ponto turismo 15

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GRANDE ENTREVISTA ALEXANDRE DE JUNIAC, PRESIDENTE E CEO AIR FRANCE- KLM ANÁLISE Frei Bento Domingues fala- -nos sobre a ética nos negócios ANÁLISE Orçamento de Estado 2015, o que muda na vida dos portugueses TECNOLOGIA Nova tendência BYOD invade as empresas. Não lhe resista OPINIÃO Manuel Serrão diz que Portugal está no caminho certo no turismo #15 DEZ/JAN ‘14/‘15 €5 FRANCE IS IN THE AIR

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Page 1: Ponto Turismo 15

GRANDE ENTREVISTAALEXANDRE DE JUNIAC, PRESIDENTE E CEO AIR FRANCE-KLM

ANÁLISEFrei Bento Domingues fala- -nos sobre a ética nos negócios

ANÁLISEOrçamento de Estado 2015, o que muda na vida dos portugueses

TECNOLOGIANova tendência BYOD invade as empresas. Não lhe resista

OPINIÃOManuel Serrão diz que Portugal está no caminho certo no turismo

#15DEZ/JAN‘14/‘15 €5

FRANCEIS IN THE AIR

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Ficha Técnica

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84 Índice

#15 DEZ/JAN 2015

Propriedade Amadeus Soluciones Tecnologicas, S.A.Sucursal em Portugal

SedeRua de São José, 35 - 4º andar 1150-321 Lisboa, PortugalTel.: 21 321 30 99 - Fax: 21 322 58 75E-mail: [email protected]

Diretor GeralMiguel Quintas

Diretora da Ponto Turismo Helena Torres

Bimestral · Ano - 2014 - Edição 15

Coordenação [email protected] · Tel.: 21 321 30 99

Produção de Conteúdos e EdiçãoMediapearl - Comunicação e Serviços, Lda.Tel.: 214 037 656 · [email protected]

[email protected] · Tel.: 21 321 30 99

Ilustração CapaPedro Taquelim

FotografiaMediapearl

ProduçãoMediapearl - Comunicação e Serviços, Lda.Centro Empresarial TejoRua de Xabregas, Lote A, Piso 1, Sala 131900-440 [email protected]

Impressão e AcabamentoRBM - Artes Gráficas

Tiragem1300 exemplares

Registo na ERC N.º 126281

Depósito Legal N.º 350109/12

A revista Ponto Turismo é uma publicação da Amadeus Portugal. A empresa não se identifica necessariamene com o conteúdo dos artigos nem com as opiniões dos seus colaboradores. É proibida a reprodução total ou parcial sem a autorização prévia da empresa editora.

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TecnologiaTendência BYOD - Não resista!

AnáliseOrçamento do Estado 2015 por Vitor Norinha

Ética nos negócios, é preciso redefinir condições

10 InsightsInsights de Marketing Digital 360 por Vasco Marques

Lifestyle Tendências: Experimentar uma casa tipo Hobbit

Viagem de: Vanessa OliveiraFérias é para viajar

OpiniãoTurismo em Portugal no rumo certo - Manuel Serrão

Grande EntrevistaAlexandre De Juniac A AIr France-KLM quer posicionar-se como uma companhia com glamour e elegância

Em FocoTurismo Industrial, novo nicho a explorar

Entrevista CadernoAnabela Almeida - Consolidador “Somos o elo entre o transporte aéreo e os agentes de viagens”

SoluçõesAmadeus Ancillary Services

NotíciasTAP adota solução Amadeus Airline Ancillary Services e passa a disponibilizar os serviços adicionais no Amadeus Selling Platform.

“Crise já passou mas é preciso olhar o futuro com cautela”

O presidente e CEO da Air France-KLM Alexandre De Juniac diz que a crise já passou mas que estamos num vale por causa da procura e por isso

é preciso olhar o futuro com cautela

Page 5: Ponto Turismo 15

5 Editorial

Para 2015, um desejo simples

A “parábola da vinha” é um texto bíblico que conta a história de como um pro-prietário plantou, cuidou e

desenvolveu a sua vinha e um dia, tendo que se ausentar

ao estrangeiro, pediu aos agricultores para cuidarem dela e partilharem com ele os lucros da exploração. Ao fim de pouco tempo, os agricultores acharam que a vinha lhes pertencia,

pois seriam eles que, ao lhe dedicarem o seu trabalho,

tempo e devoção teriam pleno direito à totalidade que a colheita

lhes proporcionasse. A parábola ter-mina ensinando que jamais o proprietário

conseguiria a vinha de volta.O ano 2014 foi um dos melhores anos para o turismo em Portugal. Recebemos perto de 16 milhões de turistas. Os proveitos cresceram 12%. Aumentámos a taxa de ocupa-ção em 1,5% (embora ainda não chegue aos 50%!!) e o RevPar em quase 3,00€ (+9%). Finalmente e como pré-mio para os Portugueses em geral, o rácio de cobertura do sector turístico na Balança Corrente aumentou mais

de 10%! Um feito histórico que deve ser assinalado, relembrado mas acima de tudo, estudado

para proteger e garantir que se venha a repetir muitas vezes no futuro. E

melhor ainda, se possível.Tal como na “parábola da vi-nha”, o sucesso dos números não depende apenas dos “agricultores” deste sector - sem dúvida os grandes obrei-ros – mas seria injusto guar-dar os méritos apenas para

esta força direta de trabalho (na qual me incluo também). Há

que também dar crédito a quem contribuiu para garantir e potenciar as

condições de atingir este patamar de sucesso. Todos nós (trabalhadores, empresários, políticos, associações, etc.) fazemos parte deste êxito. Seja através da própria ati-vidade comercial, de gestão ou seja através das leis que auxiliam (ou bloqueiam) a atividade turística. Também todos nós temos obrigação de garantir a sustentabilidade e continuidade deste caminho de sucesso. Portanto para 2015 peço aos empresários que não abandonem o vosso “posto de trabalho” e continuem a investir nos recursos da nossa atividade. E peço à nossa classe política, que continue a criar condições para que o sector funcione ain-da melhor, sendo objetivamente de evitar a criação de impostos e/ou taxas que levantem obstáculos à competi-tividade da nossa maior atividade exportadora. Não posso ainda deixar de espelhar a referida parábola nos sindicatos da TAP. A companhia de bandeira é trans-versal na economia e política portuguesa e quando se “constipa” afecta-nos a todos, com especial gravidade para o turismo. Até quando os “agricultores” da TAP vão mandar na “vinha” que é de todos nós Portugueses?

Para terminar e como quando receber esta revista já te-remos entrado em 2015, aproveito para lhe desejar um excelente ano, cheio de sucessos, à imagem dos que pe-diram enquanto deglutiam as doze passas da meia-noite do dia 31. Felicidades!

Até daqui a dois meses e… boa leitura!

Miguel QuintasDiretor Geral

“Equipa que ganha não se mexe!”› Algum treinador de futebol

#15 DEZ/JAN 2015

para 2015 peço aos empresários

que não abandonem o vosso “posto de trabalho”

e continuem a investir nos recursos da nossa

atividade

Page 6: Ponto Turismo 15

Manuel SerrãoEmpresário e comissário do Porto Fashion Awards

Motivos para orgulhoPortugal

no rumo certo

Portugal tem-se destacado com muito boas notas no que diz respeito ao setor do turismo, arrecadando prémios e destaques a nível internacional em diversos produtos. Falta saber se também os portugueses reconhecem o valor do seu País.

6 Opinião Portugal no rumo certo

Quando fui convidado para escrever sobre o turismo em Por-tugal fiquei entusiasmado. Pensei, ora aqui está um tema em que Portugal está claramente em ascendência e onde somos reconhecidos de forma positiva pelos nossos atribu-

tos e trabalho. O que nos últimos tempos, reconheçamos, não tem acontecido em muitas áreas.Felizmente, no que se refere ao setor do turismo, Portugal destaca--se com muito boas notas. Têm sido várias as entidades e meios de comunicação internacionais a publicar artigos e a atribuir prémios a Portugal, destacando a nossa história, hospitalidade, gastronomia, o golfe (que confirmo veementemente e com total propriedade, pois também vou praticando) e os vinhos. O melhor vinho de todos, este ano, é português, e não podia deixar de o referir. O Dow’s Porto Vinta-ge 2011 recebeu da revista especializada Wine Spectator, o título de melhor vinho do mundo. Parabéns! Portugal tem realmente motivos para se sentir orgulhoso.Dos prémios recebidos quero destacar dois, de entre os variadíssimos recebidos recentemente. Refiro-me à eleição, pela segunda vez conse-cutiva, de Portugal como o melhor país a visitar pela edição da revista espanhola da Condé Nast Traveler. Até os nossos “irmãos” espanhóis nos reconhecem valor. Será que nós, portugueses, também nos damos o real valor? A outra distinção em 2014 que me merece destaque foi a do site americano 10 Best USA Today. Os leitores deste site consideram Por-tugal o “Melhor Destino Europeu”. De acordo com a publicação, parece que «Portugal roubou o coração» dos seus leitores.

Quem me conhece, sabe no entanto, que não podia deixar passar em branco, o facto da minha cidade, o Porto, ter também ganho a com-petição European Best Destinations (EBD) promovida pela European Consumers Choice. Esta é uma organização de consumidores e es-pecialistas sem fins lucrativos e com sede em Bruxelas. Uma coisa séria, portanto.Com isto não quero desvalorizar os prémios também arrecadados por Lisboa, o Alentejo, os Açores ou o Algarve, que muito merecidamente foram também reconhecidos e que faço questão de assinalar. Lisboa foi eleita como um dos 25 melhores destinos do mundo, pelos utili-zadores do site internacional de turismo e viagens o TripAdvisor, ou seja, por pessoas que viajam intensamente e por isso, de opinião a considerar e, valorizar.Já o Alentejo, recebeu a distinção da parte da National Geographic, que escolheu esta região como um dos melhores destinos a visitar este ano. É bem verdade, prémio mais do que merecido. Os Açores foram escolhidos pelas Associações dos Agentes de Viagens e Ope-radores Turísticos Europeus como Destino Preferido em 2014. E o Al-garve foi considerado pela Associação Internacional de Operadores de Turismo de Golf, o melhor destino da Europa para jogar golfe, o

#15 DEZ/JAN 2015

Page 7: Ponto Turismo 15

7Nome do Conteúdo do Capítulo Nome do Capítulo 7Portugal no rumo certo Opinião

to e sei que estamos no caminho certo mas, tenho também a certeza de que precisamos de continuar a trabalhar para melhorar a nos-sa imagem e a nossa credibilidade. A concorrência é feroz mas, acredito no nosso valor. l

meu desporto de eleição. Aqui não se trata de regionalismos, como se pode perceber mas sim, de valorização do que temos de melhor. E, acho mesmo que Portugal, no seu global, é o melhor. Mas também acredito que temos ainda muito mais a dar ao mundo. É isto que eu vejo de cada vez que tenho de me ausentar do país. Conheço uma boa parte do mundo, a minha vida profissional obriga-me a viajar regular-mente e para destinos variados. Conheço sí-tios de sonho e dignos de registo e prémios mas o meu país pede meças sem medo e por isso os prémios não me soam estranhos.Fiquei agradado por abordar este tema, por-que nunca é demais referir que o nosso Por-tugal, um cantinho da Europa com muito para aprender, tem também muito para ensinar, mostrar e criar, precisa também de ser relem-brado regularmente que nem tudo o que vem de fora é melhor e que aqui, quando se quer, também se faz muito e bem. Temos vindo, finalmente a ser reconhecidos e valorizados pelas nossas mais-valias. Acredi-

#15 DEZ/JAN 2015

Temos vindo, finalmente a ser

reconhecidos e valorizados pelas nossas mais-valias.

