por que o perdão

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POR QUE O PERDÃO Miramez O perdão é um fato, sem que a discussão se apodere do assunto, pois se fundamenta no amor e é sustentado pela caridade, sem ultrajar a lei da justiça. As susceptibilidades inflamadas perguntam: por que o perdão? Não é justo que defendamos nossa moral, nossos interesses, como fazemos com nosso próprio corpo? A displicência foge à regra. Não negamos que sejamos defendidos, e que a razão se ocupe com a vigilância e forme métodos de defesa, que haveremos de usar. Esta é a nossa posição diante do ofensor. Se usarmos o revide para com aqueles que nos atacam, entramos na mesma sintonia da agressão e respiramos o mesmo magnetismo toldado pelo ódio e pela vingança. Perdoar as ofensas e isolar-se dos fluídos inferiores projetados em nós, sem dúvida, é ter serenidade na consciência, pela confiança adquirida através das qualidades conquistadas; é ter certeza, na lei universal, de que somente recebemos o que damos. O perdão anunciado pelo verbo, sem que o coração participe, não deixa de ser o prenúncio da desculpa. Porém, o mundo interior não sente os efeitos desejados no enervante estado psíquico, pela apropriação da maldade na alma. A limpeza interna só é feita com recursos íntimos, que a verdade fornece, e carece de muito exercício para que o hábito se solidifique. A glândula que controla as emoções, serenando ou agitando o sangue, inflama-se com determinados pensamentos, vicia-se, e começa automaticamente a perturbar o organismo, ou a colocá-lo na mais elevada serenidade. Se alimentamos ideias de ódio e de vingança, elas, primeiramente, com vibrações sutilíssimas, vasculham todo o nosso cosmo celular, queimando a força vital, desnutrindo-nos e, ao passar pêlos centros energéticos, desencadeiam um mundo de distúrbios, de modo a fazer a alma sofrer as consequências daquilo que provocou. Eis porque tornamos a falar em "por que o perdão". Quem pratica a indulgência é o primeiro a ser beneficiado. O misericordioso é invadido pela paz. Os espíritos superiores têm uma serenidade imperturbável, fruto de um perdão incondicional e permanente. Assim como a luz de uma lâmpada, para atingir o exterior, tem primeiro de passar pelo material transparente que lhe garanta ambiente refletor, a luz do espírito, a força mental dos pensamentos, antes de ganhar o mundo exterior, é filtrada por vários corpos que lhe garantem, igualmente, o ambiente para viver e progredir. E se nós plasmamos o bem, nessa força ideoplástica, pelo perdão, pela caridade e pelo amor, somos agraciados em primeira mão. Se

