disponibilidade, independncia e cumprimento dos deveres ticos e deontolgicos. Assim se define a CRBA & Associados.prtica isolada e muito experiente na rea do Direito Penal, Civil, Comercial e Laboral. Posteriormente, o Gonalo Areia, o Nuno Correia dos Santos e a Madalena Janurio comearam a advogar connosco e evoluram dentro da sociedade, fruto do bom relacionamento pessoal, reitera o entrevistado. Porm, a actividade da CRBA transversal a todas as reas do Direito, assegurando, assim, uma proteco jurdica plena. A recuperao de crditos e interveno em arbitragem processo de resoluo alternativa de litgios, so tambm servios que fazem parte do porteflio da Sociedade.

Faamos uma retrospectiva origem do Direito na histria das civilizaes. Para que a obrigatoriedade das normas estabelecidas, que na sua gnese comportavam princpios morais, fosse eficaz, uma necessidade premente se impunha: a criao de Institutos onde se julgasse e punisse infractores. Assim nasce tambm a figura do Advogado que, envergando a toga, indumentria de prestgio ancestral, d azo retrica, eloquncia e conhecimento dos axiomas jurdicos para fazer com que a Lei impere. Motivado pelo princpio da legalidade nullum crimen, nulla poena sine lege, tal como relembra o clebre postulado latino o causdico detm, ento, o poder de lutar pela garantia jurdico-poltica do cidado, tal como preceitua o Estado de Direito Democrtico. Nesta ambincia, a classe tem pelejado para que um tribunal seja ento um verdadeiro Domus Iustitiae... Ao longo da histria, vrios acadmicos sentiram-se motivados por estas conquistas geracionais e abraaram o Direito. Gonalo Capito, scio fundador da Capito, Rodrigues Bastos, Areia & Associados (CRBA), no foi excepo: Desde mido que sentia esta vocao. A Pgina Exclusiva 14

paixo pela advocacia inata. Esta profisso tem uma caracterstica fascinante: muito intensa psicologicamente. uma incerteza total e necessrio ter um esprito empreendedor. Por sua vez, a magistratura nunca me atraiu, outra forma de olhar o Direito. A advocacia uma actividade de causas. Para alm de prestarmos um servio ao cliente, tambm prestamos um servio sociedade e no podemos fugir a esse padro. Apesar de ter dado aulas durante 17 anos, a minha actividade principal sempre foi a advocacia. Foi durante o percurso acadmico que os caminhos de Gonalo Capito e Tiago Rodrigues Bastos se cruzaram. Alguns anos mais tarde, os laos de companheirismo e experincia profissional dos advogados impulsionaram um novo projecto a criao da Sociedade de Advogados CRBA. Ao longo do meu percurso sempre tive experincias como scio de sociedades de advogados. O meu ramo de actuao preferencial o Direito Pblico, onde se enquadram o Direito Administrativo, Constitucional, do Ambiente e do Urbanismo. J o Tiago Rodrigues Bastos sempre tinha exercido a advocacia em

Equipa multidisciplinar

Finda a licenciatura, chegada a altura de ingressar no mercado de trabalho. Porm, dada a massificao do ensino do Direito, hoje, a competitividade emerge, no universo dos advogados, como uma realidade incontornvel. Conscientes desta veracidade, os futuros advogados almejam um estgio sob a gide de um patrono experiente. Na CRBA tentamos facultar um estgio que seja mais do que um estgio formal. No fim da licenciatura ningum est preparado para ser advogado, no entanto, tem padres de raciocnio jurdico e capacidade de aprendizagem. essa a funo da licenciatura. O Professor Henrique Martins de Carvalho dizia que ter uma licenciatura significa estar autorizado a estudar sozinho. Por sua vez, a Ordem dos Advogados (OA) deveria fomentar a aproximao s regras deontolgicas e ao Direito Processual. O nosso bastonrio, na minha opinio, regrediu o sistema ao impedir os estagirios de intervirem no apoio judicirio servio oficioso. Admito que houvesse in-

Portugal Inovadorconvenincias, mas j vi excelentes defesas serem realizadas por estagirios. Pela fase da vida em que esto tm outra disponibilidade, outra pujana, afirma, peremptrio, Gonalo Capito. Reza a tradio que um advogado adquiria autonomia e experincia ao exercer a actividade em prtica isolada. Todavia, na contemporaneidade assiste-se a uma mudana de paradigma hoje, a constituio de sociedades potencia no s a especializao, mas tambm o cmbio de experincias que se adquirem na barra dos tribunais. De acordo com o causdico, um advogado colaborador de uma sociedade est habituado a trabalhar em equipa e a pedir orientaes. Apesar de estar integrado numa estrutura tem autonomia intelectual. Tentamos fomentar o trabalho em equipa, sempre sob a superviso de um scio. Criamos equipas multidisciplinares porque ningum sabe tudo de Direito. Uma boa soluo jurdica pode no ser uma boa soluo fiscal, ou pode ser impedida por uma questo de Direito Administrativo. Esta interdisciplinaridade uma caracterstica da CRBA. Na senda do percurso que tem vindo a edificar, a Sociedade fundada por Gonalo Capito aposta em parcerias com redes internacionais de advocacia - Legal NetLink Alliance e REDEJUR - protagonizada pela importncia de contactar realidades jurdicas com diferentes agentes de mercado.

Justia tardia no Justia

A Revoluo de 25 de Abril propiciou um cenrio favorvel litign-

cia. O Estado e os partidos polticos consciencializaram os agentes sociais dos seus Direitos e dos meios para os tornar exequveis. No entanto, a estrutura judicial no estava adaptada para responder massificao do acesso Justia. A Justia tardia no Justia, sendo que o atraso dos processos no se deve aos advogados. Temos prazos para cumprir e exercemos direitos previstos na Lei. Devia-se legislar menos, por um lado, e melhor por outro. H que comear a simplificar os processos. A desmaterializao comeou, mas ainda h um longo percurso por fazer. No entendo porque h uma plataforma para os Tribunais Administrativos e Fiscais (Sitaf) e outra para Tribunais Cveis (Citius). Deveriam estar integradas. Inovao na Justia fundamental, mas com a simplificao das regras processuais que acarreta, afiana o advogado. No quotidiano do ordenamento jurdico portugus assiste-se introduo de sucessivas reformas. O legislador almeja a introduo de mudanas que, apesar de parciais, culminem em significativas melhorias nos procedimentos jurdicos.

Na opinio do causdico, a Justia s poder ser produtiva se houver estabilidade. Perdemos energias e tempo com processos que se prolongam durante anos. A vigncia simultnea de vrios regimes jurdicos para as mesmas matrias torna-se num quebra cabeas que em nada favorece a Justia . Este tipo de angstias fazem perder tempo e retiram produtividade ao escritrio, sustenta. Recentemente, o XIX Governo Constitucional anunciou reformas nos Cdigos Penal, Processual Civil e Penal na voz de Paula Teixeira da Cruz, ministra da Justia. Entre as medidas enumeradas, est patente a inteno de tornar a audincia preliminar quase obrigatria. De acordo com Gonalo Capito, as audincias preliminares no so, muitas vezes, bem preparadas. Tenho saudades do velho despacho saneador. As inovaes nem sempre se traduzem num excelente resultado. Pode haver medidas pontuais que melhorem o processo, mas no resolvem o problema. Porm, dou o benefcio da dvida senhora ministra que est l h pouco tempo.

