portfolio 2015
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RESIDENCIA SHANGRI-LÁ 01
Devido ao formato do terreno e a intenção de deixar a maior área livre
possível, a residência foi implantada no fundo do lote, liberando a perspectiva de
seu entorno.
Assim implantada, a fachada frontal fica voltada para o sudeste, ficando
prejudicado o aproveitamento de grande parte de seu interior da luz e ventilação
naturais, levando à solução de fragmentar a cobertura afim de deixa-la
visualmente permeável, criando assim, pontos de tensão e ruptura da unidade.
A construção tem um só nível; com salas de estar, jantar e TV, cozinha,
despensa, área de serviço, 02 dormitórios, 01 banheiro social, suíte de casal,
oficina, atelier e churrasqueira.
Nesta arquitetura, as partes intercomunicam-se, interferem-se e se unem,
descaracterizando os limites do programa; propositalmente quebram ângulos e
em relação ao reticulado ortogonal do piso, invadem e movimentam os espaços.
As partes truncadas por pérgolas e planos movimentados
descompassadamente que geram aberturas em suas extensões; (continuidade
vertical) cobrem como uma pele que não só envolve mas descasca, abre o interior
e dá vida a sua essência; aproveitando e interagindo com a natureza, captando a
luz solar, tornando-a de certa forma, uma unidade autônoma poupando gastos de
eletricidade, assim como as placas solares que aquecem as águas.
O telhado de cerâmica com poucas águas dialoga com o contexto da
região remetendo a tipologia presente no entorno. Uma vez inserida neste
contexto, a residência quebra a repetição, criando em si, relações de oposição que
marcam uma identidade não comparativa.
Fazendo uma analogia à música, cito Stravinsky ao descrever sua obra:
“Em minha música, não me interessa a harmonia, mas a intensidade dos
intervalos”; reforço a intrusão, mesmo que funcional, de um novo ritmo na
cobertura até então harmônico com o entorno.
A arquitetura agora rompida, não une mais geometrias para qualificar os
espaços e os justificar como ambientes, mas movimenta os limites e muda a
percepção.
PUBICAÇÃO NO ARCHDAILY BRASIL:
http://www.archdaily.com.br/br/01-32538/residencia-shangri-la-01-adriano-carnevale-
domingues
IGREJA COMUNITÁRIA
Olho para o céu buscando a Deus e sinto que minha fé quebra a realidade
quando vejo o movimento das coisas que me cercam e que só existem para mim da
forma em que posso percebe-las. Para cada um o mundo é feito, não para todos. Crio a
dimensão e a enquadro.
Olho para o chão buscando a Deus e sinto meus pés parte dele; pois só me
descolo por um instante para logo encontra-lo, quem sabe talvez até com minhas mãos.
Cada pessoas se conhece subjetivamente por “EU” e se analisa por partes de
uma total complexidade que existe pela relação entre inúmeros “EUS”.
Só apenas nos seres humanos esta relação chega ao ponto da filosofia que em
todo o resto se caracteriza por um ciclo de coação irracional com a mesma classificação
de “EUS”.
Então, sinto a somatória de indivíduos, de percepções diferentes, de um ser só,
de EU, de EUS, de DEUS. Então se olho para o céu, busco puramente à contemplação e
se no chão me encontro, movimento-me para a percepção de “D(EU)S”.
A obra será implantada de modo que não separe a natureza presente no local e
permita que os fiéis e padres criem relações das partes em que a construção enquadrará
da criação divina.
De formato retangular, uma marquise plana periférica, à 4,00 metros de altura,
delimitará, a uma primeira visão, o corpo construído. Esta marquise, simbolicamente,
coroará a cobertura que levemente inclinada apontará tanto para o solo quanto para o
céu; como em sinal de respeito, esta “cabeça”, agora coroada, louva e se une a toda a
criação.
Esta cobertura central permitirá que a nave e o altar da igreja tenham a luz solar
como principal iluminação e a perspectiva do céu como fundo ou parte da nossa visão.
O altar tem ao fundo duas paredes desencontradas de 2,50 metros de altura e 30
centímetros de distância que as separam no eixo central da igreja.
Esta distância, criada pelo desencontro, forma a haste vertical da cruz tendo o
sacrário como único ponto de encontro destas paredes e base da mesma cruz.
No topo destas paredes, no sentido do seu desencontro central (haste vertical)
para os seus lados, há um desnível de aproximadamente 30 centímetros a fim de formar
a haste horizontal da cruz; e por fim, uma coroa de espinhos pendurada sobre todo o
conjunto.
Atrás do altar, seguindo o mesmo eixo central, fica uma área reservada para o
confessionário. Do lado esquerdo fica a sacristia/sala de reuniões com acesso tanto
interno da igreja como externo para o sanitário de uso exclusivo do padre e acesso aos
confessionários. Do lado direito estão os sanitários masculino e feminino, sendo um,
dimensionado para a utilização de deficientes físicos; e um sanitário de uso exclusivo do
padre, todos com acesso externo à igreja.
