pontifÍcia universidade catÓlica de sÃo paulo puc … · 2010 . página parágrafo ... dani,...

80
i PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP Adriana Aparecida Oliveira Esteves Análise de reprodutibilidade da autorreferência de características vocais do questionário Condições de Produção Vocal – CPV MESTRADO EM FONOAUDIOLOGIA SÃO PAULO 2010

Upload: vungoc

Post on 13-Feb-2019

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

i

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP

Adriana Aparecida Oliveira Esteves

Análise de reprodutibilidade da autorreferência de características vocais

do questionário Condições de Produção Vocal – CPV

MESTRADO EM FONOAUDIOLOGIA

SÃO PAULO 2010

Page 2: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

ii

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP

Adriana Aparecida Oliveira Esteves

Análise de reprodutibilidade da autorreferência de características vocais do questionário Condições de Produção Vocal – CPV

MESTRADO EM FONOAUDIOLOGIA

Dissertação apresentada à Banca Examinadora como exigência parcial para obtenção do título de MESTRE em Fonoaudiologia, na área de concentração “Clínica Fonoaudiológica”, pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, sob a orientação da Profª. Drª Léslie Piccolotto Ferreira.

SÃO PAULO 2010

Page 3: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

Página Parágrafo Onde se lê Excluir ix 4º desta excluir

Página Parágrafo Onde se lê Inserir

21 5º SALVO GIMENO Página Parágrafo Onde se lê Leia-se

36 1º como com Página Parágrafo Onde se lê Inserir

42 1º A tabela 1 espaço

Page 4: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

Página Parágrafo Onde se lê Excluir 45 1º SIMÕES parêntese 45 3º SIMÕES parêntese 45 4º KOOIJMAN parênteses 46 5º * excluir

Página Parágrafo Onde se lê Leia-se

47 3º diversos. diversos; 47 4º quinze 15

Página Parágrafo Onde se lê Leia-se

53 3º GIANNINI Giannini 53 3º FIGUEIRA Figueira 53 3º SILVA Silva 53 3º KARMANN Karmann

Página Parágrafo Onde se lê Leia-se

53 4º GIANNINI Giannini 53 4º LATORRE Latorre 53 4º ZENARI Zenari

Página Parágrafo Onde está excluir

54 3º preenchido excluir 55 7º sublinhado excluir

Página

Parágrafo Onde está exclir

56 3º preenchido excluir 56 3º preenchido excluir

Página Parágrafo Onde se lê Incluir

14 1º SANTOS e LIMA

referência bibliográfica

Ferreira LP. Assessoria Fonoaudiológica aos profissionais da voz. In: Fernandes FDM, Mendes BCA, Navas ALPGP (Orgs.). Tratado de Fonaoudiologia. 2d. São Paulo: Rocca: 2009. p. 746-753

Page 5: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

Esteves, Adriana Aparecida Oliveira Análise de reprodutibilidade da autorreferência de características vocais do questionário Condições de Produção Vocal – CPV / Adriana Aparecida Oliveira Esteves – São Paulo, 2010. 77 f. Dissertação (Mestrado) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – Programa de Pós Graduação em Fonoaudiologia. Reproducibility analysis of self-reference of vocal characteristics in the Conditions of the Vocal Production – CPV Questionnaire 1. Reprodutibilidade de testes 2. Questionário 3. Voz 4. Docentes

Page 6: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

iii

Autorizo, exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial dessa dissertação por processo de fotocopiadoras ou eletrônicos, desde que na reprodução figure a identificação do autor, título, instituição e ano da dissertação.

Page 7: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

iv

“Existem momentos na vida onde a questão de saber se pode pensar diferentemente do que se pensa,

é perceber diferentemente do que se vê, é indispensável para continuar a olhar ou a refletir.”

Michel Foucault

Page 8: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

v

Dedico este trabalho

À minha mãe, Cida, pelo amor incondicional, por caminhar SEMPRE comigo e, principalmente, por me apoiar e

incentivar a conquistar meus sonhos;

Ao meu pai, Antonio, que é um exemplo de homem e caráter, por me fazer sentir segura,

amada e por ser o norte em minha vida;

Ao meu irmão, Andi, por ser meu companheiro de todos os dias,

por me respeitar e me mostrar, de forma sutil, como a vida pode ser mais leve...

Ao meu sobrinho-afilhado, Brayan,

riqueza da minha vida, por me mostrar o quanto viver

é maravilhoso, quando existe um amor puro.

Page 9: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

vi

AGRADECIMENTOS

São tantos, que não cabem aqui, nem em mim. Foram tantas as

pessoas envolvidas, direta e indiretamente, nesta pesquisa, que, ao citar

qualquer nome, corro o risco de esquecer algum; então, prefiro agradecer a

todos aqueles que se reconhecerem nas páginas que virão.

Page 10: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

vii

À Profª. Drª. Léslie Piccolotto Ferreira, minha orientadora, pessoa que admiro e me inspira, desde a graduação. Pelo desafio proposto, e arduamente cumprido, de penetrar num caminho desconhecido que favoreceu, grandemente, meu amadurecimento pessoal e profissional. À Profª Drª Marta Assumpção de Andrada e Silva, agradeço por sempre me possibilitar aprender e refletir em suas aulas, desde a graduação ao mestrado, além das preciosas críticas e sugestões na qualificação. À Profª. Drª Maria do Rosário Dias de Oliveira Latorre, que foi fundamental no decorrer desta dissertação. Sem seu conhecimento, suas preciosas críticas e sugestões, ao longo do projeto e na qualificação, esta pesquisa não poderia ter sido concretizada. À Profª. Drª Emilse Aparecida Melin Servilha, outro exemplo de profissional dedicada, obrigada pela forma cuidadosa com que expôs suas valiosas sugestões e críticas que contribuíram muito na qualificação e em minha formação. À Susana Pimentel Pinto Giannini, o que dizer... para alguém que foi excepcional nesta pesquisa. Demonstrou companheirismo, dedicação, disponibilidade, esteve sempre de prontidão para me ajudar, em todos os momentos que precisei. Su, este trabalho também é seu! Obrigada pelas dicas valiosas na qualificação e em todo o percurso deste estudo. À Profª. Drª Maria Laura Wey Märtz, por sua presença marcante e colaboração, no grupo Laborvox, você é outro exemplo de cuidado ao lidar conosco, alunos, e de profissionalismo. Às Profªs Drªs Regina Freire e Silvia Friedman, agradeço por poder compartilhar de seus conhecimentos e absorver um pouco do vasto conhecimento que vocês possuem. Obrigada por sempre me tratarem com muito respeito e, principalmente, como profissional. Eu as admiro muito. À Profª. Drª Ieda Russo, por sempre incentivar todos os alunos e nos fazer acreditar que com dedicação sempre é possível e que tudo tem uma solução. À Profª. Drª Maria Cecília Pérez de Souza e Silva, por me acolher em seu grupo, dividir momentos difíceis, sempre disponível para me ensinar.

Page 11: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

viii

Às amigas do LAEL, Silvia Inês e Rose, por terem sido presentes em minha vida, neste percurso do mestrado. A todos os professores da Pós-Graduação, que contribuíram com a minha formação. À secretária Virgínia, do Programa de Pós-Gradução em Fonoaudiologia, por sempre ser atenciosa, prestativa e competente. A Clélia Riquino, que foi fundamental no momento final do trabalho. Obrigada pela disposição, atenção, preocupação, tolerância e competência em seu trabalho de revisão. À minha amiga Fabiana Bonfim, que sempre me incentivou a ingressar no mestrado e sempre esteve disponível em colaborar comigo. À querida amiga e companheira de mestrado, Fabiana Cipriano. Com sua amizade, tudo ficou muito mais fácil. Obrigada por estar sempre ao meu lado, em todos os momentos, me apoiando e dando força. À amiga de mestrado, “Leiloca”, outra companheira que esteve sempre disponível para mim. Aos queridos amigos do Laborvox, pelos momentos de alegria, descontração, festividades e discussões enriquecedoras. A todo o grupo de alunos que ingressou comigo no mestrado. Aprendi muito com todos vocês. À Ligia Ricupero, sem você em minha vida, seria pouco provável que eu tivesse concluído esta etapa. Você é muito especial para mim. Aos meus pais, que sempre me incentivam a lutar pela vida e pela felicidade. Eu os amo muito! Ao meu grande amigo Juliano, que me inspira em estudar e ser feliz, obrigada por estar comigo, sempre que possível. À minha amiga do peito e de todos os momentos, Kelyn Cristina, que acompanhou todas as etapas difíceis deste trabalho. Você sempre está comigo, em todas as situações, e sou muito feliz por tê-la como amiga! À minha grande amiga Ana Luiza, que sempre me apoia em todos os momentos.

Page 12: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

ix

Aos meus amigos, Renata e Kleber, Luci, Karine, Milena, Edinho, Eliza, For, Liney, Roseli, Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as professoras, que, gentilmente, participaram deste trabalho. A Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), pela bolsa concedida e apoio à pesquisa. A todos que, embora não mencionados, participaram desta deste percurso.

Page 13: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

x

RESUMO

Esteves, AAO. Análise de reprodutibilidade da autorreferência de características vocais do questionário Condições de Produção Vocal – CPV. [Dissertação de Mestrado]. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2010. INTRODUÇÃO: No Brasil, não existem instrumentos para avaliar a condição de produção vocal do professor, devido a isto, desde 1999, vem sendo construído um instrumento, a partir das queixas destes profissionais, que se propõe a suprir esta necessidade. Para tanto, é necessário constatar a reprodutibilidade da autorreferência da dimensão dos aspectos vocais do questionário denominado Condições de Produção Vocal do Professor (CPV-P). Verificar se um participante ao relatar que possui sintomas como: rouquidão, cansaço ao falar, falha na voz, entre outros, irá confirmar estas queixas vocais em um determinado tempo depois. OBJETIVO: Avaliar a reprodutibilidade das questões referentes à dimensão vocal, que fazem parte do instrumento CPV-P. MÉTODO: Foi realizado um estudo transversal observacional com o objetivo de proceder ao teste de reprodutibilidade de uma das dimensões do instrumento. A amostra foi por conveniência, recrutada de forma seqüencial, entre professoras com distúrbio de voz que procuraram tratamento fonoaudiológico em um hospital público da cidade de São Paulo. O questionário foi preenchido, em dois momentos, com intervalo de 15 dias entre as aplicações. As variáveis foram analisadas de forma descritiva e comparadas quanto à situação teste-reteste, por meio do teste Kappa (p <0,05), a fim de avaliar a concordância entre os resultados das duas aplicações do instrumento. RESULTADOS: A população foi composta por 36 professoras da rede municipal de São Paulo, a maioria casada (47,2%), com escolaridade superior (91,7%), entre 11 e 20 anos de profissão (55,7%), que leciona em educação infantil (61,1%), mais de 40h semanais (27,8%), em apenas uma escola (58,3%) e com classe definida (80,6%). Em relação aos sintomas vocais, a maior medida de confiabilidade foi voz grossa (k = 0,74) e a menor, rouquidão (k = 0,52). Quanto às sensações laringofaríngeas, a medida que apresentou maior índice de confiabilidade foi dor ao falar (k = 0,59) e a menor, o pigarro (k = 0,36). Em hábitos vocais no trabalho, o que apresentou maior medida de confiabilidade foi beber água durante a aula (k = 0,88) e o que registrou menor medida de confiabilidade foi falar em lugar aberto (k = 0,41). Nos aspectos vocais de natureza diversa, o maior índice de confiabilidade registrado foi faltar ao trabalho por problemas de voz (k = 0,86) e o que apresentou menor índice foi ter recebido orientação sobre saúde vocal (k = 0,54). CONCLUSÃO: Os resultados indicaram que a dimensão dos aspectos vocais do questionário (CPV-P) obteve, no estudo de reprodutibilidade teste-reteste, nível de concordância entre regular e ótimo. A maioria dos coeficientes Kappa, para os itens analisados do questionário, foram acima de 0,50 e os resultados indicaram que estes e sintomas/sensações e hábitos são confiáveis para uso em estudos epidemiológicos.

Palavras-chave: reprodutibilidade dos testes, questionário, voz, docentes.

Page 14: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

xi

ABSTRACT

Esteves, AAO. Reproducibility analysis of self-reference of vocal characteristics in the Conditions of the Vocal Production – CPV Questionnaire. [Master’s Dissertation]. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2010. INTRODUCTION: In Brazil, there aren’t any instruments to evaluate the condition of teacher’s voice production. Due to this, since 1999, an instrument has been being built according to the complaints of these professionals, and proposes to fulfill this necessity. To do so, it is necessary to check the reproducibility of the self-reference of the dimension of the vocal aspects in the questionnaire named Conditions of the Teacher’s Vocal Production (CPV-P). Verify if a participant when stating that he has symptoms such as: hoarseness, tiredness when speaking, flaw in voice, among others, will confirm these vocal complaints a while later. OBJECTIVE: Evaluate the reproducibility of the questions regarding vocal dimension that are part of the instrument CPV-P. METHOD: A transversal observational study was performed with the objective of preceding the reproducibility test of one of the dimensions of the instrument. The sample was, by convenience, recruited in a sequence, among teachers with vocal disorders that looked for speech therapy treatment in a public hospital in the city of São Paulo. The questionnaire was filled in during two moments, with a 15 day interval between its applications. The variables where analyzed in a descriptive manner compared considering test and re-test through Kappa (p <0,05), to evaluate the concordance between the results of both instrument applications. RESULTS: The population was made up of 36 teachers of the public school of São Paulo city, the majority married (47,2%), with a college graduation (91,7%), between 11 and 20 years of professional experience (55,7%), that teach in pre-school (61,1%), work for more than 40 hours a week (27,8%), in only 1 school (58,3%) and with a defined class (80,6%). Regarding vocal symptoms, the highest measure of reliability was deep voice (k = 0,74) and the lowest, hoarseness (k = 0,52). Concerning the laryngopharyngeal sensations, the measure that presented highest level of reliability was pain while speaking (k = 0,59) and the lowest was hem (k = 0,36). In vocal habits at work, what presented highest measure of reliability was drinking water during class (k = 0,88) and what registered lowest measure of reliability was speaking in an open space (k = 0,41). In the vocal aspects of diverse nature, the highest level of reliability registered was missing work due to voice problems (k = 0,86) and what presented the lowest level was having received orientation about vocal health (k = 0,54). CONCLUSION: The results indicated that the dimensions of the vocal aspects of the questionnaire (CPV-P) presented in the reproducibility test and re-test study, concordance level between regular and excellent. The majority of the Kappa coefficients, for the items analyzed in the questionnaire, where higher than 0,50 and the results indicated that these symptoms/sensations and habits are trustworthy for epidemiological studies.

