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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOASINSTITUTO DE QUÍMICA E BIOTECNOLOGIA
PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM QUÍMICA EM
REDE NACIONAL (PROFQUI/UFAL)
Fonte: https://images.app.goo.gl/LCD8MhKKxaX8wpdVA
IVY SANTOS SOARES
PROF. DRº. RICARDO SILVA PORTO
MACEIÓ, 2019
CARTILHA PARA APLICAÇÃO DE SEQUÊNCIA DIDÁTICA PARA USO DA EDUCAÇÃO
EMPREENDEDORA NO ENSINO DE QUÍMICA
APRESENTAÇÃO
O ensino de Química no Brasil ainda tem encontrado diversas
dificuldades no que diz respeito a sua plena efetivação dentro dos preceitos
estabelecidos na Lei das Diretrizes e Bases da Educação (LDB) de 20 de
dezembro de 1996, que versa em seu artigo1º que (...) a educação escolar
deverá vincular-se ao mundo de trabalho e prática social (BRASIL,1996).
Delors (1999) apresentou à UNESCO um relatório onde expressava que
a educação do século XXI deve está ancorada nos cinco pilares básicos da
educação que são: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a
conviver, aprender a ser e aprender a empreender.
Esse projeto procura aliar a Educação Empreendedora ao ensino de
Química como uma metodologia de ensino que indique um caminho para que
os alunos possam atuar de forma autônoma e corresponsável na busca por
uma sociedade melhor através de planos de negócios oriundos de situações
peculiares a comunidade. O presente produto educacional foi fruto de uma
pesquisa de mestrado, que teve como orientador o professor Doutor Ricardo
Silva Porto. O produto educacional aqui tratado é uma sequência didática
abordando a forma de trabalho relacionando educação empreendedora ao
Ensino de Química. Essa sequência apresentada aqui na forma de manual
além de um pequeno referencial tem por objetivo auxiliar professores na sua
prática docente.
AGRADECIMENTOS
Ao meu Deus, eu devo à vida, devo o sangue que pulsa em minhas
veias, o ar que passa pelos meus pulmões, então, que o meu respirar seja uma
forma de agradecer tudo que Ele faz por mim. Toda honra e glória a Ele
sempre.
A minha mãe, meus irmãos e meus sobrinhos cada passo da minha vida
é dado com e para vocês. Os amo além do infinito, vocês são o verdadeiro
motivo de cada nova etapa em minha vida. Essa vitória é nossa!
Ao meu orientador, Prof. Dr. Ricardo Silva Porto, vou sempre ser grata
por sua orientação, paciência e disponibilidade durante todo o meu curso. Deus
lhe retribua além do que as minhas palavras podem expressar. Obrigada por
acreditar nesse projeto.
Aos professores André, Monique, Francine, Valéria, Edma e Victor,
obrigado por partilhar seus conhecimentos e mostrar novas rotas. Vou levar
sempre comigo a dedicação ao que se faz tão nítida nos trabalhos de vocês.
Aos meus colegas de turma André, Lauristela, Luana, Nathaly, Sílvia e
Valdice, amo vocês. Melhor turma da galáxia!
A Universidade Federal de Alagoas, por todo apoio e receptividade.