Envolvendo toda a igreja, um sinuoso fechamento de estrutura metálica circular
com distância de 1,20 metros cada, com placas de perfil de madeira revestido de juta tratada filtram a luminosidade e visão, permitindo quando destravadas, seu movimento
ao vento e percepção ao tempo enquadrado em imagens da complexa criação. Estas
placas de madeira e juta poderão ser manufaturadas pela própria comunidade, a fim de
reduzir o custo da obra e incentivar a união comunitária.
Este revestimento de juta tratada acolhe os fiéis junto à natureza e remete à
vestimenta e manto de Cristo; uma vez que a cruz posta no exterior, inclinada junto ao
solo, indica a sua presença e quem sabe sua passagem.
Os bancos de madeira estão dispostos nas laterais da nave a fim de liberar o eixo
central que liga o exterior ao altar e que será revestido com cimento queimado
facilitando a locomoção dos fiéis; uma vez que o piso sob os bancos será de pedras de
paralelepípedos sobre o solo sem a utilização de cimento para o seu travamento,
propositalmente fará com que cada indivíduo preste atenção ao solo em que pisa, na
vida em que brota espontaneamente sob seus pés, alterando seu ritmo e o levando a
respeitar nossas próprias fragilidades.
Os sentidos levarão à percepção individual da obra e o que a emoldura.
A visão criará focos de luz, sombras, infinito, fragmentos e totalidade. A audição
ampliará o volume daquilo que existe mas nos é por vezes invisível. Os materiais que só
através do tato nos mostrará a identidade daquilo que nos cerca de várias texturas e
movimentos; filtrando em nosso olfato, cheiros trazidos pelos ventos.
E por fim, receberemos o corpo de Cristo em nossas bocas e todos os sentidos
nos levarão à percepção de d(EU)s.
RESIDÊNCIA SHANGRI-LÁ 02
Este projeto foi encomendado por uma família constituída de 04 pessoas; 02 adultos e
02 crianças. O terreno de 1.200,00m2 fica na região de Campinas, interior de São Paulo
em um condomínio fechado, na esquina da rua Dr. José Mércio com a rua Raul Guedes
de Melo
A idéia do projeto, surgiu não apenas do programa comum à uma residência, mas da
ocupação fluida de um abrigo que indica um percurso, um caminho, uma continuidade
espacial que parte do solo ocupado e se projeta ao céu como se explicássemos as formas
sinuosas da natureza, de uma montanha, através do movimento mímico, silencioso.
Da mesma maneira que ao arrancarmos algo do solo, trazemos parte dele junto; trago
junto à este movimento, ligações ao seu plano de origem, mostrando a raiz submersa
que estrutura o movimento sinuoso de um gesto natural e que desenvolve a essência e o
programa do projeto.
Este percurso caracterizado por lajes inclinadas, abre o bloco convencional à livre
escolha de circulação e evita a hierarquização dos espaços.
A residência é formada por 03 dormitórios retangulares com seus respectivos banheiros,
intercalados por ambientes de apoio, tais como dormitório de hospedes, biblioteca, sala
de brinquedos, etc..., sendo caracterizado dependendo da necessidade.Garagem para 04
autos, cozinha com despensa, área de serviço externa e grande salão com sala de
televisão. Parte da cozinha, em diagonal, uma mesa em direção ao salão com função de
bancada para cuba e fogão, e apoio às refeições. Esta mesa/bancada, filtra o espaço
comum do espaço privado/intimo caso seja de interesse.
Os quadrantes norte e leste são fechados para proteção térmica, tendo abertura apenas
nos dormitórios de muxarabis de madeira, permitindo a ventilação e o acesso externo.
No quadrante oeste, um grande painel de muxarabi de madeira, garante a sombra e a
intimidade do salão em relação a rua. Este painel de madeira possui abertura para acesso
externo, onde a continuidade do jardim é retomada.
Estas lajes inclinadas, serão revestidas de pedra portuguesa referente às calçadas
urbanas, continuando assim a idéia da não interrupção do percurso, mesmo que apenas
visual, em lote privado, além de auxiliar na impermeabilização e conforto térmico.
A apresentação de um projeto, para alguns, não representa arquitetura, já que não se
trata de objeto construído; mas pretende-se aqui, por um instante, abstrair a futura
construção ou proprietários, como as “casas sem donos” de Lúcio Costa, evidenciando
mais uma vez a idéia decorrente da liberdade de criação, da dissolução do cubo rígido e
nem sempre racional que hoje se repete como solução preguiçosa, imediata e decorativa.
Os cubos de concreto e vidro que se opunham às “casas de estilos”, hoje, se tornam as
mesmas.
ABRIGO / MANIFESTO Arquiteto Adriano Carnevale Domingues
Sai da tua infância, amigo, desperta !
Jean-Jacques Rousseau
“ A justiça social não é um princípio de massa, mas sim, de indivíduos. Mesmo que a
massa se satisfaça com seu estado, há sempre um indivíduo que sofre. Poderia haver
justiça humana nisso? Se respondermos que sim, justificaríamos a opressão... Para
construir uma sociedade justa é preciso que essas pessoas exiladas, recebam
primeiramente justiça. Chama a esta pessoa, o habitante. Chama a esta pessoa de você,
você mesmo.”
Trecho extraído do texto “Anarquitetura: A arquitetura é uma ação política.” do
arquiteto americano Lebbeus Woods.
