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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO JEANDERSON ROCHA UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE A ADERÊNCIA DAS MATRIZES CURRICULARES ADOTADAS PELAS IES DA CAPITAL PAULISTA COM A PROPOSTA DA ONU/UNCTAD/ISAR E MEC/CFC. MESTRADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ATUARIAIS PUC SP São Paulo 2012

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

JEANDERSON ROCHA

UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE A ADERÊNCIA DAS MATRIZES CURRICULARES ADOTADAS PELAS IES DA CAPITAL PAULISTA COM A PROPOSTA DA ONU/UNCTAD/ISAR E MEC/CFC.

MESTRADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ATUARIAIS

PUC – SP São Paulo

2012

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JEANDERSON ROCHA

UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE A ADERÊNCIA DAS MATRIZES CURRICULARES ADOTADAS PELAS IES DA CAPITAL PAULISTA COM A PROPOSTA DA ONU/UNCTAD/ISAR E MEC/CFC.

MESTRADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ATUARIAIS

Dissertação apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para obtenção do título de Mestre em Ciências Contábeis e Financeiras sob a orientação da Profª. Drª Neusa Maria Bastos F. Santos.

PUC – SP São Paulo

2012

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FOLHA DE APROVAÇÃO

JEANDERSON ROCHA

UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE A ADERÊNCIA DAS MATRIZES CURRICULARES ADOTADAS PELAS IES DA CAPITAL PAULISTA COM A PROPOSTA DA ONU/UNCTAD/ISAR E MEC/CFC.

Dissertação apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para obtenção do título de Mestre em Ciências Contábeis e Financeiras sob a orientação da Profª. Drª Neusa Maria Bastos F. Santos.

BANCA EXAMINADORA

___________________________________ Profª Drª Neusa Maria Bastos F. Santos

Orientadora

___________________________________ Prof. Dr. José Carlos Marion

___________________________________

Prof. Dr. Henrique Formigone.

São Paulo, ___ de ________ de 2012.

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À Deus, meu porto seguro, minha força,

minha origem e meu destino.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar à Deus, por me permitir chegar até aqui, por me

capacitar e responder minhas orações nos momentos mais decisivos da minha vida.

À minha orientadora Profª. Drª. Neusa Maria Bastos F. Santos, a quem devoto meu

respeito e admiração.

Ao Prof. Dr. Roberto Ferreira dos Santos, que me compreendeu em um momento

tão difícil da minha vida e me incentivou a seguir em frente em minhas pesquisas.

Aos professores do curso de Mestrado em Ciências Contábeis e Atuárias da

PUC/SP, em especial ao Prof. Dr. Sergio de Iudícibus que com toda sua sabedoria,

experiência e humildade me fez ver a contabilidade e a profissão docente de uma

maneira especial.

Aos amigos Marcos Menezes, Sandra Alves e Elaine Alves pelo apoio. Amigos

vocês foram fundamentais.

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Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas;

glória, pois, [somente] a ele eternamente.

Amém.

Romanos 11:36

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RESUMO

Sendo a contabilidade uma ciência social aplicada, parece bastante natural que a evolução da sociedade, de suas formas de organização, de suas práticas, inclusive comerciais, bem como a invenção de novos aparatos tecnológicos e novos modelos de negócios, influencie a constituição do conjunto de saberes necessários ao profissional da contabilidade para o adequado exercício de sua profissão. Tem sido cada vez maior a percepção de que o mercado espera que os contadores sejam agentes interdisciplinares, com formação holística, com habilidade para lidar com números e informática, que sejam dotados de raciocínio lógico e analítico, que tenham a capacidade de tomar decisões e que saibam comunicar-se eficientemente. Neste contexto, as Instituições de Ensino Superior – IES desenvolvem um papel proeminente, devendo oferecer aos seus alunos uma formação adequada às necessidades do mercado, cada vez mais exigente e globalizado. Nesse sentido, o currículo básico do curso de ciências contábeis ao longo dos anos vem sofrendo reformulações, onde o caráter tecnicista e quantitativo da profissão tem sido complementado com disciplinas que visam uma formação mais humanista do contador, com vistas a habilitá-lo a uma interação e comunicação mais eficiente com os diversos usuários da informação. Assim, este trabalho disserta sobre a importância do Currículo no processo de formação do contador e no ensino superior em linhas gerais. E por fim, a partir das premissas emanadas pela ONU-UNCTAD, verificou-se se os cursos de ciências contábeis que são oferecidos na cidade de São Paulo estão adequados às necessidades do mercado, bem como o grau de aderência dos currículos das faculdades da capital paulista ao modelo preconizado pela ONU. Palavras-Chave: Matriz Curricular; Contabilidade; Conhecimentos; Competências; Habilidades; ONU; MEC; CFC.

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ABSTRACT

Considering accounting as an applied social science, it seems quite natural that the evolution of the society, its ways of organization, its practices, including the commercial ones, as well as the invention of new technological devices and new

business models, that influence the constitution of the set of knowledge necessary to

the accounting professional for the proper exercise of their profession. It has been a

growing perception that the market expects the accountants to be interdisciplinary agents, with holistic training, with the ability to deal with numbers and computers, which are endowed with logical reasoning and analytical, being capable of making

decisions and that know how to communicate yourself efficiently. In this context, the

College Institutions develop a prominent role, and must offer to their students an adequate education according to the market needs, each time more demanding and

globalized. In this sense, the basic curriculum of accounting science course over the

years has undergone to reformulation, where the technical and quantitative nature of the profession has been complemented with disciplines aimed at training more humanistic accountants, in order to efficiently enable them to interact and communicate with the various users of information. This work discuss about the importance of curriculum to the process of accountant formation and to the college

degree in general. And finally, from the premisses issued by the UN-UNCTAD noted

whether the accounting science courses that are offered in the city of Sao Paulo are appropriate to market needs, as well as the degree of adherence of the curricula of

colleges of the state capital the model recommended by the UN.

Key-Words: Curriculum; Accountancy; Knowledges; Skills; Abilities; UN; MEC; CFC.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Estrutura dos cursos técnicos de comércio conforme Decreto 20.158/31.......................................................................................

57

Quadro 2 Estrutura do curso superior em Administração e Finanças conforme Decreto 20.158/31.........................................................

57

Quadro 3 Estrutura do curso superior em Ciências Contábeis e Atuariais conforme Decreto Lei 7.988/45.....................................................

58

Quadro 4 Habilidades requeridas do contador segundo o IAESB................ 67

Quadro 5 Habilidades requeridas do contador segundo o AICPA................ 68

Quadro 6 Conhecimentos esperados do contador segundo o IAESB.......... 68

Quadro 7 Conhecimentos esperados do contador segundo o AICPA.......... 68

Quadro 8 Estrutura do Curso de Ciências Contábeis segundo Resolução s/nº 1963 (MEC/CFE)....................................................................

70

Quadro 9 Estrutura do Curso de Ciências Contábeis segundo Resolução 03/1992 (MEC/CFE)......................................................................

71

Quadro 10 Conteúdo mínimo segundo Resolução 10/2004 (MEC/CNE)..... 76

Quadro 11 Proposta do CFC para Elaboração do Currículo de Ciências Contábeis......................................................................................

79

Quadro 12 Conhecimentos esperados do contador segundo a ONU/UNCTAD/ISAR.....................................................................

82

Quadro 13 Resumo dos Dados Coletados...................................................... 86

Quadro 14 População de IES que oferecem o curso de Ciências Contábeis na Cidade de SP...........................................................................

89

Quadro 15 Disciplinas Oferecidas................................................................... 90

Quadro 16 Disciplinas Agrupadas por Área de Conhecimento...................... 92

Quadro 17 Disciplinas voltadas à Área Organizacional e Negócios............... 93

Quadro 18 Disciplinas voltadas à Área de Tecnologia da Informação........... 94

Quadro 19 Disciplinas voltadas à Outras Áreas do Conhecimento................ 96

Quadro 20 Disciplinas agrupadas por Habilidades Técnicas e Funcionais.. 97

Quadro 21 Disciplinas agrupadas por Habilidades Pessoais e Intelectuais.. 98

Quadro 22 Disciplinas Interpessoais e de Comunicação................................ 100

Quadro 23 Disciplinas voltadas à Gestão (Liderança e Planejamento)........ 101

Quadro 24 Aderência ao Modelo CFC/MEC................................................... 103

Quadro 25 Aderência a Modelo ONU/ISAR................................................... 106

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Comparativo das Leis que regulamentaram o curso de contabilidade no Brasil................................................................

61

Figura 2 Funções do Contador...................................................................... 65

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Resumo dos dados coletados......................................................... 86

Tabela 2 População de IES que oferecem o curso de Ciências Contábeis na Cidade de SP.............................................................................

88

Tabela 3 Resumo mostrando a Variação dos Resultados quanto às Disciplinas........................................................................................

102

Tabela 4 Grau de Aderência ao Modelo CFC................................................ 105

Tabela 5 Grau de Aderência ao Modelo ONU................................................ 107

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LISTA DE SIGLAS

ACRJ Academia de Comércio do Rio de Janeiro

AEC Accounting Education Center

AECC Accounting Education Change Commission

AICPA American Institute of Certified Public Accountants

BRICS Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul

CES Câmara de Educação Superior

CFC Conselho Federal de Contabilidade

CFE Conselho Federal de Educação

CM Currículo Mundial

CNE Conselho Nacional de Educação

CRC Conselho Regional de Contabilidade

DCN Diretrizes Curriculares Nacionais

ERP Sistemas Integrados de Gestão

FBC Fundação Brasileira de Contabilidade

IAESB International Accounting Education Standards Board

IC Iniciação Científica

IES Instituições de Ensino Superior

IFAC International Federation of Accountants

ISAR Intergovernmental Working Group of Experts on International Standards of Accounting and Reporting

LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

MC Revised Model Accounting Curriculum

MEC Ministério da Educação

MTE Ministério do Trabalho e Emprego

ONU Organização das Nações Unidas

PPP Projeto Político-Pedagógico

SPED Sistema Público de Escrituração Digital

TI Tecnologia da Informação

UNCTAD United Nations Conference on Trade and Development

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO………………………………………………………………………… 14

CAPÍTULO I − A MATRIZ CURRICULAR NO ENSINO SUPERIOR.................. 18

1.1. A Importância do Currículo no Ensino Superior........................................... 19

1.2. O Impacto do Ambiente Sociocultural na Definição da Matriz Curricular.. 22

1.3. A Interdisciplinaridade Curricular como Forma de Contribuição para a Formação do Profissional............................................................................

29

1.3.1. As Demandas por um Profissional Polivalente........................................ 30

1.3.2. O que é uma Matriz Curricular Interdisciplinar........................................ 31

1.3.3. Desafios das IES para formular uma Matriz Curricular verdadeiramente Interdisciplinar.............................................................

33

1.3.4. A Importância de uma Matriz Curricular Interdisciplinar no Curso de Ciências Contábeis..................................................................................

36

1.4. A Matriz Curricular x Expectativas do Mercado........................................... 37

1.5. Alguns Pressupostos para a Definição da Matriz Curricular........................ 41

1.6. Relação Constante entre Teoria e Prática................................................... 42

1.6.1. A Responsabilidade das IES................................................................... 43

1.6.2. A Responsabilidade dos Docentes......................................................... 45

1.6.3. A Responsabilidade dos Alunos............................................................. 47

1.6.4. Aprendizado Constante........................................................................... 48

1.6.5. Interdisciplinaridade............................................................................... 49

1.6.6. Competências........................................................................................ 49

CAPÍTULO II − A MATRIZ CURRICULAR DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS…………………………………………………………………………..

52

2.1. Os Primeiros Modelos de Currículo para Formação Contábil no Brasil..... 52

2.2. Os Primeiros Modelos de Currículo para Formação Contábil no Brasil...... 61

2.3. A Necessidade de uma Grade Curricular que atenda as Necessidades de Mercado.......................................................................................................

65

2.4. O Modelo de Currículo proposto pelo IFAC/IAESB e AICPA/AEC............. 69

2.4.1. Resolução CFE s/nº de 1963 69

2.4.2. Resolução CFE nº 03/1992 70

2.4.3. Resolução CFE nº 03/1992 72

2.5. A Proposta Nacional de Conteúdo do CFC 76

2.6. O Modelo de Currículo Proposto pela ONU/UNCTAD/ISAR 80

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CAPÍTULO III – COMPARAÇÃO DO MODELO ONU COM UNIVERSIDADES PAULISTANAS………………………………………………………………………..

83

3.1. Metodologia de Pesquisa............................................................................. 83

3.2. Descrição dos Procedimentos Técnicos Adotados...................................... 84

3.3. Análise dos Resultados................................................................................ 90

3.3.1. Visão Geral das Disciplinas Oferecidas pelas IES.................................. 90

3.3.2. Disciplinas agrupadas por Áreas do Conhecimento............................... 92

3.3.3. Disciplinas Agrupadas por Habilidades Específicas............................... 97

3.3.4. Adequação das IES Paulistanas à Matriz Curricular do CFC/MEC........ 103

3.3.5. Adequação das IES Paulistanas ao Modelo ONU/ISAR......................... 106

CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................. 108

REFERÊNCIAS.................................................................................................... 111

ANEXOS............................................................................................................... 116

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14

INTRODUÇÃO

Estudos apontam que algumas aptidões são necessárias ao bom exercício

da profissão contábil, na qual se destacam: relações interpessoais (77,0%),

habilidade para raciocínio lógico e numérico (75,7%), domínio de informática

(66,2%), capacidade de redigir (60,8%), capacidade de liderança (52,7%) e

habilidade para falar em público (50,0%). (MACHADO, 2003, p.131).

Além das habilidades demandadas pelo mercado, a globalização das

economias internacionais ao longo das últimas décadas tem influenciado o processo

de formação dos contadores, na medida em que este profissional passa a lidar com

players de várias partes do mundo, sendo-lhe imputada a responsabilidade de gerar

relatórios de acordo com as normas internas de países os mais distintos, bem como

providenciar informações econômico-financeiras que atendam adequadamente às

necessidades dos diversos usuários da contabilidade.

Como se evidencia ao longo da pesquisa, para que o contador possa

proceder eficientemente em sua prática laboral, vários saberes deverão ser

desenvolvidos neste profissional; saberes estes que não se limitam ao conhecimento

e aprofundamento da técnica contábil e das normas tributárias de cada país, mas

que se expandem às demais ciências sociais, tais como economia, administração e

direito. Caberá às Instituições de Ensino Superior o desempenho deste papel.

Note-se, todavia, que tal constatação não é algo novo, uma vez que ao

longo dos últimos séculos a prática contábil sofreu diversas reformulações tanto no

Brasil quanto no contexto internacional. Há 20 anos Martins (1992, p.30) defendia

que a globalização de mercados já obrigava os profissionais, pesquisadores e

professores de Contabilidade a se adaptarem a mudanças no seu ambiente

profissional, não só em termos de normas e práticas como também de conceitos e

objetivos.

O aprofundamento (e especialização) na ciência contábil ocasionou o

desenvolvimento de novas áreas de atuação do contador, tais como auditoria

contábil, auditoria de sistemas, perícia, controladoria etc. Desde a institucionalização

da profissão até os dias de hoje, várias foram as mudanças curriculares ocorridas

nos cursos de formação contábil. Tal constatação se deve ao dinamismo do

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mercado e ao caráter eminentemente prático da profissão que se desenvolve na

medida em que a sociedade se transforma.

Como objetivos, o presente trabalho intenciona o aprofundamento teórico

sobre as questões relativas à matriz curricular no ensino superior, sua importância, o

impacto do contexto sociocultural na formulação do mesmo e o papel das

Instituições de Ensino Superior, dos docentes e dos alunos para o alcance dos seus

objetivos.

Pretende-se ainda, investigar as questões relacionadas ao currículo no curso

superior de ciências contábeis, tais como a importância da interdisciplinaridade e da

elaboração de um modelo que permita a conciliação entre teoria e prática. Do

mesmo modo, se pretende obter um panorama das propostas curriculares das

Instituições de Ensino Superior da Cidade de São Paulo e, posteriormente, verificar

se as disciplinas oferecidas por estas instituições atendem ao modelo proposto pelo

pela ONU/UNCTAD/ISAR e, ainda, obter o grau de aderência destas matrizes

curriculares ao modelo do currículo do Contador Global, utilizado como referencial.

O estudo se justifica porque grande tem sido o avanço alcançado no ensino

da contabilidade no nível superior, em que a utilização de métodos e técnicas de

ensino desta ciência é tema que continua instigando acadêmicos e pesquisadores

da área contábil, no que tange ao grau de adequação do formato atual do curso

como instrumento de geração e aprimoramento nos alunos, dos conhecimentos e

habilidades necessárias ao contador. Para isto, muitos modelos têm sido propostos

para elaboração e desenvolvimento de currículos de ciências contábeis que

atendam às exigências do mercado; como o modelo do AICPA (American Institute of

Certified Public Accountants), IFAC (International Federation of Accountants), ONU

(Organização das Nações Unidas) e CFC (Conselho Federal de Contabilidade).

Segundo levantamento efetuado pelo Conselho Regional de Contabilidade

de SP1 (CRCSP, 2012) há quarenta e quatro Instituições de Ensino Superior que

oferecem o curso de Ciências Contábeis na Capital Paulista. A cidade de São Paulo

é uma das grandes potências econômicas do Brasil, onde se encontra a maior Bolsa

de Valores da América Latina e onde estão sediadas grandes companhias

internacionais, portanto, um grande, promissor e exigente mercado para atuação dos

profissionais de contabilidade.

1 Disponível em: < http://www.crcsp.org.br> Acesso em 05 mar. 2012.

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Igualmente justifica-se a escolha do tema em face da necessidade de

averiguar a realidade das IES que oferecem o curso de Ciências Contábeis na

cidade de São Paulo, suas matrizes curriculares e o grau de aderência aos modelos

existentes, como tentativa de aferir se está sendo oferecido aos alunos de ciências

contábeis um mínimo de disciplinas que contribuirão para o bom exercício de sua

profissão. Os resultados da pesquisa contribuirão para o conhecimento acerca do

conteúdo que tem sido ofertado aos alunos de ciências contábeis pelas IES da

Capital Paulista e podem ainda contribuir formulação de políticas públicas para o

curso de ciências contábeis.

Quanto à problematização, para Kerlinger (1980, p.35) o problema de

pesquisa “é uma questão que mostra uma situação necessitada de discussão,

investigação, decisão ou solução”, assim, diante do que se expõe, e considerando

as exigências do novo perfil do contador, este trabalho questiona o papel das

Instituições de Ensino Superior no processo de formação do futuro do contador para

saber qual o modelo de currículo tem sido adotado e quais disciplinas têm sido

oferecidas. Para alcançar tal objetivo investiga-se, ainda, a solução para a seguinte

questão-problema:

As disciplinas oferecidas nos currículos das IES da Capital Paulista

possuem similaridade com aquelas sugeridas no modelo de currículo proposto

pela ONU/UNCTAD/ISAR?

As hipóteses levantadas para este estudo são:

H0: Sim. Há similaridade entre as matérias oferecidas nos currículos das IES

da Capital Paulista e aquelas sugeridas no modelo de currículo da

ONU/UNCTAD/ISAR.

H1: Não. Não há similaridade entre as matérias oferecidas nos currículos das

IES da Capital Paulista e aquelas sugeridas no modelo de currículo da

ONU/UNCTAD/ISAR.

Em se confirmando a hipótese nula, há que se investigar quais os principais

pontos de semelhança entre as matrizes curriculares ou, em sentido oposto, ao

rejeitar-se a hipótese nula em favor da hipótese alternativa, há que se investigar os

principais pontos de divergência entre as matrizes curriculares.

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17

A metodologia escolhida, como pode ser vista no capítulo terceiro, tem

abordagem tanto qualitativa quanto quantitativa, com classificação do tipo pesquisa

descritiva pela utilização de levantamentos bibliográficos e documentais.

Na estruturação do trabalho os capítulos ficaram assim divididos:

O Capítulo I aborda a importância do currículo no ensino superior; os fatores

interferentes na definição de uma matriz curricular, bem como alguns pressupostos;

a matriz curricular interdisciplinar e seus desafios; a matriz curricular do curso de

Ciências Contábeis e as expectativas de mercado; as responsabilidades das partes

envolvidas.

O Capítulo II enfoca um histórico da matriz curricular do curso de Ciências

Contábeis; a necessidade de uma grade curricular para atender as necessidades de

mercado; o modelo de currículo proposto pelo IFAC/IAESB e AICPA/AEC; a

proposta nacional do Conselho Federal de Contabilidade, bem como o modelo de

currículo proposto pela ONU/UNCTAD/ISAR.

O Capítulo III apresenta uma comparação do modelo proposto pela ONU

com o modelo utilizado pelas universidades paulistanas, focando desde a

metodologia de pesquisa, os procedimentos técnicos adotados, bem como a análise

dos resultados obtidos.

Na finalização do trabalho são apresentadas as considerações finais do

trabalho, as referências utilizadas e os anexos.

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18

CAPÍTULO I − A MATRIZ CURRICULAR NO ENSINO SUPERIOR

Os cursos de ensino superior são pautados em diversas diretrizes e práticas

que viabilizam a sua realização. Dentre as práticas existentes, uma das mais

importantes é a formulação do currículo, já que a partir dele haverá um

direcionamento para o fazer pedagógico dos professores, dos coordenadores e da

própria direção da instituição de ensino. É certo que o currículo não é importante

somente para o ensino superior. As escolas que oferecem ensino básico,

fundamental e médio também o formulam para direcionar suas ações, mas neste

estudo, com foco no curso de Ciências Contábeis, interessa um olhar específico

para o currículo desenvolvido para o nível superior de ensino.

A partir do importante papel que o currículo ocupa no ensino como um todo,

torna-se fundamental verificar as implicações de sua estruturação para o ensino

superior. Igualmente importante é verificar como o ambiente sociocultural em que

diversas Instituições de Ensino Superior estão inseridas pode interferir na

formulação de um currículo para determinada região.

Não há como pensar o currículo sem pensar na formação do aluno que

estuda no ensino superior e, consequentemente, no mercado de trabalho no qual ele

irá se inserir após o término do curso. Arroyo (2007) aponta que as demandas do

mercado são referenciais para o que ensinar e aprender, mas pontua também:

[...] se os educandos não passam de capital humano a ser capacitado para as demandas hierarquizadas do mercado e se o currículo se organiza nessa lógica segmentada, os profissionais que trabalham esses conteúdos serão segmentados, hierarquizados e valorizados ou desvalorizados na mesma lógica segmentada e hierarquizada do mercado. (ARROYO, 2007, p.25)

Apesar de o autor reconhecer que “o direito ao trabalho é inerente à

condição humana” e que o trabalho é “um ponto de partida para indagar os

currículos” (ARROYO, 2007, p. 26). Percebe-se que há críticas em relação ao ato

de formar o aluno conforme as expectativas e demandas do mercado de trabalho. A

relação entre o ensino superior e o trabalho, porém, está posta no próprio Art. 43 da

Lei 9.394/96 (LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), uma vez que a

inserção dos profissionais formados nos diversos setores profissionais coopera para

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o desenvolvimento da sociedade brasileira. Até mesmo a influência do ambiente

sociocultural está sugerida na LDB, já que a reciprocidade para com sua

comunidade é construída num movimento cíclico: a partir do momento em que a

instituição de ensino consegue absorver as características e necessidades locais,

poderá passar ao educando conhecimentos que sejam úteis nas resoluções de

problemas que tal comunidade apresenta e ele, ao se tornar um profissional, poderá

cooperar com a comunidade solucionando problemas com as ferramentas adquiridas

no curso de ensino superior.

A partir disso, torna-se difícil dissociar a formação dos educandos das

expectativas do mercado em que futuramente eles atuarão. No caso específico do

curso de Ciências Contábeis, os autores Nelson et al. (1998) afirmam que as

empresas de contabilidade consideram-se clientes da educação contábil e esperam

que as suas necessidades com relação às competências dos alunos formados em

Contabilidade sejam atendidas pelos educadores, ou seja, pelas instituições de

ensino superior.

Por esses fatores, a abordagem do currículo feita neste estudo considera o

mercado de trabalho, suas expectativas para o curso de Ciências Contábeis e

fatores mais pontuais, como a relação entre teoria e prática. Mesmo que haja críticas

a essa postura, considera-se que a relação é importante e sua abordagem quase

necessária para pensar o currículo das instituições de ensino superior.

1.1. A Importância do Currículo no Ensino Superior

O currículo no ensino superior pode ser compreendido além da noção de

mera organização das disciplinas que são ministradas em um curso. Dentre as

várias definições existentes, vale postular que o currículo pode estar atrelado às

vivências e experiências acumuladas ao longo de determinado curso, sendo que o

que ocorre no ambiente extraescolar também tem sua importância. Em suma, pode-

se pensar que o currículo não está relacionado apenas ao que ocorre nas

instituições de ensino, mas ultrapassa os muros de tais instituições e se correlaciona

com o que se passa fora da universidade, algo que, de acordo com Moreira (2001),

foi pensado já na década de trinta, quando houve a definição de currículo como

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“ambiente em ação” e pensou-se nos elementos extraescolares, como parte da

formação dos alunos.

Essa característica do currículo faz com que a ideia de currículo diretamente

atrelado a uma organização de disciplinas numa grade curricular perca o sentido,

uma vez que, se o currículo extrapola os limites da instituição de ensino, ele não

está mesmo preso a disciplinas propostas nos diversos cursos em que se nota a

necessidade de organização curricular. Não se trata de uma questão de

desvinculação total entre disciplinas, grades curriculares e currículos propriamente

ditos, mas é preciso evidenciar que a noção de currículo ultrapassa esse limite que,

na maioria das vezes, lhe é imposta.

Assim, o currículo exerce um papel fundamental na formação do indivíduo.

Dado o contexto sociocultural em que se vive atualmente, o futuro profissional, hoje

em formação, carece muito mais do que simplesmente assimilar conteúdos numa

sala de aula através de uma atitude passiva. É necessário que ele vivencie,

experimente e conheça não somente aquilo que é objeto de estudo de seu curso,

mas tudo o que lhe for útil para que se torne um profissional mais completo e

qualificado. O contato com tudo o que for útil e inerente à sua formação poderá fazer

com que esse futuro profissional adquira um senso crítico mais aguçado, o que lhe

proporcionará a reflexão a respeito de sua prática, a confrontação com a teoria, o

redimensionamento da prática e, possivelmente, da própria teoria (GESSER;

RANGHETTI, 2011, p. 4-5).

Em suma, o grau de consciência do indivíduo em relação à sua própria

formação será substancialmente elevado se ele tiver contato com um currículo que

proporcione essa vivência, experimentação e reflexão sobre sua prática. Toda essa

responsabilidade que recai sobre o currículo deve-se ao tempo em que se vive

atualmente; um tempo de mudanças frenéticas e avalanche de informações. Gesser

e Ranghetti (2011) defendem que existe uma necessidade de se desenvolver

currículos que, quando aplicados no ensino superior, forje profissionais aptos a

assumir novos papéis, uma vez que, como a sociedade muda, há necessidade de

que o currículo, integrante de uma educação que toma novos rumos, tenha novos

princípios organizadores.

A importância do currículo para a formação de um profissional que atuará

nos dias atuais, desperta a atenção para a sua formulação, uma vez que, se o

currículo tem um papel importante nesse processo formativo, é relevante que se

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saiba a partir de quais princípios ele é formulado. Currículo, nesse sentido, está

colocado como a diretriz que guiará os cursos de ensino superior de uma

determinada Instituição de Ensino Superior (IES). É importante pontuar mais uma

vez que não se trata de um processo de agregação de disciplinas em determinada

ordem a ser aplicada nos cursos de ensino superior, mesmo que aqui a noção de

currículo esteja colocada com uma definição mais institucional. O currículo é

pensado e formulado a partir do Projeto Político-Pedagógico (PPP) da instituição de

ensino e, como a formulação deste carece de maiores esclarecimentos, torna-se

importante abordar também o PPP nas instituições de ensino, mesmo que sem

grande aprofundamento.

Pensado e elaborado coletivamente, o PPP é um documento que estabelece

diretrizes para as instituições de ensino, que se desdobrarão em ações quotidianas.

Levando em conta a localização da instituição e a clientela que atende (os

estudantes que a frequentam), o PPP busca atender às demandas locais, regionais

e do perfil dos estudantes, atentando-se também para o que ocorre no mercado de

trabalho. Visto por muitos como algo meramente burocrático, o ideal é que o PPP

seja construído por todos os envolvidos no processo educativo, de forma que haja

uma procura e engajamento no sentido de se vivenciar aquilo que está sendo

elaborado. Assim, tal documento serve para nortear ações efetivas nas instituições

de ensino, sejam elas de nível superior, médio ou fundamental.

Se o Projeto Político-Pedagógico norteia ações nas instituições de ensino,

parece claro que a construção de um currículo para os cursos de uma IES precisa

estar alinhada com o que está posto no PPP. Assim sendo, é de extrema

importância que o currículo também abarque necessidades e expectativas do local a

que a IES pertence e da clientela que ela atende. Se há alterações e mudanças

curriculares nas IES, é no PPP que elas têm sua origem, já que nele se discute a

abordagem curricular que o curso seguirá levando em conta fatores já citados

anteriormente. Dessa forma, assim como o PPP, há implicação ideológica, no que se

refere à estrutura social, no currículo, uma vez que tanto na discussão do PPP

quanto na elaboração do currículo há uma ação de agentes e atores que, ao menos

minimamente, encontram-se engajados para um objetivo e/ou meta.

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1.2. O Impacto do Ambiente Sociocultural na Definição da Matriz Curricular

As IES têm um compromisso com o ambiente sociocultural em que estão

inseridas. Fatores como a realidade em seu entorno, a clientela que atendem, as

necessidades da comunidade na qual está inserida precisam ser levados em conta

no momento em que se pensa na formulação do Projeto Político-Pedagógico e do

currículo. Aumentando a abrangência de atuação da universidade, o currículo passa

a ter um papel importante no sentido de trazer um pouco da realidade do mundo

para a universidade, mas cabe a esta ampliar os referentes que seus alunos têm de

mundo, dando-lhes condições para interferir em sua própria realidade e criando-lhe

novos sentidos (MOREIRA, 2001, p. 21).

O aluno que entra na universidade está inserido em determinada realidade e

traz consigo expectativas para sua própria formação. O primeiro ponto a ser

observado em relação a esse aluno que ingressa na universidade é a atenção e

valorização de seu conhecimento de mundo por parte da IES que o acolhe. Freire

(2010, p.123) defende que a visão de mundo do educando deve ser considerada,

pontuando que "o desrespeito à leitura de mundo do educando revela o gosto

elitista, portanto antidemocrático, do educador que, desta forma, não escutando o

educando, com ele não fala. Nele deposita seus comunicados".

Mas, ao mesmo tempo em que escuta e respeita a visão de mundo desse

aluno, assim como as expectativas que ele leva para a universidade baseado em

sua realidade, cabe a esta atuar de forma com que ele possa transformar sua

própria realidade e a de outros. Neste mesmo sentido Moreira (2001, p.21) afirma

que:

[...] uma educação de qualidade deve propiciar ao (à) estudante ir além dos referentes presentes em seu mundo cotidiano, assumindo-o e ampliando-o, transformando-se, assim, em um sujeito ativo na mudança de seu contexto.

Como o mundo muda constantemente, há de se considerar que o avanço e

a pluralidade cultural fazem com que, na área da educação, haja uma necessidade

de ajuste no sentido de fazer com que os futuros profissionais não somente estejam

capacitados para atuar num mercado de trabalho dinâmico, mas também tenham um

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amplo universo cultural, uma vez que o mundo é regido por uma pluralidade de

valores e culturas.

