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Portas abertas para a inovação REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT NúMERO 03 - AGOSTO 2011 Gestão de P&D Novas ferramentas, indicadores de desempenho e auditoria de projetos mudam dia a dia da área de pesquisa e desenvolvimento da Light Smart Grid Programa de redes inteligentes já tem protótipo do display e portal para consumidor está quase pronto Inteligência Comercial Projetos vão medir tempo de restabelecimento da energia, mapear problemas por área geográfica e melhorar atendimento ao cliente

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Portas abertas para a inovação

REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT

Número 03 - Agosto 2011

Gestão de P&DNovas ferramentas, indicadores de desempenho e auditoria de projetos mudam dia a dia da área de pesquisa e desenvolvimento da Light

Smart GridPrograma de redes inteligentes já tem protótipo do display e portal para consumidor está quase pronto

Inteligência ComercialProjetos vão medir tempo de restabelecimento da energia, mapear problemas por área geográfica e melhorar atendimento ao cliente

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N o 03 - AGO 2011

REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT2

NOSSOS PRINCIPAIS CLIENTES

SOLUÇÕES EFICIENTES,ENERGIA INTELIGENTE.SOLUÇÕES EFICIENTES,ENERGIA INTELIGENTE.

Há mais de 6 anos o LETD vem transformando ideias em soluções na área de Engenharia Elétrica. Além de efetuar estudos e desenvolver pesquisas no setor de energia, nosso conceituado laboratório presta serviços de consultoria e executa projetos para as grandes empresas do mercado, com a experiência de um corpo técnico-cientí�co formado por professores e engenheiros associados.

Nossos projetos de sucesso promovem, cada vez mais, a integração entre a Universidade, os Órgãos Gover-namentais, as Concessionárias de Energia Elétrica e a Indústria. Con�ra abaixo um desses projetos:

Através de uma nova rede inteligente, a energia é distribuída.

Pode-se detectar qualquer ponto de alteração na rede, através do novo material de transmissão.

Pelo sistema, o operador detecta a alteração e adota as devidas providências.

Sistema de rede inteligente – Economia e praticidade caminham juntos.Sistema de rede inteligente – Economia e praticidade caminham juntos.

LETD – Laboratório de Estudos de Transmissão e Distribuição – Departamento de Engenharia ElétricaRua Passo da Pátria, 156 – bl. D – sala 513 – São Domingos – Niterói – RJ – CEP: 24.210-240Tel: (21) 2629 5511 – Telfax: (21) 2629 5521 – email: [email protected]�.br

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REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 3

Mensagem do presidente

É com grande satisfação que apre-

sento o número 3 da Revista Saber, com os

resultados do Programa de Pesquisa e Desen-

volvimento da Light. De 2010 para cá, o tra-

balho foi intenso. Novas ideias surgiram, ini-

ciamos diversos projetos e vários desafios

foram vencidos. Merece destaque o Progra-

ma Smart Grid, devido ao ineditismo das so-

luções alcançadas. Nesta edição, o leitor co-

nhecerá o protótipo industrial do display do

medidor inteligente, já pronto para uso, e os

próximos passos do programa que entrará na

fase de testes em campo.

Outra iniciativa que merece desta-

que é o Programa de Inteligência Comercial,

que é composto de quatro projetos que vi-

sam simplificar e aumentar a eficácia do re-

lacionamento com a Light. Nossa expectativa

é que, em alguns anos, o atendimento virtual

represente mais de 50% da forma como nos-

sos clientes se comunicarão conosco.

Preocupamo-nos também com o

desenvolvimento sustentável. Os projetos

de P&D desenvolvem soluções que não ape-

nas reduzem custos operacionais, mas o fa-

zem preservando o meio ambiente, com

responsabilidade social. São projetos de

energias renováveis – como a fotovoltaica –,

destinação correta de resíduos sólidos, ge-

ração de renda com reciclagem e produção

de materiais não agressivos ao ambiente,

como o óleo 100% biodegradável. E diver-

sos outros exemplos, apresentados nas pá-

ginas a seguir.

Encorajamos pesquisas alinhadas

aos objetivos estratégicos da companhia,

que sirvam para melhorar a prestação dos

serviços e para assegurar justiça na aloca-

ção dos correspondentes custos. São os ca-

sos, por exemplo, do transformador de dis-

tribuição autoprotegido, do dispositivo de

bloqueio e alarme de fraude e do bastão am-

perímetro para detecção de fraudes em insta-

lações de baixa tensão.

Investimos também em tecnologias

de ponta, como é o caso da nanotecnolo-

gia. Um exemplo é a pesquisa para detectar

e talvez absorver gases, que colocam em ris-

co nossas instalações subterrâneas, e criação

de uma tinta para identificação de vazamen-

tos de SF6.

A Light atualmente tem que ven-

cer dois grandes desafios: a modernização

do sistema subterrâneo e o furto de energia,

que encarece a tarifa paga pelos clientes ho-

nestos. Em ambos os casos, existem excelen-

tes oportunidades para inovações tecnoló-

gicas. É por isso que temos grande interesse

em ideias criativas. Temos convicção de que

os resultados dos projetos de P&D nos pos-

sibilitarão melhor servir aos clientes, com ta-

rifas mais acessíveis, e simultaneamente re-

munerar adequadamente o investimento

dos acionistas.

Jerson Kelman

Presidente da Light

NOSSOS PRINCIPAIS CLIENTES

SOLUÇÕES EFICIENTES,ENERGIA INTELIGENTE.SOLUÇÕES EFICIENTES,ENERGIA INTELIGENTE.

Há mais de 6 anos o LETD vem transformando ideias em soluções na área de Engenharia Elétrica. Além de efetuar estudos e desenvolver pesquisas no setor de energia, nosso conceituado laboratório presta serviços de consultoria e executa projetos para as grandes empresas do mercado, com a experiência de um corpo técnico-cientí�co formado por professores e engenheiros associados.

Nossos projetos de sucesso promovem, cada vez mais, a integração entre a Universidade, os Órgãos Gover-namentais, as Concessionárias de Energia Elétrica e a Indústria. Con�ra abaixo um desses projetos:

Através de uma nova rede inteligente, a energia é distribuída.

Pode-se detectar qualquer ponto de alteração na rede, através do novo material de transmissão.

Pelo sistema, o operador detecta a alteração e adota as devidas providências.

Sistema de rede inteligente – Economia e praticidade caminham juntos.Sistema de rede inteligente – Economia e praticidade caminham juntos.

LETD – Laboratório de Estudos de Transmissão e Distribuição – Departamento de Engenharia ElétricaRua Passo da Pátria, 156 – bl. D – sala 513 – São Domingos – Niterói – RJ – CEP: 24.210-240Tel: (21) 2629 5511 – Telfax: (21) 2629 5521 – email: [email protected]�.br

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N o 03 - AGO 2011

REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT4

Sumário

6

44

12

58

26

34

País da energiarenovável

E por falarem projetos

Planejandoe gerindo o P&D

O ingredientehumano no P&D

Promovendoo P&D

Influênciasexternas

Diretoria Da LightDiretor-presiDente

Jerson KelmanDiretor De Gestão empresarial

Paulo Carvalho FilhoDiretor De Finanças e relações com investiDores

João Batista Zolini CarneiroDiretor De enerGia

Evandro Leite VasconcelosDiretor De Distribuição

José Humberto CastroDiretora De Gente

Ana Silvia Corso MatteDiretor De novos neGócios e institucional

Paulo Roberto Ribeiro Pinto

Saber | REVISTA DE PESqUISA EDESENVOLVIMENTO DA LIgHTGerência De planejamento, ambiente e inovação Da liGht

Paulo Mauricio de A. SenraJosé Tenorio B. Juniorcontato [email protected]

superintenDência De comunicação empresarial

Oscar guerracoorDenação De eDição

Jordana garciaGerência de comunicação da lightcontato [email protected]

reportaGem, texto e eDição

Massi Comunicaçãojornalista responsável

Viviane Massi - MTB 7149/Mgcolaboração

Ana Beatriz Petrini e Fernanda Paesrevisão

Agnes Rissardoprojeto GráFico e eDitoração

quadratta Comunicação e DesignFotoGraFias

Humberto TeskiinFoGráFicos

Diogo Torrescomercial

Regina Reiimpressão

Editora gráficos Burti Ltda.tiraGem

5 mil exemplares

para anunciarcontato (21) 2211- 2563

a partir desta edição, a revista saberadota o novo acordo ortográficoda língua portuguesa.

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REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 5

Uma Rede Inteligente da PUC-Rio participa do esforçocolaborativo para desenvolver o Programa de P&D da Aneel

ICA - Inteligência Computacional Aplicada

Sistemas inteligentes de apoio à decisão; previsão;

otimização; data/web/text mining.

Contato: Prof. Marco Aurélio C. Pacheco Tel. (21) 3527-1207 [email protected] | www.ica.ele.puc-rio.br

IEPUC-Rio - Instituto de Energia Veículos híbridos e elétricos, novos combustíveis,

energia solar e eólica. Ciclos térmicos.

Testes de veículos e motores com análise de emissões.

Contato: Prof: Sergio Leal Braga Tel. (21) 3527-1535 [email protected] | www.puc-rio.br/iepuc

Inovação & Metrologia Avaliação Metrológica de Sistemas, normalização e

tecnologias de medição; gestão da inovação e do conhecimento;

mitigação de riscos regulatórios; tarifas, indicadores e métricas.

Contato: Prof. Maurício Nogueira Frota Tel. (21) 3527-1171 [email protected] | www.puc-rio.br/metrologia

LAME - Laboratório de Avaliação Metrológica e Energética Projeto e avaliação técnico- econômica de desempenho de medidores

e de sistemas de geração e utilização de energias térmica e elétrica.

Certificação de sistemas de medição para transferência de custódia.

Contato: Prof. Alcir de Faro Orlando Tel. (21) 3527-1176 [email protected] | www.puc-rio.br/lame

Métodos de Apoio à Decisão Modelos de previsão de mercado e de vazões, satisfação do

consumidor; combate a perdas; PPH (pesquisa de posses e hábitos);

mitigação de riscos no setor elétrico.

Contato: Prof. Reinaldo Castro Tel. (21) 3527-1213 [email protected] | www.reinaldosouza.com.br

NUPEI — Núcleo de Pesquisa em Energia e Infraestrutura

Finanças da energia; Avaliação de projetos;

Análise de risco; Modelos de otimização estocástica.

Contato: Prof: Luiz Brandão Tel. (21) 2138-9304 [email protected] | www.iag.puc-rio.br

Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

Rio Rua Marquês de São Vicente, 225 Gávea - CEP 22451-900

www.puc-rio.br

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N o 03 - AGO 2011

REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT6

ENTREVISTADO DA EDIÇÃO

País da energia renovável

Professor Goldemberg fala sobre os rumosdo setor no Brasil e afirma que faltam

políticas de incentivo à inovação na indústria

foto divulgação

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REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 7

ENTREVISTADO DA EDIÇÃO

criatividade por parte da indústria nacional

para ocupar novos espaços. Pelo contrário,

tornou-a acomodada e protegida.

Saber: O setor elétrico, comparado a ou-

tros segmentos, é visto ainda como tímido

em relação a inovações que provocam rup-

turas, sendo considerado estável tecnologi-

camente. O senhor concorda com essa vi-

são? E, se sim, qual seria o principal motivo

para esse fato? O ambiente regulado pode

ser visto como um inibidor da inovação?

Professor Goldemberg: Sim, mas a in-

trodução das smart grids – redes inteligen-

tes – vai alterar isso.

Saber: Como o senhor vê o futuro

do negócio de distr ibuição de ener-

gia com o desenvolv imento das re -

des intel igentes?

Professor Goldemberg: É o que o futu-

ro nos reserva. À medida que entrarem no

mercado usinas eólicas ou solares, have-

rá centenas ou milhares de unidades gera-

doras que deverão ser operadas através de

smart grids. Só para dar um exemplo: na Es-

panha, atualmente, existem mais de 20 mil

unidades geradoras.

A Revista Saber conversa, nesta edição, com

o professor José goldemberg, doutor em

Ciências Físicas pela Universidade de São

Paulo (USP). Professor goldemberg foi pre-

sidente da Sociedade Brasileira para o Pro-

gresso da Ciência, presidente da Compa-

nhia Energética de São Paulo (CESP) e reitor

da USP. Assumiu as Secretarias de Ciência

e Tecnologia e Meio Ambiente do governo

Federal. Lecionou na Universidade de Paris

(França) e Princeton (Estados Unidos). É au-

tor de inúmeros trabalhos técnicos e vários

livros sobre física nuclear, energia e meio

ambiente. Em 2008, recebeu o Prêmio Blue

Planet Prize da Asahi glass Foundation (Ja-

pão), concedido a pessoas que contribuem

para a solução de problemas ambientais

globais. Em 2010, levou o Trieste Science

Prize, da Academia de Ciências do Terceiro

Mundo. Nesta entrevista exclusiva, profes-

sor goldemberg fala sobre o atual momen-

to e o futuro do setor de energia elétrica

no país, abordando temas como smart grid,

energia renovável, pré-sal e eficiência ener-

gética. Leia a seguir.

Saber: No cenár io mundial , qual o

lugar ocupado pelo Bras i l no campo

da inovação?

Professor Goldemberg: O lugar ocupa-

do não é muito bom. A presença de produ-

tos fabricados no exterior é tão dominante

no Brasil que têm havido poucas contribui-

ções para a inovação. A existência de uma

reserva de mercado que caracteriza a po-

lítica industrial do país durante várias dé-

cadas, desde 1950, não resultou em grande

O Brasil investe em P&D uma fração comparável

à de países como Espanha e Itália, o que não é

pouco. O que falta são políticas na área industrial

que encorajem a inovação.

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N o 03 - AGO 2011

REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT8

ENTREVISTADO DA EDIÇÃO

Saber: O país investe pouco em P&D quan-

do comparado a outras nações. Vamos “per-

der o bonde da história”?

Professor Goldemberg: Não. O Brasil

investe em P&D uma fração comparável à

de países como Espanha e Itália, o que não

é pouco, mas faltam políticas na área indus-

trial que encorajem a inovação.

Saber: No programa de P&D ANEEL, as

empresas começam a avançar na cadeia de

inovação, aproximando-se do setor indus-

trial. qual o papel das universidades neste

novo cenário?

Professor Goldemberg: O programa de

P&D da ANEEL é um passo na direção certa,

mas ainda está sendo pouco utilizado pelas

universidades brasileiras, as quais, de mo-

do geral, têm se dedicado a atividades pu-

ramente acadêmicas, distantes das aplica-

ções industriais.

Saber: As Leis de Inovação e do Bem têm

sido utilizadas em todo o seu potencial pe-

las empresas para obtenção de benefícios

fiscais a serem investidos em inovação. Co-

mo o senhor vê essa iniciativa do governo

para dar outra dinâmica ao setor no país?

Professor Goldemberg: Claramen-

te, essas leis têm sido insuficientes. Creio

que a indústria nacional só se movimenta-

rá decisivamente na procura de inovações

quando tiver que enfrentar a concorrên-

cia internacional. Não é apenas articulan-

do a pesquisa nas universidades que isso

vai ocorrer. A política industrial é que te-

rá que induzir a necessidade de inovação.

Só então as indústrias irão procurar o apoio

das universidades. Existe uma visão de ino-

vação que considero inapropriada: é a de

que ela se origina nas universidades e cen-

tros de pesquisas e se irradia pela indústria.

Mas a visão correta é a de que o governo

precisa adotar uma política fiscal que esti-

mule as indústrias a desenvolver soluções

inovadoras, sobretudo se houver competi-

ção entre elas. Essas políticas, como isen-

ção de impostos e empréstimos a juros bai-

xos, levarão o setor industrial a procurar as

universidades e os centros de pesquisa pa-

ra resolver seus problemas e ajudá-lo a ino-

var. Algumas grandes companhias instala-

ram até seus próprios centros de pesquisa

e inovação para que se dediquem aos pro-

blemas em que estão interessados, com a

vantagem de garantir proteção intelectual

e patentária.

Saber: O governo Federal publicou re-

centemente o Plano Decenal de Expan-

são da Energia 2019, que faz projeções so-

bre o crescimento da produção de energia

no país e os caminhos que esse crescimen-

to, provavelmente, vai seguir. Dentro des-

se contexto, qual a importância de ações de

O governo precisa adotar uma política fiscal

que estimule as indústrias a desenvolver

soluções inovadoras, como isenção de

impostos e juros baixos.

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REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 9

inovação no ambiente do setor elétrico?

Professor Goldemberg: Dentro do se-

tor de energia, que é objeto dos planos

decenais, o que chama a atenção é a im-

portância crescente das novas energias re-

nováveis, principalmente energia eólica

e solar (fotovoltaica). A energia eólica de-

ve crescer de cerca de 1 gigawatt, em 2010,

para 10 gigawatts, em 2020. Pesquisa, de-

senvolvimento e inovação serão mais que

necessários para que isso ocorra e para que

os custos de produção caiam.

Saber: Apesar de ser uma solução na luta

contra o aquecimento global, a energia nu-

clear deixará de ser uma opção após o aci-

dente no Japão?

Professor Goldemberg: O acidente de

Fukushima vai levar a uma estagnação da

energia nuclear no mundo. Como a gran-

de maioria dos reatores nucleares existen-

tes já tem 30 ou 40 anos, eles aos poucos

serão desativados. Os custos de novos rea-

tores nucleares vão aumentar devido a nor-

mas adicionais de segurança, de modo que

eles deixarão de ser uma opção interessan-

te no futuro.

Saber: O Brasil será o país da energia reno-

vável, além da hidroeletricidade?

Professor Goldemberg: Sem dúvida. A

abundância de sol e de terra – biomassa

– dá ao Brasil condições excepcionais pa-

ra a produção de energia solar e de bio-

combustíveis.

Saber: Em alguns casos é mais fácil im-

plantar uma usina térmica do que uma hi-

drelétrica? Como superar esse dilema?

Professor Goldemberg: Tem sido de fa-

to um dilema porque o processo de licen-

ciamento ambiental no Brasil é problemá-

tico. Um grande esforço deveria ser feito

para simplificar esses procedimentos.

Saber: Investir em eficiência energética é

a opção mais barata para atender ao cres-

cimento da demanda, mas continuamos a

privilegiar a construção de novas usinas ge-

radoras. É preciso mudar?

Professor Goldemberg: Sem dúvida,

mas não é fácil introduzir eficiência ener-

gética, pois exige decisões individuais de

milhões de consumidores. Exortar as pes-

soas a conservar energia não é um cami-

nho muito produtivo. O que é preciso fa-

zer é etiquetar todos os produtos que

consomem energia e eliminar do mer-

cado os que são menos eficientes. Atu-

almente, a etiquetagem de alguns é fei-

ta de forma voluntária. Fica nas mãos do

consumidor escolher o mais eficiente. E

isso não basta.

O acidente de Fukushima vai levar a uma

estagnação da energia nuclear no mundo.

Como a grande maioria dos reatores nucleares

existentes já tem 30 ou 40 anos, eles aos poucos

serão desativados.

ENTREVISTADO DA EDIÇÃO

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N o 03 - AGO 2011

REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT10

Saber: Para quem nasceu hoje, o pri-

meiro carro será elétrico? Ou para o Bra-

sil a melhor opção será o carro híbrido

etanol-elétrico?

Professor Goldemberg: Carros elétri-

cos ainda são um sonho distante. As ba-

terias existentes não são suficientemen-

te eficientes para permitir sua adoção nem

existe uma rede de abastecimento adequa-

da. Híbridos etanol-elétricos parecem ser a

opção mais realista para o país.

Saber: Como conciliar a exploração do

pré-sal com o desenvolvimento sustentá-

vel? Eles são incompatíveis?

Professor Goldemberg: O pré-sal

vai enriquecer o país, mas não o torna-

rá mais sustentável. O desafio é usar es-

sa riqueza para modernizá-lo e adotar

uma rota sustentável de desenvolvimen-

to, evitando a “doença holandesa”, que é

a desindustrialização.

Saber: Já se falou em sociedade do hidro-

gênio. Ele será uma opção energética?

Professor Goldemberg: Hidrogênio

não é uma boa opção. É caro e difícil de pro-

duzir, além de perigoso.