Keywords: reproducibility, questionnaire, voice, teachers.

Page 15: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

xii

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 14

2. OBJETIVO ............................................................................................................. 19

3. REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................. 20

3.1. REPRODUTIBILIDADE: CONCEITO E APLICAÇÃO...................................... 20

3.2. REPRODUTIBILIDADE NAS ÁREAS DA SAÚDE........................................... 23

4. MÉTODO................................................................................................................ 31

4.1. DELINEAMENTO DO ESTUDO...................................................................... 31

4.2. POPULAÇÃO E LOCAL DE REALIZAÇÃO DO ESTUDO............................... 31

4.3. CÁLCULO DO TAMANHO DA AMOSTRA...................................................... 32

4.4. INSTRUMENTO DE PESQUISA ..................................................................... 32

4.5. PROCEDIMENTOS......................................................................................... 33

4.6. VARIÁVEIS DE ESTUDO................................................................................ 35

4.6. 1. Variáveis da caracterização da população de estudo ............................. 35

4.6. 1. Variáveis que foram testadas na reprodutibilidade.................................. 35

4.7. ANÁLISE ESTATÍSTICA ................................................................................. 36

5. RESULTADOS ....................................................................................................... 37

5.1. CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO .......................................................... 37

5.2. CARACTERIZAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS VOCAIS............................... 39

6. DISCUSSÃO .......................................................................................................... 44

7. CONCLUSÃO......................................................................................................... 51

8. REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 52

9. OBRAS CONSULTADAS....................................................................................... 57

10. ANEXOS .............................................................................................................. 59

10.1. Anexo 1 – QUESTIONÁRIO DE AUTORREFERÊNCIA – CPV-P............................... 61

10.2. Anexo 2 – COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA DA PUC-SP....................................... 73

10.3. Anexo 3 – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO.......................... 75

Page 16: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

xiii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Distribuição da amostra segundo variáveis descritivas.........................................................................38

Tabela 2 – Medidas de confiabilidade de sintomas vocais do questionário CPV-P...........................................39

Tabela 3 – Medidas de concordância das sensações laringofaríngeas do questionário CPV-P....................40

Tabela 4 – Medidas de Concordância de Hábitos Vocais do Questionário CPV-P..........................................41

Tabela 5 – Medidas de concordância dos aspectos vocais de natureza diversa do questionário CPV-P....42

Tabela 6 – Índice de concordância Kappa da dimensão vocal do questionário CPV-P...................................43

Page 17: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

14

1. INTRODUÇÃO

Dentre os chamados profissionais da voz, ou seja, aqueles que têm

na voz um importante instrumento de trabalho, o professor é o mais

pesquisado pela Fonoaudiologia (FERREIRA e OLIVEIRA, 2004; DRAGONE

e BEHLAU, 2006; FERREIRA, SANTOS e LIMA, 2009). A facilidade de

acesso a eles pode ser um dos fatores que explique esta produção, mas,

sem dúvida nenhuma, a mais importante é a ocorrência de distúrbios de voz,

registrada nesta categoria, com índices de prevalência de sintomas vocais

que variam de 29,3% a 92% (LIMA, 2008).

Preocupado com as questões do afastamento e readaptação dos

professores do município de Recife, em 1997, o Conselho Federal de

Fonoaudiologia encaminhou, para um grupo de fonoaudiólogos que atuavam

com distúrbios de voz, um Ofício Circular (15 de maio de 1997 – no. 088/97),

em que solicitava parecer para reconhecer a disfonia como doença

ocupacional. Tal documento partia do relato que considerava que muitas

alterações laríngeas, com consequentes disfonias, poderiam ser

caracterizadas como doenças ocupacionais. Este material apresentava

critérios otorrinolaringológicos e fonoaudiológicos para definir o afastamento

ou a readaptação da função de professor, decorrente de alteração de voz, e

serviu de base para as discussões ocorridas no VII Seminário de Voz da

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)∗, daquele ano.

Neste seminário, ficou evidente, entre os presentes, a necessidade de

dar atenção especial à existência de alterações vocais decorrentes do uso

da voz de forma profissional; sob certos fatores de riscos, provenientes do

ambiente de trabalho; além da constatação da multifatoriedade causal de

tais distúrbios. Como primeira meta, optou-se por realizar um instrumento

para coleta de dados.

∗ Disponível em: <www.pucsp.com.br/laborvox/seminario.htm>. Acesso em: 20/02/2008.

Page 18: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

15

Por consequência, a categoria de professores foi a primeira escolhida,

por ser o profissional que há mais tempo procura o fonoaudiólogo para

tratamento da voz, e cujo trabalho requer o seu uso contínuo, em alta

intensidade, exposta a diferentes riscos como: poeira, fumo, produtos

químicos, frio, calor, ruído, iluminação, equipamentos inadequados, entre

outros.

A necessidade de ir a campo mobilizou um grupo formado por

fonoaudiólogos, principalmente da PUC-SP e do Hospital do Servidor

Público Municipal de São Paulo (HSPM), que elaborou o instrumento, hoje

denominado Condições de Produção Vocal do Professor (CPV-P)

(FERREIRA et al., 2007).

O desenvolvimento deste instrumento foi necessário devido à

indisponibilidade de outro que se propusesse a avaliar as condições vocais

dos profissionais da voz, no país. Além disso, é importante ressaltar que

este questionário partiu da queixa dos próprios professores, o que favorece

sua validade, uma vez que foi delineado a partir da realidade destes

profissionais. Vale considerar, ainda, a importância de um instrumento que

se adapte à cultura e à linguagem dos entrevistados, o que beneficia a

intervenção clínica.

A elaboração deste instrumento contou com um levantamento

realizado junto aos arquivos do HSPM, para melhor conhecimento das

queixas dos professores que procuravam esta instituição em busca de

terapia fonoaudiológica. Com base neste material, foi realizada uma primeira

versão, com 87 questões, em sua maioria “sim/não”, que tinham como

objetivo levantar aspectos referentes a dados pessoais; demográficos;

situação funcional; aspectos vocais; aspectos gerais de saúde; hábitos de

vida e antecedentes familiares.

Page 19: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

16

Um estudo piloto foi realizado com 169 professores, que serviu para

analisar a possibilidade de auto-resposta e realizar ajustes no instrumento

(LARDARO, 2002).

Após a adaptação necessária, no ano de 1999, o questionário foi

entregue a 460 professores (com retorno de 422), em pesquisa (FERREIRA

et al., 2003) realizada em parceira entre a Pontifícia Universidade Católica

de São Paulo e a Prefeitura Municipal de São Paulo (Secretaria de

Educação e a Superintendência de Educação do Município).

Esta pesquisa obteve dois resultados importantes: o primeiro,

confirmou que o professor é um profissional com alta porcentagem de

autorreferência à alteração de voz (60%) e, o segundo, apontou que o

educador não possui conhecimento sobre a produção vocal e está exposto a

situações adversas de trabalho.

Na sequência, outras pesquisas, em diversos municípios, foram

realizadas (ALVES, 2002; ORTIZ, LIMA e COSTA, 2004; LIMA, 2008;

CRESPO, 2009, entre outros) com resultados de ocorrência de queixas

vocais que variaram de 30% a 86,5% (FERREIRA et al., 2007). No caso de

professores de alunos surdos, esta porcentagem foi menor, e a queixa recai

sobre a presença de lesão por esforço repetido ou distúrbio osteomuscular

relacionada ao trabalho (LER/DORT), por conta do uso da Língua Brasileira

de Sinais (LIBRAS) (FERREIRA e BENEDETTI, 2007).

A primeira adaptação do questionário foi feita por SIMÕES; LATORRE

e BITAR (2000), para que o instrumento pudesse ser utilizado junto a

educadores de creche. Esta autora também realizou avaliação

fonoaudiológica e constatou similaridade na porcentagem de professores

que autorreferiam alteração vocal no preenchimento do questionário e na

avaliação perceptivo-auditiva da voz, realizada por fonoaudiólogo.

Os resultados do estudo, realizado no ano de 2000, apontaram para a

necessidade de nova adaptação (SIMÕES e LATORRE, 2006), momento em

Page 20: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

17

que as respostas passaram do tipo “sim/não” para uma escala ordinal de

frequência, com as opções de registro de “sempre”, “às vezes”, “raramente”,

“nunca” ou “não sei”.

Este instrumento é composto por cinco dimensões, a saber:

identificação do entrevistado; situação funcional; aspectos gerais de saúde;

hábitos e aspectos vocais.

Apesar de ter sido, num primeiro momento, elaborado para avaliar as

condições de vida do professor que poderiam interferir em sua saúde

ocupacional, este questionário tem sido utilizado como base para a

elaboração de outros instrumentos, com o objetivo de conhecer as

condições de produção vocal da população em geral ou de determinados

trabalhadores.

Assim, propostas foram feitas para levantamento de alterações vocais

junto a locutores de varejo (OLIVEIRA, 2002); trabalhadores industriais

(COZE, 2003); população em geral (SANTOS, 2005); trabalhadores da

indústria (ARAKAKI et al., 2006) e trabalhadores de usina de açúcar

(COUTINHO, 2009).

Dentre os recortes realizados nestas pesquisas, especial atenção tem

sido dada ao conjunto de questões que procuram levantar os aspectos

referentes à voz, principalmente a ocorrência de sintomas vocais e

sensações laringofaríngeas.

Dessa forma, para esta dissertação, optou-se por verificar a

reprodutibilidade destes aspectos. Estudos desta natureza se propõem a

avaliar se uma questão, levantada num momento, é confirmada depois de

um determinado tempo, com o objetivo de detectar a consistência da

mesma. Considerando que os sintomas vocais e sensações laringofaríngeas

são queixas constantemente mencionadas, por profissionais da voz, optou-

se por, inicialmente, constatar a reprodutibilidade destas questões em

Page 21: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

18

professores, para, em seguida, em outras pesquisas, verificar a ocorrência

em outros grupos de profissionais.

De tal modo, esta pesquisa tem a finalidade de constatar a

reprodutibilidade da autorreferência da dimensão dos aspectos vocais do

questionário CPV-P, ou seja, verificar se um professor ao relatar que possui

sintomas como rouquidão, cansaço ao falar, falha na voz, entre outros, irá

confirmar estas queixas num determinado tempo depois.

Page 22: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

19

2. OBJETIVO

O propósito deste estudo é avaliar a reprodutibilidade das questões

referentes à dimensão dos aspectos vocais, que faz parte do instrumento

denominado Condições de Produção Vocal do Professor (CPV-P).

Page 23: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

20

3. REVISÃO DE LITERATURA

O capítulo que se inicia será dividido em duas partes: na primeira –

Reprodutibilidade: conceito e aplicação – o objetivo é apresentar uma breve

revisão da literatura sobre reprodutibilidade, uma vez que este desenho de

estudo não é comum em pesquisas fonoaudiológicas; e, na segunda –

Reprodutibilidade nas áreas da saúde – apresentar alguns estudos sobre

reprodutibilidade em diferentes áreas da saúde, para entender como

questões sobre sintomas ou hábitos são analisados. Nesta última parte

será seguida a ordem cronológica.

3.1. REPRODUTIBILIDADE: CONCEITO E APLICAÇÃO

A aplicação de questionário como instrumento de pesquisa é um

recurso vantajoso, pois pode ser administrado com mínima dificuldade,

sendo prático para grandes amostras ou, mesmo quando necessária, a

aplicação de mais de um questionário (MENDELSON; MENDELSON e

WHITE, 2001).

A primeira característica que este instrumento deve possuir é a

possibilidade de sua reprodutibilidade. Este é um método estatístico

epidemiológico, que favorece a prática clínica e significa confiabilidade,

fidedignidade, repetibilidade e precisão. Este conceito, segundo PEREIRA

(2005) é fundamental na qualidade da informação, pois, por meio dele, é

possível obter consistência ou concordância de resultados quando a

aplicação do questionário se repete, em condições idênticas.

A confiabilidade será considerada maior quando, em repetidas

mensurações de um atributo, se obtiver uma menor variação (POLIT e

HUNGLER, 1995). Pode-se também dizer que um instrumento é confiável

ao se considerar o grau de precisão, ou seja, quando suas medidas

conseguem refletir, de forma precisa, as medidas reais daquilo que foi

investigado.

Page 24: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

21

Dois aspectos da reprodutibilidade são mais frequentemente

avaliados: a reprodutibilidade entre diferentes avaliadores e a

reprodutibilidade teste-reteste (SATO, 2008).

Para sua realização, é necessário que o entrevistador faça

treinamento com o objetivo de padronizar a abordagem e atitude durante a

entrevista, a fim de minimizar os erros frequentes que ocorrem na relação

entre entrevistador e entrevistado, muitas vezes por diferenças quanto à

faixa etária e socioculturais (LESSA, CAVALHEIRO e FERRITE, 2009).

A reprodutibilidade teste-reteste é uma medida de estabilidade do

instrumento, na ausência de mudanças, tanto nos procedimentos de

aplicação quanto nas características a serem avaliadas. Assim, um

instrumento é administrado duas vezes, em um mesmo grupo de sujeitos,

com um lapso de tempo entre uma e outra aplicação (habitualmente, de uma

a duas semanas) e os resultados, ao final, são correlacionados.

Se houver pouca mudança entre as aplicações, a ferramenta é

considerada estável. Como o objetivo é estabelecer o grau com que o

instrumento pode reproduzir os resultados, o intervalo entre as duas

aplicações não pode ser muito próximo, pois o entrevistado pode lembrar as

questões respondidas anteriormente; nem um intervalo longo, para que

prováveis mudanças ocorridas com o participante influenciem nas respostas.

Mudanças biológicas, psicológicas ou sociais, que aconteçam com o

entrevistado, ou mudanças na situação da entrevista e/ou na forma de

entrevistar, ocorrida entre as avaliações, tendem a diminuir a estimativa de

reprodutibilidade (SATO, 2008).

A literatura consultada (SALVO, 2002; LEITE, WAISSMANN e VEGGI

2007a) descreve que para o estudo de reprodutibilidade é necessário

estabelecer a etapa de pré-teste (1ª e 2ª aplicação), com o objetivo de

realizar os ajustes necessários no instrumento, para, em seguida, ocorrer à

Page 25: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

22

fase de teste e reteste (1ª e 2ª aplicação), momento em que se dá a

reprodutibilidade.

