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PROJETO MAPA XILOGRÁFICO Milene Valentir e Diogo Rios PROJETO MAPA XILOGRÁFICO Milene Valentir e Diogo Rios

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Criação: Mapa Xilográfico, 2008

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Page 1: PORTFOLIO MAPA XILOGRÁFICO POMPÉIA FASE 1

PROJETO MAPA XILOGRÁFICOMilene Valentir e Diogo RiosPROJETO MAPA XILOGRÁFICOMilene Valentir e Diogo Rios

Page 2: PORTFOLIO MAPA XILOGRÁFICO POMPÉIA FASE 1

Esse material apresenta a primeira fase do PROJETO MAPA XILOGRÁFICO executado no Sesc Pompéia em 2008.

Esse material apresenta a primeira fase do PROJETO MAPA XILOGRÁFICO executado no Sesc Pompéia em 2008.

Page 3: PORTFOLIO MAPA XILOGRÁFICO POMPÉIA FASE 1

ONDE ESTÃO AS ÁRVORES DA POMPÉIA?PROJETO MAPA XILOGRÁFICOMilene Valentir e Diogo Rios

Árvores cortadas nas calçadas, esse foi o ponto de partida: a busca da fertilidade oculta sob o asfalto.Junto aos moradores da Pompéia foi criado um mapeamento, fruto de olhares atentos aos ruídos do crescimento urbano, pela perspectiva de quem vivenciou e observou as diversas mudanças da paisagem de um mesmo lugar.Dialogamos com os mais antigos “residentes” do bairro, as árvores, bem como com os moradores que viveram uma Pompéia arborizada e permeada por rios e brejos, hoje “afogada” pelo asfalto. Leonilda, Antônio, Edith, Wanderlei, Wolmar, Manoel, Marco, Maruka, Sebastião; Jacarandá, Ipê, Pau-ferro, Amoreira, Primavera, Paineira, Jabuticabeira. Esses foram os nossos contadores de histórias e críticos do tempo presente. Entre muitos diálogos, fomos imprimindo os troncos vestígios das árvores que existiram na região, nosso contato mais sensível com a rua, a terra. São troncos matrizes que trazem em si as marcas do corte, desenhos que anunciam as transformações da cidade.

“ Fazemos parte da mesma história. O bairro mudou, nós também mudamos, Somos as árvores que ficaram no nosso bairro.”

Leonilda Fausto.

“Na minha rua tinha um abacateiro e um pé de amora que se juntaram. Montaram um bar na esquina e a primeira coisa que o cara fez foi cortar as

árvores”Antônio O. Camargo

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O p ro ce sso t e ve i n i c i o co m a co n s t r u çã o d o s ma p a s d e me mó r i a d e ca d a p a r t i c i p a n te , e s ta b e l e ce n d o u ma re l a çã o e sp a c i a l e n t r e a Po mp é i a co n te mp o râ n e a e su a o r i g e m. R i o s , ch á ca ra s e ca mp o s d e f u t e b o l so b re p o s to s a o s ca n a i s , p ré d i o s e sh o p p i n g s a tu a i s .

Produção de mapa de memória de Sebastião da Silva e

natureza na concepção de “progresso” da cidade. Em um processo de Durante os meses de junho e julho de 2008, o mini-curso “Mapa Xilográfico: Onde estão as árvores da Pompéia?” promoveu um espaço de historicidade acerca do bairro, onde presente, passado e futuro se integraram em uma análise sobre o processo de urbanização do bairro e, conseqüentemente, sobre a relação entre homem e pesquisa coletiva fundada na valorização da oralidade, todos os participantes dos encontros foram protagonistas da construção de um mosaico de memórias e experiências . Produção de mapa de

memória de Wolmar Mapa de memória de Leonilda Reis

A TRAJETÓRIA DO MAPEAMENTO

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Reflexão acerca do conflito cotidiano entre árvore e asfalto, investigando as contradições existentes entre o desenvolvimento econômico e o desenvolvimento humano. Houve um bate-papo após assistir o documentário “Não pise da grama”, produzido pelos proponentes do projeto, um mês antes do início da oficina no Sesc. Para o bate-papo foi convidado Octávio Weber Neto, Biólogo que atua na área de Meio Ambiente do Sesc Pompéia - que contribuiu com a discussão da consciência ambiental no espaço urbano e com a compreensão morfológica das árvores.