Não cabe às IES, que estão conscientes dessa pluralidade cultural que se

vive atualmente, o ensino de toda essa riqueza e diversidade cultural, mesmo

porque não se pode ensinar tudo, pois existe uma limitação em termos de

capacidade dos alunos e do tempo de escolarização. Assim, a saída pode ser um

recorte e seleção do que será instaurado como conteúdo programático, sendo

importante, nesse contexto, atentar-se para o que é relevante e válido, em termos

socioculturais, ser transformado em conteúdo de ensino que expressem valores e

funções da IES no contexto em que ela está inserida.

A seleção que se efetiva em relação àquilo que é culturalmente relevante

para o indivíduo, e que lhe traga conhecimento e crescimento pessoal e profissional,

precisa se dar de forma consciente por parte das instituições. O citado compromisso

existente das IES com o ambiente sociocultural em que estão inseridas requer que

elas façam um recorte correspondente à realidade de seu meio e que coopere para

a prática do estudante e futuro profissional, já que, conforme apontado por Lima et

al. (2006), existe um caráter social e moral da instituição escolar frente à sociedade.

Assim, a educação não pode estar desvinculada da realidade vivida pelos

alunos. Seja no ensino superior ou em níveis médio e fundamental, é importante que

a instituição de ensino tenha uma proposta educativa que desvende a realidade

vivenciada por seus alunos, de modo que também haja para alterar essa realidade.

Para isso, uma das melhores formas é por meio da instrumentalização dos alunos

para que eles mesmos promovam ações a fim de provocar mudanças em sua

própria realidade. A contribuição das instituições de ensino se dá quando os

envolvidos no processo educativo (professores, diretores, supervisores de ensino e

os próprios alunos) estão engajados para fomentar ações quotidianas que

intervenham no processo de formação dos estudantes.

É certo que, na posição de alunos, os estudantes raramente têm acesso à

organização pedagógica da instituição de ensino, já que ao ingressar no ambiente

de estudos tudo já foi preparado para recebê-lo, inclusive o currículo. Sendo assim,

cabe ao estudante agir quotidianamente para melhorar seu próprio processo

educativo, e isso pode ser feito por meio de suas ações na sala de aula e seu olhar

crítico em relação ao que lhe está sendo oferecido em termos de formação. Para

Marion e Marion (2006, p. 28) são os próprios estudantes que devem “desenvolver a

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capacidade de iniciativa de descobrimento que permita um processo de

aprendizagem contínuo e de crescimento em sua vida profissional”.

Críticas construtivas cooperam para que as instituições educacionais

possam melhorar seu desempenho, e se tais instituições decidem acatar críticas e

sugestões dos alunos, estará envolvendo-os em seu próprio processo formativo. A

visão que temos sobre o assunto é que é necessário maturidade para que isso

ocorra, tanto de estudantes, que devem se ater ao que realmente interfere em sua

formação, quanto de instituições de ensino, que devem ser abertas para ouvir e

aceitar o que está sendo dito pelos discentes.

Os professores, por sua vez, também exercem um importante papel na

formação do aluno desde o momento em que este ingressa na instituição. Marion e

Marion (2006, p. 11) postulam que:

O ingressante numa faculdade ou iniciante de cada disciplina nova deve ser orientado, instruído, sobre a maneira de conseguir pleno êxito no curso ou na disciplina que está iniciando. Esta é uma missão do professor.

Freire (2010, p. 39) também defende que os professores podem, em suas

respectivas disciplinas, “discutir com os alunos a realidade concreta a que se deva

associar a disciplina cujo conteúdo se ensina”, cooperando, assim, para que os

alunos façam associação entre o que é ensinado em determinada disciplina e a

realidade em que ele está inserido, sendo isso uma forma de estar instrumentado

para agir naquele meio.

Apesar de o presente estudo estar voltado para a matriz curricular adotada

no ensino superior, notadamente para o curso de Ciências Contábeis, é importante

ressaltar que em outros cursos, e mesmo antes do ensino superior, desde o ensino

básico, os professores têm um papel fundamental no processo de formação dos

alunos. Atuando nas variadas instituições de ensino, eles intervêm, através do seu

trabalho, na realidade social de seus alunos, já que suas atividades, seja nas salas

de aula ou no planejamento pedagógico da instituição de ensino, interferem na vida

dos alunos que frequentam a instituição.

Todo o trabalho que uma IES tem para formular adequadamente um Projeto

Político-Pedagógico e um Currículo pode ruir se um professor não se digna a

cumpri-los conforme a proposta feita pelo grupo que se empenhou na formulação de

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tais documentos. Assim sendo, é cabível concluir que o docente é uma das figuras

centrais da educação. A ele cabe elaborar seu próprio trabalho baseado nos

princípios adotados pela instituição em que atua, transformando em práticas

pedagógicas os objetivos e metas traçadas pela coordenação pedagógica e demais

professores, incitando sempre seus alunos à aprendizagem e à busca pelo

conhecimento constante.

Entendemos que também é função do docente atuar como um facilitador da

aprendizagem, uma vez que é esperado que ele aja para auxiliar os alunos em seu

processo de aprendizagem, organizando os conteúdos a serem passados,

traduzindo-os para uma linguagem acessível a seus alunos de modo que se

promova um ambiente favorável ao aprendizado. Para Marion e Marion (2006, p.

12), “cabe ao professor ensinar o aluno a pensar”, e espera-se que ele desempenhe

tal papel de forma que seu aluno compreenda seu contexto sociocultural e atue nele.

Mas, para que essa figura tão importante para a educação exerça

satisfatoriamente o que lhe está proposto, é importante ressaltar que é necessário,

antes de tudo, que ela esteja consciente de seu próprio papel frente à sociedade.

Como pontuam Maia et al. (2009, p. 340) a identidade do professor se constrói “a

partir da significação social da profissão, da revisão constante dos significados

sociais da profissão [e] da revisão das tradições”.

Nosso entendimento é que se o professor está consciente de seu papel,

espera-se que ele saberá olhar para a comunidade social em que atua e trabalhará

diligentemente para que seus alunos se tornem indivíduos capazes de atuar em sua

própria realidade e também na realidade dos que estão ao seu entorno, pois, como

cita Freire (2010, p. 137), "[...] não há dúvida, que as condições materiais em que e

sob que vivem os educandos lhes condicionam a compreensão do próprio mundo,

sua capacidade de aprender, de responder aos desafios".

Uma organização curricular feita com a participação de indivíduos

conscientes da realidade em que estão inseridos, sejam professores,

coordenadores, diretores e alunos, parece ser um importante passo para que as

ações desenvolvidas a partir de uma adequada elaboração desse mesmo currículo

surtam efeitos, a médio e longo prazo, na realidade desses indivíduos e da

instituição como um todo.

Essas considerações acerca do papel da IES na elaboração da Matriz

Curricular frente à realidade sociocultural em que a própria instituição está inserida

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mostram que o conceito currículo não pode mesmo ser percebido apenas como

mera organização do conhecimento a ser transmitido aos alunos. A elaboração da

Matriz Curricular e seu poder de transformação social, mesmo que a médio e longo

prazo, lhe conferem uma importância social e cultural já que capacitará os

estudantes para entender o mundo e a realidade à sua volta, assim como lhes dará

subsídios para crescimento cultural e econômico (LIMA et al., 2006, p. 150).

O ensino superior no Brasil tem uma demanda por um currículo dinâmico,

que atenda as necessidades do mercado e que capacite o futuro profissional para

atuar num mundo onde a concorrência, a exigência de qualificação e a constante

cobrança são usuais. Não se trata apenas de questões inerentes ao mercado de

trabalho na área em que o indivíduo vai atuar, mas nas diversas esferas da

sociedade. A dinamicidade que é exigida para o currículo nos cursos de ensino

superior é a mesma dinamicidade exigida do profissional quando ele conclui um

curso de nível superior, uma vez que ele atuará num mundo dinâmico, tal realidade

não é diferente no curso de ciências contábeis.

O modo como o Brasil está sendo visto internacionalmente faz com que sua

própria realidade sociocultural passe por mudanças, e se outros países forem

considerados quando se fala em organização curricular, será necessário refletir

sobre as condições da educação e da vida profissional no exterior. Nesse sentido,

vale considerar as diferenças socioculturais entre alguns países e sua provável

relação com o Brasil. As diferentes formas de se tratar a educação no mundo estão

intimamente relacionadas à realidade sociocultural dos países.

A educação é um terreno extremamente sensível: diz respeito à própria sobrevivência de cada uma das comunidades, ao bem-estar de um país, à capacidade da nação gerar conhecimento, de entender o seu contexto histórico e político, e de produzir e transmitir uma imagem de sua identidade. (BOTTANI, 1999, p. 60).

Assim, é compreensível que um país como a China tenha um modo diferente

de lidar com a educação, e apesar desse país ser comparado constantemente ao

Brasil em termos de crescimento econômico, é necessário pontuar que a educação

lá não tem o mesmo sentido que a educação aqui, e isso ocorre justamente porque

a cultura de tal país é diferente da cultura brasileira. Não é necessário, aliás, ir tão

longe para notar diferenças na educação entre países. Na própria América Latina há

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países que têm uma postura diferente em relação à educação, quando comparados

ao Brasil.

Ao considerar a Europa, nota-se que a estrutura educacional, forjada há

muito mais tempo que no Brasil, faz com que a educação também esteja organizada

de forma diferente. A fundamentação das leis nos países europeus, por exemplo,

muito mais antiga que no Brasil, faz com que cursos que tenham relação com o

Direito sejam diferentes dos cursos da realidade brasileira. Considerando o curso de

Ciências Contábeis como exemplo, é pertinente inferir que num país europeu ele

esteja estruturado de forma diferente da estrutura que se encontra no Brasil, já que a

realidade europeia é consideravelmente diferente.

Tais questões, certamente interferem na relação entre empresas

estrangeiras e nacionais, já que há necessidade de ajustes para que as relações

comerciais sejam bem sucedidas. Nesse caso, caberá às IES brasileiras prepararem

os futuros contadores para atuar com tais diferenças socioculturais, uma vez que, se

eles tiverem a intenção de atuar profissionalmente com empresas estrangeiras,

deverão estar preparados para quando tais diferenças virem à tona nas relações

comerciais e negócios que em última instância estarão refletidos nas peças

contábeis. Cabe ao aluno, portanto, estar ciente do que ocorre não somente na

realidade sociocultural brasileira, mas na realidade sociocultural internacional, de

forma a se preparar para atuar com a diversidade.

Dito isso, para que a nação continue se sobressaindo em termos de

projeção internacional, espera-se, dentre outras coisas, que as diversas instâncias

políticas apostem e façam valer suas apostas em diversos campos sociais, dentre os

quais um dos mais importantes é a educação. A amplitude que toma as questões

educacionais frente ao crescimento do país recai sobre as IES, já que elas estão

formando hoje os profissionais que atuarão no futuro e que, em maior ou menor

grau, contribuirão para que o Brasil ganhe força competitiva frente a outras nações a

caminho do desenvolvimento pleno. Esta discussão que se faz acerca da educação

como um todo, aplica-se obviamente à educação superior, inclusive ao bacharelado

em ciências contábeis. Tanto é assim, que não somente o MEC (Ministério da

Educação) possui diretrizes básicas acerca do curso, como diversos organismos

internacionais como ONU, IFAC, AICPA, AECC (Accounting Education Change

Commission) tratam do mesmo assunto.

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O papel que o currículo das IES exerce frente ao contexto sociocultural

brasileiro se mostra, portanto, de extrema importância e digno de reflexão e estudo

por parte da academia. Neste sentido, Lima et al. (2006) defendem que a construção

do currículo não pode ser pautada somente no pragmatismo e somente com vistas à

sua aplicabilidade. É importante que os valores culturais, sociais e históricos sejam

levados em conta nesse momento. É necessário que o currículo possa ser

modificado e reconstruído de acordo com as necessidades pontuais do contexto no

qual a IES está inserida, sendo que os professores, agentes diretos na formação dos

futuros profissionais brasileiros, devem ter autonomia para intervir na organização e

elaboração curricular, fazendo com que ele seja flexível e se torne um verdadeiro

projeto cultural.

Há, porém, desafios que se interpõem entre o que se espera de um currículo

bem elaborado e a realidade em que as IES estão inseridas, pois nem sempre se

consegue transpor para a prática aquilo que foi pensado, estudado e colocado na

teoria. A adequação do currículo às necessidades locais, e mesmo nacionais, não é

tão simples quanto se pode imaginar, e vários obstáculos são percebidos quando se

entra em contato com o que realmente acontece na educação brasileira como um

todo.

Gomes et al. (2008), em seu estudo acerca do Projeto Político-Pedagógico

do curso de Ciências Contábeis em IES públicas do Estado da Bahia, constatam que

nem sempre a IES consegue adequar sua organização curricular às necessidades

locais, por exemplo. Os casos mostrados a seguir, retirados de tal estudo,

exemplificam bem os desafios que as IES daquele Estado, mas possivelmente de

todo o Brasil, enfrentam para fazer valer na prática o que se pensou na elaboração

do currículo e do PPP:

Iniciação à Pesquisa Científica: o desenvolvimento de pesquisas de

Iniciação Científica (IC), mesmo que existente, podem não se correlacionar com sua

aplicação prática na comunidade científica e nem mesmo ser de grande valia para a

comunidade que está no entorno da universidade. Assim, os incentivos à pesquisa

são “desperdiçados”, já que seria muito mais proveitoso se o que fosse estudado na

IC servisse para aplicação prática no meio social na qual a IES está instalada;

Currículo e demandas: há universidades em que a composição do

currículo não está de acordo com as demandas da região. Percebe-se, portanto, que

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a universidade, nesses casos, não prepara, de fato, os futuros profissionais para

atuarem nas atividades locais. Se a IES não consegue formar profissionais capazes

de interferir nas condições de vida da região em que a própria IES está instalada, é

provável que esse profissional atue numa área diferente daquela em que se formou

ou, em outros casos, emigre para locais onde o conteúdo apreendido no curso seja

aproveitável;

Formação e contribuição social: se o preparo de profissionais que

atuem na região é incoerente, incompleto ou mesmo inexistente, a universidade não

está contribuindo para melhorias na região em que está instalada, já que a formação

desses profissionais não surtirá efeitos modificatórios em tal região. Assim, não há

contribuição para o desenvolvimento econômico e social local.

Concepção x execução: muitas vezes a IES sabe o que deve ser feito,

mas não sabe como deve ser feito, o que evidencia a carência de profissionais no

ensino superior que tenham a capacidade de transposição entre o que é colocado

em projetos e o que é aplicado no quotidiano da instituição.

1.3. A Interdisciplinaridade Curricular como Forma de Contribuição para a Formação do Profissional

A interdisciplinaridade é um fator desejável de ser instaurado em alguns

cursos de nível superior, a partir do momento em que os egressos de tais cursos têm

necessidade de aprender sobre mais de uma área de atuação específica, sendo que

o estudo pautado na interdisciplinaridade formará um profissional apto para atuar em

diversos campos do saber.

Para Maia et al. (2009, p.184), a interdisciplinaridade:

[...] constitui-se em uma nova concepção de divisão do saber. Visa à interdependência, à interação e à comunicação existentes entre as áreas do conhecimento. Busca a integração do conhecimento num todo harmônico e significativo, ou seja, não fragmentado.

É certo que, se existe uma preocupação em formar um profissional que

tenha contato com diversas áreas do conhecimento, há, também, uma demanda no

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mercado de trabalho por esse profissional que seja formado nessa base

interdisciplinar. Há um poder estruturador num ensino baseado na

interdisciplinaridade, já que o profissional, a partir de uma formação baseada num

currículo interdisciplinar será capaz de enfrentar problemas e achar soluções para

enigmas que transcendem a área do conhecimento em que, formalmente, se formou.

O profissional que tiver estudado em um curso com um currículo interdisciplinar será,

provavelmente, um profissional polivalente.

1.3.1. As Demandas por um Profissional Polivalente

O mercado de trabalho tem mudado consideravelmente nos últimos anos.

Fatores como a globalização, a abertura dos países para o mercado internacional e

a formação de blocos regionais revolucionou o que era praticado no século passado

em termos de relações comerciais internacionais. O dinamismo dos países se reflete

nas ações das empresas desses mesmos países, que atualmente enfrentam uma

concorrência que não se atém somente ao mercado local, mas também concorrência

de empresas estrangeiras. Da mesma forma, o dinamismo e aumento da capacidade

competitiva internacional das empresas no interior de um país cooperam para que

ele se destaque internacionalmente. Nesse ciclo, entende-se que a procura e

competitividade por mercados internacionais tem crescido ao longo das últimas

décadas e acirrado a concorrência internacional.

É nesse contexto que o trabalhador se encontra. Assim como existe

competitividade entre empresas no interior de um país, que pode ultrapassar os

limites da nação e chegar a instâncias internacionais quando da busca de novos

mercados, há também uma competitividade entre as empresas na busca pelo melhor

profissional. A partir disso, é mais bem colocado no mercado de trabalho o

profissional que tem a formação mais completa, que é mais capacitado

profissionalmente e que, em determinadas áreas, seja polivalente.

É certo que, se determinada empresa requere que seus profissionais sejam

polivalentes, uma das vantagens a se ter com isso, e talvez a principal delas, é a

otimização do trabalho e, consequentemente, a diminuição dos gastos e o aumento

dos lucros. Mas nem sempre esse é o fator que mais conta para as empresas. Ter

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funcionários com habilidades de comunicação, pensamento crítico e estratégico,

capacidade de interpretação de informações e conhecimento teórico e tecnológico

faz com que a empresa esteja bem aparelhada em termos humanos, o que lhe

confere uma boa posição frente a seus concorrentes, já que ela possui o profissional

mais capacitado, mais bem preparado para enfrentar os desafios aos quais se lança.

A partir dessa procura por parte das empresas pelo profissional mais bem

preparado e com melhor formação, é importante ressaltar que as IES que prezam

por um currículo interdisciplinar têm boas perspectivas de formação para seus

egressos, uma vez que o futuro profissional terá mais chances de ser um profissional

polivalente se tiver um contato mais aprofundado com diversas áreas do saber.

1.3.2. O que é uma Matriz Curricular Interdisciplinar

Quando se fala em uma matriz curricular interdisciplinar, é importante citar

que não existe um consenso sobre seu significado exato em termos de práticas

pedagógicas. E por que, mesmo que não haja uma definição clara acerca desse

conceito, é importante abordar aqui questões sobre interdisciplinaridade? A

importância consiste no fato de que determinados cursos oferecidos por IES têm

uma clara necessidade de que seja feita uma matriz curricular pautada na

interdisciplinaridade. O curso de Ciências Contábeis é um deles. A partir dessa

necessidade, torna-se relevante discutir ao menos as características de um currículo

que se pretende interdisciplinar. Este estudo enquadra-se nesse caso, uma vez que

aqui se procura ressaltar como está estruturado um curso que se baseia nesse

princípio e como isso coopera na formação dos estudantes de ensino superior.

Sendo assim, o objetivo a ser atingido não é a resposta de uma questão, mas a

promoção de um levantamento que, por vezes, se aplica diretamente ao curso de

Ciências Contábeis e, outras vezes, pode servir a mais cursos que se enquadrem

nessa mesma necessidade.

O Parecer Normativo 776/97 da Câmara de Educação Superior (CES)2

demonstra que, ao contrário do que já ocorreu no passado, não se fixa mais

2 Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/1997/pces776_97.pdf>. Acesso em 25 fev.

2012.

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disciplinas que devem compor a grade curricular do curso – o então chamado

“currículo mínimo”. A atitude então passa a ser a de fornecer diretrizes para a

elaboração de currículos de cursos nas IES. Assim, cada instituição pode ajustar a

formação de seu currículo de forma que atenda as necessidades da própria IES e da

sociedade situada em seu entorno. Isso, com certeza, é um avanço no sentido de

conferir autonomia a essas instituições, que poderão então contar com a ajuda de

profissionais qualificados para discutir a elaboração de uma grade curricular

interdisciplinar e satisfatória. Por outro lado, isso confere uma responsabilidade

maior à IES quanto à elaboração de um currículo que se pretende interdisciplinar,

uma vez que tanto os acertos quanto os erros ficarão por sua própria conta e risco.

A autonomia dada às IES pelo Parecer Normativo lhe permite priorizar

determinado campo de atuação em detrimento de outros. A partir do momento em

que se estabelece o foco que a instituição quer dar a determinado curso, cabe aos

profissionais envolvidos na elaboração do currículo de tal curso determinar as

disciplinas importantes para o mesmo, a carga horária de cada uma delas e,

principalmente, como será montada a estratégia para que disciplinas de campos de

estudos diferentes se inter-relacionem.

Considerando que a IES coloque como “filtro” sua localização sócio-

geográfica, é possível que a instituição, em alguns cursos em que isso é cabível,

priorize uma área do conhecimento que seja “útil” para que os futuros profissionais

atuem naquela região e estabeleça a interdisciplinaridade que haverá no currículo de

tais cursos.

A partir da elaboração de um currículo interdisciplinar por parte da IES,

espera-se que os egressos entendam que conhecer diversos campos do saber

cooperará para seu próprio desenvolvimento humano e profissional. A

interdisciplinaridade, quando efetivamente cumprida num curso, faz com que a

organização curricular deixe de ser meramente um amontoado de disciplinas

dispostas aleatoriamente para simplesmente completar a carga horária do curso.

Pode haver até mesmo um direcionamento para determinados cursos a partir do

momento em que esse objetivo é alcançado pela instituição, por vezes de acordo

com suas próprias escolhas. Os alunos, por sua vez, têm suas competências

ampliadas nas diversas áreas do conhecimento a partir do momento em que a IES

lhe oferece cursos cujas grades curriculares estão pautadas na interdisciplinaridade.

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1.3.3. Desafios das IES para formular uma Matriz Curricular verdadeiramente Interdisciplinar

Apesar de constatada a importância de um currículo interdisciplinar, as IES

nem sempre conseguem fazer com que os cursos tenham essa característica. E isso

não ocorre porque não há disciplinas variadas nas grades curriculares dos cursos.

Na maioria das vezes, os cursos têm uma grade curricular diversificada em termos

de diferentes áreas do conhecimento justamente porque é necessário que o futuro

profissional de determinadas áreas tenham uma formação pautada nessa

diversidade. A dificuldade das instituições, nesses casos, é de outra ordem: fazer

com que disciplinas de diferentes áreas do conhecimento se inter-relacionem no

curso a tal ponto de o currículo ser considerado verdadeiramente interdisciplinar.

Parece, entretanto, não existir uma só forma de relacionamento entre as

diferentes disciplinas, antes é possível que elas se relacionem em até cinco níveis

diferentes, contando a interdisciplinaridade. Sem considerá-la, existem ainda níveis

mais altos e mais baixos, sendo que a multidisciplinaridade, a pluridisciplinaridade e

a disciplinaridade cruzada referem-se a níveis menos elevados de inter-

relacionamento entre as disciplinas, e a transdisciplinaridade refere-se a um nível

mais elevado de inter-relacionamento em relação à interdisciplinaridade. Rech et al.

(2007), caracterizam esses níveis como demonstrado a seguir:

Multidisciplinaridade: trata-se da variedade de disciplinas que são

oferecidas num determinado curso, sem que se ressaltem as relações possíveis

entre elas.

Pluridisciplinaridade: trata-se da justaposição de diferentes disciplinas que

estão num mesmo nível hierárquico e que foram agrupadas de modo que apareçam

as relações existentes entre elas.

Disciplinaridade cruzada: trata-se da imposição dos recursos

metodológicos de uma disciplina a outras de mesmo nível hierárquico.

Transdisciplinaridade: é o caso em que o grau de relacionamento entre as

disciplinas supera o da interdisciplinaridade, pois, neste caso, não há limite entre as

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disciplinas e o grau de interação entre elas é tão alto que pode desencadear o

surgimento de outra disciplina.

A pesquisa dos citados autores que investigou “a presença de

características interdisciplinares a partir da análise do grau de relacionamento entre

as disciplinas” (RECH et al., 2007, p.32) é de significativa importância para que se

verifique como um agrupamento de disciplinas pode ser visto de maneira mais ou

menos integrada, já que eles se voltaram para a análise do grau de inter-

relacionamento existente entre elas para justamente pontuar o quão inter-

relacionadas as disciplinas podem estar numa organização de grade curricular.

Como os pesquisadores estudaram especificamente os cursos de Ciências

Contábeis de instituições que oferecem cursos de mestrado em Contabilidade, todo

o trabalho foi voltado para essa área, sendo que eles verificaram desde a

importância da interdisciplinaridade no ensino da contabilidade até a comparação

das grades curriculares de diferentes IES no intuito de verificar como estavam

agrupadas as disciplinas, passando também pela definição e caracterização da

interdisciplinaridade até as variadas formas de relacionamento entre as disciplinas,

como visto anteriormente. Os autores pontuaram, por exemplo, que, nos casos

estudados, observa-se uma característica multidisciplinar na grade curricular dos

cursos de Ciências Contábeis no primeiro semestre, e isso ocorre porque há uma

carga de disciplinas de áreas que têm influência sobre a contabilidade, justamente

por ela ser uma ciência aplicada à área de humanidades. Como se trata do início do

curso é ainda muito cedo para que se estabeleçam relações entre tais disciplinas,

sendo esse o motivo da classificação em multidisciplinares.

Após a divulgação dos resultados da pesquisa, quando Rech et al. (2007)

detalham, semestre a semestre, como a se dá a organização da grade curricular dos

cursos de Ciências Contábeis, os autores concluem que não encontraram casos

com alto grau de relacionamento entre as disciplinas, havendo indícios, portanto, de

que as IES encontram dificuldades em fazer com que disciplinas se inter-relacionem

num grau que possa demonstrar que há interdisciplinaridade. O que há, nos casos

estudados, são currículos com características multidisciplinares, pluridisciplinares e

de disciplinaridade cruzada.

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O desafio de fazer com que esse grau seja elevado pode ser superado se a

IES se comprometer a fazer um trabalho completo. Assim, se ela oferecer aos

egressos o acesso à pesquisa por meio de programas de Iniciação Científica, de

modo que eles venham a se interessar pelos cursos de pós-graduação strictu sensu

(mestrado e doutorado), a interdisciplinaridade no currículo será quase uma

consequência, uma vez que ela terá em quadro de funcionários professores que são

formados e desenvolvem estudos em diferentes áreas de pesquisa. Tais

professores, orientadores dos alunos que ingressarão nos cursos de pós-graduação,

certamente cooperarão para que o currículo da instituição seja interdisciplinar, mas

isso não se deverá simplesmente ao fato de estes desenvolverem pesquisas em

diferentes áreas do conhecimento e estarem trabalhando no mesmo local.

Entendemos ser fundamental que, mesmo tendo uma situação favorável como

nesse contexto, haja um trabalho, por parte da direção da IES, que objetive

promover a integração. A diversidade presente, no entanto, pode ser um grande

passo na organização de cursos com currículos interdisciplinares.

Vale ressaltar, porém, que a instauração de cursos de pós-graduação strictu

sensu como uma forma de cooperar para a formulação de um currículo

interdisciplinar na graduação terá mais chances de ser bem sucedida se os

professores que atuarão na IES também tiverem conhecimentos amplificados em

sua formação e se tal formação for diversificada em diferentes áreas. Se os alunos

são incentivados a fazer pesquisa e pós-graduação somente em uma área de

atuação, não há porque ter um quadro de professores formados em diversas áreas

do conhecimento, uma vez que um professor bastaria para orientar alunos de uma

mesma área de conhecimento (dependendo da demanda, é claro). Assim,

acreditamos que os próprios estudantes de graduação precisam ser incentivados a

se lançarem em pesquisas de áreas diferentes e diversificadas, pois só então haverá

na IES professores com diversidade de formação e alunos estudando diversas

áreas.

Não basta, inclusive, ter um curso de graduação com uma grade curricular

diversificada. Para que verdadeiramente haja interdisciplinaridade é necessário que

essas disciplinas „conversem‟ entre si e tenham um alto grau de relacionamento,

formando um sentido no curso como um todo. E, na verdade, esse é o maior desafio

para a instauração de um currículo interdisciplinar. Um curso com disciplinas

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variadas não é algo tão difícil de montar numa grade curricular, o desafio é fazer

com que, no curso, elas estejam integradas umas às outras formando um todo.

1.3.4. A Importância de uma Matriz Curricular Interdisciplinar no Curso de Ciências Contábeis

Baseando-se nos estudos de Rech et al. (2007), podemos caracterizar o

curso de Ciências Contábeis como um curso multidisciplinar, já que em sua grade

curricular estão presentes disciplinas tanto da área das ciências exatas, como

estatística e cálculo, quanto da área de ciências humanas, como direito, sociologia,

etc. O egresso desse curso vai ter contato com mais de uma área do conhecimento,

mas isso não quer dizer, por si só, que o curso já seja interdisciplinar por ser

constituído por disciplinas de diferentes áreas do conhecimento. O problema

consiste no fato de essas disciplinas não terem o grau de relacionamento adequado

entre si a ponto de o currículo ser considerado interdisciplinar, e isso se configura

num segundo problema: o futuro profissional da área contábil tem necessidade de

estudar essas disciplinas de forma inter-relacionada, e não de forma segmentada. O

próprio aluno precisa entender de que forma estas disciplinas se inter-relacionam e

qual o grau de inter-relação existente entre elas.

As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) do Curso de Ciências Contábeis

consideram a interdisciplinaridade como característica fundamental do curso. Mesmo

que sirvam somente de referência para as IES na organização de seus programas

de formação é importante que haja atenção quanto ao fato de tais diretrizes

ressaltarem que a interdisciplinaridade curricular cooperará para uma boa formação

do egresso.

E por que isso está colocado como um fato a ser observado? Talvez porque

se queira ressaltar a possibilidade de se requerer do futuro profissional de ciências

contábeis que ele atue com essas diferentes áreas do conhecimento, e ele deverá

estar preparado para isso. Não importa, portanto, quão diversificada seja a grade

curricular. O mais importante é que as disciplinas tenham um alto grau de

relacionamento entre si, uma vez que o profissional poderá ter de lidar com várias

áreas do conhecimento para solucionar determinado problema numa empresa, por

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exemplo, e ainda passar isso a seus superiores numa linguagem que ele entenda, e

quem sabe indicar-lhe decisões que poderá tomar.

Entendemos que se o curso de Ciências Contábeis já tem como

característica a multidisciplinaridade, fica a cargo da própria IES a realização de um

trabalho para que seja atingido, na prática do curso, um grau mais elevado de

relacionamento entre essas disciplinas. Assim, a direção das instituições deve estar

comprometida em fazer com que esse objetivo seja alcançado. Cabe a ela agir junto

com seu corpo docente de modo a proporcionar a formação adequada a esse futuro

profissional que será cobrado disso em sua profissão.

1.4. A Matriz Curricular x Expectativas do Mercado

Conforme exposto anteriormente, o mundo no contexto atual está muito mais

dinâmico do que já foi outrora. Isso se reflete também no mercado de trabalho de

cada país que se coloca no cenário internacional competitivamente, a fim de

conquistar novos mercados consumidores. Notícias freqüentemente divulgadas pela

mídia dão conta de que o Brasil é uma das nações que ganha destaque nesse novo

cenário mundial. Considerado país emergente, faz parte, junto com Rússia, Índia e

China e África do Sul (BRICS) e alguns outros seletos países, de um grupo de

países que ganharam visibilidade nos últimos anos, principalmente após a crise que

abateu a União Europeia e os Estados Unidos nos anos recentes. Nesse contexto,

países considerados potências mundiais dependem, muitas vezes, desses mercados

emergentes para que o mercado internacional continue dinâmico e pulsante. Não é

mais motivo de espanto saber pela mídia internacional que países e blocos

econômicos outrora tão soberanos acenam em direção aos países emergentes

como que solicitando ajuda.

De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)3, de

2002 a 2011, a taxa de ocupação no Brasil evoluiu de 89,5% para 95,3%, o que

mostra um crescimento de 6,5% das pessoas em idade ativa ocupadas no país.

3 Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/trabalhoerendimento/pme_nova

/defaulttab_hist.shtm Acesso em 15 fev 2012.