As medidas de reprodutibilidade são determinadas pelos coeficientes

de confiabilidade, nos quais o grau de concordância entre as avaliações é

quantificado, e podem ser calculados de várias formas, a saber: Kappa,

Kappa ponderado e Coeficiente de Correlação Intraclasse (COHEN, 1960).

A escolha de um destes coeficientes dependerá da natureza do

instrumento que se deseja avaliar. Se este produz medidas categóricas,

como diagnóstico, segundo determinado critério, ou uma medida binária

(como provável caso ou não caso), o coeficiente de confiabilidade utilizado

deve ser o Kappa (k). Se o questionário mede categorias ordenadas (como

o nível de ajustamento social, classificado como: excelente, bom, regular,

ruim ou péssimo), o Kappa ponderado fornece uma estimativa adequada.

Quando o instrumento produz valores numéricos discretos ou contínuos

(como escores totais de psicopatologia), utiliza-se o Coeficiente de

Correlação Intraclasse (MENEZES e NASCIMENTO, 2000).

O Kappa (k) é um indicador de concordância ajustado, utilizado e

indicado por vários autores como o índice mais adequado para medir

variáveis categóricas. Testa a significância estatística da concordância,

informa, ao mesmo tempo, a proporção de concordância além da esperada

pelo acaso (PEREIRA, 2005). A fórmula para o cálculo de K é:

Po – Pe K = 1 – Pe Legenda: Po = proporção de concordâncias observadas

Pe = proporção de concordâncias esperadas

Page 26: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

23

Exemplo: cálculo de Po e Pe a + d 62 + 63 Po = = = 0,85 a + b + c + d 100 {(a+b) (a+c)} + {(c+d) (b+d)} 76 x 63 + 24 x 37 Pe = = = 0,57 (a + b + c + d)² (100)² Logo: 0,85 – 0,57

K = = 0,65 1 – 0,57

A interpretação do Kappa é obtida por meio da proporção de

concordância, após a exclusão das concordâncias ao acaso, entre duas ou

mais medidas de um determinado número de observações. Este índice

compara as diferenças entre as concordâncias observadas e esperadas,

até o máximo valor desta diferença. É indicado para medir a concordância,

pois não aumenta o percentual de discordância, nos casos de populações

homogêneas (LESSA, CAVALHEIRO e FERRITE, 2009).

3.2. REPRODUTIBILIDADE NAS ÁREAS DA SAÚDE

SALERNO et al. (2001) desenvolveram uma pesquisa sobre

confiabilidade teste-reteste de questionário aplicado em 138 digitadores. O

teste-reteste foi realizado por meio da análise estatística Kappa, teste t

pareado e Coeficiente de Correlação Intraclasse (ICC) e modelos de

regressão logística foram utilizados para testar o efeito de aspectos

demográficos e fatores relacionados ao trabalho. A média dos entrevistados

eram mulheres brancas, com idade em torno de 35 anos, com alguma

formação universitária, em emprego permanente. Em geral, os relatos de

sintomas foram estáveis e a maioria dos valores de Kappa foram entre 0,60

e 0,89. Este estudo concluiu que a confiabilidade dos itens foram,

Page 27: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

24

geralmente, boa a excelente e os aspectos demográficos e de trabalho não

foram estatisticamente significativos.

Em 2002, pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública da

Universidade de Lowa, nos Estados Unidos (ROSECRANCE et al., 2002),

pesquisaram sobre a confiabilidade teste-reteste dos itens do questionário

relacionado aos sintomas osteomusculares e a confiabilidade dos fatores de

trabalho utilizados na investigação da ergonomia. Empregados de uma

empresa de moldagem de plástico foram convidados a preencher o

questionário de sintoma inicial e de fatores de trabalho e, em seguida,

completar um questionário idêntico, duas ou quatro semanas depois. Dos

216 trabalhadores que participaram da pesquisa inicial, 99 (45,8%)

concordaram em retornar ao reteste. A maioria dos coeficientes Kappa, para

os 58 itens do questionário, foram acima de 0,50, mas variou entre 0,13 e

1,00. E os resultados indicaram que o questionário de sintomas e fatores de

trabalho é confiável para uso em estudos epidemiológicos.

Em estudo realizado por CAMPOS, MANZIANO e ANDRADE (2003),

sobre tradução e validação do questionário de avaliação de gravidade dos

sintomas e do estado funcional na Síndrome do Túnel do Carpo (BCTQ), os

autores relataram que a utilização de questionários como parâmetro de

avaliação é útil, por permitir a padronização, uniformização e

reprodutibilidade das medidas a que se propõe. Acrescentaram que, ao

elaborar um questionário, suas propriedades de medidas precisam ser

testadas e validadas, primeiro, em um grupo de pacientes, para,

posteriormente, serem utilizadas em estudos populacionais. O instrumento

foi aplicado nos primeiros 50 pacientes com queixas de parestesias e/ou

dores nas mãos e/ou punhos, selecionados pela pergunta: “Qual o motivo

que a(o) levou a procurar o médico que fez com ele solicitasse este exame?”

Na primeira consulta, o questionário foi aplicado por dois entrevistadores, e,

após um período de no máximo 15 dias, foi reaplicado por um dos

entrevistadores. A reprodutibilidade inter e intra-examinadores foi comparada

Page 28: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

25

pelo coeficiente Kappa, e a avaliação das respostas mostrou que o

questionário teve boa reprodutibilidade, considerando-se os critérios de

LANDIS e KOCH (1977), tanto inter-entrevistadores (o coeficiente Kappa

variou de 0,42 a 0,84, com a maioria dos coeficientes acima de 0,60), quanto

intra-entrevistadores (o coeficiente Kappa variou de 0,35 a 0,84, com a

maioria dos coeficientes acima de 0,55 e apenas um coeficiente abaixo de

0,40).

MATZA et al. (2005) pesquisaram sobre o teste-reteste de quatro

questionários para pacientes com bexiga hiperativa. Os pacientes foram

agendados com duas semanas de intervalo para preenchimento dos

instrumentos. Dos 47 pacientes que participaram do estudo, 74,5% eram do

sexo feminino, com idade média de 66 anos, 46 pacientes concluíram ambas

as etapas e 35 foram classificados estáveis. Não foram observadas

diferenças significativas entre a primeira e segunda visita, e os resultados

demonstraram que as quatro medidas analisadas, neste estudo,

apresentaram reprodutibilidade necessária como medidas de resultados

para o tratamento.

Em 2006, TIBAEK et al. realizaram uma pesquisa com o objetivo de

investigar a confiabilidade teste-reteste do questionário dinamarquês

Prostatic Symptom Score (DAN-PSS-1), em uma amostra de doentes com

Acidente Vascular Cerebral (AVC). O teste de confiabilidade foi feito em dois

aspectos: a) detectar a frequência de cada sintoma e seu fator de incômodo

– foi utilizada a estatística Kappa simples; b) detectar a gravidade de cada

sintoma e seu fator de incômodo – foi utilizada a estatística Kappa

ponderado. Os resultados obtidos demonstraram que a proporção de

concordância para os escores de frequência dos sintomas variou de 76%

para 97% e o coeficiente Kappa simples variou de fraca (kappa = 0,00) para

excelente (kappa = 0,91). A proporção de concordância para os escores

gravidade e seu fator de incômodo variaram de 76% para 95% e o

coeficiente Kappa simples variou de boa (kappa = 0,61) para excelente

Page 29: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

26

(kappa = 0,84). O coeficiente Kappa ponderado, para os escores de

gravidade dos sintomas, variou de moderado [kappa (w) = 0,43], para bom

[kappa (w) = 0,75] e correspondentes escores de incômodo variaram de

Kappa moderado [kappa (w) = 0,48] para bom [kappa (w) = 0,68]. Os autores

concluíram que o questionário DAN-PSS-1 obteve teste-reteste aceitável e

pode ser adequado para medir a frequência e a severidade dos LUTS e seu

fator de incômodo em pacientes com AVC.

MATARAZZO et al. (2006) realizaram uma pesquisa com o objetivo

de verificar a reprodutibilidade e validade do questionário de frequência de

consumo alimentar utilizado no Estudo Latino-Americano sobre Câncer Oral

e de Laringe. A amostra foi composta por 35 pacientes de hospitais públicos

da cidade de São Paulo, contatados por telefone e entrevistados, seguindo

um roteiro de entrevista previamente elaborado. Na entrevista telefônica, os

indivíduos responderam questões de ordem pessoal (idade e data de

nascimento); dados antropométricos autorreferidos (peso e altura);

questionário de frequência de consumo alimentar e um recordatório de 24

horas. O teste Kappa apontou concordância no consumo destes grupos. A

reprodutibilidade das informações demonstrou variabilidade dependente da

frequência de consumo de alimento, sendo que os mais consumidos,

regularmente, têm menor variação do que os menos consumidos.

Consistente com esta assertiva, os piores resultados obtidos neste estudo

foram observados nos alimentos que têm menor relato de ingestão, como

carne de porco, peixe e embutidos.

CHELL APPA e ARAÚJO (2007) investigaram a confiabilidade e a

reprodutibilidade do Questionário de Hábitos do Sono, na identificação das

queixas de transtornos do sono (como insônia e sonolência excessiva), em

pacientes ambulatoriais com transtorno depressivo. Realizou-se um estudo

transversal, com uma amostra de 70 pacientes depressivos, no ambulatório

de psiquiatria de um hospital geral do Rio Grande do Norte, durante o

período de abril a agosto de 2005. Para confirmar a reprodutibilidade e a

confiabilidade do questionário foi realizado o procedimento teste e reteste,

Page 30: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

27

com intervalo entre a primeira e segunda aplicação de sete a quarenta dias.

A primeira e a segunda entrevistas foram realizadas com o mesmo

pesquisador e no mesmo horário. As respostas foram analisadas e

estimadas pelo coeficiente Kappa. Na análise de confiabilidade e

reprodutibilidade, o coeficiente Kappa obteve nível de concordância forte,

com variações de 0,71 a 0,80, e a maioria dos coeficientes acima de 0,75, o

que é considerado satisfatório. Apenas três itens relacionados às queixas

de pesadelos, sensação de sufoco e outras queixas de sono alterado

apresentaram coeficiente Kappa moderado. A maior implicação clínica

deste instrumento é que o Questionário de Hábitos do Sono pode avaliar,

de forma confiável e válida, as queixas de insônia e de sonolência

excessiva e, portanto, ser utilizado na avaliação clínica de pacientes

depressivos com queixas de transtornos do sono.

CAMPOS et al. (2007) realizaram uma pesquisa com o objetivo de

estudar a confiabilidade, da versão em português, do questionário para o

diagnóstico psicológico e psicossocial dos indivíduos com distúrbios

temporomandibulares (RDC/TMD). Foram entrevistados 109 indivíduos, de

ambos os sexos, em Araraquara, de janeiro a julho de 2006. Para avaliação

da consistência interna do método, utilizou-se o Coeficiente Alfa de

Cronbach; para análise da reprodutibilidade intra-examinador, o Coeficiente

de Correlação Intraclasse (ρ) e a estatística Kappa (κ), respectivamente, às

variáveis de natureza quantitativa e qualitativa. A percepção de estalos ou

rangidos, pelos indivíduos, apresentou concordância “regular”, bem como a

questão referente à procura de profissional para tratamento da dor. As

demais questões apresentaram reprodutibilidade “boa” e “ótima”, sendo que

a maioria destas apresentou nível máximo de concordância.

LEITE, WAISSMANN e VEGGI (2007b) desenvolveram um estudo,

cujos objetivos foram desenvolver um questionário para avaliar os

conhecimentos, as percepções e práticas em segurança alimentar de

portadores de HIV/AIDS ambulatoriais e medir o nível de reprodutibilidade

do instrumento. Participaram do estudo 40 sujeitos portadores de HIV/AIDS,

Page 31: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

28

adultos, em tratamento regular em um hospital na cidade do Rio de Janeiro.

A maioria era do sexo masculino (65%), com idades entre 26-59 anos

(90%), e grau de instrução variando de nível fundamental a médio (90%). A

coleta de dados foi feita por um único pesquisador, utilizando o

procedimento de teste e reteste, com um intervalo de sete dias entre a

primeira e a segunda entrevista. Para estimar o nível de concordância,

optou-se por analisar o coeficiente Kappa simples, tendo em vista que o

formato de respostas para todas as perguntas incluiu a opção “não sei”. Os

resultados mostraram que o estudo de reprodutibilidade do questionário

revelou um nível de concordância considerado substancial (k > 0,61) para

84,6% das questões testadas, e sugeriu uma boa estabilidade, similar a

resultados de inquéritos anteriores. Cinco questões apresentaram um nível

de reprodutibilidade abaixo de 0,60 (k = 0,40 a 0,60). Duas delas situavam-

se no bloco de questões sobre a prevenção da contaminação cruzada:

uma, relacionava-se ao hábito de usar esponjas para higienizar superfícies,

após o contato com carnes cruas (k = 0,57); a outra, sobre higiene das

mãos após manipular carnes cruas (k = 0,43). As outras três perguntas

situavam-se nos blocos de questões sobre controle de temperatura e

alimentos de risco. O estudo de reprodutibilidade do questionário mostrou

um nível de concordância forte ou substancial para a maioria das questões,

e sugeriu que o mesmo possui uma estabilidade satisfatória.

Em um estudo sobre autopercepção em higiene bucal de adultos,

PINELLI, TURRIONI e LOFFREDO (2008) aplicaram um questionário

contendo perguntas sobre tipo de escova, frequência de escovação, uso de

fio dental, frequência de visitas ao cirurgião-dentista e autopercepção em

higiene bucal. Este questionário foi aplicado em 110 voluntários, de 35 a 44

anos de idade. Após a entrevista, um cirurgião-dentista, previamente

calibrado e treinado, realizou o exame clínico em higiene bucal. Tanto a

entrevista de autopercepção, quanto a avaliação clínica foram realizadas em

duas ocasiões distintas, com intervalo de uma semana, pelo mesmo

examinador. Não houve instrução de higiene bucal, ou qualquer intuito de

Page 32: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

29

modificação de comportamento do indivíduo, no período entre os dois

exames. Em relação aos resultados, a média das idades foi de 39 anos;

62,5% eram mulheres; a maior parte composta por brancos (47,3%) e a

maioria casada ou vivendo em coabitação (74,5%). Quanto aos hábitos de

higiene bucal, a maioria (93,5%) escovava os dentes duas vezes ou mais,

diariamente; a cerda da escova era macia para 43,7% e o uso de fio dental

diário foi relatado em 22,7%. Os resultados apontaram para uma ótima

reprodutibilidade da autopercepção (κ = 0,82), indicando que o relato do

paciente sobre sua condição de higiene bucal é confiável, e a avaliação

clínica foi considerada boa (κ = 0,70). Os autores acreditam que medidas de

autopercepção em saúde bucal possam ser aplicadas em estudos

populacionais, reduzindo custo e tempo de execução, quando comparadas à

avaliação clínica.