Final do ano de 2004, os automóveis ainda continuam sobre a terra, o tempo
ultrapassa a sua relação com o espaço, transformando a imagin(ação) em virtualidade. A
pobreza aumenta e a grande maioria vive mal, dos ricos aos pobres, das casas às
cidades; nós arquitetos estaremos fadados, ao total desprezo e mal entendimento por
parte de quem nos contrata, enquanto ficarmos pensando na massa como constituição
social, incentivando à cópia, à inutilidade, à repetição de estilos globais e fotogênicos,
esquivando-nos das resoluções e questionamentos pontuais.
Estamos presenciando um Classicismo de segunda patrocinado por pessoas que
enriqueceram no mundo moderno mas fingem viverem como “lordes” em uma
sociedade feudal.
Estamos deixando apagar os rastros deixados pelos grandes arquitetos, devemos
abrir as portas de nossas reuniões profissionais, devemos por nas ruas as nossas
percepções, para que a sociedade civil entenda e veja pelos nossos olhos.
Talvez a arquitetura não seja realmente importante, como diz o Arq. Oscar
Niemeyer, e que o importante é mudar este mundo injusto; mas utilizaremos então a
arquitetura como uma de nossas ferramentas , já que está na ação, intenção e invenção a
diferença que nos qualifica.
Moraríamos nas cidades, não como quem ocupa casulos com vista para o céu e
ignora o chão sujo. O ABRIGO / MANIFESTO foi criado para, primeiramente, proteger seres
humanos que se encontrem em lugares diversos e depois alterar a percepção daqueles
que passam e não enxergam nada além de seus celulares.
Este abrigo é constituído de duas bases de ripas de madeira dispostas
paralelamente com distância de aproximadamente 1,00 metro (variável de acordo com a
necessidade) por onde saem fios de arame de aço revestidos por mangueiras de
borracha, permitindo mobilidade e maleabilidade.
Este conjunto de mangueira / arames estrutural possui três comprimentos
distintos, criando três camadas para afixar materiais de cobertura. Nas duas camadas
mais altas estão duas placas compostas de alumínio para o lado externo, refletindo o
calor , e juta resinada para o lado interno, criando uma fibra de maior resistência para o
material. Estas placas ficarão uma em cima da outra com vão livre para circulação de ar
e poderão deslizar sobre as mangueiras/arames estruturais a fim de um melhor
isolamento térmico. Abaixo destas placas, seguido por mais um espaço para circulação
de ar, uma cobertura impermeável de PVC com fibra de nylon envolve o morador tanto
por cima quanto o isola do chão úmido.
As extremidades maleáveis pelo arame e mangueira possibilitam o aumento da
área interna do abrigo.
Erguendo uma das bases de madeira, o abrigo até então em forma de arco, se
transforma em uma letra “ C “, permitindo que o morador coloque seus pertences dentro
da cobertura de PVC que o envolvia. Seguindo a transformação, o morador continua
enrolando o conjunto, agora em forma de caracol; amarrando-o
Duas pequenas rodas localizadas na outra base de madeira, possibilitam sua
locomoção.
A forma não deriva da função, pois esta já está caracterizada por si só, mas sim
pela fragmentação e movimentação de suas partes em busca da ação desejada.
Vivemos em uma “ democracia “ cada vez mais fortalecida em uma sociedade que
se vangloria a cada eleição como seu único grande ato cívico.
Grande “ democracia “ onde um mendigo se confunde com seus pertences
embalados em sacos plásticos, desumanamente invisível, o que para a sociedade é bom,
pois não precisa enxergar a decadência de seu poder, sofrendo ataques e ações
autoritárias.
Departamentos governamentais e sociedade aprovam e compram construções
especulatórias onde os espaços encolhem proporcionalmente ao número de ornamentos
inúteis de suas fachadas, sem tomarem tais ações extremas.
Parabéns , continuaremos calados até a próxima eleição ou ordem social.
Vamos encarar a urgência de tomarmos à frente daqueles que degradam nossa
profissão.
Que a arquitetura saia destas imagens inúteis, pensamentos e frases acadêmicas e
se ligue à multidão.
Vamos leva-la a sério.
PUBLICAÇÃO JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff0502200922.htm
PUBLICAÇÃO NA REVISTAS PORTUGUESA ARQ’A – ARQUITETURA E
ARTES:
http://www.revarqa.com/content/1/477/abrigo-manifesto-sao-paulo/
MUSEU DA TOLERÂNCIA
Observou-se mal a vida, se ainda não se descobriu a mão que,
piedosamente, mata. Friedrich W. Nietzsche
Vamos celebrar a estupidez humana ... Renato Russo
Evoluímos como esperado? Racionalizamos a espontaneidade ou atrofiamos nossa
percepção?
Há tempos, aqueles que um dia nos foram apresentados como primitivos/ selvagens se
uniam com seus iguais e com o espaço ocupado, com o mesmo respeito à seres
animados e seres inanimados ao ponto de ritualizar suas ações como se as dessem vozes
para um ouvido onipresente. A terra não era ocupada e sim sua parte integrante, talvez a
mais superiora delas, com forças por vezes delimitadoras. Crescia no homem o sentido
de respeito e limites.