SUMÁRIO
OBJETIVO GERAL..........................................................................................................................5
OBJETIVOS ESPECÍFICOS..............................................................................................................5
SEQUÊNCIA DIDÁTICA.................................................................................................................6
CICLO PFEA (PDSA)......................................................................................................................7
PLANO DE NEGÓCIO QUÍMICO....................................................................................................8
A BNCC, A EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA E O ENSINO DE QUÍMICA.........................................9
METODOLOGIAS DE ENSINO E A EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA.............................................11
O DESENVOLVIMENTO DA SEQUÊNCIA DIDÁTICA....................................................................12
1º Momento - Sondagem do sonho, da motivação para a escolha deste por meio de rodas de debates.............................................................................................................................12
2º Momento: Pesquisa Direcionada e Aula expositiva.........................................................14
3º Momento – Aula expositiva dialogada, apresentação de proposta de trabalho.............15
4º Momento - Aprofundamento teórico do tema................................................................16
5º Momento - Palestra Técnica.............................................................................................17
6º Momento - Criação dos Planos de Negócios Químicos...................................................18
7º - Momento: - Visita a empreendimento local.................................................................19
8º Momento - Confecção do produto selecionado...............................................................20
9º Momento - Feira do empreendedor.................................................................................21
REFERÊNCIAS.............................................................................................................................22
5OBJETIVO GERAL
Verificar a viabilidade da aplicação dos princípios da Educação
Empreendedora contribuindo para uma relação ensino/aprendizagem
significativa para o Ensino de Química.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Apresentar a educação empreendedora para os alunos do Ensino
Médio;
Reconhecer o anseio/sonho do aluno como um agente motivador de
conhecimento;
Apresentar potencialidades locais e a partir dela destacar oportunidades
de empreendimentos;
Realizar debates de empreendedorismo químico com ênfase nas rotas
sugeridas nos negócios;
Elaborar planos de negócios que permitam planejar e identificar riscos
inerentes a realização do sonho;
Relacionar a apropriação do conhecimento da Química com o
empreendimento almejado;
Realizar a Feira do Empreendedor.
6SEQUÊNCIA DIDÁTICA
Segundo Bronckart (2006), as sequências didáticas surgiram em 1985,
sendo popularizadas na década de 90. Estas são uma forma esquematizada de
separar o conteúdo a ser apresentado através de ações distintas e
progressivas que se entrelaçam para o entendimento do todo. Vargas e
Magalhães (2011) apresentaram as sequências didáticas como “um conjunto
de atividades pedagógicas sistematizadas, ligadas entre si, planejadas etapa
por etapa”. Com relação ao Ensino de Ciências, segundo De Souza Pereira e
Pires, 2012, autores como Estevam, 2011; Teixeira e Sobral, 2010, da área de
Ensino de Ciências fizeram uso dessa técnica como uma de forma de observar,
compreender e validar as ações dos alunos frente ao objeto do conhecimento
proposto.
A sequência didática escolhida, a seguir, foi elaborada no sentido de
valorizar o desenvolvimento das características empreendedoras e das
necessidades, potencialidades e habilidades que deveriam ser desenvolvidas
com os alunos. Convém ressaltar que professor e aluno poderão juntos
estabeleceram as adaptações necessárias dentro da sua realidade local.
1- Sondagem do sonho, da motivação para a escolha deste por meio
de rodas de debates;
2- Apresentação do tema Educação Empreendedora e explanação
dos objetivos de trabalhar o empreendedorismo no Ensino de Química para os
discentes;
3- Correlacionado anseios de possíveis negócios com os conteúdos
abordados na Química do Ensino Médio usando o ciclo PDSA;
4- Aprofundamento teórico do tema através da leitura, debate de
artigos e textos diversos e uso das ferramentas educacionais escolhidas;
5- Orientação técnica do SEBRAE/SE com a realização de palestra
instrutiva sobre a criação do plano de negócios;
6- Criação dos Planos de Negócios Químicos;
7- Visita ao comércio e indústria local para acompanhar e vivenciar
práticas empreendedoras da região;
8- Confecção do produto selecionado (óleo capilar);
79- Feira do empreendedor.