Saber: Há muito se espera o aumento

na eficiência das caldeiras das usinas de

açúcar e álcool. A cogeração com baga-

ço aumentará sua participação na matriz

energética?

Professor Goldemberg: A cogeração

nas usinas de álcool e açúcar já é feita cor-

rentemente no país. Mais de 2 gigawatts de

eletricidade dessa fonte são comercializa-

dos nos dias atuais. A melhoria da eficiên-

cia das caldeiras está ocorrendo em todas

as usinas novas e se espera gerar pelo me-

nos 10 gigawatts com essa fonte até 2020.

Saber: O que esperar da RIO+20?

Professor Goldemberg: Podemos es-

perar o estabelecimento de metas pa-

ra a introdução de energias renováveis no

mercado com a consequente redução das

emissões de gases de efeito estufa e outros

poluentes, que decorrem do uso de com-

bustíveis fósseis. Um grupo que assesso-

rou o secretário geral das Nações Unidas

recomenda a adoção das seguintes metas:

aumento da participação das energias re-

nováveis de 12% para 30%, em 2030; e re-

dução da intensidade energética, isto é, au-

mento da eficiência em 40% até 2030.

Saber: Apesar de ser mais fácil “prever o

passado”, como o senhor vê o Brasil daqui

a 50 anos?

Professor Goldemberg: Energias reno-

váveis representam hoje 45% da energia

que se usa no Brasil. O ideal é que daqui a

50 anos esse percentual atinja 70% ou 80%,

incluindo o uso de energia hidroelétrica.

ENTREVISTADO DA EDIÇÃO

Energias renováveis representam hoje 45%

da energia que se usa no Brasil. O ideal é que

daqui a 50 anos esse percentual atinja 70% ou

80%, incluindo o uso de energia hidroelétrica.

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REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 11

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N o 03 - AGO 2011

REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT12

Planejandoe gerindo o P&D

Revisão de planejamento estratégico, novo sistema de gestão, escritório

de projetos, indicadores de desempenho: a área de P&D da Light está

vivendo um momento de grandes mudanças. Os processos e atividades

internas se tornarão ainda mais eficientes, repercutindo positivamente

na performance dos projetos de pesquisa e desenvolvimento da

companhia. Vem aí uma nova área de P&D.

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N o 03 - AGO 2011

REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT14

PLANEJANDO E GERINDO O P&D

Novos horizontespara o P&D da Light

Programa revê plano estratégico e se preparapara avançar na gestão de ideias e projetos

Em 2011, a área de P&D da Light se

viu diante do desafio de rever e atualizar o seu

Plano Estratégico de Investimentos em Pro-

jetos de P&D. O principal objetivo da revisão

é alinhá-lo à nova estratégia da companhia,

fruto da mudança no controle acionário e da

gestão da Light. A revisão também é impor-

tante para que sejam consideradas e aprovei-

tadas as novas tendências tecnológicas.

Frente a esse desafio, a área de P&D alo-

cou esforços para estar alinhada aos objetivos e

interesses gerais da organização. “Os projetos de

P&D precisam contribuir para que a Light atinja

seus objetivos estratégicos. O processo de revi-

são do plano é participativo e contará com o en-

volvimento de diversas áreas da companhia, de

instituições acadêmicas e da alta gestão. Nesse

processo, serão identificadas linhas de pesquisa

que possam trazer resultados inovadores e ca-

pazes de ajudar a Light a atingir o patamar tec-

nológico almejado”, explica o consultor Vicente

guimarães, da Aquarius Reef, empresa que dá

suporte à revisão do plano estratégico de P&D.

Além do alinhamento com os interes-

ses da Light, a atualização do plano procurou

criar mais sinergia entre as linhas de pesquisa,

prevendo investimentos em projetos com ob-

jetivos convergentes e complementares, sem-

pre de acordo com as exigências regulatórias da

Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).

Estar atenta às novidades tecnológi-

cas é condição sine qua non para a área de P&D

da Light. “Nesse recente trabalho de revisão, as

oportunidades trazidas pelo avanço da tecnolo-

gia ganharam destaque, principalmente porque

a alma do P&D é a escolha de soluções tecno-

lógicas inovadoras”, ressalta o coordenador de

P&D da Light, José Tenório Júnior, que direcio-

nou as mudanças feitas no plano estratégico.

ESCRITÓRIO DE PROJETOS

A coordenação de P&D da Light es-

tá viabilizando a implantação de um Escritó-foto humberto teski

linhas de pesquisa: o Plano Estra-tégico para Investimentos em Projetos de P&D da Light tem 18 linhas de pes-

quisa, entre elas Impactos ambientais e inovação em gestão ambiental; Susten-tabilidade; Modelagem de redes; Predi-

ção, segmentação, identificação e ges-tão de perdas comerciais; Sistemas de medição, controle e gerenciamento de energia; e Integração de centrais eóli-cas e de fontes de geração distribuída. Para conhecer as outras linhas de pes-

quisa, acesse o Plano no link Pesqui-sa e Desenvolvimento, no site da Light:

www.light.com.br

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REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 15

Monitoramento econtrole de portfólio

SELEÇÃO DE IDEIAS

SELEÇÃO DEPROPOSTAS

SELEÇÃO DEPROJETOS

ALINHAMENTODO PORTFÓLIO

GERENCIAMENTODE PROJETOS

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N o 03 - AGO 2011

REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT16

PLANEJANDO E GERINDO O P&D

rio de Projetos, também chamado de PMO

(Project Management Office), para conduzir

as ações de P&D. “A implementação do Escri-

tório de Projetos dará mais credibilidade ao

processo dentro da empresa. A área de P&D

da Light já tem todas as características de

um PMO, mas ainda não se intitula como tal.

É provável que isso aconteça ainda em 2011,

com a implementação do SAge (Sistema de

Apoio à gestão de P&D) e do EPM (Enterprise

Project Management), este último um ambien-

te colaborativo completo para gerenciamen-

to de portfólios e projetos. Entendemos que

esses dois sistemas são pontos que faltam pa-

ra uma intitulação adequada do que de fato

seja um PMO corporativo”, esclarece Tenório.

O PMO funciona como um centro de

suporte a projetos, capacitado para desen-

volver metodologias, orientar gerentes, fo-

mentar treinamentos, administrar e padro-

nizar ferramentas e templates de gerência

de projetos, fazer análise de riscos, alinhar

os projetos com os objetivos da organização,

entre muitas outras funções. “Nosso campo

de atuação é vasto. O Escritório de Projetos

vai melhorar nossa expertise em gerir o P&D

e contribuir para a internalização dos produ-

tos desenvolvidos, orientando a Light sobre

como aproveitar inovações em seu dia a dia”,

pontua Tenório.

Existem demandas típicas que justifi-

cam a implantação de um PMO, como a neces-

sidade de controlar a apropriação de resultados

dos projetos, proliferação de aplicativos de su-

porte, descentralização de dados e transferên-

cia de conhecimentos. A área de P&D da Light

já atua nesses pontos, mas o PMO poderá con-

tribuir ainda mais para melhorá-los. “queremos

seguir todos os parâmetros conceituais de um

Escritório de Projetos. Estamos criando padrões

para unificar a forma de atuar no P&D, contra-

tando empresas e serviços para complementar

o trabalho, criando indicadores de desempenho,

entre muitas outras ações, cujo objetivo final é

tornar a área de P&D da Light referência ainda

maior no setor de pesquisa e desenvolvimento

de produtos e softwares inovadores”, adianta o

coordenador de P&D da concessionária.

NOvAS NORMAS DA ABNT

O processo de normalização de sistemas de gestão, como o da qualidade ambiental e da

responsabilidade social nas organizações, é igualmente aplicável para a gestão de pes-

quisa, desenvolvimento e inovação. No Brasil, esse processo é conduzido pela Associação

Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), por meio da ABNT/CEE-130 – Comissão de Estudo

Especial de gestão da Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P&D&I). Um grupo de espe-

cialistas está trabalhando na elaboração de três textos que vão normalizar a área de P&D&I

no país. Serão definidas normas relativas à terminologia utilizada e às diretrizes para siste-

mas de gestão e projetos de P&D&I. As novas regras vão sistematizar a gestão da área no

ambiente corporativo, assegurar a eficiência dos projetos e racionalizar os recursos investi-

dos. O P&D da Light vê com bons olhos a iniciativa da ABNT.

pmo: É uma unidade organizacional com o objetivo de conduzir, planejar, or-ganizar, controlar e finalizar as ativida-

des de um projeto. As pessoas que in-tegram essa unidade são capacitadas

para dar todo o suporte necessário aos gerentes de projeto. Muitos o denomi-nam de QG (Quartel General), pois é o

centro de controle.

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REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 17

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N o 03 - AGO 2011

REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT18

Segundo Tenório, o PMO atribui fo-

co e pragmatismo aos projetos, que ganham

metas factíveis. Como não é viável fazer tan-

tos projetos quanto se gostaria, a política é

priorizar os mais importantes e urgentes do

ponto de vista da Light, mantendo a deci-

são estratégica de alinhamento com os in-

teresses da companhia. “A partir de critérios

preestabelecidos de priorização, chegamos

a um consenso sobre as ideias que se trans-

formarão em projetos. Essa análise é funda-

mental para evitar desperdício de recursos,

mão de obra e tempo”, conclui o coordena-

dor da área.

PLANEJANDO E GERINDO O P&D

vIA DE MÃO DuPLA

Se, de um lado, o P&D trabalha para se manter alinhado ao planejamento estratégico da

Light, de outro, a gerência de Planejamento, Ambiente e Inovação dá ao P&D as diretrizes pa-

ra que esse alinhamento seja efetivo e coerente com os interesses globais da companhia. Por-

tanto, não é por acaso que o P&D da Light está sob a tutela dessa gerência. O desafio é fazer

com que a inovação seja um instrumento de sustentabilidade do negócio. “O P&D é uma ex-

celente ferramenta para alcançarmos nossa estratégia, pois concentra esforços em pontos crí-

ticos que precisam ser ajustados para que a Light atinja seus macro-objetivos”, declara a es-

pecialista de Planejamento e Regulação, Fernanda Laureano, cuja função é acompanhar as

ações estratégicas da Light em todas as áreas, inclusive o P&D. Segundo Fernanda, manter o

P&D na área de planejamento é uma forma de conservá-lo conectado e associado à realida-

de da companhia. “Se a Light quer investir em energia renovável, por exemplo, fica sem senti-

do desenvolver projetos voltados para outros tipos de energia. Assim, direcionar o P&D é uma

forma de garantir que os recursos sejam alocados onde há demanda”, completa Fernanda. Por

fim, o alinhamento ao plano estratégico da Light faz com que as soluções inovadoras sejam

efetivamente incorporadas pela companhia e pelo setor elétrico como um todo.

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REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 19

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N o 03 - AGO 2011

REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT20

PLANEJANDO E GERINDO O P&D

Gestão da ideia

Projeto de P&D vai desenvolverrede colaborativa de criatividade e inovação

Por trás de grandes projetos inova-

dores, há grandes ideias. A área de P&D da

Light tem o permanente desafio de receber,

avaliar e viabilizar as ideias de colaborado-

res e parceiros antes de inseri-las, de fato, no

contexto da pesquisa e do desenvolvimento.

“Toda ideia é importante. Entretanto, no pro-

grama de P&D da Light, ela tem que atender

a critérios básicos para se tornar um projeto,

isto é, ser original, viável tecnologicamente e

adequada aos requisitos regulatórios e à estra-

tégia da companhia”, explica Vicente guima-

rães, consultor da Aquarius Reef, que vem tra-

balhando na gestão da ideia, no P&D da Light.

Diante da importância que a gestão

de ideias tem para o P&D da Light, o setor de

Tecnologia da Informação (TI) da empresa está

desenvolvendo, em conjunto com a PUC-Rio,

uma rede colaborativa de criatividade e ino-

vação, um espaço virtual que será destinado

exclusivamente a receber, abrigar e avaliar as

ideias recebidas pela área de P&D. O sistema

funcionará como o LinkedIn, rede de relacio-

namento profissional altamente populariza-

da no mundo.

O projeto de P&D que vai criar es-

sa rede está ainda em fase inicial, mas já é

aguardado com grandes expectativas por to-

dos. “A nossa intenção é criar um mecanismo

por meio do qual se possa registrar a ideia e

avaliá-la de forma mais estruturada, abrindo

caminho para seu amadurecimento, sempre

com a colaboração de parceiros tecnológi-

cos, membros da academia e funcionários da

Light”, esclarece guimarães.

BuSCA DE ANTERIORIDADE

Outro procedimento que faz parte

da gestão de P&D é a busca da anteriorida-

de. O consultor Jorge Ricardo de Carvalho, da

Empresa Fluminense de Pesquisas Energéti-

cas (Eflupe), que auxilia o P&D da Light, ex-

plica que a originalidade dos projetos é ve-

rificada, principalmente, por meio de um

procedimento denominado busca de ante-

rioridade. “Em qualquer segmento, inclusi-foto humberto teski

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REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 21

ve no setor elétrico, é fundamental avaliar a

oportunidade de negócio. Não vale a pena

investir recursos em pesquisa e desenvolvi-

mento de projetos que não tenham chances

de sucesso”, afirma Carvalho.

A busca de anterioridade pode acon-

tecer para investigar a originalidade de ideias

relativas a produtos, processo, softwares e

metodologias, cada qual com suas particu-

laridades. A investigação é mais comum na

área de produtos e processos, feita em bancos

mundiais de patentes, interligados e de fácil

acesso devido à internet. “A busca evita des-

perdício de recursos, por isso será implemen-

tada no Programa de P&D da Light como um

procedimento obrigatório e sistemático. Ne-

nhuma ideia passará ao status de projeto sem

antes ocorrer a busca de anterioridade. Não

chega a ser exigência da Agência Nacional de

Energia Elétrica (ANEEL), mas o órgão regula-

dor recomenda que se faça. Isso contribui pa-

ra que haja menor possibilidade de contes-

tação na avaliação final do projeto feita pelo

regulador”, destaca o consultor da Eflupe.

Softwares, sistemas e metodologias

são casos bastante específicos, pois não há

com patenteá-los. Os dois primeiros são re-

gistrados em bancos de softwares, que exi-

bem apenas título e campo de aplicação, difi-

cultando as análises e exigindo uma pesquisa

complementar em bancos acadêmicos. Já a

busca pela originalidade de uma metodolo-

gia só é possível em artigos científicos.

Trabalhoso, mas indispensável. Tan-

to que a coordenação de P&D da Light vai

ampliar o escopo de atuação da Demarest &

Almeida Advogados. A empresa passará a re-

alizar a busca de anterioridade para todos os

projetos de P&D, sem exceção.

foto humberto teski

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N o 03 - AGO 2011

REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT22

PLANEJANDO E GERINDO O P&D

Tudo sob controle

Sistema integra processos de gestão e gera indicadoresde desempenho do Programa de P&D da Light

O P&D da Light está se preparan-

do para ainda em 2011 começar a utilizar o

SAge (Sistema de Apoio à gestão de P&D),

projeto gerenciado pelo P&D, acompanha-

do de perto pela área de Tecnologia da In-

formação (TI) da concessionária e desenvol-

vido pela PUC-Rio. O sistema integrará todos

os processos para aprimorar o controle dos

projetos, garantindo confiabilidade às infor-

mações e agilidade na execução das ativida-

des. Além disso, está conectado diretamente

ao módulo contábil do SAP, sistema corpora-

tivo da Light, o que facilita a administração

dos recursos financeiros investidos em pes-

quisa e desenvolvimento. “Nosso maior desa-

fio foi entender todos os processos e necessi-

dades da área de P&D”, lembra o analista de

Negócios Alexandre Cohen, suporte da TI ao

projeto SAge.

O maior benefício é a unificação dos

processos de P&D, que, mesmo bem-feitos,

eram dispersos em planilhas de Excel, ele-

vando os riscos de erro durante a digitação.

Agora, com o SAge, tudo o que diz respeito

ao P&D está reunido em um mesmo sistema,

apto a compartilhar informações e gerar rela-

tórios. “A iniciativa da equipe de P&D da Light

mostra o quanto a área está avançando na or-

ganização de processos e na produtividade,

o que é fundamental tendo em vista o cresci-

mento no número de projetos”, elogia Cohen.

O analista de Negócios destaca ain-

da a maior interação da área de TI com os pro-

jetos de P&D. “Essa troca garante que, ao fi-

nal do projeto, o sistema ou software seja

implantado sem riscos de incompatibilidade

com as tecnologias da Light. A equipe de TI

amadureceu bastante no que diz respeito a

compreender a importância da área de pes-

quisa e desenvolvimento dentro de uma or-

ganização”, acrescenta Cohen.

INDICADORES DE DESEMPENHO

O SAge vai armazenar uma série de

informações e dados relacionados ao P&D da

foto humberto teski

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REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 23

PLANEJANDO E GERINDO O P&D

Light, inclusive gerar os 11 indicadores de de-

sempenho do portfólio de projetos. De acordo

com a estagiária Camila Caiaffa, esses indicado-

res permitem total controle sobre o Programa

de P&D. “Teremos condições de acompanhar

com facilidade na tela do SAge, por exemplo,

os temas que mais recebem investimentos e o

andamento dos projetos. Soma-se a isso o fa-

to de termos mais controle dos valores com-

prometidos, o que impacta em compromissos

obrigatórios futuros”, assegura Camila.

O novo sistema de gestão de P&D

apresentará indicadores muito importantes,

como custo médio dos projetos concluídos,

tipos de despesa, entidades executoras das

pesquisas, investimentos realizados por ano,

entre outros.

O indicador por tipo de despesa, por

exemplo, é capaz de mostrar em que ponto o

P&D está gastando mais: capacitação, mão de

obra própria, material de consumo. Outro in-

dicador aponta a predominância de projetos

por finalidade: componente ou dispositivo,

conceito ou metodologia, máquina ou equi-

pamento, material ou substância, sistema ou

software. Todos esses indicadores são visuali-

zados em forma de gráficos, facilitando a lei-

tura e a interpretação dos dados.

A previsão é de que ainda no se-

gundo semestre de 2011 o SAge esteja em

pleno funcionamento no Programa de P&D

da Light, contribuindo para uma gestão cada

vez mais eficaz de uma área altamente estra-

tégica para a companhia.

CONHEÇA ALGuNS INDICADORES GERADOS PELO SAGe

• Investimentos Realizados no Ano por Tema ANEEL

• Investimentos Realizados no Ano por Linha de Pesquisa

• Tipo de Despesa (TD)

• Tipo de Finalidade das Atividades (TFA)

• Custo Médio dos Projetos Concluídos (VAPR)

• Prazo Planejado por Temas ANEEL

• Alinhamento do Programa de P&D aos Temas de Investimento ANEEL (ALTI)

• Alinhamento do Programa de P&D ao Plano Estratégico de P&D (ALPE)

CAmILA CAIAffA, ESTAGIáRIA DE P&D,ATuA NOS INDICADORES DE DESEmPENhO

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N o 03 - AGO 2011

REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT24

PLANEJANDO E GERINDO O P&D

Conhecimento favorece a prática

Técnicas de gerenciamento contribuem paracumprimento de metas

O P&D da Light, preocupado com o

desempenho dos projetos que conduz, pro-

cura aplicar as técnicas mais eficientes e efi-

cazes de gerenciamento em busca de resul-

tados satisfatórios. A coordenação do P&D

investe, portanto, em novos conhecimentos

e novas certificações, contando com a exper-

tise de consultorias renomadas.

Até alguns anos atrás, o gerencia-

mento de projetos era restrito à engenharia,

mas, atualmente, se aplica a muitas outras

áreas, como marketing, TI e, claro, pesqui-

sa e desenvolvimento de produtos e servi-

ços inovadores. “Com a metodologia adequa-

da, a empresa consegue se organizar melhor

e atingir objetivos e metas estabelecidos. No

entanto, o P&D tem como peculiaridade ser

menos palpável e mais abstrato. Por isso, tor-

na-se importante tomar cuidado para não

disciplinar excessivamente alguns projetos,

inibindo a criatividade”, destaca o presidente

da Dinsmore Associates, consultoria focada

em gestão empresarial e gerenciamento de

projetos, Paul Dinsmore. Segundo ele, a ges-

tão de projetos é fundamental para que as

empresas consigam atender às inúmeras de-

mandas de mercado. Como é humanamente

impossível satisfazer todas elas, é importante

priorizar, conjugando agilidade, qualidade e

menor custo.