A natureza dava o alimento nas mãos até o dia em que começaram a estocar, ato de
aparente conforto uma vez que começavam a se socializar mesmo agrupando em
casulos seletivos. Uma vez com reserva nutricional, poderiam distanciar-se da natureza, ponto esse que começariam a altera-la, sobrepondo-se a ela.
O respeito desaparecia na proporção de um pseudo crescimento sócio-cultural
patrocinado por um ego insatisfeito, que ciclicamente clamava por competição.
A percepção enfraquecida pelo atrofiamento dos sentidos, uma vez vítima de nossas
próprias criações, fez-se um campo fértil para o individualismo egoísta a ponto da raça
humana não se tolerar mutuamente.
Uma vez detectado o empobrecimento da percepção humana, caracterizando inúmeros
exemplos de intolerância, historicamente já citados, o Museu da Tolerância terá sua
concepção arquitetônica baseada no universo transitório da ação humana. A dualidade
do bem e do mal, não apenas no sentido cristão de seus significados, mas na força
muitas vezes ditatorial de transformação dos valores de uma sociedade; afetando
profundamente o sítio de sua implantação.
O estrangulamento da área em razão das leis urbanas de recuos, afastamentos e altura,
obriga a alteração do solo a fim de respeitar o programa pré-estabelecido.
O acesso se dará ao nível da rua sem interrupção entre os espaços. Neste ponto cria-se
um estranho desequilíbrio já que o raciocínio da implantação, propositalmente explicita
os limites legais para ocupação, sendo fortemente marcado pela estrutura periférica e
externa às vedações; esta marcação é uma alusão aos campos de concentração nazista,
com cabos de aço travando o bloco delimitador mesmo que visualmente permeável.
Estes cabos de aço serão rompidos apenas nas áreas de acesso, abrindo a conexão, como
uma praça, onde ficará a recepção e o acesso para todo o museu.
A área de exposição temporária começa em declive, do acesso (nível da rua) até o piso
plano a 4,00 metros abaixo pertencente a mesma exposição temporária. Esta intervenção
no terreno, simula novas curvas de níveis em lajes descoladas da laje de piso, com a
intenção de ventilar e iluminar parte da área da exposição permanente logo abaixo,
além de recriar um terreno artificial baseado na erosão de lugares esquecidos.
Nos vales de erosão, geralmente os dejetos são jogados, corpos abandonados, usaremos
então este fosso como o epicentro, o grande exemplo de alteração ambiental para
mostrarmos nas exposições as ações humanas positivas e/ou negativas, pois toda ação
repercute, reverbera, altera.
Para a percepção daqueles que passam pelas áreas próximas, haverá na área de maior
perspectiva do terreno, voltada para a praça Profº Jorge Americano, um bloco de
concreto oco, inclinando para o grande fosso como se estivesse sendo tragado, abriga a
loja e o café no mezanino; tendo os elevadores de acesso do público às exposições, além
de servir como cobertura da recepção.
Externo e revestindo este bloco de concreto, haverão várias placas de barro queimado
(como telhas) com distâncias diferentes presas em espinhos de ferro, como se
descascassem de seu corpo, remetendo ao solo seco do nordeste e agora da Amazônia.
Tais placas de barro serão moldadas pelos trabalhadores da obra em loco, agregando
valor e diferença de forma em suas superfícies, uma vez que a absorção individual das
informações , não necessariamente resultam na igualdade das respostas.
No fosso (nível –4,00 metros) ficarão além das exposições temporárias,a área de
montagem com uma sala para coordenação, reserva técnica, cinema e sanitários.
Descendo mais 4,00 metros (de piso a piso) ficarão o auditório com sanitários e o
espaço para a exposição permanentes aonde painéis estarão dispostos de maneira a
formar aparentes salas convencionais , separadas em dois grupos de acordo com o tema
da exposição ( ações benéficas e maléficas ). Separando estes dois grupos, no sentido
longitudinal, terá uma parede sinuosa transparente de meia altura, contínua, permitindo
que, visualmente, o antagonismo dos temas expostos, sejam sempre comparados.
No lado do grupo que expõem ações humanas negativas, um tecido na cor de sangue
tornará o teto flácido, interferindo na apreensão total dos espaços. Os painéis nos quais
ficarão os documentos, quadros, fotos, etc.., a serem expostos, rotacionarão em torno de
um eixo central na velocidade lenta, a fim de quebrar o percurso lógico de visitação,
causando desconforto nos visitantes.
No outro lado, o grupo de exposição sobre ações humanas positivas, ficará sob a área do
pavimento superior em que as lajes descoladas recriam uma nova topografia, dando uma
sensação de desafogo, dando vida às imagens e liberando a perspectiva para o céu.
Restando os vestiários, copa, almoxarifado, manutenção e reservatório de água logo
abaixo.
À cima do grande fosso das tolerâncias e intolerâncias humanas, suspenso 6,00 metros
do nível da rua, ficarão os espaços destinados a aprendizagem, com salas de aula,
laboratórios, biblioteca; área administrativa e coordenação das exposições e
alimentação, com restaurante na cobertura, num total de quatro andares.
Cada andar estará desencontrado do andar seguinte para melhor captação da luz natural,
seja pelas aberturas horizontais ou por clarabóias resultantes dos espaços destes
desencontros.