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Alimentao, o novo ouro do sculo XXIcom Estvo Augusto Bernardino e, mais tarde, contando com o apoio de Patrcia Baltazar Resende. A figura da expresso one man show se me permitem o comparativo com o mundo artstico, onde algum conseguia encarar uma plateia szinho, est ultrapassada e a advocacia, no foge regra, refere Estvo Augusto Bernardino. Tendo sido constitudo com base num projecto sonhado e estruturado pelo advogado, a entrada de Patrcia Baltazar Resende no escritrio abriu outras portas e aumentou em muito a capacidade de trabalho, mantendo o nvel de qualidade. Comecei a Sociedade da estaca zero, recorda o advogado, o primeiro cliente que tive foi uma Sociedade que precisou de apoio jurdico em questes de Direito Societrio e Contencioso. Com o passar do tempo, os pedidos de assessoria jurdica foram surgindo, muito devido ao nvel de satisfao dos seus clientes, que recomendam outros clientes, sobretudo, pelo trabalho que desempenhamos, salienta Patrcia Baltazar Resende, destacando com orgulho o facto de nunca terem perdido um cliente. A preocupao para com o cliente e a gesto dos seus interesses criou relaes de grande confiana que ainda hoje se mantm. Ns no iniciamos nenhum processo sem visitarmos a empresa e conversarmos com os nossos clientes e demais intervenientes, refora o advogado. A recolha do historial do cliente e a percepo in loco das condies de trabalho so fundamentais para questes to simples como a elaborao de um contrato de trabalho, explica Patrcia Baltazar Resende, especialista em Direito La-

Apesar de ser uma boutique law firm, a Bernardino, Resende E Associados (brevitatis causa, BR) presta um servio personalizado e de excelncia. As vertentes do Direito Comercial, Insolvncia, Recuperao de Empresas e Direito Laboral so as grandes especializaes da sua equipa de trabalho, a par de uma rea nova de trabalho ligada ao Direito do Comrcio Internacional.boral, prestando apoio jurdico a diversas sociedades, nomeadamente do sector hoteleiro e alimentar.

Apoio s PMEs

A sociedade de advogados, Bernardino, Resende E Associados, iniciou em 20 de Setembro de 1999. Concomitantemente, os scios fundadores, Estvo Augusto Bernardino e Patrcia Baltazar Resende exerciam a sua actividade, enquanto Advogados, em departamentos jurdicos de diferentes instituies bancrias. A vontade de enveredar por um projecto prprio partiu de Estvo Augusto Bernardino, embora reconhea a importncia da experincia profissional que colheu no trabalho na banca: deu-me a preciso, o conhecimento e a qualidade na forma de abordar e realizar um determinado trabalho jurdico, refere. Esta vontade conduziu-o criao de um escritrio de advocacia que, inicialmente, prestava assessoria jurdica de uma forma genrica, e rapidamente se foi concentrando e especializando na prestao de servios de assessoria jurdica na rea comercial, insolvncias e reestruturaes de empresa e direito imobilirio - que, ainda hoje se mantm como as reas de maior grau de especializao da Sociedade.

Crescimento sustentado

Tendo trabalhado, tambm na banca como Advogado no departamento de recuperao de crdito especializado, Estvo Augusto Bernardino fazia parte de uma equipa de especialistas que realizava a reestruturao de crditos, venda de activos, fuses e cises que em alguns casos degeneravam em insolvncias de empresas. Essa experincia acumulada foi aproveitada para a Sociedade, sendo, actualmente, o Direito das Insolvncias e Recuperao de Empresas outra das reas de destaque do escritrio. No nosso ponto de vista, um bom trabalho nesta rea passa por conseguir, reunir o consenso das comisses de credores, conhecer o mercado onde se insere a sociedade, olh-la sempre na perspectiva primeira da recuperao e, se possvel, atravs do activo da empresa, almejar liquidar todas as responsabilidades fiscais, de segurana social, laborais e dos credores em geral, assumindo particular importncia o pagamento dos funcionrios, a regularizao da situao fiscal e, a minimizao do impacto da insolvncia junto dos seus credores, entre outras questes, explana o advogado. Actuando, essencialmente, nas regies do Norte, Centro e na rea da Grande Lisboa, a BR apresenta-se como um parceiro de excelncia das PMEs, em vrios sectores de negcio.

Paulatinamente, de forma sustentada, o escritrio foi crescendo e ganhando notoriedade. Inicialmente, apenas Pgina Exclusiva 16

Internacionalizao

Com capacidade para acompanhar

Portugal Inovadoros clientes que apostem na internacionalizao, a Sociedade tem actuado em pases como Moambique, Brasil, Espanha, entre outros. Sendo estes trabalhos bastante exigentes para a estrutura de uma pequena Sociedade de Advogados, as parcerias com sociedades de direito local tornam-se fundamentais. Temos tido dificuldade em encontrar os melhores parceiros nalguns pases, dado que se seleccionarmos grandes Sociedades de Advogados e, sem desmrito para estas, contudo, dada a dimenso dos nossos clientes e, em geral, das empresas portuguesas, os nossos clientes acabam por diluir-se nas respectivas estruturas e no recebem o acompanhamento que ns consideramos correcto, explica a advogada, Patrcia Baltazar Resende. Fruto de um trabalho local de mais de sete anos, a BR abriu, recentemente, um escritrio em So Paulo, Brasil, em parceria com o advogado local - Augusto Barbosa de Mello. Legitimamente inscritos na Ordem dos Advogados Brasileira, Estvo Augusto Bernardino e Patrcia Baltazar Resende esto capacitados para prestar apoio jurdico sob jurisdio brasileira dentro das reas da sua interveno. Comeamos a pensar em abrir um escritrio neste pas em 2005. Considero que no futuro este ser a grande potncia mundial, dadas as suas inesgotveis capacidades naturais, opina Estvo Augusto Bernardino. O escritrio, inaugurado este ano, presta apoio a um conjunto de empresas das mais diversas reas de actividade construo civil, sector imobilirio e turstico, retalho alimentar - que esto a desenvolver projectos no pas e que, segundo os advogados, movimentam valores totais que ascendem os 240 milhes de reais (100 milhes de euros, aproximadamente), so registos diferentes - Portugal pela sua pequena dimenso no consegue abarcar, nem ter a estrutura competitiva que as empresas brasileiras possuem, refere Patrcia Baltazar Resende. Sociedade faz o acompanhamento dessas transaces e elabora os respectivos contratos, mantendo-se muita atenta ao sector da alimentao que, considera, o novo ouro do sculo XXI. Sendo os commodities um mercado muito fechado, o trabalho destes jovens advogados portugueses junto dos donos das fbricas e empresrios brasileiros foi constante, uma relao que se trabalha no quotidiano e que assenta em pilares bsicos como a confiana e o bom senso. Ainda no Brasil, a grande aposta da Sociedade, tem sido igualmente o direito imobilirio, pois, a mesma tem vindo a dar apoio jurdico neste sector, acompanhando investidores, promotores e construtores que pretendam desenvolver negcios imoblirios, na rea turstica, rea habitacional e escritrios. Acompanhamos as negociaes, estruturamos o negcio em termos jurdicos que reflectimos na elaborao de diversos contratos.

Direito do Comrcio Internacional - Commodities

Uma das reas tratada pela Sociedade - um dos escritrios portugueses pioneiros nesta vertente o Direito do Comrcio Internacional, que abrange as commodities e legalmente abarca as reas de Direito do Comrcio Internacional, Direito e Prtica em Internacional Banking, Direito Comercial, Direito Econmico Internacional, seguros martimos, Charterparties e Transporte de mercadorias por via martima, E-Commerce e Contencioso Internacional e Arbitragem. Uma rea de especializao em grande desenvolvimento em que os contratos de venda ou Compra de commodities, tornam-se cada vez mais exigentes necessitando de um enorme estudo e dedicao. So contratos que exigem grande rigor negocial e jurdico, tornando o trabalho do Advogado muito aliciante e criativo, pela sua especificidade e ao mesmo tempo versalidade, no existem dois contratos iguais ou idnticos, refere o advogado. Falamos da compra e venda de soja, acar, caf, matrias-primas, etc, trabalho que a sociedade desenvolve nesta rea h vrios anos, com incidncia no Brasil e China, explica Estvo Augusto Bernardino. Com um nmero crescendo de clientes que esto a exportar para pases como a Austrlia, a China, a Rssia, a

Futuro

Em final de conversa, Estvo Augusto Bernardino e Patrcia Baltazar Resende falam-nos das suas expectativas para os prximos anos: Almejamos continuar a trabalhar com a qualidade que nos tem sido caracterstica e que os nossos clientes apreciam, prestando um servio personalizado e de excelncia a quem nos procura e solicita apoio jurdico, conclui Patrcia Baltazar Resende, deixando igualmente uma palavra de especial apreo aos clientes da BR e aos Advogados e equipa que a constituem, que tm contribudo MUITO e , de forma decisiva para o trabalho que efectuamos.