De acordo com a vice-presidente

executiva do PMI Rio, organização que pro-

move e amplia o conhecimento sobre o te-

ma, Elizabeth Borges, “nos dias atuais, a

gestão torna a empresa mais competitiva,

otimiza recursos e cria práticas padronizadas

na execução e condução dos projetos”, defen-

de. Durante o processo, as corporações esta-

belecem critérios, fazem escolhas e avaliam o

retorno dos investimentos e dos indicadores.

Para ser bem-sucedido, um proje-

to precisa ser concretizado no prazo acor-

dado, dentro do custo estabelecido e em

conformidade com o escopo determinado

pelos gestores. Existem ferramentas que au-

xiliam nessa tarefa, como softwares capazes

de acompanhar as atividades. No entanto,

PAuL DINSmORE, PRESIDENTE DA DINSmORE ASSOCIATES: ExCESSO DE buROCRACIA PODE PREJuDICAR A CRIATIVIDADE

foto humberto teski

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REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 25

Dinsmore adverte que o fator humano é ca-

da vez mais reconhecido. “Projetos são feitos

com e por pessoas”, frisa.

O presidente do IPMA Brasil, organi-

zação sem fins lucrativos com foco na área,

Raphael Albergarias, menciona mais um im-

portante aspecto no gerenciamento de pro-

jetos: a busca pela certificação. As certifica-

ções chegaram ao Brasil no final da década

de 90 para atestar a competência do profis-

sional no gerenciamento de projetos. No Rio

de Janeiro, há duas escolas que certificam

profissionais, o IPMA Brasil e o PMI Rio. A for-

mação e a certificação dos profissionais que

gerenciam projetos são fundamentais para a

obtenção dos melhores resultados. Tanto que

já existe um movimento na ISO (International

Organization for Standardization) para cria-

ção de novas normas voltadas para gestão de

projetos. O P&D da Light conta com uma co-

ordenação certificada, o que lhe agrega mais

um diferencial.

geralmente, para obter uma certi-

ficação, são analisadas competências técni-

cas e comportamentais. “As empresas estão

investindo cada vez mais em gestão e certi-

ficação. Assim como a gestão de qualidade

foi muito importante anos atrás e transfor-

mou controle de qualidade em uma obriga-

ção não somente na linha de produção, mas

também em todas as áreas da empresa, essa

mesma onda está atingindo agora a gestão

de projetos”, finaliza Dinsmore.

ipma brasil: Aplica o modelo 4LC de certificação por competências, por meio do qual avalia as competên-cias técnicas, contextuais e compor-tamentais do profissional que geren-cia projetos.

pmi rio: Para certificar, utiliza o mo-delo 5E de competência de gerencia-mento de projetos, considerando cri-térios como educação, experiência, examinação, ética e educação parare-certificação.

iso: É a sigla da organização Interna-cional de Normalização (International organization for Standardization), com sede em Genebra, na Suíça, que cuida da normalização ou normatização em nível mundial de produtos e serviços em todas as áreas.

coordenação certificada: o co-ordenador do portfólio de projetos de P&D da Light, José tenório, é certificado em gerenciamento de portfólio peloIPMA – nível A.

RAPhAEL ALbERGARIAS, PRESIDENTE DO IPmA bRASIL

ELIzAbETh bORGES, VICE-PRESIDENTE ExECuTIVA DO PmI RIO

As empresas estão investindo cada vez mais em

gestão e certificação. Assim como a gestão de

qualidade foi muito importante anos atrás, essa

mesma onda está atingindo agora a gestão de

projetos.

Paul Dinsmore | Presidente da Dinsmore

Associates

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REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT26

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REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 27

Promovendo o P&D

Bons resultados precisam ser compartilhados. Ao longo do ano,

o setor de energia elétrica do país promove diversos eventos.

Sempre que possível, o P&D da Light marca presença. Troca de

experiências, vitrine para os projetos realizados e contato com

novos parceiros são algumas das razões que motivam a

companhia a participar. Veja como a Light promove o P&D.

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N o 03 - AGO 2011

REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT28

PROmOVENDO O P&D

Olhares voltados para o P&D

Participação em importantes eventos do setor potencializa resultados e incentiva novos projetos

Entre as principais estratégias de

promoção dos resultados obtidos em P&D

destaca-se a participação em eventos ex-

ternos do setor elétrico e de inovação. Estar

presente neles é uma maneira de mostrar o

trabalho do P&D da Light, conhecer novas

tendências e estabelecer novas parcerias.

Os eventos nacionais são uma gran-

de vitrine para as pesquisas realizadas, dan-

do visibilidade aos projetos concluídos. “Es-

sas ocasiões servem ainda como intercâmbio

tecnológico entre os participantes, promo-

vendo relacionamento entre os agentes li-

gados à inovação no setor elétrico brasileiro”,

destaca José Tenório Júnior, responsável pelo

P&D da Light. Segundo ele, esses encontros

também são uma forma de prestar contas

dos resultados alcançados com as pesquisas.

“A divulgação dos resultados é cada vez mais

exigida pelos nossos stakeholders. O interes-

sante é que, indiretamente, acabamos por fo-

mentar novos projetos”, completa.

O maior evento do setor no país é o

Seminário Nacional de Distribuição de Energia

ANDRE ChAVES, OSCAR GuERRA,RAPhAEL TORRES, VERôNICAmOREIRA, JuLIANA NEVES, CAROLINA STORRy, mARCELLA PAIVA E fELIPEbARONTO: ALGuNS DOS fuNCIONáRIOS DA LIGhT ENVOLVIDOS NAORGANIzAÇÃO DO SENDI 2012

foto humberto teski

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REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 29

PROmOVENDO O P&D

Elétrica (SENDI). A última edição aconteceu em

2010, em São Paulo, e a próxima será em 2012,

no Rio de Janeiro. A Light será anfitriã do even-

to e já se prepara para recebê-lo como manda

o figurino. Além do SENDI, o Rio será cenário

também para o 4º Rodeio de Energia, que tem

competições técnicas e exposições.

O SENDI, marcado para acontecer

entre os dias 22 e 26 de outubro de 2012, no

Centro de Convenções SulAmérica, está sen-

do organizado em conjunto com a Associa-

ção Brasileira de Distribuidores de Energia

Elétrica (Abradee). Segundo o superinten-

dente de Operação e Manutenção de Redes

da Light, José Hilário, a essência do SENDI é

o seu conteúdo técnico. “Por isso, promove a

inovação e aponta alternativas na área de dis-

tribuição de energia, estimulando a pesquisa

e o desenvolvimento tecnológico. Esse evento

será uma vitrine para o P&D da Light”, comen-

ta Hilário, que é coordenador geral do SENDI.

Nos últimos três anos, a Light inten-

sificou sua participação em eventos externos,

principalmente relacionados à área de P&D.

De acordo com o analista de Comunicação

e responsável pelos eventos da companhia,

Raphael Fernandes Torres, cada vez mais há

o que ser mostrado. “Agora, podemos expor

fisicamente os resultados inovadores de al-

guns projetos, materializá-los, o que é um fa-

tor de motivação para a presença da compa-

nhia nos eventos”, destaca Torres, que está

envolvido na organização do SENDI ao lado

de uma grande equipe de diversas áreas.

A cada dois anos, uma concessio-

nária coordena o evento, que é promovi-

do pelo Instituto Abradee de Energia, uma

associação sem fins lucrativos, mantida pe-

la Abradee. Na visão do diretor da associa-

ção, José gabino Matias dos Santos, o SENDI

é uma oportunidade inigualável para troca

de experiências e apresentação de casos de

sucesso. “Acredito que, no XX SENDI, as dis-

tribuidoras discutirão soluções para o au-

mento da eficiência a curto e longo prazo”,

avalia gabino. Ele lembra que, em 2012, as

concessionárias estarão sujeitas à nova re-

gulamentação do processo de revisão ta-

rifária do terceiro ciclo. Por conta disso, te-

rão que aumentar a eficiência operacional.

abradee: É uma sociedade civil de direito privado, sem fins lucrativos, que reúne 43 concessionárias de distribuição de energia elétrica, estatais e privadas, atuantes em todas as regiões do país, responsáveis pelo atendi-mento de 99% do mercado brasileiro de energia.

JOSé hILáRIO: COORDENADOR GERAL DO xx SENDI

foto humberto teski

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N o 03 - AGO 2011

REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT30

“Nesse sentido, as ações de P&D serão uma

ferramenta muito importante, pois, somen-

te utilizando a criatividade e buscando a

inovação, poderemos encontrar as soluções

que esse novo desafio nos apresenta”, com-

plementa gabino.

P&D DA LIGHT

NA CONFERÊNCIA ANPEI

Outro canal de divulgação do P&D é

a Conferência Anpei de Inovação Tecnológi-

ca. Anualmente, o evento reúne especialistas

que discutem importantes aspectos da ino-

vação e do desenvolvimento tecnológico no

Brasil e no mundo. A edição de 2011 aconte-

ceu entre os dias 20 e 22 de junho, no Ceará.

Segundo o diretor da Associação Na-

cional de Pesquisa, Desenvolvimento e Enge-

nharia das Empresas Inovadoras (Anpei) e

coordenador do evento, Mario Barra, a confe-

rência é uma oportunidade única para que as

empresas se atualizem no quesito inovação.

O evento tem sido visto como um fórum para

troca de experiências sobre as melhores prá-

ticas da gestão da inovação e sobre como ti-

rar o melhor proveito das novidades tecno-

OuTROS MEIOS DE PROMOÇÃO DO P&D DA LIGHT

A Comunicação da Light também participa ativamente da promoção das ações e projetos

de P&D para funcionários, clientes e demais stakeholderes. Tanto na comunicação institu-

cional quanto na comunicação interna, a intenção é desmitificar o tema. “Sempre tivemos

a preocupação de tornar o P&D acessível a todos. Em todas as plataformas de divulgação,

optamos por uma linguagem simplificada, focando mais no lado comportamental e huma-

no”, diz Jordana garcia, coordenadora de Comunicação Institucional da Light. A Revista Sa-

ber é um bom exemplo dessa forma de comunicar. O que era uma necessidade de prestação

de contas para a ANEEL acabou se tornando uma publicação aguardada por todos, com lin-

guagem fácil, objetiva e dinâmica. Na comunicação interna, a divulgação das ações de P&D

acontece por meio do jornal eletrônico, o Últimas Notícias, e pela TV Corporativa da Light.

Fátima Vilas, coordenadora de Comunicação Interna, explica que, além de expor como es-

sas ações evoluíram, os veículos mostram como a Light está pensando o futuro com projetos

de vanguarda tecnológica. “Os projetos são inovadores e devem ser compartilhados com os

funcionários, sempre em primeira mão. Entendemos que a divulgação de uma agenda posi-

tiva contribui para que todos se comprometam ainda mais com a empresa”, explica Fátima.

foto humberto teski

PROmOVENDO O P&D

anpei: tem como objetivo estimular a inovação tecnológica nas empresas nacionais para aumentar a competitividade do Brasil no mercado global e assegurar sua autossustentabilidade econômica.

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REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 31

lógicas para a competitividade no mercado

local e no mundo globalizado. “O grupo Light

vem se destacando pela participação dinâmi-

ca na atividade associativa da Anpei, compro-

vando o quanto está investindo e obtendo

sucesso na área de pesquisa, desenvolvimen-

to e inovação”, ressalta Barra.

Apesar de a participação do se-

tor elétrico ser ainda muito tímida, a Confe-

rência Anpei é uma excelente oportunida-

de para promover as ações de P&D. Há três

anos, a Light está presente no evento, mas so-

mente na edição de 2011, pela primeira vez,

apresentou os resultados de um projeto. O

produto em questão é o conector especiali-

zado para corte de energia de consumidores

inadimplentes. Sua função é comprovar efe-

tivamente a realização do corte e dificultar a

autorreligação.

“É muito importante estar alinha-

do com o desenvolvimento tecnológi-

co do país. Um evento como a Conferên-

cia Anpei proporciona esse alinhamento,

pois empresas de diversas áreas partici-

pam e interagem. Por isso, é fundamental

que o setor elétrico e o P&D da Light este-

jam presentes”, conta o gerente do proje-

to, Ivo Neves, que foi ao Ceará exclusiva-

mente para apresentar o conector.

“Além de possibilitar o networking

entre especialistas com conhecimento nas

áreas afins, um evento desse porte propi-

cia ao participante contato com o que há

de melhor em inovação, gestão, ciência e

tecnologia no Brasil”, analisa o pesquisa-

dor da Divisão de Sistemas Eletrônicos do

Lactec, Reginato Scremim, parceiro no de-

senvolvimento do conector.

PRESENÇA CONFIRMADA

TAMBÉM NO CITENEL

O Congresso de Inovação Tecno-

lógica em Energia Elétrica (Citenel) é um

evento bienal brasileiro, realizado pe-

la Agência Nacional de Energia Elétri-

mARIO bARRA, DIRETOR DA ANPEI E COORDENADOR DA CONfERêNCIA

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N o 03 - AGO 2011

REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT32

Além de prestar contas à sociedade sobre a

destinação dos recursos arrecadados, o Citenel

constitui um ambiente altamente propício

para compartilhar informações e experiências,

bem como formar parcerias estratégicas entre

empresas de energia elétrica, instituições de

pesquisa e fabricantes de tecnologia.

Máximo Luiz Pompermayer | Superintendente

de Pesquisa, Desenvolvimento e Eficiência

Energética da ANEEL

ca (ANEEL), que tem o objetivo de divul-

gar os resultados obtidos nos Programas

de Pesquisa, Desenvolvimento e Inova-

ção Tecnológica do país. Em 2011, o Cite-

nel acontece entre os dias 17 e 19 de agos-

to, em Fortaleza, no Ceará. O P&D da Light

estará lá para divulgar seus projetos e lan-

çar o número 3 da Revista Saber.

Durante o Citenel, a ANEEL vai

apresentar os impactos provocados pelo

Programa de P&D ao longo dos primeiros

dez anos de existência. O superintenden-

te de Pesquisa, Desenvolvimento e Efici-

ência Energética da agência, Máximo Luiz

Pompermayer, destaca que, com o apor-

te de recursos superior a R$ 300 milhões

por ano, o Programa de P&D da ANEEL tem

proporcionado contribuições relevantes à

concepção e ao desenvolvimento de tec-

nologias que melhoram o desempenho

das companhias do setor.

“Além de prestar contas à socieda-

de sobre a destinação dos recursos arre-

cadados, o evento constitui um ambiente

altamente propício para compartilhar in-

formações e experiências, bem como for-

mar parcerias estratégicas entre empresas

de energia elétrica, instituições de pesqui-

sa e fabricantes de tecnologia, o que irá

alavancar novas frentes em prol do desen-

volvimento tecnológico e da melhoria dos

serviços prestados no setor de energia elé-

trica”, completa Pompermayer.

O gerente de P&D da Coelce, anfi-

triã do evento, Odailton Arruda, destaca a

expectativa que envolve o Citenel. “A gran-

de novidade será o fortalecimento das no-

vas tecnologias, que serão usadas desde

as inscrições e os credenciamentos até a

votação dos pôsteres. Estamos aproveitan-

do cada espaço do local do evento, utili-

zando algumas surpresas tecnológicas”,

adianta Arruda.

máxImO LuIz POmPERmAyER, SuPERINTENDENTE DE PESquISA, DESENVOLVImENTO E EfICIêNCIA ENERGéTICA DA ANEEL

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REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 33

O Lactec é um instituto que tem compromisso com a inovação. Acreditamos que não há desenvolvimento sem pesquisa e, para isso, buscar soluções

inovadoras diariamente está na cultura do instituto. Essa filosofia já gerou frutos, como a grande parceria estabelecida com a Light, uma aliada fundamental na busca pela evolução que gera melhorias a toda sociedade.

AQUI, O INCENTIVO À PESQUISA É INDEPENDENTE.

LACTEC, INICIATIVA POR NOVAS IDEIAS.

WWW.LACTEC.ORG.BR

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N o 03 - AGO 2011

REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT34

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REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 35

O ingredientehumano no P&D

A pesquisa e o desenvolvimento de soluções inovadoras dependem,

primordialmente, do comprometimento das pessoas. Cada gerente de

um projeto de P&D é peça fundamental na criação de um ambiente

inovador na Light. Ele motiva, estabelece o ritmo dos trabalhos, gerencia

os imprevistos, faz a ponte com os parceiros. Saiba qual é o valor do

ingrediente humano para o P&D da Light.

foto

isto

ckph

otos

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N o 03 - AGO 2011

REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT36

O INGREDIENTE humANO NO P&D

O coração do P&D

Gerentes são peças fundamentais na engrenagemque movimenta a pesquisa na Light

Uma empresa não é feita somen-

te de tecnologia, serviços e produtos. O co-

ração de uma organização empresarial é for-

mado por pessoas. O setor de P&D da Light

considera o ingrediente humano um dos

principais responsáveis pelo sucesso de um

projeto. Sem o engajamento e a disponibili-

dade de um gerente, não é possível chegar lá.

“Os gerentes de projeto desempe-

nham um importante papel no P&D, sendo

peças fundamentais na criação de um am-

biente inovador na empresa. É a partir de

suas ideias e da vontade de fazer, aliadas

à boa condução dos projetos que geren-

ciam, que o Programa de P&D da Light ga-

rante o desenvolvimento de inovações tec-

nológicas”, destaca Paulo Mauricio Senra,

gerente de Planejamento, Ambiente e Ino-

vação da concessionária, área a qual o P&D

está ligado.

O comprometimento durante a exe-

cução de um projeto é fundamental para que

os resultados sejam alcançados. “gerenciar

um projeto de P&D é uma experiência imen-

surável, pois integramos uma equipe de alto

nível, entre profissionais seniores e pesqui-

sadores doutores e mestres, o que permite o

desenvolvimento de novas habilidades”, des-

taca Ricardo Matos, gerente de P&D.

Depois da euforia da aprovação da

O sucesso do projeto e, por consequência, de

todo o Programa de P&D da Light, depende

do engajamento desses profissionais. Para

nós, todo gerente de projeto é um cliente

preferencial.

Paulo Mauricio Senra | Gerente de

Planejamento, Ambiente e Inovação da Light

PAuLO mAuRICIO SENRA, GERENTE DE PLANEJAmENTO,AmbIENTE E INOVAÇÃO DA LIGhT

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REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 37

ideia, vem o desenvolvimento do projeto, e o

ritmo dele é estabelecido pelo gerente. “Pa-

ra isso, ele precisa estar envolvido com tudo

o que acontece, porque se deixar de lado, o

projeto não anda”, frisa. “Para mim, o P&D é

uma ótima oportunidade de colocar em prá-

tica um sonho. O gerente é o guia do proces-

so, responsável por direcionar as atividades,

que devem estar em sintonia com os obje-

tivos a serem atingidos”, acrescenta Paloma

Marques, que entrou recentemente para o

grupo que gerencia projetos.

Com mais experiência no gerencia-

mento de projetos – o primeiro foi em 2005

e o segundo em 2007 –, Maria Helena Adria-

no destaca que o P&D incentiva e cria novas

oportunidades para os profissionais. “O ge-

renciamento de projetos é uma forma que a

companhia tem de reter talentos. Já tivemos

na Light pesquisas com excelentes resultados

porque foram gerenciadas com boa vontade

e entusiasmo”, lembra Maria Helena.

Ao ajudar por acaso um colega ge-

rente de P&D, José Rodrigo Azevedo acabou

se envolvendo mais do que esperava, criando

projetos relativos à sua área de atuação. Atu-

almente, gerencia três e participa de todas as

etapas. “A experiência do gerente é primor-

dial para que ele consiga atuar junto às uni-

versidades e centros de tecnologia na tentati-

va de desenvolver soluções compatíveis com

a demanda da Light e do setor elétrico”, ob-

serva ele.

BuSCA POR SOLuÇõES E

COMPROMETIMENTO PESSOAL

gilson Valente teve um começo

similar. Até algum tempo atrás, apenas

participava de fases da execução. Agora,

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N o 03 - AGO 2011

REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT38

gerencia um projeto de P&D. “Há mui-

ta expectativa nessa nova experiência. É

uma grande oportunidade por diversos

motivos, entre eles crescimento profissio-

nal, capacitação por meio de mestrados e

MBAs e desenvolvimento de produtos e

serviços que não seriam possíveis em pro-

cessos normais dentro da companhia”, ob-

serva Valente.