GOMES, CONTI e CALDERON (2008) desenvolveram um estudo

sobre a reprodutibilidade entre as diferentes escalas de dor utilizadas em

pacientes que buscaram tratamento para dores dentais, na Faculdade de

Odontologia de Bauru. O uso de escalas de dor para a avaliação da sua

intensidade é fundamental na prática clínica, e as evidências sugerem que

os pacientes são capazes de usá-las para comunicar sua experiência de dor

e sua resposta ao tratamento. A amostra foi composta por 92 pacientes, 50

mulheres e 42 homens, sendo que 58 foram diagnosticados com dor pulpar

e 34 com dor periodontal. Foi aplicado o questionário de qualidade de vida

(OHIP), e as escalas de dor que foram comparadas, neste estudo, são: a

escala de análise visual (EAV); a escala numérica (EN); a escala de faces

(EF) e a escala de avaliação de adjetivos (EA). O OHIP e as escalas foram

preenchidos em dois momentos: no dia do primeiro atendimento, na clínica

de urgência (antes de qualquer intervenção); uma semana após a

intervenção realizada para alívio da dor. O teste t de Student demonstrou

que a origem da dor não teve influência sobre a intensidade da dor (valor

das escalas) nem sobre a qualidade de vida (escore OHIP) (p> 0.05). Os

autores concluíram que a avaliação da reprodutibilidade entre as diferentes

Page 33: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

30

escalas demonstrou que todas tendem a seguir um mesmo padrão, porém,

quando se considera o valor selecionado pelo paciente, apenas a EAV, a EF

e a EA são reproduzíveis entre si.

Em pesquisa desenvolvida por FERREIRA e VEIGA (2008), com o

objetivo de avaliar a confiabilidade de um questionário simplificado para

investigar comportamentos de risco para transtornos alimentares (TA), entre

adolescentes, foi aplicado um questionário com duas perguntas, uma delas

subdivida em quatro questões: sobre frequência de episódios de compulsão

alimentar, uso de laxantes, diuréticos e vômitos auto-induzidos e hábito de

consumir dietas restritivas. O questionário foi aplicado em dois momentos

(teste-reteste), com distância de 15 dias. A amostra foi composta por 195

estudantes (70 % meninas) de uma escola pública de Niterói, no estado do

Rio de Janeiro, com idades entre 12 a 19,9 anos. Os valores de Kappa

ajustados para frequência com comportamentos menos frequentes foram:

0,93 para o uso de laxantes, 0,97 para o uso de diuréticos e 0,92 para

vômito auto-induzido. Para os comportamentos de risco mais frequentes,

como episódios de compulsão alimentar e hábito de fazer dieta restritiva,

encontrou-se valores de Kappa ponderado 0,50 e 0,61, respectivamente. O

questionário obteve boa confiabilidade, porém com melhores resultados para

investigar comportamentos menos frequentes.

FORD, STORY e MCMEEKEN (2009) realizaram uma pesquisa sobre

a confiabilidade teste-reteste e a validade do questionário de reclamações

simultâneas e queixas subjetivas de dor lombar (LBP). A relação entre o

questionário auto-administrável, em comparação com quando administrado

por um fisioterapeuta, também foi testado, pois este método é a forma mais

comum de recuperar queixas subjetivas, na prática clínica. Foram recrutados

30 participantes com LBP, e, dos 57 itens do questionário, 56 apresentaram

concordância moderada no teste-reteste. Concordância moderada também

foi demonstrada em 51 dos 57 itens na comparação entre o questionário

auto-administrado e em condições administradas por um fisioterapeuta.

Page 34: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

31

4. MÉTODO

4.1. DELINEAMENTO DO ESTUDO

Com o objetivo de proceder ao teste de reprodutibilidade de uma das

dimensões do instrumento denominado Condições de Produção Vocal do

Professor (CPV-P), foi realizado um estudo transversal observacional,

recomendado por PEREIRA (2005), para pesquisa desta natureza.

O projeto foi submetido à apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa

da PUC-SP e aprovado sob nº. 127/2008 (Anexo 2), com o intuito de garantir

a proteção de direitos humanos, conforme Resolução 196/96 (Brasil, 1996).

Garantiu-se o caráter voluntário do sujeito, no estudo, podendo este, a

qualquer momento, interromper sua participação. As informações coletadas

tiveram caráter sigiloso, com todos os dados tratados de forma individual e

confidencial, sendo que os resultados coletivos serão divulgados

cientificamente, conforme Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(Anexo 3).

4.2. POPULAÇÃO E LOCAL DE REALIZAÇÃO DO ESTUDO

Foram analisados professores da rede municipal de ensino da cidade

de São Paulo, que procuraram pelo serviço de Fonoaudiologia do Hospital

do Servidor Público Municipal, com queixa vocal. A partir da constatação de

que a maioria dos que procuram por este serviço são do sexo feminino e que

este sexo apresenta maior prevalência de distúrbio vocal em comparação

com o masculino (ROY et al., 2004), optou-se por pesquisar apenas as

professoras.

Page 35: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

32

4.3. CÁLCULO DO TAMANHO DA AMOSTRA

Como não existia estudo de literatura para estimar o cálculo do

tamanho da amostra, foi estabelecido um convite a todas as professoras que

procuraram o HSPM, no período compreendido entre fevereiro de 2008 e

agosto de 2009.

Foram selecionadas todas as que responderam uma primeira vez ao

questionário e tiveram disponibilidade de retornar, depois de quinze dias,

para responder uma segunda vez. Ao final do período, 36 participantes

fizeram parte da amostra.

4.4. INSTRUMENTO DE PESQUISA

O questionário de autorreferência, denominado Condições de

Produção Vocal do Professor (CPV-P) (FERREIRA et al., 2007),

disponibilizado no Anexo 1, é um instrumento amplo, composto por 84

questões subdivididas em cinco dimensões. Para esta pesquisa, foi

selecionada a dimensão referente à identificação do sujeito e aos aspectos

vocais, conforme explicitado na Introdução.

Da identificação do sujeito fazem parte as questões 1 a 8 (sendo as

questões 1 a 3 identificação da escola e 4 a 8 identificação do entrevistado)

e da dimensão aspectos vocais fazem parte as questões referentes a

sintomas vocais (questão 76); sensações laringofaríngeas (questão 77);

hábitos vocais no trabalho (questão 82) e aspectos vocais de natureza

diversa (questões 78,79,80,83 e 84).

Page 36: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

33

As questões do instrumento são, em sua maioria, de múltipla escolha,

com as seguintes modalidades de resposta:

− do tipo dicotômico: “sim/não” (questões 78, 79, 80, 84);

− do tipo que permite levantar a frequência do aspecto a ser

analisado, por meio de respostas: “nunca”, “raramente”, “às

vezes”, “sempre” e “não sei” (questões 76, 77, 82, 83).

4.5. PROCEDIMENTOS

Após aprovação do Comitê de Ética, a pesquisa contou com

aproximadamente 100 questionários (Anexo1) respondidos por professoras

da rede municipal de São Paulo, que compareceram à Clínica de

Otorrinolaringologia do Hospital do Servidor Público Municipal, com queixa

de alteração vocal e concordaram em participar do estudo (Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido – Anexo 3). Ao ser constatada a

necessidade de terapia fonoaudiológica, foi realizado agendamento, em fila

de espera, conforme a rotina do serviço.

Destas, 36, de fato, compareceram para realizar a fase reteste.

Acredita-se que a redução deste número foi decorrente da necessidade do

participante ter que retornar, após quinze dias, para novo preenchimento do

questionário. Dessa forma, houve perdas e recusas, na coleta de dados, e

muitas professoras, por motivos particulares (distância entre o trabalho e o

hospital, falta de liberação do superior ou recursos financeiros, entre outros),

participaram do teste, mas não compareceram no reteste.

Com o intuito de evitar viés de seleção de amostra, todas as

professoras foram abordadas diretamente pela pesquisadora, de forma

independente, sem conhecimento prévio de sua história clínica e sem

participação ou influência do profissional, no processo de contato com a

participante.

Page 37: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

34

A coleta de dados foi realizada com a professora que estivesse na fila

de espera sendo convocada para o atendimento fonoaudiológico. Cada

educadora que comparecia para avaliação fonoaudiológica perceptivo-

auditiva da voz e avaliação otorrinolaringológica foi convidada a participar da

pesquisa.

Foi estabelecido que o sujeito em tratamento fonoaudiológico seria

aceito para este estudo, se tivesse participado em até dois atendimentos,

para dessa forma, não influenciar ou comprometer as respostas do

questionário.

Após explicação de todo o procedimento da pesquisa (teste-reteste),

aquela que consentiu em participar, foi orientada, pela pesquisadora, a

preencher o questionário, conforme seu entendimento. Este procedimento

levou, em média, 35 minutos e as participantes foram orientadas a, em caso

de dúvida, anotá-la em uma folha de papel sulfite e entregá-la, juntamente

com o questionário, pois a pesquisadora não poderia influenciar nas

respostas das participantes.

Ainda assim, quando ocorriam dúvidas sobre o que responder, o

procedimento adotado foi devolver a pergunta feita, e orientá-la, mais uma

vez, que respondesse conforme seu entendimento, para evitar influência na

resposta por parte da pesquisadora.

O reteste (2ª aplicação do questionário) foi realizado, com cada

professora, após 15 dias da 1ª aplicação, com as mesmas condições e

procedimentos do teste.

Considerando que o questionário em estudo vem sendo aplicado, por

diversos autores, e diferentes ajustes têm sido realizados (LARDARO 2002,

FERREIRA et al., 2003; SIMÕES e LATORRE, 2006), foi desconsiderada a

etapa pré-teste, e partiu-se diretamente para o procedimento teste-reteste.

Page 38: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

35

4.6. VARIÁVEIS DE ESTUDO

4.6.1. Variáveis da caracterização da população de estudo:

• I. Identificação da escola: questões 1 a 3 (nome, telefone e

endereço da escola);

• II. Identificação do entrevistado: questões 4 a 8 (nome, data

de nascimento, sexo, estado civil e escolaridade);

• III. Situação funcional: questões 9, 11, 13, 15 e 17 (há quanto

tempo você é professora; em quantas escolas você trabalha

atualmente; a escola é de Educação Infantil, Ensino

Fundamental, Ensino Médio e Superior; qual seu vínculo na

escola; quantas horas por semana você permanece com os

alunos);

4.6.2. Variáveis que foram testadas na reprodutibilidade:

• IV. Sintomas vocais: questão 76, quais sintomas você possui

atualmente (rouquidão, perda da voz, falha na voz, falta de ar,

voz fina, voz grossa, voz variando grossa/fina, voz fraca,

outros, quais);

• V. Sensações laringofaríngeas: questão 77, quais sensações

na garganta você possui, atualmente (picada na garganta,

areia na garganta, bola na garganta, pigarro, tosse seca, tosse

com catarro, dor ao falar, dor ao engolir);

• VI. Aspectos vocais de natureza diversa: questões 78, 79,

80, 83, 84 (já faltou ao trabalho devido a alterações na voz,

quantos dias, em média, ficou afastada; você está satisfeita

com sua voz, se não está satisfeita, o que mudaria; você já

recebeu alguma orientação sobre cuidados com a voz; existem

casos de alteração de voz na sua família, se sim, quem, se

sim, qual o problema);

Page 39: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

36

• VII. Hábitos vocais no trabalho: questão 82, quanto aos seus

hábitos vocais, no trabalho, você costuma (poupar a voz

quando não está como os alunos, gritar, falar muito falar em

lugar aberto, falar realizando atividade física, falar carregando

peso, beber água durante o uso de voz).

4.7. ANÁLISE ESTATÍSTICA

Após o procedimento de teste-reteste, os dados coletados foram

digitados, duplamente, utilizando-se o software Epi-Info, versão 6.04, para

DOS. Foi realizada a consistência de dados por meio do comando validate

do mesmo software, e todas as análises estatísticas foram realizadas no

programa SPSS, versão 10.0, para Windows.

As variáveis foram analisadas de forma descritiva e comparadas

quanto à situação teste-reteste, por meio do teste Kappa, com o objetivo de

verificar concordância entre os resultados das duas aplicações do

instrumento. As variáveis que não apresentaram um mínimo de cinco

eventos, em cada casela, não foram submetidas ao cálculo de concordância

Kappa.

Para o cálculo do Kappa, as questões com frequência “nunca”,

“raramente” e “não sei” foram agrupadas no grupo NÃO, e as questões com

frequência “às vezes” e “sempre” foram agrupadas no grupo SIM.

Existem formas diferentes de interpretar os resultados do Kappa,

como medida de concordância. Para esta pesquisa, foram utilizados os

pontos de corte propostos por PEREIRA (2005), a saber: Concordância

perfeita = 1,00; Concordância ótima de 0,81 a 0,99; Concordância boa de

0,61 a 0,80; Concordância regular de 0,41 a 0,60; Concordância sofrível de

0,21 a 0,40; Concordância fraca de 0,00 a 0,20 e Concordância ruim < 0,00.

A análise foi considerada estatisticamente significativa quando p < 0,05.

Page 40: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

37

5. RESULTADOS

5.1. CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO

A Tabela 1 apresenta a amostra, segundo as variáveis descritivas. A

população foi composta por 36 professoras da rede municipal de São Paulo,

a maioria com escolaridade superior (91,7%) e atuando em classe definida

(80,6%). Mais da metade tem entre 11 e 20 anos de profissão (55,5%); em

apenas uma escola (58,3%); de educação infantil (61,1%). Um pouco menos

da metade é casada (47,2%) e quase um terço trabalha mais de 40h

semanais (27,8%).