Estes quatro andares romperão os limites da estrutura periférica, como se almejasse não
mais interferir o espaço comum.
Entre a estrutura periférica e as lajes suspensas, terá um tecido para vedação e
sinalização de temas sobre diversos assuntos expostos ou em pauta para interação até
mesmo daqueles que só passam e começariam a interagir. Este tecido representa uma
cortina que ao invés de esconder as atrocidades, reforça o peso dos assuntos abordados.
Fica assim então repartido e confrontando a polaridade da falta de limites aliada a
alteração nefasta por propósitos pequenos, contra o respeito e até mesmo a exclusão
contemplativa do estado natural das coisas como entendimento da extensão de cada um.
LATVIAN NATION REFLECTING SOULS MEMORIAL
Inclino-me no rio Daugava, como sinal de respeito, ajoelho á sua margem e
percebo que toda água sua não tem o propósito de saciar minha sede; talvez inundar
minha razão inquieta. Tão logo percebo minha imagem em sua superfície confusa com
tudo que até então estaria atrás de mim criando um novo quadro.
Sinto-me, então, parte de uma realidade transitória, mas que me liga á percepção
e a reflexão do tempo além do espaço.
O céu agora embaixo de mim, põe-me cara a cara com a imaterialidade.
Olho para o horizonte, ainda ofuscado pelo reflexo da luz solar na superfície do
rio Daugava, e levo fragmentos do que ficou registrado em minha mente e povôo a ilha
com memórias de toda nação unida.
Lembro do ano de 1989, milhares de pessoas de mãos dadas confirmando o
sentimento de união que nunca foi destruído ou retirado á força.
Esta imagem ainda forte em minha mente, norteia a idéia de um memorial que
celebre a alma unida de todo o povo da Latvia.
Tubos metálicos subirão e descerão ao longo de seu percurso tendo suas
extremidades por vezes no solo da ilha, no rio ou no ar.
Ao longo deste tubos metálicos existirão placas de espelhos (ou qualquer outro
material reflexivo) onde serão gravados os nomes de todos os cidadãos mortos ou
desaparecidos da Latvia durante as ocupações. O espelho inclinará levemente para o
céu, levando a imaterialidade e reflexão,assim que o espelho volta para a posição
vertical, nossa imagem se une ao entorno e à milhares de nomes dos antepassados, mais
uma vez pondo enfrente de nós o que até então estava trás e me recordo do Daugava que
me trouxe este fragmento de reflexão.
Quando inclinadas, as placas de espelhos refletirão o sol criando pontos de
brilho intenso, ofuscando por vezes os visitantes, que apelam à memória na falta da
visão nítida; além de dar vida à ilha quando vista de longe.
À noite, luzes no topo das colunas inclinadas, farão o papel da luz solar,
recriando os mesmos efeitos de brilho ofuscante, além de criar fachos de luzes no céu;
protegendo então, a nação contra qualquer noite de terror, como as de 13 e 14 de julho
de 1941.
Na parte da ilha estrangulada pelos dois lotes que não pertencem á Fundação
KOKNESES, ficarão as salas para explicações e informações, ponto escolhido, pois
com o estreitamento, a concentração de visitantes será maior, facilitando a propagação
das idéias, além de mostrar que a união desta nação nunca será rompida mesmo sobre
pressão externa.
Para que a ilha não fique apenas para visitação, nas grandes áreas abertas
proponho atividades sociais, tais como cinema e concertos ao ar livre, exposições de
artes e literatura para que se torne um ponto de convívio e reflexão de vidas.
NOVA SEDE DO IPHAN
Começo minhas intenções, citando o arquiteto Lúcio Costa e parte do seu
relatório do plano piloto de Brasília.
... “Cidade planejada para o trabalho ordenado e eficiente mas ao mesmo tempo
cidade viva e aprazível própria do devaneio e à especulação intelectual capaz de torna-
se, com o tempo, além de centro de governo e administração, num foco de cultura dos
mais lúcidos e sensíveis do país...”
... “Nasceu do gesto primário de quem assinala um lugar ou toma posse: dois
eixos cruzando-se em ângulo reto, ou seja, o próprio sinal da cruz.” ...
Parto deste princípio e assinalo o lugar, mas desta vez não como quem toma
posse, o sinal da cruz, mas quem indica um percurso, um caminho, uma continuidade
espacial que parte do solo ocupado e se projeta ao céu como se explicássemos as formas
sinuosas da natureza, de uma montanha, através do movimento mímico, silencioso.
Da mesma maneira que ao arrancarmos algo do solo, trazemos parte dele junto;
trago junto ao movimento, ligações ao seu plano de origem, mostrando a raiz submersa
que estrutura o movimento sinuoso de um gesto natural e que desenvolve a essência e o
programa do projeto.
Este percurso caracterizado por uma laje, parte do sul junto ao terreno e se eleva
em direção ao norte, liberando suas laterais para iluminação natural, além de proteger
dos ventos predominantes do mesmo quadrante. À 45° deste eixo norte - sul no
quadrante nordeste, um prolongamento que abriga o setor de Interação, serve como
barreira, protegendo os acessos dos ventos vindos do leste que predominam ao longo do
ano.