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Portugal Inovador

O futuro da advocacia passa pela especializao

Especializados no Direito Comercial e Societrio, Fernando Antas da Cunha e Carlo Ferreira lideram a ACFA. Uma Sociedade de Advogados portuguesa com uma crescente presena no mercado externo.A Antas da Cunha, Ferreria & Associados (ACFA) uma Sociedade de Advogados com apenas cinco anos de existncia, no entanto o trabalho de parceria entre os scios, Fernando Antas da Cunha e Carlo Ferreira, remonta a 2003 - altura em que o trabalho de prtica isolada realizada por ambos se mostrou insuficiente face s perpectivas, a mdio e longo prazo, do trabalho realizado na assessoria de empresas. J no possvel a manuteno de Sociedades que prestam apoio bsico em todas as reas, o futuro da advocacia passa indubitavelmente pela especializao, inicia, em conversa com a revista Portugal Inovador, o advogado Fernando Antas da Cunha. Com base no percurso, de uma dcada, como docente na cadeira de Direito Comercial e SociePgina Exclusiva 18 trio, Fernando Antas da Cunha chegou concluso que a organizao de uma Sociedade de Advogados necessita de ter uma base empresarial, ou seja, a partir do momento em que se atinge determinada dimenso necessrio criar departamentos estanques para algumas temticas. Foi nessa altura que, j apoiados por colegas que advogavam individualmente, os dois constituram a ACFA. Um projecto bem planeadao e estruturado, que conta, actualmente, com um corpo de 13 pessoas, com forte tendncia de crescimento, em contraciclo face actual conjuntura do pas. verificando-se um movimento de clientes que procuram a mesma qualidade de trabalho que encontram nas grandes Sociedades de Advogados, mas a preos mais reduzidos. Estas movimentaes so uma oportunidade para as chamadas boutiques law firms e, a ACFA est posicionada nesse mercado em expanso. Temos que ter em ateno que, em Portugal, existe um nmero reduzido de Sociedades de Advogados com a mesma dimenso que a nossa a trabalhar o Direito Comercial e Societrio, por isso verificmos um crescimento de procura acentuado no decorrer deste ano, explica Carlo Ferreira. As reas de trabalho mais comuns para uma Sociedade de Advogados de pequena/mdia dimenso em Portugal, esto relacionadas com a assessoria

Especializao, uma mais-valia

Actualmente, escala mundial, est a ocorrer um pressing sobre o preo dos servios jurdicos,

Portugal Inovadorglobal de uma empresa, que integram o Contencioso, Direito Laboral e Societrio. Com uma vertente, assumidamente, no criminalista, a ACFA optou pela especializao nestas reas, considerando, que mais produtiva a unio de sinergias e experincias profissionais dos advogados, do que a disperso por vrias temticas, explica Fernando Antas da Cunha. Na Era da televiso digital IPTV, comeam a surgir empresas com projeco mundial que sentem necessidade de apoio jurdico, porm em Portugal, ainda no se verifica esta procura. Aproveitando os conhecimentos da realidade do mercado internacional e o contacto com colegas que trabalham noutras jurisdies, os advogados concluiram que, neste sector, o mais importante no a dimenso da Sociedade, mas sim o know-how que esta detm. Assim, comeam a reunir-se os pressupostos necessrios para que esta vertente se inclua nas reas de especializao do escritrio. Quando inicimos este projecto, em 2005, j tnhamos uma carteira de clientes considervel e optamos por direccionar atenes para o mercado mundial. Assim surge, por exemplo, a integrao na Internacional Bar Association (IBA), (a maior Associao de advogados do mundo que, para alm das inmeras conferncias, organiza um encontro anual que conta com a participao de cerca de 4000 advogados. Sendo que a ltima ocorreu no passado ms de Novembro, no Dubai), recorda Carlo Ferreira. Numa lgica de expanso para o exterior, a ACFA estendeu a sua actuao a trs mercados-alvo - Brasil, Angola e Espanha acompanhando o crescimento dos clientes. A criao de sinergias com Sociedades de Advogados estrangeiras, que partilham a mesma ideologia revelou-se fundamental neste desafio alm-fronteiras. Se, inicialmente, essas parcerias foram criadas com o objectivo de acompanhar clientes portugueses para fora do pas, a dada altura o ciclo enverteu-se e a ACFA comeou tambm a prestar apoio a clientes estrangeiros com negcios em Portugal. Nesta partilha de contactos, a opinio dos congneres estrangeiros fundamental, na medida em que do a conhecer aos seus clientes as potencialidades de uma eventual parceria com uma Sociedade portuguesa que pode, por exemplo, facilitar a ponte com pases de expresso portuguesa. Esta dinmica permitiu que, h dois anos, a Sociedade tenha sido convidada para integrar a restrita associao internacional, MSI Global Alliance. no existia no mercado um software que correspondesse s nossas necessidades. Por isso, h um ano, contratamos duas empresas da especialidade que, em parceria, construram um sistema informtico adaptado nossa realidade. Obter um sistema que alertasse para as tarefas a realizar era o objectivo. Com o aumento do trabalho, h tendncia para deixar algumas questes para trs. O que fizemos, foi criar um conjunto de mecanismos que impedem que isso acontea. Assim, actualmente, todas as tarefas so programadas e agendadas com antecedncia, para que o sistema possa no momento exacto alertar o advogado, explica Fernando Antas da Cunha. Este procedimento favorece o trabalho proactivo em benefcio do cliente.

Oportunidade de negcio

Aposta na Tecnologia

Existe na ACFA uma grande preocupao em inovar que se reflecte na aposta em tecnologia. Quando comeamos a sentir dificuldade no processo de gesto do escritrio, entendemos que

Embora o mercado portugus tenha estagnado, as oportunidades de negcio continuam a surgir, sendo a crise factor propcio entrada de investidores estrangeiros. O parque imoblirio desceu substancialmente de preo em Portugal, sendo que nas artrias principais a procura continua. Os relatrios de algumas empresas da especialidade indicam que investir em imobilirio no nosso pas continua a ser rentvel. Por isso, actualmente, quem tem liquidez encontra aqui grandes oportunidades de negcio, nomeadamente no sector hoteleiro, e na compra e venda de imveis, concluem.

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Portugal Inovador

Advocacia vs inovaoEm entrevista Portugal Inovador, Miguel Caetano de Freitas, scio-fundador da Caetano de Freitas & Associados, antev que o futuro da advocacia passar, indubitavelmente, pela inovao e consequente desmaterializao da actividade.

Pugnamos pela definio clara e leal das condies contratuais e no relegamos intencionalmente qualquer clusula por ambiguidade. Defendemos o respeito mtuo pelas condies acordadas e, quando isso no possvel, procuramos solues nas melhores prticas do mercado e de acordo com o equitativo juzo de bonus pater familiae - forma arcaica do latim que, na Antiga Roma, significava um bom pai de famlia. Assim se define o carcter da Caetano de Freitas & Associados. Uma Sociedade que adopta o princpio da prudncia razovel, analisando e revendo constantemente os riscos, antecipando os problemas e precipitando solues directriz que, para alm de nortear a sua actuao, faz da Caetano de Freitas & Associados uma figura proeminente do mercado onde se insere. Pgina Exclusiva 20

Decorria o ano de 1997 quando, Miguel Caetano de Freitas criou a primeira Boutique Fiscal. Na sua gnese estiveram dois vectores proporcionar bem-estar equipa e acrescentar valor ao negcio do cliente que se mantm at hoje gravados no ADN de quem por ali est ou passou. Como evidencia Miguel Caetano de Freitas: Sempre fui fiscalista e a Sociedade sempre esteve marcada pelo Direito Fiscal. Privilegiamos os clientes portugueses porque vnhamos de um escritrio que estava muito internacionalizado e o trabalho era essencialmente subcontratado por Sociedades de Advogados estrangeiras. Definimos inclusive que quando fossemos para o estrangeiro seria tambm com clientes portugueses. Assumimos dois vectores essenciais: bem-estar para a nossa equipa e que a

natureza de trabalho fosse criativa e focada no resultado pretendido pelo cliente. essa a matriz que se tem mantido at hoje. Assim, com o metier direccionado para o Direito Fiscal, torna-se imperioso assegurar um retorno efectivo, e mensurvel, para o negcio do cliente. Com o mpeto de acrescentar valor em tudo o que fazemos, porque o ganho do cliente tem de estar assegurado, temos clientes fidelizados desde 1997, acrescenta. No legado da Caetano de Freitas & Associados possvel identificar factores que se revelam determinantes ao edificar um ciclo de crescimento virtuoso. De acordo com o jovem entrevistado, no perodo de 1997 a 2000 a zona franca da Madeira estava muito viva. O facto de termos trabalhado com muitas Auditoras facultou-