CICLO PFEA (PDSA)
Oriundo do Controle Total de Qualidade o ciclo PFEA (do inglês PDSA -
Plan planejar, Do fazer, Study estudar, Act agir), teve sua origem no ciclo
PDCA, (do inglês planejar / Plan, fazer / do, checar / check e agir / act), que
recebe também os nomes de ciclo de Deming ou Ciclo de Shewhart. É uma
ferramenta de gestão usada inicialmente nas indústrias e atualmente abrange
diversos tipos diferentes de organizações e empresas, incluindo escolas para a
melhoria dos processos com o foco na solução de problemas por meio da ação
para atingir os resultados desejados (NASCIMENTO, 2017). O ciclo PDCA foi
criado na década de 20 pelo físico Walter Andrew Shewart e posteriormente
divulgado pelo professor William Edwards Deming, se baseia em quatro fases:
planejar, fazer, checar e agir.
Convém, no entanto, ressaltar que essas etapas não são estanques e
estão em ciclo contínuo visando sempre a melhoria do processo (PACHECO,
2012).
Mesmo sem a pretensão inicial dos seus autores podemos encontrar
pontos de interseção entre as etapas do plano PFCA e as habilidades
requeridas durante a execução do ciclo e as características do perfil
empreendedor.
8
PLANO DE NEGÓCIO QUÍMICO
Com o objetivo de montar uma visão confiável sobre uma determinada
proposta empreendedora o plano de negócios é uma ferramenta já consolidada
no meio empreendedor e de vital importância para a apresentação e projeção
da empresa frente a colaboradores internos e externos ao projeto (SEBRAE,
2019).
Uma definição para plano de negócios é um documento usado para
descrever um empreendimento e o modelo de negócio que o sustenta. A sua
elaboração envolve um processo de aprendizagem e autoconhecimento, e
ainda permite ao empreendedor situar-se no seu ambiente de negócios
(DORNELAS,2003).
Ainda de acordo com o SEBRAE (2019), o plano de negócios “é um
documento que descreve por escrito os objetivos de um negócio e quais
passos devem ser dados para que esses objetivos sejam alcançados,
diminuindo riscos e incertezas”. Neste plano de negócios, o empreendedor tem
a oportunidade de organizar e planejar como o projeto deverá ser realizado,
transpondo para o papel seus desejos e coletando dados e recursos para a
melhor forma de obter o resultado desejado.
O plano de negócios químico apresentado neste trabalho foi um paralelo
feito pelos autores, baseado em Neiva, 2013, de adaptar o objetivo central de
um plano de negócios tradicional em apresentar dados da execução de um
empreendimento as etapas desenvolvidas no projeto escolar com a utilização
dos conceitos da Química. Por ser uma adaptação escolhemos não abordar
nessa forma de planos conceitos financeiros e jurídicos, elementos comuns em
um plano de negócio empresarial.
9
A BNCC, A EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA E O ENSINO DE QUÍMICA
O cenário educação brasileiro vive um período de mudanças em suas
diretrizes curriculares em virtude da Base Nacional Curricular Comum (BNCC).
A Base declara que a “educação deve afirmar valores e estimular ações que
contribuam para a transformação da sociedade, tornando-a mais humana,
socialmente justa e, também, voltada para a preservação da natureza”
(BRASIL, 2018).
Assim, os sistemas educacionais devem se adequar para ofertar essa
educação transformadora através da criação de espaços e currículos que
emanem em suas diretrizes as condições suficientes para que competências e
habilidades sejam desenvolvidas. Entre as competências gerais destacamos a
2 e 6 (BRASIL, 2018):[...]2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.[...]6.Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.
Essas competências trazem em suas linhas gerais o protagonismo
juvenil ao objetivar exercitar e valorizar no aluno a cultura de um
comportamento proativo e responsável pelo seu aprendizado, levando em
consideração valores e preceitos próprios do universo acadêmico e da vida
pessoal e profissional do aluno. Trazendo então para as escolas e todos os
agentes envolvidos com a educação brasileira a necessidade de recriar
contextos e cenários de aprendizagens para a nova juventude através de
políticas que abracem a diversidade, permitam o protagonismo do jovem e
10forneçam o aporte necessário para que o educando crie seu projeto de vida
(BRASIL, 2018).