O projeto se desenvolve em dois subsolos, térreo, 1º e 2º pavimentos. O nível
térreo está na cota 1.035,50m e será destinado á utilização de todas as pessoas, inclusive
visitantes do IPHAN, contendo o estacionamento descoberto, os acessos verticais e o
setor de interação/eventos com auditório e biblioteca com cafeteria, loja, recepção, área
de leitura, acervo, reserva, arquivos e sanitários.
O sistema viário cortará o conjunto, permitindo o desembarque coberto, além do
acesso ao 2º subsolo para o estacionamento coberto. Um braço lateral, ligará o térreo
com o 1º subsolo onde estará a entrada de funcionários, ambulatório (permitindo o
acesso de uma ambulância) e, onde se farão o abastecimento da cozinha.
O partido adotado, que tem grande parte do programa em subsolos, deriva da intenção de proteger as pessoas das intempéries.
No 1º pavimento, na cota +4,00m, sobre a biblioteca, estarão o salão de
exposições, centro de memória e reserva técnica, seguido do 2º pavimento, na cota +
7,00m, reservado para o arquivo intermediário e permanente; caracterizando o setor de
Interação como uma unidade independente.
O 1º subsolo será acessado por elevadores e escada, além da rampa de uso misto
para automóveis e pedestres. Neste piso, um grande vazio central propiciará insolação e
ventilação aos ambientes e terá apenas num dos lados espaço para circulação de
automóveis, ligando-o ao 2º subsolo.
Os ambientes serão destinados à laboratórios, com acesso ao exterior (caso
necessitem), salas de coordenação com divisórias de vidro, permitindo iluminação e
maleabilidade no espaço futuramente, diretoria administrativa e administração da sede
,além da rampa de acesso ao 2º subsolo, tanto para pedestres como para automóveis.
Nas áreas destinadas à coordenação e diretoria administrativa, divisórias de
vidro estarão dispostas de maneira que cada gerente esteja ladeado de suas respectivas
divisões, além de não bloquear a luz no ambiente de trabalho. Vale ainda ressaltar, que a
laje de cobertura das áreas de coordenação e laboratórios, serão inclinadas e protegidas
por vegetação, ajudando no conforto térmico e na iluminação.
No 2º subsolo, seguindo a projeção do vazio central do 1º subsolo, estará um
jardim ladeado, da mesma forma, pelas salas da diretoria, sala para grandes reuniões e o
acesso ao estacionamento coberto. Este pavimento terá os acessos por meio de rampa,
elevadores e escada. Da mesma maneira, divisórias de vidro estarão dispostas de forma
que cada diretor esteja ladeado de suas respectivas divisões, além de facilitar a
iluminação nas áreas de trabalho.
O setor da administração da sede, além do vazio central, terá acesso ao exterior
com rua direta, possibilitando a entrada e saída dos funcionários, ambulância e facilitar
o funcionamento da cozinha e restaurante. O restaurante terá , na área das refeições,
uma clarabóia auxiliando na iluminação e ventilação.
As circulações horizontais nestes dois subsolos, se darão pelo perímetro do vazio
central externo aos ambientes e, paralelo ao mesmo, no interior entre as divisórias.
Suspenso, sobre parte do conjunto na cota +6,50m, ficará o pavimento da
presidência, com acesso de elevadores e escada. Um dos elevadores poderá ser
exclusivo do presidente devido a sua localização próxima ao gabinete. Este conjunto
tem a fachada oeste fechada, evitando o calor da tarde em contra partida do resto que
será envidraçada.
A sinuosidade mencionada no início do texto, se dará por uma laje contínua que
ora servirá de percurso, ora de apoio e ora de cobertura. Percurso- na ligação entre
partes do pavimento térreo e rampa de ligação ao 1º subsolo e consequentemente ao 2º
subsolo. Apoio- quando suporta e suspende o bloco da presidência e solta-o em balanço.
Cobertura- a área da biblioteca/setor de Interação terá seus pavimentos superiores
atirantados nela, a fim de liberar a planta; por fim no auditório e foyer, retorna ao piso,
estendendo-se ao céu. Esta laje será revestida de mosaico de pedra portuguesa criando
desenhos de obras tombadas pelo patrimônio, caracterizando a idéia de percurso,
calçada ou até mesmo de linha do tempo, de onde se faz e tem a história preservada.
CLÍNICA MÓVEL – HIV ÁFRICA
A clínica móvel para tratamento de hiv/aids é composta por dois boxes retangulares (
5,15m x 2,22m x 3,25m ) chamados de "núcleo", e seis independentes estruturas
multifuncionais móveis chamadas de "árvores".
Cada "núcleo" possui uma área de armazenamento de até três "árvores", equipamento
médico ou banheiro dos médicos.
Quando as "árvores" são retiradas dos "núcleos", a área em que estavam armazenadas se
transformam em dormitórios dos médicos, com camas fixas nas paredes (como cabines
de trem). As aberturas das portas e janelas asseguram a circulação do ar.
O "núcleo" é composto por uma estrutura leve de aço coberta por isolante térmico entre
painéis de madeira prensada reciclada, formando as paredes de vedação e cobertura.