Acredito e sei que estamos no caminho certo

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Alexandre De Juniac

Presidente e CEO da Air France-KLM

Grande Entrevista Alexandre De Juniac

#15 DEZ/JAN 2015

Page 9: Ponto Turismo 15

Com um investimento de mais de mil milhões de euros na melhoria das suas cabinas e serviço a bordo nos próximos três anos, o grupo Air France-KLM está a apostar numa imagem de luxo e elegância. “France is in the Air” resume a sua proposta de valor

“France is in the Air”“Grupo Air France-KLM quer

apostar no luxo e elegância”

9Alexandre De Juniac Grande Entrevista

#15 DEZ/JAN 2015

Alexandre De Juniac destila glamour e elegância, valores que a com-panhia aérea quer transmitir e que, sem dúvida, refletem-se no seu máximo represen-tante. Com uma ampla experiência no mundo da política enquanto assessor de comunica-ção de Nicolas Sarkozy em 1993 e diretor do gabinete do Ministério de Economia, Indústria e Emprego com Christine Lagarde, De Juniac também ocupou cargos de máxima res-ponsabilidade no setor aeronáu-tico (Thomson SA, Sextant Avionique, CNS Avionics e Thales). Em 2011 entrou para fazer parte do executivo da Air France e em julho de 2013 foi nomeado presidente do grupo Air France-KLM em substituição de Jean-Cyril Spinetta.

Ponto Turismo › Depois de um ano enquanto pre-sidente e CEO da Air France-KLM e depois de um importante processo de transformação da compa-nhia, qual é o balanço que faz? Foram cumpridos os planos da empresa?Alexandre De Juniac › Ambas as partes da com-

panhia, Air Fance e KLM, ti-nham de acometer o plano de transformação. Duran-te o ano de 2014 temos estado ocupados na execução das medidas que tínhamos decidido implementar. Culminá-mos a segunda fase do

processo em setembro passado e que implicaram

as áreas de carga e de cur-to e médio curso. Custou-nos

mais caro do que o esperado, por isso tivemos que tomar medidas adi-

cionais. Na KLM estamos na fase de imple-mentação do plano. O objetivo é operar como um grupo com funções conjuntas para a Air France e KLM e fazer com que tudo funcione sem qualquer fissura.

Ponto T. › Estão a ver então os frutos?A.DeJ › Sim. Em primeiro lugar os resultados do pla-no de transformação estão a cumprir-se pontualmente, tanto por parte da Air France como da KLM, e há uma segunda parte que passa por elevar a gama dos nos-sos produtos e serviços. Do lado da Air France, estão a

O objetivo é operar como um grupo com

funções conjuntas para a Air France e KLM e fazer com que tudo funcione sem qualquer fissura

Page 10: Ponto Turismo 15

10 Grande Entrevista Alexandre De Juniac

ser tomadas diversas medidas que afetam tanto as webs da empresa como os ser-viços de terra ou o catering a bordo. Uma parte importante deste reposicionamento da gama é o programa Best & Beyond. E, por parte da KLM, começámos a oferecer em agosto uma nova classe business denominada World Business Class, equipada com novos as-sentos. Estamos a investir 700 milhões de euros na melhoria das cabinas; concretamente 500 milhões na Air France e 200 na KLM.

Ponto T. › Mas o plano de transformação também passa pela redução de custos…A.De J. › Evidentemente. Uma boa forma de explicar como funciona o nosso plano é olhar para o orçamento de 2014 no qual a Air France volta a ter uma margem operacional positiva. Além disso, ao fecho do primeiro trimestre do ano estamos a cumprir o orçamento. Os resul-tados explicam-se com a nossa concentração no controlo de custos, que, mesmo assim, é afetado pelo preço do combustível. Ainda que se trate de um projeto que podemos realizar graças também aos esforços comerciais.

Ponto T. › Acha que já passou o pior da crise? Já estamos no pe-ríodo de recuperação?A.De J. › Como disse, nós já estamos em recuperação. A Air France-

-KLM já está com números positivos, e o que é importante para nós é ver que estamos num

processo de recuperação do qual todos nós po-demos estar realmente orgulhosos, já que pude-

mos alcançar este sucesso graças a todas as pessoas incluídas no processo de transformação. Em termos de re-

dução de custos estamos exatamente onde tínhamos previsto estar. Do ponto de vista da produção, funcionamos bastante bem se tivermos em conta o momento difícil no qual a zona euro se encontra, especialmente os países do sul. O norte da Europa está a melhorar, de modo que es-tamos a trabalhar muito, ainda que continuemos a depender do cresci-mento geral da economia. Voltando ao tema da crise, considero que já não estamos em modo ‘crise’. Já a deixámos para trás, mas estamos ainda num período de ‘vale’ por causa da procura. Por isso vemos ainda o futuro com cautela.

Ponto T. › Hoje em dia quem é a concorrência natural da Air--France-KLM, as companhias regulares ou as low cost?A.De J. › Depende do mercado. Na Europa as low-cost são uma con-corrência muito forte, sobretudo no ponto a ponto. Em algumas rotas europeias contam até com uma quota de mercado superior a 40%... no longo curso ocidental temos uma concorrência mais tradicional, a das

#15 DEZ/JAN 2015

Estamos a investir 700

milhões de euros na melhoria das cabinas; concretamente 500

milhões na Air France e 200 na KLM

Page 11: Ponto Turismo 15

11Alexandre De Juniac Grande Entrevista

companhias do Atlântico Norte. De qualquer das formas, em todos os casos, a concorrência é muito dura.

Ponto T. › Qual é a relação da Air France-KLM com a Hop! E a Transavia? Não entram em concorrência em algumas das rotas rentáveis da Air France?A.De J. › Tentamos dirigir-nos a cada segmento do mercado com a ferramenta adequada – neste caso com a companhia aérea adequada. Para o segmento de fé-rias, muito dominado pelo baixo custo, temos a Transa-via. Para o mercado doméstico e regional temos a Hop!, a Air France é forte nos voos internacionais. Além disso, mais de 40% dos passageiros que chegam ao nosso hub da Air France fazem-no para embarcar em voos de longa distância da companhia.

Ponto T. › Qual é a sua estratégia em relação aos serviços auxiliares?A.De J. › Estamos a desenvolver-nos com rapidez, so-bretudo em França, e com serviços como o excesso de bagagem, assentos com espaço extra, refeições espe-ciais… o nosso propósito é oferecê-los na nossa página web, mas também no aeroporto para compras de último minuto. Atualmente os serviços auxiliares representam 2% das receitas totais mas esperamos que daqui a três ou cinco anos representem 5%. É um objetivo razoável se tivermos em conta que somos uma companhia full service e não de baixo custo.

Ponto T. › Como é que estão a mudar a estratégia de distribuição num contexto em que o consumidor mudou tanto?A.De J. › O que está a mudar é o crescimento das reservas online que aumentam o seu peso em 2% ou 3% todos os anos. O que ainda não vimos no setor aéreo é que se dê uma situação em que uma só agên-cia possa vender passagens aéreas de forma massi-va, como acontece de facto no setor hoteleiro com a Booking.com. Mesmo assim, estamos atentos para não ficarmos presos numa situação em que um terceiro fique com a nossa margem. As agências de viagens

que vendem produto aéreo es-tão mais fragmentadas e

nós não perdemos o controlo de inventá-

rio graças à Ama-deus. É funda-mental manter o vínculo com o consumidor final e a indús-tria hoteleira, de certo modo, já o

perdeu.

Ponto T. › O que lhe pede o atual cliente da

Air France?

Font

e: A

ir Fr

ance

-KLM

Ann

ual R

epor

t 20

13

25.520

* Excepto as companhias CityJet e VLM

103PAÍSES

(VERÃO DE 2014)

EM LINHA COM OS OBJETIVOS DE MUDANÇA PARA 2015

O RESULTADO OPERACIONAL REGRESSOUAO TERRENO POSITIVO

DEPOIS DE PERDAS DE 336 MILHÕES DE € EM 2012130 MILHÕES DE €

A DÍVIDA LÍQUIDA REDUZIU-SE A OS CUSTOS UNITÁRIOS DESCERAM EM

DE ACORDO COM O PROPÓSITO DE OS REDUZIR 0,4 CÊNTIMOS ENTRE 2011 E 2014

2%

ORIGEM DAS RECEITAS

5%RESTO DE EMPRESAS

RESTO DASEMPRESAS(INCLUINDOSERVAIR ETRANSAVIA)

79%DO NEGÓCIODE PASSAGEIROS

77,3 MILHÕESPASSAGEIROSTRANSPORTADOS

11%DO NEGÓCIODE CARGA

1,3 MILHÕESDE TONELADASTRANSPORTADAS

5%NEGÓCIO DEMANUTENÇÃO

1.300 AVIÕESOPERADOS

231DESTINOS

(VERÃO DE 2014)

1.800VOOS DIÁRIOS

APESAR DO AMBIENTE ECONÓMICO DIFÍCIL,A RECUPERAÇÃO DO GRUPO ESTÁ A GANHAR IMPULSO

MILHÕES DE € EM RECEITASEM 2013, DAS QUAIS

552 AVIÕES EM OPERAÇÃO*

FACE AOS 5.970 MILH DE € EM 2012

5.35O MILHÕES DE €

#15 DEZ/JAN 2015

Estamos ainda num período de

‘vale’ por causa da procura. Por isso vemos

ainda o futuro com cautela

Page 12: Ponto Turismo 15

12 Grande Entrevista Alexandre De Juniac

A.De J. › Creio que pede o que sempre pediu, o serviço mais excelen-te ao preço mais barato possível! [Risos]. Agora a sério. Há várias coisas que eu destacaria. No âmbito das viagens corporativas, os viajantes pedem sobretudo reconhecimento. Querem um bom serviço, claro, mas que seja muito mais personaliza-do. Outras das exigências mais frequentes é a eficiência. Procura-se que a viagem seja cada vez mais cómoda, com menos interrupções, com maior excelência em to-dos os sentidos. E os viajantes corporativos são muito sensíveis a tudo o que não seja excelente porque na realidade, passam metade da vida no avião… Uma tendência que provavelmente iremos começar a ver é um certo relaxamento nas políticas de empresa. A crise obrigou as corporações a assumirem normas muito restritivas. Acreditamos que vai acontecer uma recuperação das classes business. Ainda é cedo, mas creio que irá acon-tecer. Por último, outro dos grandes assuntos é o tecnológico. Os passageiros têm cada vez mais necessidade de estar ligados através dos seus dispositivos móveis, de receber informação de forma constan-te e de dispor da documentação necessária nos seus smartphones. E ao mesmo tempo, conceber proximidade e suporte se se desse o caso.