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Dado isso, pode-se constatar que o Brasil caminha para uma taxa bem próxima ao

pleno emprego, uma vez que o índice alcançado no final de 2011 evidencia a

participação de uma maciça parcela da população em idade ativa na economia do

país. A partir desses dados, verifica-se que o mercado de trabalho brasileiro

continua em crescimento, e esse mercado cria não somente novas vagas, mas

também novas profissões que atendam as demandas internas. E a educação tem

um papel fundamental nessa parte, especificamente.

Também não é motivo de espanto verificar que, sem encontrar mão de obra

qualificada, muitos setores importantes para a continuidade do crescimento

econômico do Brasil acenam aos profissionais estrangeiros que venham suprir suas

necessidades. Segundo dados do Ministério do Trabalho4 e Emprego - MTE

(atualizados em Dezembro de 2011), a presença da mão de obra estrangeira

contratada no Brasil vem aumentando desde 2008. Naquele ano, foram concedidas

43.993 autorizações de trabalho a estrangeiros chegando a 70.524 autorizações em

2011, o que representa um crescimento acumulado de 60,3% neste período.

Quando analisados os dados disponíveis em relação às autorizações para ocupação

de cargos na área de gestão, o cenário é bastante parecido: em 2008 foram

concedidas 957 autorizações e, em 2011 1.396, com aumento de praticamente 46%.

A partir da análise de tais estatísticas, é possível inferir que a educação

brasileira tem sido suficientemente eficiente para formar profissionais qualificados o

bastante para suprir as demandas do mercado de trabalho interno do país. Uma das

nações que se sobressai e se destaca, mesmo em tempos de crise, não consegue

formar profissionais que sejam aptos para exercer funções importantes em setores

estratégicos. Isso demonstra que o setor educacional não está acompanhando o

dinamismo das profissões, do mercado de trabalho e do próprio país, o que é motivo

de grande preocupação.

A partir dos mesmos dados, a análise em nível micro revela que as

empresas demandam um novo tipo de profissional. Espera-se que ele seja, como

visto anteriormente, polivalente, autônomo, criativo, inovador, de fácil adaptação a

mudanças rápidas e capaz de utilizar seus conhecimentos de forma adequada ao

contexto em que se encontra. Adequar-se a essa realidade é um desafio constante

para os profissionais que se formam independentemente de sua área de atuação.

4 Disponível em: http://portal.mte.gov.br/trab_estrang/resumos-gerais-relacao-das-autorizacoes-de-

trabalhos-concedidas-ate-2011.htm Acesso em 01 mar. 2012.

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Ficar atento a isso é um requisito básico para os ingressantes em cursos de ensino

superior. É preciso ter em mente que há lacunas a serem preenchidas no mercado

de trabalho e que, se não houver qualificação adequada, não serão preenchidos os

requisitos necessários, havendo assim chances de um profissional estrangeiro

conquistar cada vez mais vagas no mercado interno.

As IES têm parte importante no desafio encontrado pelos (futuros)

profissionais frente ao mercado de trabalho. As práticas escolares têm uma

contribuição importante para que o indivíduo se torne mais autônomo

profissionalmente e alcance outros quesitos, citados como fundamentais, para o

ingresso e permanência no mercado de trabalho. Somente o profissional que teve

uma educação emancipatória e construtiva será capaz de atuar como alguém que

apreende e até mesmo reconfigura o que está à sua volta, e não somente reproduz

e/ou adapta coisas à sua realidade. Cabe, portanto, às IES incutirem isso no

indivíduo desde as práticas em sala de aula.

É provável que muitas instituições de ensino precisem se reorganizar para

atender às novas exigências do mercado de trabalho, proporcionando a seus

egressos experiências que vão além das salas de aula, propiciando incentivo à

pesquisa e à formação continuada e maior integração de seu corpo docente no

sentido de integrar atividades e disciplinas, compartilhar vivências, etc. Assim, tais

instituições precisam saber lidar com a flexibilização em vários aspectos, como no

quesito das grades curriculares, por exemplo, de modo que elas fiquem mais

integradas. Outro fator importante a ser levado em conta pelas IES é o incentivo à

pesquisa, e isso como forma de contribuir para que o saber em determinadas áreas

seja novamente convertido em ensino, já que "não há ensino sem pesquisa e

pesquisa sem ensino. Esses que-fazeres se encontram um no corpo do outro"

(FREIRE, 2010, p. 23).

A integração é outro fator importante a ser tratado por elas, uma vez que não

somente as disciplinas dos cursos precisam estar integradas, de modo a formar uma

grade curricular interdisciplinar, mas a integração tem que se dar também entre a

direção da instituição e o corpo docente, entre os docentes uns com os outros, entre

os docentes e os discentes, e por fim: entre a teoria que é dada na sala de aula e a

prática que pode estar instaurada tanto na sala de aula quanto, se necessário, fora

dela, etc. As IES precisam estar atentas a fatos que acontecem nacional e

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internacionalmente, pois muitas vezes isso implica no modo como, a médio e longo

prazo, ela vai organizar seus cursos e matrizes curriculares.

O modo como as IES que oferecem e estruturam o curso de Ciências será

deveras importante para a formação de um profissional que lida com uma área tão

dinâmica e diversificada. Assim como em outras áreas, o profissional da área de

Ciências Contábeis precisa ser alguém bem informado e atento ao que se passa ao

seu redor, não somente no que se refere à empresa onde trabalha, mas também

com relação à legislação vigente, no que tange os aspectos sociais, tributários e

econômicos e em várias outras áreas com as quais poderá ter de lidar. Ele só

conseguirá sobreviver no mercado de trabalho se buscar as informações das quais

necessita em sua profissão, ou seja, além dos conhecimentos específicos de

contabilidade e auditoria, necessitará compreender também aspectos de governança

corporativa, fatores econômicos, tributários, de logística, bem como várias outras

áreas que interferem na dinâmica da empresa onde atua. Assim também, o próprio

registro de dados e informações, por exemplo, precisa ser correto e claro, de forma

que ele mesmo possa analisá-los e saber indicar a seus superiores decisões

corretas a serem tomadas para o sucesso de seu negócio.

A partir de tais constatações, compreende-se que o profissional atuante na

área de Ciências Contábeis deverá ter visão sistêmica e crítica, já que ele poderá ter

que fazer a análise de fatores variados para chegar a uma conclusão e, a partir

disso, ser crítico o bastante para saber quais decisões podem ou devem ser

tomadas concernente a determinado problema na empresa, por exemplo. Isso quer

dizer que o profissional de contabilidade precisa ter também um mínimo de

habilidade com planejamento estratégico e gestão.

Formar um profissional desse porte é um desafio para as IES. Nota-se que o

profissional da área de contabilidade tem que ter contato com várias áreas do

conhecimento, mas não é só o contato que basta. A relação entre essas áreas

diversificadas tem que estar clara para quem, futuramente, atuará com isso no

quotidiano. Se as IES oferecerem aos futuros profissionais visões isoladas e

estáticas de áreas que, na verdade, precisariam estar integradas, é certo que não os

formará de maneira completa e satisfatória para as exigências do mercado de

trabalho, uma vez que a vivência no ensino superior não foi adequada para o que

eles podem vir a encontrar na realidade do mercado.

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Tomando-se por base essas exigências específicas da profissão contábil, é

possível perceber que um currículo multidisciplinar não será suficiente. Ele não

proporcionará aos futuros profissionais a capacidade de terem uma visão sistêmica e

crítica. Isso será possível somente se o currículo do curso for interdisciplinar, uma

vez que, sendo assim, será possível que os futuros atuantes na área de

contabilidade vejam as diversas áreas do conhecimento as quais estudou de forma

integrada.

Uma matriz curricular interdisciplinar, porém, não é tudo. Há vários outros

aspectos que devem ser motivo de atenção por parte das instituições, como, por

exemplo, a relação constante entre teoria e prática, a necessidade de aprendizagem

continuada, a instigação do senso crítico e da visão empreendedora, a análise de

fatores diversos cooperando para a solução de uma questão única, etc.

1.5. Alguns Pressupostos para a Definição da Matriz Curricular

Diante do que foi abordado anteriormente, é possível verificar a importância

de as IES estarem comprometidas em melhorar sua própria gestão pedagógica para

atender demandas que não são somente as de seus alunos e do mercado de

trabalho. A demanda por melhorias na educação, em termos gerais, é uma demanda

social.

A sociedade tem percebido a competitividade do mercado de trabalho e o

quanto é preciso estar preparado para ele. Existe atualmente a consciência de que

somente os profissionais “bem formados” assumirão os melhores cargos nesse

mercado competitivo e exigente. Assim, a nossa opinião é que os programas dos

cursos devem estar de acordo com o que se pede no mercado de trabalho. Atentar-

se às renovações tecnológicas, à responsabilidade ambiental e social e à ética no

ambiente de trabalho é uma premissa para o profissional que atua nas mais diversas

áreas. São fatores, portanto, aos quais as instituições também têm que estar

atentas, pois o conhecimento a respeito deles será certamente cobrado na vida

profissional do estudante que se forma no ensino superior atualmente.

A pesquisa realizada evidencia que algumas universidades têm se dado

conta disso e incluído tais preocupações na formulação de seus cursos. Algumas

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têm trabalhado na reformulação do currículo dos diversos cursos que oferecem,

outras têm se movido para reestruturar programas e outras têm tentado ainda incluir

discussões novas nos cursos, de modo que eles se abram para o diálogo com áreas

em que possivelmente não dialogaram antes. Pode-se afirmar, portanto, que as IES

têm percebido as mudanças no mercado de trabalho, nas novas demandas por

profissionais e têm se movido para adequarem-se a essa nova realidade.

É notável que atualmente as instituições estejam se atentando para alguns

fatores dos cursos no sentido de reformulá-los, e entre eles está o currículo. Mas, a

maneira como empreender essa reformulação, bem como, a identificação de quais

sejam os pressupostos nos quais elas devem se basear para que tal reformulação

seja satisfatória e atenda as demandas dos novos profissionais, são

questionamentos que permanecerão em aberto. Este estudo, por exemplo, não tem

a pretensão de fornecer as respostas concretas e nem passar diretrizes a serem

adotadas pelas IES, mas é cabível ponderar alguns pressupostos principais para

reflexão e discussão dessas questões.

1.6. Relação Constante entre Teoria e Prática

Muito se discute sobre a importância do ensino superior, principalmente em

áreas aplicadas, como a contabilidade, não estar limitado ao discurso teórico. Paulo

Freire, um dos maiores educadores do país defende que:

É pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática. O próprio discurso teórico, necessário à reflexão crítica, tem de ser de tal modo concreto que quase se confunda com a prática. (FREIRE, 2010, p. 39).

No quotidiano de muitas IES existe uma dificuldade em fazer com que as

aulas teóricas tenham um sentido prático para os alunos. Não é difícil observar

alunos que se queixam por não entender como o que lhe está sendo ensinado na

teoria servirá para o exercício da função que ele poderá vir a ocupar no mercado de

trabalho futuramente.

A ideia central deve ser a de que a relação entre a teoria e a prática seja o processo pelo qual se produz o conhecimento. Ainda, a ação

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educativa deve ser questionada em virtude das metas a que se refere e ao professor; cabe-lhe questionar sua prática pedagógica em função dos objetivos pedagógicos e sociais a que ele serve. (MARION; MARION, 2006, p. 55).

Muitos docentes não se preocupam em fazer com que o conteúdo que

ensinam tenha esse sentido prático requerido pelos próprios alunos, e é nesses

casos que se torna desejável a interferência da direção pedagógica da IES, no

sentido de adotar estratégias que visem fazer com que seus alunos percebam que o

objeto estudado em sala de aula, nas mais diversas disciplinas, têm sim, um sentido

prático e será importante para seu futuro profissional e pessoal.

É de extrema importância que os futuros profissionais, independentemente

da área de atuação, tenham um mínimo de contato com aquilo que, posteriormente,

poderá vir a ser parte de sua atividade quotidiana, e o ensino superior tem a função

de promover esse contato quando os estudantes estiverem ainda em seu processo

de formação. Marion e Marion (2006) defendem o despertar da prática antes mesmo

da exposição da teoria que a explique, pontuando que “o ensino de uma teoria que

justifica a prática adiciona valor e utilidade ao processo de ensino-aprendizagem"

(MARION; MARION, 2006, p.32).

Visto que a relação entre teoria e prática é um fator importante para os

cursos de ensino superior, vale citar que a responsabilidade de fazer com que elas

estejam alinhadas, no intuito de proporcionar uma formação ampla aos estudantes,

não é só do docente que prepara suas aulas e entra nas salas diariamente. Todos

os envolvidos no processo de formação do discente têm certa responsabilidade em

fazer com que a relação entre teoria e prática seja satisfatória ao ponto de o aluno

compreender como a teoria servirá para a prática da profissão e até mesmo como a

prática pode reformular determinadas teorias estabelecidas.

Sobre este assunto Marion e Marion (2006, p. 32) entendem que:

Não há dúvida de que o fundamento para os discípulos em geral será essencialmente conceitual. Entretanto, a prática destes conceitos é indispensável para melhor sedimentação da aprendizagem. [...] Não estamos dizendo que a melhor metodologia é primeiro ensinar a teoria para depois dar a prática. Às vezes, a prática deverá ser ensinada primeiro.

1.6.1. A Responsabilidade das IES

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Pode parecer certo que a responsabilidade da IES em fazer com que o

currículo do curso tenha a teoria e prática alinhadas, seja requerida somente quando

o docente não consegue fazer com que tal alinhamento seja satisfatório. Porém, o

papel das instituições como interventoras pode ser anterior à detecção dessa

carência por parte dos alunos.

A Instituição de Ensino Superior, como centro de excelência, cumpre seu papel de desenvolvimento e disseminação dos conhecimentos, objetivando as competências humanas e técnicas, bem como a formação de pensadores críticos, solucionadores de problemas e novos pesquisadores. (MARION; MARION, 2006, p. 53).

Antes mesmo que o professor tenha sua postura colocada à prova, as IES

podem ter uma postura ativa para que seu alunado tenha acesso a uma formação

onde teoria e prática estejam interligadas para cooperar em seu processo de

formação. Mas como as instituições podem agir para que isso ocorra?

Em seu trabalho pedagógico, como por exemplo, na formulação e

atualização do Projeto Político-Pedagógico e/ou na formulação do currículo para os

variados cursos, cabe uma postura das instituições para fomentar ações que tragam

a prática profissional para seus cursos. O mais indicado é que o trabalho seja

realizado em conjunto com professores, coordenadores pedagógicos e todos os

demais envolvidos na administração pedagógica dos cursos que determinada IES

oferece, já que o trabalho a ser desenvolvido demanda esforço desse grupo no

intuito de pensar em como essas ações podem funcionar em cada curso e

compreender como elas poderão ser postas em prática.

Sobre este assunto, Marion e Marion (2006, p. 53) entendem que o ensino

deve atender à demanda dos alunos, deve ser dinâmico e estar em harmonia com a

realidade social, econômica e política “dentro do Projeto Didático-Pedagógico da

Instituição”.

Nesse sentido, torna-se igualmente importante verificar a criação de espaços

na grade curricular para que as ações pensadas pelo grupo possam ser

empreendidas. As opções da IES vão desde a organização de tarefas específicas,

como atividades complementares e estágios, até a criação de disciplinas

específicas, como um laboratório de práticas contábeis, e realização de projetos

profissionais integrados, por exemplo. Este é o entendimento de Marion e Marion

(2006, p. 32) que sobre esta temática assim se posicionam:

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Atividades práticas em laboratório, estudos de caso, jogos [de empresa], possibilitam uma experiência para os estudantes reforçarem os conceitos apresentados em sala de aula. Dentro dessa perspectiva, tal prática deverá ser usada para praticamente todos os pontos.

Sejam quais forem as ações planejadas, é relevante pontuar que a IES

precisa organizar um conjunto de profissionais que discutam a importância de aliar a

teoria à prática e que, no interior de tal grupo, esteja acertado que as ações

discutidas, e as que forem de fato colocadas em prática, deverão ser pontuais no

sentido de sanar uma possível carência que a IES possa ter concernente à delicada

relação entre teoria e prática. E, mais do que isso, as IES precisam oferecer as

condições mínimias necessárias ao bom desenvolvimento profissional dos alunos,

como muito bem lembra a citação de Paulo Freire:

O professor tem o dever de dar suas aulas, de realizar sua tarefa docente. Para isso, precisa de condições favoráveis, higiênicas, espaciais, estéticas, sem as quais se move menos eficazmente no processo pedagógico. Às vezes, as condições são de tal maneira, perversas que nem se move. O desrespeito a este espaço é uma ofensa aos educandos, aos educadores e à prática pedagógica. (FREIRE, 2010, p. 66).

1.6.2. A Responsabilidade dos Docentes

Os docentes têm também sua parcela de responsabilidade na missão de

fazer com que a teoria esteja aliada à prática. Segundo Marion e Marion (2006, p.

12) "num plano mais ousado, cabe ao professor ensinar o aluno a pensar" a prática

na qual estão inseridos, os autores argumentam ainda:

Além de conhecer a disciplina de forma global e não apenas parte dela, é importante que a atualização seja constante, principalmente no magistério, de disciplinas como as da Área de Negócios, que recebe muita influência das constantes mudanças empresariais. (MARION; MARION, 2006, p. 21).

Por estarem em contato direto com os alunos, por meio das aulas das

disciplinas que ministram, pode-se pensar que a responsabilidade destes

profissionais é ainda maior. Pode-se pensar até mesmo, equivocadamente, que a

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responsabilidade seja só desse profissional que atua na linha de frente dos cursos e

que administra o conteúdo que passa aos alunos nas mais diversas disciplinas.

Porém, o docente divide uma parcela da responsabilidade acerca desse tema, e

cabe a ele agir, muitas vezes, segundo o que está sendo praticado pela instituição

em que atua.

Quando existe um respaldo da IES em que o docente atua, aparentemente

torna-se mais fácil trabalhar aliando sempre a teoria e a prática. Se a IES trabalhou

em conjunto com os docentes e o coordenador pedagógico para tornar isso uma

realidade, parece certo dizer que muito do trabalho já foi feito. Mas não ele todo,

pois ao docente, enquanto profissional que vai para a sala de aula, cabe a sua

parcela de responsabilidade. A primeira atitude desejável do docente que trabalha

numa IES que o respalda e o aparelha para que a teoria e a prática estejam

alinhadas é justamente fazer o que está proposto por aquela IES. A partir do fato de

que cada docente trabalha numa determinada área, é cabível que o docente

trabalhe rumo ao objetivo proposto conforme os limites de sua área e, na medida do

possível, trabalhe também em conjunto com outros docentes para efetivar as ações

propostas pela instituição.

Os casos em que a IES não oferece respaldo ao docente são um pouco

mais complicados de lidar, já que os docentes terão que agir individualmente para

fazer com que a teoria passada em sala de aula contenha um pouco da prática

profissional que o estudante poderá encontrar quando se formar e for atuar no

mercado de trabalho. É desejável que o profissional aja, ao menos minimamente,

para fazer com que os estudantes percebam a importância da atividade prática para

seu futuro enquanto profissionais de determinada área. Sempre que possível o

docente deve incluir em suas aulas atividades que levem à proximidade prática

aquilo que é ensinado teoricamente.

A ação dos docentes que não têm respaldo da IES para promover o ensino

da teoria aliada à prática pode ultrapassar os limites da sala de aula. Aliás, é

desejável e benéfico a todos se isso acontecer. Sendo assim, cabe ao docente,

consciente de que deve promover uma ampla formação aos estudantes, agir em

conjunto com seus colegas e batalhar para que a IES em que atua volte-se para

uma postura de apoio ao alinhamento entre teoria e prática. Se, agindo em conjunto,

os docentes tiverem sucesso na conscientização da IES quanto a essa questão, o

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futuro profissional que estuda naquela instituição terá acesso a algo essencial para

sua formação.

1.6.3. A Responsabilidade dos Alunos

Aos alunos também cabe uma parcela de responsabilidade em fazer com

que sua própria formação seja pautada num alinhamento entre teoria e prática.

Como futuros profissionais que atuarão no mercado de trabalho, é desejável que

eles se conscientizem de que cada atitude tomada em relação às propostas feitas

por seus professores e pela instituição em que estudam cooperará, positiva ou

negativamente, para seu futuro profissional. Assim, cada atividade prática proposta

deve ser realizada com a seriedade que lhe é cabível, uma vez que ela pode estar

diretamente relacionada com seu futuro profissional. Aproveitar ao máximo cada

proposta feita pelos docentes visando seu próprio crescimento enquanto profissional

e pessoa é uma sábia decisão.

O grau de maturidade do estudante brasileiro em relação a algumas

questões importantes para sua própria trajetória estudantil não permite que ele, em

muitas situações, tenha uma postura ativa de cobrança em relação à qualidade de

seu próprio processo de aprendizagem. Um aluno com essa maturidade „ideal‟ seria

consciente o bastante para, no caso de verificar deficiências em seu processo de

aprendizagem – como falta de ligação entre teoria e prática em seu curso –, cobrar

para que haja uma mudança de postura dos docentes com os quais tem aula e até

mesmo por parte da IES em que estuda.

O que se constata na realidade do ensino superior brasileiro, é que em

alguns casos, quando o aluno percebe que a teoria não tem ligação alguma com a

prática da profissão que ele escolheu, costuma haver reclamações pontuais por

parte dos discentes no sentido de alertar que “aquilo não lhe servirá para nada”. O

que falta, porém, é uma postura crítica e um questionamento feito em sala de aula,

podendo, inclusive, ultrapassar esse limite, que vise entender como o conteúdo

estudado na teoria lhe servirá nas atividades práticas.

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48

Essa visão crítica e abertura ao questionamento deveriam ser incutidas no

aluno antes mesmo de ingressar no ensino superior, trata-se de uma questão

cultural da educação brasileira. O ideal seria que nossos estudantes ingressassem

no ensino superior, cônscios de que são eles mesmos os principais responsáveis por

sua formação.

1.6.4. Aprendizado Constante

Partindo do princípio de que cada estudante é protagonista de sua própria

formação e responsável por seu futuro profissional, é importante frisar que o

contexto do mundo atual demanda um profissional que está sempre aprendendo e

buscando mais. Isso precisa estar incutido não somente na mentalidade de

estudantes universitários, mas também na de profissionais que já atuam no mercado

de trabalho.

Se não há uma busca por aprendizado constante, o conhecimento fica

estagnado e o indivíduo pode se ver sem condições de crescimento profissional, por

exemplo. É extremamente importante ressaltar a necessidade de aprendizado

constante na vida estudantil e profissional. E, talvez, o incentivo à formação

continuada seja uma boa forma pela qual se possa mostrar ao indivíduo que o

aprendizado constante é uma necessidade.

É de extrema importância que as IES incluam em seus cursos programas de

formação continuada. Se o estudante tem acesso à iniciação à pesquisa científica,

isso pode colaborar para que ele perceba, ainda na graduação, o quão importante é

a formação continuada para sua vida profissional. A IC tem a capacidade de abrir a

mentalidade do estudante e fazê-lo buscar novos conhecimentos na área científica

na qual ele iniciou. A partir de uma boa e proveitosa vivência na IC, é provável que

os estudantes queiram estender sua pesquisa para os cursos de pós-graduação

strictu sensu. Tanto o mestrado quanto o doutorado propiciam ao estudante e ao

profissional um aprofundamento em sua área. Isso supera certa necessidade de

imediatismo profissional com a qual alguns estudantes ingressam no curso, uma vez

que o foco é o estudo, a pesquisa científica.

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49

Uma IES que coloca como um dos pilares de seu currículo a formação

continuada sinaliza a todos que seu objetivo é formar profissionais completos e, mais

do que isso, profissionais que podem vir a se tornar referência em determinadas

áreas de estudos. Marion e Marion (2006) consideram que a IES que, dentre outras

coisas, preza pela formação de novos pesquisadores é cumpridora de seu papel de

desenvolvimento e disseminação de conhecimentos.

1.6.5. Interdisciplinaridade

Já abordada anteriormente, a interdisciplinaridade é uma peça chave na

definição de uma matriz curricular. Para fazer com que os estudantes tornem-se

profissionais polivalentes e capacitados para atuar em diversas áreas, ela é de vital

importância para os currículos de cursos ensino superior. É certo que são várias as

dificuldades para que um currículo seja, de fato, interdisciplinar, mas vale lembrar

que isso pode ser alcançado desde que haja empenho de todos que atuam na IES.

Os benefícios de um currículo interdisciplinar vão além da formação dos

futuros profissionais. Ao aceitar desafio de fazer com que isso se torne realidade, a

IES beneficiará também a si mesma, já que, a partir disso, a tendência é que a

integração de seu corpo docente seja maior, a satisfação de seus alunos no que se

refere ao aprendizado aumente consideravelmente e até mesmo o nome da

instituição poderá ganhar destaque frente às suas “concorrentes”, já que o sucesso

na formação de seus alunos será reflexo de seu trabalho e também refletirá na

divulgação de seu nome.

São numerosos, portanto, os benefícios, mas a real ambição da IES deve

ser o compromisso de atuar na boa formação de seus alunos, sendo que os

posteriores benefícios são apenas conseqüência de um trabalho feito com

seriedade, empenho e dedicação.

1.6.6. Competências

Algumas IES têm optado por organizar o currículo com base em

competências. Mas como isso se dá? Ao estudar a organização do currículo por

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competências, Silva e Pacheco (2005) consideram que um currículo organizado por

competências tem como diretriz a identificação de diferentes saberes e seu ensino,

tendo como foco sua aplicação prática. O importante, nesses casos, é que o aluno

se torne competente para atuar em determinada função a partir do que foi estudado.

Tais saberes, porém, depois de apreendidos não serão utilizados de maneira

isolada, já que o importante é fazer com que haja junção desse conjunto de saberes

de forma que o indivíduo não somente saiba fazer o que aprendeu para determinada

situação, mas, ao contrário, saiba aplicar aquilo a diferentes contextos em que tais

saberes possam ser úteis. Nesse sentido, o saber-fazer (atividades práticas) tem

que andar ao lado do saber-ser (comportamento socioafetivo), pois o indivíduo

precisa aprender a atitude de colocar seu conhecimento teórico e sua vivência

prática anterior a uma nova situação.

Organizar um currículo por competências seria, então, uma forma de integrar

diversos saberes quando houver necessidade de aplicação prática. Nesse sentido,

os egressos dos cursos superiores deverão se aplicar em saber não somente como

determinado saber funciona isoladamente, mas, principalmente, como determinados

saberes, se integrados, podem cooperar para resolver novas situações.

Um estudante com essa capacidade com certeza será aquele que se aplicou

a ter um sentido de experimentação, que procurou verificar como a teoria se aplica

na prática e como uma prática bem sucedida é já um aprendizado para o

solucionamento de vários outros problemas resultando em outras práticas.

Assim como uma organização por competências desafia várias capacidades

dos alunos, como a de saber integrar para solucionar, por exemplo, ela é igualmente

desafiadora para os professores. A partir do momento em que determinada IES

organiza seu currículo com base nas competências, é requerido ao professor que ele

abandone seu discurso puramente teórico e passe a discutir como a teoria contribui

para atividades práticas e geradoras de novos saberes.

O conhecimento, então, passa a ser construído de forma mais complexa,

uma vez que a interdisciplinaridade deverá ser presente para que se obtenha

sucesso na resolução de fenômenos diversos que podem ser abordados numa sala

de aula. Apesar de se continuar com a teoria, e apesar de essa teoria ser voltada

para a prática, é necessário ressaltar que sem a junção dos vários saberes não há

como o egresso se tornar verdadeiramente competente no que se propõe a fazer.

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A organização curricular por competências, além de ser um desafio tanto

para alunos quanto para professores, passa a ser também um desafio para as IES.

Não há, portanto, como desafiar corpo docente e discente sem que as próprias

instituições sejam desafiadas. Igualmente, não há como cobrar superação de

desafios por parte daqueles, sem que estas se proponham a superar os desafios

que o cenário atual lhe imputa, de modo a mudar posturas e adotar inovações

visando o desenvolvimento geral.

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CAPÍTULO II − A MATRIZ CURRICULAR DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

2.1. Os Primeiros Modelos de Currículo para Formação Contábil no Brasil

O curso de Ciências Contábeis foi instituído formalmente por Getúlio Vargas

em 1945, pelo Decreto Lei nº 7.988, no entanto, segundo Peleias et al. (2006),

outros cursos foram precursores do ensino de contabilidade no país, que começou

efetivamente em 1809, a partir do Alvará5 do Príncipe Regente, D. João VI, que criou

as aulas de comércio.

EU O PRINCIPE REGENTE Faço saber aos que o presente Alvará com força de Lei virem: que sendo-me prezente em Consulta da Real Junta de Commercio, Agricultura, Fabricas e Nevegação deste Estado, e Dominios Ultramarinos: Que havendo eu creado com o designo de fazer prosperar estes objectos de sua incumbencia para augmento da felicidade publica, era de absoluta necessidade [...]; já para a Construcção de uma Praça de Commercio, onde se ajuntem os Commerciantes a tratar de suas transacções, e emprezas mercantís; já para para o estabelecimento de Aulas de Commercio, em que se vão doutrinar aquelles dos meus Meus Vassallos, que quizerem entrar nesta util Profissão, instruidos nos conhecimentos proprios dela[...]. (grifo nosso)

O Decreto nº 4566 de 6 de julho 1846, assinado pelo Ministro e Secretário

d‟Estado dos Negócios do Império, trazia pela primeira vez a descrição das

disciplinas que deveriam ser estudadas no curso de comércio, notadamente voltado

para a prática da escrituração mercantil. O Capítulo 3 tratava dos objetos de ensino,

e relacionava no artigo 24 e 25 as disciplinas que deveriam constar das aulas de

comércio, no primeiro e segundo ano, respectivamente como segue:

Art. 24 [...] Arithmetica, Álgebra até ás equações do segundo gráo inclusive, e as duas primeiras Secções de Geometria, Geographia geral, Geographia Commercial, e Geographia do Brasil, Juros simples, e compostos, Descontos, e Abatimentos, Regras de

5 Disponível em: http://www.brown.edu/Facilities/John_Carter_Brown_Library/CB/1809_docs/L23_

p01.html> Acesso em 04 mar. 2012. 6 Disponível em: <http://www6.senado.gov.br/legislacao/ListaTextoIntegral.action?id=65422&norma=

81331> Acesso em 04 mar. 2012.

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Companhia, e de Liga, Falsa posição, Calculo de annuidades, Amortisação, Regra conjuncta, Moedas, Pesos, e Medidas Nacionaes, e Entrangeiras, Câmbios, e Arbitrios de Cambio.

Art. 25[...] Historia geral do Commercio, de seus elementos, e objectos, que tem com elle relação, e dependencia; Commercio terrestre, e maritimo; Pratica de Letras da terra, de cambio, de risco, Seguros, suspensão de pagamentos, Fallencias, Concordatas, e Banca-rotas; Bancos, suas differentes especies, e operações; Arrumação de livros, e mormente a sua pratica; devendo ser os livros escripturados pelos proprios Alumnos, e apresentados, quando tiverem de ser julgados os actos, que fizerem.

Com base na autorização concedida pelo Decreto nº 769, de 9 de Agosto de

1854, Luiz Pedreira do Coutto Ferraz, então Ministro e Secretário d‟Estado dos

Negócios do Império, em 14 de maio de 1856 publicou o Decreto 1.763 promovendo

a reorganização do curso de comércio, o qual passou a contar com a seguinte

estrutura:

Art. 3º O Curso de estudos durará dous annos, distribuindo-se as materias do ensino pelas seguintes Cadeiras: 1º anno 1ª Cadeira. Contabilidade e Escripturação Mercantil. 2ª Cadeira. Geographia e Estatistica Commercial. 2º anno 1ª Cadeira. Direito Mercantil. 2ª Cadeira. Economia política com applicação especial ao commercio e á industria.