Page 41: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

38

Tabela 1 – Distribuição da amostra segundo variáveis descritivas

Variáveis n (%)

Sexo Feminino 36 (100)

Estado civil Solteira 12 (33,3)

Casada 17 (47,2)

Separada 7 (19,4)

Escolaridade Superior completo 33 (91,7)

Superior em andamento 2 (5,6)

outra 1 (2,8)

Tempo de profissão 2 a 10 anos 9 (25)

11 a 20 anos 20 (55,5)

21 a 28 anos 7 (19,5)

Número de escolas em que trabalha Uma escola 21 (58,3)

Duas escolas 15 (41,7)

Carga horária semanal Menos de 10 horas 5 (13,9)

De 10 a 20 horas 6 (16,7)

De 20 a 30 horas 9 (25,0)

De 30 a 40 horas 6 (16,7)

Mais de 40 horas 10 (27,8)

Tipo de escola Educação Infantil Municipal 22 (61,1)

Fundamental Municipal 14 (38,9)

Vínculo com a escola Classe definida 29 (80,6)

Substituta 2 (5,6)

Substituta e com classe definida 4 (11,1)

Substituta e readaptada temporariamente 1 (2,8)

TOTAL 36 (100)

Page 42: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

39

5.2. CARACTERIZAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS VOCAIS

A Tabela 2 apresenta as medidas de confiabilidade dos sintomas

vocais do questionário CPV-P. O sintoma vocal que apresentou maior

medida de confiabilidade foi voz grossa (k = 0,74), seguido de falha na voz

(k = 0,71) e voz fraca (k = 0,64). E o de menor medida de confiabilidade foi

rouquidão (k = 0,52). Algumas variáveis, a saber, perda da voz, falta de ar

ao falar, voz fina e voz variando grossa/fina, não foram submetidas ao

cálculo de concordância Kappa porque não apresentaram um mínimo de

cinco eventos em cada casela.

Tabela 2 – Medidas de confiabilidade de sintomas vocais do questionário CPV-P

Sintoma Concordância Concordância bruta Coeficiente Kappa P

Ausência n (%)

Presença n (%)

n (%)

Rouquidão 9 (25) 19 (52,8) 28 (78,8) 0,52 <0,001

Perda da voz 28 (77,8) 1 (2,8) 29 (80,6) − * −

Falha na voz 19 (52,8) 12 (33,3) 31 (86,6) 0,71 <0,001

Falta de ar ao falar 35 (97,2) 1 (2,8) 36 (100) − −

Voz fina 34 (4,4) 1 (2,8) 35 (7,2) − −

Voz grossa 27 (75) 6 (16,7) 33 (91,7) 0,74 <0,001

Voz grossa/fina 32 (89,9) 3 (8,3) 35 (97,2) − −

Voz fraca 27 (75) 5 (13,9) 32 (89,9) 0,64 <0,001

* Cálculo não efetuado por não apresentar um mínimo de cinco eventos em uma das caselas.

Page 43: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

40

A Tabela 3 apresenta as medidas de confiabilidade das sensações

laringofaríngeas que fazem parte da dimensão vocal do questionário CPV-P.

A que apresentou maior medida de confiabilidade foi dor ao falar (k = 0,59);

seguida de esforço ao falar (k = 0,55); ardor na garganta e garganta seca

(ambas com k = 0,52); cansaço ao falar (k = 0,50) e bola na garganta (k =

0,46). A que apresentou menor medida foi o pigarro (k = 0,36). E outras

variáveis, a saber, picada na garganta, areia na garganta, tosse seca, tosse

com catarro, dor ao engolir, dificuldade de engolir e catarro na garganta, não

foram submetidas ao cálculo de concordância Kappa porque não

apresentaram um mínimo de cinco eventos em cada casela.

Tabela 3 – Medidas de concordância das sensações laringofaríngeas do questionário CPV-P

Sensação Laringofaríngea

Concordância Concordância

bruta Coeficiente Kappa

p

Ausência n (%)

Presença n (%)

n (%)

Picada na garganta 29 (80,6) 1 (2,8) 30 (83,4) – * –

Areia na garganta 30 (83,3) – 30 (83,3) – –

Bola na garganta 24 (66,7) 5 (13,9) 29 (80,6) 0,46 <0,001

Pigarro 22 (61,1) 5 (13,9) 27 (75) 0,36 <0,001

Tosse seca 30 (83,3) 2 (5,6) 32 (88,9) – –

Tosse com catarro 34 (94,4) – 34 (94,4) – –

Dor ao falar 26 (72,2) 5 (13,9) 31 (86,1) 0,59 <0,001

Dor ao engolir 32 (88,9) – 32 (88,9) – –

Dificuldade em engolir 32 (88,9) – 32 (88,9) – –

Ardor na garganta 22 (61,1) 7 (19,4) 29 (80,5) 0,52 <0,001

Catarro garganta 27 (75) 4 (11,1) 31 (86,1) – –

Garganta seca 18 (50) 10 (27,8) 28 (77,8) 0,52 <0,001

Cansaço ao falar 13 (36,1) 14 (38,9) 27 (75) 0,50 <0,001

Esforço ao falar 13 (36,1) 15 (41,7) 28 (77,8) 0,55 <0,001

* Cálculo não efetuado por não apresentar um mínimo de cinco eventos em uma das caselas.

Page 44: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

41

A Tabela 4 apresenta as medidas de confiabilidade dos hábitos vocais

no trabalho, que fazem parte da dimensão vocal do questionário CPV-P. O

hábito vocal que apresentou maior medida de confiabilidade foi beber água

durante a aula (k = 0,88), seguido de poupar a voz quando não está com

alunos (k = 0,74). O que registrou menor medida de confiabilidade foi falar

em lugar aberto (k = 0,41). Os demais hábitos vocais no trabalho, a saber,

gritar no trabalho, falar muito durante o trabalho, falar realizando atividade

física e falar carregando peso, não foram submetidos ao cálculo de

concordância Kappa por não apresentarem um mínimo de cinco eventos em

cada casela.

Tabela 4 – Medidas de Concordância de Hábitos Vocais do Questionário CPV-P

Hábitos Vocais Concordância Concordância

bruta Coeficiente Kappa

p

Ausência n(%)

Presença n(%)

n(%)

Beber água durante aula 15 (41,7) 19 (52,8) 34 (94,5) 0,88 <0,001

Poupar a voz quando não está com alunos 21 (58,3) 11 (30,6) 32 (88,9) 0,75 <0,001

Gritar no trabalho 33 (91,7) 1 (2,8) 34 (94,5) – * –

Falar muito durante no trabalho 4 (11,1) 29 (80,6) 33 (91,7) – –

Falar em lugar aberto 17(47,2) 9 (25) 26 (72,2) 0,41 <0,001

Falar realizando atividade física 23 (63,9) 2 (5,6) 25 (69,5) – –

Falar carregando peso 31 (86,1) 2 (5,6) 33 (91,7) – –

* Cálculo não efetuado por não apresentar um mínimo de cinco eventos em uma das caselas.

Page 45: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

42

A Tabela 5 apresenta as medidas de confiabilidade dos aspectos vocais de

natureza diversa, que fazem parte da dimensão vocal do questionário CPV-

P. O aspecto vocal que apresentou maior índice de confiabilidade foi faltar

ao trabalho por problemas de voz (k = 0,86) e o que apresentou menor

índice foi ter recebido orientação sobre saúde vocal (k = 0,54). As demais

variáveis, a saber, realizar, fora do trabalho, atividade que exija uso da voz;

estar satisfeita com sua voz; casos de alteração de voz na família não foram

submetidas ao cálculo de concordância Kappa por não apresentarem um

mínimo de cinco eventos em cada casela.

Tabela 5 – Medidas de concordância dos aspectos vocais de natureza diversa do questionário CPV-P

Aspectos vocais de natureza diversa

Concordância Concordância

bruta Coeficiente Kappa

p

Ausência n(%)

Presença n(%)

n(%)

Receber orientação saúde vocal 9 (25) 20 (55,6) 29 (80,6) 0,54 <0,001

Fora do trabalho realiza atividade que exige a voz

27 (75) 4 (11,1) 31 (86,1) – * –

Faltar ao trabalho por problema de voz

9 (25) 25(69,4) 34 (94,5) 0,86 <0,001

Estar satisfeita com sua voz 32 (88,9) 2 (5,6) 34 (94,5) – –

Existir casos de alteração de voz na família

32 (88,9) 3 (8,3) 35 (97,2) – –

* Cálculo não efetuado por não apresentar um mínimo de cinco eventos em uma das caselas.

Page 46: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

43

A Tabela 6 apresenta o índice de concordância Kappa da dimensão

aspectos vocais do questionário CPV-P. Os resultados das variáveis com

índice de concordância ótima foram: beber água durante a aula e faltar ao

trabalho por problema de voz. As variáveis que tiveram índice de

concordância boa foram: falha na voz, voz grossa, voz fraca e poupar a voz.

As variáveis: rouquidão, bola na garganta, ardor na garganta, dor ao falar,

garganta seca, cansaço ao falar, esforço ao falar e falar em lugar aberto

tiveram medidas de concordância com ponte de corte regular. O resultado

da medida de concordância que teve ponto de corte sofrível foi o pigarro.

Tabela 6 – índice de concordância Kappa da dimensão vocal do questionário CPV-P

Concordância perfeita

Concordância ótima

Concordância boa

Concordância regular

Concordância sofrível

Concordância fraca

– * Beber água Falha na voz Rouquidão Pigarro –

Faltar ao trabalho por

problema de voz Voz grossa

Bola na garganta

Voz fraca Ardor na garganta

Poupar a voz Dor ao falar

Garganta seca

Cansaço ao falar

Esforço ao falar

Falar em lugar

aberto

*Não houve cálculo de variável neste ponto de corte.

Page 47: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

44

6. DISCUSSÃO

O presente estudo é pioneiro, na Fonoaudiologia, e o primeiro a

investigar a reprodutibilidade de questões referentes às características

vocais.

Considerou, para análise, o instrumento denominado Condições de

Produção Vocal do Professor (CPV-P), questionário de autorreferência,

elaborado no Brasil a partir das queixas dos professores em atendimento

fonoaudiológico de um hospital público de São Paulo (FERREIRA et al.,

2007).

Este questionário tem sido um instrumento utilizado para a realização

de estudos epidemiológicos com profissionais da voz, a fim de caracterizar a

população (SIMÕES, 2001; ZENARI, 2006; LIMA, 2008) e, em alguns casos,

tem subsidiado intervenções preventivas referentes a políticas públicas

(SESI, 2000; SOUZA, 2003).

Apesar de este instrumento ser específico para avaliar a condição

vocal do professor, a dimensão denominada aspectos vocais, pode ser

aplicada em qualquer profissional da voz, e não apenas no professor. Este

foi um dos motivos que mobilizou a realização desta dissertação.

A aplicação deste questionário, como instrumento de pesquisa, é um

recurso bem vantajoso, pois pode ser administrado com a mínima

dificuldade, sendo prático para grandes amostras, ou mesmo quando

necessário a aplicação de mais de um questionário. Em estudos

epidemiológicos, a qualidade dos dados coletados representa um dos

aspectos de maior relevância, bem como a validação do método a ser

empregado (LESSA, CAVALHEIRO e FERRITE, 2009).

Analisar a reprodutibilidade é o primeiro passo para conhecer a

acurácia de um instrumento. Uma das formas de avaliar a reprodutibilidade é

realizar o teste-reteste, e esta técnica permite analisar se resultados

Page 48: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

45

semelhantes são obtidos quando o instrumento é aplicado sob as mesmas

condições metodológicas, mas em momentos diferentes (GRIEP et al.,

2003).

Neste estudo, na caracterização da população estudada, percebe-se

que a maioria das professoras era casada, dado também evidenciado em

estudos de (SIMÕES, 2001; LIMA (2002); FERREIRA et al. (2003); ZENARI

(2006) e LIMA (2008), que tiveram como instrumento de coleta o CPV-P.

Com relação à escolaridade, a maioria possuía curso superior,

situação também encontrada nas pesquisas realizadas por FERREIRA et al.

(2003); ZENARI (2006); THOMÉ (2007) e LIMA (2008). Este índice,

provavelmente, é reflexo da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei nº

9.394, de 20/12/1996), que exige que todos os professores possuam nível

superior para atuarem, inclusive na educação básica.

Quanto ao número de escolas em que atuam, as professoras citaram

trabalhar em apenas uma escola, achado semelhante aos estudos

desenvolvidos por SOUZA e FERREIRA (2000); (SIMÕES (2001);

FERREIRA et al. (2003); FERREIRA e BENEDETTI (2007), com

predominância em escola de educação infantil.

As professoras tinham entre 11 e 20 anos de profissão, tempo

semelhante ao encontrado nos estudos realizados, em realidade nacional

(ORTIZ, LIMA e COSTA , 2004; LIMA, 2008) e também internacional por

(KOOIJMAN et al., 2006). Verificou-se, ainda, que 27,7% trabalham mais de

40 horas semanais, resultado que confirma o achado encontrado na

pesquisa de LIMA (2008).

Não houve dúvida, por parte das professoras, em relação às questões

da dimensão vocal, analisadas na reprodutibilidade teste-reteste. O

comentário preenchido na folha de sulfite, e devolvido junto com o

questionário, foi em relação ao número total de questões (84). A maioria

julgou o instrumento extenso.

Page 49: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

46

Das 33 questões da dimensão aspectos vocais, que fazem parte do

instrumento denominado Condições de Produção Vocal do Professor (CPV-P), 15

foram analisadas, uma vez que nas demais não houve resposta em número

suficiente que permitisse análise.

Das 15 analisadas, 6 tiveram de ótima a boa concordância, e, destas,

2 são referentes a hábitos, 3 a sintomas e 1 à interferência do problema de

voz na atuação profissional. Outras 8 tiveram concordância regular, 1 de

sintoma vocal, e 7 de sensações laringofaríngeas e apenas uma

concordância sofrível (também de sensação laringofaríngeas).

Ao comentar o hábito de beber água, é importante lembrar que a

Fonoaudiologia, especialmente na área da voz, desde a década de 70, tem

procurado orientar a população em geral sobre o hábito de ingerir água,

apontando esta prática como benéfica para a prevenção de alterações de

voz (FERREIRA, 2009). Tal prática ganhou força na década de 90, quando o

fonoaudiólogo além de se preocupar com a saúde vocal de seus clientes

ampliou sua atuação para atendimento aos “profissionais da voz”.

Dentre as questões analisadas, os hábitos de beber água e poupar a

voz foram os que obtiveram maior concordância. Interessante evidenciar

que, na literatura que aborda a reprodutibilidade na área da saúde, percebe-

se maior concordância quando a questão que está em análise refere-se a

hábitos de vida. As questões de hábitos, pesquisadas por profissionais da

saúde, também costumam apresentar boa concordância, como pode-se

evidenciar nos estudos de MATARAZZO et al. (2006); CHELL APPA e

ARAÚJO (2007) e PINELLI; TURRIONI e LOFFREDO (2008).