E logicamente isso exige que tudo funcione de forma correta e efi-

ciente… Os resultados que vemos diariamente. A aplicação móvel da Air France por exemplo, foi descarregada 800 mil vezes na primeira semana.

Ponto T. › Se tivesse que re-sumir numa frase o que distin-

gue a Air France das outras com-panhias aéreas o que é que diria?

A.De J. › Elegância, luxo, atenção… um toque especial. Decididamente França

[risos]. l

Natalia Huidobro Revista Savia

#15 DEZ/JAN 2015

No âmbito das viagens

corporativas, os viajantes pedem

sobretudo reconhecimento

Page 13: Ponto Turismo 15

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Turismo Industrial Para aprender como se faz...

Como se faz um sapato? Como é que a mina de um lápis vai parar dentro de um “pauzinho”? Que segredos se escondem num chapéu? Se tem curiosidade em saber, pode visitar São João da Madeira e fazer Turismo Industrial.

Para aprender como se faz Em Foco

daquilo que de mais genuíno possui, que é a sua forte cultura industrial, tirando partido dos ativos culturais e sociológicos, patrimoniais e históricos, e industriais, colocando-os ao serviço dos visitantes num quadro de uma oferta estruturada”.É neste quadro que surgem os Circuitos pelo Património Industrial de S. João da Madeira (SJM) centrados no Welcome Center. Um programa con-siderado pioneiro de turismo industrial em Portugal, “que dá corpo a uma nova dimensão turística consistente, baseada na indústria tradicional san-joanense – passado e presente – e nas novas indústrias tecnológicas e criativas que já são também uma marca de identidade da cidade”. Este foi o primeiro projeto do género a ser criado em Portugal, pela for-ma estruturada e integrada como foi constituído, com a particularidade de ter um centro de acolhimento aos turistas que gere e organiza as visitas sem que o turista tenha de contactar previamente uma outra entidade ou empresa, diz a responsável, que acrescenta que a programação da visi-

A curiosidade é inerente ao ser humano e como tal é normal sentir vontade de saber como se fazem os produtos… O turismo indus-trial, enquanto produto turístico estruturado, é algo recente. Não é de agora que algumas indústrias abriram as suas portas ao

público, em particular escolas, para mostrarem o que fazem lá dentro, mas de forma desarticulada, ou seja, cada fábrica trata de si. Algumas só rece-bem visitas escolares, outras têm dias específicos para receberem grupos, normalmente pequenos, que rondam os dez elementos, e que têm alguém para os acompanhar. São João da Madeira é um dos exemplos com maior visibilidade em Por-tugal em termos de turismo industrial e aquele que tem uma estrutura montada em operação. Para a autarquia o turismo industrial é “um produto turístico de elevado valor económico, cultural e lúdico, através do qual os turistas conhecem empresas em operação, revivem atividades de outros tempos através das visitas ao património”.De acordo com Alexandra Alves, responsável pelo turismo industrial da au-tarquia, o projeto surgiu porque “S. João da Madeira tinha o turismo de ne-gócios como única expressão deste setor de atividade”, pelo que para criar e desenvolver uma dimensão turística na cidade optaram “por tirar partido

#15 DEZ/JAN 2015

Page 14: Ponto Turismo 15

CADERNO

14 Em Foco Para aprender como se faz

ta e a coordenação dos guias é feita pelo Welcome Center, oferecendo uma imagem especial do concelho e da região, com base em visitas a unidades fabris em plena laboração, permitindo um

contacto direto com os traba-lhadores.

Existem percursos definidos de-dicados ao chapéu, ao sapato, ao

lápis ou às passamanarias. No entanto, a mais-valia do Welcome Center é poder pro-

gramar um circuito de acordo com as especificidades e interesses de cada grupo. Este trabalho é coordenado pelo Welcome Center que apresenta um programa ao grupo de acordo com as suas necessidades, solicita as visitas às empresas, destaca os guias e prepara todos os materiais necessários à realização do programa, nomeadamente, batas e sistemas de áudio.A autarquia pretende oferecer um turismo de experiência idêntico ao que já existe noutros países como Espanha, França e Itália, mas diferenciador pelo facto de toda a di-versidade da oferta se concentrar num mesmo concelho e com gestão integrada por parte da autarquia.Nestes Circuitos estão integradas seis empresas, duas instituições e um museu. São elas a Viarco, única fábrica de lápis em Portugal, a Helsar e a Evereste, do setor do calçado, a Cortadoria Nacional de Pelo e a Fepsa, empresa líder no mercado internacional, da indústria da chapelaria, e a Heliotêxtil, fábrica de passamanarias. Ao projeto asso-ciaram-se também o Centro de Formação Profissional da Indústria de Calçado e o Centro Tecnológico do Calçado de Portugal, entidades às quais se junta o Museu da Chapela-

ria, único na península Ibérica. A Viarco é aquela que reúne mais visitas, cerca de 41% do total, seguindo-se o Museu de Chapelaria com 23% e as empresas de calçado Helsar e Evereste, com 20%.“O Museu da Chapelaria, a Viarco ou a Metalúrgica Oliva, que renasceu como incubadora de criatividade, simbolizam a forma como em S. João da Madeira conjuga a recupera-ção e preservação dos edifícios com a sua adaptação às exigências do desenvolvimento económico, social e cultural da cidade e do país”, diz ainda Alexandra Alves. Atrair mais visitantes e promover S. João da Madeira e a sua indústria são as grandes mais-valias do turismo indus-trial, que beneficiam a cidade no seu todo. “O turismo in-dustrial consegue construir uma relação com a própria po-pulação, dando a conhecer o trabalho em ambiente fabril e contribuindo para desmistificar alguns preconceitos em relação ao trabalho na indústria e aumentando a autoesti-ma dos trabalhadores, o que se reflete na produtividade e no dinamismo da economia local”.Desde a abertura dos circuitos até julho de 2014 já recebe-ram mais de 55 mil visitantes, dos quais mais de 60% são escolas. Os estrangeiros são ainda residuais, mas começa a haver um crescimento gradual, que se prevê duplicar até final de 2015. O número de pedidos para os circuitos tem vindo a aumentar cerca de 80% relativamente a 2013 e a diversidade de públicos começa a ser maior. Tudo isto no âmbito de um projeto que, em apenas dois anos, já é autossustentável, sendo financiado exclusivamente pela venda das entradas nos circuitos. l

Antónia BarrosoJornalista

#15 DEZ/JAN 2015

O projeto de turismo industrial

de S. João da Madeira é considerado pioneiro no país

por estar estruturado em torno de um Welcome

Center

Page 15: Ponto Turismo 15

CADERNO

NotíciasTAP adota a solução Amadeus Airline Ancillary Services e passa a oferecer serviços adicionais que se vão estender ao longo de 2015

SoluçõesCom a Amadeus Ancillary Services os agentes de viagens podem reservar de uma forma rápida e fácil os serviços auxiliares oferecidos pelas companhias aéreas

Política de turismo consistente favoreceria o setor

Anabela AlmeidaCONSOLIDADOR

Anabela Almeida Entrevista Caderno 15

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#15 DEZ/JAN 2015

Page 16: Ponto Turismo 15

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Caderno Amadeus

Anabela AlmeidaDIRETORA-GERAL CONSOLIDADOR

Entrevista Caderno Anabela Almeida

#15 DEZ/JAN 2015

Page 17: Ponto Turismo 15

Consolidador“Somos o elo de ligação

entre companhias aéreas e agências de viagens”

17Nome do Conteúdo do Capítulo Nome do Capítulo 17

Caderno Amadeus

Anabela AlmeidaDIRETORA-GERAL CONSOLIDADOR

Anabela Almeida Entrevista Caderno

Ponto Turismo › Apesar de estarmos a falar para um uni-verso de profissionais de turismo, quer explicar o que é um consolidador?Anabela Almeida › De um modo sucinto podemos definir um consolidador aéreo como uma agência de viagens com licença IATA que presta um serviço de emissões de passagens aé-reas para outras agências de viagens que não possuem essa licença. Mas a nossa atividade não é assim tão redutora, o core bu-siness incide exclusivamente no sector da aviação mas a ativida-de é muito mais ampla, engloba processamento e gestão de reser-vas, emissão de passagens aéreas, reemissões, reembolsos, gestão de gru-pos; acabamos por funcionar também como helpdesk do setor para as agências de viagens e, inclusive, prestar apoio técnico em questões de GDS.

Ponto T. › Como é que surgiu a empresa Consolidador?A.A. › O Consolidador.com como marca e empresa independente foi

criado em 2009. A empresa surgiu em 2008 dentro do grupo Airmet como emissor de passagens aéreas para as agências associadas do

grupo. No entanto, e face à evolução do próprio negócio tornou-se inde-pendente do grupo em 2009 e começou a trabalhar com agências de viagens de todos os grupos de gestão presentes no nosso mercado. Foi também nesse ano que lançámos a nossa plataforma de reservas online.

Ponto T. › Quais são as vantagens que o Consolidador apresenta para as agências de viagens?A.A. › São muitas as vantagens para as agências trabalharem com o

Consolidador, principalmente se usarem a nossa plataforma de reservas online, uma

vez que todo o trabalho diário de gestão das reservas (ver queues, controlo de da-tas de emissão, introdução de todo o tipo de informação na reserva, pedidos espe-ciais, contacto com as companhias, etc.) passa a ser da nossa responsabilidade. A agência não tem de se preocupar com as

questões técnicas, pode focar-se na venda que nós asseguramos o resto.

Todas as agências de viagens, independente-mente do canal de reserva, beneficiam do nosso

know-how, estamos no mercado desde 2008 e tra-balhamos em exclusivo com aviação. Somos o elo de

ligação entre as companhias aéreas e as agências de viagens. Assistimos a uma alteração diária das regras das companhias aéreas e faz parte do nosso trabalho manter-nos a par de todas estas alterações de forma a prestar sempre um serviço de qualidade e manter também os nossos clientes informados.

Ponto T. › Qualquer agência de viagens pode fazer negócio ou com-prar ao Consolidador? Como é que se processa com agências IATA e não IATA?A.A. › O Consolidador trabalha em exclusivo com agências de viagens, não trabalha com clientes diretos nem com empresas. No universo das agências de viagens qualquer agência não IATA ou IATA pode trabalhar com o Consolidador. Em termos de serviço prestado e procedimentos operacionais, estes são

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Temos várias agências IATA que

trabalham connosco, normalmente nos casos de companhias aéreas para as quais essas agências não

possuem chapa de emissão

O Consolidador apresenta-se como um emissor de reservas aéreas independente cujo trabalho vai muito além da emissão. Inclui um conjunto de atividades vantajosas para as agências de viagens.

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18 Nome do Capítulo Nome do Conteúdo do Capítulo18

Caderno Amadeus

Entrevista Caderno Anabela Almeida

exatamente idênticos independentemente do tipo de agência. Obviamente que pela natureza do negó-cio a maioria dos nossos clientes são agências não IATA, mas temos várias agências IATA que trabalham connosco, normalmente nos casos de companhias aéreas para as quais essas agências não possuem chapa de emissão.