Portugal Inovador-nos uma aprendizagem importantssima. Nas operaes que partilhmos com as auditoras e realizmos com empresas americanas, brasileiras, espanholas e inglesas aprendemos metodologias, a gerir projectos, a liderar equipas multidisciplinares, a integrar tecnologias, e a pensar em pormenor o negcio do Cliente e na sua dimenso global. nessa experincia que nasce o nosso conhecimento em organizao de grupos, internacionalizao de empresas, estruturao de redes de distribuio de produtos e servios, na planificao jurdica e fiscal de operaes e que hoje nos distingue e onde assenta 90% do no nosso trabalho. Trabalhar com cronogramas era indito para advogados. Por outro lado, a rea da contabilidade obrigou-nos a pensar na realidade das empresas. Por causa do fiscal, desde cedo a contabilidade ficou intrinsecamente ligada aos projectos da Sociedade. Os projectos, no fim da linha, assumem sempre a expresso de uma declarao de rendimentos que temos que saber fazer e um pressuposto desde o primeiro minuto. Remonta a 1997 a relao ntima entre a Caetano de Freitas & Associados e contabilistas, assim como a criao de uma Sociedade de prestao de servios de contabilidade que deu origem Moneris, hoje a segunda maior empresa de contabilidade da Pennsula Ibrica. A pluridisciplinaridade assume-se como uma necessidade para dialogar com os clientes, perceber os negcios e criar as solues. Temos feito um esforo para acompanhar a evoluo e adivinhar os prximos passos. Preocupamonos em conseguir antecipar os movimentos da economia e as tendncias do mercado. Assim, era importante fazer a ponte pela pluridisciplinaridade. Hoje, para alm de advogados, dialogamos permanentemente e construmos equipas com consultores de gesto, de logstica, de recursos humanos, TI, contabilistas, entre outros. Temos que sair do Direito puro e duro porque necessrio que o nosso trabalho se identifique e repercuta na declarao de rendimento dos nossos clientes, nos business plans, na realidade dos negcios. Aquilo que fazemos tem de ser materializado, reitera. das 10 s 23 horas, sete dias por semana, para a realizao de consultas e de pedido de actos, sem marcao prvia. Em 2005 comemos a discutir o que fazer em relao s reas que no se integravam na nossa matriz. A Sofia Almeida Ribeiro colocou ento uma nova ideia em cima da mesa: as lojas jurdicas. O intuito subjacente consistia em introduzir no mercado a prestao de um servio de elevada qualidade ao pblico em geral. Resolvemos uma questo interna e inovmos ao contribuir para a implementao de um novo conceito no sector. um processo fantstico que abrange cerca de 20 advogados e um universo de cerca de 5 mil clientes, explica Miguel Caetano de Freitas. Numa lgica de fomento da proximidade dos cidados Justia, este conceito surge com o propsito de um interagir com um pblico que habitualmente no adquire servios jurdicos. O entrevistado esclarece que h um tipo de clientes que se relaciona facilmente com sociedades de advogados. Porm, h um gap entre um pblico que nunca consultou um advogado e o que compra habitualmente servios jurdicos. Com as lojas jurdicas quebra-se essa barreira. Temos de fazer da Justia uma comodity porque h coisas simples que no requerem grandes procedimentos, e assuntos muito srios que devem ser conduzidos por advogados. Assim, as lojas jurdicas prestam servios jurdicos tpicos de um escritrio de advogados e asseguram

Temos de fazer da Justia uma comodity

Em 2006, inspirada pela necessidade de aproximar os cidados da justia e na vaga reformista do Simplex, a Caetano de Freitas & Associados aceita o desafio de Sofia Almeida Ribeiro e empenha-se na conceptualizao, no apoio tcnico e na formao de Advogados para a Loja Jurdica. A Loja Jurdica oferece aos clientes a possibilidade de beneficiarem, num nico espao e com a maior convenincia, da totalidade dos servios de advocacia e de actos preparatrios de notariado. Em funcionamento em vrios centros comerciais do pas, estas lojas oferecem servios prestados por uma equipa multicompetente de advogados que est disponvel

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Portugal InovadorMiguel Freitas perspectiva o futuro da Caetano de Freitas & AssociadosPreocupo-me como vou atrair talento. O nosso ADN obriga-nos a acrescentar valor em tudo o que fazemos. Tenho de oferecer aos meus advogados desafios permanentes para que se sintam realizados do ponto de vista profissional e pessoal. A desmaterializao um processo que vamos ter de viver porque no quero perder um ptimo advogado por ele ter optado por viver noutro pas ou por ser feliz de acordo com um outro cdigo. Eventualmente no faz mais sentido obrigar advogados talentosos a gastarem duas horas ou mais em viagens at Avenida da Liberdade, nem exigir que partilhem o seu sucesso com Scios que vivam de glrias passadas. No fundo, temos de atrair talento e geri-lo distncia, se necessrio, para fidelizarmos os profissionais ao nosso projecto. No que aos clientes diz respeito, no me basta informar qual a taxa de imposto, tenho de ajudar o cliente a montar o negcio. Compete-me ajudar para que a actividade se enquadre com o objectivo proposto, o fiscal no mais um elemento diferenciador, ele transversal.

entrada acompanha a dimenso. Por sua vez, a Colmbia, embora com menor dimenso, um mercado mais friendly . E acrescenta que mesmo para os advogados portugueses a internacionalizao est muito facilitada. Embora no tenhamos as portas abertas para exercer livremente nos pases de acolhimento dos investimentos, podemos trabalhar com advogados locais para apoiar os nossos clientes l.

Futuro est na inovao!

a promoo e defesa intransigente dos Direitos Liberdades e Garantias ao pautar a sua actuao pela competncia, convenincia total e confidencialidade absoluta. A estreita colaborao com a Sofia e a Loja Jurdica tem-nos ajudado muito a compreender o enorme potencial e talento que se encontra por explorar nos jovens advogados, temos aprendido a complementar na rea comportamental a formao tcnica dos advogados, e percebemos que possvel acelerar a formao de excelentes juristas, sustenta.

Internacionalizao: uma mais-valia inegvel

A internacionalizao um desafio para inmeras empresas nacionais que almejam a expanso alm-fronteiras. A estratgia internacional destas empresas acarreta a supresso das fronteiras econmicas nacionais e potencia a cooperao com diferentes agentes econmicos. Este movimento aparenta ser uma alternativa vantajosa face contraco do mercado portugus. Neste novo repto, em que o conhecimento da identidade cultural e das oscilaes do mercado preponderante para alcanar o Pgina Exclusiva 22

xito, as empresas portuguesas podem contar com o suporte efectivo da Caetano de Freitas & Associados. H muitas oportunidades no mercado internacional que os portugueses podem aproveitar. No entanto, em Portugal tambm vo surgir oportunidades para entrarem novos players. Este processo uma mais-valia porque temos empresas com excelente know-how e faz todo o sentido vend-lo em pases emergentes, desafia o advogado. Num mundo em que a globalizao uma evidncia, e em que vrios mercados aparentam ter potencial para serem explanados, necessrio perceber qual estar mais receptivo s solues/ servios que se pretendem internacionalizar. O causdico destaca Brasil, Moambique, Colmbia e Cabo Verde como apostas que, a longo prazo, se podero revelar frutferas: Estes mercados apresentam um crescimento da economia acima dos 5% ao ano e tm demografia, algo que a Europa est a perder. Brasil um mercado com 40 milhes de consumidores. Todavia, h que salientar que o custo de entrada l muito elevado. Oferece um mercado fantstico a investidores, mas o custo de

Longe vo os tempos em que o sedentarismo da sociedade conduzia inrcia. Actualmente, assiste-se a um processo de constante mutao em que a sociedade contempornea evolui em funo da inovao tecnolgica. o chamado paradigma da Sociedade de Informao. E com ela vem a especializao, os nichos de mercado, a exploso dos servios para advogados (marketing, recursos humanos, gesto) e necessariamente a desintermediao da Advocacia os novos advogados no se fazem mais copiando durante 15 anos os advogados mais velhos, afirma. Neste contexto, a relativizao das distncias uma veracidade. Desenvolver projectos distncia deixou de ser uma utopia e dividir honorrios com os scios mais velhos de uma Sociedade de Advogados poder no ser mais uma necessidade, nem o nico caminho para o sucesso. O futuro vai ser a Internet. o nosso prximo desafio. H uma dinmica na vida da advocacia que tem de se interligar com as tecnologias. A internacionalizao conduz-nos tambm a esse patamar. O grande desafio para o futuro analisar como que as marcas se vo posicionar para atrair bons profissionais. A advocacia vai posicionar-se em questes de marca porque vo ter de vender para atrair clientes e advogados.