Embora hábitos e comportamentos relacionados à saúde sejam

culturalmente mediados, formas pessoais podem fazer parte deste processo

(CHOR, 1999). Um hábito, para ser incorporado ao cotidiano, necessita de

tempo, no qual o sujeito se depara* com dificuldades para mudar padrões

estabelecidos anteriormente. Desta forma, ao ser questionado pela presença

Page 50: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

47

de um determinado comportamento habitual, num primeiro momento,

certamente, o mesmo continuará presente 15 dias depois.

Quando a análise das questões de hábitos são comparadas às de

sintomas, a concordância parece ser menor, segundo TIBAEK et al. (2006);

GOMES, CALDERON e CONTI (2008), entre outros.

Os sintomas vocais que tiveram melhor resultado de concordância

Kappa foram: falha na voz, voz grossa e voz fraca, todos com índice de boa

concordância (k = 0,61 a 0,80). Algumas pesquisas, realizadas na área da

saúde, para analisar diferentes sintomas, também chegaram a este índice

SALERNO et al. (2001); TIBAEK et al. (2006); LEITE, WAISSMANN e

VEGGI (2007b); GOMES CALDERON e CONTI (2008).

Por outro lado, outros sintomas/sensações (bola na garganta, ardor

na garganta, dor ao falar, garganta seca, cansaço ao falar, esforço ao falar e

pigarro e o hábito de falar em lugar aberto) apresentaram resultados com

concordância regular (no caso de pigarro, sofrível), fato também apontado

na literatura da área da saúde, que analisa sintomas diversos.

ROSECRANCE et al. (2002) que pesquisaram sintomas osteomusculares;

CAMPOS, MANZIANO e ANDRADE (2003) que estudaram o estado

funcional da Síndrome do Túnel do Carpo e CAMPOS et al. (2007) que

analisaram o diagnóstico psicológico e psicossocial dos indivíduos com

distúrbios temporomandibulares.

Tal fato parece apontar que a análise da reprodutibilidade de

questões referentes a sintomas funcionais leva à instabilidade das

respostas, uma vez que o intervalo de quinze dias – período estabelecido

nesta pesquisa e também em outras, como, por exemplo, ROSECRANCE et

al. (2002); SALVO (2002); MATZA et al. (2005); LEITE; WAISSMANN e

VEGGI (2007a e b); FERREIRA e VEIGA (2008) – pode determinar a

mudança das sensações percebidas. Em especial no caso de professores,

há relatos de situações que podem comprometer, mais ou menos, o uso da

Page 51: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

48

voz, como, por exemplo, ambiente e ritmo de trabalho estressantes;

presença de fatores como agressão, indisciplina, brigas e pichações;

material de trabalho insuficiente e inadequado; presença de poeira e fumaça

no local, entre outros. Estes são fatores citados, comumente, em pesquisas

que analisam os fatores de risco para o trabalho docente (FERREIRA et al.,

2003; GIANNINI e PASSOS, 2006).

Vale ressaltar que a variável “voz grossa” pode ter obtido melhor

concordância do que a variável “rouquidão”, uma vez que ambas podem ter

o mesmo significado, e o leigo acaba por ter mais facilidade para identificar

uma voz grossa do que rouca.

Assim, pode-se levantar a hipótese de que os resultados de

concordância, obtidos no teste-reteste, não foram melhores porque a maioria

das questões analisadas refere-se a sintomas decorrentes de doenças

funcionais (distúrbio de voz, em especial), que poderiam (ou não) estar

presentes no momento do teste e não confirmadas (ou sim) no reteste.

De acordo com a literatura (SATO, 2008), estas mudanças tendem a

diminuir a estimativa de reprodutibilidade, mesmo considerando o intervalo

estabelecido entre as duas aplicações.

Importante destacar que o questionário CPV-P parece ter servido para

as professoras no momento da coleta, como um instrumento de

sensibilização, uma vez que, muitos dos participantes relataram, no reteste,

que ao responder o teste, ficaram refletindo sobre as questões preenchidas

e sua resposta no reteste não havia sido a mesma, pois, após 15 dias,

estavam mais atentas às questões da dimensão vocal do que no momento

do preenchimento inicial. Assim, num intervalo de 15 dias, a professora,

mais atenta às questões de saúde, respondeu diferente do que no momento

do teste, fato que pode ter interferido no resultado de concordância.

Nesta direção, pode-se destacar o programa da Prefeitura do

Município de São Paulo, denominado Programa Municipal de Saúde Vocal

Page 52: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

49

(PMSV), que tem como prática a utilização do CPV-P como uma das formas

de sensibilizar o professor para o trabalho. Ao ingressar na escola municipal,

o professor é convidado a participar do programa, no qual vai preencher o

questionário CPV-P, receber orientação vocal (ação preventiva), participar

de oficinas (se houver necessidade de acompanhamento fonoaudiológico) e,

por último, realizar avaliação periódica (SOUZA, 2009).

CAMPOS, MANZIANO e ANDRADE (2003) sugerem que, ao elaborar

um questionário, suas propriedades de medidas precisam ser testadas e

validadas primeiro em um grupo de pacientes, para que, posteriormente,

possam ser utilizadas em estudos populacionais. E tal sugestão evidencia a

importância de dar continuidade a pesquisas metodológicas de

reprodutibilidade teste-reteste, com o CPV-P, junto a professores e outros

profissionais da voz, ou mesmo com a população em geral. Sugere-se, de

primeiro, a realização de estudo com amostra maior para que haja número

suficiente de respostas que permita a realização da análise estatística.

Na sequencia, recomenda-se a revisão da lista de sintomas e

sensações presentes no mesmo, para, de um lado, minimizar o tempo gasto

no preenchimento das questões, e, de outro, realizar, de fato, um

levantamento efetivo das queixas apresentadas pelos sujeitos.

Ao finalizar esta discussão, pretende-se trazer algumas questões

sobre os procedimentos metodológicos aplicados nesta pesquisa. Pode-se

destacar, inicialmente, a dificuldade na realização de pesquisa desta

natureza. Conforme apontam ROSECRANCE et al. (2002), uma alta

porcentagem de participantes não retorna para o momento do reteste e

estes autores estão se referindo à experiência americana, cuja população

tem mais familiaridade com pesquisas e maior entendimento sobre a

importância de colaborar com elas. O mesmo não é possível dizer com

relação ao Brasil. Infelizmente, perdeu-se muitos participantes que

preencheram, na primeira fase, e que não puderam fazer parte da pesquisa

por não terem retomado na segunda.

Page 53: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

50

Foi importante também o pesquisador acompanhar, pessoalmente, os

dois momentos da pesquisa, da mesma forma preconizada por CHELL

APPA e ARAÚJO (2007), para evitar viés na coleta de dados.

Page 54: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

51

7. CONCLUSÃO

Ao avaliar a reprodutibilidade das 33 questões da dimensão aspectos

vocais, que fazem parte do instrumento denominado Condições de Produção

Vocal do Professor (CPV-P), 18 não puderam ser analisadas porque não

apresentaram mínimo de 5 eventos. Das 15 analisadas, obteve-se ótima

concordância em 2 delas (beber água no trabalho e faltar ao trabalho por

problema de voz); boa concordância em 4 (falha na voz, voz grossa e voz

fraca, poupar a voz quando não está com alunos); regular concordância em

8 (rouquidão, bola na garganta, ardor na garganta, dor ao falar, garganta

seca, cansaço ao falar, esforço ao falar e falar em lugar aberto) e

concordância sofrível em uma (pigarro).

Os resultados indicaram que a dimensão dos aspectos vocais do

questionário Perfil das Condições Vocais do Professor (CPV-P) obteve, no

estudo de reprodutibilidade teste-reteste, para as questões analisadas, nível

de concordância entre regular e ótimo. A maioria dos coeficientes Kappa,

para os 15 itens do questionário, foram acima de 0,50 e os resultados

indicaram que estes sintomas, sensações e hábitos são confiáveis para uso

em estudos epidemiológicos.

Page 55: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

52

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Alves IAV. Perfil vocal de docentes do ensino municipal e privado na cidade de Jataí – Goiás. [Dissertação de Mestrado]. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo; 2002.

Arakaki FN; Ferreira, L.P.; Troni, C.R.; Lima, F.S. Condições de produção vocal de trabalhadores industriais: levantamento de dados na presença de riscos ocupacionais. Fono Atual (São Paulo), v. 36, p. 44-55, 2006.

Brasil. Conselho Nacional de Segurança. Aprovação das diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Resolução nº 196, 10 de outubro de 1996. Diário Oficial da União, Brasília, 1996.

Campos CC, Manziano GM, Andrade LB. Tradução e validação do questionário de avaliação de gravidade dos sintomas e do estado funcional na síndrome do túnel do carpo. Arq Neuro-Psiquiatr. 2003; 61:51-5.

Campos JADB, Carrascosa AC, Loffredo LCM, Faria JB. Consistência interna e reprodutibilidade da versão em português do critério de diagnóstico na pesquisa para desordens temporomandibulares (RDC/TMD – EIXO II). Rev Bras Fisioter. 2007; 11(6):451-459.

Chell Appa SL, Araújo JF. Confiabilidade e reprodutibilidade do questionário de hábitos em pacientes depressivos ambulatoriais. Rev Psiq Clín. 2007; 34 (5);210-214.

Chor D. Saúde pública e mudanças de comportamento: uma questão contemporânea. Cad. Saúde Pública [online]. 1999, vol.15, n.2 [cited 2010-01-15], pp. 423-425.

Cohen J. A coeficient of agreement for nominal scales. Ed Psycol Meas.1960; 20:37-46.

Coutinho SB. Sintomas vocais em trabalhadores de uma usina de álcool e açúcar. [Dissertação de Mestrado] São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. 2009.

Coze WA. Condições de produção vocal em trabalhadores de uma indústria metalúrgica. [Dissertação de Mestrado] São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. 2003.

Crespo CG. Alterações laríngeas, Sintomas vocais e aspectos autorreferidos de estresse em professores do ensino público. [Dissertação de Mestrado]. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. 2009.

Page 56: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

53

Dragone MLS, Behlau M. A Fonoaudiologia Brasileira e a voz do professor: olhares científicos no decorrer do tempo. Rev Fonoaudiologia Brasil, 2006; v. 4, n. 2. p. 1-3.

Ferreira LP, Benedetti PH. Condições de produção vocal de professores de deficientes auditivos. Rev CEFAC, 2007; 9(1): 79-89.

Ferreira LP, GIANNINI SPP, FIGUEIRA S, SILVA EE, KARMANN DF, SOUZA TMT. Condições de produção vocal de professores da prefeitura do município de São Paulo. Distúrbios da Comunicação, 2003; 14 (2):275-307.

Ferreira LP, GIANNINI SPP, LATORRE MRDO, ZENARI MS. Distúrbio de voz relacionado ao trabalho: proposta de um instrumento para avaliação de professores. Rev Dist Comum. 2007; 19(1):127-36.

Ferreira LP, Oliveira SMRP. Voz profissional: Produção Científica da Fonoaudiologia Brasileira. 1ª edição. São Paulo: SBFa., 2004.

Ferreira LP, Santos JG, Lima MFB. Sintoma vocal e sua provável causa: levantamento de dados em uma população Rev. CEFAC:2009 11(2):p 110-118.

Ferreira JES, Veiga GV. Confiabilidade (teste-reteste) de um questionário simplificado para triagem de adolescentes com comportamentos de risco para transtornos alimentares em estudos epidemiológicos. Rev Bras Epidemiol. 2008; 11(3):393-401.

Ford JJ, Story I, McMeeken J. The test–retest reliability and concurrent validity of the Subjective Complaints Questionnaire for low back pain. Manual Therapy. 2009; 14(3):283-291.

Giannini SPP, Passos MC. Histórias que fazem sentidos: as determinações das alterações vocais do professor. Dist Comum. 2006; 18(2): 245-257.

Gomes VM, Conti PCR, Calderon PS. Avaliação da reprodutibilidade de diferentes escalas de dor em pacientes portadores de odontalgia. In: 16o Simpósio Internacional de Iniciação Científica da USP SIICUSP, Resumo, 2008.

Griep RH, Chor D, Faerstein E, Lopes C. Confiabilidade teste-reteste de aspectos da rede social no Estudo Pró-Saúde. Rev Saúde Pública. 2003; 37:379-85.

Kooijman PGC, de Jong FICRS, Thomas G, Huinck W, Donders R, Graamans K, Schutte HK. RisK Factors for Voice Problems in Teachers. Folia Phoniatr Logop. 2006; 58: 159-74.

Landis LR, Koch GG. The measurement of observer a greement for categorical data. Biometrics. 1977; 33:159-74.

Page 57: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

54

Lardaro VC. Condições de produção vocal do professor: levantamento de dados junto a professores atendidos no Hospital do Servidor Público Municipal. [Iniciação Científica]. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. 2002.

Leite LHM, Waissmann W, Veggi AB. Desenvolvimento e reprodutibilidade de questionário para avaliar práticas e conhecimento em segurança alimentar de nutricionistas da área clínica Rev. Nutrição. 2007a; 20(4): 397-404.

__________. Reprodutibilidade de um questionário para avaliação de conhecimentos, percepções e práticas em segurança sanitária alimentar de portadores de HIV/AIDS ambulatoriais. Cad Saúde Pública. 2007b; 23(4):971-976.

Lessa F, Cavalheiro MTP, Ferrite S. Fonoaudiologia e Epidemiologia. In: Fernandes FDM, Mendes BCA, Navas ALPGP (Orgs.). Tratado de Fonoaudiologia. 2. ed. São Paulo: Rocca; 2009. p. 34-44.

Lima W. Perfil vocal e condições de trabalho de professores dos municípios de Vitória e Vila Velha/ES. [Dissertação de Mestrado]. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo; 2002.

Lima MFB. Sintomas vocais, alteração da qualidade vocal e laríngea em professores: Análise de instrumentos. [Dissertação de Mestrado]. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2008.

Matarazzo HCZ, Marchioni DML, Figueiredo RAO, Slater B, Neto JE, Filho VW. Reprodutibilidade e validade do questionário de freqüência de consumo alimentar utilizado em estudo caso-controle de câncer oral. Rev Bras Epidemiologia. 2006; 9(3):316-24.