Ponto T. › Como é que tem corrido a operação deste ano?A.A. › Ao contrário do previsto, este ano está a cor-rer acima das estimativas em termos de resultados. Assistimos a uma retoma da economia, ainda que tí-mida, e isso reflete-se no tráfego aéreo e, consequen-temente no nosso negócio. Em relação à parte operacional este tem sido um ano muito conturbado com a implementação de novas regras por parte das companhias aéreas. Cada vez mais assistimos à imposição de regras muito restriti-vas por parte das companhias aéreas que obrigam a um controlo muito rigoroso de cada reserva antes de ser emitida, reemitida e/ou reembolsada de forma a evitar os desagradáveis “ADM’s” (Agent Dedit Memo). Não é tarefa fácil processar a constante informação das diferentes companhias aéreas, informar os agentes de viagens e manter um controlo tão minucioso.

Ponto T. › Como é que vê as alterações aos pagamentos ao BSP? A.A. › A alteração dos pagamentos obviamente não interessa à maioria das agências de viagens, pois com os prazos em vigor conseguiam dar crédito aos seus clientes. Com a redução dos prazos de pagamento do BSP isto deixa de ser possível, as agências terão que re-correr a outras alternativas para soluções de crédito.Mas as agências não se podem diferenciar pelo crédito, se os clientes comprarem dire-tamente à companhia aérea também têm que pagar de imediato. Sabemos que não é tarefa fácil, mas as agências prestam um serviço diferenciador e não podem ser vistas apenas como um agente financiador do negó-cio de terceiros. Ao Consolidador esta redução de prazo não afeta o nosso negócio diretamente pois não trabalhamos com crédito, em aviação não é viável trabalhar com crédi-to. E, não se trata de uma questão de seriedade das agências de viagens, mas todos sabemos que os imprevistos acontecem e a IATA não se compadece com atrasos de recebimentos ou cheques que não caíram, etc., se o pagamento não for efetuado na íntegra no dia estipulado a licença IATA é retirada de imediato. É impensável gerir um negócio com este risco e trabalhar com crédito.

Ponto T. › Como é que vê a entrada em vigor de taxas turísticas em Lisboa, tanto nas entradas como nas dormidas? A.A. › Pessoalmente não concordo com a implementação de mais uma taxa turística, ainda que o valor seja reduzido. Não podemos cair na ten-tação de avaliar apenas por esse critério, existem já muitas taxas asso-ciadas aos produtos turísticos e mais uma irá encarecer o valor final a

pagar. Os objetivos da medida e onde será investida essa receita conti-nuam por esclarecer. Antes de avançar com a implementação deste tipo de medidas impunha-se um debate com os empresários e associações do setor.

Ponto T. › Concorda com as políticas de turismo que têm vindo a ser implementadas?

A.A. › De acordo com as recentes estatísticas, 2014 será um dos melhores anos de sempre

do Turismo em Portugal. Resta saber se efe-tivamente este desempenho será resultado das políticas de turismo que têm vindo a ser implementadas … O mais importante para o nosso setor seria, sem dúvida, o reconhecimento da sua im-portância na economia do nosso país, atra-

vés da criação de um Ministério próprio, da existência de uma linha de continuidade das

políticas de turismo, que não fossem cortadas radicalmente só porque muda o governo. O setor

sairia, sem dúvida, muito mais fortalecido com uma estratégia sólida e consistente.

Ponto T. › Como é que vê a Amadeus enquanto parceiro tecnoló-gico?A.A. › A Amadeus tem sido desde o início da empresa o parceiro tecnoló-gico do Consolidador. O nosso motor de reservas online está desenvolvido com base no sistema Amadeus e tem provado ser extremamente estável e fiável. Para um negócio online é crucial ter um parceiro tecnológico de confiança que nos permita não só manter o negócio, mas também que nos dê possibilidade de crescimento. A Amadeus tem sido um parceiro estratégico quer ao nível do produto existente, do apoio prestado e da apresentação de soluções tecnológicas inovadoras que nos permitem desenvolver novas funcionalidades para melhorar o nosso sistema. l

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as agências prestam um

serviço diferenciador e não podem ser vistas

apenas como um agente financiador do negócio

de terceiros

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19Nome do Conteúdo do Capítulo Nome do Capítulo 19

Caderno Amadeus

Amadeus Ancillary Services Soluções

Devido às mudanças que a Indústria das viagens tem sofrido nos últimos anos, não somente pelo abrandamento económico e aumento de combustível, mas também devido ao aumento da competitividade das companhias Low Cost, as companhias

aéreas regulares foram obrigadas a procurar novos modelos de negócio.

Uma das formas encontradas é a comercialização de serviços, como os “Ancillary Services”

A solução Amadeus Ancillary Services oferece aos agentes de viagens a possibilidade de visualizar, reservar, tarifar e pagar pelos serviços opcio-nais que a companhia aérea oferece proporcionando:• Um aumento na oferta de serviços opcionais de maneira a estar em pé

de igualdade com os conteúdos oferecidos nos canais diretos e indiretos• Um aumento na qualidade de serviços prestados ao cliente reforçando

a lealdade do mesmo

Amadeus Ancillary Services

Com a solução Amadeus Ancillary Services os agentes de viagens podem reservar de uma forma rápida e fácil os serviços auxiliares oferecidos pelas companhias aéreas sem

ter que sair da plataforma atual de trabalho.

Com os “Ancillary Services” da Amadeus poderá tornar-se mais competiti-vo, pois prestará um serviço rápido e eficiente ao seu cliente.

É uma solução integrada no Amadeus Selling Platform com uma oferta de serviços via catálogo dinâmico, atualizado de hora a hora pelas com-panhias aéreas o que permite ter acesso sempre às últimas informações que constam nos “Ancillary Services”. Os preços dos serviços são calculados de forma automática e são tam-bém baseados nos cartões de passageiro frequente dos clientes (no caso de descontos especiais aplicados).

Os “Ancillary Services” oferecidos no Sistema Amadeus integram o pro-cesso de reserva e tarifação normal de um PNR sendo todo o conteúdo relevante enviado ao sistema de BackOffice via A.I.R.

Processo de reserva para serviços auxiliares no Amadeus Selling Platform

Nota: FXK só poderá ser visualizado depois do PNR tarifado

Alguns serviços estão pendentes da emissão de um bilhete – SSR que na emissão se reflete com EMDA, outros não – SVC (EX: acesso a um lounge da companhia), que se reflete com EMDS no relatório de vendas.

Mesmo trabalhando em modo críptico poderá ter acesso ao catálogo gráfico configurando-o na tabela Customize (CTRL+Z) da Command Page do Amadeus Selling Platform:

Estes serviços poderão ser vendidos em qualquer altura no processo da reserva e aplicam-se via EMD (Electronic Miscellaneous Document). Os serviços poderão ser excesso de bagagem, seleção de lugar, filmes a bordo, prioridade no embarque, acesso ao lounge da companhia, etc.

Catálogo de serviço críptico Catálogo de serviço gráfico

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Page 20: Ponto Turismo 15

FA PAX 105-18122700042/DTAY/EUR120.00/17SEP14/LISP22118/64212345/P1

20 Nome do Capítulo Nome do Conteúdo do Capítulo20

Caderno Amadeus

Soluções Amadeus Ancillary Services

Em críptico cria por exemplo um elemento SSR e no PNR este elemento aparece com uma “/” indicando que este serviço é pago:

Sempre que um serviço está associado a um bilhete a ordem de emissão deverá ser conjunta para bilhete e EMD:

>TTP/TTMOK ETICKET/EMD *TRN* >

No PNR reflete-se a linha do EMD:

10 FA PAX 745-1812270035/DTAB/EUR60.00/16SEP12/LISP22118/642123 40/E6-7

Relatório de vendas Amadeus >TJQAGY NO - 64212345 QUERY REPORT 16SEP CURRENCY EUR OFFICE - LISP22118 SELECTION: AGENT - 0011CB 16 SEP 2012 ------------------------------------------------------------------ SEQ NO A/L DOC NUMBER TOTAL DOC TAX FEE COMM FP PAX NAME AS RLOC TRNC ---------------------------------------------------------------------------000122 745 2679320182 460.12 148.12 0.00 0.31 CA BERNARDE CB 5ZN87Y TKTT 000123 745 1812270035 60.00 0.00 0.00 0.00 CA BERNARDE CB 5ZN87Y EMDA 000124 105 1812270036 500.00 0.00 0.00 0.00 CA BERNARDE CB 5Y9PP5 EMDS*TRN* >

Companhias EMD/AAS em Portugal

A3 FI LY SN

A5 HR MK SP/S4

AB IB NT TP

AF/KL EY OK UX

AT LH OS ZI

AY LO QF

EY LX SK

Em modo gráfico deverá criar os elementos SSR em “Services”:

Depois de tarifar o PNR deverá tarifar o serviço em modo críptico:

>FXGFXG PASSENGER PTC ---------------------------------------- OC SRV NP PR FLGT DATE (EUR)FARE TAX TOTAL 01 BERNARDES/CARLA ADT MAB ABML 1 AB8202 10FEB EUR6.50 EUR6.50 0B5 RQST 1 AB8202 10FEB EUR10.00 EUR10.00 >

Ou em modo gráfico em “Customize Trip”:

Aqui a informação de que serviços poderão ser pagos.

Sempre que tarifados os serviços uma máscara TSM-P é criada:

>TQMM P R NAME TOTAL FOP ELEMENTS T 1 .1 G/G BERNARDES/CARL+ EUR 6.50 7 P 2 .1 A/A BERNARDES/CARL+ EUR 10.00 6 P DELETED TSM RECORDS MAY EXIST - PLEASE USE TMH >

>SR ABML AB>ST/R/017B--- RLR --- RP/LISP22118/LISP22118 CB/SU 15JAN13/1102Z 52B2HH 1.BERNARDES/CARLA MRS 2 AB8202 V 10FEB 7 TXLVIE HK1 1015 1045 1200 *1A/E* 3 AB8269 V 20FEB 3 VIETXL HK1 1020 1050 1200 *1A/E* 4 AP LIS 00 351 21 3213090 - AMADEUS TESTES - A 5 TK OK15JAN/LISP22118 6 /SSR RQST AB HK1 TXLVIE/17BN,P1/S2 SEE RTSTR 7 /SSR ABML AB HK1/S2 8 OPW-15JAN:1100/1C14/AB REQUIRES DOCUMENT ON OR BEFORE 16JAN:1100/E7 9 OPC-16JAN:1100/1C16/AB CANCELLATION DUE TO NO DOCUMENT/E7 10 RM CLIENTE OK >

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21Nome do Conteúdo do Capítulo Nome do Capítulo 21

Caderno Amadeus

TAP adota Amadeus Airline Ancillary Services Notícias

Os agentes de viagens utilizadores de Amadeus já podem reservar alguns dos serviços adi-cionais/opcionais que a TAP oferece no Amadeus Selling Platform.

A companhia aérea nacional adotou a so-lução Amadeus Airline Ancillary Services (AAAS), uma solução abrangente, multica-nal que está em conformidade com os pa-drões da indústria, para distribuir serviços adicionais através dos seus canais indire-tos. Com esta adesão, a TAP junta-se a mais 24 companhias aéreas que já disponibilizam serviços adicionais em Amadeus no mercado português.A solução Amadeus Airline Ancillary Services permi-te que os agentes de viagens que utilizam o Amadeus visualizem, reservem, tarifem e paguem pelos serviços adi-cionais/opcionais que a companhia aérea oferece. De momento, estão disponíveis para reserva os serviços de menor não acompanhado, ani-mal na cabine, oxigénio a bordo, maca e muitos serviços relacionados com equipamento desportivo.Os agentes de viagens que utilizam Amadeus podem agora reservar de forma fácil e eficiente através do Amadeus, uma vez que a solução Amadeus Airline Ancillary Services integra o processo em trabalho normal dos agentes. A solução foi desenhada para aumentar tanto o número de reservas que a companhia aérea recebe através do canal agência de viagens quanto as receitas geradas por passageiro.