Portugal Inovador

Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas no esqueo de que minha vida a maior empresa do mundo, e que posso evitar que ela v falncia. Ser feliz reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreenses e perodos de crise. Ser feliz deixar de ser vtima dos problemas e se tornar um autor da prpria histria. atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um osis no recndito da sua alma. agradecer a Deus a cada manh pelo milagre da vida. Ser feliz no ter medo dos prprios sentimentos. saber falar de si mesmo. ter coragem para ouvir um no. ter segurana para receber uma crtica, mesmo que injusta. Pedras no caminho? Guardo todas. Um dia vou construir um castelo

Querer PoderFoi com base num poema de Fernando Pessoa, que Helder Ferreira, impulsionador da Sociedade de Advogados Helder Ferreira & Associados, deu a conhecer a viso da sua equipa de trabalho perante actual situao do pas.O escritrio de advogados Helder Ferreira & Associados encara a Sociedade onde est inserido como a maior empresa do mundo, do mesmo modo que cada portugus devia olhar para a sua vida, como uma empresa que deve produzir com o objectivo de no cair em falncia, inicia Helder Ferreira. O advogado alerta para a situao que se vive em Portugal e para a necessidade de unio de esforos com vista a ultrapassar a crise. Todos temos o direito de manifestar a nossa insatisfao, no entanto no podemos esmorecer, temos que olhar para as contrariedades da crise como obstculos que devem ser ultrapassados, atravs da inovao, do investimento pessoal, sem esperar do Estado a resoluo de todos os problemas. em alturas de crise que os indivduos descobrem o seu sentido de criao, algo que fundamental colocar em prtica e que pode significar a sobrevivncia. Na nossa Sociedade de Advogados tambm encontramos alguns contratempos, no vivemos tempos de bonana, mas sabemos que esse obstculo tem que ser ultrapassado de forma eficiente. Dar tudo o que temos e apostar na inovao pode ser a chave para o sucesso. Assim como o apelo de Fernando Pessoa, devemos guardar todas as pedras que encontramos no caminho e esperar que, no final do ano de 2012, o nosso castelo j esteja a meio, em prol de uma sociedade melhor.

Capital humano

Helder Ferreira iniciou-se na advocacia de modo isolado, mas Pgina Exclusiva 23

Portugal Inovadorpessoais e de grupo, no sendo necessria uma liderana efectiva.

Recuperao de Crdito

rapidamente percebeu que a formao de uma Sociedade era crucial para promover o crescimento da sua actividade. Assim, o trabalho em parceria com advogados estagirios, que acabaram por entrar no escritrio, deu origem Sociedade de Advogados Helder Ferreira & Associados. Em conversa com a revista PorPgina Exclusiva 24

tugal Inovador, Helder Ferreira fala com orgulho da equipa que conseguiu formar e do ambiente familiar e descontrado que l se vive. Tenho o orgulho de referir que na nossa Sociedade no necessrio haver liderana, trabalhamos todos em prol do mesmo objectivo, refere. Um ambiente descontrado, onde todos estabelecem objectivos a atingir,

Tendo colaborado inicialmente a ttulo individual com uma entidade bancria na recuperao de crdito vencido e em incumprimento, o trabalho em Sociedade tornou-se crucial para atender a todas as necessidades do mercado. O reconhecimento alcanado, perante os resultados obtidos, no se fez esperar, permitindo Helder Ferreira & Associados realizar parcerias com outras entidades bancrias e instituies financeiras. Sendo uma Sociedade generalista com capacidade para atender s vrias necessidades do cliente, a recuperao de crdito vencido e em incumprimento tornou-se, de facto, a sua vertente de especializao. Liliana Franco, especialista na rea, explica-nos o mtodo de trabalho da Sociedade. Processamos de forma positiva e inovadora a recuperao de crdito, inicia a advogada. Com a experincia acumulada ao longo dos anos, a equipa da Helder Ferreira & Associados tem conseguido estabelecer um bom contacto com os devedores. Devemos olhar o devedor como uma pessoa que est a passar por uma situao complicada, mas que com ajuda vai conseguir ultrapass-la. Assim, o nosso trabalho baseia-se na procura de solues, na tentativa de estabelecimento de novos prazos de pagamento com vista resoluo do problema. Essa a base do nosso sucesso e que nos tem permitido alcanar excelentes resultados. Moderar o debate entre o Banco e o devedor, com o objectivo final de encontrar uma soluo que seja vivel para ambos - tendo em conta todas as limitaes impostas em termos de reestru-

Portugal Inovadorturao de crdito impostas pelo Banco de Portugal e, obviamente, a capacidade do devedor - a finalidade. A especialista dedica-se, essencialmente, a casos de contencioso bancrio que afectam instituies financeiras e de crdito. No so s as pessoas que pediram dinheiro emprestado que se vem em situaes complicadas, tambm os Bancos so afectados pela Crise, alerta Liliana Franco. A Helder Ferreira & Associados representa estas instituies financeiras e tem como objectivo final, em todos os casos, defender os seus interesses. Olhamos para o Banco como um parceiro e o objectivo dele passa a ser o nosso. Obviamente, que o sucesso do nosso trabalho passa pela humanizao dos casos, dado que no nos esquecemos que, quem est em situao de incumprimento so pessoas comuns que por diversas razes esto a viver uma situao difcil. O que a equipa de especialistas do escritrio tenta fazer , promover junto do cliente e do devedor - que aceita a oferta de ajuda - a procura de uma soluo que satisfaa ambas as partes. O princpio de nunca enviar o processo para contencioso sem, em primeiro lugar enviar uma carta de apresentao ao devedor, mostrando abertura e disponibilidade para encontrar uma sada, tem permitido Sociedade encurtar processos e resolver o problema sem necessidade de iniciar a aco judicial. Se o indivduo que est em situao

Olhamos para o Banco como um parceiro e o objectivo dele passa a ser o nosso. Obviamente, que o sucesso do nosso trabalho passa pela humanizao dos casos, dado que no nos esquecemos que, quem est em situao de incumprimento so pessoas comuns que por diversas razes esto a viver uma situao difcilde incumprimento nos contacta com o objectivo de encontrar uma soluo, ns tentamos promover uma reunio entre todos (Devedor, Banco, Sociedade de Advogados) para em parceria chegarmos a um consenso. Apresentamos assim uma alternativa extrajudicial que visa o consenso das partes. No prometemos solues, mas tentamos explorar e perceber alternativas. Quando um processo chega a contencioso, j est numa fase de incumprimento, mas tendo em conta que a alternativa ao pagamento da dvida passa pela venda judicial de bens, a procura da resoluo pacfica do caso o objectivo das partes. importante referir que a Instituio Bancria no tem interesse em confiscar bens materiais, tais como imveis, o seu objecto social no esse. Da que, muitas vezes o alargamento do prazo de pagamento seja mais vantajoso tambm para eles, explica Liliana Franco. No entanto, tambm nestas questes encontramos m f, pessoas que no pagam as suas dvidas simplesmente porque no querem, e que entram em contornos judiciais que podem demorar anos a resolver. Se pensarmos que a Crise que vivemos tem por base problemas financeiros e econmicos e que muitos processos envolvendo milhes de euros esto dependentes de um despacho, que demora meses a ser sair, percebemos o imbrglio da questo. importante que os operadores judicirios percebam a importncia que tm na resoluo da Crise. Estes processos pem em causa milhes de euros, aliando custas judiciais elevadssimas! Sendo a Banca o motor da economia, temos que a dinamizar para que esta tenha capacidade para incentivar o crescimento do pas, termina Liliana Franco.