Então, se começa a olhar o empreendedorismo sobre um prisma
diferenciado apenas da visão financeira e o aproxima dos currículos do ensino
médio. Dentro de uma abordagem investigava proposta pela BNCC para a
organização curricular de Ciências da Natureza encontramos bastante espaço
para a aplicação do empreendedorismo comportamental nas salas de aula
visando trabalhar atividades criativas e inovadoras a partir de uma visão social.
Nesse panorama, a educação empreendedora desponta como mais uma
dessas ferramentas que apresenta como diferencial a motivação do aluno em
ser gestor do seu próprio aprendizado.
Nesse contexto, a educação empreendedora pode contribuir de forma
significativa e promissora para uma relação ensino/aprendizagem mais
contextualizada no campo das exatas, no nosso caso a Química, através de
uma visão onde os conteúdos químicos encontram engajamento dentro dos
sonhos e anseios de construir negócios que não apenas ofereçam retorno
individuais e financeiros, mas, que agreguem valores para a sociedade atual e
para as novas gerações.
11
METODOLOGIAS DE ENSINO E A EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA
De acordo com Tschá e Cruz Neto, 2014, a educação empreendedora
deve ser integrada as demais disciplinas por meio de ações orientadas que
permitem ao aluno o desenvolvimento do conhecimento. Segundo Lopes, 2010,
metodologias que priorizem o “aprender fazendo” devem ser usadas na
educação empreendedora.
Dessa forma, a educação empreendedora não é um conjunto de
técnicas prontas, professores e alunos podem usar as diversas metodologias
educacionais já existentes, desde que a escolha favoreça o diálogo e a
construção de trilhas que conduzam a um aprendizado contínuo através de
erros e acertos, do estímulo a criatividade e a tomada de decisões de forma
crítica e coerente (Schaefer e Minello, 2017).
12
O DESENVOLVIMENTO DA SEQUÊNCIA DIDÁTICA
1º Momento - Sondagem do sonho, da motivação para a escolha deste por meio de rodas de debates;
Duração – 100 min
Objetivo: Identificar o sonho/anseio do aluno e
quais foram são as motivações que levaram a
escolha do aluno e a sua possível concretização
focando nas oportunidades e obstáculos inerentes ao
processo de construção do sonho.
Professor, inicie sua aula propondo um grande
círculo e solicitando voluntariamente que os alunos
apresentem seu anseios para o futuro no que diz
respeito a carreira a seguir e a projetos
empreendedores que podem ou não estarem
relacionados com a carreira ou atividade profissional e qual/is são as
motivações que o levam a está escolha. Sugerimos que você inicie dando o
seu próprio exemplo. Esse questionamento deve durar 30 minutos.
Em seguida a partir do que foi apresentado peça para que o aluno
observe a sua região e apresente e justifique fatores propícios e fatores que
Potencial local e habilidadesEsse primeiro momento da sequência é muito importante e requer que o professor esteja muito atento as respostas apresentas, pois, elas embasarão a trilha que permitirá o desenvolvimento de habilidades e rede de relacionamentos que deverá ser construída durante o projeto.
13poderão se apresentar obstáculos para a realização do produto final. Esse
momento deve durar 40 minutos.
Nos 30 minutos finais da aula o professor deve enaltecer os
sonhos/anseios apresentados e discutir a importância de estabelecer um
planejamento eu permita que o aluno construa uma trilha de aprendizagem
durante a busca de seu projeto empreendedor.
Fonte: https://images.app.goo.gl/FCAhgR16CBMMpnso9
14
2º Momento: Pesquisa Direcionada e Aula expositiva
Duração: 100 minutos
Objetivo: Apresentar do tema Educação Empreendedora e associar o
empreendedorismo no Ensino de Química para os discentes;
Professor, inicie a aula pedindo que os alunos pesquisem de forma livre
em diferentes plataformas os temas empreendedorismo e educação
empreendedora e que registrem de forma resumida os resultados encontrados,
deve ser destinado 50 minutos para essa parte da atividade.