Durante quase um século a área de gestão ficaria concentrada nas aulas

técnicas de comércio. Em 1905 a Academia de Comércio do Rio de Janeiro (ACRJ)

que havia sido criada em 1902 (BRASIL, 1905) passou a oferecer o curso superior,

que habilitava para as funções de atuários, chefes de contabilidade de instituições

financeiras e grandes empresas comerciais, dentre outras, esta realidade começaria

a mudar. Além do curso superior a ACRJ oferecia também um curso geral, que

habilitava para exercer as funções de guarda-livros, perito judicial e empregos de

Fazenda.

Segundo Marion e Robles Jr. (1998), “a primeira escola de Contabilidade no

Brasil, na forma de escola de comércio, foi a Fundação Escola de Comércio Álvares

Penteado que surgiu em 1902 como „Escola Prática de Comércio‟”. Em 9 de janeiro

de 1905, o mesmo Decreto nº 1.3397 que declarou a ACRJ como instituição de

utilidade pública, reconheceu, em caráter oficial, os diplomas expedidos pela „Escola

7 Disponível em: <http://www.camara.gov.br/sileg/integras/214141.pdf>. Acesso em 05 mar. 2012.

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Prática de Comércio de São Paulo‟ e tratou sobre a organização dos cursos

dividindo-os em dois: um geral e outro superior. Para os autores, “muitas disciplinas

do curso superior costumavam ser tratadas normalmente nos programas da Escola,

iniciou-se, naquela mesma Fundação, em 1908, o curso „Superior de Ciências

Comerciais‟”.

O referido decreto não estipulava a duração do curso, mas o art. 1º versava

sobre as disciplinas obrigatórias (§ 3º) e estipulava ainda que o conteúdo do curso

geral era preparatório para o curso superior. A grade curricular do Curso Superior de

Comércio estava estruturada da seguinte forma (BRASIL, 1905):

Geografia Comercial e Estatística.

História do Comércio e da Indústria.

Tecnologia Industrial e Mercantil.

Direito Comercial e Marítimo.

Economia Política.

Ciência das Finanças.

Contabilidade do Estado.

Direito Internacional.

Diplomacia, História dos Tratados e Correspondência Diplomática.

Alemão.

Italiano.

Espanhol.

Matemática Superior.

Contabilidade Mercantil Comparada.

Banco Modelo.

Segundo o § 4º do mesmo decreto, o curso geral de comércio, preparatório

para obtenção do diploma de curso superior, deveria ser essencialmente prático e a

grade curricular, listada no § 4º, estava assim dividida (BRASIL, 1905):

Português.

Francês.

Inglês.

Aritmética.

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Álgebra.

Geometria.

Geografia.

História.

Ciências Naturais.

Direito Civil.

Legislação de Fazenda (fiscal) e Aduaneira.

Prática Jurídico-Comerical.

Caligrafia.

Estenografia.

Desenho.

Escrituração Mercantil.

O reconhecimento formal da profissão de contador só veio a acontecer em

1946, mas como se pode perceber até aqui, a prática contábil era algo comum e

reconhecida pelas autoridades. Antes de a profissão ser regulamentada em lei, o

próprio governo federal já havia publicado outros atos normativos que criavam

cursos técnicos de comércio para habilitar o estudante a atuar em diversas áreas da

atividade mercantil, inclusive na área contábil, e também o extinto curso superior de

Administração e Finanças. No início a grade curricular dos os cursos tanto de nível

técnico como superior eram dispostos na própria lei, assim como, as diretrizes

básicas para criação e manutenção dos cursos, critérios de avaliação, admissão e

certificação dos estudantes.

Em 30 de junho de 1931, o então presidente Getúlio Vargas publicou o

Decreto 20.158 que organizava o ensino comercial e regulamentava a profissão de

contador. Segundo este decreto o ensino comercial poderia ser oferecido nas

modalidades auxiliar, técnico e superior.

O curso de auxiliar de comércio, com duração de dois anos, deveria oferecer

as disciplinas de Caligrafia, Datilografia, Português, Inglês, Aritmética, Noções

Preliminares de Contabilidade e Contabilidade Mercantil. Para serem admitidos no

curso de auxiliar de comércio os estudantes deveriam se submeter a provas escritas

e orais de Português, Francês, Aritmética e Geografia.

O curso técnico poderia ser oferecido nas modalidades de guarda-livros,

secretariado, administrador-vendedor, atuário e perito-contador. Para serem

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admitidos no curso técnico, os alunos precisavam primeiro concluir o curso

propedêutico, que oferecia matérias básicas como Português, Francês, Inglês,

Matemática, Geografia, Corografia do Brasil, História, Física, Química e Caligrafia.

Para ingressar no curso propedêutico, os estudantes deveriam se submeter às

mesmas provas do exame de admissão para o curso de auxiliar de comércio. Os

cursos técnicos de guarda-livros, perito-contador e atuários estavam estruturados

conforme mostra o Quadro 1.

O curso superior em administração e finanças possuía duração de três anos.

E para ingressar em uma das instituições de ensino comercial que o ofereciam, o

estudante deveria possuir o título de técnico perito-contador ou atuário. Toda a

estrutura do curso estava prevista no próprio Decreto nº 20.158/1931, o qual não

somente discorria sobre as disciplinas que deveriam ser oferecidas, conforme se

evidencia no Quadro 2, noções do conteúdo programático controle de presenças,

como também os métodos e critérios de avaliação. Previa-se, por exemplo, a

realização de prova oral obrigatória ao fim de cada período letivo. Os alunos

deveriam ser argüidos por banca composta, no mínimo por três examinadores, sobre

toda a matéria do período letivo.

Aos egressos do curso de administração e finanças, conferia-se o diploma

de bacharel em ciências econômicas, sendo-lhes facultado defender tese perante a

respectiva congregação e a estes era concedido o título de doutor em ciências

econômicas.

Habilitação 1º Ano 2º Ano 3º Ano

Guarda-livros Noções de Contabilidade,

Noções de Direito Comercial,

Matemática Comercial,

Estenografia8,

Mecanografia.

Contabilidade Mercantil,

Matemática Comercial,

Legislação Fiscal,

Téc. Comercial e Processos de Propaganda,

Estenografia,

Mecanografia.

---

8 Visava preparar o aluno a fazer, com facilidade, o apanhado de notas e ditados para a correspondência

comercial.

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Perito-contador

Noções de Contabilidade,

Noções de Direito Civil e Constitucional,

Matemática Comercial,

Legislação Fiscal,

Estenografia,

Mecanografia.

Contabilidade Mercantil,

Matemática Financeira,

Noções de Direito Comercial,

Merceologia e Tecnologia Merceológica

9,

Téc. Comercial e Processos de Propaganda,

Economia Política e Finanças.

Contabilidade Ind. e Agrícola,

Contabilidade Bancária,

História do Comércio, Indústria e Agricultura,

Prática do Processo Civil e Comercial,

Estatística,

Seminário Econômico (com apresentação de monografia)

Atuário Noções de Contabilidade,

Noções de Direito Civil e Constitucional,

Matemática Comercial,

Legislação Fiscal,

Estenografia,

Mecanografia.

Contabilidade Mercantil,

Matemática Financeira,

Noções de Direito Comercial,

Merceologia e Tecnologia Merceológica,

Téc. Comercial e Processos de Propaganda,

Economia Política e Finanças.

Contabilidade dos Seguros,

Cálculo Atuarial,

Legislação de Seguros,

Estatística,

Seminário Econômico (com apresentação de monografia)

Quadro 1 − Estrutura dos cursos técnicos de comércio conforme Decreto 20.158/31 Fonte: Adaptado do Decreto 20.158/1931

Titulação 1º Ano 2º Ano 3º Ano

Bacharel em

Ciências

Econômicas

Contabilidade de

Transportes,

Matemática Financeira,

Geografia Econômica,

Direito Constitucional e

Civil,

Economia Política

Contabilidade Pública,

Finanças e Economia

Bancária,

Direito Internacional

Comercial,

Ciência da Administração,

Legislação Consular,

Psicologia, Lógica e Ética

Direito Administrativo

Política Comercial e

Regime Aduaneiro,

História Econômica da

América,

Direito Ind. e Operário,

Direito Internacional e

Diplomacia,

Sociologia.

Quadro 2 – Estrutura do curso superior em Administração e Finanças conforme Decreto 20.158/31

Fonte: Adaptado do Decreto 20.158/1931

9 Visava preparar o aluno para conhecer a nomenclatura, origem e a utilização dos diversos produtos

vegetais, minerais e animais, bem como, os principais mercados destes produtos, estatísticas de negócios e preços correntes.

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Em 28 de dezembro 1943, o ensino comercial técnico sofreu algumas

mudanças que afetaram principalmente as habilitações específicas para atuação na

área contábil ou atuária. A partir da publicação do Decreto-Lei nº 6.141, todos os

cursos passaram a ter duração de três anos e as novas modalidades de curso

comercial técnico passaram a ser:

Curso de Comércio e Propaganda.

Curso de Administração.

Curso de Contabilidade.

Curso de Estatística.

Curso de Secretariado.

A grade curricular das escolas técnicas passou a ser responsabilidade das

instituições de ensino, exigia-se apenas a observância a alguns critérios mínimos,

mas, a legislação ainda tratava de questões como periodicidade de avaliação,

métodos de avaliação, controle de freqüência, obrigatoriedade de exercícios etc.

Quase dois anos depois, em 22 de setembro de 1945, o presidente Getúlio

Vargas publicou o Decreto Lei 7.988 que instituía o curso superior de ciências

contábeis e trazia outras providências. O novo dispositivo legal promoveu a

separação entre os cursos superiores de economia e contabilidade, extinguiu o

antigo curso superior de Administração e Finanças e também o curso técnico de

atuário, garantiu aos contadores e atuários diplomados de acordo com a legislação

anterior os mesmos direitos que se assegurariam aos bacharéis em ciências

contábeis e atuariais nos termos daquela lei. O então criado curso de ciências

contábeis e atuariais deveria obedecer à seguinte matriz curricular, descrita no

próprio texto da lei:

1º Ano 2º Ano 3º Ano 4º Ano

Análise Matemática,

Estatística Geral e

Aplicada,

Contabilidade Geral,

Ciência da

Administração,

Economia Política.

Matemática Financeira,

Ciências das Finanças,

Estatística Matemática e

Demográfica,

Contabilidade Industrial

e Agrícola,

Instituições de Direito

Público.

Matemática Atuarial,

Contabilidade Bancária,

Finanças Empresariais,

Técnica Comercial,

Instituições de Direito

Civil e Comercial.

Contabilidade de Seguros,

Contabilidade Pública,

Revisões e Perícia

Contábil,

Instituições de Direito

Social,

Legislação Tributária e

Fiscal,

Prática de Processo Civil e

Comercial.

Quadro 3 – Estrutura do curso superior em Ciências Contábeis e Atuariais conforme

Decreto Lei 7.988/45 Fonte: Adaptado do Decreto Lei 7.988/1945

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A profissão de contador viria a ser regulamentada no Brasil somente em 27

de maio de 1946 pelo Decreto Lei nº 9.295, de 194610, alterado pelas Leis nº

9.710/1946, 570/1964 e 12.249/2010.

Ao reconhecer em Lei as profissões de técnico em contabilidade e contador,

o governo brasileiro ainda relacionou as atividades que lhes seriam pertinentes,

algumas privativas aos diplomados em ciências contábeis e, a maioria comum a

todos os profissionais atuantes na área, conforme artigo 25 da própria Lei:

a) organização e execução de serviços de contabilidade em geral;

b) escrituração dos livros de contabilidade obrigatórios, bem como de todos os necessários no conjunto da organização contábil e levantamento dos respectivos balanços e demonstrações;

c) perícias judiciais ou extrajudiciais, revisão de balanços e de contas em geral, verificação de haveres revisão permanente ou periódica de escritas, regulações judiciais ou extrajudiciais de avarias grossas ou comuns, assistência aos Conselhos Fiscais das sociedades anônimas e quaisquer outras atribuições de natureza técnica conferidas por lei aos profissionais de contabilidade.

O artigo 26 da mesma lei reservou atividades da alínea „c‟, citada acima,

como privativa aos diplomados em ciências contábeis.

Além das diretrizes listadas anteriormente, o Decreto Lei nº 9.295, criou o

Conselho Federal de Contabilidade (CFC), estipulando ainda que a profissão

contábil seria fiscalizada pelo mesmo, e não mais pela Superintendência do Ensino

Comercial, conforme determinava o artigo 53 do Decreto nº 20.158/1931. Muitos

anos depois, em 1983, o CFC, no uso de suas atribuições legais, editou a Resolução

nº 56011 que esclarecia quais as funções que os profissionais contábeis poderiam

exercer, conforme se descreve abaixo:

[...] analista, assessor, assistente, auditor interno e externo, conselheiro, consultor, controlador de arrecadação, controller, educador, escritor ou articulista técnico, escriturador contábil ou fiscal, executor subordinado, fiscal de tributos, legislador, organizador, perito, pesquisador, planejador, professor ou conferencista, redator, revisor.

Por fim, não deixando dúvida sobre o campo te atuação do profissional

contábil, o CFC ainda se pronunciou sobre as atividades que poderiam ser

10

Disponível em: < http://www.portaldecontabilidade.com.br/legislacao/decretolei9295.htm>. Acesso em 05 mar. 2012. 11

Disponível em: <http://www.crcsp.org.br/portal_novo/legislacao_contabil/resolucoes/Res560.htm> Acesso em 05 mar. 2012.

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desenvolvidas pelos contabilistas. A mesma Resolução em seu artigo 3º estabelece

um rol de 67 possíveis atividades deste profissional, sendo 48 atividades que

competem exclusivamente aos profissionais da contabilidade (Anexo 1) e outras 19

cujo exercício é prerrogativa também de outras profissões, tais como:

1 – elaboração de planos técnicos de financiamento e amortização de empréstimos, incluídos no campo da matemática financeira;

2 – elaboração de projetos e estudos sobre operações financeiras de qualquer natureza, inclusive debêntures, „leasing‟ e „lease-back‟;

3 – execução de tarefas no setor financeiro, tanto na área pública quanto privada;

4 – elaboração e implantação de planos de organização ou reorganização;

5 – organização de escritórios e almoxarifados;

6 – organização de quadros administrativos;

7 – estudos sobre a natureza e os meios de compra e venda de mercadorias e produtos, bem como o exercício das atividades, compreendidas sob os títulos de „mercadologia‟ e „técnicas comerciais‟ ou „merceologia‟;

8 – concepção, redação e encaminhamento, ao Registro Público, de contratos, alterações contratuais, atas, estatutos e outros atos das sociedades civis e comerciais;

9 – assessoria fiscal;

10 – planejamento tributário;

11 – elaboração de cálculos, análises e interpretação de amostragens aleatórias ou probabilísticas;

12 – elaboração e análise de projetos, inclusive quanto à viabilidade econômica; 13 – análise de circulação de órgãos de imprensa e aferição das pesquisas de opinião pública;

14 – pesquisas operacionais;

15 – processamento de dados;

16 – análise de sistemas de seguros e de fundos de benefícios;

17 – assistência aos órgãos administrativos das entidades;

18 – exercícios de quaisquer funções administrativas;

19 – elaboração de orçamentos macroeconômicos.

“Em 1951 a Lei 1.401 desmembrou os cursos de Ciências Contábeis e

Atuariais, criando de maneira independente o curso de Ciências Contábeis,

possibilitando aos concluintes receberem o título de Bacharel em Contabilidade.”

(MARION; ROBLES Jr., 1998, p.15).

Como se verá mais adiante, mas já a partir destes primeiros relatos

históricos sobre a evolução dos modelos de currículo contábil no Brasil, fica claro

que os profissionais da contabilidade sempre tiveram uma grande área de atuação,

apontando assim para necessidade que estes trabalhadores fossem profissionais

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multifacetados, aptos para atuar em várias áreas do conhecimento relacionadas à

prática mercantil.

Figura 1 − Comparativo das Leis que regulamentaram o curso de contabilidade no Brasil

Fonte: Adaptado de Peleias et al. (2006)

2.2. A Necessidade de uma Grade Curricular que Atenda às Necessidades do Mercado

Para Carneiro (2008, p.7), coordenador da Proposta Nacional de Conteúdo

para o curso de ciências contábeis, publicada pelo CFC, o mundo atual tem passado

por uma série de transformações e esta primeira década do séc. XXI é um ponto de

inflexão entre a era da certeza e do raciocínio lógico e uma nova era caracterizada

pela imprecisão, pelo futuro desconhecido e pela incerteza no mundo dos negócios.

Neste sentido, o entendimento do funcionamento do mundo dos negócios, em todos

os seus aspectos, seria de extrema importância para a tomada de decisões bem-

sucedidas. Para ele, estas transformações vêm acontecendo de maneira mais

Antes de 1850 De 1851 a 1899 De 1900 a 1949 1950 a 2000 2001 a 2012

Alvará de 15/07/09

Decreto 456/46

Decreto 1.763/56

Decreto 2.741/61

Decreto 3.058/63

Decreto 7.538/79

Decreto 7.679/80

Decreto 1.339/05

Decreto 17.329/26

Decreto 20.158/31

Decreto-Lei 1.535/39

Decreto-Lei 6.141/43

Decreto 14.343/43

Decreto-Lei 7.988/45

Lei 1.401/51

Res. CFE s/nº/63

Res. CFE 03/92

Res. CNE/CES 10/04

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62

perceptível desde o final da década de 1980 e fatores como a globalização e a

evolução tecnológica, especialmente no que diz respeito às tecnologias da

informação e de comunicação, imprimiram mudanças consideráveis no mundo dos

negócios.

Tem sido cada vez maior a percepção de que o mercado espera que os

profissionais em contabilidade formados pelas IES sejam agentes interdisciplinares,

com formação holística, com habilidade para lidar com números e informática, que

sejam dotados de raciocínio lógico e analítico e que tenham capacidade para

tomada de decisões e comunicação com os diversos usuários da informação

contábil.

Desta forma, é cada vez maior a preocupação das IES em formar

profissionais competentes e competitivos, para isso devem considerar o ambiente no

qual o futuro contador desempenhará suas atividades e estar atentas à necessidade

de aderência entre o ensino ofertado e as exigências do mercado de trabalho, como

se viu anteriormente. Note-se que um curso orientado para o mercado pode ser um

diferencial competitivo para os usuários dos serviços realizados pelos profissionais

contábeis, para estes profissionais e para as próprias IES

Nesse sentido, o currículo do curso de ciências contábeis vem ao longo dos

anos sofrendo reformulações, onde o caráter tecnicista e quantitativo da profissão

tem sido complementado com disciplinas que visam uma formação mais humanista

do contador, habilitando-o a uma interação e comunicação mais eficiente com os

diversos usuários da informação.

Há algum tempo tem se falado sobre a humanização do curso superior de

contabilidade, bem como, da importância de desenvolver nos graduandos em

ciências contábeis, habilidades intelectuais e pessoais, de liderança e de

comunicação para que os profissionais formados estejam em acordo com as

exigências do mercado neste novo milênio.

Demanda-se do contador não somente formação específica que o possibilite

dominar a técnica contábil, mas que possua também conhecimentos em áreas afins

como administração, direito e economia, além de habilidades como raciocínio lógico,

análise crítica, capacidade para resolução de problemas, tomada de decisões e

trabalhar em equipe.

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63

Pesquisas empíricas sobre a questão do perfil do profissional contábil,

realizadas tanto no Brasil como em diversos países também tem apontado as

habilidades e conhecimentos que o mercado espera do contador. Siegel et al. (1997)

realizaram uma pesquisa nos Estados Unidos com 800 Contadores Públicos e

profissionais ligados à área contábil, onde solicitaram que os respondentes

nomeassem e classificassem em ordem decrescente de importância as atividades e

responsabilidades que eles acreditavam que seus empregadores mais valorizariam

nos próximos anos. Os resultados da pesquisa apontaram para a necessidade de

desenvolver-se um conjunto de conhecimentos e habilidades que possibilitassem os

pesquisados a desenvolver as tarefas por eles relacionadas, conforme segue:

a) determinação da lucratividade do cliente e do produto;

b) melhoria de processos;

c) avaliação de desempenho;

d) planejamento estratégico de longo prazo;

e) sistemas de computação e operações;

f) sistemas contábeis de custos;

g) atuação em fusões, aquisições e desinvestimentos;

h) projeções;

i) educação da organização;

j) consultoria externa;

k) análise econômica e financeira; e

l) sistemas de qualidade e de controle.

No Brasil, destacam-se as pesquisas realizadas na Capital Paulista e Região

Metropolitana por Brussolo (2002); Brussolo e Peleias (2003); Kounrouzan (2003);

Silva (2003) e Guimarães (2006) que procuraram identificar as habilidades e

competências requeridas dos profissionais de contabilidade com base na análise

das demandas do mercado de trabalho, presentes em ofertas de emprego

divulgadas no período. Todos apontaram para a necessidade de as IES adequarem

suas grades curriculares, de maneira a tratar tais habilidades e competências em

conteúdos e disciplinas específicas.

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O estudo de Guimarães (2006) procurou identificar o perfil do contador

requerido pelo mercado de trabalho da Região Metropolitana de São Paulo, para

isso, analisou 4.017 ofertas de emprego publicadas em jornais e em sites de

recolocação profissional. O resultado de sua pesquisa aponta que o mercado tem

procurado por profissionais capazes de atuar na gestão das organizações e que

acompanhem, em termos de qualificação, o dinamismo das mudanças ocorridas no

cenário macroeconômico.

Identificou-se um perfil profissional eclético, não limitado à execução técnica

contábil, de acordo com grupos de conhecimentos pré-estabelecidos, os quais

tipificam as atividades identificadas empiricamente na pesquisa realizada Brussolo

(2002) que se ajustam perfeitamente àquelas descritas pelo CFC por meio da

Resolução nº 560/83. Os grupos de conhecimentos desejados são: a) Contabilidade

Societária, Tributária e Legislação Societária; b) Contabilidade Gerencial e Gestão

Empresarial; c) Normas Contábeis Internacionais; d) Tecnologia da Informação; e)

Administração, Economia e Finanças; f) Idiomas; g) Conhecimentos diversos

(habilidades pessoais: trabalho em equipe, liderança, apresentação; comunicação

oral e escrita etc.).

Como se pode perceber, o campo de atuação dos contadores é bastante

amplo. Porém, além de atuar em empresas privadas, quer seja como funcionário ou

de forma independente, eles podem optar pela área de ensino ou pela área pública,

sendo que, em cada uma dessas vertentes, abrem-se outros caminhos que podem

ser seguidos e, muitas atividades podem ser desempenhadas. A figura 1 evidencia

algumas das funções a serem ocupadas pelo profissional contábil.

Atentando para esta questão e entendendo que somente uma formação

ampla possibilitaria os egressos do curso de ciências contábeis a atuar de maneira

tão diversa, o Ministério da Educação, estabelece as diretrizes curriculares a serem

seguidas pelas IES ao formatarem seus cursos de graduação em contabilidade.

Peleias et al. (2006, p. 183), destacam que as diretrizes curriculares nacionais

"foram criadas para servir de referência às instituições de ensino superior na

elaboração de seus projetos pedagógicos e currículos de cursos, e para possibilitar a

flexibilidade na formação profissional”.

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Figura 2 – Funções do Contador

Fonte: Adaptado de Marion (2003, p. 29)

O Parecer CNE n° 146/2000, esclarece que as Diretrizes Curriculares

Nacionais têm por finalidade:

[...] servir de referência para as instituições na organização de seus programas de formação, permitindo flexibilidade e priorização de áreas de conhecimento na construção dos currículos plenos. Devem induzir à criação de diferentes formações e habilitações para cada área do conhecimento, possibilitando ainda definirem múltiplos perfis profissionais, garantindo uma maior diversidade de carreiras, promovendo a integração do ensino de graduação com a pós-graduação, privilegiando, no perfil de seus formandos, as competências intelectuais que reflitam a heterogeneidade das demandas sociais.

2.3. O Modelo de Currículo Proposto pelo IFAC/IAESB e AICPA/AEC

Segundo Goergen (1991, p.16) o futuro da educação não aponta para o

isolamento, mas para um processo de internacionalização e integração cada vez

maiores. Tal constatação provém do próprio processo evolutivo da sociedade, uma

vez que no contexto atual, é muito pouco provável que ainda existam sociedades

Planejador Professor Contador Público Auditor Independente

Analista Pesquisador Ag. Fiscal de Renda Consultor

Contador Geral Escritor Ag.Tribunal de Contas Empresário Contábil

Cargo Executivo Parecerista Oficial Contador Perito Contábil Judicial

Auditor Interno Conferencista Diversos Perito Investigador

Contador de Custo

Contador Gerencial

Atuário

NAS EMPRESAS

CONTADOR

NA EDUCAÇÃO NO SETOR PÚBLICO AUTÔNOMO'' '' ''

CC

''

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66

totalmente isoladas do contexto internacional. Ainda que suas relações estejam

limitadas a alguns países, muito provavelmente tal relação existirá.

Especialmente no contexto econômico, com mercados cada vez mais

globalizados, consequentemente na contabilidade se sentirá o efeito da

internacionalização dos mercados. Sobre este processo de integração entre as

sociedades, Goergen (1991, p.16) assim se posiciona:

Da mesma forma como ainda não aprendemos a gerir e a gerar o progresso e a modernização da nossa sociedade de forma personalizada sem desconectá-la do contexto da evolução internacional, oscilando permanentemente entre o entreguismo total e o isolamento absoluto, também na educação ora tentamos copiar ou até transplantar modelos estrangeiros para o nosso país, ora nos isolamos do mundo, sobrelevando o caráter regional da educação. Conforme ocorre em vários campos do saber, também na educação o futuro não aponta para o isolamento, mas para a integração e internacionalização cada vez maiores. (GOERGEN, 1991, p.16).

Outros organismos internacionais também têm demonstrado preocupação

com a formação do profissional contábil e tem se pronunciado sobre o perfil

esperado do contador, quando consideradas as demandas do mercado. Detalham

em seus documentos as habilidades e os conhecimentos que tal profissional deve

minimamente apresentar. Dentre estes organismos, destacam-se:

O International Accounting Education Standards Board (IAESB), grupo de

estudos criado pelo International Federation of Accountants – IFAC com objetivo de

dedicar-se especificamente às questões relacionadas ao conhecimento profissional,

habilidades, valores, ética profissional e atitudes da profissão contábil para servir

o interesse do público geral. (IFAC, 2010, p.1).

E também, o American Institute of Certified Public Accountants (AICPA),

instituto americano de contadores públicos certificados o qual mantém o Accounting

Education Center (AEC), centro de informações para educação contábil responsável

pela publicação do AICPA - Core Competency Framework, documento

desenvolvido por educadores para educadores, o qual define um conjunto de

habilidades baseadas em competências necessárias a todos os alunos que entram

na profissão contábil, independentemente da carreira que escolher (público /

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indústria / governo / sem fins lucrativos) ou serviços contábeis específicos que eles

irão realizar. (AICPA)12

As habilidades estão relacionadas à capacidade de fazer, ou, em outras

palavras, de colocar em prática os saberes adquiridos que são necessários quer seja

para solução de problemas ou para o alcance de objetivos específicos. Conforme

definição encontrada no Glossário de Termos IAESB:

Capabilities are the attributes held by individuals that enable them to perform their roles, whereas competence refers to the actual demonstration of performance. The possession of capabilities gives an indication that an individual has the ability to perform competently in the workplace. Capabilities include content knowledge; technical and functional skills; behavioral skills; intellectual abilities (including professional judgment); and professional values, ethics, and attitudes. (IFAC, 2010, p.24).

A visão do IAESB e do AICPA acerca das habilidades que os profissionais

da contabilidade precisam desenvolver para desempenhar adequadamente suas

funções nas diversas áreas nas quais atuam estão detalhadas no quadro 4 e 5,

respectivamente:

Quadro 4 − Habilidades requeridas do contador segundo o IAESB Fonte: Adaptado de IFAC (2010)

12

Disponível em: <http://www.aicpa.org/InterestAreas/AccountingEducation/Resources/Pages/Core Competency.aspx> Acesso em 20 fev. 2012.

1 - INTELECTUAIS E PESSOAIS 2 - TÉCNICAS E FUNCIONAIS 3 - INTERPESSOAIS E DE COMUNICAÇÃO 4 - ORGANIZACIONAIS E DE GESTÃO

a) Habilidade de localizar, organizar,

obter e compreender informações

a) Modelos de Decisão, Análise de Risco e

Mensuraçãob) Capacidade de perguntar, pesquisar e

pensar de forma lógica e analítica

b) Desenvolvimento e Elaboração de

Relatórios

c) Razoabilidade e análise crítica c) Matemática

d) Identificar e solucionar problemas d) Estatística

e) Autogestão e) Tecnologia da Informação c) Negociar soluções aceitáveis e acordos

em situações profissionais

c) Liderança

f) Iniciativa, Influência e Auto-aprendiza-

gem

f) Obediência à legislação e demais

normas

d) Senso de Justiça e discernimento

profissionalg) Capacidade de selecionar e definir

prioridadesh) Capacidade de organizar as atividades

com foco no alcance de objetivosi) Capacidade de se adpatar e antecipar

às mudançasj) Ponderação dos valores profissionais e

da ética na tomada de decisão

a) Capacidade para trabalhar em equipes

em processos consultivos para lidar e

resolver conflitos

b) Interagir com pessoal cultural e

intelectualmente diferentes

d) Apresentar, discutir, reportar e defender

questões efetivamente por meio de

comunicação formal, informal, escrita ou

verbale) Ouvir e ler efetivamente, percebendo

diferenças culturais, inclusive outros

idiomas.

a) Conhecimentos de Planejamento

Estratégico, Gerenciamento de projetos,

Administração de pessoal e recursos e

Tomada de decisão.b) Habilidade para organizar e delegar

tarefas, motivar e desenvolver pessoas

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Quadro 5 − Habilidades requeridas do contador segundo o AICPA

Fonte: Adaptado de IFAC (2010)

Estes mesmos organismos também se posicionam sobre os conhecimentos

esperados do contador, os quais podem ser agrupados em três grandes áreas de

atuação, a saber:

1) Formação Profissional Básica.

2) Administração Geral e Ambiente de Negócios.

3) Tecnologia da Informação.

Quadro 6 − Conhecimentos esperados do contador segundo o IAESB Fonte: Adaptado de IFAC (2010)

Quadro 7 − Conhecimentos esperados do contador segundo o AICPA Fonte: Adaptado de IFAC (2010)

1 - INTELECTUAIS E PESSOAIS 2 - TÉCNICAS E FUNCIONAIS 3 - INTERPESSOAIS E DE COMUNICAÇÃO 4 - ORGANIZACIONAIS E DE GESTÃO

a) Interação a) Liderança

b) Gerenciamento de Projetos

---- c) Resolução de problemas e tomada

de decisão

a) Comportamento Éticob) Comunicação

1 - FORMAÇÃO PROFISSIONAL BÁSICA 2 - ADMINISTRAÇÃO E NEGÓCIOS 3 - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

a) Contabildade Societária a) Economia

b) Contabilidade Gerencial b) Ambiente de Negócios

c) Tributação c) Governança Corporativa

d) Direito Comercial d) Ética Geral

e) Auditoria e) Mercado Financeiro

f) Finanças e Gestão Financeira f) Métodos Quantitativos

g) Ética Profissional g) Comportamento Organizacional

h) Tomada de Decisões e Estratégia

i) Marketing

j) Negócios Internacionais e Globalização

a) Conhecimento que permitem que o

profissional aplique seus conhecimentos

técnicos e desvolva suas competências

funcionais, pessoais no ambiente de

negócios.

1 - FORMAÇÃO PROFISSIONAL BÁSICA 2 - ADMINISTRAÇÃO E NEGÓCIOS 3 - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

a) Modelagem de Decisão a) Pensamento crítico e estratégico

b) Ánalise de Risco b) Visão do setor

c) Mensuração c) Perspectiva Internacional e Global

d) Relatórios d) Administração de Recursos

e) Pesquisa e) Perspectiva Legal

f) Marketing

a) Conhecimento que permitem que o

profissional aplique seus conhecimentos

técnicos e desvolva suas competências

funcionais, pessoais no ambiente de

negócios.