“O papel do gerente de P&D é ali-

nhar o desenvolvimento do projeto com o

parceiro. Os riscos devem ser calculados,

e é fundamental encontrar soluções para

imprevistos. Para isso, ouvimos sugestões

de todos os envolvidos, que podem ajudar

na busca por novos caminhos. O gerente

deve conseguir também motivar as pes-

soas envolvidas”, comenta gilcinea Rangel

Pesenti, gerente de P&D que desenvolve

projetos desde 2006. Segundo ela, a opor-

tunidade de crescer profissionalmente e

de se relacionar com outras áreas da em-

presa é enorme.

José Benedito Costa Araujo é ge-

rente de P&D há sete anos e enxerga a

oportunidade como um reconhecimen-

to da empresa ao seu trabalho. Para ele,

a experiência tem sido bastante enrique-

cedora, já que todos os projetos trouxe-

ram para a Light produtos para melhorar

a rotina da concessionária. Um dos que

exigiram bastante esforço e dedicação foi

o desenvolvimento de sistemas de detec-

ção da corrosão em cabos. Depois de mui-

ta pesquisa ao lado do CPqD, consegui-

ram desenvolver uma teoria inovadora.

Logo a seguir, tiveram que criar um robô

que fosse versátil o suficiente para supe-

rar os concorrentes e atender às necessi-

dades de trabalho no campo.

“A importância do comprometi-

mento chega a ser uma questão filosófica

e de cunho íntimo, pois só consigo reali-

zar algo se estiver realmente envolvido e

acreditar que posso transformar o desafio

em uma solução técnica. Somos o elo en-

tre a ideia desafiadora e a solução do pro-

blema. Por isso, precisamos fornecer todos

os elementos aos parceiros para o sucesso

do projeto”, declara José Benedito.

“O sucesso do projeto e, por con-

sequência, de todo o Programa de P&D

da Light, depende do engajamento des-

ses profissionais. Para nós, todo geren-

te de projeto é um cliente preferencial e

ele pode contar com a equipe do P&D pa-

ra internalizar as soluções, divulgar os re-

sultados e continuar a pesquisar e a de-

senvolver novas ideias”, reforça Paulo

Mauricio Senra.

foto humberto teski

O INGREDIENTE humANO NO P&D

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REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 39

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N o 03 - AGO 2011

REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT40

Inovação que gera valor

Oficina realizada com gerentes discute estratégiaspara potencializar produtos

Estar pronto para ser gerente de

projeto de P&D requer bastante preparo. Co-

nhecimentos prévios sobre gerenciamen-

to e experiência em outras funções na Light

são fundamentais para ocupar um cargo al-

tamente estratégico para o futuro da com-

panhia. No entanto, não basta ter apenas o

conhecimento prévio. Mesmo após assumir

o desafio de conduzir um projeto de P&D, o

profissional continua participando de ofici-

nas de capacitação. Afinal, é indispensável se

atualizar sempre.

Com o intuito de fomentar e promo-

ver essa capacitação, o Programa de P&D da

Light promoveu, no dia 12 de maio de 2011,

uma oficina de trabalho chamada Inovação

para Apropriação de Resultados de P&D, di-

recionada a uma equipe de gerentes. Foram

O INGREDIENTE humANO NO P&D

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REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 41

três os objetivos da oficina: avaliar o regime

de apropriabilidade e o uso dos mecanismos

de proteção; definir a estratégia de apropria-

ção de valor mais adequada para cada proje-

to em questão; e promover troca de informa-

ções e conhecimento entre os participantes.

“Metodologia de gestão de falhas transitórias”,

“Conector especializado para corte de forneci-

mento a cliente de baixa tensão”, “Selo quími-

co” e “Manta polimérica” são os quatro projetos

apresentados na oficina.

Participaram do treinamento gesto-

res envolvidos diretamente no Programa de

P&D da Light, representantes de outras áreas

– planejamento e TI da empresa –, coordena-

dores de P&D de instituições externas, escri-

tório de patentes que presta apoio à conces-

sionária nessa área e professores da PUC-Rio.

A oficina foi ministrada pela profes-

sora do programa PósMqI da PUC-Rio, Fá-

tima Ludovico. Na opinião dela, o encontro

foi fundamental para a fase de consolidação

do relatório final do projeto “Inovação para

apropriação de resultados de P&D”, que vem

sendo desenvolvido pela universidade. Esse

projeto pretende elevar o grau de apropria-

ção dos resultados oriundos das atividades

de P&D implementadas pela Light. Na oficina

de trabalho, foi possível discutir e validar com

gestores de P&D da companhia ferramentas

avançadas de análise de apropriabilidade. Na

prática, essas ferramentas vão auxiliar a Light

a definir a melhor estratégia de apropriação

de valor dos resultados de projetos de P&D,

atuais e futuros.

O retorno econômico das ativida-

des de P&D está relacionado a estratégias

eficientes que permitam capturar o valor dos

resultados advindos de um projeto. A inten-

ção de desenvolver um produto com carac-

terísticas comercializáveis deve ser incorpo-

rada ao processo de gestão de um projeto

desde o seu estágio inicial, sendo amadure-

cida em conjunto com a estratégia de apro-

priabilidade e com o modelo de negócios

do Programa de P&D Light, considerando os

possíveis cenários de referência para comer-

cialização. Sendo assim, a apropriabilidade

diz respeito às questões relativas à proteção

do conhecimento, que vem ganhando cada

vez mais destaque na agenda de discussões

de empresas que têm atividades de P&D. Tal

proteção pode representar a garantia de ex-

ploração exclusiva de um novo produto ou

processo inovador.

Os mecanismos de apropriabilida-

de de um conhecimento são diversos e in-

cluem patentes, marcas, segredos industriais.

“Conhecer e entender os diferentes mecanis-

mos de apropriabilidade é o primeiro passo

para estruturar a gestão dos ativos de conhe-

cimento das empresas”, explica Fátima.

Um dos objetivos da oficina era defi-

nir a estratégia de apropriação de valor mais

adequada para cada projeto do Programa de

P&D apresentado na ocasião. A professora da

PUC-Rio explica que não há valor inerente a

uma inovação tecnológica, pois ele é deter-

minado pelo modelo de negócio utilizado

para introduzir essa nova tecnologia no mer-

cado. A mesma tecnologia, apresentada por

diversos modelos de negócio, resultará em

diferentes apropriações de valor, com menor

ou maior retorno financeiro.

apropriabilidade: Refere-se às condições que permitem capturar valo-res gerados por um novo conhecimento. Pode ser definida ainda como a ca-pacidade de impossibilitar a ação de imitadores e garantir o retorno otimi-zado dos investimentos em P&D.

“metodologia de gestão defalhas transitórias”: o projeto te-ve como objetivo desenvolver dois protó-tipos de equipamento de baixo custo pa-ra coleta de dados de ocorrências. Esses equipamentos são instalados em subes-tações e enviam os dados coletados via GPRS para um software de análise, tam-bém desenvolvido pelo projeto de P&D. Esse software analisa as características das ocorrências transitórias para estimar provável causa e localização.

“selo químico”: Dispositivo de pro-teção que inibe ação ilícita em medi-dores e/ou sistemas de medição, indi-cando se houve alguma intenção de violação no medidor. Uma ampola se rompe e muda a cor do lacre caso se-ja violado.

“manta polimérica”: É uma pro-teção para postes de madeira, com ob-jetivo de prolongar sua vida útil, retar-dando o apodrecimento por umidade, imunizando contra ataque de cupins e aumentando a resistência. É de fácil aplicação, não agride o meio ambiente e tem baixo custo.

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N o 03 - AGO 2011

REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT42

NOvA vISÃO SOBRE P&D

“quando assumimos um projeto de

P&D, gerenciamos do início ao fim, mas a ofi-

cina nos mostrou que esse ‘fim’ não é onde

pensávamos que fosse. Após sua conclusão,

o projeto entra em outra fase, que é a de co-

mercialização. Essa consciência nos faz pen-

sar em questões como a vida do produto

após a conclusão do projeto ou em como se

dará a produção em escala industrial”, reflete

o gerente de P&D Nilton guilherme, que par-

ticipou da oficina.

Nilton destaca que, além de apren-

der a olhar para o futuro e entender que é im-

portante criar um produto com valor agrega-

do, com enfoque na perspectiva comercial, a

oficina teve outros ganhos. “Foi muito impor-

tante a integração com outras áreas e o ali-

nhamento interno que tivemos por conta dos

desafios no desenvolvimento dos projetos.

Entendemos que as questões da apropriabi-

lidade dos resultados devem ser avaliadas na

fase de definição do escopo do projeto, para

que cheguem amadurecidas ao final das pes-

quisas”, complementa Nilton, gerente do pro-

jeto do selo químico.

O gerente do projeto que criou uma

metodologia para gerir falhas transitórias,

Antônio Francisco Mello, concorda com Nil-

ton guilherme e conta que só se preocupava

com o ponto de vista técnico. A participação

na oficina propiciou novos entendimentos

sobre, por exemplo, a importância de se pa-

tentear um produto inovador. “O aprendiza-

do e a troca de experiências foram enormes,

principalmente devido ao contato com ou-

tros gerentes e especialistas da área. Agora,

tenho uma visão mais ampla sobre os negó-

cios que podem ser gerados a partir de uma

gestão eficiente do conhecimento e dos me-

canismos de apropriabilidade”, relata Mello.

Como resultado da oficina, Fabrício

Alves Nunes, gerente do projeto da manta

polimérica, acredita que os gerentes estejam

aptos a contribuir ainda mais na definição das

ações de apropriação de valor mais adequa-

das a cada projeto. “Aprendemos a definir o

modelo de negócio e o cenário de referên-

cia para apropriação de resultados de P&D,

bem como vencer os desafios de sua implan-

tação”, comenta. Para ele, o grande ganho da

oficina está na promoção de uma forma mais

adequada de encarar a área de P&D da Light,

capaz de transformar ideias em produtos ino-

vadores que tragam retorno financeiro para a

companhia e benefícios para o setor elétrico

e a sociedade em geral.

O INGREDIENTE humANO NO P&D

Conhecer e entender os diferentes mecanismos de

apropriabilidade é o primeiro passo para a

estruturação da gestão estratégica dos ativos

de conhecimento pelas empresas. Como esses

mecanismos serão utilizados depende dos

objetivos estratégicos da Light, da natureza dos

conhecimentos gerados pelos projetos de P&D e do

modelo de inovação.

Fátima Ludovico | Professora do programa PósMQI

da PUC-Rio

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REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 43

O Laboratório de energia dos ventos da UFF – LEV – possui

uma equipe multidisciplinar composta por professores e

profissionais atuantes no mercado e parcerias com universida-

des e empresas especializadas em diversas áreas.

O LEV atua no Programa de Pesquisa e Desenvolvimento da

ANEEL criando soluções práticas para responder aos desafios

das diversas empresas do Setor Elétrico Brasileiro. São 9 anos de

atuação na área de P&D, com 30 projetos aprovados pela ANEEL.

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Acesse www.u�.br/lev ou ligue (21) 2629-5700 / 2629-5701e encontre as soluções práticas que você procura.

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N o 03 - AGO 2011

REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT44

Influências externas

O P&D da Light é resultado de um conjunto de influências internas

e externas, que juntas definem o seu perfil. No ambiente externo, a

interação com outras concessionárias de energia elétrica enriquece o

processo de gestão e o desenvolvimento de novos projetos.

As determinações do órgão regulador também alteram

profundamente a rotina da área. Entenda como isso acontece

e quais os saldos para o P&D da Light.

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REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 45 foto

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N o 03 - AGO 2011

REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT46

INfLuêNCIAS ExTERNAS

Compartilhar para crescer

Interação entre programas de P&D das concessionárias fortalece ações de pesquisa e desenvolvimento no país

No campo da inovação, interagir é

fundamental. A troca de experiências am-

plia horizontes, aprimora processos e une es-

forços em prol de objetivos comuns. E é em

função desses ganhos que os programas de

pesquisa e desenvolvimento das concessio-

nárias do setor elétrico compartilham ações,

conhecimentos e resultados. Seus membros

se encontram periodicamente para discutir

aspectos organizacionais, regulatórios, técni-

cos e de gestão de projetos. Dessa forma, o

Programa de P&D da Light procura participar

do maior número possível de encontros, a fim

de ampliar sua expertise na área, desenvolver

projetos cooperados e acompanhar o que o

setor elétrico tem produzido de inovador pe-

lo país afora.

A Associação Brasileira de Distribui-

dores de Energia Elétrica (Abradee) criou o

gT P&D para desenvolver importantes ações

em prol das distribuidoras associadas. “O gT

P&D da Abradee possibilita uma troca de ex-

periências permanente, auxiliando no apri-

moramento da regulamentação e defenden-

do os interesses das empresas junto ao órgão

regulador, Poder Executivo e Congresso Na-

cional. Com certeza, sem o gT, as distribuido-

ras teriam mais dificuldades para atender às

exigências regulatórias”, define o diretor da

Abradee, José gabino Matias dos Santos.

As atividades de pesquisa e desen-

volvimento sempre estiveram presentes no

dia a dia do setor elétrico, mas se tornaram

obrigatórias a partir da Lei nº 9.991, publica-

da em 2000. Nesse contexto, o gT P&D ajuda

empresas que enfrentam dificuldades em de-

senvolver bons projetos. “Uma forma de su-

perar essas dificuldades é o desenvolvimen-

to de projetos cooperados, em que um grupo

de empresas se reúne para criar um projeto

único. Dessa forma, eventuais deficiências de

uma companhia podem ser superadas com

o aproveitamento da competência de outros

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REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 47

INfLuêNCIAS ExTERNAS

parceiros. Como exemplo, podemos citar os

projetos Estrutura Tarifária, Redes Inteligentes

e Medição e Verificação, este na área de efici-

ência energética. Ambos estão sendo desen-

volvidos pelo Instituto Abradee da Energia,

com a participação de um grande número de

empresas do setor elétrico”, destaca gabino.

No início de 2010, o gT P&D do gru-

po Cemig foi criado com o objetivo de apro-

veitar as sinergias que o trabalho em equipe

pode proporcionar. “Existe uma integração

muito boa entre os membros. Nota-se uma

preocupação grande com a troca de expe-

riências no sentido de maximizar os ganhos

não somente do Programa de P&D, mas da

gestão tecnológica como um todo, destacan-

do-se a utilização de isenções fiscais”, com-

plementa o superintendente de Tecnologia

e Alternativas Energéticas do grupo Cemig,

Alexandre Bueno.

No gT P&D do grupo Cemig, os en-

contros resultam em diversas ações conjun-

tas, entre elas visitas a empresas de bases tec-

nológicas, convites a universidades e centros

de pesquisas para apresentação de novas

tecnologias, atuações em conjunto perante a

Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL)

e entidades representativas do setor, troca de

experiências em captações de financiamento

ou de recursos não reembolsáveis e aquisição

de know-how, principalmente, quando da

ocorrência de um fato novo para todo o gru-

po, como a obrigatoriedade da realização da

primeira auditoria contábil-financeira para os

projetos de P&D já encerrados, o que ocorreu

no começo de 2011, com o Despacho 512.

“Os ganhos para as empresas são

infinitos, indo desde a melhoria no proces-

so de gestão da tecnologia até a realização

de projetos com maior potencial de retor-

no e aplicabilidade. A interação contribui pa-

ra os avanços na área de P&D na medida em

que fortalece o programa como um todo por

meio da realização e divulgação de projetos

mais consistentes e mais alinhados às estra-

tégias empresariais. Colabora ainda para mu-

dar o estigma de um programa de obrigação

estrutura tarifária: tem o objetivo de analisar a estrutura tarifária praticada atualmente no Brasil, no contexto do atual arranjo institucional do setor elétrico, identificando sinais econô-micos distorcidos, desnecessários ou ineficientes. Pretende também elaborar uma proposta de no-va metodologia de estrutura tarifária para o sistema elétrico brasileiro, que solucione os proble-mas observados na estrutura em vigor, inclusive propondo novos postos e modalidades tarifárias.

redes inteligentes: Entre seus ob-jetivos, destacam-se a elaboração de uma proposta para o setor elétrico brasileiro de migração do estágio atu-al para a adoção plena do conceito de rede inteligente em todo o país, con-tendo a definição das funcionalidades e dos requisitos associados ao concei-to no Brasil; a definição e padroniza-ção das tecnologias e metodologias a serem adotadas; e a recomendação de ações para solução das deficiências da estrutura atual, sob os aspectos técni-co, tecnológico, regulatório e da cadeia de suprimentos, que deverão ser trata-das como premissas para a adoção do conceito de Smart Grid.

medição e verificação: Este pro-jeto prevê o desenvolvimento de um procedimento para medição e verifi-cação dos resultados dos projetos do Programa de Eficiência Energética, em conformidade com a Resolução Nor-mativa nº 300/2008, da ANEEL.

grupo cemig: formado pelas em-presas Light, tAESA, tBE, Cemig e transmineira.

foto gilson martins

DANIEL ARAuJO, DA AES bRASIL

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N o 03 - AGO 2011

REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT48

INfLuêNCIAS ExTERNAS

legal para uma oportunidade de eficiência

operacional e geração de novos negócios”,

acrescenta Bueno.

Representantes das áreas de P&D

da Light, Eletropaulo e Eletrobras se en-

contram algumas vezes por ano para um

benchmarking em relação à gestão dos pro-

gramas de pesquisa e desenvolvimento, tro-

cando experiências e buscando as melhores

práticas para aplicação mais eficiente dos re-

cursos oriundos do encargo regulatório de-

finido pela Lei nº 9.991/2000. “Um exemplo

são as trocas sobre contratação e execução

de contratos com instituições científicas e

tecnológicas, bem como fabricantes. No ca-

so específico da Light, contratamos a mesma

empresa fornecedora do software para ges-

tão dos programas. No decorrer do proces-

so de implantação, trocamos informações re-

levantes”, conta o gerente de gestão de P&D

e Eficiência Energética da AES Brasil, Daniel

Araujo Carneiro.

Outro exemplo é a discussão de al-

ternativas na gestão dos projetos, frente às re-

comendações do manual da ANEEL. No caso

da AES Eletropaulo e Light, existe uma siner-

gia importantíssima entre as concessionárias,

tendo em vista a concentração populacional

e as semelhanças operacionais – subterrâneo,

por exemplo – que são quase exclusivas das

duas. “No futuro, esperamos criar uma rede de

compartilhamento de experiências entre as

diversas concessionárias que possuem a obri-

gação regulatória de investimento em pes-

quisa e desenvolvimento”, conclui Carneiro.

A Associação Brasileira dos Produto-

res Independentes de Energia Elétrica (Api-

ne) também possui o seu gT P&D. Criado no

final de 2006, é formado por representantes

das empresas associadas à Apine que apli-

cam anualmente um percentual mínimo de

sua receita operacional líquida em progra-

mas de pesquisa e desenvolvimento do setor

de energia elétrica.

O intercâmbio se dá por meio de reu-

niões, debates, conferências e workshops, cuja

iniciativa pode partir de qualquer empresa as-

sociada. O consenso sempre prevalece nas de-

cisões do grupo, valorizando o relacionamen-

to pessoal e corporativo. “A junção de esforços

e recursos permite o desenvolvimento de proje-

tos que dificilmente seriam executados por uma

única empresa. Estimulamos a participação de

outras entidades executoras em um mesmo

projeto com o propósito de agregar diferentes

opiniões, ideias e conhecimento técnico, fatores

considerados imprescindíveis para as áreas de

pesquisa e inovação”, diz o gerente da Divisão

de Assuntos Regulatórios da Companhia Ener-

gética de São Paulo (CESP) e coordenador do gT

P&D da Apine, Antonio Celso de Abreu Jr.

foto divulgação

benchmarking: É um processo con-tínuo de comparação de produtos, ser-

viços e práticas empresariais entre as empresas reconhecidas como líderes,

para identificar o melhor dos melhores e alcançar um nível de superioridade

ou vantagem competitiva.

aes brasil: Grupo AES Brasil é con-trolador de oito empresas operacio-

nais, que atuam nos setores de ener-gia elétrica e telecomunicações – AES

Eletropaulo, AES Sul, AES tietê, AES Minas PCH (controlada pela AES tie-tê), AES Uruguaiana, AES Infoenergy

e AES Atimus.