A pesquisa pode ocorrer o laboratório de informática da escola ou
biblioteca e caso a escola não disponibilize o professor pode optar que o aluno
faça a pesquisa em casa ou levar revistas, livros, jornais sobre o tema e
socializa-los com os alunos.
No primeiro momento, os alunos devem pesquisar sem nenhum
direcionamento de sites ou livros virtuais e no segundo, a pesquisa deve ser
direcionada aos site do SEBRAE (https://sebrae.com.br/) e do Fernando
Dolabela (https://fernandodolabela.com.br/), por serem esses espaços que
abordam o tema e a metodologia que será abordada nessa sequência.
Nos 50 minutos seguinte solicitamos aos alunos relatos dos significados
encontrados, a partir realizamos uma aula dialogada expositiva realizar um
debate através da socialização dos conceitos, objetivos, metodologia,
premissas e quais os anseios ao se trabalhar com a EE.
Professor nessa etapa é importante
que o aluno seja estimulado
inicialmente a pensar usando o
ciclo PFEA em como usar o seu
projeto para auxiliar de forma ativa
e cidadã as demandas da sua
comunidade, em seguida a propor
uma ação de proatividade (planejar)
que demonstre com atuar diante da
situação proposta (fazer) e
demonstrar apropriação do
conhecimento ao estabelecer
relação entre os conteúdos
trabalhados nas aulas de Química
e o seu desejo de montar um
empreendimento (estudar) e por fim
descrever a partir da necessidade
de conhecimento e
desenvolvimento de habilidades a
sequência de ações e abordagens
a serem realizadas o projeto (agir).
15
3º Momento – Aula expositiva dialogada, apresentação de proposta de trabalho
Duração: 100 minutos
Objetivo: Correlacionar anseios de possíveis
negócios com os conteúdos abordados na Química
do Ensino Médio usando o ciclo PFEA, uma
tradução do ciclo PDSA.
Professor apresente o ciclo PFEA (Planejar,
Fazer, Estudar e Agir) usando slides próprios com
conceitos fornecidos pela literatura e exemplos de
aplicação do uso do ciclo em diferentes áreas do
conhecimento e de atuação profissional
(enfermagem, pedagogia e administração). Para
essa etapa deve ser usado 50 minutos.
Em seguida peça que os alunos façam
pequenos grupos e que coletivamente escolham
entre os anseios apresentados na etapa um para
ser representado pela equipe como projeto da turma.
O projeto escolhido deverá além de ter relevância pessoal, ser capaz de
agregar valor para a nossa comunidade e que envolvesse temas pertinentes à
Química.
Professor nessa etapa é importante
que o aluno seja estimulado
inicialmente a pensar usando o
ciclo PFEA em como usar o seu
projeto para auxiliar de forma ativa
e cidadã as demandas da sua
comunidade, em seguida a propor
uma ação de proatividade (planejar)
que demonstre com atuar diante da
situação proposta (fazer) e
demonstrar apropriação do
conhecimento ao estabelecer
relação entre os conteúdos
trabalhados nas aulas de Química
e o seu desejo de montar um
empreendimento (estudar) e por fim
descrever a partir da necessidade
de conhecimento e
desenvolvimento de habilidades a
sequência de ações e abordagens
a serem realizadas o projeto (agir).
Professor, lembre-se que as etapas
não devem ser estanques,
precisam dialogar uma com a outra
e que podem ser reavaliadas em
qualquer etapa do processo
pensando sempre em uma
educação centrada no aluno, no
seu protagonismo através do
desenvolvimento de habilidades
que o permitirão construir o seu
próprio aprendizado.
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4º Momento - Aprofundamento teórico do tema
Duração: 200 minutos
Objetivo: Aprofundar os conteúdos teóricos a partir da leitura e debate
de textos e artigos e uso de ferramentas
educacionais diversas que permitam um melhor
desenvolvimento de habilidades para a
compreensão da parte química do projeto.