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Portugal Inovador

Aquele que quer ser advogado, tem de ser s advogadoEsta a opinio consensualizada entre os scios da Campos Pereira, Pedro Alhinho, Leopoldo Carvalhaes, Cndida Mesquita & Associados, Sociedade de Advogados R.L.. Uma sociedade unida pelos valores e por um objectivo comum: a excelncia da advocacia.Advogados, durante doze anos, como formador na rea de Processo Penal de 1994 a 2000, e como vogal dos rgos disciplinares do Conselho de Deontologia do Porto (2005/2007) e do Conselho Superior (2008/2010). Rafael Campos Pereira, por seu turno, inscrito na Ordem de Advogados desde 1989, exerce advocacia nas reas de trabalho, sociedades e ambiente. Acumula ainda funes de gestor/administrador de empresas, sendo ainda conselheiro do CES Conselho Econmico Social. No seu percurso profissional, esteve tambm ligado Ordem de Advogados, enquanto formador de Prtica Processual Civil, e Universidade Catlica, como docente da cadeira Relaes Colectivas de Trabalho. J Leopoldo Carvalhaes integra rgos sociais da Ordem de Advogados desde 2002. No Conselho de Deontologia, onde realizou dois mandatos (2002-2007), sendo actualmente vogal no Conselho Superior da Ordem. Como advogado trabalha, preferencialmente, as reas de direito societrio e fiscal. Uma sociedade de advogados coesa, constituda por quatro advogados com mais de vinte anos de carreira, alargada pela integrao de jovens advogados que nela estagiaram. Actualmente somos nove advogados, estando algumas pessoas em processo de integrao. Optamos por crescer lentamente, sem perder a nossa matriz. E temos conseguido fazer

Composta por nove advogados, a Campos Pereira, Pedro Alhinho, Leopoldo Carvalhaes, Cndida Mesquita & Associados, Sociedade de Advogados R.L. opera desde o seu escritrio no Edifcio Capitlio, no Porto. Dos quatro scios, apenas Cndida Mesquita no cursou na Universidade Catlica Portuguesa. Formada pela Faculdade de Direito da Universidade de LisPgina Exclusiva 26

boa, a advogada sempre exerceu advocacia nas reas da famlia, comercial, insolvncias e rea administrativa. Tambm Pedro Alhinho, scio e colega de curso de Rafael Campos Pereira e Leopoldo Carvalhaes, se dedicou em exclusivo ao exerccio da advocacia, essencialmente nas reas do direito criminal, civil e societrio. Colaborou activamente com a Ordem dos

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isso. Temos crescido sustentadamente, sem perder a nossa identidade e os nossos valores, afirma Leopoldo Carvalhaes.

Valores assimilados

Quando questionados sobre quais os valores vigentes na empresa, a resposta pronta: Acima de tudo somos reconhecidos por ter uma proximidade muito grande com o cliente. No somos uma sociedade de advogados em que a identidade de quem trata de cada assunto se dilui. O nosso front office absolutamente transparente e aberto. Somos e queremos ser reconhecidos dessa forma, avana Campos Pereira. Mas a proximidade ao cliente no seria possvel sem uma organizao interna bem conseguida. A lealdade entre colegas, scios e todos os que chegam de novo e so integrados, constitu matriz. Os que chegam so metaboliza-

dos pela prpria sociedade e acabam por beber e partilhar estes valores. O crescimento lento tem essa componente de potenciao das qualidades. Diria que h um cdigo de valores no escrito neste escritrio que provavelmente o mais importante: num exemplo, se surge um problema com o processo de um scio que momentaneamente no est presente, esse o primeiro a ser tratado. um cdigo no escrito, que nunca foi acordado, mas que sempre esteve presente no escritrio. E este cdigo de valores um orgulho para ns, afirma Cndida Mesquita. Essa tambm a principal razo para no desejarem grandes crescimentos: Sabemos que os processos de crescimento nunca esto concludos, mas queremos ter esta dimenso. Nunca tivemos a ambio de crescer mais do que crescemos, abrindo, por exemplo,

delegaes no exterior. Hoje em dia, num mundo global, a partir desta base temos a informao indispensvel e necessria para trabalhar em qualquer pas do mundo, com qualquer escritrio local. E algo que j temos feito, a nvel internacional, trabalhando com escritrios locais, complementa Campos Pereira.

Justia em Portugal

Trabalhar com escritrios locais no mercado externo um ponto positivo, mas tambm o mote para uma reflexo sobre a Justia em Portugal. Pedro Alhinho acredita que a Justia evoluiu menos bem que outros sectores da sociedade e da administrao portuguesa. Tivemos uma grande reforma ao nvel das finanas, dos registos mas, no funcionamento da Justia, estamos ao mesmo nvel do que estvamos h 20 anos. O choque tecnolgico chegou mal Justia.

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Portugal Inovadordos Advogados uma instituio da maior credibilidade, que nos merece o maior respeito e com o maior orgulho que l estamos inscritos. Disso no tenho a menor dvida. Agora, o rosto mais evidente da Ordem o senhor bastonrio que, na minha opinio pessoal, um factor de descredibilizao da Justia e que contribui para agravar muitos dos seus males. Por outro lado, contribui tambm para um acentuar de um clima de crispao permanente entre todos os agentes da Justia. Na minha opinio pessoal, sempre fez parte do problema e nunca da soluo. No deixa de ser curioso que as mesmas pessoas que elegem uma pessoa com a personalidade do actual bastonrio so as mesmas pessoas que elegem a nvel distrital os que so assumidamente contra as opinies desse bastonrio Portanto, mantendo a base democrtica, e uma vez que no existe um sistema melhor que este, temos os incmodos prprios do funcionamento da democracia. Refiro-me a ter um bastonrio que, a ttulo momentneo, serve menos os interesses da Ordem. Opinio partilhada por Leopoldo Carvalhaes: O pblico em geral no tem a percepo, nem tem de ter, de que existem vrios rgos na Ordem. Cada um eleito por um mtodo prprio, com uma competncia e independncia prprias, sem subordinao hierrquica entre si e que cumpre a sua funo de uma forma eficaz, discreta, competente e no politizada. Desses no se fala. Eu estou vontade para o dizer porque actualmente integro o Conselho Superior, um rgo social da Ordem de Advogados. Ns somos mandatados pelos nossos colegas para fazer o trabalho que estatutariamente nos est cometido. E esse que ns temos de fazer. Tudo o resto poltica e eu no fao poltica no exerccio dos cargos da Ordem. Pedro Alhinho refora: O bas-

A gesto dos recursos chegou muito mal Justia e temos, basicamente, um sistema que sobrecarrega os advogados sem que do lado do aparelho administrativo exista um esforo idntico quele que nos pedido. Por outro lado, as assimetrias nas magistraturas e advocacia so factores preocupantes para esta equipa: Num pas to pequeno como o nosso, e com uma identidade nacional to vincada, no se percebam as assimetrias to vincadas, quer ao nvel da advocacia quer ao das magistraturas, com prejuzo para a eficincia do sistema e a segurana de quem a ele recorre. Magistratura e advocacia precisam ambas de se representar como parte de um mesmo sistema judicial, orientado para a resoluo efectiva dos litgios., considera Leopoldo Carvalhaes. Simultaneamente, as constantes mudanas no poder poltico acabam por afectar directamente a fluidez de todos os processos: Pessoalmente considero urgente que os denominados pactos de regime entre os grandes partidos sejam aplicados no domnio da Justia. O funcionamento dos tribunais um dos indcios considerado pelas empresas estrangeiras quando decidem investir num determinado pas. Se temos os tribunais congestionados, parados e sem meios e desligados das realidades da economia e do conhecimento, ento no h investimento. Pgina Exclusiva 28

Mesmo com a modernidade que o citius confere, tudo o resto no proporcional, alerta Campos Pereira. Mas ser na necessidade de recorrer a meios alternativos de resoluo de conflitos que se podero assinalar os maiores entraves ao sistema judicial. Cada vez mais, prefervel um mau acordo do que uma boa demanda. este o ponto a que chegamos. Lamenta Cndida Mesquita. Entre escritrios, muitas vezes procuramos uma soluo extrajudicial porque sabemos que a soluo judicial mais cara, morosa e incerta. Existe por isso uma consensualizao do litgio que passa ao lado do processo judicial, complementa Leopoldo Carvalhaes. Para Pedro Alhinho as razes so bvias: mais fcil exercer e reunir decisores qualificados num processo de arbitragem do que num tribunal judicial. A insegurana e incerteza relativamente competncia de um decisor um elemento preponderante no momento de decidir qual a via de resoluo de um conflito.