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69

2.4. O Modelos de Currículos Propostos pelo MEC

O Ministério da Educação (MEC) veio regulamentar o currículo básico de

ciências contábeis pela a primeira vez em 1962, por meio do Parecer 397/62 que

dividia o curso em dois ciclos: formação básica e formação profissional.

Posteriormente, no ano de 1992 publicou a segunda regulamentação por meio da

Resolução 03/1992 que fixou conteúdos mínimos e duração dos cursos de

graduação. Por fim, em 2004 por meio da Resolução CNE 10/2004 o MEC discorreu

sobre os conhecimentos e habilidades que as IES devem desenvolver nos alunos do

curso superior de contabilidade, os quais serão analisados posteriormente.

Sobre as mudanças promovidas pelo MEC, Ricardino e Carvalho (2004,

p.29) emitem a seguinte opinião:

A primeira reestruturação de porte no conteúdo programático dos cursos de Ciências Contábeis deu-se em 1963, através da Resolução S/N, de 08 de fevereiro de 1963. A resolução tinha por objetivo fixar o currículo mínimo e a duração dos cursos de Ciências Atuariais, Ciências Contábeis e Ciências Econômicas. Dentre as disciplinas que integravam o „Ciclo de Formação Profissional‟ incluía-se a „Auditoria e Análise de Balanços‟.

2.4.1. Resolução CFE s/nº de 1963

A primeira reforma curricular significativa ocorreu em 1962, por meio da

edição da Resolução CFE s/nº, por meio da qual o Ministério da Educação

determinou que as IES, ao elaborar a grade curricular o Curso de Ciências

contábeis, deveriam fazê-lo observando os critérios desta resolução que previa a

oferta de currículo mínimo, “dividindo-se o curso de Ciências Contábeis em ciclo de

formação básica [...] e ciclo de formação profissional [...]” (MARION; ROBLES

Jr.,1998, p.15).

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70

Quadro 8 – Estrutura do Curso de Ciências Contábeis segundo Resolução s/nº 1963 (MEC/CFE)

Fonte: Adaptado de Marion e Robles Jr. (1998).

2.4.2. Resolução CFE nº 03/1992

Para Marion e Robles Jr. (1998) a Resolução 03/92 trouxe grande

contribuição e aprimoramento para o ensino da Contabilidade no Brasil e, apesar de

algumas falhas serem indicadas, o saldo foi altamente positivo. Destacam as

seguintes novidades:

Os currículos deveriam ser elaborados para estimular o conhecimento

teórico e prático, o exercício da profissão com competência e ética perante a

sociedade.

Cada instituição de ensino deveria definir o perfil do profissional a ser por

ela formado em função das atribuições que serão conferidas e as peculiaridades e

necessidades de cada região e dos interesses da clientela discente.

O currículo pleno deveria ser elaborado por disciplinas e outras atividades

acadêmicas de forma a tingir o perfil por ela traçado.

Ciclo de Formação Básica

Matemática

Estatística

Direito

Economia

Ciclo de Formação Profissional

Contabilidade Geral

Contabilidade Comercial

Contabilidade de Custos

Auditoria

Análise de Balanços

Técnica Comercial

Administração

Direito Tributário

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As disciplinas deveriam ser distribuídas em categorias de conhecimento e

obedecer aos limites e percentuais de cada categoria de acordo com a legislação em

vigor. As categorias de conhecimentos estavam divididas em três:

Quadro 9 – Estrutura do Curso de Ciências Contábeis segundo Resolução 03/1992

(MEC/CFE) Fonte: Fonte: Adaptado de Marion e Robles Jr. (1998).

Nesta ocasião o curso de Contabilidade em nível de graduação passou a ter

duração mínima de 2.700 horas-aula, que deveriam ser integralizadas em um

máximo de sete anos e um mínimo de quatro anos no curso diurno ou cinco anos no

curso noturno.

“Uma das críticas que se pode fazer é a extensão para cinco anos no curso

noturno, sendo que o curso Técnico de Contabilidade, ainda não extinto, habilita ao

concluinte ao exercício da profissão contábil com apenas três anos de curso médio”.

(MARION; ROBLES Jr., 1998, p. 16).

Categoria I - Conhecimentos de formação geral de natureza humanística e social

Língua Portuguesa

Noções de Direito

Noções de Ciências Sociais e e Ética (Geral e Profissional)

Outras, obrigatórias ou eletivas, a critério da instituição:

(Psicologia, Filosofia da Ciência, Cultura Brasileira etc)Categoria II - Conhecimento de formação profisional, compreendendo conhecimentos

obrigatórios de formação profissional básica

Contabilidade Geral

Teorias da Contabilidade

Análise das Demonstrações Contábeis

Auditoria

Perícia Contábil

Administração Financeira e Orçamento Empresarial

Contabilidade Pública

Contabilidade de Custos e Análise de Custos

Conhecimentos eletivos, a critério da instituição:

(Contabilidade Gerencial, Sistemas Contábeis, Contabilidade Aplicada etc).

Categoria III - Conhecimentos ou atividades de formação complementar

Conhecimentos obrigatórios de formação instrumental (como Computação)

Atividades obrigatórias de natureza prática, a critério de cada instituição:

(Jogos de Empresas, Laboratório Contábil, Estudos de Caso, TCC, Estágio Supervisionado etc.)

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2.4.3. Resolução CNE/CES 10/2004

Dentre as mudanças propostas pelo MEC ao longo dos anos, a Resolução

publicada em 2004 foi a que trouxe maior liberdade para as IES, no sentido de

conferir-lhes algum grau de autonomia para estruturação dos seus cursos de

ciências contábeis. Diferentemente das normas anteriores, a Resolução CNE/CES

nº 10/2004 determina diretrizes básicas para desenvolvimento do de ciências

contábeis e não fica limitada a listar disciplinas e duração horária das mesmas.

Pela norma em vigor, as IES deverão estabelecer a organização curricular

para cursos de Ciências Contábeis por meio de Projeto Pedagógico, com descrição

do Perfil Profissional esperado para o formando em termos de competências e

habilidades, devendo ainda, relacionar os componentes curriculares integrantes, os

sistemas de avaliação do estudante e do curso, bem como tratar sobre concepção e

composição do estágio supervisionado e das atividades complementares cuja

realização é requerida pelo MEC.

Note-se que o documento do Conselho Nacional de Educação deixa clara a

intenção do MEC que os cursos de ciências contábeis não sejam engessados, mas

sim “contextualizados em relação às suas inserções institucional, política, geográfica

e social” exigindo-se ainda que as IES estejam preocupadas com “as formas de

realização da interdisciplinaridade” e com “modos de integração entre teoria e

prática”. Segundo o MEC os “cursos de graduação em ciências contábeis poderão

admitir Linhas de Formação Específicas nas diversas áreas da Contabilidade, para

melhor atender às demandas institucionais e sociais”. (Art. 2º, § 1º, I, V e VI).

Segundo o artigo 3º da mesma Resolução, o curso de graduação em

ciências contábeis deverá ensejar condições para que o futuro contador desenvolva

algumas capacidades necessárias à sua prática profissional. Para facilitar o

entendimento tais capacidades foram divididas, aqui, em três grupos Formação

Geral, Específica e em Tecnologia da Informação, com segue:

a) Formação Básica: Deverá capacitar os estudantes a compreender as

questões científicas, técnicas, sociais, econômicas e financeiras em âmbito nacional

e internacional e nos diferentes modelos de organização.

b) Formação Específica: Deverá promover o pleno domínio das

responsabilidades funcionais envolvendo apurações, auditorias, perícias,

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73

arbitragens, noções de atividades atuariais e de quantificações de informações

financeiras, patrimoniais e governamentais, com a plena utilização de inovações

tecnológicas;

c) Formação em Tecnologia da Informação: Revelar capacidade crítica-

analítica de avaliação, quanto às implicações organizacionais com o advento da

tecnologia da informação. Note-se que esta área de formação não está dissociada

da formação específica, uma vez que o próprio documento deixa claro que para

realização das responsabilidades funcionais o futuro contador deverá utilizar-se

plenamente das inovações tecnológicas.

E, de maneira mais detalhada, o artigo 4º da citada Resolução determina

que o curso de graduação em Ciências Contábeis deverá “possibilitar formação

profissional que revele, pelo menos, as seguintes competências e habilidades:”

(grifo nosso).

I - utilizar adequadamente a terminologia e a linguagem das Ciências Contábeis e Atuariais; II - demonstrar visão sistêmica e interdisciplinar da atividade contábil; III - elaborar pareceres e relatórios que contribuam para o desempenho eficiente e eficaz de seus usuários, quaisquer que sejam os modelos organizacionais; IV - aplicar adequadamente a legislação inerente às funções contábeis; V - desenvolver, com motivação e através de permanente articulação, a liderança entre equipes multidisciplinares para a captação de insumos necessários aos controles técnicos, à geração e disseminação de informações contábeis, com reconhecido nível de precisão; VI - exercer suas responsabilidades com o expressivo domínio das funções contábeis, incluindo noções de atividades atuariais e de quantificações de informações financeiras, patrimoniais e governamentais [...], gerando também informações para a tomada de decisão, organização de atitudes e construção de valores orientados para a cidadania; VII - desenvolver, analisar e implantar sistemas de informação contábil e de controle gerencial, revelando capacidade crítico analítica para avaliar as implicações organizacionais com a tecnologia da informação; VIII - exercer com ética e proficiência as atribuições e prerrogativas que lhe são prescritas através da legislação específica, revelando domínios adequados aos diferentes modelos organizacionais.

As habilidades esperadas do contador, segundo a visão do MEC, poderiam

ser agrupadas da seguinte forma:

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74

a) Habilidades Técnicas

Contabilidade..................... IV, VI

Tecnologia:........................ VII

b) Habilidades Interpessoais

Motivação e liderança....... V

c) Habilidades de Comunicação

Verbal................................ I

Escrita............................... III

d) Habilidades Pessoais:

Intelectual.......................... II

Ética.................................. VIII

Percebe-se claramente a intenção do MEC no sentido de que o futuro

contador tenha ampla visão acerca do ambiente empresarial, tanto pelas funções

que poderá ocupar quanto pelas atividades que terá de desempenhar no exercício

destas funções. Chamam atenção os incisos II e V, os quais enfatizam a

necessidade de que a formação do contador deve lhe possibilitar uma visão

sistêmica e interdisciplinar da atividade contábil, bem como, deve capacitá-lo a

articular-se e até liderar equipes multidisciplinares.

Tais objetivos só poderão ser alcançados se a proposta, do curso de

ciências contábeis de cada IES, contemplar a oferta de disciplinas em áreas diversas

do conhecimento e não somente aquelas com conteúdo técnico-contábil, na medida

em que, “demonstrar visão sistêmica e interdisciplinar da atividade contábil” é algo

que só se pode alcançar se o profissional entender a relação existente entre sua

prática profissional específica e a atividade empresarial como um todo, ou seja, a

contribuição de cada área da contabilidade para consecução dos objetivos

empresariais, a interferência das informações contábeis no processo decisório e o

papel do contador no ambiente de negócios.

Assim também, “desenvolver, com motivação e através de permanente

articulação, a liderança entre equipes multidisciplinares para a captação de insumos

necessários aos controles técnicos, à geração e disseminação de informações

contábeis”, exige do contador tanto habilidades específicas para tratar com pessoas,

quanto um nível mínimo de conhecimento acerca das atividades que os diversos

profissionais desenvolvem no cotidiano empresarial, como também, a relação

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75

existente entre tais áreas e o processo de geração das informações que serão úteis

ao processo decisório.

Além disso, já não se vive mais em um mundo onde cada país pode limitar-

se ao próprio sistema contábil para conduzir seus negócios. É cada vez maior a

quantidade de companhias estrangeiras atuando no cenário nacional, bem como

companhias brasileiras atuando no exterior, o que faz com que as relações entre tais

empresas e seus stakeholders se internacionalizem, gerando a necessidade de que

as nações harmonizem seus sistemas e suas normas contábeis. Esta, no entanto,

não é uma tarefa fácil; haja vista as barreiras impostas pelas diferenças culturais,

legais, econômicas, históricas e profissionais, e pelo grau de desenvolvimento de

cada país.

O MEC parece sensibilizar-se para questão, ao posicionar-se no art. 5º da

resolução em questão, da seguinte forma:

Os cursos de graduação em Ciências Contábeis, bacharelado, deverão contemplar, em seus projetos pedagógicos e em sua organização curricular, conteúdos que revelem conhecimento do cenário econômico e financeiro, nacional e internacional, de forma a proporcionar a harmonização das normas e padrões internacionais de contabilidade, em conformidade com a formação exigida pela Organização Mundial do Comércio e pelas peculiaridades das organizações governamentais [...].

Ao tratar sobre a organização curricular do curso de graduação em ciências

contábeis pelas instituições de ensino, o MEC faculta às IES a opção por qualquer

dos regimes acadêmicos listados: regime seriado anual; regime seriado semestral;

sistema de créditos com matrícula por disciplina ou por módulos acadêmicos, com a

adoção de pré-requisitos. Desde que sejam expressamente estabelecidas as

condições para a sua efetiva conclusão e integralização curricular.

No que tange ao conteúdo da grade disciplinar, este deve estar em linha

com o perfil definido, por cada instituição, para o formando e devem atender aos

seguintes campos interligados de formação:

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Quadro 10 – Conteúdo mínimo segundo Resolução 10/2004 (MEC/CNE) Fonte: Elaborado pelo autor

Por fim, na tentativa de assegurar uma formação rica e diversificada, as

diretrizes do MEC tornam obrigatórias as Atividades Complementares, devendo

estas abranger a prática de estudos e atividades independentes, transversais,

opcionais, de interdisciplinaridade, especialmente nas relações com o mundo do

trabalho e com as ações de extensão junto à comunidade. Segundo o Art. 8º §

único: “Estas atividades devem constituir-se de componentes curriculares

enriquecedores e implementadores do próprio perfil do formando, sem que se

confundam com estágio curricular supervisionado”.

2.5. A Proposta Nacional de Conteúdo do CFC

Em 13 de junho de 2006, o Conselho Federal de Contabilidade (CFC),

reconhecendo seu papel como órgão responsável pelo registro e fiscalização do

Conteúdos de Formação Básica:

Conteúdos de Formação Profissional:

Conteúdos de Formação Teórico-Prática:

Estágio Curricular Supervisionado, Atividades

Complementares, Estudos Independentes,

Conteúdos Optativos, Prática em Laboratório de

Informática utilizando softwares atualizados para

Contabilidade.

Estudos relacionados com outras áreas do

conhecimento, sobretudo:

Administração, Economia, Direito, Métodos

Quantitativos, Matemática e Estatística

Estudos específicos atinentes às Teorias da

Contabilidade, incluindo:

noções das atividades atuariais e de quantificações

de informações financeiras, patrimoniais,

governamentais e não-governamentais, de

auditorias, perícias, arbitragens e controladoria, com

suas aplicações peculiares ao setor público e

privado.

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exercício profissional dos contabilistas no Brasil, por meio da Portaria CFC 13/2006,

criou uma Comissão de profissionais com o objetivo de elaborar uma Proposta

Nacional de Conteúdo para o Curso de Graduação em Ciências Contábeis.

Sob a coordenação do professor Juarez Domingues Carneiro e contando

com sugestões de coordenadores do curso de ciências contábeis de todo o país, o

documento foi elaborado para atender à Resolução CNE/CES nº 10/04, nos

segmentos de educação presencial e a distancia. Posteriormente, foi submetido à

apreciação de coordenadores e professores de cursos Ciências Contábeis presentes

no „II Encontro Nacional de Coordenadores do Curso de Ciências Contábeis‟.

O vice-presidente de desenvolvimento profissional do CFC, José Martônio

Alves Coelho, definiu o documento, publicado em parceira com a Fundação

Brasileira de Contabilidade (FBC), como uma resposta do CFC “às constantes

solicitações sobre conteúdo que devem compor formação dos profissionais da área

contábil e o aprimoramento do ensino superior Ciências Contábeis”. Segundo ele, a

proposta foi inspirada no contexto atual do ensino da Contabilidade no Brasil para

subsidiar as IES na organização da matriz curricular dos cursos de Ciências

Contábeis, podendo ainda ser adaptada em função das características regionais ou

por força de novas regulamentações da política educacional do País. (CARNEIRO et

al., 2008, p.5).

O documento apresenta uma proposta de disciplinas para o curso superior

de contabilidade organizadas em 3 (três) Eixos Temáticos, em consonância com o

Anexo I da Resolução CNE/CES nº 10/04 que instituiu as Diretrizes Curriculares

Nacionais para o curso de graduação em Ciências Contábeis. A proposta perfaz um

total de 3 mil horas, distribuídas em 2.640 horas destinadas ao cumprimento do

conteúdo curricular, 180 horas de estágio, 120 horas destinadas à elaboração e

orientação do Trabalho de Conclusão de Curso e 60 horas para realização de

atividades complementares.

Diferentemente das demais propostas, o documento do CFC não se propõe

a detalhar ou discutir os conhecimentos e habilidades esperados do profissional.

Uma vez que este é fruto de discussões anteriores e baseia integralmente nas

diretrizes do MEC. Assim, a Proposta Nacional de Conteúdo do CFC não se

apresenta como um contraponto ou melhoramento das premissas emanadas pelo

MEC, mas talvez com um guia prático a ser seguido pelas IES brasileiras, pois de

forma objetiva traça um panorama das disciplinas que devem compor as grades

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78

curriculares das mesmas, sugerindo ainda a carga horária ideal para cada uma

delas, além da Ementa, Objetivo, Conteúdo Programático e Bibliografia Básica.

A Proposta Nacional de Conteúdo do CFC contempla ainda um

“Regulamento do TCC-Monografia” que pode ser adaptado para “Regulamento do

TCC-Artigo”, elaborado a partir da experiência de positivas de outras IES e em

conformidade com o artigo 9º da Resolução CNE/CES 10/04, o qual segundo Art. 1º

do próprio regulamento, tem por objetivo ”orientar os alunos no processo de

desenvolvimento do Trabalho de Conclusão do Curso”. (p. 125), mas que na

verdade trás instruções gerais sobre a disciplina que servem como orientação não

somente à IES, mas também ao docente para condução da disciplina e orientação

dos seus alunos.

E por fim, o documento propõe ainda o “Regulamento das Atividades

Complementares” e o “Regulamento de Estágio para Iniciação Profissional”. As

atividades complementares são categorizadas em atividades de Ensino, Pesquisa e

Cultura e o documento trás uma contribuição bastante positiva às IES ao relacionar

quais atividades (e critérios para tal) podem ser consideradas para fins convalidação

de horas de conteúdo. O Estágio Profissional é tratado como obrigatório, discutindo-

se seus objetivos gerais e específicos, bem como os procedimentos de controle e

avaliação do mesmo.

A proposta de currículo do CFC em consonância com a Resolução

CNE/CES nº 10/2004, está estruturada como mostra o Quadro 11.

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Quadro 11 – Proposta do CFC para Elaboração do Currículo de Ciências Contábeis

Fonte: Adaptado de Carneiro et al. (2008)

C.H.

Matemática 60

Métodos Quantitativos Aplicados 90

Matemática Financeira 90

Comunicação Empresarial 60

Economia 120

Administração 60

Instituições de Direito Público e Privado 60

Direito Comercial e Legislação Societária 60

Direito Trabalhista e Legislação Social 60

Direito e Legislação Tributária 120

Ética e Legislação Profissional 60

Filosofia da Ciência 30

Metodologia do Trabalho Científico 30

Psicologia Organizacional 30

Tecnologia da Informação 60

Contabilidade Básica 120

Estrutura das Demonstrações Contábeis 90

Contabilidade Societária 60

Teoria Geral da Contabilidade 60

Perícia, Avaliação e Arbitragem 60

Contabilidade Avançada 90

Contabilidade de Custos 60

Apuração e Análise de Custos 60

Auditoria 90

Controladoria 90

Contabilidade e Orçamento Público 90

Planejamento e Contabilidade Tributária 60

Contabilidade Internacional 60

Responsabilidade Social 60

Análise de Projetos e Orçamento Empresarial 60

Análise das Demonstrações Contábeis 60

Empreendedorismo 60

Mercado de Capitais 60

Finanças Empresariais 60

Sistemas de Informação Gerencial 60

Optativa 60

Optativa 60

Optativa 60

Contabilidade Aplicada às Instituições Financeiras 60

Contabilidade Aplicada às Entidades de Interesse Social 60Contabilidade Aplicada ao Agronegócio 60

Contabilidade Nacional 60

Economia Brasileira 60

Estágio Supervisionado 180

Metodologia de Pesquisa 60

Trabalho de Conclusão de Curso 120

Atividade Complementar 60

Conteúdo de

Disciplinas

Optativas

DISCIPLINAS

EIXO 1: Conteúdo

de Formação

Básica

EIXO 2: Conteúdo

de Formação

Profissional

EIXO 3: Conteúdo

de Formação

Teórico-Pratica

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2.6. O Modelo de Currículo Proposto pela ONU/UNCTAD/ISAR

O aquecimento da economia global, a modernização e dinamismo do

mercado econômico, a implantação de multinacionais em diversos países, o

crescimento do mercado de capitais e o incremento dos investimentos internacionais

entre países, trouxe a necessidade de desenvolver normas internacionais de

contabilidade, de modo que a informação contábil pudesse ser compreendida por

todos, independentemente do país de origem. (CZESNAT; CUNHA, 2009).

Para Perez e Passone (2007, p.56) alguns acadêmicos acreditam que “a

padronização dos sistemas de ensino é um fato inevitável em longo prazo, como

conseqüência a essas transformações econômicas das sociedades de capitalismo

avançado”.

Neste contexto, exige-se cada vez mais que os contadores sejam

competentes e capazes de emitir informações para os mais diversos usuários. Para

que isto ocorra, as instituições de ensino têm um papel fundamental. Erfurth e

Domingues (2008, p.2) entendem que as “IES são responsáveis perante o mercado

de trabalho, pela formação de profissionais capazes de desempenhar suas

atividades de maneira adequada”.

Enxergando esta necessidade e visando uniformizar o ensino da

contabilidade ao redor do mundo, a Organização das Nações Unidas (ONU), por

meio da (United Nations Conference on Trade and Development – UNCTAD

(Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento) e do

Intergovernmental Working Group of Experts on International Standards of

Accounting and Reporting – ISAR (Grupo de Trabalho Intergovernamental de

Especialistas em Padrões Internacionais de Contabilidade e Relatórios),

desenvolveu um modelo para servir de guia na formulação dos currículos dos cursos

de graduação em Ciências Contábeis de todo o mundo.

Um dos objetivos do Grupo de Trabalho ISAR é fortalecer a profissão

contábil globalmente, a fim de criar uma profissão mundial capaz de oferecer seus

serviços além das fronteiras. (UNCTAD, 1999a).

A ONU ressaltou que o currículo mundial (CM) pode reduzir o tempo e o

custo de negociação de acordos de reconhecimento mútuo, contribuir para a criação

de um sistema internacional de certificação contábil e para a criação de um

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programa de estudos que contemplem os padrões internacionais de serviços

contábeis. Note-se, porém, que o MEC diferentemente da ONU/UNCTAD/ISAR, não

propõe um modelo de currículo, mas tão somente diretrizes básicas, as quais podem

ser facilmente compreendidas e implantadas aqui no Brasil.

O objetivo deste documento “é servir como base para as instituições de

ensino superior formular os seus próprios currículos, buscando uma uniformização

dos estudos de contabilidade” (CZESNAT; CUNHA, 2009, p.5). Ao propor uma

estrutura curricular mundial, a ONU/UNCTAD/ISAR objetiva orientar as IES a

desenvolver planos de estudos semelhantes favorecendo um ensino em

contabilidade em nível mundial.

O Guideline on national requeriments for the qualification of the professional

accountants foi o modelo inicialmente sugerido pela ONU/UNCTAD/ISAR em 1999,

na 16ª sessão do ISAR e revisado em 2003 na 20ª sessão do mesmo grupo de

trabalho, quando então foi publicado o Revised Model Accounting Curriculum que

detalhou os conteúdos a serem abordados em cada área do conhecimento.

O modelo publicado em 1999 foi muito além de descrever disciplinas que

deveriam ser oferecidas aos estudantes de ciências contábeis. Na tentativa de ser

um guia para qualificação dos profissionais de contabilidade o documento aborda

questões relacionadas à educação do contador no sentido amplo tratando, por

exemplo, das habilidades que este profissional deve possuir, da verificação de suas

competências (necessidade do exame de suficiência), da necessidade de

experiência prática, da educação continuada etc.

Semelhante ao que faz o MEC, quando propõe apenas diretrizes básicas

para estruturação dos cursos de ciências contábeis nas IES brasileiras, o ISAR

chama atenção para o fato de que suas considerações são propostas e não

determinações, ou seja, servem de orientação às IES. A estas, de acordo com o

contexto econômico, social e cultural de cada país e observando os efeitos dos

avanços tecnológicos, caberá a determinação de quais disciplinas deverão compor

sua grade curricular, bem como a carga horária de cada uma delas.

Segundo o modelo revisado (UNCTAD, 2003) proposto pelo ISAR, o

currículo global seria composto dos conteúdos detalhados no Quadro 12.

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Quadro 12 – Conhecimentos esperados do contador segundo a ONU/UNCTAD/ISAR Fonte: Adaptado de ISAR (2003)

No que tange às habilidades que o contador deve possuir para o bom

desempenho de suas atividades profissionais, a proposta do ISAR iguala-se à do

IFAC/IAESB, ou seja, as mesmas detalhadas no Quadro 4.

1 - FORMAÇÃO PROFISSIONAL BÁSICA 2 - ADMINISTRAÇÃO E NEGÓCIOS 3 - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

a) Contabilidade básica a) Economia a) Conceitos de TI para sistemas gerenciais

b) Contabilidade financeira b) Marketing b) Comércio eletrônicoc) Relatórios financeiros e contabilidade

avançada para setores especializados

c) Políticas administrativas, estrutura organiza-

cional básica e comportamento organizacionalc) Controles internos em sistemas de

gestão informatizadosd) Fundamentos de auditoria e

auditoria avançada

d) Métodos quantitativos e estatística

aplicada à Administraçãod) Gestão, implementação e utilização de

TI e de Segurança das informaçõese) Tributação básica e avançada e) Funções, práticas e operações gerenciais

f) Sistemas de informações contábeis

g) Direito comercial

h) Contabilidade gerencial

i) Relatórios gerenciais avançados

j) Finanças e gestão financeira

k) Integração de Conhecimentos

l) Contabilidade gerencial avançada

m) Gestão financeira avançada

n) Estágio em Contabilidade

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CAPÍTULO III − COMPARAÇÃO DO MODELO ONU COM UNIVERSIDADES PAULISTANAS

3.1. Metodologia da Pesquisa

Antes de classificar esta pesquisa quanto à sua natureza, objetivo,

abordagem e procedimentos técnicos adotados, cabe observar a própria definição

do que vem a ser a pesquisa científica.

Pode-se definir a pesquisa como um conjunto de ações, baseadas em

procedimentos racionais e sistemáticos, adotadas para encontrar a solução de um

determinado problema.

Para Gil (1999, p.42), a pesquisa é um “processo formal e sistemático de

desenvolvimento do método científico. O objetivo fundamental da pesquisa é

descobrir respostas para problemas mediante o emprego de procedimentos

científicos”.

Demo (1996, p.34) considera a pesquisa como atividade cotidiana definindo-

a como um “questionamento sistemático crítico e criativo, mais a intervenção

competente na realidade, ou o diálogo crítico permanente com a realidade em

sentido teórico e prático”.

Gil (1991) entende que uma pesquisa pode ser classificada quanto à sua

natureza como básica ou aplicada; quanto à sua abordagem como quantitativa ou

qualitativa; quanto aos seus objetivos como exploratória, descritiva ou explicativa e,

por fim, quanto aos procedimentos técnicos como bibliográfica, documental,

experimental, de levantamento, estudo de caso, expost-facto, pesquisa-ação e

pesquisa-participante.

Assim, esta pesquisa se caracteriza como de natureza aplicada na medida

em que objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática dirigidos à solução de

problemas específicos, envolvendo verdades e interesses locais.

Quanto à abordagem adotada, a pesquisa pode ser classificada como

qualitativa, uma vez que se tem o ambiente natural como fonte direta de dados,

com caráter descritivo e enfoque indutivo, já que conceitos, idéias e entendimentos

são desenvolvidos a partir de padrões encontrados nos dados, ao invés de coletar

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dados para comprovar teorias, hipóteses e modelos pré-concebidos; e também

como quantitativa já que este tipo de pesquisa considera que tudo pode ser

quantificado, ou seja, busca traduzir em números opiniões e informações para

classificá-las e analisá-las, requerendo assim, o uso de recursos e de técnicas

estatísticas (percentagem, média, mediana, desvio-padrão, coeficiente de correlação

etc.).

Quanto aos objetivos é descritiva já que visa descrever as características

de inerentes à população das IES da Capital Paulista que oferecem o curso de

ciências contábeis, envolvendo o uso de técnicas padronizadas de coleta de dados.

E, por fim, quanto aos procedimentos adotados, classifica-se como

bibliográfica já que foi elaborada a partir de material publicado, constituído

principalmente de livros, artigos acadêmicos e material disponibilizado na Internet e

também como documental, pois também foram utilizados materiais que não

receberam tratamento analítico.

3.2. Descrição dos Procedimentos Técnicos Adotados

Segundo Maroco (2003, p.19) “o processo de inferência estatística é apenas

válido quando as amostras estudadas são representativas da população teórica em

estudo a partir da qual foram obtidas”. Assim, na busca de validar o resultado desta

pesquisa, foi necessário definir cuidadosamente a amostra a ser estudada de forma

que nela estivesse representada a realidade da população, qual seja, o universo das

IES da cidade de São Paulo que oferecem o curso de ciências contábeis.

O processo de amostragem escolhido foi a amostragem não probabilística

conveniente. Neste tipo de amostra os elementos que a compõe são selecionados

por conveniência do pesquisador e a probabilidade de um determinado elemento

pertencer à amostra não é igual à dos restantes dos elementos. O problema com

este tipo de amostras é que estas podem, ou não ser representativas da população

em estudo. (MAROCO, 2003, p. 21).

Para definição da amostra de pesquisa, foram adotados os seguintes

procedimentos:

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a) Coleta de Dados:

Amostragem por conveniência: A partir do levantamento efetuado pelo

Conselho Regional de Contabilidade de São Paulo13, foram identificadas 44

instituições de ensino superior que oferecem o curso de ciências contábeis na capital

paulista.

Levantamento de dados das IES constantes da amostra, tais como

endereço eletrônico na internet, confirmação sobre a oferta do curso de ciências

contábeis e regularidade do mesmo.

Levantamento das grades curriculares do curso de graduação em

contabilidade de cada uma das instituições pesquisadas.

b) Triagem e classificação da amostra:

Eliminação das entidades cujo site estava indisponível na data da

pesquisa. Neste processo foram eliminadas as seguintes instituições: Faculdade

Independente Butantã, Faculdade Paulistana de Ciências e Letras, Faculdade Costa

Braga, Instituto de Educação e Pesquisa Horizontes, Faculdade Anglo Latina e

Faculdade de Administração e Ciências Contábeis Luzwell. Após esta primeira

etapa restou um total de 36 instituições.

Eliminação dos casos de dupla contagem (entidades controladas por uma

mesma mantenedora). Neste processo foi eliminada a Faculdade Interlagos –

FINTEC, instituição mantida pela faculdade Estácio que também administra a

faculdade Radial. Após esta etapa, restaram um total de 35 instituições.

Eliminação das instituições que tiveram o curso de ciências contábeis

descontinuado por algum motivo. Nesta etapa da amostragem foi eliminado o

Instituto Paulista de Ensino e Pesquisa, restando um total de 34 instituições.