Professor, a duração e as metodologias
educacionais deverão ser adaptadas a realidade
de cada escola e ao objetivo do empreendimento
definido na etapa anterior. Para o nosso caso
específico usamos 4 aulas de 50 minutos e leitura
e debate de textos com os conteúdos que
contribuirão para a produção do produto final, aula invertida, elaboração de
mapas conceituais, aulas práticas e multidisciplinares.
Professor, lembre-se que as etapas
não devem ser estanques,
precisam dialogar uma com a outra
e que podem ser reavaliadas em
qualquer etapa do processo
pensando sempre em uma
educação centrada no aluno, no
seu protagonismo através do
desenvolvimento de habilidades
que o permitirão construir o seu
próprio aprendizado.
17
5º Momento - Palestra Técnica
Duração: 100 minutos
Objetivo: Fornecer orientação técnica através de realização de palestra
instrutiva sobre os termos técnicos referentes ao empreendedorismo.
Professor, junto com a equipe gestora da escola estabeleça uma rede de
contatos que possam contribuir com o projeto. Uma excelente sugestão é a
parceria com O SEBRAE, um órgão voltado ao apoio das micro e pequenas
empresas que desenvolve diversas atividades voltadas para o
empreendedorismo. Tais atividades envolvem palestras, oficinas, minicursos,
cartilhas e manuais disponibilizados no site da instituição e presencialmente,
não são exclusivamente para empresas, mas voltadas também para a
Educação Básica e o Ensino Superior.
Professor, essa etapa não tem por
objetivo a construção de um plano
de negócios com abordagem
financeira, mas, de fornecer aos
alunos subsídios para a criação de
um plano que elenque o interesse
do aluno, dando uma visibilidade
ampla do projeto e a rota química
escolhida para a sua execução
descrevendo as etapas, desafios e
oportunidades.
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6º Momento - Criação dos Planos de Negócios Químicos
Duração: 50 minutos
Objetivo: Estabelecer uma relação entre planos de negócios e a
utilização da Química para a construção do empreendimento.
Professor, o plano de negócios é o
instrumento fundamental para um empreendedor
(SEBRAE,2019). Ele mapeia oportunidades e
permite que riscos calculados sejam observados,
ele não é um documento frio e estático, mas,
material vivo e flexível que se faz e refaz de acordo
com o dinamismo da empresa.
Proponha que o aluno monte um plano de
negócios com características peculiares ao projeto
sofrendo as mudanças e adaptações necessárias.
Solicite ainda que os alunos coloquem os
temas referentes ao ensino de Química.
A montagem deve ser coletiva levando em consideração que os itens
dos planos sejam divididos de acordo com as aptidões, habilidades e
interesses desenvolvidos por eles ao longo de toda sua vida, ressaltando que
características como liderança, criativa, capacidade de trabalhar em equipe,
flexibilidade e outras devem ser valorizadas.
Professor, essa etapa não tem por
objetivo a construção de um plano
de negócios com abordagem
financeira, mas, de fornecer aos
alunos subsídios para a criação de
um plano que elenque o interesse
do aluno, dando uma visibilidade
ampla do projeto e a rota química
escolhida para a sua execução
descrevendo as etapas, desafios e
oportunidades.
19Ao montarem o plano de negócios os alunos precisaram responder
perguntas como: O quê? Qual o setor? Qual a abrangência? Quais os produtos
que seriam oferecidos? Qual seria o investimento? O tempo necessário?
pessoas envolvidas? pontos fortes? pontos fracos? o conteúdo químico
envolvido?
7º - Momento: - Visita a empreendimento local
Duração: 100 minutos
Objetivo: Estabelecer parceria com empreendimentos da comunidade local
para troca de experiências.