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REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 49

EDuARDO CAmILLO (à ESquERDA),SuPERINTENDENTE DE RELAÇõES

INSTITuCIONAIS DA LIGhT, E ANTôNIO RAAD, RESPONSáVEL PELO PROGRAmA

DE EfICIêNCIA ENERGéTICA

INfLuêNCIAS ExTERNAS

Parceria na medida certa

Sinergia entre P&D e Eficiência Energética fomenta pesquisa e abre espaço para a inovação

O Programa de P&D da Light man-

tém uma linha de pesquisa voltada exclusiva-

mente para a eficiência energética, fato que

aumenta e fortalece a sinergia com o Progra-

ma de Eficiência Energética (PEE) da compa-

nhia. O PEE funciona como uma alavanca pa-

ra produtos inovadores, contribuindo para

inseri-los no mercado.

O superintendente de Relações Ins-

titucionais da Light, Eduardo Camillo, afirma

que a parceria com o P&D tem sido bastante

profícua. “O PEE se beneficiará cada vez mais

dos produtos inovadores desenvolvidos pe-

lo programa”, completa Camillo, que já foi, in-

clusive, superintendente da área de P&D.

Projetos de eficiência energética

podem nascer de um P&D. Segundo o res-

ponsável pela área de Eficiência Energéti-

ca da Light, Antônio Raad, o PEE consegue

viabilizar o uso de produtos inovadores de-

senvolvidos pelo P&D da Light. “Depois de

concluídos, os projetos não ficam no papel.

Testamos as inovações em campo para che-

car viabilidade e eficiência. Nesse sentido, o

PEE pode funcionar com um amplificador das

ações de P&D, fomentando os resultados das

pesquisas”, analisa Raad.

Um exemplo é o Kit Retrofitting de

Refrigeradores, oriundo de um projeto de

P&D. Já concluído e em fase de implantação

por meio de um piloto pela área de eficiência

energética, o kit foi desenvolvido por pesqui-

sadores do P&D da Light com o objetivo de

melhorar a eficiência de refrigeradores usa-

dos e é constituído de três peças: compres-

sor, termostato e borracha. “Ficamos muito

satisfeitos com os resultados dos estudos fei-

tos pela equipe de P&D sobre a viabilidade

do kit” , conta Raad.

A sinergia entre o Programa de P&D

e o Programa de Eficiência Energética não pa-

ra por aqui. Ela se estende até o campo regu-

latório. De acordo com a legislação em vigor,

0,5% da receita operacional líquida da Light

é destinado ao P&D e 0,5% vai para a área de

eficiência energética. Até mesmo o manual

de auditoria publicado pela ANEEL, em 2010,

vale para os dois programas, que contrataram

uma única empresa de auditoria para obter

ganhos de escala e reduzir custos.

foto humberto teski

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N o 03 - AGO 2011

REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT50

INfLuêNCIAS ExTERNAS

Hora de prestar contas

ANEEL regulamenta procedimentos para emissão de relatórios financeiros e contábeis de projetos de P&D

O Despacho 512, publicado no iní-

cio de 2011 pela Agência Nacional de Ener-

gia Elétrica (ANEEL), vem mexendo com a

rotina das áreas de P&D de todas as em-

presas de energia, inclusive a Light. O do-

cumento regulamenta a prestação de con-

tas de cada projeto concluído, detalhando

procedimentos e estabelecendo prazos. O

Despacho 512 determina ainda a contrata-

ção de uma empresa de auditoria externa

para preparação dos relatórios financeiros

e contábeis em até 60 dias após a conclu-

são de um projeto de P&D, prazo máximo

para entrega à ANEEL.

Desde 2008, o Manual do Progra-

ma de Pesquisa e Desenvolvimento do Se-

tor de Energia Elétrica da ANEEL prevê es-

sa prestação de contas, mas a área de P&D

estava aguardando o regulador determi-

nar quando, de fato, a auditoria começaria.

A área de P&D da Light já concluiu os rela-

tórios de 13 projetos. De agora em dian-

te, esse trabalho será contínuo e deverá

ser feito dentro do prazo estabelecido pe-

lo regulador.

“Aguardávamos o momento em

que a ANEEL passaria a exigir de fato os re-

latórios de comprovação de investimen-

tos em P&D, mas não sabíamos quando se-

ria exatamente. A notícia veio no início de

2011 e mudou nossa rotina. Tivemos que

reunir uma gama enorme de documentos

para viabilizar o trabalho das auditorias

externas”, conta o analista de Regulação e

Planejamento da Light, Bruno Salerno, que

trabalha na área de P&D.

De acordo com Salerno, o P&D da

Light precisou reorganizar alguns proces-

sos internos para otimizar a preparação

da documentação que seria apresentada

à ANEEL. A exigência do regulador gerou

novas atividades, como a busca por no-

tas fiscais originais e comprovantes de de-

sembolso, arquivados em área específica

da Light. Com isso, a equipe de P&D está

tentando criar uma estrutura que favore-

foto humberto teski

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REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 51

INfLuêNCIAS ExTERNAS

ça o acesso imediato a esses documentos

comprobatórios sempre que necessário.

“É um desafio diário adequar nos-

sos processos de trabalho para estarmos

alinhados às exigências do regulador, mas

é natural que nos adaptemos às mudan-

ças. Estamos aprendendo muito, princi-

palmente porque tivemos de orientar as

consultorias externas para o preparo dos

relatórios. A nossa expectativa é de que

elas se tornem cada vez mais independen-

tes com o passar do tempo”, avalia Salerno.

AuDITORIA EXTERNA

Os relatórios contábeis e financei-

ros serão auditados por auditores exter-

nos contratados pela Light, conforme exi-

gência da ANEEL. Segundo o sócio-líder da

área de energia elétrica da empresa de au-

ditoria e consultoria PWC, guilherme Valle,

a exigência de se realizar a auditoria exter-

na sobre os projetos de P&D contribui para

o processo de fiscalização da ANEEL, pois é

inviável a agência reguladora fiscalizar so-

zinha todos os projetos executados pelas

empresas de energia elétrica obrigadas a

investir em P&D. As auditorias terão o pa-

pel de verificar a adequação dos gastos re-

alizados em cada projeto.

“Não se trata de uma audito-

ria técnica para validar o caráter inova-

dor do produto, mas de uma auditoria

de natureza financeira e contábil, pa-

ra analisar a aplicação dos gastos de ca-

da projeto concluído. Mas mesmo com

os relatórios, a ANEEL continuará exer-

cendo o seu papel fiscalizador, porém

contará com o suporte desses relatórios

analisados por terceiros independentes”,

destaca Juliana Rigo, da PWC, consulto-

ria contratada pela Light para realização

de trabalhos no âmbito de P&D.

Ao avaliar todos os projetos, o re-

gulador tem a oportunidade de identificar

possíveis problemas com a aplicação dos

recursos e direcionar esforços para resol-

vê-los, ou ainda aplicar sanções que po-

derá ser o estorno dos gastos não com-

provados ou inadequados aos projetos.

foto humberto teski

Não se trata de uma auditoria técnica para validar o

caráter inovador do produto, mas de uma auditoria

de natureza financeira e contábil, para analisar a

aplicação dos gastos de cada projeto concluído.

Juliana Rigo | PWC

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N o 03 - AGO 2011

REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT52

INfLuêNCIAS ExTERNAS

Portanto, o relatório conclusivo sobre a

auditoria contábil e financeira dos proje-

tos de P&D tem por finalidade suportar

a fiscalização da ANEEL e, sobretudo, dar

mais transparência aos recursos aplicados

em P&D, traduzindo-se em benefícios para

a sociedade de forma geral.

Na verdade, o Despacho 512 apro-

va o Manual de Orientação dos Trabalhos

de Auditoria Contábil e Financeira dos Pro-

jetos, Projetos/Planos de gestão e Progra-

mas de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D)

e Eficiência Energética (EE). “Antes do Des-

pacho 512 e do Manual não havia nenhu-

ma norma especificando os requerimentos

da ANEEL e os procedimentos que deve-

riam ser executados para prestação de

contas dos projetos. Agora há uma regra e

todos sabem como proceder”, esclarece o

auditor da KPMg, Vinicius Nishioka, que já

aplicou os procedimentos de revisão pre-

acordados, determinados pela ANEEL, em

13 projetos de P&D da Light.

A medida da ANEEL inaugura uma

nova fase para as empresas do setor elé-

trico com programas de pesquisa e de-

senvolvimento, o que é uma grande opor-

tunidade de rever o controle de todos os

investimentos em P&D. “As concessioná-

rias, com base no Despacho 512, tiveram

que rever os processos de preparação dos

arquivos de documentos e as ferramentas

de controle para as auditorias atuarem.

Em se tratando de uma novidade, o desa-

fio é entender as necessidades da ANEEL

e rever os processos internos de contro-

le dos projetos e programas, buscando es-

tabelecer a forma mais eficiente de aten-

dê-las. As áreas de controle de P&D nunca

haviam passado por esse momento antes”,

constata Nishioka.

Segundo o auditor da KPMg,

as regras estabelecidas pelo regulador

mostram a seriedade com que o gover-

no brasileiro encara a pesquisa e o de-

senvolvimento no país. Tal postura moti-

va concessionárias e aumenta a confiança

daquelas que realmente querem investir

em inovação. “A postura da ANEEL indica

o quão importante é o surgimento de tec-

nologias inovadoras para o futuro do Bra-

sil”, finaliza Nishioka.

foto humberto teski

As áreas de controle de P&D nunca haviam

passado por esse momento antes. A postura da

ANEEL indica o quão importante é o surgimento de

tecnologias inovadoras para o futuro do Brasil.

Vinicius Nishioka | KPMG

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REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 53

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N o 03 - AGO 2011

REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT54

INfLuêNCIAS ExTERNAS

Em perfeita sintonia com o P&D

Lei do Bem proporciona incentivo à inovação tecnológica com redução da carga tributária

A Lei Federal nº 11.196/2005 é co-

nhecida como Lei do Bem, o que exprime

com perfeição o seu significado. Essa lei

concede incentivos fiscais para empresas

que investem em pesquisa e desenvolvi-

mento, beneficiando diretamente a área de

P&D e a sociedade em geral. A norma con-

siste na redução do pagamento de Impos-

to de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e Contri-

buição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL)

ao reconhecer até 60% do total das despe-

sas aplicadas em P&D, além de reduzir 50%

do Imposto sobre Produtos Industrializa-

dos (IPI), que incide nas aquisições de equi-

pamentos, máquinas, instrumentos e apa-

relhos utilizados no projeto.

Consultora da Hirashima & Associa-

dos, empresa que auxilia o P&D da Light na

interpretação e aplicação da lei, Samira Sou-

za explica que a Lei do Bem estabelece bene-

fícios fiscais relacionados aos investimentos

efetuados em pesquisa e desenvolvimento

para inovação tecnológica, os quais as em-

presas podem usufruir de forma automática.

De acordo com a lei, regulamentada pelo De-

creto nº 5.798/06, para obter os benefícios, é

preciso apenas atender a algumas formalida-

des, como a regularidade fiscal.

“O grande benefício da Lei do Bem

é oferecer incentivos fiscais às empresas – in-

dependentemente do setor de atuação – pa-

ra que apliquem recursos em pesquisa e de-

senvolvimento de inovações tecnológicas,

reduzindo a elevada carga tributária do país”,

comenta o gerente da área tributária da Hi-

rashima & Associados, Alexandre do Carmo.

Uma companhia como a Light, que

tem a área de P&D consolidada, não poderia

ignorar a Lei do Bem. “Aproveitamos os bene-

fícios trazidos por ela com responsabilidade

e compromisso, voltados para o interesse pú-

blico, porque este norteia e é o arcabouço es-

trutural da própria lei. A Light se sente realiza-

da por aproveitar uma oportunidade legítima

na conquista de uma posição melhor e mais

producente, principalmente, porque se mos-

foto humberto teski

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REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 55

tra interessada nos benefícios e resultados

positivos trazidos pelas inovações de proces-

sos e produtos”, avalia o gerente tributário da

concessionária, Frederico Videira.

A sócia de Impostos da Ernst Young

Terco, empresa de autoria e consultoria que

atende a Light, Maria do Carmo Leocádio, ex-

plica que, ao aderir ao incentivo, a empresa

pode excluir do lucro líquido, na determina-

ção do lucro real e da base de cálculo da CSLL,

o valor correspondente a até 60% da soma

dos dispêndios realizados no período de apu-

ração com pesquisa e desenvolvimento. Esse

percentual poderá chegar a 70% se a compa-

nhia incrementar o número de pesquisado-

res contratados no ano-calendário de gozo

do incentivo em até 5%, em relação à média

de pesquisadores com contratos em vigor no

ano-calendário anterior; e 80%, no caso des-

se incremento superar os 5%. São elegíveis

ao incentivo os dispêndios classificáveis co-

mo inovação nos termos da legislação aplicá-

vel pelo Decreto nº 5.798/2006.

O gerente da Hirashima acrescenta

que a lei pode trazer redução da base de cál-

culo do IRPJ e da CSLL em função da deprecia-

ção acelerada das máquinas e equipamentos

adquiridos no ano-calendário, e ainda permi-

te reduzir a base de cálculo do IRPJ via amor-

tização acelerada do intangível, também ad-

quirido no mesmo período, dedução essa que

não se aplica à CSLL. Ele explica ainda que o

Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) é tri-

O grande benefício da Lei do Bem é

oferecer incentivos fiscais às empresas –

independentemente do setor de atuação –

para que apliquem recursos em pesquisa e

desenvolvimento de inovações tecnológicas,

reduzindo a elevada carga tributária do país.

Alexandre do Carmo | Gerente da área

tributária da Hirashima & Associados

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N o 03 - AGO 2011

REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT56

butado à alíquota zero nas remessas efetua-

das ao exterior para fins de registro de marcas

e patentes, reduzindo os custos da Light.

A conceituação de investimentos

em P&D é bastante abrangente, compre-

endendo criação de novos produtos; no-

vas funcionalidades para produtos já exis-

tentes; novos mecanismos de produção ou

aprimoramento do processo produtivo; en-

tre outros. “Apesar dos benefícios fiscais e

das inegáveis vantagens competitivas pro-

porcionadas pela inovação tecnológica, o

meio empresarial brasileiro ainda utiliza

pouco a Lei do Bem, por uma série de fa-

tores, como o próprio desconhecimento da

legislação e o receio das empresas quanto

a questionamentos fiscais”, destaca Samira,

da Hirashima. Esses incentivos fiscais deve-

riam ser mais bem aproveitados pelos em-

presários, especialmente diante das críticas

à carga e à complexidade do sistema tribu-

tário brasileiro.

“Com essa iniciativa do governo,

será possível criar um ciclo virtuoso que

irá melhorar a qualidade do produto final,

gerar ganhos de produtividade e tornar

os produtos mais competitivos frente aos

similares internacionais. Ao final do pro-

cesso, todos ganham: as empresas melho-

ram sua situação financeira se tornando

mais sólidas e mais lucrativas, e o gover-

no arrecada mais, com uma base maior

dos tributos envolvidos”, ressalta Maria

Leocádio. É uma solução para enfrentar o

momento delicado de forte expansão das

importações de produtos manufaturados

e a consequente desindustrialização das

empresas nacionais.

“No setor elétrico, é importante

ressaltar a importância que a pesquisa, o

desenvolvimento e a eficiência energética

ganharam ao longo dos anos, por meio de

significativos esforços de todos da área, es-

pecialmente da Agência Nacional de Ener-

gia Elétrica (ANEEL). Nos chama a atenção

a preocupação das empresas com a me-

lhoria dos controles e procedimentos rela-

cionados aos projetos de P&D”, destaca Jo-

sé Ricardo de Oliveira, sócio de Advisory da

Ernst & Young Terco.

mARIA DO CARmO LEOCáDIO, DA ERNST yOuNG TERCO

Aproveitamos os benefícios trazidos pela Lei

do Bem com responsabilidade e compromisso,

voltados para o interesse público, porque este

norteia e é o arcabouço estrutural da própria lei.

A Light se sente realizada por aproveitar uma

oportunidade legítima na conquista de uma

posição melhor e mais producente.

Frederico Videira | Gerente Tributário da Light

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REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 57

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N o 03 - AGO 2011

REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT58

E por falar em projetos

Falar em P&D é falar em projetos. E projeto é sinônimo de

trabalho, muito trabalho. É sair da inércia e se debruçar em

pesquisas que possam descobrir soluções inovadoras para as

demandas da Light, que beneficiarão também o setor elétrico e a

sociedade em geral. É se mexer para dar ao país a oportunidade

de alcançar novos patamares no mercado global. Conheça o

presente e o futuro dos projetos de P&D.

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REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 59 foto

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N o 03 - AGO 2011

REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT60

E POR fALAR Em PROJETOS

Avanço no Smart Grid

Protótipo industrial do medidor inteligenteestá quase pronto para ser utilizado pelo cliente da Light

Aguardado com grandes expectati-

vas, o Programa Smart Grid, ou redes elétricas

inteligentes – na tradução para o português –,

tem avançado a passos largos. O protótipo in-

dustrial do medidor inteligente deverá ser tes-

tado até o final do ano em um projeto piloto. O

novo modelo possui um display independente,

a ser instalado na casa do cliente e pelo qual ele

poderá, se quiser pagar menos na conta de luz,

acompanhar e controlar o consumo de energia

elétrica diariamente.

O display exibirá informações de con-

sumo mensal, semanal e diário em kilowatt/

hora e será capaz de indicar o consumo de

energia em relação à meta estabelecida pelo

próprio cliente, consumo instantâneo de ener-

foto humberto teski

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REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 61

gia, fluxo de energia, temperatura ambiente,

entre outras informações. Na parte superior

do display, uma barra luminosa – que pode va-

riar em verde, amarelo e vermelho – vai mos-

trar o consumo instantâneo; na inferior, uma

segunda barra sinalizará, também em cores, as

tarifas diferenciadas – uma vez regulamenta-

das pela Agência Nacional de Energia Elétrica

(ANEEL) - e os momentos mais propícios para

usar a energia sem gastar muito.

Com todas essas possibilidades, o

usuário de energia elétrica poderia apagar

algumas luzes, desligar alguns aparelhos ou

deixar para passar a roupa em outro horário.

“O Smart Grid é o futuro do negócio de distri-

buição de energia no país. São ações que me-

lhoram a gestão da rede e ajudam os clientes

a fazer escolhas mais econômicas. O mundo

está mudando, e a Light se prepara para isso”,

avalia o gerente de Planejamento, Ambiente

e Inovação da Light, Paulo Mauricio Senra.

Com medidor e display prontos, a

próxima etapa é selecionar o grupo de mil

clientes que terão os equipamentos instala-

Neste projeto piloto, o cliente da Light poderá

acompanhar o seu consumo de energia elétrica

a partir de diferentes mídias, utilizando a que lhe

for mais familiar, o que possibilita a integração

e inclusão sociofinanceira dos consumidores,

tomando em conta, dentre outros parâmetros,

aspectos culturais, socioeconômicos e suas

diferentes faixas etárias.

Fabio Toledo | Coordenador executivo do

Programa Smart Grid na Light

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REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT62

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REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 63

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REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT64

E POR fALAR Em PROJETOS

dos em suas residências. O projeto piloto aju-

dará a avaliar os benefícios de tais serviços,

bem como o comportamento de cada consu-

midor na utilização das novas tecnologias.

PORTAL SMART GRID

O Programa Smart Grid evoluiu tam-

bém no desenvolvimento de variados ca-

nais de comunicação com o cliente (confor-

me figura da página 66), também chamados

de displays indiretos, por meio dos quais se-

rá possível acompanhar o consumo de ener-

gia. Assim, além de utilizar o display do me-

didor inteligente em casa, o cliente poderá,

por exemplo, acessar o portal do Smart Grid

de onde estiver. Em breve, o portal estará no

ar e possibilitará o acompanhamento do con-

sumo através de mídias sociais.