Ordem de Advogados

Mas ser que a Ordem de Advogados e o actual bastonrio tm contribudo para a minimizao destes problemas? Campos Pereira responde: Portugal um pas pequeno que tende a fulanizar as instituies. A Ordem

Portugal Inovadorcapacidade de trabalho, salienta Campos Pereira.

Futuro optimista

tonrio tem legitimidade democrtica, foi eleito. Mas a excelncia na advocacia no tem a ver com sistemas eleitorais. A excelncia resulta da competncia e da aco, no da eleio. Este assunto contende com a falta do exerccio da advocacia. S deve ser bastonrio quem puder ser s advogado.

Ser s advogado

Uma opinio vincada, para alm do cargo de bastonrio, servindo tambm para os advogados: Aquele que quiser ser advogado tem de ser s advogado. No pode fazer o que hoje muitos fazem, ou seja, dedicarem-se em part-time a diversas actividades para um dia depois poderem ser advogados. Esse, a cada dia menos advogado. Dispersa-se e distancia-se do objectivo. Ser advogado algo que se vai construindo, quando nos apercebemos j o somos. No entretanto, s nos podemos dedicar a essa construo. E isso possvel, mesmo para os jovens. Desde que saibam e possam esperar. Temos conscincia que hoje Bolonha, ps-graduao, estgio, um part-time para ter algum dinheiro no bolso Mas eu pergunto: onde fica o tempo para pensar o processo e para tratar do cliente? E tempo at para duvidar de si prprio?, questiona Leopoldo Carvalhaes. Campos Pereira complementa:

Eu hoje estou longe de ser s advogado. Sou gestor de empresas, formador, vice-presidente da CIP - Confederao Empresarial de Portugal, mas no princpio cresci apostando na advocacia. E hoje, mesmo quando me perguntam a minha profisso eu, independentemente de todas as responsabilidades que possa ter, no hesito em responder que sou advogado. Por isso, mais do que simples palavras esta sociedade opta por tomar aces: Recebemos estagirios, sim. Mas sempre obedecendo a uma regra muito clara: Cada um dos scios s pode ter um estagirio de cada vez. Porque a formao tem de ser efectiva. Todos os estgios que realizamos servem o objectivo principal de formar advogados competentes, com capacidade para montar o seu escritrio, ou partirem para as magistraturas, quando se revele ser essa afinal a sua vocao. No h um nico estagirio neste escritrio que no faa trabalho especfico de advogado, garante Pedro Alhinho. E espao no mercado para os jovens advogados existir sempre: A percepo que temos que os jovens licenciados esto a sair cada vez melhor formados das boas universidades. Por isso acredito que sempre existir lugar para os bons advogados, isto os que aliam formao, vocao e

Quanto ao futuro, se por um lado os scios no avanam projectos a longo prazo, por outro so unnimes nas directrizes a adoptar: Neste pas h algumas caractersticas que fazem com o Estado esteja muito parecido com a banca. Ambos no tm dinheiro, mas tambm nenhum deles produz. E o pas no vive de quem no produz. O que caracteriza esta sociedade, e tambm os nossos clientes, que tivemos a capacidade de antecipar a necessidade de mudana. Produzimos valor para os nossos clientes, com nfase na preveno do conflito. Por outro lado, pagamos as nossas contas, sem dependermos de terceiros ou de um qualquer cliente em particular, preservando sempre total independncia. Nesse sentido, acreditamos que reunimos todas as condies para prosseguirmos o nosso processo de sistemtico rejuvenescimento. Se conseguirmos essa actualizao, alicerada na dinmica que imprimimos desde o incio, ento poderemos traar um cenrio moderadamente optimista relativamente ao que se vai passar j em 2012, concluem.

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Portugal Inovador

Uma firma de advogados apostada na DisporaA MRA uma firma de advogados que aposta, essencialmente, na prestao de servios aos portugueses espalhados pelo Mundo, aos que querem emigrar para outros destinos e aos descendentes dos que emigraram e querem voltar Europa.aulas de Direito da Comunicao Social e foi membro do Conselho de Imprensa e da Alta Autoridade para a Comunicao Social. Histrico suficiente para justificar que a MRA tenha uma poltica de comunicao e tenha contado, at h pouco tempo, nesta rea com um peso pesado do jornalismo portugus Pedro Varanda de Castro, agora, de novo, na Deutsche Welle, em Colnia. Somos uma firma de advogados no tradicional; se quiser, somos uma firma de advogados anormal, catalisada pela angstia do presente e pela emergncia de ter solues para os problemas novos, diz Miguel Reis. O nosso objectivo essencial o da defesa imediata, ou seja no arrastada, dos direitos dos nossos clientes, onde quer que eles estejam, porque hoje no h distncias. A MRA tem um escritrio central em Lisboa e escritrios prprios, com diversos formatos, no Brasil (So Paulo, Rio de Janeiro e Fortaleza) nos Estados Unidos (Newark) e na ndia (Goa) e parcerias com advogados de todo o Mundo. membro da AEA conhecida por ser uma sociedade de advogados muito dinmica e discreta, actuando em reas to dspares como o direito internacional da propriedade intelectual, o apoio emigrao ou os direitos de cidadania. O seu director foi este ano galardoado pelo jornal As Notcias, da comunidade portuguesa de Londres, como personalidade do ano, pelo papel desenvolvido na defesa dos emigrantes portugueses. Quando nos propomos fazer fotografias, recusam, trabalham descontraidamente, vestidos de modo informal. Quem quiser saber quem so os advogados da MRA pode ver-lhes as caras no stio www.lawrei.com, que abre janelas para outros caminhos da MRA na web. Vamos ento falar de inovao. A MRA conta-nos Miguel Reis era uma sociedade de advogados como quase todas as outras. Tradicional, com gente de fato e gravata, dando mais ateno s empresas do que s pessoas. Iniciou uma profunda remodelao no princpio do sculo, quando comeou a ser previsvel a crise a que hoje assistimos. A integrao europeia valorizou o pas, equipando-o com infraestruturas que vamos ter que pagar durante muitos anos. Era visvel, desde o fim do sculo passado, que as empresas tradicionais, sobretudo as pequenas empresas familiares no teriam condies de sobrevivncia. Pessoas que eram consideradas abastadas passaram condio de pobres, ou pelo menos de miserveis, em poucos anos. E ns constatamos que havia nisto a afirmao de uma regra: a de que as pessoas eram o princpio e o fim de tudo. Na advocacia, como, de resto em toda a actividade econmica. Isso conduziu a que a sociedade redesenhasse a sua misso, definindo alguns vectores essenciais, como explica Miguel Reis: Passamos a privilegiar as pessoas por relao s empresas que, para ns, s existem em funo delas. No aceitamos prestar servios nem ao Estado, nem a entidades pblicas. S defendemos e s patrocinamos pessoas concre-

No sabemos bem quantos somos. Temos cerca de 40 cadeiras ocupadas nos nossos escritrios de Portugal, Brasil, Estados Unidos e ndia; mas esse nmero no diz nada do que somos. Cada uma dessas pessoas apenas um plo de uma network apostada na defesa de direitos to singelos e importantes como o direito dignidade. A advocacia tradicional, do advogado brunido e vestido de alpaca, do fingidor, sem ser poeta, que ganhava a vida como os artistas circenses, acabou. A nova advocacia j no espectculo. assim que Miguel Reis, advogado, 60 anos de idade, nos define a MRA a marca portuguesa para servios jurdicos, criada pela sociedade de advogados Miguel Reis & Associados. Nada de fotografias com poses tradicionais, porque o que lhes interessa aproveitar neste contacto com a revista , de forma clara e inequvoca, a promoo da marca. Coisas de advogados que passaram pelo jornalismo. Miguel Reis foi jornalista do Jornal de Noticias e de A Luta. Ps termo carreira, de forma mais ou menos precoce, como director adjunto do Portugal Hoje. Deu Pgina Exclusiva 30