Professor, cientes que um dos pilares da educação para o século XXI é,
segundo Delors (2001), o “aprender a conviver” e que a troca de experiências e
vivências podem agregar valores e conhecimento ao processo da educação
empreendedor e ainda que a relação ensino/aprendizagem não se dá
exclusivamente dentro do espaço físico da escola sendo necessário
desenvolver a competência relacional para captar condições favoráveis e
necessárias para o desenvolvimento das etapas propostas no plano de
negócios leve os alunos para visitar uma iniciativa empreendedora local e peça
que os alunos elaborem um questionário prévio sobre as motivações, desafios,
rede de relacionamentos recursos financeiros e humanos envolvidos no
processo, o conhecimento necessário para a produção do empreendimento, as
habilidades desenvolvidas, o valor agregado, a contribuição social, entre outras
indagações que julgarem pertinentes.
final não consiste na avaliação do
projeto, sendo uma parte opcional e
negociável dentro das condições da
escola e produto escolhido. A
avaliação do projeto é formativa e
ocorre embasada na movimentação
do alunos para a construção do seu
objetivo inicial.
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8º Momento - Confecção do produto selecionado
Duração: 100 minutos
Objetivo: Usar a apropriação do
conhecimento para produzir o produto selecionado.
Professor, usando os produtos disponíveis na
escola e trazidos pelo aluo realize aula prática que
a produção do produto final ou do seu protótipo. O
próprio aluno deve a partir do conhecimento teórico e consulta bibliográfica
montar o roteiro da aula prática, explanando para a sala o motivo da escolha,
as etapas envolvidas e toda a química envolvida no processo.
final não consiste na avaliação do
projeto, sendo uma parte opcional e
negociável dentro das condições da
escola e produto escolhido. A
avaliação do projeto é formativa e
ocorre embasada na movimentação
do alunos para a construção do seu
objetivo inicial.
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9º Momento - Feira do empreendedor
Duração: 300 minutos
Objetivo: Socializar e trocar experiências com a comunidade dentro e
fora da escola
Professor, a feira do empreendedor é uma oportunidade de mostrar a
movimentação e evolução do aluno no decorrer do projeto e o conhecimento
construído ao longo da execução do empreendimento, por isso, incentive os
alunos a divulgar e montar stands onde possam apresentar todo processo de
produção e a evolução do aluno nesse cenário.
Oriente aos seus alunos que a montagem do stand deve apresentar a
missão e visão envolvidas em painel informativo, bem como a exposição do
plano de negócios, durante o evento os alunos devem se revezar em grupos e
explanar sobre como se deu a escolha da ideia criativa ou inovadora, como
trabalharam para aprender os conteúdos químicos e de outras áreas
necessários ao negócio, quais os recursos utilizados e quais as redes de
relacionamento estabelecidas para que o produto final fosse confeccionado ou
idealizado.
22
REFERÊNCIAS
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BRASIL. Lei. 9394, de 20 de Dezembro de 1996.
BRONCKART, J-P. Atividade de linguagem, discurso e desenvolvimento humano. 2006.
DE SOUZA PEREIRA, Ademir; PIRES, Dario Xavier. Uma proposta teórica-experimental de sequência didática sobre interações intermoleculares no ensino de Química, utilizando variações de teste da adulteração da gasolina e corante de Urucum. Investigações em Ensino de Ciências, 2012.
DELORS, Jacques. EDUCAÇÃO: Um tesouro a descobrir. 6ª. São Paulo: Cortez,
2001.DORNELAS, J. C. A. Empreendedorismo corporativo: como ser empreendedor, inovador e se diferenciar na sua empresa. Rio de Janeiro: Campus Elsevier, 2003.
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LOPES, R. M. A. Educação empreendedora: conceitos, modelos e práticas. Elsevier, 2010.
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23TEXEIRA, F. M., e SOBRAL, A. C. M. B. Como novos conhecimentos podem ser construídos a partir dos conhecimentos prévios: um estudo de caso. Ciência & Educação, 2010.
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