Desenho feito por Octavio Weber Neto.

Cenas do documentário “NÃO PISE NA GRAMA”.

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Pela impossibilidade de locomoção de alguns moradores, o grupo participante se deslocou para viabilizar tais encontros. Foi o caso da visita à casa de Maria Antônia, conhecida como Dona Maruca, que recebeu todo o grupo para um bate-papo, acompanhado de um delicioso café da tarde e muitas memórias e fotos de uma Pompéia com Chácaras, Vilas Operárias, Fábrica e a “Inglesa”( Estrada de Ferro).

“Quando era menina caminhava quarenta minutos para ir trabalhar. Eu ia descalça para não gastar a sola do sapato” Dona Maruca, 91 anos

Encontro da oficina na casa de Dona Maruca 17/06/2008

Nessa chuva de lembranças, foram determinantes os relatos acerca do cultivo de hortas e pomares, em uma comunidade de casas com portas sempre abertas, que entendia seus vizinhos como uma extensão da própria família, permeada por brincadeiras nas ruas, nos rios e nas árvores que, gradativamente, foram desaparecendo do universo do homem urbano, bem como o seu contato com a terra e seus ciclos. Iniciava-se um mergulho na história da urbanização da Pompéia.

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Estudo da técnica de xilogravura como preparação das impressões dos troncos. Foram gravadas paisagens antigas do bairro inspiradas em fotografias trazidas pelos participantes.

Indústrias Matarazzo - começo do séc. XX - Antônio Camargo.

Igreja São João Vianey - Praça Cornélia - déc. 60 - Marco Valero.

Rua Miranda de Azevedo - déc de 60 - Marco Valero.

Oficina de xilogravura

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Rua Clélia - em frente à Praça Cornélia.

Mapeamento das árvores cortadas do entorno - Marco Valero.

As impressões das árvores cortadas foram feitas a partir de um roteiro estabelecido pelos participantes, que ao longo do curso, foram observando localidades com troncos cortados. Foi trazido por eles também a memória de cada local e a contraposição com os conflitos urbanos atuais.

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“Acreditei que a rua era capaz de provocar pontos de viragem na minha vida, a rua, com a sua inquietude e troca de olhares, era o meu verdadeiro elemento: lá, como em nenhum outro lugar, eu recebi os ventos da eventualidade.” Andre Breton, Les pas perdus.

O projeto da exposição foi concebido ao longo do curso em diversos diálogos com os participantes, buscando ampliar essa experiência para outros moradores do bairro.

A exposição consistiu na transformação dos corredores do galpão das Oficinas de Criatividade do Sesc Pompéia em ruas e avenidas do bairro, de acordo com o mapeamento e impressão das árvores cortadas, na perspectiva da rua como encontro, não apenas como espaço de passagem utilitário. Em cada rua - corredor é possível ler memórias e reflexões dos moradores nos tijolos das paredes, ouvir seus depoimentos próximos a bancos de praças espalhados pelas “calçadas”, deparar-se com as árvores cortadas das respectivas ruas, além de fazer a leitura de um jornal, deixado em cada banco também produzido com os moradores.

Logo na entrada, é possível comparar as paisagens através dos mapas de memória, ao lado dos depoimentos dos moradores no documentário produzido durante as oficinas.

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MAPAS DE MEMÓRIA - Painel da exposição

Leonilda Reis Sebastião da Silva Wolmar BonavigoEdith Fragoso

Antônio Camargo

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ABERTURA DA EXPOSIÇÃO

Vivemos uma “festa de rua” nos galpões do Sesc, com a presença da Banda Operária da Lapa, uma das bandas mais antigas de São Paulo.

Bate-papo no dia da abertura com os participantes sobre o processo todo.

Participantes da oficina na sua 1º visita à exposição.

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ONDE ESTÃO AS ÁRVORES DA POMPÉIA?

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“O Machado de Assis falava assim: será que ele conseguiria, quando chegasse na velhice, unir a juventude de novo? “

O projeto continuará com estudantes da E.E. Zuleika de Barrospromovendo momentos de encontros entre gerações.

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FICHA TÉCNICAFICHA TÉCNICA

ORIENTAÇÃO E PRODUÇÃO: Milene Valentir e Diogo Rios.ORIENTAÇÃO E PRODUÇÃO: Milene Valentir e Diogo Rios.

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Outubro de 2008