Eliminação de todos os casos em que o período letivo não fosse

semestral, uma vez que as instituições com período letivo anual costumam ofertar

uma menor quantidade de disciplinas, trabalhando vários conteúdos em uma mesma

cadeira ao longo de todo o ano letivo. Foram eliminadas as seguintes instituições:

13

Disponível em: <http://www.crcsp.org.br>. Acesso em 05 mar. 2012.

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Faculdades Oswaldo Cruz, Universidade Cidade de São Paulo e Universidade São

Judas Tadeu. Após esta etapa, restaram 31 instituições.

Eliminação das faculdades cuja duração do curso seja diferente 8

semestres letivos (tempo estipulado pelo MEC). Foi eliminado o Centro Universitário

Ibero Americano, onde o curso de ciências contábeis tem duração de 5 semestres

letivos. Após esta etapa, restaram 30 instituições.

Eliminação das entidades que não divulgam as grades curriculares em

seus sites na internet ou divulgam dados incompletos. Foram eliminadas as

seguintes entidades: Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas –

FMU, Centro Universitário Nove de Julho – UniNove, Faculdade de Educação e

Ciências Gerenciais de São Paulo - Unopec, Faculdade Sudoeste Paulistano –

Fasup, Faculdade Santa Rita de Cássia – Santa Rita, Universidade Camilo Castelo

Branco – UniCastelo e Universidade São Marcos. Após esta etapa, restaram enfim

25 instituições de ensino superior que compuseram a amostra analisada.

RESUMO DOS DADOS Subtotal % Total % Amostra

Divulgam Currículo 25 63,6% 80,0%

Não Divulgam Currículo 7 15,9% 20,0%

Excluídas da Amostra 12 20,5% -

Total de Faculdades 44 100,0% 100,0%

Quadro 13 – Resumo dos Dados Coletados Fonte: Elaborado pelo autor.

c) Padronização das disciplinas constantes das grades curriculares de

acordo com os critérios sugeridos pela ONU/UNCTAD/ISAR:

Classificação das disciplinas em uma das três áreas do conhecimento de

acordo com o modelo sugerido pela ONU, a saber: A – Accounting (Conhecimento

de Contabilidade, Finanças e afins), B – Business (Conhecimento Organizacional e

de Negócios) e I – I.T. (Conhecimento de Tecnologia da Informação), conforme

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detalhado no Quadro 7. Para esta da pesquisa utilizou-se como critério a

similaridade do nome das disciplinas.

Correlação entre as disciplinas oferecidas pelas IES com um dos 23

conteúdos a serem trabalhadas com os alunos, para que fosse possível calcular o

percentual de disciplinas oferecidas pelas instituições em relação ao conteúdo

sugerido pela ONU.

Classificação das disciplinas em uma das quatro categorias de

habilidades sugeridas pela ONU como necessárias à prática profissional, a saber: P

– Personal and Intelectual (Habilidades pessoais e intelectuais), T – Thecnical and

Functional (Habilidades Técnicas e funcionais), C – Communicantion and

Interpersonal (Habilidades de Comunicação e Interpessoais) e M – Management

(Organização e Gestão de Negócios), como segue:

Personal and Intelectual 1) Self-management;

2) Initiative, influence and self learning;

3) The ability to select and assign priorities within restricted resources and to organize work to meet tight deadlines; 4) The ability to anticipate and adapt to change;

5) Considering the implications of professional values ethics and attitudes in decision making; 6) Professional skepticism;

7) The ability to locate, obtain, organize and understand information from human, print and electronic sources; 8) The capacity for inquiry, research, logical and analytical thinking, powers of reasoning, and critical analysis; 9) The ability to identify and solve unstructured problems which may be in unfamiliar settings.

Thecnical and functional

10) Numeracy (mathematical and statistical applications) and IT proficiency;

11) Decision modeling and risk analysis;

12) Measurement;

13) Reporting;

14) Compliance with legislative and regulatory requirements. Interpesonal and Communication

15) Work with others in a consultative process, to withstand and resolve conflict;

16) Work in teams;

17) Interact with culturally and intellectually diverse people;

18) Negotiate acceptable solutions and agreements in professional situations;

19) Work effectively in a cross-cultural setting;

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20) Present, discuss, report and defend views effectively through formal, informal, written and spoken communication; 21) Listen and read effectively, including a sensitivity to cultural and language differences. Organization and Business Management 22) Strategic planning, project management, management of people and resources, and decision making; 23) The ability to organize and delegate tasks, to motivate; and to develop people;

24) Leadership;

25) Professional judgment and discernment.

Classificação das disciplinas como Teóricas ou Práticas. Para esta

classificação foram consideradas como práticas (1) as disciplinas de Estágio

Supervisionado, Laboratórios de Práticas Contábeis, Projetos Interdisciplinares e

Trabalho de Conclusão de Curso e afins; sendo as demais disciplinas, considerados

como teóricas (2).

d) Cálculo de dados estatísticos e análise dos resultados:

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Quadro 14 – População de IES que oferecem o curso de Ciências Contábeis na Cidade

de SP Fonte: Dados da Pesquisa

# INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR - IES ApelidoPeríodo

LetivoDuração Situação

1 Centro Universitário Álvares Penteado Fecap Semestral 4 anos Ativo

2 Centro Universitário Assunção UniFAI Semestral 4 anos Ativo

3 Centro Universitário Capital UniCapital Semestral 4 anos Ativo

4 Centro Universitário das Faculdades UniFMU Semestral 4 anos Ativo

5 Centro Universitário Ibero Americano IberoAmericano Semestral 2,5 anos Ativo

6 Centro Universitário Nove de Julho Uninove Semestral 4 anos Ativo

7 Centro Universitário Sant'anna UniSantana Semestral 4 anos Ativo

8 Centro Universitário Senac Senac Semestral 4 anos Ativo

9 Faculdade Anglo Latino AngloLatino N/D 4 anos N/D

10 Faculdade Carlos Drummond de Andrade CarlosDrumond Semestral 4 anos Ativo

11 Faculdade Cruz Azul Facraz Semestral 4 anos Ativo

12 Faculdade de Administração e Ciências Luzwell N/D 4 anos N/D

13 Faculdade de Educação e Ciências Gerenciais Unopec Semestral 4 anos Ativo

14 Faculdade Flamingo Flamingo Semestral 4 anos Ativo

15 Faculdade Independente Butantã Butantã N/D 4 anos N/D

16 Faculdade Interlagos - FINTEC Fintec Semestral 4 anos Ativo

17 Faculdade Ítalo-brasileira ÍtaloBrasileira Semestral 4 anos Ativo

18 Faculdade Legale Faleg Semestral 4 anos Ativo

19 Faculdade Paulistana de Ciências e Letras Paulistana N/D 4 anos N/D

20 Faculdade Radial Radial Semestral 4 anos Ativo

21 Faculdade Santa Marcelina StaMarcelina Semestral 4 anos Ativo

22 Faculdade Sudoeste Paulistano - FASUP Fasup Semestral 4 anos Ativo

23 Faculdade Sumaré Sumaré Semestral 4 anos Ativo

24 Faculdade Trevisan Trevisan Semestral 4 anos Ativo

25 Faculdades Costa Braga CostaBraga N/D 4 anos N/D

26 Faculdades Integradas Campos Salles CamposSalles Semestral 4 anos Ativo

27 Faculdades Integradas Tibiriçá Tibiriçá Semestral 4 anos Ativo

28 Faculdades Oswaldo Cruz OswaldoCruz Anual 4 anos Ativo

29 Faculdades Parceiras UNIESP Uniesp Semestral 4 anos Ativo

30 Faculdades Santa Rita de Cássia StaRita Semestral 4 anos Ativo

31 Instituto de Educação e Pesquisa Horizontes Horizontes N/D 4 anos N/D

32 Instituto Paulista de Ensino e Pesquisa IPEP N/D 4 anos Inativa

33 Pontifícia Universidade Católica de SP PUC-SP Semestral 4 anos Ativo

34 Universidade Anhembi Morumbi Anhembi Semestral 4 anos Ativo

35 Universidade Camilo Castelo Branco UniCastelo Semestral 4 anos Ativo

36 Universidade Cidade de São Paulo UNICID Anual 4 anos Ativo

37 Universidade Cruzeiro do Sul UNICSUL Semestral 4 anos Ativo

38 Universidade de Santo Amaro UNISA Semestral 4 anos Ativo

39 Universidade de São Paulo USP Semestral 4 anos Ativo

40 Universidade Ibirapuera UNIB Semestral 4 anos Ativo

41 Universidade Paulista - UNIP UNIP Semestral 4 anos Ativo

42 Universidade Presbiteriana Mackenzie Mackenzie Semestral 4 anos Ativo

43 Universidade São Judas Tadeu São Judas Anual 4 anos Ativo

44 Universidade São Marcos São Marcos Semestral 4 anos Ativo

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3.3. Análise dos Resultados

3.3.1. Visão Geral das Disciplinas Oferecidas pelas IES

Total de Disciplinas Oferecidas Disciplinas Teóricas

IES Quantidade IES % Total

ÍtaloBrasileira 40 UniSantana 75,6%

Sumaré 41 Sumaré 78,0%

Tibiriçá 41 UNICSUL 80,0%

Anhembi 41 UNISA 82,8%

Flamingo 42 Fecap 84,6%

Trevisan 42 USP 84,6%

Facraz 43 Ítalo Brasileira 85,0%

Radial 43 UNIB 87,0%

UniSantana 45 Sta Marcelina 87,0%

Uniesp 45 PUC-SP 87,3%

UNICSUL 45 Faleg 87,8%

Senac 46 Facraz 88,4%

UNIB 46 Uniesp 88,9%

Faleg 49 Senac 89,1%

UNIP 49 Carlos Drumond 89,2%

Fecap 52 UNIP 89,8%

Campos Salles 52 Campos Salles 90,4%

Sta Marcelina 54 UniCapital 90,4%

PUC-SP 55 Radial 90,7%

Mackenzie 57 UniFAI 92,2%

UniFAI 64 Trevisan 92,9%

UNISA 64 Anhembi 95,1%

Carlos Drumond 65 Tibiriçá 95,1%

UniCapital 73 Flamingo 95,2%

USP 91 Mackenzie 98,2%

Média 51,4 Média 88,2%

Mediana 46,0 Mediana 88,9%

Quadro 15 – Disciplinas Oferecidas Fonte: Dados da Pesquisa

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Por este critério de análise é possível ter uma visão geral da quantidade de

disciplinas ofertadas, bem como o caráter prático ou teórico das mesmas.

Quando analisada a quantidade de disciplinas ofertadas aos alunos nas

instituições analisadas, não fazendo distinção entre disciplinas obrigatórias e

eletivas, foi possível identificar que a média é de 51 disciplinas, sendo que 40% das

IES ofertavam quantidade de disciplinas superior à média calculada.

Para este critério foram desconsideradas as disciplinas de Atividades

Complementares presentes na grade curricular da maioria das instituições, por não

haver uma definição exata do conteúdo das mesmas. Ao longo da pesquisa foi

possível perceber que algumas instituições possuíam uma carga horária

considerável atribuída às disciplinas de Atividades Complementares, de caráter

obrigatório e cuja aprovação depende da apresentação de comprovantes e/ou

relatórios de participação em eventos culturais, cursos de aperfeiçoamento, práticas

sociais etc.

A USP destacou-se positivamente entre as instituições analisadas por ser

aquela que oferece maior número de disciplinas. Note-se, todavia, que

diferentemente das demais instituições, onde o currículo tem formato rígido, com

disciplinas pré-determinadas para cada semestre, a USP adota um formato

diferenciado, oferecendo um total de 52 disciplinas eletivas (já desconsideradas

aquelas de Atividades Complementares). A carga horária total do curso é de 3000

horas, sendo que 14% devem corresponder a horas-aula de disciplinas optativas

(eletivas). Realizados os ajustes necessários, em média o egresso da instituição

terá estudado pelo menos 54 disciplinas.

Quando analisado o caráter prático de cada disciplina ofertada, a média de

disciplinas teóricas em relação ao total de disciplinas ofertadas pelas instituições

analisadas foi de 88%. Sendo que 56% das IES oferecem mais disciplinas teóricas

do que a média calculada. A Universidade Mackenzie destacou-se negativamente

entre as instituições analisadas por ser aquela que oferece menor número de

disciplinas práticas.

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3.3.2. Disciplinas agrupadas por Áreas do Conhecimento

Contabilidade e afins

IES % Total

USP 33,0%

Carlos Drumond 41,5%

PUC-SP 45,5%

UNICSUL 46,7%

Sumaré 48,8%

Anhembi 48,8%

Flamingo 50,0%

Sta Marcelina 50,0%

Fecap 51,9%

Tibiriçá 53,7%

Senac 54,3%

UNIB 54,3%

UniCapital 54,8%

Ítalo Brasileira 55,0%

Uniesp 55,6%

Campos Salles 55,8%

Facraz 55,8%

Mackenzie 56,1%

UNISA 56,3%

Trevisan 57,1%

UNIP 57,1%

Faleg 59,2%

UniFAI 59,4%

UniSantana 62,2%

Radial 65,1%

Média 53,1% Mediana 54,8%

Quadro 16 – Disciplinas Agrupadas por Área de Conhecimento Fonte: Dados da Pesquisa

Por este critério, é possível analisar o peso das disciplinas voltadas à área

de contabilidade e afins na grade curricular das instituições participantes da amostra.

Em média, 53% das disciplinas ofertadas pelas IES são de contabilidade ou áreas

afins, como auditoria, perícia etc. Quanto menor o percentual calculado maior será a

quantidade de disciplinas voltadas para outras áreas do conhecimento. Note-se que

36% das instituições de ensino estão abaixo da média.

A USP embora se destaque com menor índice de disciplinas contábeis

(33%) é a única instituição que oferece grande quantidade de disciplinas eletivas

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(52) em sua grade curricular, onde os alunos poderão escolher o direcionamento

que desejam dar à sua formação, compondo sua carga horária com 14% de

disciplinas de sua livre escolha. Optou-se por manter a Universidade de São Paulo

na amostra, tendo em vista que o critério analisado não é quantidade de disciplinas

efetivamente cursada pelos alunos, mas sim, a quantidade de disciplinas ofertadas

aos discentes.

Organizacional e Negócios

IES % Total

UniSantana 22,2%

UNISA 23,4%

Sumaré 24,4%

Radial 27,9%

UniCapital 30,1%

UNIP 30,6%

Faleg 30,6%

Trevisan 31,0%

UNICSUL 31,1%

Uniesp 31,1%

UniFAI 31,3%

Anhembi 34,1%

Tibiriçá 34,1%

PUC-SP 34,5%

Fecap 34,6%

Senac 34,8%

Facraz 34,9%

Campos Salles 36,5%

Sta Marcelina 37,0%

Ítalo Brasileira 37,5%

Mackenzie 38,6%

UNIB 39,1%

Flamingo 40,5%

Carlos Drumond 44,6%

USP 50,5%

Média 33,8% Mediana 34,1%

Quadro 17 – Disciplinas voltadas à Área Organizacional e Negócios Fonte: Dados da Pesquisa

Por este critério é possível perceber que em média 34% das disciplinas

ofertadas pelas IES que compõem a amostra estudada, são voltadas para área

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Organizacional e Negócios. Dentre as disciplinas desta área de conhecimento

destacam-se aquelas relacionadas à Economia, Marketing, Gestão, Métodos

Quantitativos, Comportamento Organizacional, Mercados Financeiros, Ambiente de

Negócios etc. Dentre as instituições analisadas, 56% delas oferecem quantidade de

disciplinas com conteúdo direcionado à área Organizacional e Negócios superior à

média. Novamente a USP se destaca, com 50,5% do total de suas disciplinas

voltadas para esta área do conhecimento. Quando comparada às instituições que

menos oferecem disciplinas da área do conhecimento Organizacional e Negócios

(UniSantana, Unisa e Sumaré) a taxa da USP é mais do que o dobro destas, o que

mostra o desnivelamento entre as faculdades analisadas.

Tecnologia da Informação

IES % Total

Radial 0,0%

UNICSUL 0,0%

UniFAI 0,0%

Mackenzie 1,8%

Faleg 2,0%

UNIB 2,2%

UniSantana 2,2%

Facraz 2,3%

Trevisan 2,4%

Flamingo 2,4%

Anhembi 2,4%

Ítalo Brasileira 2,5%

UniCapital 2,7%

Sta Marcelina 3,7%

Fecap 3,8%

Campos Salles 3,8%

UNIP 4,1%

Senac 4,3%

Uniesp 4,4%

Carlos Drumond 4,6%

UNISA 4,7%

Sumaré 4,9%

Tibiriçá 4,9%

PUC-SP 5,5%

USP 6,6%

Média 3,1% Mediana 2,7%

Quadro 18 – Disciplinas voltadas à Área de Tecnologia da Informação

Fonte: Dados da Pesquisa

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No critério Tecnologia da Informação foi onde se pode constatar a maior

deficiência das instituições pesquisadas. A despeito do momento em que se vive,

onde a tecnologia ocupa cada vez mais espaço no cotidiano da sociedade e das

práticas empresariais, inclusive na profissão contábil, com a automatização de

processos internos por meio da implantação de sistemas integrados de gestão

(ERP) e com a nova realidade fiscal trazida pelo Sistema Público de Escrituração

Digital – SPED; a maioria das faculdades pesquisadas oferece apenas uma

disciplina voltada para área de informática, sendo em boa parte delas apenas uma

disciplina de conhecimentos básicos de informática.

A média de disciplinas voltadas para área de Tecnologia da Informação em

relação ao total de disciplinas ofertadas foi de 3,1% (apenas). Ainda assim, 53%

das faculdades pesquisadas ficaram abaixo da média amostral, sendo que três delas

(Radial, Unicsul e UniFai) sequer ofereciam alguma disciplina nesta área.

Pela proposta da ONU seria desejável que se oferecesse quatro tipos de

disciplinas nesta área: 1) Conhecimentos Gerais de Tecnologia da Informação para

sistemas gerenciais, 2) Comércio Eletrônico, 3) Controles Internos em Sistemas de

Gestão Informatizada, 4) Gestão, Implementação, Utilização da Tecnologia da

Informação e Segurança das Informações.

Novamente, destaca-se positivamente a USP cujo percentual de disciplinas

voltadas para área de T.I. (6,6%) é mais que o dobro da média amostral (3,1%). Em

termos absolutos USP oferece 9 disciplinas na área de T.I., como, por exemplo:

Microinformática, Desenvolvimento de Sistemas de Informação, Sistemas de Gestão

Empresarial, Auditoria de Sistemas etc.

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Outras áreas do conhecimento

IES % Total

Mackenzie 3,5%

Campos Salles 3,8%

UNIB 4,3%

Ítalo Brasileira 5,0%

Senac 6,5%

Radial 7,0%

Facraz 7,0%

Flamingo 7,1%

Tibiriçá 7,3%

Faleg 8,2%

UNIP 8,2%

Uniesp 8,9%

Carlos Drumond 9,2%

Sta Marcelina 9,3%

UniFAI 9,4%

Trevisan 9,5%

Fecap 9,6%

USP 9,9%

UniCapital 12,3%

UniSantana 13,3%

PUC-SP 14,5%

Anhembi 14,6%

UNISA 15,6%

Sumaré 22,0%

UNICSUL 22,2%

Média 9,9% Mediana 9,2%

Quadro 19 – Disciplinas voltadas à Outras Áreas do Conhecimento Fonte: Dados da Pesquisa

Nesta categoria foram agrupadas disciplinas cuja nomenclatura não deixava

claro qual o conteúdo a ser estudado, como por exemplo, as instituições:

Universidade Cruzeiro do Sul – Unicsul que oferece 5 disciplinas denominadas

Estudos Dirigidos entre outras e Faculdade Sumaré que oferece 6 disciplinas com

título Projeto Profissional Interdisciplinar. Neste grupo também são consideradas

outras disciplinas como Teologia, Antropologia, Cultura Geral presentes em algumas

grades curriculares.

A média de disciplinas com conteúdo não identificado ou que não guarda

relação direta com a profissão contábil foi de 10% total das disciplinas ofertadas,

sendo que somente 7 faculdades ofereceram quantidade superior à média amostral.

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3.3.3. Disciplinas Agrupadas por Habilidades Específicas

Habilidades Técnicas e Funcionais

IES % Total

USP 54,9%

Carlos Drumond 56,9%

UNICSUL 60,0%

Sta Marcelina 61,1%

Ítalo Brasileira 62,5%

UniCapital 63,0%

Flamingo 64,3%

Uniesp 64,4%

Facraz 65,1%

Tibiriçá 65,9%

UNIB 67,4%

Mackenzie 68,4%

Senac 68,9%

Trevisan 69,0%

Campos Salles 69,2%

Radial 69,8%

UniFAI 70,3%

UNISA 70,3%

Sumaré 70,7%

PUC-SP 70,9%

Fecap 71,2%

Faleg 71,4%

UNIP 71,4%

Anhembi 71,8%

UniSantana 76,9%

Média 67,0%

Mediana 68,9%

Quadro 20 – Disciplinas agrupadas por Habilidades Técnicas e Funcionais Fonte: Dados da Pesquisa

Analisadas por outro prisma, as mesmas disciplinas foram classificadas de

acordo com as habilidades que podem desenvolver nos alunos de ciências

contábeis. Pelo primeiro critério de análise, Habilidades Técnicas e Funcionais,

verificou-se a quantidade de disciplinas direcionadas a desenvolver habilidades

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numéricas, análise de riscos, reporte contábil, tecnologia da informação etc. Talvez

devido à natureza eminentemente técnica da profissão contábil, em média 67% das

disciplinas ofertadas pelas IES são voltadas ao desenvolvimento de habilidades

técnicas e funcionais. Sendo que 60% dos elementos que compõem a amostra

estão acima da média calculada.

Destacam-se a UniSantana cuja grade curricular é composta por cerca de

77% de disciplinas direcionadas a desenvolver habilidades técnicas e funcionais em

seus estudantes e, em sentido oposto, a USP com 55% de suas disciplinas voltadas

ao desenvolvimento e/ou aperfeiçoamento de tais habilidades.

Pessoais e Intelectuais

IES % Total

UNIP 2,0%

Radial 2,3%

Flamingo 2,4%

UniFAI 3,1%

Faleg 4,1%

Senac 4,4%

Trevisan 4,8%

Sumaré 4,9%

Anhembi 5,1%

UniSantana 5,1%

USP 5,5%

Campos Salles 5,8%

Carlos Drumond 6,2%

UNISA 6,3%

UNIB 6,5%

Facraz 7,0%

Mackenzie 7,0%

Tibiriçá 7,3%

Sta Marcelina 7,4%

Ítalo Brasileira 7,5%

Fecap 7,7%

UniCapital 8,2%

Uniesp 8,9%

PUC-SP 9,1%

UNICSUL 17,8%

Média 6,3% Mediana 6,2%

Quadro 21 – Disciplinas agrupadas por Habilidades Pessoais e Intelectuais Fonte: Dados da Pesquisa

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As habilidades Pessoais e Intelectuais, de acordo com entendimento

emanado no documento que sugere o modelo de currículo do contador global,

seriam aquelas relacionadas à ética profissional, capacidade de pesquisa e

investigação, organização do tempo e das tarefas, raciocínio lógico, raciocínio

analítico, autogestão, autoaprendizagem etc. Embora de suma importância no

cotidiano da maioria dos profissionais, não somente aqueles da área contábil, esta é

uma área que não tem recebido ênfase por parte das IES.

Em média 6% das disciplinas ofertadas pelas instituições de ensino da

amostra contribuem para gerar ou desenvolver tais habilidades nos graduandos em

contabilidade. Sendo que 44% dos elementos da amostra estão acima da média.

Destacam-se negativamente as faculdades UNIP, Radial, Flamingo que não

chegam a 2,5% de disciplinas voltadas para esta área. Em contrapartida, destaca-

se a Unicsul com um total de quase 18% de suas disciplinas voltadas para esta área.

Tal proporção é quase nove vezes superior a da UNIP (que possui a menor

proporção da amostra), ainda assim, excluindo a Unicsul da amostra para tentar

eliminar possíveis distorções causadas pela mesma, a média amostral seria de

5,5%.

É notório que tais habilidades não são desenvolvidas única e exclusivamente

por disciplinas, em sala de aula, e não estariam limitadas somente a um pequeno

conjunto de disciplinas específicas. Mas, é de extrema importância que os

coordenadores e professores estejam atentos a esta questão de maneira a

incentivar os alunos a adotar uma postura ética e crítica na sua prática acadêmica e

profissional, de forma criativa e autônoma.

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Interpessoais e de Comunicação

IES % Total

Sumaré 4,9%

Ítalo Brasileira 5,0%

UniSantana 5,1%

Mackenzie 7,0%

USP 8,8%

Carlos Drumond 9,2%

Radial 9,3%

UniFAI 9,4%

UNISA 9,4%

Trevisan 9,5%

Campos Salles 9,6%

Tibiriçá 9,8%

Anhembi 10,3%

PUC-SP 10,9%

Senac 11,1%

Sta Marcelina 11,1%

Uniesp 11,1%

UNICSUL 11,1%

UNIB 13,0%

Fecap 13,5%

Facraz 14,0%

UniCapital 15,1%

Faleg 16,3%

Flamingo 16,7%

UNIP 18,4%

Média 10,8%

Mediana 10,3%

Quadro 22 – Disciplinas Interpessoais e de Comunicação Fonte: Dados da Pesquisa

A ciência contábil objetiva gerar informações que sejam úteis aos seus

usuários. Mas como revestir uma informação da devida utilidade se a mesma não

for bem comunicada? Conscientes desta questão as IES deveriam prover

estratégias para que os alunos de ciências contábeis pudessem desenvolver

adequadamente as habilidades de comunicação e interação. A capacidade de

expressar-se, trabalhar em equipe e lidar com questões oriundas de diferenças

culturais e lingüísticas deveriam ser minimamente trabalhadas pela IES. Porém 52%

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das IES estão abaixo da média amostral (10,8%) quando se analisa a quantidade de

disciplinas oferecidas que possuem potencial de desenvolver tais habilidades nos

postulantes a contadores.

Gestão (Liderança e Planejamento)

IES % Total

Fecap 7,7%

Faleg 8,2%

UNIP 8,2%

PUC-SP 9,1%

UNICSUL 11,1%

UniSantana 12,8%

Anhembi 12,8%

UNIB 13,0%

UniCapital 13,7%

Facraz 14,0%

UNISA 14,1%

Campos Salles 15,4%

Senac 15,6%

Uniesp 15,6%

Trevisan 16,7%

Flamingo 16,7%

Tibiriçá 17,1%

UniFAI 17,2%

Mackenzie 17,5%

Radial 18,6%

Sumaré 19,5%

Sta Marcelina 20,4%

Ítalo Brasileira 25,0%

Carlos Drumond 27,7%

USP 30,8%

Média 15,9% Mediana 15,6%

Quadro 23 – Disciplinas voltadas à Gestão (Liderança e Planejamento) Fonte: Dados da Pesquisa

Antes de proceder à análise de aderência dos currículos da IES ao modelo

proposto pela ONU, ainda foi analisado individualmente um último critério, quanto às

Habilidades de Gestão que envolvem a capacidade de Liderança e Planejamento.

Para este critério a média amostral foi de praticamente 16%, sendo que 44% dos

elementos da amostra estão acima da média calculada. Destaca-se a USP com

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cerca de 31% de suas disciplinas voltadas para o desenvolvimento de tais

habilidades em seus estudantes. Importante ressaltar a posição da Fecap com 7,7%

de suas disciplinas voltadas para esta questão.

Tabela 3 – Resumo mostrando a Variação dos Resultados quanto às Disciplinas

Fonte: Dados da Pesquisa

A Tabela 3 apresenta um resumo mostrando que em praticamente todos os

itens analisados houve uma grande variação dos resultados encontrados. O que

mostra a heterogeneidade da amostra. O MEC limita-se a fornecer algumas

diretrizes básicas para elaboração do currículo no ensino superior de contabilidade,

deixando as IES livres para determinar o direcionamento que querem dar aos seus

cursos, de modo que se possa atender as demandas regionais e necessidades de

modernização e atualização de suas grades curriculares.

Assim, algumas faculdades direcionam demasiadamente seus cursos para

área tributária (como é o caso da UniSantana), outras para área de gestão financeira

e ou de pessoas (como é caso da Carlos Drumond e Flamingo), havendo ainda

aquelas que oferecem uma grande quantidade de disciplinas técnicas de

contabilidade aplicada (como é o caso UNIP, Anhembi, UniSantana e Radial).

Os pontos mais deficitários parecem ser as disciplinas voltadas para o

conhecimento em da Tecnologia da Informação e aquelas capazes de desenvolver

ou aprimorar as habilidades pessoais e intelectuais nos futuros contadores.

Ressalte-se ainda que interdisciplinaridade desejada só será alcançada

mediante a transposição do discurso teórico para prática profissional, onde os

estudantes possam relacionar e utilizar os diversos conhecimentos adquiridos em

suas aulas teóricas. Neste sentido, faz-se necessário a implementação de

Disciplina

Ofertadas Accounting Business I.T. Others Thecnical Personal CommunicationManagement Teóricas Práticas

Média 51,3 53,2% 33,9% 3,1% 9,8% 67,0% 6,3% 10,8% 15,9% 88,2% 11,8%

Mediana 46,0 54,8% 34,5% 2,7% 9,2% 68,9% 6,2% 10,3% 15,6% 88,9% 11,1%

Menor Valor 39,0 33,0% 22,2% 0,0% 3,5% 54,9% 2,0% 4,9% 7,7% 78,0% 1,8%

Maior Valor 91,0 65,1% 50,5% 6,6% 22,2% 76,9% 17,8% 18,4% 30,8% 98,2% 22,0%

Desvio Padrão 1224,6% 6,7% 6,3% 1,7% 4,8% 5,2% 3,1% 3,5% 5,7% 5,4% 5,4%

KNOWLODGES SKILLS DISCIPLINAS

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103

disciplinas que promovam a prática, não de conhecimentos isolados, mas integrada,

de todo o arcabouço intelectual necessário ao exercício de sua profissão.

3.3.4. Adequação das IES Paulistanas à Matriz Curricular do CFC/MEC

Ajustamento Modelo CFC/MEC

IES % Total

Flamingo 62,5%

Ítalo Brasileira 65,0%

Fecap 70,0%

UniCapital 70,0%

Facraz 70,0%

UNICSUL 70,0%

UniSantana 72,5%

Radial 72,5%

Campos Salles 72,5%

UNIB 72,5%

UniFAI 75,0%

Sumaré 75,0%

Anhembi 75,0%

UNIP 77,5%

Trevisan 80,0%

Tibiriçá 80,0%

Uniesp 80,0%

Senac 82,5%

Carlos Drumond 85,0%

Faleg 85,0%

PUC-SP 85,0%

UNISA 85,0%

Mackenzie 85,0%

Sta Marcelina 87,5%

USP 95,0%

Média 77,2%

Mediana 75,0%

Quadro 24 – Aderência ao Modelo CFC/MEC

Fonte: Dados da Pesquisa

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104

Baseando-se nas diretrizes do MEC, o Conselho Federal de Contabilidade

propõe uma matriz curricular composta de quarenta e quatro (44) disciplinas, sendo

cinco (5) disciplinas eletivas entre, as quais três (3) seriam obrigatórias, conforme

detalhado no quadro 12. Porém, para viabilizar a comparação das disciplinas

sugeridas pelo CFC e aquelas oferecidas pelas IES da capital paulista, foi

necessário proceder alguns ajustes, pois o critério inicialmente adotado para análise,

qual seja: a comparação baseada na nomenclatura das disciplinas constantes em

ambas as matrizes, não se mostrou eficiente, se adotado isoladamente. Para corrigir

algumas possíveis distorções, foi necessária a análise das ementas de algumas das

disciplinas sugeridas para que se pudesse correlacionar àquelas encontradas na

prática. Após a análise quatro disciplinas foram consideradas em conjunto com

outras disciplinas.