As "árvores" possuem estrutura tubular leve de aço com caixas de madeira prensada que
rotacionam ( 12 ) e guardam painéis retrateis translucidos que criam áreas para
atendimento individual ou em grupo.
A cobertura das "árvores" se movimentam para captação de luz e ventilação naturais.
Assim como os painéis dos "núcleos", as "árvores" possuem também isolante térmico
entre painéis de madeira prensada reciclada.
Estas "árvores" podem ser úteis para a comunidade local, servindo como área para
comércio, escola ou para outras necessidades transitórias.
CONCURSO BAIRRO NOVO – SÃO PAULO
Ao levantarmos a questão sobre criar, ordenar e dispor uma população ou parte dela em
uma área caracterizada por um vazio urbano decorrente do reflexo da ambiciosa e
nefasta especulação imobiliária, não basta apenas apresentarmos um desenho de formas,
que ao decorrer dos tempos serão transformados em estilos “neo” inconsequente,
homogeneizando-se com o resto até perder seu foco para uma nova área, mas pensarmos
num suporte de ocupação que receba e integre o movimento das mutantes necessidades,
resultando em uma arquitetura de acomodação e de identificação de seu real valor
social.
O urbanismo em geral pensa em diretrizes para assentamento populacional de uma
massa, um bloco de um só costume e vontade que deverá respeitar uma só ordem.
Ao analisarmos a população, a então chamada massa, devemos enxergar a sua
existência como a somatória de indivíduos que possuem vontades distintas,
necessidades muitas vezes imprevisiveis e assegurarmos um balisamento para sua
sobrevivencia.
Esta proposta que apresento aqui, visa atender não só uma ocupação que o presente
concurso apresenta, mas viabilizar futuras mudanças de interresses e de perfil social,
preservando o máximo possível a adequação individual desencadeando, quem sabe,
incentivos pluralistas e/ou espontaneos.
O sistema viário seguirá o raciocínio de manter as avenidas principais como a av.
Marques de são vicente, av. Nicolas boer, marginal tiête em suas configurações atuais
apenas requalificando seu calçamento e paisagismo, criando para o interior da área em
questão um ramificado de ruas de mesma largura onde a hierarquisação se dará pelo
rodízio de utilizações que terão ao longo do dia e da semana.
Estas ruas propostas, terão 12,00 metros de leito carroçavel e dois sentidos de tráfego,
sendo possivel a utilização junto e ao longo das guias das calçadas como
estacionamento. As calçadas terão largura de 4,00 metros para o plantio de árvores e
área confortável para os pedestres ; as guias serão baixas para suavizar obstáculos desnecessários. Ao longo da av. Marques de são vicente e marginal tiête haverá uma
faixa não edificante destinada à uma densa vegetação rasteira e de porte arbóreo para
filtrar o grande fluxo de poluição visual e sonora além de permeabilizar o solo nestas
áreas de fácil alagamento.
Nesta mesma porção da av. Marques de são vicente, visando melhorar a drenagem,
serão feitas fossas fundas de aproximadamente 6,00 metros, fechadas ao nivel da rua
por grelhas metálicas e paredes de concreto furado e com o fundo de areia, terra e brita
para o escoamento e absorção natural das águas pluviais.
Ao longo da av. Nicolas boer haverá acesso para veículos e a criação de um arruamento
paralelo de servidão à área interna e seus equipamentos.
Os acessos de veículos dos lotes junto à marginal tiête serão transferidos para uma rua
projetada ao fundo dos mesmos, a fim de eliminar lentidão do fluxo causado pela
entrada e saída de carros e caminhões.
A ordenação e funções da ocupação, uma vez implantado o sistema viário, será de
aproximar e mesclar todos os usos e demandas. No nível térreo, e tendo a av. Nicolas
boer como ilusória espinha dorsal, áreas destinadas ao comércio e serviço, estarão
dispostos em semi-círculos aonde concavo e convexo acolherão e expandirão atividades
de cunho comercial e de abastecimentos com incentivo ao funcionamento de tempo
integral. Tal solução se espelha para o sentido oposto a mesma avenida gerando uma
área interna entre os semi-círculos que será permeada por ruas e calçadas que sofrerão
rodízio de utilizações, gerando lazer e segurança para o uso dos pedestres, moradores e
redução de barulho nas horas de descanso familiar, no sentido norte-sul, lajes passarão
sobre a av. Marques de são vicente a fim de ligar e dar continuidade aos calçadões, além
de servir como passarela para o canteiro central aonde estão os pontos de ônibus deste
corredor.sobre estas lajes o uso parcial de comercio será permitido.
No extremo sul, junto a ferrovia, ficará uma grande área verde destinada a prática de
esportes, picnic, com construção de apoio e no extremo norte junto a nova área de
concessão ao são paulo futebol clube, uma área destinada a futura implantação de
estação intermodal local com acesso à margem do rio tiête , caso haja alguma linha
férrea como a exemplo do rio pinheiros e para quando o rio se tornar navegavel.