“A diversificação de produtos é para a TAP uma prioridade, mantendo o foco no au-mento da sua receita através da automa-tização e simplificação de processos, disse

Gil Trigo, Diretor de Vendas Portugal, TAP Portugal. “Através do AAAS a TAP consegue an-

tecipar o processo de compra de serviços, dando um maior nível de conveniência aos seus clientes e

libertando as equipas no aeroporto para um maior foco no serviço ao cliente. A TAP inicia com a disponibilização de

produtos de excesso de bagagem e de serviços especiais, evoluindo para outros produtos ao longo de 2015.”Por sua vez Miguel Quintas, General Manager, Amadeus Portugal, diz que: “A venda de produtos e serviços opcionais é uma prioridade para as companhias aéreas, que procuram aumentar a receita por passageiro e, correspondentemente, o lucro” l

Passa a oferecer serviços adicionaisTAP adota Amadeus

Airline Ancillary Services

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A TAP inicia com a

disponibilização de produtos de excesso de bagagem e de serviços

especiais, evoluindo para outros produtos em

2015

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22 Nome do Capítulo Nome do Conteúdo do Capítulo22

Caderno Amadeus

Notícias Breves

Amadeus apresenta a primeira solução da indústria para a gestão de atrasos e cancelamentos de voosImagine um mundo em que em caso de cancelamento ou de atraso de um voo, o passageiro não tem que ligar para a companhia aérea ou estar no aeroporto na fila para saber como agir. Imagine que os passageiros poderiam superar a frustração e stress causado por estes incidentes, simplesmente pres-sionando a tela do smartphone ou tablet e obter automaticamente e em tem-po real, alternativas personalizadas de viagem através dos seus dispositivos.Imagine também um mundo em que, em caso de imprevistos, as compa-nhias aéreas poderão personalizar as suas ofertas comerciais para os pas-sageiros antes, durante e depois da mudança nas suas reservas, como uma estada gratuita num hotel, um lugar melhor ou ainda outros serviços pagos, incluindo o acesso ao spa do aeroporto. Imagine também que as companhias aéreas são capazes de automatizar completamente o processo de gestão de incidentes, gerindo tudo, desde bilhetes para EMDs através de atualizações de inventário, novos cartões de embarque e até mesmo a transferência de bagagem para o novo voo, proporcionando o aumento da produtividade, pro-mover a fidelização dos passageiros, melhor a marca e otimização de custos.

Novo estudo exorta a indústria de viagens a adotar um pensamento ‘lean’ Um novo estudo lançado em outubro exorta as empresas de viagens a adotarem e a aplicarem os princípios de pensamento “lean” em todas as TI e operações, para criar uma indústria que pode detetar melhor, enten-der e responder às necessidades aos clientes cada vez mais complexas e em mudança. ‘Cleared for take-off’, escrito pelo consultor de inovação James Woudhuy-sen e encomendado pela Amadeus, argumenta que somente abraçando o pensamento “lean” em TI, e removendo aquelas atividades que não criam valor para o cliente, a indústria pode também ter mais controlo sobre a complexidade e os custos do sistema.

Amadeus Personal Disruption Companion

Estudo ‘Cleared for take-off’

Líder pelo segundo ano em I&D

A Amadeus lidera mais uma vez o ranking europeu de I&D na indústria de viagens e turismo A Amadeus está novamente no topo do ranking do setor como uma das empresas líderes na Europa em investimento de Research & Development, diz o relatório 2014 EU Industrial R&D Investment Scorecard. Este relatório, publicado anualmente pela Comissão Europeia (CE), avalia as maiores 1.000 empresas europeias, e as maiores 2.000 empresas do mundo que investiram em I&D durante o ano de 2013, e classifica-os de acordo com o valor total investido.Em 2013 a Amadeus investiu €505 milhões, mais 17,1% em relação a 2012, o que representou 16,3% da receita total da empresa. Este nível de investi-mento posiciona a Amadeus não só como líder europeu, mas também em rankings globais na indústria de viagens e turismo. A Amadeus conta com 17 centros de I&D em todo o mundo (Nice, Londres, Sydney, Antuérpia, Aachen, Frankfurt, Boston, Miami, Toronto, Estrasburgo, Tucson, Bangalore, Bogotá,

Varsóvia, Istambul, Bangkok - e, mais recentemente Madrid), com uma equi-pa de 5.000 pessoas.Nos últimos anos, os esforços de I&D da Amadeus foram particularmente focados em processamento de transações com um desempenho extrema-mente elevado sob a disponibilidade de rigorosos sistemas e requisitos de confiabilidade; informações vindas de grandes bases de dados; motores de busca de viagens super recetivos; aplicações multicanal para serviços ao cliente (agent desktop, web, kiosk, mobile, tablets) e no pioneirismo no uso de open systems.Exemplos do impacto que isso teve sobre a inovação em produtos e ser-viços Amadeus’ nos últimos anos incluem: o Revenue Accounting, o Al-téa DCS, o Amadeus Rail total (que inclui o Amadeus Global Rail Sales Platform), o Amadeus Featured Results™, o desenvolvimento contínuo do Amadeus Hotel Platform, e um novo completo fluxo de trabalho no re-design do Amadeus e-Travel Management (AeTM).

Este mundo poderia tornar-se uma realidade atual para passageiros e companhias aéreas, graças à solução Amadeus Personal Disruption Companion, cuja primeira versão promocional estará disponível no iní-cio de 2015. Trata-se de uma solução única no mercado, uma vez que utiliza uma estratégia de gestão de incidentes focados nos clientes e dá controlo total ao passageiro em caso de atraso ou cancelamento de voos. Funciona através da análise e compreensão das características dos passageiros e do seu destino, combina essas informações com outras preferências, como modo de linguagem ou contacto. Essas informações devem ser totalmente personalizadas através do itinerário específico de cada passageiro e o histórico de compras de serviços complementares e outras preferências pessoais indicadas ou armazenadas.A solução Amadeus Personal Disruption Companion, cujo lançamento se associará com a companhia aérea TAM, companhia aérea brasileira que faz parte da LATAM Airlines Group, foi introduzida pela primeira vez no Congresso PhoCusWright Travel Innovation, onde arrecadou o segundo prémio na categoria de empresas consolidadas.

Com a rápida mudança nas preferências dos consumidores, a prolifera-ção das opções de pesquisa, reserva e inventário, as novas tecnologias e os ciclos de inovação mais curtos do que nunca, as empresas de viagens precisam de adotar o pensamento “lean” imediatamente - ou arriscam ficar para trás, argumenta ainda o artigo. No seu sentido mais puro, o pensamento “lean” significa cortar com os desperdícios e eliminar ineficiências, simultaneamente aumentando a efi-cácia e valor para o cliente. Ao aplicar esses princípios para TI na indústria de viagens, o estudo defende que as empresas podem oferecer funcio-nalidades mais variadas e mais inteligíveis para os clientes por forma a melhor atenderem as suas necessidades e também melhorar a experiên-cia de viagem.

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Amadeus Personal Disruption Companion

Page 24: Ponto Turismo 15

24 Tecnologia BYOD: Não resista!

Nova tendênciaBYOD: Não resista!

M uitos são os que consideram que uma empresa ao permitir que os seus empregados utilizem os seus próprios dispositivos no traba-lho, está a contribuir para diminuir o controlo e aumentar o nível de exposição e vulnerabilidade às ameaças à segurança. Compreen-

sível, mas incorreto: a relutância em adotar o BYOD impede as organizações de usufruírem de um amplo leque de benefícios potenciados por estes fenómeno, em particular do aumento da produtividade e da redução dos custos.A resistência das empresas face ao BYOD foi comprovada por um estudo recen-te da Oracle, no âmbito do qual foram inquiridos os responsáveis pelas decisões da segurança1, de um amplo leque de empresas nos vários Estados da Europa. Segundo o estudo, 44% dos inquiridos afirmaram não gostar do BYOD, ou só o permitirem em circunstâncias excecionais; e mais de 29% revelaram permiti-lo apenas aos seus empregados seniores. Menos de 10% das empresas inquiridas está a adotar completamente o BYOD.Atualmente isto é inaceitável. O BYOD não é uma moda com os dias contados. Os trabalhadores levam os seus próprios dispositivos para o local de trabalho e utilizam-nos, quer as empresas o permitam ou não. Tentar deter o BYOD não trará o controlo de volta às empresas; até terá o efeito inverso.

Se as empresas tentarem resistir ao BYOD, os seus colaboradores vão conti-nuar a movimentar os dados em dispositivos não autorizados, que se podem perder, cair nas mãos erradas, ou que simplesmente podem colocar em risco a integridade da governação das empresas e das suas obrigações de proteção dos dados.A reação dos trabalhadores face à proibição será a de continuarem a utilizar os seus próprios dispositivos, só que sem autorização e sem supervisão das TI das suas empresas. O que é inaceitável na ótica das estratégias de segurança.Se as empresas realmente querem controlar mais e melhor as suas TI, e pro-teger mais os seus dados, a resposta passa por encorajar o BYOD, e imple-mentar ambientes seguros onde ele possa acontecer. Os departamentos de TI ao encorajarem e permitirem claramente o BYOD passam a poder controlar o que realmente se passa na empresa e a implementar as medidas de proteção necessárias.

O desafio do BOYD Há quem acredite que o BYOD vai criar uma espécie de “Wild West” tecnológico nas empresas que o adotem, e que as TI irão gastar tempo e dinheiro a integrar

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Todos os executivos adoram controlar, porque dessa forma podem planear e gerir riscos de forma eficaz, e dotar gestores e departamentos de TI com os recursos necessários para protegerem as suas empresas das ameaças à segurança. É por isso que as empresas têm uma postura cautelosa perante o Bring Your Own Device (BYOD).