Os pesquisadores do Smart Grid es-

tão atuando ainda no desenvolvimento de

soluções para telefonia móvel e TV digital. As-

sim como no display convencional e no por-

tal, o consumidor poderá acessar suas in-

PORTAL: VISÃO GERAL DO CONSumO DEENERGIA APOIADO POR umCALENDáRIO, quE TRAz INDICAÇõES DE CONSumO COm RELAÇÃO àSmETAS NAS CORES VERDE, AmARELO E VERmELhO

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REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 65

E POR fALAR Em PROJETOS

formações de consumo no televisor. Muitas

pessoas têm mais familiaridade com esse ti-

po de equipamento eletrônico do que com

celulares e internet.

“No Smart Grid, a Light quer oferecer

pluralidade de canais de comunicação com o

cliente. A informação deve ser entendida por

todos. Somos desafiados com esse desejo, o

que é positivo porque estamos conseguindo

superar as expectativas”, comemora o pesqui-

sador e coordenador do programa Smart Grid

pelo CPqD, Luiz José Hernandes.

TRAÇANDO O PERFIL DO CLIENTE

quem é o cliente da Light? quais são

suas características socioculturais? qual o co-

nhecimento tecnológico que possui? Essas e

outras perguntas precisavam ser respondidas

para orientar os designers no desenvolvimen-

to dos aplicativos dos canais de comunicação

previstos no Smart Grid: display do medidor

inteligente, portal Web, TV digital interativa

e dispositivos móveis. As soluções estão sen-

do desenhadas respeitando os princípios de

PORTAL: VISuALIzAÇÃO DE DADOS DECONSumO POR mEIO DE GRáfICOS, Em

DIfERENTES PERíODOS (ANO, mêS,SEmANA E DIA) E POSTOS TARIfáRIOS.

TAmbém é POSSíVEL CRuzARINfORmAÇõES DE CONSumO COm

INfORmAÇõES DO POSTOTARIfáRIO E TEmPERATuRA

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REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT66

E POR fALAR Em PROJETOS

usabilidade e acessibilidade de acordo com o

perfil do cliente Light.

Foram necessárias algumas visitas

ao call center da empresa e a uma das prin-

cipais agências de atendimento ao público.

Com base nessas visitas, dentre outras aná-

lises, os pesquisadores se utilizaram do mé-

todo de Personas e criaram um modelo com

mais de dez perfis de clientes com dife-

rentes histórias de vida e motivações, que

tem sido usado para orientar os profissio-

nais de criação.

O consumidor terá à disposição um

vasto leque de ferramentas para acompanhar

seu consumo de energia. Todas as mídias es-

tarão prontas até o final de 2011. “Neste pro-

jeto piloto, o cliente da Light poderá acom-

panhar o seu consumo de energia elétrica a

partir de diferentes mídias, utilizando a que

lhe for mais familiar, o que possibilita a inte-

gração e inclusão sociofinanceira dos consu-

midores, tomando em conta, dentre outros

parâmetros, aspectos culturais, socioeconô-

micos e suas diferentes faixas etárias”, declara

Fabio Toledo, coordenador executivo do Pro-

grama Smart Grid na Light.

Os testes finais das tecnologias de

comunicação que serão usadas na infraestru-

tura de medição avançada também estão em

andamento. Agora é aguardar os resultados

do piloto, que, em breve, será realizado com

alguns clientes da Light.

personas: Metodologia proposta por Alan Cooper que considera dados esta-tísticos e etnográficos para criar arqué-tipos do público-alvo. As características

socioculturais de cada persona orien-tam o design da interação.

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REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 67

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REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT68

E POR fALAR Em PROJETOS

Inteligência comercial

Quatro projetos prometem revolucionar o atendimentoda Light ao consumidor de energia elétrica

Satisfação do cliente e redução de

custos. Esses são os ganhos finais de um pro-

grama de P&D que está em andamento na

Light. Voltado para o relacionamento com o

consumidor de energia elétrica, o programa

de inteligência comercial abriga quatro pro-

jetos audaciosos, que prometem revolucio-

nar o atendimento da concessionária.

Em fase inicial, o projeto de cálculo

do tempo para restabelecimento de energia

vai permitir que a empresa faça uma estimati-

va de em quantos minutos ou horas a luz vol-

tará a ser ligada. Essa informação é de gran-

de valor para a Light, pois pesquisas indicam

que o cliente fica muito mais satisfeito quan-

do informado sobre o tempo aproximado de

retorno da energia. Consequentemente, ele

aguarda e telefona menos para a central de

atendimento, reduzindo custos com as liga-

ções para o 0800 da companhia. A expecta-

tiva é de uma economia mínima de R$ 1 mi-

lhão por ano.

“A novidade do projeto de P&D é a

inteligência do software, cujos cálculos serão

feitos com base em uma série histórica sobre

eventos passados. Levaremos em considera-

ção o tempo gasto para restabelecimento da

energia, tipo de defeito, condições climáticas,

quantidade de técnicos envolvidos no repa-

ro, entre outras informações relevantes”, an-

tecipa o superintendente da área Comercial,

Marco Vilela.

“Do ponto de vista do usuário, é muito

importante para preservar a imagem da Light e a

qualidade do serviço prestado”, ressalta o pes-

quisador do Núcleo de Transferência de Tec-

nologia da COPPE/UFRJ, Alexandre Evsukoff,

parceiro do P&D e responsável pelo desenvol-

vimento das novas tecnologias. Segundo ele,

o software fará o processamento e dará a infor-

mação sobre o tempo aproximado de restabe-

lecimento no momento em que o cliente esti-

ver na linha com o atendente da Light.

A tecnologia trará um benefício adi-

cional para a companhia: redução de proces-

sos, multas e indenizações por interrupção

no fornecimento de energia elétrica.

ATENDIMENTO vIA SMS

Um segundo projeto de P&D trata

de um novo canal de atendimento via celu-

lar. O cliente poderá solicitar diversos servi-

ços e informar problemas com a rede elétri-

ca enviando um SMS (mensagens de texto).

Para o consumidor, representa comodida-

de e praticidade. Para a Light, significa re-

dução de custos com as ligações. Uma cha-

mada para a central de atendimento custa,

em média, R$ 3, já uma mensagem sai por

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REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 69

Projeto de cálculo do tempo para

restabelecimento de energia vai permitir que

a empresa faça uma estimativa de em quantos

minutos ou horas a luz voltará a ser ligada.

Projeto cria um novo canal de atendimento via celular, através do qual o cliente poderá

solicitar diversos serviços.

Projeto que vai acompanhar dia e noite as mídias sociaisna internet, como Facebook®, Orkut®, LinkedIn®, Twitter®, blogs, entre outras, para rastrear tudo o que for falado sobre a Light e assuntos correlatos, possibilitando a prestação de atendimento ativo.

Projeto de mapeamento geográfico das reclamações e serviços comerciais, por meio do qual será possível mapear os tipos de problemas mais comuns por áreas e regiões do Rio de Janeiro, permitindo realizar campanhas direcionadas de relacionamento com o cliente.

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REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT70

apenas R$ 0,18. A viabilidade do projeto

depende do desenvolvimento de um apli-

cativo exclusivo para a Light, algo pareci-

do com o 1746 Rio, da Prefeitura do Rio de

Janeiro.

Está em fase final de formatação o

projeto de mapeamento geográfico das re-

clamações e serviços comerciais. A ideia é

bastante interessante e será muito útil pa-

ra a Light. O software a ser desenvolvido

vai mapear os tipos de problemas mais co-

muns por áreas e regiões do Rio de Janeiro.

Essas informações, quando cruzadas com

os dados sociodemográficos dos bairros,

vão permitir descobrir os padrões dos con-

sumidores. “Dessa forma, é possível buscar

soluções individualizadas mais efetivas”,

destaca Vilela.

Por fim, há o projeto de P&D que

vai acompanhar dia e noite as mídias so-

ciais na internet, como Facebook®, Orkut®,

LinkedIn®, Twitter®, blogs, entre outras. A

intenção é rastrear tudo o que for falado so-

bre a Light e assuntos correlatos, para pres-

tar atendimento proativo. Trata-se de uma

quebra de paradigma, pois o atendimento

no mercado de varejo é pautado em uma

ação receptiva. “Nossa pesquisa pretende

desenvolver um software capaz de arma-

zenar menções à concessionária e proces-

sá-las de maneira que se possa entender o

contexto em que a Light é citada, identifi-

cando os principais formadores de opinião”,

explica Evsukoff.

O projeto de P&D para as redes so-

ciais é um pouco mais ousado, pois prevê

também o desenvolvimento de um aplicati-

vo CRM (Customer Relationship Management

ou gestão de Relacionamento com o Clien-

te) para Twitter® e Facebook®, com uma

plataforma amigável e intuitiva. “O nosso

desafio é atender às gerações Y e Z, acos-

tumadas com ambientes virtuais. As crian-

ças e os adolescentes que ficam horas no

computador serão os nossos clientes em

um futuro breve. Como vamos nos relacio-

nar com eles?”, questiona Vilela.

De acordo com as expectativas da

área comercial, em três anos, o atendimen-

to virtual vai representar mais de 50% na

Light. Prova dessa tendência é a Agência

Virtual, que, em 2007, representava 4% do

total de atendimentos ao cliente. Em 2010,

esse percentual saltou para 23%.

“Todos esses projetos dotarão a

Light de mecanismos tecnológicos alta-

mente avançados, capazes de agregar valor

aos serviços prestados pela concessionária.

É uma questão estratégia ter o cliente satis-

feito”, frisa o pesquisador da UFRJ.

E POR fALAR Em PROJETOS

foto humberto teski

1746 rio: Aplicativo lançado recente-mente pela própria Prefeitura da Cida-de do Rio de Janeiro para atendimento

via smartphones.

linkedin®: Rede de negócios lançada em 2003, comparável às redes de

relacionamento e utilizada, principal-mente, por profissionais.

twitter®: É uma rede social com for-mato de microblog, que permite aos

usuários enviar e receber atualizações pessoais de outros contatos, em textos

de até 140 caracteres, conhecidos como “tweets”, por meio do website do servi-

ço, por SMS e por aplicativos específicos de gerenciamento.

facebook® e orkut®: Redes sociais que reúnem amigos na internet.

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REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 71

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REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT72

E POR fALAR Em PROJETOS

A vida do produto

Após término do projeto, inovações são inseridasno mercado. Espaçador de fios é uma delas

Diversas mudanças implantadas

pela Agência Nacional de Energia Elétrica

(ANEEL), em 2008, trouxeram benefícios pa-

ra o setor de pesquisa e desenvolvimento,

impulsionando a criação de soluções inova-

doras, para facilitar o dia a dia das conces-

sionárias. Produtos desenvolvidos por proje-

tos de P&D da Light estão prontos para entrar

no mercado. O que há pouco tempo era ape-

nas uma possibilidade agora é fato, provando

que o futuro já começou.

Em 2010, dois importantes projetos

da área de P&D da Light foram finalizados,

podendo, enfim, entrar na fase de comercia-

lização. Um deles é a nova versão do espaça-

dor de fios, que nasceu de uma parceria entre

a Light, a PLP e o Centro de Pesquisa de Ener-

gia Elétrica da Eletrobras (Cepel).

A primeira concessionária do merca-

do a se beneficiar do produto foi a Light, que

substituiu mais de 40 mil peças antigas pelo

novo modelo, com melhor desempenho elé-

trico e mecânico. Composto por PEAD e com

modificações no desenho, o novo espaçador

traz importantes inovações, como a introdu-

ção de furos para o escoamento da água da

chuva e a substituição do anel elástico por

uma trava automática.

O diretor comercial da PLP, geraldo

Mendonça, conta que a Light está testando

o produto em campo e que outras conces-

sionárias estão interessadas no novo espa-

çador, como a Ceal, de Alagoas; a Compa-

nhia Energética de Pernambuco; e CPFL

Energia, de São Paulo. Por enquanto, a Light

fechou contrato de venda com a Ampla, pa-

ra aquisição inicial de 120 peças. “Após con-

cluir a entrega do pedido da Light, começa-

remos a atender outras companhias do setor

elétrico”, adianta Mendonça.

O novo espaçador tem tido uma

excelente aceitação. A intenção é levá-lo

para mercados da América do Sul, México

e Estados Unidos. “A nova tecnologia criada

para o espaçador permite entrar em regiões

pead: Polietileno de alta densidade.

GERALDO mENDONÇA, DIRETORCOmERCIAL DA PLP

foto divulgação

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REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 73

E POR fALAR Em PROJETOS

onde o dano ao modelo antigo era muito

grande devido à agressiva salinidade, como

o litoral do Brasil e a costa do Chile. O no-

vo espaçador, constituído de polietileno de

alta densidade, será certamente uma exce-

lente solução técnica e econômica”, afirma

o diretor da PLP.

Outro projeto de P&D finalizado

com sucesso foi o de gestão de baterias,

que pode ser utilizado por concessionárias

de energia elétrica ou empresas de teleco-

municação. Desenvolvido em parceria com

o CPqD, teve como objetivo produzir um

software para gerir bancos de baterias utili-

zadas para alimentar os equipamentos das

subestações. O novo sistema é capaz de

acompanhar as condições de utilização e

o estado de conservação dessas máquinas.

Em casos de falta de energia elétrica, essas

baterias fazem com que elas continuem fun-

cionando normalmente.

O gerente de Negócios do CPqD,

Iran Lima gonçalves, diz que, apesar de

ainda não ter sido fechado nenhum con-

trato comercial, o software vem agradando

bastante. “Vejo facilidades na venda dele

para outras companhias. Acredito que, até

o fim de 2011, fecharemos alguns contra-

tos”, diz gonçalves.

IRAN LImA GONÇALVES, GERENTE DE NEGóCIOS DO CPqD

ESPAÇADOR Em uSO NO bAIRRO DA uRCA, RIO DE JANEIRO

umA DAS TELAS DO SoftwARE DE bATERIAS

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REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT74

E POR fALAR Em PROJETOS

Maré verde

Projetos pioneiros vão otimizar poda de árvorese garantir mais eficiência na distribuição de energia

Ao receber energia em casa, pou-

cas pessoas param para imaginar o caminho

que ela percorreu, muito menos tudo o que

precisou ser feito para que essa energia che-

gasse até o cliente da forma mais eficiente

possível. Para alcançar a excelência em um

serviço, as corporações investem em ações

que, aparentemente, não estão diretamen-

te relacionadas ao negócio, mas que trazem

grandes ganhos indiretos, como aprimorar

a poda das árvores em contato com a rede

elétrica, por exemplo.

Em parceria com a Universida-

de Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Uni-

versidade Federal Rural do Rio de Janeiro

(UFRRJ), o Programa de P&D da Light está

desenvolvendo o projeto “Pesquisa de no-

vas tecnologias de manejo da arborização

urbana”, que também é cooperado com a

Ampla, concessionária que atende Niterói,

São gonçalo, Itaboraí, Magé e outros muni-

cípios da região.

As ruas do Rio possuem gran-

de quantidade de árvores para aumen-

tar o conforto térmico. Se por um lado aju-

dam os cariocas a viver melhor, por outro,

criam desafios que devem ser vencidos pe-

las concessionárias de energia elétrica, co-

mo quedas, galhos quebrados, entre outros

problemas. “Nossa função é manejar eficien-

temente essas plantas, o que inclui o estudo

de novas tecnologias para retardar o cres-

cimento, interferindo o mínimo possível no

meio ambiente e garantindo que permane-

çam vivas”, explica o professor do Laborató-

rio de química da Rizosfera, da UFRRJ, Jor-

ge Jacob Neto, que coordena a pesquisa em

parceria com a UFRJ.

O projeto de P&D é inovador por-

que nenhuma outra empresa de energia elé-

trica no mundo teve iniciativa parecida. De

acordo com o gerente do projeto pela Light,

Max Pereira de Souza, o “objetivo é investi-

gar como inibir o crescimento das árvores

sem prejudicá-las e aplicar tecnologias mais

eficazes de poda no ambiente urbano, visan-

foto humberto teski

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REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 75

do sempre maior eficiência do processo”, ex-

plica Souza.

A gerente do projeto pela Ampla,

Aline Agra, acrescenta que a ideia surgiu a

partir da necessidade de reduzir interrup-

ções causadas pelo contato das árvores com

as redes de energia e pesquisar meios de di-

minuir os ruídos provocados pelas máqui-

nas de poda.

PREvENDO O CRESCIMENTO

DAS PLANTAS

O segundo projeto, também coo-

perado com a Ampla, é chamado de “Desen-

volvimento de modelo empírico de cresci-

mento vegetativo e catalogação eletrônica

da vegetação”. O professor e coordenador

do Laboratório de Meteorologia Aplicada

da UFRJ, gutemberg Borges França, que di-

rige o projeto, explica que serão instaladas

plataformas de coleta de dados próximas às

árvores em cinco áreas-piloto. As informa-

ções possibilitarão prever o crescimento das

plantas e informar quando deverá ser feita

uma nova poda. O projeto permitirá enten-

der o crescimento em função do clima, criar

mecanismos que inibam o rebrotamento e

reduzir quantidade e frequência de podas, o

que acaba por diminuir também custos com

transporte do material descartado.

“Ao mapear a rede elétrica com a

nova tecnologia, considerando as carac-

terísticas das espécies que estão no am-

biente urbano, é possível planejar remota-

mente a periodicidade da poda de maneira

mais inteligente”, destaca Max Souza, ge-

rente do projeto.

Jacob Neto, da UFRRJ, cita ainda que

esse projeto possibilitará estudos integraliza-

dos com as variáveis ambientais de cada local

da pesquisa, analisando ventos, temperatura,

insolação, para tomadas rápidas e eficientes

de decisão, com menos riscos. “Estamos evi-

tando a destruição de plantas ao longo dos

anos, já que a árvore debilitada pode cair e

até matar uma pessoa”, adverte Jacob.

A Agência Nacional de Energia Elé-

trica (ANEEL) incentiva projetos cooperados

entre distribuidoras de energia. Ao falar so-

bre a parceria entre as duas concessionárias,

Aline Agra ressalta a confiabilidade das em-

presas envolvidas e a abrangência da coo-

peração, que beneficia todo o estado do Rio

de Janeiro. A importância desses projetos é

enorme, não só pelo ineditismo, mas pela

preocupação com o meio ambiente e com o

consumidor de energia elétrica.

as empresas cooperadas gastam por ano, aproximadamente, r$ 48 milhões com serviços de poda. a expectativa é que projetos como estes tragam uma economia anual de 3% desse total, com o retorno do investimento em menos de dois anos.

PLATAfORmAS AuTOmáTICAS DE COLETAS DE DADOS SERÃO INSTALADAS EmLOCAIS ESTRATéGICOS PARA mEDIR OS PARâmETROS DE CRESCImENTO DAVEGETAÇÃO

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REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT76

E POR fALAR Em PROJETOS

Renovando as energias

Projeto de P&D pesquisa tecnologia fotovoltaica e confirma intenção da Light de buscar fontes renováveis

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REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 77

E POR fALAR Em PROJETOS

A preocupação com a preserva-

ção do meio ambiente atinge cada vez

mais os diversos setores da sociedade. O

mundo que vai ficar para as gerações fu-

turas começa a ser pensado e mudado a

partir do presente, com grandes e peque-

nas atitudes, sejam elas governamentais,

privadas ou apenas uma iniciativa do ci-

dadão comum.

O esgotamento dos recursos na-

turais é uma preocupação universal, pois

precisam ser substituídos antes que aca-

bem. Entre esses recursos encontra-se a

energia produzida pelas hidrelétricas. A

água é um bem precioso para a humani-

dade, mas corre o risco de se tornar es-

casso. Em função desse perigo, o Progra-

ma de P&D da Light já pensa em soluções

que possam gerar energia a partir de fon-

tes renováveis.

A executiva de Negócios da Light,

Fernanda Particelli, gerencia um projeto

de P&D que vai desenvolver uma tecno-

logia para geração de energia fotovol-

taica. Trata-se de um projeto piloto a ser

implantado dentro da própria concessio-

nária, que vai avaliar os benefícios desse

tipo de energia e torná-la conhecida pelo

grande público.

As placas para captar energia so-

lar serão colocadas no teto do Museu da

Energia, instalado no prédio da Light, no

Centro do Rio de Janeiro. A área coberta

do telhado será de, aproximadamente, 160

m2 e vai produzir 22 kW pico, o que equi-

vale a 220 lâmpadas de 100 watts. Inter-

namente, haverá um painel eletrônico pa-

ra mostrar a quantidade de energia gerada

e consumida. O grande diferencial é que

se pretende integrá-la à rede da Light pa-

ra ser usada por todo o complexo da sede,

na Rua Marechal Floriano, gerando um pa-

drão técnico que poderá ser replicado pa-

ra todos os clientes.