Um exemplo deste ajuste foi a unificação das disciplinas Contabilidade

Básica e Estrutura das Demonstrações Contábeis para fins de análise, haja vista que

juntas cumpririam o papel das disciplinas que na prática são chamadas de

Contabilidade Geral, Introdutória, Comercial e/ou Intermediária. Para não distorcer

os resultados, a análise conjunta destas disciplinas como um único bloco de

conhecimentos, mostrou-se mais eficaz, tendo em vista a impossibilidade de analisar

cada ementa de todas as disciplinas das instituições pesquisadas.

As disciplinas Contabilidade Societária e Contabilidade Avançada, também

foram consideradas em conjunto, não somente pela relação existente entre os

conteúdos propostos, onde uma se apresenta como continuidade/complemento da

outro, mas também porque na prática ora se encontrava uma disciplina, ora outra,

com carga horária diferenciada.

Analisando todas as IES pesquisadas, não foi encontrado nenhum caso de

oferta de disciplinas com a nomenclatura Contabilidade Nacional, ou semelhante.

Contudo, observando-se a ementa proposta pelo CFC, verificou-se o conteúdo

sugerido é geralmente tratado nas disciplinas de Macroeconomia. Assim, optou-se

novamente por considerar a disciplina Economia e Contabilidade Nacional como

correlatas àquelas encontradas na prática acadêmica: Introdução à Economia,

Fundamentos de Economia, Macroeconomia e/ou Microeconomia. Mantendo-se,

assim, separada a disciplina Economia Brasileira tratada por algumas IES

separadamente, e cuja ementa, trata de particularidades da economia nacional, não

se confundindo, portanto, com as demais disciplinas citadas.

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E por fim, as disciplinas Metodologia de Pesquisa e Metodologia do Trabalho

Científico também foram analisadas em conjunto, tendo em vista a semelhança e

dos conteúdos sugeridos. Contudo, a disciplina Trabalho de Conclusão de Curso

permaneceu como uma disciplina à parte, tendo em vista a realidade da maioria das

IES pesquisadas.

Assim, o total de disciplinas do modelo CFC considerado para comparação

com as matrizes das IES pesquisadas reduziu para quarenta (40). Ao correlacionar

as disciplinas constantes das grades curriculares de cada uma das vinte e cinco (25)

IES pesquisadas, com as quarenta (40) disciplinas sugeridas no modelo da

CFC/MEC, obteve-se um percentual de aderência ao Modelo CFC, dado pela

seguinte fórmula:

A média de aderência foi de 77%, pode ser considerada bastante razoável.

Sendo que 48% das IES analisadas ainda ficaram acima da média, com destaque

especial para a USP com 95% e Faculdade Santa Marcelina com 87,5% registrou o

segundo maior grau de aderência.

Para uma melhor visualização dos resultados a amostra foi dividida em 5

intervalos, variando de 0% a 100%, conforme tabela 4 que segue:

Tabela 4 – Grau de Aderência ao Modelo CFC

Fonte: Dados da Pesquisa

ACFC Grau de Aderência ao Modelo CFC I.E.S. %

0,0% - 20,0% Pouquíssimo ou nenhuma aderência 0 0%

20,1% - 40,0% Pouco aderente 0 0%

40,1% - 60,0% Razoavelmente aderente 0 0%

60,1% - 80,0% Bastante aderente 18 72%

80,1% - 100,0% Altíssimo ou total aderência 7 28%

Total 25 100%

Onde: ACFC = grau de aderência ao modelo CFC d = quantidade disciplinas correlacionadas D = 40 (quantidade de disciplinas sugeridas pelo CFC)

ACFC = d x 100

D

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106

Percebe-se a inexistência de instituições com índice de aderência inferior a

60%. O menor índice encontrado na amostra foi 62,5% atribuído à instituição

Flamingo. Os altos índices encontrados, pode em parte ser justificado pela forma

como foi concebido o modelo do CFC, que não somente está baseado nas diretrizes

do MEC, como também construído considerando sugestões de coordenadores de

cursos de todo o país, e posteriormente validado por coordenadores de IES

presentes no II Encontro Nacional de Coordenadores do Curso de Ciências

Contábeis, promovido pelo CFC. Assim, é natural haver uma tendência para boa

aceitação e implementação do mesmo junto às instituições de ensino.

Adequação das IES Paulistanas

ao Modelo ONU/ISARAderência ao Modelo ONU/ISAR

IES % Total

UniFAI 57,1%

UniSantana 57,1%

Flamingo 61,9%

Radial 61,9%

Campos Salles 61,9%

Facraz 61,9%

UNICSUL 61,9%

Sumaré 61,9%

Anhembi 66,7%

UniCapital 66,7%

Uniesp 66,7%

Fecap 66,7%

UNISA 66,7%

Mackenzie 71,4%

Tibiriçá 71,4%

UNIP 71,4%

Faleg 71,4%

Trevisan 76,2%

Sta Marcelina 76,2%

Ítalo Brasileira 76,2%

UNIB 81,0%

Senac 85,7%

PUC-SP 85,7%

Carlos Drumond 95,2%

USP 95,2%

Média 71,0% Mediana 66,7%

Quadro 25 – Aderência ao Modelo ONU/ISAR Fonte: Dados da Pesquisa

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Por fim, ao correlacionar as disciplinas constantes das grades curriculares

de cada uma das vinte e cinco (25) IES pesquisadas, com as vinte e uma (23)

disciplinas sugeridas no modelo da ONU/UNCTAD/ISAR, obteve-se um percentual

de aderência ao Modelo da ONU, dado pela seguinte fórmula:

𝑨𝑶𝑵𝑼 = 𝒅

𝑫 𝒙 𝟏𝟎𝟎

A média de aderência foi de 71%, sendo que 42% das IES analisadas

ficaram acima da média, com destaque para a USP e Faculdade Carlos Drumond

que obtiveram maior grau de aderência.

Para uma melhor visualização dos resultados a amostra foi dividida em 5

intervalos, variando de 0% a 100%, conforme tabela 5:

Tabela 5 – Grau de Aderência ao Modelo ONU

°𝑨𝑶𝑵𝑼 Grau de Aderência ao Modelo ONU I.E.S. %

0,0% - 20,0% Pouquíssimo ou nenhum aderência 0 0%

20,1% - 40,0% Pouco aderente 0 0%

40,1% - 60,0% Razoavelmente aderente 3 12%

60,1% - 80,0% Bastante aderente 17 68%

80,1% - 100,0% Altíssimo ou total aderência 5 20%

Total 25 100% Fonte: Dados da Pesquisa

A partir da classificação acima é possível perceber que 20% da amostra

possui um alto grau de aderência ao modelo proposto pela ONU, 68% é bastante

ajustado ao modelo e 12% é razoavelmente ajustado. Não existiam na amostra IES

que fossem pouco, ou pouquíssimo ajustadas ao modelo proposto pela ONU.

Onde: AONU = grau de aderência ao modelo ONU d = quantidade disciplinas correlacionadas D = 23 (quantidade de disciplinas sugeridas pela ONU)

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A escolha de um modelo global, elaborado e validado por organismos

internacionais respeitados pelo mercado e com grande influência no setor contábil,

se mostra pertinente, tendo em vista o momento vivido pelo Brasil, onde é cada vez

maior a quantidade de companhias estrangeiras operando em seu território e

também a quantidade de empresas brasileiras que negociam com o exterior e/ou

mantém sucursais em outros países. Este contexto gerou internamente a

necessidade de adequação das normas brasileiras de contabilidade e parece

apontar para a necessidade de revisão das políticas educacionais voltadas para

contabilidade.

A partir das análises realizadas neste trabalho, e das conclusões a que se

chega, é possível aceitar a hipótese de pesquisa H0: Sim. Há similaridade entre as

disciplinas oferecidas nos currículos das IES da Capital Paulista e aquelas

sugeridas no modelo de currículo da ONU/UNCTAD/ISAR, em detrimento da

hipótese alternativa de pesquisa.

Onde ainda se pode inferir que um dos principais pontos de semelhança são

as disciplinas de caráter técnico-funcional, organizacional e de negócios. Os

principais pontos deficitários seriam as disciplinas voltadas para área da Tecnologia,

Comunicação e Relação Interpessoal.

As análises do grau de aderência das matrizes curriculares das IES

Paulistanas tanto à Matriz Curricular proposta pelo CFC, quanto ao modelo ONU,

foram realizadas a partir do cálculo de um indicador de semelhança determinado a

partir da nomenclatura das disciplinas oferecidas pelas instituições pesquisadas. Tal

indicador não tem a pretensão de aferir qualidade a esta ou aquela instituição, mas

tão somente verificar se as disciplinas oferecidas pelas IES da Cidade de São Paulo

estão em linha com o que propõe o modelo de currículo do contador global, e se no

geral, as instituições não estivessem alinhadas a tal modelo, estariam alinhadas ao

modelo interno proposto pelo CFC. Foi possível observar que, em sua maioria, as

instituições estão bastante alinhadas a ambos os modelos.

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Chama atenção, porém, a diversidade de resultados encontrados. Esperava-

se ainda que as instituições menos ajustadas a um modelo fossem aquelas que mais

se adequariam a outro modelo, porém, em ambos os critérios, doze (12) instituições

ficaram acima da média. Comparando-se as amostras das instituições com grau de

aderência superior à média calculada, dez (10) instituições constam em ambas as

amostras, são elas:

IES ONU CFC

USP 95,2% 95,0%

Carlos Drumond 95,2% 85,0%

PUC-SP 85,7% 85,0%

Senac 85,7% 82,5%

Trevisan 76,2% 80,0%

Sta Marcelina 76,2% 87,5%

UNIP 71,4% 77,5%

Tibiriçá 71,4% 80,0%

Mackenzie 71,4% 85,0%

Faleg 71,4% 85,0%

E, na contramão, comparando-se as amostras das instituições com grau de

aderência inferior à média calculada, onze (11) instituições constam em ambas as

amostras, são elas:

IES ONU CFC

UniSantana 57,1% 72,5%

UniFAI 57,1% 75,0%

Flamingo 61,9% 62,5%

Facraz 61,9% 70,0%

UNICSUL 61,9% 70,0%

Radial 61,9% 72,5%

Campos Salles 61,9% 72,5%

Sumaré 61,9% 75,0%

Fecap 66,7% 70,0%

UniCapital 66,7% 70,0%

Anhembi 66,7% 75,0%

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110

Embora, a análise realizada não tenha a pretensão de aferir a qualidade das

instituições pesquisadas, e conquanto o MEC não tenha a intenção de padronizar os

conteúdos oferecidos pelas IES, para que estas tenham condições de adaptar suas

matrizes curriculares às necessidades do mercado e ao contexto sócio-econômico

ao qual estão inseridas; tendo em vista que a amostra limitou-se a IES atuantes na

capital paulista, seria natural encontrar maior homogeneidade nos resultados

encontrados. A diversidade de resultados encontrados pode apontar para

necessidade de uma maior supervisão dos conteúdos oferecidos pelas IES frente à

dinamicidade do mercado, especialmente da cidade São Paulo, uma economia tão

pujante e tão globalizada.

Para uma melhor compreensão da realidade dos cursos de formação

superior em ciências contábeis oferecidos na cidade de São Paulo, futuras

pesquisas poderão não se limitar à nomenclatura das disciplinas, buscando

similaridade entre as ementas das disciplinas, podem ser úteis também, novos

estudos que apontem o papel do professor em sala de aula diante de deficiências de

conteúdo também podem ser de grande contribuição para a comunidade acadêmica

e para os organismos envolvidos com a regulação da profissão e da prática

educacional no Brasil.

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111

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ANEXOS

ANEXO 1

1 – avaliação de acervos patrimoniais e verificação de haveres e obrigações,

para quaisquer finalidades, inclusive de natureza fiscal;

2 – avaliação dos fundos de comércio;

3 – apuração do valor patrimonial de participações, quotas ou ações;

4 – reavaliações e medição dos efeitos das variações do poder aquisitivo da

moeda sobre o patrimônio e o resultado periódico de quaisquer entidades;

5 – apuração de haveres e avaliações de direitos e obrigações, do acervo

patrimonial de quaisquer entidades [...];

6 – concepção dos planos de determinação das taxas de depreciação e

exaustão dos bens materiais e dos de amortização dos valores imateriais, inclusive

de valores diferidos;

7 – Implantação e aplicação dos planos de depreciação, amortização e

diferimento, bem como de correções monetárias e reavaliações;

8 – regulações judiciais ou extrajudiciais, de avarias grossas ou comuns;

9 – escrituração regular, oficial ou não, de todos os fatos relativos aos patrimônios e

às variações patrimoniais das entidades, por quaisquer métodos, técnicos ou

processos;

10 – classificação dos fatos para registros contábeis, por qualquer processo,

inclusive computação eletrônica, e respectiva validação dos registros e

demonstrações;

11 – abertura e encerramento de escritas contábeis;

12 – execução dos serviços de escrituração em todas as modalidades

específicas, [...] como contabilidade bancária, contabilidade comercial, contabilidade

de condomínio, contabilidade industrial, contabilidade imobiliária, contabilidade

macroeconômica, contabilidade hospitalar, contabilidade agrícola, contabilidade

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pastoril, contabilidade das entidades de fins ideais, contabilidade de transportes, e

outras;

13 – controle de formalização, guarda, manutenção ou destruição de livros e

outros meios de registro contábil, bem como dos documentos relativos à vida

patrimonial;

14 – elaboração de balancetes e de demonstrações de movimento por contas

ou grupos de contas, de forma analítica ou sintética;

15 – levantamento de balanços de qualquer tipo ou natureza e para quaisquer

finalidades [...];

16 – tradução, em moeda nacional, das demonstrações contábeis

originalmente em moeda estrangeira e vice versa;

17 – integração de balanços, inclusive consolidações, também de subsidiárias

do exterior;

18 – apuração, cálculo e registro de custos, em qualquer sistema ou

concepção; [...] para todas as finalidades, desde a avaliação de estoques até a

tomada de decisão sobre a forma mais econômica sobre como, onde, quando e o

que produzir e vender;

19 – análise de custos e despesas, em qualquer modalidade, [...] bem como a

análise com vistas à racionalização das operações e do uso de equipamentos e

materiais, e ainda a otimização do resultado diante do grau de ocupação ou do

volume de operações;

20 – controle, avaliação e estudo da gestão econômica, financeira e

patrimonial das empresas e demais entidades;

21 – análise de custos com vistas ao estabelecimento dos preços de venda

de mercadorias, produtos ou serviços, bem como de tarifas nos serviços públicos, e

a comprovação dos reflexos dos aumentos de custos nos preços de venda, diante

de órgãos governamentais;

22 – análise de balanços;

23 – análise do comportamento das receitas;

24 – avaliação do desempenho das entidades e exames das causas de

insolvência ou incapacidade de geração de resultado;

25 – estudo sobre a destinação do resultado e cálculo do lucro por ação ou

outra unidade de capital investido;

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26 – determinação de capacidade econômico-financeira das entidades,

inclusive nos conflitos trabalhistas e de tarifa;

27 – elaboração de orçamentos de qualquer tipo, tais como econômicos,

financeiros, patrimoniais e de investimentos;

28 – programação orçamentária e financeira, e acompanhamento da

execução de orçamentos-programa, tanto na parte física quanto na monetária;

29 – análise das variações orçamentárias;

30 – conciliações de contas;

31 – organização dos processos de prestação de contas das entidades e

órgãos da administração pública federal, estadual, municipal [...], a serem julgadas

pelos Tribunais, Conselhos de Contas ou órgãos similares;

32 – revisões de balanços, contas ou quaisquer demonstrações ou registros

contábeis;

33 – auditoria interna e operacional;

34 – auditoria externa independente;

35 – perícias contábeis, judiciais e extrajudiciais;

36 – fiscalização tributária que requeira exame ou interpretação de peças

contábeis de qualquer natureza;

37 – organização dos serviços contábeis quanto à concepção, planejamento e

estrutura material, bem como o estabelecimento de fluxograma de processamento,

cronogramas, organogramas, modelos e formulários e similares;

38 – planificação das contas, com a descrição das suas funções e do

funcionamento dos serviços contábeis;

39 – organização e operação dos sistemas de controle interno;

40 – organização e operação dos sistemas de controle patrimonial, inclusive

quanto à existência e localização física dos bens;

41 – organização e operação dos sistemas de controle de materiais, matérias-

primas, mercadorias e produtos semi fabricados e prontos, bem como dos serviços

em andamento;

42 – assistência aos conselhos fiscais das entidades, notadamente das

sociedades por ações;

43 – assistência aos comissários nas concordatas, aos síndicos nas falências,

e aos liquidantes de qualquer massa ou acervo patrimonial;

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119

44 – magistério das disciplinas compreendidas na Contabilidade, em qualquer

nível de ensino, inclusive no de pós-graduação;

45 – participação em bancas de exame e em comissões julgadoras de

concurso, onde sejam aferidos conhecimentos relativos à Contabilidade;

46 – estabelecimento dos princípios e normas técnicas de Contabilidade;

47 – declaração de Imposto de Renda, pessoa jurídica;

48 – demais atividades inerentes às Ciências Contábeis e suas aplicações.

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120

Matriz Curricular – Unifai14

14

Disponível em: http://www.unifai.edu.br/upload/Noticia/estrutura_curricular/estrutura/Ci%C3% AAncias %20Cont%C3%A1beis%20-%20Bacharelado.pdf

DisciplinaContabiliade de Custos I Auditoria I Contabilidade Avançada Auditoria II Contabilidade Básica I Normatização Contábil e de Auditoria Contabilidade Básica II Perícia Contábil e ArbitragemContabilidade Comercial I Administração Financeira e Orçamentos IContabilidade Comercial II Administração Financeira e Orçamentos IIContabilidade de Custos II Análise das Demonstrações Contábeis IContabilidade e Orçamento Público I Análise das Demonstrações Contábeis IIContabilidade e Orçamento Público II Ética Profissional Contabilidade Intermediária I Economia I Contabilidade Intermediária II Economia IIContabilidade Internacional Estatística I Laboratório de Contabilidade I Estatística IILaboratório de Contabilidade II Matemática Financeira ITeoria da Contabilidade Matemática Financeira II Contabilidade e Análise de Custos I Matemática I Contabilidade e Análise de Custos II Matemática IIContabilidade Gerencial I Métodos Quantitativos Contabilidade Gerencial II Contabilometria Controladoria I Teoria Básica de Administração I Controladoria II Teoria Básica de Administração II Planejamento e Controle da Produção MarketingContabilidade Tributária I Mercado InternacionalContabilidade Tributária II LogísticaDireito e Legislação Tributária I Antropologia TeológicaDireito e Legislação Tributária II Comunicação e ExpressãoDireito Comercial e Legislação Societária II Estágio Supervisionado Direito Comercial e Lesgislação Societária I Fundamentos da Ciências SociaisIntrodução ao Direito I Metodologia do Trabalho Científico IIntrodução ao Direito II Metodologia do Trabalho Científico II Legislação Social e Trabalhista I Redação EmpresarialLegislação Social e Trabalhista II Trabalho de Conclusão de Curso

Atividades Complementares

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Matriz Curricular – Fecap15

15

Disponível em: http://www.fecap.br/portalinstitucional/graduacao/pdf/grade_contabeis.pdf

DisciplinaContabilidade Avançada IContabilidade Avançada IIContabilidade Básica IContabilidade Básica IIContabilidade de CustosContabilidade e Orçamento PúblicoContabilidade IntermediáriaContabilidade InternacionalEstrutura das Demonstrações ContábeisIntrodução à Teoria da ContabilidadeTeoria da ContabilidadeContabilidade GerencialControladoria EstratégicaControladoria OperacionalContabilidade e Planejamento TributárioContabilidade TributáriaDireito TributárioDireito do TrabalhoDireito EmpresarialAuditoria ContábilPerícia ContábilAnálise das Demonstrações ContábeisAvaliação de EmpresasFinanças Corporativas IFinanças Corporativas IIÉtica e Legislação ProfissionalEconomia IEconomia IIMercado Financeiro e de DerivativosGovernança CorporativaEstatística IEstatística IIMatemática FinanceiraMatemática IMatemática IISociologia ISociologia IITeoria Geral da AdministraçãoLógica ILógica IIAtividades ComplementaresComunicação Estratégica IComunicação Estratégica IIEstágio SupervisionadoIntrodução às Ciências AtuariaisLaboratório Contábil ILaboratório Contábil IILibras (Optativa)Metodologia CientíficaRedação Empresarial I Redação Empresarial IITópicos de Pesquisa em Contabilidade ITópicos de Pesquisa em Contabilidade II

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122

Matriz Curricular – Unicapital16

16

Disponível em: http://www.unicapital.edu.br/hotsite/grade.pdf

Disciplina

CONTABILIDADE AVANÇADA I CONTABILIDADE DE INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS II

CONTABILIDADE AVANÇADA II ESTUDOS ESTATÍSTICOS I

CONTABILIDADE E ANALISE DE CUSTOS I ESTUDOS ESTATÍSTICOS II

CONTABILIDADE E ANALISE DE CUSTOS II MATEMÁTICA FINANCEIRA I

CONTABILIDADE E ORÇAMENTO PÚBLICO I MATEMÁTICA FINANCEIRA II

CONTABILIDADE E ORÇAMENTO PÚBLICO II MATEMÁTICA I

CONTABILIDADE GERAL I MATEMÁTICA II

CONTABILIDADE GERAL II ESTUDOS DE SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA I

CONTABILIDADE INTRODUTÓRIA I ESTUDOS DE SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA II

CONTABILIDADE INTRODUTÓRIA II PSICOLOGIA APLICADA A ORGANIZAÇÃO I

TEORIA DA CONTABILIDADE I PSICOLOGIA APLICADA A ORGANIZAÇÃO II

TEORIA DA CONTABILIDADE II ESTUDOS INTRODUTÓRIOS DE GESTÃO DE PESSOAS I

CONTABILIDADE GERENCIAL I ESTUDOS INTRODUTÓRIOS DE GESTÃO DE PESSOAS II

CONTABILIDADE GERENCIAL II TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO E DAS ORGANIZAÇÕES I

CONTROLADORIA I TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO E DAS ORGANIZAÇÕES II

CONTROLADORIA II TEORIA DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS E GLOBALIZAÇÃO I

LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA I TEORIA DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS E GLOBALIZAÇÃO II

LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA II SISTEMAS DE INFORMAÇÃO I

DIREITO EMPRESARIAL I SISTEMAS DE INFORMAÇÃO II

DIREITO EMPRESARIAL II ATIVIDADES COMPLEMENTARES I

DIREITO SOCIETÁRIO E COMERCIAL I ATIVIDADES COMPLEMENTARES II

DIREITO SOCIETÁRIO E COMERCIAL II ATIVIDADES COMPLEMENTARES III

LEGISLAÇÃO TRABALHISTA I ATIVIDADES COMPLEMENTARES IV

LEGISLAÇÃO TRABALHISTA II ATIVIDADES COMPLEMENTARES V

AUDITORIA I ATIVIDADES COMPLEMENTARES VI

AUDITORIA II ATIVIDADES COMPLEMENTARES VII

AUDITORIA III ATIVIDADES COMPLEMENTARES VIII

AUDITORIA IV CÁLCULO ATUARIAL I

PERÍCIA CONTÁBIL I CÁLCULO ATUARIAL II

PERÍCIA CONTÁBIL II COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO I

ADMNISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA I COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO II

ADMNISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA II LIBRAS (DISCIPLINA OPTATIVA)

ANALISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS I METODOLOGIA DE PESQUISA CIENTÍFICA I

ANALISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS II METODOLOGIA DE PESQUISA CIENTÍFICA I I

FILOSOFIA E ÉTICA PROFISSIONAL I PRÁTICA E PESQUISA CONTÁBIL I

FILOSOFIA E ÉTICA PROFISSIONAL II PRÁTICA E PESQUISA CONTÁBIL II

ECONOMIA I TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I

ECONOMIA II TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO II

CONTABILIDADE DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS III TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO III

CONTABILIDADE DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS IV TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO IV

CONTABILIDADE DE INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS I

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Matriz Curricular – UniSantana17

17

Disponível em: http://www.unisantanna.br/site/graduacao/gr_cie_contabeis.aspx

DisciplinaAspectos Contábeis Contabilidade ComercialContabilidade GeralContabilidade InternacionalContabilidade para Micro e Pequenas EmpresasContabilidade PúblicaContabilidades EspeciaisCustos ContábeisTeoria ContábilContabilidade GerencialControladoriaContabilidade TributáriaDireito TributárioObrigações e RetençõesDireito ComercialInstituições de DireitoLegislação Social e PrevidenciáriaLegislação SocietáriaAuditoriaPerícia ContábilAnálise de Demonstrativos ContábeisOrçamento Financeiro e EmpresarialOrçamento PúblicoEconomia e PolíticaFormação Econômica do BrasilÉtica, Cidadania e Responsabilidade SocialEstatística AplicadaMatemática AplicadaMatemática Básica e ComercialMatemática FinanceiraEstudos Antropológicos e SociológicosEmpreendedorismoSistema de Informação GerencialComunicação e ExpressãoEstágio CurricularEstágio CurricularEstágio CurricularEstágio CurricularProjeto ExperimentalProjeto ExperimentalProjeto ExperimentalProjeto ExperimentalProjeto ExperimentalProjeto ExperimentalMetodologia Científica e Técnicas de Estudo

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Matriz Curricular –Senac18

18

Disponível em: http://www.sp.senac.br/jsp/default.jsp?newsID=DYNAMIC,oracle.br.dataservers. CourseDataServer, selectCourse2&course=2771&testeira=453&template=409.dwt&unit=CAS

DisciplinaContabilidade BásicaContabilidade de custosContabilidade e Custos em HospitalidadesContabilidade e Gestão PúblicaContabilidade SecuritáriaContabilidade SocietáriaContabilidade Sócio AmbientalContabilidade Terceiro SetorControladoriaTeoria da ContabilidadeCustos e Contabilidade no AgronegócioGestão de TributosDireito EmpresarialLegislação Trabalhista e TributáriaAuditoria das Demonstrações FinanceirasAuditoria na Gestão PúblicaAuditoria Operacional e de GestãoPerícia e Arbitragem ContábilAdministração financeira e orçamentáriaAnálise das Demonstrações Contábeis para fins gerenciaisOrçamentos e Custos na Administração PúblicaFilosofiaLegislação ProfissionalEconomia Política e SocialMercado Financeiro e de capitaisProjeto Interativo: MercadosGovernança Corporativa e relação com investidoresProjeto Interativo: Desenvolvimento sustentávelContabilidade em Instituições FinanceirasContabilidade FinanceiraAnálise Multivariada de DadosLógica e Matemática AplicadaProjeto Interativo – O homem econômico, social e políticoRelações Humanas nas OrganizaçõesSociologia das OrganizaçõesAnálise e gestão estratégica de custos empresariaisTeoria Contemporânea da AdministraçãoEmpreendedorismo e MarketingProjeto interativo: globalização e éticaSistemas de Informação ContábilSistemas de Informação GerencialAtividades ComplementaresComunicação EmpresarialDisciplina EletivaEstágio SupervisionadoMetodologia da PesquisaNoções de Atuária

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125

Matriz Curricular – Carlos Drumond19

19

Disponível em: http://www.drummond.com.br/default.asp?resolucao=1680X1050

Disciplina

CONSOLIDAÇÃO DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS MERCADO FINANCEIRO E DE CAPITAIS

CONTABILIDADE ATUARIAL GOVERNANÇA CORPORATIVA

CONTABILIDADE BÁSICA RESPONSABILIDADE SOCIAL

CONTABILIDADE DE CUSTOS ESTATÍSTICA

CONTABILIDADE DE SEGUROS MATEMÁTICA APLICADA

CONTABILIDADE GERAL MATEMÁTICA FINANCEIRA

CONTABILIDADE INTERNACIONAL GESTÃO DE PESSOAS

CONTABILIDADE PÚBLICA PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL

ESTRUTURA DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ADMINISTRAÇÃO CONTEMPORÂNEA

PRÁTICAS CONTÁBEIS ANÁLISE DE PROJETO EMPRESARIAL

SOCIOLOGIA DAS ORGANIZAÇÕES FUNDAMENTOS DE ADMINISTRAÇÃO

TEORIA DA CONTABILIDADE GESTÃO DA PRODUÇÃO

CONTABILIDADE GERENCIAL GESTÃO DA QUALIDADE

CONTROLADORIA GESTÃO DE RECURSOS MATERIAIS

GESTÃO CONTÁBIL AVANÇADA GESTÃO DO TERCEIRO SETOR

CONTABILIDADE FISCAL E TRIBUTÁRIA JOGOS DE EMPRESAS

PLANEJAMENTO FISCAL E TRIBUTÁRIO LOGISTICA EMPRESARIAL

DIREITO DO CONSUMIDOR NOÇÕES DE PROJETOS E EMPREENDIMENTO

DIREITO DO TRABALHO E PREVIDENCIÁRIO PESQUISA OPERACIONAL

DIREITO EMPRESARIAL PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

INSTITUIÇÕES DO DIREITO FUNDAMENTOS DE MARKETING

AUDITORIA INTERNA E EXTERNA MARKETING DE SERVIÇOS

PERÍCIA, AVALIAÇÃO E ARBITRAGEM RELAÇÕES INTERNACIONAIS

PERÍCIA, AVALIAÇÃO E ARBITRAGEM SISTEMAS DE INFORMAÇÕES

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA SISTEMAS DE APOIO A DECISÕES

ANALISE DE INVESTIMENTOS INFORMÁTICA BÁSICA

ANÁLISE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ATIVIDADES COMPLEMENTARES

ORÇAMENTO EMPRESARIAL COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL

FILOSOFIA E ÉTICA PROFISSIONAL ESTÁGIO SUPERVISIONADO

FINANÇAS PÚBLICAS LIBRAS (OPTATIVA)

INTRODUÇÃO À ECONOMIA METODOLOGIA CIENTÍFICA

MACROECONOMIA SEMINARIOS DE PESQUISAS EM CONTABILIDADE

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

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126

Matriz Curricular – Cruz Azul20

20

Disponível em: http://www.craz.com.br/portal/faculdade/CURSO%20DE%20CI%C3%8ANCIAS% 20CONT%C3%81BEIS/?idPage=8

DisciplinaAnálise de CustosContabilidade AvançadaContabilidade de CustosContabilidade Intermediária IContabilidade Intermediária IIContabilidade Introdutória IContabilidade Introdutória IIContabilidade PúblicaLaboratório ContábilTeoria da ContabilidadeContabilidade GerencialControladoriaPlanejamento e Orçamento GovernamentalContabilidade TributáriaLegislação TributáriaDireito ComercialDireito Previdenciário e do TrabalhoInstituições de Direito Público e PrivadoAuditoriaFundamentos de ArbitragemPerícia ContábilAdministração Financeira e Orçamento EmpresarialAnálise das Demonstrações ContábeisÉtica e Legislação ProfissionalTeoria Econômica ITeoria Econômica IIIntrodução ao Mercado de CapitaisEstatística IEstatística IIMatemáticaMatemática FinanceiraPsicologia AplicadaSociologia AplicadaIntrodução à AdministraçãoInformáticaAtividades ComplementaresComunicação EmpresarialInglês InstrumentalIntrodução à AtuáriaJogos de EmpresaMetodologia do Trabalho CientíficoPortuguês InstrumentalTCC I – Estágio Supervisionado ITCC II – Estágio Supervisionado II

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Matriz Curricular – Flamingo21

21

Disponível em: http://www.queroestudaraqui.com.br/detalhe_curso.asp?id_curso=10&id_ vestibular=7