Page 25: Ponto Turismo 15

25BYOD: Não resista Tecnologia

e a tornar seguro um vasto leque de dis-positivos. Porém, uma estratégia de

BYOD bem delineada permitirá às empresas alargarem as medidas

de segurança aos dispositivos dos seus empregados. Algumas empresas já estão a lidar com o BYOD atra-vés de uma estratégia COPE (Corporate-Owned, Personally

Enabled). As empresas COPE permitem que os seus traba-

lhadores, em colaboração com os departamentos de TI, selecionem os

dispositivos e as aplicações que querem utilizar. Assim, os departamentos de TI podem ge-

rir e tornar os dispositivos efetivamente seguros. As empresas podem também considerar o CODE (uma via intermédia entre o modelo tradicional de procurement das TI e o modelo aberto e livre do BYOD), como uma boa forma de entrar na nova Era da Mobilidade. No entanto, continua a ser importante que a usabilidade dos dispositivos e das aplicações seja salvaguar-dada face às medidas de segurança. Porque se um dispositivo se torna muito difícil de utilizar, por exemplo, por causa do ex-cessivo número de pedidos de passwords, o mais provável é que os trabalhadores deixem de o utilizar. Caso o BYOD seja adotado de forma completa, os departa-mentos de TI terão de: habilitar e monitorizar quais os dis-positivos que estão a ser utilizados para aceder à rede da empresa; e implementar medidas de segurança robustas sem impacto na experiência do utilizador final. A experiência do utilizador é importante do ponto de vista da produtividade, e assume particular relevo quando o dispositivo pertence ao uti-lizador/empregado – é preciso que os níveis de desempenho dos serviços e aplicações pessoais não sejam afetados pelas medidas de segurança implementadas pelas empresas.Finalmente, as empresas terão de ter em conta que, se num ambiente BYOD acederem a dados pessoais dos seus traba-lhadores inadvertidamente, correm o risco de vir a ser proces-sadas. No BYOD a questão da segurança é tanto das empre-sas (para assegurarem e protegerem os seus dados), como dos seus trabalhadores (para protegerem a sua privacidade).

Segurança na Era da MobilidadeAs empresas podem desenvolver aplicações customizadas para superar estes desafios. No entanto devem ter em conta um conjunto de abordagens que estão disponíveis. Uma delas é a contentorização. A contentorização permite que as aplica-ções funcionem de forma independente e separada das áreas de informação pessoal nos telefones. As empresas podem ter o controlo total sobre o que se passa dentro da área conten-torizada, implementando aí todas as políticas de segurança necessárias. Além disso, como as aplicações profissionais fi-cam separadas das pessoais, as empresas não têm que se preocupar com a possibilidade de acederem acidentalmente aos dados pessoais dos seus colaboradores. A contentorização complementa a gestão das aplicações mó-veis (MAM), que é outra inovação a nível da segurança que irá ajudar as empresas que adotem o BYOD. O MAM é desenvol-

vido fora da gestão do dispositivo móvel (MDM) como uma forma de impor o controlo nas aplicações empresariais. As medidas de segurança do MAM não estão focadas no dispo-sitivo, mas sim nos conteúdos acedidos através do dispositivo dentro dos limites de segurança do container. Isto permite que as empresas protejam os seus sistemas e os dados críticos com as medidas de segurança mais adequadas para cada caso, independentemente dos seus trabalhadores utilizarem dispositivos pessoais ou da empresa. Por seu turno, o MDM pode ser implementado de forma super-ficial, de modo a não comprometer a experiência do utilizador. Outro aspeto muito relevante é a última geração de tecno-logias de gestão de identidades e acessos. Esta abordagem concentra-se menos no dispositivo, e mais na pessoa, colo-cando a identidade no fulcro da segurança. O mundo empresarial mudou. Os departamentos de TI das empresas já não são o único guardião da tecnologia e os seus

trabalhadores utilizam os dispositivos e o software que que-rem. Nesta mudança reside uma enorme oportunidade para as empresas.As pessoas trabalham melhor em dispositivos que conhecem e que escolhem para utilização pessoal, o resultado é o au-mento da produtividade. Adicionalmente, as empresas podem também reduzir drasticamente os custos associados aos investimentos em hardware com o BYOD. Por isso, a melhor estratégia para as empresas não é resistir, mas sim aceitar adotar e criar ambientes seguros onde ele possa existir. l

Jorge Pedro OliveiraSales DirectorMiddleware Technology Solutions Oracle Portugal

1 CSO- Chief Security Officers, CISO- Chief Information Security

Officers e outros responsáveis pela segurança da informação em

700 empresas europeias de vários países – The Oracle European

BYOD Index Report (April 2014)

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uma estratégia de

BYOD bem delineada permitirá às empresas alargarem as medidas

de segurança aos dispositivos dos seus

empregados

Page 26: Ponto Turismo 15

OE 2015Orçamento “nim” em ano

de eleições

2015 não será um ano fácil, “dixit” Cavaco Silva, Presidente da República. Mas vai ser um ano eleitoral e, por isso, é esperada a “conveniente” derrapagem. Bruxelas já deu um valente “puxão de orelhas” ao executivo português. Portugal não cumpre o compromisso assumido com a Troika a nível de défice estrutural neste OE de 2015. Está muito dependente das receitas de impostos, as quais são exageradamente otimistas. As projeções de crescimento do PIB de 1,5% são relativamente consensuais, mas insuficientes para inverter o ciclo e gerar emprego.

26 Análise Orçamento de Estado 2015

E efetivamente o Orçamento de Estado (OE) para 2015 tem tudo, menos ser fácil. Onde estão as políticas de compromisso para o crescimento, e onde está a flexibilidade dos fatores trabalho e capital e onde estão as medidas relativas ao estímulo de regimes concorrenciais? Estes são

pontos negativos enunciados por uma das consultoras que tem desenvolvido maior trabalho sobre o OE, a Deloitte. Num recente trabalho desta mesma em-presa, intitulado “Budget Watch”, e considerando uma escala de zero a 100, o OE de 2015 tem uma pontuação de 43. Uma nota negativa!Quais as iniciativas inscritas no documento que servirá para todas as contas de 2015 e merecerem pior classificação? Os empresários deram nota negativa ao trade-off entre a regulação de interesses públicos e iniciativas privadas, a par dos incentivos públicos para a promoção a mobilidade dos recursos humanos: e a informação sobre a difusão dos efeitos positivos e negativos dos investi-mentos públicos.Mas os empresários também encontraram pontos fortes, nomeadamente as políticas concorrenciais através das privatizações (a mais pontuada); ou a me-lhoria da informação relativa a contas públicas; ainda a estabilização da infla-ção; e a informação sobre dívida pública e compromissos futuros.Mas vamos ao comentário ao OE de 2015 em detalhe. Há um dado crucial neste documento: o contributo das despesa para o corte do défice é o menor entre os países da troika. Refere a Comissão Europeia, no final de dezembro, que

o ritmo das reformas estruturais abrandou consideravelmente desde o final do programa de resgate e que alguns ganhos foram mesmo invertidos. A CE dá exemplos. Diz que “enquanto algumas medidas foram tomadas, por exemplo, nos sistemas educativo e judiciário e no setor energético, no geral, o ritmo das reformas estruturais parece ter diminuído consideravelmente desde o final do programa, revertendo os progressos alcançados em alguns casos”. Os técnicos são cáusticos ao analisar ao OE e o relatório após a última avaliação da troika. Alertam para a falta de consenso político alargado em relação a uma estra-tégia de crescimento a médio prazo. Bruxelas quer que o Governo de Passos Coelho retome as reformas acordadas durante a última missão do programa de resgate. A CE é critica relativamente aos contratos coletivos de trabalho e o necessário alinhamento dos salários com a produtividade, ou ainda a questão de aumento do salário mínimo nacional – recorde-se que registou um aumento de 20 euros de base – que, segundo as mesmas fontes, poderá tornar a tran-sição para o emprego, dos referidos trabalhadores, ainda mais difícil. Também não incluído neste OE e que mereceu um “puxão de orelhas” de Bruxelas foi a redução das rendas excessivas. Afirmam que é preciso “completar totalmen-

#15 DEZ/JAN 2015

Page 27: Ponto Turismo 15

27Orçamento de Estado 2015 Análise

que estes resultados podem estar associados ao aumento de custos de produção na Ásia e a es-tratégias de “nearshoring” de operações na Europa, com muitas empresas industriais e de serviços a procurarem realinhar as suas cadeias de valor ao novo enquadramento económico global.No entanto, o número de novos projetos diminuiu em 2013. A “European Investment Monitor”, uma base de dados alimentada a partir de mais de 10 mil fontes de informação, que é depois validada com as empresas relativamente às quais é iden-tificada a existência de novos projetos, registou 38

novos projetos de investimento estrangeiro em Portugal, menos oito projetos do que

em 2012. Estes projetos pre-viam a criação de cerca de

2 mil postos de trabalho, valor que compara com perto de 2.800 em 2012.Em termos de atra-tividade regional, a perceção concen-tra-se em Lisboa e

no Norte. Para 38% dos inquiridos, a re-

gião de Lisboa é a mais atrativa para investimento,

logo seguida da região Norte, que recebe 31% das preferências.

As regiões do Centro, Alentejo e Algarve são vistas como as mais atrativas por apenas 9%, 2% e 5% da amostra, respetivamente. Este resultado in-dicia uma perceção da atratividade mais associada às cidades com maior reconhecimento internacio-nal, do que às condições, recursos e competências concretas que cada região tem para oferecer a po-tenciais investidores. Nesse sentido, o estudo alerta para a maior importância de as regiões prepararem propostas de valor territoriais que apoiem a promo-ção dos fatores de atratividade de cada região, em complemento da proposta de valor global do país enquanto destino de investimento.O turismo e I&D são identificados como áreas de oportunidade. Relativamente às atividades em que Portugal conseguirá atrair mais investimento, a se-leção é eclética, com a manufatura e as ativida-des de I&D em primeiro lugar, ambas selecionadas por 45% da amostra como uma das três respos-tas possíveis, logo seguidas dos centros logísticos (37%). É especialmente importante o facto de os in-vestidores identificarem em Portugal potencial para atração de projetos de I&D, pelo que isso represen-ta em matéria de criação de emprego direto alta-mente qualificado bem como no potencial efeito de arrastamento no aumento de valor acrescentado na indústria e serviços produzidos em Portugal. lVítor NorinhaDiretor do jornal OJE

da consultora EY conclui que 67% dos investidores estrangeiros acredita que a atratividade de Portu-gal vai melhorar nos próximos três anos, enquan-to 27% dos inquiridos admitem terem projetos de investimento para iniciar a curto prazo. Lisboa e região Norte são percecionadas como as mais atrativas para investimento, e o turismo é o setor com maior potencial para dinamizar o crescimento da economia portuguesa. A 8.ª edição do “Attracti-veness Survey” Portugal, avalia a evolução da atra-tividade do país enquanto destino de Investimento Direto Estrangeiro. Recorrendo a fontes de referên-cia em matéria de competitividade, o estudo posiciona Portugal, relativamente aos mercados de Espanha, Polónia e República Checa, num conjunto de indica-dores relevantes para decisões de investi-mento. Os resulta-dos são, em geral, favoráveis a Portu-gal, com alguns dos indicadores a serem mesmo mais favorá-veis do que os obser-vados em França e, em menor grau, na Alemanha.Em concreto, o estudo salienta o facto de, apesar de o ambiente macroeconómico ser importante para a cria-ção de uma perceção global de atratividade, as de-cisões de investimento serem normalmente toma-das com base em fatores microeconómicos. Daqui resulta que, para um conjunto alargado de setores ou atividades, Portugal é uma localização competi-tiva para a instalação de novos projetos.Para 67% dos inquiridos, a atratividade de Portu-gal como destino de IDE vai melhorar nos próximos três anos. Este valor compara com 37% em 2011 e com 58% em 2007 e em 2013, os dois anos em que este indicador tinha sido mais elevado. Esta perceção traduz-se também no aumento do núme-ro de intenções de investimento. Cinquenta e quatro das empresas inquiridas têm planos de investimen-to a curto prazo, a generalidade dos quais relativos à expansão de operações já existentes em Portugal. A manufatura surge como o tipo de atividade mais referido para os novos projetos, com 22% do total, mas a generalidade das intenções concentram-se no setor dos serviços, incluindo operações de ven-da, atividades logísticas, investigação e desenvolvi-mento e serviços partilhados. Para 73% do painel, Portugal irá superar o período de crise, com 85% das empresas a considerar que isso ocorrerá já nos próximos cinco anos. Com 91% das empresas a preverem a sua permanência em Portugal nos próximos 10 anos, este é um sinal de resiliência do investimento estrangeiro no país. O estudo reflete

te e implementar as reformas para melhorar o enquadramento de regulação e abrir mais os se-tores fechados”, o que é importante, não só para “aumentar a flexibilidade e a competitividade da economia portuguesa”, como também para “me-lhorar o potencial de crescimento de longo prazo”.