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POR QUE O PERDO

POR QUE O PERDO

Miramez

O perdo um fato, sem que a discusso se apodere do assunto, pois se fundamenta no amor e sustentado pela caridade, sem ultrajar a lei da justia. As susceptibilidades inflamadas perguntam: por que o perdo? No justo que defendamos nossa moral, nossos interesses, como fazemos com nosso prprio corpo? A displicncia foge regra. No negamos que sejamos defendidos, e que a razo se ocupe com a vigilncia e forme mtodos de defesa, que haveremos de usar. Esta a nossa posio diante do ofensor. Se usarmos o revide para com aqueles que nos atacam, entramos na mesma sintonia da agresso e respiramos o mesmo magnetismo toldado pelo dio e pela vingana. Perdoar as ofensas e isolar-se dos fludos inferiores projetados em ns, sem dvida, ter serenidade na conscincia, pela confiana adquirida atravs das qualidades conquistadas; ter certeza, na lei universal, de que somente recebemos o que damos. O perdo anunciado pelo verbo, sem que o corao participe, no deixa de ser o prenncio da desculpa. Porm, o mundo interior no sente os efeitos desejados no enervante estado psquico, pela apropriao da maldade na alma. A limpeza interna s feita com recursos ntimos, que a verdade fornece, e carece de muito exerccio para que o hbito se solidifique. A glndula que controla as emoes, serenando ou agitando o sangue, inflama-se com determinados pensamentos, vicia-se, e comea automaticamente a perturbar o organismo, ou a coloc-lo na mais elevada serenidade. Se alimentamos ideias de dio e de vingana, elas, primeiramente, com vibraes sutilssimas, vasculham todo o nosso cosmo celular, queimando a fora vital, desnutrindo-nos e, ao passar plos centros energticos, desencadeiam um mundo de distrbios, de modo a fazer a alma sofrer as consequncias daquilo que provocou. Eis porque tornamos a falar em "por que o perdo". Quem pratica a indulgncia o primeiro a ser beneficiado. O misericordioso invadido pela paz. Os espritos superiores tm uma serenidade imperturbvel, fruto de um perdo incondicional e permanente. Assim como a luz de uma lmpada, para atingir o exterior, tem primeiro de passar pelo material transparente que lhe garanta ambiente refletor, a luz do esprito, a fora mental dos pensamentos, antes de ganhar o mundo exterior, filtrada por vrios corpos que lhe garantem, igualmente, o ambiente para viver e progredir. E se ns plasmamos o bem, nessa fora ideoplstica, pelo perdo, pela caridade e pelo amor, somos agraciados em primeira mo. Se invertermos essas correntes de luz pelo envenenamento dos nossos sentimentos, a escria mais grossa ficar no fundo da bateia da carne, como alimento indigesto. Quem perdoa e fala demais desse gesto natural, buscando elogios, est movido, talvez sem o saber, pela onda ilusria da vaidade. Como o perdo dificil... Tambm achamos. No obstante, quem aprendeu a perdoar jamais se esquecer, por sentir os efeitos de felicidade que advm desse ato.

(Pgina do livro Horizontes da Mente de Joo Nunes Maia/Miramez)

COMO PERDOAR

Emmanuel

Na maioria dos casos, o impositivo do perdao surge entre nos e os companheiros de nossa intimidade, quando o suco adocicado da confianca se nos azeda no coracao. Isso acontece porque, geralmente, as magoas mais profundas repontam entre os Espiritos vinculados uns aos outros na esteira da convivencia. Quando nossas relacoes adoecam, no intercambio com determinados amigos que, segundo a nossa opiniao pessoal, se transfiguram em nossos opositores, perguntemo-nos com sinceridade: como perdoar, se perdoar nao se resume a questao de labios e sim a problema que afeta os mais intimos mecanismos do sentimento?. Feito isso, demo-nos pressa em reconhecer que as criaturas em desacerto pertencem a Deus e nao a nos; que tambem temos erros a corrigir e reajustes em andamento; que nao e justo rete-las em nossos pontos de vista, quando estao, qual nos acontece, sob os designios da Divina Sabedoria que mais convem a cada um, nas trilhas do burilamento e do progresso. Em seguida, recordemos as bencaos de que semelhantes criaturas nos terao enriquecido no passado e conservemo-las em nosso culto de gratidao, conforme a vida nos preceitua. Lembremo-nos tambem de que Deus ja lhes tera concedido novas oportunidades de acao e elevacao em outros setores de servico e que sera desarrazoado de nossa parte manter processos de queixa contra elas, no tribunal da vida, quando o proprio Deus nao lhes sonega Amor e Confianca. Quando te entregares realmente a Deus, a Deus entregando os teus adversarios como autenticos irmaos teus, - tao necessitados do Amparo Divino quanto nos mesmos, penetraras a verdadeira significacao das palavras de Cristo: Pai, perdoa as nossas dividas, assim como perdoamos aos nossos devedores, reconciliando-te com a vida e com a tua propria alma. Entao, saberas oscular de novo a face de quem te ofendeu, e quem te ofendeu encontrara Deus contigo e te dira com a mais pura alegria no coracao: bendito sejas.... (Pgina do livro Alma e Corao de Chico Xavier/Emmanuel)