A intenção da companhia é de-

senvolver estratégias de negócio para

grandes clientes que queiram usar esse ti-

po de energia renovável. E o Programa de

P&D tem um papel fundamental na con-

cretização desse objetivo. Fernanda expli-

ca que, atualmente, a energia fotovoltaica

ainda não é viável comercialmente devido

ao elevado custo de compra e instalação

das placas, porém os custos vêm baixando

ano após ano. Além da área de P&D, o pro-

jeto será desenvolvido em parceria com a

gerência de grandes Clientes e Engenha-

ria da companhia, bem como com o apoio

técnico da Light Esco.

A energia fotovoltaica vai contri-

buir com a introdução de melhorias nos

padrões atuais de consumo, estimulan-

do o uso de fontes renováveis, sempre

com foco na sustentabilidade do planeta.

O Programa de P&D espera, inclusive, que

o projeto possa servir de modelo para ou-

tras concessionárias do setor elétrico. “As

fontes de energia são finitas, mas mesmo

assim o consumo tende a crescer. Ao in-

vestir em fontes renováveis, a Light busca

trazer para o mercado uma gestão susten-

tável, garantindo a perenidade do negócio

e a continuidade dos recursos ambientais”,

afirma Fernanda.

energia fotovoltaica: É a gera-ção de energia elétrica com energia re-novável do sol.

sustentabilidade: Conceito relacio-nado à continuidade dos aspectos eco-nômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade humana e do planeta.

light esco: É uma empresa do Grupo Light especializada em soluções ener-géticas e está presente em todo o ter-ritório nacional. A empresa desenvol-ve soluções customizadas para atender ao perfil de consumo e de produção de seus clientes.

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REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT78

E POR fALAR Em PROJETOS

Mesa de Compras:papel determinante no P&D

Conheça também dois projetos da área deAquisição e Logística da Light

A área de Aquisição e Logística da

Light é um parceiro estratégico do P&D, pois

contrata os fornecedores que atuam nas pes-

quisas. A Mesa de Compras desempenha pa-

pel fundamental, pois sem a validação dos

contratos é impossível iniciar a execução de

um projeto. “No geral, avaliamos imparcial-

mente prazo, preço, classificação tributária

e aspectos legais envolvidos. Tentamos apli-

car esses mesmos critérios quando se trata de

P&D, mas nem sempre é possível, pois esta-

mos lidando com soluções inovadoras e sem

mesa de compras: Instância de aprovação para todas as aquisições re-

levantes, com valor superior a R$ 200 mil, onde os processos são apresenta-

dos pelo Analista de Compras com a presença do cliente interno, discutidos

e aprovados apenas por unanimida-de pelos membros da Mesa de Compras (gestores de Compras e de Projetos e re-

presentantes do Jurídico e finanças).

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REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 79

referências”, explica o superintendente Ricar-

do Vidinich. Como projetos de P&D são bas-

tante específicos, a alternativa é considerar

valores unitários e propostas anteriores de

cunho semelhante.

Além de cumprir com seu papel,

a área também tem projetos de P&D. Um

deles é o Apogeu, que vai desenvolver um

software específico para formação de pre-

ço de referência para serviços técnicos de

distribuição de energia, considerando as

particularidades do setor elétrico. “Esse

software dará suporte à área de Compras,

reduzindo os riscos de serem contrata-

dos serviços com preços abaixo ou aci-

ma do estimado. Com isso, vai aprimorar

a negociação com os fornecedores, permi-

tindo análises mais detalhadas e gerando

resultados com melhor qualidade e segu-

rança nas informações”, destaca o gerente

do projeto Ricardo Oliveira Matos. A área

poderá acompanhar mensalmente a evo-

lução dos custos por meio de índices de

insumos que compõem as atividades con-

tratadas.

Outro projeto de P&D em fase fi-

nal é o sistema de monitoração remota de

baterias, cujo objetivo é avaliar periodi-

camente o estado de conservação desses

equipamentos, que devem estar em per-

feitas condições de uso caso haja falha de

energia elétrica nas subestações da Light.

O projeto gerou dois hardwares, que fa-

zem medição de eletrólito, corrente,

tensão, temperatura e impedância, e um

software, responsável pela análise dos da-

dos coletados. “Os protótipos dos hardwares

já estão instalados na subestação Baepen-

di. Atualmente, as medições são feitas ma-

nualmente. A partir do projeto de P&D, po-

derão ser programadas automaticamente,

representando grande avanço para a área

de manutenção da Light”, aponta a geren-

te do projeto gilcinea Pesenti.

RICARDO VIDINICh, SuPERINTENDENTE DA áREA DE AquISIÇÃO, LOGíSTICA E quALIDADE DE fORNECEDORES DA LIGhT

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N o 03 - AGO 2011

REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT80

E POR fALAR Em PROJETOS

Em sintonia com o regulador

Participação em projetos estratégicos alinha P&D da Light à ANEEL e o mantém por dentro das tendências do setor

Regularmente, a Agência Nacional

de Energia Elétrica (ANEEL) propõe temas a

serem pesquisados e desenvolvidos pelas

áreas de P&D das concessionárias de energia

elétrica do país. Costumam ser temas estra-

tégicos para o setor e de relevância nacional,

como redes inteligentes (Smart Grid), estudo

do mercado sul-americano de energia, efei-

tos das mudanças climáticas, estrutura tarifá-

ria, entre muitos outros.

Sempre que possível, o P&D da Light

elabora propostas em conjunto com outras

companhias e participa dos projetos. Atual-

mente, está envolvida em algumas pesquisas

que reúnem diversos agentes do setor elé-

trico, de várias regiões do Brasil. “Essa plura-

lidade é ótima para o P&D da Light, porque

permite interação e troca de experiências”,

destaca o consultor da Empresa Fluminense

de Pesquisas Energéticas (EFLUPE), que tra-

balha no P&D da Light, Eduardo Ribeiro.

Além da interação com outras em-

presas e da convergência com a ANEEL, a

participação do P&D da Light em projetos

estratégicos contribui ainda para que a con-

cessionária se mantenha atualizada no que

diz respeito às principais tendências das áre-

as de Pesquisa e Desenvolvimento do setor

elétrico brasileiro. “Precisamos acompanhar

os novos debates, as novas tecnologias em

estudo, as novas demandas do nosso setor.

Os projetos estratégicos da ANEEL oferecem

essa oportunidade”, diz Ribeiro.

O P&D da Light está envolvido em

cinco projetos estratégicos da ANEEL, entre

eles o que pretende estabelecer uma nova

estrutura tarifária para o serviço de distribui-

ção de energia elétrica no Brasil. Seus princi-

pais parâmetros foram estimados há mais de

30 anos em um arranjo institucional e con-

tratual completamente diferente do vigente.

Nesse contexto, a ANEEL defende pesquisas

e estudos para aprimorar essa estrutura, por

meio de uma melhor adequação ao princípio

da modicidade tarifária, isto é, tarifas cobra-

das em valores que facilitem o acesso ao ser-

viço posto à disposição do usuário.

EDuARDO RIbEIRO, CONSuLTOR DA EmPRESA fLumINENSE DE PESquISAS ENERGéTICAS (EfLuPE)

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REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 81

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N o 03 - AGO 2011

REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT82

Segurança garantida

Rastreabilidade de equipamentos de proteçãoassegura uso por trabalhadores

Até julho de 2012, 100% das mais

de 300 tecnologias de proteção, equipa-

mentos e ferramentas de alta responsabi-

lidade da área de Segurança do Trabalho

e Operação da Light estarão prontas para

serem rastreadas. Traduzindo: tecnologia

inovadora sim, e desta vez a favor da for-

ça de trabalho da companhia. “No Brasil,

as pesquisas no segmento de rastreabili-

dade por chip são incipientes, mas o nos-

so projeto de P&D tem sido bem-sucedido

e estimulado tanto pela Light quanto pe-

lo regulador”, declara o gerente do proje-

to Edson Muniz.

Este projeto de P&D está desen-

volvendo uma tecnologia capaz de rastre-

ar equipamentos e ferramentas por meio

de radiofrequência. Será possível saber on-

E POR fALAR Em PROJETOS

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REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 83

de e com quem estão. Cada um dos itens

de importância para a segurança de nos-

sos trabalhadores receberá um chip com

informações sobre condições operativas,

confiabilidade, prazo de ensaios, manu-

tenção, entre outras. Nenhum trabalhador

passará pelo portão de saída sem subme-

ter os equipamentos ao profissional respon-

sável por fazer a leitura dos chips. Se qual-

quer problema for acusado pelo software, os

equipamentos deverão ser substituídos.

“O principal benefício deste proje-

to é o salto no nível de segurança e pro-

teção que ele vai proporcionar para nossa

equipe de técnicos. Cada trabalhador es-

tá associado a um determinado grupo de

equipamentos. O software que receberá os

dados da leitura do chip vai checar se es-

se trabalhador está de posse de tudo que

precisa para sair a campo e quais as con-

dições desses itens. Tudo para minimizar

ainda mais os riscos”, explica Muniz.

Em fase de testes operacionais,

leitoras e chips estão prontos. O proje-

to está desenvolvendo o software que fa-

rá a leitura dos dados. “Nesta altura do

ALGuNS EquIPAMENTOS E FERRAMENTAS quE SERÃO RASTREADOS

• Capacete

• Óculos

• Uniforme retardante à chama

• Luva isolante de borracha

• Botina

• Vara isolante telescópica

• Ferramenta Y35

• Detector de Tensão

E POR fALAR Em PROJETOS

campeonato, temos certeza de que essa

inovação será absorvida pela Light com

sucesso. E que o resultado final será repli-

cado para outras concessionárias do se-

tor elétrico”, acrescenta Muniz. Ao todo,

aproximadamente, seis mil trabalhadores

serão beneficiados com a nova tecnolo-

gia de rastreamento de equipamentos de

segurança.

O trabalho de pesquisa tem sido

feito em parceria com a ANEEL, Fundação

COgE e Universidade Federal Fluminense.

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N o 03 - AGO 2011

REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT84

E POR fALAR Em PROJETOS

P&D vai prevenir ações judiciais

Projeto contribuirá para reduzir perdas comerciaise número de processos contra a Light

A área de P&D da Light é uma das

responsáveis por projetos pioneiros em di-

versos setores. Recentemente, em parceria

com a Fundação getúlio Vargas (FgV), ini-

ciou um projeto com viés jurídico. A ideia

surgiu a partir da necessidade de reduzir o

número excessivo de ações judiciais contra

a concessionária, que, muitas vezes, provo-

cam perdas econômicas e danos à imagem

da companhia.

O projeto de P&D, assinado em ju-

nho deste ano e inédito no país, terá três fa-

ses: na primeira, vai avaliar a essência dos

conflitos, analisando os registros nos órgãos

de defesa do consumidor, Ministério Público,

Judiciário e da própria concessionária; na se-

gunda, entrevistará consumidores, magistra-

dos, promotores, advogados e agentes regu-

ladores; e na terceira e última, vai definir os

procedimentos para lidar com todas as variá-

veis apuradas.

Segundo o superintendente Jurídico

da Light, Fábio Amorim da Rocha, para articu-

lar um projeto como esse é necessário enten-

der quais razões motivam o cliente a procurar

a justiça para resolver um problema. “Há es-

critórios com mais de mil processos propos-

tos contra a Light. Precisamos entender o que

impulsiona o ingresso de milhares de ações

no Judiciário. Por isso, é importante saber co-

mo todos os stakeholders percebem esse ti-

po de situação”, frisa Amorim.

E será algo positivo não só para a

Light, mas também para outras concessio-

nárias do país. O que está em destaque é a

busca pela eficiência na solução de conflitos

com o cidadão. “quando a Light corre atrás

e se antecipa para evitar o litígio, o conflito

e o dano, temos uma expressão concreta de

compromisso com o bem-estar do consumi-

dor e de toda a sociedade”, dispara Ricardo

Morishita, professor de Direito do Consumi-

dor da FgV.

Ao final do projeto, os pesquisado-

res esperam ter construído a genealogia dos

conflitos e desenvolvido ferramentas eficien-

tes de intervenção, que serão publicadas em

um guia de boas práticas sobre o tema.

stakeholders: todos os públicos com os quais uma empresa se

relaciona: clientes, funcionários,governos, comunidades, órgãos

reguladores, acionistas, entre outros.

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REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 85

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

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N o 03 - AGO 2011

REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT86

Inovações para ummundo sustentável

Projetos de P&D desenvolvem soluções inovadoraspara preservar o meio ambiente e reduzir custos

A palavra sustentabilidade nunca es-

teve tão em evidência quanto neste momen-

to. As ações sustentáveis podem ir da reci-

clagem de resíduos à economia de energia.

A Light desenvolve projetos que contribuem

com a preservação do meio ambiente, com

a qualidade de vida de empregados e co-

munidade e ainda com a melhoria dos servi-

E POR fALAR Em PROJETOS

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REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 87

ços oferecidos aos clientes. Nesse contexto, o

Programa de P&D da Light tem imensas con-

tribuições a dar com soluções inovadoras e,

ao mesmo tempo, sustentáveis.

Em 2006, a Light assumiu um com-

promisso formal com a sustentabilidade. “A

estratégia da companhia deve estar alinhada

ao conceito de sustentabilidade nas suas três

dimensões: ambiental, social e econômico-fi-

nanceira, uma vez que a Light quer ser reco-

nhecida como uma empresa comprometida

com o tema. Para tanto, procura implemen-

tar as melhores práticas, buscando novas so-

luções, algumas vezes com a ajuda do P&D”,

ressalta a especialista em Sustentabilidade da

gerência de Planejamento, Ambiente e Ino-

vação e gerente de projeto, Regiane Montei-

ro de Abreu. Segundo ela, o P&D se constitui

em um grande fórum para novas ideias, que

fazem a Light avançar rumo a produtos e pro-

cessos sustentáveis e inovadores.

PROJETOS DA LIGHT ENERGIA

O grupo Light engloba a empresa

Light Energia, que gera e transmite a ener-

gia produzida por um parque gerador que

abrange cinco usinas hidrelétricas. Três de-

las, Fontes Nova, Nilo Peçanha e Pereira Pas-

sos, constituem o Complexo de Lajes, que fi-

ca em Piraí, no Centro-Sul Fluminense.

Diante de tamanha importância, o

Complexo de Lajes vem recebendo atenção

permanente da área de P&D da Light. A preo-

cupação com o meio ambiente local motivou

o desenvolvimento de vários projetos que

contribuem com a sustentabilidade. Um de-

les avalia o potencial de utilização ecologica-

mente sustentável das macrófitas aquáticas,

que se proliferam nos reservatórios e atrapa-

lham o desempenho dos equipamentos.

A proliferação de plantas aquáticas

tem preocupado não apenas o setor elétrico

brasileiro, mas também todos os usuários de

recursos hídricos em diversos países, por cau-

REGIANE mONTEIRO DE AbREu, ESPECIALISTA Em SuSTENTAbILIDADE,DA GERêNCIA DE PLANEJAmENTO, AmbIENTE E INOVAÇÃOE GERENTE DE PROJETO

A estratégia da companhia deve estar

alinhada ao conceito de sustentabilidade

nas suas três dimensões: ambiental, social e

econômico-financeira, uma vez que a Light

quer ser reconhecida como uma empresa

comprometida com o tema.

Regiane Monteiro de Abreu | Especialista em

Sustentabilidade da Gerência de Planejamento,

Ambiente e Inovação e gerente de projeto

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N o 03 - AGO 2011

REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT88

sa dos danos aos processos produtivos, equi-

pamentos e instalações. Essas plantas, além

de reterem os sedimentos carregados pelas

águas, diminuem o volume útil dos reservató-

rios, obstruem as tomadas d’água quando se

desprendem das margens e causam perdas de

carga, comprometendo tanto o bombeamen-

to quanto a geração de energia nas usinas.

Segundo a gerente de projeto Moni-

cke Oliveira Vieira, a proposta do projeto é es-

tudar a sazonalidade do crescimento das ma-

crófitas, os nutrientes minerais e os metais

pesados gerados por elas nos reservatórios

ao longo do Rio Paraíba do Sul. Elas pode-

rão ser utilizadas na produção de compos-

tos orgânicos para diversas finalidades, por

exemplo, na recuperação de pastagens e áre-

as degradadas. Além disso, a equipe envolvi-

da na pesquisa pretende elaborar um proje-

to de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo

(MDL), que possibilitará a comercialização de

crédito de fósforo, nutriente presente em ele-

vada concentração nessas plantas.

“Além de contribuir com a sustenta-

bilidade do Complexo de Lajes e trazer solu-

ções inovadoras não só para a empresa, mas

para outras concessionárias, esse P&D vai

elaborar um Sistema Inteligente de Apoio à

gestão Ambiental em Unidades de geração

de Energia da Light (gERABIO). Esse acervo

online auxiliará o gerenciamento e manejo

das usinas hidrelétricas”, destaca Monicke.

ICTIOFAuNA DE LAJES

A preservação do meio ambiente nas

áreas em que os reservatórios do Comple-

xo gerador da Light Energia estão inseridos

contribui para reduzir os níveis de poluição,

melhorando, principalmente, a qualidade da

água. Por isso, a Light está investindo na apli-

cação de técnicas modernas de avaliação des-

ses ecossistemas e do comportamento das

populações de peixes e demais comunidades

aquáticas que vivem nos reservatórios e em

trechos do Rio Paraíba do Sul.

mONICkE OLIVEIRA VIEIRA, GERENTE DE P&D

É importante os consumidores terem

conhecimento de que a energia consumida

é produzida por uma empresa responsável,

que investe em pesquisa e inovação

tecnológica em prol do uso consciente

dos recursos naturais.

Rinaldo Rocha | Gerente de projeto de P&D

mdl: É um dos mecanismos de flexibi-lização criados pelo Protocolo de Quioto

para auxiliar o processo de redução de emissões de gases de efeito estufa ou

de captura de carbono (ou sequestro de carbono) por parte dos países do Ane-xo I. os projetos de MDL podem ser ba-seados em fontes renováveis e alterna-

tivas de energia.

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REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 89RINALDO ROChA, GERENTE DO PROJETO quE VAI ESTuDAR A ICTIOfAuNA DO COmPLExO DE LAJES

De acordo com o gerente de proje-

to Rinaldo Rocha, estão em andamento três

projetos de P&D simultâneos e integrados,

sendo que uma das propostas é estudar a ic-

tiofauna dos reservatórios. Será possível de-

terminar os padrões dominantes dos peixes e

relacioná-los às características do habitat, co-

mo condições das margens dos rios, cobertu-

ra vegetal do entorno e situação do subsolo.

Atualmente, a condição da ictiofauna é consi-

derada um poderoso indicador da qualidade

ambiental do sistema.

Não é somente a Light e o meio am-

biente que saem ganhando, mas toda a socie-

dade. “É importante os consumidores terem

conhecimento de que a energia consumida

é produzida por uma empresa responsável,

que investe em pesquisa e inovação tecnoló-

gica em prol do uso consciente dos recursos

naturais”, destaca o gerente do projeto.

Cerca de 12 milhões de pessoas,

residentes na região metropolitana do Rio

de Janeiro e em outras cidades do Vale do

Paraíba, serão beneficiadas com os resulta-

dos desse projeto. Rocha menciona ainda

a melhoria da qualidade de vida das popu-

lações, pois a pesca esportiva e o turismo

ambiental são atividades de grande rele-

vância na economia local.

Outro projeto de P&D voltado à

sustentabilidade vai analisar a estocagem

de carbono, fósforo e nitrogênio em sete

reservatórios – Ribeirão das Lajes, Tocos,

Santana, Vigário, Ponte Coberta, Santa

Branca e Ilha dos Pombos – e suas relações

com a sazonalidade climática. Este P&D

pretende aprofundar o conhecimento ge-

rado por projetos anteriores, abordando

temas considerados estratégicos e priori-

tários para o setor elétrico.

E POR fALAR Em PROJETOS

ictiofauna: Conjunto das espécies de peixes que existem em uma deter-minada região biogeográfica.