MacroMas as grandes críticas são feitas a nível macro. Refere a CE que a redução de 7,8 pontos obtida no défice público entre 2015 e a projeção de 2015 foi, ou vai, ser conseguida com a redução do peso da despesa pública no PIB de 4,1 pontos percentuais e um aumento da receita de 3,7 pp. Ora mais de metade do corte do défice, concretamente 52,6%, foi obtida pelo lado da despesa, quando aquilo que tinha sido acordado com a troika era que objetivo chegasse aos dois terços.Ora, o OE de 2015 acaba por aumentar o papel da despesa para a redução do défice, uma vez que neste documento aponta-se para uma redução do peso da despesa pública no PIB e uma ligeira redução do peso da receita. Claro que o Governo de Passos Coelho tem acenado com o “chumbo” do Tribunal Constitucional, o qual impediu que se pudesse aplicar, de forma permanente, medidas como os cortes dos salários dos funcionários públi-cos e das pensões. Mas, citando uma análise feita pelo Público, “os críticos do executivo argumentam que o problema está no facto de não se ter avan-çado para uma reforma da administração pública que conduzisse a ganhos de eficiência e a poupan-ças nas despesas do Estado”.Muito negativo neste OE e que mereceu duras criti-cas da CE foi o facto de não se cumprir o objetivo de redução do défice nominal acordado com a troika, registando ainda uma subida do défice estrutural, quando as regras europeias exigem uma redução anual de pelo menos 0,5 pp. A CE não vai gostar da dependência contínua do aumento da receita fiscal e do excesso de otimismo neste ponto, quando se sabe que o efeito das cobranças coercivas se está a esgotar. Portugal, diferentemente de grandes paí-ses europeus, não está em condições de desafiar as regras, mesmo em ano eleitoral…

Pontos positivosVamos a alguns pontos positivos do país. O saldo das contas externas portuguesas, medido pela ba-lança corrente e de capital, atingiu 3.397 milhões de euros até outubro, mais 562 milhões que no mesmo período de 2013, segundo o boletim es-tatístico do Banco de Portugal. As exportações de bens aumentaram 1,9% entre janeiro e outubro, em termos homólogos, totalizando 40.320 mi-lhões de euros, enquanto as importações cresce-ram 3,3% para 49.114 milhões de euros.Por seu lado a atratividade de Portugal está no va-lor mais elevado dos últimos 10 anos. Um estudo

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para um conjunto

alargado de setores ou atividades, Portugal

é uma localização competitiva para a instalação de novos

projetos

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É preciso redefinir condiçõesÉtica nos negócios

A ética é um fenómeno humano e no ambiente de negócios isso deveria refletir-se através de condições justas e vantajosas para todas as partes, daí que no mundo atual, em que as pessoas são conduzidas pelas necessidades da ganância é preciso haver um suplemento de alma para redefinir as condições de negócio.

28 Análise Ética nos negócios

Ética é um fenómeno humano, é a forma do ser humano se responsa-bilizar pela sua própria felicidade e pela dos outros. Existe uma orien-tação ética de tipo aristotélico, que pensa sempre a ética como uma vida de qualidade, que é a chamada “vida boa” - própria e com os

outros - em instituições justas, portanto uma ética de felicidade. Por outro lado, Kant, outra tradição ética importante, defende uma ética muito exigente do dever, em que as pessoas devem comportar-se de tal maneira que o seu comportamento possa tornar-se regra universal. Em relação ao ser humano, este nunca pode ser um instrumento para algo melhor do que ele. O ser humano não tem preço, só tem valor humano e não pode ser um meio para outra coisa. Posto isto, há o problema da ética dos negócios. Todos os seres humanos de todas as sociedades vivem a fazer negócios. As feiras, as trocas com os vi-zinhos, no trabalho são sempre a negociar. É algo que é inerente à condição humana porque ninguém é capaz de tudo, daí que trocam serviços, trocam bens e tudo mais. Depois há a mediação das negociações. A moeda, por exemplo, serve para ser a mediação, substituir as transações que fazem. Há uma coisa que Aristóteles dizia: “O dinheiro não tem filhos” só que agora, numa economia, que é cada vez menos economia, ou seja que trata menos das coisas e mais da finança, acontece que a própria finança é uma fonte de negócio. Isto para dizer que nos negócios, cada uma das partes procura tirar o melhor proveito, mas para criar um bom ambiente humano entre os negociantes há que negociar em condições que sejam justas e vantajosas

para todas as partes, se não começa a haver opressão de um ao outro. Falamos de negociações vantajosas. Não têm que ser exploratórias dos ou-tros e não têm que usar de uma posição de força para impor negócios, porque o comércio livre não é o de cada um poder fazer o que lhe apetecer, porque se não o mais forte explora sempre o mais fraco. São necessárias leis de re-lação, a nível implícito ou explícito, porque é necessário não confundir a ética com a lei porque uma coisa pode ser legal e ser injusta. A lei pode ser imoral e anti-ética.Mas também têm de negociar com as leis e quando estas não são justas há um dever ético de lutar por leis justas. Sendo assim, o que é que acontece?Acontece que nós temos de ter também um suplemento de alma nos negó-cios. Ou seja, muitas vezes é preciso renegociar porque fez-se um negócio em determinadas condições que depois mudam - como por exemplo, renegociar a dívida - porque ao não se ter noção nenhuma de perdão ou de renego-ciação, numa situação muito desigual, passa a não haver uma ética muito importante que é a da compaixão. Uma ética que é capaz de dizer: “eu não posso fazer este negócio desta maneira, porque estou a arruinar ainda mais

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29Ética nos negócios Análise

Uma sociedade injusta, nas suas leis, nos seus processos, na sua forma, acaba por ser o mal de todos porque numa economia globalizada, tam-bém os roubos de todo o mundo estão com as garras expostas e dizem “aqui vou ter um negócio” e derrubam as pessoas. A imoralidade enorme e a falta de ética que exis-te nos impostos... Um país produz os bens, mas há um outro país que tem leis mais favoráveis, então as sedes das empresas, e multinacionais são deslocadas para lá. Depois há os “alçapões” todos, que ninguém conhece, que não estão em lado nenhum, em que carregando num botão põe--se o dinheiro onde se quer. Isto resulta numa falta de ética enorme, que são as pessoas - mesmo os negociantes, mesmo os gananciosos - com o tempo se autodestruirem porque, em países com o capitalismo já mais experimentado, tiveram de fazer algumas regras. Havia um hábito de que os grandes milionários, as grandes fortunas, faziam fundações. Em Portugal houve a do Champalimaud, a Gulbenkian, embora esta não fosse nossa, mas o resto, quando há Fun-dações é para fugirem ao fisco… Se não houver consciência ética, falsifica-se o par-lamento, falsificam-se as leis, falsificam-se os tri-bunais, falsifica-se a justiça porque, para além das leis, se não houver ética, essa mesma ganância é que conduz as leis, a interpretação das leis, a redação das leis, a aplicação das leis, porque é a lei que vale e não as pessoas. Na ética dos negócios só se fala em milhões, não se fala em pessoas, as pessoas não existem. O Papa Francisco costuma falar sempre que há os descartáveis, mas o problema não é só os des-cartáveis. O que se quer é “um descartar” o mais possível. As pessoas nunca contam. O que conta são os negócios e isso não é ético, é a perversão da ética. l

Frei Bento Domingues cronista

a vida destas pessoas”. Tem de haver também - e não há, dada a internacionalização e a mundiali-zação - leis mais justas de comércio internacional. O que acontece muitas vezes é que em vez de se procurar uma vida boa de qualidade, para si e para os outros, segundo os negócios em que se está envolvido, em instituições justas, parte-se já de as instituições serem injustas no seu rela-cionamento. Como as pessoas são conduzidas não pelas necessidades do comércio, mas pelas necessidades da ganância, querendo ser cada vez mais ricos, querendo cada vez mais fazer im-périos de dominação, de comprar e vender, mas em condições de não observarem as boas leis da concorrência, o resultado é a corrupção. E a corrup-ção é anti-ética. A corrupção viceja onde não há vigilância, legal e ética, não há atenção aos outros e à sua situação. É a lei da selva e do vale tudo. É anti-ética, é o regresso do ser humano ao mundo anterior à Declaração dos Direitos Humanos. Os Direitos Humanos são uma atitude ética glo-bal porque é o primado das pessoas. Ora se em vez do primado das pessoas, se vive o primado do lucro a qualquer preço, o primado da exploração do outro, ao fim de algum tempo, todos perdem. Perde o próprio, porque isso não se aguenta. E os outros começam também a ter a mesma desver-gonha, começam a ter as mesmas ambições e é uma luta sem lealdade e é a ver quem é que dá o golpe mais baixo.Em Portugal, por exemplo, se passar a ideia tonta de que a população portuguesa vivia acima das suas posses, o que se tem revelado, é que quem vive acima das suas posses são aqueles que têm mais posses porque não vivem segundo nenhuns critérios de produção de bens, de distribuição de bens. Tudo é instrumentalizado e a primeira coisa

que é instrumentalizada são muitas vezes os parceiros de negócio, mas depois são

instrumentalizados os mais débeis, os descartáveis: as crianças, os

velhos, os que não têm poder de reivindicação… Depois é também todo o trabalho de acabar com a capacidade de reivindicação, com a capacidade de dizer não, de argumentação e uns têm ad-

vogados que podem pagar que já fazem o jogo dos poderosos, e os

outros têm de aguentar. E as institui-ções da justiça passam a ser injustas e

elas também vítimas de processos já sem sentido. Passa-se assim à desregulação total e

quem sofre são os mais débeis, os pobres. O que aconteceu na sociedade portuguesa foi a destruição de uma classe média em ascendência. Isso tem efeitos culturais porque era a que lia livros, interessada na cultura, na música, consumia bens culturais. Agora não tem poder de acesso a isso.

A corrupção

viceja onde não há vigilância, legal e

ética, não há atenção aos outros e à sua

situação. É a lei da selva

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InsightsMarketing Digital 360

3030 10 Insights Marketing Digital 360

10

Redes SociaisFacebook, Youtube, Twitter, Linkedin, Google Plus, Instagram e Pinterest são obrigatórias para qualquer negócio. Não se foque apenas numa, diversifique e direcione esforços em função de resultados.

E-Mail MarketingEstá vivo e de boa saúde, apesar de antigo, continua a ser fundamental

utilizar para comunicar, estabelecer relação e vender. Ainda é mal utilizado pelas empresas, legalmente, eticamente e as boas práticas

muito desconhecidas.