Portugal Inovadortas, com alma, ou empresas que tenham personalidade conexa com a de pessoas humanas em concreto. Acima de tudo procuramos encontrar as melhores solues, nem que, para isso, seja preciso dar a volta ao Mundo. Miguel Reis considera que, sendo embora a mais velha profisso do mundo a advocacia moderna se transformou num negcio, que no est imune s regras comuns dos mercados. Por isso mesmo, os advogados so avaliados pelos clientes em funo de padres de qualidade estabelecidos nas sociedades para a generalidade dos servios e em funo dos resultados obtidos. As pessoas deixaram de valorizar o advogado emproado, dentro do seu casaco de alpaca, falando de forma grave e espaada. O que elas procuram, em primeiro lugar, informao rigorosa. Num segundo momento, pretendem solues objectivas para os seus problemas, que sejam economicamente sustentveis. Por isso, a primeira preocupao dos advogados da MRA a da resposta rpida e objectiva s questes apresentadas pelos clientes, como se a prontido fosse a chave de todos os segredos. Esta viso talvez decorra do facto de MRA ter crescido nos ltimos anos custa da prestao de servios a residentes no estrangeiro, emigrantes portugueses ou pessoas e empresas que precisam de apoio jurdico em pases de lngua portuguesa. Prontido poupana para o cliente. Mas tambm interessante para o advogado, que melhora a sua liquidez se agir de forma pronta e eficaz. A MRA privilegia a preveno, a negociao e os meios alternativos para a resoluo de conflitos, como a mediao e a arbitragem. Segundo Miguel Reis, o mais importante para a boa gesto de uma firma de advogados projectada para os tempos modernos a satisfao dos clientes num quadro que permita a sobrevivncia do exerccio da advocacia como profisso liberal. Nunca haver advocacia digna desse nome se o advogado passar a ser um operrio por conta de outrem, em vez de ser um profissional liberal. na liberdade do exerccio da advocacia que reside o segredo de uma dinmica de satisfao mtua. Por isso, no h advogados-empregados na MRA. Somos todos profissionais liberais. Queremos ser modernos e, por isso mesmo, estamos contra o mito dos super-advogados, que , no essencial, o sustentculo da corrupo. No h super-advogados. Todos ns somos capazes de fazer o que fazem os melhores advogados do Mundo, porque todos temos acesso ao conhecimento e aos melhores mestres. Inovao na advocacia? sugerimos, quase em jeito de provocao. A roda est inventada h milhares de anos. Somos portugueses e revemo-nos numa dispora que tem, pelo menos, 40 milhes de pessoas at terceira gerao. Dedicamos-lhes mais de 80 por cento do nosso tempo. No se trata de inovao; talvez seja, mais do que isso, um retorno s razes. No verdade que sejamos um pas de marinheiros; somos, sim, uma plataforma de descobertas, um ponto de cruzamento de disporas. A inovao est nessa diferente forma de comemorar o passado, para construir o futuro. Miguel Reis explica-o desta forma singela: A Europa de hoje foi construda sobre as cinzas dos imprios coloniais. Meio sculo representa apenas dez por cento de cinco sculos. Temos que voltar, todos, a navegar. Temos que repensar o direito e inovar. Somos advogados, no centro de uma plataforma de disporas, marcada por uma lngua comum. Essa , como dizia Pessoa, a nossa Ptria. No sei se somos europeus ou se somos apenas um espao numa Europa de diferentes naes, que um conglomerado sem um projecto comum. O que sei que temos uma responsabilidade social relativamente aos que daqui querem navegar para outros mundos e aos descendentes dos que semeamos pelo Mundo e que querem regressar s origens. Isso justifica que a MRA d uma importncia muito especial ao direito de emigrao, ao direito dos estrangeiros e ao direito das nacionalidades. Na opinio de Miguel Reis, o sculo XX foi o do princpio da globalizao. O sculo XXI ser o sculo das migraes. E os portugueses continuaro, como o fazem h mais de cinco sculos, a procurar outros destinos e outras paragens, aproveitando a experincia do passado e a rede natural que construram durante sculos sobretudo em pases onde se fala portugus ou onde se implantaram grandes comunidades de portugueses. Mercados que colocam problemas novos aos advogados e nos quais esta firma portuguesa aposta com sentido inovador.

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Portugal Inovador

Investimentos em I&D superiores mdia nacionalEm ano de comemorao de centenrio, a revista Portugal Inovador visitou a Universidade de Lisboa. A vice-reitora Teresa Cid, falou-nos do trabalho desenvolvido pela instituio nas reas de investigao e inovao.

Como que a Universidade de Lisboa estabelece ligaes de investigao com as empresas?Essa ligao ocorre de vrias modos, fluidos ou formais. Pode ser espoletada por solicitaes de ex-alunos que iniciam o seu trabalho numa empresa e a identificam um problema a resolver, ou resultar de pequenas solicitaes que, pela confiana que se vai gerando, evoluem para projectos de maior dimenso.

I&D e preocupaes ambientais, qualidade, eficincia energtica ou outras. A UL realiza pesquisa que, por exemplo, visa permitir melhorar a resposta a transplantes de fgado ou a eficincia na identificao de novos frmacos para doenas neurolgicas.

E benefcios para a Universidade?A UL beneficia sempre com parcerias que colocam desafios e oferecem oportunidades de indagao cientfica. H, contudo, que evitar riscos que o informalismo com que por vezes so estruturadas as parcerias pode ocasionar.

nacionais, assinando um acordo habitualmente designado MTA (Material Transfer Agreement) sem uma anlise cuidada das clusulas dele constantes, corre-se o risco de se conferir direitos sobre a propriedade intelectual a outrem ou de assumir responsabilidades conflituantes, como direitos exclusivos sobre uma patente concedidos s duas, colocando, assim, o investigador e a instituio numa posio delicada.

Quais podem ser os benefcios dessa relao?A criao de novos produtos, como medicamentos mais eficazes ou menos txicos, e a promoo de emprego qualificado, empresas com perfil de base cientfica, maior investimento em Pgina Exclusiva 32

So riscos especficos da rea de cincias da sade ou podem ocorrer noutras reas?

Que riscos?

Por exemplo, se investigadores em cincias da sade utilizarem num projecto reagentes de duas multi-

Podem ocorrer noutras reas. Um bolseiro de investigao portugus desloca-se, no seu terceiro ano de projecto de doutoramento, a uma universidade estrangeira

Portugal Inovador

A UL beneficia sempre com parcerias que colocam desafios e oferecem oportunidades de indagao cientfica. H, contudo, que evitar riscos que o informalismo com que por vezes so estruturadas as parcerias pode ocasionar.e ao chegar assina um documento conferindo universidade de acolhimento plenos direitos sobre a propriedade intelectual gerada; essa universidade solicita patente, podendo vir a obter proveitos decorrentes de investigao financiada em 90% ou 100% por entidades portuguesas, como a FCT. Este exemplo, bem real, revela que a gesto da propriedade intelectual, que precede ou acompanha a ligao universidade empresa, deve ser entendida como um acto de gesto da coisa pblica, com todos os cuidados a isso inerentes. Unidade de Transferncia de Conhecimento, a UL Inovar, que responsvel por todos os procedimentos relativos proteco e valorizao da propriedade intelectual, e promoo do empreendedorismo.

estado da arte, contactos com a indstria, apoio a tudo o que envolva propriedade intelectual, planos de negcios, etc.

A UL Inovar facultou um aumento significativo do nmero de pedidos de patentes e negociou a concesso de cinco licenas sobre patentes.

Quais so os resultados alcanados pela UL Inovar?

E no domnio do empreendedorismo?

Qual a misso da UL Inovar?

De que forma que a UL gere a sua propriedade intelectual?

A UL tem um Regulamento de Propriedade Intelectual e uma

A misso est definida como: Acrescentar valor aos resultados e processos de investigao da UL, atravs da co-promoo e gesto de interaces estruturadas entre a comunidade acadmica e os agentes econmicos e sociais. Resultou da reflexo conduzida por uma Comisso com docentes e investigadores das diversas faculdades e concretiza-se na prestao de servios aos investigadores, como pesquisas ao

Nesta rea, a UL promove iniciativas ao