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N o 03 - AGO 2011

REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT90

E POR fALAR Em PROJETOS

De acordo com Rinaldo Rocha, que

também gerencia este P&D, o objetivo é de-

linear as influências das alterações climáticas

e das ações humanas sobre a incorporação

de carbono no ambiente aquático e sobre a

concentração de nutrientes que fomentam a

fixação do carbono pelos organismos vivos

presentes nos reservatórios. Essa pesquisa

vai buscar ainda estabelecer uma relação en-

tre os estoques de carbono, fósforo e nitro-

gênio com infestações de plantas aquáticas

e estoques de peixes dos reservatórios.

“O projeto, preocupado com a sus-

tentabilidade, traz benefícios para toda a so-

ciedade. A formação e operação de reser-

vatórios exige, evidentemente, um manejo

adequado e sustentável dos ecossistemas, o

que implica conhecer as relações existentes

entre a qualidade da água e as comunidades

aquáticas. A introdução de técnicas de ma-

nejo integrado representa um passo impor-

tante na gestão sustentável dos reservató-

rios”, finaliza Rocha.

SOLuÇõES PARA RESÍDuOS

Um dos projetos da Light Sesa estu-

da alternativas e apresenta soluções inova-

doras relacionadas ao destino de resíduos só-

lidos produzidos por toda a Light, no Rio de

Janeiro. Esse projeto contempla soluções pa-

ra dois dos principais resíduos gerados por

uma concessionária de energia: britas conta-

minadas por óleo mineral e restos das podas

de árvores. A proposta é reaproveitar galhos

e folhas para a produção de briquetes, que

são usados como material para forno à lenha.

O projeto de resíduos envolve tam-

bém um programa de educação ambiental

para a força de trabalho da Light, que recebeu

treinamento e capacitação na própria compa-

nhia sobre o lixo reciclável. “Para sensibilizar as

pessoas, elas precisam internalizar o conceito

de sustentabilidade. Mais do que a instituição

ter uma cultura que priorize o meio ambiente,

é preciso que todos os empregados assimilem

e incorporem atitudes sustentáveis”, defende

o coordenador do projeto pelo Centro de Es-

tudos da Faculdade de Engenharia da UERJ

(CEFEN), Carlos Eduardo Leal.

ÓLEO BIODEGRADÁvEL

Em 95% do sistema de transmissão

subterrânea da Light, o isolamento dos ca-

bos ainda é feito por papel impregnado de

óleo. Ao se romperem acidentalmente, po-

dem prejudicar o meio ambiente. Felizmen-

te, a tendência para os próximos anos, no se-

tor, é a fabricação de cabos secos, sem óleo.

Mas, enquanto esse momento não chega,

briquetes: Aglomerado de galhos e folhas, transformados emmadeira artificial.

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REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 91

E POR fALAR Em PROJETOS

é possível amenizar o problema utilizando

óleo biodegradável, desenvolvido pelo P&D.

Ao todo, foram criados oito tipos de bioóleo,

extraídos da soja, que agora estão na etapa

de testes de compatibilidade.

“Os benefícios serão para todo

o setor elétrico brasileiro. As concessio-

nárias vão continuar transmitindo ener-

gia, mas agora com uma tecnologia limpa,

sem agredir o meio ambiente. É uma solu-

ção simples, porém com grande reflexo po-

sitivo para o planeta, ratificando a postura

sustentável da Light”, ressalta o gerente do

projeto, David Mello. A tecnologia é 100%

nacional e ainda poderá gerar royalties pa-

ra a companhia.

Além do bioóleo, o projeto desen-

volveu um aditivo capaz de tratar o terreno

contaminado no mesmo local, reduzindo o

nível de agressão ao meio ambiente. Antes,

de acordo com o plano de emergência da

Light, essa parte do solo deveria ser levada à

Central de Tratamento de Resíduos.

PEGADA DE CARBONO

No início de 2011, teve início um pro-

jeto de P&D que vai desenvolver uma metodo-

logia para calcular a pegada de carbono dos

sistemas de distribuição e geração de energia,

podendo ser aplicada por todas as empresas

do setor. “A intenção não é comparar, mas es-

tudar os processos para saber onde é possível

reduzir as emissões e ser mais eficiente, contri-

buindo assim com a sustentabilidade do pla-

neta”, avalia a gerente de Meio Ambiente e res-

ponsável pelo projeto, Fabiana Fioretti.

Esse P&D é fruto dos inventários

anuais produzidos pela Light sobre a emis-

são de gases de efeito estufa (gEE). Apesar de

a energia gerada pela concessionária ser lim-

pa, já que vem de hidrelétricas, ainda não é

possível mensurar o quanto de gEE é emiti-

do desde a produção da energia na usina até

o seu consumo na casa do cliente quando ele

aciona o interruptor.

O projeto de pegada de carbono es-

tá diretamente ligado às mudanças climáti-

cas. “Esse P&D vai contribuir para a redução do

efeito estufa, mesmo que seja uma ação em

escala local. Cada um deve fazer a sua parte,

e a companhia está tentando fazer a dela”, ex-

põe Fabiana. Ao reduzir as emissões, a empre-

sa se torna mais eficiente do ponto de vista

econômico, porque reduz custos, e socioam-

biental, porque evita a poluição da atmosfera

e preserva a saúde das populações.

pegada de carbono: Quantidade de carbono que a pessoa produz no dia a dia para sobreviver.

fAbIANA fIORETTI, GERENTE DE P&D: REDuÇÃO NAS EmISSõES DE CARbONO CONTRIbuI PARA O mEIO AmbIENTE E AumENTA A EfICIêNCIA DA EmPRESA

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N o 03 - AGO 2011

REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT92

E POR fALAR Em PROJETOS

Pronto para uso

Três produtos de P&D absorvidos pela Light prometem redução de perdas e mais eficiência nos serviços

Um projeto de P&D dura, aproximada-

mente, de 2 a 3 anos para ser concluído. Em se-

guida, vem a fase industrial. grande parte dos

projetos tem como objetivo reduzir perdas e fa-

lhas no atendimento ao cliente. As maiores per-

das são provocadas por tentativas de fraude

e furto de energia. Mas há também falhas nos

equipamentos. O P&D da Light atua pensando

em soluções para esses problemas. Um exemplo

é o transformador de distribuição autoprotegi-

do compacto com classe de temperatura eleva-

da, que está em sua segunda versão. A primei-

ra se mostrou inviável economicamente porque

era produzida com materiais importados.

A segunda versão do transforma-

dor resgatou sua viabilidade econômica de

produção industrial a partir da nacionaliza-

ção dos materiais, compactação e regime de

operação com temperatura elevada. “Os prin-

cipais benefícios do novo produto são dimi-

nuição da taxa de falhas, melhor relação cus-

to-benefício e, consequentemente, ganhos

de imagem para a empresa, pois reduzirá as

interrupções de energia elétrica”, observa Ro-

berto Dias, gerente dos dois projetos de P&D.

Aparentemente, o novo transforma-

dor é igual ao anterior. Porém, internamente,

emprega materiais que permitem melhor de-

sempenho. Até o fechamento desta edição

da Saber, a Light havia recebido 60 peças da

fase “cabeça de série”, faltando apenas cadas-

trá-las com o número de inventário para se-

rem instaladas na rede.

REDuÇÃO DE PERDAS

Outro produto que está com o pro-

tótipo pronto e que deverá entrar na fase in-

dustrial em breve é o dispositivo de bloqueio

e alarme de fraude por queima da bobina de

potencial de medidores, conhecido por Dis-

bloq. O gerente de P&D responsável pelo

projeto, Clayton Vabo, explica que o Disbloq

bloqueia tentativas de fraude por meio da

queima ou desligamento da bobina de po-

tencial dos medidores de energia, enviando

bobina de potencial: Responsável por garantir a força de giro e torque do medidor junto à bobina de corrente.

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REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 93

um alarme ao centro de controle de medição

e impedindo totalmente a saída do medidor

para a carga. Por segurança, o fornecimento

de energia é interrompido. “O dispositivo di-

ficulta a ação de fraudadores e reduz a quan-

tidade de infrações que não eram detectadas

pela Light”, destaca Vabo.

O novo produto também pode ser

usado especialmente para medidores polifási-

cos, em que é mais difícil a detecção do desliga-

mento ou queima da bobina. “Esse projeto traz

para a concessionária agilidade na detecção do

problema sem a necessidade de qualquer tipo

de intervenção humana imediata, diminuindo

a perda de energia e reduzindo os custos. Atu-

almente, parte dessas perdas ainda entra na ta-

rifa. O Disbloq vai contribuir, dessa forma, com

uma possível redução na conta de luz dos con-

sumidores”, ressalta o gerente do projeto.

Há ainda um terceiro produto em fa-

se de teste e bem próximo à cadeia industrial:

bastão amperímetro para detecção de frau-

des em instalações consumidoras de baixa

tensão. O objetivo é checar o consumo antes

de uma possível visita da Light ao cliente. Essa

possibilidade permite à concessionária iden-

tificar consumidores que tenham desfeito a

fraude antes dos técnicos vistoriarem o local.

O gerente de Rede Subterrânea e res-

ponsável pelo projeto de P&D, Fernando Bra-

ga, explica que o bastão facilita a identifica-

ção de um tipo comum de fraude: o desvio

de energia antes da medição. O diferencial do

produto está em verificar o consumo antes do

acionamento do cliente. Será possível compa-

rar a energia fornecida com a registrada pelo

medidor. “O produto foi desenvolvido pela ne-

cessidade do efeito surpresa ao chegar na casa

do consumidor, já que ele se protege quando

a Light faz uma visita. Em alguns casos, perce-

bemos que a fraude foi removida e passamos,

então, a monitorar”, completa Braga.

Por ser um bastão longo, o produto

evita que a equipe precise utilizar a escada

para acessar a rede, dando segurança e agi-

lidade aos técnicos. Outro grande benefício é

a redução da perda de energia elétrica, hoje,

um dos grandes desafios da empresa.

DISbLOq: DISPOSITIVO DIfICuLTA AÇÃO DE fRAuDADORES E REDuzINfRAÇõES quE NÃO ERAm DETECTADAS

TéCNICOS DA LIGhT TESTAm CONSumO COm uSODO bASTÃO AmPERímETRO

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N o 03 - AGO 2011

REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT94

O que vem por aí: novas soluçõespara demandas da Light

Projetos visionários investem em reciclagem comofonte de renda e nanotecnologia para absorção de gases

Novos projetos estão por vir. Nos

próximos meses, o P&D da Light vai colocar

em andamento um projeto que desenvolve-

rá uma metodologia para reduzir a inadim-

plência em comunidades pacificadas do Rio

de Janeiro e, ao mesmo tempo, gerar renda

para os moradores a partir da indústria da re-

ciclagem. O objeto de estudo é o Light Reci-

cla, projeto piloto do Programa de Eficiência

Energética da Light implantado, inicialmente,

na comunidade Santa Marta, localizada nos

bairros de Humaitá e Botafogo.

Em outras palavras, o projeto de P&D

fará um estudo do Light Recicla, buscando

caminhos para transformá-lo em política pú-

blica permanente nas áreas com Unidades de

Polícia Pacificadora (UPP), gerando renda e

aumentando a capacidade de pagamento da

conta de luz. Os pesquisadores procurarão,

inclusive, por soluções inovadoras e bem-su-

cedidas em outros estados brasileiros.

“Além de aumentar a adimplência, a

intenção é também reduzir a quantidade de

lixo acumulada nos arredores, responsável

por poluir o meio ambiente e atrair doenças”,

explica Fernanda Mayrink, gerente do projeto

de P&D e da área de Atendimento às Comuni-

dades da Light.

ESPuMA NANOTECNOLÓGICA

PARA ABSORÇÃO DE GASES

A Light investe muito em sua rede

subterrânea, inclusive por meio de projetos de

pesquisa e desenvolvimento. O projeto “Sis-

tema de previsão de falhas em redes subter-

râneas” desenvolveu um sistema com inteli-

gência artificial para prever falhas que possam

ocorrer nesses locais. A aplicação desse siste-

ma permite se antecipar às ocorrências de fa-

lhas em componentes e equipamentos, dire-

cionando ações de manutenção preventiva.

E POR fALAR Em PROJETOS

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REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 95

Depois do sucesso desse projeto, o

P&D da Light está avaliando a possibilidade

de criar um novo, desta vez para aumentar

ainda mais a segurança nas câmaras sub-

terrâneas com o uso da nanotecnologia,

um dos campos mais modernos da ciência.

De acordo com o engenheiro de campo sê-

nior da Light e gerente do projeto, Clayton

Vabo, a ideia é desenvolver uma espuma

nanotecnológica capaz de absorver gases,

em especial o metano. A presença indevi-

da desses gases nas câmaras transformado-

ras e caixas de inspeção da Light aumenta

o risco de explosões.

No espaço subterrâneo, as espumas

serão distribuídas em pequenas quantidades

para absorver os gases e minimizar o nível de

explosividade do ambiente até que os técni-

cos da Light cheguem ao local. “Além da es-

puma absorvente, o sistema será composto

por sensores com alarme e acionamento no

sistema de ventilação e exaustão local, capa-

zes de expulsar os possíveis gases excedentes

para a atmosfera”, explica Vabo.

A espuma é extremamente absor-

vente. Apenas um centímetro cúbico do na-

noproduto é capaz de sorver mais de um

metro cúbico de gás”, afirma Vabo. Ele conta

Além da espuma absorvente, o sistema

será composto por sensores com alarme

e acionamento no sistema de ventilação e

exaustão local.

Clayton Vabo | Gerente de P&D

ainda que a espuma nanotecnológica tam-

bém será desenvolvida para aplicação em

caixas de inspeção, que, diferentemente das

câmaras transformadoras, não apresentam

facilidade para aplicação de sensores e siste-

ma de monitoramento.

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N o 03 - AGO 2011

REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT96

E POR fALAR Em PROJETOS

O que vem por aí: mundo nano,benefícios grandiosos

P&D aplica nanotecnologia para identificar e combater vazamentos de SF6 em subestações da Light

O uso da nanotecnologia pela ci-

ência avança em diversos setores da econo-

mia, inclusive no setor elétrico. Prestes a dar

os primeiros passos, um projeto de P&D da

Light vai pesquisar uma substância reativa

constituída de nanomateriais capaz de pos-

sibilitar a rápida identificação de vazamen-

tos de SF6 nas subestações da Light. Mas

não apenas isso, os pesquisadores querem

também desenvolver uma cola para vedar a

área danificada sem ser necessário desmon-

tar o trecho da tubulação que apresenta o

problema para fazer o reparo.

Os benefícios dessa nova tecno-

logia são muitos. “Estou bastante anima-

da com a ideia, que poderá trazer grandes

ganhos para a Light e outras empresas do

setor elétrico. Entre eles, redução dos cus-

tos com manutenção, já que o vazamen-

to será identificado logo no início, e prote-

ção ambiental, em consequência da menor

emissão do SF6 na atmosfera”, avalia a en-

genheira de campo da concessionária e ge-

rente do projeto de P&D, Evelyn goldner.

Encontrar vazamentos assim que começam

poupa a equipe e evita a ocorrência de al-

gum desarme acidental da subestação, o

que provocaria interrupção no fornecimen-

to de energia elétrica para um grande nú-

mero de clientes.

O SF6 é utilizado para permitir que

as subestações de energia sejam mais com-

pactas, o que faz grande diferença em uma

cidade como o Rio, que sofre com a falta de

espaço. O efeito isolante do gás possibili-

ta que as três fases fiquem mais próximas

umas as outras, tornando as subestações

menores em volume. No entanto, há o de-

safio de driblar os vazamentos. Desafio este

que a Light, por meio do P&D e da nanotec-

nologia, espera vencer em breve.

As dez subestações de SF6 da Light

no Rio de Janeiro obedecem rigorosamente

a todos os critérios de segurança, mas, infe-

sf6: o hexafluoreto de enxofre é um gás usado em equipamentos de energia

como isolador elétrico. É transparente, inodoro e não inflamável. É um gás de

“efeito estufa” e seu potencial de aque-cimento global é 24 mil vezes maior

que o do Co2.

subestação: É uma instalação elétri-ca de alta potência, contendo equipa-

mentos para transmissão, distribuição, proteção e controle de energia elétrica. Durante o percurso entre as usinas e as cidades, a eletricidade passa por diver-

sas subestações, onde transformado-res aumentam ou diminuem a tensão. Ao elevar a tensão elétrica no início da transmissão, os transformadores evi-

tam a perda excessiva de energia ao longo do caminho. Já ao rebaixarem a

tensão elétrica na proximidade dos cen-tros urbanos, permitem a distribuição

da energia por toda a cidade.

Essa ideia poderá trazer grandes ganhos

para a Light e outras empresas do setor

elétrico. Entre eles, redução dos custos com

manutenção e proteção ambiental,

em consequência da menor emissão

do gás na atmosfera.

Evelyn Goldner | Gerente do projeto

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REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 97

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N o 03 - AGO 2011

REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT98

EVELyN GOLDNER, GERENTE DO PROJETO DE P&D, Em umA DASSubESTAÇõES quE uSAm GáS Sf6

lizmente, com o tempo, os vazamentos aca-

bam sendo inevitáveis. A perda de SF6 é mí-

nima, mas mesmo assim a companhia busca

alternativas tecnológicas para identificá-la

em estágio inicial e minimizar ao máximo a

emissão da substância na atmosfera.

geralmente, o problema só é per-

cebido quando há queda na pressão do gás

e o alarme é acionado. Além disso, o reparo

envolve o desligamento de parte da subes-

tação e a desmontagem da tubulação (cé-

lula). quando levou a questão para o P&D

da Light, Ermínio de Souza Pinto, na época

superintendente de Serviços de Manuten-

ção e Operação de Sistema de Alta Tensão,

expôs a necessidade de não só identificar o

problema, mas, principalmente, solucioná-

-lo. “Custa caro reparar e exige muitas ho-

ras de trabalho. Por isso, expliquei aos pes-

quisadores que, além da substância para

identificar o vazamento, gostaríamos tam-

bém que fosse desenvolvida outra que pu-

desse reparar o defeito”, conta o superin-

tendente, que agora está em outra área.

NANOPARTÍCuLAS AuMENTAM

REATIvIDADE DO SF6

Por natureza, o SF6 é uma substân-

cia quase inerte, incapaz de reagir rapida-

mente a muitas outras. Por isso, é muito difí-

cil identificar vazamentos. Além disso, o gás

passa com muita velocidade pelas superfí-

cies, sem deixar rastros. E é aqui que a na-

notecnologia entra. “Ela permite criar ma-

teriais com áreas superficiais gigantescas,

aumentando as chances de reação com o

SF6. Para ser ter uma dimensão do que es-

tamos falando, um grama de uma substân-

cia desenvolvida com nanopartículas pode

chegar a ter 600 metros quadrados de área”,

explica o professor do Instituto de quími-

ca da Universidade Federal do Rio de Ja-

neiro e pesquisador envolvido neste proje-

to de P&D da Light, Rodrigo Corrêa. A tinta

reativa constituída de nanopartículas será

aplicada em áreas com maior incidência de

perda de SF6.

A cola para reparar o problema se-

gue o mesmo princípio. Por conter nanoma-

teriais, tem capacidade de secagem supe-

rior aos produtos tradicionais, agindo mais

rapidamente.

No futuro, novos projetos de P&D

com uso de nanotecnologia surgirão, por-

que com ela – a ciência já comprovou – é

possível melhorar o desempenho de equi-

pamentos, processos e substâncias. A Light

quer acompanhar de perto essa evolução.

nanotecnologia: É a utilização de materiais constituídos de partículas

com dimensões nanométricas, menores que vírus, bactérias e células, chamadas de nanopartículas. Esses nanomateriais apresentam ganho de eficiência devido

às dimensões nanométricas,obtendo alto desempenho quando

comparados a materiais de dimensões perceptíveis a olho nu.

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REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 99

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N o 03 - AGO 2011

REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT100

Para nós,ter uma boa ideia

é aPenaso Primeiro Passo.

Pensando no amanhã, a Light investe em Projetos de Pesquisa e Desenvolvimento, para criar ideias e soluções que ajudemo país a evoluir de forma ecológica e socialmente sustentável. É um trabalho de inovação e pioneirismo a favor da sociedade.

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