Loja online Integrando com WordPress, o WooCommerce é dos melhores caminhos para vender online de forma profissional, permitindo ter disponível funcionalidades e métodos de pagamentos que desejar.

Website ProfissionalÉ o big bang do marketing digital, a sua sede digital. Crie um website em WordPress rapidamente, com uma navegação que proporcione prazer aos visitantes.

Plano de Marketing DigitalPense no blended, integrando o offline com online. Defina objetivos, estratégia, ferramentas, canais e analise o retorno do investimento com os indicadores certos através do Google Analytics.

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Vasco Marques Autor do livro

Marketing Digital 360, Formador e Consultor

31Marketing Digital 360 10 Insights

Google Plus Para além do perfil, a página é fundamental para qualquer negócio, que

está agora integrada com o “My Business”, que eleva esta ferramenta acima de uma Rede Social, para um integrador de todo o ecossistema

Google.alcance e interação do público. Carregue vídeos diretamente na sua página, para ter mais alcance e interação com o link da landing

page associada.

FacebookAposte em conteúdos únicos e acrescente valor, para obter mais alcance e interação do público. Carregue vídeos diretamente na sua página, para ter mais alcance e interação com o link da landing page associada.

Youtube O maior canal de vídeo do mundo, permite também editar vídeo online, fazer transmissões em direto para poder chegar ao seu público da forma mais autêntica e interativa possível.

Google Marketing Otimize para motores de pesquisa focando nas palavras-chave relevantes e obtendo links de referência de sites credíveis. Invista em publicidade que responde a perguntas no Google, correspondendo a quem procura os seus produtos.

Mobile Marketing Crie um website e landing pages mobile, campanhas de Realidade Aumentada e QR Codes. Se aplicável uma aplicação mobile, poderá amplificar relação com cliente.

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32 Lifestyle Quem quer experimentar uma casa tipo Hobbit?

Que o cinema tem impacto em diversos aspetos da vida, in-cluindo no turismo, ninguém tem dúvidas. Quem não se lem-bra da influência que o livro de Dan Brown e posterior filme “O Código da Vinci”, teve na criação de rotas turísticas em Itália?

A arquitetura parece não estar imune a essa influência, não só no de-senho de casas para habitação, como na criação de espaços de aloja-mento turístico.Por outro lado há quem procure experiências de alojamento incomuns e assim conjugam-se duas disposições: a de construir casas originais com a de procurar casas diferentes, algumas vezes pelo puro gozo de experimentar, outras vezes movidos por valores e motivações ligados a um modo de vida que se quer adotar. As casas inspiradas nos hobbits, dos filmes da trilogia d’”O Senhor dos Anéis” ou de “The Hobbit” são um exemplo presente em vários destinos no mundo, não só na Nova Zelândia, onde os filmes foram rodados, mas também nos Estados Unidos e na Europa.Algumas são low-cost onde a tecnologia é quase posta de lado e ou-tras beiram a “obsessão” pelo tema. Há também aquelas que não são inspiradas nos filmes, mas facilmente se enquadram dentro do conceito.

Num tempo em que a tecnologia ocupa tantas horas, em que se pas-sam tantas horas a olhar para ecrãs, em que há aparelhos e aplicações que literalmente matariam de susto os nossos antepassados, existe também cada vez mais uma dicotomia entre aqueles que fazem dos smartphones, tablets ou portáteis quase uma extensão dos seus mem-bros superiores, e aqueles que, sem voltarem as costas a uma certa modernidade, optam por deixar para trás um mundo demasiado digital e regressam, literalmente, à terra. Em vez de optarem por casas inteli-gentes, ultra digitais, onde robots fazem a limpeza, em que o frigorífico alerta para o que está em falta, ou em que é quase preciso tirar uma pós-graduação para perceber como funcionam as luzes, optam por ir para o campo, escolher um terreno preferencialmente com declive e

De casas encastradas em colinas a praticamente aldeias construídas sob o tema dos livros de J.R. Tolkien, ninguém fica indiferente perante uma casa tipo Hobbit. Aqui estão algumas onde se pode inspirar para uma próxima aventura…

Tendências Quem quer experimentar

uma casa tipo Hobbit?

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33Quem quer experimentar uma casa tipo Hobbit? Lifestyle

construir uma casa tipo Hobbit. Quase sempre os valores ecológicos pesam muito nesta opção de mudar de vida.Foi o caso da família de Simon Dale. Esta família do País de Gales, composta por um casal e dois filhos pequenos, decidiu em 2003 mudar de vida e construir a sua casa no campo. A casa foi construída em qua-tro meses por Simon, pelo sogro e por “amigos e passantes” e custou cerca de 3.000 libras em materiais. “Descobrimos que com uns poucos milhares de libras e alguns meses é possível criar casas simples que estão em harmonia com a paisagem natural, ecologicamente saudáveis e que são um deleite para viver”, diz Simon Dale.Atualmente a família deixou a “Hobbit house” para os trabalhadores na floresta e em 2009 compraram um pedaço de terra dentro do projeto comunitário “Lammas Eco Village”, na zona ocidente de Gales, onde construíram, entre outros, a casa “Undercroft” (foto de abertura). Levando a temática do Senhor dos Anéis ainda mais ao pé da letra, Steve Michaels, declaradamente fã do tema, construiu o “The Shire of Montana”, cujo conceito é o de guest resort privado que é alugado a quem quiser ter uma experiência de luxo diferente. Por 295 dólares por noite para duas pessoas com um mínimo de duas noites aos fins de semana e feriados, os clientes podem ficar numa casa parcialmente construída dentro de uma colina, com pouco mais de 90 metros qua-drados de área, luxuosamente mobilada, com cozinha equipada, wifi, televisão, onde não faltam o chapéu de Gandalf, um anel pendurado e umas pantufas que imitam os pés peludos dos hobbits.“Com a azáfama do mundo agitado de hoje, é preciso haver um lugar onde os adultos podem afastar-se e deixar surgir a criança que existe dentro deles, sem preocupações, aborrecimentos, telemóvel ou crian-ças”, lê-se no site do “The Shire of Montana”. Dentro da propriedade de oito hectares os clientes podem ver alguns animais, como alpacas ou mesmo coiotes, e ver uma aldeia de duen-des, a casa de Frodo, casas de trolls e de fadas, entre outras estruturas, algumas do tamanho de caixas de sapatos. Durante o inverno a guest house está fechada devido à quantidade de neve que não permite usufruir de uma experiência completa, dado que algumas das estruturas, pela sua diminuta dimensão, estão cobertas de neve.Fora do tema do Senhor dos Anéis, mas ainda com alojamentos que se aproximam do conceito Hobbit, existe na Suíça, em Vals, a Villa Vals, uma casa com cerca de 160 metros quadrados, comple-tamente escavada na montanha, que pode alo-jar dez pessoas, com limite máximo de 12 dos quais quatro terão de ser crianças. O grande destaque vai para uma fachada em vidro que dá acesso a um terraço de 60 metros quadrados que ofere-ce vistas para os prados verdes na primavera e nevados no inverno. Para quem quer viver uma expe-riência Hobbit mas perto da praia, também pode ter o melhor de dois mundos com o “The Dune House” em Atlantic Beach, na Florida. Com-pletamente encastrado numa duna, o alojamento é constituído por dois apar-tamentos quase iguais e, apesar de ter sido construído em 1975, o seu aspeto interior é mais para o moderno do que para o retro. l

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Construída em quatro meses a hobbit house é agora abrigo para passantes

A Villa Vals está escavada na montanha e esconde um mundo de modernidade

The Shire of Montana pode ser alugado e reproduz o ambiente do Senhor dos Anéis

The Dune House em Atlantic Beach é uma casa de praia di-

ferente

As casas inspiradas nos hobbits são um

exemplo presente em vários destinos no

mundo

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34 Viagem de: Vanessa Oliveira

Ponto Turismo › Qual foi o destino favorito?Vanessa Oliveira › Eu amo o Rio de Janeiro, já lá fui várias vezes e con-tinuo a amar, é daqueles destinos onde volto sempre. É de pele.

Ponto Turismo › O que é que leva sempre na mala nas viagens?Vanessa Oliveira › Biquínis, seja para o Inverno ou para o Verão, vai sempre um biquíni dentro da mala! E máquina fotográfica e carregador do telemóvel. (risos).

Ponto Turismo › Qual é o destino que ainda falta conhecer?Vanessa Oliveira › Ui… Tantos, aqui mesmo perto. Quero muito conhecer a Itália pela parte da arquitetura e de história, iIhas gregas, e mesmo a Grécia continental. São os dois países que conheço menos na Europa. Um destino de férias paradisíacas... tenho uma “panca” pelas ilhas Fiji.

Ponto Turismo › Quando tem tempo livre, como prefere passá-lo?Vanessa Oliveira › Vou sempre para fora. Às vezes vou para fora cá dentro! Mas é sempre a viajar. Férias é para viajar.

Ponto Turismo › Qual o livro de cabeceira ou que leva nas viagens?Vanessa Oliveira › Levo sempre livros. Nunca leio um livro de cada vez, leio sempre uns três ou quatro, por isso levo sempre vários.

Ponto Turismo › Qual o filme mais marcante?Vanessa Oliveira › Eu sou uma romântica inveterada e por ser uma história muito bonita e verdadeira e que prova que realmente o amor não tem fronteiras e que é o “Diário da minha Paixão”. É um filme muito potente e chorei horrores.

Ponto Turismo › Não quer partir desta vida sem fazer o quê? Vanessa Oliveira › Mais filhos! (Risos)

Ponto Turismo › Qual é o seu ídolo?Vanessa Oliveira › Ídolo de pessoa conhecida não tenho. Tenho como referências pai, mãe e avós.

Ponto Turismo › Qual a sua especialidade culinária?Vanessa Oliveira › Doçaria. Qualquer uma! Tudo o que é comida nor-mal, sou péssima!

Ponto Turismo › O que é que o público não sabe sobre si?Vanessa Oliveira › Que eu apesar de tudo, sou muito introvertida. Ou envergonhada, talvez...

Ponto Turismo › Tem alguma mania ou tique?Vanessa Oliveira › Ando sempre com um paninho de cetim, desde nas-cença porque quando era pequenina chuchava no dedo e acariciava o cetim. E ando sempre com ele.

Ponto Turismo › Tem algum objeto velho do qual não se desfaz?Vanessa Oliveira › Tenho vários bonecos que me acompanham desde que nasci. Tenho uma prateleira com os meus livros de infância que hão de passar para o meu filho e tenho vários bonecos, entre eles um palhaço, um urso Angeloso e uma boneca Nancy.

Ponto Turismo › Se tivesse um dom de super herói qual seria?Vanessa Oliveira › Voar ou não dormir… tenho muita coisa para fazer.

Ponto Turismo › E se reencarnasse num animal qual seria?Vanessa Oliveira › Um golfinho.

Ponto Turismo › Já teve ou tem alguma alcunha?Vanessa Oliveira › Vaizinha! Vanessa=vai nessa, vai nessa=vai, por isso é Vai ou Vaizinha. l

Vanessa OliveiraFérias é para

viajar!

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Quero muito conhecer a Itália pela parte da arquitetura e

de história. IIhas gregas, e mesmo a Grécia

continental

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