Nas extremidades leste e oeste serão implantadas quadras com lotes para residencias
unifamiliares de térreo mais um pavimento, com área livre de 30% do lote podendo
apenas anexar e nunca desmembrar. Junto com os lotes, na extremidade oeste, ficará a
nova área de concessão ao palmeiras futebol clube.
a aproximadamente 8,00 metros de altura, acompanhando o formato de semi-círculo da
área comercial/serviço do térreo, fica a laje de lazer e convivência privativa das torres
residenciais e de escritórios. Nestas lajes, áreas de esporte e reuniões sociais serão
ligadas por pontes que unem os semi_círculos sobre o arruamento público e calçadão
mencionados anteriormente. Com isso a separação do público e do privado se dará pela
diferença de níveis com o mínimo de obstáculos.
As torres de habitação, escritórios e hoteis partirão do mesmo principio aonde o espaço
não é decorrente de sua função no tempo em que se apresenta, mas é o próprio tempo
em mutação que algumas vezes se congela por alguns usos, como no exemplo desta
proposta.
Esta idéia se materializa com a criação de lajes planas como terrenos. Torres externas
com elevadores, escadas e abastecimento de água, luz, gás, telefone e esgoto serão
ligados às “lajes terrenos” por pontes. Sob piso elevado, o abastecimento vindo das
torres externas, diversificará o resultado da ocupação e responderá aos desejos
individuais à que um averdadeira planta livre foi concebida. Desta foma estaremos
tratando honestamente nossos espaços e nossas pessoas, já que hoje, a péssima
qualidade dos espaços comercializados para habitação e trabalho, forçam às obras de
melhoria e expansão de cubiculos.
Estas lajes deverão ser tratadas como terrenos, aonde o incentivo à áreas livres para o
plantio, caracterizarão a nova ocupação; que poderá ser comercializada em sua área
total ou fracionada em áreas de no mínimo 265,00m2 por proprietário aonde 15%
deverá ser destinadoa área livre ( vegetação ) acima mencionada.
O fechamento externo será feito por elementos de proteção e captação solar, móveis e
homogêneos , a fim de não gerar poluição visual devido a possivel diversidade de
ocupação interna.
na área reservada para futura estação de ligação com o aeroporto de guarulhos serão
contruidos hoteis com comercio e serviço em seu térreo junto com a área de embarque e
desembarque. Uma ponte sobre a linha férrea existente conduz os novos visitantes ao
teatro do bairro novo, para que tenham contato com a nossa arte e cultura e depois irão
interagir com o povo nos calçadões.
As habitações de interesse social serão implantadas junto à av. Marques de são vicente
para que a população de baixa renda esteja próxima ao corredor de ônibus existente.
Os prédios terão 4 pavimentos mais térreo livre para convivência e/ou estacionamento .
Os apartamentos terão 45,00m2 construido cada com ligação vertical por meio de
escadas. Dentro dos apartamentos , as plantas serão moduladas por paineis moveis
aonde apenas o sanitário, cozinha e os armários estariam perfilados e fixos, lugar este
onde os painéis serão guardados. No lado de fora, um pedaço de laje ligado ao interior
possibilita o recreio familiar. Estas lajes serão alternadas entre os pavimentos de modo
que as mesmas fiquem descobertas, absorvendo a luz natural.
Um dos pontos importantes desta proposta é de utulizar as áreas sob os viadutos para
acolher os mendigos que lá hoje procuram abrigo, assumindo e tratando uma realidade
consolidada.
Este espaço terá um pequeno núcleo de sanitários e gerenciamento, além de pequenos e
individuais casulos sobrepostos e ligados por rampas com a finalidade de dormitórios.
Externamente o espaço será revestido de forma a valorizar a sua importância.
“ATÉ QUE A ARTE NOS SALVE!”
MANIFESTO ARTÍSTICO NOS ESPAÇOS PÚBLICOS
“ATÉ QUE A ARTE NOS SALVE”
O manifesto intitulado “Até que a arte nos salve! consiste em duas etapas de
uma só concepção criado por mim.
Primeiro, a produção “domesticada” da pintura a óleo sobre tela cuja imagem
nasce de uma reflexão literária. O texto como parte e formação da imagem de cena, já
que a pintura, direta e solitária, dialoga com o título impresso, sem segundo plano
pictórico.
A segunda etapa consiste em, após concluída a produção anterior, estas telas são
fotografadas e impressas sobre lona em grandes formatos (2,50X3,00 metros) e
espalhadas pela cidade de São Paulo; ruas, parques, avenidas. Esta ação urbana
itinerante é intitulada de “Até que a arte nos salve!” .
Esta ação é parte / continuação da ação do “Abrigo/Manifesto” – uma ação de
re-HUrbManismo, de autoria do mesmo artista.
O re-HUrbManismo tenta re-humanizar as cidades e/ou re-urbanizar as pessoas através
de atos/ações em espaços públicos com o intuito de re-valorizar e reverter o fenômeno
de dependência destes mesmos espaços em relação aos espaços privados ou particulares.
“Até que a arte nos salve!” é uma intervenção cujo foco é o processo de analise do ser
humano e suas co-relações.
A arte como o processo de analise e entendimento humano e não apenas a produção de
imagens decorativas. A pintura como construção literária. A imagem direta sem
paisagens para distração.
É uma ação individual e independente, sem patrocínios ou interlocutores.
www.facebook.com/atequeaartenossalve