DisciplinaContabilidade Ambiental e SocialContabilidade AvançadaContabilidade ComercialContabilidade das Instituições FinanceirasContabilidade GeralContabilidade IntermediáriaContabilidade InternacionalContabilidade PúblicaDemonstrações ContábeisContabilidade GerencialControladoriaGestão e Análise de CustosContabilidade Fiscal e TributáriaLegislação TributáriaDireito AdministrativoDireito e LegislaçãoLegislação Social e TrabalhistaLegislação Societária e ComercialAuditoriaPerícia ContábilGestão FinanceiraEconomiaMacroeconomiaConsultoria EmpresarialEmpreendedorismoMercado de CapitaisMercado de Capitais Matemática aplicada a G&NMatemática FinanceiraMatemática FinanceiraComportamento OrganizacionalPsicologiaSociologiaAdministração de Materiais e LogísticaGestão de PessoasTecnologia da Informação em contabilidadeEcapro / Ensaios ContemporâneosAtuáriaComunicação EmpresarialMetodologia de Pesquisa CientificaMetodologia de Pesquisa Científica TCCTécnicas de Produção Oral e Escrita

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Matriz Curricular – Ítalo Brasileira22

22

Disponível em: http://italo.com.br/portal/component/content/article/42-grad2/245-ciencias-contabeis .html

DisciplinaContabilidade AvançadaContabilidade ComercialContabilidade de CustosContabilidade GeralContabilidade PúblicaContabilidade Social e AmbientalContabilidade Societária e EmpresarialLaboratório ContábilProjeto Interdisciplinar: Contabilidade AplicadaProjeto Interdisciplinar: Contabilidade EstratégicaTeoria da ContabilidadeControladoriaGestão Estratégica de CustosProjeto Interdisciplinar: ControladoriaContabilidade TributáriaGestão Estratégica de TributosLegislação Social e TrabalhistaAuditoriaPerícia ContábilProjeto Interdisciplinar: Auditoria e PeríciaAdministração Financeira e OrçamentáriaGestão FinanceiraLegislação e Ética ProfissionalEconomiaCenário de NegóciosEmpreendedorismoFilosofia, Ética e Responsabilidade SocioambientalOperações Financeiras e Mercado de CapitaisAnálises EstatísticasEstatística AplicadaMatemática FinanceiraMétodos QuantitativosComportamento OrganizacionalOrganização e Modelos de AdministraçãoFundamentos de MarketingSistema de Informações GerenciaisAtividades ComplementaresEstágio SupervisionadoGestão AtuarialIntrodução à Pesquisa CientíficaLeitura e Produção de TextoTópicos Contemporâneos

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129

Matriz Curricular – Legale23

23

Disponível em: http://www.falegale.edu.br/cursos.asp

DisciplinaContabilidade AvançadaContabilidade de Custos IContabilidade de Custos IIContabilidade de Instituições financeiras (Optativa 3)Contabilidade IntermediáriaContabilidade Introdutória IContabilidade Introdutória IIContabilidade PúblicaContabilidade Societária Contabilidade Trabalhista e PrevidenciáriaLaboratório de prática e estágio supervisionado ILaboratório de prática e estágio supervisionado IILaboratório de prática e estágio supervisionado IIILaboratório de prática e estágio supervisionado IVLaboratório de prática e estágio supervisionado VTeoria Geral da ContabilidadeTópicos de pesquisa em contabilidadeControladoriaContabilidade Tributária IContabilidade Tributária IIDireito e Legislação TributáriaDireito Comercial e Legislação SocietáriaDireito do Trabalho e Legislação SocialInstituições de Direito Público e PrivadoAuditoria ContábilPerícia ContábilAnálise das Demonstrações Contábeis IAnálise das Demonstrações Contábeis IIFinanças EmpresariaisFilosofia e ÉticaEconomiaEmpreendedorismo (Optativa 1)Responsabilidade SocialMercado de Capitais (Optativa 2)MatemáticaMatemática FinanceiraMétodos Quantitativos AplicadosPsicologia das OrganizaçõesSociologiaAnálise de Projetos e Orçamento EmpresarialTeoria Geral da AdministraçãoTecnologia da InformaçãoAtividade ComplementarComunicação e Expressão IComunicação e Expressão IIInglês InstrumentalLIBRAS (Optativa 4)Metodologia de Estudo e Pesquisa IMetodologia de Estudo e Pesquisa IITrabalho de Conclusão de Curso

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Matriz Curricular – Radial24

24

Disponível em: http://portal.estacio.br/unidades/centro-universitario-estacio-radial-de-sao-paulo/ cursos/graduacao/bacharelado-e-licenciatura/ciencias-contabeis.aspx

Disciplina

APURAÇÃO E ANÁLISE DE CUSTOS

CONTABILIDADE BÁSICA

CONTABILIDADE COMERCIAL E FINANCEIRA

CONTABILIDADE DE CUSTOS

CONTABILIDADE INTERNACIONAL

CONTABILIDADE PÚBLICA

CONTABILIDADE SOCIETÁRIA I

CONTABILIDADE SOCIETÁRIA II

ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

TEORIA DA CONTABILIDADE

CONTABILIDADE GERENCIAL

CONTROLADORIA

CONTABILIDADE E GESTÃO TRIBUTÁRIA I

CONTABILIDADE E GESTÃO TRIBUTÁRIA II

LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

FUNDAMENTOS DE DIREITO EMPRESARIAL

LEGISLAÇÃO TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIA

AUDITORIA CONTÁBIL

AUDITORIA OPERACIONAL

PERÍCIA CONTÁBIL

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

FUNDAMENTOS DE ECONOMIA

MERCADO FINANCEIRO

ANÁLISE ESTATÍSTICA

ESTATÍSTICA APLICADA

MATEMÁTICA FINANCEIRA

MATEMÁTICA PARA NEGÓCIOS

FUNDAMENTOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS

PSICOLOGIA NAS ORGANIZAÇÕES

INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO

ORÇAMENTO EMPRESARIAL

ORÇAMENTO PÚBLICO

ADMINISTRAÇÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

PRÁTICA CONTÁBIL INFORMATIZADA I

PRÁTICA CONTÁBIL INFORMATIZADA II

ANÁLISE TEXTUAL

CONTABILIDADE E MERCADO DE TRABALHO

ESTÁGIO SUPERVISIONADO

GESTÃO ATUARIAL

METODOLOGIA DA PESQUISA

TCC EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS

TÓPICOS ESPECIAIS EM CONTABILIDADE

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Matriz Curricular – Radial25

25

Disponível em: http://www.fasm.edu.br/Site-Itaquera/graduacao-contabeis-estrutura-curricular.php

Disciplina

Análise Econômico Financeira Fundamentos de Economia

Antropologia Fundamentos de Marketing

Atividades Complementares Fundamentos de Sociologia

Auditoria Contábil Fundamentos Previdência Complementar

Auditoria Contábil II Gestão de Pessoas

Computação Aplicada a Contabilidade Gestão e Estrutura Organizacional

Contabilidade Agrícola e Pecuária Gestão Estratégica de Custos

Contabilidade Ambiental e Social Gestão Financeira de Empresas

Contabilidade de Custos Informática Instrumental

Contabilidade em Construção Cívil Instituição Direito Público e Privado

Contabilidade em Instituições Financeiras Libras (Optativa)

Contabilidade Empresas 3º Setor Macroeconomia

Contabilidade Gerencial Matemática Aplicada

Contabilidade Introdutória Matemática Básica

Contabilidade Pública Matemática Financeira

Contabilidade Societária I Microeconomia

Contabilidade Societária II Orçamento Empresarial

Contabilidade Tributária Perícia Contábil

Controladoria Planejamento Estratégico

Direito Comercial Português Básico

Direito do Trabalho Projeto de Pesquisa Cientifica

Direito Tributário Projeto Orientação TCC

Empreendorismo e Inovação Projeto Relatório Estágio

Estágio Supervisionado Sociologia nas Organizações

Estatística Teoria da Contabilidade

Ética e Responsabilidade Social Trabalho de Conclusão do Concurso

Filosofia

Fundamentos de Adminitração

Fundamentos de Direito

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Matriz Curricular – Sumaré26

26

Disponível em: http://www.facsumare.com.br/m60/bacharelado/ciencias_contabeis

DisciplinaContabilidade Aplicada II (Construção Cívil)Contabilidade Avançada Contabilidade de CustosContabilidade de Instituições Financeiras Contabilidade Intermediária Contabilidade InternacionalContabilidade Introdutória IContabilidade Introdutória IIContabilidade PúblicaContabilidade SocialTeoria da Contabilidade Contabilidade GerencialControladoria Contabilidade e Planej. Fiscal e Tributário Direito Empresarial Legislação TrabalhistaAuditoria Perícia Contábil Adm. Financeira e Orçamento Empresarial Análise das Demonstrações Financeiras EconomiaPlano de NegóciosEstatística Matemática Matemática FinanceiraGestão de PessoasFundamentos da Administração Gestão de Custos e Preços Administração de Sistemas de Informações Informática BásicaAtividades ProgramadasEstágio SupervisionadoLíngua Portuguesa ILíngua Portuguesa IIProjeto Profissional Interdisciplinar IProjeto Profissional Interdisciplinar I VProjeto Profissional Interdisciplinar IIProjeto Profissional Interdisciplinar IIIProjeto Profissional Interdisciplinar VProjeto Profissional Interdisciplinar VITCCTCC

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Matriz Curricular – Trevisan27

27

Disponível em: http://www.faculdadetrevisan.br/graduacao/17/ciencias-contabeis

DisciplinaApuração e Análise de CustosContabilidade AvançadaContabilidade de CustosContabilidade e Orçamento PúblicoContabilidade IntermediáriaContabilidade IntrodutóriaContabilidade Societária - ComercialContabilidade Societária - Normas ContábeisEstrutura das Demonstrações ContábeisFinanças PúblicasTeoria da ContabilidadeContabilidade GerencialControladoria EstratégicaDireito TributárioPlanejamento e Contabilidade TributáriaDireito SocietárioIntrodução ao DireitoLegislação Social e TrabalhistaAuditoriaPerícia e ArbitragemAnálise das Demonstrações ContábeisFinanças CorporativasPlanejamento Financeiro e OrçamentárioFilosofia e ÉticaFundamentos de EconomiaEmpreendedorismoGovernança Corporativa e SustentabilidadeMercado Financeiro e de CapitaisEstatística DescritivaMatemáticaMatemática FinanceiraGestão de Pessoas e LiderançaSociologia AplicadaTeoria das OrganizaçõesGestão de MarketingSistemas de InformaçãoAtividades ComplementaresCálculo AtuarialComunicação e ExpressãoEstágio CurricularMetodologia do Trabalho CientíficoLibras (optativa)TCC

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Matriz Curricular – Campos Salles28

28

Disponível em: http://www.campossalles.edu.br/

Disciplina

Contabilidade Aplicada às Instituições Financeiras I Análise de Demonstrações Contábeis I

Contabilidade Aplicada às Instituições Financeiras II Análise de Demonstrações Contábeis II

Contabilidade Comercial e Societária I Ética Geral e Profissional I

Contabilidade Comercial e Societária II Economia Competitiva I

Contabilidade e Análise de Custos I Economia Competitiva II

Contabilidade e Análise de Custos II Ética Geral e Profissional II

Contabilidade I Estatística I

Contabilidade II Estatística II

Contabilidade Pública I Matemática Financeira I

Contabilidade Pública II Matemática Financeira II

Laboratório Contábil I Matemática I

Laboratório Contábil II Matemática II

Laboratório Contábil III Estudos Sociológicos e Antropológicos I

Laboratório Contábil IV Estudos Sociológicos e Antropológicos II

Teorias da Contabilidade I Gestão de Processos Organizacionais I

Teorias da Contabilidade II Gestão de Processos Organizacionais II

Controladoria I Fundamentos de Administração I

Controladoria II Fundamentos de Administração II

Contabilidade Tributária I Sistemas Integrados de Gestão I

Contabilidade Tributária II Sistemas Integrados de Gestão II

Direito Tributário I Atividades Práticas e Complementares

Direito Tributário II Comunicação Empresarial I

Direito Empresarial I Comunicação Empresarial II

Direito Empresarial II Metodologia da Pesquisa

Auditoria e Perícia Contábeis I Orientação de Trabalho de Curso

Auditoria e Perícia Contábeis II

Administração Financeira e Orçamentária I

Administração Financeira e Orçamentária II

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Matriz Curricular – Tibiriçá29

29

Disponível em: http://www.fati.br/gradecur.asp?id=3

Disciplina  CONTABILIDADE A  CONTABILIDADE AVANÇADA  CONTABILIDADE B  CONTABILIDADE BANCÁRIA  CONTABILIDADE C  CONTABILIDADE COMERCIAL  CONTABILIDADE D  CONTABILIDADE E  CONTABILIDADE PÚBLICA  TEORIA DA CONTABILIDADE  CONTABILIDADE GERENCIAL  CONTROLADORIA  CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA  DIREITO A  DIREITO B  DIREITO C  LEGISLAÇÃO SOCIETÁRIA COMERCIAL  AUDITORIA  PERÍCIA CONTÁBIL  ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA A  ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA C  ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS  ÉTICA PROFISSIONAL  ECONOMIA A  ECONOMIA B  FILOSOFIA  ESTATÍSTICA A  MATEMÁTICA A  MATEMÁTICA B  MATEMÁTICA C  PSICOLOGIA  SOCIOLOGIA ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS A  TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO A  TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO B  INFORMÁTICA  SISTEMAS DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS  ESTÁGIO SUPERVISIONADO  LÍNGUA PORTUGUESA  METODOLOGIA CIENTÍFICA  TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

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Matriz Curricular – Uniesp30

30

Disponível em: http://www.uniesp.edu.br/centrovelho/cursos.asp?curso=61

DisciplinaContabilidade AvançadaContabilidade Bancária (50% em EaD)Contabilidade e Gestão Estratégica de CustosContabilidade e Orçamento Público (50% em EaD)Contabilidade IContabilidade IIContabilidade Intermediária (50% em EaD)Contabilidade Internacional (50% em EaD)Laboratório Contábil ILaboratório Contábil IITeoria Geral da ContabilidadeTópicos Especiais em Contabilidade ITópicos Especiais em Contabilidade IIControladoriaLegislação Tributária e FiscalIntrodução ao Direito (50% em EaD)Legislação Societária e Comercial (50% em EaD)Legislação Trabalhista e PrevidenciáriaAuditoriaPericia, Avaliação e Arbitragem (50% em EaD)Administração Financeira e Orçamentária IAdministração Financeira e Orçamentária IIAnálise das Demonstrações Contábeis (50% em EaD)Ética e Legislação ProfissionalEconomia (50% em EaD)FilosofiaEstatística (50% em EaD)MatemáticaMatemática FinanceiraPsicologia OrganizacionalSociologiaGestão de Recursos Humanos (50% em EaD)Gestão e Análise de Projetos (50% em EaD)Planejamento e Orçamento EmpresarialTeoria Geral da Administração ITeoria Geral da Administração IITecnologia da Informação (50% em EaD)Sistemas de Informação Gerencial (50% em EaD)Atividades ComplementaresComunicação EmpresarialEstágio SupervisionadoIntrodução à Atuária (50% em EaD)Linguagem e Interpretação de Texto (50% em EaD)Metodologia CientíficaOptativa IOptativa IITrabalho de Curso ITrabalho de Curso II

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137

Matriz Curricular – PUC SP31

31

Disponível em: http://www3.pucsp.br/sites/default/files/graduacao/downloads/matriz_ciencias_ contabeis.pdf

CONTABILIDADE AVANÇADA NOÇÕES DE FILOSOFIA

CONTABILIDADE BÁSICA INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS: CRÉDITO E FINANCIAMENTOS

CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA ESTATÍSTICA

CONTABILIDADE INTERNACIONAL MATEMÁTICA FINANCEIRA

CONTROLADORIA GOVERNAMENTAL MATEMÁTICA I

CONTROLADORIA ORGANIZACIONAL MATEMÁTICA II

HISTÓRIA DO PENSAMENTO CONTÁBIL PSICOLOGIA APLICADA A CONTABILIDADE

MÉTODOS DE CUSTEIO SOCIOLOGIA APLICADA A CONTABILIDADE

OFICINAS DE TREINAMENTO CONTÁBIL I INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO

OFICINAS DE TREINAMENTO CONTÁBIL II TÉCNICAS DE MEDIÇÃO DE DESEMPENHO

SISTEMAS DE CUSTEIO MARKETING

TEORIA CONTÁBIL ECONOMIA INTERNACIONAL E COMÉRCIO EXTERIOR

CONTABILIDADE GERENCIAL INTROD. A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO APLIC. A CONTABILIDADE

CONTROLE E GESTÃO DE CUSTOS SISTEMAS CONTÁBEIS

DIREITO TRIBUTÁRIO ATIVIDADES COMPLEMENTARES

PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO ESTÁGIO LIVRE

INSTITUIÇÕES DE DIREITO INTRODUÇÃO A PESQUISA CONTÁBIL

LEGISLAÇÃO COMERCIAL E SOCIETÁRIA INTRODUÇÃO AO PENSAMENTO TEOLÓGICO I

RELAÇÕES DE TRABALHO (LEGISLAÇÃO TRABALHISTA) INTRODUÇÃO AO PENSAMENTO TEOLÓGICO II

AUDITORIA NOÇÕES DE ATIVIDADE ATUARIAL

NORMAS CONTÁBEIS E DE AUDITORIA NOÇÕES DE LÓGICA

PERÍCIA CONTÁBIL E ARBITRAGEM ORIENTAÇÃO DE ESTÁGIO I

ANÁLISE DOS DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS ORIENTAÇÃO DE ESTÁGIO II

PLANEJAMENTO CONTÁBIL FINANCEIRO ORIENTAÇÃO DE MONOGRAFIA I

ÉTICA PROFISSIONAL E CIDADANIA ORIENTAÇÃO DE MONOGRAFIA II

ECONOMIA BRASILEIRA PORTUGUÊS INSTRUMENTAL

ELEMENTOS DA ECONOMIA SEMINÁRIOS DE CONTABILIDADE I

INSTRUMENTOS CONTÁBEIS DE GOVERNANÇA CORPORATIVA SEMINÁRIOS DE CONTABILIDADE I

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138

Matriz Curricular – Anhembi Morumbi32

32

Disponível em: http://portal.anhembi.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?UserActiveTemplate =_template04&infoid=7787&sid=11

DisciplinaContabilidade de Instituições FinanceirasContabilidade e Análise de Custos IContabilidade e Análise de Custos IIContabilidade GovernamentalContabilidade IContabilidade IIContabilidade IIIContabilidade IVContabilidade VEstatística AvançadaNormas Internacionais de Contabilidade (IFRS) - IIINormas Internacionais de Contabilidade (IFRS) INormas Internacionais de Contabilidade (IFRS) IIControladoriaContabilidade e Legislação TributáriaDireito EmpresarialLegislação Social e TrabalhistaAuditoriaAuditoria e PericiaAnálise das Demonstrações ContábeisEconomiaEmpreendedorismo e Sustentabilidade (ON-LINE)Contabilidade Social e Governança CorporativaMercado FinanceiroEstatística BásicaFundamentos de MatemáticaMatemática AvançadaGestão de PessoasGestão FinanceiraModelos de AdministraçãoSistemas de Informação ContábilAntropologia e Cultura Brasileira (ON-LINE)Atividades ComplementaresComunicação e Expressão (ON-LINE)Contabilidade AtuarialDesenvolvimento Humano e Social (ON-LINE)Estágio SupervisionadoMetodologia e Normas Técnicas (ON-LINE)Optativa IOptativa IITrabalho de Conclusão de Curso (Pesquisa)Trabalho de Conclusão de Curso (Projeto)

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139

Matriz Curricular – Unicsul33

33

Disponível em: http://www2.cruzeirodosul.edu.br/portal/modulos/grades/grade_curso.jsp?cod=0400

DisciplinaANÁLISE DE CUSTOSCONTABILIDADE AVANÇADACONTABILIDADE DE CUSTOSCONTABILIDADE GERALCONTABILIDADE INTERNACIONALCONTABILIDADE PÚBLICACONTABILIDADE SOCIETÁRIALABORATÓRIO CONTÁBIL ILABORATÓRIO CONTÁBIL IITEORIA DA CONTABILIDADE E ÉTICA PROFISSIONALCONTROLADORIACONTABILIDADE TRIBUTÁRIAPLANEJAMENTO TRIBUTÁRIODIREITO EMPRESARIALTÓPICOS DE DIREITOAUDITORIAPERÍCIA CONTÁBILADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIAANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEISORIENTAÇÃO PROFISSIONAL, MERCADO DE TRABALHO E ÉTICAECONOMIAFILOSOFIACONTABILIDADE E MERCADO DE CAPITAISLÍNGUA PORTUGUESAMATEMÁTICAPROBABILIDADE E ESTATÍSTICAPSICOLOGIAADMINISTRAÇÃOADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOSTEORIAS DA ADMINISTRAÇÃOCIÊNCIA POLÍTICAESTUDOS DIRIGIDOSESTUDOS DIRIGIDOS IESTUDOS DIRIGIDOS IIESTUDOS DIRIGIDOS IIIESTUDOS DIRIGIDOS IVLÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS (Facultativa)MATEMÁTICA FINANCEIRAMETODOLOGIA DE PESQUISAOPTATIVAPESQUISA DE CAMPO IPESQUISA DE CAMPO IIPESQUISA DE CAMPO IIIPROJETO DE PESQUISA IPROJETO DE PESQUISA IIPROJETO DE PESQUISA III

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140

Matriz Curricular – Santo Amaro34

34

Disponível em: http://www.unisa.br/pls/prd/ps.lstdiscs?codpag=2642

Disciplina

. Contabilidade Avançada I  . Análise das Demonstrações Contábeis I 

. Contabilidade Avançada II  . Análise das Demonstrações Contábeis II 

. Contabilidade de Custos  . Análise das Instituições Financeiras 

. Contabilidade e Orçamento Público I  . Análise de Projetos e Orçamento Empresarial 

. Contabilidade e Orçamento Público II  . Princípios de Administração Financeira 

. Contabilidade Geral I  . Economia (Se mi- Pre se nc ia l)

. Contabilidade Geral II  . Empreendedorismo 

. Contabilidade Intermediária I  . Ética Empresarial (Se mi- Pre se nc ia l)

. Contabilidade Intermediária II  . Estatística 

. Contabilidade Internacional  . Matemática Financeira 

. Fundamentos da Contabilidade  . Matemática 

. Fundamentos de Custos  . Métodos Quantitativos e Cálculos Atuariais 

. Laboratório Contábil I  . Psicologia e Comportamento Organizacional (Se mi- Pre se nc ia l)

. Laboratório Contábil II  . Sociologia Geral (Se mi- Pre se nc ia l)

. Teoria da Contabilidade I  . Planejamento Estratégico 

. Teoria da Contabilidade II  . Teorias da Administração 

. Contabilidade Gerencial I  . Introdução a Tecnologia 

. Contabilidade Gerencial II  . Sistemas Contábeis I 

. Controladoria  . Sistemas Contábies II 

. Legislação Tributária I  . Antropologia (Se mi- Pre se nc ia l)

. Legislação Tributária II  . Atividades Complementares

. Planejamento e Contabilidade Tributária I  . Comunicação e Expressão (Se mi- Pre se nc ia l)

. Planejamento e Contabilidade Tributária II  . Estágio Curricular Supervisionado I 

. Direito Comercial e Societário  . Estágio Curricular Supervisionado II 

. Introdução ao Direito  . Estágio Curricular Supervisionado III 

. Legislação Social  . Metodologia Científica (Se mi- Pre se nc ia l)

. Relações do Trabalho  (Legislação Trabalhista) . Noções de Ciências Atuariais 

. Auditoria I  . Orientação de Estágio 

. Auditoria II  . Orientação de Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso 

. Perícia, Avaliação e Arbitragem I  . Projeto de Estágio 

. Perícia, Avaliação e Arbitragem II  . Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso 

. Administração Financeira  . Trabalho de Conclusão de Curso I 

. Trabalho de Conclusão de Curso II 

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Matriz Curricular – USP35

35

Disponível em: https://sistemas.usp.br/jupiterweb/listarGradeCurricular?codcg=12&codcur=12033&

codhab=4&tipo=N

DisciplinaBalanço Social Noções de Estatística II

Contabilidade Avançada Avaliação do Desempenho Organizacional

Contabilidade de Cooperativas Comportamento Organizacional

Contabilidade de Custos Estratégia Financeira

Contabilidade de Instituições Financeiras Gestão de Pessoas

Contabilidade do Terceiro Setor Gestão de Pessoas em Organizações Internacionais

Contabilidade Governamental Estrutura Organizacional

Contabilidade Intermediária I Fundamentos de Administração

Contabilidade Intermediária II Gerenciamento de Projetos

Contabilidade Internacional Avançada Gestão de Pequenas Empresas Empreendedoras

Contabilidade Introdutória Gestão de Remuneração e Carreira

Contabilidade Rural Laboratório de Gestão Empresarial I

Tópicos de Contabilidade Internacional Laboratório de Gestão Empresarial II

Controladoria Liderança e Comportamento Humano

Controladoria em Logística Pesquisa Operacional

Controladoria na Gestão Pública Planejamento Estratégico

Gestão Estratégica de Custos Projeto de Produto e de Processo de Produção

Tópicos de Contabilidade Gerencial Solução de Problemas em Controle Gerencial

Contabilidade e Legislação Tributária Teoria das Restrições e a Contabilidade de Ganhos

Gestão e Planejamento Tributário Tópicos de Administração Geral I

Direito Empresarial Tópicos de Administração Geral II

Instituições de Direito Tópicos de Análise de Projetos

Legislação Social (Legislação Trabalhista) Tópicos de Produção e Operações I

Trabalho, Relações de Trabalho e Sindicatos Introdução ao Marketing

Auditoria e Perícia Tópicos de Marketing I

Metodologia e Relatórios de Auditoria Tópicos de Marketing II

Administração Financeira Gestão Internacional e Negócios no Brasil

Análise das Demonstrações Contábeis Sistemas de Informações Empresariais (erp)

Planejamento Estratégico e Orçamento Empresarial Sistema de Informação para Gestão Econômica de Empresas

Tópicos de Finanças I Microinformática I

Tópicos de Finanças II Microinformática II

Ética Geral e Profissional Auditoria de Sistemas de Informação

Economia da Estratégia Desenvolvimento de Sistemas de Informação

Introdução à Economia I para Não Economistas Estágio Supervisionado VI

Introdução à Economia II para Não-economistas Atividades Complementares I

Tópicos de Economia das Organizações I Atividades Complementares II

Tópicos de Economia das Organizações II Estágio Supervisionado I

Ambiente de Negócios no Brasil e Desenvolvimento de

Talentos Globais

Estágio Supervisionado II

Desenvolvimento de Novos Negócios Estágio Supervisionado III

Governança Corporativa Estágio Supervisionado IV

Análise Multivariada Estágio Supervisionado V

Complementos de Matemática para Contabilidade e

Administração

Fundamentos das Ciências Sociais

Contabilometria Leitura e Produção de Textos I

Matemática Financeira Leitura e Produção de Textos II

Noções de Atuária para Contadores Metodologia do Trabalho Cientifico

Noções de Estatística Trabalho de Conclusão do Curso I

Trabalho de Conclusão do Curso II

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Matriz Curricular – Ibirapuera36

36

Disponível em: http://www.ibirapuera.br/MatrizCienciasContabeis

DisciplinaContabilidade Avançada

Contabilidade Básica

Contabilidade de Custos

Contabilidade Geral

Contabilidade Intermediaria

Contabilidade Internacional Avançada

Contabilidade Internacional Básica

Contabilidade Publica e do 3º Setor

Elaboração de Demonstrações Contábeis

Rotinas de Fechamento Contábil

Teoria e Normas da Contabilidade

Análise de Custos

Contabilidade Gerencial

Controladoria

Rotinas de Escrita Fiscal

Rotinas de Tributos Federais

Direito Societário

Legislação Empresarial

Rotinas Trabalhistas

Teoria do Direito

Auditoria Contábil

Pericia e Arbitragem Contábil

Analise das Demonstrações Contábeis

Finanças Corporativas

Planejamento e Controle Orçamentário

Formação Política Cidadã

Política Econômica e Desenvolvimento Local

Empreendedorismo

Governança Coorporativa e Controles Internos

Filosofia

Mercado Financeiro e de Capitais

Estatística Aplicada

Matemática

Matemática Financeira

Gestão de Pessoas

Psicologia

Solução Criativa de Problemas

Teorias da Administração

Economia e Cenários Globalizados

Novas Tecnologias de Informação e Comunicação

Estudos Antropológicos e Sociológicos

Leitura e Redação

Língua Brasileira de Sinais: Libras (Optiva)

Metodologia e Técnica de Pesquisa

Políticas Publicas

Raciocínio Lógico

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Matriz Curricular – Mackenzie37

37

Disponível em: http://www.mackenzie.br/15526.html

Disciplina

Contabilidade das Instituições Financeiras Finanças Corporativas I

Contabilidade Financeira Avançada Finanças Corporativas II

Contabilidade Financeira I Finanças Corporativas III

Contabilidade Financeira II Ética Profissional para Contadores

Contabilidade Financeira III Economia Brasileira

Contabilidade para Atividades Específicas Macroeconomia 

Contabilidade Pública Microeconomia 

Introdução a Contabilidade Ética e Cidadania I e II

Introdução a Contabilidade II Mercado Financeiro de Capitais

Teoria da Contabilidade I Estatística Descritiva 

Teoria da Contabilidade II Estatística Inferencial

Contabilidade Financeira IV Estatística Multivariada

Contabilidade Gerencial Avançada Matemática Financeira

Contabilidade Gerencial I Matemática I

Contabilidade Gerencial II Matemática II

Contabilidade Gerencial III Matemática III

Controladoria I Comportamento Organizacional

Controladoria II Sociologia das Organizações

Contabilidade Tributária I Avaliação de Empresas 

Contabilidade Tributária II Gestão de Operação e Logística

Direito Tributário  Planejamento Estratégico

Processo Contábil e Tributário Teoria Básica da Administração

Direito Comercial Teoria da Administração Contemporânea

Direito Social e Trabalhista Economia Global

Instituições de Direito Sistemas de Informação Gerencial

Auditoria Comunicação e Expressão

Perícia Contábil  Filosofia e Lógica

Análise das Demonstrações Financeiras Metodologia de Pesquisa Cientifica I e II

Trabalho de Graduação Interdisciplinar

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Matriz Curricular – UNIP38

38

Disponível em: http://www3.unip.br/ensino/graduacao/tradicionais/hum_cien_contabeis_grade.aspx

Disciplina

Análise de Custos Análise de Balanço

Ciências Contábeis Integrada Avaliação de Empresas

Ciências Contábeis Interdisciplinar Controladoria e Orçamento

Contabilidade Economia e Negócios 

Contabilidade Avançada Governança Corporativa

Contabilidade Comercial Mercado Financeiro e de Capitais

Contabilidade de Custos Estatística

Contabilidade Empresarial Matemática

Contabilidade Financeira Matemática Financeira

Contabilidade Intermediária Comportamento Humano nas Organizações

Contabilidade Pública e Governamental Homem e Sociedade

Contabilidade Societária Administração do Relacionamento com o Cliente

Estrutura das Demonstrações Contábeis Evolução do Pensamento Administrativo

Normas Internacionais de Contabilidade Geopolítica, Regionalização e Integração

Tópicos de Atuação Profissional Tecnologias da Informação 

Contabilidade Gerencial Gestão das Informações

Contabilidade Tributária Atividades Complementares

Direito Tributário Atividades Práticas Supervisionadas 

Planejamento Contábil Tributário Ciências Sociais

Direito Social e Trabalhista Comunicação e Expressão

Instituições de Direito Estágio Curricular

Auditoria Estudos Disciplinares

Perícia, Avaliação e Arbitragem Interpretação e Produção de Textos

Administração Financeira Língua Brasileira de Sinais (Optativa)

Análise das Demonstrações Contábeis Metodologia do Trabalho Acadêmico

Métodos de Pesquisa