Matza LS, Thompson CL, Krasnow J, Brewster-Jordan J, Zyczynski T, Coyne KS. Test-retest reliability questionnaire (OAB-q), patient perception of blader condition (PPBC), urgency questionarie (UQ), and the primary OAB symptom questionnaire (POSQ). Neurourol Urodyn. 2005; 24(3):215-25.

Mendelson BK, Mendelson MJ, White DR. Body steam scale for adolescence and adult. Journal of Pearsonality Assessment. 2001; 76(1): 90-106.

Menezes PR, Nascimento AF. Validade e Confiabilidade das Escalas de Avaliação em Psiquiatria. In: Gorenstein G, Andrade LHG, Zuard AW, editores. Escalas de avaliação clínica em Psiquiatria e Psicofarmacologia. 1ª Ed. São Paulo; Lemos Editora; 2000.p. 23-8.

Oliveira RH. Voz profissional: conhecendo o perfil vocal de locutores de varejo de Belém do Pará. [Monografia de Especialização]. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. 2002.

Page 58: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

55

Ortiz E, Lima EA, Costa EA. Saúde vocal de professores da Rede Municipal de Ensino de cidade do interior de São Paulo. Revista Brasileira de Medicina do Trabalho, Vol.2, nº 4, p.263-266, out/dez 2004.

Pereira MG. Epidemiologia Teoria e Prática, 8a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2005.

Pinelli C, Turrioni APS, Loffredo LCM. Autopercepção em higiene bucal de adultos: reprodutibilidade e validade. Rev de Odontologia da UNESP. 2008;37(2):163-169.

Polit DF, Hungler BP. Fundamentos de pesquisa em enfermagem. Porto Alegre: Artes Médicas; 1995. Qualidade dos dados. 3 ed. p. 199-219.

Rosecrance JC, Ketchen KJ, Merlino LA, Anton DC, Cook TM. Test-retest reliability of a self-administered musculoskeletal symptoms and job factors questionnaire used in ergonomics research. Applied occupational and environmental hygiene. 2002; 17(9):613-621.

Roy N, Merril RM, Thibeault S, Gray SD, Smith EM. Voice disorders in teachers and the general population: effects on work performance, attendance, and future career choices. J Speech Lang Hear Res. 2004; 44:542-52.

Salerno DF, Franzblau A, Armstrong TJ, Werner RA, Becker MP. Test-retest reliability of the Upper Extremity Questionnaire among keyboard operators. American journal of industrial medicine. 2001; 40(6):655-666.

Salvo VLMA, Gimeno SGA. Reprodutibilidade e validade do questionário de frequência de consumo de alimentos. Rev Saúde Pública. 2002; 36(4): 505-12.

Santos J G. Sintoma vocal x causa: levantamento de dados na população geral [Monografia]. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. 2005.

Sato FP. Validação da versão em português de um questionário de autismo infantil. [Dissertação de Mestrado]. São Paulo: Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. 2008.

SESI – Serviço Social da Indústria. Projeto saúde vocal: relatório técnico. São Paulo; 2000.

Simões M. Prevalência de disfonia e estudo de seus fatores associados em educadores de creche. [Dissertação de Mestrado] São Paulo: Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, 2001.

Page 59: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

56

Simões M, Latorre MRDO. Prevalência de alteração vocal em educadoras e sua relação com a auto-percepção. Rev Saúde Pública 2006; 40(6):1013-8.

Simões M, Latorre MRDO, Bitar ML. Uso profissional da voz por educadores de creches – achados preliminares. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2000; 7:28-35.

Souza TMT de. Condições de produção vocal de professor da prefeitura do município de São Paulo. Distúrbio Comum 2003; 14 (2); 275-307.

__________. Distúrbio de Voz relacionado ao trabalho na prefeitura municipal de São Paulo - Anais do II Seminário Nacional de Voz (CEREST SP) e XIX Seminário de Voz da PUC-SP; 2009.

Souza TMT, Ferreira LP. Caracterização vocal dos Professores do município de São Paulo – DREM 5. In Ferreira LP, Costa HO. Voz Ativa: Falando sobre o profissional da voz. São Paulo: Rocca, 2000.

Thomé CR. A voz do professor: relação entre distúrbio vocal e fatores psicossociais do trabalho [Dissertação de Mestrado]. São Paulo: PUC; 2007.

Tibaek S, Jensen R, Klarskov P, Iversen HK, Gard G. The Danish Prostatic Symptom Score (DAN-PSS-1) questionarie is reliable in stroke patients. Neurourology and urodynamics. 2006; 25(4):319-323.

VII Seminário de Voz da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), 1997. Disponível em: <www.pucsp.com.br/laborvox/seminario.htm> Acesso em: 20/02/2008.

Zenari MS. Voz de educadoras de creche: análise dos efeitos de um programa de intervenção fonoaudiológica [Tese de Doutorado]. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública da USP; 2006.

Page 60: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

57

9. OBRAS CONSULTADAS

Almeida Filho N. Epidemiologia sem números: uma introdução crítica à ciência epidemiológica. Rio de Janeiro: Campos; 1989.

Bakker IM, Terluin B, Van M, Harm WJ, Mechelen W, Stalman WAB. Test-retest reliability of the PRIME-MD: limitations in diagnosing mental disorders in primary care. European Journal of Public Health. 2009; 19(3):303-307.

CEREST – Centro de Referência em Saúde do Trabalhador. Distúrbios de voz relacionados ao trabalho. Boletim Epidemiológico Paulista. São Paulo, n. 26, fev/2006. Disponível em: <http://cve.saude.sp.gov.br/agencia/bepa26.htm> Acesso em: 18/09/2008

Di Eugenio B, Glass M. Kappa: A Second Look. Computacional Linguistics. 2004; 30(1):95-101.

Ferreira LP, Akutsu CM, Luciano P, Viviano NDAG. Condições de produção vocal de teleoperadores: correlação entre questões de saúde, hábitos e aspectos vocais. Rev. Soc. Bras. Fonoaudiol.; 2008; 13(4):307-15.24

Gervasoni N, Weber RB, Miguez M, Dubuis V, Bizzini V, Gex-Fabry M, Bondolfi G, Aubry JM. Performance of the Mood Disorder Questionnaire (MDQ) according to bipolar subtype and symptom severity. European Psychiatry: The Journal of the Association of European Psychiatrists. 2009; 24(5):341-344.

Guerra JR. Sintomas vocais e possíveis causas em estudantes universitários de São Paulo. [Dissertação de Mestrado] - São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. 2005.

Horn SD, Horn RA. Reliability and validity of the severity of illness index. Med Care. 1986; 24(2):159-78.

Mak HKF, Yau KKW, Chan BPL. Prevalence-adjusted Bias-adjusted. Values as Additional Indicators to Measure Observer Agreement [letter]. Radiology, v. 232 (1): 302-3, 2004.

Pereira MG. Aferição dos eventos. In: Pereira MG. Epidemiologia: teoria e prática. 2. ed. Rio Janeiro: Guanabara Koogan; 1999. p. 358-76.

Rao CR, Miller JP, Rao D.C. Handbook of statistics 27 – Epidemiology and Medical Statistics, 2007, p.115-6.

Rietveld T, Van Holt R. Statistical Techniques for the Study of Language an Language Behavior. Mouton De Gruyter, Berlin 1993.

Page 61: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

58

Souza TMT de. Apresentação do documento: distúrbio de voz relacionado ao trabalho. In: Anais do XIV Seminário de Voz da PUC-SP; 2004; São Paulo, BR. São Paulo: Laborvox – PUC-SP; 2004. p. 34-55.

Troya-Martín M, Blázquez-Sánchez N, Fernández-Canedo I, Pons-Palliser J, Perea-Milla E. Validation of a spanish questionnarie to evaluate habits, attitudes, and understanding of exposure to sunlight: “the beach questionnaire”. 2009; 100(7):586-595.

Viera J, Garret JM. Understanding Interobserver Agreement: the Kappa Statistic. Family Medicine, v. 37, 2005; (5):360-3.

XVI Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia. Centro de Convenções; Campos do Jordão/SP; 2008. ANAIS.

Page 62: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

59

ANEXOS

Page 63: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

60

ANEXO 1

Page 64: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

61

CONDIÇÃO DE PRODUÇÃO VOCAL DO PROFESSOR – CPV-P

Prezado professor: O questionário abaixo tem como objetivo fazer um levantamento das condições da voz do professor. Por gentileza, responda todas as questões fazendo um x no local indicado ou completando, quando solicitado. I – IDENTIFICAÇÃO DA ESCOLA 1 Escola:

2 Endereço:

3 Telefone:

II – IDENTIFICAÇÃO DO ENTREVISTADO 4 Nome:

5 Data de nascimento: / /

6 Sexo: 0. ( ) feminino 1. ( ) masculino

Estado Civil:

1. ( ) solteiro 3. ( ) separado, desquitado ou divorciado

7

2. ( ) casado ou qualquer forma de união 4. ( ) viúvo

Escolaridade:

1. ( ) superior completo; curso: 4. ( ) médio completo 6. ( ) fundamental completo

2. ( ) superior em andamento; curso: 5. ( ) médio incompleto 7. ( ) fundamental incompleto

8

3. ( ) superior incompleto 8. ( ) outro:

III – SITUAÇÃO FUNCIONAL 9 Há quanto tempo você é professor?

10 Em quantas escolas você já trabalhou em toda sua carreira?

11 Em quantas escolas você trabalha atualmente?

Além da escola, trabalha em outro local? 0. ( ) não 1. ( ) sim 12

12.1 Se sim; onde trabalha e o que faz?

A escola é Municipal Estadual Federal Particular

1. ( ) educação infantil

2. ( ) ensino fundamental

3. ( ) ensino médio

13

4. ( ) ensino superior

14 Há quanto tempo você atua nesta escola?

Page 65: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

62

Qual o seu vínculo na escola?

1. ( ) Professor com classe definida 5. ( ) Coordenador pedagógico

2. ( ) Professor substituto 6. ( ) Assistente de diretoria

3. ( ) Professor readaptado temporariamente 7. ( ) Diretor

4. ( ) Professor readaptado definitivamente 8. ( ) Outros. Qual?

4.1. Se readaptado, por qual motivo?

15

4.2. Se readaptado, há quanto tempo?

Qual(is) atividade(s) você desempenha atualmente na escola?

1. ( ) leciona 5. ( ) responsável pelo planejamento pedagógico

2. ( ) faz trabalho administrativo 6. ( ) é responsável pela biblioteca

3. ( ) cuida do recreio/entrada 7. ( ) outro. Qual?

16

4. ( ) atende público

Quantas horas por semana você permanece com os alunos?

1. ( ) menos de 10 horas 4. ( ) de 30 a 40 horas

2. ( ) de 10 a 20 horas 5. ( ) mais de 40 horas

17

3. ( ) de 20 a 30 horas 6. ( ) não atuo com alunos

0. nunca 1 raramente 2. às vezes 3. sempre 4. não sei

18 Seu ambiente de trabalho é calmo?

Você tem bom relacionamento com:

1. seus colegas

2. a direção da escola

3. os alunos

19

4. os pais dos alunos

20 Você tem liberdade para planejar e desenvolver as atividades?

21 Há supervisão constante?

22 O ritmo de trabalho é estressante?

23 Você tem tempo para desenvolver todas suas atividades na escola?

24 Você leva trabalho para casa?

25 Existe local adequado para descanso dos professores na escola? 0. ( ) não 1. ( ) sim

0. nunca 1. raramente 2. às vezes 3. sempre 4. não sei

26 Em caso de necessidade, você tem facilidade para se ausentar da sala?

Page 66: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

63

Quanto ao ambiente físico da escola:

27 A escola é ruidosa?

Se o local é ruidoso, o barulho vem: (pode indicar mais de um local)

1. ( ) do pátio da escola 4. ( ) de obras na escola 7. ( ) de aparelho de som / TV

2. ( ) da própria sala 5. ( ) da rua 8. ( ) outros:

28

3. ( ) de outras salas 6. ( ) da voz das pessoas

0. nunca 1. raramente 2. às vezes 3. sempre 4. não sei

29 O ruído observado é forte?

30 O ruído observado é desagradável?

31 A acústica da sala é satisfatória?

32 A sala tem eco?

Há poeira no local? 33

33. 1. Se sim, de que tipo?

Há fumaça no local? 34

34.1 Se sim, de que tipo?

35 Há umidade no local?

A temperatura da escola é agradável? 36

36.1. Por que?

37 O tamanho da sala é adequado ao número de alunos? 0. ( ) não 1. ( ) sim

38 Há espaço suficiente para sua movimentação? 0. ( ) não 1. ( ) sim

39 Os móveis (lousa, mesa) são adequados à sua estatura? 0. ( ) não 1. ( ) sim

0. nunca 1. raramente 2. às vezes 3. sempre 4. não sei

40 Você realiza esforço físico intenso?

41 Você carrega peso com freqüência?

42 O local tem iluminação adequada?

43 A limpeza da escola é satisfatória?

44 Há condição de higiene adequada nos banheiros?

Produtos de limpeza utilizados na escola lhe causam irritação?

45

Se sim, descreva que tipo de irritação:

0. nunca 1. raramente 2. às vezes 3. sempre 4. não sei

46 Há comprometimento dos funcionários com a manutenção e organização?

Page 67: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

64

47 Há material de trabalho adequado?

48 Há material de trabalho suficiente?

49 Você tem satisfação no desempenho da sua função na escola?

Você considera seu trabalho:

50 1. monótono

51 2. repetitivo

52 Há estresse em seu trabalho?

Assinale quais das situações de violência, relacionadas abaixo, já ocorreram na escola e com que freqüência:

0. nunca 1. raramente 2. às vezes 3. sempre 4. não sei

1. depredações

2. roubo de objetos pessoais

3. roubo de material da escola

4. ameaça ao professor

5. intervenção da polícia

6. manifestação de racismo

7. indisciplina em sala de aula

8. brigas

9. agressões

10. tiros

11. insultos

12. violência à porta da escola

13. violência contra os funcionários

14. problemas com drogas

53

15. pichações

54 Você acha que os fatores do ambiente de trabalho interferem na sua vida pessoal ou em sua saúde?

Quanto tempo, em média, você leva (independentemente do transporte):

1. de casa para o trabalho?

2. do trabalho para casa?

55

3. de um trabalho para outro (caso trabalhe em mais de um lugar)?

Page 68: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

65

IV – ASPECTOS GERAIS DE SAÚDE Em relação ao seu estado geral de saúde, você costuma ter:

0. nunca 1. raramente 2. às vezes 3. sempre 4. não sei

1. problemas digestivos

1.1. azia

1.2. refluxo

1.3. gastrite

1.4. outro:

2. problemas hormonais

3. problemas na coluna

4. problemas dentários

5. problemas circulatórios

6. problemas emocionais

Se sim, faz tratamento?

7. problemas respiratórios

0. nunca 1. raramente 2. às vezes 3. sempre 4. não sei

7.1. rinite

7.2. sinusite

7.3. amigdalite

7.4. faringite

7.5. laringite

7.6. bronquite

7.7. asma

7.8. resfriados

7.9. outros

Se sim, qual/quais?

8. problemas de audição

0. nunca 1. raramente 2. às vezes 3. sempre 4. não sei

8.1. dificuldade para ouvir

8.2. dor de ouvido

56

8.3. incômodo a sons ou ruídos

8.4. zumbido

Page 69: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

66

8.5. tonturas/vertigens

9. outros problemas de saúde

Se sim, qual/quais?

Você apresenta problema na fala? 0. ( ) não 1. ( ) sim 57

Se sim, que problema é esse?

Quanto à sua menstruação

0. nunca 1. raramente 2. às vezes 3. sempre 4. não sei

1. você tem tensão pré-menstrual

2. o ciclo é regular

3. você está na menopausa 0. ( ) não 1. ( ) sim 2. ( ) não menstruo por outras razões

58

4. você faz reposição hormonal 0. ( ) não 1. ( ) sim

0. nunca 1. raramente 2. às vezes 3. sempre 4. não sei

Você toma medicamentos?

Se assinalou sempre, na questão anterior, informe quais são e para que servem os medicamentos que toma?

59

V - HÁBITOS Você fuma? 0. ( ) não 1. ( ) sim

Se sim, 1. Quantos cigarros consome por dia, em média?

60

2. Há quanto tempo tem este hábito?

Você já fumou? 0. ( ) não 1. ( ) sim

Se sim, 1. Fumava quantos cigarros por dia?

61

2. Há quanto tempo parou?

0. nunca 1. raramente 2. às vezes 3. sempre 4. não sei

Você consome bebida alcoólica?

Se sim, 1. Que tipo de bebida?

62

2. Quanto consome, em média, por semana?

63 Você costuma beber água durante o dia? 0. ( ) não 1. ( ) sim

0. nunca 1. raramente 2. às vezes 3. sempre 4. não sei

1. Além de água, você costuma beber outros líquidos (café, chá, suco, etc.) durante o dia?

Page 70: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

67

2. Costuma beber água durante uso da voz (durante a aula)?

3. Quantos copos ingere, em média, de água ou outros líquidos por dia?

Quanto aos seus hábitos alimentares:

1. Quantas refeições você faz por dia?

0. nunca 1. raramente 2. às vezes 3. sempre 4. não sei

2. Você costuma se alimentar em horários regulares?

3. Você evita algum tipo de alimento?

Se sim, qual (is) dos alimentos relacionados abaixo você costuma evitar?

0. nunca 1. raramente 2. às vezes 3. sempre 4. não sei

3.1. alimentos duros (como carne, cenoura crua)

3.2. alimentos gordurosos

3.3. alimentos condimentados (muito temperados)

3.4. alimentos derivados do leite

3.5. outros

3.6. Por que?

4. Ao abrir a boca ou mastigar, você nota:

0. nunca 1. raramente 2. às vezes 3. sempre 4. não sei

4.1. estalos

4.2. sensação de areia

4.3. desvio de queixo

4.4. dificuldade para abrir a boca ou morder o alimento

64

5. Quanto tempo antes de dormir você faz sua última refeição?

1. ( ) até 30 minutos 2. ( ) entre 31 e 60 minutos 3. ( ) mais de uma hora

Quanto ao seu sono:

1. Quantas horas, em média, você dorme à noite?

0. nunca 1. raramente 2. às vezes 3. sempre 4. não sei

2. Você costuma acordar durante a noite?

65

3. Você acorda descansado?

Page 71: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

68

Em relação às atividades de lazer, assinale a freqüência com que costuma freqüentar os locais abaixo:

0. nunca 1. raramente 2. às vezes 3. sempre 4. não sei

1. clube

2. casa de amigos

3. shopping center

4. igreja

5. parques

6. cinema ou teatro

7. barzinhos

8. locais para dançar

9. academia de ginástica

10. praia / sítio

66

11. outros

VI – ASPECTOS VOCAIS 67 Você tem ou já teve alteração na sua voz? 0. ( ) não 1. ( ) sim, tive 2. ( ) sim, tenho

68 Se você tem alteração na voz, há quanto tempo esta alteração está presente?

1. ( ) 0 a 5 meses

2. ( ) 6 a 11 meses

3. ( ) 1 a 2 anos

4. ( ) 3 a 4 anos

5. ( ) mais de 4 anos

Se você teve/tem alteração de voz, em sua opinião, o que a causou:

1. ( ) uso intensivo da voz 6. ( ) exposição ao frio

2. ( ) infecção respiratória 7. ( ) exposição ao barulho

3. ( ) alergia 8. ( ) não houve causa aparente

4. ( ) estresse 9. ( ) não sei

69

5. ( ) gripe constante 10. ( ) outros, qual/quais?

Se você tem/teve alteração de voz, realizou/realiza tratamento

especializado para este problema?

0. ( ) não 1. ( ) sim, já realizei 2. ( ) sim, realizo

Se sim, que tipo de tratamento foi/é esse?

1. ( ) terapia fonoaudiológica 3. ( ) cirurgia

2. ( ) uso de medicamentos. 4. ( ) outros. Quais?

70

Se sim, qual/quais?

71 Se você teve/tem alteração de voz, o início do problema foi

1. ( ) brusco 2. ( ) progressivo 3. ( ) vai e volta

72 Se você teve/tem alteração de voz, 1. ( ) se mantido igual 2. ( ) melhorado 3. ( ) piorado

Page 72: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

69

esta tem 73 Se você teve/tem alteração de voz,

como a definiria? 1. ( ) discreta 2. ( ) moderada 3. ( ) severa 4. ( ) não sei

Sua voz, ao longo do dia, costuma estar:

1. ( ) rouca pela manhã e vai melhorando 4. ( ) rouca de manhã, vai melhorando e à noite volta a piorar

2. ( ) melhor de manhã e vai piorando 5. ( ) a noite a voz não sai

74

3. ( ) de manhã a voz não sai 6. ( ) sem alteração

Como as pessoas reagem quando escutam você falando?

1. ( ) referem alteração de voz constante 5. ( ) confundem sua idade

2. ( ) se espantam com sua voz 6. ( ) perguntam qual é o problema

3. ( ) não entendem o que você diz 7. ( ) nenhuma reação

75

4. ( ) confundem seu sexo 8. ( ) outros. Quais?

Quais sintomas vocais você tem atualmente?

0. nunca 1. raramente 2. às vezes 3. sempre 4. não sei

1. rouquidão

2. perda da voz

3. falha na voz

4. falta de ar

5. voz fina

6. voz grossa

7. voz variando grossa / fina

8. voz fraca

9. outros

76

Quais?

Quais sensações relacionadas à garganta e à voz você tem atualmente?

0. nunca 1. raramente 2. às vezes 3. sempre 4. não sei

1. picada na garganta

2. areia na garganta

3. bola na garganta

4. pigarro

5. tosse seca

77

6. tosse com catarro

Page 73: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

70

7. dor ao falar

8. dor ao engolir

0. nunca 1. raramente 2. às vezes 3. sempre 4. não sei

9. dificuldade para engolir

10. ardor na garganta

11. secreção / catarro na garganta

12. garganta seca

13. cansaço ao falar

14. esforço ao falar

15. outros

Quais?

Já faltou ao trabalho devido alterações na voz?

0. ( ) não 1. ( ) sim Se sim, quantas vezes? 78

Quantos dias, em média, ficou afastado?

Você está satisfeito com sua voz? 0. ( ) não 1. ( ) sim 79

Se não está satisfeito com sua voz, o que mudaria?

80 Você já recebeu alguma orientação sobre cuidados com a voz? 0. ( ) não 1. ( ) sim

O que você costuma fazer quando sua voz está alterada? 81

Quanto aos seus hábitos vocais no trabalho, você costuma:

0. nunca 1. raramente 2. às vezes 3. sempre 4. não sei

1. poupar a voz quando não está com os alunos

2. gritar

3. falar muito

4. falar em lugar aberto

5. falar realizando atividades físicas

6. falar carregando peso

82

7. beber água durante uso da voz

Fora do trabalho, você realiza outras atividades que exigem o uso da voz?

0. nunca 1. raramente 2. às vezes 3. sempre 4. não sei

1. cantar em coral

83

2. cantar profissionalmente

Page 74: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

71

3. cantar em igreja

4. fazer leituras públicas

0. nunca 1. raramente 2. às vezes 3. sempre 4. não sei

5. participar de debates

6. cuidar de alunos

7. trabalhar com vendas

8. fazer gravações

9. dar aulas particulares

10. falar ao telefone

11. outros

Existem casos de alteração de voz na sua família? 0. ( ) não 1. ( ) sim

1. Se sim, quem?

2. Se sim, qual o problema?

84

3 Se sim, passou por cirurgia? 0. ( ) não 1. ( ) sim

Gostaria de acrescentar algum comentário?

Quanto tempo levou para preencher este questionário?

Muito obrigada pela sua participação!

Page 75: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

72

ANEXO 2

Page 76: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

73

Page 77: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

74

ANEXO 3

Page 78: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

75

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Você está convidado(a) para participar como voluntário(a) de uma pesquisa. Caso sinta-se plenamente esclarecido(a) pelas informações a seguir e aceite fazer parte do estudo, rubrique todas as páginas e assine as duas vias deste documento (uma sua e a outra do pesquisador). Se tiver alguma dúvida, procure:

• Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital do Servidor Público Municipal Tel: (11) 3208-2211 r. 394, Rua Castro Alves, 60 Liberdade CEP: 01532-900

• Comitê de Ética da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Tel: (11) 3670-8400 Rua Ministro de Godói 969 - 4º andar - Sala 4A-01 Perdizes CEP: 05015-901

Perfil das Condições Vocais do Professor:

Reprodutibilidade de Instrumento

Pesquisadores Responsáveis:

Profa. Dra. Léslie Piccolotto Ferreira (orientadora)

Fonoaudióloga Adriana Aparecida Oliveira Esteves

Justificativas

As alterações da voz em professores têm sido investigadas nos últimos anos

com objetivo de definir quais são os fatores que contribuem para o

aparecimento desse problema. A categoria profissional de professores é a mais

afetada pelas alterações de voz e que mais procura tratamento para esse

problema, devido ao excesso de uso da voz em um ambiente físico

desfavorável como o encontrado nas escolas. Com base nas queixas relatadas

pelos professores foi elaborado questionário “Perfil das condições vocais do

professor”. Assim, este trabalho pretende levantar o nível de reprodutibilidade

de questionário específico para avaliar as condições de produção vocal dos

professores.

• Sua participação constará de duas etapas: 1ª Preenchimento de

questionário com perguntas referentes à sua profissão, saúde, ambiente de

trabalho e hábitos e 2ª etapa após (15) quinze dias haverá reaplicação do

mesmo questionário.

• Os procedimentos serão realizados no Hospital do Servidor Público

Municipal e podem ser interrompidos em qualquer momento, a seu pedido.

Page 79: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

76

• Esse estudo poderá auxiliar a identificar as condições do ambiente que

propiciam o desenvolvimento das alterações vocais do professor,

favorecendo a adoção de ações de promoção de saúde do professor.

Todos os participantes serão atendidos na Clínica de Otorrinolaringologia

e de Fonoaudiologia. Não haverá qualquer gasto da sua parte. Você não é

obrigado(a) a participar deste estudo, tem direito a recusar ou desistir do

estudo e a recusa ou desistência de participação na pesquisa, no momento

em que o desejar, não acarretarão qualquer penalidade. Em qualquer

estágio da pesquisa, você poderá pedir seu desligamento do projeto, tendo

a garantia de que seus dados não serão utilizados.

Os registros individuais dos seus dados permanecerão confidenciais e serão

mantidos em sigilo. As informações a respeito dessa pesquisa poderão ser

publicadas em revista científica ou apresentadas em congressos, porém,

apenas os resultados gerais serão divulgados ou, em pequeno número e de

forma ilustrativa, fotografias sem a sua devida identificação. Em hipótese

nenhuma seu nome ou qualquer dado pessoal será revelado.

O preenchimento de questionário – têm a duração prevista de 35 minutos e

será realizado na dependência do Hospital do Servidor Público Municipal, com

agendamento prévio.

Se permanecer qualquer dúvida sobre este estudo ou de seus direitos,

entre em contato com os pesquisadores responsáveis. Você será avisado

se alguma nova informação relevante for descoberta durante este estudo.

Page 80: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC … · 2010 . Página Parágrafo ... Dani, Paula, Felipe, Gil, Valcir, por fazerem parte da minha vida. A todas as ... transversal

77

Pesquisa: Perfil das Condições Vocais do Professor

Reprodutibilidade de Instrumento

Para aderir ao estudo, você deverá assinar a seguir este termo de consentimento livre e esclarecido. Antes de assinar verifique se:

• Você leu e entendeu todas as informações contidas nesse termo e teve tempo para pensar sobre o assunto.

• Todas as suas dúvidas foram respondidas a contento. Caso você não tenha compreendido qualquer uma das palavras, você solicitou ao responsável pela pesquisa que esclarecesse a você.

• Você concordou voluntariamente em fazer parte desta pesquisa, e assim sendo, realizará os procedimentos para sua realização.

• Você compreendeu que poderá decidir interromper sua participação no estudo a qualquer momento, sem nenhuma penalidade.

• Você recebeu uma cópia do termo de Consentimento esclarecido que permanecerá com você.

Eu,.....................................................................................................................

(letra de forma), concordo em participar do estudo PERFIL DAS CONDIÇOES VOCAIS DO PROFESSOR: REPRODUTIBILIDADE DE INSTRUMENTO e declaro ter sido convenientemente esclarecido e fui informado que os

procedimentos a serem adotados respeitam as respectivas declarações e

resoluções que rezam sobre o assunto.

................................................................................................ data: ___/___/___

Assinatura do Participante

Nome: Código do entrevistado (não preencher):..................................

Documento de identidade nº: Sexo: F( ) M( )

Data de Nascimento: / /

Endereço:

Cidade: UF:

Telefone:

CEP:

Escola: Telefone:

Endereço: Bairro: